mágica e truques que iludem o cérebro

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  • 7/23/2019 Mgica e Truques Que Iludem o Crebro

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    Mgica e truquesque iludem ocrebroMgicos h sculos exploram os

    limites da cognio e da ateno.Agora, neurocientistas comeamuma corrida em busca de umtempo perdido

    O refletor se acende sobre aassistente. A mulher de vestido branco

    curtssimo uma fonte luminosa ueirradia bele!a do palco para o p"blico.O #rande $omsoni anuncia ue irtransformar a cor do vestido dela emvermelho. $ensos, sentados naspoltronas, os espectadores seconcentram na mulher, gravando aimagem dela nas retinas. $omsonibate palmas e os holofotes se apagamrapidamente, antes de criarem umaatmosfera vermelha. A mulher agoraest inundada pela vermelhido dospro%etores.

    Mas esperem& Mudar a cor com umholofote no era exatamente o ue op"blico tinha em mente. O mgicopra na lateral do palco, olhandoalegremente para sua brincadeirinha.'im, ele admite ter sido um truuebarato( o ue ele prefere, explicadiabolicamente. Mas temos deconcordar, o vestido dela ficou vermelho ) %unto com todo o resto. *nto, o perdoe, e presteateno mais uma ve! em sua bela assistente enuanto ele acende a lu! para o pr+ximotruue. *le bate palmas e as lu!es baixam de novo( depois, o palco coberto por umaimensido de branco. *spere& O vestido dela realmente ficou vermelho. O #rande $omsoniconseguiu mais uma ve!&

    O truue e a explicao dada por ohn $hompson -conhecido como o #rande $omsonirevelam um profundo conhecimento intuitivo dos processos neurais ue acontecem nocrebro dos espectadores ) um tipo de entendimento ue n+s, neurocientistas, podemosusar para nosso benefcio cientfico. /e%a como o truue funciona. 0uando $hompsonapresenta sua assistente, o vestido branco e %usto dela, silenciosamente, leva osespectadores a acreditar ue nada ) outro vestido certamente no ) poderia estar escondidosob o vestido branco. *ssa suposio ra!ovel, claro, est errada. A mulher atraente emseu vestido apertado tambm a%uda a atrair a ateno das pessoas para onde $hompsonuer ) o corpo da mulher. 0uanto mais olham para ela, menos percebem os dispositivosdissimulados no cho, e mais adaptados se tornam seus neur1nios retinais 2 brancura da lu!e 2 cor ue percebem.3urante a rpida fala de $hompson depois da peuena 4piada5, o sistema visual de cadaespectador passa por um processo cerebral chamado de adaptao neural. A reao de um

    sistema neural a um estmulo constante -como medida pela taxa de disparo dos neur1niosimportantes diminui com o tempo. 6 como se os neur1nios ignorassem efetivamente umestmulo constante para guardar energia e sinali!ar ue um estmulo est mudando. 0uando

    Misha Gravenor

    OS MGICOS PENN & TELLER executam uma verso atualia!a!o cl"ssico #tru$ue !a serra% $ue ain!a cria uma iluso ines$uecvel'Penn est" o(eran!o a serra) Teller * sua vtima #(ronto (ara$ual$uer (ara!a%+, Neurocientistas esto a!a(tan!o os m*to!os !am"-ica em !iversos ti(os !e ex(erimento. entre eles o estu!o !ecomo o c*re/ro res(on!e a (erce(01es $ue (arecem violar areali!a!e,

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    cessa o estmulo constante, os neur1nios adaptados disparam uma resposta 4de ricochete5,conhecida como p+s7descarga.

    8esse caso, o estmulo de adaptao o vestido iluminado de vermelho, e $hompson sabeue os neur1nios retinais dos espectadores iro ricochetear por uma frao de segundo antesde as lu!es se apagarem. O p"blico continuar vendo uma imagem residual vermelha naforma da mulher. *m menos de um segundo, um alapo se abre no palco, rapidamente, e ovestido branco, preso levemente ao corpo com velcro e amarrado a cabos invisveis sob opalco, retirado do corpo dela. 3epois, as lu!es se acendem.

    3ois outros fatores fa!em o truue funcionar. 9rimeiro, a lu! to intensa antes de o vestidoser retirado ue, uando apagada, o espectador no consegue perceber os rpidosmovimentos dos cabos e o vestido branco desaparecendo sob o palco. A mesma cegueiratemporria pode nos dominar uando samos de uma rua ensolarada e entramos em umalo%a mal iluminada. 'egundo, $hompson fa! o truue verdadeiro s+ depois de o p"blicopensar ue % acabou. :om isso ele ganha uma vantagem cognitiva importante ) osespectadores no esto procurando um truue nauele momento crtico, e por isso relaxambrevemente seus olhares atentos.

    A Nova Cincia da Neuromgica

    O truue de $hompson ilustra muito bem a ess;ncia da mgica de palco. Os mgicos so,acima de tudo, artistas da ateno e da consci;ncia. *les manipulam o foco e a intensidadeda nossa consci;ncia. nicos -4apetrechos5.Mas o instrumento mais verstil na bagagem dos truues a capacidade de criar ilus=escognitivas. Assim como ilus=es visuais, as ilus=es cognitivas mascaram a percepo darealidade fsica. *, de modo diferente, sua nature!a no sensorial. *las reuerem fun=esde alto nvel como ateno, mem+ria e infer;ncia causal. :om todas essas ferramentas 2disposio, mgicos experientes tornam praticamente impossvel a percepo dos processosue realmente esto acontecendo ) dando a impresso de ue a "nica explicao para osacontecimentos a mgica.

    Os neurocientistas esto apenas comeando a se inteirar das habilidades dos mgicos emmanipular a ateno e a cognio. Obviamente os ob%etivos da neuroci;ncia so diferentesdas inten=es dos mgicos( os neurocientistas uerem entender o crebro e as bases neuraisdas fun=es cognitivas, enuanto os mgicos t;m como ob%etivo principalmente explorar asfraue!as cognitivas. :ontudo, as tcnicas desenvolvidas pelos mgicos ao longo de sculosde ilusionismo tambm podem ser instrumentos preciosos nas mos dos neurocientistas,acrescentando e talve! sofisticando os instrumentos % em uso experimental.

    Os neurocientistas esto se familiari!ando com os mtodos da mgica ao submeter a pr+priamgica ao estudo cientfico ) em alguns casos demonstrando pela primeira ve! como algunsde seus mtodos atuam no crebro. *studos feitos at agora sobre a mgica confirmam oue se conhece sobre a cognio e a ateno a partir de trabalhos anteriores na psicologiaexperimental. ?m cnico discutiria essas iniciativas com argumentos como 4para ue mais

    um estudo ue simplesmente confirma o ue % conhecido@5. Mas crticas desse tipo noconsideram a import>ncia e o prop+sito dos estudos. Ao investigar as tcnicas de mgica,neurocientistas se familiari!am com mtodos ue podem adotar para seus pr+prios ob%etivos.8a verdade, acreditamos ue a neuroci;ncia cognitiva poderia ter avanado maisrapidamente se os investigadores tivessem explorado mais cedo as intui=es dos mgicos.Ainda ho%e os mgicos devem ter vrios truues guardados na manga ue os neurocientistasno conhecem.

    Ao usar as ferramentas da mgica, os neurocientistas esperam aprender como desenvolverexperimentos mais vigorosos e criar ilus=es visuais e cognitivas mais efica!es para exploraras bases neurais da ateno e da consci;ncia. *ssas tcnicas no s+ tornariam possveis osestudos experimentais da cognio com su%eitos mais espertos e altamente atentos, mastambm levariam a diagn+sticos e mtodos de tratamento para pacientes ue sofrem dedficits cognitivos especficos ) como dficits de ateno resultantes de traumatismo

    cerebral, $3A -transtorno de dficit de ateno com hiperatividade e mal de Al!heimer,entre outros. Os mtodos da mgica tambm podem ser colocados em prtica para 4indu!ir5

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    pacientes a se concentrarem nas partes mais importantes de sua terapia, evitando distra=esue provocam confuso e desorientao.Os mgicos usam o termo geral 4despiste5 -misdirection para se referir 2 prtica de afastara ateno do espectador de uma ao secreta. 8a linguagem dos mgicos, o despiste leva aateno do p"blico para o 4efeito5, afastando7o do 4mtodo5, do segredo por trs do efeito.$omando alguns termos da psicologia cognitiva, classificamos o despiste como 4patente5 e4encoberto5. O despiste patente se o mgico direciona o olhar do espectador para longe domtodo ) talve! pedindo apenas ue o p"blico olhe para determinado ob%eto. 0uando o#rande $omsoni apresenta sua adorvel assistente, por exemplo, ele garante ue todos osolhares este%am sobre ela.

    Mas o despiste 4encoberto5 uma tcnica mais sutil( aui, o mgico tambm afasta o focode ateno do espectador ) ou foco de suspeita ) do mtodo, mas sem necessariamenteredirecionar o seu olhar. 'ob a influ;ncia do despiste encoberto, os espectadores podemolhar diretamente para o mtodo por trs do truue sem nenhuma consci;ncia dele.

    A neuroci;ncia cognitiva % reconhece pelo menos dois tipos de despiste encoberto. 8o ue chamado de cegueira para a mudana, as pessoas no conseguem perceber ue algumacoisa em relao 2 cena diferente de como era antes. A mudana pode ser esperada ouno, mas o trao principal ue os observadores no a percebem olhando para a cena a

    ualuer momento no tempo. *m ve! disso, o observador deve comparar o estado p+s7mudana com o estado pr7mudana.

    Muitos estudos mostraram ue as mudanas no precisam ser sutis para produ!ir a cegueirapara a mudana. At mesmo altera=es extremas em uma cena visual passam despercebidasse ocorrem durante uma interrupo passageira como uma piscada, um movimento rpidodos olhos -em ue o olho ligeiramente salta de um ponto para outro ou uma cintilao dacena. O vdeo 4truue das cartas ue mudam de cor5 -color7changing card tricB, feito pelopsic+logo e mgico Cichard Diseman da ?niversitE of ertfordshire, na mara. /ale notar ue, apesar do nome, o vdeo do truue das cartas no usa mgica paraprovar o ue uer.A cegueira por desateno difere da cegueira para a mudana visto ue no h necessidadede comparar a cena presente com uma cena lembrada. *m ve! disso, as pessoas nopercebem um ob%eto inesperado ue est completamente visvel bem na frente delas. Opsic+logo 3aniel . 'imons inventou um exemplo clssico do g;nero. 'imons e o psic+logo:hristopher K. :habris, ambos da arvard ?niversitE, pediram ue observadores contassemuantas ve!es um time de %ogadores de basuete passava a bola um para o outro, enuantoignoravam os passes feitos por tr;s outros %ogadores. 0uando se concentraram nacontagem, metade dos observadores no conseguiu perceber ue uma pessoa vestindo umafantasia de gorila passou pela cena -o gorila at pra um pouco no centro da cena e bate nopeito. 9ara criar o efeito, no foi necessrio nenhuma interrupo abrupta ou distrao( atarefa de contagem era to absorvente ue muitos observadores ue olhavam diretamentepara o gorila nem seuer o perceberam.

    Enganando o olho ou o crebro?Os mgicos consideram a forma oculta do despiste mais elegante ue a forma patente. Masos neurocientistas uerem saber ue tipo de mecanismos neurais e cerebrais permitem ueum truue funcione. 'e o talento artstico dos mgicos deve ser adaptado pela neuroci;ncia,os neurocientistas uerem entender ue tipos de processos cognitivos so explorados poresse talento.

    $alve! o primeiro estudo a relacionar a percepo mgica com a medio fisiol+gica tenhasido publicado em LN pelos psic+logos #ustav uhn, da 3urham ?niversitE, na

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    ?m estudo semelhante com outro truue de mgica, a 4iluso da bola ue desaparece5, tra!indcios de ue o mgico est manipulando a ateno dos espectadores em um alto nvelcognitivo( a direo do olhar no crucial para o efeito. 8a iluso da bola ue desaparece, omgico comea %ogando uma bola para cima e pegando7a diversas ve!es sem maioresproblemas. 3epois, na "ltima %ogada, ele s+ tem a inteno de arremessar a bola. A cabeae os olhos dele seguem a tra%et+ria ascendente de uma bola imaginria, mas em ve! de%ogar a bola, ele a esconde na mo secretamente. O ue a maioria dos espectadorespercebe, no entanto, ue a bola -no lanada sobe ) e depois desaparece no ar.8o ano posterior 2 sua pesuisa com $atler, uhn e o neurologista Michael K. Qand, da?niversitE of 'ussex, na neo. 9ara os mgicos, esses gestos so conhecidoscomo 4comunicando o movimento5.'uposi=es no7ditas e informa=es implcitas tambm so importantes tanto para apercepo de um truue uanto para sua reconstruo. Os mgicos ames Candi -4theAma!ing Candi5 observa ue mais fcil convencer os espectadores a aceitar sugest=es einforma=es implcitas ue asser=es diretas. 9or essa ra!o, o espectador deve lembrar, nareconstruo, das sugest=es implcitas como se fossem provas diretas.

    Os psic+logos 9etter ohansson e Qars all, ambos da ?niversidade de Qund, na 'ucia, %untocom seus colegas, aplicaram essa e outras tcnicas de mgica no desenvolvimento de umaforma completamente nova de abordar uest=es neurocientficas.

    *les apresentaram pares de figuras de rostos femininos para pessoas novatas emexperimentos e pediram ue escolhessem o mais atraente. *m algumas tentativas, elestinham de descrever as ra!=es da escolha. Algumas ve!es os pesuisadores usavam umatcnica de prestidigitao, desconhecida para os su%eitos, aprendida com um mgicoprofissional chamado 9eter Cosengren, para trocar um rosto pelo outro ) depois de ossu%eitos terem feito sua escolha. Assim, para os pares ue foram manipulados secretamente,o resultado da escolha do su%eito se tornava oposta 2 inteno ue ele tinha anteriormente.

    *stranhamente, os su%eitos perceberam a mudana em apenas LST de todos os paresmanuseados. Mais surpreendente ainda, uando as pessoas tinham de di!er as ra!=es de

    suas escolhas em um teste manipulado, confabulavam para %ustificar o resultado ) ue era ooposto de sua escolha verdadeira. ohansson e seus colegas chamaram o fen1meno de

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    4cegueira para a escolha5. 'ugerindo tacitamente, mas de maneira firme, ue os su%eitos %tinham feito uma escolha, os investigadores foram capa!es de %ustificar as escolhas ) atmesmo escolhas ue no tinham feito.O Ladro que !oubou seu Crebro

    $cnicas para desviar a ateno tambm podem ser apreendidas a partir das habilidades dosbatedores de carteira. *sses ladr=es, ue geralmente agem em lugares p"blicos abarrotados,confiam amplamente no desvio de ateno baseado em aspectos sociais ) contato pelo olhar,contato corporal e invaso do espao pessoal da vtima, ou 4alvo5. Iatedores de carteiratambm movem suas mos de forma distinta dependendo do prop+sito existente.

    *les podem completar um caminho curvo com as mos se uiserem atrair a ateno do alvopara toda a tra%et+ria do movimento, ou podem fa!er um caminho rpido e linear se ueremtirar a ateno do tra%eto e rapidamente mudar a ateno do alvo para a posio final.

    As bases neurocientficas dessas manobras so desconhecidas, mas nosso colaborador ApolloCobbins, batedor de carteiras profissional, ressaltou ue dois tipos de movimentos soessenciais para desviar a ateno do alvo de modo efica!. Assim foram propostas diversasexplica=es possveis e passveis de teste.

    ?ma proposta ue os movimentos curvos e retos da mo ativam dois sistemas de controledistintos no crebro para mover os olhos. O sistema 4de busca5 controla os olhos uandoeles seguem ob%etos ue se movimentam suavemente, enuanto o sistema 4sacdico5controla os olhos por meio do sistema de busca do alvo, e os movimentos rpidos e retilneospodem levar o sistema rpido dos olhos a assumir o controle.

    Assim, se o sistema de busca do alvo fixado na tra%et+ria curva da mo do batedor decarteiras, o centro da viso do alvo pode ser desviado do lugar onde se esconde o ladro. *se os movimentos rpidos e retilneos ativam o sistema sacdico do alvo, o batedor tem avantagem de a viso do alvo ser suprimida enuanto o olho salta de um ponto ao outro. -Ofen1meno bem conhecido nas ci;ncias da viso como supresso sacdica.Outra explicao possvel para os deslocamentos distintos das mos ue os movimentoscurvos podem ser perceptivelmente mais visveis ue os lineares, e por isso chamam mais aateno. 'e for verdade, somente o sistema de ateno do crebro ) e no ualuer sistemade controle para os movimentos dos olhos ) afetado pelo desvio de ateno manual dobatedor de carteiras.

    8ossos estudos anteriores mostram ue as curvas e os cantos dos ob%etos so mais salientese geram uma atividade cerebral mais intensa ue extremidades retas. 6 possvel ue isso sedeva ao fato de curvas e cantos acentuados serem menos previsveis e redundantes -e,portanto, mais curiosos e informativos ue extremidades retas. 9elo mesmo padro,tra%et+rias curvas so menos redundantes, e por isso mais salientes ue as retilneas.

    As possibilidades de usar a mgica como fonte de iluso cognitiva no isolamento de circuitosneurais responsveis por fun=es cognitivas especficas parecem interminveis.

    Conscincia no Crebro Condicionado

    8eurocientistas recentemente se apropriaram de uma tcnica da mgica ue fa! com uevoluntrios associem dois eventos como causa e efeito enuanto imagens de seu crebroeram gravadas. 0uando o evento A precede o evento I, geralmente conclumos ue, de um%eito certo ou errado, A causa I. O mgico habilidoso aproveita7se dessa predisposio aocertificar7se de ue o evento A -digamos, derramar gua em uma bola sempre precede oevento I -a bola desaparecer. 8a verdade, A no causa I, mas sua apar;ncia anterior a%udao mgico a fa!er com ue se%a dessa forma. 9sic+logos cognitivos chamam esse tipo deefeito de correlao ilus+ria.

    *m um estudo feito em LS por uhn e pelos neurocientistas cognitivos Iem A. 9arris e $imQ. odgson, ambos da ?niversitE of *xeter, na ncia magntica. As imagens do crebro dessas pessoas foram comparadas com as deum grupo de controleP pessoas ue assistiram a vdeos sem violao de causa aparente. Os

    pesuisadores descobriram uma ativao maior no c+rtex cingulado anterior entre os su%eitosue assistiram truues de mgica ue entre os controles. A descoberta sugere ue essa rea

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    do crebro pode ser importante parainterpretar as rela=es causais.

    O trabalho de uhn e de seuscolegas s+ d os primeiros indciosdo poder das tcnicas de mgicapara manipular a ateno e aconsci;ncia durante o estudo dapsicologia cerebral. 'e os cientistasaprenderem a usar os mtodos damgica com a mesma habilidade dosmgicos profissionais, tambm serocapa!es de controlar a consci;ncia demodo preciso e em tempo real. 'erelacionarem o conte"do dessaconsci;ncia com o funcionamentodos neur1nios, tero os meios paraexplorar alguns mistrios da pr+priaconsci;ncia.

    CONCE"#O$%C&A'E

    7 $ruues de mgica geralmente sofeitos por meio do despiste encoberto, de modo ue o espectador no preste ateno no4mtodo5 ue fa! a mgica funcionar.

    7

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    2"L($)E$'"$(A"$3EN*ANAN,O OOL&O O( A MEN#E

    ?ma iluso baseada na pintura*nigma, do artista franc;s

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    O mgico $eller confia no despiste e na prestidigitao para criar uma iluso chamada de 4Osonho do po7duro5. *le comea escondendo seis moedas na palma de cada mo, e depoisaparentemente produ! as moedas a partir de ualuer coisa ue ele toue ) seu pr+priocabelo, a roupa dos espectadores, o espao va!io ) e %oga as moedas em um balde de metalgerando fortes sons metlicos. O engano depende em parte de estmulos sociais, comoposio da cabea e direo do olhar.

    73epois de mostrar ue o balde est va!io, $eller comea a produ!ir moedas em sua modireita.

    7Ao olhar para sua mo direita, ele desvia a ateno do p"blico de sua mo esuerda. Mas a mo esuerda, ue segura o balde, onde %oga as moedas escondidas.

    78a verdade, ele est apresentando sempre a mesma moeda na mo direita.

    70uando o p"blico comea a suspeitar ue $eller est simplesmente %ogando moedasescondidas na mo direita, ele %oga de uma ve! s+ cinco ou seis moedas da mo direita.

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    2CE*(E"!A+A!A AE$COL&A3"N,(:"N,O

    NA!!A#"'A$7AL$A$

    *m um experimentoforam mostrados paresde fotografias para ossu%eitos -a e pedidoue escolhessem aimagem mais atraente -b.3epois de cada escolha ospesuisadores viravam asimagens para baixo -c eusaram a prestidigitao para

    trocar algumas das imagensescolhidas pelas re%eitadas. A4escolha5, ento, era viradapara cima e os su%eitos tinhamde explicar a prefer;ncia.Mesmo uando a escolhamostrada era na verdade aimagem re%eitada -d, muitossu%eitos 4explicavam5 suaescolha. A >nsia das pessoasem a%ustar o ue falsamentepensam ser suas escolhas emuma narrativa internamente

    consistente pode, dessa forma,substituir a lembrana de suasverdadeiras escolhas.

    2A A!#E ,E ;A#E! CA!#E"!A3 ,E$+"$#EM(L#"$$EN$O!"AL

    Apollo Cobbins ue se descreve como ladro profissional, demonstra ue despistar o 4alvo5para ue olhe em uma direo impede ue o alvo preste ateno em seus ob%etos de valor.Cobbins confia na manipulao pelo toue, no espao do pr+prio alvo e na viso despistada.?m vdeo impressionante de Cobbins retirando de modo surpreendente o rel+gio de pulso deoutro homem pode ser visto em httpPGGtinEurl.comGSlhxEW

    :e Nature Re vie;s Neuroscien ce) ulho !e ?==@. reim(resso com (ermisso !eMacmillan Pu/lishers Lt! 'aA!+

    CORTESIB :E BPOLLO RO 88INS

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    2CO!!ELA-0O "L($1!"A3 COMO O C'EL

    3urante um experimento, vdeos de truues de mgica ue parecem retratar rela=escausais impossveis, como fa!er uma bola desaparecer foram exibidos para alguns su%eitos,enuanto eramsubmetidos aresson>ncia magnticacerebral. ?m grupo de

    controle viu vdeosbem parecidos, com aexceo de uenenhum truue demgica foi usado. Asreas demarcadas docrebro mostram ondea atividade neural adicional aconteceu uando os su%eitos viam os vdeos de mgica em ve!dos vdeos de controle.

    N@s Lemos $ua Mente

    Cetiramos sua carta&

    Adivinhamos a carta ue voc; escolheu na pg. NV@ 'e sim, o sistema 9*' de 9icBoverexplica nossa resposta correta, ou h alguma explicao parecida@ 8o siga adiante a noser ue ueira saber a resposta. 3esistiu@ Olhe mais uma ve! as cartas na pg. XY do site,depois compare7as com as cinco cartas deste uadro. 9ercebeu alguma diferena@ 'e o atode circular um olho distraiu voc;, fa!endo com ue fosse enganado pelo truue -a maioriadas pessoas enganada, voc; uma vtima do ue os psic+logos chamam de cegueira paraa mudana. ?ma mudana ) mesmo grande e +bvia ) pode ser tudo menos invisvel uandodamos mais uma olhada.

    +A!A CON&ECE! MA"$

    7ailure to detect mismatches beteen intention and outcome in a simle decision

    tasB9etter ohansson, Qars all, 'verBer 'iBstrZm e Andreas Olsson, em Science, vol. YX,pgs. XXS7 XXV, J de outubro, LN.

    COPRIGDT 8EN2BMIN B, PBRRIS E GSTB7 FDN

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    Attention and aareness in stage magic/ turning tricBs into research'tephen Q.MacBniB, Mac ing, ames Candi, Apollo Cobbins, $eller, %ohn $hompson e 'usana Martine!7:onde, em Nature Revies Neuroscience. 9ublicado previamente on7line( Y de %ulho, LW.

    Microsaccades drive illusorD motion in the enigma illusion[oana #.$roncoso, 'tephen Q. MacBniB, orge Otero7Millian, 'usana Martine!7:onde, em Proceedingsof the National Academy of Sciences USA , vol. XN, no \X, pgs. XSYY7XSYW, X\ deoutubro, LW.

    9ara vdeos dos mgicos mais importantes se apresentando no LJ Magic of :onsciousness'Emposium, visite FFF.mindscience.orgGmagicsEmposium

    http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/magica_e_truques_que_iludem_o

    _cerebro.html

    http://www.mindscience.org/magicsymposiumhttp://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/magica_e_truques_que_iludem_o_cerebro.htmlhttp://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/magica_e_truques_que_iludem_o_cerebro.htmlhttp://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/magica_e_truques_que_iludem_o_cerebro.htmlhttp://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/magica_e_truques_que_iludem_o_cerebro.htmlhttp://www.mindscience.org/magicsymposium