licenciamento dos empreendimentos em operação (leo)

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Licenciamento dos Empreendimentos em Operação (LEO) ESTUDO AMBIENTAL Região Econômica do Recôncavo Sul Tomo III – PROGNÓSTICO AMBIENTAL Setembro/2005

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Licenciamento dos Empreendimentos em

Operação (LEO)

ESTUDO AMBIENTAL

Região Econômica do Recôncavo Sul

Tomo III – PROGNÓSTICO AMBIENTAL

Setembro/2005

COORDENAÇÃO GERAL _____________________________ Lyse Panelli de Castro Meira Bióloga – CRBIO 27.532/5D COORDENAÇÃO TÉCNICA _____________________________________ Alex Ramos Pereira Biólogo – CRBIO 27.639/5-D EQUIPE TÉCNICA ______________________________ Miguel Ângelo Fontes dos Reis Geólogo/Pedólogo – CREA 34.408/D _______________________________________ Maíse Silva Santana dos Santos Bióloga/Flora – CRBio 27.979/5-D _______________________________ Lyse Panelli de Castro Meira Bióloga/Fauna – CRBIO 27.532/5D _______________________________ Alex Ramos Pereira Biólogo/Fauna – CRBIO 27.639/5-D _______________________________ Oberdan Coutinho Nunes Médico Veterinário – CRMV 2446 _______________________________ Wiltércia Silva de Souza Historiadora

ÍNDICE

TOMO III – PROGNÓSTICO AMBIENTAL

1.0 Método de Avaliação E Ponderação dos Impactos 04

1.1 Introdução 04

1.2 Diretrizes Gerais 06

1.3 Objetivo 13

1.4 Metodologia e Metodos 14

1.4.1 Identificação dos Impctos 18

2.0 Impactos dos Empreendimentos em Operação da Região

Econômica do Recôncavo Sul 20

2.1 Lista dos impactos 20

3.0 Matrizes 42

3.1 Matriz de Avaliação de Impacto 42

3.2 Matriz de Interação 44

4.0 Conclusões 46

4

Tomo III - IMPACTOS DOS EMPREENDIMENTOS EM

OPERAÇÃO (LEO) DA REGIÃO ECONÔMICA DO

RECÔNCAVO SUL

Os estudos realizados para o Licenciamento de Empreendimentos em

Operação (LEO) da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia – COELBA

têm com objetivo apontar os principais impactos das linhas de transmissão e

distribuição de energia elétrica e subestações localizadas na Região Econômica

do Recôncavo Sul, no Estrado da Bahia, bem como apresentar propostas para

a implantação de medidas mitigadoras e compensatórias, a fim de reduzir ou

mesmo cessar os impactos verificados.

1.0 MÉTODO DE AVALIAÇÃO E PONDERAÇÃO DOS

IMPACTOS

1.1 INTRODUÇÃO

Os debates sobre os limites e as formas como a humanidade vem agindo

sobre os diversos ecossistemas da Terra começaram a ser mais estimulados a

partir do século XIX, com o advento da revolução industrial e tecnológica,

quando as intervenções humanas tornaram-se mais intensas, promovendo

drásticas mudanças ambientais.

Foram esses debates que levaram à elaboração, em diversos países, de

políticas e leis que contemplassem a questão ambiental, apesar de inúmeros

empreendimentos já se encontrarem instalados e a desativação destes ser,

também, muito danosa, ou mesmo impossível sob a ótica econômica e social.

5

Da mesma forma, aqui no Brasil, grande parte dos empreendimentos que se

encontram em operação não passaram pelo devido processo de Licenciamento

Ambiental, envolvendo a elaboração de estudos específicos para cada

empreendimento, contemplando o diagnóstico da área de inserção do mesmo

e ainda as devidas medidas mitigadoras e compensatórias. A realização prévia

desses estudos garante a implantação e operação de empreendimentos de

forma que promovam o menor impacto possível em relação aos meios físico,

biótico e antrópico.

Em função desse passivo ambiental da Coelba, gerado pela implantação da

sua rede de Linhas de Distribuição e de Transmissão e Subestações, foi

aprovado através da Resolução CEPRAM Nº 2.287 de 28/04/2000, a Norma

Técnica NT-001/2000 e seus anexos I e II, que dispõe sobre o Processo de

Licenciamento Ambiental das Linhas de Transmissão e Linhas de Distribuição

de Energia Elétrica, no Estado da Bahia. Para os empreendimentos já em

operação na data de publicação da lei n° 3.858 em 03 de novembro de 1980,

fica estabelecido que a regularização se dará a partir da Licença de Operação

(LO).

Esse processo além de permitir a regularização ambiental dos

empreendimentos já implantados também permitiu a avaliação dos seus

impactos, tendo como meta principal, corrigir e melhorar o processo de gestão

ambiental.

6

1.2 DIRETRIZES GERAIS

A gestão ambiental1 está intimamente relacionada com o estabelecimento de

padrões de qualidade, os quais são determinados pela capacidade de suporte

de um ambiente específico, e também pelas opções de uso que uma sociedade

faz sobre os sistemas naturais e/ou recursos ambientais.

Alguns conceitos e métodos de avaliação de impacto são recentes e até o

momento nenhuma metodologia consensual foi estabelecida. Algumas linhas

gerais estão sendo preconizadas pela ISO 14.040 baseada, sobretudo, nas

premissas estabelecidas pelo SETAC2. Estes procedimentos determinam que o

processo seja realizado em três etapas:

- Classificação

- Caracterização

- Avaliação

Na primeira, deve-se determinar as categorias que permitem classificar os

fatores de impacto. A segunda consiste em quantificar e agregar os fatores de

impacto em categorias e, na terceira, são as categorias que podem ser

agregadas ou hierarquizadas.

Um dos instrumentos mais eficientes nos processos de gestão ambiental é a

Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), e por isso é necessária uma melhor

compreensão desse processo de avaliação, visto sua grande importância para

a manutenção do equilíbrio ambiental.

1 O termo Gestão Ambiental pode ser entendido como as técnicas e instrumentos ambientais que visam minimizar os impactos negativos ao meio ambiente, bem como otimizar os positivos. 2 Society of environmental toxicology and chemistry. A conceptual Framework for Life-Cycle Impact Assessment. 1993.

7

Impactos ambientais são definidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente –

CONAMA (Resolução Nº 1 de 23 de janeiro de 1986) como “quaisquer

alterações nas características físicas, químicas ou biológicas do ambiente,

causadas por qualquer forma de matéria ou energia derivada das atividades

humanas, e que possam, direta ou indiretamente, afetar a saúde, segurança e

o bem-estar da população, as atividades econômicas e sociais; a biota; as

condições estéticas e sanitárias; e a qualidade dos recursos ambientais”.

Neste conceito notamos que as AIAs devem incluir as dimensões da

manutenção da capacidade suporte dos ecossistemas, conservação da

qualidade do ambiente, além dos valores sócio-culturais, econômicos e

institucionais.

Segundo Munn (1975) - a AIA é ao mesmo tempo um instrumento e um

processo de caráter técnico-científico, que tem por objetivo identificar,

interpretar e prever as conseqüências, de uma dada ação humana, sobre o

meio ambiente.

Um outro instrumento também bastante utilizado em gestão, e muito mais

abrangente é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), até mesmo em razão de a

AIA ser uma das partes componentes do mesmo. A necessidade de realização

deste tipo de estudo teve inicio nos EUA – NEPPA, por decisão da justiça

daquele país, na década de 70. Outros países, como o Canadá e a Nova

Zelândia, começaram com o uso desse instrumento por decisão do gabinete, e

atualmente a sua aplicação é garantida por Lei.

A instituição, no Brasil, da Avaliação de Impacto Ambiental ocorreu através da

Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, Nº 6.938 de 31/08/81, tendo como

destaque os itens III e IV do Art. 9º, que tratam respectivamente: da

8

avaliação de impactos ambientais, e do licenciamento e revisão de atividades

efetiva ou potencialmente poluidoras.

A Resolução CONAMA 01/86, acima citada, estabeleceu também os critérios

básicos e as diretrizes gerais para o uso e implementação da Avaliação de

Impacto Ambiental, definindo: conceito de impacto ambiental, lista das

atividades sujeitas a Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório

de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), diretrizes e atividades técnicas, critérios de

apresentação do RIMA e Audiência Pública, esta normatizada através da

resolução CONAMA 09/87.

A Constituição Federal de 1988 condicionou a necessidade de estudo prévio de

Impacto Ambiental, no inciso IV do Art. 225.

A Resolução CONAMA 237/97 veio atualizar alguns conceitos e técnicas

necessárias ao sistema de licenciamento, introduziu o conceito de Estudos

Ambientais III, do Art. 1º, alterou os Artigos 3º e 7º da Resolução 001/86,

apresentando no anexo I as Atividades/Programas/Planos e Projetos sujeitos

ao licenciamento ambiental, dentre as quais pode-se destacar os Serviços de

utilidade – energia elétrica.

No âmbito Estadual, a Lei mais recente e a Nº 7.799 de 07/02/2001, que

institui a Política Estadual de Administração dos Recursos Ambientais e dá

outras providências, na Seção VII – Da Avaliação de impacto Ambiental,

estabelece no seu:

Art. 32 – As obras, atividades e empreendimentos, públicos ou privados, bem

como planos, programas, projetos e políticas públicas setoriais, suscetíveis de

9

causar impacto no meio ambiente, devem ser objeto de avaliação de impacto

ambiental;

Art. 33 – O licenciamento ou autorização de obras, atividades e

empreendimentos suscetíveis de causar impacto ambiental deve ser instruído

com a realização de estudos ambientais.

Recentemente o Conselho Estadual de Meio Ambiente - CEPRAM aprovou uma

nova Norma dos Procedimentos de Avaliação de Impacto Ambiental através da

Resolução de Nº 2.929 de 18/01/02 - NORMA TÉCNICA Nº 01/02, que tem

como objetivo o estabelecimento de critérios e procedimentos para subsidiar o

processo de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA, para os

empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente

causadoras de significativa degradação do meio ambiente, bem como as

demais atividades passíveis de estudos ambientais.

Assim, a vigência das leis ambientais brasileiras criou parâmetros para os

Estudos de Impactos Ambientais – EIA e Avaliação de Impacto Ambiental,

tornando-os importantes instrumentos de informação, previsão e negociação,

na tentativa de minimizar os danos ambientais causados ao ambiente,

colaborando para o desenvolvimento sustentável do país.

Todas as linhas e subestações da COELBA são projetadas de acordo com as

normas estabelecidas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

No entanto, algumas situações observadas nas linhas e subestações

aparentam causar riscos às populações residentes nas proximidades das

mesmas, tais como subestações localizadas dentro do perímetro urbano,

postes de madeira, proteção das subestações com cercas de arame farpado e

etc. Assim inicialmente será feita uma abordagem sobre alguns aspectos

10

técnicos para desmistificar riscos de acidentes em situações observadas em

campo.

A) Construções Contíguas à Subestação – A malha de aterramento de

todos os equipamentos instalados nas subestações é projetada de forma a

dissipar todas as descargas elétricas, para não afetar a área contígua à

subestação, ou seja, se houver algum problema de descarga elétrica dentro da

subestação ela será dissipada antes de atingir as edificações circunvizinhas. É

válido ressaltar que embora existam construções contíguas às áreas de

subestações não há registros de acidentes por descarga elétrica nas mesmas

com terceiros.

B) Automatização das Subestações – Os aspectos para implantação da

automação das subestações apresentam conseqüências positivas e negativas:

Conseqüências Positivas: maior quantidade e qualidade de informações

operacionais; redução no custo de instalação e implantação devido ao menor

número de painéis, relés auxiliares e cableados; menor ocupação do espaço

existente nas salas de comando das subestações; maior número de funções e

recursos disponíveis; redução da manutenção; e redução no tempo de

atendimento a ocorrências.

Conseqüências Negativas: não é necessária a permanência de funcionários nas

subestações, reduzindo, assim, os postos de trabalho.

Como todo sistema programável, a segurança geral depende do projeto, das

parametrizações, dos critérios operacionais, dos padrões adotados, da

qualidade dos equipamentos e do treinamento dos funcionários. Existe uma

grande flexibilidade na utilização dos sistemas de automação e atualmente,

11

com a possibilidade de aplicação do controle distribuído, qualquer recurso

relativo à segurança é possível de ser adotado. Um outro aspecto positivo da

automação relativo a segurança geral é a ausência do homem nos processos

de risco, como abrir e fechar localmente os disjuntores.

A quantidade e qualidade de informações operacionais já justificariam a maior

confiabilidade no sistema. Hoje, em qualquer ocorrência de anormalidade, é

possível levantar à distância os gráficos de Corrente, Tensão e Freqüência,

sinais digitais, analógicos, posições de disjuntores e chaves, alarmes e etc;

durante o intervalo de qualquer perturbação. Todos os dispositivos de

automação são dotados de auto-diagnose e softwares de detecção de falhas.

Novos postos de trabalho estão sendo criados, porém a cada dia se exige

maior especialização do trabalhador. Postos de trabalho passíveis de sofrer

automatização, e que não precisam de maior qualificação profissional, como

no caso de operação local de subestação, passam por uma redução drástica no

número de trabalhadores alocados, tendendo à extinção.

C) Pára-raios – São dispositivos destinados a proteger o equipamento

elétrico contra sobretensões transitórias elevadas, e a limitar a duração e

freqüentemente a intensidade da corrente subseqüente. Estão de acordo com

definições da NBR 5470 e 5456, 5460, 6369 e 5424 e suas Técnicas de

utilização seguem a NBR 14039 – ITEM 8.3.

Os pára-raios devem ser escolhidos de acordo com a tensão nominal do

sistema a proteger, atendendo aos valores máximos e mínimos, e de modo

que sua tensão nominal seja coordenada com o nível de isolamento da rede.

12

Na escolha dos pára-raios a serem empregados, deve ser considerada a

condição do neutro do sistema em relação à terra, determinada pelas

características do sistema considerado.

Todas as fases de um sistema devem ser protegidas pela instalação de pára-

raios. Os pára-raios devem ser instalados nos seguintes pontos de um

sistema:

- nas saídas de postos geradores;

- nas entradas e saídas de postos de transformação,medição,controle e

utilização;

- nos pontos de mudanças de impedância característica das linhas;

- nos pontos de ligação de linhas aéreas com subterrâneas;

- nos pontos finais da linha.

Na instalação de pára-raios devem ser observadas as exigências desta Norma

relativas às condições de segurança de serviço e condições de ligação à terra.

D) Postes de Madeira – Os poste de madeira também são de utilização

normatizada e o risco que representam é o mesmo de um poste de concreto

se não for realizada a manutenção devida. Eles seguem as normas vigentes na

NBR 8456 e EB1490.

Algumas empresas reconhecem no poste de eucalipto uma boa alternativa

frente a outras, primeiramente por razões econômicas, seguidas pelo fato de

apresentarem inúmeras vantagens relacionadas ao transporte e manuseio,

além de ser obtido de recursos naturais renováveis. As indicações de uso mais

freqüentes são para as redes de eletrificação e telefonia, por possuírem

confiabilidade e durabilidade e atenderem às exigências da norma ABNT. As

13

principais vantagens são: durabilidade semelhante ao poste de concreto,

facilidade no transporte e menor impacto sobre o meio ambiente, em relação

aos postes de concreto. As principais desvantagens são: tratamento da

madeira tóxico para o meio ambiente, preocupações com o reflorestamento

(monocultura) e aspecto visual aparentemente pior (visto que a cultura

nordestina é do uso de postes de concreto). Os Estados Brasileiros com

maiores índices de eletrificação rural são justamente aqueles que adotaram os

postes de madeira como padrão (Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa

Catarina).

E) Campos Eletromagnéticos – diversos autores, nacionais e internacionais,

concordam que os estudos desenvolvidos com humanos, até o presente

momento, não apresentam nenhum tipo de alteração que indique a influência

dos campos eletromagnéticos na saúde dos indivíduos (BULCÃO, COUTINHO &

SOUZA, 1998; HUUSKONEN, 1998; KHEIFETS et al, 1995). Em documento

recente (em Anexo) produzido pela Eletrobrás e CEPEL, os autores ressaltam a

importância do treinamento da equipe da empresa para quando surgirem

dúvidas na comunidade acerca da questão.

1.3 OBJETIVO

A proposição do presente trabalho é identificar os impactos potenciais

decorrentes dos Empreendimentos em Operação (LEO) de Energia Elétrica

implantadas pela COELBA, assim como a Avaliação dos Impactos Ambientais

(AIA) em pontos onde as mesmas necessitem de alterações e prognóstico,

com base em metodologia apresentada ao Centro de Recursos Ambientais

(CRA) e aprovada pelo mesmo.

14

1.4 METODOLOGIA E MÉTODOS

Os métodos de AIA são variados, usados de acordo com o tipo de Estudos

Ambientais, dos quais destaca-se: DELPHI, CHECK LIST, MATRIZES,

SUPERPOSIÇÃO DE CARTAS TEMÁTICAS, REDES e MODELOS DE SIMULAÇÃO,

em geral utiliza-se uma combinação de 02 ou mais métodos.

A investigação, na elaboração do diagnóstico, dos impactos gerados em

função das diferentes atividades desenvolvidas na operacionalização das

Linhas de Transmissão e Distribuição de energia foi fundamental para a

escolha do método(s) a serem aplicado(s) no processo de avaliação dos

impactos ambientais.

Assim, na escolha do método optou-se pela divisão do presente estudo em

duas etapas: na primeira serão considerados os impactos dos

Empreendimentos em operação (LEO). Na segunda etapa, quando couber,

serão avaliados os impactos das mudanças sugeridas, a partir da elaboração

de cenários em função das modificações propostas e ações previstas,

considerando as alterações, grau e fragilidade dos ecossistemas atingidos.

Ogilvy (1992) sugere que o estudo do futuro deve visar a construção de

cenários do dever ser, em que os critérios valorativos são explicitados e

defendidos desde o começo do processo, isto é, cenários normativos com

múltiplas interpretações do presente, devendo estarem ancorados em valores

e mutações.

Para a elaboração dos estudos das primeira e segunda etapas, será levado em

consideração os padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 0001/86,

assim a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) será dividida em três fases:

15

identificação dos impactos potenciais; descrição, análise, classificação e

valoração dos impactos (lista de impactos e montagem da matrizes); e as

sugestões de medidas mitigadoras e/ou maximizadoras, considerando-se em

separado a análise para os meios físico, biótico e sócio econômico.

Para identificação dos principais Impactos Potenciais, a construção de cenários

sobre as alterações propostas para os Empreendimentos em Operação (LEO),

levará em consideração o diagnóstico para os meios físico, biótico e antrópico,

reuniões e discussões técnicas com os membros da equipe responsável pela

elaboração do diagnóstico, visita de campo nos pontos mais críticos do

empreendimento levantados no diagnóstico e análise de situações similares

citadas na bibliografia específica.

Esta metodologia proporcionará a identificação de fatores que tenham alta

probabilidade de ocorrência, permitindo com isto o aperfeiçoamento na adoção

de técnicas e medidas que venham a contribuir com o melhor planejamento

das ações.

Na elaboração da Lista de Impactos, primeiramente foram elencados os

impactos mais significativos existentes ao longo dos empreendimentos

analisados. Posteriormente estes são descritos, classificados e propostas

medidas mitigadoras e maximizadoras.

Para a Classificação foram adotados os seguintes aspectos:

Importância

Positivo Quando uma ação resulta na melhoria de um ou mais fatores ambientais.

Negativo Quando a atividade resulta em situação adversa para um ou mais fatores ambientais.

16

Natureza Direto Quando resulta de uma simples relação causa – efeito.

Indireto Quando é uma relação secundária em relação à ação. É parte de uma cadeia de reações.

Periodicidade Temporário Quando um efeito só dura determinado período de tempo.

Cíclico Quando o efeito possui recorrência em função das atividades desenvolvidas.

Permanente Quando o efeito dura por tempo indeterminado.

Reversibilidade

Reversível Quando o ambiente afetado pelo impacto, gerado pela atividade, pode retornar a condição anterior.

Irreversível Quando o ambiente impactado, não pode retornar a condição anterior.

Duração Imediato Quando o impacto ocorre logo em seguida à ação. Médio prazo Quando o impacto tem uma duração mais prolongada. Longo prazo Quando o impacto se faz presente por um extenso período.

Probabilidade de Ocorrência Ocorrência remota Quando é muito pequena a probabilidade de ocorrer o impacto. Ocorrência provável Quando é quase certa a ocorrência do impacto. Certeza de ocorrência Quando existe a certeza da ocorrência do impacto. Ocorrido Quando o impacto já está estabelecido.

Extensão Local Quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações.

Regional Quando um efeito se propaga por uma área além das imediações onde se dá a ação.

Estratégico Quando ocorre em uma área definida do empreendimento alcançando um efeito prolongado.

São apresentadas, neste estudo, duas matrizes:

A) Matriz de Avaliação de Impacto onde são relacionados os impactos,

sendo atribuídos valores de acordo com a importância/magnitude, extensão e

duração.

17

Importância/magnitude

Traduz o significado do impacto existente aliado a sua dimensão. Adotou-se

uma escala de valores variando de 1 a 5, podendo ser positivo (+) ou negativo

(-), permitindo desta forma expressar, em um único índice, a grandeza,

importância e a natureza do impacto.

Escala de Valores 5 muito alto 4 alto 3 médio 2 baixo 1 insignificante

Duração

Considerada segundo a persistência do impacto no ambiente.

Escala de Valores

1 Atribuído aos impactos temporários, ou que ocorrerão em um curto espaço de tempo.

2 Atribuído aos impactos que persistirão por um período mais dilatado, mesmo cessando a ação.

3 Atribuído aos impactos que persistem por um período indeterminado.

Extensão

Para ponderar a extensão do impacto, levou-se em consideração a área de

influência, adotando uma variação de 1 a 3 na escala de valores descrita

abaixo:

Escala de Valores

1 Impactos cuja influência se faz sentir localmente, nas proximidades da ação causadora.

2 Impactos cuja influência se faz sentir além do local da ação impactante.

3 Impactos cuja influência dá-se a nível regional, ultrapassando os limites da área de influência indireta.

18

B) A Matriz de Inter-Relação, trata-se de um quadro analítico onde será

listada a inter-relação entre os prováveis impactos, sua ponderação nas

diferentes etapas do empreendimento, considerando-se o meio físico, biótico e

antrópico.

Na Matriz de Avaliação de Impacto são apresentados os principais impactos

potenciais para os meios físico, biótico e antrópico sendo estes ponderados,

considerando-se a sua importância/magnitude; duração e extensão, com e

sem a adoção de medidas mitigadoras ou maximizadoras, conforme quadro

abaixo:

Mitigado / Maximizado Não Mitigado / Não Maximizado

Parâmetros Imp./Mag

(-3 a +3)

Duração

(1 a 3)

Extensão

(1 a 3) Total

Imp./Mag

(-3 a +3)

Duração

(1 a 3)

Extensão

(1 a 3) Total

Meio

Impacto

Total

Na matriz de interação são apresentados os impactos para os meios físico,

biótico e antrópico em relação às atividades desenvolvidas nas diferentes fases

considerando a magnitude e importância.

1.4.1 Identificação dos Impactos

Para avaliação dos impactos para a Região do Recôncavo Sul realizaram-se

visitas de campo nos período de 19 a 25 de maio de 2005, para fazer uma

amostragem da atual situação das linhas de transmissão e distribuição de

energia elétrica e subestações em operação. Nesta incursão, foram detectados

e avaliados os impactos, procedendo com a avaliação daqueles considerados

19

como principais, sendo registrado sua importância, causas, localização e

intensidade, além de avaliação quanto as possíveis medidas a serem adotadas

para a mitigação dos mesmos.

20

2.0 IMPACTOS DOS EMPREENDIMENTOS EM OPERAÇÃO DA

REGIÃO ECONÔMICA DO RECÔNCAVO SUL

Neste item será apresentada a Lista dos principais impactos observados em

campo, sua avaliação e a matriz de impactos.

2.1 LISTA DOS IMPACTOS

1) Riscos de acidentes em Subestações e Pontos de Transformação devido a

danos ou ausência de muros ou cercados.

2) Manutenção da integridade da rede com substituição de estruturas

danificadas.

3) Riscos de acidentes com pessoas e animais domésticos que ocupam

edificações situadas próximos ou na faixa de segurança das LT’s.

4) Riscos de acidentes com pessoas associadas ao setor elétrico.

5) Riscos de interrupções do sistema elétrico por imperícia e por falta de

manutenção da faixa de servidão ou equipamento.

6) Riscos de acidentes em Subestações e Pontos de Transformação devido à

falta de sinalização.

7) Fornecimento de energia.

8) Geração de emprego.

21

1) IMPACTO

Riscos de acidentes em Subestações e Pontos de Transformação devido a

danos ou ausência de muros ou cercados.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

De modo geral, as subestações da Região Econômica do Recôncavo Sul

apresentam-se muradas ou cercadas por arame farpado, porém durante os

trabalhos de campo verificou-se que as SE’s de Nazaré e Cruz das Almas

apresentavam abertura no muro, podendo facilitar o acesso de pessoas e

animais ao local (Foto 01 A e B), enquanto que a SE São Roque apresentava

muro com altura que permite o acesso de pessoas ao interior da mesma (Foto

02). Na SE Amargosa foi verificado que a estrutura da parte inferior do portão

de acesso à referida SE estava danificada (Foto 03).

Foto 01 – A) Abertura no muro da SE Nazaré. B) Parte do muro da SE Cruz das Almas com abertura localizada próximo à caixa da Embasa. Situação que pode facilitar o acesso de

pessoas e animais nas áreas das SE’s.

A) B)

22

Foto 02 - Muro muito baixo da SE São Roque, o que facilita a entrada de pessoas na área.

Foto 03 - Parte inferior do portão de acesso a SE Amargosa com estrutura danificada

23

CLASSIFICAÇÃO:

Direto, Negativo, Temporário, Reversível, Imediato, Ocorrência Provável,

Local.

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS

• Priorizar a manutenção dos limites das subestações acima descritas para

devida reparação dos muros e cercas eliminando assim o risco de

invasão ao seu interior.

• Intensificar o uso de placas de sinalização quanto aos riscos de

acidentes em áreas de Subestações e Pontos de Transformação.

2) IMPACTO

Manutenção da integridade da rede com substituição de estruturas

danificadas.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

É prática comum da Coelba efetuar substituição de estruturas e equipamentos

que se apresentem defeituosos, no momento da implementação do Programa

de Manutenção de Linhas de Distribuição e Transmissão. Durante a excursão

de campo foi verificado no município de Santa Terezinha uma estrutura

danificada e com suas ferragens expostas (Coordenada Geográfica 24L

latitude 443641.161 e longitude 8588497.95), provavelmente devido a

ocorrência de uma colisão automobilística (Foto 04). A estrutura nesta

condição pode tombar e por em risco a segurança dos transeuntes, além de

promover a interrupção do fornecimento de energia elétrica.

24

Foto 04 – LD do município de Santa Terezinha com estrutura danificada e ferragens expostas.

CLASSIFICAÇÃO

Direto, Negativo, Temporário, Reversível, Curto Prazo, Ocorrido, Regional.

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS

• Substituição da estrutura citada no Município de Santa Terezinha;

• Dar continuidade ao Plano de Manutenção de Linhas de

Distribuição/Transmissão na Região do Recôncavo Sul.

3) IMPACTO

Riscos de acidentes com pessoas e animais domésticos que ocupam

edificações situadas nas próximas ou na faixa de segurança das LT’s.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

Segundo a Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 5422/Fev.

1985, em seu item 10.1.1. “as distâncias de segurança são os afastamentos

mínimos recomendados do condutor e seus acessórios energizados e

quaisquer partes, energizadas ou não, da própria linha, do terreno ou dos

25

obstáculos atravessados”. Os empreendimentos da COELBA estabelecem essas

faixas de segurança, porém na Região do Recôncavo Sul verificou-se a invasão

de faixa em linhas dos municípios de Santo Antônio de Jesus, Nazaré, São

Miguel das Matas e Ubaíra. Em Santo Antonio de Jesus foi observado a invasão

de faixa de servidão de uma linha em 69 kV na saída da SE, na qual existem

edificações já implantadas (Coordenada Geográfica 24L latitude 526922.684 e

longitude 8591839.034) (Foto 05).

Foto 05 - Invasão de faixa de servidão de uma linha em 69 kV na saída de SE Santo Antonio de Jesus.

No município de Nazaré, na saída da LT 69 KV Nazaré - Valença verificou-se a

ocorrência de invasão de faixa próximo a estrutura metálica 0/3 (Coordenada

Geográfica 24L latitude 497580.877 e longitude 8558504.277) que é utilizada

como varal para secagem roupas (Foto 06).

26

Foto 06 - Invasão de faixa da estrutura metálica 0/3 da LT 69 kV Nazaré – Valença, no município de Nazaré. Estrutura sendo utilizado como varal.

No município de São Miguel das Matas, em frente a Igreja Matriz, existe uma

construção (Coordenada Geográfica 24L latitude 450549.149 e longitude

8557614.073) muito próxima, tanto da rede primária quanto da secundária

(Foto 07). A construção encontra-se a menos de 50 cm da rede secundária o

que expõe os moradores e/ou trabalhadores a risco de acidente.

Na chegada do município de Elísio Medrado, na linha de distribuição em 13,8

kV, que atende a sede Municipal (Coordenada Geográfica 24L latitude

442756.274 e longitude 8568650.035), foram observadas construções

residenciais dentro da sua faixa de servidão (Foto 08). Essas construções

locadas muito próximas à linha de distribuição em 13,8 kV coloca em risco os

moradores que ocupam estas residências.

27

Foto 07 - Construção a menos de 50cm do poste de iluminação no Município de São Miguel das Matas.

Foto 08 - Invasão da faixa de servidão de alimentador na sede do município de Elísio Medrado.

No município de Ubaíra também foi observada a invasão da faixa de servidão

do alimentador da sede municipal e parte da zona rural (Coordenada

Geográfica 24L latitude 427543.986 e longitude 8533787.625) (Foto 09).

28

Ainda no município de Ubaíra, no povoado de Jenipapo (Coordenada

Geográfica 24L latitude 422494.719 e longitude 8534922.258), mais

precisamente no ponto de apoio rodoviário, a faixa de servidão foi invadida e

atualmente encontra-se instalada uma construção comercial e outra

residencial (Fotos 10 a 12).

Foto 09 – Outro exemplo de invasão da faixa de servidão de alimentador na sede do município de Elísio Medrado.

Foto 10 – Invasão da faixa de servidão de alimentador na sede do município de Ubaíra.

29

Foto 11 – Outro exemplo de invasão da faixa de servidão de alimentador na sede do

município de Ubaíra.

Foto 12 – Mais um exemplo de invasão da faixa de servidão de alimentador na sede do

município de Ubaíra

30

CLASSIFICAÇÃO

Direto, Negativo, Temporário, Reversível, Curto Prazo, Ocorrência Provável,

Local.

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIA

• Expandir para a Região do Recôncavo Sul os programas: “COELBA na

Comunidade” e “Projeto SOS Energia – A Corrente da Vida”;

• Dar continuidade ao Plano de Manutenção das Linhas de Transmissão

envolvendo, dentre outras ações, controle de ocupação das faixas de

servidão;

4) IMPACTO

Riscos de acidentes com pessoas não associadas ao setor elétrico

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

Durante os trabalhos de campo foi verificado que a população subestima os

riscos inerentes ao setor elétrico. É fato que a COELBA vem desenvolvendo

campanhas publicitárias, procurando informar a população em geral e advertir

para este tipo de risco, no entanto, a população por imperícia ou

simplesmente por desconsiderar estas advertências põe em risco a si mesma e

a terceiros.

Nos municípios de Cabeceiras do Paraguaçu (Coordenada Geográfica 24L

latitude 487430.503 e longitude 8609281.355) e Castro Alves foram

observadas pessoas inabilitadas e sem equipamentos de segurança, fazendo

manutenção na rede secundária nas proximidades de suas residências (Foto

13).

31

Foto 13 – No município de Cabeceiras do Paraguaçu pessoa inabilitada e sem equipamentos de segurança mexendo numa linha de distribuição, com risco de acidente e morte.

Na margem da BA 001 ligando Santo Amaro a Subaúma, no trecho do

acampamento do “Movimento dos Sem Terra” foi verificado que duas

bandeiras do Movimento estavam dispostas muito próximas à linha de

distribuição em 13,8 kV que atende Subaúma e ainda apresentavam uma

altura superior a rede, fato que pode promover risco de acidentes com os

acampados e com pessoas que trafegam próximo ao local se as bandeiras

encostarem na rede pela ação de vento ou por queda acidental das mesmas

(Foto 14).

32

Foto 14 - Bandeiras do “Movimento dos Sem Terra” hasteadas com bambu, próximas à linha de distribuição que atende Subaúma.

CLASSIFICAÇÃO

Direto, Negativo, Temporário, Reversível, Curto Prazo, Provável Ocorrência,

Local.

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS

• Expandir para a Região do Recôncavo Sul os programas: “COELBA na

Comunidade” e “Projeto SOS Energia – A Corrente da Vida”;

• Dar continuidade ao Plano de Manutenção das Linhas de

Transmissão/Distribuição para a Região Econômica do Recôncavo Sul;

5) IMPACTO

Riscos de interrupções do sistema elétrico por imperícia e por falta de

manutenção da faixa de servidão ou equipamentos

33

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

Na margem da BA 001 ligando Santo Amaro a Subaúma, no trecho do

acampamento do “Movimento dos Sem Terra” foi verificado que duas

bandeiras do Movimento estavam dispostas muito próximas à linha de

distribuição em 13,8 kV que atende Subaúma e ainda apresentavam uma

altura superior a rede, fato que pode promover risco de acidentes com os

acampados e com pessoas que trafegam próximo ao local se as bandeiras

encostarem na rede pela ação de vento ou por queda acidental das mesmas

(Foto 14).

Ao longo da BA 001 no ponto de Coordenada Geográfica 24L latitude

527228.191 e longitude 8605332.084) existe uma “cerca viva” que está muito

próxima à rede elétrica.

Na chegada da sede municipal de Conceição do Almeida existe uma cajazeira

(Spondias sp. L- Anacardiaceae) que ultrapassou a rede primária (Foto 15);

pode-se observar que os galhos já estão encostando nos fios.

Foto 15 - Cajazeira (Spondias sp - Anacardiaceae) ultrapassando a rede de manutenção da cidade de Conceição do Almeida.

34

Na estrada de Amargosa – São Miguel das Matas (Coordenada Geográfica 24L

latitude 448271.454 e longitude 8560259.048) foi utilizado árvores do tipo

eucalipto (Eucalyptus globulus - Myrtaceae) como “quebra-vento” e os galhos

estão encostados à rede primária (Foto 16).

Foto 16 - Estrada de Amargosa – São Miguel das Matas. Eucalipto (Eucalyptus globulus - Myrtaceae) utilizado como “quebra-vento” e os galhos estão encostados à rede primária.

Durante a excursão de campo foram observadas linhas de distribuição com

elevada incidência de bromélias (Tilanndsia recurvata L. - Bromeliaceae) nos

fios secundários (Foto 17). A ocorrência dessas planta nas linhas é bastante

comum nas seguintes cidades: Ubaíra, Itatim (Coordenada Geográfica 24L

latitude 424243.112 e longitude 8595029.31), Milagres (Coordenada

Geográfica 24L latitude 405905.111 e longitude 8577861.447), Brejões, Jorge

Sales (povoado de Amargosa) e Elísio Medrado. A presença das bromélias nas

linhas pode ocasionar o apodrecimento dos fios e/ou aumento de parasitas

que podem ocasionar o desgaste mais rápido do alumínio e conseqüente

quebra do fio. Uma vez que ocorra a quebra do fio neutro, este cai sobre os

35

demais e causa curto-circuito, o que pode ocasionar queima nos equipamentos

domésticos e outros danos a população em geral.

Aparentemente o sistema de limpeza atual (arraste com tubos plásticos com

fios na ponta) não tem surtido o efeito desejado. A técnica do arraste não

possibilita que todas as raízes da bromélia sejam retiradas, o que ocasiona

apodrecimento dos fios e/ou rebrota das plantas, ou seja, o problema não é

resolvido completamente.

Foto 17 – Linhas de distribuição com bromélias. A) Município de Milagres e B) Município de Brejões.

CLASSIFICAÇÃO

Direto, Negativo, Temporário, Reversível, Curto Prazo, Ocorrência Provável,

Local.

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS

• Expandir para a Região do Recôncavo Sul os programas: “COELBA na

Comunidade” e “Projeto SOS Energia – A Corrente da Vida”;

• Dar continuidade ao Plano de Manutenção das Linhas de

Transmissão/Distribuição para a Região Econômica do Recôncavo Sul;

A B

36

6) IMPACTO

Riscos de acidentes em Subestações e Pontos de Transformação devido à falta

de sinalização.

DESCRIÇÃO DO IMPACTO

As placas de sinalizações e advertências são regulamentadas por normas

técnicas (NBR5422/85) e nas subestações elas estão localizadas na parte

externa dos muros e cercas que as isolam. Durante as atividades de campo

foram identificadas algumas subestações que não atendiam às exigências de

sinalização. Dentre as falhas encontradas destacam-se: ausência de placa de

identificação da respectiva SE (SE Santo Amaro – Foto 18), placas quebradas

e/ou apagadas (SE Santo Antônio de Jesus, SE Nazaré, SE São Roque, SE São

Felipe, SE Castro Alves, SE Santo Amaro, SE Muritiba, SE Cruz das Almas e SE

Milagres – Fotos 19 A e B, 20, 21 e 22 A e B) e ausência de placas de

identificação e de sinalização de advertência em seu entorno (SE Santo

Antônio de Jesus, SE Castro Alves e SE Santo Amaro).

Este impacto foi verificado nas SE’s: Santo Antonio de Jesus (Coordenada

Geográfica 24L latitude 472617.172 e longitude 8566343.701), Nazaré

(Coordenada Geográfica 24L latitude 497710.373 e longitude 8558823.187),

São Roque (Coordenada Geográfica 24L latitude 516200.644 e longitude

8578046.351), São Felipe (Coordenada Geográfica 24L latitude 488632.445 e

longitude 8580108.127), Castro Alves (Coordenada Geográfica 24L latitude

454401.086 e longitude 8589184.462), Santo Amaro (Coordenada Geográfica

24L latitude 530089.756 e longitude 8613449.602), Muritiba (Coordenada

Geográfica 24L latitude 500120.841 e longitude 8605020.82), Cruz das Almas

(Coordenada Geográfica 24L latitude 487844.714 e longitude 8599853.235), e

37

Milagres (Coordenada Geográfica 24L latitude 409707.477 e longitude

8578919.364).

Foto 18 - SE Santo Amaro sem placa de identificação.

Foto 19 – A) SE Santo Antônio de Jesus B) SE Nazaré. Ambas com placa de uso de EPI apagadas.

A B

38

Foto 20 – SE Nazaré com uma placa de sinalização apagada e outra escondida por vegetação.

Foto 21 – Se Cruz das Almas com placa de advertência apagada.

39

Foto 22 – SE Cruz das Almas. A) Ausência de placa de advertência e B) Placa de identificação pichada.

CLASSIFICAÇÃO

Direto, Negativo, Temporário, Reversível, Curto Prazo, Ocorrência Remota,

Local.

MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS:

• Intensificação do Programa de manutenção das SE’s da Região

Econômica do Recôncavo Sul;

• Substituição das placas não resistentes a intempéries por outras

confeccionadas com material adequado;

• Substituir, sempre que possível, os cabos das linhas de distribuição por

cabos multiplexados, uma vez que não foi verificada a ocorrência de

bromélias neste tipo de cabo em nenhuma das cidades visitadas.

A B

40

7) IDENTIFICAÇÃO DO IMPACTO

Fornecimento de energia.

DESCRIÇÃO

Atualmente a COELBA atende a 188.824 consumidores em toda a Região do

Recôncavo Sul, distribuídas entre as classes: consumo próprio, residencial,

comercial outros, industrial, poder público total, iluminação pública, rural

irrigação, rural outros e serviços públicos de água/esgoto. Este fornecimento

de energia viabiliza e otimiza atividades econômicas, serviços públicos e

melhores condições de vida para a população, entre outros benefícios. O

turismo, como uma das principais atividades econômicas regionais depende

diretamente desta energia elétrica. A COELBA ainda participa do “Programa

Luz para Todos” um Programa instituído pelo Governo Federal, através do

Ministério de Minas e Energia, com apoio financeiro e técnico da Eletrobrás,

com o objetivo de promover melhorias sócio-econômicas das áreas rurais do

país, considerando o seu baixo índice de eletrificação rural.

CLASSIFICAÇÃO

Positivo, Direto, Permanente, Irreversível, Longo Prazo, Certeza de

Ocorrência, Regional.

PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MAXIMIZADORAS

• Dar continuidade ao Programa Luz para Todos para a Região.

41

8) IDENTIFICAÇÃO DO IMPACTO

Geração de emprego.

DESCRIÇÃO

A construção e manutenção das linhas de energia elétrica na Região do

Recôncavo Sul têm como um dos pontos positivos a geração de empregos.

Para beneficiar a população regional é prática da COELBA, requisitar, na

medida do possível, trabalhadores dos próprios locais onde as obras são

realizadas.

CLASSIFICAÇÃO

Positivo, Direto, Permanente, Reversível, Longo Prazo, Certeza de ocorrência,

Regional.

PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MAXIMIZADORAS

• Manter a política trabalhista de recrutamento, quando possível, de

pessoal da região.

42

3.0 MATRIZES

3.1 MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO

Não mitigado/não maximizado Mitigado/maximizado

Imp/Mag Imp/Mag Parâmetros/Impactos

(-5 a +5)

Duração (1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total (-5 a +5)

Duração (1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

1)Riscos de acidentes em subestações e Pontos de Transformação devido a danos ou ausência de muros ou cercados.

-3 1 1 -3 -1 1 1 -1

2)Manutenção da integridade da rede com substituição de estruturas danificadas.

+3 2 2 +12 +5 2 2 +20

3) Riscos de acidentes com pessoas e animais domésticos que ocupam edificações situadas próximos ou na faixa de segurança das LT's.

-2 3 1 -6 -1 3 1 -3

4) Riscos de acidentes com pessoas associadas ao setor elétrico

-3 3 1 -9 -2 3 1 -6

5) Riscos de interrupções do sistema elétrico por imperícia e por falta de manutenção da faixa de servidão ou equipamentos.

-3 3 1 -9 -2 3 1 -6

43

Não mitigado/não maximizado Mitigado/maximizado

Imp/Mag Imp/Mag Parâmetros/Impactos

(-5 a +5)

Duração (1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total (-5 a +5)

Duração (1 a 3)

Extensão (1 a 3)

Total

6) Riscos de acidentes em Subestações e Pontos de Transformação devido à falta de sinalização.

-2 1 2 -4 1 1 2 +2

7) Fornecimento de energia. +4 3 3 +36 +5 3 3 +45 8) Geração de emprego. +2 2 1 +4 +2 2 1 +4

TOTAL +21 +55

44

3.2 MATRIZ DE INTERAÇÃO

MEIO

FÍSICO MEIO

BIÓTICO MEIO

ANTRÓPICO

1) Riscos de acidentes em Subestações e Pontos de

Transformação (PT’s) devido à falta de sinalização.

2) Manutenção da integridade da rede com substituição de

estruturas danificadas.

3) Riscos de acidentes com pessoas e animais domésticos que

ocupam edificações situadas próximos ou na faixa de segurança

das LT’s.

4) Riscos de acidentes com pessoas associadas ao setor elétrico.

5) Riscos de interrupções do sistema elétrico por imperícia e por

falta de manutenção da faixa de servidão ou equipamento.

6) Riscos de acidentes em Subestações e Pontos de

Transformação (PT’s) devido à falta de sinalização.

45

MEIO

FÍSICO MEIO

BIÓTICO MEIO

ANTRÓPICO

7) Fornecimento de energia.

8) Geração de empregos.

LEGENDA:

MAGNITUDE IMPORTÂNCIA

Insignificante POSITIVO Baixo

Médio NEGATIVO

Alto Muito Alto

46

4.0 CONCLUSÕES

A Avaliação de Recôncavo Sul indica que os empreendimentos não apresentam

implicações ambientais significativas, principalmente quando mitigados os

impactos negativos e maximizados os impactos positivos.

A avaliação de impacto ambiental aponta que os maiores problemas

observados estão relacionados com o uso e ocupação o solo, e os impactos

negativos são em sua maioria bastante pontuais e de possível resolução.

Observou-se ainda que o fornecimento de energia correspondeu ao impacto

mais significativo, pois o bom fornecimento de energia é fundamental para o

funcionamento e desenvolvimento das atividades econômicas,

desenvolvimento da agroindústria e melhoria da qualidade de vida das

populações.

Aliado a importância dos serviços prestados pela Coelba, a empresa ainda

atua em compromisso com a sociedade, agregando, dentro do seu programa

de Responsabilidade Social, ações educacionais, ambientais e culturais e

integra aos seus serviços peculiaridades das diversas regiões da Bahia.

Nesse sentido, a adoção das medidas mitigadoras e maximizadoras sugeridas

aumentam significativamente os impactos positivos e anulam os impactos

consideravelmente negativos, indicando que o empreendimento é

Ambientalmente Viável.