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ESTAÇÃO DIGITAL – MANUAL DE GESTÃO 1 FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL

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Manual de Gestão da Estação Digital

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Estação Digital – Manual DE gEstão

1 FunDação Banco Do Brasil

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Estação Digital – Manual DE gEstão

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Fundação Banco do Brasil

Presidente

Jorge Alfredo Streit

Diretores Executivos

Éder Marcelo de Melo

Dênis Corrêa

Gerente de Educação e Cultura

Marcos Fadanelli Ramos

Créditos

Grupo de Trabalho

Fábio Oliveira Paiva

Helem Evangelista Braga

Refael Luiz Aguilar

Vilmar Simion Nascimento

Wesley Dias do Nascimento

Projeto Gráfico

Versal Multimídia

Diagramação

Helem Evangelista Braga

Vilmar Simion Nascimento

Fundação Banco do BrasilPrograma Inclusão Digital

SCN Quadra 1, Bloco A, Edifício Number One, 10º andar

Brasília – DF. CEP: 70711-900

Telefones: 61-3310-1900 / 3310-1930

www.fundacaobancodobrasil.org.br

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iEstação Digital – Manual DE gEstão

3 FunDação Banco Do Brasil

Índice

Sociedade da informação e a Exclusão Digital.................................................06Exclusão Digital no Brasil................................................................................07Principais programas de inclusão digital........................................................09Estações Digitais.............................................................................................. 13Para que serve uma Estações Digitais.............................................................. 14

Projeto Político-Pedagógico.............................................................................17Montando o Projeto Pedagógico da Estação Digital........................................17Planejamento pedagógico................................................................................20

Gestão da Estação Digital.................................................................................22O time da Estação Digital.................................................................................24Rotinas da Estação Digital.............................................................................30 Gestão financeira..............................................................................................36Captação de recursos....................................................................................41 Apropriação pela comunidade.......................................................................47 Manutenção dos equipamentos......................................................................49

Comunicação Comunitária..............................................................................52Divulgando a Estação Digital............................................................................52Padronização Visual da Estação Digital.........................................................55 Promoção e marketing contínuos.....................................................................60Anexo 1 - Geração de conteúdo........................................................................61Anexo 2 - Gerenciador da Estação Digital........................................................66

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AApresentação

A Fundação Banco do Brasil completa 25 anos de atuação em 2010. Ao longo desse período, a Instituição tem promovido, em todo o país, o desenvolvimento social em conjunto com as comunidades participantes de seus programas.

Suas atividades institucionais são fundamentadas em tecnologias sociais, com foco em educação e em geração de trabalho e renda, principalmente nas regiões Norte e Nordeste e nas periferias dos grandes centros urbanos.

A intervenção social é aprimorada continuamente e incorpora abordagens que valorizam as dimensões humana, cultural, econômica e ambiental. O propósito é promover o desenvolvimento social de forma solidária e sustentável, por intermédio da mobilização das pessoas, articulação de parcerias e multiplicação de soluções sociais.

O Programa Inclusão Digital nasceu para fortalecer experiências e ações que busquem a melhoria das condições econômicas, sociais, culturais e políticas das comunidades por meio do acesso às tecnologias da informação e comunicação.

Por meio das estações digitais, são disponibilizados equipamentos e pessoal capacitado para mediar a relação das pessoas com a informação e a tecnologia. Para contribuir com a questão da acessibilidade física e virtual, oferecemos aos educadores sociais e aos usuários o presente Caderno da Estação Digital onde encontrarão informações para o fortalecimento e aprimoramento de suas atividades.

A mobilização e articulação sociais geradas pelas estações digitais objetivam dar condições para que as próprias comunidades sejam protagonistas de sua transformação social.

Boa leitura.

Jorge StreitPresidente

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SSociedade da informação e a exclusão digital

Assistir à televisão, falar ao telefone, movimentar a conta no terminal bancá-rio e pela Internet, verificar multas de trânsito, comprar discos, trocar men-sagens com o outro lado do planeta, pesquisar e estudar, são hoje atividades cotidianas, no mundo inteiro e no Brasil. Rapidamente nos adaptamos a es-sas novidades e passamos “em geral, sem uma percepção clara nem maiores questionamentos” a viver na Sociedade da Informação, uma nova era em que a informação flui a velocidades e em quantidades há apenas poucos anos ini-magináveis, assumindo valores sociais e econômicos fundamentais.

Como essa revolução vem acontecendo? Que conseqüências têm trazido para as pessoas, as organizações e o conjunto da sociedade? São perguntas cuja importância mal percebeu e que, na maioria das vezes, não nos preocupamos em responder.

Subjacente a todas aquelas atividades corriqueiras está uma imensa malha de meios de comunicação que cobre países inteiros, interliga continentes e chega às casas e empresas: são fios de telefone, canais de microondas, linhas de fibra ótica, cabos submarinos transoceânicos, transmissões via satélite.

São computadores, que processam informações, controlam, coordenam e tor-nam compatíveis os diversos meios. Aglutinando e dando sentido à estrutura física, estão às pessoas que a operam ou dela se utilizam. Tal são a capacidade de transmissão e a qualidade dos serviços oferecidos, que o usuário nem se dá conta de todo o complexo aparato que apóia esses serviços, e a maioria das pessoas não tem a menor idéia de como é feita a comunicação “se pela trans-missão sem fio de um telefone celular, pelo canal de um satélite em órbita, ou por um cabo no fundo do oceano. O conjunto desses recursos forma uma ver-dadeira ”super-estrada” de informações e serviços freqüentemente chamada de “infovia” ou “supervia”.

A sociedade da informação deve ser resultado da colaboração entre diferentes parceiros, nos níveis local, nacional e internacional. O compartilhamento das responsabilidades entre governantes, organizações privadas e a sociedade civil é modelo básico de apoio à sociedade da informação. O setor privado é o que dispõe da maior capacidade de investimento e de inovação, do dinamismo e das condições de ação abrangente e ao mesmo tempo capilarizada.

Consequentemente, este setor, em colaboração com diferentes grupos de usu-ários, deve tomar a dianteira do investimento em tecnologias e aplicações.

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Essa parceria deve também estar voltada para o desenvolvimento de produ-tos de alta qualidade e serviços inovadores que criem oportunidades de novos mercados e a melhoria das condições de vida de todos os indivíduos. O gover-no, nos níveis federal, estadual e municipal, tem o papel de assegurar o aces-so universal às tecnologias de informação e comunicação e a seus benefícios, independentemente da localização geográfica e da situação social do cidadão, garantindo níveis básicos de serviços, estimulando a interoperabilidade de tecnologias e de redes.

Além disso, cabe ao governo estimular e viabilizar a participação de minorias sociais e outros segmentos marginalizados, os pequenos negócios, bem como as organizações sem fins lucrativos, de modo que esses segmentos possam ter acesso aos benefícios que a sociedade da informação possa proporcionar.

Cabe ainda estabelecer condições equânimes de competição entre os diferen-tes agentes econômicos, sem inibir as iniciativas de investimento e de novos negócios e implementar não só políticas públicas, mas também um aparato regulador e legal, harmônico e flexível, que proteja os interesses dos cidadãos e estimule o desenvolvimento do setor privado. A sociedade civil deve zelar para que o interesse público seja resguardado, buscando organizar-se para moni-torar e influenciar, sistematicamente, os poderes públicos e as organizações privadas.

Exclusão Digital no Brasil

Vivemos a era da informação. Com as novas tecnologias cada vez mais freqüen-tes e com o rompimento de barreiras diárias, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC´s) estão deixando as distâncias entre povos e lugares cada vez menores. Passar e-mail, gravar um arquivo, ligar no celular e pesquisar informações na internet passaram a ser expressões diárias e comuns, e cada vez mais vão facilitando a vida das pessoas.

Os serviços bancários estão cada vez mais práticos e ágeis, mesmo com a fra-gilidade da segurança da internet. Assistir ao vivo votações políticas e as com-petições esportivas dão mais vida aos aparelhos televisores, que agora também servem para fazer vídeo conferências. E os celulares que, além de tirarem fo-tos, agora também fazem vídeos e os enviam pela própria internet, em tempo real, para qualquer lugar do mundo. Os médicos já operam pacientes em ou-tros continentes, sem sair de seus consultórios e os deficientes visuais já con-seguem fazer transferências e consultar seu saldo bancário sem sair de casa.

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O agricultor no interior de qualquer estado brasileiro já consegue, via internet, saber a previsão de chuva ou acessar o site da Embrapa para conhecer a tec-nologia do plantio da mamona e conhecer o resultado ambiental com o uso do biodiesel.

Todas essas tecnologias facilitam nossas vidas e ao mesmo tempo abrem novas oportunidades. Ajudam também a desenvolver as comunidades, pois facilita e democratiza o acesso à informação.

Porém, a rápida disseminação da informática junto com todos os seus benefí-cios e oportunidades, acabou criando uma nova camada de excluídos na socie-dade: os Excluídos Digitais. Trata-se das pessoas que, por algum motivo, ainda não possuem acesso a essas ferramentas.

Em 2003, a Fundação Getúlio Vargas publicou o Mapa da Exclusão Digital como um instrumento para pautar políticas públicas e investimentos sociais de empresas e órgãos de governo. O mapa demonstra que apenas 12,46% da população brasileira têm acesso a computadores e 8,31% à Internet. Comuni-dades de baixa renda têm dificuldade maior no acesso às Tecnologias de Infor-mação e Comunicação, devido à exclusão social a que estão submetidas.

No início do milênio, o uso da tecnologia da informação vem transformando o dia-a-dia de muitos indivíduos. De um conceito de Inclusão Digital relacio-nado ao acesso, passou-se para uma nova perspectiva relacionada à relação humana - um fator preponderante para o desenvolvimento individual e co-letivo. As novas tecnologias não devem ser usadas como mais um fator para separar países desenvolvidos dos em desenvolvimento, mas que seu uso deve estar voltado para melhorar a vida das pessoas através da educação, criação de novas oportunidades de trabalho e renda, difusão da informação e redução da exclusão digital.

A apropriação empreendedora dessas tecnologias é um instrumento facilita-dor para o desenvolvimento regional sustentável, criando condições reais de aprendizagem, trocas de informações e qualificação para o mercado de traba-lho. A Inclusão Digital, a partir da capacidade empreendedora da comunidade, resultará em oportunidades de geração de trabalho e renda, conseqüentemen-te melhorando a qualidade de vida local. Entre as inúmeras opiniões acerca da Inclusão Digital há um consenso: o de que o desenvolvimento socioeconômico e político deste século passa pelo domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação.

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Como escreveu o professor Manuel Castells, da Universidade da Califórnia, Berkeley, em seu livro A Galáxia da Internet (2001: 269):

A Inclusão Digital deve favorecer a apropriação da tecnologia de forma cons-ciente, que torne o indivíduo capaz de decidir quando, como e para quê uti-lizá-la. Do ponto de vista de uma comunidade, a Inclusão Digital significa aplicar as tecnologias a processos que contribuam para o fortalecimento de suas atividades econômicas, de sua capacidade de organização, do nível edu-cacional e da auto-estima de seus integrantes, de sua comunicação com ou-tros grupos, de suas entidades e serviços locais e de sua qualidade de vida.

Iniciativas de promoção da Inclusão Digital estariam, então, diretamente rela-cionadas à motivação e à capacidade para a utilização das TIC´s de forma crí-tica e empreendedora, objetivando o desenvolvimento pessoal e comunitário.

Apropriando-se destes novos conhecimentos e ferramentas, os indivíduos po-dem desenvolver uma consciência histórica, política e ética associada a uma ação cidadã e de transformação social, ao mesmo tempo em que se qualificam profissionalmente.

Principais programas de inclusão digital

No Brasil, a Inclusão Digital tornou-se política pública de Governo, tanto no âmbito Federal, quanto Estadual, em alguns casos. São alguns exemplos des-ses programas:

“Desenvolvimento sem a Internet seria o equivalente a industrializa-ção sem eletricidade na era industrial. É por isso, que a declaração freqüentemente ouvida sobre a necessidade de se começar com os problemas reais do Terceiro Mundo? ? designando com isso: saúde, educação, água, eletricidade e assim por diante ? antes de chegar a Internet, revela uma profunda incompreensão das questões atuais relativas ao desenvolvimento.

Porque, sem uma economia e um sistema de administração baseados na Internet, qualquer país tem pouca chance de gerar os recursos necessários para cobrir suas necessidades de desenvolvimento, num terreno sustentável em termos econômicos, sociais e ambientais.”

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Estações Digitais - Fundação Banco do Brasil

Sempre com o apoio de um parceiro local, a iniciativa busca aproximar o computa-dor da vida de estudantes, donas-de-casa e trabalhadores, economizando tempo e dinheiro, criando novas perspectivas e melhorando a qualidade de vida da po-pulação

Ele consiste em Estações Digitais im-plantadas nas comunidades que não têm acesso a essas tecnologias, em parce-ria com entidades locais e organizações do Terceiro Setor. Sempre que possível, busca-se o fortalecimento dessa ação in-tegrando-a a outros programas já desen-volvidos pela Fundação.

Desde 2004 foram instaladas mais de 300 unidades pelo Brasil. Localizadas em regiões de baixo IDH (índice de desenvolvimento humano), as Estações possuem capacidade de atender de 500 a 1.000 pessoas por mês e estão inte-gradas a arranjos produtivos locais.

Saiba mais: www.estacaodigital.org.br

Computadores para inclusão

O Projeto Computadores para Inclusão - Projeto CI envolve a administração fede-ral e seus parceiros num esforço conjunto para a oferta de equipamentos de infor-mática recondicionados, em plenas con-dições operacionais, para apoiar a disse-minação de telecentros comunitários e a informatização das escolas públicas e bibliotecas.

Com este esforço, está sendo criada uma rede nacional de reaproveitamento de equipamentos usados, recondicionados

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por jovens em formação profissionalizante, em oficinas que deverão proli-ferar em diversas partes do país.

As oficinas são denominadas Centros de Recondicionamento de Computado-res (CRCs), espaços físicos adaptados para o processo de recepção de equipa-mentos usados, triagem, recondicionamento, armazenagem, entrega e descar-te ambientalmente correto de componentes não aproveitáveis.

www.computadoresparainclusao.gov.br

Pontos de Cultura

Lançado em outubro de 2007, o Programa Mais Cultura insere a cultura na Agenda Social do Governo Federal, transformando o acesso aos bens culturais em política estratégica de Estado para re-duzir a pobreza e a desigualdade social.

A estrutura do Programa está divida em três dimensões, articuladas entre si: Cul-tura e Cidadania (que executa o progra-ma Cultura Viva), Cultura e Cidades e Cultura e Economia. Todas essas ações buscam a ampla participação da socieda-de civil e dos poderes públicos.

Os focos de atuação do Mais Cultura atin-gem a diversas camadas sociais e benefi-ciam os diversos grupos que compõem a população brasileira, com atenção espe-cial aos mais vulneráveis.

O Programa anuncia suas ações em editais públicos abertos a municípios, es-tados, pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito público ou privado, sem fins lucrativos, que sejam de natureza cultural, como associações, sindicatos, cooperativas, fundações, escolas caracterizadas como comunitárias e suas as-sociações de pais e mestres, ou organizações tituladas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) e Organizações Sociais (OS), com atuação comprovada na área cultural há pelo menos dois anos.

http://www.cultura.gov.br/culturaviva/cultura-viva/mais-cultura

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Telecentros de Informação e Negócios - Ministério do Desenvolvi-mento e Comércio Exterior

Apoio à implantação de telecentros e sa-las de informática em associações empre-sariais, prefeituras, entidades sem fins lucrativos e instituições do terceiro setor, entre outras. Articula doação de equi-pamentos, apóia sua implantação junto aos projetos cadastrados, e disponibiliza conteúdos voltados a estes públicos por meio de portal na web. As instituições contempladas devem viabilizar a implan-tação dos equipamentos, bem como a gestão e administração dos espaços por meios próprios.

Saiba mais: www.telecentros.desenvolvimento.gov.br

Programa Computadores para Todos

O Projeto Cidadão Conectado - Computador para Todos é um Projeto que faz parte do Programa Brasileiro de Inclusão Digital do Governo Federal, iniciado em 200 O Computador para Todos tem como objetivo principal possibilitar a população que não tem acesso ao com-putador possa adquirir um equipamento de qualidade, com sistema operacional e aplicativos em software livre, que aten-dam ao máximo às demandas de usuá-rios, além de permitir acesso à Internet.

O Projeto prevê ainda que todo cidadão, que adquirir o Computador para Todos, terá o direito a suporte, tanto para aten-dimento técnico (problemas com har-dware, defeitos de fabricação, etc.), como para o uso dos aplicativos.

www.computadorparatodos.gov.br

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Estações Digitais

Em um mundo cada vez mais globalizado, a comunicação e o acesso à infor-mação não são um luxo, mas sim direitos fundamentais dos povos para conse-guir o desenvolvimento humano integral, entendido como fortalecimento da democracia com justiça social, a prosperidade econômica com eqüidade e a realização do potencial humano em suas múltiplas dimensões.

No Brasil, como em outras regiões do mundo, as tecnologias digitais represen-tam uma grande oportunidade para o desenvolvimento humano. Contudo, as condições de acesso, os custos e as capacidades para uso e apropriação destes novos recursos técnicos, excluem os setores menos favorecidos da socie-dade.

As Estações Digitais são instrumentos que procuram diminuir a chamada exclusão

digital. Estes espaços necessitam de es-tratégias ambiciosas de Inclusão Digi-tal, que deve promover não só o aces-so, mas sim o uso e apropriação social das novas tecnologias digitais, para atender às necessidades das comuni-

dades, para promover a formulação de políticas públicas, a criação de conheci-

mentos, a elaboração de conteúdos apro-priados e o fortalecimento da capacidade

das pessoas.

As Estações devem ser implantadas por meio de um planejamento orientado, com a sensibilização e o envolvimento da comunidade, suas lideranças e de-mais agentes sociais locais, promovendo um relacionamento sinérgico entre eles. Para isso, a mobilização da comunidade e sua instalação devem ser feitas em espaços que contem com credibilidade e respeito comunitário.

Existem alguns princípios básicos para a operação de uma Estação Digital. São eles:

Participação da comunidade

Visto que é uma inovação das tecnologias digitais, a maioria das Estações surge com iniciativas que vem de fora da comunidade. Entretanto, a participação é o

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elemento mais importante para o sucesso e sua sustentabilidade. Promover a participação da comunidade na implantação, montagem e melhoria contínua da Estação é um processo mais lento, porém decisivo para que a comunidade se apodere e se comprometa com o bom funcionamento da Estação Digital.

Consolidação de uma visão social

Mais que um assunto de conectividade, as Estações oferecem uma oportu-nidade de acesso, uso e apropriação de tecnologias digitais para solucionar problemas e contribuir para o desenvolvimento humano integral. O ponto de partida não é a instalação de equipamentos e conexões e sim a organização co-munitária para solução de seus problemas específicos, os quais podem mudar de um contexto a outro. A melhor maneira de ancorar as Estações a uma visão social é planejá-las e instalá-las de modo que se integrem a outros espaços e atividades de comunicação que funcionem na comunidade. Estas atividades podem ser rádios comunitários, bibliotecas públicas, centros e grupos cultu-rais, organizações comunitárias, escolas, entre outras.

Formação e capacitação permanente

O calcanhar de Aquiles das Estações é a capacitação de educadores e usuários para tirar o melhor proveito das tecnologias disponíveis. Sem capacitação a Estação Digital morre pela inércia dos Educadores que não conseguem ajudar os usuários, ou pela ausência de usuários capazes de tirar o máximo da tecno-logia disponível.

Para que serve uma Estação Digital

Estes são alguns dos campos que a EstaçãoDigital pode atuar e, desta forma, contribuir para o desenvolvimento comunitário:

Trabalho e geração de renda: Fortalece habilidades e conhecimen-tos, tanto técnico como conhecimen-tos transversais (o trabalho em grupo e iniciativa), que podem abrir novas oportunidades de trabalho ou de gera-ção de renda, e ajudam a consolidar os micro e pequenos empreedimentos locais,

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melhorando sua gestão, capacidade de negociação, acesso à informação, com-pras e publicidade.

Saúde: Facilita o acesso e a disseminação da informação sobre doenças, tra-tamentos, medicamentos, medicina preventiva e alternativa, higiene e educa-ção sexual.

Educação: Apóia as atividades escolares e contribui para a educação não formal nas comunidades, especialmente com as crianças e os jovens. Além disso, a Es-tação Digital proporciona oportunida-de para os usuários serem autodidatas.

Fortalecimento da auto-estima: Ajuda a reconhecer as próprias capa-cidades, a visualizar um futuro melhor, a desenvolver a criatividade e a fortalecer a cultura local e o trabalho em equipe.

Organização comunitária: Propicia a construção de novas formas de or-ganização, fortalecendo as capacidades individuais e coletivas, promovendo novos líderes e ajudando a solucionar problemas e necessidades concretas da comunidade.

Fortalecimento de grupos menos favorecidos: Oferece instrumen-tos que podem fortalecer e ajudar a defender as vozes e reivindicações dos mais variados grupos sociais, como: grupos jovens, grupos indígenas, grupos de mulheres, trabalha-dores rurais, e outros setores margina-lizados.

Descentralização e incidência política: Dinamiza a participação co-munitária e a informação para a ação política, facilita a comunicação com governos locais, fortalece a descentra-lização administrativa, fiscaliza os pode-res públicos e agiliza trâmites burocráticos.

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Informação e conhecimento: Oferece o acesso a novas e diversificadas fontes de conhecimento e informação e permite a expressão de uma visão própria; fortalece o intercâmbio de experiências e a colaboração com grupos e redes em nível nacional e internacional.

Comunicação e cultura: Facilita a criação de diferentes formas de expres-são artística e cultural, com a combina-ção de tecnologias de comunicação úteis à comunidade: vídeo, rádio, meios impressos (jornais, revistas), Internet, programas de animação e outros.

Desenvolvimento Regional Susten-tável: Apoio ao desenvolvimento de cadeias produtivas locais, baseando-se num negócio economicamente viável, socialmente justo, ambientalmente correto e cultu-ralmente diversificado, propiciando resultados economicamente positivos e adotando práticas que permitam um salto de qualidade nos indicadores de desenvolvimento social e ambiental da comunidade.

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PProjeto Político-Pedagógico

Construir um Projeto Pedagógico significa planejar o que se tem intenção de fazer e de realizar. É buscar uma diretriz, um rumo para o caminhar do tra-balho, o que significa muito mais que um simples plano de ensino ou de ativi-dades pedagógicas, embora o Projeto também oriente o conteúdo, a forma e a maneira como o conhecimento deve ser construído.

O Projeto Pedagógico da Estação Digital pode ser inicialmente entendido como um processo de mudança e de antecipação do futuro, que estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela Estação Digital como um todo. Sua dimensão política-pedagógica caracteriza uma construção ativa e partici-pativa dos diversos segmentos da comunidade, alunos e alunas, pais e mães, Educadores e Educadoras, funcionários e direção da entidade gestora.

Ao desenvolvê-lo, as pessoas ressignificam as suas experiências, refletem as suas práticas, resgatam, reafirmam e atualizam os seus valores na troca com os valores de outras pessoas, explicitam os seus sonhos e utopias, demonstram os seus saberes, dão sentido as suas propostas individuais e coletivos, reafirmam as suas identidades, estabelecem novas relações de convivência e indicam um horizonte de novos caminhos, possibilidades e propostas de ação. Decidem o seu futuro. Esse movimento visa à promoção da transformação necessária e desejada pela comunidade. Nesse sentido, a proposta política-pedagógica é práxis, ou seja, ação humana transformadora, resultado de um planejamento, resistência e alternativa a proposta da estação digital, centralizada e descen-dente. Ele é movimento de ação-reflexão-ação que enfatiza o grau de influ-ência que as decisões tomadas na estação digital exercem nos demais níveis educacionais.

Montando o Projeto Pedagógico da Estação Digital

Um Projeto Político-Pedagógico deve refletir exatamente a realidade das ati-vidades da Estação Digital. Assim, ele se divide em três partes básicas: funda-mentação, planejamento e materiais didáticos e.

Fundamentação: é toda a parte teórica do Projeto. Ela reúne informações da Estação e busca propostas já existentes para sua sustentação, como por exemplo, a educação popular e comunitária. Ela deverá responder aos seguin-tes aspectos:

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O que é a Estação Digital? apresentá-la e dizer a que se propõe.Público alvo: quem será o público atendido pela Estação. É importante que nesse momento se responda a algumas perguntas como: Qual público se deseja atingir? Há preferên-cia no acesso? Qual a faixa etária? Qual a formação escolar? Objetivos: Quais o objetivo geral da Estação Digital? Quais seus objetivos específicos?

Metodologia: a metodologia é a ma-neira a qual será trabalhada o conte-údo técnico. Utilizar vídeos e aulas ex-positivas torna o processo de aprendiza do mais dinâmico para os alunos. Além disso, temas transversais e voltados para a promoção da cidadania também são sempre bem vindos às aulas. A metodolo-gia deve ainda responder às questões: Como serão ministradas as aulas? Quais os conteúdos que serão trabalhados? Qual a temática para o curso? O que mais poderá ser ofertado além do conteúdo técnico?

Material Didático: o material didático a ser utilizado pela Estação Digital também compõe a Proposta Política-Pedagógica. Fazer um planejamento para as aulas a se-rem ministradas e a utilização de exercícios ajudam a reforçar o processo de aprendiza-gem.

Plano de curso: o plano é a se-qüência cronológica de todo o con-teúdo que será ministrado duran-te o curso. Ele é dividido nos módulos que compõem o curso e cada módulo desse deverá ter explícito as atividades que serão realiza-das, bem como os recursos a serem utilizados e o tempo de duração.

Exercícios: os exercícios são a oportunidade que o aluno tem de colocar em prática todo o conteúdo que aprendeu até aquele momento. Como nem todos os usuários que estão fazendo o curso possuem fácil acesso a computadores, os exercícios acabam sendo o único momento de acesso fora do período de aula.

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19 FunDação Banco Do Brasil

E recomendando que a Estação possua várias listas de exercícios e que as mes-mas sejam utilizadas com frequência.

Apostilas e material de apoio: É importante que os alunos da Estação Digi-tal tenham acesso às apostilas de maneira a contribuir para o conhecimento. Porém, esse tipo de material deve ser encarado como algo complementar às aulas, evitando que os alunos faltem às aulas.

Introdução ao

Ubuntu

OpenWriter:

editor de textos

Conceitos: Informática, Hardware, Software, Periféricos.

Conhecendo o Ubuntu: Área de trabalho, ícones, Barra de Tarefas, Logon e

Logooff, data e hora.

Conhecendo o Ubuntu: Acessórios, Calculadora, TuxPaint, janela e salvando

arquivos.

Conhecendo o Ubuntu: Bloco de notas, janelas, salvando arquivos.

Conhecendo o Ubuntu: Gerenciador de arquivos, pastas, lixeira, meu

computador.

Conhecendo o Meu computador: exibindo conteúdo de pastas, movendo

arquivos de uma pasta para outra, criando pastas, restaurando arquivos de lixeira.

OpenCalc

Apresentação do programa.

Conhecendo os componentes da janela do OpenCalc, barra de ferramentas.

Trabalhando com fórmulas.

Trabalhando com gráficos.

Dicas de Impressão. Considerações Finais

Visão geral, conhecendo a janela principal

Digitando no OpenWriter, salvando documento.

Formatando texto, fechando o OpeWriter.

Abrindo um documento, conhecendo menu “arquivo”.

Recortar, copiar e colar, pincel e outras funções, conhecendo teclas de atalho,

salvando documento com senha de proteção.

Conhecendo ferramentas, menus editar e exibir.

Conhecendo ferramentas do meu inserir e formatar.

Trabalhando com figuras, bordas, sombreamento, conhecendo a barra de desenhos.

Trabalhando com clip-arts, e figuras.

Conhecendo as ferramentas barra de desenho.

Trabalhando com tabelas.

Dicas de impressão e outros segredos do OpeWriter.

Internet

Considerações gerais .

Terminologias, navegadores.

Comunicadores Virtuais, MSN, Skype, etc.

Criando e-mail e navegando em redes sociais.

Buscas- Considerações Finais

Conteúdo Programático para curso básico de informática

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Planejamento pedagógico

O planejamento é parte essencial na realização de qualquer Projeto. Em uma Estação Digital, todas as suas ações precisam ser pensadas e planejadas antes mesmo de acontecerem.

As aulas também devem ser planejadas, de acordo com o tempo de duração, número de alunos, número de aulas e dia das aulas. Por isso, é preciso se ter claro qual o conteúdo técnico será passado durante o curso de informática, qual o conteúdo de cada aula e, principalmente, qual o conteúdo que é consi-derado? Básico?

Para isso, torna-se necessário a criação de duas ferramentas indispensáveis de planejamento e organização das aulas na Estação Digital: O Conteúdo Progra-mático do curso e o Plano de Aula.

Plano de Aula: desde o primeiro dia do curso, o Educador precisa se preocu-par em como será a aula. Para isso é importante planejar. A cidadania deverá sempre estar incluída no plano de aula, sejam nas de projeto ou apenas em um texto, uma dinâmica, etc.

Um plano de aula deve dar uma visão do que o Educador quer que aconteça naquele dia. Mas também deve ser flexível para se adaptar às necessidades dos alunos e imprevistos que surjam. Um plano de aula deve considerar os seguin-tes itens principais:

Objetivo: Deve ficar claro o que o aluno deverá aprender naquela aula para alcançar o objetivo geral.

Conteúdo: é exatamente o que o aluno deverá assimilar na aula daquele dia para alcançar o objetivo geral.

Atividade: Sempre levar em conta se houve assimilação do conteúdo dado nas aulas anteriores. Se todos demonstrarem, através de exercícios práti-cos, que aprenderam então pode-se passar para o conteúdo seguinte. Se os alunos demonstrarem que ainda não aprenderam, o Monitor retoma àquele conteúdo até que todos tenham aprendido.

Recurso: descrever os recursos necessários para realização da aula.

Tempo: deve-se prever o tempo que será gasto em cada atividade ou tarefa.

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Estação Digital – Manual DE gEstão

21 FunDação Banco Do Brasil

Plano de AulaCurso Básico de Informática

Aprender a esvaziar uma lixeira.

� Identificar o que é um arquivo;� Aprender a criar e identificar

uma pasta;� Aprender a trabalhar com

arquivos utilizando o mouse;� Aprender a recuperar um

arquivo apagado e a visualizarquando a lixeira tem arquivos;

� Unidade de disco� Introdução aos arquivos

e pastas.� O que é um arquivo e

sua utilidade;� Criar pasta;� Deletar, renomear, arrastar

e soltar arquivos;� Recupera arquivo da lixeira;� Esvaziar lixeira.

� 40 minutos

� Apresentar a interface gráfica� Familiarizar com área de

trabalho� Identificar o ponteiro do mouse

e aprender a mexer com ele� Identificar ícones� Aprender a trabalhar com

janelas� Identificar barra de ferramentas

e o menu iniciar� Aprender a modificar hora e

data.

� Área de trabalho (Desktop)� Ponteiro do Mouse� Ícones (lixeira, meu

computador,...)� Botões maximiza, minimizar e

fechar� Barra de ferramenta e tarefas

(botão iniciar, alterar hora edata)

� 40 minutos

OBJETIVO CONTEÚDO ATIVIDADE TEMPO

� Entender para que serve oestabilizador

� Explicar a função de cada botãoe luz.

� Apresentar os periféricos� Apresentar os drivers

� Apresentar o computador� Estabilizador (No-break)� CPU e seus botões e luzes� Mostrar rapidamente o teclado,

mouse e o monitor.� Drivers (CD, Disquete)� Impressora e sua utilidade

� Uma rápida explicação com oscomputadores desligados, não sendonada técnico, mas o suficiente paraque os alunos conheçam os recursosoferecidos pelo computador.

� 40 minutos

� Ligar o computador � Explicar como se liga ocomputador, desde oestabilizador até o monitor.

� Fazer com que todos os alunos liguemas máquinas seguindo os passos e aseqüência orientada pelo educador.Estabilizador, CPU e Monitor.

� 10 minutos

� Mostra a área de trabalho com os seusícones. Mostre o ponteiro do mouse ecomo funciona o mouse. Na própriaárea de trabalho, pratique o uso dosbotões esquerdo e direito. Abram umícone com o botão esquerdo e mostreos botões de maximizar, minimizar,fechar, a barra de rolagem e, arrastema janela. Mostre também como alterara data e hora do computador. Use obotão direito para abrir a janela parapersonalizar a área de trabalho.

� Botões do Paint� Salvar

� 40 minutos� Paint� Aprender a utilizar os botões do

paint pra fazer um desenho edesenvolva a coordenaçãomotora com o mouse.

� Aprender a salvar um arquivono desktop.

� Faça um desenho no quadro e peçapara os alunos reproduzirem odesenho no paint. Não precisaexplicar como fazer uma reta, umcirculo; Deixe que os alunos percam omedo de clicar nos botões; Dê umtempo a eles e depois os interrompa,peça para prestarem atenção eexplique como salvar o desenho nodesktop. Não aprofunde na explicaçãode onde salvar, mostre como salvarapenas no desktop.

� Aproveite o desenho criado nodesktop e explique que é um arquivo.Ensine os alunos a criar uma pasta pranão bagunçar a área de trabalho.

� Aproveite e conscientize os alunos demanterem sempre os arquivosorganizados em pastas;

� Deixe-os criar outros desenhos esalve-os. Grave nas pastas arraste eensine a apagar e a recuperar dalixeira. No final do modulo, apague apasta criada e conscientize que ocomputador que eles estão usando éde uso publico e devem mantê-lossempre organizados.

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Estação Digital – Manual DE gEstão

Gestão da Estação Digital

Desde o início do Programa Inclusão Digital, em 2004, a Fundação Banco do Brasil implantou centenas de Estações Digitais em todas as regiões do país. Seus parceiros locais – responsáveis pela gestão dessas unidades – possuem diversas constituição jurídica, como prefeituras, associações, cooperativas, sindicatos, organizações não-governamentais, etc. Por isso, pensar a gestão das Estações Digitais é uma tarefa que exige bastante dedicação.

Para se pensar uma gestão profissional, é importante colocar-se no lugar de um gestor e, a partir do seu ponto de vista, procurar entender o que representa o desafio de dirigir, coordenar, gerir, gerenciar, administrar, enfim, cuidar da gestão de uma instituição que vive de doações, de projetos, convênios e parce-rias e não visa lucro.

A gestão de uma entidade social tem algumas características muito peculiares:

É uma atividade contínua: a entidade precisa de alguém admi-nistrando o tempo todo, porque todos os dias há coisas importantes a serem feitas. Não é mais possível para o gestor ficar dando aulas ou mesmo ajudando a servir refeições para as crianças com a freqüência de antes. Ele agora também precisa cuidar do pagamento de contas, da contratação de pessoal, dar retornos às demandas da entidade, visitar doadores, conversar com as cozinheiras, falar com o contador e resolver desentendimentos.

É uma função dinâmica: difícil haver um dia igual ao outro. Num dia uma criança “quebra a cabeça” e tem que ser levada para o hospital; no outro receber a visita do pessoal de um parceiro; no outro, ainda, fazer relatórios; depois, prestar contas, reunir-se com os professores, atender aos funcionários e decidir sobre o conserto do carro. E o pior: às vezes todas essas atividades correm ao mesmo tempo.

É complexa: uma decisão interfere na outra. É um desafio permanen-te manter “o todo” na consciência e cuidar dos detalhes. Se não hou-ver reunião com os professores, os pais vão continuar reclamando. Se não for ao encontro com os doadores, estes podem não dar o dinheiro de que se precisa. Se gastar no conserto do carro, pode faltar para pa-gar os salários depois. Isso gera muita tensão, preocupação e cansaço.

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Estação Digital – Manual DE gEstão

É difícil os outros entenderem: tudo tem que ser muito bem ex-plicado e transparente. Qualquer mal-entendido serve para as pesso-as questionarem, ficarem insatisfeitas, fazendo comentários ruins. E aí tem uma circunstância importante que é preciso aceitar: qualquer erro sempre afeta alguém. Em geral, um erro de gestão sempre tem conse-qüência direta para alguma pessoa ou grupo de pessoas dentro ou fora da entidade.

Quem gerencia está, portanto, numa posição crítica. E diante de um de-safio dos piores. Não é tarefa para qualquer um.

Quem se propõe a ser gestor tem que encarar esse desafio. Ou então será um eterno infeliz e, para piorar, cansado. À pro-cura de uma imagem que sinteti-zasse a complexidade desse desafio, foi escolhida essa imagem ao lado, na medida em que ela expressa todas as características mencionadas anteriormente:

É contínua - Ao desenhar, o lápis fica girando sem parar, e nunca ter-mina como no círculo.

É dinâmica - Cada vez sai de uma forma, exigindo muita autodiscipli-na e controle para fazer duas iguais. Se tiver um desenho para só passar por cima, facilita.

É diversificada - Contém no mínimo cinco espaços ou “campos” dife-rentes, que podem ser pintados de cores diferentes e feitos de tamanhos diferentes. Dependendo da prática em fazer esse desenho tem campo que pode nem aparecer.

É complexa - Trata-se de um desenho difícil de fazer. Tente olhar para ele, guardar na memória, pegar um papel em branco e desenhar. Não é fácil. Existe um jeito certo de fazer. Talvez copiando fique mais fácil.

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É difícil os outros entenderem - Não é uma figura que se encontra por aí todos os dias. Ao perguntar para várias pessoas o que ela significa, talvez sejam obtidas respostas muito diferentes.

A esta figura dá-se o nome de trevo. E ao modelo que ela simboliza, por conse-qüência, o apelido de modelo trevo. A aprovação e a aceitação do projeto pela comunidade é um passo importante para sua sustentabilidade. Para tanto, de-verão ser respeitadas a realidade local e suas tradições culturais e religiosas.

Além disso, a proposta pedagógica utilizada pelos Educadores baseia-se no co-nhecimento prévio do contexto sócio-cultural da comunidade, para que possa corresponder às suas expectativas. Enfim, a comunidade terá uma participa-ção ativa na implantação do projeto e dele deve se apropriar.

O time da Estação Digital

A Estação Digital irá contar com o trabalho de várias pessoas para garantir o seu funcionamento. Cada uma dessas pessoas possui seus direitos e suas responsabilidades. Porém, todas são fundamentais para o sucesso da Estação.

Antes de qualquer coisa, é preciso aceitar o fato de que colaboradores são pes-soas que têm diferentes histórias pessoais de vida, diferentes metas a alcançar e que expressam suas individualidades de três formas:

a) Cada um tem um conjunto de valores culturais, interesses pessoais e ca-pacidades próprias. Não é a toa que um adora estudar computação e outro prefere estudar administração; que um quer ajudar a curar pessoas e outro quer promover uma peça de teatro entre os jovens. O primeiro campo em que se manifestam as diferenças entre as pessoas é no campo do pensar: cada um tem seus próprios interesses e aptidões, a partir dos quais desen-volve capacidades conceituais diferentes do outro.

b) Por outro lado, cada um tem habilidades técnicas próprias, por exem-plo: todos nós já ouvimos que uma determinada pessoa tem “o dedo verde”, pois tudo o que ela planta fica viçoso e forte; outros sabem cozinhar muito bem; outros sabem lidar talentosamente com madeira, e assim por diante. Aqui estamos no campo do “saber fazer”, onde cada pessoa, a partir de uma instrução ou de treinamentos específicos, pode desenvolver a capacidade necessária para responsabilizar-se por algo, encarregar-se de uma tarefa do começo ao fim.

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c) Há, finalmente, um terceiro campo em que a individualidade humana se expressa: é o campo do sentir. Aqui podem ser percebidas diferenças bem acentuadas de pessoa para pessoa. É o campo onde se expressam simpatias e antipatias; é onde se diz: “não vou com a cara de fulano”, onde se perdoa com mais facilidade uma ofensa recebida de uma pessoa do que de outra, ou ainda quando se escolhe procurar especificamente a companhia de al-guém. É o campo da convivência, do reconhecimento do outro, para o qual precisam ser desenvolvidas as chamadas habilidades sociais.

Considerando um projeto de médio e longo prazo, a rotatividade de colabo-radores é inevitável. Para evitar a descontinuidade das ações, os Educadores atuarão como multiplicadores locais da metodologia e técnicas que compõem este curso de capacitação, repassando os conhecimentos adquiridos aos Vo-luntários.

Assim, com a saída de um Educador, a Coordenação da Estação Digital po-derá fazer a escolha de uma pessoa para assumir as responsabilidades entre os usuários que mais se destacam. As pessoas que atuarem como voluntários deverão assinar o Termo de Adesão ao Serviço Voluntário, com base na Lei do Voluntariado Federal.

A equipe da Estação Digital: equipe significa um grupo de pessoas com alto grau de interdependência direcionado para a realização de uma meta ou para a conclusão de uma tarefa. O sucesso das atividades de uma Estação Di-gital se dá, principalmente, através da eficácia e entrosamento de sua equipe. Por isso, a gestão de uma equipe deve ser algo pensado e valorizado como uma ação que desencadeará resultados positivos ou negativos para a Estação Digital.

Os membros de uma equipe concor-dam com uma meta e concordam que a única maneira de alcançar essa meta é trabalhar em conjunto. No caso da Estação Digital, a qualidade da uni-dade depende unicamente do traba-lho em equipe, de seu entrosamento, motivação, disponibilidade e envolvi-mento com os objetivos e valores.

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Estação Digital – Manual DE gEstão

A forma de alcançar e manter todas essas características depende exclusiva-mente dos membros da equipe, pois, afinal de contas, uma equipe é formada por pessoas e a dinâmica construída para o alcancedos resultados é pautada na soma das idéias e comportamentos destas.

As características e dinâmicas pró-prias de cada equipe são consoli-dadas mediante o desenvolvimento das pessoas e das relações que são estabelecidas. A equipe, durante a sua existência, passa por estágios em seu desenvolvimento, que caracterizam a sua habilidade e o progresso no que se refere à eficiência e eficácia. Para o bom funcionamento de uma equipe é necessário que os papéis desempenhados estejam claros para todos os envolvidos e que as atribuições de cada função sejam executa das da melhor maneira possível.

Dirigente: Antes de qualquer coisa é importante relembrar que a Estação Digital é um projeto realiza- do por uma entidade do Terceiro Setor e mantido através de parcerias. Essa enti-

dade gestora é constituída legalmente e por assim ser possui uma pessoa que responde por ela. A essa pessoa damos o nome de Dirigente.

O dirigente responde juridicamente pela entidade e, conseqüentemente,

pela Estação Digital. Por isso, torna-se fundamental que ele acompanhe e esteja

ciente sobre todos os trabalhos da Estação Digital.

Educadores da Estação Digital: O Monitor da Estação Digital é a pessoa responsável pelo processo de ensino/aprendizagem. Geralmente é ele que mi-nistra os cursos que são oferecidos pela Estação Digital.

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Estação Digital – Manual DE gEstão

Os Educadores da Estação Digital possuem as seguintes atribuições:

As atribuições dos Educadores podem e devem ser partilhadas com todos os envolvidos na Estação Digital. O ideal é realizar uma coordenação descentra-lizada que favoreça o desenvolvimento de um trabalho coletivo.

Educandos: Os educandos são as pessoas que cursam as oficinas oferecidas na Estação Digital.

Usuários: Os usuários são as pessoas que procuram a Estação Digital a fim de realizarem alguma tarefa. Gravar um CD ou fazer uma pesquisa via internet são exemplos dessas tarefas. É sempre bom lembrar que se o usuário procura a Estação a fim de fazer uso de um equipamento, é porque ele possui uma ne-cessidade que precisa ser suprida.

Voluntariado: Outra forma de contribuir para a Inclusão Digital é envolver a comunidade num programa de voluntariado. O programa de voluntariado pode ajudar a aproximar colaboradores de diferentes áreas.Define-se por voluntária toda ação que é feita de forma espontânea, sem efeito

• Zelar pelo espaço físico da Estação Digital;

• Organizar as turmas para cursos de iniciação à

informática;

• Controlar a freqüência dos alunos;

• Elaborar o plano de curso e de aulas;

• Ministrar as aulas de iniciação à informática;

• Cuidar da devida manutenção dos equipamentos;

• Orientar os usuários da internet;

• Responsabilizar-se pela abertura e fechamento

da Estação Digital;

• Elaborar e enviar relatórios à Coordenação

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Estação Digital – Manual DE gEstão

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de coerção ou troca financeira pelo ser-viço prestado.

É também um conceito que pode ser as-sociado ao de militância, pois o volun-tariado tem necessariamente que estar engajado em uma causa social, seja atu-ando em uma organização, seja de forma individual ou coletiva.

Segundo os teóricos, as organizações devem ter algum grau de participação voluntária para que sejam consideradas como Terceiro Setor. Praticamente to-das as atividades de organizações do Ter-

ceiro Setor podem ser realizadas por voluntários, desde as mais simples até as mais burocráticas e complexas, que exigem uma formação especializada.

O grau de engajamento de um voluntário pode variar, mas é importante res-saltar que o mesmo deve manter com a organização uma série de responsabi-lidades e compromissos em relação às atividades que desempenha na organi-zação.

Ao ingressar na organização, o voluntário deve preencher o Termo de Adesão de Voluntário. É também fundamental que tanto o voluntário quanto a orga-nização conheçam a Lei do Voluntariado (Lei 9.608/98).

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Dicas sobre voluntariado

Todos podem ser voluntários : trabalho voluntário é uma experiência aberta a todos.

Trabalho voluntário é uma via de mão dupla: o voluntá-rio doa e recebe : voluntariado não tem nada a ver com obriga-ção, com coisa chata, triste, motivada por sentimento de culpa.

No voluntariado, todos ganham: o voluntário, aquele com quem o voluntário trabalha, a comunidade: a ação voluntária visa a ajudar pessoas em dificuldade, resolver problemas so-ciais, melhorar a qualidade de vida da comunidade.

Voluntariado é uma ação duradoura e com qualidade: o voluntariado não compete com o trabalho remunerado nem com a ação do Estado.

Voluntariado é ação: o voluntário é um pessoa criativa, de-cidida, solidária. No trabalho voluntário, não há cartórios nem monopólios.

Voluntariado é escolha: cada um contribui, na medida de suas possibilidades, com aquilo que sabe e quer fazer.

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Rotinas da Estação Digital

Para garantir o pleno funcionamento da Estação Digital é importante levantar todos os procedimentos práticos e rotineiros. Depois, dividir essas funções en-tre todos os atores envolvidos, de maneira que cada um fique responsável por parte do Projeto garantindo, assim, o pleno funcionamento na unidade.

Procedimentos comuns: a Estação Digital é um espaço público, onde as pessoas freqüentam e devem ser tratadas com respeito e orientadas da melhor maneira possível. A Estação Digital será um pólo aglutinador dos cidadãos na busca de soluções de seus problemas, para se capacitarem, para realizar pesquisa, para encontros de amigos, para reuniões sociais etc. Para atender a todo esse leque de atividades, algumas condutas são importantes, tanto para os dirigentes da entidade, quanto aos Educadores:

• Todos têm direito de atendimento na Estação Digital;

• Não gritar e nem usar gírias ou palavras chulas;• A sua vestimenta deverá estar de acordo com o seu papel;

• Sempre tentar entender a necessidade que está sendo solicitada;

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Caso o usuário tenha alguma dúvida em operar a máquina, pode contar com o auxílio do Educador, que organiza o aces-so ao uso livre e está capacitado para re-solver dúvidas básicas dos usuários. Os usuários também devem observar que o uso dos equipamentos da Estação Di-gital deve ser ao mesmo tempo, livre e responsável. Não será permitido, por exemplo, o aces-so a páginas com conteúdos pornográfi-cos ou que pregam o racismo e o precon-ceito a grupos sociais.É expressamente proibido o uso de bebidas alcoólicas na Estação Digital.

Horário de funcionamento: o horá-rio de funcionamento da Estação Digital

deve ser estabelecido com base nas aulas e na quantidade de pessoas dedica-das ou disponíveis para realizar as tarefas. Em geral, a Estação Digital deve funcionar durante todo o dia e no período da noite, sempre que necessário e possível. Aos sábados, é recomendável que a Estação Digital funcione em pelo menos um período, para atender aos usuários que não tiveram tempo de fre-qüentar o espaço nos dias de semana.

O horário de funcionamento se refere apenas à abertura, aulas e disponibili-dade para atendimento a interessados. O trabalho da Estação Digital, na ver-dade, deve ser realizado constantemente, principalmente quanto à divulgação e desenvolvimento de parcerias. É interessante que a Estação Digital ofereça horários alternativos para aperfeiçoamento, reciclagem e entretenimento. O horário do início das atividades deve sempre ser um pouco antes do início das aulas.

Recepção à comunidade: quando uma pessoa da comunidade busca um curso ou serviço na Estação Digital é importante que fique clara a proposta do projeto, o que se oferece e como é desenvolvido. Sabemos que, inicialmente, as pessoas buscam a Estação Digital para participarem de cursos de informática, mas o nosso objetivo vai além desta necessidade.

Comece contando a história da Estação Digital, os projetos que já consegui-ram realizar e os que pretendem fazer, quem faz parte da equipe, quais os cursos e serviços que oferecem etc. Mostre que além de aprender informática,

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Estação Digital – Manual DE gEstão

as pessoas estarão participando e contribuin do para o desenvolvimento delas e da sua

comunidade.

Faça que elas se sintam parte de um conjunto. Como em um grupo musi-cal onde cada instrumento tem seu som, cada pessoa tem o seu papel e sua importância dentro da Esta-ção Digital e na comunidade em que

vive.

Inscrições: quando o usuário decide se inscrever na Estação Digital começa então o processo de conhecimento mútuo, onde este se apresenta mais detalhadamente, expõe seus objetivos e expectativas em relação ao curso e o Educador passa então a lhe fornecer informações mais práticas como, por exemplo: horários de turmas, contribuições (se houver), informações sobre freqüências entre outras. A ficha de inscrição é o principal instrumento para identificação do usuário. Para preenchê-la o Educador deverá ter paciência, pois a ficha tem detalhes que serão importantes para o levantamento do perfil da população atendida pela Estação Digital.

Cadastro de Turmas: as turmas devem ser montadas seguindo o critério da idade dos participantes. No curso básico de Informática, as faixas etárias são: 10 a 14 anos; 15 a 20 anos; e 21 a 40 anos, que podem ser fundidos, originando uma nova faixa etária (15 a 40 anos). A entidade local poderá realizar adap-tações que achar necessárias devido a sua realidade particular. Os portadores de necessidades especiais podem compor as turmas de acordo com sua faixa etária.

As Estações Digitais precisam fazer e guardar registros de seus usuários. Essa ação é importante para a memória documental da Estação. Para essa ação, as Estações Digitais dispõem do GED, o Gerenciador das Estações Digitais. Sua função é registrar e arquivar informações cotidianas e gerenciais da Estação.

As principais funcionalidades do GED estão disponíves em imagens no Anexo II desse manual. Sua área de trabalho é apresentada abaixo:

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Estação Digital – Manual DE gEstão

Atividades: no dia-a-dia da Estação Digital algumas atividades são rotinei-ras, a fim de garantir o plenofuncionamento e contribuir para o ambiente agradável.

São algumas dessas atividades:

Aulas de informática: deverão ser ministradas pelos Educadores e facili-tadas no sentido de contribuir para as discussões e a construção do conheci-mento. Desde o início, o Educador tem esse pressuposto para que torne a Es-tação Digital um espaço que facilite uma discussão social.

Nas aulas são utilizadas dinâmicas,discussões, grupos de estudos, pesquisas e outras atividades que estimulem a busca por conhecimento e pela melhoria da qualidade de vida da comunidade. Todas as atividades realizadas em sala de aula seguem um planejamento de aula que deve ser realizado pelo próprio Educador.

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Estação Digital – Manual DE gEstão

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Desistência e evasão de alunos: existem vários motivos que podem servir como explicação para a evasão dos cursos. Cada Estação Digital, diante de sua realidade específica, apresenta para o aluno um funcionamento de acordo com as suas possibilidades e fase de seu desenvolvimento.

Para que a qualidade dos serviços oferecidos na Estação Digital seja preser-vada e o seu funcionamento seja garantido adequadamente, as causas das de-sistências dos alunos devem ser pesquisadas e registradas, uma vez que elas podem possibilitar a identificação de razões específicas e facilitar o aprimora-mento da equipe nos itens considerados deficitários.

O aluno/usuário é o motivo de a Estação Digital existir. Se as pessoas não freqüentarem e utilizarem seus serviços, não fará sentido existir naquela co-munidade.

Entrega de certificado: a conclusão de uma turma deve ser um momento considerado especial para todos da Estação Digital. Dessa forma, o momento de entrega dos certificados geralmente é acompanhado por uma comemoração onde participam todos os envolvidos com a Estação Digital e os familiares.

Lembre-se que estamos falando de um espaço da comunidade e, portanto não só suas dificuldades, mas também suas conquistas devem ser compartilhadas e celebradas. É importante convidar os parceiros, apoiadores, autoridades e mídias locais para essa cerimônia.

Os certificados serão viabilizados e emitidos pela própria Estação Digital. Ele terá a logomarca dos parceiros do projeto, tais como o Banco do Brasil.

Relatório de atividades: o relatório de atividades é um instrumento de re-gistro importante porque representa uma forma de visualização das dificulda-des e resultados imediatos do trabalho realizado na Estação Digital.

Neste relatório constará dados sobre entidade parceira, a sustentação da Esta-ção Digital, os cursos oferecidos, os dados de inscrição e evasão, situação dos micros e situação da equipe.

Planejando e avaliando: o planejamento é a chave para o sucesso de qual-quer Projeto. Nas Estações Digitais, é comprovado que as reuniões semanais de planejamento e avaliação são o segredo para manter uma equipe unida, participativa e um projeto sólido e contínuo.

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35 FunDação Banco Do Brasil

Sugerimos que as pessoas envolvidas diretamente com a Estação Digital (di-rigente da entidade parceira, coordenação e Educadores) façam no mínimo uma reunião semanal para que possam equalizar as informações, os informes sobre as parcerias, as demandas na Estação Digital, a administração e os enca-minhamentos necessários.

É, nesse momento, também, que serão planejadas as próximas aulas, exercí-cios, recursos e trabalhos a serem desenvolvidos.

Esse envolvimento é primordial para uma gestão transparente, séria e eficien-te. Para o bom funcionamento da equipe, é necessário que os papéis desem-penhados estejam claros para todos os envolvidos e que as atribuições de cada função sejam executadas da melhor maneira possível.

Após o planejamento, é importante avaliar o que se foi planejado para confe-rir se está sendo alcançados os objetivos, o que se pode melhorar, o que pode mudar, quais rumos seguir. É preciso, acima de tudo, ser humilde para reco-nhecer falhas e corrigi-las.

Na Estação Digital, até a abertura de novas turmas precisam ser planejadas. Quais os horários melhores para se montar as turmas? Os cursos estão atin-gindo as expectativas dos alunos/usuários? O que podemos melhorar? A Esta-ção Digital tem contribuído para o desenvolvimento da comunidade?

Final do dia: O horário de fechamento da Estação Digital pode variar, de acordo com os horários das aulas e o volume de trabalho, e conforme a dispo-nibilidade dos Educadores e dos voluntários.

Para o fechamento da Estação Digital são necessários os seguintes procedi-mentos:

● Desligar os equipamentos de informática;

● Guardar os materiais e documentos que estejam fora de seus lugares;

● Desligar os demais equipamentos, luzes e ventiladores;

● Verificar se ainda há alguém no interior da Estação Digital e outras

dependências e;

● Acionar o alarme de segurança, caso haja.

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Gestão financeira

As Estações Digitais necessitam planejar e manter estratégias de sobrevivên-cia em longo prazo. A sustentabilidade deve ser vista não só pelo aspecto eco-nômico, mas também pela continuidade do projeto.

Existem muitas experiências de Estações Digitais com financiamento assegu-rado, cuja utilidade para o desenvolvimento humano é limitada. Igualmente, existem experiências que começam como Telecentros Comunitários, mas cuja pressa de gerar recursos suficientes os faz afastar-se da missão social de de-senvolvimento e converter-se em negócios do tipo cybercafé, comercialmente viáveis, mas distantes das necessidades dos setores marginalizados.

Cada Estação Digital desenvolverá métodos de sustentabilidade próprios, de acordo com sua realidade, com recursos da própria organização ou de projetos específicos, captado pela entidade parceria local, abaixo alguns exemplos:

A estrutura financeira de quase todas as organizações da sociedade civil é com-posta por doações de terceiros e de projetos específicos. Estes recursos têm pe-ríodos programados de entradas, todavia dependem de relatório de prestações de contas do desembolso anterior, que deve registrar com clareza os gastos e as sobras de recursos, se houver.

Antes de elaborar um Plano de Sustentabilidade, deve-se ficar atento a alguns aspectos, a fim de garantir o pleno funcionamento e zelo pela imagem da Es-tação Digital.

Um processo simplificado para administração das finanças de uma entidade compreende basicamente nos seguintes passos:

● Parceria com o comércio e indústria local;

● Articulação da Estação Digital com empreendimentos de geração de

trabalho e renda;

● Prestação de serviços extras em comunidades com fluxos turísticos,

aproveitando os recursos gerados por este seguimento econômico;

● Incluir no orçamento público municipal ou estadual, verbas para a sus

tentação da Estação Digital;

● Contribuição dos usuários para cursos de informática se for o caso;

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Estação Digital – Manual DE gEstão

37 FunDação Banco Do Brasil

Porém, por mais simples que possa parecer, as rotinas financeiras e adminis-trativas da Estação Digital devem estar adaptadas de maneira a atender outros fatores. São eles:

OrçamentoO orçamento é o planejamento que fazemos do quanto podemos gastar com base no quanto temos disponível em um determinado espaço de tempo. Para, melhor administrar nossos recursos financeiros, precisamos ter ciência que:

Fluxo de caixaO controle financeiro efetivo de qualquer entidade depende de um acompa-nhamento detalhado das entradas e saídas de dinheiro da entidade. Sabendo da quase crônica situação de falta de dinheiro nas entidades sociais, é inimagi-nável que um gestor financeiro não prepare nem acompanhe o fluxo de caixa. Esta demonstração apresenta todas as transações de caixa (caixa aqui significa

● Abertura de conta corrente bancária específica para cada projeto;

● Fundo fixo de caixa para pequenos gastos;

● Fluxo de caixa mensal;

● Controle das contas a pagar;

● Relatórios financeiros aos parceiros.

● Orçamento é cobertor curto. Para gastar em algo que não estava previs

to, é necessário retirar de algum item presente no orçamento.

● Orçamento é definição de prioridades;

● É imprescindível no orçamento ter detalhadamente os itens de despe-

sas e receitas;

● O orçamento deve ser equilibrado. O total previsto para as despesas

deve ser igual ou inferior ao definido no orçamento.

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Estação Digital – Manual DE gEstão

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dinheiro que efetivamente é desembolsado ou recebido) que afetam a entidade durante um determinado período como um mês, um trimestre, um semestre ou um ano. Provavelmente nenhuma demonstração financeira é tão importante para o controle financeiro quanto o fluxo de caixa. O fluxo de caixa provê mecanis-mos para um contínuo monitoramento do desempenho das atividades. Quan-do propriamente elaborado ele também funciona como um sistema de alerta que antecipa eventuais dificuldades ou desvios dos caminhos planejados para se atingir os objetivos da entidade.

A melhor imagem para o funcionamento do fluxo de caixa de uma entidade é a imagem da caixa d’Água de uma residência. Toda caixa d’Água possui uma en-trada de água, geralmente da empresa fornecedora, e várias saídas (as várias torneiras). A água entra, vai para a caixa e aí é utilizada nas diversas torneiras da casa. Se faltar água da rua, o reservatório da caixa d’água abastece a residên-cia enquanto a água não volta. Se, durante uma interrupção de fornecimento, o uso de água for maior que o volume da caixa, fica-se sem água. Sabe-se com antecedência que a água vai faltar, economiza-se para que ela não acabe.

A própria análise das torneiras das casas é uma imagem interessante. Uma boa torneira á aberta com facilidade e fecha também com facilidade. Mas existem torneiras duras de abrir, existem torneiras duras de fechar, existem até aque-las torneiras espanadas, que não fecham nunca. Pior mesmo é quando existem vazamentos, aí se joga fora este precioso líquido e escasso recurso natural.

Um fluxo de caixa tradicionalmente apresenta as fontes e usos de caixa ao lon-go do tempo. As principais fontes de caixa normalmente são subdivididas em:

● Caixa inicial;

● Receitas dos serviços prestados;

● Doações ou convênios governamentais;

● Doações de pessoas físicas ou jurídicas;

● Receitas financeiras;

● Vendas de bens de capital;

● Receitas de aplicações financeiras;

● Venda de produtos e serviços;

● Novos empréstimos.

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Estação Digital – Manual DE gEstão

39 FunDação Banco Do Brasil

Os usos de caixa geralmente são:

Os demonstrativos financeirosDo ponto de vista fiscal, a legislação em vigor obriga a elaboração das tradicio-nais peças contábeis: balanço, demonstrativo de resultados e fluxo de caixa, entre outras, todas acompanhadas das devidas notas explicativas para sua me-lhor compreensão. Do ponto de vista gerencial, a contabilidade deve preparar todos os demonstrativos necessários para a tomada de decisões. Assim, por uma questão de racionalidade administrativa, é desejável que seja adequada à contabilidade fiscal à gerencial, de maneira a se evitar a duplicação de esforços.

O balanço patrimonialO balanço patrimonial é uma fotografia das características financeiras de qual-quer entidade. Como uma fotografia, ele retrata um momento específico, um ponto na linha do tempo das finanças da entidade. O balanço fornece uma medida do estoque dos bens e provê dados sobre duas características finan-ceiras da entidade: solvência e liquidez. Solvência diz respeito à capacidade de cumprir suas obrigações financeiras no longo prazo. A liquidez diz respeito à capacidade de gerar caixa (dinheiro) para cobrir suas obrigações financeiras de curto prazo, conforme elas venham a ocorrer, ou para cobrir despesas ines-peradas.

A estrutura de um balanço é tradicionalmente dividida em: ativo, passivo e patrimônio líquido (ou patrimônio social).

Ativos são todos os bens sob a posse da entidade somados àqueles bens em mãos de terceiros sobre os quais a entidade tem direito. Exemplos típicos de ativo são: saldos em contas bancárias, prédios, terrenos e construções, veícu-los, contas a receber e estoques de materiais. Todo bem em posse da entidade possui alguém que detém o direito sobre ele, em função de aonde vieram. O passivo e o patrimônio social listam quem tem direito sobre os bens da en-

● Despesas operacionais (salários e encargos, alimentos, medicamentos,

materiais didático-pedagógicos, manutenção de equipamentos e cons

truções, etc.);

● Compras de bens de capital;

● Pagamentos de juros e principal de empréstimos;

● Caixa final.

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tidade. Se os bens são de direito de terceiros, são chamados “passivo”, se são de direito da própria entidade são chamados “patrimônio líquido” ou “patri-mônio social”. Daí a equação contábil fundamental: o total de ativos deve ser igual à soma do total do passivo com o patrimônio social. Exemplos de itens do passivo de uma entidade são as contas a pagar, os impostos e contribuições a recolher, os salários e provisões trabalhistas já apuradas, mas ainda não pagas e as dívidas de longo prazo.

Os ativos são subdivididos em duas categorias principais, os de curto prazo (ativos correntes ou circulantes) e os de longo prazo (ativos permanentes). O passivo (valor dos bens da entidade cujo direito cabe a terceiros) é subdividido em passivo corrente e passivo permanente. Da diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo surge o valor do patrimônio social.

Controle financeiroO sistema de controle financeiro é necessário para monitorar o desempenho global da entidade. O propósito do controle financeiro é monitorar a solvên-cia, a liquidez, a capacidade de gerar superávit e a eficiência econômica da entidade, bem como indicar quando o desempenho não é condizente com as expectativas nestas áreas. Como em qualquer outro tipo de controle, o con-trole financeiro parte das projeções elaboradas durante o processo de plane-jamento. Assim, sua essência consiste em comparar as projeções dos diversos demonstrativos financeiros com os valores efetivamente realizados.

O componente primário do sistema de controle financeiro é um sistema de registros e de contabilidade que permita à entidade comparar (mensalmente, trimestralmente, anualmente, etc.) as entradas e saídas de caixa e outros fa-tos financeiros (a exemplo da evolução dos indicadores financeiros) ocorridos na realidade com aqueles projetados durante o processo de planejamento. A comparação entre os valores previstos e os de fato ocorridos (juntamente com o monitoramento das mudanças nos estoques e nos bens de capital, como de-preciações e outras) é a base para se determinar se os objetivos financeiros da entidade estão ou não sendo atingidos.

O controle financeiro da entidade une cada uma das partes ou departamentos da entidade num só sistema. Deste modo, proporciona ao gestor uma visão dos impactos financeiros de uma determinada atividade ou departamento na entidade como um todo, bem como no potencial da entidade em atingir seus objetivos, metas e missão. Esta informação é importante tanto para o Conse-lho e a Diretoria da entidade como para os responsáveis por cada atividade ou departamento. O controle financeiro também evidencia as áreas ou setores

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onde a entidade está aquém ou além dos objetivos e metas previstos. Isto pode indicar, também, onde vale à pena investir no aperfeiçoamento do sistema de controle atualmente existente.

Nota-se que, justamente por trazer à tona muitos dos fenômenos subjacentes ao pobre desempenho de certos setores, muitas vezes os gestores financeiros recebem duras críticas das pessoas que trabalham nestes setores. Isto, por sua vez, evidencia a necessidade de se ter habilidades interpessoais para transfor-mar as críticas e reações quando da constatação da necessidade de se melhorar certo setor em energia para o processo de mudança.

Uma postura de respeito e de busca do desenvolvimento da entidade e dos colaboradores é muito mais eficiente no longo prazo do que acusações e ou-tros processos desgastantes. O controle financeiro pode não ser suficiente para identificar os tipos de correção a serem realizados, mas ele deve indicar com clareza quais aspectos dos planos de prestação de serviços, finanças, pessoas ou relações com a sociedade são a causa de um desempenho inaceitável, além de sugerir onde uma análise mais detalhada deve ser realizada.

Captação de recursos

As Estações Digitais destacam-se de alguns projetos pela sua metodologia de gestão, a qual é feita de forma democrática, comunitária e participativa. O en-volvimento da comunidade na gestão da Estação Digital, seja pelo Conselho Gestor, seja de forma voluntária ou de qualquer outra forma, é fundamental para o bom funcionamento.

Porém, a Estação Digital deve elaborar e executar um projeto de sustentabili-dade desde o primeiro dia de funcionamento. Deve-se pensar em vários par-ceiros, de maneira que cada um contribua de acordo com suas disponibilida-des. A ajuda de voluntários também contribui para a boa gestão da Estação Digital, e pode contribuir também para a qualificação contínua dos Educado-res e Dirigentes.

A Captação de Recursos é a mola mestra para um plano de sustentabilidade de qualquer entidade ou projeto. Por isso, precisa ser pensado e desenvolvido se-guido de uma série de cuidados e regras para cativar o parceiro já na primeira conversa.

Podemos dividir o processo de captação de recursos nas seguintes fases:

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Possibilidades de parceria

Indivíduos: as pessoas físicas foram responsáveis pela doação de 4,44 bilhões de dólares às organizações sem fins lucrativos no Canadá entre 1996 e 1997. Da população do país com mais de 15 anos, 88% fazem algum tipo de doação. No Brasil, 50% da população acima de 18 anos doa algum tipo de recurso (dinheiro ou bens), dos quais 21% doaram uma quantia equivalente a R$ 1,7 bilhões.

Entretanto, devido à especificidade do Terceiro Setor no Brasil e a falta de dados, não é possível mensurar com exatidão a participação dos indiví-duos no volume total do orçamento das organizações sem fins lucrativos, mas as Redes do Terceiro Setor mostram que as contribuições individuais representam 60% dos recursos arrecadados pelas organizações.

Fontes Institucionais: em relação às fontes de financiamento insti-tucional como agências de cooperação internacional e instituições brasi-leiras públicas e privadas, é importante observar as regras estabelecidas, formulários próprios, articulações necessárias e procedimentos para pres-tação de contas do projeto.

O primeiro passo: é levantar as necessidades e despesas da Estação Digital. Nesse momento, é importante que estejam presentes todos os atores “Dirigentes e Educadores” para participarem, pois cada um co-nhece bem suas necessidades.

Após definir suas necessidades: quantifique-as de acordo com suas reais necessidades, obedecendo a uma margem de erro. Observe que, na elaboração de um projeto, sempre apresente a sua real necessidade.

Na fase de identificação dos parceiros: novamente faça de forma coletiva, envolvendo todos os atores e identifiquem os possíveis parcei-ros. É muito importante a participação de todos para uma ampla iden-tificação.

O ciclo da captação de recursos: a ilustração dos elementos chaves de um programa de captação de recursos serve para desmentir a idéia de que captar recursos significa apenas pedir dinheiro.

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Elaboração de projetos: o Projeto de Parceria torna-se necessário para a formalização da parceria. Pelo lado da Estação Digital, um Projeto de-monstra organização, seriedade, participação e profissionalismo.

Observe que um Projeto bem elaborado não é sinônimo de um projeto com grande número de páginas. O Projeto deve ser prático e objetivo, sem conteú-do desnecessário. Com o Projeto elaborado, agora é hora de procurar seus fu-turos parceiros. Agende uma hora, preferencialmente que esteja bom para ele. Leia e releia o Projeto várias vezes antes da apresentação; domine o assunto, isso passara segurança.

Para a busca de parceiros é necessário que a Estação Digital tenha consigo alguns princípios básicos, tais como: ética, coerência com os objetivos do pro-jeto, contato direto com o parceiro, entender o ponto de vista das pessoas que estão procurando, cumprimento dos acordos estabelecidos, prestação de con-tas e envio de relatórios. Uma proposta bem elaborada de parceria facilita, e muita vez decide o sucesso da ação empreendida.

Com uma resposta positiva, caso seja necessário, assine convênios com ele e junto ao Projeto, encaminhe também documentação da entidade. Agende as datas para prestação de contas, compras, encaminhamentos gerais. Convide-o a conhecer a Estação Digital, preferencialmente no momento de aula, para que possa conhecer o fluxo de usuários.

Mesmo que não estabeleçam parceria, faça questão que ele visite a Estação Di-gital. Além dos trabalhos estarem sendo realizados em sua comunidade, futu-ramente ele pode vir a ser parceiro. E a visita pode ser um primeiro momento.

Com o desenvolver dos trabalhos, é sempre muito importante que o seu par-ceiro esteja acompanhando tudo o que está acontecendo, mesmo que esteja ausente do dia a dia da Estação Digital.

Façam relatórios, recheado com fotos e dados estatísticos, e envie mensalmen-te a ele. Além de acompanhar onde estão sendo aplicados os recursos da par-ceria, é sempre muito bom ser lembrado.

Sugestões de parcerias

Levantamentos de instituições do Terceiro Setor mostram as principais ra-zões, para as pessoas ou empresas, estabelecerem parcerias com organizações sociais:

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Durante a apresentação, algumas dicas são importantes:

• Credibilidade da instituição e seus propósitos;

• Crença na necessidade das questões abordadas;

• Responsabilidade social e promoção institucional;

• Livrar-se da culpa de não ajudar;

• Resposta à pressão do meio social;

• Influência religiosa;

• Amizade e respeito pelos que pedem e;

• Reconhecimento público.

• Esteja motivado para ouvir;

• Faça perguntas ao invés de falar;

• Não interrompa;

• Escreva suas considerações;

• Tenha um objetivo ao ouvir;

• Mantenha-se calmo;

• Esteja preparado para estabelecer ou não a parceria;

• Combine um período para seu parceiro pensar melhor sobre o Projeto,

deixando para um segundo momento a resposta sobre a parceria;

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Algumas sugestões de parcerias

Equipamentos de informática: Empresas que usem equipamentos de in-formática, principalmente aquelas que troquem de máquinas com maior fre-qüência.

Divulgação da Estação Digital: Rádios, televisão, gráfica, empresas de si-nalização.

Possibilidade de empregabilidade: Empresas da cidade ou da região que procurem pessoas com conhecimentos de informática, CIEE, Consórcios do Programa Primeiro Emprego, Federações da Indústria e do Comércio.

Material de expediente: comércio local em geral, Prefeitura e outros ór-gãos públicos.

Recursos financeiros: empresas em geral, órgãos do Governo que man-tenham programas de financiamento de Projetos Sociais e fontes de financia-mentos voltados para o Terceiro Setor.

Manutenção de equipamentos e da rede: Empresas e profissio-nais que prestam serviços a órgãos públicos e empresas da região. Po-dem-se procurar as universidades, escolas técnicas, em presas de processamento de dados e empresas de pesquisas agropecuárias.

Projeto de Parceria

A elaboração de um Projeto de Parceria torna-se necessário para a formaliza-ção dos propósitos junto ao parceiro. Veja as principais partes de um Projeto, seguindo a ordem, são:

Apresentação: descrever o histórico da entidade, projetos desenvolvidos, áreas de atuação, seus parceiros e, principalmente, seus objetivos. É o car-tão de visitas da entidade, onde deve constar o histórico da entidade, pro-jetos desenvolvidos, área de atuação, seus parceiros, objetivos e endereço.

Justificativa: é a análise a partir da necessidade identificada, o que dá sustentação ao Projeto. É sempre bom citar um histórico da necessidade e as iniciativas para favoráveis. Por exemplo, a Exclusão Digital é um proble-

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ma mundial. Por que há excluídos? Por que os excluídos querem ter acesso? O que o acesso pode melhorar na vida dessas pessoas? E na comunidade onde moram?

Objetivos: é a ação mais distante, o ponto de partida para todas as ações do projeto. Deve prever resultados quantificáveis. Define o tempo, o nú-mero de pessoas e a faixa etária. Monte uma tabela contendo respostas às seguintes perguntas: O que? Quando? Quanto?

Plano de Trabalho: um Plano de Trabalho precisa ser claro e ter datas previstas para conclusão de cada uma das etapas. Faz-se necessário até mesmo para que haja, também, um controle sobre o concluído e o pendente.

É com o Plano de Trabalho, também, que o parceiro poderá acompanhar o desempenho do Programa e o comprometimento da Estação Digital para com o Projeto.

Custos: essa é a parte mais sensível de qualquer Projeto. Por exemplo, para um Projeto que será aprovado em 02 meses e incluem equipamentos de informática, o dólar pode estar mais caro no ato da liberação dos recursos e, por isso, talvez você já não consiga o mesmo produto pelo valor orçado.

Quando o Projeto possuir em seus custos itens a qual o seu parceiro comer-cializa, evite colocar valores, pois pode causar um mal estar com relação à cotação. Se o produto dele, por exemplo, for mais caro que o orçado, ele pode entender que você procurou um concorrente dele para orçar algo que agora ele quem vai custear.

Monitoramento: é fundamental que seu parceiro acompanhe o desen-volvimento do Projeto. Mas, nem sempre, seu parceiro terá tempo para tal ou terá interesse. Mesmo assim, você precisa levar tais informações até ele.

Apresente um relatório mensal com fotos, dados estatísticos e casos de su-cesso (alunos que conseguiram emprego, outros que mudaram de profissão, foram promovidos, melhoraram rendimento escolar ou até mesmo compor-tamento familiar). Essas informações irão motivá-lo.

AnexosOs anexos referem-se, principalmente, à documentação da entidade gestora da Estação Digital. Estatuto Social, CNPJ, Ata de eleição da última direto-ria, por exemplo, são documentos que devem seguir anexados ao projeto.

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Apropriação pela comunidade

Questões político-partidárias são incompatíveis com os pressupostos do proje-to. As propostas da Estação Digital deverão ser conhecidas pelos atores sociais do município onde está funcionando, como a Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, Associações de Classe, Clubes de Serviço, Igrejas, Conselhos, ONGs, Entidades Comunitárias entre outros.

O sucesso da Estação Digital dependerá dessa sinergia. Para tanto, as diferen-ças políticas e religiosas não deverão pautar a agenda da Estação Digital.

O que é?É o grupo responsável, através de planejamentos e reuniões, pela boa gestão da Estação Digital. É ele o responsável pela elaboração, acompanhamento e fiscalização dos trabalhos da Estação Digital.

Geralmente, o Conselho Gestor é composto por lideranças comunitárias e parcei-ros da Estação Digital, além das entidades responsáveis por sua constituição. O propósito maior é envolver a comunidade em todo o processo de constituição e funcionamento da Estação Digital.

Conselho de Amigos da Estação DigitalPara que a Estação Digital seja um espaço efetivamente democrático é neces-sário ter uma ampla participação da comunidade, este processo só terá legitimidade com um do Conselho Gestor.

A existência de um Conselho Gestor garante a participação da comuni-dade nas decisões administrativas e auxilia a entidade parceira numa gestão mais democrática e participa-tiva. O Conselho Gestor da Estação Digital é o responsável por trazer ao debate as demandas da comunidade e garantir que a população seja aten-dida de forma satisfatória.

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AtribuiçõesConstitui as principais atribuições de um Conselho Gestor:

ConstituiçãoPara a criação de um Conselho Gestor é necessário à constituição jurídica de um Regimento interno. O Regimento de um Conselho Gestor deve ter infor-mações a atribuições bem claras como: funções, objetivos, composição, eleição e obrigações. Depois de elaboradas essas atribuições, o Regimento deverá ser votado pela comunidade e registrado em cartório.

ComposiçãoO Conselho Gestor poderá ser formado por 08 (oito) representantes titulares, sendo que, entre eles, são membros natos:

• Assegurar que a comunidade tenha acessos a todas as atividades ofere- cidas pela Estação Digital, sem exceções;

• Organizar a distribuição e a recepção de inscrições para as atividades oferecidas pela Estação Digital;

• Organizar os cursos, horários e forma de atendimento dos inscritos para este fim;

• Realizar reuniões mensais ordinárias para avaliar o funcionamento da Estação Digital, bem como, receber sugestões e solicitações dos usuários.

• Contribuir para garantir a segurança dos espaços, dos equipamentos e dos colaboradores ou usuários da Estação Digital;

• Assegurar um eficaz planejamento organizacional;

• Assegurar que os recursos sejam gerenciados com eficiência;

• Definir, monitorar e fortalecer programas e serviços e;

• Zelar pela integridade legal e ética dentro da organização.

01 representante da entidade gestora da Estação Digital;

02 representantes da comunidade;

02 representantes de entidades de Classe;

01 representante do Poder Público local;

01 representante de cada instituição parceira da Estação Digital.

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Manutenção dos equipamentos

A viabilidade técnica é outro fator importante para a continuidade dos traba-lhos da Estação Digital. Pensar em estratégias para garantir o funcionamento e a manutenção das máquinas evita problemas corriqueiros com os equipa-mentos.

Para tanto, a Estação Digital deverá in-centivar a qualificação técnica de seus Educadores e também identificar pos-síveis parceiros para contribuírem nessa ação. Para a manutenção dos equipamentos utilizados nas Esta-ções Digitais destacamos três ações:

Capacitação técnica em configuração e manutenção para os Educadores; Criação de uma rede de técnicos que possam prestar serviços de manutenção aos equipamentos; Disponibilização de sistemas operacionais, preferencialmente de código fonte aberto, como o GNU/Linux.

A manutenção dos equipamentos da Estação Digital é um desafio que deve ser pensado desde o inicio das suas atividades. Existem várias formas de se garan-tir a manutenção, como aslistadas abaixo:

Software Livre: software, ou programa, a ser utilizado também deve ser algo a ser considerado pela Estação Digital. A utilização de software livre além de reduzir custos para o Projeto promove também à qualificação da comunidade e contribuiu para o desenvolvimento de outros programas de inclusão digital.

• Capacitação de um Educador que posso fazer a manutenção;

• Parceria com empresas do ramo;

• Parceria com a prefeitura municipal;

• Articulação com outras Estações Digitais ou Telecentros da região;

• Contratação de mão-de-obra especializada.

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Mas afinal o que é Software Livre?

Software Livre : um software é considerado como livre quando atende aos quatro tipos de liberdade para os usuários do software definidas pela Free Sof-tware Foundation:

A liberdade de executar o programa significa a liberdade para qualquer tipo de pessoa física ou jurídica utilizar o software em qualquer tipo de sistema computacional, para qualquer tipo de trabalho ou atividade, sem que seja ne-cessário atender a alguma restrição imposta pelo fornecedor.

A liberdade de redistribuir deve incluir a possibilidade de se repassar os códigos-fonte bem como, quando possível, os arquivos binários ge-rados da compilação desses códi-gos, sejam em sua versão original ou modificada. Não é necessária a autorização do autor ou do dis-tribuidor do software para que ele possa ser redistribuido, já que as licenças de software livre assim o permitem.

• A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito;

• A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para

as suas necessidades. Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para

esta liberdade;

• A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao

seu próximo;

• A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoa

mentos, de modo que toda a comunidade se beneficie. Acesso ao

código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;

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Para que seja possível estudar ou modificar o software (para uso par-ticular ou para distribuir) é necessário ter acesso ao código-fon-te. Por isso a disponibilidade desses arquivos é pré-requisito para a liberdade do software. Cada licença determina como será feito o fornecimeto do fonte para distribuições típicas, como é o caso de distribuições em mídia por-tátil somente com os códigos binários já finalizados (sem o fonte). No caso da licença GPL, a fonte deve ser disponibilizada em local de onde possa ser acessado, ou deve ser entregue ao usuário, se solicitado, sem custos adicionais (exceto transporte e mídia).

Para que essas liberdades sejam reais, elas devem ser irrevogáveis. Caso o de-senvolvedor do software tenha o poder de revogar a licença, o software não é livre.

Tais liberdades não fazem referência aos custos envolvidos. É possível que um software-livre não seja gratuito. Quando gratuito, empresas podem explorá--lo comercialmente através do serviço envolvido (principalmente suporte). A maioria dos softwares livres é licenciada através de uma licença de software livre, como a GNU GPL, a mais conhecida.

Muitas pessoas costumam confundir Linux com Software Livre. O Linux é um exemplo de software livre, mas não podemos generalizar. Assim como o Linux existem milhares de outros softwares também classificados como livre, segun-do sua filosofia de distribuição e utilização.

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CComunicação Comunitária

A melhor estratégia para divulgar a Estação Digital é através do envolvimento da comunidade, criando assim um processo de comunicação comunitária. O ambiente ideal para o sucesso da Estação Digital é quando a comunidade iden-tifica os benefícios que ele pode lhe trazer.

Como um espaço disponível para a mobilização social, a Estação Digital passa a ser reconhecida e divulgada naturalmente. A imagem da mesma, neste caso, é vista de acordo com o principal objetivo, o de promover a inclusão social.

Segundo o professor Philip Kotler, o Marketing é o “conjunto de atividades que tem por objetivo a facilidade e a realização de trocas”. O Marketing - em sua dimensão filosófica - é uma ferramenta que pode ajudar a planejar as con-dições necessárias para que pessoas e organizações troquem entre si, partindo do princípio elementar de que toda troca pressupõe contrapartidas, e que a melhor relação se dará sempre que cada parte souber o que a outra deseja, espera e valoriza. É um ensinamento simples, prático e útil.

Mas, enfim, qual é a relação da Comunicação com o Marketing? A Comuni-cação está para o Marketing assim como o motor para um automóvel: é uma parte fundamental. Sem ela a “troca” simplesmente não funciona, pois não se sabendo o que a outra parte - o parceiro, o beneficiário e a sociedade - quer, espera e valoriza na sua causa não se consegue determinar uma oferta com claro valor de utilidade social. Não se consegue, por tabela, atrair a atenção e o interesse de apoiadores. Não se obtém a legitimação pública.

Divulgando a Estação Digital

Todo e qualquer material de divulgação a ser criado, assim como qualquer outra atividade da Estação Digital, exige o mínimo de planejamento, conforme vimos acima.

O planejamento deixa claro as etapas do desenvolvimento e também norteia a condução das atividades. Um bom planejamento para criação de material de divulgação pode ser compreendido conforme a figura abaixo:

Canais para divulgação: existem vários veículos de comunicação que se pode utilizar para divulgar os trabalhos da Estação Digital. Cada comunidade possui veículos específicos, de acordo com sua realidade. Eis alguns modelos mais conhecidos:

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Mídia impressa

Panfletos: esse é o modelo de divulgação mais utilizado pelas Estações Di-gitais, por ser fácil de fazer, rápida a reprodução e por apresentar ótimos re-sultados na sua divulgação. Um modelo simples de panfleto poderá ser feito na própria Estação Digital, utilizando programas básicos como um Editor de texto e impresso em média, 04 unidades por folha.

Identifique os públicos a serem atingidos por essa mídia e seus principais pon-tos de concentração, por exemplo: na entrada do colégio e visitas em salas de aula ou entradas dos templos religiosos. Veja como fazer no Manual de Apoio.

Cartazes: fácil de fazer e de reproduzir deve estampar de forma chamativa informações da Estação Digital tais como os serviços oferecidos, o endereço e o telefone de contato.

Poderão ser afixados, com devida au-torização, em murais da Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, clubes de serviço, agências bancá-rias, escolas públicas e outros locais de grande circulação. Dependendo da cidade, poderá ser afixado tam-bém dentro dos ônibus urbanos. Veja como fazer no Manual de Apoio.

Jornais locais: geralmente esses jornais têm impressão quinzenal e sempre são simpáticos ao Terceiro Setor. Assim, o modelo de anúncio a ser impresso no jornal também po-derá ser criado dentro da Estação Di-gital. Veja como fazer no Manual de Apoio.

Revistas: as revistas atingem determinado segmento da sociedade, pois tra-tam de assuntos mais específicos. Dessa maneira, a divulgação nesse veículo ajuda ainda mais na proposta da Estação Digital, uma vez que pode trazer determinado grupo de maneira organizada, por exemplo, turmas para terceira idade.

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Mídia áudio-visual: televisão: essa divulgação atinge diretamente quase toda a comunidade, uma vez que a maior parte dos lares já possui aparelhos televisores e cada região geográfica do país já possuem repetidoras, além dos canais comunitários. É importante descobrir se há tempo gratuito oferecido para propagandas de serviços comunitários. Rádio comunitária ou sistema de alto-falantes: pode-se utilizar esse serviço principalmente para divulgar o pe-ríodo de matrículas, eventos produzidos pela equipe, horários de uso coletivo das máquinas, etc. As rádios comunitárias, além de divulgarem as atividades da Estação Digital durante sua programação, podem produzir esses comerciais em seus próprios estúdios, sem custos.

Mídia digital: portais e sites: atualmente, várias cidades possuem portais na internet, que são utilizados em sua maioria para divulgar as ações locais. Esse seria um espaço aberto à divulgação da Estação Digital.

Lista de E-mail: organize uma lista de e-mail de interessados nas atividades da Estação Digital, por exemplo: usuários, ex-alunos, parceiros, autoridades públicas, membros do Conselho Gestor, entre outros.Coloque no e-mail a opção para o não recebimento desta modalidade de co-municação. E-mail recebido de forma indesejável é SPAM. Veja como fazer no Manual de Apoio.

CD-ROM: essa mídia pode ser utilizada na divulgação dos trabalhos da Esta-ção Digital bem como as metas e resultados alcançados. Pode ser distribuído para os parceiros ao final de cada período. Sempre que for a alguma reunião com parceiros ou futuros parceiros, leve o CD-ROM e demonstre para ele du-rante sua apresentação.

Mídia informal: propaganda informal: também conhecida como boca-a--boca, com certeza é a melhor de todas as propagandas. É ela quem mais traz usuários à Estação Digital; é ela quem melhor divulga a Estação Digital pela comunidade; e é ela quem dá uma resposta sobre a influência da Estação Di-gital na comunidade.

Observe que, para que esta propaganda funcione bem, é preciso que a Estação Digital esteja funcionando bem e que a comunidade realmente se sinta parte da Estação Digital.

Visitas agendadas: não há nada que substitua o contato humano. Agen-dar visitas com os comerciantes locais é uma boa estratégia para mostrar a

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importância do trabalho, o dia-a-dia do projeto e, principalmente, para que eles vejam o brilho nos olhos dos jovens quando eles descobrem tudo o que a tecnologia pode fazer por eles. Números são importantes para demonstrar a grandeza do projeto, mas a sua melhor tradução ainda acontece no rosto das pessoas.

Instituições Religiosas: a liderança religiosa pode comunicar em suas ati-vidades os serviços oferecidos e as pretensões da Estação. A Estação Digital por sua vez, também poderá oferecer turmas específicas, conforme suas neces-sidades e disponibilidades.

Padronização visual da Estação Digital

A Estação Digital dispõe de padronização visual que caracteriza sua identi-dade. A identidade visual deve ser seguida corretamente a fim de garantir a padronização do Projeto. Todos os itens que compõe a padronização são dis-ponibilizados pela Fundação Banco do Brasil. A sua aplicação deve seguir as orientações a seguir:

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Estação Digital – Manual DE gEstão

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Promoção e marketing contínuos

O objetivo do projeto de comunicação comunitária da Estação Digital é manter a visibilidade na comunidade, promover a Estação Digital, e continuar a esti-mular, na comunidade, o interesse pelas atividades da Estação Digital.

A comunicação deve girar em torno das atividades e sucessos mais notáveis, como:

• Novos programas;• Novas parcerias;• Criação de página na Internet;• Histórias de sucesso dos usuários;• Um artigo revisando as atividades da Estação Digital num certo período de tempo;• Qualquer atenção especial recebida por órgãos governamentais, corporações, mídia ou organizações comunitárias e;• Edição de um boletim eletrônico sobre a Estação Digital e a comunidade.

Como saber se as ações de comunicação estão sendo eficazes? Para avaliar os resultados da comunicação é necessário analisar se as respostas desejadas es-tão sendo obtidas, ou seja, se os objetivos estratégicos estão sendo alcançados de modo satisfatório, conforme o estabelecido no planejamento. Essas ações devem ser avaliadas de preferência uma a uma durante o processo de comuni-cação e não em conjunto ao final dele. A esta prática dá-se o nome de monito-ração, sinônimo técnico para acompanhamento.

É muito válido também a utilização de pesquisas de diagnóstico do público, a fim de contribuir para a melhoria dos trabalhos da Estação Digital.

Deixar para avaliar os resultados de um plano de comunicação, por exemplo, ao final de um ano de trabalho, costuma ser pouco produtivo e até dispen-dioso: além de não conseguir ter uma visão clara da eficácia de cada uma das ações separadamente e de não saberem exatamente onde erraram ou acerta-ram, as instituições acabam desperdiçando recursos e energia que poderiam ser otimizados se elas tivessem solucionado a tempo os pontos fracos de sua comunicação.

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Anexo 1

Geração de conteúdo

A geração de conteúdo para as aulas da Estação Digital é a oportunidade de se trabalhar os conteúdos técnicos com a promoção da cidadania e outros temas de maneira dinâmica e prazerosa para os alunos.Abaixo, alguns exemplos de como podem ser gerados esses conteúdos:

Informática e Cidadania: A inclusão de conteúdos relacionados à cidada-nia junto às aulas de informática é uma característica típica das Estações Di-gitais. Por isso, é possível preparar as aulas e o curso de maneira a contribuir para a organização desses grupos e/ou projetos de inúmeras maneiras, dinamizando ainda mais as aulas. A seguir, alguns exemplos de trabalhos utilizando o com-putador como ferramenta:

Editor de Apresentações: É muito utilizado para matérias curriculares do ensino médio e fundamental, onde os alunos podem criar apresentações sobre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, corpo humano, regras de português, História do Brasil, resumos de livros, fotossíntese, dentre milhares de outros assuntos.

Resgate cultural da cidade: uma apresentação, com fotos, sons, frases e poesias dos principais atores culturais. Mais informações e dados também po-dem ser buscados na internet, principalmente em sites da mesma região geo-gráfica de sua comunidade.

Cidadania: nessa parte podemos desenvolver a manifestação cultural na co-munidade, o que pode resultar em vários trabalhos futuramente como, por exemplo, um livro, um folheto, um site ou até mesmo um documentário.

Catálogo postal virtual: pode-se criar um catálogo com várias fotos da co-munidade, desde sedes administrativas do governo municipal, passando por igrejas, praças, casas antigas e modernas até os pontos ecológicos, como cór-regos, nascentes, cachoeiras, rios ou pontes.

Dica: com a popularização cada vez mais rápida das câmeras fotográficas di-gitais, esse trabalho pode ser feito a custo quase zero. O Projeto, posteriormen-

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Cidadania: além do conhecimento local, geográfico, histórico e cultural que os alunos irão adquirir, o resultado final deste catálogo postal poderá ser co-mercializado, o que geraria trabalho e renda para as pessoas envolvidas.

Criação de desenhos: os programas de desenhos geralmente são utilizados no início do curso onde, consequentemente, é trabalhada a coordenação mo-tora do usuário com o mouse que, em muitas vezes, é o primeiro contato com o equipamento. Esse programa desenvolve, principalmente, a criatividade e imaginação dos usuários.

Bandeira nacional: esse pode ser o primeiro exercício desse módulo do cur-so pelo fato da bandeira possuir traços exatos como retângulo, elipse e traços (para o losango). Pode ajudar muito o usuário a familiarizar-se com o mouse. Após a confecção do desenho, é hora de colorir a bandeira.

Cidadania: nesse trabalho estamos desenvolvendo a coordenação motora, o patriotismo e desenvolvendo a memória, pois é um desenho que todos irão fazer de cabeça, sem a necessidade de se desenhar no quadro.

Dica: Ainda sobre patriotismo, comece uma discussão com os alunos sobre o real significado da frase? Ordem e Progresso?

Mapa do Brasil: o mapa do Brasil é um ótimo exercício de geografia. O tra-balho pode ser divido em duas fases: a primeira, colore-se cada estado, de acordo com suas características típicas. A segunda, com o mapa novamente sem cores, é a hora de identificar as regiões brasileiras. Vale também colocar nomes aos estados e às regiões.

Cidadania: aqui é trabalhado a geografia e a história, além dos costumes tí-picos. Note que o estado do Amazonas quase sempre será colorido de verde, devido a lembrança da floresta Amazônica.

Dica: ao final desse módulo do curso, imprima pelo menos um desenho de cada usuário e faça uma exposição, na entrada da Estação Digital, com todos os trabalhos, identificados pelo criador e sua turma.

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Gerenciador de arquivos

Estrutura do poder público: este é um recurso muito útil para todos os usuá-rios: o gerenciamento de seus arquivos. Por isso é bom ensinar-lhes de forma que nunca mais esqueçam. Comecemos sensibilizando para os órgãos existen-tes:

Brasil = Disco Rígido => Toda a região nacional = Todo o espaço a ser gravados dados.Estados = Pastas => Estão dentro do país (ex.: Piauí, Ceará, Amapá) = Estão dentro do disco e gravamos nossos arquivos nela (Ex.: João, Paula, Roberto)Municípios = Sub-pastas => Estão dentro do estado (Ex.: Goiás/Ceres, Cascavel/Paraná) = Estão dentro das pastas (ex.: João/Músicas, Paula/Fotos)

Dica: Como exercício, pode ser criada uma pasta chamada Brasil e dentro uma sub-pasta uma para cada Estado, e dentro de cada uma, uma sub-pasta com o nome de sua capital.

Editor de textos: um editor de textos é a ferramenta que mais possui re-cursos para se trabalhar a cidadania. Não seria válido um aluno que enfrente todas as dificuldades para chegar até, ficar digitando textos quaisquer ou ten-tando criar algo volumoso para depois formata-lo de qualquer forma. Por isso, aproveitamos tal momento para formá-lo cidadão.

Redação: a redação pode ser trabalhada de forma mais receptiva pelos alu-nos. Uma redação inicial poderia ser um resumo sobre a matéria que foi des-taque nos jornais ontem. Com olhar crítico, teríamos o primeiro texto para formatar.

Letras de músicas: também são bem vindas para se trabalhar em sala de aula. Mas é bom buscar letras de acordo com a identidade da turma. Por exem-plo, numa turma da Terceira Idade, o Hip-hop talvez não seja o tipo de música mais adequada. O inverso aconteceria em uma turma de adolescentes que, possivelmente, não irão identificar-se com músicas da jovem guarda.

Dica: um ótimo exercício também seria criar um texto com uma palavra que iniciasse com cada letra do alfabeto. Essas palavras poderiam ser divididas por temas: cidades, cidadania, plantas, nome de pessoas.

Jornal comunitário: o jornal comunitário é um projeto que vai trabalhar vários temas e surpreender tanto os usuários quanto os Educadores. Para a

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confecção, a sala pode ser dividida em três ou quatro grupos onde, cada um, terá a missão de trazer pelo menos duas notícias sobre sua comunidade. Estes grupos serão divididos por temas: violência, esportes, cultura e os trabalhos desenvolvidos pelo governo municipal. Com as matérias em mãos, é hora de passar para o computador e fazer a revisão. Depois, podem-se buscar imagens na internet que ilustrem melhor o texto. Por fim, a diagramação.

Esse material pode ser impresso em cópias para serem apresentadas ao final do trabalho. Com a busca de parcerias, este jornal pode ser impresso em um número maior para ser distribuído à comunidade.

Cidadania: aqui é trabalhado português, redação, literatura, desenvolvimen-to comunitário, criatividade e principalmente o trabalho em equipe e o espírito de liderança.

Planilha eletrônica : a planilha eletrônica é uma ferramenta onde será tra-balhado mais a parte da matemática. Então é importante criar exercícios e conteúdos que ajudem no entendimento. Esse tipo de programa é muito ex-tenso e oferece muitos recursos que nem sempre utilizamos.

Após ensinar-lhes os recursos básicos do programa, tente focar as aulas tam-bém na dinamização das tarefas. Lembre-se que os programas possuem as op-ções de fórmulas, recursos automáticos, funções e macros. Isso torna o curso mais atraente e empolgante.

Dica: convide professores de matemática, química e física para conhecerem a Estação Digital e opinarem na criação de exercícios. Eles saberão, por exem-plo, quais dificuldades seus alunos estão apresentando na escola.

Orçamento familiar: controlar os gastos, agendar pagamentos e compro-missos ajuda a evitar gastos desnecessários com juros e preços mais caros. O orçamento familiar pode ter como base uma lista de compras mensais.

Relacionem os itens que precisam ser comprados, mensalmente, e suas quan-tidades. Divida a sala em quatro grupos e cada um fará um levantamento de preços em um comércio da comunidade. Na aula seguinte, todos lançam seus valores e, com recursos básicos, teremos clara a diferenciação de preços entre cada um dos comércios.

Dica: os alunos quase sempre irão querer imprimir cópia desse trabalho para levarem para suas casas. Imprima apenas ao final de todo o trabalho.

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Cidadania: com um trabalho simples, despertamos a consciência crítica do cidadão de buscar o menor preço, reivindicando assim seus direitos. Também é levada em conta a responsabilidade de assumirem e fazerem trabalhos.

Acompanhamento escolar: Este pode ser um exercício inicial para os alu-nos que irão aprender a montar um boletim escolar. Dividido em matérias e bimestres, o alunos irão aprender a somar o total de pontos acumulados e buscar a média em cada uma das matérias, sabendo assim, se serão aprovados ou não.

Mais uma vez esclarecemos: estamos diante de sugestões para a elaboração da PPP da Estação Digital. Cada instituição estará contemplando o que julgar mais pertinente e possível, de acordo com a sua própria experiência. Nesse sentido, pode-se ampliar ou diminuir a quantidade de informações aqui su-gerida. O que vai determinar a qualidade do projeto não é a maior ou a menor

quantidade de informações, mas sim em que medida o processo foi realmente construído, vivenciado e consolidado pela comunidade. É importante não bu-rocratizar o processo e realizar o que for exeqüível e possível à estação digital, respeitando e fazendo um esforço para responder satisfatoriamente às deman-das da comunidade.

Procuramos, neste item final, oferecer indicadores sobre como construir o PPP da estação digital, visando à melhor organização do processo de mudança.

Que caminhos vamos trilhar e escolher para a nossa estação digital? Que ou-tras perguntas necessitamos fazer para construir a nossa PPP? Este é o nosso desafio: pensar a nossa prática, refletir sobre ela e, num permanente movi-mento de ação-reflexão-ação, dar a nossa contribuição, por mais singela que possa parecer, para criarmos a estação digital que queremos para nossa comu-nidade. O desafio está posto.

Vamos enfrentá-lo juntos? Vamos fazer e escrever a nossa história?Então, mãos-à-obra!

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A Anexo 2

Gerenciador da Estação Digital

Abaixo apresentamos as principais funcionalidades do GED:

Tela de login do GED

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Tela de boas-vindas do GED

Cadastro de alunos

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Tela para novo cadastro de alunos

Cadastro de Educadores Sociais

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Confecção de certificados

Impressão de certificados

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Disco virtual

Cópia de segurança dos dados

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