manual - cuidados de enf - emergÊncias psiquiÁtricas - df

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1 SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL Subsecretaria de Atenção a Saúde Gerencia de Enfermagem Núcleo de Saude Mental Gerencia de Enfermagem/SAS/SES/DF Endereço:SAIN Parque Rural CEP: 70. 086.900 Sala 19 bloco A fone: 3348-6138/ 3348-6139 ELABORAÇÃO DO MANUAL MARINEUSA BUENO

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SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERALNúcleo de Saude Mental – Gerencia de Enfermagem/SAS/SES/DF--ELABORAÇÃO DO MANUAL--MARINEUSA BUENOConteúdo:1. Definições2. Avaliação do Usuário3. Quadros Psiquiátricos mais Comuns em Emergência Hospitalar4. Agitação Psicomotora5. Emergências Relacionadas ao Uso e Abuso de Álcool e Outras Drogas6. População em Situação de Rua no Serviço de Urgência Psiquiátrica7. Quadros de Emergências Psiquiátricas em Crianças e Adolescentes8. Abordagem Geral em Urgência e Emergência9. Contenção FísicaPROTOCOLO DE CONTENÇÃOPsicofármacos mais Utilizados na Contenção Química10. Atribuições de Enfermagem na Saúde Mentala) ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO:b) ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM:

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    SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DO DISTRITO FEDERAL

    Subsecretaria de Ateno a Sade

    Gerencia de Enfermagem

    Ncleo de Saude Mental Gerencia de Enfermagem/SAS/SES/DF

    Endereo:SAIN Parque Rural CEP: 70. 086.900

    Sala 19 bloco A fone: 3348-6138/ 3348-6139

    ELABORAO DO MANUAL

    MARINEUSA BUENO

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    COLABORAO

    Sandro Rogrio Gabriel

    Daniela Martins

    Eusaline Siqueira

    Gustavo Flauber

    EDITORAO

    Ligeze Lins

  • 3

    GOVERNADOR

    Agnelo Queiroz

    VICE GOVERNADOR

    Tadeu Filipelli

    SECRETRIO DE ESTADO DE SAUDE DO DISTRITO FEDERAL

    Rafael Barbosa

    SUBSECRETARIO DE ATENO A SAUDE

    Ivan Castelli

  • 4

    GERENTE DE ENFERMAGEM

    Marcio da Mata Souza

    NUCLEO DE SAUDE MENTAL

    Marineusa Bueno

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    MANUAL DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM EMERGNCIAS PSIQUITRICAS

    APRESENTAO:

    No Brasil, aps uma longa trajetria pela implementao da Reforma Psiquitrica, houve a aprovao da lei 10.216, de 06 de abril de 2001, de autoria do Deputado Paulo Delgado, na qual se estabeleceu a reorientao da assistncia sade mental na perspectiva da reabilitao psicossocial.

    A poltica de sade mental atual preconiza vrios dispositivos, como Centros de Ateno Psicossocial (Caps), Hospitais-Dia, Leitos em Hospitais Gerais, Ambulatrios com espaos de convivncia coletiva, Servios Residenciais Teraputicos (SRTs), Programa de Volta Para Casa (PVC) e Projetos de Gerao de Renda como direitos inerentes a qualquer ser humano.

    Na perspectiva da Reforma Psiquitrica e em defesa da humanizao da ateno em sade mental o papel das emergncias psiquitricas, sobretudo em hospital geral, vem sendo redefinido nas ltimas dcadas. A internao deixou de ser a nica opo de tratamento.

    Segundo a Lei 10.216 no pargrafo nico, incisos I e II refere sobre os direitos da pessoa portadora de transtorno mental e diz:

    I ter acesso ao melhor tratamento do sistema de sade, consentneo s suas necessidades;

    II ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua sade, visando alcanar sua recuperao pela insero na famlia, no trabalho e na comunidade;

    A emergncia psiquitrica envolve situaes de alterao do pensamento (delrio), alterao comportamental (violncia), que se d em razo do surgimento de quadros psiquitricos ou sua agudizao, quando crnicos e em funo de uso abusivo de lcool e outras drogas.

    Todos estes casos requerem atendimento rpido, alguns esto associados a risco de morte, como, nas tentativas de suicdio e complicaes clnicas. Nestas situaes, freqentemente, as intervenes teraputicas realizadas em curto espao de tempo, contribuem para diminuir agravamentos e riscos de seqelas.

    A qualificao dos profissionais de sade para acolher e atender usurios em emergncias psiquitricas define a qualidade deste atendimento e contribui para o melhor desenvolvimento do caso.

    Os servios nos quais estes usurios sero atendidos devem estar igualmente qualificados para a abordagem das emergncias psiquitricas. Esta abordagem deve estar pautada numa ambincia adequada e num cuidado multiprofissional de carter interdisciplinar.

    No sentido de favorecer a ateno integral e qualificada s pessoas acometidas de sofrimento mental agudo em situaes de emergncias psiquitricas que a Gerncia de Enfermagem da Subsecretaria de Ateno Sade da Secretaria de Estado de Sade do Distrito Federal GENF/SAS/SES/DF apresenta este manual.

    Nele so apresentados esclarecimentos aos profissionais da equipe de enfermagem acerca das emergncias psiquitricas e dos cuidados que

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    se deve prestar s pessoas acometidas de sofrimento mental agudo em situaes de emergncias psiquitricas.

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    1. Definies

    EMERGNCIA: Ocorrncia ou situao perigosa, de aparecimento sbito e imprevisto, necessitando de imediata soluo (CHAVES, 2010)

    URGNCIA: Ocorrncia ou situao perigosa, de aparecimento rpido, mas no necessariamente imprevisto e sbito, necessitando de soluo em curto prazo (CHAVES, 2010)

    EMERGNCIA PSIQUITRICA: Situao de crise em que o funcionamento geral gravemente prejudicado e o indivduo se torna incompetente ou incapaz de assumir responsabilidades pessoais (TOWNSEND,1998).

    AGITAO PSICOMOTORA: Caracteriza-se por inquietao, aumento da excitabilidade psquica, resposta exacerbada aos estmulos, irritabilidade, atividade motora e verbal aumentadas, inadequadas e repetitivas, podendo cursar com agressividade. uma emergncia psiquitrica, cuja interveno teraputica imediata imperativa (CHAVES,2010)

    CRISE: Situao de incapacidade momentnea do indivduo para lidar com o estresse, na qual o sujeito tem comprometida sua funo psquica e desorganiza-se mentalmente, tornando-se vulnervel e fragilizado, podendo colocar em risco sua integridade fsica e a de outras pessoas, requerendo apoio e acompanhamento de outros.

    RAIVA: uma emoo primria, sendo tipicamente expressa como uma resposta interna praticamente automtica mgoa, frustrao ou medo (KAPLAN, 1999).

    VIOLNCIA: A Organizao Mundial da Sade (OMS) define violncia como a imposio de um grau significativo de dor e sofrimento evitveis. Segundo Houaiss, violncia a ao ou efeito de violncia que emprega fora fsica (contra algum ou algo) ou intimidao moral contra (algum); ato violento, crueldade, fora. No aspecto jurdico, o mesmo dicionrio define o termo como constrangimento fsico ou moral exercido sobre algum, para obrig-lo a submeter-se vontade de outrem; coao.

    AGRESSIVIDADE: uma das maneiras pelas quais os indivduos expressam raiva. Ela , por vezes, usada para se tentar forar algum a concordar com os desejos do agressor, mas em outras ocasies seu nico objetivo parece ser o de infligir punio e dor. Em praticamente todos os casos agressividade uma funo negativa ou um uso destrutivo da raiva (KAPLAN, 1999).

    AGITAO E AGRESSIVIDADE: um estado de tenso, de inquietao, de hiperatividade, manifestado por um aumento da psicomotricidade, na qual se v aumentado o potencial de auto e heteroagresso do sujeito. Estados de agitao e agressividade podem

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    ocorrer secundrios a quadros clnicos e psiquitricos do usurio (CORDEIRO, 2007).

    Fatores de risco para a evoluo da agitao durante a abordagem do usurio:

    Balanar a cabea;

    Ser ansioso;

    Ter atitude desconfiada ou hostil;

    Proceder com agresses verbais ou fsicas;

    Fazer gestos ameaadores;

    Andar de um lado para o outro;

    ESTEJA ALERTA EM RELAO A SINAIS PRECOCES DE VIOLNCIA IMINENTE, TAIS COMO AGITAO, LINGUAGEM ABUSIVA E DESAFIO

    AUTORIDADE

    2. Avaliao do Usurio

    Em emergncias psiquitricas, a abordagem da agitao e da agressividade no se restringe apenas tentativa de tranquilizao do usurio, mas requer identificar e abordar as causas de sua agitao.

    Faz-se necessria a coleta da histria clnica e psiquitrica, no entanto, no cenrio de uma emergncia psiquitrica, tm-se menos tempo e pouca privacidade para estas aes e torna-se menor a possibilidade de relatos confiveis. Neste atendimento, deve-se lanar mo de alguns dispositivos importantes, como a entrevista que precisa ser bem estruturada; alm dela o exame do usurio tambm relevante e deve ser prontamente realizado (CORDEIRO, 2007).

    Em casos de comportamento violento, ser preciso agir antes mesmo do diagnstico etiolgico. A entrevista nunca deve adquirir o aspecto rotineiro, pois ela , de fato, o principal instrumento de trabalho dos profissionais de sade mental. A entrevista bem conduzida permite o incio de uma interveno em sade mental terapeuticamente exitosa (CORDEIRO, 2007).

    Exame Psquico ou do Estado Mental: Dentre as condutas a serem adotadas pelo enfermeiro est realizao do exame psquico. Este um instrumento de avaliao do usurio muito importante na psiquiatria geral. Esta avaliao deve constar da evoluo de enfermagem que o registro feito pelo enfermeiro aps avaliao do estado geral do usurio (PORTO, 2004). Nesse registro devem constar todas as suas observaes acerca do usurio e os problemas identificados. A anotao de enfermagem um instrumento valorativo de grande significado para a qualidade da assistncia. O COREN preconiza que o registro deve ser claro, objetivo, preciso, com letra legvel e sem rasuras. Aps o registro o enfermeiro deve assin-lo, colocar nome e carimbo com registro do COREN (BOTEGA, 2006).

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    De modo geral, o exame psquico deve ser realizado e descrito na seguinte ordem, verificando-se:

    Aspecto geral do usurio: Deve-se observar o usurio desde o primeiro momento, como se apresenta; como faz o primeiro contato; desconfiado, tmido, hostil; como so suas vestes; asseio corporal; expressa alegria. Se o enfermeiro for atento a tudo isso ele ser capaz de fazer uma avaliao das condies psquicas e emocionais e obter uma impresso geral do usurio (PORTO, 2004).

    Conscincia: Conhecimento que temos de ns mesmos e do mundo externo. o estado de estar desperto, acordado, vigil, lcido. a dimenso subjetiva da atividade psquica do sujeito que se volta para a realidade. Na relao do eu com o meio ambiente (DALGALARRONDO, 2000).

    Orientao: Enquanto capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente. Pode ser autopsquica que a orientao do individuo em relao a si mesmo (o usurio sabe quem ; como se chama; que idade tem) e alopsquica que diz respeito capacidade de orientar-se em relao ao mundo, a hora do dia, o dia da semana, o dia do ms (DALGALARRONDO, 2000).

    Ateno: a capacidade de se concentrar a atividade psquica durante certo perodo, numa tarefa ou atividade. Algumas alteraes so as hiperprossexia: ateno exacerbada ou a diminuio da ateno hipoprossexia (PORTO, 2004).

    Memria: Capacidade de registrar, manter e evocar fatos j ocorridos. Pode referir-se memria imediata, recente e remota (PORTO, 2004).

    Sensopercepo: Sensao gerada por estmulos fsicos, qumicos ou biolgicos variados, originados fora ou dentro do organismo que produzem alteraes nos rgos receptores. Percepo a dimenso a transformao de estmulos puramente sensoriais em fenmenos perceptivos conscientes. Algumas alteraes: iluso (percepo deformada de um objeto real), alucinao (percepo sem a presena de objeto estimulante, como vindo de fora do corpo) (DALGALARRONDO, 2000).

    Pensamento: um conjunto de funes integrativas capazes de associar conhecimentos novos e antigos, de integrar os estmulos internos e externos, de analisar, abstrair, sintetizar, bem como criar. Pode estar normal ou alterado quanto velocidade, estrutura, contedo. Pode apresentar-se desorganizado, incoerente e/ou com fuga de idias (PORTO, 2004).

    Linguagem: o principal instrumento de comunicao dos seres humanos. Alm disso, a linguagem fundamental na elaborao e na expresso do pensamento. Algumas alteraes so: a afasia, disartria, ecolalia (DALGALARRONDO, 2000).

    Juzo de realidade: Identificar se o juzo falso um erro simples ou um delrio. Deve-se lembrar que as alteraes do juzo de realidade so alteraes do pensamento. Descrever as caractersticas do delrio como persecutrio, bizarrice, grau de convico (DALGALARRONDO, 2000).

    Vida afetiva: a dimenso psquica que da cor, brilho e calor a todas as vivncias humanas. Sem afetividade a vida mental torna-se vazia, sem sabor. O termo afetividade genrico, compreendendo vrias modalidades de vivncias afetivas como o humor, as emoes e os sentimentos. Pode estar normal ou alterado quanto a depressivo, eufrico, irritado, exaltado, ansioso (DALGALARRONDO, 2000).

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    Psicomotricidade: A vida psquica do usurio tem a expresso objetiva no conjunto de seus gestos e movimentos, a que se denomina psicomotricidade. Algumas alteraes so: estereotipias motoras, maneirismos, lentificao ou acelerao. Se houver agitao psicomotora, tentar caracterizar (manaca, confusional, paranides, epiltica, etc.) (PORTO, 2004).

    Personalidade: Para Bastos (1997) personalidade um conjunto integrado de traos psquicos, consistindo no total das caractersticas individuais, todos os fatores fsicos, biolgicos, psquicos e socioculturais de sua formao, tendncias inatas e experincias adquiridas no curso de sua existncia. Temos personalidades paranide, esquizide, socioptica, impulsiva e outras (DALGALARRONDO, 2000).

    3. Quadros Psiquitricos mais Comuns em Emergncia Hospitalar

    A. Comportamento Suicida: um ato deliberado de auto-agresso realizado na expectativa de ser fatal (OMS). O suicdio a morte intencional auto-infligida. Est entre as dez primeiras causas de morte no mundo.

    Fatores de risco para suicdio:

    Transtornos do humor;

    Transtornos mentais e de comportamento decorrente do uso de substncias psicoativas;

    Transtorno de personalidade (borderline);

    Esquizofrenia;

    Transtorno de ansiedade.

    Sinais de Alto Risco de Suicdio:

    Histria de tentativa suicida anterior

    Grau de letalidade do mtodo utilizado nas tentativas suicidas;

    Controle deficiente de impulsos;

    Uso de lcool e outras drogas;

    Ausncia de sistemas de apoio social;

    Recente perturbao familiar.

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    Abordagem:

    Acolher o usurio, promovendo uma escuta qualificada;

    Focalizar nos sentimentos da pessoa;

    Receber o usurio em um ambiente tranqilo, acolhedor e seguro;

    Obter o mximo de informao possvel dos acompanhantes sobre as condies imediatas e mediatas e onde ocorreu tentativa;

    Trabalhar sobre os sentimentos suicida;

    Proteger a vida do usurio e registrar a tentativa no pronturio e no livro de relatrio da unidade;

    Orientar a famlia a procurar atendimento em sade mental (CAPS) aps alta do usurio para dar continuidade ao tratamento.

    JAMAIS MINIMIZE A TENTATIVA. O USURIO DE COPORTAMENTO SUICIDA, FREQUENTEMENTE, VAI DO PENSAR IDEAO, DA

    IDEAO S TENTATIVAS, AT A CONCLUSO DO ATO.

    DEMONSTRAR SIGILO E EMPATIA. OPORTUNIZANDO QUE O USURIO FALE SOBRE A TENTATIVA.

    Fatores que contribuem para uma maior proteo do usurio:

    Existncia de suporte familiar, de amigos ou outros;

    Vida social satisfatria;

    Integrao social;

    Acesso a servios de sade mental;

    Ambiente seguro, onde no estejam ao alcance objetos que possam contribuir com o ato suicida, tais como, medicamentos em excesso, material cortante, lenis, etc.

    B. Transtorno Psictico: um termo psiquitrico genrico que se refere a um estado mental no qual existe uma "perda de contato com a realidade". Ao experienciar um episdio psictico, um indivduo pode ter alucinaes ou delrios, assim como mudanas de personalidade e pensamento desorganizado. A psicose classificada em orgnica e funcional (CORDEIRO, 2007).

    Psicose orgnica refere-se a uma condio reversvel ou no de disfuno mental, que pode ser identificada como um distrbio da anatomia, fisiologia ou da bioqumica do crebro.

    Psicose funcional refere-se a uma condio de disfuno mental, identificada como esquizofrenia, uma doena afetiva maior, ou outros distrbios mentais com caractersticas psicticas.

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    Num quadro psictico, o pensamento do usurio apresenta-se desorganizado e incoerente, o que se evidencia em sua fala. A memria apresenta-se prejudicada no registro, reteno e recuperao das lembranas. A orientao, especialmente quanto ao tempo, pode estar prejudicada. O comportamento psicomotor pode ser hipo ou hiperativo em relao aos movimentos e fala. As emoes podem variar de apatia e depresso a medo e raiva (CORDEIRO, 2007).

    Os usurios psicticos so freqentemente trazidos ao servio de urgncia por familiares ou amigos que j no conseguem controlar o seu comportamento com segurana. Freqentemente, o usurio psictico trazido pela polcia ou paramdicos, porque a condio psictica em que se encontra potencialmente perigosa para si mesmo ou para os outros. Alguns usurios vm ao hospital em busca de refgio para seus temores esmagadores (CORDEIRO, 2007).

    No atendimento de emergncia possvel identificar o quadro de agitao psicomotora e identificar algum tipo de risco de auto ou heteroagresso. Usurios psicticos esto mais propensos situaes de risco como suicdio, violncia e vitimizao por outros.O funcionrio do servio de emergncia deve desenvolver uma vigilncia intuitiva com o objetivo de detectar a possibilidade de violncia naqueles usurios que se apresentam menos agitados e tm um quadro psictico menos florido. Qualquer histria ou comentrio que sugira violncia deve ser levado a srio. O potencial para violncia , em geral, diretamente relacionado ao tom, volume e tipo de voz e tenso corporal (BRASIL, 2006)

    Abordagem:

    Acolher o usurio, promovendo uma escuta qualificada;

    Focalizar no sentimento da pessoa;

    Manter o usurio em ambiente tranqilo, acolhedor e seguro;

    Manter um tom de voz equilibrado sem alterao;

    Manter observao contnua;

    Orientar a famlia quanto necessidade de possvel conteno;

    Orientar a famlia a procurar atendimento em sade mental (CAPS) ps alta para dar continuidade ao tratamento.

    C. Sndromes Depressivas e Manacas: Segundo levantamento da OMS a depresso maior unipolar afeta cerca de 50 milhes de pessoas no mundo todo. Os quadros depressivos tm como elemento central o humor triste, entretanto, elas caracterizam-se por uma multiplicidade de sintomas afetivos, instintivos e neurovegetativos, ideativos e cognitivos, relativos autovalorao, volio e psicomotricidade. Tambm podem estar presente sintomas psicticos e fenmenos biolgicos associados (DALGALARRONDO, 2000).

  • 13

    Os sintomas mais comuns de depresso em emergncia so:

    1. Alteraes ideativas:

    Ideao negativa, pessimismo em relao a tudo;

    Idias de arrependimento e de culpa;

    Ruminaes com mgoas antigas;

    Idia de morte, desejo de desaparecer, dormir para sempre;

    Ideao, planos ou atos suicidas.

    2. Sintomas psicticos:

    Idias delirantes de contedo negativo;

    Delrio de runa ou misria;

    Delrio de culpa;

    Alucinao, geralmente auditiva, com contedos depressivos;

    Iluses auditivas ou visuais;

    Ideao paranide.

    Abordagem:

    Receber o usurio em um ambiente tranqilo, acolhedor e seguro;

    Focar no sentimento da pessoa;

    Obter o mximo de informao possvel dos acompanhantes sobre as condies imediatas e mediatas de ideao;

    Trabalhar sobre o sentimento suicida caso seja informado;

    A internao est indicada se houver risco integridade fsica para o usurio ou outras pessoas;

    Orientar a famlia a procurar atendimento em sade mental (CAPS) aps alta do usurio para dar continuidade ao tratamento.

    D. Transtornos de Humor: O estado emocional interno mais constante de cada pessoa conhecido como humor. Pessoas sadias possuem ampla faixa de humores e de expresses afetivas e possuem certo controle sobre seus humores e afetos. Os transtornos provocam elevaes ou diminuies desse humor (CORDEIRO, 2007).

    A principal caracterstica encontrada nos usurios com Transtorno de Humor so os episdios de mania (acelerao dos processos psquicos, exaltao do humor, euforia, fuga de idias, nos casos mais graves, pode haver sintomas psicticos, com delrios de grandeza, de poder ou persecutrios e at mesmo alucinaes) ou de hipomania (mania atenuada), freqentemente alternados por perodos de depresso (lentificao dos processos psquicos, inibio, tristeza, desesperana) e perodos de normalidade ao longo da vida (CORDEIRO, 2007).

    Pode ocorrer exacerbao da sexualidade, agressividade e incapacidade de controlar os impulsos, causando muitas vezes dvidas diagnsticas com quadros esquizofrnicos.

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    Pessoas acometidas de transtornos de humor podem apresentar repetidos episdios de alterao de humor, sobretudo aqueles com resistncia ao uso da medicao, estes, frequentemente, recorrem s emergncias psiquitricas (KAPLAN, 1999).

    Abordagem:

    Acolher o usurio, promovendo uma escuta qualificada;

    Receber o usurio em um ambiente tranqilo e seguro;

    Focalizar nos sentimentos da pessoa;

    Questionar sobre ideao, inteno, planejamento ou tentativas de suicdio;

    A internao est indicada se houver risco integridade fsica para o usurio ou outras pessoas;

    Orientar a famlia a procurar atendimento em sade mental (CAPS) aps alta do usurio para dar continuidade ao tratamento.

    E. Transtornos Dissociativos: Caracterizado por perda parcial ou total da integrao entre memria do passado, conscincia de identidade e sensaes imediatas e controle dos movimentos corporais.

    Nesses transtornos, os sintomas mais comumente vistos so: paralisias, sensao de fraqueza, movimentos involuntrios, tiques, convulses e quedas.

    Os transtornos dissociativos mais freqentes so os estupores dissociativo, os motores, as convulses, a anestesia e perda sensorial dissociativa (CORDEIRO, 2007).

    Os transtornos dissociativos/fictcios/de simulao/conversivos fazem parte de um espectro nos quais os sintomas do usurio so falsos, inventados ou muito exagerados, de forma voluntria (no transtorno fictcio e simulao) ou como a expresso involuntria de um conflito psicolgico (transtorno conversivo ou dissociativo) (CORDEIRO, 2007).

    H vrios tipos de transtornos dissociativos classificados. Segundo a OMS so eles:

    Amnsia Dissociativa: Caracterizada por uma incapacidade de recordar informaes pessoais importantes, em geral de natureza traumtica ou estressante, demasiadamente extensa para ser explicada pelo esquecimento normal.

    Fuga Dissociativa: Caracterizada por uma viagem sbita para longe de casa ou do local habitual de trabalho, acompanhada por uma incapacidade de recordar o prprio passado e confuso acerca da identidade pessoal ou adoo de uma nova identidade.

    Transtorno Motor Dissociativo: a perda total ou parcial da capacidade de mover um membro. Podem manifestar-se como movimentos fracos, lentos ou descoordenados.

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    Convulses Dissociativas: Tambm conhecidas como pseudoconvulses, ou seja, manifestao convulsiva com eletroencefalograma normal.

    Transtorno de Despersonalizao-Desrealizao: Caracterizado por um sentimento persistente ou recorrente de estar distanciado dos prprios processos mentais ou do prprio corpo, acompanhado por um teste de realidade intacto.

    O enfermeiro que trabalha na emergncia deve sempre estar atendo a segurana do usurio e principalmente saber realizar uma avaliao para garantir segurana fsica e emocional do usurio. Saber a diferena entre crises conversivas e convulsivas de extrema importncia nas emergncias.

    Diferenas entre crises conversivas e convulsivas

    QUADRO ADAPTADO DE BOTEGA, 2006.

    Pseudo-epilpticas psicognicas Epilpticas

    Incio geralmente gradual Incio geralmente abrupto

    Preservao da conscincia Perda da conscincia (crises

    generalizadas)

    Movimentos de carter intencional, bizarros do tipo debater-se

    Movimentos involuntrios, simtricos seguindo inervao segmentar

    Balano bilateral da cabea Movimentos verticais da cabea

    Fator psicolgico desencadeante Independe de fatores psicolgicos

    No ocorrem durante o sono Podem ocorrer durante o sono

    Durao prolongada > 20 minutos Durao curta: 2-4 minutos

    Quedas em posies ou locais confortveis

    Quedas independentes de posies e locais

    Resistncia voluntria tentativa de conteno fsica

    No impem resistncia conteno

    Resistncia tentativa externa de abertura dos olhos

    No impem resistncia

    Choros, frases, gritos na crise No h comunicao verbal na crise

    Incontinncia urinria praticamente ausente

    Incontinncia urinria freqente

    Trmino gradual da crise Trmino abrupto da crise

    Costuma ocorrer na presena de outras pessoas

    Ocorre independentemente da presena de pessoas

    Estado ps-ictal no confusional Confuso ps-ictal

    EEG ictal normal EEG ictal anormal (pontas-onda)

    Mais freqente no sexo feminino Freqncia semelhante entre os

    sexos

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    Abordagem:

    Acolher o usurio, promovendo uma escuta qualificada;

    Focalizar nos sentimentos da pessoa;

    Receber o usurio em ambiente seguro e tranqilo;

    Se no for identificada patologia orgnica ou no houver melhora aps tratamento usual, verificar situao emocional como estresse, problemas familiares, desemprego;

    Nunca diga que o usurio no tem nada! Se ele no apresenta patologia orgnica evidente, ele deve estar apresentando algum sofrimento emocional;

    Tranqilize o usurio esclarecendo que sintomas somticos so freqentes e podem ser um problema de expresso emocional;

    Obter o mximo de informao possvel dos acompanhantes sobre medicao, tratamento anterior, exames;

    Orientar a famlia a procurar atendimento em sade mental (CAPS) aps alta do usurio para dar continuidade ao tratamento.

    F. Transtornos Ansiosos: A ansiedade uma reao normal em situaes novas e desconhecidas, ela passa a ser considerada patolgica, ou seja, transtorno de ansiedade, quando a reao desproporcional situao que a desencadeia, ou quando no existe objeto que a direcione (BOTEGA, 2006).

    A ansiedade patolgica um estado emocional, com experincia subjetiva de medo ou outra emoo relacionada, com terror, horror, alarme, pnico. No havendo risco real.

    Ansiedade normal aquela que se apresenta como reao compreensvel a fenmenos vivenciais. Por exemplo, aps assalto, morte de ente querido, etc.

    Ansiedade patolgica aquela secundria a alguns dos vrios transtornos ansiosos como o Transtorno do Pnico, fobias, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), entre outros.

    Para que se possa especificar o Transtorno de Ansiedade apresentado pelo usurio importante que se tenha em mente alguns conceitos bsicos. O prprio DSM-IV inicia sua seo sobre Transtornos de Ansiedade definindo Ataques de Pnico e Agorafobia, que podem estar presentes em mais de um tipo de quadro.

    Nas Fobias Especficas ocorre o medo excessivo de situaes particulares ou objetos, que podem ser animais, espao fechado, fenmenos da natureza, escurido, alimentos, escola, tratamento dentrio, ou viso de sangue e ferimentos, levando a evitao ou esquiva.

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    O Transtorno de Ansiedade Generalizada se caracteriza por ansiedade persistente e flutuante relacionada a vrios aspectos da vida do indivduo. Apresenta sintomas variveis: nervosismo persistente, sensao de estar no limite, tremores, tenso e dores musculares, transpirao, sensao de vazio na cabea, insnia, palpitaes, tonturas e desconforto epigstrico (BOTEGA, 2006).

    Abordagem:

    Acolher o usurio, promovendo uma escuta qualificada;

    Mostrar sempre uma postura calma e ter uma atitude de real segurana;

    Manter ambiente tranqilo e acolhedor;

    Focalizar nos sentimentos da pessoa;

    Obter o mximo de informao possvel dos acompanhantes sobre medicao, tratamento anterior, exames;

    Orientar a famlia a procurar atendimento em sade mental (CAPS) aps alta do usurio para dar continuidade ao tratamento.

    G. Transtorno do Pnico: O ataque de pnico consiste no aparecimento sbito e extremo de ansiedade e pavor, acompanhados por sinais autnomos, como palpitaes, taquicardia, taquipnia, presso torcica, tontura, sudorese e tremor, que podem se superpor a sintomas de patologias orgnicas. Os usurios podem apresentar medo intenso de morrer ou de enlouquecer, muitas vezes procurando atendimento de emergncia nessas ocasies (CORDEIRO, 2007).

    Dentre vrios sintomas pelo menos quatro dos seguintes devem estar presentes:

    1. Acelerao da freqncia cardaca ou sensao de batimento desconfortvel;

    2. Sudorese difusa ou localizada (mos ou ps); 3. Tremores finos nas mos ou extremidades ou difusos em todo o corpo; 4. Sensao de sufocao ou dificuldade de respirar; 5. Sensao de desmaio iminente; 6. Dor ou desconforto no peito (o que leva muitas pessoas a acharem que

    esto tendo um ataque cardaco); 7. Nusea ou desconforto abdominal; 8. Tonteiras, instabilidade sensao de estar com a cabea leve, ou vazia; 9. Despersonalizao ou desrealizao; 10. Medo de enlouquecer ou de perder o controle de si mesmo; 11. Medo de morrer; 12. Alteraes das sensaes tteis como sensao de dormncias ou

    formigamento pelo corpo; 13. Enrubescimento ou ondas de calor, calafrios pelo corpo.

    H substncias que podem gerar reaes de pnico como os estimulantes. Quando o pnico ocorre sob esse efeito, o diagnstico de transtorno do pnico no pode ser definido; havendo necessidade de reavaliao subseqente. O mesmo ocorre quando as reaes de pnico

  • 18

    se devem a outros estados ansiosos anteriores como um ataque de pnico secundrio a uma exposio forada de um fbico social, por exemplo (CORDEIRO, 2007).

    Abordagem:

    necessria uma avaliao clnica apropriada para determinar se existe uma causa clnica subjacente para o ataque de pnico. Manter o ambiente calmo e livre de estmulos excessivos pode contribuir para a reduo da agitao.

    Acolher o usurio, promovendo uma escuta qualificada; Focalizar nos sentimentos da pessoa;

    Receber o usurio em ambiente seguro e tranqilo; No fazer suposies a respeito do que a pessoa com pnico precisa, perguntar a ela;

    Nunca dizer que o usurio no tem nada! Se ele no apresenta patologia orgnica evidente, ele deve estar apresentando algum sofrimento emocional;

    Obter o mximo de informao possvel dos acompanhantes sobre medicao, tratamento anterior, exames;

    Proporcionar a quem sofre de pnico a paz necessria para se recuperar;

    Procurar ser otimista para com quem tem pnico, procurar aspectos positivos nos problemas;

    No entrar em pnico quando o usurio com pnico tiver um ataque;

    Orientar a famlia a procurar atendimento em sade mental (CAPS) aps alta do usurio para dar continuidade ao tratamento.

    H. Psicose Puerperal: uma sndrome que ocorre aps o parto, caracterizada por grave depresso, com alterao de sintomas afetivos e funo motora. A psicose puerperal costuma ter incio mais abrupto. A usurio pode apresentar alucinaes, atos irracionais, confuso mental e desorientao espao-temporal, alteraes da memria, delrios, transtornos psicticos necessitando muitas vezes de interveno hospitalar por esse motivo, bem como pelo risco de infanticdio (CORDEIRO, 2007).

    A maioria dos casos ocorre dois a trs dias aps o parto. Pode ter incio com queixas de insnia, inquietao e labilidade emocional, evoluindo com confuso, irracionalidade, delrios e preocupaes obsessivas em relao criana. So caractersticos os pensamentos de querer lesar o recm nascido ou a si mesma (CORDEIRO, 2007).

    A conteno fsica ou mecnica pode ser necessria se a gestante estiver oferecendo risco iminente de auto ou heteroagresso e no capaz de acatar comandos verbais.

  • 19

    Algumas precaues na conteno com a gestante:

    Evitar deixar a usuria em decbito dorsal nos segundo e terceiro trimestre da gestao devido obstruo do retorno venoso e o aparecimento da hipertenso supina;

    Tentar a conteno com a gestante em decbito lateral esquerda, se no for possvel, pode-se posiciona-la em decbito dorsal, com o membro inferior esquerdo elevado por um travesseiro;

    Trocas freqentes de posio ajudam a prevenir a obstruo parcial da veia cava inferior e edemas.

    Abordagem:

    Acolher o usurio, promovendo uma escuta qualificada;

    Focalizar nos sentimentos da pessoa; Receber o usurio em ambiente seguro e tranqilo;

    Obter o mximo de informao possvel dos acompanhantes sobre medicao, tratamento anterior, exames;

    No deixar o recm nascido sozinho com a me, se houver presena de delrios ou se houver ruminaes acerca da sade da criana;

    Orientar a famlia quanto necessidade de possvel conteno; Orientar a famlia a procurar atendimento em sade mental (CAPS) aps alta da usuria para dar continuidade ao tratamento.

    4. Agitao Psicomotora

    acompanhada, em geral, de uma desorganizao do psiquismo, comprometendo, inmeras vezes, a prpria capacidade de crtica do usurio.

    Entende-se por agitao psicomotora o estado de excitao mental e de atividade motora aumentada. Os episdios de hiperatividade patolgica so frequentemente desorganizados e, s vezes, pode evoluir para comportamento violento. O usurio nestas circunstncias pode apresentar alucinaes auditivas ou delrios que o conduza a cometer um ato violento contra si mesmo, autolesando-se, ou contra outra pessoa (BOTEGA, 2006).

    Outro aspecto importante que o usurio que est sendo avaliado por risco de comportamento violento no deve, em nenhuma hiptese, ser deixado desacompanhado de membro da equipe de sade (mesmo a companhia de familiar no basta). As mudanas de comportamento nessas condies so abruptas e inesperadas, havendo necessidade de ateno por parte dos membros da equipe (BOTEGA, 2006).

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    Quadro de Sinais de Comportamento Violento e Condutas

    Quadro adaptado de BOTEGA 2006.

    SINAIS AGRESSIVO VIOLENTO

    POSTURA

    No senta. Age de forma claramente intimidadora. Faz ameaas verbais, fala palavres, fala alto o tempo todo.

    Anda de um lado para outro. Diz que vai agredir algum presente naquele ambiente. Acabou de agredir algum.

    PSICOMOTRICIDADE

    Quase agitado. Esmurra a parede, gesticula muito. Quebrou objetos em casa.

    Agitado. Tem algo nas mos para se defender ou para agredir algum. Esta quebrando objetos no ambiente.

    HUMOR

    Estar raivoso. Demonstra estar com dio de todos, inclusive do entrevistador.

    Estar furioso. Demonstra a decidida inteno de agir violentamente contra algum.

    RISCO Muito alto. Iminente.

    CONDUTA

    Inicie o dilogo com muita cautela. Interrompa a qualquer sinal de piora.

    As chances de sucesso com o dilogo so remotas. Inicie imediatamente processo de conteno.

    AS MUDANAS DE COMPORTAMENTO DESCRITAS NO QUADRO ACIMA, PODEM OCORRER DE FORMA ABRUPTA E INESPERADA. REAVALIE

    A TODO O MOMENTO.

    4.1. Agitao Psicomotora em Idosos

    No idoso, os sintomas de agitao psicomotora podem iniciar-se com ansiedade intensa, humor irritvel, insnia, heteroagressividade fsica e verbal, alm de comportamento de recusa de medicamentos, por exemplo. Sua agitao pode ser decorrente de alteraes psicorgnicas leves ou processos mais graves, bem como as diferentes formas de delirium (por hematomas subdural, tumores expansivos, quadros infecciosos) (BOTEGA, 2006).

    Alguns cuidados especiais devem ser tomados no manejo do usurio idoso agitado:

    Orientao da equipe quanto s peculiaridades do funcionamento psquico e da evoluo do estado mental do idoso;

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    A conteno fsica, quando necessria, devera ter cuidados especiais e acompanhada de verificao sistemtica dos sinais vitais, cuidado com a pele e articulaes.

    5. Emergncias Relacionadas ao Uso e Abuso de lcool e Outras Drogas

    Na atualidade so cada vez mais comuns nos servios de emergncia as seguintes situaes: intoxicao aguda pelo uso abusivo de lcool e outras drogas, bem como por suas manifestaes crnicas (CORDEIRO, 2007).

    comum nestes casos ocorrer, de forma associada, agitao psicomotora, ideao e tentativas de suicdio e homicdio.

    Os transtornos mentais decorrentes do uso abusivo de lcool e outras drogas, so problemas graves, com consequncias em diversas esferas. Alm dos prejuzos para a sade e qualidade de vida dos usurios, a dependncia qumica onera emocional, social e economicamente suas famlias e a sociedade, pois este sujeito dependente tem frequentemente, dificuldades de cumprir seus compromissos sociais e de trabalho. Ele est frequentemente, em situaes de vulnerabilidade, em razo da alterao de seu estado psquico, ampliando riscos sua integridade fsica e de outras pessoas. comum que pessoas sob efeito de substncias psicoativas faltem ao trabalho, envolvam-se em acidentes de trabalho, situaes de violncia domstica, acidentes de trnsito e outros (PRONASCI, 2010).

    Tipos de drogas: As drogas so classificadas de acordo com a ao que exercem sobre o sistema nervoso central. Elas podem ser depressoras, estimulantes, perturbadoras ou, ainda, combinar mais de um efeito (PRONASCI, 2010).

    1. Depressoras: Substncias que diminuem a atividade cerebral, deixando os estmulos nervosos mais lentos. Fazem parte desse grupo o lcool, os tranqilizantes (benzodiazepnicos), o pio (extrado da planta Papoula somniferum) e seus derivados, como a morfina e a herona (BOTEGA, 2007).

    So efeitos de sua principal ao farmacolgica:

    Diminuio da capacidade de raciocnio e concentrao;

    Sensao de calma, relaxamento e sonolncia;

    Reflexos mais lentos;

    Com doses maiores, a pessoa tem sintomas semelhantes embriaguez, com lentido nos movimentos.

    2. Estimulantes: Aumentam a atividade cerebral, deixando os estmulos nervosos mais rpidos. Excitam especialmente as reas sensoriais e motoras. Nesse grupo esto as anfetaminas, a cocana (produzida das

  • 22

    folhas da planta da coca, Erytroxylum coca) e seus derivados, como o cracK (PRONASCI, 2010).

    So efeitos comuns por seu uso:

    Sensao intensa de euforia e poder;

    Estado de excitao;

    Hiperatividade;

    Falta de apetite;

    Taquicardia;

    Dilatao de pupila;

    Rapidez na fala;

    Perda da sensao de cansao.

    O uso desta categoria de drogas amplia o risco de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC).

    3. Perturbadoras: So substncias que fazem o crebro funcionar de uma maneira diferente, muitas vezes com efeito alucingeno. No alteram a velocidade dos estmulos cerebrais, mas causam perturbaes na mente do usurio. Inclui-se nesta categoria a maconha, o haxixe (produzidos da planta Cannabis sativa), os solventes orgnicos (como a cola de sapateiro) e o LSD (cido lisrgico) (PRONASCI, 2010).

    So efeitos comuns por seu uso:

    Angstia;

    Atordoamento;

    Ansiedades e medo de perder o autocontrole;

    Tremores e sudorese;

    Alucinaes;

    Taquicardia com freqncia acima de 140 bpm;

    Estado de exaltao;

    Pnico;

    Delrios persecutrios;

    Dificuldades para urinar;

    Dilatao da pupila.

    4. Drogas com efeito misto: Combinam dois ou mais efeitos. A droga mais conhecida desse grupo o ecstasy, metileno dioxi-metanfetamina (MDMA), que produz uma sensao ao mesmo tempo estimulante e alucingena (PRONASCI,2010).

    Para reconhecer algum sob efeito destas substncias, observar:

    Tremores de lngua e extremidades;

    Taquicardia;

    Nuseas e vmitos;

    Sudorese;

  • 23

    Agitao psicomotora;

    Cefalia;

    Alucinaes;

    Convulses.

    Abordagem:

    Na emergncia, deve-se promover a estabilizao clnica do usurio at sua recuperao.

    Primeira abordagem: inicialmente, perguntar sobre qual substncia fez uso e em que quantidade. Deve-se ento:

    Promover ambiente calmo;

    Manter o usurio em decbito lateral, aferir glicemia, verificar sinais vitais;

    Remover barreiras quanto ao preconceito;

    Praticar empatia;

    Oferecer orientao ao usurio e famlia quanto aos sintomas, uso correto de medicaes.

    A internao integral est indicada para usurios que:

    Devido s alteraes psquicas, coloque em risco sua integridade fsica ou de outrem, inclusive os de comportamento suicida;

    No tenha suporte social algum.

    Por ocasio de sua alta, deve-se adotar abordagens motivacionais eficazes, com o objetivo de dar continuidade ao tratamento para dependncia qumica. Aps sua alta, estes usurios podem ser encaminhados ao CAPS para continuidade do tratamento para dependncia qumica.

    6. Populao em Situao de Rua no Servio de Urgncia Psiquitrica

    Considerando as condies e as caractersticas dessa populao, observa-se que a adeso ao tratamento psiquitrico, quando necessrio, baixa e a emergncia acaba sendo o servio de sade de referncia para o morador de rua. Na maioria dos casos, o atendimento s ocorre em situaes de urgncia (CORDEIRO, 2007).

    A dificuldade no atendimento comea pela identificao do indivduo como morador de rua. Estes usurios do entrada na emergncia em estado precrio de auto-cuidado e, por vezes, no fornecem dados sobre sua famlia, podendo, em alguns casos no ser moradores de rua, mas pessoas com problemas de memria, dadas como desaparecidas por seus familiares e/ou foragidos da justia, por isso, faz-se necessrio o contato com as instncias policiais (CORDEIRO, 2007)

  • 24

    Abordagem:

    Os usurios trazidos pela polcia, SAMU, bombeiros, geralmente chegam aps terem apresentado uma conduta inadequada na rua. Nesse caso, o que podemos fazer colher todas as informaes possveis com quem trouxe o usurio e as que ele puder fornecer.

    O usurio deve ser avaliado quanto a sua integridade fsica pelo risco de ter sofrido algum tipo de trauma ou agresso.

    comum observar uma atitude retrada, arredia ou hostil, por parte destes usurios, por seu histrico comum de sujeio a situaes de violncia. Por isso, importante externar ao usurio sua inteno de prestar ajuda, e frisar o sigilo quanto ao seu atendimento. Deve-se proceder ao exame psquico, observando com prioridade ideao suicida.

    Promover ambiente calmo, tranqilo e seguro;

    Remover barreiras quanto ao preconceito;

    Praticar empatia;

    Por ocasio de sua alta, devem-se adotar abordagens motivacionais eficazes, como o objetivo de dar continuidade ao tratamento. Aps sua alta, estes usurios podem ser encaminhados ao CAPS para continuidade do tratamento.

    Exame fsico: proceder ao exame fsico, dando maior ateno aos ps porque so comuns em desabrigados leses por calados inadequados, neuropatia alcolica ou diabtica e intervenes precoces em casos de infeco, facilitam o tratamento.

    7. Quadros de Emergncias Psiquitricas em Crianas e Adolescentes

    O manejo desses casos em emergncia requer cuidados especiais. assegurado por Lei que o menor seja acompanhado por seus pais ou responsvel legal em qualquer servio de sade a que for encaminhado. Para assegurar a integralidade do cuidado, importante envolver no s a criana, mas sua famlia na discusso de seu projeto teraputico, pactuando as aes teraputicas definidas. Entre os males mais freqentes esto a deficincia mental, o autismo, a psicose infantil, os transtornos de ansiedade. Observamos, tambm, aumento da ocorrncia do uso de substncias psicoativas e do suicdio entre adolescentes (TOWNSEND, 1998).

  • 25

    Abordagem:

    Na entrevista, deve-se ter em mente que impossvel realizar uma anlise psiquitrica da criana sem antes ter noo do seu desenvolvimento. O mais importante:

    Promover ambiente calmo, tranqilo e seguro;

    Praticar empatia;

    Constituio familiar e histria;

    Histrico da gestao, nascimento e amamentao;

    Aspectos que possam ter ocasionado atraso de desenvolvimento;

    Dificuldades no desempenho escolar;

    Dificuldades no relacionamento;

    Dificuldades no sono;

    Dificuldades alimentares;

    Alteraes de humor (irritabilidade, medo, insegurana, tristeza excessiva);

    Alteraes do comportamento habitual (isolamento, hiperatividade, agressividade, timidez);

    Atraso no desenvolvimento psicomotor;

    Dificuldades familiares;

    Histria familiar de transtorno mental;

    Dificuldades de controle de esfncteres.

    7.1. Do Adolescente

    Alm do descrito na avaliao peditrica podemos avaliar no adolescente:

    Na anamnese, considerar especialmente os relacionamentos familiares, escolares, com o grupo de pares, afetivos e comunitrios;

    Avaliar o crescimento e desenvolvimento, assim como a maturao sexual;

    Verificar a necessidade de mtodos contraceptivos e de proteo contra DST/Aids;

    Investigar sinais e sintomas de transtornos mentais, especialmente a depresso, distrbios de conduta, uso e abuso de substncias, psicoses.

    sempre importante lembrar que a agitao e a agressividade podem no estar relacionadas a um quadro patolgico. Para Anna Freud (1949), toda manifestao de independncia da criana se caracteriza por uma agressividade considerada normal. Considera-se agressividade um distrbio de conduta quando os sintomas so de ataque, destruio e hostilidade. Nos meninos mais freqente na idade pr-escolar, e, nas meninas, na fase pr-puberal.

  • 26

    A maior particularidade que, em caso de usurios menores de idade, pelo ECA os familiares e/ou responsveis tem o direito de permanecer ao lado do usurio durante todo o procedimento. Caso esta presena esteja prejudicando a assistncia, o mdico tem o poder de afastar os acompanhantes, com respaldo legal para tanto (TOWNSEND, 1998).

    Abordagem:

    A teraputica mais freqente de orientao: correo das atitudes familiares e colocao da criana em grupos sociais mais adequados. A persistncia da agressividade requer terapia; terapia cognitivo-comportamental para crianas pequenas, psicoterapia de grupo com crianas maiores. Quando a agressividade acompanhada de crueldade e brutalidade, a medicao se faz necessria, especialmente em assimetrias frontais no EEG.

    Promover ambiente calmo, tranqilo e seguro;

    Praticar empatia;

    Oferecer orientao sobre o desenvolvimento normal da criana e do adolescente;

    Tratar as intercorrncias clnicas presentes;

    Orientar os familiares ou responsveis quanto s condutas indicadas em relao aos sintomas presentes;

    Observar a evoluo, semanalmente, por cerca de quatro semanas levando em considerao a gravidade do sintoma;

    No havendo resposta, encaminhar para avaliao especializada;

    Casos graves, complexos ou que causam muita ansiedade queles prximos criana (famlia, escola, pediatra, servio social, justia juvenil, etc.) devem ser encaminhados diretamente ao ambulatrio.

    No caso do adolescente tambm se deve considerar:

    Promoo da sade a partir do desenvolvimento de um projeto de vida e de comportamentos de auto cuidado;

    Preveno de gravidez precoce, DST/Aids e uso e abuso de substncias psicoativas.

    8. Abordagem Geral em Urgncia e Emergncia

    A interveno adequada em estados de crise exige maturidade e controle emocional por parte de quem atende. Se estes no se sentem capazes de agir, devem solicitar substituio por outros colegas. Ao aproximar-se, observar o usurio e aqueles que estiverem com ele. Alguns sinais esclarecem certos fatos. Observar o contexto e certificar-se de que o usurio esteja em ambiente seguro. A aproximao deve ser calma, porm firme, com um nico socorrista servindo de interlocutor, identificando-se de forma clara, simples e declarando

  • 27

    sua inteno de ajuda. Mantenha-se a uma distncia confortvel e segura durante a abordagem. Permitir a vtima que fale. Mantenha contato visual enquanto o usurio fala. Separar o usurio de outras pessoas com objetivo de tranqilizar o ambiente. A ansiedade dos presentes dificulta a abordagem. Mostrar-se interessado e no julgar ou criticar. Informar claramente ao usurio sobre o que ser feito para ajud-lo a sair da crise. No o deixar sozinho nem por um instante. Abordar o usurio pelo nome e apresentar-se. Demonstrar respeito. Ouvir o que ele tem a dizer. Falar calmamente. Posicionar-se ao lado do usurio, o que menos ameaador para ele. Manter as mos visveis. Evitar contato fsico, que pode interpretar como ameaa ou assedio.

    9. Conteno Fsica

    utilizada em situaes de agitao psicomotora do usurio, tem como finalidade preservar a integridade fsica, psquica e moral tanto do usurio como da equipe de Enfermagem que o assiste nas quais outras abordagens no obtiveram sucesso, no havendo como mant-lo na sala de avaliao, ou em situaes em que o mesmo no aceita intervenes como medicaes ou abordagens verbais e age de forma a colocar em risco sua integridade fsica e/ou a de outras pessoas.

    Deve ser feita, idealmente, por uma equipe de cinco pessoas; cada uma se ocupa de um membro especfico, previamente combinado, enquanto a quinta pessoa se encarrega de realizar o dilogo e, se necessrio, segurar a cabea (CORDEIRO, 2007).

    LEMBRAR DE NUNCA COLOCAR EM RISCO A INTEGRIDADE DO USURIO.

    A CONTENO DEVE SER MANTIDA PELO MENOR TEMPO POSSVEL.

    Material:

    Ataduras associadas com algodo ortopdico. Nunca retirar a atadura e deixar prximo ao usurio que poder utiliz-la inadequadamente.

  • 28

    Posio:

    Conter antebraos, braos, pernas e coxas. Se necessrio o trax.

    Para o usurio que requer conteno fsica:

    1. Chamar a segurana; 2. Separar o usurio agitado dos demais; 3. Conduzir o usurio ao quarto de agitao; 4. Proceder conteno; 5. Sedar conforme protocolo ou prescrio mdica; 6. Retirar adornos como: aliana, anel, relgio e pulseiras; 7. Preencher formulrio de conteno; 8. Anotar em pronturio e livro de relatrio; 9. Ao enfermeiro cabe observar a prescrio de enfermagem; 10. Remoo gradativa das contenes: trax, MMII, MMSS;

    PROTOCOLO DE CONTENO

    S utilizar a conteno aps frustradas as tentativas menos restritivas;

    Liberar o usurio da conteno o quanto antes, no ultrapassando 20 minutos. Se necessria nova conteno, a contagem do tempo de durao dever ser reiniciada;

    Observar todo e qualquer sinal fisiolgico que indique a necessidade de interrupo do procedimento, vermelhido, edema ou cianose nas reas de contenso, alterao do ritmo respiratrio e/ou cardaco.

    Dados de Identificao do usurio que devero constar no Formulrio de Conteno:

    1. Nome do usurio; 2. Nome da equipe de conteno; 3. Lder da conteno; 4. Descrio do comportamento do usurio; 5. Alternativas realizadas antes da conteno; 6. Nmero de aplicaes e intervalos de tempo; 7. Verificao de perfuso perifrica; 8. Sinais vitais peridicos;

  • 29

    Posio das ataduras para conteno. Na regio do trax usar lenol de preferncia. S usar conteno em trax em caso de extrema necessidade. Ver fotos em anexo.

    Atadura Atadura

    Atadura Atadura

    Lenol

  • 30

    Descrio da tcnica: Abordagem Fsica

    1. O grupo deve ter um lder que responsvel para se comunicar com o usurio e os demais membros;

    2. O grupo se aproxima do usurio e o lder se posiciona a sua frente tentando estabelecer um dilogo, com o objetivo de mostrar a realidade e limitar as atitudes agressivas do usurio;

    3. Caso o dilogo no tenha sucesso para tranqilizar o usurio, o grupo deve se aproximar, visando a limitao do espao fsico, o grupo se posiciona lateralmente ao usurio;

    4. Um membro da equipe ficar posicionado atrs do usurio onde dever segurar a cabea flexionando para trs;

    5. O usurio dever ser seguro nos membros para que seja rapidamente deitado;

    6. Os locais a serem segurados so: cabea, ombros, cotovelo, quadril e joelho;

    7. Caso o usurio seja atendido no cho deve-se colocar uma faixa de tecido de algodo duplo em cada membro superior e fix-la na coxa, outra faixa nos tornozelos para mant-los prximos. Essa mobilizao necessria para transportar o usurio;

    8. O grupo durante o transporte deve se posicionar de forma que tenha quatro pessoas de cada lado segurando o usurio em posio horizontal;

    9. Ao colocar o usurio no leito, o grupo continua segurando nos locais indicados, at que as faixas estejam fixadas cama. So necessrias no mnimo cinco pessoas;

    10. Durante toda a tcnica, os passos so coordenados pelo lder. A tcnica pode ser interrompida antes da conteno de acordo com a avaliao do lder.

    Essa tcnica tem como objetivo controlar a agressividade respeitando a integridade fsica, emocional e moral do usurio.

  • 31

    Conteno no Leito:

    1. Conferir prescrio mdica e iniciar protocolo de conteno; 2. Orientar o usurio e familiar quanto ao uso da conteno, as razes de seu

    uso, durao e possveis complicaes; 3. Higienizar as mos; 4. Reunir o material, deixar o leito pronto conforme foto em anexo; 5. Inspecionar o local a ser restrito e retirar todos os objetos que possam

    machuc-lo; 6. Posicionar o usurio de modo a facilitar o conforto e evitar a aspirao ou

    ruptura de pele; 7. Lavar e secar a rea a ser restringida; 8. Aplicar loo ou creme hidratante, se a pele estiver ressecada; 9. Dobrar a compressa de algodo em trs no sentido do comprimento, e

    enrolar ao redor do punho ou tornozelo do usurio; 10. No caso de necessidade de conter trax e regio plvica, usar lenol

    dobrado em ponta; 11. Envolver a compressa de algodo com atadura de crepe (4 voltas) prender

    com um n. Prender as pontas soltas da atadura na cama; 12. Checar o procedimento; 13. Realizar as anotaes de enfermagem no pronturio, informando: motivo

    das restries, horrio e tipo de restrio, reaes do usurio, cuidados com as restries e os membros restritos.

  • 32

    Cuidados Com o Usurio Contido:

    Nunca deix-lo sozinho: a presena de cuidadores (equipe de enfermagem) junto ao usurio contribui para acalm-lo;

    Observ-lo constantemente em relao segurana e ao conforto da conteno (observar a presso da faixa sobre a regio contida);

    Manter tronco e cabea levemente elevada (45);

    No fazer presso sobre as articulaes;

    Monitorar sinais vitais e o nvel de conscincia, a cada 15 minutos e anot-los na ficha de conteno;

    No permitir que seja alimentado ou fume neste perodo;

    Em caso de sede, molhar o algodo e passar nos seus lbios;

    No administrar medicao por via oral neste perodo;

    No desfazer a conteno em situaes de necessidades fisiolgicas;

    Desfazer a conteno imediatamente em casos de emergncia clnica como dificuldades respiratrias, crises convulsivas e outras.

  • 33

    Psicofrmacos mais Utilizados na Conteno Qumica

    PSICOFRMACOS INDICAES INCONVENIENTES CUIDADOS

    HALOPERIDOL

    (antipsicotico de alta potncia).

    Quadros psicticos; episdios manacos.

    Sintomas extra piramidais; arritmias, hipotenso postural, taquicardia, bradicardia, parada cardaca. Dispnia, edema de laringe.

    Contra indicado em intoxicaes por inalantes.

    Discinesia tardia: movimentos rtmicos e incontrolveis de boca, face e extremidades. Reao extrapiramidais, monitore rigorosamente.

    Administrao IM: injete lentamente em msculo bem desenvolvido, no exceda 3ml em cada local. Administrao IV: direta sem diluio para o rpido controle de psicoses agudas (5mg/min) ou dilua em 30-50 ml de soro glicosado 5%; infunda alm de 30min.

    CLORPROMAZINA

    (antipsicotico de baixa potencia)

    Quadros psicticos

    Maior poder de sedao; Risco aumentado de formao de abscessos e reaes granulomatosas; Causa bradicardia, hipotenso postural, arritmias, dispnia, edema pulmonar.

    Efeitos anticolinrgicos; Contra-indicado em intoxicaes por inalantes.

    Administrao IM: a soluo parenteral pode causar dermatite de contato; use luvas durante o preparo. Administre profundamente no msculo glteo.

  • 34

    DIAZEPAM

    (ansioltico)

    Intoxicao alcolica aguda; Abstinncia de lcool ou outras drogas; Intoxicao por drogas e anticolinrgicos; Quadros no psicticos; Tratamento das convulses.

    Incio da ao no rpido; efeito sedativo, ricos de depresso respiratria, efeito paradoxal eventual, no usar via IM em intoxicaes por alucingeno, maconha, cocana e anticolinrgicos;

    Cuidados: antes e aps a administrao, monitore: sinais vitais (a cada 15 min.): administrao IM uso no recomendado devido a absoro irregular, lenta e dolorosa, se for necessrio, administre profundamente: administrao IV deve ser em veia de fino calibre, lentamente 5mg/min, no deve ser armazenada em seringa plstica nem misturada com outras substancias.

    GEODON IM (mesilato de ziprasidona)

    (antipsictico)

    indicado no controle rpido da agitao em usurios psicticos

    Sonolncia, taquicardia, hipotenso. Indicado apenas para uso intramuscular

    ZYPREXA IM (olanzapina) (antipsictico)

    Quadros psicticos; episdios manacos.

    Sonolncia, sedao Indicado para uso intramuscular

    CLOPIXOL acuphase IM (acetato de zuclopentixol) (antipsictico)

    indicado no controle rpido da agitao em usurios psicticos

    Sonolncia, sedao, parkinsonismo Indicado para uso intramuscular

  • 35

    A administrao intramuscular dos antipsicticos resulta em um pico de concentrao plasmtica por volta de 30 minutos. O incio da ao do haloperidol intramuscular varia entre 30 e 60 minutos (PONDE, 2006).

    Os benzodiazepnicos so usados combinadamente com antipsicticos para potencializar os efeitos sedativos.

    Efeitos adversos por medicaes Psicotrpicas

    Sintomas extrapiramidais: so geralmente relacionados mudana na medicao ou sua dosagem. Apesar de serem incmodos ao usurio, raramente h risco de vida (AME, 2008).

    Acatisia: uma sensao subjetiva de inquietao motora ocorre em cerca de 20% dos usurios tratados com antipsicticos tpicos e, algumas vezes, associada parkinsonismo grave (AME, 2008).

    Catatonia: hoje definida como uma sndrome psicomotora que pode apresentar caractersticas motoras hipocinticas e hipercinticas, bem como anormalidades do comportamento, que podem ocorrer por uma condio mdica, neurolgica ou psiquitrica.

    Intoxicao por psicofrmacos

    Intoxicao por ltio: o usurio cursa com nusea e vmitos importante, mais tardiamente pode desenvolver rigidez muscular indolor, tremor, mioclonia, hiper-flexia e confuso mental (PONDE, 2006).

    cido valprico: Os sintomas predominantes so principalmente relacionados ao SNC. Tontura, confuso mental e oscilao do coma, com potencial depresso respiratria. Convulses, movimentos mioclnicos, miose com pouca reatividade luz, sintomas gastrointestinais como nuseas, vmitos e diarria tambm tem sido observados.

    Carbamazepina: envolvem o SNC, olhos, aparelhos cardiovascular e locomotor. Sintomas iniciais incluem inquietao, confuso, agitao e agressividade, tontura, ataxia, nistagmo, diplopia, nuseas e vmitos.

    Benzodiazepnicos: so agentes freqentes de intoxicao acidental ou intencional. Efeitos no SNC incluem sonolncia, obnubilao, fala empastada, confuso, ataxia, alterao da coordenao e funo intelectual e coma (PONDE, 2006).

    Assistncia de enfermagem aps estabilizao do usurio:

    Limitar o ambiente, diminuindo os estmulos;

    Estimular quando possvel s atividades de terapia ocupacional;

    Orientar o usurio quanto ao tempo, espao e a pessoa;

    Fornecer ao usurio dados de realidade;

    Expor para a famlia os principais aspectos da patologia do usurio;

    Estimular o usurio a conversar sobre suas alucinaes auditivas e/ou visuais;

  • 36

    Orientar o usurio sobre sua patologia, sinais e sintomas e a necessidade de tratamento;

    Orientar sobre a importncia do uso da medicao.

    10. Atribuies de Enfermagem na Sade Mental

    Manual (BRASLIA, 2002).

    a) ATRIBUIES DO ENFERMEIRO:

    Acompanhar os usurios nas atividades de vida diria e atividade de vida prtica;

    Aplicar, divulgar e disponibilizar normas de biossegurana;

    Atender e orientar usurios, familiares e comunidade em geral de forma humanizada;

    Avaliar a qualidade da assistncia de enfermagem prestada ao usurio;

    Colaborar com o enfermeiro supervisor na realizao da avaliao de desempenho da equipe de enfermagem;

    Colaborar com o enfermeiro supervisor nas medidas administrativas em casos de elogios, penalidades ou remanejamento de pessoal de enfermagem;

    Comunicar Vigilncia Epidemiolgica os casos de notificao compulsria;

    Controlar psicotrpicos e entorpecentes sob cautela;

    Convocar e/ou participar de reunies multidisciplinares;

    Cooperar com o Servio de Controle de Infeco Hospitalar na adoo de medidas de preveno e controle;

    Coordenar as atividades de passagem de planto;

    Coordenar ou participar de atividades de grupo com os usurios, familiares e tcnicos;

    Coordenar ou/e participar de oficinas teraputicas e de capacitao, produo e educacional;

    Coordenar e participar de reunies com grupos de familiares;

    Comunicar e registrar a evaso de usurio ao planto policial e servio social do hospital registrando no pronturio do usurio e relatrio de enfermagem;

    Comunicar ao supervisor e/ou solicitar a manuteno de equipamentos;

    Cumprir e fazer cumprir normas e rotinas da Instituio;

    Cumprir e fazer cumprir o Cdigo de tica e a Legislao de Enfermagem;

    Elaborar junto com a equipe interdisciplinar o plano teraputico individualizado;

    Encaminhar altas e transferir os usurios a outras unidades quando necessrio, notificando o procedimento aos familiares;

    Estabelecer relao de ajuda com o usurio e familiares;

    Estimular a autonomia e autocuidado do usurio;

    Estimular a integrao dos membros da equipe multiprofissional;

    Estimular e/ou participar de eventos educativos;

  • 37

    Executar e/ou supervisionar as atribuies tcnicas pertinentes ao servio;

    Identificar casos de infestao: adotar medidas de preveno e controle;

    Organizar e participar de eventos sociais e culturais que visem a ressocializao do usurio e a integrao entre o servio e a comunidade;

    Organizar junto com a equipe interdisciplinar, atividades teraputicas de carter individual e/ou grupal;

    Orientar o usurio e a famlia na ocasio da licena, remoo ou alta hospitalar;

    Orientar usurios e/ou acompanhantes no sentido de minimizar a ansiedade, a insegurana e a angstia decorrentes da internao;

    Participar de comisses de estudo quando necessrio;

    Participar dos projetos de reinsero social;

    Prestar assistncia comunidade em situaes de emergncia e calamidade;

    Prever e requisitar material de consumo farmcia e ao almoxarifado;

    Promover ambiente seguro, confortvel e silencioso ao usurio;

    Promover ambiente teraputico para o usurio;

    Promover e/ou colaborar com estudos e pesquisas cientficas na rea de sade;

    Promover observao rigorosa dos usurios com risco de suicdio e evaso e dos que apresentarem agitao psicomotora;

    Providenciar assistncia religiosa para o usurio quando solicitado;

    Providenciar o encaminhamento dos usurios que sero submetidos a consultas e exames em outras clnicas;

    Realizar a admisso do usurio, orientando-o e a seus familiares para as rotinas da unidade;

    Realizar a Sistematizao da Assistncia de Enfermagem (SAE);

    Realizar atendimento individual de familiares;

    Realizar consulta de enfermagem;

    Realizar educao em sade voltada aos usurios, familiares e comunidade;

    Realizar educao em servio visando adaptao e aperfeioamento do servidor na unidade;

    Realizar visita domiciliar e institucional;

    Registrar a evoluo dos usurios em pronturio;

    Registrar diariamente as atividades desenvolvidas pela equipe em Relatrio de Enfermagem;

    Substituir o enfermeiro supervisor da unidade em seus impedimentos;

    Supervisionar e/ou realizar a administrao de medicamentos, a verificao dos sinais vitais e o cuidado com a integridade fsica do usurio;

    Supervisionar e orientar a equipe para os cuidados especficos com usurios em restrio mecnica;

    Supervisionar a limpeza e desinfeco da rea fsica da unidade;

    Supervisionar a limpeza, desinfeco e esterilizao dos diversos materiais da unidade;

  • 38

    Supervisionar a validade, diluio, conservao, administrao e interao de medicamentos;

    Supervisionar e manter a ordem da unidade;

    Supervisionar o encaminhamento de exames e recebimento/arquivamento dos resultados;

    Testar materiais e equipamentos e emitir parecer tcnico a fim de subsidiar a aquisio de produtos na SES;

    Verificar o cumprimento da escala, observando pontualidade e assiduidade;

    Observar os usurios, acompanhando sua evoluo e registrando em pronturio;

    Zelar pelo bom uso dos materiais de consumo e equipamentos evitando desperdcio e utilizao inadequada;

    Zelar pelos bens patrimoniais da Instituio.

    b) ATRIBUIES DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM:

    Administrar e/ou auxiliar na alimentao do usurio dependente;

    Acompanhar e encaminhar o usurio em atividades recreativas, oficinas de produo e de terapia ocupacional;

    Acompanhar e transportar usurios em caso de alta hospitalar e transferncia;

    Acompanhar e transportar usurios que sero submetidos a consultas e exames em outras unidades;

    Acompanhar o usurio e registrar em pronturio sua evoluo;

    Acompanhar os usurios nas Atividades de Vida Diria e Atividades de Vida Prtica;

    Aplicar normas de biossegurana;

    Atender e orientar usurios, familiares e comunidade de forma humanizada;

    Auxiliar no controle de psicotrpicos e entorpecentes;

    Colaborar em estudos e pesquisas cientficas na rea de sade;

    Comunicar ao enfermeiro e registrar evaso no pronturio e relatrio de enfermagem;

    Comunicar e realizar busca ativa dos usurios evadidos;

    Cooperar com o Servio de Controle de Infeco Hospitalar na adoo de medidas de preveno e controle;

    Coordenar ou participar de atividades teraputicas de carter grupal e/ou individual com usurios, familiares e tcnicos;

    Coordenar ou participar de oficinas teraputicas de capacitao e produo;

    Cumprir a prescrio mdica e de enfermagem;

    Cumprir e fazer cumprir normas e rotinas da Instituio;

    Cumprir e fazer cumprir o Cdigo de tica e a Legislao de Enfermagem;

    Detectar alteraes do usurio, comunicar ao enfermeiro e anotar no pronturio;

    Encaminhar e acompanhar o usurio na reavaliao mdica;

    Estabelecer relao de ajuda com o usurio e o familiar;

  • 39

    Estimular a autonomia e autocuidado do usurio;

    Identificar casos de infestao e realizar medidas de preveno e controle;

    Manter a ordem da unidade no que diz respeito rea fsica, equipamentos e materiais;

    Observar rigorosamente os usurios com risco de evaso;

    Observar rigorosamente os usurios com risco de suicdio e os que apresentam agitao psicomotora;

    Organizar e participar de eventos sociais e culturais que visem a ressocializao do usurio e a integrao entre o servio e a comunidade;

    Orientar o usurio e realizar coleta de material para exame conforme rotina;

    Orientar e observar o usurio para o jejum, realizar o preparo quando necessrio em casos de exames clnicos;

    Orientar o usurio e os familiares na ocasio da licena ou alta hospitalar;

    Orientar usurios e acompanhantes no sentido de minimizar ansiedade, insegurana e angstia decorrentes da internao;

    Participar da educao em sade voltada para usurios, familiares e comunidade;

    Participar da educao em servio atravs de cursos, treinamentos e outros;

    Participar das atividades de passagem de planto de acordo com a rotina;

    Participar das discusses de casos clnicos;

    Participar de reunies interdisciplinares;

    Participar junto com a equipe interdisciplinar da elaborao do plano teraputico individualizado;

    Participar nos procedimentos de admisso orientando o usurio e familiares para o tratamento e as rotinas da unidade;

    Prestar assistncia comunidade em situaes de emergncia e calamidade;

    Preparar e administrar medicamentos por via oral, parenteral e tpica;

    Prestar/auxiliar e orientar cuidados de higiene e conforto ao usurio

    Promover ambiente seguro, confortvel e silencioso ao usurio;

    Promover ambiente teraputico para o usurio;

    Promover conforto e segurana do usurio;

    Promover cuidados especficos para os usurios em restrio mecnica;

    Promover cuidados visando a manuteno da integridade fsica do usurio;

    Realizar e/ou auxiliar na conteno mecnica do usurio;

    Realizar limpeza, desinfeco e esterilizao dos diversos materiais da unidade;

    Realizar visita domiciliar e institucional;

    Registrar diariamente os procedimentos desenvolvidos em relatrio de enfermagem;

    Respeitar e promover a privacidade do usurio;

  • 40

    Verificar sinais vitais;

    Zelar pelo bom uso dos materiais de consumo e equipamentos evitando desperdcio e utilizao inadequada;

    Zelar pelos bens patrimoniais da Instituio.

  • 41

    11. REFERNCIAS:

    AME - Dicionrio de Administrao de Medicamentos na Enfermagem 5ed Rio de Janeiro, EPUB - 2007/2008

    BOTEGA, Neury Jose, Pratica Psiquitrica no Hospital Geral : Interconsulta e Emergncia 2ed Porto Alegre : Artmed, 2006.

    BRASIL. Legislao em Sade Mental. 3.ed. Braslia.MS,2002.

    BRASIL, Ministrio da Saude. HumanizaSUS: acolhimento com avaliao e classificao de risco: em paradigma tico-estetico no fazer em saude. Braslia, 2004.

    BRASIL, Ministeriio da Saude. Protocolos da Unidade de emergncia/ Hospital Si Rafael Monta Tabor, Ministrio da Saude 10 Ed. Braslia:MS

    CAMPEDLLI, M. C. 3. ; CAMPEDELLI, M. C. ; 05, C. U. 0. . Processo de Enfermagem Na Pratica. SAO PAULO: OTICA, 1989. 00136 p.

    CARPENITO, Lynda Juall. Diagnsticos de enfermagem: Aplicao prtica. 10ed. Porto Alegre: Artmed, 2005

    CHAVES, Vitor Leonardo. 2010. http://www.widukind.net/sedepsiquiatria acesso: 01/10/2010

    CORDEIRO, Daniel Cruz. Emergncias psiquitricas - So Paulo: Roca, 2007.

    DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais Porto Alegre : Artmed, 2000.

    DOENGES, M.E. Diagnstico e interveno em enfermagem. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 1999

    DSM-IV: Manual de Diagnstico e Estatstico das Perturbaes Mentais

    KAPLAN, Harold I. Tratado de Psiquiatria 6ed Porto Alegre: Artmed, 1999.

    MANUAL DE ATENDIMENTO SIATE/CBPR - Psiquiatria

    MANUAL DE ATRIBUIOES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM/ BRASILIA 2002/SES DF

  • 42

    MANUAL DE PREVENA DO SUICIDIO MINISTERIO DA SAUDE BRASIL 2006

    MATISUMOTO, Ivania. O olhar da enfermagem frente as emergncias psiquiatras publicado 01/04/2009) www.psicosite.com.br, acesso: 30/09/2010

    NANDA. Diagnsticos de enfermagem da NANDA: definies e classificao (2007-2008). Porto Alegre: Artmed, 2007

    OMS. Organizao Mundial de Sade. Relatrio sobre a sade no mundo 2001: sade mental Nova concepo, nova esperana. Genebra; 2001

    PONDE, Eduardo e Irismar oliveira. O Manual de Psicofarmacologia Clinica 2 Ed Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2006

    PORTO, Celmo Celeno, Exame Clinico 5ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

    PIRES, Patrcia da Silva. Traduo para o Portugus e validao de instrumentos para triagem de usurios em servio de emergncia: Canadian Triage and Acurity Scale (CTAS). So Paulo, 2003.

    Preveno ao uso indevido de drogas pronasci - Ministrio da Justia

    PROTOCOLO DE ATENO EM SAUDE MENTAL ( VERSO PRELIMINAR/PREFEITURA DE FLORIANOPOLIS) EVELYN HEMOREN

    PROTOCOLO DE SADE MENTAL DE CURITIBA.

    PROTOCOLO DE URGNCIA E EMERGNCIA DA SES/DF

    Quadros extrados e adaptados de Jacintho & Stella Agitao Psicomotora captulo de Botega, NJ Prtica Psiquitrica no Hospital Geral: Interconsulta e Emergncia. Artmed. 2002 (crise conversiva)

    TOWNSEND, Mary C. Enfermagem Psiquitrica Conceitos e Cuidados 3 Ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 1998

  • 43

    ANEXOS:

    PROTOCOLO PARA O MANEJO DAS CONTENES MECNICAS

    NOME:

    IDADE:

    DATA: HORA:

    Descrio do comportamento do usurio: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Enfermeiro(a):________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Equipe de conteno: _____________________________________________________________Descrever alternativas realizadas antes da conteno:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Tcnica utilizada: _________________________________________________________________________

    Avaliao Mdica:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Sinais e sintomas Data/hora Ao Assinatura/carimbo

    30`

    60`

    90`

    Avaliao de Enfermagem:

    Tempo 0`

    15` 30` 45` 60`

    Pulso

    P.A

    F.R

    Assinatura

  • 44

    FOTOS DE MANEJO DE CONTEAO HUMANIZADA

    1. Leito pronto para receber usurio para ser contido. Lenol para conteno de trax e plvico, atadura e algodo.

    2. Algodo ortopdico para proteo da pele.

  • 45

    3. Conteno em regio plvica deve ser usada com dois lenis, um que j estar na cama e outro sobre o usurio. A mesma tcnica poder ser usada nos joelhos.

    4. A tcnica de conteno de trax a mesma da regio plvica com lenol. Devendo lembrar que o uso inspira muitos cuidados e o mnimo de tempo possvel. Os sinais vitais devero ser verificados a cada 15 minutos.

  • 46

    5. Conteno de punho com algodo ortopdico e atadura. Nunca usar atadura sem proteger a pele do usurio com algodo ou outro tecido.

    6. Conteno de p com a mesma tcnica de punho.

  • 47

    7. Pode-se usar a conteno de p com lenol conforme figura.

    Obs: As pessoas que participaram das fotos so meros figurantes.

    Processo de enfermagem:

    No processo de enfermagem a assistncia planejada para alcanar as necessidades especficas do usurio, sendo ento redigida de forma a que todas as pessoas envolvidas no tratamento possam ter acesso ao plano de assistncia (CAMPEDLLI, 1989).

    O diagnostico de enfermagem oferece a base para intervenes de enfermagem para que sejam alcanados os resultados pelos quais o enfermeiro responsabilizado (DOENGES, 1999).

  • 48

    Diagnstico de enfermagem relacionado emergncia em sade mental (NANDA, 2008)

    1. Ansiedade; 2. Dficit no autocuidado para alimentao/higiene/banho; 3. Comunicao verbal prejudicada; 4. Confuso aguda; 5. Interao social prejudicada; 6. Risco de leso; 7. Medo; 8. Proteo ineficaz; 9. Risco de queda; 10. Risco de trauma; 11. Risco de violncia direcionada a outros; 12. Risco de violncia direcionada a si mesmo; 13. Atraso no crescimento e no desenvolvimento; 14. Tristeza crnica; 15. Risco de suicdio; 16. Risco de automutilao; 17. Comportamento infantil desorganizado; 18. Negao ineficaz; 19. Ajuste individual ineficaz; 20. Distrbio da auto-estima; 21. Distrbio da identidade social; 22. Ajuste defensivo; 23. No aderncia terapia;

  • 49

    ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAO DE RISCO EM SAUDE MENTAL NO DF (PIRES, 2003)

    EM CASOS DE: DOENA PSIQUITRICA OU COMPORTAMENTAL

    QUALIFICADORES CLASSIFICAO ENCAMINHAMENTO

    Grave alterao de comportamento com risco imediato de violncia ou agresso. Risco imediato para si ou para outrem. Agitao extrema. Necessidade de conteno. Usurio desmaiado.

    Alucinao, confuso mental, ansiedade intensa, pnico e impulsividade com risco para si e para os outros.Tentativa de suicdio.

    VERMELHO

    INTERNAO: HSVP, CAPS III.

    Acolhimento realizado pela equipe de Sade Mental e encaminhado para equipe responsvel pela classificao de risco (enfermeiro).

    Obs. Tentativa de suicdio o primeiro atendimento no hospital geral.

    Agitao menos intensa, usurio consciente;

    Risco para si ou para outrem;

    Estado de pnico;

    Potencialmente agressivo;

    Alucinao, desorientao;

    Ideao suicida;

    AMARELO

    INTERNAO: HSVP, CAPS III.

    Acolhimento realizado pela equipe de Sade Mental e encaminhado para equipe responsvel pela classificao de risco (enfermeiro).

  • 50

    Gesticulando, mas no agitado;

    Sem risco imediato para si ou para outrem;

    Com acompanhante;

    Pensamentos suicidas;

    VERDE

    ACOLHIMENTO PELA EQUIPE DE SAUDE MENTAL na emergncia psiquitrica (HSVP E CAPSIII), orientao da famlia sobre como lidar com a crise em casa. Ficar em observao na emergncia, alta e orientao para CAPS II ou ambulatrio se no for usurio de unidades de sade mental.

    Depresso crnica ou recorrente; Crise social;

    Impulsividade, insnia, ansiedade leve ou moderada.

    Distrbios situacionais (familiar, marital, trabalho) Questes sobre medicao ou desejo de receitas, ou informaes acerca de efeitos colaterais.

    AZUL

    ACOLHIMENTO PELA EQUIPE DE SAUDE MENTAL (Psiclogo, Assistente Social, Enfermeiro) orientaes e encaminhamento para CAPS II, CAPS ALCOOL E DROGAS, AMBULATORIOS DE PSIQUIATRIA (HRAN, ISM, HRAS, HSVP, HRG, HRS, HRGU, HRPA).

    Obs. Todos os usurios devero ser encaminhados para ambulatrio, regulao de consulta psiquitrica ou CAPS.

  • 51

    ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAO DE RISCO EM SAUDE MENTAL NO DF (BRASIL, 2004).

    EM CASOS DE: ABSTINENCIA DE ALCOOL E OUTRAS DROGAS/ALTERAES DO NIVEL CONSCINCIA E COMPORTAMENTO.

    QUALIFICADORES

    CLASSIFICAO

    ENCAMINHAMENTO

    Delirium Tremens, hipertonicidade muscular, historia de overdose, vomito e diarria, convulso, dficit neurolgico agudo, letargia, coma, quadro depressivo grave (choro inconsolvel), hipertonicidade e rigidez muscular, dor abdominal/torcica; alto risco de agredir outros; alto risco de auto-agresso.

    VERMELHO

    INTERNAO NO P. S.: HOSPITAL GERAL

    Obs. O HSVP no interna usurios que fazem uso de lcool e outras drogas ilcitas. Realiza encaminhamento.

    Usurio fez uso de lcool e outras drogas; Abstinncia;

    Agitao psicomotora;

    Historia de trauma craniano;

    Risco moderado de agredir outros ou de auto-agresso;

    AMARELO

    INTERNAO P. S: HOSPITAL GERAL, ENCAMINHAMENTO APS ALTA PARA CAPS ALCOOL E DROGAS E NAUAD.

    Gesticulando mas no agitado;

    Humor deprimido;

    Perda de interesse por

    VERDE

    ACOLHIMENTO NO HOSPITAL GERAL, HSVP E CAPS III E ENCAMINHAMENTO PARA CAPS AD E

  • 52

    atividades;

    Capacidade de interagir com o acolhedor

    NAUAD.

    Depresso crnica ou recorrente;

    Impulsividade, insnia, ansiedade leve ou moderada.

    Distrbios situacionais (familiar, marital, trabalho) Questes sobre medicao ou desejo de receitas, ou informaes acerca de efeitos colaterais.

    AZUL

    ACOLHIMENTO PELA EQUIPE DE SAUDE MENTAL (Psiclogo, Assistente Social, Enfermeiro) orientaes e encaminhamento para CAPS II, CAPS ALCOOL E DROGAS, AMBULATORIOS DE PSIQUIATRIA (HRAN, ISM, HRAS, HSVP, HRG, HRS, HRGU, HRPA)

    OBS: USURIOS COM COMORBIDADES CLINICAS DEVEM SER ENCAMINHADOS PARA O HOSPITAL DE BASE DE BRASILIA. USURIOS MENORES DE IDADE PARA O HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL.

  • 53

    SISTEMATIZAO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM EM SADE MENTAL/ EMERGENCIA

    Data da entrevista: ____/____/____ Horrio: _______

    Responsvel pela entrevista_____________________________________________________

    1.Identificao:Nome:________________________________________________________________________________________________________

    Sexo:____________Data de Nascimento: ______________Idade __________

    Endereo:_______________________________________________________

    2.Condies em que veio ao Hospital:

    ( ) Sozinho ( ) Acompanhado/ Por quem: ______________________

    ( ) Sedado/ Qual medicao: ______________________________________

    Uso de bebida alcolica:__________________________________________

    Uso de drogas ilcitas:____________________________________________

    3.Circulao/Oxigenao/Regulao Trmica/Regulao Eletroltica:

    Freqncia cardaca: Freqncia respiratria:

    Presso arterial: Glicemia capilar: Temperatura:

    4. Higiene Bucal e Corporal:a) Boca: ( ) dentio preservada ( ) alteraes na dentio: _________

    b) Cabelo e couro cabeludo: ( ) satisfatria ( ) insatisfatria

    d) Unhas: ( ) satisfatria ( ) insatisfatria e) Roupas: ( ) limpas ( )sujas

    5.Alergias:Alimentares: ( ) no tem ( ) tem/quais:__________________

    Respiratrias: ( ) no tem ( ) tem

    6. Locomoo:Mecnica corporal: ( )preservada ( ) alterada qual: __________________________________________________________

    7.Sono/repouso:( ) adormece com facilidade( ) dorme toda a noite ( ) sono agitado ( ) insnia( ) sonolncia excessiva( ) Medo do escuro

    8. Conscincia:( ) Preservada( ) Despersonalizao( ) Estado crepuscular( ) obnubilao( ) Estupor( ) Hipervigilncia

    9.Ateno: ( ) preservada ( ) hipoprosexia ( ) hiperprosexia

    10.Orientao: ( ) preservada ( ) desorientao alopsquica

  • 54

    ( ) desorientao auto-psquica

    11. Memia: ( ) preservada( )amnsia ( ) parominesia

    ( ) hiperminsia ( ) prejuzo da memria recente ( ) prejuzo da memria remota

    12. Pensamento:( ) preservado ( ) inibido ( ) fuga de idias

    ( ) desagregado ( ) obsessivo/descrever: _________________

    ( ) delirante/descrever: __________________________________

    ( ) j pensou em auto-extermnio

    13. Linguagem: ( ) preservada ( ) ecolalia ( ) gagueira ( ) logorreia

    ( ) mutismo ( ) coprolalia ( ) neologismos

    14.Sensopercepo: ( ) preservada ( ) hipoestesia ( ) hiperestesia

    ( ) alucinao visual: descrever: ___________________________________

    ( ) alucinao auditiva: descrever: __________________________________

    ( ) alucinao gustativa: descrever: _________________________________

    ( ) alucinao ttil ou olfativa: descrever: ____________________________

    15.Afeto: ( ) preservado ( ) euforia ( ) labilidade ( ) depresso

    16.Psicotricidade: ( ) preservada ( ) estereotipias ( ) tiques

    ( ) agitao psicomotora ( ) flexibilidade cerea ( ) rigidez cerea

    17. Teraputica medicamentosa (psicofarmcos): Descrever: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    18.Observaes Relevantes: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________