lp-prova 1a em - cometários e recomendações (1)
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
Avaliação da Aprendizagem em Processo
Comentários e Recomendações Pedagógicas
Subsídios para o Professor-Língua Portuguesa
1ª série do Ensino Médio
Leitura e Produção Textual
São Paulo, 2012
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Avaliação da Aprendizagem em Processo
1. Apresentação
A Avaliação da Aprendizagem em Processo é uma ação desenvolvida de modo colaborativo
entre a Coordenadoria de Gestão da Educação Básica, a Coordenadoria de Informação,
Monitoramento e Avaliação Educacional e um grupo de Professores Coordenadores das
Oficinas Pedagógicas de diferentes Diretorias de Ensino.
Implantada, como piloto, em agosto de 2011, teve como foco o 6º ano do Ensino Fundamental
(Ciclo II) e a 1ª série do Ensino Médio. A versão 2012, por sua vez, ampliou sua abrangência e
passou a contemplar quatro anos/séries distintos/as: o 6° e 7° do Ensino Fundamental (Ciclo
II) e a 1ª e 2ª do Ensino Médio.
Essa ação, fundamentada no Currículo Oficial da SEE, propõe o acompanhamento coletivo e
individualizado ao aluno, por meio de um instrumento de caráter diagnóstico, e se localiza no
bojo das ações voltadas para os processos de recuperação, objetivando apoiar e subsidiar os
professores de Língua Portuguesa e de Matemática que atuam no Ciclo II do Ensino
Fundamental e no Ensino Médio da Rede Estadual de São Paulo.
Espera-se que os materiais elaborados para esta ação, agregados aos registros que o professor
já possui, sejam instrumentos para a definição de pautas individuais e coletivas, que,
organizadas em um plano de ação, mobilizem procedimentos, atitudes e conceitos necessários
para as atividades de sala de aula, sobretudo, aquelas relacionadas aos processos de
recuperação da aprendizagem.
2. Avaliação de Língua Portuguesa
A Avaliação da Aprendizagem em Processo contará com instrumentos investigativos da
aprendizagem, contendo
catorze questões objetivas (múltipla escolha com quatro alternativas) e uma
produção textual para o 6º ano do EF;
quinze questões objetivas (múltipla escolha com quatro alternativas) e uma produção
textual para o 7º ano do EF;
catorze questões objetivas (múltipla escolha com quatro alternativas), uma questão
aberta (dissertativa) e uma produção escrita para a 1ª série do EM;
quinze questões objetivas (múltipla escolha com quatro alternativas) e uma produção
escrita para a 2ª série do EM.
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Para a elaboração das provas objetivas, foram considerados conteúdos e habilidades pautados
no Currículo Oficial do Estado de São Paulo e na Matriz de Referência para a avaliação1,
buscando atender a diversidade de gêneros e os diferentes grupos e temas contemplados
nessa matriz.
Para a elaboração dos temas voltados às produções escritas, também foi privilegiado o
trabalho com os gêneros textuais:
- 6º ano do Ensino Fundamental: conto;
- 7º ano do Ensino Fundamental: notícia;
- 1ª série do Ensino Médio: artigo de opinião;
- 2ª série do Ensino Médio: resenha
3. Avaliação de Matemática
A Avaliação da Aprendizagem em Processo contará com instrumentos investigativos da
aprendizagem, contendo dez questões objetivas: cinco de múltipla escolha com quatro
alternativas e cinco abertas para todas os anos/séries avaliadas.
Para a elaboração das provas objetivas de matemática foram considerados os conhecimentos
necessários para o desenvolvimento das situações de aprendizagem propostas para o 1º
semestre deste ano2 e a Matriz de Referência para a avaliação3,com adaptações, buscando
incluir os diferentes grupos e temas contemplados nessa matriz.
As provas de Matemática consideraram a avaliação de habilidades cognitivas, noções e
procedimentos matemáticos que, em geral, são desenvolvidos nos anos anteriores. A opção
básica foi pela utilização de situações-problema, em que os alunos deveriam mobilizar noções
e procedimentos matemáticos para resolvê-las. As questões abertas possibilitaram a
elaboração de grade que permite avaliar os conhecimentos dos estudantes por meio de
diferentes tipos de registros e representações. Especialmente, para o 6º ano, será possível
identificar os conhecimentos de cada aluno com relação ao Sistema de Numeração Decimal
por meio da proposição de um ditado de números.
1 SÃO PAULO (ESTADO) SEE. Matriz de Referência para a avaliação Saresp: documento básico. FINI,
Maria Inês (org.) São Paulo: SEE, 2009. 2 Conteúdos e habilidades, conf. Currículo Oficial do Estado de São Paulo.
3 SÃO PAULO (ESTADO) SEE. Matriz de Referência para a avaliação Saresp: documento básico. FINI,
Maria Inês (org.) São Paulo: SEE, 2009.
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4. Orientações para a interpretação e análise dos resultados
A Avaliação da Aprendizagem em Processo, com o intuito de apoiar o trabalho do professor
em sala de aula e também de subsidiar a elaboração do plano de ação para os processos de
recuperação, coloca à disposição da escola materiais com orientações para leitura e análise
dos resultados das provas de Língua Portuguesa e de Matemática. Estes materiais contêm em
sua estrutura: as matrizes de referência elaboradas para esta ação, as questões comentadas, a
habilidade testada em cada uma das questões, recomendações pedagógicas, indicações de
outros materiais impressos ou disponíveis na internet, referências bibliográficas e outros
referenciais utilizados na elaboração dos instrumentos.
O diferencial nesta ação é que, imediatamente após a aplicação da avaliação, os professores
poderão realizar inferências com relação aos acertos e também buscar a compreensão dos
possíveis erros. Poderá, ainda, confirmar tais inferências e compreensões elaboradas,
perguntando aos alunos sobre suas escolhas. Além disso, será possível verificar a maior
incidência de erros nas diferentes turmas de alunos relacionada aos temas/conteúdos/objetos
de ensino testados em cada questão, possibilitando ao professor a ação necessária para que
seu aluno tenha a possibilidade de avançar no Ciclo II ou no Ensino Médio sem acumular
dificuldades e melhorando sua condição de aprendizagem.
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MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA A CONSTRUÇÃO A AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DA 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO – FEVEREIRO DE 2012
Itens Texto Habilidades 9º ano - (Grupo) Tema
Prova 1 Prova 2
14 4 Anúncio publicitário
Sabesp
H1- Identificar a finalidade de um texto, seu gênero e
assunto principal. (GI) Reconstrução das
condições de produção e
recepção de textos. 1 3 Gráfico
H2 – Identificar os possíveis elementos constitutivos da
organização interna de um gráfico. (GI)
7 5 Notícia
Primeira Ciclorrota...
H 5 – Localizar itens de informação explícita, relativos à
descrição de características de determinado objeto,
fenômeno, cenário, época ou pessoa. (GI)
Reconstrução dos sentidos
do texto 6 1 HQ
Garfield
H 10 – Estabelecer relações entre imagens (fotos,
ilustrações) e o corpo do texto, comparando informações
pressupostas ou subentendidas. (GII)
8 7 Poema
O bicho
H11- Inferir o tema ou assunto principal com base na
localização de informações explícitas no texto. (GIII)
9 13 Notícia H12/7º ano (adaptada) Estabelecer relações entre
segmentos de texto, identificando o antecedente de Reconstrução da
6
Itens Texto Habilidades 9º ano - (Grupo) Tema
Prova 1 Prova 2
O maior peixe da terra formas pronominais (GIII). textualidade
5 9
Notícia
O inquérito da Polícia...
H15 - Estabelecer relações entre segmentos de um
texto, identificando o antecedente de um pronome
relativo ou o referente comum de uma cadeia de
substituições lexicais. (GII)
2 11
Artigo de opinião
H 18 – inferir a tese de um texto argumentativo, com
base na argumentação construída pelo autor. (GIII)
3 12 Habilidades de escrita: Justificar/ sustentar a posição
assumida. (GIII)
Produção de texto com
sequências argumentativas.
4 15
Texto 1 – Artigo de divulgação
científica
Texto 2 – Notícia
Paramécios
H 20 – Reconhecer uma justificativa sobre diferenças ou
semelhanças, no tratamento dado a uma mesma
informação, veiculada em textos de gêneros diferentes.
(GIII)
Recuperação da
intertextualidade e
estabelecimento de
relações entre textos.
15 10 Manual de instruções
Super Mário Word
H23 – Identificar o efeito de sentido produzido em um
texto pelo uso de determinadas categorias gramaticais
(modo imperativo do verbo). (GI) Reflexão sobre os usos da
língua falada e escrita.
11 2 Regra ortográfica H27. Aplicar conhecimentos relativos a regularidades
observadas em processos de derivação como estratégia
para solucionar problemas de ortografia, com base na
7
Itens Texto Habilidades 9º ano - (Grupo) Tema
Prova 1 Prova 2
correlação entre definição/exemplo. (GIII)
10 14 Notícia
O maior peixe da terra
H26(adaptada) Aplicar conhecimentos relativos ao
uso de organizadores textuais, como estratégia para
interpretação de enunciados. (GIII)
13 8 Poema
Pássaro vertical
H39 – Reconhecer o uso de determinados recursos
gráficos em um poema (GIII) Compreensão de textos
literários
12 6 Conto
Continho
H40 – Reconhecer o efeito de humor ou ironia produzido no texto literário pelo uso intencional de palavras ou expressões. (GIII)
8
GABARITO – Prova 1
A B C D
1 X
2 X
3 ABERTA
4 x
5 x
6 x
7 x
8 x
9 X
10 x
11 x
12 x
13 x
14 x
15 x
GABARITO – Prova 2
A B C D
1 x
2 x
3 x
4 x
5 x
6 x
7 x
8 x
9 x
10 x
11 x
12 ABERTA
13 x
14 x
15 x
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Análises e Recomendações Pedagógicas – Subsídios para o Professor
1ª série do Ensino Médio
LEITURA
TEMA 1
RECONSTRUÇÃO DAS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E RECEPÇÃO DE
TEXTOS
Parte significativa do processo de (re) construção dos sentidos de um
texto está diretamente relacionada à percepção de suas condições de
produção, que permite ao leitor situá-lo adequadamente como um evento
discursivo.Nesse sentido, identificar elementos como
os protagonistas do discurso,
os objetivos do texto,
o suporte utilizado,
o gênero (e seus componentes) e os espaços de circulação
envolvidos no discurso,
os valores sociais associados às variantes linguísticas utilizadas
é parte essencial da compreensão do texto.
Em função disso, uma das competências básicas do leitor, em qualquer nível
de proficiência, é a de resgatar, com base nas suas marcas específicas (...)
aspectos das condições de produção relevantes para a compreensão do texto
ou de parte dele.4
4 IN SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria da Educação. Matriz de Referência para a avaliação Saresp:
documento básico. FINI, Maria Inês (org.) São Paulo: SEE, 2009. p. 23. (Citação literal)
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Tema: Reconstrução das condições de produção e recepção de textos
H1- Identificar a finalidade de um texto, seu gênero e assunto principal. (GI)
Leia o texto e responda à questão.5
Fonte: Disponível em http://www.gazetasp.com.br/arquivo/GSP%20-%203124.pdf. Acesso:
20jul11.
Quanto ao gênero, à finalidade e ao assunto, pode-se afirmar que o texto é
(A) um anúncio publicitário, para convencer as pessoas sobre o uso
consciente da água.
(B) uma reportagem, para informar sobre a importância da água para o
nadador.
(C) um cartaz, para criticar as pessoas que não sabem fazer uso do chuveiro.
(D) um folheto, para instruir as pessoas sobre como se banhar em duchas.
5 Ao utilizar o presente Caderno de Orientações, confira a versão da prova. As alternativas, na maioria
das questões, foram trocadas de lugar.
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Comentário
A tarefa de leitura proposta consiste na identificação de três elementos:
finalidade, gênero e assunto do texto. Por meio da imagem de um conhecido
nadador brasileiro, o anúncio publicitário (ou, propaganda, como identificam
alguns autores para diferenciar uma intenção que não é comercial, mas de
vender uma ideia; mudar uma atitude) pretende conscientizar a população
sobre o uso adequado da água sem desperdiço. O enunciador estabelece uma
relação entre a figura positiva do nadador e o uso consciente da água com o
objetivo de convencer para a prática do consumo responsável. Para isso,
trabalha com a ideia de ―siga o exemplo‖ e com o uso de verbos no imperativo.
Considerando esses aspectos, a alternativa correta é A. Os alunos que
assinalarem a alternativa B, provavelmente, deixam de observar as relações
entre o texto verbal e não verbal, atentando, apenas, para a imagem. As outras
alternativas podem atrair alunos que, possivelmente, não conseguem
compreender que as finalidades se modificam, de acordo com o gênero e,
portanto, ainda não construíram a habilidade de leitura requerida.
Recomendações Pedagógicas
Um anúncio publicitário, em geral, veiculado em jornais, na Internet, em
outdoors, deve ser breve e impactante. O anúncio da Sabesp, ao trabalhar um
projeto para a conscientização do uso da água, opta pela utilização da imagem
de um nadador brasileiro bem sucedido.
A utilização de pessoas em momento de grande evidência é um
instrumento de persuasão bastante utilizado na esfera da publicidade e do
consumo. Segundo PEREZ (2004), a identificação do receptor com a causa,
oferece uma qualidade de fenômeno extensionista e de caráter exibitório da
causa.
A composição do anúncio em questão conta com elementos verbais e
não verbais. Um nadador famoso aparece com equipamentos de natação. Para
enfatizar a ideia central, o produtor utiliza uma frase destacada por letras
grandes e, logo abaixo, uma lista de recomendações. Os recursos utilizados
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são a marca do efeito de sentido que o enunciador espera construir para que o
interlocutor mude seu comportamento em relação ao uso da água:
1º- o poder persuasivo da imagem do atleta que sugere sucesso, felicidade,
rapidez e responsabilidade;
2º- a construção da frase ―Neste verão faça como o César Cielo. Use água
com responsabilidade e seja rápido...‖, tornando a informação confiável, já que
está ratificada, firmada pelo atleta;
3º- o uso do verbo fazer no imperativo e todos os outros que aparecem nas
frases, ―feche, abra‖ que fortalecem o sentido de convencimento.
O ensino da Língua Portuguesa, de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN), deve estar voltado para o uso e função social da
língua, requisito básico para que todos possam atuar no mundo letrado e
exercer sua cidadania, integrando-se à sociedade de forma ativa, emancipada
e a mais autônoma possível.
Para que o aluno seja capaz de identificar finalidades e gêneros textuais
com proficiência, é importante que o professor, crie situações de aprendizagem
em que se discutam semelhanças e diferenças dessas finalidades entre
gêneros que circulam em uma mesma esfera: a jornalística, por exemplo. Essa
habilidade poderá ser desenvolvida com a leitura e a escrita de textos em
diferentes gêneros (notícias, propagandas, anúncios publicitários, reportagens,
avisos, bilhetes, cartas, artigos) evidenciando o assunto do texto, sua finalidade
e sua construção composicional.
Com o desenvolvimento de atividades como essa, além de identificar a
finalidade, o assunto e a construção composicional do gênero, o aluno poderá
realizar inferências, por meio da ativação dos conhecimentos prévios e
de mundo, com o objetivo de reconstruir o sentido do texto;
identificar suportes característicos de determinados gêneros;
aplicar conhecimentos para a produzir um anúncio publicitário.
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Tema: Reconstrução das condições de produção e recepção de textos
H2 – Identificar os possíveis elementos constitutivos da organização interna de um
gráfico. (GI)
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Fonte: Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/cai-o-analfabetismo-mas-cresce-
o-numero-de-analfabetos-funcionais-no-brasil. Acesso: 20jul2011.
Com a finalidade de divulgar dados sobre o analfabetismo no Brasil, o autor
produziu um gráfico em que um eixo informa
(A) os anos em que os dados foram colhidos e o outro a região.
(B) os anos em que os dados foram colhidos e o outro o número de
analfabetos.
(C) o número de analfabetos e o outro a região em que vivem esses
analfabetos.
(D) o número de analfabetos e o outro o ano em que os dados foram colhidos.
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Comentário
O objetivo desse item é avaliar se os alunos identificam os possíveis
elementos constitutivos da organização interna de gêneros textuais de escritos
não-literários, neste caso, o gênero gráfico.
Pelo fato do gráfico da questão estar vinculado a um texto jornalístico,
pode-se entendê-lo como um recurso infográfico, ou seja, ―recurso gráfico que
utiliza elementos visuais para explicar algum assunto ao leitor‖ (KANNO, 1998).
Sendo considerado um texto multimodal, composto por mais um modo de
representação gráfica, o gráfico apresentado tem a finalidade de comparar
grandezas, por meio de retângulos de igual largura e alturas proporcionais às
respectivas grandezas: o primeiro, a representação da quantidade de pessoas
de 15 anos ou mais analfabetas, por regiões, em 2004; o segundo, o
levantamento dessas pessoas em 2009.
A resposta correta é a alternativa C. Para responder à questão, os
alunos deveriam reconhecer, primeiramente, o gênero textual gráfico para, em
seguida, prosseguir a leitura. Essa leitura exigia, a partir da instrução da
questão, o reconhecimento da estrutura composicional do gênero: a
organização em colunas múltiplas, representando a comparação entre dois
fenômenos; construção a partir de dois eixos, um horizontal, apresentando as
regiões do Brasil e outro vertical, apresentando o número de pessoas em
milhões de habitantes; e o título. No gráfico, foram inseridos mapas do Brasil,
destacando as regiões.
Os alunos que marcaram as demais alternativas provavelmente
desconhecem os elementos constitutivos do gênero gráfico, uma vez que, nele,
há, necessariamente, uma ordenação na construção e apresentação dos
dados, entre outros aspectos.
Recomendações Pedagógicas
Ao retomar a questão com os alunos, seria interessante explorar mais o
conteúdo dos eixos do gráfico. Uma outra questão, que trata da informação
veiculada por esses eixos, poderia ser lançada.
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Também seria interessante explorar outras informações veiculadas pelo
gráfico. O índice de analfabetismo está caindo, subindo ou se mantendo no
Brasil? Qual o número aproximado de analfabetos no Brasil? Em que região há
mais analfabetos, em qual há menos? Se a região sudeste é a região
economicamente mais desenvolvida, como é possível que tenha o segundo
maior número de analfabetos do Brasil?
A notícia6 vinculada na Revista Veja, além do gráfico utilizado na
questão, apresenta outro com informações sobre a proporção de analfabetos
funcionais.
Para que o aluno consiga identificar os possíveis elementos constitutivos
da organização interna de um gráfico, podemos
trazer para a sala de aula textos jornalísticos que utilizem gráficos;
explorar sua estrutura;
estabelecer relações entre os gráficos e a notícia, a partir das
informações neles contidas.
Podemos também pedir ao aluno que pesquise gráficos e os traga para
a leitura em sala de aula. Eles podem ser encontrados em revistas ou jornais,
na internet, ou mesmo nos livros didáticos e cadernos de outra disciplina, com
possibilidades de um trabalho interdisciplinar.
6 Leia a notícia na íntegra em: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/cai-o-analfabetismo-mas-
cresce-o-numero-de-analfabetos-funcionais-no-brasil.
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TEMA 2 - RECONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS DO TEXTO
O processo de compreensão leitora baseia-se em procedimentos
básicos de (re) construção dos sentidos do texto. Tais procedimentos envolvem
a recuperação de informações, tanto locais (no limite, itens de informação ou
informações pontuais) quanto globais, de tal forma que o conteúdo de um texto
pode ser representado, como propõe a linguística textual, em macroestruturas
que se articulam em níveis crescentes de informação. [...]
As informações que constituem o conteúdo de um texto podem figurar
explicitamente (em diferentes graus de proeminência) ou implicitamente (por
meio de procedimentos diversos). O que envolve, no primeiro caso, a
habilidade de localizar adequadamente essas informações; e, no segundo
caso, a de inferi-las de forma autorizada pelo texto, ou seja, com base na
identificação dos procedimentos de implicitação utilizados.7
7 IN SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria da Educação. Matriz de Referência para a avaliação Saresp:
documento básico. FINI, Maria Inês (org.) São Paulo: SEE, 2009. p. 24. (Citação literal)
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Tema: Reconstrução dos sentidos do texto
H 5 – Localizar itens de informação explícita, relativos à descrição de características
de determinado objeto, fenômeno, cenário, época ou pessoa. (GI)
Leia o texto e responda à questão.
Primeira ciclorrota de São Paulo começa a funcionar hoje
A primeira ciclorrota de São Paulo começa a funcionar hoje na zona sul, cortando o
Brooklin, a Chácara Santo Antônio e o Jardim Cordeiro. São 15 quilômetros ligando os
Parques do Cordeiro à Avenida Jornalista Roberto Marinho.
A sinalização foi finalizada ontem e inclui logotipo de bicicletas, placas e
faixas informando sobre a existência da ciclorrota e alertando motoristas para
reduzirem a velocidade.
Diferentemente das ciclovias, onde o tráfego das bicicletas é isolado, a
ciclorrota de bicicleta consiste em uma via compartilhada que funcionará 24
horas por dia.
Mas nem bem surgiu e a ciclorrota já é motivo de polêmica. O ponto que
poderá causar mais discussão é o limite de velocidade de 30 km/h nessas vias,
eminentemente residenciais. A exceção ficará por conta das Ruas Alexandre
Dumas e Verbo Divino, onde o limite será de 40 km/h – a justificativa é que
contam com tráfego mais intenso e servem de passagem de ônibus. Não estão
previstos radares.
Fonte: Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/ciclorrota+comeca+a+funcionar+nesta+quarta+na+zona+sul+de+sao+paulo/n1597090710205.html Acesso: 24jul/2011 (adaptado).
Segundo a reportagem, na ciclorrota o
(A) tráfego de bicicleta é em via compartilhada.
(B) tráfego de bicicleta é isolado de outras vias.
(C) limite de velocidade é de 30 km/h em toda a extensão.
(D) limite de velocidade é de 40 km/h em toda a extensão.
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Comentário
A tarefa de leitura proposta consiste na localização de itens de informação
explícita relativos à característica da ciclorrota. A localização dessa informação
está no segundo parágrafo. Todas as informações introduzidas nas alternativas
B, C e D estão presentes no texto, entretanto, em B, a informação refere-se à
ciclovia e, as alternativas C e D, referem-se aos limites de velocidade
permitidos em apenas alguns trechos das vias, por esse motivo não se
constituem em informações que caracterizam a ciclorrota. Os leitores que
indicarem a alternativa B, C e D podem não saber recuperar informações
explícitas para a reconstrução do sentido do texto, ou seja, podem não
proceder a retomadas ao texto para ratificar ou retificar sentidos atribuídos em
uma primeira leitura. A caracterização da ciclorrota utilizada no texto está
presente na alternativa A.
Recomendações Pedagógicas
A localização de informação explícita no texto pode estar relacionada ao
conteúdo expresso literalmente na notícia, ou por meio de paráfrase, isso é,
―dizer de outra maneira o que se leu‖ (SAEB, 2011). Para se chegar à
alternativa correta, o aluno precisa retomar o texto-base, utilizando as pistas
fornecidas pelo enunciador.
Algumas ações realizadas cotidianamente exploram esse tipo de habilidade,
mas é preciso estimular essa prática de estudo, pois
Em função dos objetivos da leitura, algumas atividades devem
favorecer a localização de informações cruciais do texto por meio
de perguntas que dirigem o olhar do aluno para tais aspectos
(conceitos ou relações que devem ser garantidos etc.).
Procedimentos tais como sublinhar, copiar, iluminar informações
relevantes etc. devem ser estimulados para auxiliar o aluno a
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buscar pelas passagens essenciais e abandonar informações
periféricas.8
Esses procedimentos podem ser ampliados para outras disciplinas do
currículo, desenvolvendo, assim, comportamentos leitores voltados para o
estudo.
Tema: Reconstrução dos sentidos do texto
H 10 – Estabelecer relações entre imagens (fotos, ilustrações) e o corpo do texto,
comparando informações pressupostas ou subentendidas. (GII)
Leia o texto e responda à questão.
Fonte: Folha de São Paulo, 29/4/2004.
Para Garfield, as coisas que acontecem no mundo são
(A) interessantes.
(B) assustadoras
(C) divertidas.
(D) corriqueiras.
8 Citação encontrada em quadro construído por Jacqueline Barbosa e Ana Luíza Marcondes Garcia, baseado
em texto de ROJO (2004), como parte do material do Programa Ensino Médio em Rede – CENP/SEESP/MEC/PNUD.
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Comentário
Em alguns gêneros, elementos não verbais (fotos, desenhos, tabelas,
gráficos, quadros) podem compor com o texto escrito para a construção dos
sentidos.
Nesta questão, espera-se que o leitor seja capaz de relacionar
informações advindas de fontes verbais e não-verbais para construir sentidos
para um texto.
O grau de dificuldade dessa tarefa de leitura dependerá da familiaridade
do leitor com o gênero, com o assunto tratado e da saliência da informação
relevante tanto no texto como no material gráfico. Dependerá também da
quantidade de informações que o leitor deverá relacionar.
Para acertar esta questão, seria preciso o estabelecimento das relações
necessárias entre o texto contido nos balões e as alterações na expressão
facial do personagem Garfield (alternativa B). As demais alternativas
apresentam sentimentos contraditórios à expressão do personagem (quadro 2
e 3) e ao balão de pensamento (quadro 3).
O item vem justamente solicitar ao leitor que demonstre compreensão do
texto a partir da combinação da leitura do discurso verbal, do gesto e da
atitude. Os alunos que escolheram a questão correta (B) demonstram
compreender o texto a partir da leitura verbal e não verbal. Os alunos que
escolheram as alternativas A, C e D podem indicar pouca intimidade com esse
gênero textual (tirinhas) ou falta de estratégias de leitura para identificar o que
está dado pelas imagens, pelos recursos gráficos e o que está nas entrelinhas
do texto.
Recomendações Pedagógicas
Levando-se em conta que grande parte dos textos, com os quais nos
deparamos nas diversas situações sociais de leitura, apresenta integração da
escrita a elementos visuais para sua compreensão, a escola pode contribuir
para o desenvolvimento dessa habilidade, explorando a integração de múltiplas
linguagens como forma de expressão de ideias e sentimentos.
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Para trabalhar essa habilidade, o professor deve levar para a sala de
aula a maior variedade possível de textos desse gênero. Além das revistas em
quadrinhos e das tirinhas, podem-se explorar materiais diversos que
contenham apoio em recursos gráficos. Esses materiais vão de peças
publicitárias e charges de jornais aos textos presentes em materiais didáticos
(Livro + Língua Portuguesa - volume 3 – páginas 32,33,34,35,36/ anexo I -
ficha individual 07, 08, 09,10,ficha para grupos D; + Língua Portuguesa +
Matemática - 1º série – EM – Aula 15 - página 11.) e em outras áreas de
conhecimento, tais como gráficos, mapas, tabelas, roteiros.
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Tema: Reconstrução dos sentidos do texto
H11- Inferir o tema ou assunto principal com base na localização de informações
explicitas no texto. (GIII)
Leia o poema e responda à questão.
O bicho (poema de Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio,
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão.
Não era um gato.
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Fonte: Disponível em < http://www.webartigos.com/articles/9839/1/O-Poema-O-Bicho/pagina1.html#ixzz1Spcdhuyp>. Acesso: 18jul2011.
Pode-se afirmar que o tema em torno do qual o poema se constrói é a
(A) imundície humana.
(B) voracidade humana.
(C) imundície dos animais.
(D) miséria humana.
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Comentário
A tarefa de leitura proposta consiste na inferência do assunto principal do
poema, a partir de informações explícitas no texto. As alternativas A e B
apresentam, de fato, dados contidos no texto, porém são informações
secundárias. Os alunos que marcaram a alternativa C não compreenderam o
sentido global do texto, uma vez que a informação ―Na imundície do pátio‖
refere-se à caracterização do ambiente e ajuda a compor o cenário de
decadência do ser humano. Essa alternativa não é a correta, uma vez que
essa informação não apresenta o tema central do poema. A alternativa D é a
correta, pois abrange o tema principal, que aparece em destaque na frase
conclusiva do poema e também retoma o título. Por meio da leitura do
poema, o aluno deve perceber que o bicho é uma metáfora da condição de
muitos seres humanos – ―abandonados à própria sorte”. ―É o ser
marginalizado, animalizado pela decadência que o atinge física, psicológica e
socialmente‖.
Recomendações Pedagógicas
Nas atividades de leitura, é importante que sejam disponibilizados
diferentes gêneros textuais para que o aluno possa, entre outras habilidades
que serão mobilizadas, inferir o tema a partir de informações presentes no
texto.
Com o objetivo de ampliar as possibilidades de compreensão global do
texto, é importante que os alunos possam participar de diferentes situações de
leitura — silenciosa, coletiva, oral, individual e compartilhada – e aprendam a
fazer perguntas ao texto, a partir da ativação de seus conhecimentos prévios
para que possam praticar/desenvolver alguns procedimentos e habilidades:
formular hipóteses sobre o texto a ser lido;
fazer previsões, baseando-se no gênero, no título, no subtítulo, nas
ilustrações;
trocar ideias sobre o que foi lido na forma de discussões e,
eventualmente, debates regrados.
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TEMA 3 - RECONSTRUÇÃO DA TEXTUALIDADE
Os conteúdos se organizam, num texto, com base em processos de
coerência e coesão que se expressam por meio de recursos linguísticos
específicos, responsáveis por apresentar informações novas e resgatar as
antigas, de forma a garantir a continuidade textual nas formas previstas pelo
gênero e pela tipologia em questão.
Por isso, uma das competências fundamentais do leitor, em qualquer
nível de proficiência, consiste num conjunto de habilidades relacionadas à
correta apreensão da organização textual, por meio das marcas linguísticas
que a manifestam.9
Tema: Reconstrução da textualidade
H12/7º ano (adaptada para EM) Estabelecer relações entre segmentos de texto,
identificando o antecedente de formas pronominais (GIII).
Leia o texto e responda à questão.
O maior peixe da terra
O maior peixe do mundo é o tubarão baleia, encontrado nos mares
tropicais de todo o globo, podendo medir até 20 metros de comprimento. O
bicho tem a cabeça achatada e corpo marrom ou cinza coberto por manchas
claras. Apesar do tamanho, ele não é temido como o tubarão branco (astro do
famoso filme de Spielberg que completou 25 anos em 2000), pois se alimenta
apenas de pequenos peixes, crustáceos e plâncton. Para isso, o peixão possui
uma grande boca, que mantém aberta enquanto nada lentamente para filtrar o
alimento da água.
Fonte: Disponível em http://www.visitesinop.com.br/news/o-maior-peixe-da-terra/ Acesso:
24jul2011.
9 IN SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria da Educação. Matriz de Referência para a avaliação Saresp:
documento básico. FINI, Maria Inês (org.) São Paulo: SEE, 2009. p. 25. (Citação literal)
25
Na frase ―Para isso, o peixão possui uma grande boca‖, o pronome em
destaque recupera a ação de
(A) filtrar o alimento.
(B) nadar.
(C) atacar.
(D) se alimentar.
Comentário
A tarefa de leitura solicitada neste item busca saber se o aluno é capaz
de estabelecer relações entre segmentos de texto, identificando o antecedente
do pronome ―isso‖. Os alunos que escolheram as alternativas A ou B
desconsideraram a informação do comando, ou seja, que o pronome recupera
uma ação anterior. A alternativa C traz uma ação que não está presente no
texto. Aqueles que optaram pela alternativa D, compreenderam a função do
pronome naquela situação de uso, ou, conseguiram buscar e interpretar as
pistas presentes no comando, relacionando-as às alternativas.
Recomendações Pedagógicas
Nas aulas subsequentes, pode-se retomar o texto e explorar outros
mecanismos de coesão: de que forma o tubarão baleia é mencionado ao longo
do texto? Pode-se, por exemplo,
discutir com os alunos que, ao longo de um texto que contém uma
descrição de animal, como nesse caso, o próprio animal ou suas partes
serão mencionados ao longo de todo texto;
explorar como, linguisticamente, isso poderá se dar: uso de pronomes
(ele, seus dentes, a barriga dele), de sinônimos, hiperônimos e
hipônimos (sem necessariamente usar esses termos).
26
Outra possibilidade de trabalho é construir coletivamente um trecho – três
ou quatro parágrafos -, descrevendo um movimento, ou um estilo musical, ou
uma tribo, ou, ainda, um jeito de ser (nerd, por exemplo) para que possam
experimentar esses vários mecanismos coesivos.
Tema: Reconstrução da textualidade
H15 - Estabelecer relações entre segmentos de um texto, identificando o antecedente
de um pronome relativo ou o referente comum de uma cadeia de substituições
lexicais. (GII)
Leia o texto e responda à questão.
O inquérito da Polícia Civil do Pará sobre a morte do casal de
extrativistas, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em maio,
aponta como mandante do crime José Rodrigues Moreira, dono de terras no
assentamento onde eles viviam.
A Folha apurou que ele é suspeito de ter encomendado a morte para
dois homens, cujos retratos falados já haviam sido divulgados no mês
passado.
O resultado das investigações deve ser divulgado oficialmente hoje. Os
três devem ser indiciados sob suspeita de duplo homicídio triplamente
qualificado.
Fonte: Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2007201115.htm>. Acesso:
20jul2011.
No trecho, o pronome relativo cujos refere-se
(A) a Maria do Espírito Santo e José Claudio Ribeiro.
(B) a retratos falados.
(C) aos três indiciados.
(D) aos dois homens.
27
Comentário
O objetivo desse item é avaliar se os alunos estabelecem relações entre
segmentos de um texto, identificando o antecedente de um pronome relativo.
Segundo Evanildo Bechara (2009, p.71), pronomes relativos são aqueles
que ―normalmente se referem a um termo anterior, chamado antecedente‖, ou
seja, ―é o pronome que se refere a um nome anteriormente citado, introduzindo
uma nova oração‖. São eles: qual, o qual (a qual, os quais, as quais), cujo,
(cuja, cujos, cujas), que, quanto (quanta, quantos, quantas), onde, quem.
Mais especificamente sobre o pronome CUJO e sua utilização, Bechara (2009,
p. 172) nos diz que cujo, sempre com função adjetiva, exprime que o
antecedente é possuidor do que fora referenciado como consequente.
No caso da questão, o período é composto pelas seguintes orações:
(1) A Folha apurou (que)
(2) ele é suspeito de ter encomendado a morte para dois homens, (cujos)
(3) retratos falados já haviam sido divulgados no mês passado.
Dessa forma,
... ter encomendado a morte para dois homens CUJOS retratos falados...
(Antecedente) (Consequente)
(os retratos falados dos dois homens)
Nota-se que a explicação para o pronome CUJOS, que introduz a
oração (3), está na identificação de que o antecedente ―dois homens‖ exerce
uma função de posse sobre o termo ―retratos falados‖, ou seja, esses ―retratos
falados‖ são desses ―dois homens‖. Os alunos, considerando essas
características do pronome, chegariam, assim, a alternativa correta D. Quanto
às demais alternativas, os alunos que marcaram a alternativa A, B e C, não
consideraram as especificidades relacionadas ao pronome relativo
desconhecendo aspectos do seu uso.
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Recomendações Pedagógicas
Segundo Travaglia (1997, p.238-239), o ensino da língua materna para
nativos dessa língua só pode ter como fim principal e fundamental o
desenvolvimento da competência comunicativa já adquirida pelo falante,
entendendo-se esse desenvolvimento como a possibilidade de o falante utilizar
cada vez mais recursos da língua de forma adequada a cada situação de
interação comunicativa.
Assim, compartilhamos da reflexão de Travaglia (2006, p.237) sobre o
ensino de Gramática quando este afirma que, numa perspectiva textual-
interativa, a aula deve ser uma análise de como
cada elemento da língua funciona como pista das relações entre
segmentos do texto e das possibilidades interpretativas para a
produção de efeitos de sentido;
ligações entre elementos da língua são capazes de indicar ao
receptor a intenção do locutor em comunicar e o seu esforço para
que isso ocorra.
Nesse caminho, uma possibilidade para trabalhar a habilidade de
reconhecer as relações entre elementos de um texto por meio do uso de
pronomes é, num primeiro momento, propiciar que textos orais e escritos (em
que haja o uso desses pronomes) façam parte da aula. Deve-se lembrar que
essas relações, foco da habilidade, fazem parte de um conhecimento presente
dentre os conteúdos gerais trabalhados nos anos anteriores.
Pode-se pedir aos alunos que selecionem exemplos de usos desses
pronomes, independente do gênero de textos: uma música, uma entrevista,
uma fala que ela escutou na televisão, um artigo da revista que mais gosta de
ler, entre outras. Se for necessário, não há problemas em ser feita uma
pequena explanação retomando o conceito de pronome relativo, bem como
apresentar alguns exemplos desse uso.
29
Tema: Reconstrução da textualidade
H 18 – inferir a tese de um texto argumentativo, com base na argumentação
construída pelo autor. (GIII)
Leia o texto e responda às questões.
Seleção: o elenco é esse. A paixão diminui
por Tironi em 17.jul.2011 às 19:48h
O gramado era ruim, o goleiro adversário jogou muito, o Brasil perdeu
uma quantidade absurda de chances. Tudo é verdade. Mas isso não alivia em
nada o vexame que passamos na Copa América, um dia depois de boa parte
da torcida brasileira rir à toa com a eliminação argentina (não foi o meu caso).
Analisando friamente, em quatro jogos o Brasil jogou bem cerca de 30
minutos contra o fraquíssimo Equador. Criou chances, mas não conseguiu furar
o bloqueio paraguaio. Volta pra casa de cabeça inchada e com as barbas se
preparando para entrar no molho.
O período é de renovação, Mano Menezes teve ainda pouco tempo para
trabalhar. Tudo isso pode ser levado em conta. Porém, o elenco é esse aí. Ou
alguém consegue achar uma grande injustiça nesta convocação? Alguém que
pudesse mudar nosso destino na terra dos hermanos?
Há tempo para evoluir. Não dá, ainda, para duvidar da capacidade desta
geração, Neymar e Ganso principalmente. Mas é necessário colocar este time
para rodar, treinar, enfrentar adversários duros. E ver no que vai dar.
Muito se fala da falta de sintonia que a Seleção Brasileira tem com a
torcida e como a paixão pela amarela vem diminuindo rapidamente ano após
ano. Só há um jeito deste fogo renascer: com um time que jogue bem e
encante. Isso é diferente de ganhar.
A Seleção de Dunga ganhou tudo até chegar à Copa de 2010 e nem por
isso caiu nas graças do povo brasileiro.
A questão aqui é encantar. Se a Seleção de Mano tivesse feito uma
primeira fase boa, jogado como jogou hoje e, num sopro de azar, fosse
desclassificada, a derrota teria sido mais doída. Mas exatamente o sofrimento
30
de perder jogando bem poderia ajudar trazer a Seleção para dentro de nossos
corações novamente.
Do jeito que foi, o torcedor passa a borracha e vai cuidar da sua vida
sem nem sequer discutir a eliminação.
No fim, ele só lembra mesmo que o Brasileirão terá seus principais
jogadores de volta agora que a Seleção se desmanchou. E acaba vendo
vantagem nisso.
Fonte: Disponível em < http://blogs.lancenet.com.br/tironi>. Acesso: 20jul2011.
A tese defendida no texto está expressa em
(A) A seleção não fez uma boa campanha na Copa América.
(B) É necessário convocar os que jogaram na seleção de Dunga.
(C) A seleção brasileira precisa voltar a encantar a torcida.
(D) O torcedor gostou da eliminação da Copa América.
Comentário
O autor do texto argumentativo tem o objetivo de defender sua opinião
sobre determinado assunto, para tanto utiliza argumentos que sustentam sua
tese. Esse movimento argumentativo é essencial para o convencimento do
leitor.
A tarefa proposta consiste na inferência da tese defendida pelo
enunciador. Além disso, pretende-se que o aluno se coloque em relação à tese
defendida, apresentando argumentos que justifiquem seu posicionamento. A
leitura sugerida consiste na busca da inferência por meio da argumentação
apresentada. A alternativa B contém opinião contrária às manifestadas no
texto. Os leitores que optaram por ela provavelmente se pautaram em opiniões
pessoais e não verificaram o texto. As alternativas A e D representam
argumentos utilizados pelo autor, nesse caso os leitores não atenderam à
solicitação explícita do comando para que encontrassem a tese defendida pelo
enunciador do texto, que está mencionada na alternativa C.
31
Produção de texto com sequências argumentativas
Habilidades de escrita: Justificar/ sustentar a posição assumida. (GIII)
Você concorda ou discorda da opinião do autor? Justifique sua resposta, apresentando argumentos para defender sua posição.
Comentário
O autor defende a tese de que a seleção brasileira precisa voltar a
encantar a torcida. Para tanto, organiza sua argumentação afirmando que:
o elenco precisa ganhar experiência;
jogar bem é diferente de ganhar;
o sofrimento de perder jogando bem poderia trazer a Seleção de volta aos
corações da torcida.
resultado não é sinônimo de sucesso;
houve apatia em relação à derrota.
Na questão aberta, a correção pode priorizar os seguintes aspectos:
se o aluno consegue aderir a um ponto de vista;
se o aluno consegue tecer argumentos – favoráveis ou contrários
– em defesa de seu ponto de vista;
se esses argumentos sustentam-se pela força e relevância dos
elementos que estão na sua estrutura;
se a argumentação está articulada, de modo a não evidenciar
contradições;
se os argumentos estão adequadamente ordenados para o
fortalecimento de seu ponto de vista;
se o aluno utiliza organizadores textuais apropriados para
introduzir ideias adicionais, contrárias, concessivas, conclusivas
ou outras que sejam adequadas em sequências argumentativas.
32
Recomendações Pedagógicas
Um estudo dos movimentos argumentativos, que foque a maneira como
o enunciador vai defender sua tese (sustentando sua posição, refutando outras
ou ―negociando‖ com argumentos de outros posicionamentos, de forma a
estabelecer um diálogo com o leitor), e uma tematização com os alunos sobre
diferentes tipos de argumentos pode representar uma ótima oportunidade para
enriquecer as atividades com o gênero artigo de opinião.
Alguns materiais trazem propostas para o trabalho com esse gênero
utilizando metodologias diversificadas:
Sequência didática Artigo de Opinião – Programa Ensino Médio em
Rede (p. 36-41);
Pontos de Vista: Caderno do professor – Olimpíada de Língua
Portuguesa (p. 70 – 107).
Além do enriquecimento quanto ao gênero, é possível ainda ampliar o
debate sobre o universo do futebol assistindo a trechos do filme Boleiros em
http://www.spfilmes.com.br/.
TEMA 4 - RECUPERAÇÃO DA INTERTEXTUALIDADE E
ESTABELECIMENTO DE RELAÇÕES ENTRE TEXTOS
Um texto se constitui e se individualiza como tal numa complexa rede de
relações que ele estabelece com outros textos, no que diz respeito à forma, ao
conteúdo e/ou às suas funções sociais. É nas semelhanças e diferenças com
os demais, por exemplo, assim como na forma como se refere, direta ou
indiretamente a outros textos, que ele ganha identidade. A leitura de um texto,
portanto, envolve, por parte do leitor, uma adequada apreensão dessa rede de
relações, sempre mais ou menos marcadas no próprio texto.
É por meio da apreensão de marcas como a citação, a referência, a
alusão etc., que o leitor pode perceber um texto como paródia de um outro,
plágio, comentário, adendo, explicação ou resposta.10
10
IN SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria da Educação. Matriz de Referência para a avaliação Saresp: documento básico. FINI, Maria Inês (org.) São Paulo: SEE, 2009. p. 25. (Citação literal)
33
Tema: Recuperação da intertextualidade e estabelecimento de relações entre textos.
H 20 – Reconhecer uma justificativa sobre diferenças ou semelhanças, no tratamento
dado à mesma informação, veiculada em textos de gêneros diferentes. (GIII)
Leia os textos 1 e 2 e responda à questão.
Texto 1
Reino Protista
Neste reino estão incluídos os protozoários e as algas. Esses seres
possuem células com núcleo bem definido pela presença de uma membrana
nuclear. Os protozoários são organismos microscópicos unicelulares e
incapazes de produzir seu próprio alimento. Eles podem ser de vida livre –
como os paramécios – ou parasitas, como o tripanossoma e a ameba, que
parasitam o intestino do homem.
Fonte: Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003211.pdf . Acesso:
20.07.2011.(fragmento)
Texto 2
Pac-protozoário
Cientistas americanos criam videogame em que o protagonista é um ser vivo –
um paramécio, microorganismo que está entre as criaturas mais primitivas da
Terra.
por Mila Burns
Mario? Sonic? O gangster Niko, de GTA? Nenhum deles: o novo herói
dos games é o paramécio, um microorganismo de apenas 0,02 centímetro que
34
foi transformado em protagonista de jogos criados por pesquisadores da
Universidade Stanford, nos EUA.
Funciona assim: o paramécio, que está vivo, fica nadando em um
compartimento muito pequeno dentro de um microscópio. O microscópio envia
imagens da criatura para um notebook no qual elas são fundidas com os
gráficos do game.
Você usa um joystick comum para jogar. Quando mexe a alavanca em
uma direção, o pobre paramécio recebe um jato de ácido diclorofenoxiacético -
um repelente que faz com que ele se desloque na direção que você indicou.
Crueldade? "O paramécio é um microrganismo primitivo que não tem cérebro
nem sente dor", diz o biólogo Ingmar Riedel-Kruse, criador dos jogos.
Os games são inspirados em títulos clássicos. O Pac Mecium, por
exemplo, é um clone do tradicional Pac Man - só que quem anda pelo labirinto
é o paramécio. Em outro jogo, batizado de Pinball Biótico, o objetivo é impedir
que a criatura alcance a parte de baixo da tela. Os cientistas também criaram
um jogo de futebol e uma versão paramécia de Pong. Até que é divertido. Mas
nada que vá tirar o sono dos irmãos Mario.
Fonte: Disponível em http://super.abril.com.br/tecnologia/pac-mecio-630809.shtml .Acesso:
20jul2011.
Os dois textos tratam de aspectos relativos ao paramécio de maneira
(A) semelhante, pois ambos têm como finalidade divulgar um jogo que
permite explorar algumas propriedades desse organismo microscópico.
(B) diferente, pois o primeiro traz características do reino ao qual
pertence esse organismo, enquanto o segundo informa sobre a
maneira como ele é utilizado em um jogo.
(C) diferente, pois o primeiro apresenta o sistema de locomoção desse
organismo, enquanto o segundo repudia o uso de microorganismos em
jogos eletrônicos.
(D) semelhante, pois ambos foram produzidos por jornalistas, com o intuito
de informar sobre a necessidade de controlar esse organismo.
35
Comentário
A tarefa de leitura proposta consiste em que o leitor reconheça uma
justificativa produzida sobre as diferenças de tratamento dado ao assunto
―paramécio‖ em dois textos de gêneros diferentes. As alternativas A e C
afirmam que os textos são semelhantes. A alternativa A está incorreta porque
apenas o segundo texto foi produzido por jornalista e nenhum deles informa
sobre a necessidade de controlar o paramécio. Em relação à alternativa C,
apenas um dos textos divulga um jogo que explora as propriedades desse
organismo. As alternativas B e D afirmam diferenças entre os textos.
Entretanto, o tema locomoção não aparece no primeiro texto, tampouco a
autora do segundo emite opinião contrária ao uso do paramécio no jogo, como
está posto na alternativa C. A alternativa correta, portanto, é a B, que distingue
os dois gêneros por meio da explicitação de suas finalidades. Os alunos que
assinalaram as alternativas A e C não foram capazes de reconhecer uma
justificativa produzida pela diferença de finalidades existentes nos dois textos,
talvez, por desconhecer que os gêneros textuais têm formas particulares de
realizar linguisticamente finalidades específicas. Alunos que assinalaram a
alternativa D podem demonstrar pouca familiaridade com o uso de
procedimentos e estratégias de leitura com os gêneros em questão ou, ainda,
dificuldade em reconstruir os sentidos dos dois textos, o que impossibilitaria
estabelecer uma relação entre eles para, em seguida, reconhecer uma
justificativa plausível.
Recomendações Pedagógicas
Uma estratégia interessante para o desenvolvimento dessa habilidade
é proporcionar aos alunos a leitura de textos diversos relacionados a um
mesmo tema e contendo diferentes ideias. Os textos podem ser retirados de
jornais, revistas, internet, livros, campanhas publicitárias, entre outros. Esse
trabalho pode despertar neles a consciência de que há vários gêneros de
textos, os quais, embora tratem de um mesmo tema, podem expressar
sentidos diferenciados conforme a intenção do autor.
Outra estratégia é trabalhar com os alunos a produção textual
abordando um mesmo tema. Com essa atividade, o professor pode explorar
36
as diferentes formas de produção do tema trabalhado, despertando nos
alunos atitudes críticas e reflexivas.
As atividades que envolvem a relação entre textos são essenciais para
que o aluno construa a habilidade de analisar o modo de tratamento do
tema dado pelo autor e as condições de produção, recepção e circulação
dos textos.
O quadro abaixo, recortado da “Síntese das capacidades de leitura
com sugestões de como desenvolver”11 esclarece melhor as relações de
intertextualidade e de interdiscursividade importantes neste item:
Percepção de
relações de
intertextualidade
Quanto maior é o número de relações que o leitor estabelece
entre o que está lendo e o que já leu, ouviu, conversou,
assistiu etc., sobre o mesmo tema, mais efetivo é o diálogo
que ele trava com o texto. Assim, por meio de comentários,
perguntas, retomadas, solicitação de pesquisas etc., é muito
útil ―refrescar sua memória‖ lembrando-o de conteúdos
presentes em outros textos relacionados ao que está lendo,
imaginando outros textos possíveis. Segundo Bakhtin, todo
texto é de alguma forma resposta a textos anteriores e está
prenhe de respostas ulteriores.
Percepção de
relações de
interdiscursividade
O mesmo princípio anterior vale para esta capacidade no que
diz respeito agora não a conteúdos do texto, mas a outros
discursos aos quais o texto em questão remete. Assim, por
exemplo, muitas vezes só é possível compreender uma
referência, uma nota bibliográfica, uma ironia ou mesmo
realizar uma inferência quando se leva em conta os discursos
com os quais o texto dialoga, o que sempre inclui, para além
dos textos, os contextos de produção desses textos.
Atividades que levem o aluno a identificar ou explicitar tais
diálogos favorecem esta capacidade.
11 BARBOSA, J.; GARCIA, A. L. M. ―Síntese das capacidades de leitura com sugestões de
como desenvolver‖. Programa Ensino Médio Em Rede. CENP/SEE-SP/MEC/PNUD, 2004.
37
TEMA 5 - REFLEXÃO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA FALADA E ESCRITA
A adequada (re) construção dos sentidos de um texto e, em especial, a
sua leitura crítica, pressupõem a capacidade do leitor de perceber e analisar
aspectos linguísticos [e/ou semióticos] próprios de sua organização, como a
seleção lexical, o uso dos modos e tempos verbais, os recursos sintáticos
mobilizados na estruturação das frases, a pontuação.
É nesses aspectos semióticos e linguísticos da organização textual que se
encontram os “modos de dizer” próprios de um gênero, de um enunciador, de
um determinado contexto histórico-social. E na medida em que esses “modos
de dizer” fazem parte dos sentidos do texto, sua apreensão faz parte da
compreensão.12
Tema: Reflexão sobre os usos da língua falada e escrita.
H23 – Identificar o efeito de sentido produzido em um texto pelo uso de determinadas
categorias gramaticais (modo imperativo do verbo). (GI)
Leia o texto e responda à questão.
Manual com instruções para o jogo SUPER MARIO WORLD, versão para o
Super Nintendo
Mais fases
Complete todas as cinco fases na Star Road achando chaves escondidas e
fechaduras em todas elas. Feito isso, uma estrela aparecerá no meio que o
levará a novas fases
Escolher A Cor Do Yoshi
Vá ao Star World e destrave os Yoshis vermelho, azul e amarelo. Depois eles
mudarão de cor de acordo com o Mário
Com Fogo: Yoshi vermelho
Com Capa: Yoshi azul
Pequeno ou Grande: Aleatório (ou dependerá dos cascos comidos)
12
IN SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria da Educação. Matriz de Referência para a avaliação Saresp: documento básico. FINI, Maria Inês (org.) São Paulo: SEE, 2009. p. 26. (citação literal)
38
Jogue novamente nos castelos
Derrote o Browser
Estrelas
A cada milhão de pontos que você conseguir, uma estrela aparecerá na tela de
―Choose a game‖ até o limite de 5
Fonte: Disponível em http://jogos.enternauta.com.br/cheats-dicas-codigos/super-mario-world. Acesso: 20jul2011. (fragmento)
O uso dos verbos no modo imperativo afirmativo mostra a intenção de
instruir a ação do leitor. Além disso, produz um efeito de
(A) aconselhamento.
(B) imobilidade.
(C) afetividade.
(D) integração.
Comentário
A tarefa de leitura proposta consiste na identificação do efeito de sentido
produzido no texto, considerando o uso dos verbos em terceira pessoa,
utilizados no modo imperativo. A resposta A é a correta, uma vez que
corresponde ao que a habilidade propõe, ou seja, o efeito de sentido do uso
dos verbos causa no leitor um efeito, neste caso, de aconselhamento dos
passos a seguir para que se consiga cumprir as etapas do jogo. Observemos
que a alternativa B claramente menciona o efeito inverso ao proposto na
habilidade e as alternativas C e D não encontram respaldo no texto, ou seja,
em momento algum, o uso dos verbos no texto sugerido, constrói o efeito de
afetividade ou de integração.
Recomendações Pedagógicas
Para trabalhar em sala de aula a habilidade de identificar o efeito de
sentido produzido em um texto pelo uso de determinadas categorias
gramaticais, sugerimos que o professor recorra a sequências didáticas (DOLZ
39
E SCHNEUWLY, 2004), a atividades de leitura (LERNER, 2004) e a estudos de
gêneros textuais diversos. É importante salientar que não se trata de um
estudo sobre a nomenclatura das categorias gramaticais, mas uma
investigação sobre os efeitos de sentido produzidos em seu uso nos diferentes
textos e gêneros textuais.
Tema: Reflexão sobre os usos da língua falada e escrita.
H27. Aplicar conhecimentos relativos a regularidades observadas em processos de
derivação como estratégia para solucionar problemas de ortografia, com base na
correlação entre definição/exemplo. (GIII)
Leia a regra ortográfica e responda à questão.
REGRA:
Devemos empregar "s" em todos os substantivos, terminados em -ão,
derivados de verbos terminados em "-ender", "-verter" e "-pelir”
O grupo de palavras que exemplifica essa regra é
(A) compreender – compreensão; converter – conversão; confundir – confusão.
(B) expulsar – expulsão; aderir – adesão; contundir – contusão.
(C) pretender – pretensão; ascender – ascensão; expandir – expansão.
(D) suspender – suspensão; reverter – reversão; repelir – repulsão.
Comentário
A tarefa de leitura proposta consiste na resolução de um problema de
ortografia, com base na correlação entre definição de uma regra ortográfica e
exemplos de palavras com derivação orientada por essa regra. Para responder
corretamente à questão, os alunos devem observar em qual das alternativas
todos os exemplos correspondem à regra de derivação apresentada:
substantivos terminados em ―-ão‖, derivados de verbos terminados em "-
ender", "-verter" e "-pelir”, escrevem-se empregando a letra ―s‖. O fato de a
40
regra estar presente no enunciado permite verificar se o aluno é capaz de
―correlacionar definição e exemplo‖ em uma tarefa de leitura, ainda que o
conteúdo envolvido não tenha sido apresentado a ele por meio da
sistematização de regras. Por isso, espera-se que o aluno compreenda tanto o
processo de derivação quanto a regra ortográfica apresentada na questão, de
modo a assinalar a alternativa correta D – a única em que os três exemplos
têm como base a regra ortográfica proposta.
Recomendações Pedagógicas
A partir de um trabalho de observação das produções dos alunos, o
professor poder fazer um levantamento das principais dificuldades ortográficas
enfrentadas por eles, identificando as mais frequentes. É imprescindível que os
alunos compreendam as regras, por isso, sugere-se que o trabalho seja feito
com atividades que, primeiramente, o incentivem a elaborar as regras
ortográficas, por meio da observação das ocorrências.
Além disso, é preciso que os alunos lidem também com as
irregularidades ortográficas, situação em que não há regras que ditam o uso de
uma determinada letra, seja porque em seu lugar poderia haver outra que
representa o mesmo som, seja porque a letra em questão não representa som
algum (―h‖ inicial, por exemplo), mas é mantida por razões históricas e
morfológicas. Nesses casos, incrementar o raciocínio por derivação é algo que
pode ajudar: se ―casa‖ se escreve com ―s‖, casal, casinha, casebre, acasalar
etc. também utilizam ―s‖. Destacar os desvios mais recorrentes relativos a
palavras que contém irregularidades ortográficas, sobretudo as de uso muito
frequente, também contribui para que os alunos venham a escrever
ortograficamente.
41
Tema: Reflexão sobre os usos da língua falada e escrita.
H26(adaptada) Aplicar conhecimentos relativos ao uso de organizadores
textuais, como estratégia para interpretação de enunciados. (GIII)
Leia o texto e responda à questão.
O maior peixe da terra
O maior peixe do mundo é o tubarão baleia, encontrado nos mares
tropicais de todo o globo, podendo medir até 20 metros de comprimento. O
bicho tem a cabeça achatada e corpo marrom ou cinza coberto por manchas
claras. Apesar do tamanho, ele não é temido como o tubarão branco (astro do
famoso filme de Spielberg que completou 25 anos em 2000), pois se alimenta
apenas de pequenos peixes, crustáceos e plâncton. Para isso, o peixão possui
uma grande boca, que mantém aberta enquanto nada lentamente para filtrar o
alimento da água.
Fonte: Disponível em http://www.visitesinop.com.br/news/o-maior-peixe-da-terra/ Acesso:
24jul2011.
O trecho ―Apesar do tamanho, ele não é temido como o tubarão branco‖
poderia ser substituído por
(A) Por causa do tamanho, ele não é temido como o tubarão branco.
(B) Apesar do tamanho, ele também é temido como o tubarão branco.
(C) Embora seja grande, ele não é temido como o tubarão branco.
(D) Devido ao seu tamanho, ele não é temido como o tubarão branco.
42
Comentário
A compreensão do trecho em questão depende, em grande parte, de
uma atribuição de sentido adequada aos conectores. Tanto os articuladores
concessivos ―apesar de‖, ―embora‖, ―conquanto‖, ―ainda que‖, ―por mais que‖
como os adversativos – ―mas‖, ―porém‖, ―contudo‖, ―todavia‖, ―entretanto‖, ―no
entanto‖, em geral, relacionam afirmações que de alguma forma revelam
informações ou orientações contrárias e destacam a afirmação/orientação que
o autor quer salientar.
De uma maneira geral, há uma crença de que animais grandes (e para
levar em conta essa informação o aluno deverá relacionar o trecho da questão
com o primeiro período do texto em que é dito que o tubarão baleia é o maior
animal do mundo e possui 20 metros) são temidos, porque podem atacar
espécies menores. Mas, esse não é o caso do tubarão baleia que se alimenta
de pequenos peixes, crustáceos e plâncton. Daí o uso do articulador
concessivo. A escolha de qualquer outra alternativa que não a (B) demonstra o
não entendimento do sentido do conector ―apesar de‖ ou a não relação do
trecho dado com as informações do primeiro período do texto. As alternativas A
e D veiculam o mesmo sentido geral e desconsideram ―as ideias contrárias‖
veiculadas – ser grande e não ser perigoso – estabelecendo uma relação de
causa e consequência entre o tamanho e ser temido. A escolha pela alternativa
B pode revelar uma leitura pouco atenta das unidades menores, pois a
alternativa mantém o conector ―apesar de‖, mas altera o sentido do que vem
depois, trocando ―não‖ por ―também‖ ou pode revelar uma conexão entre o
primeiro período do texto e o trecho em análise.
Recomendações Pedagógicas
O trabalho com esses conectores é fundamental para que os alunos
possam compreender o movimento argumentativo de negociação. A não
compreensão desse movimento e do uso desses elementos de conexão pode
levar o aluno a supor que o autor defende uma ideia contrária àquela que,
efetivamente, pretende defender em seu texto.
43
Um trabalho com todos os tipos de conetores pode ser feito a partir de
textos lidos, produções coletivas de textos ou trechos, desafiando os alunos
para a construção adequada dos sentidos em pauta. Colocá-los diante de
situações argumentativas também faz com que esses conectores (ou a
ausência deles) surjam, o que pode propiciar boas discussões.
TEMA 6 - COMPREENSÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS
Pela tradição artístico-cultural a que se associa, o texto de valor literário
tem características próprias, baseadas em convenções discursivas que
estabelecem modos e procedimentos de leitura bastante particulares (os
“pactos de leitura”, como os denomina a teoria literária). Esses modos próprios
de ler têm o objetivo básico de permitir ao leitor apreender e apreciar o que há
de singular num texto cuja intencionalidade não é imediatamente prática, e sim
artística.
O leitor literário, portanto, caracteriza-se como tal por uma competência,
ao mesmo tempo lúdica (porque o pacto é ficcional) e estética (dada a
intencionalidade artística). Trata-se, portanto, de uma leitura cujo processo de
(re) construção de sentidos envolve fruição estética, em diferentes níveis.13
13
IN SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria da Educação. Matriz de Referência para a avaliação Saresp: documento básico. FINI, Maria Inês (org.) São Paulo: SEE, 2009. pp. 26 e 27.(citação literal)
44
Tema: Compreensão de textos literários
H39 – Reconhecer o uso de determinados recursos gráficos em um poema (GIII)
Leia o texto e responda à questão.
Fonte: Disponível em http://portuguescolegiao.wordpress.com/2009/06/16/poesia-visual/ Acesso: 03ago2011.
O título e a verticalidade das últimas palavras do poema podem ser associadas
(A) ao tiro dado no pássaro.
(B) à forma do pássaro.
(C) à queda do pássaro.
(D) ao vôo do pássaro.
45
Comentário
A tarefa da leitura proposta nesse poema visual consiste na justificativa
do emprego do recurso gráfico. Os alunos teriam de observar e relacionar o
conteúdo (texto escrito) e a forma (distribuição espacial do texto escrito). Os
que assinalaram a alternativa A, podem ter buscado a compreensão do poema,
pelo caminho da localização de informações explícitas no texto, em vez de
associar à imagem do poema o voo do pássaro. Aqueles que marcaram as
alternativas B e D, talvez já consigam reconhecer que o poeta pode se
expressar usando, para além das palavras, o arranjo visual, que delineia um
pássaro (B), ou que simula o movimento do voo do pássaro para lá e para cá
(D). Entretanto, deixaram de observar a especificidade da solicitação no
comando da questão: a correlação entre o título e a distribuição espacial das
palavras norte-sul. Em suma, os alunos que assinalaram a alternativa C
atentaram para a especificidade do comando e associaram texto e imagem
para reconhecer o movimento de queda do pássaro ao receber um tiro em
pleno voo.
Recomendações Pedagógicas
Primeiramente, o professor deve planejar a atividade de acordo com as
necessidades diagnosticadas, considerando aspectos metodológicos e número
de aulas disponíveis para o desenvolvimento. É importante lembrar que saber
dados sobre o autor é muito útil para propor intervenções e enriquecer a aula.
Também é importante saber o que os alunos sabem sobre o poema, sobre os
recursos com que poetas constroem o texto. Esse diálogo com os alunos
proporcionará diretrizes para o encaminhamento do conteúdo a ser apreendido.
Sugerir algumas perguntas para que essa interação aconteça pode ser um
caminho. Por exemplo: O que representa a forma do poema? O que aconteceu
com o pássaro?
46
Tema: Compreensão de textos literários
H40 – Reconhecer o efeito de humor ou ironia produzido no texto literário pelo uso
intencional de palavras ou expressões. (GIII)
Leia o texto e responda à questão.
Continho
Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho. Na soalheira
danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando
bobagem, quando passou um vigário a cavalo.
— Você, aí, menino, para onde vai essa estrada?
— Ela não vai não: nós é que vamos nela.
— Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
— Eu não me chamo, não, os outros é que me chamam de Zé.
Fonte: MENDES CAMPOS, Paulo, Para gostar de ler - Crônicas. São Paulo: Ática, 1996, v. 1. p. 76.
O humor da história é construído
(A) pela insistência do vigário em sua conversa com o menino.
(B) pelo uso que o menino fez dos verbos “ir” e “chamar-se”.
(C) pelo uso de algumas palavras escritas no diminutivo.
(D) pela falta de diálogo existente entre vigários e meninos.
Comentário
A tarefa de leitura proposta consiste em justificar o efeito de humor
produzido em razão do uso intencional de certas expressões ao longo do texto.
Para chegar à resposta correta, alternativa B, o aluno teria de
reconhecer o mecanismo utilizado para a construção do efeito de humor: o jogo
com a alternância de sentidos dos verbos nas perguntas e respostas.
47
Os alunos que assinalaram a alternativa C, provavelmente, procuraram
identificar mecanismos de construção utilizados no texto. Aqueles que
marcaram A podem ter identificado, nesta alternativa, uma informação que está
explícita no texto e, sem reler o comando da questão, no sentido de recuperar
a tarefa de leitura solicitada, consideraram-na a correta. A interpretação
possível para alunos que optaram pela alternativa D é de que reconheceram
uma inferência que o texto não permite que se faça.
Recomendações pedagógicas
Sugerimos ao professor que, nas atividades de leitura, ofereça aos
alunos o contato com gêneros textuais que utilizem largamente recursos
expressivos, como propagandas, contos, crônicas, letras de música,
quadrinhos, anedotas, vídeos, entre outros, orientando-os a perceberem e
analisarem os efeitos de sentido recorrentes nesses textos.
A proposta de trabalho para a turma é reconhecer o efeito de humor no
texto pelo uso intencional de palavras ou expressões. Há dois vídeos do
personagem Motoboy disponibilizados no youtube, a partir dos links
http://youtu.be/5lEVUD-S1KA e http://youtu.be/qA3Xn-6iaBY que podem ser
utilizados nesta atividade.
Solicite aos alunos que atentem para o relato, observando ações, gestos
e falas do personagem e procurem identificar o que constrói o humor.
Com esses questionamentos, busca-se verificar como se dá a
percepção do humor por parte dos alunos, se conseguem apontar os fatores
desencadeadores do riso. Esses apontamentos iniciais podem ser a base para
o planejamento de atividades que ampliarão as possibilidades de identificação
dos recursos expressivos.
Alguns traços de humor e ironia presentes nesses dois vídeos são as
metáforas, a ambiguidade e a estilização da linguagem, por exemplo ―nois num
quebra retroviso, nois só retira os que num são utilizados‖.
48
Análises e Recomendações Pedagógicas – Subsídios para o Professor 1ª série do Ensino Médio
PRODUÇÃO ESCRITA
Leia os textos 1 e 2.
Texto 1
O uso frequente da Internet permite que abreviemos algumas palavras,
criando, na dinâmica habitual da navegação, uma determinada licença que
possibilita escrever, entre outros exemplos, "vc" no lugar de você.
Isso é compreensível, porém há certos absurdos que não podem ser
justificados pelo uso do internetês ou através de frases tipo "na Internet é assim
mesmo".
Por que escrever "fika" se a palavra "fica" possui o mesmo número de
letras? Quando alguém escreve "pencar" no lugar de "pensar", vale dizer que
"é assim mesmo"?
Quando alguém escreve "Ele, faz", separando o sujeito do predicado,
cometendo um erro básico de pontuação, vale justificar com tolas desculpas?
Peço que estudemos o básico de Ortografia e de nossa esquecida
Gramática ou, se não quiser, utilizemos, no mínimo, o corretor ortográfico na
hora de enviar nossas mensagens, porém paremos imediatamente com essa
deplorável desculpa de que "é assim mesmo"!
Fonte: Disponível em
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20110627093508AA5uxIa Acesso: 21jul2011.
Texto 2
Disponível em http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11061. Acesso em 21/07/2011.
49
Fonte: Disponível em
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090128182602AAs5zRr . Acesso:
21/07/2011.
Produza um artigo de opinião, posicionando-se sobre o uso do
―internetês‖ para ser publicado no jornal de sua escola.
Atenção!
Utilize uma folha de rascunho.
Antes de passar a limpo, revise seu texto e faça as alterações necessárias.
Faça uso da norma-padrão da Língua Portuguesa.
Agora que já foi realizada a avaliação diagnóstica para saber como
estão as produções de Artigo de Opinião dos alunos, vem à tona a seguinte
questão - o que fazer? Como trabalhar com as dificuldades detectadas? Quais
intervenções realizar para que o aluno seja um produtor proficiente de texto de
um Artigo de Opinião e utilize os elementos básicos de sua composição?
Propomos algumas atividades para estimular a vivência de uma
metodologia de ensino de língua que trabalha com o gênero Artigo de Opinião.
As sugestões propiciam o desenvolvimento de habilidades de leitura e de
escrita previstas nos currículos escolares.
A escrita é um instrumento indispensável para todas as aprendizagens
e, desse ponto de vista, as situações de produção e os temas tratados são
apenas uma primeira aproximação ao gênero enfocado, que pode ampliar-se
aos poucos, pois escrever textos é uma atividade complexa e envolve uma
longa aprendizagem. Seria ingênuo pensar que os alunos resolverão todas as
suas dificuldades com a realização de algumas atividades isoladas, é preciso
contextualizá-las adequadamente.
Cinco Conselhos Importantes
1) Propor aos alunos que escrevam um primeiro texto e avaliar suas
capacidades iniciais.
50
2) Observar o que eles já sabem e assinalar as lacunas e as inadequações é
fundamental para escolher as atividades e para orientar as intervenções do
professor. Uma discussão com os alunos, com base na primeira versão do
texto, é de grande eficácia: o aluno descobre as dimensões que vale a pena
melhorar, as novas metas para superar, enquanto o professor compreende
melhor as necessidades dos alunos e a origem de alguns dos erros deles.
3) Escolher e adaptar as atividades de acordo com a situação escolar e com as
necessidades dos alunos, pois os materiais apresentados podem ser
completados e transformados em função dessa situação e dessas
necessidades.
4) Trabalhar com textos do mesmo gênero, produzidos por outros autores para
diversificar as referências e apresentar um conjunto variado de textos
pertencentes a um mesmo gênero, propondo sua leitura e comparação. Isso
será importante para a realização de outras atividades.
5) Estimular progressivamente a autonomia e a escrita criativa dos alunos. Os
auxílios externos, os suportes para regular as primeiras etapas da escrita são
muito importantes, mas, pouco a pouco, os alunos devem aprender a reler, a
revisar e a melhorar os próprios textos, introduzindo, no que for possível, um
toque pessoal, sua marca de autoria.
ATIVIDADES
1- Do oral para o escrito
Sugestões de Vídeos para o início do trabalho com o gênero Artigo de Opinião
É importante estimular o debate entre seus alunos, considerando ser um
gênero no qual é fundamental a pesquisa e elaboração de argumentação
consistente. Ao pesquisar com os alunos temas que sejam do interesse do
público jovem, o professor tornará suas aulas mais significativas e ampliará os
conhecimentos dos alunos, possibilitando discussões que podem ser
retomadas no trabalho com o gênero Artigo de Opinião. Listamos a seguir
sugestões para o trabalho introdutório intergêneros que poderá fundamentar
adequadamente os alunos para a produção posterior de artigos de opinião.
51
Uma boa sugestão é o Programa Fala Aí, da TV da Gente, que tem por
objetivo trazer temas que possam ser debatidos pelo público jovem e que
sejam de interesse. Os vídeos têm, em média, a duração de 10 minutos.
Em um dos programas, o debate é sobre o tema: ―Namorar ou ficar? Qual é a
melhor escolha?‖
Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=hmnXxFvtxnQ . Acesso em: 12jul2011.
Outro tema debatido no programa é sobre a Maioridade Penal aos 16
anos, que pode gerar outros temas para discussão com a sala.
Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=GI4y2vbqsPU . Acesso em: 12jul2011.
Além disso, o professor pode assistir, com os alunos, a outros vídeos
sobre os temas tratados nos Programas de TV, nos links abaixo:
Pé na Rua: ficar ou namorar? Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=1Ftv7nYyjDU&NR=1&feature=fvwp .
Acesso em: 12jul2011.
Outros programas do Fala Aí da TV da Gente. Disponíveis em
http://www.youtube.com/watch?v=PaXxgAZViF0&NR=1 . Acesso em:
12jul2011.
Debate sobre a maioridade penal no Rio de Janeiro. Disponível em
http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/tendencias-debates/debate-sobre-a-
maioridade-penal-no-rio-de-janeiro/ . Acesso em: 12jul2011.
Links para textos com propostas de ensino de debate regrado:
Aula do Portal do Professor do MEC sobre "O debate regrado e o
bullying", de autoria de Walleska Bernardino Silva. Disponível em
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22729 .
Acesso em: 12jul2011.
Aula do Portal do Professor do MEC sobre Artigo de Opinião e suas
características textuais, de autoria de Ana Paula Cavalcanti Soares,
disponível em
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25294 .
Acesso em: 12jul2011.
Debatendo. Oficina Pedagógica-‐ DE S.J.Campos/SP, de autoria de
Dorothy Bluyus Rodrigues Matias - PCOP/História. Disponível em
52
http://sites.google.com/site/dorothybluyus/debatendo . Acesso em:
12jul2011.
É fundamental que os alunos percebam como a seleção dos argumentos
pode colaborar ou não para a defesa de um ponto de vista. Que percebam a
importância de pesquisar e fundamentar adequadamente a defesa ou contra
argumentação que devem efetuar tanto no debate através da oralidade, quanto
no texto escrito. Salientar que, por não contar com os mesmos recursos que o
debate possibilita (o gestual, o tom de voz, o próprio recurso visual), o aluno
precisa retomar seu texto, revisá-lo, ampliá-lo para que ele efetivamente
consiga produzir o efeito de sentido adequado em seu público leitor.
2- Argumentar é preciso?
Para discutir o papel da argumentação, exiba um dos vídeos sugeridos para
realizar levantamento do que os alunos sabem sobre o assunto. É necessário
questioná-los com perguntas que os levem à reflexão.
Em seguida, o professor pode dividir a sala em grupo e solicitar que os alunos
registrem as questões polêmicas suscitadas pelo vídeo (o professor pode
elaborar questões norteadoras ou utilizar as perguntas do material Olimpíada
de Língua Portuguesa, por exemplo).
3- Promover o debate.
Produção de um jornal mural
Pedir aos alunos que, com base na discussão efetuada na primeira etapa,
produzam individualmente uma matéria assinada, destinada a um jornal mural,
que deverá:
Referir-se aos fatos relatados;
Fazer questionamentos do ponto de vista ético;
Opinar a respeito do apresentado, apontando alguma forma de opor-se
à situação relatada.
53
Em seguida, solicitar aos alunos que troquem entre si os textos produzidos e
peça-lhes que os leiam fora do horário de aula. Assim, todos tomarão
conhecimento das opiniões dos colegas e isso instigará o debate.
4-Valor da argumentação
Para concluir a reflexão, pedir aos alunos que discutam entre si qual valor a
argumentação pode ter na condução da vida cotidiana. Os alunos devem
anotar as conclusões a que chegaram e promover, ao final, uma apresentação
oral, seguida de discussão coletiva, dos resultados. Procurar salientar os
pontos comuns e as eventuais divergências.
5-Artigos de opinião: onde circulam, quem escreve, para quem ler, com
que objetivo.
Selecionar alguns artigos de diferentes autores e suportes. Dividir a classe em
grupos e entregar a cada um deles (ou deixe que escolham qual artigo lerão).
Para cada artigo selecionado, o grupo deverá responder às seguintes
perguntas:
Em que veículo o texto foi publicado?
É bastante conhecido do público?
Que tipo de autor o escreveu?
Além do nome, há mais informações sobre ele?
Qual é o assunto principal abordado pelo texto?
É atual ou ultrapassado em relação à data de publicação?
Parece relacionado a alguma notícia do mesmo período?
Para que tipo de leitor o artigo se dirige?
Que importância essas informações podem ter para esse leitor?
Com que finalidade esse assunto é abordado?
Considerando que se trata de textos argumentativos, que ideia ou tese o
autor parece defender? Com que argumentos?
54
6- O conteúdo dos artigos de opinião: as questões polêmicas
Por que e para que argumentamos? Sobre quais assuntos argumentamos?
Observe as afirmações abaixo:
A Terra gira em torno do Sol.
A bactéria é um ser vivo.
O filme Cidade de Deus concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro,
mas não ganhou.
O governo federal encaminhou ao Congresso projeto de lei que esta-
belece novos critérios de acesso ao ensino universitário.
As duas primeiras frases afirmam verdades científicas que, levando em conta
os conhecimentos científicos acumulados até os dias de hoje, podem ser
comprovadas. Assim, não cabe contestá-las ou argumentar a favor ou contra.
Pode-se, no máximo, explicar o movimento de translação e por que a bactéria
é um ser vivo. As duas outras frases dizem respeito a fatos ocorridos, diante
dos quais também não cabe nenhum tipo de contestação – o filme concorreu e
não ganhou e o governo encaminhou um projeto de lei ao Congresso. Nos
quatro exemplos temos então fatos que não podem ser refutados.
Entretanto, em relação aos dois últimos fatos podemos considerar: foi injusto
(ou justo) o Brasil ter perdido o Oscar. O projeto que o governo encaminhou é
equivocado (ou é uma medida necessária). Diante dessas afirmações, cabem
contestações, refutações, opiniões diferentes. São afirmações que não dizem
respeito a fatos inquestionáveis, mas sim a opiniões. Ora, em matérias de
opinião, como cada um pode ter uma posição diferente diante dessas
questões, só é possível argumentar. E argumentar é mais do que
simplesmente dar opinião sobre algo – é sustentá-la com argumentos, que são
razões, evidências, provas, dados etc. que dão suporte à idéia defendida.
Assim, para convencer alguém de que certas posições, idéias ou teses são as
mais acertadas ou adequadas, argumenta-se.
7- O aluno deverá escolher um tema e produzir um artigo de opinião que
será apresentado aos demais alunos da classe.
55
8- Sugestões para reescrita de textos
Selecionar um texto para efetuar a reescrita coletiva com os alunos, de
preferência que apresente inconsistências semelhantes às apresentadas
pela maioria.
A seleção deve ser pautada pela escolha de um material que possibilite
ao professor resgatar e ampliar o trabalho já realizado.
Após a escolha, o professor poderá imprimi-lo ou escrevê-lo na lousa, e
solicitar aos alunos que sugiram alterações nas partes nas quais existam
problemas.
O professor iniciará o processo de reescrita, por exemplo, efetuando as
correções sugeridas e questionando os alunos para que reflitam sobre
suas sugestões.
Na sequência, os alunos deverão retornar aos seus textos para efetuar
as adequações necessárias.
Obs.: É imprescindível despertar nos alunos a necessidade de retornar ao
texto. A produção de texto deve fazer parte de um processo contínuo de
aprendizagem e aprimoramento do trabalho com a língua escrita.
S
56
SUGESTÃO DE QUADRO DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO ESCRITA
ALUNO: _____________________________________________________________________________Nº _________ Série: _______
Categorias Critérios Não Parcialmente Plenamente
Título O título de alguma forma permite ao leitor antecipar a posição do autor frente a ele?
Tema
Consegue adequar ao contexto de produção?
Consegue adequar a tarefa ao gênero, ao leitor visado e aos objetivos?
Consegue dar força/relevância à argumentação?
Traz informações adicionais sobre a questão discutida?
Gênero/
Estrutura do texto
Apresenta argumentos favoráveis ou contrários à defesa de um ponto de vista?
Constrói opiniões críticas a partir de informações e análises apresentadas?
Constrói parágrafos argumentativos de acordo com a situação comunicativa e usa adequadamente os movimentos argumentativos: sustentação, negociação?
Há a presença de uma conclusão adequada?
Estruturas/ Marcas linguísticas
Compreende, identifica e utiliza os mecanismos de coerência e coesão no texto?
Utiliza adequadamente a norma padrão?
Utiliza legibilidade (aspectos da grafia, ausência de rasuras, formatação adequada do texto)?
Nota: Sugere-se a organização de atividades de reescrita. Inicialmente, reescrita coletiva, para repertoriar os alunos sobre os critérios considerados na correção e também
para categorizar e ordenar, estabelecendo prioridades. Em seguida, orientá-los adequadamente para que possam retomar suas produções e corrigi-las de forma crítica e
produtiva (em pequenos grupos, em duplas e/ou individualmente).
57
O professor poderá orientar-se pela seguinte tabela para verificar se o texto responde ou não às perguntas efetuadas:
Descritivo do quadro de avaliação
Itens Critérios Descritor
Título
O título de alguma forma
permite ao leitor antecipar a
posição do autor frente a ele?
O título é apropriado ao desenvolvimento do texto, instiga, dá pistas sobre o conteúdo
que será apresentado ou já indica um ponto de vista a ser defendido.
Tema
Consegue adequar ao contexto de produção?
O aluno desenvolve o texto de acordo com as determinações temáticas e situacionais da
proposta da redação.
Consegue adequar a tarefa ao gênero, ao leitor visado e aos objetivos?
O aluno desenvolve o tema adequadamente tendo em vista a finalidade do gênero, bem
como ajusta seu discurso às supostas características do leitor a que o texto se destina.
Consegue dar força/relevância à argumentação?
O tema se desenvolve a partir de uma rede argumentativa que se sustenta pela força e
relevância dos elementos que estão na sua estrutura.
Traz informações adicionais sobre a questão discutida?
A reflexão é ampliada para outros aspectos que não foram colocados na proposta inicial,
mantendo a pertinência com o tema.
Gênero/
Estrutura do
texto
Apresenta argumentos
favoráveis ou contrários à
defesa de um ponto de vista?
Mobiliza no texto produzido os conhecimentos relativos aos elementos organizacionais
do gênero. O texto predominantemente dissertativo apresenta mudanças de situação e
nele importam mais as relações lógicas que as de anterioridade e posterioridade, pois se
destina a analisar, a interpretar e a explicar os dados da realidade. A argumentação é
sua característica mais importante, a qual precisa estar articulada, de modo a não
evidenciar contradições. Observa a seleção de diferentes argumentos para fundamentar
uma ideia/tese ou contrapor-se a ela, a ordenação e prioridade dos argumentos, a
identificação dos argumentos para ilustrar, exemplificar, citar, criticar etc.
Constrói opiniões críticas a
partir de informações e
análises apresentadas?
Constrói parágrafos
argumentativos de acordo com
a situação comunicativa e usa
Uso adequado dos movimentos argumentativos:
a) Sustentação- O autor informa ao leitor quais as razões que o levaram a tomar determinada posição, evitando motivos superficiais ou sem justificativa, do tipo ―porque ninguém que eu conheço discorda‖,‖porque ouvi dizer‖, ―porque todo
58
Descritivo do quadro de avaliação
Itens Critérios Descritor
adequadamente os
movimentos argumentativos
como a sustentação e ou/a
negociação?
mundo pensa assim‖,‖porque na vizinhança todos dizem‖ etc. b) Negociação- incorpora-se parte do ponto de vista do outro, num aparente esforço
de entendimento.
Há presença de uma
conclusão adequada?
Articula tese e argumentos em defesa de seu ponto de vista. Retorna as idéias
desenvolvidas. Sintetiza os assuntos elencados. Reforça seu ponto de vista.
Estruturas/
Marcas
linguísticas
Compreende, identifica e
utiliza os mecanismos de
coerência e coesão no texto?
Emprego adequado de organizadores textuais (conjunções e expressões afins):
Introduz argumento: pois, uma vez que, posto que.
Acresce argumentos: além disso, também.
Introduz conclusão: em suma, portanto.
Introduz uma ideia na direção contrária do que é afirmado antes: entretanto,
porém.
Organiza o texto de forma lógica e produtiva, demonstrando conhecimento dos
mecanismos lingüísticos e textuais necessários para sua construção.
A organização do texto pressupõe unidade e coerência: A unidade do texto não é a
soma de seus segmentos, mas o modo de organização das diversas construções
linguísticas (componentes sintáticos, semânticos, situacionais, discursivos etc.) que
orientam o sentido para uma mesma direção, determinada por certas condições. Esta
unidade se manifesta, também, na superfície textual pelo uso dos recursos expressivos
de natureza sintática e semântica.
Utiliza adequadamente a
norma padrão? O registro do texto ocorreu de acordo com as regras normativas do sistema de escrita:
ortografia, segmentação de palavras, frases e parágrafos, concordância e regência,
pontuação.
Legibilidade (aspectos da
grafia, ausência de rasuras,
formatação adequada do
texto)?
59
Referências Bibliográficas
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[coord.]. Trabalhos de pesquisa: diários de leitura para a revisão bibliográfica.
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RANGEL, Egon de O.; GAGLIARDI, Eliana; AMARAL, Heloísa. Pontos de vista
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SEE/CENP, 2004.
SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria da Educação. Matriz de Referência para a
avaliação Saresp: documento básico. FINI, Maria Inês (org.) São Paulo: SEE,
2009.
___________. Mais Língua Portuguesa – Material do Professor – volume 3.
São Paulo: SEE/CENP, 2008.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino
de gramática. São Paulo: Cortez, 2006.
___________. ―Ensino de Gramática em uma perspectiva textual-interativa e
qualidade de vida‖. In: HILGERT, Gaston et alii (orgs). Formando uma
sociedade leitora. Passo Fundo: Ed.Universidade de Passo Fundo,1997.
ZORZI, Jorge Luis. Aprender a escrever: a apropriação do sistema ortográfico.
Porto Alegre: Artmed, 1998.
61
Sites:
http://educavideosp.wordpress.com/tag/prof-ms-egon-de-oliveira-rangel/;
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
62
CRÉDITOS
Avaliação da Aprendizagem em Processo – Comentários e Recomendações Pedagógicas
Língua Portuguesa – 1ª série do Ensino Médio
________________________________________________________________________
Coordenadoria de Gestão da Educação Básica
Coordenadora: Leila Aparecida Viola Mallio
Coordenadoria de Informação, Monitoramento e Avaliação
Coordenadora: Maria Lucia Barros de Azambuja Guardia
CIMA – Departamento de Avaliação Educacional
Angélica Fontoura Garcia Silva
Maria Julia Filgueira Ferreira
Regina Aparecida Resek Santiago
William Massei
CGEB – Língua Portuguesa
Clarícia Akemi Eguti
Idê Moraes dos Santos
Kátia Regina Pessoa
Mara Lúcia David
Roseli Cordeiro Cardoso
Rozeli Frasca Bueno Alves
Diretorias de Ensino
Elizabete Cristina de Brito, Ivone Islas da Silva, Jeanny Meiry Sombra Silva, Letícia Maria de
Barros Lima Viviani, Márcia Regina Boscariol Bertolino, Marcos Rodrigues Ferreira, Maria
Angélica de Brito Araújo, Maria José de Miranda Nascimento, Neuza Mello Lopes Schonher,
Núbia Ferreira de Melo, Patrícia dos Anjos Oliveira, Willian Ruotti ( autoria )
Leitura e Revisão Críticas
Clarícia Akemi Eguti, Jacqueline Peixoto Barbosa, Katia Regina Pessoa, Regina Aparecida Resek
Santiago