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149 LITERATURA BRASILEIRA: PROSA Unidade IV 7 A CONTEMPORANEIDADE As mudanças ocorridas no mundo e no Brasil na segunda metade do século XX foram marcantes para a produção cultural da época. Os fatos políticos que alterariam o panorama sociopolítico da contemporaneidade acabaram por provocar uma interação entre as nações. A humanidade viveu na segunda metade do século XX a perda das liberdades individuais em função dos regimes ditatoriais e dos governos militares, os quais foram marcados pela rigorosa censura às manifestações artísticas e culturais. Em resposta à repressão, alguns movimentos populares aconteceram em diversos lugares do mundo, como a Revolução Cubana, em 1959; a greve geral de Maio de 1968, em Paris, que mobilizou aproximadamente dez milhões de trabalhadores; ou ainda a conhecida Primavera de Praga, que foi liderada por intelectuais do Partido Comunista tcheco e violentamente reprimida. A partir dessas manifestações que tiveram eco no mundo todo, as pessoas começaram a questionar as ideias fundamentalistas dos governos ditatoriais. No Brasil, acontecimentos de igual importância no âmbito da política tiveram repercussão importante, foram eles: • Fim do governo de Juscelino Kubitschek, em 1960, e a eleição de Jânio Quadros e sua prematura renúncia em 1961. • O golpe militar de 1964 e, posteriormente, os 20 anos de governo militar. • O movimento Diretas Já, em 1984. • As eleições pelo voto popular em 1989 do presidente Fernando Collor de Melo e seu impeachment, em 1992. • A vitória do primeiro presidente proveniente da classe operária, Luís Inácio Lula da Silva, em 2003. Essa agitação no âmbito político foi acompanhada por diversos movimentos artísticos esporádicos que, a exemplo do que aconteceu em Praga, foram repreendidos e proibidos pelo golpe militar de 1964 e pelo Ato Institucional número 5, o AI-5, que coloco fim às manifestações culturais que não passassem pelo crivo da censura federal. Assim, durante mais de 20 anos, o Brasil conheceu a total perda de liberdade.

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LITERATURA BRASILEIRA: PROSA

Unidade IV7 A CONTEMPORANEIDADE

As mudanças ocorridas no mundo e no Brasil na segunda metade do século XX foram marcantes para a produção cultural da época. Os fatos políticos que alterariam o panorama sociopolítico da contemporaneidade acabaram por provocar uma interação entre as nações.

A humanidade viveu na segunda metade do século XX a perda das liberdades individuais em função dos regimes ditatoriais e dos governos militares, os quais foram marcados pela rigorosa censura às manifestações artísticas e culturais.

Em resposta à repressão, alguns movimentos populares aconteceram em diversos lugares do mundo, como a Revolução Cubana, em 1959; a greve geral de Maio de 1968, em Paris, que mobilizou aproximadamente dez milhões de trabalhadores; ou ainda a conhecida Primavera de Praga, que foi liderada por intelectuais do Partido Comunista tcheco e violentamente reprimida.

A partir dessas manifestações que tiveram eco no mundo todo, as pessoas começaram a questionar as ideias fundamentalistas dos governos ditatoriais.

No Brasil, acontecimentos de igual importância no âmbito da política tiveram repercussão importante, foram eles:

• Fim do governo de Juscelino Kubitschek, em 1960, e a eleição de Jânio Quadros e sua prematura renúncia em 1961.

• O golpe militar de 1964 e, posteriormente, os 20 anos de governo militar.

• O movimento Diretas Já, em 1984.

• As eleições pelo voto popular em 1989 do presidente Fernando Collor de Melo e seu impeachment, em 1992.

• A vitória do primeiro presidente proveniente da classe operária, Luís Inácio Lula da Silva, em 2003.

Essa agitação no âmbito político foi acompanhada por diversos movimentos artísticos esporádicos que, a exemplo do que aconteceu em Praga, foram repreendidos e proibidos pelo golpe militar de 1964 e pelo Ato Institucional número 5, o AI-5, que coloco fim às manifestações culturais que não passassem pelo crivo da censura federal. Assim, durante mais de 20 anos, o Brasil conheceu a total perda de liberdade.

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Esses movimentos políticos vão refletir, mais tarde, na literatura dita contemporânea, constituindo um período de intensa produção literária.

Na produção em prosa, observa-se uma mistura de gêneros, característica que já se notava em Guimarães Rosa e em Clarice Lispector. Além disso, é possível detectar uma narrativa mais direta “intencionalmente brutalista”, como diria Alfredo Bosi (1980), de um realismo cru, que reflete significativamente a dureza vivida nas últimas décadas do século XX.

Essa produção se caracterizou pela busca de uma literatura autêntica que refletia questões sociais e aprofundos traços psicológicos, associando ficção e memória e trazendo à tona a história do Brasil. Notadamente concentrada nos grandes centros urbanos, essa literatura evidenciou o isolamento e a vulnerabilidade do homem moderno, que não encontrava suas raízes, diluídas por completo no meio urbano. Assim, a cidade passou a ser o habitat da literatura brasileira a partir dos anos 1960 do século XX.

Lygia Fagundes Telles (1923)

Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo e iniciou sua carreira em 1938, publicando o livro de contos Porão e sobrado.

Sua obra é um registro das experiências humanas, especialmente das experiências psicológicas. A solidão permeia a maioria de suas personagens e serve de mote para que ela nos apresente o conflito entre o mundo objetivo e o mundo subjetivo, entre o real e o ideal, que atinge o leitor por meio da análise que a autora faz dos sentimentos e das percepções de suas personagens.

Lygia também faz uso dos monólogos interiores (ou do fluxo de consciência) como um meio de conhecimento das personagens. O desenrolar das tramas é bem estruturado e detalhadamente calculado, de modo a permitir que cada gesto transmita marcas de uma personalidade ou de uma dada situação. O cenário passa, então, a ser secundário no enredo, pois o foco de atenção está no posicionamento interior assumido por cada personagem diante dos fatos.

Esse direcionamento já pode ser percebido em Ciranda de pedra (1954), primeiro romance da autora. A personagem principal, Virgínia, é uma garota solitária, filha de pais separados. Após a separação dos pais, vai morar com sua mãe, que logo adoece. Virgínia passa, então, a morar com o pai e as duas irmãs, num ambiente movimentado e hostil. O título do livro faz referência a uma roda de anões de pedra que ornamenta o jardim da casa, remetendo-nos à ciranda da qual Virgínia nunca poderá participar. Dessa forma, podemos vislumbrar que a ciranda de pedra é uma representação simbólica do mundo interior da personagem, encerrando, em si mesma, o núcleo do tema, que é o sentimento de rejeição.

O tema da rejeição também aparece no segundo romance da autora, Verão no aquário (1963), em que a família aparece novamente como o centro das tensões.

Outra característica presente em suas obras é o fato de o foco da análise psicológica profunda estar sempre voltado para as personagens femininas. As personagens masculinas da literatura de Lygia

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Fagundes Telles são, em sua maioria, uma espécie de representantes de funções sociais, de poder, riqueza ou status, não possuindo contornos marcantes e atuando mais como uma espécie de símbolo.

O livro de contos Antes do baile verde, o qual reúne histórias sobre a relação homem/mulher, exploradas de acordo com o realismo fantástico, foi publicado em 1970 e lhe rendeu seu maior sucesso de vendas. A partir desse livro, é possível observar outra constante em Lygia Fagundes Telles: a existência de uma ambiguidade em suas personagens, que as faz oscilar entre o bem e o mal, sem se definirem por nenhum dos lados.

Seus textos adotam uma perspectiva antirrealista, explorando os desvios da alma humana. Sua prosa busca falar do indivíduo dentro de seio familiar, cujo espaço se aproxima da clausura. Seus personagens estão comumente envolvidos em culpa ou ressentimento e resvalam para uma espécie de devaneio ou alucinação, que muitas vezes se aproxima do realismo fantástico, como podemos observar no personagem do conto a seguir, que adota a perspectiva de um cachorro.

Crachá nos dentes

Começo por me identificar, eu sou um cachorro. Que não vai responder a nenhuma pergunta, mesmo porque não sei as respostas, sou um cachorro e basta. Tantas raças vieram desaguar em mim como os afluentes de pequenos rios se perdendo e se encontrando no tempo e no acaso, mas qual dessas raças acabou por vigorar na soma, isto eu não sei dizer. Melhor assim. Fico na superfície sem indagar da raiz, agora não. Aqui onde estou posso passar quase despercebido em meio de outros que também levam os crachás dependurados no pescoço como os rótulos das garrafas de uísque. Que ninguém lê com atenção, estão todos muito ocupados para se interessar de verdade por um próximo que é único e múltiplo apesar da identidade. Às vezes, fico raivoso, meu pêlo se eriça e cerro os maxilares rolando e ganindo, quero fugir, morder. Mas as fases de cachorro louco passam logo. Então, componho o peito, conforme ouvi o treinador dizer, não sei em que consiste isso de compor o peito, não sei, mas é o que faço quando desconfio que não estou agradando: componho o peito e volto à normalidade de um cachorro manso. Doce. O dono do circo, um hábil treinador de roupa vermelha com botões dourados, acabou por me ensinar muitas coisas, tais como falar no telefone, fazer piruetas e dançar. Quando resisto, ele vem queimar as minhas patas dianteiras com a ponta de um cigarro aceso, percebe de longe que estou vacilando na posição vertical e vem correndo e chiiii... – queima as patas transgressoras até fazer aqueles furos. Então me levanto depressa e saio dançando com meu saiote de tule azul. Mas fui humano quando me apaixonei e virei um mutante que durou enquanto durou a paixão. Abrasadora. E breve. Escondi os pequenos objectos reveladores e que não eram muitos, a coleira, o osso e o saiote das noites de gala. Olhei de frente para o sol. Devo lembrar que eu varava feito uma seta salivando de medo os grandes arcos de fogo e eis que o medo desapareceu completamente quando me descobri em liberdade, todo o fogo vinha apenas aqui de dentro do meu coração… fiquei flamejante. Penso agora que flamejei demais e o meu amor que parecia feliz acabou se assustando, era um amor frágil, assustadiço. Tentei disfarçar tamanha intensidade, o medo de ter medo. Vem comigo! Eu queria gritar e apenas sussurrava. Passei a falar baixinho, escolhendo as palavras, os gestos e ainda assim o amor

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começou a se afastar. Delicadamente, é certo, mas foi se afastando enquanto crescia o meu desejo numa verdadeira descida aos infernos. É que estou amando por toda uma vida! eu podia ter dito. Mas me segurei, ah, o cuidado com que montava nesse corpo que se fechava, ficou uma concha. Não me abandone! Cheguei a implorar aos gritos no nosso último encontro. Desatei a escrever-lhe cartas tão ardentes, bilhetes, repeti o mesmo texto em vários telegramas: Imenso Inextinguível Amor Ponto De Exclamação. Era noite quando fiquei só. Tranquei-me no quarto e olhei a lua cheia com sua face de pedra esclerosada. As estrelas. Abracei com tanta força a mim mesmo e comecei a procurar, onde? Fui até à larga cama branca, ali nos juntamos tantas vezes, tanto fervor e agora aquele frio, fucei o travesseiro, as cobertas, onde? Onde. A busca desesperada continuou no sonho, sonhei que escavava a terra. Acordei exausto e enlameado, aos uivos. Nem precisei ir ao espelho para saber que tinha virado de novo um cachorro. Amanhecia. Tomei o crachá nos dentes e voltei ao circo. O treinador me examinou atentamente e fez uma observação bem-humorada, que eu estava ficando velho. De resto, tudo correu sem novidade, como se não tivesse havido nenhuma interrupção. Dei valor aos meus dedos só depois que os perdi, podiam me servir agora para catar pulgas. Ou para coçar lá dentro do ouvido ou limpar o ranho do focinho quando estou resfriado. Com aqueles dedos toquei flauta, mas não me masturbei, nunca me masturbei enquanto fui um ser humano, não é estranho isso? Há ainda outras estranhezas, não importa. Aprendi também a rezar. Gosto muito de ouvir música e de ficar olhando as nuvens. Mas sou um cachorro e quando alguém duvida, mostro as palmas das minhas patas queimadas (TELLES, 2009).

O personagem se assume cachorro desde a primeira linha, talvez tentando se adaptar ao mundo cão, aproximado ao circo. Vemos aqui o fantástico e/ou surrealista, perspectiva adotada pelo narrador em primeira pessoa para falar de suas próprias emoções, um homem/cachorro que se sente diluído na massa esmagadora da sociedade.

Onde estou posso passar quase despercebido em meio de outros que também levam os crachás dependurados no pescoço como os rótulos das garrafas de uísque (TELLES, 2009).

Entretanto, a partir do momento que se apaixona ele se torna uma pessoa, como se a única coisa capaz de fazer com que se sentisse humano fosse o amor. O cotidiano, o diário, a vida comum animaliza o homem, que só redime sua humanidade através do amor.

Rubem Fonseca (1925)

Rubem Fonseca figura entre os mais ilustres escritores da ficção brasileira contemporânea. Inaugurou uma nova corrente na literatura contemporânea que, em 1975, ficou conhecida como brutalista, característica que lhe foi atribuída por Alfredo Bosi.

Seus contos e romances refletem um estilo sucinto e direto no qual apresenta personagens-narradores. Suas histórias seguem uma estrutura similar a de uma narrativa policial com elementos de oralidade, o que demonstra que sua maior influência vem dos EUA, do thriller ou romance negro (noir) reconhecido,

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aqui, como romance policial, mas visceralmente submergido nas questões urbanas, na deterioração da civilização moderna. Os crimes funcionam apenas como um disfarce para as críticas a uma sociedade que se apresenta como opressora do indivíduo.

Seu eixo central privilegia a cena, a ação em vez da reflexão e o impacto em vez do detalhe.

Em Bufo & Spallanzani (1985), Rubem Fonseca vai além das características de romance policial, intensificando o caráter metaficcional de sua narrativa utilizando estratégias como a de um narrador-escritor em crise, que dialoga com a literatura clássica e chega, por fim, a uma discussão de questões relacionadas com autoria, o mercado, entre outras.

O público brasileiro tomou maior contato com Rubem Fonseca quando o romance A grande arte foi filmado por Walter Salles Jr., com o roteiro do próprio Rubem e de Mattew Chapman. O romance conta a história de um fotógrafo norte-americano, no filme interpretado por Peter Coyote, que, ao realizar um ensaio fotográfico no Rio de Janeiro, conhece uma prostituta. Esta é assassinada e ele resolve investigar o caso por conta própria.

Rubem Fonseca tem prazer em deixar as coisas para o leitor completar. O autor supõe um interlocutor inteligente e atento e tem como matéria-prima os dois extremos da nação: os que vivem à margem e os que constituem o núcleo privilegiado.

Seus textos constroem um amoralismo perverso, deixando muito tênue a diferença entre o mocinho e o bandido e fazendo com que ambos os tipos transitem pelos dois papéis.

Sua temática é a violência, cuja leitura gera por vezes, uma brutalidade tão dura que chega a ser insuportável. Suas personagens são dominadas por uma atmosfera de violência latente. O autor revela uma violência que se pulveriza em nossa sociedade nos dias de hoje, devido ao aumento das contradições sociais, sobretudo nos grandes centros urbanos do Brasil, a partir da década de 1970.

Veja agora um trecho do trabalho que Fernanda Cardoso1 desenvolve sobre o trabalho de Rubem Fonseca com a linguagem.

“Outra forma de violência que está presente nas obras de Rubem Fonseca é a violência do autor contra o leitor. Mediante a análise das relações entre violência e linguagem, podemos sentir a hostilidade no contato com o leitor.

Esta hostilidade se traduz pela violência discursiva, por meio de expedientes formais (estilo seco e entrecortado, frases curtas) e dos recursos de conteúdo,nas situações-limite em que envolve as personagens. Supondo que a linguagem em geral tenha escondido o que justamente importa revelar, Rubem Fonseca propõe o inverso: da “matéria bruta”

1 O trabalho de Fernanda Cardoso, originalmente apresentado na UNICAMP, pode ser conferido na página < http://www.brasilescola.com/literatura/rubens-fonseca.htm>. Acesso em: 5 ago. 2011.

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concernente à realidade para a sua representação na narrativa, uma série de desmistificações se faz necessárias e, na base delas, está, sobretudo, a desmistificação da linguagem.

A linguagem violenta tem uma função definida frente ao seu leitor: a de presentificar a violência de modo a que ele não tenha mais condições de questioná-la.

Entretanto, somos acostumados a abrandar, através de mecanismos vários (como o silêncio, por exemplo), o efeito do que tem que ser dito pelo modo de o dizer, ficamos surpresos diante de uma linguagem tão avessa a atenuações.”

A linguagem do autor é marcada por uma dureza na sintaxe que reflete a rispidez das tensões sociais, como se pode ver no conto Feliz ano novo, que faz parte do livro de mesmo nome.

Dalton Trevisan (1925)

Nascido no dia 14 de junho de 1925 em Curitiba, Trevisan se formou em direito e, ainda estudante, divulgava seus contos em edições modestas, assumindo uma postura avessa à mídia. Foi editor da revista Joaquim que publicava críticas literárias de escritores como Antônio Cândido, Otto Maria Carpeaux, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.

Considerado um dos mestres do conto da literatura brasileira contemporânea, o autor busca uma escrita sintética que culmina numa larga produção de microcontos, cuja temática gira em torno de personagens frustrados inseridos no cotidiano das metrópoles.

Veja, a seguir, um microconto do autor, que simula um bilhete, mas que implica numa história na qual se sabe pouco dos personagens, mas sabe-se o necessário: “João, tua mulher é amante do doutor Pedro e não é de hoje. – Um amigo” (TREVISAN, 2002).

Sua escrita prioriza a forma reduzida na tentativa de captar o fragmento, o instantâneo de uma sociedade doente e depravada inserida em uma realidade estilhaçada que reflete a alienação do sujeito moderno e de seus impulsos maníacos.

Em Dalton Trevisan, a repetição é a forma essencial do mundo. O que parece um defeito é na verdade o traço fundamental da literatura de Dalton, o seu peso e a sua metafísica (TEZZA, 2002).

Hilda Hilst (1930 – 2004)

Hilda Hilst nasceu na cidade de Jaú, interior do estado de São Paulo, no dia 21 de abril de 1930.

Estudou no colégio interno Santa Marcelina, na cidade de São Paulo, em 1937. No ano de 1945, matriculou-se no curso clássico da Escola Mackenzie.

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Em 1948, iniciou seus estudos de direito na Faculdade do Largo do São Francisco. A partir de então, levaria uma vida boêmia que se prolongaria até 1963. Hilda comportava-se de maneira que escandalizava a alta sociedade paulista. Em 1949, foi escolhida entre outros alunos para saudar a escritora Lygia Fagundes Telles, por ocasião do lançamento de seu livro de contos O cacto vermelho.

Desde 1950, Hilda escreveu inúmeros livros de poemas pelos quais recebeu alguns prêmios. Em 1970, a autora lançou sua primeira obra em prosa, Fluxo-Floema, passou a fazer parte do Programa do Artista Residente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1982 e, em seguida, lançou A obscena senhora D. Em 1934, os Poemas malditos, gozosos e devotos são publicados e O caderno rosa de Lori Lamby consagra a fase iniciada com A obscena senhora D. Em 1990, a escritora anunciou o lançamento de Adeus à literatura séria, obra que provoca “espanto e indignação” em seus amigos e na crítica. Em seguida, veio o lançamento de Contos d’escárnio/textos grotescos e alcoólicos e, em 1991, a publicação de Cartas de um sedutor.

Hilda Hilst passou então a colaborar com crônicas semanais para o Correio Popular, jornal diário de Campinas (SP), trabalho este que se estenderia até 1995. No ano seguinte, publicou Rútilo nada, livro que também continha A obscena senhora D e Qadós. O livro recebeu o prêmio Jabuti na categoria Contos.

O caderno rosa de Lori Lamby, por sua vez, foi levado ao palco sob a direção de Bete Coelho e teve como papel principal a atriz Iara Jamra.

Em 2003, foi agraciada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), na área de literatura, com o Grande Prêmio da Crítica pela reedição de suas Obras completas. Hilda Hilst faleceu no dia 04 de fevereiro de 2004, na cidade de Campinas (SP).

Saiba mais

Acesse o site oficial da escritora para saber um pouco mais sobre sua obra, disponível em:

<http://www.angelfire.com/ri/casadosol/hhilst.html>. Acesso em: 02 ago. 2011.

Na prosa, parte que nos interessa aqui, a autora opera uma renovação no repertório ficcional, fundindo diferentes gêneros de forma paradoxal: une o grotesco ao “sublime, o escatológico ao espiritual, o gozo ao martírio”, como bem observa Manuel da Costa Pinto (2005).

É possível notar em sua literatura pontos de contato com Clarice Lispector, pois suas personagens também são mergulhadas na sua própria interioridade, como se observa em A Obscena senhora D, que, depois da morte do amante, passa a viver no vão da escada, isolando-se num mundo de lamentos e epifanias.

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Sua prosa especula a perda amorosa e a derrelição, isto é, o sentimento do abandono de Deus, por isso, mistura violência e ternura e, não raro percebemos a presença do nonsense e do humor negro.

A obra de Hilda Hilst funciona como uma ponte entre a última fase do modernismo e a literatura contemporânea, pois junta o intimismo e a busca da identidade da terceira fase à subjetividade desacorçoada, característica da literatura contemporânea.

Teologia natural

A cara do futuro ele não via. A vida, arremedo de nada. Então ficou pensando em ocos de cara, cegueira, mão corroída e pés, tudo seria comido pelo sal, brancura esticada da maldita, salgadura danada, infernosa salina, pensou óculos luvas galochas, ficou pensando vender o que, Tiô inteiro afundado numa cintilância, carne de sol era ele, seco salgado espichado, e a cara-carne do futuro onde é que estava? Sonhava-se adoçado, corpo de melaço, melhorança se conseguisse comprar os apetrechos, vende uma coisa, Tiô. Que coisa? Na cidade tem gente que compra até bosta embrulhada, se levasse concha, ostra, ah, mas o pé não aguentava o dia inteiro na salina e ainda de noite à beira d’água salgada, no crespo da pedra, nas facas onde moravam as ostras. Entrou em casa. Secura, vaziez, num canto ela espiava e roia uns duros no molhado da boca, não era uma rata não, era tudo o que Tiô possuia, espiando agora os singulares atos do filho, Tiô encharcando uns trapos, enchendo as mãos de cinza, se eu te esfrego direito tu branqueia um pouco e fica linda, te vendo lá, e um dia te compro de novo, macieza na língua foi falando espaçado, sem ganchos, te vendo, agora as costas, vira, agora limpa tu mesma a barriga, eu me viro e tu esfrega os teus meios, enquanto limpas teu fundo pego um punhado de amoras, agora chega, espalhamos com cuidado essa massa vermelha na tua cara, na bochecha, no beiço, te estica mais pra esconder a corcova, óculos luvas galochas é tudo o que eu preciso, se compram tudo devem comprar a ti lá na cidade, depois te busco, e espanadas, cuidados, sopros no franzido da cara, nos cabelos, volteando a velha, examinando-a como faria exímio conhecedor de mães, sonhado comprador, Tiô amarrou às costas numas cordas velhas, tudo o que possuía, muda, pequena, delicada, um tico de mãe, e sorria muito enquanto caminhava (HILST, 2003).

O conto mostra o narrador em terceira pessoa que, em meio às falas do personagem, mistura-se a consciência deste.

As falas tanto do personagem, Tiô, quanto do narrador constroem uma consciência fragmentada que se assemelha a recortes da realidade. O personagem parece falar e rivalizar consigo mesmo.

A temática do conto é áspera de uma realidade doída e incômoda. Nosso personagem, num desespero de causa que só a sua inconsciência pode explicar, tem a ideia de vender a própria mãe porque precisa de dinheiro.

“Tiô. Que coisa? Na cidade tem gente que compra até bosta embrulhada” (HILST, 2003).

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A violência certamente está na aproximação da mãe com a palavra “bosta”, com uma mercadoria ou com qualquer coisa que se possa vender na feira. Entretanto, a ternura aparece quando o personagem insiste em repetir que um dia vai buscar a mãe de volta. A dureza da cena entra em paradoxo frente ao cuidado com que o personagem carrega a mãe nas costas para vendê-la na feira.

Tiô amarrou às costas numas cordas velhas, tudo o que possuía, muda, pequena, delicada, um tico de mãe, e sorria muito enquanto caminhava (HILST, 2003).

A consciência entrecortada por imagens e por pensamentos revelam um personagem do qual podemos duvidar da sanidade mental. Sua loucura coaduna com uma realidade fragmentada, múltipla e ao mesmo tempo difícil, o retrato dos anos finais do século XX.

8 O QUE É PÓS-MODERNO E PÓS-HUMANO

Pós-modernismo é a denominação dada às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950 até os dias de hoje, quando, por convenção, se encerrou o Modernismo. Tem como algumas características a invasão da tecnologia, a revolução da comunicação e a informática.

O homem pós-moderno vive num mundo que se encerra em signos e, portanto, prefere a imagem ao objeto, o simulacro ao real. É o hiper-realista, expressão da perplexidade contemporânea.

O hiper-realista é a mentira da verdade, que se traduz em uma espécie de potencialização de sentimentos, impressões e percepções. É a notícia como espetáculo e manipulação de seu conteúdo.

O indivíduo pós-moderno é um sujeito fragmentado porque o Pós-modernismo leva às últimas consequências as pequenas liberdades individuais, uma forma de compensação dos grandes períodos repressores.

O termo pós-humano provoca ambiguidade e confusão no conceito que deseja exprimir, vem ganhando espaço no meio intelectual e acadêmico ao substituir o já tão desgastado termo pós-moderno e ao estar cada vez mais presente nos cadernos de cultura e nas discussões filosóficas e socioculturais que se encontram em evidência.

Há uma dificuldade muito comum quando nos deparamos com algo cujo processo ainda segue em curso e que não tem um resultado muito claro, o que permite especulações.

O pós-humano faz referência a uma série de transformações de caráter generalizante e diz respeito tanto à relação do homem com o mundo quanto à relação do homem com os dispositivos que regulamentam suas culturas. Por outro lado, é fato que encobre uma sequência de visões muito diversas e quase sempre antitéticas.

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8.1 Literatura latino-americana e a literatura contemporânea no Brasil

A história da literatura latino-americana tem seu marco no século XVI, mais precisamente durante a época dos conquistadores, e pode ser dividida em quatro períodos:

• período colonial: visto como uma espécie de apêndice das produções literárias estrangeiras;

• segundo período: surge a partir dos movimentos de independência do início do século XIX, traduzido por uma temática bem específica: a patriótica;

• terceiro período: reflete a consolidação nacional e experimenta seu apogeu;

• quarto período: é a maturidade, chegando mesmo a se destacar e ganhar espaço dentro da literatura universal.

Com a revolução mexicana, iniciada em 1910, vemos um retorno dos escritores latino-americanos a suas diferentes características e a seus próprios problemas sociais. A partir dessa data e numa proporção cada vez maior, os escritores latino-americanos começaram a inserir temas universais em sua produção literária, produzindo, no decorrer dos anos, uma literatura que foi capaz de despertar a admiração internacional.

A literatura produzida na América de colonização espanhola exerce hoje influência direta na nova geração de escritores da literatura contemporânea. Veremos a seguir alguns dos mais importantes escritores da literatura latino-americana no cenário literário mundial.

Julio Cortázar (1914-1984)

O argentino Julio Cortázar foi um dos escritores que, por seu talento, originalidade e por seu antirromance experimental Rayuela (1963), obteve imediato reconhecimento internacional, sendo considerado um dos grandes nomes da literatura contemporânea.

Aos 37 anos, discordando da ditadura imposta na Argentina, Julio Cortázar seguia para a França, passando a ser, então, um escritor portenho nacionalizado francês.

Seu estilo alia o atrevimento literário e a aventura estética ao compromisso político em defesa dos povos do terceiro mundo, tendo por intuito subverter não apenas a linguagem, mas sim a nossa visão de mundo, propondo-nos novos e inusitados universos, bem diferentes daqueles que a nossa visão comum habituou-se a enxergar.

Apesar de Cortázar ter feito parte do boom da literatura hispano-americana contemporânea, ele não foi o primeiro a se lançar no universo literário. O pioneiro dessa façanha foi o escritor responsável pela revolução do conto na América hispânica ao explorar mundos históricos, incluindo os que fazem referências a mitos: Jorge Luis Borges, o escritor que foi imortalizado em O Nome da rosa, de Umberto Eco, ao ser transformado de uma forma fabulosa em personagem.

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Jorge Luis Borges (1899-1986)

Natural da Argentina, Jorge Luis Borges Acevedo foi escritor notável e leitor insaciável. A vastidão da sua obra reflete suas inumeráveis e inesperadas fontes de leitura. Uma de suas principais características é a habilidade de manipular o ceticismo, considerada uma das ferramentas que mais o auxiliam a criar suas ficções.

Borges escreveu sobre temas portenhos locais e ensaios sobre o encadeamento temporal dos fatos. Por trás da máscara da prosa ficcional, ele alojava os problemas filosóficos que perturbam a existência humana.

Seus textos expressam a existência de um diálogo íntimo com pensadores e autores de todas as línguas e de todas as épocas. Borges também descreveu um mundo de sonhos, enlaçando diferentes aspectos de tempo e de espaço preferindo trabalhar com a noção de tempo circular a trabalhar com a noção de tempo linear.

Borges morreu como um dos monstros sagrados da literatura universal. Deixou-nos um legado de obras em língua espanhola incomparável, que se destaca por sua inventividade e por suas poderosas metáforas, capazes de atingir a transcendência filosófica.

Gabriel García Márquez (1928)

Natural da Colômbia, Gabriel García Márquez iniciou sua carreira como jornalista e, desde então, estabeleceu-se como romancista e contista. Márquez possui um estilo próprio que o identifica: o “realismo mágico”, no qual a realidade se combina com a fantasia. Em 1982, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura e se tornou internacionalmente conhecido com o seu romance Cem anos de solidão (1967). Nele, por meio de uma mágica e atemporal unidade, Gabriel García Márquez conseguiu transcender os limites do espaço físico em que se desenvolve a trama narrativa. É a obra que sintetiza a vertente do realismo mágico e essa mescla de planos da realidade e da imaginação marcará escritores de vários países, entre eles, Borges e Cortázar.

Cem anos de solidão é um relato da fundação da aldeia Macondo. A partir da saga dos Aurelianos e José Arcádios, vemos surgir um cenário que desfila fantasias, arbitrariedades, guerras e tragédias. Além disso, esse romance fala de amor, de poder, de morte e da interminável marcha do ser humano rumo à mais completa solidão.

Como vemos, apenas as obras desses três escritores foram suficientes para fazer com que o romance latino-americano escrito em espanhol alcançasse não só sua maioridade, mas também o prestígio de um público internacional que, a cada dia, torna-se mais numeroso.

8.1.1 Tendências da prosa contemporânea

A prosa contemporânea, por sua vez, surge dando destaque a outros gêneros literários, como a prosa autobiográfica, a crônica e o conto. Além disso, traz uma novidade: o conto e a crônica passam a ser

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vistos como os modelos de uma literatura moderna, pois a modernidade dá dinamicidade aos textos assim, a adoção desses gêneros como símbolos da atualidade não ocorre por acaso.

O conto reflete a síntese e a rapidez que a modernidade inspira, tornando a leitura mais ágil, embora mais complexa. A crônica, por sua vez, conquista seu espaço nos principais veículos de comunicação, como as revistas e os jornais, veiculando a fluência e atropelamento das ideias no mundo contemporâneo registrando irreverência e ironia.

A prosa contemporânea produz um ser humano cada vez mais solitário e marginalizado, fruto de uma sociedade vitimada por um mundo violento na qual o indivíduo progressivamente vai se fechando e confronta-se com o outro e consigo mesmo.

A prosa é trabalhada com concisão e fragmentada de modo que rompe com a linearidade por analogia de ritmo à vida moderna, evidenciando a rapidez e o absurdo da modernidade.

8.1.2 A nova geração de escritores

A internet trouxe mudanças marcantes à literatura brasileira. Depois de quase uma década, surgiu um novo tipo de autor, que transpõe a tela do computador.

Esse processo fez com que a distância entre o escritor e o leitor diminuísse, pois, se antes o escritor tinha que se dirigir às editoras ou sair em busca de alguém que pudesse ajudá-lo a colocar seu talento em evidência, agora ele mesmo pode fazer com que seu texto chegue até seu leitor.

Daniel Galera (1979)

Daniel Galera, escritor e tradutor literário brasileiro, foi um dos precursores do uso da Internet em prol da literatura, editando e publicando textos em portais e fanzines eletrônicos entre os anos de 1997 e 2001. Seu ingresso na internet deu-se como editor do site Proa da Palavra (1997-2000).

O autor foi colunista de uma das revistas eletrônicas mais famosas do Brasil, o Cardos Online (1998-2001), fundando posteriormente em Porto Alegre, em parceria com Daniel Pellizzari e Guilherme Pilla, uma editora que virou referência em matéria de autores estreantes: a Livros do Mal (2001-2004).

Saiba mais

Consulte um dos blogs de Daniel Galera para conferir seus textos: <http://www.exquisite.com.br/galera/>, e assista ao filme indicado a seguir, que foi baseado em uma de suas obras:

CÃO sem dono. Dir. Beto Brant, 82 min, Brasil, 2007.

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Galera publicou, até o momento, quatro livros, além de já ter participado de algumas antologias de contos.

Vale destacar ainda que seu último livro, Mãos de cavalo (2006), ganhou em 2008, o Prêmio Machado de Assis de Romance, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional.

Clarah Averbuck (1979)

Registrada com o nome de Clara Averbuck Gomes, a autora incluiu o “h” em seu primeiro nome quando cursava o primeiro ano do segundo grau, em função de uma brincadeira entre colegas, passando então a ser conhecida como Clarah Averbuck.

Clarah começou sua trajetória literária na internet e, em junho de 1998, escreveu pela primeira vez para a Não-til, revista digital da Casa de Cinema de Porto Alegre. Um ano depois, tornou-se uma das colunistas do Cardos Online, no qual atuou em 2001, revelando, entre outros, os escritores Daniel Galera e Daniel Pellizari.

Em julho de 2001, mudou-se para São Paulo e começou a escrever sua primeira novela, Máquina de pinball, que seria publicada no ano seguinte. Em setembro do mesmo ano, criou o blog “brazileira!preta”, com mais de 1.800 acessos diários. Em maio de 2006, retomando mais uma vez sua trajetória, voltou a manter um blog, desta vez como o nome Adiós Lounge. Desde então, publicou mais dois livros: Das coisas esquecidas atrás da estante (2003) e Vida de gato (2004).

Seus escritos atingem tal popularidade que chama a atenção de importantes diretores do teatro e do cinema e, assim, Máquina de pinball ganhou uma adaptação para o teatro tendo por roteiristas Antônio Abujamra e Alan Castelo, realizada em 2003. Além desse, outros dois livros seus inspiraram o diretor cinematográfico Murilo Salles, que, com a ajuda da autora e das roteiristas Elena Soárez e Melanie Dimantas, produziu o filme Nome próprio (2006), que tem Leandra Leal no papel principal.

Atualmente, Clarah está trabalhando em três livros, Toureando o Diabo (romance), Eu quero ser eu (novela infanto-juvenil) e Cidade grande no escuro (crônicas), e lançou recentemente o livro-LP de tiragem limitada Nossa Senhora da Pequena Morte. O livro é composto pela reprodução de páginas escritas à mão ou datilografadas, organizadas dentro das clássicas capas dos velhos long-plays (LPs), com direito a vinis de rock, blues, jazz, clássicos e até raríssimos vinis mexicanos.

Podemos conferir o estilo da autora no conto Psycho, no qual ela cria uma personagem que adota uma postura desolada diante do seu micro universo e assume uma postura de embriaguez constante. “Eu era uma escritora bêbada, perdida em uma cidade enorme e sem nenhum lugar decente” (AVERBUCK, 2003).

Seus personagens assumem essa mesma postura diante da vida, mostrando-se vazios e conturbados diante de um futuro que os assusta.

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Lourenço Mutarelli (1964)

Lourenço Mutarelli nasceu em São Paulo e é, além de escritor, ator, dramaturgo e autor de histórias em quadrinhos. Dá início a sua produção literária com histórias em quadrinhos em um fanzine que ele mesmo produzia e distribuía. Também já recebeu diversos prêmios e é aclamado por sua participação no cinema e no teatro.

Mutarelli criou um grande número de heróis com características atípicas das encontradas nas histórias em quadrinhos. Trata-se de personagens que nos remetem à nossa própria vida, pois parecem viver em uma dimensão muito próxima à nossa, envoltos por uma depressão urbana quando são capturados pela narrativa para viverem momentos que serão cruciais de suas vidas, o que pode ser conferido no personagem sem nome de O cheiro do ralo, romance que ganhou adaptação para o cinema pelas mãos engenhosas de Heitor Dhalia.

Com uma série de histórias, notamos que o desenhista e romancista conquista o espaço da tristeza, da solidão e da ilusão por onde caminham seus “escolhidos”, de tal forma que os heróis criados pelo artista são uma espécie de sinônimo da dor existencial e da reflexão acerca da miséria humana.

Fui até o balcão, dei a bala para a moça, como é mesmo seu nome, perguntei. Jamais seria capaz de pronunciá-lo. Ela não sorriu. Ela guardou a bala no bolso. Eu queria pedir para que ela virasse mais uma vez.

Voltei ao trabalho. Eu queria querer parar de fumar (MUTARELLI, 1999).

No romance O cheiro do ralo, o personagem é obcecado pelas nádegas da garçonete da lanchonete que frequenta. Dono de uma loja de peças usadas, exercita seu sadismo na relação com o outro. Com o intuito de “obter” as nádegas como mais um objeto que possui, tenta comprá-las.

Lourenço mostra uma linguagem que nasceu dos quadrinhos, pois suas palavras e imagens caminham lado a lado e, juntas, constroem uma narrativa envolvente, quase uma armadilha.

8.1.3 Tendências contemporâneas do teatro brasileiro

O teatro brasileiro, que estava perdendo terreno para o rádio e o cinema, também teve de passar por uma revolução a partir da década de 1940. As peças teatrais de Oswald de Andrade, como O rei da vela e A morta, não conseguiram ser encenadas após serem escritas e caíram no esquecimento até a década de 1960. Considerando-se a possibilidade de esse fato ter ocorrido em função do perfil dessas peças – vistas como revolucionárias demais para sua época –, podemos convencionar que a estreia da peça Vestido de Noiva (1943), de Nelson Rodrigues, foi o marco da modernidade do teatro brasileiro, uma vez que promoveu uma verdadeira renovação no que se refere à ação, às personagens, ao espaço e ao tempo.

Já nas décadas de 1960 e 1970, vemos surgir um teatro mais político, expressando um forte nacionalismo preocupado em revelar e denunciar a realidade agonizante vivida pelo país em função do

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regime militar. Além disso, notamos que existiu uma tendência de se buscar uma ligação e até mesmo uma participação na peça.

No entanto, como Macunaíma foi encenada em 1978 e, uma vez que a validade do Ato Institucional nº 5 só seria rompida em 13 de dezembro de 1968, talvez o marco da contemporaneidade possa ser definido nessa data. Além disso, foi nesse período que vimos nascer o domínio dos encenadores-criadores a partir de uma montagem de Antunes Filho para a adaptação cênica de Rapsódia, de Mario de Andrade, ao mesmo tempo em que vimos um abrandamento da censura, que inspirou mudanças da linha da dramaturgia que vinha sendo seguida desde o Golpe Militar de 1964. Entre os autores que fizeram parte do panorama contemporâneo do teatro brasileiro, podemos citar: Jorge de Andrade (1922-1983), Ariano Suassuna (1927), Plínio Marcos (1935-1999), Dias Gomes (1922-1999), entre outros.

Ariano Suassuna foi escritor, dramaturgo, professor aposentado e um verdadeiro aliado da cultura popular, pois foi apaixonado por todas as formas de arte genuinamente brasileiras. Como viveu as influências do ambiente ideológico brasileiro do pós-guerra, quando se reforçou a importância da existência de uma supremacia da posição política nacionalista, considerou veementemente que era necessário construir uma arte e uma literatura nacionais que, mesmo eruditas, fossem baseadas em raízes populares. Apresentou como modelo exemplar para a construção dessa cultura erudita o romanceiro popular nordestino, considerando que este fosse um espaço que preservava as aspirações do povo brasileiro.

As seleções temáticas de Ariano Suassuna foram, em sua maioria, coletadas da tradição popular transmitida por meio de folhetos e dos folguedos nordestinos. O auto da compadecida (1955) é um bom exemplo dessa coleta, uma vez que permitiu que identificássemos várias figuras do imaginário nordestino, como o valentão covarde, a morte fingida, o animal que defeca ouro, o enterro, o testamento do cachorro e as trocas.

O mesmo se dá com as figuras de João Grilo e Canção, dois “amarelos” ou “quengos” a incorporar um sertanejo esperto e maltrapilho. São sabichões que nos remetem aos “pícaros”, personagens que atuam em um tipo específico de romance de astúcias, bem conhecido e divulgado na literatura popular europeia. Dada a sua condição, esses tipos permitem uma série de reflexões sobre as questões das desigualdades sociais, uma vez que o uso da astúcia surge como um mecanismo que permite compensar o poder dos patrões ou de seus senhores.

Embora Dias Gomes, ou Alfredo de Freitas Dias Gomes, tenha se revelado como dramaturgo no início dos anos 1940, seu sucesso só será observado a partir dos anos 1960, depois que artistas e intelectuais brasileiros aprenderam a compartilhar de uma maneira muito mais ampla e intensa os sentimentos de transformação da realidade brasileira. Num sentido mais revolucionário, aprenderam a conscientizar o povo da existência de uma força transformadora que se nutria da interação entre arte e política. Suas peças, como, por exemplo, A invasão (1960), A revolução dos beatos (1961), O bem-amado (1962), O berço do herói (1963) e O santo inquérito (1966), acompanham esse processo de tal forma que elas foram consideradas pelo dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha) e por Paulo Pontes, como exemplos do esquema dramático realista adequado ao gosto popular.

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Dias Gomes nos apresentou uma reconstrução do cotidiano brasileiro a partir de imagens que traziam angulações imprevistas e inquietantes. Seu trabalho conseguiu desvendar as visões de mundo e as expectativas coletivas de um modo afirmativo sem, com isso, ter que se desviar das temáticas que compunham as feridas nacionais. O resultado é que suas obras parecem compor uma espécie de sequência de janelas de onde se pode contemplar o Brasil. Para cumprir esse intento, valeu-se, por vezes, dos novos recursos estéticos oferecidos pelo realismo fantástico.

Exercícios

Leia o texto para responder a questão a seguir:

“Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio — pondo perpétuo. Eu sofria já o começo de velhice — esta vida era só o demoramento. Eu mesmo tinha achaques, ânsias, cá de baixo, cansaços, perrenguice de reumatismo. E ele? Por quê? Devia de padecer demais. De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar do vigor, deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na levada do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e no tombo da cachoeira, brava, com o fervimento e morte. Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha tranquilidade. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. Soubesse — se as coisas fossem outras. E fui tomando ideia” (ROSA, 1969).

Questão 1: No Modernismo brasileiro, Guimarães Rosa destaca-se pela inventividade da criação estética. Considerando-se o fragmento acima, essa inventividade da narrativa roseana pode ser constatada através de:

A) Recriação do mundo sertanejo pela linguagem, a partir da apropriação de recursos da oralidade.

B) Elementos pitorescos da cultura regional que tematizam a visão de mundo simplista do homem sertanejo.

C) Resgate de histórias de procedência popular, contadas originalmente opondo realidade e fantasia.

D) Sondagem da natureza universal da existência humana, por meio de referências e aspectos da religiosidade popular.

Questão 2: Leia o fragmento abaixo de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa.

“Sertão. Sabe o senhor: o sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. Viver é muito perigoso” (ROSA, 1969).

A respeito do fragmento, não se pode afirmar que:

A) O conflito entre o “eu” e o mundo se realiza pela interação entre as personagens e o sertão, que acaba por ser mítico e metafísico.

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B) O sertão é um lugar perigoso, onde os habitantes sofrem as agressões do meio hostil.

C) O sertão não é uma região específica, é a projeção do inconsciente das personagens.

D) O perigo está circunscrito à vida.

E) O sertão é o palco da vida do homem.

Questão 3: Considere as afirmativas:

I – As personagens de Clarice Lispector vivem perturbações psicológicas desencadeadas por visões reveladoras.

II – As situações focalizadas por Clarice Lispector mostram ansiedade por profundas mudanças sociopolíticas, pelas quais os personagens lutam.

III – Os textos clariceanos mostram passagens que se referem a um mundo nebuloso e abstrato e colocam em questão o sentido convencional da narrativa.

Assinale a alternativa que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s):

A) Apenas a afirmativa I está correta.

B) As afirmativas I e II estão corretas.

C) As afirmativas I e III estão corretas.

D) As afirmativas II e III estão corretas.

E) Apenas a afirmativa III está correta.

Questão 4: Considere o trecho a seguir para responder a questão.

“Será que eu enriqueceria este relato se usasse alguns difíceis termos técnicos? Mas aí que está: esta história não tem nenhuma técnica, nem estilo, ela é ao deus-dará. Eu que também não mancharia por nada deste mundo com palavras brilhantes e falsas uma vida parca como a da datilógrafa” (LISPECTOR, 1998a).

Em A hora da estrela, o narrador questiona-se quanto ao modo e à possibilidade de contar a história. O trecho anterior mostra que isso deriva do fato de que ele é um narrador:

A) Iniciante, que não domina as técnicas do relato literário.

B) Pós-moderno, pra quem a preocupação com o estilo é ultrapassada.

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C) Impessoal, que aspira ao máximo a objetividade de seu relato.

D) Objetivo, que se preocupa apenas com a precisão técnica do seu relato.

E) Autocrítico, que percebe a inadequação de um estilo sofisticado para falar do popular.

Questão 5: Em grande parte das narrativas que compõem Laços de família, Clarice Lispector privilegia as personagens femininas que vivem o tradicional modelo da dona de casa e desempenham papéis estabelecidos para a mulher, em uma sociedade opressora e de valores masculinos. Observe as situações transcritas e assinale a alternativa cuja citação não confirma a observação anterior:

A) Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha – com persistência, continuidade, alegria (“Amor”, p. 18).

B) Interrompendo a arrumação da penteadeira, Laura olhou-se ao espelho: e ela mesma, há quanto tempo? Seu rosto tinha uma graça doméstica, os cabelos eram presos com grampos atrás das orelhas grandes e pálidas. Os olhos marrons, os cabelos marrons, a pele morena e suave, tudo dava a seu rosto já não muito moço um ar modesto de mulher (“A imitação da rosa”, p. 36).

C) Ela, a forte, que casara em hora e tempo devido com um bom homem a quem, obediente e independente, respeitara; a quem respeitara e que lhe fizera filhos e lhe pagara os partos, lhe honrara os resguardos. O tronco fora bom (“Feliz aniversário”, p. 67).

D) Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da magreza, a vastidão quase majestosa em que se movia como dentro de uma meditação. E dentro da nebulosidade algo precioso. Que não se espreguiçava, não se comprometia, não se contaminava. Que era intenso como uma jóia. Ela (“Preciosidade”, p. 95).

E) Quem sabe se sua mulher estava fugindo com o filho da sala de luz bem regulada, dos móveis bem escolhidos, das cortinas e dos quadros? Fora isso o que ele lhe dera. [...] O homem inquietou-se. Porque não poderia continuar a lhe dar senão: mais sucesso. E porque sabia que ela o ajudaria a consegui-lo e odiaria o que conseguissem. Assim era aquela calma mulher de trinta e dois anos que nunca falava propriamente, como se tivesse vivido sempre. [...] Às vezes, ele procurava humilhá-la, entrava no quarto enquanto ela mudava de roupa porque sabia que ela detestava ser vista nua (“Os Laços de família”, p. 118).

Questão 6: Leia a seguir um fragmento da crítica do filme O cheiro do ralo, baseado na obra homônima de Lourenço Mutarelli. O fragmento trata do personagem Lourenço.

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Lourenço é um homem que se nutre do consumismo da sociedade moderna, na qual os bens perdem seu valor a todo instante e tudo se torna, de uma forma ou outra, descartável. Cabe a ele determinar quanto valem objetos que, materialmente, já não tem valor algum, restando aos proprietários agregarem a eles um valor subjetivo que convença o comprador. Lourenço vê aí a oportunidade de manipular os vendedores e testar seus limites num jogo perverso entre aquele que tem e aquele que precisa. Num dos diálogos ele pergunta a um homem até onde ele iria para conseguir o dinheiro de que precisa, para em seguida descartar ambos – objeto e homem – dizendo não estar interessado (PLEYM, 2006).

Em que medida podemos relacionar o aspecto do personagem Lourenço, apontado pela crítica, com a noção atual de sociedade pós-moderna?

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Questão 7: Leia o texto abaixo para responder a questão.

O indivíduo atual é sincrético, isto é, sua natureza é confusa, indefinida, plural, feita com retalhes que não se fundem num todo. Por isso, nas definições da sensibilidade pós-moderna as palavras nunca batem: apatia desenvolta, desencanto extravagante, narcisismo melancólico. [...] O sujeito pós-moderno é a glorificação do ego no instante, sem esperança alguma no futuro (SANTOS, 1991, pp. 104-105).

A partir das leituras desenvolvidas acerca da literatura contemporânea, explique o fragmento anterior e dê pelo menos um exemplo de cada uma das situações em negrito do texto de Santos. Justifique sua resposta.

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FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

IMAGES.JPG. Disponível em: <http://is.gd/45h8hw>. Acesso em: 10 ago. 2011.

Figura 2

250PX-CARAVAGGIO_-_THE_INCREDULITY_OF_SAINT_THOMAS.JPG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Tom%C3%A9_(ap%C3%B3stolo)>. Acesso em: 10 ago. 2011.

Figura 3

781PX-RUGENDAS_-_RIO_PANAHYBA.JPG. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rugendas_-_Rio_Panahyba.jpg>. Acesso em: 5 ago. 2011.

Figura 4

20081027103712!INDEPEND%C3%AANCIA_OU_MORTE.JPG. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Independ%C3%AAncia_ou_Morte.jpg>. Acesso em: 28 jul. 2011.

Figura 5

Les Criblueses de blé, 1854. Disponível em: <http://www.museedesbeauxarts.nantes.fr/lang/en/Accueil/Collections/pid/14720> Acesso em: 9 ago. 2011.

Figura 6

At the Moulin Rouge: The Dance. Disponível em: <http://www.philamuseum.org/collections/permanent/82776.html?mulR=26885|2>. Acesso em: 02 jul. 2011.

Figura 7

IMAGES?Q=TBN:AND9GCSDAEMT-JQB7V9WB3SEATSRT3UVAY_UBFZWSNB_YVOJGVWAP7DTQ. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9326>. Acesso em: 10 ago. 2011.

Figura 8

PABLO PICASSO’S LES DEMOISELLES D’AVIGNON.JPG. Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/wallyg/563354141/>. Acesso em: 05 jul. 2011.

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Figura 9

GIACOMO_BALLA%2C_SCULPTURAL_CONSTRUCTION_OF_NOISE_AND_SPEED_%281914-1915%2C_RECONSTRUCTED_1968%29.JPG. Disponível em: <http://hirshhorn.si.edu/dynamic/collection_images/full/72.21.jpg>. Acesso em: 03 ago. 2011.

Figura 10

MUNCH_O_GRITO.JPG. Disponível em: <http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/munch_o_grito.jpg>. Acesso em: 06 ago. 2011.

Figura 11

URINOL_FONTE.JPG. Disponível em: <http://www.vivercidades.org.br/publique_222/web/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1253&sid=22&tpl=printerview>. Acesso em: 10 ago. 2011.

Figura 12

SALVADORDALI-YOUNGVIRGINAUTOSODOMISEDBYHEROWNCHASTITY1954.JPG. Disponível em: <http://www.surrealists.co.uk/artistsimages/SalvadorDali-Youngvirginautosodomisedbyherownchastity1954.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2011.

Figura 13

MD.0000030706.JPG. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000002685/md.0000030706.jpg>. Acesso em: 09 ago. 2011.

Figura 14

PORTINARI_RETIRANTES.JPG. Disponível em: <http://www.proa.org/exhibiciones/pasadas/portinari/salas/portinari_retirantes.jpg>.Acesso em: 01 ago. 2011.

Figura 15

NAGASAKIBOMB.JPG. Disponível em: <http://farm5.static.flickr.com/4140/4926597784_4392361eb6_b.jpg>. Acesso em: 03 ago. 2011.

REFERÊNCIAS

Audiovisuais

A HORA da estrela. Dir. Suzana Amaral, 96 min., Brasil, 1985.

CAPITU. Dir. Luiz Fernando Carvalho, 150 min. (divididos em cinco capítulos), Brasil, 2008.

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CÃO sem dono. Dir. Beto Brant, 82 min., Brasil, 2007.

DONA Flor e seus dois maridos. Dir. Bruno Barreto, 120 min., Brasil, 1976.

GRANDE Sertão. Dir. Geraldo Santos Pereira e Renato Santos Pereira, 92 min., Brasil. 1965.

MACUNAÍMA. Dir. Joaquim Pedro de Andrade, 108 min., Brasil, 1969.

MEMÓRIAS do Cárcere. Dir. Nelson Pereira dos Santos, 185 min., Brasil, 1984.

MEMÓRIAS Póstumas de Brás Cubas. Dir. André Klotzel, 101 min., Brasil, 2001.

SÃO Bernardo. Dir. Leon Hirszman,113 min., Brasil, 1971.

TIETA do agreste. Dir. Cacá Diegues, 140 min., Brasil, 1996.

VIDAS Secas. Brasil. Dir. Nelson Pereira dos Santos. 1963. 103 min.

Textuais

ABDALA, Jr. B.; CAMPEDELLI, S. Y. Tempos da literatura brasileira. São Paulo: Ática, 2004.

ABREU, J. C, de. Capítulos de história colonial. 5ª ed. Brasília: Ed. da Universidade de Brasília, 1963.

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Biografia: Graça Aranha. s. d. Disponível em <http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=595&sid=340&tpl=printerview>. Acesso em: 10 ago. 2011.

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