luis de camões 1

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Luís Vaz de Camões Nascimento1524 ou 1525 Falecimento 1580

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OS Lusíadas

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Page 1: Luis de camões 1

Luís Vaz de Camões

Nascimento1524 ou 1525Falecimento 1580

Page 2: Luis de camões 1

Obra

3 gêneros

TeatroAutos

LíricaSonetos

Épica “Os Lusíadas”

Page 3: Luis de camões 1

O teatro camoniano

El –Rei SeleucoAuto de Filodemo

Anfitriões

O teatro de Camões é inferior à sua lírica e à sua épica. Ele deixou três autos:

com características vicentinas

uma composição à moda clássica.

Page 4: Luis de camões 1

a Lírica

*A obra lírica de Camões foi publicada postumamente, em 1595, sob o título Rimas.

A poesia de Camões marca a transição da medida velha (usada na tradição medieval)

para a medida nova (soneto).

Luís Vaz de Camões é considerado o maior poeta renascentista português e uma das mais expressivas vozes de nossa língua.

Page 5: Luis de camões 1

Cantiga       A este mote alheio:       Menina dos olhos verdes,       por que me não vedes? Eles verdes são,       e têm por usança       na cor, esperança e       nas obras, não.       Vossa condição       não é d’olhos verdes,       porque me não vedes.

Haviam de ser,       por que possa vê-los       que uns olhos tão belos       não se hão de esconder;       mas fazeis-me crer       que já não são verdes,       porque me não vedes. Verdes não o são       no que alcanço deles;       verdes são aqueles       que esperança dão,       Se na condição está serem verdes Por que não me vedes?

Nem sempre os poemas em medida velha desenvolvem temas ingênuos e graciosos, como o da “menina dos olhos verdes”. Camões freqüentemente versa em redondilhas os mesmos temas graves e dramáticos de seus sonetos.

*medida velha

Page 6: Luis de camões 1

*Medida Nova:2 quartetos

2 tercetos

Busque Amor novas artes, novo engenho       para matar-me, e novas esquivanças;

      que não pode tirar-me as esperanças,

      que mal me tirará o que eu não tenho.

      Olhai de que esperanças me mantenho!

      Vede que perigosas seguranças!

      Que não temo contrastes nem mudanças,

      andando em bravo mar, perdido o lenho.

      Mas, conquanto não pode haver desgosto

      onde esperança falta, lá me esconde

      Amor um mal, que mata e não se vê.

      Que dias há que n’alma me tem posto

      um não sei quê, que nasce não sei onde,

      vem não sei como, e dói não sei por quê.

4 versos

4 versos

3 versos

3 versos

Page 7: Luis de camões 1

Os temas de Camões

Observando a temática utilizada por Camões em sua poesia, pode-se dividi-la em:

NeoplatonismoAmoroso

Reflexão Filosófica

Temas

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Platão + CamõesAmor, no ideal platônico, não se fundamenta num

interesse material, mas na virtude.

Platão defendia que o verdadeiro Amor nunca deveria ser concretizado,

pois quando se ama tende-se a cultuar a pessoa amada

com as virtudes do que é perfeito.

Quando esse amor é concretizado, aparecem os

defeitos de caráter da pessoa

amada.

Page 9: Luis de camões 1

Neoplatonismo

Camões cultivou o ideal Platônico (de Platão): o Amor -com maiúscula- é um ideal superior, único e perfeito, o Bem supremo pelo qual ansiamos. Mas, seres decaídos e imperfeitos, somos incapazes de atingir esse ideal. Resta-nos a contingência do amor físico (com minúscula), simples imitação do Amor ideal. A constante tensão entre esses dois pólos gera toda a angústia e insatisfação da alma humana.      

Amor x amor

Superior

Perfeito

Divino

Físico

Superficial

humano

Page 10: Luis de camões 1

Amor platônicoEu sou apenas alguémou ate mesmo ninguémtalvez alguém invisívelque a admira a distanciasem a menor esperançade um dia tornar-me visívele você?você é o motivodo meu amanhecere a minha angustiaao anoitecervocê é o brinquedo caroe eu a criança pobreo menino solitário

que quer ter o que não podedono de um amor sublimemas culpado por querê-lacomo quem a olha na vitrinemas jamais poderá tê-laeu sei de todas as suas tristezase alegrias

mas você nada sabe...

nem da minha fraquezanem da minha covardianem sequer que eu existoe como um filme banalentre o figurante e a atriz principalmeu papel era irrelevantepara contracenarno finalno finalno final

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SonetoA mulher, objeto do desejo, também ela um ser imperfeito, é espiritualizada , tornando-se a imagem da Mulher ideal.

Transforma-se o amador na cousa amada,por virtude do muito imaginar;não tenho, logo, mais que desejar,pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,que mais deseja o corpo de alcançar?Em si somente pode descansar,pois consigo tal alma está ligada.

Mas esta linda e pura semidéia,que, como um acidente em seu sujeito,assim como a alma minha se conforma,

está no pensamento como idéia:[e] o vivo e puro amor de que sou feito,como a matéria simples busca a forma.

Page 12: Luis de camões 1

Alma minha gentil, que te partiste       tão cedo desta vida descontente,       repousa lá no Céu eternamente       e viva eu cá na terra sempre triste.       Se lá no assento etéreo, onde subiste,       memória desta vida se consente,       não te esqueças daquele amor ardente       que já nos olhos meus tão puro viste.       E se vires que pode merecer-te       alguma cousa a dor que me ficou       da mágoa, sem remédio, de perder-te,

      roga a Deus, que teus anos encurtou,       que tão cedo de cá me leve a ver-te,       quão cedo de meus olhos te levou.

Este soneto tem sido freqüentemente interpretado como um soneto autobiográfico, dedicado a Dinamene, a namorada chinesa de Camões, morta em um naufrágio.

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Amor é fogo que arde sem se ver,é ferida que dói, e não se sente;é um contentamento descontente,é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;é um andar solitário entre a gente;é nunca contentar-se de contente;é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;é servir a quem vence, o vencedor;é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favornos corações humanos amizade,se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Soneto XI

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Monte CasteloAinda que eu falasse a língua do homens. E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.

É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal. Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente.

É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer. É solitário andar por entre a gente. É um não contentar-se de contente. É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade. É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata a lealdade. Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem. Agora vejo em parte,

mas então veremos face a face.

É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua do anjos, sem amor..

eu nada seria...

Adapt. "I Coríntios 13" e "Soneto 11" de Luís de Camões

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Camões contrapõe a perfeição do mundo das Idéias (neoplatonismo) às

imperfeições do mundo terreno.

Disso resulta uma visão pessimista da vida

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Ao desconcerto do mundo

Os bons vi sempre passarNo mundo graves tormentos;E para mais me espantar,Os maus vi sempre nadarEm mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assimO bem tão mal ordenado,Fui mau, mas fui castigado.Assim que, só para mim,Anda o mundo concertado.

Reflexão Filosófica

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Épica Camoniana

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Os Lusíadas é uma obra poética do escritor Luís Vaz de Camões,

considerada a epopéia portuguesa por excelência.

Provavelmente concluída em 1556, foi publicada pela primeira vez em 1572 no período literário do classicismo, três anos após o

regresso do autor do Oriente.

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• A ação central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, à volta da qual se vão descrevendo outros episódios da história de Portugal, glorificando o povo português.

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• A narração compreende três principais ações: a Viagem de Vasco da Gama às Índias, a narrativa da história de Portugal e paralelamente Camões narra os conflitos entre os deuses do Olimpo (nome de um monte da Grécia, onde, segundo a mitologia, seria a morada dos deuses).

• Temos em Os Lusíadas uma dupla ação histórica (história de Vasco

• da Gama e de Portugal) e uma ação mitológica (esse conflito dos deuses - Vênus e Marte eram favoráveis aos portugueses, enquanto Baco e Netuno queriam a todo custo impedir a viagem de Vasco da Gama).

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Os Lusíadas

publicado em 1572

A obra é composta de :dez cantos de 8.816 versos com1.102 estrofes que são oitavas decassílabas.

Com o esquema rítmico fixo ( AB AB AB CC ).

Veja a seguir:

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Canto IX,64.

1 Nesta frescura tal desembarcavam A

2 Já das naus os segundos Argonautas*, B 3 Onde pela floresta se deixavam A 4 Andar as belas Deusas, como incautas. B 5 Algumas doces cítaras tocavam, A 6 Algumas harpas e sonoras flautas, B 7 Outras com os arcos de ouro se fingiam C 8 Seguir os animais, que não seguiam. C

*Argonautas são, na mitologia grega, tripulantes da nau Argo que, segundo a lenda

grega, foi até à Cólquida em busca da lã do carneiro alado (velo de ouro).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

10 sílabas poéticasem cada verso

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Visão GeralCanto I

A frota viaja do Canal de Moçambique a Mombaça

Canto IIDe uma cilada em Mombaça a uma recepção calorosa em Melinde

Cantos III, IVHistória de Portugal relatada por Gama ao rei de Melinde

Canto V

Gama relata ao rei de Melinde a sua viagem até ali: a armada vai de Lisboa à Ilha de Santiago, passa o equador, toca na Angra de Santa Helena, dobra o Cabo, surge em Moçambique, chega a Melinde

Canto VI De Melinde a Calecute

Cantos VII, VIII Calecute

Canto IX Ilha dos Amores

Canto XDescrição do mundo pela deusa Tétis

 

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O Modelo Clássico Camões se utiliza das epopéias clássicas

como modelo: Ilíada e Odisséia / Eneida

(Homero) ( Virgílio)

As divisões da epopéia (clássica) encontradas em

Os Lusíadas:Proposição: Canto IInvocação: Canto IDedicatória: Canto I

Narração: Canto I a Canto X (até a estrofe 144)

Epílogo: Canto X, estrofes 145 a 156

Afinal, é Classicismo

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A ação central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, à volta da qual se vão descrevendo outros episódios da história de Portugal,

glorificando o povo português.

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Os argonautas

O Barco!Meu coração não aguentaTanta tormenta, alegria

Meu coração não contenta O dia, o marco, meu coração

O porto, não!...Navegar é preciso

Viver não é preciso...(2x)O Barco!

Noite no teu, tão bonitoSorriso solto perdido

Horizonte, madrugada O riso, o arco da madrugada

O porto, nada!...Navegar é preciso

Viver não é preciso (2x)O Barco!

O automóvel brilhante O trilho solto, o barulho

Do meu dente em tua veia O sangue, o charco, barulho lento

O porto, silêncio!...Navegar é preciso

Viver não é preciso...(6x)

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Inês de Castro

“Estavas, linda Inês, posta em sossego,

De teus anos colhendo doce fruto,

Naquele engano da alma, ledo e cego,

Que a fortuna não deixa durar muito,

Nos saudosos campos do Mondego,

De teus fermosos olhos nunca enxuto,

Aos montes ensinando e às ervinhas

O nome que no peito escrito tinhas.”

Canto III

Inês de Castro foi uma nobre galega, amante e talvez esposa do futuro Pedro I de Portugal, tendo sido

executada às ordens do pai deste, Afonso IV.

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Velho do Restelo O "Velho do Restelo" não é uma

personagem histórica, mas uma criação de Camões com um profundo significado simbólico.

Condena o envolvimento do país na aventura dos descobrimentos, a que se refere de forma claramente negativa :

"vã cobiça", "vaidade", "fraudulento gosto“...

E apresenta um rol extenso de conseqüências negativas dessa aventura: mortes, perigos tormentas, crueldades, desamparo das famílias, adultérios, empobrecimento material e destruição.

Canto IV

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O Gigante Adamastor

O Gigante Adamastor é uma figura mitológica criada por Camões para significar todos os perigos, as tempestades, os naufrágios e “perdições de toda sorte” que os portugueses tiveram de enfrentar no mar.

O discurso do Gigante tem um caráter profético e ameaçador num tom de voz “horrendo e grosso” anunciando os castigos e os danos por si reservados para aquela “gente ousada”

Canto V

É o próprio cabo das Tormentas

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Ilha dos Amores

Todo o episódio tem um caráter simbólico. Representa a glorificação do povo português.Trata-se de uma ilha paradisíaca onde receberão o prêmio do seu esforço: a imortalidade

Canto IX

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Quem descobriu o Brasil?Vedes a grande terra que continuaVai de Calisto ao seu contrário Pólo,Que soberba a fará a luzente minaDo metal que a cor tem do louro Apolo.Castela, vossa amiga, será dignaDe lançar-lhe o colar ao rudo colo.Várias províncias tem de várias gentes,Em ritos e costumes, diferentes.

Mas cá onde mais se alarga, ali tereisParte também, co´ pau vermelho nota;De Santa Cruz o nome lhe poreis;Descobri-la-á a primeira vossa frota.Ao longo desta costa, que tereis,Irá buscando a parte mais remotaO Magalhães, no feito, com verdade,Português, porém não na lealdade.

No canto X, Camões coloca nas palavras de Tétis a “profecia” da descoberta do Brasil, o que comprova que o território já era de conhecimento dos navegantes antes da chegada de Cabral, afinal, o poema trata da viagem de Vasco da Gama, que se iniciara em 1497, levando 2 anos, um mês e 21 dias até retornar da partida rumo à Índia .

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Homenagens

Estátua do poeta na Praça Luís de

Camões, ao Bairro Alto em Lisboa

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Túmulo de Camões, Mosteiro dos Jerónimos

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Filmografia Indicada

Cartaz de "Camões", de Leitão de Barros (col. Cinemateca Portuguesa)

Longa Metragem; 1946

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Fontes:

• www.portrasdasletras.com.br• www.wikipedia.com• www.portaldoastronomo.org• http://lusiadas.gertrudes.com• www.educarede.com.br• http://educaterra.terra.com.br/literatura/temadomes/

2003/11/21/004.htm• http://www.artimanha.com.br

Prof ªAmélia Pereira de Barros