relatÓrio anual 1997 - ecb.europa.eu · bef/luf franco belga/luxemburguês dkk coroa dinamarquesa...

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I NSTITUTO M ONETÁRIO E UROPEU Maio 1998 RELATÓRIO ANUAL 1997

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I N S T I T U T O M O N E T Á R I O E U R O P E U

Maio 1998

R E L A T Ó R I O A N U A L

1 9 9 7

II

© Instituto Monetário Europeu, 1998

Postfach 16 03 19, D-60066 Frankfurt am Main

Todos os direitos reservados. É permitida fotocópia para fins pedagógicos e não comerciais desde que a fonte

seja reconhecida.

ISSN 1024-5561

Execução gráfica de Kern & Birner GmbH + Co., D-60486 Frankfurt am Main

III

Índice

Prefácio

Sumário 1

Capítulo ICondições económicas, monetárias e financeiras na União Europeia

1 Enquadramento económico e financeiro em 19971.1 Principais desenvolvimentos fora da UE 161.2 Evolução macro-económica na UE 211.3 Progressos alcançados na convergência macro-económica 27

2 Políticas monetárias nos Estados-membros2.1 Convergência adicional das taxas de juro 302.2 Políticas monetárias nos Estados-membros 31

3 Perspectivas económicas e desafios3.1 Perspectivas económicas para 1998-99 383.2 Políticas monetárias no restante período da Segunda Fase 39

Capítulo IITrabalhos preparatórios para a Terceira Fase

1 Política monetária1.1 Estratégia de política monetária 461.2 Execução da política monetária única 46

2 Política cambial2.1 MTC II 512.2 Intervenção cambial e gestão das reservas cambiais do BCE 512.3 Orientações para as operações em activos de reserva dos BCN

e dos Estados-membros 512.4 Taxas de câmbio de referência do euro 522.5 Pré-anúncio das taxas bilaterais a utilizar na determinação das taxas

de conversão irrevogáveis em relação ao euro 52

3 Estatísticas3.1 Adopção dos requisitos estatísticos para a Terceira Fase 543.2 Organização do trabalho estatístico a nível europeu 573.3 Aspectos legais 573.4 Infra-estrutura dos sistemas de informação 57

4 Sistemas de pagamentos4.1 O sistema TARGET 594.2 Sistemas de liquidação de títulos 60

IV

5 Preparação das notas de banco em euro 63

6 Questões contabilísticas 65

7 Sistemas de informação e comunicação 66

8 Supervisão bancária e estabilidade do sistema financeiro 68

9 Questões jurídicas9.1 Convergência legal 719.2 Legislação comunitária derivada 72

10 Transição para o euro 73

11 Informação ao público 76

Capítulo IIIOutras atribuições do IME

1 Supervisão do Sistema de Compensação e de Liquidação do ECU1.1 Actividades do Sistema de Compensação e de Liquidação do ECU em 1997 801.2 Trabalhos preparatórios para a Terceira Fase da UEM 81

2 Dinheiro electrónico 82

3 Cooperação na área da supervisão bancária e estabilidade financeira3.1 Actuação e estabilidade dos sistemas bancários da UE a médio e longo prazo 843.2 Utilização de dados macro-económicos no processo de supervisão 863.3 Outras questões 87

4 Administração dos mecanismos do SME e dos empréstimos comunitários4.1 Mecanismos do SME 894.2 Empréstimos comunitários 89

5 Funções consultivas 91

6 Acompanhamento do cumprimento da proibição de financiamentomonetário e de acesso privilegiado 94

7 Cooperação com outras instituições 95

Contas Anuais do IME 99

V

Anexos

Excertos do Relatório de Convergência (Março de 1998) 110Comunicado conjunto sobre a determinação das taxas de conversãoirrevogáveis para o euro, datado de 2 de Maio de 1998 118Glossário 123Cronologia das medidas de política monetária tomadas na UE em 1997 133Outras publicações do IME 138

VI

6 Objectivos e orientações da política monetária dos Estados-membros 33(a) Agregados monetários - objectivos e orientações(b) Objectivos formais para a inflação

7 Empréstimos Comunitários 908 Procedimentos de consulta 929 Taxas centrais bilaterais do MTC que serão utilizadas na

determinação das taxas de conversão irrevogáveis para o euro 119

Gráficos

1 Evolução nas principais economias industrializadas 182 Taxas de desemprego 263 Taxas de juro oficiais e directoras 324 Diferenciais de taxa de juro de curto prazo em relação à Alemanha 35

Lista de caixas, quadros e gráficos *

Caixas

1 Evolução da crise asiática em 1997 19Quadro: Variações dos preços dos activos nos mercados asiáticos 21

2 Características da área do euro 40Quadro: Principais características da área do euro, 1997 42

3 Parecer do Conselho do IME sobre a emissão de dinheiro electrónico 82

Quadros

1 Evolução recente do crescimento real do PIB 222 Composição do crescimento na UE em 1997 243 Balanças comerciais e de transacções correntes na UE 254 Comparação dos dados de desemprego nacionais e do EUROSTAT 275 Indicadores económicos e critérios de convergência do

Tratado de Maastricht 29

* Sinais convencionais utilizados nos quadros:

“ - ” Não aplicável

“ . ” Não disponível

“… ” Nulo ou irrelevante

* Metodologia utilizada no Relatório:

Os valores agregados para a UE-15 mencionados no presente Relatório são geralmente calculados usandotaxas de câmbio das paridades do poder de compra de maneira a ponderar os dados nacionais individuais.No entanto, nos dados sobre o comércio externo, utilizaram-se as taxas de câmbio observadas em 1993. Astaxas e os índices (excepto para o IPC) são ponderados com os pesos do PIB em 1993, enquanto o IPC éponderado com os pesos das despesas dos consumidores.

O presente Relatório foi concluído no início de Maio de 1998.

VII

* De acordo com a prática corrente na Comunidade, a listagem dos países constantes no presente relatório éfeita segundo a ordem alfabética dos nomes dos países nas línguas nacionais.

Abreviaturas

Países*

BE BélgicaDK DinamarcaDE AlemanhaGR GréciaES EspanhaFR FrançaIE IrlandaIT ItáliaLU LuxemburgoNL Países BaixosAT ÁustriaPT PortugalFI FinlândiaSE SuéciaUK Reino UnidoJP JapãoUS Estados Unidos da América

Moedas

E euroBEF/LUF Franco belga/luxemburguêsDKK Coroa dinamarquesaDEM Marco alemãoGRD Dracma gregoESP Peseta espanholaFRF Franco francêsIEP Libra irlandesaITL Lira italianaNLG Florim holandêsATS Xelim austríacoPTE Escudo portuguêsFIM Marca finlandesaSEK Coroa suecaGBP Libra esterlinaJPY Iene japonêsUSD Dólar dos EUA

VIII

Fila de trás (da esquerda para a direita): A. Fazio, P. Jaans, M. O'Connell, U. Bäckström,A. de Sousa, A. Verplaetse, J.-C. Trichet, N. Wellink, L. Papademos, K. Liebscher, E. George.

Fila da frente: H. Tietmeyer, S. Hämäläinen, W. Duisenberg (Presidente), L. Rojo (Vice--Presidente), B. Andersen.

IX

Conselho do IME

A. Lamfalussy (até 30 de Junho de 1997) Presidente do IMEW. Duisenberg (a partir de 1 de Julho de 1997)

L. Rojo Banco de España eVice-Presidente do IME

A. Verplaetse Nationale Bank van België/Banque Nationale de Belgique

B. Andersen Danmarks Nationalbank

H. Tietmeyer Deutsche Bundesbank

L. Papademos Bank of Greece

J.-C. Trichet Banque de France

M. O’Connell Central Bank of Ireland

A. Fazio Banca d’Italia

P. Jaans Institut Monétaire Luxembourgeois

W. Duisenberg (até 30 de Junho de 1997) De Nederlandsche BankN. Wellink (a partir de 1 de Julho de 1997)

K. Liebscher Oesterreichische Nationalbank

A. de Sousa Banco de Portugal

S. Hämäläinen Suomen Pankki

U. Bäckström Sveriges Riksbank

E. George Bank of England

X

I N S T I T U T O M O N E T Á R I O E U R O P E U

Secção dePlaneamento

Secção de Estatísticas Económicas Gerais e

Financeiras

Secção de Administração e de

Sistemas de Informação Estatística

Secção deEstatísticas Bancárias

e Monetárias

Secção de Estatísticas da Balança de Pagamentose das Reservas Externas

Secção da Biblioteca

Secção de Traducção

Secretariado doSub-comité de

Politica Monetária

Secção de Instalações

Mercados Financeiros

Consultor do Presidente

Gabinete de Imprensa

Informação Pública

Secretariado Geral

Projectos de Apoio, Desenvolvimento e de

Infraestruturas

Projectos do BCE e Planeamento

de TI

Projectos do SEBC

Consultor

Divisão daSegunda Fase

Secção de Análise Económica eMonetária

Divisão daTerceira Fase

Secretariado do Conselho do IME e

Arquivos

Secção de Políticados Sistemas

de Pagamentos

Secção do SME/ECU

Secção de Enquadramento

Monetário

Secção de Estudos Gerais

Divisão deEstatísticas

Departamento de Estatísticas Estudos

Monetários e Económicos

Departamento de Sistemas de Informação

e Comunicação

Divisão de Sistemas de Informação e

Comunicação

Divisão de Política Económica

Supervisão Bancária e Análise de Risco

Divisão de Serviços Jurídicos

Director Geral

Presidente

Departamento Administrativo

Divisão de Pessoal e Apoio Administrativo

Secção de Análise Orçamental

Secção de Análisepor País

Secção do Sistema TARGET

Divisãode Organização

Secção de Serviços Externos

Secção de Recrutamento e

Política de Pessoal

Secção de Processamento de

Salários e Benefícios

Secção de Apoio Administrativo e

Segurança

Secção de Organização e Controlo

Secção de Contabilidade

Secção de Estratégia Monetária

Secretariado do Grupo de Trabalho dos Sistemas

de Pagamentos e Sistemas de Liquidação de Títulos da UE

Auditor interno

XI

Fila de trás (da esquerda para a direita): J. Etherington, P.-W. Schlüter, G.H. Hogeweg, L. HoogduinFila da frente: R. Raymond, W. Duisenberg; H.K. Scheller

Gestão do IME

A. Lamfalussy (até 30 de Junho de 1997) PresidenteW. Duisenberg (a partir de 1 Julho de 1997)

R. Raymond Director Geral

H. K. Scheller Secretário Geral,Director do Secretariado Geral

G. J. Hogeweg Director do Departamento de Estatísticase Estudos Monetários e Económicos

P.-W. Schlüter Director de Departamento Administrativo

J. Etherington Director do Departamento de Sistemasde Informação e Comunicação

L. Hoogduin Consultor do Presidente

XII

Comité Financeiro

L. Rojo Banco de España

J.-C. Trichet (até 31 de Agosto de 1997) Banque de FranceH. Tietmeyer (a partir de 1de Setembro de 1997) Deutsche Bundesbank

E. George (até 31 de Agosto de 1997) Bank of EnglandM. O’Connell (a partir de 1 de Setembro de 1997) Central Bank of Ireland

Presidentes do Comité de Suplentes, Sub-Comités e Grupos de Trabalho

R. Raymond Comité de Suplentes

J.-J. Rey Sub-Comité de Política Monetária

F. Saccomanni Sub-Comité de Política Cambial

T. de Swaan (até 5 de Janeiro de 1998) Sub-Comité de Supervisão BancáriaE. Meister (a partir de 6 de Janeiro de 1998)

W. Hartmann Grupo de Trabalho sobre Sistemasde Pagamentos na UE

A. Jarvis Grupo de Trabalho sobre a Notade Banco Europeia

K. Hanau (até 14 de Abril de 1997) Grupo de Trabalho sobre EstatísticasR. Álvarez (a partir de 15 de Abril de 1997)

H. Heemskerk Grupo de Trabalho sobre Assuntos Contabilísticos

Y. Barroux (até 14 de Abril de 1997) Grupo de Trabalho sobre SistemasA. Nicolle (a partir de 15 de Abril de 1997) de Informação

J. Guill Grupo de Trabalho de Juristas

M. Caparello Grupo de Auditoria do TARGET

ComitéFinanceiroConselho do IMEComité de

Suplentes

Sub-comité de Política Monetária

Sub-comité de Política

Cambial

Sub-comitéde

Supervisão Bancária

Grupo de Trabalho

sobre Siste-mas de Pa-

gamentos na UE

Grupo de Trabalho sobre aNota deBanco

Europeia

Grupo de Trabalho

sobre Estatísticas

Grupo de Trabalho

sobre Assuntos Conta-

bilisticos

Grupo de Trabalho

sobre Sistemas de Informação

Grupo de Trabalho

de Juristas

Grupo de Auditoria

doTARGET

Prefácio

XIV

O Relatório Anual do Instituto MonetárioEuropeu (IME) de 1997 é o quarto eúltimo documento deste tipo publicadopelo IME. A etapa final da transição para aTerceira Fase teve início com a confir-mação pelos Chefes de Estado ou deGoverno, nos dias 2/3 de Maio de 1998,dos Estados-membros que cumprem ascondições necessárias para a adopção damoeda única e com o pré-anúncio dastaxas de câmbio bilaterais que serão utiliza-das para determinar as taxas de conversãoirrevogáveis do euro. Desde o início de1994, o IME, em estreita colaboração comos bancos centrais nacionais da UniãoEuropeia (UE), deu início aos preparativostécnicos necessários para o estabelecimen-to do Sistema Europeu de Bancos Centrais(SEBC), para a condução da política mone-tária única na área do euro e para a criaçãoda moeda única. Esta tarefa será concluídapelo seu sucessor, o Banco Central Euro-peu (BCE).

À semelhança dos anos anteriores, o pre-sente Relatório descreve a situação econó-mica, monetária e financeira na UE, em1997, sublinha as actividades do IME eapresenta as suas contas anuais.

No que respeita à situação macro--económica global na UE, a recuperaçãoparece estar a ganhar vigor e a crise naÁsia, aparentemente, não teve até à dataum impacto negativo significativo no cresci-

mento económico. É particularmente en-corajante observar que a procura internaestá a recuperar em toda a UE, contribuin-do significativamente para o crescimentoreal do PIB. Por outro lado, é desapontadorobservar que o crescimento do investi-mento fixo permanece historicamente fra-co em diversos países, apesar dos funda-mentos económicos subjacentes serem fa-voráveis. Além disso, o comportamento domercado de trabalho na UE ainda é insatis-fatório. Os níveis elevados de desempregodos jovens e de longa duração, bem comoa ausência de criação sustentada de em-prego, apontam para a natureza estruturalda maior parte do desemprego na UE epara a necessidade de medidas estruturaiscompensatórias para aumentar a flexibilida-de do mercado.

Entretanto, a taxa de inflação na UE em1997 foi a mais baixa em vários anos, tendoum número crescente de países registadouma taxa de inflação igual ou inferior a 2%.Em termos gerais, a primeira fase da recu-peração não tem dado origem a pressõesinflacionistas significativas, permitindo a ma-nutenção generalizada de baixas taxas dejuro, na maior parte dos países da UE, equedas significativas destas em diversosoutros. Para os países que vão adoptar amoeda única será essencial manter esteambiente geral de estabilidade de preços eassegurar que o nível geral de baixas taxasde juro surgido é compatível com a estabili-dade de preços em toda a área do euro.

Tal como foi salientado na recente análisefeita pelo IME sobre a convergência macro--económica, os novos desafios futuros res-peitam à política orçamental. Em especial,em relação à futura área do euro, éessencial que todos os Estados-membrosvoltem a recuperar, o mais rapidamentepossível, um grau de flexibilidade orçamen-tal que lhes permita dar resposta a evo-luções cíclicas adversas. Essa flexibilidadeserá assegurada através de posições orça-mentais a médio prazo próximas do equilí-brio ou excedentárias. Em alguns casos,

XV

serão igualmente necessários excedentesorçamentais globais significativos e susten-tados para reduzir o encargo resultante derácios da dívida em relação ao PIB muitoelevados, tornar os orçamentos menosvulneráveis a alterações das taxas de juro eresponder ao impacto que o envelheci-mento da população terá nas finançaspúblicas.

O trabalho preparatório para a TerceiraFase decorreu de acordo com o calendárioestabelecido em 1997, cumprindo rigoro-samente os prazos fixados. Entre as muitasáreas onde foram alcançados resultadossignificativos, gostaria de salientar, em espe-cial, as seguintes:

em matéria de estratégia, os progressosrealizados na identificação das estraté-gias adequadas para a Terceira Fase(preparando um conjunto de elementoschave que irão caracterizar a estratégiado SEBC) e o desenvolvimento da infra--estrutura analítica e econométrica ne-cessária para apoiar as decisões depolítica monetária;

definição da especificação técnica doquadro operacional do SEBC e esta-belecimento dos instrumentos e dossistemas de informação e comunicaçãonecessários para a execução da futurapolítica monetária do SEBC;

progressos assinaláveis realizados emcumprimento dos requisitos estatísticos

para a condução da política monetáriaúnica na Terceira Fase, possibilitando adisponibilização ao BCE, no decurso de1998, dos dados compilados de acordocom a nova base acordada;

conclusão de um projecto de acordosobre o MTC II, para aprovação peloBCE;

progressos efectuados relativamente aosaspectos organizativos, aplicação e testeda infra-estrutura dos sistemas de infor-mação e comunicação do SEBC e siste-ma TARGET; e

publicação dos desenhos finais das notasde banco em euro.

Durante o seu curto período de existência,o IME efectuou cuidadosos preparativostécnicos para a Terceira Fase da UEM,permitindo encarar com confiança a intro-dução da moeda única no início de 1999.Os sólidos fundamentos alicerçados peloIME deverão contribuir para que oSEBC/BCE se desenvolva como umainstituição forte que prosseguirá, comdeterminação, o seu objectivo primordialde manutenção da estabi l idade depreços na área do euro, criando ascondições necessár ias para umcrescimento económico sustentado.

Frankfurt, 5 de Maio de 1998

Wim DuisenbergPresidente

XVI

Sumário

2

O Relatório Anual de 1997 é o últimorelatório a ser publicado pelo InstitutoMonetário Europeu (IME). À semelhançado ocorrido nos três últimos RelatóriosAnuais, o IME pretende apresentar umavisão de conjunto sobre todos os aspectosrelacionados com as atribuições que lheforam cometidas no Tratado que institui aComunidade Europeia.1 Em cumprimentodo disposto no artigo 11.º dos Estatutos doIME, o Relatório analisa a situaçãoeconómica, monetária e financeira naComunidade até ao final do ano de 1997,as actividades do IME e ainda as contasanuais do IME. Como nos anos anteriores,a informação apresentada neste relatórioanual baseia-se, em parte, noutraspublicações do IME. Em Março de 1998, oIME publicou o Relatório de Convergência,em cumprimento do disposto no n.º 1 doartigo 109.º-J do Tratado. Além disso, oIME publicou o “Second Progress Report on

Sumário

the TARGET project” (“Segundo relatório deprogresso do projecto TARGET”), emSetembro de 1997, tendo publicadoigualmente no mesmo mês “The singlemonetary policy in Stage Three: Generaldocumentation on ESCB monetary policyinstruments and procedures” (“A políticamonetár ia única na Terceira Fase:Documentação geral sobre os instrumentose os procedimentos de política monetáriado SEBC”). Na parte final do Relatório éapresentada uma lista contendo osdocumentos publicados pelo IME em 1997e no início de 1998.

A confirmação, nos dias 2/3 de Maio de1998, pelos Chefes de Estado ou deGoverno, dos Estados-membros que irãoadoptar a moeda única marcou o início daetapa final da transição para a TerceiraFase, a qual inclui a criação do SEBC e doBCE, assim como a liquidação do IME.

1 Condições económicas, monetárias e financeiras naUnião Europeia

Enquadramento económico e financeiro em1997

As condições económicas globais continuarama ser geralmente favoráveis em 1997, àexcepção da evolução ocorrida na Ásiadurante a segunda metade do ano. Ocrescimento real do PIB na UE, no início de1997, seguiu um padrão de evoluçãomoderada, já observada no início de 1996.No entanto, o ritmo da actividade económicaacelerou posteriormente e, a partir do segundotrimestre, a taxa de crescimento erasignificativamente superior à registada noperíodo homólogo do ano anterior. A crisena Ásia não teve um impacto negativosignificativo no crescimento em 1997. Ocrescimento real médio do PIB na UE terásido de 2.7% em 1997, ou sejasubstancialmente mais elevado do que a taxade 1.7% registada em 1996. A aceleração da

actividade foi generalizada e, em quase todosos países da UE, o crescimento foi mais forte,embora se tenham continuado a verificardiferenças em termos do vigor da actividadeeconómica.

No conjunto da União, a melhoria docrescimento real em 1997 deveu-seprincipalmente à procura interna. Peloquarto ano consecutivo, o comércio líquidode bens e serviços deu um estímulo positivo,se bem que pequeno, ao crescimento, em

1 Salvo indicação em contrário, as referências ao Trata-do dizem respeito ao Tratado que institui a Comunida-de Europeia. As referências aos Estatutos do IME ouaos Estatutos do SEBC/BCE respeitam ao Protocolon.º 4 relativo aos Estatutos do Instituto MonetárioEuropeu e ao Protocolo n.º 3 relativo aos Estatutos doSistema Europeu de Bancos Centrais e do BancoCentral Europeu. Estes Protocolos encontram-se ane-xos ao Tratado fazendo parte integrante do mesmo.

3

resultado de um aumento moderado doscustos unitários de trabalho relativos, tendocomo consequência a melhoria dacompetitividade. O aumento da procurainterna esteve associado a maiorescrescimentos do investimento e daformação de stocks, enquanto ocrescimento do consumo privado nãoregistou alterações e o consumo públicofoi mais fraco que em 1996. Prosseguindoo padrão observado desde o início dadécada de 90, o crescimento doinvestimento fixo em 1997 - embora tenhasido mais elevado do que em 1996 -continuou a ser inferior aos níveis dasdécadas anteriores, apesar da existência demargens de lucro satisfatórias e de um nívelelevado de confiança na indústria, bemcomo de taxas relativamente elevadas deutilização da capacidade produtiva no sectortransformador. Tanto as exportações comoas importações aumentaram de forma muitomais acentuada do que em 1996, reflectindo,em parte, o ressurgimento do crescimentona UE (com o aumento do comércio intra--UE) e condições económicas globalmentedinâmicas.

No contexto de um forte crescimentoeconómico no conjunto da UE, o empregoaumentou apenas ligeiramente, enquantoque o desemprego se manteve num nívelpersistentemente elevado. A taxa dedesemprego no conjunto da UE (medidacom base em dados do EUROSTAT)diminuiu ligeiramente no decurso de 1997,de 10.8% no quarto trimestre de 1996 para10.5% no quarto trimestre de 1997. Sãoespecialmente preocupantes os níveis muitomais elevados de desemprego dos jovens ede desemprego de longa duração. Aconcentração do desemprego nestascategorias, assim como a continuação dafraca criação de emprego, apontam para anatureza estrutural da maior parte dodesemprego na UE e para a continuaçãoda necessidade de medidas estruturais.

No que respeita aos progressos alcançadosna convergência macro-económica, nos termos

do n.º 1 do artigo 109.º-J do Tratado, nofinal de Março de 1998, o IME apresentouo seu relatório ao Conselho da UE sobreos progressos alcançados pelos Estados--membros no cumprimento das suasobrigações relativas à realização da UniãoEconómica e Monetária. Este Relatório deConvergência inclui um exame dosresultados na realização de um elevadograu de convergência sustentável, referindo--se ao cumprimento por cada Estado--membro dos critérios de convergênciaestipulados no Tratado. Esse relatórioexaminou individualmente o comportamentode cada país da UE em termos do graualcançado na estabilidade de preços, dívidae défice público, taxas de juro de longoprazo e taxas de câmbio. Um resumo daanálise da convergência efectuada peloIME, que inclui a evolução registada em1997, é apresentado num Anexo a esteRelatório.

Políticas monetárias nos Estados-membros

No que respeita às políticas monetárias, aconjuntura económica e financeira em 1997possibilitou a continuação da convergênciadas taxas de juro de curto e longo prazo ea manutenção de taxas de câmbiogeralmente estáveis. A maior parte dospaíses da UE (nomeadamente, Bélgica/Luxemburgo, Dinamarca, Alemanha, França,Países Baixos, Áustria, Finlândia e Suécia)mantiveram, em termos gerais, taxas dejuro baixas. Esta situação reflectiu aestabilidade de preços, num contexto deestreitamento dos desvios do produto -embora ainda negativos, em geral -, de umcomportamento salarial favorável e deesforços de consolidação por parte dasautoridades orçamentais. As taxas de jurooficiais e directoras mantiveram-se em níveisbaixos e próximos, embora tivessem sidoligeiramente aumentadas no Outono emresposta a riscos inflacionistas. A naturezaconcertada destas políticas fortaleceu acoesão entre os países com taxas de juromuito semelhantes.

4

Outros Estados-membros (Espanha, Itália,Portugal e inicialmente também a Grécia)conseguiram continuar a reduzir as taxasde juro de acordo com o grau deconvergência dos respectivos fundamentoseconómicos globais face aos países referidosno parágrafo anterior, em particular no querespeita à realização da estabilidade depreços. As taxas de juro de curto e longoprazo, nesses países, seguiram uma tendênciadecrescente, convergindo gradualmentepara o nível mais baixo registado nos paísesestreitamente alinhados. A política monetárianos outros dois países da UE (Irlanda eReino Unido) foi tornada mais restritiva,embora em graus diferentes, em respostaquer à dinâmica do crescimento económicoe monetário, quer a riscos inflacionistasacrescidos, no âmbito da continuação desólidos fundamentos económicos. Oalargamento dos diferenciais de taxa dejuro de curto prazo em relação à Alemanhafoi acompanhado por uma nova e forteapreciação das respectivas moedas face aomarco alemão. Na parte final do ano, noentanto, as taxas de juro de curto prazo naIrlanda começaram a descer em relação àAlemanha e a libra irlandesa aproximou-sedas suas taxas centrais na grelha do MTC.

Perspectivas económicas e desafios

As previsões económicas divulgadas pelasprincipais organizações internacionais naPrimavera de 1998 sugerem que asperspectivas de crescimento para a UE em1998 e 1999 são favoráveis, uma vez que aprocura interna deverá aumentar aindamais, compensando, em certa medida, adeterioração esperada da conjunturaexterna, em resultado, nomeadamente, dacrise na Ásia. A continuação de políticasmonetárias orientadas no sentido daestabil idade, em conjugação com amoderação salarial, a qual reflecte emparte a persistência de taxas de desempregorelativamente elevadas, e os desvios doproduto ainda negativos registados emalguns países deverão limitar as pressões

inflacionistas. Além disso, a queda dos preçosdo petróleo, desde que se mantenha, e oimpacto anti-inflacionista da crise na Ásia -resultante da depreciação de algumasmoedas asiáticas e da moderação docrescimento global - deverão contribuirpara atenuar as pressões inflacionistas vindasdo exterior. Os riscos das previsões sobrea inflação encontram-se relacionados, entreoutros aspectos, com a possibilidade deuma recuperação da procura agregada naUE mais rápida do que a esperada e, porconseguinte, com a anulação dos desviosdo produto, a evolução salarial, uma novaapreciação do dólar americano e, à luz doúltimo acordo da OPEP, com a inversãosustentada da recente queda dos preçosdo petróleo. A principal incerteza emrelação às previsões descritas acima provémda conjuntura externa. O crescimento doproduto e do comércio mundial deverãoser mais fracos em 1998 e 1999 do que em1997, devido à queda abrupta docrescimento do PIB real em alguns paísesasiáticos, à ligeira descida da taxa decrescimento nos Estados Unidos e àdeterioração da situação económica efinanceira no Japão. O grau de fraqueza daconjuntura externa, resultante da turbulênciana Ásia, dependerá do âmbito e domomento do ajustamento das políticasmacro-económicas nos países afectados edo grau de aplicação das reformasfinanceiras. Não é ainda de excluir que sevenham a verificar outras repercussões. Oimpacto contraccionista da crise asiática nocrescimento da UE pode ser parcialmentecompensado por dois factores: primeiro, aqueda das taxas de juro de longo prazo naUE e nos Estados Unidos - que se encontrarelacionada com, entre outros factores, areavaliação, por parte dos investidores, dosriscos nos mercados emergentes; e, segundo,a acentuada descida dos preços dasmatérias-primas que pode contribuir parauma nova subida do rendimento real.

No que respeita à convergência, um dosanexos deste Relatório apresenta umexcerto do Relatório de Convergência,

5

publicado em Março de 1998, no qual éreferido que, apesar dos progressosrecentes, justifica-se uma consolidaçãosubstancial e adicional, na maioria dosEstados-membros, por forma a conseguir ocumprimento duradouro dos critériosorçamentais e do objectivo de médio prazoestabelecido no Pacto de Estabilidade eCrescimento, o qual consiste em atingiruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária. Tal é o caso,em particular, da Bélgica, Alemanha, Grécia,Espanha, França, Itália, Países Baixos, Áustriae Portugal, onde se prevêem para 1998défices entre 1.6 e 2.9% do PIB. Na maioriadestes países , estes requis i tos deconsolidação também se aplicam quandose comparam os rácios dos déficesorçamentais, tal como se encontramprevistos nos Programas de Convergênciapara 1999-2000, com o objectivo de médioprazo do Pacto de Estabi l idade eCrescimento. Numa análise mais global dasustentabilidade da evolução orçamental, anecessidade de uma consolidação sustentadaao longo de um período alargado,requerendo excedentes orçamentaissubstanciais, é particularmente prementenos países com rácios da dívida acima dos100% (Bélgica, Grécia e Itália), o quecontrasta com os consideráveis déficesglobais registados em 1997 e nos anosanteriores. Nos países com rácios da dívidasignificativamente acima de 60% mas abaixode 80% do PIB, a manutenção do rácio dodéfice nos níveis actuais não permitiria aredução do rácio da dívida para um valorinferior a 60% dentro de um período detempo adequado, o que implica anecessidade de uma consolidação acrescidae, em alguns casos, substancial.

Durante os restantes meses da SegundaFase, o objectivo primordial das políticasmonetárias dos países seleccionados paraparticipar na área do euro consiste emassegurar a manutenção, em toda a áreado euro, da actual conjuntura geral deestabilidade dos preços, proporcionandoao SEBC um ponto de partida favorável. A

maioria dos países escolhidos para participarna área do euro já regista taxas de juro decurto prazo que se encontram estreitamentealinhadas, num nível baixo. As condiçõesobservadas nos primeiros meses de 1998permitiram a consolidação firme destaposição comum, enquanto que os restantesmembros têm conseguido manter atendência decrescente das suas taxas dejuro directoras. Esta situação sugere oaparecimento de uma orientação de políticamonetária comum de facto nos paísesseleccionados para a área do euro, numcontexto de preços e de taxas de câmbiogeralmente estáveis. O mais tardar no finalde 1998, as taxas de juro de curto prazodesses países terão convergido para umnível comum, compatível com o objectivode manutenção da estabilidade de preçosna área do euro. Este padrão global deconvergência das taxas de juro de curtoprazo é compatível com uma situação naqual as taxas de câmbio de mercado entreos países seleccionados para participar naárea do euro são, na véspera do início daTerceira Fase, iguais às taxas de câmbiobilaterais pré-anunciadas, as quais serãoutilizadas na determinação das taxas deconversão irrevogáveis em relação ao euro.As taxas de câmbio bilaterais pré-anunciadassão compatíveis com os fundamentoseconómicos e com a convergência sustentável.

Durante o restante período da SegundaFase, o Conselho do BCE e a ComissãoExecutiva do BCE concluirão os preparativosnecessários para a condução da políticamonetária única na área do euro, a partirde 1 de Janeiro de 1999. Entretanto, osbancos centrais nacionais participantesconservarão os respectivos poderes emtermos das políticas monetárias nacionais.As alterações institucionais decorrentes doestabelecimento do SEBC e do BCEconstituem um enquadramento adequadono qual os bancos centrais nacionaispart ic ipantes poderão colaborarestreitamente na coordenação dasrespectivas políticas monetárias nacionais, afim de alcançar o objectivo primordial de

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manutenção da estabilidade dos preços naárea do euro. Além disso, de acordo como disposto no artigo 44.º dos Estatutos doSEBC/BCE, o BCE assumirá as atribuiçõesdo IME que ainda necessitam de serexecutadas na Terceira Fase da UEM, dada

a existência de Estados-membros quebeneficiam de uma derrogação. O ConselhoGeral do BCE será responsável pelasrelações com os bancos centrais nacionaisdos Estados-membros não participantes naárea do euro.

2 Trabalhos preparatórios para a Terceira Fase

Política monetária

Com a publicação do Relatório intitulado”The single monetary policy in Stage Three -Elements of the monetary policy strategy ofthe ESCB” (”A política monetária única naTerceira Fase - Elementos da estratégia depolítica monetária do SEBC”), em Fevereirode 1997, o IME analisou diversas estratégiasalternativas, entre as quais identificou afixação de objectivos intermédios para osagregados monetários e a fixação deobjectivos directos para a inflação como abase para uma estratégia potencial naTerceira Fase. O Relatório indicou tambémque, independentemente da escolhadefinitiva feita pelo SEBC, qualquer estratégiadeveria caracterizar-se por cinco elementoschave indispensáveis: o anúncio quantificadodo objectivo final de estabilidade de preçose dos objectivos específicos em relação aosquais será avaliado o desempenho doSEBC; o uso de um vasto conjunto devariáveis-indicadores na fixação de políticas;um papel primordial para os agregadosmonetários; e, por fim, a disponibilidade deinstrumentos que permitam prever a inflaçãoe outras variáveis. Na sequência desteRelatório, os trabalhos desenvolvidos noIME na área de estratégia concentraram-sena preparação das infra-estruturasnecessárias à tomada de decisões de políticamonetária, incluindo o desenvolvimento devários instrumentos econométricos eprocedimentos para a preparação dasdecisões de política.

Após a conclusão da fase conceptual, nofinal de 1996, os trabalhos preparatóriosrelativos aos instrumentos e procedimentosnecessários para a execução da políticamonetária única foram dedicados àdefinição das especificações técnicas para oenquadramento operacional do SEBC e àpreparação dos instrumentos do SEBCnecessários à execução da futura políticamonetária do SEBC.

Em 1997, os principais desenvolvimentosem termos de características técnicas dasoperações de política monetária estãorelacionados com os procedimentos, ohorário de funcionamento e o calendáriodos leilões do SEBC; com as modalidadesde liquidação das operações de open market;e com a influência dos procedimentos defim de dia sobre a utilização dos doismecanismos permanentes de cedência ede absorção de liquidez. Estão a serdesenvolvidos trabalhos preparatóriosnecessários para que o SEBC possa impor aconstituição de reservas mínimas de caixa apartir do início da Terceira Fase, caso oConselho do BCE decida adoptar um talsistema. Estes trabalhos incluíram um debatesobre o projecto de Regulamento doConselho da UE relativo à aplicação dereservas mínimas, os principais mecanismosoperacionais do sistema de reservas mínimase a especificação de uma base potencial deincidência. Foram definidos critérios comunsde elegibilidade, quer para as contrapartes,quer para os activos a utilizar nas operaçõesde política monetária com o SEBC, e foram

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especificadas as medidas de controlo derisco a aplicar àqueles activos, tomando emconsideração as práticas de mercado.

Uma vez que as operações de políticamonetária serão executadas numa basedescentralizada, os BCN têm conduzido osprincipais trabalhos preparatórios para aadopção dos instrumentos de políticamonetária, quer no âmbito das infra--estruturas técnicas, quer dos requisitoslegais. Está actualmente em preparaçãouma infra-estrutura interna do SEBC,destinada à realização de operações deopen market. O IME tem vindo a instalarsistemas destinados a elaborar e publicar aslistas quer de activos elegíveis individuais,com a possível excepção de determinadascategorias de activos não negociáveis, querde contrapartes elegíveis. Um outro projectoessencial para a execução da políticamonetária única é a adopção de um sistemaeficaz de gestão de liquidez que exigiráuma transmissão diária integrada deinformação entre os BCN e o BCE.

Política cambial

No contexto da futura cooperação depolítica cambial entre os Estados-membrosparticipantes na área do euro e os restantespaíses da UE, foram realizados trabalhos,em 1997, ao nível do Conselho ECOFIN edo IME, de acordo com as grandes linhasdefinidas num relatório do IME sobre estamatéria, apresentado na reunião doConselho Europeu de Dublin, em Dezembrode 1996. A reunião do Conselho Europeuque teve lugar em Amsterdão, em Junhode 1997, aprovou uma Resolução relativaao novo mecanismo de taxas de câmbio aser introduzido na Terceira Fase da UEM.Em paralelo, o IME finalizou um projecto deacordo entre o BCE e os BCN nãoparticipantes na área do euro estabelecendoos procedimentos operacionais do MTC II;este projecto será submetido à aprovaçãodo BCE, após o seu estabelecimento. Ostrabalhos desenvolvidos sobre a condução

de potenciais intervenções cambiaisincidiram sobre aspectos relacionados como enquadramento operacional necessárioe com os sistemas de informação de apoioque tornarão possível ao SEBC conduzirintervenções. Têm sido desenvolvidostrabalhos com o objectivo de facilitar adecisão sobre o montante e as modalidadesda transferência inicial dos activos de reservados BCN para o BCE no início da TerceiraFase, nos termos do Artigo 30.º 1 dosEstatutos do SEBC/BCE. Foram tambéminiciados trabalhos de preparação dalegislação comunitária derivada destinadaa permitir ao BCE, nos termos do Artigo30.º 4 dos Estatutos do SEBC/BCE, poderexigir novas contribuições em activos dereserva dos BCN para além do limitede E 50 000 milhões estipulado no Artigo30.º 1. Foi adoptado um enquadramentode acompanhamento para as transacçõesde mercado, efectuadas pelos BCN, emactivos de reserva que permaneçam nosBCN após a transferência de activos para oBCE, por forma a assegurar a suacompatibilidade com a política monetáriaúnica e com a política cambial da área doeuro. Será adoptado um enquadramentode controlo idêntico aplicável às transacçõesefectuadas pelos Estados-membrosparticipantes na área do euro e às alteraçõesnos seus saldos de tesouraria em divisas. OIME desenvolveu trabalhos destinados apreparar os procedimentos para o cálculoe publicação das taxas de câmbio dereferência para o euro.

O Conselho Europeu do Luxemburgo queteve lugar em Dezembro de 1997 referiu,nas suas conclusões, que ”as taxas decâmbio bilaterais a utilizar na determinaçãodas taxas de conversão em relação aoeuro serão anunciadas no dia 3 de Maio de1998 para os Estados-membros participantesna área do euro desde o início”. OComunicado Conjunto emitido no dia 2 deMaio de 1998 pelos Ministros e pelosgovernadores dos bancos centrais dosEstados-membros da UE participantes naárea do euro, pela Comissão Europeia e

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pelo IME, na sua qualidade de antecessordo BCE, esclarece que estas taxas são astaxas centrais bilaterais do MTC e que ométodo a utilizar no dia 31 de Dezembrode 1998 para a fixação das taxas deconversão irrevogáveis para o euro será oprocedimento normal de concertação diária.Os BCN da área do euro estão aptos aassegurar a igualdade entre as taxas decâmbio de mercado obtidas noprocedimento de concertação e as taxaspré-anunciadas. As taxas de câmbio doECU oficial face às moedas dos Estados--membros da área do euro obtidas atravésdeste procedimento serão adoptadas peloConselho como taxas de conversãoirrevogáveis para o euro no dia 1 de Janeirode 1999 e com efeito a partir dessa data.

Estatísticas

Em Julho 1996, o IME publicou documentoscom uma vasta gama de requisitosestatísticos para a condução de política naTerceira Fase. Durante a maior parte doano de 1997, assistiu-se à concretizaçãodestes requisitos e, sempre que necessário,à clarificação de questões de pormenor.Embora subsistam dificuldades em algumasáreas, a introdução das necessáriasalterações estatísticas decorreu, em geral,de forma tranquila, prevendo-se que osdados recolhidos a partir da nova baseacordada, abrangendo a futura área damoeda única, fiquem disponíveis para oIME/BCE durante o ano de 1998. Foiprestada uma maior atenção à organizaçãodos trabalhos estatísticos a nível europeu,em particular em áreas em que o IME/BCEe a Comissão (EUROSTAT) partilhamresponsabilidades; foi desenvolvido o quadrolegal para as estatísticas na Terceira Fase; eos trabalhos para a adopção de um sistemade transmissão electrónica de dados noSEBC tinham já sido completados no finalde 1997, tendo sido também desenvolvidostrabalhos de preparação dos sistemasinternos para o processamento de dadospelo BCE.

Sistemas de pagamentos

Na área dos sistemas de pagamentos, oIME publicou, em Setembro de 1997, o“Second progress report on the TARGET (Trans-European Automated Real-time Gross-settlement Express Transfer) project”(“Segundo relatório de progresso doprojecto TARGET (TransferênciasAutomáticas Transnacionais de Liquidaçõespelos Valores Brutos em Tempo Real)”). Orelatório fornece informação adicional sobreos progressos alcançados relativamente aosaspectos organizativos e à adopção dosistema, focando principalmente os seguintespontos: 1) período de funcionamento;2) políticas de preços; 3) cedência del iquidez intradiár ia aos BCN nãoparticipantes na área do euro; 4) papel doBCE no TARGET; e 5) adopção do TARGET.Os testes ao sistema TARGET estão adecorrer normalmente de acordo com ocalendário. Em Maio de 1998, foi publicadauma brochura com uma descrição geral dosistema TARGET e, em Agosto de 1998,será publicado o calendário dos dias defuncionamento do TARGET.

Relativamente aos Sistemas de Liquidaçãode Títulos, os trabalhos preparatóriosincidiram sobre dois aspectos fundamentais:o estabelecimento de padrões para autilização de sistemas de liquidação detítulos em operações de crédito do SEBC ea adopção de soluções de curto prazo parao uso transnacional de garantias. Os padrõese as análises subjacentes encontram-sedescritos num relatório do IME intitulado“Standards for the Use of Securities SettlementSystems in ESCB credit operations” (“Padrõespara a utilização dos Sistemas de Liquidaçãode Títulos em operações de crédito doSEBC”), publicado a 8 de Janeiro de 1998.Estes padrões abrangem três áreasprincipais: questões legais, riscos deliquidação e de detenção e questõesoperacionais. Além disso, em Julho de1997, o Conselho do IME decidiu adoptaro modelo de banco central correspondente(“correspondent central banking model” CCBM)

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como solução intermédia, antes da adopçãode ligações adequadas entre os Sistemas deLiquidação de Títulos, por forma a facilitar autilização transnacional de garantias emoperações do SEBC (operações de políticamonetária e crédito intra-diário).

Preparação das notas de banco em euro

Os projectos de desenho para as notas emeuro foram seleccionados pelo Conselhodo IME em Dezembro de 1996 edesenvolvidos e transformados emdesenhos definitivos durante o ano de1997. Exemplos dos desenhos revistos forampublicados em Julho de 1997. Estesconstituem a base do processo deoriginação, no contexto do qual os desenhossão transformados em chapas de impressão,durante o primeiro semestre de 1998. Em1997, com o objectivo de identificarpotenciais problemas tão cedo quantopossível, todas as técnicas a utilizar naprodução de notas em euro foram testadasno âmbito de um projecto de produção deuma nota de teste. Este projecto revelouque todas as fábricas de notas participantesse encontrariam em posição de produzirtodas as denominações de notas em eurocom iguais padrões de qualidade e com umaspecto idêntico. Relativamente à protecçãodas notas em euro, o Conselho do IMEacordou utilizar o símbolo © nas notas emeuro e, com o objectivo de aumentar eeficácia no combate à contrafacção, criarum centro de investigação conjunto e umabase de dados onde ficarão armazenadostodos os dados técnicos sobre acontrafacção de notas em euro. A datapara o lançamento das notas e moedas emeuro foi fixada em 1 de Janeiro de 2002.No contexto do Artigo 52.º dos Estatutosdo SEBC/BCE, que prevê que o Conselhodo BCE deverá tomar as providênciasnecessárias para garantir que as notas debanco denominadas em moedas com taxasde câmbio irrevogavelmente fixadas sejamcambiadas pelos bancos centrais nacionaisao seu valor facial, a maioria dos membros

do Conselho do IME chegou a um acordobásico sobre os mecanismos para a troca erepatriamento das notas nacionais entre1999 e 2002.

Questões contabilísticas

O trabalho preparatório sobre o quadrocontabilístico a utilizar pelo SEBC ficoupraticamente completado em 1997. Estequadro constituirá a base para o reporteinterno e externo do SEBC e servirá paraassegurar o cumprimento dos requisitosestatísticos e de gestão de liquidez. Atransição para a Terceira Fase foi tambémanalisada, tendo sido desenvolvidos osprincípios e técnicas necessários. Além disso,prosseguem os trabalhos sobre o métodode distribuição do rendimento monetário,por forma a preparar as decisões a tomarpelo Conselho do BCE.

Sistemas de informação e comunicação

Na área dos sistemas de informação ecomunicação, foi adoptado com sucesso oprojecto de substituição dos serviços deteleconferência. O novo sistema permitiráa real ização paralela de diversasaudioconferências entre as instituiçõesligadas. Além disso, a sua estrutura físicasubjacente servirá como principal plataformade rede para as transferências de dados,necessária à maioria das aplicações dossistemas de informação do SEBC. Foidesenvolvida uma infra-estrutura decomunicações ao nível de todo o SEBCque permitirá a realização de transferênciasde ficheiros seguras do remetente para odestinatário e a utilização de um serviçorobusto de mensagens. Esta infra-estruturaficou operacional em Maio de 1998. Em1997, foram alcançados progressossignificativos no desenvolvimento de diversasaplicações de software a nível do SEBC queapoiarão a condução de operações depolítica monetária, as intervenções nomercado cambial e a gestão das reservas

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cambiais do BCE. Todas estas aplicaçõesserão adoptadas até meados de 1998. Osegundo semestre de 1998 será dedicado àrealização de testes a todos os sistemas eprocedimentos entre o BCE e os BCN.Com o objectivo de garantir e manter umnível de segurança adequado e coordenadodos sistemas de informação a utilizar peloSEBC, o Conselho do IME aprovou umquadro de política de segurança para o efeito.

Supervisão bancária e estabilidade do sistemafinanceiro

O IME analisou a forma como o SEBCpoderá contribuir, na Terceira Fase da UEM,para a boa condução das políticas seguidaspelas autoridades competentes no que serefere à supervisão bancária e à estabilidadedo sistema financeiro, nos termos do n.º 5 doArtigo 105.º do Tratado. Podem identificar-sedois contributos importantes do SEBC. Emprimeiro lugar, o SEBC, e especialmente oBCE, desempenharão um papel activo napromoção da cooperação entre asautoridades de supervisão, e entre estas e oSEBC, sobre questões de supervisão prudencialrelevante, tais como questões de naturezamacro-prudencial com efeitos sobre aestabilidade das instituições e mercadosfinanceiros. Em segundo lugar, o SEBCfornecerá às autoridades de supervisãoinformações obtidas em resultado das suasactividades de base e que poderão ser úteispara a função de supervisão. Por seu lado, ossupervisores bancários deverão estarpreparados para fornecer ao SEBCinformações sobre supervisão que lhepoderão ser úteis no desempenho das suasatribuições principais, nos termos do Tratadoe dos Estatutos do SEBC/BCE. Além disso, oArtigo 25.º 1 dos Estatutos do SEBC/BCEprevê a atribuição ao BCE de uma funçãoconsultiva específica opcional relacionada como âmbito e com a adopção de legislaçãoComunitária nas áreas da supervisão bancáriae da estabilidade do sistema financeiro. On.º 4 do Artigo 105.º do Tratado, queestabelece que o BCE deve ser consultado

sobre qualquer proposta de legislaçãocomunitária e nacional no domínio das suasatribuições, será provavelmente aplicável,nomeadamente a determinada legislaçãosobre supervisão bancária e sobre aestabilidade do sistema financeiro. Por fim, on.º 6 do Artigo 105.° do Tratado inclui apossibilidade de serem conferidas ao BCEdeterminadas atribuições no âmbito dasupervisão prudencial. Nesta fase, considera-se prematuro prever quaisquer transferênciasde poderes de supervisão das autoridadesnacionais para o BCE.

Questões jurídicas

No que se refere à área jurídica, o IMEprestou especial atenção, num Relatóriopublicado em Outubro de 1997, ànecessidade de adaptação da legislaçãonacional, à luz das disposições do Artigo108.º do Tratado, por forma a cumprir osrequisitos do Tratado e dos Estatutos doSEBC/BCE para a Terceira Fase. Destaforma, o IME forneceu linhas de orientaçãoaos legisladores nacionais sobre o processode adaptação e estabeleceu, em simultâneo,a base para a produção em 1998 doRelatório de Convergência, no qual foiavaliada, nomeadamente, a compatibilidadedas legislações nacionais, incluindo osestatutos dos BCN, com o Tratado e osEstatutos do SEBC/BCE.

Transição para o euro

Durante o ano de 1997, os trabalhospreparatórios para a transição para a moedaúnica aceleraram de forma considerável. OIME continuou a acompanhar de perto aevolução relativa à transição, por forma aavaliar se as diferenças nos trabalhospreparatórios para a transição entre osEstados-membros, devidas a ambientesdesiguais a nível das organizações e infra--estruturas locais, podem ter implicaçõespara a condução da política monetáriaúnica a partir de Janeiro de 1999.

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Na área financeira, o IME e os BCNencorajaram os operadores de mercado aconsiderar a adopção, na União Monetária,de uma normalização orientada pelosmercados. O IME apoiou também a criaçãode padrões comuns de mercado para osmercados monetários e cambiais de toda aárea do euro. Além disso, o IME reconheceua necessidade de um símbolo codificadodistinto para a moeda única e expressou oseu apoio ao símbolo E proposto pelaComissão Europeia como logotipo para oeuro. Por forma a apoiar todas as entidadesenvolvidas na preparação para a transição,o IME aperfeiçoou a distribuição deinformação relevante, nomeadamenteatravés da sua página na rede da Internet.

Informação ao público

Desde a sua criação a 1 de Janeiro de 1994, oIME tem dado cumprimento ao disposto nos

Artigos 7.º e 11.º 3 dos seus Estatutos,publicando relatórios sobre a evolução dostrabalhos preparatórios para a Terceira Faseda UEM, sobre as suas actividades e sobre asituação monetária e financeira daComunidade. Este Relatório apresenta, nofinal, uma lista dos documentos publicadospelo IME desde o início de 1997, bem comoo endereço do IME na Internet. O IMEreconhece a necessidade do SEBC assegurara transparência dos seus objectivos e políticasna Terceira Fase e de promover oconhecimento das suas operações eatribuições, permitindo assim que acomunidade financeira e o público em geralcompreendam e apoiem as suas políticas.Com esse objectivo, o IME está a desenvolveractualmente uma política de comunicaçãoexterna - a ser apresentada à consideraçãodo Conselho do BCE - sobre as formas maiseficazes de disseminar informação relativa aactividades do SEBC.

3 Outras atribuições do IME

Supervisão do Sistema de Compensação e deLiquidação do ECU

O objectivo fundamental do IME é procurarassegurar que estão a ser tomadas asmedidas adequadas para melhorar ocumprimento, por parte do sistema, dospadrões de segurança estabelecidos em1990 no relatório sobre Esquemas deCompensação Interbancária preparadopelos países do G-10.

Em especial, o IME acompanhou os trabalhospreparatórios conduzidos pela ABE sobreo Sistema de Compensação e de Liquidaçãodo Euro para a Terceira Fase da UEM(EURO 1). Além disso, a ABE - emcooperação com o IME - está em fase definalizar os mecanismos de liquidação, nostermos de uma decisão do Conselho doIME, segundo a qual a ABE deverá abrir

uma conta central de liquidação junto doBCE. Poderá abrir ainda outras contas deliquidação junto dos BCN que aceitem aabertura dessas contas. Apenas a Banquede France manifestou a sua intenção deabrir uma conta local de liquidação emnome da ABE (em Junho de 1999).

Dinheiro electrónico

Em 1997, o IME desenvolveu estudos maisaprofundados sobre o impacto doaparecimento do dinheiro electrónico sobreas economias da UE. Tomou particularmenteem conta os novos desenvolvimentos demercado, conduzindo uma análiseaprofundada das suas implicações para apolítica monetária. Os resultados do estudoforneceram a base para a “Opinion of the EMICouncil on the issuance of electronic money”

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(“Parecer do Conselho do IME sobre aemissão de dinheiro electrónico”) de 2 deMarço de 1998, cujo texto é reproduzido naCaixa 3 do presente Relatório.

Cooperação na área da supervisão bancária eestabilidade financeira

O IME procedeu a consultas sobre diversasquestões da competência dos BCN queafectam a estabilidade das instituições e dosmercados financeiros. Em primeiro lugar, foirealizado um inquérito sobre uma vasta gamade questões de eventual relevância para aestabilidade dos sistemas bancários da UE,incidindo sobre as actuais tendências e osdesenvolvimentos que se prevê venham aocorrer nestes sistemas a médio e a longoprazo, quer em geral, quer em relação aoestabelecimento da UEM. Em segundo lugar,foi conduzida uma investigação sobre a possívelutilização de dados macro-económicos noprocesso de supervisão e sobre as relaçõesentre as evoluções macro-económicas e afragilidade dos sistemas bancários, quer emgeral, quer ao nível de cada instituição. Emterceiro lugar, foi analisada a recente evoluçãoocorrida no sector relativamente às provisõespara crédito mal parado e de cobrançaduvidosa - com particular incidência sobre asnovas abordagens baseadas em métodosestatísticos - com o objectivo de avaliar asprincipais implicações de supervisão prudencial.Em quarto lugar, foi abordado o possívelimpacto da criação da UEM sobre o actualregime de supervisão prudencial da UErelativamente à liquidez das instituições decrédito. Por fim, prosseguiu a cooperaçãoentre as centrais de riscos de crédito da UE,tendo como principal objectivo a aberturadas centrais de riscos de crédito numa basetransnacional.

Administração dos mecanismos do SME e dosempréstimos comunitários

A Grécia aderiu ao MTC, com efeito apartir de 16 de Março de 1998, o que

implica a sua participação obrigatória nomecanismo de swap do ECU a partirdaquela data. Uma vez que o Banco daGrécia participava já no mecanismo numabase voluntária desde Janeiro de 1986, asua entrada no MTC não teve impacto nasoperações de swap de ECU do IME

Em 1997, o IME continuou a receber dosmutuários, nomeadamente a Grécia e aItá l ia , e a pagar aos credores daComunidade as importâncias em dívidarespeitantes a juros, comissões e encargoscom empréstimos.

Funções consultivas

No âmbito das suas funções consultivas, deacordo com o disposto no n.º 6 do Artigo109.º-F do Tratado e no Artigo 5.º 3 dosEstatutos do IME, em 1997 e no primeirotrimestre de 1998, o IME recebeu cinquentae dois pedidos de consulta, na maioria doscasos relativos à adaptação dos estatutosdos BCN, nos termos do Artigo 108.º doTratado.

Acompanhamento do cumprimento da proibiçãode financiamento monetário e de acessoprivilegiado

Em 1997, o IME continuou a acompanharo cumprimento pelos BCN do disposto nosArtigos 104.º e 104.º-A do Tratado e nosRegulamentos do Conselho sobre a mesmamatéria e concluiu que os BCN da UEcontinuaram a respeitar os requisitos doTratado. Algumas imperfeições que haviamaparecido na transição para os novosmecanismos, bem como problemas técnicosocorr idos na adopção dos novosregulamentos, acabaram por ser corrigidosno início de 1997.

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Cooperação com outras instituições

O IME continuou a colaborar estreitamentecom outros organismos da UE, sob diversasformas e a vários níveis. Quanto a contactoscom instituições exteriores à Comunidade,o “procedimento da concertação” temconstituído um forum valioso para a trocade informações entre peritos em questões

cambiais. O IME manteve uma relaçãosignificativa com o Banco de PagamentosInternacionais, a OCDE e os bancos centraisdos países da Europa Central e de Lesteassociados. O FMI visitou o IME por diversasocasiões durante o ano, principalmentecom o objectivo de trocar impressõessobre o futuro relacionamento entre oSEBC e o FMI.

Capítulo I

Condições económicas,

monetárias e f inanceiras na

União Europeia

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1 Enquadramento económico e financeiro em 1997

1.1 Principais desenvolvimentos forada UE

O enquadramento externo permaneceu robusto

As condições económicas globaiscontinuaram a ser geralmente favoráveisem 1997, à excepção da evolução ocorridana Ásia durante a segunda metade do ano.O volume do comércio mundial de bens eserviços aumentou acentuadamente, a umataxa estimada de 9.4% em 1997, o quecompara com 6.6% em 1996. Ocrescimento do produto mundial ascendeua 4.1% em 1997 e o produto nos países daOCDE deverá ter crescido 3.0%. Nospaíses industrializados, é de salientar arelativa fraqueza da economia japonesa e ocontínuo fortalecimento da procura nosEstados Unidos. Paralelamente a váriosanos de crescimento sustentado em diversospaíses da OCDE, a inflação continuou a sersignificativamente baixa e estável, tendo ainflação do IPC para esse grupo de países(excluindo os denominados países deinflação elevada2 ) caído para 2%, em média,isto é o valor mais baixo registado nasúltimas três décadas. Os resultadosfavoráveis da inflação foram apoiados pelaqueda dos preços do petróleo durante oano de 1997 e pelos preços geralmenteestáveis dos produtos não petrolíferos.

Os Estados Unidos continuaram a registarum forte crescimento do produto e doemprego. O crescimento do produtoacelerou para 3.8% (ver Gráfico 1),originando uma nova descida da taxa dedesemprego para 4.6% em Novembro de1997, ou seja o seu valor mais baixo desde1973. Simultaneamente, as pressõesinflacionistas permaneceram moderadas ea inflação do IPC registou uma descida aolongo do ano, cifrando-se em 2.3%, emmédia. O aumento da produtividade e aqueda dos preços das importações - devida,nomeadamente, ao fortalecimento do dólar

americano - foram os principais factoressubjacentes, em conjunto com arestritividade moderada imposta à políticamonetária pelo Federal Reserve, naPrimavera. O défice orçamental federal foipraticamente eliminado em 1997, em partedevido ao aumento das receitas fiscaisinduzido pelo crescimento.

Embora em 1996 o crescimento no Japãoaparentasse recuperar, estagnou em 1997.O produto caiu abruptamente no segundotrimestre, reflectindo uma queda da despesaprivada à medida que a política orçamentalse tornou mais restritiva. Posteriormente, aconfiança dos consumidores voltou adeteriorar-se, em consequência daturbulência financeira registada noutrospaíses asiáticos (ver Caixa 1) e das falênciasde algumas instituições financeiras japonesas.Em resultado do fraco crescimento, a taxade desemprego aumentou para 3.4%. Oúnico estímulo ao crescimento do produtofoi dado pelo sector externo, como reflexoda depreciação do iene japonês em relaçãoao dólar e do dinamismo da procuraexterna. O Banco do Japão manteve umapolítica monetária acomodatícia, tendo ataxa de desconto oficial permanecido numnível mínimo de 0.5%, num contexto deabrandamento do crescimento para cercade 0.9%, enquanto a inflação média do IPCpermaneceu relativamente moderada aolongo do ano, aumentando para 1.7%.

Em meados de 1997, verificou-se oaparecimento de turbulência financeira naTailândia, a qual se propagou rapidamentea outros países do Sudeste Asiático,acabando por atingir a República da Coreia.O crescimento económico no sul e no este

2 Definidos como países que registaram taxas deinflação média iguais ou superiores a 10% duran-te a presente década (Fonte: OCDE ”EconomicOutlook”, Dezembro de 1997).

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da Ásia abrandou, uma vez que aturbulência na região aumentava asincertezas (ver Caixa 1). No entanto, naChina, o crescimento do produto manteve--se a uma taxa elevada e a inflaçãopermaneceu moderada; entretanto, aactividade enfraqueceu ligeiramente tantona Austrália como na Nova Zelândia.

Em 1997, o grupo das economias em transiçãoregistou, pela primeira vez desde o início dadécada de 90, um crescimento positivo doproduto, embora inferior a 2%, em média. OsEstados Bálticos, a Polónia e a Hungriaregistaram fortes taxas de crescimento,enquanto o produto na Rússia deverá tercrescido moderadamente. Na RepúblicaCheca, o crescimento abrandouacentuadamente e a moeda foi desvalorizada,em consequência das pressões no mercadocambial. O ritmo do crescimento económiconos países em desenvolvimento permaneceuligeiramente abaixo de 6% em 1997, apesardo crescimento inferior à média em África,de cerca de 3%. Na América Central e doSul, o crescimento económico aumentouconsideravelmente. A inflação no conjuntodos países em desenvolvimento abrandoupara 8.5%, tendo caído para menos de 30%nas economias em transição.

Alterações nos mercados cambiais globais

O ano de 1997 caracterizou-se pela forteapreciação do dólar americano em relaçãoao marco alemão (15.2% para DEM 1.79) eao iene japonês (11.8% para JPY 130). Oano foi igualmente marcado pela fortedepreciação de algumas moedas asiáticas(ver Caixa 1).

O dólar americano apreciou-se em relaçãoao marco alemão, passando, ao longo de1997, de DEM 1.55 para DEM 1.79. Estepadrão reflectiu perspectivas favoráveis paraa economia dos Estados Unidos em relação àAlemanha assim como expectativas demanutenção ou alargamento dos diferenciaisde taxa de juro, por exemplo quando, no

final de Março de 1997, o Federal Reserveimpôs uma orientação mais restritiva à políticamonetária. A tendência ascendente global foiinterrompida temporariamente, entre meadosde Agosto e princípio de Novembro, àmedida que se dissipavam as expectativas deuma maior restritividade por parte do FederalReserve, enquanto o aparecimento de ligeiraspressões sobre os preços na Alemanha levouos mercados a esperar um maior rigor dapolítica monetária (o que ocorreu, de facto,em 9 de Outubro). Posteriormente,diminuíram as expectativas de uma novarestritividade na Alemanha, possibilitando denovo a ascensão do dólar. Durante o ano de1997, o dólar também se apreciouacentuadamente em relação ao iene japonês,de JPY 116 para JPY 130. Em termos globais, aevolução da taxa de câmbio do dólar face aoiene reflectiu a existência de perspectivaseconómicas pessimistas no Japão e, na partefinal do ano, as repercussões negativas sobrea competitividade japonesa e a estabilidadefinanceira resultantes da turbulência noSudeste Asiático e na República da Coreia,assim como fluxos de capitais para o dólaramericano associados à crise asiática (verCaixa 1). Reflectindo uma breve melhoria dasexpectativas de recuperação económica noJapão, a depreciação do iene japonês foiinterrompida temporariamente em meadosdo ano, quando o iene se apreciouacentuadamente para níveis próximos dosregistados no início do ano.

No que respeita às variações das taxas decâmbio efectivas nominais, a taxa de câmbioefectiva nominal do dólar em relação àsmoedas de vinte e seis parceiros comerciaisapreciou-se 13% em 1997, enquanto a domarco alemão e a do iene se depreciaram2.6% e 1.9%, respectivamente. No casodos Estados Unidos, a grande variação nataxa de câmbio efectiva nominal reflectiu ofortalecimento do dólar em relação aoiene e ao marco alemão e a depreciaçãodas moedas do Sudeste Asiático e daRepública da Coreia. A depreciação efectivado iene, relativamente baixa, reflectiu ummovimento de compensação em relação

18

Evolução nas principais economias industrializadas

Crescimento do produto(dados trimestrais; variações anuais em percentagem)

UE-15

Japão

Estados Unidos UE-15Japão

Estados Unidos

Taxas de inflação(a)

(dados trimestrais; variações anuais em percentagem)

AlemanhaJapão

Estados Unidos

Taxas de juro oficiais(b)

(dados de fim do mês; em percentagem)

DEM/USD (escala da esquerda)JPY/USD (escala da direita)

Taxas de câmbio(c)

(dados de fim do mês)

Gráfico 1

Fonte: Dados nacionais.(a) Dados relativos à UE-15 calculados utilizando a Alemanha Ocidental até ao fim de 1993 e, após essa data, a Alemanha unificada. Itália: índice do custo de vida. Reino Unido: IPC excluindo pagamentos de juros de hipotecas (IPRX).(b) Relativamente à Alemanha e ao Japão, taxa de desconto; relativamente aos Estados Unidos, taxa objectivo dos federal funds.(c) Marcos alemães por dólar e ienes por dólar.

1992 1993 1994 1995 1996 1997

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1992 1993 1994 1995 1996 1997

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1992 1993 1994 1995 1996 1997

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90

100

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120

130

140

19

às moedas do Sudeste Asiático e do wonda Coreia. No caso da Alemanha, adepreciação do marco alemão face aodólar contrastou com a estabilidade cambialglobal face às moedas europeias, as quaistêm um peso agregado muito superior aodas moedas não Europeias no índice detaxa de câmbio efectiva global.

Descida das taxas de rendibilidade dasobrigações internacionais

Em 1997, as taxas de rendibilidade dasobrigações americanas caíram 68 pontosbase, ou seja, de 6.43% para 5.75%, umaevolução que engloba duas fases distintasocorridas durante o ano. Em meados deAbril, as taxas de rendibilidade tinhamaumentado cerca de 60 pontos base,atingindo um máximo de 6.98%, no quadrode uma maior restritividade das condiçõesdo mercado de trabalho e da aceleraçãodo crescimento. As expectativas associadasde um aumento da inflação tiveram comoreflexo uma maior inclinação da curva derendimentos dos EUA, originando umaumento de 25 pontos base para 5.5% nataxa dos Federal funds no final de Março, oprimeiro aumento registado desde Fevereirode 1995. Contudo, o movimentoascendente das taxas de juro de longoprazo teve curta duração, uma vez que osresultados da inflação melhoraram e setornou evidente que as pressõesinflacionistas se tinham mantido moderadas,apesar do dinamismo da economia real. Aprática eliminação do défice público nos

Estados Unidos e o decréscimo do rácio dadívida em 1997 continuaram a apoiar adescida das taxas de juro de longo prazo.Na parte final do ano, a queda das taxas derendibilidade acelerou, uma vez que a crisef inanceira as iát ica dava origem àtransferência, por motivos de segurança, defluxos de capitais para fora da região e paraactivos que apresentavam um menor riscorelativo, tais como as obrigações dos EstadosUnidos. Por essa ocasião, a crise originavaigualmente expectativas de que as taxas dejuro oficiais nos Estados Unidos não seriamaumentadas, devido ao impactodesinflacionista da turbulência assim comoa possíveis preocupações sobre aestabilidade financeira global.

As taxas de juro de longo prazo no Japãocaíram, durante o ano de 1997, 91 pontosbase para 1.66%, ou seja um nível baixosem precedentes face aos padrões históricosnacionais e internacionais, enquanto que astaxas de juro de longo prazo medidas expost se tornaram significativamente negativasna parte final do ano, e se observou umadiminuição da inclinação da curva derendimentos. Esta evolução global reflectiaexpectativas de que as taxas de juro oficiaispermaneceriam baixas apesar de um ligeiroaumento da inflação, o qual foi consideradotemporário, dada a desaceleração simultâneado ritmo da actividade económica. A crisefinanceira asiática deu também origem àtransferência, por motivos de segurança, defluxos de capitais para fora do mercadoaccionista japonês, os quais foram investidosem obrigações.

Caixa 1

Evolução da crise asiática em 1997

Em 1997, diversos países da Ásia registaram uma turbulência sem precedentes nos mercados financeiros

e cambiais. Os países mais severamente afectados foram a Tailândia, a Indonésia, a Malásia e a

República da Coreia, embora outros não tivessem permanecido imunes. Um dos factores prévios à

crise, comum à maioria dos países afectados, foi a perda de competitividade resultante da ligação ao

dólar americano, a qual se reflectiu na persistência de défices das balanças de transacções correntes

(embora não se tenham verif icado outros sinais de desequilíbrio macro-económico). Apontam-se

20

entre outros factores comuns a fragilidade, a def iciente regulamentação, a excessiva exposição a

riscos por parte dos sistemas f inanceiros, assim como os níveis elevados de endividamento a curto

prazo do sector privado, denominado em moedas estrangeiras, o qual era frequentemente utilizado

para financiar o investimento a longo prazo, criando assim um desencontro significativo de maturidades

e divisas.

As grandes pressões exercidas sobre o baht tailandês levaram à flutuação desta moeda em Julho de

1997, pondo fim a uma ligação de 13 anos a um cabaz dominado por dólares. Em consequência da

perda de competitividade surgiram pressões sobre as moedas de outros países da região, que levaram

a depreciações muito acentuadas do peso das Filipinas, do ringgit da Malásia e da rupia da Indonésia,

durante o mesmo mês. A crise acentuou-se em Outubro, quando o colapso da bolsa de Hong Kong

provocou uma turbulência generalizada nos mercados de capitais. Embora se tenha mantido a ligação

do dólar de Hong Kong ao dólar americano, a queda significativa dos preços das acções provocou

novas pressões sobre as moedas asiáticas, incluindo o won da Coreia que até então se mantivera

relativamente inatingido. A forte depreciação posterior do won face ao dólar americano em Novembro

(e Dezembro) levou a um novo enfraquecimento das moedas da região.

Observando a evolução no segundo semestre de 1997 como um todo (ver quadro), podem-se reconhecer

diversas características comuns. Em primeiro lugar, à excepção do dólar de Hong Kong, as moedas

depreciaram-se significativamente face ao dólar americano. As grandes depreciações assumiram um

carácter de quase auto-perpetuação, pois os crescentes encargos com a dívida para o sector privado

e as decisões relativas à cobertura das responsabilidades externas apenas intensificaram as pressões

cambiais. Em segundo lugar, as taxas de juro de curto prazo foram alvo de acentuados aumentos,

numa tentativa para manter as ligações (pegs) das moedas e, embora as taxas de juro tenham diminuído

posteriormente, situavam-se, no final de 1997, a níveis superiores aos registados no início de Julho,

reflectindo expectativas de novas e acentuadas depreciações cambiais. O aumento da incerteza ficou

também patente no acréscimo significativo da volatilidade implícita nos preços das opções fora da

bolsa, expressos nessas moedas. Em terceiro lugar, os índices do mercado bolsista registaram quedas

abruptas, entre 10% e 50%. Para além de reflectir as condições monetárias, previsões de lucros

reduzidos no futuro e, em especial, condições f inanceiras adversas para as empresas, esta evolução

esteve associada aos rendimentos mais elevados que os investidores internacionais exigiam face ao

risco acrescido. A queda das moedas e dos índices bolsistas implicou uma diminuição generalizada

da avaliação da região afectada por parte dos investidores internacionais, com os efeitos de contágio

e repercussão a adicionarem-se às alterações nos fundamentos económicos.

No final de 1997, o FMI concedeu enormes facilidades de crédito à Tailândia, Indonésia e República

da Coreia. Os programas de reforma que lhes estão associados implicam uma maior restritividade

das políticas monetárias e orçamentais e a restruturação e fortalecimento dos sistemas f inanceiros.

Estas medidas destinam-se a restabelecer a conf iança na região, evitando depreciações cambiais

excessivas, contendo a inflação e criando condições para a constituição de reservas internacionais.

Foram identificados diversos canais através dos quais os efeitos macro-económicos destas economias

asiáticas se podem transmitir. São eles: um efeito rendimento ou riqueza, actuando através da contracção

da procura interna na Ásia, em consequência da queda dos preços das acções e das taxas de câmbio

e de uma política monetária e orçamental mais rigorosa (mas que são igualmente influenciados por

efeitos resultantes de maiores encargos com o serviço da dívida denominada em dólares americanos,

do corte de linhas de crédito, saídas de capitais e taxas de juro mais elevadas); um efeito confiança,

ou seja uma queda no mercado bolsista e/ou nas taxas de juro pode também originar uma visão

pessimista generalizada acerca das perspectivas futuras, desencadeando novas reduções na procura;

21

um efeito taxa de juro de longo prazo associado à reavaliação do risco, por parte dos investidores,

nos mercados emergentes e de perspectivas de uma inflação mais elevada, na sequência da depreciação

cambial; e um efeito preço que conduz ao aumento da competitividade asiática, tendente a estimular

as exportações líquidas e a atenuar os efeitos contraccionistas da menor procura interna.

A amplitude do impacto directo ou do efeito nos países fora da região dependerá do peso do respectivo

comércio externo com as economias asiáticas afectadas e da importância do comércio em relação ao

produto global (abertura). Os rendimentos, os lucros e a procura serão reduzidos através da deterioração

do saldo da balança externa, à medida que as exportações para a região vão diminuindo. Poderão

ocorrer igualmente efeitos adversos, em termos de riqueza e de confiança, e um efeito visível através

dos balanços das instituições do sistema bancário, dependendo da exposição de cada instituição à

região. No entanto, as taxas de juro de longo prazo podem beneficiar de expectativas inflacionistas

menores. O efeito f inal nas economias fora da Ásia, que poderá levar algum tempo a ser sentido,

dependerá não só do efeito directo via comércio externo e mercados f inanceiros mas também da

adequação e oportunidade de quaisquer respostas de política que possam ser necessárias e ainda da

flexibilidade da economia real, em especial, do mercado de trabalho. As implicações da crise na

evolução monetária e económica são novamente analisadas na Secção 3.

1 de Julho de 1997 a 31 de Dezembro de 1997

Mercado de acções Taxa de câmbio do dólar

dos EUA

Hong Kong -29.4 0.0

Indonésia -45.1 -55.0

Malásia -44.9 -35.0

República da Coreia -46.6 -47.7

Singapura -22.8 -15.0

Tailândia -34.5 -47.8

Fonte: Reuters.

1.2 Evolução macro-económica naUE

Crescimento real do PIB na UE acelerou

O crescimento real do PIB na UE, no iníciode 1997, seguiu um padrão de evoluçãomoderada, já observada no início de 1996,uma vez que voltaram a ocorrer condiçõesclimatéricas invulgarmente adversas quelevaram à contracção da construção noprimeiro trimestre do ano. No entanto, oritmo da actividade económica acelerouposteriormente e, a partir do segundo

trimestre, a taxa de crescimento erasignificativamente superior à registada noperíodo homólogo do ano anterior. A crisena Ásia não teve um impacto negativosignificativo no crescimento em 1997. Ocrescimento real médio do PIB na UE terás ido de 2.7% em 1997, ou sejasubstancialmente mais elevado do que ataxa de 1.7% registada em 1996. Aaceleração da actividade foi generalizada e,em quase todos os países da UE, ocrescimento foi mais forte (ver Quadro 1),embora se tenham continuado a verificardiferenças em termos do vigor da actividade

Variações dos preços dos activos nos mercados asiáticos(em percentagem)

22

económica. Na Itália e Suécia, o crescimentodo produto, embora superior a 1996,permaneceu abaixo de 2%, enquanto quena Bélgica, Alemanha, França e Áustria essataxa variou entre 2% e 3%. O crescimentoreal do PIB nos restantes nove Estados-membros da UE foi superior a 3%. Em1997, o crescimento na Irlanda voltou a sero mais forte da União, situando-se em10.3%. Na Finlândia, o crescimento real doPIB também acelerou significativamente,atingindo quase 6%.

A aceleração da actividade em 1997 foi,em larga medida, apoiada pela persistênciados factores favoráveis que já tinhamcaracterizado o ano de 1996: a expansãoeconómica na América do Nortepermaneceu robusta (ver também Secção

1.1) e a competitividade dos preços namaioria dos países da UE melhorou emrelação aos seus principais parceiroscomerciais fora da UE. Na UE, a descida ouo baixo nível da inflação permitiu, à maioriados Estados-membros, seguir políticascaracterizadas por taxas de juro nominaisde curto prazo relativamente baixas (verSecção 2), assim como a manutenção detaxas de câmbio intra-UE geralmenteestáveis e uma nova redução das taxas derendibilidade das obrigações. A confiançados consumidores melhorou para níveispróximos da média de longo prazo, emborao nível e grau de melhoria tenha variadosignificativamente de país para país. Aconfiança na indústria também melhorouacentuadamente e, no final do ano, eramuito superior à média de longo prazo.

Quadro 1Evolução recente do crescimento real do PIB(variações percentuais)

Taxas anuais (a) Taxas trimestrais (b)

1995 1996 1997(c) 1996 1997 1996 1997

T4 T1 T2 T3 T4 T4 T1 T2 T3 T4

Bélgica 2.1 1.5 2.8 2.0 2.4 2.9 2.9 . 0.7 0.6 1.3 0.5 .

Dinamarca 3.1 3.5 3.4 3.1 2.0 4.3 2.6 4.4 -0.8 0.9 2.0 0.5 1.1

Alemanha 1.8 1.4 2.2 1.8 1.0 3.0 2.4 2.4 0.3 -0.4 0.9 0.7 0.3

Grécia 2.1 2.7 3.5 - - - - - - - - - -

Espanha 2.7 2.3 3.4 2.8 3.2 3.4 3.5 3.6 0.8 0.9 0.8 0.9 0.9

França 2.1 1.5 2.4 2.3 1.3 2.6 2.7 3.2 0.3 0.3 1.1 0.9 0.8

Irlanda 10.4 7.7 10.3 - - - - - - - - - -

Itália 2.9 0.7 1.5 -0.2 -0.9 1.9 2.2 2.8 -0.4 0.0 1.9 0.6 0.2

Luxemburgo 2.7 3.5 4.8 . . . . . . . . . .

Países Baixos 2.3 3.3 3.4 3.5 2.6 3.1 2.9 3.6 0.8 0.7 0.9 0.7 1.0

Áustria 2.1 1.6 2.5 . . . . . . . . . .

Portugal 2.4 3.6 3.9 - - - - - - - - - -

Finlândia 5.1 3.6 5.9 6.0 4.0 7.1 6.4 6.2 1.4 0.0 3.1 1.7 1.1

Suécia 3.9 1.3 1.8 1.3 -1.2 2.9 2.0 3.3 0.6 -0.2 0.4 1.0 2.2

Reino Unido 2.7 2.2 3.3 2.8 3.1 3.5 3.6 2.8 1.2 0.8 0.8 0.8 0.3

UE-15 2.5 1.7 2.7 2.1 1.4 3.0 2.8 2.9 0.5 0.4 1.2 0.8 0.5

Fonte: Dados nacionais.(a) Taxas anuais: Variação percentual em relação ao período homólogo do ano anterior.(b) Taxas trimestrais: Variação percentual em relação ao trimestre anterior, corrigida da sazonalidade (em relação a alguns países

também corrigida das variações dos dias úteis); não anualizada.(c) Valores provisórios.

23

Procura interna mais forte, exportações líquidasmantiveram-se positivas

No conjunto da União, a melhoria docrescimento real em 1997 deveu-seprincipalmente à procura interna, a qualaumentou 2.2% em comparação com 1.5%no ano anterior. Pelo quarto ano consecutivo,o comércio líquido de bens e serviços deuum estímulo positivo, se bem que pequeno,ao crescimento, em resultado de um aumentomoderado dos custos unitários de trabalhorelativos, tendo como consequência amelhoria da competitividade. O aumento daprocura interna esteve associado a maiorescrescimentos do investimento e da formaçãode stocks, enquanto o crescimento doconsumo privado não registou alterações e oconsumo público foi mais fraco que em 1996(ver Quadro 2). Embora o crescimento daprocura interna tenha atingido um valor igualou superior a 3% em muitos países(Dinamarca, Grécia, Irlanda, Luxemburgo,Países Baixos, Portugal, Finlândia e ReinoUnido), na Alemanha, França, Áustria e Suéciafoi inferior a 1.5%.

O crescimento do consumo privado na UEtem sido geralmente constante desde arecessão de 1992-93, mantendo-se numintervalo de 1½-2%. Por um lado, o baixocrescimento do rendimento real disponíveldas famílias, associado aos efeitos negativosna confiança do elevado desemprego emalguns países e da incerteza quanto aofuturo padrão de consolidação orçamental,levou à diminuição das despesas deconsumo. Por outro lado, a confiança dosconsumidores aumentou, uma vez quemelhoraram as perspectivas económicas eaumentaram os ganhos com acções e, emalguns casos, os preços dos imóveis. Oequilíbrio entre estes factores variouacentuadamente, como é ilustrado pelofacto de, em 1997, o consumo privado terregistado uma expansão igual ou superior a3% na Dinamarca, Espanha, Irlanda, PaísesBaixos, Portugal, Finlândia e Reino Unido,enquanto que na Alemanha, França eÁustria aumentou menos de 1%. No Reino

Unido, o consumo privado cresceu 4.5%em 1997, a taxa mais elevada desde 1988,est imulado em parte por factorestemporários (nomeadamente, ganhosinesperados resultantes da desmutualizaçãodas instituições de crédito hipotecário).

Reflectindo os esforços continuados dasautoridades orçamentais para restringir adespesa face à necessidade de consolidação,o consumo público na UE aumentou 0.5%em 1997, provocando a queda do seu ráciono PIB. Na Alemanha, Grécia, Itália, Finlândiae Suécia, o consumo público desceu,enquanto que em Espanha e no Reino Unidoaumentou apenas marginalmente. Ao invés,o consumo público subiu 2.9% na Dinamarca,3.9% no Luxemburgo, 3.3% nos Países Baixose 3.0% em Portugal.

Prosseguindo o padrão observado desde oinício da década de 90, o crescimento doinvestimento fixo em 1997 - embora tenhasido mais elevado do que em 1996 -continuou a ser inferior aos níveis dasdécadas anteriores, apesar da existência demargens de lucro satisfatórias e de um nívelelevado de confiança na indústria, bemcomo de taxas relativamente elevadas deutilização da capacidade produtiva no sectortransformador. Em termos individuais, ocrescimento do investimento em 1997 foisuperior a 10% na Grécia, Irlanda,Luxemburgo, Portugal e Finlândia, sendoigualmente forte na Dinamarca e nos PaísesBaixos. Ao invés, o investimento registouum aumento igual ou inferior a 1% naAlemanha, França e Itália, tendo caído 4.8%na Suécia.

Tanto as exportações como as importaçõesaumentaram de forma muito mais acentuadado que em 1996, reflectindo, em parte, oressurgimento do crescimento na UE (com oaumento do comércio intra-UE) e condiçõeseconómicas globalmente dinâmicas. Asexportações dos países da UE aumentaram9.5% em média, enquanto que as importaçõescresceram 8.5%. Os dados da ComissãoEuropeia revelam que os saldos da balança

24

comercial e de transacções correntes da UEvoltaram a melhorar em 1997 (ver Quadro3); o saldo da balança comercial ascendeu a1.5% do PIB da UE e o saldo da balança detransacções correntes aumentou para 1.2%do PIB da UE. O saldo da balança detransacções correntes (com base em dadosnacionais) melhorou significativamente emFrança e nos Países Baixos assim como, sebem que em menor escala, na Bélgica,Alemanha, Espanha, Finlândia e Reino Unido.Contrariamente, na Dinamarca registou-seuma acentuada deterioração. Em termosglobais, onze Estados-membros registaramexcedentes no saldo da balança detransacções correntes. Em geral, esses

excedentes estiveram associados a umapoupança privada líquida (poupança privadamenos investimento) elevada e relativamenteestável, enquanto que a situação no sectorpúblico tendeu a melhorar significativamente,reflectindo o processo de consolidaçãoorçamental em curso.

A criação de emprego manteve-se reduzida,persistindo um desemprego elevado

No contexto de um forte crescimentoeconómico no conjunto da UE, o empregoaumentou apenas ligeiramente, enquanto queo desemprego se manteve num nível

Quadro 2Composição do crescimento na UE em 1997 *(variação anual em percentagem)

PIB real

Procura interna Comércio Externo

Consumo Investi- Variação

mento de exis- Exporta- Importa-

Privado Público fixo tências (a) ções ções

Bélgica 2.8 2.3 2.2 1.1 5.6 -0.3 6.1 5.5

Dinamarca 3.4 4.2 4.1 2.9 7.2 -0.2 4.5 7.0

Alemanha 2.2 1.2 0.2 -0.4 0.2 1.1 10.7 7.0

Grécia 3.5 3.8 2.5 -0.1 10.9 -0.1 5.2 5.9

Espanha 3.4 2.7 3.1 0.7 4.7 -0.4 12.9 10.1

França 2.4 1.0 0.9 1.5 0.2 0.1 11.3 6.6

Irlanda 10.3 7.9 7.1 2.7 13.6 0.2 18.1 16.3

Itália 1.5 2.5 2.4 -0.7 0.6 1.0 6.3 11.8

Luxemburgo 4.8 4.7 2.5 3.9 14.1 0.4 6.0 6.1

Países Baixos 3.4 3.3 3.2 3.3 6.0 0.0 10.5 10.6

Áustria 2.5 1.2 0.2 0.9 3.6 -0.7 8.0 5.4

Portugal 3.9 5.3 3.1 3.0 13.1 0.1 8.0 11.1

Finlândia 5.9 4.1 3.1 -0.3 11.3 0.3 135 9.3

Suécia 1.8 0.4 2.0 -2.1 -4.8 0.7 12.8 11.7

Reino Unido 3.3 3.6 4.5 0.5 3.9 0.1 7.8 8.4

UE-15(b) 2.7 2.2 2.1 0.5 2.4 0.4 9.5 8.5

Por memória:

UE-15(b) (1996) 1.7 1.5 2.0 1.5 1.1 -0.3 4.9 3.7

Fonte: Dados nacionais.* Dados parcialmente estimados.(a) Contribuição para o crescimento.(b) Os valores relativos ao comércio externo são uma média ponderada dos dados relativos à UE-15 e, como tal, não excluem o

comércio intra-UE.

25

persistentemente elevado. O emprego totalna UE, que ascende a cerca de 147 milhões,não tem aumentado significativamente desdea recessão de 1992-93, apesar do crescimentomédio anual do PIB real na EU ter ascendidoa 2.4% durante esse período. Por exemplo, oemprego total terá crescido apenas cerca de0.5% em 1997, o que compara com aumentosde aproximadamente 1% no Japão e mais de2% nos Estados Unidos. Além disso, a taxa departicipação da população activa, que se situaem cerca de 67%, é inferior à registada querno Japão, quer nos Estados Unidos. Odesemprego na UE, medido numa basecomparável, permaneceu duas vezes maiselevado do que nos Estados Unidos e trêsvezes mais elevado do que no Japão. Sãoparticularmente preocupantes os níveis muitomais elevados de desemprego dos jovens ede desemprego de longa duração. Aconcentração do desemprego nestas

categorias, assim como a continuação dafraca criação de emprego, apontam para anatureza estrutural da maior parte dodesemprego na UE e para a continuação danecessidade de medidas estruturais.

A taxa de desemprego no conjunto da UE(medida com base em dados doEUROSTAT) diminuiu ligeiramente nodecurso de 1997, de 10.8% no quartotrimestre de 1996 para 10.5% no quartotrimestre de 1997 (ver Gráfico 2). Odesemprego registou uma queda na maiorparte dos Estados-membros da UE, sendoem grande parte, mas não inteiramente,compatível com os padrões de crescimento;registaram-se descidas acentuadas naDinamarca, Espanha, Irlanda, Países Baixos,Finlândia e Reino Unido. Na Irlanda, a taxade desemprego caiu, pela primeira vez nasúltimas décadas, para um nível inferior à

Quadro 3Balanças comerciais e de transacções correntes na UE *(em percentagem do PIB)

Balança comercial Balança de transacções correntes

1994 1995 1996 1997(a) 1994 1995 1996 1997(a)

Bélgica (b) . 4.1 3.9 4.4 . 4.2 4.2 4.9

Dinamarca 4.1 2.9 3.5 2.8 1.8 1.0 1.7 0.6

Alemanha 2.2 2.5 2.8 3.3 -1.0 -0.9 -0.6 0.0

Grécia -13.8 -15.0 -15.0 -15.1 -0.1 -2.5 -3.7 -4.0

Espanha -3.9 -4.3 -3.8 -3.6 -0.8 1.2 1.3 1.5

França 0.7 0.9 1.2 2.2 0.6 0.7 1.3 2.9

Irlanda 15.5 19.3 20.0 22.8 3.6 4.1 3.2 2.8

Itália 3.5 4.1 5.0 4.1 1.4 2.5 3.4 3.2

Luxemburgo (b) -12.8 -12.0 -13.6 . 14.0 18.1 15.9 15.9

Países Baixos 5.1 5.3 5.0 3.4 5.3 6.1 5.8 5.3

Áustria -5.2 -3.8 -4.2 -2.7 -0.9 -2.0 -1.8 -1.9

Portugal -7.8 -6.8 -7.2 -8.1 -2.5 -0.2 -1.4 -2.0

Finlândia 6.6 8.6 7.7 8.5 1.3 4.1 3.8 5.1

Suécia 4.4 6.5 7.0 7.3 0.4 2.1 2.7 2.7

Reino Unido -1.5 -0.4 -1.0 -1.2 -0.3 -0.7 -0.4 0.3

UE-15(c) 0.6 1.0 1.3 1.5 0.0 0.4 0.8 1.2

Fonte: Dados nacionais.* Excedente (+), défice (-).(a) Valores provisórios.(b) Os valores correspondentes à UEBL são: para a balança comercial: 2.7, 4.1, 3.9, 4.2; e para a balança de transacções correntes:

5.0, 5.1, 5.0, 5.3.(c) Dados da Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998); definição das contas nacionais.

26

Taxas de desemprego*(definição do EUROSTAT; em percentagem da população activa)

Fonte: EUROSTAT.* Dados corrigidos da sazonalidade.(a) Alemanha unificada a partir de Janeiro de 1993.(b) Definição nacional, uma vez que não existem dados mensais disponíveis numa base comparável.(c) Definição revista a partir de Maio de 1997. (d) Anteriormente a Janeiro de 1995, é apresentada a UE-12.

BélgicaDinamarca

Alemanha(a)

Grécia(b)EspanhaFrança Itália

Irlanda

LuxemburgoPaíses Baixos

ÁustriaPortugal

Finlândia(c)

SuéciaReino UnidoUE-15(d)

Gráfico 2

1992 1993 1994 1995 1996 1997

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

1992 1993 1994 1995 1996 1997

1992 1993 1994 1995 1996 1997

0

2

4

6

8

10

12

14

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20

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26

1992 1993 1994 1995 1996 1997

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14

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2

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6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

27

média da UE. Nos Países Baixos, a taxa dedesemprego desceu para 5% no final doano. O desemprego também diminuiu, sebem que em menor escala, na Bélgica e emPortugal. Ao invés, verificou-se um novoaumento nas taxas de desemprego naAlemanha, reflectindo largamente aevolução na Alemanha oriental onde odesemprego tinha aumentado para quase20% no final do ano. O abrandamentoactual da actividade de construção e acontracção dos sistemas de promoção doemprego e de formação profissional podemexplicar a evolução na Alemanha oriental.Em termos globais, continuaram a verificar--se diferenças consideráveis entre as taxasde desemprego na União. No quartotrimestre de 1997, a referida taxa situou-senum nível igual ou superior a 10% em cincopaíses: Alemanha, Espanha, França, Itália eFinlândia. Apesar da acentuada descidaocorrida em Espanha e na Finlândia, astaxas de desemprego nestes dois paísescontinuaram a ser as mais elevadas da UE.

Os dados do EUROSTAT sobre odesemprego, aos quais é feita referência noparágrafo acima, são calculados de acordocom as recomendações da OIT. Estesdados são mais comparáveis do que osdados nacionais, mas não se encontramainda completamente harmonizados. Emalguns casos, diferem consideravelmentedas definições nacionais correspondentes

(ver Quadro 4). Em particular, numa baseanual, as estimativas do EUROSTAT para1997 são mais elevadas para a Grécia,Suécia e Reino Unido e mais baixas para aDinamarca, Alemanha, Países Baixos, Áustriae Finlândia.

1.3 Progressos alcançados naconvergência macro-económica

Nos termos do n.º 1 do artigo 109.º-J doTratado, no final de Março de 1998, o IMEapresentou o seu relatório ao Conselho daUE sobre os progressos alcançados pelosEstados-membros no cumprimento das suasobrigações relativas à realização da UniãoEconómica e Monetária. Este Relatório deConvergência inclui um exame dos resultadosna realização de um elevado grau deconvergência sustentável, referindo-se aocumprimento por cada Estado-membro doscritérios de convergência estipulados noTratado. Esse relatório examinouindividualmente o comportamento de cadapaís da UE em termos do grau alcançado naestabilidade de preços, dívida e défice público,taxas de juro de longo prazo e taxas decâmbio. No início de Maio de 1998, oConselho da UE, reunido a nível de chefes deEstado ou de Governo, confirmou quais osEstados-membros que reúnem as condiçõesnecessárias para a adopção da moeda única.O resultado desta reunião é apresentado na

Quadro 4Comparação dos dados de desemprego nacionais e do EUROSTAT(em percentagem da população activa)

BE DK DE GR ES FR IE IT LU NL AT PT FI SE UK EU

1996

Definição nacional 9.8 8.7 10.4 7.5 22.2 12.3 11.5 12.1 3.3 6.6 7.0 7.3 15.8 8.0 7.5 11.0

EUROSTAT 9.7 6.9 8.8 9.6 22.1 12.4 11.6 12.0 3.3 6.3 4.3 7.3 15.4 10.0 8.2 10.8

1997

Definição nacional 9.3 7.8 11.5 7.9 20.8 12.5 10.3 12.3 3.6 5.6 7.1 6.8 14.5 8.0 5.7 10.8

EUROSTAT 9.2 6.1 9.7 9.6 20.8 12.4 10.2 12.1 3.7 5.2 4.4 6.8 14.0 10.2 7.1 10.6

Fonte: Dados nacionais e EUROSTAT.

28

Caixa 2. Um resumo da análise daconvergência efectuada pelo IME, que inclui aevolução registada em 1997, é apresentadonum Anexo, que contem partes seleccionadasda Introdução e Sumário do Relatório de

Convergência. Os dados relativos aos critériosde convergência do Tratado de Maastricht(excluindo o critério de taxa de câmbio) sãoapresentados no Quadro 5.

29

Quadro 5Indicadores económicos e critérios de convergência do Tratado de Maastricht(excluindo o critério das taxas de câmbio)

Excedente (+)Taxa de ou défice (-) Dívida bruta do

Inflação juro de longo do sector público sector públicodo IPCH (a) prazo (b) administrativo (c) administrativo (c)

Bélgica 1996 1.8 6.5 -3.2 126.91997 (d) 1.4 5.7 # 2.1 122.21998 (e) - - # -1.7 118.1

Dinamarca (f) 1996 2.1 7.2 # -0.7 70.61997 (d) 1.9 6.2 # 0.7 65.11998 (e) - - # 1.1 # 59.5

Alemanha 1996 1.2 6.2 -3.4 60.41997 (d) 1.4 5.6 # -2.7 61.31998 (e) - - # -2.5 61.2

Grécia 1996 7.9 14.4 -7.5 111.61997 (d) 5.2 9.8 -4.0 108.71998 (e) - - # -2.2 107.7

Espanha 1996 3.6 8.7 -4.6 70.11997 (d) 1.8 6.3 # -2.6 68.81998 (e) - - # -2.2 67.4

França 1996 2.1 6.3 -4.1 # 55.71997 (d) ** 1.2 ** 5.5 # -3.0 # 58.01998 (e) - - # -2.9 # 58.1

Irlanda 1996 2.2 7.3 # -0.4 72.71997 (d) *** 1.2 *** 6.2 # 0.9 66.31998 (e) - - # 1.1 # 59.5

Itália 1996 4.0 9.4 -6.7 124.01997 (d) 1.8 6.7 # -2.7 121.61998 (e) - - # -2.5 118.1

Luxemburgo 1996 *** 1.2 *** 6.3 # 2.5 # 6.61997 (d) 1.4 5.6 # 1.7 # 6.71998 (e) - - # 1.0 # 7.1

Países Baixos 1996 1.4 6.2 # -2.3 77.21997 (d) 1.8 5.5 # -1.4 72.11998 (e) - - # -1.6 70.0

Áustria 1996 1.8 6.3 -4.0 69.51997 (d) * 1.1 * 5.6 # -2.5 66.11998 (e) - - # -2.3 64.7

Portugal 1996 2.9 8.6 -3.2 65.01997 (d) 1.8 6.2 # -2.5 62.01998 (e) - - # -2.2 # 60.0

Finlândia 1996 ** 1.1 ** 7.1 -3.3 # 57.61997 (d) 1.3 5.9 # -0.9 # 55.81998 (e) - - # 0.3 # 53.6

Suécia 1996 * 0.8 * 8.0 -3.5 76.71997 (d) 1.9 6.5 # -0.8 76.61998 (e) - - # 0.5 74.1

Reino Unido 1996 2.5 7.9 -4.8 # 54.71997 (d) 1.8 7.0 # -1.9 # 53.41998 (e) - - # -0.6 # 52.3

Fonte: Comissão Europeia.*, **, *** = Primeiro, segundo e terceiro países com os melhores resultados em termos de estabilidade de preços.# = défice público não excedendo 3% do PIB; dívida pública não excedendo 60% do PIB.(a) Variações percentuais anuais.(b) Em percentagem. A série harmonizada para a Grécia começa em meados de 1997. Antes desta data, os cálculos basearam-se nos

dados disponíveis mais comparáveis; para o período de Março a Junho de 1997, foram usadas taxas de rendibilidade das obrigaçõesde longo prazo com maturidades inferiores às das séries harmonizadas; antes dessa período, foram usadas taxas de rendibilidadena emissão das obrigações de longo prazo com maturidades inferiores às das séries harmonizadas.

(c) Em percentagem do PIB.(d) Foi considerado o período de doze meses terminado em Janeiro de 1998 para a inflação do IPCH e para a taxa de juro de longo

prazo; Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998) para o excedente ou défice público e dívida pública bruta.(e) Projecções da Comissão Europeia para o excedente ou défice público e a dívida pública bruta (previsões da Primavera de 1998).(f) Valores da dívida pública bruta não corrigidos dos activos detidos pelo Fundo Social de Pensões Dinamarquês relativamente aos

sectores que não fazem parte do sector público administrativo e dos depósitos do Estado junto do Banco Central para fins degestão de reservas cambiais. Nos termos das declarações 5 e 6 respeitantes ao Regulamento do Conselho nº 3605/93, de 22 deNovembro de 1993, o Conselho e a Comissão acordam que, para a Dinamarca, estas rubricas serão especificadas aquando dadivulgação da dívida pública bruta. Em 1996, totalizavam 9.6% do PIB e, em 1997, 8.0% do PIB. Acresce que os dados não seencontram corrigidos dos montantes em dívida do Estado para o financiamento de empresas públicas, os quais, em conformidadecom a declaração 3 respeitante ao supra-citado Regulamento, se encontram sujeitos a apresentação em separado pelosEstados-membros. Na Dinamarca, esta rubrica representava 5.2% do PIB, em 1996, e 4.9% do PIB, em 1997.

30

2 Políticas monetárias nos Estados-membros

Esta secção descreve as alterações registadasnas condições monetárias de cada país daUE, em 1997, e os respectivos objectivosde política monetária para 1998. Reflecteas atribuições do IME na Segunda Fase daUEM, as quais consistem no reforço dacooperação entre os bancos centraisnacionais e na coordenação das políticasmonetárias nos Estados-membros, com oobjectivo de assegurar a manutenção daestabilidade de preços. Associadas a estasresponsabilidades, a adequação e acompatibilidade das actuais políticasmonetárias e cambiais foram analisadas nashabituais reuniões do IME. Nestas análises,foi tomada em consideração a conduçãodas políticas no contexto do mecanismo detaxas de câmbio (MTC), do qual faziamparte, em 1997, todos os países da UE, àexcepção da Grécia3 , Suécia e Reino Unido.

2.1 Convergência adicional das taxasde juro

A conjuntura económica e financeira em1997 possibil itou a continuação daconvergência das taxas de juro de curto elongo prazo e a manutenção de taxas decâmbio geralmente estáveis. A maior partedos países da UE (nomeadamente Bélgica/Luxemburgo, Dinamarca, Alemanha, França,Países Baixos, Áustria, Finlândia e Suécia)mantiveram, em termos gerais, taxas dejuro baixas. Esta situação reflectiu aestabilidade de preços, num contexto deestreitamento dos desvios do produto -embora ainda negativos, em geral -, de umcomportamento salarial favorável e deesforços de consolidação por parte dasautoridades orçamentais. As taxas de jurooficiais e directoras mantiveram-se em níveisbaixos e próximos, embora tivessem sidoligeiramente aumentadas no Outono emresposta a riscos inflacionistas (ver Gráfico3 e o anexo respeitante à cronologia dasmedidas monetárias). A natureza concertada

destas políticas fortaleceu a coesão entreos países com taxas de juro muitosemelhantes.

Outros Estados-membros (Espanha, Itália,Portugal e inicialmente também a Grécia)conseguiram continuar a reduzir as taxasde juro de acordo com o grau deconvergência dos respectivos fundamentoseconómicos globais face aos países referidosno parágrafo anterior, em particular no querespeita à realização da estabilidade depreços. As taxas de juro de curto e longoprazo, nesses países, seguiram uma tendênciadecrescente, convergindo gradualmentepara o nível mais baixo registado nos paísesestreitamente alinhados mencionados noprimeiro grupo (ver Gráfico 4). A políticamonetária nos outros dois países da UE(Irlanda e Reino Unido) foi tornada maisrestritiva, embora em graus diferentes, emresposta quer à dinâmica do crescimentoeconómico e monetário, quer a riscosinflacionistas acrescidos, no âmbito dacontinuação de sólidos fundamentoseconómicos. O alargamento dos diferenciaisde taxa de juro de curto prazo em relaçãoà Alemanha foi acompanhado por umanova e forte apreciação das respectivasmoedas face ao marco alemão. Na partefinal do ano, no entanto, as taxas de juro decurto prazo na Irlanda começaram a descerem relação à Alemanha e a libra irlandesaaproximou-se das suas taxas centrais nagrelha do MTC.4

3 Com efeito a partir de 16 de Março de 1998, odracma grego aderiu ao mecanismo de taxas decâmbio do SME, com uma taxa central de GRD357 em relação ao ECU, implicando uma depre-ciação de 14%. As autoridades gregas comprome-teram-se a prosseguir uma política económica emonetária firmemente orientada para o controloe redução da inflação.

4 Com efeito a partir de 16 de Março de 1998, astaxas centrais bilaterais da libra irlandesa face àsoutras moedas participantes no MTC apreciaram--se 3%, aproximando-se das taxas de mercado.

31

O processo de convergência foi apoiadopelo forte compromisso político em relaçãoà UEM demonstrado nas reuniões habituaisdo Conselho Europeu e pelacorrespondente redução da incerteza domercado. Foi particularmente importante oentendimento alcançado na reuniãoinformal do Conselho ECOFIN, realizadaem Mondorf-les-Bains, em Setembro de1997, segundo o qual as taxas de câmbiobilaterais utilizadas no início da TerceiraFase para determinar as taxas de conversãoirrevogáveis em relação ao euro seriampré-anunciadas imediatamente após aselecção dos países que irão adoptar amoeda única (ver Caixa 2). Dadas ascondições calmas nos mercados cambiaisna Europa, um número crescente departicipantes de mercado foi levado apensar que as taxas de câmbio bilateraispré-anunciadas seriam iguais ou muitopróximas das taxas centrais bilaterais doMTC. Em resultado, o processo deconvergência das taxas de câmbio para asrespectivas taxas centrais no MTC, induzidopelo mercado, e a consequenteconvergência das taxas de juro de curtoprazo, saíram fortalecidos.

2.2 Políticas monetárias nos Estados--membros

O Deutsche Bundesbank continuou amanter, em 1997, um ambiente de taxasde juro baixas, reflectindo o progressivoretorno do crescimento do agregadomonetário alargado (M3) para um nívelmais satisfatório e expectativas de inflaçãomoderadas na Alemanha. Durante o Verão,contudo, a apreciação do dólar americanoe os aumentos dos preços administradoslevaram à subida da inflação dos preços nasimportações, no produtor e no consumidor.Com o objectivo de assegurar uma novadescida da taxa de expansão monetária econtrariar os riscos para a estabilidade dospreços numa fase inicial, o Bundesbankdecidiu, a 9 de Outubro de 1997, adoptaruma política monetária em certa medida

menos acomodatícia. A taxa dos acordosde recompra de títulos - que se tinhamantido em 3.0% desde Agosto de 1996 -foi aumentada para 3.3%, enquanto quetanto a taxa de desconto oficial como ataxa lombarda permaneceram inalteradasem 2.5% e 4.5%, respectivamente (verGráfico 3).

No final de 1996, o Bundesbank alargou deum para dois anos o horizonte temporal doseu objectivo monetário em termos doagregado M3, por forma a ter em conta aspossíveis incertezas dos mercadosfinanceiros durante o período de transiçãopara a Terceira Fase. A taxa objectivoanual de crescimento para o agregado M3foi fixada em aproximadamente 5%, querpara 1997, quer para 1998. Como pontode referência adicional a curto prazo, ointervalo objectivo para o crescimento doagregado M3, para o quarto trimestre de1997, foi fixado em 3.5-6.5%. Em Dezembrode 1997, o Bundesbank confirmou umobjectivo monetário para dois anos decerca de 5% ao ano, mas reduziu o intervalopara 3-6% em 1998, tendo simultaneamentereconhecido que, no segundo trimestre de1998, a estratégia relativa ao objectivomonetário deveria prestar maior atençãoaos aspectos relacionados com o conjuntodos países seleccionados para participar naárea do euro (ver também Secção 3).

Apesar de, no último trimestre de 1996, ocrescimento de 8.1% registado pelo agregadoM3 ter excedido o objectivo programado de4-7%, o ritmo da expansão monetáriadesacelerou gradualmente no decurso de1997, de tal forma que, no quarto trimestre, ocrescimento do M3 foi de 4.7%, ou sejaligeiramente abaixo do valor médio dointervalo programado de 3.5-6.5% (verQuadro 6(a)). A desaceleração docrescimento da massa monetária ficou adever-se ao enfraquecimento do crédito aossectores público e privado e de avultadassaídas líquidas de fundos, resultantes detransacções entre o sector não bancárioresidente e não residentes. Em 1997, o sector

32

Taxas de juro oficiais e directoras(em percentagem)

Gráfico 3

Fonte: Dados nacionais. (As taxas indicadas são as mais relevantes para a política monetária em cada país).(a) Dados em fim de semana, para Portugal dados em princípio de semana.(b) Dados em fim de mês.(c) Antes de 23 de Maio de 1997: taxa de juro dos adiantamentos.(d) Se for suspenso o anúncio da taxa regular de cedência de liquidez, a taxa de juro corresponde às taxas das operações ocasionais.(e) Antes de 3 de Março de 1997: taxa de cedência mínima.

1996 1997

1996 1997

1996 1997

1996 1997

1996 1997

1996 1997

1996 1997

1996 1997

2

4

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2

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2

0

4

6

8

10

UK Taxa dos acordos de recompra(b)(e)

12

14

16

18

20

22

DE Taxa lombarda(a)

DE Taxa dos acordos de recompra(a)

DE Taxa de desconto(a) NL Adiantamentos fixos(b)(c)

NL Adiantamentos especiais (b)

AT Taxa dos acordos de recompra(a)

AT Taxa de desconto(b)

FR Facilidade de cedência de 5 a 10 dias(a)

FR Taxa de intervenção(a)DK Certificados de depósito(a)

BE Taxa central(a)

BE Taxa de desconto(a)FI Taxa de leilão(b)

PT Taxa de cedência(a)(d)

PT Taxa de absorpção(a)(d)ES Taxa dos acordos derecompra a 10 dias(b)

IT Adiantamentos a prazo fixo(a)

IT Taxa de desconto(a)IT Taxa dos acordos de recompra(a)

IE Linha de crédito de curto prazo(b)

SE Taxa dos acordos de venda e recompra(a)

SE Taxa de cedência(a)GR Taxa lombarda(b)

GR Taxa de desconto(b)

33

não bancário residente voltou a reduzir osseus depósitos transnacionais e as carteiras detítulos do mercado monetário. Emconsequência, o agregado M3 alargado pelosdepósitos transnacionais, obrigações de curtoprazo dos bancos e investimentos em fundosdo mercado monetário expandiu-se maislentamente do que o M3 (a uma taxa anualde 4.4% no quarto trimestre de 1997, o quecompara com 4.7% para o agregado M3).

No dia 9 de Outubro de 1997, as taxas dejuro oficiais e/ou directoras foram

igualmente aumentadas em 0.2-0.3 pontospercentuais, em simultâneo, na Bélgica/Luxemburgo, Dinamarca, França, PaísesBaixos e Áustria, permitindo alguns bancoscentrais a existência de um pequenodiferencial face às taxas de juro equivalentesalemãs (ver Gráfico 4). O Suomen Pankkitambém aumentou a taxa de leilão em 0.25pontos percentuais em meados deSetembro e o Sveriges Riksbank aumentoua respectiva taxa em igual montante emmeados de Dezembro. A correspondênciaem termos de montante, calendarização e

Quadro 6Objectivos e orientações da política monetária dos Estados-membros

(a) Agregados monetários - objectivos e orientações(variações anuais em percentagem *)

1996 1997 1998

Variável de Objectivo/ Resultado Objectivo/ Resultado Objectivo/

referência orientação (a) orientação (a) orientação (a)

Alemanha M3 4-7 8.1 3.5-6.5 4.7 3-6

Grécia M3 6-9 9.3 6-9 9.5 -

Espanha ALP ≤8 6.5 ≤7 3.7 −França M3(b) 5 -3.2 5 2.0 5

Itália M2 5 3.1 <5 9.7 ~5

Reino Unido M0 0-4 5.7 0-4 6.5 -

M4 3-9 9.8 3-9 11.1 -

Fonte: Dados nacionais.* 4.º trimestre/4.º trimestre ou Dezembro/Dezembro (Reino Unido: Março/Março).(a) Objectivos a médio prazo para Espanha e França. Os intervalos de acompanhamento para o Reino Unido foram suspensos em 6 de

Maio de 1997 e o Comité de Política Monetária do Bank of England decidiu, posteriormente, não os reintroduzir.(b) M3 para 1996, e posteriormente também avaliado pela evolução dos agregados monetários restritos e alargados (M1, M2, M3+P1).

1996 1997 1998

Variável Objectivo Resultado Objectivo Resultado Objectivo

objectivo (a)

Espanha IPC 3.5-4(b) 3.6 <3 2.0 2

Finlândia IPCY ~2 0.2 ~2 0.7 ~2

Suécia IPC 2 ± 1 0.8 2 ± 1 0.8 2 ± 1

Reino Unido IPRX 1-4 2.9 <2.5(c) 2.8 2.5

(b) Objectivos formais para a inflação(variações anuais em percentagem)

Fonte: Dados nacionais.(a) IPC = Índice de preços no consumidor. IPCY = IPC excluindo impostos indirectos, subsídios e despesas de capital com habitação própria

(pagamentos de juros de hipotecas e depreciação). IPRX = Índice de preços a retalho excluindo pagamentos de juros de hipotecas.(b) Refere-se ao primeiro trimestre de 1996.(c) Metade inferior do intervalo de 1-4% até à Primavera de 1997; 2.5% ou menos posteriormente; objectivo de 2.5% após Junho de 1997.

34

orientação das medidas de política monetárianestes Estados-membros reflecte o estreitoalinhamento das respectivas taxas de jurode curto prazo, num contexto deestabilidade cambial, perspectivas para ainflação a médio prazo semelhantes e baixastaxas de rendibilidade das obrigações delongo prazo.

A Banque de France anulou o pequenodesvio existente face à taxa dos acordos derecompra alemães, aumentando a taxa deintervenção em 0.2 pontos percentuaispara 3.3% em Outubro. Esta medida teve oobjectivo de conservar o elevado nível deconfiança no franco francês, que se apreciouao longo do ano, aproximando-se dastaxas centrais face à maioria das restantesmoedas participantes no MTC. Numaperspect iva interna, a or ientaçãol igeiramente menos acomodatíc iaprosseguida teve também o objectivo deapoiar uma recuperação não inflacionistaface à evolução mais dinâmica da moeda edo crédito do que a ocorrida em 1996. Amédio prazo, a Banque de France temprocurado uma expansão da massamonetária de 5%; em Dezembro de 1997,os agregados monetários M1 e M2registaram taxas de crescimento anuais de6.6% e 7.8%, respectivamente, emcomparação com 0.8% e 3.6%, em 1996.Embora a contracção do M3, observadaem 1996, tenha continuado nos primeirosmeses de 1997, este agregado começou arecuperar a partir da Primavera, apoiadopelo maior crescimento económico e pelodinamismo da procura dos agregadosmonetários restritos (ver Quadro 6(a)). Ataxa de crescimento da dívida interna brutatotal, que é acompanhada como umindicador importante das condições definanciamento, situou-se em 3.5% emDezembro de 1997, ou seja ligeiramenteacima da taxa registada no ano anterior.

O franco belga/luxemburguês voltou aapresentar um elevado grau de estabilidadeface ao marco alemão, enquanto que astaxas de juro de curto prazo belgas se

mantiveram em níveis l igeiramentesuperiores aos da Alemanha (ver Gráfico4). Na Dinamarca, as pressões inflacionistasintensificaram-se durante o ano, mas, noentanto, ao terem sido parcialmentecontrariadas através de um maior rigororçamental , a coroa dinamarquesafortaleceu a sua posição no quadro doMTC, tendo-se verificado uma ligeiraredução do diferencial positivo das taxasde juro a três meses face ao marco alemão.Durante o ano, o florim holandês desceupara próximo da sua taxa central face aomarco alemão. O De Nederlandsche Bankreagiu, permitindo uma subida das taxas dejuro de curto prazo de níveis ligeiramenteinferiores aos das taxas alemãs para níveispróximo da paridade, o que foi consideradopositivo, dado o dinamismo da economiaholandesa. A taxa de câmbio do xelimaustríaco permaneceu muito próximo dasua paridade central em relação ao marcoalemão. As taxas de juro a três meses naÁustria mantiveram-se muito próximo dastaxas alemãs correspondentes, embora emOutubro o Oesterreichische Nationalbanktenha descido a taxa dos acordos derecompra para 3.2%, isto é ligeiramenteabaixo da sua equivalente alemã, emresposta à percepção de menores riscosinflacionistas internos.

Embora a taxa média da inflação subjacentedos preços no consumidor se tenha mantidomuito abaixo de 2% na Finlândia, em 1997,foi perceptível uma tendência ascendenteao longo do ano, com o aparecimento depressões inflacionistas, devido à continuaçãodo forte crescimento e do fortalecimentodas expectativas dos consumidores acercada inflação. Os preços mais elevados dosactivos financeiros e da habitação foramigualmente considerados como potencialmotivo de preocupação. Tendo em vista oobjectivo de assegurar a estabilização dainflação subjacente em (cerca de) 2% (verQuadro 6(b)), o Suomen Pankki aumentoua taxa de leilão de 3.0 para 3.25%, emmeados de Setembro. Durante o ano de1997, a marca finlandesa foi uma das

35

Diferenciais de taxa de juro de curto prazo em relação à Alemanha(taxas interbancárias a 3 meses; em pontos percentuais)

Fonte: Dados nacionais.

Bélgica (escala da esquerda)Dinamarca (escala da esquerda)

Grécia (escala da direita)

EspanhaFrança

Irlanda

ItáliaPaíses Baixos

ÁustriaPortugal

FinlândiaSuécia

Reino Unido

Gráfico 4

1996

-1 7

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1

2

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6

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1

2

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5

6

7

1997

1996 1997

1996 1997

1996 1997

36

moedas mais fortes do MTC e as taxas dejuro a três meses foram mantidas, em geral,num nível ligeiramente inferior ao das taxasalemãs.

A Suécia viu-se também confrontada como aumento da inflação dos preços noconsumidor durante a maior parte de1997, se bem que a um nível muitoreduzido. No contexto de um maior graude utilização da capacidade produtiva e dealguma preocupação em relação àsnegociações salariais, o Sveriges Riksbank, atítulo de prevenção, aumentou, emDezembro, a taxa dos acordos de recomprade títulos de 4.1 para 4.35%, a fim demanter um objectivo de 2% para a taxa deinflação (com uma margem de 1 pontopercentual para cada lado). Em termosglobais, o diferencial das taxas de juro decurto prazo em relação à Alemanha foigeralmente estável, de aproximadamente1.1 pontos percentuais.

As condições em diversos outros países daUE permitiram uma nova redução dastaxas de juro. O Banco de España reduziu arespectiva taxa de intervenção, em diversasocasiões, de 6.25% no início do ano para4.75% em Dezembro. Esta evolução reflectiua descida da inflação dos preços noconsumidor em Espanha, tendo estabilizadonuma taxa média de 2.0%, ou sejaacompanhando quer o objectivo para 1997,que consistia na manutenção da inflaçãonum nível inferior a 3%, quer o objectivode 2% anunciado para 1998 (ver Quadro6(b)). A posição estável da peseta espanholano MTC, a desaceleração do crescimentodos agregados monetários latos (ver Quadro6(a)) e o apoio das políticas orçamentaisprosseguidas contribuíram para a tendênciadescendente das taxas de juro de curtoprazo, as quais no final do ano tinhamdiminuído para 1.2 pontos percentuais acimadas taxas na Alemanha.

A inflação dos preços no consumidor naItália continuou a descer, tendo estabilizadonuma taxa média de 1.7% no conjunto do

ano. Este resultado, que também reflectiu aestabilidade cambial e os progressosrealizados na consolidação orçamental, eracompatível com as intenções da Bancad’Italia, divulgadas em Maio de 1996, demanter a taxa de inflação num nível inferiora 3% em 1997. Em 1998, o banco centralprocura manter a inflação em 2%. Ocrescimento monetár io excedeuclaramente o valor máximo de referênciado banco central situado em 5% (verQuadro 6(a)) ; porém, o agregadomonetário lato, M2, foi afectado pelasgrandes alterações de carteira ocorridasem resposta a uma conjuntura de baixainf lação. A Banca d’ I ta l ia reduziucautelosamente a taxa de desconto e ataxa dos adiantamentos a prazo fixo numtotal de 2 pontos percentuais para 5.5% e7.0%, respectivamente. No final de 1997, ataxa de juro a três meses em Itália tinhacaído para um nível inferior a 2.4 pontospercentuais acima da taxa equivalente naAlemanha (ver Gráfico 4).

Em Portugal, a estabilidade do escudoportuguês no MTC foi apoiada pela quedarápida da inflação para um valor ligeiramentesuperior a 2% e pelos firmes progressosrealizados em matéria de consolidaçãoorçamental. O Banco de Portugal pode,assim, baixar as taxas de juro oficiais, emdiversas ocasiões, reduzindo a taxa dosacordos de recompra de 6.7% no início de1997 para 5.3% no final do ano. Nestecontexto, o diferencial de taxa de juro atrês meses em relação à Alemanha reduziu-se para um valor ligeiramente superior a1.5 pontos percentuais.

O Banco da Grécia anunciou que tencionavareduzir a inflação para 4.5% no final de 1997e para um nível inferior 3% no final de 1998.Tendo este objectivo em vista, foi programadaa estabilidade da taxa de câmbio do dracmagrego face ao ECU e uma taxa para ocrescimento do agregado M3 entre 6-9%.Tendo conseguido reduzir a inflação dospreços no consumidor para 4.7% emDezembro de 1997, o banco central

37

5 Além disso, o intervalo de acompanhamento fixa-do pelo Governo para a expansão dos agregadosmonetários M0 e M4 foi suspenso em Maio de1997 e o Comité de Política Monetária do Bankof England decidiu, posteriormente, não o voltar areintroduzir.

praticamente alcançou o seu objectivo emtermos de preços. A tendência favorável dainflação permitiu uma nova descida das taxasde juro oficiais, na primeira metade do ano,uma vez que a rápida expansão do agregadoM3 podia ser explicada pelos ajustamentosde carteira associados a alterações orçamentaise à abolição dos controlos de capital de curtoprazo ainda existentes. No Outono, porém,o dracma foi afectado por pressõesespeculativas, na sequência da crise financeirana Ásia (ver Caixa 1). Embora as medidasadoptadas pelo banco central tenhamconseguido estabilizar a moeda em 1997, astaxas de juro a três meses, no final do ano,encontravam-se cerca de 4 pontospercentuais acima do valor registado no inícioda crise.

Nos restantes dois países não participantesno MTC, as condições económicas em1997 exigiram abordagens diferentes. Ocomportamento excepcionalmente forteda economia irlandesa, reflectido nadinâmica do crescimento da moeda e docrédito, na maior restritividade dascondições do mercado de trabalho e nasubida dos preços dos activos financeiros,não registou alteração. Os riscos de inflaçãoassociados levaram o Central Bank of Irelanda aumentar a taxa da sua facilidade decurto prazo em 0.25 pontos percentuaispara 6.5% no início de Maio. Embora a librairlandesa tenha continuado a ser a moedamais forte no MTC, depreciou-se em relaçãoà libra esterlina. Em consequência, a taxade câmbio efectiva revelou tendência parase depreciar, provocando novos riscos deinf lação. Contudo, a Ir landa nãoacompanhou o aumento generalizado dastaxas de juro oficiais registado em Outubro.No final do ano, antes da escolha, em Maiode 1998, dos países participantes na TerceiraFase da UEM, as taxas de juro de curtoprazo na Irlanda desceram em relação àssuas equivalentes alemãs e a libra irlandesaaproximou-se mais das respectivas taxascentrais no MTC.

Em 1997, a política monetária prosseguidano Reino Unido foi objecto de uma granderevisão. Imediatamente após as eleiçõesgerais realizadas em Maio, o novo Governodecidiu, entre outras medidas, concederindependência operacional ao Bank ofEngland no que respeita à fixação das taxasde juro, mantendo-se responsável peladefinição do objectivo para a inflação5 .Imediatamente antes do anúncio destadecisão, o Ministro das Finanças aumentoua taxa dos acordos de recompra de títulosem 0.25 pontos percentuais para 6.25%. Orecém-criado Comité de Política Monetáriado Bank of England aumentouposteriormente e em quatro ocasiões ataxa dos acordos de recompra de títulospara 7.25%, em Novembro, a fim de manteras perspectivas acerca da inflação subjacente(IPRX) compatíveis com o objectivo doGoverno de 2.5% (reafirmado em Junho).Foi considerado necessário este maior rigormonetário face ao fortalecimento actual eprevisto da procura interna, não obstanteos efeitos esperados de uma maiorrestritividade orçamental, do fim dos lucrosinesperados resultantes da desmutualizaçãodas instituições de crédito hipotecário e daapreciação da libra. A persistência de umforte crescimento monetário tambémcausou preocupação quanto à inflaçãofutura.

38

3 Perspectivas económicas e desafios

Esta secção descreve as perspectivas para aeconomia da UE e para a economiamundial, analisa a condução das políticasmonetárias no período de transição para aTerceira Fase da UEM e refere a criaçãodo SEBC e do BCE. A Caixa 2 analisa ascaracterísticas da futura área do euro,definida na reunião do Conselho da UE,realizada a nível de chefes de Estado ou deGoverno, a 2/3 de Maio de 1998, a qualconfirmou quais os Estados-membros quecumprem os requisitos necessários para aadopção da moeda única.

3.1 Perspectivas económicas para1998-99

As previsões económicas divulgadas pelasprincipais organizações internacionais naPrimavera de 1998 sugerem que asperspectivas de crescimento para a UE em1998 e 1999 são favoráveis, uma vez que aprocura interna deverá aumentar aindamais, compensando, em certa medida, adeterioração esperada da conjunturaexterna, em resultado, nomeadamente, dacrise na Ásia.

O crescimento real do PIB na UE, que temvindo a recuperar desde o segundotrimestre de 1997, deverá continuar afortalecer-se, dado que a procura internacontinua a acelerar em diversos países daUE. Os indicadores de confiança dosconsumidores e na indústria apontam nomesmo sentido. Esta evolução reflecte, emparte, o impacto do baixo nível das taxasde juro nominais, em especial nasmaturidades mais longas, num contexto depressões inf lac ionistas geralmentemoderadas, no qual a competitividadeexterna se tem mantido ou melhorado,apesar da depreciação das moedas demuitos países asiáticos. Esta conjuntura,associada ao aumento dos lucros dasempresas, em especial nas indústrias

exportadoras, deverá ser favorável aocrescimento do investimento. O consumoprivado também deverá continuar aaumentar, devido à subida dos salários reaise à redução das incertezas acerca dasperspectivas de emprego em 1998 e 1999.Face à necessidade de uma contínuaconsolidação orçamental, o impacto doconsumo e do investimento público naprocura interna deverá continuar a serreduzido. Apesar da melhoria prevista nascondições do mercado de trabalho, a taxade desemprego deverá descer apenasmarginalmente em 1998 e 1999. A reduçãosustentada da taxa de desempregodependerá fundamentalmente da adopçãode reformas estruturais para fazer face aosfactores de rigidez nos mercados dotrabalho e do produto.

No que respeita às perspectivas para ainflação, a continuação de políticasmonetárias orientadas no sentido daestabil idade, em conjugação com amoderação salarial, a qual reflecte emparte a persistência de taxas de desempregorelativamente elevadas, e os desvios doproduto ainda negativos registados emalguns países deverão limitar as pressõesinflacionistas. Além disso, a queda dos preçosdo petróleo, desde que se mantenha, e oimpacto anti-inflacionista da crise na Ásia -resultante da depreciação de algumasmoedas asiáticas e da moderação docrescimento global - deverão contribuirpara atenuar as pressões inflacionistas vindasdo exterior. Os riscos das previsões sobrea inflação encontram-se relacionados, entreoutros aspectos, com a possibilidade deuma recuperação da procura agregada naUE mais rápida do que a esperada e, porconseguinte, com a anulação dos desviosdo produto, a evolução salarial, uma novaapreciação do dólar americano e, à luz doúltimo acordo da OPEP, com a inversãosustentada da recente queda dos preçosdo petróleo.

39

A principal incerteza em relação àsprevisões descritas acima provém daconjuntura externa. O crescimento doproduto e do comércio mundial deverãoser mais fracos em 1998 e 1999 do que em1997, devido à queda abrupta docrescimento do PIB real em alguns paísesasiáticos, à ligeira descida da taxa decrescimento nos Estados Unidos e àdeterioração da situação económica efinanceira no Japão. O grau de fraqueza daconjuntura externa resultante da turbulênciana Ásia, dependerá do âmbito e domomento do ajustamento das políticasmacro-económicas nos países afectados edo grau de aplicação das reformasfinanceiras. Não é ainda de excluir que sevenham a verificar outras repercussões. Oimpacto contraccionista da crise asiática nocrescimento da UE pode ser parcialmentecompensado por dois factores: primeiro, aqueda das taxas de juro de longo prazo naUE e nos Estados Unidos - que se encontrarelacionada com, entre outros factores, areavaliação, por parte dos investidores, dosriscos nos mercados emergentes; e, segundo,a acentuada descida dos preços dasmatérias-primas que pode contribuir parauma nova subida do rendimento real.

3.2 Políticas monetárias no restanteperíodo da Segunda Fase

Durante os restantes meses da SegundaFase, o objectivo primordial das políticasmonetárias nos onze países seleccionadospara participar na área do euro consiste emassegurar a manutenção, em toda a áreado euro, da actual conjuntura geral deestabilidade dos preços, proporcionandoao SEBC um ponto de partida favorável.

Tal como é salientado na Secção 2, amaioria dos países escolhidos para participarna área do euro já regista taxas de juro decurto prazo que se encontram estreitamentealinhadas, num nível baixo. As condiçõesobservadas nos primeiros meses de 1998permitiram a consolidação firme desta

posição comum, enquanto que os restantesmembros têm conseguido manter atendência decrescente das suas taxas dejuro directoras. Esta situação sugere oaparecimento de uma orientação de políticamonetária comum de facto nos paísesseleccionados para a área do euro, numcontexto de preços e de taxas de câmbiogeralmente estáveis. O mais tardar no finalde 1998, as taxas de juro de curto prazodesses países terão convergido para umnível comum, compatível com o objectivode manutenção da estabilidade de preçosna área do euro.

Este padrão global de convergência das taxasde juro de curto prazo é compatível comuma situação na qual as taxas de câmbio demercado entre os países seleccionados paraparticipar na área do euro são, na véspera doinício da Terceira Fase, iguais às taxas decâmbio bilaterais pré-anunciadas, as quaisserão utilizadas na determinação das taxas deconversão irrevogáveis em relação ao euro(ver Anexo). As taxas de câmbio bilateraispré-anunciadas são compatíveis com osfundamentos económicos e com aconvergência sustentável.

O enquadramento institucional da evoluçãoacima referida tem naturalmente sofridoalterações. A confirmação nos dias 2 e 3 deMaio de 1998 pelos Chefes de Estado oude Governo dos Estados-membros queirão adoptar a moeda única anuncia oinício da fase final da transição para aTerceira Fase, a qual inclui o estabelecimentodo SEBC e do BCE e a liquidação do IME.Durante o restante período da SegundaFase, o Conselho do BCE e a ComissãoExecutiva do BCE concluirão os preparativosnecessários para a condução da políticamonetária única na área do euro, a partirde 1 de Janeiro de 1999 (ver Capítulo 2).Entretanto, os bancos centrais nacionaisparticipantes conservarão os respectivospoderes em termos das política monetáriasnacionais. As alterações institucionaisdecorrentes do estabelecimento do SEBCe do BCE constituem um enquadramento

40

adequado no qual os bancos centraisnacionais participantes poderão colaborarestreitamente na coordenação dasrespectivas políticas monetárias nacionais, afim de alcançar o objectivo primordial demanutenção da estabilidade dos preços naárea do euro. Além disso, de acordo como disposto no artigo 44.º dos Estatutos doSEBC/BCE, o BCE assumirá as atribuições

do IME que ainda necessitam de serexecutadas na Terceira Fase da UEM, dadaa existência de Estados-membros quebeneficiam de uma derrogação. O ConselhoGeral do BCE será responsável pelasrelações com os bancos centrais nacionaisdos Estados-membros não participantes naárea do euro.

Caixa 2

Características da área do euro

A 2/3 de Maio de 1998, com base numa Recomendação do Conselho e de acordo com o Parecer do

Parlamento Europeu, o Conselho - reunido a nível de Chefes de Estado ou de Governo - decidiu por

unanimidade que onze Estados-membros, Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Irlanda, Itália,

Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal e Finlândia cumpram as condições necessárias para a

adopção da moeda única a partir de 1 de Janeiro de 1999. Estes países participarão, assim, na terceira

fase da União Económica e Monetária.

O quadro apresentado abaixo, mostra diversos indicadores que evidenciam algumas das principais

características da área do euro. Este quadro faz uma comparação inicial para o ano de 1997 (ou seja,

o último ano com informação disponível) entre a área do euro, a UE-15, os Estados Unidos e o

Japão, descrevendo, em termos gerais, a “posição de partida” da área do euro. No entanto, os valores

apresentados são estimativas recolhidas de diversas fontes; ainda no decurso do presente ano ou

posteriormente, f icarão disponíveis dados agregados mais completos, baseados em estatísticas

recentemente compiladas. Em termos globais, os dados mostram uma mudança significativa em relação

à conjuntura anteriormente observada em cada país da UE. A introdução do euro criará uma área que

será muito semelhante aos Estados Unidos, em termos de dimensão da economia interna e grau de

abertura.

Relativamente à população, com cerca de 290 milhões de habitantes, a área do euro é ligeiramente

maior do que os Estados Unidos e mais do dobro do Japão. Num contexto global, trata-se de uma

“grande economia interna”, cuja percentagem no PIB mundial é de cerca de 20%, tendo, assim, um

poder de compra considerável, apenas igualado pelos Estados Unidos. As exportações intra-área do

euro representam quase 17% do total das exportações mundiais. Excluindo estas exportações intra-

-área, a área do euro ainda representa cerca de 20% das exportações mundiais e, assim, a sua percentagem

nas exportações mundiais é superior quer aos Estados Unidos quer ao Japão. Os padrões de produção

são muito semelhantes aos dos Estados Unidos e Japão. Contudo, o sector dos serviços é menor do

que nos Estados Unidos, mas maior do que no Japão, cuja economia é ainda caracterizada por um

sector secundário relativamente predominante. Os dados relativos à receita e à despesa pública revelam

que o sector público na área do euro é maior do que nos Estados Unidos ou Japão e a despesa

pública corresponde a cerca de 50% do PIB. Os rácios das exportações e das importações em relação

ao PIB da área do euro, ambos situados ligeiramente acima de 10%, sugerem que o grau de abertura

da área do euro (após correcção do comércio intra-área) é semelhante ao dos Estados Unidos e

Japão. Este padrão contrasta com a natureza típica de cada país da UE, ou seja economias pequenas

ou médias, com um rácio médio das exportações ou das importações em relação ao PIB de cerca de

25% (embora se verif iquem diferenças assinaláveis entre os países da área do euro). Os valores

relativos aos títulos da dívida, capitalização do mercado bolsista e activos bancários revelam que o

41

peso conjunto dos mercados financeiros na área do euro é significativo, embora o peso relativo de

cada país varie. Em comparação com os Estados Unidos e o Japão, o peso dos mercados accionistas

e de títulos de dívida é menor e a importância relativa do sector bancário é muito maior.

Tomando em consideração algumas variáveis macro-económicas recentes, o crescimento real do PIB

no conjunto da área do euro foi de 2.5% em 1997. Reflectindo diferentes posições no ciclo económico,

o crescimento do PIB em 1997 foi muito diferente do registado nos Estados Unidos e Japão. A

inflação na área do euro, medida com base no índice harmonizado, situou-se em 1.6%, isto é semelhante

à do Japão, mas inferior à dos Estados Unidos. A taxa de desemprego foi consideravelmente superior

quer à dos Estados Unidos, quer à do Japão. As taxas de juro nominais de curto e longo prazo eram,

no quarto trimestre de 1997, mais baixas do que nos Estados Unidos. Os valores médios da dívida e

do défice público nos países da área do euro foram de 75.2% e 2.5%, respectivamente (registando-se

diferenças consideráveis entre os Estados-membros); em média, estes rácios foram superiores aos

dos Estados Unidos, mas inferiores aos do Japão (cujo rácio da dívida ascendeu a quase 100%). Por

último, o saldo da balança de transacções correntes, no conjunto da UE, registou um excedente, que

foi menor do que o observado no Japão, e que compara com um défice nos Estados Unidos.

42

Área Estados

do euro UE-15 Unidos Japão

Área (a) 1 000 Km2 2 365.0 3 234.2 9 372.6 377.8

População milhões 290.4 374.1 267.9 126.0

PIB (em % do PIB mundial) (b) % 19.4 24.6 19.6 7.7

PIB nominal ECU

mil milhões 5 548.1 7 132.3 6 896.5 3 708.4

Sectores de produção (c)

Agricultura, pesca e silvicultura % do PIB 2.4 2.4 1.7 2.1

Indústria (incluindo construção) % do PIB 30.9 30.0 26.0 39.2

Serviços % do PIB 66.7 67.6 72.3 58.7

Sector público administrativo

Total das receitas correntes % do PIB 47.0 46.3 36.7 32.6

Total das despesas % do PIB 49.6 48.7 37.0 36.0

Exportações de bens (d) % do PIB 12.3 9.2 8.1 8.8

Importações de bens (d) % do PIB 11.0 8.6 10.6 6.9

Exportações

(em % das exportações mundiais) (e) % 19.5 . 14.8 9.7

Títulos da dívida (f) ECU mil milhões 5 347.1 6 632.5 8 450.4 4 071.9

% do PIB 102.7 102.8 157.2 103.7

Capitalização no mercado bolsista (g) ECU mil milhões 1 620.7 2 889.4 5 244.0 2 804.4

% do PIB 31.1 44.8 97.6 71.4

Activos bancários (h) ECU mil milhões 10 082.5 12 479.7 4 211.0 6 217.3

% do PIB 202.8 201.2 74.6 157.4

Crescimento real do PIB % 2.5 2.7 3.8 1.0

Inflação do IPC (i) % 1.6 1.7 2.3 1.7

Taxa de desemprego

(em % da população activa) % 11.6 10.6 4.9 3.4

Taxa de juro de curto prazo (j) % 4.4 5.1 5.6 0.7

Taxa de juro de longo prazo (j) % 5.7 5.9 5.9 1.7

Sector público administrativo

Excedente (+) ou défice (-) % do PIB -2.5 -2.4 -0.3 -3.4

Dívida bruta (k) % do PIB 75.2 72.1 63.1 99.7

Saldo da balança de transacções

correntes % do PIB 1.7 1.2 -1.9 2.2

Principais características da área do euro, 1997

Fonte: Comissão Europeia (previsões da Primavera de 1998), salvo indicação em contrário.(a) Fonte: EUROSTAT.(b) 1996; a preços correntes e em paridades do poder de compra.(c) 1993; a preços correntes. Fonte: OCDE, Estatísticas Históricas, 1960-1995.(d) 1996. Fonte: EUROSTAT. Os dados referentes à área do euro excluem o comércio intra-área do euro; os dados para a

UE-15 excluem o comércio intra-UE-15.(e) 1996; excluindo exportações intra-área do euro.(f) 1995. Fonte: FMI, ”International Capital Markets”, Novembro de 1997. Títulos da dívida nacional e internacional por

nacionalidade do emitente. Cálculos do IME.(g) 1995. Fonte: FMI, ”International Capital Markets”, Novembro de 1997. Cálculos do IME.(h) 1994. Fonte: FMI, ”International Capital Markets”, Novembro de 1997. Cálculos do IME.(i) Área do euro e UE-15: média anual, inflação do IPCH.(j) 1997 T4. Fonte: dados nacionais. Cálculos do IME.(k) Dados de fim de ano. Fonte para os Estados Unidos e Japão: FMI, ”World Economic Outlook”, Abril de 1998.

Capítulo II

Trabalhos preparatórios

para a Terceira Fase

46

1 Política Monetária

1.1 Estratégia de política monetária

Em Fevereiro de 1997, o IME publicou umRelatório intitulado “The single monetary policyin Stage Three - Elements of the monetary policystrategy of the ESCB” (“A política monetáriaúnica na Terceira Fase - Elementos daestratégia de política monetária do SEBC”).Este Relatório analisou diversas estratégiasalternativas, entre as quais identificou a fixaçãode objectivos intermédios para os agregadosmonetários e a fixação de objectivos directospara a inflação como a base para umaestratégia potencial na Terceira Fase. Emborareferindo que não seria necessária nem útil aescolha, nesse momento, de uma estratégiaespecífica, o relatório enumera diversoselementos chave como sendo indispensáveispara qualquer estratégia: o anúncioquantificado do objectivo final de estabilidadede preços e dos objectivos específicos emrelação aos quais será avaliado o desempenhodo SEBC; o uso de um vasto conjunto devariáveis-indicadores que contribuam paraavaliar os riscos para a estabilidade de preçosno futuro; um papel primordial para osagregados monetários, desde que a procurade moeda na área do euro sejasuficientemente estável a longo prazo; einstrumentos que permitam prever a inflaçãoe outras variáveis económicas relativas à áreado euro. Além disso, o relatório salienta que apolítica monetária da Terceira Fase exigirátambém um conjunto de dados abrangente euma boa capacidade analítica, incluindomodelos econométricos, por forma a apoiara formulação da política.

Na sequência da publicação do relatórioacima mencionado, os trabalhos desenvolvidospelo IME na área da estratégia concentraram--se na preparação das infra-estruturas deapoio à tomada de decisões de políticamonetária, independentemente da estratégiaque venha a ser escolhida. Foram iniciadostrabalhos preparatórios relativamente àdefinição de agregados monetários para a

Terceira Fase, à preparação de aspectosorganizativos e metodológicos dosprocedimentos de previsão do SEBC e aodesenvolvimento de indicadores sobre asituação da política orçamental a nível detoda a área do euro. O IME desenvolveuigualmente trabalhos sobre diversos outrostópicos, tais como a medição da inflação edas expectativas de inflação, as propriedadesdos indicadores avançados de variáveisfinanceiras e estudos sobre a procura demoeda e de crédito na UE.

Quanto à criação de modelos econométricos,foi lançado um grande projecto relacionadocom o desenvolvimento de um modelomacro-económico multipaíses do SEBC, quecontou com a colaboração do IME e dosBCN. Durante o ano, foi acordada aespecificação do modelo e concretizada aconstrução da base de dados de apoio eforam iniciados os trabalhos de estimação domodelo que se espera venha a ficar disponívelcomo instrumento operacional na segundametade de 1998. Além disso, o IME conduziuoutros trabalhos sobre o desenvolvimento deum modelo macro-económico para toda aárea do euro que se destina a sintetizar aslinhas gerais do mecanismo de transmissão dapolítica monetária na área do euro. Estemodelo para toda a área do euro foi jáutilizado para efeitos de previsão e simulaçãono contexto dos exercícios de coordenaçãoda Segunda Fase. Além disso, o IMEdesenvolveu e aperfeiçoou diversosinstrumentos estatísticos para efeitos deprevisão.

1.2 Execução da política monetáriaúnica

Instrumentos e procedimentos

A fase conceptual dos trabalhospreparatórios relativos aos instrumentos eprocedimentos necessários para a execução

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da política monetária única na TerceiraFase foi concluída no final de 1996,conduzindo à publicação, em Janeiro de1997, do Relatório do IME intitulado “Thesingle monetary policy in Stage Three -Specification of the operational framework”(“Framework Report”) (“A política monetáriaúnica na Terceira Fase - Especificação doquadro operacional”). A primeira metadede 1997 foi dedicada à definição dasespeci f icações técnicas para oenquadramento operacional do SEBC,trabalhos que levaram à publicação, emSetembro de 1997, de um relatório do IMEintitulado “The single monetary policy in StageThree - General documentation on ESCBmonetary policy instruments and procedures”(“A política monetária única da TerceiraFase - Documentação Geral sobre osinstrumentos e procedimentos de políticamonetária do SEBC”). Na segunda metadedo ano, prosseguiram os trabalhos relativosàs especificações detalhadas de todos osinstrumentos e procedimentos, incluindo apreparação das infra-estruturas legais etécnicas relevantes, tendo sido iniciada apreparação dos instrumentos do BCEnecessários à execução da futura políticamonetária do SEBC. Este trabalho prosseguiuno início de 1998. A segunda metade de1998 será dedicada a um teste rigorosodos procedimentos e sistemas a utilizar naTerceira Fase.

O Conselho do IME definiu um conjuntode instrumentos de política monetária quese encontrarão à disposição do SEBC.Prevê-se que o SEBC utilize principalmenteoperações de open market, oferecendoigualmente dois mecanismos permanentesde cedência e de absorção de liquidez.Além disso, estão em curso preparativosdestinados a permitir ao SEBC a adopçãode um sistema de reservas mínimas decaixa, caso o Conselho do BCE assim odecida.

As operações de open market serãonormalmente efectuadas com base emprocedimentos de leilão. Apenas as

transacções a título definitivo e os outrostipos de operações utilizadas pelo SEBCpara efeitos de fine-tuning poderão serconduzidas através de procedimentosbilaterais. Os procedimentos, os prazos e ocalendário para os leilões do SEBC foramprojectados por forma a cumprir, tantoquanto possível , os requis itos dosparticipantes nos mercados monetários. Namaioria das operações de open market,nomeadamente as principais operações deref inanciamento, as operações derefinanciamento a mais longo prazo e,eventualmente, a emissão de certificadosda dívida, o SEBC recorrerá aos chamadosleilões normais. Estes leilões serão realizadosnum período de 24 horas, a contar a partirdo seu anúncio. O prazo estabelecido paraos leilões normais prevê que o SEBCdeverá anunciar os resultados do leilãodentro de aproximadamente duas horas,contadas a partir da hora limite de entregade propostas pelas instituições financeiras.Nas operações de f ine-tuning serãorealizadas quer operações bilaterais, queros chamados leilões rápidos, que terminarãouma hora após o anúncio do leilão.

Embora os feriados bancários não sejamcoincidentes nos diferentes Estados--membros, será estabelecido um calendáriode operações regulares em leilão do SEBC,assegurando que todas as contrapartes daárea do euro possam participar, em qualquerdata, nas pr incipais operações derefinanciamento e nas operações derefinanciamento a prazo mais longoconduzidas pelo SEBC.

A liquidação das operações de open marketcom base em práticas de leilão seránormalmente efectuada no primeiro dia útilapós a data de contratação. Pelo contrário,as operações de open market de tipo fine--tuning serão normalmente liquidadas nopróprio dia, por forma a assegurar o seuimpacto imediato sobre a liquidez. Nastransacções a título definitivo e nasoperações de swap, o SEBC aplicará datasde liquidação compatíveis com as práticas

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de mercado. Embora o SEBC pretendaefectuar a liquidação simultânea, em todosos Estados-membros, das transacçõesrelacionadas com as suas operações deopen market, não se pode excluir apossibilidade que a hora precisa daliquidação de operações de open marketdurante o dia possa ser diferente ao longoda área do euro no início da Terceira Fase,devido a algumas limitações de ordemoperacional dos sistemas de liquidação detítulos nacionais.

A ut i l ização dos dois mecanismospermanentes de cedência e de absorçãode liquidez será em grande parte influenciadapelos procedimentos de fim de dia doSEBC, que se revestirão de particularimportância para o funcionamento dosmercados monetários. A hora normal deencerramento do TARGET será 18,00 horas,hora do BCE. A essa hora, todas as posiçõesa débito das contrapartes serãoautomaticamente tratadas como pedidosde recurso à linha de crédito marginal. OsBCN iniciarão os seus procedimentos defim de dia às 18,30 horas, hora do BCE, queserá também a hora limite para os pedidosde acesso à modalidade de depósito doSEBC. Estes procedimentos de fim de diaforam estruturados por forma a maximizara flexibilidade disponível para as contrapartes,levando simultaneamente em linha de contaa necessidade de desempenhar as funçõesde política monetária do SEBC.

O IME desenvolve actualmente os trabalhospreparatórios necessários que permitirãoao SEBC impor a constituição de reservasmínimas de caixa a partir do início daTerceira Fase. Foi publicada, em anexo ao“Framework Report”, uma proposta deprojecto de Regulamento do Conselho daUE relativo à aplicação de reservas mínimas.Durante o ano de 1997, o IME debateueste projecto de Regulamento no âmbitode uma discussão informal com o ComitéMonetário. Em resultado, uma versão revistado texto será formalmente apresentada aoConselho da UE pelo BCE, logo após o seu

estabelecimento, nos termos do n.º 6 doArtigo 106.º do Tratado. O sistema dereservas mínimas deverá incluir cláusulas demédia, a fim de permitir às contrapartesregularizar os choques de l iquideztemporários durante o período deconstituição de reservas que se prevêtenha a duração de um mês. Quanto àbase de incidência, o IME propôs que asreservas mínimas poderão ser aplicadas àsrubricas do passivo dos balanços dasinstituições sujeitas à constituição de reservasmínimas. Algumas rubricas do passivoresultantes de elementos extra-patrimoniaispoderão ser também consideradas paraefeitos da base de incidência. No final domês anterior ao início do período deconstituição, são comunicadas, para efeitosestatísticos, as rubricas do passivo relevantes.Isso não implica que todas estas rubricas dobalanço fiquem sujeitas a um rácio dereserva positivo, mas apenas que se tratade rubricas do passivo relevantes epotenciais caso o Conselho do BCE decidaadoptar um sistema de reservas mínimas decaixa.

Contrapartes e activos elegíveis

Foram definidos critérios comuns deelegibilidade, quer para as contrapartes,quer para os activos a utilizar nas operaçõescom o SEBC.

Relativamente às contrapartes, e no casode serem aplicadas reservas mínimas, todasas instituições a ela sujeitas serão elegíveispara efeitos de acesso a operações de openmarket e aos dois mecanismos permanentesde cedência e de absorção de liquidez.Caso não sejam aplicadas reservas mínimas,prevê-se que o leque de contrapartescorresponda praticamente ao conjunto dasinstituições de crédito. Apenas para efeitosde operações de fine-tuning o SEBCefectuará transacções com um númeromais limitado de contrapartes, por razõesóbvias de eficiência. As contrapartes doSEBC terão de satisfazer determinados

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requisitos prudenciais e operacionais. Emespecial, as contrapartes deverão serinstituições financeiramente sólidas, sujeitasa supervisão prudencial e aptas a participarem operações relevantes do SEBC, nostermos das condições técnicas estipuladaspelo SEBC.

Os activos elegíveis serão classificados emdois tipos de listas. A lista “tipo um” consisteem instrumentos de dívida negociáveis quecumpram critérios uniformes de elegibilidadepara toda a área do euro. As listas “tipo dois”consistem em outros activos, negociáveis ounão, de particular importância para osmercados financeiros nacionais e para ossistemas bancários e cujos critérios deelegibilidade serão estabelecidos pelos BCN,de acordo com os critérios de elegibilidademínimos estipulados pelo BCE. Todos osactivos elegíveis ficarão sujeitos a medidasespecíficas de controlo de risco. Estas medidasde controlo de risco foram definidas duranteo ano de 1997, tomando em consideração aspráticas de mercado e as reacções àspropostas iniciais do IME. Relativamente aosinstrumentos da lista “tipo um”, as medidas decontrolo de risco deverão incluir margensiniciais, margens de avaliação específicasdiferenciadas de acordo com a maturidaderesidual e com a estrutura de juros doinstrumento da dívida (o que implica que ovalor do activo subjacente será calculadocomo valor de mercado do activo menosuma determinada percentagem (margem deavaliação)) e valores de cobertura exigíveis,destinados a assegurar, a prazo, que a avaliaçãodos activos subjacentes está em conformidadecom o montante de liquidez cedida acrescidodo valor da margem inicial. As medidas decontrolo do risco para os activos da lista tipodois que complementam as margens iniciaisserão propostos pelos BCN que tenhamincluído esses activos nas suas listas, devendotais medidas ser aprovadas pelo SEBC. OSEBC procurará assegurar a compatibilidadeda aplicação das medidas de controlo derisco aos activos da lista “tipo dois” em toda aárea do euro.

Trabalhos preparatórios para a adopção dosinstrumentos de política monetária

Uma vez que a política monetária seráexecutada numa base descentralizada, como BCE a realizar operações de fine-tuningbi laterais apenas em circunstânciasexcepcionais, os principais trabalhospreparatórios para a introdução do eurotêm sido conduzidos pelos BCN. Estestrabalhos consistem na adaptação detodo o conjunto de instrumentos eprocedimentos de política monetáriaactualmente utilizados. O IME é responsávelpelo acompanhamento da execução destestrabalhos e pela coordenação dos projectose desenvolvimentos.

Em particular, o IME supervisiona apreparação por cada BCN do respectivoconjunto de requisitos legais a utilizar norelacionamento com as contrapartes emmatéria de política monetária. Estadocumentação é preparada com base numconjunto de requisitos legais comuns quecontribuirão para assegurar um nível deigualdade nas condições de concorrênciaem toda a área do euro.

Está actualmente em preparação uma infra--estrutura informática interna do SEBC,destinada à realização quer de operaçõesem leilão, quer de transacções bilaterais. Oprocessamento de operações em leilãorequer diversas fases sequenciais queenvolvem comunicações intra-SEBC,enquanto que o processamento detransacções bilaterais requer um sistemade tecnologia informática em tempo realque efectue a ligação entre o BCE e osBCN.

Por forma a elaborar as listas de activoselegíveis propostos pelos BCN e decontrapartes elegíveis para as operaçõesde política monetária do SEBC, o IME temvindo a instalar sistemas que recolherãotoda a informação relevante, calcularão osparâmetros das medidas de controlo derisco e permitirão a troca regular de

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informação no SEBC. Além disso, quer alista de activos elegíveis individuais, com apossível excepção de determinadascategorias de activos não negociáveis, quera lista das instituições sujeitas a reservasmínimas de caixa serão divulgadas junto dopúblico.

Um outro projecto essencial para aexecução da política monetária única é aadopção de um sistema eficaz de gestão deliquidez. Este sistema exigirá uma transmissãodiária integrada de informação entre osBCN e o BCE, para efeitos quer dasprevisões de liquidez, quer da condução deoperações de pol í t ica monetár iadescentralizada.

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2 Política cambial

2.1 MTC II

No contexto da futura cooperação de políticacambial entre os Estados-membrosparticipantes na área do euro e os restantespaíses da UE, foram realizados trabalhos, em1997, ao nível do Conselho da ECOFIN e doIME, de acordo com as grandes linhas definidasnum relatório do IME sobre esta matéria,apresentado na reunião do Conselho Europeude Dublin, em Dezembro de 1996. A reuniãodo Conselho Europeu, que teve lugar emAmsterdão, em Junho de 1997, aprovou umaResolução relativa ao novo mecanismo detaxas de câmbio a ser introduzido na TerceiraFase da UEM. Em paralelo, o IME finalizouum projecto de acordo entre o BCE eos BCN não participantes na área do euro,estabelecendo os procedimentos operacionaisdo MTC II; este projecto será submetidoà aprovação do BCE, após o seuestabelecimento deste no início do Verão de1998. Entretanto, o IME tem prosseguidotrabalhos sobre o desenvolvimento das infra--estruturas técnicas destinadas a permitir queo sistema esteja operacional a partir do dia 1de Janeiro de 1999.

2.2 Intervenção cambial e gestão dasreservas cambiais do BCE

Em 1997, os trabalhos desenvolvidos sobrea condução de potenciais intervençõescambiais pelo BCE incidiram sobre aspectosrelacionados com o enquadramentooperacional e com os sistemas deinformação de apoio. As infra-estruturasactualmente em preparação tornarãopossível ao SEBC conduzir intervenções,quer a nível interno, quer externo aoMTC II.

Relativamente à gestão de reservas cambiaisdo BCE, estão em fase de desenvolvimentoos sistemas de informações de apoionecessários aos processos de tomada de

decisões estratégicas do BCE, incluindo oestabelecimento de objectivos operacionaisglobais em termos de risco de moeda, riscode taxa de juro, risco de crédito e risco deliquidez. Esta infra-estrutura técnica seráutilizada na transmissão das decisões doBCE aos BCN, os quais poderão passar aser responsáveis pela condução deoperações de gestão de carteira nos termosdessas instruções, dependendo da decisãoa tomar pelo Conselho do BCE.

Nos termos do Artigo 30.°1 dos Estatutosdo SEBC/BCE, no início da Terceira Fase,os BCN transferirão para o BCE activos dereserva até um montante equivalente aE 50 000 milhões. Têm sido desenvolvidostrabalhos com o objectivo de facilitar adecisão sobre o montante que será defacto transferido e sobre as modalidades datransferência inicial dos activos de reserva.Foram também iniciados trabalhos depreparação de legislação comunitáriaderivada destinada a permitir ao BCE, nostermos do Artigo 30.°4 dos Estatutos doSEBC/BCE, poder exigir novas contribuiçõesem activos de reserva dos BCN para alémdo limite de E 50 000 milhões estipuladono Artigo 30.°1.

2.3 Orientações para as operaçõesem activos de reserva dos BCNe dos Estados-membros

Os activos de reserva que permaneçamnos BCN, após a transferência de activospara o BCE no início da terceira fase, serãodetidos e geridos exclusivamente pelosBCN, enquanto que as transacções demercado efectuadas com tais activos serãoacompanhadas pelo BCE por forma aassegurar a sua compatibilidade com apolítica monetária única e com a políticacambial da área do euro. Será adoptadoum enquadramento de controlo idênticopara as transacções efectuadas pelos

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Estados-membros participantes na área doeuro que envolvam a utilização dos seussaldos de tesouraria em divisas. Foi jápreparado um enquadramento sobre estamatéria, que abrange não só os governoscentrais, mas todas as autoridades públicasda área do euro. Assim, nos termos doArtigo 31.º dos Estatutos do SEBC/BCE, asoperações cambiais conduzidas pelos BCNem activos de reserva que permaneçam nasua posse ficam sujeitas, acima de um certolimite a estabelecer pelo BCE, à aprovaçãoprévia do BCE. Da mesma forma, astransações de mercado efectuadas pelosEstados-membros e as alterações nos seussaldos de tesouraria em divisas ficam sujeitasa comunicação prévia, caso o montanteem causa exceda o limite a estabelecerpelo BCE. Com este procedimento, o BCEficará em posição de determinar, senecessár io, as modal idades dessastransacções. Além disso, foram já definidosos requisitos de prestação de informaçãoex post aplicáveis quer aos BCN, quer aosEstados-membros da área do euro. O IMEpreparou dois projectos de proposta queserão submetidos à aprovação do BCE: umsobre as operações realizadas pelos BCN eoutro sobre as transacções efectuadas pelosEstados-membros. Foi ainda preparado umacordo a estabelecer entre a ComissãoEuropeia e o BCE destinado a permitir queeste seja informado, através de notificaçõese da apresentação de relatórios, sobre asoperações cambiais da Comissão.

2.4 Taxas de câmbio de referência doeuro

Durante o ano de 1997, o IME desenvolveutrabalhos destinados a preparar osprocedimentos para o cálculo e publicaçãodas taxas de câmbio de referência do euro.Em Março de 1997, teve lugar em Frankfurtuma reunião sobre questões relacionadascom a transição para a moeda única, naqual participaram o IME, os BCN eassociações bancárias e financeiras de todaa UE. Neste contexto, o IME esclareceu

diversos aspectos das suas perspectivas:(i) a sua preferência pelo método decotação pelo “certo” (ou seja, E 1 = xmontante em moeda estrangeira) para adefinição das taxas de câmbio do euro;(ii) a noção de que não serão necessáriosprocedimentos de fixação oficiais para todaa área do euro, envolvendo o BCE e osBCN; e (iii) a necessidade do SEBC calculare publicar diariamente taxas de câmbio dereferência do euro. Estão em cursotrabalhos adicionais sobre estas questõescom o objectivo de estabelecer um métodoa utilizar para determinar as taxas decâmbio de referência do euro e outrosaspectos processuais relacionados com adivulgação dessas taxas.

2.5 Pré-anúncio das taxas bilateraisa utilizar na determinação dastaxas de conversão irrevogáveisem relação ao euro

A reunião do Conselho Europeu que tevelugar no Luxemburgo em Dezembro de1997 referiu, nas suas conclusões, que “astaxas de câmbio bilaterais a utilizar nadeterminação das taxas de conversão emrelação ao euro serão anunciadas no dia 3de Maio de 1998 para os Estados-membrosparticipantes na área do euro desde oinício”. Nos termos do Tratado, as taxas deconversão irrevogáveis em relação ao eurodeverão ser formalmente adoptadas no dia1 de Janeiro de 1999, sob proposta daComissão e após consulta ao BCE. Alémdisso, o facto de algumas moedascomponentes do ECU (a coroadinamarquesa, o dracma grego e a libraesterlina) não participarem na área doeuro desde o início significa que não épossível anunciar as taxas de conversãoirrevogaveis em relação ao euro dasmoedas participantes. Foi no entantopossível pré-anunciar as taxas bilateraisdas moedas participantes na área do euroa utilizar no dia 31 de Dezembro de 1998na fixação irrevogável das taxas deconversão em relação ao euro.

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O Comunicado Conjunto6 emitido no dia2 de Maio de 1998 pelos Ministros e pelosgovernadores dos bancos centrais dosEstados-membros da UE participantes naárea do euro, pela Comissão Europeia epelo IME, na sua qualidade de antecessordo BCE, esclarece que estas taxas são astaxas centrais bilaterais do MTC para asmoedas dos Estados-membros da área doeuro. O método a utilizar no dia 31 deDezembro de 1998 para a fixação dastaxas de conversão irrevogáveis em relaçãoao euro será o procedimento normal deconcertação diária, que terá lugar às 11,30horas desse dia (10,30 horas, Hora LegalPortuguesa) . De acordo com esteprocedimento, e no âmbito de umateleconferência, os BCN dos Estados--membros fornecerão entre si a taxa decâmbio da respectiva moeda face ao dólardos EUA, após terem acordado que as

taxas bi laterais obtidas através docruzamento das respectivas taxas face aodólar dos EUA são iguais às taxas centraisbilaterais do MTC pré-anunciadas. Os BCNda área do euro estão aptos a asseguraressa igualdade, se necessário recorrendo atécnicas de mercado adequadas. O passoseguinte envolverá a fixação definitiva dastaxas de câmbio do ECU oficial face àsmoedas da UE, através da multiplicação(ou divisão, dependendo das convençõesde cotação) da taxa de câmbio entre odólar dos EUA e o ECU pelas respectivastaxas de câmbio face ao dólar. As taxas decâmbio do ECU oficial face às moedas dosEstados-membros da área do euro serãoadoptadas pelo Conselho como taxas deconversão irrevogáveis para o euro no dia1 de Janeiro de 1999 e com efeito a partirdessa data.

6 O documento oficial é publicado em anexo aopresente Relatório Anual.

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3 Estatísticas

3.1 Adopção dos requisitosestatísticos para a Terceira Fase

Nos termos do Tratado, o IME deverápromover os preparativos estatísticosnecessários para que o SEBC possadesempenhar as suas atribuições na TerceiraFase.

Em Julho de 1996 foi publicado umdocumento com os requisitos estatísticos,o chamado “conjunto de medidas atomar” (“implementation package”) e,subsequentemente, os BCN iniciaramdiscussões sobre a sua adopção pelasassociações bancárias nacionais e outraspartes interessadas. Os requisitos foramapresentados sinteticamente no RelatórioAnual do IME de 1996, não se repetindono presente Relatório, excepto quando talse revele necessário como informação debase aos desenvolvimentos seguintes.

Durante a maior parte do ano de 1997,assistiu-se à concretização destes requisitose, sempre que necessário, à clarificação dequestões de pormenor. O IME publicoulistas provisórias de instituições que formamo sector das Instituições Monetárias eFinanceiras (IMF), para além de documentoscom estatísticas monetárias e bancárias eda balança de pagamentos nos Estados-membros. O IME conduziu discussõesinformais relativamente a aspectos legaisdo enquadramento estatístico para aTerceira Fase e definiu as especificações deuma parte substancial da necessária infra--estrutura informática.

Estatísticas monetárias e bancárias

A publicação do IME intitulada “EuropeanMoney and Banking Statistical Methods”(“Métodos Estatísticos Monetários eBancários Europeus”), de Abril de 1997,descreve os sistemas estatísticos existentes

no final de 1996 nos Estados-membros emtermos das estatísticas monetárias ebancárias. O cumprimento dos requisitosestabelecidos no “conjunto de medidas atomar” implica a introdução de alteraçõesem todos os Estados-membros. Osprogressos alcançados na adopção destasalterações foram registados em doisexercícios de acompanhamento a nível daUE, realizados durante o ano de 1997. Emgeral, as alterações foram introduzidas semdificuldade de maior. Em alguns Estados--membros, a adopção da repartição pormaturidade original para determinadasrubricas dos balanços dos bancos e o prazolimite acordado de 15 dias úteis para atransmissão de dados nacionais para o BCEparecem ter sido as questões quelevantaram inicialmente algumas dificuldades.

O “conjunto de medidas a tomar” estabelecea definição de Instituições Monetárias eFinanceiras. As IMF deverão apresentar umbalanço mensal, bem como informaçãotrimestral mais detalhada, embora asinstituições de menor dimensão fiquemisentas de algumas destas obrigações. EmSetembro de 1997, foi publicada uma listaprovisória das IMF, que incluía principalmenteinstituições de crédito, tal como definidasem legis lação comunitária , e aindadeterminadas instituições financeiras quecorrespondem à definição de IMF, emboranão incluindo, nesta fase, fundos do mercadomonetário. Uma adenda à lista provisória,incluindo fundos do mercado monetário,foi publicada em Dezembro de 1997.

Em Abril de 1998, na sequência de outrostestes e revisões, foi publicada uma versãofinal da lista de IMF, abrangendo cerca de11 000 instituições. Esta lista proporcionauma população o mais homogénea possívelpara fins estatísticos, contribuindo parasimplificar a produção de um balançoabrangente e consistente do sector decriação de moeda na área da moeda única

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e para apoiar outras aplicações estatísticasimportantes, tais como o SEC 95. Serátambém uti l izada na selecção decontrapartes para operações de políticamonetária do SEBC.

O IME preparou, em estreita colaboraçãocom os BCN, linhas de orientação para acompilação de estatísticas monetárias ebancárias cobrindo cerca de quarentaquestões. O IME forneceu aindaesclarecimentos sobre os requisitos acumprir pelos BCN, no que se refere àobrigação de prestar informações, uma vezque fazem também parte do sector das IMFe contribuem para as estatísticas monetárias.Nas áreas das estatísticas das taxas de juroe da emissão de títulos, será feita umautilização mais alargada das fontes de dadosactualmente existentes.

O “conjunto de medidas a tomar” requerque os primeiros dados recolhidos a partirda nova base acordada estejam disponíveisno final de Junho de 1998 e mensalmenteapós aquela data, devendo os dadosretrospectivos desde Setembro de 1997computados o mais próximo possíveldaquela base ficar disponíveis em Setembrode 1998. Com a colaboração dos BCN, oIME prepara actualmente estimativas paraperíodos anteriores; para a maioria dosEstados-membros, estas não podem serexactas uma vez que as categorias dobalanço harmonizado e a repartiçãogeográfica das posições externas necessáriasao cálculo correcto de agregados para afutura área da moeda única não seencontram disponíveis, com o detalheexigido, para períodos anteriores.

Estatísticas da balança de pagamentos

Alguns Estados-membros da UE adoptaramas disposições previstas na 5ª edição doManual da Balança de Pagamentos do FMIdurante o ano de 1997, enquanto queoutros pretendem fazê-lo durante o anode 1998. As principais rubricas mensais

para a balança de pagamentos da área damoeda única serão compatíveis, tantoquanto possível, com o novo Manual doFMI. Os dados mais pormenorizadosdestinados a uma balança de pagamentostrimestral e anual (e a uma apresentaçãoanual da posição do invest imentointernacional - PII) serão compatíveis comos padrões do FMI. Uma grande parte danecessária harmonização de definições serácompletada durante o processo.

O “conjunto de medidas a tomar” contemalguns pormenores relativos quer aotratamento estatístico dos derivados nabalança de pagamentos, quer à PII. O IMEprestou especial atenção a ambas asquestões em 1997. Os requisitos para aárea da moeda única correspondem aospadrões internacionais, de acordo com asalterações introduzidas por acordointernacional. Será, porém, necessário algumtempo para que seja possível atingir umgrau de uniformidade e consistência totalem algumas áreas, em especial notratamento dos derivados, da conta decarteira em geral e da avaliação dos títulosem circulação.

Os derivados e a conta de carteiraapresentam já dificuldades em algumasbalanças de pagamentos nacionais. Umaoutra dificuldade verificada durante osexercício de acompanhamento é adisponibilidade atempada: actualmente,apenas nove Estados-membros seencontram em posição de cumprir o prazode seis semanas para todas as principaisrubricas mensais. A Irlanda e o Reino Unidonão dispõem actualmente de uma balançade pagamentos integral numa base mensal;ambos os países registaram progressosconsideráveis na preparação de previsõesem 1997.

As estimativas da balança de pagamentospara 1998, abrangendo rubricas chave para afutura área da moeda única, serão elaboradasa partir de dados sem desagregação dascontrapartes em residentes dos países

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participantes na área da moeda única eresidentes em outros países, tomandoportanto a forma de um agregado de saldoslíquidos em cada categoria das balanças depagamentos nacionais. A primeira PII para ofinal de 1998 será igualmente elaboradanuma base líquida.

Contas financeiras

O “conjunto de medidas a tomar” prevê anecessidade de informação pormenorizadacobrindo as transacções financeiras e osbalanços para a área da moeda única a fimde complementar a análise monetária e apesquisa de política. O documento sugereque, no contexto do enquadramentoconceptual definido no SEC 95, deveria serpossível elaborar uma conta bastantepormenorizada, embora não completa, paraa área da moeda única a partir de estatísticasmonetárias, da balança de pagamentos edo mercado de capitais, baseada ainda,tanto quanto possível, nas contas financeirasnacionais. Estes dados deveriam serrecolhidos numa base trimestral por formaa ter uma utilidade real para o BCE.

Em 1997, o IME estabeleceu que seria defacto possível elaborar um conjuntotrimestral de contas financeiras, tal comoacima descrito, e iniciou os trabalhos dorespectivo projecto.

Tal como sucede relativamente à balançade pagamentos, as contas financeirasrepresentam igualmente uma área na qualse acordou que a Comissão (EUROSTAT)e o IME irão partilhar responsabilidades anível europeu. Um resumo da abordagemà responsabilidade partilhada é apresentadona secção 3.2 sobre organização.

Outras estatísticas económicas e financeiras

O “conjunto de medidas a tomar” salienta anecessidade de diversas estatísticas:estatísticas das finanças públicas, uma vez

que têm uma influência significativa sobreas condições monetárias; estatísticas depreços e custos, uma vez que estãodirectamente relacionadas com a principalatribuição do SEBC de manutenção daestabilidade de preços; e uma vasta gamade estatísticas económicas (relacionadascom as componentes da procura, doproduto, do mercado de trabalho, etc.)que constituem a base para a condução dapolítica monetária e das operações cambiais.

Todas estas estatísticas são da responsabilidadeda Comissão (EUROSTAT) e o envolvimentodo IME no seu desenvolvimento decorre dasua qualidade de utilizador profundamenteinteressado. Foram conduzidos muitos outrostrabalhos em 1997 com o objectivo deharmonizar o tratamento das estatísticas dodéfice e da dívida pública, por forma a tornaros dados comparáveis para efeitos da avaliaçãoda convergência prevista no Artigo 109.º-J doTratado. Em Março de 1997, a Comissãopublicou as primeiras estatíticas de preços noconsumidor harmonizadas, abrangendo todaa UE. Estas estatísticas - que, no seu conjunto,formam um agregado que abrange toda aárea do euro - constituirão provavelmente aprincipal medida de preços a acompanharpelo BCE.

Os Estados-membros da UE têm ocompromisso legal de adoptar os requisitosdo SEC 95 a partir da primavera de 1999.Embora alguns Estados-membros beneficiemde uma derrogação relativamente adeterminadas partes do SEC 95, esta etapaconduzirá a uma maior harmonização dasestatísticas das contas nacionais; em 1997,prosseguiram os trabalhos preparatórios comesse objectivo. Além disso, o IME tem apoiadofortemente uma iniciativa da Comissãodestinada a harmonizar a frequência, adisponibilidade atempada e a cobertura deum amplo conjunto de estatísticas sobre aconjuntura, na medida julgada conveniente.O Conselho da UE aprovou recentementeum Regulamento de estatísticas de curtoprazo. Porém, decorrerá ainda algum tempoaté que este diploma se torne totalmente

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efectivo, uma vez que o Regulamento prevêum prazo de adopção até 5 anos. Entretanto,estão a ser tomadas medidas no sentido deacelerar a disponibilização dos dados nacionais.

3.2 Organização do trabalhoestatístico a nível europeu

Os Relatórios Anuais do IME de 1995 e1996 sal ientaram a div isão deresponsabilidade acordada entre a Comissão(EUROSTAT) e o IME, que incluía a partilhade responsabilidades no que respeita àsestatísticas da balança de pagamentos e dascontas financeiras.

Durante o ano de 1997, foi prestada umamaior atenção à partilha de responsabilidadesnestas áreas. Relativamente à balança depagamentos, foi sugerido que a Comissão(EUROSTAT) deveria recolher dados relativosà maioria das rubricas da balança detransações correntes e da balança de capitais(na nova terminologia), prevendo-se que oBCE venha a recolher dados relativos àscontas financeiras (na nova terminologia) e àsrubricas de rendimento de capitais da balançade transacções correntes. Como reflexo dosconhecimentos da Comissão nesta área e dasua utilização de dados para determinadosobjectivos de política, ambas as instituiçõesdesempenharão um papel na elaboração deestatísticas de investimento directo. Estáprevista a publicação conjunta de dados, noque se refere a dados da balança depagamentos anuais e trimestrais; apenas oBCE deverá elaborar estatísticas mensais combase em dados chave.

Na área das contas financeiras, os requisitoslegais do SEC 95 prevêem uma frequênciaanual. O IME e futuramente o BCE serãoos pioneiros na elaboração de contasfinanceiras trimestrais relacionadas com aárea da moeda única, na sequência daabordagem acima descr ita e, emcolaboração com a Comissão (EUROSTAT),acompanharão a adopção do SEC 95 naárea das contas financeiras.

O IME e o futuro BCE prosseguirão a suaestreita cooperação com a Comissão(EUROSTAT) em todas as questõesestatísticas de interesse comum. Asrespectivas responsabilidades estatísticas doBCE e da Comissão a nível europeudeverão ser formalmente acordadas nasequência do estabelecimento do BCE.

3.3 Aspectos legais

O Relatório do IME intitulado “The singlemonetary policy in Stage Three - Specificationof the operational framework” (“A políticamonetária única na Terceira Fase -Especificação do quadro operacional”),publicado em Janeiro de 1997, incluía umprojecto de Regulamento do Conselho daUE relativo à elaboração de estatísticaspelo BCE.

Durante o ano de 1997, o IME discutiuinformalmente em grupos ad hoc do ComitéMonetário este projecto de Regulamento.Os principais comités estatísticos da UEfizeram igualmente comentários àqueleprojecto. O texto, com as alterações quelhe foram introduzidas, será formalmenteapresentado ao Conselho da UE pelo BCE,logo após o seu estabelecimento, nostermos do n.º 6 do Artigo 106.º do Tratado.

Nos termos do Artigo 34.º dos seusEstatutos, o BCE terá de emitir osinstrumentos jurídicos necessários à entradaem vigor deste Regulamento do Conselhoda UE relativo à elaboração de estatísticas.

3.4 Infra-estrutura dos sistemas deinformação

O desenho de um sistema de transmissãoelectrónica de dados no SEBC ficou, na suaessência, completado no Verão de 1997.No final de 1997, a sua adopção tinha sidopraticamente concluída, permitindo assim arealização das primeiras transferênciaselectrónicas em Janeiro de 1998. O sistema

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utiliza o formato de mensagem GESMES-CB, geralmente aplicável para efeitos datransferência de dados estatísticos emformado de séries temporais. Prevê-se asua ampla utilização para a troca deestatísticas entre organizações internacionais.

Em 1997, o IME iniciou igualmente apreparação dos seus sistemas internos para arecepção, processamento e armazenamentodo grande volume de dados estatísticos queo BCE terá de processar na Terceira Fase.

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4 Sistemas de pagamentos

4.1 O sistema TARGET

Em Setembro de 1997, o IME publicou o“Second progress report on the TARGET (Trans-European Automated Real-time Gross-settlement Express Transfer) project” 7

(”Segundo relatório de progresso doprojecto TARGET (TransferênciasAutomáticas Transnacionais de Liquidaçõespelos Valores Brutos em Tempo Real)”). Orelatório fornece informação adicional sobreos progressos alcançados relativamente aosaspectos organizativos e à adopção dosistema, focando principalmente os seguintespontos: 1) período de funcionamento; 2)políticas de preços; 3) cedência de liquidezintradiária aos BCN não participantes naárea do euro; 4) papel do BCE no TARGET;e 5) adopção do TARGET.

Relat ivamente ao período defuncionamento do TARGET, o dia de Natale o dia de Ano Novo serão os únicos diasferiados comuns no TARGET, para além deSábados e Domingos. O sistema TARGETfuncionará em todos os restantes dias,embora os BCN possam decidir encerraros seus sistemas nos dias feriados nacionais,sempre que tal seja exigido por lei ou pelacomunidade bancária. Desde que estejamabertos pelos menos dois Sistemas dePagamentos de Grandes Transacções(SPGT), o sistema Interlinking ficará abertoentre esses dois sistemas. Em Agosto de1998, será publicado o calendário dos diasde funcionamento do TARGET em 1999(incluindo uma l ista dos dias deencerramento dos SPGT nacionais). Alémdisso, foi acordado que o período defuncionamento normal do TARGETdecorrerá entre as 7 horas e as 18 horas,hora do BCE, ou seja, a hora da localidadeonde o BCE se encontra instalado.

O valor preciso a cobrar pelas transacçõestransnacionais através do TARGET serádecidido pelo Conselho do BCE, prevendo-

-se que se situe próximo do limite inferiordo intervalo previamente indicado de E 1.50a E 3. Além disso, prevê-se que seja adop--tada uma diferenciação de preço, baseadano volume de transacções, e que resultaránum custo médio de utilização bastanteinferior a E 1.50 para os participantes quefizerem uma maior utilização do TARGET.

Na sequência de uma decisão tomada peloConselho do IME em Dezembro de 19968 ,estão em preparação três mecanismosdestinados a evitar que o crédito intra-diário, quando cedido por BCN de paísesque integram a área do euro aos BCN forada área do euro, se transforme em créditoovernight.

Os três mecanismos são os seguintes:

1.º mecanismo: taxas penalizadoraselevadas para a transformação docrédito intra-diário em crédito overnight(acrescida de sanções não pecuniárias)e fecho antecipado para pagamentos declientes, quer em países que integram aárea do euro quer em países fora daárea do euro;9

2.º mecanismo: limites (eventualmentefixados em zero) para o crédito intra--diário cedido pelos BCN da área doeuro aos BCN fora da área do euro;

7 Trata-se de uma versão actualizada dos anexostécnicos originariamente publicados em Agosto de1996 (especificações do sistema Interlinking, di-cionário de dados e pormenores das característi-cas mínimas de actuação comuns do SPGT, noâmbito do TARGET), tendo sido disponibilizadoaos interessados outro anexo técnico relativo aprocedimentos de fim do dia.

8 Ver relatório do IME intitulado “The single mone-tary policy in Stage Three - Specification of theoperational framework” (“A política monetáriaúnica na Terceira Fase - Especificações do quadrooperacional”), publicado em Janeiro de 1997.

9 O fecho antecipado para pagamentos de clientesé aplicável aos três mecanismos.

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3.º mecanismo: fecho antecipado paraos participantes no TARGET (BCN einstituições de crédito) de países fora daárea do euro. Neste caso, o fechoantecipado não seria aplicável aoprocessamento de pagamentos dos BCNfora da área do euro, mas sim àsrespectivas utilizações de crédito intra--diário em euro.

A decisão sobre estas questões será tomadapelo Conselho do BCE.

O BCE ficará ligado ao TARGET através doseu próprio mecanismo de pagamentos(mecanismo de pagamentos do BCE),através do qual serão desempenhadas asseguintes atribuições:

manutenção de contas em nome dosseus clientes institucionais (excluindoinstituições de crédito);

processamento de pagamentos em seunome e em nome dos seus clientes;

prestação de serviços de liquidação asistemas transaccionais de liquidação degrandes transacções pelos valoreslíquidos.

Além disso, o BCE proporcionará ao sistemaTARGET procedimentos de fim do dia eoutras eventuais medidas de controlo.

De acordo com o calendário para testes eadopção do TARGET, antes de poderemmigrar as componentes Interlinking/SPGTpara o ambiente de produção do TARGET(no fim de 1998), os BCN e o IME/BCEterão de completar os três conjuntos detestes que se seguem: (i) testes estáticose dinâmicos, (ii) testes multilaterais e(iii) testes de simulação. Em Abril de 1998,todos os BCN tinham iniciado os testesestát icos. Catorze s istemas SPGTcompletaram já os testes estáticos e dozeos testes dinâmicos; quatro sistemascompletaram também os testes multilaterais.

Em Maio de 1998, foi publicada umabrochura com uma descrição geral dosistema TARGET.

4.2 Sistemas de liquidação de títulos

Em 1997, os trabalhos preparatóriosincidiram sobre dois aspectos fundamentais:o estabelecimento de padrões para autilização de sistemas de liquidação detítulos em operações de crédito do SEBC ea adopção de soluções de curto prazo parao uso transnacional de garantias.

Padrões para a utilização de Sistemas deLiquidação de Títulos em operações de créditodo SEBC

O IME e os BCN da UE analisaram osprocedimentos de liquidação para os activosque serão elegíveis como garantias nasoperações de política monetária e desistemas de pagamentos do SEBC. Emespecial, as operações de crédito do SEBCterão de ser conduzidas de acordo comprocedimentos que: (i) impeçam os BCNde incorrer em riscos desadequados nacondução de operações de políticamonetária; e (ii) assegurem o mesmo nívelde segurança para todas as operações dosBCN liquidadas em toda a União Europeia.Neste contexto, o IME definiu nove padrõesde base, a partir dos quais se avaliará asolidez dos sistemas de liquidação de títulosa utilizar na liquidação de operações depolítica monetária e de crédito intra-diáriodo SEBC.

Os padrões e as análises subjacentesencontram-se descritos num relatório do IMEintitulado “Standards for the Use of SecuritiesSettlement Systems in ESCB credit operations”(“Padrões para a utilização dos Sistemas deLiquidação de Títulos em operações decrédito do SEBC”), publicado a 8 de Janeirode 1998. Estes padrões abrangem três áreasprincipais: questões legais, riscos de liquidaçãoe de detenção e questões operacionais.

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O primeiro padrão estabelece que todosos Sistemas de Liquidação de Títulos e asligações entre si deverão ter uma base legalsólida que assegurará o carácter definitivo,quer da liquidação de pagamentos, quer datransferência de títulos e uma protecçãoadequada dos direitos do BCE e dos BCN arespeito dos títulos transferidos ou detidosnesses sistemas de pagamentos por suaconta. O segundo padrão destina-se aassegurar que parte da liquidação sejaefectuada em moeda do banco central. O3.º padrão incide sobre a segurança dostítulos de garantia detidos em caução eestabelece que os Sistemas de Liquidaçãode Títulos deveriam dispor de umasalvaguarda adequada de protecção dosBCN contra qualquer risco de garantia, porexemplo quando se utilizam terceiros comodepositários.

Os padrões 4 a 6 estipulam que: (i) todosos Sistemas de Liquidação de Títulos deverãoficar sujeitos a regulamentos e/ou aocontrolo por parte de uma autoridadecompetente; (ii) os participantes deverãoestar conscientes dos riscos e das condiçõesde acesso na utilização dos sistemas; e(iii) deverão ser adoptados procedimentosde gestão de risco adequados, por forma aenfrentar os efeitos do incumprimento deum ou mais participantes.

O 7.º padrão refere-se à liquidaçãointradiária com carácter definitivo, quedeverá ser possível desde o início daTerceira Fase da UEM. Numa primeiraetapa, os Sistemas de Liquidação de Títulosdeverão assegurar o carácter definitivointra-diário da liquidação de operações decrédito do SEBC, o que poderá serconseguido através de diversos mecanismosoperacionais, tais como: 1) SPGT nastransacções de títulos; 2) sistemas deliquidação pelos valores líquidos comdiversos ciclos de processamento duranteo dia; 3) pré-depósito de títulos (incluindoa pré-prestação de garantias) em contas deguarda de títulos seguras e operacionaisdetidas junto de um BCN; ou 4) entrega

intradiária de títulos isenta de encargos. Aselecção entre as quatro opções serádeixada ao critério dos BCN, com base nasinfra-estruturas existentes a nível interno.Como objectivo a mais longo prazo, prevê--se que todos os Sistema de Liquidação deTítulos deverão tornar possível ao SEBC aliquidação de operações de crédito, pormeio de uma entrega em tempo realcontra mecanismos de liquidação depagamentos.

O 8.º padrão recomenda um horário defuncionamento e dias de aberturacompatíveis com os do sistema TARGET.

Por fim, o 9.º padrão exige um níveladequado de fiabilidade operacional aossistemas técnicos e a concessão demecanismos de apoio adequados.

Todos os padrões apresentados no relatórioterão de ser cumpridos pelos Sistemas deLiquidação de Títulos até Janeiro de 1999, àexcepção do requisito que prevê a entregaem tempo real contra mecanismos deliquidação de pagamentos (7.º padrão), aadoptar até 1 de Janeiro de 2002.

Com base nos resultados da avaliação, oBCE publicará, em Setembro de 1998, umalista dos Sistemas de Liquidação de Títulos autilizar em operações de crédito do SEBC.

Mecanismos a utilizar na transferênciatransnacional de garantias na Terceira Fase

Em Julho de 1997, o Conselho do IMEdecidiu adoptar o “modelo de banco centralcorrespondente” (correspondent centralbanking model) (CCBM)) como soluçãointermédia, antes da adopção de ligaçõesadequadas entre os Sistemas de Liquidaçãode Títulos, por forma a facilitar a utilizaçãotransnacional de garantias em operaçõesdo SEBC (operações de política monetáriae de crédito intra-diário). Através do“modelo de banco central correspondente”,a liquidez é cedida pelo banco central do

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país de origem, com base em garantiasdetidas em contas de títulos no exterior.

O princípio básico do “modelo de bancocentral correspondente” é que cada BCNactuará como correspondente (para aentrega de títulos) a pedido de qualqueroutro BCN. Cada BCN deverá, portanto,abrir uma conta de administração de títulospara cada um dos restantes BCN. Assim,quando uma contraparte do SEBC (numpaís A) pretende obter crédito deverádirigir-se ao banco central do seu país

(BCN A), solicitar o crédito e oferecergarantia. Caso a garantia seja detida numoutro país (país B), a contraparte procederáde forma a que a garantia seja entregue(esta fase terá de envolver um depositário)ou transferida para uma determinada contade títulos junto do BCN do país B (BCN B).O BCN A solicitará que o BCN B oinforme da recepção da garantia e, após terrecebido a confirmação da entrega definitivae irrevogável da garantia, o BCN Aconcederá o crédito à contraparte.

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Durante o ano de 1997, os projectos dedesenho para as notas em euro seleccionadospelo Conselho do IME em Dezembro de 1996(ver Relatório Anual do IME de 1996, secção 5do Capítulo II) foram desenvolvidos etransformados em desenhos definitivos.Exemplos dos desenhos revistos forampublicados em Julho de 1997. Estes constituema base do processo de originação, no contextodo qual os desenhos estão a ser transformadosem chapas de impressão, durante o primeirosemestre de 1998. Os projectos de desenhoseleccionados foram objecto de ajustamentospor forma a assegurar o cumprimento de umconjunto de requisitos. Em primeiro lugar, oselementos arquitecturais (portas, janelas epontes) foram revistos de forma a assegurarque seriam representativos do períodorelevante e, simultaneamente, que nãorepresentariam qualquer estrutura específica.Além disso, o desenho do mapa da Europa noverso da nota foi verificado e ajustado a fim demostrar uma representação adequada docontinente europeu. Em segundo lugar, foramintegrados nos desenhos diversos elementosde segurança, alguns destinados ao benefíciodo público em geral e outros a serem utilizadospara efeitos de autenticação em máquinas deordenação e aceitação. Além disso, foramfeitos testes com o objectivo de assegurar queseria possível realizar a produção dos desenhoscom sucesso, especialmente com o mesmoaspecto visual, utilizando o equipamentoespecífico existente nas diferentes fábricas denotas da UE. As especificações técnicas foramconcluídas de acordo com a decisão do Conselhodo IME, segundo a qual todas as fábricas denotas que actualmente imprimem notas emitidaspelos bancos centrais dos Estados-membrosparticipantes na área do euro deveriam estarenvolvidas na produção das notas em euro.

Em 1997, com o objectivo de identificar potenciaisproblemas tão cedo quanto possível, todas astécnicas a utilizar na produção de notas emeuro foram testadas no âmbito de um projectode produção de uma nota de teste. Dez fábricasde notas e oito papeleiras participaram na

produção de um protótipo da nota de bancoem euro, que incluía quase todos os elementosde segurança. Este projecto da nota de testerevelou que todas as fábricas de notasparticipantes se encontrariam em posição deproduzir todas as denominações de notas emeuro com iguais padrões de qualidade e com umaspecto idêntico, com base nos últimos desenhosmodificados da nota em euro. Antes de seiniciar a produção em massa no início de 1999,será realizada no Outono de 1998 uma pré-produção para confirmação de todas as especi-ficações da nota de euro (zero-production run).

A quantidade de notas de banco em euro aimprimir antes da data de lançamento de 1 deJaneiro de 2002 será determinada por doisfactores: em primeiro lugar, a quantidade denotas necessárias para substituir os stocks denotas nacionais em circulação (stock delançamento) nos países participantes e, emsegundo lugar, os stocks logísticos necessáriospara assegurar que o processo de transiçãodas notas decorra de forma tranquila. Combase em estimativas actuais, serão necessáriosmais de 12 000 milhões de notas para osEstados-membros que participarão na área doeuro desde o início. As estimativas serãoactualizadas numa base anual.

O IME desenvolve actualmente trabalhospreparatórios relativos à protecção legal aconferir às notas em euro. O Conselho do IMEacordou já que, relativamente à protecção dosdireitos de copyright, o símbolo © deveráconstar nas notas em euro. Outros aspectosainda em discussão a este respeito são, entreoutros, a necessidade de normas harmonizadasno que respeita à reprodução de notas emeuro; normas harmonizadas a nível da área doeuro para a troca de notas deterioradas eformas de prevenção e penalização dacontrafacção de notas em euro.

Com o objectivo de aumentar e eficácia nocombate à contrafacção, o Conselho do IMEacordou criar um centro de investigaçãoconjunto e uma base de dados, onde ficarão

5 Preparação das notas de banco em euro

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armazenados todos os dados técnicos sobre acontrafacção de notas em euro.

A data para o lançamento das notas e moedasem euro foi fixada em 1 de Janeiro de 2002(para mais pormenores, ver Secção 10 sobre atransição para o euro). Realizaram-se emtodos os países (à excepção da Dinamarca),bem como no IME, debates preliminares comfederações e associações europeias sobre aduração e as características técnicas óptimasdo período de circulação dupla. Participaramnestas reuniões, a nível nacional, Ministérios dasFinanças, Casas da Moeda, BCN, organizaçõesrepresentativas dos consumidores e doscomerciantes e bancos comerciais.

Verifica-se uma preferência generalizada poruma transição bastante rápida para as novasnotas e moedas, ou seja inferior ao período atéseis meses previsto no cenário de transiçãoadoptado pelo Conselho Europeu em Madrid,em Dezembro de 1995. A duração precisa eas condições para esta transição no âmbito doenquadramento temporal global permaneceainda matéria a decidir pelos Estados-membros.O BCE continuará a constituir um forum paraa troca de opiniões, em particular entre osBCN, sobre a forma de preparação dosaspectos logísticos da transição monetária anível nacional. O armazenamento de notas emoedas em euro anteriormente à data delançamento será um elemento essencial aconsiderar neste contexto. Outros aspectosimportantes relacionam-se com a troca físicade moeda nacional por notas e moedas emeuro, a preparação das caixas automáticas(ATM) e das máquinas de venda automática, ea distribuição ao público de notas e moedasem euro através dos pontos de venda.

O IME prosseguiu igualmente os trabalhospreparatórios para os primeiros três anos daTerceira Fase, durante os quais apenas circularãonotas e moedas nacionais. O Artigo 52.º dosEstatutos do SEBC/BCE prevê que: “Após afixação irrevogável das taxas de câmbio, oConselho do BCE tomará as providênciasnecessárias para garantir que as notas debanco denominadas em moedas com taxas de

câmbio irrevogavelmente fixadas sejamcambiadas pelos bancos centrais nacionais aoseu valor facial”. Neste contexto, chegou-se aum acordo básico sobre os mecanismos para atroca e repatriamento das notas nacionaisentre 1999 e 2002. Este acordo estabeleceque a maioria dos BCN dos Estados-membrosparticipantes na área do euro deverão adoptaras seguintes medidas entre 1999 e 2002:

em primeiro lugar, relativamente àstransacções por grosso, a parte do acordorepresentada pelos BCN deverá assegurarque as notas não nacionais da área do europossam ser trocadas por notas nacionais oucreditadas numa conta em pelo menosuma das suas agências de banco central;estas notas serão repatriadas para orespectivo BCN de emissão;

em segundo lugar, relativamente àstransacções a retalho, a troca de notas nãonacionais da área do euro por notasnacionais será efectuada aos balcões dosrespectivos BCN gratuitamente para opúblico em geral;

em terceiro lugar, relativamente aorepatriamento de notas nacionais para orespectivo BCN de emissão, os BCNdeverão prestar o serviço de repatriamentogratuitamente, a não ser que cobrem já umserviço aos bancos comerciais pelo depósitodas notas nacionais nos respectivos balcões.

Embora o Artigo 52.º dos Estatutos não sejavinculativo para bancos comerciais e agências decâmbio, estes ficarão obrigados a aplicar as taxasde conversão fixas quando procederem à trocade notas nacionais dos países participantes naárea do euro, no termos do Regulamento doConselho sobre a introdução do euro (adoptadoem 3 de Maio de 1998). Os bancos comerciaise as agências de câmbio ficarão igualmenteobrigados a divulgar de forma clara e trans-parente quaisquer encargos que venham a co-brar, tal como é salientado na Recomendaçãoda Comissão de 15 de Abril de 1998 relativa aencargos bancários aplicáveis à conversão doeuro.

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6 Questões contabilísticas

O trabalho preparatório sobre o quadrocontabilístico a utilizar pelo SEBC ficoupraticamente completado em 1997. Estequadro constituirá a base para o reporteinterno e externo do SEBC e servirá paraassegurar o cumprimento dos requisitosestatísticos e de gestão de liquidez. Osprincípios básicos, aprovados pelo Conselhodo IME em 1996, foram alargados atravésdo desenvolvimento de técnicas específicaspara os diversos activos e passivos quecaracterizarão o SEBC.

A transição para a Terceira Fase foi tambémanalisada, tendo sido desenvolvidos osprincípios e técnicas necessários. O principalobjectivo consistia em criar uma distinçãonítida entre os ganhos e perdas (incluindoos não realizados) verificados antes doinício da Terceira Fase e os ganhos eperdas subsequentes do SEBC. Para esseefeito, será realizada uma avaliação inicial

dos activos e passivos dos BCN (e BCE), deacordo com os regulamentos do SEBC, noinício da Terceira Fase. Quaisquer ganhosou perdas decorrentes deste exercício,juntamente com quaisquer outros idênticosjá apurados nas contas dos BCN, serãotratados segundo os procedimentoscontabilísticos nacionais em vigor no finalda Segunda Fase. Os ganhos e perdasdecorrentes da fixação irrevogável das taxasde câmbio bilaterais entre as moedaspart ic ipantes serão tratados comorealizados, uma vez que o respectivo riscocambial deixará de existir no início daTerceira Fase; acresce que o tratamentodestes ganhos e perdas ficará sujeito àsregras nacionais.

Prosseguem os trabalhos sobre o métodode distribuição do rendimento monetário,por forma a preparar as decisões a tomarpelo Conselho do BCE.

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7 Sistemas de informação e comunicação

Em 1997, o IME, em colaboração com osBCN, aumentou os seus esforços de formasignificativa no sentido de proporcionar ossistemas de informação e comunicaçãonecessários para a realização de diversasfunções operacionais e de política - aconduzir no SEBC - e que envolvem oBCE e os BCN.

Na sequência da decisão tomada peloConselho do IME, em Novembro de 1996,sobre uma solução técnica, o projecto desubstituição dos serviços de teleconferênciafoi adoptado com sucesso em Outubro de1997. O novo sistema de teleconferênciapermitirá a realização paralela de diversas

audioconferências entre o BCE e os BCN.Cinco10 bancos centrais exteriores à UE ea Comissão Europeia estão também ligadosao sistema. O sistema de teleconferênciaproporciona um meio seguro decomunicação para a discussão de questõesurgentes, em part icular para osgovernadores e especialistas em políticamonetária, mercados cambiais e sistemasde pagamentos. Além da própria aplicaçãode teleconferência, a solução adoptadacompreende uma estrutura física subjacenteque servirá de plataforma principal de redepara as transferências de dados, necessáriaà maioria das aplicações dos sistemas deinformação a nível do SEBC:

* O sistema TOP (tender operations) será utilizado na condução de operações de política monetária de openmarket, em sistema de leilão; o sistema BI (bilateral intervention) será utilizado no acompanhamento deintervenções bilaterais do SEBC; e o sistema ENSD (exchange of data for non-statistical purposes) seráutilizado na troca de dados para fins não estatísticos.

Em Maio de 1997, e na sequência de umconcurso aberto ao nível de toda a UE, oConselho do IME aprovou a celebração deum contrato para o fornecimento emanutenção da infra-estrutura decomunicações do SEBC. Assim, será possívela realização de transferências de ficheiros

seguras do remetente para o destinatário ea utilização de um serviço robusto demensagens que recorre a protocolos e

10 Os bancos centrais da Noruega, Suíça, Japão,Canada e o Federal Reserve Bank of New York.

Plataforma de rede física

TOP*BI* ENSD* Troca de

Estatísticas

Sistema deTeleconferência

Gestãode reservas

cambiais

SEBC-Rede de infra-estruturas de comunicações

Procedimentos relevantes do SEBC

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aplicações padrão internacionais e daindústria. Esta infra-estrutura, conhecida porSEBC-Net, oferece serviços decomunicação, quer síncrona (em temporeal), quer assíncrona, entre todas asinstituições do SEBC. Com a excepção doInterlinking e dos SPGT que formam osistema TARGET, todos os projectos empreparação para a Terceira Fase da UEM,que exigem novas transferências deinformação ao nível de todo o SEBC,recorrerão ao SEBC-Net. Em Maio de1998, o SEBC-Net encontrava-setotalmente operacional e testado.

Durante o ano de 1997, foram alcançadosprogressos significativos no desenvolvimentode diversas aplicações de software a nível doSEBC. Estas aplicações apoiarão a conduçãode operações de política monetária, asintervenções no mercado cambial e a gestãodas reservas cambiais do BCE, incluindo, emespecial: (1) a aplicação TOP, sistemanecessário para que o SEBC possa conduziroperações de open market de políticamonetária descentralizada, com base emprocedimentos de leilão; (2) a aplicação BI,sistema para o acompanhamento deoperações de política monetáriadescentralizada e de intervenções cambiaisbilaterais; (3) a aplicação ENSD, sistema quepermite a troca de dados no SEBC, paraefeitos não estatísticos; (4) o apoio dossistemas de informação às atribuiçõesestatísticas do SEBC, permitindo a troca dedados de base necessária à preparação dasdecisões de política do BCE; e (5) o necessárioapoio dos sistemas de informação à gestãodescentralizada das reservas cambiais do SEBC.Todas estas aplicações serão adoptadas atémeados de 1998. O segundo semestre de1998 será dedicado à realização de testes atodos os sistemas e procedimentos entre oBCE e os BCN, quer por via automática, queratravés dos respectivos funcionáriosnecessários para assegurar o sucesso nofuncionamento do SEBC.

Além disso, o IME e os BCN prosseguiramos trabalhos preparatórios relativos aosistema TARGET. Por forma a minimizar orisco de ocorrência de problemas no iníciodo funcionamento real do novo sistema depagamentos que liga os sistemas nacionaisde pagamentos pelos valores brutos emtempo real dos quinze Estados-membros eo mecanismo de pagamentos do BCE foiestabelecido um ambiente de testeInterlinking. No segundo semestre de 1997,foram iniciados testes estáticos e dinâmicos,envolvendo diversos BCN e o IME. Aolongo do ano de 1998 serão realizadosnovos testes.

Com o objectivo de garantir e manter umnível de segurança adequado e coordenadodos sistemas de informação a utilizar peloSEBC, o Conselho do IME aprovou umquadro de política de segurança para ossistemas de informação do SEBC. Este quadroatribui determinadas responsabilidades a todasas partes envolvidas no desenvolvimento,execução e utilização de sistemas deinformação. A política de segurança dossistemas de informação define princípioscomuns, funções e responsabilidadesrelacionados com a gestão e planeamento dasegurança dos sistemas de comunicação e deinformação, em colaboração com o IME ecom os BCN.

Durante o ano de 1997, o IME desenvolveuum grande número de projectos internos,com o objectivo de seleccionar e adoptaruma tecnologia e sistemas apropriados aoapoio dos s istemas de informaçãonecessários à condução com sucesso dasoperações do BCE. Estes projectosabrangem desde sistemas de buróticamelhorados e sistemas administrativosinternos até sistemas estatísticos novos oumelhorados e sistemas de apoio a decisões.

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8 Supervisão bancária e estabilidade do sistemafinanceiro

Na Terceira Fase da UEM, a supervisãoprudencial continua a ser da responsabilidadedas autoridades nacionais (quer dos BCN,quer de uma entidade que não o bancocentral ou, em alguns casos, ambos). Alémdisso, as características básicas do quadro desupervisão prudencial a nível da UniãoEuropeia - com base na harmonização dasprincipais disposições da legislação nacional,no princípio do “controlo pelo país de origem”e na cooperação transnacional entre ossupervisores - não sofrerá alterações. Noentanto, para além das funções consultivas doBCE previstas no n.º 4 do Artigo 105.º doTratado (referidas no último parágrafo destasecção), o Tratado e os Estatutos do SEBC/BCE atribuem a este algumas funçõesrelacionadas com a supervisão prudencial dasinstituições de crédito e com a estabilidadedo sistema financeiro, mencionadas maisexplicitamente nos pontos seguintes:

o N.º 5 do Artigo 105.º do Tratadoestabelece que o SEBC contribuirá paraa boa condução das políticas seguidaspelas autoridades competentes no quese refere à supervisão prudencial dasinstituições de crédito e à estabilidadedo sistema financeiro;

o Artigo 25.º 1 dos Estatutos do SEBC/BCE estabelece que o BCE pode darparecer e ser consultado pelo Conselho,pela Comissão e pelas autoridadescompetentes dos Estados-membrossobre o âmbito e a aplicação da legislaçãocomunitária relativa à supervisãoprudencial das instituições de crédito eà estabilidade do sistema financeiro;

o N.º 6 do Artigo 105.º do Tratadoprevê a possibilidade de conferir aoBCE atribuições específicas no que dizrespeito às políticas relativas à supervisãoprudencial das instituições de crédito ede outras instituições financeiras (comexcepção das companhias de seguros).

Em termos gerais, a inclusão das disposiçõesacima referidas no Tratado e nos Estatutosjustificava-se por três motivos principais.Em primeiro lugar, o SEBC, no contexto dasua actividade macro-económica, fiscalizaráa evolução dos mercados financeiros e dasinstituições e, portanto, terá à sua disposiçãoinformação que poderá ser útil para afunção de supervisão. Em segundo lugar, aprossecução do objectivo primário do SEBC(estabilidade de preços) deverá ser apoiadapela estabilidade do sistema bancário efinanceiro, o que constitui o principalobjectivo das autoridades de supervisão,em paralelo com a protecção dosdepositantes e investidores. Em terceirolugar, existe um relacionamento entre asmedidas tomadas para efeitos de políticamonetária e as destinadas a promover aestabilidade dos sistemas bancário efinanceiro. O IME, em colaboração com oSub-Comité de Supervisão Bancária, analisoua possível adopção destas disposições.

O n.º 5 do Artigo 105.º do Tratado,aplicável aos Estados-membros queadoptarem o euro, prevê a obrigação doSEBC contribuir para a boa condução daspolíticas seguidas pelas autoridades nacionaisresponsáveis pela supervisão prudencial dasinstituições de crédito e pela estabilidadedo sistema financeiro. Dadas as estreitasligações existentes a nível nacional entre asfunções de política monetária e desupervisão prudencial, bem como daatribuição ao SEBC da responsabilidadepela política monetária, o principal objectivoda disposição prevista no n.º 5 do Artigo105.º do Tratado pode ser encarado comodestinado a assegurar uma interacçãoefectiva entre o SEBC e as autoridades desupervisão nacionais. Os pormenores denatureza prát ica relat ivos aoacompanhamento deste relacionamentoterão de ser definidas de forma pragmática,à luz das necess idades especí f icasdecorrentes da Terceira Fase. Actualmente,

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podem identificar-se dois contributosimportantes do SEBC para as autoridadesde supervisão nacionais.

Em primeiro lugar, o SEBC, e especialmenteo BCE, desempenharão um papel activo napromoção da cooperação entre asautoridades de supervisão nacionais da UE,independentemente do modeloorganizacional adoptado em cada país, bemcomo entre as autoridades nacionais e oSEBC, por forma a atingir uma plataforma deentendimento comum relativamente aquestões relevantes da políticas de supervisão.Prevê-se que esta coordenação se baseie noapoio prestado por um comité específicocomposto por representantes dos BCN e dasautoridades de supervisão nacionais e incidaprincipalmente sobre questões de naturezamacro-prudencial com efeitos sobre aestabilidade das instituições e mercadosfinanceiros. Embora o n.º 5 do Artigo 105.ºdo Tratado se aplique apenas aos paísesparticipantes na área do euro, prevê-se que acooperação envolva em geral todas asautoridades de supervisão da UE. É previsívelque esta função do SEBC venhacomplementar o quadro de cooperaçãomultilateral na UE, na área da supervisãobancária, permitindo uma interacção normalcom a cooperação prosseguida noutros forosde supervisão bancária (a nível da UE, oComité Consultivo Bancário e o Grupo deContacto, e a nível dos países do G-10 oComité de Basileia sobre Supervisão Bancária).

Em segundo lugar, à luz das disposiçõesrelevantes da Directiva BCCI relativa àtransferência de informação entre os BCNe as autoridades de supervisão, o SEBC,quando apropriado, fornecerá às autoridadesde supervisão informações sobre asinstituições, a nível individual, e os mercados,obtidas em resultado das suas actividadesde base, e que poderão ser úteis para afunção de supervisão. Por seu lado, ossupervisores bancários deverão estarpreparados para fornecer ao SEBCinformações sobre a supervisão deinstituições a nível individual que poderão

ser úteis ao SEBC no desempenho das suasatribuições principais. Foi acordada entreos supervisores bancários uma plataformade entendimento comum sobre ascaracterísticas de base da transferência deinformações do BCE para os BCN, na suaqualidade de autoridades monetárias.Embora, em geral, o SEBC não necessitede informações na área da supervisão paraefeitos das suas operações de políticamonetária e cambial, os supervisoresbancár ios estarão preparados pararesponder a pedidos do SEBC nesta área.Além disso, em virtude das possíveisimplicações sistémicas, os supervisoresbancários deverão estar preparados parainformar o SEBC, numa base casuística, seocorrer uma crise bancária. Os supervisoresbancários colaborarão ainda com os BCNe com o BCE por forma a detectar oincumprimento por qualquer dascontrapartes do SEBC das respectivasobrigações estabelecidas nos regulamentosdo SEBC sobre instrumentos eprocedimentos de política monetária,embora a responsabilidade final porassegurar esse cumprimento caiba ao BCNcompetente. Relativamente à transferênciade informações dos supervisores bancáriospara os BCN que actuam como entidadesde fiscalização dos sistemas de pagamentos,chegou-se já a um acordo de base.

O Artigo 25.º 1 dos Estatutos do SEBC/BCE - aplicável a todos os países da UE -prevê a atribuição de uma função consultivaespecífica ao BCE no âmbito da legislaçãoComunitária relativa à supervisão prudencialdas instituições de crédito e à estabilidadedo sistema financeiro. Esta função terá umcarácter opcional e relaciona-se com oâmbito e com adopção de legislaçãoComunitária nas áreas acima mencionadas.Esta função poderá ser considerada comoum instrumento através do qual o BCEpode contribuir para a supervisão prudencialdas instituições de crédito e da estabilidadedo sistema financeiro aos níveis comunitárioe nacional. A este respeito, é claramentereconhecido o papel desempenhado pela

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Comissão Europeia, com o apoio do ComitéConsultivo Bancário, na preparação denovas propostas de directivas na área dalegislação bancária.

O n.º 6 do Artigo 105.º do Tratado -aplicável a todos os países da UE - inclui apossibilidade de serem conferidas ao BCEdeterminadas atribuições operacionais noâmbito da supervisão prudencial. O direitode iniciativa nesta área é da responsabilidadeda Comissão e o BCE participa apenas naqualidade consultiva. Nesta fase, considera-se prematuro prever quaisquertransferências de poderes de supervisãodas autoridades nacionais para o BCE.

Por fim, o n.º 4 do Artigo 105.º do Tratado(aplicável a todos os países da UE, exceptoao Reino Unido) estabelece que o BCE

deve ser consultado sobre qualquerproposta de legislação comunitária enacional no domínio das suas atribuições.O âmbito preciso desta disposição seráidentificado no contexto da Decisão doConselho a adoptar pelo Conselho da UEque estabelece os limites e as condiçõesaplicáveis às consultas a efectuar ao BCEpelas autoridades competentes sobreprojectos de legislação nacional, nos termosdo referido artigo. De acordo com oprojecto de Decisão do Conselho propostopela Comissão Europeia em Fevereiro de1998, o BCE deve ser consultado sobre,nomeadamente, as regras aplicáveis àsinstituições financeiras, na medida em queestas possam influenciar de facto aestabilidade das instituições e mercadosfinanceiros.

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9 Questões jurídicas

9.1 Convergência legal

De acordo com o Artigo 108.º do Tratado,os Estados-membros deverão eliminar asincompatibilidades entre as respectivaslegislações nacionais, o Tratado e osEstatutos do SEBC/BCE. Em Outubro de1997, o IME publicou um relatório intitulado“Legal Convergence in the Member States ofthe European Union as at August 1997”(“Estado da convergência legal entre osEstados-membros da União Europeia emAgosto de 1997”) e, em Março de 1998,publicou o Relatório de Convergência,preparado em cumprimento do dispostono n.º 1 do Artigo 109.º - J do Tratado.Ambos os relatórios faziam uma distinçãoentre os estatutos dos BCN e outralegislação que será necessário adaptar à luzdas disposições relevantes do Tratado edos Estatutos do SEBC/BCE. Relativamenteaos estatutos dos BCN, foi feita umadistinção entre as adaptações na área daindependência do banco central e outrasdestinadas a assegurar o grau necessário deintegração dos BCN no SEBC.

Com base nas caracter íst icas deindependência dos bancos centrais jáabordadas em relatórios anteriores sobreindependência dos BCN, o IME identificou,no Relatório de Outubro de 1997,determinadas disposições nos estatutos dosBCN, que considerou incompatíveis comos requisitos do Tratado e dos Estatutos doSEBC/BCE sobre a independência dosbancos centrais e que, segundo o IME,deveriam ser adaptadas. A maior partedessas disposições relacionam-se com aindependência institucional dos BCN(proibição de influência externa prevista noArtigo 107.º do Tratado) e a independênciapessoal dos membros dos órgãos de decisãodos BCN envolvidos no desempenho deatribuições relacionadas com o SEBC(segurança do mandato como previsto noArtigo 14.º 2 dos Estatutos do SEBC/BCE).

As adaptações na área da independênciados BCN deverão entrar em vigor, o maistardar, na data de estabelecimento do BCE.

Além disso, o IME salientou a necessidadede adaptação dos estatutos dos BCN, porforma a assegurar o necessário grau deintegração dos BCN no SEBC, nos termosdo Artigo 14.º 3 dos Estatutos do SEBC/BCE. Este artigo prevê que os BCN setornem parte integrante do SEBC, devendoactuar em conformidade com as orientaçõese instruções do BCE11. Tal implica, emespecial, que os estatutos dos BCN nãodeverão conter disposições que sejamincompatíveis com a competência exclusivado BCE em determinadas áreas ou que, seadoptadas por um BCN, impeçam ocumprimento por parte desse BCN dasregras adoptadas ao nível do BCE. As áreasàs quais foi prestada uma maior atençãoforam as seguintes: objectivos estatutários,atribuições, instrumentos, organização edisposições financeiras (tópicos quecorrespondem à estrutura habitual dosestatutos dos BCN). As adaptações dosestatutos dos BCN a este respeito devementrar em vigor na data de início daTerceira Fase ou, para os Estados-membrosque beneficiam de uma derrogação ou deum estatuto especial, na data em queadoptarem a moeda única.

No Relatório de Outubro de 1997, o IMEprestou especial atenção às adaptaçõesprevistas ou já completadas, com referênciaextensa às suas opiniões sobre essasadaptações que havia produzido no âmbitodas consultas, ao abrigo do n.º 6 do Artigo109.º- F do Tratado e do Artigo 5.º 3 dosEstatutos do IME.

11 Em conjugação com o Artigo 43º.1 dos Estatutos,o Artigo 14º.3 prevê que os BCN participantesplenos serão parte integrante do SEBC e deverãoactuar em conformidade com as orientações einstruções do BCE.

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No que se referia à adaptação de outralegislação para além dos estatutos dosBCN, o IME incidiu em especial em legislaçãocom impacto sobre o desempenho pelosBCN das suas atribuições relacionadas como SEBC e em legislação na área monetária,tal como leis cambiais e leis sobre cunhagemde moeda.

No Relatório de Convergência de Marçode 1998, o IME avaliou, nomeadamente, acompatibilidade da legislação nacional,incluindo os estatutos dos BCN, com osrequisitos do Tratado e dos Estatutos doSEBC/BCE para a Terceira Fase. Em anexoao presente Relatório inclui-se um excertoda parte da Introdução e Sumário doRelatório de Convergência de 1998.

9.2 Legislação comunitária derivada

O IME consultou informalmente o ComitéMonetário sobre três projectos deRecomendação para Regulamentos doConselho, a serem adoptados pelo Conselhodo BCE, ao abrigo do Artigo 42.º dosEstatutos do SEBC/BCE: projecto deRecomendação do BCE para umRegulamento do Conselho (CE), relativo àrecolha de informação estatística pelo BCE(ver Secção 3.3), projecto de Recomendação

do BCE para um Regulamento do Conselho(CE), relativo à aplicação de reservas mínimaspelo BCE (ver Secção 1.2) e projecto deRecomendação do BCE para umRegulamento do Conselho (CE), relativo aospoderes do BCE para impor sanções. Estaúltima Recomendação especifica os limites econdições ao abrigo dos quais o BCE poderáimpôr multas e penalizações pecuniárias, emresultado do incumprimento das obrigaçõesprevistas nos seus Regulamentos e Decisões.

Além disso, o IME contribuiu para apreparação de legislação Comunitáriaderivada relacionada com a transição doIME para o BCE, nas seguintes áreas:consultas a efectuar pelas autoridadesnacionais ao BCE sobre projectos delegis lação incluídas no âmbito dacompetência do BCE; dados estatísticos autilizar para a determinação da chave parasubscrição de capital do BCE; condições eprocedimentos para aplicação do impostoa favor das Comunidades Europeias; ecategorias de membros dos órgãos e outropessoal das Comunidades Europeias aosquais são aplicáveis as disposições previstasno Artigo 12.º, no segundo parágrafo doArtigo 13.º e no Artigo 14.º do Protocolosobre Privi légios e Imunidades dasComunidades (ver também Secção 5,Capítulo III).

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10 Transição para o euro

Durante o ano de 1997, os trabalhospreparatórios para a transição para a moedaúnica aceleraram de forma considerável. Emtodos os Estados-membros da UE, à excepçãoda Dinamarca12, foram criados organismosde coordenação ad hoc e definidos cenáriospormenorizados para a transição, foiorganizada a coordenação entre as instituiçõese as partes interessadas e preparado umquadro legal adequado a fim de complementara legislação comunitária relevante. O IMEcontinuou a acompanhar de perto a evoluçãorelativa à transição, por forma a avaliar se asdiferenças nos trabalhos preparatórios para atransição entre os Estados-membros, devidasa ambientes desiguais a nível das organizaçõese infra-estruturas locais, podem ter implicaçõespara a condução da política monetária únicaa partir de Janeiro de 1999.

Na área financeira, os preparativos para atransição continuam a ser estimulados porum processo concorrencial, envolvendo osoperadores de mercado e centros financeiros,quer a nível interno dos países, quer a níveltransnacional. O IME e os BCN conduziramum diálogo contínuo com as respectivascomunidades bancárias e outros operadoresdos mercados financeiros sobre questõesrelacionadas com a introdução do euro. Oprincípio orientador aplicado pelas autoridadesmonetárias consiste em atribuir em primeirolugar aos próprios operadores de mercado aresponsabilidade pelas acções de coordenaçãorelacionadas com a transição, estando porémpreparadas a prestar apoio, sempre quenecessário. O IME e os BCN encorajaramassim os operadores de mercado a considerara adopção, na União Monetária, de umanormalização orientada pelos mercados.

Nas reuniões entre o IME e os representantesdas associações bancárias e financeiras aonível da UE, foram consideradas, entre outras,as seguintes questões:

a substituição nos contratos de preçosde referência que venham a perdersignificado económico após o início daUnião Monetária. A partir do início daTerceira Fase, cessará a publicação detaxas nacionais de base pelos BCN, àsquais deixarão de se realizar transacçõespelos bancos centrais. Os legisladoresnacionais poderão aprovar regrasvinculativas destinadas a substituir essastaxas obsoletas por novas taxas dereferência (de preferência entre as quevierem a ser publicadas pelo SEBC),caso tal seja considerado apropriado;

a substituição das actuais taxasinterbancárias (por ex. BIBOR, FIBOR,HELIBOR, MIBOR, PIBOR, RIBOR, etc.)por novas definições de taxas indicativaspublicadas para toda a área do euro.Embora a publicação a nível da área doeuro daquelas taxas locais não possa serlegalmente proibida, o IME e os BCNencorajaram as associações bancárias e osmercados monetários e cambiais queoperam na futura área do euro a procuraruma definição conjunta de indicadorespara toda a área do euro. Em 1997, emresposta a esta mensagem de política, aFederação Bancária da União Europeia ea associação profissional de cambistas(conhecida por ACI - Associação dosMercados Financeiros) anunciaram a suaintenção de calcular e publicar um indicadorde taxas interbancárias para toda a áreado euro, que será conhecido porEURIBOR13.

O IME apoiou também a criação depadrões de mercado comuns para os

12 Na Dinamarca, têm sido desenvolvidos trabalhoscom vista a preparar a situação da Dinamarcacomo Estado-membro que beneficia de uma der-rogação.

13 A Associação Inglesa de Bancos anunciou a suaintenção de publicar uma taxa LIBOR do euro.

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mercados monetários e cambiais de toda aárea do euro. As publicações do IME sobreo enquadramento operacional para a políticamonetária única forneceram aos operadoresde mercado interessados informação sobreos procedimentos dos mercados monetáriose cambiais a seguir pelo SEBC. Estainformação tornou-se o foco natural para aadaptação dos padrões nacionais e para aelaboração de novos padrões comuns anível europeu.

Além disso, o IME proporcionou aosmercados uma explicação mais clararelativamente aos pontos que se seguem:

os métodos de cotação do euro nosmercados cambiais;

a publicação pelo BCE de taxas decâmbio de referência;

o calendário de dias úteis para acondução de operações de políticamonetária e para o funcionamento doTARGET.

A este respeito, as associações bancárias efinanceiras a nível de toda a UE submeteramao IME uma “Declaração conjunta sobre asconvenções de mercado para o euro”, queenumera os padrões de mercado a seremaplicados nas transacções e liquidações nosmercados monetários, obrigacionistas ecambiais do euro. A declaração conjuntasalienta que é desejável uma harmonizaçãodas convenções de mercado do euro, umavez que promoveria a liquidez e atransparência nos novos mercados e evitariaconfusões e litígios envolvendo transacçõese liquidações em euro. O Conselho do IMEacolheu com agrado e apoiou esta iniciativa,sa l ientando que a adopção destasconvenções promoveria a integração easseguraria maior transparência nosmercados financeiros do euro.

O IME apoiou ainda as associaçõesbancárias e financeiras a nível da UE nacriação de uma taxa overnight efectiva para

a área do euro, conhecida por EONIA(índice overnight médio do euro). Osparticipantes de mercado salientaram queos cálculos privados de uma taxa overnightefectiva seriam problemáticos devido àsensibilidade da informação que serianecessário fornecer por cada bancoindividualmente para o cálculo dessa taxa.Neste contexto, o Conselho do IME decidiupreparar o cálculo dessa taxa pelo SEBC.Assim, o SEBC será responsável pelosaspectos de cálculo da taxa de referência,com base no painel e metodologiafornecidos pelas associações bancárias paraa EURIBOR. As associações bancárias serãoresponsáveis pela publicação da taxa dereferência. Estão em curso discussões entreo IME e as associações relevantes a fim deacordar um procedimento comum.

O IME reconheceu a necessidade de umsímbolo codificado distinto para a moedaúnica e expressou o seu apoio ao símboloE proposto pela Comissão Europeia comologotipo para o euro. Um símbolo paraidentificar o euro está de acordo com autilização habitual de abreviaturas nalinguagem escrita. Fornece-se também umsinal distintivo a utilizar em listas de preçose outros documentos incluindo valoresmonetários que podem ser particularmenteúteis durante a fase de transição. O IMEencoraja a inclusão do símbolo E noconjunto de caracteres padrão largamenteutilizado na indústria da tecnologia dainformação.

Uma secção especial sobre as questõesrelacionadas com a transição foi incluída nainformação fornecida na página do IME narede da Internet (http://www.ecb.int). Porforma a apoiar todas as entidades envolvidasna preparação para a transição, o IMEaperfeiçoou a distribuição de informaçãorelevante. Para além dos documentos sobreas questões relacionadas com a transição,aprovados pelo Conselho do IME em 1997,a página da rede inclui uma bibliografia euma lista de mais de 200 ligações a outraspáginas da rede que oferecem

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especificamente informação sobre atransição para a moeda única. As ligaçõesdividem-se em onze categorias: bancoscentrais; instituições da UE; governosnacionais; associações dos sectores bancárioe financeiro; instituições de crédito; bolsas;sistemas de liquidação de títulos e sistemasde pagamentos; associações de empresas,comércio e serviços; empresas deconsultor ia empresar ia l ; questõesrelacionadas com a tecnologia dainformação; jornais, boletins informativos,revistas e bibliografias; e outros. Para cadaligação é fornecido um resumo dainformação disponível na respectiva página.Esta informação é actualizada regularmente,fornecendo assim uma fonte de informaçãoconveniente a todas as entidades envolvidasna preparação para a transição.

Em resposta à crescente procura por partedo público de confirmações relativamentea aspectos específicos da transição, deforma a apoiar os trabalhos preparatórios,o Conselho do IME e o Conselho da UEdecidiram, no dia 4 de Novembro de 1997,que as notas e moedas de euro seriampostas em circulação em todos os paísesparticipantes a partir de 1 de Janeiro de2002. Esta decisão foi tomada depois decuidadosamente consideradas todas asopções possíveis, incluindo a possibilidadede diferentes datas de introdução nosdiversos países participantes. Foi realizadauma vasta ronda de consultas, quer a nívelnacional, quer a nível da UE, envolvendotodas as partes interessadas.

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11 Informação ao público

Desde a sua criação a 1 de Janeiro de1994, o IME tem trabalhado intensamentena preparação do quadro regulamentar,organizativo e logístico necessário para queo SEBC desempenhe as suas atribuições naTerceira Fase da UEM. Como parte desteprocesso, o IME tem dado cumprimentoao disposto nos Artigos 7.º e 11.º 3 dosseus Estatutos relativamente à obrigaçãode prestação de informação, publicandorelatórios sobre a evolução dos trabalhospreparatórios para a Terceira Fase da UEM,sobre as suas próprias actividades e sobre asituação monetária e f inanceira daComunidade. Além disso, o IME,reconhecendo as necessidades dacomunidade financeira e do público emgeral, divulgou, durante os últimos trêsanos, diversas publicações sobre os trabalhospreparatórios, com o objectivo de prestarinformações sobre as suas actividades e deoferecer aos leitores orientação noplaneamento dos seus próprios preparativos.Estas publ icações abrangem desdeinformações de carácter geral sobre opapel e as funções do IME e sobre osprojectos de desenho das notas de euro,até relatórios técnicos no âmbito da políticamonetária , estat íst icas, s istemas depagamentos e diversos aspectos da transiçãopara a moeda única.

Este Relatório apresenta, no final, uma listados documentos publicados pelo IME desdeo início de 1997. Os Relatórios Anuais doIME dos anos anteriores publicaram listasidênticas.

Para além das suas publicações, em Janeirode 1998, o IME estabeleceu a sua presençana World Wide Web da Internet, com ointuito de facilitar a prestação de informaçãoao público em geral. A página do IME narede (http://www.ecb.int) permite acessoaos textos de discursos recentes e derelatórios publicados pelo IME e inclui umasecção especial sobre questões relacionadascom a transição.

O IME reconhece a necessidade do SEBCassegurar a transparência dos seusobjectivos e políticas na Terceira Fase e depromover o conhecimento das suasoperações e atribuições, permitindo assimque a comunidade financeira e o públicoem geral compreendam e apoiem as suaspolíticas. Com esse objectivo, o IME está adesenvolver actualmente uma política decomunicação externa - a ser apresentadaà consideração do Conselho do BCE -sobre as formas mais eficazes de divulgarinformação relativa a actividades do SEBC.

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Capítulo III

Outras atr ibuições do IME

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1 Supervisão do Sistema de Compensação e deLiquidação do ECU

O Sistema de Compensação e de Liquidaçãodo ECU é supervisionado pelo IME, ao abrigodo disposto no sexto travessão do n.º 2 doArtigo 109º - F do Tratado. O objectivofundamental da supervisão do Sistema deCompensação e de Liquidação do ECU éprocurar garantir que a Associação Bancáriado Euro (ABE), que gere o sistema e quesubstituiu a Associação Bancária do ECU nodia 3 de Dezembro de 1997, tome asmedidas necessárias no sentido de assegurarque o sistema não coloque riscos inaceitáveis,quer aos participantes no sistema, quer aomercado do ECU ou aos mercadosdomésticos da UE. Neste contexto, a principallinha de acção do IME é assegurar que estãoa ser tomadas as medidas adequadas paramelhorar o cumprimento, por parte dosistema, dos padrões de segurançaestabelecidos em 1990 no relatório sobreEsquemas de Compensação Interbancária(os chamados “padrões Lamfalussy”),preparado pelos países do G-10.

Além disso, durante o ano de 1997, o IMEe os BCN acompanharam os trabalhospreparatórios conduzidos pela ABE sobreo Sistema de Compensação e de Liquidaçãodo Euro para a Terceira Fase da UEM(EURO 1).

1.1 Actividades do Sistema deCompensação e de Liquidação doECU em 1997

O número de transacções diminuiu em1997, em comparação com 1996, emborase tenha verificado um ligeiro aumento emvalor. O número médio mensal detransacções diárias decresceu mais de6%, de 6 383 em 1996 para 5 982 em1997. Em termos comparativos, o volumemédio diário de transacções aumentou de46 000 milhões de ECU em 1996 para46 900 milhões de ECU em 1997.

O Sistema de Compensação e de Liquidaçãodo ECU (ECU 3) funcionou regularmentedurante o ano de 1997, completando asliquidações diárias, em média, mais cedo doque em 1996. Apenas ocorreram atrasos deliquidação em alguns dias, devido quer aproblemas técnicos localizados em apenasum ou outro banco de compensação, quer aincidentes do sistema que afectaram a redeutilizada pelo Sistema de Compensação e deLiquidação do ECU. As duas últimasactualizações de software, introduzidas peloS.W.I.F.T. em Julho e Setembro de 1997,permitiram que o sistema regressasse ao nívelde prestação de serviços exigido, não setendo verificado quaisquer incidentes de rededesde essa data.

Em 1997, foram introduzidos no ECU 3, osistema que prevê limites intradiáriosvinculat ivos, a lguns melhoramentosrelativamente à activação das facilidades decedência de liquidez de última hora. Alémdisso, as regras de compensação foramalteradas por forma a permitir assegurar aconclusão normal da compensação, casoum banco de compensação não se encontreem posição de enviar a mensagem deliquidação autenticada, por razões decarácter puramente técnico.

O IME e os BCN, no âmbito das suasfunções de supervisão, estudaram umaproposta avançada pela Exchange ClearingHouse Organisation (ECHO) - aplicável aoscontratos pelos valores l íquidosdenominados em ECU e à liquidação dosfluxos relevantes através do Sistema deCompensação e de Liquidação do ECU -não sendo colocada qualquer objecção aoinício das operações em ECU através daECHO. Na Terceira Fase, prevê-se que aECHO proceda à liquidação das suasoperações em euro através do TARGET.

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1.2 Trabalhos preparatórios para aTerceira Fase da UEM

Está actualmente em curso na ABE o processode definição da estrutura legal e dos acordosde repartição de liquidez e de prejuízos parao EURO 1. Além disso, a ABE, em cooperaçãocom o IME e com os BCN, está em fase definalizar os mecanismos de liquidação, nostermos de uma decisão do Conselho do IME,segundo a qual a ABE deverá abrir umaconta central de liquidação junto do BCE.Poderá abrir ainda outras contas de liquidaçãojunto dos BCN que aceitem a aberturadessas contas. Até à data, apenas a Banquede France manifestou a sua intenção de abriruma conta local de liquidação em nome daABE (em Junho de 1999).

Por fim, a ABE elabora actualmente umacordo destinado a assegurar a liquidaçãoatempada no EURO 1, caso um determinadoparticipante seja incapaz de cumprircompromissos de liquidação. Este objectivoseria atingido através de reservas de garantia,

cobrindo o maior volume possível dedescobertos líquidos no sistema (E1000milhões). Nos termos de uma decisão doConselho do IME, o BCE actua na qualidadede detentor das reservas de garantia, emnome da ABE. Além disso, a ABE desenvolveactualmente acordos de repartição de liquideze de prejuízos, a utilizar em caso dedescobertos múltiplos.

Uma vez que o EURO 1 se baseia nasmesmas infra-estruturas técnicas e nosmesmos mecanismos de gestão de riscointradiário actualmente em vigor para oECU 3, o IME - em colaboração com osBCN - reviu o ECU 3 por forma a avaliar oseu cumprimento dos padrões Lamfalussy,como ponto de partida para a avaliaçãodo cumprimento do EURO 1. Os esforçosactualmente desenvolvidos pela ABEno sentido de aperfeiçoar o ECU 3 porforma a cumprir os padrões Lamfalussydeveriam portanto ser encarados comotrabalhos preparatórios para a introduçãodo EURO 1 em situação de totalcumprimento.

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2 Dinheiro electrónico

Actualmente, o dinheiro electrónico não éum fenómeno muito difundido. Porém, nãose deverá excluir a possibilidade do seu maiordesenvolvimento a longo prazo. Desde apublicação do “Report to the Council of the EMIon Prepaid Cards” (“Relatório ao Conselho doIME sobre Cartões Pré-Pagos”), em Maio de1994, não só aumentou significativamente onúmero de projectos relativos a cartões pré--pagos multi-usos, como teve início odesenvolvimento da utilização de dinheiroelectrónico em pagamentos através de redesde computadores (o chamado ”dinheiro emrede”).

Em 1997, o IME desenvolveu estudos maisaprofundados sobre o impacto doaparecimento do dinheiro electrónico sobreas economias da UE. Tomou particularmenteem conta os novos desenvolvimentos demercado, conduzindo uma análiseaprofundada das suas implicações para apolítica monetária. Os resultados do estudoforneceram a base para a “Opinion of the EMICouncil on the issuance of electronic money”(“Parecer do Conselho do IME sobre aemissão de dinheiro electrónico”) de 2 deMarço de 1998, transmitido à Comissão, ecujo texto é reproduzido na Caixa 3 que sesegue.

Caixa 3

Parecer do Conselho do IME sobre a emissão de dinheiro electrónico1

1. Na conjuntura actual, o dinheiro electrónico não é ainda um fenómeno generalizado. Porém, alongo prazo, não é de excluir um maior desenvolvimento deste tipo de dinheiro.

2. A emissão de dinheiro electrónico terá provavelmente implicações significativas para a políticamonetária no futuro. Assim, os bancos centrais da UE consideram importante estabelecer regrasclaras sobre as condições de emissão de dinheiro electrónico.

3. Em 1994, o Conselho do IME recomendou que apenas as instituições de crédito (de acordo com aslegislações nacionais) deveriam ser autorizadas a emitir cartões pré-pagos multi-usos.2 No entanto,esta recomendação não foi adoptada em todos os Estados-membros. Neste contexto, em 1997, aComissão Europeia iniciou trabalhos sobre uma proposta de Directiva do Parlamento Europeu e doConselho sobre a emissão de dinheiro electrónico por entidades que não sejam instituições decrédito, em especial com o objectivo de assegurar um passaporte europeu para essas instituições.

4. À luz dos desenvolvimentos verif icados ao longo dos últimos anos e de novas reflexões sobre amatéria, levando em linha de conta a eficácia da política monetária e considerações sobre a igualdadenas condições de concorrência, e considerando que os fundos obtidos para a emissão de dinheiroelectrónico são de natureza reembolsável, o Conselho do IME considera essencial o cumprimentodos seguintes requisitos mínimos, independentemente da natureza do emitente do dinheiro electrónico:

- o significado de “dinheiro electrónico” deverá ser claramente definido e marcada a sua distinçãorelativamente a cartões pré-pagos com um “único uso” ou com “usos limitados”;

- os emitentes de dinheiro electrónico f icarão sujeitos a supervisão prudencial;

- a emissão deverá f icar sujeita a acordos legais sólidos e transparentes, segurança técnica,protecção contra abuso criminal e reporte estatístico;

- deverá ser imposto um requisito legal estabelecendo que o dinheiro electrónico é reembolsávelao par, o que implicará que os emitentes se deverão encontrar em posição de converter dinheiroelectrónico em dinheiro do banco central, a pedido do detentor do dinheiro electrónico;3

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- deverá existir a possibilidade dos bancos centrais poderem impor reservas mínimas de caixa atodos os emitentes de dinheiro electrónico, em particular para estarem preparados para umdesenvolvimento substancial do dinheiro electrónico com um impacto material sobre a políticamonetária;

- além disso, poderá prever-se um esquema de segurança para os sistemas de dinheiro electrónicodestinado à protecção do público.

5. Neste contexto, e de acordo com a recomendação do IME de 1994, a solução mais fácil serialimitar a emissão de dinheiro electrónico às instituições de crédito, uma vez que isso evitaria aintrodução de alterações no actual enquadramento institucional da política monetária e da actividadebancária. Mais especif icamente, com vista à transição para a União Monetária, a emissão dedinheiro electrónico deveria ser apenas autorizada a “instituições de crédito, tal como se encontramdefinidas no Artigo 1º da Primeira Directiva de Coordenação Bancária”, uma vez que o Artigo19º.1 dos Estatutos do SEBC, na sua redacção actual, autoriza o BCE a impor reservas mínimasna Terceira Fase da UEM apenas a estas instituições.

6. Simultaneamente, o Conselho do IME reconhece que a definição de “instituição de crédito” constanteda Primeira Directiva de Coordenação Bancária prevê que uma instituição deve “receber do públicodepósitos ou outros fundos reembolsáveis, a f im de os aplicarem por conta própria mediante aconcessão de crédito”.4 O IME considera vantajoso introduzir uma alteração da def inição de“instituição de crédito” constante na Primeira Directiva de Coordenação Bancária, por forma apermitir que as instituições que não pretendem realizar operações de crédito possam emitir dinheiroelectrónico. Seria assim proporcionada igualdade nas condições de concorrência, em particularporque seria assegurado que todas as entidades emitentes de dinheiro electrónico ficariam sujeitasa uma forma adequada de supervisão prudencial, sendo incluídas no leque de instituiçõespotencialmente sujeitas à constituição de reservas mínimas junto do BCE.

7. No entanto, como disposição transitória até que seja introduzida a alteração na Primeira Directivade Coordenação Bancária, o Conselho do IME aceitaria que as instituições que já emitem dinheiroelectrónico, mas que não se incluem no âmbito da definição de instituição de crédito constantena Primeira Directiva de Coordenação Bancária, poderiam continuar a fornecer serviços depagamentos nacionais, desde que sujeitos às normas definidas no ponto 4 acima, embora excluindoas reservas mínimas de caixa.5

8. Em virtude do carácter universal da emissão de dinheiro electrónico, em particular “dinheiro emrede”, que incorre no risco de deslocalização, o IME salienta a necessidade de cooperaçãointernacional nesta área.

Notas:1 Este parecer foi adoptado por uma larga maioria de membros do Conselho do IME, à excepção da Dinamarca, Suécia,

Reino Unido e Luxemburgo.2 O IME, em 1994, no “Report to the Council of the EMI on Prepaid Cards” (p.8) previa a possibilidade de autorizar

algumas entidades emitentes, não necessariamente instituições de crédito na verdadeira acepção do termo, a emitircartões pré-pagos multi-usos sob condições específicas em circunstâncias excepcionais (por exemplo, no caso deesquemas já em funcionamento antes de retiradas as conclusões de política do Relatório).

3 Os pormenores deste requisito de reembolso terão de ser ainda especificados (por forma a evitar procedimentosonerosos, será possível, por exemplo, considerar a imposição de uma taxa ou de um limite sobre as importânciasmínimas antes do pedido de reembolso pelo detentor do dinheiro electrónico. Além disso, as dificuldades logísticaspoderão ser ultrapassadas permitindo o reembolso através de depósitos bancários).

4 O Conselho do IME reconhece igualmente que as definições nacionais de “instituição de crédito” variam entre osdiferentes Estados-membros e que existem em alguns países entidades emitentes de dinheiro electrónico que nãopreenchem os requisitos das respectivas definições nacionais de instituição de crédito.

5 Como se mencionou acima, já o Relatório do IME de 1994 sobre “cartões pré-pagos” previa uma excepção, que consistianuma cláusula permanente de manutenção de direitos adquiridos, aplicável a esquemas já estabelecidos nessa data. Serianecessário avaliar se uma cláusula permanente de manutenção de direitos adquiridos poderia ser mantida numa versãorevista da Primeira Directiva de Coordenação Bancária relativa a estes esquemas, por exemplo, se a sua natureza ostornasse menos sensível a posterior aplicação da legislação bancária.

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3 Cooperação na área da supervisão bancária eestabilidade financeira

Em 1997, o IME, de acordo com o quartotravessão do n.º. 2 do Artigo 109º - F doTratado, procedeu a consultas sobrediversas questões da competência dos BCNque afectam a estabilidade das instituiçõese dos mercados financeiros. Os tópicosmais importantes foram os que se seguem.

3.1 Actuação e estabilidade dossistemas bancários da UE amédio e longo prazo

Foi realizado um inquérito sobre uma vastagama de questões de eventual relevânciapara a estabilidade dos sistemas bancáriosda UE com o objectivo de aumentar aconsciência dos BCN e das autoridades desupervisão bancária quanto às actuaistendências nos sistemas bancários da UE eaos desenvolvimentos que se prevê venhama ocorrer a médio e a longo prazo, querem geral , quer em relação aoestabelecimento da UEM. As principaisconclusões do inquérito são apresentadasseguidamente de forma resumida.

Embora seja inevitável algum grau degeneralização, dado que a situação podevariar quer a nível de cada país, quer a níveltransnacional, as principais tendências dossistemas bancários da UE ao longo dosúltimos anos podem identificar-se daseguinte forma: (i) uma redução darendibi l idade dos bancos; ( i i ) umestreitamento das margens das taxas dejuro; (iii) um aumento das receitas excluindojuros; e (iv) uma redução quer dos custoscom pessoal , quer do número deempregados. Embora a rendibilidade tenhade facto aumentado em 1995 e em 1996em diversos países, a tendência geral não éalterada, uma vez que reflecte, em largamedida, as condições favoráveisprevalecentes nos mercados de capitais.Estas tendências podem ser consideradascomo um efeito combinado de diversos

factores - l iberal ização f inanceira ,desintermediação, internacionalização eevolução tecnológica - os quais surgiramem anos recentes e que se esperacontinuem a moldar os sistemas bancáriosda UE nos próximos anos.

Apesar das dificuldades associadas com amedição da capacidade bancária, existemdiversas razões para assumir que existeexcesso de capacidade bancária em diversospaíses da UE, embora se tenha reconhecidoque, nos últimos anos, esse excesso sereduziu. Pode considerar-se que a tecnologiada informação tem sido a principal forçaimpulsionadora das recentes alterações nacapacidade dos sistemas bancários da UE, anível do comércio a retalho e por grosso.Prevê-se que este factor continue a exercerpressões conducentes a novas reduções noexcesso de capacidade bancária, em especialno sector a retalho, principalmente atravésdo desenvolvimento, quer de novos canaisde distribuição (“banca com acesso remoto”),quer do dinheiro electrónico. Esta potencialevolução deverá afectar principalmente asredes de sucursais e os níveis de pessoal.

Ao longo dos últimos anos, tem-se evidenciadoo fenómeno da desintermediação bancária -o qual pode ser considerado como umadeslocação dos serviços e funções do sistemabancário para outros intermediários financeirosou não-financeiros, agentes económicos oumercados. Os sistemas bancários da UE,embora ainda em crescimento, têm perdidopeso relativo em termos de intermediaçãofinanceira em favor dos investidoresinstitucionais (fundos de investimento,companhias de seguros e fundos de pensões).As instituições de crédito têm reagidoestabelecendo os seus próprios grupos deserviços financeiros, ou através da participaçãodirecta no capital dos intermediários não-bancários, ou através de acordos com estes.As instituições de crédito têm desempenhadoum papel importante nestes grupos financeiros,

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em resultado não só do seu papel central nosserviços de transacções financeiras(transmissão monetária, liquidação eadministração de títulos), como também dasua dimensão e força do capital. A tendênciano sentido da desintermediação deveráprosseguir no futuro, uma vez que osinvestidores institucionais continuarão acrescer, principalmente devido a alteraçõesdemográficas e sociais (como oenvelhecimento da população e o maiornúmero de indivíduos ricos em países da UE).

O inquérito revela que o grau deconcentração varia consoante o país e que asituação reflecte a dimensão das economiasnacionais (com tendência para um elevadonível de concentração nos países maispequenos e para um nível inferior nos paísesmaiores) e, possivelmente, estratégias nacionaisdiferentes. Aparentemente, os sistemasbancários da UE não revelam actualmentefalta de concorrência em resultado daconcentração, parecendo essa concorrênciaparticularmente intensa no sector bancáriointernacional por grosso e no créditosindicado. No contexto da política deconcorrência da UE, poderá argumentar-seque a desintermediação e o estabelecimentodo Mercado Único e da UEM podem justificaruma reflexão sobre a definição de mercadosrelevantes para efeitos de controlo de fusões.Em especial, a desintermediação pode conduzira uma definição mais alargada do que naperspectiva do produto e o estabelecimentodo Mercado Único e da UEM podem alargara definição geográfica do mercado. Numaanálise ao futuro, prevê-se que possa haverespaço de manobra para fusões em largaescala a nível transnacional, dada aconcentração relativamente baixa a nível daUE.

Espera-se que a UEM reforce as tendênciasprevalecentes nos sistemas bancários da UE.A UEM deverá aumentar a concorrência ereforçar a necessidade de restruturação dossistemas bancários da UE, nomeadamenteatravés de uma redução do excesso decapacidade. O fim das transacções cambiais

entre moedas da UEM e da respectivaactividade de cobertura de risco cambialterão certamente um impacto negativo sobreos lucros dos bancos. Além disso, espera-seque a UEM favoreça o desenvolvimento deum mercado de títulos mais aprofundado ecom maior liquidez, o que, por sua vez,poderá dar origem a uma maiordesintermediação dos sistemas bancários. Esteprocesso poderá ser reforçado pelo factodos investidores institucionais poderembeneficiar de uma área da moeda única maisalargada onde será mais fácil aplicar as regrasde “encontro” de moeda. Relativamente àUEM, as instituições de crédito deverãoigualmente reconsiderar e actualizar as suasestratégias, procedimentos e tecnologias. Éprovável que surja um sistema bancáriodividido em três grupos: (i) o primeiro gruposeria composto por diversas instituições locaisde pequena dimensão; (ii) o segundo grupocompreenderia as entidades regionais da UE;e (iii) o terceiro grupo consistiria em bancosde grande dimensão, que actuariam ao nívelde toda a UE e se considerariam os detentoresde um papel internacional. Em geral, aperspectiva global de médio prazo é que apressão sobre a rendibilidade dos bancospoderá aumentar com o estabelecimento daUEM. Porém, o verdadeiro impacto destapressão poderá variar entre as diferentesinstituições de crédito. No entanto, prevê-seque a UEM venha a dar igualmente origem adiversas vantagens, as quais no seu conjuntopoderão compensar quaisquer efeitosnegativos. Em especial, um quadro económicomais estável poderá estimular o créditobancário e reduzir o risco de incumprimentoatravés de um impacto positivo sobre o riscode crédito, embora subsistam inevitavelmentevariações de actividade a nível regional quepoderão afectar de forma diferenciada aqualidade do crédito. O sistema TARGETcontribuirá significativamente para oestabelecimento de sistemas de pagamentosseguros e eficientes, reduzindo os riscossistémicos e de liquidez. As instituições decrédito deverão igualmente beneficiar demercados de capitais mais aprofundados ecom maior nível de liquidez, uma vez que

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uma tal situação reduzirá o risco em queincorrem e facilitará as suas actividadesrelacionadas com a gestão do risco. Alémdisso, é provável que a UEM possa conduzir auma maior harmonização do quadro legal eoperacional no seio do qual funcionam asinstituições de crédito.

A ilação geral retirada das conclusões doinquérito é que os sistemas bancários daUE enfrentam já um período de maioresdesafios sob a forma de uma crescenteconcorrência, concentração e restruturação,prevendo-se que este processo seintensifique com o estabelecimento da UEM.Assim, é provável que as instituições decrédito venham a enfrentar pressões nosentido de melhorarem a sua rendibilidadee tenham de reforçar as respectivasposições concorrenciais. Por seu lado, asautoridades de supervisão deverãointensi f icar as suas act iv idades deacompanhamento com vista a estar emposição de detectar instituições de créditomais fracas e assegurar que estas tomammedidas no sentido de se adaptarem paraenfrentar as crescentes pressões. Asconclusões do inquérito foramdisponibilizadas aos foros de supervisãointernacionais.

3.2 Utilização de dados macro--económicos no processo desupervisão

Na sequência dos trabalhos realizados em1996 sobre os sistemas prudenciais deindicadores prévios de alerta (ver RelatórioAnual do IME de 1996) foi conduzida umainvestigação sobre a possível utilização dedados macro-económicos no processo desupervisão e sobre as ligações entre asevoluções macro-económicas e a fragilidadedos sistemas bancários, quer em geral, querao nível de cada instituição. O principalobjectivo deste exercício foi identificarabordagens prát icas que poderiamcomplementar, através da utilização dedados macro-económicos normalmente

disponíveis para os BCN, as ferramentasanalíticas utilizadas pelos supervisoresbancários a fim de acompanhar o sistemabancário e as instituições de crédito a nívelindividual. Em termos genéricos, estainiciativa deverá ser encarada como umatentativa para continuar a aperfeiçoar aeficácia das actividades de supervisão e aeficiente utilização dos recursos, emparticular dados os custos envolvidos nagestão de crises bancárias.

Existem duas formas de utilização dos dadosmacro-económicos no processo desupervisão. A primeira é baseada da conduçãoda chamada análise macro-prudencial queincide sobre a estabilidade do conjunto dossistemas bancário e financeiro. Este tipo deanálise estabelece relacionamentos entrevariáveis macro-económicas (tais como oPIB, o endividamento empresarial e das famílias,a estrutura dos riscos nos sistemas bancários,etc.) e dados agregados obtidos do reportede supervisão. A condução deste exameconsiste normalmente numa avaliação dasactuais condições no sistema bancário e nasua possível evolução futura. Podemconsiderar-se três categorias principais deanálise macro-prudencial: (i) análise regulardestinada a avaliar as condições no sistemabancário numa base sistemática; (ii) análise dedesenvolvimento que incide sobre os aspectosestruturais, numa perspectiva de longo-prazo;e (iii) análise de acontecimentos destinada aavaliar aspectos específicos com um possívelimpacto na estabilidade do sistema bancário.

A segunda forma de utilização de dadosmacro-económicos no processo desupervisão está relacionada com a potencialutilização das conclusões da análise macro--prudencial no processo de detecção deinstituições financeiras e de créditopotencia lmente frágeis . Em termosgenéricos, a consideração sistemática dosresultados da análise macro-prudencialdeverá permitir aos supervisores a realizaçãodas suas actividades de acompanhamentode forma mais eficaz. Em especial, ossupervisores deverão aperfeiçoar a sua

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capacidade para: (i) detectar instituiçõessob tensão, a nível individual; (ii) estabelecerprioridades relativamente a diversosaspectos das suas act iv idades deacompanhamento; e (iii) desenvolver acomunicação com os órgãos de gestão dasinstituições. Além disso, é óbvio que asconclusões da análise macro-prudencialpoderão ser utilizadas no contexto dossistemas prudenciais dos indicadoresavançados de alerta mais sofisticados dealguns supervisores bancários. A possibilidadede utilizar directamente dados ou variáveismacro-económicos nos sistemas prudenciaisde indicadores avançados de alerta seráinvestigada em maior profundidade.

Partindo da experiência real, confinada aum número limitado de países, foramexploradas a lgumas abordagensorganizacionais por forma a determinarformas práticas de realização de análisesmacro-prudenciais a nível nacional, com oobjectivo de promover um desempenhomais generalizado desta actividade. Estetrabalho sugere que seria útil conduziranálises macro-prudenciais a nível da UE.As conclusões da análise relacionada com apossível utilização de dados macro--económicos no processo de supervisãotêm sido disponibilizadas aos foros desupervisão internacionais.

3.3 Outras questões

Em primeiro lugar, foi prestada especialatenção à recente evolução ocorrida nosector relativamente às provisões paracrédito mal parado e de cobrança duvidosa,na sequência de trabalhos anteriores sobreesta matéria (ver Relatório Anual do IMEde 1996). Os trabalhos actuais incidiramsobre as novas abordagens das provisõesagora utilizadas pelas instituições de créditoe que se baseiam em métodos estatísticos.Em especial, embora os métodos deprovisões tradicionais se baseiem numaavaliação rubrica a rubrica e as provisõessejam constituídas com base numa redução

do valor dos activos sempre que sãodetectados sinais palpáveis, os novosmétodos utilizam uma abordagem estatísticapara estimar os prejuízos de créditoprevistos, sendo a correspondente perdade provisões registada como passivo (casoa perda real seja superior ao previsto, adiferença é registada em provisões paraperdas). O principal impacto destaabordagem é que pode atenuar os efeitosdas perdas de crédito sobre o perfil decrédito das instituições ao longo do cicloeconómico. O inquérito sobre as novasabordagens revelou que estas, pelo menosactualmente, não são utilizadas em grandeescala pelas instituições de crédito da UE, oque se justifica, nomeadamente, pelalegislação da UE sobre contabilidade queexige a constituição de provisões atravésda redução do valor dos activos com basenuma avaliação caso a caso. No entanto,em alguns países fora da UE (Canadá, Suíça,Estados Unidos), a utilização das novasmetodologias é ou pode tornar-se maiscomum, dado que, em alguns casos, éapoiada pelas autoridades de supervisão. Éprovável que as novas abordagens sejamencaradas no âmbito de foros internacionaisrelevantes sobre supervisão, no contextode discussões sobre supervisão prudencialde capital. As conclusões do inquéritoforam disponibilizadas aos foros desupervisão internacionais.

Além disso, foi abordada a possível evoluçãofutura do regime de supervisão prudencialda UE relativamente à liquidez dasinstituições de crédito e o possível impactodo estabelecimento da UEM. O regime desupervisão prudencial baseia-se nosseguintes elementos: (i) as regras prudenciaisque regulamentam a liquidez das instituiçõesde crédito, tal como se encontramestipuladas a nível dos Estados-membros,não estão harmonizadas; e (ii) o Estado--membro de acolhimento continua a serresponsável, em colaboração com aautoridade competente do Estado-membrode origem, pela supervisão da liquidez dassucursais de instituições de crédito

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estrangeiras estabelecidas na UE, nos termosdo n.º 2 do Artigo 14º da Segunda Directivade Coordenação Bancária. A actualtendência no sentido de uma gestãocentralizada da liquidez pelas instituições decrédito - que se espera venha a serreforçada com a introdução da moedaúnica - e a necessidade de manter umafunção de supervisão totalmente eficazforam identificadas como factores quepoderão requerer uma revisão do regimeactual, em particular uma transferência daresponsabilidade pela liquidez das sucursaisestrangeiras do país de acolhimento para opaís de origem. As conclusões da avaliaçãoforam dadas a conhecer à ComissãoEuropeia, a qual é competente para avaliar,com o apoio do Comité ConsultivoBancário, a necessidade de introduziralterações na actual legislação bancária daUE. A questão terá de ser reavaliada à luzda experiência obtida na sequência daintrodução do euro e da política monetáriaúnica e do seu impacto real sobre a gestãode liquidez das instituições de crédito.

Por fim, em 1997, prosseguiu a cooperaçãoentre as centrais de riscos de crédito aoperar em sete países da UE (Bélgica,Alemanha, Espanha, França, Itália, Áustria ePortugal) e geridas pelos BCN, cujo principal

objectivo é registar informação sobre onível global de endividamento dos mutuárioscom vista a apoiar as instituições de créditoe financeiras na gestão do risco de crédito.O principal objectivo desta cooperaçãocontinua a ser a abertura das centrais deriscos de crédito numa base transnacional afim de conceder às instituições que dão asinformações, e estabelecidas nos Estados-membros da UE, acesso aos dadosarmazenados em todas as centrais da UE.A prossecução deste object ivo éconsiderada essencial por forma a manter aeficácia das centrais num ambientecaracterizado por uma maior integraçãodos mercados bancário e financeiro na UE,que se espera venha a ser tambémreforçada com o estabelecimento da UEM.Nesta fase, a abertura de centrais é jápossível em quatro casos, embora subsistamainda obstáculos legais à abertura das trêsrestantes centrais de riscos de crédito. OsBCN em causa continuam a ser responsáveispela promoção da adopção de alteraçõeslegislativas e/ou medidas administrativasnecessárias à remoção desses obstáculos.Entretanto, a cooperação incidiuprincipalmente sobre a identificação dasprincipais características da futura troca deinformações entre as centrais de riscos decrédito.

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4 Administração dos mecanismos do SME e dosempréstimos comunitários

As funções operacionais do IME respeitamà administração dos mecanismos do SistemaMonetário Europeu (SME) - a facilidade deMuito Curto Prazo (FMCP), o mecanismode Apoio Monetário a Curto Prazo e acriação de ECU para efeitos de execuçãodo Acordo do SME - e à administração dasoperações activas e passivas efectuadaspela Comunidade ao abrigo do mecanismode Assistência Financeira a Médio Prazo.

4.1 Mecanismos do SME

O IME executa operações associadas com acriação, utilização e remuneração de ECUoficiais. Estes são emitidos para os bancoscentrais da UE contra uma contribuição de20% das respectivas reservas em ouro edólares dos EUA, através de operações deswap. As contribuições são obrigatórias paraos bancos centrais da UE que participam noMTC e voluntárias para os bancos centrais daUE que não participam no MTC. As operaçõesde swap são renovadas trimestralmente,permitindo efectuar os ajustamentosnecessários de forma a: em primeiro lugar,assegurar que a contribuição de cada bancocentral da UE para o IME continue arepresentar, pelo menos, 20% das respectivasreservas em ouro e dólares dos EUA, no finaldo mês que antecede a data de renovação;e, em segundo lugar, ter em conta variaçõesno preço do ouro e na taxa de câmbio dodólar face ao ECU oficial. Os resultadosdestas operações são apresentados nas ContasAnuais, incluídas no final do presente Relatório.

A Grécia aderiu ao MTC, com efeito apartir de 16 de Março de 1998, o queimplica a sua participação obrigatória nomecanismo de swap do ECU a partirdaquela data. Uma vez que o Banco daGrécia participava já no mecanismo numabase voluntária desde Janeiro de 1986, asua entrada no MTC não teve impacto nasoperações de swap de ECU do IME.

O montante de ECU oficiais emitidos peloIME, no âmbito da última operação de swap atrês meses, ocorrida a 12 de Janeiro de 1998,atingiu 62 900 milhões de ECU. Emcomparação com Janeiro de 1997, o nível deECU aumentou 2 700 milhões de ECU. Esteaumento deveu-se principalmente: emprimeiro lugar, a uma apreciação do dólardos EUA face ao ECU; e, em segundo lugar, aum aumento no volume total de contribuiçõesde activos de reserva em dólares dos EUAdos bancos centrais da UE que participam nasoperações de swap em ECU com o IME. Esteaumento foi parcialmente compensado poruma redução no preço do ouro e por umadescida no volume total das contribuiçõesem ouro.

Para além da criação de ECU oficiais, o IMEcontabiliza as transferências de ECU entrebancos centrais participantes e OutrosDetentores. Em 1997, não se registaramtransferências entre bancos centraisparticipantes. As transferências entre bancoscentrais participantes e Outros Detentoresresultaram em posições externas líquidasde 63 500 milhões de ECU, sem alteraçõesrelativamente a 1996. Este saldo reflecte aaquisição de ECU através de operações deswap pelo Swiss National Bank com doisbancos centrais da UE durante o períodoem análise. O mecanismo de mobilizaçãode ECU não é activado desde 1986. AFMCP e o mecanismo de Apoio Monetárioa Curto Prazo não foram utilizados duranteo ano de 1997, não sendo este últimoactivado desde 1974.

4.2 Empréstimos comunitários

De acordo com o disposto no n.º 2 doArtigo 109º - F do Tratado e no Artigo 11ºdo Regulamento do Conselho (CEE) n.º1969/88, de 24 de Junho de 1988, o IMEgere as operações activas e passivasconcluídas pela Comunidade ao abrigo do

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mecanismo de Assistência Financeira aMédio Prazo. Este mecanismo prevê aconcessão de empréstimos a Estados--membros que enfrentem, ou corram sériosriscos de vir a enfrentar, dificuldades nasrespectivas balanças de pagamentos (balançade transacções correntes ou balança decapitais). O IME efectua os pagamentosresultantes destas operações activas epassivas, verifica as datas de vencimentofixadas nos respectivos contratos para opagamento de juros e reembolso do capitale informa a Comissão sobre as operaçõesefectuadas por conta da UE.

Em 1997, o IME continuou a receber dosmutuários, nomeadamente a Grécia e aItá l ia , e a pagar aos credores daComunidade as importâncias em dívidarespeitantes a juros, comissões e encargoscom empréstimos. O quadro que se segueapresenta o total em dívida das operaçõesde empréstimo activas da Comunidade,reportado a 31 de Dezembro de 1996 e1997.

Montantes em dívida Montantes em dívida Total dos montantes

denominados em denominados em dívida expressos

Marcos alemães em ECU em ECU

1996 1997 1996 1997 1996 1997

Grécia - - 500 500 500 500

Itália 3 900 3 900 1 475 1 475 3 479 3 447

Total 3 900 3 900 1 975 1 975 3 979 3 947

Fonte: IME.

Quadro 7Empréstimos Comunitários(no final do ano, em milhões)

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5 Funções consultivas

O IME, de acordo com o disposto no n.º 6do Artigo 109º-F do Tratado e no Artigo5º.3 dos Estatutos do IME, será consultadopelo Conselho da União Europeia ou pelasautoridades nacionais competentes,conforme o caso, sobre qualquer propostade legislação comunitária ou nacional, nodomínio das suas atribuições. Os limites econdições das consultas a efectuar pelasautoridades nacionais sobre propostas delegislação estão fixados na Decisão doConselho 93/717/CEE, de 22 de Novembrode 1993. O Artigo 1º desta Decisãoestabelece que “os Estados-membrosconsultarão o IME sobre qualquer projectode disposição regulamentar, no domíniodas suas atribuições, nos termos do Artigo109º-F do Tratado e, em particular, sobre:

legislação monetária, estatuto do euro emeios de pagamento;

estatutos e competência dos bancoscentrais nacionais e instrumentos dapolítica monetária;

recolha, compilação e divulgação deestatísticas monetárias, financeiras, ban-cárias e da balança de pagamentos;

sistemas de compensação e de paga-mentos, nomeadamente no domínio dasoperações transnacionais;

regras aplicáveis às instituições financei-ras, na medida em que estas influenciema estabilidade das instituições e dosmercados financeiros”.

Em 1997 e no primeiro trimestre de 1998,foram recebidos cinquenta e dois pedidos deconsulta ao IME. Onze pedidos relacionavam--se com propostas de legislação comunitáriae quarenta e um com propostas de legislaçãonacional, no domínio das atribuições do IME.As consultas relativas à adaptação dos estatutosdos BCN por forma a cumprir os requisitosdo Tratado foram particularmente relevantes.O Quadro que se segue apresenta umasíntese dos procedimentos de consulta emrelação aos quais o IME emitiu pareceres em1997 e no primeiro trimestre de 1998.

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Quadro 8

Procedimentos de consulta em 1997

N.º Origem Assunto

1 Comissão Europeia Índices de Preços no Consumidor Harmonizados

2 Irlanda Intermediários de investimento

3 Grécia Supervisão de cambistas autorizados

4 Bélgica Prevenção da utilização do sistema financeiro para efeitos de

branqueamento de capitais

5 Bélgica Instrumentos financeiros e sistemas de compensação de títulos

6 Finlândia Compensação de títulos e transacções cambiais

7 Países Baixos Supervisão prudencial

8 Países Baixos Estatutos do De Nederlandsche Bank

9 Conselho da UE Procedimentos dos défices excessivos

10 Alemanha Estatutos do Deutsche Bundesbank

11 Países Baixos Abolição do efeito retroactivo nos sistemas de pagamentos e nos

sistemas de liquidação de títulos

12 Países Baixos Legislação que revoga a Lei Cambial do florim e que introduz alterações

no âmbito da UEM na Lei relativa às relações externas e na Lei relativa à

supervisão de títulos

13 Conselho da UE Denominações e especificações técnicas das moedas em euro

14 Conselho da UE Adequação de capital das sociedades de investimento e instituições de

crédito

15 Grécia Estatutos do Banco da Grécia

16 Áustria Participação da Áustria no novo acordo de financiamento do FMI

17 Itália Introdução do euro

18 Portugal Estatutos do Banco de Portugal

19 Conselho da UE Estatísticas de curto prazo

20 Irlanda Estatutos do Central Bank of Ireland

21 Áustria Bolsa

22 Comissão Europeia Padrões mínimos de qualidade dos ponderadores do IPCH

23 Conselho da UE Distribuição dos serviços de intermediação financeira medidos

indirectamente no âmbito do Sistema Europeu de Contas (SEC)

24 Alemanha Introdução do euro

25 Espanha Estatutos do Banco de España

26 Suécia Estatutos do Sveriges Riksbank

27 Reino Unido Estatutos do Bank of England

28 Reino Unido Definição do Contrato do Mercado Monetário

29 Finlândia Compensação e liquidação de transferências de títulos

30 Áustria Estatutos do Oesterreichische Nationalbank e outra legislação

relacionada

31 Itália Estatutos da Banca d’Italia e outra legislação relacionada

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Procedimentos de consulta no primeiro trimestre de 1998

N.º Origem Assunto

1 Áustria Introdução do euro

2 Áustria Introdução do euro

3 Itália Lei das Finanças

4 Bélgica Medidas de protecção de depósitos e instrumentos financeiros

5 Espanha Estatutos do Banco de España

6 Finlândia Estatutos do Suomen Pankki

7 Itália Estatutos da Banca d’Italia

8 Bélgica Introdução do euro

9 França Emissão e colocação em circulação de moeda nos territórios

ultramarinos de Mayotte e Saint Pierre e Miquelon e protecção de

sistemas de pagamentos e de liquidação de títulos

10 Dinamarca Garantia marginal relacionada com a compensação e liquidação de

transacções de títulos

11 Portugal Introdução do euro

12 França Estatutos da Banque de France

13 Itália Estatutos da Banca d’Italia

14 Conselho da UE Consulta ao BCE pelas autoridades nacionais sobre projectos de

disposições legislativas

15 Conselho da UE Dados estatísticos a utilizar na determinação da chave para a subscrição

do capital do BCE

16 Conselho da UE Condições e procedimentos para a aplicação do imposto a favor das

Comunidades Europeias

17 Conselho da UE Categorias dos membros e outros funcionários das Comunidades

Europeias aos quais são aplicáveis as disposições previstas no Artigo

12º, no segundo parágrafo do Artigo 13º e no Artigo 14º do Protocolo

sobre Privilégios e Imunidades das Comunidades

18 Irlanda Introdução do euro

19 Países Baixos Introdução do euro

20 Irlanda Esquemas de compensação dos investidores

21 Bélgica Estatutos do National Bank of Belgium

O critério de avaliação adoptado pelo IMEnestas consultas foi essencialmente acompatibilidade da legislação proposta como Tratado, passando também pelaapreciação do seu impacto potencial sobre

as futuras medidas a tomar na TerceiraFase da UEM e, quando necessário, pelaquestão de determinar se a estabilidade dasinstituições e mercados financeiros seriaafectada pela legislação em causa.

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6 Acompanhamento do cumprimento da proibição definanciamento monetário e de acesso privilegiado

Em 1997, o IME continuou a acompanharo cumprimento pelos BCN do disposto nosArtigos 104º e 104º-A do Tratado e nosRegulamentos do Conselho (CE) N.º 3603/93 e N.º 3604/93.14 A Comissão Europeiaacompanha o cumprimento destasdisposições pelos Estados-membros.

Em 1997, os BCN da UE continuaram arespeitar os requisitos do Tratado. Algumasimperfeições que haviam aparecido natransição para os novos mecanismos, bemcomo problemas técnicos ocorridos na

adopção dos novos regulamentos, acabarampor ser corrigidos no início de 1997.

O IME acompanha igualmente as aquisições,pelos BCN, de instrumentos da dívida dosector público no mercado secundário. Talaquisição que, nos termos do Regulamentodo Conselho n.º 3603/93, não pode serutilizada com o intuito de tornear oobjectivo visado no Artigo 104º do Tratado,está, regra geral, em conformidade com oTratado.

14 Para mais informação de base sobre o enquadra-mento legal desta matéria, ver Capítulo III, B doRelatório Anual do IME de 1994.

95

7 Cooperação com outras instituições

O IME continuou a colaborar estreitamentecom outros organismos da UE, sob diversasformas e a vários níveis. O Presidente doConselho da UE e um membro da ComissãoEuropeia têm participado em reuniões doConselho do IME. Por seu lado, o Presidentedo IME tem participado em reuniões doConselho da UE sempre que têm sidodebatidas questões relacionadas com osobjectivos e as atribuições do IME. Nesteâmbito, o Presidente assistiu a reuniõesinformais do Conselho ECOFIN quandoforam discutidos temas relacionados com afixação irrevogável das taxas de conversão,a organização do diálogo entre o Conselhoda UE e o BCE e o papel desempenhadopelo SEBC na adopção do artigo 109º doTratado. Em Junho de 1997, o Presidentecompareceu perante o Parlamento Europeua fim de apresentar, numa sessão plenária,o Relatório Anual do IME de 1996 e deresponder a questões relacionadas com asituação monetária, económica e financeirada União e sobre as actividades do IME,focando em particular os progressosalcançados por este no cumprimento dasua obrigação estatutária de promover ostrabalhos preparatórios necessários para aTerceira Fase da UEM. Os principais desafioscolocados ao IME no período que antecedea Terceira Fase da UEM e, em particular, ospreparativos técnicos necessários para oestabelecimento atempado do SEBC foramas questões chave discutidas quando, emOutubro de 1997, o Presidente compareceuperante o Sub-Comité de AssuntosMonetários do Parlamento Europeu. Eramtambém estes os tópicos da agenda, quando,em Novembro, o Presidente trocouimpressões com os membros do ComitéEconómico e Social das ComunidadesEuropeias.

A nível técnico, altos representantes doIME têm assistido com regularidade àsreuniões do Comité Monetário, na qualidadede observadores. Existem estreitas relações

de trabalho com as competentes Direcções--Gerais da Comissão Europeia, cujosrepresentantes assistem também a reuniõesde alguns grupos de trabalho do IME. Naárea da supervisão prudencial, o IME e aComissão Europeia chegaram a acordorelativamente ao reforço da cooperaçãoentre as duas instituições. Nos termosdeste acordo, o IME participa, na qualidadede observador, nas reuniões do ComitéConsultivo Bancário, o qual apoia aComissão através, nomeadamente, daapresentação de propostas de legislaçãobancária comunitária, enquanto umrepresentante do DG XV participa nasreuniões do Sub-Comité de SupervisãoBancária do IME. Na área das estatísticas, oIME intensificou os procedimentos decooperação com o EUROSTAT (o serviçode estatísticas da Comissão Europeia), sendorepresentado no Comité de EstatísticasMonetárias, Financeiras e da Balança dePagamentos por três membros. Além disso,o IME continua a colaborar com osDirectores das Casas da Moeda nacionaisque representam as instituições responsáveispela produção das moedas em euro que, apartir de 1 de Janeiro de 2002, circularãoem simultâneo com as notas em euro.

Quanto a contactos com instituiçõesexteriores à Comunidade, o “procedimentoda concertação” tem constituído um forumvalioso para a troca de informações entreperitos em questões cambiais dos bancoscentrais da UE e dos bancos do Canadá,Japão, Noruega, Suíça e Estados Unidossobre a evolução dos mercados cambiais,intervenções e outras transacções oficiaisem divisas. Prosseguiram as consultas sobrequestões de interesse comum entre o IMEe os bancos centrais da Noruega, Islândia eSuíça. O IME manteve uma ligaçãosignificativa com o Banco de PagamentosInternacionais (BPI). O FMI visitou o IMEpor diversas ocasiões, no contexto das suasactividades de fiscalização regional e com o

96

objectivo de trocar impressões sobre ofuturo relacionamento entre o SEBC e oFMI. O IME participou igualmente emreuniões com o Grupo de Trabalho n.º 3da OCDE. Além disso, o IME manteve

contactos com os bancos centrais dospaíses da Europa Central e de Lesteassociados (PECO) e de outros paísescandidatos.

Contas Anua i s do IME

100

Balanço em 31 de Dezembro de 1997

ECU

Activos

1997 1996

I Disponibilidades respeitantes ao SME

Reservas em ouro 26 228 410 973 27 816 645 173Reservas em dólares 38 791 623 886 31 710 534 867

65 020 034 859 59 527 180 040

II Outros activos

(1) Numerário e contas dedepósito à ordem 24 164 570 11 013 442

(2) Depósitos a prazo 597 499 982 628 044 375(3) Imobilizações 24 750 972 7 815 279(4) Outros activos 2 345 761 841 986

648 761 285 647 715 082

Activo total (I e II) 65 668 796 144 60 174 895 122

Contas extrapatrimoniais:Créditos a prazo em ECU 65 020 034 859 59 527 180 040(resultantes de operações de swap a3 meses renováveis )

101

ECUPassivo

1997 1996

I Responsabilidades respeitantes ao SME

ECU emitidos a favor dos bancos centrais da UE 65 020 034 859 59 527 180 040

65 020 034 859 59 527 180 040II Outras responsabilidades

(1) Credores e outrasresponsabilidades 11 535 065 4 200 209

(2) Provisões para pensões eobrigações afins 6 130 620 3 742 631

(3) Outras provisões 11 120 462 7 074 292(4) Contribuições dos bancos

centrais da UE(nos termos do artigo 16.º - 2 dos Estatutos) 615 573 495 615 573 495

(5) Fundo de reserva geral 17 124 455 12 536 150(6) Excedente/défice do exercício (12 722 812) 4 588 305

648 761 285 647 715 082

Passivo total (I e II) 65 668 796 144 60 174 895 122

Contas extrapatrimoniais:Responsabilidades a prazoem ouro e dólares 65 020 034 859 59 527 180 040(resultantes de operações de swap atrês meses renováveis)

102

Conta de Resultados do exercício de 1997

ECU

1997 1996

Receitas

Receitas de juros 43 376 777 44 532 696

Receitas totais 43 376 777 44 532 696

Despesas

Despesas com pessoal 24 926 562 18 157 530Outras despesas administrativas 28 613 295 18 936 144Amortização de imobilizações 3 012 512 2 084 941

Despesas totais 56 552 369 39 178 615

Receitas extraordinárias 916 447 96 523Menos: avaliação de perdas (463 667) (862 299)

Excedente/défice do exercício (12 722 812) 4 588 305

Distribuição do défice

Compensado pelo fundode reserva geral 12 722 812

Frankfurt ,11 de Fevereiro de 1998 INSTITUTO MONETÁRIO EUROPEU

W. F. DuisenbergPresidente

103

1 Práticas contabilísticas

1.1 As contas anuais foram calculadas deacordo com os princípios contabilísticosestabelecidos pelo Conselho do IME, nostermos do artigo 17.º - 3 dos seus Estatutos,e são expressas em ECU oficiais.

1.2 Embora o IME, na sua qualidade deórgão das Comunidades Europeias, não seencontre sujeito às leis e normas nacionaissobre práticas contabilísticas, os seusmétodos obedecem aos princípioscontabilísticos internacionalmente aceites,salvo no caso de questões específicas doIME que requerem outros procedimentos.

1.3 Apesar da existência limitada do IME,as contas foram preparadas numa base de“continuidade”. Quando o IME entrar emliquidação, aquando da instituição do BCE,todos os seus activos e responsabilidadessão automaticamente transferidos para esteúltimo, o qual procederá à liquidação doIME, de acordo com o disposto no artigo23.º dos Estatutos do IME.

1.4 As disponibilidades e responsabilidadesrespeitantes ao SME são apresentadas pelopreço de custo os títulos de desconto decurto - prato sáo apresentados ao preço decusto acrescido de juros. Os títulos,exceptuando os activos fixos financeiros, sãocontabilizados ao preço de mercado no finaldo ano. Os activos fixos financeiros sãoapresentados ao preço de aquisição menosquaisquer provisões efectuadas para umadepreciação permanente do seu valor. Todasas restantes disponibil idades eresponsabilidades financeiras são apresentadaspelo valor nominal.

1.5 As imobilizações são contabilizadaspelo custo deduzido das amortizações. Aamortização é calculada de acordo comum esquema linear, iniciando-se no trimestre

após a aquisição e estendendo-se peloperíodo de vida esperado para esse activo,por exemplo:

Equipamento, mobiliário e

construções 10 anos

Computadores, outro

equipamento informático

e veículos 4 anos

1.6 Além das disponibi l idades eresponsabilidades respeitantes ao SME edos activos fixos financeiros, a conversãopara ECU das rubricas do balançodenominadas em moeda estrangeira éefectuada aos câmbios oficiais, publicadospela Comissão Europeia, do dia 31 deDezembro de 1997 ou às taxas de mercadodo fim desse mesmo dia. As transacçõesem moeda estrangeira apresentadas naConta de Resultados do Exercício sãovalorizadas à média das taxas diárias oficiaispara o ano de 1997. A conversão dosactivos fixos financeiros denominados emmoeda estrangeira é efectuada às taxas decâmbio à vista em vigor nas datas darespectiva aquisição.

1.7 As receitas e as despesas sãoconsideradas numa base patrimonial. Osganhos não realizados resultantes dareavaliação de activos face ao preço decompra não são considerados como receitas,sendo contabilizados numa conta dereavaliação; as perdas não realizadas sãotambém relevadas na conta de reavaliaçãoe as restantes perdas são imputadas aresultados.

1.8 Nos termos do disposto no artigo17.º - 4 dos Estatutos, o Conselho nomeoucomo auditores externos independentes afirma ”C & L Treuarbeit Deutsche Revision”.

104

2 Notas ao balanço

2.1 Disponibilidades e responsabili-dades respeitantes ao SME

Estas rubricas referem-se às operações deswap a três meses, renováveis, em resultadodas quais são emitidos ECU oficiais contraas contribuições dos bancos centrais da UEpara o IME de 20% das respectivas reservasem ouro e dólares. Estas operaçõesencontram-se descritas no Capítulo III,Secção 4 do Relatório. As respectivasdisponibilidades e responsabilidades estãocontabilizadas nos livros do IME. Osmovimentos não incluem quaisquerpagamentos ou recebimentos de juros peloIME. Os juros sobre as reservas oficiaistrocadas por ECU continuam a pertenceraos seus detentores. Os juros sobre activosem ECU resultantes de operações de swapapenas vencem quando as disponibilidadesde um determinado banco central excedemas suas responsabilidades a prazo em ECU;em tais casos, os pagamentos são cobertospelos juros devidos pelos bancos centraiscujas responsabilidades a prazo em ECUexcedem as respectivas disponibilidades emECU.

2.2 Outros activos

II (1) Numerário e contas de depósito àordem: Os saldos de tesouraria encontravam-se detidos numa conta corrente em marcosalemães, moeda na qual são pagas quasetodas as transacções correntes do IME. Estaconta foi utilizada exclusivamente parapagamentos e recebimentos relativos àadministração corrente do IME. Os restantessaldos por investir foram colocados emcontas remuneradas, em marcos alemães,com pré-aviso de um dia ou foram investidosocasionalmente em Bilhetes do Tesouro daRepública Federal da Alemanha. Em 31 deDezembro de 1997, não existiam títulosdeste tipo.

II (2) Depósitos a prazo: Tal como foimencionado no Relatório Anual de 1996,das contribuições efectuadas pelos bancoscentrais da UE de acordo com o artigo 16.º- 2 dos Estatutos do IME, 597.2 milhões deECU foram colocados em Janeiro de 1995em depósitos a um prazo fixo de três anos,a fim de gerarem o rendimento consideradonecessário para cobrir as despesasadministrativas do IME. Estes depósitos, queconstituíram um activo financeiro fixo doIME, venceram-se no dia 30 de Dezembrode 1997. O seu produto foi creditadonuma conta remunerada com pré-aviso dedois dias, aguardando-se o respectivoreinvestimento na primeira semana deJaneiro de 1998.

II (3) Imobilizações: Líquidas de depreciaçãocumulativa no valor de 7.8 milhões deECU, compreendiam, no final do exercício:

em ECU

1997 1996

Instalações

especiais 2 065 988 3 632 708

Construções 7 225 869 3 671

Outro

equipamento 2 184 088 1 858 180

Computadores e

aplic. informáticas12 976 562 2 231 547

Outros 298 465 89 173

Total 24 750 972 7 815 279

“Instalações especiais” compreende os custosde equipamento adicional ou demelhoramentos das instalações ou do materiale do equipamento existente nas instalaçõesdo IME na ”Eurotower”, em Frankfurt, parasatisfazer as suas necessidades operacionais.Após terem sido determinados os montantesdevidos pelo IME aos empreiteiros queefectuaram as obras nas instalações do IMEna “Eurotower”, em 1994 e 1995, para as

105

quais tinham sido constituídas provisões, ovalor contabilístico desta rubrica foi revisto nosentido descendente para 0.7 milhões deECU. Foram utilizadas as provisões constituídaspara essa finalidade (ver Nota 3.3). Registaram--se aumentos significativos no valor do materialdas instalações e dos computadores eaplicações informáticas, uma vez que ainstalação dos sistemas do BCE e do SEBCtiveram início na parte final de 1997.

II (4) Outros activos: Esta rubrica representafundamentalmente um crédito Sobre oMinistério Federal das Finanças da Alemanharelativo ao valor acrescentado e a outrosimpostos indirectos pagos sobre bens eserviços que são reembolsáveis. Estes impostossão recuperáveis nos termos do artigo 3.º doProtocolo relativo aos Privilégios e Imunidadesdas Comunidades Europeias, que se aplicatambém ao IME por força do disposto noartigo 21.º dos seus Estatutos.

2.3 Outras responsabilidades

II (1) Credores e outras responsabilidades: Estarubrica compreende essencialmentepagamentos devidos a fornecedores, o impostosobre rendimentos retido na fonte, antes dossalários serem pagos aos empregados dasComunidades Europeias e as contribuiçõesacumuladas para pensões, cujos juros sãoreembolsados ao pessoal. Os empregados doIME contribuem para o fundo de pensõescom uma percentagem do seu salário base(paralelamente a uma contribuição do IMEcorrespondente ao dobro da mesma - ver II(2) abaixo); a contribuição dos empregados éreembolsável aquando da cessação docontrato de trabalho, assim como os jurosacumulados sobre a mesma.

II (2) Provisões para pensões e obrigaçõesaf ins : Esta rubrica compreende ascontribuições acumuladas pelo IME para ofundo de pensões dos empregados. Essascontribuições devem cobrir os custoseventuais de indemnização por motivo dedespedimento e as pensões de invalidez.

II (3) Outras prov isões : Esta rubricacompreende provisões constituídas para ostrabalhos realizados no fim de 1997 relativosa diversos projectos de infra-estrutura eque ainda se encontram em curso no querespeita ao BCE e ao SEBC, bem comopara a renovação das instalações do IMEno final do contrato de arrendamento,aluguer e pagamento de serviços demanutenção respeitantes ao ano de 1997,pagamento final de despesas de instalaçãoe produção do Relatório Anual e Contaspara 1997.

II (4) Contribuições dos bancos centrais daUE: Esta rubrica representa as contribuiçõesefectuadas pelos bancos centrais da UE,nos termos do artigo 16.º - 2 dos Estatutos,conforme é seguidamente apresentado.

Banco Central ECU

Bélgica 17 235 643

Dinamarca 10 464 542

Alemanha 138 808 404

Grécia 12 311 159

Espanha 54 476 907

França 104 644 800

Irlanda 4 924 381

Itália 97 565 912

Luxemburgo 923 360

Países Baixos 26 161 252

Áustria 14 162 957

Portugal 11 387 902

Finlândia 10 160 382

Suécia 17 857 642

Reino Unido 94 488 252

Total 615 573 495

II (5) Fundo de reserva geral: Esta rubricarepresenta lucros não distr ibuídosacumulados de anos anteriores menosquaisquer perdas incorridas. Ver tambémNota 3.5.

II (6) Défice do exercício: Ver Nota 3.5.

106

3 Notas sobre a Conta de Resultados

3.1 Receitas

Receitas de juros: Esta rubrica representajuros no valor de 42.3 milhões de ECUrecebidos de depósitos a prazo e de 1.1milhões de ECU da aplicação dos saldos detesouraria (ver Notas sobre “Outrosactivos”).

3.2 Despesas

Despesas com pessoal: Esta rubrica refere--se a salários e a abonos de carácter geral(21.3 milhões de ECU), assim como àscontribuições do IME para pensões eseguros de doença e acidente (3.6 milhõesde ECU), relativos aos empregados do IME.Os salários e subsídios dos funcionários,incluindo os vencimentos dos órgãos degestão, assemelham-se, na sua essência, aosesquemas de remunerações praticados nasComunidades Europeias.

Número de empregados

(em 31 de Dezembro)

1997 1996

Empregados efectivos

Funções de direcção 7 6

Funções de chefia 39 36

Funções técnicas 161 90

Funções administrativas 127 85

Total 334 217

Contratados a prazo 13 4

O número médio de empregados efectivosdo IME totalizou 281 em 1997, o quecompara com 202 em 1996. Em 1997,foram admitidos 135 empregados efectivos,tendo 18 empregados pedido a demissão.

Outras despesas administrativas: Esta rubricaengloba todas as outras despesas correntes,nomeadamente rendas, manutenção dasinstalações e do equipamento, bens quenão sejam de equipamento, honorários eoutros serviços e fornecimentos, bem comodespesas relacionadas com o recrutamento,mudança e instalação dos empregados.

3.3 Receitas extraordinárias

Esta rubrica representa receitasextraordinár ias provenientes dadesmobilização de provisões efectuadas emanos anteriores relacionada com aantecipação de despesas desse ano quedeixaram de ser necessárias.

3.4 Avaliação das perdas

A depreciação do marco alemão face aoECU em 1997 provocou uma perda nãorealizada no valor líquido dos activos detidosou denominados em marcos alemães. Umavez que não existe uma reserva dereavaliação, o montante total das perdas foiimputado a resultados.

3.5 Distribuição do défice

Nos termos do disposto no 17.º - 6 dosEstatutos do IME, o défice foi compensadopelo fundo de reserva geral do IME.

107

Ao Presidente e ao Conselhodo Instituto Monetário Europeu

Frankfurt

Verificámos o Balanço e a Conta de Resultados do Instituto Monetário Europeu. Aadministração do Instituto Monetário Europeu é responsável pela elaboração das contas.Compete-nos emitir um parecer independente sobre o referido Balanço e Contas,baseado na auditoria por nós efectuada e apresentá-la a V. Exas.

Procedemos à auditoria de acordo com os Padrões Internacionais de Auditoria. Umaauditoria inclui exames baseados em verificações, por amostragem, de documentoscomprovativos dos montantes e de documentos informativos sobre as contas. Incluiigualmente uma avaliação das estimativas relevantes e critérios utilizados na preparaçãodas contas, bem como dos métodos contabilísticos, por forma a averiguar se os mesmossão adequados à realidade do Instituto Monetário Europeu e se são devidamentedivulgados.

Em nossa opinião, o balanço e a conta de resultados, elaborados de acordo com aspráticas contabilísticas descritas na Secção 1 das notas sobre as contas do InstitutoMonetário Europeu, reflectem com exactidão a situação financeira do Instituto MonetárioEuropeu em 31 de Dezembro de 1997 e os resultados do exercício então terminado.

Frankfurt, 12 de Fevereiro de 1998

C&L DEUTSCHE REVISIONAktiengesellschaftWirtschaftsprüfungsgesellschaft

(Wagener) (Kern)

Wirtschaftsprüfer Wirtschaftsprüfer

Anexos

110

Excertos do Relatório de Convergência (Março de 1998)

1 Critérios de convergência

Critério da estabilidade de preços

Passando à análise da evolução individualdos países, durante o período de referênciade doze meses que termina em Janeiro de1998, catorze Estados-membros (Bélgica,Dinamarca, Alemanha, Espanha, França,Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos,Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia e ReinoUnido) registaram taxas médias de inflaçãodo IPCH abaixo do valor de referência.Este valor de referência é calculado comrecurso à média aritmética não ponderadada taxa de inflação do IPCH nos três paísescom as taxas de inflação mais baixas,adicionando 1.5 pontos percentuais. Astaxas de inflação para estes três paísesforam 1.1% para a Áustria, 1.2% para aFrança e 1.2% para a Irlanda, e, adicionando1.5 pontos percentuais à média de 1.2%,obtém-se o valor de referência de 2.7%. Ainflação do IPCH na Grécia situou-se em5.2%, um nível consideravelmente inferiorao registado em anos anteriores, emboraainda muito acima do valor de referência(ver Quadro 5).

Numa análise retrospectiva sobre os anosde 1990 a 1997, a convergência das taxasde inflação pode ser explicada por diversosfactores comuns. Em primeiro lugar, comoé indicado individualmente para cadaEstado--membro, esta experiência reflectediversas decisões de política importantes,em especial a orientação da políticamonetária no sentido da estabilidade depreços e o crescente apoio recebido deoutras áreas de política, tais como aspolíticas orçamentais e a evolução dossalários e dos custos unitários de trabalho.Além disso, na maioria dos Estados-membros, o contexto macro-económico,em particular durante o período que seseguiu à fase descendente do cicloregistada em 1993, contribuiu para acontenção das pressões ascendentes sobre

os preços. Por fim, em muitos Estados--membros, taxas de câmbio globalmenteestáveis e uma evolução moderada dospreços das importações contribuíram parao abrandamento da inflação. Ao nível dospaíses individualmente considerados, umgrupo de Estados-membros parece terregistado taxas de inflação relativamentesemelhantes durante a maior parte dosanos 90, enquanto diversos outros fizeramprogressos particularmente rápidos em1996-97. Entre estes, a inflação anual doIPC em Espanha, Itália e Portugal diminuiude 4-5½% em 1995 para cerca de 2% em1997. Estes três Estados-membrosapresentam uma taxa média de dozemeses de inflação do IPCH abaixo dovalor de referência desde meados de1997. Na Grécia, a inflação do IPCHdiminuiu de 7.9% em 1996 para 5.4% em1997, permanecendo ainda considera-velmente acima do valor de referência.

Numa análise ao futuro próximo, astendências recentes e as previsões para ainflação na maioria dos países indicamhaver poucos ou nenhuns sinais de pressãoimediata sobre a inflação. Os riscos para aestabilidade de preços estão frequentementeassociados a um estreitamento do desviodo produto, a uma maior restritividade dascondições do mercado de trabalho e aaumentos nos preços administrados ou nosimpostos indirectos; em diversos países, nasua maioria os que se encontram maisavançados na actual fase ascendente dociclo, prevê-se em geral um aumento dataxa de inflação para um nível ligeiramentesuperior a 2% durante o período 1998--1999. Tal é o caso na Dinamarca, Espanha,Irlanda, Países Baixos, Portugal, Finlândia eReino Unido. Estes Estados-membros terãode exercer um controlo rigoroso daspressões internas sobre os preços, no quese refere, nomeadamente, aos salários eaos custos unitários de trabalho. É também

111

necessár io um apoio das pol í t icasorçamentais que terão de reagir comflexibilidade à evolução dos preços internos.

Critério das finanças públicas

No que respeita ao desempenho individualdos Estados-membros em 1997, três paísesalcançaram excedentes orçamentais(Dinamarca, Irlanda e Luxemburgo) e onzepaíses registaram ou mantiveram défices aum nível igual ou inferior ao valor dereferência de 3% estipulado do Tratado(Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Itália,Países Baixos, Áustria, Portugal, Finlândia,Suécia e Reino Unido). Apenas a Gréciaregistou um défice de 4.0%, ou seja, aindaacima do valor de referência. As projecçõesda Comissão para 1998 apontam paraexcedentes orçamentais ou novas reduçõesnos rácios do défice em quase todos osEstados-membros. Prevê-se uma reduçãodo défice da Grécia para 2.2% do PIB (verQuadro 5).

Quanto à dívida pública, nos três Estados--membros com rácios da dívida em relaçãoao PIB superiores a 100%, a dívida mantevea tendência descendente em relação aoPIB. Na Bélgica, o rácio da dívida em 1997situava-se em 122.2%, ou seja 13.0 pontospercentuais abaixo do valor máximoregistado em 1993; na Grécia, o rácio dadívida em 1997 atingiu 108.7%, ou seja 2.9pontos percentuais abaixo do último nívelmáximo registado em 1996; e em Itália, orácio da dívida cifrou-se em 121.6%, ouseja 3.3 pontos percentuais abaixo do nívelmáximo de 1994. Em sete países que em1996 registavam rácios da dív idasignificativamente acima dos 60%, masabaixo dos 80% do PIB, estes rácios tambémse reduziram. Tal foi o caso, em especial, daDinamarca, Irlanda e Países Baixos, onde osrácios da dívida em 1997 diminuíram 16.5,30.0 e 9.1 pontos percentuais relativamenteaos níveis máximos registados em 1993,situando-se, respectivamente, em 65.1%,66.3% e 72.1% do PIB; em Espanha, o rácio

da dívida em 1997 decresceu 1.3 pontospercentuais do seu nível máximo de 1996,atingindo 68.8% do PIB; a Áustria registouuma redução correspondente de 3.4 pontospercentuais, com o rácio da dívida a situar--se em 66.1% do PIB. Em Portugal, o rácioda dívida reduziu-se 3.9 pontos percentuaisdo valor máximo registado em 1995, para62.0% do PIB. Por fim, na Suécia, o rácio dadívida desceu 2.4 pontos percentuais donível máximo de 1994, para 76.6% do PIBem 1997. Na Alemanha, que em 1996tinha registado um rácio da dívida poucoacima do valor de referência de 60%, esterácio manteve a tendência ascendente e,em 1997, situava-se 19.8 pontos percentuaisacima do nível de 1991, em 61.3% do PIB.Em 1997, quatro países continuavam aapresentar rácios da dívida inferiores aovalor de referência de 60% (França,Luxemburgo, Finlândia e Reino Unido). EmFrança, o rácio da dívida manteve atendência ascendente para se situar em58.0% do PIB em 1997 (ver Quadro 5).

As previsões da Comissão para 1998apontam para a continuação da diminuiçãodos rácios da dívida em relação ao PIB emtodos os Estados-membros que registaramrácios da dívida acima de 60% em 1997.No caso da Dinamarca, Irlanda e Portugal,prevê-se uma redução para um valor igualou inferior ao valor de referência.Relativamente a países com rácios da dívidade 50-60% em 1997, est ima-se acontinuação da sua redução abaixo de60% na Finlândia e no Reino Unido,enquanto em França se prevê um ligeiroaumento do rácio da dívida.

No geral, os progressos realizados naredução dos défices orçamentais e dosrácios da dívida aceleraram. No entanto, (. . .)em diversos Estados-membros, medidas comum efeito temporário desempenharamtambém um papel na redução dos défices.Com base nos dados à disposição do IME,os efeitos destas medidas foramquantif icados entre 0.1 e 1 pontopercentual, variando o nível consoante o

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país. Segundo os dados disponíveis, adimensão das medidas com efeitotemporário nos orçamentos para 1998 foi,em geral, reduzida; além disso, como semencionou anteriormente, as previsões para1998 sugerem, na maioria dos casos, umanova redução dos rácios do défice. Asreduções nos rácios da dívida beneficiaramem parte de diversas operações etransacções f inanceiras , ta is comoprivatizações, que se reflectem nas chamadasrubricas de “ajustamento entre variaçõesde posições e fundos” (. . .) Estas transacçõesdeverão continuar a revestir-se de algumaimportância em diversos Estados-membros.

Apesar dos progressos recentes, justifica-seum maior grau de consolidação na maioriados Estados-membros por forma aconseguir um cumprimento duradouro doscritérios orçamentais e do objectivo demédio prazo estabelecido no Pacto deEstabilidade e Crescimento, em vigor apartir de 1999, o qual consiste em atingiruma posição orçamental próxima doequilíbrio ou excedentária. Tal é o caso,em particular, da Bélgica, Alemanha, Grécia,Espanha, França, Itália, Países Baixos, Áustriae Portugal, onde se prevêem para 1998défices entre 1.6 e 2.9% do PIB. Na maioriadestes países , estes requis i tos deconsolidação também se aplicam quandose comparam os rácios dos déficesorçamentais, tal como se encontramprevistos nos Programas de Convergênciapara 1999-2000, com o objectivo de médioprazo do Pacto de Estabi l idade eCrescimento.

Numa análise mais global da sustentabilidadeda evolução orçamental, a necessidade deuma consolidação sustentada ao longo deum período alargado, requerendoexcedentes orçamentais substanciais, éparticularmente premente nos países comrácios da dívida acima dos 100% (Bélgica,Grécia e Itália), o que contrasta com osconsideráveis défices globais registados em1997 e nos anos anteriores. Nos paísescom rácios da dívida significativamente acima

de 60% mas abaixo de 80% do PIB, amanutenção do rácio do défice nos níveisactuais não permitira a redução do rácio dadívida para um valor inferior a 60% dentrode um período de tempo adequado, o queimplica a necessidade de uma consolidaçãoacrescida e, em alguns casos, substancial.Pelo contrário, a obtenção das posiçõesorçamentais previstas pela ComissãoEuropeia para 1998 e a manutenção de umorçamento equilibrado a partir de 1999reduziria o rácio da dívida para um nívelinferior a 60% durante períodos de tempoadequados (Espanha, Países Baixos eÁustria). A Suécia poderia obter o mesmoresultado, caso conseguisse alcançar emanter por vários anos a posição orçamentalprevista para 1998. Na Alemanha, prevê-seque, em 1998, o rácio da dívida se situenum nível ligeiramente acima de 60% doPIB, o que deverá permitir a sua reduçãopara um nível inferior ao valor de referênciajá em 1999, caso se consigam alcançarorçamentos equilibrados nesse ano. NaDinamarca, Irlanda e em Portugal, os saldosorçamentais actuais e previstos permitirãouma redução do rácio da dívida para umvalor igual ou ligeiramente inferior a 60% jáem 1998. Por fim, em França, onde o rácioda dívida é ligeiramente inferior a 60% doPIB, o cumprimento do Pacto de Estabilidadee Crescimento a partir de 1999 podetambém assegurar que o rácio da dívidanão exceda o valor de referência.

Convém salientar que, na avaliação dasposições orçamentais dos Estados-membrosda UE, o IME não leva em conta o impactosobre os orçamentos nacionais dastransferências de e para o orçamento daCE.

Critério das taxas de câmbio

Durante o período de referência de doisanos entre Março de 1996 e Fevereiro de1998, dez moedas (o franco belga/luxemburguês, a coroa dinamarquesa, omarco alemão, a peseta espanhola, o franco

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1 5 (. . .) o dracma grego entrou para mecanismo detaxas de câmbio do SME, com efeito a partir de 16de Março de 1998.

1 6 (. . .) as taxas centrais bilaterais da libra irlandesaface às restantes moedas do mecanismo de taxasde câmbio foram revalorizadas em 3%, com efeitoa partir de 16 de Março de 1998.

francês, a libra irlandesa, o florim holandês,o xelim austríaco e o escudo português)participaram no MTC durante um períodode pelo menos dois anos antes da análise,de acordo com o estipulado no Tratado.Os períodos de participação da marcafinlandesa e da lira italiana foram inferiores,uma vez que a primeira destas moedasaderiu e a segunda voltou a aderir aomecanismo das taxas de câmbio,respectivamente em Outubro de 1996 eNovembro de 1996. Três moedaspermaneceram fora do MTC durante operíodo de referência mencionado nopresente Relatório (o dracma grego15 , acoroa sueca e a libra esterlina).

Cada uma das dez moedas acimamencionadas, à excepção da libra irlandesa,tem sido normalmente transaccionadapróximo das suas inalteradas taxas centraisem relação às outras moedas participantesno MTC, tendo algumas moedas (o francobelga/luxemburguês, o marco alemão, oflorim holandês e o xelim austríaco)registado uma evolução praticamente emparalelo. Ocasionalmente, algumas moedasforam transaccionadas fora de um intervalopróximo das suas taxas centrais. No entanto,o desvio máximo, tendo por base umamédia móvel de 10 dias úteis, foi de 3.5%, àexcepção da evolução da libra irlandesa.Além disso, os desvios foram apenas denatureza temporária e ref lect iramprincipalmente movimentos transitórios dapeseta espanhola e do franco francês (noinício de 1996), do escudo português (nofinal de 1996/início de 1997) e da marcafinlandesa (no início e em meados de1997) face a outras moedas do MTC. Umaanálise da volatilidade cambial e dosdiferenciais das taxas de juro de curtoprazo sugere a continuação de condiçõesrelativamente calmas ao longo do períodode referência.

A l ibra ir landesa foi normalmentetransaccionada acima da sua inalterada taxacentral em relação às outras moedasparticipantes no MTC; no final do período

de referência, a libra irlandesa situava-semais de 3% acima das suas taxas centrais16.Em paralelo, o grau de volatilidade cambialface ao marco alemão aumentou atémeados de 1997, enquanto que osdiferenciais de taxa de juro de curto prazoface aos países da UE com as taxas de jurode curto prazo mais baixas se alargaramdurante o mesmo período. Maisrecentemente, o grau de volatilidadediminuiu e os diferenciais estreitaram-seligeiramente, embora permanecendorelativamente elevados.

Por seu lado, a lira italiana, no início doperíodo de referência, antes de aderir denovo ao MTC, registou inicialmente umrecuo, pequeno e temporário, na sua anteriortendência de apreciação, atingindo, em Marçode 1996, o desvio negativo máximo de 7.6%abaixo da sua futura taxa central em relaçãoa uma moeda do MTC. Após essa data, amoeda retomou a trajectória de apreciaçãono sentido das paridades centrais posteriores,tendo sido transaccionada, durante a maiorparte do tempo, dentro de um estreitointervalo de variação. A marca finlandesa,também no início do período de referência,antes de aderir ao MTC, manteve inicialmenteo movimento de enfraquecimento verificadodurante os últimos meses - que tinhainterrompido a sua trajectória ascendente delongo prazo desde 1993 - atingindo, em Abrilde 1996, o desvio negativo máximo de 6.5%abaixo da sua futura taxa central em relaçãoa uma moeda do MTC. Após essa data, amoeda apreciou-se, tendo sido normalmentetransaccionada dentro de um estreito intervalode variação em torno das suas paridadescentrais posteriores. Desde a adesão ere-adesão ao MTC, respectivamente emOutubro e Novembro de 1996, quer a

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marca finlandesa, quer a lira italianatransaccionaram-se normalmente próximodas suas inalteradas taxas centrais em relaçãoàs outras moedas participantes no MTC. Talcomo se verificou para outras moedas doMTC, ocasionalmente, a lira italiana e a marcafinlandesa foram transaccionadas fora de umintervalo próximo das suas taxas centrais,embora os desvios tivessem sido limitados etemporários. Em ambos os casos, o grau devolatilidade cambial relativamente elevadoface ao marco alemão verificado em períodosanteriores diminuiu para níveis reduzidosdurante o período de referência e osdiferenciais de taxas de juro de curto prazoem relação aos países da UE com as taxas decurto prazo mais baixas reduziram-seprogressivamente no caso da lira italiana,tendo sido pouco significativos no caso damarca finlandesa.

As três moedas não participantes no MTC,nomeadamente o dracma grego, a coroasueca e a libra esterlina, transaccionaram-senormalmente acima das taxas médias bilateraisregistadas em Março de 1996 em relação àsoutras moedas da UE. Os diferenciais de taxade juro de curto prazo em relação aos paísesda UE com as taxas de curto prazo maisbaixas permaneceram elevados na Grécia,reduzindo-se até meados de 1997 ealargando-se de forma significativa a partir deNovembro de 1997, enquanto que, no casoda Suécia, se reduziram significativamente.Quanto à libra esterlina, este diferencial tendeua alargar-se.

Critério das taxas de juro de longo prazo

Durante o período de referência de 12meses que termina em Janeiro de 1998,catorze Estados-membros (Bélgica,Dinamarca, Alemanha, Espanha, França,Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos,Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia e ReinoUnido) registaram taxas de juro médias delongo prazo abaixo do valor de referência.Este valor de referência foi calculado comrecurso à média aritmética não ponderada

das taxas de juro de longo prazo nos trêspaíses com as taxas de inflação do IPCH maisbaixas, adicionando 2 pontos percentuais. Astaxas de juro de longo prazo nesses trêspaíses foram de 5.6% para a Áustria, 5.5%para a França e 6.2% para a Irlanda, e,adicionando 2 pontos percentuais à média de5.8%, obtém-se o valor de referência de7.8%. As taxas de juro de longo prazorepresentativas na Grécia, comparáveis desdeJunho de 1997, às taxas de rendibilidadenoutros países, situaram-se em 9.8%, ficandoassim muito acima do valor de referência (verQuadro 5).

Numa análise retrospectiva sobre os anos de1990 até 1997, as taxas de juro de longoprazo foram praticamente idênticas emdiversos países, quando consideradas ao longodo período no seu conjunto. É o caso daBélgica, Alemanha, França, Luxemburgo, PaísesBaixos e Áustria. Na Dinamarca e na Irlanda,as taxas de juro de longo prazo mantiveram-se relativamente próximo das taxas nospaíses acima referidos durante a maior partedo período. Na Finlândia e na Suécia, oprocesso de convergência das taxas derendibilidade acelerou a partir de 1994-95,tendo ambos os países registado diferenciaisdiminutos desde meados de 1996. EmEspanha, Itália e Portugal, onde as taxas derendibilidade foram significativamente elevadasdurante quase toda a década de 90, as taxasde juro de longo prazo reduziram-seacentuadamente a partir de 1995, atingindoum nível inferior ao valor de referência nofinal de 1996 ou no início de 1997. NaGrécia, verificou-se também uma reduçãosignificativa. No caso do Reino Unido, e emreflexo de uma posição diferente no ciclo emrelação aos países da Europa continental,registou-se desde o início da década de 90uma tendência global de convergência inicial,seguida de divergência, em relação às taxasde juro de longo prazo prevalecentes nospaíses com as taxas de rendibilidade maisbaixas, embora se tenha verificadorecentemente um estreitamento dosdiferenciais de taxas de juro de longo prazo.

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Os padrões globais observados nos Estados-membros estão estreitamente relacionadoscom a evolução das taxas de inflação (veracima) que facilitaram uma redução geraldas taxas de juro de longo prazo e umadescida particularmente acentuada no casode moedas com taxas de rendibilidadeanteriormente elevadas. Outros factoressubjacentes a esta tendência foram, namaioria dos casos, a estabilidade das taxasde câmbio e a evolução favorável dasposições orçamentais dos países, reduzindo

assim o prémio de risco. Estas evoluçõessubjacentes foram vistas pelos mercadoscomo melhorando as perspectivas departicipação na Terceira Fase da UEM -um elemento que pode, por seu lado, terdesempenhado um papel próprio naaceleração do estreitamento dos diferenciaisdas taxas de rendibi l idade, querdirectamente, quer através de uma melhoriadas perspectivas de estabilidade de preçose cambial.

2 Compatibilidade da legislação nacional com o Tratado

2.1 Introdução

O artigo 108.º do Tratado estipula que cadaEstado-membro deverá assegurar, o maistardar até à data da instituição do SEBC, acompatibilidade da respectiva legislaçãonacional, incluindo os estatutos do seu BCNcom o Tratado e os Estatutos (”convergêncialegal”). Esta disposição não exige aharmonização dos estatutos dos BCN, masimplica que a legislação nacional e os estatutosdos BCN sejam adaptados por forma a torná-los compatíveis com o Tratado e os Estatutos.A fim de identificar as áreas onde a adaptaçãoda legislação nacional é necessária, é feitauma distinção entre a independência dosBCN, a integração legal dos BCN no SEBC eoutra legislação para além dos estatutos dosBCN.

Para que exista compatibilidade, o processolegislativo tem de estar concluído, ou seja, oslegisladores nacionais devem ter adoptado asrespectivas leis e tomado todos os outrospassos necessários como, por exemplo, apromulgação. Esta disposição aplica-se a todaa legislação ao abrigo do artigo 108.º. Adistinção efectuada acima entre as diferentesáreas de legislação é importante quando setrata de determinar a data na qual a legislaçãotem que entrar em vigor. Muitas decisõesque o Conselho do BCE e os BCN tomarem

entre a data da instituição do SEBC e o finalde 1998 pré-determinarão a política monetáriaúnica e a sua execução na área do euro. Porconseguinte, as adaptações relativas àindependência dos BCN devem entrar emvigor, o mais tardar, até à data da instituiçãodo SEBC. Outros requisitos estatutáriosrelativos à integração legal dos BCN no SEBCsó necessitarão de entrar em vigor nomomento da integração dos BCN no SEBC,ou seja, na data do início da Terceira Fase ou,no caso de um Estado-membro que beneficiede uma derrogação ou de estatuto especial,na data em que adoptar a moeda única. Aentrada em vigor das alterações à legislaçãopara além dos estatutos dos BCN, necessáriaspara assegurar a compatibilidade com oTratado e os Estatutos, depende do conteúdoda referida legislação e, por conseguinte, deveser avaliada caso a caso.

Este Relatório faz uma avaliação individual,país a país, da compatibilidade da legislaçãonacional com o Tratado e os Estatutos.

2.2 Independência dos BCN

A independência do banco central éessencial para a credibilidade da passagempara a União Monetária, constituindo umacondição prévia da mesma. Os aspectos

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institucionais da União Monetária requeremque poderes monetários, actualmentedetidos pelos Estados-membros, passem aser exercidos num novo sistema, o SEBC.Esta situação não seria aceitável se umEstado-membro continuasse a influenciaras decisões tomadas pelos órgãos de decisãodo SEBC.

Os Estatutos definem um papel importantepara os Governadores dos BCN (atravésda sua participação no Conselho do BCE),no que respeita à formulação da políticamonetária, e para os BCN, no que respeitaà execução das operações no âmbito doSEBC (ver o último parágrafo do artigo 12.º1 dos Estatutos). Assim, será essencial queos BCN sejam independentes de entidadesexternas no cumprimento das atribuiçõesrelacionadas com o SEBC.

O princípio da independência dos BCNencontra-se expressamente referido noartigo 107.º do Tratado e no artigo 14.º 2dos Estatutos. O artigo 107.º proíbe atentativa de influenciar o BCE, os BCN ouos membros dos órgãos de decisão e oartigo 14.º 2 prevê a segurança dosmandatos dos referidos membros.

O IME def iniu um conjunto decaracterísticas respeitantes à independênciados bancos centrais, distinguindo entrecaracterísticas institucionais, pessoais e denatureza financeira.17

No que respeita à independênciainstitucional, os direitos de terceiros (porexemplo, do Governo e do Parlamento)de:

dar instruções ao BCN ou aos seusórgãos de decisão;

aprovar, suspender, anular ou diferirdecisões do BCN;

vetar as decisões do BCN por motivoslegais;

participar nos órgãos de decisão de umBCN com direito a voto; ou

ser consultado (ex ante) sobre as de-cisões de um BCN

são incompatíveis com o Tratado e/ou osEstatutos e, por conseguinte, necessitam deadaptação.

No que respeita à independência pessoal,os Estatutos dos BCN devem assegurarque:

o mandato dos Governadores dos BCNtem uma duração mínima de cincoanos;

o Governador de um BCN não podeser demitido por razões além das men-cionadas no artigo 14.º 2 dos Estatutos(ou seja, se deixar de preencher osrequisitos necessários ao exercício dassuas obrigações ou se tiver cometidofalta grave);

o mandato dos outros membros dosórgãos de decisão dos BCN envolvidosno cumprimento das atribuições doSEBC tem a mesma segurança que odos Governadores;

não surgirão conflitos de interesses ent-re os membros dos órgãos de decisãodos BCN em relação aos respectivosBCN (e, adicionalmente, dos Governa-dores em relação ao BCE) e a outrasatribuições que os membros dos órgãosde decisão, envolvidos no cumprimentodas atribuições relacionadas com o SEBC,desempenhem e que possam pôr emperigo a sua independência pessoal.

1 7 Existe também um critério de independência funcio-nal mas, uma vez que os BCN na Terceira Faseserão integrados no SEBC, esta questão é tratadana âmbito da integração legal dos BCN no SEBC(ver parágrafo 2.3 abaixo).

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A independência financeira requer que osBCN disponham dos meios adequados aocumprimento do respectivo mandato. Asrestrições estatutárias nesta área devemser acompanhadas por uma cláusula desalvaguarda por forma a assegurar que asatribuições relacionadas com o SEBC sãodesempenhadas de forma adequada.

2.3 Integração legal dos BCN noSEBC

A participação integral dos BCN no SEBCrequer que sejam tomadas medidas paraalém das destinadas a assegurar aindependência. Em especial, essas medidaspodem ser necessárias para que os BCNexecutem as suas tarefas como membrosdo SEBC e de acordo com as decisões doBCE. As principais áreas que requerematenção são aquelas em que as disposiçõesestatutárias podem constituir um obstáculoao cumprimento, por parte de um BCN,dos requisitos do SEBC ou ao desempenho,por parte de um Governador, das suasobrigações como membro do Conselhodo BCE ou ainda os casos em que asdisposições estatutárias não respeitam asprerrogativas do BCE. Em conformidade, aavaliação feita pelo IME da compatibilidadedos estatutos dos BCN com o Tratado eos Estatutos incide nas seguintes áreas:object ivos estatutár ios , atr ibuições,instrumentos, organização, disposiçõesfinanceiras e questões diversas.

2.4 Legislação para além dosestatutos dos BCN

A obrigatoriedade de convergência legalnos termos do artigo 108.º do Tratado,incluído no capítulo intitulado ” A política

monetária”, aplica-se às áreas da legislaçãoque são afectadas pela transição da Segundapara a Terceira Fase. A avaliação efectuadapelo IME da compatibilidade da legislaçãonacional com o Tratado e os Estatutosrespeita às leis que têm impacto nodesempenho, por parte dos BCN, dasatribuições relacionadas com o SEBC bemcomo às leis na área monetária. A legislaçãoque deve ser adaptada respeita ,especialmente, às seguintes áreas: notas debanco, moeda metálica, gestão das reservascambiais, política cambial e confidencialidade.

2.5 Compatibilidade da legislaçãonacional com o Tratado e osEstatutos

Todos os Estados-membros, à excepçãoda Dinamarca cuja legislação não necessitade ser adaptada, já introduziram, ouencontram-se actualmente numa faseavançada desse processo, alterações nosestatutos dos respectivos BCN, seguindoos critérios definidos nos Relatórios do IMEe nas opiniões do IME. O Reino Unido, queestá isento das obrigações previstas noartigo 108.º do Tratado, está no processode introdução de novos estatutos do seuBCN, os quais, embora permitindo ummaior grau de independência operacionaldo banco central, não se destinamexpressamente a alcançar a convergêncialegal como requerida pelo IME para ocumprimento integral do Tratado e dosEstatutos. Na União Europeia , oslegisladores, salvo as excepções acimareferidas, empreenderam um processolegislativo tendo em vista a preparação dosBCN para a Terceira Fase da UEM.

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Comunicado conjunto sobre a determinaçãodas taxas de conversão irrevogáveis para o euro,datado de 2 de Maio de 1998

Nos termos do n.º 4 do artigo 109.º-L doTratado, as taxas de conversão irrevogáveispara o euro serão adoptadas pelo Conselho,sob proposta da Comissão e após consultaao Banco Central Europeu (BCE), noprimeiro dia da Terceira Fase, ou seja em 1de Janeiro de 1999.

Com o objectivo de orientar os mercadosno período que decorre até à TerceiraFase, os Ministros dos Estados-membrosque irão adoptar o euro como moedaúnica, os Governadores dos Bancos Centraisdos referidos Estados-membros, a ComissãoEuropeia e o Instituto Monetário Europeu(IME) chegaram a acordo quanto aométodo de determinação das taxas deconversão irrevogáveis para o euro na datade início da Terceira Fase.

As actuais taxas centrais bilaterais do MTCdas moedas dos Estados-membros que, noprimeiro dia da Terceira Fase, adoptarem oeuro como moeda única, serão utilizadaspara determinar as taxas de conversãoirrevogáveis para o euro. Estas taxas sãoconsistentes com os fundamentoseconómicos e com a convergênciasustentável entre os Estados-membros queirão participar na área do euro. Os bancoscentrais dos Estados-membros que irãoadoptar o euro como moeda única deverãoassegurar, através de técnicas de mercadoadequadas, que, no dia 31 de Dezembrode 1998, as taxas de câmbio do mercado,registadas de acordo com o procedimento

de concertação normal utilizado paracalcular as taxas de câmbio diárias do ECUoficial, sejam iguais às taxas centrais bilateraisdo MTC, conforme se apresenta na grelhade paridades anexa.

Esse procedimento, que teve o acordo detodas as partes envolv idas nesteComunicado Conjunto, assegurará que aadopção das taxas de conversãoirrevogáveis para o euro, por si só, e nostermos do disposto no n.º 4 do artigo109.º-L do Tratado, não irá alterar o valorexterno do ECU, que será substituído peloeuro na base de 1:1. O anexo juntoapresenta informação pormenorizada sobreo referido procedimento. As taxas decâmbio definitivas do ECU oficial, calculadasem conformidade e divulgadas no dia 31de Dezembro de 1998, serão propostaspela Comissão para adopção pelo Conselhono primeiro dia da Terceira Fase, ou sejaem 1 de Janeiro de 1999, como taxas deconversão irrevogáveis para o euro para asmoedas participantes.

De acordo com o quadro jurídico para autilização do euro, uma vez adoptada ataxa de conversão irrevogável para o euroem relação a cada moeda participante, estaserá a única taxa a ser utilizada para aconversão, nos dois sentidos, entre o euroe a unidade da moeda nacional, assimcomo para a conversão das unidades dasmoedas nacionais entre si.

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Quadro 9

Taxas centrais bilaterais do MTC que serão utilizadas na determinação das taxas de conversão irrevogáveis para o euro

DEM 100 = BEF/LUF ESP 100 = FRF 100 = IEP 1 = ITL 1000 = NLG 100 = ATS 100 = PTE 100 = FIM 100=

100 =

ALEMANHA:

DEM -

BÉLGICA/

LUXEMBURGO:

BEF/LUF 2062.55

ESPANHA:

ESP 8507.22 412.462

FRANÇA:

FRF 335.386 16.2608 3.94237

IRLANDA:

IEP 40.2676 1.95232 0.473335 12.0063

ITÁLIA:

ITL 99000.2 4799.90 1163.72 29518.3 2458.56

PAÍSES BAIXOS:

NLG 112.674 5.46285 1.32445 33.5953 2.79812 1.13812

ÁUSTRIA:

ATS 703.552 34.1108 8.27006 209.774 17.4719 7.10657 624.415

PORTUGAL:

PTE 10250.5 496.984 120.492 3056.34 254.560 103.541 9097.53 1456.97

FINLÂNDIA:

FIM 304.001 14.7391 3.57345 90.6420 7.54951 3.07071 269.806 43.2094 2.96571 -

120

1 8 Moedas do ECU dos Estados-membros não parti-cipantes na área do euro no cabaz do ECU.

1 Por que motivo só podem ser anunciadas taxas bilaterais?

O n.º 4 do artigo 109.º-L do Tratadoestabelece que as taxas às quais o eurosubstituirá as moedas participantes na áreado euro serão adoptadas no início daTerceira Fase da União Económica eMonetária, ou seja, no dia 1 de Janeiro de1999. A adopção das taxas de conversãoirrevogáveis para o euro não modificará,por si só, o valor externo do ECU oficial.De igual modo, o artigo 2.º do Regulamentodo Conselho de 17 de Junho de 1997sobre algumas disposições relativas àintrodução do euro estipula que qualquerreferência em instrumento legal ao ECUoficial será substituída por uma referênciaao euro à taxa de um euro por um ECU.Por conseguinte, as taxas de conversãoirrevogáveis para o euro têm de ser

idênticas às do ECU oficial, expresso emunidades das moedas participantes, em 31de Dezembro de 1998.

Uma vez que o ECU é um cabaz demoedas, que inclui a coroa dinamarquesa,o dracma grego e a libra esterlina18 , não épossível anunciar antes do fim de 1998 astaxas de conversão irrevogáveis às quais oeuro irá substituir as moedas participantes.No entanto, é possível anunciar as taxasbilaterais das moedas participantes na áreado euro que serão utilizadas em 31 deDezembro de 1998 no cálculo das taxas decâmbio do ECU oficial e, assim, no cálculodas taxas de conversão irrevogáveis doeuro em relação a essas moedas.

2 Taxas bilaterais que serão utilizadas na determinação das taxas deconversão irrevogáveis para o euro

Para as moedas participantes na área doeuro, as actuais taxas centrais bilaterais doMTC serão utilizadas no cálculo das taxasde câmbio finais do ECU oficial, as quaisserão adoptadas pelo Conselho como astaxas de conversão irrevogáveis para oeuro no primeiro dia da Terceira Fase, ouseja, em 1 de Janeiro de 1999. O quadroanexo ao presente Comunicado Conjunto

contém essas taxas. A fim de evitarpequenas inconsistências aritméticas,resultantes de cálculos do inverso, o referidoquadro inclui apenas uma taxa bilateralpara cada par de moedas, a qual serárelevante para o procedimento a seguir em31 de Dezembro de 1998, tal como édescrito abaixo.

3 Cálculo das taxas de câmbio para o ECU oficial em 31 de Dezembro de1998

Para o cálculo das taxas de câmbio do ECUoficial, a efectuar em 31 de Dezembro de1998, será utilizado o procedimento deconcertação diário normal. De acordo comeste procedimento, os bancos centrais dosEstados-membros comunicam a taxa de

câmbio representativa da respectiva moedaface ao dólar dos EUA.

121

19 Por exemplo, FRF/DEM = FRF/USD : DEM/USD.

Podem ser identificados três passos.

Passo 1: Determinação das taxas de câmbio deconcertação das moedas da UE face ao dólardos EUA

Às 11h30m (CET) (10h30m, Hora LegalPortuguesa), os bancos centrais da UE,incluindo aqueles cujas moedas não fazemparte da composição do cabaz do ECU,comunicam mutuamente, por teleconferência,a taxa de câmbio da respectiva moeda faceao dólar dos EUA. Estas taxas de câmbio sãoregistadas como valores discretos que seencontram dentro do intervalo entre ocâmbio de compra e o câmbio de venda demercado. Embora, em geral, os valoresdiscretos sejam iguais ao ponto médio desseintervalo, os bancos centrais da UE, tal comoé permitido pelo actual procedimento deconcertação, terão em conta a necessidadede assegurar que as taxas de câmbio sãoexpressas com seis algarismos significativos,tal como acontece para as taxas pré-anunciadas. As taxas bilaterais entre as moedasparticipantes na área do euro, obtidas atravésdo cruzamento19 das respectivas taxas faceao dólar dos EUA, registadas pelos bancoscentrais da UE, serão iguais às pré-anunciadastaxas centrais bilaterais do MTC, até ao sextoalgarismo significativo. Os bancos centrais daUE participantes na área do euro estão aptosa assegurar essa igualdade, se necessárioatravés da utilização de técnicas de mercadoadequadas.

Passo 2: Cálculo da taxa de câmbio do ECUoficial face ao dólar dos EUA

As taxas registadas pelos bancos centraisda UE são posteriormente comunicadaspelo Banco Nacional da Bélgica à Comissãoque as utiliza para calcular as taxas decâmbio do ECU oficial. A taxa de câmbioUSD/ECU (expressa como 1ECU=xUSD)é obtida através da soma do contravalorem dólares dos EUA dos montantes demoeda nacional que compõem o ECU.

Passo 3: Cálculo das taxas de câmbio do ECUoficial face às moedas participantes na área doeuro

As taxas de câmbio do ECU oficial face àsmoedas da UE são calculadas multiplicandoa taxa de câmbio do USD/ECU pelasrespectivas taxas de câmbio face ao dólardos EUA. Este cálculo é efectuado paratodas as moedas da UE e não apenas paraas moedas que entram na composição docabaz do ECU.

Estas taxas de câmbio do ECU sãoarredondadas para o sexto algarismosignificativo. Será usado exactamente omesmo método de cálculo, incluindo aconvenção relativa ao arredondamento, nadeterminação das taxas de conversãoirrevogáveis para o euro das moedas daárea do euro.

A título de exemplo, é apresentado aseguir o cálculo das taxas de câmbio doECU oficial face às moedas da UE, em 31de Dezembro de 1997.

De acordo com o quadro jurídico para autilização do euro, uma vez adoptada ataxa de conversão irrevogável para o eurode cada moeda participante, esta será aúnica taxa a ser utilizada para a conversãoem ambos os sentidos entre o euro e aunidade da moeda nacional assim comopara as conversões entre as unidades dasmoedas nacionais . Devido aosarredondamentos, as taxas bilateraisimplícitas que poderiam resultar das taxasde conversão do euro podem nem semprecorresponder, até ao último (sexto)algarismo significativo, às pré-anunciadastaxas centrais bilaterais do MTC referidasno presente Comunicado Conjunto.

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Passo 1 Passo 2 Passo 3

Montante de unit. Taxa de câmbio Contravalor em dólares Taxa de câmbio

da moeda nac. do USD do montante do ECU

no cabaz do ECU em 31 Dezembro da m. nac.

(a) (b) (c) = (a):(b) (d) = (USD/ECU)*(b)

DEM 0.6242 1.7998 0.3487541 1.97632

BEF 3.301 36.92 0.0894095 40.7675

LUF 0.130 36.92 0.0035211 40.7675

NLG 0.2198 2.0172 0.1089629 2.22742

DKK 0.1976 6.8175 0.0289842 7.52797

GRD 1.440 282.59 0.0050957 312.039

ITL 151.8 1758.75 0.0863113 1942.03

ESP 6.885 151.59 0.0454186 167.388

PTE 1.393 183.06 0.0076095 202.137

FRF 1.332 5.9881 0.2224412 6.61214

GBP 0.08784 1.6561 0.1454718 @ 0.666755

IEP 0.008552 1.4304 0.0122328 @ 0.771961

USD/ECU 1.1042128*

FIM 5.4222 5.98726

ATS 12.59 13.9020

SEK 7.9082 8.73234

@ A taxa de câmbio do dólar em relação à GBP e à IEP é o número de dólares por unidade da moeda e não o número de unidadesda moeda por dólar. A coluna (c) é portanto calculada para cada uma destas duas moedas, multiplicando o valor da coluna (a) peloda coluna (b); e a coluna (d) é calculada dividindo o contravalor do ECU em dólares (isto é, USD/ECU) pela taxa da coluna (b).

* Existe uma diferença de uma unidade (isto é 1.1042128 em vez de 1.1042127) no último algarismo significativo, uma vez que ocontravalor em dólares dos montantes da moeda nacional é apresentado após o arredondamento para a sétima casa decimal,embora, para efeitos de cálculo, possa ser utilizado um número não restrito de dígitos.

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Glossário

ABE (Associação Bancária do ECU, conhecida por Associação Bancária doEuro, desde Dezembro de 1997): organismo interbancário criado em 1985, com o apoiodas instituições europeias, com três objectivos: promover a utilização do ECU em transacçõesfinanceiras e comerciais, gerir e desenvolver o Sistema de Compensação e de Liquidação doECU e constituir um órgão representativo e um fórum para a discussão de qualquer questãorelacionada com a utilização do ECU. Actualmente, está a desenvolver o futuro Sistema deLiquidação e Compensação do Euro, que funcionará na Terceira Fase da UEM.

Acesso remoto a um SITF: facilidade de uma instituição de crédito estabelecida num país(”país de origem”) ter acesso directo a um sistema interbancário de transferência defundos (SITF) de outro país (”país de acolhimento”) e, para esse efeito, deter uma conta deliquidação em seu nome junto do banco central do país de acolhimento, se necessário sem quenele tenha uma presença física.

Actividade de correspondente bancário: acordo segundo o qual uma instituição decrédito efectua pagamentos e presta serviços a outra instituição de crédito. Os pagamentosatravés dos correspondentes são frequentemente efectuados através de contas recíprocas (aschamadas contas nostro e loro), as quais podem estar associadas a linhas de créditopermanentes. Os serviços respeitantes à actividade dos correspondentes bancários sãoessencialmente prestados a nível internacional, conhecendo-se, no entanto, algumas ligaçõesentre agências num contexto doméstico. O termo conta loro é utilizado por um correspondentepara descrever a conta detida em nome de um banco estrangeiro; o banco estrangeiro, por seulado, referir-se-á a esta conta como conta nostro.

Agente de liquidação: instituição que gere o processo de liquidação (por exemplo, adeterminação das posições de liquidação, acompanhamento da permuta de pagamentos, etc.)para sistemas de transferência ou outros acordos que impliquem liquidações.

Área do euro: área compreendendo os Estados-membros que adoptaram o euro comomoeda única, nos termos do Tratado, e na qual será conduzida uma política monetária únicasob a responsabilidade dos órgãos de decisão do BCE (Conselho do BCE; ConselhoGeral do BCE; e Comissão Executiva do BCE).

Associação das Nações do Sudeste Asiático (”ASEAN”): organização internacionalestabelecida em 1967, constituída pela Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia e desde1984 pelo Brunei, desde 1995 pelo Vietname e desde 1997 pelo Myanmar e pelo Laos. Entreos principais objectivos desta Associação estão a promoção do desenvolvimento económico esocial nos países membros bem como a cooperação económica e o comércio entre os seusmembros.

BCE (Banco Central Europeu): o BCE terá personalidade jurídica e assegurará que asatribuições cometidas ao SEBC sejam executadas, quer através das suas próprias actividades,nos termos dos respectivos Estatutos, quer através dos bancos centrais nacionais.

Cartão pré-pago multi-usos: cartão pré-pago que pode ser utilizado na aquisição dediversos bens e serviços numa vasta gama de pontos de venda, tendo a possibilidade de serutilizado à escala nacional ou internacional, mas cuja utilização pode por vezes ser restrita adeterminada área. É também conhecido por porta-moedas electrónico.

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Central de Riscos de Crédito (CRC): sistema de informação destinado a fornecer àsinstituições de crédito, bancos centrais e outras autoridades de supervisão dados respeitantesao endividamento das empresas e particulares junto do sistema bancário.

Central de Valores Mobiliários (CVM): entidade que detém valores mobiliários,permitindo que as respectivas transacções se processem sob forma escritural. Os títulos físicospodem encontrar-se imobilizados na central ou existir apenas sob forma escritural (ou seja,existir apenas como registo electrónico). Além da custódia, uma central de valores mobiliáriospode efectuar operações de comparação, compensação e liquidação.

Comissão Europeia: instituição da Comunidade Europeia que assegura a aplicação dasdisposições do Tratado, dispõe de poder de iniciativa para as políticas da Comunidade,propõe legislação Comunitária e exerce poderes em áreas específicas. Na área da políticaeconómica, a Comissão formula recomendações respeitantes às orientações gerais de políticasna Comunidade e apresenta ao Conselho relatórios sobre os desenvolvimentos e políticaseconómicas. Acompanha as finanças públicas e inicia o procedimento sobre os déficesexcessivos. É composta por vinte membros e inclui dois representantes da Alemanha, Espanha,França, Itália e Reino Unido e um de cada um dos outros Estados-membros. O EUROSTAT é aDirecção-Geral da Comissão responsável pela produção das estatísticas comunitárias, atravésda recolha e do processamento sistemático de dados, produzidos principalmente pelasautoridades nacionais, no contexto de programas estatísticos comunitários globais a cinco anos.

Comissão Executiva do BCE: órgão de decisão do BCE, ao qual compete a execução dapolítica monetária, nos termos das orientações e decisões estabelecidas pelo Conselho doBCE. A Comissão Executiva é composta pelo Presidente, Vice-presidente e dois a quatromembros, nomeados de entre personalidades de reconhecida competência e com experiênciaprofissional nos domínios monetário e bancário. A nomeação é por comum acordo, dosGovernos dos Estados-membros da área do euro a nível de Chefes de Estado ou deGoverno, sob recomendação do Conselho e após este ter consultado o ParlamentoEuropeu e o Conselho do BCE.

Comité Monetário: o Comité Monetário é um órgão consultivo da Comunidade, compostopor dois representantes de cada Estado-membro, a título pessoal (regra geral, um do Governoe o outro do banco central) e dois representantes da Comissão Europeia. Este Comité foiinstituído em 1958, nos termos do artigo 105.º do Tratado da CEE. A fim de promover acoordenação das políticas dos Estados-membros na medida necessária ao funcionamento domercado único, o artigo 109.º-C do Tratado apresenta um conjunto de áreas em que o ComitéMonetário contribui para a preparação dos trabalhos do Conselho. No início da Terceira Fase(União Económica e Monetária), o Comité Monetário será dissolvido, sendo substituídopelo Comité Económico e Financeiro.

Conjunto de medidas a tomar (“implementation package”): em Julho de 1996, oConselho do IME aprovou os ”Statistical Requirements for Stage Three of Monetary Union(”Requisitos estatísticos para a Terceira Fase da União Monetária (conhecido por ”ImplementationPackage”). Este documento de trabalho disponível para o público estabeleceu em pormenor asestatísticas necessárias para que o BCE possa definir e conduzir a política monetária única.Abrangendo principalmente estatísticas monetárias, bancárias e da balança de pagamentos, incluiainda outras estatísticas financeiras, de preços e custos, das finanças públicas e estatísticaseconómicas de base.

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Conselho (da União Europeia): é composto por representantes dos Governos dosEstados-membros, geralmente os Ministros responsáveis pelos assuntos em consideração (destemodo referido geralmente como Conselho de Ministros). O Conselho, quando composto pelosMinistros das Finanças e da Economia, é normalmente designado por Conselho ECOFIN. Alémdisso, o Conselho pode reunir na composição de Chefes de Estado ou de Governo. Vertambém Conselho Europeu.

Conselho do BCE: é composto pelos membros da Comissão Executiva do BCE e pelosGovernadores dos bancos centrais nacionais dos países participantes na área do euro; será oórgão de decisão supremo do BCE que adoptará as orientações e tomará as decisõesnecessárias para assegurar o desempenho das atribuições cometidas ao SEBC pelo Tratado epelos respectivos Estatutos.

Conselho Europeu: proporciona à União Europeia o necessário incentivo para o seudesenvolvimento e define as respectivas orientações de política gerais. Reúne na composição deChefes de Estado ou de Governo dos Estados-membros e Presidente da ComissãoEuropeia. Ver também Conselho.

Conselho Geral do BCE: terceiro organismo de decisão do BCE, para além do Conselhodo BCE e da Comissão Executiva do BCE. É composto pelo Presidente e Vice-Presidentedo BCE e pelos Governadores dos bancos centrais nacionais. Assegurará o desempenho deatribuições decorrentes da situação em que nem todos os Estados-membros participam naárea do euro desde o início.

Critérios de convergência: critérios estabelecidos no n.º 1 do artigo 109.º-J do Tratado(e especificados no Protocolo N.º 6). Estes critérios são relativos ao desempenho económicono que respeita à estabilidade de preços, à situação orçamental, às taxas de câmbio e às taxasde juro de longo prazo, bem como à compatibilidade da legislação nacional, incluindo osestatutos dos BCN, com o Tratado e os Estatutos do SEBC/BCE. Os relatórios, que sãoapresentados em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 109.º-J pela ComissãoEuropeia e pelo IME, analisam a realização de um elevado grau de convergência sustentável,com base no cumprimento, por cada Estado-membro, destes critérios e da compatibilidadeacima referida.

Dinheiro electrónico: armazenagem por meio electrónico de um valor monetário nummecanismo técnico utilizado para efectuar pagamentos a entidades, à excepção da entidadeemissora, sem envolver necessariamente nessa transacção a utilização de contas bancárias; uminstrumento ao portador pré-pago é um exemplo de dinheiro electrónico.

ECOFIN: ver Conselho (da União Europeia).

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ECU (Unidade de Conta Europeia): nos termos da sua definição actual (Regulamento doConselho N.º 3320/94, de 20 de Dezembro de 1994), o ECU é um cabaz, composto pelasoma de montantes fixos de doze das quinze moedas dos Estados-membros. Nos termos doartigo 109.º-G do Tratado, esta composição permanece inalterada até ao início da TerceiraFase. O valor do ECU é calculado como uma média ponderada do valor das moedas que ocompõem. Enquanto ECU oficial, desempenha, entre outras funções, a de numerário do MTCe de activo de reserva dos bancos centrais. Os ECU oficiais são criados pelo IME através deoperações de swap a três meses contra 1/5 dos activos em dólares e ouro detidos pelos quinzebancos centrais da UE. Os ECU privados são instrumentos financeiros denominados em ECU(por exemplo, depósitos bancários ou títulos) baseados em contratos que, regra geral, fazemreferência ao ECU oficial. O valor “teórico” do ECU privado é definido com base no valor dascomponentes individuais do cabaz do ECU. No entanto, a circulação do ECU privado édiferente da do ECU “oficial” e, na prática, o valor de mercado do ECU privado pode divergirdo valor “teórico” do cabaz. A substituição do ECU privado pelo euro à taxa de 1 por 1 estádefinida no artigo 2.º do Regulamento do Conselho sobre algumas disposições relacionadascom a introdução do euro (ver (CE) N.º 1103/97 de Junho de 1997).

euro: designação da moeda europeia adoptada pelo Conselho Europeu, na reunião deMadrid de 15 e 16 de Dezembro de 1995. Será o nome usado em substituição do termogenérico ”ECU” utilizado no Tratado para se referir à Unidade de Conta Europeia.

FMCP (Facilidade a Muito Curto Prazo): linha de crédito do SME entre bancos centraispara o financiamento de intervenções em moedas do MTC.

Garantia (Colateral): activos usados como caução de reembolso em operações deempréstimos a curto prazo pelo banco central às instituições de crédito, bem como activosadquiridos às instituições de crédito pelos bancos centrais, em operações de recompra, nodecurso de cedência de liquidez ao mercado.

Grupo de Acompanhamento: grupo constituído por especialistas em câmbios dos bancoscentrais da UE que analisa, numa base regular, a evolução e as políticas económicas emonetárias, a fim de avaliar o funcionamento do SME.

Índice de Preços no Consumidor Harmonizado (IPCH): o Protocolo N.º 6 relativoaos critérios de convergência a que se refere o n.º 1 do artigo 109.º-J do Tratado queinstitui a Comunidade Europeia estipula que a convergência dos preços seja medida por índicesde preços no consumidor, calculados numa base comparável, tomando em consideração asdiferenças nas definições nacionais. Embora as actuais estatísticas de preços no consumidor nosEstados-membros se baseiem largamente em princípios semelhantes, existem diferençasconsideráveis a nível de pormenor que afectam a comparabilidade dos resultados nacionais.Para cumprir este requisito do Tratado, a Comissão Europeia (EUROSTAT), em estreitacolaboração com os Institutos Nacionais de Estatística e o IME, tem vindo a desenvolver umtrabalho conceptual de harmonização das estatísticas de preços no consumidor. O Índice dePreços no Consumidor Harmonizado é o resultado desses esforços.

Intervenção intra-marginal: intervenção efectuada por um banco central para influenciar ataxa de câmbio da respectiva moeda dentro das margens de flutuação do MTC.

Intervenção nas margens: intervenção obrigatória efectuada pelos bancos centrais cujasmoedas se encontram respectivamente no limite inferior e superior das respectivas margensde flutuação no MTC.

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Leilões a taxa fixa: leilões em que é previamente fixada uma taxa de juro pelo banco central,apresentando as contrapartes participantes propostas dos montantes que pretendem transaccionarà taxa de juro que foi fixada. Ver também leilões a taxa variável.

Leilões a taxa variável: leilões nos quais as contrapartes apresentam propostas quer domontante que pretendem transaccionar com o banco central, quer da taxa de juro à qualpretendem efectuar a transacção. Ver também leilões a taxa fixa.

Leilões “normais”: leilões a utilizar pelo SEBC nas suas operações regulares de open marketou para a emissão de títulos de dívida. Os leilões ”normais” são realizados num período de 24horas. Todas as contrapartes que preencham os critérios gerais de elegibilidade poderãoapresentar propostas nos leilões ”normais”.

Leilões “rápidos”: leilões a utilizar pelo SEBC em operações de fine-tuning sempre que serevele necessário obter um impacto rápido sobre a situação de liquidez no mercado. Os leilões”rápidos” são efectuados no espaço de uma hora e são restritos a um conjunto reduzido decontrapartes.

Ligações entre os sistemas de liquidação de títulos: procedimento existente entre doissistemas de liquidação de títulos destinado à transferência transnacional de títulos, através deum processo escritural (sem transferência física de títulos).

Margens de flutuação do MTC: limites inferior e superior das taxas de câmbio bilaterais,dentro dos quais as moedas participantes no MTC podem flutuar.

Mecanismo de interligação (“Interlinking”): um dos componentes da arquitectura dosistema TARGET. O termo interlinking é usado para designar as infra-estruturas e práticasutilizadas nas ligações entre os SLBTR nacionais no processamento de pagamentostransnacionais através do sistema TARGET.

Modelo de banco central correspondente (CCBM): facilidade a utilizar na transferênciade garantias a nível transnacional em operações de crédito do SEBC. Neste modelo, os bancoscentrais nacionais manterão contas de títulos entre si. Em conformidade, os BCN podem actuarcomo depositários locais entre si.

Moeda escritural: toda a moeda sob a forma de registo contabilístico e que, porconseguinte, não circula sob a forma de notas de banco e moedas metálicas.

Moeda fiduciária: respeita a notas de banco e moedas metálicas. Estes meios de pagamentosão designados “fiduciários” em virtude do seu valor se basear na confiança que o detentordeposita no emissor da moeda.

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MTC (Mecanismo de Taxas de Câmbio): o mecanismo de taxas de câmbio e deintervenção do SME define a taxa de câmbio das moedas participantes em termos de uma taxacentral em relação ao ECU. Estas taxas centrais são utilizadas para estabelecer uma grelha detaxas de câmbio bilaterais entre as moedas participantes. As taxas de câmbio podem flutuar emtorno das taxas centrais bilaterais no interior das margens de flutuação do MTC.Estas margens foram definidas em ±15% desde 2 de Agosto de 1993. Em resultado de umacordo bilateral entre a Alemanha e os Países Baixos, as margens de flutuação entre o marcoalemão e o florim holandês foram mantidas em ±2.25%. Os ajustamentos das taxas centraisdependem de acordo mútuo entre todos os países participantes no MTC (ver tambémrealinhamento).

MTC II: mecanismo de taxas de câmbio sucessor do actual MTC, que constituirá o quadropara a cooperação da política cambial entre a área do euro e os Estados-membros que nãoparticipam na área do euro desde o início da Terceira Fase. A adesão será voluntária; noentanto, espera-se que os Estados-membros da UE que beneficiam de uma derrogação venhama aderir ao mecanismo. Os princípios básicos e características operacionais foram acordados nareunião do Conselho Europeu que teve lugar em Dublin, em 13 e 14 de Dezembro de1996. Na Cimeira de Amsterdão, realizada em 16 e 17 de Junho de 1997, foi adoptada umaResolução do Conselho Europeu relativa ao estabelecimento de um mecanismo cambial naterceira fase da UEM; foi concluído um projecto de acordo entre o BCE e os BCN nãopertencentes à área do euro, o qual será adoptado pelo BCE após a sua instituição.

Operação de swap de divisas: transação simultânea à vista e a prazo de uma moeda emrelação a outra. O SEBC executará operações de open market da política monetária sob aforma de operações de swap de divisas nas quais os BCN (ou o BCE) compram (ou vendem)euro à vista contra uma moeda estrangeira e, ao mesmo tempo, vendem (ou compram) amesma moeda a prazo. Este instrumento será igualmente utilizado na gestão das reservascambiais do SEBC.

Pagamentos de importâncias avultadas: pagamentos de importâncias, geralmente muitoelevadas, efectuados principalmente entre instituições de crédito ou entre participantes nosmercados financeiros e que normalmente requerem uma liquidação urgente e atempada.

Países da Europa Central e Oriental (PECO): expressão utilizada na Comunidade paradesignar os países da Europa central e de leste com os quais a Comunidade Europeiaestabeleceu tratados de associação. Estes países associados da Europa central e de lestecompreendem actualmente a Bulgária, a República Checa, a Estónia, a Hungria, a Letónia, aLituânia, a Polónia, a Roménia, a República da Eslováquia e a Eslovénia. Na Primavera de 1998, aComunidade deu início à avaliação do ”acervo Comunitário” com todos os países da Europacentral e de leste, embora as negociações de adesão apenas se encontrem abertas à RepúblicaCheca, Estónia, Hungria, Polónia e Eslovénia (e Chipre).

Países do EEE (Espaço Económico Europeu): Estados-membros da UE e Islândia,Liechtenstein e Noruega.

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Parlamento Europeu: é composto por 626 representantes dos cidadãos dos Estados-membros. Faz parte do processo legislativo, embora dispondo de prerrogativas diferentes,consoante os procedimentos através dos quais a legislação da União Europeia é promulgada.No contexto da UEM, o Parlamento dispõe principalmente de poderes consultivos. Noentanto, o Tratado estabelece determinados procedimentos relativamente à responsabilidadedemocrática do BCE perante o Parlamento (apresentação do relatório anual, debates sobre apolítica monetária e audição dos comités parlamentares competentes).

Período de referência: intervalo de tempo especificado no n.º 2, alínea a) do artigo 104.º-Cdo Tratado e no Protocolo N.º 6 relativo aos critérios de convergência para analisar osprogressos efectuados no sentido da convergência.

Porta-moedas electrónico: cartão pré-pago multi-usos que pode eventualmente serutilizado a nível nacional ou internacional, mas por vezes tem uso restrito a determinada área.

Procedimento de Concertação: procedimento que assegura a troca de informações sobrea evolução dos mercados entre os especialistas em câmbios dos bancos centrais que pertencemao Grupo de Concertação (Estados-membros da UE, Canadá, Japão, Noruega, Suíça e EstadosUnidos). Este procedimento permite a realização de sessões telefónicas diárias regulares e dereuniões periódicas entre os especialistas dos bancos centrais.

Programas de convergência: planos governamentais e hipóteses a médio prazo respeitantesà evolução das variáveis económicas fundamentais para o cumprimento dos valores dereferência indicados no Tratado. No que respeita às situações orçamentais, são salientadasmedidas para consolidar os saldos orçamentais e os cenários económicos subjacentes. Osprogramas de convergência cobrem normalmente um período de três a quatro anos, sendoregularmente actualizados durante esse período. São examinados pela Comissão Europeia epelo Comité Monetário. Estes relatórios servem de base à avaliação pelo ConselhoECOFIN. Após o início da Terceira Fase da União Económica e Monetária, os Estados-membros que beneficiam de uma derrogação continuarão a apresentar programas deconvergência, enquanto os países participantes na área do euro terão que apresentarprogramas anuais de estabilidade, em conformidade com o disposto no Pacto de Estabilidade eCrescimento.

Rácio da dívida: trata-se de um dos critérios de convergência orçamentalestabelecidos no n.º 2 do artigo 104.º-C do Tratado. É definido como ”a relação entre a dívidapública e o produto interno bruto a preços de mercado”; a dívida pública encontra-se definida noProtocolo N.º 5 (sobre o procedimento relativo aos défices excessivos) como ”dívidaglobal bruta, em valor nominal, existente no final do exercício, e consolidada pelos diferentessectores do Governo”.

Rácio do défice: trata-se de um dos critérios de convergência orçamental estabelecidono n.º 2 do artigo 104.º-C do Tratado. É definido como ”a relação entre o défice orçamentalprogramado ou verificado e o produto interno bruto” a preços de mercado; o défice orçamentalé definido no Protocolo N.º 5 (sobre o procedimento relativo aos défices excessivos)como ”empréstimos líquidos contraídos pelo Governo”.

Realinhamento: alteração da taxa central do ECU e das taxas centrais bilaterais deuma ou mais moedas participantes no MTC.

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Redenominação de títulos: a denominação de um título é a moeda em que é expresso oseu valor nominal (na maioria dos casos, o valor facial de um certificado). Redenominaçãorefere-se a um processo pelo qual a denominação original de um título, emitido em moedanacional, é convertida em euro, às taxas de conversão irrevogavelmente fixadas.

Regra sobre a repartição de prejuízos (ou acordo sobre a repartição deprejuízos): acordo entre participantes num sistema de transferências ou acordo decompensação relativo à atribuição de quaisquer prejuízos que surjam quando um ou maisparticipantes deixam de cumprir as respectivas obrigações; no acordo é estipulada a formacomo os prejuízos serão repartidos entre as partes envolvidas, no caso do acordo serexecutado.

Risco de liquidação: expressão de carácter geral utilizada para designar o risco de umaliquidação num sistema de transferência não se realizar da forma esperada. Este risco podecompreender tanto o risco de crédito como o de liquidez.

SEBC (Sistema Europeu de Bancos Centrais): o SEBC é constituído pelo BCE e pelosbancos centrais nacionais dos Estados-membros. O seu objectivo primordial consiste namanutenção da estabilidade de preços. As suas atribuições principais são definir e executar apolítica monetária da área do euro, deter e gerir as reservas cambiais oficiais dos Estados-membros participantes e realizar operações cambiais e promover o regular funcionamento dossistemas de pagamentos na área do euro. O SEBC contribuirá igualmente para a conduçãoharmoniosa das políticas seguidas pelas autoridades competentes no que respeita à supervisãoprudencial das instituições de crédito e à estabilidade do sistema financeiro.

Segunda Directiva de Coordenação Bancária: Directiva adoptada em 15 deDezembro de 1989 (89/646/CEE), relativa à coordenação de disposições legislativas,regulamentares e administrativas respeitantes ao início e execução das actividades dasinstituições de crédito estabelecidas na UE. Introduz alterações à Primeira Directiva deCoordenação Bancária adoptada em 1977 (77/780/CEE).

Sistema de entrega-contra-pagamento: mecanismo utilizado num sistema de liquidaçãode títulos que assegura que a transferência definitiva de um activo só é efectuada pós atransferência definitiva de outro(s) activo(s). Estes podem incluir títulos ou outros instrumentosfinanceiros.

Sistema de liquidação pelos valores líquidos (SLVL): sistema de transferência defundos, cujas operações de liquidação são efectuadas numa base líquida bilateral oumultilateral.

Sistema de liquidação de títulos: sistema que permite a transferência de títulos,gratuitamente ou contra pagamento.

Sistema de Transferência de Fundos (STF): acordo formal, tendo por base um contratoprivado ou diploma legal, com vários participantes, regras comuns e acordos normalizados, comvista à transmissão e liquidação de compromissos monetários assumidos entre os respectivosmembros.

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Sistema TARGET (Transferências Automáticas Transnacionais de Liquidaçõespelos Valores Brutos em Tempo Real): sistema de pagamentos composto por umSLBTR em cada Estado-membro participante na área do euro no início da Terceira Fase daUnião Económica e Monetária. Os SLBTR nacionais estarão ligados entre si através domecanismo de interligação (Interlinking) por forma a permitir o processamento depagamentos transnacionais no próprio dia em toda a área do euro. Os SLBTR dos países nãoparticipantes podem também estar ligados ao sistema TARGET, mas apenas para processareuro.

SITF (Sistema Interbancário de Transferência de Fundos): sistema detransferência de fundos cujos participantes são na sua maioria (ou na sua totalidade)instituições de crédito.

SLBTR (Sistema de liquidação por bruto em tempo real) (“RTGS”): sistema deliquidação no qual o processamento e a liquidação são efectuados por ordem de chegada (semcompensação) ou em tempo real (em contínuo). Ver também sistema TARGET.

SME (Sistema Monetário Europeu): foi criado em 1979, nos termos da Resolução doConselho Europeu, de 5 de Dezembro de 1978, relativa ao estabelecimento do SME equestões relacionadas. O Acordo de 13 de Março de 1979 entre os bancos centrais dosEstados-membros da Comunidade Económica Europeia estipula os procedimentos operacionaispara o SME. O seu objectivo é reforçar a cooperação da política monetária entre os países daComunidade, visando a criação de uma zona de estabilidade monetária na Europa. Os principaiscomponentes do SME são: o ECU, o mecanismo de taxas de câmbio e de intervenção (MTC)e diversos mecanismos de crédito.

Taxa central bilateral: taxa de câmbio oficial entre cada par de moedas participantes noMTC, em torno da qual são definidas as margens de flutuação do MTC.

Taxas de câmbio efectivas (nominais/reais): em termos nominais, as taxas de câmbioefectivas consistem numa média ponderada de várias taxas de câmbio bilaterais. As taxas decâmbio efectivas reais são taxas de câmbio efectivas nominais deflacionadas por uma médiaponderada de preços ou custos externos em relação aos internos. Constituem, pois, medidasda competitividade dos preços e custos de um país. A escolha das moedas e dos pesos reflectea questão económica em análise. As medidas mais frequentemente usadas das taxas de câmbioefectivas utilizam ponderações baseadas no comércio externo.

Taxas de juro de longo prazo harmonizadas: o Protocolo N.º 6 relativo aos critériosde convergência a que se refere o n.º 1 do artigo 109.º-J do Tratado que institui aComunidade Europeia estipula que a convergência das taxas de juro seja medida através dastaxas de juro de obrigações da dívida pública a longo prazo ou de títulos do Tesourocomparáveis, tomando em consideração as diferenças nas definições nacionais. Para cumprir osrequisitos do Tratado, o IME tem vindo a desenvolver um trabalho conceptual relativo àharmonização das estatísticas das taxas de juro de longo prazo e recolhe regularmente dadosdos bancos centrais nacionais, em nome da Comissão Europeia (EUROSTAT). No presenterelatório são utilizados dados integralmente harmonizados.

Transacção de recompra: operação na qual o banco central compra ou vende activos, aoabrigo de um acordo de recompra, ou conduz operações de crédito contra garantia.

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Tratado: o termo refere-se ao Tratado que institui a Comunidade Europeia. O Tratado foiassinado em Roma a 25 de Março de 1957 e entrou em vigor a 1 de Janeiro de 1958. Instituiua Comunidade Económica Europeia (CEE) e é geralmente referido como “Tratado de Roma”. OTratado da União Europeia foi assinado em Maastricht (sendo portanto geralmente referidocomo “Tratado de Maastricht”) a 7 de Fevereiro de 1992 e entrou em vigor a 1 de Novembrode 1993. Introduziu alterações no Tratado CEE que é agora referido como o Tratado queestabelece a Comunidade Europeia. O Tratado da União Europeia será alterado pelo ”Tratadode Amsterdão”, assinado em Amsterdão em 2 de Outubro de 1997, encontrando-se em fasede ratificação.

UEM: ver União Económica e Monetária.

União Económica e Monetária (UEM): o Tratado descreve o processo para alcançar aunião económica e monetária da UE em três fases. A Primeira Fase da UEM, iniciada em Julho de1990 e terminada a 31 de Dezembro de 1993, foi caracterizada principalmente pela totalliberalização dos movimentos de capitais na UE. A Segunda Fase da UEM, iniciada a 1 de Janeirode 1994, originou, entre outras medidas, a criação do Instituto Monetário Europeu, a proibiçãodo financiamento monetário e do acesso privilegiado do sector público às instituições financeirase ainda evitar défices excessivos. A Terceira Fase terá o seu início a 1 de Janeiro de 1999, deacordo com a decisão tomada nos termos do n.º 4 do artigo 109º-J, com a transferência dacompetência monetária para o SEBC e a criação do euro.

Valor de referência: o Protocolo N.º 5 do Tratado, sobre o procedimento relativo aosdéfices excessivos, estabelece valores de referência explícitos para o rácio do défice (3% doPIB) e para o rácio da dívida (60% do PIB), enquanto o Protocolo N.º 6, relativo aos critériosde convergência, especifica a metodologia a aplicar no cálculo dos valores de referênciarelevantes para a análise da convergência dos preços e da taxa de juro de longo prazo.

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20 Datas em que as medidas de política monetária foram anunciadas.

2 de Janeiro O Oesterreichische Nationalbank passa a conduzir leilões semanaisregulares com uma maturidade de 14 dias, em vez de sete dias, eintroduz igualmente algumas alterações na estrutura das linhas derefinanciamento.

13 de Janeiro O Banco de Portugal reduz em 0.2 pontos percentuais a taxa dosacordos de recompra (operações regulares de cedência de liquidez peloperíodo de constituição de disponibilidades mínimas de caixa), fixando-aem 6.5%.

16 de Janeiro O Banco de España reduz em 0.25 pontos percentuais a taxa oficial dosacordos de recompra a 10 dias, fixando-a em 6.0%.

21 de Janeiro A Banca d’Italia reduz em 0.75 pontos percentuais a taxa de desconto ea taxa dos adiantamentos a prazo fixo (ou taxa lombarda), fixando-asem 6.75% e 8.25%, respectivamente.

30 de Janeiro A Banque de France baixa em 0.05 pontos percentuais a taxa deintervenção, fixando-a em 3.1%.

12 de Fevereiro O Banco da Grécia passa a conduzir leilões semanais regulares, sob aforma de leilão de taxa de juro (sistema americano) ou leilões dequantidade destinados à captação de depósitos de instituições decrédito e para a compra/venda de títulos com acordo de recompra/revenda, ambos com uma maturidade de 14 dias. No primeiro leilão ataxas variáveis, foi utilizada uma taxa média ponderada de colocação de12.14%.

13 de Fevereiro A Banque de France anuncia a isenção de reservas mínimas de caixa paratodas as responsabilidades para com entidades do sector não bancáriorelacionadas com acordos de recompra de títulos com prazos até umano.

14 de Fevereiro O Banco da Grécia baixa em 1 ponto percentual a taxa de desconto e ataxa lombarda, fixando-as em 15.5% e 20.0%, respectivamente, e a taxade intervenção ”overnight” em 0.5 pontos percentuais, fixando-a em11.9%.

19 de Fevereiro O leilão semanal do Banco da Grécia para depósitos a 14 dias registouuma descida de 0.19 pontos percentuais na taxa média ponderada decolocação para 11.95%.

27 de Fevereiro O De Nederlandsche Bank sobe em 0.2 pontos percentuais a taxa dosadiantamentos especiais, fixando-a em 2.7%.

Cronologia das medidas de política monetária tomadasna UE em 1997 20

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3 de Março O Bank of England introduz novas operações de intervenção diária a fimde fixar a taxa de juro oficial e de ceder liquidez aos bancos queefectuam operações de compensação. Estas operações foram alargadas,por forma a abranger as obrigações de recompra de títulos do Estado eoutros tipos de instrumentos de dívida elegíveis, assim como umconjunto mais amplo de contrapartes, incluindo os bancos (à excepçãodos bancos de redesconto) e as sociedades de valores mobiliários.

10 de Março O De Nederlandsche Bank sobe a taxa dos adiantamentos em 0.5 pontospercentuais, fixando-a em 2.5% e a taxa dos adiantamentos especiais em0.2 pontos percentuais, fixando-a em 2.9%.

14 de Março O Banco de España reduz em 0.25 pontos percentuais a taxa oficial dosacordos de recompra a 10 dias, fixando-a em 5.75%.

28 de Março O Banco da Grécia introduz uma facilidade de depósito ”overnight”. Osdepósitos até um montante máximo global de GRD 300 mil milhões sãoremunerados a uma taxa de 11.9% e os restantes a 9.9%. O montantemáximo global é atribuído às instituições de crédito com base nas quotasem relação ao mercado interno.

2 de Abril O Banco da Grécia conduz o leilão semanal para depósitos a 14 dias auma taxa de 11.9%, o que implica uma redução de 0.05 pontospercentuais na referida taxa.

11 de Abril O Banco de Portugal reduz a taxa dos acordos de recompra em 0.2pontos percentuais para 6.3%, a taxa de absorção de liquidez em 0.4pontos percentuais para 5.8% e a taxa da facilidade diária de cedênciade liquidez em 0.5 pontos percentuais para 7.8%.

15 de Abril O Banco de España baixa em 0.25 pontos percentuais a taxa oficial dosacordos de recompra a dez dias, fixando-a em 5.5%.

28 de Abril O Banco de España passa a aceitar garantias em complemento das suasoperações de recompra. Os activos usados como caução são oscertificados do Banco de España, activos de rendimento fixo públicos eprivados e acções de entidades do sector não bancário.

1 de Maio O Danmarks Nationalbank decide abolir os limites (introduzidos em1992) à remuneração dos depósitos em conta corrente detidos juntodo banco central pelas contrapartes da política monetária.O Central Bank of Ireland sobe em 0.5 pontos percentuais a taxa dafacilidade de cedência de liquidez a curto prazo, fixando-a em 6.75%.

6 de Maio O Bank of England anuncia um aumento de 0.25 pontos percentuais nataxa dos acordos de recompra, fixando-a em 6.25%. O Ministro dasFinanças anuncia que é concedida liberdade operacional ao Bank ofEngland, no que respeita à fixação das taxas de juro. As decisõesoperacionais serão tomadas pelo recém-criado Comité de PolíticaMonetária, o qual é constituído pelo Governador, dois Vice--Governadores e seis outros membros.

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9 de Maio O Banco de Portugal reduz a taxa dos acordos de recompra em 0.3pontos percentuais para 6.0% e em 0.1 pontos percentuais a taxa deabsorção de liquidez e a taxa da facilidade diária de cedência de liquidez,fixando-as em 5.7% e em 7.7%, respectivamente.

12 de Maio O Banco da Grécia baixa em 1 ponto percentual a taxa de desconto, ataxa lombarda e a taxa dos descobertos, fixando-as em 14.5%, 19.0% e24.0%, respectivamente.

16 de Maio O Banco de España baixa em 0.25 pontos percentuais a taxa dosacordos de recompra a dez dias, fixando-a em 5.25%.

23 de Maio O De Nederlandsche Bank introduz alterações nos seus instrumentos depolítica monetária: a cláusula de média é transferida da linha de créditodos adiantamentos para as reservas obrigatórias remuneradas junto dobanco central, cujo montante é fixado antecipadamente para um períodode quatro ou cinco semanas; o limite máximo de endividamento porbanco ao abrigo dessa linha de crédito passa de montantes médios commaturidade superior a três meses para montantes fixos com maturidadesno mínimo de um mês e no máximo de três meses; o nome da linha decrédito dos adiantamentos é alterado para linha de crédito dosadiantamentos a prazo fixo, embora a taxa se mantenha inalterada em2.5%; é introduzida uma linha de crédito marginal, cuja taxa é de 4.5%; ataxa dos adiantamentos especiais mantém-se inalterada em 2.9%.

6 de Junho O Bank of England sobe em 0.25 pontos percentuais a taxa dos acordosde recompra, fixando-a em 6.5%.

27 de Junho A Banca d’Italia reduz em 0.5 pontos percentuais a taxa de desconto ea taxa dos adiantamentos a prazo fixo (ou taxa lombarda), fixando-asem 6.25% e 7.75%, respectivamente. Além disso, a taxa de remuneraçãodas reservas de caixa é reduzida de 5.5 para 4.5%.

10 de Julho O Bank of England sobe em 0.25 pontos percentuais a taxa dosacordos de recompra, fixando-a em 6.75%.

11 de Julho O De Nederlandsche Bank sobe em 0.1 pontos percentuais a taxa dosadiantamentos especiais, fixando-a em 3.0%.O Banco de Portugal reduz a taxa para operações regulares de cedênciade liquidez pelo período de constituição de disponibilidades mínimas decaixa, a taxa de absorção de liquidez e a taxa da facilidade diária decedência de liquidez em 0.3 pontos percentuais, fixando-as em 5.7%,5.4% e 7.4%, respectivamente.

21 de Julho O Banco de Portugal passa a aceitar instrumentos de dívida privadacomo garantia nas suas operações de open market, desde que osmesmos respeitem determinados requisitos.

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24 de Julho O Banco da Grécia baixa em 0.3 pontos percentuais as duas taxas dasmodalidades de depósito (taxa básica e taxa mínima), fixando-as em11.6% e 9.6%, respectivamente.

7 de Agosto O Bank of England sobe em 0.25 pontos percentuais a taxa dosacordos de recompra, fixando-a em 7.0%.

14 de Agosto O Banco da Grécia reduz em 0.3 pontos percentuais a taxa damodalidade de depósito (taxa básica), fixando-a em 11.3%, com efeito apartir de 18 de Agosto.

18 de Agosto O Banco de Portugal reduz a taxa dos acordos de recompra, a taxa deabsorção de liquidez e a taxa da facilidade diária de cedência de liquidezem 0.2 pontos percentuais, fixando-as em 5.5%, 5.2% e 7.2%,respectivamente.

15 de Setembro O Suomen Pankki sobe em 0.25 pontos percentuais a taxa de leilão,fixando-a em 3.25%.

3 de Outubro O Banco de España baixa em 0.25 pontos percentuais a taxa oficial dosacordos de recompra a dez dias, fixando-a em 5.0%.

7 de Outubro O Banco da Grécia reduz em 0.4 pontos percentuais a taxa damodalidade de depósito (taxa básica), fixando-a em 10.9%.

9 de Outubro A Banque Nationale de Belgique sobe em 0.3 pontos percentuais a taxacentral e a taxa dos adiantamentos normais do fim de dia, fixando-as em3.3% e 4.55%, respectivamente, enquanto que a taxa de desconto éaumentada 0.25 pontos percentuais, para 2.75%.O Danmarks Nationalbank sobe em 0.25 pontos percentuais a taxa doscertificados de depósito a 14 dias e a taxa de desconto, fixando-as em3.75% e 3.5%, respectivamente.O Deutsche Bundesbank anuncia que os dois próximos acordos derecompra de títulos (a 15 e 22 de Outubro) serão efectuados a umataxa fixa de 3.3% (ou seja, um aumento de 0.3 pontos percentuais).A Banque de France sobe em 0.2 pontos percentuais a taxa deintervenção, fixando-a em 3.3%.O De Nederlandsche Bank sobe a taxa dos adiantamentos especiais em0.3 pontos percentuais para 3.3% e a taxa dos adiantamentos fixos em0.25 pontos percentuais para 2.75%.O Oesterreichische Nationalbank anuncia um aumento de 0.2 pontospercentuais na taxa dos acordos de recompra, fixando-a em 3.2%.

24 de Outubro O Central Bank of Ireland anuncia que vai introduzir cláusulas de médianas reservas mínimas. A fim de maximizar a utilização das referidascláusulas de média, irá conduzir operações de recompra semanais emprocesso de leilão a taxa fixa ou a taxa variável, pelo período de duassemanas, com início a 20 de Novembro.

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31 de Outubro O Banco da Grécia introduz uma sobretaxa diária de 0.4% que seráaplicada - além da taxa anual de 24% da linha de crédito a descoberto -aos saldos devedores das contas correntes detidas pelos bancos juntodo banco central.

3 de Novembro O Suomen Pankki reduz a maturidade dos leilões do mercadomonetário de um mês para duas semanas. O dia normal de liquidaçãodesses leilões será o dia útil seguinte ao dia da transacção. A maturidadedo crédito de liquidez é reduzida de sete dias para um dia. São abolidosos limites impostos ao montante de liquidez concedido ao abrigo dalinha de crédito marginal.

6 de Novembro O Bank of England sobe em 0.25 pontos percentuais a taxa dos acordosde recompra, fixando-a em 7.25%.

18 de Novembro O Banco de Portugal reduz a taxa dos acordos de recompra em 0.2pontos percentuais para 5.3% e em 0.3 pontos percentuais a taxa deabsorção de liquidez e a taxa da facilidade diária de cedência de liquidez,fixando-as em 4.9% e 6.9%, respectivamente.

20 de Novembro O Central Bank of Ireland passa a conduzir leilões semanais com umamaturidade de duas semanas. A primeira operação de recompra éconduzida a uma taxa fixa de 6.19%.

11 de Dezembro O Sveriges Riksbank sobe em 0.25 pontos percentuais a taxa dosacordos de recompra, fixando-a em 4.35%, com efeito a partir de 16 deDezembro.

15 de Dezembro O Banco de España baixa em 0.25 pontos percentuais a taxa oficial dosacordos de recompra a dez dias, fixando-a em 4.75%.

18 de Dezembro O Deutsche Bundesbank fixa em 3-6% o intervalo programado para ocrescimento do agregado monetário M3, em 1998, o que compara com3.5-6.5% em 1997.

23 de Dezembro A Banca d’Italia baixa em 0.75 pontos percentuais a taxa de desconto ea taxa dos adiantamentos a prazo fixo (ou taxa lombarda), fixando-asem 5.5% e 7.0%, respectivamente.

29 de Dezembro O Banco da Grécia reduz de 0.4 para 0.2% a sobretaxa diária que seráaplicada - além da taxa anual de 24% da linha de crédito a descoberto -aos novos aumentos dos saldos devedores das contas correntes detidaspelos bancos junto do banco central.

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21 Desde o início de 1997.22 Foi divulgado em Março de 1996 um relatório sobre a evolução em 1995.23 A primeira edição deste relatório anual foi publicada em Fevereiro de 1991.

Outras publicações do IME 21

“The single monetary policy in Stage Three - Specification of the operational framework”,Janeiro de 1997.

“Payment systems in the European Union - Addendum incorporating 1995 figures” (“LivroAzul” adenda), Janeiro de 1997.

“The single monetary policy in Stage Three - Elements of the monetary policy strategy ofthe ESCB”, Fevereiro de 1997.

“EU securities settlement systems - Issues related to Stage Three of EMU”, Fevereiro de1997.

“Differences between national changeover scenarios and the potential need for harmonisedaction: Common policy messages”, Março de 1997.

“Developments in EU payment systems in 1996”, Março de 1997.22

“Recent developments in the use of the private ECU: statistical survey”, Abril de 1997.23

“European money and banking statistical methods 1996”, Abril de 1997.

“Annual Report 1996”, versão portuguesa “Relatório Anual 1996”, Abril de 1997.

“Common market standards for money market and foreign exchange transactions:Updated policy messages”, Julho de 1997.

“Selection and further development of the euro banknote designs”, Julho de 1997.

“The single monetary policy in Stage Three: General documentation on ESCB monetarypolicy instruments and procedures”, Setembro de 1997.

“The European Monetary Institute”, Setembro de 1997.

“Sponsoring by the ESCB of an overnight reference interest rate in Stage Three of EMU”,Setembro de 1997.

“Second progress report on the TARGET project”, Setembro de 1997.

“Provisional list of Monetary Financial Institutions as at December 1996”, Setembro de1997.

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24 Dirigido aos BCN; disponível a título informativo para outras partes interessadas.

“Legal convergence in the Member States of the European Union - As at August 1997”,Outubro de 1997.

“Addendum to the provisional list of Monetary Financial Institutions. Money market fundsas at December 1996”, Dezembro de 1997.

“European Union Balance of Payments (Capital and Financial Account) StatisticalMethods”, Janeiro de 1998.

“Payment systems in the European Union - Addendum incorporating 1996 figures” (“LivroAzul” adenda), Janeiro de 1998.

“Standards for the use of Securities Settlement Systems in ESCB credit operations”, Janeirode 1998.

“Final List of Monetary Financial Institutions”, Março de 1998.

“Convergence Report - Report required by Article 109j of the Treaty establishing theEuropean Community”, versão portuguesa “Relatório de Convergência - Relatório nostermos do Artigo 109º.J do Tratado que estabelece a Comunidade Europeia”, Março de1998.

“List of Monetary Financial Institutions - As at December 1997”, Abril de 1998.

“Money and Banking Statistics Sector Manual - Guidance for the statistical classification ofcustomers”, Abril de 1998.

“Money and Banking Statistics Compilation Guide - Guidance provided to NCBs for thecompilation of money and banking statistics for submission to the ECB”, Abril de 1998.24

“TARGET information brochure”, Maio de 1998.

Página do IME na Internet: Em Janeiro de 1998, o IME inaugurou a sua página na WorldWide Web, a fim de facilitar a divulgação de informação junto do público em geral, porparte do IME. A página do IME (http://www.ecb.int) permite o acesso a textos dediscursos feitos recentemente e aos relatórios publicados pelo IME.