linguística e antropologia yonne leite

Upload: tomas-meireles

Post on 07-Jul-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    1/23

    Ref.: LEITE, Yonne de Freitas. Linguística e Antropologia. In:  CIÊNCIA E CLTRA,

    !"#$!%, p. $!&$'$!(!,$(").

    Linguística e Antropologia

    Rece*ido para pu*lica+o e- !/"/$(")

     Yonne de Freitas Leite, 0useu Nacional 1 ni2ersidade Federal do Rio de

     3aneiro, Rio de 3aneiro, 45.

    Na 6rea das ci7ncias 8u-anas onde -ais ecoou e- nosso 9aís a

    potencialidade de ínti-a cola*ora+o de dois ca-pos de con8eci-ento foi,

    se- d2ida, entre a Linguística e a Antropologia. No seria e;agero dis fa-a e prestígio e despertou -aior

    interesse nos -eios intelectuais no pelos con8eci-entos das estruturas

    linguísticas e- si, -as si- pela sua possi*ilidade de oferecer u- -?todo de

    tra*al8o dos -ais rigorosos, passí2el de ser utili ? u-a

    ci7ncia social co-o as outras, -as a =ue, de 86 -uito, reali

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    2/23

    9or =ue tal papel reno2ador foi atri*uído linguísticaJ Kual a

    desco*erta =ue a apro;i-ou das ci7ncias e;atasJ 9or =ue especi@ca-ente a

    fonologiaJ Todas essas perguntas so i-portantes para o entendi-ento das

    a@r-a+es de L?2i'Btrauss.

    Indu*ita2el-ente foi na fonologia =ue a -etodologia da linguística

    estrutural -ais se desen2ol2eu. Foi atra2?s do estudo da parte sMnica =ue

    se c8egou depreenso do contínuo sonoro de u-a unidade -íni-a de

    funciona-ento, =ue se deno-inou de fonema. E -ais ainda, tal co-o o

    6to-o, essa unidade -íni-a foi deco-posta e- co-ponentes #ou tra+os%

    *6sicos, cua presen+a ou aus7ncia caracteri

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    3/23

    Foi esta no+o de oposi+o e a de tra+os distinti2os, no+es essas

    tra*al8adas e- profundidade na fonologia, =ue L?2i'Btrauss le2ou para a

    Antropologia e aplicou co- sucesso, pre-ilinar-ente na an6lise de

    2ariantes de -itos e no estudo de siste-as de parentesco. E- seu artigo DA

    estrutura dos -itos, seguindo u-a t?cnica se-el8ante usada para a

    depreenso de fone-as, esta*elece u-a unidade -íni-a de interpreta+o 1

    o -ite-a. E, no siste-a de parentesco, aprofundando a no+o de oposi+o

    pelo seu uso e- Linguística, refor-ula a teoria e;istente so*re unidades

    nucleares, partindo de u- siste-a opositi2o nas atitudes de relaciona-ento

    dos pares pai/@l8o, ir-o/ir-, -arido/-ul8er, tio -aterno/@l8o da ir-.

    Ate-o'nos a=ui s pri-eiras incurses de L?2i'Btrauss no uso da

    -etodologia linguística. Bua o*ra ? *astante con8ecida do p*lico *rasileiro.

    Li2ros co-o O cru e o cozido, O totemismo hoje, O pensamento selvagem

    ultrapassara- o do-ínio dos antrop>logos e6 pertence- ao -undo da

    literatura e @loso@a.

    ale -ais a pena le-*rar =ue entre os antrop>logos *rasileiros as

    ideias de L?2i'Btrauss no se restringira- discusso acad7-ica ou a

    e;posi+es e- sala de aulas ou confer7ncias. Elas fora- utili

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    4/23

    para a a+o social. 36 3lio C?sar 0elatti e- D -ito e o

    Xa-,esta*elecendo os -ite-as de *iogra@as de ;a-s e os -ite-as do

    -ito Hra8o =ue e;plica as origens dos poderes de curar, -ostra =ue essas

    *iogra@as re2i2e- o -ito.

    9or?- de2e-os le-*rar =ue a potencialidade da linguística co-o

    fornecedora de -?todo para as ci7ncias sociais no foi desco*erta de L?2i'

    Btrauss. Co-o o pr>prio L?2i'Btrauss assinala), 0arcel 0auss 6 dissera

    antes =ue DA sociologia estaria certa-ente, -uito -ais a2an+ada se ti2esse

    procedido, e- todas as situa+es, -aneira dos linguistas. er essa

    possi*ilidade de procedi-ento ?, por certo, ilu-inador. Tentar aplicar esse

    procedi-ento ?, se- d2ida, u- desa@o esti-ulante, desa@o =ue L?2i'

    Btrauss aceitou e onde e;ercitou seu poder criati2o co- intelig7ncia, le2es ? =ue esse encanta-ento no @cou no

    ní2el da aceita+o passi2a e deslu-*ra-ento. 9rodugico, sendo suas proposi+es testadas e- 2istas de

    dados e situa+es outras.

    9or?-, at? a=ui s> te-os falado da rela+o entre a Linguistica e a

    Antropologia de u- -odo a*strato e unidirecional: a linguística ser2iria de

    -odelo para o esta*eleci-ento de u- -?todo de an6lise. utros -odos derelaciona-ento so igual-ente possí2eis e outras perguntas so

    igual-ente26lidas, =uais sea- $% at? onde os resultados concretos da

    analise linguística pode- contri*uir para o con8eci-ento antropol>gico ou

    nu-a dire+o in2ersaG !% e- =ue o con8eci-ento dos -?todos e/ou

    resultados antropol>gicos pode- contri*uir para o con8eci-ento

    linguísticoJ

    A pri-eira possi*ilidade de utilirica e do -?todoco-parati2o de reconstru+o e classi@ca+o. A Linguística ist>rica

    Co-parati2a parte do pressuposto de =ue certas se-el8an+as entre línguas

    diferentes no so de2idas ao -ero acaso ou a fatores uni2ersais. Certas

    se-el8an+as s> pode- ser e;plicadas por cone;o 8ist>rica.

    ) DA an6lise estrutural e- Linguística e Antropologia. In Antropologia

    estrutural #Trad. Oe C8ai- Hat< e Eginardo 9ires%, p. V). Edi+oes Te-po5rasileiro, Rio de 3aneiro, $(".

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    5/23

    E2idente-ente 86 entre as línguas, se-el8an+as =ue t7- sua

    e;plica+o e- fatores uni2ersais, isto ?, so inerentes caracteripria de@ni+o de linguage- 8u-ana. Assi- ? =ue as línguas t7- no-es

    e 2er*os, possessi2os e prono-es, nega+o e interroga+o etc. utras

    se-el8an+as so -era-ente acidentais. ale a pena rele-*rar a=ui o

    cl6ssico e;e-plo dado por 5loo-@eld da si-ilaridade super@cial e aparente

    entre o grego -oderno ‘mati  e o malaio  -ata a-*as as pala2ras

    signi@cando Dol8o. Beria fantasioso atri*uir =ual=uer e;plica+o a no ser a

    -era casualidade a essa se-el8an+a de for-a e sentido. Oo -es-o-odo

    de2e- ser interpretadas, por e;e-plo, as se-el8an+as entre a pala2ra do

     Tapirap? ma  e o 2oc6*ulo portugu7s mão ou ainda entre o radical preso

     Tapirap? 1pi e o portugu7s pé, e-*ora 8aa u-a correspond7ncia de sons e

    sentido.

    9ara =ue as correspond7ncias de so- e sentido ten8a- u- 2alor para

    a Linguistica Co-parati2a ist>rica ? preciso =ue 8aa recorr7ncia e

    siste-aticidade. o =ue acontece, por e;e-plo, na repeti+o siste-6tica da

    correspond7ncia entre p e- snscrito, grego e lati-, tico fadar ,

    noruegu7s antigo fader , ingl7s antigo  f "dar . Essa correspond7ncia serepete siste-atica-ente e- outros 2oc6*ulos co-o lati- por#us, irland7s

    antigo or# , ingl7s antigo fearh.

    Essas correspond7ncias siste-6ticas per-ite- a reconstru+o de

    proto'for-as e a 8ip>tese a=ui ? =ue essas proto'for-as representaria- u-

    est6gio -ais antigo co-u- a todas as línguas =ue contri*uíra- para sua

    reconstru+o. Essa língua co-u- teria se diferenciado e- 2irtude de

    di2ises s*itas de grupos =ue se distanciara- geogra@ca-ente, =uer por

    -igra+o, =uer por intruso de outros grupos, e passara-, assi-, a ter u-desen2ol2i-ento linguístico di2erso. -?todo co-parati2o per-ite assi- a

    classi@ca+o gen?tica das línguas e a reconstru+o do 2oca*ul6rio e

    gra-atica da língua 8ipot?tica da =ual as outras se originara-.

    Foi desse -odo =ue se conseguiu agrupar, reconstruindo'se o 9roto'

    Indio'Europeu, línguas to diferenciadas co-o o snscrito, o 8itita, o celta, o

    lati-, o russo, o sueco, o al*an7s, o ale-o, o ingl7s etc., co-o -e-*ros

    de u-a grande fa-ília linguística diferenciada do @nland7s, do estoniano,

    Language, cap. XII, enrU olt, $(.

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    6/23

    do 8ngaro, do lapo =ue for-aria-, co- outras, a fa-ília das línguas ugro'

    fínicas.

    -?todo co-parati2o foi posterior-ente enri=uecido co- a

    glotocronologia. A glotocronologia ? u-a t?cnica =ue procura datar est6gios

    anteriores das línguas, nu- sí-ile da t?cnica de data+o por -eio do

    car*ono $V para o -aterial ar=ueol>gico. A glotocronologia"  parte do

    pressuposto =ue u-a parte do 2oca*ul6rio de =ual=uer língua ? -enos

    suscetí2el de -udan+a =ue outras partes. Essa por+o -ais constante te-

    sido deno-inada de vocabul$rio b$sico e inclui no-es de partes do corpo,

    certos ter-os de parentesco, certos 2er*os e no-es co-uns&, etc. Oaí 

    decorre- duas 8ip>teses *6sicas. A pri-eira ? =ue a percentage- de

    reten+o dos ter-os do 2oca*ul6rio *6sico ? constante atra2?s dos te-pos.

    A segunda ? =ue a percentage- de perda do 2oca*ul6rio *6sico e- todas

    as línguas ? apro;i-ada-ente a -es-a. A aplica+o da t?cnica

    glotocronol>gica per-itiria deter-inar co- -aior preciso a ?poca e- =ue

    dois grupos linguísticos se separara-.

    9ara os antrop>logos tais resultados se -ostraria- teis de duas

    -aneiras. e-prego do -?todo co-parati2o e sua 8ip>tese de orige-

    co-u- das línguas =ue co-partil8a- das se-el8an+as audaria- a

    esclarecer a intrincada =uesto de orige- e po2oa-ento das A-?ricas. sresultados linguísticos ser2iria- assi-, para referendar 8ip>teses

    concernentes aos -o2i-entos -igrat>rios dos 26rios po2os se-

    docu-enta+o escrita. A glotocronologia, ento, a*riria perspecti2as ainda

    -ais pro-issoras, pois poderia 2ir a referendar os resultados da data+o

    pelo -?todo do car*ono $V do -aterial ar=ueol>gico. Oesse -odo poder'se'

    ia precisar -ais a ?poca das -igra+es e dos po2oa-entos.

    utro -odo aparente-ente e;tre-a-ente atraente para os

    antrop>logos dos resultados dos tra*al8os oriundos da reconstru+o8ist>rica so os estudos =ue procura- reconstituir a cultura e as institui+es

    " 9ara u-a 2iso did6tica do -?todo glotocronol>gico consulte'se Bara84udsc8insSU DT8e A5C of le;icostatistics. %ord, $!#!%: $")'!$W, $().

    & 9ara a deter-ina+o de itens le;icais *6sicos cnsulte'se 0orris BZades8DCuestionario para el c6lculo l?;ico'estatístico de la cronologia pr?'8ist>rica. 5oletín in@genista ene

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    7/23

    origin6rias, *aseando'se na concordncia entre os 2oca*ul6rios das línguas

    co-paradas. Beria co-o c8egar'se a u-a realidade cultural do 9rato'Indo'

    Europeu. Tal tarefa, =ue pode le2ar a especula+es perigosas, se- d2ida

    seria de 2alor a todos a=ueles interessados e- est6gios culturais 6

    desaparecidos.

    Nesse -*ito ca*e fasito ? *e- di2erso dos tra*al8os a =ue nos referi-os no par6grafo

    aci-a, e-*ora ten8a certas se-el8an+as. No procura ele refa

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    8/23

    language -uito *e- retrata esse esfor+o con ugado e os a2an+os e recuos

    e- cada passo.

    A situa+o no ? e2idente-ente a -es-a no =ue se refere, para nos

    ater-os ao caso *rasileiro, s línguas indígenas. Oe 86 -uito linguistas

    *rasileiros$W  27- c8a-ando a aten+o para a necessidade urgente de u-

    estudo siste-6tico e profundo de nossas línguas indígenas. 0uitas  6

    desaparecera- se- =ue ti2esse- sido de2ida-ente registradas. A grande

    -aioria do -aterial e;istente restringe'se a listas 2oca*ulares, ne- se-pre

    col8idas co- o  rigor  necess6rio. Al?- disso o tra*al8o co-parati2o e;ige

    u-a 8o-ogeneidade do -aterial, isto ?, =ue o -es-o ite- sea registrado

    nas di2ersas línguas. Ne- se-pre as listas de =ue dispo-os cu-pre- esse

    re=uisito. As gra-6ticas ta-*?- so poucas e algu-as se resu-e- no =ue

    podería-os c8a-ar es*o+os gra-aticais. s estudos co-parati2os no

    nosso 9aís so, portanto -uito tentati2as e restritos. As classi@ca+es -ais

    a-plas e;istentes co-o a de 0ason$$  e a de 4reen*erg$!  no segue- o

    -?todo co-parati2o rigoroso de esta*eleci-ento de cognatos e de

    reconstru+o paulatina e gradual dos ní2eis -ais profundos de

    relaciona-ento.

    Co- isso no se =uer diricos co-parati2os seguindo o -?todo co-parati2o. Te-os,por e;e-plo, o tra*al8o de 0iria-  Le-le$ e- =ue pela co-para+o do

    2oca*ul6rio *6sico de $W línguas, reconstr>i cerca de !WW cognatos e

    esta*elece u-a classi@ca+o interna da Fa-ília Tupi'4uarani. Anterior-ente

    Oall]Igna$V  Rodrigues apresentara u-a classi@ca+o do Tronco Tupi, nu-

    cuidadoso tra*al8o, seguindo a t?cnica l?;ico'estatística, isto ?, usando

    $W Cf. ArUon Oall]Igna Rodrigues \s estudos de ling^ística indígena no 5rasil\.,evista de antr o pologia- $$#$'!%: ('!!, Bo 9aulo, $(.

    $$ \T8e languages of Bout8 A-erican Indians\. andboo# of /outh American&ndians- 2ol. . B-it8sonian Institute, _as8ington, O.C.

    $! \T8e general classif ication of Central and Bout8 A-erican Indian languages\./elect ed 0apers of the 1ifth 2ongress of Anthropological and 3thnological /ciences#A. F. C. _allace, ed% ni2ersitU of 9ensUl2annia 9ress, $(W.

    $ \Internal classi@cation of t8e Tupi'guarani linguistic fa-ilU\. *upi studies I #Oa2id

    5endor'Ba-uel,ed% Bu--er Institute of Linguistics. ni2ersitU of Sla8o-a,Nor-an, $("$.

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    9/23

    glotocronologia se- a inten+o de datar a ?poca de separa+o entre as

    fa-ílias  e línguas de cada fa-ília. Essa sua cautela e- e2itar a data+o

    e;pressa *e- a situa+o da e;tenso do con8eci-ento das línguas

    indígenas *rasileiras. Confor-e o pr>prio Rodrigues e;plica \no nos

    propo-os a e-preender =ual=uer data+o especial-ente por=ue o -aterial

    e;a-inado ainda apresenta -uitas lacunas #p. $W$%\.

    9ara as línguas 37 dispo-os apenas do tra*al8o de Ir2ine Oa2is$), e-

    =ue usando o ApinaU?, o Canela, o BuUa, o Xa2ante e o Hara6, reconstr>i os

    prato'fone-as e cerca de $WW itens 2oca*ulares. 9ara a fa-ília Harí*e

    te-os o tra*al8o de Oes-ond Oer*is8ire$  co-parando o Ha;uUana,

    i;Sariana e o _aiZai

    e o de Ernesto 0igliario federal do Rorai-a\. Atas do /imp9sio sobre6iota Amaz:nica- 2ol. ! #Antropologia%, $)'$", $(".

    $& \A classi@ca+o dos cinta larga\. ,evista de antropologia- 84 ! !"'W, Bo9aulo, $(.

    $( \fai?'Xa2ante, a 37 language\. 3studos sobre l5nguas e culturas ind5genas- $'$.Bu--er Institute of Linguistics, 5rasília, $("$.

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    10/23

    Bara8 4udsc8insSU!W so*re línguas -e;icanas, e- especial o 0alogos esto cientes desta li-ita+o aos resultados da

    ling^ística co-parati2a, -as assi- -es-o so essas as classi@ca+es =ue

    usa- ao se referire- aos grupos por eles pes=uisados.

    Esse estado de coisas, por?-, se e;plica. Confor-e disse-os o 7;ito

    dos estudos co-parati2os  do Indo'Europeu decorreu e- grande parte da

    e;ist7ncia de descri+es ricas e  a*rangentes das línguas estudadas. Al?-

    disso os co-parati2istas era- profundos con8ecedores  de 26rias das

    línguas =ue co-para2a-. Oedicara- toda sua ati2idade intelectual a esse

    -ister. Entre n>s, e isto ? i-portante frisar, o n-ero dos =ue se dedica- a

    esse tipo de ati2idade ? e;íguo. Isto por=ue, e- pri-eiro lugar o estudo

    descriti2o de línguas indígenas e;ige períodos prolongados de tra*al8o de

    ca-po e- aldeias indígenas distantes. 9ara se do-inar relati2a-ente *e-

    u-a dessas línguas,  precisa'se de te-po, dedica+o e disposi+o para

    afastar'se dos centros ur*anos por 2arios períodos e- 26rios anos. tra*al8o co-parati2o ta-*?- ? lento, detal8ado e -inucioso, e;igindo

    8oras =ue so-adas perfas, co- as

    o*riga+es  da atual 2ida acad7-ica teria- -aterial-ente  condi+es para

    dese-pen8ar essa tarefa. No seria inoportuno le-*rar a=ui =ue os

    grandes tra*al8os co-parati2os do indo'europeu fora- feitos no s?culo XIX

    e pri->rdios  do s?culo XX, te-pos e- =ue a estrutura acad7-ica, as

    e;pectati2as do tra*al8o intelectual e a concep+o de produti2idade na 2ida

    uni2ersit6ria era- outras.Be nos parece pouco pro-issora esta pri-eira possi*ilidade da

    utililogos

    referendare- suas teorias so*re -igra+es,  po2oa-ento sucessi2os e

    cone;es 8ist>ricas o =ue no se dir6 do ca-po a*erto pelo tra*al8o de

    5en2eniste a =ue nos referi-os atr6s.  Tal e-preendi-ento, e- =ue se

    procura des2endar  u- princípio de unidade =ue se esfacelou pelas

    -odi@ca+es da sociedade, se *aseia na cuidadosa depreenso dos

    !W \0a

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    11/23

    se-ante-as e- suas rela+es  co- as institui+es e 2alores sociais. E-

    su-a, precisa'se de u-a *oa eti-ologia. ra, ? e;ata-ente essa 6rea o

    estudo das línguas indígenas *rasileiras =ue te- dado -arge- s -aiores

    fantasias e dedu+es despro2idas de =ual=uer 2alidade. Na Tupinologia

    8ou2e durante u- certo período a cren+a de =ue as línguas indígenas era-

    aglutinantes. Kual=uer pala2ra Tupi de2eria ser deco-posta e- u-a s?rie

    de ele-entos cada u- co- u- signi@cado. 36 e- $(W, 3os? de iticica, e-

    sua co-unica+o ao Congresso de A-ericanistas e- a-*urgo!$, alerta2a

    para a precariedade e interpreta+es du2idosas das eti-ologias e- Tupi.

    pr>prio 5en2eniste ao de@nir a escol8a das línguas indo'europ?ias  para o

    tra*al8o a =ue se prope dei;a clara a posi+o pri2ilegiada dos estudos do

    indo'europeu. Begundo ele #p. (%: \Entre as línguas do -undo, as da fa-ília

    indo'europ?ia se presta- s in2estiga+es -ais e;tensas no espa+o e no

    te-po, s -ais 2ariadas e as -ais profundas por se estendere- da `sia

    Central ao Atlntico, por sere- atestadas por u- período de =uase =uatro

    -il?nios, por estare- ligadas a culturas de ní2eis diferentes, por?-, -uito

    antigas, estando algu-as delas entre as -ais ricas =ue 6 e;istira-, por @-,

    por tere- 26rias dessas línguas produ

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    12/23

    =uando 86 u-a  *i*liogra@a linguística, no tra*al8o de ca-po  e pela

    naturelogo  se-pre se defrontar6 co-

    situa+es linguísticas =ue ele ter6 de analisar e resol2er, pois ne- tudo est6

    contido nos tra*al8os especí@cos de linguística.

    9or?- para os antrop>logos o con8eci-ento da linguage- no se

    li-ita a us6'la para a  co-unica+o co- os -e-*ros da sociedade e-

    estudo. Oo ponto de 2ista -era-ente funcional a linguage- ? 2ista co-o

    u- 2eículo  de co-unica+o. 9or?- do ponto de 2ista episte-ol>gico, o

    pro*le-a ? -ais co-ple;o. As correntes @los>@cas =ue trata- da

    correla+o linguage-, pensa-ento e realidade se di2ide- e se entrela+a-.

    papel da linguage- no processo de cogni+o ? tal2e< u- dos pro*le-as

    -ais antigos da episte-ologia. Algu-as correntes considera- a linguage-

    apenas co-o u- -eio do 8o-e- esta*elecer contato co- a realidade, u-

    -eio de e;presso @el do -undo o*eti2o. A linguage- seria u-a c>pia

    desse -undo. utros pensa- =ue a linguage- no ? u-a c>pia da

    realidade, -as ? ela =ue- fa< a realidade. A linguage-, pois, no e;pressa

    a coisa e- si, -as ela cria o -undo o*eti2o. utros sustenta- a 8ip>tese

    de =ue todos os 8o-ens passara- pela -es-a e2olu+o *iol>gica, sendo a

    i-age- do -undo for-ada neste processo de e2oluco a -es-a. Begue'se

    daí =ue ele-entos linguísticos co-uns  so encontrados e- todas aslínguas. 

    Nessa contro2?rsia u-*oldt adota u-a posi+o -oderada. 9ara ele

    seria -ini-ilogo tais perguntas e respostas  a elas so da -aior

    rele2ncia. -ister do antrop>logo ? ao estudar u-a sociedade c8egar

    2iso do -undo =ue esta sociedade  te-, ? depreender os siste-as de

    2alores =ue a -o2i-enta-, en@-, o ofício do antrop>logo ? poder tradu

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    13/23

    ra, algu-as dessas perguntas episte-ol>gicas =ue perdura- 86

    -il7nios so passí2eis de 2eri@ca+o e-pírica. E esta 2eri@ca+o e-pírica

    seria dada pela linguística. E2idente-ente ne- todas as =uestes @los>@cas

    le2antadas pelo pro*le-a 'da correla+o linguage- e pensa-ento,

    [linguage- e realidade encontraro u-a co-pro2a+o ine=uí2oca. 6

    certas 6reas, por?-, =ue oferece- perspecti2as ani-adoras. 9or e;e-plo, a

    concep+o @los>@ca de =ue a linguage- cria a realidade e =ue u-a

    -udan+a no siste-a linguístico acarreta u-a -udan+a na i-age- da

    realidade pode encontrar u-a co-pro2a+o nas pes=uisas de

    etnolinguística. s po2os usa- siste-as linguísticos  diferentes, co-

    -orfologia, sinta;e 2oca*ul6rio, conte;tos sociais e culturais di2ersos.

    Ento, se analisar-os 26rios siste-as linguísticos para 2er se eles

    acarreta- i-agens diferentes do -undo, poder'se'ia ter u-a e2id7ncia a

    fa2or dessa teoria. E se essa i-age- do -undo est6 consu*stanciada na

    língua, os antrop>logos, para podere- tradutese do relati2is-o linguístico

    for-ulada por Bapir, a =ual pode ser su-ariada do seguinte -odo: a língua

    =ue u-a deter-inada co-unidade  fala e co- =ue pensa, organi

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    14/23

    8u-anos no 2i2e- apenas no -undo o*eti2o ne- apenas no -undo da

    ati2idade social co-o ela ? geral-ente entendida, -as ta-*?- se ac8a-

    e- -uito grande parte  -erc7 da língua particular =ue se tornou o -eio

    de e;presso da sua sociedade. u-a co-pleta iluso i-aginar =ue

    algu?- se auste  realidade se- o au;ílio essencial da língua e =ue a

    língua sea, -era-ente, u- -eio ocasional  de resol2er pro*le-as

    especí@cos de co-unica+o ou raciocínio. fato incocusso ? =ue o \-undo

    real\ se constr>i inconsciente-ente, em grande parte- na *ase de 86*itos

    linguísticos do grupo. No 86 duas línguas =ue sea- *astante se-el8antes

    para =ue se  possa ditulos di2ersos.

    Entender u- poe-a, por e;e-plo, no se cifra so-ente e- entender

    as 26rias pala2ras se- sua signi@ca+o usual, -as na co-preenso plena

    de toda a 2ida na co-unidade, tal co-o ela se espel8a nas pala2ras ou as

    pala2ras a sugere- e- surdina. At? atos de percep+o  aparente-ente

    si-ples esto, -uito -ais do =ue se poderia supor, -erc7 desses padres

    sociais =ue se c8a-a- pala2ras. Kue-, por e;e-plo, desen8a u-as do

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    15/23

    nos padres de nossa língua. Este acordo ? e2idente-ente i-plícito, -as

    seus ter-os so o*rigat>rios...No se pode falar de -odo algu- a no ser

    =ue su*scre2a-os a organiprias pala2ras: Considero gratuito =ue

    u- indi2íduo opi =ue con8ece apenas a língua opi e as id?ias culturais

    e- sua pr>pria sociedade ten8a as -es-as no+es de te-po e espa+o 1

    -uitas  2erico da =uesto, suas  possi*ilidades de 2eri@ca+o

    e-pírica e contra'argu-enta+es. Oe u- -odo geral acredita  napotencialidade dos tra*al8os de etnolinguí stica co-o e2id7ncia a fa2or ou

    contra algu-as 8ip>teses episte-ol>gicas.

    A concep+o de =ue a linguage- oferece a di2iso do -undo, ou o

    recorte da realidade,  especial-ente seu 2oca*ul6rio estruturado e-

    ! \Bcience and linguistics\. ln 'anguage- thought and r ealit  + - p. !W"'!$( #3o8n 5.Carrcil, ed.% T8e 0.I.T. 9ress, $()".

    !V \An A-erican lndian -odel of t8e uni2erse in language\. ln 'anguage- thoughtand realit+- p. )"'V.

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    16/23

    ca-pos se-nticos, deu orige- e- antropologia a toda u-a lin8a de

    pes=uisa con8ecida co-o \et8noscience\. tra*al8o de ConSlin!)  so*re a

    classi@ca+o das cores e- anunoo, o de FraSe!  so*re a concep+o de

    doen+as entre os Bu*anu- de 0indanao e os 26rios tra*al8os de Louns*urU

    e 4oodenoug8 procura- -ostrar co-o a ta;ono-ia linguística aliada

    detec+o dos co-ponentes se-nticos  dos itens 2oca*ulares tradupria a cada cultura. E o nico -eio de

    2erdadeira-ente c8egar'se a con8ecer a ess7ncia de u-a cultura seria

    esta*elecer os seus siste-as se-nticos classi@cat>rios consu*stanciados

    no 2oca*ul6rio e na gra-6tica.

    i-portante o*ser2ar =ue a 8ip>tese do relati2is-o linguístico,

    con8ecida co-o a 8ip>tese Bapir'_8orf ' encontrou guarida nu-a fase do

    estruturalis-o e;tre-ado da linguística norte'a-ericana. s estudos das

    línguas indígenas se intensi@cara- e u- dos o*eti2os era desco*rir no2as

    estruturas linguísticas e -ostrar e- =uanto elas se diferencia2a- das

    c8a-adas línguas das grandes ci2ili

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    17/23

    tipo de funda-enta+o dos transfor-ati2istas ? e- parte *iol>gico

    ' a linguage- seria u-a capacidade inata do 8o-e-. Co-o disse Eric

    Lenne*erg!", e- palestra proferida no 0useu Nacional \a nossa esp?cie ?

    dotada de u-a -aneira especí@ca de processar os dados da realidade. A

    principal -anifesta+o dessa capacidade geral ? a capacidade de síntese

    dos processos linguísticos. Essa capacidade se desen2ol2e paulatina-ente

    e- cada crian+a aco-pan8ando a -atura+o orgnica desde =ue  a

    -at?ria'pri-a l8e sea fornecida pelo a-*iente nu- processo =ue se

    poderia co-parar  ao da nutri+o e cresci-ento ... desa*roc8ar da

    linguage- te- seu curso estrita-ente prescrito pelo ca-in8o -aturacional

    seguido pela cogni+o. 6 u-a etapa da -atura+o =ue se poderia

    deno-inar de disponi*ilidade linguística. A disponi*ilidade linguística ? u-

    estado de estrutura linguística latente. desa*roc8ar da linguage- ? o

    processo pelo =ual a estrutura latente se realigica da=uilo a =ue os

    gra-6ticos t7- dado o no-e de gra-6tica uni2ersal e gra-6tica particular.

    A estrutura latente ? respons62el pelas peculiaridades  de =ual=uer

    enunciado e ta-*?- pelos aspectos e;clusi2a-ente pertinentes

    gra-6tica de u-a língua natural\. E -ais ' e isto ? i-portante frisar 'por=ue a=ui a funda-enta+o da teoria transfor-acional se diferenciada

    8ip>tese do relati2is-o linguístico, Lenne*erg continua: \Cada indi2íduo

    sadio nor-al ? u-a r?plica do outro e- ter-os de seu potencial linguístico

    ou estrutura latente usta-ente por ser essa estrutura u-a conse=u7ncia

    de processos cogniti2os e curso -aturacional especi@ca-ente 8u-anos\.

    A lin8a de tra*al8o da linguística transfor-acional te- sido

    e;ata-ente a de tentar deter-inar e- co-o se caracteripria e co-u- a toda a esp?cie 8u-ana. Oentrodessa perspecti2a as diferen+as entre as línguas seria- -era-ente

    super@ciais. s -ecanis-os linguísticos, as restri+es de opera+es seria-

    os -es-os e- todas as línguas. As pes=uisas linguísticas de 8oe procura-

    -ostrar o =ue 86 de geral e co-u- no particular, co-o cada língua e- sua

    di2ersidade esconde aspectos uni2ersais. 9rocura'se, assi-, c8egar'se a

    !" \Funda-entos *iol>gicos da linguage-\. 9u*lica+es A2ulsas do 0useuNacional, n. ), $("W.

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    18/23

    u-a caracteririco, -as os =ue so  essenciais linguage- 8u-ana dado o car6ter

    @;o dos processos 8u-anos -entais ' ? descon8ecida\.  E -ais ainda,

    2oltando'se concep+o *iol>gica de Lenne*erg de -atura+o e

    desen2ol2i-ento linguístico, sa*e'se =ue a fase de disponi*ilidade ter-ina

    por 2olta da pu*erdade e ap>s essa fase se torna =uase i-possí2el aprender

    co-o u- nati2o, ter as intui+es de u- nati2o, nu-a outra língua =ue no

    sea a =ue se foi e;posto e =ue foi aprendida pri-eira-ente.

    Esse tipo de for-ula+o nos le2a a reconsiderar as e2id7ncias e

    concluses apresentadas por _8orf entre linguage- e cogni+o. A

    in2estiga+o da 8ip>tese do relati2is-o ling^ístico e;ige u-a an6lise e;ata

    da estrutura ling^ística considerada. ra, longe esta-os de  possuir u-a

    an6lise ca*al e incocussa de línguas to estudadas co-o, por e;e-plo, o

    ingl7s,  =ue no se dir6 das an6lises de línguas indígenasJ

    A principal argu-enta+o de _8orb, aceita por Bc8ab, refere'se diferen+a entre a an6lise do 2er*o e- línguas europ?ias, e o ingl7s aí   se

    inclui, e e- opi. 9ara C8o-sSU o principal defeito da argu-enta+o de

    _8orf ? =ue sua an6lise do 2er*o e- ingl7s ? incorreta. Co-o ele di< \E-

    ingl7s, por e;e-plo, no 86 *ase estrutural para a 2iso [c>s-ica presente '

    passado ' futuro =ue _8orf atri*ui de certo -odo correta-ente aos falantes

    das línguas europ?ias co-uns. Ao contr6rio, u-a an6lise for-al da

    estrutura do ingl7s -ostrar6 u-a distin+o presente ' passado, u- conunto

    de aspectos #perfeito e progressi2o% e u-a classe de -odais, u- dos =uais? o f uturo #entre outros -ecanis-os =ue ser2e- para essa -es-a

    @nalidade%. A*ordando'se o ingl7s do ponto de 2ista proposto por _8orf ,

    concluiría-os =ue u- falante do ingl7s no te- o conceito de te-po co-o

    u-a lin8a dupla-ente in@nita, ele pr>prio ocupando a posi+o de u- ponto

    -o2endo'se constante-ente do passado para o presente, -as, ao

    contr6rio, ele [conce*e o te-po e- ter-os de u-a dicoto-ia *6sica entre o

    =ue ? passado e o =ue no ? ainda passado e e- ter-os de u- siste-a

    superi-posto e independente de -odalidades =ue en2ol2e  possi*ilidade,

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    19/23

    per-$ssao, 8a*ilidade, necessidade, o*riga+o, futuro #esta lti-a no

    sendo distinta das outras de nen8u- -odo especial%. Esta concluso ?

    a*surda, o =ue si-ples-ente ser2e para -ostrar =ue o nosso conceito de

    te-po no ? deter-inado pelas categorias linguísticas de nen8u- -odo

    detect62el,  -as ? ao contr6rio independente delas. Be isto ? 2erdadeiro

    para os falantes do ingl7s, por =ue no o ser6 para os falantes do opiJ\.

    Bo por esses -oti2os =ue os seguidores da teoria transfor-acional

    2ee- co- certo ceticis-o as e2id7ncias e-píricas apresentadas pela

    \et8noscience\ e *aseadas na linguage-.  s pro*le-as co- =ue se

    defronta o linguista antrop>logo para con8ecer u-a língua =ue no ? a sua

    nati2a so to 2astos e co-ple;os '  e o controle nati2o da língua ?

    necess6rio para esse tipo de a*ordage- ' =ue as e2id7ncias =ue ele poder6

    fornecer estaro pelo -enos  por en=uanto fadadas a no tere- u-

    contedo su*stancial e profundo. 

    E- seu artigo \Cognition in et8nolinguistics\!&, Eric Lenne*erg fa<

    u-a a2alia+o da  -etodologia seguida nos tra*al8os reali

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    20/23

    =ue no -eu tra*al8o di6rio lido  co- antrop>logos e estudantes de p>s'

    gradua+o  e- antropologia, todos ac8a- =ue a linguí stica  ? necess6ria

    para seu tra*al8o e-*ora no sai*a- precisar e- =u7, ne- por =u7.

    Kuanto aos linguistas, a-ais encontrei u-  interessado e- sa*er o =ue ?

    antropologia. Nas estantes dos alunos de p>s'gradua+o e- antropologia 86

    li2ros de linguística. a2er6  li2ros de antropologia nas estantes dos alunos

    de p>s'gradua+o e- linguísticaJ 

    A Linguí stica, ao conce*er a linguage- co-o u-a capacidade inata

    [do 8o-e-, passou a procurar u- di6logo -aior co- a psicologia  e a

    *iologia.

    i-portante, por?-, no nos es=uecer-os =ue ' a [língua se atualicio'linguística e-  =ue conceitos de classe social, estrati@ca+o,  status

    etc. so i-prescindí2eis, ? *e- pro262el =ue o interesse reco-ece a

    despontar. No ?  =ue o linguista 2en8a a se tornar u- soci>logo ou

    antrop>logo. Apenas ? necess6rio =ue ele co-preenda a co-ple;idade de

    u-a di2iso e- classes e estea ciente das li-ita+es de suas concluses

    e- ter-os sociol>gicos.Be a i-presso =ue @ca para n>s desta *re2e a2alia+o das

    possi*ilidades de uso dos resultados da linguística pelos antrop>logos ? u-

    tanto desani-adora e pessi-ista creio =ue ela pode ser e;plicada pela

    coloca+o =ue geral-ente  se fa< do pro*le-a, a =ual -era-ente  tradu

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    21/23

    concretos antropologia ou 2ice'2ersa. Creio =ue o =ue apro;i-a o

    antrop>logo e o linguista ? o -odo co-o eles a*orda- o o*eto pes=uisado

    e o =ue intenta- con8ecer. antrop>logo al-ea entender a co-unidade

    por ele estudada co-o u- -e-*ro da=uela sociedade a conce*e. Ele te-

    u-a teoria ou 26rias, -as no te- u- siste-a classi@cat>rio apriorístico.

    E- seu ofício a  realidade e- si pouco i-porta, o =ue i-porta e co-o os

    -e-*ros da sociedade a 2ee-. Bo  26rias as teorias de =ue dispe.

    linguista, por seu lado, procura e- sua gra-6tica apreender a intui+o do

    falante nati2o da língua.  Ta-*?- so 26rias as teorias, ta-*?- so

    possí2eis 26rias interpreta+es. Tanto o antrop>logo =uanto o linguista lida-

    co- realidades de grande ri=ueteses, 2alida+o essa to diferente da

    encontrada nas ci7ncias c8a-adas e;atas. E a-*os t7- co-o o *i>logo, o

    =uí-ico, o físico, u- -undo concreto sua frente, a língua e- sua

    -anifesta+o oral e escrita, o antrop>logo co- a sociedade co- toda sua

    ga-a de -anifesta+o concreta e- -itos, organilogos e

    linguistas passasse- a dialogar e- ter-os de se con8ecere- =uais asperguntas =ue cada ca-po est6 se falogos do

    0useu Nacional posso dar u- teste-un8o dos -ais ani-adores. Creio =ue

    tanto linguistas =uando antrop>logos esto na -es-a fase de i-passe, t7-

    as -es-as incerte

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    22/23

    de franca =ue era,entradas tu al-a.J En d>nde e-pendeJ

    0e =ued? por sie-presentado en las 2agaslindes de tu al-a.

  • 8/18/2019 Linguística e Antropologia Yonne Leite

    23/23

    Be os ca-in8os para se atingir ao .con8eci-ento so 6rduos e

    difíceis, se, co-o nos di