maior participação do setor privado em concessões reduz...

6
1 Boletim 1036/2016 – Ano VIII – 04/08/2016 Maior participação do setor privado em concessões reduz desemprego Economista espera avanço dos aportes privados na economia caso Michel Temer seja efetivado na Presidência. Esse investimento teria impacto "considerável" no mercado de trabalho do País São Paulo - O economista Gesner Oliveira prevê um crescimento da participação do setor privado na economia caso Michel Temer seja efetivado na Presidência. Segundo ele, as concessões teriam impacto considerável no mercado de trabalho brasileiro. "Se colocarmos em pé um programa de concessões e parcerias, a economia entrará em marcha", defendeu o especialista, eleito o economista do ano pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB). Oliveira calculou que quatro milhões de empregos seriam gerados se parte das propostas previstas no Programa de Investimento em Logística (PIL) avançar. "A previsão inicial era de R$ 200 bilhões em investimentos [no PIL], mas esse é um número irreal. Se filtrarmos essa quantia para R$ 70 bilhões, que é o que a demanda e os projetos permitem, já teremos essa melhora do emprego", explicou ele. Os setores em que deve ocorrer um crescimento da participação privada são saneamento, aeroportuário e rodoviário, indicou o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), que também é sócio da GO Associados. "Eu acho natural que ocorra esse aumento em saneamento, já que a participação ainda é pequena em comparação com todo o investimento que precisa ser feito" , justificou. "E isso também deve acontecer em aeroportos e rodovias", concluiu. Segundo ele, já existe um avanço dos aportes privados em algumas áreas. "Para saneamento, por exemplo, as concessões estão crescendo e já chegam a mais de 200 cidades do País", disse. Em outra frente, a privatização da distribuidora de energia Celg, de Goiás, ganhou força ontem, depois que o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, informou que cinco empresas, entre nacionais e internacionais, demonstraram interesse em participar do leilão de privatização da companhia goiana. Já no caso da Petrobras, Oliveira avaliou que "o momento é para melhorar a governança e retirar amarras que colocam grande sobrecarga na empresa". Entretanto, esse movimento "não necessariamente" estaria ligado à privatização da petroleira estatal.

Upload: vunga

Post on 29-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Maior participação do setor privado em concessões reduz ...az545403.vo.msecnd.net/uploads/2016/08/informe-desin-1036-ano-viii... · A Oi nega e ressalta que os postos serão mantidos

1

Boletim 1036/2016 – Ano VIII – 04/08/2016

Maior participação do setor privado em concessões r eduz desemprego Economista espera avanço dos aportes privados na ec onomia caso Michel Temer seja efetivado na Presidência. Esse investimento teria impacto "consi derável" no mercado de trabalho do País São Paulo - O economista Gesner Oliveira prevê um crescimento da participação do setor privado na economia caso Michel Temer seja efetivado na Presidência. Segundo ele, as concessões teriam impacto considerável no mercado de trabalho brasileiro. "Se colocarmos em pé um programa de concessões e parcerias, a economia entrará em marcha", defendeu o especialista, eleito o economista do ano pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB). Oliveira calculou que quatro milhões de empregos seriam gerados se parte das propostas previstas no Programa de Investimento em Logística (PIL) avançar. "A previsão inicial era de R$ 200 bilhões em investimentos [no PIL], mas esse é um número irreal. Se filtrarmos essa quantia para R$ 70 bilhões, que é o que a demanda e os projetos permitem, já teremos essa melhora do emprego", explicou ele. Os setores em que deve ocorrer um crescimento da participação privada são saneamento, aeroportuário e rodoviário, indicou o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), que também é sócio da GO Associados. "Eu acho natural que ocorra esse aumento em saneamento, já que a participação ainda é pequena em comparação com todo o investimento que precisa ser feito" , justificou. "E isso também deve acontecer em aeroportos e rodovias", concluiu. Segundo ele, já existe um avanço dos aportes privados em algumas áreas. "Para saneamento, por exemplo, as concessões estão crescendo e já chegam a mais de 200 cidades do País", disse.

Em outra frente, a privatização da distribuidora de energia Celg, de Goiás, ganhou força ontem, depois que o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, informou que cinco empresas, entre nacionais e internacionais, demonstraram interesse em participar do leilão de privatização da companhia goiana. Já no caso da Petrobras, Oliveira avaliou que "o momento é para melhorar a governança e retirar amarras que colocam grande sobrecarga na empresa". Entretanto, esse movimento "não necessariamente" estaria ligado à privatização da petroleira estatal.

Page 2: Maior participação do setor privado em concessões reduz ...az545403.vo.msecnd.net/uploads/2016/08/informe-desin-1036-ano-viii... · A Oi nega e ressalta que os postos serão mantidos

2

Favorável a um "redimensionamento do estado", o economista afirmou que a inserção do setor privado deve causar melhoras em gestão, investimento e tecnologia, além de reduzir os gastos do estado. Por outro lado, ele ponderou que o tamanho e a forma das concessões públicas devem variar de acordo com o setor afetado pela medida. Oliveira disse ainda que uma evolução da concorrência e da governança das empresas no criaria um ambiente melhor para os negócios. "Seria bom para estatais e privadas."

Saúde e educação

A expansão do investimento privado em áreas mais sensíveis, e consideradas de maior competência pública, como saúde, educação e segurança, também foi abordada pelo economista. "Provavelmente nós teremos uma experiência híbrida", indicou. Segundo ele, no ensino básico, "que precisa ser melhorado e tem retorno de longo prazo", o setor público deve continuar sendo mais importante. Mas na educação superior deve ter um crescimento do setor privado. "E mantemos universidades públicas importantes. Assim, seguiríamos com um sistema misto", acrescentou.

A divisão do serviço de saúde entre os dois setores também foi defendida pelo economista. "Nós já temos empreendimentos públicos e parcerias com o setor privado que funcionam bem", entende. A concessão de presídios também deve ser considerada, completou o entrevistado. "Em Minas Gerais temos uma boa experiência com colaboração entre público e privado nas prisões", apontou.

Polêmicas

Presidente da Sabesp entre 2007 e 2010, Oliveira falou ao DCI sobre a crise da água em São Paulo, que chegou a causar um racionamento na cidade em 2015. Para ele, a resposta da empresa de economia mista à falta de chuva evitou que o problema se intensificasse. "Se outra capital brasileira tivesse a estiagem que ocorreu em São Paulo, teria sido um problema de calamidade pública. Mesmo com a menor média pluviométrica desde os anos 50, o problema foi bem enfrentado e acabou sendo resolvido", afirmou.

O economista também fez comentários sobre a construção da linha-4 do metrô na capital paulista. As obras coordenadas por parceria público-privada (PPP) foram atrasadas diversas vezes nos últimos anos. "De fato, há um aprendizado para futuros eventos de parceria", disse o especialista ao DCI.

Renato Ghelfi

(FONTE: DCI dia 04/08/2016)

Page 3: Maior participação do setor privado em concessões reduz ...az545403.vo.msecnd.net/uploads/2016/08/informe-desin-1036-ano-viii... · A Oi nega e ressalta que os postos serão mantidos

3

Page 4: Maior participação do setor privado em concessões reduz ...az545403.vo.msecnd.net/uploads/2016/08/informe-desin-1036-ano-viii... · A Oi nega e ressalta que os postos serão mantidos

4

(FONTE: Valor Econômico dia 04/08/2016)

Page 5: Maior participação do setor privado em concessões reduz ...az545403.vo.msecnd.net/uploads/2016/08/informe-desin-1036-ano-viii... · A Oi nega e ressalta que os postos serão mantidos

5

Greve na Unicamp acaba, mas aula não volta 100%

Nesta quarta, voltaram a ocorrer piquetes e oito in stitutos ficaram sem aulas

RONALDO FARIA, ESPECIAL PARA O ESTADO Apesar de os alunos terem aprovado na noite de terça-feira, 2, em assembleia, o fim da greve na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), nesta quarta, 3, voltaram a ocorrer piquetes e oito institutos ficaram sem aulas. No prédio do Ciclo Básico, onde estudantes mantêm acampamento, também não houve aulas. “A assembleia geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes) deu o indicativo pelo fim do movimento, mas as assembleias de cada instituto é que vão deliberar se o curso volta ou não”, diz Karolina Moraes, coordenadora do DCE. Amanhã, a greve completa três meses.

Nesta quarta, estavam previstas cinco assembleias. Quinta e sexta, devem ocorrer mais três. Mesmo se todas decidirem pela volta às aulas, só haverá normalidade a partir de terça-feira. “Será terça porque na segunda-feira vai acontecer uma reunião de sindicância sobre o aluno Guilherme Montenegro (que foi filmado apagando o quadro de um professor do Instituto de Matemática)”, afirma Karolina. Dependendo do julgamento, ele poderá ser expulso da Unicamp, o que pode provocar nova movimentação dos alunos.

Funcionários. Nesta quinta, uma assembleia dos trabalhadores deverá discutir a proposta da reitoria de não descontar os dias parados - desde 4 de julho -, se os funcionários retomarem o trabalho.

Setor de telefonia sofre com onda de demissões Desde 2015, segundo sindicatos de trabalhadores, 10 mil já foram demitidos e empresas como Vivo e BTCC, da Oi, fazem novos cortes

Mariana Sallowicz, O Estado de S.Paulo RIO - As operadoras de telefonia passam por uma nova onda de demissões. Após a TIM cortar 1,7 mil no mês passado, a Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, deve desligar cerca de 2 mil funcionários como resultado da integração com a GVT, após já ter feito cortes no ano passado, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações (Fenattel). A estimativa da federação é de um corte de 10 mil trabalhadores nas operadoras desde 2015. No Rio, a BTCC, empresa de call center do

Page 6: Maior participação do setor privado em concessões reduz ...az545403.vo.msecnd.net/uploads/2016/08/informe-desin-1036-ano-viii... · A Oi nega e ressalta que os postos serão mantidos

6

grupo Oi, vai demitir 800 trabalhadores neste mês, mas os postos serão transferidos para Recife, diz a Fenattel. “Em reunião no mês passado, a Telefônica informou que seriam necessários 2 mil desligamentos no País”, diz Luís Antônio Souza, secretário geral da federação.

No Estado de São Paulo, a redução seria de cerca de mil postos de trabalho, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo (Sintetel). Em julho, a empresa manteve um Plano de Demissão Voluntária (PDV). As demissões estão previstas para ocorrer até 2 de setembro. “A situação do setor é preocupante. O número de empresas está diminuindo e, como consequência, há a redução dos postos de trabalho. Esse movimento ainda não acabou”, avalia o secretário geral da Fenattel. No ano passado, a Telefônica já demitiu outros 2 mil trabalhadores. A Vivo comprou a GVT por cerca de ¤ 7 bilhões em dezembro de 2014 – a aquisição foi aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em maio do ano passado.

Procurada, a Telefônica Brasil disse que realizou o PDV, negociado com os sindicatos, com condições especiais de saída. “A empresa busca continuamente maior agilidade e eficiência nas operações, alinhadas à sua cultura de alto desempenho”, disse.

De acordo com o Sintetel, entre os benefícios negociados está a extensão do plano de saúde por 120 dias para os trabalhadores vindos da Vivo e 60 dias no caso dos funcionários da GVT.

No Rio, as demissões pela BTCC ocorrerão neste mês. Os trabalhadores já cumprem aviso prévio, de acordo com Souza, que também é presidente do sindicato dos trabalhadores no Rio (Sinttel-Rio). “A transferência para o Nordeste pode ocorrer porque os salários e benefícios lá são menores”, avalia o sindicalista. Também foi negociado um pacote de benefícios, como plano médico hospitalar, por mais 90 dias após o desligamento, incluindo dependentes.

A Oi nega e ressalta que os postos serão mantidos. De acordo com a operadora, o objetivo do movimento é a centralização estratégica do “back office” do controle operacional para ganho de eficiência e produtividade. A companhia, hoje em recuperação judicial, diz que está redistribuindo parcialmente entre os fornecedores a prestação de serviço de apoio operacional às equipes de campo que atendem o varejo. A empresa destaca que o processo não impacta serviços ao cliente. Já a BTCC diz que está reformulando a unidade de serviço no Rio em função de ajuste de demandas. No dia 8 de julho, a TIM desativou unidades de call center próprias em Pernambuco e no Paraná. Cerca de 1,7 mil foram demitidos – 1,2 mil em Pernambuco e 500 no Paraná, segundo o sindicato. A operadora diz que realiza uma reorganização para melhorar a sinergia entre as operações e o fornecimento de serviços e infraestrutura.

(FONTE: Estado de SP dia 03/08/2016)