livro novo codigo-de_etica_medica

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NOVO CÓDIGO De ÉTICA mÉDICA CADeRNOS DO CONSeLHO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO PARANÁ Rua Victório Viezzer, 84, Visla Alegre Curitiba – Paraná – CEP 80810-340 Telefone (41) 3240-4000 – Fax (41) 3240-4001 www.crmpr.org.br [email protected]

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Livro sobre o novo código de ética média, fornecido pelo Professor Frei Oton Jr aos alunos de Teologia da Paróquia Jesus Operário

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NOVO CÓDIGO DeÉTICA mÉDICA

CADeRNOS DO CONSeLHO

Conselho Regional de MediCina do PaRanáRua Victório Viezzer, 84, Visla alegreCuritiba – Paraná – CeP 80810-340

Telefone (41) 3240-4000 – Fax (41) 3240-4001www.crmpr.org.br

[email protected]

É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios sem autorização escrita do CRMPR.

Conselho Regional de MediCina do PaRanáRua Victório Viezzer, 84, Visla alegreCuritiba – Paraná – CeP 80810-340Telefone (41) 3240-4000 – Fax (41) [email protected]

noVo CÓdigo de ÉTiCa MÉdiCaPrograma de educação Médica Continuada do CRMPR

CoMissão de CoMuniCação do CRMPR

Conselheirosehrenfried othmar Wittig (coordenador), donizetti dimer giamberardino Filho, gerson Zafalon Martins, hélcio Bertolozzi soares, luiz sallim emed e Miguel ibraim abboud hanna sobrinho, Prof. dr. João Manuel Cardoso Martins e jornalista hernani Vieira.

Edição e Revisãohernani Vieira (MTB 993/06/98V-PR)Priscila Pereira Jorge naufelCibele Micheli Michelin

Projeto gráfico e diagramaçãosheila gouveia

Catalogação bibliográficagisele Terezinha liegel glock (CRB9-1178)

Impressãográfica e editora lisegraff

Tiragem5.000 exemplares

obra de interesse científico-cultural do CRMPR com distribuição dirigida gratuita.

novo código de ética médica / Conselho Regional de Medicina do Paraná e Conselho Federal de Medicina – Curitiba: 2009. 28 p.

1. Ética Médica – Código i. Conselho Regional de Medicina do Paraná

Cdd - 174.2026

O Novo Código

Até 22 de março de 2010 continuará vigente o Código de Ética Médica regulamentado pela Resolução CFM n.º 1.246, de janeiro de 1988. O Conselho Regional de Medicina

do Paraná edita o Código sucessor para que a comunidade médica e a sociedade de modo geral possa conhecer o seu conteúdo e melhor assimilar este processo de transição. Os Códigos (atual e futuro) podem ser acessados pelo meio eletrônico no

Portal do Conselho (www.crmpr.org.br).

Cons. miguel Ibraim Abboud Hanna SobrinhoPresidente CRMPR

Resolução CFM nº 1931/2009

(Publicada no D.O.U. de 24 de setembro de 2009, Seção I, p. 90)edição especial

NOVO CÓDIGO DeÉTICA mÉDICA

5Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

MeNsAgeM AOs MÉdiCOs

Caros colegas:

O Código de Ética Médica que apresentamos é um contrato social entre a Medicina e a sociedade, em âmbito coletivo, e entre o médico e o paciente, em âmbito mais restrito.

Apresenta princípios fundamentais baseados na tradição milenar dos valores que fundamentaram a boa prática médica e é uma carta de direitos que garante aos médicos o exercício digno da profissão.

Além disso, o Código de Ética Médica se reveste de uma enorme responsabilidade social, na qual a conduta médica é observada e avaliada diuturnamente. Por isso, a profissão exige do praticante um comportamento exemplar, benevolente, cordial, compassivo, solidário, e, acima de tudo, com o uso da técnica adequada para cada caso. Cada médico deve seguir o Código de Conduta Moral que, ao ser infringido, resulta em punição. Tudo isso em benefício da sociedade.

desse modo, apresentamos um Código justo que visa a boa prática médica.

Roberto Luiz D AvilaPresidente do Conselho Federal de Medicina

miguel Ibraim Abbou Hanna SobrinhoPresidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná

NOVO CÓdigO de ÉTiCA MÉdiCA

O projeto de reforma do atual Có-digo de Ética Médica (Resolução CFM n.º 1246 de 26 de janeiro de 1988), votado e aprovado na iV Conferência Nacional de Ética Médica – CONeM pelo Pleno Na-cional dos Conselhos de Medicina, na cidade de são Paulo (sP), no dia 29 de agosto de 2009, foi ela-borado tendo em conta a impor-tante participação da sociedade brasileira por meio de consulta pública, que reuniu quase 3 mil contribuições de médicos e não-médicos, sendo revisado durante os dois anos de trabalhos dos membros das Comissões Nacio-nal e Regional de Revisão de Có-digo de Ética Médica, criadas pela Portaria CFM n.º 23, de 9 de maio de 2008, que prestaram relevantes e inestimáveis serviços ao desen-volvimento do tema.

este Código, antes de tudo, vem fortalecer o compromisso moral dos médicos brasileiros e das organiza-ções que prestam serviços à saúde e proporcionam elevado padrão de comportamento ético capaz de asse-gurar, em todos os casos, a manuten-

eXPOSIÇÃO De mOTIVOS

ção dos princípios fundamentais do exercício da Medicina.

Visa, em especial, resguardar a prática profissional com caráter político de cidadania, considerando os novos dilemas e desafios ao que se apresentam ao exercício ético da ativi-dade médica, preocupada na aplica-ção dos conhecimentos criados pelas novas tecnologias, com repercussão tanto nas gerações presentes quanto nas futuras.

Os seus princípios enunciam va-lores ou metas de caráter amplo e genérico, expondo os grandes con-ceitos e os principais critérios pelos quais devem orientar-se as práticas éticas do profissional da Medicina. eles referem-se à busca de valores voltada à realização do ideal de vida humana, ou seja, de uma ética de máximos. As suas normas diceológi-cas cuidam dos direitos dos médicos, que deve ter o bem-estar do cidadão como o centro da sua atenção, a fim de que a sua vida torne-se mais sa-dia e proveitosa. Já as normas deon-tológicas enunciam regras de com-portamento inspiradas nos princípios e caracterizam-se por reduzido grau de abstração, descrevendo situações fáticas e prescrevendo condutas in-

6 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm 7Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

tersubjetivas claramente tipificadas. Assim, pelo novo Código, os médicos apenas poderão ser punidos pelas normas deontológicas.

Na realidade, grande parte das atu-ais questões éticas tem como pilares os princípios da bioética, tais como o da autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça, que visam de-fender a dignidade de todo e qualquer ser humano.

Assim, temas como autonomia do paciente e do médico, conflito de in-teresses entre médicos e indústria (farmacêutica e de equipamentos) e os direitos dos médicos, sigilo profis-sional, tecnologia (tecnociência) e publicidade excessiva estão entre os principais focos de discussão na re-formulação do Código.

Outro objetivo da reforma é reputar o papel do médico como agente so-cial, abordado no Código justamente para garantir mais qualidade no aten-

dimento do sistema público de saúde, para que, com a valorização dos profis-sionais, possa-se atingir a expectativa de que a rede pública funcione cada vez melhor.

Nesse novo cenário, buscou-se, também, por necessário, a adaptação do Código às recentes Resoluções do Conselho Federal de Medicina e à le-gislação vigente no País, tendo em vista o fato de que o atual Código foi editado há mais de 20 anos.

sob último aspecto, é de bom al-vitre salientar que, por ter introduzi-do importantes mudanças, inclusive novas regras de conduta, o projeto ora apresentado estipulou o prazo de 180 dias para início da sua vigên-cia, contado a partir de sua publica-ção, para que a população e a classe médica como um todo (pessoas físi-cas e jurídicas) possam tomar co-nhecimento e fazer as adaptações necessárias à aplicação das novas regras.

Roberto Luiz D’Avila – Coordenador da Comissão nacional de Revisão do Código de Ética Médica e Pre-sidente do CFM a partir de 1.º de outubro de 2009.

Brasília, setembro de 2009.

ReSOLUÇÃO CFm Nº 1931/2009(Publicada no D.O.U. de 24 de setembro de 2009, Seção I, p. 90)

O CONSeLHO FeDeRAL De me-DICINA, no uso das atribuições conferidas pela Lei n.º 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamen-tada pelo decreto n.º 44.045, de 19 de julho de 1958, modificado pelo decreto n.º 6.821, de 14 de abril de 2009, e pela Lei n.º 11.000, de 15 de dezembro de 2004, e, consubs-tanciado nas Leis n.º 6.828, de 29 de outubro de 1980, e Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999; e

CONSIDeRANDO que os Conselhos de Medicina são ao mesmo tempo jul-gadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-lhes zelar e tra-balhar, por todos os meios ao seu al-cance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exer-çam legalmente;

CONSIDeRANDO que as normas do Código de Ética Médica devem subme-ter-se aos dispositivos constitucionais vigentes;

CONSIDeRANDO a busca de me-lhor relacionamento com o paciente e a garantia de maior autonomia à sua vontade;

CONSIDeRANDO as propostas for-muladas ao longo dos anos de 2008 e 2009 e pelos Conselhos Regionais de Medicina, pelas entidades Médicas, pelos médicos e por instituições cientí-ficas e universitárias para a revisão do atual Código de Ética Médica;

CONSIDeRANDO as decisões da iV Conferência Nacional de Ética Médica que elaborou, com partici-pação de delegados Médicos de todo o Brasil, um novo Código de Ética Médica revisado.

CONSIDeRANDO o decidido pelo Conselho Pleno Nacional reunido em 29 de agosto de 2009; e

CONSIDeRANDO, finalmente, o de-cidido em sessão plenária de 17 de se-tembro de 2009.

ReSOLVe:

Art. 1º – Aprovar o Código de Ética Médica, anexo a esta Resolução, após sua revisão e atualização.

Art. 2º – O Conselho Federal de Medicina, sempre que necessário, expedirá Resoluções que complementem este Código de Ética Médica e facilitem sua aplicação.

Aprova o Código de Ética médica.

8 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm 9Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

edson de Oliveira Andrade – Presidente

Lívia Barros Garção – secretária-geral

Brasília, 17 de setembro de 2009.

Art. 3º – O Código anexo a esta Resolução entra em vigor cento e oitenta dias após a data de sua publicação e, a partir daí, revoga-se o Código de Ética Médica aprovado

pela Resolução CFM n.º 1.246, publicada no Diário Oficial da União, no dia 26 de janeiro de 1988, Seção I, páginas 1574-1579, bem como as demais disposições em contrário.

CÓdigO de ÉTiCA MÉdiCA

PReÂmBULOI – O presente Código de Ética Médi-

ca contém as normas que devem ser seguidas pelos médicos no exercício de sua profissão, in-clusive no exercício de atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à administração de serviços de saúde, bem como no exercício de quaisquer outras atividades em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da Medicina.

II – As organizações de prestação de serviços médicos estão sujeitas às normas deste Código.

III – Para o exercício da Medicina, im-põe-se a inscrição no Conselho Regional do respectivo estado, território ou distrito Federal.

IV – A fim de garantir o acatamento e a cabal execução deste Código, o médico comunicará ao Conselho Regional de Medicina, com dis-crição e fundamento, fatos de que tenha conhecimento e que caracterizem possível infração do presente Código e das demais normas que regulam o exercício da Medicina.

V – A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é atribuição dos Conse-

lhos de Medicina, das comissões de ética e dos médicos em geral.

VI – este Código de Ética Médica é composto de 25 princípios funda-mentais do exercício da Medicina, 10 normas diceológicas, 118 nor-mas deontológicas e quatro dis-posições gerais. A transgressão das normas deontológicas sujei-tará os infratores às penas disci-plinares previstas em lei.

Capítulo I

PRINCÍPIOS FUNDAmeNTAISI – A Medicina é uma profissão a

serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza.

II – O alvo de toda a atenção do médi-co é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.

III – Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico ne-cessita ter boas condições de trabalho e ser remunerado de forma justa.

10 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm 11Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

IV – Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina, bem como pelo prestígio e bom conceito da profissão.

V – Compete ao médico aprimorar continuamente seus conheci-mentos e usar o melhor do pro-gresso científico em benefício do paciente.

VI – O médico guardará absoluto re-speito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício. Ja-mais utilizará seus conhecimen-tos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade.

VII – O médico exercerá sua profis-são com autonomia, não sen-do obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa tra-zer danos à saúde do paciente.

VIII – O médico não pode, em nen-huma circunstância ou sob ne-nhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem per-mitir quaisquer restrições ou im-posições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho.

IX – A Medicina não pode, em nenhu-ma circunstância ou forma, ser exercida como comércio.

X – O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro, finalidade política ou religiosa.

XI – O médico guardará sigilo a re-speito das informações de que detenha conhecimento no desempenho de suas funções, com exceção dos casos previs-tos em lei.

XII – O médico empenhar-se-á pela melhor adequação do trabalho ao ser humano, pela eliminação e controle dos riscos à saúde inerentes às atividades laborais.

XIII– O médico comunicará às auto-ridades competentes quaisquer formas de deterioração do ecos-sistema, prejudiciais à saúde e à vida.

XIV– O médico empenhar-se-á em melhorar os padrões dos ser-viços médicos e em assumir sua responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sani-tária e à legislação referente à saúde.

XV – O médico será solidário com os movimentos de defesa da digni-dade profissional, seja por re-muneração digna e justa seja por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional da Medicina e seu aprimoramento técnico-científico.

XVI – Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de instituição, pública ou privada,

limitará a escolha, pelo médico, dos meios cientificamente reco-nhecidos a serem praticados para o estabelecimento do diagnóstico e da execução do tratamento, salvo quando em benefício do paciente.

XVII–As relações do médico com os de-mais profissionais devem basear-se no respeito mútuo, na liber-dade e na independência de cada um, buscando sempre o interesse e o bem-estar do paciente.

XVIII–O médico terá, para com os colegas, respeito, consideração e solidariedade, sem se eximir de denunciar atos que contrariem os postulados éticos.

XIX– O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca pre-sumido, pelos seus atos profis-sionais, resultantes de relação particular de confiança e exe-cutados com diligência, com-petência e prudência.

XX – A natureza personalíssima da atu-ação profissional do médico não caracteriza relação de consumo.

XXI – No processo de tomada de de-cisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciên-cia e as previsões legais, o médi-co aceitará as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedi-mentos diagnósticos e terapêu-ticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cienti-ficamente reconhecidas.

XXII–Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a real-ização de procedimentos diagnósti-

cos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliati-vos apropriados.

XXIII–Quando envolvido na produção de conhecimento científico, o médico agirá com isenção e in-dependência, visando ao maior benefício para os pacientes e a sociedade.

XXIV–sempre que participar de pes-quisas envolvendo seres huma-nos ou qualquer animal, o médi-co respeitará as normas éticas nacionais, bem como protegerá a vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa.

XXV–Na aplicação dos conhecimen-tos criados pelas novas tecno-logias, considerando-se suas repercussões tanto nas gerações presentes quanto nas futuras, o médico zelará para que as pes-soas não sejam discriminadas por nenhuma razão vinculada a herança genética, protegendo-as em sua dignidade, identidade e integridade.

Capítulo II

DIReITOS DOS mÉDICOS

É direito do médico:

I – exercer a Medicina sem ser dis-criminado por questões de re-ligião, etnia, sexo, nacionalidade,

12 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm 13Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza.

II – indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práti-cas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente.

III – Apontar falhas em normas, con-tratos e práticas internas das ins-tituições em que trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais a si mes-mo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes e, obriga-toriamente, à comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição.

IV – Recusar-se a exercer sua profis-são em instituição pública ou pri-vada onde as condições de tra-balho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais. Nesse caso, comu-nicará imediatamente sua decisão à comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina.

V – suspender suas atividades, in-dividualmente ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou não o remunerar digna e justa-mente, ressalvadas as situações de urgência e emergência, de-vendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regio-nal de Medicina.

VI – internar e assistir seus pacientes em hospitais privados e públicos com caráter filantrópico ou não, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, respeitadas as normas técnicas aprovadas pelo Conselho Regional de Medicina da pertinente jurisdição.

VII – Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Medicina quando atingido no exercício de sua profissão.

VIII – decidir, em qualquer circunstân-cia, levando em consideração sua experiência e capacidade profis-sional, o tempo a ser dedicado ao paciente, evitando que o acúmulo de encargos ou de consultas ve-nha a prejudicá-lo.

IX – Recusar-se a realizar atos médi-cos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência.

X – estabelecer seus honorários de forma justa e digna.

Capítulo III

ReSPONSABILIDADe PROFISSIONAL

É vedado ao médico:

Art. 1º – Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência.

Parágrafo único: A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida.

Art. 2º – Delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da profissão médica.

Art. 3º – Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento médico que indicou ou do qual participou, mesmo quando vários médicos tenham assistido o paciente.

Art. 4º – Deixar de assumir a responsabilidade de qualquer ato profissional que tenha praticado ou indicado, ainda que solicitado ou consentido pelo paciente ou por seu representante legal.

Art. 5º – Assumir responsabilidade por ato médico que não praticou ou do qual não participou.

Art. 6º – Atribuir seus insucessos a terceiros e a circunstâncias ocasionais, exceto nos casos em que isso possa ser devidamente comprovado.

Art. 7º – Deixar de atender em setores de urgência e emergência, quando for de sua obrigação fazê-lo, expondo a risco a vida de pacientes, mesmo respaldado por decisão majoritária da categoria.

Art. 8º – Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem deixar outro

médico encarregado do atendimento de seus pacientes internados ou em estado grave.

Art. 9º – Deixar de comparecer a plantão em horário preestabelecido ou abandoná-lo sem a presença de substituto, salvo por justo impedimento.

Parágrafo único: Na ausência de médico plantonista substituto, a direção técnica do estabelecimento de saúde deve providenciar a substituição.

Art. 10º – Acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Medicina ou com profissionais ou instituições médicas nas quais se pratiquem atos ilícitos.

Art. 11º – Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos.

Art. 12º – Deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condições de trabalho que ponham em risco sua saúde, devendo comunicar o fato aos empregadores responsáveis.

Parágrafo único: Se o fato persistir, é dever do médico comunicar o ocorrido às autoridades competentes e ao Conselho Regional de Medicina.

14 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm 15Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

Art. 13º – Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua doença.

Art. 14º – Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País.

Art. 15º – Descumprir legislação específica nos casos de transplantes de órgãos ou de tecidos, esterilização, fecundação artificial, abortamento, manipulação ou terapia genética.

§ 1º: No caso de procriação medicamente assistida, a fertilização não deve conduzir sistematicamente à ocorrência de embriões supranumerários.

§ 2º: O médico não deve realizar a procriação medicamente assistida com nenhum dos seguintes objetivos:

I – criar seres humanos geneticamente modificados;

II – criar embriões para investigação;

III– criar embriões com finalidades de escolha de sexo, eugenia ou para originar híbridos ou quimeras.

§ 3º: Praticar procedimento de procriação medicamente assistida sem que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo.

Art. 16º – Intervir sobre o

genoma humano com vista à sua modificação, exceto na terapia gênica, excluindo-se qualquer ação em células germinativas que resulte na modificação genética da descendência.

Art. 17º – Deixar de cumprir, salvo por motivo justo, as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina e de atender às suas requisições administrativas, intimações ou notificações no prazo determinado.

Art. 18º – Desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeitá-los.

Art. 19º – Deixar de assegurar, quando investido em cargo ou função de direção, os direitos dos médicos e as demais condições adequadas para o desempenho ético-profissional da Medicina.

Art. 20º – Permitir que interesses pecuniários, políticos, religiosos ou de quaisquer outras ordens, do seu empregador ou superior hierárquico ou do financiador público ou privado da assistência à saúde interfiram na escolha dos melhores meios de prevenção, diagnóstico ou tratamento disponíveis e cientificamente reconhecidos no interesse da saúde do paciente ou da sociedade.

Art. 21º – Deixar de colaborar com as autoridades sanitárias ou infringir a legislação pertinente.

Capítulo IV

DIReITOS HUmANOS

É vedado ao médico:

Art. 22º – Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte.

Art. 23º – Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.

Art. 24º – Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.

Art. 25º – Deixar de denunciar prática de tortura ou de procedimentos degradantes, desumanos ou cruéis, praticá-las, bem como ser conivente com quem as realize ou fornecer meios, instrumentos, substâncias ou conhecimentos que as facilitem.

Art. 26º – Deixar de respeitar a vontade de qualquer pessoa, considerada capaz física e mentalmente, em greve de fome, ou alimentá-la compulsoriamente, devendo cientificá-la das prováveis complicações do jejum prolongado e, na hipótese de risco iminente de morte, tratá-la.

Art. 27º – Desrespeitar a integridade física e mental do paciente ou utilizar-se de meio que possa alterar sua personalidade ou sua consciência em investigação policial ou de qualquer outra natureza.

Art. 28º – Desrespeitar o interesse e a integridade do paciente em qualquer instituição na qual esteja recolhido, independentemente da própria vontade.

Parágrafo único: Caso ocorram quaisquer atos lesivos à personalidade e à saúde física ou mental dos pacientes confiados ao médico, este estará obrigado a denunciar o fato à autoridade competente e ao Conselho Regional de Medicina.

Art. 29º – Participar, direta ou indiretamente, da execução de pena de morte.

Art. 30º – Usar da profissão para corromper costumes, cometer ou favorecer crime.

Capítulo V

ReLAÇÃO COm PACIeNTeS e FAmILIAReS

É vedado ao médico:

Art. 31º – Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte.

16 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm 17Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

Art. 32º – Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente.

Art. 33º – Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de urgência ou emergência, quando não haja outro médico ou serviço médico em condições de fazê-lo.

Art. 34º – Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa provocar-lhe dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal.

Art. 35º – Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos.

Art. 36º – Abandonar paciente sob seus cuidados.

§ 1º: Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de renunciar ao atendimento, desde que comunique previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se da continuidade dos cuidados e

fornecendo todas as informações necessárias ao médico que lhe suceder.

§ 2º: Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou aos seus familiares, o médico não abandonará o paciente por ser este portador de moléstia crônica ou incurável e continuará a assisti-lo ainda que para cuidados paliativos.

Art. 37º – Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente após cessar o impedimento.

Parágrafo único: O atendimento médico a distância, nos moldes da telemedicina ou outro método, dar-se-á sob regulamentação do Conselho Federal de Medicina.

Art. 38º – Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais.

Art. 39º – Opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu representante legal.

Art. 40º – Aproveitar-se de situações decorrentes da relação médico-paciente para obter vantagem física, emocional, financeira ou de qualquer outra natureza.

Art. 41º – Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.

Parágrafo único: Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal.

Art. 42º – Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança, reversibilidade e risco de cada método.

Capítulo VI

DOAÇÃO e TRANSPLANTe De ÓRGÃOS e TeCIDOS

É vedado ao médico:

Art. 43º – Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possível doador, quando pertencente à equipe de transplante.

Art. 44º – Deixar de esclarecer o doador, o receptor ou seus representantes legais sobre os riscos decorrentes de exames,

intervenções cirúrgicas e outros procedimentos nos casos de transplantes de órgãos.

Art. 45º – Retirar órgão de doador vivo quando este for juridicamente incapaz, mesmo se houver autorização de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e regulamentados em lei.

Art. 46º – Participar direta ou indiretamente da comercialização de órgãos ou de tecidos humanos.

Capítulo VII

ReLAÇÃO eNTRe mÉDICOS

É vedado ao médico:

Art. 47º – Usar de sua posição hierárquica para impedir, por motivo de crença religiosa, convicção filosófica, política, interesse econômico ou qualquer outro, que não técnico-científico ou ético, que as instalações e os demais recursos da instituição sob sua direção, sejam utilizados por outros médicos no exercício da profissão, particularmente se forem os únicos existentes no local.

Art. 48º – Assumir emprego, cargo ou função para suceder médico demitido ou afastado em represália à atitude de defesa de movimentos legítimos da categoria ou da aplicação deste Código.

18 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm 19Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

Art. 49º – Assumir condutas contrárias a movimentos legítimos da categoria médica com a finalidade de obter vantagens.

Art. 50º – Acobertar erro ou conduta antiética de médico.

Art. 51º – Praticar concorrência desleal com outro médico.

Art. 52º – Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinado por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável.

Art. 53º – Deixar de encaminhar o paciente que lhe foi enviado para procedimento especializado de volta ao médico assistente e, na ocasião, fornecer-lhe as devidas informações sobre o ocorrido no período em que por ele se responsabilizou.

Art. 54º – Deixar de fornecer a outro médico informações sobre o quadro clínico de paciente, desde que autorizado por este ou por seu representante legal.

Art. 55º – Deixar de informar ao substituto o quadro clínico dos pacientes sob sua responsabilidade ao ser substituído ao fim do seu turno de trabalho.

Art. 56º – Utilizar-se de sua posição hierárquica para impedir que seus subordinados atuem dentro dos princípios éticos.

Art. 57º – Deixar de denunciar atos que contrariem os postulados éticos à comissão de ética da instituição em que exerce seu trabalho profissional e, se necessário, ao Conselho Regional de Medicina.

Capítulo VIII

RemUNeRAÇÃO PROFISSIONAL

É vedado ao médico:

Art. 58º – O exercício mercantilista da Medicina.

Art. 59º – Oferecer ou aceitar remuneração ou vantagens por paciente encaminhado ou recebido, bem como por atendimentos não prestados.

Art. 60º – Permitir a inclusão de nomes de profissionais que não participaram do ato médico, para efeito de cobrança de honorários.

Art. 61º – Deixar de ajustar previamente com o paciente o custo estimado dos procedimentos.

Art. 62º – Subordinar os honorários ao resultado do tratamento ou à cura do paciente.

Art. 63º – Explorar o trabalho de outro médico, isoladamente ou em equipe, na condição de proprietário, sócio, dirigente ou gestor de empresas ou instituições prestadoras de serviços médicos.

Art. 64º – Agenciar, aliciar ou desviar, por qualquer meio, para clínica particular ou instituições de qualquer natureza, paciente atendido pelo sistema público de saúde ou dele utilizar-se para a execução de procedimentos médicos em sua clínica privada, como forma de obter vantagens pessoais.

Art. 65º – Cobrar honorários de paciente assistido em instituição que se destina à prestação de serviços públicos, ou receber remuneração de paciente como complemento de salário ou de honorários.

Art. 66º – Praticar dupla cobrança por ato médico realizado.

Parágrafo único: A complemen-tação de honorários em serviço privado pode ser cobrada quando prevista em contrato.

Art. 67º – Deixar de manter a integralidade do pagamento e permitir descontos ou retenção de honorários, salvo os previstos em lei, quando em função de direção ou de chefia.

Art. 68º – Exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, indústria farmacêutica, óptica ou qualquer organização destinada à fabricação, manipulação, promoção ou comercialização de produtos de prescrição médica, qualquer que seja sua natureza.

Art. 69º – Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade profissional.

Art. 70º – Deixar de apresentar separadamente seus honorários quando outros profissionais participarem do atendimento ao paciente.

Art. 71º – Oferecer seus serviços profissionais como prêmio, qualquer que seja sua natureza.

Art. 72º – Estabelecer vínculo de qualquer natureza com empresas que anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartões de descontos ou consórcios para procedimentos médicos.

Capítulo IX

SIGILO PROFISSIONALÉ vedado ao médico:

Art. 73º – Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.

Parágrafo único: Permanece essa proibição: a) mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido;

20 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm 21Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

b) quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hipótese, o médico comparecerá perante a autoridade e declarará seu impedimento; c) na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal.

Art. 74º – Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.

Art. 75º – Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente.

Art. 76º – Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico de trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou de instituições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da comunidade.

Art. 77º – Prestar informações a empresas seguradoras sobre as circunstâncias da morte do paciente sob seus cuidados, além das contidas na declaração de óbito,

salvo por expresso consentimento do seu representante legal.

Art. 78º – Deixar de orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo profissional e zelar para que seja por eles mantido.

Art. 79º – Deixar de guardar o sigilo profissional na cobrança de honorários por meio judicial ou extrajudicial.

Capítulo X

DOCUmeNTOS mÉDICOS

É vedado ao médico:

Art. 80º – Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade.

Art. 81º – Atestar como forma de obter vantagens.

Art. 82º – Usar formulários de instituições públicas para prescrever ou atestar fatos verificados na clínica privada.

Art. 83º – Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal.

Art. 84º – Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.

Art. 85º – Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade.

Art. 86º – Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu representante legal quando aquele for encaminhado ou transferido para continuação do tratamento ou em caso de solicitação de alta.

Art. 87º – Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.

§ 1º: O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa condução do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data, hora, assinatura e número de registro do médico no Conselho Regional de Medicina.

§ 2º: O prontuário estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste o paciente.

Art. 88º – Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando

ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros.

Art. 89º – Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa.

§ 1º: Quando requisitado judicialmente o prontuário será disponibilizado ao perito médico nomeado pelo juiz.

§ 2º: Quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico deverá solicitar que seja observado o sigilo profissional.

Art. 90º – Deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente quando requisitado pelos Conselhos Regionais de Medicina.

Art. 91º – Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou por seu representante legal.

Capítulo XI

AUDITORIA e PeRÍCIA mÉDICA

É vedado ao médico:

Art. 92º – Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificação médico-legal quando não tenha realizado pessoalmente o exame.

22 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm 23Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

Art. 93º – Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado.

Art. 94º – Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório.

Art. 95º – Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prédios ou de dependências de delegacias de polícia, unidades militares, casas de detenção e presídios.

Art. 96º – Receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando na função de perito ou de auditor.

Art. 97º – Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou de perito, procedimentos propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente.

Art. 98º – Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuições e de sua competência.

Parágrafo único: O médico tem direito a justa remuneração pela realização do exame pericial.

Capítulo XII

eNSINO e PeSQUISA mÉDICA

É vedado ao médico:

Art. 99º – Participar de qualquer tipo de experiência envolvendo seres humanos com fins bélicos, políticos, étnicos, eugênicos ou outros que atentem contra a dignidade humana.

Art. 100º – Deixar de obter aprovação de protocolo para a realização de pesquisa em seres humanos, de acordo com a legislação vigente.

Art. 101º – Deixar de obter do paciente ou de seu representante legal o termo de consentimento livre e esclarecido para a realização de pesquisa envolvendo seres humanos, após as devidas explicações sobre a natureza e as consequências da pesquisa.

Parágrafo único: No caso do sujeito de pesquisa ser menor de idade, além do consentimento de seu representante legal, é necessário seu assentimento livre e esclarecido na medida de sua compreensão.

Art. 102º – Deixar de utilizar a terapêutica correta, quando seu uso estiver liberado no País.

Parágrafo único: A utilização de terapêutica experimental é permitida quando aceita pelos órgãos competentes e com o consentimento do paciente ou de seu representante legal, adequadamente esclarecidos da situação e das possíveis consequências.

Art. 103º – Realizar pesquisa em uma comunidade sem antes informá-la e esclarecê-la sobre a natureza da investigação e deixar de atender ao objetivo de proteção à saúde pública, respeitadas as características locais e a legislação pertinente.

Art. 104º – Deixar de manter independência profissional e científica em relação a financiadores de pesquisa médica, satisfazendo interesse comercial ou obtendo vantagens pessoais.

Art. 105º – Realizar pesquisa médica em sujeitos que sejam direta ou indiretamente dependentes ou subordinados ao pesquisador.

Art. 106º – Manter vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas, envolvendo seres humanos, que usem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doença pesquisada.

Art. 107º – Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha

participado; atribuir-se autoria exclusiva de trabalho realizado por seus subordinados ou outros profissionais, mesmo quando executados sob sua orientação, bem como omitir do artigo científico o nome de quem dele tenha participado.

Art. 108º – Utilizar dados, informações ou opiniões ainda não publicados, sem referência ao seu autor ou sem sua autorização por escrito.

Art. 109º – Deixar de zelar, quando docente ou autor de publicações científicas, pela veracidade, clareza e imparcialidade das informações apresentadas, bem como deixar de declarar relações com a indústria de medicamentos, órteses, próteses, equipamentos, implantes de qualquer natureza e outras que possam configurar conflitos de interesses, ainda que em potencial.

Art. 110º – Praticar a Medicina, no exercício da docência, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, sem zelar por sua dignidade e privacidade ou discriminando aqueles que negarem o consentimento solicitado.

Capítulo XIII

PUBLICIDADe mÉDICA

É vedado ao médico:

Art. 111º – Permitir que sua participação na divulgação de

24 Novo Código de Ética Médica – CRmPR/CFm

assuntos médicos, em qualquer meio de comunicação de massa, deixe de ter caráter exclusivamente de esclarecimento e educação da sociedade.

Art. 112º – Divulgar informação sobre assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico.

Art. 113º – Divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente.

Art. 114º – Consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa.

Art. 115º – Anunciar títulos científicos que não possa comprovar e especialidade ou área de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina.

Art. 116º – Participar de anúncios de empresas comerciais qualquer que seja sua natureza, valendo-se de sua profissão.

Art. 117º – Apresentar como originais quaisquer ideias, descobertas ou ilustrações que na realidade não o sejam.

Art. 118º – Deixar de incluir, em anúncios profissionais de qualquer ordem, o seu número de inscrição

no Conselho Regional de Medicina.

Parágrafo único: Nos anúncios de estabelecimentos de saúde devem constar o nome e o número de registro, no Conselho Regional de Medicina, do diretor técnico.

Capítulo XIV

DISPOSIÇÕeS GeRAIS

I – O médico portador de doença incapacitante para o exercício profissional, apurada pelo Con-selho Regional de Medicina em procedimento administrativo com perícia médica, terá seu registro suspenso enquanto perdurar sua incapacidade.

II – Os médicos que cometerem fal-tas graves previstas neste Código e cuja continuidade do exercício profissional constitua risco de da-nos irreparáveis ao paciente ou à sociedade poderão ter o exercício profissional suspenso mediante procedimento administrativo es-pecífico.

III – O Conselho Federal de Medicina, ouvidos os Conselhos Regio-nais de Medicina e a categoria médica, promoverá a revisão e atualização do presente Código quando necessárias.

IV – As omissões deste Código serão sanadas pelo Conselho Federal de Medicina.

Conselho Regional de MediCina do PaRaná

Diretoria (gestão 1º de outubro de 2008 a 31 de maio de 2010)

Presidente: Cons. Miguel ibraim abboud hanna sobrinhoVice-Presidente: Cons. Carlos Roberto goytacaz Rochasecretária-geral: Consª. Marília Cristina Milano Campos1.º secretário: Cons. José Clemente linhares2.º secretário: Cons. sérgio Maciel Molteni1.ª Tesoureira: Consª. Roseni Teresinha Florencio2.º Tesoureiro: Cons. lutero Marques de oliveiraCorregedor-geral: Cons. alexandre gustavo Bley1.ª Corregedora: Consª. Raquele Rotta Burkiewicz2.º Corregedor: Cons. alceu Fontana Pacheco Júnior

Membros Natosduilton de Paola, Farid sabbag, luiz Carlos sobania, luiz sallim emed, donizetti dimer giamberardino Filho, hélcio Bertolozzi soares e gerson Zafalon Martins.

Comissão de Comunicação do CRMPRConselheiros ehrenfried othmar Wittig (coordenador), donizetti dimer giamberardino Filho, gerson Zafalon Martins, hélcio Bertolozzi soares, luiz sallim emed e Miguel ibraim abboud hanna sobrinho, Prof. dr. João Manuel Cardoso Martins e jornalista hernani Vieira.

Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame)Coordenadora: Keti stylianos [email protected]

Departamento de Fiscalização do Exercício Profissional (Defep)diretor: donizetti dimer giamberardino FilhoMédicos Fiscais de Curitiba: dr. elísio lopes Rodrigues e Jun hirabayashiMédico Fiscal do interior: dr. Paulo César aranda (londrina)[email protected]

Corregedoriaalexandre gustavo Bley, Raquele Rotta Burkiewicz e alceu Fontana Pacheco Júnior

Departamento JurídicoConsultor Jurídico: adv. antonio Celso Cavalcanti de albuquerqueassessores Jurídicos: adv. afonso Proenço Branco Filho e Martim afonso [email protected]

SecretariaRua Victório Viezzer, 84, Visla alegre – Curitiba – Paraná – CeP 80810-340e-mail: [email protected] – Telefone (41) 3240-4000 – Fax (41) 3240-4001

Conselheiros efetivos e suplentes (Gestão 2008/2013)

alexandre gustavo Bleyalceu Fontana Pacheco Júniorana Maria silveira Machado de Moraes (Maringá)arnaldo lobo MiróCarlos Puppi Busetti Mori (Cascavel)Carlos Roberto goytacaz RochaClóvis Marcelo Corsodarley Rugeri Wollmann Júnior donizetti dimer giamberardino Filhoehrenfried o. Wittig (indicado pela aMP)ewalda Von Rosen seeling stahlkegerson Zafalon Martinsgustavo Justo schulzhélcio Bertolozzi soareshélio delle donne Júnior (guarapuava)Joachim grafJosé Carlos amador (Maringá)José Clemente linharesKeti stylianos Patsislisete Rosa e silva Benzoni (londrina)luis Fernando Rodrigues (londrina)

luiz antonio de Melo Costa (Umuarama)luiz Jacintho siqueira (Ponta grossa)luiz sallim emedlutero Marques de oliveiraMarco antonio do socorro Marques Ribeiro BessaMarília Cristina Milano CamposMário Teruo satoMarta Vaz dias de souza Boger (Foz do iguaçu)Maurício Marcondes RibasMiguel ibraim abboud hanna sobrinhoMonica de Biase Wright KastrupPaola andrea galbiatti PedruzziPaulo Roberto Mussi (Pato Branco)Raquele Rotta BurkiewiczRoberto issamu YosidaRomeu BertolRoseni Teresinha Florenciosérgio Maciel MolteniVilson José Ferreira de Paula (indicado pela aMP)Wilmar Mendonça guimarãesZacarias alves de souza Filho

•Delegacia Regional De apucaRanaRua dr. oswaldo Cruz, 510 – sala 502 / edifício Palácio do Comércio – Centro / 86800-720 –apucarana-PRFone: (43) 3424-1417e-mail: [email protected] Regional dr. hélio shindy Kissina

•Delegacia Regional De campo mouRãoRua harrison José Borges, 1154 – sala 303 / ed. likes – Centro / 87303-130 / Campo Mourão- PR /Fone/fax: (44) 3525-1048e-mail: [email protected] Regional: dr. hoMeRo CÉsaR CoRdeiRo

•Delegacia Regional De cascavelRua Jequetibá, 559 - Recanto Tropical esq. Rua guaíra / 85807-250 / Cascavel- PRFone/fax: (45) 3327-1894e-mail: [email protected] Regional: dr. Marcos Menezes Freitas de Campos

•Delegacia Regional De Foz Do iguaçuRua almirante Barroso, 1293 – sala 604/ Cond. Centro empr. Pedro Basso / 85851-010Foz do iguaçu – PRFone/fax: (45) 3572-4770e-mail: [email protected] Regional: dr. Rodrigo lucas de Castilho Vieira

•Delegacia Regional De guaRapuavaRua Marechal Floriano Peixoto, 1811 – sala 82 / guarapuava-PRFone/fax: (42) 3623-7699 / e-mail: [email protected] Regional: dr. Marcos hernandes Tenório gomes

•Delegacia Regional De lonDRinaav. higienópolis, 32 sala 1403 / Cond. empr. newton Câmara/ 86020-040 – londrina-PR / Fone: (43) 3321-4961 /Fax: 3339-5347e-mail: [email protected] ou [email protected] Regional: dr. álvaro luiz de oliveira

•Delegacia Regional De maRingáRuas das azaléias, 209 / 87060-040 – Maringá- PR Fone/fax: (44) 3224-4329/3262-8462e-mail: [email protected] Regional: dr. natal domingos gianotto

•Delegacia Regional De paRanavaíav. Rio grande do norte, 930, sobreloja 104 / 87701-020 / Paranavaí – PR

Fone/Fax: (44) 3423-3513e-mail: [email protected] Regional: dr.ª hortência Pereira Vicente neves

•Delegacia Regional De pato BRancoR. ibiporã, 333, sl. 401 – Centro / 85501-280 / Fone/fax: (46) 3225-4352e-mail: [email protected] Regional: dr.ª Vanessa Bassetti Prochmann

•Delegacia Regional De ponta gRossaRua XV de novembro, 512 sala 73 – Centro / 84010-020 – Ponta grossa-PRFone/fax: (42) 3224-5292e-mail: [email protected] Regional: dr. northon arruda hilgemberg

•Delegacia Regional De santo antônio Da platinaRua Rui Barbosa, 567 – salas 201 e 203 / 86430-000 – santo antônio da Platina-PRFone/fax: (43) 3534-5455e-mail: [email protected] Regional: dr. Celso aparecido gomes de oliveira

•Delegacia Regional De toleDoRua guarani, 1393 – sala 102 – Centro / 85900-190 / Toledo-PR / Fone/fax: (45) 3252-3174e-mail: [email protected] Regional: dr. José afrânio davidoff Júnior

•Delegacia Regional De umuaRamaPraça da Bíblia, 3336 – sala 302 / edifício Cemed – Zona 01 / 87501-670 – Umuarama-PRFone/fax: (44) 3622-1160e-mail: [email protected] Regional: dr. Jansen Rodrigues Ferreira

•Delegacia Regional De FRonteiRa De poRto união/união Da vitóRiaR. Prudente de Morais, 300 - 89400-000 - Porto União-sC/ Fone: (42)523-1844 / Fax: 522-0936delegado Regional do Cremesc: dr. ayrton Rodrigues Martins

• Delegacia Regional De FRonteiRa De maFRa/ Rio negRoRua nicolau Bley neto, 100 – 83880-000 – Rio negro - PR / Fone/Fax: (47) 643-6140e-mail: [email protected] Regional: dr.ª Rita sibele schiessel Flores