lha ociar l - wordpress.com · 2014-05-29 · abril de 2014 ano 5 - nº 37 3 universidade municipal...

8
lhar ocia l Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul Ano 5 - Nº 37 - Abril de 2014 ESPORTE Página 6 ECONOMIA Moda alternativa é novo luxo do ABC Página 3 CULTURA Mulheres espalham charme pelos muros Página 8 ABC capacita enfermeiros para identificar potenciais doadores de órgãos Canal Net Cidade é pioneiro na América Latina CIDADES - Página 4 CIDADES Página 4 CRÔNICA Página 2 Skate no ABC proporciona diversão aos praticantes CULTURA Página 7 “Ó beleza! Onde está tua verdade?” CIDADES - Página 5 Multiplicam-se pelo Brasil as campanhas pela doação de orgãos, o ABC segue tomando iniciativas para melhor atender aos moradores – doadores e receptores – da região. Instituto Ideia Fértil é o primeiro na região voltado para o tratamento de fertilidade a um preço acessível Modelo de transmissão tem como principal ideal, produção de conteúdo voltado para a comunidade, feito por voluntários Pistas possuem outras atividades culturais além do esporte Foto: Eduardo Merlino São Caetano muda de Secretário após greve e ginastas voltam aos treinos Foto: Júlia Lacerda Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Upload: others

Post on 17-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: lha ociar l - WordPress.com · 2014-05-29 · Abril de 2014 Ano 5 - Nº 37 3 Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS Economia lhaociar l Rodrigo Zerneri O Grande ABC

lharocialJornal-Laboratório do

Curso de Jornalismo da Universidade Municipal de

São Caetano do SulAno 5 - Nº 37 - Abril de 2014

ESPORTE

Página 6

ECONOMIA

Moda alternativa é novo luxo do ABC

Página 3

CULTURA

Mulheres espalham charme

pelos murosPágina 8

ABC capacita enfermeiros para identificar potenciais doadores de órgãos

Canal Net Cidade é pioneiro na América LatinaCIDADES - Página 4

CIDADES

Página 4

CRÔNICA

Página 2

Skateno ABC proporciona diversão aos praticantes

CULTURA Página 7

“Ó beleza! Onde está

tua verdade?”

CIDADES - Página 5

Multiplicam-se pelo Brasil as campanhas pela doação de orgãos, o ABC segue tomando iniciativaspara melhor atender aos moradores – doadores e receptores – da região.

Instituto Ideia Fértil é o primeiro na região

voltado para o tratamento de

fertilidadea um preço acessível

Modelo de transmissão tem como principal ideal, produção de conteúdovoltado para a comunidade, feito por voluntários

Pistas possuem outras atividades culturais além do esporte

Foto

: Edu

ardo

Mer

lino

São Caetano muda de Secretário após greve e ginastas

voltam aos treinos

Foto

: Júl

ia L

acer

da

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Page 2: lha ociar l - WordPress.com · 2014-05-29 · Abril de 2014 Ano 5 - Nº 37 3 Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS Economia lhaociar l Rodrigo Zerneri O Grande ABC

Abril de 2014Ano 5 - Nº 372 lharocial

Luiz Henrique CondeTem uma frase que diz que a beleza está nos olhos de quem vê. Eu já digo que, diariamente, vemos o reflexo da hipocrisia da maioria

das pessoas que tentam seguir essa frase a risca. Preferiria que elas pregas-sem estas palavras, ao invés de as proferirem da boca pra fora.

Li outro dia na internet uma matéria de uma mulher que decidiu fazer cirurgia para implantar silicone nos seios e, devido a uma negligência do corpo médico, acabou perdendo o movimento do corpo. Ok, até entendo que cada pessoa faz o que bem entender com o corpo, porque o corpo a pertence e tal, mas a situação não seria diferente se não houvesse um julgamento ou uma “super-análise” de como ela é? Se todos se aceitassem do jeito que realmente são, talvez vivêssemos em um mundo com mais tolerância, onde a aceitação pela aparência fosse universal.

Acho deprimente vivermos nesta busca incessante de tornarmo-nos uma escultura que não existe, uma utopia filosófica que vai sempre nos transtornar e nos deixar desesperados para alcançar uma coisa que foge da realidade.

Todavia, e coloco um todavia extra nisto, infelizmente confesso que até eu – a pessoa que está dando a lição de moral – tendo a ser hipócrita ao afirmar isto. Assim como todos, quero ser bonito, estar bem vestido e chamar atenção. Sinto que esse é o tipo de coisa que nunca mudará no mundo. Prevejo, pois nossas atitudes comprovam isto, que a futura ten-dência é que esse padrão pré-intra-super-definido de beleza se torne cada vez mais complexo.

Então vamos ser mais dramáticos. Mulher sem silicone? Não entrará em balada. Homem sem corpo malhado? Também não. Nariz grande? Esquece! Não importa se você precisa que ele seja grande por algum mo-tivo; não vai entrar. A beleza excêntrica não vai existir. E também não poderá ser pessoal. Seu sorriso deve ser perfeito, e se houver algum dente desalinhado você será a primeira pessoa a ser ignorada.

“Ó beleza! Onde está tua verdade?” William Shakespeare

“Ó beleza! Onde está tua verdade?”

OLHAR DIFERENTE

Castelo Rá-Tim–Bum comemora 20 anosNo segundo semestre entra em

cartaz, no Museu da Imagem e do Som (MIS), a exposição em home-nagem aos 20 anos de uma das séries mais famosas dos anos 90: Castelo Rá-Tim-Bum. Os personagens mais queridos pelo público infantil da épo-ca, vai se divertir com a cobra Celeste, o menino Nino e seus amigos Zeca, Biba e Pedro. Com figurinos, objetos e vídeos de todas as temporadas, a ex-posição “20 anos de Castelo Rá-Tim--Bum” fica em cartaz até outubro.De julho a outubro Local: MISEnd.:Avenida Europa, 158 Jardim Europa − São PauloTel.: (11) 2117-4777www.mis-sp.org.br

Bienal do LivroA 23ª edição da Bienal Interna-

cional do Livro de São Paulo está de volta à cidade. Durante os dias 22 a 31 de agosto no pavilhão de Expo-sições Anhembi. O evento mescla literatura, negócios, gastronomia, cultura e muita diversão. As princi-pais editoras, livrarias, distribuidores do país e autores nacionais e interna-cionais estarão presentes.De 22 a 31 de Agosto de 2014Pavilhão de Exposições do AnhembiAv. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana - São Paulo/SPwww.bienaldolivrosp.com.br

Comic-Con ExperienceO Brasil receberá a Comic Con

Experience, o primeiro evento por aqui nos moldes das comic-cons rea-lizadas em diversas partes do mundo, que reúnem fãs e profissionais do uni-verso geek e da cultura pop. Entre as atrações estão artistas, atores, criado-res nacionais e estrangeiros, exibição de materiais inéditos, lançamentos e exposições, entre outras atividades. O evento ocupará o complexo Expo Imigrantes, localizado a 900 metros do da estação Jabaquara do Metrô, em São Paulo. Informações sobre progra-mação, valores dos ingressos e data de início das vendas nas redes sociais do evento no Twitter e Facebook.De 04 a 07 de dezembro de 2014Expo Imigrantes - Rodovia dos Imigrantes, Km 1,5 – Jabaquara – São Paulo/SPwww.facebook.com/comicconexperiencewww.twitter.com/ComicConBrasil

Salão do Automóvel 2014Os melhores e mais cobiçados au-

tomóveis do mundo voltam ao país. Na sua 28ª edição, o Salão Interna-cional do Automóvel de São Paulo, ostenta a liderança de maior feira au-tomobilística da América Latina. São montadoras nacionais, estrangeiras e empresas do ramo automobilístico que trazem as últimas novidades do setor, um dos mais importantes da economia brasileira. O evento aconte-ce durante os dias 30 de outubro a 09 de novembro, no Pavilhão de Exposi-ções Anhembi e os ingressos já estão à venda no site.De 30 de outubro a 09 de novembro de 2014Pavilhão de Exposições do AnhembiAv. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana - São Paulo/SPwww.salaodoautomovel.com

Ano 5 - Edição 37ABRIL de 2014

Jornal - Laboratóriodo Curso de Jornalismo da

Escola de Comunicação

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Tiragem: 500 Exemplares

lharocial

Universidade Municipal de São Caetano do Sul

ReitorProf. Dr. Marcos Sidnei [email protected]ó-Reitor Administrativo e FinanceiroProf. Dr. Gilberto da Silva [email protected]ó-Reitor de GraduaçãoProf. Ms. Marcos Antonio [email protected]ó-Reitora de Pós-Graduação e PesquisaProfa. Dra. Maria do Carmo [email protected]

Diretores de ÁreaPesquisaProfa. Dra. Carla Cristina [email protected] SensuProf. Ms. Silton Marcell [email protected] SensuProfa. Dra. Maria do Carmo [email protected] de Stricto Sensu em AdministraçãoProfa. Dra. Raquel da Silva Pereira [email protected] de Stricto Sensu em ComunicaçãoProf. Dr. Herom Vargas Silva [email protected]

Gestores Escola de ComunicaçãoCursos: Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Rádio e TV.Prof. Dr. Sérgio Sanches [email protected]

Prof. Ms. Flávio [email protected]

Prof. Ms. Luciano de [email protected]

Editora Jornal Olhar Social: Profa. Ms. Eloiza de Oliveira Frederico (Mtb 32.144)Planejamento Gráfico: Prof. Ms. Paulo Alves de LimaFotojornalismo: Profa. Jô RabeloDiagramação da edição: Prof. Ms. Paulo Alves de Lima

Equipe de fechamento dessa edição: Ricardo Siqueira, Piero Marchiori Fiorelli, Renata Tiburcio Ferreira, Marina Durães Madureira, Felipe Henrique Machado Neris, Rodrigo Zerneri, Luiz Henrique Bianchini Conde, Mayara Marini, Caio Epi-phanio Soares.

Logotipo do Jornal Olhar SocialAG - Agência Experimental dePublicidade da [email protected] - Fone: 4239-3212

EDITORIAL

A questão da doação de órgãos divide muito a opinião pública. De um lado, estão os que defendem o quão gratificante é salvar vidas a partir de uma que se encerrou. Por outro lado, há pessoas que de-fendem que o corpo deve voltar para a terra, da mesma maneira que veio ao mundo, ou seja, intacto. Essa segunda possibilidade está muito ligada com crenças arraigadas em instituições religiosas.

Entre os que não são doadores e que o posicionamento não está ligado diretamente à religião, uma das maiores defesas é o medo do que pode ser feito com o corpo após a morte. Ou seja, a desinforma-ção. O fato de não saber o que realmente compreende a declaração de doador de órgão, para quais fins realmente será utilizado e como é realizado o procedimento impedem que as pessoas tomem tal atitude. Sem falar do lado familiar, que além de enfrentar a perda de um ente querido, ainda precisa autorizar o transplante.

Já entre os declarados doadores de órgãos, a defesa é de que dar a oportunidade de uma pessoa que luta pela vida ter uma nova chance é uma atitude altruísta, eles vêem na solidariedade uma maneira efetiva de permitir que outro viva com menos sofrimento.

Nesta edição do jornal “Olhar Social”, a jornalista Iara Voros trás um grande avanço para esse assunto na região do ABC. A iniciativa do Hospital Mário Covas e do Instituto Paulista de Educação em saúde consiste na preparação da primeira cruzada de doação de órgãos e teci-dos do ABC, onde devem iniciar um curso de capacitação de enfermeiros na identificação de potenciais doadores de órgãos na região. Com isso, a tendência é a diminuição no número de pacientes na fila da espera.

A única verdade é que ainda faltam campanhas que mostrem a importância da doação de órgãos, para que aqueles mais desinformados saibam o que realmente significa e qual a sua proporção real.

Rapidinhas Telma Calixto

Ricardo Siqueira

Ilustr

ação

Mur

ilo M

ahler

Page 3: lha ociar l - WordPress.com · 2014-05-29 · Abril de 2014 Ano 5 - Nº 37 3 Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS Economia lhaociar l Rodrigo Zerneri O Grande ABC

Abril de 2014Ano 5 - Nº 37 3Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCSlharocialEconomia

Rodrigo ZerneriO Grande ABC gera, por mês,

o equivalente de 66.523 toneladas de lixo. Desse total, cerca de 5% ou 3.374 toneladas, são recicladas. Es-tima-se, porém, que cerca de 30% do volume produzido na região te-nha potencial de reaproveitamento. Portanto a reciclagem ainda é mui-to tímida na região. Uma boa saída para resolver esse problema, seria investir na remuneração das coope-rativas de catadores e nos institutos de reciclagem, além da educação ambiental para conscientizar a po-pulação sobre a separação adequada destes materiais.

O Instituto Triângulo de Desen-volvimento Sustentável, de Santo André, e a Cooperlimpa (Cooperati-va de Reciclagem Cidade Limpa) de Diadema, são exemplos de como a ideia da reciclagem pode ser benéfica tanto para a economia, quanto para a conservação do meio ambiente.

O Triângulo, que surgiu em 2003, realiza ações práticas de mobi-lização e sensibilização da sociedade na construção de atitudes susten-táveis e tem como área de atuação o desenvolvimento sustentável, ou

seja, o desenvolvimento econômi-co, inclusão social e principalmente a preservação ambiental. A missão deste instituto é incorporar atitude sustentável no dia-a-dia das pessoas e para que isso aconteça são realiza-das algumas campanhas, dentre elas a “Junte Óleo Soya Recicla”, que têm 1.800 pontos de coleta volun-tários de óleo vegetal usado e con-siste na troca de dois litros de óleo por duas pedras de sabão ecológico. ‘’Alcançamos em 2013 uma média de coleta mensal de 40 toneladas de óleo. A Campanha Junte Óleo Soya Recicla é responsável pela coleta de 1,74 milhões de litros de óleo vegetal usado, que representa: A preservação de 43,5 bilhões de litros de água, ou o equivalente á 17,4 mil piscinas olímpicas. A neutralização de 18 mil toneladas de CO2, que deixaram de ser liberados na atmosfera e a reci-clagem de 14 toneladas de garrafas PET’’ informou o coordenador de relações institucionais, Wenderson Gasparotto.

O Triângulo já gerou para a po-pulação local cerca de 40 empregos e deseja aumentar este número nos próximos anos. ‘’Sobrevivo da coleta

de materiais há alguns anos. É um trabalho muito cansativo e desgas-tante, mas ao mesmo tempo gratifi-cante, porque além de me manter na ativa e conseguir alguns trocados, eu aproveito para colaborar com o meio ambiente’’, afirma o coletor José Luiz, de 40 anos, morador de Santo André.

Já na Cooperlimpa, fundada em 1999, quase 20 pessoas trabalham para reciclar cerca de três toneladas de materiais recolhidos diariamente. A cooperativa tem como prática a coleta de porta em porta em algumas regiões de Diadema. Materiais como: papéis, plásticos, metais e vidros são os mais coletados pela empresa. “Co-meçamos como um grupo de pessoas desempregadas, com idade avançada e sem condições de ingressar no mer-cado de trabalho. Nos reunimos, e com alguma ajuda, fizemos um curso de cooperativismo”, diz o presidente da cooperativa, José Lacerda Borges.

No início da cooperativa, mais de 30 pessoas trabalhavam no local, mas com o tempo grande parte foi desistindo devido ao serviço duro que exerciam. Hoje, com uma boa estrutura e com mais serviços a ofere-

cer, a Cooperlimpa chega a pagar aos seus trabalhadores o salário de, em média, R$ 920,00 mensais.

Segundo o professor do Centro de Engenharias e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do ABC, Gilson Lameira de Lima, a experiência de maior relevância para este tema, embora insuficiente, é a desenvolvida pela Prefeitura de San-to André, através do Semasa. Esta

autarquia municipal opera desde 1999 um modelo de coleta seletiva porta-a-porta integrando Eco-pon-tos e duas cooperativas de trabalho (CoopCicla e Coop Cidade Limpa). ‘’Estas cooperativas estão sediadas na área do aterro sanitário municipal, de modo que dezenas de famílias, da região, têm renda oriunda de um sistema integrado de coleta seletiva’’, aponta o docente.

Reciclagem gera empregos no Grande ABC e preserva o meio ambiente

Coleta de materiais ainda é tímida, mas institutos, cooperativas e coletores trabalham para aumentar o índice na região

Foto: Rodrigo Zerneri

O coletor de material reciclável, José Luiz de 40 anos, faz a separação dos materiais antes da entrega no Instituto de reciclagem.

Artistas e estilistas promovem nova forma de divulgação através de eventos culturais alternativos

Moda alternativa é novo luxo do ABCThátyla Carvalho

Em terra de consumo padrão, al-ternativo é rei. Hoje, ir ao shopping não é sinônimo de diversão e consu-mir moda e arte no mercado conven-cional não é sinal de exclusividade e estilo. Foi-se o tempo em que ser ten-dência era seguir um padrão de esti-lo, usar o que era famoso e apreciar artistas globalizados. Cada vez mais as pessoas buscam algo novo, único e que tem uma história para contar e ser vivida novamente. E aqueles que antes não tinham espaço para mos-trar a sua arte, hoje encontram o seu lugar para fazer a diferença.

O “Venda de Garagem” é um evento multicultural realizado perio-dicamente no decorrer do ano, com o objetivo de apresentar novos talentos nas áreas da arte, moda e design para um público alternativo e consumidor de um estilo que traz o diferenciado como ponto forte. Inspiradas pelo Mercado Mundo Mix, que desde 1994 faz sucesso e revelou talentos como Alexandre Herchcovitch, Mar-celo Sommer e Thais Gusmão, as or-ganizadoras e amigas Tatielle Escobar, Marina França, Maria Luisa Ramos e Elaine Castro se uniram inicialmente com mais quatro pessoas e tiveram a ideia de levar esse tipo de evento para a região do ABC. “Observamos que a região possuía uma carência em pro-mover eventos de vanguarda. Algu-mas de nós já tínhamos experiências com eventos parecidos em São Paulo. Nós e mais quatro meninas chama-mos algumas pessoas da região que

possuíam o mesmo conceito de arte e estilo”, diz Elaine Castro, da marca Glass. Foi em um dia, na garagem da casa da sogra da Marina França, que iniciou o “Venda de Garagem” - que logo no começo contou com a presen-ça de, em média, 400 pessoas.

Completando um ano no mês de abril, o VG já conta com uma estrutu-ra e organização eficaz, agora no Bar e Restaurante Tupinikim, em Santo An-dré. O bazar acontece durante as tardes embaladas ao som de rap, soul, funk e música etíope; exposição de marcas de roupas, acessórios e artigos de decora-

ção com a proposta de customização ou com estilo vintage; brechós, artistas plásticos e grafiteiros que realizam o live painting, pintura feita ao vivo que vem ganhando força desde a década de 90. No dia do evento, essa é uma das formas de divulgação do trabalho além da parceria com a marca Glass, que a partir do desenho criado, desenvolve uma estampa para a sua coleção.

O grafiteiro Thiago Cardoso, ou Ago Flash.Gang como é conhecido nos muros da cidade, foi um dos que participaram do VG no mês de feve-reiro e fez o live painting. “O ‘Venda

São Paulo é muito comum esse tipo de feira. Aqui (ABC) muitos ainda recorrem às lojas”. Com isso, conse-quentemente surge uma nova forma de absorver cultura e um novo con-ceito para ser apreciado.

“Todas nós sabemos das necessi-dades que as marcas têm para expor a atividade e de ser inserido no mercado de trabalho. No VG podemos manter a nossa cultura e ser uma marca alter-nativa, pois esse é o nosso diferencial”, diz Maria Luisa Ramos, artesã e dona da marca Dom, que produz acessó-rios customizados cuja matéria-prima principal é o couro. Para Maria Luisa, cada acessório tem uma história. E o valor que um produto artesanal tem é muito mais atrativo e especial, afinal é único. Fugir do senso comum é o foco de todos os participantes. “Tentamos colocar alguns stands de multimarcas, mas não deu certo. As pessoas estão mais buscando cada vez mais opções diferentes das que estão disponíveis no mercado convencional”, diz Ma-rina França.

Num mundo onde todos sofrem as mesmas referências e consequen-temente torna-se massificado, ideias com histórias e com um diferencial têm tido destaque, sobretudo na cul-tura paulista. Competindo com sho-ppings, esses eventos alternativos têm atraído cada vez mais a atenção tanto no âmbito cultural como no econô-mico. Muito mais que uma forma de venda, é uma forma de arte e de co-meço. É a liberdade de buscar, fazer o que gosta e de ser a diferença.

de Garagem’ é uma oportunidade que as pessoas têm em mostrar que é possível fazer o que realmente gos-tam e ter realização profissional”, diz Thiago Cardoso.

Levar um evento cultural desse porte para a região do ABC é a opor-tunidade tanto para o jovem estilista/artista/design divulgar o seu traba-lho na região, como para o público consumidor. “Alguns anos atrás, as pessoas tinham que ir até São Paulo para buscar referências nos eventos de vanguarda”, diz Tatielle Escobar, do brechó “O môfo da Nega”, “Em

Foto

: Júl

ia L

acer

daFoto: Júlia Lacerda

Page 4: lha ociar l - WordPress.com · 2014-05-29 · Abril de 2014 Ano 5 - Nº 37 3 Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS Economia lhaociar l Rodrigo Zerneri O Grande ABC

Canal Net Cidade é o primeiro canal da América Latina 100% produzido por voluntários

Modelo de transmissão tem como principal ideal, produção de conteúdo voltado para a comunidade, feito pela própria comunidade. Piero Fiorelli

O programa de voluntariado é um projeto trazido pelo canadense Manny Floriano em 1997, para ten-tar introduzir um novo sistema na TV Brasileira, e o ABC foi o escolhido para ser a sede desta nova forma de se fazer televisão, com gente da própria comunidade trazendo ideias e produ-zindo conteúdo para o canal.

No ano de 1998 se fixou em San-to André como canal ABC3 e a partir daí ele foi crescendo até chegar no Canal Net Cidade de hoje, que conta com sedes além da central do ABC, incluindo Americana, Baixada Santis-ta entre outros.

Beto Kerr gerente atual do Net Cidade, que participou do começo do projeto em 1998 confessou que temeu pelo inicio, mas que foi sur-preendentemente benéfico “Eu acha-va que seria mais difícil, mas depois que começou eu vi que ia funcionar, mesmo que ainda não entendendo o porquê de serem voluntários”, disse o Gerente do canal

“As pessoas que vem aqui procu-ram alguma coisa, não é igual ajudar instituições de caridade, é recíproco, aqui as pessoas procuram algo que a

faculdade não dá, algo prático que só se aprende fazendo”, explica a coorde-nadora de voluntários, Cintia Palhano.

O canal é dividido em uma divi-são de dez horas de produção inde-pendente e 14 de publicidade, dentro dessas dez horas não podem existir ne-nhum anunciante pago. “Não existe nenhum retorno financeiro, até por-que se tivesse seria crime receberia um processo trabalhista imenso, muita gente tenta fazer esse modelo dar cer-

to, já recebi pessoas da América latina inteira e a maioria quebrou a cara, jus-tamente por não entender a essência do voluntariado” afirmou Kerr.

Essa essência é algo não relaciona-do à forma de produção, mas sim a questão publicitária, ou seja, duran-te o período em que os voluntários produzem não pode existir nenhum retorno financeiro, e nos momentos de publicidade não pode ter nenhum voluntário trabalhando, para assim o

funciona o mundo da televisão, e me preparar para o mercado de trabalho” confessou Anderson Gonçalves que atua como narrador esportivo.

Um dos problemas do volunta-riado é a falta de profissionalismo em algumas produções, às vezes deixando os programas um pouco amadores , justamente pelo fato de muitos que participam das produções não terem o conhecimento completo da área, e isso é algo que o canal tem que lutar dia após dia.

O projeto continua sendo desco-nhecido no Brasil, mas aqui no ABC o projeto vem sendo satisfatório e cresce a cada ano. “Achamos a fórmula, não podemos entrar na zona de conforto, mas entendemos que estamos no ca-minho certo” completou Kerr.

Jogo entre São Caetano e Rio Branco

Voluntários na festa de aniversário do clube Aramaçan

Foto: Net C

idade - Divulgação

Foto: Eduardo Bianchi

Reprodução humana ganha destaque no ABCInstituto Ideia Fértil é o primeiro na região voltado para tratamento de fertilidade a um preço acessível

Juliana Maciel Ferreira“Fiz vasectomia porque não pen-

sava em ter mais filhos, mas conheci a Claudia e o sonho dela era ser mãe. Fomos ao Instituto e vimos que seria possível realizar este sonho”. Este foi o motivo que levou Roberto Carlos Mattielo Pedroso e a esposa, Claudia Sanchez, ao Instituto Ideia Fértil. O casal, que não tinha chances de ter um filho devido a situação de Ro-berto, deu início ao tratamento em dezembro de 2012 e passaram por todos os procedimentos necessários – Claudia fez Fertilização In Vitro e Roberto, cirurgia de reversão de va-sectomia. Três meses depois recebe-ram o resultado positivo, mas as sur-presas não pararam por aí. “Consegui engravidar logo na primeira tentativa e com um mês de gestação, descobri que eram gêmeos”, disse emociona-da a mãe de Enzo e Miguel, de nove meses.

Casos como o de Claudia e Ro-berto acontecem frequentemente no Ideia Fértil. O projeto, que funciona desde 2002, vem trazendo muitas pessoas ao Instituto, situado no cam-pus da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André. Os pacientes chegam com o objetivo de realizarem um sonho: o de se tornarem pais.

O local se tornou referência no

tratamento de fertilidade e reprodu-ção humana, pois conta com uma equipe médica qualificada – pro-fissionais da própria Faculdade de Medicina do ABC, Unicamp (Uni-versidade de Campinas), entre outras instituições renomadas.

Na primeira consulta, os pacien-tes passam pela triagem, onde ocorre uma avaliação para que se conheça o caso de cada um. Depois de feitos os exames pedidos na consulta in-dividual com o médico, o paciente será orientado sobre o tratamento que deve ser feito. Os procedimen-tos podem custar até R$ 8 mil, en-quanto clínicas particulares chegam a cobrar R$ 20 mil cada tentativa. “’A reprodução humana fica em segundo plano, pois o SUS não cobre este tipo de tratamento. É uma dificuldade que precisa ser tratada”, disse o dire-tor clínico do Instituto e professor da FMABC, Caio Parente Barbosa.

Inseminação Intrauterina e Ferti-lização In Vitro são alguns dos pro-cedimentos feitos em pacientes que querem engravidar, porém os trata-mentos cuidam também de fatores que causam a infertilidade masculina, como a baixa produção de esperma-tozoide e a cirurgia de reversão de vasectomia. Mas alguns não dão re-sultado positivo na primeira tentati-

va e então, os pacientes passam por experiências que exigem persistência e força de vontade. Bianca Cascino Camargo Felix enfrentou momentos de frustração. “Fiz duas inseminações em outra clínica, sem sucesso. Eu e meu marido tínhamos problemas que impediam a fecundação”, revelou Bianca. Mas no fim de 2008, foi pela primeira vez ao Instituto. Fizeram alguns procedimentos, mas foi com a Fertilização In Vitro que consegui-ram realizar o sonho de ter um filho. Um não, dois. “Nunca pensei que fosse acontecer realmente. Estava tão difícil ter um, imagina dois”. Hoje, Beatriz e Gabriel têm quatro anos.

Além do acompanhamento de médicos especialistas em reprodução humana, o apoio psicológico também faz parte do tratamento. Casos como reprodução independente, casais com HIV ou homoafetivos – principal-mente masculinos, que se faz neces-sário uma barriga de aluguel, exigem uma avaliação do psicólogo quanto a estrutura emocional do paciente.

Realizando cerca de três mil aten-dimentos por mês e contando com mais de 115 colaboradores, o Insti-tuto poderá ter mais unidades. “Es-tamos estudando para que a primeira seja na Faculdade de Medicina de Marília”, disse o diretor clínico.

Foto: Juliana Maciel

Um dos efeitos causados por tratamentos de combate ao câncer, como quimioterapia e radioterapia, é a infertilidade. Pensando nisso, o Instituto Ideia Fértil criou o Setor de Preservação dos Gametas, que consiste em preservar a fertilidade em pacientes que têm câncer. O procedimento, chamado de

vitrificação, congela os óvulos e o sêmen para que no futuro, com a saúde restabelecida, o wwpaciente tenha condições de ter um filho. “Os recursos para estes tipos de projetos são captados com isenção de impostos, portanto nada será cobrado”, explicou Barbosa. O paciente deve procurar o Instituto antes de começar o tratamento.

Preservação da fertilidade

programa se adequar ao formato ca-nadense de voluntariado, inclusive no Canadá é obrigatório que existam ca-nais produzidos desta maneira.

Justamente a questão do pouco es-paço na grade horária é um problema do canal, não poder ter anúncios nos programas feitos por voluntários faz com que exista um grande tempo de publicidade e assim limitando a quan-

tidade de produções independentes.Uma grande variedade na pro-

gramação integra a grade horária de transmissão, que tem como carro chefe a cobertura esportiva na região, além de programas sociais como o “Família” que têm como função aju-dar a pessoas com problemas de dro-gas, ou outros problemas. “A gente recebe ligação direto, a madrugada inteira, gente querendo se matar e pe-dindo ajuda” confessou Cintia.

O número de voluntários cresce a cada ano, e atualmente conta com 115 ativos, que pelo menos participou uma vez no mês de alguma produção. Alu-nos de comunicação dominam a maio-ria desse número, e veem no canal uma oportunidade de entrar no mercado de trabalho. “Entrei para entender como

Abril de 2014Ano 5 - Nº 374 lharocial Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCSCidades

Claudia e Roberto são pais de Enzo

e Miguel

Page 5: lha ociar l - WordPress.com · 2014-05-29 · Abril de 2014 Ano 5 - Nº 37 3 Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS Economia lhaociar l Rodrigo Zerneri O Grande ABC

Habitantes: 15,8 milhões

Doadores efetivos: 3,3 pmp Habitantes:

53,1 milhões

Doadores efetivos: 9,2 pmp

Habitantes: 14,1 milhões

Doadores efetivos:8,8 pmp

Habitantes: 80,3 milhões

Doadores efetivos:20,5 pmp

Doadores efetivos: 16,2 pmp

Habitantes: 27,3

milhões

Abril de 2014Ano 5 - Nº 37 5Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCSlharocialCidades

ABC capacita enfermeiros para identificar potenciais doadores de órgãos

A iniciativa tem como objetivo conduzir o transplante junto às famílias envolvidas

Região carece de uma central de captação

No Brasil existem 27 centrais de notificação, captação e distri-buição e órgãos, uma para cada Estado. Para Wilma Maria de Mo-rais Carvalho Rosa, presidente do Instituto Paulista de Educação em Saúde (Ipes), o ABC sofre carência de uma central de captação.

“Em 2010 entregamos ao Consórcio Intermunicipal [Grande ABC] a proposta de implantar o serviço de procura de órgãos e teci-dos na região. A partir daí, passamos a dialogar com os prefeitos e, na gestão atual, aguardamos retorno do prefeito de Santo André [Carlos Grana] para criar esse organismo de utilidade pública em meados de 2014 na cidade”, aponta, Maria Rosa.

Atualmente quatro centros de captação atendem a macro região de São Paulo, o que inclui o ABC: Dante Pazzanese, Hospital das Clínicas, Hospital São Paulo e Santa Casa.

Iara VorosEsperança. Essa é a palavra que

traduz o sentimento de Luiz Alexan-dre de Oliveira, 47 anos, que aguarda há quase cinco anos por transplante renal. O motorista, agora afastado, descobriu aos 39 anos que seus rins funcionavam apenas com 30% da capacidade após sofrer de hiperten-são. Desde então, vive sob acompa-nhamento médico, com bateria de exames de sangue e de urina a cada três meses. Depois de quatro anos, a hemodiálise foi inevitável. Os rins de Luiz começaram a funcionar abaixo dos 10% e o cadastro na fila de trans-plante foi imediato.

A esposa de Luiz, Rosa Aparecida Souza de Oliveira, conta que essa tra-jetória tem sido enfrentada com mui-to otimismo graças ao apoio da famí-lia. “No começo foi muito difícil, ele ficou deprimido e, para piorar, o irmão faleceu pelo mesmo problema. Meu marido afirma que eu e nossos três filhos sustentamos a força dele”, diz a esposa de Luiz, que aguarda um doador compatível. A ansiedade de Luiz é sentida por mais 12.650 pes-soas no Estado de São Paulo, e cerca de 1.250 pessoas no ABC.

Aliviada, a professora Iderli Patini de Savino, 44 anos, leva a vida mais intensamente após ter os rins trans-plantados em junho do ano passado. Após dois anos de espera, Iderli já es-tava conformada de que o processo poderia levar anos, a exemplo dos co-legas das sessões de hemodiálise, há 10 anos na fila de espera. “Aprendi que tudo tem seu tempo certo, basta ter fé e esperança”, diz a professora, que descobriu ter rins policísticos he-reditários do pai aos 18 anos.

Com 42 anos, o funcionamento dos rins de Iderli era de 5%, quando começaram as sessões de hemodiáli-se e a entrada no cadastro na fila de transplantes. Após dois anos foi ne-cessária colocação de cateter para se-guir com a hemodiálise, no entanto, dois dias antes de realizar o procedi-mento veio a notícia que Iderli tanto aguardava: havia o rim compatível.

“Demorei a acreditar, mas logo me encaminhei ao hospital. O pro-cesso pós-operatório foi tranquilo, voltei para casa antes do previsto e agora retomei a rotina normalmen-te”, conta entusiasmada com a causa que passou a incentivar, sobre a im-portância da decisão de doar órgãos.

IniciativaPara diminuir o número de pa-

cientes na fila de espera, o Hospital Estadual Mário Covas e o Instituto Paulista de Educação em Saúde (Ipes) preparam a primeira cruzada de doa-ção de órgãos e tecidos do ABC, com

a reunião de todas as comissões intra-hospitalares da região em setembro, mês comemorativo do tema, para iniciar curso de capacitação de enfer-meiros na identificação de potenciais doadores de órgãos.

Cerca de 100 profissionais serão orientados para identificar pacientes vítimas de morte encefálica e con-duzir o transplante junto às famí-lias envolvidas, além de capacitar os médicos intensivistas com intuito de manter os sinais de vida dos órgãos.

Para Vanderley da Silva Paula, di-retor clínico do Hospital Mário Covas, a iniciativa atende as necessidades da região, que possui aproximadamente 1.250 pacientes na fila de espera por transplante. “Temos que disseminar a cultura dentro dos equipamentos de saúde para o reconhecimento de um possível doador e dar seguimento ao processo até que o órgão chegue a quem precisa”, aponta.

Fila da agonia Segundo dados do Ministério da

Saúde houve redução de 35% na lista de espera nos últimos três anos. Atu-almente 38.759 brasileiros aguardam transplante no País, sendo a cirurgia de córnea responsável por 60% de todos os transplantes realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). No ABC, são 1.254 pacientes na fila.

Mas o número de doadores deve aumentar com a sensibilização da população. “É possível aumentar a meta em 10% nos próximos cinco anos, basta seguir a linha gradativa de conscientização e investimentos dos governos estadual e federal”, afirma José Osmar Medina Pestana, presi-dente da ABTO (Associação Brasilei-ra de Transplante de Órgãos).

Segundo Pestana, a quantidade de pessoas na lista de espera pode não sofrer queda expressiva nos próximos anos devido à expectativa de vida do brasileiro. “Com a longevidade é natural que problemas de saúde surjam e o transplante seja necessá-rio, para atender as expectativas nos atentamos que a população brasileira também tem crescido e isso gera um ciclo”, explica o presidente.

Infográfico: Iara Voros

Imagem

: Divulgação M

inistério da Saúde

Imagem

: Divulgação M

inistério da Saúde

Ministério da Saúde renova campanha pela doação de orgãos.

ESTATÍSTICAS TOTAIS ATUALIZADAS NO ANO DE 2014

Total de Receptores Ativos 27951

Receptores Ativos Córnea 6629

Receptores Ativos Coração 197

Receptores Ativos Fígado 1138

Receptores Ativos Pâncreas 17

Receptores Ativos Pulmão 142

Receptores Ativos Rim 19393

Receptores Ativos Rim/Pâncreas 435

Doadores com órgãos Transplantados 124

Transplantes de Coração 11

Transplantes de Córnea 753

Transplantes de Fígado 80

Transplantes de Pâncreas 2

Transplantes de Pulmão 4

Transplantes de Rim 194

Transplantes de Rim/Pâncreas 2

Panorama dos transplantes de orgãos no Brasil

Córnea Rim Fígado Pâncreas Coração PulmãoNorte 27,6 6,4 0,1 0 0 0Nordeste 54,3 16,1 7,3 0,2 1,1 0,2Centro-­‐Oeste 98 17,4 3,8 0,1 2,3 0,1Sudeste 87,4 37 11,3 1,1 1,8 0,5Sul 73,9 46,1 13,6 0,8 1,4 1,1

*pmp:  por  milhão  de  população

TRANSPLANTES  REALIZADOS  (pmp*)

Fonte Ministério da Saúdehttp://aplicacao.saude.gov.br/transplantes

Page 6: lha ociar l - WordPress.com · 2014-05-29 · Abril de 2014 Ano 5 - Nº 37 3 Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS Economia lhaociar l Rodrigo Zerneri O Grande ABC

Abril de 2014Ano 5 - Nº 376 lharocial Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCSCidades + Esportes

São Caetano muda de Secretário após greve e ginastas voltam aos treinos

Em fevereiro, mais de trezentos atletas fizeram uma passeata pelas ruas da cidade reivindicando o pagamento de salários atrasados

Ricardo SiqueiraMais de 300 esportistas lidera-

dos pelo campeão olímpico, Arthur Zanetti, foram às ruas em fevereiro para protestar contra cinco me-

iniciada na Associação de Ginástica di Thiene (AGITH), local onde Ar-thur Zanetti começou no esporte e treina até hoje.

O protesto deu resultado e ter-minou com a substituição do então titular da pasta, Eder Xavier, pelo chefe de Gabinete, Walter Figueira Júnior, que já atuou nessa mesma função entre 2001 e 2004, na gestão de Luiz Tortorello. Em entrevista, o novo secretário afirmou que diferen-te de seu antecessor, não pretende cortar pela metade a verba mensal de R$ 700 mil que é destinada aos atletas, e com isso não extinguirá al-gumas modalidades.

“Faremos uma reavaliação sobre esse assunto, mas claro, não adianta sonhar que vamos ter todas as mo-dalidades de volta de uma hora para a outra, porque isso gera um custo e nos já temos a verba de 2014 com-prometida, mas queremos sim recu-perar algumas modalidades e outras vão ter que esperar mais um tempo”, declarou o novo dono da pasta. A coordenadora da AGITH, Maria Salete Meneguello, revelou que des-de 1997, quando se decidiu tratar a ginástica de forma mais séria, conta

com o apoio da prefeitura, mas que não depende apenas do recurso mu-nicipal para manter toda a estrutura dos atletas.

“A prefeitura encampou total-mente a parte técnica, contratou o técnico Marcos Goto, que está com a gente até hoje. A associação passou a fazer um trabalho mais administra-tivo, como, por exemplo, matricular novos alunos”, disse Meneguellow, que ainda frisou que a associação não tem nenhum problema com a prefeitura em particular, apenas com o ex-secretário Éder Xavier.

A associação conta com trezentas vagas para ginastas,sejam eles profis-sionais, ou crianças que estão prestes a iniciar a sua carreira no esporte. A coordenadora conta que os alunos começam desde pequeno a se dedi-car aos treinos, e com o passar do tempo vão subindo de nível até se tornarem atletas de alto rendimento.

“De tempos em tempos fazemos uma avaliação nos alunos da AGI-TH. Essa avaliação é feita de forma geral para que possamos encaixar as crianças nos aparelhos e modalida-des corretas dentro da ginástica. De acordo com o desenvolvimento da

ses de salários atrasados de atletas, técnicos, fisioterapeutas e médicos. A manifestação envolvia atletas do vôlei, natação, taekwondo, ginásti-ca rítmica e ginástica artística e foi

criança nas aulas, ela vai sendo pro-movida para uma turma mais forte, que acompanha elementos mais ela-borados, é uma escada”, relata.

Após mais de 20 anos de traba-lho no projeto, Maria Salete Mene-guello ainda revela que hoje ensina a filhos dos alunos que atendeu há 20 anos.

“É incrível como isso acontece, e é um orgulho, pois aqui não for-mamos apenas atletas, formamos cidadãos”, finaliza Salete. Arquime-des Zanetti, pai de Arthur Zanetti e presidente da Associação de pais que toma conta da AGITH, afir-mou que o esporte olímpico em São Caetano sempre foi muito forte e que o apoio dos pais é fundamen-tal para que as crianças consigam evoluir no esporte.

“Tem que acompanhar o filho. Tem que acompanhar muito, porque aí você sabe o que está acontecendo com ele e quais os sentimentos que ele tem, se ele gosta ou não do que está fazendo, além de ser um orgulho imensurável ver o seu filho no lugar mais alto do pódio”, declarou o pai do Ginasta, que levou a medalha de ouro nas Olimpíadas 2010.

O campeão olímpico Arthur

Zanetti treina na AGITH desde os

sete anos de idade

Foto

: Rica

rdo

Bufo

lin/C

BG

Empreendedorismo feminino tem grupo atuante em Santo AndréNúcleo de Mulheres Empreendedoras favorece a troca de experiências entre as empresárias da região

Caio SoaresSe no passado as mulheres eram

consideradas “frágeis” para o trabalho e tinham apenas a função de cuidar da família e da casa, atualmente elas exercem papel fundamental na eco-nomia e são a maioria da população. De acordo com os últimos dados da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), publicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os homens representam 48,5% de habitantes, enquanto as mulheres correspondem a 51,5%.

Neste cenário, a região do Grande ABC atingiu patamar histórico regis-trando a menor taxa de desemprego entre as mulheres, de 11,1% no ano de 2013, sendo que os homens apre-sentaram um aumento de 0,3%, che-gando aos 9,2%. As informações são da Fundação Seade e Dieese que, em parceria com o Consórcio Intermuni-cipal Grande ABC, divulgou no mês de março deste ano um levantamento sobre “A Inserção Feminina no Mer-cado de Trabalho na Região do ABC em 2013”, onde aponta que a presen-ça das mulheres teve crescimento de 0,5% em relação ao ano anterior.

A analista de recursos humanos, Cintia Alves, afirma que no começo da carreira era bem difícil para mu-lheres concorrerem a um cargo, era preciso que elas se mostrassem alta-

mente capacitadas. “Apesar de estarem conquistando seu espaço, não acredito que elas têm as mesmas oportunida-des que eles. Se uma mulher não for muito instruída e tentar uma vaga na indústria, por exemplo, é muito mais difícil”, revela Cintia sobre o precon-ceito que mulheres podem sofrer em áreas que utilizam mais a força braçal.

Com o intuito de promover cada vez mais a participação deste segmen-to, além de propor discussões e solu-ções de problemas comuns à elas, o Núcleo de Mulheres Empreendedoras da Acisa (Associação Comercial e In-dustrial de Santo André) é pioneiro no estado de São Paulo. Instituído em abril de 2008, o grupo conta atual-mente com 30 integrantes.

No primeiro trimestre deste ano, o Núcleo realizou seu III Prêmio Mu-lher Empreendedora de Santo André, voltado para proprietárias de micro, pequenas e médias empresas e tem valorizado o empreendedorismo femi-nino na região, aumentando cada vez mais a participação deste público em cargos administrativos.

“Acho que elas estão cumprin-do com seus objetivos e propósitos, minha avaliação é superpositiva, pois são ativas, responsáveis e dedicadas no que fazem”, analisa a coordenadora do NME, Ana Maria Mascaro, sobre a participação das mulheres no mercado

de trabalho da cidade.As mulheres estão, gradativamen-

te, conquistando o mercado de tra-balho, mas ainda são consideradas as pessoas que têm que cuidar da casa e dos filhos, e ser empreendedora pode tornar esta tarefa mais difícil. Ana Mascaro relata que, atualmente, con-segue lidar com mais facilidade, pois consegue dividir alguns serviços com o marido e os filhos, diminuindo a sua carga. “Sabe, a verdade é que gostamos de realizar tarefas, isto também dá uma sensação de importância, gostamos de ser útil e de servir. Inconscientemente, sentimos prazer em resolver situações e aí que entra a dedicação, pois não medimos os limites, simplesmente co-locamos em prática”, finaliza.

Um exemplo de empresária que aproveitou um nicho de mercado e ad-quiriu seu espaço é a Jéssica Moreira, fundadora da empresa JMS Caption. “A melhor maneira de ter sucesso na carreira é aproveitar um mercado que ainda não foi explorado”. Com esta afirmação, Jéssica explica que decidiu abrir um negócio quando percebeu que no ABC não existia uma empresa do mesmo segmento, de estenotipia (processo de registrar de forma es-crita o que é falado, em tempo real). “No começo foi bem difícil, não sabia como conseguiria clientes e houve bas-tante planejamento antes de realmente

abrir a empresa”, aconselha.Ter experiência na área e não se

aventurar em uma nova profissão pode ser o primeiro passo para quem deseja ser autônomo. De acordo com

Jéssica Moreira, trabalhadores de qual-quer área podem se tornar empreende-dores, a dica é estar atento às oportu-nidades e buscar o elemento que vai te diferenciar do restante.

Coordenadoras em terceira premiação da mulher empreendedora

Foto: Caio Soares

Page 7: lha ociar l - WordPress.com · 2014-05-29 · Abril de 2014 Ano 5 - Nº 37 3 Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS Economia lhaociar l Rodrigo Zerneri O Grande ABC

Abril de 2014Ano 5 - Nº 37 7Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCSlharocialCultura

Skate no ABC proporciona diversão aos praticantesPistas possuem outras atividades culturais além do esporte

‘’Minha única preocupação é a segurança,

que não temos, ainda mais agora que

a pista funciona 24 horas por dia’’

Cintia Vanegas, 24 anos

São Caetano do Sul também tem skate!

Centro de Referência da Juventude - Estação Jovem Rua Serafim Constantino, s.nºSão Caetano do SulHorário de Funionamento: Segunda - das 12h às 20h, Terça a Sexta - das 10h às 20h Sábado, Domingo e feriados - das 12h às 18h

• Obrigatório o uso do equipa-mento de segurança (capacete)

• Menores de 18 anos só poderão andar na pista com autorização (com firma reconhecida) dos pais ou do responsável legal *

* A ficha pode ser retirada na administração do Estação Jovem

Karen Jonzuma super

campeã mundial no ABC

A maior pista de skate da Amé-rica Latina se encontra em São Ber-nardo do Campo. O espaço possui 21 mil metros quadrados e abriga de forma inédita no país, diferentes modalidades de esportes radicais. Além do próprio skate profissional e pista mirim (para crianças de até 12 anos), tem área para a prática de patins, bike, tirolesa, rapel e esca-lada. Para garantir a segurança das pessoas na pista, foi elaborado um regulamento específico que deve ser seguido à risca pelos usuários. O uso de capacete, cotoveleiras, luvas, caneleiras e joelheiras são obrigató-rios, sem isso o praticante não pode entrar na pista para treinar. Exceto para menores de idade, que neces-sitam da autorização dos pais ou responsáveis para utilizar os equipa-mentos e o espaço para a diversão. ‘’Excelente infraestrutura, pista de qualidade profissional e equipe de suporte especializado’’, afirma o ska-tista amador, Roger Morais, 27 anos. Já na cidade de Mauá, no ano pas-sado, a pista de skate passou por uma boa reforma e animou os pra-ticantes. O local que antes estava abandonado recebeu novos obstá-

cal. Grandes nomes do skateboard brasileiro saíram daqui, como: San-dro Dias, Edgard Vovô, Karen Jonz, Italo Penarrubia, Renata Paschini, entre outros skatistas. Isso, com cer-teza acontece devido a variedade de pistas de skate na região que propor-ciona aos praticantes diversos desa-fios, diversão e um tempo amplo de dedicação ao esporte.

Residente na cidade de Santo André desde pequena, a skatista pro-fissional Karen Jonz começou a pra-ticar o esporte com 16 anos de ida-de, hoje com 28 é campeã mundial, campeã brasileira, campeã europeia, ouro nos X-Games e vencedora de vários outros prêmios.

Karen já frequentou algumas pistas no Grande ABC, como a pis-ta de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul e relata que nem todas as pistas estão em óti-mas condições. ‘’Acredito que todos estão trabalhando para resolverem os problemas dos skates parks em suas respectivas cidades. Sou amiga de diversos gestores, sei que todos tem consciência do que precisa ser feito e estão tentando melhorar essas difi-culdades’’, declara a profissional.

Jonz que já sofreu preconceito por ser mulher e competir com os homens em algumas modalidades, hoje se orgulha da sua trajetória e é uma grande influência para a garo-tada que curte skate. A profissional também parabeniza os skatistas de muita garra e a todos que lutam pela melhoria das condições das pistas no Grande ABC e possibilitam a prática do esporte na região.

Skatistas aprovam a reforma da pista de skate em Mauá e frequentam o

local diariamente

Pista de skate em Mauá

culos ao longo do trajeto, melhor iluminação e remoção das rachadu-ras das rampas e do piso. “Pratico desde os oito anos de idade, venho aqui quase todos os finais de semana e adorei a obra e principalmente os novos obstáculos da pista”, comenta o estudante Giovane Lima, 18 anos, morador da região.

Após a reinauguração, o espaço que inicialmente agradou somente os praticantes do esporte radical, agora é frequentado por dançarinos de rua, patinadores e diversos grupos artísticos, como os grafiteiros que fi-zeram as artes nas principais rampas do local. Segundo a dançarina, Cin-tia Vanegas, 24 anos, antigamente a pista era vazia, com um público bem reduzido. Depois da mudança, di-ferentes tribos se encontram diaria-mente para compartilhar boas e más experiências e todos se respeitam. ‘’Minha única preocupação é a se-gurança, que não temos, ainda mais agora que a pista funciona 24 horas por dia’’, diz a jovem.

O Grande ABC tem uma liga-ção muito forte e importante com o skate nacional e se destaca como um grande polo deste esporte radi-

Fotos da Pista de Skate: Antonio Gil / Prefeitura de M

auá Foto: Julio Tio Verde

Gráfico: Caio Soares

Foto: Eduardo Merlino

Page 8: lha ociar l - WordPress.com · 2014-05-29 · Abril de 2014 Ano 5 - Nº 37 3 Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS Economia lhaociar l Rodrigo Zerneri O Grande ABC

Abril de 2014Ano 5 - Nº 378 lharocial Universidade Municipal de

São Caetano do Sul - USCSCultura

Mulheres espalham charme pelos murosGrafites coloridos, desenhos com temas voltados ao universo “cor de rosa” dão ar mais leve a cidade.

Gabriela Duarte

Quando o grafite chegou a São Paulo, em meados dos anos 1970, a arte urbana era praticamente domi-nada por homens. De uns anos pra cá, essa realidade tem tomado outro rumo. É cada vez mais comum ver-mos grupos formados por mulheres ou com integrantes do sexo femi-nino. Elas levam aos muros traços delicados, mas carregados de perso-nalidade.

Tatiane Nascimento, 31 anos, moradora de Santo André, começou a grafitar há dois anos e fala da im-portância de mulheres estarem en-volvidas no movimento. “Historica-mente as mulheres conquistaram seu espaço em diversas áreas, no grafite não poderia ser diferente. Quando vemos mulheres fazendo parte, rola um incentivo a mais. percebemos que também podemos estar ali”, afir-ma.

A grafiteira explica que os encon-tros são marcados por uma CREW, que são grupos onde assinam com o mesmo nome. Para realizar a arte, ela utiliza sprays e látex. Tatiane conta que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito “Pelo contrário, meus amigos sempre me incentivaram e ensinaram tudo o que eu sei até hoje, e se não fosse eles, não teria começa-

do a grafitar. E hoje me inspiro nos grafiteiros Crânio e os Gêmeos”.

Já Thamires Siqueira de Carva-lho, 21 anos, de São Bernardo, conta que começou a grafitar no meio do ano de 2013, e ainda se considera iniciante. Além de expressar sua arte nos muros, ela também pinta em telas e há pouco tempo iniciou sua própria marca de camisetas, que leva o nome de “Dona Santa”, em que faz seus desenhos detalhados com canetas para tecido. Thamy, como é conhecida nas ruas, conta que não tem muita experiência com o spray “Prefiro utilizar os canetões que são chamados de posca, até porque meus desenhos contêm muitos detalhes”.

Não existem grandes diferenças entre os grafites feitos por mulheres e por homens, mas não se pode negar que elas expressam muito mais sutile-za e sensibilidade em seus desenhos. Mayra Santos, 20 anos, também de Santo André, é a prova disto. A grafiteira conta que além de escrever MAY nos muros, sempre com letras diferentes, ela tirou do papel e dos lá-pis de cores, personagens que sempre gostou de desenhar. Bichinhos que foram criados em sua mente, agora ganham vida e cor nos muros da ci-dade. “Gosto de brincar com aquilo que não é real” comenta a artista.

Visão masculinaFelipe Amorim, 23 anos, conhecido pelos artistas urbanos como Z-MAU, conta que não tem nenhum tipo de preconceito com as mulheres que fazem a arte e diz que elas revelam cada vez mais suas forças “Grafitar também requer disposição para enfrentar os desafios que a rua proporciona. Também mostram a força e o poder que cada uma das mulheres tem”.

Grafiteiro há nove anos, Bruno Neves, de 22 anos, que assina como Knack

Foto: Gabriela D

uarte

Felipe Amorim, 23 anos

Bruno Neves, 22 anos

Tatiane grafita há dois anos

e utiliza sprays e látex

comenta que valoriza o interesse das mulheres neste ambiente, considerado um território masculino e que elas acrescentam na arte com trabalhos com a mesma qualidade ou até melhores que os homens. “As mulheres deixam o ambiente muito mais agradável, não tenho nenhum tipo de preconceito. Acredito que há homens que se sintam intimidados quando uma mulher assume uma posição superior a ele”.

Kaio AugustoAo caminhar pela rua é possí-

vel reparar o quão frequente estão expostos em camisetas, bonés e outros adereços, figuras da cultura Pop. Desde antigos ícones de games como Mario e Sonic até persona-gens desconhecidos de animações japonesas. Aqueles que consomem esse nicho cultural são conhecidos comumente como Nerds ou Ge-eks. O termo ganhou força entre os fãs de Star Trek e Star Wars no final dos anos 80. O que antes era considerado o estranho, geralmen-te apresentado como a pessoa com aparelhos nos dentes e óculos, hoje é algo comum na sociedade. Essa legião de fãs costuma se reunir em eventos com temáticas diversas, que sempre abordam os símbolos midi-áticos muitas vezes cultuados por esse público. E é pensando em Ge-eks da região do ABC que as cida-des de Santo André e São Bernardo liberam alguns espaços para que tais eventos possam ocorrer, como por exemplo, bibliotecas, gibitecas e pi-nacotecas das cidades.

Os assuntos abordados nestes encontros são inúmeros, desde exi-bições de filmes e séries até pales-tras com pessoas ligadas ao mundo Nerd. Esses encontros são orga-nizados por grupos de fãs, como o

Trekkers ABC, fãs da série Star Trek, em parceria com as secretarias de cultura de cada cidade. Segundo Sandra Monte, analista cultural de São Bernardo do Campo e respon-sável pelo evento SBC Geek: “A instituição enxerga este nicho como uma expressão cultural semelhante às outras, mesmo sendo quase que

completamente composta por ele-mentos midiáticos.”. E ela ainda afirma “Buscamos sempre manter certa qualidade nas palestras e ati-vidades que oferecemos.”. O SBC Geek, evento gratuito que ocorre no primeiro sábado de cada mês na Biblioteca de Arte Ilva Aceto Mara-nesi, tem como intuito agregar fãs

como AnimABC, ocorre já a qua-se seis anos na cidade. Ele acontece sempre duas vezes ao ano em dois dias de feira, que chega a reunir cer-ca três mil visitantes por edição. Para a estudante universitária Renata Li-ppi, de 18 anos , “O Up!ABC é uma ótima oportunidade para encontrar alguns amigos que fiz em edições passadas do evento.” E ainda com-pleta “ O bom é que lá dentro eu posso ser quem eu sou, não tenho vergonha de mostrar meus gostos e me julgarem por isso.”

O que Renata relata sobre o pre-conceito ainda é uma realidade, tais gostos são considerados por muitos como formas infantis de fanatismo. O fato acontece de uma parte dos materiais consumidos por esse pú-blico ser avaliado por alguns como “Para crianças”. E este é um dos motivos das secretarias culturais das cidades abordarem a liberação de espaço para que tais encontros possam ocorrer, procurando uma maneira de quebrar esta ideia nega-tiva daqueles que não estão inseri-dos neste meio têm deste público. Ainda que atualmente o cinema ve-nha auxiliando a desmistificar essa imagem negativa, devida à invasão dos filmes baseados em quadrinhos. Isso mostra que afinal geeks são fãs como todos os outros.

Cultura Geek ganha espaço no ABC Com temáticas diversas, eventos buscam atingir um grande público da região

e simpatizantes desta cultura para bate-papos. O evento oferece mesas de RPG, exibição de séries e anima-ções e sempre contam com a con-versa wcom um profissional da área.

Já em Santo André o espaço é oferecido para eventos que focam mais nas animações e cultura japo-nesa. O Up!ABC, antes conhecido

Evento SBC Geek , que acontece na Biblioteca de Arte Ilva Aceto Maranesi

Foto:Kaio Augusto

Foto: Divulgação Felipe Am

orimFo

to: D

ivul

gaçã

o Br

uno

Nev

es