licença de operação corretiva -loc validade da...
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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Subsecretaria de Regularização Ambiental Superintendência Regional de Meio Ambiente Central Metropolitana
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PARECER ÚNICO N.º073/2019 (Protocolo SIAM 0452363/2019)
INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:
Licenciamento Ambiental 28047/2014/001/2015 Sugestão pelo Indeferimento
FASE DO LICENCIAMENTO: Licença de Operação Corretiva -LOC VALIDADE DA LICENÇA: ---
PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO:
Outorga 30128/15 Autorizada
EMPREENDEDOR: Empabra Mineração Pau Branco Ltda CNPJ: 17.157.082/0003-47
EMPREENDIMENTO: Empabra Mineração Pau Branco Ltda CNPJ: 17.157.082/0003-47
MUNICÍPIO(S): Belo Horizonte ZONA: Urbana
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
(DATUM) LAT/Y 19° 56’ 16.89” S LONG/X 43° 53’ 12.06” O
LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:
X INTEGRAL X ZONA DE AMORTECIMENTO X USO SUSTENTÁVEL NÃO
BACIA FEDERAL: Rio São Francisco BACIA ESTADUAL: Rio das Velhas
UPGRH: SF5 SUB-BACIA: Córrego Taquaril
CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 217/17): CLASSE
A-02-03-8 LAVRA A CEU ABERTO SEM TRATAMENTO OU COM TRATAMENTO A SECO
3
A-05-01-0 UNIDADE DE TRATAMENTO DE MINERAIS
A-05-02-9 OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA (PÁTIOS DE RESÍDUOS E PRODUTOS E OFICINAS)
A-05-04-5 PILHAS DE REJEITO/ ESTÉRIL
F-06-01-7
POSTOS REVENDEDORES, POSTOS DE ABASTECIMENTO, INSTALAÇÕES DE SISTEMAS
RETALISTAS E POSTOS FLUTUANTES
A -05-05-3 ESTRADAS PARA TRANSPORTE DE MINÉRIO/ESTÉRIL
CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO:
Elisa Monteiro Marcos - bióloga
CRBio 044665/04-D
ART 2016/18640 / ART 2018/03297
Felipe Eduardo Rodrigues de Freitas - biólogo CRBio 080541/04-D
ART 2015/07628
Fred Vinícius Rodrigues Ribeiro - geólogo
CREA MG 089963-D
ART 14201500000002717182
José Augusto Miranda Scalzo CRBio 062517/04-D
ART 2015/07621
Mariana Gomide Pereira - geóloga
CREA MG 94.220/D
ART 14201600000003153726
Nívio Tadeu Lasmar Pereira - geólogo CREA MG 28783/D
ART 14201600000003153760
Roberta Soares Guimarães Zago - geógrafa CREA MG 126635/D
ART 14201600000003154466
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RELATÓRIO DE VISTORIA:
AF n°115595/2018
AF nº 111584/2018
AF n° 107359/2019
AF n° 107405/2019
DATA:
01/12/2017
01/12/2017
10/07/2019
09/07/2019
EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA
Aline Alves de Moura- Analista Ambiental - Coordenadora 1.093.406-5
Isabel Pires Mascarenhas Ribeiro de Oliveira - Coordenadora 1.468.112-6
Thais Dias de Paula – Gestora Ambiental 1.366.746-4
Priscilla Martins Ferreira – Gestora Ambiental 1.367.157-3
Rodrigo Soares Val – Gestor Ambiental 1.148.246-0
Constança Sales Varela de O. Martins Carneiro – Gestora
Ambiental/Jurídico 1.344.812-1
De acordo:– Lília Aparecida de Castro – Diretora Regional de Apoio
Técnico 1.389.247-6
De acordo: Philipe Jacob de Castro Sales – Diretor de Controle
Processual 1.365.493-4
1.Resumo
Trata-se de pedido de Licença de Operação Corretiva, classe 3, para o
empreendimento EMPABRA - Mineração Pau Branco Ltda, localizado no município
de Belo Horizonte, formalizado em 09/10/2015 junto a esta superintendência por
meio do Processo Administrativo (PA) COPAM N. º 28047/2014/001/2015 (Protocolo
0988184/2015).
O empreendimento iniciou processo para Recuperação das Áreas Degradadas junto
à Secretaria Municipal de Belo Horizonte, no qual foi emitido o Certificado de
Autorização n°128/2008 pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente aprovando o
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) apresentado pela EMPABRA.
Contudo, a regularização das atividades exercidas pelo empreendimento, passíveis
de licenciamento foi avocada pelo Estado em 2015, por recomendação do Ministério
Público Estadual (ofício 024/2015) e após lavratura de Auto de Fiscalização com
consequente Auto de Infração (AI), na qual ficou constatada a realização de Lavra a
Céu aberto com beneficiamento a seco de minério de ferro sem a devida licença
ambiental, conforme DN 74/2004, vigente à época.
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Durante a tramitação do processo na SUPRAM CM, o empreendimento operou por
meio de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), solicitado na mesma data de
formalização do Processo Administrativo (Protocolo R0493679/2015), no qual foi
aditado por duas vezes. O TAC visou a continuidade das atividades de recuperação
ambiental da área, conforme PRAD aprovado pela Prefeitura de Belo Horizonte
(PBH), concomitante à atividade de produção mineral, limitada a poligonal do DNPM
n° 7227/1957 e volume máximo de 1,5 M t/ano.
Durante a análise da implantação do PRAD, detectou-se que o projeto não foi
cumprido conforme determina o documento aprovado, principalmente no que tange
ao projeto proposto para a área próxima à Seção 02 - Proj., permitindo a exposição
do solo a processos erosivos e demais formas de impactos, bem como não foram
cumpridas todas as medidas de controle ambiental obrigatórias às atividades do
empreendimento.
A própria matriz de impactos físicos constante no EIA/RIMA (quadro 12.2) informa
como um dos impactos decorrentes da atividade a alteração da morfologia do relevo
e da paisagem e pontua como ação ambiental a reabilitação das áreas por meio da
execução das atividades previstas, ou seja, o empreendedor reconhece o impacto,
embora não tenha executado na íntegra as ações necessárias a total reabilitação
das áreas.
Quanto ao cumprimento das cláusulas do 2º aditivo ao TAC, o empreendedor deixou
de cumprir parte das obrigações impostas no documento, o que levou ao
cancelamento do referido ajuste.
Houve descumprimento das obrigações impostas no ofício 02/2019 SUPRAM de 08
de janeiro de 2019, desatendendo ao prazo máximo para a retirada do minério
armazenado em pátio, bem como não foram apresentados os relatórios mensais à
SUPRAM CM.
As informações complementares no âmbito do processo administrativo, solicitadas
por meio do ofício n°1580/2018 SUPRAM CM, não foram cumpridas integralmente,
deixando o empreendedor de apresentar as manifestações conclusivas do IPHAN, e
IEPHA, bem como deixou de apresentar a Declaração de Conformidade da
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
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Ainda foi averiguado durante a análise do processo que há divergências de
informações quanto ao recorte da Área de Influência Direta (AID) do meio
socioeconômico prestadas no EIA e no Plano de Educação Ambiental (PEA), os
quais geram dúvidas quanto à confiabilidade de dados prestados e quais seriam as
comunidades realmente impactadas pelo empreendimento, bem como na matriz de
avaliação dos impactos no meio socioeconômico. Alguns impactos não foram
apontados e identificados ou apresentados com as interpretações vagas e
ambíguas.
Por fim, as atividades da EMPABRA foram suspensas por meio do Auto de
Fiscalização n° 107359/2019 como ato continuo à vistoria realizada em 06 de junho
de 2019, com determinação de retorno imediato e célere das obras de recuperação
ambiental do empreendimento, conforme PRAD aprovado. A execução das obras
emergenciais e de recuperação foi determinada pelo órgão ambiental por diversas
vezes durante a tramitação do processo administrativo.
Desta forma, tendo em vista que o empreendimento não apresentou um bom
desempenho ambiental, mesmo estando em uma área de enorme importância
cultural e ambiental e tendo sido comunicado oficialmente por diversas vezes sobre
a urgência na adoção de medidas de controle ambiental e na execução das obras de
recuperação das áreas degradadas previstas no PRAD, a SUPRAM Central
Metropolitana sugere o indeferimento do pedido de LOC para o empreendimento
EMPABRA - Mineração Pau Branco Ltda.
Informa-se ainda que não cabe neste parecer o detalhamento das operações
minerárias propostas pelo empreendimento, visto a sugestão da equipe pelo
indeferimento do processo de licenciamento.
2. Introdução
Este parecer único visa subsidiar o julgamento do pedido de licença de operação em
caráter corretivo para as atividades listadas abaixo para o empreendimento
EMPABRA MINERAÇÃO PAU BRANCO, localizado no município de Belo Horizonte,
MG.
Conforme a Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004, tal empreendimento é
classificado como classe 3 e instruído ao processo de Licença de Operação em
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Caráter Corretivo com apresentação de Relatório de Controle Ambiental (RCA) e
Plano de Controle Ambiental (PCA), conforme FOB nº 0763362/2015, no qual foi
posteriormente reorientado com a apresentação de Estudo de Impacto
Ambiental/Relatório de Impacto ambiental (EIA/RIMA) por meio do Ofício de
Informação Complementar n°1580/2017 SUPRAM CM.
O empreendimento formalizou processo de Licença de Operação em caráter
Corretivo, no dia 07 de agosto de 2015 (Protocolo R423392/15) junto à SUPRAM
Central, para a mina Corumi, Grupamento Minerário DNPM nº.007.227/1953.
As atividades vinculadas ao licenciamento, conforme DN COPAM Nº74/2004, são:
CÓDIGO DN 74/08
OBJETO DO LICENCIAMENTO PARAMETRO QUANTIDADE
UNIDADE MEDIDA
A-02-03-8 LAVRA SUBTERRÂNEA SEM TRATAMENTO OU COM TRATAMENTO A SECO.
Produção Bruta 1.500.000 Ton/ano
A -05-05-3 ESTRADAS PARA TRANSPORTE DE MINÉRIO/ESTÉRIL
Extensão 10 km
A-05-02-9 OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA (PÁTIOS DE RESÍDUOS E PRODUTOS E OFICINAS)
Área útil 20 ha
A-05-04-5
PILHAS DE REJEITO/ ESTÉRIL Área útil 5 ha
A-05-01-0
UNIDADE DE TRATAMENTO DE MINERAIS
Produção 1.500.000 Ton/ano
F-06-01-7
POSTOS REVENDEDORES, POSTOS
DE ABASTECIMENTO INSTALAÇÕES DE
SISTEMAS RETALISTAS E POSTOS
FLUTUANTES
Capacidade total
de armazenagem
45 m³
Quadro 1: atividades vinculadas ao PA
O presente Parecer único foi subsidiado pela análise técnica da documentação
constante no PA 28047/2014/001/2015, vistorias/fiscalizações na área e em outros
documentos emitidos por órgão oficiais e protocolados nesta SUPRAM.
2.1 Contexto Histórico
Segundo informado nos estudos ambientais apresentados pela empresa, as
atividades de mineração tiveram início no final da década de 1950. As atividades
ocorreram até 1991, momento que a PBH as interditou devido a proposta de
Tombamento Municipal da Serra do Curral. No decorrer do tempo, a paralização
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gerou um grande passivo ambiental na área, uma vez que as medidas de controle
não foram devidamente implementadas pelo empreendimento.
Em 1996, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou Inquérito Civil
Público – ICP nº 04/1996 com objetivo de equacionar o grande passivo ambiental
que se encontrava na área.
Em julho de 2006, a EMPABRA MINERAÇÃO PAU BRANCO LTDA celebrou junto
ao MPMG, com a interveniência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo
Horizonte (SMMA BH), Termo de Transação Civil (Autos do Processo nº
0024.0577826-2), cujo objetivo foi a implantação de medidas de recuperação, bem
como de medidas emergenciais, e ainda pagamento pelos danos ambientais
causados na área (Fazenda Corumi).
Ainda, por meio desse termo, a EMPABRA ficou obrigada a recuperar a área
degradada, com medidas consubstanciadas em PRAD, o qual deveria ser aprovado
pelo Conselho de Meio Ambiente de Belo Horizonte (COMAM).
Em dezembro de 2008 o COMAM autorizou o PRAD apresentado e foi concedido o
Certificado de Autorização PBH nº 128/2008, ficando o empreendimento autorizado
por meio de licenciamento municipal a dar início a suas atividades no local.
Nesse mesmo ano, a empresa solicitou junto a Promotoria de Justiça de Defesa do
Meio Ambiente e Patrimônio Histórico Cultural e Habitação e Urbanismo, a
comercialização do minério estocado, oriundo das explotações realizadas durante a
implantação do PRAD, necessária ao retaludamento e reconformação da área,
conforme projeto aprovado pela SMMA BH, com a justificativa de inviabilidade
econômica na recuperação ambiental da área.
No mês de março do ano de 2009, a EMPABRA assinou Termo de Aditivo de
Transação Civil junto ao MPMG, com a finalidade de comercializar os produtos
obtidos com a retirada dos finos existentes no local, podendo ainda, retirar e
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comercializar, tão somente, o minério necessário ao retaludamento e reconformação
topográfica da área, conforme previsto no PRAD aprovado pelo COMAM.
Em 17 de julho de 2014, a SMMA BH, solicitou por meio do ofício EXTER/GELA
2025/14, a apresentação de projetos para subsidiar a execução do PRAD
inicialmente autorizado na área impactada da Antiga Mina Granja Corumi. Dentre
eles, foram solicitados o modelo geológico do corpo de minério, os projetos
executivos de retaludamento e de drenagem e um plano para retirada de minério “in
situ”. A EMPABRA elaborou os estudos solicitados e protocolou junto a SMMA BH.
Em 04 de março de 2015, por meio do Ofício GAB-SMMA/EXTER/648-15, a SMMA
BH respondeu a EMPABRA se posicionando, a priori, favorável aos novos projetos
apresentados.
Em 13 de março de 2015 a SMMA BH enviou ao empreendedor a declaração GAB-
SMMA/EXTER/0794-15 informando que vinha realizando vistorias e reuniões
periódicas e que, conforme vistoria realizada em 10 de março de 2015, o
empreendedor vinha cumprindo as obrigações ambientais assumidas.
Nesse mesmo mês a Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa
das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba do MPMG enviou para a
Subsecretaria de Controle e Fiscalização Ambiental Integrada (SUFAI) o Ofício
024/2015/CRVP (Recomendação Conjunta nº 03/2015) solicitando adoção de
medidas para suspensão das atividades minerárias irregulares exercidas na Serra
do Curral, bem como a convocação ao licenciamento ambiental corretivo em nível
estadual.
Conforme Deliberação Normativa (DN) COPAM 74/2004 vigente à época a atividade
de recuperação ambiental relacionada a um PRAD era não passível de
licenciamento ambiental, porém a retirada do minério “in situ” concomitante a
recuperação caracteriza lavra, atividade passível de licenciamento ambiental
conforme código “A-02-03-8 Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a
seco – minério de ferro”. O fato da lavra ser realizada concomitantemente à
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recuperação em nada modifica a obrigação normativa de regularização ambiental.
Lavra, com ou sem recuperação, era à época e continua sendo passível de
regularização ambiental.
No mesmo mês foi realizada fiscalização no empreendimento pela equipe da
Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), descrita no Auto de Fiscalização
(AF) nº 60879/2015, sendo confirmada a atividade de lavra a céu aberto com
tratamento a seco concomitante a recuperação ambiental.
Conforme AF supracitado, o material “in situ” era retirado apenas na poligonal DNPM
7227/1957. Na poligonal DNPM 3099/1958 ocorria reconformação topográfica
utilizando o próprio material, sem haver comercialização de minério. O
empreendimento foi autuado conforme Decreto Estadual 44.844/2008 vigente a
época, por operar sem a devida licença ambiental, por meio do AI nº 005553/2015.
Em 08 de julho de 2015 a SMMA BH enviou ao Secretário de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável o ofício GAB-SMMA/EXTER n°. 2161/15
informando que houve aditivo ao Termo de Transação incluindo a possibilidade de
retirada e comercialização de finos de minério e do minério “in situ” resultantes da
mobilização desses materiais necessária ao retaludamento e reconformação da área
conforme projeto aprovado pela SMMA BH.
Consta ainda nos autos do processo, ata de reunião datada de 28 de agosto de
2015, elaborada pelo MPMG, na qual ficou acordado com o empreendimento que
devido ao fato deste causar impactos a mais de um município, a competência do
licenciamento é estadual. Consta também o entendimento que se trata de uma
situação irregular a exploração de minérios fundamentada em PRAD, apesar de esta
ter sido a solução dada a época do licenciamento feito pela SMMA BH.
O processo foi avocado pelo Estado e em outubro de 2015 a empresa formalizou
processo de LOC junto a SUPRAM CM, PA nº 28047/2014/001/2015, para as
atividades e portes listados no FCEI nº R423392/2015 e FOBI nº 0763362/2015:
Lavra a Céu Aberto com Tratamento a Seco (A-02-03-8) – Produção Bruta de 1.500
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toneladas/ano; Unidade de Tratamento de Minério – UTM (A-05-01-0) – Produção
Bruta de 1.500 toneladas/ano; Pilhas de Estéril – PDE (A-05-04-5) – 5 ha; Obras de
Infraestrutura (A-05-02-9) – 20 há; Postos Revendedores (F-06-01-7) – 45 m3;
Estrada para Transporte de Minério (A-05-05-3) – 10 km. Este processo foi instruído
com RCA, PCA, PRAD e demais documentações solicitadas no FOBI.
Foi realizada nova fiscalização por parte da SUPRAM CM e em dezembro de 2015
foi assinado TAC com o empreendimento, conforme Decreto Estadual 44.844/2008
vigente à época. Este documento visava a continuidade das atividades de
recuperação da área concomitante à lavra, que já vinham sendo realizadas,
conforme estudos apresentados, incluindo PRAD. No TAC constou 10 (dez)
cláusulas e 22 (vinte e duas) medidas a serem adotadas pelo empreendedor.
Em 11 de agosto de 2016 o empreendedor pediu prorrogação do TAC. A SUPRAM
CM realizou a análise técnica dos cumprimentos das obrigações estabelecidas no
TAC anterior, bem como promoveu a fiscalização do empreendimento em 05 de
setembro de 2016, conforme AF nº 50043/16. A análise multidisciplinar concluiu pela
viabilidade de celebração de aditivo do TAC, uma vez que houve o cumprimento das
obrigações e não foram constatadas irregularidades em campo. O aditivo foi
assinado em 14 de dezembro de 2016, mantendo as obrigações do TAC inicial e
acrescentando 6 (seis) novas.
Em 14 de dezembro de 2017, em paralelo às ações iniciadas no âmbito do processo
de licenciamento ambiental, a SUPRAM CM concedeu aditivo ao mesmo TAC para
as atividades de recuperação e lavra concomitante impondo 14 (quatorze) novas
obrigações, incluindo dentre elas: “Garantir que as atividades inerentes ao
empreendimento não intervenham nem causem danos nas áreas do Parque
Estadual da Baleia e o Parque Municipal das Mangabeiras”, uma vez recebido em
24 de novembro de 2017 pela SUPRAM CM Laudo de Constatação 01/2017 – PE
Baleia emitido pelo gerente do Parque Estadual da Baleia.
Em 20 de dezembro de 2017 a DREG/SUPRAM CENTRAL encaminhou ofício (OF
N° 1580/17) solicitando Informações Complementares com o objetivo de obter
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esclarecimentos referentes ao empreendimento. O empreendedor protocolou
documentação referente ao cumprimento das informações complementares
constantes no OF1580/17, com destaque para o não atendimento aos itens 3, 4 e 5
do documento, sendo eles:
3.Apresentar Declaração de Conformidade da Prefeitura de Belo Horizonte
em que conste todas as atividades listadas no FOBI.
4.Apresentar manifestação conclusiva do IPHAN (a manifestação que
encontra-se nos autos faz referência expressa à “PRAD” que não é atividade
licenciável de acordo com a DN COPAM nº 74/04) sendo que deverá constar,
todas as atividades listadas no FOB 0763362/2015 A, em especial, lavra a
céu aberto de minério de ferro com processo instruído com EIA/RIMA.
5.Apresentar manifestação conclusiva do IEPHA (a manifestação que consta
nos autos foi realizada quando ainda não tinha sido definido o perímetro de
tombamento da Serra do curral, o que já ocorreu), sendo que deverá constar,
todas as atividades listadas no FOB 0763362/2015 A, em especial, lavra a
céu aberto de minério de ferro com processo instruído com EIA/RIMA.
Em 06 de junho de 2018 foi realizada no empreendimento fiscalização conjunta
entre Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(SEMAD), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Instituto Estadual do
Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de Minas Gerais (IEPHA) e Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte (PBH), visando instruir o PA de Licenciamento
Ambiental e responder às demandas do MPMG, Poder Judiciário de Minas Gerais
(PJMG), Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e denúncias da população
registradas no Sistema de Denúncias do Sistema Estadual de Meio Ambiente
(SISEMA). Neste AF reforçou-se mais uma vez a obrigatoriedade de adoção de
medidas de controle ambiental e a execução integral das obras de recuperação das
áreas degradadas.
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Na formalização do PA 28047/2014/001/2015, o empreendedor havia protocolado
um PRAD e reiterou este PRAD como cumprimento de condicionante do primeiro
TAC.
Contudo quando comparado o projeto de recuperação final apresentado a PBH
com os projetos apresentados no âmbito do PA estadual, foi constatado que
todos os PRADs visam a mesma recuperação final, porém os dados
relacionados ao volume de movimentação de material necessário para
alcançar esta recuperação são muito divergentes.
No Relatório Técnico RL-190215_00 apresentado à PBH, foi prevista: “A
movimentação total será de 1.18Mm3 (3.13Mt), sendo 0.52Mm3 (1.5Mt) de
material para ser comercializado (minério) e 0,66m3 (1.63Mt) de material para
ser aterrado. ”
No Projeto Técnico apresentado no PA 28047/2014/001/2015, foi prevista: “A
movimentação total será de 2.43Mm3 (7.98Mt), sendo 1.68Mm3 (5.88Mt) de
material para ser comercializado (minério) e 0,75m3 (2.10Mt) de material para
ser aterrado. ”
Fazendo uma análise comparativa dos volumes de corte apresentados ao
Estado e à PBH, verifica-se que os volumes de corte apresentados ao Estado
foram muito superiores, conforme demonstrado nos quadros abaixo. Para o
Estado foi acrescentado um volume de 1.247.900m³ referente a “Escavação
para a regularização topográfica e nível de bordas dos sumps dentro do
DNPM7227/1957”. Este acréscimo do volume de corte não se justifica, uma vez
que ambos os projetos preveem a abertura dos mesmos sumps, com as
mesmas dimensões e conformação final.
A divergência de informações aconteceu também com os volumes de aterro
necessários para execução do projeto. Novamente este acréscimo não se
justifica devido ao fato de os projetos finais apresentados ao Estado e PBH
serem os mesmos.
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Quadro 2: Quadros 8.1 e 8.2: Volumes de corte e aterro apresentados no Relatório Técnico protocolado na SUPRAM CM como obrigação do primeiro TAC. Quadros 10-1 e 10-2: Volumes de corte e aterro apresentados no Relatório Técnico RL-190215_00
protocolado no âmbito do licenciamento municipal.
Em 15 de junho de 2018, a SUPRAM CM encaminhou ao empreendedor ofício
55/2018/DRCP/SUPRAM CM/SEMAD/SISEMA no qual determinou que a
EMPABRA se manifestasse em 10 (dez) dias acerca do conteúdo do Relatório
Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018, referente a fiscalização realizada em 06
de junho de 2018, que trouxe informações acerca da regularização ambiental do
empreendimento, além de questionar informações do PRAD apresentado e seu
integral cumprimento, respeitando o direito constitucional de contraditório.
O empreendimento respondeu ao ofício supracitado de maneira tempestiva através
do documento de protocolo SIAM R118449/2018.
Conforme descrito no Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018 e
reforçado pela própria EMPABRA em diversos protocolos realizados no âmbito do
PA 28047/2014/001/2015, o TAC assinado junto à SUPRAM CM visava a
continuidade das obras de recuperação que estavam sendo realizadas conforme
PRAD.
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O Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018 deixa bastante claro que os
órgãos ambientais questionaram o cumprimento dos PRADs apresentados pela
EMPABRA, principalmente em relação à “Seção 02-Proj”. Seguem textos retirados
do relatório:
“Quanto à situação atual da recuperação foi
verificado em campo que vem sendo realizadas
obras de recuperação no DNPM 3099/1958, porém
há indícios da empresa estar descumprindo o
projeto proposto para o Aterro 1, alvo da seção
vertical “Seção 02_Proj”. ”
“Como em todos os PRADs a área da “Seção
02_Proj” é destinada exclusivamente para a
recuperação ambiental com a instalação de um
aterro, não foi possível identificar justificativas
técnicas que levassem ao aprofundamento do perfil
topográfico constatado em fiscalização. ”
Todos os PRADs apresentados visavam a seguinte conformação final:
Fig 1: Projeto de reconformação final proposto pela EMPABRA
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Esse projeto de recuperação final foi apresentado a todo momento nos autos do
processo de Licenciamento Ambiental, PA 28047/2014/001/2015.
A EMPABRA enviou à SUPRAM CM o mesmo projeto final de recuperação na
formalização do Licenciamento Ambiental (2015), após primeiro TAC (2016),
após primeiro aditivo do TAC) e após segundo aditivo do TAC (2018).
Para a “Seção 02-Proj” este projeto visava a instalação de um aterro (Aterro 1)
com dois taludes e aproximadamente 35 (trinta e cinco) metros de projeção
horizontal:
Fig.2: Seção 02_Proj; Análise do Aterro 1 proposto pela EMPABRA
Esta seção é apresentada nos autos do processo de licenciamento ambiental, nos
Relatórios Técnicos citados acima, nas páginas: 847; 1263; 3118; 5798, 8138.
De todos os protocolos realizados vale destacar o Mapa de Arranjo Geral do
Empreendimento de Abril de 2018 da
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Fig.3: Mapa de Arranjo Geral do Empreendimento de Abril de 2018
Este mapa foi entregue em resposta ao Item 9 do Ofício Nº 1580/2017
DREG/SUPRAM CENTRAL/SEMAD/SISEMA, que solicitava:
“Apresentar Mapa de Uso e Ocupação do Solo
impresso e em formato digital (KML) da área que
compõe o empreendimento (ADA do
empreendimento), com delimitação das áreas de
APP definidas em lei (inclusive de topo de morro e
declividade, caso existam na área), remanescentes
de vegetação, uso antrópico, estruturas existentes
(cava, pilha) etc. com a devida legenda, conforme
Art. 30 da resolução Conjunta SEMAD/IEF nº
1.905/2013, acompanhado de Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART”.
O empreendedor apresentou em abril de 2018 este mapa de uso de ocupação de
solo “contendo as estruturas existentes”, porém este mapa não retrata a situação
real que a área se encontrava. Este mapa é o mesmo apresentado a todo momento
como projeto final de recuperação, porém com legenda diferente.
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Foram listadas estruturas neste mapa que nunca existiram no empreendimento:
aterro na região da “Seção 02_Proj”, lavador de rodas, 2 (duas) baias de contenção
de sedimentos no interior da poligonal do DNPM 7227/1957, etc. Esta informação
pode ser comprovada com imagens de satélite, Autos de Fiscalização e documentos
protocolados pela própria EMPABRA.
Quanto ao aterro da “Seção 02_Proj”, a fiscalização de 06/06/2018 e as Figuras 12,
13, 14 e 15 do Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018 comprovam que
este não estava instalado dois meses após apresentação deste mapa de uso e
ocupação de solo. Anos após o cronograma aprovado.
As obras deste aterro foram solicitadas de maneira emergencial durante a
fiscalização do dia 06/06/2018, conforme descrito no AF 111584/2018 e no Relatório
Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018.
O próprio empreendedor confirmou esta solicitação no documento de protocolo
SIAM R0118449/2018:
“7. Contudo, considerando a vistoria técnica
conjunta realizada no dia 06/06/2018, pela equipe
SUPRAM CM, IEF, e órgãos do patrimônio histórico
e cultural municipal e estadual, foi solicitada pela
equipe técnica dos referidos que a EMPABRA
iniciasse de forma prioritária as atividades de
retaludamento, principalmente, a seção 2-Proj e
aterro 1, inseridas no quadrante 4, limítrofes ao
Parque Estadual da Baleia, a fim de garantir a
estabilidade dos taludes.
8. Sendo assim, logo após a vistoria técnica a
empabra deu início às ações prioritárias para
reconformação da seção 2-Proj e o detalhamento
das ações para recuperação ambiental do
quadrante 4, incluindo a seção 2-Proj, as quais
estão apontadas no “Cronograma das Obras de
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Reconformação Final da Área”, apresentando neste
relatório, em atendimento ao item 4 do Relatório
Técnico Conjunto, que ora se responde. ”
Quanto ao lavador de rodas, além das fiscalizações, a própria EMPABRA informou
no documento de protocolo SIAM R0118451/2018, em resposta à cláusula 7 do
segundo aditivo do TAC, que a metodologia escolhida para limpeza de rodas é a
instalação de trepidadores e estrutura de interceptação de drenagem.
No lugar do aterro e das baias de contenção de sedimentos, conforme bem
descrito no Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018, foi realizado
um grande rebaixamento topográfico nas proximidades da “Seção 02_Proj”,
inclusive fora da poligonal do DNPM 7227/1957.
Fig. 4: Área alvo de rebaixamento fora do DNPM 7227/1957 (amarelo)
Portanto, quanto ao cumprimento do PRAD, a SUPRAM CM concluiu que este
foi descumprido pela EMPABRA e que o documento apresentado não justifica
tecnicamente o aprofundamento do perfil topográfico nas proximidades da
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“Seção 02_Proj” e na região que se encontra fora da poligonal do DNPM
7227/1957.
Quanto à prestação de informações divergentes para à PBH e SUPRAM CM, a
EMPABRA informou no documento de protocolo SIAM R0118449/2018 que:
“Em outubro de 2015, tendo em vista a
formalização do processo de Licença de Operação
Corretiva (LOC) da Mina Corumi, junto a SUPRAM
CM, a EMPABRA apresentou, juntamente com os
estudos ambientais solicitados por esta secretaria,
um novo PRAD seguindo as mesmas premissas do
PRAD firmado junto a SMMA, com os mesmos
projetos de terraplanagem, drenagem pluvial,
estabilidade de taludes, todos considerados no
PRAD protocolados na SMMA.”
Porém, nos autos do PA 28047/2014/001/2015, documento de protocolo SIAM
R0295796/2017, de 21/11/2017, o empreendedor afirmou que o PRAD que vinha
sendo executado era o PRAD aprovado pela PBH:
“O atual processo de licenciamento ambiental –
LOC em análise, com operações amparadas pelo
TAC, refere-se a execução do PRAD aprovado pelo
COMAM;”
Quanto à diferença de volume, a EMPABRA informou no documento de protocolo
SIAM R0118449/2018:
“Contudo, a própria SUPRAM CM convocou e
orientou a EMPABRA para que, nos termos do
Formulário Integrado de Orientação Básica (FOBI),
realizasse a regularização ambiental, na esfera
estadual, da atividade desenvolvida no
empreendimento denominado Mina Corumi,
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classificada pela Deliberação Normativa da
COPAM n° 74/2004 (Lavra a Céu Aberto com
tratamento a seco (A-02-03-8); Unidade de
tratamento de Minério (A-05-01-0); Pilhas de estéril
-PDE (A-05-04-5); Obras de Infraestrutura (A-05-
02-9); postos revendedores (F-06-01-7); Estradas
de transporte de Minério (A-05-05-3)), limitada a
volume máximo de 1,5 milhão de tonelada/ano.
Neste sentido, a EMPABRA elaborou os estudos
ambientais e protocolou o processo de
regularização ambiental conforme orientação
expressa pelo FOBI, tendo complementado ao
projeto de terraplanagem, anexo ao PRAD,
volumes da reserva mineral inserida na poligonal
do DNPM n° 7227/1957, de sua titularidade,
previstas em estudos preliminares que orientaram a
elaboração do Plano de Aproveitamento
Econômico (PAE), protocolado em 2016, e
aprovado junto ao DNPM.”
A SUPRAM CM repugna as informações prestada pela EMPABRA, uma vez que
o FOBI é um documento gerado automaticamente conforme informações
declaratórias, prestadas pelo empreendedor, no Formulário de Caracterização
do Empreendimento (FCEI).
O FOBI era regulamentado à época pela Resolução SEMAD nº 412/2005 que
estabelecia a natureza do respectivo formulário, além disso, estabelecia de forma
objetiva a formalização de processo administrativo:
“Art. 1º - A orientação para requerimento de
Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos
e/ou para requerimento de Autorização para
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Exploração Florestal – APEF e/ou para
requerimento de Autorização para Intervenção em
Área de Preservação Permanente – APP, quando
vinculadas ao licenciamento ambiental ou à
Autorização Ambiental de Funcionamento – AAF ou
à emissão de Certidão de Dispensa de Autorização
Ambiental de Funcionamento ou de Licenciamento
Ambiental, serão emitidas em formulário
denominado Formulário de Orientação Básica
Integrado – FOBI.
Parágrafo único. - O Formulário de Orientação
Básica Integrado – FOBI, será emitido no prazo
máximo de 10 (dez) dias úteis com base nas
informações requeridas pelo empreendedor através
do Formulário Integrado de Caracterização do
Empreendimento – FCEI, documento exigível para
qualquer processo de licenciamento ou autorização
ambiental, bem como os de autorizações de uso de
recursos hídricos e intervenções em recursos
florestais.”
A responsabilidade pelo requerimento de atividades e portes é exclusiva do
empreendedor ao protocolar o FCEI.
Continuando na diferença de volumes, EMPABRA informa no documento de
protocolo SIAM R0118449/2018:
“Cabe ressaltar que o volume acrescido ao projeto
técnico de terraplanagem, considerando a atividade
de lavra na poligonal do DNPM n° 7227/1957, não
prejudica o atendimento das premissas iniciais
firmadas com a SMMA, uma vez que a geometria
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prevista autorizadas dentro da área do direito
minerário, a permitir o exercício de lavra pela
EMPABRA em uma área de 12ha, cujos recursos
são destinados para cumprimento da recuperação
da área total de 66 ha, nos termos estabelecidos no
acordo celebrado em 2009 com o MPMG.”
O volume de corte a ser comercializado apresentado ao Estado (1,68 milhões
de metros cúbicos) é 3,23 (três vírgulas vinte e três) vezes maior do que o
volume apresentado à PBH (0,52 milhões de metros cúbicos). Para ilustrar,
esta diferença de volume equivale ao volume de 464 (quatrocentos e sessenta
e quatro) piscinas olímpicas.
A SUPRAM CM discordou que a retirada deste volume “não prejudica o atendimento
das premissas iniciais formadas com a SMMA”. O grande rebaixamento não previsto
no PRAD, descrito no Relatório Técnico Conjunto SUPRAM/IEF nº 01/2018 e demais
documentos dos autos do PA demonstram o contrário.
Em 06/06/2018 foi lavrado o AI 129039/2018, conforme códigos 109 e 128 do Anexo
I do Decreto Estadual 47.383/2018 por “Descumprir total ou parcialmente Termo
de Compromisso ou Termo ajustamento” e “Elaborar ou apresentar informação,
estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso, enganoso ou
omisso, seja nos sistemas oficiais de controle , seja no licenciamento, na outorga,
na autorização para intervenção ambiental ou em qualquer outro procedimento
administrativo ambiental”. Foram aplicadas as penalidades de multa simples e
suspensão das atividades minerárias. Ainda ficou destacado na conclusão do
ofício 49/2018/SUP/SUPRAMCM/SEMAD/SISEMA ao empreendedor, que a
execução das obras emergenciais e de recuperação da área deveriam ser
mantidas conforme projeto inicial, sem execução de lavra concomitante.
O ofício 53/2018/DRCP/SUPRAM CM/SEMAD/SISEMA determinou que a
EMPABRA se manifestasse em 10 (dez) dias acerca do conteúdo do Relatório
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Técnico Supram Central Metropolitana N.º 38/2018 que informou o descumprimento
de cláusulas do TAC respeitando o direito constitucional de contraditório.
O empreendedor respondeu ao ofício supracitado de maneira tempestiva através do
documento de protocolo SIAM R118451/2018.
Em 21/06/2018, após análise da documentação apresentada, a SUPRAM CM
(Protocolo SIAM 044557/18) comunicou ao empreendedor o cancelamento do TAC.
Em 06/06/2019 houve nova vistoria no empreendimento em atendimento a
solicitação da Câmara Municipal de Belo Horizonte, bem como servir de subsídio
adicional para a análise do processo de licenciamento ambiental em julgamento.
Participaram conjuntamente nesta vistoria técnicos da SUPRAM CM e da FEAM.
O AF 107359/19 da vistoria supracitada segue transcrito abaixo. O texto foi inserido
na íntegra pelo fato de apontar a situação apresentada até a data da vistoria
(06/06/2019):
No dia 06/06/2019 foi realizada vistoria no empreendimento Mina Granja
Corumi pertencente a Empabra Mineração Ltda., localizada na porção leste
do município de Belo Horizonte (Imagem 01). A vistoria foi acompanhada
pelo Sr. Philipe Gomes Araújo, representante da mineradora, e na ocasião
foi observado e ou informado o que segue:
A vistoria conjunta foi solicitada pela Comissão de Meio Ambiente e Política
Urbana da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) por meio do
Vereador Gilson Reis, para verificação das condições de taludes e de
erosões na mina. Após a mineradora negar a entrada para a equipe da
CMBH, os técnicos da Superintendência Regional de Meio Ambiente Central
Metropolitana (Supram-CM) e da Fundação Estadual de Meio Ambiente
(FEAM) continuaram a fiscalização sem o acompanhamento dos demais
participantes.
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Trata-se de mina de minério de ferro situada na Área de Proteção Ambiental
(APA) Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A área da
mineração está situada na Serra do Curral, na zona de amortecimento do
Parque Estadual Serra do Rola Moça (PESRM), nos limites do Parque
Estadual da Baleia. Quando da extração do minério na área, o
beneficiamento foi realizado a seco, portanto não há barragens ou outras
tecnologias de disposição de material a úmido.
A mina possui sistema de drenagem superficial composto por quatro bacias
de contenção de sedimentos dispostas em série. A Bacia 1 situa-se próxima
a portaria da mina. A Bacia 2, localizada próxima à Bacia 3, que está
localizada aproximadamente no perímetro mediano da mina e da Unidade de
Tratamento de Minérios (UTM). A última bacia (Bacia 4), ocorre no final da
cava e em cota inferior dentro da própria estrutura. (Imagem2).
Foi observado em vistoria que as quatro bacias não estavam
assoreadas/saturadas de sedimentos. Embora as atividades de lavra e
beneficiamento estejam paralisadas, ressalta-se que as medidas de controle
ambiental (como aspersão, manutenção de drenagem dos taludes,
desassoreamento das bacias de contenção de sedimentos e demais
atividades de controle) a serem realizadas na mina, são medidas
obrigatórias, de responsabilidade do empreendedor e devem ser realizadas.
Inclusive a realização das obras emergenciais e de manutenção já foram
solicitadas, oficialmente, por mais de uma vez, pela Supram-CM, conforme
Relatório Técnico Conjunto SEMAD/IEF n° 01/2018, ofício n° 1867/2018 e
ofício nº 02/2019.
No início da vistoria, foi possível verificar a saída de caminhões rodoviários
carregados de minério, escoando minério pela estrada rural que liga o
município de Belo Horizonte a Sabará. Segundo informado pelo
representante do empreendedor, os caminhões estavam retirando material já
beneficiado que estava estocado em pátio. Ainda foi possível observar a
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utilização de caminhão pipa realizando aspersão de água para controle de
material particulado proveniente nas vias internas da mina.
Em relação à situação ambiental da mina, entende-se que a mesma
apresenta três situações distintas, elencadas conforme referências de
localização:
1: na área próxima à portaria, no entorno do sump 1, foram desenvolvidos
taludes para reabilitação que apresentam geometria final definida, com
plantio e instalação de sistema de drenagem superficial. Foi observada a
presença de vegetação nativa em início de regeneração, porém mais
desenvolvida do lado direito à portaria. O plantio deste local, conforme
informado pelo representante do empreendedor, foi realizada por meio de
convênio da empresa com FUNDEP/UFMG (projeto da professora Dra.
Maria Rita Muzzi), o qual foi utilizado espécies nativas do cerrado e de
campo rupestre (como por exemplo aroeira, copaíba, candeia, ipê amarelo,
mimosa, pequi) selecionadas pelo porte e pela arquitetura radicular, bem
como espécies agronômicas, como feijão guandu, girassol, Crotalaria sp.,
sendo que as espécies agronômicas são utilizadas visando a estabilização
das áreas nuas dos taludes e controle de erosão, cujas sementes são
estéreis, objetivando, portanto, a formação de biomassa do solo (aporte de
matéria orgânica). Vide fotos 01, 02 e 09.
2: área contínua aos taludes da situação anterior, no entorno dos sumps 2 e
3. Observa-se uma fase intermediária de reabilitação da mina, tendo sido
verificada a exposição de solo nos taludes, com início de processo de
revegetação, em alguns pontos. Ainda pode ser observada a presença de
ravinamentos/erosões e ausência de sistema definitivo de drenagem,
inclusive com rompimento de drenagem. Vide fotos 03 e 04, 07,08 e 10.
3: área no entorno do sump 4, ao final da mina (extremidade sudoeste).
Nessa área ocorreu lavra, segundo informado pelo representante do
empreendedor, durante a vigência dos Termos de Ajustamento de Conduta
(TACs), sendo que não foram verificados vestígios de lavra recente. No
entorno dessa área houve formação de taludes definitivos. Os taludes do
lado direito são limítrofes ao Parque Estadual da Baleia. Na maior parte
desta área não foram implantadas ações de recuperação, tendo sido
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observada a presença de ravinamentos e ausência de drenagem no local, o
que, se não corrigido pelo empreendedor, podem acarretar prejuízos
ambientais, principalmente às áreas do parque. O representante do
empreendedor informou que não está sendo realizada a
recuperação/manutenção na área pela falta de licença/autorização
ambiental. A equipe da Supram-CM esclareceu que a implantação e
manutenção das medidas de controles ambientais são obrigatórias, de
responsabilidade do empreendedor e devem ser realizadas independentes
de licenciamento/autorização ambiental, conforme diretrizes estabelecidas
pela Deliberação Normativa COPAM 220/2018 e demais normas ambientais.
Reforçamos que esta determinação já ocorreu conforme exposto acima.
Vide fotos 5 e 6.
A estrada que leva da área da cava, próxima ao sump 4, aos taludes nos
limites do parque também se encontra bastante erodida. Foi verificada a
presença de uma manilha que coleta as águas pluviais a montante da
estrada/berma, que direciona a drenagem diretamente na estrada, sem
estruturas de dissipação de energia, o que tem provocado o carreamento de
solo e formação de processos erosivos. Vide foto 11.
Conforme informado pelo representante que acompanhou a vistoria, o
convênio com a FUNDEP/UFMG encontra-se paralisado e o plantio para
revegetação da área tem sido realizado por empresa contratada, sendo
utilizada a mesma listagem de espécies do projeto da UFMG e o
monitoramento desse plantio é realizado por dois profissionais contratados
pela Empabra, sendo observado grande presença de Crotalaria sp.
(chocalho de cascavel) nas áreas que foram realizados plantios, além de
algumas mudas de espécies nativas em início de desenvolvimento, embora
tenha sido observado em toda a área a presença de gramínea exótica,
principalmente o capim braquiária.
Ainda foi informado pelo mesmo representante não haver necessidade de
supressão para o reconformação das áreas impactadas.
Considerando que o Ofício 02/2019 SUPRAM de 08 de janeiro de 2019,
recebido pelo empreendedor em 10 de janeiro de 2019, o qual defere com
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condicionantes o pedido do empreendedor para movimentação e
comercialização do material já lavrado e beneficiado, que se encontra
estocado e impõe como uma das condições que o transporte seja limitado
aos volumes, horários, horas e dias (51 dias úteis) de escoamento
propostos na memória de cálculo apresentada pelo empreendedor, sendo
que o prazo para escoamento do material já teria expirado, conforme mesmo
documento;
Considerando que ficou constatado o escoamento de produto na data da
vistoria;
Considerando que ficou constatado que o Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas (PRAD) foi cumprido apenas parcialmente, sendo conferido por
meio de observações de taludes descobertos por vegetação, com visível
presença de diversos pontos de ravinamento desencadeados por processos
erosivos, bem como ausência ou deficiência de drenagem superficial em
diferentes pontos;
Considerando que o empreendedor não cumpriu as condicionantes impostas
pelo ofício 02/2019 SUPRAM de 08 de janeiro de 2019, inclusive sem
apresentar nem um relatório mensal;
Determina-se a suspensão da retirada de produtos da unidade minerária,
bem como de qualquer outra atividade, com exceção daquelas necessárias
ao controle ambiental e ainda determina-se a retomada imediata das obras
emergenciais, visando a rápida recuperação e manutenção das áreas
requeridas no PRAD e constantes nos autos, no qual já houve reiterações,
em especial ao quadrante referente as áreas limítrofes ao Parque da Baleia.
Mais uma vez, foi reiterada a determinação de retomada das obras emergenciais e
de recuperação da área conforme PRAD aprovado.
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2.2 Caracterização do Empreendimento
O empreendimento está localizado na Serra do Curral, entre o Parque Estadual da
Baleia e o Parque Municipal Mangabeiras, bairro Taquaril, no município de Belo
Horizonte – Minas Gerais.
Fig. 5: Localização do empreendimento
Fonte: EIA /RIMA 2018
O empreendimento tem por objetivo principal a extração de minério de ferro nas
áreas inseridas na poligonal do título minerário referente ao processo DNPM
007.227/1957.
A produção solicitada é de 1,5 MTPA, sendo que as operações solicitadas
contemplam as seguintes atividades, segundo códigos descritos na DN COPAM
74/2004: Lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco (A-02-03-8),
Unidade de Tratamento de Minerais – UTM (A-05-01-0), Obras de infraestrutura
(pátios de resíduos e produtos e oficinas) (A-05-02-9), Estradas para transporte de
minério / estéril (A-05-05-3), Pilhas de rejeito/estéril (A-05-04-5) e Postos
revendedores, posto de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas e postos
flutuantes de combustíveis (F-06-01-7).
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Quanto aos turnos propostos de trabalho do empreendimento, as equipes de lavra e
beneficiamento operam em dois turnos de 8 horas cada, ou seja, 16 horas por dia de
segunda a sexta feira e 8 horas por dia no sábado, com folga aos domingos. Além
dos postos de trabalho das áreas de lavra e beneficiamento, a mina contaria com
uma equipe para as áreas administrativa, manutenção, suprimentos e Segurança,
Saúde e Meio Ambiente, nas quais trabalhariam em regime de horário administrativo
em 44 horas semanais, de segunda à quinta-feira, das 7:00 às 17:00 horas, tendo 1
(uma) hora para almoço no horário de trabalho e nas sextas-feiras das 7:00 às 16:00
horas, com o mesmo intervalo para refeições e folgando aos sábados e domingos.
No total, a Mina Corumi contaria com 109 postos de trabalho.
Na extração realizada foi aplicado o método de lavra a céu aberto, desenvolvido por
bancadas.
Na operação do empreendimento foram gerados materiais resultantes da
movimentação dos finos, os quais juntamente com o ROM, foram encaminhados
para o processo de beneficiamento a seco o qual consistiram das etapas de
cominuição, classificação e concentração, conforme as características dos materiais
gerados.
3.Diagnóstico Ambiental
3.1 Unidades de Conservação O empreendimento está localizado na Área de Proteção Ambiental Sul da Região
Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul da RMBH), na zona de amortecimento do
Parque Estadual da Serra do Rola Moça (PESRM), na área limítrofe e zona de
amortecimento Parque Estadual da Baleia e do Parque Municipal das Mangabeiras,
além de parte da área diretamente afetada (ADA) do empreendimento estar inserida
na poligonal do tombamento municipal da Serra do Curral.
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Fig. 06: Localização do empreendimento no Bioma Mata Atlântica e a proximidade com o Parque
Estadual da Baleia e Parque Municipal das Mangabeiras. Fonte: EIA/RIMA 2018
3.2 Recursos Hídricos / Áreas de Influência
O empreendimento está inserido na sub-bacia do Córrego Taquaril, o qual é afluente
do Ribeirão Arrudas e este tributário do Rio das Velhas, sendo todos componentes
da bacia do Rio São Francisco. Segundo dados do EIA de 2018 a sub-bacia do
córrego Taquaril é afluente do ribeirão Arrudas pela sua margem direita, que por sua
vez, deságua no rio das Velhas (bacia estadual – UPGRH SF5) e pertence a bacia
federal do rio São Francisco. Localiza-se no município de Belo Horizonte, próximo a
Serra do Taquaril, na divisa com os municípios de Nova Lima e Sabará, sob as
coordenadas geográficas aproximadas de 19°56’03”S e 43°52’57”W.
No EIA foi apresentada a figura a seguir com a delimitação da sub-bacia do córrego
Taquaril, com área de drenagem igual a 4,5 km², como também a delimitação da
ADA na referida sub-bacia. Foi utilizada cartografia do IBGE (Instituto Brasileiro de
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Geografia e Estatística) em escala 1:50.000, carta de Belo Horizonte (SE-23-Z-C-VI-
3).
Fig. 07: Localização da sub-bacia do Córrego Taquaril e ADA28047/2014/001/2015
Fonte: EIA/ RIMA 2018
Conforme consta no EIA/RIMA, a delimitação da AID da Mina Corumi, sob o meio
físico e biótico (Figura 08), foi definida levando em consideração, principalmente, os
impactos sobre os recursos hídricos superficiais e subterrâneos uma vez que a área
de intervenção está localizada nas cabeceiras do córrego Taquaril, em um vale bem
encaixado, entre o os alinhamentos do conjunto de subserras da Serra do Taquaril,
prolongamento a Nordeste da Serra do Curral.
Ao Sul, a área foi delimitada considerando os talvegues perenes e intermitentes das
cabeceiras de drenagens da margem esquerda do córrego da Fazenda, na vertente
Sul da Serra do Taquaril. Ao Norte e a Oeste, a AID foi delimitada considerando
uma faixa de 50 metros de entorno da área de intervenção e a Leste foi delimitada
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no ponto de confluência do talvegue que drena a ADA com os demais formadores do
córrego Taquaril.
Já a Área de Influência Indireta (AII), também sobre o meio físico e biótico (Figura
09), foi delimitada considerando os impactos indiretos sobre os recursos hídricos e
partículas em suspensão em decorrência do transporte de produtos por caminhões.
Ao Sul foi delimitada considerando as cabeceiras de drenagem do córrego da
Fazenda até a cota 960 metros. A Leste e ao Norte, consideradas respectivamente,
a área de entorno da estrada até o limite da comunidade do Taquaril e a bacia do
córrego Taquaril até o início de sua canalização, na avenida Jequitinhonha, no bairro
Alto Vera Cruz. Já ao Norte, a AII foi delimitada considerando a topografia, mais
especificamente a curva de nível de elevação de 980 metros, o mesmo critério foi
adotado para delimitar a área de influência indireta a Oeste, nesse caso, o divisor de
águas entre o córrego Taquaril e o córrego da Serra.
O empreendimento possui outorga vinculada ao processo sob número 30128/2015.
Este processo de outorga consiste de uma perfuração de poço tubular profundo. O
empreendimento não possui outorga válida para captação em poço tubular.
Fig. 08: Delimitações das Áreas de Influência - Fonte: EIA/RIMA 2018
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3.3 Fauna
Os estudos ambientais apresentam os resultados das campanhas de levantamento
da fauna de vertebrados terrestres, realizadas em épocas sazonais distintas, sendo
informado que a campanha relativa a época seca ocorreu entre os dias 20 a 22 de
julho e da estação chuvosa entre os dias 12 a 14 de novembro de 2015, nas áreas
de influência da Mina Corumi.
Informam ainda que foram amostrados os grupos da herpetofauna, avifauna e
mastofauna (médios e grandes mamíferos), com a utilização de metodologias ativas
e que devido ao conhecimento acadêmico da fauna local não foi utilizada a captura e
coleta de animais.
Na conclusão integrada da fauna os estudos concluem que o grande processo
antrópico observado na região já atuou descaracterizando parte da composição
original da fauna da localidade, mas informam ser notório também a presença de
espécies de habitat especialistas, sensíveis a atuação antrópica pronunciada
presentes ainda nos fragmentos estudados. Esse fato aponta para capacidade
suporte da localidade para abrigar espécies com requisições ecológicas elaboradas,
o que aumenta a diversidade local.
Ainda na conclusão, os estudos creditam esse fato à presença de unidades de
conservação e de longas áreas sem ocupação humana na vertente sul do
empreendimento, o que possibilita a presença de hábitats e áreas de vida para
espécies sensíveis. Ainda frisam sobre a importância da presença de fragmentos de
vegetação natural, que atuam de forma positiva para a manutenção da
biodiversidade local.
Ao final, recomendam a necessidade de manutenção e/ou recuperação de áreas
naturais visando a manutenção da qualidade ambiental local.
Informam ainda que devido à grande antropização já observada no local, não
consideram que a implantação/operação do empreendimento causará maiores
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prejuízos a fauna do que o já observado na região, desde que algumas medidas de
controle e mitigação sejam tomadas, principalmente aquelas que dizem respeito a
manutenção de habitat.
3.4 Flora
A área do empreendimento está inserida no Bioma Mata Atlântica e apresenta
fitofisionomia de ecótono, tendo fitofisionomias de Cerrado, Campo rupestre sobre
canga em áreas de maiores altitudes e Floresta Estacional Semidecidual (mata de
galeria) no fundo de vales, conforme observado na área de entorno do
empreendimento e também conforme consta nos estudos apresentados. Além disso,
em alguns locais do entorno há fragmentos antropizados com a presença de
espécies exóticas de gramíneas, como braquiárias e capim meloso.
Consta no EIA/RIMA que a área de estudo relacionada ao meio biótico é
representada pela área objeto da Mina Corumi (composto pelas estruturas
minerárias) e seu entorno, localizados no município de Belo Horizonte, no bairro
Taquaril, numa porção da encosta leste da serra do Curral, no Quadrilátero ferrífero.
Conforme estudos apresentados, merece destaque a vegetação de campo rupestre,
pois ela é considerada endêmica, ocorrendo em locais específicos do país, como na
Serra dos Carajás, no Pará e no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. A canga
encontrada é principalmente do tipo nodular onde pode aparecer o solo por entre as
rochas fragmentadas pelo intemperismo. A vegetação é principalmente constituída
de herbácea, sendo raras as formas arbustivo-arbóreas, pois mesmo que haja solo,
ele é raso. São típicas, além do estrato graminoso, as Velloziaceae (canelas-de-
ema), Xyridaceae (lírios) e Eriocaulaceae (sempre-vivas). Em uma pequena região a
leste da cava há canga couraçada, onde o solo é inexistente e forma-se algo como
uma laje de minério de ferro.
As matas de galeria de Floresta Estacional Semidecidual (FESD), acompanhando as
grotas de fundo de vale, cercam a cava por todos os lados e é daí que advém a
maior parte da fauna que perpassa o local, conforme descrito no RCA.
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Alguns fragmentos de vegetação podem ser encontrados nas encostas a noroeste da cava, sendo manchas vegetacionais de fitofisionomia de cerrado, campo rupestre e FESD.
.
Fig. 10: Fitofisionomias do entorno do empreendimento - Fonte: EIA/RIMA 2018
Fig.09: Fragmento de vegetação no entorno do empreendimento – fitofisionomia Cerrado.
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Parte do grande valor ambiental da área da EMPABRA reside na composição da
paisagem de entorno, proximidade de áreas de reserva ambiental, como o Parque
Municipal das Mangabeiras e o Parque Estadual da Baleia, onde formações
florestais e campestres (campo rupestre) se interligam e circundam as áreas
alteradas pela mineração, oferecendo pontos de refúgio e fontes de alimento que
propiciam a manutenção da fauna silvestre.
Cabe ressaltar que a área do empreendimento possui classificação Alta e
Extremamente Alta para conservação da Biodiversitas, conforme demonstra a figura
11 abaixo. Segundo consta no EIA/RIMA, tal fato é corroborado em função da
localização da Mina Corumi estar inserido em região Mata Atlântica, cabendo
destacar a existência de legislação específica com relação a este bioma, devido às
suas características relevantes.
Fig. 11: Localização do empreendimento nas Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade
– MMA.
Fonte: EIA/RIMA 2018
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Conforme consta no EIA/RIAMA a Mina Corumi encontra-se inserida numa área
Especial para conservação (85 – Quadrilátero Ferrífero), em virtude de Endemismo
de anfíbios e plantas, alta riqueza de vertebrados, ambiente único no Estado
(campos ferruginosos). As recomendações específicas são a realização de
inventários, criação de Unidades de Conservação e o respectivo plano de manejo.
Considerando o detalhamento do mapa síntese, em relação às áreas prioritárias de
conservação da fauna mapeadas pela Biodiversitas, observa-se que a região do
empreendimento se classificada como de importância biológica especial (Figura 12),
uma vez que possui alto número de espécies endêmicas e ameaçadas associados à
presença de ambientes únicos de Campos Rupestres e de Mata Atlântica, em
contraste com grande pressão antrópica sofrida com a exploração mineral e
expansão urbana.
Fig. 12: Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação da Fauna (Biodiversitas)
Fonte: RCA 2015
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3.5 Cavidades Naturais A primeira prospecção espeleológica, realizada em 2015, para a área do
empreendimento foi protocolada nesta SUPRAM CM no âmbito do RCA do processo
de LOC, para a Mina Curumi. Este estudo foi elaborado pela empresa CERN e com
responsabilidade técnica de Fred Vinícius Rodrigues Ribeiro, geólogo, CREA MG
089963-D, ART 14201500000002717182. A prospecção amostrou a ADA e entorno
de 250 metros da Mina Curumi, ocorreu em agosto de 2015, teve duração de 04 dias
de campo e foram percorridos aproximadamente 30 km e descritos 30 pontos de
controle. O estudo concluiu com a identificação na área de apenas “um abrigo sem
relevância espeleológica apesar do alto potencial local dessa área para ocorrência
de feições cársticas” (Figura 13).
Fig. 13: Prospecção espeleológica inicial da ADA e entorno de 250 metros da Mina Curumi. Fonte:CERN (2015).
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Ainda no ano de 2015, conforme protocolo realizado em 2017, esta prospecção
inicial teve sua amostragem adensada, sendo descritos o total de 73 pontos de
controle (protocolo SIAM: R0266424/2017). O estudo é foi elaborado pela empresa
CERN e tem citado que é de responsabilidade técnica também do de Fred Vinícius
Rodrigues Ribeiro, geólogo, CREA MG 089963-D, ART 14201500000002717182,
bem como de Fernando Santos Seabra Cardoso, geólogo, CREA MG 152518-D,
ART não identificada nos autos do processo (Figura 14).
Fig. 14: Prospecção espeleológica de adensamento realizada na ADA e entorno de 250 metros da Mina Curumi. Fonte: CERN (2018).
Neste adensamento da prospecção foram identificadas 02 cavidades naturais
subterrâneas denominadas GMT-01 e GMT-02, ambas localizadas no limite NE do
entorno de 250 metros da ADA, as quais (Figura 16):
- GMT-01 (UTM 617204 E / 7795641 N):Cavidade com projeção horizontal
de 5,94 m inserida em itabirito e canga.
- GMT-02 (UTM 617215 E / 7795660 N): Cavidade com projeção horizontal
de 8,39 m inserida em itabirito e canga.
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Foi ainda descrita a ocorrência de 03 abrigos, os quais:
- Ponto Controle 04 (UTM 615714 E / 7794331 N): Abrigo CT-01 em meia
encosta logo abaixo das escarpas em escoramento de bloco deslocado de quartzito.
- Ponto Controle F007 (UTM 617146 E / 7795290 N): Abrigo em meia
encosta, desenvolvido em itabirito dolomítico, com cerca de 1,5 metros de projeção
horizontal.
- Ponto Controle F015 (UTM 615745 E / 779437 N): Abrigo formado por
fraturamento em itabirito com cerca de 2,5 metros de projeção horizontal.
Fig. 15: Localização das cavidades identificadas no entorno de 250 metros da Mina Curumi. Modificado de CERN (2015). Fonte:CERN (2015).
Embora se tenha cadastrado duas cavidades naturais subterrâneas, GMT-01 e
GMT-02, no entorno do empreendimento, não foi possível identificar nos autos do
processo Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) do empreendimento sobre o
patrimônio espeleológico, não sendo esta avaliação abarcada nem nos estudos
espeleológicos (Protocolos SIAM: 0988174/2015, R0266424/2017 e
R0075899/2018) e nem na AIA geral do EIA (Protocolo SIAM R0075899/2018). Tal
fato contradiz o disposto nas Resoluções CONAMA n° 001/1986 e n° 237/1997, e
notadamente o que preconiza o artigo 5° da Resolução CONAMA n° 347/2004 e na
Instrução de Serviço SISEMA n° 08/2017, cuja versão vigente à época fora
publicada em 05/06/2017, ou seja, antes do protocolo do EIA.
A AIA sobre o patrimônio espeleológico seria crucial para definir tanto qual seria a
necessidade de outros estudos prévios ao julgamento da licença (e.g. ensaio
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sismográfico), quanto sobre quais deveriam ser as medidas de controle, mitigação,
monitoramento ou mesmo compensação a ser adotadas.
Diferentemente do disposto na Instrução de Serviço (IS) SISEMA n° 08/2017,
disponível no sítio eletrônico da SEMAD, o empreendedor apresentou diretamente
estudos de análise de relevância das cavidades e estudo de definição de área de
influência.
O relatório “Análise de Relevância e Delimitação do Perímetro de Proteção das
Cavidades”, também de responsabilidade da empresa CERN. Afirmou-se serem
responsáveis técnicos destes estudos: i) Elisa Monteiro Marcos, bióloga, CRBio
044665/04-D, ART 2016/18640, cuja ART fora emitida para coordenação do estudo
de valoração de cavidades (biótico) da área de influência do projeto de recuperação
EMPABRA; e ii) Mariana Gomide Pereira, Geóloga, CREA MG 94.220/D, ART
14201600000003153726 cuja ART fora emitida para coordenação dos estudos do
meio físico do EIA/Rima. Considerando o histórico do empreendimento, além da
sugestão de indeferimento deste parecer único, nenhum dos estudos de
espeleologia do empreendimento foram validados por meio de vistoria por este
órgão ambiental.
Sobre o estudo de relevância das cavidades, cabe aqui pontuar que a metodologia
utilizada para a elaboração deste foi a disposta na Instrução Normativa do Ministério
do Meio Ambiente n° 02/2009 e não sua versão atualizada, a IN MMA n° 02/2017,
publicada antes do protocolo R0075899/2018, com data de 20/04/2018. Segundo
orientações da IS SISEMA n° 08/2017 - Revisão 1, processos cujos estudos
espeleológicos de relevância tenham sido protocolados após 01/09/2017, como o
caso em tela, aplica-se a IN MMA nº 02/2017.
Vejam que mesmo a solicitação de informações complementares deste órgão
ambiental (Ofício nº 1580/2017 - Protocolo Siam: 1420371/2017) que solicitava
apresentação de EIA/RIMA já havia ocorrido após a publicação da IN MMA n°
02/2017, em 20/12/2017. Desta posta, conclui-se que o estudo fora instruído em
normativa não mais vigente.
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Ainda que não seja foco a validação de estudos espeleológicos apresentados cabe
pontuar que o diagnóstico da análise de relevância da cavidade GMS-02 identificou
ali um indivíduo Entomobryidae sp.10 (Collembola) que o estudo apontou ser táxon
com características troglomórficas e considerado troglóbio raro, atributo
classificatório para cavidade de máxima relevância, conforme preconiza o Decreto
Federal n° 99.556/1990, alterado pelo Decreto Federal nº 6.640/2008.
A identificação desta espécie no inventário eleva a criticidade de se avançar com o
licenciamento ambiental de um empreendimento que não fora alvo de AIA sobre o
patrimônio espeleológico. Somente à título de informação explica-se aqui que os
atributos de grau de relevância máximo foram instituídos por meio dos decretos
supracitados e não se alteram com a mudança da IN MMA nº 02/2009 para a IN
MMA nº 02/2017.
É embasado, pois, na ausência de dados técnicos que permitam à avaliação das
questões relacionadas à espeleologia do licenciamento em tela, bem como na falta
de atendimento a questões normativas, que esta equipe técnica de espeleologia da
SUPRAM CM aqui decide que não serão, no âmbito deste PU, avaliados ou
validados os estudos de espeleologia apresentados pelo empreendedor no âmbito
do processo e que não recomenda o deferimento do processo de LOC para a Mina
Curimi.
3.6 Socioeconômico Conforme o EIA, a AID do meio socioeconômico abrange os bairros próximos à
mina: Jardim Taquaril e Pirineus pertencente ao município de Belo Horizonte e o
Jardim Castanheiras pertencente à Sabará e Belo Horizonte. Quanto à AII da Mina
Corumi, abrange os municípios de Sabará, Nova Lima e bairros da regional Leste de
Belo Horizonte
Contudo, o empreendedor apresentou tal delimitação sem relacioná-la com as
informações coletadas nos estudos ambientais, ou seja, sem justificar a área
geográfica que sofre os impactos diretos e indiretos ocasionados pelas atividades de
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operação da EMPABRA. Nota-se que o recorte da área de influência do meio
socioeconômico apresentado considerou as atividades minerárias de maneira geral,
sem abordar as especificidades da localização do empreendimento. (fl. 173 – EIA).
Isto posto, o empreendedor não foi observou o descrito no art. 5, III da Resolução
Conama 001/1986, a saber:
Art. 5, (...) III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza.
Destaca-se também que no Programa de Educação Ambiental (PEA), é informado
que a AID do empreendimento engloba o bairro Castanheiras, Galo Velho, Galo
Novo e representantes das Unidades de Conservação próximas do
empreendimento, além bairros Pirineus, Jardim Castanheiras e Taquaril.
Desse modo, a equipe técnica da Supram CM constatou divergências de
informações quanto ao recorte da AID do meio socioeconômico prestadas no EIA e
no PEA, os quais geram dúvidas quanto à confiabilidade de dados prestados e quais
seriam as comunidades realmente impactadas pelo empreendimento.
No que tange ao diagnóstico socioeconômico, realizou-se a pesquisa de percepção
ambiental, denominada como fonte de dados primários, nos bairros Pirineus, Jardim
Castanheiras e Taquaril. Já na AII deste meio, foram feitos contatos com a
secretaria municipal e instituições. Os dados secundários foram consultados,
também, através de órgãos oficiais, tais como: Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE); Secretaria de Estado de Fazenda do Estado de Minas Gerais;
Fundação João Pinheiro; Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais
(INDI), Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), entre outros.
AII: Sabará, Nova Lima e Belo Horizonte O município de Sabará está localizado a apenas 25 km da capital. É constituído
pelos distritos de Ravena, Carvalho de Brito e mestre Caetano.
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A população residente no município de Sabará tem experimentado um crescimento
nas três últimas décadas. Em 1991, o município possuía uma população de 89.740
habitantes. Esta população teve um crescimento superior a 100% em 2010,
correspondendo a 183.913 pessoas.
No que se refere à saúde, a maior causa de morbidade hospitalar do SUS em
Sabará, em 2012, para ambos os sexos se refere a doenças do sistema nervoso,
com 57,1% para os homens e 66,7% para as mulheres. Seguem-se a essas, as
doenças do aparelho respiratório para os homens com 14,3% e do aparelho
digestivo dom 9,5%.
Os tipos de abastecimento de água existentes em Sabará, em 2010, apontam um
predomínio para a rede geral, com uma participação de 95,8% em relação ao total.
Os demais domicílios são abastecidos por água de chuva armazenada em cisterna
ou de outra forma, por carro pipa, por poço ou nascente dentro ou fora da
propriedade, por rio, açude, lago ou igarapé e outro tipo de estabelecimento.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de Sabará evoluiu bastante nas
últimas décadas haja vista que em 1991 era considerado um IDHM muito baixo –
0,488 – e em 2010 passou a ser considerado um IDHM alto, com um índice de
0,731.
O município de Nova Lima está localizado na Região Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH) distante apenas 22 km da capital mineira, Belo Horizonte. A
região sobressai pela grande riqueza mineral, em especial o ouro, o manganês e o
ferro. Sua área é limítrofe com Belo Horizonte e, por isso, atrai moradores de alta
renda para residir em condomínios horizontais fechados.
A população residente em Nova Lima cresceu entre 1991 e 2010, uma vez que era
de 52.400 e 80998, respectivamente. A taxa de urbanização apresentou maior
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crescimento entre 1991 e 2000, com 84,0% e 97,9%. Em 2010, houve uma pequena
redução cujo indicador foi de 97,8% em relação ao total.
Os serviços básicos que sobressaíram nos domicílios do município em 2010 são a
energia elétrica e a coleta de lixo com 99,7% e 99,6%, respectivamente.
Entre 2000 e 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) municipal cresceu abruptamente,
visto que era de R$ 872.404,00 e atingiu a quantia de R$ 5.624.227,00,
respectivamente. O setor de atividade econômica responsável pelo rápido
crescimento do PIB na última década foi a indústria. Em 2000, o PIB da indústria era
de R$ 502.736,00 e em 2010 alcançou R$ 3.856.596,00.
Belo Horizonte possui uma área de 330,90km². Com uma população de 238.539
habitantes, a região Leste limita-se com Nova Lima e Sabará e as regiões Centro
Sul e Nordeste da capital. Os bairros Jardim Castanheiras, Pirineus e Jardim
Taquaril compõem a região Leste de Belo Horizonte.
Em meio a uma região de topografia acidentada, de difícil ocupação e sem falta de
estrutura, como calçamentos, postos de saúde, escolas, água encanada, energia
elétrica ou rede de esgotos, nasceram os bairros Alto Vera Cruz e, a partir da
década de 1980, o Taquaril e o Granja de Freitas.
A partir de 1980, pessoas sem-casa tiveram apoio de movimentos sociais e
entidades do governo e ocuparam uma área conhecida até então como bairro
Jardim Castanheiras.
Em 1983, a antiga fazenda Taquaril foi loteada e surgiu o bairro Cidade Jardim
Taquaril. Seria construído nesta área um condomínio residencial de luxo, mas o
relevo acidentado inviabilizou o projeto. Assim, o Centro de Ação Comunitária do
Vera Cruz iniciou um movimento para que a terra fosse destinada à população
carente sem casa. Surgia, então, o Jardim Taquaril depois de muitas lutas, inclusive
das mulheres, pois a prefeitura autorizou a ocupação, mas foram elas as
responsáveis por aplainar o terreno com enxada e construir suas casas.
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O bairro Jardim Pirineus está localizado ao lado do Parque Mangabeiras e da Mata
da Baleia. É um local pacato distante apenas 6 km do centro da cidade.
Em 2010, o bairro Jardim Castanheiras era o mais populoso, com 5.650 habitantes,
seguido do Jardim Taquaril, com 3.389 habitantes e do Pirineus, com 636
habitantes. A população dos três bairros representa apenas 6,2% da Região Leste
de Belo Horizonte.
Na Região Leste de Belo Horizonte, a forma mais comum de abastecimento de água
em 2010 era por rede geral de distribuição da água, com 99,9% do total.
AID: Bairros Pirineus, Jardim Taquaril (Belo Horizonte) e o bairro Jardim
Castanheiras (Sabará)
Os procedimentos metodológicos adotados, na pesquisa de percepção ambiental,
nos bairros Pirineus, Jardim Taquaril e no Jardim Castanheiras, foram: A técnica de
amostragem “não-probabilística”; A maioria da população de interesse foi composta
por formadores de opinião dos bairros citados, destacando-se entre estes,
participantes de grupos comunitários e programas sociais, associações de
moradores, setores de comércio, educação, saúde, esporte. Nesse sentido,
considerou-se, a população de interesse constituída por moradores do Pirineus, 30
pesquisados, Jardim Taquaril, 50 pesquisados e Jardim Castanheiras, 50
pesquisados.
Para a coleta dos dados foi elaborado um questionário, contendo 15 questões
semiestruturadas, dividido em blocos, a saber: Identificação, Percepção da
Paisagem/ Mapas Mentais e Presença do Empreendimento na Região. Já o
levantamento e o tratamento dos dados deram-se conforme metodologia estatística
e caracterizados por uma abordagem quantitativa/qualitativa.
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O bairro Pirineus é apontado como um local tranquilo para se viver. Com uma
paisagem e localização privilegiada, próximo ao centro, é destinado à população de
classe média que tem trocado os bairros próximos à região central.
Segundo o Vice-Presidente da Associação desse bairro, Senhor Antônio Valentino, o
bairro possui aproximadamente 360 casas. Sua população não conta com posto de
saúde, segundo informações obtidas, a maioria da população tem plano de saúde.
A tranquilidade, proximidade com o centro e a boa convivência são os principais
aspectos positivos citados pelos entrevistados sobre o bairro Pirineus, de acordo
com a pesquisa de percepção ambiental. Quanto à insatisfação, os entrevistados
referiram-se à falta de comércio, de linha de ônibus própria e de comércio, além da
falta de visibilidade do bairro, a poeira, a falta de segurança, entre outros.
No que tange à presença da EMPABRA na região, os entrevistados disseram que a
principal vantagem é a geração de novos empregos e com a possibilidade do
incremento do comércio. Já a poluição sonora e o tráfego intenso de caminhões nas
ruas do bairro foram apontadas como desvantagens.
Consoante descrito no EIA, os moradores foram questionados sobre “quais itens
merecerão maior cuidado por parte da Empabra”, sendo que a maioria dos
respondeu que o mais importante é a recuperação das áreas degradadas pela
mineração, sendo 67% da amostra, 17% citaram a manutenção das vias de acesso
na rota dos caminhões, 10% acredita que a empresa deve fazer programa sociais e
3% respondeu executar um programa de educação ambiental na comunidade.
A Unidade de Desenvolvimento Humano (UDH) Taquaril/Castanheiras é composta
pelos bairros Granja de Freitas, Jardim Taquaril, o Jardim Castanheiras, sendo que
o Jardim Taquaril é caracterizado como área de vulnerabilidade socioambiental.
O Jardim Taquaril encontra-se em uma área ambientalmente inadequada, possui
uma situação fundiária irregular, sobre solo geologicamente instável, em área de
grande declividade, próximo a áreas de beira de córrego, com as redes de
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infraestrutura instaladas de forma apenas parcial, carência de saneamento básico,
em sua maioria de baixo padrão construtivo.
O bairro não possui nenhuma uma Unidade Básica de Saúde, entretanto, a
população possui assistência médica realizada quinzenalmente através do
Programa de Saúde da Família (PSF), cujo o atendimento é feito na Igreja
Evangélica.
Conforme relato da Pastora Senhora Ainda de Jesus, os principais problemas de
saúde da população local são: hipertensão, pressão alta e problemas respiratórios
como bronquite e asma.
A rua principal do bairro, que é a Santa Rita, possui pavimentação asfáltica, porém o
estado de conservação está bastante precário devido ao tráfego de caminhões
pesados e sem reparos dos órgãos responsáveis.
A maior parte dos entrevistados apontaram que a insuficiência do transporte público
é o principal ponto negativo. Já 33 indivíduos disseram que a falta de saneamento
básico é o principal aspecto negativo e 16 entrevistados disseram que a falta de um
posto de saúde prevalece como aspecto negativo.
Sobre as desvantagens trazidas pelas ações da EMPABRA na região, a maior parte
dos entrevistados consideraram a emissão de poeira como maior desvantagem. Em
relação às vantagens trazidas pelo empreendimento, a geração de emprego e a
melhoria nas vias de acesso foram citadas.
No EIA, é descrito que quando questionados sobre “quais itens merecerão maior
cuidado por parte da Empabra”, 28% dos entrevistados acreditam que a empresa
deverá investir na manutenção das vias de acesso na rota dos caminhões, 24%
acreditam que a empresa deve investir na sinalização com placas de segurança de
trânsito. Dez pessoas, ou seja, 20% responderam que é preciso recuperar as áreas
degradadas pela mineração, 24% acreditam na importância de executar programas
socioambientais para a comunidade.
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O Jardim Castanheiras é considerado parte integrante do Jardim Taquaril. Apresenta
graves restrições à ocupação, uma vez que está localizado em um talvegue de
grandes inclinações, área que apresenta risco geológico eminente. Sua ocupação
desordenada, devido a sucessivas invasões, tem gerado uma crescente degradação
da área e as péssimas condições sanitárias, comprometendo a saúde dos
moradores.
O bairro possui uma Unidade Básica de Saúde, sendo que os problemas de saúde
da população local são: hipertensão, diabetes e problemas respiratórios. Todas as
suas avenidas, ruas e becos apresentam condições extremamente precárias.
O principal aspecto positivo citado foi a proximidade do bairro com o centro de Belo
Horizonte, seguido por paisagem da serra, área verde e tranquilidade, segundo os
entrevistados. Como aspectos negativos, as maiores insatisfações referem-se a falta
de pavimentação do bairro, transporte público ineficiente e a fata de saneamento
básico.
É descrito sobre “quais itens merecerão maior cuidado por parte da EMPABRA”:
32% dos entrevistados acreditam que a empresa deverá investir na manutenção das
vias de acesso na rota dos caminhões, 16% acreditam que a empresa deve investir
na sinalização com placas de segurança de trânsito. Treze pessoas, ou seja, 26%
responderam que é preciso recuperar as áreas degradadas pela mineração, 14%
acreditam na importância de executar programas de educação ambiental, 6% na
execução de programa sociais.
3.7 Reserva Legal e Área de Preservação Permanente – APP Conforme comprovado através de documentos juntados aos autos do processo
(IPTU e ato declaratório da Receita Federal) e também informado no FCEI, o
empreendimento localiza-se em zona urbana no município de Belo Horizonte, o que
o dispensa de comprovar a regularização de área para fins de Reserva Legal e
consequentemente a apresentação do recibo do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
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O empreendimento está inserido na sub-bacia do Córrego Taquaril, o qual é afluente
do Ribeirão Arrudas e este tributário do Rio das Velhas, sendo todos componentes
da bacia do Rio São Francisco.
O mapa abaixo (Figura 16) de uso e ocupação do solo mostra as nascentes e
drenagens com as respectivas faixas de APP do entorno da ADA. Não foi
constatada a presença de APP na área do empreendimento.
Fig. 16: Mapa de uso e ocupação do solo da ADA com as faixas de APP de entorno.
Fonte: EIA/RIMA 2018
3.8 Autorização de Intervenção Ambiental
Não há solicitação para supressão de vegetação nativa, intervenção em área de
preservação permanente ou outro tipo de intervenção ambiental. Portanto, não é
objeto do presente parecer, analisar pedido de autorização para quaisquer
intervenções ambientais ou supressões de vegetação na área do empreendimento.
Foi informado pelo representante do empreendimento, em vistoria realizada pela
equipe técnica da SUPRAM CM em junho/2019, não haver necessidade de
supressão de vegetação para o reconformação das áreas impactadas.
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Por meio de imagens de satélite da plataforma Google Earth foram constatadas
intervenções ambientais entre os anos de 2014 e 2015 com supressão de vegetação
nativa em 2,74 hectares, sem autorização do órgão ambiental, em áreas distintas na
ADA do empreendimento, sendo lavrado o AI nº 129451/2019.
Fig. 17: Imagem do Google Earth do dia 14/06/2009 com a delimitação da ADA em amarelo e dos
fragmentos em vermelho, nos quais foi constatada a supressão de vegetação
Fig.18: Imagem do Google Earth do dia 20/07/2015 com a delimitação da ADA em amarelo e dos
fragmentos em vermelho, nos quais foi constatada a supressão de vegetação.
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Conforme dados obtidos através da Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) do
SISEMA, análise da documentação apresentada no âmbito do processo, mais
precisamente a de caracterização da Flora de entorno (áreas de influência) e
também em vistoria, as fitofisionomias predominantes no entorno são de campo,
campo rupestre (em estágios inicial e médio de regeneração) e cerrado, já a
tipologia de Floresta Estacional Semidecidual (FESD) está presente nas áreas mais
baixas e de drenagem.
Considerando a análise da vegetação nativa do entorno imediato pelos documentos
apresentados e em vistoria como supracitado, foi possível classificar os fragmentos
de vegetação suprimidos como das tipologias de campo e campo rupestre em
estágios inicial e médio de regeneração.
Ressalta-se que fragmentos florestais identificados pelas imagens de satélite,
tratam-se de vegetação exótica, composta principalmente por eucaliptos, conforme
registros fotográficos (Figuras 19 e 20) e dados antigos da empresa apresentados
através de informação complementar.
Apesar do empreendimento estar inserido no Bioma Mata Atlântica e os fragmentos
suprimidos serem de campo e de campo rupestre, em estágios inicial e médio, esses
fragmentos encontram-se incluídos no PRAD do empreendimento em execução, não
Fig. 19: área com eucaliptos em 28/10/2013.
Fonte: Informação complementar 2018
Fig.20: área com eucaliptos em 28/10/2013. Fonte: Informação complementar 2018
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havendo, portanto, a necessidade de solicitar a compensação ambiental (Lei Federal
nº 11.428/2006 – Mata Atlântica).
4. Compensações ambientais
4.1 Compensação por intervenção em áreas de preservação permanentes –
Resolução Conama nº 369/2006
Como não houve a constatação de intervenção em APP, conforme descrito, não foi
necessária a apresentação de proposta para essa compensação e nem firmado
Termo de Compromisso.
4.2 Compensação ambiental prevista na Lei do SNUC – Lei Federal
nº 9.985/2000
O empreendimento EMPABRA é passível de incidência da Compensação Ambiental,
nos termos do art. 36 da Lei Federal nº. 9.985 de 18 de julho de 2000 (Lei do SNUC)
e do Decreto 45.175, de 17 de setembro de 2009, considerando se tratar de
empreendimento de significativo impacto ambiental instruído com EIA/RIMA.
Nos autos do processo não houve protocolo de pedido de compensação em
atendimento ao art. nº 36 da Lei Federal nº 9.985/2000 (SNUC) para que seja
estipulada e cumprida a compensação ambiental, a ser definida pela Gerência de
Compensação Ambiental (GCA) do Instituto Estadual de Florestas (IEF).
O protocolo deve ser feito a GCA/IEF, conforme ofício encaminhado ao
empreendedor.
4.3 Compensação Espeleológica – Decreto Federal n° 99.556/1990, alterado
pelo Decreto Federal nº 6.640/2008.
O Decreto Federal n° 99.556/1990, alterado pelo Decreto Federal nº 6.640/2008,
Art. 5o-A, parágrafo 4° preconiza que:
“Em havendo impactos negativos irreversíveis em cavidades naturais
subterrâneas pelo empreendimento, a compensação ambiental de que trata
o art. 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, deverá ser prioritariamente
destinada à criação e implementação de unidade de conservação em área
de interesse espeleológico, sempre que possível na região do
empreendimento”.
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Considerando que não foram avaliados nos autos deste processo os impactos
ambientais sobre as cavidades naturais subterrâneas, GMT-01 e GMT-02,
localizadas no entorno do empreendimento. Considerando que o neste sentido o
órgão ambiental até o presente momento desconhece o impacto do empreendimento
nas cavidades para o que, do ponto de vista da equipe de espeleologia, não se
recomenda o deferimento do processo. Os estudos espeleológicos instruídos nos
autos do processo não fornecem embasamento para estabelecer a necessidade de
Compensação Espeleológica nos termos do Decreto Federal n° 99.556/1990,
alterado pelo Decreto Federal nº 6.640/2008.
4.3 Compensação por supressão de vegetação nativa em empreendimento
minerário – Lei Estadual nº 20.922/2013.
Considerando que houve a supressão de vegetação nativa em uma área de 2,74 ha
é exigível a efetivação da compensação minerária disposta no art. 75, §1º, da Lei
Estadual nº 20.922/2013, e, portanto, deverá ser protocolizado, dar prosseguimento
e efetivar a compensação, junto à Câmara de Proteção da Biodiversidade e da
Gerência de Compensação Ambiental (CPB/GCA) com aprovação em Reunião
Ordinária da Câmara Temática de Proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas
(CPB).
5. Programas e Projetos
5.1 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD (Principais
pontos)
Etapa de revegetação
Conforme consta no PRAD de novembro/2018, as áreas da EMPABRA destinadas à
implantação da recuperação possuem um total de 66,5 ha, porém para a etapa de
revegetação, consta uma área de aproximadamente 33 hectares, sendo que no
restante da área prevista do PRAD há a manutenção da revegetação já realizada.
Para a fase de revegetação do PRAD a empresa realizou em um primeiro momento
um convênio com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (FUNDEP/UFMG), sendo a professora Maria Rita Scotti, a
coordenadora do projeto de revegetação das áreas de taludes e pilhas de estéril do
empreendimento, os quais sofreram degradação biótica e abiótica com perdas das
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propriedades físico-químicas e biológicas. Portanto, as ações propostas no projeto
desenvolvido pela equipe técnica da UFMG visam a estabilidade física, a
estruturação química e a recuperação da atividade biológicas das áreas, além de
favorecer a recuperação da fitofisionomia da vegetação e da biodiversidade local.
O projeto consistia num conjunto de técnicas e metodologias para recuperar ou dar
uma nova função ecológica às áreas que sofreram degradação, sendo constituído
por diferentes etapas, sendo:
- Levantamento da área de trabalho: levantamento dos grupos de taludes e pilhas
que serão recuperados. Para essa etapa as áreas da mina foram divididas em 8
polígonos ou trechos (Figura 21), sendo determinado o tamanho e o tipo de solo de
cada área. Cabe ressaltar que a recuperação dessas áreas será feita
paulatinamente de acordo com a disponibilização de acordo com o cronograma da
empresa e que o projeto já está sendo executado desde abril/2017, sendo o primeiro
grupo de taludes prontos para a revegetação o S-1, na área próxima à portaria, no
entorno do sump 1 (Figura 22).
Fig. 21: Polígonos/trechos da área de implantação do projeto de revegetação.
Fonte: Projeto Fundep/UFMG
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Fig.22: Polígono/Trecho S-1. Fonte: Projeto Fundep/UFMG
- Análise do solo: para determinar os tipos de solo presentes nas áreas que sofreram
degradação. Análises físico-químicas dos taludes poderão evidenciar o nível de
heterogeneidade do solo, sua fertilidade e porosidade.
- Drenagem e Limpeza da área: construção de terracetes formando bermas de
menor extensão nos taludes (50 cm), todos eles interconectados com a rede de
drenagem – direcionamento para os sumps do empreendimento. Após a limpeza da
área será feito o coveamento com espaçamento de 3m x 3m.
- Seleção de espécies e plantio de mudas: as espécies a serem plantadas
pertencem ao bioma cerrado (Tabela 01), vegetação dominante na região. Na parte
superior dos taludes será dado preferência para o plantio de espécies nativas de
campo rupestre para integração da área. As espécies foram escolhidas pelo porte e
pela arquitetura radicular (ancoramento radicular). Foi informado pela professora,
responsável pelo projeto, que em áreas dos taludes onde existem afloramentos
rochosos foi plantada a espécie herbácea nativa do cerrado, Plectranthus sp., já
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sendo possível se observar o êxito no seu desenvolvimento, sendo importante em
substituição ao plantio de espécies exóticas.
.
Tabela 01: Listagem das espécies utilizadas no plantio. Fonte: Projeto Fundep/UFMG
- Controle de erosão superficial: Será feito o plantio na forma de entrelinhas de
espécies herbáceas agronômicas, cujas sementes estéreis (Tabela 02) e de nativas
de cerrado, visando a estabilização das áreas nuas dos taludes e controle de
erosão, além da formação de biomassa do solo (aporte de matéria orgânica),
essencial para a agregação do solo.
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Nome popular Nome científico
Aveia preta Avena strigosa Schreb
Girassol Helianthus annus
Nabo forrageiro Brassica rapa
Guandu Cajanus cajan
Tabela 02: Listagem das sementes estéreis utilizadas – espécies agronômicas. Fonte: Projeto Fundep/UFMG.
- Controle de erosão profunda: algumas espécies arbustivas ou arbóreas serão
inoculadas com fungos, formando uma manta biológica com micorrizas (rede
subterrânea), ou seja, uma manta de estabilização dos taludes, auxiliando na
absorção de água e sais minerais.
- Irrigação: Paralelamente ao plantio, será feita a irrigação através de um sistema
móvel.
- Replantio: foi feito um levantamento de espécies mais resistentes para plantio no
lugar das mudas que não vingaram. Essa etapa será executada até a finalização de
toda a implantação do PRAD.
Foi informado em vistoria em 2017 que diariamente permanecia no empreendimento
uma equipe da UFMG responsável pela execução do projeto e também pelo
monitoramento (irrigação, necessidade de replantio).
No local onde já foi realizado o plantio nos taludes (cerca de 2,00 hectares), foi
possível observar o crescimento inicial das espécies (Fig. 23). Porém, em vistoria
em junho/2019 observou-se presença de braquiária no local (Fig. 24).
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Conforme informado pelo representante que acompanhou a vistoria no dia
06/06/2019, o convênio com a FUNDEP/UFMG encontra-se paralisado e o plantio
para revegetação da área tem sido realizado por empresa contratada, sendo
utilizada a mesma listagem de espécies do projeto da UFMG e o monitoramento
desse plantio é realizado por dois profissionais contratados pela EMPABRA.
Foi observado grande presença de Crotalaria sp. (chocalho de cascavel) nas áreas
que foram realizados plantios, além de algumas mudas de espécies nativas em
início de desenvolvimento, embora tenha sido observado em toda a área a presença
de gramínea exótica, braquiária.
No PRAD de 2018 a área para recuperação foi dividida em quadrantes (1 a 4),
conforme figura 25 abaixo.
Fig. 24: Área com a implantação da
revegetação – S-1. Fonte: Vistoria Supram 2019
Fig. 23 Área com a implantação da
revegetação – S-1. Fonte: Vistoria Supram 2017
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O quadrante 1 é a área onde houve o plantio de espécies nativas do convênio com a
FUNDEP/UFMG. Sendo que na parte superior dos taludes foi dada preferência para
o plantio de espécies de campo rupestre, servindo de porta de entrada para
propágulos de espécies de campo rupestre sobre canga. Entretanto, em vistoria foi
constatada a presença de capim braquiária (figuras 26 e 27).
Fig. 25: quadrantes das áreas para recuperação.
Fonte: PRAD/2018
Fonte: PRAD/2018
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O quadrante 2 possui área reconformada, com poucos locais com plantios. O
quadrante 3 possui alguns trechos com plantio de espécies agrícolas, sendo em
locais nos quais já foi realizado o retaludamento.
O quadrante 4 é a área que possui trecho limítrofe ao Parque Estadual Mata da
Baleia, sendo solicitado pelo IEF que fossem realizadas ações emergenciais na área
para evitar danos ao Parque. Neste local foi possível verificar, em vistoria do dia
06/06/2019, que houve alguns plantios de espécies agrícolas, como feijão guandú e
Crotalaria sp. para estabilização da área, porém há processos erosivos no local.
Para a revegetação estão previstas as seguintes atividades: controle preventivo de
formigas cortadeiras; inspeção das áreas a serem revegetadas para verificação de
não conformidade na inclinação de taludes ou a ocorrência de processos erosivos;
preparo do solo e revegetação; coveamento; adubação e Semeio Manual; a escolha
das espécies, o que é determinante para o estabelecimento da vegetação e
proteção contra processos erosivos.
Foi apresentada uma tabela no PRAD de 2018, com as espécies e o respectivo
quantitativo para a revegetação (Tabela 03). Consta nessa tabela a espécie
Brachiaria decumbens (braquiária), espécie que além de ser exótica, é invasora,
contradizendo o preconizado na legislação, especificamente na Instrução Normativa
ICMBIO nº 11/2014 e o informado em vistoria, conforme relatado anteriormente.
Fig. 26: Presença de braquiária em áreas revegetadas. Fonte: Vistoria Supram 2019.
Fig 27: Presença de braquiária em áreas
revegetadas. Fonte: Vistoria Supram 2019
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Deverão ser realizadas medidas para eliminação/controle dessa espécie exótica
invasora (braquiária) na área em recuperação.
Tabela 03: Espécies utilizadas na revegetação para proteção dos processos erosivos. Fonte:
PRAD/2018
- Revestimento e Proteção vegetal: aplicação de tela vegetal sobre a superfície dos
taludes de solo exposto, constituída por fibra de coco entrelaçada.
- Inserção do componente florestal: uso de espécies florestais nativas nas área
planas (bermas dos taludes). A listagem das espécies propostas encontram-se no
Anexo IV do PRAD de novembro/2018.
Para o plantio das mudas florestais consta a recomendação de algumas atividades,
quais sejam, determinação da posição das covas com auxílio de estacas. O
espaçamento para o plantio foi considerado de 3m x 3m, sendo a distribuição pela
forma de quincôncio, onde cada muda de sucessão secundária ou clímax será
cercada por quatro mudas de espécies pioneiras.
Consta no PRAD que o plantio deverá ser realizado nos meses chuvosos, porém
caso seja insuficiente deverá proceder com a irrigação de socorro.
- Contenção de feições erosivas: uso de retentores de sedimentos, compostos de
capim ou fibra de coco prensados. Deverão ser utilizados para o preenchimento de
concavidades erosivas e para construção de bermas artificiais.
Consta no PRAD/2018 a medida de instalação de barreiras vivas de Capim Vetiver
(Vetiveria zizanioides) junto das bermas artificiais. Este capim constitui principal
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espécie utilizada na construção de barreiras de elementos vivos. Para erosões mais
severas, recomenda-se, adicionalmente, o uso de paliçadas de bambu ou eucalipto.
- Manutenção e Monitoramento: O monitoramento da revegetação do taludes e
bermas deverá ser realizado periodicamente.
Consta no PRAD/2018 que serão realizadas inspeções periódicas para controle
preventivo e observação geral do desenvolvimento das espécies tanto forrageiras
quanto florestais, realizando as seguintes tarefas: verificação da presença de
formigas cortadeiras, constatação do status de desenvolvimento das mudas e
observação de falhas com a verificação, localização e determinação da quantidade
de mudas falhas da parte florestal ou de falhas no desenvolvimento do mix de
sementes nos taludes.
Etapas de Drenagem e Controle de Processos Erosivos
Bertoni e Lombardi Neto (1999) citam que os processos erosivos são capazes de
destruir os solos e acabam danificando de forma considerável os cursos d’água e
que a erosão ocorre com o desprendimento e o arraste acelerado de partículas de
solo, podendo essas partículas serem levadas pelas águas ou mesmo pela ação dos
ventos.
Conforme consta no PRAD apresentado, a metodologia adotada para execução
dessa etapa consiste na instalação e manutenção dos dispositivos de drenagem
superficial de forma a assegurar o correto escoamento e lançamento das águas
pluviais, além de conter eventuais carreamentos de sólidos e propiciar a recarga dos
aquíferos.
Nesta etapa, ainda conforme o documento, têm-se como resultados esperados a
estabilização de todas as áreas de influência direta do empreendimento e no seu
entorno imediato e, principalmente, assegurar a inexistência de assoreamento de
corpos hídricos e de comprometimento da qualidade de suas águas por sedimentos
carreados pelas erosões.
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Contudo, conforme abordado no último Auto de Fiscalização lavrado em julho de
2019 (AF n° 107405/2019) o sistema de drenagem do empreendimento encontra-se
deficiente, principalmente a partir do centro da mina até o final do empreendimento.
Foram observados, processos de ravinamentos e erosões nos taludes próximos à
UTM e ao final da mina, na extremidade sudoeste (quadrante 4), onde os processos
erosivos encontram-se mais acentuados nos taludes e bermas, conforme figuras
abaixo:
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Fig. 28 e 29: ravinamentos dos taludes próximos à UTM
Ainda ao final da mina, observa-se que a reconformação dos taludes não foi
concluída conforme determina o PRAD.
O processo de evolução desses processos pode levar à desestabilização do maciço
rochoso, ocasionando impactos de várias ordens, tornando-se mais preocupante o
fato das áreas correspondentes ao quadrante 4 serem limítrofes ao Parque Estadual
Mata da Baleia e apresentarem o pior cenário em relação aos processos erosivos e
drenagem pluvial.
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Fig. 30: deficiência no sistema de drenagem na porção final da mina
Fig. 31 e 32: processos erosivos acentuados ao final da mina
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Neste sentido conclui-se que as etapas de drenagem e controle de processos
erosivos descritos no PRAD não foram concluídas integralmente,
principalmente o que tange ao quadrante 4, deixando de assegurar o correto
escoamento e lançamento das águas pluviais, a reconformação e a proteção
adequada aos taludes e bermas.
5.2 Programa de Educação Ambiental (PEA)
O Diagnóstico Socioambiental Participativo (DSP) e o PEA apresentados, sob o
protocolo nº R0075746/2018 de 24/04/2018, foram analisados pela equipe da
Supram CM, conforme Relatório Técnico (RT) nº 75/2019 (anexo aos autos do
processo). Neste relatório, conclui que o DSP foi considerado satisfatório. No
entanto, os projetos executivos do PEA foram reprovados, dado que não atendem as
diretrizes da DN COPAM nº 214/2017 e Instrução de Serviço SISEMA nº 04/2018.
Foi constatado que o empreendedor não apresentou como proposta de mitigação o
Programa de Comunicação Social com vistas a criar um canal de transparência junto
às comunidades, publicitando as informações sobre as atividades desenvolvidas
pela EMPABRA, seus impactos, riscos e medidas mitigadoras adotadas, entre
outras. Nota-se que a comunicação social é importante e necessária e pode atuar
em conjunto com o PEA.
Tal programa deveria ter sido apresentado pelo empreendedor, uma vez que foi
apontado, no DSP aplicado junto ao público interno e externo, algumas críticas em
relação à empresa, especialmente no que se refere à falta de transparência e
relacionamento com as partes interessadas, pedidos de melhorias nos canais de
comunicação com a empresa, necessidade de maior alcance e distribuição de dados
acerca do empreendimento e temas socioambientais, além da preocupação com a
conservação, preservação e recuperação da meio ambiente local.
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6. Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras
Considerando as interferências ambientais provocadas pelas atividades sobre os
meios físico, biótico e socioeconômico, nos estudos ambientais foram identificados e
avaliados os impactos ambientais, a seguir relacionados.
6.1 Efluentes líquidos
Conforme descrito nos Estudos Ambientais, as operações da Mina Corumi resultam
na geração de efluentes líquidos domésticos, resultante dos vestiários e sanitários.
O sistema utilizado para tratamento é o conjunto fossa filtro e sumidouro.
Os efluentes oleosos resultantes da Oficina de manutenção de equipamentos /
Posto de Combustível / Lavador de veículos são tratados via Caixa separadora de
água e óleo (CSAO).
Os efluentes pluviais resultantes da drenagem superficial das águas de chuvas
sobre as áreas da mineração vertem para sumps de proteção e drenagem natural.
Conforme lavrado no Auto de Fiscalização n°107405/2019 os sistemas de drenagem
pluvial encontram-se deficientes, ocasionando impactos sobre o solo.
6.2 Resíduos Sólidos
Conforme apresentado no EIA/RIMA os principais tipos de resíduos são aqueles
provenientes das manutenções dos equipamentos, os quais poderão estar
contaminados com óleos e graxas, as sucatas e resíduos domésticos.
RESÍDUOS
SÓLIDOS DESCRIÇÃO CLASSIFICAÇÃO
CÓDIGO 10.004/2004
Borracha Sobras de pneus, correia
transportadora, etc. Classe IIB – inerte A-008
EPI não contaminado
Equipamentos de Proteção Individual
Classe IIB – inerte A-099
EPI contaminado Equipamentos de Proteção Individual – contaminados
com óleo/graxa
Classe I – perigoso
-
Estéril Material proveniente das
atividades de lavra Classe IIB – inerte A-099
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RESÍDUOS
SÓLIDOS DESCRIÇÃO CLASSIFICAÇÃO
CÓDIGO 10.004/2004
Lâmpadas Fluorescentes
Lâmpadas Fluorescentes utilizadas nas unidades de
apoio
Classe I – perigoso
-
Lixos domésticos Resíduos inertes contendo agregados não perigosos
Classe IIA – Não inerte
A-099
Pilhas e baterias Pilhas e baterias utilizadas nos equipamentos móveis.
Classe I – perigoso e tóxico
-
Plásticos Embalagens Classe IIB – inerte A-007
Resíduos de Fossa Séptica e
Banheiros Químicos
Lodo de Fossa Séptica e Resíduos de Banheiros
Químicos Classe I - perigoso -
Resíduos Oleosos
Óleo lubrificante recolhido de motores / Borra de óleo /
graxas recolhidas das caixas SAO
Classe I – perigoso e tóxico
F-130
Sucatas Materiais ferrosos. Classe IIB - inerte A-004
Sucatas Materiais não ferrosos. Classe IIB – inerte A-005
Tabela 04: Resíduos Sólidos. Fonte: EIA/RIMA
O empreendimento possui um Galpão de Resíduos para armazenagem temporária
até sua destinação final.
6.3 Emissões atmosféricas
Segundo os estudos apresentados pelo empreendimento, as atividades inerentes à
operação do empreendimento possuem potencial de geração de poluentes capazes
de alterar a qualidade do ar da região a qual está inserida.
Informou-se aue a geração de poeira, neste caso, é verificada durante toda a fase
de operação, estendendo-se desde as áreas da lavra e da pilha até as vias de
acesso interna e externa, sendo ocasionada principalmente pela movimentação de
equipamentos, tráfego de veículos e caminhões pesados.
Informa-se ainda que como medida mitigadora é realizada a umidificação das vias
de acesso não pavimentadas, definição de limites de velocidade de veículos nas
vias de acesso e adequada manutenção de veículos e equipamentos.
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Nos estudos ainda propõe-se o monitoramento da qualidade do ar na região do
empreendimento.
6.4 Ruído e Vibrações
Os estudos informam que na fase de operação, a geração de ruídos relaciona-se
as operações da mina as quais envolvem a lavra, beneficiamento, bem como ao
tráfego e movimentação de veículos e equipamentos. Essas atividades
encontram-se em grandes partes restritas às áreas da mineração e serão
minimizadas através do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e
manutenções periódicas dos equipamentos.
Ns estudos informam que por meio dos resultados de monitoramento de ruído
realizados na região do empreendimento, verificou-se que os ruídos originados
das operações de execução da Mina Corumi não interferem na comunidade do
entorno do empreendimento.
Ainda foi informado que quanto ao tráfego de caminhões e movimentação de
equipamentos que acarretam na geração de ruídos e vibrações, duas situações
devem ser levadas em consideração. Uma relacionada ao tráfego interno, que
trata-se de uma atividade restrita às dependências do empreendimento e pode
ser minimizada conforme mencionado anteriormente. Outra, com relação à
expedição do minério a ser realizado por caminhões utilizando a via de
expedição de produto através de estradas municipais já existentes.
Concluiu-se que os níveis de emissão ultrapassam os limites das áreas
operacionais com potencialidade de impactar as áreas lindeiras às citadas vias
de acesso, no caso, parte da comunidade do Taquaril. No entanto, de acordo
com monitoramentos realizados na região em questão, verificou-se que o tráfego
de veículos não gera níveis de ruídos acima do estabelecido pela Lei Municipal
de Belo Horizonte 9505/08.
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Considera-se esse um impacto negativo, reversível e de baixa magnitude, uma
vez, que foram realizados monitoramentos na área de entorno do
empreendimento e os resultados apresentaram dentro dos limites estabelecidos
pela legislação vigente.
6.5 Alteração da Morfologia do Relevo e da Paisagem
O empreendedor informa que a Mina Corumi está inserida em uma área alterada
morfologicamente devido às atividades minerarias pretéritas, as atividades de
execução do PRAD, preveem a reconformação da área em questão.
Informa ainda que tal operação provocará alterações positivas na morfologia atual
do relevo e da paisagem da região, uma vez, que serão executadas atividades para
recuperação da área. Tal impacto será positivo, de média magnitude e reversível.
Porém, em vistoria foi possível identificar que houve alteração do relevo, como
rebaixamento do solo em locais onde deveria ter sido realizado o aterramento,
principalmente no trecho de limite com a área do Parque Estadual da Mata da
Baleia.
6.6 Processos Erosivos
Os estudos ambientais do empreendimento informam que a execução das
operações da Mina Corumi tem como um dos objetivos a estabilização da área,
porém para alcançar tal objetivo é necessário o retaludamento, adequação de
drenagem, dentre outras atividades que geram a movimentação de material e
deixam o solo desnudo durante um certo período.
Para minimizar e até mesmo evitar os impactos ambientais relacionados ao
aparecimento e desenvolvimento de processos erosivos durante estas atividades, é
necessária a implementação de um conjunto de medidas e ações preventivas que
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deverão promover o controle ambiental. Desta forma, o programa irá coordenar as
ações e garantir sua execução.
Diante dos impactos mencionados os estudos recomendam o seguinte:
- implantação de dispositivos de drenagem;
- manutenção dos dispositivos de drenagem já existentes;
- inspeções nas principais áreas de interferência para detecção e execução de
medidas corretivas com vistas a evitar a formação e desenvolvimento de processos
erosivos;
- monitoramento sistemático dos parâmetros de qualidade dos efluentes dos sump’s,
principalmente no período chuvoso, quanto a sólidos totais, sedimentáveis e
turbidez;
- por fim, execução das atividades previstas no PRAD, de forma a revegetar as
áreas finalizadas, contendo assim o processo de erosão quando corrente e
consequente carreamento de sólidos para as drenagens.
Contudo, mesmo diante da constatação e recomendação expressa nos
estudos contratados, o empreendedor deixou de cumprir integralmente o
Plano de Recuperação das Áreas Degradadas, principalmente no que tange ao
quadrante 4.
6.7.Patrimônio Espeleológico
6.7.1 Avaliação de Impactos Ambientais sobre o Patrimônio Espeleológico
Não obstante ter-se cadastrado cavidades naturais subterrâneas, GMT-01 e GMT-
02, no entorno do empreendimento, não foi possível identificar nos autos do
processo avaliação de impactos ambientais (AIA) sobre o patrimônio espeleológico,
não sendo esta avaliação abarcada nem nos estudos espeleológicos (protocolo
SIAM: 0988174/2015; R0266424/2017) e nem na AIA geral do EIA (protocolo SIAM:
R0075899/2018). Tal fato contradiz o disposto nas Resoluções CONAMA n°
001/1986 e n° 237/1997, e notadamente o que preconiza o artigo 5° da Resolução
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CONAMA n° 347/2004 e na Instrução de Serviço SISEMA n° 08/2017, cuja versão
vigente à época fora publicada em 05/06/2017, ou seja, antes do protocolo do EIA.
A referida IS n°08/2017, de 05/06/2017, é clara ao apontar que a etapa seguinte à
prospecção espeleológica cujo resultado for positivo para a presença de cavidades é
a AIA sobre o patrimônio espeleológico:
“Etapa 2: Avaliação de Impactos sobre Cavidades
Constatada a presença de cavidade na ADA e/ou no seu entorno de 250m, o
empreendedor deverá apresentar a avaliação dos impactos da atividade ou
do empreendimento sobre o patrimônio espeleológico, que deverá
considerar todos os impactos reais e potenciais sobre todas as cavidades
identificadas na ADA e no seu entorno de 250m, bem como sobre suas
respectivas áreas de influência, considerando-se, nesta etapa, a área de
influência inicial das cavidades” (IS n°08/2017, de 05/06/2017, página 13).
Somente a título de esclarecimento, destaca-se que este fluxo de etapas dos
estudos espeleológicos foi mantido também na Instrução de Serviço SISEMA n°
08/2017 - Revisão 1, publicada em 05/10/2018.
Sabe-se que a atividade de extração de minério de ferro é fonte de uma gama de
impactos em cavidades, inclusive impactos negativos irreversíveis, mesmo sem que
a própria cavidade seja suprimida. Para tanto, não é factível se avançar em qualquer
licenciamento destas atividades sem que os impactos sejam avaliados e medidas de
controle, mitigação, monitoramento e se necessária compensação sejam aprovadas.
A AIA do empreendimento sobre o patrimônio espeleológico é o instrumento capaz
de prever a ocorrência de impactos negativos irreversíveis ou reversíveis, reais ou
potenciais sobre as cavidades identificadas na área da Mina Curumi. Neste sentido,
a elaboração da referida AIA seria crucial para definir tanto qual seria a necessidade
de outros estudos prévios à licença (e.g. ensaio sismográfico), quanto quais seriam
as medidas de controle, mitigação, monitoramento ou mesmo compensação dos
impactos previstos.
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Diante do fato de que os documentos técnicos apresentados pelo empreendedor
não subsidiam a análise técnica e de legalidade deste licenciamento, esta equipe
técnica de espeleologia da SUPRAM CM não recomenda o deferimento do pedido
de Licença Ambiental Corretiva para a Mina Curimi.
6.7.2 Medidas Mitigadoras Voltadas ao Patrimônio Espeleológico
Da mesma forma que se ressaltou que AIA sobre o patrimônio espeleológico não
fora abordada nos autos do processo, tem-se que tão pouco foram identificadas as
medidas de controle, mitigação, monitoramento ou mesmo compensação dos
impactos sobre as cavidades.
Estas medidas não foram identificadas nem nos estudos espeleológicos (protocolo
SIAM: 0988174/2015; R0266424/2017) e nem no EIA (protocolo SIAM:
R0075899/2018) mesmo tendo sido cadastradas cavidades naturais subterrâneas,
GMT-01 e GMT-02, no entorno do empreendimento. Ressalta-se que ainda que
estivessem sidas estas medidas propostas, as mesmas não poderiam ser
consideradas suficientes já que não detém lastro na AIA sobre o patrimônio
espeleológico que não fora apresentada para o empreendimento.
6.8 Manutenção da Oferta de Emprego Local e Regional
As atividades de operação da Mina Corumi implicarão em aproximadamente 100
postos de trabalhos diretos, além dos funcionários indiretos como motoristas e
operadores de equipamentos pesados, os quais são recrutados na região do
empreendimento.
Este impacto é considerado de média magnitude, tendo em vista que o número de
postos de trabalho não é elevado a ponto de alterar significativamente a dinâmica
socioeconômica da região.
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6.9 Incremento da Renda Municipal
As atividades da Mina Corumi gerarão um aumento na produção de minério de ferro,
consequentemente, um acréscimo na renda do município de Belo Horizonte em
função da geração de impostos (ICMS e CFEM). Ressalta-se ainda que serão
gerados impostos sobre serviços (ISSQN), no que se refere à contratação de
serviços de terceiros, incluindo assim acréscimo na arrecadação.
Considera-se este impacto como positivo, de média magnitude, sendo que seus
efeitos não serão capazes de alterar significativamente a estrutura da receita
orçamentária da região.
6.10 Impacto Visual
A Área Diretamente Afetada encontra-se totalmente antropizada e próximas a áreas
urbanas cujas ocupações ocorreram de forma totalmente desordenadas, sendo a
operação da Mina Corumi um impacto de grandeza negativa para a região. Como
medida mitigatória, propõe a recuperação da Mina.
Na descrição deste impacto deveria levar, também, em consideração a importância
que os moradores locais dão aos elementos ambientais presentes na região, como
as áreas verdes, as quais têm lugar de destaque na região, conforme indicado no
estudo de percepção realizado com os moradores locais.
6.11 Incômodo à População Vizinha
As operações de transporte dos produtos poderão gerar vibração, poeira e ruído,
portanto, tendem a provocar incômodos à população do entorno do
empreendimento.
A equipe da SUPRAM CM destaca que não somente as operações de transporte
podem gerar incômodos à comunidade, mas também outras atividades inerentes ao
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projeto da EMPABRA, como movimentação de máquinas e equipamentos, de
desmonte de minério e etc.
Desta forma, este impacto foi considerado de alta magnitude, tendo-se em vista a
proximidade das propriedades.
6.12 Qualificação dos Impactos para o Meio Antrópico
Foi informado que a descrição deste impacto está demonstrada na matriz do Quadro
12.4. No entanto, em consulta a este quadro, a equipe técnica observou que
este item não foi descrito. Destaca-se, também, que este enunciado
apresentado “Qualificação dos impactos para o meio antrópico” apresenta-se
vago, o que gera ambiguidades na sua interpretação. Sendo assim, a equipe
técnica não teve base de informações para analisar este item.
6.13 Avaliação de Impactos Ao Sítio Arqueológico Muro de Pedras
6.13.1 Sítio arqueológico - Muro de divisas
O sítio arqueológico Muro de Divisas é constituído por dois segmentos de um muro
de pedras e um valo de divisas. Sua localização se estende desde a Área de
Influência Direta do empreendimento (segmentos de valo) até a Área de Influência
Indireta (segmentos do muro).
Foram identificados dois locais de impacto no muro, causados por atividades de
terceiros (motoqueiros e moradores locais). A esse respeito, o muro foi destruído por
uma trilha de motos em um ponto. Por outro lado, houve retirada de algumas rochas
que compõem sua estrutura para a construção de estruturas circulares, utilizadas
como locais de oração por moradores locais.
Apensar de informar que o muro não sofreu alterações por causa da instalação ou
operação do empreendimento, descreve que um ponto de impacto foi causado, de
fato, pelo empreendimento.
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Um segmento do valo foi coberto por sedimento que caiu no seu interior durante a
construção dos taludes do empreendimento. No entanto, o empreendedor executou
a retirada de terra e limpeza, no intuito de remediar as ações impactantes, segundo
informado no EIA.
6.13.2 Sítio arqueológico de mineração
Este bem se encontra a, aproximadamente, 70 m da estrada de escoamento, porém
em clara diferença de altitude. Não foram identificados impactos na estrutura, nem
evidências de uso ou visitação recente.
Destaca-se que não foram descritos, na matriz do impacto referente ao meio
socioeconômico, os seguintes impactos: incremento de tráfego de veículos,
deterioração da qualidade do ar, aumento de aparecimento de doenças
(respiratórias, etc), riscos de acidentes com a população, etc. Importante frisar
que determinadas atividades e ações do empreendimento podem trazer
impactos físicos e bióticos, que recaem no meio antrópico, uma vez que estes
meios se inter-relacionam.
Desse modo, a identificação e previsão dos impactos se mostra insatisfatória,
pelos motivos explanados neste tópico (Impactos do Meio Socioeconômico).
7. Cumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta
Acerca da condicionante nº 02 do TAC
A empresa fundamenta sua defesa nos seguintes pontos em relação ao
descumprimento da condicionante nº 02 do TAC:
A SUPRAM CM nunca se manifestou se aprovou ou não o referido programa;
Que o programa será o ponto de partida para realizar avaliações das
condições estruturais das vias públicas utilizadas pela EMPABRA;
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A avaliação dos possíveis impactos bem como a apresentação das medidas
mitigadoras e compensatórias complementares a já previstas no Programa,
serão executadas quando da indispensável e formal aprovação pela
SUPRAM CM do Programa;
Ausência de apreciação até o momento pela SUPRAM CM do programa
apresentado;
Que o programa está adequado tecnicamente.
A Condicionante 02 do TAC determina ao empreendedor:
“Apresentar Programa Executivo de Monitoramento
das possíveis interferências do escoamento do
minério nas vias públicas, que contemple avaliação
das condições estruturais das vias, dos possíveis
danos causados pela mineração em análise, dos
incômodos causados as comunidades (poeira,
barulho, etc.), no prazo de 30 dias.
Após aprovação do programa citado pelo órgão
ambiental, deverá ser realizado o monitoramento
imediatamente, com apresentação de relatórios
trimestrais a SUPRAM CM.
Prazo: Projeto Executivo 30 dias / Relatórios de
Monitoramento: Trimestral”
Em 15/02/2018, por meio do protocolo SIAM nº R00342446/2018, o empreendedor
apresentou tempestivamente o “relatório técnico de avaliação da rota de
escoamento do minério da EMPABRA e programa de monitoramento das vias
públicas utilizadas para escoamento de minério”.
No entanto, o citado relatório e programa de monitoramento foi analisado pela
equipe da Supram CM, conforme constatado no Relatório Técnico (RT) nº
38/2018, e considerado insatisfatório por não atender com o solicitado na
condicionante nº 02 do TAC. Por este motivo, esta cláusula foi dada como
descumprida.
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Esta afirmação acima contrapõe do apontado pelo empreendedor que diz que o
órgão ambiental não se manifestou sobre a aprovação do referido programa
(documento nº R0118451/2018 de 03/07/2018).
Esclarece, igualmente, como o programa não foi aprovado (RT nº 38/2018), não teria
sentido pedir ao empreendedor realização de monitoramento com apresentação de
relatórios trimestrais a SUPRAM CM.
Nesta avaliação do RT nº 38/2018, o descumprimento desta cláusula ocorreu porque
o empreendedor apresentou um Programa Executivo Monitoramento das possíveis
interferências do escoamento do minério nas vias públicas sem, contudo,
contemplar a avaliação dos incômodos causados nas comunidades causados
pela atividade de escoamento de minério da EMPABRA.
Além de que este relatório e Programa de Monitoramento não mostraram
claramente os possíveis impactos/danos, ocasionados pela atividade de
escoamento de minério da EMPABRA, uma vez que estes impactos foram
descritos de forma genérica nos Programas de Monitoramento das Vias Públicas,
sem descrever sua localização, extensão, abrangência, magnitude e intensidade,
que não permite avaliar se os meios empregados e sugeridos pelo empreendedor
serão capazes de mitigá-los ou compensá-los.
A equipe técnica também diverge quando, neste documento apresentado pelo
empreendedor, é descrito que o supracitado programa de monitoramento “será o
ponto de partida para realizar avaliações das condições estruturais das vias e dos
possíveis impactos ambientais e sociais causados pela atividade de escoamento de
minério do empreendimento nas vias públicas utilizadas pela EMBABRA”.
Também discorda quando o documento cita que: “A avaliação dos possíveis
impactos mencionados no parecer da SUPRAM CM bem como apresentação de
medidas mitigadoras e compensatórias complementares (...) serão executadas
quando da indispensável e formal aprovação pela SUPRAM CM do programa”.
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Esta discordância da equipe da Supram CM baseia-se de que um programa de
monitoramento deve ser concebido em função dos impactos identificados e previstos
para que estes sejam efetivamente monitorados, com vistas a garantir sua eficácia e
nível de proteção socioambiental pretendido.
Nesse sentido, o programa de monitoramento deve ser compatível com os impactos
causados ou previstos, de modo que seja capaz de distinguir as mudanças
ocasionadas pelo empreendimento, no meio onde está inserido, daquela ocasionada
por outras empresas ou por até mesmo por causas naturais (SÁNCHEZ: 2013).
Por isso, o programa de monitoramento não é o ponto inicial para realizar avaliações
das condições estruturais das vias utilizadas pela EMPABRA. Além do que as
avaliações dos possíveis impactos não estão atreladas quando da aprovação pela
SUPRAM CM deste programa. Não é isso que é mencionado na cláusula 02 do
TAC.
Na verdade, estas avaliações (diagnósticos) das condições estruturais das vias, dos
possíveis danos causados pela EMPABRA, dos incômodos causados as
comunidades, devem ser avaliadas previamente e são condições fundamentais para
proposição de um programa de monitoramento adequado.
Percebe-se que estas definições relatadas do programa de monitoramento vão ao
encontro do descrito na cláusula 02 do TAC: A apresentação do Programa Executivo
de Monitoramento das possíveis interferências do escoamento do minério nas vias
públicas, que contemple avaliação das condições estruturais das vias, dos possíveis
danos causados pela mineração em análise, dos incômodos causados as
comunidades.
Quanto aos anexos (Ofícios perante a Câmara de Vereadores de Rio Acima,
Prefeitura de Rio Acima e Secretaria Municipal de Segurança Pública) não serão
contemplados nesta análise, dado que não estão atrelados com o requisitado na
cláusula 02 supramencionada.
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Os anexos referentes as reuniões da EMPABRA com as Associação Comunitária
Vale da Mata e de Castanheiras descrevem que os representantes destas
associações solicitam providências para melhoria das vias (calçamento,
terraplanagem, alargamento da via, adequação de quebra-molas, redutor de
velocidade e drenagem, aspersão das vias, entre outros), a equipe da SUPRAM CM
destaca que tais informações poderiam ter sido contempladas como coleta de dados
primários no “relatório técnico de avaliação da rota de escoamento do minério da
EMPABRA e programa de monitoramento das vias públicas utilizadas para
escoamento de minério” (protocolo SIAM nº R00342446/2018 de 15/02/2018) para
subsidiar uma avaliação mais apropriada dos incômodos à população, mas isso não
foi feito.
Condicionante nº 05 do TAC
O empreendedor fundamenta sua contraposição em relação avaliação de
descumprimento da condicionante 05, realizada pela equipe da SUPRAM CM (RT nº
38/2018), nos seguintes pontos:
Existência de mais de uma associação no bairro Taquaril, inexistência de
associação comunitária ou dificuldade para identificação de associação
comunitária do bairro Pirineus; falta de identificação dos moradores na divisa
entre Belo Horizonte e Sabará quanto ao bairro de moradia (Taquaril ou
Jardim Castanheiras);
A AID engloba aglomerados com graves problemas sociais relacionados
violência decorrente do tráfego de drogas e ocupação desordenada e a
realização de reuniões ocorre a partir de autorizações e/ou acompanhamento
de lideranças comunitárias não oficiais, que desempenham atividades
diretamente vinculadas aos problemas citados;
As lideranças comunitárias não assumiram o protagonismo deixando de
evidenciar suas opiniões e, alguns casos, solicitaram que as reuniões não
fossem registradas, principalmente por meio de fotos;
Resultado da nova estratégia da EMPABRA de relacionamento com
comunidades, evidenciado por meio do relatório protocolizado sob o nº
R0106948/2018 em 13/06/2016.
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Destaca-se que tais informações citadas acima, prestadas no documento SIAM nº
R0118451/2018 de 03/07/2018, não tinham sido descritas no âmbito do
cumprimento da condicionante nº 05 do TAC (R0051000/2018 em 14/03/2018)
firmado entre a EMPABRA e a SEMAD.
A Condicionante 05 do TAC determinava ao empreendedor:
“Realizar reuniões trimestrais com ONG’s,
associações, representantes de bairros, moradores
pertencentes à AID do meio socioeconômico, etc.
Informando sobre as características do
empreendimento, os impactos causados e as
medidas mitigadoras e programas adotados, com
apresentação de relatórios técnico-fotográfico.
Prazo Trimestral”
No RT nº 38/2018, a equipe da SUPRAM CM afirma que a condicionante nº 05 foi
descumprida devido não ter sido apresentadas evidências de realização de reuniões
com representantes dos bairros Pirineus e Taquaril, pertencente a AID do
empreendimento, além de que maioria dessas reuniões efetuadas estavam sem
relatório fotográfico, conforme solicitado na supracitada condicionante.
Desse modo, concluiu que condicionante estava descumprida por não abranger
todas as comunidades apontadas na AID do meio socioeconômico do referido
empreendimento, além da ausência de registro fotográfico das reuniões promovidas.
Nota-se que o empreendedor poderia ter realizado reuniões com os representantes
do Bairro Taquaril, já que ele mesmo informa a “existência de mais de uma
associação no bairro Taquaril”.
Quanto às informações colocadas da inexistência de associação comunitária ou
dificuldade para identificação de associação comunitária do bairro Pirineus, destaca
que a própria condicionante nº 05 aponta outros stakeholders (ONG’s,
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representantes de bairros, moradores, etc.), nos quais a EMBABRA poderia ter
entrado em contato e marcado reuniões com vistas ao cumprimento da
condicionante nº 5. Contudo, isso não foi realizado.
No que tange ao argumento de que a AID engloba aglomerados relacionados com
violência decorrente do tráfego de drogas, e que a realização de reuniões ocorre a
partir de autorizações e/ou acompanhamento de lideranças comunitárias “não
oficiais”, não foi demostrado qualquer evidência ou comprovação da dificuldade por
parte da EMPABRA em realizar reuniões na AID devido a necessidade de
autorizações de lideranças comunitárias “não oficiais”.
O empreendedor também deveria ter relatado, no relatório de cumprimento da
condicionante nº 05 (R0051000/2018 de 14/03/2018), que as lideranças
comunitárias não deixaram evidenciar suas opiniões e, alguns casos, solicitaram que
as reuniões não fossem registradas, por meio de fotos. Mas isso não foi descrito.
Nota-se também que o empreendedor não deixou claro quais as lideranças
comunitárias não permitiram que suas opiniões e reuniões não fossem registradas.
Em anexo, o empreendedor apresentou o segundo relatório em 13/06/2016, sob o
protocolo SIAM nº R0106948/2018, com objetivo de demostrar o desenvolvimento de
uma nova estratégia de relacionamento ao qual propõe ações abertas a toda
comunidade, não somente aos membros das associações comunitárias para
condução de seu plano de diálogo e elaboração de DSP para o programa de
educação ambiental, além de disponibilizar o canal de ouvidorias nas reuniões.
Condicionante nº 06 do TAC
O empreendedor contesta avaliação técnica da SUPRAM CM quanto ao
descumprimento da condicionante 06, nos seguintes pontos:
O canal de ouvidoria foi criado no prazo de 20 dias. Neste sentido, a
condicionante está devidamente cumprida naquilo que poderia ser apreciado
pela equipe técnica;
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As demais conclusões do relatório técnico somente deveriam ser
apresentadas no relatório semestral e que contraria a conclusão prematura e
equivocada acerca de tal condicionante.
A Condicionante 06 do TAC determinava ao empreendedor:
“Criar um canal de ouvidoria, com ampla
divulgação do empreendimento junto à
comunidade, no prazo de 20 dias. Este canal
deverá ser obrigatoriamente apresentado nas
reuniões referidas na clausula 5 deste TAC.
Apresentar relatório identificando os autores e a
data de contato feito por integrantes das
comunidades da AID ou entidades sociais, as
respectivas demandas comunicadas e ações
executadas pelo empreendedor em resposta direta
às comunicações com seus prazos ou datas de
realizações”.
Prazo: Semestral.”
No RT nº 38/2018, a equipe da SUPRAM CM após a análise do documento, sob o
protocolo SIAM nº R0319314/2017 em 29/12/2017, detectou que o canal de
ouvidoria foi criado pelo empreendedor no prazo de 20 dias, no entanto, este canal
não foi apresentado nas reuniões referidas na cláusula 5 do TAC. Por isso, a
condicionante foi dada como descumprida.
Quanto aos argumentos de que o prazo é semestral no que se refere ao relatório
identificando os autores e as demandas das comunidades pertencentes a AID, a
Supram CM concorda com o empreendedor de que houve conclusão prematura e
equivocada acerca dessa parte da condicionante.
Mas diante da falta de comprovação e de evidências de que o canal de
ouvidoria foi apresentado nas reuniões com as comunidades da AID referidas
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na clausula 5 deste TAC (R0051000/2018 em 14/03/2018), a SUPRAM CM
mantém o posicionamento de que a condicionante nº 6 foi descumprida.
Condicionante nº 07 do TAC
O empreendedor fundamenta sua contraposição em relação avaliação de
descumprimento da condicionante 07, realizada pela equipe da SUPRAM CM (RT nº
38/2018), com a apresentação do “Primeiro Relatório Técnico Fotográfico da
Metodologia e Eficiência do Sistema de Limpeza de Rodas – Atendimento ao item
07 segundo aditivo do TAC”.
A Condicionante 07 do TAC determinava ao empreendedor:
“Instalar o sistema de limpeza de rodas de
caminhões no empreendimento, com apresentação
de relatório técnico fotográfico descrevendo a
metodologia e eficiência alcançada.
Prazo: 60 dias para instalação / Relatório
Semestral”
O relatório apresenta a metodologia que vem sendo utilizada pela EMPABRA para
atendimento à condicionante em análise. Esta metodologia consiste na instalação de
trepidadores, que possuem a função de desagregação do material das rodas, e de
estruturas de contenção e interceptação de drenagem, que visam segurar o material
desagregado.
Quanto ao prazo, o empreendedor possuía o prazo de 60 dias para instalação do
sistema. O relatório de junho de 2018, protocolado em 03/07/2018 informa que
instalação da estrutura proposta não está finalizada: “O sistema de mata burro, está
sendo construído logo abaixo do sistema de lombadas. Tal estrutura está sendo
feita na largura da estrada. ”
Quanto à eficiência, o relatório apresenta duas fotos (aparentemente tiradas no
mesmo dia) mostrando o sistema de limpeza de rodas e conclui que o sistema é
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eficiente por retirar a maior parte do material, mitigando os efeitos colaterais de
escoamento das vias.
Um relatório técnico fotográfico semestral deveria apresentar a situação das vias,
após instalação do sistema de limpeza, durante todo o semestre. Duas fotos não
caracterizam amostragem confiável para comprovar a eficiência do sistema.
Além disso, não foi apresentada a metodologia de limpeza do sistema de retenção
do material.
Após análise do relatório apresentado pela EMPABRA, a SUPRAM CM manteve seu
posicionamento de que a condicionante nº 6 foi descumprida.
Diante do exposto, o parecer foi pela improcedência do pedido. A equipe
interdisciplinar mantém o posicionamento de descumprimento das condicionantes
02, 05, 06 e 07 do TAC celebrado entre a SEMAD e EMPABRA, bem como mantem
o entendimento que a empresa apresentou informação divergente em relação aos
volumes movimentados no PRAD protocolado no Estado e na PBH.
8. Controle Processual
O presente parecer único visa subsidiar a análise do requerimento de licença de
operação corretiva para o empreendimento EMPABRA, localizado no município de
Belo Horizonte.
Inicialmente, o empreendimento iniciou as atividades com autorização do Município
de Belo Horizonte por meio do Certificado de Autorização n°128/2008 emitido pelo
Conselho Municipal de Meio Ambiente. Destaca-se que a autorização se limitava à
recuperação das áreas degradadas, aprovadas no PRAD apresentado pela
EMPABRA.
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Em 2015, por recomendação do Ministério Público Estadual, a regularização das
atividades foi avocada pelo Estado, tendo em vista o fato do empreendimento causar
impactos a mais de um município.
Assim, em 09/10/2015, o processo foi formalizado junto a esta superintendência por
meio do PA COPAM N. º 28047/2014/001/2015 visando à regularização das
atividades.
É válido registrar que até a conclusão deste parecer não foi apresentada a
Declaração de Conformidade do Município de Belo Horizonte constando todas as
atividades desenvolvidas no empreendimento.
Ademais, não foram apresentadas a manifestação conclusiva do IPHAN, bem como
do IEPHA.
A Diretoria Regional de Controle Processual acompanha o parecer técnico para
sugerir o indeferimento do pedido de licença de operação em caráter corretivo.
Registra-se que o indeferimento da licença ambiental não implica a paralisação das
obras de recuperação ambiental do empreendimento, conforme Projeto de
Recuperação de Áreas Degradadas, que deverá ser formalizado e aprovado pela
FEAM, nos termos da Deliberação Normativa n° 220/2018.
A recuperação ambiental da área deverá mitigar os passivos ambientais e sociais,
devolvendo a sustentabilidade ambiental da área em que se insere o
empreendimento.
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9. Conclusão
A equipe multidisciplinar da SUPRAM Central Metropolitana sugere o
indeferimento desta Licença Ambiental na fase de Licença de Operação Corretiva
para as atividades listadas no FCEI, considerando todo o disposto neste parecer
único e nos autos do Processo Administrativo 28047/2014/001/2015,
principalmente quanto aos seguintes aspectos:
• Descumprimento de condicionantes constantes no Termo de Ajustamento de
Conduta assinado pelo empreendedor;
• Apresentação de informações contrárias para os volumes de materiais
movimentados constantes no PRAD encaminhado à PBH em relação ao
documento encaminhado ao Estado;
• Não foram apresentadas as anuências de órgão intervenientes (IEPHA e IPHAN)
solicitadas no âmbito do PA 28047/2014/001/2015, por meio do ofício 1580/17
SUPRAM CM, bem como não foi apresentada a Declaração de Conformidade da
Prefeitura de Belo Horizonte solicitada no mesmo ofício;
• O PRAD foi cumprido apenas parcialmente, permitindo possivelmente, dentre
outros impactos, a desestabilização do solo, perda de capacidade de
armazenamento hídrico, exposição do solo aos processos erosivos, bem como a
descaracterização abrupta do relevo (grande rebaixamento topográfico nas
proximidades da “Seção 02_Proj”0), com vistas a prejuízos de ordem ambiental e
do patrimônio histórico cultural, pela inserção do empreendimento na Serra do
Curral;
• Que o órgão ambiental manifestou-se oficialmente, por diversas vezes, por meio
de ofícios, relatórios e autos de fiscalização, sobre a obrigatoriedade da
continuação das obras de recuperação e controles ambientais, sem atendimento
pelo empreendedor;
• Que PRAD deveria ter sido integralmente implantado, conforme cronograma
executivo do documento, cuja área já poderia estar completamente reabilitada,
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caso o plano tivesse sido implantado dentro do prazo estabelecido, evitando assim
prejuízos de ordem ambiental e do patrimônio histórico cultural, com possível
agravamento da situação nos anos que transcorreram;
• Manifestação do Parque da Baleia por meio do Relatório de Vistoria, datado de 14
de junho de 2018, cujo texto segue:
“Entendemos que o empreendimento é de significativo impacto
ambiental, e está inserido na área do entorno do PE Baleia, esse sofre
interferências como o rebaixamento do perfil do solo adjacente ao perfil
da UC, colocando em questão a capacidade de armazenamento de água
na microbacia do parque, abrindo possibilidade de desestabilização do
solo e consequentemente deslizamento de terra, deformando a
formação geomorfológica e colocando em risco o perfil da Serra do
Curral”;
• Que a informação acima foi reafirmada pela Supram CM em relatório conjunto
01/18 SEMAD e IEF no qual consta que lugar do aterro e das baias de contenção
de sedimentos, conforme bem descrito no Relatório Técnico Conjunto
SUPRAM/IEF nº 01/2018, foi realizado um grande rebaixamento topográfico nas
proximidades da “Seção 02_Proj”, inclusive fora da poligonal do DNPM 7227/1957;
• Que o Ofício 0472/16 da Fundação Municipal de Cultura do município de Belo
Horizonte informando que o empreendimento EMPABRA encontra-se parcialmente
instalado na área polarizada da Subárea 4, classificada como área de recuperação
1, estando, portanto, sujeita as diretrizes de proteção estabelecidas na Deliberação
n°26/2002 do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do município de Belo
Horizonte - CDPCM/BH. A outra porção da área está localizada no perímetro de
entorno da mesma subárea, classificada como área de recuperação 6, que se
encontra sujeita as diretrizes estabelecidas na Deliberação n°147/2003, devendo
também ser observadas as demais Deliberações normativas do CDPCM/BH, que
dispõem sobre a Serra do Curral;
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• Que houve ausência de dados técnicos e na falta de atendimento às questões
normativas associadas à temática espeleologia para embasar a análise dos
impactos do empreendimento sobre o patrimônio espeleológico;
• Que medidas importantes de controle ambiental, obrigatórias ao empreendimento,
principalmente no que tange a drenagem pluvial e que independem de licença ou
autorização dos órgãos ambientais, deixaram de ser cumpridas integralmente,
apesar de diversas manifestações do órgão ambiental no sentido de dar
continuidade aos controles e à recuperação da área;
• Que no próprio EIA apresentado pelo empreendedor (13. Medidas Mitigadoras)
informa que para minimizar e até mesmo evitar os impactos ambientais relacionados
ao aparecimento e desenvolvimento de processos erosivos durante estas atividades,
é necessária à implementação de um conjunto de medidas e ações preventivas que
deverão promover o controle ambiental;
• Que as condicionantes impostas pelo ofício 02/2019 SUPRAM de 08 de janeiro de
2019 não foram cumpridas integralmente, descumprindo o prazo máximo para a
retirada do minério armazenado em pátio, bem como não foi apresentado relatórios
mensais à SUPRAM CM, conforme determina o documento;
• Que há divergências de informações quanto ao recorte da AID do meio
socioeconômico prestadas no EIA e no PEA, os quais geram dúvidas quanto à
confiabilidade de dados prestados e quais seriam as comunidades realmente
impactadas pelo empreendimento;
• Que na matriz de avaliação dos impactos no meio socioeconômico, parte dos
impactos não foram apontados e identificados ou apresentados com as
interpretações vagas e ambíguas.
Ratifica-se ainda neste parecer a importância da determinação expressa no último
Auto de Fiscalização (AF 107359/19) lavrado para o empreendimento, dentre outros
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documentos que salientam o mesmo, para retorno imediato e célere das obras de
recuperação ambiental do empreendimento, conforme PRAD, visando a rápida
recuperação e manutenção das áreas requeridas no plano, em especial ao
quadrante referente as áreas limítrofes ao Parque da Baleia.
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ANEXO I
Anexo Fotográfico Auto de Fiscalização n° 107359/2019 (Mineração Pau Branco Ltda – Mina Corumi EMPABRA)
Fig. 33. Localização da Mina Corumi - EMPABRA , na Serra do Curral, bairro Taquaril, município de Belo Horizonte.
Fig. 34. Detalhe da imagem anterior demonstrando os 4 sumps (S1, S2, S3 e S4) observados em vistoria, utilizados no sistema de drenagem da mina.
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Fig. 35. Vista da entrada da mina com Sump 1 em primeiro plano e taludamento esquerdo.
Fig. 36. Vista do taludamento no flanco direito, apontando a revegetação realizada UFMG.
Fig. 37. Vista dos taludes próximos à UTM, apontando a presença de ravinamentos.
Fig. 38. Continuação da imagem anterior, demonstrando taludes e UTM.
Fig. 39. Vista da Cava, sump 4 e taludes de entorno.
Fig. 40. Continuação da imagem anterior, demonstrando o final da mina.
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Fig. 41. Vista do sump 3, próximo à UTM e a montante do sump 2 (em segundo plano).
Fig. 42. Vista do sump 2, a jusante do sump 3.
Fig. 43. Vista do canal do vertedouro do sump 1, próximo à portaria da mina.
Fig. 45. Vista da situação dos taludes no final da mina (cava).
Fig. 44. Vista do canal (sistema de drenagem da mina) próximo ao sump 2.
Fig. 46. Idem foto 09, demonstrando erosões no final da mina.
Foto 13: vista da estrada próxima ao