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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
Estudo das propriedades físico-químicas dos cimentos Portland e
MTA
Álvaro Henrique Borges
Orientador: Prof. Dr. Antônio M. Cruz Filho
Ribeirão Preto
2008
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Álvaro Henrique Borges
Estudo das propriedades físico-químicas dos cimentos Portland e
MTA
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia
da Universidade de Ribeirão Preto como parte dos requisitos para a
obtenção do grau de Doutor em Odontologia, área de concentração
Endodontia.
Orientador: Prof. Dr. Antônio M. Cruz Filho
Ribeirão Preto
2008
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Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da Biblioteca Central da UNAERP
- Universidade de Ribeirão Preto -
Borges, Álvaro Henrique, 1966 -
B644a Análise das propriedades físico-químicas dos cimentos Portland e
MTA / Álvaro Henrique Borges. - Ribeirão Preto, 2008.
136 f. Orientador: Prof. Dr. Antônio Miranda da Cruz Filho. Tese (doutorado) – Departamento de Pós-Graduação em
Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto, área de concentração: Endodontia. Ribeirão Preto, 2008.
1. Endodontia. 2. Materiais retrobturadores - Odontologia. 3. Propriedades físico-químicas. 4. Agregado de trióxido mineral – Odontologia 5. Cimento Portland. I. Título.
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Este estudo foi realizado no Laboratório de Pesquisas em Odontologia e no
Laboratório de Recursos Hídricos da Universidade de Ribeirão Preto.
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Dedicatórias
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_______________________________________________________________________________________________________________________________Dedicatórias
Dedico este momento a Deus, que me faz acreditar que os limites estão dentro
de nós. Só podemos Naquele que acreditamos. Esta força interior vem dele, o Altíssimo.
São pequenas conquistas, porém honestas e sinceras. Minha fé faz-me sempre trilhar
pelos caminhos retos. Nas horas difíceis, sempre é o primeiro a vir ao meu socorro.
Obrigado por estar vivendo esse momento.
Agradeço por tudo... mesmo por aquelas coisas que não conquistei...contudo
tentei.
É só DEUS, é só DEUS,
Quem pode mais que DEUS.
É só DEUS, é só DEUS,
O maior de todos é DEUS.
O mar tem areia,
A Terra tem ciência,
Mas lá no céu tem DEUS,
Que dá toda a providência.
Quem pode é Deus, meu senhor,
O maior é DEUS.
Sabedoria de Preto Velho (Pai João de Aruanda)- Robson Pinheiro
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_______________________________________________________________________________________________________________________________Dedicatórias
À minha mãezinha, Marisa dos Passos Borges, por ter me colocado no
caminho do bem. O que sou hoje é apenas o resultado dos seus ensinamentos. Não sou
mais “doutor” que a senhora. Me curvo aos seus ensinamentos. Paro para aprender.
Abdicou sua própria vida para que seus filhos pudessem viver. MÃE, talvez lá no infinito
eu possa apenas devolver o que tenha feito por mim, por todos nós. Por enquanto, te
ofereço essa minha vitória. Venceu tanto quanto eu. Melhor, todos nós juntos. Hoje,
pela minha pequenês de ser humano, vou só te falar: TE AMO.
Ao meu filho Lucas Borges por entender que estou lutando para NÓS
vencermos. Você é meu exemplo, minha vitória, minha alegria, meu amigo, meu
irmão... tudo. Meu maior patrimônio. Nossa amizade é meu grande orgulho. Tudo que
construo, no sentido mais amplo, é para você. Me desculpa pela falta de tempo,
paciência, jeito, por tudo. Muitas das vezes me ausentei, mas nunca deixei de estar
presente. Filho, AMO VOCÊ...
À minha namorada, noiva, esposa, amiga, companheira, mulher...Flávia Regina
de Oliveira (Fafá). Aprendemos a ser uma família. Esse título é tão seu quanto meu.
Que Deus nos ilumine e nos guarde juntos para todo o sempre. Muito Obrigado por
tudo. Muito obrigado por me fazer feliz. TE AMO.
Aos meus irmãos André e Maria Zulmira por confiarem em mim e acreditarem
nos meus sonhos. Tenho orgulho de sermos irmãos. Nosso compromisso é muito antes
do que essa vida presente. Somos frutos do mesmo ventre, do mesmo amor...somos
sobretudo Irmãos...Obrigado...
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_______________________________________________________________________________________________________________________________Dedicatórias
Ao meu saudoso tio Edno Dias (in memorian), tia Etelvina Borges Dias (Etel),
tia Eva Borges da Silva (Tinhá) pelo carinho e respeito. Se hoje consegui algo foi
porque alguém confiou em mim. Foram vocês as primeiras pessoas a me ajudarem...e
continuaram ajudando. Tio, aonde estiver...muito obrigado.
Ao meu querido amigo Prof. Dr. Jesus Djalma Pécora pela oportunidade de
vida que me deu. Sempre me aconselhando. Acreditamos em vidas maiores. Muito do
que sou hoje está alicerçado nos seus ensinamentos. Os dias se vão, contudo as
palavras e os atos ficam. Mais essa vitória tem sua contribuição. Mesmo que distantes, a
nossa amizade continua. Aprendi com você a falar menos e fazer mais...”chega só de
planos...faça! aconteça!”, sempre palavras de incentivo. Parabéns pela sua jovialidade.
Muito Obrigado.
Ao meu grande amigo Fábio Luis Miranda Pedro pela ajuda e amizade. Foi
pelo seu exemplo que cheguei até aqui. Apesar de não sermos do mesmo ventre temos
muito em comum. Que Deus te ilumine.
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Agradecimentos
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__________________________________________________________________________________________________Agradecimentos
Ao meu orientador Prof. Dr. Antônio Miranda da Cruz Filho pela confiança
e liberdade que me permitiu na elaboração deste trabalho. Foram vários dias de luta.
Em nenhum momento fiquei sozinho. Mais que um acadêmico. Fica a admiração e o
respeito. Aprendi uma maneira de ser exigente e continuar humano. Seu esforço e
dedicação transcendem a figura do orientador. Será muito bom eu poder seguir seus
exemplos.
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__________________________________________________________________________________________________Agradecimentos
À Universidade de Ribeirão Preto, pela oportunidade de me formar Doutor
em Odontologia.
À Profa. Dra. Yara Teresinha Corrêa Silva Sousa, coordenadora do
Programa de Pós-graduação em Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto pela
colaboração e tornar possível a realização desse trabalho.
À Profa Dra Cristina Filomena Pereira Lasa Pascholato pela grandiosa
ajuda durante a execução da fase experimental. Sempre nos atendeu com competência
e, sobretudo com boa vontade.
Ao Prof. Dr Carlos Eduardo Saraiva Miranda pela ajuda na complementação
dos trabalhos e inigualável colaboração na discussão. Grande exemplo de profissional e
ser humano.
Ao Prof. Dr. Renato Cássio Roberto pela ajuda e presteza. Fazer um simples
favor, pela amizade e consideração.
Ao Prof. Ms. Celso Bernardo de Souza Filho pelo auxílio na correção da
estatística deste trabalho. Fica pra mim o exemplo da competência com simplicidade.
Muito Obrigado
Aos Professores do Curso de Pós-Graduação em Odontologia, stricto senso, área
de concentração Endodontia: Prof. Dr. Antônio Miranda da Cruz Filho; Prof. Dr.
Danyel Elias da Cruz Perez; Prof. Dr. Lucas Lehnfeld; Prof. Dr. Lucélio
Bernardes Couto; Prof. Dr. Luis Pascoal Vansan; Prof. Dr. Manoel D. Sousa
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__________________________________________________________________________________________________Agradecimentos
Neto; Prof. Dr. Manoel Gabarra; Prof. Dr. Ricardo Gariba; Profa. Dra Silvana
Maria Paulino; Prof. Dr. Silvio Rocha Corrêa da Silva; Profa. Dra. Yara
Teresinha Corrêa Silva Sousa por todos os ensinamentos e colaborar na minha
formação de doutor.
Ao Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto pela oportunidade que deu
para a nossa equipe de Cuiabá iniciar a qualificação. Se acaso temos qualidade, com
certeza tem sua contribuição.
Aos amigos de turma de doutorado, Ângela Delfina Bittencourt Garrido,
Bráulio Pasternak Júnior, Cláudia Kallas Gonçalves, Cleonice da Silveira
Teixeira, Edson Alfredo, José Antônio Saadi Salomão, Marcos Porto de Arruda,
Michele Regina Nadalin e Melissa Andréia Marchesan pelos bons momentos de
convivência. Foi muito bom estar com vocês. Que a amizade perdure para sempre.
Ao Márcio Rezende Trimailovas pela valiosa colaboração.
À Rosemary Alexandre pela amizade e ajuda a todo o momento. Muitas vezes
com uma palavra amiga e de apoio. Muito obrigado é pouco. Fico com essa divida de
gratidão para sempre.
Às secretarias do Curso de Odontologia Marina Janólio Ferreira e Valéria
Rodrigues da Silva. Foi muito bom o nosso convívio. Muito obrigado pela ajuda. Ter
estado com vocês foi um presente.
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__________________________________________________________________________________________________Agradecimentos
Ao funcionário da clínica do curso de Odontologia da UNAERP Sérgio Pereira de
Mendonça. Pela ajuda e colaboração.
Ao funcionário do laboratório de Radiologia do curso de Odontologia da UNAERP
Evaldo Antônio Evangelista pela grande ajuda na execução de uma parte dos
experimentos.
Às secretárias da Pós-Graduação da UNAERP Cecília Maria Zanferdinni, Joana
Néia Vieira pela colaboração durante o curso de doutorado.
À Universidade de Cuiabá por acreditar no meu sonho. Antes mesmo de uma
necessidade profissional, um sonho. Continue não apenas formando doutores, mas
acreditando em sonhos. Ruim daquela casa que apenas forma profissionais. Graças
àquela que acredita num sonhador.
Aos colegas professores da disciplina de Endodontia da Faculdade de Odontologia
da Universidade de Cuiabá Alessandro Tadeu Marques, Durvalino de Oliveira,
Fábio Luís Miranda Pedro, Gláucio Rocha e Maura Christiane Orçati Dorileo,
pelo incentivo e apoio durante todo esse momento de aprendizagem. Muitas vezes me
fiz ausente e as coisas, em todos os momentos, deram certo. Pela força, muito
obrigado. Agradeço a oportunidade do convívio profissional e pessoal. Perdoem-me
pelas ausências.
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__________________________________________________________________________________________________Agradecimentos
Ao meu amigo, irmão de fé Carlos Estrela por entender que tenho minhas
limitações. Vou, se me permite parafraseá-lo: ”Obrigado pelos encontros... perdoe-me
pelos desencontros”.
Ao Prof Air de Carvalho diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade
de Cuiabá. As suas palavras me alavancaram para o sucesso. Sou fruto da sua aposta.
Quando ainda muito jovem, foram as suas primeiras mãos a me carregarem
profissionalmente. Devo muito a você. A sua força me incentiva a ser cada vez melhor.
Aos queridos amigos e professores da disciplina de pacientes especiais da
Faculdade de Odontologia da Universidade de Cuiabá pela dedicação e permitir-me
poder, sem problemas, qualificar-me. Minha vitoria... É nossa.
Em especial à Profa Kátia Serafim que sempre me incentivou. Obrigado pelas
palavras de ajuda e me permitir de participar dessa equipe que transformamos em
família. Por tudo, muito obrigado.
À amiga professora do curso de especialização da ABO-MT Rosane Galhardo. A
minha vitória tem muito daquilo que você contribuiu. Nessa luta, tempos atrás,
começamos juntos. Tem nesse processo, muito da sua ajuda.
Aos meus amigos Michele Regina Nadalin e Matheus Bandéca pela
companhia. Sem vocês tudo seria mais difícil. Até mesmo tenho certeza que não teria
conseguido.
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__________________________________________________________________________________________________Agradecimentos
Ao Prof. Dr. Mike Bueno pela simplicidade e exemplo de profissional. Pra mim,
você é um espelho. Obrigado pelas ajudas, sempre me escutar e estar sempre às
ordens.
Ao Prof. Dr. Carlo Ralf pela ajuda nos trabalhos. Sua contribuição tem sido
fundamental na minha formação profissional. Te admiro.
Ao meu especial amigo Bráulio Pasternak Júnior pela amizade e
companheirismo. Vim para me tornar doutor e de presente ganhei um amigo. Mesmo a
distância seremos amigos sempre.
Ao Paulo de Oliveira e à Raquel de Oliveira pela nova oportunidade de vida.
Sempre à disposição e solícitos. Qualquer um gostaria de ter pais iguais a vocês.
Perdoem-me pelas ausências e pelos momentos de cansaço. Deixei de estar feliz, hoje
sou feliz. Muito desse estado de espírito devo a vocês.
À minha cunhada Cláudia de Oliveira pela valorosa ajuda na confecção das
fotos desse trabalho. Muito obrigado, do fundo do coração.
A todos da minha família que me entenderam e perdoaram quando eu disse que
“não podia” ou “agora não dá”. Somos uma família. Isso é o mais importante.
Ao querido amigo Prof. Ms. Thiago Iafelice dos Santos pelo carinho e
atenção em momentos difíceis. Aprendi muito com você.
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__________________________________________________________________________________________________Agradecimentos
Aos queridos amigos Humberto Schwartz, Marcelo de Oliveira, Rodrigo de
Oliveira e família pelos momentos de descontração que passamos juntos. Eram dias
difíceis. Foram amenizados, graças à amizade que construímos.
À Ângelus do Brasil, na pessoa da Sra Lygia Madi pelo incentivo e não medir
esforços para a realização desse trabalho.
À minha secretária Rosângela Catarina de Morais pelos ensinamentos de
vida. Pelas leituras da “palavra” quando parecia que o barco estava afundando. Somos
irmãos em Cristo. Perdoe-me pela falta de paciência. Muito Obrigado.
A todos aqueles que contribuíram nesse meu processo de crescimento. Não só
profissional, mas também de vida. Com ações, palavras, pensamentos positivos e
compreensão das minhas ausências. Vivo aprendendo. Aprendo para viver. Agradeço a
todos meus amigos... e espíritos de luz. Muito Obrigado
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Sumário
-
__________________________________________________________________________________________________Agradecimentos
Resumo
Summary
1. Introdução ...................................................................................... 01
2. Revista da Literatura ........................................................................ 05
3. Proposição ...................................................................................... 61
4. Material e métodos .......................................................................... 63
Tempo de endurecimento................................................................... 66
Solubilidade....................................................................................... 68
Avaliação do potencial hidrogeniônico (pH).......................................... 71
Radiopacidade................................................................................... 72
Análise estatística............................................................................... 77
5. Resultados ...................................................................................... 78
Tempo de endurecimento.................................................................. 80
Solubilidade..................................................................................... 81
Avaliação do potencial hidrogeniônico (pH)......................................... 83
Radiopacidade................................................................................. 85
6. Discussão ....................................................................................... 88
7. Conclusões ..................................................................................... 100
8. Referências Bibliográficas.................................................................. 102
-
Resumo
-
_____________________________________________________________________________________________________________________________________Resumo
O presente estudo teve como objetivo analisar o tempo de endurecimento,
solubilidade, potencial hidrogeniônico (pH) e radiopacidade dos cimentos Portland e
MTA. Inicialmente, determinou-se a relação pó/líquido, específica para cada cimento
avaliado. O tempo de endurecimento seguiu a especificação � 57 da ANSI/ADA (2000).
Para aferição da solubilidade e pH, os cimentos foram inseridos em moldes de teflon
(1,5 mm de espessura x 7,75 mm de diâmetro) e, após 3 vezes o tempo de
endurecimento, os corpos-de-prova (n= 5) foram imersos em 7,5 mL de água destilada.
A solubilidade da amostra foi estabelecida subtraindo-se a massa inicial da final,
expressa em porcentagem, após período de 24 h. Analisou-se o pH nos períodos de 1/4,
1/2, 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 24, 48, 72, 96, 144 e 168 h. Para mensuração da radiopacidade
utilizou-se o sistema Digora. Os resultados não evidenciaram diferença estatisticamente
significante (p>0,05) entre os cimentos em relação à proporção pó-líquido. Diferenças
estatisticamente significantes (p0,05) que a dos outros cimentos. O cimento
Portland branco não estrutural apresentou a maior solubilidade (2,55%). Na análise da
variação do pH não foram encontradas diferença estatisticamente significante (p
-
Summary
-
______________________________________________________________________________________________________________________________Introdução
2
The aim of this study was to evaluate the setting time, solubility, hidrogenionic
potencial (pH) and radiopacity of Portland cements and MTA. First, the water/powder
was determined for each cement. Setting time testing followed the specification № 57
of ANSI/ADA (2000). For the solubility test and pH, the cements were putted in teflon
rings (1,5 mm thickness x 7,75 mm internal) and, after three times the setting time, the
body proof (n=5) were immersed in 7,5 mL of distilled water. The solubility was
determined by the difference into the final and initial mass of each cement, in the period
of 24 h. the pH was evaluated at 1/4, 1/2, 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 24, 48, 72, 96, 144 and
168 h. Digora TM determined the radiopacity. The results showed no statistically
difference (p0,05) than the others cements. White
no structural Portland cement showed the highest values (2,55%). In the pH analyses,
no statistically difference (p
-
1
Introdução
-
______________________________________________________________________________________________________________________________Introdução
2
A cirurgia parendodôntica está indicada nos casos onde o retratamento
endodôntico torna-se inviável pela via ortógrada, seja por uma barreira física ou em
situações nas quais a complexidade do sistema de canais radiculares, impede a
sanificação adequada e por conseqüência o selamento hermético (TORABINEJAD et al.,
1993).
Uma das modalidades dessa cirurgia, a apicectomia com obturação retrógrada,
consiste na resecção da porção apical radicular, seguida da confecção de uma cavidade
e preenchimento da mesma com material retrobturador (BORTOLUZZI et al., 2006a).
A escolha desse material é de fundamental importância para o prognóstico
clínico. O cimento retrobturador quando inserido na cavidade entra em íntimo contato
com os tecidos periapicais, permanecendo definitivamente no local (TORABINEJAD et
al., 1994). Dessa forma, é essencial que o material não seja tóxico, mas compatível com
os tecidos vivos (HOLLAND et al., 1999), ao mesmo tempo que deve impedir a
passagem de microrganismos e seus subprodutos para os tecidos periapicais
(GARTNER; DORN, 1992), visto que as falhas nas cirurgias parendodônticas podem
ocorrer, principalmente, em detrimento do selamento marginal deficiente (GILHEANY et
al., 1995).
Em 1993, quando LEE et al. sugeriram o emprego de um material à base de
Agregado de Trióxido Mineral (MTA) para casos de perfuração em dentes humanos, não
tardaram a surgir trabalhos com o intuito de investigar suas propriedades físico-
químicas e seu comportamento como material retrobturador. Os resultados apontaram
excelentes propriedades físicas (TORABINEJAD et al., 1993; TORABINEJAD et al.,
-
______________________________________________________________________________________________________________________________Introdução
3
1995a; ISLAM et al., 2006a; WILKINSON et al., 2007; NANDINI et al. 2007), químicas
(TORABINEJAD et al., 1993; CAMILLERI et al., 2005b; SONG et al., 2006; ISLAM et al.,
2006b; CAMILLERI et al., 2007), e biológicas (HOLLAND et al., 1999; HOLLAND et al.,
2002; ABDULLAH et al. 2002; CHONG et al. 2003; SHAHI et al., 2006).
Em 1999 o Agregado de Trióxido Mineral foi avaliado e aprovado pela FDA
americano (Food and Drugs Administration) (CAMILLERI; PITT FORD, 2006), sendo a
partir de então comercializado com o nome de ProRoot MTA® (Tulsa Dental
Products,Tulsa, OK, USA). O fabricante, inicialmente afirmava que o MTA consistia de
50-75%, por peso, de óxido de cálcio e 15-25% de dióxido de silício. Mais tarde, ficou
esclarecido que este material seria um cimento Portland comum, do tipo 1, com maior
grau de fineza e presença de óxido de bismuto como agente radiopacificador (ESTRELA
et al., 2000; FUNTEAS et al., 2003; CAMILLERI et al., 2005).
Os cimentos Portland e MTA mostraram apresentam atividade antimicrobiana
similar (ESTRELA et al., 2000), nenhuma diferença quanto à biocompatibilidade
(SAIDON et al., 2003; BERNABÉ et al., 2007) e a mesma resposta tecidual quando
colocados sob o tecido pulpar em casos de pulpotomia (HOLLAND et al., 2001).
Apesar das semelhanças quanto às propriedades biológicas, diferenças marcantes
entre o cimento Portland e o MTA têm sido relatadas, especialmente em relação a
algumas propriedades físico-químicas e características da massa do material
(DAMMASCHKE et al., 2005). Suspeita-se que o cimento Portland possa conter
substâncias indesejáveis e impróprias ao uso humano. Particularmente, o arsênio foi
encontrado tanto no cimento Portland como no MTA, no entanto, em quantidades
-
______________________________________________________________________________________________________________________________Introdução
4
mínimas e não prejudiciais para sua utilização (DUARTE et al., 2005). O efeito
mutagênico desses materiais foi testado. No entanto, o potencial carcinogênico não foi
comprovado (KETTERRING; TORABINEJAD, 1995).
Diante das expectativas de melhorar ainda mais as propriedades desejáveis
desses cimentos, derivações desses materiais surgiram no mercado. O cimento MTA-
Ângelus®, por exemplo, é composto de 80% de cimento Portland e 20% de óxido de
bismuto (DUARTE et al., 2003; SONG et al., 2006).
Atualmente, o cimento MTA é encontrado comercialmente em duas formulações,
sendo uma disponibilizada na cor cinza e outra na cor branca (CAMILLERI et al., 2005;
ISLAM et al., 2006a). O material de cor branca apresenta composição similar ao cinza,
no entanto, sem óxido de ferro em sua composição (ASGARY et al., 2005). Da mesma
forma, o cimento Portland é encontrado na variedade branca e cinza (ISLAM et al.,
2006). Esse cimento branco pode ser classificado em dois subtipos: estrutural e não
estrutural, de acordo com a quantidade de material carbonático na sua composição
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2002).
Para o cirurgião-dentista, conhecer e compreender as propriedades desses
materiais é essencial, seja para as indicações, segurança do emprego clínico ou até
mesmo na escolha como material alternativo. Dessa forma, é compulsória a realização
de estudos no sentido de elucidar as propriedades físico-químicas desses cimentos.
-
Revista da literatura
-
___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 6
MANSON-HING (1961) correlacionou a radiopacidade da liga de alumínio, com
diferentes espessuras, às estruturas dentárias humanas. O autor confeccionou um
penetrômetro (escada de alumínio) com espessura que variou entre 1 e 8 mm,
sobrepondo fatias de alumínio nas dimensões de 4 X 4 mm e espessura de 1 mm cada.
Da mesma forma, foram confeccionadas escadas com a sobreposição de tecido
dentinário e esmalte, obtidos a partir de dentes humanos íntegros. As escadas foram
radiografadas a uma distância foco-objeto de 40 cm e as imagens comparadas e
correlacionadas, conforme o grau de radiopacidade. Os aparelhos de raios-X utilizados
foram calibrados em 50, 65, 70 e 90 kVp, com amperagem de 10 mA. Os resultados
mostraram que o contraste obtido com o alumínio foi similar à dentina. O contraste do
esmalte foi maior que a dentina em áreas de espessura fina, entretanto, em áreas
espessas, o contraste da dentina foi maior. O contraste da dentina, esmalte e do
alumínio diminuíram à medida que a quilovoltagem aumentou. Dessa forma, o autor
sugeriu que nos estudos de radiopacidade fossem utilizadas as escadas de alumínio, em
substituição às de dentina.
GARTNER; DORN (1992) realizaram uma revisão conceitual nos princípios que
regem a cirurgia parendodôntica. Os autores criticaram o termo apicectomia e
sugeriram a designação de cirurgia perirradicular. Com o crescimento da importância
dessa modalidade cirúrgica e melhor preparo técnico do profissional, uma quantidade
maior de dentes passou a ser mantida, quando antes a perspectiva era somente a
extração. O material retrobturador ideal deveria permanecer dimensionalmente estável
e não ser afetado pela presença de umidade, ser de fácil manipulação, ser insolúvel aos
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 7
fluidos teciduais, possuir radiopacidade suficiente para facilitar sua identificação
radiográfica, não ser tóxico, ser bem tolerado pelos tecidos periapicais e não interferir
no processo de reparo. Novos materiais retrobturadores, como por exemplo, o Super-
EBA e o IRM, em substituição ao amálgama, reduziram a infiltração apical e assim
aumentou a porcentagem de sucesso.
LEE et al. (1993) verificaram a capacidade do amálgama, IRM e do cimento MTA
(Agregado de trióxido mineral) em impedir a infiltração do corante azul de metileno 1%,
em perfurações da superfície radicular de 50 molares inferiores extraídos. As
perfurações foram realizadas experimentalmente na raiz mesial, com brocas esféricas,
inclinadas 45° em relação ao longo eixo do dente. Após a colocação dos materiais, os
dentes foram imersos em solução salina por 4 semanas, para simular as condições
clínicas e depois por mais 48 horas no corante. Após clivagem, os espécimes foram
avaliados por meio de microscopia óptica. Os resultados mostraram que o MTA
apresentou significantemente menor infiltração que o IRM e o amálgama.
MCDONNELL; PRICE (1993) compararam a velocidade do processamento
radiográfico, qualidade e resolução das imagens obtidas por meio de sistema digital e
por meio de filmes analógicos. Foi idealizada uma plataforma para padronização da
distância foco-objeto. As imagens digitalizadas foram obtidas pela sensibilização do
sensor com aparelho de raios-X de 60 e 70 kVp. Logo após, o sensor foi colocado na
leitora do aparelho digital e as imagens capturadas, e padronizadas. O software do
sistema calculou, por meio da quantidade de pixels, a densidade radiográfica. Para o
sistema analógico, foram usados filmes intra-orais do grupo D e E. Os filmes foram
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 8
sensibilizados pelo mesmo aparelho de raios-X, respeitando-se a distância foco-objeto,
anteriormente determinada. Na sequência, os filmes passaram pelo processamento
químico e as imagens interpretadas para verificação da densidade radiográfica. As
diferenças nos níveis de densidade e entre os valores de pixels determinaram o
contraste das imagens. Os resultados mostraram que a obtenção das imagens pelo
sistema digital foi mais rápida do que pelo método analógico. O contraste radiográfico
obtido pelos filmes analógicos foi melhor, em comparação ao sistema digital. Os autores
concluíram que o sistema digital apresentou algumas vantagens que poderiam explicar a
sua utilização, como a maior velocidade de processamento, ausência de processamento
químico e menor radiação.
TORABINEJAD et al. (1993) avaliaram, in vitro, a capacidade do amálgama,
Super-EBA e MTA, quando utilizados como materiais retrobturadores, em impedir a
infiltração marginal apical de solução de Rodamina B fluorescente. Após a obturação do
canal radicular, as superfícies externas das raízes foram impermeabilizadas com esmalte
de unha e a porção apical preparada para receber o material a ser testado. As cavidades
foram padronizadas com diâmetro de 1,5 mm e profundidade de 3 mm. Os grupos
foram distribuídos de acordo com o agente de preenchimento, permanecendo imersos
na solução corante por 24 horas. Após a secção longitudinal dos espécimes, a extensão
da penetração do corante foi avaliada por meio de microscopia óptica. Os resultados
evidenciaram que com exceção dos espécimes que receberam o MTA, todos os outros
apresentaram espaços entre o material e as paredes da cavidade. O menor grau de
infiltração foi encontrado no grupo do MTA, o qual mostrou-se estatisticamente
-
___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 9
diferentes dos demais. Os maiores valores de infiltração foram encontrados no grupo do
amálgama. O Super-EBA apresentou valores intermediários. Os autores concluíram que
o MTA foi o melhor material retrobturador, quando comparado ao amálgama e Super-
EBA, no que se refere ao selamento apical.
GILHEANY et al. (1994) estudaram a influência da variação do ângulo de
resecção apical em raízes retrobturadas com cimento de ionômero de vidro. As porções
apicais de 27 dentes unirradiculares extraídos foram seccionadas e as cavidades
preparadas para receberem o material de preenchimento (Ketac Silver). Os espécimes
foram distribuídos em três grupos, que correspondiam ao ângulo de ressecção apical (0,
30 e 45°, em relação ao longo eixo da raiz) e a infiltração apical determinada, por meio
da penetração de corante. Os resultados mostraram que houve infiltração de corante
em todos os espécimes. Diferença estatisticamente significante foi encontrada entre os
ângulos de resecção, sendo que os maiores valores de infiltração foram encontrados
com 45° (2,5 mm), e os menores valores com 0° (1,0 mm). Os autores concluíram que
com o aumento da profundidade da retrobturação, houve diminuição significativa da
infiltração apical. À medida que aumentou o ângulo de biselamento, ocorreu significativo
aumento da infiltração. Tanto a permeabilidade da dentina apical seccionada, quanto a
microinfiltração ao redor da retrobturação tiveram influência significativa na infiltração
apical.
TORABINEJAD et al. (1994) estudaram, in vitro, a capacidade do amálgama, IRM,
Super-EBA e MTA em impedir a penetração marginal apical do corante azul de metileno
1%, na presença e ausência de sangue. Na amostra foram selecionados dentes
-
___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 10
anteriores unirradiculares, os quais foram instrumentados e obturados. As raízes foram
seccionadas na sua porção apical e as cavidades preparadas com brocas esféricas
penetrando-se 2 a 3 mm no interior do canal radicular. Os grupos foram distribuídos
conforme o material de preenchimento a ser testado. Metade da quantidade das raízes
de cada grupo recebeu o material com a cavidade apical completamente seca, enquanto
na outra metade o material foi inserido somente após a contaminação das raízes com
sangue. Os dentes foram imersos em corante por 72 horas e, posteriormente clivados
para a análise da infiltração linear, por meio de microscopia eletrônica de varredura. Os
autores concluíram que a infiltração linear do corante ocorreu independentemente da
presença ou não do sangue. Dentre os materiais avaliados, o MTA foi o que apresentou
menor grau de infiltração.
TORABINEJAD et al. (1995a) investigaram, por meio de microscopia eletrônica de
varredura, a adaptação marginal apical de alguns materiais retrobturadores. Quarenta
dentes unirradiculares foram instrumentados e obturados com guta-percha e cimento
obturador. Na seqüência foram preparadas as cavidades apicais, por meio de ultra-som,
com 3 mm de profundidade, as quais foram preenchidas conforme os grupos a seguir:
GI- amálgama, GII - Super-EBA, GIII – IRM e GIV – MTA. Os espécimes foram, em
seguida, estocados a 100% de umidade, por 48 h. As raízes foram, então, clivadas em
duas metades e montadas em stubs de alumínio para mensuração da distância entre o
material retrobturador e a parede dentinária. A análise foi realizada em quatro pontos
ao longo da interface dente/material. O MTA, segundo os pesquisadores, apresentou os
melhores resultados quanto à adaptação marginal em comparação ao amálgama,
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 11
SUPER-EBA e IRM. Os autores concluíram que o MTA promoveu melhor adaptação e
selamento que alguns materiais retrobturadores comumente utilizados.
TORABINEJAD et al. (1995b) estudaram a composição química e o pH do MTA.
Neste experimento, os autores compararam também, o tempo de endurecimento, a
força de compressão, a solubilidade e a radiopacidade do MTA com a do amálgama,
Super-EBA e IRM. A análise por meio de espectrômetro de energia dispersiva mostrou
que os principais constituintes do MTA são os íons de cálcio e fósforo. O cimento, após
tomar presa, passa a ser constituído por óxido de cálcio, na forma de cristais discretos e
fosfato de cálcio, com estrutura amorfa e aparência granular. A composição média dos
prismas é de 87% de cálcio, 2,47% de sílica e o restante de oxigênio. As áreas de
estrutura amorfa contem 33% de cálcio, 49% de fosfato, 2% de carbono, 3% de cloreto
e 6% de sílica. O pH inicial da mistura foi de 10,2, aumentando para 12,5, após três
horas, onde permaneceu constante. Os resultados revelaram que o amálgama mostrou
o menor tempo de endurecimento (4 min) e o MTA, o maior (2 h e 45 min). Quanto à
força de compressão o MTA evidenciou os menores valores (40 MPa), nas primeiras 24
h, aumentando para 67 MPa após 21 dias, superando a do IRM e ficando próxima a do
Super-EBA (78,1 MPa). O amálgama, Super-EBA e MTA não mostraram sinais de
solubilidade em meio aquoso. Com exceção do IRM, os materiais apresentaram
solubilidade dentro das especificações exigidas pela ADA. A radiopacidade apresentada
pelo cimento MTA (7,17 mm/ Al) foi maior que a do Super-EBA e IRM, no entanto,
menor que a do amálgama. Os autores concluíram que o MTA tem propriedades físicas
adequadas para ser indicado como material retrobturador.
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 12
SLUYK et al. (1998) avaliaram por meio de teste de resistência, a força necessária
para deslocamento do MTA utilizado no preenchimento de perfurações da câmara
pulpar de molares humanos. Trinta e dois dentes tiveram suas câmaras perfuradas e
reparadas com o cimento e então, distribuídos em quatro grupos. No grupo I foi
colocado um penso de algodão embebido em água destilada, sobre o material
reparador, por um período de 24 horas. No grupo II, o penso de algodão permaneceu
por 72 horas. Para o grupo III e IV, o penso utilizado na câmara estava seco e
permaneceu por um tempo de 24 e 72 horas, respectivamente. Os autores observaram
que a resistência ao deslocamento do MTA foi significantemente maior em 72 horas (9,7
lb) do que em 24 horas (2,6 lb), independentemente do penso de algodão apresentar-
se seco ou úmido.
HOLLAND et al. (1999) avaliaram a biocompatibilidade do cimento MTA e do
hidróxido de cálcio. Foram implantados tubos de dentina preenchidos com os materiais
no tecido subcutâneo de ratos. Os animais foram sacrificados depois de 7 e 30 dias, e
as peças preparadas para estudo histológico. Algumas peças foram descalcificadas para
análise por meio da luz polarizada e da técnica de Von Kossa. Os resultados mostraram
que na abertura dos tubos haviam granulações birrefrigentes a luz polarizada. Próximo
às granulações, o tecido formado apresentava aspecto irregular. As paredes dentinárias
exibiam no interior dos túbulos uma estrutura altamente birrefringente. Os autores
concluíram que os mecanismos de ação de ambos materiais eram similares.
TORABINEJAD; CHIVIAN (1999) descreveram aplicações para o MTA nos casos
de capeamento pulpar, em dentes com pulpite reversível, na apicificação de dentes com
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 13
rizogênese incompleta e reparo cirúrgico e não cirúrgico de perfurações radiculares.
Baseados em estudos in vitro e in vivo, os autores afirmaram que o MTA tem sido
utilizado, como boa opção de material de preenchimento e estimulador de reparo
tecidual. Salientaram a biocompatibilidade do material, bem como a sua capacidade de
prevenir a microinfiltração e promover a regeneração de tecidos, quando em contato
com a polpa dental ou tecidos perirradiculares.
WUCHERPFENNIG; GREEN (1999) constataram, por meio de difração de raios-X,
que os cimentos Portland e MTA apresentavam características micro e macroscópicas
semelhantes. Segundo os autores, os dois cimentos são constituídos, principalmente,
por cálcio, sílica, fosfato e na presença de água, endurecem. Para análise da
compatibilidade dos materiais, culturas de células osteoblásticas (MG-63) foram
cultivadas na presença dos cimentos. Quanto à biocompatibilidade, ambos materiais
mostraram, após 4 e 6 semanas, formação da matriz da mesma maneira. Nos
experimentos in vivo, com ratos adultos, os cimentos Portland e MTA foram usados em
capeamento pulpar direto de molares superiores. A análise mostrou, por meio de
microscopia óptica, que tanto o MTA quanto o cimento Portland induziram a formação
de barreira de tecido mineralizado, no período de estudo. Os autores sugeriram que o
cimento Portland poderia ser um bom material de preenchimento, tanto quanto o MTA.
ESTRELA et al. (2000) investigaram a ação antimicrobiana do ProRoot MTA,
cimento Portland, pasta de hidróxido de cálcio, Sealapex e Dycal. Para o experimento
foram utilizadas quatro cepas isoladas de bactérias, uma de fungo e uma mistura delas.
Os autores verificaram que o ProRoot MTA e o cimento Portland apresentaram atividade
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 14
antimicrobiana similar entre si, porém menor que a pasta de hidróxido de cálcio. Os
cimentos MTA, Portland e Sealapex apresentaram apenas zonas de difusão, sendo que a
maior delas foi encontrada no grupo do Sealapex. Os pesquisadores analisaram
também, por meio de espectrometria de fluorescência, a composição química dos
cimentos MTA e Portland. Relataram que ambos apresentavam praticamente a mesma
composição, diferindo apenas na presença do óxido de bismuto, presente no ProRoot
MTA. Esses pesquisadores foram os primeiros a constatarem a presença desse agente
radiopacificador no ProRoot MTA.
LAGHIOS et al. (2000) compararam a radiopacidade de 11 materiais
retrobturadores (amálgama, Diaket, IRM, guta percha, Super-EBA, ProRoot MTA,
Advance, Fuji II LC, Geristore, Vitrebond, Ketac Fil) e um agente radiopacificador
(fosfato de tetracálcio) à radiopacidade da dentina humana. As amostras dos materiais
foram acondicionadas em anéis metálicos de 10 mm de diâmetro e 2 mm de espessura.
Esses anéis foram apoiados sobre uma película de raios-x juntamente com uma escada
graduada de alumínio, e submetidos à exposição radiográfica. As densidades ópticas dos
espécimes foram correlacionadas, por meio de uma equação de análise regressiva, à
espessura da escada de alumínio, equivalente. Nove cimentos testados, dentre eles o
ProRoot MTA (6,43 mmAl), apresentaram radiopacidade aceitável. O fosfato de
tetracálcio (1,53 mmAl) e 2 cimentos de ionômero de vidro (Ketac Fil e Vitrebond) não
apresentaram radiopacidade suficiente (0,51 e 2,63 mmAl, respectivamente). O
amálgama apresentou a maior radiopacidade dentre os materiais avaliados.
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 15
SILVA HERZOG-FLORES et al. (2000) determinaram a composição química do
ProRoot MTA por meio de métodos analíticos, difração de raios-X e microscopia
eletrônica de varredura. A estrutura cristalina do material foi investigada. Foi realizada
avaliação do pH, por meio de pHmetro digital, e a quantificação da liberação de íons
cálcio, por meio de espectrômetro de absorção atômica, nos períodos de 1, 7, 15 e 21
dias. Os resultados mostraram que o cimento é constituído de 18,8% de material
insolúvel em água, 0,36% é óxido de magnésio e 90% é óxido de cálcio. Foi indicada a
presença de um material cristalino complexo de fórmula Ca54MgA12Si16O90. A presença
de óxido de bismuto (Bi2O3) também foi detectada. A cristalinidade (80%) foi perdida
em 1 h e 30 min, sob aquecimento direto de 37° C. O pH variou entre 11,54 e 12,05.
Durante todo o período de análise o pH manteve-se altamente alcalino. A liberação de
íons cálcio foi de 8,8 ppm nos períodos de 1 e 7 dias, 10,08 ppm aos 15 dias e 10,10
ppm aos 21 dias. O ponto de fusão do MTA, determinado por calorimetria, ocorreu a
100° C. Os autores concluíram que o MTA é um composto complexo que se destaca
pelo alto conteúdo de cálcio unido quimicamente ao magnésio, sílica, alumínio e óxidos.
HOLLAND et al. (2001) avaliaram o comportamento biológico dos cimentos
Portland e MTA em casos de pulpotomia e proteção pulpar direta. Foram realizadas as
aberturas coronárias de 18 dentes de cães, com total de 26 raízes. A porção coronária
da polpa foi removida e realizada a proteção dos remanescentes pulpares com cimentos
Portland e MTA. Passados 60 dias do tratamento, procedeu-se o sacrifício dos animais.
Os espécimes foram removidos e então preparados para análise histológica. Os
resultados obtidos não evidenciaram diferenças entre os dois cimentos. Observou-se a
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 16
formação de ponte dentinária tubular em quase todos os casos estudados. Os autores
concluíram que o MTA e o cimento Portland possibilitaram a obtenção de resultados
semelhantes entre si, quando empregados diretamente na proteção da polpa dentária e
na realização da pulpotomia.
ROY et al. (2001) analisaram a influência da variação do pH do meio na
capacidade dos materiais retrobturadores de impedir a penetração marginal apical de
tinta nanquin, por meio de microscópio clínico. Cento e cinqüenta dentes foram
apicetomizados, retropreparados com ultra-som e distribuídos nos seguintes grupos, a
saber: grupo I- amálgama, grupo II- Geristore, grupo III- Super-EBA, grupo IV- MTA,
grupo V- cimento de fosfato de cálcio e grupo VI- matriz de MTA com cimento de
fosfato de cálcio. Metade dos espécimes foi exposta em meio com pH 5,0, por 24 horas,
e a outra metade, pH de 7,4, pelo mesmo período de tempo. Os resultados mostraram
que em pH ácido houve redução significativa da infiltração de corante nos grupos da
matriz de MTA com cimento de fosfato de cálcio e do Geristore. Para os outros grupos a
mudança de pH não alterou o grau de infiltração. Os autores concluíram que o meio
ácido não impediu a capacidade de selamento de nenhum material testado, e para
alguns materiais, como o Geristore e matriz de MTA com cimento de fosfato de cálcio,
até melhorou a capacidade de selamento apical
ABDULLAH et al. (2002) estudaram a biocompatibilidade dos cimentos Portland
com e sem acelerador de presa (cloreto de cálcio), ionômero de vidro e MTA. Os testes
foram realizados por meio da observação da morfologia de células SaOS-2 de
osteosarcoma e o efeito desses materiais na expressão de marcadores de remodelagem
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 17
óssea. A análise consistiu na observação de células sadias e necróticas encontradas
próximas aos materiais avaliados. Os resultados elucidaram que células necróticas foram
encontradas no grupo do cimento de ionômero de vidro, enquanto células saudáveis
foram identificadas próximas aos cimentos Portland, com e sem acelerador de presa, e
MTA. Por meio do teste de ELISA, observou-se que os níveis de interleucina (IL)-1b; IL-
6, IL-18 e osteocalcina foram significantemente maiores no cimento Portland,
comparados ao grupo controle e o ionômero de vidro. Não foram observadas diferenças
significantes em relação ao grupo do MTA. Baseado nesses achados, os autores
concluíram que os cimentos Portland, nas suas duas variações, assim como o MTA não
apresentaram toxicidade, além de mostrarem potencial de reparo ósseo.
DEAL et al. (2002) compararam as propriedades químicas e físicas do ProRoot
MTA, cimento Portland e de um material experimental, o MTA de presa rápida. Foi
empregada eletroscopia de energia dispersiva e teste de inductibilidade de plasma, para
análise química. O pH e o tempo de endurecimento foram avaliados segundo as normas
da ANSI/ADA, especificação № 96. A proporção pó-líquido utilizada foi de 1 g de pó
para 0,35 mL de água, para todos os materiais testados. Os resultados mostraram que
os materiais apresentaram composição química semelhante, inclusive com a presença
de bismuto de 20,1% para o ProRoot MTA, 17,3% para o cimento Portland e 15,5%
para o MTA de presa rápida. Imediatamente após a manipulação, o pH foi de 11,72
para o ProRoot MTA, 11,74 para o cimento Portland e 11,69 para o MTA de presa
rápida; depois de 30 min, foi de 12,3 para os dois primeiros cimentos, não havendo
leitura para o MTA de presa rápida, uma vez que o mesmo encontrava-se endurecido. O
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 18
tempo de presa foi de 156 min para o ProRoot MTA, 159 min para o cimento Portland e
17 min para o MTA de presa rápida. Segundo os autores, o MTA de presa rápida
apresentou propriedades químicas semelhantes às dos outros materiais, porém com
tempo de presa significantemente reduzido.
GUARIENTI et al. (2002) analisaram a microestrutura superficial, por meio de
microscopia eletrônica de varredura, e a composição química, por meio de raios-X de
energia dispersiva, do ProRoot MTA e de duas marcas comerciais de cimento Portland.
Os cimentos foram manipulados e colocados em moldes previamente confeccionados.
Os corpos-de-prova foram armazenados em locais sem exposição de luz por período de
38 dias, quando foram removidos dos moldes e submetidos às análises. Os resultados
obtidos mostraram que os corpos-de-prova do ProRoot MTA e dos dois cimentos
Portland apresentaram estruturas microscopicamente similares entre si, com exceção da
presença do óxido de bismuto, exclusivo no MTA. Os constituintes principais do MTA
também foram encontrados nos cimentos Portland, com pequenas diferenças
quantitativas (cálcio, oxigênio, silício, manganês, alumínio, potássio, ferro), sendo que a
presença de molibdênio foi observada apenas nos cimentos Portland.
HOLLAND et al. (2002) avaliaram a biocompatibilidade do cimento MTA branco e
cinza. Foram implantados tubos de dentina preenchidos com o cimento a ser analisado
no tecido subcutâneo de ratos. Decorridos 7 e 30 dias, os animais foram sacrificados e
as peças removidas para análise histológica. A analise dos tecidos moles foi realizada
por meio de análise histológica com luz polarizada e a dos tecidos mineralizados pela
técnica de Von Kossa. Os resultados mostraram granulações birrefringentes à luz
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 19
polarizada seguida de estrutura irregular, na forma de ponte, ambos Von Kossa
positivos. Foi observado também, no interior dos túbulos dentinários uma camada com
granulações birrefringentes à luz polarizada. Não houve diferença no comportamento
biológico entre os tipos de MTA. Os autores concluíram que os mecanismos de ação do
MTA branco e cinza são similares. Ambos foram biocompatíveis.
REGALADO et al. (2002) analisaram as variações do pH, por meio de pHmetro
digital, dos cimentos Portland cinza e branco, ProRoot MTA e MTA-Ângelus. Os cimentos
foram manipulados na proporção de 0,18 mg de pó para 60 µL de água destilada e
deionizada. Após a mistura, os cimentos foram colocados em cilindros de polietileno de
5 mm de comprimento e 1,5 mm de diâmetro, com abertura em apenas uma das
extremidades. Cada corpo-de-prova foi imerso em recipiente com 5 ml de água
destilada. Foram utilizadas cinco amostras de cada cimento para a realização da leitura
do pH nos períodos de 0, 15, 30 minutos 1, 2, 24 e 48 horas. Os resultados obtidos
mostraram que todos os cimentos apresentaram pH altamente alcalino logo após a
inserção em meio aquoso (entre 9,1 e 11,3), mantendo-se alto por todo o período de
observação. O cimento Portland branco apresentou pH significantemente menor em
relação aos demais cimentos, com valores de pH de 9,1, 10 e 10,5 nos períodos de 0,
15 e 30 min, respectivamente. Nos tempos de 1 e 2 horas, não houve diferença
estatisticamente significante entre os materiais. Nos tempos de 6 h houve diferenças
apenas entre os cimentos Portland branco (10,3) e cinza (11,7). O mesmo
comportamento foi observado no período de 24 h, com diferenças apenas entre os
Portland cinza (10,2) e branco (9,2). Não foram encontradas diferença entre o ProRoot
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 20
MTA (9,6) e MTA-Ângelus (9,3), nesse mesmo período de análise. Em 48 horas não
houve diferenças significantes entre os materiais: MTA-Ângelus (8,2), ProRoot MTA
(8,1), Portland branco (8,2) e cinza (8,6).
SILVA et al. (2002) compararam a estabilidade dimensional e
solubilidade/desintegração dos cimentos Portland e ProRoot MTA. Para análise da
estabilidade dimensional os corpos-de-prova com 12 mm de altura e 6 mm de espessura
foram imersos em 30 mL de água destilada. Após 30 dias, os corpos-de-prova foram
removidos da água, secos e novamente medidos. A variação percentual entre as
medidas finais e iniciais determinaram as alterações dimensionais. Nos testes de
solubilidade e desintegração os corpos-de-prova com dimensões de 1,5 mm de
espessura por 20 mm de diâmetro foram inicialmente pesados e mantidos em 50 mL de
água destilada, durante 7 dias. Decorrido esse prazo, os corpos-de-prova foram
removidos, secos e pesados novamente. Foi determinada a relação entre a massa final e
inicial dos corpos-de-prova, percentualmente. Os resultados mostraram que o ProRoot
MTA apresentou-se mais estável dimensionalmente (+0,12%) que o cimento Portland
(+0,95%). Quanto à solubilidade/desintegração não houve diferença estatisticamente
significante entre eles (cimento Portland= -7,76% e ProRoot MTA= -7,19%). Os autores
observaram que apesar dos materiais apresentarem comportamentos diferentes em
relação à estabilidade dimensional, ambos encontravam-se com valores dentro da
especificação № 57 da ADA (American Dental Association). Quanto às propriedades de
solubilidade e desintegração, ambos mostraram-se valores acima dos parâmetros
recomendados.
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 21
CHONG et al. (2003) compararam a porcentagem de sucesso clínico do MTA e do
IRM em casos de cirurgias parendodônticas. Após a seleção de 230 pacientes, foi
seguido o protocolo cirúrgico: resecção do ápice radicular perpendicularmente ao longo
eixo do dente e realização de retrocavidade. Os dentes foram radiografados antes e
imediatamente após o procedimento cirúrgico. Novas tomadas radiográficas foram
realizadas após 12 e 24 meses para análise da evolução das lesões e reparação da
lâmina dura. Quando o número de dentes com reparo completo ou incompleto e reparo
incerto ou insatisfatório foi levado em consideração, a taxa de sucesso com o uso de
MTA foi maior, nos períodos de 12 e 24 meses. Não foram observadas diferenças
estatisticamente significantes entre os materiais, no entanto, a reparação das lesões no
grupo do MTA ocorreu mais rapidamente que no grupo do IRM. Os autores concluíram
que o uso do MTA como material retrobturador resultou numa taxa de sucesso maior
quando em comparação ao uso do IRM.
DIAMANTI et al. (2003) analisaram as variações de pH, composição química e as
características da superfície dos cimentos MTA cinza e branco. A análise qualitativa da
composição química dos materiais foi realizada por meio de difração raios-X. Para
mensuração do pH, 1 g de cimento foi misturado com 20 mL de água destilada, e as
medidas realizadas, por meio de pHmetro, até o período final de 2 h. Para análise da
superfície dos cimentos, por meio de perfilômetro, os materiais foram colocados em
água destilada, soro fisiológico e meio de cultura de células, por diferentes períodos de
tempo. Os resultados mostraram que os cimentos MTA branco e cinza são similares aos
cimentos Portland, no entanto apresentaram diferenças significantes entre si. O óxido
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 22
de ferro não foi encontrado no cimento branco, enquanto que o sulfato de cálcio esteve
ausente no cimento cinza. Os dois cimentos apresentaram pH alto (11,32 a 11,38),
imediatamente após a mistura, e permaneceu estável por todo o período de observação.
Ambos, MTA cinza e branco apresentaram superfícies rugosas, Ra= 1,94 µm e Ra= 1,90
µm, respectivamente. Os autores concluíram que os cimentos MTA são à base de
cimento Portland e apresentam elevado pH e superfície rugosa, após o endurecimento.
DUARTE et al. (2003) avaliaram a liberação de íons cálcio e o pH dos cimentos
ProRoot MTA e MTA-Ângelus. Amostras dos materiais testados foram colocadas em
tubos plásticos e imersas em água deionizada para a leitura do pH, por meio de
pHmetro digital, nos períodos de 3, 24, 72 e 168 horas. Na seqüência, os corpos de
prova foram imersos novamente em água deionizada. Este líquido foi analisado em
espectrômetro de absorção atômica para verificar a quantidade de cálcio liberado. Os
resultados mostraram que a liberação de íons cálcio e o pH dos dois materiais foram
inicialmente altos. Os valores encontrados para o pH do grupo do MTA-Ângelus (entre
9,30 e 9,52) foram ligeiramente superiores àqueles encontrados no ProRoot MTA (9,02
e 9,32), para todos os tempos estudados. Em todos os períodos analisados, a liberação
de íons de cálcio pelo MTA-Ângelus (1,66, 1,38, 0,88 e 0,93) foi significantemente
superior a do ProRoot MTA (1,23, 0,96, 0,83, 0,92). Os autores observaram que os
valores de pH e da liberação de íons de cálcio foram maiores durante as 3 primeiras
semanas, depois tenderam a diminuir.
FRIDLAND; ROSADO (2003) estudaram a solubilidade e porosidade do cimento
ProRoot MTA. A solubilidade dos cimentos foi medida de acordo com a especificação №
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 23
30 da ADA e a ISO 6876/ 2001. O pH da água onde os corpos-de-prova foram imersos,
para o teste de solubilidade, também foi medido. Diferentes proporções de água e pó
(0,26; 0,28; 0,30 e 0,33) foram selecionadas em estudo piloto para determinação da
consistência ideal do cimento. Segundo os autores, o grau de porosidade e solubilidade
aumentava à medida que a proporção água/pó também aumentava. Os valores de
solubilidade em porcentagem foram: 1,76; 2,25; 2,57 e 2,83 ficando dentro das
especificações da ANSI/ADA, inferiores a 3% da massa inicial. O pH das soluções ficou
entre 11,94 e 11,99. Os resíduos que foram solubilizados na água foram submetidos a
análise, por meio de espectrômetro de absorção atômica, e demonstrou que o cálcio foi
o principal componente liberado (482 mg/L), seguido de potássio (45 mg/L), sódio
(21,40 mg/L), sulfato (5,20 mg/L) e ferro (4,96 mg/L). Os autores suspeitaram que a
capacidade do cimento MTA em induzir a formação de barreira mineralizada, deve-se a
este fato.
FUNTEAS et al. (2003) analisaram, por meio de espectrometria de emissão com
fonte de plasma, a composição química dos cimentos Portland e MTA. Duzentos gramas
de cada cimento foram pesados e adicionados acido cítrico e peróxido de hidrogênio
para posterior digestão. Após o preparo inicial, as amostras foram submetidas à analise
espectrométrica. As análises comparativas revelaram uma semelhança muito grande
entre os materiais. De 15 elementos detectados (alumínio, arsênio, bário, bismuto,
cálcio, cromo, cobre, ferro, magnésio, manganês, níquel, chumbo, titânio, vanádio e
zinco), 14 foram comuns à composição de ambos cimentos. Não foram encontradas
diferenças estatisticamente significantes na quantificação desses elementos comuns.
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 24
Apenas o óxido de bismuto encontrado no cimento MTA não estava presente na
composição do cimento Portland. Os autores concluíram que os cimentos Portland têm
sido empregados para diversas finalidades na construção civil, sem, no entanto, ser
originalmente empregado como material retrobturador. Pela similaridade na composição
dos materiais, o cimento Portland pode ser constituir numa possibilidade de substituição
dos cimentos à base de MTA.
LOXLEY et al. (2003) determinaram o efeito de agentes oxidantes intracanal na
resistência mecânica de materiais usados como reparadores de perfurações radiculares.
Raízes bovinas foram perfuradas e reparadas com cimento MTA, Super-EBA e IRM. Após
7 dias, 10 amostras de cada grupo foram testadas por meio de força de push-out com
máquina Instron. As amostras restantes foram imersas em hipoclorito de sódio,
perborato de sódio com solução salina, superoxol, perborato de sódio com superoxol ou
solução salina, por período de 7 dias. Os valores da força pelo teste de push-out foram
comparados com aqueles dos materiais secos, para determinação de eventual perda de
integridade que possa ter ocorrido. Os resultados mostraram que o MTA foi menos
resistente às condições impostas que o Super-EBA e o IRM. O IRM mostrou consistente
durante as condições do tratamento, enquanto que o Super-EBA perdeu força, quando
exposto ao hipoclorito de sódio, perborato de sódio com solução salina ou perborato de
sódio com superoxol. Exposição ao perborato de sódio com superoxol mostrou os
maiores efeitos nos três materiais testados. Baseado nos resultados obtidos, na
facilidade de manuseio, no curto tempo de endurecimento e associado ao seu menor
custo, os autores sugerem o IRM como um material retrobturador ideal.
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___________________________________________________________________________________________ Revista da literatura 25
SAIDON et al. (2003) avaliaram o efeito citotóxico e a resposta tecidual dos
cimentos Portland e ProRoot MTA. O primeiro teste foi realizado in vitro. Amostras de
cimento fresco e endurecido foram colocadas em cultura de células fibroblásticas L929,
de ratos. Após incubação de 3 dias, a morfologia e o número de células foram
analisadas. O segundo experimento foi realizado in vivo. Cobaias adultas foram
anestesiadas e então, inseridos implantes de cilindros de teflon preenchidos com
cimentos em cavidades ósseas realizadas na região mandibular, próximo à sínfise. Cada
animal recebeu dois implantes, um com MTA e outro com cimento Portland, por período
de observação de 2 e 12 semanas. Os resultados não evidenciaram diferenças quanto
ao crescimento de células, in vitro. No teste in vivo, observou-se reparo ósseo e mínimo
processo inflamatório, nos dois períodos de avaliação. Boa tolerância tecidual foi
observada para os dois materiais. Os autores concluíram que o cimento Portland e o
MTA mostraram biocompatibilidade semelhante. Dessa forma, postularam o potencial do
cimento Portland em substituir o ProRoot MTA.
FERRIS; BAUMGARTNER (2004) avaliaram a capacidade do ProRoot MTA de
impedir a penetração bacteriana na região de furca. Foram utilizados 40 dentes
humanos molares distribuídos em dois grupos de acordo com o material de
preenchimento da furca: GI- MTA cinza e GII- MTA branco. As coroas dos dentes e os 5
mm apicais foram seccionados. Na região de furca, foram confeccionadas cavidades
padronizadas para recebimento do material. O meio de crescimento de BHI (Brain-heart
infusion) com extrato de levedura, hemina e menadiona foi usado como meio de cultura
para o crescimento do Fusobacterium nucleatum. A cada duas semanas o meio de
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crescimento era removado, até o final do período de observação (60 dias). Os
resultados mostraram que 2 amostras de MTA cinza apresentaram infiltração bacteriana,
enquanto que no grupo do MTA branco houve infiltração de 3 amostras. Não houve
diferença significante entre os dois tipos de MTA na prevenção da infiltração do F.
nucleatum. Os autores concluíram que os dois tipos de MTA podem ser utilizados no
preenchimento de cavidades na região de furca.
LEE et al. (2004) analisaram a influência da variação do meio de armazenamento
nas propriedades físicas e hidratação do ProRoot MTA. As análises foram realizadas por
meio de microscopia eletrônica de varredura, difração de raios-X e testes de
microdureza. As amostras de cimento foram distribuídas de acordo com o meio de
armazenamento, a saber: GI- água destilada, GII- solução salina normal, GIII- solução
com pH 7 e GIV- solução com pH 5. A microestrutura do MTA hidratado foi descrita
como cristais nas formas de cubos e agulhas. Entretanto, cristais em forma de agulha
não foram observados com pH 5, aparecendo erosão em forma de cubos. A microdureza
dos espécimes do grupo de pH 5 foi significantemente menor que os outros três grupos.
Os autores concluíram que o meio de armazenamento pode influenciar de maneira
determinante na formação do MTA, em parte, pelo pH e presença de íons.
Particularmente, o meio ácido interferiu negativamente tanto nas propriedades físicas
como na hidratação do MTA.
VARGAS et al. (2004) compararam a força de resistência dos cimentos de fosfato
de zinco, ionômero de vidro e ProRoot MTA após cimentação de pinos intra-canal.
Sessenta canais de incisivos unirradiculares bovinos foram preparados, obturados e
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depois esvaziados em 9 mm para colocação de um retentor intra-canal. Os espécimes
foram armazenados por 14 dias e, então, submetidos à força de tensão axial gradual,
por meio de máquina Instron, até que ocorresse a fratura. Os resultados evidenciaram
que as forças de resistência do cimento de fosfato de zinco (0,376 N) e do ionômero de
vidro (0,362 N) foram estatisticamente equivalentes e significantemente maiores que a
do ProRoot MTA (0,182 N). Os autores concluíram que o fosfato de zinco e o ionômero
de vidro são superiores ao ProRoot MTA, como agentes de cimentação para pinos, em
dentes endodônticamente tratados.
ASGARY et al. (2005) compararam a composição química dos cimentos ProRoot
MTA branco e cinza, por meio de microscópio eletrônico de varredura equipado com
detector espectrométrico de energia dispersiva. Em todas as amostras de cimentos
testadas foram observadas complexas misturas de minerais com distribuição aleatória
de tamanho de partículas de óxido de bismuto. Os tamanhos dos cristais formados no
cimento cinza mostraram-se maiores do que aqueles formados no cimento branco, o
que sugere que o MTA branco resultou numa mistura mais homogênea. Os resultados
indicaram a presença predominante de óxido de cálcio, sílica e óxido de bismuto tanto
na amostra de MTA branco quanto na do cinza, perfazendo um total de 82 e 73% do
total analítico, respectivamente. As quantidades de óxido de alumínio (1,92%), óxido de
magnésio (1,35%) e particularmente óxido de ferro (0,40%) no MTA branco foram
consideravelmente menores do que as encontradas no MTA cinza. Os autores
concluíram que a ausência significante de óxido de ferro no MTA branco pode ser o
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fator determinante da mudança da cor do cinza para o branco, quando da comparação
das duas amostras de MTA.
CAMILLERI et al. (2005a) estudaram a constituição química dos cimentos ProRoot
MTA branco e cinza, antes e após a mistura com água. O material na forma de pó foi
analisado por meio de energia dispersiva de raios-X, em um microscópio eletrônico de
varredura, para identificação dos elementos químicos constituintes dos cimentos, e por
meio de raios-X de difração, para a identificação das fases de formação dos cimentos.
Os cimentos após endurecimento foram analisados por meio de energia dispersiva. Os
resultados mostraram que o MTA branco é composto primariamente por cálcio, sílica,
bismuto e oxigênio, assim como o MTA cinza, no qual foi observado, também, pequenos
cristais de ferro e alumínio. O cálcio e a sílica foram os elementos predominantes. O
MTA branco foi composto, primariamente, de silicato tricálcico e óxido de bismuto,
enquanto que o cinza foi composto primariamente de silicato tricálcico, silicato dicálcico
e óxido de bismuto. A formação de cristais foi observada quando da imersão do material
em solução aquosa. Segundo os autores, a versão comercial do MTA é fortemente
similar ao cimento Portland, exceto pela adição de óxido de bismuto. Os íons de ferro
estavam presentes em maior quantidade na constituição do MTA cinza.
CAMILLERI et al. (2005b) avaliaram a constituição química dos cimentos Portland
cinza e branco, Portland sem gesso e MTA cinza e branco, por meio de raios-X de
análise de energia dispersiva e raios-X de difração. A biocompatibilidade dos materiais
foi testada pelo método direto, no qual a proliferação de células de osteosarcoma
humano foi mensurada, usando corante azul de Alamar, e pelo método indireto, no qual
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o crescimento e a proliferação celular foram avaliados, usando metiltetrazolium, para
testes in vitro. Os resultados obtidos mostraram que os principais constituintes dos
materiais foram o cálcio, a sílica e o alumínio. Os cimentos na versão branca
diferenciaram da cinza pela ausência dos íons de ferro, enquanto que o MTA diferenciou
do cimento Portland pela presença do óxido de bismuto. Todos os materiais analisados
mostraram constituição primária de silicato tricálcico e quantidade menor de silicato
dicálcico. Nos testes de biocompatibilidade, o teste indireto, para todos os cimentos,
mostrou aumento da atividade celular, após o período de 24 horas, em comparação ao
grupo controle. O teste de contato direto com os cimentos resultou numa queda da
viabilidade celular em todos os períodos estudados. Os autores concluíram que a
constituição química dos materiais foi bastante similar. Todos os cimentos mostraram-se
biocompatíveis, entretanto o crescimento celular foi pobre, pelo método direto. Por
outro lado, o hidróxido de cálcio produzido durante a reação de hidratação do cimento
induziu a proliferação celular.
CHNG et al. (2005) analisaram o pH, tempo de endurecimento, solubilidade,
radiopacidade, alterações dimensionais e capacidade de selamento apical dos cimentos
VERRM e MTA cinza e branco. O pH foi mensurado por meio da imersão do eletrodo de
leitura a cada 2 minutos, até o tempo final de 60 minutos. Os tempos de
endurecimento, inicial e final, foram medidos, por meio da agulha de Gillmore, de
acordo com a ASTM C266-03, para cimentos hidráulicos. Os testes de solubilidade,
radiopacidade e alteração dimensional seguiram as normas da ISO 6876/ 2001. Para
verificação da capacidade de selamento apical foram confeccionadas retrocavidades, de
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3 mm de profundidade, nas raízes de 22 dentes pré-molares humanos, para colocação
dos materiais a serem testados. Os resultados mostraram que o pH dos cimentos subiu
para 12,2 aproximadamente 10 minutos após a imersão em meio aquoso. Aos 60 min, o
pH do MTA branco foi significante maior que os demais cimentos, não havendo
diferença entre o MTA cinza e o VERMM. O tempo de endurecimento inicial apresentou
diferenças significantes entre os cimentos. O VERRM apresentou menor tempo de
endurecimento (40 min) que os demais cimentos, enquanto que o MTA cinza
apresentou maiores valores (70 min). O tempo de endurecimento final do MTA cinza foi
significantemente maior (175 min) que o do VERRM (140 min). A solubilidade do
VERMM (2,14) foi significantemente maior que a do MTA cinza (1,28) e branco (0,97),
medida em porcentagem. Quanto à radiopacidade foi notado que apesar do VERMM ser
significantemente menos radiopaco (4,5 mmAl) que o MTA cinza (6,5 mmAl) e branco
(6,7 mmAl), apresentou valores dentro da exigência mínima da ISO 6876/ 2001. A
estabilidade dimensional foi semelhante para os 3 materiais testados, não havendo
diferenças estatísticas entre eles. O MTA branco e o VERMM mostraram maior
penetração do corante em comparação ao MTA cinza. Os autores concluíram que esse
novo cimento pode ser indicado, com segurança, para uso clínico.
DAMMASCHKE et al. (2005) compararam a composição química do ProRoot MTA
branco e duas marcas comerciais de cimentos Portland. Os componentes principais dos
cimentos, na forma de pó, foram analisados por espectroscopia e dispersão de raios-X.
A forma da superfície dos cimentos e suas alterações após o endurecimento foram
analisadas por meio de microscopia eletrônica. Os resultados mostraram que o MTA tem
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menos metais pesados (cobre, manganês, estrôncio), menos cromóforos (Fe+3), menos
alumínio e a metade da quantidade de gesso que os cimentos Portland. Foi observada a
presença de bismuto apenas nas amostras de MTA. A quantidade de enxofre para
ambos os cimentos foi três vezes maior na forma de massa, ou seja, após sua
espatulação do que no material em forma de pó. As partículas que compõem os
cimentos Portland mostraram-se de tamanhos maiores e irregulares, enquanto que o
MTA apresentou partículas menores e uniformes. Os autores concluíram que apesar dos
materiais estudados serem similares não devem ser considerados iguais, não indicando
a substituição do MTA pelo cimento Portland.
DUARTE et al. (2005) avaliaram a quantidade de arsênio liberado pelos cimentos
Portland cinza e branco, ProRoot MTA e MTA-Ângelus, por meio da espectrometria de
absorção atômica. Os materiais após a manipulação foram colocados em tubos plásticos
e imersos em frascos contendo água com reagente em pH 5, para assegurar que o
arsênio liberado estaria na sua forma trivalente, que é a mais tóxica. A solução de
imersão do cimento foi analisada após períodos de 3 e 168 horas. Os resultados
mostraram níveis muito baixos de liberação de arsênio pelos cimentos Portland e MTA.
Não houve diferenças estatisticamente significantes entre os materiais, após 3 e 168 h.
A quantidade encontrada foi considerada menor que os níveis tóxicos aceitáveis. Os
pesquisadores concluíram que os cimentos Portland e MTA podem ser considerados
seguros para o uso clínico, no que se refere à presença de arsênio.
FRIDLAND; ROSADO (2005) analisaram o pH e a solubilidade do cimento ProRoot
MTA, em meio aquoso, nas proporções pó-líquido de 0,28 e 0,33. A solubilidade do
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cimento foi avaliada de acordo com a ISO 6876/ 1986, para cimentos obturadores de
canais radiculares, e a especificação № 30 da ADA (1991), para cimentos a base de
óxido de zinco e eugenol. A diferença do peso final em relação ao inicial das amostras
foi considerada como sendo a solubilidade do material, medida em porcentagem. Os
espécimes foram removidos diariamente, durante o período de 78 dias, para análise dos
sais formados e novamente imersos em água. O pH da água que ficou em contato com
as amostras foi medido. Os resultados mostraram que o MTA na proporção de 0,33
solubilizou 22,06% em relação ao peso inicial da massa do cimento e a 0,28 apresentou
solubilização de 31,95%. Na proporção de 0,28, o pH foi de 11,88 na primeiras 24 h e
permaneceu entre 11,57 e 11,60 ao longo do estudo. Com a proporção de 0,33, o pH
foi de 11,95 em 24 h e manteve-se entre 11,65 e 11,72. Os autores concluíram que a
proporção de 0,33 foi a mais indicada para o preparo do cimento de MTA, nas condições
desse estudo. Além disso, o pH do MTA manteve-se alcalino por todo o período de teste
em conseqüência do hidróxido de cálcio, principal substância formada pela hidratação
do MTA.
SANTOS et al. (2005) avaliaram a liberação de íons cálcio, pH e condutividade
elétrica do MTA-Ângelus e um cimento experimental. Após imersão em água, 5
amostras dos cimentos foram analisadas, por meio de espectrometria de absorção
atômica, em períodos de 24, 48, 72, 96, 192, 240 e 360 horas, para verificação da
liberação de íons cálcio. A mesma solução serviu para medida do pH, por meio de
pHmetro digital, e da condutividade elétrica, por meio de condutivímetro. Os resultados
mostraram um elevado aumento do pH do MTA (10,39) e do cimento experimental
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(10,59), nas primeiras 24 horas, permanecendo alto por todo o período do experimento.
Não foram observadas diferenças significantes nas medidas do pH dos cimentos, em
cada intervalo de tempo de análise. Até o período de 24 horas, o cimento experimental
liberou mais íons cálcio (11,36 mg/dL) do que o MTA (7,32 mg/dL), aumentando a
condutividade elétrica mais rapidamente. Depois desse período, ambos cimentos
comportaram-se de maneira similar, quanto a liberação de íons cálcio e condutividade
elétrica. Os autores puderam concluir que o cimento experimental, no que se refere ao
aumento do pH da solução de estoque, comportou-se de maneira similar ao MTA-
Ângelus. Por outro lado, o cimento experimental mostrou aumento significantemente
maior na liberação de íons cálcio e condutividade elétrica, em comparação ao MTA-
Ângelus, no período até 24 horas.
SARKAR et al. (2005) estudaram a interação do cimento ProRoot MTA com uma
solução tampão fosfato, simulando o fluido tecidual, e as paredes dentinárias do canal
radicular de dentes humanos extraídos. Na primeira parte do experimento, as amostras
de cimento foram preparadas e então, imersas numa solução tampão fosfato (pH 7,2).
As amostras foram analisadas por meio de espectrometria de absorção atômica. Na
segunda parte do experimento, os dentes foram preparados, obturados com MTA via
ortógrada e estocados no fluido tecidual sintético a 37° C, durante 2 meses. Decorrido
este tempo, os espécimes foram clivados e a interface dentina-material analisada, no
terço apical, por meio de microscopia óptica, microscopia eletrônica e microscopia de
difração. Os resultados mostraram que o MTA exposto ao fluido liberou constituintes
metálicos, principalmente cálcio, fósforo, traços de bismuto, sílica e alumínio. Foram
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produzidos precipitados com a composição e estrutura similar a hidroxiapatita. Não
foram observados espaços entre o material e as paredes dentinárias dos canais
radiculares. Os autores puderam concluir que o MTA reage com o fosfato do fluido
tecidual sintético, formando hidroxiapatita. O cimento parece aderir às paredes do canal
radicular, por meio de reação entre a sua superfície de apatita e a dentina. Segundo os
pesquisadores, a capacidade de selamento, biocompatibilidade e atividade
dentinogênica do MTA são atribuídas a essas reações físico-químicas.
BORTOLUZZI et al. (2006a) avaliaram a influência da adição de cloreto de cálcio a
10% na capacidade dos cimentos Portland branco, com e sem óxido de bismuto,
ProRoot MTA cinza e MTA-Ângelus branco em impedirem a infiltração marginal apical do
corante Rodamina B 0,2%. Setenta raízes de dentes humanos extraídos foram
preparadas, obturadas e seccionados os 2 mm apicais para recebimento do material
retrobturador. Os espécimes foram avaliados por meio de microscopia óptica, após
imersão em corante por período de 72 horas. Os resultados mostraram que o cimento
Portland branco com radiopacificador (óxido de bismuto) e acelerador de presa (cloreto
de cálcio) apresentou a melhor capacidade em impedir a penetração do corante. O
cimento Portland comum não modificado apresentou os maiores escores de infiltração.
Nos cimentos de MTA foi observada uma melhora na capacidade de selamento sem,
contudo, haver diferença significante entre si. Os autores concluíram que o cloreto de
cálcio incrementa a capacidade de selamento do cimento Portland branco.
BORTOLUZZI et al. (2006b) analisaram a influência da adição de cloreto de cálcio
a 10% na variação do pH e liberação de íons cálcio dos cimentos Portland branco,
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ProRoot MTA cinza e MTA-Ângelus branco. A leitura do pH foi realizada por meio de
phmetro digital e a liberação de cálcio foi mensurada por meio de espectrômetro de
absorção atômica. Tubos de polietileno foram preenchidos com os materiais testes e
depois imersos em recipientes contendo 10 mL de água deionizada, por períodos de 30,
60 minutos e 24 horas após a mistura dos cimentos. Os resultados evidenciaram
aumento imediato no pH das amostras de cimentos acrescidos de cloreto de cálcio (pH
10,0). Nos demais períodos de análise, os resultados mostraram-se similares. Quanto a
liberação de íons cálcio, nas primeiras 24 h, os cimentos acrescidos de cloreto de cálcio
liberaram quantidade significantemente maior de íons cálcio (0,12 mg/dL) do que os
materiais puros (0,04 mg/dL). Os autores concluíram, por meio dos resultados, que a
adição de cloreto de cálcio melhorou as propriedades físico-químicas do MTA. O
acelerador de presa facilitou a espatulação dos cimentos, requerendo quantidade menor
de água, durante o processo de mistura.
BOZEMAN et al. (2006) quantificaram e identificaram os tipos de cristais formados
pelos cimentos ProRoot MTA cinza e branco e Dentalcrete, quando imersos em solução
tampão fosfato. Quarenta e cinco cilindros plásticos foram confeccionados e distribuídos
de acordo com os testes a serem realizados. No primeiro teste, 12 cilindros de cada
grupo foram colocados em 40 mL de solução tampão, por período de 40 dias, e
realizadas análises da composição e quantidade de cristais formados, por meio de
microscopia eletrônica de varredura, dispersão de raios-X e espectrômetro de absorção
atômica. No segundo teste, 3 cilindros de cada material foram suspensos em água
destilada deionizada para verificação da liberação de íons cálcio em 24, 72 horas e 5, 7,
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10, e 14 dias, por meio de espectrometria de absorção atômica. Os resultados
mostraram que os cimentos MTA cinza e branco têm alta liberação inicial de íons cálcio,
seguido de declínio e depois, novo aumento. O MTA cinza mostrou maior quantidade de
cristais na sua superfície em comparação ao branco, o que pode ser clinicamente
significante. Após 14 dias, ambos tipos de MTA liberaram traços de alumínio, bismuto,
ferro e magnésio. Foi relatada similaridade química e estrutural entre os cristais
formados pelos cimentos de MTA e a hidroxiapatita.
CAMILLERI; PITT FORD (2006) realizaram levantamento bibliográfico sobre a
biocompatibilidade e os constituintes dos cimentos à base de MTA. No Medline os
autores identificaram 206 artigos publicados no período de novembro de 1993 a agosto
de 2005. Inicialmente, todos os trabalhos foram lidos para