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Belo Horizonte 2009 MANDADO DE SEGURANÇA Lei nº 12.016 de 07/08/09 Disciplina o Mandado de Segurança Individual e Coletivo Roteiro de Estudos PROF. ANDRÉ LUIZ LOPES ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA

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Belo Horizonte 2009

MANDADO DE

SEGURANÇA Lei nº 12.016 de 07/08/09

Disciplina o Mandado de Segurança Individual e Coletivo

Roteiro de Estudos

PROF. ANDRÉ LUIZ LOPES

ESCOLA SUPERIOR DOM HELDER CÂMARA

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MANDADO DE SEGURANÇA

I. CONCEITO - É o remédio constitucional cabível para proteger direito líquido e certo de alguém, pessoa física ou jurídica, violado ou ameaçado, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, por ato ou omissão ilegal ou inconstitucional, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

O Mandado de Segurança tem processualidade própria, regulada pela Lei nº 12.016 de 07/08/09 - Lei que disciplina o Mandado de Segurança individual e coletivo, delineada sua aplicação pelo art. 5º, incisos LXIX e LXX da CF.

II - LEGITIMIDADE ATIVA - Têm legitimidade ativa toda pessoa física, pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, sindicato, partido político, entidade e associação de classe – arts. 01º e 21.

Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer uma delas poderá requerer o Mandado de Segurança – art. 1º, § 3º.

III – NATUREZA PROCESSUAL - É ação civil de rito sumário especial, destinada a afastar ofensa a direito subjetivo individual ou coletivo, privado ou público, através de ordem corretiva ou impeditiva da ilegalidade. Por ser ação civil, mesmo que o ato impugnado seja administrativo, judicial, civil, penal, policial, militar, eleitoral, esta será sempre processada e julgada como ação civil no juízo competente, daí porque não há falar em Mandado de Segurança criminal nem eleitoral. IV – ATO DE AUTORIDADE PÚBLICA - Ato de Autoridade pública é toda manifestação ou omissão do Poder Público ou de seus delegados, no desempenho de suas funções ou a pretexto de exercê-las.

Autoridade Pública é aquela competente para praticar atos administrativos decisórios, os quais se ilegais ou abusivos, são suscetíveis de impugnação por Mandado de Segurança quando ferem direito líquido e certo.

Consideram-se atos de autoridade, também, os praticados por representantes

ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

Não cabe Mandado de Segurança contra os atos de gestão comercial

praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público – art. 1º, § 2º.

V - DIREITO LÍQUIDO E CERTO - "Direito líquido e certo é aquele que não desperta dúvidas, que está isento de obscuridades, que não precisa ser aclarado com o exame de provas em dilações, que é de si mesmo, concludente e inconcusso."

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Assim, Direito líquido e certo é aquele comprovado de plano, sem a necessidade de instrução probatória, comprovados por documentos, jamais testemunhalmente, pois, todas as provas alegadas e permitidas em lei, acompanharão a inicial. Inclui-se a possibilidade de cumulação do pedido de apresentação de documentos retidos pela autoridade coatora – art. 6º, § 1º.

TEIXEIRA FILHO ensina que: "Em sede de Mandado de Segurança, por

conseguinte, será líquido e certo o direito que decorra de um fato inequívoco, cuja existência possa ser plenamente comprovada, em regra, mediante documentos juntados à petição inicial.”

VI - OBJETO - "Visa, precipuamente, à invalidação de atos de autoridade ou à supressão de efeitos de omissões administrativas capazes de lesar direito individual ou coletivo, líquido e certo". (Meireles, Hely Lopes, Mandado de Segurança; 17ª Edição, página 23/24, São Paulo, Malheiros, 1996).

Assim, o objeto do Mandado de Segurança será sempre a correção de ato administrativo específico ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo a direito individual ou coletivo, líquido e certo, do impetrante, mas por exceção, presta-se a atacar as leis e decretos de efeitos concretos, as deliberações legislativas e as decisões judiciais para as quais não haja recurso ordinário com efeito suspensivo capaz de impedir a lesão ao direito subjetivo do impetrante.

VII - CABIMENTO – A regra é o cabimento de Mandado de Segurança contra ato de qualquer autoridade, mas a lei excepciona contra ato que comporte recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução; contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; contra decisão judicial transitada em julgado – art. 5º.

Ato de que caiba recurso administrativo, não há obrigação de exaurirem a via administrativa para depois se utilizar da via judicial – Mandado de Segurança. O que não pode ocorrer é a duplicidade dos recursos administrativo e judicial a um só tempo.

O efeito normal dos recursos administrativos é o devolutivo; o efeito

suspensivo depende de norma expressa a respeito. Assim sendo, de todo ato para o qual não se indique o efeito do recurso hierárquico cabe Mandado de Segurança. Mas a lei admite, ainda, Mandado de Segurança contra ato de que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo desde que se exija caução para seu recebimento.

Também não é admitido Mandado de Segurança contra decisão judicial

contra a qual caiba recurso com efeito suspensivo.

VIII - PRAZO PARA IMPETRAÇÃO - O prazo para impetrar a segurança é de 120 dias a contar da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato impugnado, sendo que o prazo é decadencial, porquanto, não se suspende e nem se interrompe – art. 23.

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Insta salientar que a decadência recai apenas sobre o direito de impetrar o Mandado de Segurança, mas não o direito material ameaçado ou violado, que poderá ser protegido através de ação ordinária, inclusive com pedido de tutela antecipada (art. 273 do C.P.C).

O pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para a impetração do Mandado de Segurança (Súmula nº 430 do Supremo Tribunal Federal).

Nos atos sucessivos o prazo renova-se a cada ato, e, em se tratando de

omissão ou inércia da administração, este não correrá. No caso de impetração do mandamus em juízo incompetente, não há

caducidade do prazo desde que obedecido o prazo de 120 dias (art. 113, § 2º do C.P.C).

Também prescreve o art. 6º, § 6º que o Mandado de Segurança poderá ser

renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

IX - PARTES - O Impetrante, titular do direito, é a parte autora. O Impetrado, autoridade coatora, é o réu. O Ministério Público é considerado como parte autônoma visto que este é oficiante necessário como fiscal da correta aplicação da lei, jamais como auxiliar da autoridade coatora.

O Impetrante pode ser pessoa física ou jurídica, órgãos públicos despersonalizados ou universalidades patrimoniais, já que, diferente do habeas corpus, a lei não restringiu seu uso a pessoas humanas.

Já o Impetrado é de regra a autoridade coatora, sujeito passivo, e nunca a

pessoa ou o órgão a que a pessoa representa, haja vista que não vai haver a citação do órgão que a pessoa representa, nem tampouco a instauração do contraditório. Outrossim, a pessoa jurídica da qual faz parte a autoridade coatora é ente abstrato, e, "como tal não se concretiza por si, seus atos são considerados lícitos (porque estão sempre no mundo da licitude), ilícitos, aí sim, são os atos praticados por aqueles que concretizam de um modo ou de outro os meios para alcançar os objetivos, estatuída por lei para a sua função, entretanto, tal ente jurídico se responsabilizará pelos danos patrimoniais, através de ação direta autônoma ".

Equiparam-se às autoridades, para efeito desta Lei os representantes ou

órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições – art. 1º, § 1º.

Assim, autoridade coatora é aquela que tenha praticado o ato impugnado ou

da qual emane a ordem para a sua prática – art. 6º, § 3º.

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X - LITISCONSÓRCIO - É admitido no Mandado de Segurança, por expressa disposição da lei que o regulamenta, (art. 24 da Lei 12.016/09 c/c arts. 46/49 do C.P.C) o Litisconsórcio.

Diante dessa possibilidade, caberá ao juiz, preliminarmente, se ocorrerem as hipóteses estabelecidas nos artigos 46/49 do Código de Processo Civil, determinar, permitir ou negar o ingresso de terceiros no feito.

Admissível, também, o litisconsórcio no Mandado de Segurança coletivo

desde que a pretensão desses intervenientes coincida com a dos impetrantes originários.

No litisconsórcio necessário a causa pertence a mais de um em conjunto e a

nenhum isoladamente, pelo quê a ação não pode prosseguir sem a presença de todos no feito, sob pena de nulidade, devendo o autor tomar as providências para citar o litisconsorte passivo necessário, devendo juntar às cópias da inicial cópias dos documentos que a instruíram, que acompanharão a notificação de cada um dos Réus, sob pena de extinção do processo por ausência de pressuposto processual (arts. 47 e 267, IV do C.P.C).

XI - COMPETÊNCIA - A competência para julgar Mandado de Segurança define-se pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede funcional. A Constituição da República e as leis de Organização Judiciária especificam essa competência.

A competência dos Tribunais e Juízos para o julgamento de Mandado de Segurança, injunção e habeas data está discriminada na Constituição da República, e, para a fixação do juízo competente em Mandado de Segurança não interessa a natureza do ato impugnado; o que impõe é a sede da autoridade coatora e sua capacidade funcional, reconhecida nas normas de organização judiciária competentes.

A intervenção da União desloca a competência para a Justiça Federal; Varas

Privativas das Fazendas Públicas, onde houver, farão o deslocamento para estas, devido a sua competência específica.

XII - MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO - A Constituição da República em seu artigo 5º, inciso LXX, instituiu o Mandado de Segurança Coletivo que poderá ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

O conceito do Mandado de Segurança Coletivo está fundado em dois elementos:

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Institucional: caracterizado pela atribuição da legitimação processual a instituição associativa para a defesa de interesses de seus membros ou associados;

objetivo: para defender o interesse coletivo.

A legitimação é a primeira característica do Mandado de Segurança Coletivo,

e, para que uma entidade possa ser reconhecida como representante de uma coletividade, é necessário que sejam:

a) Partidos Políticos que tenham representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou às finalidades partidárias (representação nacional exigida no artigo 17, I da Constituição Federal/88); ou b) organizações sindicais, entidades de classe ou associações legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial – art. 21.

Os direitos protegidos pelo Mandado de Segurança Coletivo pode ser:

Coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

Individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os

decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do Impetrante – art. 21, I e II.

No Mandado de Segurança coletivo a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo Impetrante. Também não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o Impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu Mandado de Segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva – art. 22.

A liminar somente poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas – art. 22, § 2º.

DIFERENÇAS ENTRE DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS SCTRICTO SENSU E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS – Há interesses que não pertencem a alguém especificadamente, pertencem de forma equânime a muitas pessoas. Os interesses difusos diferenciam-se por ter seus titulares indetermináveis unidos por fatos decorrentes de eventos naturalísticos, impossíveis de diferenciar na qualidade e separar na quantidade de cada titular. Ex.: meio ambiente, qualidade do ar, poluição sonora, poluição visual, fauna, flora, etc.

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Os interesses coletivos são interesses de um determinado grupo de

pessoas que foram unidas por uma relação jurídica única. É uma lesão inseparável na qualidade e quantidade. Ex.: os mutuários da SFH – uma ilegalidade no contrato atinge a todos.

Os direitos individuais homogêneos caracterizam-se por ser um grupo determinado de interessados, com uma lesão divisível, oriunda da mesma relação fática. Cada um pode pleitear em juízo, mas como o grupo foi lesionado homogeneamente, estes podem recorrer ao litisconsórcio unitário multitudinário ativo facultativo. Ex.: compradores de uma TV com defeito de serie.

XIII - MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO - No Mandado de Segurança Preventivo, não há ato ilegal, mas, o justo receio do impetrante de sofrer violação em seu direito.

A noção de justo receio se caracteriza como um daqueles conceitos jurídicos indeterminados, variáveis conforme o subjetivismo das pessoas (ainda que a doutrina se esforce para torná-los dotados de maior grau de determinabilidade).

Não há diferença de rito entre o Mandado de Segurança Preventivo e o Repressivo. A lei reguladora do Mandado de Segurança, Lei nº 12.016/09, e a Constituição Federal não exibem qualquer passo processual na ação que possa conduzir à distinção de procedimento.

Havendo ato ilegal, o Mandado de Segurança é repressivo.

XIV - PETIÇÃO INICIAL - A petição inicial deve preencher os requisitos dos arts. 282 e 283 do C.P.C., e será apresentada em 02 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições - art. 6º.

Importante que a argumentação expendida seja bem fundamentada e os documentos juntados adequados à tese esposada, pois no Mandado de Segurança a prova do direito invocado tem de vir pré-constituída desde logo, pois, regra geral, a petição de ingresso é a única oportunidade do Impetrante se pronunciar na alegada ofensa ao seu direito líquido e certo.

No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em

repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição – art. 6º, § 1º.

Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a

ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação – art. 6º, § 2º.

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O Mandado de Segurança será denegado nos casos previstos do art. 267 do

C.P.C. O pedido de Mandado de Segurança poderá ser renovado dentro do prazo

decadencial (120 dias – art. 23), se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito – art. 6º, § 6º.

XV - EMENDA OU INDEFERIMENTO INICIAL - Apresentando a inicial vícios sanáveis, o juiz poderá determinar que o impetrante a emende ou complete no prazo de 10 (dez) dias, conforme determina o art. 284 do C.P.C.

É facultado ao juiz indeferir de plano a inicial, por decisão motivada, quando não for o caso de Mandado de Segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para sua impetração (120 dias) – art. 10.

Contra a decisão do juiz de primeiro grau que indeferir a inicial caberá

Recurso de Apelação, e, quando a competência do Mandado de Segurança couber originariamente a um dos Tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre - art. 10, § 1º.

O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da

petição inicial – art. 10, § 2º.

XVI - DESPACHO INICIAL, LIMINAR E NOTIFICAÇÃO – Estando em termos a petição inicial, o juiz apreciará o pedido de liminar, caso tenha sido formulado.

A medida liminar é provimento cautelar admitido pela Lei de Mandado de Segurança quando relevantes os fundamentos da impetração e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do Impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica, presentes o Periculum in Mora e Fumus Boni Júris – art. 7º, III.

O pedido de liminar para suspender o ato atacado tem de ser anunciado desde o preâmbulo da inicial. Recomenda a melhor técnica processual, que se crie um tópico específico ao final da peça, iniciando os pedidos, propugnando pela concessão da liminar. Imperioso, para se convencer ao magistrado, um bom fundamento no sentido mais objetivo de que pelas questões de direito que consubstanciaram o writ, que, se porventura não suspenso o ato combatido liminarmente, resultará na ineficácia da futura decisão que conceder aquele Mandado de Segurança.

Ao despachar a inicial o juiz ordenará que se notifique o coator do conteúdo

da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações devidas art. 7º, I.

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Também ordenará que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito – art. 7º, II.

Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de

créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza – art. 7º, § 2º.

A intimação da autoridade coatora da liminar concedida é feita pelo meio mais

rápido possível (ofício, telegrama, fax, via postal, telefone ou mandado), que também pode seguir juntamente com o mandado de intimação para prestar informações.

Da decisão de juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá

Agravo de Instrumento (art. 522 e seguintes do C.P.C) – art. 7º, § 1º . O art. 4º da Lei 12.016/09 possibilita que, em caso de urgência, observados

os requisitos legais, impetrar Mandado de Segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada, o que também poderá ser feito para notificação da autoridade coatora. O texto original da petição deverá ser apresentado nos 05 (cinco) dias úteis seguintes – art. 4º, § 4º.

Os efeitos da liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a

prolação da sentença - art. 7º, § 3º. Deferida a liminar, o processo terá prioridade para julgamento – art. 7º, § 4º. Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a

requerimento do Ministério Público quando, concedida a liminar, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 03 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem – art. 8º.

As autoridades administrativas, no prazo de 48 horas da notificação da

medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários às providências a serem tomadas para eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder – art. 9º.

Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará aos

autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4º da Lei, a comprovação da remessa – art. 11.

Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do C.P., o não

cumprimento das decisões proferidas em Mandado de Segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação da Lei nº 1.079/50 – Lei de crimes de responsabilidade – quando cabíveis – art. 26.

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XVII - INFORMAÇÕES – Notificada a autoridade coatora, está deverá no prazo de 10 (dez) dias prestar as informações sobre o ato ilegal – art. 7º, I.

Via de regra, essas informações hodiernamente assumem características de verdadeira contestação, defendendo a integridade formal e material do ato impugnado.

A falta das informações pode importar confissão ficta dos fatos argüidos na inicial, se isto autorizar a prova oferecida pelo impetrante.

XVIII - MINISTÉRIO PÚBLICO - O Ministério Público oficia obrigatoriamente no Mandado de Segurança como fiscal da lei. Será intimado para se manifestar no prazo de 10 dias após o fim do prazo fixado para a autoridade coatora prestar informações - art. 12. XIX - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – Não cabe a fixação de honorários advocatícios em Mandado de Segurança. Caberá a aplicação das sanções previstas no caso de litigância de má-fé – art. 25. XX - SENTENÇA - Findo o prazo para colheita do parecer ministerial, independentemente de prestadas informações pela autoridade coatora ou do parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz dentro de 30 (trinta) dias, para proferir a decisão - art. 12, parágrafo único.

A sentença a ser prolatada no Mandado de Segurança pode ser terminativa, quando extingue o processo sem apreciação do mérito por faltar um dos pressupostos processuais e/ou condições da ação (art. 267 do C.P.C), ou, definitiva, quando julga pela procedência ou improcedência do pedido (art. 269 do C.P.C).

Goza de eficácia mandamental a sentença que dá pela procedência do

pedido. Concedido o Mandado de Segurança, o juiz transmitirá em ofício, por

intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica interessada, podendo, ainda, em caso de urgência, observar o disposto do art. 4º da Lei. XXI - RECURSO VOLUNTÁRIO E DE OFÍCIO - A sentença que denegar ou conceder o Mandado de Segurança, será impugnada através do Recurso de Apelação (art. 14 c/c art. 513 do C.P.C), aplicável o sistema recursal do C.P.C., beneficiando o prazo em dobro para recorrer pela Fazenda Pública ou Ministério Público (art. 188 do C.P.C) e nos casos de litisconsortes com diferentes procuradores (art. 191 do C.P.C).

Deve-se admitir o efeito suspensivo ao recurso em Mandado de Segurança, extensivo à medida liminar, sempre que ocorrer a possibilidade de o direito vir a

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sofrer lesão de difícil ou impossível reparação, sob pena de o eventual provimento ao recurso tornar-se inócuo.

Julgando procedente o Mandado de Segurança, a sentença que conceder a

ordem, obrigatoriamente, ficará sujeita ao duplo grau de jurisdição, ou seja, o juiz na parte dispositiva da decisão, recorrerá de ofício, requerendo, após esgotado o prazo para recurso voluntário, a subida dos autos para a instância ad quem a fim de reexame em colegiado art. 14, § 1º.

Apenas a sentença de procedência proferida por juiz singular está obrigada

ao duplo grau de jurisdição e, os acórdãos proferidos em Mandado de Segurança ou aqueles cujas competências são originárias, não se sujeitam a esse regime. Se denegada a segurança, não há necessidade do reexame necessário.

Das decisões em Mandado de Segurança proferidas em única instância pelos

Tribunais cabe Recurso Especial (artigos 541 do C.P.C., e 105, III, “a” da C.F) e Extraordinário (541 do C.P.C., e 102, III, “a” e “c” da C.F), nos casos legalmente previstos, e Recurso Ordinário, para o STF (art. 102, II, “a” da C.F) ou STJ (art. 105, II, “b” da C.F), quando a ordem for denegada – art. 18.

XXII - COISA JULGADA - A coisa julgada pode resultar da sentença concessiva ou denegatória da segurança, desde que a decisão haja apreciado o mérito da pretensão do impetrante e afirmado a existência ou a inexistência do direito a ser amparado.

Não faz coisa julgada, quanto ao mérito do pedido, a decisão que:

apenas denega a segurança por incerto ou ilíquido o direito pleiteado; a que julga o impetrante carecedor do mandado e a que indefere desde logo

a inicial por não ser caso de segurança ou por falta de requisitos processuais para a impetração.

XXIII - EXECUÇÃO – O comando liminar ou sentencial do Mandado de Segurança é para que a autoridade coatora cesse a ilegalidade do ato. Assim, a sentença que conceder o Mandado de Segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar (art. 7º, § 2º) – art. 14, § 3º.

Na prática é de pouca utilidade o dispositivo, pois, procedente o pedido, e não tendo efeito suspensivo o recurso voluntário ou de ofício, a sentença vigorará até decisão da instância imediata ad quem. Caso mantida a sentença, com o trânsito em julgado, a decisão se consolidará em coisa julgada. Na hipótese de reformada a decisão que julgou procedente o Mandado de Segurança, tornam-se ineficazes os atos praticados depois da interposição do recurso.

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XIV - QUESTÕES PROCESSUAIS: Argüição de incidentes: É inadmissível, visto prescindir de prova pré-constituída, perícia para apurar falsidade documental, questões acerca da existência da relação jurídica processual. Alteração do pedido ou dos fundamentos: Não é admitido no Mandado de Segurança, pois o que se aprecia no writ não são os fatos, mas a ilegalidade do ato praticado pela autoridade coatora, pois, se estiverem em jogo os fatos, em si, a autoridade coatora poderia repelí-los e beneficiar-se na sua defesa, já que ao impetrante é vedado contra-argumentar nas informações prestadas pela autoridade coatora. Valor da causa: À semelhança das demais causas civis, o Mandado de Segurança exige o arbitramento do valor da causa, cujo montante deve corresponder ao do ato impugnado, quando for susceptível de quantificação, ou, caso negativo, este deve ser estimado.

As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 do C.P.C – art. 7º, § 5º.

Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do Tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição.

§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário.

§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo.

§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.

§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida.

§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original.

Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento, cabendo, da

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decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar, agravo ao órgão competente do tribunal que integre – art. 16.

Nas decisões proferidas em Mandado de Segurança e nos respectivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas taquigráficas, independentemente de revisão – art. 17.

Os processos de Mandado de Segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus, devendo na instância superior ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator, onde o prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias – art. 20, §§1º e 2º.

O Mandado de Segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu Mandado de Segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva – art. 22, § 1o.

Não cabem, no processo de Mandado de Segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé – art. 25.

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LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009.

Disciplina o Mandado de Segurançaindividual e coletivo e dá outrasprovidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Conceder-se-á Mandado de Segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

§ 2o Não cabe Mandado de Segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.

§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o Mandado de Segurança.

Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada.

Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar Mandado de Segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente.

Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.

Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar Mandado de Segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada.

§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade.

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§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis seguintes.

§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

Art. 5o Não se concederá Mandado de Segurança quando se tratar:

I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;

III - de decisão judicial transitada em julgado.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.

§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição.

§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.

§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.

§ 4o (VETADO)

§ 5o Denega-se o Mandado de Segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

§ 6o O pedido de Mandado de Segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;

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II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;

III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença.

§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.

§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem.

Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder.

Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de Mandado de Segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.

§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência para o julgamento do Mandado de Segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre.

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§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição inicial.

Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4o desta Lei, a comprovação da remessa.

Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias.

Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica interessada.

Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4o desta Lei.

Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.

§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.

§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.

§ 3o A sentença que conceder o Mandado de Segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar.

§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de Mandado de Segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial.

Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição.

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§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário.

§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo.

§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.

§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida.

§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original.

Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento.

Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.

Art. 17. Nas decisões proferidas em Mandado de Segurança e nos respectivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas taquigráficas, independentemente de revisão.

Art. 18. Das decisões em Mandado de Segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.

Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar Mandado de Segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.

Art. 20. Os processos de Mandado de Segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.

§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator.

§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias.

Art. 21. O Mandado de Segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização

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sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo Mandado de Segurança coletivo podem ser:

I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

Art. 22. No Mandado de Segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.

§ 1o O Mandado de Segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu Mandado de Segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.

§ 2o No Mandado de Segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

Art. 23. O direito de requerer Mandado de Segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

Art. 24. Aplicam-se ao Mandado de Segurança os arts. 46 a 49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Art. 25. Não cabem, no processo de Mandado de Segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.

Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões proferidas em Mandado de Segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis.

Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organização judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da sua publicação.

Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166, de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de 1964, 5.021, de 9 de junho de 1966; o art. 3o da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art. 1o da Lei no 6.071, de 3 de julho de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de janeiro de 1982, e o art. 2o da Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996.

Brasília, 7 de agosto de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Tarso Genro

José Antonio Dias Toffoli

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BIBLIOGRAFIA: Bibliografia Básica: (1) CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005. (2) GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, data de edição a mais recente. (3) JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005. (4) MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, data de edição a mais recente. (5) MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança. São Paulo: Malheiros, 2007. (6) CRETELLA JUNIOR, José. Prática do Processo Administrativo. Rio de Janeiro: RT, 2007. Paulo: Saraiva, 2007. (7) DIDIER, Fredie Jr. Ações Constitucionais. 3ª ed. Salvador: Podivm, 2008. (8) ARAÚJO, Florivaldo Dutra de. Motivação e controle do Ato Administrativo. 2 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005. (9) DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, data de edição a mais recente. (10) FAGUNDES, Miguel de Seabra. O controle dos atos administrativos pelo poder judiciário. 4 ed. Rio de Janeiro. Forense, 1967. (11) FIGUEIREDO, Lucia Valle. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, data de edição a mais recente. (12) JUSTEN FILHO, Marçal. Concessões de serviços públicos. São Paulo: Dialética, data de edição a mais recente. (13) MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. São Paulo. Mandamentos, 2005. (14) SUNDFELD, Carlos Ari; BUENO, Cássio Scarpinella (Coord.) Direito Processual Público. São Paulo: Malheiros, 2003. (15) WALD, Arnold. Do Mandado de Segurança na prática judiciária. Rio de Janeiro: Forense, 2007.

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Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Contagem/MG.

FUNERÁRIA SÃO CRISTÓVÃO LTDA, CNPJ – 00.772.419/0001-61, localizada na Rua Cecildes Moreira Faria, 135 – Bairro Nova Gameleira/BH – MG., vem respeitosamente perante V. Exa., por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração em anexo, propor o presente MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR contra ato do ILMO. PRESIDENTE DA COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CONTAGEM– SR. ÉLIO DE SIQUEIRA VALÉRIO PINTO e ILMA. SECRETÁRIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO DE CONTAGEM – SRA. CLEUDIRCE CORNÉLIO DE CAMARGOS, ambos localizados na Praça Presidente Tancredo Neves, 200 – Bairro Camilo Alves/Contagem – MG – Edifício-Sede da Prefeitura, nos termos dos arts. 5º, LXIX, 37, XXI - todos da Constituição Federal e arts. 1º e 7º, III da Lei 12.016/09, Lei 8.666/93 e Lei 8.987/95, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I – DOS FATOS E DO DIREITO

A Impetrante, com intuito de participar da licitação, apresentou seus documentos de Habilitação e sua Proposta Comercial na forma da Lei e dentro das regras exigidas pelo Edital nº 001/2008, processo nº 024/2008, licitação na modalidade de CONCORRÊNCIA, com critério de julgamento de “MAIOR OFERTA”, com fulcro no art. 15, II da Lei 8.987/95 objetivando a contratação de 02 (duas) empresas, para outorga de CONCESSÃO, para prestação de serviços funerários no Município de Contagem/MG., conforme especificações constantes neste Edital e seus anexos.

Acontece que em sessão de julgamento dos documentos de habilitação,

ocorrida no dia 05/05/2008, a Comissão Especial de Licitação, designada pela Portaria nº 011 de 16/01/2008, com o objetivo de analisar e julgar os documentos apresentados pelas empresas participantes, decidiu inabilitar a empresa Impetrante, sob o argumento de que apresenta composição acionária em comum com a empresa ASSISTENCIAL LUZIENSE LTDA, configurando conluio, causando prejuízo ao caráter competitivo no certame, nos termos do art. 90 da Lei 8.666/93, tendo a Impetrante interposto Recurso Administrativo e Recurso Hierárquico, ambos sem êxito, motivo pelo qual não teve outra solução senão

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impetrar o presente Mandado de Segurança, com intuito conservar o seu direito de participar do certame, sendo declarada HABILITADA para a citada licitação.

Ora MM. Juiz, dentre as condições previstas no edital para a participação no

processo licitatório, não há qualquer restrição no sentido de que as empresas interessadas não possam ter sócios em comum, conforme abaixo demonstrado.

II - CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

2.1. Poderão participar desta licitação pessoas jurídicas do ramo pertinente ao objeto licitado, que atendam às condições de habilitação estabelecidas no Título VII e requisitos exigidos neste instrumento convocatório. 2.2. Participarão da Sessão todos os que tenham protocolados seus envelopes até o horário estipulado no Preâmbulo deste edital. 2.3. As empresas que desejarem poderão se fazer representar nos atos desta licitação mediante pessoa devidamente habilitada por instrumento público ou particular de mandato ou, ainda, pelo instrumento constitutivo da empresa quando for o caso. 2.4. O documento de mandato referido no item anterior deverá descrever quais poderes detém o representante da empresa para este Certame. 2.5. As empresas que não apresentarem representantes ou ainda que o apresentem em desconformidade com este Edital poderão participar da licitação sem que, no entanto, seja considerada qualquer manifestação nas atas elaboradas.

2.6. NÃO PODERÁ PARTICIPAR DA LICITAÇÃO, A EMPRESA: 2.8.1. Suspensa, impedida de licitar ou contratar com a Administração, nos termos do art. 87, III, da Lei 8.666/93; 2.8.2. Declarada inidônea para licitar ou contratar com a Administração, nos termos do art. 84, IV, da Lei 8.666/93; 2.8.3. Com falência declarada, em liquidação judicial ou extrajudicial; 2.8.4. Em consórcio; 2.8.5. E que incidir no disposto no art. 9º da Lei n.º 8.666/93 e no art. 33 da Lei Orgânica do Município de Contagem: Art. 33 - O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores, os ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança, as pessoas ligadas a qualquer deles por matrimônio ou parentesco, afim ou consangüíneo, até o segundo grau, ou por adoção, e os servidores e empregados públicos municipais, não poderão contratar com o Município, subsistindo a proibição até seis meses após findas as respectivas funções.

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2.9. A observância das vedações do item anterior é de inteira responsabilidade do licitante que, pelo descumprimento, se sujeita às penalidades cabíveis.

Também a Lei 8.666/93 não restringe a participação no processo licitatório de

empresas que tenham sócios em comum, e, onde o legislador não restringe, não cabe ao interprete restringir – regra básica de hermenêutica.

Por outro lado, ao contrário do alegado pela Comissão Especial de Licitação,

as empresas FUNERÁRIA SÃO CRISTÓVÃO LTDA – ME e ASSISTENCIAL LUZIENSE LTDA, não têm “composição acionária comum”, mas cotas que o sócio CARLOS ALBERTO RIOS MANUEL possui em ambas as empresas, registrando que a pessoa jurídica não se confunde com a pessoa física de seus sócios.

Aliás, a pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais e/ou de patrimônios

que visa a obtenção de certas finalidades, reconhecida pela ordem jurídica como pessoa de direitos e obrigações, sendo certo que a licitação em questão informa que “poderão participar desta licitação pessoas jurídicas do ramo pertinente ao objeto licitado, que atendam às condições de habilitação estabelecidas...”, não fazendo qualquer alusão às pessoas de seus sócios.

II - DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O princípio da legalidade é um dos princípios fundamentais à formação do próprio Estado de Direito sustentado no império da lei, e, na tripartição dos poderes, possui especificidades no âmbito do Direito Público, onde é mencionado em diferentes dispositivos como, por exemplo, no art. 37 da Constituição no Capítulo VII, que trata da Administração Pública.

A conotação aqui é de estrita vinculação do poder público aos ditames da lei

e do Direito. Resulta, pois, o princípio da legalidade no âmbito do Direito Público num poder-dever que condiciona toda e qualquer ação do administrador público. Mesmo quando este age dentro de seu poder discricionário, onde há uma pequena porção de liberdade de escolha, deve fazê-lo dentro do campo balizado pelo ordenamento jurídico.

A doutrina entende que o art. 4º da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, com

as alterações promovidas pelas Leis ns. 8.883, de 08 de junho de 1994, e 9. 648, de 27 de maio de 1998, abre espaço para que todos os que participam da licitação promovida pelos órgãos a que se refere o art. 1º (órgãos e entidades integrantes da Administração Pública direta e indireta, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios) tenham direito público subjetivo a que os preceitos da Lei n. 8.666, de 1993 sejam obedecidos.

Assim, o art. 4º da Lei 8.666/93 assegura a todo licitante o direito à fiel

observância dos procedimentos estabelecidos na lei das licitações, a dizer que cada licitante é titular de direito subjetivo que deve ser respeitado pela administração.

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Esse fato enseja que cada licitante pode exigir, por via do Mandado de Segurança, que a Administração se atenha ao cumprimento da Lei em face de incompetência da autoridade, desvio de finalidade, ausência de motivo, fuga ao seu objetivo principal e por falta de forma.

HELY LOPES MEIRELLES, quanto ao significado do princípio da legalidade,

aduz que "o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem-comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso". (“Direito Administrativo Brasileiro" Ed. Revista dos Tribunais, 15ª edição, 1990, página 79).

Assim, não tendo o edital exigido, dentre outras condições, que as empresas

participantes não tenham sócios em comum, bem como a Lei 8.666/93 da mesma forma nada menciona/restringe, não pode a Comissão Especial de Licitação inabilitar a Impetrante sob este argumento, sob pena de ferir o Princípio da Legalidade, ignorando o art. 5º, II da Constituição Federal, que dita que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.", estando, portanto, viciado este ato/decisão, bem como os atos do Ilmo. Presidente da Comissão Especial de Licitação do Município de Contagem– Sr. Élio de Siqueira Valério Pinto e da Ilma. Secretária Municipal de Administração de Contagem – Sra. Cleudirce Cornélio de Camargos, que indeferiram os recursos administrativos aviados.

Lado outro, a Douta Comissão, somente poderia desclassificar uma das

empresas, pecando pelo excesso ao desabilitar ambas, não aplicando a costumeira Justiça ou Lei, pois, ao contrário do alegado, não houve conluio entre as empresas, em face da idoneidade de ambas no mercado de Minas Gerais, tendo ambas real possibilidade de ganhar o certame pela “maior oferta”, favorecendo a Administração do Município de Contagem. III - DA IMPUTAÇÃO DO CRIME TIPIFICADO NO ART. 90 DA LEI 8.666/93 A inabilitação declarada pela Comissão Especial de Licitação imputou à Impetrante o crime tipificado no art. 90 da Lei 8.666/93, alegando que, por ter composição acionário em comum com a ASSISTENCIAL LUZIENSE LTDA, configurou conluio, causando prejuízo ao caráter competitivo no certame. Ora MM. Juiz, como pode ter conluio pelos simples fato de empresas terem em comum um sócio, apesar destas terem administrações independentes. O que de fato correu é que ambas as empresas têm administração distintas e independentes, localizando-se em municípios diferentes, não tendo a empresa ASSISTENCIAL LUZIENSE LTDA tomado ciência prévia da participação da Impetrante no certame. Assim foi leviana a imputação de tão grave crime à Impetrante, desprovida de qualquer prova inequívoca que justificasse sua inabilitação.

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IV - DA RETIRADA DA EMPRESA ASSISTENCIAL LUZIENSE LTDA DO PROCESSO LICITATÓRIO

Após ser excluída do processo licitatório, a empresa ASSISTENCIAL LUZIENSE LTDA, peticionou à COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO informando o equívoco da presença de ambas as empresas no processo em face da administração independente das empresas, bem como funcionarem em municípios diferentes, o que culminou na falta de comunicação e a sua inscrição no mesmo processo licitário, apesar de não haver qualquer restrição quanto a este fato, concordando, inclusive com sua inabilitação.

" Acontece que, apesar de ter o sócio CARLOS ALBERTO RIOS MANUEL em comum no quadro societário com a FUNERÁRIA SÃO CRISTÓVÃO LTDA - ME, possui administração independente e está localizada noutro município, motivo pelo qual ocorreu o equívoco de sua participação no mesmo processo licitatório.

Diante do exposto, informa que concorda com sua inabilitação para o processo licitatório, informando que abre mão do prazo recursal.”

Assim, MM. Juiz, se havia algum óbice da participação de empresas que possuíssem composição acionária em comum, este desapareceu com a retirada da empresa ASSISTENCIAL LUZIENSE LTDA. Ademais, não se justifica a inabilitação de ambas as empresas, bastaria a COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO excluir uma delas do certame, sendo ilegal o ato que desabilitou a Impetrante e a empresa ASSISTENCIAL LUZIENSE LTDA, pois, não encontra amparo no Edital nº 001/2008, nas Leis nº 8.666/93 e 8.987/95, e, muito menos, na Constituição Federal. V - DOS REQUISITOS DO PEDIDO DE LIMINAR

Conforme consta, data venia, o fumus boni juris está fartamente demonstrado pela clara violação dos dispositivos legais acima citados.

Por outro lado, o periculum in mora se aflora em face das propostas serem abertas no dia 26/05/08 as 14:00h, e, caso não deferida a liminar, torna-se-a inócuo o presente mandamus – art. 7º, III da Lei 12.016/09.

VI - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a V. Exa.:

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a) Seja deferida LIMINARMENTE, initio litis, em CARÁTER DE URGÊNCIA, ordem judicial ordenando aos Impetrados que incluam a Impetrante no rol das empresas habilitadas, incluindo-a na sessão de abertura de propostas, que ocorrerá no dia 26/05/08 as 14:00h, abrindo sua proposta, sob pena do art. 26 da Lei 12.016/09; b) Sejam notificadas as Autoridades Coatoras a fim de que tomem conhecimento desta ação, e, querendo, no prazo legal do art. 7º, I da Lei 12.016/09, prestem suas informações; c) Seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial para, querendo, ingresse no feito; d) Seja dada vista ao Ministério Público. e) Seja ao final concedida a segurança, confirmando a liminar acaso deferida, declarando a Impetrante habilitada para participar da licitação, visto que preenche todos os requisitos exigidos no Edital nº 001/2008, processo nº 024/2008, ratificando a tese apresentada.

Dá-se a causa o valor de R$50,00 (cinquenta reais).

Nestes termos, pede deferimento.

Belo Horizonte, 23 de maio de 2008.

André Luiz Lopes OAB/MG - 70.397

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Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ª Vara da Fazenda Pública Municipal da Comarca de Belo Horizonte/MG.

ASSOCIAÇÃO MUNICIPAL DE CONTRIBUINTES, inscrita no CNPJ - 0000000, com sede na Rua do Sol, 000, conjunto 000, Belo Horizonte/MG., há mais de um ano em funcionamento, conforme exige o art. 5º, LXX, “b” da C.F., vem respeitosamente perante V. Exa., por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração em anexo, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM PEDIDO DE LIMINAR, em favor de seus associados, contra ato do Sr. CHEFE DO DEPARTAMENTO DE RENDAS MOBILIÁRIAS DA SECRETARIA MUNICIPAL DA FAZENDA DE BELO HORIZONTE, encontrado na Avenida Afonso Pena,1.212 – Centro/Belo Horizonte – MG., nos termos dos art. 5º, LXX, “b” da Constituição Federal e arts. 1º, 7º, III e 21 da Lei 12.016/09, pelos fatos e dos fundamentos jurídicos a seguir expostos: I - DA ENTIDADE IMPETRANTE

A Autora é entidade civil, sem fins lucrativos, legalmente constituída desde 01/01/1990, conforme cópias das certidões inclusas, e tem como finalidade legal e estatutária amparar e defender os direitos e interesses dos contribuintes, seus associados, em conformidade com os parâmetros das normas vigentes. II - DA LEGITIMIDADE ATIVA

A Autora é entidade legitimada para a representação coletiva dos seus associados, com amparo no artigo 5o. LXX, “b” da Constituição Federal e art. 21 da Lei 12.016/09.

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Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXX - o Mandado de Segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Art. 21. O Mandado de Segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

III - DOS FATOS E DO DIREITO Todos os proprietários de imóveis situados dentro do município de Belo Horizonte, entre eles os associados da Impetrante, como é de conhecimento público, foram notificados para efetivar o pagamento do Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU, relativo ao ano de 2.000 (cópia de algumas notificações inclusas) e, naturalmente serão da mesma forma notificados para pagamento dos IPTUs relativos aos exercícios subsequentes.

Juntamente com a cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU, é cobrado de cada um dos contribuintes um outro valor, denominado de "Taxa de Limpeza Pública" consubstanciados em valores encontrados mediante fórmula estampada no artigo 32 da Lei Municipal n. 5.641/89, combinado com o item III da Tabela I, conforme redação da Lei Municipal 7.237/96, em que se utiliza, como um dos parâmetros que constituem sua base de cálculo, a área, em metros quadrados, de cada um dos imóveis.

Ademais, claro, o serviço que dá origem a Taxa de Limpeza Pública não é divisível, logo não se coaduna com o mandamento inserto no artigo 145, II, da

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Constituição Federal, razão pela qual também se encontra contaminada por vício insanável.

É importante observar que o IPTU, bem como a Taxa de Limpeza Pública, conforme artigos 32, 69 e 70 da Lei Municipal de número 5.641/89, com a redação da Lei Municipal 7.237/96, se utilizam como base de cálculo a área, em metros quadrados, de cada um dos imóveis, senão vejamos:

Art. 32 - A Taxa de Limpeza Pública será calculada de conformidade com a Tabela I anexa a esta Lei e será lançada junto com o IPTU, ou na forma e prazos previstos em regulamento. Tabela I Para lançamento das Taxas Instituídas pelo Município de Belo Horizonte: III - Taxa de Limpeza Pública Por ano, por unidade: 3.1.3 Tipo normal 3.1.3.1. até 100 m2 74,08 UFIR 3.1.3.2. acima de 100 m2 até 200 m2 111,30 Ufirs 3.1.3.3. acima de 200 m2 167,01 UFIRs IPTU Art. 69 - A base de cálculo do imposto é o valor do imóvel. Parágrafo único - Na determinação da base de cálculo não será considerado o valor dos bens móveis mantidos em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. Art. 70 - O valor venal do imóvel será determinado em função dos seguintes elementos, tomados em conjunto ou separadamente: I - preços correntes das transações no mercado imobiliário; II - zoneamento urbano; III - características do logradouro e da região onde se encontra o imóvel; IV - características do terreno como: a) área; b) topografia, forma e acessibilidade; V - características da construção como: a) área; b) qualidade, tipo e ocupação; c) o ano da construção; VI - custos de reprodução.

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Assim, resta induvidoso que a composição da base de cálculo para incidência da "Taxa de Limpeza Pública" utiliza-se dos mesmos elementos que integra a base de cálculo do IPTU, além de tratar-se de serviço público indivisível.

A Constituição Federal, a seu turno, estabelece no artigo 145:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; § 2º. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

O Código Tributário Nacional, em seu artigo 32, 33 e 77, estabelece, com absoluta clareza, a definição legal de do IPTU, sua base de cálculo e das taxas:

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.

Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas.

A jurisprudência do STF, pacífica, também se assenta nas teses ora apresentadas e têm reconhecido a inconstitucionalidade de tributos com a mesma base de cálculo e sem obediência a divisibilidade dos serviços.

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TAXA DE FISCALIZAÇÃO - MUNICIPIO DE BELO HORIZONTE - PODER DE POLÍCIA - BASE DE CÁLCULO - CF ART 245, II, PARÁGRAFO 2O.- Ilegitimidade da taxa de fiscalização dado que a base de cálculo - incidência ou sobre a área total do imóvel, ou recaindo sobre a área ocupada pelo estabelecimento - faz coincidir, nas duas hipóteses, o elemento fundamental, ou seja, o metro quadrado da superfície do imóvel. A base de cálculo da taxa, no caso, coincide basicamente com a base de cálculo do IPTU: Ilegitimidade constitucional: CF, art. 145, parágrafo 2o. - (STF RE 195.926-6 - 2a. Turma - Relator Min. Carlos Veloso, DJU 12.12.1997) TAXA DE FISCALIZAÇÃO, LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO - BASE DE CÁLCULO VINCULADA A ÁREA OCUPADA PELO ESTABELECIMENTO -IMPOSIBILIDADE. 1. É firme a jurisprudência desta Corte no sentido do reconhecimento da impossibilidade de utilização de base de cálculo idêntica para a cobrança de tributos distintos. 2. Havendo identidade de base de cálculo da taxa com alguns dos elementos que compõem a do IPTU, resta vulnerado o artigo 145, parágrafo 2o. da Constituição Federal. Agravo Regimental não provido. (STF AGRRE 216.528 -MG - 2a. Turma - Rel. Ministro Maurício Corrêa, DJU 27.02.1998, pag. 9). TAXAS DE LIMPEZA PÚBLICA E DE CONSERVAÇÃO DE VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS. - Classe / Origem RE-199969 / SP RECURSO EXTRAORDINARIO Relator Ministro ILMAR GALVAO Publicação DJ DATA-06-02-98 PP-00038 EMENT VOL-01897-11 PP-02304 Julgamento 27/11/1997 - Tribunal Pleno EMENTA: TRIBUTÁRIO. LEI Nº 11.152, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1991, QUE DEU NOVA REDAÇÃO AOS ARTS. 7O, INCS. I E II; 87, INCS. I E II, E 94, DA LEI Nº 6.989/66, DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA. Inconstitucionalidade declarada dos dispositivos sob enfoque. O primeiro, por instituir alíquotas progressivas alusivas ao IPTU, em razão do valor do imóvel, com ofensa ao art. 182, § 4o, II, da Constituição Federal, que limita a faculdade contida no art. 156, § 1o, à observância do disposto em lei federal e à utilização do fator tempo para a graduação do tributo. Os demais, por haverem violado a norma do art. 145, § 2o, ao tomarem para base de cálculo das taxas de limpeza e conservação de ruas elemento que o STF tem por fator componente da base de cálculo do IPTU, qual seja, a área

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do imóvel e a extensão deste no seu limite com o logradouro público. Taxas que, de qualquer modo, no entendimento deste Relator, tem por fato gerador prestação de serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado contribuinte, não sendo de ser custeado senão por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais. Recurso conhecido e provido. (Grifos Nossos)

IV - DOS REQUISITOS DO PEDIDO DE LIMINAR

Conforme consta, data venia, o fumus boni juris está fartamente demonstrado pela clara violação dos dispositivos do Código Tributário Nacional e Constituição Federal e pelo reconhecimento jurisprudencial da injuridicididade da cobrança de taxas nos moldes praticados pela Autoridade Coatora.

Por outro lado, o periculum in mora se aflora quando o contribuinte, sendo compelido a pagar taxas indevidas, sob pena de multa, não goza da mesma facilidade de receber o indébito, sujeitando-se, inclusive ao procedimento ordinário e, depois de julgada a demanda, ainda a esperar longos anos pelo ressarcimento via precatórios.

V - DOS PEDIDOS

Assim, atendidos os pressupostos do artigo 7º, III da Lei 12.016/09, em face da evidência do direito líquido e certo, considerada as normas e a jurisprudência aplicáveis à espécie, bem como o iminente perigo da demora, roga a ASSOCIAÇÃO MUNICIPAL DE CONTRIBUINTES, no interesse dos direitos individuais dos seus associados, considerados os argumentos de fato e de direito retro expendidos, requer a V. Exa.: a) Seja concedida LIMINARMENTE a segurança impetrada para suspender os efeitos do artigo 32 da Lei Municipal número 5.641/89, após a exigência do art. 22, § 2º da Lei 12.016/09, expedindo-se ordem à Autoridade Coatora para, deduzindo as parcelas já eventualmente pagas, emitir novas guias de recolhimento das parcelas mensais do IPTU, para todos os proprietários de imóveis que se identificarem como associados da entidade impetrante abstendo-se de incluir os valores correspondentes à atual e futuras "Taxas de Iluminação Pública", e, caso a Autoridade Coatora assim não proceda até o prazo máximo de 05 dias anteriores ao vencimento de cada parcela, facultar aos associados da entidade impetrante a efetivação dos depósitos judiciais respectivos, em conta DCM à disposição deste juízo, como procedimento liberatório da exigibilidade do tributo, com validade até o julgamento definitivo da demanda, sob pena do art. 26 da Lei 12.016/09; b) Seja notificada a Autoridade Coatora, na pessoa do seu representante legal, à Avenida Afonso Pena, n. 1.212, centro, nesta Capital, para que, no prazo legal, preste a este juízo as informações que entenda importantes ou necessárias à avaliação da segurança reclamada e, em se deferindo a liminar, também para conhecimento e cumprimento da decisão;

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c) Seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial para, querendo, ingresse no feito; d) Seja dada vista ao Ministério Público; e) Seja concedida a segurança definitiva, ratificando a liminar porventura deferida, para conceder a segurança impetrada, suspendendo-se os efeitos do artigo 32 da Lei Municipal número 5.641/89, culminando com a expedição de ordem dirigida à Autoridade Coatora para, deduzindo as parcelas já eventualmente pagas, emitir novas guias de recolhimento das parcelas mensais do IPTU para todos proprietários de imóveis que se identificarem como associados da entidade impetrante e/ou constem da relação de associados inclusa, abstendo-se de incluir os valores correspondentes à atual e futuras "Taxas de Iluminação Pública", e, caso a Autoridade Coatora assim não proceda até o prazo máximo de 05 dias anteriores ao vencimento de cada parcela, facultar aos associados da entidade impetrante a efetivação dos depósitos judiciais respectivos, em conta DCM à disposição deste juízo, como procedimento liberatório da exigibilidade do tributo; e) O deferimento da assistência judiciária, nos termos do art. 4º da Lei 1.060/50.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).

Nestes termos, pede deferimento.

Belo Horizonte, 25 de setembro de 2009.

André Luiz Lopes OAB/MG – 70.397

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QUADRO COMPARATIVO DA NOVA LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA.

LEI 1.533 DE 21 DEZEMBRO DE 1951 LEI N. 12.016 DE 07 DE AGOSTO DE 2009 (PROJETO DE LEI DA CAMARA N. 125, DE 2006)

ALTERAÇÕES

ART. 1º ART. 1º ART. 1º

Conceder-se-á mandado de segurança paraproteger direito líquido e certo, nãoamparado por habeas-corpus, sempre que,ilegalmente ou com abuso do poder, alguémsofrer violação ou houver justo receio desofre-la por parte de autoridade, seja de quecategoria for e sejam quais forem as funçõesque exerça.

Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abusode poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofre

r grifados

violação, ou houver justo receio de sofrê-la, por parte deautoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

em roxo

acrescentou os termos

§ 1º - Consideram-se autoridades, para osefeitos desta lei, os representantes ouadministradores das entidades autárquicas edas pessoas naturais ou jurídicas comfunções delegadas do Poder Público,somente no que entender com essasfunções. (Redação dada pela Lei nº 9.259,de 1996)

§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas,bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou aspessoas naturais no exercício de atribuições do Pode

r grifados em roxo

Público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

acrescentou os termos

§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.

parágrafo acrescentado ao texto

§ 2º - Quando o direito ameaçado ou violadocouber a varias pessoas, qualquer delaspoderá requerer o mandado de segurança.

§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.

sem alteração

ART. 2º ART. 2º ART. 2º

Considerar-se-á federal a autoridade coatorase as conseqüências de ordem patrimonialdo ato contra o qual se requer o mandadohouverem de ser suportadas pela uniãofederal ou pelas entidades autárquicasfederais.

Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as conseqüências de ordem patrimonial do ato contra oqual se requer o mandado houverem de ser suportadaspela União ou entidade por ela controlada.

sem alteração

ART. 3º ART. 3º ART. 3º

O titular de direito liquido e certo decorrentede direito, em condições idênticas, deterceiro, poderá impetrar mandado desegurança a favor do direito originário, se oseu titular não o fizer, em prazo razoável,apesar de para isso notificado judicialmente.

O titular de direito líquido e certo decorrente de direito,em condições idênticas, de terceiro, poderá impetra

r que terceiro se manifeste

mandado de segurança a favor do direito originário, se oseu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias,quando notificado judicialmente.

caso o titular do direito não o faça.

Fixado prazo de 30 dias, a partir da notificação, para

Anteriormente, se fixava "prazo razoável".

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Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.

prazo de 120 dias

ART. 4º ART. 4º ART. 4º

Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos desta lei, impetrar omandado de segurança por telegrama ouradiograma ao juiz competente, que poderádeterminar seja feita pela mesma forma anotificação a autoridade coatora.

Em caso de urgência, é permitido, observados osrequisitos legais, impetrar mandado de segurança po

r 1.533/51, com o acréscimo

telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico deautenticidade comprovada.

de ou outro meio eletrônico de autentici

Texto extraído da 1ª parte do art. 4º caput da lei

dcomprovada.

§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade.

Texto extraído da 2ª parte do caput do art. 4º da lei 1.533/51

§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis seguintes.

Fixação de prazo para apresentação da peça original quando impetrado o MS na forma do art. 4º

§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

parágrafo acrescentado ao texto

ART. 5º ART. 5º ART. 5º

Não se dará mandado de segurança quandose tratar:

Não se concederá mandado de segurança quando setratar:

sem alteração

I - de ato de que caiba recurso administrativocom efeito suspensivo, independente decaução.

I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeitosuspensivo, independentemente de caução;

sem alteração

II - de despacho ou decisão judicial, quandohaja recurso previsto nas leis processuais oupossa ser modificado por via de correção.

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeitosuspensivo;

alterada a redação

III - de ato disciplinar, salvo quando praticadopor autoridade incompetente ou cominobservância de formalidade essencial.

III - de decisão judicial transitada em julgado. alterada a redação

Parágrafo único. O mandado de segurança poderá ser impetrado, independentemente de recurso hierárquico, contra omissões da autoridade, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, após sua notificação judicial ou extrajudicial. (VETADO)

parágrafo acrescentado ao texto

ART. 6º ART. 6º ART. 6º

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A petição inicial, que deverá preencher osrequisitos dos artigos 158 e 159 do Códigodo Processo Civil, será apresentada emduas vias e os documentos, que instruírem aprimeira, deverão ser reproduzidos, porcópia, na segunda.

A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem aprimeira reproduzidos na segunda, e indicará, além daautoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.

alterada a redação

Parágrafo único. No caso em que odocumento necessário a prova do alegadose acha em repartição ou estabelecimentopublico, ou em poder de autoridade querecuse fornece-lo por certidão, o juizordenará, preliminarmente, por oficio, aexibição desse documento em original ou emcópia autêntica e marcará para cumprimentoda ordem o prazo de dez dias. Se aautoridade que tiver procedido dessamaneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação. Oescrivão extrairá cópias do documento para

juntá-las à segunda via da petição. (Redaçãodada pela Lei nº 4.166, de 1962)

§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimentopúblico, ou em poder de autoridade que recuse fornecê-lo por certidão, ou de terceiro, o juiz ordenará,preliminarmente, por ofício, a exibição desse documentoem original ou em cópia autêntica e marcará, para ocumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. Oescrivão extrairá cópias do documento para juntá-las àsegunda via da petição.

Suprimida a expressão Se a autoridade a ordem far-se-á no

próprio instrumento da notificação, que passou a ser o § 2º do projeto de lei

§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.

redação do parágrafo único do art. 6º da Lei 1.533/51

§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.

parágrafo acrescentado ao texto

§ 4o Suscitada a ilegitimidade pela autoridade coatora, o impetrante poderá emendar a inicial no prazo de 10 (dez) dias, observado o prazo decadencial. (VETADO)

parágrafo acrescentado ao texto

§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

parágrafo acrescentado ao texto

§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

parágrafo acrescentado ao texto

ART. 7º ART. 7º ART. 7º

Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

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I - que se notifique o coator do conteúdo dapetição entregando-lhe a segunda viaapresentada pelo requerente com as cópiasdos documentos a fim de que no prazo dequinze dias preste as informações que acharnecessárias. (Redação dada pela Lei nº4.166, de 1962) (Prazo: vide Lei nº 4.348, de1964)

I - que se notifique o coator do conteúdo da petiçãoinicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com ascópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10(dez) dias, preste as informações;

autoridade coatora apresentar as informações de 15 para 10 dias, que estava previsto

reduzido o prazo para a

"a", da Lei 4.348/64, vetado.

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;

inciso acrescentado ao texto

II - que se suspenda o ato que deu motivo aopedido quando for relevante o fundamento edo ato impugnado puder resultar a ineficáciada medida, caso seja deferida.

III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

acrescentou os termos grifados em roxo

§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau, que conceder ou denegar a liminar, caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Parágrafo acrescentado ao texto

§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

O art. 5º da Lei 4.348/64 já proibia aequiparação de servidores públicos e a(assim como a lei 9.494/97 já vedava inclusão de proibição à compensação de créditos tributários (em consonância com o art. 1mercadorias e bens provenientes do exterior

§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença.

Parágrafo acrescentado ao texto

§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.

Parágrafo acrescentado ao texto

§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Parágrafo acrescentado ao texto

ART. 8º ART. 8º

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Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem.

Texto do art. 2º da Lei 4.348/64, sendode (20) vinte dias.

ART. 9º ART. 9º

As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar, remeterão ao ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora, cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder.

Texto semelhante ao do primitivo art. 3ºporem substittuindo a remessa dos autos ao Procurador Geral da República, por envio do feito ao Advogado Geral da União.

ART. 8º ART. 10 ART. 10

A inicial será desde logo indeferida quandonão for caso de mandado de segurança oulhe faltar algum dos requisitos desta lei.

A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado desegurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ouquando decorrido o prazo legal para a impetração.

Acrescentou os termos grifados em roxo

Parágrafo único. De despacho deindeferimento caberá o recurso previsto noart. 12.

§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato de relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre.

Ressaltou que quando o MS for de competência originária (TJ), quando houver indeferimento da liminar pelo relator caberá agravo e não apelação

§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição inicial.

parágrafo acrescentado ao texto

ART. 9º ART. 11 ART. 11

Feita a notificação, o serventuário em cujocartório corra o feito juntará aos autos cópiaautêntica do ofício endereçado ao coator,bem como a prova da entrega a este ou dasua recusa em aceitá-lo ou dar recibo.

Feitas as notificações, o serventuário, em cujo cartório corra o feito, juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao órgão derepresentação judicial da pessoa jurídica interessada,bem como a prova da entrega a estes ou da sua recusaem aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4o, a comprovação da remessa.

acrescentou o termos

alteração da redação grifados em roxo e

ART. 10 ART. 12 ART. 12

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Findo o prazo a que se refere o item I do art. 7º e ouvido o representante do MinistérioPúblico dentro em cinco dias, os autos serãoconclusos ao juiz, independente desolicitação da parte, para a decisão, a qualdeverá ser proferida em cinco dias, tenhamsido ou não prestadas as informações pelaautoridade coatora.

Findo o prazo a que se refere o inciso I do art. 7o destaLei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público,que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez)dias.

Alterado o prazo para o MP opinar que passou a ser de 10 dias.

Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias.

Desmembramento do caput do art. 10 da lei 1.533/51, alterando o prazo para a decisão de 5 dias para 30 dias.

ART. 11 ART. 13 ART. 13

Julgado procedente o pedido, o juiztransmitirá em ofício, por mão do oficial dojuízo ou pelo correio, mediante registro comrecibo de volta, ou por telegrama,radiograma ou telefonema, conforme orequerer o peticionário, o inteiro teor dasentença a autoridade coatora.

Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediantecorrespondência com aviso de recebimento, o inteiroteor da sentença à autoridade coatora e à pessoa

jurídica interessada.

alterada a redação, sem modificação do sentido

Parágrafo único. Os originais, no caso detransmissão telegráfica, radiofônica outelefônica, deverão ser apresentados aagência expedidora com a firma do juizdevidamente reconhecida.

Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4o desta Lei.

alterada a redação, com o mesmo sentido

ART. 12 ART. 14 ART. 14

Da sentença, negando ou concedendo omandado cabe apelação. (Redação dadapela Lei nº 6.014, de 1973)

Da sentença, denegando ou concedendo o mandado,cabe apelação.

sem alteração

Parágrafo único. A sentença, que concedero mandado, fica sujeita ao duplo grau dejurisdição, podendo, entretanto, ser executada provisoriamente. (Redação dadapela Lei nº 6.071, de 1974)

§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.

desmembramento do § 1º do art. 12 da lei 1.533/51

§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.

parágrafo acrescentado ao texto

§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar.

desmembramento do § 1º do art. 12 da lei 1.533/51

§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial.

Texto do art. 1º da Lei 5.021/66

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ART. 13 ART. 15 ART. 15

Quando o mandado for concedido e oPresidente do Tribunal, ao qual competir oconhecimento do recurso, ordenar ao juiz asuspensão da execução da sentença, desseseu ato caberá agravo para o Tribunal a quepresida. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de1973)

Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recursosuspender, em decisão fundamentada, a execução daliminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição.

Texto semelhante ao do art. 4º da lei 4..5 dias.

§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário.

Texto do § 1º art. 4º da lei 4.348/64

§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o §1º deste artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo.

Parágrafo acrescentado ao texto

§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.

Parágrafo acrescentado ao texto

§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida.

Parágrafo acrescentado ao texto

§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original.

Parágrafo acrescentado ao texto

ART. 14 ART. 16 ART. 16

Nos casos de competência do SupremoTribunal Federal e dos demais tribunaiscaberá ao relator a instrução do processo.

Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendoassegurada a defesa oral na sessão do julgamento.

Alterada a redação

Parágrafo único. Da decisão do relator, que conceder ou denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.

Parágrafo acrescentado ao texto

ART. 17 ART. 17

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Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respectivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias contados da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas taquigráficas, independentemente de revisão.

Artigo acrescentado ao texto

ART. 18 ART. 18

Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.

Artigo acrescentado ao texto

ART. 15 ART. 19 ART. 19

A decisão do mandado de segurança nãoimpedirá que o requerente, por ação própria,pleiteie os seus direitos e os respectivosefeitos patrimoniais.

A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que orequerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos eos respectivos efeitos patrimoniais.

Alterada a redação

ART. 16

O pedido de mandado de segurança poderáser renovado se a decisão denegatória nãolhe houver apreciado o mérito.

ART. 17 ART. 20 ART. 20

Os processos de mandado de segurançaterão prioridade sobre todos os atos judiciais,salvo habeas-corpus. Na instância superiordeverão ser levados a julgamento naprimeira sessão que se seguir a data emque, feita a distribuição, forem conclusos aorelator.

Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos osatos judiciais, salvo habeas corpus.

alterada a redação

§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator.

Texto da segunda parte do art. 17 da lei 1.533/51

Parágrafo único. O prazo para conclusãonão poderá exceder de vinte e quatro horas,a contar da distribuição.

§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias.

alterado o prazo de conclusão que passou de 24 horas para 5 dias

ART. 21 ART. 21

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O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ouassociação legalmente constituída e em funcionamentohá, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitoslíquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.

Texto do art. 5º, LXX, "a" e "b" da Constituição Federal de 1988

Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:

parágrafo acrescentado ao texto

I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

inciso acrescentado ao texto

II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

inciso acrescentado ao texto

ART. 22 ART. 22

No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.

artigo acrescentado ao texto

§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.

parágrafo acrescentado ao texto

§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

parágrafo acrescentado ao texto

ART. 18 ART. 23 ART. 23

O direito de requerer mandado de segurançaextinguir-se-á decorridos cento e vinte diascontados da ciência, pela interessado, do atoimpugnado.

O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

sem alteração

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ART. 19 ART. 24 ART. 24

Aplicam-se ao processo do mandado desegurança os artigos do Código de ProcessoCivil que regulam o litisconsórcio. (Redaçãodada pela Lei nº 6.071, de 1974)

Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Alterada a redação. Os artigos do CPC se referem ao litisconsórcio

ART. 25 ART. 25

Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.

Artigo acrescentado ao texto

ART. 26 ART. 26

Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis.

Artigo acrescentado ao texto

ART. 27 ART. 27

Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organização judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da sua publicação..

Artigo acrescentado ao texto

ART. 20 ART. 28 ART. 28

Revogam-se os dispositivos do Código doProcesso Civil sobre o assunto e maisdisposições em contrario.

Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

ART. 21 ART. 29 ART. 29

Esta lei entrará em vigor na data da suapublicação.

Revogam-se a Lei no 1.533, de 31 de dezembro de 1951; a Lei no 4.166, de 4 de dezembro de 1962; a Lei no 4.348, de 26 de junho de 1964; a Lei no 5.021, de 9 de junho de 1966; o art. 3o da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973; o art. 1o da Lei no 6.071, de 3 de julho de 1974; o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de janeiro de 1982; e o art. 2o da Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996.

TERMOS ACRESCENTADOS AO TEXTO TEXTO ACRESCENTADO À NOVA LEI

PROMULGADA A LEI N. 12.016, DE PRESIDENTE O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 5º E O PARÁGRAFO 4º DO ART. 6º

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