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CURSO LIDERANÇA E TRABALHO EM EQUIPE Parte I FACILITADORA: Margareth de Souza Facirolli

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CURSO

LIDERANÇA E TRABALHO EM EQUIPE

Parte I

INTRODUÇÃO

FACILITADORA:Margareth de Souza Facirolli

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Liderança e Trabalho em Equipe – Parte I

A teoria da Inteligência emocional desenvolvida pelo psicólogo transpessoal Norte-americano Daniel Goleman veio atender a uma necessidade das pessoas em nossa sociedade que é muito rica tecnologicamente e pobre nos aspectos emocionais do ser. Vivemos hoje num ritmo em que as questões emocionais das pessoas são constantemente negligenciadas até que surjam problemas os mais variados desde doenças emocionais como a depressão, a ansiedade, estresse, a síndrome do pânico, até outras como o câncer e outras doenças graves, nas quais a medicina vem comprovando o fator emocional em sua gênese.

A proposta da inteligência emocional é fazer com que as pessoas aprendam a lidar com as suas emoções antes que elas gerem problemas, que elas sejam fonte de saúde e não de doença.

Vivemos em uma sociedade que privilegia o intelecto. Desde crianças somos educados ou poderíamos melhor dizer mal-educados a reprimir as emoções, dando muita ênfase a educação intelectual. Os pais se preocupam em oferecer uma educação social baseada em regras de comportamento e conduta, ocupando-se muito pouco com a parte emocional, em realmente desenvolver a maneira de expressar as emoções e lidar com elas. Isso prossegue na escola que dá ênfase a formação intelectual, colocando-se a formação emocional em segundo plano.

Gradualmente o indivíduo vai aprendendo que os fatores emocionais devem ficar em segundo plano até que os problemas nesta área vão acontecendo; na vida profissional, na afetiva, no casamento, na família, enfim, como não se pode desprezar as emoções sem pagar um preço para isso, as dificuldades vão se avolumando cada vez mais.

Torna-se, portanto, fundamental desenvolver a inteligência emocional de modo a aprendermos a lidar com as nossas emoções e, em virtude disso, termos uma vida mais equilibrada, harmonizada e feliz.

Este curso tem este objetivo de nos proporcionar reflexões para que possamos aprender a lidar bem com as nossas emoções.

INTELIGÊNCIA EMOCIONALInteligência emocional é a capacidade de percepção de nossos próprios sentimentos, e a

partir desta percepção saber lidar com eles, dominando-os quando negativos, desenvolvendo-os quando positivos, de modo a se conquistar o equilíbrio emocional. Este equilíbrio nos permite a motivação para uma vida mais harmonizada. Esta capacidade proporciona a percepção dos sentimentos dos outros e nos habilita a sermos competentes em nossos relacionamentos interpessoais.

PARTE I – L iderança e Inte l igência Emocional As organizações não podem mais ignorar a força representada pelas pessoas que a

integram, que, na melhor das hipóteses, deve compor-se de profissionais competentes, atualizados, ágeis e inovadores. Contudo, a orientação moderna para o sucesso pressupõe que as organizações, através de seus líderes, saibam criar um ambiente de trabalho onde as pessoas se sintam seguras, motivadas, de bom humor e confortáveis para enfrentar os desafios requeridos por suas realizações.

As aptidões emocionais estão trazendo mudanças radicais nos ambientes das organizações e nas relações de trabalho em geral, já que não há mais dúvida de que as relações interpessoais entre os profissionais constituem um fator prioritário à conquista da excelência em todas as esferas das organizações e do mercado de trabalho. Lógica e intuição prometem fazer a parceria definitiva no paradigma da empresa e do profissional do terceiro milênio, reafirmando o pensamento de que "só quem se conecta com o invisível consegue fazer o impossível".

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Liderança e Trabalho em Equipe – Parte I

Apesar das fortes tendências apontarem para esta nova realidade temos percebido em nossos trabalhos e diagnósticos empresariais que os líderes (empresários e executivos) responsáveis pelas organizações não estão preparados para lidar de forma ampla e eficaz com aptidões, habilidades e competências de seus profissionais, o que traz como conseqüência a frustração destes profissionais na execução de suas tarefas. Outro fator de deficiência na administração dos negócios e carreiras é a falta de critérios objetivos, visíveis e transparentes em favor da oportunidade do desenvolvimento profissional e organizacional.

Na obra "O Livro das Competências", de Ênio Resende, encontramos um diagnóstico eficaz das deficiências de lideranças que são conhecidas pelas organizações porém, assim como nas deficiências da administração e gerencia em geral, pouco se faz para melhorar. Isto acontece porque os supervisores e gerentes serem promovidos ou admitidos com base em suas qualificações e competências técnicas. As habilidades e competências para lidar com pessoas, equipes, ambientes e relações de trabalhos são desprezadas. Em relação às definições de comunicações e relações internas vem de tempos onde não havia visão de empresa, sentido de equipe, interesse pela cooperação, nem ocupação com agilidade e qualidades. As pessoas mostravam aspectos negativos de sua personalidade com vaidade, orgulho, egoísmo, ambição, prepotência, etc. Outro motivo que traz a falta de comunicação e contribui para pouco entrosamento, desunião e conflitos entre áreas e setores, são as diferenças de valorização, prestígio e "status" dados pela direção às diferentes especialidades ou atividades de forma inadequada, onde ao invés de respeito a individualidade faz-se um culto ao individualismo.

Diante desta realidade em que é necessário um investimento real em formação de lideranças que possam promover este transe operacional e estratégico nas organizações, desenvolvemos este trabalho de formação de líderes com base no desenvolvimento da inteligência emocional. Para começarmos esta formação vamos deixar bem claro qual a diferença entre liderar gerenciar e administrar e o que significa Liderança dentro desta visão mais ampliada e moderna que estamos propondo.

Tipos de Intel igência EmocionalPodemos dividir didaticamente a inteligência emocional em dois tipos, Inteligência

Intrapessoal e Inteligência Interpessoal, resultantes de 5 princípios básicos.

A Inteligência Intrapessoal se refere às habilidades pertinentes a própria pessoa. É desenvolvida a partir de três condições básicas:

1. AUTOCONHECIMENTO

Ter consciência de si mesmo, conhecer a si mesmo, ter percepção dos próprios sentimentos, conhecer a própria vida, principalmente a vida afetiva. Fazer uma avaliação realista e otimista das próprias capacidades de modo a desenvolver o auto-encontro gerador da autoconfiança.

2. AUTODOMÍNIO

O autodomínio é fruto da autoconhecimento. Significa ter o domínio dos próprios sentimentos; lidar com as próprias emoções de forma que facilitem a realização de suas atividades, em vez de interferir com elas. Desenvolver equilíbrio emocional para poder ter uma vida mais harmonizada e feliz.

3. AUTOMOTIVAÇÃO

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Significa estar motivado para a vida. Utilizar os sentimentos de entusiasmo, perseverança e tenacidade para conquistar os seus objetivos e metas de uma forma bem direcionada e segura, com o intuito de ter iniciativa e ser altamente eficaz; perseverar sempre, mesmo diante de revezes e frustrações. É com perseverança, entusiasmo e motivação que se consegue aperfeiçoamento e êxito nas realizações.

A Inteligência Interpessoal se refere às habilidades de relacionamento com outras pessoas. É desenvolvida a partir de duas condições básicas:

4. EMPATIA

Entender o que os outros sentem. A empatia lembra a solidariedade. Solidariedade significa sentir com os outros, ter compaixão e compreender os sentimentos dos outros.

5. APTIDÕES SOCIAIS

Lidar bem com as emoções nos relacionamentos; interagir com facilidade; utilizar essas habilidades para liderar, negociar e solucionar divergências, bem como para a cooperação e o trabalho em equipe. Ter alegria no convívio com as pessoas, evitando ver a vida apenas como um observador.

Vamos estudar a seguir como desenvolver a Inteligência Emocional. Estes estudos estarão sendo baseados na ciência da psicologia transpessoal, em como ela define a inteligência emocional.

COMO SE ORIGINAM DAS EMOÇÕESQuando uma pessoa está com o nível físico-emocional baixo, costumamos dizer que ela

está em "péssimo estado". Por outro lado, sabemos que, para dar o melhor de nós, precisamos estar "num bom estado mental". O que é um estado mental? Resumidamente, o estado mental inclui todos os pensamentos, as emoções e a fisiologia que expressamos num dado momento. São as imagens mentais, sons, sentimentos e todos os padrões da postura física e da respiração. Como corpo e mente estão totalmente interligados, nossos pensamentos influenciam imediatamente nossa fisiologia, e vice-versa.

Um dos poucos fatos concretos com que podemos contar é que nosso estado mental muda continuamente. Quando mudamos nosso estado de espírito, o mundo externo também muda (ou, pelo menos, parece mudar). Em geral, temos mais consciência de nosso estado emocional do que de nossa fisiologia, postura, gestos e padrões respiratórios. Na verdade, geralmente acreditamos que as emoções estão fora do controle consciente, sendo a ponta visível de um iceberg. Não percebemos a fisiologia nem os processos mentais subjacentes às emoções, que formam os nove décimos submersos do iceberg. Tentar influenciar as emoções sem modificar o estado mental e nosso sistema de crenças é tão inútil quanto tentar destruir o iceberg cortando apenas a ponta visível. A outra parte fatalmente virá à tona, a menos que se gaste muito tempo e muita energia empurrando o iceberg para baixo. No entanto é isso que em geral fazemos, usando medicamentos ou forçamos nos libertar reprimindo as emoções. Segundo nosso ponto de vista, a mente ordena e o corpo obedece. Assim, as emoções habituais estão estampadas no rosto e na postura de uma pessoa, porque ela não percebe até que ponto suas emoções moldam sua fisiologia.

Sempre que alguém tem recordações desagradáveis e entra num estado mental negativo, seu corpo inteiro recebe esse estado negativo e o mantém na forma de determinados padrões de tônus muscular, postura e respiração. Essas lembranças armazenadas fisicamente podem

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contaminar suas futuras experiências por minutos ou horas. Todos sabemos o que significa "levantar com o pé esquerdo".

As pessoas que sofrem de depressão adquiriram inconscientemente a capacidade de manter um estado negativo por longos períodos. Outras pessoas são capazes de modificar seu estado emocional sempre que desejam, criando para si mesmas uma liberdade emocional que lhes dá uma melhor qualidade de vida. Elas vivenciam os altos e baixos emocionais da vida, mas aprendem com eles e seguem em frente, sem prolongar uma dor emocional desnecessária.

No nosso cotidiano passamos sucessivamente por vários estados emocionais, às vezes rápido, às vezes gradativamente. Por exemplo, se você está com o moral baixo e um amigo telefona para lhe dar boas notícias, seu estado de espírito fica mais leve. Mas se numa manhã ensolarada você abre a correspondência e vê uma conta alta, nuvens mentais vêm encobrir o sol.

Podemos influenciar nossos estados mentais em vez de simplesmente reagir ao que acontece externamente. Para isso é importante saber como se originam as emoções e, com isso, saber controlá-las adequadamente.

Inicialmente vamos conhecer os perfis psicológicos de três pessoas que estarão nos auxiliando a entender a formação do sistema de crenças.

CLEUZA

Cleuza foi educada de forma castradora. Tanto o pai quanto a mãe viviam dizendo para ela toda vez que ela tinha alguma dificuldade na escola, com o deveres escolares ou com qualquer tarefa doméstica: Cleuza como você é burra; você é uma desajeitada; como é lerda essa menina, não dá conta de fazer nada; essa menina nunca vai ser ninguém na vida de tão burra e lerda que ela é; Cleuza porque você não faz as coisas como o seu irmão esse sim é capaz, é inteligente. Os pais estavam sempre repetindo estas e outras repreensões semelhantes que a desqualificavam. Com isso Cleuza passou a ter uma postura cada vez mais inibida, dificultando muito a sua performance na escola, onde as admoestações dos professores acabavam por ampliar mais ainda a sua situação fazendo com que Cleuza tivesse medo de freqüentar as aulas, fazer as provas. Ela vivia dizendo para si mesma: eu sou mesmo burra, não sou capaz de aprender. Será que vou conseguir sair bem na prova, passar de ano? Em casa estava sempre arredia, com medo de fazer qualquer tarefa doméstica e ser repreendida pela mãe. Dizia para a mãe que não era capaz de fazer nada direito. Vivia repetindo para si mesma: eu não consigo fazer nada direito, eu sou uma imprestável, sou incapaz.

Cleuza passou toda a sua infância e adolescência ouvindo as mesmas repreensões, tornando-se uma pessoa com uma baixíssima auto-estima, tímida, insegura, com um complexo de inferioridade muito grande. Na maioria das vezes sente-se incapaz de mudar qualquer situação difícil que se apresente, achando-se vítima do mundo e das circunstâncias.

Hoje já adulta muitas vezes tenta reagir a este estado e diz para si mesma: isso não pode ser assim, eu não sou burra, eu não sou incapaz; eu preciso sair dessa, eu tenho que mostrar que sou capaz. Com isso torna-se exigente consigo mesma, buscando provar para si mesma e para os outros que é capaz, que consegue realizar as coisas, mas no primeiro resultado negativo, volta novamente à posição de vítima, dizendo para si mesma que não tem jeito mesmo, que ela não é capaz de fazer nada certo, que ela tem mais é que se conformar com isso, etc.

Outro hábito que tem é o de viver pensando nas dificuldades que teve no passado, remoendo os seus erros, revoltando-se com a educação recebida dos seus pais e com isso projeta um futuro de forma extremamente pessimista achando que a sua vida não tem solução e que só

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lhe resta esperar por um futuro medíocre. Está sempre na defensiva, achando que todo mundo está contra ela.

ALCIDES

Alcides foi educado por um pai extremamente perfeccionista e uma mãe superprotetora. O pai vivia dizendo para ele como se comportar, o que ele podia ou não podia fazer. As orientações mais comuns que recebia do pai em sua infância eram: olha Alcides você tem que fazer tudo para ser o melhor; nunca deve ficar por baixo; se alguém fizer alguma coisa para você dê o troco imediatamente; o dia que chegar em casa machucado vai apanhar de novo. A mãe vivia elogiando o seu comportamento dizendo para ele que era o melhor filho do mundo, comparava-o com o seu irmão mais novo dizendo que ele era mais inteligente e mais capaz. Com isso Alcides passou a se superestimar, chegando até a arrogância. Achava-se o máximo, superior as demais pessoas. Passou a ter uma postura perfeccionista como o pai. Não admitia o erro nem para si mesmo, quanto mais para as demais pessoas. Vivia dizendo para si mesmo: eu tenho que fazer tudo certo; jamais devo deixar alguém me passar para trás, sem dar o troco; a vida é dos espertos; eu sou o melhor.

Passou a infância e adolescência tendo o mesmo movimento psicológico. Hoje já adulto Alcides leva o perfeccionismo ao extremo. Não admite falhas em hipótese alguma. Quando alguém falha, ele culpa violentamente a pessoa pelo seu erro. Quando é ele que erra, entra em depressão, culpando-se e punindo-se pelo erro. Fica remoendo o erro dizendo para si mesmo: eu não podia ter errado; como que faço uma coisa dessa; tinha que sair tudo certo; porque que eu fui fazer dessa maneira; etc. Quando alguém erra e esse repercute nele fica agressivo com a outra pessoa, culpando-a e punindo-a da forma que ele acha mais conveniente.

Está sempre ansioso em relação ao futuro, com medo de errar, principalmente se em relação àquela atividade ele já cometeu algum erro no passado.

RENATO

Renato teve uma educação completamente diferente dos dois personagens anteriores. Os seus pais apesar de terem dificuldades como todo casal, primavam por uma educação bastante positiva para Renato. Estavam sempre estimulando o filho a superar as suas dificuldades. Orientavam-no quando tinha algum problema na escola dizendo sempre a ele o seguinte: olha filho você tem dificuldades na escola, muita gente tem problemas como você, mas você consegue superar os problemas se fizer um esforço para isso; quando o problema era com alguma tarefa doméstica diziam: olha você é capaz, se não consegue fazer de um jeito, tente de outro, esforce-se que você consegue superar a dificuldade.

Renato, com isso, passou a ter responsabilidade pelas suas ações tendo uma postura proativa. Frente a uma dificuldade sempre buscava a melhor solução para o problema. Na infância e adolescência teve dificuldades como todo mundo, mas sempre pensava: eu estou com dificuldades para resolver este problema, mas sei que posso resolvê-lo; eu sou capaz, eu consigo superar qualquer problema se me esforçar para isso.

Hoje já adulto, Renato é uma pessoa bastante proativa. Busca sempre refletir sobre os seus erros, ao analisar as suas ações passadas para aprender com elas, com isso é uma pessoa bastante ponderada e otimista em relação ao futuro, pois analisa as coisas de forma madura e responsável.

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Os nossos três amigos são colegas de trabalho. Trabalham numa mesma sessão de uma empresa prestadora de serviços. Um dia estavam realizando as suas tarefas quando chegou um cliente com muita raiva e sem mais nem menos começou a destratar os três dizendo que eles eram irresponsáveis e usar palavras de baixo calão.

Cleuza imediatamente começou a chorar, dizendo para si mesma: como que alguém pode ser tão bruto assim... insultar as pessoas sem ao menos dizer porquê... sem saber quem era o culpado... eu não tenha nada a ver com o problema do atendimento dele... como ele fazia isso com ela...

Alcides sentiu o sangue “ferver”. Imediatamente reagiu xingando o cliente, querendo partir para briga. Só não deu uma surra no cliente porque foi impedido pelos colegas. Ficou bufando de raiva, dizendo para si mesmo: eu tinha que dar uns “safanões” nele para ele aprender, nem que eu perdesse o meu emprego... vem dar uma de bacana para cima de mim...

Renato sentiu um impacto na hora que o cliente começou a xingar. Sentiu raiva, mas começou a refletir que o homem que estava com uma dificuldade, e que o problema não era com ele e sim com o atendimento ruim que tinham lhe prestado, por isso, continuou sereno, aproximando-se do cliente para ver se ele poderia fazer alguma coisa para sanar o problema.

Percebamos que Cleuza tomou uma atitude passiva diante do fato, colocando-se como lhe era habitual em estado de vítima; Alcides tomou uma atitude reativa, reagindo violentamente ao fato sem pensar nas conseqüências e Renato agiu de forma proativa, desidentificando-se do problema e buscando solucioná-lo.

O que fez com que os nossos três amigos tomassem uma atitude completamente diferente uns dos outros foi o sistema de crenças de cada um. Vejamos como o sistema de crenças é formado.

A figura 1 é um esquema que define como o sistema de crenças é formado e a partir dele surgem as nossas emoções, comportamentos e estado fisiológico. É um esquema resumido de como funciona a nossa mente começando pelo pensamento, passando pelas emoções e formando os vários comportamentos com que atuamos, bem como avalia também a conexão existente entre o corpo e a mente.

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FIG. 1 – COMO FUNCIONA A SUA MENTE

O sistema de crenças é formado por metaprogramas. Os metaprogramas são cognições, isto é, o conjunto dos processos mentais usados no pensamento que fazem com que a mente funcione de determinada maneira. Metaprogramas são padrões estabelecidos em nossa mente que nos direcionam para determinadas emoções e comportamentos.

Os metaprogramas são auto ou alo-induzidos, isto é podem provir da própria pessoa ou de outra. De qualquer maneira mesmo quando o metaprograma é alo-induzido estará gerando uma cognição na pessoa que é objeto daquela indução.

Por exemplo, na situação analisada acima cada fala que o pai ou a mãe da Cleuza tinham com ela produziam um metaprograma, especialmente devido a sua repetição sistemática: “Cleuza como você é burra; você é uma desajeitada; como é lerda essa menina, não dá conta de fazer nada; essa menina nunca vai ser ninguém na vida de tão burra e lerda que ela é; Cleuza porque você não faz as coisas como o seu irmão esse sim é capaz, é inteligente”. Imaginemos uma criança, principalmente na primeira infância, fase onde ela não consegue separar o que é um problema dela o que é do adulto, ouvindo durante anos a fio frases como estas, carregadas de energias agressivas. Inicialmente os estímulos vêm do território (pais, professores, etc.) como vemos na figura acima, representado pelas setas que saem do território, isto é eles são alo-induzidos. Num segundo momento passam a ser auto-induzidos, pois utilizando a própria linguagem falada ou no diálogo interno (a conversa muitas vezes incessante que a pessoa tem consigo mesma) a própria Cleuza começará a dizer : “eu não consigo fazer nada direito’; “eu sou uma imprestável”; “sou incapaz”. Estará sempre pensando que não consegue superar os desafios que lhe fazem: “será que vou ser capaz de fazer”; “será que vou conseguir”; “e se eu não for capaz”.

No caso do Renato os metaprogramas instalados eram essencialmente proativos: os pais lhe diziam sempre “olha filho você tem dificuldades na escola, muita gente tem problemas como você, mas você consegue superar os problemas se fizer um esforço para isso”; quando o problema era com alguma tarefa doméstica diziam: “Olha você é capaz. Se não consegue fazer de um jeito, tente de outro, esforce-se que você consegue superar a dificuldade”, resultando em comandos positivos e equilibrados os quais o próprio Renato reforçava: “eu estou com dificuldades para resolver este problema, mas sei que posso resolvê-lo; eu sou capaz, eu consigo superar qualquer problema se me esforçar para isso”.

Outras vezes o metaprograma é auto-induzido de forma primária. Vejamos um exemplo de como isso pode acontecer: uma jovem de 18 anos um dia é estuprada pelo próprio namorado. Durante a experiência traumática cria uma auto-indução do tipo: “nunca mais confio em homem algum” “todos os homens não prestam e não merecem a minha confiança”. Estes metaprogramas passam a conduzir a sua vida afetiva até que sejam ressignificados.

Os metaprogramas, portanto, são estes comandos mentais que direcionam as nossas emoções e comportamento. Podem ser positivos ou negativos dependendo do seu conteúdo e da maneira como foram instalados em nossa mente.

Os metaprogramas positivos nos estimulam ao desenvolvimento interior e os negativos prejudicam o nosso autocrescimento. Lamentavelmente a grande maioria de nós reforça em si mesmo os metaprogramas negativos, utilizando para isso a linguagem e a memória dos fatos negativos que traz em si. Vejamos como isso acontece.

As palavras têm uma importância muito grande no funcionamento da nossa mente porque elas são “luvas” que vestem o nosso pensamento. Quando uma pessoa diz: “eu sou muito

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insegura, não consigo fazer nada direito” está expressando e, ao mesmo tempo reforçando um metaprograma negativo. Muito provavelmente esta pessoa traz, fruto de uma educação castradora, esta metaprogramação desde a infância que é expressada e reforçada pela identificação com a insegurança (“eu sou insegura”) e pela impossibilidade de mudar este fato (“não consigo fazer nada direito”). Se uma pessoa diz algo assim, como é que ela vai conseguir fazer alguma coisa certa se está se programando para agir dessa forma, insegura e incapaz. Normalmente a pessoa diz isso baseado nas suas experiências negativas passadas que estão registradas na sua memória, cujas metaprogramações são constantemente estimuladas e reforçadas por este processo auto-indutivo hipnótico gerador de um círculo vicioso. A pessoa não faz nada direito porque traz o metaprograma do seu passado que é reforçado a cada ação equivocada que ela faz. Cada vez que ela repete esta frase ou outras parecidas ela aciona em sua memória todos os fatos negativos que estão registrados lá, quer ela se dê conta ou não disso. Muitos dos fatos, especialmente, aqueles ocorridos em sua infância já estão esquecidos, arquivados em seu inconsciente, mas ao serem estimulados pela fala negativa estes arquivos são “despertados”, gerando as emoções da insegurança, da incapacidade, da impotência.

Outras vezes é comum negar-se um sentimento negativo através de uma cognição: “eu não posso ser assim inseguro” “eu não posso ficar insegura agora porque tenho uma entrevista para um emprego, eu tenho que me acalmar”. Estas falas acabam gerando mais insegurança, porque a nossa mente funciona por associação e comparação e estará buscando imagens e situações de insegurança na memória da pessoa e colocando estes arquivos mentais para que ela os use, quer esteja consciente ou não deles. Isso acontece da mesma maneira se eu disser para você: não pense em uma rosa vermelha; não pense num fusca azul. O que faz o cérebro: irá buscar uma imagem de rosa vermelha ou do fusca azul imediatamente e colocará a sua disposição, e é exatamente isso que você irá pensar. Portanto não é negando um fato e obrigando-se a fazer o contrário (“eu tenho que’) é que o estaremos ressignificando.

Uma outra forma de se reforçar metaprogramas negativos é o movimento de se buscar fatos negativos em nossa memória passada e projetá-los no futuro. A pessoa que age assim quase sempre está se recordando de fatos negativos passados, remoendo este acontecimento, dentro daquilo que não devia ou deveria acontecer. Culpa-se ou culpa os outros pelo ocorrido ficando num processo de lamentação incessante. Com isso ela acaba estimulando metaprogramas negativos e num movimento de causa e efeito simplista projeta-os no futuro, como se fatos semelhantes fossem necessariamente acontecer. Elas expressam estes metaprogramas assim: “Isso não devia ter acontecido” “Eu não podia ter feito isso” “Eu deveria ter feito diferente” “Ele não podia ter feito isso comigo”, etc., todas cognições relacionadas ao passado que são projetadas para o futuro, dentro de uma visão pessimista que são expressas assim: “e se acontecer novamente como daquela outra vez” “será que não vai dar errado como aconteceu naquele dia” “será que desta vez vou conseguir”, etc. Estas cognições acabam gerando uma programação negativa para o futuro carregada de insegurança, ansiedade, preocupações e pessimismo. Muito provavelmente as coisas tenderão a dar errado, fato que estará reforçando a metaprogramação.

Os metaprogramas formam o nosso mapa interno que é a forma como observamos o território ou meio-ambiente onde vivemos. Então, se temos metaprogramas negativos a nossa forma de ver o mundo será distorcida com base nos metaprogramas que mantemos, ao contrário se os trazemos positivos ou se buscamos ressignificá-los quando negativos, a nossa forma de ver o mundo será mais conforme a realidade sem distorções, estaremos sempre vendo as limitações como oportunidades de crescimento interior.

O sistema de crenças estará gerando o nosso estado emocional de acordo com os metaprogramas que trazemos. Se trazemos metaprogramas negativos as emoções que teremos

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serão egóicas e limitadoras, tais como: baixa auto-estima, insegurança, ansiedade, complexo de inferioridade, culpa, etc. Se os nossos metaprogramas são positivos as emoções que sentiremos serão de autoconfiança, auto-estima, serenidade, paz interior, responsabilidade, etc.

As emoções estarão produzindo os diferentes comportamentos que estaremos realizando no ambiente, gerando os resultados de acordo com estes comportamentos. As emoções egóicas produzem comportamentos desequilibrados que acabam gerando resultados negativos que estarão reforçando o sistema de crenças limitador. As emoções essenciais gerarão resultados positivos que estimularão o sistema de crenças proativo.

As emoções geram também o nosso estado fisiológico. O corpo recebe todos os impactos das emoções negativas que são transformadas em doenças, como também recebe todos os impulsos salutares das emoções positivas resultando em saúde integral.

Exercício Vivencial – REFLETINDO SOBRE O SISTEMA DE CRENÇAS

Materiais necessários: aparelho de som, cadeira, papel, caneta.

1. Coloque uma música suave. Sente-se comodamente numa cadeira com a coluna ereta, os pés bem plantados no solo, as mãos pousadas sobre a coxa, olhos fechados.

2. Leia o texto acima que aborda a questão dos valores e crenças e o texto Como se originam as emoções e reflita. Agora respire lenta e profundamente. Diga para si mesmo relaxe toda vez que expirar. Vá respirando e relaxando todo o corpo. Relaxe todo o corpo, começando pelos pés, até chegar a cabeça. Quando se sentir relaxado, faça para si mesmo a pergunta COMO ESTÃO AS MINHAS CRENÇAS? POR QUE REALIZO AS COISAS DESTA OU DAQUELA FORMA? COMO ESTÃO AS MINHAS CRENÇAS LIMITADORAS? EU AS POSSUO? QUAIS SÃO?

3. Anote as suas respostas.

4. COMO TENHO UTILIZADO A MINHA LINGUAGEM? AS PALAVRAS QUE TENHO UTILIZADO TEM REFORÇADO AS CRENÇAS LIMITADORAS OU TENHO BUSCADO TRANSMUTÁ-LAS?

5. Anote as suas respostas.

6. COMO TENHO UTILIZADO A MINHA MEMÓRIA? TENHO BUSCADO O MELHOR NO MEU PASSADO, PARA ME DESENVOLVER NO PRESENTE E TER UM FUTURO MELHOR? COMO ESTÃO OS METAPROGRAMAS EM MINHA VIDA, TENHO ME FIXADO EM SITUAÇÕES NEGATIVAS METAPROGRAMADAS OU AO CONTRÁRIO TENHO BUSCADO TRANSMUTAR OS METAPROGRAMAS NEGATIVOS ATRAVÉS DE REPROGRAMAÇÕES POSITIVAS?

7. Anote as suas respostas.

8. Agora relaxe novamente e pergunte-se BASEADO NOS FILTROS INTERNOS QUE TENHO DESENVOLVIDO COMO ESTÁ O MEU MAPA INTERNO? COMO OBSERVO A REALIDADE A MINHA VOLTA? TENHO OBSERVADO AS COISAS DE FORMA HOLÍSTICA, BUSCANDO VER O TODO, OU TENHO TIDO UMA VISÃO PARCIAL DOS FATOS, GERANDO UM MAPA INTERNO DISTANTE DA REALIDADE?

9. Anote as suas respostas.

DESENVOLVENDO A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

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AUTOCONHECIMENTO“A recomendação de Socrates – “Conhece-te a ti mesmo” – é a pedra de toque da inteligência emocional: a consciência de nossos sentimentos no momento exato em que eles ocorrem.” 1 Daniel Goleman

O autoconhecimento é fundamental para a formação da inteligência emocional é através dele que desenvolvemos a autopercepção, que é a atenção permanente ao que estamos sentindo internamente, as emoções que vivenciamos.

Por exemplo: quando alguém nos provoca algum mal e sentimos uma fúria muito grande por essa pessoa, uma vontade de estrangulá-la como se diz. A autopercepção vai nos permitir uma atitude reflexiva: “O que eu estou sentindo é raiva”, mesmo quando se está furioso. Em termos neurais essa sutil mudança de atividade mental avisa que os circuitos neocorticais estão monitorando ativamente a emoção, primeiro passo para adquirir algum controle. Essa consciência das emoções é aptidão emocional fundamental sobre a qual se baseiam outras, como o autocontrole emocional. A autoconsciência permite uma atenção não reativa e não julgadora de estados interiores

AUTODOMÍNIO

O conhecimento de si mesmo tem como finalidade proporcionar o auto-encontro, estágio do desenvolvimento do Ser Humano em que, já amadurecido psicologicamente, busca o aprimoramento constante de si mesmo, através do autodomínio, com o intuito de conquistar a plenitude e a felicidade, libertando-se dos conflitos que conduzem às crises (angústias, dores, doenças, depressão, etc.) de todos os matizes.

O que caracteriza o autodomínio é o equilíbrio e não a supressão das emoções: cada sentimento tem o seu valor e significado. Quando as emoções são sufocadas, geram embotamento e frieza; quando descontroladas tornam-se patológicas, tal como ocorrem na depressão, ansiedade extrema, raiva provocadora do ódio e do desejo de vingança, etc.

A VIGILÂNCIA INTERIOR

Um estado de _________________ (qualquer estado negativo, tais como ansiedade, raiva, mágoa, tristeza, angústia, medo, etc.) está tentando tomar conta de mim, mas eu sou muito mais que este estado.

Eu sou _________________. (qualquer estado positivo que seja oposto ao estado negativo, tais como serenidade, calma, perdão, alegria, harmonia, coragem, etc.).

Esta vivência é para você fazer no seu dia-a-dia para conseguir o autodomínio.

O que caracteriza o autodomínio é o equilíbrio e não a supressão das emoções: cada sentimento tem um significado. Para que possamos obter este equilíbrio é necessário ter um movimento essencial de proatividade, onde se transformam as limitações em oportunidades de 1 Goleman, Daniel – Inteligência Emocional – p. 59

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crescimento e não um movimento egóico de passividade ou reatividade caracterizado pelo descontrole.

Vejamos através de um esquema resumido o que vimos até agora:

As pessoas que já perceberam que a felicidade e a plenitude são uma conquista e não uma dádiva, assumem uma atitude proativa, equilibrada, agem com competência essencial, pois encontram-se maduras e sabem que elas é que fazem as coisas acontecerem. Ao invés de se acomodarem ou reagirem contra as diferentes situações da vida, agem buscando uma atitude de aceitação e serenidade e, em virtude disso, resolvem as dificuldades.

Analisemos o seguinte esquema que demonstra resumidamente estas três maneiras de se posicionar diante das situações difíceis da vida como doenças, perdas, angústia, depressão, insegurança, medo, ansiedade, baixa auto-estima, etc.

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Fig. 6 - Proatividade, Reatividade e Passividade

Para agir com proatividade é necessário que saibamos formular bem os objetivos que desejamos alcançar. A seguir veremos uma estratégia que deverá ser utilizada todas as vezes que desejamos estabelecer um objetivo em nossa vida.

Para se realizar qualquer objetivo é necessário que façamos um esforço nesse sentido. É sabido que as pessoas que têm mais sucesso naquilo que realizam são as que sabem fazer isso muito bem, elas sabem o que querem. Pergunte-se o que você realmente quer na vida. A resposta vai levá-lo a se conectar com o estado atual de como você está vivendo e o estado desejado de como você quer viver e com as mudanças que se fazem necessárias para atingir os seus objetivos.

As condições para uma boa formulação de resultados desejados são:

1) Os objetivos devem ser expressos em termos positivos, de forma bastante específica - você vai desenvolver aquilo que quer e não o que não quer. Frases como estas: "Quero ser feliz", "Quero ficar em paz" são muito inespecíficas e não definem claramente como a pessoa vai conquistar a paz ou a felicidade. Não basta querer ser feliz ou ter paz, é necessário um trabalho árduo para conquistá-las. Outras como "Não quero mais sofrer", "Nunca mais quero me sentir assim" “Não posso ser desse jeito”, etc. reforçam o estado negativo, pois se constituem uma negação dos sentimentos egóicos, que continuarão existindo, apenas estarão mascarados. Devemos, então, usar frases como: “Eu quero conquistar a minha felicidade, transformando a crença limitadora X” “Eu consigo conquistar a minha paz, transmutando os meus sentimentos negativos dia a dia.” “Eu estou diminuindo os meus sofrimentos através de uma busca constante do autoconhecimento e do auto-encontro” “Eu estou educando os meus sentimentos para estar cada vez mais em paz, pleno e feliz”.

2) Devem estar centrados na própria pessoa – você só pode mudar o seu comportamento e não de outras pessoas, a sua mudança não poderá estar condicionada à mudança de outras pessoas ou situações. Frases como estas para definir objetivos são inadequadas: "Só vou estar

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bem se o meu marido/esposa/filho parar de agir desta maneira", "Só vou ser feliz quando conseguir que João me ame", "Quando Teresa mudar as atitudes dela, vou poder ser como quero"

3) Saber quais são as evidências específicas que estarão sinalizando que você está cumprindo com os objetivos. Em termos práticos é saber definir bem o estado interior que determina se você está ou não cumprindo com seus objetivos. Normalmente o estado de quem está cumprindo os seus objetivos é de harmonia, paz, tranqüilidade, alegria interior, plenitude. A pessoa se sente bem com ela mesma. Ao contrário quando a pessoa não está cumprindo os seus objetivos o estado interior é de desarmonia, angústia, intranqüilidade, inquietude, desassossego, enfim a pessoa pode até ter muito sucesso na vida material mas não encontrará a paz e a felicidade que todos buscamos.

4) Todos os objetivos devem estar em algum contexto. Onde, quando e com quem se quer realizar isso?

5) Todos os objetivos que a pessoa busque na vida devem ser ecológicos, isto é, estar alinhados com o propósito maior do Ser, dentro da ética do amor.

6) Devem ser factíveis, ou seja, a pessoa deve poder realizá-los. Isto significa que devemos fazer uma coisa de cada vez, cultivando a paciência e a perseverança na realização do objetivo. Normalmente quando as pessoas se lançam a realizar um objetivo buscam fazer muitas coisas ao mesmo tempo, numa atitude de ansiedade em querer realizá-lo. Com isso cansam-se e decepcionam-se consigo mesmas, pois como não conseguem efetivá-lo, logo desistem, dizendo que é muito difícil e que não conseguem fazê-lo. Por isso, fundamental é realizar uma coisa de cada vez, de modo a tornar possível o objetivo, tendo sempre perseverança nas ações, conseguindo um pouco hoje, mais amanhã e assim cumprir tranqüilamente os seus objetivos de vida.

7) Disposição em perder os ganhos fictícios, secundários. Este item tem a ver com o assumir das responsabilidades pelo conduzimento de nossa vida. Para que possamos realizar um objetivo necessário estar dispostos a “perder” tudo aquilo que nos leva a fugir de nós mesmos e a responsabilizar os outros pelas nossas dificuldades ou pela nossa felicidade ou ausência dela. Por exemplo: uma pessoa que está sempre com dificuldades físicas e emocionais, com isso gera a solicitude dos outros em relação aos seus problemas devido a piedade que desperta nas outras pessoas. Ganhar essa solicitude é denominado em psicologia de ganho secundário, isto é, um ganho fictício, pois, na realidade, a pessoa apenas perde com essa atitude. Está sempre dependendo das migalhas de piedade que vem dos outros. A perda será sempre de sentimentos egóicos que se encontram arraigados em nós mesmos. É necessário assumir a responsabilidade pela nossa vida e conseguir, com isso, ganhos reais que nos enriqueçam interiormente.

8) Definir claramente o que ganha com a realização dos objetivos. Tem relação com o item anterior. A pessoa deve refletir quais são os sentimentos essenciais que ela estará ganhando quando da realização do seu objetivo.

9) O que impede a pessoa de realizar os objetivos: fatores egóicos impeditivos. Este fatores serão conhecidos através do autoconhecimento que proporciona o auto-encontro, isto é, perceber em si mesmo as dificuldades egóicas para poder transmutá-las, transformando fatores impeditivos em alavancas valiosas de impulsionamento ao crescimento.

10) Que recursos são necessários para se realizar o objetivo. É importante lembrar que existem os recursos internos que são as qualidades essenciais e os externos.

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11) Ao realizar um objetivo há sempre duas possibilidades acertar ou errar. Buscar através de uma atitude de flexibilidade, estabelecer alternativas para cada passo a ser dado na realização do objetivo, tendo sempre a atitude de responsabilidade e jamais a de se culpar, quando praticar algum ato equivocado. A flexibilidade e responsabilidade devem acontecer quando ocorre um erro. Ser flexível e responsável para aprender com o erro. Ao errar sempre se perguntar o que aconteceu para que esse erro ocorresse? Sempre refletir sobre o equívoco para aprender com ele e buscar acertar na próxima vez. Tantas vezes quantas forem necessárias.

Tendo definido nosso objetivo de maneira específica e positiva, precisamos dar o primeiro passo. Se você acha que algo o impede de realizar seu objetivo, pense nos recursos que você já tem disponíveis hoje, isto é, todas as suas capacidades e habilidades. E lembre-se: há muitas alternativas.

Já imaginou como você se sentirá quando tiver alcançado este objetivo?

Após definir os seus objetivos, para certificar-se de que viverá de acordo com o seu ideal de vida, o seu desafio consiste em viver diariamente pelo seu objetivo. Sua vida cotidiana lhe dá a oportunidade de mudar o seu modo de vida com um objetivo: viver um dia de cada vez, estando plenamente consciente do seu propósito em tudo o que faz e buscando sempre o verdadeiro sentido da sua vida.

Fig. 7 – Formulação de objetivos

EXERCÍCIO: FORMULAÇÃO DE OBJETIVOS

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1 – O que você quer (estado desejado). Você pode escolher uma situação limitante que você tenha para trabalhar. Por exemplo: “quero sentir confiante em uma situação em que eu tenha de falar em público”. O programador repete: “então o que você deseja é x”. Sujeito fica alerta para incongruências durante a repetição.

2 – Como você saberá que conseguiu ou que estou conseguindo o objetivo? (evidências)

Ex:“eu me sentirei confortável, interessado nas pessoas que estarão me escutando e serei capaz de falar claramente, sem usar notas.”

3 – Onde, quando, com quem você quer realizar isto? (contexto)

Ex: “eu quero isto sempre que estiver falando para mais de 6 pessoas, fazendo uma apresentação sobre um material que eu conheço”. (breve recapitulação)

4 - Este objetivo pode afetar negativamente a sua vida ou a vida de outras pessoas; alguém ou alguma coisa pode ser prejudicado ao realizar o objetivo?

5 – Você sente que este objetivo é possível de ser realizado?

6 – Quais ganhos secundários você terá que abrir mão para realizar o objetivo?

7 – Que benefícios estará ganhando verdadeiramente com a realização do objetivo?

8 – O que o impede de alcançar o objetivo desejado?

9 – Que recursos são necessários para a realização do objetivo?

10 – Existe mais de uma maneira de alcançar o objetivo? Que alternativas você tem para a sua realização?

EXERCÍCIO – PLANEJAMENTO PESSOAL

RELATE SEUS PAPÉIS E METAS COM RELAÇÃO A ELES:

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MISSÃO PESSOAL:

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VALORES PESSOAIS:

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OBJETIVOS PESSOAIS:

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Liderança e Trabalho em Equipe – Parte I

EXERCÍCIO PRÁTICO II – DEFININDO E REVENDO AS PRIORIDADES

A MATRIZ DA ADMINISTRAÇÃO DAS ATIVIDADES NO TEMPO

Urgente Não Urgente

I MPO

R TA

N TE

I – Atividades Imprescindíveis: II - Atividades Relevantes:

N

Â

O

I MPO

R TA

N TE

III – Atividades irrelevantes IV – Atividades Inúteis e insignificantes

PARTE I I – L iderança E Trabalho Em Equipe

Bibliografia

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Liderança e Trabalho em Equipe – Parte I

Cerqueira, Alírio F. – A arte da competência essencial – um método revolucionário para se desenvolver a inteligência emocional – 1ª ed. – Ed. Totalidade - 2002

Goleman, Daniel – Inteligência Emocional – 59ª ed. Ed. Objetiva – Rio de Janeiro – 1995. Trabalhando com Inteligência Emocional – 1ª Ed. – Ed. Objetiva – Rio de

Janeiro – 1999.

Weisinger, Hendrie – Inteligência Emocional no Trabalho – 1ª Ed. – Editora. Objetiva - Rio de Janeiro – 1997.

Goldm, John PhD com Claire, Juan de – Inteligência Emocional- A Arte de Educar Nossos Filhos- 9ª Ed. – Editora Objetiva – Rio de janeiro – 1997

Stephen, Covey – Os Sete Hábitos das Pessoas Muito Eficazes - Editora Best Seller – 1992

Facirolli, Margareth de Souza – Apostila Curso de Gerencia e Liderança em 5 módulos – 2ª edição – 2002

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