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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CONSTRUÇÃO CIVIL IV 01/08/16 Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos 1 Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos CONSTRUÇÃO CIVIL IV NORMA DE DESEMPENHO Prof.ª: MSc.: Heloisa Fuganti Campos SETOR DE TECNOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos NORMA DE DESEMPENHO Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos 3 NORMA DE DESEMPENHO Em função dos crescentes problemas de degradação precoce observados nas estruturas, das novas necessidades competitivas e das exigências de sustentabilidade no setor da Construção Civil, observa-se, nas últimas duas décadas, uma tendência mundial no sentido de privilegiar os aspectos de projeto voltados à durabilidade e à extensão da vida útil das estruturas. Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos 4 NORMA DE DESEMPENHO Normas técnicas: ü Uniformizam e consolidam o conhecimento; ü Prescrevem boas técnicas; ü Estabelecem um padrão de qualidade; ü São benéficas para a sociedade. Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos 5 NORMA DE DESEMPENHO Direito: ü LEI 8.078/90 (código de defesa do consumidor): “Art. 39: É vedado ao fornecedor de produtos e serviços colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO.” PARA O DIREITO O ATENDIMENTO ÀS NORMAS TÉCNICAS É UMA PRESUNÇÃO DE REGULARIDADE! Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos 6 NORMA DE DESEMPENHO Direito: “Art. 615. Concluída a obra de acordo com o contrato, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos planos dados, (projetos) ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza (normas técnicas).” “Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, (“regras técnicas”) pode quem encomendou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento do preço.”

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CONSTRUÇÃO CIVIL IV

01/08/16

Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos 1

Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos

CONSTRUÇÃO CIVIL IVNORMA DE DESEMPENHO

Prof.ª: MSc.: Heloisa Fuganti Campos

SETOR DE TECNOLOGIAUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos

NORMA DE DESEMPENHO

Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos

3

NORMA DE DESEMPENHO

Em função dos crescentes problemas de degradação precoce observados nas estruturas,

das novas necessidades competitivas e das exigências de sustentabilidade no setor da

Construção Civil, observa-se, nas últimas duas décadas, uma tendência mundial no sentido de

privilegiar os aspectos de projeto voltados à durabilidade e à extensão da vida

útil das estruturas.

Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos

4

NORMA DE DESEMPENHO

• Normas técnicas:

ü Uniformizam e consolidam o conhecimento;

ü Prescrevem boas técnicas;

ü Estabelecem um padrão de qualidade;

ü São benéficas para a sociedade.

Prof.ª MSc. Heloisa Fuganti Campos

5

NORMA DE DESEMPENHO

• Direito:

ü LEI 8.078/90 (código de defesa do consumidor):

“Art. 39: É vedado ao fornecedor de produtos e serviços colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO.”

PARA O DIREITO O ATENDIMENTO ÀS NORMAS TÉCNICAS É UMA

PRESUNÇÃO DE REGULARIDADE!

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NORMA DE DESEMPENHO

• Direito:“Art. 615. Concluída a obra de acordo com o contrato, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos planos dados, (projetos) ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza (normas técnicas).”

“Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, (“regras técnicas”) pode quem encomendou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento do preço.”

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• Direito:Consequências:

ü Rejeição do produto;

ü Abatimento do preço/indenização/dano moral;

ü Obrigação de fazer troca/reparos;

ü Multa (Procons) – cobrança executiva;

ü Reflexos na esfera criminal (Normas de segurança).

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NORMA DE DESEMPENHO

• A norma foi aprovada no dia 12/05/2008, entrou em vigor, no período de testes em 12/05/2010, e deveria ter começado a vigorar oficialmente em 12 de novembro de 2010, contudo foi prorrogada à Polêmica que causou no setor da construção civil;

• 19/07/2013: a última versão foi publicada.

A norma, consolida entre projetistas, fabricantes, incorporadores/construtores e moradores a ‘co-

responsabilidade’ pelo desempenho e vida útil de uma edificação.

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NORMA DE DESEMPENHO

• Final da Década de 1970: IPT e a Escola Politécnica da USP fazem os primeiros trabalhos sobre o conceito de desempenho;

• Início do ano 2000: Caixa Econômica Federal contrata o IPT para a elaboração da Norma de Desempenho;

• 2008: 12 de maio à Publicação e entrou em vigor;

• 2011: 20 de dezembro à Consulta Nacional para prorrogação da revisão até março/2012;

• 2012: 18 janeiro à Resultado da Consulta Nacional favorável a prorrogação;

• 2013: Norma de desempenho passa a ser exigida.

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NORMA DE DESEMPENHO

• Aplica-se a edificações habitacionais com qualquer número de pavimentos, geminadas ou isoladas, construídas com qualquer tipo de tecnologia;

• Edificações de até cinco pavimentos à Ressalvas indicadas na norma;

• Não se aplica: obras já concluídas e construções pré-existentes, obras em andamento na data da entrada em vigor da norma, projetos protocolados nos órgãos competentes até a data da entrada em vigor, obras reformadas e edificações provisórias.

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NORMA DE DESEMPENHO

• Sistemas elétricos: não são abordados (ABNT NBR 5410 -Instalações elétricas de baixa tensão);

• Nova obrigação: Os projetistas devem estabelecer a Vida Útil de Projeto (VUP) de cada sistema que compõe a norma à É um parâmetro, estabelecido pelo meio técnico, que indica o período de tempo em que os requisitos mínimos de desempenho (indicados pela Norma) devem ser atendidos pela edificação, supondo a correta manutenção.

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NORMA DE DESEMPENHO

• Refere-se a sistemas que compõem edificações habitacionais, independentemente dos seus materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado;

• Foco: exigências dos usuários para o edifício habitacional e seus sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na prescrição de como os sistemas são construídos.

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NORMA DE DESEMPENHO

REQUISITOS DE DESEMPENHO CONTEMPLADOS NA NORMA

• Desempenho Estrutural;• Segurança contra incêndio;• Segurança no uso e operação;• Estanqueidade;• Desempenho térmico;• Desempenho acústico;• Desempenho lumínico;• Durabilidade e manutenibilidade;• Conforto tátil e antropodinâmico;• Adequação ambiental.

O objetivo é traduzir, em requisitos técnicos, as

necessidades dos usuários de imóveis ao longo de uma vida útil.

Menos subjetividade

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NORMA DE DESEMPENHO

ESTRUTURA CLÁSSICA

Edifício e suas partes

Requisitos

Critérios

Métodos de avaliação

QUALITATIVOS: Segurança contra incêndio: - evitar,

sobreviver em caso de, evitar danos.

QUANTITATIVOS: Exemplo -Proteção contra descargas atmosféricas, existência de

rotas de fuga etc.

Análises de projeto (em outros casos, ensaios

laboratoriais, em protótipos, in loco,

simulação em computador etc.)

Condições de Exposição

Necessidades dos usuários

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• Principais diferenças desta norma em relação às outras já vigentes:

NORMA DE DESEMPENHO15

ü Cobra resultados e não a forma de obtê-los (prescrições);

ü Estabelece uma vida útil mínima obrigatória para cada sistema contemplado;

ü Define o papel de cada agente para a obtenção do desempenho ao longo do tempo: incorporadores, construtores, projetistas, fabricantes de materiais etc.;

ü Permite a mensuração objetiva de todos os requisitos através de métodos de avaliação claros - INSTRUMENTOS PARA DEMANDAS JUDICIAIS.

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NORMA DE DESEMPENHO

• A manutenção como um dos itens mais importantes da norma, técnica e juridicamente:

1º Reflexos na qualidade: Se a manutenção não for feita, a vida útil pode não ser atingida;

2º A apuração se se trata de falha, ou não, passa pela verificação se foi feita a manutenção (perícias);

3º Obrigação de realizar: a manutenção é responsabilidade dos usuários, assim definida na Norma;

4º O ônus da prova da manutenção é dos próprios usuários.

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NORMA DE DESEMPENHO

• A manutenção como um dos itens mais importantes da norma, técnica e juridicamente:

5º Obrigação de especificar: Cabe ao construtor especificar as atividades de manutenção, por meio dos manuais.

O usuário deve: Providenciar e manter atualizados os documentos e registros da edificação e fornecer documentos que comprovem a realização dos serviços de manutenção, como contratos, notas fiscais, garantias, certificados etc..

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NORMA DE DESEMPENHO

• Incumbências dos intervenientes ü Fornecedor: caracterizar o desempenho de acordo com a

norma. Produtos sem normas brasileiras especificas devem fornecer resultados comprobatórios;

ü Projetista: estabelecem a vida útil projetada de cada sistema;ü Construtor e incorporador: identificação dos riscos

previsíveis na época do projeto, devendo providenciar os estudos técnicos requeridos e alimentar os diferentes projetistas com as informações necessárias; elaborar o manual de operação uso e manutenção, ou documento similar;

ü Usuário: realizar a manutenção.

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NORMA DE DESEMPENHO

• A ABNT NBR 15575 contem as seguintes partes:

ü Parte 1: Requisitos gerais;

ü Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais;

ü Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos;

ü Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas;

ü Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas;

ü Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários.

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NORMA DE DESEMPENHO

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NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

• Descreve os requisitos dos usuários de uma maneira geral, envolvendo toda a edificação, com relação ao comportamento em uso e não a prescrição de como os sistemas deverão ser construídos;

• Avaliação do desempenho: investigação sistemática baseada em métodos consistentes, capazes de produzir uma interpretação objetiva sobre o comportamento esperado do sistema nas condições de uso definidas àinspeções, ensaios, normas...

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NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

• Definições;

ü Vida útil – VU;

ü Vida útil de projeto – VUP;

• É apresentada uma lista de requisitos do usuário, a fim de servir como premissas para a elaboração de um projeto.

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• Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram projetados e construídos considerando a periodicidade e correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção.

VIDA ÚTIL - VU

NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

VIDA ÚTIL - VU

• Econômico - Visão de longo prazo é essencial: Custo global à construção + uso e operaçãoü < Custo construção - nunca é o menor custo global;

ü > Custo de construção - pode não ser o menor custo global;ü Vida útil definida no nível do projeto tende a diminuir o custo

global, sem regra definida o construtor tende a construir pelo menor custo de construção.

• Ambiental;

• Humano - Bom para o consumidor, protege os usuários de baixa renda.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

VIDA ÚTIL - VU

Vida útil é essencial para a abordagem

de desempenho.

Vida útil é essencial para a Sustentabilidade

– Análise de Ciclo de Vida.

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• Perío do estim ado de tempo p ara o qua l um siste ma é projetad o a fim de atender aos requisitos de desempen ho estabelecidos na norma, considerando o atendimento aos re quisitos d as normas aplicáveis, o estágio do conhecime nto no momento do projeto e supondo o cumprimento d a periodicidade e correta execução dos processos d e manuten ção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manuten ção.

VIDA ÚTIL DE PROJETO - VUP

NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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• Segurança estrutural: ü Manual proprietário deve informar as sobrecargas limitantes;

ü Desempenho estrutural deve ser verificado pelas normas brasileiras de projetos estruturais específicas em relação ao ELU e ELS.

• Segurança contra fogo:ü Proteger a vida dos ocupantes e áreas de risco; ü Proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;

ü Dar condições de acesso para o Corpo de Bombeiros.

• Segurança no uso e na operação:ü Segurança na utilização e das instalações.

SEGURANÇA

NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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• Estanqueidade a fontes de umidade interna e externa a edificação;

• Desempenho térmico: Procedimento normativo;• Desempenho acústico - Medições in loco;

• Desempenho lumínico: ü Iluminação natural: atender requisitos mínimos (correta posição);ü Iluminação artificial: a norma especifica os valores mínimos,

retirados da ABNT NBR 5413.

• Saúde, higiene e qualidade do ar: As exigências relativas à saúde devem atender a legislação vigente.

HABITALIDADE

NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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• Conforto tátil e antropodinâmico (movimentos requeridos pelas diversas atividades humanas):

ü Não prejudicar as atividades normais dos usuários, dos edifícios habitacionais, quanto ao caminhar, apoiar, limpar, brincar e semelhantes;

ü Não apresentar rugosidades, depressões ou outras irregularidades nos elementos, componentes, equipamentos e quaisquer acessórios ou partes da edificação.

HABITALIDADE

NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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• Durabilidade:ü A durabilidade do edifício e de seus sistemas é uma exigência

econômica do usuário à associada ao custo global do bem imóvel;ü A durabilidade de um produto se extingue quando ele deixa de

cumprir as funções que lhe forem atribuídas à degradação que o conduz a um estado insatisfatório de desempenho, ou obsolescência funcional;

ü Avaliação: Normas específicas.

SUSTENTABILIDADE

NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

SISTEMA VUP MÍNIMA (EM ANOS)Estrutura ≥40

Pisos Internos ≥13

Vedação vertical externa ≥40

Vedação vertical interna ≥20

Cobertura ≥20

Hidrossanitário ≥20

*Considerando periodicidade e processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção entregue ao usuário elaborado

em atendimento à norma NBR 5674.

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• Manutenibilidade: Manter a capacidade do edifício e de seus sistemas e permitir ou favorecer as inspeções prediais;

• Impacto Ambiental: Técnicas de avaliação do impacto ambiental resultante das atividades da cadeia produtiva da construção ainda são objeto de pesquisa. De forma geral, os empreendimentos e sua infra-estrutura devem ser projetados, construídos e mantidos de forma a minimizar as alterações no ambiente.

SUSTENTABILIDADE

NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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• Nível de desempenho:

ü Para todos os itens citados, será necessário o cumprimento de um desempenho mínimo (M);

ü O cumprimento dos níveis intermediário (I) e superior (S) fica à escolha do construtor ou incorporador;

ü Para a vida útil e vida útil de projeto a norma define somente os níveis mínimo (M) e superior (S).

NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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NORMA DE DESEMPENHOParte 1: Requisitos gerais

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• Esta parte da norma trata do estabelecimento de critérios e verificações relacionados aos estados limites últimos e de serviço, de modo que não haja comprometimento da estrutura e tão pouco de seus sistemas estruturais, como mau funcionamento de portas e janelas, por exemplo.

NORMA DE DESEMPENHOParte 2: Requisitos para os sistemas estruturais

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NORMA DE DESEMPENHOParte 2: Requisitos para os sistemas estruturais

• Exemplos: alguns requisitos e como atendê-los -Segurança estrutural:

ü Não ruir ou perder a estabilidade de nenhuma de suas partes;

ü Prover segurança aos usuários sob ação de impactos, choques etc.;ü Não provocar sensação de insegurança;ü Não repercutir em estados inaceitáveis de fissuração de vedação e

acabamentos;ü Não prejudicar a manobra normal de partes móveis, como portas e

janelas;

ü Interagir com o solo e com o entorno do edifício com segurança.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 2: Requisitos para os sistemas estruturais

ü Seguir normas existentes para as estruturas usuais de mercado: concreto armado convencional, alvenaria estrutural etc.. Exemplo: NBR 6118: Projeto de Estruturas de Concreto já tem implícito em suas prescrições uma vida útil de 50 anos;

ü Atender aos Euro Codes, na inexistência de normas brasileiras;ü Demonstrar a estabilidade estrutural através de cálculos, modelos

e ensaios. Ex: impacto de corpo duro e mole;ü Sistemas Estruturais inovadores: investir em ensaios que

comprovem o seu potencial desempenho ao longo da vida útil de projeto – SINAT.

• Critérios e Métodos de avaliação:

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NORMA DE DESEMPENHOParte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

• Desempenho do sistema de pisos, considerando os elementos e componentes, tanto para áreas de uso privativo quanto para áreas de uso comum em áreas externas e internas da edificação;

• Cada vez mais tratada com relevância, a segurança em uma edificação também engloba o sistema de pisos.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

• O sistema de piso não pode apresentar ruína e nem falhas, de modo a colocar em risco a integridade física do usuário;

• Coeficiente de atrito da camada de acabamento: Tornar segura a circulação dos usuários, evitando escorregamentos e quedas;

• Estanqueidade: O adequado controle da umidade em uma edificação habitacional ou sistema é a chave para o controle de muitas manifestações patológicas.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

• Desempenho acústico: uma das principais fontes de reclamação dos usuários de imóveis neste momento;

ü NBR 15575 - estabelece um nível mínimo de desempenho acústico.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

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NORMA DE DESEMPENHOParte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais

internas e externas – SVVIE

• Os sistemas de vedações que tiverem também função estrutural deve atender aos critérios estabelecidos na ABNT NBR 15575-2 e critérios especificados nesta parte;

• Deve ser mencionada em projeto a função estrutural ou não da vedação, assim como a indicação da norma utilizada para o dimensionamento, caso se enquadre no primeiro caso.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais

internas e externas – SVVIE

• Desempenho estrutural nos sistemas de vedações verticais internas e externas:

ü Estabilidade e resistência estrutural;ü Deslocamentos, fissuração e ocorrência de falhas;ü Limitar os deslocamentos, fissurações e falhas;ü Solicitações de cargas provenientes de peças suspensas;ü Requisito – Impacto de corpo mole e duro;ü Ações transmitidas por portas ü Cargas de ocupação incidentes em guarda-corpos e

parapeitos de janelas.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais

internas e externas – SVVIE

• Segurança contra incêndio: dificultar a propagação, preservar estabilidade da estrutura;

• Estanqueidade: quanto à infiltração de água e a umidade;

• Desempenho térmico: adequação de paredes externas e aberturas para ventilação;

• Desempenho acústico, térmico e lumínico;

• Durabilidade e manutenibilidade.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura

• Os sistemas de coberturas (SC) exercem funções importantes nas edificações habitacionais, desde a contribuição para preservação da saúde dos usuários até a própria proteção do corpo da construção, interferindo diretamente na durabilidade dos demais elementos;

• Impedem a infiltração de umidade oriunda das intempéries para os ambientes habitáveis e previnem a proliferação de microrganismos patogênicos e de diversificados processos de degradação dos materiais de construção.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura

• Parte do edificação habitacional mais exposto à radiação direta do sol à Influência na carga térmica transmitida aos ambientes à Conforto térmico e consumo de energia;

• As ações atuantes, particularmente vento, intensidade de chuvas e insolação, são as que exercem a maior influência e são determinantes nos projetos de (SC).

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NORMA DE DESEMPENHOParte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura

• Resistência e deformabilidade: Nível satisfatório de segurança contra a ruína e não apresentar deformações que prejudiquem a funcionalidade;

• Solicitações de montagem ou manutenção: Suportar cargas transmitidas por pessoas e objetos nas fases de montagem ou de manutenção.

AÇÃO DE CARGA VERTICAL CONCENTRADA DE 1 KN APLICADA NA SEÇÃO MAIS DESFAVORÁVEL, SEM QUE OCORRAM FALHAS OU QUE SEJAM SUPERADOS OS LIMITES DE DESLOCAMENTO!

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NORMA DE DESEMPENHOParte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura

• Resistência aos impactos de corpos mole e duro;

• Solicitações em forros: possibilitar a fixação de luminárias e outras cargas de ocupação;

• Ação do granizo e outras cargas acidentais em telhados: não sofrer avarias sob a ação de granizo e de outras cargas;

• Avaliação da reação ao fogo da face externa do sistema;

• Segurança no uso e na operação: não apresentar partes soltas ou destacáveis sob ação do peso próprio e sobrecarga de uso;

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NORMA DE DESEMPENHOParte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura

• Estanqueidade: ser estanques à água de chuva, evitar a formação de umidade e evitar a proliferação de insetos e microorganismos;

• Desempenho térmico: apresentar transmitância térmica e absortância à radiação solar que proporcionem um desempenho térmico apropriado para cada zona bioclimática;

• Desempenho acústico: são considerados o isolamento de sons aéreos do conjunto fachada/cobertura de edificações e o nível de ruído de impacto no piso.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 6: Requisitos para os sistemas Hidrossanitários

• As instalações hidrossanitárias são responsáveis diretas pelas condições de saúde e higiene requeridas para a habitação, além de apoiarem todas as funções humanas nela desenvolvidas;

• As instalações devem ser incorporadas à construção, de forma a garantir a segurança dos usuários, sem riscos de queimaduras (instalações de água quente), ou outros acidentes;

• Devem ainda harmonizar-se com a deformabilidade das estruturas, interações com o solo e características físico-químicas dos demais materiais de construção.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 6: Requisitos para os sistemas Hidrossanitários

• Resistência mecânica: resistir às solicitações mecânicas durante o uso;

• Solicitações dinâmicas dos sistemas hidrossanitários: não provocar golpes e vibrações que impliquem risco à sua estabilidade estrutural;

• Segurança contra incêndio: capacidade do material de não propagar as chamas, necessidade de reserva técnica de incêndio e disposição de extintores;

• Estanqueidade: todos os sistemas, águas fria e quente, captação de águas pluviais e esgotamento sanitário, sejam estanques.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 6: Requisitos para os sistemas Hidrossanitários

• Saúde, higiene e qualidade do ar:

1. Contaminação da água a partir dos componentes das instalações;

2. Contaminação biológica da água na instalação de água potável;3. Contaminação da água potável do sistema predial;4. Contaminação por refluxo da água;5. Ausência de odores provenientes da instalação de esgoto;6. Contaminação do ar ambiente pelos equipamentos.

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NORMA DE DESEMPENHOParte 6: Requisitos para os sistemas Hidrossanitários

• Adequação ambiental:

1. Uso racional da água: reduzir a demanda de água da rede pública de abastecimento e o volume de esgoto conduzido para tratamento;

2. Contaminação do solo e do lençol freático: o objetivo deste requisito é não contaminar o solo ou lençol freático, exigindo que os sistemas da edificação estejam ligados à rede pública de esgoto ou a um sistema localizado de tratamento.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15575 –Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 1 a 6, Rio de Janeiro, 2013.

FREITAS, Rinaldo Maciel de. O princípio da legalidade aplicado às normas ABNT. Disponível em: http://jus.com.br/artigos/23337. Acessado em julho de 2013.

PAIVA, Maurício Ferraz. Em debate “normalização” – A obrigatoriedade da observância das normas técnicas brasileiras. Disponível http://www.osetoreletrico.com.br. Acessado em julho de 2013.

CBIC, Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013. Brasília 2013.

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