lei de drogas

29
Capítulo III DOS CRIMES E DAS PENAS Art.27. Traz a possibilidade de se aplicar às penas previstas neste capítulo ou em separado ou em cumulativamente. Critérios gerais para condenação do usuário de drogas. Segundo Nucci, não se aplica mais as penas privativas de liberdade ao usuário de drogas, essa nova ótica se aplica porque o usuário, habitual ou eventual, não pode ser considerado como um perigo real para sociedade, o que ocorre é a estimulação do comércio e do tráfico de drogas. A medita correta é a reeducação e submeter a cursos de orientação, o usuário de entorpecentes.(p.337,2010). Surge uma crítica às pessoas abastadas que podem sustentar o vício, pois o Estado não as alcançam com medidas coercitivas eficientes, devido à possibilidade de se pagar às multas previstas, e sustentar o vício.O mesmo acaba ocorrendo com os economicamente pobres que ao contrário, não possuem bens que possam ser objeto de penhora para pagar as multas. Sendo assim seria interessante a aplicação de medidas restritivas de liberdade como último caso, mas o que ocorre é que o usuário eventual bem como o

Upload: leocobbe

Post on 02-Jul-2015

857 views

Category:

Documents


7 download

TRANSCRIPT

Page 1: Lei de Drogas

Capítulo III

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art.27. Traz a possibilidade de se aplicar às penas previstas neste capítulo

ou em separado ou em cumulativamente.

Critérios gerais para condenação do usuário de drogas.

Segundo Nucci, não se aplica mais as penas privativas de liberdade ao

usuário de drogas, essa nova ótica se aplica porque o usuário, habitual ou

eventual, não pode ser considerado como um perigo real para sociedade, o que

ocorre é a estimulação do comércio e do tráfico de drogas. A medita correta é a

reeducação e submeter a cursos de orientação, o usuário de entorpecentes.

(p.337,2010). Surge uma crítica às pessoas abastadas que podem sustentar o

vício, pois o Estado não as alcançam com medidas coercitivas eficientes, devido à

possibilidade de se pagar às multas previstas, e sustentar o vício.O mesmo acaba

ocorrendo com os economicamente pobres que ao contrário, não possuem bens

que possam ser objeto de penhora para pagar as multas. Sendo assim seria

interessante a aplicação de medidas restritivas de liberdade como último caso,

mas o que ocorre é que o usuário eventual bem como o habitual acaba sendo

tolerado pela sociedade, pagando ou não multas, pela atitude.

Art.28. Este artigo traz a aplicação de penas aos indivíduos que portarem,

transportarem ou adquirirem pequenas quantidades de drogas, para consumo

pessoal. Estas drogas deverão estar sem autorização ou em desacordo com a

determinação legal. O inciso I - traz a advertência sobre os riscos que a droga traz

ao indivíduo, II – prestação de serviços à comunidade e o III – Traz a aplicação de

Page 2: Lei de Drogas

medidas educativas. O primeiro parágrafo estende a aplicação das penas àquele

que planta, cultiva e colhe plantas destinadas a produção de tóxico para uso

próprio. O segundo parágrafo traz a determinação do que é destinado a consumo

pessoal, levando em consideração a quantidade, circunstâncias sociais e

pessoais, e a conduta aos antecedentes dos agentes. Já os parágrafos terceiro e

quarto, trazem o prazo máximo de cinco meses para aplicação de pena e em caso

de reincidência até dez meses. O parágrafo quinto determina onde e como deverá

ser cumprida a pena de prestação de serviços à comunidade. E o parágrafo sexto

permite que seja usada a admoestação verbal, cobrança de multa para em caso

de não cumprimento injustificado dos incisos I, II, III. E finalmente o parágrafo 7

permite que o juiz determine uma unidade de saúde gratuita para tratamento

especializado.

Núcleo de tipo: Adquirir, comprar, guardar, ter em depósito, transportar ou

trazer consigo. São condutas cujo objeto é a droga. Difere do art.33 por se tratar

de uso pessoal, é uma infração de ínfimo potencial ofensivo, não se aplicando em

nenhuma hipótese pena privativa de liberdade, o máximo que se chega é o

previsto nos incisos I, II, III do art.28.

Sujeitos ativo e passivo: Qualquer pessoa, e o sujeito passivo a

sociedade. Não se pune o porte da droga, para uso próprio, mas o mal potencial

que ele pode gerar a coletividade.

Elemento subjetivo: é o dolo, consiste em adquirir, guardar, ter em

depósito transportar ou trazer consigo para o consumo próprio. Não se pune de

forma culposa.

Norma penal em branco: significa,

Page 3: Lei de Drogas

Elementos normativos: expressão sem autorização ou em desacordo com

determinação legal ou regulamentar constitui fator vinculado a ilicitude. (NUCCI,

p.343). Torna-se fato atípico quando com autorização se armazena drogas, mas

não é viável autorizar o armazenamento de cocaína em casa pra consumo próprio

sem um fim que o justifique, mas é viável no caso de determinadas enfermidades

ser necessário o tratamento com morfina, o que justifica a autorização do

armazenamento de droga.

Objeto material e jurídico: O Objeto material é a droga e o objeto jurídico é a

saúde pública.

Classificação: comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, na forma

adquirir, mas permanente nas modalidades, trazer consigo, ter em depósito,

transportar, de perigo abstrato, unissubjetivo, plurissubsistente, admite tentativa,

embora de difícil configuração.

Art. 29. Apresenta como deve ser aplicada a medida sócio educativa a que se

refere o artigo 28, inciso II do parágrafo 6°, no caso nunca inferior a quarenta e

nem superior a cem.Em seguida segundo a capacidade econômica do agente

poderá fixar valor de um trinta avos até três vezes o valor do maior salário mínimo.

Estes valores arrecadados são revertidos ao Fundo Nacional Antidrogas. A

intenção principal deste artigo é estabelecer medidas educativas, ao infrator,

porém em caso de não comparecimento ou me3smo recusa de cumprir as

medidas socioeducativas, o juiz poderá no máximo admoestar verbalmente e em

seguida fixar uma multa de quarenta a cem dias – multa o que será de no mínimo

R$ 680,00 e no máximo R$153.000,00.(NUCCI, p.352). Esta forma de aplicação

pode fazer com que na aplicação do menor valor de multa, o sentenciado prefira

pagar a multa a cumprir a obrigação sócio educativa. E caso não ter condições de

assumir a punição pecuniária o sentenciado em desacordo com o cumprimento da

Page 4: Lei de Drogas

sentença não terá bens que o Estado possa alcançar. Isso leva esta lei a ter um

resultado negativo.

Capacidade econômica do agente: O valor dia multa conforme previsto

no artigo 60 Código Penal, que define os valores conforme a capacidade

econômica do agente.

Fundo específico: Neste caso a multa não vai para o Fundo Penitenciário,

mas para o Fundo Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrição em dois anos da imposição e execução das penas,

observando o artigo 107 e seguintes, no tocante a interrupção dos prazos.

TÍTULO IV

DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA

E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS.

Capítulo I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. Conforme o caput do artigo é necessária licença prévia de autoridade

competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter

em depósito, importar, exportar, remeter, transportar, oferecer, vender, comprar,

trocar, ceder ou adquirir para qualquer fim, drogas ou matéria prima destinada a

sua preparação, observadas as demais exigências legais.(BRASIL).

Este artigo regula o controle estatal das drogas. Segundo NUCCI, p.353, 2010.

“... a Lei 11.343/2006 constitui norma penal em branco, significando que a

existência de um rol de substâncias entorpecentes ou que causem dependências

física ou psíquica é fundamental, embora não deva ser feito por lei, pois difícil de

ser alterado”.E segue que deve ser designado um órgão competente vinculado ao

Ministério da Saúde, para fixar quais as drogas controladas pelo Estado e quais

Page 5: Lei de Drogas

são efetivamente proibidas. Segundo NUCCI, (p.353, 2010), ainda assim é

possível a autorização do Estado para a produção com fins científicos ou

medicinais.

Art.32. Diz respeito à destruição de qualquer produção de plantações ilícitas, e a

coleta de plantas para exame pericial. Tendo todo o procedimento sendo lavrado

em auto de levantamento de condições encontradas.Assegurando as medidas que

preservem as provas. Os parágrafos 1, 2, 3, 4 desta lei norteia a maneira como

deve ser destruído as plantações e as observâncias com relação ao meio

ambiente na prática de queimadas e a expropriação conforme disposto no art 243

da Constituição Federal.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES

Art.33. Este artigo traz em seu caput as seguintes ações nucleares: “Importar,

exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,

oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,

ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas. A pena imposta é de reclusão

de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e

quinhentos) dias-multa”.(Lei 11343/2006).

E inclui nos parágrafos:

“§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,

vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito,

transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente,

sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico

destinado à preparação de drogas;

Page 6: Lei de Drogas

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou

em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de

plantas que se constituam em matéria-prima para a

preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem

a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância,

ou consente que outrem dele se utilize, ainda que

gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com

determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de

drogas.

Neste parágrafo são as dezoito condutas, cujo objeto é a droga, que não deixa de

ser substância entorpecente, ou que cause dependência física ou psíquica

(NUCCI, p.357, 2010). Independente de lucro, “, ainda que gratuitamente”. (§1°, II).

Tornando assim indiferente a obtenção ou não de lucro. O agente pode praticar uma ou

mais condutas e responderá por um só. Pode existir concurso de crimes quando

transcorrer período extenso de tempo.

§ 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de

droga:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100

(cem) a 300 (trezentos) dias-multa.

§ 3o  Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de

lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a

consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e

pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos)

dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Page 7: Lei de Drogas

§ 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo,

as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços,

vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde

que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se

dedique às atividades criminosas nem integre organização

criminosa.

Sujeito ativo e passivo: Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Segundo NUCCI

(p.357, 2010) “Há quem sustente ser próprio o delito na modalidade prescrever”,

ou seja, indicado por médico ou dentista, como remédio, receitar “. O sujeito

passivo é a sociedade”.

O elemento objetivo é o dolo, não existindo elemento subjetivo específico do tipo,

nem se pune de forma culposa.

Norma penal em branco significa que o termo drogas se transforma em uma

questão valorativa do juiz, por não constituir um elemento normativo do tipo. O que

deverá ser determinado pelo artigo 66 desta lei.

Elementos normativos: são fatos atípicos quando houver devida autorização.

Objetos material e jurídico: objeto material é a droga. O objeto jurídico é a saúde

pública.

Classificação: crime comum, formal, de forma livre, comissivo,

Instantâneo nas formas: Importar, exportar, remeter, preparar,

produzir, fabricar, adquirir, vender, oferecer, fornecer, prescrever, ministrar

e entregar.

Permanente: nas formas de expor à venda, ter em depósito

transportar, trazer consigo, guardar.

Page 8: Lei de Drogas

Unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente admite tentativa na forma

plurissubsistente, A tentativa de tráfico ilícito de entorpecentes é rara em face das

dezoito condutas do art.33. Porém não é impossível.

Amplitude excessiva do tipo penal: Não distingue o fato de comércio ou

apenas o transporte da droga, sendo traficante aquele que vende bem como

aquele que passa a droga sem fim lucrativo.

Art.34. Diz respeito a fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender,

distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que

gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à

fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização

ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.

Análise do núcleo do tipo: fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,

vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda

que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto

destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas.

Sujeito ativo e passivo: o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito

passivo é a sociedade.

Elemento subjetivo: é o dolo. Não há elemento subjetivo específico, nem se

pune de forma culposa.

Elementos normativos: fato atípico quando com permissão legal.

Objeto material jurídico: o objeto material pode ser maquinário, aparelho,

instrumento ou outro objeto descrito no tipo. O objeto jurídico é a saúde pública.

Page 9: Lei de Drogas

Classificação: Comum, formal, de forma livre, comissivo, Instantâneo nas formas

fabricar, adquirir, vender, oferecer, distribuir, entregar e fornecer.

Permanente nas modalidades transportar, possuir, guardar.

O verbo utilizar pode ser instantâneo ou permanente, de acordo com o método

usado pelo agente.

De perigo abstrato, unissubjetivo, unissubsistente, conforme, a situação, admite

tentativa na forma plurissubsistente.

Figura autônoma e delito equiparado e hediondo: Não se trata de crime

subsidiário do art.33, logo se pune as diversas práticas como crimes distintos.

Destinação específica ou genérica: Não há aparelho específico destinado a

finalidade de produção de drogas, por esse motivo tudo o que for encontrado no

local destinado a esse fim será caracterizado como instrumento de produção de

tóxico.

Benefícios penais: pena de três a dez anos de reclusão vedada a concessão de

sursis, graça, indulto, anistia e a conversão em pena restritiva de direitos devem

ter início em regime fechado por ser equiparado a crime hediondo. A multa é

excessiva, o mínimo gira em torno de R$20, 400,00 a R$ 5.100.000,00. Pena

inexequível, para a maioria dos condenados no Brasil.

Art 35 Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,

reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e

34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos)

a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

Parágrafo único.  Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se

associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Page 10: Lei de Drogas

Análise do núcleo do tipo: Associarem-se, duas ou mais pessoas que se unem

com a finalidade de praticar os crimes previstos nos artigos 33 caput e §1º; e 34

da Lei 11.343/2006.

Trata-se de crime formal consubstanciado na paz pública. Logo se torna

desnecessário aprender a droga ou examina-la. A materialidade pode-se dar por

qualquer outro meio lícito.(NUCCI, p.379).

Sujeitos ativo e passivo: sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, e o sujeito

passivo é a sociedade.

Elemento subjetivo: é o dolo. Consiste no ânimo de associação, de caráter

duradouro e estável. Caso contrário seria concurso de agentes para a prática do

crime de tráfico de drogas. Não existe a forma culposa.

Forma de execução: Basta a associação com o fim de cometer os crimes,

independente dos termos reiteradamente ou não.

Objeto material e jurídico: Confundem-se entre si o jurídico e o objeto

material: a paz pública. E em segundo plano à saúde pública.

Classificação: Comum, formal, de forma livre, comissivo, permanente, de

perigo abstrato, plurissubjetivo, plurissubsistente, não admite tentativa, visto que

necessita de estabilidade e permanência.

Concurso de crimes: nada impede o concurso de crimes, trafico ilícito de

entorpecentes e associação para o tráfico são crime4s distintos podendo assim

ser caracterizado como concurso de crimes.

Benefícios penais: a pena de três a dez anos de reclusão, vedada à

concessão de sursis, graça indulto, anistia e a conversão em pena restritiva de

direitos deve ter inicio em regime fechado.pois é crime equiparado a hediondos.

Page 11: Lei de Drogas

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos

arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e

quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.

Análise do núcleo de tipo: “financiar e custear são as condutas mistas

alternativas, cujo objeto é a prática de crimes de tráfico ilícito de drogas”.(NUCCI,

p.380, 2010). Logo aquele que financia, arts. 33, caput e § 1o, e 34, também é

partícipe do crime e incide as mesmas penalidades.Equipara-se a crime hediondo

aplicando-se as mesmas restrições com base nos artigos 33 e 34.

Indispensabilidade de materialidade dos delitos previstos nos artigos 33

e 34. É necessário provar que o agente de fato financiou a prática do tráfico ilícito

de drogas na forma dos artigos 33 e 34.Ainda que não se consiga punir o

traficante envolvido diretamente é necessário se provar a existência do delito,

objetivo do financiamento ou custeio.

Sujeitos ativo e passivo: sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, e o sujeito

passivo é a sociedade.

Elemento subjetivo: é o dolo. Não há elemento subjetivo específico do tipo,

nem se pune a forma culposa.

Objeto material e jurídico: o material é o tráfico ilícito de drogas e o objeto

jurídico é a saúde pública.

Classificação: Comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo ou

permanente, dependendo da forma de execução e duração do financiamento. de

perigo abstrato, unissubjetivo, plurissubsistente, admite tentativa.

Page 12: Lei de Drogas

Art.37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação

destinada à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e

34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a

700 (setecentos) dias-multa.

Análise do núcleo de tipo colaborar é a conduta cujo objeto é a prática de

crime de tráfico ilícito de drogas, por grupo, organização ou associação. O tipo

menciona o método: agindo como informante e a informação tenha relevância com

o trafico ilícito de drogas.

Sujeitos ativo e passivo: O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, e o

sujeito passivo é a sociedade.

Elemento subjetivo: é o dolo, não possui elemento subjetivo especifico do

tipo nem se pune a forma culposa.

Objeto material e jurídico: A pratica do tráfico ilícito de drogas é o objeto

material. O objeto jurídico é a saúde pública.

Classificação: comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo de

perigo abstrato, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente, conforme, o

método eleito pelo agente admite tentativa na forma plurissubsistente.

Benefícios penais: não cabe sursis, nem pena alternativa, regime inicial deve

ser o fechado, pois se trata de crime equiparado a hediondo.Admite progressão de

regime.

Art.38.  Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas

necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com

determinação legal ou regulamentar:

Page 13: Lei de Drogas

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50

(cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.

Parágrafo único.  O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da

categoria profissional a que pertença o agente.

Análise de núcleo do tipo: Prescrever ou ministrar são as condutas que tem

como objeto à droga, o que difere é a admissão de culpa e não dolo.Fica

caracterizado o grau da culpa em relação à quantidade aplicada de droga no

indivíduo.

Sujeitos ativo e passivo: Sujeito ativo pode ser qualquer profissional da área

de saúde. O sujeito passivo é a sociedade e segundamente a pessoa que sofreu a

dose excessiva.

Elemento subjetivo: é a culpa, nas formas de imprudência negligência ou

imperícia.

Elemento normativo do tipo: é a culpa, caracterizada pelo art. 18, II, do

Código Penal, pela imprudência, negligência ou imperícia.

Paciente: é a pessoa enferma, sujeita a tratamento, por profissional

especializado da área de saúde.

Objeto Material e objeto Jurídico: o objeto material é a droga prescrita, e o

objeto jurídico é a saúde pública.

Classificação: próprio, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, de

perigo abstrato unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente.

Benefícios penais: infração de menor potencial ofensivo aplicável o disposto

na Lei 9099/95.

Page 14: Lei de Drogas

Comunicação aos órgão Profissionais: Deve-se comunicar ao órgão de

classe a que pertence o profissional de saúde.

Art.39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas,

expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do

veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo

prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a

400 (quatrocentos) dias-multa.

Parágrafo único.  As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com

as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600

(seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de

transporte coletivo de passageiros.

Segundo CAPEZ, (p.805, 2010), “a Lei 11343/2006 criou um novo tipo penal,

até então inexistente na antiga Lei de Tóxicos”.Até então tal conduta era

caracterizada como contravenção penal.O código de transito prevê a punição para

quem é dirige embriagado, mas não tem alcance sobre as aeronaves ou

embarcações.

Análise do núcleo do tipo conduzir é a conduta e o objeto é a embarcação

ou aeronave.

Sujeitos ativo e passivo: o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito

passivo é a sociedade e secundariamente as pessoas que sofrem diretamente a

possibilidade de danos.

Elemento subjetivo: É o dolo de perigo.Não existe forma culposa, nem se

exige elemento subjetivo específico.

Page 15: Lei de Drogas

Consumo de droga: caracteriza-se por ingestão de qualquer substância

entorpecente que retire o condutor de qualquer possibilidade de auto

determinação.

Objeto material e jurídico: é a embarcação ou aeronave conduzida sob

efeito de drogas.Os objetos jurídicos são a segurança dos meios de transporte e a

saúde pública.

Classificação: Crime comum, formal, de forma livre, comissivo instantâneo,

de perigo concreto, unissubjetivo, plurissubsistente, admite tentativa ainda que

seja de difícil configuração.

Art.40. Este artigo trata-se exclusivamente das causas de aumento de pena,

segundo CAPEZ, (Vol.4, p.806,2010), o aumento de pena se aplica em situações

como a antiga punição a tráfico internacional agora se aplica também a venda feita

no país a uma organização internacional. Com isso encara-se as duas atividades

como se fossem iguais.”bastando apenas que se constate o caráter transacional”.

Art.41. Trata-se da delação premiada em que o acusado que colaborar com as

investigações terá pena reduzida de um terço a dois terços. Isso não significa

perdão judicial, mas a premiação pelo ato. Requisitos para que possa se aplicar à

delação premiada são: (NUCCI, 2010, p.390).

a) – haver um inquérito e ou um processo contra o autor da delação;

b) – prestação de colaboração voluntariosa (livre de coação física ou

moral);

c) – concurso de pessoas em qualquer dos delitos previstos na Lei

11.343/2006.

d) – recuperação total ou parcial do produto do crime.

Page 16: Lei de Drogas

Art. 42. Segundo CAPEZ, (Vol.4, p.813, 2010), “De acordo com o art. 42”, o juiz

na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art.59.

do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a

personalidade e a conduta social do agente “. Foram ressaltados os aspectos

subjetivos do agente, tais como personalidade e conduta social, ao lado de um

requisito objetivo, qual seja, quantidade”. Isso quer dizer que a intensidade de

aplicação da pena deve ser proporcional ao material e a pessoa do infrator

levando em consideração o seu perfil social ““.

Art.43. Segundo NUCCI, (p.393, 2010) este sistema adotado merece elogios por

se tratar de um sistema bifásico que pondera grau de censura do fato e seu autor

e os elementos fornecidos pelo art. 59 do Código Penal (antecedentes conduta

social, personalidade, motivos, circunstâncias, conseqüências do crime,

comportamento da vítima. “Aplica-se à multa pecuniária levando em consideração

a capacidade monetária do indivíduo. E em caso de não pagamento o Estado não

tem um modo eficaz de cobrar esses valores).

Art.44. Inafiançabilidade não pode ser aplicada nesse caso levando em

consideração o art 310 parágrafo único, do Código de Processo Penal. Salvo em

casos de crime hediondos.

Proibição à concessão de graça, indulto e anistia:

Não é permitido a graça ou o indulto bem como a anistia, nos crimes de tráfico de

entorpecentes.

Vedação à liberdade provisória

Foi proibida a liberdade provisória, com ou sem fiança, aos autores de crimes de

tráfico ilícito de drogas. (arts. 33, caput, e §1º e 34 a 37 desta lei).

Proibição de conversão em pena alternativa.

Page 17: Lei de Drogas

Com o advento da nova lei foi proibida a conversão da pena privativa de liberdade

nos casos apontados no artigo 44, caput deste diploma legal.

Livramento condicional

Não se pleiteia o livramento condicional, devido às circunstâncias da aplicação

das penas que acaba por garantir progressão de pena e cumprimento albergado

em uma série de regiões do país. Nucci cita o caso de capitais como São Paulo,

que é cumprido prisão domiciliar (NUCCI, p297, 2010).

Art. 45. Este artigo trás a cláusula de exclusão de punibilidade, vinculando-se a

imputabilidade penal, que nos casos em que o agente se encontra inimputável

devido consumo de drogas, ou força maior, ressaltando os artigos 26,27 e 28 do

Código Penal que dá conta desta matéria.

Art.46. Traz a causa de diminuição de pena, que moldado ao art.26 parágrafo

único, art.28, § 2º, do Código Penal, cuida das hipóteses de semi –

imputabilidade.Os casos de substituição por medidas de segurança segue os

moldes do art.26 parágrafo único.

Art.47. Aplicação limitada, a intenção do legislador é dar um tratamento adequado

a todo o usuário de drogas.

Capítulo III

DO PROCEDIMENTO PENAL

Art.48. Segundo NUCCI (p.400,2010) não há necessidade de norma explicativa,

tornando-se inútil tal recomendações iniciais.

Concurso entre tráfico e porte para consumo: em regra o traficante deve

responder pelos artigos 33 ou 34, que deve absorver o que trata o artigo 28.

Procedimento preliminar sumaríssimo: Aplica-se o disposto na Lei 9099/95.

Page 18: Lei de Drogas

Jamais Prisão para o consumidor de drogas: Seguindo a previsão da Lei

11343/2006, O consumidor de drogas, dependente, usuário ocasional ou habitual,

nunca será preso por conta disto. Aplica-se advertência, se quiser presta serviços

à comunidade, freqüenta cursos e em último caso paga multa. (NUCCI,

p.401,2010).

Cautelas redobradas para evitar a prisão: é lavrado um termo circunstanciado

pela autoridade policial, e o agente é liberado em seguida, nos casos em que a

autoridade judicial não estiver no JECRIM.

Porém na prática o elemento é detido e levado ao JECRIM, para averiguar se de

fato é usuário ou não.

Exame de corpo de delito: a lei estipula a possibilidade de se fazer exame de

corpo de delito o que parece ser contraditório tendo em vista que se o faz não

para constatar a materialidade de crime, mas para verificar o estado físico do

indivíduo.

Art.49. Aplicação da proteção à testemunha: Segundo Nucci, (p.402, 2010),

esta é uma norma desnecessária, pois a Lei 9.807/99 já trata dessa matéria.

Seção I

Art.50. Pode-se prender em flagrante qualquer pessoa que esteja cometendo o

delito de maneira evidente. Utiliza-se o termo policia judiciária para designar

autoridade policial.

Art.51. Determina os prazos de conclusão de inquérito. Adotaram-se prazos

harmônicos segundo, inclusive a possibilidade, de se dobrar o prazo de inquérito

quando.

Art.52. Diz respeito aos tramites posteriores ao artigo 51.

Page 19: Lei de Drogas

Art.53. Diz respeito à infiltração de agentes policiais na investigação de tráfico de

drogas,

Seção II

Da Instrução Criminal

Art.54. Diz respeito a recebimento em juízo de autos do inquérito policial, de CPI,

segundo NUCCI, (p.407,2010).”apenas confirma não ser o inquérito policial a

única base para conferir justa causa para ajuizamento de da ação penal

Sustentando a denúncia ou queixa. Entretanto, a inserção desses dados (autos

formados por CPI ou outras fontes de informação), é desnecessário, pois se trata

de preceito geral, válido para qualquer tipo de crime e ação penal. Limitar o

número de testemunhas para cinco.

Art.55. Este artigo e anterior bem como os seguintes dizem respeito ao processo

penal utilizado nas questões envolvendo a matéria reverenciada por este diploma

legal. Após a denuncia o juiz mandará notificar o acusado que terá um prazo de

dez dias para oferecer defesa prévia.Também poderá arrolar cinco testemunhas

bem como apresentar todas as provas e formas de defesas que puder arrolar.

Em caso de o acusado não oferecer defesa o juiz nomeará um defensor para

oferecer defesa em dez dias. Após a apresentação da defesa o juiz terá cinco dias

para decidir. Poderá pedir a apresentação do acusado no prazo de dez dias caso

julgue imprescindível.

Art.56. Recebida à denúncia o juiz vai determinar a hora e o dia para audiência de

instrução e julgamento, ordenará a citação do acusado, a intimação do M.P., do

assistente, e se necessário requisitará os laudos periciais. Em caso de conduta

tipificada nos artigos 33, caput §1º, e 34 e 37, desta Lei, o juiz pode decretar

afastamento cautelar do denunciado que for funcionário público, pois o mesmo se

estive atuando em sua função poderia dificultar e impedir a produção de provas,

Page 20: Lei de Drogas

bem como dificultar as investigações.A audiência descrita no artigo tem um prazo

de ocorrência de trinta dias a partir do recebimento da denuncia. Salvo exceção

que poderá ser protelado para até 90 dias.

Art.57. Referente a audiência de instrução e julgamento, tanto o Ministério Público

como a defensoria terá um prazo de 20 minutos para fazer a sustentação oral,

prorrogável por 10 minutos, sendo que primeiro é feito o interrogatório.

Art 58. Terminado o julgamento o juiz poderá prolatar a sentença de imediato ou

ter um prazo de dez dias. ordenando para isso que os autos estejam conclusos.

Caso não haja controvérsia com relação à quantidade e natureza dos produtos o

juiz poderá determinar as medidas cabíveis no disposto no art.32 § 1º, desta Lei,

que no caso permite a incineração dos materiais entorpecentes.Com cuidados,

pois não se poderá posteriormente pedir uma contra prova caso seja queimado o

produto apreendido.

Art. 59.  Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o

réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons

antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória. Neste artigo quem

comete os crimes previstos deve ser recolhido a prisão, segundo NUCCI, (p.413,

2010), “... a regra é o apelo em liberdade de quem é réu e tem bom antecedente”.