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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Subsecretaria de Regularização Ambiental Superintendência Regional de Meio Ambiente Central Metropolitana 0148564/2019 24/07/2019 Pág. 1 de 93 Superintendência Regional de Meio Ambiente Central Metropolitana SUPRAM CM Rua Espírito Santo N.º 495 Centro Belo Horizonte MG Cep: 30.160-030 Telefax: (31) 3228 - 7700 PARECER ÚNICO N.º073/2019 (Protocolo SIAM 0452363/2019) INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO: Licenciamento Ambiental 28047/2014/001/2015 Sugestão pelo Indeferimento FASE DO LICENCIAMENTO: Licença de Operação Corretiva -LOC VALIDADE DA LICENÇA: --- PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO: Outorga 30128/15 Autorizada EMPREENDEDOR: Empabra Mineração Pau Branco Ltda CNPJ: 17.157.082/0003-47 EMPREENDIMENTO: Empabra Mineração Pau Branco Ltda CNPJ: 17.157.082/0003-47 MUNICÍPIO(S): Belo Horizonte ZONA: Urbana COORDENADAS GEOGRÁFICAS (DATUM) LAT/Y 19° 56’ 16.89” S LONG/X 43° 53’ 12.06” O LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: X INTEGRAL X ZONA DE AMORTECIMENTO X USO SUSTENTÁVEL NÃO BACIA FEDERAL: Rio São Francisco BACIA ESTADUAL: Rio das Velhas UPGRH: SF5 SUB-BACIA: Córrego Taquaril CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 217/17): CLASSE A-02-03-8 LAVRA A CEU ABERTO SEM TRATAMENTO OU COM TRATAMENTO A SECO 3 A-05-01-0 UNIDADE DE TRATAMENTO DE MINERAIS A-05-02-9 OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA (PÁTIOS DE RESÍDUOS E PRODUTOS E OFICINAS) A-05-04-5 PILHAS DE REJEITO/ ESTÉRIL F-06-01-7 POSTOS REVENDEDORES, POSTOS DE ABASTECIMENTO, INSTALAÇÕES DE SISTEMAS RETALISTAS E POSTOS FLUTUANTES A -05-05-3 ESTRADAS PARA TRANSPORTE DE MINÉRIO/ESTÉRIL CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO: Elisa Monteiro Marcos - bióloga CRBio 044665/04-D ART 2016/18640 / ART 2018/03297 Felipe Eduardo Rodrigues de Freitas - biólogo CRBio 080541/04-D ART 2015/07628 Fred Vinícius Rodrigues Ribeiro - geólogo CREA MG 089963-D ART 14201500000002717182 José Augusto Miranda Scalzo CRBio 062517/04-D ART 2015/07621 Mariana Gomide Pereira - geóloga CREA MG 94.220/D ART 14201600000003153726 Nívio Tadeu Lasmar Pereira - geólogo CREA MG 28783/D ART 14201600000003153760 Roberta Soares Guimarães Zago - geógrafa CREA MG 126635/D ART 14201600000003154466

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0148564/2019 24/07/2019

Pág. 1 de 93

Superintendência Regional de Meio Ambiente Central Metropolitana – SUPRAM CM Rua Espírito Santo N.º 495 – Centro – Belo Horizonte – MG – Cep: 30.160-030 – Telefax: (31) 3228 - 7700

PARECER ÚNICO N.º073/2019 (Protocolo SIAM 0452363/2019)

INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:

Licenciamento Ambiental 28047/2014/001/2015 Sugestão pelo Indeferimento

FASE DO LICENCIAMENTO: Licença de Operação Corretiva -LOC VALIDADE DA LICENÇA: ---

PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO:

Outorga 30128/15 Autorizada

EMPREENDEDOR: Empabra Mineração Pau Branco Ltda CNPJ: 17.157.082/0003-47

EMPREENDIMENTO: Empabra Mineração Pau Branco Ltda CNPJ: 17.157.082/0003-47

MUNICÍPIO(S): Belo Horizonte ZONA: Urbana

COORDENADAS GEOGRÁFICAS

(DATUM) LAT/Y 19° 56’ 16.89” S LONG/X 43° 53’ 12.06” O

LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:

X INTEGRAL X ZONA DE AMORTECIMENTO X USO SUSTENTÁVEL NÃO

BACIA FEDERAL: Rio São Francisco BACIA ESTADUAL: Rio das Velhas

UPGRH: SF5 SUB-BACIA: Córrego Taquaril

CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 217/17): CLASSE

A-02-03-8 LAVRA A CEU ABERTO SEM TRATAMENTO OU COM TRATAMENTO A SECO

3

A-05-01-0 UNIDADE DE TRATAMENTO DE MINERAIS

A-05-02-9 OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA (PÁTIOS DE RESÍDUOS E PRODUTOS E OFICINAS)

A-05-04-5 PILHAS DE REJEITO/ ESTÉRIL

F-06-01-7

POSTOS REVENDEDORES, POSTOS DE ABASTECIMENTO, INSTALAÇÕES DE SISTEMAS

RETALISTAS E POSTOS FLUTUANTES

A -05-05-3 ESTRADAS PARA TRANSPORTE DE MINÉRIO/ESTÉRIL

CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO:

Elisa Monteiro Marcos - bióloga

CRBio 044665/04-D

ART 2016/18640 / ART 2018/03297

Felipe Eduardo Rodrigues de Freitas - biólogo CRBio 080541/04-D

ART 2015/07628

Fred Vinícius Rodrigues Ribeiro - geólogo

CREA MG 089963-D

ART 14201500000002717182

José Augusto Miranda Scalzo CRBio 062517/04-D

ART 2015/07621

Mariana Gomide Pereira - geóloga

CREA MG 94.220/D

ART 14201600000003153726

Nívio Tadeu Lasmar Pereira - geólogo CREA MG 28783/D

ART 14201600000003153760

Roberta Soares Guimarães Zago - geógrafa CREA MG 126635/D

ART 14201600000003154466

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Superintendência Regional de Meio Ambiente Central Metropolitana – SUPRAM CM Rua Espírito Santo N.º 495 – Centro – Belo Horizonte – MG – Cep: 30.160-030 – Telefax: (31) 3228 - 7700

RELATÓRIO DE VISTORIA:

AF n°115595/2018

AF nº 111584/2018

AF n° 107359/2019

AF n° 107405/2019

DATA:

01/12/2017

01/12/2017

10/07/2019

09/07/2019

EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA

Aline Alves de Moura- Analista Ambiental - Coordenadora 1.093.406-5

Isabel Pires Mascarenhas Ribeiro de Oliveira - Coordenadora 1.468.112-6

Thais Dias de Paula – Gestora Ambiental 1.366.746-4

Priscilla Martins Ferreira – Gestora Ambiental 1.367.157-3

Rodrigo Soares Val – Gestor Ambiental 1.148.246-0

Constança Sales Varela de O. Martins Carneiro – Gestora

Ambiental/Jurídico 1.344.812-1

De acordo:– Lília Aparecida de Castro – Diretora Regional de Apoio

Técnico 1.389.247-6

De acordo: Philipe Jacob de Castro Sales – Diretor de Controle

Processual 1.365.493-4

1.Resumo

Trata-se de pedido de Licença de Operação Corretiva, classe 3, para o

empreendimento EMPABRA - Mineração Pau Branco Ltda, localizado no município

de Belo Horizonte, formalizado em 09/10/2015 junto a esta superintendência por

meio do Processo Administrativo (PA) COPAM N. º 28047/2014/001/2015 (Protocolo

0988184/2015).

O empreendimento iniciou processo para Recuperação das Áreas Degradadas junto

à Secretaria Municipal de Belo Horizonte, no qual foi emitido o Certificado de

Autorização n°128/2008 pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente aprovando o

Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) apresentado pela EMPABRA.

Contudo, a regularização das atividades exercidas pelo empreendimento, passíveis

de licenciamento foi avocada pelo Estado em 2015, por recomendação do Ministério

Público Estadual (ofício 024/2015) e após lavratura de Auto de Fiscalização com

consequente Auto de Infração (AI), na qual ficou constatada a realização de Lavra a

Céu aberto com beneficiamento a seco de minério de ferro sem a devida licença

ambiental, conforme DN 74/2004, vigente à época.

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Superintendência Regional de Meio Ambiente Central Metropolitana – SUPRAM CM Rua Espírito Santo N.º 495 – Centro – Belo Horizonte – MG – Cep: 30.160-030 – Telefax: (31) 3228 - 7700

Durante a tramitação do processo na SUPRAM CM, o empreendimento operou por

meio de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), solicitado na mesma data de

formalização do Processo Administrativo (Protocolo R0493679/2015), no qual foi

aditado por duas vezes. O TAC visou a continuidade das atividades de recuperação

ambiental da área, conforme PRAD aprovado pela Prefeitura de Belo Horizonte

(PBH), concomitante à atividade de produção mineral, limitada a poligonal do DNPM

n° 7227/1957 e volume máximo de 1,5 M t/ano.

Durante a análise da implantação do PRAD, detectou-se que o projeto não foi

cumprido conforme determina o documento aprovado, principalmente no que tange

ao projeto proposto para a área próxima à Seção 02 - Proj., permitindo a exposição

do solo a processos erosivos e demais formas de impactos, bem como não foram

cumpridas todas as medidas de controle ambiental obrigatórias às atividades do

empreendimento.

A própria matriz de impactos físicos constante no EIA/RIMA (quadro 12.2) informa

como um dos impactos decorrentes da atividade a alteração da morfologia do relevo

e da paisagem e pontua como ação ambiental a reabilitação das áreas por meio da

execução das atividades previstas, ou seja, o empreendedor reconhece o impacto,

embora não tenha executado na íntegra as ações necessárias a total reabilitação

das áreas.

Quanto ao cumprimento das cláusulas do 2º aditivo ao TAC, o empreendedor deixou

de cumprir parte das obrigações impostas no documento, o que levou ao

cancelamento do referido ajuste.

Houve descumprimento das obrigações impostas no ofício 02/2019 SUPRAM de 08

de janeiro de 2019, desatendendo ao prazo máximo para a retirada do minério

armazenado em pátio, bem como não foram apresentados os relatórios mensais à

SUPRAM CM.

As informações complementares no âmbito do processo administrativo, solicitadas

por meio do ofício n°1580/2018 SUPRAM CM, não foram cumpridas integralmente,

deixando o empreendedor de apresentar as manifestações conclusivas do IPHAN, e

IEPHA, bem como deixou de apresentar a Declaração de Conformidade da

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

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Ainda foi averiguado durante a análise do processo que há divergências de

informações quanto ao recorte da Área de Influência Direta (AID) do meio

socioeconômico prestadas no EIA e no Plano de Educação Ambiental (PEA), os

quais geram dúvidas quanto à confiabilidade de dados prestados e quais seriam as

comunidades realmente impactadas pelo empreendimento, bem como na matriz de

avaliação dos impactos no meio socioeconômico. Alguns impactos não foram

apontados e identificados ou apresentados com as interpretações vagas e

ambíguas.

Por fim, as atividades da EMPABRA foram suspensas por meio do Auto de

Fiscalização n° 107359/2019 como ato continuo à vistoria realizada em 06 de junho

de 2019, com determinação de retorno imediato e célere das obras de recuperação

ambiental do empreendimento, conforme PRAD aprovado. A execução das obras

emergenciais e de recuperação foi determinada pelo órgão ambiental por diversas

vezes durante a tramitação do processo administrativo.

Desta forma, tendo em vista que o empreendimento não apresentou um bom

desempenho ambiental, mesmo estando em uma área de enorme importância

cultural e ambiental e tendo sido comunicado oficialmente por diversas vezes sobre

a urgência na adoção de medidas de controle ambiental e na execução das obras de

recuperação das áreas degradadas previstas no PRAD, a SUPRAM Central

Metropolitana sugere o indeferimento do pedido de LOC para o empreendimento

EMPABRA - Mineração Pau Branco Ltda.

Informa-se ainda que não cabe neste parecer o detalhamento das operações

minerárias propostas pelo empreendimento, visto a sugestão da equipe pelo

indeferimento do processo de licenciamento.

2. Introdução

Este parecer único visa subsidiar o julgamento do pedido de licença de operação em

caráter corretivo para as atividades listadas abaixo para o empreendimento

EMPABRA MINERAÇÃO PAU BRANCO, localizado no município de Belo Horizonte,

MG.

Conforme a Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004, tal empreendimento é

classificado como classe 3 e instruído ao processo de Licença de Operação em

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Caráter Corretivo com apresentação de Relatório de Controle Ambiental (RCA) e

Plano de Controle Ambiental (PCA), conforme FOB nº 0763362/2015, no qual foi

posteriormente reorientado com a apresentação de Estudo de Impacto

Ambiental/Relatório de Impacto ambiental (EIA/RIMA) por meio do Ofício de

Informação Complementar n°1580/2017 SUPRAM CM.

O empreendimento formalizou processo de Licença de Operação em caráter

Corretivo, no dia 07 de agosto de 2015 (Protocolo R423392/15) junto à SUPRAM

Central, para a mina Corumi, Grupamento Minerário DNPM nº.007.227/1953.

As atividades vinculadas ao licenciamento, conforme DN COPAM Nº74/2004, são:

CÓDIGO DN 74/08

OBJETO DO LICENCIAMENTO PARAMETRO QUANTIDADE

UNIDADE MEDIDA

A-02-03-8 LAVRA SUBTERRÂNEA SEM TRATAMENTO OU COM TRATAMENTO A SECO.

Produção Bruta 1.500.000 Ton/ano

A -05-05-3 ESTRADAS PARA TRANSPORTE DE MINÉRIO/ESTÉRIL

Extensão 10 km

A-05-02-9 OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA (PÁTIOS DE RESÍDUOS E PRODUTOS E OFICINAS)

Área útil 20 ha

A-05-04-5

PILHAS DE REJEITO/ ESTÉRIL Área útil 5 ha

A-05-01-0

UNIDADE DE TRATAMENTO DE MINERAIS

Produção 1.500.000 Ton/ano

F-06-01-7

POSTOS REVENDEDORES, POSTOS

DE ABASTECIMENTO INSTALAÇÕES DE

SISTEMAS RETALISTAS E POSTOS

FLUTUANTES

Capacidade total

de armazenagem

45 m³

Quadro 1: atividades vinculadas ao PA

O presente Parecer único foi subsidiado pela análise técnica da documentação

constante no PA 28047/2014/001/2015, vistorias/fiscalizações na área e em outros

documentos emitidos por órgão oficiais e protocolados nesta SUPRAM.

2.1 Contexto Histórico

Segundo informado nos estudos ambientais apresentados pela empresa, as

atividades de mineração tiveram início no final da década de 1950. As atividades

ocorreram até 1991, momento que a PBH as interditou devido a proposta de

Tombamento Municipal da Serra do Curral. No decorrer do tempo, a paralização

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gerou um grande passivo ambiental na área, uma vez que as medidas de controle

não foram devidamente implementadas pelo empreendimento.

Em 1996, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou Inquérito Civil

Público – ICP nº 04/1996 com objetivo de equacionar o grande passivo ambiental

que se encontrava na área.

Em julho de 2006, a EMPABRA MINERAÇÃO PAU BRANCO LTDA celebrou junto

ao MPMG, com a interveniência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo

Horizonte (SMMA BH), Termo de Transação Civil (Autos do Processo nº

0024.0577826-2), cujo objetivo foi a implantação de medidas de recuperação, bem

como de medidas emergenciais, e ainda pagamento pelos danos ambientais

causados na área (Fazenda Corumi).

Ainda, por meio desse termo, a EMPABRA ficou obrigada a recuperar a área

degradada, com medidas consubstanciadas em PRAD, o qual deveria ser aprovado

pelo Conselho de Meio Ambiente de Belo Horizonte (COMAM).

Em dezembro de 2008 o COMAM autorizou o PRAD apresentado e foi concedido o

Certificado de Autorização PBH nº 128/2008, ficando o empreendimento autorizado

por meio de licenciamento municipal a dar início a suas atividades no local.

Nesse mesmo ano, a empresa solicitou junto a Promotoria de Justiça de Defesa do

Meio Ambiente e Patrimônio Histórico Cultural e Habitação e Urbanismo, a

comercialização do minério estocado, oriundo das explotações realizadas durante a

implantação do PRAD, necessária ao retaludamento e reconformação da área,

conforme projeto aprovado pela SMMA BH, com a justificativa de inviabilidade

econômica na recuperação ambiental da área.

No mês de março do ano de 2009, a EMPABRA assinou Termo de Aditivo de

Transação Civil junto ao MPMG, com a finalidade de comercializar os produtos

obtidos com a retirada dos finos existentes no local, podendo ainda, retirar e

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comercializar, tão somente, o minério necessário ao retaludamento e reconformação

topográfica da área, conforme previsto no PRAD aprovado pelo COMAM.

Em 17 de julho de 2014, a SMMA BH, solicitou por meio do ofício EXTER/GELA

2025/14, a apresentação de projetos para subsidiar a execução do PRAD

inicialmente autorizado na área impactada da Antiga Mina Granja Corumi. Dentre

eles, foram solicitados o modelo geológico do corpo de minério, os projetos

executivos de retaludamento e de drenagem e um plano para retirada de minério “in

situ”. A EMPABRA elaborou os estudos solicitados e protocolou junto a SMMA BH.

Em 04 de março de 2015, por meio do Ofício GAB-SMMA/EXTER/648-15, a SMMA

BH respondeu a EMPABRA se posicionando, a priori, favorável aos novos projetos

apresentados.

Em 13 de março de 2015 a SMMA BH enviou ao empreendedor a declaração GAB-

SMMA/EXTER/0794-15 informando que vinha realizando vistorias e reuniões

periódicas e que, conforme vistoria realizada em 10 de março de 2015, o

empreendedor vinha cumprindo as obrigações ambientais assumidas.

Nesse mesmo mês a Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa

das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba do MPMG enviou para a

Subsecretaria de Controle e Fiscalização Ambiental Integrada (SUFAI) o Ofício

024/2015/CRVP (Recomendação Conjunta nº 03/2015) solicitando adoção de

medidas para suspensão das atividades minerárias irregulares exercidas na Serra

do Curral, bem como a convocação ao licenciamento ambiental corretivo em nível

estadual.

Conforme Deliberação Normativa (DN) COPAM 74/2004 vigente à época a atividade

de recuperação ambiental relacionada a um PRAD era não passível de

licenciamento ambiental, porém a retirada do minério “in situ” concomitante a

recuperação caracteriza lavra, atividade passível de licenciamento ambiental

conforme código “A-02-03-8 Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a

seco – minério de ferro”. O fato da lavra ser realizada concomitantemente à

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recuperação em nada modifica a obrigação normativa de regularização ambiental.

Lavra, com ou sem recuperação, era à época e continua sendo passível de

regularização ambiental.

No mesmo mês foi realizada fiscalização no empreendimento pela equipe da

Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), descrita no Auto de Fiscalização

(AF) nº 60879/2015, sendo confirmada a atividade de lavra a céu aberto com

tratamento a seco concomitante a recuperação ambiental.

Conforme AF supracitado, o material “in situ” era retirado apenas na poligonal DNPM

7227/1957. Na poligonal DNPM 3099/1958 ocorria reconformação topográfica

utilizando o próprio material, sem haver comercialização de minério. O

empreendimento foi autuado conforme Decreto Estadual 44.844/2008 vigente a

época, por operar sem a devida licença ambiental, por meio do AI nº 005553/2015.

Em 08 de julho de 2015 a SMMA BH enviou ao Secretário de Estado de Meio

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável o ofício GAB-SMMA/EXTER n°. 2161/15

informando que houve aditivo ao Termo de Transação incluindo a possibilidade de

retirada e comercialização de finos de minério e do minério “in situ” resultantes da

mobilização desses materiais necessária ao retaludamento e reconformação da área

conforme projeto aprovado pela SMMA BH.

Consta ainda nos autos do processo, ata de reunião datada de 28 de agosto de

2015, elaborada pelo MPMG, na qual ficou acordado com o empreendimento que

devido ao fato deste causar impactos a mais de um município, a competência do

licenciamento é estadual. Consta também o entendimento que se trata de uma

situação irregular a exploração de minérios fundamentada em PRAD, apesar de esta

ter sido a solução dada a época do licenciamento feito pela SMMA BH.

O processo foi avocado pelo Estado e em outubro de 2015 a empresa formalizou

processo de LOC junto a SUPRAM CM, PA nº 28047/2014/001/2015, para as

atividades e portes listados no FCEI nº R423392/2015 e FOBI nº 0763362/2015:

Lavra a Céu Aberto com Tratamento a Seco (A-02-03-8) – Produção Bruta de 1.500

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Superintendência Regional de Meio Ambiente Central Metropolitana – SUPRAM CM Rua Espírito Santo N.º 495 – Centro – Belo Horizonte – MG – Cep: 30.160-030 – Telefax: (31) 3228 - 7700

toneladas/ano; Unidade de Tratamento de Minério – UTM (A-05-01-0) – Produção

Bruta de 1.500 toneladas/ano; Pilhas de Estéril – PDE (A-05-04-5) – 5 ha; Obras de

Infraestrutura (A-05-02-9) – 20 há; Postos Revendedores (F-06-01-7) – 45 m3;

Estrada para Transporte de Minério (A-05-05-3) – 10 km. Este processo foi instruído

com RCA, PCA, PRAD e demais documentações solicitadas no FOBI.

Foi realizada nova fiscalização por parte da SUPRAM CM e em dezembro de 2015

foi assinado TAC com o empreendimento, conforme Decreto Estadual 44.844/2008

vigente à época. Este documento visava a continuidade das atividades de

recuperação da área concomitante à lavra, que já vinham sendo realizadas,

conforme estudos apresentados, incluindo PRAD. No TAC constou 10 (dez)

cláusulas e 22 (vinte e duas) medidas a serem adotadas pelo empreendedor.

Em 11 de agosto de 2016 o empreendedor pediu prorrogação do TAC. A SUPRAM

CM realizou a análise técnica dos cumprimentos das obrigações estabelecidas no

TAC anterior, bem como promoveu a fiscalização do empreendimento em 05 de

setembro de 2016, conforme AF nº 50043/16. A análise multidisciplinar concluiu pela

viabilidade de celebração de aditivo do TAC, uma vez que houve o cumprimento das

obrigações e não foram constatadas irregularidades em campo. O aditivo foi

assinado em 14 de dezembro de 2016, mantendo as obrigações do TAC inicial e

acrescentando 6 (seis) novas.

Em 14 de dezembro de 2017, em paralelo às ações iniciadas no âmbito do processo

de licenciamento ambiental, a SUPRAM CM concedeu aditivo ao mesmo TAC para

as atividades de recuperação e lavra concomitante impondo 14 (quatorze) novas

obrigações, incluindo dentre elas: “Garantir que as atividades inerentes ao

empreendimento não intervenham nem causem danos nas áreas do Parque

Estadual da Baleia e o Parque Municipal das Mangabeiras”, uma vez recebido em

24 de novembro de 2017 pela SUPRAM CM Laudo de Constatação 01/2017 – PE

Baleia emitido pelo gerente do Parque Estadual da Baleia.

Em 20 de dezembro de 2017 a DREG/SUPRAM CENTRAL encaminhou ofício (OF

N° 1580/17) solicitando Informações Complementares com o objetivo de obter

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esclarecimentos referentes ao empreendimento. O empreendedor protocolou

documentação referente ao cumprimento das informações complementares

constantes no OF1580/17, com destaque para o não atendimento aos itens 3, 4 e 5

do documento, sendo eles:

3.Apresentar Declaração de Conformidade da Prefeitura de Belo Horizonte

em que conste todas as atividades listadas no FOBI.

4.Apresentar manifestação conclusiva do IPHAN (a manifestação que

encontra-se nos autos faz referência expressa à “PRAD” que não é atividade

licenciável de acordo com a DN COPAM nº 74/04) sendo que deverá constar,

todas as atividades listadas no FOB 0763362/2015 A, em especial, lavra a

céu aberto de minério de ferro com processo instruído com EIA/RIMA.

5.Apresentar manifestação conclusiva do IEPHA (a manifestação que consta

nos autos foi realizada quando ainda não tinha sido definido o perímetro de

tombamento da Serra do curral, o que já ocorreu), sendo que deverá constar,

todas as atividades listadas no FOB 0763362/2015 A, em especial, lavra a

céu aberto de minério de ferro com processo instruído com EIA/RIMA.

Em 06 de junho de 2018 foi realizada no empreendimento fiscalização conjunta

entre Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

(SEMAD), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Instituto Estadual do

Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Minas Gerais (IEPHA) e Prefeitura

Municipal de Belo Horizonte (PBH), visando instruir o PA de Licenciamento

Ambiental e responder às demandas do MPMG, Poder Judiciário de Minas Gerais

(PJMG), Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e denúncias da população

registradas no Sistema de Denúncias do Sistema Estadual de Meio Ambiente

(SISEMA). Neste AF reforçou-se mais uma vez a obrigatoriedade de adoção de

medidas de controle ambiental e a execução integral das obras de recuperação das

áreas degradadas.

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Na formalização do PA 28047/2014/001/2015, o empreendedor havia protocolado

um PRAD e reiterou este PRAD como cumprimento de condicionante do primeiro

TAC.

Contudo quando comparado o projeto de recuperação final apresentado a PBH

com os projetos apresentados no âmbito do PA estadual, foi constatado que

todos os PRADs visam a mesma recuperação final, porém os dados

relacionados ao volume de movimentação de material necessário para

alcançar esta recuperação são muito divergentes.

No Relatório Técnico RL-190215_00 apresentado à PBH, foi prevista: “A

movimentação total será de 1.18Mm3 (3.13Mt), sendo 0.52Mm3 (1.5Mt) de

material para ser comercializado (minério) e 0,66m3 (1.63Mt) de material para

ser aterrado. ”

No Projeto Técnico apresentado no PA 28047/2014/001/2015, foi prevista: “A

movimentação total será de 2.43Mm3 (7.98Mt), sendo 1.68Mm3 (5.88Mt) de

material para ser comercializado (minério) e 0,75m3 (2.10Mt) de material para

ser aterrado. ”

Fazendo uma análise comparativa dos volumes de corte apresentados ao

Estado e à PBH, verifica-se que os volumes de corte apresentados ao Estado

foram muito superiores, conforme demonstrado nos quadros abaixo. Para o

Estado foi acrescentado um volume de 1.247.900m³ referente a “Escavação

para a regularização topográfica e nível de bordas dos sumps dentro do

DNPM7227/1957”. Este acréscimo do volume de corte não se justifica, uma vez

que ambos os projetos preveem a abertura dos mesmos sumps, com as

mesmas dimensões e conformação final.

A divergência de informações aconteceu também com os volumes de aterro

necessários para execução do projeto. Novamente este acréscimo não se

justifica devido ao fato de os projetos finais apresentados ao Estado e PBH

serem os mesmos.

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Quadro 2: Quadros 8.1 e 8.2: Volumes de corte e aterro apresentados no Relatório Técnico protocolado na SUPRAM CM como obrigação do primeiro TAC. Quadros 10-1 e 10-2: Volumes de corte e aterro apresentados no Relatório Técnico RL-190215_00

protocolado no âmbito do licenciamento municipal.

Em 15 de junho de 2018, a SUPRAM CM encaminhou ao empreendedor ofício

55/2018/DRCP/SUPRAM CM/SEMAD/SISEMA no qual determinou que a

EMPABRA se manifestasse em 10 (dez) dias acerca do conteúdo do Relatório

Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018, referente a fiscalização realizada em 06

de junho de 2018, que trouxe informações acerca da regularização ambiental do

empreendimento, além de questionar informações do PRAD apresentado e seu

integral cumprimento, respeitando o direito constitucional de contraditório.

O empreendimento respondeu ao ofício supracitado de maneira tempestiva através

do documento de protocolo SIAM R118449/2018.

Conforme descrito no Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018 e

reforçado pela própria EMPABRA em diversos protocolos realizados no âmbito do

PA 28047/2014/001/2015, o TAC assinado junto à SUPRAM CM visava a

continuidade das obras de recuperação que estavam sendo realizadas conforme

PRAD.

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O Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018 deixa bastante claro que os

órgãos ambientais questionaram o cumprimento dos PRADs apresentados pela

EMPABRA, principalmente em relação à “Seção 02-Proj”. Seguem textos retirados

do relatório:

“Quanto à situação atual da recuperação foi

verificado em campo que vem sendo realizadas

obras de recuperação no DNPM 3099/1958, porém

há indícios da empresa estar descumprindo o

projeto proposto para o Aterro 1, alvo da seção

vertical “Seção 02_Proj”. ”

“Como em todos os PRADs a área da “Seção

02_Proj” é destinada exclusivamente para a

recuperação ambiental com a instalação de um

aterro, não foi possível identificar justificativas

técnicas que levassem ao aprofundamento do perfil

topográfico constatado em fiscalização. ”

Todos os PRADs apresentados visavam a seguinte conformação final:

Fig 1: Projeto de reconformação final proposto pela EMPABRA

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Esse projeto de recuperação final foi apresentado a todo momento nos autos do

processo de Licenciamento Ambiental, PA 28047/2014/001/2015.

A EMPABRA enviou à SUPRAM CM o mesmo projeto final de recuperação na

formalização do Licenciamento Ambiental (2015), após primeiro TAC (2016),

após primeiro aditivo do TAC) e após segundo aditivo do TAC (2018).

Para a “Seção 02-Proj” este projeto visava a instalação de um aterro (Aterro 1)

com dois taludes e aproximadamente 35 (trinta e cinco) metros de projeção

horizontal:

Fig.2: Seção 02_Proj; Análise do Aterro 1 proposto pela EMPABRA

Esta seção é apresentada nos autos do processo de licenciamento ambiental, nos

Relatórios Técnicos citados acima, nas páginas: 847; 1263; 3118; 5798, 8138.

De todos os protocolos realizados vale destacar o Mapa de Arranjo Geral do

Empreendimento de Abril de 2018 da

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Fig.3: Mapa de Arranjo Geral do Empreendimento de Abril de 2018

Este mapa foi entregue em resposta ao Item 9 do Ofício Nº 1580/2017

DREG/SUPRAM CENTRAL/SEMAD/SISEMA, que solicitava:

“Apresentar Mapa de Uso e Ocupação do Solo

impresso e em formato digital (KML) da área que

compõe o empreendimento (ADA do

empreendimento), com delimitação das áreas de

APP definidas em lei (inclusive de topo de morro e

declividade, caso existam na área), remanescentes

de vegetação, uso antrópico, estruturas existentes

(cava, pilha) etc. com a devida legenda, conforme

Art. 30 da resolução Conjunta SEMAD/IEF nº

1.905/2013, acompanhado de Anotação de

Responsabilidade Técnica – ART”.

O empreendedor apresentou em abril de 2018 este mapa de uso de ocupação de

solo “contendo as estruturas existentes”, porém este mapa não retrata a situação

real que a área se encontrava. Este mapa é o mesmo apresentado a todo momento

como projeto final de recuperação, porém com legenda diferente.

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Foram listadas estruturas neste mapa que nunca existiram no empreendimento:

aterro na região da “Seção 02_Proj”, lavador de rodas, 2 (duas) baias de contenção

de sedimentos no interior da poligonal do DNPM 7227/1957, etc. Esta informação

pode ser comprovada com imagens de satélite, Autos de Fiscalização e documentos

protocolados pela própria EMPABRA.

Quanto ao aterro da “Seção 02_Proj”, a fiscalização de 06/06/2018 e as Figuras 12,

13, 14 e 15 do Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018 comprovam que

este não estava instalado dois meses após apresentação deste mapa de uso e

ocupação de solo. Anos após o cronograma aprovado.

As obras deste aterro foram solicitadas de maneira emergencial durante a

fiscalização do dia 06/06/2018, conforme descrito no AF 111584/2018 e no Relatório

Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018.

O próprio empreendedor confirmou esta solicitação no documento de protocolo

SIAM R0118449/2018:

“7. Contudo, considerando a vistoria técnica

conjunta realizada no dia 06/06/2018, pela equipe

SUPRAM CM, IEF, e órgãos do patrimônio histórico

e cultural municipal e estadual, foi solicitada pela

equipe técnica dos referidos que a EMPABRA

iniciasse de forma prioritária as atividades de

retaludamento, principalmente, a seção 2-Proj e

aterro 1, inseridas no quadrante 4, limítrofes ao

Parque Estadual da Baleia, a fim de garantir a

estabilidade dos taludes.

8. Sendo assim, logo após a vistoria técnica a

empabra deu início às ações prioritárias para

reconformação da seção 2-Proj e o detalhamento

das ações para recuperação ambiental do

quadrante 4, incluindo a seção 2-Proj, as quais

estão apontadas no “Cronograma das Obras de

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Reconformação Final da Área”, apresentando neste

relatório, em atendimento ao item 4 do Relatório

Técnico Conjunto, que ora se responde. ”

Quanto ao lavador de rodas, além das fiscalizações, a própria EMPABRA informou

no documento de protocolo SIAM R0118451/2018, em resposta à cláusula 7 do

segundo aditivo do TAC, que a metodologia escolhida para limpeza de rodas é a

instalação de trepidadores e estrutura de interceptação de drenagem.

No lugar do aterro e das baias de contenção de sedimentos, conforme bem

descrito no Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018, foi realizado

um grande rebaixamento topográfico nas proximidades da “Seção 02_Proj”,

inclusive fora da poligonal do DNPM 7227/1957.

Fig. 4: Área alvo de rebaixamento fora do DNPM 7227/1957 (amarelo)

Portanto, quanto ao cumprimento do PRAD, a SUPRAM CM concluiu que este

foi descumprido pela EMPABRA e que o documento apresentado não justifica

tecnicamente o aprofundamento do perfil topográfico nas proximidades da

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“Seção 02_Proj” e na região que se encontra fora da poligonal do DNPM

7227/1957.

Quanto à prestação de informações divergentes para à PBH e SUPRAM CM, a

EMPABRA informou no documento de protocolo SIAM R0118449/2018 que:

“Em outubro de 2015, tendo em vista a

formalização do processo de Licença de Operação

Corretiva (LOC) da Mina Corumi, junto a SUPRAM

CM, a EMPABRA apresentou, juntamente com os

estudos ambientais solicitados por esta secretaria,

um novo PRAD seguindo as mesmas premissas do

PRAD firmado junto a SMMA, com os mesmos

projetos de terraplanagem, drenagem pluvial,

estabilidade de taludes, todos considerados no

PRAD protocolados na SMMA.”

Porém, nos autos do PA 28047/2014/001/2015, documento de protocolo SIAM

R0295796/2017, de 21/11/2017, o empreendedor afirmou que o PRAD que vinha

sendo executado era o PRAD aprovado pela PBH:

“O atual processo de licenciamento ambiental –

LOC em análise, com operações amparadas pelo

TAC, refere-se a execução do PRAD aprovado pelo

COMAM;”

Quanto à diferença de volume, a EMPABRA informou no documento de protocolo

SIAM R0118449/2018:

“Contudo, a própria SUPRAM CM convocou e

orientou a EMPABRA para que, nos termos do

Formulário Integrado de Orientação Básica (FOBI),

realizasse a regularização ambiental, na esfera

estadual, da atividade desenvolvida no

empreendimento denominado Mina Corumi,

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classificada pela Deliberação Normativa da

COPAM n° 74/2004 (Lavra a Céu Aberto com

tratamento a seco (A-02-03-8); Unidade de

tratamento de Minério (A-05-01-0); Pilhas de estéril

-PDE (A-05-04-5); Obras de Infraestrutura (A-05-

02-9); postos revendedores (F-06-01-7); Estradas

de transporte de Minério (A-05-05-3)), limitada a

volume máximo de 1,5 milhão de tonelada/ano.

Neste sentido, a EMPABRA elaborou os estudos

ambientais e protocolou o processo de

regularização ambiental conforme orientação

expressa pelo FOBI, tendo complementado ao

projeto de terraplanagem, anexo ao PRAD,

volumes da reserva mineral inserida na poligonal

do DNPM n° 7227/1957, de sua titularidade,

previstas em estudos preliminares que orientaram a

elaboração do Plano de Aproveitamento

Econômico (PAE), protocolado em 2016, e

aprovado junto ao DNPM.”

A SUPRAM CM repugna as informações prestada pela EMPABRA, uma vez que

o FOBI é um documento gerado automaticamente conforme informações

declaratórias, prestadas pelo empreendedor, no Formulário de Caracterização

do Empreendimento (FCEI).

O FOBI era regulamentado à época pela Resolução SEMAD nº 412/2005 que

estabelecia a natureza do respectivo formulário, além disso, estabelecia de forma

objetiva a formalização de processo administrativo:

“Art. 1º - A orientação para requerimento de

Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos

e/ou para requerimento de Autorização para

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Exploração Florestal – APEF e/ou para

requerimento de Autorização para Intervenção em

Área de Preservação Permanente – APP, quando

vinculadas ao licenciamento ambiental ou à

Autorização Ambiental de Funcionamento – AAF ou

à emissão de Certidão de Dispensa de Autorização

Ambiental de Funcionamento ou de Licenciamento

Ambiental, serão emitidas em formulário

denominado Formulário de Orientação Básica

Integrado – FOBI.

Parágrafo único. - O Formulário de Orientação

Básica Integrado – FOBI, será emitido no prazo

máximo de 10 (dez) dias úteis com base nas

informações requeridas pelo empreendedor através

do Formulário Integrado de Caracterização do

Empreendimento – FCEI, documento exigível para

qualquer processo de licenciamento ou autorização

ambiental, bem como os de autorizações de uso de

recursos hídricos e intervenções em recursos

florestais.”

A responsabilidade pelo requerimento de atividades e portes é exclusiva do

empreendedor ao protocolar o FCEI.

Continuando na diferença de volumes, EMPABRA informa no documento de

protocolo SIAM R0118449/2018:

“Cabe ressaltar que o volume acrescido ao projeto

técnico de terraplanagem, considerando a atividade

de lavra na poligonal do DNPM n° 7227/1957, não

prejudica o atendimento das premissas iniciais

firmadas com a SMMA, uma vez que a geometria

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prevista autorizadas dentro da área do direito

minerário, a permitir o exercício de lavra pela

EMPABRA em uma área de 12ha, cujos recursos

são destinados para cumprimento da recuperação

da área total de 66 ha, nos termos estabelecidos no

acordo celebrado em 2009 com o MPMG.”

O volume de corte a ser comercializado apresentado ao Estado (1,68 milhões

de metros cúbicos) é 3,23 (três vírgulas vinte e três) vezes maior do que o

volume apresentado à PBH (0,52 milhões de metros cúbicos). Para ilustrar,

esta diferença de volume equivale ao volume de 464 (quatrocentos e sessenta

e quatro) piscinas olímpicas.

A SUPRAM CM discordou que a retirada deste volume “não prejudica o atendimento

das premissas iniciais formadas com a SMMA”. O grande rebaixamento não previsto

no PRAD, descrito no Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018 e demais

documentos dos autos do PA demonstram o contrário.

Em 06/06/2018 foi lavrado o AI 129039/2018, conforme códigos 109 e 128 do Anexo

I do Decreto Estadual 47.383/2018 por “Descumprir total ou parcialmente Termo

de Compromisso ou Termo ajustamento” e “Elaborar ou apresentar informação,

estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso, enganoso ou

omisso, seja nos sistemas oficiais de controle , seja no licenciamento, na outorga,

na autorização para intervenção ambiental ou em qualquer outro procedimento

administrativo ambiental”. Foram aplicadas as penalidades de multa simples e

suspensão das atividades minerárias. Ainda ficou destacado na conclusão do

ofício 49/2018/SUP/SUPRAMCM/SEMAD/SISEMA ao empreendedor, que a

execução das obras emergenciais e de recuperação da área deveriam ser

mantidas conforme projeto inicial, sem execução de lavra concomitante.

O ofício 53/2018/DRCP/SUPRAM CM/SEMAD/SISEMA determinou que a

EMPABRA se manifestasse em 10 (dez) dias acerca do conteúdo do Relatório

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Técnico Supram Central Metropolitana N.º 38/2018 que informou o descumprimento

de cláusulas do TAC respeitando o direito constitucional de contraditório.

O empreendedor respondeu ao ofício supracitado de maneira tempestiva através do

documento de protocolo SIAM R118451/2018.

Em 21/06/2018, após análise da documentação apresentada, a SUPRAM CM

(Protocolo SIAM 044557/18) comunicou ao empreendedor o cancelamento do TAC.

Em 06/06/2019 houve nova vistoria no empreendimento em atendimento a

solicitação da Câmara Municipal de Belo Horizonte, bem como servir de subsídio

adicional para a análise do processo de licenciamento ambiental em julgamento.

Participaram conjuntamente nesta vistoria técnicos da SUPRAM CM e da FEAM.

O AF 107359/19 da vistoria supracitada segue transcrito abaixo. O texto foi inserido

na íntegra pelo fato de apontar a situação apresentada até a data da vistoria

(06/06/2019):

No dia 06/06/2019 foi realizada vistoria no empreendimento Mina Granja

Corumi pertencente a Empabra Mineração Ltda., localizada na porção leste

do município de Belo Horizonte (Imagem 01). A vistoria foi acompanhada

pelo Sr. Philipe Gomes Araújo, representante da mineradora, e na ocasião

foi observado e ou informado o que segue:

A vistoria conjunta foi solicitada pela Comissão de Meio Ambiente e Política

Urbana da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) por meio do

Vereador Gilson Reis, para verificação das condições de taludes e de

erosões na mina. Após a mineradora negar a entrada para a equipe da

CMBH, os técnicos da Superintendência Regional de Meio Ambiente Central

Metropolitana (Supram-CM) e da Fundação Estadual de Meio Ambiente

(FEAM) continuaram a fiscalização sem o acompanhamento dos demais

participantes.

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Trata-se de mina de minério de ferro situada na Área de Proteção Ambiental

(APA) Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A área da

mineração está situada na Serra do Curral, na zona de amortecimento do

Parque Estadual Serra do Rola Moça (PESRM), nos limites do Parque

Estadual da Baleia. Quando da extração do minério na área, o

beneficiamento foi realizado a seco, portanto não há barragens ou outras

tecnologias de disposição de material a úmido.

A mina possui sistema de drenagem superficial composto por quatro bacias

de contenção de sedimentos dispostas em série. A Bacia 1 situa-se próxima

a portaria da mina. A Bacia 2, localizada próxima à Bacia 3, que está

localizada aproximadamente no perímetro mediano da mina e da Unidade de

Tratamento de Minérios (UTM). A última bacia (Bacia 4), ocorre no final da

cava e em cota inferior dentro da própria estrutura. (Imagem2).

Foi observado em vistoria que as quatro bacias não estavam

assoreadas/saturadas de sedimentos. Embora as atividades de lavra e

beneficiamento estejam paralisadas, ressalta-se que as medidas de controle

ambiental (como aspersão, manutenção de drenagem dos taludes,

desassoreamento das bacias de contenção de sedimentos e demais

atividades de controle) a serem realizadas na mina, são medidas

obrigatórias, de responsabilidade do empreendedor e devem ser realizadas.

Inclusive a realização das obras emergenciais e de manutenção já foram

solicitadas, oficialmente, por mais de uma vez, pela Supram-CM, conforme

Relatório Técnico Conjunto SEMAD/IEF n° 01/2018, ofício n° 1867/2018 e

ofício nº 02/2019.

No início da vistoria, foi possível verificar a saída de caminhões rodoviários

carregados de minério, escoando minério pela estrada rural que liga o

município de Belo Horizonte a Sabará. Segundo informado pelo

representante do empreendedor, os caminhões estavam retirando material já

beneficiado que estava estocado em pátio. Ainda foi possível observar a

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utilização de caminhão pipa realizando aspersão de água para controle de

material particulado proveniente nas vias internas da mina.

Em relação à situação ambiental da mina, entende-se que a mesma

apresenta três situações distintas, elencadas conforme referências de

localização:

1: na área próxima à portaria, no entorno do sump 1, foram desenvolvidos

taludes para reabilitação que apresentam geometria final definida, com

plantio e instalação de sistema de drenagem superficial. Foi observada a

presença de vegetação nativa em início de regeneração, porém mais

desenvolvida do lado direito à portaria. O plantio deste local, conforme

informado pelo representante do empreendedor, foi realizada por meio de

convênio da empresa com FUNDEP/UFMG (projeto da professora Dra.

Maria Rita Muzzi), o qual foi utilizado espécies nativas do cerrado e de

campo rupestre (como por exemplo aroeira, copaíba, candeia, ipê amarelo,

mimosa, pequi) selecionadas pelo porte e pela arquitetura radicular, bem

como espécies agronômicas, como feijão guandu, girassol, Crotalaria sp.,

sendo que as espécies agronômicas são utilizadas visando a estabilização

das áreas nuas dos taludes e controle de erosão, cujas sementes são

estéreis, objetivando, portanto, a formação de biomassa do solo (aporte de

matéria orgânica). Vide fotos 01, 02 e 09.

2: área contínua aos taludes da situação anterior, no entorno dos sumps 2 e

3. Observa-se uma fase intermediária de reabilitação da mina, tendo sido

verificada a exposição de solo nos taludes, com início de processo de

revegetação, em alguns pontos. Ainda pode ser observada a presença de

ravinamentos/erosões e ausência de sistema definitivo de drenagem,

inclusive com rompimento de drenagem. Vide fotos 03 e 04, 07,08 e 10.

3: área no entorno do sump 4, ao final da mina (extremidade sudoeste).

Nessa área ocorreu lavra, segundo informado pelo representante do

empreendedor, durante a vigência dos Termos de Ajustamento de Conduta

(TACs), sendo que não foram verificados vestígios de lavra recente. No

entorno dessa área houve formação de taludes definitivos. Os taludes do

lado direito são limítrofes ao Parque Estadual da Baleia. Na maior parte

desta área não foram implantadas ações de recuperação, tendo sido

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observada a presença de ravinamentos e ausência de drenagem no local, o

que, se não corrigido pelo empreendedor, podem acarretar prejuízos

ambientais, principalmente às áreas do parque. O representante do

empreendedor informou que não está sendo realizada a

recuperação/manutenção na área pela falta de licença/autorização

ambiental. A equipe da Supram-CM esclareceu que a implantação e

manutenção das medidas de controles ambientais são obrigatórias, de

responsabilidade do empreendedor e devem ser realizadas independentes

de licenciamento/autorização ambiental, conforme diretrizes estabelecidas

pela Deliberação Normativa COPAM 220/2018 e demais normas ambientais.

Reforçamos que esta determinação já ocorreu conforme exposto acima.

Vide fotos 5 e 6.

A estrada que leva da área da cava, próxima ao sump 4, aos taludes nos

limites do parque também se encontra bastante erodida. Foi verificada a

presença de uma manilha que coleta as águas pluviais a montante da

estrada/berma, que direciona a drenagem diretamente na estrada, sem

estruturas de dissipação de energia, o que tem provocado o carreamento de

solo e formação de processos erosivos. Vide foto 11.

Conforme informado pelo representante que acompanhou a vistoria, o

convênio com a FUNDEP/UFMG encontra-se paralisado e o plantio para

revegetação da área tem sido realizado por empresa contratada, sendo

utilizada a mesma listagem de espécies do projeto da UFMG e o

monitoramento desse plantio é realizado por dois profissionais contratados

pela Empabra, sendo observado grande presença de Crotalaria sp.

(chocalho de cascavel) nas áreas que foram realizados plantios, além de

algumas mudas de espécies nativas em início de desenvolvimento, embora

tenha sido observado em toda a área a presença de gramínea exótica,

principalmente o capim braquiária.

Ainda foi informado pelo mesmo representante não haver necessidade de

supressão para o reconformação das áreas impactadas.

Considerando que o Ofício 02/2019 SUPRAM de 08 de janeiro de 2019,

recebido pelo empreendedor em 10 de janeiro de 2019, o qual defere com

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condicionantes o pedido do empreendedor para movimentação e

comercialização do material já lavrado e beneficiado, que se encontra

estocado e impõe como uma das condições que o transporte seja limitado

aos volumes, horários, horas e dias (51 dias úteis) de escoamento

propostos na memória de cálculo apresentada pelo empreendedor, sendo

que o prazo para escoamento do material já teria expirado, conforme mesmo

documento;

Considerando que ficou constatado o escoamento de produto na data da

vistoria;

Considerando que ficou constatado que o Plano de Recuperação de Áreas

Degradadas (PRAD) foi cumprido apenas parcialmente, sendo conferido por

meio de observações de taludes descobertos por vegetação, com visível

presença de diversos pontos de ravinamento desencadeados por processos

erosivos, bem como ausência ou deficiência de drenagem superficial em

diferentes pontos;

Considerando que o empreendedor não cumpriu as condicionantes impostas

pelo ofício 02/2019 SUPRAM de 08 de janeiro de 2019, inclusive sem

apresentar nem um relatório mensal;

Determina-se a suspensão da retirada de produtos da unidade minerária,

bem como de qualquer outra atividade, com exceção daquelas necessárias

ao controle ambiental e ainda determina-se a retomada imediata das obras

emergenciais, visando a rápida recuperação e manutenção das áreas

requeridas no PRAD e constantes nos autos, no qual já houve reiterações,

em especial ao quadrante referente as áreas limítrofes ao Parque da Baleia.

Mais uma vez, foi reiterada a determinação de retomada das obras emergenciais e

de recuperação da área conforme PRAD aprovado.

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2.2 Caracterização do Empreendimento

O empreendimento está localizado na Serra do Curral, entre o Parque Estadual da

Baleia e o Parque Municipal Mangabeiras, bairro Taquaril, no município de Belo

Horizonte – Minas Gerais.

Fig. 5: Localização do empreendimento

Fonte: EIA /RIMA 2018

O empreendimento tem por objetivo principal a extração de minério de ferro nas

áreas inseridas na poligonal do título minerário referente ao processo DNPM

007.227/1957.

A produção solicitada é de 1,5 MTPA, sendo que as operações solicitadas

contemplam as seguintes atividades, segundo códigos descritos na DN COPAM

74/2004: Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco (A-02-03-8),

Unidade de Tratamento de Minerais – UTM (A-05-01-0), Obras de infraestrutura

(pátios de resíduos e produtos e oficinas) (A-05-02-9), Estradas para transporte de

minério / estéril (A-05-05-3), Pilhas de rejeito/estéril (A-05-04-5) e Postos

revendedores, posto de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas e postos

flutuantes de combustíveis (F-06-01-7).

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Quanto aos turnos propostos de trabalho do empreendimento, as equipes de lavra e

beneficiamento operam em dois turnos de 8 horas cada, ou seja, 16 horas por dia de

segunda a sexta feira e 8 horas por dia no sábado, com folga aos domingos. Além

dos postos de trabalho das áreas de lavra e beneficiamento, a mina contaria com

uma equipe para as áreas administrativa, manutenção, suprimentos e Segurança,

Saúde e Meio Ambiente, nas quais trabalhariam em regime de horário administrativo

em 44 horas semanais, de segunda à quinta-feira, das 7:00 às 17:00 horas, tendo 1

(uma) hora para almoço no horário de trabalho e nas sextas-feiras das 7:00 às 16:00

horas, com o mesmo intervalo para refeições e folgando aos sábados e domingos.

No total, a Mina Corumi contaria com 109 postos de trabalho.

Na extração realizada foi aplicado o método de lavra a céu aberto, desenvolvido por

bancadas.

Na operação do empreendimento foram gerados materiais resultantes da

movimentação dos finos, os quais juntamente com o ROM, foram encaminhados

para o processo de beneficiamento a seco o qual consistiram das etapas de

cominuição, classificação e concentração, conforme as características dos materiais

gerados.

3.Diagnóstico Ambiental

3.1 Unidades de Conservação O empreendimento está localizado na Área de Proteção Ambiental Sul da Região

Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul da RMBH), na zona de amortecimento do

Parque Estadual da Serra do Rola Moça (PESRM), na área limítrofe e zona de

amortecimento Parque Estadual da Baleia e do Parque Municipal das Mangabeiras,

além de parte da área diretamente afetada (ADA) do empreendimento estar inserida

na poligonal do tombamento municipal da Serra do Curral.

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Fig. 06: Localização do empreendimento no Bioma Mata Atlântica e a proximidade com o Parque

Estadual da Baleia e Parque Municipal das Mangabeiras. Fonte: EIA/RIMA 2018

3.2 Recursos Hídricos / Áreas de Influência

O empreendimento está inserido na sub-bacia do Córrego Taquaril, o qual é afluente

do Ribeirão Arrudas e este tributário do Rio das Velhas, sendo todos componentes

da bacia do Rio São Francisco. Segundo dados do EIA de 2018 a sub-bacia do

córrego Taquaril é afluente do ribeirão Arrudas pela sua margem direita, que por sua

vez, deságua no rio das Velhas (bacia estadual – UPGRH SF5) e pertence a bacia

federal do rio São Francisco. Localiza-se no município de Belo Horizonte, próximo a

Serra do Taquaril, na divisa com os municípios de Nova Lima e Sabará, sob as

coordenadas geográficas aproximadas de 19°56’03”S e 43°52’57”W.

No EIA foi apresentada a figura a seguir com a delimitação da sub-bacia do córrego

Taquaril, com área de drenagem igual a 4,5 km², como também a delimitação da

ADA na referida sub-bacia. Foi utilizada cartografia do IBGE (Instituto Brasileiro de

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Geografia e Estatística) em escala 1:50.000, carta de Belo Horizonte (SE-23-Z-C-VI-

3).

Fig. 07: Localização da sub-bacia do Córrego Taquaril e ADA28047/2014/001/2015

Fonte: EIA/ RIMA 2018

Conforme consta no EIA/RIMA, a delimitação da AID da Mina Corumi, sob o meio

físico e biótico (Figura 08), foi definida levando em consideração, principalmente, os

impactos sobre os recursos hídricos superficiais e subterrâneos uma vez que a área

de intervenção está localizada nas cabeceiras do córrego Taquaril, em um vale bem

encaixado, entre o os alinhamentos do conjunto de subserras da Serra do Taquaril,

prolongamento a Nordeste da Serra do Curral.

Ao Sul, a área foi delimitada considerando os talvegues perenes e intermitentes das

cabeceiras de drenagens da margem esquerda do córrego da Fazenda, na vertente

Sul da Serra do Taquaril. Ao Norte e a Oeste, a AID foi delimitada considerando

uma faixa de 50 metros de entorno da área de intervenção e a Leste foi delimitada

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no ponto de confluência do talvegue que drena a ADA com os demais formadores do

córrego Taquaril.

Já a Área de Influência Indireta (AII), também sobre o meio físico e biótico (Figura

09), foi delimitada considerando os impactos indiretos sobre os recursos hídricos e

partículas em suspensão em decorrência do transporte de produtos por caminhões.

Ao Sul foi delimitada considerando as cabeceiras de drenagem do córrego da

Fazenda até a cota 960 metros. A Leste e ao Norte, consideradas respectivamente,

a área de entorno da estrada até o limite da comunidade do Taquaril e a bacia do

córrego Taquaril até o início de sua canalização, na avenida Jequitinhonha, no bairro

Alto Vera Cruz. Já ao Norte, a AII foi delimitada considerando a topografia, mais

especificamente a curva de nível de elevação de 980 metros, o mesmo critério foi

adotado para delimitar a área de influência indireta a Oeste, nesse caso, o divisor de

águas entre o córrego Taquaril e o córrego da Serra.

O empreendimento possui outorga vinculada ao processo sob número 30128/2015.

Este processo de outorga consiste de uma perfuração de poço tubular profundo. O

empreendimento não possui outorga válida para captação em poço tubular.

Fig. 08: Delimitações das Áreas de Influência - Fonte: EIA/RIMA 2018

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3.3 Fauna

Os estudos ambientais apresentam os resultados das campanhas de levantamento

da fauna de vertebrados terrestres, realizadas em épocas sazonais distintas, sendo

informado que a campanha relativa a época seca ocorreu entre os dias 20 a 22 de

julho e da estação chuvosa entre os dias 12 a 14 de novembro de 2015, nas áreas

de influência da Mina Corumi.

Informam ainda que foram amostrados os grupos da herpetofauna, avifauna e

mastofauna (médios e grandes mamíferos), com a utilização de metodologias ativas

e que devido ao conhecimento acadêmico da fauna local não foi utilizada a captura e

coleta de animais.

Na conclusão integrada da fauna os estudos concluem que o grande processo

antrópico observado na região já atuou descaracterizando parte da composição

original da fauna da localidade, mas informam ser notório também a presença de

espécies de habitat especialistas, sensíveis a atuação antrópica pronunciada

presentes ainda nos fragmentos estudados. Esse fato aponta para capacidade

suporte da localidade para abrigar espécies com requisições ecológicas elaboradas,

o que aumenta a diversidade local.

Ainda na conclusão, os estudos creditam esse fato à presença de unidades de

conservação e de longas áreas sem ocupação humana na vertente sul do

empreendimento, o que possibilita a presença de hábitats e áreas de vida para

espécies sensíveis. Ainda frisam sobre a importância da presença de fragmentos de

vegetação natural, que atuam de forma positiva para a manutenção da

biodiversidade local.

Ao final, recomendam a necessidade de manutenção e/ou recuperação de áreas

naturais visando a manutenção da qualidade ambiental local.

Informam ainda que devido à grande antropização já observada no local, não

consideram que a implantação/operação do empreendimento causará maiores

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prejuízos a fauna do que o já observado na região, desde que algumas medidas de

controle e mitigação sejam tomadas, principalmente aquelas que dizem respeito a

manutenção de habitat.

3.4 Flora

A área do empreendimento está inserida no Bioma Mata Atlântica e apresenta

fitofisionomia de ecótono, tendo fitofisionomias de Cerrado, Campo rupestre sobre

canga em áreas de maiores altitudes e Floresta Estacional Semidecidual (mata de

galeria) no fundo de vales, conforme observado na área de entorno do

empreendimento e também conforme consta nos estudos apresentados. Além disso,

em alguns locais do entorno há fragmentos antropizados com a presença de

espécies exóticas de gramíneas, como braquiárias e capim meloso.

Consta no EIA/RIMA que a área de estudo relacionada ao meio biótico é

representada pela área objeto da Mina Corumi (composto pelas estruturas

minerárias) e seu entorno, localizados no município de Belo Horizonte, no bairro

Taquaril, numa porção da encosta leste da serra do Curral, no Quadrilátero ferrífero.

Conforme estudos apresentados, merece destaque a vegetação de campo rupestre,

pois ela é considerada endêmica, ocorrendo em locais específicos do país, como na

Serra dos Carajás, no Pará e no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. A canga

encontrada é principalmente do tipo nodular onde pode aparecer o solo por entre as

rochas fragmentadas pelo intemperismo. A vegetação é principalmente constituída

de herbácea, sendo raras as formas arbustivo-arbóreas, pois mesmo que haja solo,

ele é raso. São típicas, além do estrato graminoso, as Velloziaceae (canelas-de-

ema), Xyridaceae (lírios) e Eriocaulaceae (sempre-vivas). Em uma pequena região a

leste da cava há canga couraçada, onde o solo é inexistente e forma-se algo como

uma laje de minério de ferro.

As matas de galeria de Floresta Estacional Semidecidual (FESD), acompanhando as

grotas de fundo de vale, cercam a cava por todos os lados e é daí que advém a

maior parte da fauna que perpassa o local, conforme descrito no RCA.

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Alguns fragmentos de vegetação podem ser encontrados nas encostas a noroeste da cava, sendo manchas vegetacionais de fitofisionomia de cerrado, campo rupestre e FESD.

.

Fig. 10: Fitofisionomias do entorno do empreendimento - Fonte: EIA/RIMA 2018

Fig.09: Fragmento de vegetação no entorno do empreendimento – fitofisionomia Cerrado.

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Parte do grande valor ambiental da área da EMPABRA reside na composição da

paisagem de entorno, proximidade de áreas de reserva ambiental, como o Parque

Municipal das Mangabeiras e o Parque Estadual da Baleia, onde formações

florestais e campestres (campo rupestre) se interligam e circundam as áreas

alteradas pela mineração, oferecendo pontos de refúgio e fontes de alimento que

propiciam a manutenção da fauna silvestre.

Cabe ressaltar que a área do empreendimento possui classificação Alta e

Extremamente Alta para conservação da Biodiversitas, conforme demonstra a figura

11 abaixo. Segundo consta no EIA/RIMA, tal fato é corroborado em função da

localização da Mina Corumi estar inserido em região Mata Atlântica, cabendo

destacar a existência de legislação específica com relação a este bioma, devido às

suas características relevantes.

Fig. 11: Localização do empreendimento nas Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade

– MMA.

Fonte: EIA/RIMA 2018

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Conforme consta no EIA/RIAMA a Mina Corumi encontra-se inserida numa área

Especial para conservação (85 – Quadrilátero Ferrífero), em virtude de Endemismo

de anfíbios e plantas, alta riqueza de vertebrados, ambiente único no Estado

(campos ferruginosos). As recomendações específicas são a realização de

inventários, criação de Unidades de Conservação e o respectivo plano de manejo.

Considerando o detalhamento do mapa síntese, em relação às áreas prioritárias de

conservação da fauna mapeadas pela Biodiversitas, observa-se que a região do

empreendimento se classificada como de importância biológica especial (Figura 12),

uma vez que possui alto número de espécies endêmicas e ameaçadas associados à

presença de ambientes únicos de Campos Rupestres e de Mata Atlântica, em

contraste com grande pressão antrópica sofrida com a exploração mineral e

expansão urbana.

Fig. 12: Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação da Fauna (Biodiversitas)

Fonte: RCA 2015

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3.5 Cavidades Naturais A primeira prospecção espeleológica, realizada em 2015, para a área do

empreendimento foi protocolada nesta SUPRAM CM no âmbito do RCA do processo

de LOC, para a Mina Curumi. Este estudo foi elaborado pela empresa CERN e com

responsabilidade técnica de Fred Vinícius Rodrigues Ribeiro, geólogo, CREA MG

089963-D, ART 14201500000002717182. A prospecção amostrou a ADA e entorno

de 250 metros da Mina Curumi, ocorreu em agosto de 2015, teve duração de 04 dias

de campo e foram percorridos aproximadamente 30 km e descritos 30 pontos de

controle. O estudo concluiu com a identificação na área de apenas “um abrigo sem

relevância espeleológica apesar do alto potencial local dessa área para ocorrência

de feições cársticas” (Figura 13).

Fig. 13: Prospecção espeleológica inicial da ADA e entorno de 250 metros da Mina Curumi. Fonte:CERN (2015).

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Ainda no ano de 2015, conforme protocolo realizado em 2017, esta prospecção

inicial teve sua amostragem adensada, sendo descritos o total de 73 pontos de

controle (protocolo SIAM: R0266424/2017). O estudo é foi elaborado pela empresa

CERN e tem citado que é de responsabilidade técnica também do de Fred Vinícius

Rodrigues Ribeiro, geólogo, CREA MG 089963-D, ART 14201500000002717182,

bem como de Fernando Santos Seabra Cardoso, geólogo, CREA MG 152518-D,

ART não identificada nos autos do processo (Figura 14).

Fig. 14: Prospecção espeleológica de adensamento realizada na ADA e entorno de 250 metros da Mina Curumi. Fonte: CERN (2018).

Neste adensamento da prospecção foram identificadas 02 cavidades naturais

subterrâneas denominadas GMT-01 e GMT-02, ambas localizadas no limite NE do

entorno de 250 metros da ADA, as quais (Figura 16):

- GMT-01 (UTM 617204 E / 7795641 N):Cavidade com projeção horizontal

de 5,94 m inserida em itabirito e canga.

- GMT-02 (UTM 617215 E / 7795660 N): Cavidade com projeção horizontal

de 8,39 m inserida em itabirito e canga.

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Foi ainda descrita a ocorrência de 03 abrigos, os quais:

- Ponto Controle 04 (UTM 615714 E / 7794331 N): Abrigo CT-01 em meia

encosta logo abaixo das escarpas em escoramento de bloco deslocado de quartzito.

- Ponto Controle F007 (UTM 617146 E / 7795290 N): Abrigo em meia

encosta, desenvolvido em itabirito dolomítico, com cerca de 1,5 metros de projeção

horizontal.

- Ponto Controle F015 (UTM 615745 E / 779437 N): Abrigo formado por

fraturamento em itabirito com cerca de 2,5 metros de projeção horizontal.

Fig. 15: Localização das cavidades identificadas no entorno de 250 metros da Mina Curumi. Modificado de CERN (2015). Fonte:CERN (2015).

Embora se tenha cadastrado duas cavidades naturais subterrâneas, GMT-01 e

GMT-02, no entorno do empreendimento, não foi possível identificar nos autos do

processo Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) do empreendimento sobre o

patrimônio espeleológico, não sendo esta avaliação abarcada nem nos estudos

espeleológicos (Protocolos SIAM: 0988174/2015, R0266424/2017 e

R0075899/2018) e nem na AIA geral do EIA (Protocolo SIAM R0075899/2018). Tal

fato contradiz o disposto nas Resoluções CONAMA n° 001/1986 e n° 237/1997, e

notadamente o que preconiza o artigo 5° da Resolução CONAMA n° 347/2004 e na

Instrução de Serviço SISEMA n° 08/2017, cuja versão vigente à época fora

publicada em 05/06/2017, ou seja, antes do protocolo do EIA.

A AIA sobre o patrimônio espeleológico seria crucial para definir tanto qual seria a

necessidade de outros estudos prévios ao julgamento da licença (e.g. ensaio

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sismográfico), quanto sobre quais deveriam ser as medidas de controle, mitigação,

monitoramento ou mesmo compensação a ser adotadas.

Diferentemente do disposto na Instrução de Serviço (IS) SISEMA n° 08/2017,

disponível no sítio eletrônico da SEMAD, o empreendedor apresentou diretamente

estudos de análise de relevância das cavidades e estudo de definição de área de

influência.

O relatório “Análise de Relevância e Delimitação do Perímetro de Proteção das

Cavidades”, também de responsabilidade da empresa CERN. Afirmou-se serem

responsáveis técnicos destes estudos: i) Elisa Monteiro Marcos, bióloga, CRBio

044665/04-D, ART 2016/18640, cuja ART fora emitida para coordenação do estudo

de valoração de cavidades (biótico) da área de influência do projeto de recuperação

EMPABRA; e ii) Mariana Gomide Pereira, Geóloga, CREA MG 94.220/D, ART

14201600000003153726 cuja ART fora emitida para coordenação dos estudos do

meio físico do EIA/Rima. Considerando o histórico do empreendimento, além da

sugestão de indeferimento deste parecer único, nenhum dos estudos de

espeleologia do empreendimento foram validados por meio de vistoria por este

órgão ambiental.

Sobre o estudo de relevância das cavidades, cabe aqui pontuar que a metodologia

utilizada para a elaboração deste foi a disposta na Instrução Normativa do Ministério

do Meio Ambiente n° 02/2009 e não sua versão atualizada, a IN MMA n° 02/2017,

publicada antes do protocolo R0075899/2018, com data de 20/04/2018. Segundo

orientações da IS SISEMA n° 08/2017 - Revisão 1, processos cujos estudos

espeleológicos de relevância tenham sido protocolados após 01/09/2017, como o

caso em tela, aplica-se a IN MMA nº 02/2017.

Vejam que mesmo a solicitação de informações complementares deste órgão

ambiental (Ofício nº 1580/2017 - Protocolo Siam: 1420371/2017) que solicitava

apresentação de EIA/RIMA já havia ocorrido após a publicação da IN MMA n°

02/2017, em 20/12/2017. Desta posta, conclui-se que o estudo fora instruído em

normativa não mais vigente.

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Ainda que não seja foco a validação de estudos espeleológicos apresentados cabe

pontuar que o diagnóstico da análise de relevância da cavidade GMS-02 identificou

ali um indivíduo Entomobryidae sp.10 (Collembola) que o estudo apontou ser táxon

com características troglomórficas e considerado troglóbio raro, atributo

classificatório para cavidade de máxima relevância, conforme preconiza o Decreto

Federal n° 99.556/1990, alterado pelo Decreto Federal nº 6.640/2008.

A identificação desta espécie no inventário eleva a criticidade de se avançar com o

licenciamento ambiental de um empreendimento que não fora alvo de AIA sobre o

patrimônio espeleológico. Somente à título de informação explica-se aqui que os

atributos de grau de relevância máximo foram instituídos por meio dos decretos

supracitados e não se alteram com a mudança da IN MMA nº 02/2009 para a IN

MMA nº 02/2017.

É embasado, pois, na ausência de dados técnicos que permitam à avaliação das

questões relacionadas à espeleologia do licenciamento em tela, bem como na falta

de atendimento a questões normativas, que esta equipe técnica de espeleologia da

SUPRAM CM aqui decide que não serão, no âmbito deste PU, avaliados ou

validados os estudos de espeleologia apresentados pelo empreendedor no âmbito

do processo e que não recomenda o deferimento do processo de LOC para a Mina

Curimi.

3.6 Socioeconômico Conforme o EIA, a AID do meio socioeconômico abrange os bairros próximos à

mina: Jardim Taquaril e Pirineus pertencente ao município de Belo Horizonte e o

Jardim Castanheiras pertencente à Sabará e Belo Horizonte. Quanto à AII da Mina

Corumi, abrange os municípios de Sabará, Nova Lima e bairros da regional Leste de

Belo Horizonte

Contudo, o empreendedor apresentou tal delimitação sem relacioná-la com as

informações coletadas nos estudos ambientais, ou seja, sem justificar a área

geográfica que sofre os impactos diretos e indiretos ocasionados pelas atividades de

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operação da EMPABRA. Nota-se que o recorte da área de influência do meio

socioeconômico apresentado considerou as atividades minerárias de maneira geral,

sem abordar as especificidades da localização do empreendimento. (fl. 173 – EIA).

Isto posto, o empreendedor não foi observou o descrito no art. 5, III da Resolução

Conama 001/1986, a saber:

Art. 5, (...) III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza.

Destaca-se também que no Programa de Educação Ambiental (PEA), é informado

que a AID do empreendimento engloba o bairro Castanheiras, Galo Velho, Galo

Novo e representantes das Unidades de Conservação próximas do

empreendimento, além bairros Pirineus, Jardim Castanheiras e Taquaril.

Desse modo, a equipe técnica da Supram CM constatou divergências de

informações quanto ao recorte da AID do meio socioeconômico prestadas no EIA e

no PEA, os quais geram dúvidas quanto à confiabilidade de dados prestados e quais

seriam as comunidades realmente impactadas pelo empreendimento.

No que tange ao diagnóstico socioeconômico, realizou-se a pesquisa de percepção

ambiental, denominada como fonte de dados primários, nos bairros Pirineus, Jardim

Castanheiras e Taquaril. Já na AII deste meio, foram feitos contatos com a

secretaria municipal e instituições. Os dados secundários foram consultados,

também, através de órgãos oficiais, tais como: Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE); Secretaria de Estado de Fazenda do Estado de Minas Gerais;

Fundação João Pinheiro; Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais

(INDI), Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), entre outros.

AII: Sabará, Nova Lima e Belo Horizonte O município de Sabará está localizado a apenas 25 km da capital. É constituído

pelos distritos de Ravena, Carvalho de Brito e mestre Caetano.

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A população residente no município de Sabará tem experimentado um crescimento

nas três últimas décadas. Em 1991, o município possuía uma população de 89.740

habitantes. Esta população teve um crescimento superior a 100% em 2010,

correspondendo a 183.913 pessoas.

No que se refere à saúde, a maior causa de morbidade hospitalar do SUS em

Sabará, em 2012, para ambos os sexos se refere a doenças do sistema nervoso,

com 57,1% para os homens e 66,7% para as mulheres. Seguem-se a essas, as

doenças do aparelho respiratório para os homens com 14,3% e do aparelho

digestivo dom 9,5%.

Os tipos de abastecimento de água existentes em Sabará, em 2010, apontam um

predomínio para a rede geral, com uma participação de 95,8% em relação ao total.

Os demais domicílios são abastecidos por água de chuva armazenada em cisterna

ou de outra forma, por carro pipa, por poço ou nascente dentro ou fora da

propriedade, por rio, açude, lago ou igarapé e outro tipo de estabelecimento.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de Sabará evoluiu bastante nas

últimas décadas haja vista que em 1991 era considerado um IDHM muito baixo –

0,488 – e em 2010 passou a ser considerado um IDHM alto, com um índice de

0,731.

O município de Nova Lima está localizado na Região Metropolitana de Belo

Horizonte (RMBH) distante apenas 22 km da capital mineira, Belo Horizonte. A

região sobressai pela grande riqueza mineral, em especial o ouro, o manganês e o

ferro. Sua área é limítrofe com Belo Horizonte e, por isso, atrai moradores de alta

renda para residir em condomínios horizontais fechados.

A população residente em Nova Lima cresceu entre 1991 e 2010, uma vez que era

de 52.400 e 80998, respectivamente. A taxa de urbanização apresentou maior

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crescimento entre 1991 e 2000, com 84,0% e 97,9%. Em 2010, houve uma pequena

redução cujo indicador foi de 97,8% em relação ao total.

Os serviços básicos que sobressaíram nos domicílios do município em 2010 são a

energia elétrica e a coleta de lixo com 99,7% e 99,6%, respectivamente.

Entre 2000 e 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) municipal cresceu abruptamente,

visto que era de R$ 872.404,00 e atingiu a quantia de R$ 5.624.227,00,

respectivamente. O setor de atividade econômica responsável pelo rápido

crescimento do PIB na última década foi a indústria. Em 2000, o PIB da indústria era

de R$ 502.736,00 e em 2010 alcançou R$ 3.856.596,00.

Belo Horizonte possui uma área de 330,90km². Com uma população de 238.539

habitantes, a região Leste limita-se com Nova Lima e Sabará e as regiões Centro

Sul e Nordeste da capital. Os bairros Jardim Castanheiras, Pirineus e Jardim

Taquaril compõem a região Leste de Belo Horizonte.

Em meio a uma região de topografia acidentada, de difícil ocupação e sem falta de

estrutura, como calçamentos, postos de saúde, escolas, água encanada, energia

elétrica ou rede de esgotos, nasceram os bairros Alto Vera Cruz e, a partir da

década de 1980, o Taquaril e o Granja de Freitas.

A partir de 1980, pessoas sem-casa tiveram apoio de movimentos sociais e

entidades do governo e ocuparam uma área conhecida até então como bairro

Jardim Castanheiras.

Em 1983, a antiga fazenda Taquaril foi loteada e surgiu o bairro Cidade Jardim

Taquaril. Seria construído nesta área um condomínio residencial de luxo, mas o

relevo acidentado inviabilizou o projeto. Assim, o Centro de Ação Comunitária do

Vera Cruz iniciou um movimento para que a terra fosse destinada à população

carente sem casa. Surgia, então, o Jardim Taquaril depois de muitas lutas, inclusive

das mulheres, pois a prefeitura autorizou a ocupação, mas foram elas as

responsáveis por aplainar o terreno com enxada e construir suas casas.

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O bairro Jardim Pirineus está localizado ao lado do Parque Mangabeiras e da Mata

da Baleia. É um local pacato distante apenas 6 km do centro da cidade.

Em 2010, o bairro Jardim Castanheiras era o mais populoso, com 5.650 habitantes,

seguido do Jardim Taquaril, com 3.389 habitantes e do Pirineus, com 636

habitantes. A população dos três bairros representa apenas 6,2% da Região Leste

de Belo Horizonte.

Na Região Leste de Belo Horizonte, a forma mais comum de abastecimento de água

em 2010 era por rede geral de distribuição da água, com 99,9% do total.

AID: Bairros Pirineus, Jardim Taquaril (Belo Horizonte) e o bairro Jardim

Castanheiras (Sabará)

Os procedimentos metodológicos adotados, na pesquisa de percepção ambiental,

nos bairros Pirineus, Jardim Taquaril e no Jardim Castanheiras, foram: A técnica de

amostragem “não-probabilística”; A maioria da população de interesse foi composta

por formadores de opinião dos bairros citados, destacando-se entre estes,

participantes de grupos comunitários e programas sociais, associações de

moradores, setores de comércio, educação, saúde, esporte. Nesse sentido,

considerou-se, a população de interesse constituída por moradores do Pirineus, 30

pesquisados, Jardim Taquaril, 50 pesquisados e Jardim Castanheiras, 50

pesquisados.

Para a coleta dos dados foi elaborado um questionário, contendo 15 questões

semiestruturadas, dividido em blocos, a saber: Identificação, Percepção da

Paisagem/ Mapas Mentais e Presença do Empreendimento na Região. Já o

levantamento e o tratamento dos dados deram-se conforme metodologia estatística

e caracterizados por uma abordagem quantitativa/qualitativa.

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O bairro Pirineus é apontado como um local tranquilo para se viver. Com uma

paisagem e localização privilegiada, próximo ao centro, é destinado à população de

classe média que tem trocado os bairros próximos à região central.

Segundo o Vice-Presidente da Associação desse bairro, Senhor Antônio Valentino, o

bairro possui aproximadamente 360 casas. Sua população não conta com posto de

saúde, segundo informações obtidas, a maioria da população tem plano de saúde.

A tranquilidade, proximidade com o centro e a boa convivência são os principais

aspectos positivos citados pelos entrevistados sobre o bairro Pirineus, de acordo

com a pesquisa de percepção ambiental. Quanto à insatisfação, os entrevistados

referiram-se à falta de comércio, de linha de ônibus própria e de comércio, além da

falta de visibilidade do bairro, a poeira, a falta de segurança, entre outros.

No que tange à presença da EMPABRA na região, os entrevistados disseram que a

principal vantagem é a geração de novos empregos e com a possibilidade do

incremento do comércio. Já a poluição sonora e o tráfego intenso de caminhões nas

ruas do bairro foram apontadas como desvantagens.

Consoante descrito no EIA, os moradores foram questionados sobre “quais itens

merecerão maior cuidado por parte da Empabra”, sendo que a maioria dos

respondeu que o mais importante é a recuperação das áreas degradadas pela

mineração, sendo 67% da amostra, 17% citaram a manutenção das vias de acesso

na rota dos caminhões, 10% acredita que a empresa deve fazer programa sociais e

3% respondeu executar um programa de educação ambiental na comunidade.

A Unidade de Desenvolvimento Humano (UDH) Taquaril/Castanheiras é composta

pelos bairros Granja de Freitas, Jardim Taquaril, o Jardim Castanheiras, sendo que

o Jardim Taquaril é caracterizado como área de vulnerabilidade socioambiental.

O Jardim Taquaril encontra-se em uma área ambientalmente inadequada, possui

uma situação fundiária irregular, sobre solo geologicamente instável, em área de

grande declividade, próximo a áreas de beira de córrego, com as redes de

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infraestrutura instaladas de forma apenas parcial, carência de saneamento básico,

em sua maioria de baixo padrão construtivo.

O bairro não possui nenhuma uma Unidade Básica de Saúde, entretanto, a

população possui assistência médica realizada quinzenalmente através do

Programa de Saúde da Família (PSF), cujo o atendimento é feito na Igreja

Evangélica.

Conforme relato da Pastora Senhora Ainda de Jesus, os principais problemas de

saúde da população local são: hipertensão, pressão alta e problemas respiratórios

como bronquite e asma.

A rua principal do bairro, que é a Santa Rita, possui pavimentação asfáltica, porém o

estado de conservação está bastante precário devido ao tráfego de caminhões

pesados e sem reparos dos órgãos responsáveis.

A maior parte dos entrevistados apontaram que a insuficiência do transporte público

é o principal ponto negativo. Já 33 indivíduos disseram que a falta de saneamento

básico é o principal aspecto negativo e 16 entrevistados disseram que a falta de um

posto de saúde prevalece como aspecto negativo.

Sobre as desvantagens trazidas pelas ações da EMPABRA na região, a maior parte

dos entrevistados consideraram a emissão de poeira como maior desvantagem. Em

relação às vantagens trazidas pelo empreendimento, a geração de emprego e a

melhoria nas vias de acesso foram citadas.

No EIA, é descrito que quando questionados sobre “quais itens merecerão maior

cuidado por parte da Empabra”, 28% dos entrevistados acreditam que a empresa

deverá investir na manutenção das vias de acesso na rota dos caminhões, 24%

acreditam que a empresa deve investir na sinalização com placas de segurança de

trânsito. Dez pessoas, ou seja, 20% responderam que é preciso recuperar as áreas

degradadas pela mineração, 24% acreditam na importância de executar programas

socioambientais para a comunidade.

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O Jardim Castanheiras é considerado parte integrante do Jardim Taquaril. Apresenta

graves restrições à ocupação, uma vez que está localizado em um talvegue de

grandes inclinações, área que apresenta risco geológico eminente. Sua ocupação

desordenada, devido a sucessivas invasões, tem gerado uma crescente degradação

da área e as péssimas condições sanitárias, comprometendo a saúde dos

moradores.

O bairro possui uma Unidade Básica de Saúde, sendo que os problemas de saúde

da população local são: hipertensão, diabetes e problemas respiratórios. Todas as

suas avenidas, ruas e becos apresentam condições extremamente precárias.

O principal aspecto positivo citado foi a proximidade do bairro com o centro de Belo

Horizonte, seguido por paisagem da serra, área verde e tranquilidade, segundo os

entrevistados. Como aspectos negativos, as maiores insatisfações referem-se a falta

de pavimentação do bairro, transporte público ineficiente e a fata de saneamento

básico.

É descrito sobre “quais itens merecerão maior cuidado por parte da EMPABRA”:

32% dos entrevistados acreditam que a empresa deverá investir na manutenção das

vias de acesso na rota dos caminhões, 16% acreditam que a empresa deve investir

na sinalização com placas de segurança de trânsito. Treze pessoas, ou seja, 26%

responderam que é preciso recuperar as áreas degradadas pela mineração, 14%

acreditam na importância de executar programas de educação ambiental, 6% na

execução de programa sociais.

3.7 Reserva Legal e Área de Preservação Permanente – APP Conforme comprovado através de documentos juntados aos autos do processo

(IPTU e ato declaratório da Receita Federal) e também informado no FCEI, o

empreendimento localiza-se em zona urbana no município de Belo Horizonte, o que

o dispensa de comprovar a regularização de área para fins de Reserva Legal e

consequentemente a apresentação do recibo do Cadastro Ambiental Rural (CAR).

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O empreendimento está inserido na sub-bacia do Córrego Taquaril, o qual é afluente

do Ribeirão Arrudas e este tributário do Rio das Velhas, sendo todos componentes

da bacia do Rio São Francisco.

O mapa abaixo (Figura 16) de uso e ocupação do solo mostra as nascentes e

drenagens com as respectivas faixas de APP do entorno da ADA. Não foi

constatada a presença de APP na área do empreendimento.

Fig. 16: Mapa de uso e ocupação do solo da ADA com as faixas de APP de entorno.

Fonte: EIA/RIMA 2018

3.8 Autorização de Intervenção Ambiental

Não há solicitação para supressão de vegetação nativa, intervenção em área de

preservação permanente ou outro tipo de intervenção ambiental. Portanto, não é

objeto do presente parecer, analisar pedido de autorização para quaisquer

intervenções ambientais ou supressões de vegetação na área do empreendimento.

Foi informado pelo representante do empreendimento, em vistoria realizada pela

equipe técnica da SUPRAM CM em junho/2019, não haver necessidade de

supressão de vegetação para o reconformação das áreas impactadas.

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Por meio de imagens de satélite da plataforma Google Earth foram constatadas

intervenções ambientais entre os anos de 2014 e 2015 com supressão de vegetação

nativa em 2,74 hectares, sem autorização do órgão ambiental, em áreas distintas na

ADA do empreendimento, sendo lavrado o AI nº 129451/2019.

Fig. 17: Imagem do Google Earth do dia 14/06/2009 com a delimitação da ADA em amarelo e dos

fragmentos em vermelho, nos quais foi constatada a supressão de vegetação

Fig.18: Imagem do Google Earth do dia 20/07/2015 com a delimitação da ADA em amarelo e dos

fragmentos em vermelho, nos quais foi constatada a supressão de vegetação.

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Conforme dados obtidos através da Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) do

SISEMA, análise da documentação apresentada no âmbito do processo, mais

precisamente a de caracterização da Flora de entorno (áreas de influência) e

também em vistoria, as fitofisionomias predominantes no entorno são de campo,

campo rupestre (em estágios inicial e médio de regeneração) e cerrado, já a

tipologia de Floresta Estacional Semidecidual (FESD) está presente nas áreas mais

baixas e de drenagem.

Considerando a análise da vegetação nativa do entorno imediato pelos documentos

apresentados e em vistoria como supracitado, foi possível classificar os fragmentos

de vegetação suprimidos como das tipologias de campo e campo rupestre em

estágios inicial e médio de regeneração.

Ressalta-se que fragmentos florestais identificados pelas imagens de satélite,

tratam-se de vegetação exótica, composta principalmente por eucaliptos, conforme

registros fotográficos (Figuras 19 e 20) e dados antigos da empresa apresentados

através de informação complementar.

Apesar do empreendimento estar inserido no Bioma Mata Atlântica e os fragmentos

suprimidos serem de campo e de campo rupestre, em estágios inicial e médio, esses

fragmentos encontram-se incluídos no PRAD do empreendimento em execução, não

Fig. 19: área com eucaliptos em 28/10/2013.

Fonte: Informação complementar 2018

Fig.20: área com eucaliptos em 28/10/2013. Fonte: Informação complementar 2018

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havendo, portanto, a necessidade de solicitar a compensação ambiental (Lei Federal

nº 11.428/2006 – Mata Atlântica).

4. Compensações ambientais

4.1 Compensação por intervenção em áreas de preservação permanentes –

Resolução Conama nº 369/2006

Como não houve a constatação de intervenção em APP, conforme descrito, não foi

necessária a apresentação de proposta para essa compensação e nem firmado

Termo de Compromisso.

4.2 Compensação ambiental prevista na Lei do SNUC – Lei Federal

nº 9.985/2000

O empreendimento EMPABRA é passível de incidência da Compensação Ambiental,

nos termos do art. 36 da Lei Federal nº. 9.985 de 18 de julho de 2000 (Lei do SNUC)

e do Decreto 45.175, de 17 de setembro de 2009, considerando se tratar de

empreendimento de significativo impacto ambiental instruído com EIA/RIMA.

Nos autos do processo não houve protocolo de pedido de compensação em

atendimento ao art. nº 36 da Lei Federal nº 9.985/2000 (SNUC) para que seja

estipulada e cumprida a compensação ambiental, a ser definida pela Gerência de

Compensação Ambiental (GCA) do Instituto Estadual de Florestas (IEF).

O protocolo deve ser feito a GCA/IEF, conforme ofício encaminhado ao

empreendedor.

4.3 Compensação Espeleológica – Decreto Federal n° 99.556/1990, alterado

pelo Decreto Federal nº 6.640/2008.

O Decreto Federal n° 99.556/1990, alterado pelo Decreto Federal nº 6.640/2008,

Art. 5o-A, parágrafo 4° preconiza que:

“Em havendo impactos negativos irreversíveis em cavidades naturais

subterrâneas pelo empreendimento, a compensação ambiental de que trata

o art. 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, deverá ser prioritariamente

destinada à criação e implementação de unidade de conservação em área

de interesse espeleológico, sempre que possível na região do

empreendimento”.

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Considerando que não foram avaliados nos autos deste processo os impactos

ambientais sobre as cavidades naturais subterrâneas, GMT-01 e GMT-02,

localizadas no entorno do empreendimento. Considerando que o neste sentido o

órgão ambiental até o presente momento desconhece o impacto do empreendimento

nas cavidades para o que, do ponto de vista da equipe de espeleologia, não se

recomenda o deferimento do processo. Os estudos espeleológicos instruídos nos

autos do processo não fornecem embasamento para estabelecer a necessidade de

Compensação Espeleológica nos termos do Decreto Federal n° 99.556/1990,

alterado pelo Decreto Federal nº 6.640/2008.

4.3 Compensação por supressão de vegetação nativa em empreendimento

minerário – Lei Estadual nº 20.922/2013.

Considerando que houve a supressão de vegetação nativa em uma área de 2,74 ha

é exigível a efetivação da compensação minerária disposta no art. 75, §1º, da Lei

Estadual nº 20.922/2013, e, portanto, deverá ser protocolizado, dar prosseguimento

e efetivar a compensação, junto à Câmara de Proteção da Biodiversidade e da

Gerência de Compensação Ambiental (CPB/GCA) com aprovação em Reunião

Ordinária da Câmara Temática de Proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas

(CPB).

5. Programas e Projetos

5.1 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD (Principais

pontos)

Etapa de revegetação

Conforme consta no PRAD de novembro/2018, as áreas da EMPABRA destinadas à

implantação da recuperação possuem um total de 66,5 ha, porém para a etapa de

revegetação, consta uma área de aproximadamente 33 hectares, sendo que no

restante da área prevista do PRAD há a manutenção da revegetação já realizada.

Para a fase de revegetação do PRAD a empresa realizou em um primeiro momento

um convênio com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa da Universidade

Federal de Minas Gerais (FUNDEP/UFMG), sendo a professora Maria Rita Scotti, a

coordenadora do projeto de revegetação das áreas de taludes e pilhas de estéril do

empreendimento, os quais sofreram degradação biótica e abiótica com perdas das

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propriedades físico-químicas e biológicas. Portanto, as ações propostas no projeto

desenvolvido pela equipe técnica da UFMG visam a estabilidade física, a

estruturação química e a recuperação da atividade biológicas das áreas, além de

favorecer a recuperação da fitofisionomia da vegetação e da biodiversidade local.

O projeto consistia num conjunto de técnicas e metodologias para recuperar ou dar

uma nova função ecológica às áreas que sofreram degradação, sendo constituído

por diferentes etapas, sendo:

- Levantamento da área de trabalho: levantamento dos grupos de taludes e pilhas

que serão recuperados. Para essa etapa as áreas da mina foram divididas em 8

polígonos ou trechos (Figura 21), sendo determinado o tamanho e o tipo de solo de

cada área. Cabe ressaltar que a recuperação dessas áreas será feita

paulatinamente de acordo com a disponibilização de acordo com o cronograma da

empresa e que o projeto já está sendo executado desde abril/2017, sendo o primeiro

grupo de taludes prontos para a revegetação o S-1, na área próxima à portaria, no

entorno do sump 1 (Figura 22).

Fig. 21: Polígonos/trechos da área de implantação do projeto de revegetação.

Fonte: Projeto Fundep/UFMG

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Fig.22: Polígono/Trecho S-1. Fonte: Projeto Fundep/UFMG

- Análise do solo: para determinar os tipos de solo presentes nas áreas que sofreram

degradação. Análises físico-químicas dos taludes poderão evidenciar o nível de

heterogeneidade do solo, sua fertilidade e porosidade.

- Drenagem e Limpeza da área: construção de terracetes formando bermas de

menor extensão nos taludes (50 cm), todos eles interconectados com a rede de

drenagem – direcionamento para os sumps do empreendimento. Após a limpeza da

área será feito o coveamento com espaçamento de 3m x 3m.

- Seleção de espécies e plantio de mudas: as espécies a serem plantadas

pertencem ao bioma cerrado (Tabela 01), vegetação dominante na região. Na parte

superior dos taludes será dado preferência para o plantio de espécies nativas de

campo rupestre para integração da área. As espécies foram escolhidas pelo porte e

pela arquitetura radicular (ancoramento radicular). Foi informado pela professora,

responsável pelo projeto, que em áreas dos taludes onde existem afloramentos

rochosos foi plantada a espécie herbácea nativa do cerrado, Plectranthus sp., já

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sendo possível se observar o êxito no seu desenvolvimento, sendo importante em

substituição ao plantio de espécies exóticas.

.

Tabela 01: Listagem das espécies utilizadas no plantio. Fonte: Projeto Fundep/UFMG

- Controle de erosão superficial: Será feito o plantio na forma de entrelinhas de

espécies herbáceas agronômicas, cujas sementes estéreis (Tabela 02) e de nativas

de cerrado, visando a estabilização das áreas nuas dos taludes e controle de

erosão, além da formação de biomassa do solo (aporte de matéria orgânica),

essencial para a agregação do solo.

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Nome popular Nome científico

Aveia preta Avena strigosa Schreb

Girassol Helianthus annus

Nabo forrageiro Brassica rapa

Guandu Cajanus cajan

Tabela 02: Listagem das sementes estéreis utilizadas – espécies agronômicas. Fonte: Projeto Fundep/UFMG.

- Controle de erosão profunda: algumas espécies arbustivas ou arbóreas serão

inoculadas com fungos, formando uma manta biológica com micorrizas (rede

subterrânea), ou seja, uma manta de estabilização dos taludes, auxiliando na

absorção de água e sais minerais.

- Irrigação: Paralelamente ao plantio, será feita a irrigação através de um sistema

móvel.

- Replantio: foi feito um levantamento de espécies mais resistentes para plantio no

lugar das mudas que não vingaram. Essa etapa será executada até a finalização de

toda a implantação do PRAD.

Foi informado em vistoria em 2017 que diariamente permanecia no empreendimento

uma equipe da UFMG responsável pela execução do projeto e também pelo

monitoramento (irrigação, necessidade de replantio).

No local onde já foi realizado o plantio nos taludes (cerca de 2,00 hectares), foi

possível observar o crescimento inicial das espécies (Fig. 23). Porém, em vistoria

em junho/2019 observou-se presença de braquiária no local (Fig. 24).

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Conforme informado pelo representante que acompanhou a vistoria no dia

06/06/2019, o convênio com a FUNDEP/UFMG encontra-se paralisado e o plantio

para revegetação da área tem sido realizado por empresa contratada, sendo

utilizada a mesma listagem de espécies do projeto da UFMG e o monitoramento

desse plantio é realizado por dois profissionais contratados pela EMPABRA.

Foi observado grande presença de Crotalaria sp. (chocalho de cascavel) nas áreas

que foram realizados plantios, além de algumas mudas de espécies nativas em

início de desenvolvimento, embora tenha sido observado em toda a área a presença

de gramínea exótica, braquiária.

No PRAD de 2018 a área para recuperação foi dividida em quadrantes (1 a 4),

conforme figura 25 abaixo.

Fig. 24: Área com a implantação da

revegetação – S-1. Fonte: Vistoria Supram 2019

Fig. 23 Área com a implantação da

revegetação – S-1. Fonte: Vistoria Supram 2017

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O quadrante 1 é a área onde houve o plantio de espécies nativas do convênio com a

FUNDEP/UFMG. Sendo que na parte superior dos taludes foi dada preferência para

o plantio de espécies de campo rupestre, servindo de porta de entrada para

propágulos de espécies de campo rupestre sobre canga. Entretanto, em vistoria foi

constatada a presença de capim braquiária (figuras 26 e 27).

Fig. 25: quadrantes das áreas para recuperação.

Fonte: PRAD/2018

Fonte: PRAD/2018

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O quadrante 2 possui área reconformada, com poucos locais com plantios. O

quadrante 3 possui alguns trechos com plantio de espécies agrícolas, sendo em

locais nos quais já foi realizado o retaludamento.

O quadrante 4 é a área que possui trecho limítrofe ao Parque Estadual Mata da

Baleia, sendo solicitado pelo IEF que fossem realizadas ações emergenciais na área

para evitar danos ao Parque. Neste local foi possível verificar, em vistoria do dia

06/06/2019, que houve alguns plantios de espécies agrícolas, como feijão guandú e

Crotalaria sp. para estabilização da área, porém há processos erosivos no local.

Para a revegetação estão previstas as seguintes atividades: controle preventivo de

formigas cortadeiras; inspeção das áreas a serem revegetadas para verificação de

não conformidade na inclinação de taludes ou a ocorrência de processos erosivos;

preparo do solo e revegetação; coveamento; adubação e Semeio Manual; a escolha

das espécies, o que é determinante para o estabelecimento da vegetação e

proteção contra processos erosivos.

Foi apresentada uma tabela no PRAD de 2018, com as espécies e o respectivo

quantitativo para a revegetação (Tabela 03). Consta nessa tabela a espécie

Brachiaria decumbens (braquiária), espécie que além de ser exótica, é invasora,

contradizendo o preconizado na legislação, especificamente na Instrução Normativa

ICMBIO nº 11/2014 e o informado em vistoria, conforme relatado anteriormente.

Fig. 26: Presença de braquiária em áreas revegetadas. Fonte: Vistoria Supram 2019.

Fig 27: Presença de braquiária em áreas

revegetadas. Fonte: Vistoria Supram 2019

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Deverão ser realizadas medidas para eliminação/controle dessa espécie exótica

invasora (braquiária) na área em recuperação.

Tabela 03: Espécies utilizadas na revegetação para proteção dos processos erosivos. Fonte:

PRAD/2018

- Revestimento e Proteção vegetal: aplicação de tela vegetal sobre a superfície dos

taludes de solo exposto, constituída por fibra de coco entrelaçada.

- Inserção do componente florestal: uso de espécies florestais nativas nas área

planas (bermas dos taludes). A listagem das espécies propostas encontram-se no

Anexo IV do PRAD de novembro/2018.

Para o plantio das mudas florestais consta a recomendação de algumas atividades,

quais sejam, determinação da posição das covas com auxílio de estacas. O

espaçamento para o plantio foi considerado de 3m x 3m, sendo a distribuição pela

forma de quincôncio, onde cada muda de sucessão secundária ou clímax será

cercada por quatro mudas de espécies pioneiras.

Consta no PRAD que o plantio deverá ser realizado nos meses chuvosos, porém

caso seja insuficiente deverá proceder com a irrigação de socorro.

- Contenção de feições erosivas: uso de retentores de sedimentos, compostos de

capim ou fibra de coco prensados. Deverão ser utilizados para o preenchimento de

concavidades erosivas e para construção de bermas artificiais.

Consta no PRAD/2018 a medida de instalação de barreiras vivas de Capim Vetiver

(Vetiveria zizanioides) junto das bermas artificiais. Este capim constitui principal

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espécie utilizada na construção de barreiras de elementos vivos. Para erosões mais

severas, recomenda-se, adicionalmente, o uso de paliçadas de bambu ou eucalipto.

- Manutenção e Monitoramento: O monitoramento da revegetação do taludes e

bermas deverá ser realizado periodicamente.

Consta no PRAD/2018 que serão realizadas inspeções periódicas para controle

preventivo e observação geral do desenvolvimento das espécies tanto forrageiras

quanto florestais, realizando as seguintes tarefas: verificação da presença de

formigas cortadeiras, constatação do status de desenvolvimento das mudas e

observação de falhas com a verificação, localização e determinação da quantidade

de mudas falhas da parte florestal ou de falhas no desenvolvimento do mix de

sementes nos taludes.

Etapas de Drenagem e Controle de Processos Erosivos

Bertoni e Lombardi Neto (1999) citam que os processos erosivos são capazes de

destruir os solos e acabam danificando de forma considerável os cursos d’água e

que a erosão ocorre com o desprendimento e o arraste acelerado de partículas de

solo, podendo essas partículas serem levadas pelas águas ou mesmo pela ação dos

ventos.

Conforme consta no PRAD apresentado, a metodologia adotada para execução

dessa etapa consiste na instalação e manutenção dos dispositivos de drenagem

superficial de forma a assegurar o correto escoamento e lançamento das águas

pluviais, além de conter eventuais carreamentos de sólidos e propiciar a recarga dos

aquíferos.

Nesta etapa, ainda conforme o documento, têm-se como resultados esperados a

estabilização de todas as áreas de influência direta do empreendimento e no seu

entorno imediato e, principalmente, assegurar a inexistência de assoreamento de

corpos hídricos e de comprometimento da qualidade de suas águas por sedimentos

carreados pelas erosões.

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Contudo, conforme abordado no último Auto de Fiscalização lavrado em julho de

2019 (AF n° 107405/2019) o sistema de drenagem do empreendimento encontra-se

deficiente, principalmente a partir do centro da mina até o final do empreendimento.

Foram observados, processos de ravinamentos e erosões nos taludes próximos à

UTM e ao final da mina, na extremidade sudoeste (quadrante 4), onde os processos

erosivos encontram-se mais acentuados nos taludes e bermas, conforme figuras

abaixo:

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Fig. 28 e 29: ravinamentos dos taludes próximos à UTM

Ainda ao final da mina, observa-se que a reconformação dos taludes não foi

concluída conforme determina o PRAD.

O processo de evolução desses processos pode levar à desestabilização do maciço

rochoso, ocasionando impactos de várias ordens, tornando-se mais preocupante o

fato das áreas correspondentes ao quadrante 4 serem limítrofes ao Parque Estadual

Mata da Baleia e apresentarem o pior cenário em relação aos processos erosivos e

drenagem pluvial.

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Fig. 30: deficiência no sistema de drenagem na porção final da mina

Fig. 31 e 32: processos erosivos acentuados ao final da mina

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Neste sentido conclui-se que as etapas de drenagem e controle de processos

erosivos descritos no PRAD não foram concluídas integralmente,

principalmente o que tange ao quadrante 4, deixando de assegurar o correto

escoamento e lançamento das águas pluviais, a reconformação e a proteção

adequada aos taludes e bermas.

5.2 Programa de Educação Ambiental (PEA)

O Diagnóstico Socioambiental Participativo (DSP) e o PEA apresentados, sob o

protocolo nº R0075746/2018 de 24/04/2018, foram analisados pela equipe da

Supram CM, conforme Relatório Técnico (RT) nº 75/2019 (anexo aos autos do

processo). Neste relatório, conclui que o DSP foi considerado satisfatório. No

entanto, os projetos executivos do PEA foram reprovados, dado que não atendem as

diretrizes da DN COPAM nº 214/2017 e Instrução de Serviço SISEMA nº 04/2018.

Foi constatado que o empreendedor não apresentou como proposta de mitigação o

Programa de Comunicação Social com vistas a criar um canal de transparência junto

às comunidades, publicitando as informações sobre as atividades desenvolvidas

pela EMPABRA, seus impactos, riscos e medidas mitigadoras adotadas, entre

outras. Nota-se que a comunicação social é importante e necessária e pode atuar

em conjunto com o PEA.

Tal programa deveria ter sido apresentado pelo empreendedor, uma vez que foi

apontado, no DSP aplicado junto ao público interno e externo, algumas críticas em

relação à empresa, especialmente no que se refere à falta de transparência e

relacionamento com as partes interessadas, pedidos de melhorias nos canais de

comunicação com a empresa, necessidade de maior alcance e distribuição de dados

acerca do empreendimento e temas socioambientais, além da preocupação com a

conservação, preservação e recuperação da meio ambiente local.

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6. Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras

Considerando as interferências ambientais provocadas pelas atividades sobre os

meios físico, biótico e socioeconômico, nos estudos ambientais foram identificados e

avaliados os impactos ambientais, a seguir relacionados.

6.1 Efluentes líquidos

Conforme descrito nos Estudos Ambientais, as operações da Mina Corumi resultam

na geração de efluentes líquidos domésticos, resultante dos vestiários e sanitários.

O sistema utilizado para tratamento é o conjunto fossa filtro e sumidouro.

Os efluentes oleosos resultantes da Oficina de manutenção de equipamentos /

Posto de Combustível / Lavador de veículos são tratados via Caixa separadora de

água e óleo (CSAO).

Os efluentes pluviais resultantes da drenagem superficial das águas de chuvas

sobre as áreas da mineração vertem para sumps de proteção e drenagem natural.

Conforme lavrado no Auto de Fiscalização n°107405/2019 os sistemas de drenagem

pluvial encontram-se deficientes, ocasionando impactos sobre o solo.

6.2 Resíduos Sólidos

Conforme apresentado no EIA/RIMA os principais tipos de resíduos são aqueles

provenientes das manutenções dos equipamentos, os quais poderão estar

contaminados com óleos e graxas, as sucatas e resíduos domésticos.

RESÍDUOS

SÓLIDOS DESCRIÇÃO CLASSIFICAÇÃO

CÓDIGO 10.004/2004

Borracha Sobras de pneus, correia

transportadora, etc. Classe IIB – inerte A-008

EPI não contaminado

Equipamentos de Proteção Individual

Classe IIB – inerte A-099

EPI contaminado Equipamentos de Proteção Individual – contaminados

com óleo/graxa

Classe I – perigoso

-

Estéril Material proveniente das

atividades de lavra Classe IIB – inerte A-099

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RESÍDUOS

SÓLIDOS DESCRIÇÃO CLASSIFICAÇÃO

CÓDIGO 10.004/2004

Lâmpadas Fluorescentes

Lâmpadas Fluorescentes utilizadas nas unidades de

apoio

Classe I – perigoso

-

Lixos domésticos Resíduos inertes contendo agregados não perigosos

Classe IIA – Não inerte

A-099

Pilhas e baterias Pilhas e baterias utilizadas nos equipamentos móveis.

Classe I – perigoso e tóxico

-

Plásticos Embalagens Classe IIB – inerte A-007

Resíduos de Fossa Séptica e

Banheiros Químicos

Lodo de Fossa Séptica e Resíduos de Banheiros

Químicos Classe I - perigoso -

Resíduos Oleosos

Óleo lubrificante recolhido de motores / Borra de óleo /

graxas recolhidas das caixas SAO

Classe I – perigoso e tóxico

F-130

Sucatas Materiais ferrosos. Classe IIB - inerte A-004

Sucatas Materiais não ferrosos. Classe IIB – inerte A-005

Tabela 04: Resíduos Sólidos. Fonte: EIA/RIMA

O empreendimento possui um Galpão de Resíduos para armazenagem temporária

até sua destinação final.

6.3 Emissões atmosféricas

Segundo os estudos apresentados pelo empreendimento, as atividades inerentes à

operação do empreendimento possuem potencial de geração de poluentes capazes

de alterar a qualidade do ar da região a qual está inserida.

Informou-se aue a geração de poeira, neste caso, é verificada durante toda a fase

de operação, estendendo-se desde as áreas da lavra e da pilha até as vias de

acesso interna e externa, sendo ocasionada principalmente pela movimentação de

equipamentos, tráfego de veículos e caminhões pesados.

Informa-se ainda que como medida mitigadora é realizada a umidificação das vias

de acesso não pavimentadas, definição de limites de velocidade de veículos nas

vias de acesso e adequada manutenção de veículos e equipamentos.

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Nos estudos ainda propõe-se o monitoramento da qualidade do ar na região do

empreendimento.

6.4 Ruído e Vibrações

Os estudos informam que na fase de operação, a geração de ruídos relaciona-se

as operações da mina as quais envolvem a lavra, beneficiamento, bem como ao

tráfego e movimentação de veículos e equipamentos. Essas atividades

encontram-se em grandes partes restritas às áreas da mineração e serão

minimizadas através do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e

manutenções periódicas dos equipamentos.

Ns estudos informam que por meio dos resultados de monitoramento de ruído

realizados na região do empreendimento, verificou-se que os ruídos originados

das operações de execução da Mina Corumi não interferem na comunidade do

entorno do empreendimento.

Ainda foi informado que quanto ao tráfego de caminhões e movimentação de

equipamentos que acarretam na geração de ruídos e vibrações, duas situações

devem ser levadas em consideração. Uma relacionada ao tráfego interno, que

trata-se de uma atividade restrita às dependências do empreendimento e pode

ser minimizada conforme mencionado anteriormente. Outra, com relação à

expedição do minério a ser realizado por caminhões utilizando a via de

expedição de produto através de estradas municipais já existentes.

Concluiu-se que os níveis de emissão ultrapassam os limites das áreas

operacionais com potencialidade de impactar as áreas lindeiras às citadas vias

de acesso, no caso, parte da comunidade do Taquaril. No entanto, de acordo

com monitoramentos realizados na região em questão, verificou-se que o tráfego

de veículos não gera níveis de ruídos acima do estabelecido pela Lei Municipal

de Belo Horizonte 9505/08.

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Considera-se esse um impacto negativo, reversível e de baixa magnitude, uma

vez, que foram realizados monitoramentos na área de entorno do

empreendimento e os resultados apresentaram dentro dos limites estabelecidos

pela legislação vigente.

6.5 Alteração da Morfologia do Relevo e da Paisagem

O empreendedor informa que a Mina Corumi está inserida em uma área alterada

morfologicamente devido às atividades minerarias pretéritas, as atividades de

execução do PRAD, preveem a reconformação da área em questão.

Informa ainda que tal operação provocará alterações positivas na morfologia atual

do relevo e da paisagem da região, uma vez, que serão executadas atividades para

recuperação da área. Tal impacto será positivo, de média magnitude e reversível.

Porém, em vistoria foi possível identificar que houve alteração do relevo, como

rebaixamento do solo em locais onde deveria ter sido realizado o aterramento,

principalmente no trecho de limite com a área do Parque Estadual da Mata da

Baleia.

6.6 Processos Erosivos

Os estudos ambientais do empreendimento informam que a execução das

operações da Mina Corumi tem como um dos objetivos a estabilização da área,

porém para alcançar tal objetivo é necessário o retaludamento, adequação de

drenagem, dentre outras atividades que geram a movimentação de material e

deixam o solo desnudo durante um certo período.

Para minimizar e até mesmo evitar os impactos ambientais relacionados ao

aparecimento e desenvolvimento de processos erosivos durante estas atividades, é

necessária a implementação de um conjunto de medidas e ações preventivas que

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deverão promover o controle ambiental. Desta forma, o programa irá coordenar as

ações e garantir sua execução.

Diante dos impactos mencionados os estudos recomendam o seguinte:

- implantação de dispositivos de drenagem;

- manutenção dos dispositivos de drenagem já existentes;

- inspeções nas principais áreas de interferência para detecção e execução de

medidas corretivas com vistas a evitar a formação e desenvolvimento de processos

erosivos;

- monitoramento sistemático dos parâmetros de qualidade dos efluentes dos sump’s,

principalmente no período chuvoso, quanto a sólidos totais, sedimentáveis e

turbidez;

- por fim, execução das atividades previstas no PRAD, de forma a revegetar as

áreas finalizadas, contendo assim o processo de erosão quando corrente e

consequente carreamento de sólidos para as drenagens.

Contudo, mesmo diante da constatação e recomendação expressa nos

estudos contratados, o empreendedor deixou de cumprir integralmente o

Plano de Recuperação das Áreas Degradadas, principalmente no que tange ao

quadrante 4.

6.7.Patrimônio Espeleológico

6.7.1 Avaliação de Impactos Ambientais sobre o Patrimônio Espeleológico

Não obstante ter-se cadastrado cavidades naturais subterrâneas, GMT-01 e GMT-

02, no entorno do empreendimento, não foi possível identificar nos autos do

processo avaliação de impactos ambientais (AIA) sobre o patrimônio espeleológico,

não sendo esta avaliação abarcada nem nos estudos espeleológicos (protocolo

SIAM: 0988174/2015; R0266424/2017) e nem na AIA geral do EIA (protocolo SIAM:

R0075899/2018). Tal fato contradiz o disposto nas Resoluções CONAMA n°

001/1986 e n° 237/1997, e notadamente o que preconiza o artigo 5° da Resolução

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CONAMA n° 347/2004 e na Instrução de Serviço SISEMA n° 08/2017, cuja versão

vigente à época fora publicada em 05/06/2017, ou seja, antes do protocolo do EIA.

A referida IS n°08/2017, de 05/06/2017, é clara ao apontar que a etapa seguinte à

prospecção espeleológica cujo resultado for positivo para a presença de cavidades é

a AIA sobre o patrimônio espeleológico:

“Etapa 2: Avaliação de Impactos sobre Cavidades

Constatada a presença de cavidade na ADA e/ou no seu entorno de 250m, o

empreendedor deverá apresentar a avaliação dos impactos da atividade ou

do empreendimento sobre o patrimônio espeleológico, que deverá

considerar todos os impactos reais e potenciais sobre todas as cavidades

identificadas na ADA e no seu entorno de 250m, bem como sobre suas

respectivas áreas de influência, considerando-se, nesta etapa, a área de

influência inicial das cavidades” (IS n°08/2017, de 05/06/2017, página 13).

Somente a título de esclarecimento, destaca-se que este fluxo de etapas dos

estudos espeleológicos foi mantido também na Instrução de Serviço SISEMA n°

08/2017 - Revisão 1, publicada em 05/10/2018.

Sabe-se que a atividade de extração de minério de ferro é fonte de uma gama de

impactos em cavidades, inclusive impactos negativos irreversíveis, mesmo sem que

a própria cavidade seja suprimida. Para tanto, não é factível se avançar em qualquer

licenciamento destas atividades sem que os impactos sejam avaliados e medidas de

controle, mitigação, monitoramento e se necessária compensação sejam aprovadas.

A AIA do empreendimento sobre o patrimônio espeleológico é o instrumento capaz

de prever a ocorrência de impactos negativos irreversíveis ou reversíveis, reais ou

potenciais sobre as cavidades identificadas na área da Mina Curumi. Neste sentido,

a elaboração da referida AIA seria crucial para definir tanto qual seria a necessidade

de outros estudos prévios à licença (e.g. ensaio sismográfico), quanto quais seriam

as medidas de controle, mitigação, monitoramento ou mesmo compensação dos

impactos previstos.

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Diante do fato de que os documentos técnicos apresentados pelo empreendedor

não subsidiam a análise técnica e de legalidade deste licenciamento, esta equipe

técnica de espeleologia da SUPRAM CM não recomenda o deferimento do pedido

de Licença Ambiental Corretiva para a Mina Curimi.

6.7.2 Medidas Mitigadoras Voltadas ao Patrimônio Espeleológico

Da mesma forma que se ressaltou que AIA sobre o patrimônio espeleológico não

fora abordada nos autos do processo, tem-se que tão pouco foram identificadas as

medidas de controle, mitigação, monitoramento ou mesmo compensação dos

impactos sobre as cavidades.

Estas medidas não foram identificadas nem nos estudos espeleológicos (protocolo

SIAM: 0988174/2015; R0266424/2017) e nem no EIA (protocolo SIAM:

R0075899/2018) mesmo tendo sido cadastradas cavidades naturais subterrâneas,

GMT-01 e GMT-02, no entorno do empreendimento. Ressalta-se que ainda que

estivessem sidas estas medidas propostas, as mesmas não poderiam ser

consideradas suficientes já que não detém lastro na AIA sobre o patrimônio

espeleológico que não fora apresentada para o empreendimento.

6.8 Manutenção da Oferta de Emprego Local e Regional

As atividades de operação da Mina Corumi implicarão em aproximadamente 100

postos de trabalhos diretos, além dos funcionários indiretos como motoristas e

operadores de equipamentos pesados, os quais são recrutados na região do

empreendimento.

Este impacto é considerado de média magnitude, tendo em vista que o número de

postos de trabalho não é elevado a ponto de alterar significativamente a dinâmica

socioeconômica da região.

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6.9 Incremento da Renda Municipal

As atividades da Mina Corumi gerarão um aumento na produção de minério de ferro,

consequentemente, um acréscimo na renda do município de Belo Horizonte em

função da geração de impostos (ICMS e CFEM). Ressalta-se ainda que serão

gerados impostos sobre serviços (ISSQN), no que se refere à contratação de

serviços de terceiros, incluindo assim acréscimo na arrecadação.

Considera-se este impacto como positivo, de média magnitude, sendo que seus

efeitos não serão capazes de alterar significativamente a estrutura da receita

orçamentária da região.

6.10 Impacto Visual

A Área Diretamente Afetada encontra-se totalmente antropizada e próximas a áreas

urbanas cujas ocupações ocorreram de forma totalmente desordenadas, sendo a

operação da Mina Corumi um impacto de grandeza negativa para a região. Como

medida mitigatória, propõe a recuperação da Mina.

Na descrição deste impacto deveria levar, também, em consideração a importância

que os moradores locais dão aos elementos ambientais presentes na região, como

as áreas verdes, as quais têm lugar de destaque na região, conforme indicado no

estudo de percepção realizado com os moradores locais.

6.11 Incômodo à População Vizinha

As operações de transporte dos produtos poderão gerar vibração, poeira e ruído,

portanto, tendem a provocar incômodos à população do entorno do

empreendimento.

A equipe da SUPRAM CM destaca que não somente as operações de transporte

podem gerar incômodos à comunidade, mas também outras atividades inerentes ao

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projeto da EMPABRA, como movimentação de máquinas e equipamentos, de

desmonte de minério e etc.

Desta forma, este impacto foi considerado de alta magnitude, tendo-se em vista a

proximidade das propriedades.

6.12 Qualificação dos Impactos para o Meio Antrópico

Foi informado que a descrição deste impacto está demonstrada na matriz do Quadro

12.4. No entanto, em consulta a este quadro, a equipe técnica observou que

este item não foi descrito. Destaca-se, também, que este enunciado

apresentado “Qualificação dos impactos para o meio antrópico” apresenta-se

vago, o que gera ambiguidades na sua interpretação. Sendo assim, a equipe

técnica não teve base de informações para analisar este item.

6.13 Avaliação de Impactos Ao Sítio Arqueológico Muro de Pedras

6.13.1 Sítio arqueológico - Muro de divisas

O sítio arqueológico Muro de Divisas é constituído por dois segmentos de um muro

de pedras e um valo de divisas. Sua localização se estende desde a Área de

Influência Direta do empreendimento (segmentos de valo) até a Área de Influência

Indireta (segmentos do muro).

Foram identificados dois locais de impacto no muro, causados por atividades de

terceiros (motoqueiros e moradores locais). A esse respeito, o muro foi destruído por

uma trilha de motos em um ponto. Por outro lado, houve retirada de algumas rochas

que compõem sua estrutura para a construção de estruturas circulares, utilizadas

como locais de oração por moradores locais.

Apensar de informar que o muro não sofreu alterações por causa da instalação ou

operação do empreendimento, descreve que um ponto de impacto foi causado, de

fato, pelo empreendimento.

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Um segmento do valo foi coberto por sedimento que caiu no seu interior durante a

construção dos taludes do empreendimento. No entanto, o empreendedor executou

a retirada de terra e limpeza, no intuito de remediar as ações impactantes, segundo

informado no EIA.

6.13.2 Sítio arqueológico de mineração

Este bem se encontra a, aproximadamente, 70 m da estrada de escoamento, porém

em clara diferença de altitude. Não foram identificados impactos na estrutura, nem

evidências de uso ou visitação recente.

Destaca-se que não foram descritos, na matriz do impacto referente ao meio

socioeconômico, os seguintes impactos: incremento de tráfego de veículos,

deterioração da qualidade do ar, aumento de aparecimento de doenças

(respiratórias, etc), riscos de acidentes com a população, etc. Importante frisar

que determinadas atividades e ações do empreendimento podem trazer

impactos físicos e bióticos, que recaem no meio antrópico, uma vez que estes

meios se inter-relacionam.

Desse modo, a identificação e previsão dos impactos se mostra insatisfatória,

pelos motivos explanados neste tópico (Impactos do Meio Socioeconômico).

7. Cumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta

Acerca da condicionante nº 02 do TAC

A empresa fundamenta sua defesa nos seguintes pontos em relação ao

descumprimento da condicionante nº 02 do TAC:

A SUPRAM CM nunca se manifestou se aprovou ou não o referido programa;

Que o programa será o ponto de partida para realizar avaliações das

condições estruturais das vias públicas utilizadas pela EMPABRA;

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A avaliação dos possíveis impactos bem como a apresentação das medidas

mitigadoras e compensatórias complementares a já previstas no Programa,

serão executadas quando da indispensável e formal aprovação pela

SUPRAM CM do Programa;

Ausência de apreciação até o momento pela SUPRAM CM do programa

apresentado;

Que o programa está adequado tecnicamente.

A Condicionante 02 do TAC determina ao empreendedor:

“Apresentar Programa Executivo de Monitoramento

das possíveis interferências do escoamento do

minério nas vias públicas, que contemple avaliação

das condições estruturais das vias, dos possíveis

danos causados pela mineração em análise, dos

incômodos causados as comunidades (poeira,

barulho, etc.), no prazo de 30 dias.

Após aprovação do programa citado pelo órgão

ambiental, deverá ser realizado o monitoramento

imediatamente, com apresentação de relatórios

trimestrais a SUPRAM CM.

Prazo: Projeto Executivo 30 dias / Relatórios de

Monitoramento: Trimestral”

Em 15/02/2018, por meio do protocolo SIAM nº R00342446/2018, o empreendedor

apresentou tempestivamente o “relatório técnico de avaliação da rota de

escoamento do minério da EMPABRA e programa de monitoramento das vias

públicas utilizadas para escoamento de minério”.

No entanto, o citado relatório e programa de monitoramento foi analisado pela

equipe da Supram CM, conforme constatado no Relatório Técnico (RT) nº

38/2018, e considerado insatisfatório por não atender com o solicitado na

condicionante nº 02 do TAC. Por este motivo, esta cláusula foi dada como

descumprida.

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Esta afirmação acima contrapõe do apontado pelo empreendedor que diz que o

órgão ambiental não se manifestou sobre a aprovação do referido programa

(documento nº R0118451/2018 de 03/07/2018).

Esclarece, igualmente, como o programa não foi aprovado (RT nº 38/2018), não teria

sentido pedir ao empreendedor realização de monitoramento com apresentação de

relatórios trimestrais a SUPRAM CM.

Nesta avaliação do RT nº 38/2018, o descumprimento desta cláusula ocorreu porque

o empreendedor apresentou um Programa Executivo Monitoramento das possíveis

interferências do escoamento do minério nas vias públicas sem, contudo,

contemplar a avaliação dos incômodos causados nas comunidades causados

pela atividade de escoamento de minério da EMPABRA.

Além de que este relatório e Programa de Monitoramento não mostraram

claramente os possíveis impactos/danos, ocasionados pela atividade de

escoamento de minério da EMPABRA, uma vez que estes impactos foram

descritos de forma genérica nos Programas de Monitoramento das Vias Públicas,

sem descrever sua localização, extensão, abrangência, magnitude e intensidade,

que não permite avaliar se os meios empregados e sugeridos pelo empreendedor

serão capazes de mitigá-los ou compensá-los.

A equipe técnica também diverge quando, neste documento apresentado pelo

empreendedor, é descrito que o supracitado programa de monitoramento “será o

ponto de partida para realizar avaliações das condições estruturais das vias e dos

possíveis impactos ambientais e sociais causados pela atividade de escoamento de

minério do empreendimento nas vias públicas utilizadas pela EMBABRA”.

Também discorda quando o documento cita que: “A avaliação dos possíveis

impactos mencionados no parecer da SUPRAM CM bem como apresentação de

medidas mitigadoras e compensatórias complementares (...) serão executadas

quando da indispensável e formal aprovação pela SUPRAM CM do programa”.

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Esta discordância da equipe da Supram CM baseia-se de que um programa de

monitoramento deve ser concebido em função dos impactos identificados e previstos

para que estes sejam efetivamente monitorados, com vistas a garantir sua eficácia e

nível de proteção socioambiental pretendido.

Nesse sentido, o programa de monitoramento deve ser compatível com os impactos

causados ou previstos, de modo que seja capaz de distinguir as mudanças

ocasionadas pelo empreendimento, no meio onde está inserido, daquela ocasionada

por outras empresas ou por até mesmo por causas naturais (SÁNCHEZ: 2013).

Por isso, o programa de monitoramento não é o ponto inicial para realizar avaliações

das condições estruturais das vias utilizadas pela EMPABRA. Além do que as

avaliações dos possíveis impactos não estão atreladas quando da aprovação pela

SUPRAM CM deste programa. Não é isso que é mencionado na cláusula 02 do

TAC.

Na verdade, estas avaliações (diagnósticos) das condições estruturais das vias, dos

possíveis danos causados pela EMPABRA, dos incômodos causados as

comunidades, devem ser avaliadas previamente e são condições fundamentais para

proposição de um programa de monitoramento adequado.

Percebe-se que estas definições relatadas do programa de monitoramento vão ao

encontro do descrito na cláusula 02 do TAC: A apresentação do Programa Executivo

de Monitoramento das possíveis interferências do escoamento do minério nas vias

públicas, que contemple avaliação das condições estruturais das vias, dos possíveis

danos causados pela mineração em análise, dos incômodos causados as

comunidades.

Quanto aos anexos (Ofícios perante a Câmara de Vereadores de Rio Acima,

Prefeitura de Rio Acima e Secretaria Municipal de Segurança Pública) não serão

contemplados nesta análise, dado que não estão atrelados com o requisitado na

cláusula 02 supramencionada.

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Os anexos referentes as reuniões da EMPABRA com as Associação Comunitária

Vale da Mata e de Castanheiras descrevem que os representantes destas

associações solicitam providências para melhoria das vias (calçamento,

terraplanagem, alargamento da via, adequação de quebra-molas, redutor de

velocidade e drenagem, aspersão das vias, entre outros), a equipe da SUPRAM CM

destaca que tais informações poderiam ter sido contempladas como coleta de dados

primários no “relatório técnico de avaliação da rota de escoamento do minério da

EMPABRA e programa de monitoramento das vias públicas utilizadas para

escoamento de minério” (protocolo SIAM nº R00342446/2018 de 15/02/2018) para

subsidiar uma avaliação mais apropriada dos incômodos à população, mas isso não

foi feito.

Condicionante nº 05 do TAC

O empreendedor fundamenta sua contraposição em relação avaliação de

descumprimento da condicionante 05, realizada pela equipe da SUPRAM CM (RT nº

38/2018), nos seguintes pontos:

Existência de mais de uma associação no bairro Taquaril, inexistência de

associação comunitária ou dificuldade para identificação de associação

comunitária do bairro Pirineus; falta de identificação dos moradores na divisa

entre Belo Horizonte e Sabará quanto ao bairro de moradia (Taquaril ou

Jardim Castanheiras);

A AID engloba aglomerados com graves problemas sociais relacionados

violência decorrente do tráfego de drogas e ocupação desordenada e a

realização de reuniões ocorre a partir de autorizações e/ou acompanhamento

de lideranças comunitárias não oficiais, que desempenham atividades

diretamente vinculadas aos problemas citados;

As lideranças comunitárias não assumiram o protagonismo deixando de

evidenciar suas opiniões e, alguns casos, solicitaram que as reuniões não

fossem registradas, principalmente por meio de fotos;

Resultado da nova estratégia da EMPABRA de relacionamento com

comunidades, evidenciado por meio do relatório protocolizado sob o nº

R0106948/2018 em 13/06/2016.

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Destaca-se que tais informações citadas acima, prestadas no documento SIAM nº

R0118451/2018 de 03/07/2018, não tinham sido descritas no âmbito do

cumprimento da condicionante nº 05 do TAC (R0051000/2018 em 14/03/2018)

firmado entre a EMPABRA e a SEMAD.

A Condicionante 05 do TAC determinava ao empreendedor:

“Realizar reuniões trimestrais com ONG’s,

associações, representantes de bairros, moradores

pertencentes à AID do meio socioeconômico, etc.

Informando sobre as características do

empreendimento, os impactos causados e as

medidas mitigadoras e programas adotados, com

apresentação de relatórios técnico-fotográfico.

Prazo Trimestral”

No RT nº 38/2018, a equipe da SUPRAM CM afirma que a condicionante nº 05 foi

descumprida devido não ter sido apresentadas evidências de realização de reuniões

com representantes dos bairros Pirineus e Taquaril, pertencente a AID do

empreendimento, além de que maioria dessas reuniões efetuadas estavam sem

relatório fotográfico, conforme solicitado na supracitada condicionante.

Desse modo, concluiu que condicionante estava descumprida por não abranger

todas as comunidades apontadas na AID do meio socioeconômico do referido

empreendimento, além da ausência de registro fotográfico das reuniões promovidas.

Nota-se que o empreendedor poderia ter realizado reuniões com os representantes

do Bairro Taquaril, já que ele mesmo informa a “existência de mais de uma

associação no bairro Taquaril”.

Quanto às informações colocadas da inexistência de associação comunitária ou

dificuldade para identificação de associação comunitária do bairro Pirineus, destaca

que a própria condicionante nº 05 aponta outros stakeholders (ONG’s,

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representantes de bairros, moradores, etc.), nos quais a EMBABRA poderia ter

entrado em contato e marcado reuniões com vistas ao cumprimento da

condicionante nº 5. Contudo, isso não foi realizado.

No que tange ao argumento de que a AID engloba aglomerados relacionados com

violência decorrente do tráfego de drogas, e que a realização de reuniões ocorre a

partir de autorizações e/ou acompanhamento de lideranças comunitárias “não

oficiais”, não foi demostrado qualquer evidência ou comprovação da dificuldade por

parte da EMPABRA em realizar reuniões na AID devido a necessidade de

autorizações de lideranças comunitárias “não oficiais”.

O empreendedor também deveria ter relatado, no relatório de cumprimento da

condicionante nº 05 (R0051000/2018 de 14/03/2018), que as lideranças

comunitárias não deixaram evidenciar suas opiniões e, alguns casos, solicitaram que

as reuniões não fossem registradas, por meio de fotos. Mas isso não foi descrito.

Nota-se também que o empreendedor não deixou claro quais as lideranças

comunitárias não permitiram que suas opiniões e reuniões não fossem registradas.

Em anexo, o empreendedor apresentou o segundo relatório em 13/06/2016, sob o

protocolo SIAM nº R0106948/2018, com objetivo de demostrar o desenvolvimento de

uma nova estratégia de relacionamento ao qual propõe ações abertas a toda

comunidade, não somente aos membros das associações comunitárias para

condução de seu plano de diálogo e elaboração de DSP para o programa de

educação ambiental, além de disponibilizar o canal de ouvidorias nas reuniões.

Condicionante nº 06 do TAC

O empreendedor contesta avaliação técnica da SUPRAM CM quanto ao

descumprimento da condicionante 06, nos seguintes pontos:

O canal de ouvidoria foi criado no prazo de 20 dias. Neste sentido, a

condicionante está devidamente cumprida naquilo que poderia ser apreciado

pela equipe técnica;

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As demais conclusões do relatório técnico somente deveriam ser

apresentadas no relatório semestral e que contraria a conclusão prematura e

equivocada acerca de tal condicionante.

A Condicionante 06 do TAC determinava ao empreendedor:

“Criar um canal de ouvidoria, com ampla

divulgação do empreendimento junto à

comunidade, no prazo de 20 dias. Este canal

deverá ser obrigatoriamente apresentado nas

reuniões referidas na clausula 5 deste TAC.

Apresentar relatório identificando os autores e a

data de contato feito por integrantes das

comunidades da AID ou entidades sociais, as

respectivas demandas comunicadas e ações

executadas pelo empreendedor em resposta direta

às comunicações com seus prazos ou datas de

realizações”.

Prazo: Semestral.”

No RT nº 38/2018, a equipe da SUPRAM CM após a análise do documento, sob o

protocolo SIAM nº R0319314/2017 em 29/12/2017, detectou que o canal de

ouvidoria foi criado pelo empreendedor no prazo de 20 dias, no entanto, este canal

não foi apresentado nas reuniões referidas na cláusula 5 do TAC. Por isso, a

condicionante foi dada como descumprida.

Quanto aos argumentos de que o prazo é semestral no que se refere ao relatório

identificando os autores e as demandas das comunidades pertencentes a AID, a

Supram CM concorda com o empreendedor de que houve conclusão prematura e

equivocada acerca dessa parte da condicionante.

Mas diante da falta de comprovação e de evidências de que o canal de

ouvidoria foi apresentado nas reuniões com as comunidades da AID referidas

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na clausula 5 deste TAC (R0051000/2018 em 14/03/2018), a SUPRAM CM

mantém o posicionamento de que a condicionante nº 6 foi descumprida.

Condicionante nº 07 do TAC

O empreendedor fundamenta sua contraposição em relação avaliação de

descumprimento da condicionante 07, realizada pela equipe da SUPRAM CM (RT nº

38/2018), com a apresentação do “Primeiro Relatório Técnico Fotográfico da

Metodologia e Eficiência do Sistema de Limpeza de Rodas – Atendimento ao item

07 segundo aditivo do TAC”.

A Condicionante 07 do TAC determinava ao empreendedor:

“Instalar o sistema de limpeza de rodas de

caminhões no empreendimento, com apresentação

de relatório técnico fotográfico descrevendo a

metodologia e eficiência alcançada.

Prazo: 60 dias para instalação / Relatório

Semestral”

O relatório apresenta a metodologia que vem sendo utilizada pela EMPABRA para

atendimento à condicionante em análise. Esta metodologia consiste na instalação de

trepidadores, que possuem a função de desagregação do material das rodas, e de

estruturas de contenção e interceptação de drenagem, que visam segurar o material

desagregado.

Quanto ao prazo, o empreendedor possuía o prazo de 60 dias para instalação do

sistema. O relatório de junho de 2018, protocolado em 03/07/2018 informa que

instalação da estrutura proposta não está finalizada: “O sistema de mata burro, está

sendo construído logo abaixo do sistema de lombadas. Tal estrutura está sendo

feita na largura da estrada. ”

Quanto à eficiência, o relatório apresenta duas fotos (aparentemente tiradas no

mesmo dia) mostrando o sistema de limpeza de rodas e conclui que o sistema é

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eficiente por retirar a maior parte do material, mitigando os efeitos colaterais de

escoamento das vias.

Um relatório técnico fotográfico semestral deveria apresentar a situação das vias,

após instalação do sistema de limpeza, durante todo o semestre. Duas fotos não

caracterizam amostragem confiável para comprovar a eficiência do sistema.

Além disso, não foi apresentada a metodologia de limpeza do sistema de retenção

do material.

Após análise do relatório apresentado pela EMPABRA, a SUPRAM CM manteve seu

posicionamento de que a condicionante nº 6 foi descumprida.

Diante do exposto, o parecer foi pela improcedência do pedido. A equipe

interdisciplinar mantém o posicionamento de descumprimento das condicionantes

02, 05, 06 e 07 do TAC celebrado entre a SEMAD e EMPABRA, bem como mantem

o entendimento que a empresa apresentou informação divergente em relação aos

volumes movimentados no PRAD protocolado no Estado e na PBH.

8. Controle Processual

O presente parecer único visa subsidiar a análise do requerimento de licença de

operação corretiva para o empreendimento EMPABRA, localizado no município de

Belo Horizonte.

Inicialmente, o empreendimento iniciou as atividades com autorização do Município

de Belo Horizonte por meio do Certificado de Autorização n°128/2008 emitido pelo

Conselho Municipal de Meio Ambiente. Destaca-se que a autorização se limitava à

recuperação das áreas degradadas, aprovadas no PRAD apresentado pela

EMPABRA.

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Em 2015, por recomendação do Ministério Público Estadual, a regularização das

atividades foi avocada pelo Estado, tendo em vista o fato do empreendimento causar

impactos a mais de um município.

Assim, em 09/10/2015, o processo foi formalizado junto a esta superintendência por

meio do PA COPAM N. º 28047/2014/001/2015 visando à regularização das

atividades.

É válido registrar que até a conclusão deste parecer não foi apresentada a

Declaração de Conformidade do Município de Belo Horizonte constando todas as

atividades desenvolvidas no empreendimento.

Ademais, não foram apresentadas a manifestação conclusiva do IPHAN, bem como

do IEPHA.

A Diretoria Regional de Controle Processual acompanha o parecer técnico para

sugerir o indeferimento do pedido de licença de operação em caráter corretivo.

Registra-se que o indeferimento da licença ambiental não implica a paralisação das

obras de recuperação ambiental do empreendimento, conforme Projeto de

Recuperação de Áreas Degradadas, que deverá ser formalizado e aprovado pela

FEAM, nos termos da Deliberação Normativa n° 220/2018.

A recuperação ambiental da área deverá mitigar os passivos ambientais e sociais,

devolvendo a sustentabilidade ambiental da área em que se insere o

empreendimento.

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9. Conclusão

A equipe multidisciplinar da SUPRAM Central Metropolitana sugere o

indeferimento desta Licença Ambiental na fase de Licença de Operação Corretiva

para as atividades listadas no FCEI, considerando todo o disposto neste parecer

único e nos autos do Processo Administrativo 28047/2014/001/2015,

principalmente quanto aos seguintes aspectos:

• Descumprimento de condicionantes constantes no Termo de Ajustamento de

Conduta assinado pelo empreendedor;

• Apresentação de informações contrárias para os volumes de materiais

movimentados constantes no PRAD encaminhado à PBH em relação ao

documento encaminhado ao Estado;

• Não foram apresentadas as anuências de órgão intervenientes (IEPHA e IPHAN)

solicitadas no âmbito do PA 28047/2014/001/2015, por meio do ofício 1580/17

SUPRAM CM, bem como não foi apresentada a Declaração de Conformidade da

Prefeitura de Belo Horizonte solicitada no mesmo ofício;

• O PRAD foi cumprido apenas parcialmente, permitindo possivelmente, dentre

outros impactos, a desestabilização do solo, perda de capacidade de

armazenamento hídrico, exposição do solo aos processos erosivos, bem como a

descaracterização abrupta do relevo (grande rebaixamento topográfico nas

proximidades da “Seção 02_Proj”0), com vistas a prejuízos de ordem ambiental e

do patrimônio histórico cultural, pela inserção do empreendimento na Serra do

Curral;

• Que o órgão ambiental manifestou-se oficialmente, por diversas vezes, por meio

de ofícios, relatórios e autos de fiscalização, sobre a obrigatoriedade da

continuação das obras de recuperação e controles ambientais, sem atendimento

pelo empreendedor;

• Que PRAD deveria ter sido integralmente implantado, conforme cronograma

executivo do documento, cuja área já poderia estar completamente reabilitada,

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caso o plano tivesse sido implantado dentro do prazo estabelecido, evitando assim

prejuízos de ordem ambiental e do patrimônio histórico cultural, com possível

agravamento da situação nos anos que transcorreram;

• Manifestação do Parque da Baleia por meio do Relatório de Vistoria, datado de 14

de junho de 2018, cujo texto segue:

“Entendemos que o empreendimento é de significativo impacto

ambiental, e está inserido na área do entorno do PE Baleia, esse sofre

interferências como o rebaixamento do perfil do solo adjacente ao perfil

da UC, colocando em questão a capacidade de armazenamento de água

na microbacia do parque, abrindo possibilidade de desestabilização do

solo e consequentemente deslizamento de terra, deformando a

formação geomorfológica e colocando em risco o perfil da Serra do

Curral”;

• Que a informação acima foi reafirmada pela Supram CM em relatório conjunto

01/18 SEMAD e IEF no qual consta que lugar do aterro e das baias de contenção

de sedimentos, conforme bem descrito no Relatório Técnico Conjunto

SUPRAM/IEF nº 01/2018, foi realizado um grande rebaixamento topográfico nas

proximidades da “Seção 02_Proj”, inclusive fora da poligonal do DNPM 7227/1957;

• Que o Ofício 0472/16 da Fundação Municipal de Cultura do município de Belo

Horizonte informando que o empreendimento EMPABRA encontra-se parcialmente

instalado na área polarizada da Subárea 4, classificada como área de recuperação

1, estando, portanto, sujeita as diretrizes de proteção estabelecidas na Deliberação

n°26/2002 do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do município de Belo

Horizonte - CDPCM/BH. A outra porção da área está localizada no perímetro de

entorno da mesma subárea, classificada como área de recuperação 6, que se

encontra sujeita as diretrizes estabelecidas na Deliberação n°147/2003, devendo

também ser observadas as demais Deliberações normativas do CDPCM/BH, que

dispõem sobre a Serra do Curral;

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• Que houve ausência de dados técnicos e na falta de atendimento às questões

normativas associadas à temática espeleologia para embasar a análise dos

impactos do empreendimento sobre o patrimônio espeleológico;

• Que medidas importantes de controle ambiental, obrigatórias ao empreendimento,

principalmente no que tange a drenagem pluvial e que independem de licença ou

autorização dos órgãos ambientais, deixaram de ser cumpridas integralmente,

apesar de diversas manifestações do órgão ambiental no sentido de dar

continuidade aos controles e à recuperação da área;

• Que no próprio EIA apresentado pelo empreendedor (13. Medidas Mitigadoras)

informa que para minimizar e até mesmo evitar os impactos ambientais relacionados

ao aparecimento e desenvolvimento de processos erosivos durante estas atividades,

é necessária à implementação de um conjunto de medidas e ações preventivas que

deverão promover o controle ambiental;

• Que as condicionantes impostas pelo ofício 02/2019 SUPRAM de 08 de janeiro de

2019 não foram cumpridas integralmente, descumprindo o prazo máximo para a

retirada do minério armazenado em pátio, bem como não foi apresentado relatórios

mensais à SUPRAM CM, conforme determina o documento;

• Que há divergências de informações quanto ao recorte da AID do meio

socioeconômico prestadas no EIA e no PEA, os quais geram dúvidas quanto à

confiabilidade de dados prestados e quais seriam as comunidades realmente

impactadas pelo empreendimento;

• Que na matriz de avaliação dos impactos no meio socioeconômico, parte dos

impactos não foram apontados e identificados ou apresentados com as

interpretações vagas e ambíguas.

Ratifica-se ainda neste parecer a importância da determinação expressa no último

Auto de Fiscalização (AF 107359/19) lavrado para o empreendimento, dentre outros

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documentos que salientam o mesmo, para retorno imediato e célere das obras de

recuperação ambiental do empreendimento, conforme PRAD, visando a rápida

recuperação e manutenção das áreas requeridas no plano, em especial ao

quadrante referente as áreas limítrofes ao Parque da Baleia.

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ANEXO I

Anexo Fotográfico Auto de Fiscalização n° 107359/2019 (Mineração Pau Branco Ltda – Mina Corumi EMPABRA)

Fig. 33. Localização da Mina Corumi - EMPABRA , na Serra do Curral, bairro Taquaril, município de Belo Horizonte.

Fig. 34. Detalhe da imagem anterior demonstrando os 4 sumps (S1, S2, S3 e S4) observados em vistoria, utilizados no sistema de drenagem da mina.

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Fig. 35. Vista da entrada da mina com Sump 1 em primeiro plano e taludamento esquerdo.

Fig. 36. Vista do taludamento no flanco direito, apontando a revegetação realizada UFMG.

Fig. 37. Vista dos taludes próximos à UTM, apontando a presença de ravinamentos.

Fig. 38. Continuação da imagem anterior, demonstrando taludes e UTM.

Fig. 39. Vista da Cava, sump 4 e taludes de entorno.

Fig. 40. Continuação da imagem anterior, demonstrando o final da mina.

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Fig. 41. Vista do sump 3, próximo à UTM e a montante do sump 2 (em segundo plano).

Fig. 42. Vista do sump 2, a jusante do sump 3.

Fig. 43. Vista do canal do vertedouro do sump 1, próximo à portaria da mina.

Fig. 45. Vista da situação dos taludes no final da mina (cava).

Fig. 44. Vista do canal (sistema de drenagem da mina) próximo ao sump 2.

Fig. 46. Idem foto 09, demonstrando erosões no final da mina.

Foto 13: vista da estrada próxima ao