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lhar ocia l Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul Agosto de 2013 - Ano 4 - Nº 34 O sucesso dos cursos profissionalizantes Construção civil em Mauá está entre as mais procuradas. Entre obras e arte, cidadãos mergulham em empreitada rentável e de plena satisfação para crescer profissionalmente e encontrar um espaço na sociedade Lidando com as diferenças nas escolas públicas A “quebrada” artística das periferias Cidades Para incentivar os moradores a praticarem exercîcios, a prefeitura de Santo André instala academias ao ar livre, porém há melhoras a serem realizadas. Página 2 Crédito: Caroline Bespalec Créditos Rubia Marques Crédito: Mariana Ramos Economia Página 3 Olhar Diferente Política Página 6 Crédito: Luiza Perrone Cultura Página 7 Academias ao ar livre espantam a preguiça Crédito: ais Careli Cidades Página 4 Página 5 Movimento cultural acende a cena musical Cultura Página 8 Juventude Alcoolizada Alunos portadores de necessidades especiais precisam de cuidados que devem ser levados em consideração pelos professores e colegas Crédito: Amanda Mércuri Há quase dois anos na ativa em Diadema, o evento mantém a popularidade sem cobrar ingresso do público

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Page 1: lha ociar l certeza que vamos passar. Afinal, essas coisas só acontecem com as melhores pessoas, e nos momentos mais inusitados possíveis. Mas você sabe onde eu quero chegar com

lharocialJornal-laboratório do Curso de Jornalismo da

Universidade Municipal de São Caetano do SulAgosto de 2013 - Ano 4 - Nº 34

O sucesso dos cursos profissionalizantes

Construção civil em Mauá está entre as mais procuradas. Entre obras e arte, cidadãos mergulham em empreitada rentável e de plena satisfação para crescer profissionalmente e encontrar um espaço na sociedade

Lidando com as diferenças nas escolas

públicas

A “quebrada” artística das

periferias

CidadesPara incentivar os moradores a praticarem exercîcios, a prefeitura de Santo André instala academias ao ar livre, porém há melhoras a serem realizadas.

Página 2

Crédito: Caroline Bespalec

Créditos Rubia Marques

Crédito: Mariana Ramos

Economia

Página 3

Olhar Diferente

Política

Página 6

Crédito: Luiza Perrone

Cultura

Página 7

Academias ao ar livre espantam a preguiça

Crédito: Thais C

areli

Cidades

Página 4

Página 5

Movimento cultural acende a cena musical

Cultura

Página 8

Juventude Alcoolizada

Alunos portadores de necessidades especiais precisam de cuidados que devem ser levadosem consideração pelos professores e colegas

Crédito: Amanda M

ércuri

Há quase dois anos na ativa em Diadema, o evento mantém a popularidade sem cobrar ingresso do público

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Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCS

Agosto de 2013

Ano 4 - Nº 342 lharocial

Caroline Bespalec

É praticamente impossível entrar em um vagão de trem lotado, em um ônibus, ou até mesmo ficar na estação e não perceber ao me-nos uma música tocando, alguém com um livro aberto, alguns se embelezando, tirando uma soneca, e até mesmo o mais comum de todos, mandando um sms.

Estes são os personagens do transporte co-letivo, como o próprio nome já entrega. Pode-mos encontrar de crianças a idosos, de estudan-tes a trabalhadores, funkeiros e rockeiros e dos respeitosos aos nada educados.

O engraçado é que passamos tanto tempo dentro de nossas bolhas que várias coisas nos passam despercebidas... Como aquele garoto (ou garota) que olhava pra você enquanto dis-farçadamente amarrava o cadarço do tênis.

Outra coisa interessante é que, mais dia menos dia, todo mundo vai acabar passando vergonha, e digo com toda a certeza que todos a sua volta vão notar. Não tem jeito. Alguns dormem com a boca aberta e acabam babando ou roncando, encostam-se nas pessoas ao lado,

Olhar DiferenteFoto: C

aroline Bespalec

Rapidinhas

Dilemas do cotidiano

cantam loucamente e nem percebem, ou aca-bam falando de assuntos constrangedores ao telefone.

Dia desses peguei um trem com um amigo de infância (vamos chamá-lo aqui de João) e entramos nesse assunto. No meio da conversa, João pegou o celular e me mostrou vídeos e fo-tos que ele mesmo fizera de pessoas dormindo no trem. E acreditem se quiser, todas as situa-ções o envolveram. Ele foi babado e também usado como um travesseiro.

Nessas situações, vem aquela famosa frase à cabeça: isso só acontece comigo! Mas calma aí meu amigo, se já não passamos por isso, pode ter certeza que vamos passar. Afinal, essas coisas só acontecem com as melhores pessoas, e nos momentos mais inusitados possíveis.

Mas você sabe onde eu quero chegar com isso tudo? Nós criamos hábitos e, mesmo em um ambiente lotado diariamente, vivemos em nossos mundos, e não reparamos completa-mente no que nos rodeia, apenas naquilo que julgamos ser essencial. No final, somos todos iguais apesar das diferenças.

Desarmamento infantil

A Prefeitura de Mauá deu o ponta pé inicial para a campanha municipal de desarmamento in-fantil, organizada pela Secretaria Municipal de Segurança Pública.

A ação, considerada um mar-co histórico na cidade, tem como objetivo promover a cultura da Paz entre crianças, adolescentes e adultos, mostrando o risco do uso das armas de brinquedo.

O projeto será realizado em escolas municipais e estaduais, igrejas, entidades sociais e insti-tuições da sociedade civil e conta com a entrega de armas de brin-

quedo, estilingues, estiletes e ce-rol nos locais.

Para o calendário deste ano, estão previstas quatro ações de destaque para o município, além das atuações nas escolas, equipa-mentos da Prefeitura e eventos públicos.

Sextas com Arte

Até o final de 2013 a Prefeitura de São Caetano do Sul e a Funda-ção Pró-Memória oferecem ao pú-blico o Sextas com Arte, organiza-do pela equipe de ação educativa.

O projeto oferece um contato maior com o processo de criação e

técnicas de desenho, e será realiza-do todas as sextas, exceto feriados, com turmas rotativas de 15 alunos, das 9h às 12h e das 13h às 16h.

Cada data será marcada com uma técnica diferente. Entre os te-mas estão desenho de observação, pintura, xilogravura e colagem.

Sextas com Arte será realizado no Ateliê Pedagógico da Pinacote-ca Municipal, que fica na Avenida Dr. Augusto de Toledo, nº 255, Bairro Santa Paula.

Para saber mais sobre o evento basta ligar para a Fundação Pró--Memória pelo telefone 4223-4708, ou entrar em contato através do email [email protected]

Caroline Bespalec

Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCSReitor: Prof. Dr. Marcos Sidnei BassiPró-Reitor Administrativo e Financeiro: Prof. Dr. Gilberto da Silva Alves Pró-Reitor de Graduação: Prof. Ms. Marcos Antonio BiffiPró-Reitor de Extensão: Prof. Ms. Joaquim Celso Freire SilvaPró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa: Profa. Dra. Maria do Carmo RomeiroPró-Reitor de Educação a Distância: Prof. Dr. Denis Donaire

Diretoria de Área de Comunicação: Profa. Ms. Ana Claudia GovattoGestor do Curso de Comunicação: Prof. Dr. Sergio Sanches Marin

Jornal Olhar SocialEditora: Profa. Eloiza de Oliveira Frederico (Mtb 32.144)Planejamento Gráfico: Prof. Ms. Paulo Alves de LimaFotojornalismo: Profa. Mariana MeloniEquipe de fechamento desta edição: Felipe GulinLogotipo: Criação da AG - Agência Experimental de Publicidade da USCS

Contato: [email protected] - Fone: 4239-3212

Impressão: Pigma Gráfica e Editora. Fone: 4239.3212.Tiragem: 500 exemplares

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo daUniversidade Municipal de São Caetano do SulAgosto de 2013 - Ano 4 - Nº 34

lharocial

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

A 34° edição do Jornal Olhar Social, produzida pelos estudantes do 5° semestre de Jornalismo da USCS, traz para os leitores temas atuais e de suma importância não só para os estudantes, mas para todos os cidadãos do ABC Paulista. Abordando temas diversos, delicados e fundamentais, uma leitura ímpar e completa é garantida. Confira uma matéria completa sobre a inclusão social nas escolas de São Caetano do Sul, onde as facilidades e dificuldades encontradas por educadores, pais e alunos são indicadas por Luiza Perrone. No caderno de esportes, o Futebol Americano ganha destaque no ABC, que registra um crescimento surpreendente da modalidade, por Nathalia Pimentel.Para colorir e animar as coisas, Amanda Mércuri traz no caderno de Cultura uma realidade

EDITORIAL

artística diferente: a arte nas comunidades periféricas, com saraus, jazz e ballet. No caderno de Cidades, Mariana Ramos foca no tema das populares academias ao ar livre entra em pauta, com foco em Santo André, onde há ampliação dos equipamentos, porém falta profissionais para orientar os moradores. O crescimento dos cursos profissionalizantes em Mauá ganha destaque com a matéria de Rubia Marques. Thais Careli fala sobre o alcoolismo na adolescência, assunto delicado e problema cada vez mais decorrente entre os jovens que estão se tornando dependentes. A crônica “Dilemas do Cotidiano”, escrita por Caroline Bespalec, embala o leitor em uma reflexão profunda a cerca do ser humano, que está cada vez mais ensimesmado. Entregue-se à uma ótima leitura e prestigie essa edição feita com muito carinho.

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Mauá oferece cursos profissionalizantes gratuitos

Construção civil está entre as mais procuradas

Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCS

Agosto de 2013

Ano 4 - Nº 34 3Economia lharocial

Rubia Marques

Desemprego é um assunto que sempre rende o que falar. Todos que já estiveram nessa situação sa-bem o quão agonizante essa palavra pode ser. Mas um dos problemas no mercado de trabalho brasileiro nem é a falta de emprego, e sim a falta de profissionais qualificados para ocuparem as vagas.

Por causa disso, empresas, en-tidades, ONGS e o governo bra-sileiro estão constantemente in-vestindo tempo e muito dinheiro a fim de combater esse déficit. O próprio Senai (Serviço Nacional de Aprendizado Industrial) é um exemplo: oferece diversos cursos profissionalizantes para inserir e/ou qualificar pessoas para o merca-do de trabalho.

Em Mauá, existe um projeto do Centro Público de Trabalho e Renda (CPTR) em parceria com o Senai que oferece aulas gratui-tas para a formação de pedreiro, pintor e eletricista e de Leitura & Interpretação de desenho (com o objetivo de capacitar o profissional a ler e entender projetos de cons-trução civil).

De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região do ABC (PED ABC) de 2012, a região teve a queda de 0,5% no índice de desemprego na área de construção civil de maio de 2011 à maio de 2012, época que o projeto já estava em curso.

Trabalho realiza pelos alunos do curso de pintura no Centro Esportivo Dorival Resende Silva em Mauá

Números absolutos (Em 1.000 pessoas)

Índice (Base: média de 2000=100)

Estimativas e índice de ocupação na área de construção civil no ABC

Contudo, segundo coordena-dora do projeto da CPTR, Môni-ca Faustino, nem todos os alunos estão desempregados, alguns pre-tendem se especializar em uma determinada área ou até mesmo ingressar nesse novo mercado de trabalho. “As pessoas que nos pro-curam, em sua grande maioria, já tem emprego, mas querem melho-rar seu currículo, pois muitos têm pouca experiência”.

É o caso do vigilante José Be-zzera, que já fez o curso de pedreiro assentador e está fazendo curso de pintura. “O curso é muito bom! Deu para aprender um monte de coisas. A minha ideia é entrar na área de revestimento” diz Bezerra que já quer emendar o curso de pedreiro revestidor.

O coordenador do Centro Esportivo Dorival Resende Silva, Ricardo Gaspar, que cede o espa-

ço para as aulas, afirma que as em-presas de construção civil também estão cobrando dos funcionários tais especialidades. “As empresas pedem o certificado. A maioria do pessoal que estuda aqui já é empre-gada, mas precisam desse curso, talvez, para continuar trabalhan-do”, justifica.

Além dos que querem realmen-te ingressar na área de construção civil, há outros que estão felizes

com os empregos atuais e só espe-ram aprimorar os conhecimentos em pintura e construção para uso pessoal e doméstico ou, até mesmo, para auxiliar a sociedade. “Primei-ramente, o que mais interessou nes-te curso foi que vou poder ajudar a nossa comunidade que precisa de um pintor, de um eletricista ou de uma ajuda em casa. O que eu quero é ajudar as pessoas!”, disse o pastor Sebastião Silva, que faz aulas para se tornar pedreiro assentador.

As aulas de pintura não só ensi-nam como pintar ou fazer texturas, mas também ter senso de combina-ção de tons. “A ideia também é pas-sar a noção de perspectiva, ensinar a eles usarem as cores. Tem muito aluno que chega e não tem muita noção de como usar as tonalida-des de tinta, se você deixar o cara a vontade só usará cores fortes, por exemplo”, explica o professor Val-ter Souza.

Os cursos de pedreiro, pintor e eletricista tem duração de 160 horas e são realizados de segunda a sexta-feira, durante dois meses, no Centro Esportivo Dorival Resende Silva, na Rua Cesário Parmejiane, número 300 – Mauá.

O Senai oferece os professores, os materiais didáticos e práticos das aulas. Mas, quem contribui finan-ceiramente para que esse projeto seja realizado gratuitamente é Sin-dicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo. 

São Bernado do Campo

Santo André

Ribeirão Pires

MauáSão Caetano do Sul

DiademaRio Grande da Serra

Foto: Rubia Marques

Infográfico: Rubia Marques

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Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCS

Agosto de 2013

Ano 4 - Nº 344 Cidadeslharocial

THAIS CARELI

“Eu bebo socialmente pra me diver-tir. Meu primeiro contato foi com cerveja em um churrasco, tinhas meus 13, 14 anos. Me sinto bem, mas já arrumei brigas” diz o estu-dante Lucas Gali, que agora está com 17 anos.O consumo de álcool entre os ado-lescentes vem crescendo bastante nos últimos sete dos anos e a idade diminuindo, antes que era de 14 a 18 anos, hoje passa a ser de 12 a 18 anos. Uma pesquisa realizada em 2007, pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotró-picas (Cebrid) revelou que 54% dos jovens entrevistados, consumiram ou consomem bebidas alcoólicas e 7% já são dependentes do álcool.No Brasil, o álcool é mais barato, de fácil acesso, de descontrole na hora de verificar a idade e há varias propagandas. Além disso, na ado-lescência, o contato com o álcool, muitas vezes é ocasionado por que-rer entrar em determinados grupos, influencia de amizade, distúrbios familiares e falta de autoestima. Para as meninas o álcool faz um efeito mais rápido do que nos me-ninos, que para ambos, o uso exces-sivo traz danos ao desenvolvimento

na escola, em casa e no organismo. E quanto mais cedo o álcool é con-sumido, a probabilidade de ser um dependente só aumenta, além de induzir ao tabaco e a outras drogas. A lei antiácool, já esta em vigor a mais de um ano e multa os locais que ainda vendem bebidas alcoóli-cas aos jovens.O álcool é um depressor das ativi-dades do Sistema Nervoso Central (SNC), embora cause também um efeito perturbador. Já algumas dro-gas agem nas atividades do SNC, umas têm efeitos estimulantes, outras depressoras, perturbadoras e alucinógenas. Em caso de depen-dência, procurar ajuda medica é o melhor caminho.A procura por tratamentos em mu-lheres, ainda é menor do que os dos homens, mas mesmo as poucas doses já afetam mais rápido as mu-lheres. Ainda assim, o uso excessivo acarreta em repercussões negativas sobre a saúde física, psicológica e social.A estudante Lauryen Boatti de 19 anos, também contou como foi seu primeiro contato com o álcool, ”Foi no aniversario de uma colega nos meus 15 anos, não tinha noção das reações que ele poderia causar. De certa forma foi ai que entendi,

era tudo novidade, eu e meu grupo de colegas fomos experimentando de tudo e o efeito foi ruim, pois me deu muito mal estar”.“Estou limpo há 35 anos, tenho três filhas e três netos. Já formei duas fi-lhas e estou formando dois netos”, declara o aposentado Dijalma Dou-rado, durante uma palestra realiza-da na Associação Anti-alcoólica do Estado de São Paulo- Núcleo São Caetano do Sul, no começo de 2013.Voluntário e ex-alcoólatra, Doura-do, de 65 anos, conta que passou fome, pois só gastava com bebidas, mas com a ajuda da esposa e da Associação Anti-Alcoólica se reer-gueu. E com isso, ganhou uma ho-menagem da Associação, por estar “limpo” há mais de três décadas e por ajudar outros pacientes em re-cuperação.As Associações Anti-alcoólicas não têm poder de internação, mas in-dicam clínicas especializadas. Exis-tem várias abordagens para o trata-mento de acordo com a adesão de cada um, grupos de mútua-ajuda, Hospital Dia, internação voluntá-

Juventude AlcoolizadaO Alcoolismo afeta cada vez mais os jovens e atrapalha o desenvolvimento

ria/involuntária, psicoterapia, am-bulatório.“Na internação, o tratamento é personalizado conforme a necessi-dade especifica de cada caso, mas no geral, é feito na escola cognitiva comportamental. Aplicamos alguns passos, a terapia racional emotiva, entrevista motivacional, prevenção de recaída, dinâmicas em grupo, atividades desportivas e outras. Tra-tamos a parte física, mental e espi-ritual”, diz o diretor terapêutico da Comunidade Amor Fraterno Mu-rillo Grecco. “A situação mais difícil foi aos 18 anos quando ingeri além do que eu deveria, passei mal, vomitei e mesmo com ajuda de outras pes-soas não pude lembrar do que ha-via acontecido neste dia. Essa foi a pior sensação, pois em excesso ele nos prejudica e fazemos aquilo que sóbrios não faríamos” finaliza Lauryen.O conselheiro em dependência química na UNIAD/UNIFESP, te-rapeuta e palestrante, Murillo Grec-co, afirma que “após a internação, a volta para a casa tem que ter alguns cuidados, os pacientes em recupera-ção nos primeiros meses podem ter lapso, nesse caso, é só uma vez que

o adicto consome o álcool, mas cai em si e não volta a cometer tal erro. Já a recaída, é as mais de três vezes a consumir o álcool”.“Os pais, dentro de suas casas de-vem orientar os jovens, impor limi-tes e deixar de lado esse lema que se ele não beber em casa, vai beber na rua. Tem que conhecer amigos e locais onde freqüentam, assim ini-bindo o consumo de álcool” relata o terapeuta. Os pais são muito importantes nessa hora, gritos só acarretam em recaídas. As reuniões realizadas pelo AA, são fundamentais durante e de-pois da internação, os adictos preci-sam de um despertar próprio, para não errar novamente. “No começo, o dependente aposta em fazer tudo certo, como em simples gestos de arrumar a cama, levar o lixo, com o passar do tempo muda e isso pode ser sinal de recaída” finaliza Murillo.Na sociedade onde vivemos, há mais bares onde os jovens ficam a mercês das bebidas, do que rede de proteção. Os pais tem que sempre orientar os filhos, deixando tudo as claras, para que o escondido não seja o mais gostoso.

Jovem abusa do álcool du-rante a semana.

(5 g/l): Coma alcoólico.

(2 a 5 g/l): Embriaguez profunda.

(1,5 a 2 g/l): Embriaguez, visão dupla.

(0,8 a 1,5 g/l) Dificuldade para dirigir, falta de coordenação motora e da concentração.

(0,5 a 0,8 g/l) Reflexos retardados, aumento da agressividade e negligência em relação aos riscos.

(0,3 a 0,5 g/l) Sensação de relaxamento: a atenção e o campo visual diminuem.

(0,2 a 0,3 g/l) As funções mentais começam a ficar comprometidas, prejudicando as noções de distância e velocidade.

Associação Anti-Alcoólica do Estado de São PauloNúcleo São Caetano do Sul (11) 4227-3380 [email protected]

DA EMBRIAGUEZ

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Academias ao ar livre espantam a preguiça

Mariana Ramos

A rotina do trabalho, dos es-tudos e o corre-corre diário são alguns dos obstáculos para fazer atividade física, além da questão financeira que pesa ao constatar o alto preço das mensalidades de al-gumas academias.

Uma praça rodeada de árvores, contato com a natureza e com os pássaros, quem não gostaria tam-bém de treinar o corpo com um ce-nário destes? Praticar esportes ao ar livre, como yoga, kung-fu, tai chi e exercícios aeróbicos só traz bene-fícios para a saúde. “Os exercícios são de grande importância dentro da rotina da pessoa, pois dão mais disposição e espantam a preguiça no dia a dia”, comenta a personal trainer de uma das academias em Santo André, Nádia Szandrowski.

Para ampliar o acesso e acabar com as desculpas para não se exer-

Santo André amplia espaços para atividades físicas em parques e praças da cidade, mas população e especialistas reclamam da falta de orientação nos locais

Aparelhos instalados no parque regional da criança preparado para todo tipo de clima ao ar livre

Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCS

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Ano 4 - Nº 34 5Cidades lharocial

citar, a prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SOSP), criou em 2005 o projeto Academias ao Ar Livre. No início, tinha como objetivo atender os idosos da cida-de, mas, agora pessoas de todas as idades malham ao ar livre. “Além de ser ao ar livre, a academia é gratuita e feita para todos que não tem condições”, lembra entre risos, a estudante de 18 anos, Glaucia Gobira.

Cerca de 61 “academias” com diversos tipos de treinamento foram instaladas nos parques e hoje são consideradas, nos finais de semana, praças esportivas que reúnem centenas de moradores. “O projeto deixa as praças mais bonitas e movimentadas”, dis-se a aposentada, Silvana Ramos de 72 anos, que gosta de prati-car esportes desde a adolescência.

O Parque Centená-rio de Imigração Japonesa “Norio Arimura”, no bairro do Parque Novo Oratório, conta com 15 aparelhos de ginástica e alongamen-to, como bicicleta, simu-lador de caminhada e de escada, flexor e extensor de pernas, entre outros. Todos são feitos de ferro e possuem uma pintura especial preparada para qualquer tipo de clima, além do piso ecológico que absorve a água da chuva.No parque, há uma placa com todas as instruções de manuseios de cada um dos aparelhos de ginástica. O problema é que mesmo com essa pe-quena ajuda, as pesso-as têm dificuldade em utilizá-los corretamente.Para a personal Nádia Szandrowski, é fundamen-tal ter um professor para acompanhar as atividades. “Quando se trata de ter-ceira idade, o cuidado é

redobrado. Cada um pre-cisa saber do tempo de cada exercício para não sofrer lesões mais pra fren-te”, alerta a especialista. De acordo com a Secretária de Comunica-ção de Santo André, Elaine Granconato, o problema deverá ser resolvido com o relançamento, em Abril, do programa “Caminhada para Saúde” – na gestão anterior tinha o nome de “Caminhada Orientada”. “O educador físico condu-zirá o grupo para a acade-mia ao ar livre, distribuída por várias praças e espaços públicos da cidade, a fim da utilização correta dos equipamentos de ginásti-ca”, garante a secretária. Para conhecer o programa “Academia ao ar livre” e ficar atento se na re-gião onde mora existe este projeto, basta acessar o site da Prefeitura de Santo André: http://www2.santo-andre.sp.gov.br/office/47.

Falta de orientaçãonos aparelhos

Ao lado a placa com as instruções do parque Norio Arimura, que mesmo com informações insuficientes, pessoas de diversas idades praticam os exercícios.

Abaixo a foto de Fernanda Menezes, de 26 anos praticando a mobilidade bicicleta instalada no mesmo parque.

Foto: Mariana Ram

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São Caetano do Sul - USCS

Agosto de 2013

Ano 4 - Nº 346 Políticalharocial

Aprendendo com as diferençasnas escolas públicas

Na EMEF Ângelo Raphael Pellegrino, há alunos portadores de necessidades especiais que tem comportamento diferente, que nem sempre é entendido

Luiza Del Santi Perrone

Antônio , 5 anos, tem uma mania de correr atrás de pom-ba, mas é muito carinhoso, gosta muito de mexer em computador, e o personagem favorito é o Pata-ti Patata. Ou seja, tem o perfil de qualquer criança da idade dele. No entanto o cuidado é essencial, é aluno da primeira série do ensino fundamental I da EMEF Ângelo Raphael Pellegino, e a professora Rosemeire Aparecida, diz que An-tônio é super inteligente, lê muito bem, igual a um adulto, sabe es-crever, mas é presa no mundinho dele, ás vezes ela acha que ele fica com um ponto de interrogação quando olha para a lousa.

A professora, Aline Dantas da Silva também tem em sua sala de aula uma aluna com autismo, po-rém com características bem dis-tintas de Ethan. A professora diz que Bruna, 5 anos, chora muito, grita, não sabe escrever, nem ler, é muito difícil a convivência dela com os demais alunos da sala e não gosta de afeto.

Os princípios da Educação Inclusiva é relativamente novo no Brasil. Foi a partir de 1994 com a Declaração de Salamanca que o Brasil comprometeu-se juntamen-te com outros países a assumir o compromisso com os portadores de necessidades especiais. Tanto que a LDB(Leis de Diretrizes e Ba-ses) 9394/96 é a primeira lei a ter um capítulo reservado a Educação Especial.

A implantação da educação inclusiva tem encontrado limi-tes e dificuldades, em virtude da falta de formação dos professores das classes regulares para atender às necessidades educacionais es-peciais, além da precariedade da infraestrutura e de condições ma-teriais para o trabalho pedagógico junto às crianças com deficiência. O que se tem colocado em discus-são, principalmente, é a ausência de formação dos educadores para trabalhar com esses alunos, e isso certamente se constitui em um sério problema na implantação de políticas desse tipo.

“Uma escola só será inclusiva quando responder as necessidades educacionais de todos os seus alu-nos, inclusive daqueles com defi-ciência, quando a escola garantir

o aprendizado de cada aluno, in-dependente da etnia, sexo, defici-ência, condição social ou qualquer outra especificidade”, afirma a professora especializada em edu-cação especial, Marli Sobrinho, 45 anos.

Até 2012 a escola determina-va que deveriam permanecer dois anos numa mesma série, mas com o programa de inclusão, passaram a ficar apenas um ano. Rodolfo, tem 9 anos e está no terceiro ano

do ensino fundamental, o caso dele é bem complicado, diz a pro-fessora Selma Xavier, “ele é muito nervoso, bate nas crianças quando tem surtos. Ele não tem condições de aprender conteúdos muito den-sos, pois os downs tem limitações intelectuais”.

“O educando com necessida-des especiais tem uma forma di-ferente de interpretar o mundo, isto não quer dizer que são inca-pazes de se relacionar ou apren-

der. Aprenderão dentro de suas limitações e habilidades. Cabe ao professor verificar se irá precisar fazer pequenas adaptações para que o aluno avance em seu apren-dizado. ´E preciso entender ainda que estes alunos precisam ser ava-liados por meios de diferentes ins-trumentos que podem ser: relató-rios, avaliações orais, avaliações de escritas comuns ou adaptadas ou até mesmo por jogos educativos”. Eunice Miranda Pimenta, diretora da escola.

A educadora completa ainda que não basta matricular os alu-nos com necessidades educativas especiais em uma sala de aula, sem que o professor que conduzirá o trabalho não esteja preparado, capacitado, orientado a planejar e desenvolver o trabalho em ques-tão. “Digo sempre que a inclusão começa na alma do professor, é preciso ensinar para diversidade, respeitando todas as diferenças e principalmente olhar para o aluno como um cidadão comum e não como uma patologia”, Marli So-brinho.

Incluir é uma tarefa da Esco-la como um todo, no seu Projeto Político Pedagógico, nas suas ade-quações físicas e de mobiliário, na aquisição de recursos materiais, no oferecimento de Equipe de Espe-cialistas, na criação de novas me-todologias que atendam esses alu-nos, na seleção de instrumentos de avaliação, no estabelecimento de critérios de aprovação/reprovação, bem como na capacitação do pro-fessor que trabalhará diretamente com esses alunos.

A escola inclusiva tem como princípio fundamental que todas as crianças devem aprender cole-tivamente, não importando com as diferenças ou dificuldades que possam existir entre elas. “Creio que todos ganham com a aceita-ção das diferenças individuais, a convivência e a aprendizagem por meio da colaboração”, completa a especialista.

Quando chegam à escola, estes estudantes têm os mesmos medos, angústias, ansiedade que muitos alunos também trazem pra escola. O medo do desconhecido é natu-ral para todo ser humano. A ques-tão não é ser uma escola regular ou especial, até porque eles fazem tal diferenciação.

Aluno autista da escola Angelo Raphael Pellegrino

Foto: Luiza Del Santi

"E preciso entender ainda que estes alunos precisam ser avaliados por

meios de diferentes instrumentos"

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Agosto de 2013

Ano 4 - Nº 34 7lharocial

A “quebrada” artísticadas periferias

Amanda Mércuri

Encontro entre amigos e muita

conversa na mesa dos botecos, nada glamorosos, da periferia da zona sul de Santo André. A distração apa-rentemente banal de muita gente foi o começo de um grande projeto social em uma das comunidades carentes do município: “Começou apenas como uma reunião entre conhecidos nos bares esquecidos, que acabavam virando centros cul-turais”, conta um dos idealizadores do projeto, Neri Silvestre.

A conversa de botequim vi-rou um movimento liderado pelo grupo Ponto de Cultura Mistura & Gingada, que fica localizado no centro comunitário da Associação dos Moradores do Conjunto Ha-bitacional do Jardim Santo André. Os produtores sentiam a necessida-de de um espaço que pudessem in-cluir a sociedade local em questões de desenvolvimento cultural.

As reuniões acontecem uma vez por mês em diferentes locais e tra-tam de temas variados. Saúde, vio-lência, sexo e políticas públicas, etc. O grupo também realiza atividades como música, dança, cinema, poe-

"Precisamos mudara nossa forma de

ver cultura. Temos que acreditar

também na diversidade”

Neri Silvestre, coordenador do Ponto de

Cultura Mistura & Gingada

Projetos culturais, como saraus e aulas de dança, em comunidades carentes de Santo André estimulam a participação da sociedade

Foto: Tânia Aparecida de Cerqueira

Hélio Neri, no Sarau na Quebrada.

acompanha desde o primeiro dia. “Para mim é muito importante, porque além de divulgar e estimu-lar a quebrada a se aproximar mais da arte produzida por sua região, mantém acesa a chama da poesia e esperança de que a redenção virá por meio da cultura. Isso faz com que muitos outros também tenham essa crença”, diz o escritor. Autor de diversos livros de poemas, ele desta-ca um título em especial, que tem maior conexão com o grupo: “O Palavra Insubordinada de 2011, que publiquei e fiz um lançamento no sarau, talvez tenha uma relação mais efetiva que os anteriores. Mas todos possuem uma poesia que aborda muitas questões sociais, que é também uma característica do Sarau na Quebrada”, salienta Neri.

O projeto está conectado a redes, como o MOVA ABC (O Movimento de Alfabetização Re-gional do ABC) e os NAPS (Nú-cleos de Atenção Psicossocial). Esse elo proporciona a “quebradinha” o aumento da propagação das infor-

“Todos no movimento temos a mesma função: parti-cipar, debater, propor. Não existe uma divisão clara de funções entre os participantes do grupo, não há líderes, nem representantes. Somos um coletivo de pessoas diversas e de múltiplas ideias”, ressalta Elly Chagas, integrante do movimento Cultura Viva, que surgiu com a finalidade de analisar e fortalecer a participação da sociedade nos rumos culturais de Santo André.

O interesse do grupo é ter um debate transpa-rente com o novo prefeito, Carlos Grana, em questões de políticas para a cidade. A batalha se direciona para construir o Plano Municipal de Cultura democrático e participativo, para que o município faça parte do Siste-ma Nacional de Cultura – um modelo de gestão em que os projetos culturais tenham continuidade, mesmo com a mudança de governos.

Quem participa desse movimento são os profis-sionais de produção de cultura, como atores, cineastas, poetas e artistas. “Qualquer um pode participar do gru-po, pois, a nosso ver, todos são produtores e possuem saberes específicos para trocar”, conclui Elly

Revivendo a culturamações, gerando maior visibilidade em outros locais.

Mas não são apenas os mais velhos que tem a chance de fazer parte da arte na região. O grupo Free Pass oferece aulas gratuitas de dança para adultos, adolescentes e, principalmente, crianças. Com estilos como jazz, ballet, dança de salão e de rua, o projeto que co-meçou com 17 pessoas, hoje conta com 320 matriculados.

Com o propósito de atender as necessidades dos lugares carentes da cidade, a coordenadora do gru-po Maria José Santos, junto com a filha, iniciaram a empreitada. Hoje, com quase 15 anos de existência, as aulas são realizadas de sábado e do-mingo no Cesa Cata Preta, perife-ria de Santo André.

“Fazer parte do Free Pass é gra-tificante, porque eu sinto que as crianças gostam muito. Elas não querem nem ter férias. Vendo elas felizes, eu também fico feliz”, afir-ma Maria José, sobre a atuação no grupo.

sia, e qualquer outra manifestação de arte produzida na região.

“Começamos a reconhecer a arte de todas as formas. Toda produção humana é cultural. Pre-cisamos mudar a nossa forma de ver cultura. Temos que acreditar também na diversidade”, aponta Silvestre.

O poeta Hélio Neri é um dos participantes do projeto, que

Cultura

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Page 8: lha ociar l certeza que vamos passar. Afinal, essas coisas só acontecem com as melhores pessoas, e nos momentos mais inusitados possíveis. Mas você sabe onde eu quero chegar com

Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCS

Agosto de 2013

Ano 4 - Nº 348 Culturalharocial

Movimento cultural acende acena musical de Diadema

Stefanny Silva

O movimento cultural Storge existe em Diadema desde 2011 e já contou com quatorze edições, reu-nindo cada vez mais músicos e ar-tistas da cidade e região do ABCD. “Storge” é o nome da divindade grega da amizade que valoriza a confiança mútua, o entrosamento e os projetos compartilhados. “Tudo começou de maneira espontânea, com pequenos encontros e aos poucos o movimento foi crescendo com a participação de mais pesso-as”, conta Adonis Guerra, músico e um dos idealizadores.

Baterista e organizador do evento, Romulo Oliveira, participa do Storge desde sua origem: “A in-ternet sempre foi o carro chefe no

"Algumas edições do Storge chegaram a ter mais de 100 pessoas, e para quem conhece

o cenário independente sabe que esse é um número muito significativo"

Há quase dois anos na ativa, o evento mantém a popularidade sem cobrar ingresso do público

Foto: Stefanny Silva

A banda Inside Shout se apresenta desde a primeira edição da Storge

blico fiel e participativo, formando um ideal coletivo que visa à busca de uma maior interação social en-tre os jovens através da música, e de idéias mais saudáveis”, completa Adonis.

Wladimyr Cruz, resenhista musical do site Zona Punk, parti-cipou da 13ª edição apelidada de “Storge do Fim do Mundo” e dá sua opinião: “Com o intuito de di-vulgar a cena musical da região, o Storge vem se destacando no mapa do rock independente paulista-no e exaltando o nome de bandas como Salvatore, Jack´s Revenge, Shimbaus Trio e muitas outras. O evento não conta com patrocínio, e a estrutura e divulgação é realizada pelas bandas e pelo público, enfa-tizando a mensagem principal do evento: união e humildade.”

É fácil notar que as bandas con-seguiram conquistar o público e ganhar o merecido espaço. Dentre as cidades do ABCD existem pou-cos lugares para shows e a grande maioria estipula uma cota de venda de ingressos pela banda para poder tocar, e quando isso não acontece, os integrantes normalmente pa-gam pelo tempo de palco e atitudes como essa não condiz com o movi-mento independente.

“A ideia do Storge nunca foi lucrar ou tentar alguma fonte de renda extra para algum outro fim. A ideia sempre foi fazer um evento

cultural e livre, para que as pesso-as se sintam a vontade para ir até o evento e não ter nenhum tipo de ‘obrigatoriedade’ de entrada. A úni-ca vez que fizemos algo em relação a entrada, foi em umas das edições que resolvemos ajudar algumas ins-tituições de caridade com alimen-tos não perecíveis, e colocamos isso como o ‘ingresso’ para o Storge. Reafirmo que a ideia foi realmente ajudar as instituições e ter um ob-jetivo social para o evento, mas o Storge foi e sempre será totalmente livre e gratuito.” explica Romulo, quando questionado sobre a ideo-logia do Storge.

Das garagens para os palcos, as proporções de público foram cres-cendo e a interação entre os músi-cos também. A diversidade de gru-pos de pessoas que se identificam e fazem parte do movimento têm influenciado bastante: “A música e a arte no geral reuniu todo mundo em um objetivo único, por isso fica

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"O Storge foi e sempre será

totalmente livre e gratuito"

que se diz respeito à divulgação, e com isso outros artistas interessa-dos em participar do evento foram aparecendo. Nunca houve muito critério em relação ao gênero mu-sical em si, mas sim que a banda ou artista interessado em participar entendesse os objetivos do evento e se identificasse com aquilo. Daí em diante era só chegar no local e data combinados e apresentar seu trabalho.”

O intuito principal do Storge é fomentar a cena musical de Diade-ma, trazendo também informações e discussões para as reuniões, e as-sim fortalecer os elos de amizade entre o público participante.

“Agindo assim, tanto de forma objetiva quanto subjetiva, o movi-mento vem conquistando um pú-

essa impressão de que todos se conhe-cem há anos. Algu-mas edições do Stor-ge chegaram a ter mais de 100 pessoas, e para quem conhe-ce o cenário inde-pendente sabe que esse é um número muito significativo” completa Romulo.

Para conhecer mais do evento

que tem mudado a cena independente,

acesse a página da Storge no

Facebook e saiba onde acontecerá as próximas edições:

facebook.com/storge

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