lÜdke, menga e andrÉ, marli e. d. a. pesquisa em educação: abordagens qualitativas. [fichamento]

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LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: aordagens quali!a!i"as. #ão Paulo: EP$, %&'(. Capítulo 1 – Evolução da pesquisa em Educação ) Pare se reali*ar uma +esquisa +reciso +romo"er o con-ron!e en!re os dados, as e"idncias, as in-ormaç/es cole!adas sore de!erminado assun!o e o con0ecimen!o !e1rico acumulado a res+ei!o dele. Em geral isso se -a* a +ar!ir do es !u do de um +rolema, que ao mesmo !em+o des+er!a o in!eresse do +esquisador e limi!a sua a!i"idade de +esq uisa a uma de!erminada +orção do saer, a qual ele se com+rome!e a cons!ruir naquele momen!o. 2+. % 3 45 ) #i!uado en!re as ci ncias 0umanas e sociais, o es!udo dos -en6menos educacionais não +oderia dei 7ar de so- rer as in- luncias das e"oluç/es ocorridas naquelas cincias. 2+. 85 ) 9s -a!os, os dados não se re"elam gra!ui!a e dire!amen!e aos ol0os do +esquisador. Nem es!e os en-ren!a desarmado de !odos os seus +rinc+ios e +ressu+osiç/es. Ao con!r;rio, a +ar!ir da in!errogação que ele -a* aos dados, aseada em !udo o que ele con0ece do assun!o 3 +or!an!o , em !oda a !eoria acumulada a res+ei!o ), que se "ai cons!ruir o con0ecimen!o sore o -a!o +esquisado. 2+. <5 ) Não 0;, +or!an!o, +ossiilidade de se es!aelecer uma se+aração n!ida e ass+!ica en!re o +esquisador e o que ele es!uda e !amm os resul!ados do que ele es!uda. Ele não se ariga, como se queria an!eriormen!e, em uma +osição de neu!ralidade cien!-ica, +ois es!; im+licado necessariamen!e nos -en6menos que con0ece e nas conseq=ncias desse con0ecimen!o que a>udou a es!aelecer. 2+. ?5 ) 9ra, @ medida que a"ançam os es!udos da educação, mais e"iden!emen!e se !orna seu car;!er de -luide* dinmica, de mudança na!ural a !odo ser "i"o. E mais claramen!e se no!a a necessidade de desen"ol"imen!o de m!odos de +esquisa que a!en!em +ara esse seu car;!er dinmico. Bada "e* mais se en!ende o -en6meno educacional como si!uado den!ro de um con!e7 !o social, +or sua "e* inserido em uma realidade 0is!1rica, que so-re !oda uma srie de de!erminaç/es. $m dos desa-ios a!ualmen!e lançados @ +esquisa educacional e7a !amen! e o de !en!ar ca+!ar essa realidade dinmica e com+le7 a do seu o>e!o de es!udo, em sua reali*aç ão 0is!1rica. 2+. ?5 Cap ítul o 2 – Abordagens qual it ativas de pesqui sa: a pesqui sa etnográfica e o estudo de caso ) Em seu li"ro A Pesquisa Qualitativa em Educação, Cogdan e Cilen 2%&'45 discu!em o concei !o de +e squ isa quali!a!i"a a+ resen!ando cinco carac!ers!icas ;sicas que con-iguram esse !i+o de es!udo:

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8/13/2019 LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. [FICHAMENTO]

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LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: aordagensquali!a!i"as. #ão Paulo: EP$, %&'(.

Capítulo 1 – Evolução da pesquisa em Educação

) Pare se reali*ar uma +esquisa +reciso +romo"er o con-ron!e en!re osdados, as e"idncias, as in-ormaç/es cole!adas sore de!erminado assun!oe o con0ecimen!o !e1rico acumulado a res+ei!o dele. Em geral isso se -a* a+ar!ir do es!udo de um +rolema, que ao mesmo !em+o des+er!a oin!eresse do +esquisador e limi!a sua a!i"idade de +esquisa a umade!erminada +orção do saer, a qual ele se com+rome!e a cons!ruir naquelemomen!o. 2+. % 3 45

) #i!uado en!re as cincias 0umanas e sociais, o es!udo dos -en6menos

educacionais não +oderia dei7ar de so-rer as in-luncias das e"oluç/esocorridas naquelas cincias. 2+. 85

) 9s -a!os, os dados não se re"elam gra!ui!a e dire!amen!e aos ol0os do+esquisador. Nem es!e os en-ren!a desarmado de !odos os seus +rinc+ios e+ressu+osiç/es. Ao con!r;rio, a +ar!ir da in!errogação que ele -a* aosdados, aseada em !udo o que ele con0ece do assun!o 3 +or!an!o, em !odaa !eoria acumulada a res+ei!o ), que se "ai cons!ruir o con0ecimen!o soreo -a!o +esquisado. 2+. <5

) Não 0;, +or!an!o, +ossiilidade de se es!aelecer uma se+aração n!ida e

ass+!ica en!re o +esquisador e o que ele es!uda e !amm os resul!adosdo que ele es!uda. Ele não se ariga, como se queria an!eriormen!e, emuma +osição de neu!ralidade cien!-ica, +ois es!; im+licadonecessariamen!e nos -en6menos que con0ece e nas conseq=ncias dessecon0ecimen!o que a>udou a es!aelecer. 2+. ?5

) 9ra, @ medida que a"ançam os es!udos da educação, mais e"iden!emen!ese !orna seu car;!er de -luide* dinmica, de mudança na!ural a !odo ser"i"o. E mais claramen!e se no!a a necessidade de desen"ol"imen!o dem!odos de +esquisa que a!en!em +ara esse seu car;!er dinmico. Bada

"e* mais se en!ende o -en6meno educacional como si!uado den!ro de umcon!e7!o social, +or sua "e* inserido em uma realidade 0is!1rica, que so-re!oda uma srie de de!erminaç/es. $m dos desa-ios a!ualmen!e lançados @+esquisa educacional e7a!amen!e o de !en!ar ca+!ar essa realidadedinmica e com+le7a do seu o>e!o de es!udo, em sua reali*ação 0is!1rica.2+. ?5

Capítulo 2 – Abordagens qualitativas de pesquisa: a pesquisa

etnográfica e o estudo de caso

) Em seu li"ro A Pesquisa Qualitativa em Educação, Cogdan e Cilen 2%&'45

discu!em o concei!o de +esquisa quali!a!i"a a+resen!ando cincocarac!ers!icas ;sicas que con-iguram esse !i+o de es!udo:

8/13/2019 LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. [FICHAMENTO]

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+ar!ici+an!es ou con-ron!ando)as com ou!ros +esquisadores +ara que elas+ossam ser ou não con-irmadas.

?.  A an!lise dos dados tende a seguir um processo indutivo. 9s+esquisadores não se +reocu+am em uscar e"idncias que com+ro"em

0i+1!eses de-inidas an!es do incio dos es!udos. As as!raç/es se -ormam ouse consolidam asicamen!e a +ar!ir da ins+eção dos dados num +rocesso deai7o +ara cima.

9 -a!o de não e7is!irem 0i+1!eses ou ques!/es es+ec-icas -ormuladas a

 priori não im+lica a ine7is!ncia de um quadro !e1rico que orien!e a cole!a ea an;lise dos dados. 9 desen"ol"imen!o do es!udo a+ro7ima)se a um -unil:no incio 0; ques!/es ou -ocos de in!eresse mui!o am+los, que no -inal se!ornam mais dire!os e es+ec-icos. 9 +esquisador "ai +recisando mel0oresses -ocos @ medida que o es!udo se desen"ol"e. 2+. %% 3 %85

) A +esquisa quali!a!i"a ou na!urals!ica, segundo Cogdan e Cilen 2%&'45,en"ol"e a o!enção de dados descri!i"os, o!idos no con!a!o dire!o do+esquisador com a si!uação es!udada, en-a!i*a mais o +rocesso do que o+rodu!o e se +reocu+a em re!ra!ar a +ers+ec!i"a dos +ar!ici+an!es. 2+. %85

) 9 es!udo de caso o es!udo de um caso, se>a ele sim+les e es+ec-ico,como o de uma +ro-essora com+e!en!e de uma escola +lica, ou com+le7oe as!ra!o, como o das classes de al-ae!i*ação 2BA5 ou do ensino no!urno.2+. %5

) "aracter#sticas fundamentais do estudo de caso

As carac!ers!icas ou +rinc+ios -requen!emen!e associados ao es!udo decaso Gna!urals!icoH se su+er+/em @s carac!ers!icas gerais da +esquisaquali!a!i"a an!eriormen!e descri!as. En!re es!as des!acam)se:

%. Os estudos de caso visam descoberta. Mesmo que o in"es!igador +ar!ade alguns +ressu+os!os !e1ricos iniciais, ele +rocurar; se man!ercons!an!emen!e a!en!o a no"os elemen!os que +odem emergir comoim+or!an!es duran!e o es!udo. 9 quadro !e1rico inicial ser"ir; assim deesquele!o, de es!ru!ura ;sica a +ar!ir do qual no"os as+ec!os +oderão ser

de!ec!ados, no"os elemen!os ou dimens/es +oderão ser acrescen!ados, namedida em que o es!udo a"ance. ...F

Essa carac!ers!ica se -undamen!a no +ressu+os!o de que o con0ecimen!onão algo acaado, mas de cons!rução que se -a* e re-a* cons!an!emen!e.Assim sendo, o +esquisador es!ar; sem+re uscando no"as res+os!as eno"as indagaç/es no desen"ol"imen!o do seu !raal0o.

4. Os estudos de caso enfati$am a “interpretação em conte%to” . $m+rinc+io ;sico desse !i+o de es!udo que, +ara uma a+reensão maiscom+le!a do o>e!o, +reciso le"ar em con!a o con!e7!o em que ele se

si!ua. Assim, +ara com+reender mel0or a mani-es!ação geral de um+rolema, as aç/es, as +erce+ç/es, os com+or!amen!os e as in!eraç/es das

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redondas e!c. 9s rela!os escri!os a+resen!am, geralmen!e, um es!iloin-ormal, narra!i"o, ilus!rado +or -iguras de linguagem, ci!aç/es, e7em+los edescriç/es. É +oss"el !amm que um mesmo caso !en0a di-eren!es -ormasde rela!o, de+endendo do !i+o de usu;rio a que se des!ina. A +reocu+açãoaqui com uma !ransmissão dire!a, clara e em ar!iculada do caso e num

es!ilo que se a+ro7ime da e7+erincia +essoal do lei!or. Pode)se di*er que ocaso cons!rudo duran!e o +rocesso de es!udoI ele s1 se ma!eriali*aenquan!o caso, no rela!1rio -inal, onde -ica e"iden!e se ele se cons!i!uirealmen!e num es!udo de caso.

...F

Em "is!a dessas ";rias carac!ers!icas, +ode)se indagar: em que o es!udo decaso se dis!ingue de ou!ros !i+os de +esquisa A +reocu+ação cen!ral aodesen"ol"er esse !i+o de +esquisa a com+reensão de uma ins!nciasingular. Osso signi-ica que o o>e!o es!udado !ra!ado como nico, umare+resen!ação singular da realidade que mul!idimensional e0is!oricamen!e si!uada. Desse modo, a ques!ão sore o caso ser ou nãoG!+icoH, is!o , em+iricamen!e re+resen!a!i"o de uma +o+ulaçãode!erminada, !orna)se inadequada, >; que cada caso !ra!ado como !endoum "alor in!rnseco. 2+. %' 3 4%5

) Nise! e a!! 2%&'5 carac!eri*am o desen"ol"imen!o do es!udo de casoem !rs -ases, sendo uma +rimeira aer!a ou e7+lora!1ria, a segunda maissis!em;!ica em !ermos de cole!a de dados e a !erceira consis!indo naan;lise e in!er+re!ação sis!em;!ica dos dados e na elaoração do rela!1rio.

Bomo eles mesmos en-a!i*am, essas !rs -ases se su+er+/em em di"ersosmomen!os, sendo di-cil +recisar as lin0as que as se+aram. 2+. 4%5

Capítulo ! "#todos de coleta de dados: observação$ entrevista e

análise documental

) É -a!o as!an!e con0ecido que a men!e 0umana al!amen!e sele!i"a. Émui!o +ro";"el que, ao ol0ar +ara um mesmo o>e!o ou si!uação, duas+essoas en7erguem di-eren!es coisas. 9 que cada +essoa seleciona +araG"erH de+ende mui!o de sua 0is!1ria +essoal e +rinci+almen!e de suaagagem cul!ural. Assim, o !i+o de -ormação de cada +essoa, o gru+o social

a que +er!ence, sua a+!id/es e +redileç/es -a*em com que sua a!enção seconcen!re em de!erminados as+ec!os da realidade, des"iando)se de ou!ros.2+. 4?5

) Para que se !orne um ins!rumen!o ";lido e -idedigno de in"es!igaçãocien!-ica, a oser"ação +recisa ser an!es de !udo con!rolada e sis!em;!ica.Osso im+lica a e7is!ncia de um +lane>amen!o cuidadoso do !raal0o e uma+re+aração rigorosa do oser"ador.

Plane>ar a oser"ação signi-ica de!erminar com an!ecedncia Go quH e GocomoH oser"ar. A +rimeira !are-a, +ois, no +re+aro das oser"aç/es adelimi!ação do o>e!o de es!udo. De-inindo)se claramen!e o -oco dain"es!igação e sua con-iguração es+aço)!em+oral, -icam mais ou menos

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e"iden!es quais as+ec!os do +rolema serão coer!os +ela oser"ação equal a mel0or -orma de ca+!;)los. Baem ainda nessa e!a+a as decis/esmais es+ec-icas sore o grau de +ar!ici+ação do oser"ador, a duração dasoser"aç/es e!c. 2+. 4? 3 4(5

) ...F #egundo Pa!!on 2%&'Q5, +ara reali*ar as oser"aç/es +reciso +re+aroma!erial, -sico, in!elec!ual e +sicol1gico. 9 oser"ador, di* ele, +recisaa+render a -a*er regis!ros descri!i"os, saer se+arar os de!al0es rele"an!esdos !ri"iais, a+render a -a*er ano!aç/es organi*adas e u!ili*ar m!odosrigorosos +ara "alidar suas oser"aç/es. Alm disso, +recisa +re+arar)semen!almen!e +ara o !raal0o, a+rendendo a se concen!rar duran!e aoser"ação, o que e7ige um !reinamen!o dos sen!idos +ara se cen!rar nosas+ec!os rele"an!es. Esse !reinamen!o +ode ocorrer em si!uaç/es simuladasou no +r1+rio local em que ocorrer; a cole!a de-ini!i"a de dados, as!ando+ara isso que se>a reser"ada uma quan!idade es+ec-ica de !em+o +ara essa

a!i"idade. 2+. 4(5) ...F $sada como o +rinci+al m!odo de in"es!igação ou associada a ou!ras!cnicas de cole!a, a oser"ação +ossiili!a um con!a!o +essoal e es!rei!o do+esquisador com o -en6meno +esquisado, o que a+resen!a uma srie de"an!agens. ...F 2+. 4(5

) #endo o +rinci+al ins!rumen!o da in"es!igação, o oser"ador +ode recorreraos con0ecimen!os e e7+erincias +essoais como au7iliares no +rocesso decom+reensão e in!er+re!ação do -en6meno es!udado. 2+. 4(5

) A oser"ação dire!a +ermi!e !amm que o oser"ador c0egue mais +er!oda G+ers+ec!i"a dos su>ei!osH, um im+or!an!e al"o nas aordagensquali!a!i"as. Na medida em que o oser"ador acom+an0a in loco  ase7+erincias di;rias dos su>ei!os, +ode !en!ar a+reender a sua "isão demundo, is!o , o signi-icado que eles a!riuem @ realidade que os cerca e @ssuas +r1+rias aç/es. 2+. 4(5

) Alm disso, as !cnicas de oser"ação são e7!remamen!e !eis +araGdescorirH as+ec!os no"os de um +rolema. Os!o se !orna crucial nassi!uaç/es em que não e7is!e uma ase !e1rica s1lida que orien!e a cole!a dedados.

inalmen!e, a oser"ação +ermi!e a cole!a de dados em si!uaç/es em que im+oss"el ou!ras -ormas de comunicação. Por e7em+lo, quando oin-orman!e não +ode -alar 3 o caso dos es 3 ou quando a +essoadelieradamen!e não quer -ornecer cer!o !i+o de in-ormação, +or mo!i"osdi"ersos. 2+. 4( 3 45

) ...F Algumas cr!icas são -ei!as ao m!odo de oser"ação, +rimeiramen!e+or +ro"ocar al!eraç/es no amien!e ou no com+or!amen!o das +essoasoser"adas. 9u!ra cr!ica a de que es!e m!odo de aseia mui!o nain!er+re!ação +essoal. Alm disso, 0; cr!icas no sen!ido de que o grandeen"ol"imen!o do +esquisador le"e a uma "isão dis!orcida do -en6meno ou auma re+resen!ação +arcial da realidade.

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Essas o>eç/es são !odas re-u!adas +or Sua e Lincoln 2%&'%5. Elesargumen!am que as al!eraç/es +ro"ocadas no amien!e +esquisado são emgeral mui!o menores do que se +ensa. A+oiando)se em Rein0ar* 2%&&5,eles >us!i-icam que os amien!es sociais são rela!i"amen!e es!;"eis, demodo que a +resença de um oser"ador di-icilmen!e causar; as mudanças

que os +esquisadores +rocuram !an!o e"i!ar. Sua e Lincoln a-irmam!amm que as cr!icas -ei!as @ oser"ação, +or se asearem-undamen!almen!e na in!er+re!ação +essoal, !m origem no +on!o de "is!aGo>e!i"is!aH, que condena qualquer uso da e7+erincia dire!a. 9s au!oresa-irmam ainda que o +esquisador +ode u!ili*ar uma srie de meios +ara"eri-icar se o seu en"ol"imen!o in!enso es!; le"ando a uma "isão +arcial e!endenciosa do -en6meno. Ele +ode, +or e7em+lo, con-ron!ar o que "aica+!ar da realidade com o que es+era"a encon!rar. #e não 0ou"erdiscre+ncia, +oss"el que es!e>a 0a"endo +arcialidade. Ele +ode !ammcon-ron!ar as +rimeiras idias com as quais surgiram mais !arde. Pode ainda

com+arar as +rimeiras ano!aç/es com os regis!ros -ei!os ao longo does!udo. #e não 0ou"er di-erenças en!re esses momen!os, +ro";"el que o+esquisador es!e>a a+enas querendo con-irmar idias +reconceidas. 2+. 45

) ...F #egundo Den*in 2%&'5, a oser"ação +ar!ici+an!e Guma es!ra!giade cam+o que comina simul!aneamen!e a an;lise documen!al, a en!re"is!ade res+onden!es e in-orman!es, a +ar!ici+ação e a oser"ação dire!a e ain!ros+ecçãoH 2+. %'85. 2+. 4'5

) 9u!ro !i+o de decisão que o +esquisador de"e en-ren!ar em que medida!ornar; e7+lci!o o seu +a+el e os +ro+1si!os de es!udo. Aqui !amm +ode

0a"er "ariaç/es den!ro de um continuum que "ai desde a !o!al e7+lici!açãoa! a não)in!er"enção. Cu-ord Tuner 2%&%5 si!ua qua!ro +on!os den!re essecontinuum: %5 +ar!ici+an!e !o!alI 45 +ar!ici+an!e como oser"adorI 85oser"ador como +ar!ici+an!eI e <5 oser"ador !o!al. 2+. 4'5

) 9 G+ar!ici+an!e como oser"adorH, segundo Tuner 2%&%5, não ocul!a!o!almen!e suas a!i"idades, mas re"ela a+enas +ar!e do que +re!ende. Pore7em+lo, o +esquisador +ode en-a!i*ar que cen!rar; a oser"ação noscom+or!amen!os dos alunos, emora +re!enda -ocali*ar o gru+o de !cnicosou os +r1+rios +ro-essores. A +reocu+ação não dei7ar !o!almen!e claro o

que +re!ende, +ara não +ro"ocar mui!as al!eraç/es no com+or!amen!o dogru+o oser"ado. Essa +osição !amm en"ol"e ques!/es !icas 1"ias. 2+.4&5

) A decisão sore a e7!ensão do +erodo de oser"ação de"e de+ender,acima de !udo, do !i+o de +rolema que es!; sendo es!udado e do +ro+1si!odo es!udo. $m as+ec!o que de"e ser le"ado em con!a nessa decisão que,quan!o mais cur!o o +erodo de oser"ação, maior a +roailidade deconclus/es a+ressadas, o que com+rome!e a "alidade do es!udo. Por ou!rolado, um longo +erodo de +ermanncia em cam+o +or si s1 não garan!e a"alidade. É +reciso le"ar em con!a ou!ros -a!ores, como a 0ailidade ee7+erincia do oser"ador, a +ossiilidade de acesso aos dados, arece+!i"idade do !raal0o +elo gru+o, a -inalidade dos resul!ados e!c.

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) 9s -ocos de oser"ação nas aordagens quali!a!i"as de +esquisa sãode!erminados asicamen!e +elos +ro+1si!os es+ec-icos do es!udo, que +orsua "er deri"am de um quadro !e1rico geral, !raçado +elo +esquisador. Bomesses +ro+1si!os em men!e, o oser"ador inicia a cole!a de dados uscandosem+re man!er uma +ers+ec!i"a de !o!alidade, sem se des"iar demasiado

de seus -ocos de in!eresse. Por isso, +ar!icularmen!e !il que ele orien!e asua oser"ação em !orno de alguns as+ec!os, de modo que ele nem !erminecom um amon!oado de in-ormaç/es irrele"an!es nem dei7e de o!er cer!osdados que "ão +ossiili!ar uma an;lise mais com+le7a do +rolema. 2+. 8Q5

) Ao lado da oser"ação, a en!re"is!a re+resen!a um dos ins!rumen!os;sicos +ara a cole!a de dados, den!ro da +ers+ec!i"a de +esquisa quees!amos desen"ol"endo nes!e li"ro. Es!a , ali;s, uma das +rinci+ais!cnicas de !raal0o em quase !odos os !i+os de +esquisa u!ili*ados nascincias sociais. Ela desem+en0a im+or!an!e +a+el não a+enas nas

a!i"idades cien!-icas como em mui!as ou!ras a!i"idades 0umanas. ...F É+reciso, +ara !an!o, con0ecer os seus limi!es e res+ei!ar as suas e7igncias.2+. 885

) ...F Es+ecialmen!e nas en!re"is!as não !o!almen!e es!ru!uradas, onde não0; a im+osição de uma ordem rgida de ques!/es, o en!re"is!ado discorresore o !ema +ro+os!o com ase nas in-ormaç/es que ele de!m e que no-undo são a "erdadeira ra*ão da en!re"is!a. Na medida em que 0ou"er umclima de es!mulo e de acei!ação m!ua, as in-ormaç/es -luirão de maneirano!;"el e au!n!ica. 2+. 88 3 8<5

) A grande "an!agem da en!re"is!a sore ou!ras !cnicas que ela +ermi!ea ca+!ação imedia!a e corren!e de in-ormação dese>ada, +ra!icamen!e comqualquer !i+o de in-orman!e sore os mais "ariados !1+icos. ...F 2+. 8<5

) Parece)nos claro que o !i+o de en!re"is!a mais adequado +ara o !raal0ode +esquisa que se -a* a!ualmen!e em educação a+ro7ima)se mais dosesquemas mais li"res, menos es!ru!urados. As in-ormaç/es que se quero!er, e os in-orman!es que se quer con!a!ar, em geral +ro-essores,dire!ores, orien!adores, alunos e +ais, são mais con"enien!emen!eaord;"eis a!ra"s de um ins!rumen!o mais -le7"el. ...F quando se quercon0ecer, +or e7em+lo, a "isão de uma +ro-essora sore o +rocesso deal-ae!i*ação em uma escola de +eri-eria ou a o+inião de uma mãe soreum +rolema de indisci+lina ocorrido com seu -il0o, en!ão mel0or nos+re+ararmos +ara uma en!re"is!a mais longa, mais cuidada, -ei!a+ro"a"elmen!e com ase em um ro!eiro, mas com grande -le7iilidade. 2+.8< 3 8?5

) #er; +re-er"el e mesmo aconsel0;"el o uso de um ro!eiro que guie aen!re"is!a a!ra"s dos !1+icos +rinci+ais a serem coer!os. Esse ro!eiroseguir; na!uralmen!e uma cer!a ordem l1gica e !amm +sicol1gica, is!o ,cuidar; +ara que 0a>a uma sequencia l1gica en!re os assun!os, dos mais

sim+les aos mais com+le7os, res+ei!ando o sen!ido do seu encadeamen!o.Mas a!en!ar; !amm +ara as e7igncias +sicol1gicas do +rocesso, e"i!ando

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sal!os ruscos en!re as ques!/es, +ermi!indo que elas se a+ro-undem noassun!o grada!i"amen!e e im+edindo que ques!/es com+le7as e de maioren"ol"imen!o +essoal, colocadas +rema!uramen!e, acaem +or loquear asres+os!as @s ques!/es seguin!es. 2+. 8(5

) ...F 9 en!re"is!ador +recisa es!ar a!en!o não a+enas 2e não rigidamen!e,sore!udo5 ao ro!eiro +rees!aelecido e @s res+os!as "erais que "aio!endo ao longo da in!eração. U; !oda uma gama de ges!os, e7+ress/es,en!onaç/es, sinais não)"erais, 0esi!aç/es, al!eraç/es de ri!mo, en-im, !odauma comunicação não "eral cu>a ada+!ação mui!o im+or!an!e +ara acom+reensão e a "alidação do que -oi e-e!i"amen!e di!o. Não +oss"elacei!ar +lena e sim+lesmen!e o discurso "erali*ado como e7+ressão da"erdade ou mesmo do que +ensa ou sen!e o en!re"is!ado. É +reciso analisare in!er+re!ar esse discurso @ lu* de !oda aquela linguagem mais geral ede+ois con-ron!;)lo com ou!ras in-ormaç/es da +esquisa e dados sore o

in-orman!e. 2+. 8(5) ...F De qualquer maneira, im+or!an!e lemrar que, ao nos decidirmos+ela en!re"is!a, es!amos assumindo uma das !cnicas de cole!a de dadosmais dis+endiosas, es+ecialmen!e +elo !em+o e quali-icação e7igidos doen!re"is!ador. uan!o mais +re+arado es!i"er ele, quan!o mais in-ormadosore o !ema em es!udo e o !i+o de in-orman!e que ir; aordar, maior ser;,cer!amen!e, o +ro"ei!o o!ido com a en!re"is!a. Bomo em qualquer ou!ra!cnica, necess;rio "eri-icar cuidadosamen!e se as in-ormaç/es+re!endidas e7igem mesmo essa !cnica ou se +oderiam ser conseguidas+or ou!ros meios de a+licação mais -;cil e menos cara. 2+. 8'5

) ...F a an;lise documen!al +ode se cons!i!uir numa !cnica "aliosa deaordagem de dados quali!a!i"os, se>a com+lemen!ando as in-ormaç/eso!idas +or ou!ras !cnicas, se>a des"elando as+ec!os no"os de um !ema ou+rolema. 2+. 8'5

) #ão considerados documen!os Gquaisquer ma!eriais escri!os que +ossamser usados como -on!e de in-ormação sore o com+or!amen!o 0umanoH2P0illi+s, %&<, +. %'5. Es!es incluem desde leis e regulamen!os, normas,+areceres, car!as, memorandos, di;rios +essoais, au!oiogra-ias, >ornais,re"is!as, discursos, ro!eiros de +rogramas de r;dio e !ele"isão a! li"ros,es!a!s!icas e arqui"os escolares. 2+. 8'5

) #egundo BaulleV 2%&'%5, a an;lise documen!al usca iden!i-icarin-ormaç/es -ac!uais nos documen!os a +ar!ir de ques!/es ou 0i+1!eses dein!eresse. ...F 2+. 8'5

) 9s documen!os cons!i!uem !amm uma -on!e +oderosa de onde +odemser re!iradas e"idncias que -undamen!em a-irmaç/es e declaraç/es do+esquisador. Re+resen!am ainda uma -on!e Gna!uralH de in-ormação. Nãosão a+enas uma -on!e de in-ormação con!e7!uali*ada, mas surgem num

de!erminado con!e7!o e -ornecem in-ormaç/es sore esse mesmo con!e7!o.2+. 8&5

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) U; +elo menos !rs si!uaç/es ;sicas em que a+ro+riado o uso daan;lise documen!al, segundo Uols!i 2%&(&5:

%. uando o acesso aos dados +rolem;!ico, se>a +orque o +esquisador!em limi!aç/es de !em+o ou de deslocamen!o, se>a +orque o su>ei!o da

in"es!igação não es!; mais "i"o, se>a +orque con"enien!e u!ili*ar uma!cnica não)os!rusi"a, is!o , que não cause al!eraç/es no amien!e ou nossu>ei!os es!udados.

4. uando se +re!ende ra!i-icar e "alidar in-ormaç/es o!idas +or ou!ras!cnicas de cole!a, como, +or e7em+lo, a en!re"is!a, o ques!ion;rio ou aoser"ação. #egundo Uols!i 2%&(&5, Gquando duas ou mais aordagens domesmo +rolema +rodu*em resul!ados similares, nossa con-iança em queos resul!ados re-li!am mais o -en6meno em que es!amos in!eressados doque os m!odos que usamos aumen!aH )p. *+,

8. uando o in!eresse do +esquisador es!udar o +rolema a +ar!ir da+r1+ria e7+ressão dos indi"duos, ou se>a, quando a linguagem dos su>ei!os crucial +ara a in"es!igação. Nes!a si!uação incluem)se !odas as -ormas de+rodução do su>ei!o em -orma escri!a, como redaç/es, disser!aç/es, !es!es+ro>e!i"os, di;rios +essoais, car!as e!c. 2+. 8&5

) ...F Em geral as escolas não man!m regis!ro das suas a!i"idades, dase7+erincias -ei!as e dos resul!ados. uando e7is!e algum ma!erial escri!o,ele es+arso e consequen!emen!e +ouco re+resen!a!i"o do que se +assano seu co!idiano. É e"iden!e que esse -a!o !amm um dado do con!e7!o

escolar e de"e ser le"ado em con!a quando se +rocura es!ud;)lo. 2+. <Q5) inalmen!e, a u!ili*ação de documen!os !amm cri!icada +orre+resen!ar escol0as ari!r;rias, +or +ar!e de seus au!ores, de as+ec!os aserem en-a!i*ados e !em;!icas a serem -ocali*adas. Esse +on!o, +orm,+ode ser con!es!ado lemrando)se do +r1+rio +ro+1si!o da an;lisedocumen!al de -a*er in-erncia sore os "alores, os sen!imen!os, asin!enç/es e a ideologia das -on!es ou dos au!ores dos documen!os. Essasescol0as ari!r;rias dos au!ores de"em ser consideradas, +ois, como umdado a mais na an;lise. 2+. <Q5

Capítulo %! A análise de dados e algumas quest&es relacionadas 'ob(etividade e ' validade nas abordagens qualitativas!

) Analisar os dados quali!a!i"os signi-ica G!raal0arH !odo o ma!erial o!idoduran!e a +esquisa, ou se>a, os rela!os de oser"ação, as !ranscriç/es deen!re"is!a, as an;lises de documen!os e as demais in-ormaç/es dis+on"eis....F 2+. <?5

) A an;lise es!; +resen!e em ";rios es!;gios da in"es!igação, !ornando)semais sis!em;!ica e mais -ormal a+1s o encerramen!o da cole!a de dados....F 2+. <?5

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) Cogdan e Cilen 2%&'45 recomendam que o +esquisador inician!e lancemão de uma srie de es!ra!gias, +ara não correr o risco de !erminar acole!a comum amon!oado de in-ormaç/es di-usas e irrele"an!es.

En!re os +rocedimen!os sugeridos +or esses au!ores des!acam)se: %5 a

delimi!ação +rogressi"a do -oco do es!udoI 45 a -ormulação de ques!/esanal!icasI 85 o a+ro-undamen!o da re"isão de li!era!uraI <5 a !es!agem deidias >un!o aos su>ei!osI e ?5 o uso e7!ensi"o de comen!;rios, oser"aç/ese es+eculaç/es ao longo da cole!a. 2+. <(5