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W B A 9 3 5 LÍNGUA PORTUGUESA aprender mais ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

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Page 1: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

WBA

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LÍNGUA PORTUGUESA

aprender mais

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAISENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Page 2: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

Eduardo Henrique Accioly GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Danilo Jorge de Barros CabralSECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO

Nilton da Mota Silveira FilhoCHEFE DE GABINETE

Margareth Costa ZaponiSECRETÁRIA EXECUTIVA DE GESTÃO DE REDE

Aída Maria Monteiro da SilvaSECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Zélia Granja PortoGERENTE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

Rosinete SalvianoCHEFE DE UNIDADE

Maria Epifânia de França Galvão ValençaGERENTE DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Wanda Maria Braga CardosoELABORAÇÃO - EQUIPE TÉCNICA DE ENSINO

Campos

APRESENTAÇÃO

A Secretaria de Educação, ao assumir o compromisso de assegurar a todos(as) os(as) estudantes o direito à educação pública de qualidade social, vem desenvolvendo um conjunto de ações com vistas à melhoria da qualidade do ensino na rede pública, de forma a garantir o acesso, a permanência e a terminalidade nos diversos níveis e modalidades de ensino aos que neles ingressem, com resultados bem sucedidos.

Nessa direção, uma das prioridades da Secretaria de Educação de Pernambuco é oferecer aos(as) estudantes novas oportunidades de ensino e aprendizagens para os que encontram dificuldades nesse processo.

É com essa compreensão que essa Secretaria elaborou o PROJETO APRENDER MAIS, em consonância com a LDB – 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que estabelece como dever do Estado garantir padrões mínimos de qualidade do ensino e a obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para casos de baixo rendimento escolar, como política educacional.

O PROJETO APRENDER MAIS visa atender aos (as) estudantes da 4ª série/5º ano, 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio das escolas estaduais que apresentam defasagem e/ou dificuldades de aprendizagens em relação aos conteúdos ministrados e prescritos no currículo escolar. Serão desenvolvidas ações de reensino, em horários regulares e em horários complementares, de forma concomitante aos estudos realizados no cotidiano da escola.

Este Caderno contém um conjunto de ORIENTAÇÕES TEÓRICO METODOLÓGICAS visando contribuir com as práticas de docência, com foco nos descritores/conteúdos curriculares estabelecidos pela Secretaria de Educação.

É importante que você professor (a), ao identificar as dificuldades e possibilidades dos estudantes, organize as atividades pedagógicas desenvolvendo dinâmicas de sala de aula que possibilitem ao (a) estudante construir o seu próprio conhecimento. A problematização de situações didáticas que estimulem a compreensão, interpretação, análise e síntese das novas aprendizagens, priorizando as diferentes linguagens devem ser desenvolvidas com dinâmicas diversificadas, utilizando materiais existentes na escola – jogos didáticos, revista, livros, DVD e CD, entre outros.

Considerando a complexidade desse processo, sabemos que os resultados em um grupo de estudantes não são homogêneos. Essa realidade requer trabalhos e atendimentos pedagógicos específicos aos que apresentam dificuldades, de modo a possibilitar o aperfeiçoamento do desempenho escolar. Há estudantes que necessitam de mais tempo ou de outras formas e metodologia para aprender.

A Escola tem o papel social de promover todas as formas de ensino para que o (a) estudante desenvolva aprendizagem bem sucedidas, e você professor (a) desempenha papel primordial como mediador no processo de construção do conhecimento junto ao estudante.

É importante envolver a família do (a) estudante nesse processo uma vez que a educação é tarefa de todos.

Bom trabalho!

DANILO CABRALSecretário de Educação do Estado

Page 3: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

Eduardo Henrique Accioly GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Danilo Jorge de Barros CabralSECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO

Nilton da Mota Silveira FilhoCHEFE DE GABINETE

Margareth Costa ZaponiSECRETÁRIA EXECUTIVA DE GESTÃO DE REDE

Aída Maria Monteiro da SilvaSECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Zélia Granja PortoGERENTE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

Rosinete SalvianoCHEFE DE UNIDADE

Maria Epifânia de França Galvão ValençaGERENTE DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Wanda Maria Braga CardosoELABORAÇÃO - EQUIPE TÉCNICA DE ENSINO

Campos

APRESENTAÇÃO

A Secretaria de Educação, ao assumir o compromisso de assegurar a todos(as) os(as) estudantes o direito à educação pública de qualidade social, vem desenvolvendo um conjunto de ações com vistas à melhoria da qualidade do ensino na rede pública, de forma a garantir o acesso, a permanência e a terminalidade nos diversos níveis e modalidades de ensino aos que neles ingressem, com resultados bem sucedidos.

Nessa direção, uma das prioridades da Secretaria de Educação de Pernambuco é oferecer aos(as) estudantes novas oportunidades de ensino e aprendizagens para os que encontram dificuldades nesse processo.

É com essa compreensão que essa Secretaria elaborou o PROJETO APRENDER MAIS, em consonância com a LDB – 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que estabelece como dever do Estado garantir padrões mínimos de qualidade do ensino e a obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para casos de baixo rendimento escolar, como política educacional.

O PROJETO APRENDER MAIS visa atender aos (as) estudantes da 4ª série/5º ano, 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio das escolas estaduais que apresentam defasagem e/ou dificuldades de aprendizagens em relação aos conteúdos ministrados e prescritos no currículo escolar. Serão desenvolvidas ações de reensino, em horários regulares e em horários complementares, de forma concomitante aos estudos realizados no cotidiano da escola.

Este Caderno contém um conjunto de ORIENTAÇÕES TEÓRICO METODOLÓGICAS visando contribuir com as práticas de docência, com foco nos descritores/conteúdos curriculares estabelecidos pela Secretaria de Educação.

É importante que você professor (a), ao identificar as dificuldades e possibilidades dos estudantes, organize as atividades pedagógicas desenvolvendo dinâmicas de sala de aula que possibilitem ao (a) estudante construir o seu próprio conhecimento. A problematização de situações didáticas que estimulem a compreensão, interpretação, análise e síntese das novas aprendizagens, priorizando as diferentes linguagens devem ser desenvolvidas com dinâmicas diversificadas, utilizando materiais existentes na escola – jogos didáticos, revista, livros, DVD e CD, entre outros.

Considerando a complexidade desse processo, sabemos que os resultados em um grupo de estudantes não são homogêneos. Essa realidade requer trabalhos e atendimentos pedagógicos específicos aos que apresentam dificuldades, de modo a possibilitar o aperfeiçoamento do desempenho escolar. Há estudantes que necessitam de mais tempo ou de outras formas e metodologia para aprender.

A Escola tem o papel social de promover todas as formas de ensino para que o (a) estudante desenvolva aprendizagem bem sucedidas, e você professor (a) desempenha papel primordial como mediador no processo de construção do conhecimento junto ao estudante.

É importante envolver a família do (a) estudante nesse processo uma vez que a educação é tarefa de todos.

Bom trabalho!

DANILO CABRALSecretário de Educação do Estado

Page 4: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

ORIENTAÇÕES

Este caderno reúne um conjunto de atividades pedagógicas da área de conhecimento de Língua Portuguesa com o objetivo de serem aplicadas em sequências didáticas para o ensino de conteúdos curriculares em que os alunos apresentem necessidades e dificuldades em conceitos que não foram consolidados a partir de diagnóstico das necessidades dos seus alunos e alunas.

O trabalho com sequências didáticas permite a elaboração de contextos de produção de uso da linguagem de forma mais próxima da realidade, por meio de atividades e exercícios múltiplos e variados com a finalidade de ajudar o aluno a consolidar melhor um determinado gênero textual, uma regra ortográfica, compreensão de leitura, noções, técnicas e instrumentos que desenvolvam suas capacidades de expressão oral e escrita em diversas situações de comunicação. Uma sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemática, em torno de um determinado conteúdo. Ela também serve para dar acesso aos alunos a práticas de linguagens novas ou de difícil apreensão. Por exemplo, o professor poderá organizar módulos, constituídos por várias atividades ou exercícios, utilizando, assim, instrumentos necessários para esse domínio de maneira sistemática e aprofundada. O professor poderá solicitar aos alunos uma produção final, pode por em prática os conhecimentos adquiridos nas oportunidades de reensino e aferir os progressos alcançados por alunos e alunas. Esta produção final poderá servir, também, para uma avaliação do tipo somativo, que incidirá sobre os aspectos trabalhados durante a sequência.

Dessa forma, as sequências didáticas devem esclarecer quais são os elementos próprios da situação de comunicação em questão, levar o aluno a ter contato com os mais variados gêneros textuais e exercitá-los no domínio discursivo de suas particularidades. As etapas da sequência didática estão assim representadas:

1. Apresentação da proposta de trabalho com um gênero textual, sempre associada a questões de interesses do aluno;

2. Partir dos conhecimentos prévios dos alunos;3. Estabelecer contato inicial com o gênero textual em estudo;4. Ampliação do repertório, com leitura e análise de vários textos do gênero

escolhido;5. Propor a escrita de um texto no gênero, como forma de diagnosticar o que

os alunos sabem sobre ele e o que precisa ainda ser aprendido;6. Organização e sistematização do conhecimento: estudo detalhado dos

elementos constitutivos do gênero, suas situações de produção e circulação;

7. Produção de um texto coletivo, tendo o professor como mediador, para tornar o gênero e seus elementos um conteúdo partilhado pela classe;

8. Produção individual de um texto o mais próximo possível do gênero estudado;

9. Revisão e reescrita do texto individual, respeitando elementos do gênero, coesão e coerência a correção ortográfica e gramatical.

03

LÍNGUA PORTUGUESA | PROJETO APRENDER MAIS

Page 5: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

ORIENTAÇÕES

Este caderno reúne um conjunto de atividades pedagógicas da área de conhecimento de Língua Portuguesa com o objetivo de serem aplicadas em sequências didáticas para o ensino de conteúdos curriculares em que os alunos apresentem necessidades e dificuldades em conceitos que não foram consolidados a partir de diagnóstico das necessidades dos seus alunos e alunas.

O trabalho com sequências didáticas permite a elaboração de contextos de produção de uso da linguagem de forma mais próxima da realidade, por meio de atividades e exercícios múltiplos e variados com a finalidade de ajudar o aluno a consolidar melhor um determinado gênero textual, uma regra ortográfica, compreensão de leitura, noções, técnicas e instrumentos que desenvolvam suas capacidades de expressão oral e escrita em diversas situações de comunicação. Uma sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemática, em torno de um determinado conteúdo. Ela também serve para dar acesso aos alunos a práticas de linguagens novas ou de difícil apreensão. Por exemplo, o professor poderá organizar módulos, constituídos por várias atividades ou exercícios, utilizando, assim, instrumentos necessários para esse domínio de maneira sistemática e aprofundada. O professor poderá solicitar aos alunos uma produção final, pode por em prática os conhecimentos adquiridos nas oportunidades de reensino e aferir os progressos alcançados por alunos e alunas. Esta produção final poderá servir, também, para uma avaliação do tipo somativo, que incidirá sobre os aspectos trabalhados durante a sequência.

Dessa forma, as sequências didáticas devem esclarecer quais são os elementos próprios da situação de comunicação em questão, levar o aluno a ter contato com os mais variados gêneros textuais e exercitá-los no domínio discursivo de suas particularidades. As etapas da sequência didática estão assim representadas:

1. Apresentação da proposta de trabalho com um gênero textual, sempre associada a questões de interesses do aluno;

2. Partir dos conhecimentos prévios dos alunos;3. Estabelecer contato inicial com o gênero textual em estudo;4. Ampliação do repertório, com leitura e análise de vários textos do gênero

escolhido;5. Propor a escrita de um texto no gênero, como forma de diagnosticar o que

os alunos sabem sobre ele e o que precisa ainda ser aprendido;6. Organização e sistematização do conhecimento: estudo detalhado dos

elementos constitutivos do gênero, suas situações de produção e circulação;

7. Produção de um texto coletivo, tendo o professor como mediador, para tornar o gênero e seus elementos um conteúdo partilhado pela classe;

8. Produção individual de um texto o mais próximo possível do gênero estudado;

9. Revisão e reescrita do texto individual, respeitando elementos do gênero, coesão e coerência a correção ortográfica e gramatical.

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LÍNGUA PORTUGUESA | PROJETO APRENDER MAIS

Page 6: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

Por fim, ao usar uma sequência didática, algumas questões devem ser formuladas:

Qual o gênero será abordado?Quais as regras ortográficas que determinados alunos não compreenderam? O que os alunos e alunas respondem sobre esse conteúdo?Que forma assumirá a produção? Gravação? Uma peça de teatro?Quem participará, todos os alunos? Em grupos?

Veja, por exemplo, o livro texto da BCC (Base Curricular Comum), a qual se encontra organizada a partir de eixos teórico-metodológicos da língua, devendo servir como referencial à avaliação do desempenho dos alunos, atualmente conduzida pelo Sistema de Avaliação Educacional do Estado de Pernambuco (SAEPE), que apresenta, através da Matriz de Referência, os descritores, conforme explicitado no quadro a seguir. Após a leitura, consulte as OTMs - Orientações Teórica Metodológicas, as quais são concebidas como referenciais estruturadores das práticas de ensino da Língua Portuguesa. Elas estão disponíveis no site da Secretaria, www.educacao.pe.gov.br . Consulte também os materiais pedagógicos e atividades do GESTAR II, disponíveis no site do MEC, www.mec.gov.br .

04

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

É dentro dessa perspectiva que se garante um espaço privilegiado para desenvolver um trabalho com os gêneros textuais, manifestações das práticas discursivas que se estabeleceram no decorrer dos anos, para cumprir determinados propósitos comunicativos, e que continuam em mudança. Em todos os âmbitos de atuação do ser humano, desde as relações pessoais até o universo artístico, jurídico, escolar etc., há gêneros que preenchem determinadas funções sociais, como: o bilhete, o poema, a lei, o e-mail, o requerimento, a fábula, a piada, a história em quadrinhos, o blog, o conto, o diário, o debate, a receita, a notícia, a reportagem, a entrevista, o resumo, a biografia, o seminário, a peça de teatro, a letra de música etc. Cada gênero tem características e especificidades próprias, modos específicos de produção, circulação e recepção, além de implicações ideológicas particulares.

Dessa forma, torna-se necessário trazer para a sala de aula as múltiplas práticas de linguagem, materializadas nos gêneros textuais, através de situações de ensino e aprendizagem desafiadoras. Contudo, apenas trazer gêneros variados para dentro da sala de aula não garante a construção e a ampliação de capacidade de leitura, escrita, oralidade e análise da língua. Ao serem levados de outras esferas para o ambiente escolar, os gêneros são tratados conforme os objetivos da escola, relativos ao ensino e aprendizagem. Por exemplo, ao lermos um poema fora da escola, não temos de responder a questões de leitura, o que é bastante comum quando se lê um poema em sala de aula. A escolarização não é um problema em si, pois é função da escola tratar os gêneros segundo as necessidades de ensino e aprendizagem dos alunos. No entanto, deve-se ter o cuidado de, na escolarização dos gêneros, procurar não artificializar as práticas de leitura/escuta e produção, sem perder de vista o que é necessário aprender.

Nesse contexto, consideramos de suma importância levar os alunos a refletirem sobre como se constituem esses gêneros, partindo dos aspectos mais amplos, como, por exemplo, o contexto em que são produzidas as notícias, os critérios para considerar determinados fatos passíveis de serem noticiados, até aspectos mais pontuais, como o uso do tempo presente nos títulos das notícias, para dá a impressão de se tratar de acontecimentos recentes.

Refletindo sobre como e por que razão um determinado gênero é produzido, o aluno estará mais habilitado a lê-lo de forma crítica e a produzi-lo de forma mais adequada, quando for solicitado. É nesse âmbito que se integram as práticas pedagógicas de compreensão (leitura/escuta), análise lingüística e produção (escrita/oral), conforme vêm apontando pesquisas sobre ensino de língua materna e documentos oficiais que orientam esse processo de ensino.

Para produzir um trabalho com os gêneros textuais nos diversos eixos de ensino, acreditamos que as práticas de leitura/escuta na escola devem ultrapassar a identificação manifesta, explorando-se estratégias de levantamento e checagem de hipótese, inferências, comparações, sínteses e extrapolações, além de outras.

Em relação à produção oral e escrita, é necessário pensar em orientações claras sobre as condições de produção e circulação dos gêneros: qual o objetivo para elaborar o texto, qual o gênero, quem é o interlocutor, em que suporte será veiculado etc. Diante disso, torna-se necessário promover oportunidades para as etapas de planejamento, produção, revisão e reescrita/refacção.

Importa, ainda, observar a necessidade de familiaridade com o tema do texto a ser produzido, o que implica um trabalho prévio de discussão, de leitura de outros textos sobre o tema, de levantamento de idéias principais, dúvidas e eventuais polêmicas.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 7: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

Por fim, ao usar uma sequência didática, algumas questões devem ser formuladas:

Qual o gênero será abordado?Quais as regras ortográficas que determinados alunos não compreenderam? O que os alunos e alunas respondem sobre esse conteúdo?Que forma assumirá a produção? Gravação? Uma peça de teatro?Quem participará, todos os alunos? Em grupos?

Veja, por exemplo, o livro texto da BCC (Base Curricular Comum), a qual se encontra organizada a partir de eixos teórico-metodológicos da língua, devendo servir como referencial à avaliação do desempenho dos alunos, atualmente conduzida pelo Sistema de Avaliação Educacional do Estado de Pernambuco (SAEPE), que apresenta, através da Matriz de Referência, os descritores, conforme explicitado no quadro a seguir. Após a leitura, consulte as OTMs - Orientações Teórica Metodológicas, as quais são concebidas como referenciais estruturadores das práticas de ensino da Língua Portuguesa. Elas estão disponíveis no site da Secretaria, www.educacao.pe.gov.br . Consulte também os materiais pedagógicos e atividades do GESTAR II, disponíveis no site do MEC, www.mec.gov.br .

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

É dentro dessa perspectiva que se garante um espaço privilegiado para desenvolver um trabalho com os gêneros textuais, manifestações das práticas discursivas que se estabeleceram no decorrer dos anos, para cumprir determinados propósitos comunicativos, e que continuam em mudança. Em todos os âmbitos de atuação do ser humano, desde as relações pessoais até o universo artístico, jurídico, escolar etc., há gêneros que preenchem determinadas funções sociais, como: o bilhete, o poema, a lei, o e-mail, o requerimento, a fábula, a piada, a história em quadrinhos, o blog, o conto, o diário, o debate, a receita, a notícia, a reportagem, a entrevista, o resumo, a biografia, o seminário, a peça de teatro, a letra de música etc. Cada gênero tem características e especificidades próprias, modos específicos de produção, circulação e recepção, além de implicações ideológicas particulares.

Dessa forma, torna-se necessário trazer para a sala de aula as múltiplas práticas de linguagem, materializadas nos gêneros textuais, através de situações de ensino e aprendizagem desafiadoras. Contudo, apenas trazer gêneros variados para dentro da sala de aula não garante a construção e a ampliação de capacidade de leitura, escrita, oralidade e análise da língua. Ao serem levados de outras esferas para o ambiente escolar, os gêneros são tratados conforme os objetivos da escola, relativos ao ensino e aprendizagem. Por exemplo, ao lermos um poema fora da escola, não temos de responder a questões de leitura, o que é bastante comum quando se lê um poema em sala de aula. A escolarização não é um problema em si, pois é função da escola tratar os gêneros segundo as necessidades de ensino e aprendizagem dos alunos. No entanto, deve-se ter o cuidado de, na escolarização dos gêneros, procurar não artificializar as práticas de leitura/escuta e produção, sem perder de vista o que é necessário aprender.

Nesse contexto, consideramos de suma importância levar os alunos a refletirem sobre como se constituem esses gêneros, partindo dos aspectos mais amplos, como, por exemplo, o contexto em que são produzidas as notícias, os critérios para considerar determinados fatos passíveis de serem noticiados, até aspectos mais pontuais, como o uso do tempo presente nos títulos das notícias, para dá a impressão de se tratar de acontecimentos recentes.

Refletindo sobre como e por que razão um determinado gênero é produzido, o aluno estará mais habilitado a lê-lo de forma crítica e a produzi-lo de forma mais adequada, quando for solicitado. É nesse âmbito que se integram as práticas pedagógicas de compreensão (leitura/escuta), análise lingüística e produção (escrita/oral), conforme vêm apontando pesquisas sobre ensino de língua materna e documentos oficiais que orientam esse processo de ensino.

Para produzir um trabalho com os gêneros textuais nos diversos eixos de ensino, acreditamos que as práticas de leitura/escuta na escola devem ultrapassar a identificação manifesta, explorando-se estratégias de levantamento e checagem de hipótese, inferências, comparações, sínteses e extrapolações, além de outras.

Em relação à produção oral e escrita, é necessário pensar em orientações claras sobre as condições de produção e circulação dos gêneros: qual o objetivo para elaborar o texto, qual o gênero, quem é o interlocutor, em que suporte será veiculado etc. Diante disso, torna-se necessário promover oportunidades para as etapas de planejamento, produção, revisão e reescrita/refacção.

Importa, ainda, observar a necessidade de familiaridade com o tema do texto a ser produzido, o que implica um trabalho prévio de discussão, de leitura de outros textos sobre o tema, de levantamento de idéias principais, dúvidas e eventuais polêmicas.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 8: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

As atividades de análise lingüística propostas buscam, como primazia, a produção de sentidos e a reflexão sobre o fenômeno da linguagem. Não propomos, nessas atividades, a memorização de nomenclaturas nem a resolução de exercícios de classificação morfossintática. Então, julgamos necessário oportunizar ao aluno a reflexão sobre as regras de uso e funcionamento da língua, ajudando-o a construir definições a partir do trabalho com o texto ou a atividade. Dessa maneira, é fundamental que as suas falas sejam valorizadas e sistematizadas de forma coletiva.

É papel da escola propiciar o desenvolvimento de capacidades amplas de leitura/escuta, escrita, oralidade e análise linguística, além de uma exploração adequada da diversidade textual em sala de aula, a qual pode contribuir para que os alunos sejam cada vez mais capazes de compreender e elaborar gêneros diversos, em várias situações de interação social.

Supomos que algumas sequências parecerão mais atraentes para uma determinada turma de alunos que outras e algumas demandarão mais trabalho que outras. De outra forma, uma sequência que tenha sido planejada para uma etapa de escolaridade (ciclo/série) pode ser utilizada para alunos de outra fase (ciclo/série), desde que o professor faça as adaptações necessárias. Assim, a intervenção do professor com eventuais alterações e ampliações, será sempre bem aceita, atuando nesta empreitada como co-autor nessa incessante busca do que é aprender e ensinar.

Na esteira dessas considerações, a aprendizagem dos alunos é o objetivo maior da proposta de trabalho de reforço escolar sugerida por esta gerência. Compreende-se, dessa forma, uma ação que deve consolidar e ampliar conhecimentos, enriquecer as experiências culturais e sociais dos alunos e auxiliá-los a vencer obstáculos em sua aprendizagem, favorecendo o sucesso na escola e na vida.

Como toda ação pedagógica, o reforço exige um cuidadoso planejamento, a definição das metas, a escolha de alternativas e o envolvimento dos interessados. Este caderno aponta alguns caminhos, propõe ações, e discute assuntos que consideramos importantes para que o reforço complemente com êxito o trabalho desenvolvido em sala de aula e, sobretudo, seja uma ação articulada ao projeto educativo, compondo o plano pedagógico da escola.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

TRABALHANDO COM GÊNEROS

Tomamos como ponto de partida para realização desse trabalho a visão bakhtiniana sobre gêneros do discurso. Bakhtin postula que tudo o que comunicamos só se faz possível através de gêneros. Um dos aspectos mais interessantes dos gêneros, que alude de forma direta à questão do “uso” é o fato de que devemos considerar o gênero como meio social de produção e de recepção do discurso. Assim, a vivência das situações de comunicação e o contato com os diferentes gêneros que surgem no cotidiano, exercitam a competência linguística do falante/ouvinte produtor de textos. Essa competência é inerente ao ser humano social que interage, comunica, cria e recria. Na medida em que um indivíduo avança em grau de escolaridade, ele tende a tornar-se cada vez mais proficiente na operacionalização de variadas categorias textuais. Sendo assim, pretendemos desenvolver a competência linguístico-discursiva e pragmática dos nossos alunos como cidadãos co-construtores do seu espaço na sociedade.

I – CRÔNICA

A Crônica, por ser um texto curto, leve, lírico ou humorístico, e algumas vezes crítico, aborda o dia-a-dia de nossa sociedade. Acreditamos que esse gênero pode ser experimentado pelos alunos nas aulas de língua materna, uma vez que a crônica é um dos gêneros mais utilizados pelos livros didáticos, sem prescindir da sua circulação no domínio midiático, como jornais e revistas.

Objetivos: (re) conhecer características do gênero crônica, relacionando-as às temáticas do cotidiano; reconhecer algumas estratégias discursivas de produção de sentido, como marcas da oralidade – uso de gíria, variantes linguísticas, repetições; paragrafação; perceber a relação de sentido entre os tempos verbais; produzir crônica a partir de um fato, destacando a particularidade sobre o cotidiano como ponto de partida para a produção.

Normalmente, a crônica representa um diálogo explícito entre o produtor do texto e o leitor. Em alguns casos, ela é escrita na primeira pessoa, realçando a impressão do autor sobre um determinado assunto, definindo seu ponto de vista, o que resulta em uma maior interação com o leitor. A linguagem utilizada não tem rebuscamento, assumindo, algumas vezes, um tom informal. As tipologias textuais predominantes são a narrativa e a descritiva, no entanto outras sequências tipológicas podem surgir no texto, como a argumentativa e expositiva.

Assim, a produção de crônicas pelos alunos deve ser orientada com atenção, organizando o tempo em uma familiarização mais cuidadosa com o gênero para que eles conheçam as estratégias utilizadas pelos cronistas na elaboração destes textos. É interessante sensibilizar os alunos para que percebam o que há de particular, de único, de fascinante, de engraçado nas situações corriqueiras pelas quais passamos.

BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 9: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

As atividades de análise lingüística propostas buscam, como primazia, a produção de sentidos e a reflexão sobre o fenômeno da linguagem. Não propomos, nessas atividades, a memorização de nomenclaturas nem a resolução de exercícios de classificação morfossintática. Então, julgamos necessário oportunizar ao aluno a reflexão sobre as regras de uso e funcionamento da língua, ajudando-o a construir definições a partir do trabalho com o texto ou a atividade. Dessa maneira, é fundamental que as suas falas sejam valorizadas e sistematizadas de forma coletiva.

É papel da escola propiciar o desenvolvimento de capacidades amplas de leitura/escuta, escrita, oralidade e análise linguística, além de uma exploração adequada da diversidade textual em sala de aula, a qual pode contribuir para que os alunos sejam cada vez mais capazes de compreender e elaborar gêneros diversos, em várias situações de interação social.

Supomos que algumas sequências parecerão mais atraentes para uma determinada turma de alunos que outras e algumas demandarão mais trabalho que outras. De outra forma, uma sequência que tenha sido planejada para uma etapa de escolaridade (ciclo/série) pode ser utilizada para alunos de outra fase (ciclo/série), desde que o professor faça as adaptações necessárias. Assim, a intervenção do professor com eventuais alterações e ampliações, será sempre bem aceita, atuando nesta empreitada como co-autor nessa incessante busca do que é aprender e ensinar.

Na esteira dessas considerações, a aprendizagem dos alunos é o objetivo maior da proposta de trabalho de reforço escolar sugerida por esta gerência. Compreende-se, dessa forma, uma ação que deve consolidar e ampliar conhecimentos, enriquecer as experiências culturais e sociais dos alunos e auxiliá-los a vencer obstáculos em sua aprendizagem, favorecendo o sucesso na escola e na vida.

Como toda ação pedagógica, o reforço exige um cuidadoso planejamento, a definição das metas, a escolha de alternativas e o envolvimento dos interessados. Este caderno aponta alguns caminhos, propõe ações, e discute assuntos que consideramos importantes para que o reforço complemente com êxito o trabalho desenvolvido em sala de aula e, sobretudo, seja uma ação articulada ao projeto educativo, compondo o plano pedagógico da escola.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

TRABALHANDO COM GÊNEROS

Tomamos como ponto de partida para realização desse trabalho a visão bakhtiniana sobre gêneros do discurso. Bakhtin postula que tudo o que comunicamos só se faz possível através de gêneros. Um dos aspectos mais interessantes dos gêneros, que alude de forma direta à questão do “uso” é o fato de que devemos considerar o gênero como meio social de produção e de recepção do discurso. Assim, a vivência das situações de comunicação e o contato com os diferentes gêneros que surgem no cotidiano, exercitam a competência linguística do falante/ouvinte produtor de textos. Essa competência é inerente ao ser humano social que interage, comunica, cria e recria. Na medida em que um indivíduo avança em grau de escolaridade, ele tende a tornar-se cada vez mais proficiente na operacionalização de variadas categorias textuais. Sendo assim, pretendemos desenvolver a competência linguístico-discursiva e pragmática dos nossos alunos como cidadãos co-construtores do seu espaço na sociedade.

I – CRÔNICA

A Crônica, por ser um texto curto, leve, lírico ou humorístico, e algumas vezes crítico, aborda o dia-a-dia de nossa sociedade. Acreditamos que esse gênero pode ser experimentado pelos alunos nas aulas de língua materna, uma vez que a crônica é um dos gêneros mais utilizados pelos livros didáticos, sem prescindir da sua circulação no domínio midiático, como jornais e revistas.

Objetivos: (re) conhecer características do gênero crônica, relacionando-as às temáticas do cotidiano; reconhecer algumas estratégias discursivas de produção de sentido, como marcas da oralidade – uso de gíria, variantes linguísticas, repetições; paragrafação; perceber a relação de sentido entre os tempos verbais; produzir crônica a partir de um fato, destacando a particularidade sobre o cotidiano como ponto de partida para a produção.

Normalmente, a crônica representa um diálogo explícito entre o produtor do texto e o leitor. Em alguns casos, ela é escrita na primeira pessoa, realçando a impressão do autor sobre um determinado assunto, definindo seu ponto de vista, o que resulta em uma maior interação com o leitor. A linguagem utilizada não tem rebuscamento, assumindo, algumas vezes, um tom informal. As tipologias textuais predominantes são a narrativa e a descritiva, no entanto outras sequências tipológicas podem surgir no texto, como a argumentativa e expositiva.

Assim, a produção de crônicas pelos alunos deve ser orientada com atenção, organizando o tempo em uma familiarização mais cuidadosa com o gênero para que eles conheçam as estratégias utilizadas pelos cronistas na elaboração destes textos. É interessante sensibilizar os alunos para que percebam o que há de particular, de único, de fascinante, de engraçado nas situações corriqueiras pelas quais passamos.

BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 10: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

CRÔNICA I | A minha São Paulo de 1985

A lembrança mais forte é a de um cortejo passando pela esquina da Avenida Brasil com a rua onde eu morava, nos Jardins, a caminho do Aeroporto de Congonhas, saudado com lenços brancos por centenas de milhares de pessoas de rosto contraído, algumas chorando. Dava-se adeus a uma esperança, Tancredo Neves, o presidente que não chegou a ser. Ele havia sofrido sua longa agonia no Instituto do Coração, e o povo da cidade despedia-se dele com emoção.

Aquela cidade vinha sendo agredida, mas o traço civilizado resistia nela bravamente. Nos muros das ruas por onde o esquife passava já havia, sim, algumas pichações, ainda com humor, como aquela frase "Rendam-se, terráqueos!", ou a outra, "Liberte o gay que existe em vossa senhoria", e a misteriosa e onipresente"Cão fila km 29", que até os órgãos de segurança andaram investigando.

São Paulo, a principal meta das migrações que despovoaram os campos e incharam as cidades na década anterior, criando necessidades insolúveis, tentava manter seus costumes, localizáveis nos entremeios da elegância, do trabalho, da tradição, da cultura diversa, da solidariedade entre vizinhos.

A violência ainda não impedia que houvesse, por exemplo, carros conversíveis de sucesso, como o Escort, e muros baixos nas residências. Não se usava o insufilm que esconde as pessoas dentro dos automóveis, para dificultar assaltos, dificultando também a cordialidade; dava-se adeusinho de um carro para outro, não raro uma piscada tinha êxito. À noite, podia-se ser surpreendido por uma brincadeira boba de adolescentes: quando passavam de carro por algum ajuntamento, eles baixavam a calça e colavam o bumbum no vidro das janelas, gritando para chamar atenção. O trânsito era ruim, mas não a ponto de infestarem a cidade com motoboys. Rodízio só havia o das churrascarias.

Podia-se andar nas ruas à noite. Grande número de cinemas era de rua; os shopping centers, ainda poucos, eram focados nas compras, mal despertavam para o filão do entretenimento e da comida rápida. Muita gente ia a pé dos teatros da Bela Vista ou do centro para os restaurantes da área.

Poucas pessoas bebiam vinho. Os jornais não dedicavam a ele um espaço semanal, porque não era cult, conhecê-lo não era então uma meta de status da classe média. Padarias não faziam o sucesso gastronômico de hoje nem eram tratadas pelo diminutivo afetuoso de "padá". Comida japonesa não

era comum, havia que buscá-la no bairro da Liberdade e em alguns enclaves de Pinheiros. Restaurantes finos abriam-se para as tendências mundiais, mas a cozinha, mesmo a internacional, era mais brasileira, se é que me entendem.

Novidades? Inaugurado o Aeroporto de Cumbica. Descobre-se que o procurado médico nazista Joseph Mengele viveu nos arredores da cidade; exumam-se seus ossos. Em junho o governo cria uma lei folgazã, antecipando para a segunda-feira todo feriado que caísse no meio da semana. Quanto tempo durou? Penso no verso de Manuel Bandeira: "Tão Brasil!".

Tanta coisa não havia. Fashion Week, por exemplo. As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda copiada da personagem Viúva Porcina, da telenovela que fazia enorme sucesso, Roque Santeiro. Não havia telefone celular, jogos de computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o cruzeiro, de inflação esquizofrênica.

Isso não impedia que a paulicéia dançasse desvairada em casas noturnas com nomes esquisitos como Napalm, Madame Satã, Rose Bom Bom ou Aeroanta sucessos do rock pesado estrangeiro, mas também das bandas brasileiras, gritando "a gente somos inútil" ou "nós vamos invadir sua praia". As menininhas ingênuas dançavam marcadinho com os Menudos. E Cazuza cantava com um travo amargo: "O tempo não pára..."

(ANGELO, Ivan. In: Veja São Paulo 20 anos, Edição Especial de Aniversário, 07 de setembro de 2005).

LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

08

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

CRÔNICA II | A Bola

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.

O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!” Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

— Como é que liga? – perguntou.— Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

— Não tem manual de instrução?

O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.

— Não precisa manual de instrução.— O que é que ela faz?— Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.— O quê?— Controla, chuta...— Ah, então é uma bola.

— Claro que é uma bola. Uma bola, bola. Uma bola mesmo. Você pensou o quê?— Nada, não.

O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola nova ao lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina.

O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.

— Filho, olha.

O garoto disse “Legal”, mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa idéia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.

(VERÍSSIMO, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada; edição especial para escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.p.96-7).

09

Page 11: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

CRÔNICA I | A minha São Paulo de 1985

A lembrança mais forte é a de um cortejo passando pela esquina da Avenida Brasil com a rua onde eu morava, nos Jardins, a caminho do Aeroporto de Congonhas, saudado com lenços brancos por centenas de milhares de pessoas de rosto contraído, algumas chorando. Dava-se adeus a uma esperança, Tancredo Neves, o presidente que não chegou a ser. Ele havia sofrido sua longa agonia no Instituto do Coração, e o povo da cidade despedia-se dele com emoção.

Aquela cidade vinha sendo agredida, mas o traço civilizado resistia nela bravamente. Nos muros das ruas por onde o esquife passava já havia, sim, algumas pichações, ainda com humor, como aquela frase "Rendam-se, terráqueos!", ou a outra, "Liberte o gay que existe em vossa senhoria", e a misteriosa e onipresente"Cão fila km 29", que até os órgãos de segurança andaram investigando.

São Paulo, a principal meta das migrações que despovoaram os campos e incharam as cidades na década anterior, criando necessidades insolúveis, tentava manter seus costumes, localizáveis nos entremeios da elegância, do trabalho, da tradição, da cultura diversa, da solidariedade entre vizinhos.

A violência ainda não impedia que houvesse, por exemplo, carros conversíveis de sucesso, como o Escort, e muros baixos nas residências. Não se usava o insufilm que esconde as pessoas dentro dos automóveis, para dificultar assaltos, dificultando também a cordialidade; dava-se adeusinho de um carro para outro, não raro uma piscada tinha êxito. À noite, podia-se ser surpreendido por uma brincadeira boba de adolescentes: quando passavam de carro por algum ajuntamento, eles baixavam a calça e colavam o bumbum no vidro das janelas, gritando para chamar atenção. O trânsito era ruim, mas não a ponto de infestarem a cidade com motoboys. Rodízio só havia o das churrascarias.

Podia-se andar nas ruas à noite. Grande número de cinemas era de rua; os shopping centers, ainda poucos, eram focados nas compras, mal despertavam para o filão do entretenimento e da comida rápida. Muita gente ia a pé dos teatros da Bela Vista ou do centro para os restaurantes da área.

Poucas pessoas bebiam vinho. Os jornais não dedicavam a ele um espaço semanal, porque não era cult, conhecê-lo não era então uma meta de status da classe média. Padarias não faziam o sucesso gastronômico de hoje nem eram tratadas pelo diminutivo afetuoso de "padá". Comida japonesa não

era comum, havia que buscá-la no bairro da Liberdade e em alguns enclaves de Pinheiros. Restaurantes finos abriam-se para as tendências mundiais, mas a cozinha, mesmo a internacional, era mais brasileira, se é que me entendem.

Novidades? Inaugurado o Aeroporto de Cumbica. Descobre-se que o procurado médico nazista Joseph Mengele viveu nos arredores da cidade; exumam-se seus ossos. Em junho o governo cria uma lei folgazã, antecipando para a segunda-feira todo feriado que caísse no meio da semana. Quanto tempo durou? Penso no verso de Manuel Bandeira: "Tão Brasil!".

Tanta coisa não havia. Fashion Week, por exemplo. As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda copiada da personagem Viúva Porcina, da telenovela que fazia enorme sucesso, Roque Santeiro. Não havia telefone celular, jogos de computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o cruzeiro, de inflação esquizofrênica.

Isso não impedia que a paulicéia dançasse desvairada em casas noturnas com nomes esquisitos como Napalm, Madame Satã, Rose Bom Bom ou Aeroanta sucessos do rock pesado estrangeiro, mas também das bandas brasileiras, gritando "a gente somos inútil" ou "nós vamos invadir sua praia". As menininhas ingênuas dançavam marcadinho com os Menudos. E Cazuza cantava com um travo amargo: "O tempo não pára..."

(ANGELO, Ivan. In: Veja São Paulo 20 anos, Edição Especial de Aniversário, 07 de setembro de 2005).

LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

08

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

CRÔNICA II | A Bola

O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.

O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!” Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.

— Como é que liga? – perguntou.— Como, como é que liga? Não se liga.

O garoto procurou dentro do papel de embrulho.

— Não tem manual de instrução?

O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.

— Não precisa manual de instrução.— O que é que ela faz?— Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.— O quê?— Controla, chuta...— Ah, então é uma bola.

— Claro que é uma bola. Uma bola, bola. Uma bola mesmo. Você pensou o quê?— Nada, não.

O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola nova ao lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina.

O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.

— Filho, olha.

O garoto disse “Legal”, mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa idéia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.

(VERÍSSIMO, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada; edição especial para escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.p.96-7).

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Page 12: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I - Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE

1. Divida a turma em pequenos grupos e dê a cada grupo o título de uma das duas crônicas que serão lidas. Em seguida, informe aos alunos que irão trabalhar ler um texto com aquele título, para logo após, cada grupo explicará oralmente qual seria o assunto do texto. Após a análise pelo grupo, um representante irá apresentar para toda sala uma síntese oral de suas hipóteses sobre o assunto do texto.

2. Material didático: Tiras com os títulos das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A bola”.

3. Comentários: O número de aulas nesta sequência é variável. Dependerá do número de alunos e do ritmo deles.

II - Eixo de Ensino | LEITURA

1. Entregue a cada grupo o texto correspondente ao seu título. Oriente cada equipe para fazer a leitura de seu texto. Após a leitura, comente sobre o grupo que mais se aproximou da temática da crônica, e pergunte a essa equipe como eles conseguiram se aproximar do tema.

2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A bola”.

3. Comentários: Com esta atividade, além de estarmos verificando as hipóteses iniciais dos alunos sobre o tema, estamos também solicitando que eles justifiquem em que pistas do título se apoiaram para construir tais hipóteses.

.

III – Eixo de ensino | LEITURA

1. Solicite que uma pessoa de cada equipe faça a leitura do seu texto em voz alta. Após a leitura, pergunte o que os textos têm em comum, em que são parecidos. Oriente-os para observarem o tema, a extensão, linguagem, a presença ou não de humor. Sistematize em um painel ou cartaz as respostas dos alunos e procure construir, junto com eles, uma definição provisória de crônica, que será retoma mais adiante.

2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A bola”. Papel madeira ou cartolina para o cartaz.

3. Comentários: Essa atividade procura despertar a atenção dos alunos para as características do gênero em estudo, tais como o humor, saudosismo, lembranças, a extensão curta e a abordagem de temas do cotidiano. É interessante fazer uma comparação da crônica com outro gênero (notícia,

LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

10

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

fábula, conto de fadas) para que fiquem mais evidentes as suas características.

IV – Eixo de ensino | ESCRITA

1. Baseando-se no texto lido, peça aos alunos que desenhem algo relacionado ao texto e, abaixo do desenho, uma palavra ou expressão que tenha relação com ele. Concluída esta atividade, uma pessoa da equipe mostra seu desenho, e justifica o porquê de tê-lo feito, assim como a relação da palavra ou frase escrita com a crônica lida.

2. Material didático: Papel ofício Giz de cera ou lápis de cor.3. Comentários: Essa atividade propicia aos alunos visualização do ambiente, o

cenário ou o fato que serviu de inspiração para o cronista.

V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Escreva no quadro a definição de crônica (“Relato – literário/jornalístico – breve de fatos do cotidiano, que pode ter caráter crítico, lírico e/ou humorístico”). Os alunos deverão dizer se a definição serve para os textos lidos anteriormente e por quê. Após esse momento, retome a definição provisória que foi construída entre eles e compare as duas, solicitando que os alunos a ampliem e mudem o que for necessário naquela definição elaborada por estes. É interessante mostrar o modo de circulação das crônicas – jornal diário, revistas etc. e o perfil de alguns autores.

Com base na crônica “A minha São Paulo de 1985”, de Ivan Ângelo, pergunte:

? • Que acontecimento deu origem à crônica? É um fato comum ou incomum nas grandes cidades?

? • Como o autor inicia a crônica? Expõe logo o acontecimento que originou a crônica? Por quê? Isso faz alguma diferença para o desenvolvimento do texto?

? • Liste as idéias apresentadas em cada parágrafo do texto.? • Como o autor finaliza sua crônica? Há alguma ligação entre a frase

que encerra e a que inicia a crônica?? • Há uma 'mensagem' que o autor quer passar com esse texto? Existe,

na crônica, alguma frase que sintetize essa idéia?? • Qual o sentido produzido na última expressão do texto “o tempo não

pára”? Por quê?? • Os períodos que descrevem a cidade no passado e no presente são

logos ou curtos? Isso tem a ver com o ritmo do tempo? Por quê?? • Você gostou da crônica? Por quê?

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SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I - Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE

1. Divida a turma em pequenos grupos e dê a cada grupo o título de uma das duas crônicas que serão lidas. Em seguida, informe aos alunos que irão trabalhar ler um texto com aquele título, para logo após, cada grupo explicará oralmente qual seria o assunto do texto. Após a análise pelo grupo, um representante irá apresentar para toda sala uma síntese oral de suas hipóteses sobre o assunto do texto.

2. Material didático: Tiras com os títulos das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A bola”.

3. Comentários: O número de aulas nesta sequência é variável. Dependerá do número de alunos e do ritmo deles.

II - Eixo de Ensino | LEITURA

1. Entregue a cada grupo o texto correspondente ao seu título. Oriente cada equipe para fazer a leitura de seu texto. Após a leitura, comente sobre o grupo que mais se aproximou da temática da crônica, e pergunte a essa equipe como eles conseguiram se aproximar do tema.

2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A bola”.

3. Comentários: Com esta atividade, além de estarmos verificando as hipóteses iniciais dos alunos sobre o tema, estamos também solicitando que eles justifiquem em que pistas do título se apoiaram para construir tais hipóteses.

.

III – Eixo de ensino | LEITURA

1. Solicite que uma pessoa de cada equipe faça a leitura do seu texto em voz alta. Após a leitura, pergunte o que os textos têm em comum, em que são parecidos. Oriente-os para observarem o tema, a extensão, linguagem, a presença ou não de humor. Sistematize em um painel ou cartaz as respostas dos alunos e procure construir, junto com eles, uma definição provisória de crônica, que será retoma mais adiante.

2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A bola”. Papel madeira ou cartolina para o cartaz.

3. Comentários: Essa atividade procura despertar a atenção dos alunos para as características do gênero em estudo, tais como o humor, saudosismo, lembranças, a extensão curta e a abordagem de temas do cotidiano. É interessante fazer uma comparação da crônica com outro gênero (notícia,

LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

fábula, conto de fadas) para que fiquem mais evidentes as suas características.

IV – Eixo de ensino | ESCRITA

1. Baseando-se no texto lido, peça aos alunos que desenhem algo relacionado ao texto e, abaixo do desenho, uma palavra ou expressão que tenha relação com ele. Concluída esta atividade, uma pessoa da equipe mostra seu desenho, e justifica o porquê de tê-lo feito, assim como a relação da palavra ou frase escrita com a crônica lida.

2. Material didático: Papel ofício Giz de cera ou lápis de cor.3. Comentários: Essa atividade propicia aos alunos visualização do ambiente, o

cenário ou o fato que serviu de inspiração para o cronista.

V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Escreva no quadro a definição de crônica (“Relato – literário/jornalístico – breve de fatos do cotidiano, que pode ter caráter crítico, lírico e/ou humorístico”). Os alunos deverão dizer se a definição serve para os textos lidos anteriormente e por quê. Após esse momento, retome a definição provisória que foi construída entre eles e compare as duas, solicitando que os alunos a ampliem e mudem o que for necessário naquela definição elaborada por estes. É interessante mostrar o modo de circulação das crônicas – jornal diário, revistas etc. e o perfil de alguns autores.

Com base na crônica “A minha São Paulo de 1985”, de Ivan Ângelo, pergunte:

? • Que acontecimento deu origem à crônica? É um fato comum ou incomum nas grandes cidades?

? • Como o autor inicia a crônica? Expõe logo o acontecimento que originou a crônica? Por quê? Isso faz alguma diferença para o desenvolvimento do texto?

? • Liste as idéias apresentadas em cada parágrafo do texto.? • Como o autor finaliza sua crônica? Há alguma ligação entre a frase

que encerra e a que inicia a crônica?? • Há uma 'mensagem' que o autor quer passar com esse texto? Existe,

na crônica, alguma frase que sintetize essa idéia?? • Qual o sentido produzido na última expressão do texto “o tempo não

pára”? Por quê?? • Os períodos que descrevem a cidade no passado e no presente são

logos ou curtos? Isso tem a ver com o ritmo do tempo? Por quê?? • Você gostou da crônica? Por quê?

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Page 14: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

? • Como você faria uma ilustração para ser publicada no jornal, junto com essa crônica?

2. Material didático: Quadro, piloto/giz. Cópias da crônica3. Comentários: Nessa atividade, os alunos são confrontados entre a definição

preliminarmente de crônica e com uma definição mais ampla. Isso faz com que o aluno se prepare para leitura da próxima crônica, avaliando se é humorística, lírica, informativa etc.Os alunos devem perceber que a abertura da crônica tematiza uma das grandes questões abordadas na crônica: o saudosismo, lembranças de uma cidade ideal, tranqüila, que será, no decorrer do texto, contrastado com uma cidade moderna, agitada.Observar o olhar lírico e poético lançado pelo cronista sobre lembranças de uma cidade de outrora para uma grande cidade com toda a modernidade.

VI – Eixo de ensino | ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Escolha uma outra crônica, de forma que não tenha semelhança com as duas aqui trabalhadas. Distribua-a com cada grupo e solicite que os alunos façam a leitura nos seus grupos. Após a leitura, questione o grande grupo sobre: Quais as diferenças e semelhanças entre os textos lidos anteriormente e este último? Verifique se eles perceberam os seguintes aspectos: (a) tema tratado; (b) fato real ou ficção; (c) ponto de vista – crítico, humorístico, lírico etc.; (d) linguagem utilizada – informal, formal, semiformal; (e) variações linguísticas; (f) predominância de diálogos ou de comentários do cronista; (g) coesão e coerência estabelecidos nos tempos verbais; e outros questionamentos que o professor achar conveniente e pertinente com o nível do grupo.

2. Material didático: Cópias da nova crônica escolhida pelo professor. Papel madeira ou cartolina para o cartaz.

3. Comentários: As crônicas podem ser literárias, quando se baseia em fatos mais universais do nosso cotidiano, ou jornalísticas, quando poderá se construir a partir de manchetes de jornal, de uma situação mais factual. É interessante que os alunos levantem um bom número de diferenças e semelhanças presentes nos dois textos, destacando-as em um cartaz. Isso facilitará o momento da produção escrita.

VII – Eixo de ensino | ANÁLISE LINGUÍSTICA E ESCRITA

1. Escreva no quadro um trecho com predominância mais na narrativa da crônica analisada acima, como: “Grande número de cinemas era de rua; os shopping centers, ainda poucos, eram focados nas compras, mal despertavam para o filão do entretenimento e da comida rápida. Muita gente ia a pé dos teatros da

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Bela Vista ou do centro para os restaurantes da área.”Destaque também um trecho com tipologia descritiva:

“As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda copiada da personagem Viúva Porcina, da telenovela que fazia enorme sucesso, Roque Santeiro. Não havia telefone celular, jogos de computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o cruzeiro, de inflação esquizofrênica.” Após realizada a leitura compartilhada dos trechos da crônica, conduza a discussão para que os alunos percebam em qual dos trechos o mais relevante é contar um certo fato (trecho narrativo) e em qual dos textos o que predomina é a descrição de características ( trecho descritivo).Exponha dialogicamente sobre a função da tipologia narrativa e descritiva na construção dos sentidos do gênero crônica. Nesse gênero, a narração faz a história avançar, familiariza o leitor com os fatos, porém não requer precisão e concisão, tal como a notícia; já a descrição (re) cria o cenário, o clima, as sensações envolvidas no acontecimento, expondo a visão do cronista.

2. Material didático: Cópias da crônica.3. Comentários: O propósito desta atividade é analisar as sequências textuais

(tipologia) predominantes na crônica.

VIII – Eixo de ensino | LEITURA

1. Para atividade de casa, oriente os alunos para assistirem a um telejornal e anotar dados sobre uma notícia que mais se destacou para ele.Na próxima aula, peça para que os alunos apresentem oralmente a notícia escolhida. Peça que eles comparem o modo como foi narrada a mesma notícia por diferentes colegas, para que todos percebam que um mesmo fato pode ser narrado e também compreendido de diferentes maneiras.

2. Material didático: Caderno e lápis.3. Comentários: Há uma grande possibilidade que muitos alunos tragam a

mesma notícia. Assim, fica interessante ver como um mesmo fato pode ser contado por pessoas diferentes. Que aspectos da notícia serão enfatizados pelo aluno? Por que isso acontece?É fundamental, nesse momento, chamar a atenção do aluno para os diferentes olhares lançados sobre um mesmo fato, habilidade já utilizada pelos cronistas.

IX – Eixo de ensino | Leitura e Escrita

1. Levando em consideração que muitos alunos trarão a mesma notícia, sugira que estes levantem olhares diferentes sobre esse fato: humorístico/irônico; crítico/lírico. Retome com eles as crônicas lidas em sala de aula e o modo como os autores lidos trabalharam com o lírico – saudosismo, lembranças, crítica.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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? • Como você faria uma ilustração para ser publicada no jornal, junto com essa crônica?

2. Material didático: Quadro, piloto/giz. Cópias da crônica3. Comentários: Nessa atividade, os alunos são confrontados entre a definição

preliminarmente de crônica e com uma definição mais ampla. Isso faz com que o aluno se prepare para leitura da próxima crônica, avaliando se é humorística, lírica, informativa etc.Os alunos devem perceber que a abertura da crônica tematiza uma das grandes questões abordadas na crônica: o saudosismo, lembranças de uma cidade ideal, tranqüila, que será, no decorrer do texto, contrastado com uma cidade moderna, agitada.Observar o olhar lírico e poético lançado pelo cronista sobre lembranças de uma cidade de outrora para uma grande cidade com toda a modernidade.

VI – Eixo de ensino | ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Escolha uma outra crônica, de forma que não tenha semelhança com as duas aqui trabalhadas. Distribua-a com cada grupo e solicite que os alunos façam a leitura nos seus grupos. Após a leitura, questione o grande grupo sobre: Quais as diferenças e semelhanças entre os textos lidos anteriormente e este último? Verifique se eles perceberam os seguintes aspectos: (a) tema tratado; (b) fato real ou ficção; (c) ponto de vista – crítico, humorístico, lírico etc.; (d) linguagem utilizada – informal, formal, semiformal; (e) variações linguísticas; (f) predominância de diálogos ou de comentários do cronista; (g) coesão e coerência estabelecidos nos tempos verbais; e outros questionamentos que o professor achar conveniente e pertinente com o nível do grupo.

2. Material didático: Cópias da nova crônica escolhida pelo professor. Papel madeira ou cartolina para o cartaz.

3. Comentários: As crônicas podem ser literárias, quando se baseia em fatos mais universais do nosso cotidiano, ou jornalísticas, quando poderá se construir a partir de manchetes de jornal, de uma situação mais factual. É interessante que os alunos levantem um bom número de diferenças e semelhanças presentes nos dois textos, destacando-as em um cartaz. Isso facilitará o momento da produção escrita.

VII – Eixo de ensino | ANÁLISE LINGUÍSTICA E ESCRITA

1. Escreva no quadro um trecho com predominância mais na narrativa da crônica analisada acima, como: “Grande número de cinemas era de rua; os shopping centers, ainda poucos, eram focados nas compras, mal despertavam para o filão do entretenimento e da comida rápida. Muita gente ia a pé dos teatros da

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Bela Vista ou do centro para os restaurantes da área.”Destaque também um trecho com tipologia descritiva:

“As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda copiada da personagem Viúva Porcina, da telenovela que fazia enorme sucesso, Roque Santeiro. Não havia telefone celular, jogos de computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o cruzeiro, de inflação esquizofrênica.” Após realizada a leitura compartilhada dos trechos da crônica, conduza a discussão para que os alunos percebam em qual dos trechos o mais relevante é contar um certo fato (trecho narrativo) e em qual dos textos o que predomina é a descrição de características ( trecho descritivo).Exponha dialogicamente sobre a função da tipologia narrativa e descritiva na construção dos sentidos do gênero crônica. Nesse gênero, a narração faz a história avançar, familiariza o leitor com os fatos, porém não requer precisão e concisão, tal como a notícia; já a descrição (re) cria o cenário, o clima, as sensações envolvidas no acontecimento, expondo a visão do cronista.

2. Material didático: Cópias da crônica.3. Comentários: O propósito desta atividade é analisar as sequências textuais

(tipologia) predominantes na crônica.

VIII – Eixo de ensino | LEITURA

1. Para atividade de casa, oriente os alunos para assistirem a um telejornal e anotar dados sobre uma notícia que mais se destacou para ele.Na próxima aula, peça para que os alunos apresentem oralmente a notícia escolhida. Peça que eles comparem o modo como foi narrada a mesma notícia por diferentes colegas, para que todos percebam que um mesmo fato pode ser narrado e também compreendido de diferentes maneiras.

2. Material didático: Caderno e lápis.3. Comentários: Há uma grande possibilidade que muitos alunos tragam a

mesma notícia. Assim, fica interessante ver como um mesmo fato pode ser contado por pessoas diferentes. Que aspectos da notícia serão enfatizados pelo aluno? Por que isso acontece?É fundamental, nesse momento, chamar a atenção do aluno para os diferentes olhares lançados sobre um mesmo fato, habilidade já utilizada pelos cronistas.

IX – Eixo de ensino | Leitura e Escrita

1. Levando em consideração que muitos alunos trarão a mesma notícia, sugira que estes levantem olhares diferentes sobre esse fato: humorístico/irônico; crítico/lírico. Retome com eles as crônicas lidas em sala de aula e o modo como os autores lidos trabalharam com o lírico – saudosismo, lembranças, crítica.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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Conduza os grupos a uma discussão em torno de que tipo de crônica poderia ser elaborado a partir da notícia que trouxeram, o que relataria etc. Os grupos devem socializar essa discussão.Após esse momento, comece a elaborar, em conjunto, o parágrafo inicial de uma crônica, baseando-se na notícia discutida. Pergunte aos alunos qual título mais adequado teria essa crônica e inicie, no quadro, a escrita dessa parte do texto. Em seguida, o professor faz a leitura. Se houver alguma divergência para elaborar o parágrafo coletivamente, explique que isso se deve porque a crônica traz um olhar muito pessoal e que eles terão uma oportunidade em elaborar uma individualmente.

2. Material didático: quadro, piloto/giz.3. Comentários: Se a notícia não for interessante para produzir uma crônica,

mude-a e escolha outra.Alerte os alunos para o fato de que o olhar lançado dependerá muito da notícia lida. Algumas notícias levarão nosso olhar para o lado humorístico (por exemplo, um ladrão que fica entalado em uma janela ao tentar fugir da polícia), enquanto outras direcionam um olhar mais crítico (um gari que devolve uma grande soma de dinheiro encontrado, no mesmo dia em que se descobre um novo escândalo de dinheiro público).

X – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA

1. Peça que cada aluno escolha uma das notícias discutidas em sala ou mesmo a que ele trouxa para escrever uma crônica baseada nela.Retome, oralmente, as características da crônica com os alunos. Sugira aos alunos a anotarem livremente algumas idéias para a crônica, de forma que encontrem a melhor. Essas anotações funcionam como um roteiro provisório. Esclareça aos alunos que os cronistas também escrevem, reescrevem a abandonam algumas idéias no momento de criar seus textos.

2. Material didático: anotações sobre as notícias. Caderno, lápis/caneta.3. Comentários: é fundamental resgatar as características da crônica, bem como

aspectos relacionados à organização do texto ( paragrafação, ortografia, coesão, coerência etc.)

XI – Eixo de ensino | ESCRITA. ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Após avaliar as crônicas, entregue-as a cada autor e peça a reescrita final do texto. É necessário esclarecer o aluno, com clareza, a situação a ser corrigida. Em relação à ortografia, por exemplo, as palavras com grafia errada podem ser circuladas para que o aluno as procure no dicionário.Se o texto produzido não tiver as características de uma crônica, é preciso apontar o que precisa ser alterado e também ler novamente, com a turma, as

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

características da crônica no painel, antes da reescrita do texto. Como sugestão, elabore um painel com o título “E a notícia vira crônica...” e coloque as crônicas produzidas pelos alunos, para que fiquem expostas e possam ser lidas por todos da escola.

2. Comentários: É importante que o material produzido pelos alunos circule, seja lido por outras pessoas. Ao saber que seus textos serão lidos por outros colegas, a perspectiva de produção é outra. O texto terá outra finalidade, a relação do aluno com sua produção escrita será ressignificada dentro dessa perspectiva.Outras sugestões para produção de crônicas literárias: utilizar a imagem de uma revista; observar o comportamento dos colegas na hora do recreio ou saída da escola no final do turno para produzirem uma crônica.Para obter mais informações, procure o apêndice.

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Conduza os grupos a uma discussão em torno de que tipo de crônica poderia ser elaborado a partir da notícia que trouxeram, o que relataria etc. Os grupos devem socializar essa discussão.Após esse momento, comece a elaborar, em conjunto, o parágrafo inicial de uma crônica, baseando-se na notícia discutida. Pergunte aos alunos qual título mais adequado teria essa crônica e inicie, no quadro, a escrita dessa parte do texto. Em seguida, o professor faz a leitura. Se houver alguma divergência para elaborar o parágrafo coletivamente, explique que isso se deve porque a crônica traz um olhar muito pessoal e que eles terão uma oportunidade em elaborar uma individualmente.

2. Material didático: quadro, piloto/giz.3. Comentários: Se a notícia não for interessante para produzir uma crônica,

mude-a e escolha outra.Alerte os alunos para o fato de que o olhar lançado dependerá muito da notícia lida. Algumas notícias levarão nosso olhar para o lado humorístico (por exemplo, um ladrão que fica entalado em uma janela ao tentar fugir da polícia), enquanto outras direcionam um olhar mais crítico (um gari que devolve uma grande soma de dinheiro encontrado, no mesmo dia em que se descobre um novo escândalo de dinheiro público).

X – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA

1. Peça que cada aluno escolha uma das notícias discutidas em sala ou mesmo a que ele trouxa para escrever uma crônica baseada nela.Retome, oralmente, as características da crônica com os alunos. Sugira aos alunos a anotarem livremente algumas idéias para a crônica, de forma que encontrem a melhor. Essas anotações funcionam como um roteiro provisório. Esclareça aos alunos que os cronistas também escrevem, reescrevem a abandonam algumas idéias no momento de criar seus textos.

2. Material didático: anotações sobre as notícias. Caderno, lápis/caneta.3. Comentários: é fundamental resgatar as características da crônica, bem como

aspectos relacionados à organização do texto ( paragrafação, ortografia, coesão, coerência etc.)

XI – Eixo de ensino | ESCRITA. ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Após avaliar as crônicas, entregue-as a cada autor e peça a reescrita final do texto. É necessário esclarecer o aluno, com clareza, a situação a ser corrigida. Em relação à ortografia, por exemplo, as palavras com grafia errada podem ser circuladas para que o aluno as procure no dicionário.Se o texto produzido não tiver as características de uma crônica, é preciso apontar o que precisa ser alterado e também ler novamente, com a turma, as

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características da crônica no painel, antes da reescrita do texto. Como sugestão, elabore um painel com o título “E a notícia vira crônica...” e coloque as crônicas produzidas pelos alunos, para que fiquem expostas e possam ser lidas por todos da escola.

2. Comentários: É importante que o material produzido pelos alunos circule, seja lido por outras pessoas. Ao saber que seus textos serão lidos por outros colegas, a perspectiva de produção é outra. O texto terá outra finalidade, a relação do aluno com sua produção escrita será ressignificada dentro dessa perspectiva.Outras sugestões para produção de crônicas literárias: utilizar a imagem de uma revista; observar o comportamento dos colegas na hora do recreio ou saída da escola no final do turno para produzirem uma crônica.Para obter mais informações, procure o apêndice.

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II – FÁBULAS

A fábula é um dos gêneros textuais mais antigos conhecidos pelo homem. Atribui-se a Esopo (século VI a. C.), um escravo grego, a elaboração e difusão dessa narrativa na Grécia. As fábulas que lhe são atribuídas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas, era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal, sugerindo uma verdade ou provocando uma reflexão de ordem moral, destacada geralmente no final do texto. Com o passar do tempo, não foi diferente. Diversos autores recriaram essas fábulas e hoje, aqui no Brasil, temos exemplos de uma verdadeira recriação e intertextualidade desse gênero, com destaque para Monteiro Lobato e o contemporâneo Millor Fernades.

Pode-se afirmar que o uso de fábulas em sala de aula propicia discussões relevantes acerca de questões morais e éticas, normas de comportamento etc., ampliando essa idéia ao se fazer a relação com o cotidiano do aluno, com as polêmicas atuais. Recaindo o olhar para o aspecto essencial no ensino de língua materna, vislumbra-se a exploração da construção discursiva das fábulas: a apresentação das ações de cada personagem pode revelar muito do seu caráter, de sua postura ética diante da vida; expressões utilizadas para se referiri aos personagens podem sinalizar um ponto de vista a respeito de cada um.

Baseados na discussão sobre essa temática, a qual favorece desenvolver habilidades orais dos alunos, estimulando-os a se posicionarem criticamente diante do texto lido, explicando e defendendo pontos de vista, podemos desenvolver várias estratégias de leitura, desde a antecipação, localizando as informações, até a inferência e a generalização, provocando o aluno a resgatar os seus conhecitos prévios.

Em relação a produção, os alunos poderão criar fábulas, paródias de fábulas. Articula-se a produção de textos às reflexões sobre os usos linguístiocs peculiares desse gênero.

Objetivos: levar o aluno a compreender e produzir fábulas, refletindo sobre sua função social, suas características linguístico-discursivas e seu conteúdo temático; ativar conhecimentos prévios e levantar hipóteses; observar a coerência global do texto na atividade ao recontar fábula; refletir sobre o uso de certas expressões linguísticas para se refrir aos animais e seus efeitos de sentido; criar títulos; reconhecer a moral em diferentes fábulas; planejar a escrita de fábulas dentro das características desse gênero.

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II – FÁBULAS

A fábula é um dos gêneros textuais mais antigos conhecidos pelo homem. Atribui-se a Esopo (século VI a. C.), um escravo grego, a elaboração e difusão dessa narrativa na Grécia. As fábulas que lhe são atribuídas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas, era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal, sugerindo uma verdade ou provocando uma reflexão de ordem moral, destacada geralmente no final do texto. Com o passar do tempo, não foi diferente. Diversos autores recriaram essas fábulas e hoje, aqui no Brasil, temos exemplos de uma verdadeira recriação e intertextualidade desse gênero, com destaque para Monteiro Lobato e o contemporâneo Millor Fernades.

Pode-se afirmar que o uso de fábulas em sala de aula propicia discussões relevantes acerca de questões morais e éticas, normas de comportamento etc., ampliando essa idéia ao se fazer a relação com o cotidiano do aluno, com as polêmicas atuais. Recaindo o olhar para o aspecto essencial no ensino de língua materna, vislumbra-se a exploração da construção discursiva das fábulas: a apresentação das ações de cada personagem pode revelar muito do seu caráter, de sua postura ética diante da vida; expressões utilizadas para se referiri aos personagens podem sinalizar um ponto de vista a respeito de cada um.

Baseados na discussão sobre essa temática, a qual favorece desenvolver habilidades orais dos alunos, estimulando-os a se posicionarem criticamente diante do texto lido, explicando e defendendo pontos de vista, podemos desenvolver várias estratégias de leitura, desde a antecipação, localizando as informações, até a inferência e a generalização, provocando o aluno a resgatar os seus conhecitos prévios.

Em relação a produção, os alunos poderão criar fábulas, paródias de fábulas. Articula-se a produção de textos às reflexões sobre os usos linguístiocs peculiares desse gênero.

Objetivos: levar o aluno a compreender e produzir fábulas, refletindo sobre sua função social, suas características linguístico-discursivas e seu conteúdo temático; ativar conhecimentos prévios e levantar hipóteses; observar a coerência global do texto na atividade ao recontar fábula; refletir sobre o uso de certas expressões linguísticas para se refrir aos animais e seus efeitos de sentido; criar títulos; reconhecer a moral em diferentes fábulas; planejar a escrita de fábulas dentro das características desse gênero.

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FÁBULA I | A raposa e as uvas

Certa raposa esfaimada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos maduros, coisas de fazer vir água na boca. Mas tão altos, que nem pulando.

O matreiro bicho torceu o focinho:

— Estão verdes – murmurou. – Uvas verdes, só para cachorros.

E foi-se. Nisto, deu o vento e uma folha caiu. A raposa, ouvindo o barulhinho, voltou depressa, e pôs-se a farejar.

MORAL: Quem desdenha, quer comprar.

(LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo, Brasiliense, 1991.)

FÁBULA I I| A raposa e as uvas

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: "Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes." E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia o risco de despencar, esticou a pata e. . . conseguiu ! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes!

MORAL: A frustração é uma forma de julgamento tão boa como qualquer outra.

( FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. 14. Ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1997.)

FÁBULA ORIGINAL | A raposa e as uvas

CUma raposa entrou faminta em um terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se dependuravam, muito alto, em cima de sua cabeça. A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas, mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse:

— Estão verdes...

MORAL: É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.

(ESOPO. Fábulas. São Paulo: Martin Claret, 2006)

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | ORALIDADE

1. Distribua tirar de papel com nomes de virtudes, de animais, de objetos, de plantas, de fabulistas, de títulos de fábulas famosas e morais de fábulas. Em seguida, organize os alunos em grupos por categorias: (a) fabulistas; (b) animais, objetos e plantas; (c) títulos de fábulas; (d) morais de fábulas.

2. Material didático: Tiras de cartolinas preenchidas.3. Comentários: O número de aulas vai depender do número de alunos e do ritmo

de trabalho deles.Essa atividade propicia a ativação dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o gênero fábula.

II – Eixo de ensino | ORALIDADE E ESCRITA

1. Provoque discussões sobre as tiras recebidas pelos alunos com o propósito deles levantarem hipóteses sobre o gênero textual a ser trabalhado. As questões podem girar em torno de: “Com o título que tem em mãos, você saberia contar uma história?”, “Quem é Monteiro Lobato?”Logo após, os grupos receberão tiras em branco, nas quais escreverão peculiaridades da fábula, lerão em voz alta e afixarão no painel de características sobre o gênero fábula. Como sugestões de perguntas, seguem: (a) Para que são contadas e escritas as fábulas? (b) Que tipos de personagens são mais comuns? (c) Como finalizam a maioria das fábulas?

2. Material didático: Tiras de cartolina preenchidas. Tiras de cartolina em branco. Cartolina.

3. Comentários: O ideal é que esse painel inicial nesta etapa seja retomado, reconstruído e reformulado ao longo da sequência, devendo manter-se afixado na sala durante essa atividade.Organize o painel, junto com os alunos, usando alguns critérios para dividi-lo e melhor organizar a caracterização das fábulas: objetivo, tipos de personagens etc.

III – Eixo de ensino | ORALIDADE E ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Retome o aspecto “moral da história”, interaja com seus alunos o que seria moral, levantando perguntas, tais como: (a) Quando utilizamos a expressão “Moral da história...”?; (b) Qual o sentido de “moral”?; (c) Por que uma boa parte das fábulas termina com uma moral?Sistematize no quadro algumas contribuições dos alunos. Após essa interação, escreva no quadro o significado da palavra 'moral' (“conjunto das

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FÁBULA I | A raposa e as uvas

Certa raposa esfaimada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos maduros, coisas de fazer vir água na boca. Mas tão altos, que nem pulando.

O matreiro bicho torceu o focinho:

— Estão verdes – murmurou. – Uvas verdes, só para cachorros.

E foi-se. Nisto, deu o vento e uma folha caiu. A raposa, ouvindo o barulhinho, voltou depressa, e pôs-se a farejar.

MORAL: Quem desdenha, quer comprar.

(LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo, Brasiliense, 1991.)

FÁBULA I I| A raposa e as uvas

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: "Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes." E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia o risco de despencar, esticou a pata e. . . conseguiu ! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes!

MORAL: A frustração é uma forma de julgamento tão boa como qualquer outra.

( FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. 14. Ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1997.)

FÁBULA ORIGINAL | A raposa e as uvas

CUma raposa entrou faminta em um terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se dependuravam, muito alto, em cima de sua cabeça. A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas, mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse:

— Estão verdes...

MORAL: É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.

(ESOPO. Fábulas. São Paulo: Martin Claret, 2006)

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | ORALIDADE

1. Distribua tirar de papel com nomes de virtudes, de animais, de objetos, de plantas, de fabulistas, de títulos de fábulas famosas e morais de fábulas. Em seguida, organize os alunos em grupos por categorias: (a) fabulistas; (b) animais, objetos e plantas; (c) títulos de fábulas; (d) morais de fábulas.

2. Material didático: Tiras de cartolinas preenchidas.3. Comentários: O número de aulas vai depender do número de alunos e do ritmo

de trabalho deles.Essa atividade propicia a ativação dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o gênero fábula.

II – Eixo de ensino | ORALIDADE E ESCRITA

1. Provoque discussões sobre as tiras recebidas pelos alunos com o propósito deles levantarem hipóteses sobre o gênero textual a ser trabalhado. As questões podem girar em torno de: “Com o título que tem em mãos, você saberia contar uma história?”, “Quem é Monteiro Lobato?”Logo após, os grupos receberão tiras em branco, nas quais escreverão peculiaridades da fábula, lerão em voz alta e afixarão no painel de características sobre o gênero fábula. Como sugestões de perguntas, seguem: (a) Para que são contadas e escritas as fábulas? (b) Que tipos de personagens são mais comuns? (c) Como finalizam a maioria das fábulas?

2. Material didático: Tiras de cartolina preenchidas. Tiras de cartolina em branco. Cartolina.

3. Comentários: O ideal é que esse painel inicial nesta etapa seja retomado, reconstruído e reformulado ao longo da sequência, devendo manter-se afixado na sala durante essa atividade.Organize o painel, junto com os alunos, usando alguns critérios para dividi-lo e melhor organizar a caracterização das fábulas: objetivo, tipos de personagens etc.

III – Eixo de ensino | ORALIDADE E ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Retome o aspecto “moral da história”, interaja com seus alunos o que seria moral, levantando perguntas, tais como: (a) Quando utilizamos a expressão “Moral da história...”?; (b) Qual o sentido de “moral”?; (c) Por que uma boa parte das fábulas termina com uma moral?Sistematize no quadro algumas contribuições dos alunos. Após essa interação, escreva no quadro o significado da palavra 'moral' (“conjunto das

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regras, preceitos etc. característicos de determinado grupo social que os estabelece e defende”).Provoque os alunos a responderem essa pergunta: Por que se diz que a fábula tem um caráter moralizante?

2. Material didático: quadro, piloto/giz.3. Comentários: Essa atividade leva os alunos a familiarizarem-se com o conceito

de 'moral'. Demonstrar a diferença desse conceito, para que não confundam com o de 'ética'. Enquanto a moral tem um caráter prático, dizendo como nos portar dentro de um conjunto de valores, regras de comportamento, costumes estabelecidos por uma sociedade, a ética possui um caráter reflexivo, pois a ela recorremos para avaliar nosso comportamento. Entende-se como uma espécie de “juízo da moral”.

IV– Eixo de ensino | LEITURA, ORALIDADE E ESCRITA

1. Distribua fábulas diferentes entre os alunos para leitura individual e socialização nos grupos com o objetivo de debaterem sobre os valores morais contidos na narrativa. Após a leitura, leve os alunos a responderem as questões: (a) Que virtudes ou vícios a fábula enfatiza?; (b) Quais personagens os representam? Por quê?; (c) No modo de vida da sociedade atual pode-se aplicar a moral da fábula?; (d) O texto traz valores que são princípios essenciais para a convivência humana, válidos para qualquer época, lugar e cultura?; (e) Pode-se dizer que ao longo do tempo a mudança dos valores morais deu um 'aspecto atrasado' aos princípios éticos trazidos pelas fábulas?Após a discussão dessas perguntas, os alunos sistematizarão, em um cartaz, as principais conclusões, para depois socializarem no grande grupo.

2. Material didático: Cópias de fábulas diversas. Cartolina. Piloto3. Nesse momento, os alunos estarão refletindo sobre os valores éticos e morais

pertinentes nas fábulas e de que forma as alegorias os representam.Nesse momento, revise com os alunos o texto do cartaz, para, se necessário for, fazer alguma correção.

V – Eixo de ensino | ORALIDADE

1. Escolha alguns títulos e morais de fábulas e escreva-os em tiras de cartolinas. Distribua-as com os alunos. Pergunte se eles já conhecem os títulos da história e se já conhecem a moral que finaliza as fábulas. Leve os alunos a perceberem que é comum os provérbios encerrarem fábulas.Questione o que pensam sobre esses provérbios, sobre o seu caráter moralizante, de ensinamento.Logo após, com base nos títulos e provérbios recebidos, os grupos tentarão recontar ou criar oralmente a fábula. Em seguida, os alunos receberão a

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história original e compararão quanto à adequação ao título e à moral recebida.Promova uma discussão, após esse momento, sobre características comuns encontradas na produção oral dos alunos, ampliando o painel.

2. Material didático: Tiras de cartolina, piloto. Cópia de fábulas3. Comentários: O professor deverá conhecer as fábulas que tiveram seus títulos

e morais selecionados e ter uma cópia de uma delas.O propósito é explorar a coerência entre o título, a moral e a fábula criada, de forma a desafiar os alunos a criar uma narrativa dentro do gênero fábula tendo como sinalizadores o título e a moral.Mostre a importância, na hora da contação das fábulas, de utilizar os recursos não-verbais, como gestos, pausas etc. Nesse momento, auxilie a turma a se organizar quanto ao tempo necessário para planejar, ensaiar e apresentar o texto.

VI – Eixo de ensino | LEITURA, ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Distribua com os alunos a fábula “A raposa e as uvas” nas versões de Monteiro Lobato e de Millôr Fernandes. Eles irão ler e refletir sobre a estrutura, a linguagem e o (re) dimensionamento da temática em momentos históricos diferentes.Em seguida, levá-los a refletir sobre a moral das duas fábulas (a diferença nas duas fábulas, o caráter de ensinamento na versão de Monteiro Lobato e a presença do humor na versão de Millôr Fernandes, a atualização dos provérbios, o recurso da paródia para “distorcer a moral clássica” da primeira versão.Para promover a discussão, proponha perguntas do tipo: (a) Como cada fábula inicia sua narração?; (b) Qual a atuação da raposa em cada uma?; (c) O que resolve fazer a raposa, em cada fábula, ao encontrar o empecilho para comer as uvas?; (d) Como termina cada fábula?; (e) Qual das duas versões é mais engraçada? Por quê?

2. Material didático: Cópias da fábula A raposa e as uvas, nas versões de Monteiro Lobato e de Millôr Fernandes. Cartolina, piloto.

3. Comentários: Comente com os alunos que a fábula “A raposa e as uvas” original foi escrita por Esopo, antes de Cristo. Mostre para os alunos o recurso utilizado na produção de Millôr Fernandes: a paródia. Essa diferença produzida nas partes da narrativa por este autor muda sobremaneira algumas nuances: (a) na orientação - caracterização de personagens, tempo e espaço da narrativa; (b) na complicação – o fato que gera a narrativa; nessa fábula, as uvas estarem inacessíveis; (c) na resolução – a conseqüência da complicação; na fábula, a s ações da raposa após ser mal sucedida na tentativa de pegar as uvas; (d) na avaliação- na fábula, destaca-se a moral.

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regras, preceitos etc. característicos de determinado grupo social que os estabelece e defende”).Provoque os alunos a responderem essa pergunta: Por que se diz que a fábula tem um caráter moralizante?

2. Material didático: quadro, piloto/giz.3. Comentários: Essa atividade leva os alunos a familiarizarem-se com o conceito

de 'moral'. Demonstrar a diferença desse conceito, para que não confundam com o de 'ética'. Enquanto a moral tem um caráter prático, dizendo como nos portar dentro de um conjunto de valores, regras de comportamento, costumes estabelecidos por uma sociedade, a ética possui um caráter reflexivo, pois a ela recorremos para avaliar nosso comportamento. Entende-se como uma espécie de “juízo da moral”.

IV– Eixo de ensino | LEITURA, ORALIDADE E ESCRITA

1. Distribua fábulas diferentes entre os alunos para leitura individual e socialização nos grupos com o objetivo de debaterem sobre os valores morais contidos na narrativa. Após a leitura, leve os alunos a responderem as questões: (a) Que virtudes ou vícios a fábula enfatiza?; (b) Quais personagens os representam? Por quê?; (c) No modo de vida da sociedade atual pode-se aplicar a moral da fábula?; (d) O texto traz valores que são princípios essenciais para a convivência humana, válidos para qualquer época, lugar e cultura?; (e) Pode-se dizer que ao longo do tempo a mudança dos valores morais deu um 'aspecto atrasado' aos princípios éticos trazidos pelas fábulas?Após a discussão dessas perguntas, os alunos sistematizarão, em um cartaz, as principais conclusões, para depois socializarem no grande grupo.

2. Material didático: Cópias de fábulas diversas. Cartolina. Piloto3. Nesse momento, os alunos estarão refletindo sobre os valores éticos e morais

pertinentes nas fábulas e de que forma as alegorias os representam.Nesse momento, revise com os alunos o texto do cartaz, para, se necessário for, fazer alguma correção.

V – Eixo de ensino | ORALIDADE

1. Escolha alguns títulos e morais de fábulas e escreva-os em tiras de cartolinas. Distribua-as com os alunos. Pergunte se eles já conhecem os títulos da história e se já conhecem a moral que finaliza as fábulas. Leve os alunos a perceberem que é comum os provérbios encerrarem fábulas.Questione o que pensam sobre esses provérbios, sobre o seu caráter moralizante, de ensinamento.Logo após, com base nos títulos e provérbios recebidos, os grupos tentarão recontar ou criar oralmente a fábula. Em seguida, os alunos receberão a

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história original e compararão quanto à adequação ao título e à moral recebida.Promova uma discussão, após esse momento, sobre características comuns encontradas na produção oral dos alunos, ampliando o painel.

2. Material didático: Tiras de cartolina, piloto. Cópia de fábulas3. Comentários: O professor deverá conhecer as fábulas que tiveram seus títulos

e morais selecionados e ter uma cópia de uma delas.O propósito é explorar a coerência entre o título, a moral e a fábula criada, de forma a desafiar os alunos a criar uma narrativa dentro do gênero fábula tendo como sinalizadores o título e a moral.Mostre a importância, na hora da contação das fábulas, de utilizar os recursos não-verbais, como gestos, pausas etc. Nesse momento, auxilie a turma a se organizar quanto ao tempo necessário para planejar, ensaiar e apresentar o texto.

VI – Eixo de ensino | LEITURA, ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Distribua com os alunos a fábula “A raposa e as uvas” nas versões de Monteiro Lobato e de Millôr Fernandes. Eles irão ler e refletir sobre a estrutura, a linguagem e o (re) dimensionamento da temática em momentos históricos diferentes.Em seguida, levá-los a refletir sobre a moral das duas fábulas (a diferença nas duas fábulas, o caráter de ensinamento na versão de Monteiro Lobato e a presença do humor na versão de Millôr Fernandes, a atualização dos provérbios, o recurso da paródia para “distorcer a moral clássica” da primeira versão.Para promover a discussão, proponha perguntas do tipo: (a) Como cada fábula inicia sua narração?; (b) Qual a atuação da raposa em cada uma?; (c) O que resolve fazer a raposa, em cada fábula, ao encontrar o empecilho para comer as uvas?; (d) Como termina cada fábula?; (e) Qual das duas versões é mais engraçada? Por quê?

2. Material didático: Cópias da fábula A raposa e as uvas, nas versões de Monteiro Lobato e de Millôr Fernandes. Cartolina, piloto.

3. Comentários: Comente com os alunos que a fábula “A raposa e as uvas” original foi escrita por Esopo, antes de Cristo. Mostre para os alunos o recurso utilizado na produção de Millôr Fernandes: a paródia. Essa diferença produzida nas partes da narrativa por este autor muda sobremaneira algumas nuances: (a) na orientação - caracterização de personagens, tempo e espaço da narrativa; (b) na complicação – o fato que gera a narrativa; nessa fábula, as uvas estarem inacessíveis; (c) na resolução – a conseqüência da complicação; na fábula, a s ações da raposa após ser mal sucedida na tentativa de pegar as uvas; (d) na avaliação- na fábula, destaca-se a moral.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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VII – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA

1. Os alunos deverão indicar no texto o processo de referenciação – expressões utilizadas para designar cada personagem ou lugar – e de adjetivação – como são descritos os personagens e outros elementos da narrativa: a raposa, os cachos e as uvas nas duas versões das fábulas. Oriente-os a sistematizarem no quadro essas diferenças, para que percebam a mudança na linguagem e os efeitos de sentido pretendidos pelos autores, através de questões, como: (a) Em que versão a raposa parece mais faminta? Por quê?; (b) Em que versão a linguagem está mais próxima da atualidade? Exemplifique.

2. Material didático: Cópias da fábula A raposa e as uvas, nas versões de Monteiro Lobato e de Millôr Fernandes.

3. Comentário: É importante levar os alunos a refletir sobre as possíveis intenções do autor ao usar alguns adjetivos e como essas escolhas se relacionam com a moral pretendida. Na maioria das vezes, o uso dos artigos definidos ou indefinidos ( uma raposa/a raposa) ou a forma de nomear os personagens ( cordeiro/cordeirinho ) revelam aspectos importantes para compreender o humor e a ironia entre efeitos de sentido.

VIII – Eixo de ensino | LEITURA, ANÁLISE LINGUÍSTICA E ESCRITA.

1. Distribua com os alunos a fábula “O leão e o rato”, de La Fontaine. Após fazerem a leitura, mostre-os as expressões utilizadas para designar os personagens ( leão – o rei das selvas; o grandalhão ).Em seguida, os alunos escreverão, em um cartaz, as expressões que designam personagens, respondendo as questões: (a) Por que o leão é chamado dessa forma?; (b) Esse fato ajudou a conhecer melhor o personagem e sua atuação na fábula? Explique.

2. Material didático: cópias da fábula “O leão e o rato” (Anexo I). Cartolina, piloto.

3. Comentários: Nessa atividade, poderá ser utilizada uma outra fábula. O importante é destacar a cadeia referencial dos personagens – expressões usadas para designar um personagem ao decorrer do texto. A cadeia referencial pode sinalizar sobre as mudanças nas personagens ou na maneira como o narrador as encara ao longo da narrativa.

IX – Eixo de ensino | ESCRITA.

1. Distribua aos alunos diversas fábulas, sem o título e sem a moral. Proponha os alunos a produzirem um título e uma moral para as fábulas recebidas.Após a produção, escreva no quadro as sugestões dos alunos e depois compare-as com os títulos e as morais originais.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

2. Material didático: Cópias de diversas fábulas. Lápis, papel. Quadro, piloto/giz.3. Para que o aluno produza o título, é necessário que identifique a unidade

temática do texto. Discuta, com seus alunos, as produções elaboradas por eles e leve-os a perceber quais títulos melhor se articulam ao tema da fábula. Da mesma forma se dá com a produção da moral.

X – Eixo de ensino | LEITURA, ANÁLISE LINGUÍSTICA E ORALIDADE.

1. Distribua tiras aos alunos pedindo que eles recuperem aspectos característicos do gênero fábula. Através das respostas trazidas nas tiras, o professor deverá trazer o painel da caracterização para que os alunos retomem as características iniciais sobre o texto, ampliando com outras características que surgiram no decorrer dessa atividade.

2. Material didático: Papel ofício, lápis/caneta. Painel.3. Comentários: professor, traga para o centro das discussões outras

características do gênero fábula, como: (a) quem produz? (b) quem escuta/lê, atualmente, e quem escutou/leu em outras épocas? (c) onde pode ser encontrado esse gênero? (d) que outros textos usam fábulas? (propagandas, poemas, músicas etc.)

XI – Eixo de ensino | ESCRITA.

1. Agora, os alunos deverão produzir uma fábula, utilizando outras alegorias – animais, objetos ou algum elemento de referência do seu cotidiano que simbolize alguma virtude ou vício. Retome o painel da caracterização.O professor deverá solicitar a (re) escrita dos textos produzidos, destacando a organização textual-discursiva dos textos (pontuação, discurso direto e indireto, elementos da narrativa, marcadores de tempo-espaço, adjetivação, cadeia referencial, figuras de linguagem, dentre outros aspectos que o professor julgar necessário e pertinente).

2. Material didático: Painel da caracterização. Papel, lápis/caneta.3. Comentários: dessas produções elaboradas pelos alunos poderá sair alguma

paródia referentes à vida cotidiana, com personagens reais, que representem vícios e virtudes, como alguns artistas, políticos ou outras pessoas conhecidas. Os alunos poderão os mais variados cenários voltados para o humor etc. É importante manter a essência do gênero, destacando o ensinamento com o uso de alegorias, como animais, objetos, plantas, para representar vícios e virtudes humanas.Outra forma de produção é solicitar aos alunos que parodiem uma mesma fábula e, daí, eleger a melhor versão.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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VII – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA

1. Os alunos deverão indicar no texto o processo de referenciação – expressões utilizadas para designar cada personagem ou lugar – e de adjetivação – como são descritos os personagens e outros elementos da narrativa: a raposa, os cachos e as uvas nas duas versões das fábulas. Oriente-os a sistematizarem no quadro essas diferenças, para que percebam a mudança na linguagem e os efeitos de sentido pretendidos pelos autores, através de questões, como: (a) Em que versão a raposa parece mais faminta? Por quê?; (b) Em que versão a linguagem está mais próxima da atualidade? Exemplifique.

2. Material didático: Cópias da fábula A raposa e as uvas, nas versões de Monteiro Lobato e de Millôr Fernandes.

3. Comentário: É importante levar os alunos a refletir sobre as possíveis intenções do autor ao usar alguns adjetivos e como essas escolhas se relacionam com a moral pretendida. Na maioria das vezes, o uso dos artigos definidos ou indefinidos ( uma raposa/a raposa) ou a forma de nomear os personagens ( cordeiro/cordeirinho ) revelam aspectos importantes para compreender o humor e a ironia entre efeitos de sentido.

VIII – Eixo de ensino | LEITURA, ANÁLISE LINGUÍSTICA E ESCRITA.

1. Distribua com os alunos a fábula “O leão e o rato”, de La Fontaine. Após fazerem a leitura, mostre-os as expressões utilizadas para designar os personagens ( leão – o rei das selvas; o grandalhão ).Em seguida, os alunos escreverão, em um cartaz, as expressões que designam personagens, respondendo as questões: (a) Por que o leão é chamado dessa forma?; (b) Esse fato ajudou a conhecer melhor o personagem e sua atuação na fábula? Explique.

2. Material didático: cópias da fábula “O leão e o rato” (Anexo I). Cartolina, piloto.

3. Comentários: Nessa atividade, poderá ser utilizada uma outra fábula. O importante é destacar a cadeia referencial dos personagens – expressões usadas para designar um personagem ao decorrer do texto. A cadeia referencial pode sinalizar sobre as mudanças nas personagens ou na maneira como o narrador as encara ao longo da narrativa.

IX – Eixo de ensino | ESCRITA.

1. Distribua aos alunos diversas fábulas, sem o título e sem a moral. Proponha os alunos a produzirem um título e uma moral para as fábulas recebidas.Após a produção, escreva no quadro as sugestões dos alunos e depois compare-as com os títulos e as morais originais.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

2. Material didático: Cópias de diversas fábulas. Lápis, papel. Quadro, piloto/giz.3. Para que o aluno produza o título, é necessário que identifique a unidade

temática do texto. Discuta, com seus alunos, as produções elaboradas por eles e leve-os a perceber quais títulos melhor se articulam ao tema da fábula. Da mesma forma se dá com a produção da moral.

X – Eixo de ensino | LEITURA, ANÁLISE LINGUÍSTICA E ORALIDADE.

1. Distribua tiras aos alunos pedindo que eles recuperem aspectos característicos do gênero fábula. Através das respostas trazidas nas tiras, o professor deverá trazer o painel da caracterização para que os alunos retomem as características iniciais sobre o texto, ampliando com outras características que surgiram no decorrer dessa atividade.

2. Material didático: Papel ofício, lápis/caneta. Painel.3. Comentários: professor, traga para o centro das discussões outras

características do gênero fábula, como: (a) quem produz? (b) quem escuta/lê, atualmente, e quem escutou/leu em outras épocas? (c) onde pode ser encontrado esse gênero? (d) que outros textos usam fábulas? (propagandas, poemas, músicas etc.)

XI – Eixo de ensino | ESCRITA.

1. Agora, os alunos deverão produzir uma fábula, utilizando outras alegorias – animais, objetos ou algum elemento de referência do seu cotidiano que simbolize alguma virtude ou vício. Retome o painel da caracterização.O professor deverá solicitar a (re) escrita dos textos produzidos, destacando a organização textual-discursiva dos textos (pontuação, discurso direto e indireto, elementos da narrativa, marcadores de tempo-espaço, adjetivação, cadeia referencial, figuras de linguagem, dentre outros aspectos que o professor julgar necessário e pertinente).

2. Material didático: Painel da caracterização. Papel, lápis/caneta.3. Comentários: dessas produções elaboradas pelos alunos poderá sair alguma

paródia referentes à vida cotidiana, com personagens reais, que representem vícios e virtudes, como alguns artistas, políticos ou outras pessoas conhecidas. Os alunos poderão os mais variados cenários voltados para o humor etc. É importante manter a essência do gênero, destacando o ensinamento com o uso de alegorias, como animais, objetos, plantas, para representar vícios e virtudes humanas.Outra forma de produção é solicitar aos alunos que parodiem uma mesma fábula e, daí, eleger a melhor versão.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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O leão e o rato | Jean de La Fontaine

Um rato, bastante perturbado, sai da sua toca. Quando olha para frente, dá de cara com um leão! Para sua sorte, o rei da selva ou teve piedade ou não estava com fome naquela hora, pois nada fez ao bicho, deixando-o ir embora. Mas o bem que o leão fez foi bem pago. Quem diria que, um dia, ele iria precisar daquele insignificante ratinho! E foi o que aconteceu. Ao passar pela extensa floresta, o leão caiu numa rede enganosa! Logo ele que não conhecia a traição por ser forte e corajoso! Fez de tudo: rugiu, esforçou-se, porém não conseguiu fugir.

E não é que aparece o rato para acudir o grandalhão das selvas?

— Mas como você poderá me ajudar com esse pequeno tamanho? – pergunta o leão.

O rato não responde, e começa a roer as grades da prisão.

Com seus dentes finos, rompe os fios que prendem o leão. Ele consegue libertar aquele que um dia lhe fez bem, pagando, assim, uma dívida com o leão. Com isso, deixa uma lição para as pessoas: de serem sempre gratos com quem lhes ajuda. E mais: mostra que o trabalho, quando feito com paciência, tem melhor resultado do que a força e a imprudência daqueles que, nervosos, tentam realizar suas obrigações.

(La Fontaine, Jean de Fábulas de Esopo. Adaptação: Lúcia Tulchinski. São Paulo: Scipione, 2008)

ANEXO I

Para obter mais informações, procure o apêndice.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

III – CARTA DO LEITOR

A 'Carta do Leitor' é um gênero que circula no domínio jornalístico, veicula em revistas e jornais de circulação regional e nacional em uma seção específica para este fim. Caracteriza-se como uma carta aberta dirigida a destinatários desconhecidos. Do ponto de vista organizacional geral, a carta do leitor se assemelha às cartas pessoais, que por sua vez advém do gênero epistolar, o qual obedece a elementos que contribuem para a unidade interna do texto. As características que permeiam este gênero: texto com intencionalidade persuasiva; com formato semelhante ao da carta pessoal, apresentando data, vocativo, corpo do texto, expressão cordial de despedida, assinatura, cidade de origem, sendo que nem todas essas partes são encontradas na carta do leitor. Esses elementos contribuem para a unidade interna do texto. Nessas seções, encontramos elementos identificadores de lugar, tempo, destinatário, remetente, saudação, despedida, dentre outros, que podem variar de acordo com o tipo de carta – carta pessoal, carta comercial, carta do leitor, carta aberta etc. – sendo cada uma com características diferentes. Esta diversidade se dá em razão dos propósitos comunicativos desses gêneros.

Na sua produção e versão final, a carta do leitor é composta dos elementos estruturais pertinentes a esse gênero. Contudo, ao chegar à redação, essa carta é editada antes da sua publicação, por uma questão de espaço físico do jornal/revista, pertinência ao tema, prolixidade, dentre outros. Assim como a carta poderá não ser publicada, até pela quantidade de cartas com o mesmo tema, ficando a editora a decidir qual a mais viável para publicação. Dessa forma, a relação de poder entre o leitor (interlocutor da carta) e o jornal/revista (editor) é assimétrica: o jornal ou revista é que decide o que será publicado, de que forma e quando.

Nessas cartas, o leitor/interlocutor reivindica, solicita, critica, agradece ou elogia algo que foi publicado ou mesmo algum fato da comunidade, regional ou nacional. A linguagem é clara e objetiva, estilo simples, pessoal (emprego dos pronomes e verbos na 1ª pessoa) ou mais impessoal (empregando pronomes e verbos na 3ª pessoa) ou ainda a possibilidade de utilizar os dois tipos de linguagem ao mesmo tempo; menor ou maior impessoalidade, de acordo com a intenção do autor, no entanto são produzidas no registro formal da língua. Quando se trata de alguma reclamação ou reivindicação, é necessário convencer os leitores e/ou ouvintes a aceitar

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O leão e o rato | Jean de La Fontaine

Um rato, bastante perturbado, sai da sua toca. Quando olha para frente, dá de cara com um leão! Para sua sorte, o rei da selva ou teve piedade ou não estava com fome naquela hora, pois nada fez ao bicho, deixando-o ir embora. Mas o bem que o leão fez foi bem pago. Quem diria que, um dia, ele iria precisar daquele insignificante ratinho! E foi o que aconteceu. Ao passar pela extensa floresta, o leão caiu numa rede enganosa! Logo ele que não conhecia a traição por ser forte e corajoso! Fez de tudo: rugiu, esforçou-se, porém não conseguiu fugir.

E não é que aparece o rato para acudir o grandalhão das selvas?

— Mas como você poderá me ajudar com esse pequeno tamanho? – pergunta o leão.

O rato não responde, e começa a roer as grades da prisão.

Com seus dentes finos, rompe os fios que prendem o leão. Ele consegue libertar aquele que um dia lhe fez bem, pagando, assim, uma dívida com o leão. Com isso, deixa uma lição para as pessoas: de serem sempre gratos com quem lhes ajuda. E mais: mostra que o trabalho, quando feito com paciência, tem melhor resultado do que a força e a imprudência daqueles que, nervosos, tentam realizar suas obrigações.

(La Fontaine, Jean de Fábulas de Esopo. Adaptação: Lúcia Tulchinski. São Paulo: Scipione, 2008)

ANEXO I

Para obter mais informações, procure o apêndice.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

III – CARTA DO LEITOR

A 'Carta do Leitor' é um gênero que circula no domínio jornalístico, veicula em revistas e jornais de circulação regional e nacional em uma seção específica para este fim. Caracteriza-se como uma carta aberta dirigida a destinatários desconhecidos. Do ponto de vista organizacional geral, a carta do leitor se assemelha às cartas pessoais, que por sua vez advém do gênero epistolar, o qual obedece a elementos que contribuem para a unidade interna do texto. As características que permeiam este gênero: texto com intencionalidade persuasiva; com formato semelhante ao da carta pessoal, apresentando data, vocativo, corpo do texto, expressão cordial de despedida, assinatura, cidade de origem, sendo que nem todas essas partes são encontradas na carta do leitor. Esses elementos contribuem para a unidade interna do texto. Nessas seções, encontramos elementos identificadores de lugar, tempo, destinatário, remetente, saudação, despedida, dentre outros, que podem variar de acordo com o tipo de carta – carta pessoal, carta comercial, carta do leitor, carta aberta etc. – sendo cada uma com características diferentes. Esta diversidade se dá em razão dos propósitos comunicativos desses gêneros.

Na sua produção e versão final, a carta do leitor é composta dos elementos estruturais pertinentes a esse gênero. Contudo, ao chegar à redação, essa carta é editada antes da sua publicação, por uma questão de espaço físico do jornal/revista, pertinência ao tema, prolixidade, dentre outros. Assim como a carta poderá não ser publicada, até pela quantidade de cartas com o mesmo tema, ficando a editora a decidir qual a mais viável para publicação. Dessa forma, a relação de poder entre o leitor (interlocutor da carta) e o jornal/revista (editor) é assimétrica: o jornal ou revista é que decide o que será publicado, de que forma e quando.

Nessas cartas, o leitor/interlocutor reivindica, solicita, critica, agradece ou elogia algo que foi publicado ou mesmo algum fato da comunidade, regional ou nacional. A linguagem é clara e objetiva, estilo simples, pessoal (emprego dos pronomes e verbos na 1ª pessoa) ou mais impessoal (empregando pronomes e verbos na 3ª pessoa) ou ainda a possibilidade de utilizar os dois tipos de linguagem ao mesmo tempo; menor ou maior impessoalidade, de acordo com a intenção do autor, no entanto são produzidas no registro formal da língua. Quando se trata de alguma reclamação ou reivindicação, é necessário convencer os leitores e/ou ouvintes a aceitar

Page 28: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

os pontos de vista expostos, convencendo as pessoas a acreditarem no que é dito e aderirem ao que se reivindica. Assim, as sequências argumentativas e expositivas são mais freqüentes. Outras vezes, é necessário relatar fatos ou ações em uma seqüência temporal e causal, quando prevalecem as sequências narrativas.

O uso da carta do leitor em sala de aula proporciona ao aluno o contato com um gênero escrito. A introdução deste gênero no espaço escolar favorece a descoberta da função sua social, criando oportunidades para uma reflexão sobre o porquê das pessoas escolherem este gênero para expressar suas opiniões, comentar algo etc., qual a sua importância no efetivo contato entre o veículo e leitor etc., quais temas são mais recorrentes.

Objetivos: familiarizar-se com o gênero carta do leitor, buscando compreender e refletir sobre as usas especificidades, assim como produzi-lo adequadamente; perceber elementos estruturadores do gênero carta do leitor; ler e produzir cartas do leitor, levantando os pontos de vista e argumentos para criticar, elogiar, sugerir, indagar, solicitar ou denunciar.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE

1. Organize a turma em grupos e distribua exemplares de jornais, revistas e gibis. Oriente para que os alunos busquem a seção 'carta do leitor' e observem criteriosamente para verificar em que parte desses suportes são publicadas as cartas dos leitores. Questione-os: (a) Vocês encontraram a seção em que as pessoas expõem suas idéias, sua opinião, reivindicação, reclamação etc.? (b) Encontraram o nome que identifica essa seção? (c) Nessa seção, há alguma informação sobre as pessoas que escrevem para eles? Quais?Faça uma tabela no quadro ou cartolina para escrever os dados de cada suporte identificado por seção:

Logo em seguida, explore os diversos nomes identificados na seção de carta do leitor. Alguns meios de comunicação apresentam essa seção como: “Correio do Cebolinha” ou algum outro personagem do gibi ou mesmo o nome do leitor, no caso dos gibis, outros veículo divulgam endereço para correspondência e o nome do leitor. É interessante levar o aluno a fazer essa comparação e análise para provocar uma reflexão de como funcionam os diferentes meios de comunicação, mesmo com o nome da mesma seção.

2. Recursos didáticos: Exemplares de jornais, revistas e gibis; Cartolina. Quadro. Piloto/Giz.

3. Comentários: O número de aulas dependerá do número de alunos e ritmo destes. As respostas deverão ser afixadas em local visível de maneira que eles percebam as diversas identificações encontradas nos veículos de comunicação à seção 'Carta do Leitor', assim como outros elementos identificadores dos leitores, como: sexo, idade, lugar de onde escrevem, profissão etc.)

II – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Mostre aos alunos, no mínimo, 2 modelos de carta do leitor de cada suporte de mídia. Incentive-os a lerem as cartas, logo após, pergunte em que veículo elas foram publicadas. Mostre aos alunos exemplares de carta pessoal e carta do leitor, com o intuito de identificar as características destes gêneros. Após observarem os gêneros, pergunte: (a) A carta enviada pelo leitor à redação de

Nome daRevista

Nome doGibi

Nome doJornal

Nome / Suporte

Nome da Seção

Identificaçãodo remetente

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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os pontos de vista expostos, convencendo as pessoas a acreditarem no que é dito e aderirem ao que se reivindica. Assim, as sequências argumentativas e expositivas são mais freqüentes. Outras vezes, é necessário relatar fatos ou ações em uma seqüência temporal e causal, quando prevalecem as sequências narrativas.

O uso da carta do leitor em sala de aula proporciona ao aluno o contato com um gênero escrito. A introdução deste gênero no espaço escolar favorece a descoberta da função sua social, criando oportunidades para uma reflexão sobre o porquê das pessoas escolherem este gênero para expressar suas opiniões, comentar algo etc., qual a sua importância no efetivo contato entre o veículo e leitor etc., quais temas são mais recorrentes.

Objetivos: familiarizar-se com o gênero carta do leitor, buscando compreender e refletir sobre as usas especificidades, assim como produzi-lo adequadamente; perceber elementos estruturadores do gênero carta do leitor; ler e produzir cartas do leitor, levantando os pontos de vista e argumentos para criticar, elogiar, sugerir, indagar, solicitar ou denunciar.

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SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE

1. Organize a turma em grupos e distribua exemplares de jornais, revistas e gibis. Oriente para que os alunos busquem a seção 'carta do leitor' e observem criteriosamente para verificar em que parte desses suportes são publicadas as cartas dos leitores. Questione-os: (a) Vocês encontraram a seção em que as pessoas expõem suas idéias, sua opinião, reivindicação, reclamação etc.? (b) Encontraram o nome que identifica essa seção? (c) Nessa seção, há alguma informação sobre as pessoas que escrevem para eles? Quais?Faça uma tabela no quadro ou cartolina para escrever os dados de cada suporte identificado por seção:

Logo em seguida, explore os diversos nomes identificados na seção de carta do leitor. Alguns meios de comunicação apresentam essa seção como: “Correio do Cebolinha” ou algum outro personagem do gibi ou mesmo o nome do leitor, no caso dos gibis, outros veículo divulgam endereço para correspondência e o nome do leitor. É interessante levar o aluno a fazer essa comparação e análise para provocar uma reflexão de como funcionam os diferentes meios de comunicação, mesmo com o nome da mesma seção.

2. Recursos didáticos: Exemplares de jornais, revistas e gibis; Cartolina. Quadro. Piloto/Giz.

3. Comentários: O número de aulas dependerá do número de alunos e ritmo destes. As respostas deverão ser afixadas em local visível de maneira que eles percebam as diversas identificações encontradas nos veículos de comunicação à seção 'Carta do Leitor', assim como outros elementos identificadores dos leitores, como: sexo, idade, lugar de onde escrevem, profissão etc.)

II – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Mostre aos alunos, no mínimo, 2 modelos de carta do leitor de cada suporte de mídia. Incentive-os a lerem as cartas, logo após, pergunte em que veículo elas foram publicadas. Mostre aos alunos exemplares de carta pessoal e carta do leitor, com o intuito de identificar as características destes gêneros. Após observarem os gêneros, pergunte: (a) A carta enviada pelo leitor à redação de

Nome daRevista

Nome doGibi

Nome doJornal

Nome / Suporte

Nome da Seção

Identificaçãodo remetente

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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jornais, revistas, gibis, rádio, TV etc., é semelhante às que ele envia para um amigo? Neste momento, apresente um exemplo da carta pessoal e outro da carta do leitor. Continue interagindo com seu aluno, perguntando: (a) O que podemos ver na carta pessoal? (b) Como escreve o remetente para que possamos perceber de onde a carta é e quando foi produzida ( Local e data)? (c) O que se percebe no conteúdo da carta após a saudação? De que forma a carta foi concluída ( Despedida e assinatura)? (d) Ao ler a carta, podemos perceber o propósito dela?Faça anotações nas margens da carta pessoal dos pontos comentados pelos alunos. Em seguida, convide-os a observarem a carta do leitor, oriente-os de que eles irão observar agora a carta do leitor e levante as seguintes questões: (a) Como a carta é iniciada? (b) Como o remetente interage com a redação da revista/jornal/gibi? (c) Como essas mídias identificam o remetente? (d) Qual o propósito dessas cartas?Registre a fala dos alunos nas margens da carta analisada, o fim de que identifiquem elementos, como: solicitações, elogios, reclamações, sugestões, respostas etc. possivelmente presentes nesses gêneros.

2. Recursos didáticos: Cartolina. Piloto/Giz. Quadro. Exemplares: carta pessoal ( Anexo 1) e carta do leitor ( Anexo 2) ou cartas apresentadas pelo professor.

3. Comentários: Utilize esse momento para refletir com os alunos que, apesar do advento da internet, como o e-mail, as cartas ainda são utilizadas por interlocutores/leitores. Oriente o aluno a perceber a estrutura do gênero textual carta: (a) Local das saudações, vocativo; (b) corpo do texto – sequência argumentativa, narrativa, descritiva; (c) fecho da carta, despedidas. Provocar uma reflexão acerca dos seguintes elementos: lugar, tempo, destinatário, remetente, saudação, despedida, entre outros, e que podem ser explanados pelos seus produtores/leitores em diferentes posições nas cartas. O propósito comunicativo da carta é o que vai definir essa diversidade de modelos.

III – Eixo de ensino | ESCRITA, LEITURA, ORALIDADE E ANÁLISE LINGÜÍSTICA.

1. Neste momento, iremos confrontar as características e especificidades dos gêneros textuais 'carta do leitor' e 'carta pessoal'. Então, pergunte aos seus alunos quais elementos são semelhantes e/ou diferentes que estão presentes nestes gêneros em tela. Elabore um quadro, seguindo este modelo:

Semelhanças DiferençasCarta do leitor Carta Pessoal Carta do leitor Carta Pessoal

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Busque evidenciar as características e especificidades dos gêneros trabalhados, explorando os pontos levantados pelos alunos.

2. Recursos didáticos: Cartolina. Piloto3. Inicie uma discussão oral baseando-se nos pontos listados nas tabelas.

Pontue no quadro as respostas dos alunos para que os mesmos observem as especificidades do gênero trabalhado nos modelos de carta.

IV – Eixos de ensino | LEITURA.

1. Divida a turma em grupos, distribua um exemplar de uma carta do leitor “Meninos” (Anexo 1), enviada a um jornal pernambucano. Logo após, lance as perguntas: (a) Do que trata o leitor em sua carta? (b) O que o leitor quer mostrar? (c) Há alguma reivindicação ou denúncia implícita, nas entrelinhas? Qual? (d) O leitor convence você a acreditar na situação apresentada?Nesse momento, você poderá utilizar outras cartas do leitor, com enfoque de outras estratégias mobilizadas pelo leitor para expor suas idéias.

2. Recursos didáticos: Carta do leitor (Anexo 1). Outras cartas de leitores.3. Comentários: Aproveite esse momento para enfocar a importância dos

argumentos dos remetentes, sua importância para o convencimento do público leitor.

V – Eixos de ensino | ESCRITA E ORALIDADE.

1. Trabalhe com seus alunos a temática da comunidade ou bairro em que mora, levantando algum problema que eles gostariam de denunciar, ou mesmo reivindicar alguma obra para melhoria da comunidade, utilizando-se da seção carta do leitor.Cada grupo lançará seu tema e o professor deverá colocar no quadro e, por fim, oriente-os a escolherem um dos temas levantados para que possam produzir uma carta à redação do jornal.No momento da produção, leve os alunos a refletirem sobre: (a) O problema a ser abordado; (b) estratégias argumentativas para convencer o jornal a divulgar a denúncia ou reivindicação, como também convencer os leitores daquela mídia de comunicação.Após a produção dessa carta, aproveite o momento para orientá-los quanto a forma do preenchimento do envelope e postá-lo, junto com o texto, no correio.

2. Recursos didáticos: caneta, papel, envelope de carta.3. Comentários: O professore deverá escolher, em conjunto com os alunos, um

jornal de grande circulação na cidade ou estado. Lembramos que os jornais regionais e nacionais já disponibilizam espaços interativos em sites oficiais para leitões ou alguma comunidade poder se manifestar. Assim, outra opção é utilizar o laboratório de informática e produzir um e-mail com as mesmas características da carta do leitor.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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jornais, revistas, gibis, rádio, TV etc., é semelhante às que ele envia para um amigo? Neste momento, apresente um exemplo da carta pessoal e outro da carta do leitor. Continue interagindo com seu aluno, perguntando: (a) O que podemos ver na carta pessoal? (b) Como escreve o remetente para que possamos perceber de onde a carta é e quando foi produzida ( Local e data)? (c) O que se percebe no conteúdo da carta após a saudação? De que forma a carta foi concluída ( Despedida e assinatura)? (d) Ao ler a carta, podemos perceber o propósito dela?Faça anotações nas margens da carta pessoal dos pontos comentados pelos alunos. Em seguida, convide-os a observarem a carta do leitor, oriente-os de que eles irão observar agora a carta do leitor e levante as seguintes questões: (a) Como a carta é iniciada? (b) Como o remetente interage com a redação da revista/jornal/gibi? (c) Como essas mídias identificam o remetente? (d) Qual o propósito dessas cartas?Registre a fala dos alunos nas margens da carta analisada, o fim de que identifiquem elementos, como: solicitações, elogios, reclamações, sugestões, respostas etc. possivelmente presentes nesses gêneros.

2. Recursos didáticos: Cartolina. Piloto/Giz. Quadro. Exemplares: carta pessoal ( Anexo 1) e carta do leitor ( Anexo 2) ou cartas apresentadas pelo professor.

3. Comentários: Utilize esse momento para refletir com os alunos que, apesar do advento da internet, como o e-mail, as cartas ainda são utilizadas por interlocutores/leitores. Oriente o aluno a perceber a estrutura do gênero textual carta: (a) Local das saudações, vocativo; (b) corpo do texto – sequência argumentativa, narrativa, descritiva; (c) fecho da carta, despedidas. Provocar uma reflexão acerca dos seguintes elementos: lugar, tempo, destinatário, remetente, saudação, despedida, entre outros, e que podem ser explanados pelos seus produtores/leitores em diferentes posições nas cartas. O propósito comunicativo da carta é o que vai definir essa diversidade de modelos.

III – Eixo de ensino | ESCRITA, LEITURA, ORALIDADE E ANÁLISE LINGÜÍSTICA.

1. Neste momento, iremos confrontar as características e especificidades dos gêneros textuais 'carta do leitor' e 'carta pessoal'. Então, pergunte aos seus alunos quais elementos são semelhantes e/ou diferentes que estão presentes nestes gêneros em tela. Elabore um quadro, seguindo este modelo:

Semelhanças DiferençasCarta do leitor Carta Pessoal Carta do leitor Carta Pessoal

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Busque evidenciar as características e especificidades dos gêneros trabalhados, explorando os pontos levantados pelos alunos.

2. Recursos didáticos: Cartolina. Piloto3. Inicie uma discussão oral baseando-se nos pontos listados nas tabelas.

Pontue no quadro as respostas dos alunos para que os mesmos observem as especificidades do gênero trabalhado nos modelos de carta.

IV – Eixos de ensino | LEITURA.

1. Divida a turma em grupos, distribua um exemplar de uma carta do leitor “Meninos” (Anexo 1), enviada a um jornal pernambucano. Logo após, lance as perguntas: (a) Do que trata o leitor em sua carta? (b) O que o leitor quer mostrar? (c) Há alguma reivindicação ou denúncia implícita, nas entrelinhas? Qual? (d) O leitor convence você a acreditar na situação apresentada?Nesse momento, você poderá utilizar outras cartas do leitor, com enfoque de outras estratégias mobilizadas pelo leitor para expor suas idéias.

2. Recursos didáticos: Carta do leitor (Anexo 1). Outras cartas de leitores.3. Comentários: Aproveite esse momento para enfocar a importância dos

argumentos dos remetentes, sua importância para o convencimento do público leitor.

V – Eixos de ensino | ESCRITA E ORALIDADE.

1. Trabalhe com seus alunos a temática da comunidade ou bairro em que mora, levantando algum problema que eles gostariam de denunciar, ou mesmo reivindicar alguma obra para melhoria da comunidade, utilizando-se da seção carta do leitor.Cada grupo lançará seu tema e o professor deverá colocar no quadro e, por fim, oriente-os a escolherem um dos temas levantados para que possam produzir uma carta à redação do jornal.No momento da produção, leve os alunos a refletirem sobre: (a) O problema a ser abordado; (b) estratégias argumentativas para convencer o jornal a divulgar a denúncia ou reivindicação, como também convencer os leitores daquela mídia de comunicação.Após a produção dessa carta, aproveite o momento para orientá-los quanto a forma do preenchimento do envelope e postá-lo, junto com o texto, no correio.

2. Recursos didáticos: caneta, papel, envelope de carta.3. Comentários: O professore deverá escolher, em conjunto com os alunos, um

jornal de grande circulação na cidade ou estado. Lembramos que os jornais regionais e nacionais já disponibilizam espaços interativos em sites oficiais para leitões ou alguma comunidade poder se manifestar. Assim, outra opção é utilizar o laboratório de informática e produzir um e-mail com as mesmas características da carta do leitor.

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Outro fator importante é incentivar a leitura no jornal em que fora enviado a carta ou e-mail, para daí, verificarem se foi publicado. É o momento para verificar o que acontece com as cartas ao serem publicadas, ou seja, a edição que sofrem esses textos.

VI – Eixo de ensino | LEITURA, ORALIDADE E ESCRITA.

1. O professor poderá trabalhar com gibis, incentivando os alunos a produzirem textos direcionados a redação desta revista. Levante questões sobre qual personagem de história em quadrinhos ele gostaria de contar uma história e, dessa forma, enviar para a redação da revista. Daí, eles produziriam seus textos enviando sugestões para a editora. Lembrando que as cartas deverão ser postadas.

2. Recurso didático: gibis (que contenham seção carta do leitor), papel, caneta/lápis, envelope.

3. Comentários: Os alunos poderão comentar matérias exibidas em edições anteriores ou sugerir novas histórias. As cartas deverão ser revisadas em seu conteúdo, na sua ortografia e na organização do texto. Não esqueça que esta atividade poderá ser desenvolvida através do e-mail.

Para obter mais informações, procure o apêndice

ANEXO I ANEXO II ANEXO III

Fonte: Jornal do Commércio, 02/06/09

Fonte: Jornal do Commércio, 03/06/09 Fonte: google/imagens/cartas - acesso 01/06/09

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IV – O POEMA

O poema, texto literário, se diferencia da prosa pela sua organização no suporte utilizado para a produção escrita. Geralmente apresenta-se em versos, cada um apresentando e extensão desejada pelo poeta com objetivo de destacar um certo ritmo durante a leitura do texto. É bom lembrar que poema e poesia são unidades distintas. Podemos dizer que a poesia se desvela como uma expressão cultural e criativa do homem, que pode se manifestar em qualquer obra de arte, como: um poema, um conto, um romance, uma pintura, uma escultura, uma música etc. enquanto o poema é um gênero que materializa a visão do poeta sobre o mundo através da expressão poética.

Trabalhar com poemas em sala de aula é incentivar a leitura e a produção textual de fruição. Para tanto, deve-se envolver o aluno em um clima propício para a expressão artística para que o mesmo se sinta estimulado a produzir tais textos. O poema é uma (re) criação da realidade, composto, geralmente, por versos, que podem ser agrupados em duas ou mais estrofes, tem presença do ritmo e musicalidade. Poderá ter rimas, assonâncias e aliterações. É comum o uso de metáforas, onomatopéias e neologismos.

A linguagem do poema tem uma singularidade particular. Assim, cada palavra utilizada, cada comparação, um sinal de pontuação a disposição dos versos na página, dentre outras características, apresentam uma relevância comum, uma razão de ser. Portanto, é interessante sensibilizar os alunos para apreciar o enfoque poético, de forma que se interessem pelo gênero e leiam com prazer.

No momento da produção desses textos, o professor deverá intervir apenas no ponto de vista gramatical (ortografia, concordância, coesão etc.). Devemos reconhecer que o poeta escolhe as palavras estrategicamente para expressar suas emoções e sentimentos.

Objetivos: Entrar em contato com poemas, reconhecendo-os como expressões da subjetividade; perceber como os recursos não-verbais (entonação, pausas, ritmo, expressão facial, gestos) utilizados na leitura soa fundamentais no processo de (re) construção de sentidos; usar pistas textuais para (re)construir interpretações possíveis na leitura de poemas; verificar a organização estrutural do poema (estrofes e versos) como importante recurso na construção dos sentidos e na condução da leitura a ser realizada; observar recursos linguísticos peculiares a poemas, como: rimas, ritmo, metáforas; produzir e revisar poemas.

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Outro fator importante é incentivar a leitura no jornal em que fora enviado a carta ou e-mail, para daí, verificarem se foi publicado. É o momento para verificar o que acontece com as cartas ao serem publicadas, ou seja, a edição que sofrem esses textos.

VI – Eixo de ensino | LEITURA, ORALIDADE E ESCRITA.

1. O professor poderá trabalhar com gibis, incentivando os alunos a produzirem textos direcionados a redação desta revista. Levante questões sobre qual personagem de história em quadrinhos ele gostaria de contar uma história e, dessa forma, enviar para a redação da revista. Daí, eles produziriam seus textos enviando sugestões para a editora. Lembrando que as cartas deverão ser postadas.

2. Recurso didático: gibis (que contenham seção carta do leitor), papel, caneta/lápis, envelope.

3. Comentários: Os alunos poderão comentar matérias exibidas em edições anteriores ou sugerir novas histórias. As cartas deverão ser revisadas em seu conteúdo, na sua ortografia e na organização do texto. Não esqueça que esta atividade poderá ser desenvolvida através do e-mail.

Para obter mais informações, procure o apêndice

ANEXO I ANEXO II ANEXO III

Fonte: Jornal do Commércio, 02/06/09

Fonte: Jornal do Commércio, 03/06/09 Fonte: google/imagens/cartas - acesso 01/06/09

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IV – O POEMA

O poema, texto literário, se diferencia da prosa pela sua organização no suporte utilizado para a produção escrita. Geralmente apresenta-se em versos, cada um apresentando e extensão desejada pelo poeta com objetivo de destacar um certo ritmo durante a leitura do texto. É bom lembrar que poema e poesia são unidades distintas. Podemos dizer que a poesia se desvela como uma expressão cultural e criativa do homem, que pode se manifestar em qualquer obra de arte, como: um poema, um conto, um romance, uma pintura, uma escultura, uma música etc. enquanto o poema é um gênero que materializa a visão do poeta sobre o mundo através da expressão poética.

Trabalhar com poemas em sala de aula é incentivar a leitura e a produção textual de fruição. Para tanto, deve-se envolver o aluno em um clima propício para a expressão artística para que o mesmo se sinta estimulado a produzir tais textos. O poema é uma (re) criação da realidade, composto, geralmente, por versos, que podem ser agrupados em duas ou mais estrofes, tem presença do ritmo e musicalidade. Poderá ter rimas, assonâncias e aliterações. É comum o uso de metáforas, onomatopéias e neologismos.

A linguagem do poema tem uma singularidade particular. Assim, cada palavra utilizada, cada comparação, um sinal de pontuação a disposição dos versos na página, dentre outras características, apresentam uma relevância comum, uma razão de ser. Portanto, é interessante sensibilizar os alunos para apreciar o enfoque poético, de forma que se interessem pelo gênero e leiam com prazer.

No momento da produção desses textos, o professor deverá intervir apenas no ponto de vista gramatical (ortografia, concordância, coesão etc.). Devemos reconhecer que o poeta escolhe as palavras estrategicamente para expressar suas emoções e sentimentos.

Objetivos: Entrar em contato com poemas, reconhecendo-os como expressões da subjetividade; perceber como os recursos não-verbais (entonação, pausas, ritmo, expressão facial, gestos) utilizados na leitura soa fundamentais no processo de (re) construção de sentidos; usar pistas textuais para (re)construir interpretações possíveis na leitura de poemas; verificar a organização estrutural do poema (estrofes e versos) como importante recurso na construção dos sentidos e na condução da leitura a ser realizada; observar recursos linguísticos peculiares a poemas, como: rimas, ritmo, metáforas; produzir e revisar poemas.

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SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Prepare a sala disponibilizando diversos poemas em murais, quadro, paredes, caixas surpresas, bexigas, em cordão etc. Poderá colocar um som ambiente e pedir que os alunos circulem livremente, lendo os poemas.Logo em seguida, proponha que alguns alunos leiam o poema que mais gostaram. Peça que os alunos justifiquem suas escolhas. Pergunte aos alunos se eles reconhecem o gênero que leram. Indague se foi uma notícia, uma receita, uma carta etc. Em seguida, leia um poema, destacando a entonação pertinente, com ênfase em algumas palavras, a expressão facial e os gestos, as pausas etc. Mostre para os alunos que essa é a maneira ideal para se declamar um poema.

2. Recursos didáticos: Poemas vários afixados em murais, paredes, colocados em caixas, cordões etc.

3. Comentários: O número de aulas necessárias nesta sequência dependerá do número de alunos na turma e do ritmo de trabalho deles. O primeiro momento dessa atividade versa sobre uma leitura de deleite, de prazer, de descoberta. P professor poderá utilizar poemas que despertam a atenção do aluno. No anexo, há algumas sugestões.É interessante organizar a sala antes dos alunos entrarem. Utilize papéis coloridos e letras grandes afixados nas paredes. Lembre-se que a leitura expressiva de poemas é essencial para ativar o gosto pela leitura desse gênero. Durante a sequência de aulas, deixe os poemas afixados nos locais escolhidos no momento inicial, deixando espaço para os poemas trazidos pelos alunos e até produzidos, posteriormente, por eles.

II – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Organize a sala em grupos e peça que eles escolham um poema e depois, um colega do grupo para fazer a leitura expressiva do poema selecionado. Eles deverão dispor de algum tempo para ensaiar. Destaque os recursos não-verbais que os alunos poderão utilizar no momento da declamação.

2. Recursos didáticos: Cópia de poemas escolhidos pelos alunos.3. Comentários: Nesse instante, o professor deverá visitar os grupos e verificar

como estão os ensaios de declamação, até para melhor poder orientá-los. Ajude-os a perceber qual a melhor entonação, quando haver pausas, algum outro gesto etc. Os alunos poderão visitar a biblioteca e escolher outros poemas.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

III – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Aproveite os poemas trazidos pelos alunos e peça que eles desenhem algo que represente o poema escolhido. Em seguida, cada aluno deverá apresentar na frente da sala o seu desenho e os demais alunos deverão inferir de que trata o poema. Após algumas hipóteses levantadas, o aluno deve ler o poema. Prepare um mural, com o título “Belos Poemas”, e afixe os poemas trazidos pelos alunos. Logo após, pergunte aos alunos o que é um poema. Elenque no quadro as respostas. Inicie a leitura do poema “Aquarela”, de Toquinho/Vinícius de Moraes, e discuta com os alunos qual o possível assunto do texto. Peça que eles opinem sobre o presente e o futuro abordados no poema, de que forma vêem expressas essas idéias. Esse poema foi musicado por Toquinho. É interessante colocar a forma musicada, em CD, para que os alunos apreciem o efeito dessa musicalidade e verificar as multiformas de abordagem de um poema.

2. Recursos didáticos: Poemas trazidos pelos alunos. Cópias do poema/música “Aquarela” (Anexos). Quadro, piloto/giz. Cartolina. Música do poema (CD), aparelho de som.

3. Comentários: O mural com os poemas deverá ficar durante toda a sequência dessas aulas. Essa ação poderá motivar os alunos a valorizar os exemplares coletados por eles mesmos. Tente discutir com os alunos sobre a definição de poema. Isso leva os alunos a refletirem sobre o gênero. Indague-os por que os poemas são escritos, de que eles falam, para que servem.

IV – Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Para trabalhar a compreensão do texto, “Aquarela”, elabore algumas perguntas, como: (a) Que faz o autor nas três primeiras estrofes? Como surgiu a gaivota e o que ela faz? (b) Por que o autor utiliza a expressão “Numa folha qualquer”? (c) Qual o sentido da expressão “navio de partida”? (d) Na visão do autor como é o “futuro”? Descreva-o com exemplos retirados do texto. (e) Qual a relação do título com o texto do poema?Tente valorizar as respostas dos alunos. Trabalhe com as rimas, palavras que terminam com o mesmo som. Escreva no quadro os pares dessas palavras. Discuta com os alunos se as rimas enriquecem o poema, tornando-o mais interessante para o leitor e por quê.Organize a turma em pequenos grupos e entregue a cada um o poema “Canteiros”, de Cecília Meireles (Anexo III). Fragmente o poema, deixando lacunas para as seguintes palavras contidas no poema: SAUDADE – FELICIDADE – INVENTO – CONTENTAMENTO – DIA – ALEGRIA – FRAMBOESA – TRISTEZA – VIDA – PARECIDA. Objetiva-se fazer com que o aluno produza efeitos de sentido no texto e que rimem com o que está na estrofe.

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SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Prepare a sala disponibilizando diversos poemas em murais, quadro, paredes, caixas surpresas, bexigas, em cordão etc. Poderá colocar um som ambiente e pedir que os alunos circulem livremente, lendo os poemas.Logo em seguida, proponha que alguns alunos leiam o poema que mais gostaram. Peça que os alunos justifiquem suas escolhas. Pergunte aos alunos se eles reconhecem o gênero que leram. Indague se foi uma notícia, uma receita, uma carta etc. Em seguida, leia um poema, destacando a entonação pertinente, com ênfase em algumas palavras, a expressão facial e os gestos, as pausas etc. Mostre para os alunos que essa é a maneira ideal para se declamar um poema.

2. Recursos didáticos: Poemas vários afixados em murais, paredes, colocados em caixas, cordões etc.

3. Comentários: O número de aulas necessárias nesta sequência dependerá do número de alunos na turma e do ritmo de trabalho deles. O primeiro momento dessa atividade versa sobre uma leitura de deleite, de prazer, de descoberta. P professor poderá utilizar poemas que despertam a atenção do aluno. No anexo, há algumas sugestões.É interessante organizar a sala antes dos alunos entrarem. Utilize papéis coloridos e letras grandes afixados nas paredes. Lembre-se que a leitura expressiva de poemas é essencial para ativar o gosto pela leitura desse gênero. Durante a sequência de aulas, deixe os poemas afixados nos locais escolhidos no momento inicial, deixando espaço para os poemas trazidos pelos alunos e até produzidos, posteriormente, por eles.

II – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Organize a sala em grupos e peça que eles escolham um poema e depois, um colega do grupo para fazer a leitura expressiva do poema selecionado. Eles deverão dispor de algum tempo para ensaiar. Destaque os recursos não-verbais que os alunos poderão utilizar no momento da declamação.

2. Recursos didáticos: Cópia de poemas escolhidos pelos alunos.3. Comentários: Nesse instante, o professor deverá visitar os grupos e verificar

como estão os ensaios de declamação, até para melhor poder orientá-los. Ajude-os a perceber qual a melhor entonação, quando haver pausas, algum outro gesto etc. Os alunos poderão visitar a biblioteca e escolher outros poemas.

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III – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Aproveite os poemas trazidos pelos alunos e peça que eles desenhem algo que represente o poema escolhido. Em seguida, cada aluno deverá apresentar na frente da sala o seu desenho e os demais alunos deverão inferir de que trata o poema. Após algumas hipóteses levantadas, o aluno deve ler o poema. Prepare um mural, com o título “Belos Poemas”, e afixe os poemas trazidos pelos alunos. Logo após, pergunte aos alunos o que é um poema. Elenque no quadro as respostas. Inicie a leitura do poema “Aquarela”, de Toquinho/Vinícius de Moraes, e discuta com os alunos qual o possível assunto do texto. Peça que eles opinem sobre o presente e o futuro abordados no poema, de que forma vêem expressas essas idéias. Esse poema foi musicado por Toquinho. É interessante colocar a forma musicada, em CD, para que os alunos apreciem o efeito dessa musicalidade e verificar as multiformas de abordagem de um poema.

2. Recursos didáticos: Poemas trazidos pelos alunos. Cópias do poema/música “Aquarela” (Anexos). Quadro, piloto/giz. Cartolina. Música do poema (CD), aparelho de som.

3. Comentários: O mural com os poemas deverá ficar durante toda a sequência dessas aulas. Essa ação poderá motivar os alunos a valorizar os exemplares coletados por eles mesmos. Tente discutir com os alunos sobre a definição de poema. Isso leva os alunos a refletirem sobre o gênero. Indague-os por que os poemas são escritos, de que eles falam, para que servem.

IV – Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Para trabalhar a compreensão do texto, “Aquarela”, elabore algumas perguntas, como: (a) Que faz o autor nas três primeiras estrofes? Como surgiu a gaivota e o que ela faz? (b) Por que o autor utiliza a expressão “Numa folha qualquer”? (c) Qual o sentido da expressão “navio de partida”? (d) Na visão do autor como é o “futuro”? Descreva-o com exemplos retirados do texto. (e) Qual a relação do título com o texto do poema?Tente valorizar as respostas dos alunos. Trabalhe com as rimas, palavras que terminam com o mesmo som. Escreva no quadro os pares dessas palavras. Discuta com os alunos se as rimas enriquecem o poema, tornando-o mais interessante para o leitor e por quê.Organize a turma em pequenos grupos e entregue a cada um o poema “Canteiros”, de Cecília Meireles (Anexo III). Fragmente o poema, deixando lacunas para as seguintes palavras contidas no poema: SAUDADE – FELICIDADE – INVENTO – CONTENTAMENTO – DIA – ALEGRIA – FRAMBOESA – TRISTEZA – VIDA – PARECIDA. Objetiva-se fazer com que o aluno produza efeitos de sentido no texto e que rimem com o que está na estrofe.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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Logo após, sistematize as respostas no quadro, fazendo listas das palavras para cada estrofe. Abra uma discussão com os alunos, utilizando as palavras escolhidas e verifique se deixaram o texto coerente e se rimam com o final do verso anterior. Discuta com os alunos a característica da rima.

2. Recursos didáticos: Cópias do poema “Aquarela” (Anexo I). Cópias do poema “Canteiros” (Anexo III), lacunado.

3. Comentários: Lembrar que um poema é passível de muitas interpretações, assim como existem poemas sem rimas, com o mesmo valor que os demais.Para a atividade de preenchimento das lacunas, o professor poderá utilizar outros poemas, de forma que não fique resumido só a preencher lacunas em busca de rima, mas produzir efeitos de sentido. O interessante é promover a interação com o que o texto diz, com coerência.

V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA E ESCRITA.

1. Distribua cópias do poema original e peça que os alunos façam uma leitura silenciosa, destacando em quantas estrofes o poema está dividido. Abra uma discussão com os alunos sobre por que o poema se divide em estrofes. Cada estrofe remete a que cena da história contada? Utilize, agora, o poema “Por que Deus permite que as mães vão-se embora?”, de Carlos Drummond de Andrade, (Anexo II) e trabalhe com os alunos a respeito da construção do poema sem estrofes. Leve os alunos a refletirem que o poema pode vir com várias estruturas e que a sua temática pode ser, além de outros temas, voltada para um desabafo.Em seguida, distribua com os alunos cópias do poema “Os bichinhos e o homem” de Vinícius de Moraes (Anexo I), e peça para que eles analisem a temática desse poema. Como o supostamente feio (moscas, baratas, besouros, carrapatos etc.) podem fazer parte de um poema de uma maneira criativa e com coerência, haja vista que as palavras não estão soltas, pois na última estrofe, esses bichos têm a sua função para o homem. Levar o aluno a refletir sobre o que o texto diz.

2. Recursos materiais: Cópias do poema “Aquarela”, de Toquinho/Vinícius (Anexo I).Cópias do poema “Os bichinhos e o homem” de Vinícius de Moraes (Anexo I) e do poema “Por que as mães vão-se embora?”, de Carlos Drummond de Andrade (Anexo II).

3. Comentários: O interessante com essa atividade a explorar as estrofes como um recurso de organização do texto, das temáticas tratadas. Essas estrofes servem para dá ritmo ao poema. No entanto, observa-se que Drummond não utiliza em seu poema o recurso das estrofes, mas de versos dispostos aleatoriamente, sugerindo uma interação próxima com o leitor, com a sua beleza própria. Mostrar para os alunos que uma construção de um texto poético não deverá ficar preso a forma de sua estrutura.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

VI – Eixo de ensino | ORALIDADE E ESCRITA.

1. Proponha para os alunos a elaborarem um poema, baseados em algo que lhes chame a atenção. Os alunos poderão utilizar jornais, revistas ou fotos para que estimulem a enxergá-los de um jeito diferente do comum. Pensar nas imagens ou objetos em outras perspectivas, como por exemplo, a derrubada de uma árvore para poder construir uma mesa para a casa de alguém que não a tenha.Oriente os alunos e faça as intervenções formais do texto. No final, peça que cada aluno leia o seu texto.

2. Recursos didáticos: Jornais, revistas, fotos, objetos diversos.3. Comentários: Nessa atividade objetiva-se estimular o olhar poético sobre uma

cena comum. Caso alguns alunos apresentem alguma dificuldade, instigue-os a ver objetos e cenas sob outra perspectiva. Mostre que os poemas nem sempre tem formas fixas, que não precisa de rima. Afixe os poemas em um mural de produções dos alunos.

Para obter mais informações, procure o apêndice.

AquarelaComposição: Toquinho / Vinicius de Moraes / G.Morra / M.Fabrizio

Numa folha qualquerEu desenho um sol amareloE com cinco ou seis retasÉ fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em tornoDa mão e me dou uma luva

E se faço choverCom dois riscos

Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tintaCai num pedacinho

Azul do papelNum instante imagino

Uma linda gaivotaA voar no céu...

Vai voandoContornando a imensa

Curva Norte e SulVou com ela

Viajando HavaíPequim ou Istambul

Pinto um barco a velaBranco navegandoÉ tanto céu e marNum beijo azul...Entre as nuvens

Vem surgindo um lindoAvião rosa e grená

Tudo em volta colorindoCom suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele estáPartindo, sereno e lindo

Se a gente quiserEle vai pousar...

Numa folha qualquerEu desenho um navio de partida

Com alguns bons amigosBebendo de bem com a vida...

De uma América a outraEu consigo passar num segundo

Giro um simples compassoE num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminhaE caminhando chega no muro

E ali logo em frenteA esperar pela gente

O futuro está...

E o futuro é uma astronaveQue tentamos pilotar

Não tem tempo, nem piedadeNem tem hora de chegar

Sem pedir licençaMuda a nossa vidaE depois convidaA rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabeConhecer ou ver o que viráO fim dela ninguém sabeBem ao certo onde vai dar

Vamos todosNuma linda passarela

De uma aquarelaQue um dia enfim

Descolorirá...

Numa folha qualquerEu desenho um sol amarelo

(Que descolorirá!)E com cinco ou seis retasÉ fácil fazer um castelo

(Que descolorirá!)Giro um simples compasso

Num círculo eu façoO mundo

(Que descolorirá!)...

Imagem extraída do vídeo AQUARELA do sitewww.mundodacrianca.com.br

Nossa irmã, a moscaÉ feia e tosca

Enquanto que o mosquitoÉ mais bonitoÉ mais bonito

Nosso irmão, besouroQue é feito de couro

Mal sabe voarMal sabe voar

Nossa irmã, a barataBichinha mais chataÉ prima da borboleta

Que é uma caretaQue é uma careta

Nosso irmão, o griloQue vive dando estrilo

Só pra chatearSó pra chatear

E o bicho-do-péQue gostoso que ele é

Quando dá coceiraCoça que não é brincadeira

E o nosso irmão carrapatoQue é um outro bicho chato

E primo-irmão do baciloQue é irmão tranqüiloQue é irmão tranqüilo

E o homem que pensa tudo saberNão sabe o jantar que os bichinhos vão

terQuando o seu dia chegarQuando o seu dia chegar

Ane

xo I

Font

e: h

ttp:

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01

/06

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Os Bichinhos e o HomemVinicius de Moraes | Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Page 37: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

Logo após, sistematize as respostas no quadro, fazendo listas das palavras para cada estrofe. Abra uma discussão com os alunos, utilizando as palavras escolhidas e verifique se deixaram o texto coerente e se rimam com o final do verso anterior. Discuta com os alunos a característica da rima.

2. Recursos didáticos: Cópias do poema “Aquarela” (Anexo I). Cópias do poema “Canteiros” (Anexo III), lacunado.

3. Comentários: Lembrar que um poema é passível de muitas interpretações, assim como existem poemas sem rimas, com o mesmo valor que os demais.Para a atividade de preenchimento das lacunas, o professor poderá utilizar outros poemas, de forma que não fique resumido só a preencher lacunas em busca de rima, mas produzir efeitos de sentido. O interessante é promover a interação com o que o texto diz, com coerência.

V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA E ESCRITA.

1. Distribua cópias do poema original e peça que os alunos façam uma leitura silenciosa, destacando em quantas estrofes o poema está dividido. Abra uma discussão com os alunos sobre por que o poema se divide em estrofes. Cada estrofe remete a que cena da história contada? Utilize, agora, o poema “Por que Deus permite que as mães vão-se embora?”, de Carlos Drummond de Andrade, (Anexo II) e trabalhe com os alunos a respeito da construção do poema sem estrofes. Leve os alunos a refletirem que o poema pode vir com várias estruturas e que a sua temática pode ser, além de outros temas, voltada para um desabafo.Em seguida, distribua com os alunos cópias do poema “Os bichinhos e o homem” de Vinícius de Moraes (Anexo I), e peça para que eles analisem a temática desse poema. Como o supostamente feio (moscas, baratas, besouros, carrapatos etc.) podem fazer parte de um poema de uma maneira criativa e com coerência, haja vista que as palavras não estão soltas, pois na última estrofe, esses bichos têm a sua função para o homem. Levar o aluno a refletir sobre o que o texto diz.

2. Recursos materiais: Cópias do poema “Aquarela”, de Toquinho/Vinícius (Anexo I).Cópias do poema “Os bichinhos e o homem” de Vinícius de Moraes (Anexo I) e do poema “Por que as mães vão-se embora?”, de Carlos Drummond de Andrade (Anexo II).

3. Comentários: O interessante com essa atividade a explorar as estrofes como um recurso de organização do texto, das temáticas tratadas. Essas estrofes servem para dá ritmo ao poema. No entanto, observa-se que Drummond não utiliza em seu poema o recurso das estrofes, mas de versos dispostos aleatoriamente, sugerindo uma interação próxima com o leitor, com a sua beleza própria. Mostrar para os alunos que uma construção de um texto poético não deverá ficar preso a forma de sua estrutura.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

VI – Eixo de ensino | ORALIDADE E ESCRITA.

1. Proponha para os alunos a elaborarem um poema, baseados em algo que lhes chame a atenção. Os alunos poderão utilizar jornais, revistas ou fotos para que estimulem a enxergá-los de um jeito diferente do comum. Pensar nas imagens ou objetos em outras perspectivas, como por exemplo, a derrubada de uma árvore para poder construir uma mesa para a casa de alguém que não a tenha.Oriente os alunos e faça as intervenções formais do texto. No final, peça que cada aluno leia o seu texto.

2. Recursos didáticos: Jornais, revistas, fotos, objetos diversos.3. Comentários: Nessa atividade objetiva-se estimular o olhar poético sobre uma

cena comum. Caso alguns alunos apresentem alguma dificuldade, instigue-os a ver objetos e cenas sob outra perspectiva. Mostre que os poemas nem sempre tem formas fixas, que não precisa de rima. Afixe os poemas em um mural de produções dos alunos.

Para obter mais informações, procure o apêndice.

AquarelaComposição: Toquinho / Vinicius de Moraes / G.Morra / M.Fabrizio

Numa folha qualquerEu desenho um sol amareloE com cinco ou seis retasÉ fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em tornoDa mão e me dou uma luva

E se faço choverCom dois riscos

Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tintaCai num pedacinho

Azul do papelNum instante imagino

Uma linda gaivotaA voar no céu...

Vai voandoContornando a imensa

Curva Norte e SulVou com ela

Viajando HavaíPequim ou Istambul

Pinto um barco a velaBranco navegandoÉ tanto céu e marNum beijo azul...Entre as nuvens

Vem surgindo um lindoAvião rosa e grená

Tudo em volta colorindoCom suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele estáPartindo, sereno e lindo

Se a gente quiserEle vai pousar...

Numa folha qualquerEu desenho um navio de partida

Com alguns bons amigosBebendo de bem com a vida...

De uma América a outraEu consigo passar num segundo

Giro um simples compassoE num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminhaE caminhando chega no muro

E ali logo em frenteA esperar pela gente

O futuro está...

E o futuro é uma astronaveQue tentamos pilotar

Não tem tempo, nem piedadeNem tem hora de chegar

Sem pedir licençaMuda a nossa vidaE depois convidaA rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabeConhecer ou ver o que viráO fim dela ninguém sabeBem ao certo onde vai dar

Vamos todosNuma linda passarela

De uma aquarelaQue um dia enfim

Descolorirá...

Numa folha qualquerEu desenho um sol amarelo

(Que descolorirá!)E com cinco ou seis retasÉ fácil fazer um castelo

(Que descolorirá!)Giro um simples compasso

Num círculo eu façoO mundo

(Que descolorirá!)...

Imagem extraída do vídeo AQUARELA do sitewww.mundodacrianca.com.br

Nossa irmã, a moscaÉ feia e tosca

Enquanto que o mosquitoÉ mais bonitoÉ mais bonito

Nosso irmão, besouroQue é feito de couro

Mal sabe voarMal sabe voar

Nossa irmã, a barataBichinha mais chataÉ prima da borboleta

Que é uma caretaQue é uma careta

Nosso irmão, o griloQue vive dando estrilo

Só pra chatearSó pra chatear

E o bicho-do-péQue gostoso que ele é

Quando dá coceiraCoça que não é brincadeira

E o nosso irmão carrapatoQue é um outro bicho chato

E primo-irmão do baciloQue é irmão tranqüiloQue é irmão tranqüilo

E o homem que pensa tudo saberNão sabe o jantar que os bichinhos vão

terQuando o seu dia chegarQuando o seu dia chegar

Ane

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Os Bichinhos e o HomemVinicius de Moraes | Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Page 38: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

Fonte: http://www.literatus.blogspot.com

Anexo II

Canteiros (Cecília Meireles)

Quando penso em você fecho os olhos de saudadeTenho tido muita coisa, menos a felicidade

Correm os meus dedos longos em versos tristes que inventoNem aquilo a que me entrego já me traz contentamento

Pode ser até manhã, cedo claro feito diamas nada do que me dizem me faz sentir alegriaEu só queria ter no mato um gosto de framboesa

Para correr entre os canteiros e esconder minha tristezaQue eu ainda sou bem moço para tanta tristeza

E deixemos de coisa, cuidemos da vida,Pois se não chega a morte ou coisa parecida

E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.

Fonte: http://www.aindamelhor.com/poesia/poesias11-cecilia-meireles.php - acessado em 01/06/09.

Anexo III

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

V – NOTÍCIA DE JORNAL IMPRESSO

O gênero textual notícia alcança todas as camadas sociais, movimentando informações e, de certa forma, contribuindo para a formação de opinião dos leitores. Daí ser, esse gênero, um importante instrumento n o p r o c e s s o d e f o r m a ç ã o d o leitor/interlocutor. Por ser um texto que divulga, para grande contingente da população, um fato noticioso, este deve ser marcado pelo ineditismo, improbabilidade, interesse, apelo, empatia e o factual. Para os jornais, quanto mais pessoas se identificarem com a (s) personagem (ns) e a situação da notícia, mais jornais serão vendidos.

O texto da notícia de jornal impresso é organizado da seguinte forma: título, “lead” e corpo. A função do título é despertar no leitor o interesse pela leitura da notícia. Assim, este deve apresentar uma mensagem sucinta e, algumas vezes, surpreendente, destacando-se graficamente do texto que se segue. A importância do título é tanta que o título mais importante de cada caderno do jornal é chamado de 'manchete'. O lead - do inglês que significa 'guia' ou 'o que vem a frente' – sempre é encontrado no primeiro parágrafo. Refere-se a um breve relato dos fatos e deve apresentar informações essenciais que, na teoria do jornalismo, são as perguntas básicas contidas nesta etapa que deverão ser respondidas na elaboração de uma matéria: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Já no corpo do texto da notícia, que correspondem aos demais parágrafos, são detalhados os fatos introduzidos pelo lead com ampliação de novas informações, organizadas em ordem cronológica ou de importância.

Lembrar que as fotografias e as legendas têm sua parte na construção de sentidos do gênero notícia. Geralmente, os jornais direcionados à população menos escolarizada, utilizam a imagem como resumo da notícia. Algumas vezes a leitura das notícias resume-se à leitura do título e da imagem, seja pela pressa ou interesse em ver determinada notícia. Então, a concisão do título e a escolha estratégica das imagens como fonte de informação características desse gênero que norteiam a seleção, por parte do leitor, de quais notícias serão lidas na íntegra.

A organização interna do texto se caracteriza pela presença de períodos curtos, frases na ordem direta, vocabulário usual, descrições objetivas, utilização de verbos introdutores de opinião, como falar, dizer, afirmar, assegurar, expressões circunstanciais de tempo, espaço, causa etc. que orientam as informações básicas sobre o fato noticiado que está presente no lead. Essas características podem ser exploradas no eixo da análise lingüística, assim como na leitura e para a produção do gênero.

É importante trabalhar com notícias atuais e sempre observar aspectos relacionados às condições de produção, como: leitor; posicionamento ideológico do jornal, que compõe a sua linha editorial, em que a notícia foi publicada, a parcialidade da notícia, entre outros pontos.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 39: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

Fonte: http://www.literatus.blogspot.com

Anexo II

Canteiros (Cecília Meireles)

Quando penso em você fecho os olhos de saudadeTenho tido muita coisa, menos a felicidade

Correm os meus dedos longos em versos tristes que inventoNem aquilo a que me entrego já me traz contentamento

Pode ser até manhã, cedo claro feito diamas nada do que me dizem me faz sentir alegriaEu só queria ter no mato um gosto de framboesa

Para correr entre os canteiros e esconder minha tristezaQue eu ainda sou bem moço para tanta tristeza

E deixemos de coisa, cuidemos da vida,Pois se não chega a morte ou coisa parecida

E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.

Fonte: http://www.aindamelhor.com/poesia/poesias11-cecilia-meireles.php - acessado em 01/06/09.

Anexo III

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

V – NOTÍCIA DE JORNAL IMPRESSO

O gênero textual notícia alcança todas as camadas sociais, movimentando informações e, de certa forma, contribuindo para a formação de opinião dos leitores. Daí ser, esse gênero, um importante instrumento n o p r o c e s s o d e f o r m a ç ã o d o leitor/interlocutor. Por ser um texto que divulga, para grande contingente da população, um fato noticioso, este deve ser marcado pelo ineditismo, improbabilidade, interesse, apelo, empatia e o factual. Para os jornais, quanto mais pessoas se identificarem com a (s) personagem (ns) e a situação da notícia, mais jornais serão vendidos.

O texto da notícia de jornal impresso é organizado da seguinte forma: título, “lead” e corpo. A função do título é despertar no leitor o interesse pela leitura da notícia. Assim, este deve apresentar uma mensagem sucinta e, algumas vezes, surpreendente, destacando-se graficamente do texto que se segue. A importância do título é tanta que o título mais importante de cada caderno do jornal é chamado de 'manchete'. O lead - do inglês que significa 'guia' ou 'o que vem a frente' – sempre é encontrado no primeiro parágrafo. Refere-se a um breve relato dos fatos e deve apresentar informações essenciais que, na teoria do jornalismo, são as perguntas básicas contidas nesta etapa que deverão ser respondidas na elaboração de uma matéria: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Já no corpo do texto da notícia, que correspondem aos demais parágrafos, são detalhados os fatos introduzidos pelo lead com ampliação de novas informações, organizadas em ordem cronológica ou de importância.

Lembrar que as fotografias e as legendas têm sua parte na construção de sentidos do gênero notícia. Geralmente, os jornais direcionados à população menos escolarizada, utilizam a imagem como resumo da notícia. Algumas vezes a leitura das notícias resume-se à leitura do título e da imagem, seja pela pressa ou interesse em ver determinada notícia. Então, a concisão do título e a escolha estratégica das imagens como fonte de informação características desse gênero que norteiam a seleção, por parte do leitor, de quais notícias serão lidas na íntegra.

A organização interna do texto se caracteriza pela presença de períodos curtos, frases na ordem direta, vocabulário usual, descrições objetivas, utilização de verbos introdutores de opinião, como falar, dizer, afirmar, assegurar, expressões circunstanciais de tempo, espaço, causa etc. que orientam as informações básicas sobre o fato noticiado que está presente no lead. Essas características podem ser exploradas no eixo da análise lingüística, assim como na leitura e para a produção do gênero.

É importante trabalhar com notícias atuais e sempre observar aspectos relacionados às condições de produção, como: leitor; posicionamento ideológico do jornal, que compõe a sua linha editorial, em que a notícia foi publicada, a parcialidade da notícia, entre outros pontos.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 40: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

Objetivos: compreender a notícia impressa como um relevante instrumento de reflexão sobre os fatos da nossa realidade social; interagir oralmente acerca dos diversos temas apresentados nas notícias lidas; identificar notícias, diferenciando-as de outros gêneros; discutir sobre as temáticas mais frequentes nas notícias, além das outras seções que compõem o jornal impresso; inferir e levantar hipóteses sobre as temáticas das noticias a partir da leitura dos títulos de notícias e das imagens relacionadas às notícias; identificar as características peculiares do gênero, como: recursos gráficos – tipos e tamanho de letras, de imagens, informações no lead; analisar e comparar a mesma notícia em um jornal popular e um jornal direcionado a uma elite, observando aspecto como vocabulário, extensão e ordem das frases, parcialidade no tratamento do tema etc.; produzir notícias com as características desse gênero.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Organize a sala e afixe, em locais diversos, várias notícias recentes e peça que os alunos circulem e leiam as notícias expostas. Após alguns minutos, tempo que dê para eles lerem um bom número de notícias, e oriente para que eles parem na notícia que mais impressionou.Logo em seguida, pergunte: (a) como é chamado esse texto que você acabou de ler? (b) Você estava lendo uma história em quadrinhos? Por que não? (c) Qual a função desses textos que você leu? Onde podemos encontrar textos assim? (d) por que essa notícia o impressionou?Após esse momento, forme pequenos grupos e distribua a crônica “Os jornais”, de Rubem Braga (ANEXO I). Leia junto com os alunos, abra um momento de discussão acerca das temáticas das notícias a partir das seguintes perguntas: (a) Quais tipos de notícias têm predominado nos jornais? Por quê? (b) Qual o significado das expressões “Será o mundo assim, uma bola confusa, onde acontecem unicamente desastres e desgraças?” e “ A impressão que a gente tem, lendo os jornais(...) é que o 'lar é um local destinado (...) à prática de 'uxoricídio'”. (c) O que significa o termo 'uxoricídio'?

2. Recursos didáticos: Páginas do Recortes de notícias. Cópia da crônica de Rubem Braga (ANEXO I). Dicionário.

3. Comentários: O número de aulas nessa sequência dependerá do número de alunos na turma e do ritmo de trabalho destes. Deixe os alunos descobrirem o nome do gênero. Estimule a produção oral dos alunos, de forma que eles ativem o máximo seus conhecimentos prévios sobre o gênero, como também seu nível de argumentação. Exponha notícias de diversas temáticas (políticas, esportivas, televisivas, nacionais, internacionais etc.) e diversos jornais.Sistematize as respostas dos alunos em um cartaz sobre a característica inicial do gênero. Esse cartaz deverá ficar exposto na sala.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Informe ao aluno que os textos informativos vêm expressos em gêneros, como a reportagem, artigo de revista e que cada texto tem um nome específico, com estrutura e função social diferentes. O objetivo da utilização da crônica limita-se à exploração do tema.

II – Eixo de ensino | LEITURA.

1. Distribua um jornal impresso a cada grupo e trabalhe com os alunos a idéia de jornal como suporte que contém vários gêneros. Escreva no quadro as seguintes perguntas: (a) Um jornal é composto por vários cadernos, então, quantos cadernos têm o jornal que vocês estão lendo? (b) Quais temas são encontrados nesses cadernos? (c) Os cadernos publicados são os mesmos todos os dias da semana? (d) A extensão dos cadernos varia de acordo com os dias da semana? (e) A notícia é apenas um dos gêneros encontrados no jornal. Que outros gêneros podermos encontrar? (f) Qual é o texto que predomina no jornal? (g) Por que são utilizados diferentes tipos de letras nos títulos dos textos? (h) A organização gráfica do jornal (ilustrações, fotografias, gráficos, cabeçalhos de seções etc.) permite uma melhor localização das informações?Os grupos deverão dispor de um tempo para responder as perguntas e, depois, escolher um membro do grupo para socializar as respostas.

2. Recursos didáticos: Diversos jornais usados e completos. Quadro, piloto/giz. Papel, lápis/caneta.

3. Comentários: É um bom momento para os alunos analisarem o jornal e conhecerem os cadernos que o compõem, como também perceber os diferentes tipos de letras, os gêneros textuais do domínio jornalístico, as seções, entre outros. Provavelmente os alunos irão observar que os anúncios e as notícias predominam, tornando-se um excelente momento para refletir sobre o porquê desse formato.

III – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Organize a sala em grupos e distribua a notícia “Suspeito de realizar sequestro dá aula de crime a crianças” do Jornal do Commércio (Anexo I). Leia com os alunos a notícia e faça perguntas orais para levantar hipóteses, fazer inferências e ativar o conhecimento prévio dos alunos, tais como: (a) Quem é o suspeito? (b) Onde, como e para quem ele dá aulas? (c) O Suspeito agiu sozinho? Quem o ajudou? (d) Você concorda com a forma do suspeito agir, tanto com as crianças, como seu modo diante da sociedade? (e) Por que o título da notícia está no presente do indicativo se o fato aconteceu dias antes?Registre as informações dos grupos em um cartaz.

2. Recursos didáticos: Cópias da notícia “Suspeito de realizar sequestro dá aula de crime a crianças” (Anexo I). Cartolina, piloto.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 41: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

Objetivos: compreender a notícia impressa como um relevante instrumento de reflexão sobre os fatos da nossa realidade social; interagir oralmente acerca dos diversos temas apresentados nas notícias lidas; identificar notícias, diferenciando-as de outros gêneros; discutir sobre as temáticas mais frequentes nas notícias, além das outras seções que compõem o jornal impresso; inferir e levantar hipóteses sobre as temáticas das noticias a partir da leitura dos títulos de notícias e das imagens relacionadas às notícias; identificar as características peculiares do gênero, como: recursos gráficos – tipos e tamanho de letras, de imagens, informações no lead; analisar e comparar a mesma notícia em um jornal popular e um jornal direcionado a uma elite, observando aspecto como vocabulário, extensão e ordem das frases, parcialidade no tratamento do tema etc.; produzir notícias com as características desse gênero.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | LEITURA E ORALIDADE.

1. Organize a sala e afixe, em locais diversos, várias notícias recentes e peça que os alunos circulem e leiam as notícias expostas. Após alguns minutos, tempo que dê para eles lerem um bom número de notícias, e oriente para que eles parem na notícia que mais impressionou.Logo em seguida, pergunte: (a) como é chamado esse texto que você acabou de ler? (b) Você estava lendo uma história em quadrinhos? Por que não? (c) Qual a função desses textos que você leu? Onde podemos encontrar textos assim? (d) por que essa notícia o impressionou?Após esse momento, forme pequenos grupos e distribua a crônica “Os jornais”, de Rubem Braga (ANEXO I). Leia junto com os alunos, abra um momento de discussão acerca das temáticas das notícias a partir das seguintes perguntas: (a) Quais tipos de notícias têm predominado nos jornais? Por quê? (b) Qual o significado das expressões “Será o mundo assim, uma bola confusa, onde acontecem unicamente desastres e desgraças?” e “ A impressão que a gente tem, lendo os jornais(...) é que o 'lar é um local destinado (...) à prática de 'uxoricídio'”. (c) O que significa o termo 'uxoricídio'?

2. Recursos didáticos: Páginas do Recortes de notícias. Cópia da crônica de Rubem Braga (ANEXO I). Dicionário.

3. Comentários: O número de aulas nessa sequência dependerá do número de alunos na turma e do ritmo de trabalho destes. Deixe os alunos descobrirem o nome do gênero. Estimule a produção oral dos alunos, de forma que eles ativem o máximo seus conhecimentos prévios sobre o gênero, como também seu nível de argumentação. Exponha notícias de diversas temáticas (políticas, esportivas, televisivas, nacionais, internacionais etc.) e diversos jornais.Sistematize as respostas dos alunos em um cartaz sobre a característica inicial do gênero. Esse cartaz deverá ficar exposto na sala.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Informe ao aluno que os textos informativos vêm expressos em gêneros, como a reportagem, artigo de revista e que cada texto tem um nome específico, com estrutura e função social diferentes. O objetivo da utilização da crônica limita-se à exploração do tema.

II – Eixo de ensino | LEITURA.

1. Distribua um jornal impresso a cada grupo e trabalhe com os alunos a idéia de jornal como suporte que contém vários gêneros. Escreva no quadro as seguintes perguntas: (a) Um jornal é composto por vários cadernos, então, quantos cadernos têm o jornal que vocês estão lendo? (b) Quais temas são encontrados nesses cadernos? (c) Os cadernos publicados são os mesmos todos os dias da semana? (d) A extensão dos cadernos varia de acordo com os dias da semana? (e) A notícia é apenas um dos gêneros encontrados no jornal. Que outros gêneros podermos encontrar? (f) Qual é o texto que predomina no jornal? (g) Por que são utilizados diferentes tipos de letras nos títulos dos textos? (h) A organização gráfica do jornal (ilustrações, fotografias, gráficos, cabeçalhos de seções etc.) permite uma melhor localização das informações?Os grupos deverão dispor de um tempo para responder as perguntas e, depois, escolher um membro do grupo para socializar as respostas.

2. Recursos didáticos: Diversos jornais usados e completos. Quadro, piloto/giz. Papel, lápis/caneta.

3. Comentários: É um bom momento para os alunos analisarem o jornal e conhecerem os cadernos que o compõem, como também perceber os diferentes tipos de letras, os gêneros textuais do domínio jornalístico, as seções, entre outros. Provavelmente os alunos irão observar que os anúncios e as notícias predominam, tornando-se um excelente momento para refletir sobre o porquê desse formato.

III – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Organize a sala em grupos e distribua a notícia “Suspeito de realizar sequestro dá aula de crime a crianças” do Jornal do Commércio (Anexo I). Leia com os alunos a notícia e faça perguntas orais para levantar hipóteses, fazer inferências e ativar o conhecimento prévio dos alunos, tais como: (a) Quem é o suspeito? (b) Onde, como e para quem ele dá aulas? (c) O Suspeito agiu sozinho? Quem o ajudou? (d) Você concorda com a forma do suspeito agir, tanto com as crianças, como seu modo diante da sociedade? (e) Por que o título da notícia está no presente do indicativo se o fato aconteceu dias antes?Registre as informações dos grupos em um cartaz.

2. Recursos didáticos: Cópias da notícia “Suspeito de realizar sequestro dá aula de crime a crianças” (Anexo I). Cartolina, piloto.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 42: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

3. Comentários: Os jornais utilizam no título das notícias de jornais impressos o verbo no presente do indicativo com o propósito de estabelecer uma maior aproximação entre o leitor com o fato, assim como evidencia que a notícia é recente.Para caracterizar o gênero “notícia”, faça com os alunos uma reflexão sobre o lead, que é o primeiro parágrafo do texto.

IV – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA.

1. Entregue aos grupos uma imagem retirada de uma notícia de jornal. Os alunos deverão fazer a leitura da imagem e elaborar um possível título daquela notícia. Logo após, leia o título original para verificar o grupo que mais se aproximou.Em seguida, distribua com os grupos uma legenda de uma foto de alguma notícia, com legendas diferentes para cada grupo. Cada grupo faz a leitura e, depois, poderá desenhar ou recortar de algum jornal ou revista uma imagem que represente aquela legenda. Ao término dessa tarefa, cada grupo socializa sua produção.

2. Recursos didáticos: Fotos de notícias. Recortes de legendas de fotos de notícias e suas imagens. Revistas. Lápis de cores diversas, tesouras, cola, papel ofício.

3. Comentários: Explorar a relação da imagem com o fato noticiado. Mostrar para os alunos que a utilização de uma foto ou ilustração é uma das características de várias notícias. É interessante colocar as características encontradas no cartaz de caracterização.

V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Distribua com cada grupo uma notícia sobre um mesmo fato, publicada em jornais diferentes. Escolha um jornal de cunho popular, outro voltado para um público de maior escolaridade. Os alunos deverão ler as notícias e escrever as diferenças encontradas. Faça as seguintes perguntes: (a) Quais os fatos que merecem destaques nas duas notícias? (b) Verificou se há diferenças na apresentação dos fatos? A linguagem utilizada pelos jornalistas é diferente? (c) Por que essas diferenças existem?Socialize oralmente as conclusões de cada grupo.Leve em conta que os jornais poderão utilizar vocabulário usual ou informal. As frases tendem a ser curtas para facilitar a leitura. No entanto, no jornal popular é considerável a presença do humor ou do sensacionalismo na abordagem de certas notícias, o que contraria a máxima da imparcialidade característica desse gênero.

2. Recursos didáticos: Notícias de jornais diversos.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

3. Comentários: Essa atividade propicia o aluno a refletir acerca da relação jornal e público-alvo, fazendo com que essa relação marque a escrita de uma determinada notícia. O público-alvo de uma notícia é um item fundamental a se levar em conta. Observa-se, com isso, a escolha lexical e a ideologia de cada jornal. Cada fase da caracterização deverá ser anotada em um cartaz, para posteriormente, ser utilizada pelo aluno na produção final.

VI – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA.

1. Nessa atividade, discuta com os alunos se eles sabem o que é uma greve e quem poderá fazê-la. Logo em seguida, entregue a cada grupo um papel com os seguintes números: 1.700 – 22h – 190 mil – 5h às 8h30 e 16h às 20h – 12% - 4% - 8% - 50% - 80% .Questione seus alunos sobre o que se referem esses números em relação ao contexto de uma greve. Após esse momento, distribua aos seus alunos a notícia “Metrô do Recife em greve por 2 dias”, do Jornal do Commércio (ANEXO II) , e mande eles lerem a notícias e localizar os dados relacionados a cada número analisado anteriormente. Os grupos deverão socializar suas respostas e verificar se as hipóteses e inferências levantadas sobre os números se aproximaram dos fatos relativos a notícia. Abra uma discussão com os alunos sobre esses números, assim: (a) Será que a notícia funcionaria com o mesmo impacto sem a presença desses números? (b) Por que há essa exposição de números na notícia e em outras?É importante levantar questões acerca da relação do título com o texto. A palavra 'Metrô' do título se refere a quê? Quem está em greve? O Metrô ou os funcionários? Por que não utilizar a expressão 'funcionários do Metrô em greve'?

2. Recursos didáticos: Papel com os números. Cópias da notícia “Metrô do Recife em greve por 2 dias”, do Jornal do Commércio (ANEXO II). Papel, lápis.

3. Comentários: Os números na notícia exercem uma função discursiva de suma importância, pois dá credibilidade e confiabilidade ao fato noticiado. No caso dessa notícia, os números dão credibilidade e precisão ao fato. É interessante trabalhar com os alunos a questão da economia do espaço para noticiar os fatos. No caso do título, a utilização do termo 'metrô' acompanhado dos funcionários, que efetivamente é que estão em greve, surte o mesmo efeito, sobretudo mais contundente, pois o que interessa para a população é o fato do meio de transporte 'metro' não funcionar em tais horários por conta da greve dos funcionários do mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 43: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

3. Comentários: Os jornais utilizam no título das notícias de jornais impressos o verbo no presente do indicativo com o propósito de estabelecer uma maior aproximação entre o leitor com o fato, assim como evidencia que a notícia é recente.Para caracterizar o gênero “notícia”, faça com os alunos uma reflexão sobre o lead, que é o primeiro parágrafo do texto.

IV – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA.

1. Entregue aos grupos uma imagem retirada de uma notícia de jornal. Os alunos deverão fazer a leitura da imagem e elaborar um possível título daquela notícia. Logo após, leia o título original para verificar o grupo que mais se aproximou.Em seguida, distribua com os grupos uma legenda de uma foto de alguma notícia, com legendas diferentes para cada grupo. Cada grupo faz a leitura e, depois, poderá desenhar ou recortar de algum jornal ou revista uma imagem que represente aquela legenda. Ao término dessa tarefa, cada grupo socializa sua produção.

2. Recursos didáticos: Fotos de notícias. Recortes de legendas de fotos de notícias e suas imagens. Revistas. Lápis de cores diversas, tesouras, cola, papel ofício.

3. Comentários: Explorar a relação da imagem com o fato noticiado. Mostrar para os alunos que a utilização de uma foto ou ilustração é uma das características de várias notícias. É interessante colocar as características encontradas no cartaz de caracterização.

V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Distribua com cada grupo uma notícia sobre um mesmo fato, publicada em jornais diferentes. Escolha um jornal de cunho popular, outro voltado para um público de maior escolaridade. Os alunos deverão ler as notícias e escrever as diferenças encontradas. Faça as seguintes perguntes: (a) Quais os fatos que merecem destaques nas duas notícias? (b) Verificou se há diferenças na apresentação dos fatos? A linguagem utilizada pelos jornalistas é diferente? (c) Por que essas diferenças existem?Socialize oralmente as conclusões de cada grupo.Leve em conta que os jornais poderão utilizar vocabulário usual ou informal. As frases tendem a ser curtas para facilitar a leitura. No entanto, no jornal popular é considerável a presença do humor ou do sensacionalismo na abordagem de certas notícias, o que contraria a máxima da imparcialidade característica desse gênero.

2. Recursos didáticos: Notícias de jornais diversos.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

3. Comentários: Essa atividade propicia o aluno a refletir acerca da relação jornal e público-alvo, fazendo com que essa relação marque a escrita de uma determinada notícia. O público-alvo de uma notícia é um item fundamental a se levar em conta. Observa-se, com isso, a escolha lexical e a ideologia de cada jornal. Cada fase da caracterização deverá ser anotada em um cartaz, para posteriormente, ser utilizada pelo aluno na produção final.

VI – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGÜÍSTICA.

1. Nessa atividade, discuta com os alunos se eles sabem o que é uma greve e quem poderá fazê-la. Logo em seguida, entregue a cada grupo um papel com os seguintes números: 1.700 – 22h – 190 mil – 5h às 8h30 e 16h às 20h – 12% - 4% - 8% - 50% - 80% .Questione seus alunos sobre o que se referem esses números em relação ao contexto de uma greve. Após esse momento, distribua aos seus alunos a notícia “Metrô do Recife em greve por 2 dias”, do Jornal do Commércio (ANEXO II) , e mande eles lerem a notícias e localizar os dados relacionados a cada número analisado anteriormente. Os grupos deverão socializar suas respostas e verificar se as hipóteses e inferências levantadas sobre os números se aproximaram dos fatos relativos a notícia. Abra uma discussão com os alunos sobre esses números, assim: (a) Será que a notícia funcionaria com o mesmo impacto sem a presença desses números? (b) Por que há essa exposição de números na notícia e em outras?É importante levantar questões acerca da relação do título com o texto. A palavra 'Metrô' do título se refere a quê? Quem está em greve? O Metrô ou os funcionários? Por que não utilizar a expressão 'funcionários do Metrô em greve'?

2. Recursos didáticos: Papel com os números. Cópias da notícia “Metrô do Recife em greve por 2 dias”, do Jornal do Commércio (ANEXO II). Papel, lápis.

3. Comentários: Os números na notícia exercem uma função discursiva de suma importância, pois dá credibilidade e confiabilidade ao fato noticiado. No caso dessa notícia, os números dão credibilidade e precisão ao fato. É interessante trabalhar com os alunos a questão da economia do espaço para noticiar os fatos. No caso do título, a utilização do termo 'metrô' acompanhado dos funcionários, que efetivamente é que estão em greve, surte o mesmo efeito, sobretudo mais contundente, pois o que interessa para a população é o fato do meio de transporte 'metro' não funcionar em tais horários por conta da greve dos funcionários do mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 44: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

VII – Eixo de ensino | ESCRITA.

1. Peça para os alunos produzirem uma notícia a partir de um fato de sua comunidade. Poderá ser em grupo, de maneira que cada um fique com uma função, das imagens, manchetes, títulos, legendas etc.Em outro momento, faça a análise das produções, junto com os alunos, orientados pelas informações do cartaz de caracterização do gênero notícia. Após a revisão, oriente-os quanto à reescrita.

2. Recursos didáticos: Papel e lápis. Gravuras e fotos.3. Comentários: Os alunos deverão ficar atentos quanto ao cartaz com a

caracterização do gênero, como uma orientação. Se o professor julgar necessário, escolher algumas notícias produzidas pelos alunos e colocar em um painel, de forma que todos da escola possam ler.

Para obter mais informações, procure o apêndice.

Anexo I

Font

e: J

orna

l do

Com

mér

cio,

06

de

junh

o de

20

09

.

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Anexo II

Fonte: Jornal do Commércio, 06 de junho de 2009.

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VII – Eixo de ensino | ESCRITA.

1. Peça para os alunos produzirem uma notícia a partir de um fato de sua comunidade. Poderá ser em grupo, de maneira que cada um fique com uma função, das imagens, manchetes, títulos, legendas etc.Em outro momento, faça a análise das produções, junto com os alunos, orientados pelas informações do cartaz de caracterização do gênero notícia. Após a revisão, oriente-os quanto à reescrita.

2. Recursos didáticos: Papel e lápis. Gravuras e fotos.3. Comentários: Os alunos deverão ficar atentos quanto ao cartaz com a

caracterização do gênero, como uma orientação. Se o professor julgar necessário, escolher algumas notícias produzidas pelos alunos e colocar em um painel, de forma que todos da escola possam ler.

Para obter mais informações, procure o apêndice.

Anexo I

Font

e: J

orna

l do

Com

mér

cio,

06

de

junh

o de

20

09

.

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Anexo II

Fonte: Jornal do Commércio, 06 de junho de 2009.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

Page 46: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

VI – TIRA EM QUADRINHOS

A tira em quadrinho surgiu no espaço do suporte de jornal, estendendo-se, posteriormente, para revistas, livros didáticos, sites etc. Esse gênero discursivo propicia análises em diversas perspectivas, haja vista representar pequenas narrativas e por se estruturar a partir de dois códigos – o verbal e o não-verbal -, aproveitando a combinação entre falas, expressões e gestos das personagens, além de privilegiar a situação contextual pelo seu aspecto Assim, a Tira em quadrinhos lida com duas importantes modalidades de comunicação: palavras e imagens. Uma modalidade deve estar em harmonia com a outra para que haja uma comunicação eficaz.

Nesse gênero, os personagens agem, dialogam e pensam, sendo suas falas e pensamentos apresentados através de balões. Apresenta um grau acentuado de informalidade e de interatividade, tais como o uso de interjeições, pontuação expressiva – exclamações, reticências, interrogações alongadas etc. -, além de outros recursos gráficos, como o uso de negrito, tamanhos e formatos diversos de letras, de certos símbolos – estrelas, que representam dor; formatos diferentes de balões – em forma de nuvem, para pensamentos e sonhos; balões pontilhados para falas sussurradas.

A Tira se caracteriza por ter uma narrativa contada em poucos quadros, geralmente de um a cinco e traz no seu bojo um caráter humorístico e crítico, alcançado através de estratégias específicas, como a quebra de expectativa, que consiste em um final inesperado, provocando o riso. Assim, a leitura de tiras exige a ativação de estratégias de leitura, que ativem conhecimentos de mundo, inferências, relações entre textos para a construção de sentidos.

As temáticas trabalhadas são, por excelência, variadas, voltadas para públicos leitores diferenciados, desde adultos até crianças. Algumas tiras realizam sátira política e social com personagens que corporificam estereótipos, alguns modos de pensar e de agir comuns em nossa sociedade.

Dessa forma, acreditamos que o caráter satírico desse gênero incentiva na formação de leitores nessa série, por possibilitar o estabelecimento de relações entre a temática e a crítica social subentendida na história narrada, de maneira que se discutam, em sala de aula, questões éticas, políticas, culturais, sociais etc.

interacional.

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

No âmbito linguístico-discursivo, o registro informal de linguagem é o mais comum, aproximando-se da conversa cotidiana. A pontuação utilizada nessas tiras, geralmente assume um caráter expressivo que apontam emoções sentidas pelos personagens. Normalmente não há narrador, assim o leitor só conta com a expressão facial e corporal dos personagens, junto à pontuação utilizada e o que é dito pelos personagens. Outro recurso importante para manter a interatividade e o envolvimento entre leitor e texto são as onomatopeias, pois tentam imitar os sons produzidos pelos personagens e os ruídos que ocorrem no contexto da história.

Portanto, ao promover o estudo do gênero tiras, na perspectiva lingüístico-discursiva, estaremos contribuindo na formação de leitores críticos, de forma lúdica e com humor.

Objetivos: refletir sobre a relação entre texto verbal, não-verbal e imagens na construção de sentidos; perceber estratégias de produção de humor quebra de expectativa, ironia, duplo sentido etc.; ler criticamente tiras, refletindo sobre a crítica social apresentada; produzir final coerente de tira, articulando entre a imagem e texto verbal e efeito de humor; produzir tiras como atividade de produção e reescrita de texto.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | LEITURA, ORALIDADE E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Distribua para os alunos tarjas com nomes de personagens de tiras em quadrinhos ( Turma da Mônica, Hagar, Mafalda, Níquel Náusea etc.) e solicite que eles se organizem em grupos de acordo com o nome dos personagens recebidos. Questione se os alunos conhecem os personagens que receberam, onde podemos encontrá-los, de que personagem mais gostam e o porquê.Em seguida, distribua tiras variadas para os alunos. Estes irão fazer a leitura de suas tiras e analisá-las para verificar suas características estruturais e linguísticas. Provoque-os com as perguntas: (a) Onde podemos encontrar as tiras? (b) Que elementos linguísticos constituem as tiras? (c) Quais recursos gráficos estão presentes nas tiras? (d) As tiras utilizam recursos do humor para fazer crítica social? – trabalhar a função social da crítica.No momento da análise, os grupos receberão tarjas para anotarem as características formais, estruturais, linguísticas e discursivas do gênero para montagem do painel de caracterizações.

2. Recursos didáticos: Tarjas em cartolina com nomes de personagens de tiras em quadrinhos. Cartolina, piloto. Cópias de tiras em quadrinhos. Tarjas de cartolina.

3. Comentários: O número de aulas nessa sequência dependerá do número de alunos na turma e do ritmo de trabalho destes.Essa atividade, a princípio, servirá para organizar os grupos e introduzi-los no universo dos personagens das tiras em quadrinhos. Para que a atividade tenha

Page 47: Livro aprender mais_portugues_anos_finais

VI – TIRA EM QUADRINHOS

A tira em quadrinho surgiu no espaço do suporte de jornal, estendendo-se, posteriormente, para revistas, livros didáticos, sites etc. Esse gênero discursivo propicia análises em diversas perspectivas, haja vista representar pequenas narrativas e por se estruturar a partir de dois códigos – o verbal e o não-verbal -, aproveitando a combinação entre falas, expressões e gestos das personagens, além de privilegiar a situação contextual pelo seu aspecto Assim, a Tira em quadrinhos lida com duas importantes modalidades de comunicação: palavras e imagens. Uma modalidade deve estar em harmonia com a outra para que haja uma comunicação eficaz.

Nesse gênero, os personagens agem, dialogam e pensam, sendo suas falas e pensamentos apresentados através de balões. Apresenta um grau acentuado de informalidade e de interatividade, tais como o uso de interjeições, pontuação expressiva – exclamações, reticências, interrogações alongadas etc. -, além de outros recursos gráficos, como o uso de negrito, tamanhos e formatos diversos de letras, de certos símbolos – estrelas, que representam dor; formatos diferentes de balões – em forma de nuvem, para pensamentos e sonhos; balões pontilhados para falas sussurradas.

A Tira se caracteriza por ter uma narrativa contada em poucos quadros, geralmente de um a cinco e traz no seu bojo um caráter humorístico e crítico, alcançado através de estratégias específicas, como a quebra de expectativa, que consiste em um final inesperado, provocando o riso. Assim, a leitura de tiras exige a ativação de estratégias de leitura, que ativem conhecimentos de mundo, inferências, relações entre textos para a construção de sentidos.

As temáticas trabalhadas são, por excelência, variadas, voltadas para públicos leitores diferenciados, desde adultos até crianças. Algumas tiras realizam sátira política e social com personagens que corporificam estereótipos, alguns modos de pensar e de agir comuns em nossa sociedade.

Dessa forma, acreditamos que o caráter satírico desse gênero incentiva na formação de leitores nessa série, por possibilitar o estabelecimento de relações entre a temática e a crítica social subentendida na história narrada, de maneira que se discutam, em sala de aula, questões éticas, políticas, culturais, sociais etc.

interacional.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

No âmbito linguístico-discursivo, o registro informal de linguagem é o mais comum, aproximando-se da conversa cotidiana. A pontuação utilizada nessas tiras, geralmente assume um caráter expressivo que apontam emoções sentidas pelos personagens. Normalmente não há narrador, assim o leitor só conta com a expressão facial e corporal dos personagens, junto à pontuação utilizada e o que é dito pelos personagens. Outro recurso importante para manter a interatividade e o envolvimento entre leitor e texto são as onomatopeias, pois tentam imitar os sons produzidos pelos personagens e os ruídos que ocorrem no contexto da história.

Portanto, ao promover o estudo do gênero tiras, na perspectiva lingüístico-discursiva, estaremos contribuindo na formação de leitores críticos, de forma lúdica e com humor.

Objetivos: refletir sobre a relação entre texto verbal, não-verbal e imagens na construção de sentidos; perceber estratégias de produção de humor quebra de expectativa, ironia, duplo sentido etc.; ler criticamente tiras, refletindo sobre a crítica social apresentada; produzir final coerente de tira, articulando entre a imagem e texto verbal e efeito de humor; produzir tiras como atividade de produção e reescrita de texto.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

I – Eixo de ensino | LEITURA, ORALIDADE E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Distribua para os alunos tarjas com nomes de personagens de tiras em quadrinhos ( Turma da Mônica, Hagar, Mafalda, Níquel Náusea etc.) e solicite que eles se organizem em grupos de acordo com o nome dos personagens recebidos. Questione se os alunos conhecem os personagens que receberam, onde podemos encontrá-los, de que personagem mais gostam e o porquê.Em seguida, distribua tiras variadas para os alunos. Estes irão fazer a leitura de suas tiras e analisá-las para verificar suas características estruturais e linguísticas. Provoque-os com as perguntas: (a) Onde podemos encontrar as tiras? (b) Que elementos linguísticos constituem as tiras? (c) Quais recursos gráficos estão presentes nas tiras? (d) As tiras utilizam recursos do humor para fazer crítica social? – trabalhar a função social da crítica.No momento da análise, os grupos receberão tarjas para anotarem as características formais, estruturais, linguísticas e discursivas do gênero para montagem do painel de caracterizações.

2. Recursos didáticos: Tarjas em cartolina com nomes de personagens de tiras em quadrinhos. Cartolina, piloto. Cópias de tiras em quadrinhos. Tarjas de cartolina.

3. Comentários: O número de aulas nessa sequência dependerá do número de alunos na turma e do ritmo de trabalho destes.Essa atividade, a princípio, servirá para organizar os grupos e introduzi-los no universo dos personagens das tiras em quadrinhos. Para que a atividade tenha

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

êxito, é importante distribuir não só tiras de humor, mas também tiras que fazem crítica social. Se necessário, leve para a sala alguns suportes onde essas tiras se ancoram, como: gibis, jornais e revistas, livros até na internet.

II – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA.

1. Distribua aos grupos tiras de personagens diversos, coladas em um papel. Os alunos deverão enfocar os personagens através do seu comportamento e das suas atitudes. Logo em seguida, eles irão analisar as tiras, identificando e listando traços da personalidade de cada personagem enfocado. Após essa análise, os alunos farão uma lista e apresentarão para a sala. Promova uma discussão acerca dessas personalidades. Em seguida, selecione três tiras de personagens diferentes e distribua aos alunos. O último balão destas tiras deverá estar vazio. Estimule os alunos, em grupo, a fazerem um final para as tiras, completando o balão, utilizando o humor e a produção de sentido do texto. Para finalizar essa atividade, utilize as tiras originais e mostre aos alunos para que eles façam a comparação com os finais que produziram, verificando se produziram humor através das quebras de expectativas.

2. Recursos didáticos: Tiras em quadrinhos diversos. Papel, lápis e caneta.3. Comentários: É interessante trabalhar um pouco a história dos personagens

das tiras. Observe se os alunos percebem quando se dá a quebra de expectativa, e, por conseguinte, como se constrói o humor a partir dessa quebra. Veja o caso, por exemplo, da tira em quadrinho de Mônica, Cebolinha e Cascão, no Anexo II.

III– Eixo de ensino | ESCRITA.

1. Com a sala organizada em grupos, distribua algumas tiras com seus balões sem nenhuma fala. Como já foi trabalhado sobre os personagens, peça para os alunos produzir as falas dos personagens, verificando a coerência que se estabelece dos elementos verbais e não-verbais, produzindo humor e sentido.

2. Recursos didáticos: Cópias de tiras. Papel, lápis e caneta.3. Comentários: Lembre aos alunos que a produção do texto verbal das tiras é

próxima da conversação informal, pois se assemelha ao diálogo face a face, como pode ser verificado no anexo I.

IV – Eixo de ensino | ANÁLISE LINGUÍSTICA E ESCRITA.

1. Nessa atividade, entregue aos grupos tiras com presença da linguagem não-verbal nos primeiros balões e, no último quadro, com um balão vazio, no qual os alunos darão voz, fazendo a leitura dos elementos não-verbais, além de

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

provocar o humor e sentido. Depois, produzirão a linguagem verbal no último balão.

Veja nos anexos II e III exemplos de tira com predominância da linguagem não-verbal.

2. Recursos didáticos: Cópias de tiras. Papel, caneta, lápis.3. Comentários: Essa atividade propicia o trabalho com a leitura do texto verbal e

não-verbal, formas características desse gênero, que vai além das entrelinhas, toda a leitura das imagens, efeitos gráficos etc.

V – Eixo de ensino | ESCRITA E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Solicite aos grupos que escolham o personagem de que mais gostaram. Após esse momento, oriente-os a ampliar os diálogos presentes nas tiras escolhidas, desenvolvendo uma história, com final a cargo dos alunos.Com as produções feitas, os alunos socializarão a produção de texto de cada grupo. Em seguida, peça aos alunos que produzam suas tiras, criando personagens, dando-lhes nomes, características pessoais e ideológicas, que produzam histórias com críticas sociais, de forma humorada.

2. Recursos didáticos: Papel, lápis.3. Comentários: Oriente-os quanto aos gestos, à expressão, os objetos, os

cenários como recursos que reproduzem as imagens das tiras. Trabalhe a reescrita, pois esse trabalho deverá ser afixado em um painel, na sala.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

êxito, é importante distribuir não só tiras de humor, mas também tiras que fazem crítica social. Se necessário, leve para a sala alguns suportes onde essas tiras se ancoram, como: gibis, jornais e revistas, livros até na internet.

II – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA.

1. Distribua aos grupos tiras de personagens diversos, coladas em um papel. Os alunos deverão enfocar os personagens através do seu comportamento e das suas atitudes. Logo em seguida, eles irão analisar as tiras, identificando e listando traços da personalidade de cada personagem enfocado. Após essa análise, os alunos farão uma lista e apresentarão para a sala. Promova uma discussão acerca dessas personalidades. Em seguida, selecione três tiras de personagens diferentes e distribua aos alunos. O último balão destas tiras deverá estar vazio. Estimule os alunos, em grupo, a fazerem um final para as tiras, completando o balão, utilizando o humor e a produção de sentido do texto. Para finalizar essa atividade, utilize as tiras originais e mostre aos alunos para que eles façam a comparação com os finais que produziram, verificando se produziram humor através das quebras de expectativas.

2. Recursos didáticos: Tiras em quadrinhos diversos. Papel, lápis e caneta.3. Comentários: É interessante trabalhar um pouco a história dos personagens

das tiras. Observe se os alunos percebem quando se dá a quebra de expectativa, e, por conseguinte, como se constrói o humor a partir dessa quebra. Veja o caso, por exemplo, da tira em quadrinho de Mônica, Cebolinha e Cascão, no Anexo II.

III– Eixo de ensino | ESCRITA.

1. Com a sala organizada em grupos, distribua algumas tiras com seus balões sem nenhuma fala. Como já foi trabalhado sobre os personagens, peça para os alunos produzir as falas dos personagens, verificando a coerência que se estabelece dos elementos verbais e não-verbais, produzindo humor e sentido.

2. Recursos didáticos: Cópias de tiras. Papel, lápis e caneta.3. Comentários: Lembre aos alunos que a produção do texto verbal das tiras é

próxima da conversação informal, pois se assemelha ao diálogo face a face, como pode ser verificado no anexo I.

IV – Eixo de ensino | ANÁLISE LINGUÍSTICA E ESCRITA.

1. Nessa atividade, entregue aos grupos tiras com presença da linguagem não-verbal nos primeiros balões e, no último quadro, com um balão vazio, no qual os alunos darão voz, fazendo a leitura dos elementos não-verbais, além de

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

provocar o humor e sentido. Depois, produzirão a linguagem verbal no último balão.

Veja nos anexos II e III exemplos de tira com predominância da linguagem não-verbal.

2. Recursos didáticos: Cópias de tiras. Papel, caneta, lápis.3. Comentários: Essa atividade propicia o trabalho com a leitura do texto verbal e

não-verbal, formas características desse gênero, que vai além das entrelinhas, toda a leitura das imagens, efeitos gráficos etc.

V – Eixo de ensino | ESCRITA E ANÁLISE LINGUÍSTICA.

1. Solicite aos grupos que escolham o personagem de que mais gostaram. Após esse momento, oriente-os a ampliar os diálogos presentes nas tiras escolhidas, desenvolvendo uma história, com final a cargo dos alunos.Com as produções feitas, os alunos socializarão a produção de texto de cada grupo. Em seguida, peça aos alunos que produzam suas tiras, criando personagens, dando-lhes nomes, características pessoais e ideológicas, que produzam histórias com críticas sociais, de forma humorada.

2. Recursos didáticos: Papel, lápis.3. Comentários: Oriente-os quanto aos gestos, à expressão, os objetos, os

cenários como recursos que reproduzem as imagens das tiras. Trabalhe a reescrita, pois esse trabalho deverá ser afixado em um painel, na sala.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Anexo I

Anexo III

Anexo II

Fonte: www.monica.com.br/comics/tirinhas.htm - acessado em 01/06/09

Fonte: www.monica.com.br/comics/tirinhas.htm - acessado em 01/06/09

Fonte: www.monica.com.br/comics/tirinhas.htm - acessado em 01/06/09

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

APÊNDICE

I – CRÔNICAS

As crônicas podem ser encontradas em jornais, revistas e internet. Algumas delas são compiladas em livros. A seguir, algumas obras, como:

ANDRADE, Carlos Drummond de et al. Crônicas I. São Paulo: Ática, 2002.ASSIS, Machado de. Fuga do Hospício. São Paulo: Ática, 203. (Coleção Para Gostar de Ler).BORBA FILHO, Hermilo. Louvações, encantamento e outras crônicas. Recife: Bagaço, 2000.NOVAIS, Carlos Eduardo et al. Crônicas 6. São Paulo: Ática, 2002.SÁ, Jorge de. Crônica. São Paulo: Ática.SABINO, Fernando. Cara ou coroa? São Paulo: Ática, 2000. ( Coleção Para Gostar de Ler).VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Sites:http://www.almacarioca.com.br/cronicas.htmhttp://www.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%B3nicahttp://www.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/cronicas/index.htmhttp://www.pensador.info/p/cronicas_de_luiz_fernando_verissimo/1/

Pesquisa:CANDIDO, Antonio et al. A Crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas/Rio de Janeiro: UNICAMP, 1992.

II – FÁBULA

As fábulas poderão ser encontradas em:

ESOPO. Fábulas. São Paulo; Martin Claret, 2006.FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1997.FERNANDES, Millôr. Novas Fábulas Fabulosas. Rio de Janeiro: Desiderata, 2007.LA FONTAINE, Jean de. Fábulas. São Paulo: Martin Claret, 2005.LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo; Brasiliense, 1995.MORAVIA, Alberto. Histórias da pré-história. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Editora 34, 2003.

Sites:http://www.contandohistoria.com/fabulas.htm.http://criancas.uol.com.br/historias/fabulas/http://www.helenamonteiro.com/fabulas/fabulas.htmhttp://www.angela-lago.com.br/3FabulaA.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bulahttp://www.metaforas.com.br/infantis/default.asp

Pesquisa:DEZOTTI, Maria Celeste Consolin. A tradição da fábula: de esopo a La Fontaine. São Paulo: IMESP, 2003.FÁVERO, Leonor Lopes. Paródia e dialogismo. In: BARROS, Diana Luz Pessoa & FIORIN, José Luiz (org.). Dialogismo, polifonia e intertextualidade: em torno de Mikhail Bakhtin. São Paulo: EDUSP, 2003.

Sites:BAGNO, Mascos. Fábulas fabulosas. Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/http://www.redebrasil.tv.br/salto/boletins2005/

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Anexo I

Anexo III

Anexo II

Fonte: www.monica.com.br/comics/tirinhas.htm - acessado em 01/06/09

Fonte: www.monica.com.br/comics/tirinhas.htm - acessado em 01/06/09

Fonte: www.monica.com.br/comics/tirinhas.htm - acessado em 01/06/09

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

APÊNDICE

I – CRÔNICAS

As crônicas podem ser encontradas em jornais, revistas e internet. Algumas delas são compiladas em livros. A seguir, algumas obras, como:

ANDRADE, Carlos Drummond de et al. Crônicas I. São Paulo: Ática, 2002.ASSIS, Machado de. Fuga do Hospício. São Paulo: Ática, 203. (Coleção Para Gostar de Ler).BORBA FILHO, Hermilo. Louvações, encantamento e outras crônicas. Recife: Bagaço, 2000.NOVAIS, Carlos Eduardo et al. Crônicas 6. São Paulo: Ática, 2002.SÁ, Jorge de. Crônica. São Paulo: Ática.SABINO, Fernando. Cara ou coroa? São Paulo: Ática, 2000. ( Coleção Para Gostar de Ler).VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Sites:http://www.almacarioca.com.br/cronicas.htmhttp://www.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%B3nicahttp://www.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/cronicas/index.htmhttp://www.pensador.info/p/cronicas_de_luiz_fernando_verissimo/1/

Pesquisa:CANDIDO, Antonio et al. A Crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas/Rio de Janeiro: UNICAMP, 1992.

II – FÁBULA

As fábulas poderão ser encontradas em:

ESOPO. Fábulas. São Paulo; Martin Claret, 2006.FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1997.FERNANDES, Millôr. Novas Fábulas Fabulosas. Rio de Janeiro: Desiderata, 2007.LA FONTAINE, Jean de. Fábulas. São Paulo: Martin Claret, 2005.LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo; Brasiliense, 1995.MORAVIA, Alberto. Histórias da pré-história. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Editora 34, 2003.

Sites:http://www.contandohistoria.com/fabulas.htm.http://criancas.uol.com.br/historias/fabulas/http://www.helenamonteiro.com/fabulas/fabulas.htmhttp://www.angela-lago.com.br/3FabulaA.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bulahttp://www.metaforas.com.br/infantis/default.asp

Pesquisa:DEZOTTI, Maria Celeste Consolin. A tradição da fábula: de esopo a La Fontaine. São Paulo: IMESP, 2003.FÁVERO, Leonor Lopes. Paródia e dialogismo. In: BARROS, Diana Luz Pessoa & FIORIN, José Luiz (org.). Dialogismo, polifonia e intertextualidade: em torno de Mikhail Bakhtin. São Paulo: EDUSP, 2003.

Sites:BAGNO, Mascos. Fábulas fabulosas. Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2002/http://www.redebrasil.tv.br/salto/boletins2005/

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

III – CARTA DO LEITOR

As cartas do leitor podem ser encontradas em jornais, revistas e alguns gibis. Abaixo alguns sites de revistas:Sites:http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT787092-2119,00.htmlhttp://www.terra.com.br/istoe/http://www.cartanaescola.com.br/http://www.revistaveja.com.br

Pesquisa:

BRONCKART, Jean-Paul. Sequências e outras formas de planificação.In: Atividades de linguagem, textos e discursos. São Paulo:EDUSP, 1999.LEAL, Telma Ferraz. Produção de textos na escola: a argumentação em textos escritos por crianças.Recife: UFPE, 2004. (Tese de Doutorado)MELO, Cristina Teixeira Vieira de. Carta à redação: uma abordagem discursiva. Campinas/SP: UNICAMP, 1999.

IV – POEMA

Seguem algumas sugestões onde encontrar poemas:

Livros:CAPPARELLI, Sergio & GRUSZYNSKI, Ana Cláudia. Poemas para crianças. Porto Alegre:L&PM Editores, 2003.MEIRELLES, Cecília. Ou isto ou aquilo. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.MORAES, Vinicius de. A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.PAES, José Paulo. Poemas para Brincar. São Paulo: Ática, 2000.

Sites:http://www.recadosonline.com/poemas.htmlhttp://www.pensador.info/p/poemas_famosos/1/http://www.contos.poesias.nom.br/poetasfamosos/poetasfamosos.htmhttp://jornaldepoesia.jor.br/infan.htmlhttp://www.sobresites.com/poesia/

Pesquisa:CAMARGO, Luís. A poesia infantil no Brasil.Disponível em < http://www.blocosonline.com.br/literatura/prosa/artigos/art021.htm> acesso em 28/05/2009.LYRA, Pedro. Conceito de Poesia. São Paulo: Ática, 1986.PINHEIRO, Hélder. Poesia na sala de aula. João Pessoa/PB: Idéia, 2002.

V – NOTÍCIA DE JORNAL IMPRESSO

As notícias podem ser encontradas em jornais e revistas, em programas de rádio, TV e sites. Muitos Jornais possuem suas notícias publicadas na internet.

Pesquisa:BARBOSA, J.P. Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de língua portuguesa: são os PCNs praticáveis? In: ROJO, Roxane (org.). A prática da linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São Paulo: EDUC; Campinas: Mercado de Letras, 2000.FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal em sala de aula.São Paulo: Contexto, 1996.________. O jornal em sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997.________. Para ler e fazer jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002.http://www.jornalescolar.org.brhttp://www.jornaldenoticias.com/http://www.estadao.com.br/home/index.shtm

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

VI – TIRA EM QUADRINHOS

Algumas sugestões onde encontrar esse gênero textual:

Livros:QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003.SOUZA, Maurício de. Mônica: superaventuras. Rio de janeiro: Globo, 2003.

Sites:http://www.mafalda.net/http://www.mafalda.com.brhttp://www.tirasdoedi.blogspot.com/http://www.sobresites.com/quadrinhos/tiras.htmhttp://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira232.htmhttp://www.comunicacaoempresarial.com.br/comunicacaoempresarial/humor/tiras.htm

Pesquisa:www.gel.org.br/.../piadas-e-tiras-em-quadrinhos-119.pdf?...www.filologia.org.br/.../a_heterogeneidade_de_discursiva_e_o_humor_nas_tiras_em_jose_ricardo_carvalho.pdf

Livros:AGUILERA, Vanderci de Andrade. Tira cômica: uma leitura na escola. Estudos Linguísticos XXVI. Anais de Seminários do GEL, 1997.IANNONE, Leila R. & IANNONE, Roberto A. O mundo das histórias em quadrinhos. São Paulo; Moderna, 1994.MENDONÇA, Márcia. Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos. In: DIONISIO, Ângela; MACHADO, Anna Raquel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2002.

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

III – CARTA DO LEITOR

As cartas do leitor podem ser encontradas em jornais, revistas e alguns gibis. Abaixo alguns sites de revistas:Sites:http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT787092-2119,00.htmlhttp://www.terra.com.br/istoe/http://www.cartanaescola.com.br/http://www.revistaveja.com.br

Pesquisa:

BRONCKART, Jean-Paul. Sequências e outras formas de planificação.In: Atividades de linguagem, textos e discursos. São Paulo:EDUSP, 1999.LEAL, Telma Ferraz. Produção de textos na escola: a argumentação em textos escritos por crianças.Recife: UFPE, 2004. (Tese de Doutorado)MELO, Cristina Teixeira Vieira de. Carta à redação: uma abordagem discursiva. Campinas/SP: UNICAMP, 1999.

IV – POEMA

Seguem algumas sugestões onde encontrar poemas:

Livros:CAPPARELLI, Sergio & GRUSZYNSKI, Ana Cláudia. Poemas para crianças. Porto Alegre:L&PM Editores, 2003.MEIRELLES, Cecília. Ou isto ou aquilo. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.MORAES, Vinicius de. A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.PAES, José Paulo. Poemas para Brincar. São Paulo: Ática, 2000.

Sites:http://www.recadosonline.com/poemas.htmlhttp://www.pensador.info/p/poemas_famosos/1/http://www.contos.poesias.nom.br/poetasfamosos/poetasfamosos.htmhttp://jornaldepoesia.jor.br/infan.htmlhttp://www.sobresites.com/poesia/

Pesquisa:CAMARGO, Luís. A poesia infantil no Brasil.Disponível em < http://www.blocosonline.com.br/literatura/prosa/artigos/art021.htm> acesso em 28/05/2009.LYRA, Pedro. Conceito de Poesia. São Paulo: Ática, 1986.PINHEIRO, Hélder. Poesia na sala de aula. João Pessoa/PB: Idéia, 2002.

V – NOTÍCIA DE JORNAL IMPRESSO

As notícias podem ser encontradas em jornais e revistas, em programas de rádio, TV e sites. Muitos Jornais possuem suas notícias publicadas na internet.

Pesquisa:BARBOSA, J.P. Do professor suposto pelos PCNs ao professor real de língua portuguesa: são os PCNs praticáveis? In: ROJO, Roxane (org.). A prática da linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São Paulo: EDUC; Campinas: Mercado de Letras, 2000.FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal em sala de aula.São Paulo: Contexto, 1996.________. O jornal em sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997.________. Para ler e fazer jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002.http://www.jornalescolar.org.brhttp://www.jornaldenoticias.com/http://www.estadao.com.br/home/index.shtm

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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS

VI – TIRA EM QUADRINHOS

Algumas sugestões onde encontrar esse gênero textual:

Livros:QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003.SOUZA, Maurício de. Mônica: superaventuras. Rio de janeiro: Globo, 2003.

Sites:http://www.mafalda.net/http://www.mafalda.com.brhttp://www.tirasdoedi.blogspot.com/http://www.sobresites.com/quadrinhos/tiras.htmhttp://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira232.htmhttp://www.comunicacaoempresarial.com.br/comunicacaoempresarial/humor/tiras.htm

Pesquisa:www.gel.org.br/.../piadas-e-tiras-em-quadrinhos-119.pdf?...www.filologia.org.br/.../a_heterogeneidade_de_discursiva_e_o_humor_nas_tiras_em_jose_ricardo_carvalho.pdf

Livros:AGUILERA, Vanderci de Andrade. Tira cômica: uma leitura na escola. Estudos Linguísticos XXVI. Anais de Seminários do GEL, 1997.IANNONE, Leila R. & IANNONE, Roberto A. O mundo das histórias em quadrinhos. São Paulo; Moderna, 1994.MENDONÇA, Márcia. Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos. In: DIONISIO, Ângela; MACHADO, Anna Raquel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2002.

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