manual de psicopedagogia clinica

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1 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL AUTOR ACACIO A. SCHEKIERA PSICOPEDAGOGO CLÍNICO & INSTITUCIONAL DEFICIT E TRANSTORNOS NA APRENDIZAGEM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL ORIENTAÇÃO, SINTOMAS, TRATAMENTO, ESTUDO DE CASOS, TREINAMENTO DE MEMORIA CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS 1º EDIÇÃO 2017

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1 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

AUTOR ACACIO A. SCHEKIERA PSICOPEDAGOGO CLÍNICO & INSTITUCIONAL

DEFICIT E TRANSTORNOS NA APRENDIZAGEM

PSICOPEDAGOGIA

CLÍNICA E INSTITUCIONAL

ORIENTAÇÃO, SINTOMAS, TRATAMENTO, ESTUDO DE CASOS, TREINAMENTO DE MEMORIA

CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS

1º EDIÇÃO 2017

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2 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

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3 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

PREFACIO

A psicopedagogia e uma das áreas de conhecimento

que tem gerado grande interesse nos profissionais ligados à

educação. Este trabalho tem por objetivo orientar a pré analise

familiar e prática do professor e outros profissionais na área de

educação, em seus desafios, suas limitações, suas

possibilidades, frente ao cotidiano da atuação preventiva clinica

e também em instituições regulares de ensino.

As contribuições obtidas para melhores resultados na

atuação nesta área da psicopedagogia e a compreensão de

caráter de déficit de aprendizagem, estrutura familiar,

patologias, e acompanhamento adequado por especialistas.

Neste sentido identificada a melhor compreensão sobre

as possibilidades de realização do diagnóstico psicopedagógico

clinico e ou institucional, valorização de uma atuação

multidisciplinar conjunta com diversos profissionais, ampliação

do conhecimento de pais e profissionais de educação de alguns

transtornos de aprendizagem, irão facilitar e melhorar a curva

de aprendizagem e possíveis deficiências voltadas a memoria e

a plasticidade cerebral.

Profº Esp. Acácio Antonio Schekiera

Psicopedagogo Clinico e Institucional

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ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

SUMARIO

CAPITULO I

- PSICOPEDAGOGIA/ LEGISLAÇÃ/APLICAÇÃO 05

CAPITULO II

- APRERNDIZAGEM 13

CAPITULO III

- DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM 47

CAPITULO IV

- CLASSIFICAÇÃO DO DEFICIT DE APRENDIZADO 54

CAPITULO V

-TDAH TRANST. DEFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE 68

CAPITULO VI

-DISCALCULIA 87 CAPITULO VII

-DISLEXIA 93 CAPITULO VIII 113

-DISLALIA CAPITULO IX

-INIBIÇÃO COGNITIVA 117 CAPITULO X

-EDUCAÇÃO INCLUSIVA 119 CAPITULO XI

-DEFICIENCIA 136 CAPITULO XII 143

REFERENCIAS 156

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5 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

CAPITULO I

PSICOPEDAGOGIA

Segundo Silvana Martines e Silvia Felizardo (1934) a

Psicopedagogia é o campo do saber que se constrói a partir de

dois saberes e práticas: a pedagogia e a psicologia.

O campo dessa mediação recebe também influências

da psicanálise, da lingüística, da semiótica,

da neuropsicologia, da psicofisiologia, da filosofia humanista

existencial e da medicina.

A psicopedagogia está intimamente ligada à psicologia

educacional, da qual uma parte aplicada à prática. Ela

diferencia-se da psicologia escolar, também esta uma

subdisciplina da psicologia educacional, sob três aspectos:

Quanto à origem da psicologia escolar surgiu para

compreender as causas do fracasso de certas crianças no

sistema escolar enquanto a psicopedagogia surgiu para o

tratamento de determinadas dificuldades

de aprendizagem específicas; quanto à formação.

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6 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

A psicologia escolar é uma especialização na área de

psicologia, enquanto a psicopedagogia é aberta a profissionais

de diferentes áreas e quanto à atuação a psicologia escolar é

uma área propriamente psicológica enquanto a psicopedagogia

é uma área plenamente interdisciplinar, tanto psicológica como

pedagógica.

Algumas questões teóricas

Concepção da Análise do Comportamento

De acordo com a concepção da Análise do

Comportamento, o processo de aprendizagem acontece na

relação entre o objeto de conhecimento e o aluno. O professor

programa a forma como o objeto de conhecimento será

organizado, respeitando as características individuais do aluno.

O objetivo é que o aluno se interesse pelo processo de

conhecimento e aja sobre o objeto de conhecimento.

Apesar do que alguns críticos erroneamente afirmam,

para os analistas do comportamento o aluno não deve assumir

uma posição passiva durante o aprendizado. Pelo contrário,

responder a questões, formular questões e relacionar diferentes

conteúdos é fundamental.

Para que a aprendizagem seja mais efetiva, o professor

deve investigar o nível de conhecimento do aluno, identificando

seus pontos fortes e fracos e adaptando os conteúdos de forma

a facilitar o ensino.

Page 7: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

7 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Concepção Racionalista

Na concepção racionalista, a aprendizagem é fruto da

capacidade interna do aluno. Ele é, ou não, ―inteligente‖ porque

já nasceu com a capacidade, ou não, de aprender. Sua

aprendizagem também estará relacionada à maturação

biológica, só podendo aprender determinados conteúdos

quando tiver a prontidão necessária para isso. O aluno já traz

uma capacidade inata para aprender.

Quando não aprende, é considerado incapaz; se

aprende diz-se que tem um bom grau de quociente

intelectual ou (Q.I.). Nesta concepção, o papel do professor é

de organizador do conteúdo, levando em consideração a idade

do indivíduo.

De acordo com as pesquisas na área cognitiva de

aprendizagem, quando uma pessoa apresenta

uma deficiência de aprendizado em algum assunto específico, é

Provável que as ferramentas. .mentais.. como análise

memória, analogia, imaginação e organização mental das

informações não estarão desenvolvidas apropriadamente.

Page 8: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

8 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

É necessário preparar essas competências mentais para

desenvolver o aprendizado mais sistêmico antes de aplicar o

conteúdo em si no aluno. Essa "capacidade inata" de aprender

é vista como variável, porque, dependendo do seu sistema

mental, o indivíduo pode tê-lo desenvolvido muito bem ou não.

Caso negativo, uma orientação especial é capaz de

desenvolver esses pontos mais precários de aprendizagem.

Concepção Construtivista

A concepção construtivista define a aprendizagem como

um processo de troca mútua entre o meio e o indivíduo, tendo o

outro como mediador. O aluno é um elemento ativo que age e

constrói sua aprendizagem.

Cabe ao professor instigar o sujeito, desafiando,

mobilizando, questionando e utilizando os ―erros‖ de forma

construtiva, garantindo assim uma reelaboração das hipóteses

levantadas, favorecendo a construção do conhecimento.

Nesta concepção o aluno não é apenas alguém que

aprende, mas sim o que vivencia os dois processos, sendo ao

mesmo tempo ensinante e aprendente.

Page 9: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

9 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Alguns teóricos da Psicopedagogia defendem que ―para

que haja aprendizagem, intervêm o nível cognitivo e o

desejante, além do organismo e do corpo‖ (Fernández, 1991,

p. 74), por isso aproxima-se dos referenciais teóricos

do construtivismo, pois foca a subjetivação, enfatizando

o interacionismo; acredita no ato de aprender como uma

interação, crença esta fundamentada nas ideias de Pichon

Rivière e de Vygotsky; defende a importância

da simbolização no processo de aprendizagem baseada nos

estudos psicanalíticos, além da contribuição de Carl Gustav

Jung pela psicologia analítica.

É necessário que o psicopedagogo tenha um olhar

abrangente sobre as causas das dificuldades de aprendizagem,

indo além dos problemas biológicos, rompendo assim com a

visão simplista dos problemas de aprendizagem, procurando

compreender mais profundamente como ocorre este processo

de aprender numa abordagem integrada, na qual não se toma

apenas um aspecto da pessoa, mas sua integralidade.

Necessariamente, nas dificuldades de aprendizagem

que apresenta um sujeito, está envolvido também o ensinante.

Portanto, o problema de aprendizagem deve ser diagnosticado,

prevenido e curado, a partir dos dois personagens e no vínculo.

(Fernández, 1991, p. 99).

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10 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Assim, cabe ao psicopedagogo voltar seu olhar para

esses sujeitos, ensinante e aprendente, como para os vínculos

e a circulação do saber entre eles. Como afirma Paín, uma

tarefa primordial no diagnóstico é resgatar o amor. Em geral, os

terapeutas tendem a carregar nas tintas sobre o desamor, sobre

o que falta, e poucas vezes se evidencia o que se tem e onde o

amor é resgatável. Sem dúvida, isto é o que nos importa no

caminho da cura (Paín, 1989, p. 35).

O psicopedagogo Reuven Feuerstein, criador

das teorias da Experiência da Aprendizagem Mediada e

da Modificabilidade cognitiva estrutural, defende a ideia de que

a inteligência pode ser "exercitada" e "expandida".

O método Feuerstein, de estímulo da inteligência, tem

auxiliado indivíduos portadores de deficências e considerados

inaptos. Indivíduos, como o neto de Feuerstein (portador

de síndrome de Down),[4] apresentaram um grande

desenvolvimento de inteligência, adquirindo a capacidade de

aprender.

Regulamentação

No Brasil vivencia-se ainda a luta, para que se

regulamente a profissão de psicopedagogo, de modo que este

seja formado em cursos de graduação a exemplo do que já

acontece na Europa, em especial, na França e em Portugal,

além de outros países.

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11 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Em 2005 foi reconhecido o primeiro curso de graduação

em psicopedagogia, oferecido pela PUC/RS (em extinção)[5].

Na época o Brasil já contava com outros cursos em

andamento: no Centro Universitário La Salle, (Canoas, RS) e

no Centro Universitário FIEO (Osasco, São Paulo). Nesta última

instituição, em 2006, foi recomendado pela CAPES o

primeiro mestrado acadêmico com área de concentração em

psicopedagogia.

A regulamentação brasileira não tem avançado a partir

do Projeto de Lei nº 128/2000 e da Lei n.º 10.891.

Entretanto, a regulamentação de qualquer nova

profissão, a exemplo das tentativas de regulamentação da

psicanálise no Brasil, que é livre no mundo, tem encontrado em

prerrogativa constitucional a sua impossibilidade, pois o Art. 5º

da Constituição Brasileira prevê o "livre exercício profissional",

sendo entendido que é desnecessário e oneroso para o Estado

a regulamentação de profissões, exceto quando há risco

iminente para a sociedade.

Terminologia

Ensinante-aprendente: termo usado para indicar que

todo sujeito exerce as duas funções simultaneamente.

Diagnóstico Psicopedagógico: trata-se da avaliação da

situação e história individual baseado nos princípios

psicopedagógicos, o que difere do diagnóstico psicológico ou da

avaliação educacional.

Page 12: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

12 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

DIFAJ: termo cunhado por Alicia Fernández para

descrever o modelo de atendimento psicopedagógico

implementado pelo E.Psi.B.A.

É o acrônimo para "Diagnóstico Interdisciplinar Familiar

de Aprendizagem em uma Jornada".

Inteligência atrapada: estado de inibição

cognitiva caracterizado pelo esquema mental de defesa ou

fuga, desenvolvido pelo próprio sujeito que impede ou atrapalha

a aprendizagem.

Queixa: termo que designa o problema vivenciado pelo

sujeito, em geral criança ou adolescente, na visão dos pais ou

de quem apresenta o caso ao profissional psicopedagogo.

(Ex: "Ele não consegue ler"; "Ela escreve de trás para

frente"; "Ele troca as letras"; "Ele não sabe nada").

Vínculo: relação mútua entre a criança ou adolescente e

o outro (família, colegas, profissionais etc.).

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13 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

CAPITULO II

APRENDIZAGEM

Aprendizagem é o processo pelo qual

as competências, habilidades, conhecimentos,

comportamento ou valores são adquiridos ou modificados,

como resultado e estudo, experiência, formação, raciocínio

e observação. Este processo pode ser analisado a partir de

diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teorias de

aprendizagem. Aprendizagem é uma das funções mentais mais

importantes em humanos e animais e também pode ser

aplicada a sistemas artificiais.

Aprendizagem humana está relacionada à educação e

desenvolvimento pessoal. Deve ser devidamente orientada e é

favorecida quando o indivíduo está motivado. O estudo da

aprendizagem utiliza os conhecimentos e teorias

da neuropsicologia, psicologia, educação e pedagogia.

Aprendizagem como um estabelecimento de novas

relações entre o ser e o meio ambiente tem sido objeto de

vários estudos empíricos em animais e seres humanos.

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14 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

O processo de aprendizagem pode ser medido através

das curvas de aprendizagem, que mostram a importância da

repetição de certas predisposições fisiológicas, de "tentativa e

erro" e de períodos de descanso, após o qual se pode acelerar

o progresso. Esses estudos também mostram

o relacionamento da aprendizagem com os reflexos

condicionados.

Algumas pesquisas começam a revelar que os sonhos

têm um papel muito importante na aprendizagem e na formação

de memória. Por exemplo, alguns cientistas observaram que,

durante o sono o cérebro recorda coisas que aprendeu

recentemente. Durante o sono de ondas lentas, a mente

recorda novas memórias. Em seguida, no sono REM - em que

acontecem os sonhos. O cérebro trabalha para guardar essas

memórias por um longo prazo.

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15 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Histórico

Antiguidade

A aprendizagem vem sendo estudada e sistematizada

desde os povos da antiguidade oriental.

Já no Egito, na China e na Índia a finalidade era

transmitir as tradições e os costumes.

Na antiguidade clássica, na Grécia e em Roma, a

aprendizagem passou a seguir duas linhas opostas porém

complementares:

A "pedagogia da personalidade", que visava a formação

individual; e

A "pedagogia humanista", que desenvolvia os indivíduos

numa linha onde o sistema de ensino era representativo da

realidade social e dava ênfase à aprendizagem universal.

Idade Média

Durante a Idade Média, a aprendizagem e

consequentemente o ensino (aqui ambos seguem o mesmo

rumo) devem muito à tenacidade da Igreja.

Embora a censura fosse uma realidade, a Igreja teve o

mérito de fundar Universidades e estimular o estudo

aprofundado da natureza, do cosmo e da realidade humana.

Page 16: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

16 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

No final daquele período, iniciou-se a separação entre as

teorias da aprendizagem e do ensino com a independência em

relação ao clero. Devido às modificações que ocorreram com o

advento do humanismo e da Reforma, no século XVI, e sua

ampliação a partir da Revolução Francesa, as teorias do

ensino-aprendizagem tomaram novos caminhos.

Século XVII ao início do Século XX

Do século XVII até o início do século XX, a doutrina

central sobre a aprendizagem era demonstrar cientificamente

que determinados processos universais regiam os princípios da

aprendizagem, tentando explicar as causas e formas de seu

funcionamento, forçando uma metodologia que visava

enquadrar o comportamento num sistema unificado de leis, a

exemplo da sistematização efetuada pelos cientistas para a

explicação dos demais fenômenos das ciências naturais.

Muitos acreditavam que a aprendizagem estava

intimamente ligada somente ao condicionamento.

Um exemplo de experiência sobre o condicionamento foi

realizada pelo fisiólogo russo, Ivan Pavlov, que condicionou

cães a salivarem ao som de campainhas.

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17 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

A partir de 1930

Na década de 1930 os cientistas Edwin R. Guthrie, Clark

L. Hull e Edward C. Tolman pesquisaram sobre as leis que

regem a aprendizagem.

Guthrie acreditava que as respostas, ao invés das

percepções ou os estados mentais, poderiam formar os

componentes da aprendizagem.

Hull afirmava que a força do hábito, além dos estímulos

originados pelas recompensas, constituía um dos principais

aspectos da aprendizagem, a qual se dava num processo

gradual.

Tolman seguia a linha de raciocínio de que o princípio

objetivo visado pelo sujeito era a base comportamental para a

aprendizagem. Percebendo o ser humano na sociedade em que

está inserido, se faz necessário uma maior observação de seu

estado emocional. [3]

Definição de aprendizagem

A definição de aprendizagem é difícil de ser realizada

em razão da necessidade dela não se confundir com outros

conceitos. Isso se deve ao fato de aprendizagem ser um

conceito natural e não um conceito artificialmente criado.

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18 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

UMA DEFINIÇÃO

Com base no paradigma comportamentalista

A definição a seguir é clássica criada dentro do modelo

da psicologia comportamentalista:

"Aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem

origem ou é modificada pela reação a uma situação encontrada,

desde que as características da mudança de atividade não

possam ser explicadas por tendências inatas de respostas,

maturação ou estados temporários do organismo (por exemplo,

fadiga, drogas, etc).

Essa definição inicial serve para que possamos fazer

algumas importantes diferenças entre atividades de

aprendizagem e outras que não são.

Diferenças entre aprendizagem e tendências inatas

O comportamento inato pode ser classificado em 3 tipos

de atividades: reflexos, tropismos e instintos. Uma primeira

abordagem ao problema parece não haver motivos para

confundir aprendizagem e comportamento inato.

A questão surge quando, no estudo de determinados

instintos (comportamentos complexos presentes em nosso

código genético), existe uma abertura para variações

ambientais.

Page 19: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

19 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

O caso clássico que podemos citar aqui é o

comportamento de imprinting apresentados por aves.

No imprinting a ave está geneticamente programada a

aceitar uma variação no estímulo ambiental ―mãe‖.

Em razão dessa variação até mesmo humanos podem

ser identificados como sendo a ―mãe‖ daquela ave.

Diferença entre maturação e aprendizagem

Como os processos de maturação também envolvem

mudança é preciso saber quais dessas mudanças são

ocasionados pelo crescimento, propriamente dito, ou pela

aprendizagem.

Isso seria fácil se, assim como, os comportamentos

inatos, não houve casos em que determinadas atividades

complexa (como a aquisição da linguagem em seres humanos)

não fossem ao mesmo tempo produto de processos de

maturação biológica e de exposição a variações ambientais.

Como é notório, uma criança somente começa a falar a

partir de certa idade, no entanto, ela falará o idioma a qual ela

está exposta.

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20 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Diferença entre fadiga e aprendizagem

A fadiga pode ser vista quando após uma atividade

repetida muitas vezes em curto espaço de tempo seja

identificada uma perda da sua eficiência. Ou seja, a fadiga é um

produto da prática.

O interesse disso é que a aprendizagem também guarda

uma estreita relação com a prática que a produz. No entanto, ao

contrário da fadiga a curva da aprendizagem melhora com a

prática.

Desse modo, o que parece haver é que uma prática

intensa sem muitos intervalos poderia levar a uma perda

momentânea de eficiência da atividade, mas em espaços de

tempo maiores levaria ao aumento da eficiência da

aprendizagem.

A fadiga desse modo pode ser considerada como um

estado temporário do organismo e, portanto, não pode ser

confundida com a aprendizagem.

O mesmo raciocínio se aplica ao uso de drogas que

promove alterações no comportamento resultantes do seu uso e

não de uma aprendizagem.

Page 21: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

21 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Uma definição com base em um paradigma cognitivista

Dentro de uma perspectiva mais cognitiva podemos ter a

seguinte definição de aprendizagem:

"A aprendizagem é uma mudança relativamente

duradoura de comportamento resultante da experiência. Ela

ocorre quando os organismos se beneficiam da experiência

para que seus futuros comportamentos sejam mais bem

adaptados ao ambiente."

Inicialmente, é preciso explicar que a noção de

comportamento aqui exposta comporta também estados

mentais como pensamentos, sentimentos, imagens mentais,

etc. Depois a definição deixar claro que as mudanças ocorridas

nos comportamentos são resultados da experiência (e não da

programação genética ou estados momentâneos, por exemplo).

Isso é importante, pois uma coisa que todas as teorias

da aprendizagem tende a concordar é que a aprendizagem

provoca algum tipo de mudança.

Depois a definição acima se liga a perspectiva

evolucionista em ciência ao mostrar que as mudanças ocorrem

para beneficiar o organismo no seu processo de adaptação ao

meio (o que não significa que mudando o meio determinada

aprendizagem deixe de ser benéfica). Isso é essencial para se

compreender a natureza adaptativa da aprendizagem humana.

Page 22: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

22 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Uma das evidências que podemos trazer aqui para

justificar essa ideia é o fato de que bebês humanos aprendem

desde o nascimento e com grande velocidade.

E que toda essa aprendizagem dos primeiros dias é quase toda

ela não consciente e sem grande necessidade de intervenção

social programa (ensino).

Ela também apresenta uma característica de toda

aprendizagem que estava ausente na definição anterior: a sua

durabilidade no tempo. Essa característica é de suma

importância, pois mostra a estreita relação entre aprendizagem

e memória.

De fato, como se verá, muito do que hoje podemos falar

sobre os processos de aprendizagem vem dos estudos sobre o

funcionamento da nossa memória, principalmente da

aprendizagem de conteúdos mais explícitos, como são aqueles

presentes na atividade escolar. No entanto, como é claro ainda

persistem como na parte anterior os problemas de atividades ou

comportamentos fronteiriços (imprinting, aquisição da

linguagem, etc).

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23 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Características da aprendizagem

Em razão disso, Pozo (2002) prefere não criar uma

definição formal de aprendizagem.

Acreditar ser mais útil pensar em quais seria as

melhores características para uma boa aprendizagem.

Ele sugere três:

a) a aprendizagem produz mudanças duradouras;

b) a aprendizagem deve ser transferível para outras situações;

c) a aprendizagem é consequência direta da prática realizada;

O ser humano nasce potencialmente inclinado a

aprender, necessitando de estímulos externos e internos

(motivação, necessidade) para o aprendizado. Há aprendizados

que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a

falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de

maturação física, psicológica e social.

Na maioria dos casos a aprendizagem se dá no meio

social e temporal em que o indivíduo convive; sua conduta

muda, normalmente, por esses fatores, e por predisposições

genéticas.

Page 24: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

24 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Processo de aprendizagem

Segundo os behavioristas, a aprendizagem é uma

aquisição de comportamentos através de relações

entre ambiente e comportamento, ocorridas numa história de

contingências, estabelecendo uma relação funcional entre

Ambiente e Comportamento.

Apresenta como principais características

O indivíduo é visto como ativo em todo o processo;

A aprendizagem é sinônimo de comportamento adquirido;

O reforço é um dos principais motores da aprendizagem;

A aprendizagem é vista como uma modelagem do

comportamento.

Em algumas abordagens cognitivas, considera-se que o

homem não pode ser considerado um ser passivo. Enfatiza a

importância dos processos mentais no processo de

aprendizagem, na forma como se percebe, seleciona, organiza

e atribui significados aos objetos e acontecimentos.

É um processo dinâmico, centrado nos processos

cognitivos, em que temos:

INDIVÍDUO → INFORMAÇÃO → CODIFICAÇÃO →

RECODIFICAÇÃO → PROCESSAMENTO →

APRENDIZAGEM

Page 25: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

25 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

De uma perspectiva humanista existe uma valorização

do potencial humano assumindo-o como ponto de partida para

a compreensão do processo de aprendizagem.

Considera que as pessoas podem controlar seu próprio

destino, possuem liberdade para agir e que o comportamento

delas é consequência da escolha humana.

Os princípios que regem tal abordagem são a auto

direção e o valor da experiência no processo de aprendizagem.

Preocuparam-se em tornar a aprendizagem significativa,

valorizando a compreensão em detrimento da memorização

tendo em conta, as características do sujeito, as suas

experiências anteriores e as suas motivações:

O indivíduo é visto como responsável por decidir o que quer

aprender; e

Aprendizagem é vista como algo espontâneo e misterioso.

Numa abordagem social, as pessoas aprendem observando

outras pessoas no interior do contexto social. Nessa abordagem

a aprendizagem é em função da interação da pessoa com

outras pessoas, sendo irrelevantes condições biológicas. O ser

humano nasce como uma 'tábula rasa', sendo moldado pelo

contato com a sociedade.

Page 26: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

26 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

O processo de aprendizagem na abordagem de Vygotsky

O ponto de partida desta análise é a

concepção vygotskyana de que o pensamento verbal não é

uma forma de comportamento natural e inata.

Mas é determinado por um processo histórico-cultural e tem

propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas

nas formas naturais de pensamento e fala.

Uma vez admitido o caráter histórico do pensamento

verbal, devemos considerá-lo sujeito a todas as premissas do

materialismo histórico, que são válidas para qualquer fenômeno

histórico na sociedade humana (Vygotsky, 1993 p. 44). Sendo

o pensamento sujeito às interferências históricas às quais está

o indivíduo submetido, entende-se que, o processo de aquisição

da ortografia, a alfabetização e o uso autônomo da linguagem

escrita são resultantes não apenas do processo pedagógico

de ensino-aprendizagem propriamente dito, mas das relações

subjacentes a isto.

Vygotsky diz ainda que o pensamento propriamente dito

é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e

necessidades, nossos interesses e emoções.

Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva.

Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de

outrem só é possível quando entendemos sua base afetivo-

volitiva (Vygotsky, 1991 p. 101).

Page 27: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

27 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Desta forma não seria válido estudar as dificuldades de

aprendizagem sem considerar os aspectos afetivos. Avaliar

o estágio de desenvolvimento, ou realizar testes

psicométricos não supre de respostas as questões levantadas.

É necessário fazer uma análise do contexto emocional,

das relações afetivas, do modo como a criança está situada

historicamente no mundo.

Na abordagem de Vygotsky a linguagem tem um papel

de construtor e de propulsor do pensamento, afirma que

aprendizado não é desenvolvimento, o aprendizado

adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental

e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que,

de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (Vygotsky,

1991 p. 101).

A linguagem seria então o motor do pensamento, contrariando

assim a concepção desenvolvimentista que considera o

desenvolvimento a base para a aquisição da linguagem.

Vygotsky defende que os processos de desenvolvimento não

coincidem com os processos de aprendizagem, uma vez que o

desenvolvimento progride de forma mais lenta, indo atrás do

processo de aprendizagem. Isto ocorre de forma sequencial.

(Vygotsky, 1991 p. 102).

Page 28: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

28 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

O processo de aprendizagem na abordagem de Piaget

O papel da equilibração

Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma

maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio entre

a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como

um mecanismo autor regulador, necessária para assegurar à

criança uma interação eficiente dela com o meio-ambiente.

(Wadsworth, 1996) Piaget postula que todo esquema de

assimilação tende a alimentar-se, isto é, a incorporar elementos

que lhe são exteriores e compatíveis com a sua natureza.

E postula também que todo esquema de assimilação é

obrigado a se acomodar aos elementos que assimila, isto é, a

se modificar em função de suas particularidades, mas, sem com

isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento

enquanto ciclo de processos interdependentes), nem seus

poderes anteriores de assimilação. (Piaget,1975, p. 14).

Em outras palavras, Piaget (1975) define que o equilíbrio

cognitivo implica afirmar a presença necessária de

acomodações nas estruturas; bem como a conservação de tais

estruturas em caso de acomodações bem sucedidas.

Esta equilibração é necessária porque se uma pessoa

só assimilasse, desenvolveria apenas alguns esquemas

cognitivos, esses muito amplos, comprometendo sua

capacidade de diferenciação.

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Em contrapartida, se uma pessoa só acomodasse,

desenvolveria uma grande quantidade de esquemas cognitivos,

porém muito pequenos, comprometendo seu esquema de

generalização de tal forma que a maioria das coisas seriam

vistas sempre como diferentes, mesmo pertencendo à mesma

classe.

Essa noção de equilibração foi a base para o conceito,

desenvolvido por Paín, sobre as modalidades de aprendizagem,

que se servem dos conceitos de assimilação e acomodação, na

descrição de sua estrutura processual.

Segundo Wadsworth, se a criança não consegue

assimilar o estímulo, ela tenta, então, fazer uma acomodação,

modificando um esquema ou criando um esquema novo.

Quando isso é feito, ocorre a assimilação do estímulo e, nesse

momento, o equilíbrio é alcançado. (Wadsworth, 1996).

Segundo a teoria da equilibração, a integração pode ser

vista como uma tarefa de assimilação, enquanto que

a diferenciação seria uma tarefa de acomodação, contudo, há

conservação mútua do todo e das partes.

É de Piaget o postulado de que o pleno desenvolvimento

da personalidade sob seus aspectos mais intelectuais é

indissociável do conjunto das relações afetivas, sociais e morais

que constituem a vida da instituição educacional.

À primeira vista, o desabrochamento da personalidade parece

depender sobretudo dos fatores afetivos.

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Na realidade, a educação forma um todo indissociável e

não é possível formar personalidades autônomas no domínio

moral se o indivíduo estiver submetido a uma coerção

intelectual tal que o limite a aprender passivamente, sem tentar

descobrir por si mesmo a verdade: se ele é passivo

intelectualmente não será livre moralmente.

Mas reciprocamente, se sua moral consiste exclusivamente

numa submissão à vontade adulta e se as únicas relações

sociais que constituem as relações de aprendizagem são as

que ligam cada estudante individualmente a um professor que

detém todos os poderes, ele não pode tampouco ser ativo

intelectualmente. (Piaget, 1982)

Piaget afirma que "adquirida a linguagem, a socialização

do pensamento manifesta-se pela elaboração de conceitos e

relações e pela constituição de regras.

É justamente na medida, até, que o pensamento verbo-

conceptual é transformado pela sua natureza coletiva que ele

se torna capaz de comprovar e investigar a verdade, em

contraste com os atos práticos dos atos da inteligência

sensório-motora e à sua busca de êxito ou satisfação" (Piaget,

1975 p. 115).

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O processo de aprendizagem pós-piagetiano

Paín (1989) descreve as modalidades de aprendizagem

sintomática tomando por base o postulado piagetiano.

Descreve como a assimilação e a acomodação atuam no modo

como o sujeito aprende e como isso pode ser sintomatizado,

tendo assim características de um excesso ou escassez de um

desses movimentos, afetando o resultado final. Na abordagem

de Piaget, o sujeito está em constante equilibração. Paín parte

desse pressuposto e afirma que as dificuldades de

aprendizagem podem estar relacionadas a uma hiperatuação

de uma dessas formas, somada a uma hipoatuação da outra

gerando as modalidades de aprendizagem sintomática a seguir:

Hiperassimilação

Sendo a assimilação o movimento do processo de

adaptação pelo qual os elementos do meio são alterados para

serem incorporados pelo sujeito, numa aprendizagem

sintomatizada pode ocorrer uma exacerbação desse

movimento, de modo que o aprendiz não se resigna ao

aprender. Há o predomínio dos aspectos subjetivos sobre os

objetivos. Esta sintomatização vem acompanhada da

hipoacomodação.

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Hipoacomodação

A acomodação consiste em adaptar-se para que ocorra

a internalização. A sintomatização da acomodação pode dar-se

pela resistência em acomodar, ou seja, numa dificuldade de

internalizar os objetos (Fernández, 1991 p. 110). [12]

Hiperacomodação

Acomodar-se é abrir-se para a internalização, o exagero

disto pode levar a uma pobreza de contato com a subjetividade,

levando à submissão e à obediência acrítica. Essa

sintomatização está associada a hipoassimilação.

Hipoassimilação

Nesta sintomatização ocorre uma assimilação pobre, o

que resulta na pobreza no contato com o objeto, de modo a não

transformá-lo, não assimilá-lo de todo, apenas acomodá-lo.

A aprendizagem normal pressupõe que os movimentos

de assimilação e acomodação estão em equilíbrio. O que

caracteriza a sintomatização no aprender é predomínio de um

movimento sobre o outro. Quando há o predomínio da

assimilação, as dificuldades de aprendizagem são da ordem da

não resignação, o que leva o sujeito a interpretar os objetos de

modo subjetivo, não internalizando as características próprias

do objeto. Quando a acomodação predomina, o sujeito não

empresta sentido subjetivo aos objetos, antes, resigna-se sem

criticidade.

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O sistema educativo pode produzir sujeito muito

acomodativos se a reprodução dos padrões for mais valorizada

que o desenvolvimento da autonomia e da criatividade.

Um sujeito que apresente uma sintomatização na

modalidade hiperacomodativa/ hipoassimilativa pode não ser

visto como tendo ―problemas de aprendizagem‖, pois consegue

reproduzir os modelos com precisão.

O processo de aprendizagem em outras concepções

O mito de que o Behaviorismo considera que o processo

de aprendizagem se dá baseado na relação estímulo-resposta é

uma noção falha de alguns leigos em educação. O aprender

esta diretamente relacionado a relação entre o indivíduo e seu

meio e como esse atua sobre ele. Falar em behaviorismo é fala

de diversos tipos de behaviorismo, sendo os mais comuns o

Behaviorismo Radical e o Interbehaviorismo. Essa noção leiga

refere-se a linha teórica ao Behaviorismo Metodológico, que

não existe desde a década de 30.

O papel da memória na aprendizagem

Independente da escola de pensamento seguida, sabe-

se que o indivíduo desde o nascimento, utilizando seu campo

perceptual, vai ampliando seu repertório e construindo

conceitos, em função do meio que o cerca.

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Estes conceitos são regidos por mecanismos de

memória onde as imagens dos sentidos são fixadas e

relembradas por associação a cada nova experiência.

Os efeitos da aprendizagem são retidos na memória,

onde este processo é reversível até um certo tempo, pois

depende do estímulo ou necessidade de fixação, podendo

depois ser sucedido por uma mudança neural duradoura.

Memória de curto prazo

A memória de curto prazo é reversível e temporária,

acredita-se que decorra de um mecanismo fisiológico, por

exemplo um impulso eletroquímico gerando um

impulso sináptico, que pode manter vivo um traço da memória

por um período de tempo limitado, isto é, depois de passado

certo período, acredita-se que esta informação se desvanece.

Logo a memória de curto prazo pouco importa para a

aprendizagem.

Memória de longo prazo

A memória permanente, ou memória de longo prazo,

depende de transformações na estrutura química ou física dos

neurônios.

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Aparentemente as mudanças sinápticas têm uma

importância primordial nos estímulos que levam aos

mecanismos de lembranças como imagens, odores, sons, etc,

que, avulsos parecem ter uma localização definida, parecendo

ser de certa forma blocos desconexos, que ao serem ativados

montam a lembrança do evento que é novamente sentida pelo

indivíduo, como por exemplo, a lembrança da confecção de um

bolo pela avó pela associação da lembrança de um

determinado odor.

As influências e os processos

A aprendizagem é influenciada pela inteligência,

motivação, e, segundo alguns teóricos, pela hereditariedade

(existem controvérsias), onde o estímulo, o impulso, o reforço e

a resposta são os elementos básicos para o processo de

fixação das novas informações absorvidas e processadas pelo

indivíduo.

O processo de aprendizagem é de suma importância

para o estudo do comportamento.

Alguns autores afirmam que certos processos neuróticos, ou

neuroses, nada mais são que uma aprendizagem distorcida, e

que a ação recomendada para algumas psicopatologias são um

redirecionamento para a absorção da nova aprendizagem que

substituirá a antiga, de forma a minimizar as sintomatizações

que perturbam o indivíduo.

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Isto é, através da reaprendizagem (reeducação) ou da

intervenção profissional através da Psicopedagogia. Reuven

Feuerstein, autor da Teoria da modificabilidade cognitiva

estrutural, afirma que o ser humano pode "aprender" a ser

inteligente. Segundo ele, mesmo pessoas portadoras de

deficiências e, consideradas incapazes de aprender podem

desenvolver a capacidade para o aprendizado.

A motivação

Aprende-se melhor e mais depressa se houver interesse

pelo assunto que se está a estudar. Motivado, um indivíduo

possui uma atitude ativa e empenhada no processo de

aprendizagem e, por isso, aprende melhor.

A relação entre a aprendizagem e a motivação é dinâmica: é

frequente o Homem interessar-se por um assunto, empenhar-

se, quando começa a aprender. A motivação pode ocorrer

durante o processo de aprendizagem.

Os conhecimentos anteriores

Os conhecimentos anteriores que um indivíduo possui

sobre um assunto podem condicionar a aprendizagem.

Há conhecimentos, aprendizagens prévias, que, se não tiverem

sido concretizadas, não permitem a possibilidade de se

aprender.

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Uma nova aprendizagem só se concretiza quando o

material novo se incorpora, se relaciona, com os conhecimentos

e saberes que se possui.

A quantidade de informação

A possibilidade de o Homem aprender novas

informações é limitada: não é possível integrar grandes

quantidades de informação ao mesmo tempo. É necessário

proceder-se a uma seleção da informação relevante,

organizando-a de modo a poder ser gerida em termos de

aprendizagem.

A diversidade das atividades

Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um

tema, quanto mais diferenciadas as tarefas, maior é

a motivação e a concentração e melhor decorre a

aprendizagem.

A planificação e a organização

A forma como se aprende pode determinar, em grande

parte, o que se aprende. A definição clara de objetivos, a

seleção de estratégias, é essencial para uma aprendizagem

bem sucedida. Contudo, isto não basta: é necessário

planificar, organizar o trabalho por etapas, e ir avaliando os

resultados.

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Para além de estes processos serem mais eficientes, a

planificação e a organização promovem o controle dos

processos de aprendizagem e, deste modo, a autonomia de

cada ser humano.

A cooperação

A forma como cada ser humano encara um problema e a

forma como o soluciona é diferente.

Por isso, determinados tipos de problemas são mais

bem resolvidos e a aprendizagem é mais eficaz se

existir trabalho de forma cooperativa com os outros. A

aprendizagem cooperativa, ao implicar a interação e a ajuda

mútua, possibilita a resolução de problemas complexos de

forma mais eficaz e elaborada.

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Estilos de aprendizagem

Cada indivíduo apresenta um conjunto de estratégias

cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem. Em

outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e

ritmo. Embora haja discordâncias entre os estudiosos, estes

são quatro categorias representativas dos estilos de

aprendizagem:

Visual: aprendizagem centrada na visualização;

Auditiva: centrada na audição;

Leitura/escrita: aprendizagem através de textos;

Ativa: aprendizagem através do fazer;

Olfativa : através do cheiro pode possibilitar conhecimento

já adquirido anteriormente, como o deitar de gases, são

exemplos de uma aprendizagem olfativa.

Aprendizagem Associativa

A associação é um tema que reside na observação de

que o indivíduo percebe algo em seu meio pelas sensações, o

resultado é a consciência de algo no mundo exterior que pode

ser definida como ideia.

Portanto, a associação leva às ideias, e para tal, é

necessária a proximidade do objeto ou ocorrência no espaço e

no tempo; deve haver uma similaridade; frequência de

observação; além da proeminência e da atração da atenção aos

objetos em questão.

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Estes objetos de estudo para a aprendizagem podem

ser por exemplo uma alavanca que gera determinado impulso,

que ao ser acionada gera o impulso tantas vezes quantas for

acionada.

A associação ocorre quando o indivíduo em questão

acionar outra alavanca similar à primeira esperando o mesmo

impulso da outra. O que levou ao indivíduo acionar a segunda

alavanca, foi a ideia gerada através da associação entre os

objetos (alavancas).

Um grupo liderado pelos pesquisadores Guthrie e Hull

sustentava que as associações se davam entre estímulos e

respostas, estes eram passíveis de observação.

A teoria da aprendizagem associativa, ou a capacidade

que o indivíduo tem para associar um estímulo que antes

parecia não ter importância a uma determinada resposta, ocorre

pelo condicionamento, em que o reforço gera novas condutas.

Porém, as teorias de estímulo e resposta não mostraram

os mecanismos da aprendizagem, pois não levaram em conta

os processos interiores do indivíduo. (Há que se diferenciar

aprendizagem de condicionamento).

Tolman, pesquisou que as associações através do estímulo

geravam uma impressão sensorial subjetiva.

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Aprendizagem Condicionada

O reforçamento, é uma noção que provém da

descoberta da possibilidade que é possível reforçar um padrão

comportamental através de métodos onde são utilizadas as

recompensas ou castigos.

A é uma proposta para integrar alunos e professores

durante a aprendizagem em sala de aula, de modo a possibilitar

a construção de conhecimentos por meio das interações.

A aprendizagem reflexiva como estratégia para a formação

profissional

A melhoria da qualidade da prática docente, facilita o

aprendizado de novos modos de ensino e expande estratégias

de aprendizagem.

Na formação de Docentes é necessário ter em conta,

como princípio básico, a atuação, tornando a sua prática para

muito além das meios tradicionais de ensino.

O princípio da aprendizagem reflexiva, considerada por

alguns autores, trata da urgência em formar profissionais, que

venham a espelhar a sua própria prática, na esperança de que

a reflexão será um meio de desenvolvimento do pensamento e

da ação.

A dificuldade em decifrar este conhecimento, reside no

facto das ações serem ativas, de forma diversificada em às

teorias, que são mais estáticas.

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Desta forma, ao descrever o conhecimento empregue

numa determinada ação, com o intuito de a compreender, o

futuro docente, estará a praticar um processo de estrutura do

seu saber.

Outras escolas de aprendizagem

Atualmente, muitos profissionais da área educacional

contestam a existência de uma validade universal na teoria da

associação. Estes afirmam a importância de outros fatores na

aprendizagem.

Exemplo típico, são os educadores que seguem a

linha gestaltista, estes defendem que os processos mais

importantes da aprendizagem envolvem uma reestruturação

das relações com o meio e não simplesmente uma associação

das mesmas.

Existem também, os educadores que estudam os

aspectos psicológicos da linguagem, ou psicolinguistas. Estes,

por sua vez, sustentam que a aprendizagem de uma língua

abrange um número de palavras e locuções muito grande para

ser explicado pela teoria associativa.

Alguns pesquisadores afirmam que a aprendizagem

linguística se baseia numa estrutura básica de organização

elemento.

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Outras correntes de pensamento afirmam que as teorias

da aprendizagem incluem o papel da motivação além dos

estágios da aprendizagem, os processos e a natureza da

evocação, do esquecimento e da recuperação de informações

ou memória.

Na pesquisa sobre a aprendizagem, ainda existem os

conceitos não passíveis de quantificação, como os processos

cognição/cognitivos, a imagem, a vontade e a

consciência/conscientização.

As lacunas do experimentalismo

XXIC.

A teoria geral da aprendizagem utilizando métodos

experimentalistas encontrou muitas lacunas.

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Começaram surgir então teorias que aparentemente

demonstravam não ser possível teorização da aprendizagem

através de um único método, ou sistema. Estas teorias

convergiram para um raciocínio sistêmico ao invés de

sistemático. Se começou a pensar na utilização de métodos que

explicassem a aprendizagem de forma dinâmica, e não estática.

Processo de aprendizagem nas organizações

O processo de aprendizagem organizacional segundo

Godoy é a aquisição, aplicação de conhecimento e experiência

em ações de processos.

Este processo é importante por que ele visa a inovação e o

constante desenvolvimento da organização, captando novas

ferramentas que auxiliam na busca pelo resultado.

A aprendizagem carrega extrema importância para as

organizações, pois ela tem como principal responsabilidade

misturar todos os conhecimentos dos colaboradores e com isso

direcionar os objetivos assim alcançando todas as metas e

resultados positivos.

O processo de aprendizagem pode ser dificultado por

uma série de ameaças como ideologias, estruturas rígidas,

padrões de desempenhos, pressões por legitimação ou

justificação e forças ambientais.

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Neste contexto, o processo de aprendizado nas

organizações, pode ser facilitado quando o gestor assume um

papel de facilitador da formação de juízo, respeitando os

valores e a experiência daqueles que compõem a organização .

Na organização o processo de aprendizagem parte dos

seguintes pressupostos (Adaptação, Compartilhamento de

pressupostos, Desenvolvimento de conhecimento sobre relação

ação-resultado, Experiências em ações de processos e

Experiência Elementar ):

Adaptação

É a característica que define como será o processo de

aprendizagem do funcionário, ela pode ser tanto benéfica

quanto maléfica.

Ela ocorre tanto no nível individual quanto coletivo e

pode ser impactada pelos níveis de estresses, como estresse

de desempenho (não atingimento de metas) e estresse

disjuntivo (conflito entre subgrupos e indivíduos) e são padrões

de comportamentos conflitantes que geram estes estresses.

Compartilhamento de pressupostos

Baseia-se na ideia de compartilhamento afirmando que

as organizações aprendem a partir dos indivíduos e os

indivíduos aprendem a partir das organizações, assimilando

regras, rotinas, crenças e modelos mentais.

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Há conhecimentos que excedem o dos indivíduos e que

estão construídos no tecido da organização.

Desenvolvimento de conhecimento sobre relação ação

resultado

Ela parte da visão de organização como sistema de

ações propositais, grupo de indivíduos que se engajam em

atividades coordenadas que transformam direta ou

indiretamente em conjunto de inputs ou outputs e relacionam a

efetividade desse sistema à qualidade da base de

conhecimento disponível para a organização fazer escolhas

estratégicas.

Experiências em ações de processos

Baseia-se na ideia de que a experiência se ensina e

constitui a partir da consideração das curvas de aprendizagem

e da premissa que a experiência adquirida pela repetição de um

conjunto de atividades gera melhor conhecimento e antecipação

do ambiente, possibilitando à organização lidar de modo mais

eficaz com este ambiente.

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CAPITULO III

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

Dificuldade de aprendizagem, por vezes referida

como desordem de aprendizagem ou transtorno de

aprendizagem, é um tipo de desordem pela qual um indivíduo

apresenta dificuldades de aprender efetivamente.

A desordem afeta a capacidade do cérebro em receber e

processar informação e pode tornar problemático para um

indivíduo o aprendizado tão rápido quanto o de outro, que não é

afetado por ela.

Características gerais

A expressão é usada para referir condições sócio

biológicas que afetam as capacidades de aprendizado de

indivíduos, em termos de aquisição, construção e

desenvolvimento das funções cognitivas, e abrange transtornos

tão diferentes como incapacidade de percepção, dano

cerebral, disfunção cerebral

mínima (DCM), autismo, dislexia e afasia desenvolvimental.

No campo da Educação, as mais comuns são a dislexia,

a disortografia e a discalculia.

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Um indivíduo com dificuldades de aprendizagem não

apresenta necessariamente baixo ou alto QI: significa apenas

que ele está trabalhando abaixo da sua capacidade devido a

um fator com dificuldade, em áreas como por exemplo o

processamento visual ou auditivo.

As dificuldades de aprendizagem normalmente são

identificadas na fase de escolarização, por profissionais

como psicólogos, através de avaliações específicas

de inteligência, conteúdos e processos de aprendizagem.

Embora a dificuldade de aprendizagem não seja

indicativa do nível de inteligência, os seus portadores têm

dificuldades em desempenhar funções ou habilidades

específicas, ou em completar tarefas, caso entregues a si

próprios ou se encarados de forma convencional. Estes

indivíduos não podem ser curados ou melhorados, uma vez que

o problema é crônico, ou seja, para toda a vida.

Entretanto, com o apoio e intervenções adequados[1],

esses mesmos indivíduos podem ter sucesso escolar e

continuar a progredir em carreiras bem sucedidas, e mesmo de

destaque, ao longo de suas vidas.

Em tempo, ainda pode se ressaltar que as chamadas

dificuldades de aprendizagens surgem na maioria das vezes por

situações sociais, ou seja, o meio em que convive.

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A família é um canal para essa melhoria, pois, o

professor que é um especialista da área de ensinar pode

realizar algumas interferências, porém o chamado educador

poderá ser qualquer cidadão, pois educar todos tem essa

capacidade, e professor é uma profissão.

Ainda que o termo dificuldades de aprendizagem tenham

se tornado foco de pesquisas mais intensas nos últimos anos,

no entanto, elas ainda são pouco entendidas pelo público em

geral.

"As informações sobre dificuldades de aprendizagem têm

tido uma penetração tão lenta que os enganos são

abundantes até mesmo entre professores e outros

profissionais da educação. Não é difícil entender a

confusão. Para começo de conversa, o termo dificuldades

de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a

uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer

área do desempenho acadêmico."

DEFINIÇÕES OFICIAIS

O termo "dificuldade de aprendizagem" (no original

em língua inglesa, "learning disability") aparentemente foi usado

pela primeira vez e definida por Kirk (1962, citado em

Streissguth, Bookstein, Sampson, & Barr, 1993, p. 144).

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O autor referia-se a uma aparente discrepância entre a

capacidade da criança em aprender e o seu nível de realização.

Nos Estados Unidos uma análise das classificações de

Dificuldades de Aprendizagem em 49 dos 50 estados revelou

que 28 dos estados incluíram critérios de discrepância

de QI/realização em suas diretrizes para Dificuldades de

Aprendizagem (Ibid., citando Frankenberger & Harper, 1987).

No entanto, o Joint National Committee for Learning

Disabilities (NJCLD) (1981; 1985) preferiu uma definição

ligeiramente diferente:

"Dificuldades de Aprendizagem” é um termo genérico que se

refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por

dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala,

leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas.

Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo e

presume-se que devido à disfunção do Sistema Nervoso

Central. Apesar de que uma dificuldade de aprendizagem pode

ocorrer concomitantemente com outras condições

incapacitantes (por exemplo, deficiência sensorial, retardo

mental, distúrbio social e emocional) ou influências ambientais

(por exemplo, diferenças culturais, instrução

insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é o

resultado direto dessas condições ou influências.

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Ainda nos Estados Unidos, o "Individuals with Disabilities

Education Act" (Lei de Educação das Pessoas Portadoras de

Deficiência) define uma dificuldade de aprendizagem da

seguinte forma:

"(...) [um] transtorno em um ou mais dos processos

psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou na

utilização de linguagem falada ou escrita, que pode

manifestar-se em uma habilidade imperfeita para ouvir,

pensar, falar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos

matemáticos (...). Dificuldades de Aprendizagem incluem

condições como deficiências perceptivas, lesão cerebral,

disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de

desenvolvimento."

DISTINÇÃO DE OUTRAS CONDIÇÕES

Indivíduos com um QI abaixo de 70 são geralmente

caracterizados como portadores de retardo mental, deficiência

mental ou dificuldades cognitivas e não são compreendidos na

maioria das definições sobre dificuldades de aprendizagem,

uma vez que neles essas dificuldades estão ligadas diretamente

ao seu baixo QI.

Em contraste, indivíduos que apresentam dificuldades

de aprendizagem têm potencial de aprendizagem tanto quanto

outros indivíduos de inteligência mediana, mas muitas vezes

são impedidos de alcançar esse potencial.

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Na Grã-Bretanha a expressão "dificuldades de

aprendizagem" é frequentemente e de maneira confusa usada

como sinónimo de "retardo mental" devido ao estigma social

ligado ao último termo.

Entretanto, isto não é reconhecido internacionalmente, e

o termo correto para indivíduos com QI abaixo de 70 continua a

ser retardamento mental.

O transtorno do déficit de atenção com

hiperatividade (TDAH) é frequentemente estudado em conexão

com as dificuldades de aprendizagem, mas atualmente não está

compreendido nas definições padrão de dificuldades de

aprendizagem.

É verdade que indivíduos com TDAH debatem-se com a

aprendizagem, mas com frequência podem aprender

adequadamente, uma vez que estejam adequadamente

tratados/medicados. Uma pessoa pode ter TDAH mas não

possuir dificuldades de aprendizagem, ou ter dificuldades de

aprendizagem mas não apresentar TDAH.

Também é comum a confusão entre dificuldades de

aprendizagem e as chamadas Necessidades Educativas

Especiais assim como com as chamadas Inadaptações por

Déficit Socioambiental.

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De modo geral, a criança com dificuldades de

aprendizagem:

apresenta uma linha desigual em seu desenvolvimento;

as suas dificuldades de aprendizagem não são causadas

por pobreza ambiental;

as suas dificuldades de aprendizagem não são

causadas por atraso mental ou transtornos emocionais.

Dessa forma, só é procedente referir dificuldades de

aprendizagem em relação a crianças que:

Apresentam um quociente intelectual normal, muito

próximo da normalidade ou mesmo superior;

Possuem ambiente sócio familiar normal;

Não apresentam deficiências sensoriais e nem afecções

neurológicas significativas;

O seu rendimento escolar é manifesto e reiteradamente

insatisfatório.

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CAPITULO IV

TIPOS DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Áreas de percepção envolvidas

Dificuldades de aprendizagem envolvem muitas áreas de

percepção, entre as quais:

discriminação visual ou auditiva;

percepção das diferenças em ambos as vistas ou ouvidos;

impedimento visual ou auditivo;

preenchimento da falta de peças de imagens ou sons;

discriminação figura-fundo visual ou auditiva;

focalização de um objeto, ignorando os seus

antecedentes;

memória visual ou auditiva, nem a curto nem a longo

prazo;

sequenciamento visual ou auditivo;

colocação do que é visto ou ouvido na ordem certa;

associação e compreensão auditiva;

relacionamento do que é ouvido a outras coisas, incluindo

definições de palavras e significados de sentenças;

percepção espacial;

lateralidade (acima e abaixo, entre, dentro e fora) e

posicionamento no espaço;

percepção temporal;

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intervalos de tempo de processamento da ordem de

milissegundos, fundamental para o desenvolvimento da fala de

transformação;

incapacidade de Aprendizado Não-Verbal ("Nonverbal

Learning Disability");

processamento de sinais não-verbais em interações

sociais.

Terminologia e classificação

São empregados vários termos para descrever dificuldades de

aprendizagem em particular. Um indivíduo pode apresentar uma

ou mais de uma. Algumas delas são (os códigos apresentados

são CID-10 e DSM-IV, respectivamente):

(F80.0-F80.2/315.31) Disfasia/Afasia - Distúrbios de fala e

linguagem:

dificuldade em produzir sons da fala (distúrbio da

articulação),

dificuldade em colocar as suas ideias em forma oral

(desordem expressiva);

dificuldade em perceber ou entender o que as outras

pessoas dizem (transtorno receptivo);

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(F81.0/315.02) Dislexia - termo geral para uma deficiência

na área da leitura:

dificuldade em mapeamento fonético, onde doentes

têm dificuldade em correspondência com várias representações

ortográficas para sons específicos;

dificuldade com orientação espacial, que é

estereotipado na confusão das letras b e d, assim como outros

pares. Na sua forma mais grave, b, d, p e q, todos distinguidos

principalmente pela orientação à mão, aparência idêntica à do

disléxico;

dificuldade com a ordenação sequencial, de tal forma

que uma pessoa pode ver uma combinação de letras, mas não

percebê-las na ordem correta;

(F81.1/315.2) Disgrafia - o termo geral para uma

deficiência na área da escrita física. É geralmente associada à

dificuldade de integração visual-motora e habilidades motoras

finas.

(F81.2-3/315.1) Discalculia - o termo geral para uma

deficiência na área da Matemática.

Uma forma aceita de se referir a estes indivíduos como

"especiais" é devido às suas circunstâncias especiais.

Hoje em dia é considerado como insensível e rude

ridicularizar ou fazer troça de alguém portador de uma

deficiência.

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Possíveis causas

Várias teorias tem sido formuladas para explicar a causa ou as

causas das dificuldades de aprendizagem. Elas são concebidas

de modo a envolver o cérebro de alguma forma. As causas

mais comuns apontadas são:

defeitos ou erros na estrutura do cérebro;

abuso de drogas;

má nutrição;

herança genética dos pais;

falta de envolvimento dos pais durante as fases de

desenvolvimento precoce do bebê;

falta de comunicação entre as várias partes do cérebro;

quantidades incorretas de vários neurotransmissores, ou

problemas no uso dos mesmos por parte do cérebro;

problemas comuns com os neurotransmissores incluem

níveis insuficientes de dopamina, regulagem inadequada

de serotonina e recaptação excessiva da dopamina, onde

neurônios emissores de dopamina reabsorvem-na em

quantidade demasiada após liberá-la para se comunicar com

outros neurônios (também implicado nos quadros de depressão

clínica).

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doenças meningocócicas principalmente meningite do tipo

bacteriano que afeta toda a estrutura cerebral (regiões frontais e

laterais) comprometendo de forma significativa o aprendizado,

sendo esta um déficit adquirido e não biológico, portanto não

hereditário, afirmações estas explicitadas devido a dificuldade

de aprendizagem não ser tão comum quando de origem

cerebral, e não meramente ambiental.

Tratamento

Dificuldades de aprendizagem podem ser tratadas

com uma variedade de métodos, mas geralmente são

consideradas como desordens vitalícias. Alguns (ajustes,

equipamentos e auxiliares) são projetados para acomodar ou

ajudar a compensar a deficiência, enquanto outros (Educação

Especial) destinam-se a fazer melhorias nas áreas fracas.

O psicopedagogo Reuven Feuerstein, autor

da Teoria da modificabilidade cognitiva estrutural,

afirma que a inteligência pode ser "expandida".

Segundo ele, qualquer pessoa, independente de sua

idade e mesmo que seja considerada inapta, pode

desenvolver sua inteligência e adquirir a capacidade de

aprender.

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OS TRATAMENTOS INCLUEM

ajustes na sala de aula:

atribuições de lugares especiais;

tarefas escolares alternativas ou modificadas;

procedimentos de avaliação/testes modificados;

equipamento especial:

fonadores eletrônicos e dicionários;

processadores de texto;

calculadoras falantes;

livros em fita;

assistentes de sala de aula:

tomadores de nota;

leitores;

Corretores;

educação especial:

horários prescritos em uma classe especial;

colocação em uma classe especial;

matrícula em uma escola especial para a aprendizagem

dos alunos com deficiência.

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A TABELA a seguir, baseada em Alicia Fernández, apresenta a sumarização da relação entre os dois pólos sintomáticos das modalidades de aprendizagem, evidenciando a relação que existe entre a predominância de um movimento sobre o outro e o modo como ocorre o processo adaptativo.

Modalidade

sintomatizada Resultados na adaptação

Hiperassimilação

Predomínio da subjetivação,

desrealização do pensamento, dificuldade

em resignar-se.

Hipoacomodação Pobreza de contato com o objeto,

dificuldade na interiorização das imagens.

Hipercomodação

Pobreza de contato com a subjetividade,

superestimulação da imitação, falta de

iniciativa, obediência acrítica às normas,

submissão.

Hipoassimilação Pobreza de contato com o objeto, défice

lúdico e criativo.

Tabela criada com base em Fenrnández, 1991, p.110

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Hipoacomodação introjetiva

Em alguns casos, quando a angústia derivada do conflito

que se estabelece entre os desejos instintivos e a realidade é

percebida de forma intensa, o Eu mobilizará o mecanismo de

introjeção para defender sua integridade.

Na introjeção o movimento pulsional busca a

incorporação do objeto de desejo, relacionando-se à fase oral,

tornando possível a transformação do sujeito. A introjeção pode

ser considerada como a possibilidade de anular a perda de um

objeto amoroso através da transformação do Eu nesse objeto

perdido. A perda desse objeto poderá provocar o luto que se

caracterizará pelo sentimento de culpa, capaz de instaurar a

diminuição da auto-estima.

Um sujeito nessas condições tenta compensar essa

perda mediante recursos mágicos violentos.

Pela introjeção o Eu estabelece uma relação agressiva com o

objeto perdido na medida em que ao devorá-

lo fantasisticamente estará promovendo sua destruição,

sentindo-se culpada por isso.

Nesses casos, um Eu enfraquecido e empobrecido ao perceber

os objetos parciais como objetos maus, evitará esse contato

tornando os estímulos confusos e fugazes, impedindo assim a

internalização dessas imagens no aparelho psíquico como

forma de preservar as partes boas de si mesmo, numa luta pelo

restabelecimento da auto-estima.

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Uma das características da hipoacomodação é a

dificuldade para a construção de novos esquemas. essa

dificuldade pode traduzir-se na repetição continuada e

anormalmente persistente na exposição de uma idéia. Existe

uma aderência persistente de um

determinado pensamento numa espécie de ruminação mental,

como se faltasse ao paciente a formação de

novas representações na consciência. Percebemos que há uma

grande dificuldade em desenvolver um raciocínio, seja por

simples falta de palavras, por escassez de idéias ou dificuldade

de coordenação mental. Por definição esquemas

empobrecidos é a repetição automática e freqüente

de representações, predominantemente verbais e motoras, que

são evocadas como material supérfluo nos casos em que existe

um déficit na evocação de novos elementos ideológicos.

A Hipoacomodação introjetiva está incluída nos distúrbios do

curso do pensamento por sugerir que a temática em pauta se

encontra limitada a um curso circular, que não tem fim e repete-

se seguidamente.

Hipoassimilação projetiva

Na hipoassimilação projetiva a projeção dos conteúdos

subjetivos pode transformar a realidade num tal nível que é

percebida pelo Eu como ameaçadora e perigosa.

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Diante dessa constatação o Eu inibe a relação objetal de

maneira a obstaculizar a assimilação, impedindo a realização

do desejo. A interdição do desejo vai impedir experiências de

prazer inibindo, assim, a capacidade lúdica do sujeito.

Essa situação pode promover como defesa, a formação

de esquemas de ação reativos, num movimento contrário à

realidade ameaçadora, como tentativa de anular as emoções ou

excitações percebidas como penosas. Esses esquemas vão

constituir ações estereotipadas impeditivas da capacidade

criadora, bem como rigidez de pensamento fruto da dificuldade

de coordenar os esquemas disponíveis.

A inibição do pensamento é um sintoma que se

manifesta por lentidão de todos os processos psíquicos. Nos

enfermos em que existe inibição do pensamento, observa-se

também grande dificuldade na percepção dos estímulos

sensoriais, limitação do número de representações e lentidão

no processo e evocação das lembranças. Os pacientes com

inibição do pensamento mantêm-se apáticos, não falam

espontaneamente nem respondem às perguntas com

vivacidade, respondem lentamente ou com dificuldade. A

perturbação é também qualitativa ou seja, atinge a essência do

pensamento e se acompanha, geralmente, de um sentimento

subjetivo de incapacidade.

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Junto com inibição do pensamento pode haver ainda

sentimento de pouco interesse, de imprecisão a respeito das

opiniões, dificuldades para a escrita e lentidão para andar.

Esses pacientes revelam dificuldade de compreensão, de iniciar

uma conversação, de escolher palavras, enfim, eles pensam

com grande esforço.

Numa perspectiva psicopedagógica podemos verificar

nesse sujeito uma falta de curiosidade provocada pela

percepção de que conhecer é proibido, perigoso, conhecer é

perder, sofrer.

Essa perspectiva pode ser ilustrada metaforicamente

pelo Mito da Árvore da Sabedoria, que nos conta que Adão e

Eva lá viviam desfrutando de uma situação de plenitude até que

Eva come do fruto da Árvore da Sabedoria, fruto proibido e o dá

também a Adão.

Imediatamente ambos tomam consciência de sua nudez,

se dão conta da diferença sexual e são expulsos do Paraíso,

perdendo a situação de completude.

Hiperassimilação projetiva

Um Eu pouco estruturado poderá perceber o nível da

angústia instalada nesse processo de forma intensa provocando

uma projeção excessiva de conteúdos internos considerados

dolorosos, transformando a realidade de tal forma que

prejudicará a diferenciação mundo interno e mundo externo.

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Nesse caso teremos uma modalidade de

pensamento hiperassimilativa projetiva na medida em que

o Eu incorpora aos esquemas disponíveis todos os

semelhantes, uma vez que sujeito e objeto se confundem, não

existido separação, distância entre eles impedindo, dessa

forma, as regulações e compensações através das quais

o sujeito reage ou se antecipa a uma perturbação, já que

o objeto não é percebido como perturbador. Na

hiperassimilação pode dar-se uma internalização prematura dos

esquemas com um predomínio lúdico, que ao invés de permitir

a antecipação de transformações possíveis, desrealiza o

pensamento.

Estarão comprometidos o pensamento lógico e a

objetividade uma vez que, ao assimilar os conteúdos subjetivos

projetados e confundidos com essa realidade tal qual um

espelho que só reflete a imagem do sujeito, promoverá o

predomínio da fantasia e da subjetivização, podendo

desembocar num conflito neurótico. A desrealização do

pensamento é uma alteração da expressão do pensamento

caracterizada por uma variação incessante do tema e

dificuldade para se chegar a uma conclusão . A progressão do

pensamento encontra-se seriamente comprometida por uma

aceleração associativa, a tal ponto que, a idéia em curso é

sempre perturbada por uma nova idéia que se forma.

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Na desrealização do pensamento os doentes geralmente

são desviados da representação do objetivo através de

quaisquer idéias secundárias. Assim, na desrealização do

pensamento o que há não é uma carência de objetivos mas

uma mudança constante do objetivo devido a extraordinária

velocidade no fluxo das idéias. A sucessão de novas idéias,

sem que haja conclusão da primeira, torna o discurso pouco ou

nada inteligível. Há, pois, passagem de um assunto para outro

sem que o primeiro tenha chegado ao fim: "eu não gosto de

batatas, mas acho que em São Paulo o clima é melhor. Porque

o senhor não compra um carro novo ?"

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NORMALMENTE COSTUMAMOS OBSERVAR

QUATRO CARACTERÍSTICAS NA DESREALIZAÇÃO DO

PENSAMENTO

1. Desordem e falta aparente de finalidade das operações

intelectuais: mesmo quando há certa relação entre os

conceitos, o conjunto carece de sentido e de significado;

2. Predomínio de associações disparatadas;

3. Distraibilidade. Facilidade de se desviar do curso do

pensamento sob a influência dos estímulos exteriores;

4. Freqüente aceleração do ritmo da expressão verbal.

O paciente com desrealização do pensamento é incapaz de

concentrar sua atenção, dispersando-se numa multiplicidade de

estímulos sensoriais sem se aprofundar em nada.

A desrealização do pensamento normalmente está

associada a aceleração do psiquismo um estado afetivo

comumente encontrado na euforia. Seria como se a eloqüência

na produção de idéias superasse a capacidade de verbalizá-las.

Ë comum a dificuldade deste sujeito em lidar com regras e

limites, podendo ser considerado, muitas vezes, hiperativo.

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COPIA DE ARTIGO NA INTEGRA REALIZADO PELO AUTOR.

CAPITULO V

CARACTERIZAÇÃO DE TDAH

RESUMO

Entre os anos de 1981 e 1982, o TDAH passa a ocupar

um lugar de destaque na vida dos pais e de profissionais da

educação e saúde mental, hoje é considerado um dos

principais déficit de memória em crianças, no entanto pouco

divulgado ou de conhecimento dos psicopedagogos. Estudos

comprovam que o TDAH tem maior frequência no princípio da

infância, em crianças entre três e cinco anos de idade. Este

trabalho tem como finalidade, oportunizar uma reflexão mais

profunda sobre o distúrbio, trazendo alternativas para amenizar

os sintomas deste transtorno.

O TDAH é um dos distúrbios mais comuns na infância e

uma das principais causas de procura de atendimento na

educação por psicopedagogos, seus sintomas podem se

manifestar desde os primeiros anos de vida, é um distúrbio

neurofisiológico, sinalizando falta de atenção e impulsividade

inadequadas ao nível de desenvolvimento, prejudiciais a

aprendizagem em crianças quando na idade escolar. Este

estudo foi efetivado através de levantamento bibliográfico,

obtidos por meio de livros e artigos de revistas científicas

especializadas de conteúdo de estudos confiáveis realizados.

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O TDAH se caracteriza pela desatenção, hiperatividade

e impulsividade.

Ainda é necessário outros estudos a fim de elucidar

vertentes e dúvidas ainda existentes sobre os desvios

percebidos e dar publicidade informações básicas para

professores estudantes e ao publico em geral na maioria

desconhece a existência do TDAH.

PALAVRAS-CHAVE: Distúrbio neurofisiológico, TDAH,

Psicopedagogia.

ABSTRACT

Between 1981 and 1982, TDAH comes to occupy a

prominent place in the lives of parents and education

professionals and mental health, is now considered one of the

main memory deficits in children, however unheralded or

knowledge of educational psychologists. Studies show that

TDAH is more often in the early childhood in children between

three and five years old. This work aims, provide opportunities a

deeper reflection on the disorder, bringing alternatives to

alleviate the symptoms of this disorder.

TDAH is one of the most common disorders in childhood and

one of the main reasons for seeking care in education by

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educational psychologists, their symptoms may manifest from

the early years of life, it is a neurophysiological disorder,

signaling inattention and inappropriate impulsivity level

development, detrimental to learning in children when at school

age. This study was accomplished through literature obtained

through books and articles in technical journals content studies

with reliable test. TDAH is characterized by inattention,

hyperactivity and impulsivity.

Still need further studies to elucidate aspects and lingering

doubts about the perceived deviations and publicize basic

information for teachers and students to the general public in

most unaware of the existence of TDAH.

1 INTRODUÇÃO

Entre 1981 e 1982, o TDAH – Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade ocupa lugar de destaque na vida dos

pais e também de profissionais de educação, psicoterapia e

saúde mental, sendo considerado o principal distúrbio

psicoterapêutico em crianças, pouco divulgado.

Hoje com o crescimento dos grupos de apoio e com

divulgações mais constantes e acesso a informação, assim

como exposição na mídia, nos dias atuais temos um numero

crescente de crianças sendo diagnosticadas e tratadas

corretamente.

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71 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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Perez (2010.) segundo pesquisas indicam que México

este transtorno é considerado um problema de Saúde Pública,

afetando aproximadamente 5% da população infantil, com uma

proporção aproximada de três para um, entre meninos e

meninas respectivamente.

A criança com TDAH na família, altera

consideravelmente toda a estrutura familiar, onde a mãe e toda

a família sentem reflexos, assim como o pai, sendo o

mantenedor na maioria dos casos estando mais ausente e a

criança, pela sua pouca idade, vê tudo como muito natural.

Os momentos de disponibilidade da família para o lazer

ou outras reuniões sociais, que deveriam ser momentos de

descontração, apresentam estresse e desgaste emocional em

função das atitudes incompatíveis do portador com relação a

sua idade.

Passam a existir situações de constrangimentos,

principalmente por desconhecer a existência de uma situação

especial ou não saber lidar com tais episódios que fogem da

normalidade. Razão que vem propiciar casos de conflitos

familiares, manifestados pela presença de um TDAH. Estudos

que vêm sendo realizados, e demonstram que os pais não se

sentem culpados e entendem que não causaram o problema

em seus filhos devido a uma criação com desvios.

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Na década de 2010, o transtorno já apresentava traços

de reconhecimento em crianças e adultos que apresentavam

sinais de TDAH não são do tipo ―puro‖, ou seja, são portadores

de um ou mais distúrbios psíquicos, como ansiedade, variações

de humor, problemas de aprendizado ou abuso de substâncias.

Neste sentido o interesse pela TDAH em adultos é

relativamente recente, estudos apresentam resultados a partir

do ano de 1976 surgiram alguns trabalhos evidenciando a

síndrome também em adultos.

Pesquisas, trabalhos têm evidenciado que, o TDAH

aparece com maior frequência no inicio da infância, crianças

com idade dos 3 anos de idade em diante, apresentando

números mais expressivos em meninos do que em meninas,

proporção aproximada de quatro para um.

Estudos recentes relatam uma prevalência de quatro a

doze por cento da população na idade de seis a doze anos.

Estudo desenvolvido em quatro escolas públicas do

município de São Gonçalo - RJ, com 461 escolares com idade

entre seis e doze anos, a prevalência do transtorno foi maior em

meninos do que em meninas, na proporção de dois para um.

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Na adolescência, 50% das crianças portadoras podem

apresentar, pelos menos um outro distúrbio psíquico além do

TDAH (comorbidade), incluindo Transtorno de Conduta (em

crianças e adolescentes), personalidade ante social e abuso de

substâncias (em adolescentes e adultos), ansiedade,

depressão, distúrbio de aprendizado e distúrbio bipolar.

Ainda nesta mesma corrente, na maioridade o TDAH não é

superado e há pessoas adultas portadoras do transtorno que é

chamado de ―TDAH, tipo Residual‖, que apresentam sintomas

como dificuldade de concentração, supra excitação emocional e

impulsividade, mas de forma mais suave permitindo ao adulto

doção de controle podendo trabalhar, casar e se auto sustentar.

Este trabalho tem como objetivo, oportunizar uma

reflexão sobre o TDAH, buscando alternativas que possam

amenizar os sintomas deste transtorno, visando contribuir para

a melhoria do estado geral do portador, consequentemente

melhorando sua qualidade de vida, bem como dos seus pais e

familiares.

Justifica-se pela necessidade de trazer à tona, novas

discussões sobre o tema distúrbio.

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2 DESENVOLVIMENTO

A associação Americana de Psiquiatria define o

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade TDAH, como

um distúrbio neurofisiológico, com sinais de falta de atenção e

impulsividade não adequadas ao nível de desenvolvimento,

prejudiciais a aprendizagem em crianças na idade escolar .

O TDAH é um dos distúrbios que esta presente na

infância , sendo uma das principais causas de procura de

atendimento em, ou consultórios de psicoterapia.

Existem relatos que os sintomas do TDAH, podem se

manifestar desde a idade da pré infância, neste sentido os

indivíduos com TDAH caracterizam-se por: baixa intolerância à

espera, alta necessidade de recompensa imediata, falha na

previsão das consequências, déficit de auto regulação e

presença de respostas rápidas, no entanto imprecisas.

A falta de atenção pode manifestar-se em situações

escolares, laborais ou sociais.

Estudos indicam que crianças com TDAH, com certa

frequência apresentam dificuldades em manter a atenção em

tarefas ou atividades lúdicas. Elas não conseguem manter a

atenção em uma só tarefa, especialmente quando ela acha a

atividade imotivada.

Também tem dificuldades para atender às solicitações e

instruções, não conseguem complementar o trabalho escolar,

tarefas domésticas e outras atividades.

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Elas são injustamente acusadas de mal criadas, quando

na verdade elas possuem um transtorno que simplesmente as

faz agir de maneira impulsiva, desatentas e excessivamente

agitadas.

A impulsividade consiste em agir sem pensar, por

impulso o que pensa, sem se preocupar com as consequências.

Os atos impulsivos podem variar das situações mais

elementares às situações altamente perigosas, sem controle de

suas ações, logo TDAH pode ser considerado como um déficit

na capacidade da pessoa de se auto regular ou de auto

controle.

A criança portadora de TDAH, que apresente um

consciente de inteligência superior à média, tem vantagem

sobre os menos inteligentes, podendo representar importante

ferramenta para equilibrar outras deficiências, como problemas

de atenção e distúrbios de aprendizagem.

Segundo Phelan, Os resultados mais altos de quociente

intelectual (QI) podem modificar o quadro de sintomas, inibindo

em graus variáveis, o comportamento hiperativo na escola.

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De acordo com Melo (2011), quando a criança se

envolve com atividades que lhe são agradáveis, que motivem,

como por exemplo as atividades lúdicas seguidas de recreação

e brincadeiras, onde propiciam possibilidades de vencer o

medo, a angústia, e os traumas, logo é necessário que o brincar

seja espontâneo e este deverá refletir a forma de pensar e

sentir da criança.

Segundo Eddy Ives et al., (2011) não existe marcador

biológico para o TDAH, seu diagnóstico é clínico e ou psíquico,

logo, baseado em entrevista com o paciente, pais, professores

e outras pessoas que lidam diretamente com o portador.

Phelan (2005 p.15), relata que os principais sintomas do

TDAH são classificados em três grupos: Desatenção,

Hiperatividade e Impulsividade.

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“Desatenção”

a. Não consegue prestar muita atenção em detalhes ou

comete erros por descuido; b. Tem dificuldade em manter a

atenção no trabalho ou no lazer;

c. Não houve quando abordado diretamente;

d. Não consegue terminar as tarefas escolares, os

afazeres domésticos ou os deveres do trabalho;

e. Tem dificuldade em organizar atividades;

f. Evita tarefas que exijam um esforço mental

prolongado;

g. Perde coisas;

h. Distrai-se facilmente;

i. É esquecido.

“Hiperatividade”

a. Tamborila com os dedos ou se contorce na

cadeira;

b. Sai do lugar quando se espera que permaneça

c. sentado;

c. Corre de um lado para o outro ou escala coisas em

situações em que tais atividades são inadequadas;

d. Tem dificuldade de brincar em silêncio;

e. Age como se fosse ―movido a pilha‖;

f. Fala em excesso;

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“Impulsividade”

g. Responde antes que a pergunta seja completada;

h. Tem dificuldade de esperar sua vez, Interrompe os

outros ou se intromete.

Tipo combinado, se o portador se encaixa em seis ou mais

itens de ambos os grupos.

Tipo predominantemente desatento, se o portador se encaixa

em nove itens da desatenção, mas não se encaixa em seis dos

nove itens da hiperatividade e impulsividade.

Tipo predominantemente hiperativo impulsivo, para muitos

especialistas, é o mesmo do tipo combinado”.

PHELAN, Thomas W. TDA/TDAH. Transtorno de

Déficit de Atenção e Hiperatividade. Editora M. Books, 2005.

O TDAH pode se manifestar em grau leve ou grave.

Nem todas as pessoas mostram todos os sintomas, nem todas

as pessoas apresentam os sintomas com o mesmo nível de

gravidade.

Levantamento por Lima (2011), vem sendo realizados,

com vistas ao papel da escola no processo de aprendizagem do

portador do transtorno do TDAH.

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79 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Embora sejam claras as dificuldades de aprendizagem

dessas crianças, ainda não são claros os motivos que levam ao

fracasso escolar.

Atualmente mais professores em salas de aulas, estão

sendo treinados para entender e melhor administrar os

problemas em sala de aula.

Mattos (2011), relata que, que entre os problemas mais

comuns estão depressão e a ansiedade. Crianças deprimidas

tendem a ficar irritadas com queda no rendimento escolar,

podendo ficar apáticas em alguns casos. Sintomas físicos como

dor de cabeça e de barriga, podem acontecer principalmente

antes das provas escolares.

Lobato (2011) afirma que o TDAH não é considerado

uma deficiência e sim um transtorno do comportamento, neste

sentido a adaptação de um programa de atividades físicas pode

trazer melhoria acentuada no quadro sintomático das crianças

que apresentam o transtorno.

Mattos (2011), aponta atividade física é um dos fatores

que contribuem consideravelmente para amenizar os sintomas

do TDAH Em estudo feito por Coutinho et al., (2007) em três

escolas sendo duas públicas e uma particular, na cidade do Rio

de Janeiro.

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ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Com a finalidade de classificar os 102 participantes

(crianças e adolescentes), foi constatado que 65,73% eram do

tipo combinado; 31,4% eram do tipo predominantemente

desatento e o tipo predominantemente hiperativo/impulsivo foi

excluído em virtude da baixa frequência.

Fontana (2007), endossa os dados de Coutinho (2007),

quando aponta que em estudo realizado em quatro escolas

brasileiras, obteve um percentual de 61,7% de portadores de

TDAH do tipo misto ou combinado.

EDDY IVES (2011) afirma que os transtornos do sono

são frequentes em crianças que apresentam a síndrome do

TDAH é importante observar as alterações do sono em

crianças, especialmente no início da puberdade. Os transtornos

do sono podem comprometer consideravelmente a qualidade de

vida da criança.

POLÔNIO (2009), defende que fator hereditariedade

pode ser considerado na gênese deste distúrbio. Estudos

revelam que gêmeos monozigóticos, filhos de pais hiperativos,

criados em famílias distintas, desenvolveram comportamentos

característicos deste distúrbio.

Phelan (2005), relata que em gêmeos monozigóticos,

quando um é portador, são grandes as chances de que o outro

também venha a ser.

Nos dizigóticos em que um é portador, as chances do

outro também ser, são de uma em três.

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ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Pesquisas mostram que parentes de portadores de

TDAH têm maior probabilidade de apresentar este transtorno.

Criança em idade escolar tem cerca de 6% de chance

de ser portadora. Irmãos de portadores têm 31% de chance de

apresentarem o transtorno. Quando um dos pais for portador,

têm 51% de chance de ter filhos com o transtorno. Já no campo

da pesquisa, avança no campo da genética que é um dos

novos e excitantes avanços no campo do TDAH.

Entretanto afirmar que o distúrbio é hereditário não

explica a causa do problema. Atualmente mais pessoas

afirmam que o transtorno é um distúrbio neurobiológico, tendo

em vista que as pesquisas apontam que os problemas de

atenção, de controle de impulsos, de nível de atividade e de

auto regulação resultam do funcionamento inadequado da área

do cérebro, conhecida como ―córtex pré-frontal‖ PHELAN

(2005).

Mattos (2011), afirma que: o TDAH, é um transtorno com

forte influência genética em que existem alterações no sistema

nervoso, é importante que crianças e adolescentes com

deficiências, em especial aquelas que são propensas a riscos

nutricionais, sejam acompanhadas por profissionais e

estimuladas a participar de atividades físicas e adaptações da

dieta CARVALHO, et al.(2012).

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ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Embora alguns autores e estudiosos não vejam relação

entre os aspectos alimentares e os distúrbios neurológicos, a

literatura tem mostrado importante papel da alimentação na

atividade do sistema nervoso.

Povoa afirma que: É inquestionável a afirmação de que uma alimentação rica e saudável previne doenças, mas é ingênuo pensar que alguns distúrbios mentais podem ser solucionados apenas com uma excelente dieta, embora esta seja fundamental para a desintoxicação do sistema. (Povoa et al 2005, p.126.)

Reações adversas aos aditivos podem ser descritas

como reações tóxicas no metabolismo, desencadeantes de

reações alérgicas, produzindo alterações no comportamento em

geral, POLÔNIO (2009).

Muitas pessoas que sofrem de distúrbios mentais,

poderiam obter considerável melhora se investigassem a

integridade gastrintestinal, PÓVOA (2005).

Phelan (2005), afirma que, a dieta alimentar não produz

TDAH; estudos sistemáticos não foram capazes de dar

consistência à idéia de que os aditivos artificiais, condimentos

ou os salicilatos naturais produzem TDAH, da mesma forma

que o açúcar também não causa a hiperatividade, embora o seu

uso em excesso possa causar na criança uma relativa letargia,

porém com considerável distração.

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ASSEF (2010) entende que comportamentos gerais de

desatenção, hiperatividade e impulsividade podem acarretar

desajustes sociais e problemas de aprendizagem.

Crianças adolescentes e adultos com TDAH podem

demonstrar baixa tolerância a frustrações, baixa auto-estima e

atitudes bruscas, sendo na maioria das vezes considerados

pelas pessoas como negligentes, irresponsáveis e sonhadores,

pois iniciam muitos projetos e têm dificuldade para concluí-los.

Ainda segundo Phelan (2005) todas as pessoas

envolvidas com o portador deste transtorno precisam conhecer

os sintomas básicos para melhor relacionamento com a criança.

A criança portadora deve receber informações em

linguagem e conceitos próprios à sua idade. Além disso,

professores, pedagogos profissionais de saúde mental e

pediatras, precisam conhecer os sintomas básicos, buscar

cursos de aperfeiçoamento e desenvolvimento, causas,

prognósticos, diagnósticos e tratamentos.

O reconhecimento da maioria dos portadores de TDAH

não supera seus sintomas, pode proporcionar diagnóstico e

tratamentos eficazes para muitos adultos também portadores

deste transtorno.

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Mattos, afirma que: os sintomas do TDAH podem ser minimizados, observando os itens a seguir, os quais podem ser eficazes para quase todos os portadores ou apenas para alguns:

1. Procure sempre ter certeza do diagnóstico e que o tratamento está sendo conduzido por profissionais capacitados; 2. Procure tomar os medicamentos mais indicados, conforme o caso, e na dose correta; 3. Eduque-se sobre o que é o TDAH, lendo livros, fazendo cursos ou participando de grupos de apoio; 4. Fale sobre o TDAH e seus sintomas para as pessoas mais próximas, mas não use o transtorno para desculpas para tudo o que ocorre com você; 5. Use constantemente a agenda para anotação dos compromissos, mantendo as anotações importantes também no computador; 6. Procure decidir o que é mais importante e resolver na hora tudo o que puder, deixando o mínimo possível para a lista “a fazer”. Dedique um horário para ir fazendo as coisas da lista; 7. Não se envolva com um monte de projetos ao mesmo tempo. Aprenda a dizer não. Use a regra: só adicionar quando subtrair; 8. Fazer atividades físicas ao longo do dia ou da semana; 9. Todo portador de TDAH descarrega a sua bateria com facilidade. Recarregue-a tirando um cochilo durante o dia, indo ao cinema. (COUTINHO G., MATTOS, P., ARAÚJO, C.,2007, p. 13-16.).

Segundo Mattos: o tratamento do TDAH, pode ser feito

de forma interdisciplinar, com profissionais como: médico,

psicólogo, psicopedagogo, e outros profissionais, sempre em

conjunto com pais e professores. Relata-se ainda que estudos

mostram, que crianças e adolescentes que recebem tratamento

adequado, são menos propensos a problemas

comportamentais, além de apresentarem menor predisposição

à riscos de abuso de álcool e drogas.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisas e

estudos bibliográfico por meio de leitura, pesquisa, compilações

e transcrições textuais de autores nacionais e internacionais,

obtidos por meio de livros e artigos de revistas científicas

especializadas de conteúdo confiável que abordam os temas

relacionados ao Transtorno do Déficit de Atenção e

Hiperatividade TDAH.

A partir das informações obtidas por meio de estudos e

realização deste trabalho conclui-se que: O TDAH se

caracteriza pela desatenção, hiperatividade e impulsividade. O

portador desta síndrome apresenta dificuldade em tomar

iniciativas, planejar, monitorar o tempo, manter-se motivado,

concluir tarefas e autocontrole.

Os estudos sobre o TDAH só vêm sendo divulgados

com mais empenho nos últimos 10 anos. O índice de incidência

da síndrome em crianças é crescente e com números

expressivos, com indicadores superiores aos portadores do

sexo masculino do que o feminino.

O TDAH apresenta a maior e principal causa de procura

de atendimento, em ambulatório pediátrico de saúde mental,

assim como em consultórios de psicoterapia.

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ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Podem ser considerados de três formas diferentes de

manifestação de sintomas: predominantemente desatento

predominantemente hiperativo / impulsivo e o tipo combinado

que é o mais frequente.

Crianças portadoras de TDAH podem continuar

apresentando o transtorno na adolescência e na idade adulta.

Podem ser observados transtornos no sono, em função da

presença da síndrome, não há um marcador biológico para o

problema, o diagnóstico é feito por meio de entrevistas com

pais, familiares e professores. A genética pode apresentar ter

influência na ocorrência do transtorno.

De acordo com as correntes favoráveis e contrarias

quanto a questão alimentar e o portador de TDAH, não se

justifica uma restrição radical na alimentação, porém a atenção

dos pais e familiares e educadores não deve ser descartada.

São muito frequentes os casos de conflitos em família,

ou desatenção escolar, ocasionados pela presença de um

portador de TDAH. São necessários mais estudos a fim de

elucidar dúvidas ainda existentes sobre o problema e divulgar

informações básicas para a população que na grande maioria

desconhece a existência do TDAH.

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CAPITULO VI

DISCALCULIA

Discalculia (do grego dýs+calculare, dificuldade ao

calcular) é definido como uma desordem neurológica específica

que afeta a habilidade de uma pessoa de compreender e

manipular números. Para ser classificada como

discalculia não pode ser causada por problemas na visão e/ou

audição. O termo discalculia é usado frequentemente ao

consultar especificamente à inabilidade de executar operações

matemáticas ou aritméticas, mas é definido por alguns

profissionais educacionais como uma inabilidade mais

fundamental para conceitualizar números como um conceito

abstrato de quantidades comparativas.

Não confundir com acalculia, que se refere a perda da

capacidade de calcular causada por danos neurológicos.

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Classificação

É uma inabilidade menos conhecida, bem como e

potencialmente relacionada a dislexia e a dispraxia. A

discalculia ocorre em pessoas de qualquer nível de QI, mas

significa que têm frequentemente problemas específicos com

matemática, tempo, medida, etc. Discalculia (em sua definição

mais geral) não é rara. Muitas daquelas com dislexia ou

dispraxia tem discalculia também. Há também alguma evidência

para sugerir que este tipo de distúrbio é parcialmente

hereditário.

Existem diversos tipos de discalculia[3]:

Discalculia léxica: dificuldade na leitura de símbolos

matemáticos;

Discalculia verbal: dificuldades em nomear

quantidades matemáticas, números, termos e símbolos;

Discalculia gráfica: dificuldade na escrita de símbolos

matemáticos;

Discalculia operacional: dificuldade na execução de

operações e cálculos numéricos;

Discalculia practognóstica: dificuldade na

enumeração, manipulação e comparação de objetos reais ou

em imagens;

Discalculia ideognóstica: dificuldades nas operações

mentais e no entendimento de conceitos matemáticos.

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Etimologia

A palavra discalculia vem do grego (dis, mal) e do Latin

(calculare, contar) formando: contando mal. Essa

palavra calculare vem, por sua vez, de cálculo, que significa

o seixo ou um dos contadores em um ábaco.

Características

Discalculia é um impedimento da matemática que vá

adiante junto com um número de outras limitações, tais como a

introspecção espacial, o tempo, a memória pobre, e os

problemas de ortografia. Há indicações de que é um

impedimento congênito ou hereditário, com um contexto

neurológico. Discalculia atinge crianças e adultos.

Discalculia pode ser detectada em uma idade nova e

medidas podem ser tomadas para facilitar o enfrentamento dos

problemas dos estudantes mais novos.

O problema principal está em compreender que o

problema não é a matemática e sim a maneira que é ensinada

às crianças. O modo que a dislexia pode ser tratada de usar

uma aproximação ligeiramente diferente a ensinar.

Entretanto, a discalculia é o menos conhecida destes

tipos de desordem de aprendizagem e assim não é reconhecida

frequentemente.

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Sinais e sintomas

Alguns dos possíveis sintomas são:

Dificuldades freqüentes com os números, confundindo as

operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.

Falta de senso de direção (para o norte, sul, leste, e oeste)

e pode também ter dificuldade com uma bússola.

Problemas de diferenciar entre esquerda e direita

A inabilidade de dizer qual de dois números é o maior.

Dificuldade com tabelas de tempo, aritmética mental, etc.

Melhor nos assuntos tais como a ciência e a geometria, que

requerem a lógica mais que as fórmulas, até que um nível mais

elevado que requer cálculos seja necessário.

Dificuldade com tempo conceitual e julgar a passagem do

tempo.

Dificuldade com tarefas diárias como verificar a mudança e

ler relógios analógicos.

A inabilidade de compreender o planejamento financeiro ou

incluir no orçamento, nivelar às vezes em um nível básico, por

exemplo, estimar o custo dos artigos em uma cesta de

compras.

Tendo a dificuldade mental de estimar a medida de um

objeto ou de uma distância (por exemplo, se algo está afastado

10 ou 20 metros).

Inabilidade de apreender e recordar conceitos matemáticos,

régras, fórmulas, e sequências matemáticas.

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Dificuldade de manter a contagem durante jogos.

Dificuldade nas atividades que requerem processamento

de seqüências, do exame (tal como etapas de dança) ao

sumário (leitura, escrita e coisas sinalizar na ordem direita).

Pode ter o problema mesmo com uma calculadora devido às

dificuldades no processo da alimentação nas variáveis.

A circunstância pode conduzir em casos extremos a

uma fobia da matemática e de dispositivos matemáticos (por

exemplo, números).

Causas potenciais

Os cientistas procuram ainda compreender as causas da

discalculia, e para isso têm investigado em diversos domínios.

Neurológico: Discalculia foi associada com as lesões ao

supramarginal e os giros angulares na junção entre os lóbulos

temporal e parietal do cortex cerebral.

Déficits na Memória de Trabalho (Memória Operacional):

Adams e Hitch discutem que a Memória de Trabalho é um fator

principal na adição mental.

Desta base, Geary conduziu um estudo sugerindo que a

discalculia se dava por conta de um déficit da Memória de

Trabalho.

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Entretanto, o problema é que as deficiências da Memória

de Trabalho são confundidos com dificuldades de

aprendizagem gerais, assim os resultados de Geary não podem

ser específicos ao discalculia mas podem refletir um déficit de

aprendizagem maiores.

Pesquisas feitas por estudiosos de matemática

mostraram aumento da atividade de EEG no hemisfério direito

durante o processo de cálculo algorítmico. Há alguma evidência

de déficits direitos do hemisfério na discalculia.

Outras causas podem ser:

Um estudante que tem um instrutor cujo método de

ensinar a matemática seja duro de compreender para o

estudante.

Memória a curto prazo que está sendo perturbada ou

reduzida, fazendo-a difícil de recordar cálculos.

Desordem congênita ou hereditária. As indicações da

mostra dos estudos desta, mas não são ainda concreto.

Uma combinação destes fatores.

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CAPITULO VII

DISLEXIA

Dislexia (do grego Δυσλεξία, dis - distúrbio,

lexis palavra) é um transtorno na área da leitura, escrita e

soletração, que pode também ser acompanhado de outras

dificuldades, como por exemplo, na distinção entre esquerda e

direita, na percepção de dimensões (distâncias, espaços,

tamanhos e valores), na realização de operações aritméticas

(discalculia) e no funcionamento da memória de curta duração.

A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a

alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial de

aprendizado.[1] Não é uma doença, mas sim uma formação

diferenciada do encéfalo que acarreta problemas na

aprendizagem escolar, pela dificuldade em descodificar os

códigos que lhe são enviados durante os estudos.

Classificação

O novo dicionário internacional de saúde mental (DSM

V) retirou o termo dislexia para que outros termos mais precisos

como disgrafia, dislalia e disfasia recebam preferência.

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A dislexia pode coexistir ou mesmo confundir-se com

características de vários outros fatores de dificuldade de

aprendizagem, tais como o déficit de atenção hiperatividade,

dispraxia, discalculia, e/ou disgrafia. Contudo a dislexia e as

desordens do déficit de atenção e hiperatividade não estão

correlacionadas com problemas de desenvolvimento

Tipos

A dislexia pode ser classificada de várias formas,

dependendo da abordagem profissional e dos testes usados no

seu diagnóstico (testes fonoaudiológicos, pedagógicos,

psicológicos, neurológicos...). Geralmente o diagnóstico é feito

por equipe multiprofissional. Uma das possíveis classificações é

em:

Definição tradicional

Dislexia disfonética: Dificuldades de percepção

auditiva na análise e síntese de fonemas, dificuldades

temporais, e nas percepções da sucessão e da duração (troca

de fonemas e grafemas por outros similares, dificuldades no

reconhecimento e na leitura de palavras que não têm

significado, alterações na ordem das letras e sílabas, omissões

e acréscimos, maior dificuldade na escrita do que na leitura,

substituição de palavras por sinônimos);

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Dislexia diseidética: dificuldade na percepção visual,

na percepção gestáltica (percepção do todo como maior que a

soma das partes), na análise e síntese de fonemas (ler sílaba

por sílaba sem conseguir a síntese das palavras, misturando e

fragmentando as palavras, fazendo troca por fonemas similares,

com maior dificuldade para a leitura do que para a escrita);

Dislexia visual: deficiência na percepção visual e na

coordenação visomotora (dificuldade no processamento

cognitivo das imagens);

Dislexia auditiva: deficiência na percepção auditiva, na

memória auditiva e fonética (dificuldade no processamento

cognitivo do som das sílabas);

Dislexia mista: que seria a combinação de mais de um

tipo de dislexia.

Nota: Nessa classificação discalculia (dificuldade com

aritmética) é uma classificação distinta, e não um subtipo

de dislexia.

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Nova definição pela área de dificuldade (DSM-V)

Dislexia foi dividida em 6 diagnósticos de Desordem de

aprendizado distintos e mais específicos:

Desordem na leitura de palavras;

Desordem na fluência de leitura;

Desordem na compreensão da leitura;

Desordem na expressão escrita;

Desordem no cálculo matemático;

Desordem na resolução de problema de matemática.

Lesão em qualquer área do cérebro responsável pela

compreensão da linguagem pode causar dislexia.

Giro angular

Giro supramarginal

Área de Broca

Área de Wernicke

Córtex auditivo primário

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Definição pela causa

Classificação feita com base na causa da dislexia:

Primária ou genética: Disfunção do lado esquerdo do

cérebro, persiste até a idade adulta, hereditário e atinge leitura,

escrita e pronuncia, mais comum em meninos;

Secundária ou de desenvolvimento: Pode ser causada

por hormônios, má nutrição, negligência e abusos infantis,

diminui com a idade;

Tardia ou por trauma: Causada por lesões a áreas do

cérebro responsáveis por compreensão de linguagem, raro em

crianças. Nesta classificação enquadra-se a dislexia

adquirida que, a partir do ano 2012 foi incluída oficialmente nos

Descritores da Saúde, citada em Português, Espanhol e Inglês,

recebendo neste idioma a denominação de Acquired Dyslexia.

Definição psicolinguística

A dislexia, segundo Jean Dubois, é um defeito de

aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na

correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal

reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados.

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98 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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O linguista se interessa pela discriminação fonética, pelo

reconhecimento dos signos gráficos e pelo processo de

transformação dos signos escritos em signos verbais, logo, para

a Linguística, a dislexia não se trata de uma doença, mas

apenas de um defeito no ensino-aprendizagem da leitura,

sendo assim classificada como uma síndrome de origem

linguística.

A dislexia, como dificuldade de aprendizagem, verificada

na educação escolar, é um distúrbio de leitura e de escrita que

ocorre na educação infantil e no ensino fundamental. Em geral,

a criança tem dificuldade em aprender a ler e escrever mesmo

quando possuem quociente de inteligência (QI) acima da média.

Causas

Apesar de não haver um consenso dos cientistas sobre

as causas da dislexia, pesquisas recentes apontam fortes

evidências neurológicas para a dislexia, parte por causas

genéticas, parte por fatores congênitos (durante o

desenvolvimento no útero). Uma das possíveis causas, é a

exposição do feto a doses excessivas de testosterona durante

a gestação, o que explicaria a maior incidência da dislexia em

pessoas do sexo masculino, pois fetos do sexo feminino tendem

a ser abortados com o excesso de testosterona.

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99 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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Pessoas que possuem dislexia têm uma área do cérebro

mais desenvolvida que pessoas que não possuem esta

síndrome, e por este motivo, geralmente têm mais facilidade em

atividades ligadas à solução de problemas, mecânica, esportes

e geralmente são muito criativas.

Sinais e sintomas

Na maioria dos casos, o problema não é trocar letras, e

sim em identificar adequadamente os sinais gráficos, letras ou

outros códigos que caracterizam um texto.

A dislexia é mais frequentemente caracterizada por

dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras.

Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do

som à letra (o princípio do alfabeto); também costumam trocar

letras, por exemplo, b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem

inversa, por exemplo, "ovóv" para vovó.

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100 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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Desse modo, são considerados sintomas da dislexia relativos à

leitura e escrita os seguintes erros:

Erros por confusões na proximidade especial

Confusão de letras assimétricas;

Confusão por rotação; e

Inversão de sílabas.

Confusões por proximidade articulatória e sequelas de

distúrbios de fala.

Confusões por proximidade articulatória;

Omissões de grafemas; e

Omissões de sílabas.

Acumulação e persistência de seus erros de soletração ao

ler e de ortografia ao escrever

Confusão entre letras, sílabas ou palavras com poucas

diferenças na forma de escrever: a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n;

v-u; etc;

Confusão entre letras, sílabas ou palavras com formato

similar, mas diferente direção: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m;

a-e;

Confusão entre letras que possuem um ponto de

articulação comum, e, cujos sons são acusticamente próximos:

d-t; j-x;c-g;m-b-p; v-f;

Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-

em; sol-los; som-mos; sal-las; pal-pla.

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101 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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Perturbações relacionadas

Outras perturbações da aprendizagem que frequentemente

acompanham os disléxicos, dentre elas[16]:

Alterações na memória;

Alterações na memória de séries e sequências;

Orientação direita-esquerda;

Linguagem escrita;

Dificuldades em matemática;

Confusão com relação às tarefas escolares;

Pobreza de vocabulário;

Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo

prazo).

Devem ser excluídas do diagnóstico do transtorno da

leitura as crianças com deficiência mental, com escolarização

escassa ou inadequada e com déficits auditivos ou visuais. [17].

Comorbidades frequentes

Estudos no Brasil e no exterior constataram algumas

características frequentes em crianças com dislexia[18]:

Atraso no desenvolvimento motor (como engatinhar, sentar

e andar);

Atraso ou deficiência na aquisição da fala;

Dificuldade para entender o que está ouvindo;

Distúrbios do sono;

Enurese noturna (urinar na cama);

Suscetibilidade às alergias e as infecções;

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102 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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Diagnóstico

É comum que disléxicos tenham uma história de

frustrações, sofrimentos, humilhações e sentimentos de

inferioridade no meio acadêmico por conta da maior dificuldade

em aprender.

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103 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

A dificuldade de aprendizagem relacionada com a

linguagem (leitura, escrita e ortografia), pode ser inicial e

informalmente (um diagnóstico mais preciso deve ser feito e

confirmado por neurolinguista) diagnosticada pelo professor da

língua materna, com formação na área de Letras e com

habilitação em Pedagogia, que pode vir a realizar uma medição

da velocidade da leitura da criança, utilizando, para tanto, a

seguinte ficha de observação, com as seguintes questões a

serem prontamente respondida:

A criança movimenta os lábios ou murmura ao ler?

A criança movimenta a cabeça ao longo da linha?

Sua leitura silenciosa é mais rápida que a oral ou

mantém o mesmo ritmo de velocidade?

A criança segue a linha com o dedo?

A criança faz excessivas fixações do olho ao longo da

linha impressa?

A criança demonstra excessiva tensão ao ler?

A criança efetua excessivos retrocessos da vista ao ler?

Para um exame mais preciso da tensão ao ler e de

quantas vezes a mesma frase é re-observada pode-se

posicionar-se atrás do educando e utilizar um espelho para

verificar os movimentos de tensão e frequente "vai-e-vem" nos

olhos do educando enquanto ele lê e escreve.

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104 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Exercícios em que o educando deve completar certas

palavras omitidas no texto, podem ser utilizado para determinar

o nível de compreensibilidade do material de leitura.

Prevalência

De 60 a 80% dos diagnósticos são do sexo masculino,

porém isso acontece porque os casos entre o sexo masculino

costumam ser mais graves e associados a um maior número de

comorbidades que entre o sexo feminino. Em estudos onde

todos alunos de uma instituição de ensino são avaliados, a

diferença de gêneros é significativamente menor.

Apenas 3 a 6% das crianças em idade escolar são

diagnosticados com dislexia[19], porém estudos indicam que 5 a

10% da população possuam o transtorno e um grande número

de alunos não são diagnosticados.[21]

Entre 40 a 60% dos adultos em programas de educação

básica, há sinais e sintomas de dislexia.

Page 105: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

105 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Tratamento

O tratamento mais eficiente é multiprofissional e consiste

em ajudar o portador de dislexia a desenvolver mecanismos

alternativos de leitura, escrita e compreensão matemática.

A intervenção na dislexia tem sido feita principalmente

por meio de dois métodos de alfabetização, o multissensorial e

o fônico.

Enquanto o método multissensorial é mais indicado para

crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso

escolar, o método fônico é indicado para crianças mais jovens e

preferencialmente ser introduzido logo no início da

alfabetização.

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106 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Apesar de não existir cura para a dislexia, a Ciência já

sabe indicar o que deve ser feito para conduzir a criança com

esse tipo de problema às atividades normais.

Especialistas garantem que o cérebro tem enorme

capacidade de se reorganizar e dar ―cobertura‖ a essa

deficiência. Para os pais, o importante é estar ciente de que ela

pode ser inteligente de outras maneiras, mesmo sem ler e

escrever bem.

Escolas especiais

Usar múltiplos estímulos (cores, movimento, sons,

formas...), conversar sobre o que foi lido e como foi lido, dividir

as sílabas e as frases mais e partir daquilo que o aluno já

conhece facilitam o aprendizado da linguagem.

Em Portugal, a maioria das escolas tem aulas especiais

de apoio para crianças com dislexia, embora haja, muitas

vezes, dificuldade em identificar o transtorno.

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107 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

No Brasil, a maioria das escolas ainda não dá o apoio

adequado a crianças e adolescentes com dislexia, algumas

nem ao menos têm conhecimento do problema e seu baixo

rendimento não é associado a um distúrbio neurológico.

Professores particulares

Atualmente diversas tecnologias estão disponíveis para

melhorar atender a necessidades individuais educacionais,

dentre eles computadores que ensinam a ler e escrever melhor.

Para atender às necessidades dos educandos com

dislexias é importante que a escola tenha professores

qualificados para o ensino da língua materna.

Os professores precisam conhecer a fonologia aplicada

à alfabetização e ter conhecimentos linguísticos e

metalinguísticos aplicados aos processos de leitura e escrita.

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108 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Professores de português particulares e apoio

pedagógico podem ser necessários quando a escola não supre

as necessidades individuais dos alunos.

Aprendizado de palavras difíceis

Os padrões de movimentos dos olhos são fundamentais

para a leitura eficiente. São as fixações nos movimentos

oculares que garantem que o leitor possa extrair informações

visuais do texto. No entanto, algumas palavras são fixadas por

um tempo maior que outras.

Todas as pessoas tem dificuldades diferentes no

aprendizado de diferentes palavras, pois existem muitos fatores

que influenciam a facilidade ou dificuldade no reconhecimento

de palavras. Dentre os fatores mais importantes para escrever

uma palavra corretamente estão:

Tamanho da palavra;

Presença de hiatos, ditongos, dígrafos e trígrafos;

Familiaridade com a palavra;

Frequência com que ela é usada;

Idade com a qual ela foi aprendida;

Repetição do uso dessa palavra;

Significado dessa palavra;

Contexto no qual ela é utilizada;

Similaridade entre a forma escrita e a forma falada;

Interação dessa palavra com outras.

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109 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Assim, qualquer um desses fatores pode influenciar a

dificuldade ou facilidade que um educando possui em entender

o significado de uma palavra nova e escrevê-la e pronunciá-la

corretamente.

Intervenção psicopedagógica

A fase de alfabetização de uma criança, a princípio, é a

mais fácil de se notar se ela possui dislexia, pois é neste

momento que o professor perceberá suas principais

dificuldades. Por isso, é necessário que, o professor em sala de

aula esteja sempre atento, dessa forma, cabe a ele pedir aos

pais um encaminhamento a um especialista. Após identificada a

dislexia, é preciso que a escola, o professor e a família,

acompanhado de um psicopedagogo, trabalhem em conjunto no

tratamento da criança, para que se possa amenizar suas

dificuldades no aprendizado. Em muitos casos, a criança é vista

como preguiçosa ou sem vontade de aprender, fazendo com o

aluno se sinta inseguro e incapaz. A partir disso, surgem

algumas reações de rebeldia.

O psicopedagogo é o profissional que auxiliará no

tratamento da criança disléxica, desenvolvendo atividades que

possibilitam a descoberta de seus conhecimentos, talentos e

habilidades, estes, muitas vezes escondidos nos

constrangimentos, que podem vir a ocorrer em sala de aula.

Page 110: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

110 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

É importante que todos saibam valorizar todo e qualquer

esforço do disléxico, sempre respeitando seu ritmo de

aprendizagem.

História

Dislexia costumava erroneamente ser associado com

incapacidade intelectual. Atualmente há um movimento para

acabar com esse preconceito.

Foi identificada pela primeira vez por Oswald Berkhan

em 1881, mas o termo "dislexia" só foi cunhado em 1887 por

Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart, Alemanha.

Berlin usou o termo dislexia (significando "dificuldade

com palavras") para diagnosticar o transtorno de um jovem que

apresentava grande dificuldade no aprendizado da leitura e

escrita, mas apresentava habilidades intelectuais normais em

todos os outros aspectos.

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111 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Em 1896, W. Pringle Morgan, um Médico britânico de

Seaford, Inglaterra publicou uma descrição de uma desordem

específica de aprendizado na leitura no British Medical Journal,

intitulado "Congenital Word Blindness".

O artigo descreve o caso de um menino de 14 anos de

idade que não havia aprendido a ler, demonstrando, contudo,

inteligência normal e que realizava todas as atividades comuns

de uma criança dessa idade.

Durante as décadas de 1890 e início de 1900, James

Hinshelwood, oftalmologista escocês, publicou uma série de

artigos nos jornais médicos descrevendo casos similares.

Um dos primeiros pesquisadores principais a estudar a

dislexia foi Samuel T. Orton, um neurologista que trabalhou

inicialmente em vítimas de traumatismos.

Em 1925 Orton conheceu o caso de um menino que não

conseguia ler e que apresentava sintomas parecidos aos de

algumas vítimas de traumatismo. Orton estudou as dificuldades

de leitura e concluiu que havia uma síndrome não

correlacionada a traumatismos neurológicos que provocava a

dificuldade no aprendizado da leitura.

Orton chamou essa condição por strephosymbolia (com

o significado de 'símbolos trocados') para descrever sua teoria a

respeito de indivíduos com dislexia. Orton observou também

que a dificuldade em leitura da dislexia aparentemente não

estava correlacionada com dificuldades estritamente visuais.

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112 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Ele acreditava que essa condição era causada por uma

falha na laterização do cérebro.

A hipótese referente à especialização dos hemisférios

cerebrais de Orton foi alvo de novos estudos póstumos na

década de 1980 e 1990, estabelecendo que o lado esquerdo

do planum temporale, uma região cerebral associada ao

processamento da linguagem é fisicamente maior que a região

direita nos cérebros de pessoas não disléxicas; nas pessoas

disléxicas, contudo, essas regiões são simétricas ou mesmo

ligeiramente maior no lado direito do cérebro.

Pesquisadores estão atualmente estudando a fundo a

correlação neurológica e genética para dificuldades na leitura.

Com a lei 13.085, de 8 de janeiro de 2015, fica instituído

no Brasil o Dia Nacional de Atenção à Dislexia.

Dislexiologia

Dislexiologia é um termo criado pelo professor Vicente

Martins (UVA), referindo-se aos estudos e pesquisas, no campo

da psicolinguística, que tratam das dificuldades de

aprendizagem relacionadas com a linguagem escrita (dislexia,

disgrafia e disortografia).

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CAPITULO VIII

Dislalia

A dislalia (do grego dys + lalia) é um distúrbio da fala,

caracterizado pela dificuldade em articular as palavras.

Basicamente consiste na má pronúncia das palavras, seja

omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por

outro ou ainda distorcendo-os ordenadamente.

Cebolinha, criado pelo cartunista Maurício de Souza, é o maior

exemplo de personagem com Dislalia.

A falha na emissão das palavras pode ainda ocorrer em

fonemas ou sílabas.

Assim sendo, os sintomas da Dislalia consistem em

omissão, substituição ou deformação dos fonemas.

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De modo geral, a palavra do dislálico é fluida, embora

possa ser até ininteligível, podendo o desenvolvimento da

linguagem ser normal ou levemente retardado. Não se

observam transtornos no movimento dos músculos que

intervêm na articulação e emissão da palavra.

Em muitos casos, a pronúncia das vogais e dos ditongos

costuma ser correta, bem como a habilidade para imitar sons.

Diante do paciente dislálico costuma-se fazer uma pesquisa das

condições físicas dos órgãos necessários à emissão das

palavras, verifica-se a mobilidade destes órgãos, ou seja, do

palato, lábios e língua, assim como a audição, tanto sua

quantidade como sua qualidade auditiva.

As Dislalias constituem um grupo numeroso de

perturbações orgânicas ou funcionais da palavra. No primeiro

caso, resultam da mal formações ou de alterações de inervação

da língua, da abóbada palatina e de qualquer outro órgão da

fonação.

Encontram-se em casos de malformações congênitas,

tais como o lábio leporino ou como conseqüência de

traumatismos dos órgãos fonadores. Por outro lado, certas

Dislalias são devidas a enfermidades do sistema nervoso

central.

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Quando não se encontra nenhuma alteração fisica a que

possa ser atribuído a Dislalia, esta é chamada de Dislalia

Funcional. Nesses casos, pensa-se em hereditariedade,

imitação ou alterações emocionais e, entre essas, nas crianças

é comum a Dislalia típica dos hipercinéticos ou hiperativos.

Também nos deficientes mentais se observa uma

Dislalia, às vezes grave ao ponto da linguagem ser acessível

apenas ao grupo familiar.

Até os quatro anos, os erros na linguagem são normais,

mas depois dessa fase a criança pode ter problemas se

continuar falando errado.

A Dislalia, troca de fonemas (sons das letras), pode

afetar também a escrita.

Alguns fonoaudiólogos consideram que a Dislalia não

seja um problema de ordem neurológica, mas de ordem

funcional. Segundo eles, o som alterado pode se manifestar de

diversas formas, havendo distorções, sons muito próximos mas

diferentes do real, omissão, ato em que se deixa de pronunciar

algum fonema da palavra, transposições na ordem de

apresentação dos fonemas (trocar máquina por mánica) e, por

fim, acréscimos de sons.

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116 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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Dificuldade na linguagem oral, que pode interferir no

aprendizado da escrita. A criança omite, faz substituições,

distorções ou acréscimos de sons. Eis alguns exemplos:

Omissão: não pronuncia sons - "omei" = "tomei";

Substituição: troca alguns sons por outros - "balata" =

"barata";

Acréscimo: introduz mais um som - "Atelântico" =

"Atlântico".

Personagens com Dislalia

Casos clássicos de portadores de dislalia são os

personagens Cebolinha da Turma da Mônica, o Hortelino Troca-

Letras ("Elmer Fudd") do Looney Tunes, Ming-Ming do Super

Fofos e Nina do Nutri Ventures, que sempre trocam o "R" (inicial

e intervocálico) por "L". No caso de Hortelino, o "R" final

também é afetado.

Uma curiosidade: o maior sonho do Cebolinha é ser o

dono da rua (do bairro do Limoeiro) mas não consegue dizer,

por causa da dislalia, a palavra "rua"; sai "lua". Alguns

personagens acham que Cebolinha quer ser o dono da Lua,

sem imaginarem que é da rua. Na Turma da Mônica Jovem,

quando Cebolinha cresce, agora chamado de "Cebola", ele

perde a dislalia. Apenas troca as letras quando fica nervoso.

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117 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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CAPITULO lX

Inibição cognitiva

Entende-se por inibição cognitiva a uma diminuição da

atuação de algum aspecto da cognição, enquanto

o sintomatizar é a sua transformação. A inibição cognitiva,

nessa ótica, é a diminuição dos processos cognitivos os quais

a adaptação mobiliza, o que é expresso na forma de sintoma,

entendido como dificuldade de aprendizagem. A inibição de um

dos movimentos do processo de equilibração impede a

permanente reconstrução pessoal da modalidade a partir dos

quatro níveis (organismo, corpo, inteligência e desejo). O

sintoma cristaliza a modalidade de aprendizagem em um

determinado momento, a partir daí, esta perde a possibilidade

de ir transformando-se e de ser utilizada para transformar. O

sintoma implica colocar em outro lado, jogar fora, atuar o que

não se pode simbolizar, enquanto a simbolização permite

ressignificar, e a ressignificação possibilita que a modalidade

possa ir se modificando.

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118 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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Ao não poder estabelecer este processo de

ressignificação interno à própria modalidade de aprendizagem,

esta modalidade fica enrijecida, impedindo ou dificultando a

aprendizagem de determinados aspectos da

realidade. (Fernández, 1991 p.116) A Inibição Cognitiva de

fundo emocional, ou de ordem das relações, pode ser

questionada se o psicopedagogo não tiver a afetividade como

variante no processo de aprendizagem.

Por esta razão, vale tomar como premissa a afirmação

de Paulo Freire sobre afetividade, quando diz que na verdade, é

preciso descartar como falsa a separação radical entre

seriedade docente e afetividade. Não é certo, sobretudo do

ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor

quanto mais severo, mais frio, mais distante e "cinzento"

me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos

objetos cognoscíveis que devo ensinar. A afetividade não

se acha excluída da cognoscibilidade. (Freire, 1997).

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CAPITULO X

A educação inclusiva

A educação inclusiva aponta para a transformação de

uma sociedade inclusiva e é um processo em que se amplia a

participação de todos os estudantes nos estabelecimentos

de ensino regular.

Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e

das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas

respondam à diversidade dos alunos.

É uma abordagem humanística, democrática, que

percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o

crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

A inclusão perpassa pelas várias dimensões humanas,

sociais e políticas, e vem gradualmente se expandindo na

sociedade contemporânea, de forma a auxiliar no

desenvolvimento das pessoas em geral de maneira e contribuir

para a reestruturação de práticas e ações cada vez mais

inclusivas e sem preconceitos.

Page 120: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

120 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Introdução

A Educação Inclusiva se configura na diversidade

inerente à espécie humana, buscando perceber e atender

as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-

alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular

de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o

desenvolvimento pessoal de todos.

Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e

flexível requer mudanças significativas na estrutura e no

funcionamento das escolas, na formação humana dos

professores e nas relações família-escola.

O ensino inclusivo não deve ser confundido

com educação especial embora o contemple. No Brasil, a

Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da

Educação Inclusiva, assegura acesso ao ensino regular a

alunos com deficiência diversificada como: mental, física,

surdos, cegos, etc. com transtornos globais do desenvolvimento

e a alunos com altas habilidades/superdotação, desde a

educação infantil até à educação superior.

Page 121: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

121 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Nesse país, o ensino especial foi, na sua origem, um

sistema separado de educação das crianças com deficiência,

fora do ensino regular, baseado na crença de que as

necessidades das crianças com deficiência não podem ser

supridas nas escolas regulares.

Na perspectiva da Educação Inclusiva, outras

racionalidades estão surgindo sobre a aprendizagem. Fazendo

uso da concepção Vygostskyana principalmente, entende que a

participação inclusiva dos alunos facilita o aprendizado para

todos. Este entendimento está baseado no conceito da Zona de

Desenvolvimento Proximal, ou seja, zona de conhecimento a

ser conquistada, por meio da mediação do outro, seja este o

professor ou os próprios colegas.

Page 122: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

122 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Definição

De acordo com o Seminário Internacional do

Consórcio da Deficiência e do Desenvolvimento

(International Disability and Development Consortium - IDDC)

sobre a educação inclusiva, realizado em março

de 1998 em Agra, na Índia, um sistema educacional só pode ser

considerado inclusivo quando abrange a definição ampla deste

conceito, nos seguintes termos:

Reconhece que todas as crianças podem aprender;

Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo,

etnia, língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de

saúde. (i.e. HIV, TB, hemofilia, Hidrocefalia ou qualquer outra

condição);

Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de

ensino atendam as necessidades de todas as crianças;

Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover

uma sociedade inclusiva;

É um processo dinâmico que está em evolução constante;

Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula

numerosas nem por falta de recursos materiais.

Page 123: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

123 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Perspectivas históricas da educação especial: a caminho

da inclusão.

Estas perspectivas históricas levam em conta a evolução

do pensamento acerca das necessidades educativas especiais

ao longo dos últimos cinquenta anos, no entanto, elas não se

desenvolvem simultaneamente em todos os países.

E consequentemente retrata uma visão histórica global

que não corresponde ao mesmo estágio evolutivo de cada

sociedade. Estas perspectivas são descritas por Peter Clough.

1. O legado psico-médico: (predominou na década de

1950) vê o indivíduo como tendo de algum modo um déficit e

por sua vez defende a necessidade de uma

educação especial para aqueles indivíduos.

2. A resposta sociológica: (predominou na década de

1960) representa a crítica ao legado psico-médico, e defende

uma construção social de necessidades educativas especiais.

3. Abordagens Curriculares: (predominou na década de

1970) enfatiza o papel do currículo na solução - e, para alguns

escritores, eficazmente criando - dificuldades de aprendizagem.

4. Estratégias de melhoria da escola: (predominou

na década de 1980) enfatiza a importância da organização

sistêmica detalhada na busca de educar verdadeiramente.

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124 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

5. Crítica aos estudos da deficiência: (predominou

na década de 1990) frequentemente elaborada por agentes

externos à educação, elabora uma resposta política aos efeitos

do modelo exclusionista do legado psico-médico.

A inclusão escolar e os desafios da aprendizagem.

Para Zimmermann e Strieder (2010), a educação

inclusiva deseja compreender e aceitar o outro na sua

singularidade. Implica mudança de perspectiva educacional e

abre horizontes para o desenvolvimento de sociedades

inclusivas.

Dessa forma, pode–se dizer que a educação inclusiva é

aceita quando abandona-se a ideia de que as crianças devem

se tornar normais para contribuir para o mundo. Isso requer a

superação da tradicional concepção antropológica de seres

humanos ideais.

Os autores mencionados acima apontam que a escola

inclusiva não faz distinção entre os seres humanos, no entanto,

a comodidade nos faz viver num mundo de padronizações, pois

ela foi e continua sendo um espaço que promove a construção

de conhecimentos com pouco significado, formalizado, pronto,

sem relação e sentido com a vida dos seres humanos que lá

estão, sejam alunos ou docentes.

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125 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Todo movimento no cotidiano escolar e fora dele é

diferente, cada ser tem seu ritmo corporal e cognitivo, sendo um

movimento de desordem, desestabilidades e desvio.

Segundo Morin (1989), (apud Zimmermann e Strieder,

2010) é preciso ―proteger o desvio‖ apesar das forças

institucionais para reproduzir as ―padronizações‖. Importa

tolerar e favorecer os desvios para criar espaços de discussão.

Diferença entre o ensino integrado e o ensino inclusivo

As expressões integrado e inclusivo são comumente

utilizadas como se tivessem o mesmo significado. No entanto,

em termos educacionais representam grandes diferenças a

nível da filosofia a qual cada termo serve.

O ensino integrado refere-se às crianças com deficiência

aprenderem de forma eficaz quando frequentam as escolas

regulares, tendo como instrumento a qualidade do ensino.

No ensino integrado, a criança é vista como

sendo portadora do problema e necessitando ser adaptada aos

demais estudantes. Por exemplo, se uma criança

com dificuldades auditivas é integrada numa escola regular, ela

pode usar um aparelho auditivo e geralmente espera-se que

aprenda a falar de forma a poder pertencer ao grupo.

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126 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Em contrapartida, não se espera que os professores e

as outras crianças aprendam a língua de sinais. Em outras

palavras, a integração pressupõe que a criança deficiente se

reabilite e possa ser integrada, ou não obterá sucesso. O

ensino inclusivo toma por base a visão sociológica[5] de

deficiência e diferença, reconhece assim que todas as crianças

são diferentes, e que as escolas e sistemas de educação

precisam ser transformados para atender às necessidades

individuais de todos os educandos – com ou sem necessidade

especial.

A inclusão não significa tornar todos iguais, mas

respeitar as diferenças. Isto exige a utilização de diferentes

métodos para se responder às diferentes necessidades,

capacidades e níveis de desenvolvimento individuais. O ensino

integrado é algumas vezes visto como um passo em direção à

inclusão, no entanto sua maior limitação é que se o sistema

escolar se mantiver inalterado, apenas algumas crianças serão

integradas.

Limítrofe

Limítrofe é o meio termo entre ter a deficiência intelectual e não

ter a deficiência.

O aluno que fica nessa situação é considerado como criança

limítrofe e entra no grupo de alunos de "Educação Inclusiva".

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127 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

O diagnóstico médico, explica sobre a situação dizendo que a

criança tem um retardo intelectual, porém não chega a ter a

deficiência em si, a criança cresce tendo dificuldades na

aprendizagem durante toda sua vida. Geralmente a APAE

colabora ajudando essas crianças, e são encaminhadas

também para psicólogos, psicopedagogos, ou dependendo até

mesmo para psiquiatras. As crianças com esse distúrbio, pode

ter várias características, umas são dispersas durante as

explicações, outras são agressivas, algumas criam seus

próprios mundos, e se distraem com qualquer coisa, dentre

outras características.

Programa Educação Inclusiva

Programa iniciado em 2003, pelo Ministério da

Educação - Secretaria de Educação Especial que conta

atualmente com a adesão de 144 municípios-pólo que atuam

como multiplicadores da formação para mais 4.646 municípios

da área de abrangência. O objetivo geral do programa

é garantir o acesso de todas as crianças e adolescentes

com necessidades educacionais especiais ao sistema

educacional público, bem como disseminar a política de

construção de sistemas educacionais inclusivos e apoiar o

processo de implementação nos municípios brasileiros.

Page 128: MANUAL DE PSICOPEDAGOGIA CLINICA

128 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Objetivos específicos

Subsidiar filosófica e tecnicamente o processo de

transformação do sistema educacional brasileiro em um

sistema inclusivo;

Sensibilizar e envolver a sociedade em geral e a

comunidade escolar em particular;

Preparar gestores e educadores dos Municípios-pólo

para dar continuidade à política de Educação Inclusiva;

Preparar gestores e educadores para atuarem como

multiplicadores nos Municípios de sua área de abrangência;

Desenvolver projetos de formação de gestores e

educadores para dar continuidade ao processo de

implementação de sistemas educacionais inclusivos;

Ações do programa

O Programa Educação Inclusiva: direito à

diversidade disponibiliza equipamentos, mobiliários e material

pedagógico para que sejam implantadas Sala de Recursos para

viabilização do atendimento nos municípios-pólo, apoiando o

processo de inclusão educacional na rede pública de ensino. A

meta prevista é de até o final de 2006 realizar a formação

de gestores e educadores para a educação inclusiva em 83,5%

dos municípios brasileiros, alcançando de cerca de 80.000

educadores, como parte da mesma ação inclusiva.

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129 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

A Secretaria de Educação Especial vem desenvolvendo

desde 2004 o Projeto Educar na Diversidade, que visa a

formação de professores inclusivistas nos 144 municípios-pólo.

Até o final de 2006 o projeto deve atingir aproximadamente 30

mil educadores que atuam em todos os estados brasileiros e

no Distrito Federal.

Sala de recursos

Sala de Recursos são espaços (salas) destinados ao

atendimento aos alunos com necessidades educacionais

especiais que estão inseridos na educação regular por meio da

política de Educação Inclusiva. Trata-se de salas com materiais

diferenciados, além de contar com profissionais preparados

especificamente para o atendimento às diversas necessidades

educativas especiais dos educandos.

Evolução do programa

A evolução da educação inclusiva no Brasil pode ser

comprovada através dos dados do Censo Escolar/INEP o qual

registra o crescimento da matrícula de alunos

com necessidades educativas especiais na rede regular de

ensino tendo aumentado de 337.326 alunos, no ano de 1998,

para 640.317 em 2005.

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130 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Essa evolução se reflete também no aumento de

escolas da rede pública que registram matrículas de alunos

com necessidades educativas especiais tendo aumentado de

4.498, em 1998, para 36.897 em 2005.

EVOLUÇÃO DA POLITICA DE ATENDIMENTO

Documento MEC/INEP

Declaração Internacional de Montreal sobre inclusão

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131 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

A comunidade internacional, sob a liderança das Nações

Unidas, reconhece a necessidade de garantias adicionais de

acesso para excluídos, e neste sentido declarações

intergovernamentais levantam a voz para formar parcerias entre

governos, trabalhadores e sociedade civil com o objetivo de

desenvolverem políticas e práticas inclusivas.

No Congresso Internacional "Sociedade

Inclusiva" convocado pelo Conselho Canadense de

Reabilitação e Trabalho, foi feito um apelo aos governos,

empregadores e trabalhadores bem como à sociedade civil para

que se comprometessem com o desenvolvimento e a

implementação de contextos inclusivos em todos os ambientes,

produtos e serviços.

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132 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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Convenção da Organização dos Estados Americanos

Aprovada pelo Conselho Permanente na sessão realizada

em 26 de maio de 1999, na Guatemala, a Convenção

Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de

Discriminação contra as Pessoas Portadoras de

Deficiência define em seu Artigo I que:

1.O termo "deficiência" significa uma restrição física,

mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória,

que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades

essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo

ambiente econômico e social;

2.O termo "discriminação contra as pessoas portadoras de

deficiência" significa toda diferenciação, exclusão ou

restrição baseada em deficiência, antecedente de

deficiência, consequência de deficiência anterior ou

percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o

efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento,

gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de

deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades

fundamentais.

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133 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Não constitui discriminação a diferenciação ou preferência

adotada pelo Estado Parte para promover a integração

social ou o desenvolvimento pessoal dos portadores de

deficiência, desde que a diferenciação ou preferência não

limite em si mesma o direito à igualdade dessas pessoas e

que elas não sejam obrigadas a aceitar tal diferenciação ou

preferência. Nos casos em que a legislação interna preveja

a declaração de interdição, quando for necessária e

apropriada para o seu bem-estar, esta não constituirá

discriminação.

Em seu Artigo II afirma que a Convenção tem por objetivo

prevenir e eliminar todas as formas de discriminação

contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a

sua plena integração à sociedade. Enquanto os Artigos III e

IV enumeram as ações que os Estados Partes se

comprometem a tomar para alcançar o objetivo acordado.

O conjunto de Artigos desta convenção apresentam

medidas práticas, baseadas no princípio de eliminar toda e

qualquer forma de discriminação baseada em deficiência.

O Congresso Nacional brasileiro aprovou o texto da Convenção

Interamericana por meio do Decreto legislativo nº 198, de 13 de

junho de 2001.

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A Convenção entrou em vigor, para o Brasil, em 14 de

setembro de 2001, nos termos do parágrafo 3, de seu artigo

VIII.

Barreiras ao ensino inclusivo

Atitudes negativas em relação à deficiência

Invisibilidade na comunidade das crianças com deficiência

que não frequentam a escola

Custo

Acesso físico

Dimensão das turmas

Pobreza

Discriminação por gênero

Dependência (alto nível de dependência de algumas

crianças com deficiência dos que as cuidam).

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Legislação que regulamenta a educação especial no Brasil

Constituição Federal de 1988 - Educação Especial

Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional - LDBN

Lei nº 9394/96 – LDBN - Educação Especial

Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente -

Educação Especial

Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente

Lei nº 8859/94 - Estágio

Lei nº 10.098/94 - Acessibilidade

Lei nº 10.436/02 - Libras

Lei nº 7.853/89 - CORDE - Apoio às pessoas portadoras

de deficiência

Lei n.º 8.899, de 29 de junho de 1994 - Passe Livre

Lei nº 9424 de 24 de dezembro de 1996 - FUNDEF

Lei nº 10.845, de 5 de março de 2004 - Programa de

Complementação ao Atendimento Educacional Especializado

às Pessoas Portadoras de Deficiência

Lei nº 10.216 de 4 de junho de 2001 - Direitos e

proteção às pessoas acometidas de transtorno mental

Plano Nacional de Educação - Educação Especial

Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012 - Institui a

Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com

Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98

da Lei no 8.112.

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136 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

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CAPITULO XI

Deficiência

Um aparelho operado com a mão num veículo

de câmbio automático permite às pessoas com limitações nas

pernas dirigir com normalidade.

Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a

disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica.

Diz respeito à atividade exercida pela biologia da

pessoa. Este conceito foi definido pela Organização Mundial de

Saúde.

A expressão pessoa com deficiência pode ser aplicada

referindo-se a qualquer pessoa que vivencie uma deficiência

continuamente.

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137 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Contudo, há que se observar que em contextos

legais ela é utilizada de uma forma mais restrita e refere-se a

pessoas que estão sob o amparo de uma determinada

legislação.

O termo deficiente para denominar pessoas com

deficiência tem sido considerado por algumas ONGs e

cientistas sociais inadequado, pois o termo leva consigo uma

carga negativa depreciativa da pessoa, fato que foi ao longo

dos anos se tornando cada vez mais rejeitado pelos

especialistas da área e em especial pelos próprios indivíduos a

quem se refira.

Muitos, entretanto, consideram que essa tendência

politicamente correta tende a levar as pessoas com deficiência

a uma negação de sua própria situação e a sociedade ao não

respeito da diferença.

Atualmente, porém, esta palavra está voltando a ser

utilizada, visto que a rejeição do termo, por si só, caracteriza um

preconceito de estigmatização contra a condição do indivíduo

revertida pelo uso de um eufemismo, o que pode ser observado

em sites voltados aos "deficientes" é que o termo deficiente é

utilizado de maneira não-pejorativa.

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A pessoa com deficiência geralmente precisa de

atendimento especializado, seja para fins terapêuticos, como

fisioterapia ou estimulação motora, seja para que possa

aprender a lidar com a deficiência e a desenvolver as

potencialidades. A Educação especial tem sido uma das áreas

que tem desenvolvido estudos científicos para melhor atender

estas pessoas, no entanto, o que inclui pessoas com deficiência

além das necessidades comportamentais, emocionais ou

sociais.

Desde a Declaração de Salamanca, surgiu o termo

necessidades educativas especiais, que veio a substituir o

termo criança especial, anteriormente utilizado em educação

para designar a criança com deficiência. Porém, este novo

termo não refere-se apenas à pessoa com deficiência, pois

engloba toda e qualquer necessidade considerada atípica e que

demande algum tipo de abordagem específica por parte das

instituições, seja de ordem comportamental, seja social, física,

emocional ou familiar.

Símbolo Internacional de Acesso a Pessoa com Deficiência

Física

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Convenção da Deficiência

Um acordo foi celebrado em 25 de

agosto de 2006 em Nova Iorque, por diversos Estados em uma

convenção preliminar das Nações Unidas sobre os direitos da

pessoa com deficiência, o qual realça, no artigo 24,

a Educação inclusiva como um direito de todos. O artigo foi

substancialmente revisado e fortalecido durante as negociações

que começaram há cinco anos. Em estágio avançado das

negociações, a opção de educação especial (segregada do

ensino regular) foi removida da convenção, e entre 14 e 25

agosto de 2006, esforços perduraram até os últimos dias para

remover outro texto que poderia justificar a segregação de

estudantes com deficiência. Após longas negociações, o

objetivo da inclusão plena foi finalmente alcançado e a nova

redação do parágrafo 2 do artigo 24 foi definida sem objeção.

Cerca de sessenta delegações de Estado e a Liga

Internacional da Deficiência (International Disability Caucus),

que representa cerca de 70 organizações não governamentais

(ONGs), apoiaram uma emenda proposta pelo Panamá que

obriga os governos a assegurar que: as medidas efetivas de

apoio individualizado sejam garantidas nos estabelecimentos

que priorizam o desenvolvimento acadêmico e social, em

sintonia com o objetivo da inclusão plena.

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140 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

A Convenção preliminar antecede a assembleia geral

da ONU para sua adoção, que se realizará no final deste ano. A

convenção estará então aberta para assinatura e ratificação por

todos os países membros, necessitando de 20 ratificações para

ser validada. A Convenção da Deficiência é o primeiro tratado

dos direitos humanos do Século XXI e é amplamente

reconhecida como tendo uma participação da sociedade civil

sem precedentes na história, particularmente de organizações

de pessoas com deficiência.

Elementos significativos do artigo 24 da instrução do

esboço.

Nenhuma exclusão do sistema de ensino regular por

motivo de deficiência;

Acesso para estudantes com deficiência à educação

inclusiva na sua comunidade local;

Acomodação razoável das exigências individuais;

O suporte necessário dentro do sistema de ensino

regular para possibilitar a aprendizagem.

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141 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

CIF

A Organização Mundial de Saúde vem desenvolvendo a

CIF- Classificação Internacional de Funcionalidade,

Incapacidade e Saúde cuja versão para crianças e jovens (ICF-

CY) foi lançada pela OMS em Outubro de 2007[1], em Veneza e

encontra-se disponível no Centro Colaborador da Organização

Mundial de Saúde para a Classificação Internacional de

Doenças em Português, ou Centro Brasileiro de Classificação

de Doenças – CBCD, como passou a ser conhecido, criado em

1976.

Histórico da Deficiência no Brasil

A deficiência no Brasil foi tratada de várias maneiras no

decorrer da história sobre um viés da Cultura Pública. No início,

nas populações indígenas, as crianças com alguma

deformidade física eram abandonadas e excluídas do convívio

social. Entre a população negra que era escravizada no País, a

deficiência física e sensorial eram decorridas dos inúmeros

castigos físicos aplicados nas fazendas de café e engenhos de

cana-de-açúcar. Já os colonos portugueses adquiriram

limitações físicas ou sensoriais devido às condições climáticas.

No século XIX, a deficiência tornou-se mais recorrente por

causa dos conflitos militares.

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142 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Segundo Vimieiro e Maia (2011) no século XX,

principalmente, no período que compreende os anos de 1960 a

1984, a educação, saúde e trabalho eram tidas como as

alternativas da época para a questão da deficiência, possuindo

um caráter integrativo.

A educação era utilizada para que essas pessoas "se

educassem para parecerem normais" e o trabalho seria uma

forma de voltarem à produtividade. Por outro lado, nos anos

pós-1984, a temática entra na perspectiva do direito, remetendo

a um caráter de inclusão.

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143 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

CAPITULO XII

TREINAMENTO MEMORIA

Cogmed é um programa de memória de trabalho e

treinamento de atenção desenvolvido por Torkel Klingberg,

professor de neurociência cognitiva no Instituto Karolinska do

Stockholm Brain Institute.

HISTORIA

Em 1999, o professor de neurociência cognitiva Torkel

Klingberg propôs um programa de treinamento de computador

projetado para melhorar a memória de trabalho em crianças

com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (ADHD).

O programa resultante, hoje denominado Cogmed Working

Memory Training, baseia-se no conceito de neuroplasticidade, a

ideia de que é possível produzir alterações físicas no cérebro

através de influências comportamentais ou ambientais.

Após os testes iniciais baseados na pesquisa de

Klingberg, Cogmed foi fundada em 2001 no Karolinska Institutet

em Estocolmo. [1] Os resultados iniciais relatados foram

promissores, particularmente a descoberta de Klingberg que

após cinco semanas de treinamento, 12 das 20 crianças não

medicadas TDAH testadas não mais atendidas Os critérios

clínicos para TDAH.

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144 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

A venda e o uso do treinamento da Cogmed na

Europa e nos Estados Unidos continuaram.

Este crescimento incluiu a expansão para tratamento de outras

deficiências da memória de trabalho, tais como pessoas com

dificuldades de aprendizagem e vítimas de acidente vascular

cerebral ou outras lesões cerebrais traumáticas.

Em 2010, a Cogmed foi adquirida pela Pearson

Education e passou a fazer parte do Pearson Clinical

Assessment Group.

Os produtos da Cogmed são projetados a melhoria aa

memória de trabalho, o que alguns estudos têm demonstrado

ser fundamental para a atenção e o aprendizado.

A Pearson afirma que sua formação produz melhorias

a longo prazo na memória de trabalho, resultando em correção

das falhas cognitivas na vida diária, bem como resultados

positivosa de comporto com uma curva duradoura.

Cogmed Working Memory Training é uma solução

que poderá se oferecer aos indivíduos que são retidos por sua

capacidade de memória de trabalho.

Nasceram com déficit

Adquiriu um déficit por lesão cerebral ou doença

Desenvolveu um déficit por declínio natural causado

pelo envelhecimento

Enfrentar demandas profissionais e desejar melhorar o

desempenho no trabalho ou o desempenho do teste.

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ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

Memória de trabalho é a capacidade de manter as

informações em sua mente por um curto período de tempo, se

concentrar em uma tarefa e lembrar o que fazer a seguir.

Ao treinar a memória de trabalho, seus clientes serão

mais capazes de permanecer focado, ignorar distrações,

planejar os próximos passos, lembrar instruções e iniciar e

concluir tarefas.

O programa de treinamento:

“COGMED WORKING MEMORY TRAINING”,

Só poderá ser realizado por um TUTOR CREDENCIADO pela

Pearson do Brasil.

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146 PROFº ESPECIALISTA ACACIO A. SCHEKIERA

ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL

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