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Conteúdo Local aplicado ao Setor de Óleo e Gás no Brasil Roberto Magalhães Helio Guedes Wellington Vasconcellos

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Livro da ONIP sobre conteúdo local

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Page 1: Livro Conteudo Local Onip-1

Conteúdo Local aplicado ao Setor de Óleo e Gás no Brasil

Roberto Magalhães

Helio Guedes

Wellington Vasconcellos

Page 2: Livro Conteudo Local Onip-1

S U M Á R I O

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................................5

2. HISTÓRICO..........................................................................................................................................8

2.1. Geral............................................................................................................................................8

2.2. Segmento Upstream..................................................................................................................10

2.3. Segmento Downstream.............................................................................................................11

2.4. A ONIP e o Conteúdo Local........................................................................................................12

3. REQUISITOS DA ANP.........................................................................................................................14

3.1. Igualdade de Oportunidades.....................................................................................................16

3.2. Evolução dos requisitos de CL nas Rodadas...............................................................................16

4. MARCO REGULATÓRIO DO PRÉ-SAL.................................................................................................21

5. PROCESSOS DE AFERIÇÃO.................................................................................................................25

5.1. Metodologia ONIP.....................................................................................................................25

5.2. Cartilha de Conteúdo Local........................................................................................................38

5.3. Regulamentação ANP................................................................................................................39

6. CONTRIBUIÇÕES PARA MELHORIA DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO..............................................50

6.1. Seletividade – Uma Proposta.....................................................................................................50

7. OUTRAS QUESTÕES RELEVANTES ...................................................................................................67

8. NECESSIDADE INDISPENSÁVEL – POLÍTICA INDUSTRIAL...................................................................69

9. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA.......................................................................................................71

10. GLOSSÁRIO ....................................................................................................................................73

11. ANEXOS ..........................................................................................................................................83

ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003..............................................................84

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS...........................................84

ANEXO 2 - Exigência de CL a partir da Sétima Rodada de Licitações....................................................99

12. LINKS IMPORTANTES ...................................................................................................................102

- Resolução da ANP nº 36/2007 e Regulamento ANP nº 06/2007 –...............................................102

- Resolução ANP nº 37/2007 e Regulamento ANP nº 07/2007 – ...................................................102

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- Resolução ANP nº 38/2007 e Regulamento ANP nº 08/2007.......................................................102

- Resolução ANP nº 38/2007 e Regulamento ANP nº 08/2007.......................................................102

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CONCEITOS

Conteúdo Local significa o valor

agregado no País para a produção

de um bem, sistema ou serviço.

Conteúdo Nacional –

o mesmo que Conteúdo Local.

Índice de Conteúdo Local é a representação

percentual da relação entre o valor dos

bens e serviços nacionais agregados

para a formação de um bem ou serviço maior

e o valor total do bem ou serviço.

Aferição do Conteúdo Local é o processo

para a determinação do Índice de Conteúdo

Local de um bem ou serviço.

Bem de Origem Nacional é aquele que

contém menos que 40% de

componentes importados.

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1. INTRODUÇÃO

Foi buscando trazer ao público uma visão global sobre um tema sobremodo pertinente, em especial nesta fase atual de significativas mudanças na economia mundial, que os autores decidiram registrar suas experiências nesta publicação.

O tema é aqui apresentado numa abordagem predominantemente gerencial, buscando uma fácil compreensão, sem, contudo, ser abordado de forma simplista.

Ao final, são levantados questionamentos que a sociedade anseia que sejam discutidos e melhor esclarecidos, mesmo entendendo que, apesar de polêmicos, certamente poderão contribuir para a evolução sobre o tema.

Ao se falar de Conteúdo Local – CL, não se pode deixar de citar o significativo papel desempenhado pela Petrobras ao longo de sua existência, na busca constante de aumentar a participação da indústria nacional nos seus investimentos e atividades operacionais, ainda que a expressão não estivesse outrora tão em voga.

Diversos programas foram conduzidos pela Petrobras contemplando a transferência de conhecimento técnico e de gestão na busca de desenvolvimento de fornecedores locais que pudessem atender às demandas de bens e serviços requeridos em suas atividades. Se não foi a única, pelo menos teve papel significativo na implantação de programas de Sistema da Qualidade no Brasil, aspecto este relevante para o desenvolvimento do parque industrial brasileiro.

São vários os ângulos pelos quais o Conteúdo Local pode ser tratado, considerando-se as peculiaridades de cada caso. Quando tratado pela vertente jurídica, são observados aspectos legais da questão, contidos nas cláusulas dos contratos de concessão, onde a atenção está voltada para penalidades e riscos envolvidos no não cumprimento dos compromissos assumidos em contrato de concessão. Quando se tem em vista a preparação de proposta para o processo licitatório, depara-se com as dificuldades de se estabelecer valores de Conteúdo Local, face às incertezas inerentes à atividade exploratória. Quando o foco é a aferição do Conteúdo Local, diversas são as questões e dificuldades.

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Outro aspecto que merece ser considerado são os custos e riscos inerentes às atividades envolvidas.

O Conteúdo Local será aqui visto sob dois enfoques:

a) como instrumento de desenvolvimento nacional, agente motivador da ação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis – ANP quando decidiu inserir cláusulas de CL nos contratos de concessão, e

b) como atuar no processo de sua aferição para comprovação de cumprimento dos compromissos contratuais.

É necessário deixar explícito que esta segmentação é meramente metodológica, para facilitar o tratamento do assunto, tendo em vista o envolvimento de profissionais das mais diversas formações. Entretanto, todos os aspectos estão de alguma forma, imbricados.

Com a edição da Lei nº 9478, de 6 de agosto de 1997, a exploração e produção de petróleo, monopólio da União até então exercido exclusivamente pela Petrobras, passou a ser executado também por empresas vencedoras de licitações realizadas pela ANP. Com essa mudança, não mais é exigido da Petrobras, pelo menos não com a mesma ênfase, o exercício do papel de indutor do desenvolvimento da engenharia brasileira e do parque fabril nacional.

De certa forma, o novo cenário em que a Petrobras foi colocada, associado ao processo de abertura econômica dos anos 90, refletiu-se nas aquisições da estatal no exterior, o que contribuiu para reduzir alguns excessos de preços praticados no País.

Por outro lado, esse posicionamento acarretou algumas dificuldades para aquelas empresas que tiveram menor velocidade para se adaptar à nova realidade.

Nesse novo ambiente, a ANP, seguindo orientação do Governo federal, fez constar nos contratos de concessão cláusulas específicas sobre o assunto, inicialmente sem exigência de patamar mínimo, passando a incluir essa exigência a partir da Quinta Rodada de Licitações.

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A importância que a ANP atribui ao CL evidencia-se na forma como os índices ofertados pelas proponentes nas licitações influem no processo de julgamento das propostas nos diversos certames promovidos pela Agência.

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2. HISTÓRICO

2.1. Geral

A aferição do Conteúdo Local e a determinação da Origem de Bens foram originariamente utilizadas para a identificação de produtos passíveis de gozo de benefícios de redução de alíquota do Imposto de Importação incidente nas transações comerciais entre países membros de acordos de reciprocidade no comércio exterior.

Entre os acordos mais conhecidos destacam-se o Mercado Comum do Sul – MERCOSUL, criado em 1985, e o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio North American Free Trade Agreement – NAFTA, englobando Estados Unidos, Canadá e México, instrumento este ratificado em 1993.

Tanto para o MERCOSUL como para o NAFTA, um produto é considerado como de Origem de um determinado país quando, na sua composição de preço, estejam agregados valores iguais ou superiores a 60% oriundos do país em questão.

No Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, por intermédio do FINAME (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), foi pioneiro na implantação da metodologia específica sobre o assunto, notadamente para bens, valorizando a participação nacional em seu sistema de credenciamento para financiamentos, através de instituições financeiras credenciadas, para a produção e comercialização de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional.

Nessas operações de financiamento para a aquisição de máquinas e equipamentos que apresentam índices de nacionalização, em valor, inferiores a 60%, a participação do BNDES/FINAME é calculada pela multiplicação do índice de nacionalização da máquina ou equipamento pelo nível de participação vigente. Para os casos em que o Conteúdo Local for superior a 60%, a participação do BNDES poderá atingir o valor total de venda do bem.

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A Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 (Lei do Petróleo), em seus princípios e objetivos relativos à Política Energética Nacional, considera, entre outras, as diretrizes voltadas para a preservação do interesse nacional, promoção do desenvolvimento, ampliação do mercado de trabalho, promoção da livre concorrência e ampliação da competitividade do País no mercado internacional.

Esses princípios nortearam a conscientização da necessidade de evolução da participação do parque industrial brasileiro na exploração e produção de petróleo e gás no Brasil.

A Figura 1 mostra os marcos principais do Conteúdo Local.

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FIGURA 1 - Marcos Principais do Conteúdo Local

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2.2. Segmento Upstream1

Consoante com os princípios da Lei do Petróleo, a ANP vem exigindo compromissos de Conteúdo Local desde a Primeira Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, ocorrida em 1999, por meio de cláusulas específicas, constantes nos contratos de concessão.

Inicialmente, os participantes do processo licitatório puderam ofertar livremente valores totais de bens e serviços a serem adquiridos de empresas brasileiras para a realização das atividades de exploração e desenvolvimento da produção. Somente a partir da Quinta Rodada a ANP passou a exigir compromissos mínimos de aquisição de produtos nacionais, sendo os percentuais de Conteúdo Local oferecidos pelas empresas concorrentes considerados para efeito de pontuação das ofertas para aquisição dos blocos.

Na Sétima Rodada de Licitações, outra mudança foi introduzida nas cláusulas relativas à Conteúdo Local, quando se passou a estabelecer que os percentuais propostos pelas licitantes se situassem dentro de valores mínimos e máximos.

Foi também estabelecida uma planilha contendo itens e subitens, tanto para fase exploratória quanto para a etapa de desenvolvimento, para os quais a companhia participante do processo licitatório deveria ofertar percentuais de Conteúdo Local que se comprometia a atingir. Ainda na Sétima Rodada de Licitações, foi exigida a aplicação da Cartilha de Conteúdo Local2, bem como foram explicitados os critérios para o respectivo processo de Certificação de Conteúdo Local de Bens e Serviços fornecidos pelo mercado supridor. A utilização da Cartilha passou a ser de uso obrigatório nos contratos de concessão decorrentes das licitações que se seguiram.

Apesar da exigência de certificação de Conteúdo Local constante nos contratos de concessão relativos à Sétima Rodada, que teve lugar em 2005, e nas que a sucederam, a regulamentação do processo de certificação somente veio a ocorrer em 16 de novembro de 2007, por meio dos Regulamentos ANP de

1Expressão utilizada no setor petróleo significando a parte da cadeia produtiva que antecede o refino, abrangendo as atividades de exploração, desenvolvimento, produção e transporte até o ponto de entrega.2Cartilha de Conteúdo Local, criada em um projeto específico do Programa de Mobilização da Indústria Nacional – PROMINP, como ferramenta para medição do CL. Maiores informações são apresentadas no capítulo “Tecnologias”.

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números 06, 07, 08 e 09 (anexos C, D, E e F), que constituem o Sistema de Certificação de Conteúdo Local.

Esse sistema estabelece a metodologia para a certificação e as regras para o credenciamento de entidades certificadoras junto à ANP. Essas entidades são as responsáveis pela aferição e emissão de Certificado de Conteúdo Local de bens e serviços contratados pelas empresas concessionárias para as atividades de exploração e desenvolvimento da produção de petróleo e gás natural.

2.3. Segmento Downstream3

A exigência de Conteúdo Local só está regulamentada no segmento upstream, por meio dos contratos de concessão e pelo Sistema de Certificação de Conteúdo Local. Ainda nesse tópico, será apresentada informação sobre o tema, no segmento downstream.

Apesar da completa liberdade dos investidores quanto a compromissos de aquisição de bens e serviços nacionais, a Petrobras, por iniciativa própria, vem estendendo para este segmento as práticas adotadas no segmento upstream. Esta política vem sendo adotada também no segmento downstream mesmo quando não há exigência nesse sentido da ANP.

Deste modo, senão a totalidade, pelo menos a maioria dos contratos de construção de refinarias ou ampliação das existentes vem incluindo cláusulas específicas de Conteúdo Local mínimo, a ser atingido pelas contratadas. Há uma tendência de extensão dessa prática para o segmento de dutos e navios.

O tema Conteúdo Local em refinarias veio a ser tratado pela ANP em novembro de 2009, quando foram colocadas em Consulta Pública duas minutas de Resolução, uma estabelecendo a regulação e a obrigatoriedade de autorização da ANP para o exercício da atividade de refino de petróleo e a outra estabelecendo a regulação e a obrigatoriedade de autorização da ANP para o exercício da atividade de processamento de gás natural. Essas resoluções substituiriam o que é estabelecido na Portaria ANP 28/99. No DOU de 11.06.2010 foram publicadas tais Resoluções, ANP 16/2010 e ANP 17/2010, relativas ao refino e à planta de processamento de gás natural, respectivamente.

3 Expressão utilizada no setor petróleo significando a parte da cadeia produtiva relativa ao transporte a partir do ponto de entrega, refino, distribuição e venda de produtos petrolíferos.

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A resolução ANP 16/2010 aprova o Regulamento Técnico 1/2010, que estabelece os

“Requisitos a serem atendidos por empresas ou consórcios de empresas interessados em obter autorização para exercer as atividades de Construção, Modificação, Ampliação de Capacidade e Operação de Refinarias de Petróleo.”

Esse regulamento, no seu item 5, relaciona dados e informações necessárias para instruir a solicitação de autorização para construção, modificação ou ampliação de capacidade, destacando no item 5.6.2 o que se refere a Conteúdo Local:

“Previsão de uso de conteúdo local (NÃO RESERVADO) (percentual de gastos previstos na aquisição de equipamentos, materiais e serviços locais).”

No item 7, relaciona dados e informações necessárias para instruir a solicitação de autorização para operação, destacando no item 7.2b:

“Percentual implementado de conteúdo local (NÃO RESERVADO) (percentual de gastos efetivamente realizados na aquisição de equipamentos, materiais e serviços locais).”

O Regulamento Técnico ANP 2/2010, aprovado pela resolução ANP 17/2010, estabelece condições idênticas para a atividade de Construção, Modificação, Ampliação e Operação de Plantas de Processamento de Gás Natural.

2.4. A ONIP e o Conteúdo Local

Desde sua criação, em maio de 1999, a Organização Nacional da Indústria do Petróleo – ONIP, alinhada com os princípios traçados pela ANP e fiel às diretrizes que a criaram, vem atuando no sentido de maximizar o Conteúdo Local no fornecimento de bens e serviços, com base em uma cooperação competitiva, o que contribui para ampliar a geração de renda e emprego no País.

Dentro de suas atribuições, a ONIP buscou oferecer ao mercado instrumento que tornasse possíveis e de mais fácil operacionalização as exigências da ANP. Isso se deu através de elaboração de procedimentos que atendem aos

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requisitos de transparência, neutralidade e independência, caracterizando-se como instrumento único no segmento. A Cartilha de Conteúdo Local, elaborada somente em 2004 pelo Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo e Gás Natural – PROMINP passou a ser exigida pela ANP a partir da Sétima Rodada de Licitações.

Além dos procedimentos acima referidos, que foram denominados de Procedimentos Executivos, outros documentos específicos foram desenvolvidos, voltados para auditorias do processo, visando com isso disponibilizar uma ferramenta capaz de assegurar maior confiabilidade e credibilidade ao processo como um todo.

Sem perder de vista o objetivo, e com a preocupação de não onerar desnecessariamente o processo, a ONIP estabeleceu critérios de seletividade para a escolha de itens a serem submetidos ao processo de aferição do CL, conforme será visto mais adiante.

Esses procedimentos, em conjunto com um sistema informatizado de gestão do processo, compõem uma metodologia específica, que se aplica a todos os contratos de concessão relativos às Rodadas 1 a 6.

A atuação da ONIP neste contexto levou à aplicação da metodologia geral para aferição do Conteúdo Local na construção de plataformas, bem como na implementação de outros empreendimentos da Petrobras.

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3. REQUISITOS DA ANP

Desde a Primeira Rodada de Licitações, a ANP dedica especial atenção ao tema Conteúdo Local e Igualdade de Oportunidades para os fornecedores nacionais. Em sua maioria, as regras são introduzidas nos Contratos de Concessão – CC para Exploração, Desenvolvimento e Produção de Petróleo e Gás Natural firmados entre a ANP e as empresas vencedoras nas Rodadas de Licitações.

As cláusulas relativas ao assunto introduzidas nos contratos de concessão têm o objetivo de incrementar a participação da indústria nacional de bens e serviços, em bases competitivas, nos projetos de exploração e desenvolvimento da produção de petróleo e gás natural. O resultado esperado da aplicação das cláusulas é o impulso ao desenvolvimento tecnológico, à capacitação de recursos humanos e à geração de emprego e renda no País.

O cumprimento dos compromissos junto a ANP é de responsabilidade das concessionárias, que devem repassá-los a seus fornecedores de bens e serviços, em especial aqueles relativos à igualdade de oportunidade entre os fornecedores nacionais e os de origem estrangeira.

A comprovação dos valores atingidos para Conteúdo Local é realizada através dos Relatórios Trimestrais de Gastos.

A Portaria ANP nº 180, de 05.06.2003 (Anexo 1), que revoga a Portaria ANP nº 36, de 07.03.2001, estabelece que somente podem ser lançados como valores nacionais, nos Relatórios Trimestrais de Gastos, os valores correspondentes de bens e serviços que atendam aos conceitos de Bens de Produção Nacional e Serviços Prestados no Brasil. A concessionária necessita, portanto, dispor de Declaração de Origem fornecida pelo fornecedor do bem ou serviço.

Para os contratos de concessão relativos à Sétima Rodada de Licitações e seguintes, passou a viger o Regulamento 09/2007 – Regulamento do Relatório de Investimentos Locais em Exploração e Desenvolvimento, em substituição à portaria anteriormente citada. Assim, a declaração do fornecedor, prevista na Portaria 180, atestando que o bem ou serviço adquirido se tratava de Bens de Produção Nacional e Serviços Prestados no Brasil, passou a ser substituída pelo Certificado de Conteúdo Local emitido por empresas credenciadas pela ANP.

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Deve-se observar que, enquanto nos Relatórios Trimestrais de Gastos amparados pela Portaria ANP nº 180 de 2003, os valores lançados como nacionais devem ser aqueles correspondentes aos valores totais de aquisição dos bens e serviços que atendam aos conceitos de Bens de Produção Nacional e Serviços Prestados no Brasil, nos Relatórios de Investimentos Locais em Exploração e Desenvolvimento referidos no Regulamento 09/2007, os valores a serem lançados como nacionais serão apenas as parcelas correspondentes ao percentual do Conteúdo Local do produto.

Essas cláusulas vêm sendo aprimoradas ao longo do tempo, incorporando o aprendizado obtido durante o processo. Assim é que somente a partir da Segunda Rodada de Licitações foi introduzido o conceito de bens de produção nacional, assim entendido como bens que contenham menos que 40% de valor agregado oriundo do exterior, e definido que Fornecedor Brasileiro é aquele que fornece Bens de Produção Nacional.

Na Terceira Rodada, a alteração referente ao tema em questão prende-se à introdução do conceito de Serviços Prestados no País, assim entendido como aqueles que agreguem menos que 20% de seus custos oriundos do exterior, e à explicitação de que o conceito Fornecedor Brasileiro passa a ser aplicado também a fornecedores de serviços.

Até a Quarta Rodada de Licitações, não se exigia Conteúdo Local mínimo a ser atingido na Fase de Exploração e na Etapa de Desenvolvimento da Produção da Fase de Produção, ficando as empresas concessionárias obrigadas apenas ao cumprimento dos valores ofertados nas licitações.

Somente a partir da Quinta Rodada a ANP passou a exigir que as ofertas das licitantes atendessem a um valor mínimo estipulado para o Conteúdo Local.

A Sétima Rodada de Licitação trouxe mudanças radicais, eliminando o conceito de bens e serviços de origem nacional e introduzindo a obrigatoriedade de uso Cartilha de Conteúdo Local. Além disso, o CL mínimo passou a ser exigido por segmento da indústria, e foi introduzida ainda a necessidade de Certificação do Conteúdo Local.

A exigência de certificação somente veio a ser regulamentada através das Portarias da ANP nºs 36, 37, 38 e 39, em 16 de novembro de 2007, que deram corpo ao Sistema de Certificação de Conteúdo Local.

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Esse sistema estabelece a metodologia para a certificação e as regras para o credenciamento de entidades certificadoras junto à ANP. As entidades credenciadas são responsáveis por medir e emitir uma certificação, que é o instrumento para comprovação, junto à ANP, do Conteúdo Local de bens e serviços contratados pelas empresas concessionárias para as atividades de exploração e desenvolvimento da produção de petróleo e gás natural.

O Sistema de Certificação de Conteúdo Local é estabelecido através dos Regulamentos da ANP nºs 6, 7, 8 e 9, de novembro de 2007. Apesar de estar referida como anexo do Regulamento nº 6, vale destacar a Cartilha de Conteúdo Local, uma vez que esse documento foi introduzido nos contratos de concessão referentes à Sétima Rodada de Licitações, anteriormente à edição do referido regulamento.

3.1. Igualdade de Oportunidades

De acordo com as cláusulas relativas à igualdade de oportunidade, as concessionárias devem assegurar preferência à contratação de fornecedores brasileiros sempre que suas ofertas apresentem condições de preço, prazo e qualidade equivalentes às de outros fornecedores convidados a apresentar propostas.

Considera-se que a igualdade de oportunidades a ser assegurada aos fornecedores brasileiros é obtida pela inclusão de fornecedores brasileiros na lista de potenciais fornecedores, acesso a todos os fornecedores às informações e especificações, exigência de solicitação de prazos e cotação e fornecimento compatíveis com o objeto do processo licitatório.

3.2. Evolução dos requisitos de CL nas Rodadas

A seguir são apresentados alguns pontos merecedores de destaque ou comentários relativos às clausulas referentes à Conteúdo Local.

Rodada Zero (1998)

O termo Rodada Zero designa o processo de negociação realizado em atendimento ao disposto na Lei 9.478/97, de 06.08.97(Lei do Petróleo), no sentido de definir a participação da Petrobras após a abertura do mercado de

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exploração e produção de petróleo e gás natural, tendo em vista que, até aquele momento, a empresa era a única executora do monopólio da União.

Consolidada em agosto de 1998, a Rodada Zero ratificou os direitos da Petrobras na forma de contratos de concessão, em consonância com a nova Lei, para os blocos exploratórios e áreas em desenvolvimento em que a empresa houvesse realizado investimentos.

Assim, a Petrobras recebeu da ANP 115 blocos para exploração, antes que as licitações fossem iniciadas. Em agosto de 2001, a Petrobras reteve 26 blocos e devolveu o restante à ANP.

Primeira Rodada (1999)

• Entende como Fornecedor Brasileiro qualquer vendedor estabelecido segundo as leis brasileiras e que forneça bens produzidos no País ou serviços que sejam prestados no Brasil, não estabelecendo valor mínimo de CL do bem ou serviço;

• Define que a percentagem dos Investimentos Locais, ou seja, o Conteúdo Local do investimento é determinado pela relação entre os valores de aquisição de bens e serviços de fornecedores brasileiros e o total dos gastos no projeto;

• Exige o cumprimento dos valores de Conteúdo Local constantes de sua proposta, sob aplicação de penalidades explicitadas no contrato de concessão;

• Estabelece para efeito da determinação das Percentagens de Investimentos Locais, ou seja, o CL do investimento, fatores pelos quais devem ser multiplicados os CL de determinados grupos de bens e serviços.

Segunda Rodada (2000)

• Introduz o conceito de Bens de Produção Nacional, como sendo toda máquina ou equipamento, inclusive suas partes, peças e componentes, que contenham pelo menos 60% de conteúdo local;

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• Amplia o conceito de “Fornecedor Brasileiro”, que passou a ser entendido como aquele que vende bens de produção nacional ou serviços executados no País. Vale destacar que não está explicitado no contrato de concessão da Segunda Rodada o que se entende por serviços prestados no Brasil. Essa conceituação só veio a ser efetuada na Terceira Rodada;

• Estabelece, para efeito da determinação das Percentagens de Investimentos Locais, ou seja, o Conteúdo Local do investimento, fatores pelos quais devem ser multiplicados os valores de conteúdo local de determinados grupos de bens e serviços;

• Os demais itens permanecem como na Primeira Rodada.

Terceira Rodada (2001)

• Explicita o entendimento da expressão Serviços Prestados no Brasil como sendo todo serviço de aluguel, arrendamento mercantil, leasing e assemelhados adquiridos direta ou indiretamente junto a empresas constituídas sob as leis brasileiras, desde que em seu preço de venda seja incluído menos que 20% de materiais e serviços importados, em valor;

• Não se refere a serviços outros tais como engenharia, perfuração, completação e estimulação de poços.

• Os demais itens permanecem como na Primeira Rodada.

Quarta Rodada (2002)

• Introduz cláusula estabelecendo que, quando as despesas com aluguel ou arrendamento mercantil de unidades marítimas de produção e estocagem de petróleo forem referentes a unidades que sejam consideradas como de Produção Nacional, elas poderão ser computadas para o cálculo da Percentagem de Investimentos Locais na Etapa de Desenvolvimento da Produção, multiplicado pelo fator 1,3.

Quinta Rodada (2003)

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• A partir dessa Rodada, passaram a constar do processo licitatório valores de CL mínimos tanto para a Fase de Exploração como para a Etapa de Desenvolvimento da Produção. Além disso, as proponentes estavam obrigadas a apresentar uma declaração contendo um plano de bens e serviços locais.

Sexta Rodada (2004)

• Os critérios foram semelhantes aos adotados na Quinta Rodada.

Sétima Rodada (2005)

Introduz a Cartilha do Conteúdo Local de Bens, Sistemas e Serviços Relacionados ao Setor Petróleo e Gás Natural – Cartilha;

• Estabelece que todo bem ou serviço que contenha percentual de CL menor que 10% será considerado como de CL 0 (zero), para efeito de cálculo do CL do elo seguinte da cadeia de suprimento. São exceção apenas os itens de aquisição sísmica, afretamento de sonda para projeto offshore e o subitem brocas;

• Exige CL mínimo na fase de exploração e na etapa de desenvolvimento da produção;

• Perdem efeito, com a introdução da Cartilha, os conceitos de Bens de Produção Nacional e Serviços Executados no Brasil, utilizados nas Rodadas de números 2 a 6;

• Define Fornecedor Brasileiro como qualquer fabricante ou fornecedor de um Bem de Produção Nacional ou Serviço Prestado no Brasil por meio de empresas constituídas sob leis brasileiras. Não utiliza o conceito de Origem de Bens de Produção Nacional;

• São introduzidas exigências de CL mínimos para determinados materiais, equipamentos, sistemas e serviços, além do CL total para a fase de exploração e a etapa de desenvolvimento da produção. Ver Tabela constante do Anexo I;

• Orienta as concessionárias a solicitarem aos seus fornecedores de bens e serviços as devidas certificações de seus produtos. Além disso, os

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fornecedores poderão, por sua livre iniciativa, buscar antecipadamente a certificação correspondente;

• Exige que os compromissos das concessionárias quanto à aquisição local de bens e serviços sejam comprovados junto à ANP pela apresentação de Certificados de Conteúdo Local;

• Exige que as atividades de certificação sejam executadas por entidades devidamente qualificadas e credenciadas pela ANP, com base em critérios previamente definidos pela própria Agência; (somente em novembro de 2007, com a edição dos Regulamentos 06, 07, 08 e 09, os critérios foram definidos, e a aplicação só se deu após um prazo de carência);

• Informa que será criado um Sistema de Certificação do Conteúdo Local que, além de regulamentar o assunto, contempla a realização de auditoria periódica nas entidades credenciadas;

• Registra que, com a incorporação da Cartilha, o CL de serviço passa a ser calculado com base na mão de obra, através do Índice Local de Serviço – ILS.

Oitava Rodada (2006)

• Nenhuma alteração significativa foi introduzida, em relação à Sétima Rodada.

Nona Rodada (2007)

• A única alteração está ligada aos valores do quadro da Obs.: 1, da planilha de CL mínimo exigido, Anexo I do documento.

Décima Rodada (2008)

• Nenhuma alteração em relação aos critérios adotados na Nona Rodada.

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4. MARCO REGULATÓRIO DO PRÉ-SAL

As descobertas de recursos petrolíferos em reservatórios do pré-sal, no final de 2006, deram início a um debate a respeito do regime regulatório existente relativo à atividade de exploração e produção no Brasil.

Diante dos fatos, o Governo Federal decidiu em novembro de 2007, em reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), emitir a Resolução nº 6, determinando a exclusão da 9ª Rodada de Licitações da ANP de 41 blocos situados nas bacias do Espírito Santo, de Campos e de Santos, passíveis de acúmulos em reservatórios do pré-sal. Esta posição levou em conta a visão do Ministério de Minas e Energia (MME) sobre a necessidade de modificações no marco regulatório vigente quanto ao sistema de Concessão, tendo em vista o novo paradigma apresentado.

Desde então, o Governo e os agentes do setor debateram intensamente o modelo regulatório, sendo que alguns desses agentes foram favoráveis à manutenção do modelo existente, por já ser consagrado e vigorar com sucesso no país há aproximadamente 14 anos. Outros, no entanto, eram favoráveis às propostas de adoção do modelo de partilha de produção, sob o argumento que, neste regime, a propriedade das reservas e da produção permaneceria em poder do Estado e as empresas receberiam uma compensação adequada pelas atividades desenvolvidas. Diante desse quadro, o Governo Federal constituiu, em julho de 2008, uma comissão interministerial para estudar as alternativas possíveis para viabilizar a exploração do pré-sal, sendo que os resultados advindos foram consolidados por intermédio da Lei nº 12.351, de 22 de dezembro de 2010, introduzindo o regime de Partilha de Produção, considerando-se a exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos na área do pré-sal e em áreas estratégicas a serem contratadas pela União. A seguir, são indicados os principais pontos da nova Lei, destacando-se aqueles correlacionados com o Conteúdo Local: LEI Nº 12.351, de 22 de dezembro de 2010

Dispõe sobre a exploração e a produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos, sob o regime de partilha de produção, em áreas do pré- sal e em áreas estratégicas; cria o Fundo Social - FS e dispõe sobre sua

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estrutura e fontes de recursos; altera dispositivos da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997; e dá outras providências.

Art. 2º: Para os fins desta Lei, são estabelecidas as seguintes definições:

VIII - conteúdo local: proporção entre o valor dos bens produzidos e dos serviços prestados no País para execução do contrato e o valor total dos bens utilizados e dos serviços prestados para essa finalidade;

Art. 4º: A Petrobras será a operadora de todos os blocos contratados sob o regime de partilha de produção, sendo-lhe assegurado, a este título, participação mínima no consórcio previsto no art. 20.

Art. 5º: A União não assumirá os riscos das atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento e produção decorrentes dos contratos de partilha de produção.

Art. 6º: Os custos e os investimentos necessários à execução do contrato de partilha de produção serão integralmente suportados pelo contratado, cabendo-lhe, no caso de descoberta comercial, a sua restituição nos termos do inciso II do art. 2º.

Parágrafo único. A União, por intermédio de fundo específico criado por lei, poderá participar dos investimentos nas atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento e produção na área do pré-sal e em áreas estratégicas, caso em que assumirá os riscos correspondentes à sua participação, nos termos do respectivo contrato

Art. 7º: Previamente à contratação sob o regime de partilha de produção, o Ministério de Minas e Energia, diretamente ou por meio da ANP, poderá promover a avaliação do potencial das áreas do pré-sal e das áreas estratégicas.

Parágrafo único. A Petrobras poderá ser contratada diretamente para realizar estudos exploratórios necessários à avaliação prevista no caput Art. 8º: A União, por intermédio do Ministério de Minas e Energia, celebrará os contratos de partilha de produção:

I - diretamente com a Petrobras, dispensada a licitação; ou

II - mediante licitação na modalidade leilão.22

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§ 1º: A gestão dos contratos previstos no caput caberá à empresa pública a ser criada com este propósito.

§ 2º: A empresa pública de que trata o § 1º deste artigo não assumirá os riscos e não responderá pelos custos e investimentos referentes às atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e desativação das instalações de exploração e produção decorrentes dos contratos de partilha de produção.

Art. 9º: O Conselho Nacional de Política Energética - CNPE tem como competências, entre outras definidas na legislação, propor ao Presidente da República:

I - o ritmo de contratação dos blocos sob o regime de partilha de produção, observando-se a política energética e o desenvolvimento e a capacidade da indústria nacional para o fornecimento de bens e serviços;

Art. 10: Caberá ao Ministério de Minas e Energia, entre outras competências:

III - propor ao CNPE os seguintes parâmetros técnicos e econômicos dos contratos de partilha de produção:

e) o conteúdo local mínimo e outros critérios relacionados ao desenvolvimento da indústria nacional;

Art. 15: O edital de licitação será acompanhado da minuta básica do respectivo contrato e indicará, obrigatoriamente:

VIII - o conteúdo local mínimo e outros critérios relacionados ao desenvolvimento da indústria nacional;

Art. 62: A Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar com as seguintes alterações:

X - induzir o incremento dos índices mínimos de conteúdo local de bens e serviços, a serem observados em licitações e contratos de concessão e de partilha de produção, observado o disposto no inciso IX.

Art. 65: O Poder Executivo estabelecerá política e medidas específicas visando ao aumento da participação de empresas de pequeno e médio porte nas

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atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural.

Vale destacar que a metodologia e os critérios, a serem seguidos na aferição do conteúdo local não são objeto da Lei 12.351/10, como não o é da Lei 9478/07.

A responsabilidade pelo estabelecimento das regras referentes ao conteúdo local é da ANP, ouvido o MME, através de Regulamentos específicos ou cláusulas do Contrato de Concessão.

Assim, a Lei 12.351/10, não traz nenhuma influência no que se refere a Conteúdo local.

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5. PROCESSOS DE AFERIÇÃO

Nos contratos de concessão da ANP, sempre estiveram presentes cláusulas referentes às exigências de Conteúdo Local. Essas cláusulas estabelecem os compromissos das concessionárias em relação ao tema, deixando, entretanto, um grande vácuo no esclarecimento quanto ao procedimento de “como fazer”.

Buscando suprir essa lacuna e atendendo à solicitação da ANP, a ONIP, a partir de 2003, desenvolveu um conjunto de procedimentos que, juntamente com um sistema informatizado, constituem a chamada Metodologia ONIP de Aferição de CL, voltada mais especificamente para os contratos relativos às Rodadas de números 01 a 06.

Somente a partir da Sétima Rodada de Licitações, realizada em 2005, é que a ANP passou a regulamentar alguns detalhes mais operacionais, tais como a explicitação do uso da Cartilha de Conteúdo Local, prevendo ainda um correspondente Processo de Certificação, a ser regulamentado por aquela Agência.

5.1. Metodologia ONIP

A metodologia desenvolvida pela ONIP veio preencher o vazio existente no processo de aferição de Conteúdo Local, oferecendo ao mercado métodos e procedimentos ordenadores da questão, respeitando as exigências e orientações da ANP e atendendo às necessidades do mercado.

Suportada pela metodologia adotada pelo BNDES em seu sistema de credenciamento para financiamentos, bem como pelas diretrizes da ANP relativas ao assunto, a metodologia ONIP de Aferição de Conteúdo Local – CL contempla a sistemática de apuração, método de cálculo do índice de CL e discorre sobre os procedimentos de avaliação (documental e in loco), estando estas condições em consonância com as seguintes premissas:

1. A necessidade de as operadoras, empresas de Petróleo e Gás, fornecedores de bens e prestadores de serviços nacionais, de dispor, no País, de um mecanismo de aferição de Conteúdo Local para o setor Petróleo e Gás;

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2. Privilegiar a observância dos princípios da transparência, simplicidade, flexibilidade e seletividade, minimizando as exigências burocráticas aos fornecedores, prestadores de serviço e concessionárias;

3. Coerência com a regulamentação da ANP sobre o tema;

4. Observância das práticas e normas reconhecidas e aceitas referentes ao tema, particularmente as utilizadas pelo BNDES/FINAME, que adota o conceito de Origem de Bens;

5. Harmonia com os contratos de construção de unidades industriais e demais empreendimentos.

O desenvolvimento da metodologia ONIP originou-se da necessidade de se adotar uma visão sistêmica contemplando processos, ferramentas e requisitos de entrada e saída necessários, além de correspondentes programas de auditoria.

Esse posicionamento possibilitou uma composição de ações que, juntas, criaram a oportunidade de que todos os segmentos envolvidos pudessem ser tratados de forma sinérgica. A seguir, é indicado, na Figura 2, um quadro-resumo sobre o exposto.

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REQUISITOS DE

ENTRADAPROCESSO REQUISITOS

DE SAÍDA

VISÃO SISTÊMICA

METODOLOGIA ONIP E FERRAMENTAS ESPECÍFICAS

FIGURA 2: Quadro Resumo

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Os requisitos de entrada (insumos) são compostos de dados e informações sobre bens e serviços para composição do produto objeto de aferição de CL.

O processo é desenvolvido através de planejamento e realização de atividades constantes dos procedimentos executivos pertencentes à metodologia adotada, agregando, consequentemente, valor aos requisitos de entrada.

Os requisitos de saída (produtos/resultados) são obtidos visando atender às exigências pertencentes aos requisitos de entrada para o processo.

A metodologia apresenta ainda um Modelo de Gestão utilizado para aferição de Conteúdo Local, as correspondentes diretrizes a serem observadas, sua organização e os principais atores e suas respectivas responsabilidades.

Descreve ainda as principais características da sistemática a ser adotada para a aferição de Conteúdo Local de uma determinada unidade industrial, focalizando as fórmulas de cálculo dos índices de nacionalização (Global e de Bens), mecanismos de planejamento e controle e os procedimentos necessários. Também são apresentados os procedimentos para a Apuração de Origem de Bens (seriados e sob encomenda) e Serviços a serem utilizados na unidade industrial a ser considerada. O texto define a sistemática de apuração e a metodologia de cálculo do índice de nacionalização e discorre sobre os procedimentos de avaliação (documental e in loco).

Outro aspecto de relevância considerado na metodologia é o de permitir a verificação periódica da evolução dos compromissos com o Conteúdo Local ao longo da construção da unidade industrial considerada, comparando os resultados da execução com o planejado, identificando eventuais distorções e antecipando ações corretivas para superação de não-conformidades.

Além do cálculo do Conteúdo Local Global, que representa os valores referentes ao total do empreendimento ou sistema objeto da aferição, a metodologia contempla a aferição do Conteúdo Local de Bens, ou seja, os valores referentes ao conjunto de bens do empreendimento ou sistema. Essa demanda tem sido apresentada quando o empreendimento conta com financiamento do BNDES, que estabelece um mínimo a ser atingido nas obras financiadas.

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Atenta à necessidade de simplificação do processo, redução da carga burocrática e minimização dos custos, a ONIP introduziu em sua metodologia critérios específicos para a seleção de itens a serem submetidos ao processo de Apuração de Origem.

Assim, na metodologia da ONIP, é excluído do processo de Apuração de Origem um conjunto de miscelânea de itens de suprimento de pequeno valor, desde que estes não excedam 5% do valor total de venda da unidade industrial considerada. No entanto, cabe à entidade apuradora aprovar tal exclusão, após proceder a uma verificação sucinta da documentação referente às aquisições desses, itens de modo a assegurar de que se trata de fornecimento nacional. Os itens assim excluídos de apuração de origem serão considerados nacionais.

Em adição, a metodologia contempla quatro níveis de enquadramento dos itens sujeitos ao processo de Apuração de Origem, exigindo de forma diferenciada a documentação necessária à comprovação das informações prestadas pelo fabricante, construtor ou fornecedor. As informações são submetidas a um processo de verificação de consistência que, quando julgada aceitável, evita a realização da verificação in loco. A verificação in loco é a fase mais aprofundada da apuração e é efetuada nas instalações do fornecedor, onde o certificador verifica todas as informações necessárias a lhe permitir a emissão de um laudo no qual conste o CL apurado.

Ainda, seguindo o princípio da simplificação, os materiais produzidos pela indústria primária brasileira (bulk material) são normalmente dispensados de avaliação in loco. Trata-se de materiais de aplicação rotineira nas instalações do setor petróleo, que são considerados nacionais quando adquiridos diretamente de fabricantes com instalações no País. São exemplos chapas de aço-carbono, tubos e acessórios de aço-carbono, perfis estruturais de aço-carbono, material de distribuição de força e controle, tintas e divisórias de instalações de escritórios.

No entanto, a entidade apuradora poderá proceder à correspondente apuração de alguns destes itens após uma verificação sucinta da documentação referente às aquisições desses itens, de modo a assegurar que se trata efetivamente de fornecimento nacional. Os itens assim excluídos de apuração da origem serão considerados nacionais. Observa-se também que materiais de aplicação (bulk material) que forem adquiridos em distribuidores ou

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revendedores deverão ser objeto de procedimentos adicionais, visando a perfeita caracterização dos mesmos quanto à sua procedência.

Do mesmo modo, entre os serviços constantes das correspondentes relações, serão considerados como serviços de origem nacional todos aqueles normalmente realizados no Brasil por fornecedores estabelecidos sob as leis brasileiras e operando no País, que disponham dos conhecimentos, experiências e meios adequados à prestação dos serviços e com reconhecida tradição de fornecimento no mercado brasileiro.

Os demais bens e serviços não selecionados originalmente como objeto de apuração, conforme mencionado anteriormente poderão fazer parte do processo a qualquer tempo, desde que assim julgado necessário pela entidade apuradora.

a) Aferição do Conteúdo Local

A Sistemática para Aferição de Conteúdo Local considera uma estrutura de cálculo baseada no princípio de valor agregado, sendo contemplados quatro índices de nacionalização, dois básicos e dois compostos, a saber:

Básicos

Índice de Nacionalização de Bens (INB) e

Índice de Nacionalização de Serviços (INS)

Compostos

Índice de Nacionalização Global (ING) de uma determinada unidade industrial ou sistema e

Índice de Nacionalização Global de Bens (INGb) referente a todos os bens de uma determinada unidade industrial.

b) Cálculo dos Índices

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Conceitualmente, a forma de cálculo é idêntica, diferindo apenas na seleção dos componentes e no modo de seu tratamento, adotando-se a estrutura básica de cálculo a seguir apresentada

Em sequência, é apresentada a Sistemática para Aferição de Conteúdo Local para cada caso, destacando-se suas peculiaridades. Deve-se atentar para que todos os valores sejam expressos numa mesma moeda.

b.1) Índice de Nacionalização de Bens (INB) ou Conteúdo Local de Bens

Entendendo-se como bens todos os materiais e equipamentos utilizados para a construção de uma obra, sistema ou outro equipamento de maior complexidade, usa-se a fórmula específica a seguir:

Onde:

INB: Índice de Nacionalização de Bens, com base em valor (%);

VBI: Valor total de insumos e componentes intangíveis (licença, tecnologia e patentes) importados para compor o bem, incluindo Impostos de Importação e excluindo IPI e ICMS;

VTS: Valor total de venda do bem, incluindo Impostos de Importação e excluindo IPI e ICMS.

b.2) Índice de Nacionalização de Serviço (INS)

Para o cálculo do índice de Nacionalização de Serviço (INS), devem ser considerados os valores dos seguintes componentes importados: recursos humanos estrangeiros alocados ao serviço, bens de capital prestadores do serviço (equipamentos para elevação e movimentação de cargas, máquinas especiais etc.) estrangeiros, bens intermediários (consumíveis, tais como

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eletrodos, gases, tintas etc.) estrangeiros, e intangíveis (como, por exemplo, parcelas referentes à aquisição de tecnologias estrangeiras, patentes, licenças etc.), impostos e despesas correlatas de importação, conforme fórmula específica a seguir:

Onde:

INS: Índice de Nacionalização do Serviço, com base em valor (%);

CI: Soma dos valores correspondentes aos componentes importados, recursos humanos, bens de capital prestadores de serviço, bens intermediários/consumíveis e intangíveis;

PV: Valor Total de venda do serviço, excluindo-se o ISS.

b.3) Índice de Nacionalização Global de Bens (INGb)

O Índice de Nacionalização Global de Bens é calculado quando se quer determinar o Conteúdo Local da totalidade dos bens de uma determinada Unidade Industrial, empreendimento, ou conjunto determinado desses itens. A necessidade de cálculo desse índice foi determinada pelo BNDES, uma vez que, para a concessão de financiamento de empreendimentos, o banco exige um valor mínimo a ser atingido, conforme fórmula específica a seguir:

Onde:

INGb: Índice de Nacionalização Global de Bens, com base em valor (%);

VBI: Valor total de aquisição dos bens importados, acrescido do somatório

dos valores dos bens adquiridos no País cujas origens não possam ser consideradas como nacionais, efetivamente instalados na unidade,

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incluindo Impostos de Importação e excluindo IPI e ICMS, para o empreendimento ou conjunto considerado;

VTS: Valor total de venda dos bens nacionais e importados, efetivamente instalados no empreendimento ou conjunto considerado, excluindo-se IPI e ICMS.

b.4) Índice de Nacionalização Global (ING)

O índice de Conteúdo Local Global é utilizado quando se quer aferir o CL de um sistema, unidade industrial ou contrato de fornecimento de uma obra ou subconjuntos de obras, conforme fórmula específica a seguir:

Onde:

ING: Índice de Nacionalização Global da Unidade, sistema ou contrato, com

base em valor (%);

VBS: Valor total dos bens e serviços importados (em US$), efetivamente

instalados e realizados, incluindo Impostos de Importação e excluindo

IPI e ICMS.

VTM: Valor total de venda da Unidade (em US$), excluindo-se IPI e ICMS.

Obs.: Quando para o cálculo do ING for considerado um subsistema, para a composição do VBS será computado apenas a parcela de importação utilizada para a formação desse componente.

De forma esquemática, a composição do VBS está mostrada na Figura 3 a seguir.

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Importação direta pelo construtorValor CIF de materiais e equipamentos

importados diretamente pelo construtor, acrescidos de II.

Importação direta pelo compradorValor CIF de materiais e equipamentos

importados diretamente pelo comprador, acrescidos de II.

Aquisição no mercado internoValores de materiais e equipamentos importados por terceiros e adquiridos

localmente pelo construtor ou comprador, excluídos IPI e ICMS.

Aquisição no mercado internoValores das parcelas importadas de

equipamentos adquiridos no mercado nacional, excluídos IPI e ICMS.

VBS

Prestação de serviços externosValores dos serviços atrelados à construção do sistema, pagos em moeda estrangeira.

Prestação de serviços externosValores das parcelas importadas de serviços atrelados à construção do sistema, pagos em

reais.

c) Critérios e Ferramentas

Para gestão do processo de aferição do Conteúdo Local, são aplicados critérios e ferramentas que possibilitam tanto a execução como o planejamento e controle das atividades inerentes ao processo.

A metodologia ONIP considera as seguintes ferramentas: Relação de Suprimento de Bens e Serviços; Relatórios Periódicos da Evolução do Conteúdo Local; Relatórios Gerenciais e Sistema Informatizado de Suporte.

A Relação de Suprimento de Bens e Serviços é a principal ferramenta de entrada de dados para o processo de aferição, merecendo por este motivo a descrição a seguir.

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FIGURA 3: Composição do VBS

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Relação de Suprimento de Bens e Serviços – RBS

Documento contendo a identificação de todos os itens de suprimento de bens e serviços para a construção da unidade industrial. Especificamente quanto aos bens, os estágios dos processos de aquisição (Previsto, Comprometido e Realizado), a identificação de origem, bem como os valores de aquisição de bens não nacionais, assim entendidos como aqueles importados acrescidos daqueles adquiridos no País que não puderam ter sua origem definida como nacional. Esta relação deve guardar compatibilidade com a Estrutura Analítica de Projeto – EAP da unidade industrial ou empreendimento contendo todos os equipamentos e materiais de aplicação (bulk material).

Do mesmo modo, a relação deve conter a identificação de todos os serviços, subcontratados e de execução própria, necessários à construção da unidade industrial ou empreendimento, os estágios dos seus processos de contratação (Previsto, Comprometido e Realizado), a identificação de origem, bem como os valores de aquisição de serviços não nacionais. Os serviços de execução própria incluem as atividades de gerenciamento, engenharia conceitual, básica e executiva, construção e montagem, comissionamento e outras, devidamente identificadas com grau de detalhamento de tal forma que permita a adequada aferição do Conteúdo Local do empreendimento.

Também devem ser elaboradas as relações específicas para cada unidade objeto de aferição de Conteúdo Local e, dentro do possível, compatível com sua Estrutura Analítica de Projeto.

As Relações de Bens e Serviços – RBS são utilizadas para efetivo acompanhamento da evolução do Conteúdo Local do empreendimento, mediante a determinação mensal dos Índices de Nacionalização. Por conseguinte, essas relações devem ser atualizadas a cada mês.

Os valores a serem considerados nos três estágios citados são descritos a seguir.

Valores Previstos: são os valores utilizados em orçamentos e estimativas ou durante o projeto executivo (engineering). Neste momento, ainda não se dispõe de informações suficientes para proceder à apuração de origem do bem ou serviço, existindo apenas a expectativa sobre a sua origem, nacional ou

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importada. Observe-se que os valores dos itens indicados como importados entram na “conta dos importados”, para cálculo do Conteúdo Local.

Valores Comprometidos: são valores definidos em contratos de aquisição de bens e serviços, assinados com fornecedores ou valores constantes em documentação de controle físico-financeiro do empreendimento.

Valores Realizados: são valores totais de cada um dos bens ou serviços, integralmente medidos, com origem já certificada pela certificadora, bem como atualizações decorrentes de modificações nos valores dos itens importados.

d) Apuração de Origem

A origem de um bem ou serviço é determinada pela participação de valor dos componentes agregados por um país na composição do custo total desse bem ou serviço.

A metodologia ONIP adota esse conceito e dispõe de um processo para a apuração dessa participação, considerando todos os componentes importados, tangíveis (insumos, partes, peças, processos de fabricação, serviços etc.) e intangíveis (informação e conhecimento, tecnologias, patentes etc.), bem como a comparação desse valor com o patamar previamente estabelecido, normalmente de 40% para bem e 20% para serviço.

Assim sendo, um determinado bem será considerado de origem nacional quando o valor agregado de componentes importados corresponder a no máximo 40% do valor final de comercialização do bem. Por outro lado, um bem cujo conteúdo importado seja superior ao referido percentual será considerado como se importado fosse.

Do mesmo modo, um determinado serviço será considerado nacional quando o valor agregado de seus componentes importados corresponder a no máximo 20% no cálculo do Índice de Nacionalização. Por outro lado, um serviço cujo conteúdo importado seja superior ao referido percentual será considerado como se importado fosse.

e) Verificação de Valores de Aquisição de Bens e Serviços

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Este processo consiste na confirmação ou não dos valores de aquisição dos principais bens importados e serviços estrangeiros, constantes da relação emitida na etapa de planejamento.

Para avaliar a consistência entre os valores de mercado e aqueles constantes da RBS, devem-se utilizar os documentos de importação – Declarações de Importação (DI) ou Declarações de Admissão (DA) – emitidos pela Receita Federal, bem como os conhecimentos do avaliador. Quando se tratar de itens não nacionais adquiridos no País, a documentação a ser utilizada é a Nota Fiscal de Venda.

Para serviços importados, deverão ser consultadas as faturas referentes aos contratos de prestação de serviço, inclusive quanto à participação de eventuais subcontratados.

É previsto, na metodologia ONIP, que a entidade apuradora leve em consideração a possibilidade, mesmo que eventual, de ocorrência de distorções decorrentes de sub ou superfaturamento de bem ou serviço considerados de origem estrangeira, e nesse caso, poderá realizar ações em paralelo, em termos de projeções de estimativas sobre o item apurado, e solicitar informações adicionais ao fornecedor do bem ou serviço em questão.

Também é previsto, nos casos de empresas subsidiárias de transnacionais, a utilização, como referência, do preço usualmente praticado por outra filial ou pela matriz estrangeira quando da aquisição de produto idêntico ou análogo. Para o caso de serviços, utiliza-se preço análogo àquele objeto de análise. Também nesse caso, na indisponibilidade das informações anteriores, utilizam-se estimativas de preços com base em produtos e serviços similares.

f) Auditoria do Processo

Em consonância com os requisitos da Gestão pela Qualidade, a metodologia ONIP de Aferição de Conteúdo Local contempla a realização de auditorias periódicas, de modo a assegurar que as ações realizadas pelos diversos atores envolvidos no processo estejam em conformidade com os preceitos previamente traçados sobre o tema.

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O objetivo de tais auditorias é verificar se os requisitos estabelecidos pela metodologia estão sendo seguidos e se os atores dispõem de mecanismos que assegurem a repetitividade e rastreabilidade das ações desenvolvidas.

Os elementos básicos passíveis de auditoria são a seguir apresentados, esquematicamente na Figura 4.

VISÃO SISTÊMICA

REQUISITOS DE ENTRADA

SISTEMÁRICA / PROCESSOS DE AFERIÇÃO

REQUISITOS DE SAÍDA

FIGURA 4: Elementos básicos de auditoria

Os principais requisitos de entrada consistem em dados e informações sobre os bens e serviços objeto de aferição.

A sistemática de aferição é composta de processos de duas naturezas, funcionais e operacionais.

Processos Funcionais

Os processos funcionais são representados pelo conjunto de atividades inter-relacionadas de apuração de origem de bens produzidos e serviços executados no País, verificação de valores de aquisição de bens e serviços e aferição do Conteúdo Local para a unidade industrial considerada.

Processos Operacionais

Os processos operacionais são representados pelo conjunto de atividades de gerenciamento necessárias à verificação periódica dos compromissos com o

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conteúdo local da unidade mencionada, tais como planejamento da aquisição de bens e serviços, execução das atividades referentes aos processos funcionais e controle e acompanhamento dos compromissos com o Conteúdo Local em aferição.

Os requisitos de saída consistem basicamente nos produtos dos processos funcionais, ou seja, os resultados certificados dos processos periódicos de apuração de origem de bens e serviços, da verificação de valores e da aferição do Conteúdo Local das Plantas de Processo.

No desenvolvimento das auditorias também é verificado se os atores envolvidos estão desempenhando suas funções em conformidade com os requisitos regulamentares e contratuais, definidos no correspondente modelo de gestão.

g) Guarda de Documentação

É previsto na metodologia que a entidade certificadora seja responsável pela organização e guarda da documentação disponível, tanto em meio físico como em meio eletrônico, referente a todo o processo de aferição de Conteúdo Local, devendo observar as condições de guarda e preservação da documentação por cinco anos, sendo que em alguns casos, conforme solicitado pelas operadoras, este prazo pode ser estendido para 20 anos.

h) Confidencialidade

De modo a preservar a confidencialidade dos dados, também é prevista a assinatura de um Termo de Sigilo entre as partes envolvidas em todo o processo de aferição de Conteúdo Local.

5.2. Cartilha de Conteúdo Local

A Cartilha de Conteúdo Local, criada em julho 2004 pelo Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo e Gás Natural – PROMINP estabelece critérios para cálculo do Conteúdo Local de bens, sistemas e serviços relacionados ao setor de petróleo e gás natural.

Embora os métodos de cálculo sejam semelhantes aos utilizados pela metodologia ONIP, a Cartilha não contempla o conceito de origem de bens e serviços.

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Para o cálculo do Conteúdo Local de Serviços, é utilizado apenas o valor da mão de obra, empregada na realização de um serviço, através do cálculo do índice de Custo de Utilização de Mão de Obra em Serviços – ILS, que é obtido pela relação entre o valor do recurso nacional e o valor total.

A Cartilha contempla também um tratamento diferenciado para os casos de bens utilizados em contratos de aluguel, arrendamento mercantil ou leasing. Nesses casos, o Conteúdo Local do contrato é igual ao do bem utilizado.

A partir de 2005, a Cartilha de Conteúdo Local foi introduzida como requisito de aferição para a Sétima Rodada e as demais que a sucederam. Os correspondentes critérios de aplicação somente foram definidos por intermédio da Resolução ANP nº 36, de 13 de novembro de 2007, sendo que os aspectos mais importantes do documento são vistos no item 4.3 a seguir.

5.3. Regulamentação ANP

A seguir são destacados os principais documentos reguladores dos assuntos ligados a Conteúdo Local, emitidos pela ANP, em complementação ao especificado nos contratos de concessão.

a) Até a Sétima Rodada de Licitações

Como citado anteriormente, a exigência de Conteúdo Local vem sendo considerado pela ANP, desde a Primeira Rodada de Licitações, por intermédio de requisitos constantes dos respectivos editais e complementados por regulamentos específicos.

As cláusulas do contrato de concessão sofreram aprimoramentos ao longo das diversas Rodadas, e as diversas alterações foram detalhadas no Capítulo 3 – Requisitos da ANP.

Em 22.01.01, a ANP editou a Portaria nº 36/2001, estabelecendo regras relativas a periodicidade, formatação e conteúdo dos Relatórios Trimestrais de Gastos, nos quais devem ser lançados os gastos nas diversas atividades desenvolvidas. A Portaria não é explicita quanto ao fornecimento de informações de Conteúdo Local.

A Portaria ANP nº 180/2003, de 05.06.2003, revoga a anterior e torna explícito o modo de comprovação dos percentuais mínimos de investimentos locais na

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fase de exploração e na etapa de desenvolvimento, determinados nos contratos de concessão.

Esse documento deixa claro que um bem ou serviço só pode ser considerado como Bem de Produção Nacional ou Serviço Prestado no Brasil se forem adquiridos de fornecedores nacionais e estes fornecerem as respectivas Declarações de Origem.

Por solicitação da ANP, a ONIP desenvolveu uma metodologia para tornar claros e transparentes os processos aplicados na aferição do Conteúdo Local, estabelecida pela Portaria 180/2003.

b) A partir da Sétima Rodada de Licitações

Ao introduzir a Cartilha como forma de aferição de Conteúdo Local para a Sétima Rodada de Licitações (2005), a ANP se comprometeu a emitir regulamentação complementar que viabilizasse tal providência.

Além disso, os contratos de concessão referentes à Sétima Rodada de Licitações e seguintes estabeleceram ainda que as atividades de certificação fossem executadas por entidades credenciadas para tal pela ANP, com base em critérios a serem definidos pela Agência.

Somente em novembro de 2007 foram publicados os Regulamentos 06, 07, 08 e 09, que passaram a constituir o Sistema de Certificação de Conteúdo Local.

b.1) Certificação de Conteúdo Local – Regulamento ANP nº 06/2007, Resolução ANP nº 36/2007, de 13.11.2007

O Regulamento define os critérios e procedimentos para execução das atividades de certificação de Conteúdo Local que devem ser seguidos pelas concessionárias e demais entidades envolvidas no processo de aferição de Conteúdo Local.

Entre outras considerações, esse Regulamento considera sua aplicabilidade a partir da Sétima Rodada de Licitações, realizada em 2005, na qual a ANP introduziu novas regras e exigências para cumprimento de Conteúdo Local contratual.

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Observa-se, a partir deste momento, que a cláusula específica para Conteúdo Local, constante dos contratos de concessão, estabelece que os concessionários devem solicitar aos seus fornecedores de bens e serviços as devidas certificações de seus produtos e, além disso, os fornecedores poderão, por sua livre iniciativa, buscar antecipadamente a certificação de seus produtos.

Destacam-se ainda os seguintes pontos constantes do regulamento:

• Atividades de certificação devem ser executadas por entidades devidamente qualificadas e credenciadas pela ANP, com base em critérios previamente definidos pela própria Agência;

• Obrigatoriedade de utilização da Cartilha de Conteúdo Local como ferramenta de medição;

• Necessidade de certificação da totalidade dos itens;

• Prazo de validade do Certificado de CL é de 4 anos, desde que nesse período a variação do índice tenha se mantido dentro dos limites de 10% para mais ou para menos;

• Previsão de fase de transição até que o Regulamento de Certificação de Conteúdo Local entre em vigor, durante a qual, para efeito de comprovação de Conteúdo Local, serão considerados os valores declarados nos relatórios, conforme estabelecido no Regulamento de Investimentos Locais em Exploração e Desenvolvimento da Produção. Esta resolução passa a vigorar 150 dias após a sua publicação.

Mais recentemente, a ANP tem adotado o enquadramento dos itens sujeitos à aferição de CL em dois grupos.

• Unidades Básicas de Medição – compreendendo os bens e os serviços puros, assim entendidos como aquele que agreguem apenas mão de obra; e

• Unidades Complementares de Medição – representados por conjuntos compostos por itens básicos ou entre básicos e complementares. Sistema, subsistemas e conjunto de sistemas.

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Page 42: Livro Conteudo Local Onip-1

A seguir são apresentados, de forma esquemática, esses grupamentos.

Unidades Complementaresde Medição

Sistemas

Subsistemas

Conjunto

Composição de Sistemas, Subsistemas e

Unidades Básicas de Medição

Composição de Subsistemas e

Unidades Básicas de

Composição de 2 ou mais unidades

básicas de medição

Unidades Básicas de MediçãoBens – Serviços – Bens de Uso

Temporal

FIGURA 5 : Grupamentos sujeitos à aferição de Conteúdo Local

Cálculo dos índices

O cálculo dos índices é detalhado na Cartilha de Conteúdo Local e constitui um Anexo do Regulamento nº 06/2007, conforme a seguir.

Conteúdo Local de Bens – CLb

O Conteúdo Local do bem é representado pelo valor de componentes nacionais agregados ao mesmo. É normalmente aplicável a equipamentos e materiais e

calculado conforme fórmula abaixo:

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Page 43: Livro Conteudo Local Onip-1

Onde:

X = Valor dos componentes importados (em R$), inclusive matéria-prima, somando-se:

Valor CIF (cost, insurance and freight / custo, seguro e frete) do bem;

O preço CIF de um bem é o seu preço incluindo os custos de chegada ao seu destino, dos componentes importados diretamente pela fabricante e incorporados ao mesmo;

Valor CIF acrescido do respectivo Imposto de Importação, dos componentes importados diretamente pela compradora e incorporados ao bem;

Valor dos componentes importados por terceiros e adquiridos no mercado interno pela fabricante ou comprador, excluídos IPI e ICMS.

Y = Preço de venda do bem efetivamente praticado, excluídos IPI e ICMS.

Conteúdo Local de Bens para Uso Temporal

O que se estabelece nesse tópico são os critérios e o modo de cálculo do Conteúdo Local do valor pago pelo uso de determinado bem, objeto de contrato de aluguel ou arrendamento mercantil (leasing).

O Conteúdo Local de contratação de bens para uso temporal será igual ao Conteúdo Local do bem objeto da contratação

Onde:

CLa = Conteúdo Local do custo do uso do bem;

CLb = Conteúdo Local do bem utilizado.

Caso seja necessário determinar o valor da parcela nacional do valor de um contrato de uso de bens, utiliza-se a expressão a seguir:

Valor da parcela nacional = CLb.X

Onde:

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Page 44: Livro Conteudo Local Onip-1

CLb = Conteúdo Local do bem contratado para uso temporal;

X = Valor do contrato de utilização do bem para uso temporal.

Conteúdo Local de Sistema

A sistemática mostrada a seguir é aplicada indistintamente a Sub-Sistemas, Sistemas e Conjunto de Sistemas, que passa a ser assim considerado levando-se em conta a sua complexidade.

O Conteúdo Local de Sistema é calculado utilizando-se a mesma fórmula aplicada para o caso de cálculo do CL de bens.

X = Valor da parcela importada (em R$), considerando-se os valores de todos os contratos de fornecimento e prestação de serviços que, juntos, comporão o sistema:

a) No caso de importação direta, valor CIF (em R$), acrescido do respectivo Imposto de Importação:

• Das matérias-primas importadas;

• Dos materiais importados;

• Dos componentes importados e incorporados a cada equipamento integrante do sistema;

• Dos equipamentos ou subsistemas completos importados diretamente e incorporados ao sistema, inclusive software.

b) No caso de compras no mercado interno, valor (em R$) excluindo-se IPI e ICMS:

• Das matérias-primas importadas;

• Dos materiais importados;

• Dos componentes importados e incorporados a cada equipamento integrante do sistema;

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Page 45: Livro Conteudo Local Onip-1

• Dos equipamentos ou subsistemas completos importados e incorporados ao sistema, inclusive software.

c) Valor (em R$) da parcela importada dos equipamentos adquiridos no mercado nacional, excluindo-se IPI e ICMS, seguindo a metodologia adotada para cálculo do Conteúdo Local de bens;

d) Valor (em R$) dos serviços atrelados à produção do sistema, inclusive software, pagos em moeda estrangeira;

e) Valor (em R$) da parcela importada dos serviços atrelados à produção do sistema, inclusive software, pagos em reais, excluindo-se o ISS.

f) Valor da parcela importada relativa aos custos de contratação de bens de uso temporal.

Y = Preço Total do Sistema Completo (em R$), entregue e em condições de funcionamento, ainda que não tenha sido objeto de compra única (pacote turn-key/EPC), somando-se, portanto, os valores de todos os contratos de fornecimento e prestação de serviços que, juntos, comporão o sistema, excluindo-se o valor dos sobressalentes, IPI e ICMS, ainda que o mesmo tenha sido contratado junto à empresa localizada no exterior;

Conteúdo Local de Serviços

Para o cálculo do Conteúdo Local de Serviços, é utilizado apenas o valor da mão de obra, mediante o cálculo do Índice de Custo de Utilização de Mão de Obra Local em Serviços (ILS). O ILS deverá ser aplicado ao valor do serviço contratado, excluído o ISS, para a apuração do Conteúdo Local de Serviços.

O Índice de Custo de Utilização de Mão de Obra Local em Serviços (ILS) deverá ser calculado pela fórmula abaixo, desde que a empresa prestadora de serviços

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Page 46: Livro Conteudo Local Onip-1

seja inscrita no CNPJ:

Onde:

X = Custo total da mão de obra necessária ou efetivamente utilizada na realização do serviço;

Y = Custo total da mão de obra nacional necessária ou efetivamente utilizada na realização do serviço.

Caso o serviço seja prestado por empresa não inscrita no CNPJ, ou seja, faturado em moeda estrangeira, o seu valor será considerado totalmente importado. Entretanto, caso existam, os custos com mão de obra nacional decorrentes da subcontratação de empresas nacionais ou de autônomos utilizados para a realização do serviço poderão ser contabilizados como parcela nacional – “X”, tendo-se por base apenas os custos que foram efetivamente incorridos e comprováveis.

Mais recentemente, o entendimento da ANP passou a ser que o ILS somente será adotado nos casos em que os serviços contemplem apenas a utilização de mão de obra, tratando como Sistema qualquer serviço que incorpore outros custos que não a mão de obra.

b.2) Credenciamento de Entidades para Certificação de Conteúdo Local-

Regulamento ANP nº 07/2007 – Resolução ANP nº 37/2007, de

13.11.2007

Devido à sua importância, os documentos mencionados são comentados a seguir:

O Regulamento ANP nº 37, aprovado em 13.11.2007, estabelece os critérios e procedimentos para cadastramento e credenciamento de entidades habilitadas

46

Page 47: Livro Conteudo Local Onip-1

para Certificação de Conteúdo Local. Essa regulamentação já era prevista na Sétima Rodada de Licitações.

Esta aprovação considerou a aplicação do Regulamento a partir da Sétima Rodada de Licitações, que introduziu novas regras e exigências para cumprimento de Conteúdo Local contratual, tendo em vista que a cláusula dos correspondentes contratos de concessão estabelece que os compromissos dos concessionários quanto à aquisição local de bens e serviços serão comprovados junto à ANP pela apresentação de certificados de Conteúdo Local.

Fazem parte deste Regulamento a Solicitação de Credenciamento para Certificação de Conteúdo Local, o modelo de Termo de Confidencialidade e a descrição da documentação requerida para Qualificação Técnica, Qualificação Jurídica e Qualificação Financeira necessárias ao cadastramento e credenciamento mencionados, conforme requisitos definidos pela ANP no próprio documento.

Conforme constante do Regulamento, as entidades interessadas em exercer atividades de Certificação de Conteúdo Local deverão cadastrar-se previamente junto à ANP, sendo este cadastramento dividido por áreas de atividades envolvidas e aplicáveis ao setor de E&P de petróleo e gás natural, de acordo com a relação indicada no documento.

O prazo de validade do credenciamento é de 4 (quatro) anos, sendo que, após esse prazo, a Certificadora poderá, mediante solicitação, requerer a renovação do seu credenciamento junto à ANP, apresentando a documentação exigida de forma atualizada.

Observa-se que a ANP torna pública, por intermédio da internet, a relação atualizada das entidades credenciadas a atuar como certificadoras, discriminando as respectivas áreas de credenciamento e as restrições (advertência ou suspensão), se houver, durante o período em que estiverem sujeitas a elas.

b.3) Auditoria de Certificação de Conteúdo Local – Regulamento ANP

nº 08/2007, Resolução ANP nº 38/2007, de 13.11.2007

Por intermédio da Resolução nº 38, de 13.11.2007, a ANP aprovou o Regulamento ANP nº 8/2007, que define e estabelece os critérios e

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Page 48: Livro Conteudo Local Onip-1

procedimentos de auditoria de responsabilidade da ANP nas empresas de Certificação de Conteúdo Local de bens e serviços.

Esta aprovação considerou aplicação do Regulamento a partir da Sétima Rodada de Licitações, que introduziu novas regras e exigências para cumprimento de Conteúdo Local contratual, tendo em vista que a cláusula do referido contrato estabelece que a ANP deve implantar um sistema de Certificação do Conteúdo Local e realizar auditorias periódicas nas entidades credenciadas para tal atividade.

As modalidades de auditoria adotadas têm a finalidade de verificar a regularidade e a conformidade da documentação, procedimentos e processos internos adotados nas atividades de certificação, verificar a conformidade da documentação e procedimentos referentes à certificação de determinado produto e certificar-se quanto à correta aplicação das normas do presente e do Regulamento de Certificação de Conteúdo Local.

Fazem parte deste Regulamento de Auditoria de Certificação de Conteúdo Local os modelos para a Notificação de Início de Auditoria, do Parecer de Auditoria e do Termo de Advertência, conforme requisitos definidos pela ANP no próprio documento.

b.4) Relatório de Investimentos Locais em Exploração e Desenvolvimento – Regulamento ANP nº 09/2007, Resolução ANP nº39/2007, de 13.11.2007

Por intermédio da Resolução ANP nº 39, de 13.11.2007, a ANP aprovou o Regulamento ANP nº 9/2007, que define a periodicidade, a formatação e o conteúdo dos Relatórios de Investimentos Locais realizados nas atividades de exploração e desenvolvimento da produção.

Esse regulamento estabelece ainda que os relatórios são os documentos hábeis para subsidiar a comprovação do cumprimento dos percentuais mínimos de Investimentos Locais pelos concessionários e se aplica à fase de exploração e à

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Page 49: Livro Conteudo Local Onip-1

etapa de desenvolvimento da produção dos contratos de concessão a partir da Sétima Rodada de Licitações, inclusive suas periodicidades.

Quanto especificamente ao Conteúdo Local, o Regulamento enfatiza o atendimento aos conceitos estabelecidos nos contratos de concessão e que as empresas concessionárias devem manter a disposição da ANP, pelo prazo definido na cláusula de Auditoria do Contrato de Concessão, todos os registros comprobatórios, na forma de Certificado de Conteúdo Local e documentos fiscais correspondentes do bem ou serviço adquirido.

Todas as resoluções e regulamentos mencionados encontram-se anexos a esta publicação.

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Page 50: Livro Conteudo Local Onip-1

6. CONTRIBUIÇÕES PARA MELHORIA DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO

O processo de certificação de Conteúdo Local é recente e necessita de constante aprimoramento.

Muito ainda se tem que percorrer nesta área, pois persistem lacunas, deixando dúvidas que precisam ser equacionadas em consenso daqueles que lidam com o assunto.

A implementação do Sistema de Certificação do Conteúdo Local, estabelecido pelos Regulamentos da ANP, enfrenta dificuldades significativas, destacando-se aquelas referentes à exposição dos fornecedores no que tange a informações consideradas reservadas por parte desses atores no processo. Num segundo grupo enquadram-se aquelas ligadas à necessidade de maior seletividade nos itens que devam ser submetidos ao processo de certificação, considerando que esse processo acarreta aumento de custo do produto nacional e consequente perda de competitividade. Somando-se a essas dificuldades, existem exigências de difícil implementação, entre as quais se destaca a necessidade de verificação in loco para a certificação de serviços realizados em poços offshore, ou mesmo onshore.

6.1. Seletividade – Uma Proposta

As questões levantadas pelas concessionárias e pela indústria fornecedora de bens e serviços levaram a que se desenvolvesse um estudo visando propor a utilização de um processo seletivo de escolha dos itens sujeitos à certificação.

A Figura 6, a seguir, mostra, no que se refere à Fase de Desenvolvimento da Produção, o enquadramento de cada elemento de custo nos diversos níveis da cadeia de suprimento.

Na realidade, um determinado nível pode ser considerado como um sistema, composto de diversos elementos de custos que dele fazem parte.

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Page 51: Livro Conteudo Local Onip-1

FIGURA 6: Enquadramento de Elementos de Custo

O estudo consiste em calcular o erro introduzido no valor do Conteúdo Local, ao se certificar apenas um percentual do total dos componentes de custo de um bem ou serviço.

Para esse efeito, foram estabelecidas premissas contendo valores para as variáveis e simulando as consequências de suas variações. A elaboração de uma planilha possibilitou ensaiar os efeitos dessas variações.

Foram estabelecidas as seguintes premissas:

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Page 52: Livro Conteudo Local Onip-1

a) Os itens importados não serão objeto de certificação;

b) Considerar para a certificação apenas os componentes adquiridos no País (daqui em diante chamados de itens nacionais) que representem 80% do valor total desses itens;

c) Considerar que o valor do Conteúdo Local aferido para os itens que representem 80% do valor seja considerado válido para os itens que representam os outros 20% do valor. Note-se que nos 80% estão incluídos os valores de overhead, margens e outros serviços realizados pelo fabricante/prestador;

d) Considerar que para produção de um bem ou realização de um serviço são agregados pelo fabricante ou prestador 30% do valor dos itens nacionais, sendo adquiridos de subfornecedores os 70% restantes;

e) Considerar que os itens não aferidos possam ter seus CL variando entre +10% e -10% do valor do CL dos itens sujeitos à certificação.

6.1.1. Simulações

Na tabela abaixo, os níveis de 1 a 6 correspondem àqueles constantes na planilha apresentada anteriormente e que são os mesmos que constam das propostas ofertadas pelos licitantes nas Rodadas de Licitações.

O % de variação indica o quanto o Conteúdo Local dos itens não certificados pode variar em relação ao dos itens certificados. O % de certificação representa a parte, em valor, dos itens sujeitos à certificação, em relação ao total dos itens. O % de aquisição é o quanto, em valor, dos componentes de custo é adquirido de subfornecedores.

ENSAIO 1

A Tabela 1 mostra os valores que se obtêm para os seis primeiros níveis pela aplicação das premissas, em uma amostra genérica, simulando-se para 17 níveis.

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Page 53: Livro Conteudo Local Onip-1

TABELA 1

A curva mostrada no GRÁFICO 1 representa o resultado que se obtém pela aplicação das premissas. Verifica-se que a curva fica assintótica em 6,5%, no nível 17, caso esse existisse na prática.

Isso significa que o erro máximo introduzido pela aplicação das premissas seria de 6,5%, para um caso teórico de cadeia de suprimento com 17 níveis.

Note-se que, como esse erro é referente à parcela dos itens adquiridos no País, o erro sobre o valor total do item será aquele obtido pela multiplicação do erro encontrado pelo conteúdo local do item. Esta observação é aplicável para todas as simulações realizadas. Não há erro em relação aos itens importados.

GRÁFICO 1

ENSAIO 2

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Page 54: Livro Conteudo Local Onip-1

Este ensaio simula o resultado que se atinge ao se aplicar as premissas até o nível seis e não certificando os itens a partir do 7º nível, caso este existisse. Nesse caso, o erro máximo seria de 9,5%, admitindo-se teoricamente existir produto com 17 níveis. Os resultados são mostrados na Tabela 2, e a representação gráfica encontra-se no GRÁFICO 2.

TABELA 2

GRÁFICO 2

ENSAIO 3

54

Page 55: Livro Conteudo Local Onip-1

Prosseguindo nas simulações e, considerando que na prática se verifica que nos dois primeiros níveis os valores são representados por menor número de contratos de valores elevados, verificaram-se os resultados a que se atinge, ao se considerar a certificação de 9,5% dos componentes de custo dos produtos situados nos níveis 1 e 2, permanecendo em 80% o percentual para os níveis 3, 4, 5 e 6. Nesse caso, o erro máximo situa-se em 7%, caso existissem 17 níveis na cadeia de suprimento.

TABELA 3

GRÁFICO 3

ENSAIO 4

55

Page 56: Livro Conteudo Local Onip-1

Esta simulação é idêntica ao ensaio 3, salvo pela consideração de que o percentual de aquisição seja de 60%, em lugar dos 70% admitidos inicialmente. Os resultados obtidos seriam como mostrados na Tabela 4, atingindo um desvio máximo de 3,5%.

TABELA 4

GRÁFICO 4

Até este ponto, ensaio 4, a análise enfocou o impacto no CL global do diversos sistemas, e os resultados mostram que neste último caso se chega a um erro máximo de 3,5%, considerando-se 20 níveis, caso existisse algum produto com tal número de itens, em valores significativos.

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Page 57: Livro Conteudo Local Onip-1

É necessário voltar a frisar que esse erro máximo está calculado sobre os valores dos componentes nacionais, o que leva a se ter o erro máximo sobre o valor total do bem ou serviço por meio da multiplicação desse percentual pelo Conteúdo Local do bem ou serviço. Não há erro quanto aos itens importados.

Deve-se observar que o percentual de custos agregados pelo fabricante/prestador varia conforme o Conteúdo Local do bem ou serviço, devendo ser normalmente superior aos 40% considerados na simulação.

Retornando ao GRÁFICO 1, verifica-se que alguns itens constantes do nível 4 devem ser objeto de certificação, uma vez que para estes as concessionárias assumiram compromisso com a ANP quanto ao percentual de Conteúdo Local a ser atingido.

Assim, foi necessário simular o resultado a que se chega ao se tratar desses itens. O ensaio 5, a seguir, simula os resultados da utilização de apenas três níveis, 4, 5 e 6, correspondentes aos níveis 1, 2 e 3 da TABELA 5, respectivamente.

ENSAIO 5

TABELA 5

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Page 58: Livro Conteudo Local Onip-1

GRÁFICO 5

A opção de se considerar apenas 3 níveis para os casos de materiais e equipamentos prende-se ao fato de que as observações na prática indicam que os valores de subfornecimentos a partir do nível 4 são desprezíveis. Como, por condições das premissas, para os níveis 4, 5 e 6, correspondentes aos níveis 1, 2 e 3 do ensaio 5, respectivamente, se considera que sejam certificados apenas 80% dos itens, esses valores são utilizados no ensaio 5.

No caso teórico de existência de 17 níveis, o erro máximo é de 9%; entretanto, quando se consideram apenas 3 níveis, o erro é de 3,9%.

6.1.2. Conversão de Moedas

Para a realização do cálculo do Conteúdo Local, haverá sempre a necessidade de se utilizar a conversão de moedas, e como as taxas de conversão são variáveis, o processo de aferição carrega consigo o erro decorrente dessas variações.

Para uma avaliação do impacto da variação cambial sobre os valores de conteúdo local, foi analisada a variação do dólar frente ao real no período de janeiro de 2006 a junho de 2010, o que é mostrado no GRÁFICO 6.

Essa variação indica que os valores de CL podem variar significativamente apenas em decorrência da variação cambial, que no período em análise foi de 45%, tanto no período pré, como no pós-crise econômica mundial ocorrida no terceiro trimestre de 2008, registrando uma média de 26% no período pré-crise e de 14% no pós.

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Page 59: Livro Conteudo Local Onip-1

GRÁFICO 6

6.1.3. Conclusão

O que se verifica é que a perda de precisão acarretada pela simplificação proposta é muito pouco significativa, comparada com os efeitos da variação cambial inerente ao processo, trazendo por outro lado uma representativa simplificação, por se trabalhar na certificação de apenas cerca de 20% dos itens.

Além da simplificação do processo, os custos de certificação serão consideravelmente inferiores, reduzindo o impacto na perda de competitividade, uma vez que somente os produtos nacionais estão sujeitos à certificação.

Finalmente, verifica-se que se poderia submeter à certificação apenas itens que representem 95% do valor para os níveis 1 e 2, e para os níveis 3, 4, 5 e 6, somente os itens que representem 80% do valor. Além disso, que não se ultrapasse o 6º nível da cadeia de suprimento.

Por último, pode-se afirmar que, dentro das premissas consideradas (perfeitamente factíveis), o erro em que se incorre com a simplificação do processo é perfeitamente aceitável, frente a outras incertezas envolvidas no processo.

Caso prevaleça o entendimento do mercado de que não estão sujeitos ao processo de aferição de CL os gastos com os itens amparados por Admissão Temporária, para a Etapa de Desenvolvimento da Produção, objetos de

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26%

14%

Page 60: Livro Conteudo Local Onip-1

arrendamento ou leasing, a perda de precisão em que se incorre pela aplicação da proposta torna-se ainda menos significativa.

6.1.4. Informações Reservadas

O Sistema de Certificação do Conteúdo Local estabelecido pela ANP requer a aplicação da Cartilha de Conteúdo Local, que requer informações detalhadas de todos os bens e serviços, de procedência nacional ou estrangeira.

Ao ser requerida a abertura total das informações relativas a valores de aquisição dos bens e serviços, mesmo que somente para o certificador, o fornecedor se expõe de modo acentuado, pois ficam evidenciadas suas margens e estratégia de negócio. Essa situação tem dificultado um maior dinamismo no processo.

O cálculo do CL é efetuado pela expressão:

Onde:

X = Somatório dos itens importados

Y= Valor total de venda.

Observa-se que os valores dos itens nacionais não são utilizados diretamente para o cálculo, o que os torna dispensáveis. Entretanto, para que a eliminação da necessidade de informações de valores esteja em sintonia com a proposta de seletividade, é necessário o conhecimento dos valores dos itens que totalizem 80% do valor total.

Assim, é perfeitamente aceitável que se exija o lançamento dos valores dos itens nacionais somente para aqueles que representem 80% do valor total desses itens, observando-se que a descrição será obrigatória para todos os itens. Devem ser incluídos como itens nacionais, entre outros: componentes e insumos, serviços internos agregados, overhead, margens, embalagem, serviços adquiridos com inspeção e ensaios.

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CL=(1-X/Y)X100

Page 61: Livro Conteudo Local Onip-1

6.1.5. Proposta

A proposta que se coloca para análise é a seguinte:

Que somente sejam submetidos à certificação os itens que representem 95% do valor para os níveis 1 e 2, e para os níveis 3, 4, 5 e 6, sejam somente os itens que representem 80% do valor. Além disso, que não se ultrapasse o 6º nível da cadeia de suprimento.

Para os itens nacionais, somente seja exigida a informação de valores dos itens que totalizem 80% do valor total desses itens.

6.1.6. Exemplo Ilustrativo

Para exemplificar a aplicação das propostas acima, foi selecionada uma bomba, cujos dados são mostrados na Tabela 6 a seguir.

TABELA 6 – Especificação

61

Page 62: Livro Conteudo Local Onip-1

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Page 63: Livro Conteudo Local Onip-1

Roteiro:

Passo 1

Listar todos os componentes de custo do equipamento em análise, grupando-os em importados e nacionais.

TABELA 7 – Componentes da Centrifuga HDR-3/II 3 X 1.1/2 X 13 ASTM A351 CF8

COD. DESCRIÇÃO UND. QDE. NAC IMPORT. PART % % ACUM

63

CÓD. DESCRIÇÃO CÓD. DESCRIÇÃO

1 PROTETOR MANCAL L. MOTOR VBX-60/86 MX 39 TUBO DRENO SCH-160 1/2 HDR-3 ASTM A312 TP3042 PROTETOR MANCAL L. ROTOR VBX-K-0008 40 PORCA SEXTAVADA 3/4” 10UNC ASTM A194 2H+BICROM3 ROLAMENTO 7312 BEGBM-SKF/BMPUL-FAG ( 60 X 130 X 62 ) 41 FLANGE CEGO PROTEÇÃO ANSI 300 1/2” SAE 10204 ROLAMENTO NU-312 ( 60 X 130 X 31 ) 42 GUARNIÇÃO FLANGE CEGO 6” BORRACHA NATURAL

5 SERVIÇOS INTERNOS (USINAGEM,MONTAGEM, TESTES, PINTURA,ETC). MARGENS, OVER-HEAD, EMBALAGEM 43 CHAVETA DO ACOPLAMENTO – SAE 1045

6 SELO MECANICO 44 PORCA DE FIXAÇÃO KM-12 – M60 X 27 CARCAÇA WDC HDR-3 3X1.1/2X13 ASTM A351 CF8 45 PARAF.CAB SEXT 3/4” 10UNC X 2.1/2”8 ROTOR HDR-3 3X1.1/2X13 ASTM A351 CF8 46 GUARNIÇÃO TAMPA SUPORTE L.ROTOR NA-10029 TAMPA TRAS. PL23-54 HDR-3/II ASTM A351 CF8 47 PLUG 3/8” NPT ASTM A105 C

10 SUPORTE DO ROLAMENTO HDR-3 ASTM A216 WCB 48 PARAF.ALLEN S/CAB 3/16 24UNC X 5/16” AISI 30411 SERVIÇOS ADQUIRIDOS (INSPEÇÃO, TRANSPORTE, ETC) 49 GUARNIÇÃO FLANGE CEGO 3” BORRACHA NATURAL12 ANEL DESGASTE FIXO – AISI 316L + CARBETO TUNG. 50 CHAVETA DO ROTOR – SAE 104513 ANEL DESGASTE FIXO – AISI 316L + CARBETO TUNG. 51 PLUG 1/4” NPT ASTM A105 C14 ANEL DESGASTE ROT. – AISI 316L + CARBETO TUNG. 52 PLUG C/ANEL ORING 3/4” BSP – ALUMINIO15 TAMPA SUPORTE LADO MOTOR – ASTM A216 WCB 53 PORCA SEXTAVADA 3/4” 10UNC16 ANEL DESGASTE ROT. – AISI 316L + CARBETO TUNG. 54 FLANGE CEGO PROTEÇÃO ANSI 300 6” SAE 102017 EIXO P/VENTILADOR HDR-3 AISI 420 55 GUARNIÇÃO ARRUELA SEGURANÇA – NA-110018 ALIMENTADOR OLEO RPV-ND/8 C/PROT+ NIPLE + TOMADA 56 ANEL ORING 145,64 X 3,531 NEOPRENE19 GUARNIÇÃO ESPIROT.364X341X3,2 316+GRAFITE 57 ARRUELA DE SEGURANÇA MB-1220 ARRUELA SEG.ROTOR HDR-3 AISI 316 58 PLUG 1/2” NPT ASTM A105 C21 DISTANCIADOR DO ROTOR HDR-3 AISI 304 59 GUARNIÇÃO LUVA EIXO – NA-110022 CAMARA DE EXPANSÃO VISOLUB 1/2” NPT 60 PORCA SEXTAVADA 5/8” 11UNC ASTM A194 2H+BICRO23 PRISIONEIRO 3/4 10UNC X 76X22X30 ASME 193 BICR 61 GUARNIÇÃO FLANGE CEGO 1/2” BORRACHA NATURAL24 ANEL PESCADOR HDR-3 SAE 1020 62 PARAF.CAB SEXT 3/4” 10UNC X 2.3/4”25 ANEL SALPICADOR OLEO HDR-3 POLIACETAL 63 GUARNIÇÃO PARAFUSO ESPECIAL – NA-110026 PARAFUSO ESPECIAL C/CAB.ESFERICA – AISI 316 64 PARAF.CAB SEXT 1/2” 13UNC X 1.1/2”

27 CONECTOR MACHO DETROIT 767FSS-0404 1/4” X 1/4” NPT AISI 316 65 PINO GUIA PARALELO 8 X 38

28 TAMPA SUPORTE LADO ROTOR – ASTM A48 CL30 66 PARAF,ALLEN C/CAB 5/16” 18UNC X 1”29 FLANGE DE ENCAIXE 1/2” 300 RF SCH 160 ASTM A182 F304 67 PARAF.ALLEN C/CAB 5/16 18UNC X 1.1/4” 30 ANEL DE FUNDO HDR-3 AISI 304 68 PARAF.CAB SEXT 3/8” 16UNC X 2.1/2” ROSCA INTEIRA31 PRISIONEIRO 5/8 11UNC X 70X30X20 ASME 193 BICR 69 ARRUELA LISA 3/4”32 PARAF.CAB SEXT 3/4” 10UNC X 3” ASTM A193 BICRO. 70 PORCA SEXTAVADA 1/2” 13UNC33 ADAPTADOR P/HDR – SAE-1020 71 PARAF.ALLEN S/CAB 1/4” 20UNC X 3/8” 34 TUBO DO RESPIRO DE OLEO HDR-3 ASTM A26 TP304 72 PORCA SEXTAVADA 3/8” 16UNC

35 PARAF.CAB SEXT 5/8” 11UNC X 2” ROSCA INT.ASME 183 BICRO. 73 PARAF,ALLEN S/CAB 3/8” 16UNC X 5/8”

36 PORCA SEXTAVADA 1/2” 13UNC ASTM A194 8M 74 PINO GUIA PARALELO 4 X 1037 ALÇA 5/8” UNC 75 PINO GUIA PARALELO 3 X 1038 FLANGE CEGO PROTEÇÃO ANSI 300 3” SAE 1020

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PROTETOR MANCAL L. MOTOR VBX-60/86 MX PÇ 1 - I 4,008 PROTETOR MANCAL L. ROTOR VBX-K-0008 PÇ 1 - I 3,590 ROLAMENTO 7312 BEGBM-SKF/BMPUL-FAG ( 60 X 130 X 62 ) PÇ 2 - I 2,490 ROLAMENTO NU-312 ( 60 X 130 X 31 ) PÇ 1 - I 1,750

Total importados 11,838

1SERVIÇOS INTERNOS (USINAGEM,MONTAGEM, TESTES, PINTURA,ETC). MARGENS, OVER-HEAD, EMBALAGEM N 25,000 25,000

2 SELO MECANICO PÇ 1 I 17,230 42,2303 CARCAÇA WDC HDR-3 3X1.1/2X13 ASTM A351 CF8 PÇ 1 N - 12,540 54,7704 ROTOR HDR-3 3X1.1/2X13 ASTM A351 CF8 PÇ 1 N - 5,731 60,5015 TAMPA TRAS. PL23-54 HDR-3/II ASTM A351 CF8 PÇ 1 N - 5,260 65,7616 SUPORTE DO ROLAMENTO HDR-3 ASTM A216 WCB PÇ 1 N - 4,920 70,6817 SERVIÇOS ADQUIRIDOS (INSPEÇÃO, TRANSPORTE, ETC) N 4,415 75,0968 ANEL DESGASTE FIXO – AISI 316L + CARBETO TUNG. PÇ 1 N - 4,275 79,3719 ANEL DESGASTE FIXO – AISI 316L + CARBETO TUNG. PÇ 1 N - 3,921

10 ANEL DESGASTE ROT. – AISI 316L + CARBETO TUNG. PÇ 1 N - 3,75311 TAMPA SUPORTE LADO MOTOR – ASTM A216 WCB PÇ 1 N - 2,70012 ANEL DESGASTE ROT. – AISI 316L + CARBETO TUNG. PÇ 1 N - 2,32013 EIXO P/VENTILADOR HDR-3 AISI 420 PÇ 1 N - 1,92714 ALIMENTADOR OLEO RPV-ND/8 C/PROT+ NIPLE + TOMADA PÇ 1 N - 0,89715 GUARNIÇÃO ESPIROT.364X341X3,2 316+GRAFITE PÇ 2 N - 0,62316 ARRUELA SEG.ROTOR HDR-3 AISI 316 PÇ 1 N - 0,53817 DISTANCIADOR DO ROTOR HDR-3 AISI 304 PÇ 1 N - 0,46318 CAMARA DE EXPANSÃO VISOLUB 1/2” NPT PÇ 1 N - 0,40419 PRISIONEIRO 3/4 10UNC X 76X22X30 ASME 193 BICR PÇ 16 N - 0,40020 ANEL PESCADOR HDR-3 SAE 1020 PÇ 2 N - 0,37121 ANEL SALPICADOR OLEO HDR-3 POLIACETAL PÇ 2 N - 0,25022 PARAFUSO ESPECIAL C/CAB.ESFERICA – AISI 316 PÇ 1 N - 0,20123 CONECTOR MACHO DETROIT 767FSS-0404 1/4” X 1/4” NPT AISI 316 PÇ 2 N - 0,10724 TAMPA SUPORTE LADO ROTOR – ASTM A48 CL30 PÇ 1 N - 0,16525 FLANGE DE ENCAIXE 1/2” 300 RF SCH 160 ASTM A182 F304 PÇ 1 N - 0,16026 ANEL DE FUNDO HDR-3 AISI 304 PÇ 1 N - 0,15627 PRISIONEIRO 5/8 11UNC X 70X30X20 ASME 193 BICR PÇ 4 N - 0,13628 PARAF.CAB SEXT 3/4” 10UNC X 3” ASTM A193 BICRO. PÇ 4 N - 0,12529 ADAPTADOR P/HDR – SAE-1020 PÇ 1 N - 0,10530 TUBO DO RESPIRO DE OLEO HDR-3 ASTM A26 TP304 PÇ 1 N - 0,100

Total Nacional 100,000111, 838 100, 000

VN Valor itens adquiridos País = 100, 000

VB Valor total da bomba = 111, 838CLN Valor do CL dos itens adquiridos no País = CL apurado para os

itens que representam 79,371% do valor total dos itens adquiridos no País

CLb CL da bomba = (1-(1-CLN+VI)

Passo 2

Separar os itens nacionais cujos valores somados atinjam 80% do valor total dos itens nacionais (adquiridos no País).

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COD DESCRIÇÃO UND QDE. ORIG. PART. %

1 SERVIÇO INTERNO (USINAGEM,MONTAGEM, TESTE, PINTURA, ETC). MARGENS, OVER-HEAD, EBALAGEM PÇ 0 N 25

2 SELO MECÂNICO PÇ 1 N 17,233 CARCAÇA WDC HDR-3 3X1. 1/2X13 ASTM A351 CF8 PÇ 1 N 12,544 ROTOR HDR-3 3X1.1/2X13 ASTM A351 CF8 PÇ 1 N 5,7315 TAMPA TRAS. PL23-54 HDR-3/II ASTM A 351 CF8 PÇ 1 N 5,266 SUPORTE DO ROLAMENTO HDR-3 ASTM A216 WCB PÇ 1 N 4,92

7 SERVIÇOS ADQUIRIDOS (INSPEÇÃO, TRANSPORTE, ETC) PÇ 1 N 4,415

8 ANEL DE DESGASTE FIXO - AISI 316L + CARBETO TUNG PÇ 1 N 4,275

TOTAL NACIONAL SELECIONADO 80

Passo 3

Calcular o conteúdo importado dos itens selecionados no Passo 2. Este será o conteúdo importado dos nacionais. Suponhamos que se tenha encontrado 27%.

Passo 4

Multiplicar o conteúdo importado pelo valor total dos componentes nacionais, para encontrar o valor importado desses itens. No caso, 120 x 27% = 32,4.

Passo 5

Somar o valor encontrado em 4 ao valor dos itens importados. No caso, 32,4 + 12,8 = 45,2.

Passo 6

Encontrar o conteúdo importado da bomba, dividindo-se o valor encontrado em 5 pelo preço de venda da bomba, no caso, 132.800,00. CI=45,2/132,8=34%.

Passo 7

Calcular o Conteúdo Local, subtraindo-se de 100 o valor encontrado no passo 7.

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CL=100-34=66%

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Observe-se que somente é necessária a abertura de preços para 8 itens de um total de 71 (11%), o que significa que apenas para esses itens será solicitada certificação.

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7. OUTRAS QUESTÕES RELEVANTES

7.1. Gastos com Investimentos no Desenvolvimento da Produção ou Custos Operacionais

Mesmo entendendo tratar-se de tema bastante polêmico e eivado de elevado impacto junto às empresas concessionárias, os autores não poderiam deixar de trazer à discussão este tema.

Os equipamentos utilizados nas atividades de exploração e desenvolvimento da produção ingressam no País por Admissão Temporária, amparados pelo Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural – REPETRO.

Enquadram-se nessa situação os equipamentos flutuantes, tais como FPSO, semissubmersíveis e todos os demais materiais e equipamentos necessários à garantia da continuidade operacional desses equipamentos, dentre os quais se incluem a gama de bens das instalações submarinas.

Nesses casos, os bens permanecem de propriedade de companhias estrangeiras e trazidos ao amparo de contratos de aluguel, leasing ou afretamentos por empresas brasileiras, que podem ou não ser concessionárias da ANP.

Esse quadro tem levado alguns agentes do processo ao entendimento de que os gastos referentes a tais materiais e equipamentos devem ser considerados como despesas de operação e não de Desenvolvimento da Produção.

A prevalecer esse entendimento, estariam fora do processo de aferição de conteúdo local cerca de 2/3 dos investimentos, correspondendo ao UEP e instalações submarinas. Restariam apenas os custos dos poços onde cerca de 70 a 80% são referentes a afretamento de sondas de perfuração.

7.2 Cláusulas de Exigências de Conteúdo Local nos Contratos de Concessão.

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As cláusulas relativas a exigências de Conteúdo Local dos Contratos de Concessão estabelecem valores mínimos de conteúdo local a serem atingidos na Fase de Exploração e na Etapa de Desenvolvimento da fase de Produção.

O compromisso assumido é para toda extensão do contrato, o que faz com que somente possa ser exigido o seu cumprimento após longo período, podendo chegar a décadas.

O assunto está a requerer definições mais claras, talvez, estabelecendo compromissos por módulos.

7.3. Momento Adequado para Oferta de Conteúdo Local

Não se pode deixar de expressar a necessidade de ser estudada uma maneira de tornar possível que os compromissos assumidos pelas concessionárias, hoje efetuados quando da licitação, possam ser detalhados em outra oportunidade, quando já se tenham disponíveis informações mais completas, permitindo assim a oferta de números mais consistentes e com menos riscos.

Talvez a criação de uma câmara, coordenada pela ANP e com participação das operadoras e fornecedores de bens e serviços, possa constituir um mecanismo que viabilize que o detalhamento se dê em momento mais adequado.

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8. NECESSIDADE INDISPENSÁVEL – POLÍTICA INDUSTRIAL

A exigência de Conteúdo Local nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural é uma forma de fazer com que parte da riqueza gerada pela atividade seja direcionada para o desenvolvimento da indústria e, por conseqüência, do País, sendo, portanto, entendida como uma ferramenta de política industrial.

O que se observa é que o tratamento do tema Conteúdo Local tem se distanciado de uma visão estratégica, sendo abordado quase exclusivamente com um olhar operacional e ações dispersas.

Esse quadro é conseqüência da falta de uma Política Industrial que contemple uma visão, com um horizonte de 15 ou 20 anos, do que se deseja para o País e, a partir daí, traçar caminhos a serem percorridos e metas a serem atingidas.

Vale destacar que as exigências de CL inseridas nos Contratos de Concessão, são contribuições significativas que fazer parte de uma política Industrial.

Não fosse o posicionamento da Petrobras de inserir em seus contratos de construção de empreendimentos, até mesmo no segmento downstream, exigências de Conteúdo Local, quando não há exigências legais nesse sentido, muito pouco se teria andado em CL.

Verifica-se que as ferramentas até hoje utilizadas como representantes da vontade política não se têm mostrado suficientes para indução de um desenvolvimento industrial que se apresente de forma competitiva e tecnologicamente alinhado com a realidade internacional.

É necessário que não se perca de vista a razão de ser dos requerimentos de Conteúdo Local, estabelecendo-se políticas públicas e mecanismos que conduzam a que no futuro não mais sejam necessárias exigências dessa natureza, por já se ter atingido um nível elevado de competitividade.

Apesar das fragilidades citadas, não se pode deixar de registrar que o setor de Petróleo e Gás ocupa uma posição de vanguarda quando o tema é Conteúdo Local.

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Vale ainda destacar que as experiências vividas pela indústria do petróleo podem e devem ser estendidas para os demais segmentos industriais, mediante uma consistente política industrial.

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9. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Os seguintes documentos foram utilizados como fonte de consulta na elaboração desta publicação:

1 – Sistemática de Aferição de Conteúdo Local da ONIP para empreendimentos offshore e onshore da Petrobras;

2 – Procedimentos Executivos da ONIP para Aferição de Conteúdo Local para empreendimentos offshore e onshore da Petrobras;

3 – Sistemas informatizados, criados pela ONIP e voltados para a Aferição de Conteúdo Local para empreendimentos offshore e onshore da Petrobras;

4 – Programas de Auditoria da ONIP para Processos de Aferição de Conteúdo Local para empreendimentos offshore e onshore da Petrobras;

5 – Planos de Auditoria da ONIP para Processos de Aferição de Conteúdo Local para empreendimentos offshore e onshore da Petrobras;

6 – Relatórios de acompanhamento e de auditoria, emitidos pela ONIP, relativos à Sistemática de Aferição de Conteúdo Local para empreendimentos offshore e onshore da Petrobras;

7 – Instrumentos contratuais entre Petrobras e ONIP, tendo como objeto a Aferição de Conteúdo Local para empreendimentos offshore e onshore;

8 – Estudos internos da ONIP sobre o tema;

9 – Resolução ANP nº 36/2007 e Regulamento ANP nº 06/2007, ambos de. 13.11.2007;

10 – Resolução ANP nº 37/2007 e Regulamento ANP nº 07/2007, ambos de 13.11.2007;

11 – Resolução ANP nº 38/2007 e Regulamento ANP nº 08/2007, ambos de 13.11.2007;

12 – Resolução ANP nº 39/2007 e Regulamento ANP nº 09/2007, ambos de 13.11.2007;

13 – Portaria ANP nº 180, de 05.06.2003;

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14 – Editais de licitação da ANP, relativos às rodadas de 1 a 10;

15 – Modelos de contratos de concessão da ANP, relativos às rodadas de 1 a 10;

16 – Cartilha de Conteúdo Local, emitida pelo Prominp;

17 – Lei nº 9478/97, de 06.08.1997 (Lei do Petróleo);

18 – Resolução CNPE nº 8, de 21/07/2003 (DOU 07/08/2003);

19 – Circular BNDES nº 26/2009, de 16.03.09.

20 – Lei nº 12.351, de 22.12.10

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10. GLOSSÁRIO

Admissão Temporária – Regime aduaneiro especial que ampara a permanência no País de bens procedentes do exterior, por prazo e para finalidade determinados, com suspensão de pagamento de impostos incidentes na importação, ou pagamento proporcional ao tempo de permanência desses bens.

Aferição de Conteúdo Local (Nacional) – Processo de verificação da participação, em valor, do fornecimento de bens e serviços de origem nacional em uma determinada unidade industrial ou empreendimento ou em um sistema pertencente às respectivas instalações.

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Apurador – Empresa de engenharia ou profissional capacitado, responsável pela análise documental e a verificação da consistência das informações sobre os bens e serviços adquiridos e objeto de verificação de Conteúdo Local.

Área estratégica - região de interesse para o desenvolvimento nacional, delimitada em ato do Poder Executivo, caracterizada pelo baixo risco exploratório e elevado potencial de produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos.

Avaliação de Conformidade – Processo sistematizado, com regras pré-estabelecidas, devidamente acompanhado e avaliado, de forma a propiciar adequado grau de confiança de que um produto, processo ou serviço, ou ainda um profissional, atende a requisitos pré-estabelecidos em normas ou regulamentos.

Avaliação in loco – Processo de apuração de origem que se dá nas instalações do fornecedor pelo fato de os dados fornecidos antecipadamente não terem se mostrado suficientes para a correta apuração. Nessa ocasião, o fornecedor deverá disponibilizar todas as informações indispensáveis ao correto cálculo de Conteúdo Local.

Bem – Material ou equipamento que pode satisfazer uma necessidade ou função.

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Bens de capital (BK) – Bens utilizados na produção de outros bens. Sua aquisição caracteriza uma despesa de investimento e não de consumo. São exemplos as máquinas, equipamentos, instalações industriais diversas e materiais de transporte.

Bens de consumo – Bens utilizados diretamente pelo consumidor final, isto é, que não se destinam à produção de outros bens, seja como bens de capital, seja como bens intermediários.

Bens para uso temporal – Bens utilizados mediante contratos de aluguel, afretamento, arrendamento ou leasing operacional ou financeiro (Arrendamento Mercantil) etc.

Bens intermediários – Bens utilizados como insumos para a produção de outros bens. Os bens intermediários são completamente absorvidos no processo de produção. Exemplos são eletrodos, solventes, tintas, gases para soldagem, arames etc.

Bens internalizados – Bens importados, considerados como nacionais, tendo em vista que os respectivos impostos e despesas de importação foram pagos de acordo com a legislação tributária vigente no Brasil. Observe-se que aqueles bens admitidos em regime de suspensão de impostos (REPETRO) devem ser considerados como de origem no exterior.

Bens seriados (BKS) – Bens utilizados diretamente pelo cliente final ou como insumo para a produção de outros bens. São fabricados por uma linha de produção industrial.

Bens sob encomenda (BKE) – Bens utilizados diretamente pelo cliente final ou como insumo para a produção de outros bens. São fabricados por encomenda de um cliente, segundo um projeto específico.

Brasileiro (a) (Nacionalidade) – Cidadão nato ou naturalizado, conforme Capítulo III, Artigo 12, da Constituição do Brasil.

Capacidade instalada – Conjunto de máquinas e equipamentos disponível em um dado momento por um país, setor ou empresa.

Certificação – Processo sistematizado de assegurar que um produto, processo ou serviço está de acordo (conforme) com uma ou mais normas ou

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especificações. Algumas certificações requerem que a realização de apurações, testes e ensaios sejam executados por laboratório ou instituição credenciados para tal.

Certificador – Profissional habilitado para atuar na apuração das informações técnicas e na emissão de pareceres em determinada área especializada.

Certificadora – Firma Independente, também denominada Organismo de Certificação, organização que atesta que um determinado produto, sistema ou profissional atende aos requisitos determinados pelos regulamentos e normas técnicas vigentes.

CIF – (Cost, Insurance and Freight) O vendedor contrata e paga o frete necessário para levar a mercadoria até o porto de destino, providencia os documentos, prepara a carga para a exportação e contrata o seguro marítimo de transporte.

Classe de material – Conjunto de materiais com finalidades comuns.

Cliente – Destinatário dos produtos da organização. É quem adquire (comprador) e/ou quem utiliza o produto (usuário/consumidor).

Confidencialidade da informação – Aspectos relacionados à segurança das informações que trata das garantias necessárias para que a informação seja acessada somente pelas pessoas que estejam autorizadas.

Conjunto de sistemas – O conceito de sistemas poderá ser ampliado para conjuntos maiores, no universo de atividades concernentes ao setor de petróleo e gás natural, desde que não se perca de vista o conceito de interdependência e encadeamento de uma operação. Por exemplo, ao serem agregados os conteúdos locais de uma plataforma ao sistema de perfuração/exploração de um ou mais poços, poderá ser obtido o Conteúdo Local de um campo.

Componente, peça ou parte – Parte elementar (elemento ou porção) de um equipamento ou máquina. Parte ou pedaço de um todo indiviso. Cada uma das partes ou elementos de um conjunto, de um mecanismo, de uma máquina ou de um equipamento.

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Componentes – Todos os elementos que constituem um bem ou um serviço, sejam tangíveis ou intangíveis, importados ou nacionais. Um bem ou um serviço pode ser expresso pela soma de seus componentes.

Conteúdo Local – Conteúdo Local significa o valor agregado no País para a produção de um bem, sistema ou serviço. O mesmo que Conteúdo Nacional. Normalmente expresso por seu índice.

Credenciamento – É o reconhecimento formal, concedido através da avaliação e chancela de um organismo autorizado, da competência técnica de organizações para o desempenho de apurações, testes e ensaios específicos de acordo com métodos normatizados.

Declaração de primeira parte – Documento padronizado no qual o fornecedor informa os dados relativos à empresa e ao produto, declara aceitação da sistemática e procedimentos para a apuração de origem e indica o Conteúdo Local do produto em foco. A aceitação da sistemática indica a concordância com a avaliação in loco, caso esta se torne necessária.

Desempenho – Resultados numéricos obtidos de processos e produtos que permite avaliá-los e compará-los em relação a metas, padrões, resultados do passado e outros processos e produtos. Mais comumente, os resultados expressam qualidade, eficácia, eficiência e tempo.

Downstream – Expressão utilizada no setor petróleo significando parte da cadeia produtiva que antecede o refino, abrangendo as atividades de exploração, desenvolvimento, produção e transporte até o ponto de entrega.

Empresa integradora – Empresa que compõe um produto por processo de integração da maioria de seus componentes, os quais são fabricados por outras empresas.

Empresa nacional – Empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no Brasil, independentemente da origem e composição do capital social.

EPC – Empresa de Engenharia, Suprimento e Construção & Montagem.

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Equipamento – Aparelho ou instrumento (mecânico, elétrico ou eletrônico) próprio para transmitir ou modificar energia para aproveitá-la, pô-la em ação ou transformá-la a fim de executar ou assistir tarefas ou serviços específicos.

Especialidade de serviço – Conjunto de serviços assemelhados representados por uma codificação, e que podem ser ou não ser estratégicos.

Estrutura Analítica de Projeto (EAP) – Detalhamento (breakdown) do escopo de bens e serviços, permitindo estabelecer a sistemática de acompanhamento e medição do avanço físico do serviço em termos percentuais (níveis x subníveis).

Excedente em óleo - parcela da produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos a ser repartida entre a União e o contratado, segundo critérios definidos em contrato, resultante da diferença entre o volume total da produção e as parcelas relativas ao custo em óleo, aos royalties devidos e, quando exigível, à participação de que trata o art. 43 da Lei Nº 12.351, de 22 de dezembro de 2010.

Família de material – Conjunto de bens estratégicos assemelhados, representados por uma codificação. A família pode ser ou não ser estratégica.

FOB (Free on Board) – Preço de uma mercadoria sem frete ou seguro. Significa que o vendedor encerra suas obrigações quando a mercadoria transpõe a amurada do navio, no porto de embarque. Tem algumas variações de FOB. Pode ser FOB Fábrica, quando o material tem que ser retirado na fábrica do vendedor, e FOB Cidade, quando o fornecedor coloca o material em uma transportadora escolhida pelo cliente.

Fornecedor – Qualquer organização que forneça bens e/ou serviços ao setor de petróleo e gás, estando aí incluídos: fabricantes, distribuidores, revendedores e prestadores de serviços.

Grupo de serviço – Codificação que representa um conjunto de serviços com finalidades comuns, e que podem ser ou não ser estratégicos.

ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. É um imposto que cada um dos estados e o Distrito Federal podem instituir, como determina a Constituição Federal de 1988. Ele é seletivo

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e não cumulativo, e tem como base de cálculo o valor de venda da mercadoria. Também deve pagar o imposto a pessoa não inscrita quando importa mercadorias de outro país, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial.

II –- Imposto de Importação – É o imposto federal que tem como base de cálculo o valor do bem importado, assim como sobre aqueles definidos no artigo 84 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto n 91.030/85, tendo como fato gerador a entrada de qualquer uma dessas mercadorias no território aduaneiro. A quantia paga a título de Imposto de Importação integra a base de cálculo tanto do IPI quanto do ICMS. As alíquotas variam de acordo com o produto.

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. É um imposto arrecadado pela União Federal, que tem como base de cálculo o valor da operação de que decorre a saída (venda) da mercadoria. O montante pago a título de IPI integra a base de cálculo do ICMS.

ISSQN (ISS) – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. É um imposto arrecadado pelos municípios, que tem como base de cálculo o preço do serviço. As alíquotas são variáveis de acordo com a legislação de cada município e têm como fato gerador a emissão da Nota Fiscal ou Fatura de Serviço.

Índice de Nacionalização – Resultado de cálculo do percentual do valor agregado no Brasil na fabricação de um determinado bem ou na prestação de um serviço, por um determinado fornecedor.

Insumos – São recursos ou matérias-primas. Os insumos incluem recursos humanos, materiais, equipamentos, tecnologia e instalações utilizadas para construir um dado equipamento ou prestar um dado serviço.

Marco Regulatório - Conjunto de normas, leis e diretrizes que regulam o funcionamento dos setores nos quais agentes privados prestam serviços de utilidade pública, sendo responsável pela fiscalização e o atendimento das normas e exigências legais sobre o Setor, criando assim um ambiente conciliador junto às empresas e instituições envolvidas.

Material – Conjunto dos objetos que compõem uma obra, construção etc.

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Material de aplicação (bulk material) – material produzido pela Indústria Primária Brasileira. Trata-se de material de aplicação rotineira nas instalações do setor petróleo, tal como: chapas; tubos e acessórios; perfis estruturais; material de distribuição de força e controle; cabos, multicabos e acessórios elétricos; bandejas, eletrodutos e acessórios; materiais de iluminação, aterramento e proteção; anodos; materiais de aplicação na construção civil etc.

Módulo – Neste procedimento usaremos o mesmo conceito de sistema e subsistema.

NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul – Lista de produtos e respectivos códigos, ordenados segundo convenção internacional (Sistema Harmonizado – SH). Com base no código NCM de um produto, é possível identificarem-se informações básicas sobre sua comercialização, incidência de tributos, normas etc. A NCM é matéria tratada pela Secretaria da Receita Federal.

ONIP – Organização Nacional da Indústria do Petróleo.

Partilha de produção - regime de exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos no qual o contratado exerce, por sua conta e risco, as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento e produção e, em caso de descoberta comercial, adquire o direito à apropriação do custo em óleo, do volume da produção correspondente aos royalties devidos, bem como de parcela do excedente em óleo, na proporção, condições e prazos estabelecidos em contrato.

Ponto de medição - local definido no plano de desenvolvimento de cada campo onde é realizada a medição volumétrica do petróleo ou do gás natural produzido, conforme regulação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP.

Ponto de partilha - local em que há divisão entre a União e o contratado de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos produzidos, nos termos do respectivo contrato de partilha de produção.

Processo – Conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas que transformam insumos (entradas) em produtos (saídas). Essa transformação deve agregar valor na percepção dos clientes do processo e exige certo conjunto de recursos. Os recursos podem incluir pessoal, finanças, instalações,

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equipamentos, métodos e técnicas, numa sequência de etapas ou ações sistemáticas. O processo poderá exigir que a sequência de etapas seja documentada por meio de especificações, de procedimentos e de instruções de trabalho, bem como que as etapas de medição e controle sejam adequadamente definidas.

Processos relativos ao produto – Refere-se aos processos diretamente relacionados à criação de valor para os clientes. Estão associados tanto à manufatura de bens como à prestação de serviços necessários para atender às necessidades dos clientes e da sociedade. São, comumente, conhecidos por processos de projeto, processos de execução (produção de bens ou prestação de serviços), processos de entrega do produto (expedição, transporte e distribuição de bens ou conclusão de um serviço) e processos-fim ou finalísticos (prestação de serviços públicos).

Produto – Resultado de atividades ou processos. Considerar que:

• O termo “produto” pode incluir serviços, materiais e equipamentos, informações ou uma combinação desses elementos;

• Um produto pode ser tangível (como, por exemplo, equipamentos ou materiais) ou intangível (por exemplo, conhecimento ou conceitos), ou uma combinação dos dois; e

• UM produto pode ser intencional (por exemplo, oferta aos clientes), ou não-intencional (por exemplo, um poluente ou efeitos indesejáveis).

Produto de apoio - Bem ou serviço de apoio ao processo produtivo, que não afeta a segurança e não compromete a qualidade do produto final. Existe o “material de apoio” e o “serviço de apoio”.

Produto estratégico - Bem ou serviço cujo desempenho no processo industrial da empresa compradora pode colocar em risco a segurança (das pessoas, das instalações e do meio ambiente) ou comprometer a qualidade do produto final. Existe o “material estratégico” e o “serviço estratégico”.

Projeto Básico – Conjunto de elementos essenciais para caracterizar um empreendimento, elaborado com base nas indicações de estudos técnicos

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preliminares que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo e a definição dos métodos e do prazo de execução.

O Projeto Básico é composto por concepções, desenhos, memoriais descritivos, especificações e demais elementos que se fizerem necessários, de acordo com a natureza, porte ou complexidade do empreendimento. De uma forma simplificada, pode-se dizer que o Projeto Básico tem que mostrar claramente qual é o empreendimento a ser executado, os principais equipamentos e materiais a serem empregados, o prazo e o custo final previsto.

Projeto Executivo (detalhamento) – Conjunto dos elementos detalhados necessários e suficientes à execução completa do empreendimento, abrangendo desenhos, especificações, listas de equipamentos e materiais, procedimentos, manuais etc.

PROMINP – Programa Nacional de Mobilização da Indústria do Petróleo.

PTAX – Taxa de câmbio do dólar dos EUA calculada como a média da taxa efetiva de cada transação interbancária no mercado de câmbio, ponderada pelo volume da transação.

REPETRO – Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e Gás Natural.

SISBACEN (Sistema do Banco Central do Brasil) – Sistema informatizado do Banco Central que controla as operações financeiras e cambiais.

SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior) – Sistemática administrativa de comércio exterior brasileiro, instituída pelo Decreto nº 660, de 25.09.92, que integra as atividades afins da Secretaria de Comércio Exterior – SECEX e do Banco Central, no registro, acompanhamento e controle das diferentes etapas de operações de comércio exterior.

Sistema – Reunião coordenada e lógica de um grupo de equipamentos, máquinas, materiais independentes e serviços associados que, juntos, constituem um conjunto intimamente relacionado, que funciona como uma estrutura organizada, destinada a executar funções especificas. Corresponde a uma plataforma ou um navio como um todo.

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Subsistema – Parte integrante de um sistema maior. Pode corresponder a um sistema de automação, um sistema de ar comprimido ou pode ser ainda um módulo de plataforma ou uma plataforma de petróleo e gás natural.

O conceito de Sistema e Subsistema pode ser utilizado para conjuntos menores ou maiores, desde que não se perca de vista o conceito de interdependência e encadeamento de uma operação.

Serviço – Toda atividade que, sem assumir a forma de um bem material, satisfaz determinada necessidade.

Serviço Técnico Especializado – Serviço inerente às atividades do setor petróleo, tais como perfuração de poços, construção e montagem, sísmica etc.

Termo de Sigilo – Documento a ser assinado pelas partes envolvidas com o manuseio de uma determinada informação, no qual são estabelecidas condições para preservar a confidencialidade.

Unidades Básicas de Medição – Composição de bens, excluindo-se todos os componentes importados e serviços, apropriando-se salários e encargos de cidadãos brasileiros ou com visto permanente no Brasil e bens de uso temporal, calculado pela equivalência do CL do bem objeto de uso temporal aplicado no seu respectivo valor.

Unidades Complementares de Medição – Composição de subsistemas, calculados levando-se em conta a associação de duas ou mais unidades básicas de medição, sistemas, calculados levando-se em conta a associação de subsistemas e unidades básicas de medição, e conjunto de sistemas, calculado pela associação de sistemas, subsistemas e unidades básicas de medição.

Upstream – Expressão utilizada no setor petróleo significando parte da cadeia produtiva relativa ao transporte do ponto de entrega, refino, distribuição e venda de produtos petrolíferos.

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11. ANEXOS

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ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS

PORTARIA ANP Nº 180, DE 5.6.2003 – DOU 9.6.2003

O DIRETOR-GERAL da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO - ANP, em exercício, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pela Portaria ANP nº 109 , de 17 de abril de 2003, e com base na Resolução de Diretoria nº 241, de 29 de maio de 2003, torna público o seguinte ato:

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico em anexo, a ser utilizado na elaboração das demonstrações contábeis e financeiras a que se refere a Cláusula intitulada Contabilidade e Auditoria dos Contratos de Concessão e na apresentação da comprovação dos percentuais mínimos de Investimentos Locais na Fase de Exploração e Etapa de Desenvolvimento determinados nos Contratos de Concessão.

Art. 2º O não cumprimento das disposições contidas na presente Portaria implicará em aplicação das penalidades previstas na Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, e no Decreto nº 2.953, de 28 de janeiro de 1999.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação e revoga a Portaria ANP nº 36, de 7 de março de 2001, publicada no DOU de 8 de março de 2001.

JOHN MILNE ALBUQUERQUE FORMAN

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Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

REGULAMENTO TÉCNICO DO RELATÓRIO DE GASTOS TRIMESTRAIS

COM EXPLORAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO

1. OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO

1.1 Este Regulamento Técnico estabelece a periodicidade, a formatação e o conteúdo dos relatórios de gastos realizados com exploração, desenvolvimento e produção a que se refere a Cláusula intitulada Contabilidade e Auditoria dos Contratos de Concessão.

1.2 Os relatórios supra-aludidos também têm como finalidade a comprovação do cumprimento dos percentuais mínimos de Investimentos Locais na Fase de Exploração e na Etapa de Desenvolvimento determinados nos Contratos de Concessão.

1.3 Este Regulamento Técnico aplica-se às Fases de Exploração e de Produção e compreende todos os gastos incorridos nas atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural.

2. PERIODICIDADE

Período-base

2.1 Os relatórios de gastos aqui referidos terão como período-base o trimestre do ano civil.

2.1.1 Para a aplicação do disposto neste item, considerar-se-á o ano civil dividido nos trimestres de janeiro a março, de abril a junho, de julho a setembro e de outubro a dezembro.

2.1.2 O período-base da primeira apuração de gastos compreenderá o período desde a data de assinatura do contrato de concessão ou do termo de cessão do contrato de concessão, conforme o caso, até o último dia do trimestre respectivo.

Prazo de Entrega

2.2 O Concessionário deverá apresentar os relatórios de gastos à Agência Nacional do Petróleo - ANP até o 15o (décimo quinto) dia útil do segundo mês subsequente ao encerramento de cada trimestre.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.200385

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3. DISPOSIÇÕES GERAIS

Moeda

3.1 O Concessionário deverá prestar as informações de que trata este Regulamento Técnico em moeda corrente nacional.

Apresentação em Planilha Eletrônica

3.2 O Concessionário deverá apresentar os relatórios de que trata este Regulamento Técnico em planilha eletrônica, conforme os modelos em anexo.

Princípios Contábeis

3.3 O Concessionário deverá prestar as informações de que trata este Regulamento Técnico em conformidade com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, observando o regime de competência para o período-base.

Conteúdo Local

3.4 A classificação dos gastos em nacionais e estrangeiros, prevista nos ANEXOS 1 e 2, deve atender aos conceitos estabelecidos nos Contratos de Concessão.

3.5 As empresas Concessionárias deverão manter à disposição da ANP, pelo prazo de 5 anos após o término da Fase de Exploração ou Etapa de Desenvolvimento, todos os registros comprobatórios, na forma de declaração de origem fornecida pelo fornecedor do bem ou serviço ou outro comprovante inequívoco, de que os bens e serviços declarados como locais atendem aos conceitos de Bem de Produção Nacional e Serviço Prestado no Brasil dos Contratos de Concessão.

Total Acumulado do Contrato

3.6 A coluna de Total Acumulado do Contrato, presente nos ANEXOS 1 e 2, representa os gastos acumulados a partir da data de assinatura do contrato de concessão ou do termo de cessão do contrato de concessão, conforme o caso.

Tributos, Contribuições Sociais e Participações Governamentais e de Terceiros

3.7 Não deverão ser registrados nos relatórios de gastos os tributos, as contribuições sociais e as participações governamentais e de terceiros.

3.7.1 Os tributos indiretos, como o imposto de importação e o imposto sobre produtos industrializados, incorporam-se ao custo de aquisição do bem, assim como os impostos incidentes sobre a prestação de serviços incorporam-se ao custo do serviço.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

4. DEFINIÇÕES

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4.1 Para efeitos deste Regulamento Técnico são válidos os seguintes conceitos:

4.1.1 Fase de Exploração: período de tempo definido para a exploração.

4.1.2 Fase de Produção: período de tempo definido para a produção.

4.1.3 Etapa da Fase de Produção: Estágio de atividades em que se encontra um campo, ou seja, em Desenvolvimento, em Produção ou em Abandono.

4.1.4 Desenvolvimento modular - conjunto de operações e investimentos destinados a viabilizar as atividades de produção de um campo de petróleo ou gás natural, cujo desenvolvimento foi concebido em módulos individualizados, com produção independente e sequencialmente instalados.

4.1.5 Desenvolvimento complementar - conjunto de operações e investimentos destinados a viabilizar as atividades de produção de um campo de petróleo ou gás

natural, cuja concepção foi posterior ao desenvolvimento original do campo e execução durante a fase de produção.

5. MODELOS DE RELATÓRIOS

5.1 Os relatórios de gastos deverão ser apresentados, de forma padronizada, de acordo com os seguintes modelos que acompanham este Regulamento Técnico, na forma de anexos, a saber:

5.1.1 Relatório de Gastos Trimestrais – EXPLORAÇÃO (ANEXO 1);

5.1.2 Relatório de Gastos Trimestrais – DESENVOLVIMENTO (ANEXO 2); e

5.1.3 Relatório de Gastos Trimestrais – PRODUÇÃO (ANEXO 3).

Fase de Exploração

5.2 O Concessionário deverá apresentar o relatório constante do ANEXO 1 para cada bloco exploratório.

Etapa de Desenvolvimento

5.3 O Concessionário deverá apresentar o relatório constante do ANEXO 2 para cada campo em desenvolvimento, devendo estar compatível com o Programa Anual de Trabalho e Orçamento (PAT) apresentado.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

5.3.1 Quando se tratar de desenvolvimento modular, o relatório constante do ANEXO 2 deverá ser apresentado para cada módulo.

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Etapa de Produção

5.4 O Concessionário deverá apresentar o relatório constante do ANEXO 3 para cada campo em produção.

5.4.1 Na existência de desenvolvimento complementar, deverá ser apresentado também o relatório constante do ANEXO 2.

Etapa de Abandono

5.5 O Concessionário deverá apresentar o relatório constante do ANEXO 2 para cada campo em abandono parcial ou definitivo.

Ocorrência de Desenvolvimento Simultâneo com Produção ou Abandono

O relatório constante do ANEXO 2 deverá ser apresentado sempre que o campo em questão for objeto de atividades de desenvolvimento ou de abandono, ainda que ocorram simultaneamente atividades de produção.

6. CONTEÚDO DOS RELATÓRIOS

6.1 RELATÓRIO DE GASTOS TRIMESTRAIS - EXPLORAÇÃO

6.1.1 Os itens constantes do ANEXO 1 têm os seguintes significados e funções:

Exploração: Totaliza os gastos com pesquisa e exploração incorridos durante a fase exploratória, que se estende até a declaração de comercialidade.

I Geologia & Geofísica: Acumula os gastos relativos aos trabalhos de levantamento, processamento e interpretação de dados geológicos e geofísicos, bem como operações de campo, sensoriamento remoto, levantamentos e gastos de aluguel e manutenção de equipamentos utilizados na atividade, coleta e análise de amostras, levantamentos tipo "oil slick analysis", "piston core" e levantamentos para gasimetria e microbiologia. É necessária a indicação dos gastos realizados com aquisição através de empresas de aquisição de dados (EAD / SPEC).

I.1 Levantamento: Registra os gastos com levantamentos geológicos e geofísicos.

I.2 Processamento: Registra os gastos com a computação e o tratamento de dados geológicos e geofísicos.

I.3 Interpretação: Registra os gastos com a integração e interpretação de dados geofísicos.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

I.4 Outros: Registra outros gastos de geologia e geofísica que não sejam passíveis de classificação nas atividades especificadas acima.

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II Perfuração: Acumula os gastos com perfuração de poços exploratórios até a completação ou abandono (preparo de locações, cimentação, perfilagem, revestimento, “mud logging”, aluguel de equipamentos e da unidade de perfuração, pescaria e outros).

II.1 Materiais e Equipamentos: Registra os gastos com materiais e equipamentos utilizados na perfuração dos poços exploratórios.

II.2 Serviços: Registra os gastos com serviços realizados na perfuração dos poços exploratórios, incluindo aluguel da unidade de perfuração.

II.3 Outros: Registra outros gastos realizados nas operações de perfuração não contemplados nas contas especificadas acima.

III Avaliação: Acumula os gastos com avaliação de poços exploratórios até a completação ou abandono (perfilagem, testemunhagem e testes de formação/produção).

III.1 Materiais e Equipamentos: Registra os gastos com materiais e equipamentos utilizados na avaliação dos poços exploratórios.

III.2 Serviços: Registra os gastos com serviços realizados na avaliação dos poços exploratórios, incluindo o aluguel da unidade de perfuração.

III.3 Outros: Registra outros gastos realizados nas operações de avaliação não contemplados nas contas especificadas acima.

IV Meio Ambiente: Acumula os gastos de controle de impacto ambiental.

IV.1 Licença e Estudos: Registra os gastos de licenciamentos de projetos junto aos órgãos governamentais (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA etc.).

IV.2 Supervisão e Controle: Registra os gastos de acompanhamento, supervisão, controle e fiscalização das questões ambientais.

V Administração: Acumula os gastos administrativos e de apoio às atividades exploratórias.

V.1 Custos Administrativos Diretos: Registra os gastos de apoio administrativo alocado nas atividades acima relacionadas ao bloco exploratório.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

V.2 Custos Administrativos Indiretos: Registra os gastos de apoio administrativo e técnico (e.g. planejamento, tesouraria, gerenciamento etc.) imputados às atividades acima relacionadas ao bloco exploratório de forma indireta, através de algum critério de rateio, admitido o uso do preço de transferência. Não se admite a alocação de

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custos resultantes da aplicação de percentuais sobre o custo direto a título de custos de “overhead”.

VI Apoio Operacional: Registra os gastos com suprimentos e transportes de materiais, equipamentos, pessoal etc., alocados ao bloco exploratório.

6.2 RELATÓRIO DE GASTOS TRIMESTRAIS – DESENVOLVIMENTO

6.2.1 Os itens constantes do ANEXO 2 têm os seguintes significados e funções:

Desenvolvimento: Totaliza os gastos no desenvolvimento do campo, a partir da declaração de comercialidade.

I Geologia & Geofísica

I.1 Levantamentos: Registra os gastos com levantamentos para caracterização de reservatórios e monitoramentos de fluidos.

I.2 Processamento: Registra os gastos relativos à computação e ao tratamento de dados sismográficos.

I.3 Interpretação: Registra os gastos com a integração e interpretação de dados sismográficos.

I.4 Outros: Registra outros gastos de geologia e geofísica que não sejam passíveis de classificação nas atividades especificadas acima.

II Estudos e Projetos: Acumula os gastos de estudos de reservatório e projetos do sistema de produção.

II.1 Estudos de Reservatório e Projeto Básico do Sistema de Produção: Registra os gastos com estudos de reservatórios para o desenvolvimento do campo, controle e avaliação do desempenho dos reservatórios, avaliação do potencial de produção, projetos de recuperação melhorada e gastos com engenharia básica para o desenvolvimento do campo.

II.2 Engenharia de Detalhamento do Sistema de Produção:

Registra os gastos com serviços de engenharia de detalhamento para o desenvolvimento do campo.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

III Perfuração: Acumula os gastos com perfuração (preparo de locações, cimentação, perfilagem, revestimento, “mud logging”, aluguel de equipamentos e da

unidade de perfuração, pescaria e outros) de poços produtores, injetores e outros (poços-guia, poços de captação ou descarte de água etc.).

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III.1 Materiais e Equipamentos: Registra os gastos com materiais e equipamentos utilizados na perfuração dos poços produtores, injetores e outros.

III.2 Serviços: Registra os gastos com serviços realizados na perfuração dos poços produtores, injetores e outros, incluindo aluguel da unidade de perfuração.

III.3 Outros: Registra outros gastos realizados nas operações de perfuração não contemplados nas contas especificadas acima.

IV Completação: Acumula os gastos com completação e recompletação de poços (acondicionamento do revestimento, correção de cimentação, canhoneio, instalação de coluna de produção/injeção e acessórios, árvore de natal, estimulação,

operações com nitrogênio, operações com “wire-line”, pescarias, perfilagens, aluguel da unidade de completação e outros).

IV.1 Materiais e Equipamentos: Registra os gastos com materiais e equipamentos utilizados na completação de poços.

IV.2 Serviços: Registra os gastos com serviços realizados na completação de poços, incluindo aluguel da unidade de completação.

IV.3 Outros: Registra outros gastos realizados nas operações de completação não contemplados nas contas especificadas acima

V Elevação Artificial: Acumula os gastos para a instalação de métodos de elevação artificial em poços ou mudança de métodos existentes (elevação pelo gás, bombeio mecânico, bombeio centrífugo, bombeio hidráulico etc.).

V.1 Materiais e Equipamentos: Registra os gastos com materiais e equipamentos utilizados na elevação artificial.

V.2 Serviços: Registra os gastos com serviços realizados na elevação artificial.

V.3 Outros: Registra outros gastos realizados nas operações de elevação artificial não contemplados nas contas especificadas acima.

VI Sistema de Coleta da Produção: Acumula os gastos necessários para a movimentação de petróleo e gás natural dos poços até as estações/plataformas coletoras.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

VI.1 Materiais e Equipamentos: Acumula os gastos realizados com aquisição de linhas, “manifolds” submarinos, “risers” e outros equipamentos necessários para a movimentação de petróleo e gás natural dos poços até as estações/plataformas coletoras.

VI.1.1 Linhas: Registra os gastos com aquisição de linhas.

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VI.1.2 “Manifolds” Submarinos: Registra os gastos com aquisição de “manifolds” submarinos.

VI.1.3 “Risers”: Registra os gastos com aquisição de “risers”.

VI.1.4 Outros: Registra os gastos com aquisição de outros equipamentos não contemplados nas contas especificadas acima.

VI.2 Serviços: Acumula os gastos realizados com instalação de linhas, “manifolds” submarinos, “risers” e de outros equipamentos necessários para a movimentação de petróleo e gás natural dos poços até as estações/plataformas coletoras.

Observação: Na hipótese dos serviços abaixo (itens VI.2.1, VI.2.2, VI.2.3 e VI.2.4) serem contratados globalmente, o concessionário pode registrar o valor total, sem discriminação, diretamente no item VI.2 - Serviços.

VI.2.1 Linhas: Registra os gastos com instalação de linhas.

VI.2.2 “Manifolds” Submarinos: Registra os gastos com instalação de “manifolds” submarinos.

VI.2.3 “Risers”: Registra os gastos com instalação de “risers”.

VI.2.4 Outros: Registra os gastos com instalação de outros equipamentos não contemplados nas contas especificadas acima.

VI.3 Outros: Registra outros gastos necessários para a movimentação de petróleo e gás natural dos poços até as estações/plataformas coletoras não contemplados nas contas especificadas acima.

VII Unidade de Produção: Acumula os gastos com a construção, montagem e instalação das unidades de produção.

VII.1 Unidade Marítima

VII.1.1 Materiais e Equipamentos: Registra os gastos com

construção e montagem.

VII.1.2 Serviços: Registra os gastos com instalação.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

VII.1.3 Outros: Registra outros gastos realizados com construção, montagem e instalação das unidades de produção marítimas não contemplados nas contas especificadas acima.

VII.2 Unidade Terrestre

VII.2.1 Materiais e Equipamentos: Registra os gastos com construção e montagem.

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Page 93: Livro Conteudo Local Onip-1

VII.2.2 Serviços: Registra os gastos com instalação.

VII.2.3 Outros: Registra outros gastos realizados com construção, montagem e instalação das unidades de produção terrestres não contemplados nas contas especificadas acima.

VIII Sistema de Escoamento da Produção: Acumula os gastos realizados com a fabricação, construção e instalação do sistema de escoamento da produção.

VIII.1 Materiais e Equipamentos: Acumula os gastos realizados com a aquisição de tubos, de compressores, de unidade de armazenamento (unidades flutuantes e tancagem terrestre) e de outros componentes pertencentes ao sistema de escoamento da produção.

VIII.1.1 Oleodutos: Registra os gastos com aquisição de tubos.

VIII.1.2 Gasodutos: Registra os gastos com aquisição de tubos.

XI Desativação do Campo: Acumula os gastos com desativação do campo.

XI.1 Arrasamento e Abandono de Poços: Registra os gastos com arrasamento e abandono de poços.

XI.2 Retirada de Equipamentos: Registra os gastos com a retirada de equipamentos existentes no campo.

XI.3 Recuperação de Áreas: Registra os gastos com a recuperação de áreas.

XI.4 Outros: Registra os gastos que não sejam passíveis de classificação nas contas específicas.

XII Administração: Acumula os gastos administrativos e de apoio às atividades de desenvolvimento do campo.

VIII.1.3 Compressores: Registra os gastos com aquisição de compressores.

VIII.1.4 Unidade de Armazenamento: Registra os gastos com aquisição de unidade de armazenamento.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

VIII.1.5 Outros: Registra os gastos com aquisição de outros componentes pertencentes ao sistema de escoamento da produção não contemplados nas contas especificadas acima.

VIII.2 Serviços: Acumula os gastos realizados com a instalação de tubos, de compressores, de unidade de armazenamento (unidades flutuantes e tancagem terrestre) e de outros componentes pertencentes ao sistema de escoamento da produção.

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Page 94: Livro Conteudo Local Onip-1

Observação: Na hipótese dos serviços abaixo (itens VIII.2.1, VIII.2.2, VIII.2.3, VIII.2.4 e VIII.2.5) serem contratados globalmente, o concessionário pode registrar o valor total, sem discriminação, diretamente no item VIII.2 - Serviços.

VIII.2.1 Oleodutos: Registra os gastos com instalação de tubos.

VIII.2.2 Gasodutos: Registra os gastos com instalação de tubos.

VIII.2.3 Compressores: Registra os gastos com instalação de compressores.

VIII.2.4 Unidade de Armazenamento: Registra os gastos com instalação de unidade de armazenamento.

VIII.2.5 Outros: Registra os gastos com instalação de outros componentes pertencentes ao sistema de escoamento da produção não contemplados nas contas especificadas acima.

VIII.3 Outros: Registra outros gastos realizados com a fabricação, construção e instalação do sistema de escoamento da produção não contemplados nas contas especificadas acima.

IX Segurança Operacional: Registra os gastos com projetos de segurança operacional do campo, considerando equipamentos de salvatagem, proteção ativa e passiva de incêndio, detecção de vazamentos de gás, sistemas de prevenção a explosões, equipamentos de resposta a vazamentos etc.

X Proteção Ambiental: Registra os gastos com projetos de proteção ambiental do campo, considerando tratamento e descarte de lamas, fluidos e cascalhos de perfuração, tratamento de efluentes, resíduos e emissões, descarte de água, construção de diques, valetamento e outras barreiras, prevenção de contaminação de aquíferos e cursos d'água, prevenção de danos aos ecossistemas sensíveis, tratamento e disposição de borras e outros resíduos oleosos, disposição de materiais com incrustações radioativas, disposição de materiais tóxicos ou perigosos, disposição/reciclagem de sucata, planos e programas ambientais (mitigação dos danos, comunicação social, educação ambiental, respostas a

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

emergências etc.), programas de restauração e reabilitação de áreas e de compensação financeira etc.

XII.1 Custos Administrativos Diretos: Registra os gastos de apoio administrativo alocado nas atividades acima relacionadas à área de desenvolvimento.

XII.2 Custos Administrativos Indiretos: Registra os gastos de apoio administrativo e técnico (e.g. planejamento, tesouraria, gerenciamento etc.) imputados às atividades acima relacionadas à área de desenvolvimento de forma indireta, através de algum critério de rateio, admitido o uso do preço de transferência. Não se admite a

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Page 95: Livro Conteudo Local Onip-1

alocação de custos resultantes da aplicação de percentuais sobre o custo direto a título de custos de “overhead”.

XIII Apoio Operacional: Registra os gastos com suprimentos e transportes de materiais, equipamentos, pessoal etc., alocados na área de desenvolvimento.

6.3 RELATÓRIO DE GASTOS TRIMESTRAIS - PRODUÇÃO

6.3.1 Os itens constantes do ANEXO 3 têm os seguintes significados e funções:

Produção: Totaliza os gastos na etapa de produção do campo.

I Custos Operacionais: Acumula os gastos nas operações de produção do campo.

I.1 Poços: Registra os gastos com materiais, pessoal e serviços na intervenção e reparo em poços.

I.2 Sistema de Coleta da Produção: Registra os gastos com materiais, pessoal e serviços na operação dos sistemas de coleta da produção.

I.3 Arrendamento ou Afretamento de Unidades de Produção:

Registra os gastos com arrendamento ou afretamento de unidades de produção.

I.4 Unidade de Produção e Plantas de Processo e Utilidades:

Registra os gastos com materiais, pessoal e serviços realizados na operação de unidades de produção e das plantas de processo e utilidades.

I.5 Sistema de Escoamento da Produção: Registra os gastos com materiais, pessoal e serviços na operação do sistema de escoamento da produção.

I.6 Segurança Operacional: Registra os gastos com materiais, pessoal e serviços na segurança da operação do campo.

I.7 Proteção Ambiental: Registra os gastos com materiais, pessoal e serviços na proteção ao meio ambiente.

Continuação - ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

II Administração: Acumula os gastos administrativos e de apoio às operações de produção do campo.

II.1 Custos Administrativos Diretos: Registra os gastos de apoio administrativo alocado nas atividades acima relacionadas ao campo.

II.2 Custos Administrativos Indiretos: Registra os gastos de apoio administrativo e técnico (e.g. planejamento, tesouraria, gerenciamento etc.) imputados às atividades acima relacionadas ao campo de forma indireta, através de algum critério de rateio,

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Page 96: Livro Conteudo Local Onip-1

admitido o uso do preço de transferência. Não se admite a alocação de custos resultantes da aplicação de percentuais sobre o custo direto a título de custos de “overhead”.

III Apoio Operacional: Registra os gastos com suprimentos e transportes de materiais, equipamentos, pessoal etc., alocados na área de produção.

96

Page 97: Livro Conteudo Local Onip-1

Continuação- ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

ANEXO 1

RELATÓRIO DE GASTOS TRIMESTRAL – EXPLORAÇÃO

(Valores em R$ 1.000)

97

Page 98: Livro Conteudo Local Onip-1

Continuação- ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

ANEXO 2

RELATÓRIO DE GASTOS TRIMESTRAL – DESENVOLVIMENTO

(Valores em R$ 1.000)

Continuação- ANEXO 1 – Portaria ANP Nº 180, de 5.6.2003- DOU 9.6.2003

98

Page 99: Livro Conteudo Local Onip-1

ANEXO 3

RELATÓRIO DE GASTOS TRIMESTRAL – PRODUÇÃO

(Valores em R$ 1.000)

ANEXO 2 - Exigência de CL a partir da Sétima Rodada de Licitações

Sist

em

Subs

iste

ma Item Águas Profundas

> 400 metrosÁguas Rasas

100 - 400 Águas Rasas < 100 metros

Terra

99

Page 100: Livro Conteudo Local Onip-1

a

metrosCL CL CL

Sistemas Item Sistemas Item Sistemas Item Sistemas Item

Mín

imo

Máx

imo

CL m

ínim

o ite

m (%

)

Mín

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Mín

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Máx

imo

CL m

ínim

o ite

m (%

)

Expl

oraç

ão

Geologia e Geofísica

Interpretação e Processamento

37 55

40

37 55

40

51 60

40

70 80

40

Aquisição 5 5 5 20

Perfuração, Avaliação e

Completação

Afretamento Sonda 10 10 20 90

Perfuração + Completação (Obs 1) 30 30 30 30

Sistemas Auxiliares (Obs 2) 55 55 55 55Apoio

OperacionalApoio Logístico (Marit/Aéreo/Base) 15 15 15 90

Des

envo

lvim

ento

Perfuração, Avaliação e

Completação

Afretamento Sonda

55 65

10

55 65

10

63 70

20

77 85

90

Perfuração + Completação (Obs 1) 30 30 50 50Sistemas Auxiliares (Obs 2) 55 55 55 55Apoio Logístico 15 15 15 90Árvore de Natal 85 85 85 90

Des

envo

lvim

ento

Sistema de Coleta da Produção

Umbilicais / Sistemas de Bombeio

55 65

40

55 65

40

63 70

40

77 85

80Manifolds 80 80 80 90Linhas de Produção/Injeção Flexíveis (Flowines, Risers)

80 80 80 -

Linhas de Produção/Injeção Rígidas 100 100 100 -Dutos de Escoamento 100 100 100 95Sistema de Controle Submarino 50 50 50 -Engenharia Básica 50 50 50 95Engenharia de Detalhamento 95 95 95 95Gerenciamento, Construção e Montagem

60 60 95 95

UEP / Planta de Processo

Engenharia Básica 50 50 50 95Engenharia de Detalhamento 95 95 95 95Gerenciamento, Construção e Montagem

60 60 95 95

Casco / Jaqueta 80 80 20 -Sistemas Navais / Módulos 50 50 85 -

UEP / Planta de Processo

Sistema Múltiplo de Ancoragem / Interligações

55 65

70

55 65

70

63 70

90

77 85

-

Sistema Simples de Ancoragem 30 30 - -Instalação de Integração dos Módulos 95 95 - -Pré-instalação e Hook-up das Linhas de Ancoragem

85 85 - -

Plantas Obs. 4

Engenharia Básica 50 50 50 95Engenharia de Detalhamento

95 95 95 95

Gerenciamento de Serviço

90 90 95 95

Materiais (Obs 3) 75 75 75 75Construção e Montagem

95 95 95 95

Continuação - ANEXO 2 - Exigência de CL a partir da Sétima Rodada de Licitações

Obs.1: Na composição do CL médio para perfuração, avaliação e completação, devem ser considerados os seguintes subitens:

Obs.2: Na composição dos sistemas auxiliares devem ser considerados os seguintes subitens

100

Page 101: Livro Conteudo Local Onip-1

Equipamento CL (%) Equipamento CL (%)Cabeça de Poço 45 Sistema Elétrico 60Revestimento 80 Sistema de Automação 60Coluna de Produção 80 Sistema de Telecomunicação 40Equipamentos de Poço 30 Sistema de Medição Fiscal 60Brocas 5 Instrumentação de Campo 40

Obs.3: Na composição do CL médio para os equipamentos da UEP/Planta de Processo, devem ser considerados:

Obs.4: Este item é composto por planta de processo, planta de movimentação de gás e planta de injeção de água.

Tipos Equipamentos CL (%)

CaldeirariaVasos de Pressão 85 Obs.5: No caso de serviços executados porFornos 80 empregados da empresa concessionária,Tanques 90 contratados segundo leis brasileiras, o valor

Torres De Processo 85 em reais correspondente à execução daDe Resfriamento 85 atividade (calculado com base de homem/hora)

Trocadores de Calor 80 poderá ser considerado para efeito de cálculo

MecânicosRotativos

Bombas 70 do Conteúdo Local, desde que os valoresTurbina a Vapor 90 sejam compatíveis com os de mercado.Compressores Parafuso 70 Compressores Alternativos 70 Obs.6: Os valores apresentados são válidosMotores a Diesel (até 600 HP) 90 também para as rodadas de números 8 a 10,

MecânicosEstáticos

Válvulas (até 24’’) 90 exceto no que se refere a Obs. 1 para asFiltros 85 rodadas 9 e 10 que devem ser conforme oProteção Catódica 90 quadro abaixo:

Sistema Elétrico 60 Equipamento CL (%)Sistema de Automação 60 Cabeça de Poço 60Sistema de Telecomunicação 40 Revestimento 60Sistema de Medição Fiscal 60 Coluna de Produção 40Instrumentação de Campo 40 Equipamentos de Poço 60

Brocas 40

101

Page 102: Livro Conteudo Local Onip-1

12. LINKS IMPORTANTES

- Resolução da ANP nº 36/2007 e Regulamento ANP nº 06/2007 –

http://www.anp.gov.br/SITE/acao/download/?id=24407

- Resolução ANP nº 37/2007 e Regulamento ANP nº 07/2007 –

http://www.anp.gov.br/SITE/acao/download/?id=24408

- Resolução ANP nº 38/2007 e Regulamento ANP nº 08/2007

http://www.anp.gov.br/SITE/acao/download/?id=24388

- Resolução ANP nº 38/2007 e Regulamento ANP nº 08/2007

http://www.anp.gov.br/SITE/acao/download/?id=24389

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