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12 1ª Avaliação Objetiva (CONSULTEC) / Trimestre II/ 3ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO PORTUGUÊS/MATEMÁTICA/HUMANIDADES / L. ESTRANGEIRA PORTUGUÊS LITERATURA QUESTÃO 41. As sucessivas inovações dos transportes baratearam sua utilização e democratizaram as viagens de longo percurso, sobretudo as realizadas em trens, ônibus e automóveis. Seis séculos de transportes mudaram bastante o panorama mundial, com fenômenos de urbanização massiva por meio das migrações. John Cannon. Transport. In: The Oxford Companion to British History. Oxford/New York: Oxford University Press, 1997, p. 931-2 (com adaptações). Tendo esse texto como referência inicial, julgue os itens seguintes, que versam sobre o fenômeno das migrações e assinale a alternativa correta. a) A realidade atual brasileira caracteriza-se por uma nova modalidade de migração, marcada pela predominância de fluxos populacionais de longo percurso, isto é, inter-regionais, diferentemente do que ocorreu, no país, durante o período inicial de urbanização, quando a migração do campo para a cidade, em uma mesma região, alimentava o crescimento das cidades. b) A partir do século XX, a democratização dos transportes favoreceu as migrações de grandes massas populacionais na África e possibilitou o aumento das distâncias dos deslocamentos dos povos desse continente. c) No Brasil, as migrações para os grandes centros urbanos acentuaram-se a partir da década de 1970, sendo o transporte ferroviário a forma mais utilizada no trânsito migratório. d) A despeito da contínua melhoria no setor de transportes, os fluxos populacionais internacionais têm diminuído, em intensidade e em número, principalmente em razão do controle da migração clandestina nas áreas de atração populacional, ou seja, nas áreas bem desenvolvidas do ponto de vista social e econômico. e) Como consequência do processo de metropolização, em várias partes do mundo, grandes cidades concentram funções estratégicas, como a de sediar grandes empresas multinacionais. QUESTÃO 42. Leia o seguinte excerto do conto “Solfieri”, de Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo. Era em Roma. Uma noite a lua ia bela como vai ela no verão por aquele céu morno, o fresco das águas se exalava como um suspiro do leito do Tibre. A noite ia bela. Eu passeava a sós pela ponte de... As luzes se apagaram uma por uma nos palácios, as ruas se faziam ermas, e a lua de sonolenta se escondia no leito de nuvens. Uma sombra de mulher apareceu numa janela solitária e escura. Era uma forma branca. A face daquela mulher era como a de uma estátua pálida à lua. Pelas faces dela, como gotas de uma taça caída, rolavam fios de lágrimas. Sobre o excerto acima, afirma-se: I.A sequência de fatos sugere a iminência de um acontecimento excepcional. II.A paisagem é descrita com adjetivos que contrastam serenidade e beleza com inquietude e mistério. III.A jovem vislumbrada pelo observador é a mulher que ele buscava encontrar naquela noite erma. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. QUESTÃO 43. Assinale a alternativa em que o trecho transcrito NÃO apresenta a descrição de um espaço narrativo. a) Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem 20 ou 25 léguas por costa; traz ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras delas vermelhas e delas brancas e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. (Carta) b) Cabralhada. Tiba. De boa entrada, ao que me gasturei, no vendo. Aqueles eram mais de cento e meio, sofreúdos, que todos curtidos no jagunçar, rafaméia, mera gente. Azombado, que primeiro até fiquei, mas daí quis assuntação,

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12 1ª Avaliação Objetiva (CONSULTEC) / Trimestre II/ 3ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO

PORTUGUÊS/MATEMÁTICA/HUMANIDADES / L. ESTRANGEIRA

PORTUGUÊS

LITERATURA

QUESTÃO 41. As sucessivas inovações dos transportes baratearam sua utilização e democratizaram as viagens de longo percurso, sobretudo as realizadas em trens, ônibus e automóveis. Seis séculos de transportes mudaram bastante o panorama mundial, com fenômenos de urbanização massiva por meio das migrações.

John Cannon. Transport. In: The Oxford Companion to British History. Oxford/New York: Oxford University Press, 1997,

p. 931-2 (com adaptações).

Tendo esse texto como referência inicial, julgue os itens seguintes, que versam sobre o fenômeno das migrações e assinale a alternativa correta.

a) A realidade atual brasileira caracteriza-se por uma nova modalidade de migração, marcada pela predominância de

fluxos populacionais de longo percurso, isto é, inter-regionais, diferentemente do que ocorreu, no país, durante o período inicial de urbanização, quando a migração do campo para a cidade, em uma mesma região, alimentava o crescimento das cidades.

b) A partir do século XX, a democratização dos transportes favoreceu as migrações de grandes massas populacionais na África e possibilitou o aumento das distâncias dos deslocamentos dos povos desse continente.

c) No Brasil, as migrações para os grandes centros urbanos acentuaram-se a partir da década de 1970, sendo o transporte ferroviário a forma mais utilizada no trânsito migratório.

d) A despeito da contínua melhoria no setor de transportes, os fluxos populacionais internacionais têm diminuído, em intensidade e em número, principalmente em razão do controle da migração clandestina nas áreas de atração populacional, ou seja, nas áreas bem desenvolvidas do ponto de vista social e econômico.

e) Como consequência do processo de metropolização, em várias partes do mundo, grandes cidades concentram funções estratégicas, como a de sediar grandes empresas multinacionais.

QUESTÃO 42. Leia o seguinte excerto do conto “Solfieri”, de Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo. Era em Roma. Uma noite a lua ia bela como vai ela no verão por aquele céu morno, o fresco das águas se exalava como um suspiro do leito do Tibre. A noite ia bela. Eu passeava a sós pela ponte de... As luzes se apagaram uma por uma nos palácios, as ruas se faziam ermas, e a lua de sonolenta se escondia no leito de nuvens. Uma sombra de mulher apareceu numa janela solitária e escura. Era uma forma branca. – A face daquela mulher era como a de uma estátua pálida à lua. Pelas faces dela, como gotas de uma taça caída, rolavam fios de lágrimas.

Sobre o excerto acima, afirma-se:

I. A sequência de fatos sugere a iminência de um acontecimento excepcional. II. A paisagem é descrita com adjetivos que contrastam serenidade e beleza com inquietude e mistério. III.A jovem vislumbrada pelo observador é a mulher que ele buscava encontrar naquela noite erma. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:

a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. QUESTÃO 43. Assinale a alternativa em que o trecho transcrito NÃO apresenta a descrição de um espaço narrativo.

a) Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem 20 ou 25 léguas por costa; traz ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras delas vermelhas e delas brancas e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. (Carta)

b) Cabralhada. Tiba. De boa entrada, ao que me gasturei, no vendo. Aqueles eram mais de cento e meio, sofreúdos, que todos curtidos no jagunçar, rafaméia, mera gente. Azombado, que primeiro até fiquei, mas daí quis assuntação,

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13 1ª Avaliação Objetiva (CONSULTEC) / Trimestre II/ 3ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO

PORTUGUÊS/MATEMÁTICA/HUMANIDADES / L. ESTRANGEIRA

achei, a meu cômodo. Assim, isto é, me acostumei com meio-só meu coração, naquele arranchamento. (Grande sertão: veredas)

c) O zaino galopava e Rodrigo aspirava com força o ar, que cheirava a capim e distância. Quero-queros voaram, perto, guinchando. Longe, uma avestruz corria, descendo uma coxilha. O capitão começou a gritar um grito sincopado e estrídulo, bem como faziam os carreiristas no auge da corrida. (Um certo capitão Rodrigo)

d) Chovia a cântaros. Os medonhos trovões do Amazonas atroavam os ares; de minuto em minuto relâmpagos rasgavam o céu. O rapaz corria. Os galhos úmidos das árvores batiam-lhe no rosto. Os seus pés enterravam-se nas folhas molhadas que tapetavam o solo. De quando em quando, ouvia o ruído da queda das árvores feridas pelo raio ou derrubadas pelo vento, e cada vez mais perto o uivo de uma onça faminta. (Contos amazônicos)

QUESTÃO 44. [...]

Em diversos países, sair de casa jovem é um rito de passagem natural para a vida adulta. Uma espécie de serviço militar obrigatório para deixar de lado a dependência doméstica e provar que é possível se virar sozinho. Nos Estados Unidos, alguns estudantes preferem morar em alojamentos universitários mesmo quando a casa dos pais está localizada na mesma cidade. Além de [isto] ser encarado como uma forma de aproveitar ainda mais os anos de universidade, há uma certa pressão familiar para que os filhos cortem logo o cordão umbilical com os pais.

Nos países de cultura latina, a situação é outra. Uma pesquisa publicada em 1996 na Espanha revelou que, apesar da taxa de desemprego ser o dobro da taxa alemã, boa parte dos jovens desempregados espanhóis viviam melhor do que os sem trabalho da Alemanha porque viviam com os pais.

No Brasil, as condições econômicas tornam o ato de sair de casa um privilégio. Mas é claro que essa não é a única razão para ver tantos jovens de classe média – muitos deles com mais de 30 anos – protegidos no ninho dos pais. Além das diferenças culturais, há uma certa mentalidade que não estimula a autonomia dos jovens no país. Talvez o traço mais visível dessa mentalidade seja a resistência que os jovens brasileiros têm para aceitar trabalhos considerados “menos nobres”. É incrível como, por aqui, tarefas como trabalhar em fast-foods, servir mesas em restaurantes e carregar malas em hotéis são vistas com menosprezo. Os pais também são culpados disso. Preferem ver os filhos fazendo nada sob suas asas a tê-los exercendo uma atividade “não tão nobre” como primeiro emprego. Em vez de se orgulharem de vê-los batalhando seu espaço no mercado de trabalho, ficam preocupados com o que as outras famílias vão pensar – como se eles não fossem capazes de sustentar sua prole.

É bem provável que esse comportamento típico da classe média brasileira seja uma herança da velha mentalidade da casa grande nas antigas fazendas, quando as famílias abastadas preparavam os seus filhos para se tornarem bacharéis e deixavam para os escravos todas as outras tarefas. Sem a disposição para ganhar dinheiro antes de receber um diploma, perde-se a oportunidade de desenvolver o espírito empreendedor e de ganhar auto-suficiência para realizar tarefas domésticas. Ironicamente, boa parte dos jovens brasileiros somente ganham essa autonomia quando podem estudar em outro país. Lá fora, trabalhar como baby-sitter e regar plantas para complementar a renda é algo absolutamente normal.

É normal no Brasil ver jovens entediados clamando por autonomia sentados no sofá em frente à televisão. Mas como alguém pode ser independente sem ralar um pouco pela própria grana e pelo próprio futuro?

(Fernanda C. Massaroto. Revista Superinteressante, agosto de 2001, p.106.)

Abaixo lêem-se cinco versões diferentes para a frase tópico do 2º. parágrafo. Aquela que, usada, romperia a coerência deste parágrafo com o anterior é: a) Nos países de cultura latina, contudo, a situação é outra. b) Já nos países de cultura latina, a situação é outra. c) No que concerne aos países de cultura latina, a situação é outra. d) Em suma, nos países de cultura latina, a situação é outra. e) Nos países de cultura latina, a situação é outra, porém. QUESTÃO 45.

Vagabundo

Eu durmo e vivo ao sol como um cigano, Fumando meu cigarro vaporoso; Nas noites de verão namoro estrelas; Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!

Ando roto, sem bolsos nem dinheiro; Mas tenho na viola uma riqueza: Canto à lua de noite serenatas, E quem vive de amor não tem pobrezas. (...)

(Álvares de Azevedo)

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A visão de mundo expressa pelo eu lírico nos versos de Álvares de Azevedo revela o(a) a) desequilíbrio do poeta adolescente e indeciso, que não é capaz de amar uma mulher nem a si próprio. b) valorização da vida boêmia que proporciona um outro tipo felicidade, desvinculada de valores materiais. c) postura acrítica que o poeta tem diante da realidade, seja em relação ao amor, seja em relação à vida social. d) lamento do poeta que leva a vida peregrina e pobre, sem bens materiais e nenhuma forma de felicidade. e) constatação de que a música é o único expediente capaz de levá-lo à obtenção de recursos materiais. QUESTÃO 46. “Incompreensível mulher! / A noite a vira bacante infrene, calcando aos pés lascivos o pudor e a dignidade, ostentar o vício na maior torpeza do cinismo, com toda a hediondez de sua beleza. A manhã a encontrava tímida menina, amante casta e ingênua, bebendo num olhar a felicidade que dera, e suplicando o perdão da felicidade que recebera.”

(José de Alencar, em Lucíola) Em relação ao romance Lucíola, considere as seguintes afirmativas: 1. Para Lúcia, a prostituição funciona como autopunição, na medida em que reforça o sentimento de culpa pela pureza

perdida e valorizada. 2. O idealismo romântico convive com a aguda percepção da importância da posição social, do conflito entre dinheiro e

virtude e com o realismo das descrições sem reticências. 3. O romance de Alencar coloca a literatura em relevo, através das obras citadas, da crítica de Lúcia à Dama das

Camélias e da referência às leituras permitidas às mulheres. 4. O abandono da vida anterior não é purificação suficiente, razão pela qual o corpo manchado pelo vício deve morrer

junto com o fruto do amor impossível. Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

QUESTÃO 47. Os fragmentos a seguir foram escritos, respectivamente, por três poetas pertencentes ao mesmo movimento literário, mas com características diversas, como é possível observar numa análise mais atenta. Considerando-os no contexto de sua produção, aprecie os enunciados que se seguem. Texto 1

Sombras do vale, noites da montanha Que minh'alma cantou e amava tanto, Protegei o meu corpo abandonado, E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d'aurora E quando à meia-noite o céu repousa, Arvoredos do bosque, abri os ramos... Deixai a lua prantear-me a lousa!

Texto 2

Meu este sol que me aclara, Minha esta brisa, estes céus: Estas praias, bosques, fontes, Eu os conheço — são meus!

Mais os amo quando volte, Pois do que por fora vi, A mais querer minha terra, E minha gente aprendi.

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Texto 3

Auriverde pendão da minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra, As promessas divinas da esperança...

(…)

…Mas é infâmia de mais… Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo… Andrada! arranca este pendão dos ares! Colombo! fecha a porta de teus mares!

( ) O Romantismo no Brasil iniciou-se em 1836 e sua poesia se divide em três momentos distintos, nos temas ou visões

de mundo, constituindo três gerações com perspectivas próprias: a nacionalista, a subjetivista e a social engajada ou condoreira.

( ) Gonçalves Dias cantou o índio, a natureza, a saudade da pátria e o amor. Seus poemas em louvor à pátria, por exemplo, são ainda hoje símbolos do nacionalismo romântico, como mostra o texto 1.

( ) A obra de Álvares de Azevedo traz a marca da adolescência, tendo em conta que o poeta morreu aos 21 anos. O eixo central de sua lírica é o amor frustrado, a morte e o tédio de viver, como demonstra o texto 2.

( ) Castro Alves, representando a poesia condoreira, cantou todas as causas libertárias, principalmente a libertação dos escravos, em poemas indignados e ferozes. Dele é o texto 3.

( ) Álvares de Azevedo escreveu poemas amargurados, mas, por vezes, examinava o mundo sem a exacerbação afetiva dos demais românticos, descrevendo a vida com surpreendente senso de humor e fina ironia.

Assinale a alternativa correta: a) V, F, F, V, V b) V, V, F, V, V c) F, F, F, V, F d) V, V, V, V, F e) V, F, V, V, F TEXTO PARA A QUESTÃO 48. Considere uma passagem do romance regionalista Vidas secas, de Graciliano Ramos (1892-1953). Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. Mas como não tinha roça e apenas se limitava a semear na vazante uns punhados de feijão e milho, comia da feira, desfazia-se dos animais, não chegava a ferrar um bezerro ou assinar a orelha de um cabrito. Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa. Consumidos os legumes, roídas as espigas de milho, recorria à gaveta do amo, cedia por preço baixo o produto das sortes. Resmungava, rezingava, numa aflição, tentando espichar os recursos minguados, engasgava-se, engolia em seco. Transigindo com outro, não seria roubado tão descaradamente. Mas receava ser expulso da fazenda. E rendia-se. Aceitava o cobre e ouvia conselhos. Era bom pensar no futuro, criar juízo. Ficava de boca aberta, vermelho, o pescoço inchando. De repente estourava: – Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. Quem é do chão não se trepa. Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia. Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de Sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros. Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os homens. Devia ser ignorância da mulher,

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provavelmente devia ser ignorância da mulher. Até estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava não cair noutra.

(Graciliano Ramos. Vidas secas. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1974.) QUESTÃO 48. Identifique, entre os quatro exemplos extraídos do texto, aqueles que se apresentam em discurso indireto livre: I. Fabiano recebia na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça dos cabritos. II. – Conversa. Dinheiro anda num cavalo e ninguém pode viver sem comer. III. Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! IV. Não era preciso barulho não. a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. TEXTO PARA A QUESTÃO 49

Poder é poder Pela vida afora, já me explicaram mil vezes o que é e como se forma o poder. Eu próprio fucei por aí, lendo entendidos e curiosos que trataram do assunto. Li os alemães, que são bons na matéria. Li tratadistas que trataram do poder e de sua fonte. Tanta e tamanha sapiência nunca me convenceu. A primeira noção que tive do poder foi um canivete que o pai jogou fora. Estava enferrujado e só tinha uma lâmina, com a qual o pai descascava laranjas o ano todo e as castanhas nas ceias de Natal. Não usava facas para isso. Ao contrário dos que crucificaram Cristo, ele devia saber o que fazia. Apanhei o canivete no lixo, limpei-o, amolei sua única lâmina numa pedra cinzenta e porosa que tinha o óbvio nome de “pedra de amolar”. Armado cavalheiro, sagrado com aquilo que os laudos do Instituto Médico Legal chamam de “instrumento perfurocortante”, assumi o poder de todo o lado esquerdo da rua em que morava. Só não assumi o poder da rua inteira porque, no lado direito, havia um menino que tinha um canivete com duas lâminas. Uma delas era maior do que a outra. Aberto, o canivete parecia um siri com as duas garras metálicas. Chamava-se Agenor. Acho que Agenor Fernandes Batista. Nunca tive um amigo com esse nome — desconfio que o motivo foi esse canivete mais poderoso do que o meu. Daí estabeleci toda a hierarquia do poder, que perdura até hoje. Anos depois, em Zurique, comprei um daqueles canivetes suíços que têm 48 lâminas e outras tantas serventias. Dizem que é a arma principal do Exército daquele país. Ninguém briga com a Suíça com medo de arma tão mortífera. Nunca esqueci aquele canivete de duas lâminas que me roubou o poder de uma rua. Uma rua que não mais existe, um poder que nunca tive.

CONY, Carlos Heitor. Poder é poder. Folha de S. Paulo, São Paulo, 24 jun. [2009?]. p. 2A. QUESTÃO 49. Esse texto pode ser reconhecido como uma crônica, pois se caracteriza como a) narrativo, breve e conciso, contendo um só conflito, uma única ação, um espaço e um tempo limitado, além do

número restrito de personagens e um foco narrativo em terceira pessoa. b) argumentativo, que se utiliza de recursos lógicos, como o silogismo e o paradoxo, para induzir o interlocutor à

aceitação de sua tese principal. c) jornalístico, marcado por uma linguagem denotativa, que busca relatar fatos cotidianos do cenário político nacional e

internacional. d) literário, narrativo e breve, com motivo temático extraído do cotidiano imediato, objetivando defender uma ideia. e) descritivo, que analisa, criticamente, um fato cotidiano, em forma de noticiário. TEXTO PARA A QUESTÃO 50 Leia o seguinte texto sobre a ópera O Guarani, de Carlos Gomes: Desde a chegada à Europa, Carlos Gomes idealizava o projeto de uma obra de maior vulto, que precisaria ser enviada ao Brasil como contrapartida pela bolsa recebida do governo. A essa altura, seus biógrafos relatam que, com saudades do Brasil, Gomes passeava sozinho pela Piazza del Duomo, quando ouviu o anúncio de um vendedor

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PORTUGUÊS/MATEMÁTICA/HUMANIDADES / L. ESTRANGEIRA

ambulante: “Il Guarany, Storia del Selvaggi del Brasile”. Tomado de susto pela coincidência, conta-se que comprou ali mesmo a tradução do livro de Alencar, certo de que aquele era um sinal: sua nova obra deveria se voltar às origens. A narrativa serve bem à construção dos mitos em torno do compositor, mas o fato é que não há registro oficial algum do episódio, pelo contrário: cartas e documentos mostram que, ao partir para a Itália, Carlos Gomes já pensava em “O Guarani” como tema para uma nova obra. Se ele comprou uma versão italiana do romance foi apenas para facilitar o trabalho do libretista Antonio Scalvini. O romance de José de Alencar tinha todos os ingredientes de um bom libreto: o triângulo amoroso, a luta entre o bem e o mal e cenas dramáticas e visualmente fortes. No dia 2 de dezembro de 1870, o escritor José de Alencar caminhou pelas ruas do Rio de Janeiro até o Teatro Lírico a fim de acompanhar a estreia brasileira da ópera baseada em seu romance mais famoso, publicado em 1857. Ao fim do espetáculo, a intensa ovação não foi suficiente para fazer o escritor esquecer algumas restrições com relação à adaptação. Anos depois, em suas memórias, ele se resignaria: “Desculpo-lhe, porém, por tudo, porque daqui a tempos4, talvez por causa das suas espontâneas e inspiradas melodias, não poucos hão de ler esse livro5, senão relê-lo – e maior favor não pode merecer um autor”. Alencar não estava errado. A ópera não apenas ajudou a manter viva a fama do romance como se tornou símbolo máximo da obra de seu compositor.

Coleção Folha Grandes Óperas. São Paulo: Moderna, 2011. Adaptado. QUESTÃO 50. Um aspecto marcadamente ideológico do Indianismo Romântico brasileiro consistiu em a) reforçar o estereótipo do índio como selvagem canibal. b) elidir a participação do negro na formação do Brasil. c) incentivar o antilusitanismo, tal como fez Alencar em O Guarani. d) representar preferencialmente a colonização como um processo cruento de genocídio. e) obliterar a contribuição europeia para a criação da literatura brasileira. TEXTO PARA A QUESTÃO 51

1Passaram-se semanas. Jerônimo tomava agora, todas as manhãs, uma xícara de café bem grosso, à moda da Ritinha, e tragava dois dedos de parati “pra cortar a friagem”.

5Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia, hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos, num trabalho misterioso e surdo de crisálida. A sua energia afrouxava lentamente: fazia-se contemplativo e amoroso. A vida americana e a 10natureza do Brasil patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos de ambição, para idealizar felicidades novas, picantes e violentas; tornava-se liberal, imprevidente e franco, mais amigo de gastar que 15de guardar; adquiria desejos, tomava gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso, resignando-se, vencido, às imposições do sol e do calor, muralha de fogo com que o espírito eternamente revoltado do último tamoio entrincheirou a pátria contra os conquistadores 20aventureiros.

E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos os seus hábitos singelos de aldeão português: e Jerônimo abrasileirou-se. (...)

E o curioso é que, quanto mais ia ele caindo nos 25usos e costumes brasileiros, tanto mais os seus sentidos se apuravam, posto que em detrimento das suas forças físicas. Tinha agora o ouvido menos grosseiro para a música, compreendia até as intenções poéticas dos sertanejos, quando cantam à viola os seus 30amores infelizes; seus olhos, dantes só voltados para a esperança de tornar à terra, agora, como os olhos de um marujo, que se habituaram aos largos horizontes de céu e mar, já se não revoltavam com a turbulenta luz, selvagem e alegre, do Brasil, e abriam-se amplamente 35defronte dos maravilhosos despenhadeiros ilimitados e das cordilheiras sem fim, donde, de espaço a espaço, surge um monarca gigante, que o sol veste de ouro e ricas pedrarias refulgentes e as nuvens toucam de alvos turbantes de cambraia, num luxo oriental de arábicos 40príncipes voluptuosos.

Aluísio Azevedo, O cortiço.

QUESTÃO 51. Destes comentários sobre os trechos sublinhados, o único que está correto é: a) “tragava dois dedos de parati” (ref. 1): expressão típica da variedade linguística predominante no discurso do

narrador. b) “‘pra cortar a friagem’” (ref. 1): essa expressão está entre aspas, no texto, para indicar que se trata do uso do discurso

indireto livre. c) “patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos” (ref. 10): assume o sentido de “registravam oficialmente”. d) “posto que em detrimento das suas forças físicas” (ref. 25): equivale, quanto ao sentido, a “desde que em favor”. e) “tornava-se (...) imprevidente” (ref. 10) e “resignando-se (...) às imposições do sol” (ref. 15): trata-se do mesmo

prefixo, apresentando, portanto, idêntico sentido.

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TEXTO PARA A QUESTÃO 52 Capítulo 48 Conclusão feliz [...] 1Passado o tempo indispensável do luto, o Leonardo, em uniforme de Sargento de 2Milícias, recebeu-se na Sé com Luisinha, assistindo à cerimônia a família em peso. 3Daqui em diante aparece o reverso da medalha. Seguiu-se a morte de Dona Maria, a do 4Leonardo-Pataca, e uma enfiada de acontecimentos tristes que pouparemos aos leitores, 5fazendo aqui o ponto final.

ALMEIDA,Manuel Antonio de. Memórias de um Sargento de Milícias. Rio de Janeiro: Ediouro, p. 121. QUESTÃO 52. Analise as proposições, tendo como base a obra Memórias de um Sargento de Milícias e o texto. I. No romance, Leonardo-Pataca é o pai de Leonardo. Embora no decorrer de toda a obra o filho se envolva com

engodos e trapaças, no final este acaba recebendo o cargo de Sargento de Milícias e se casando com Luisinha. II. Da leitura da obra, infere-se que o luto ao qual o texto se refere (ref. 1) fora motivado pelo falecimento da mãe de

Leonardo, Dona Maria-da-Hortaliça. III. Se o “reverso da medalha” (ref. 3) e o desfecho relativo a Dona Maria e a Leonardo-Pataca, o lado principal da

medalha, por inferência, e o desfecho relativo ao personagem principal, Leonardo. IV. Permeia em todo o romance um espírito de comicidade e, por meio da sátira, vai relatando os costumes da sociedade

no tempo do rei. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. b) Somente a afirmativa I e verdadeira. c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. TEXTO PARA AS QUESTÕES 53 E 54 “Logo após a vitória, o cristão tornara às praias do mar, onde havia construído sua cabana e onde o esperava a

terna esposa. De novo sentiu em sua alma a sede do amor; e tremia de pensar que Iracema houvesse partido, deixando ermo aquele sítio tão povoado outrora pela felicidade.

5. Como a seca várzea com a vinda do inverno reverdece e se matiza de flores, a formosa filha do sertão com a volta do esposo reanimou-se; e sua beleza esmaltou-se de meigos e ternos sorrisos.

Outra vez sua graça encheu os olhos do cristão, e a alegria voltou a habitar em sua alma. 10. O cristão amou a filha do sertão como nos primeiros dias, quando parece que o tempo nunca poderá estancar o

coração. Mas breves sóis bastaram para murchar aquelas flores de uma alma exilada da pátria. O imbu, filho da serra, se nasce da várzea porque o vento ou as aves trouxeram a semente, vinga, achando boa

terra e fresca a sombra; talvez um dia cope a verde folhagem e enflore. Mas basta um sopro do mar, para tudo murchar. As folhas lastram o chão; as flores, leva-as a brisa.

17 Como o imbu na várzea, era o coração do guerreiro branco na terra selvagem. A amizade e o amor o acompanharam e fortaleceram durante algum tempo, mas agora longe de sua casa e de seus irmãos, sentia-se no ermo. O amigo e a esposa não bastavam 20. mais à sua existência, cheia de grandes desejos e nobres ambições.

Passava os já tão breves, agora longos sóis, na praia, ouvindo gemer o vento e soluçar as ondas. Com os olhos engolfados na imensidade do horizonte, buscava, mas embalde, descobrir no azul diáfano a alvura de uma vela perdida nos mares.”

ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Scipione. 1994. p. 56. QUESTÃO 53. A leitura do fragmento e do romance de onde foi extraído permite afirmar: a) Os personagens atuam impulsionados por sentimentos que os levam à prática de atos grandiosos ou de ações

aviltantes que os caracterizam, respectivamente, como heróis ou como vilões. b) O movimento da narrativa é retardado pela inserção desse episódio de reencontro entre Iracema e Martim, fato

inteiramente alheio à sequência dos acontecimentos que constituem o enredo.

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c) A atitude contemplativa de Martim pode ser considerada fortuita, sem qualquer consequência para o desenrolar da trama.

d) A ação se transfere das praias do mar para o seio da floresta, onde ocorre o desfecho da história de amor de que trata o romance.

e) A razão que leva a filha da floresta e o guerreiro branco a se exilarem justifica, para ambos, a firmeza de permanecer em terra estranha.

QUESTÃO 54. Com relação à linguagem, existe uma explicação adequada em: a) As palavras “diáfano” e “alvura” referem-se a um mesmo nome. b) O termo “embalde” expressa a incerteza da realização da ação de “buscava”. c) A comparação entre a várzea e a filha do sertão remete, respectivamente, à chegada do inverno e à volta do esposo,

ambas com função revitalizadora. d) A comparação, da linha 17 à linha 20, evidencia a fragilidade do amor do guerreiro por sua Pátria e a resistência do

imbu na várzea. e) A expressão “sede do amor” difere de sede de amor, já que a primeira dá ideia de abstração, enquanto a segunda, de

concretude do sentimento amoroso. QUESTÃO 55.

Leitor, se não tens desprezo De vir descer às senzalas, Trocar tapetes e salas Por um alcouce cruel, Vem comigo, mas...cuidado... Que o teu vestido bordado Não fique no chão manchado, No chão do imundo bordel. Não venhas tu que achas triste Às vezes a própria festa. Tu, grande, que nunca ouviste Senão gemidos da orquestra Por que despertar tu’alma, Em sedas adormecida, Esta excrescência da vida Que ocultas com tanto esmero? .................................................. Não venham esses que negam A esmola ao leproso, ao pobre A luva branca do nobre Oh! senhores, não mancheis... Os pés lá pisam em lama, Porém as frontes são puras Mas vós nas faces impuras Tendes lodo, e pus nos pés.

ALVES, Castro. Espumas flutuantes e outros poemas. São Paulo:Ática.

1998, p.200-1 (série Bom Livro) O sujeito poético dirige-se ao leitor para a) enaltecê-lo por seu espírito solidário. b) isentá-lo de responsabilidade pela injustiça social. c) apoiá-lo em seus momentos de tédio e melancolia. d) convidá-lo a assumir um compromisso com uma causa libertária. e) propor-lhe um mergulho no lirismo pessoal como forma de autoconhecimento

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GRAMÁTICA QUESTÃO 56.

Analfabeto político (Bertold Brecht)

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. *lacaio: criado, homem sem dignidade. Sobre os aspectos lingüísticos do texto, julgue os itens a seguir com V, para o que for verdadeiro e F, para falso. ( ) “estufa” é um adjunto adnominal de “peito”. ( ) "analfabeto político" e “político analfabeto” têm o mesmo sentido. ( ) De acordo com o texto, os políticos desonestos trabalham de forma contrária aos interesses da população. ( ) “vigarista” é um predicativo do sujeito. A sequência mais coerente, de cima para baixo é: a) F – V – F – V b) V – V – F – F c) F – F – V – F d) V – V – V – F e) F – F – F – V TEXTO PARA AS QUESTÕES 57 E 58

Só de Sacanagem

Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, que reservo duramente para educar os meninos mais pobres que eu, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam: “Não roubarás”, “Devolva o lápis do coleguinha”, “Esse apontador não é seu, minha filhinha”. [...]

(LUCINDA, Elisa. Só de sacanagem. In: Parem de falar mal da rotina. São Paulo:

Lua de Papel, 2010. p.109-111) QUESTÃO 57. No que diz respeito à compreensão do texto, é possível afirmar que

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a) ele banaliza a desonestidade cometida por diversos brasileiros, especialmente os representantes políticos do povo, e, portanto, veicula a ideia de que as pessoas devem se conformar com a situação.

b) se trata de um desabafo através do qual o eu lírico expõe seu descontentamento com o cenário político nacional e se posiciona como alguém esperançoso em relação à possibilidade de mudança.

c) o eu lírico, embora indignado com a situação, acredita que a desonestidade continuará sendo uma constante no Brasil, já que “Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!”.

d) a revolta expressa pelo eu lírico tem por objetivo apenas modificar as ações alheias, já que ele não propõe transformar seu discurso em atitude.

e) ao propor uma “sacanagem” às avessas, o eu lírico defende que todas as pessoas assumam uma postura de desonestidade, pois apenas assim seria possível modificar o cenário político atual.

QUESTÃO 58. Analise sintaticamente os termos em destaque no período abaixo. “Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam: ‘Não roubarás’, ‘Devolva o lápis do coleguinha’, ‘Esse apontador não é seu, minha filhinha’.” Os termos em destaque são respectivamente: a) núcleo do sujeito, adjunto adnominal, complemento nominal, sujeito, aposto. b) sujeito, adjunto adverbial, adjunto adnominal, núcleo do sujeito, vocativo. c) vocativo, adjunto adnominal, objeto direto, sujeito, predicativo do sujeito. d) sujeito, adjunto adnominal, adjunto adnominal, núcleo do sujeito, vocativo. e) sujeito, adjunto adnominal, complemento nominal, sujeito, predicativo do sujeito. QUESTÃO 59. “As línguas constituem sistemas de comunicação verbal. Conquanto a fala seja da maior importância, fator fundamental de humanidade no homem, a nossa capacidade de comunicar conteúdos expressivos não se restringe às palavras; nem são elas o único modo de comunicação simbólica. Existem, na faixa de mediação significativa entre nosso mundo interno e o externo, outras linguagens além das verbais.”

(OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 24.) Segundo o texto, é correto afirmar: a) Nada pode substituir as palavras como forma de comunicação. b) A capacidade humana de comunicação limita-se às linguagens não-verbais. c) A fala não é o único elemento a se considerar em situações de comunicação simbólica. d) A fala é indispensável na mediação entre nosso mundo interno e o externo. e) Para comunicar conteúdos expressivos, é prioritário dominar as linguagens não-verbais. QUESTÃO 60.

(Disponível em <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/preconceito-linguistico>. Acesso em 20 abr. 2012)

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Chico Bento, personagem de Maurício de Sousa, é um dos mais importantes símbolos da Diversidade Línguística do português brasileiro. Com base na narrativa acima e seus conhecimentos sobre a questão da variação linguística, é correto o que se afirma em: a) A diferença entre o falar de Chico e da professora, evidenciada no primeiro diálogo, deve-se estritamente à distância

entre suas faixas etárias. b) A ausência da marca de plural na expressão “minhas nota” inclui a personagem de Maurício de Souza no grupo dos

falantes que se comunicam pela norma-padrão. c) A postura da professora de Chico evidencia um olhar de compreensão e respeito à diversidade linguísitica do idioma. d) Os “erros” de Chico Bento deveriam ser valorizados, uma vez que não comprometem a comunicação, nem impedem

o sujeito de participar de certos contextos sociais. e) A professora, representante da modalidade padrão da língua, quando pede que Chico Bento fale o “fino português”,

está se referindo à modalidade privilegiada do idioma. QUESTÃO 61.

[...] A gente não sabemos Escolher presidente A gente não sabemos Tomar conta da gente A gente não sabemos Nem escovar os dente Tem gringo pensando Que nóis é indigente... "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! "Inúteu"! A gente somos "inúteu"! [...]

(Disponível em < http://letras.terra.com.br/ultraje-a-rigor/49189/>. Acesso em 20 fev. 2013)

Com base no fragmento da letra da música Inútil, do grupo Ultraje a Rigor, e considerando as reflexões realizadas em sala a respeito da questão da diversidade linguísitica da Língua Portuguesa, é correto dizer: a) No fragmento, a expressão “inúteu” tem caráter meramente estilístico e não permite qualquer tipo de reflexão em torno

dos usos da língua portuguesa. b) O fragmento expõe, explicitamente, uma crítica à sociedade brasileira, que não promove uma verdadeira educação

linguística entre seus cidadãos. c) Na expressão “A gente não sabemos”, nota-se um desrespeito à norma-padrão, fato que impede que se considere

esta construção como pertencente ao idioma português. d) Há muitos “erros de português” na música, o que impossibilita sua compreensão e entendimento. e) Na passagem “A gente não sabemos/ Nem escovar os dente”, há traços característicos de algumas variedades

populares do português brasileiro. QUESTÃO 62.

Campanha em favor do “num”!!!

Marcos Bagno – Janeiro de 2012 Eu queria muito saber quem foi a pessoa alucinada que tirou do bolso do colete a regra estapafúrdia de que não se deve escrever “num”, “numa”, “nuns”, “numas”. Essa é mais uma daquelas prescrições sem sentido que infelizmente grassam no nosso ambiente escolar, nas salas de revisão das editoras, jornais, revistas etc. As contrações “num”, “numa”, “nuns”, “numas” existem no português há mais de 800 anos e sempre foram empregadas com toda a naturalidade pelos falantes e escritores da língua ao longo desse tempo todo. Agora, de repente, e só no Brasil, para todo lado é um tal de “em um”, “em uma” etc. Até nos textos que escrevo para uma revista de educação, quando saem publicados, aparecem sem meus “num” e “numa”, para minha ira profunda. Será que foi o mesmo paspalho que proibiu a expressão “risco de vida” dizendo que só pode ser “risco de morte”? Não, nem ele chegaria a tamanha estupidez…

(Disponível em < http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=2452>. Acesso em 20 fev. 2013) Com base na leitura do texto acima, é correto afirmar que:

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a) O linguista Marcos Bagno defende a incorporação da forma “num” à norma-padrão da Língua Portuguesa como meio de valorizar a variação diatópica.

b) No texto, o autor defende o uso de “num” como um equivalente do advérbio “não”, caracterizando-se, desde já, como uma variação de ordem diacrônica.

c) A “campanha em favor do ‘num’” se justifica, dentre outros argumentos, por um olhar histórico sobre a língua. d) O enunciador silencia todas as marcas linguísticas de sua presença, construindo um texto dotado de objetividade e

imparcialidade. e) O uso das formas “num”, “numa”, “nuns”, “numas” é uma dado recente da língua, observado entre os falantes mais

jovens, nascidos no início dos anos de 1990. Para responder à questão que segue, leia atentamente o fragmento abaixo, retirado de O Cortiço, de Aluísio de Azevedo I João Romão mostrou grande interesse por esta desgraça, fez-se até participante direto dos sofrimentos da vizinha, e com tamanho empenho a lamentou, que a boa mulher o escolheu para confidente das suas desventuras. Abriu-se com ele, contou-lhe a sua vida de amofinações e dificuldades . “Seu senhor comia-lhe a pele do corpo! Não era brinquedo para uma pobre mulher ter de escarrar pr’ali, todos os meses, vinte mil-réis em dinheiro!” E segredou-lhe então o que tinha juntado para a sua liberdade e acabou pedindo ao vendeiro que lhe guardasse as economias, porque já de certa vez fora roubada por gatunos que lhe entraram na quitanda pelos fundos.

(Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000015.pdf> Acesso em 05/04/ 2013.) QUESTÃO 63. Com base na leitura do fragmento acima, assinale o item que traz a análise linguística adequada aos termos retirados: a) O termo “grande” (l.1) funciona como predicativo para o objeto “interesse” (l.1) b) A expressão “esta desgraça” (l.1) funciona como complemento verbal para “mostrou”(l.1) c) A oração “e com tamanho empenho a lamentou” (l.2) apresenta um verbo que pede complementação direta e

indireta. d) O termo “gatunos”(l.6) é o agente da ação verbal expressa na oração a que pertence. e) “na quitanda pelos fundos” (l.6) exerce função de objeto indireto do verbo da oração. Para responder à questão que segue, leia a tirinha

QUESTÃO 64.

Com base na leitura, assinale o item que traz a análise correta dos quadrinhos acima:

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a) O efeito humorístico da tirinha origina-se de uma situação irreal mencionada na fala de Mafalda presente apenas no

primeiro quadrinho. b) No primeiro quadrinho, a expressão “de leite” é um termo ligado ao nome “história”. c) No segundo quadrinho, a oração “Eles não são bons?” apresenta um predicado cujo núcleo é uma expressão de

base nominal. d) O termo “revoltada”, no terceiro quadrinho, é um elemento circunstancial e denota ideia de modo. e) Os termos “uma coisa” (terceiro quadrinho) e “dentes” (último quadrinho) são os agentes da ação verbal nas orações

a que pertencem. Para responder esta questão volte ao texto para a QUESTÃO 48 da pág. 15.

QUESTÃO 65. Sobre o emprego da forma “se” no texto, é correto o que se afirma em: a) em "desfazia-se dos animais" a palavra se funciona como partícula apassivadora da forma verbal desfazia. b) tanto em "engasgava-se" quanto em "rendia-se" o pronome reflexivo poderia ser retirado sem alteração de sentido do

texto. c) “via-se” e “se descobriu” apresenta, nos dois contextos, valor semântico de reflexividade. d) o “Se” que inicia o período é um índice de indeterminação do sujeito com valor de condição. e) A construção “não se descobriu o erro” poderia ser reescrita para “o erro não foi descoberto”, o que comprova a

existência de uma partícula apassivadora na primeira versão. Para responder às questões 66 e 67, leia o texto que segue:

Todos nós somos consumidores, é óbvio... Enquanto vivermos. Não pode ser de outro modo, porque, se pararmos de consumir, morremos. A única dúvida é quantos dias vai durar o desfecho final. O consumo – cuja ação é definida pelos dicionários como sinônimo de “usar”, “comer”, “ingerir (líquido ou comida)” e, por extensão, “gastar”, “dilapidar”, “exaurir” – é uma necessidade. Mas o “consumismo”, a tendência a situar a preocupação com o consumo no centro de todos os demais focos de interesse e quase sempre como aquilo que distingue o foco último desses interesses, não é.

BAUMAN, Zygmunt. Consumismo é mais que consumo. In: ______. 44 cartas do mundo líquido moderno. Tradução Vera Pereira. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 83.

QUESTÃO 66. Com base na leitura do fragmento acima, é correto afirmar: a) O uso de formas pronominais de primeira pessoa confere subjetividade ao texto, destituindo-o de seu caráter

informativo. b) A expressão “é óbvio” reforça o ineditismo da declaração imediatamente anterior, indicando que o enunciador

apresenta uma informação inusitada. c) Os conceitos de “consumo” e “consumismo”, isolados, respectivamente, por travessões e vírgulas, são irrelevantes

para a compreensão do conteúdo do texto. d) As expressões “tendência” e “quase sempre” reforçam o caráter absoluto e generalizador das declarações do autor

do texto. e) A ideia central do parágrafo está marcada por uma oposição, produzida, dentre outros elementos semânticos, pelo

operador argumentativo “Mas”.

QUESTÃO 67. Sobre os usos linguísticos do Texto, é correto o que se afirma em: a) A forma pronominal “cuja” (l.2) aponta para a expressão nominal “uma necessidade” (l.5), antecipando-a. b) A forma verbal “vai durar” (l. 2) dispensa complementação objetiva. c) A expressão preposicionada “pelos dicionários” (l.2-3) representa a entidade paciente do processo verbal de “definir”

(l.3) d) No fragmento “[...] a tendência a situar a preocupação com o consumo no centro de todos os demais focos de

interesse [...]”, as palavras destacadas recebem a mesma classe gramatical. e) O período “Mas o ‘consumismo’, a tendência a situar a preocupação com o consumo no centro de todos os demais

focos de interesse e quase sempre como aquilo que distingue o foco último desses interesses, não é” apresenta um grave problema de construção, uma vez que, mesmo no contexto, não se pode localizar a complementação semântica para a declaração “não é”.

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Para responder às questões 68 e 69, leia a tirinha que segue:

(Disponível em < http://www.facebook.com/photo.php?fbid=243555702428321&set=a.181209315329627.38166.18112906867098

5&type=3&theater>. Acesso em: 09 set. 2012.) QUESTÃO 68. De um modo geral, a tira põe em evidencia: a) Um fato que ilustra a informação veiculada na primeira fala do texto. b) Uma crítica à submissão da mulher ao machismo contemporâneo. c) Os benefícios promovidos pela democratização do acesso à internet. d) O fato de, cada vez mais, as pessoas se relacionarem pela internet dentro do próprio lar. e) A democratização da internet e sua propagação entre os grupos menos favorecidos da população.

QUESTÃO 69. A respeito dos usos de linguagem da tirinha, é correto afirmar: a) Na fala “A internet está mudando as relações humanas”, a ação verbal de “mudar” tem aspecto pontual. b) Na primeira fala, os termos “A” e “as” pertencem a diferentes classes gramaticais. c) A primeira fala é marcada pelo apagamento discursivo do enunciador da mensagem; ao passo que, na segunda, a

presença do falante se mostra de modo bastante evidente. d) Na fala “Eu sei, Rodolfo. Você me escuta cada vez menos”, a expressão “cada vez menos” confere uma circunstância

à ação verbal de “saber”. e) Na fala “São quase dois bilhões de pessoas conectadas”, a expressão nuclear é o caracterizador “conectadas” Para responder esta questão volte ao texto da QUESTÃO 41 DA PÁG. 12. QUESTÃO 70. Sobre os aspectos morfossintáticos do texto, é correto o que se afirma em: a) os vocábulos “as”, “sucessivas” e “dos transportes” complementam o núcleo do sujeito, “inovações”. b) as formas verbais “baratearam” e “democratizaram” possuem idêntica transitividade. c) em “as viagens” e “as realizadas” apresentam ocorrência de “as” com mesmo valor morfossintático. d) no sintagma nominal “seis séculos de transportes” o núcleo do sujeito é “transportes”. e) o sintagma “de urbanização” explica o termo “fenômenos”, funcionando como aposto explicativo.

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HUMANIDADES QUESTÃO 71. Em 1998, comemorou-se o sesquicentenário do Manifesto Comunista. No entanto, entre 1850 e 1860, não se podia antever o brilhante futuro que lhe estava reservado. Inúmeros fatores podem explicar a difusão do “Manifesto” pelo mundo. Entre os fatores responsáveis pela difusão das ideias contidas no Manifesto Comunista destacam-se: a) a crise na Bolsa de Nova York que extinguiu o capitalismo no mundo ocidental.. b) a Revolução Russa de 1917 que difundiu o ideário marxista mundo afora. c) o surgimento de dois partidos burgueses de peso na Alemanha nazista. d) a ascensão do fascismo na Itália que valorizava muito as ideias comunistas. e) a eclosão da 1ª Guerra Mundial que foi um conflito basicamente entre comunistas e

capitalistas.

QUESTÃO 72. Assinale a alternativa que apresenta a concepção de trabalho de Adam Smith (Liberalismo). a) A divisão do trabalho deve ser controlada pelo Estado, de forma a garantir a estabilidade na oferta de empregos. b) A maior produtividade pressupõe a especialização do trabalho, a divisão entre vários homens daquilo que

anteriormente era produzido por um só. c) Os parasitas, aqueles que não trabalham, não podem participar e nem se beneficiar da riqueza produzida pela

coletividade. d) Uma maior colaboração entre produtores diretos garante uma maior socialização das riquezas e o Estado do Bem-

Estar Social. e) O trabalhador deve ser explorado e oprimido para o enriquecimento da burguesia. QUESTÃO 73. Observe a gravura.

Vista panorâmica de um Falanstério tal qual foi proposto por Fourier (Socialista Utópico). Os falanstérios, idealizados por Charles Fourier no século XIX, pretendiam a) facilitar o acesso do trabalhador às unidades de trabalho, ao criar as vilas operárias. b) organizar e racionalizar o espaço fabril para melhor conforto dos operários.. c) reforçar o ideal de vida corporativa e socializada e unir as unidades produtivas rurais e urbanas. d) revolucionar o espaço produtivo e criar mecanismos de opressão e controle da produção. e) lucrar com a exploração dos trabalhadores que ficavam longe dos centros urbanos.

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QUESTÃO 74. ' ... A história de todas as sociedades existentes até hoje é a história da luta de classes ...."

(MARX, K. e ENGELS, F. Manifesto Comunista.1848) A partir dessa ideia central do pensamento marxista, pode-se afirmar que, a) na sociedade capitalista, as classes fundamentais se diferenciam mais

claramente e a consciência de classe se desenvolve de maneira mais completa. b) na sociedade feudal, as classes ficam mais definidas devido à extrema

exploração dos senhores sobre os seus servos e sua impossibilidade de deter a posse das terras.

c) nas sociedades antigas, as classes são definidas de acordo com os costumes comunais ficando a liderança dos grupos para aqueles que detiverem poderes sagrados.

d) no mundo moderno, as classes alcançam um menor grau de diferenciação e não conseguem definir seus papéis sociais buscando uma maior integração entre si.

e) na sociedade capitalista, a luta de classes tende a diminuir devido ao aumento das riquezas mundiais.

QUESTÃO 75. A teoria social de Marx é uma das realizações intelectuais mais importantes do mundo moderno. O tempo de sua produção e o objeto de sua análise são, respectivamente,

a) século XVIII mercantilismo

b) século XIX socialismo utópico

c) século XIX capitalismo

d) século XIX anarquismo

e) séculos XIX e XX socialismo científico QUESTÃO 76. Leia o fragmento seguinte, cuja referência bibliográfica foi intencionalmente omitida.

”A burguesia não forjou apenas as armas que lhe trarão a morte, produziu também os homens que empunharão essas armas: os operários modernos, os proletários. A queda da burguesia e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis. Os proletários nada têm a perder, a não ser as próprias cadeias. E têm um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos”. [adaptação] As ideias contidas nesse fragmento são representativas do(a) a) Tratado de Versalhes, que criou uma série de determinações, visando enfraquecer o

poder da burguesia na Europa. b) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que se colocou contra a

sociedade, a qual mantinha privilégios exclusivos da burguesia. c) Doutrina Monroe, que consolidou a autonomia latino-americana, propondo a união

dos povos americanos. d) Manifesto Comunista, que esboçou as proposições que se tornaram o alicerce do

movimento comunista internacional. e) Preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos da América.

QUESTÃO 77. Foi Marx quem denominou, no Manifesto Comunista (1848), Saint-Simon, Fourier e Owen de “socialistas utópicos”, argumentando que a) haviam “inventado” as classes sociais e imaginado um sistema utópico, o socialismo, que só poderia existir através

da luta de classes. b) haviam percebido as classes sociais e a existência de uma luta entre elas, porém não percebiam as condições

materiais de emancipação do proletariado, propondo um socialismo inventado e não nascido da luta de classes.

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c) não percebiam as lutas de classe e por isso propunham um sistema utópico, o socialismo, que não visava favorecer o proletariado por ser inventado em seus detalhes.

d) não percebiam como estavam organizadas as classes sociais e portanto propunham um sistema utópico, inviável porque não poderia ser posto em prática.

e) não percebiam a luta de classes e pensavam que só a burguesia teria condições de implantar um sistema socialista favorável ao proletariado.

QUESTÃO 78. Considere os itens I e II e relacione corretamente ao pensamento correspondente: I – Pensamento econômico que defende que a intervenção do Estado na economia é necessária para tentar evitar desequilíbrios entre a oferta e a procura, ao mesmo tempo que promove a geração de empregos através do fomento de investimentos em setores básicos da economia, pregando que o ideal da sociedade seria a obtenção do pleno emprego. II – Pensamento econômico que defende a não intervenção do Estado na economia, a desregulamentação dos direitos sociais, teve origem na Inglaterra e nos EUA, propagando-se rapidamente por várias partes do mundo como o Chile de Pinochet e o Brasil com Collor

de Mello. Os itens I e II referem-se, respectivamente ao: a) Marxismo e ao liberalismo b) Anarquismo e ao Neoliberalismo c) Liberalismo e ao Socialismo d) Estado do bem-estar social e ao Neoliberalismo e) Catolicismo Social e ao Marxismo

QUESTÃO 79. Considere os textos abaixo. "(...) as manufaturas se apresentam como um tipo de organização no qual o produtor direto, ainda um artesão, encontra-se subordinado a um empresário, que lhe fornece, conforme o caso, a matéria-prima, certos instrumentos de trabalho e se apropria da produção, pagando por tarefa ou, mais tarde, pagando um salário. A manufatura pressupõe uma divisão maior do trabalho e conduz, sobretudo no século XVIII, a uma progressiva especialização de funções, além de organizar segundo seus próprios critérios o processo produtivo como um todo."

"A burguesia (...) necessita e utiliza ainda o poder do Estado para regular os salários, ou seja, para sujeitá-los dentro dos limites que convêm aos produtores de mais-valia, e para ampliar a jornada de trabalho e manter o mesmo trabalhador no grau normal de subordinação (...)." Eles referem-se a fenômenos que identificam a) as características da economia feudal. b) os mecanismos da política neoliberal. c) o processo de desenvolvimento do capitalismo. d) as consequências da revolução proletária. e) a desagregação do modo de produção escravista. QUESTÃO 80. Assinale somente a proposição que NÃO corresponde ao pensamento de Karl Marx: a) “A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classe.

Não fez senão substituir novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta às que existiram no passado”.

b) "Por burguesia compreende-se a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção social, que empregam o trabalho assalariado. Por proletariado compreende-se a classe dos trabalhadores assalariados

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modernos que, privados de meios de produção próprios, se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir”.

c) “Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta”.

d) “Proletários de todo o mundo, uni-vos”. e) “Os comunistas não se rebaixam a dissimular os seus propósitos, querem também os benefícios de uma sociedade

democrática e constitucional”.

LÍNGUA ESTRANGEIRA

INGLÊS Este instrumento é composto de 10 questões estilo múltipla escolha. Para responder a estas questões, identifique APENAS UMA ÚNICA opção correta e marque a letra correspondente na Folha de Respostas sem rasuras. Questão rasurada será considerada errada. TEXTO 1 (Questões de 81 a 84):

TAKING A LOOK AT OTHERS WE ALL MAKE JUDGEMENTS ABOUT PEOPLE based on our experience with them. But:

When we make a judgement before getting to know someone, we “pre-judge” the person (the source of the word “prejudice”).

When we assume everyone in a group is the same, we “stereotype” the individuals in the group. PREJUDICES AND STEREOTYPES HURT EVERYONE. -- Whether they’re negative (“only wimps cry”) or positive (“black mothers are strong”). They:

keep us from knowing the individual

cut us off from fresh ideas

limit the person’s opportunities

can make the person feel rejected and resentful. He or she may even come to believe the stereotype! IT’S HARD NOT TO FORM PREJUDICES and stereotypes. But, we can keep them from influencing how we interact with others.

About understanding diversity, A scriptographic booklet, South Deerfield, MA: Channing L. Bete Co., Inc, 1995, p. 7

QUESTÃO 81. The main purpose of the text is a) to test the reader’s attitudes. b) to give rules about social behavior. c) to raise awareness about diversity. d) to present concepts and definitions. e) to protest against people’s feelings. QUESTÃO 82. From the text point of view, it is recommended a) not to choose friends similar to you. b) not to criticize people you don’t like. c) to question about people’s preferences. d) to make friends from different nationalities. e) to avoid judging people before knowing them well.

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QUESTÃO 83. With reference to prejudice and stereotypes, one can conclude that a) new ideas are reinforcing their power. b) family plays a major role in their formation. c) some of them can bring benefits for certain groups. d) it is possible to control their influence in our social life. e) we should ignore people manifesting them against ourselves. QUESTÃO 84. “When a person feels angry and upset about something he/she thinks is unfair.” The word, taken from the text, which best suits this definition

a) “judgements” (l. 1) b) “prejudice” (l. 3) c) “stereotype” (l. 4) d) “rejected” (l. 10) e) “resentful” (l. 10) TEXTO 2 (Questões de 85 a 90):

The new world of work

In this new world of work we have found that people want to contribute to a cause, not just earn a living. When we create alignment between the mission of the firm and the cause of its people, we unleash a creative power that results in quality service to the customer and the growth and development of the people who do the serving. People find meaning in their work. The mission becomes an organizing principle of effectiveness. While we work with many accomplished people seeking new ways to contribute, we also have many workers coming to us with little or no formal training, social skills, or understanding of standards of civility. As a result, the workplace is increasingly becoming – or must become – a place of training and education, a University of Work. The distinctions we once made between going to school during part of our life and then working for the other part are no longer meaningful. For all people, the lines between school and work are blurring.

http://www.pfdf.org/leaderbooks/121/spring2000/pollard.html p. 3.

QUESTÃO 85. From the expert’s point of view, in the new world of work a) the business world is lacking creativeness. b) workers are willing to be part of the firm’s mission. c) the firm mission has to be defined by all employees. d) higher salaries guarantee the increasing of productivity. e) people need to be trained to learn how to work in a team. QUESTÃO 86. In reference to the worker’s educational background, the text states that a) the workplace can no longer accept people having no qualified skills. b) it is not advisable to let companies assume the role played by school. c) the public education system should be in charge of the workers’ schooling. d) even after leaving school they need to continue their educational process. e) companies should encourage them to attend night classes at the community.

“alignment” (l. 2) – being in a position of supporting each other. “unleash” (l. 2) – to suddenly let a strong force, feeling etc. have its full effect.

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QUESTÃO 87. The author believes that the mission fo the firm a) makes the workers’ tasks become meaningful. b) cannot be reached if unqualified people are hired. c) is usually misunderstood by newly-arrived workers. d) has to be realistic concerning the working conditions. e) needs to bring long-term benefits for the workers’ private life. QUESTÃO 88. The pair of words from the text which belong to the same grammar class is a) “living” (l. 1) – “organizing” (l. 4). b) “growth” (l. 3) – “increasingly” (l. 7). c) “effectiveness” (l. 4) – “workplace” (l. 6). d) “While” (l. 5) – “between” (l. 8). e) “training” (l. 7) – “working” (l. 8). QUESTÃO 89. “meaningful” (l. 9) é uma palavra construída por um processo de a) prefixação. b) prefixação e sufixação. c) composição de dois radicais e um sufixo. d) dupla prefixação. e) dupla sufixação. QUESTÃO 90. O sufixo “-ER” em “workers” (l. 5) tem a mesma função que a terminação “-ER” da palavra destacada em

a) A good atmosphere at the workplace brings better results in productivity. b) The company always listens carefully to its customers. c) Jobs are no longer the place you earn a living only. d) My company has an easier way of training its new employees. e) We have the power to change our environment.

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ESPANHOL 01 05 10 15 20 25 30 35 40

El subsuelo también produce golpes de estado, revoluciones, historias de espías y aventuras en la selva amazónica

En Brasil los espléndidos yacimientos de hierro del valle de Paraopeba derribaron dos presidentes, Janio Quadros y João Goulart, antes de que el mariscal Castelo Branco, que asaltó el poder en 1964, los cediera amablemente a la Hanna Mining Co. Otro amigo anterior del embajador de los Estados Unidos, el presidente Eurico Dutra (1946-51), había concedido a la Bethlehem Steel, algunos años antes, los cuarenta millones de toneladas de manganeso del estado de Amapá, uno de los mayores yacimientos del mundo, a cambio de un cuatro por ciento para el Estado sobre los ingresos de exportación; desde entonces, la Bethlehem está mudando las montañas a los Estados Unidos con tal entusiasmo que se teme que de aquí a quince años Brasil quede sin suficiente manganeso para abastecer su propia siderurgia. Por lo demás, de cada cien dólares que la Bethlehem invierte en la explotación de minerales, ochenta y ocho corresponden a una gentileza del gobierno brasileño: las exoneraciones de impuestos en nombre del «desarrollo de la región». La experiencia del oro perdido de Minas Gerais -«oro blanco, oro negro, oro podrido», escribió el poeta Manuel Bandeira- no ha servido, como se ve, para nada: Brasil continúa despojándose gratis de sus fuentes naturales de desarrollo. Para abastecerse de la mayor parte de los minerales estratégicos que se consideran de valor crítico para su potencial de guerra, los Estados Unidos dependen de las fuentes extranjeras. «El motor de retropropulsión, la turbina de gas y los reactores nucleares tienen hoy una enorme influencia sobre la demanda de materiales que sólo pueden ser obtenidos en el exterior». La imperiosa necesidad de minerales estratégicos, imprescindibles para salvaguardar el poder militar y atómico de los Estados Unidos, aparece claramente vinculada a la compra masiva de tierras, por medios generalmente fraudulentos, en la Amazonia brasileña. En la década del 60, numerosas empresas norteamericanas, conducidas de la mano por aventureros y contrabandistas profesionales, se abatieron en un rush febril sobre esta selva gigantesca. Previamente, en virtud del acuerdo firmado en 1964, los aviones de la Fuerza Aérea de los Estados Unidos habían sobrevolado y fotografiado toda la región. Habían utilizado equipos de cintilómetros para detectar los yacimientos de minerales rariactivos por la emisión de ondas de luz de intensidad variable, electromagnetómetros para radiografiar el subsuelo rico en minerales no ferrosos y magnetómetros para descubrir y medir el hierro. Los informes y las fotografías obtenidas en el relevamiento de la extensión y la profundidad de las riquezas secretas de la Amazonia fueron puestos en manos de las empresas privadas interesadas en el asunto, gracias a los buenos servicios del Geological Survey del gobierno de los Estados Unidos. En la inmensa región se comprobó la existencia de oro, plata, diamantes, gipsita, hematita, magnetita, tantalio, titanio, torio, uranio, cuarzo, cobre, manganeso, plomo, sulfatos, potasios, bauxita, cinc, circonio, cromo y mercurio. Tanto se abre el cielo desde la jungla virgen de Mato Grosso hasta las llanuras del sur de Goiás que, según deliraba la revista Time en su última edición latinoamericana de 1967, se puede ver al mismo tiempo el sol brillante y media docena de relámpagos de tormentas distintas. El gobierno había ofrecido exoneraciones de impuestos y otras seducciones para colonizar los espacios vírgenes de este universo mágico y salvaje. Según Time, los capitalistas extranjeros habían comprado antes de 1967, a siete centavos el acre, una suma mayor que la que suman los territorios de Connecticut, Rhode Island,. Delaware, Massachusetts y New Hampshire. «Debemos mantener las puertas bien abiertas a la inversión extranjera -decía el director de la agencia gubernamental para el desarrollo de la Amazonia-, porque necesitamos más de lo que podemos obtener.» Para justificar el relevamiento aerofotogramétrico por parte de la aviación norteamericana, el gobierno había declarado, antes, que carecía de recursos. En América Latina es lo normal: siempre se entregan los recursos en nombre de la falta de recursos.

Eduardo Galeano, Las venas abiertas de America Latina

QUESTÃO 81. De la lectura del primer paragrafo podemos deducir a) El mariscal Castelo Branco que antes asalto el poder cedió los yacimientos de hierro. b) Antes el mariscal Castelo Branco asalto el poder y los cedió amablemente. c) Otro amigo del anterior embajador de los Estados Unidos fue Eurico Dutra. d) A cambio de un cuatro por ciento la bethelem está mudando las montañas. e) Los cuarenta millones de toneladas de manganeso de Amapá fueron concedidos a una empresa por el presidente

Dutra.

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QUESTÃO 82. De acuerdo con el texto es verdad a) De cada cien dólares que la bethelem invierte en la explotación de minerales ochenta y ocho son del gobierno

Brasileño. b) Brasil continúa desprendiendose de sus fuentes naturales de desarrollo. c) Lo que escribió el poeta Manuel Bandera no ha servido para nada. d) La exoneración de impuestos es el nombre del desarrollo de la región. e) La Bethelem está mudando las montañas de los Estados Unidos. QUESTÃO 83. De acuerdo con el texto podemos afirmar a) Los Estados Unidos son muy dependientes de las fuentes extranjeras para abastecerse de minerales estratégicos. b) Los Estados Unidos compran tierras en la amazonia Brasileña por medios generalmente fraudulentos. c) En los años 60, algunas empresas norteamericanas se arrojaron sobre la selva. d) Antes de la llegada de muchas empresas norteamericanas a la amazonia aviones del mismo pais habían echo un

estudio detallado de la región. e) Los informes y las fotografias secretas fueron repasados a empresas privadas. QUESTÃO 84. Es una idea presente en el texto a) La revista Times deliraba en su última edición b) El cielo de la jungla de Mato Grosso se abre hacia las llanuras del sur. c) El gobierno había ofrecido no cobrar impuestos y otras ventajas a quien colonizase la selva inexplorada. d) Siete centavos el acre es una suma mayor que varios de los territorios de Estados Unidos. e) El director de la agencia p[ara el desarrollo de la amazonia decia que devemos abrir las puertas a la inversión

extranjera. QUESTÃO 85. De la lectura del texto se entiende a) En la decada del 60 fueron contrabandeados recursos naturales de la selva amazonica. b) Los estados Unidos no se detienan ante nada en la tentativa de apropiarse de recursos naturales de terceros paises. c) El autor está de acuerdo con los métodos aplicados. d) La revista Times incentiva la compra de territorios publicando noticias al respecto. e) El autor del texto deja claro que los recursos serían mejor aprovechados por empresas extranjeras. QUESTÃO 86. Es gramáticalmente correcto afirmar a) La forma “los” en: los cediera (L 02) y los Estados Unidos (L 03) es un pronombre átono de objeto directo y artículo

neutro plural respectivamente. b) Que (L 06) y que (L 02) son conjunción y pronombre relativo respectivamente. c) Se (L 07) es un pronombre átono con función reflexiva. d) Lo (L 08) es un pronombre átono de objeto directo. e) Hasta (L 31) es una preposición con sentido de inclusión. QUESTÃO 87. Atendiendo a la gramatica podemos decir a) A la (L 03) es un ejemplo del uso facultativo de la contracción “al” b) Esta (L 21) pronombre demostrativo cuyo adverbio de localización es “aquí”. c) Según (L 32) es apocope de segundo. d) Hoy (L 16) es un adverbio de tiempo. e) La (L 10) pronombre átono de objeto directo.

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QUESTÃO 88. Es garmáticalmente correcto a) Este (L 35) adjetivo demostrativo masculino singular cuya forma en plural sería “estes” b) Más (L 42) lleva acento diacrítico por ser monosílabo acabado en letra “s”. c) Habían comprado (L 34) es una perífrasis verbal. d) Comprobó (L 39) verbo en pretérito imperfecto en tercera persona del singular. e) Ha servido (L 12) pretérito perfecto. QUESTÃO 89. De acuerdo con la gramática es verdadero a) Abastecerse (L 14) es un verbo recíproco. b) Algunos (L 04) si el sustantivo que lo presede estuviera en singular su forma sería “alguno” c) Cien (L 08) está apocopado por estar en frente de un sustantivo masculino singular. d) Antes (L 02) es una preposición. e) Aquí (L 08) podría ser substituido por “acá”

QUESTÃO 90. Considerando las cuestiones abajo gramáticalmente podemos decir a) Su (L 15) es un posesivo masculino singular que podría ser usado con formalidad b) Sólo (L 18) adjetivo lleva acento diacrítico. c) Nada (L 13) es un indefinido que podria ser usado para personas o cosas. d) Desde (L 31) es un adverbio de lugar. e) Firmado (L 22) es un bilexico con relacción al portugués.