manual de orientações pedagógicas

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FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS 1º ciclo do 1º bimestre da 2ª série Eixo bimestral: POESIA E ROMANCE NO ROMANTISMO / RESUMO E RESENHA Gerência de Produção Luiz Barboza Coordenação Acadêmica Gerson Rodrigues Coordenação de Equipe Leandro N. Cristino Conteudistas Simone Lopes Vanessa Brito Edição On-Line Revista e Atualizada Rio de Janeiro 2014

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Manual de Orientações Pedagógicas de Língua Portuguesa

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  • FORMAO CONTINUADA EM LNGUA PORTUGUESA

    ORIENTAES PEDAGGICAS

    1 ciclo do 1 bimestre da 2 srie

    Eixo bimestral: POESIA E ROMANCE NO ROMANTISMO / RESUMO E RESENHA

    Gerncia de Produo Luiz Barboza

    Coordenao Acadmica Gerson Rodrigues

    Coordenao de Equipe Leandro N. Cristino

    Conteudistas Simone Lopes Vanessa Brito

    Edio On-Line Revista e Atualizada

    Rio de Janeiro

    2014

  • 2

    O QUE ENSINAR?

    LEITURA

    Relacionar os modos de organizao da linguagem na literatura s escolhas do autor, tradio literria e ao contexto social da poca.

    Identificar nas obras literrias esteretipos e discriminaes quanto presena negra e indgena.

    Distinguir as trs geraes do Romantismo brasileiro.

    Reconhecer a importncia da enumerao e da eliminao como processos para a elaborao do resumo.

    Reconhecer na resenha a finalidade de expor criticamente um ponto de vista sobre manifestaes artsticas.

    USO DA LNGUA

    Identificar as figuras de linguagem presentes na esttica romntica.

    Identificar a existncia de diferentes classes de palavras.

    Identificar os termos essenciais da orao.

    Reconhecer e utilizar diversas marcas modais nos verbos.

    Reconhecer mecanismos de coeso referencial e sequencial.

    Empregar adjetivos valorativos e advrbios como mecanismo de introduo do juzo de valor e recurso modalizador.

    PRODUO TEXTUAL

    Produzir resumos dos textos crticos que analisam os textos literrios estudados.

    Produzir resenhas dos romances estudados, relacionando-os discusso de paradigmas e temas da atualidade.

  • 3

    COMO ENSINAR?

    Seguindo as orientaes do Currculo Mnimo, o primeiro ciclo do primeiro bimestre dedicado ao estudo do Romantismo, estilo de poca crucial em nossa historiografia literria por se relacionar intimamente com a Independncia do Brasil. Alm disso, espera-se que os alunos desenvolvam a habilidade de produo de resumos, gnero textual que revela a compreenso global de um texto a partir da exposio de seus pontos principais sem a emisso de juzos de valor.

    A presente seo destas Orientaes Pedaggicas apresenta estratgias para auxiliar o trabalho com os principais traos romnticos e o contexto de produo dessa esttica. Alm disso, neste Como ensinar, a abordagem do gnero resumo se relaciona com textos tericos sobre o Romantismo, o que tende a contribuir para a aprendizagem dos alunos.

    SEQUNCIA DIDTICA 1: A POESIA ROMNTICA

    Nesta primeira sequncia didtica, abordaremos as trs geraes romnticas, evidenciando a relao dessas fases com o contexto no qual emergiram. Alm disso, a partir dos exemplares poticos ser possvel tratar importantes tpicos de uso da lngua.

    Eixo Leitura:

    Relacionar os modos de organizao da linguagem na literatura s escolhas do autor, tradio literria e ao contexto social da poca.

    Identificar nas obras literrias esteretipos e discriminaes quanto presena negra e indgena.

    Distinguir as trs geraes do Romantismo brasileiro.

    Uso da Lngua:

    Identificar as figuras de linguagem presentes na esttica romntica.

  • 4

    PASSO 1: ENTENDENDO A PRIMEIRA GERAO ROMNTICA

    Ao se estudar Literatura, o conhecimento histrico um grande aliado, pois ele traz tona o contexto que influenciou a criao artstica. No caso do Romantismo, a esttica est relacionada a um fato crucial em nossa histria: a Independncia do Brasil.

    Para tornar esse contexto mais claro para os alunos, o professor pode conversar com eles sobre esse fato, pedindo-lhes que pensem sobre as possveis mudanas que ele ocasionaria. O professor pode anotar as respostas no quadro e conduzir a discusso para o plano artstico, mostrando-lhes que, at esse momento, a literatura brasileira ainda no era, de fato, brasileira, j que ainda no refletia um pas, mas sim uma colnia. A fim de embasar essa discusso, o professor pode apresentar informaes que sintetizem os principais fatos e aspectos caracterizadores da poca romntica.

    ROMANTISMO

    Classe social dominante Burguesia

    Aps a Revoluo Francesa, a burguesia ascendeu poltica e economicamente. No Brasil ps-Independncia, as atividades comerciais e liberais tambm foram valorizadas.

    Corrente filosfica dominante Liberalismo

    Em um contexto onde a ascenso social possvel, somente uma doutrina que valorize a iniciativa individual e criadora pode ter xito.

    Palavras-chave Individualismo, Egocentrismo, Emoo, Cristianismo, Libertao de normas, Nacionalismo ufanista, Escapismo, Subjetividade.

  • 5

    O Brasil, agora constitudo como nao, precisava criar uma identidade nacional para se impor frente aos outros pases, que ainda o viam como colnia. Essa misso coube classe artstica. Nasce, ento, o chamado projeto nacionalista romntico, cujo objetivo era a valorizao do Brasil e do brasileiro a partir do que o pas e o seu povo teriam de mais essencial. Esse momento levou necessidade de ruptura com o elemento estrangeiro. Por isso, a primeira gerao romntica, sobretudo na poesia, exercer papel fundamental de explorar personagem e espao tipicamente nacionais: o ndio e as belezas naturais. importante que o aluno entenda que rechaar o estrangeiro, o europeu, significa efetivar, na Literatura, a mesma ruptura ocorrida no plano poltico.

    Na sequncia, a fim de que o aluno perceba como esse projeto nacionalista se efetivou, o professor pode passar para os alunos o vdeo O Rio Antigo, no qual seus autores exploram a relao entre o litoral brasileiro e o poema O gigante de pedra, de Gonalves Dias. Trata-se de uma verdadeira exaltao s nossas belezas naturais, que evidencia, no caso do mencionado poema, o quanto os romnticos estavam empenhados em mostrar o Brasil como um grande pas.

    Poema O gigante de pedra, de Gonalves Dias Gigante orgulhoso, de fero semblante, Num leito de pedra l jaz a dormir! Em duro granito repousa o gigante, Que os raios somente puderam fundir.

    Dormido atalaia no serro empinado Devera cuidoso, sanhudo velar; O raio passando o deixou fulminado, E aurora, que surge, no h de acordar!

    Co'os braos no peito cruzados nervosos, Mais alto que as nuvens, os cus a encarar, Seu corpo se estende por montes fragosos, Seus ps sobranceiros se elevam do mar!

    De lavas ardentes seus membros fundidos Avultam imensos: s Deus poder Rebelde lan-lo dos montes erguidos, Curvados ao peso, que sobre lhe 'st.

    (...)

  • 6

    Outra tarefa interessante com o poema pedir aos alunos que pensem sobre o tipo de relao existente entre o eu-lrico e o gigante a partir dos substantivos e adjetivos usados pelo autor. O aluno deve perceber que todas essas palavras destacam a imponncia e altivez do gigante, valorizando, portanto, seus aspectos positivos. Tambm importante notar certo tom afetivo dispensado ao tratamento do gigante, que no descrito de forma objetiva e racional.

    Dessa forma, o gigante considerado por quem o v, o que fica bem claro a partir do trabalho grfico e de udio do vdeo. Assim, o aluno perceber que, para o homem romntico dessa gerao, a realidade est nos olhos de quem a v, ou seja, eles se propuseram a criar artisticamente uma ptria a partir de uma viso subjetiva e apaixonada do que desejavam exaltar. Nesse sentido, no h espao para defeitos ou crticas, motivo pelo qual lanavam sob o indgena um olhar de admirao, considerando-os heris nacionais.

    Contudo, esse indgena retratado de maneira idealizada, sempre bom, nobre e belo, tal como os cavaleiros medievais que permeavam o Romantismo europeu, fonte de inspirao para nossos romnticos. Alm disso, os ndios retratados no eram seus contemporneos, mas sim uma viso inspirada em relatos histricos da poca da colonizao, na qual os indgenas foram hostilizados e escravizados. Ento, ao Romantismo brasileiro coube a tarefa de conceder ao ndio o status de heri nacional: no era o homem branco, que lembrava o colonizador portugus, nem o homem negro, considerado escravo e inferior. Para contemplar todos esses aspectos, segue uma sugesto de como o professor pode estruturar sua aula.

    Sugesto para a 1 fase romntica

    1 Momento

    Assistindo ao vdeo O Rio antigo1

    Esse vdeo essencial para que os alunos compreendam o peso que as belezas naturais do Brasil exerceram na Literatura.

    2 Momento O gigante de pedra2: ontem e hoje

    O poema de Gonlaves Dias, to bem explorado pelo

    1 Vdeo disponvel em: http://www.youtube.com/watch?v=du-2ehqetDY.

  • 7

    vdeo, e a propaganda da Jhonnie Walker3 nos fornecem uma noo exata do quanto ainda atual o esprito romntico.

    3 Momento

    As cores romnticas

    Comparao entre pintura e literatura por meio de poemas e telas afins.

    Uma vez que os alunos tenham captado as principais caractersticas romnticas, o professor pode propor uma reflexo que vincule o Romantismo aos dias atuais, evidenciando que a Literatura permanentemente dinmica. Para isso, pode solicitar-lhes que relacionem o Brasil de hoje ao Brasil romntico em variados aspectos, mas pode faz-los convergir para uma discusso que vincule poltica e literatura. Assim, eles podem perceber que ainda permanece a velha ideia ufanista no que diz respeito imagem do pas, uma vez que o Brasil ainda exaltado, parcialmente, em funo de sua beleza, de sua dimenso continental e da gentileza de seu povo, enquanto problemas reais e srios ficam em segundo plano. A mdia tambm parece explorar essa viso, vinculando seus produtos s nossas belezas naturais.

    Com relao representao indgena, vale destacar para os alunos que a leitura romntica foi reducionista. Nos poemas, possvel ver o ndio deturpado pelos valores de nobreza e honra medievais. Alm disso, a pluralidade e a diversidade da cultura indgena so simplificadas na figura do guerreiro pronto para disparar a flecha diante do menor sinal de ameaa. Por isso, importante o professor refletir com sua turma sobre como os povos indgenas so representados culturalmente e tratados na sociedade contemporaneamente. Para isso, pode ser til navegar pelos sites do Museu do ndio4 e do projeto Sculos Indgenas5. Os

    2 O poema pode ser encontrado em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/goncalves-dias/gigante-e-a-

    pedra.php.

    3 Propaganda da Jhonnie Walker: http://www.youtube.com/watch?v=IY3FoYwAu5U.

    4 O site (http://www.museudoindio.org.br/) pertence ao museu localizado no bairro de Botafogo, no Rio de

    Janeiro. Alm das informaes disponveis on line, possvel agendar visitas para ver exposies.

    5 O projeto busca resgatar a cultura indgena, dando espao prpria expresso dos ndios. Para mais

    informaes, ver o site do projeto http://www.seculosindigenasnobrasil.com/historico.html e a matria no canal Cincia Hoje http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/02/seculos-indigenas.

  • 8

    alunos, ento, tero acesso a vrias informaes, imagens, vdeos e grficos que mostram mais sobre a riqueza, valor e luta dos povos indgenas no Brasil.

    Outra atividade importante a vinculao entre as artes plsticas e a Literatura, pois isso mostra ao aluno que os movimentos artsticos no so estanques, mas esto interligados. Em geral, as pinturas dessa poca, fortemente influenciadas pelas tendncias conservadoras neoclssicas, so impulsionadas pela prosperidade econmica e cultural do perodo ps-independncia. Tambm por essa razo, muitas obras dessa fase refletem o nacionalismo que caracterizou a primeira gerao de poetas, como o quadro a seguir6 que, por meio de cores vivas e exuberantes, destaca a Independncia como um feito heroico, quase pico. importante observar os camponeses do lado direito, que parecem boquiabertos com tal acontecimento, ou porque o desconhecem ou devido a sua magnitude. Outro aspecto relevante diz respeito ao fato de a cena se passar em meio natureza, aspecto central para a primeira gerao romntica.

    Figura 1 - Independncia ou morte, Pedro Amrico, Brasil, 1888

    6 Disponvel em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Independence_of_Brazil_1888.jpg.

  • 9

    O professor pode, ento, propor uma leitura de imagens a partir das telas O ltimo tamoio e Lagoa Rodrigo de Freitas. Sobre elas os alunos devem perceber a valorizao do belo por meio dos efeitos de luz e de cor, harmonicamente empregados. So traos perfeitos e claros, que dizem ao invs de sugerir. Certamente, os alunos sero capazes de, juntamente com o professor, relacionar as pinturas aos poemas de Gonalves Dias Cano do tamoio e Cano do exlio, que o professor pode distribuir em seguida.

    Relao entre poemas e telas do Romantismo brasileiro Cano do Tamoio7

    I

    No chores, meu filho;

    No chores, que a vida

    luta renhida: Viver lutar.

    A vida combate,

    Que os fracos abate,

    Que os fortes, os bravos,

    S pode exaltar.

    II

    Um dia vivemos!

    O homem que forte

    No teme da morte;

    S teme fugir;

    Cano do Exlio8

    Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi; As aves, que aqui gorjeiam, No gorjeiam como l.

    Nosso cu tem mais estrelas, Nossas vrzeas tm mais flores, Nossos bosques tm mais vida, Nossa vida mais amores.

    Em cismar, sozinho, noite, Mais prazer eu encontro l; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi.

    Minha terra tem primores, Que tais no encontro eu c;

    Em cismar sozinho, noite Mais prazer eu encontro l;

    7 Esse poema, na ntegra, est disponvel em: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/g/goncalves46.htm.

    8 Neste site, o professor encontrar a Cano do exlio de Gonalves Dias e vrias pardias da mesma, que

    podem ser utilizadas em alguma atividade cujo objetivo seja relacionar os textos literrios aos diferentes contextos e pocas nos quais so produzidos. http://recantodaspalavras.com.br/2008/04/05/cancao-do-exilio-e-outras-versoes/.

  • 10

    No arco que entesa

    Tem certa uma presa,

    Quer seja tapuia,

    Condor ou tapir.

    III

    O forte, o cobarde

    Seus feitos inveja

    De o ver na peleja

    Garboso e feroz;

    E os tmidos velhos

    Nos graves conselhos,

    Curvadas as frontes,

    Escutam-lhe a voz!

    IV

    Domina, se vive;

    Se morre, descansa

    Dos seus na lembrana,

    Na voz do porvir.

    No cures da vida!

    S bravo, s forte!

    No fujas da morte,

    Que a morte h de vir!

    (...)

    Gonalves Dias

    Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabi.

    No permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para l;

    Sem que disfrute os primores Que no encontro por c; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabi

    Gonalves Dias

  • 11

    Tela O ltimo tamoio9

    Figura 2 -Rodolfo Amoedo, 1883

    Tela Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro10

    Figura 3 - Nicola Facchinetti , 1884

    Enquanto nos poemas, Gonalves Dias utiliza adjetivos que destacam as qualidades do indgena e da paisagem, na pintura, os artistas se valem das cores e da luz para enfatizar a beleza da paisagem e a bravura do ndio, que morre com honra. Ambos trabalham, portanto, os dois princpios bsicos da primeira gerao romntica: o indianismo e o nacionalismo.

    O ltimo tamoio, ento, uma homenagem a essa morte, destacando sua figura principal, o ndio, a quem se deve homenagear por ter sido bravo e forte. No Romantismo, por sua vez, vinculado aos princpios clssicos, faz parte do ritual de exaltao de um heri retrat-lo em seu leito de morte. Quanto paisagem, a ausncia do homem e o destaque aos elementos naturais revelam o outro princpio bsico do romantismo: o nacionalismo. A macia repetio dos pronomes de primeira pessoa que enfatizam o amor pela ptria, substituda, na tela, por uma imagem que apela para o aspecto subjetivo ao retratar uma paisagem idlica e perfeita. Nesse quadro, Facchinetti diz o mesmo que Gonalves Dias sem dizer nada, afinal, o artista romntico retrata o que sente, e no o que v.

    9 Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ultimo_tamoio_1883.jpg.

    10 Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_do_romantismo.

  • 12

    PASSO 2: A FUGA DO REAL NA SEGUNDA GERAO ROMNTICA

    Passado o momento de ruptura e arrebatamento que caracterizou o nacionalismo da primeira gerao, o Romantismo ingressa em um perodo de frustrao e isolamento influenciado por escritores ingleses como Lord Byron. A esttica mantm o subjetivismo exacerbado e a idealizao, mas esses traos passam a ser canalizados para a expresso de temas mais individuais, sem intenes nacionalistas. Dessa forma, o projeto literrio dessa gerao gira em torno de dois polos: amor e morte.

    Os alunos, ento, devem perceber que h grande mudana na linguagem e na temtica da poesia. A segunda fase romntica, tambm chamada Ultrarromantismo ou Mal do Sculo, privilegia a abordagem do noturno e do sombrio, servindo-se, ento, de adjetivos que acompanham esse tom. Para que os alunos compreendam essa mudana mais facilmente, o professor pode partir de seus contextos imediatos, utilizando uma cano que certamente favorece a identificao com a segunda gerao do Romantismo. O tom pessimista e melanclico da obra musical, que exalta uma mulher idealizada, pode ser comparado ao poema ltimo Soneto, de lvares de Azevedo, cujo eu-lrico tambm lamenta a ausncia de uma mulher.

    Sugesto para a 2 fase romntica

    1 Momento

    Assistindo ao clipe Um minuto para o fim do mundo11

    Nessa cano da banda CPM 22, o sentimentalismo exagerado, a idealizao da mulher, o tdio e a solido so marcantes.

    2 Momento

    Lendo lvares de Azevedo

    Aps a cano, ser mais fcil para os alunos perceberem, no poema ltimo soneto12, essas mesmas caractersticas

    11 Disponvel em: https://www.youtube.com/watch?v=oPYP6J7aoaA. A letra da cano est disponvel em:

    http://letras.mus.br/cpm-22/127044/.

    12 Disponvel em: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/a/ultimoS.htm.

  • 13

    e assim compreenderem o esprito soturno dessa gerao.

    3 Momento

    As cores romnticas

    Comparao entre pintura e literatura por meio de poemas e telas afins.

    Relao entre o Ultrarromantismo e a cano contempornea

    ltimo soneto

    J da noite o palor me cobre o rosto, Nos lbios meus o alento desfalece, Surda agonia o corao fenece, E devora meu ser mortal desgosto!

    Do leito, embalde num macio encosto, Tento o sono reter!... J esmorece O corpo exausto que o repouso esquece... Eis o estado em que a mgoa me tem posto!

    O adeus, o teu adeus, minha saudade, Fazem que insano do viver me prive E tenha os olhos meus na escuridade.

    D-me a esperana com que o ser mantive! Volve ao amante os olhos, por piedade, Olhos por quem viveu quem j no vive!

    lvares de Azevedo

    Um minuto para o fim do mundo

    Me sinto s Mas quem que nunca se sentiu assim Procurando um caminho pra seguir, Uma direo - respostas Um minuto para o fim do mundo, Toda sua vida em 60 segundos Uma volta no ponteiro do relgio pra viver

    O tempo corre contra mim Sempre foi assim e sempre vai ser Vivendo apenas pra vencer a falta que me faz voc De olhos fechados eu tento esconder a dor agora Por favor entenda eu preciso ir embora porque

    Quando estou com voc Sinto meu mundo acabar, Perco o cho sobre os meus ps Me falta o ar pra respirar E s de pensar em te perder por um segundo, Eu sei que isso o fim do mundo

    Volto o relgio para trs tentando adiar o fim, Tentando esconder o medo de te perder quando me sinto assim (...)

    CPM 22

  • 14

    Vale ainda chamar ateno para a oposio estabelecida entre esta gerao e a anterior, cuja produo potica exaltava o dia, as cores da natureza e a alegria de ser brasileiro. No imaginrio dos poetas da gerao Mal do Sculo, h virgens plidas e etreas que, em geral, so causas da constante tristeza e insatisfao do eu-lrico. O desejo fsico inviabilizado pela imaterialidade da mulher e, por isso, o desejo de fugir, de morrer. Esses aspectos tambm esto presentes na msica do grupo CPM 22. Depois da exibio do clipe musical, o professor pode ler o poema ltimo soneto com a turma e desenvolver com eles uma anlise comparativa.

    Em seguida, os alunos podem visualizar essas caractersticas por meio da tela O pesadelo13. Eles devem perceber que as cores so mais escuras e que toda a tela parece mais misteriosa e assustadora. A mulher, plida, vestida de branco e rodeada por elementos sombrios, parece no ter vida. o mesmo que ocorre com a mulher retratada pela gerao mal do sculo, que irreal, etrea, idealizada e inatingvel.

    Figura 4 - O pesadelo, Henry Fuseli, 1781

    13 Disponvel em http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Heinrich_F%C3%BCssli

  • 15

    Em vrias outras canes, tambm possvel notar essa aproximao entre amor e morte, o que pode ser feito de modo bastante dramtico ou irnico e bem-humorado, como fez Cazuza em Exagerado. Alm dele, compositores como Raul Seixas e Renato Russo tambm se abasteceram da fonte ultrarromntica. De modo geral, o gnero rock apresenta forte relao com essa esttica. A preferncia pelo visual gtico, presente em bandas como o Evanescence, aparece associada a canes de apelo pessimista e melanclico.

    Tambm interessante mostrar aos alunos que, alm da msica, os elementos do Ultrarromantismo podem ser vistos atualmente na tev e no cinema. A figura do vampiro, que voltou moda com toda fora a partir da saga Crepsculo, est em sries e filmes. O visual, o ambiente, bem como os demais traos desse personagem atualizam o carter sombrio to marcante na segunda gerao romntica.

    PASSO 3: O DESPERTAR DA CONSCINCIA CRTICA NA TERCEIRA GERAO ROMNTICA

    Aps duas geraes caracterizadas pela idealizao do pas e da mulher, respectivamente o Romantismo d uma guinada em suas propostas e, ainda que permanea com seu tom grandiloquente e subjetivo, passou a lanar um olhar mais crtico sobre o real, deixando um pouco de lado a idealizao que, at este momento, era sua marca registrada. Assim, acompanhando a onda de crticas ao novo sistema, que em nada mudou de fato a vida da maior parte dos brasileiros, os romnticos dessa gerao lanaram um olhar crtico sobre o real, abordando uma questo que j comeava a incomodar os mais intelectualizados: a escravido. Certamente, esse um tema que despertar grande interesse nos alunos, pois nos permite abordar uma questo atual: o preconceito. Por isso, o professor pode introduzi-la a partir da cano contempornea Todo camburo tem um pouco de navio negreiro, do Rappa. Nesse rap, h uma intertextualidade direta com o poema O navio negreiro, de Castro Alves, evidenciando, mais uma vez, a atualidade do esprito romntico.

    O professor pode propor turma que assista ao clipe do grupo. Com a letra da msica impressa, os alunos podem destacar todas as situaes de preconceito e humilhao sofridas pelos negros e mencionadas na msica. Em seguida, eles podem acrescentar outras situaes

  • 16

    de preconceito que tenham testemunhado ou sobre as quais j ouviram falar. Depois, as anotaes podem ser compartilhadas. Essa estratgia certamente ir auxiliar na compreenso da ltima gerao romntica, com seus mritos e seus limites. Afinal, apesar de Castro Alves, que comps o poema mais emblemtico dessa fase, ter contribudo para a denncia dos horrores da escravido, ele no fugiu ao seu tempo e, assim, no pde evitar os esteretipos. Mesmo em suas palavras, o negro focalizado como o outro, distanciado, restrito posio de escravo que, como um mero objeto, permanece sem voz ou identidade. Entretanto, possvel ver atualidade no poema Navio negreiro, como mostra a verso musicada em estilo rap por Caetano Veloso.

    Sugesto para a 3 fase romntica

    1 Momento

    O esprito da terceira gerao ontem e hoje

    A comparao entre trechos de O navio negreiro14, de Castro Alves, e Todo camburo tem um pouco de navio negreiro15, do Rappa, mostram a atualidade da questo do preconceito racial.

    2 Momento

    Assistindo verso musicada de O navio negreiro16

    Verso de Caetano Veloso para o poema emblemtico de Castro Alves.

    3 Momento

    Escapando do camburo

    Nesse momento, o professor pode abordar o tema do preconceito nos dias atuais.

    14 Disponvel em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pdf.

    15 Disponvel em: https://www.youtube.com/watch?v=HzTqM0g0kvg.

    16 Disponvel em http://www.youtube.com/watch?v=9v1hZE8fbDM.

  • 17

    Relao entre Navio negreiro, de Castro Alves e uma cano contempornea Navio negreiro

    I

    'Stamos em pleno mar... Doudo no espao Brinca o luar dourada borboleta; E as vagas aps ele correm... cansam Como turba de infantes inquieta.

    'Stamos em pleno mar... Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro... O mar em troca acende as ardentias, Constelaes do lquido tesouro...

    'Stamos em pleno mar... Dois infinitos Ali se estreitam num abrao insano, Azuis, dourados, plcidos, sublimes... Qual dos dous o cu? qual o oceano?...

    'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas Ao quente arfar das viraes marinhas, Veleiro brigue corre flor dos mares, Como roam na vaga as andorinhas...

    (...)

    IV

    Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de aoite... Legies de homens negros como a noite, Horrendos a danar...

    Negras mulheres, suspendendo s tetas Magras crianas, cujas bocas pretas Rega o sangue das mes: Outras moas, mas nuas e espantadas, No turbilho de espectros arrastadas,

    Todo camburo tem um pouco de navio negreiro

    Tudo comeou quando a gente conversava Naquela esquina al De frente quela praa Veio os homens E nos pararam Documento por favor Ento a gente apresentou Mas eles no paravam Qual nego? qual nego? O que que t pegando? Qual nego? qual nego?

    mole de ver Que em qualquer dura O tempo passa mais lento pro nego

    Quem segurava com fora a chibata Agora usa farda Engatilha a macaca Escolhe sempre o primeiro Negro pra passar na revista Pra passar na revista

    Todo camburo tem um pouco de navio negreiro Todo camburo tem um pouco de navio negreiro

    (...)

    O Rappa

  • 18

    Em nsia e mgoa vs!

    E ri-se a orquestra irnica, estridente... E da ronda fantstica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no cho resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais...

    Presa nos elos de uma s cadeia, A multido faminta cambaleia, E chora e dana ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martrios embrutece, Cantando, geme e ri!

    (...)

    Castro Alves

    importante que eles percebam que Castro Alves destaca a brutalidade e o horror do transporte dos negros da frica para o Brasil, buscando despertar em seus leitores um sentimento de compaixo em relao a essas pessoas que, at ento, no eram consideradas como tais. J a cano do Rappa explora o aspecto da continuidade do preconceito, evidenciando com o refro e com o ttulo o marco inicial dessa situao.

    Vale ainda destacar o tipo de linguagem utilizada por cada um dos textos, pertinente com o contexto e com o objetivo de cada um. Na composio do Rappa, nota-se grande informalidade e quebra dos protocolos gramaticais no intuito de se aproximar da oralidade. Por sua vez, Castro Alves, por ainda trabalhar com marcante subjetivismo, abusa de reticncias, exclamaes e interjeies. Enquanto a marca do poeta romntico a fora do apelo e o empenho na comoo, o grupo musical explora situaes cotidianas de preconceito racial e gera reflexo. A letra do Rappa no quer provocar piedade, mas promover a conscientizao.

    Para finalizar, importante continuar discutindo sobre o preconceito, mas diferente da ideia trabalhada na cano. Embora ainda exista, o preconceito est sendo combatido por meio de aes como o Dia da Conscincia Negra e leis que punem a discriminao. Ento,

  • 19

    seria muito interessante que os alunos pensassem em negros de notoriedade, que, superando o navio negreiro e escapando do camburo, tornaram-se figuras proeminentes na sociedade. No entanto, cabe incentivar os alunos a pensar em figuras que no estejam relacionadas ao esporte ou ao entretenimento, o que tambm vem se tornando uma espcie de esteretipo. fundamental deixar claro que todos, negros ou no, podem ser bem-sucedidos por meio do estudo e do esforo pessoal.

    Uma boa dica seria utilizar a imagem j compartilhada nas redes sociais por ocasio do Dia da Conscincia Negra (20 de novembro). No post17, Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e Joaquim Barbosa, ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, so mostrados como homens que obtiveram xito em segmentos nitidamente dominados por brancos, constituindo-se em marcos do processo de transformao de uma mentalidade ainda bastante preconceituosa.

    Personalidades negras influentes

    Imagem disponvel em:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Barack_Obama

    Imagem disponvel em:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Barbosa

    17 Para acessar a postagem, conecte-se ao Facebook e cole o seguinte endereo em seu navegador:

    http://www.facebook.com/photo.php?fbid=424601517593573&set=pb.239804022739991.-2207520000.1355607887&type=3&theater

  • 20

    20 de Novembro

    Dia da Conscincia Negra

    Houve um tempo em que os negros eram amontoados em um canto de algum navio escravo. Hoje, eles esto ajudando a mudar o mundo.

    Apesar das diferenas entre os dois pases citados, de suas respectivas culturas e das formas singulares com que essas duas naes lidaram com a escravido e com o racismo, a imagem permite valiosa reflexo. O professor pode apresentar o post por meio de um projetor e solicitar aos alunos uma pesquisa mais extensa, na qual podem abordar outras personalidades.

    PASSO 4 AS FIGURAS DE LINGUAGEM NO ROMANTISMO

    O exame de uma esttica literria passa necessariamente pela observao dos principais recursos expressivos utilizados por seus autores. Por isso, importante o professor destacar com os seus alunos as figuras de linguagem mais caractersticas do Romantismo.

    Para iniciar este passo, possvel exibir o vdeo Figuras de linguagem nas msicas, que permite o tratamento do assunto de forma ldica e partindo da experincia da turma. O vdeo apresenta a definio das principais figuras de linguagem com exemplos retirados do cancioneiro popular. Certamente, os alunos iro perceber a riqueza de sentido em muitas letras conhecidas, mas que at ento no tinham analisado. Logo depois do vdeo, o professor pode mostrar as figuras mais marcantes na poesia romntica. Nesse momento, possvel apresentar uma pequena seleo de poemas das trs fases do Romantismo e solicitar aos alunos para que identifiquem, por eles mesmos, as figuras da anttese, comparao, hiprbole, invocao e metfora, cujas definies podem ser previamente colocadas no quadro. Em seguida, o professor pode comparar as respostas da turma.

  • 21

    Trabalho com figuras de linguagem

    1 Momento

    Assistindo ao vdeo Figuras de linguagem nas msicas18

    De modo leve e simples, o vdeo apresenta vrias figuras de linguagem com exemplos fceis de entender.

    2 Momento

    Reconhecendo as figuras de linguagem

    Depois de observarem as definies das principais figuras, os alunos podero identificar aquelas mais marcantes na poesia romntica.

    3 Momento Verificando as respostas

    Comparao entre as respostas da turma.

    Para reforar a observao das principais figuras presentes no Romantismo, interessante que o professor elabore um pequeno quadro expositivo como o que segue. O quadro pode utilizar somente os poemas analisados pelos alunos ou ser enriquecido com outros exemplos.

    AS FIGURAS DE LINGUAGEM NA POESIA ROMNTICA

    FIGURA DE

    LINGUAGEM

    CONCEITO

    EXEMPLO DA POESIA ROMNTICA

    METFORA

    Trata-se de uma figura do pensamento, do raciocnio, da comparao implcita entre palavras ou expresses, relacionando algo mais concreto da realidade a algo mais abstrato. H o uso da imaginao e substituio das palavras.

    A vida combate.

    (Cano do tamaio, de Gonalves Dias 1. gerao romntica)

    18 O vdeo est disponvel em: https://www.youtube.com/watch?v=xJPNC8c3LlI.

  • 22

    COMPARAO

    Expressa aproximao de dois seres ou coisas pelas suas caractersticas, usando a partcula como.

    Legies de homens negros como a noite

    (Navio negreiro, de Castro Alves 3. gerao romntica)

    ANTTESE

    Emprego de palavras que se opem quanto ao sentido.

    Olhos por quem viveu quem j no vive!

    (ltimo soneto, de lvares de Azevedo, 2. gerao romntica)

    INVOCAO

    Tambm conhecida como apstrofo, essa figura consiste na interpelao ou chamamento do ouvinte ou leitor.

    me do cativo!

    (A me do cativo, de Castro Alves 3. gerao romntica)

    HIPRBOLE

    A figura da hiprbole consiste na expresso de uma ideia com exagero.

    Mil arcos se encurvam, Mil setas l voam, Mil gritos reboam, Mil homens de p

    (O canto do guerreiro, Gonalves Dias 1. gerao do romntica)

    Ao final desta primeira sequncia, cabe verificar o que o aluno aprendeu sobre a poesia romntica. Assim, importante que o professor avalie se a turma conseguiu desenvolver habilidades como relacionar essa manifestao esttica com o seu contexto histrico-cultural, identificar os traos caractersticos de cada gerao potica e, ainda, reconhecer as figuras de linguagem mais marcantes na produo literria desse perodo. Alm disso, considerando a abordagem dos povos e culturas indgena e negra nas fases indianista e condoreira, respectivamente, fundamental verificar se aluno capaz de identificar esteretipos e refletir criticamente acerca do tema da discriminao.

  • 23

    SEQUNCIA DIDTICA 2: PRODUZINDO RESUMOS Nesta segunda sequncia didtica, o objetivo apresentar e analisar as principais caractersticas do gnero resumo, a fim de que os alunos desenvolvam a habilidade de produzi-los.

    Eixo Leitura:

    Reconhecer a importncia da enumerao e da eliminao como processos para a elaborao do resumo.

    Produo Textual:

    Produzir resumos dos textos crticos que analisam os textos literrios estudados.

    PASSO 1: CARACTERIZANDO O GNERO RESUMO

    Durante o perodo escolar, importante que o aluno tenha contato com o maior nmero possvel de gneros textuais a fim de que possa se tornar proficiente na leitura e na escrita. Alm disso, alguns desses gneros cumprem tambm a funo de auxili-los no estudo de qualquer disciplina, uma vez que so ferramentas teis para a explorao e sntese de um texto. Um desses gneros o resumo, cujo intuito , a partir da leitura e compreenso do texto-base, sintetizar em poucas linhas o que houver de mais relevante no texto.

    J cursando o segundo ano do Ensino Mdio e, portanto, conhecedores dos mais diversos gneros textuais, literrios ou no, os alunos estariam aptos a produzir bons resumos de textos de qualquer rea do conhecimento. No entanto, graduar a dificuldade, partindo de textos mais simples e menores para os mais complexos e maiores pode ser uma estratgia positiva, uma vez que um bom resumo depende da compreenso do texto-base.

    O professor pode, ento, iniciar sua atividade pela leitura de resumos, e no pelo texto-base. A ideia mostrar que, quando o resumo bom, a compreenso do prprio texto-base se torna mais fcil. Entretanto, no podemos deix-los crer que o resumo substitui o texto integral. Por isso, importante que eles iniciem a tarefa pela leitura de dois resumos, um bom e um ruim, a fim de que possam compar-los e, posteriormente, apontar o mais adequado. Para que a tarefa surta o efeito necessrio, eles no devem saber qual dos resumos o mais pertinente.

  • 24

    Texto-base

    Criao ou Descoberta19

    Fala-se muito no grande abismo entre cincia e arte, a primeira lgica, objetiva, enquanto a segunda intuitiva, subjetiva. O poeta ingls John Keats acusou seu conterrneo Isaac Newton de ter "desfiado o arco-ris" com suas explicaes fsicas sobre a difrao da luz. Ou seja, explicar racionalmente algo de belo que existe no mundo insultar a sua existncia, tirar a sua poesia.

    o velho problema das "Duas Culturas", que o escritor e fsico ingls C.P. Snow, em um pronunciamento de 1959, acusou de estar levando desintegrao sociocultural, fossilizao da criatividade moderna. Segundo ele, apenas a reintegrao das duas culturas levar a humanidade a novas respostas para alguns de seus maiores desafios.

    Um leitor desta coluna me escreveu recentemente pedindo que eu esclarecesse a distino entre descoberta e criao. Mais especificamente, a diferena entre as duas dentro da cincia.

    Ns criamos ou descobrimos a cincia? Ser que as nossas teorias e os nossos teoremas esto codificados de algum modo na natureza e tudo o que faz um cientista "descobri-los", levantar a coberta que os esconde, revelando seu significado? Ou ser que os criamos, usando nossa intuio, observao e lgica? (...)

    Marcelo Gleiser

    19 Trata-se de um artigo de Marcelo Gleiser publicado pela Folha de So Paulo em 14/09/2003. O professor

    poder encontrar o texto na ntegra em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u10092.shtml.

  • 25

    Resumo 120 (Mais adequado)

    Em seu texto publicado na Folha de So Paulo, Marcelo Gleiser levanta a seguinte questo: afinal, a cincia uma criao humana ou apenas uma descoberta? Para muitos, cientista aquele que revela o sentido oculto das coisas pr-existentes, enquanto que o artista cria o que no existia antes. No entanto, Gleiser acredita que a cincia uma criao do homem, assim como a arte o , apesar de obedecerem a critrios diferentes. Como exemplo, ele cita a gravidade, que ao longo da histria foi explicada de maneiras distintas por Aristteles, Newton e Einstein, mas que poder encontrar novas possibilidades de explicao medida em que o conhecimento cientfico avana. Portanto, finaliza Marcelo, a viso cientfica uma construo humana em constante transformao e o que se descobre so novos modos de criar.

    Resumo 221 (Equivocado)

    O texto desenvolve brilhantemente uma dialtica entre arte e cincia. A cincia essencialmente uma obra de arte. O prprio crebro humano capaz de conceber o pensamento artstico tanto quanto o cientfico. Cientistas de diferentes pocas explicam o mesmo fenmeno de modos diversos. A concepo de mundo evolui em funo do tempo e do conhecimento, os quais, equacionados pela extraordinria capacidade humana de pensar, convergem para uma criao que se renova. Eu no concordo com essa ideia, mas o texto timo.

    Aps a leitura, os alunos certamente percebero que o segundo resumo no apresenta informaes essenciais, como o autor do texto-base e o local de sua publicao. Dessa forma, tem-se a impresso de que as ideias apresentadas pertencem ao autor do resumo, o que

    20 Disponvel em http://saladeestudoscentrodecursos.blogspot.com.br/2012/03/genero-textual-resumo.html.

    21 Adaptado de http://saladeestudoscentrodecursos.blogspot.com.br/2012/03/genero-textual-resumo.html.

  • 26

    tambm se confirma pela ausncia de expresses conformativas como segundo o autor ou de acordo com as ideias de. Esse texto tambm no apresenta um fluxo coerente de ideias, que seriam decorrentes do pleno entendimento da lgica do texto de Gleiser. Na verdade, esse resumo assemelha-se a um amontoado de frases que, em vez de sistematizar o texto de forma lgica, apresenta-nos apenas o conhecimento sobre seu contedo.

    Outro erro cometido pelo autor desse resumo a insero de julgamentos sobre o texto, como na primeira frase (brilhantemente) e na ltima (Eu no concordo com essa ideia, mas o texto timo.). Nos resumos, no facultado quele que resume o direito de julgar o texto ou as ideias trabalhadas pelo autor do texto-base. Essa uma tarefa de outro gnero textual, a resenha (a ser visto no prximo ciclo). Ao fazermos um resumo, necessrio deixar a subjetividade de lado, concentrando-se nas ideias principais apresentadas pelo texto, e no nas informaes que ns julgamos importantes ou que mais nos agradam.

    Ao lerem o texto de Marcelo Gleiser, os alunos podem ser orientados a perceber que o principal desse texto consta no primeiro resumo. Vale ainda destacar que, mesmo se fosse possvel acrescentarmos outras informaes, esse texto j cumpre seu papel: sintetizar o texto-base estimulando no leitor o desejo de l-lo na ntegra ou servir como fonte de estudo.

    PASSO 2: ELABORANDO UM ROTEIRO PARA RESUMOS

    Outra atividade importante mostrar aos alunos que os resumos tambm podem aparecer sob a forma de gneros textuais de linguagem hbrida, como quando so explorados pela indstria cinematogrfica na promoo de filmes. So os trailers, que guardam em relao aos resumos tradicionais uma diferena fundamental: eles devem apresentar o enredo da histria em seus aspectos principais, mas sem jamais revelar o fim. Nesse caso, o resumo deve despertar apenas o desejo de assistir ao filme. O professor pode, ento, selecionar um ou mais trailers de filmes que, de alguma forma, se relacionem ao Romantismo e pedir-lhes que registrem, em grupos, as caractersticas especficas dessa espcie de resumo.

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    O formato de trailers de filmes

    1 Momento

    Trailer romntico

    Apresentao de outro formato de resumo.

    2 Momento

    Registro das caractersticas do trailer

    Anotao das principais caractersticas desse tipo de resumo.

    Escolher filmes que se relacionem temtica romntica pode ser um meio eficaz de facilitar a aprendizagem do gnero, ao mesmo tempo em que mantm a turma focada nas especificidades desse estilo de poca. Como sugesto, possvel usar o trailer do filme Os miserveis22, lanado nos cinemas no incio de 2013. Adaptado do romance homnimo do escritor francs Victor Hugo, o filme ajuda a apresentar os temas e as solues estticas adotadas pelo Condoreirismo europeu, que inspirou o engajamento social na poesia da terceira fase do Romantismo brasileiro.

    Os alunos devem perceber que, no caso dos trailers, alm do hibridismo da linguagem, misturam-se duas vozes: a dos personagens (por meio de trechos do filme) e a do narrador. Essas vozes se mesclam e, uma aps a outra, vo nos contando uma histria que se torna fascinante tambm pela sobreposio das imagens. Assim, surge a vontade, ou no, de assistir ao filme. No caso dos resumos de textos escritos, transcrever trechos no permitido, sendo necessria a utilizao de parfrases23, como eles perceberam na etapa anterior.

    Na sequncia, o professor tambm pode propor a leitura de resumos de textos pertencentes a variados gneros textuais escritos, sempre os incentivando a perceber que,

    22 O trailer do filme est disponvel em https://www.youtube.com/watch?v=Xci7p9sOvrs. Para mais informaes

    sobre essa adaptao cinematogrfica, ver: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-190788/.

    23 Para o trabalho com parfrase, o professor pode se valer das sugestes presentes no plano de aula disponvel

    em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18406.

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    nesses casos, a estrutura bsica se manter. Assim, ser possvel apresentar aos alunos um roteiro que sirva de base para a produo de resumos a partir de qualquer gnero textual, como o que foi elaborado pelo Manual de Redao da PUC-RS, adaptado para o quadro a seguir.

    ROTEIRO PARA ELABORAO DE RESUMOS Ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as ideias que parecerem

    mais significativas primeira leitura;

    Identificar o gnero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma receita, um discurso poltico, um relato cmico, um dilogo etc.);

    Identificar a ideia principal, o tpico frasal (s vezes, essa identificao demanda selees sucessivas);

    Identificar a organizao - articulaes e movimento - do texto (o modo como as ideias secundrias se ligam logicamente principal);

    Identificar as ideias secundrias e agrup-las em subconjuntos (por exemplo: segundo sua ligao com a principal, quando houver diferentes nveis de importncia; segundo pontos em comum, quando se perceberem subtemas);

    Identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparaes e outras vozes que ajudam a entender o texto, mas que no devem constar no resumo formal);

    Esquematizar o resultado desse processamento, escrevendo em tpicos as ideias selecionadas para compor o resumo;

    Escrever o resumo propriamente dito, compondo o texto em pargrafos com as anotaes que antes estavam em tpicos.

    (Fonte: Manual de Redao da PUC-RS. Adaptado. Disponvel em: http://www.pucrs.br/manualred/resumos.php)

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    PASSO 3: PRODUZINDO RESUMOS

    Nesta etapa, aps a exposio terica, importante que os alunos produzam seus prprios resumos, atividade que inicialmente pode ser feita em dupla. Para facilitar a tarefa, o professor pode fazer uma reviso geral do Romantismo, anotando no quadro, em tpicos, todas as informaes para a turma, como no quadro a seguir.

    O ROMANTISMO POESIA 1. Contexto histrico

    2. Caractersticas da primeira gerao

    3. Caractersticas da segunda gerao

    4. Caractersticas da terceira gerao

    Aps esta breve reviso, o professor pode distribuir para as duplas um texto crtico. A ideia que a turma trabalhe com textos tericos sobre poemas romnticos ou sobre a prpria esttica do Romantismo. Cada dupla, ento, produziria um resumo. Se achar conveniente, o professor pode, antes desta atividade, elaborar, ele mesmo em conjunto com a turma, um resumo coletivo, no quadro-negro, de algum texto terico, como um captulo ou trecho do livro didtico. Este resumo pode permanecer no quadro, servindo de modelo para a elaborao dos resumos da turma.

    As atividades desta ltima etapa constituem uma tima forma de trabalhar o gnero resumo e consolidar o aprendizado sobre a poesia romntica. Por isso, para finalizar, o professor pode pedir s duplas que leiam seus resumos, momento no qual ser compartilhado o conhecimento produzido. Alm disso, ser possvel verificar como so diferentes os resumos feitos a partir de um mesmo texto-base. A comparao entre eles permitir confrontar erros e acertos para aperfeioar a produo.

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    Ao final desta sequncia, espera-se que o aluno tenha condies de identificar no resumo um gnero que apresenta as principais informaes presentes no texto-base. Tambm importante verificar se a turma compreendeu o valor do gnero como ferramenta de aprendizagem e fixao de contedos diversos. Alm disso, na produo de seus prprios textos, os alunos ainda precisam reconhecer a importncia dos processos de enumerao e eliminao para a elaborao de resumos.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    A fim de que voc no se limite a essas sugestes e possa ampliar o planejamento de suas aulas e avaliaes, listamos e comentamos, a seguir, algumas das mais significativas e acessveis publicaes que podem enriquecer o trabalho com as habilidades focalizadas neste ciclo.

    LEITURA

    Relacionar os modos de organizao da linguagem na Literatura s escolhas do autor, tradio literria e ao contexto social da poca.

    Identificar nas obras esteretipos e discriminaes quanto presena negra e indgena.

    Distinguir as trs geraes do Romantismo brasileiro.

    Livros tericos:

    BOSI, Alfredo. Histria concisa da Literatura Brasileira. So Paulo: Cultrix, 1994, p. 91-126.

    O livro traz uma abordagem terica, formal e mais detalhada que trata dos aspectos histricos, das caractersticas do Romantismo, da diversidade de autores, da anlise de poesias e de das geraes romnticas. Destaque para a reflexo sobre a influncia do mito do bom selvagem de Jean- Jacques Rosseau em Gonalves Dias.

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    LEDO, Terezinha de Oliveira. Manual de literatura: literatura portuguesa, literatura brasileira. So Paulo: DCL, 2003, p. 193- 214.

    O livro explica o Romantismo de uma forma verstil, objetiva, resumindo os principais aspectos histricos, as fases romnticas: nacionalista ou indianista, mal- do- sculo ou gerao byroniana e condoreira, seus autores e poemas mais conhecidos.

    OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de. Minimanual compacto de literatura brasileira: teoria e prtica. So Paulo: Rideel, 2003, p. 92- 108, p. 118- 146.

    De maneira esclarecedora, a autora explica a distino entre Arcadismo e Romantismo na apresentao do Romantismo, faz uma sntese das questes histricas, artsticas e literrias. Alm disso, usa imagens ao tratar dos autores das geraes romnticas e expe suas principais poesias. Ao final, h questes de vestibular que podem ajudar o aluno a compreender melhor as poesias desse movimento literrio.

    Livros didticos:

    ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M.; PONTARA, Marcela. Portugus: contexto, interlocuo e sentido. So Paulo: Moderna, 2008. 2 v. p.p. 30-93.

    O segundo volume da coleo aborda a esttica romntica. So trs captulos da primeira unidade dedicados ao estudo da poesia, com cada um deles tratando de uma das geraes do Romantismo brasileiro. Alm de detalhado panorama histrico, o livro levanta os principais traos da esttica em cada fase, incluindo exemplos da produo dos poetas mais importantes. O texto tambm disponibiliza imagens da pintura romntica e d sugestes de outras mdias e referncias teis para o aprofundamento do estudo.

    CAMPOS, Elizabeth Marques; CARDOSO, Paula Marques; ANDRADE, Slvia Letcia de. Viva Portugus. So Paulo: tica, 2010. 2 v. p.p. 83-110.

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    O captulo 2 da unidade 2 trata da produo em poesia do Romantismo com destaque para os principais autores das trs geraes da esttica. Ao final do captulo, h uma seo que convida reflexo dos alunos sobre os problemas atuais da sociedade brasileira, numa forma de relacionar produes contemporneas com a terceira fase romntica.

    CEREJA, William Roberto, MAGALHES, Thereza Analia Cochar. Literatura Brasileira: 2 grau. So Paulo: Atual, 1995, p. 96- 149.

    Com um estilo marcado por imagens, quadros, sugestes de filmes, pinturas e msicas, o leitor pode compreender melhor o Romantismo. Alm disso, o texto dispe de uma explicao sobre a histria, a arte, as caractersticas da linguagem romntica, as geraes, autores, poemas e exerccios.

    USO DA LNGUA

    Identificar as figuras de linguagem presentes na esttica romntica. Identificar a existncia de diferentes classes de palavras. Reconhecer e utilizar diversas marcas modais dos verbos.

    Livros tericos:

    AZEREDO, Jos Carlos de. Iniciao Sintaxe do Portugus. 8 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar: 2000, p. 122-123.

    Na seo modalidade do captulo Sintaxe e discurso, o Professor Jos Carlos de Azeredo trata das diversas marcas modais do verbo entre as expresses de modalidade, oferecendo ao leitor uma abordagem da apreciao do locutor sobre o contedo proposicional das oraes, seus interesses e intenes quanto s tarefas da enunciao.

    BECHARA, Evanildo Cavalcante. Moderna gramtica portuguesa. 37 ed,. ver. Ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, p. 112- 332.

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    A obra traz o conceito, as categorias, exemplos literrios e cotidianos de cada classe gramatical. Destaque para o uso dos artigos definidos e indefinidos e para a reflexo sobre os sentidos dos pronomes indefinidos e adjetivos em funo da posio que exercem na orao.

    CUNHA, Celso, CINTRA, Lus F. Lindley. Nova gramtica do portugus contemporneo. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 177- 592.

    A obra expressa cada classe gramatical, usando conceitos, quadros explicativos e exemplos literrios e cotidianos. Destaque para o estudo da distino entre os artigos definidos e indefinidos e os casos de emprego e omisso do artigo. Alm disso, interessante a anlise sobre a posio do adjetivo e seus efeitos de sentido.

    DE PINILLA, Maria da Aparecida Meireles. Algumas reflexes a respeito das classes de palavras. In.: VIEIRA, Silvia Rodrigues & BRANDO, Silvia Figueiredo (orgs.). Morfossintaxe e ensino de portugus: reflexes e propostas. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras/UFRJ, 2004. pp. 113-124.

    Neste artigo, inicialmente, destaca-se a relevncia da classificao das palavras e, em seguida, comprova-se, por dados estatsticos, que exerccios de reconhecimento das categorias gramaticais so os mais recorrentes em aulas de Lngua Portuguesa. Desse modo, sintetizam-se diferentes pesquisas sobre o tema, as quais representam subsdios tericos fundamentais para que o estudo das classes de palavras no se limite ao ensino de nomenclaturas. Ao final, apontam-se propostas concretas de ensino.

    RIBEIRO, Manuel Pinto. Gramtica aplicada da lngua portuguesa. Rio de Janeiro: Metfora, 2002, p. 156- 238,345- 354.

    Alm de uma boa abordagem sobre classes de palavras, o autor oferece ao leitor um panorama de figuras de linguagem, tratando das figuras de palavras, sintaxe e de pensamento. Destaque para a explanao sobre metforas com conceitos de diversos autores, tipos, exemplos literrios e cotidianos.

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    Reconhecer a importncia da enumerao e da eliminao como processos para a elaborao do resumo.

    Livros tericos:

    MACHADO, Anna Rachel et alii. Resumo. So Paulo: Parbola Editorial, 2004. (Coleo Leitura e Produo de. Textos Tcnicos e Acadmicos).

    A autora explicita a funo e a estrutura desse gnero acadmico e, a partir da anlise de resumos produzidos por alunos, descreve os diferentes tipos de resumo, comentando falhas estruturais recorrentes.

    GARCIA, Othon Moacir. Comunicao em prosa moderna. 26. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.

    No captulo I da Terceira Parte da obra, intitulado O pargrafo como unidade de composio (pp. 219 229), o autor descreve, com vasta exemplificao, a estrutura do pargrafo. Apresenta, ainda, estratgias para a construo de tpicos frasais, s quais podero ser teis no s identificao das ideias centrais de um texto como tambm produo de resumos.

    PRODUO TEXTUAL

    Produzir resumos dos textos crticos que analisam os textos literrios estudados.

    Livros tericos:

    FIORIN, Jos Luiz, SAVIOLI, Francisco Plato. Para entender o texto: leitura e redao. 16 ed. So Paulo: tica, 2006, P. 420- 425.

    No que tange ao assunto Resumo, o autor aborda de forma simples e objetiva o seu conceito e d sugestes para sua elaborao. Aliado a isso, fornece um texto comentado e seu resumo. No fim, prope um exerccio de sntese a partir de um texto.

  • 35

    GARCIA, Othon Moacyr. Comunicao em prosa moderna. 21 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002, p.201-203, p.348- 350, p. 473- 477.

    Na seo Parfrase e resumo do captulo Como enriquecer o vocabulrio, o autor explica a distino entre parfrase e resumo, dando uma noo de como feita a sntese de uma poesia.

    Na quinta parte do livro, a seo Fichas de resumo apresenta uma sugesto de como organizar a essncia do pensamento do autor, elaborando notas de leitura.

    Ao tratar do pargrafo, na seo Tpico frasal, desenvolvimento, resumo, titulao e imitao de pargrafos, o autor prope exerccios que incluem o trabalho da sntese a partir de trechos de livros.