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III IV II III IV I II III IV I II III IV I II III IV 2012 2013 2014 2015 2016 140 135 130 125 120 115 110 105 III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV 2012 2013 2014 2015 2016 + 9,1% Aumento do preço das casas usadas. + 6,3% Aumento do preço dos apartamentos em construção. + 7,4% Aumento do preço dos apartamentos existentes. + 7,7% Aumento do índice dos preços de venda, entre os quartos trimestres de 2015 e 2016. decisão luxemburgo edição 16 out / nov / dez 2017 out / nov / dez 2017 | 3 euros luxemburgo decisao.lu IMOBILIÁRIO LUXEMBURGUÊS IMPARÁVEL NUM MUNDO EM MUDANÇA ESTAR BEM PROTEGIDO QUANDO VIAJA É ESSENCIAL Oferta sujeita a condições. Sob reserva da aceitação do processo pelo Banco. Seguros e assistência pela Europ Assistance. BGL BNP PARIBAS S.A. (50, avenue J.F. Kennedy, L -2951 Luxembourg, R.C.S. Luxembourg: B 6481) Comunicação Marketing Outubro de 2017 VISA BUSINESS: COM MAIS SEGUROS ASSOCIADOS! Viagem adiada ou cancelada Material profissional Veículo de aluguer, etc. Nas agências, através do n.º 42 42-2000 e em bgl.lu

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Fonte: Atos notários Infografia: Mário Malhão

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

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I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Evolução dos preços médios de venda dos alojamentosBase 100 = 1º trimestre 2010

alojamento apartamentos existentes apartamentos em construção casas usadas

+ 9,1% Aumento do preço das casas usadas.

+ 6,3% Aumento do preço dos apartamentos

em construção.

+ 7,4% Aumento do preço dos apartamentos

existentes.

+ 7,7% Aumento do índice dos preços

de venda, entre os quartos trimestres de 2015 e 2016.

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out / nov / dez 2017 | 3 euros lu x e m b u r g o decisao.lu

ImobIlIárIo luxemburguês Imparável

NUM MUNDO EM MUDANÇAESTAR BEM PROTEGIDO QUANDO VIAJAÉ ESSENCIAL

Oferta sujeita a condições. Sob reserva da aceitação do processo pelo Banco. Seguros e assistência pela Europ Assistance.BGL BNP PARIBAS S.A. (50, avenue J.F. Kennedy, L -2951 Luxembourg, R.C.S. Luxembourg: B 6481) Comunicação Marketing Outubro de 2017

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líderesEntrevista com Marc LisOs projetos do novo manager para o mais recente clus ter do Luxemburgo destinado às empre sas e profissionais das indústrias criati vas, sejam eles desig ners gráficos, arqui tetos, ou produtores de cinema.

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02 c o n t e ú d o s

Publicados aproximadamente 12 000 exemplares por Node Interaction s.a.r.l., 202 B, Rue de Hamm, L-1713, Luxembourg, tel. (00352) 661 24 93 93. Impressa em Lisboa, Portugal, por Lisgráfica – impressão e artes gráficas. Assinatura dois anos (8 edições) 20 euros. Encomendar por mail ([email protected]), ou pelo telefone (00352) 661 24 93 93, seg – sex. Todos os direitos reservados. A reprodução do todo ou parte sem permissão escrita é estritamente proibída. Copyright © Node Interaction s.a.r.l.. O papel usado para esta edição é reciclável, produzido com madeira de florestas geridas de forma sustentável.

decisão, 202 B, Rue de Hamm,L-1713, Luxembourg tel. (00352) 661 24 93 93co n tacta r a n ossa equ i pa :Feedback dos [email protected] Questões relacionadas com o editorial [email protected] [email protected]

Questões relativas à publicidade: [email protected]. (00352) 49 93 90 00

Chefe de Redação José [email protected]

Colaboradores Fernando Pinto, Hugo Guedes, José Correia, Marisa Matias,

Paula Alves, Paula Cravina de Sousa, Raul Reis, Sara Gonçalves, Vera Herold

Design Gráfico Francisca MonteiroFotografia Ivo Guimarães,

Nelson Coelho, Paulo LoboIlustração Wilfred Hildonen

decisao.luWeb Design Rúben Amado

Web Developer Diogo Capitão

46formaçãoEstudar mais = ganhar maisNo seu mais recente relatório, a OCDE estabelece uma correlação entre o nível de estudos e os salários no Luxemburgo.

06zoomEleições a meiasTerminadas as eleições autárquicas fazem-se as contas. E os resultados são tudo menos animadores para a democracia.

24economiaParaíso fiscal para quem?O Luxemburgo é conhecido desde há várias décadas como um dos grandes paraísos fiscais mundiais. Mas será que é mesmo assim?

40inovaçãoPortugueses criativosTem sido uma das apostas estratégicas de diversificação económica mas também de imagem num país conhecido por apostar em indústrias muito rentáveis mas pouco "sexy".

20dossierGuia para comprar casaAinda vale a pena investir em imobiliário no Luxemburgo e onde? Estas e muitas outras questões no dossier desta edição com a colaboração de especialistas do sector.

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06 d ec i s ã o e d i ç ã o 1 606 z o o m

ção estrangeira chegamos à conclu-são que a taxa de inscritos tem vindo a recuar o que indicia um desinte-resse crescente à medida que a popu-lação vai aumentando.

É certo que, quando os cida-dãos comunitários passaram a poder votar, em 1999, eram necessários seis anos de residência no país, período que foi reduzido para cinco anos, nas eleições seguintes, passando também a contemplar os não comunitários. Mas esta ligeira diferença deveria ter tido como efeito um aumento mais acentuado do número de inscritos, o que acabou por não se verificar.

Na impossibilidade de ver o copo meio cheio, resta a consolação da comunidade portuguesa não servir de bode expiatório do desinteresse pela política local. Com 13 mil ins-critos, a comunidade portuguesa é de longe a mais representada, seguindo-se a francesa com apenas 5 mil, e a italiana e a belga, com pouco mais de 3 mil. Números que, mais uma vez, devem ser analisados relativamente à dimensão de cada comunidade.

Mesmo assim, as percentagem não envergonham. Com 21,7%, a representatividade portuguesa está perto da média (22,8%), ficando pouco atrás de outras nacionalidades, como a alemã (28,4%) ou a francesa (23,8%), cujos estratos sociais esta-riam à partida mais abertos à partici-pação eleitoral.

O problema não está, portanto, nos portugueses. Era uma desculpa fácil, mas vai ser preciso arranjar outra.

Bode expiatório procura-seTerminadas as eleições autárquicas fazem-se as contas. E os resultados são tudo menos animadores para a democracia.

Por José Campinho

Dos 152 mil potenciais eleitores estrangeiros apenas 34 mil se inscreveram, o equivalente a 22,8%. Uma triste notícia para a democracia, onde uma percentagem cada vez mais pequena da população decide pela restante. Resta a esperança na dupla-nacionalidade para evitar que, em breve, seja a minoria a eleger os governantes, seja nas autarquias como no governo.

Mas passemos a números. O número de inscritos tem vindo a aumentar em cerca de 4 mil todos os seis anos (inter-valo entre cada eleição), no entanto, se tivermos em conta o aumento da popula-

Apesar da fraca participação no resenceamento eleitoral, os portugueses são de longe a nacionalidade estrangeira que mais vota: 13 mil. Sem contar os que entretanto optaram pela dupla-nacionalidade e que já ultrapassaram os 10 mil.

Eleitores inscritosTotal: 284.577Luxemburgueses: 249.943Estrangeiros: 34.634

Top5 por nacionalidadesPortuguesa: 13.093 (21,7%)Francesa: 5.120 (23,8%)Italiana: 3.378 (26,6%)Belga: 3.186 (28%)Alemã: 2.215 (28,4%)

(percentagem de inscritos relativamente ao universo de potenciais eleitores) f

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Montag, 18. September 2017 09:30:36

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o u t / nov / dez 2017 0908 b r e v e s

Trilinguismo complicaDesde que os candidatos à car-reira docente que efetuaram os seus estudos no Luxemburgo passaram a ser também obri-gados a efetuar testes de língua francesa e alemã, cerca de metade reprova.

A companhia áerea de lowcost justificou a anulação de dois mil voos com a diminuição da pontualidade.

Aqui a carreira é mais curtaO Luxemburgo é, de acordo com o Euros-tat, um dos países da UE onde se trabalha menos anos. A média da vida ativa situou-se este ano nos 33 anos, mais dois do que os registados no ano passado, mas ainda assim abaixo da média europeia (36 anos). A Suécia lidera o ranking com uma média de 41 anos.

Criativos começam a ganhar pesoSão na sua maioria sociedades unipessoais, profissionais ligados às indústrias criativas que trabalham por conta própria em áreas ligadas ao design, ao marketing, às belas artes, à comunicação, etc…, mas representam já 2% do total da mão-de-obra nacional, contribuindo com 390 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB) do Luxemburgo. O reflexo de um conjunto de medidas recen-tes lançadas com o objetivo de dinamizar esta indústria.

ensino

Poucos interessados em ganhar muitoForam abertas 291 vagas para professores do ensino primário e preparatório este ano, mas apenas foram contratados 160 docentes. Uma penúria que desta vez fica a dever-se não só à elevada taxa de reprovação nos exames de admissão, mas também a um reduzido número de candidatos. Uma novidade num dos sistemas de ensino mais bem pagos do mundo, apesar dos fracos resultados.

voos cancelados

Ryanair à espera que reclamePoucas companhias de aviação têm o poder de fazer aquilo que lhes ape-tece. A Ryanair é uma delas e é também a que menos se coíbe de sobrevoar as leis em prejuízo dos seus clientes. A mais recente foi a anulação de dois mil voos até ao final de outubro. Uma decisão que apanhou de surpresa milhares de viajantes, incluindo os da rota Portugal - Luxemburgo, justificada pela diminuição da pontualidade dos voos. Ao contrário do que prevê a lei, a Ryanair não propôs qualquer indemini-zação aos seus clientes que ficaram em terra, dando apenas a escolher entre o reembolso do bilhete ou a mudança de datas, na maioria dos casos bastante mais dispendiosas e cuja diferença é suportada pelo cliente. Pressionada pela Comissão Europeia, o CEO da companhia veio depois a público garan-tir que irá pagar as indemnizações devi-das. Entretanto, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) recomendou aos passageiros com voos cancela-dos que apresentem uma reclamação formal junto da companhia aérea e que reencaminhem a queixa ao regulador caso não obtenham resposta no prazo de seis semanas.

cargos políticos

Deputados que também são burgomestresA julgar pela acumulação de cargos políticos, onde 63% dos deputados exercem também cargos comunais, grande parte das autarquias deve ter dificuldade em encontrar candidatos com o perfil adequado. 37 dos 60 depu-tados do Parlamento, desempenham funções em várias das 105 autarquias.

breves

missão económica

Bettel atrás da Google?É um hábito antigo e que tão bons resul-tados tem dado para a economia luxem-burguesa: os embaixadores, que no fundo são agentes de negócios, abrem a porta e o governo passa em seguida para fechar contratos. Uma das mais recentes visitas da comitiva chefiada por Xavier Bettel foi a São Francisco. Uma viagem que se supõe tenha sido motivada pela vontade de des-bloquear a vinda da Google para o Luxem-burgo, mas que serviu para muitas outras visitas de negócios.

1 milhãode habitantes em 2060De acordo com as mais recentes projeções do organismo euro-peu de estatística Eurostat, a população no Luxemburgo poderá chegar a 1 milhão de pessoas. Um aumento de 400 mil nas próxi-mas quatro décadas, ou seja cerca de 10 mil por ano.

bcl

Famílias devem em média 178 mil euros ao bancoO número de famílias endividadas baixou este ano. Uma boa e má notícia já que muitas famílias gostariam de comprar casa, mas não conseguem devido ao limite de endividamento estipulado e aplicado (dependendo dos casos) pelos bancos. No entanto, o valor do endividamento aumen-tou, consequência do forte aumento das hipotecas imobiliárias. O Banco Central do Luxemburgo, responsável por este estudo, definiu também o perfil das famílias endivi-dadas no Luxemburgo: jovens pertencen-tes à classe média, qualificadas, com crian-ças a cargo.

primeira plataforma europeia para reservar escritório É daquelas ideias tão óbvias que toda a gente per-gunta como é que ninguém tinha pensado nisto. Popwork é a pri-meira plataforma que permite aos seus membros reservar um escri-tório em várias cidades euro-peias. Para já, a oferta limita-se ao Luxemburgo, Paris e Bruxelas, com uma rede de 250 espaços de trabalho, mas a estratégia passa por levar o concei-tos a várias outras cidades.

teletrabalho

Complicado trabalhar de casaPoderia resolver uma grande parte dos problemas de trânsito, sobretudo nas ligações França – Luxemburgo, mas, embora a vontade exista, trabalhar a partir de casa continua a ser uma miragem. O principal obstáculo é a legislação dos impostos e da segurança social, ambas estritamente ligadas ao território onde é efetuado o trabalho. Ora, se o trabalhador francês que traba-lha para uma empresa no Luxemburgo, onde é taxado, continua a trabalhar para essa mesma empresa mas passa a fazê-lo a partir de casa, em Thionville, onde é que paga os seus impostos? E os descontos para a segurança social para onde vão, se o trabalha-dor nem para trabalhar sai de França? Apesar destas questões, de complexa resolução, o teletrabalho continua a ganhar adeptos no Luxemburgo, passando de 3% em 2011 para 6% em 2016.

chargy

Viaturas elétricas ganham terrenoAs viaturas elétricas continuam a ganhar rapidamente terreno com a cada vez maior oferta tanto em termos de viaturas como de postos de carregamento. A mais recente é “Chargy”, lançada em junho com a insta-lação de cerca de duas dezenas de postos de carregamento, que deverá chegar aos 800 já em 2020, permitindo aos seus membros localizar e reservar o posto de carregamento mais próximo através de uma aplicação (my.chargy.lu).

O Ministério da Economia aprovou um novo orçamento de 89 milhões de euros para apoiar a criação e o desenvolvimento das PMEs no Luxemburgo, no âmbito da estratégia de diversificação económica. Esta verba representa um aumento de 27% em relação ao anterior orçamento, num sector constituído por 32 mil empresas.

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cês, 44% no teste de alemão. Este ano foram 45% a “espalharem-se” nas duas línguas.

O resultado só é surpreendente para quem nunca foi a uma reu-nião de professores no Luxem-burgo e tentou comunicar numa destas línguas com o professor.

Considerar os estudantes e futuros professores do ensino luxemburguês trilingues é uma ilusão fundamental. Existem alguns casos, mas são exceções. O que existe sim é uma população com competências extraordiná-rias em várias línguas estrangeiras. Estrangeiras, não maternas.

Quando os responsáveis do ensino finalmente se consciencia-lizarem desta realidade, será mais fácil contratar (bons) professo-res, independentemente da sua origem, e os resultados serão com certeza bem melhores.

José Campinho, editor da revista Decisão.

O autor é funcionário europeu. Este texto é uma opinião pessoal e não vincula de nenhuma forma as instituições europeias

Paula Alves, jornalista do Contacto e correspondente da agência Lusa. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, onde se especializou em Direito da Comunicação.

países do Mercosul e os estados da Oceânia. As mudanças climáticas já eram prioridade anteriormente. Juncker voltou a insistir que a UE quer liderar o processo resultante do Acordo de Paris.

A indústria mereceu, através do seu ramo automóvel, o mais forte puxão de orelhas do presidente da Comissão. Enquanto elogiava os fabricantes europeus, Juncker considerou inaceitável que estes tentem enganar os consumidores. A Comissão vai certamente tomar medidas neste sentido.

A segurança digital foi um dos aspetos mais mediatizados do dis-curso. O presidente da Comissão considera que é essencial garantir a proteção dos cidadãos no mundo virtual e propõe a criação de uma agência destinada a regulamentar e coordenar a cibersegurança.

Jean-Claude Juncker não esque-ceu a imigração tendo anunciado reforços de verbas mas também uma política mais pragmática de acolhimento de refugiados que

presidente da Comis-são Europeia pronun-ciou em setembro o discurso do Estado da União. Esta inicia-tiva não é uma obriga-ção prevista nos trata-dos mas resulta de um

acordo entre o órgão executivo da União Europeia e o Parlamento.

O primeiro a fazê-lo foi Durão Barroso em 2010 e desde então serve para, no início da sessão parlamentar, estabelecer as linhas diretoras da ação da Comissão Europeia para o ano seguinte. O discurso é assim reconhecido como um mecanismo de respon-sabilização ex-ante.

Jean-Claude Juncker designou várias prioridades mas deu o maior destaque ao comércio. O acordo com o Canadá foi apresentado como um exemplo das relações da UE com o mundo a nível de trocas comerciais, estando já na calha um convénio com o Japão ao qual pro-vavelmente se seguirá o México, os

deve "concentrar-se em quem de facto precisa".

Subjacente a todo o discurso estiveram os "valores europeus". Numa Europa dividida por causa da questão dos refugiados, a Comissão quer insistir no "cum-primento das obrigações" e na "solidariedade".

O presidente assinou assim um discurso marcadamente euro-peísta aproveitando um momento positivo de recuperação econó-mica. Juncker mencionou os "bons ventos" que é necessário aproveitar e propôs que o seu cargo - ao qual não se recandidatará - seja fundido com o de presidente do Conselho Europeu.

Deixou ainda a ideia de criar um ministro europeu da economia e finanças que seria também o pre-sidente do Eurogrupo.

Juncker falou às 9 da manhã. Foi seguido em direto nas redes sociais e nos sites da União Euro-peia. Talvez daqui a dois anos o futuro presidente da União possa dirigir-se aos europeus em horário nobre e passar em todos os telejor-nais em direto...

mental) resultava essencialmente da elevada taxa de reprovação dos candidatos nos testes de admissão.

Este ano, se faltam professo-res deve-se sobretudo à penúria de candidatos. Será que não há pessoas com a formação neces-sár ia interessadas nesta car-reira muito bem remunerada (no Luxemburgo)? Há, mas não falam luxemburguês. E isso é condição sine qua non para aceder à profis-são, independentemente da quali-dade do professor.

Mas a penúria de candidatos luxemburgueses não é o único motivo. Em 2016, todos os estu-dantes passaram a ser obriga-dos a efetuar o teste de francês e alemão, incluindo os que estu-daram no Luxemburgo, onde o ensino é supostamente trilingue.

Perto de metade reprovaram. Nesse ano, 33% dos 207 candida-tos reprovaram no exame de fran-

ção do Luxemburgo se "conside-rava normal" que uma associação subsidiada pelo Estado exigisse o conhecimento de uma língua que não faz parte dos idiomas oficiais do país, acusando-a de "favore-cer" os falantes de língua portu-guesa e de não contribuir para a integração dos estrangeiros.

Na resposta, com admirá-vel paciência, o ministro Claude Meisch explicava que "neste caso concreto não se tratava de fami-liarizar as pessoas com as lín-guas oficiais do país ou de facili-tar a sua integração", mas sim "de as compreender e ajudar". Uma associação que tinha entre os utentes muitos imigrantes lusó-fonos precisava naturalmente de funcionários que os pudessem entender, defendeu o ministro.

Foi este mesmo partido que agora me escreveu, a mim e aos restantes portugueses recensea-dos no Luxemburgo, uma car-tinha em português, pondo de parte os escrúpulos por “não con-tribuir para a nossa integração”, ao recorrer a uma língua não oficial no país. O ADR deu-se mesmo ao trabalho de traduzir os principais pontos do programa para a minha língua materna - a mesma que é ensinada nas esco-las no Luxemburgo contra a sua expressa vontade.

Infelizmente o ADR, provavel-mente num assomo de coerência com posições passadas, não con-tratou um tradutor português, e a carta está por isso pejada de expressões caricatas. Entre as preocupações do partido estão

ADR escreveu-me uma carta. Até aqui, nada de novo: recebi, tal como a generalidade dos eleito-res, propaganda da maior parte dos par tidos luxemburgueses antes das eleições municipais. A novidade é o facto de a carta estar escrita em português.

Admito que sorri. O partido mais à direita no espectro político luxemburguês - eles não gostam que lhes chamem “extrema-dire i ta” , apesar de terem a mesma linha anti-estrangeiros -, o mesmo que fez um pé de vento com um anúncio que pedia falan-tes de português, escreveu-me na língua de Camões. Ou quase, porque é um português bastante aproximativo, mas já lá vamos.

Em 2014, o ADR questionou no Parlamento luxemburguês um anúncio publicado por uma associação de apoio a crianças, jovens e famílias, pedindo candi-datos para uma vaga de educador que falassem português, além das três línguas oficiais do Luxem-burgo. Na questão parlamentar, o deputado Fernand Kartheiser - que era e continua a ser uma das figuras de proa do partido - per-guntava ao ministro da Educa-

paula alves

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raúl reis

Juncker e os ventos favoráveis

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131 dos 291 lugares para professor num dos ensinos mais bem pagos do mundo ficaram por preencher. Um anúncio que marcou a ren-trée escolar e que foi amplamente divulgado pela comunicação social e pelo próprio Ministério da Edu-cação. Curiosamente, acabou por ter muito mais exposição mediá-tica a penúria de candidatos do que o anúncio de candidaturas.

Uma s i tuação que não é de admirar. Habitualmente, o número de candidatos supera o número de vagas e a razão da atual penúria no ensino primário e pre-paratório (chamado ensino funda-

josé campinho

ilusão fundamental

“os canteiros de obras mal con-trolados” (presume-se que este-jam a falar dos estaleiros de cons-trução, os chamados “chantiers”), e ficamos também a saber que o ADR quer uma cidade limpa “de adesivos” (?), denunciando ainda a situação nos clubes desporti-vos e sociais, “que faltam cruel-mente de instrutoras para acolher e enquadrar as crianças”.

Entre os pontos do programa massacrados em português está a sempiterna obsessão do ADR com a língua luxemburguesa. "Os novos cidadãos que aqui chegam precisam de saber que a língua nacional do país é o luxemburguês e não o francês”, defende o ADR na única frase sublinhada do programa. "É intolerável que o site web da Cidade só exista em francês", insurge-se o partido, que vislumbra aqui mais ”uma a f ronta" à l íngua nac iona l . Percebe-se: por vontade do ADR, acabava-se já com o francês, a l í ngua ma i s f a l ada pe lo s estrangeiros. Do mal o menos: mesmo em “português técnico” e apesar da evidente hipocrisia, a mensagem nacionalista não se perde na tradução.

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12 e d i to r i a l

editorial

José Campinho Editor | [email protected]

Quando é que a bolha imobiliária rebenta é a ques-tão que todos os investidores e potenciais proprietá-rios no Luxemburgo se colocam.

Num mercado classificado de “sobrevalorizado” pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Euro-peu é natural que tantos os potenciais comprado-res como os próprios bancos olhem para inabalável escalada dos preços com alguma desconfiança.

Mas não é assim já há várias décadas? Nos anos noventa enquanto muitos apregoavam a

explosão de uma hipotética bolha e uma estagnação dos preços, considerados já demasiado elevados, os mais corajosos (apelidados de visionários ou loucos) viram o seu património evoluir a um ritmo médio superior a 5% ao ano.

O que é que mudou desde então? O que é que faz com que os preços continuem a aumentar? E o que poderá impedir que investir no mercado imobiliário luxemburguês seja um excelente negócio, como era há 20 ou 30 anos?

A resposta às primeiras questões é menos com-plexa do que se possa pensar.

Comecemos por o que mudou. Se olharmos com algum distanciamento para a evolução económica do Luxemburgo nos últimos 50 anos não vemos dife-renças substanciais. Vemos um país em crescimento acelerado a todos os níveis, demográfico, económico, emprego, infraestruturas, etc. O ritmo tem vindo a desacelerar ligeiramente nas últimas décadas, é certo, mas tem mais a ver com a margem de progressão – que vai diminuindo ao longo do tempo – do que pro-priamente com a falta de pujança da economia, cujos indicadores continuam bastante optimistas.

A resposta há segunda pergunta é mais óbvia ainda. A escalada dos preços depende sobretudo da relação entre a oferta e a procura e num país onde a população continua a crescer a um ritmo mais acele-rado do que o número de novas habitações, é natural que a pressão inflacionária se mantenha inalterável.

A questão que todos nos devemos colocar, no fundo, é até quando o mercado de trabalho luxem-burguês continuará a ser mais atrativo do que os res-tantes países.

Imagine que de repente lhe pagavam mais em Portugal do que no Luxemburgo, o que é que fazia?

Imagine agora que os franceses que entopem dia-riamente as autoestradas luxemburguesas passavam a ganhar mais do seu lado da fronteira.

Não é impossível, nem sequer improvável a longo prazo, mas para já não há nada que aponte nesse sen-tido. E enquanto isso a bolha vai continuar a crescer.

“Mercado imobiliário luxemburguês está sobrevalorizado”— Mario draghi, presidente do banco Central europeu

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o u t / nov / dez 2017 1514 g r a n d e e n t r e v i sta

mos ter um site na Internet de que os criativos possam beneficiar para se inscreve-rem e para terem um perfil, com eventos, um sítio de emprego, onde as empre-sas possam procurar tra-balhadores no meio cria-tivo, para que os criativos se conheçam entre eles e para que os clientes potenciais –

nacionais e internacionais – possam consultar os perfis dos profissionais. Outra parte importante do meu trabalho é o network que é presencial antes de tudo. É uma grande parte do traba-lho, ir ao encontro dos atores [do setor], conhecer as suas necessidades. Já coloquei em contacto cerca de 70 criati-

vos em busca de um produto, um instrumento, um serviço, é como fazer uma espécie de 'matchmaking' entre indús-trias e criativos. É um bom exemplo para mostrar que a criatividade se aplica em todos os setores. Precisam da sua maneira de trabalhar e de pensar em todos os domí-nios”.

Marc Lis vê-se sobretudo como um facilitador para colo-car os vários atores em contacto, num setor demasiado exposto ao isolamento e desconhecimento das estru-turas e apoios existentes. As habituais dificuldades de tesouraria num setor que continua a ser visto como um hobby mais do que uma profissão é outra das grandes preocupações deste novo Cluster das Indústrias Criati-vas, criado em janeiro deste ano. Após 5 meses a liderar este projeto, Marc Lis faz um primeiro balanço.

Marc Lis é manager do mais recente clus-ter do Luxemburgo: as indústrias criativas. O cluster entrou em fun-cionamento no final de janeiro deste ano e tem como missão apoiar as empresas e profissionais das indústrias criativas, sejam eles designers gráficos, arquitetos,

ou produtores de cinema. Em entrevista à Decisão, Lis adverte para o facto de muitos criativos não conhecerem as ajudas estatais que têm ao seu dispor e reconhece que um dos principais entraves tem a ver com as difi-culdades de tesouraria, que muitas vezes difi-cultam o pagamento de impostos, os crédi-tos bancários e a sobrevivência: sua e a das empresas.

Qual a importância de haver um cluster dedicado às indústrias criativas?Este cluster tem um papel muito impor-tante, porque os criativos já esperavam há muito pela criação de uma estrutura capaz de os colocar em contacto com o Ministé-rio da Economia, com a secretária de Estado [da Economia] Francine Closener. Fizemos uma análise no ano passado sobre a dimen-são do setor. Este tem um volume de negó-cios próximo de mil milhões de euros, por-tanto é um ‘braço’ económico importante, com uma mais-valia de perto de 400 milhões de euros por ano. São cerca de sete mil pes-soas que trabalham no setor, em mais de 2.200 empresas. Dos sete mil trabalhadores, cerca de mil são independentes. Fazendo a comparação com outros setores: temos dez mil trabalhadores na agricultura e 20 mil na construção. Portanto, trata-se de um número importante de trabalhadores, representa cerca de 2% do emprego total no Luxem-burgo. Penso que, no setor criativo, [os dife-rentes atores] não se conhecem uns aos outros. A minha tarefa principal é a de agir enquanto facilitador para colocar as pessoas em contacto, de as ajudar em vários domí-nios como nas ajudas públicas, por exemplo, e também com os potenciais clientes.

Como funciona o cluster? É como um guichet onde as empresas ou independentes se podem dirigir?

O setor das Indústrias Criativas emprega atualmente cerca de sete mil pes soas, o equivalente a 2% do emprego total no Luxemburgo. Desses sete mil trabalhadores, cerca de mil são independentes, representando perto de metade das empresas existentes no setor (cerca de 2.200). f

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“O cluster foi lançado a 31 de janeiro e comecei como manager do cluster a 2 de maio. O cluster conta já com 80 membros, o que repre-senta uma massa crítica de duas mil pessoas, sejam independentes ou pequenas empresas. O que é bastante positivo em cinco meses. E até ao final do ano quere-

M

NuNca se sabe quaNto se vai gaNharEntrevista com Marc Lis, manager do cluster industries creatives. Por Paula Cravina de Sousa

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porta-vozes para tentar pô-los em contacto uns com os outros. Esta é a missão.

Quais são as principais dificuldades das indústrias criativas? Existem muitas ajudas para os criativos no Luxem-burgo em termos de auxílios financeiros públicos e há muitas instituições, como a House of Entrepre-neuship, ou a House of Training, que estão lá para ajudar estas empresas e os independentes. O que há é muitos criativos que não estão a par das ajudas existentes e, precisamente, o cluster dá-lhes a pos-sibilidade de o saber, de forma a que lhes seja mais fácil aceder às informações. Esta é também uma parte do nosso trabalho. Penso que este setor tem outra dificuldade que é o facto de haver um certo desequilíbrio porque muita gente pensa ainda que ser criativo é um passatempo e não uma verdadeira profissão ou um verdadeiro negócio. Isso tem, evi-

"Acontece, por vezes, as empresas serem obrigadas a fechar porque não podem pagar a renda, por exemplo. Isto não se passa apenas com os criativos, mas com todos os independentes."

Para o novo manager do Cluster das Indústrias Criativas, as ajudas estatais “são uma ajuda”, mas adverte que “no longo-prazo não devem ser a única resposta”, sublinhando a necessidade de existirem “diferentes elementos”. “Uma indústria de filmes no Luxemburgo tem um orçamento anual de 40 milhões de euros que vai para a produção de filmes. É muito bom. Mas é preciso que haja um equilíbrio com o mercado privado, que tem também tem um papel para que os criativos ganhem o seu dinheiro e para que não sejam totalmente dependentes do Estado. A longo-prazo não é um modelo de negócio viável”, sublinha.

Ajudas de Estado, a solução?

Podemos dizer que é um género de guichet, sim. A ideia partiu da estrutura do LuxInnovation que existe desde 1984, uma estru-tura que funciona com um agru-pamento de interesses económi-cos que apoiam empresas a nível nacional, em setores específi-cos como o automóvel, em que há um cluster para o automóvel, outro para o espaço, para a inova-ção, para a economia circular, um cluster de materiais, um de inves-tigação e tecnologia (IT), além do último cluster criado, dedicado às indústrias criativas. Espelham os diferentes setores de atividade no Luxemburgo e são uma espécie de

16 g r a n d e e n t r e v i sta

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dentemente repercussões no tecido eco-nómico, porque os criativos devem ser remunerados de forma justa pelo seu tra-balho e isso torna-se difícil.

Um relatório da Comissão Europeia aponta que uma das principais dificuldades tem a ver com o acesso a financiamento junto da banca privada, por exemplo…Esse é certamente o caso para os inde-pendentes. Penso que para estes trabalha-dores - que são cerca de 40 % do setor criativo [em termos de número de empre-sas] - é muito difícil porque têm rendi-mentos muito irregulares. E nesse caso, seja um empréstimo pessoal, ou para a empresa, ou um empréstimo imobiliário, é bastante difícil. Conheço exemplo prá-ticos, de profissionais que, com 32 ou 33 anos, ainda vivem com os pais porque não conseguem obter um empréstimo junto de uma instituição financeira, porque a situação financeira não é muito boa por comparação com outras profissões que são mais estáveis, como um trabalho por conta de outrem. Por isso, penso que sim, é uma verdadeira dificuldade dos criati-vos, porque nunca se sabe quanto se vai ganhar, isso vai depender dos clientes e dos contratos que se conseguem.

Como é que isto pode mudar?Uma das preocupações dos independen-tes – não apenas relativamente aos cria-tivos, mas transversalmente em todos os setores – tem a ver com os impostos e com as contribuições para a Segurança Social, porque os pagam com base em adiantamentos. Por exemplo, se o ano anterior foi positivo em termos financei-ros, e este ano não está a ser tão bom, estes trabalhadores vão continuar a pagar os impostos este ano com base no ano passado, apesar de terem ganho menos dinheiro. Essa é uma verdadeira dificul-dade para os independentes. Tudo o que seja o IVA e outros impostos, ou as con-tribuições para a Segurança Social, são pagos com base num ano positivo, apesar de ganharem menos naquele momento. Há uma grande vontade política, da parte da secretária de Estado, Francine Close-ner, de mudar isto. É preciso melhorar a situação de cash-flow. Fazer uma adapta-ção que seja mais reativa. Se por exem-plo, daqui a uns meses percebermos que temos menos receitas, podemos notificar as entidades públicas que haverá menos dinheiro como independente, para que se adaptem os montantes a pagar em dois meses, em vez de se esperar 12 ou 13 ou 14 meses. Isto vai ajudar verdadeiramente o cash-flow dos independentes.

InformátIcA é A prIorIdAdE do novo cônsul Gomes Samuel, novo cônsul de Portugal no Luxemburgo, chegou no final de agosto para substituir Rui Monteiro.

O novo cônsul-geral de Portugal no Luxemburgo, Gomes Samuel, chegou ao Luxemburgo no final de agosto para substituir Rui Monteiro, que rumou à Roménia. Em entrevista ao Contacto, Gomes Samuel falou do tempo médio de espera para os agendamentos, que considerou “excessivo”. De facto, os uten-tes têm de esperar cerca de um mês para serem atendidos no consulado. Para o novo responsável, um dos problemas do consulado tem a ver com os meios informáticos atuais que estão obsoletos. Uma das prioridades é então tentar renovar o parque informático do consulado, para que os processos sejam mais fáceis e rápidos de tratar pelos funcionários. O problema tem de ser resolvido: Gomes Samuel lembra que “a Administração Pública tem computadores com muitos anos” e no consulado “passa-se o mesmo”. O cônsul afirma, no entanto, que é preciso ter “consciência de que o Ministério dos Negócios Estrangeiros depende do Ministério das Finanças [em Portugal] para ter meios”. “É uma área que tem de ser trabalhada à medida que Portugal também vai emergindo da crise”, acrescentou.

18 g r a n d e e n t r e v i sta

men & women hair & beautyBertrange CC City Concorde 26 44 04 37Bereldange CC Cactus 26 33 18 80Esch-Belval CC Belval Plaza 26 57 32 22Bertrange CC La Belle Etoile 26 31 01 70

just for menKirchberg CC Auchan 26 09 41 11Bertrange CC City Concorde 26 44 04 37Bereldange CC Cactus 26 33 18 80

Esch-Belval CC Belval Plaza 26 57 31 11Mersch CC Topaze 26 32 10 70

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Fonte: Atos notários Infografia: Mário Malhão

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Evolução dos preços médios de venda dos alojamentosBase 100 = 1º trimestre 2010

alojamento apartamentos existentes apartamentos em construção casas usadas

+ 9,1% Aumento do preço das casas usadas.

+ 6,3% Aumento do preço dos apartamentos

em construção.

+ 7,4% Aumento do preço dos apartamentos

existentes.

+ 7,7% Aumento do índice dos preços

de venda, entre os quartos trimestres de 2015 e 2016.

dossier 20

Comprar Casa no Luxemburgo ainda vaLe a pena?Os preços chegam a ser chocantes e o receio de que não possam continuar a aumentar deixa muitos investidores reticentes. Mas, segundo as previsões, a procura vai continuar a ser bastante superior à oferta.

Por José Campinho Gráficos Mário Malhão

A população no Luxemburgo continua a crescer a um ritmo constante de 2,5% ao ano. Um cres-cimento que se traduz em cerca de 6.500 novos agregados familiares por ano.

Por outro lado, e apesar de ter acelerado nos últimos anos, a média de novos alojamentos dis-poníveis não ultrapassa os 4.000.

Um défice que se vai acumulando ano após ano e que se traduz por uma seletividade cada vez maior dos residentes em função dos seus ren-dimentos.

Os proprietários e investidores, esses, não têm razões de queixa. Bem pelo contrário!

Neste dossier fique a saber porquê que ainda compensa comprar casa no Luxemburgo e os melhores locais para o fazer.

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dossier 22

Mas afinal o que é permite dizer se um determi-nado mercado está sobrevalorizado ou não?

E caso estejamos na presença de uma bolha, quando é que irá rebentar?

Estas são algumas das eternas questões que investidores e potenciais proprietários se colocam quando equacionam comprar casa no Luxem-burgo.

Embora seja um tema aberto a discussões, parece indiscutível que estamos perante uma bolha imobiliária no Luxemburgo. Pela simples razão do desequilíbrio que existe entre a oferta e a procura ser fruto, por um lado, de um contexto económico bastante vantajoso para o Luxem-burgo (em comparação com os restantes países, nomeadamente os da Grande Região - ver grá-fico) e, por outro lado, pela regulamentação de um sector onde para poder construir primeiro é preciso vender. E com restrições em altura.

Ou seja, enquanto capitais como Paris, Madrid ou Lisboa contam com um capital his-tórico e cultural que garante uma procura ele-vada e estável num mercado de vários milhões de habitantes, capaz de manter um elevado fluxo de pessoas independentemente das oscilações económicas, o Luxemburgo está extremamente dependente da atratividade do seu mercado de trabalho.

Ao admitirmos que o atual valor do setor imo-biliário no Luxemburgo depende quase exclusi-vamente da atratividade do seu mercado de tra-balho torna-se difícil negar a existência de uma bolha ou de uma sobrevalorização deste mercado.

Mas na prática, independentemente das con-siderações do mercado estar sobrevalorizado ou não, o que tanto os investidores como os proprie-tários querem saber é durante quanto tempo a espiral dos preços se vai manter.

Para responder a esta questão, nada melhor do que olhar para as perspectivas económicas do Luxemburgo e compará-las com as dos restan-tes países da UE (onde as pessoas podem circular mais facilmente), e, sobretudo, com a dos países vizinhos (ver gráfico).

cenário otimistaÉ difícil imaginar, mantendo um nível mínimo de realismo, um cenário mais favorável do que o atual. Um crescimento económico estável a rondar os 4% num contexto de recuperação lenta e ainda demasiado frágil da maioria dos países europeus, incluindo a economia dos dois prin-cipais motores da UE, a Alemanha e a França (o Reino Unido já não conta), significa para o Luxemburgo o melhor de dois mundos: beneficia do crescimento dos outros (em termos de inves-timento externo e prestação de serviços) mas, ao

Investidores sem receioOs investidores

estrangeiros

continuam a apostar

no mercado imobiliário

luxemburguês,

sobretudo nos

apartamentos em

construção.

boas perspeCtivasO índice do preço de venda da habitação progrediu 7,7% em 2016, segundo dados do Statec.

Quando é Que a boLha rebenta?Segundo a Comissão Europeia e o Banco Mundial, o mercado imobiliário luxemburguês está sobrevalorizado estando a criar-se uma bolha de dimensões perigosas.

Perspectivas animadorasOlhando para

as previsões do

Fundo Monetário

Internacional, em linha

com as da Comissão

Europeia, o contexto

macroeconómico

não deverá sofrer

grandes alterações até

2020. O PIB poderá

descer para níveis

mais próximos dos

países vizinhos, mas o

mercado de trabalho

continuará a evoluir de

forma positiva.

O principal responsável por este acentuado aumento foi o preço das casas antigas que trepou nada menos do que 9,1%. O preço dos aparta-mentos antigos cresceu também de forma acen-tuada (7,4%). Já os apartamentos novos progre-diram de 6,3%.

Esta forte progressão confirma as boas pers-pectivas económicas do país que continua a atrair cada vez mais trabalhadores a um ritmo dema-siado elevado para a capacidade de resposta de um sector com demasiadas limitações em termos de espaço e de regulamentação.

Uma situação que se arrasta há décadas e para a qual parece não haver resposta satisfatória, con-forme reconheceu o próprio ministro da Habita-ção, numa recente entrevista à Decisão.

Mas se, por um lado, o acesso à habita-ção é cada vez mais complicado em virtude do aumento vertiginoso dos preços e de uma capa-cidade de endividamento mais limitada, nomea-damente junto da classe média, os proprietários e investidores não podem reclamar. Com uma valorização que pode chegar aos 10% ao ano, investir no mercado imobiliário luxemburguês continua a ser um negócio rentável e nada indica que, mesmo a médio prazo, a situação venha a alterar-se.

o que realmente interessaCom ou sem bolha, o que realmente interessa ao investidor são as mais valias que vai poder rea-lizar. Assim como para o proprietário o mais importante é ter a segurança de que quando vender não vai perder dinheiro e que, entretanto, economizou o dinheiro da renda.

Se no segundo caso, as probabilidades de fazer um mau negócio são reduzidas – já que se não comprar vai pagar quase o mesmo de aluguer –, já no caso dos investidores a decisão é mais com-plicada, embora na maioria dos casos, ainda con-tinue a valer a pena.

Para além de terem de calcular se o retorno é satisfatório em relação ao nível de risco assu-mido, o capital disponível para efetuar um ou mais investimentos num mercado tão inflacio-nado como o luxemburguês pode ser um obstá-culo.

mesmo tempo, ao crescer mais do que os seus parceiros, consegue atrair (em termos de percen-tagem da população) mais mão-de-obra especia-lizada e altamente qualificada.

A curto prazo, tudo indica que este seja o cenário mais provável e, enquanto assim for, os preços do imobiliário deverão continuar sob forte pressão inflacionária.

cenário realistaA médio e longo prazo, é improvável que um contexto como o atual - com o Luxemburgo a crescer a um ritmo próximo das economias emer-gentes enquanto os países vizinhos ainda procu-ram sair da crise - se mantenha durante muito mais tempo.

Um cenário de reequilíbrio das condições eco-nómicas entre os países da Grande Região impli-caria um provável abrandamento da procura de alojamento no Luxemburgo com repercussões na valorização dos imóveis.

As projeções para os próximos anos nos quatro países da Grande Região apontam nesse sentido: um ligeiro abrandamento do cresci-mento económico no Luxemburgo, acompa-nhado de um crescimento ligeiramente mais robusto nos países vizinhos. Nada de dramático… por enquanto.

cenário pessimistaImaginemos um cenário onde a economia luxem-burguesa proporcionava menos emprego e salá-rios menos atrativos do que nos países vizinhos. Muito provavelmente assistiríamos a uma dimi-nuição da população que poderia atingir níveis desastrosos para o sector imobiliário. Basta ima-ginar um cenário onde franceses e alemães deci-dem ficar a trabalhar e a viver no seu país de origem.

Para que isto acontecesse era necessário a conjugação de um conjunto de fatores que, de momento, parecem bastante improváveis: o Luxemburgo teria de cometer muitos erros estra-tégicos, sobretudo políticos (a continuidade polí-tica e a sua vocação para uma diplomacia de negócios tem sido o grande alicerce do seu cres-cimento) e os países vizinhos teriam de acertar muito (o que tendo em contas os enormes desa-fios políticos, económicos, mas também sociais, não está perto de acontecer).

Mas, a verificar-se, estaríamos muito provavel-mente perante o início da derrocada do mercado imobiliário luxemburguês.

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dossier 24

Na prática, um privado cujos rendimen-tos permitam obter financiamento para investir numa segunda casa é uma opção que pode ser bastante lucrativa, sobretudo se esse segundo imóvel for colocado a alugar e se o valor do alu-guer cobrir a totalidade da mensalidade da hipo-teca (há que ter em conta que essas receitas terão de ser declaradas e terá de pagar impostos).

Ou seja, o imóvel é pago, pelo menos em grande parte, não com os fundos do investidor, mas com o aluguer, possibilitando-lhe dessa forma aplicar o capital disponível noutro tipo de investimento.

compensa ser proprietário?Mas se investir no mercado imobiliário luxem-burguês faz sentido para os investidores e espe-culadores, o que dizer dos locatários obrigados a pagar uma renda, na maioria dos casos, superior a 1.000 euros mensais?

São poucos os casos em que comprar casa não compensa. Para quem não estiver a pensar ficar no Luxemburgo mais de 2 anos, por exemplo, provavelmente não faz muito sentido.

Quem fizer questão de viver na capital e não tiver capacidade de endividamento suficiente pode também preferir despender uma boa parte dos seus rendimentos na renda em troca de uma qualidade de vida superior.

Mas não há muitas mais razões lógicas para não optar por comprar. A não ser que acredite que a bolha imobiliária (que provavelmente existe) está prestes a rebentar e que o mercado imobiliário vai desvalorizar. É um pensamento legítimo, mas, à luz dos indicadores disponíveis, altamente improvável.

novo fenómeno especulativoA capital, onde os preços além de já serem mais elevados crescem mais rapidamente, viu surgir um fenómeno até há pouco anos inabitual no Luxemburgo: a coabitação.

Inicialmente reservada ao segmento mais jovem, este modelo tem vindo a crescer junto das faixas etárias superiores, em resposta aos alugue-res proibitivos.

Outro mercado que cresceu exponencial-mente nos últimos anos foi o do aluguer de curta duração, através de plataformas como a airbnb e booking.

Um negócio que, tudo indica, não deverá durar muito no Luxemburgo. Segundo fontes ligadas à autarquia da capital a que a Deci-são teve acesso, o governo está a estudar medi-das para dissuadir os proprietários de colocarem apartamentos ou quartos a alugar ao dia ou à semana.

Independentemente da duração do rentável mercado de alugueres de curta duração, o inves-timento em imobiliário para alugar continua a ser uma opção válida para muitos investidores.

Rodear-se de especialistasInvestir no setor imobiliário tanto pode ser um ótimo

como um péssimo negócio. Sobretudo se a intenção

é obter rendimentos prediais, o aconselhamento de

profissionais de confiança é essencial. Estes poderão

alertá-lo para uma série de aspetos a ter em conta e

fazê-lo poupar muito dinheiro e muitas dores de cabeça.

guia do CompradorPreparar o investimento com tempo e montar um dossier bem estruturado e refletido é um dos conselhos mais repetidos pelos bancos e só tem a ganhar se o seguir à risca.

Rendimentos prediaisInvestir para alugar

pode ser uma boa

forma de assegurar a

reforma, mas com a

evolução dos preços

é cada vez mais difícil

conseguir rendas

capazes de cobrir o

valor da prestação.

Alugar ou venderÉ uma das questões

que muitos

proprietários se

colocam na hora

de mudar de

casa. Não há uma

resposta universal

para esta questão.

Tudo depende da

capacidade de

endividamento e

do perfil de risco do

investidor.

excelente forma de preparar o investimento, como demonstra ao banco que a decisão de avançar para este importante investimento não foi tomada de animo leve. Além disso permite-lhe aceder a ajudas estatais, ou seja, tem tudo a ganhar em começar a colocar algum dinheiro de lado. Quando, depende de vários fatores, mas quanto mais alto for o valor mais fácil será conse-guir o financiamento.

localização, localização, localizaçãoÉ uma máxima frequente nos profissionais do setor e não podia ser mais acertada. A localiza-ção do imóvel é sem dúvida o parâmetro mais importante na compra de um imóvel. A melhor localização varia, no entanto, de pessoa para pessoa. Uns gostam do coração da cidade outros preferem a tranquilidade do campo e há mer-cado para ambos. Mas há fatores importantes a ter em conta que são transversais a todo o tipo de compradores, como os acessos, a proximi-dade de escolas, de supermercados, de hospitais, etc. Tudo isto tem influência na valorização do imóvel e, sobretudo, na capacidade de poder ven-dê-lo rapidamente e a um bom preço se desejar.

revendaMesmo que não esteja nos seus planos vender, a eventualidade de ser obrigado a fazê-lo por qual-quer motivo obriga a que pense cuidadosamente nesta opção. Convém, por isso, reunir o máximo de informação possível sobre os projetos públi-cos e privados para a zona onde está situado o imóvel e que poderão ter um grande impacto na sua valorização, ou desvalorização.

Se a estratégia for comprar com o intuito de alugar ou vender a curto prazo, talvez valha a pena residir pelo menos dois anos antes de o fazer de forma a poder beneficiar do crédito à habitação, que ainda é um valor importante.

qualidade de vida É um fator muitas vezes negligenciado pelos compradores mas que, à medida que a idade avança e a duração da hipoteca diminui (aumen-tado o valor das prestações), pode impactar bas-tante o estilo e a qualidade de vida do futuro pro-prietário. Uma redução substancial do poder de compra em virtude de uma prestação bastante elevada pode conduzir a uma insatisfação pro-gressiva do comprador. Convém, por isso, refletir até que ponto o valor do imóvel e da prestação a pagar vai diminuir a qualidade de vida do com-prador antes de avançar nesta aventura.

endividamentoEm 2014, as famílias endividadas no Luxem-burgo ascendiam a 54,6%. Uma descida de 3,8 pontos percentuais face a 2010. No entanto, quem pediu dinheiro ao banco, pediu mais. Isto significa, que apesar de haver menos lares endivi-dados, os que pediram crédito, tiveram de fazer um esforço financeiro maior do que em 2010. Um aumento que fica sobretudo a dever-se aos créditos imobiliários. O perfil das famílias endivi-dadas também tem vindo a mudar: são cada vez mais jovens e mais numerosas.

Este aumento do valor de endividamento está ligado ao aumento também do risco de crédito malparado. Se em 2010, a percentagem de famí-lias cuja probabilidade de terem dificuldades em reembolsar o empréstimo era de 1,4%, em 2014 esta percentagem subiu para 2,2%. Não é um valor ainda preocupante, mas não deixa de representar um aumento significativo, motivando alguns avisos por parte do Banco Central luxem-burguês e europeu, preocupados com a evolução dos preços e na capacidade de as famílias honra-rem os seus compromissos.

Investir na compra de um imóvel no Luxem-burgo é na maioria dos casos o investimento mais importante que vai realizar em toda a sua vida. Se dedica tempo a pensar e a comparar o tele-visor ou o telemóvel que vai comprar, o tempo de reflexão antes de investir na compra de uma casa deveria ser proporcional à diferença de preço. É que uma compra impulsiva de um bem de 1.000 euros, que afinal até nem precisava, não é a mesma coisa que contrair um empréstimo de centenas de milhares de euros de que se pode arrepender. Convém por isso não se deixar levar por impulsos e grandes negócios de última hora se não corresponderem ao projeto que já tiver delineado. Mesmo sabendo que, num mercado tão dinâmico como o luxemburguês, as decisões têm de ser tomadas na hora e não há tempo para pensar, se já souber exatamente aqui que pre-tende e que melhor corresponde ao seu projeto tendo em conta a sua situação financeira, familiar e profissional, o risco de tomar uma má decisão será bastante menor.

conta poupançaAbrir uma conta poupança habitação durante um período mínimo de dois anos não só é uma

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Valor de venda de casasValores em euros por metro quadrado

Mais de 1.000.000

de 801.000 a 1.000.000

de 651.000 e 800.000

de 551.000 e 650.000

menos de 550.000

Bélgica

França

Alemanha

Luxembourg

Walferdange

Kehlen

Kopstal

Waldbillig

Beaufort

Consdorf

Berdorf

Echternach

Rosport

Mompach

Bech

Manternach

MertertBiwer

Betzdorf

Grevenmacher

Niederanven

Steinsel

Mamer

Bertrange

StrassenSandweiler

Schuttrange

LeudelangeHesperange

Contern

Weiler la tourRoeser

Frisange Mondorf-les-bains

Dalheim

Waldbredimus

Bous

Schengen

Remich

Stadtbredimus

Lenningen

Wormeldange

Flaxweiler

Troisvierges

Weiswampach

ClervauxWincrange

Erpeldange

Winseler

Lac Haute-Sure

Boulaide

Esch-sur-Sure

Rambrouch

Ell

Redange sur attert

Preizerdaul

Vichten

Mertzig

Colmar Berg

Schieren

Nommern

Larochette

Fischbach

Lintgen

Lorentzweiler

Aerenzdallgemeng

Junglinster

Hobscheid

Koerich

Steinfort

Garnich

Kaerjeng Clemency

Kaerjeng Bascharage

Dippach

Reckange sur mess

Bettembourg

Mondercange

Pétange

Sanem

DudelangeKayl

Esch sur alzette

Rumelange

Useldange

Beckerich Saeul

Septfontaines

Tuntange

Mersch

Bissen

Boevange sur attert

Wahl

Grosbous

Feulen

Ettelbruck

Erpeldange

DiekirchBettendorf Reisdorf

BourscheidTandel

ViandenGoesdorf

PutscheidWiltz

Kiischpelt

Parc hosingen

Fonte: Paperjam

dossier 26

Estes preços são, no entanto, praticamente incon-cebíveis na capital e em certas comunas adjacen-tes, onde o m2 é bastante mais elevado, com o valor médio do m2 a subir no ano passado de 6.000 para 6.600 euros. Uma subida de 10,6%!

capital Mas há bastante mais caro do que isto, bastante mais… E nem é preciso ir viver para o centro, ou para Limpersberg, onde o m2 ultrapassa fre-quentemente os 10.000 euros. Basta, por exem-plo, descer até ao Grund, uma zona reservada à classe operária até finais do século passado e que de repente se tornou numa das mais requisitadas e caras do país.

O mesmo acontece com Bonnevoie, o bairro mais português da capital, onde até há poucos anos era possível viver a poucos minutos a pé do centro por valores mais acessíveis. Em termos de ambiente, Bonnevoie está para a capital como a Ribeira está para o Porto. É onde há vida, mesmo ao domingo. Os que aqui investiram fizeram pro-vavelmente um excelente negócio, para os que não o fizeram já é capaz de ser tarde.

O bairro da Gare, que também não era dos mais caros, tem vindo a despertar o interesse de vários investidores, sobretudo desde o início das obras de reabilitação que vão mudar por com-pleto a paisagem da zona junto à estação.

É uma aposta a longo prazo, talvez bastante longo.

arredoresNas imediações da capital, Strassen e Bertrange foram as comunas onde os preços dos aparta-mentos novos mais aumentaram passando a custar 6.400 e 6.300 o m2. As maiores surpre-sas vieram, no entanto, de Kopstal (6.000 /m2) e de Steinsel (5.300 /m2), que apesar de se encon-trarem mais afastadas já começam a aproximar-

se dos preços praticados na Cidade do Luxem-burgo.

Do lado sul, Hesperange registou um aumento acentuado que poderá alastrar nos próximos anos para as zonas adjacentes como Leudelange, onde os preços se mantiveram estáveis.

O mesmo deverá acontecer com Mamer, onde a inflação dos preços é ainda modesta (+1%), comparada com a comuna vizinha de Strassen (+7%).

sudeste / esteCom a construção do gigantesco complexo resi-dencial e comercial na Cloche d’Or, no bairro de Gasperich, os preços nesta zona da capital têm vindo a aumentar, com a média a rondar já os 7.500/ m2, prevendo-se que continuem a subir a ritmo acentuado.

A Comuna de Hesperange situada junto a este bairro, foi a que mais sentiu os efeitos deste crescimento, tendo registado a maior subida de preços (+17 %) surgindo agora no terceiro lugar das comunas mais caras do país no que diz res-peitos a apartamentos novos.

sudoeste / oesteEm sentido inverso, as comunas a oeste da

capital, registaram um aumento bastante mais modesto. Bertrange, tradicionalmente uma das mais caras (7.137 eurosm2) progrediu muito ligeiramente, enquanto Mamer inclusive regrediu em 2016 passando a custar 5.949 euros / m2.

Nesta zona, Strassen continua a ser a exceção tendo registado uma subida acentuada (+6,8%), apesar de ser já a mais cara do país. Uma pro-gressão que se explica com a construção de imó-veis de alto standing, associada a uma grande atratividade em função da sua proximidade em relação à capital e às excelentes infraestruturas desta comuna.

Oportunida-des no SulA maior oferta

encontra-se a sul,

sobretudo em Esch

(40% do total), com

os preços a variarem

entre os 3.800 e os

4.600 euros o m2.

À medida que nos

afastamos em direção

à França, sobretudo

em Differdange e

Pétange, os preços

baixam ligeiramente

dos 4.000 euros o

m2. Mas também

aqui a tendência é

para aumentar.

Comunas mais carasHesperange,

Leudelange,

Bertrange, Kopstal

e Sandweiler,

são, juntamente

com a capital

luxemburguesa as

comunas mais caras

do país.

preços de LouCosEm 2016, o valor médio de venda de apartamentos era de 4,795 euros o m2. Ou seja, cerca de 240.000 euros para um pequeno estúdio de 50m2 e 360.000 para um apartamento de 2 quartos com 75m2.

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Venda de apartamentos novosValores em euros por metro quadrado

mais de 7.000

de 5.600 e 7.000

de 4.800 e 5.600

de 4.200 e 4.800

menos de 4.201

Bélgica

França

Alemanha

Luxembourg

Walferdange

Kehlen

Kopstal

Waldbillig

Beaufort

Consdorf

Berdorf

Echternach

Rosport

Mompach

Bech

Manternach

MertertBiwer

Betzdorf

Grevenmacher

Niederanven

Steinsel

Mamer

Bertrange

StrassenSandweiler

Schuttrange

LeudelangeHesperange

Contern

Weiler la tourRoeser

Frisange Mondorf-les-bains

Dalheim

Waldbredimus

Bous

Schengen

Remich

Stadtbredimus

Lenningen

Wormeldange

Flaxweiler

Troisvierges

Weiswampach

ClervauxWincrange

Erpeldange

Winseler

Lac Haute-Sure

Boulaide

Esch-sur-Sure

Rambrouch

Ell

Redange sur attert

Preizerdaul

Vichten

Mertzig

Colmar Berg

Schieren

Nommern

Larochette

Fischbach

Lintgen

Lorentzweiler

Aerenzdallgemeng

Junglinster

Hobscheid

Koerich

Steinfort

Garnich

Kaerjeng Clemency

Kaerjeng Bascharage

Dippach

Reckange sur mess

Bettembourg

Mondercange

Pétange

Sanem

DudelangeKayl

Esch sur alzette

Rumelange

Useldange

Beckerich Saeul

Septfontaines

Tuntange

Mersch

Bissen

Boevange sur attert

Wahl

Grosbous

Feulen

Ettelbruck

Erpeldange

DiekirchBettendorf Reisdorf

BourscheidTandel

ViandenGoesdorf

PutscheidWiltz

Kiischpelt

Parc hosingen

Fonte: Paperjam

Venda de apartamentos

usadosValores em euros por metro quadrado

mais de 5.400

de 4.400 a 5.400

de 4.000 a 4.400

de 3.600 a 4.000

menos de 3.600

Bélgica

França

Alemanha

Luxembourg

Walferdange

Kehlen

Kopstal

Waldbillig

Beaufort

Consdorf

Berdorf

Echternach

Rosport

Mompach

Bech

Manternach

MertertBiwer

Betzdorf

Grevenmacher

Niederanven

Steinsel

Mamer

Bertrange

StrassenSandweiler

Schuttrange

LeudelangeHesperange

Contern

Weiler la tourRoeser

Frisange Mondorf-les-bains

Dalheim

Waldbredimus

Bous

Schengen

Remich

Stadtbredimus

Lenningen

Wormeldange

Flaxweiler

Troisvierges

Weiswampach

ClervauxWincrange

Erpeldange

Winseler

Lac Haute-Sure

Boulaide

Esch-sur-Sure

Rambrouch

Ell

Redange sur attert

Preizerdaul

Vichten

Mertzig

Colmar Berg

Schieren

Nommern

Larochette

Fischbach

Lintgen

Lorentzweiler

Aerenzdallgemeng

Junglinster

Hobscheid

Koerich

Steinfort

Garnich

Kaerjeng Clemency

Kaerjeng Bascharage

Dippach

Reckange sur mess

Bettembourg

Mondercange

Pétange

Sanem

DudelangeKayl

Esch sur alzette

Rumelange

Useldange

Beckerich Saeul

Septfontaines

Tuntange

Mersch

Bissen

Boevange sur attert

Wahl

Grosbous

Feulen

Ettelbruck

Erpeldange

DiekirchBettendorf Reisdorf

BourscheidTandel

ViandenGoesdorf

PutscheidWiltz

Kiischpelt

Parc hosingen

dossier 28

NorteA escalada dos preços, está também a dirigir-se para

norte, sobretudo desde a construção da nordstross –

a autoestrada que liga a capital ao norte do país.

Junglinster e Lorentzweiler, cujo metro quadrado

custa agora em média 5.774 e 5.663 euros passaram

a integrar a lista das 10 comunas mais caras do país.

Uma tendência que deverá alargar-se às comunas

vizinhas de Lintgen, Steinsel e Kehlen, cuja margem

de progressão é ainda elevada, apesar dos fortes

aumentos registados nos últimos anos.

Para sair da zona de influência da capital já é

necessário procurar mais a norte do que Mersch.

Zonas fronteiriçasPara baixar dos 4.000

euros o m2 é necessário

procurar juntos às

fronteiras, onde, mesmo

assim, dificilmente

encontrará algo habitável

abaixo dos 200.000 euros.

Fronteira alemãEm termos de distância da capital, a fronteira alemã é

das menos caras, com destaque para as comunas de

Grevenmacher e Wormeldange, embora a oferta não

seja abundante.

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dossier 30

Assinar um compromisso de compra, muitas vezes superior a meio milhão de euros, é motivo suficiente para tirar o sono à maioria das pessoas. Preparar atempadamente este passo com a ajuda de especialistas é essencial para que sinta con-fiante e confortável com o negócio.

A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu já mostraram alguma preocupação com os preços do imobiliário no Luxemburgo. Estamos perante uma bolha especulativa?

bcpÉ uma questão legítima tendo em conta os aumentos bastante acentuados dos preços do imobiliário nos últimos anos. Segundo o Statec, entre 2014 e 2016 os preços aumentaram em média 15%.

Uma evolução marcada fortemente pela situa-ção económica, geográfica e demográfica, única do país. A população cresce a um ritmo de 2,5% ao ano, ou seja, cerca de 6.500 novos agregados familiares que se instalam no país todos os anos. A necessidade de alojamento cresce anualmente a este ritmo, embora a oferta não ultrapasse as 4.000 habitações por ano. Apesar dos gran-des projetos habitacionais atualmente em curso (Cloche d’Or, Kirchberg, …) a pressão sobre a oferta mantém-se muito elevada o que alimenta a subida que observamos. Esta situação deverá manter-se até ainda até ao horizonte de 2020.

ingO Luxemburgo tem uma situação muito particu-lar no seio da União Europeia, em virtude do seu tamanho e da sua evolução demográfica e econó-mica. Os resultados mantêm-se entre os melho-res da Europa e continuamos a criar empregos em setores bem remunerados. Já desde há vários anos que as vagas não conseguem ser ocupa-das com a mão-de-obra interna, obrigando-nos

a importar trabalhadores altamente qualificados. Isto leva a um crescimento constante da popu-lação, com efeitos imediatos na procura de alo-jamento e na evolução dos preços. Infelizmente, a oferta não acompanha essa evolução dando origem aos preços que nós conhecemos.

Por outro lado, a composição dos agrega-dos familiares tem sofrido também uma grande mutação. Há cada vez mais famílias monoparen-tais aumentando ainda mais a pressão sobre os preços. Enquanto este desequilíbrio entre a oferta e a procura se mantiver e a economia continuar a evoluir favoravelmente, é pouco provável que a pressão inflacionária no mercado imobiliário se altere.

Até quando os preços poderão crescer ao nível atual? Prevê um abrandamento nos próximos anos?

bcpEnquanto o contexto atual se mantiver é pouco provável que a tendência se inverta. Mas, tendo em conta o nível de preços atingido, é provável que a subida de preços seja menos acentuada nos próximos anos. Como se costuma dizer, “até o céu tem limites”.

ingPelos motivos já referidos, não espero um abran-damento dos preços a curto prazo, mas a médio prazo é espectável que os preços estabilizem a um nível elevado.

Comprar para morar é um investimento seguro?

bcpSer proprietário da casa onde se vive nunca é mau! Mas comprar a sua própria habita-ção costuma também ser o maior investimento que uma família efetua. Não é, portanto, algo que se decida de ânimo leve. É um projeto que

daniel reuter Head of Retail

Lending & Companies

renald bastian Diretor Comercial do

Banco BCP

Diminuir o riscoFace ao receio crescente de um

abrandamento, ou mesmo estagnamento,

dos preços do imobiliário, poder vender

rapidamente o seu imóvel é uma

opção cada vez mais procurada pelos

investidores.

Uma estratégia que, apesar da

atratividade das taxas de juro fixas

atualmente, leva os investidores a

procurar soluções de financiamento

mistas (um periodo a taxa fixa, seguido de

um mais longo a taxa variável).

É importante, no entanto, que o futuro inves-tidor tenha em conta a localização, o tamanho e o ano de construção do imóvel de forma a assegu-rar a sua liquidez.

Em que zonas do país vê um potencial maior de valorização?

bcpO mercado imobiliário luxemburguês pode apre-sentar grandes variações dependendo da situação geográfica, podendo, por exemplo, duplicar entre a região da capital e o norte do país. Tendo em conta o nível de preços já atingidos na Conselho do Luxemburgo, é certo que o potencial de valo-rização é mais elevado no sul ou no norte do país. Mas a procura continuará elevada no centro do país, à volta da capital, durante os próximos anos, mantendo uma forte pressão sobre os preços.

ingA Cidade do Luxemburgo e arredores vão sempre ser as mais procuradas e onde a penúria de alojamentos é maior. Por outro lado, com a abertura do último troço da Estrada do Norte em 2015, o interesse pelo centro do país, em Mersch e nas redondezas, aumentou bastante.

A expansão do Luxembourg Automotive Campus em Roost e a eventual vinda da Google para Bissen vão criar emprego e aumentar a pro-cura de alojamento nesta zona.

De uma forma geral, o potencial de valori-zação está intrinsecamente ligado à evolução económica da região e à criação de emprego. Nesse sentido, é necessário ter em consideração também o Norte do país.

requer preparação e o estabelecimento de algu-mas regras. Conhecer o seu orçamento, definir o bem que mais convém (moradia ou apartamento, novo ou usado, superfície, …) e a sua localização em função das condicionantes.

Depois de ter identificado a habitação que lhe convém, é importante ter em consideração os custos associados a esse imóvel: custos de manu-tenção, despesas energéticas, etc…

É importante também pensar desde logo na revenda: há vários fatores que podem obrigar à mudança de casa (alteração da situação profis-sional, perca de emprego, nascimento de criança, …). Quanto mais fácil for vender a um bom preço, maior é a segurança em relação ao inves-timento. Encontrar as respostas certas a estas questões é a única forma de proteger o seu inves-timento.

ingA compra de casa para morar, resulta antes de mais de uma necessidade básica, que se sobre-põe ao aspeto do investimento. Agora, ao olhar-mos para a evolução dos preços verificamos que efetivamente é difícil que quem tenha optado por comprar casa não tenha feito um bom negócio.

E comprar uma segunda casa para alugar?bcp

Efetuar uma operação desse tipo é uma boa forma de construir um património imobiliário que poderá proporcionar rendimentos suplemen-tares, por exemplo, na altura da reforma.

O mercado imobiliário atrai naturalmente muitos investidores privados (forte procura de casas para alugar leva ao aumento constante dos preços). Ainda mais num contexto como o atual de taxas de juros baixas, as receitas locativas brutas (diferença entre a soma desembolsada ao banco e o aluguer recebido) podem parecer mais interessantes do que a taxa de juros das aplica-ções tradicionais.

No entanto, os riscos associados a este tipo de investimento são bem reais e não devem ser menosprezadas. Tendo em conta os valores em jogo, é importante, neste caso também, de pre-parar bem o projeto no seu todo. As questões a colocar-se para um investimento bem-sucedido são idênticas às que se colocam no caso de uma residência principal. É importante evitar algu-mas armadinhas: bens difíceis de vender, locatá-rios sem capacidade financeira, aumento da carga fiscal… para este tipo de investimento é essencial rodear-se de especialistas.

ingApesar dos preços elevados, a compra de casa para alugar continua a ser uma boa forma de diversificar as poupanças. Os rendimentos pre-diais continuam, de forma geral, a ser superio-res aos obtidos através de contas poupança, para além das vantagens em termos fiscais.

ConseLhos para um investimento de suCessoEntrevista com os especialistas Renald Bastien, do banco BCP, e Daniel Reuter, do ING, ligados ao setor imobiliário.

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E x C E L I A / P A R C E I R O D E C I S ã O

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impostos sobre rendasTem rendimentos prediais? Verifique todas as deduções para não pagar tanto.Por Carlos Marques, consultor financeiro da Excelia

Tem rendimentos prediais? Veri-fique todas as deduções para não pagar tanto.

Conhece todas as despesas que pode deduzir dos seus rendimen-tos prediais? Apresentar as des-pesas que teve com o imóvel, que se incluam nas categorias abaixo indicadas, tem um impacto no valor que pagará ao fisco. As des-pesas consideradas indispensá-veis à obtenção de rendimentos podem ser deduzidas ao montante a declarar, resultando numa tri-butação de apenas parte dos seus ganhos.

Para que estes gastos sejam deduzidos na sua declaração de IRS, terá de apresentar os devidos comprovativos de cada uma das despesas, demonstrando também a que imóveis dizem respeito os gastos.

Mesmo à medida que as des-pesas dedutíveis vão abrangendo novos tipos de custos, há algumas que continuam a não ser abrangi-das, como é o caso das resultantes de um imóvel em estado de degra-dação.

A s d E s p E s A s d E d u t í v E I s I n c l u E m : despesas de manutenção do imóvelNesta categoria enquadram-se despesas como pinturas, seja de fachada seja no interior do imóvel, assim como obras de reparação ou substituição da canalização ou do sistema elétrico. Outros gastos também podem ser aqui incluídos: a energia e manutenção dos eleva-dores, os gastos em energia para iluminação, climatização ou aque-cimento central, e limpezas.

Obras de reparação ou manu-tenção que tenham sido realizadas até 24 meses antes do início do arrendamento do imóvel também podem ser deduzidas, desde que o imóvel não tenha tido outra utili-dade.

despesas que deveriam ser suportadas pelos condóminos Os seguros de incêndio ou outras despesas do condomínio, que deveriam ser pagos pelo inquilino, podem ser deduzidos se forem pagos pelo senhorio.

Se tiver imóveis a alugar, a título privado, os rendimentos terão de constar na sua declaração de rendimentos ao final do ano.

impostos e taxas municipais Pode deduzir nos seus rendimen-tos prediais o imposto relativa-mente ao prédio que gera os ren-dimentos, mas também as taxas municipais.

Intermediação de uma agência imobiliáriaSe tiver usado os serviços de um agente imobiliário para conseguir arrendar o imóvel, e mostrar que esses serviços foram importan-tes para conseguir rentabilizá-lo, então as despesas que tiver tido com o intermediário também são dedutíveis.

depreciação do imóvel São dedutíveis os valores sobre a depreciação do imóvel e outros bens colocados no imóvel para arrendamento.

Finalmente, no que toca ao IVA, em geral, os rendimen-tos prediais estão isentos de IVA (isenção simples, ou que não con-fere direito à dedução)

dossier 32

Com as taxas de juro a níveis historicamente baixos, qual é a melhor solução para o cliente: taxa fixa ou variável?

bcplogicamente, no contexto atual é preferível optar pela taxa fixa, de forma a proteger-se contra uma eventual subida das taxas. Mas não há uma res-posta universal a essa questão. Tudo depende da situação pessoal do comprador e dos seus proje-tos. Por exemplo, no caso de um primeiro imóvel é provável que seja vendido após alguns anos para comprar um outro mais espaçoso. Assim sendo, a taxa variável pode ser uma melhor opção de forma a evitar o pagamento de inde-minizações relativas ao reembolso antecipado do empréstimo. De uma forma geral, a escolha deve ser feita tendo em conta o horizonte tem-poral do investimento. Além disso, no Luxem-burgo a indexação dos salários permite suavizar o impacto de um eventual aumento das taxas no orçamento familiar.

ingO mercado luxemburguês é historicamente adepto das taxas variáveis, mas nos últimos anos apercebemo-nos que houve uma mudança em virtude do contexto económico, passando a inte-grar sistematicamente uma componente fixa. Com as taxas tão baixas, a preferência vai cada vez mais para as fórmulas que combinam os dois tipos de taxas em função do seu projeto de vida. Hoje em dia, a melhor solução aos olhos dos nossos clientes é cada vez mais essa.

O nosso desejo é propor aos nossos clientes o produto que melhor corresponde às suas neces-sidades e a um preço correto e para isso temos de estar em contacto com eles para poder com-preender melhor as suas necessidades e poder adaptar a nossa oferta.

Dispomos também de produtos específicos destinados aos investidores “bom chefe de famí-lia”: o VIP Home. Trata-se de uma variante do crédito à habitação que combina uma parcela “bullet” (reembolso do capital no final) com um crédito hipotecário amortizável.

A parcela “Bullet” (não amortizável) não pode ultrapassar os 65% do preço de compra do imóvel. Durante o empréstimo, o cliente reem-bolsa mensalmente apenas os juros.

Esta fórmula permite ao investidor de adaptar a mensalidade da hipoteca à renda que vai rece-ber, permitindo desta forma que o investimento se pague a ele próprio. Não é um produto desti-nado ao grande público, é um produto para um tipo de cliente especifico. Para este tipo de finan-ciamento, o cliente tem de mostrar que dispõe dos meios necessários para reembolsar o capital “Bullet” no final do empréstimo.

De uma forma resumida, quais são as condições que é necessário preencher para obter financiamento para comprar casa?

bcpCada cliente é diferente. Um projeto é financiável desde que seja coerente com a situação familiar e financeira do comprador. Os nossos especialistas estão à disposição dos clientes para os aconselhar e acompanhá-los naquele que para muitos de nós é um projeto de uma vida.

ingPara obter financiamento, o cliente tem de apre-sentar garantias que o projeto é adaptado à sua situação financeira, a começar pela capacidade em assegurar o pagamento das mensalidades. O banco procede a um cálculo para analisar os rendimentos e as despesas de forma a avaliar a capacidade de endividamento do cliente e a sua margem financeira. Em principio, a taxa de endi-vidamento não deve exceder os 33% a 45% dos rendimentos. A margem financeira resulta da capacidade de poupança do cliente para fazer face a eventuais emprevistos. Em função da cons-tituição do agregado familiar, deve situar-se entre os 500 e os 1000 euros mensais.

Outro elemento importante diz respeito à par-ticipação do cliente no risco do projeto através dos capitais próprios. Geralmente, a entrada com capital situa-se nos 15% a 20% do montante total do financiamento.

Depois há outros elementos em consideração, como um estilo de vida sã, um financiamento anterior bem-sucedido, são aspetos que podem pesar na balança, sendo que um dossier bem montado e preparado tem sempre mais possibi-lidades de ser aprovado.

Taxa fixa ou variável? Mais uma vez, a melhor escolha depende da situação

e dos projetos do futuro proprietário. Com as taxas

fixas a baixos históricos a tentação é grande de optar

por esta fórmula. Mas atenção, o valor que poderá

poupar nas prestações poderá não chegar para pagar a

indeminização a pagar ao banco caso opte por vender o

imóvel e antecipar o reembolso do empréstimo.

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o u t / nov / dez 2017 3534 lu x e m b u r g o, pa r a í s o f i s c a l?

Ter um país competitivo é um dos principais desejos de qualquer Governo. O objetivo é atrair investimento, empresas e trabalhado-res. Na hora de decidir, os investidores ana-lisam vários fatores, desde o nível de buro-cracia necessário para abrir ou fechar um negócio num determinado país, à legisla-ção laboral, à fiscalidade, à localização geo-gráfica, passando pelos preços dos combus-tíveis e energia. No Luxemburgo, um dos pontos mais polémicos é a fiscalidade, com o Governo preocupado em afastar a imagem de paraíso fiscal. No entanto, os acordos fiscais celebrados com as multinacionais tornam a tarefa difícil.

O Ministério de Pierre Gramegna discordou dos critérios utilizados para definir paraíso fiscal no relatório Oxfam, que coloca o Luxemburgo no mesmo saco das Ilhas Virgens britânicas ou das Ilhas Caimão, e relembrou as medidas que adotou nos últimos anos.

lhando apenas para a estrutura de taxas e comparando-a com os países da União Europeia veri-fica-se que o Luxemburgo até tem uma taxa elevada. No entanto, a verdade é que o país é olhado por muitos como um paraíso fiscal. O cenário é o mesmo em Malta ou Holanda, por exemplo, com taxas sobre as empresas de 35% e de 25%, respetivamente. Isso não faz com que as empresas deixem de procurar estes países por moti-vos fiscais. Note-se que boa parte do índice bolsista lisboeta, o PSI 20, está presente na Holanda. Este país tem sido criticado pelas cha-madas ‘letter box companies’, empresas que têm presença no país através de uma morada fiscal, mas sem presença física ou traba-lhadores no território. O Luxem-burgo é criticado pelo mesmo, além dos famosos acordos fiscais denunciados pelo caso Luxleaks.

A estrutura de impostos do Grão-Ducado. De acordo com o relatório do gabinete do Eurostat – Taxation Trends 2017.O Luxemburgo tem uma taxa baixa quando comparado com os países vizinhos: o país reduziu a taxa de mais de 29%, passando a aplicar a partir deste ano uma taxa de tributação das empre-sas de 27,1%, valor que compara com os 34% da Bélgica ou de 34,4 de França. No entanto, o Grão-Ducado torna-se menos apelativo quando comparado com os 12,5% da Irlanda ou os 10% da Bulgá-ria. E o peso das receitas de IRC no Produto Interno Bruto (PIB) no Luxemburgo até é maior do que nos países vizinhos. A título de exemplo, no Grão-Ducado, o peso foi de 4,5% em 2015 face aos 3,4% da Bélgica ou 2,4% na Ale-manha.

Contudo, estas taxas não afas-tam as empresas e os bancos do Luxemburgo. Como se justi-fica então que o Grão-Ducado tenha taxas de IRC elevadas, mas tenha atraído tantas empre-sas e seja considerado por muitos como um paraíso fiscal? A res-posta reside nos esquemas de pla-neamento fiscal adotados. Um deles é a transferência de lucros das empresas para filiais no Grão-Ducado e outro são as centenas de acordos fiscais feitos entre o Governo luxemburguês - quando Jean-Claude Juncker era primeiro-ministro - e as multinacionais. São centenas de acordos que permiti-ram a estas empresas pagar mon-tantes de imposto quase insigni-ficantes por comparação com os seus lucros. O caso Luxleaks reve-

o preço da competiti-

vidadeUma imagem renovada que

não agrada a todos. Por Paula Cravina de Sousa

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27,1%Tributação aplicada às empresas sediadas no Luxemburgo. Uma taxa mais competitiva que a dos países vizinhos, França (34,4%) e Bél-gica (34%), mas superior à aplicada na Irlanda (12,5%) ou na Bulgária (10%).

3,3%Foi quando diminuiu a taxa de IRC nos últimos 15 anos. Uma descida lenta, mas progressiva que demonstra a estabilidade da política fiscal no país. Em 2002, o IRC era de 30,4% e 27,1% em 2017.

0,2%Foi a taxa efetiva de imposto pago pelo quinto maior banco europeu, o Barclays, que regis-tou lucros de mais de 557 milhões de euros no Luxemburgo, em 2015, mas pagou apenas um milhão de euros em impostos.

4,9 mil milhões É o lucro, em euros, das 20 maiores instituições financei ras no Grão-Ducado em 2015, mais do que os valores declarados na Alemanha, Suécia e Reino Unido, somados. Um valor desproporcio-nado, segundo a Oxfam, tendo em conta que o Luxemburgo representa 0,008% da população global e de 0,08% do PIB mundial.

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lou parte dos acordos feitos, neste caso específico, através da consultora PricewaterhouseCoopers. Um dos casos mais mediáticos esteve rela-cionado com a McDonald´s, depois de a Comissão Europeia anunciar a investigação do acordo feito entre o Grão-Ducado e a multinacional. Em causa estava a McDonald's Europe Franchising, que estava isenta de imposto sobre as sociedades no Luxemburgo, com o argumento de que os lucros daquela empresa já seriam sujeitos a tributação nos Esta-dos Unidos. A Fiat e a Amazon também foram investigadas por suspei-tas de concessão de auxílios de Estado, ação que é proibida pelas regras da UE. Quanto à Fiat, a Comissão Europeia concluiu que os acordos permitiram ao braço financeiro da empresa automóvel, a Fiat Finance and Trade, reduzir a carga fiscal da empresa entre 20 a 30 milhões de euros.

São acordos como estes que fazem com que a organização não gover-namental (ONG), Oxfam, considere o Luxemburgo como um paraíso fiscal, embora o país não conste da lista negra da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Em março, a ONG publicou um relatório que incomodou o Ministério das Finanças luxemburgês. A Oxfam concluiu que as 20 maiores instituições financei-ras registaram 4,9 mil milhões de euros de lucros no Grão-Ducado em 2015, mais do que os valores declarados na Alemanha, Suécia e Reino Unido, somados. Um valor desproporcionado, segundo a organização, tendo em conta que o Luxemburgo representa 0,008% da população global e de 0,08% do PIB mundial. Um dos exemplos concretos divul-gados no relatório foi o Barclays, o quinto maior banco europeu, que registou lucros de mais de 557 milhões de euros no Luxemburgo, mas pagou apenas um milhão de euros em impostos, o que equivale a uma taxa efetiva de imposto de 0,2%. Ora, na altura, o ministério de Pierre Gramegna apressou-se a contestar o relatório: “a metodologia utilizada no estudo é altamente questionável”, afirmou.

Fugir ao Fisco torna-se mais difícilA crise financeira e o escândalo Luxleaks fizeram com que os vários organismos internacionais, desde a UE à OCDE, acelerassem esforço para apertar a malha da fuga ao Fisco. No final de setembro entrou em vigor uma das mais impor-tantes medidas: cinquenta países começaram a trocar, de forma automática, dado sobre os seus residentes. Isto é, a troca de informações deixou de estar sujeita a um pedido de informações formal de um país a outro. O objetivo é detetar mais facilmente a fuga de capitais e a fuga ao Fisco. Quem foge ao Fisco terá agora de enveredar por caminhos mais arriscados ou pensar em formas mais criativas…

A lista dos primeiros 50 países inclui quase todos os Esta-dos-membros da União Europeia (a Áustria vai entrar daqui a um ano), dez territórios dependentes do Reino Unido e da Dinamarca, bem como alguns membros destacados do G20, como África do Sul, Argentina, Coreia do Sul, Índia e México. Os países fiscais das Ilhas Caimão, de Anguilla e das Bermudas deixaram de ser assim tão idílicos para quem foge aos impostos. Estes territórios passaram a fazer a troca automática de informações. As trocas também abrangem as empresas. No entanto, os dados objeto da troca de informações não serão públicos, ao contrário do que se propôs inicialmente. O Parlamento Europeu acabou por não obrigar à divulgação das informações por se tratar de dados ‘sensíveis para as empresas.

foi recentemente condenada a pagar ao Estado Irlandês 13 mil milhões de euros.Com receio de “chatear” o gigante norte-americano e evitar que abandonasse o país, a Irlanda optou por perdoar o pagamento da multa. Quem não perdoou foi a dinamarquesa Margrethe Vestager, Comissária Europeia para a Concorrência, ao anunciar que a Comissão irá processar a Irlanda por não ter cobrado a verba estipulada. Um exemplo da mão-firme que Bruxelas está a adotar em matéria de fuga ao fisco por parte das multinacionais. Convém, por isso, que o Estado luxemburguês não siga o mesmo exemplo e aceite o presente de Bruxelas. Mesmo que seja envenenado. De qualquer forma, parece pouco plausível que sejam os 250 milhões de euros que a Amazon tem de reembolsar o motivo para deslocalizar os mais de 1.000 trabalhadores altamente qualificados. JC

250 milhões de euros é quanto o gigante norte-americano do comércio eletrónico vai ter de pagar ao Estado luxemburguês. Um presente envenenado para Xavier Bettel já que esta indeminização decorre dos famosos acordos fiscais (Tax Rullings) efetuados entre alguns Estados (em especial o Luxemburgo) e centenas de multinacionais que permitiam às empresas pagar muito menos impostos do que estava estipulado. Esta multa surge após três anos de investigação levada a cabo por Bruxelas sobre as vantagens ilegais concedidas à Amazon entre 2006 e 2014 e que permitiram a esta empresa pagar impostos quatro vezes inferiores aos das outras empresas sediadas no país e sujeitas às mesmas regras fiscais.Por motivos semelhantes, mas com valores bem diferentes, a Apple

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Google a pensarApós meses de pesquisa

do melhor local para construir o seu prin-cipal data center na Europa, a Google entrou numa fase de reflexão e, de acordo com uma recente entrevista do ministro da Economia, Etienne Schneider, ao diário Financial Times, ainda está a pensar. O impasse de alguns meses na disponibi-lização dos terrenos com as dimensões exigidas pelo gigante norte-americano, motivado pela resis-tência de um dos pro-prietários de uma par-cela do terreno, não ajudou à escolha, mas o problema, segundo o ministro da Econo-mia, nem está aí.“O terreno pertencia a três pessoas que herdaram as parce-las, mas que nunca se falaram. Duas aceita-ram vender, uma não.

E nem era uma ques-tão de valores. Na qualidade de ministro da Economia, tomei a decisão de com-prar as duas parcelas, sendo que existe uma lei que nos permite adquirir a terceira”, sublinhou, lembrando ainda que “as nego-ciações com a Google começaram no início do ano e o preço ficou deste logo acordado”. A questão que se coloca agora é outra: tanto a Áustria como a Dinamarca já colo-caram terrenos com as dimensões exigidas à disposição. E o pró-prio Etienne Schnei-der reconheceu que a “Áustria ainda está na corrida”. O motor de busca entrou agora em fase de reflexão. Caso a escolha não recaia sobre o Luxemburgo, o ministro da Habita-ção certamente não se importaria de com-prar os terrenos. JC

empresas desesperam

por perFis qualiFicados

A penúria de perfis especializados e altamente qualificados aumentou no

último ano no Luxemburgo.

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Embora o desemprego tenha vindo a diminuir progressivamente ao longo dos últimos anos, as empresas no Luxemburgo estão a enfrentar cada vez mais dificuldades em encontrar os perfis ade-quados às suas necessidades. Um problema sério que coloca em risco a competitividade das empresas e da economia em geral e que afeta sobretudo indústrias de maior valor acrescentado e a mão-de-obra mais qualificada. De acordo com o estudo “Dinâmicas Regionais do Mercado de Trabalho Global: Qualificações com Procura e a Mão-de-Obra de amanhã”, elaborado pelo Oxford Economics, o Luxemburgo foi dos países onde a pressão sobre o mercado de trabalho quali-ficado mais cresceu em 2016.Uma situação com repercussões também ao nível dos salários, com as empresas a sofrerem uma pressão inflacionária em virtude da dificuldade em atrair os perfis adequados.

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o Luxemburgo, são já cerca de 2.200 as empre-sas ativas neste setor, em áreas como o audiovisual, o design, os videojogos, o restauro, entre outras. Um número que representa 6,1% do total das empre-sas, mas que emprega apenas 2% da mão-de-obra nacional (6.300 pes-soas), uma vez que se tratam sobretudo (60%) de sociedades unipessoais.

Apesar de ainda estar a dar os primeiros passos, o recém-criado Clus-ter das Indústrias Criativas tem-se mostrado bastante ativo, nomeadamente através da cria-ção de infraestruturas como o Nyuko, o 1535, o Technoport ou a House of Entrepreneurship.

Os portugueses, tanto lusodescendentes como recém-chegados, estão representados em praticamente todos estes espaços. Nesta repor-tagem falamos com Jorge Simões, restaurador de edifícios antigos, e Nuno Lorena, pintor, chegado há pouco de Lisboa.

aposta nos jovens CriativosTem sido uma das apostas estratégicas de diversificação económica, mas também de renovar a imagem de um país conhecido por apostar em indústrias muito rentáveis, mas pouco "sexy" em termos de imagem.

Por Paula Cravina de Sousa

pensar fora da caixa Pensar fora da caixa. É uma expressão que implica pensar de forma diferente, com uma abordagem original e menos convencional. É isso que fazem os profissionais das indústrias criativas: pensar fora da caixa, ter novas ideias para que os seus projetos se tornem realidade. Mas o que é isso de indústrias criativas? Inclui áreas tão diversas como a arquitetura, o audiovisual, o design, o marketing e comunicação, a publicidade, os videojogos, o restauro, as artes plásticas, entre outras. Este tipo de indústria e profissão encontra-se em quase o tudo o que vemos no dia-a-dia e nos locais por onde passamos. Basta olhar atentamente. Da próxima vez que vir um documentário repare nos efeitos visuais e sonoros e em todos aqueles que são necessários para o fazer; quando olhar para um edifício, pense em todos os profissionais envolvidos e nas diferentes profissões necessárias para o construir; quando comprar uns ténis, pense no design e nos materiais inovadores utilizados para os fabricar.N

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tivo em 2011 que conta hoje com quase 60 empresas que se espalham pelos três edifícios daquele que é agora um ‘complexo empresarial’. A câmara de Dif-ferdange quis, ao longo dos 16 mil metros quadrados (m2) da fábrica da gigante do aço, manter a presença da herança da era da siderurgia, preservando o aspeto industrial da área. Além das empresas e dos ateliers que ali funcionam, há também salas de reunião, espa-ços de refeição, um restaurante, estúdios de gravação.

Nuno Lorena é artista plástico e chegou há pouco mais de um ano ao Luxemburgo. Foi através da Inter-net que conheceu o 1535, onde tem atualmente o seu atelier. A “situação económica” em Portugal levou-o a “procurar alternativas” e aos 51 anos decidiu vir para o Grão-Ducado. “Tinha cá amigos e é um país que é muito apetecível do ponto de vista geográfico”, justifica. A decisão revelou-se acertada. Nuno Lorena diz não ter encontrado “grandes dificuldades”. “O meu trabalho tem sido bastante bem aceite”, afirma. “A maior parte é retrato e trabalho muito por enco-menda. A procura tem sido grande, até com propos-

Em Portugal tem sido uma das apostas: exemplos são o Lx Factory, em Alcântara, e o hub criativo do Beato. Nestes dois espaços, há empresas – start-ups ou não –, mas também restaurantes, lojas, espa-ços para espetáculos. Tudo o que ajude a dinamizar aqueles espaços e zonas da cidade. No Luxemburgo, o 1535, em Differdange, é um dos mais conhecidos espaços dedicado às indústrias criativas. Das instala-ções antigas da ArcelorMittal, nasceu este hub cria-

tas do estrangeiro”, explica ainda. O artista plástico esclarece que “se trata de um pro-duto que está sujeito às regras da procura e da oferta como num comércio mais conven-cional”. “E aqui há disponibilidade financeira, que não há em Portugal”, sublinha. Para Nuno Lorena há uma diferença de mentalidade entre portugueses e luxemburgueses na forma como encaram a arte: “o português em casa não tem nada nas paredes; aqui não é assim e encara-se a arte como um investimento e como algo que se quer ter e transmitir”, conclui.

Este tipo de indústria e profissão – sejam independentes ou pequenas e médias empre-sas – funcionam muitas vezes em comple-mentaridade: um projeto de arquitetura joga quase sempre com o design ou com o 3D, por exemplo. E os vários profissionais podem encontrar-se para trabalhar num determinado projeto, separando-se quando este estiver con-cluído, para logo se unirem a outros na rea-lização de um outro plano. Contudo, nesta diversidade do setor ‘mora’ também uma das principais dificuldades: como é que se orga-nizam estas indústrias, com necessidades e especificidades tão diferentes, num setor em crescimento e com cada vez mais peso na eco-nomia europeia e do Grão-Ducado?

A tendência do aumento da visibilidade destas empresas verifica-se a nível europeu. De acordo com o Eurostat, o emprego relacio-nado com os setores cultural e criativo (SCC) na União Europeia (UE) aumentou de 2,5 % em 2008 para 2,9 % em 2014, relativamente ao emprego total na UE. Além disso, os seto-res cultural e criativo são dos mais dinâmicos da Europa; já que são responsáveis por cerca de 4,2 % do total do PIB da Europa a 28.

Olhando especificamente para o Luxem-burgo, o país conta com cerca de 2.200 empresas ativas no setor das indústrias cria-tivas (representando 6,1% do número total de empresas), e emprega mais de 6.300 pessoas (2% da mão-de-obra nacional), de acordo com os números mais recentes do Governo. O setor contribui com 390 milhões de euros de valor acrescentado ao Produto Interno Bruto (PIB) do país. Acrescente-se ainda o facto de 60% destas empresas não terem emprega-dos: tratam-se, na sua maioria de empresas de dimensão muito pequena. Ora, para dar apoio a estas empresas, em janeiro deste ano, foi apresentado o Creative Industries Cluster. O objetivo é servir de plataforma de encon-tro e de troca de experiências de empresas pri-vadas e públicas ligadas aos setores criativos, tendo mais de cem membros. Assim, o mais novo cluster do Luxemburgo pode apoiar-se em estruturas como o 1535, o Technoport ou a House of Entrepreneurship, entre outros.

No entanto, estas empresas podem enfren-tar dificuldades na sua implantação no tecido empresarial. Além da burocracia e qualifica-

ções específicas de acesso à profissão indis-pensáveis para abrir um negócio no Luxem-burgo, há outra questão transversal a todos os negócios que querem começar ou que preten-dem fazer investimentos adicionais: o finan-ciamento. Jorge Simões, responsável pela Retrouvaille Concept – empresa que congrega artesãos dedicados ao restauro de patrimó-nio histórico – passou por isso. “Ninguém te ajuda”, afirmou em entrevista à Decisão (ver página 44). “Hoje em dia, se não se tem nada, não se recebe nada”, acrescentou.

Sobrevivência difícilQuando uma empresa quer começar ou

precisa de financiamento para alargar ativi-dade avalia um conjunto de possibilidades de financiamento que podem ir do ‘crowdfun-ding’, a empréstimos bancários, a ‘business angels’, a ajudas do Estado, ou simplesmente o recurso a capitais próprios ou a amigos e familiares que queiram investir no projeto. Mas apesar desta diversidade de fontes de financiamento, conseguir o dinheiro pode não ser tarefa fácil. Estas dificuldades são referi-das num estudo da União Europeia dedicado ao financiamento dos setores culturais e cria-tivos, que realça que os entraves ao acesso ao financiamento, “representa um dos obstáculos fundamentais ao seu crescimento”. Assim, “a maioria das PME dos SCC sente grandes difi-culdades na utilização dos programas tradicio-nais de financiamento. Por exemplo, as PME criativas procuram frequente mente os bancos privados em busca de financiamento, mas os seus pedidos são em geral rejeitados”, pode ler-se no documento. O manager do cluster luxemburguês dedicado às indústrias criati-vas, Marc Lis, reconhece que o financiamento junto de entidades privadas é um problema grave, já que muitas vezes aqueles profissionais não conseguem empréstimos, seja para crédi-tos pessoais, sejam para a empresa, ou créditos imobiliários. Isto porque os rendimentos são irregulares (ver entrevista na pág 14).

Além disso, o estudo da UE aponta que “com bastante fre quência, as empresas do SCC não dispõem de informação suficiente relativamente aos diferentes instrumen-tos financeiros”. Marc Lis testemunha isto mesmo: muitas vezes as empresas e os profis-sionais não conhecem as ajudas de que dis-põem e o cluster pode ajudar nesta tarefa.

O documento identifica ainda outros entra-ves como a falta de dados do mercado sobre modelos de negócio para a indústria criativa, desempenhos passados e tendências do setor ou a “falta de compreensão das caraterísticas únicas das empresas por parte dos financiado-res, incluindo os bancos”. Jorge Simões viveu esta situação: “Não acreditam numa pessoa com 20 anos a restaurar e a vender antigui-dades”. Isso acontece “porque não percebem nada do assunto”, concluiu.

creative hubs estão na modaNunca antes foi dada tanta atenção a este tipo de profissão e nunca antes os ‘creative hubs’ foram tão divulgados e incentivados. São muitas vezes usados como forma de reabilitar zonas das cidades que caíram no esquecimento e que apresentam hoje algum nível de degradação.

Por Paula Cravina de Sousa

1535 É o hub por excelência das indústrias criativas. Um espaço único, que pertencia à emble-mática fábrica siderúrgica da Arbed, em Differdange, que o arquiteto lusodescendente Jean-Paul Carvalho reabilitou.

technoport Situada em Belval (Esch), no novo campus universitário, a incubadora e aceleradora de empresas do Estado é a refe-rência nacional, sobretudo no setor das novas tecnologias.

nyuko Resultou de uma série de fusões de várias iniciativas privadas e públicas para criar um espaço de coworking para startups na capital de âmbito mais generalista.

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HIStóRIAS CRIAtIVAS

Três empresários de origem portuguesa, com percursos muito diferentes, mas que têm vindo a conquistar o seu lugar numa indústria complicada: a dos cria-tivos.

j o r g e s i m õ e s

Com um percurso e uma história atípica, o empresário lusodescendente começou a fazer restauros de móveis num anti-quário aos 14 anos. O talento e a ambi-ção fizeram o resto. Hoje, gere o Retrou-vailles-Concept, um projeto que alberga cerca de 20 pequenas empresas, todas ligadas às industrias criativas. (ver entre-vista na página ao lado)

n e v e s ba r r o s

Fundada pela empresária Neves Barros, a empresa Textinova especializou-se na comercialização de artigos em cortiça portuguesa. “Tento divulgar no Luxem-burgo a matéria nobre e tão portuguesa que é a cortiça, mas acho que os pró-prios portugueses ainda não lhe dão o devido valor”, explicou à Decisão. Com uma clientela maioritariamente luxem-burguesa e alemã, Neves Barros vende artigos variados como carteiras, malas, bijuteria, e mesmo guarda-chuvas. Tem também criações próprias como cola-res, brincos e anéis e desenha muitas das peças que são fabricadas em fábri-cas especializadas em Portugal e encon-tram-se à venda na sua loja, em Stad-tbremidus, e em alguns postos de venda espalhados pelo país.

n u n o l o r e n a

Faz parte da vaga de emigração qua-lificada que abandonou Portugal na sequência da crise. No Luxemburgo há pouco mais de um ano, o artista plás-tico conheceu o 1535 através da Inter-net, onde tem atualmente o seu atelier. Apesar de já não ser propriamente um jovem (51 anos), não encontrou grandes dificuldades em adaptar-se e lançar o seu negócio, garantindo que “o meu tra-balho tem sido bastante bem aceite”. (ver entrevista na página 42).

estaurar castelos para que sejam dignos de princesas, reis e rainhas, renovar igre-jas, moinhos, e casas secu-lares. Foi a ideia de Jorge Simões que começou como carpinteiro num antiquá-rio. O negócio foi evoluindo e rodeou-se dos profissio-nais mais especializados para dar cara nova ao património e aos edifícios históricos do

Luxemburgo. Uma arte que une muitas outras, como o design, a arquitetura, a carpintaria, a pintura, a escultura. Agora o negócio corre bem, mas no início foi difícil encontrar apoios financeiros. “Ninguém te ajuda”, assegura Jorge Simões. “Não acreditam numa pessoa com 20 anos a restaurar e a vender anti-guidades”. Isso acontece “porque não percebem nada do assunto”, declara.

O melhor é começar pelo princípio.Era uma vez, Jorge Simões que, não

tendo tempo para estudar, começou a trabalhar aos 14 anos. Fez mais tarde – “com 16, 17 anos” – um curso de car-pintaria à noite. E foi por aí que deci-diu fazer caminho. Começou a fazer restauros de móveis num antiquário: “aprende-se muito num antiquário”. Até que os clientes começaram a pedir mais: “comecei por restaurar móveis para vender e depois a restaurar móveis para clientes, depois portas e janelas, depois os clientes começaram a per-guntar se não conhecíamos alguém que trabalhasse com estuque ou pinturas nos murais, restaurar estátuas e tetos”. “E em 2008 juntámo-nos, começámos com cinco e foi crescendo com mais parceiros”. Jorge Simões abriu então a Retrouvailles-Concept e tem hoje ativi-dade maioritariamente no Luxemburgo, mas também na Alemanha e em França

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Garan tir um capital inicial para investir não é fácil quando se trata de um negócio tra dicional, muito menos no setor criativo. Para Jorge Simões, “se não se tem nada, não se recebe nada”.

Há no mercado luxemburguês um novo instrumento financeiro, o Microlux, que se dedica à concessão de microcrédito e que conta com o apoio do Banco Europeu de Investimento, entre outros parceiros e bancos. Destina-se a apoiar os projetos de pessoas que estejam desempregadas, jovens empresários, ou ainda migrantes, por exemplo.

da carpintaria à retrouvailles-concept Entrevista com Jorge Simões, empresário fundador de várias empresas no setor das Indústrias Criativas.

e conta agora com cerca de 40 parcei-ros. Parceiros estes que fazem de tudo. “Há pessoal muito especializado, um restaura pedra antiga, outro faz escul-tura sobre pedra, outro sobre madeira, outros fazem ferro fundido e restauram as peças, outros fazem restauro de pin-turas de igrejas”, tudo numa equipa que se complementa na sua especialização. Além dos artesãos, tem também enge-nheiros, decoradores, arqueólogos e his-toriadores na sua equipa.

O negócio foi crescendo devagari-nho, até porque como explica Jorge Simões, fez “tudo sozinho”. Garan-tir um capital inicial para investir não é fácil quando se trata de um negócio tra-dicional, muito menos no setor criativo. “Nunca tive ajuda do Estado”, afirma. “Hoje em dia, se não se tem nada, não se recebe nada” “Quando se vai pedir uma ajuda ao Estado, 'eles' exigem que as contas estejam em boas condições, financeiramente falando, e aí empres-tam”. Mas este cenário é raro para quem começa um negócio. “Quem começa uma atividade tem de comprar máqui-nas e outras coisas; as contas não podem estar a 100%”, argumenta. “Vou lá pedir quando não precisar de dinheiro”, iro-nizou ainda. “Não vale a pena. Fiz o caminho próprio, tinha de se dar muitas garantias... é melhor esquecer as ajudas [do Estado] e tentar avançar devaga-rinho”. Jorge Simões diz ter encon-trado “muitas dificuldades”. “Tinha 20 anos quando comecei por minha conta a 100% e é difícil encontrar pessoas que te ajudem”, afirma. “Não acredi-tam numa pessoa com 20 anos a restau-rar e a vender antiguidades”. Isso acon-tece “porque não percebem nada do assunto”, afirma.

Hoje além da Retrouvailles-Concept tem também uma imobiliária que vende casas antigas e está a implementar numa nova ideia: uma sociedade cooperativa, em que os investidores poderão aplicar o seu dinheiro, para depois ser investido na recuperação de património histórico e, posteriormente, vendido.

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o u t / nov / dez 2017 4746 e d u c at i o n at a g l a n c e 2 0 1 7 ( o c d e )

sErá do EnsIno?Tal como o anterior ministro da Educação, Claude Meisch dorme mal cada vez que está para sair um relatório internacional sobre o estado do ensino. Desta vez, no entanto, o relatório da OCDE até conseguiu encontrar alguns indicadores positivos.

No ano passado, após a divulgação do último estudo PISA, Claude Meisch voltou a desvalorizar os resultados medíocres dos estudantes luxemburgueses alegando que o estudo não tem em conta aspectos específicos do Luxemburgo, como o mul-tilinguismo, que constitui uma mais valia na formação dos alunos mas que os pena-liza em testes como a leitura e a escrita (embora em matemática não seja melhor) quando comparados com alunos monolin-gues . Desta vez, o olhar da OCDE, no seu mais recente relatório, incidiu no ensino superior, um campo onde o Luxemburgo até nem se sai mal. Resta saber se esses resultados têm a ver mais com o ensino ou com o mercado de trabalho luxemburguês, que, como se sabe, continua a necessitar de bastante mão-de-obra qualificada.

Por José Campinho

O estudo PISA não é o único a apontar o dedo às falhas no ensino luxemburguês. No relatório intitulado “Educa-tion at a Glance 2017”, efetuado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o Grão-Ducado volta a destacar-se em vários aspe-tos, nem sempre os melhores. A começar pelo custo do ensino, um dos mais caros do mundo, o que cria um estranho paradoxo: a qualidade do ensino é inversa-mente proporcional ao investimento realizado.

Em teoria, um país que paga os melhores salários do mundo aos seus professores deveria contar com os

melhores profissionais do sector. É o que acontece, por exemplo, com a Universidade do Luxemburgo que uti-liza o seu poder financeiro para atrair alguns dos melho-res investigadores mundiais e que, em poucos anos, tem conseguido conquistar algum reconhecimento internacional.

Porquê que os liceus não fazem o mesmo? O pro-blema é o mesmo de sempre: as condicionantes linguís-ticas. Ao contrário do ensino superior, no primário e no secundário o multilinguismo é uma obrigação na maio-ria das escolas, tornando-se impossível recrutar profes-

unIvErsIdAdE mostrA

como sE fA z

sores de topo mundial ou mesmo europeu com essas compe-tências.

Paulo Veríssimo, o conceituado investigador que a Univer-sidade do Luxemburgo foi buscar a Lisboa a troco de um pro-jeto de 5 milhões de euros não fala luxemburguês, mas os seus conhecimentos em matéria de sistemas de segurança informá-ticos são bastante mais importantes para a economia do país do que as suas competências linguísticas.

Este pragmatismo nos liceus não existe e enquanto assim for o sistema de ensino luxemburguês dificilmente conseguirá melhores resultados. JC

curso superior = emprego + salário elevadoPaula Cravina de Sousa

equação não é nova, mas continua a ser válida. A Organização para a Coope-ração e Desenvolvimento E c o n ó m i c o ( O C D E ) lançou recentemente um relatório sobre educação, o Education at a Glance 2017, dedicado sobretudo ao ensino superior e à res-petiva taxa de empregabi-lidade. O organismo lide-rado por Angel Gurría faz

uma análise por país de 35 Estados, Luxemburgo incluído. Para o Grão-Ducado, algumas das conclusões são positivas: quem consegue ter sucesso na escola e ter um curso superior tem emprego garantido e bem pago. Mas, caso a opção não sejam os bancos da universidade, a via técnica do ensino secundário garante emprego mais facilmente do que a via geral.

O capítulo dedicado ao Luxemburgo analisa sobretudo o ensino superior, os salários dos professores e a formação pro-fissional daqueles que optam pelo ensino secundário. O estudo mostra que 51% dos jovens entre os 25 e os 34 anos têm um curso superior. A percentagem é elevada, já que só a Coreia (70%), o Canadá (61%), o Japão (60%) e o Reino Unido (52%) ultrapassam o Grão-Ducado. E a verdade é que ter um curso superior no Luxemburgo continua a ser sinónimo de emprego. Isto é assim em termos gerais – nos 35 países analisa-dos pela OCDE – mas também no Grão-Ducado. No Luxem-burgo, a taxa de emprego dos jovens-adultos (entre os 25 e os 34 anos) com um curso superior é de 90%. Mais elevada do que a média de 83% do conjunto dos países da OCDE. No entanto, este organismo internacional ressalva que o Luxem-burgo apresenta um nível de emprego superior à média qual-quer que seja o nível de escolaridade.

Em termos gerais (no conjunto dos 35 países), conclui-se que os adultos com um curso superior “têm 10% mais pro-babilidades de estar empregados, e podem ganhar em média

a

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48 d ec i s ã o e d i ç ã o 1 6 o u t / nov / dez 2017 49

mais 56% do que os adultos que apenas concluíram os seus estu-dos secundários superiores”. São também os primeiros a recupe-rar de crises económicas: “as taxas de emprego para jovens adultos com cursos superiores regressa-ram aos níveis pré-crise, enquanto as taxas relativamente aos que não concluíram o ensino secundário superior ainda não recuperaram”, afirma a OCDE. No entanto, a aná-lise demonstra, por outro lado, que muitas vezes as universidades falham em oferecer cursos que garantam taxas mais elevadas de empregabili-dade e que, muitas vezes, os alunos também não procuram os cursos nas áreas profissionais mais procuradas pelas empresas.

O estudo mostra, por outro lado, que quem não opta pela universi-dade (ou não tem possibilidade de a frequentar) sai-se melhor se envere-dar pela via técnica do ensino secun-

dário. É que, para estes, a taxa de desemprego é de 5%, enquanto para aqueles que seguem a via clássica a taxa sobe para o dobro, para 10%. No Grão-Ducado, a maioria opta por cursos vocacionais: 36% contra os 27% que preferem a via geral. Estas percentagens são opostas à rea-lidade dos países analisados.

E quais são os cursos mais pro-curados? Os cursos preferidos pelos alunos do ensino superior são gestão, administração de empresas e direi-tAo. Quase 40% dos alunos que frequentam o ensino superior no Luxemburgo graduam-se naquelas áreas, valor que compara com 24% na média da OCDE. O Luxemburgo também se destaca pelo grande número de alunos estrangeiros que frequenta as salas da universidade: 46% dos alunos do ensino supe-rior são de outra nacionalidade. E tal como os luxemburgueses, pre-ferem os cursos de gestão, adminis-

No Luxemburgo, o ensino é diferente dos outros países em quase tudo: os professores ganham muito mais, a maioria dos alunos segue a via de ensino técnico, a taxa de reprovação é muito mais elevada, a taxa de emprego é superior qualquer que seja o tipo de ensino...

4 0 %

É a percentagem de alunos que seguem a via de ensino clássico no Luxemburgo (cerca de 13 mil). Ao contrário do que acontece na maior parte dos países da UE, no Luxemburgo a maioria dos alunos é encaminhada para o ensino técnico (cerca de 28 mil).

2 6 %

Um docente do ensino secun­dário aufere mais 26% do que os profissionais de outras áreas com um curso superior. Nos res­tantes países europeus é o con­trário: os professores ganham até menos 21% do que outros profissionais.

6 2 %

Taxa de reprovação no ensino técnico. Neste ensino a percen­tagem de alunos estrangeiros é de 44%, na sua maioria portu­gueses. Já no ensino clássico, onde apenas 20% têm nacio­nalidade estrangeira, a taxa de reprovação é de apenas 18%.

14 0.0 0 0

É o salário anual em euros a que pode aspirar um professor em final de carreira no ensino secun­dário luxemburguês, segundo o estudo Eurydice, da Comissão Europeia. Já o salário de base ronda os 80 mil euros anuais.

57.0 0 0

No ensino primário, o salário anual é de aproximadamente 57.000 euros. O dobro dos valo­res auferidos pelos restantes países mais ricos da UE.

4.6 3 5

Custo médio por habitante em educação no Luxemburgo, segundo a OCDE. O triplo da média europeia, que fazem do sistema de ensino luxemburguês de longe o mais caro da Europa e um dos mais caros do mundo.

tração e direito (48%). Mais de metade dos alunos estrangeiros (63%) vem dos países vizinhos. Isto deve-se em parte, segundo a OCDE, ao facto de os cursos serem mais baratos do que nos países de origem.

professores com salários altos + turmas pequenas = a alunos com bons resultados?Aqui o cenário muda. O Luxemburgo é o país da União Europeia (UE) que mais gasta em educação por habitante. Os dados do gabinete de estatística da UE indicam que o país gastou em média 4.635 euros por habitante em educação, um valor muito superior à média euro-peia, que ascendeu a 1.405 euros per capita. Por outro lado, o recente rela-tório da OCDE mostra que a profissão de professor é uma das mais atrativas e

os motivos são claros: é das mais bem pagas e as turmas são mais pequenas.

Os professores recebem um salário elevado, logo desde o começo da car-reira. Os docentes da primária e pré-pri-mária têm o ordenado inicial mais ele-vado quando ingressam na profissão: de cerca de 57 mil euros por ano, mais do dobro dos 24 mil euros recebidos pela média dos professores nos restantes países analisados. E os salários elevados continuam durante o decorrer dos anos de carreira. Além disso, um professor no Luxemburgo recebe mais do que outros profissionais com um curso superior que trabalhem noutros setores: um docente do ensino secundário aufere mais 26% do que os profissionais de outras áreas. Nos restantes países europeus é o con-trário: os professores ganham até menos 21% do que outros profissionais. Quanto à dimensão da turma, as salas de aula

contam com uma média de 16 alunos, comparado com os 26 do Reino Unido ou até 30, no Chile.

No entanto, nem a despesa, nem os salários elevados dos professores, nem o facto de as turmas serem das mais redu-zidas são sinónimo de alunos com bons resultados.

Recorde-se o estudo PISA elabo-rado também pela OCDE – que ava-liou jovens de 15 anos nas áreas de matemática, leitura e ciências – em que os alunos luxemburgueses tive-ram resultados abaixo da média da OCDE e também dos seus países vizi-nhos, França, Alemanha e Bélgica, mas também de Portugal. Por outro lado, a Comissão Europeia já advertiu para a elevada taxa de chumbos no Grão-Ducado no ensino secundário, sobre-tudo entre alunos com um background imigrante.

48 e d u c at i o n at a g l a n c e 2 0 1 7 ( o c d e )

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o u t / nov / dez 2017 5150 f e st i va l at l â n t i c o

Atlântico dá à costaÉ difícil não nos apercebermos de que vivemos outros tempos. Uma semana dedicada à música lusófona na Philarmonie com uma campanha de divulgação como nunca vimos.

p r o g r A m APré-abertura“Além Fado”, João VascoCentro Cultural Português, entrada livre

“Les neiges de l'Algarve”, Danças Ocultassábado, 07 de outubro, 11h, 15h e 17hdomingo, 08 de outubro, 11h, 15h e 17h

“Vinícius Cantuária canta Tom Jobim”, Vinícius Cantuáriadomingo, 8 de outubro, 18h

1. “Life is Long”, Rodrigo Leão e Scott Matthewdomingo, 8 de outubro, 20h

Almoço-concerto2. Danças Ocultasterça-feira, 10 de outubro, 12h30

3. Tchekaquarta-feira, 11 de outubro, 19h

4. Maria João e Egberto Gismontiquinta-feira, 12 de outubro, 20h

5. “Lisboa – Rio – São Paulo” Orquestra Filarmónica do Luxemburgo, direção de Pedro Neves, voz de Roberta Sá, clarinete de Anat Cohen e Marce-llo Gonçalves com guitarra de sete cordassexta-feira, 13 de outubro, 19h

6. The Legendary Tigermansexta-feira, 13 de outubro, 22h

7. Carminhosábado, 14 de outubro, 20h

8. Filarmônica de Pasárgadasábado, 14 de outubro, 22h, e sexta, 13 de Outubro

1 2 3

4

7

5

8

6

A segunda edição do fes-tival está aí e com mais força do que a primeira. Uma maré de reporta-gens na imprensa, na rádio, nas revistas espe-cializadas, publicidade nas paragens dos auto-carro, em panfletos e cartazes. Uma cobertura mediática condizente com a qualidade dos artistas, dos palcos e do potencial existente.

Philarmonie, o espaço cultural mais prestigiante do país, volta a dedicar, pelo segundo ano consecutivo, toda uma semana à música lusófona. Uma maré cheia de excelentes concertos para disfrutar.

Informações e bilhetesPhilharmonie 1, Place de l’EuropeL-1499 LuxembourgTel: (+352) 26 32 26 32Fax: (+352) 26 32 26 33E-Mail [email protected]

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52 ag e n da

11 e 12.10 “festival da Ciência 2017”

Um festival didático e pedagógico para os mais novos. Uma forma divertida de darem os primeiros passos no mundo da ciência e da química. Salle Robert Krieps, Abadia de Neü-munster

19.10

marcelo d2 e sambadriveO rapper brasileiro com maior reco-nhecimento mundial cria uma fusão improvável entre o próprio impro-viso, habitualmente chamado de jazz, e as letras delatoras da socie-dade e do sistema do hip-hop.Kulturfabrik, Esch-sur-Alzette

14.11

“das cabinet des dr. cali-gari” – estreia-mundialRemix da Casa da Música: agrupa-mento de 18 músicos contemporâ-neos da Casa da Música do Porto que toca ao vivo durante a projeção do filme.Philharmonie, Luxemburgo

17.12

carlos do carmoDono de uma das carreiras mais bem sucedidas em Portugal, vence-dor de um Grammy latino, Carlos do Carmo levou e leva o fado além fron-teiras. Canta o ainda elegante fado lisboeta.Casino 2000, Mondorf-les-Bains

19 a 31.12

evitaA história apaixonante de Evita, a esposa do ditador argentino Juan Perón. Um dos musicais mais aplau-didos de todos os tempos em exi-bição no país durante a época natalícia. Legendado em francês e alemão.Grand Théâtre, Luxemburgo

dia 17

The Stryles (Lx): rock da cena luxemburguesa com toque femi-nino Portugal ao Luar (Pt): homena-gem à música da década de 80 em piano e vozResistência (Pt): Considerado um super-grupo, mas à maneira por-tuguesa

dia 18

Lata Gouveia (Lx): um dos sing-songwriters mais conhecidos do panorâma luxemburguêsAkunamatata (Pt): rock cantado em portuguêsSebenta (Pt): junção de rock/pop, do nacional ao internacionalXutos e Pontapés (Pt): monstros sagrados do punk-rock português

resistênCia e pontapés

O Musicfest volta a ser audaz nos cabeças de cartaz e nesta segunda edição aposta em duas bandas do rock nacional conhecidos de todos. Em 2017, o Musicfest ganha mais contornos de festival e

estende-se por dois dias, muda-se para a capital e recebe em palco músicos do Luxemburgo.

Portas abrem às 18 horasBilhetes à venda na Rádio Latina e através do site www.musicfest.luPasses: 50 euros (adultos) e 30 euros (jovens até 16 anos*)1 Dia: 30 euros (adulto) e 15 (jovens)

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MNHA HOFMANN Decisão.pdf 1 27/09/2017 17:40

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54 q u i n z e n a d e c i n e m a p o r t u g u ê s

Quinzena de Cinema Português Uma seleção de filmes, documentários e curtas metragens.

O festival deste ano deverá ficar repartido entre as salas do Utopolis e o Centro Cultural Português, onde deverão ser exibidas as curtas metragens.

"Canção de Lisboa" (na foto-grafia) e "Índice Médio de Feli-cidade", obras destinadas ao grande público, mas também filmes de índole mais séria tais como "Amadeo de Souza Cardoso - o último segredo

da arte moderna" ou "Ornitólogo" de João Pedro Rodrigues, um dos filmes portugue-ses mais premia-dos nos últimos anos, são alguns dos cabeças de cartaz do festival deste ano.

Em “Índice Médio de Felicidade”, Joaquim Leitão continua a tomar o pulso ao real e junta-se a realizadores como Miguel Gomes (“As Mil e Uma Noites”), Marco Martins (“São Jorge”), Teresa Villaverde (“Colo”) e Pedro Pinho (“A Fábrica de Nada”), fazendo também ele um filme sobre a crise e os seus efeitos na vida dos portugueses (um tema da atualidade a que o cinema nacional respondeu com rara abundância e variedade), com base num um livro de David Machado.

Centro Cultural Português - Instituto Camões e a Embaixada de Portugal no Luxemburgo organizam uma mostra de cinema repetindo a iniciativa lançada há seis anos por estas instituições.

Com uma escolha variada de filmes de ficção, documentários e curtas metragens, a Quinzena de Cinema Português vai propor uma seleção original de películas que serão projetadas nos cinemas Utopia e Kinepolis, na capital luxemburguesa, e no Centro Cultural Português.À hora do fecho da edição deste número da Decisão ainda não era conhecido o pro-grama definitivo mas alguns dos títulos anunciados são "Canção de Lisboa" (na fotografia) e "Índice Médio de Felicidade", obras destinadas ao grande público, mas também filmes de índole mais séria tais como "Amadeo de Souza Cardoso - o último segredo da arte moderna" ou "Ornamento e Crime" de Rodrigo Areias.

A Quinzena vai contar com também cinema de animação destinado aos mais jovens. O produtor e realizador Luís Matta de Almeida apresenta uma

O

série de desenhos animados da sua autoria que serão projetados no Centro Cultural Portugal - Instituto Camões.

A Quinzena será encerrada por um filme dedicada à artista plástica Paula Rego, realizado pelo seu filho Nick Willing que estará no Luxem-burgo para a apresentar a sua obra.

Uma das projeções especiais será a "Noite de Cannes", que inte-grará as três curtas metragens que participaram no festival de Cannes de 2017: "Farpões, Baldios" de Marta Mateus, "Coelho Mau" de Carlos Conceição e "Água Mole" de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves.

Por Raul Reis

Cabeças de cartaz Os portugueses e a crise

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íNdice empresas

São já alguns milhares, as empresas criadas por empreendedores portugueses no Luxemburgo, mas ainda não atingiram a fasquia dos 20% relativamente ao total do país – percentagem que traduziria uma distribuição mais equilibrada.

empreeNdedores e proJetos portugueses No LuxemBurgo

O perfil do empreendedor por-tuguês é hoje em dia bastante heterógeneo, tanto ao nível das gerações representadas, como

dos sexos e dos setores de ati-vidade. A horesca continua a ser dominante, mas mesmo aqui a evolução para espaços e

serviços de elevada qualidade foi notória. Uma preocupação recorrente nas entrevistas que efetuamos para este dossier.

Outro fenómeno marcante é a aposta cada vez mais generali-sada da formação e da diversi-ficação através da inovação.

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carla cabeças e graciela almeida

pomme CannelleMovidas pela ambição e sobretudo pela vontade de servir mais clientes, as empre­sárias Carla Cabeças e Graciela Almeida investiram num novo espaço de 250 m2, na mesma rua em que se situava o anterior estabelecimento, que dispunha apenas de 50 m2. Conheceram­se no setor da restauração e, em 2014, decidiram adquirir o fundo de comércio do café onde uma delas trabalhava. O sucesso foi garantido tanto que três anos mais tarde, em Junho de 2017, inauguram o padaria pastela­ria Pomme Cannelle num espaço muito maior. Arriscaram e estão muito contentes com a adesão dos clientes, até porque não havia nenhum espaço semelhante num dos bairros mais português da capital. O pão fresco de várias qualidades e a paste­laria fresca são os pontos fortes da casa. Também não falta a afamada doçaria con­ventual portuguesa. Com mais de 25 variedades de chás naturais, crepes (salgados e doces), gelados, ’milk shakes’ e a famosa maçã com canela acompanhada com gelado de baunilha que, no Inverno, é servida com calda quente, o sucesso é garan­tido. Aberto todos os dias das 6h30 às 19h e aos domingos das 8h às 19h.

Creche bidibulEm funcionamento desde 2011, a creche Bidibul, situada em Foetz, a 10 minutos da capital, acolhe crianças com idades compreendidas entre os dois meses e os quatro anos. Atualmente tem uma equipa de 30 profissionais, entre educadoras, assistentes de educadores e pedagogos. A Bidibul é uma empresa familiar gerida pela Sonia, que assumiu o negócio em 2015. Formada em gestão e mãe de três crianças, optou por aplicar um método de ensino inovador e eficiente. O modelo de ensino ‘Montessori’ assenta no conceito ‘ajuda­me a fazer sozinho’ e incentiva a autoconfiança e a independência das crianças. A fim de assegurar a evolução e adaptação da criança, a equipa da Bidibul dividiu as crianças em quatro grupos etários: 0­12 meses, 12­24 meses, 2­3 anos e 3­4 anos. Com formação específica no inovador e eficiente método de ensino ‘Montessori’, a equipa de profissionais fala três línguas: luxemburguês, francês e português. Com um horário alar gado durante todo o ano, das 5h00 às 22h30 durante a semana e das 7h30 às 20h aos sábados, a creche Bidibul também abre nos períodos de férias.

bruno costantini / andrés salas

Costiles / reebouEm parceria com a empresa Reebou, a Costiles dá seguimento em 2017 ao ciclo de exposições "Arte&Mosaicos, nas instalações da empresa em Esch­sur­Alzette.

Com uma sala de exposição de azulejos de 950 m2, a ideia foi de juntar a cultura a uma matéria­prima transformada como o mosaico. Promove­se o talento de artistas através de três ou quatro exposições anuais de pintura, fotografia, escultura ou mesmo tertúlias com escritores. A ideia partiu de Bruno Costantini, da Costiles, empresa de empresa de transformação, corte e assentamento de ladrilhos. Assim, desmistifica­se um pouco a arte demonstrando que ela pode ser exposta em todos os lugares, mesmo em painéis de mosaicos.

Andrés Salas, gestor de projetos da Reebou, empresa de comunicação visual, aceitou de imediato o convite lançado pelo empresário, com quem trabalha há algum tempo, e considera que esta é também uma forma diferente de reunir com os clientes, não só pelo lado ‘business´ mas também por uma vertente cultural.

boni mores

Cidália antunes e pedro GouveiaInaugurada em 2015, a loja gourmet Boni Mores rapidamente se tornou uma refe­rência no que toca aos vinhos e charcutaria portuguesa no Grão­Ducado. No início de Outubro, Cidália Antunes (gerente) e Pedro Gouveia (diretor comercial) convi­daram o público para duas sessões de portas abertas onde foram apresentadas as principais novidades. “Apresentamos agora uma maior variedade de produtos portugueses, nomeadamente nos vinhos, mas também na mercearia fina”, explica Pedro Gouveia. “Todos os produtos são selecionados em função de cotações de prémios nacionais e internacionais”, acrescenta, salientando o “contacto direto com os fornecedores” e a relação “qualidade­preço tendo em conta a concorrên­cia”. Aberto de segunda a sexta das 14h às 18h e aos sábados das 10h às 12h e das 14h às 18h, Boni Mores, abre também para a realização de eventos, provas de degustação e ‘afterworks’ mediante reserva. Efetuam ainda entregas ao domicílio e confecionam cabazes de Natal personalizados, tanto para privados como para empresas.

graça silva

le peigne en orPrestes a completar três décadas como empresária, Graça Silva continua empe­nhada como nos primeiros tempos. A paixão pela profissão fez com que se man­tivesse em constante formação, tornando­se uma das cabeleireiras mais reco­nhecidas do Luxemburgo e que oferece uma gama de serviços adequados às necessidades atuais: cabeleireiro misto, barbearia à navalha, serviço personalizado de postiços e perucas, soluções de última geração como as extensões ultra­som (que não danificam o cabelo), maquilhagem permanente, make­up para todas as ocasiões, depilação e limpeza de pele, manicure e pedicure (com centro de forma­ção de unhas em gel). Graça Silva representou o Luxemburgo em concursos nacio­nais e internacionais, a convite da “La Coiffure” (Federação dos Empresários Cabe­leireiros) e da Câmara dos Assalariados. Em cinco anos de participação, arrecadou primeiros e segundos prémios nos concursos que ditam a moda europeia. Além das formações que organiza nos seus dois salões, é também formadora na Cham­bre des Métiers. Começou a trabalhar na profissão aos 15 anos e diz não ter inten­ção de parar.

ana barreiro e fábio biolcati

CClCvA Chambre de Commerce Luxembourg – Cap Vert foi criada em 2014 com o obje­tivo de promover as trocas comerciais entre os dois países, sob o signo do desen­volvimento sustentável, promovido pela economia circular adotada pelo governo luxemburguês. Em parceria com a plataforma internacional de negócios sustentá­veis, Made in Forest (reconhecida pela ONU), a CCLCV dedica­se também à forma­ção e à participação cívica dos cidadãos. Foi nesse âmbito que, nos últimos meses, decorreram várias ações de sensibilização no terreno para as eleições autárquicas que contaram com a participação do Primeiro­Ministro, Xavier Bettel, do Presidente da Câmara dos Deputados, Mars di Bartolomeo, e de vários outros nomes conheci­dos da cena política luxemburguesa, como Lydie Polfer, Collette Mart, Mathis Prost, Marceline Goergen, Marc Angel, Cathy Fayot, Guy Foetz, Tania Silva, Paolo Moretti, Jean­Paul Schaaf, Alain feypel, Marthy Thull, Abbes Jacobye Bob Steichen. Participa­ram ainda os cabo­verdianos Angela Lima, Antonia Dahm, Do Rosario, Jairo Delgado, Adelio Silva e Armand Drews ­ Fundador da CCLCV.

100, rue de Bonnevoie, 1260 LuxemburgoT.: + 352 26 18 76 72

6, rue des Artisans, 3895 Foetz T. : +352 26 17 55 42Facebook : Crèche Bidibul

Costiles Z.I. um Monkeler, L- 4149 EschT.: +352 261 084 79 / www.costiles.lu

Reebou35, rue J-F Kennedy, L-7327 Steinsel T: +352 275 184 18 / www.reebou.eu

4, rue D’Echternach L-1453 Dommeldange T.: +352 260 089 93 [email protected] / www.bonimores.lu Facebook: Boni Mores

Le Peigne en Or19, rue Large L – 4204 Esch T.: +352 530 845

[email protected] LPO Coiffure7, rue Chimay L – [email protected]

9, route de Thionville, L-2611 LuxembourgT. : +352 691 849 195 / 20 600 690 30 [email protected]  / www.cclcv.com / www.eu24h.org Facebook: CCLCV

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epois de uma experiên-cia bem sucedida no “Um Loomperang”, F e r n a n d a B a t a l a u voltou a apostar neste conceito, desta vez em Remich. Este é o sexto restaurante da empre-sária portuguesa e o pri-

meiro fora da capital.“Somos o primeiro rodízio nesta região, é um conceito

que a clientela aprecia, sobretudo a estrangeira, mas não é um negócio fácil. Há muito desperdício, as carnes só se podem cortar no máximo três vezes. Depois há pessoas que gostam da carne bem passada, o que implica que só tens um corte, ou seja, tens de ter um churrasqueiro experiente e que saiba gerir muito bem as mesas. Por outro lado, há menos desperdí-cios em termos de variedade, em relação a outros restaurantes.

Há muitos luxemburgueses e alemães que vêm a primeira vez e pedem à carta e quando veem o rodízio perguntam o que é e querem provar. Foi assim que fizemos a nossa clientela no Um Loomperang.

Ainda há um desconhecimento grande sobre o rodízio. As pessoas associam com picanha, mas são coisas diferentes. A picanha é apenas um dos possíveis ingredientes. A qualidade das carnes faz toda a diferença e a carne dinamarquesa Skar’s é a nossa preferida. Já experimentamos outras, que vêm de mais perto, mas esta marca é a melhor.

Neste novo espaço de cerca de 130m2, com capacidade para 75 pessoas, optei por pessoal que já trabalhou na Alema-nha e fala as línguas mais utilizadas nesta região.”

Am Keller, no 6, place do Marché, é o sexto restaurante da empresária portuguesa Fernanda Batalau

rodízio am Keller, em remichEmpresária volta a apostar num conceito que já deu provas.

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L O M P E R A n g / P A R C E I R O D E C I S ã O

rvb Catering GroupA empresa RVB Catering Group iniciou os seus serviços a 1 de setembro de 2016, trazendo para o Luxemburgo propostas gastronómicas de elevada qualidade. Na senda de um crescimento forte e sustentável, a empresa aposta fortemente na organização de eventos e de 'catering' no Luxemburgo, bem como noutros países europeus como a Espanha, a França, a Bélgica e a Alemanha. Além da organização de todo o tipo de eventos como casamentos, a empresa assegura toda a estrutura necessária à realização dos mesmos, contando com um serviço de catering inova­dor. A entrega de refeições é feita a empresas, a particulares e a creches através de encomendas por telefone, por e­mail ou através da plataforma online. Semanal­mente é lançada uma ementa diferente, elaborada por um nutricionista que dá pri­mazia a uma alimentação saudável aliada aos melhores produtos gastronómicos portugueses. A empresa disponibiliza igualmente o material necessário à organiza­ção de um evento como a loiça, cadeiras, mesas, decoração e a animação (maqui­lhadores faciais, insufláveis, fogo de artifício, etc.), no território luxemburguês.

11, rue du Bois, L-3980 Wickrange, Luxemburgo T.: +352 287 940 40 / +352 691 494 040 / Fax: +352 28 79 40 30 Facebook: RVB Catering group / www.rvb.lu

toni machado

toitures FercolToni Machado, gerente da Toitures Fercol, seguiu desde os 15 anos de idade os passos do seu progenitor (picheleiro de formação), e com ele aprendeu a profis­são. Ao longo destes 30 anos adquiriu uma larga experiência no sector da constru­ção de telhados, direcionando os seus objetivos e projetos na execução de serviços com qualidade, dedicação e compromisso. Hoje, com empresa própria, tem orgu­lho na satisfação dos seus clientes, que considera a sua melhor publicidade. A Toitures Fercol é uma empresa especializada em telhados e coberturas, com sede em Differdange. Criada em 2007, a Fercol possui a sua própria filosofia, atuando no mercado há cerca de 10 anos. Com uma infraestrutura que permite responder com eficácia às necessidades de cada cliente, desde o primeiro contato comercial até à conclusão dos serviços, tem na satisfação do cliente a sua prioridade. Executa todo o tipo de coberturas de telhados, trabalhos de carpintaria, colocação de caleiras, reparação e renovação de telhados e isolamento térmico dos telhados. Com a che­gada da chuva e do mau tempo, um check­up é sempre uma segurança.

gSM: + 352 621 542 316 (incluindo serviço de piquete aos fins-de-semana)Email: [email protected] Site: www.fercol.lu

joana neves

epicerie joanaJoana Neves é uma jovem empreendedora que, ao ter saudades de Portugal, viu uma oportunidade de negócio e de se tornar empresária. Apostou num pequeno negócio ao estilo das mercearias da sua infância e da sua terra natal. Se o comér­cio de proximidade continua na moda, os produtos portugueses inovadores con­tinuam a conquistar o consumidor, e Joana Neves soube aliar tudo isso. Na sua mercearia situada em Esch­sur­Alzette pode encontrar todo o tipo de doçaria por­tuguesa, o ex­libris nacional. Todos os produtos são selecionados pela proprietá­ria que está sempre à procura das novidades do mercado para importar para o Luxemburgo. Além dos produtos típicos portugueses, a charcutaria e queijos, há uma seleção variada de peixes e frutas e legumes da época, como as cerejas. Pode encontrar aqui todos os produtos made in Portugal que vão tornar o seu churrasco ou piquenique num sucesso. Também é possível encontrar na Epicerie Joana um leque de produtos sem glúten, sem lactose ou vegetarianos. Aberto de segunda­feira a sábado, das 8h30 às 19h e ao domingo das 8h30 às 12h30.

42, Rue Zénon Bernard L-4031 Esch-sur-Alzette T.: +352 547 513 Facebook: Epicerie Joana

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nuno simões

opus MerNatural da Figueira da Foz, o sócio­gerente Nuno Simões vem de uma família com história na área da restauração. Desde maio de 2015 que se tornou um jovem empre­sário no setor e apostou em criar um restaurante que refletisse a imagem da sua cidade natal. A sua formação em gestão e economia aliada à paixão pela profis­são transformaram o Opus Mer num restaurante de prestigio. Conhecido pelo peixe fresco e pela gama de marisco, o Opus Mer transformou­se numa casa muito seme­lhante às da Figueira da Foz, só que no Luxemburgo. Hoje, Nuno Simões gere uma equipa de 15 pessoas, num espaço de prestígio em Esch, com capacidade para 130 pessoas e preparado para organizar eventos. Com uma gama variada de peixe fresco, que é comprovada por uma montra logo à entrada, destacam­se o robalo, a dourada, o salmão, o rodovalho, a corvina e o linguado. A sapateira recheada, as gambas gre­lhadas ou cozidas, as ostras, o lavagante, os búzios, a ameijoa à bulhão pato, o arroz e a açorda imperam nos mariscos. Também a picanha serve de embaixatriz da casa, assim como vários tipos de carne grelhada criteriosamente selecionada.

carrosserie ncm

Melvin e Manuel da rosaOs conhecimentos técnicos já os tinha, sabia também como funcionava o negócio. Para Manuel da Rosa, só faltava avançar. Foi o que fez em 2004. Especializou­se em carroçaria e mecânica multimarcas, tornando­se membro acreditado da Subaru e da Bosh Car Service – o que lhe permite reparar veículos de qualquer marca ainda sob garantia. Iniciou a atividade com uma equipa de oito empregados, que, entretanto, duplicou. Alguns mecânicos já cá estavam, outros vieram de Portugal, mas o essen­cial sempre foi apostar na qualidade e na formação da sua equipa. Num ramo onde a concorrência é tão elevada, colocando uma grande pressão sobre as margens, Manuel da Rosa apostou desde sempre em construir uma relação de longo prazo e de confiança com os seus clientes. Atualmente, o principal objetivo é otimizar os recursos existentes. Num setor onde é praticamente impossível prever a quantidade de trabalho, a gestão dos recursos humanos e da tesouraria são desafios constan­tes. Tarefas agora partilhadas com o seu filho, Melvin Rosa, que dará continuidade ao negócio.

domingues esteves

la belle pierreDesde 2013 que Grevenmacher tem um restaurante tipicamente português. O empresário Domingos Esteves abriu um espaço que reflectisse as suas ideologias e gostos. As especialidades da casa são o bacalhau, o polvo, as gambas e as carnes, nunca esquecendo os acompanhamentos como as incontornáveis migas. La Belle Pierre oferece uma experiência gastronómica rica e sofisticada regada com um número significativo de vinhos selecionados de várias regiões de Portugal. Nesta casa é quase obrigatório experimentar o Naco na Pedra, tão conceituado que serviu de inspiração para o nome. A pensar nos clientes mais apressados, disponibiliza buffet à volonté ao almoço e serviço take away. Com capacidade para 50 pessoas, o espaço foi criado de raiz por Domingos Esteves e esposa, Sandra Silva, proprietário, gerente e cozinheiro da casa. Como forma de dinamizar a cultura minhota, a gerência promove festivais gastronómicos excepcionalmente, com aberturas e programas especiais. Aberto todos os dias exceto à segunda e à terça­feira.

robur cork couture

jorge s., Katja j. e Michel FouargeE se a cortiça se transformasse na sua segunda pele? Ficção? Talvez não, pelo menos é nesse sentido que o empreendedor lusodescendente Jorge Simões, juntamente com Katja jost, o ex­manequim Michel Fouarge e uma equipa de profissionais de várias áreas, desde os especialistas na costura da cortiça aos designers de moda, estão a trabalhar. O lançamento da primeira coleção de roupa interior e acessórios em cortiça está previsto já para o próximo mês de novembro. « Roburcork » foi o nome escolhido para a marca que ambiciona revolucionar o mercado do pronto­a­vestir com um conceito 100% natural e inovador. Da coleção, que fará aparição em certames internacionais de moda na época 2018/2019, fazem parte artigos de bijuteria, sacos, cintos, chapéus e vários outros acessórios. Um projeto ambicioso que vai ao encontro da estratégia de diversificação iniciada pelos principais produtores de cortiça em Portugal e que tem vindo a conquistar cada vez mais adeptos em todo o mundo.

68, rue du Canal L-4051 Esch-sur-Alzette T.: +352 26 53 07 58 www.opusmer.lu Facebook: Opusmer, Seafood, fish n'grill

113, route d’Arlon, L-8211, MamerT : (+352) 31 89 91 40www.carrosserie-ncm.lu / [email protected]

15, route de Thionville, L-6791 grevenmacher T.:+352 267 453 13 / +352 621 752 531 www.labellepierrerestaurant.comFacebook.: La Belle Pierre

6, rue Pierre Risch L-5450 Stadtbredimus Luxembourg. Tél : +352 [email protected] /www.roburcorkcouture.com

mercearia costa vert

adelaide e CristianoCom duas lojas, uma em Hosingen e outra em Clervaux, e prestes a abrir uma ter­ceira, desta feita em Troisvierges, em novembro, a mercearia Costa Vert não tem tido mãos a medir. Ao todo, mais de 2.800 produtos tipicamente portugueses, cri­teriosamente selecionados, como a charcutaria caseira e os queijos, uma grande variedade de produtos frescos, como o peixe, a carne, os legumes as frutas, o pão quente feito na hora e a pastelaria tradicional fazem as delícias de uma clientela que não é só portuguesa. A terceira loja é a resposta a uma procura que tem vindo a estender­se às regiões vizinhas. “Temos clientes que vêm à nossa loja de Clervaux propositadamente de Troisvierges. No Norte havia pouca oferta em termos de produtos portugueses e a procura é grande. Queremos propor uma variedade de produtos de qualidade a preços razoáveis que não se encontram nas grandes superfícies e que os nossos clientes apreciam”, explica o casal de empreendedores, apaixonados pelo negócio. As mercearias Costa Vert estão abertas todos dias, incluindo ao domingo.

taxis pascoal

dolores pascoalSediada em Huncherange (Bettembourg) desde 2006, a empresa de Táxis e Ambu­lâncias Pascoal começou com apenas dois empregados empregando hoje duas dezenas de trabalhadores. Dolores Pascoal é a gestora desta empresa que efetua o transporte de doentes em táxis ambulância para pessoas com mobilidade redu­zida, quer seja para tratamentos ambulatórios como para o transporte de pacien­tes em cadeira de rodas ou de maca. Um serviço disponível todos os dias da semana, inclusive fora das fronteiras luxemburguesas, e reconhecido pela Caixa Nacional de Saúde (CNS). Os serviços que são comparticipados pela CNS pode­rão ser reembolsados mediante a apresentação da fatura e da prescrição médica. A empresa dispõe ainda de um serviço normal de táxis e de aluguer de limousines, um serviço cada vez mais na moda, sobretudo para casamentos e jantares de gala. Este serviço de limousines é geralmente associado a festas temáticas ou aniversá­rios marcantes, como meio século de existência ou bodas de casamento, trazendo ainda mais divertimento e cor ao seu evento.

Loja I (Hosingen)38, rue principale, L-9806, Hosingen. T: (+352) 26904732Loja II (Clervaux)

5, rue de la gare, L-9707, ClervauxT : (+352) 26903412www.costavert.lu / facebook : Costa Vert

69, Route d´Esch, L-3340 HuncherangeT: (352) 52 38 83www.taxipascoal.lu

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metissage

luís CarvalhoO restaurante Métissage, em Bonnevoie, apostou numa nova ementa para esta rentrée, continuando a ser, no entanto, a referência da gastronomia crioula no Luxemburgo. “Renovamos os nossos pratos privilegiando a qualidade em vez da variedade. Atualmente, temos capacidade para confecionar pratos tipicamente cabo­verdianos de alta qualidade, seja de carne, peixe ou marisco”, garante Luís Carvalho, cozinheiro profissional, natural da cidade da Praia (ilha de Santiago) e proprietário do estabelecimento. “Fui eu que dei o nome ao restaurante. Metissage significa mestiço, que é o nosso povo. Com este espaço, pretendo contribuir para fortalecer os laços no seio da nossa comunidade, proporcionando um local de encontro e convívio”, acrescenta.Aberto de terça a sábado das 10h às 13h e domingo das 10h às 23h, o Metissage propõe­lhe pratos como a já famosa “cachupa”, “arroz de polvo”, “congo” (guisado de ervilhas e mandioca), “dourada”, “scampis de coco”, “gambas ou bacalhau à Metissage”, “feijão pedra” (estilo feijoada), e uma série de petiscos (bafas em crioulo) como as asas de frango picantes, as bifanas à nossa moda, o pincho, etc.

café restaurante ruby

susana ribeiro e Carlos santosCom uma média de 70 refeições por dia, o café restaurante Ruby é um dos espaços mais requisitados no bairro da Gare no que toca à gastronomia portuguesa. As especialidades são o polvo e o bacalhau à lagareiro, as lulas grelhadas, a picanha, a costela de vitela e de vaca e as francesinhas – um prato que é servido apenas um sábado à noite por mês, e que faz as delicias de uma clientela fiel. O peixe continua a ser, no entanto, um dos principais cartões de visita, atraindo clientes de todas as nacionalidades. Aberto há cerca de um ano em meio, o restaurante rapidamente conquistou o seu espaço. “O negócio está a correr muito bem e os clientes procuram­nos sobretudo devido às nossas especialidades e à qualidade dos nossos pratos do dia”, explica Carlos Santos, proprietário do estabelecimento, juntamente com a sua esposa, Susana. Um sucesso de equipa que conta com a preciosa colaboração de Teresa Pereira e Rosa Silva na cozinha e Joana Vieira na sala. Aberto de segunda a sábado, das 6:30 à 1:00, o Ruby serve também pequenos almoços.

restaurante o emigrante

anabela araújoRetomou o negócio em 2016, mantendo­lhe o nome em homenagem aos pioneiros da imigração portuguesa no Luxemburgo. E a decoração não engana, fazendo jus ao nome. É conhecido sobretudo pelas francesinhas, mas há muitas outras razões para visitar este espaço tipicamente português. O arroz de cabidela, a feijoada à transmontana, o leitão, o cabrito no forno, as espetadas de picanha, as gambas grelhadas, são alguns dos muitos pratos que fazem as delicias dos amantes da cozinha típica portuguesa. Com a fama de serem as melhores do país, as francesinhas são confecionadas com bife da vazia, podendo ainda optar pela especialidade da casa, a francesinha “terra e mar”, com delicias do mar e gambas. Mas para lá da qualidade dos ingredientes o segredo da receita está na forma como é confecionada, em especial o molho, mas esse continua a ser segredo… “Aos fins de semana não temos mãos a medir. Convém reservar”, afirma a proprietária, obrigada a ampliar a sala para responder à crescente procura. Aberto de terça a domingo, das 9h às 1h, o Emigrante serve também frango no churrasco para levar.

9, rue Irmine, L-1814, BonnevoieTel.: 27999555Facebook : Metissage-café

70, rue d’Anvers, L-1130 LuxemburgoT: (+352) 27992137Facebook: Ruby Café Luxembourg

38, rue Victor Hugo, L-4140, EschT: (+352) 26550504Facebook: Café Restaurante O Emigrante

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59, route de LongwyL-8080 Bertrange

Tél.: (+352) 26 310 134Fax: (+352) 20 202 235

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À qualidade e experiência do serviço CUNHA & PARTNERS associa-se a FIDUCIAIRE CPK e a CMANOS REAL ESTATE, para acompanhar os principais setores de crescimento económico e diversificar a oferta aos clientes. Um Grupo diversificado, com soluções à medida dos seus objetivos. Ao seu lado em Portugal e no Luxemburgo.

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