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LEI 11343/2006 LEI DE DROGAS 1

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LEI 11343/2006LEI DE DROGAS

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Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:I - advertência sobre os efeitos das drogas;II - prestação de serviços à comunidade;III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

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1. NATUREZA DA INFRAÇÃO PENAL PREVISTA NO ART. 28, DA LEI 11343/2006.1ª CORRENTE: Houve descriminalização formal (acabou o caráter criminoso do fato) e, ao mesmo tempo, despenalização (evitou-se a pena de prisão para o usuário de droga). 2ª CORRENTE (maioria da doutrina, STF e STJ): não houve descriminalização, mas somente uma DESPENALIZAÇÃO moderada (RE 430105 QO/RJ) – PLENÁRIO DO STF).3ª CORRENTE: Houve DESCARCERIZAÇÃO/ DESPRISIONALIZAÇÃO:

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2. OBJETIVIDADE JURÍDICA: a saúde pública.3. OBJETO MATERIAL: droga. Definida pela lei 11343/06, em seu art. 1º, Parágrafo único: "Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União."Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.

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6. COMPETÊNCIA

Em regra, Juizado Especial Criminal da Justiça Estadual.

Art. 48. § 1o  O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

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7. TIPO OBJETIVO: 7.1 Condutas:a. ADQUIRIR: Obter, conseguir, alcançar, gratuita ou onerosamente. Mediante troca ou compra, em dinheiro ou outro produto ou serviço, o sujeito tem acesso a posse da substância. Crime instantâneo, consuma-se com o recebimento da droga. Admite-se a tentativa.

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b. GUARDAR: Ter sob vigilância ou cuidado a droga. É vital o contato com a substância. c. TER EM DEPÓSITO: Conservar ou reter a coisa a sua disposição, ter o conteúdo físico de detenção com um sentido de provisoriedade e mobilidade do depósito. Em ambos o crime é permanente. Não se admite tentativa.

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d. TRANSPORTAR: Deslocar-se com a substância de um lugar para outro, utilizando-se de meios que não o próprio corpo, seja pessoalmente (mas sem contato direto com o corpo – bagageiro, porta-malas etc) ou por intermédio de terceiro. e. TRAZER CONSIGO: Trazer a droga em seu poder físico, de alguma forma ligada ao corpo do agente.Em ambos o crime é permanente. Não se admite tentativa.

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FORMAS EQUIPARADAS (§1º) – antecipação de punição das atividades de preparação de droga para o consumo pessoal: § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

Fator de fundamental importância para afastar a aplicação do art. 33, §1º, II, é caracterização da PEQUENA QUANTIDADE, que deve observar critério distinto para cada tipo de droga.

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7.2 Critérios para aferir o porte para consumo pessoal (art. 28, § 2º)a) a natureza e a quantidade da substância apreendida;b) o local e as condições em que se desenvolveu a ação;c) as circunstâncias sociais e pessoais, a conduta e os antecedentes do agente.

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8. TIPO SUBJETIVO É o DOLO, vontade livre e consciente de praticar as condutas descritas no tipo objetivo, dirigidas ao consumo pessoal de drogas. Não há modalidade culposa.Qualquer conduta descrita no artigo 28, da lei 11343/2006, mas que tenha o objetivo de CIRCULABILIDADE da droga configura o crime do artigo 33, da referida lei.

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9. PENAS NÃO PRIVATIVAS DE LIBERDADE:I - advertência sobre os efeitos das drogas;II - prestação de serviços à comunidade;III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.A nova lei adotou políticas de redução de dano. Trata-se de novatio legis in mellius, que deve retroagir para alcançar os fatos praticados antes de sua vigência. As penas podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente ou substituídas a qualquer tempo (art. 27).

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9.3 Limites Temporais das penas (§§3º e 4º) A pena de advertência termina com o ato de informação. As penas de prestação de serviços e de medida educativa têm o prazo máximo de 5 meses para o consumidor primário. Na hipótese de reincidência, o prazo máximo é de 10 meses.

9.4 Medidas aplicáveis pelo não cumprimento injustificado da pena (§6º) Permite-se que o juiz realize, de forma sucessiva (não pode ser per saltum), a ADMOESTAÇÃO VERBAL (que se distingue da advertência sobre o efeito das drogas) e a COMINAÇÃO DE MULTA.

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9.5 Prazo Prescricional (art. 30)

Prescrevem em 02 anos a imposição (pretensão punitiva) e a execução (pretensão executória) das penas, observando-se, no que couber, as disposições do artigo 107 e seguintes do Código Penal.

9.6 Direito ao tratamento (art. 28, §7º)

O Estado deverá oferecer ao consumidor o tratamento, de forma gratuita, em estabelecimento especializado e de caráter preferencialmente ambulatorial. Cabendo ao Juiz assegurar esse direito.

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PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIAO entendimento desta Corte é no sentido de que a pequena quantidade de droga apreendida não retira o potencial ofensivo da conduta, fazendo incidir o tipo penal previsto no art. 28 da Lei n.º 11.343/2006. (AREsp 56.002/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 01/03/2012, DJe 15/03/2012)Esta Corte possui o entendimento de que "a pequena quantidade de substância entorpecente, por ser característica própria do tipo de posse de drogas para uso próprio (art. 28 da Lei 11.343/06), não afasta a tipicidade da conduta" (HC 171.655/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, DJe 17/11/2011)

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(...) não há falar em ausência de periculosidade social da ação, uma vez que o delito de porte de entorpecente é crime de perigo presumido. IV – É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de que não se aplica o princípio da insignificância aos delitos relacionados a entorpecentes. V – A Lei 11.343/2006, no que se refere ao usuário, optou por abrandar as penas e impor medidas de caráter educativo, tendo em vista os objetivos visados, quais sejam: a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas.

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VI – Nesse contexto, mesmo que se trate de porte de quantidade ínfima de droga, convém que se reconheça a tipicidade material do delito para o fim de reeducar o usuário e evitar o incremento do uso indevido de substância entorpecente. VII – Habeas corpus prejudicado.(HC 102940, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 15/02/2011, DJe-065 PUBLIC 06-04-2011)

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TÍTULO IV

DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E

AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO II

DOS CRIMES

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Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

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1. OBJETIVIDADE JURÍDICA: A saúde pública. Trata-se de crime de perigo abstrato.2. OBJETO MATERIAL: Droga, definida pela lei 11343/06 em seu art. 1º Parágrafo único. 3. SUJEITO ATIVO: Crime comum, o agente pode ser qualquer pessoa, salvo na figura prescrever, que exige a qualidade especial de médico ou cirurgião-dentista.4. SUJEITO PASSIVO: O Estado ou a coletividade. Secundariamente, o sujeito que recebe a droga para consumi-la, desde que não pratique o delito do art. 28. Ex.: doente mental.

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Atenção para o artigo 243, do ECA: Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida:Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.” (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)Norma expressamente subsidiária. Caso o objeto material não possa ser definido como droga proscrita nos termos do art. 1º, §1º, da lei 11343/06, aplica-se a disposição do ECA. Ex.: tolueno, cigarro, bebida alcoólica.

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5. COMPETÊNCIA Em regra, da Justiça Estadual.

TRÁFICO INTERNACIONAL – ART. 70, LEI 11343/2006Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

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6. TIPO OBJETIVO: Trata-se de crime de ação múltipla:

IMPORTAR

Fazer entrar a droga no território nacional.

EXPORTAR

Fazer sair a droga do território nacional.

É norma especial em relação ao contrabando.

Não há a previsão da facilitação, respondendo o funcionário que facilita tráfico, com causa de aumento de pena do artigo 40, II, da lei de regência.

Crime instantâneo, consuma-se com a efetiva entrada/saída da droga. Admite-se a tentativa.

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REMETER

Expedir, enviar, encaminhar a substância, seja por terceiros ou pelos correios, sempre internamente no país.

Consuma-se com a efetiva remessa.

Admite-se a tentativa, em tese. Sendo de difícil configuração, pois pode haver consumação anterior de outra figura típica (ex.: ter em depósito).

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PREPARAR - O sujeito compõe o objeto material, misturando substâncias que por si só são inócuas ou não consumíveis.

Consuma-se com a mistura, admitindo-se a tentativa, quando aquela é impedida.

PRODUZIR

Criar a droga (em alguns casos, inventar, descobrir, extrair), sem misturar outras substâncias.

FABRICAR

Corresponde à produção em massa, via atividade industrial (máquinas, instrumentos).

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ADQUIRIR: ver comentário ao art. 28.

VENDER: Alienar mediante contraprestação. Inclui-se aqui a troca ou escambo (ex.: drogas por armas).

Consuma-se com o recebimento da contraprestação. Admite tentativa.

EXPOR À VENDA - Mostrar a droga com o intuito de mercancia. Consuma-se com a exposição. Cabível, em tese, a tentativa.

OFERECER - Ofertar, sugerir, apresentar para ser aceito como dádiva (gratuito) ou empréstimo ou para suscitar interesse na compra (degustação).

Consuma-se com a oferta. Difícil configurar a tentativa, já que haverá consumação anterior de figura diversa.

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TER EM DEPÓSITO

GUARDAR

TRANSPORTAR

TRAZER CONSIGO

ver comentários ao artigo 28.

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PRESCREVER

Receitar, indicar, em ato de aparente exercício profissional.

Crime próprio, só pode ser praticado por médico ou cirurgião-dentista.

Consuma-se com o recebimento da receita, escrita ou oral. Admite tentativa.

MINISTRAR

Introduzir, aplicar, inocular a droga no organismo de alguém, por qualquer meio que possa ser consumida e produzir efeitos (ex. injeção, ingestão, inalação).

Consuma-se com a aplicação. A tentativa é inadmissível.

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ENTREGAR A CONSUMO

Fazer chegar a droga ao consumidor, de forma esporádica.

Trata-se de conduta genérica e subsidiária em relação às outras figuras típicas.

Consuma-se com a efetiva chegada da droga ao consumidor. Admite tentativa.

Ex.: familiares que entregam drogas ao reeducando.

FORNECER AINDA QUE GRATUITAMENTE

Atuar como fonte, prover, proporcionar, dar a droga a alguém, em caráter constante e habitual, ainda que sem intenção de lucro.

Consuma-se com o fornecimento habitual, não admitindo a tentativa.

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Formas equiparadas (§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem):

I - As condutas já foram explicitadas acima, diferenciando-se quanto ao objeto material da conduta que é o elemento destinado à preparação de drogas:

MATÉRIA-PRIMA (aquela que é retirada originariamente da natureza), INSUMO (matéria usada para fomento ou melhoria da droga) ou PRODUTO QUÍMICO (material criado com a utilização da ciência, visando ao aprimoramento da droga).

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II - semear (enxertar semente na terra), cultivar (prática de atos necessários para o cuidado da plantação, entre a semeadura e a colheita) ou fazer a colheita (retirada da planta ou parte dela de seu vínculo com a terra), sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas.

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III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

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7. TIPO SUBJETIVO

É o dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas descritas no tipo objetivo, dirigidas ao tráfico de drogas.

Para que haja tráfico, é necessário constatar o objetivo de CIRCULABILIDADE da droga.

Algumas figuras exigem o ESPECIAL FIM DE AGIR. Ex.: utilizar local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consentir que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, PARA O TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. (art. 33, §1º, III).

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8. PENAS

Reclusão de 05 a 15 anos e multa de 500 a 1500 dias-multa.

Houve majoração da pena abstrata mínima em comparação com o art. 12, da lei 6368/76. Além do significativo aumento da multa.

9. EFEITOS DA CONDENAÇÃO:

Expropriação de bens - art. 243, CR/88 e destruição das substâncias - art. 31, lei 11343/2006.

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CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA

Tráfico “privilegiado”

Trata-se de mitigação do rigor penal com que são tratadas as condutas previstas nos tipos do caput e §1º do artigo 33.

 

§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

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Requisitos legais:

1. Primariedade - ser primário é o oposto de ser reincidente (aquele que comete novo crime após o trânsito em julgado de condenação anterior - art. 63, CP, com as ressalvas do artigo 64, CP).

2. Bons antecedentes - em função do princípio constitucional da presunção de inocência, ostenta maus antecedentes aquele que tem condenação anterior transitada em julgado que não caracterize reincidência.

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3. Não-Dedicação a atividades criminosas - Há benefício para o delinquente ocasional. Para que haja afastamento da causa de redução, a sentença deve reconhecer, fundamentada na prova dos autos, que o sujeito se dedica a atividades criminosas (contumaz).

STJ: Não há constrangimento ilegal na não aplicação da causa especial de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/06, quando evidenciado pelas provas colacionadas que o réu dedicava-se a atividades criminosas.

(HC 225.530/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, DJe 10/10/2012)

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4. NÃO-Participação em organização criminosa - há necessidade de caracterização de que o agente toma parte em organização criminosa para que não incida a causa especial de redução.

Por ser norma penal mais benéfica, retroage para alcançar processos em andamento por fatos praticados sob a égide da lei revogada. Os réus em casos já julgados podem ser beneficiados mediante revisão criminal ou Habeas Corpus.

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Quantum de redução (1/6 a 2/3):STJ: Tendo o legislador previsto apenas os pressupostos para a incidência do benefício legal, deixando, contudo, de estabelecer os parâmetros para a escolha entre a menor e a maior frações indicadas para a mitigação pela incidência do § 4º do art. 33 da nova Lei de Drogas, devem ser consideradas as circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do CP, a natureza e a quantidade da droga, a personalidade e a conduta social do agente.(HC 225.530/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, DJe 10/10/2012)

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POLÊMICA - COMBINAÇÃO DE LEIS

1ª CORRENTE - não cabe combinação de leis, pois haveria a criação de uma terceira lei (tex tertia). O juiz estaria extrapolando sua competência e atuando como legislador, criando tipos penais híbridos e violando a separação dos poderes.

SÚMULA n. 501/STJ

É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. Rel. Min. Laurita Vaz, em 23/10/2013.

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Notícias STF - 07 de novembro de 2013.

STF VEDA COMBINAÇÃO DE LEIS PARA REDUZIR PENA POR TRÁFICO DE DROGAS

Por maioria de votos, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu não ser possível a aplicação da causa de diminuição do artigo 33, parágrafo 4º, da nova Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), combinada com penas previstas na Lei 6.368/1976, para crimes cometidos durante sua vigência.

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2ª CORRENTE (DOUTRINA): Sustenta a possibilidade de combinação de leis em favor do agente, a fim de fazer-se melhor distribuição da justiça no caso concreto, atendendo aos princípios constitucionais da ultra-atividade e retroatividade da lei mais benéfica (Toledo, Greco).

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VEDAÇÃO DA SUBSTITUIÇÃO DA PENA O §4º, do artigo 33, da lei 11343/2006 apesar de mitigar o rigor da pena para o tráfico e figuras equiparadas, vedava expressamente a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade da vedação legal à substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direitos em caso de tráfico de drogas. HC 97256/RS, rel. Min. Ayres Britto, 1º.9.2010.

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INDUZIR, INSTIGAR OU AUXILIARArt,. 33, § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.1. TIPO OBJETIVO 1.1 Condutas (crime de conteúdo variado ou de ação múltipla)a. Induzir- determinar, sugerir a idéia, fazer nascer a vontade da prática de usar drogas.b. Instigar - animar, estimular, reforçar uma idéia já existente.c. Auxiliar - contribuir materialmente de forma secundária para que alguém use a droga.

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Não se trata de concurso de pessoas, na modalidade participação, no tráfico de drogas, mas de crime autônomo e equiparado ao tráfico, com sanção mais branda.

O auxílio deve ser dirigido a pessoa determinada, não havendo mais a incriminação genérica prevista na lei 6368/76 referente ao incentivo e difusão do uso indevido de drogas (art. 12,§2º, III).

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INFORMATIVO Nº 649/STF

Art. 33, § 2º, da Lei 11.343/2006 e criminalização da “Marcha da Maconha” – ADI - 4274

O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta, ajuizada pela Procuradora-Geral da República em exercício, para dar interpretação conforme a Constituição ao § 2º do artigo 33 da Lei 11.343/2006, com o fim de dele excluir qualquer significado que ensejasse a proibição de manifestações e debates públicos acerca da descriminalização ou da legalização do uso de drogas ou de qualquer substância que leve o ser humano ao entorpecimento episódico, ou então viciado, das suas faculdades psicofísicas.

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OFERECIMENTO EVENTUAL E GRATUITO PARA USO COMPARTILHADO § 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.1. TIPO OBJETIVO 1.1 Conduta “Oferecer” - ofertar, apresentar droga para ser aceita como presente ou empréstimo.

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1.2 Elemento Normativo:

“eventualmente” - a conduta deve ser esporádica, ocasional, não pode ser revestida de constância.

1.3 “sem objetivo de lucro” - inocorrência de intenção lucrativa (mercancia).

1.4 “a pessoa de seu relacionamento” - deve haver relacionamento de natureza pessoal (familiar ou social - trabalho, estudo, lazer) entre quem oferece a aquele que vai consumir, ainda que não seja íntimo.

1.5 “para juntos a consumirem” - o ato de oferta deve ser para consumo conjunto, ainda que este não ocorra no mesmo lapso temporal.

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2. TIPO SUBJETIVO

Dolo, vontade livre e consciente de praticar a conduta descrita no tipo penal, direcionada ao consumo conjunto de droga.

3. CONSUMAÇÃO

Crime formal, consuma-se com a oferta de uso da droga. Independe da aceitação do consumo, que caracterizaria mero exaurimento. Não se admite a tentativa.

É hipótese de novatio legis in mellius, pois a pena é menor que a prevista na lei 6368/76 (que punia o fato como tráfico de drogas), devendo retroagir para alcançar fatos anteriores.

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PENA

detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Competência do Juizado especial criminal

Cabe transação penal e suspensão condicional do processo.

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TRÁFICO DE MAQUINÁRIOSArt. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.

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1.2 Objeto material Maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas.Deve haver interpretação restritiva, para atingir somente objetos que sejam destinados a atos ligados à traficância (mesmo que originalmente não sejam exclusivos para esse fim). Excluem-se os objetos incidentalmente manejados pelos usuários para apoiar seu vício. 1.3 Elemento Normativo: "sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar".

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2. TIPO SUBJETIVO Dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas descritas no tipo penal, direcionadas à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas.3. PENA Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.

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ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICOArt. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

1. TIPO OBJETIVO 1.1 Conduta - Associarem-se:Reunião de duas ou mais pessoas com vontade comum de se aliarem de maneira permanente e com certo grau de estabilidade. 2. TIPO SUBJETIVO Dolo, vontade livre e consciente de associarem-se duas ou mais pessoas para traficar drogas.

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Informativo n. 0509/STJSexta TurmaDIREITO PENAL. REQUISITOS PARA CONFIGURAÇÃO DO DELITO DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO.Exige-se o dolo de se associar com permanência e estabilidade para a caracterização do crime de associação para o tráfico, previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006. Dessa forma, é atípica a conduta se não houver ânimo associativo permanente (duradouro), mas apenas esporádico (eventual). HC 139.942-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2012.

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3. CONSUMAÇÃO Crime formal, consuma-se com a associação estável do grupo, mesmo que os agentes não cheguem a traficar (crime autônomo). Por ser crime permanente, é possível a prisão em flagrante.É perfeitamente cabível o concurso material de crimes se a conduta praticada configurar também os crimes para os quais se destina a associação. Em regra, é o que vai ocorrer.4. PENA Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

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Forma equiparada: ASSOCIAÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DO TRÁFICO

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

A nova figura penal é a associação para a prática reiterada do financiamento da atividade de tráfico. Aplicam-se os mesmos comentários acima.

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FINANCIAMENTO DO TRÁFICOArt. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.

1. TIPO OBJETIVO 1.1 Condutas:a. Financiar Adiantar dinheiro (recursos) a fim de auxiliar economicamente no exercício de atos de traficância, visando a posterior remuneração vantajosa.

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b. Custear Sustentar economicamente, em conduta permanente e com poder de decisão, a atividade de traficância.Crime permanente, não admite tentativa.2. TIPO SUBJETIVO Dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas descritas no tipo penal, direcionadas ao financiamento ou custeio do tráfico de drogas.

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Concurso de crimes Por atentar contra o mesmo bem jurídico (saúde pública) e por ser crime mais grave, o delito do artigo 36 absorve as condutas previstas nos artigos 33, caput e §1º e 34, da lei 11343/2006.

Admite-se concurso com a prática da conduta descrita no artigo 35, parágrafo único, da lei 11343/2006, em função da previsão expressa.

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INFORMANTE COLABORADORArt. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.1. TIPO OBJETIVO 1.1 Conduta - colaborar Ajudar, auxiliar, dar sua parcela de contribuição ao todo.

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1.2 Informante É aquele que tem informação relevante (preciosa) para o grupo e a repassa a fim de que seja usufruída na prática da traficância.O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.Alguns agentes ligados ao Estado podem ser protagonistas do crime em comento, uma vez que possuem posição de acesso privilegiado a determinadas informações, que são de importância para o grupo, associação ou organização.

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INFORMATIVO Nº 643/STF“Fogueteiro” e atipicidade da conduta - 2Reputou-se que a conduta do “fogueteiro” no tráfico enquadrar-se-ia como informante, que na sistemática da lei anterior seria penalmente responsável como coautor ou partícipe do crime para o qual colaborava, ou seja, o tráfico de entorpecentes. Asseverou-se que essa conduta fora reproduzida, não no art. 33 da Lei 11.343/2006, mas no seu art. 37. Consignou-se que o inciso II do § 2º do art. 12 da Lei 6.368/76 conteria a expressão “contribui de qualquer maneira”, ao passo que o art. 37 da Lei 11.343/2006 utiliza-se dos termos “colaborar como informante”, ...

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... sendo certo que não haveria distinção ontológica entre os termos nucleares “contribuir” e “colaborar”, a ensejar a inafastável conclusão de que essas condutas estariam tipificadas em ambas as leis. Destarte, reconhecida a dupla tipicidade, seria imperioso que a dosimetria da pena fosse feita com base no quantum cominado no preceito do art. 37 da Lei 11.343/2006, lex mitior, que, por essa razão, deveria retroagir (CF, art. 5º, XL), e não com fulcro na pena abstratamente cominada no art. 12 da Lei 6.368/76 (3 a 15 anos de reclusão). HC 106155/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 4.10.2011.

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PRESCRIÇÃO CULPOSAArt. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.

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1.1 Condutas:a. Prescrever Receitar, indicar, em ato de aparente exercício profissional. Crime próprio, só pode ser praticado por médico ou cirurgião-dentista. Consuma-se com o recebimento da receita, escrita ou oral. Crime culposo, não admite tentativa. b. Ministrar Introduzir, aplicar, inocular a droga no organismo de alguém, por qualquer meio que possa ser consumida e produzir efeitos (ex. injetar, ingestão, inalação).É Crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.

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1.2 Elementos normativos:Sem que delas necessite o paciente. Em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.2. TIPO SUBJETIVO Culpa, inobservância do dever objetivo de cuidado. Na prescrição, ocorre a modalidade imperícia.Na ministração, opera-se sob as modalidades negligência ou imprudência.

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3. PENA Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.Competência do Juizado especial criminal.Cabe transação penal e suspensão condicional do processo.Comunicação ao respectivo Conselho Profissional - atividade anômala do juiz em oficiar ao Conselho profissional, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, informando acerca do fato.

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CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE APÓS O CONSUMO DE DROGASArt. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

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“Embarcação ou aeronave”Exclui-se a condução de veículo automotor, que apresenta definição diversa no Código Brasileiro de trânsito (art. 96, lei 9503/97), correspondendo a crime específico do Art. 306 na mesma lei.

“após o consumo de drogas” É necessário o laudo pericial para comprovar que o sujeito estava sob o efeito de drogas. Deve haver um lapso temporal razoável (após), de modo que se possa atestar os efeitos nocivos da substância.

“expondo a dano potencial a incolumidade de outrem” Crime de perigo concreto, exigindo-se a comprovação da efetiva exposição da incolumidade de outrem a perigo para sua consumação.

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TIPO SUBJETIVO Dolo, vontade livre e consciente de praticar a conduta descrita no tipo penal, no sentido de conduzir embarcação ou aeronave sob efeito de drogas e expondo a perigo concreto a incolumidade de outras pessoas.3. CONSUMAÇÃO Crime formal, consuma-se com a exposição de pessoas a perigo concreto.Admite a tentativa. Cabe suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89, da lei 9099/95.

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FORMA QUALIFICADAParágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

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CAUSAS DE AUMENTO DE PENAArt. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

JURISPRUDÊNCIA STJ: Não há bis in idem na condenação da paciente pelo delito previsto no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, com incidência da causa especial de aumento prevista no inciso I do art. 40 da Lei de Drogas ...

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..., uma vez que o fato de ter transportado a droga constitui elemento suficiente apenas para configurar a adequação típica da conduta à norma penal incriminadora, distinto, pois, das razões que levaram à configuração da majorante prevista no inciso I do art. 40 da Lei n. 11.343/2006, a qual foi aplicada em razão de ter se evidenciado que a substância entorpecente transportada pela paciente seria destinada a Istambul/Turquia. (HC 185.202/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 28/08/2012, DJe 12/09/2012).

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II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida NAS DEPENDÊNCIAS OU IMEDIAÇÕES de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;

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JURISPRUDÊNCIA STJ: Esta Corte tem entendimento jurisprudencial no sentido de que a simples utilização de transporte público para o transporte da substância entorpecente já é suficiente para aplicação da majorante do art. 40, III, da Lei n. 11.343/2006. (HC 247.763/DF, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD), QUINTA TURMA, julgado em 20/11/2012, DJe 23/11/2012)

JURISPRUDÊNCIA STF: A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a simples utilização de transporte público para a circulação da substância entorpecente ilícita já é motivo suficiente para a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, inc. III, da Lei nº 11.343/2006. (HC 108523, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 14/02/2012, PUBLIC 14-03-2012)

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Em sentido contrário:JURISPRUDÊNCIA STF: O inciso III do art. 40 da Lei nº 11.343/2006 visa a punir com maior rigor a comercialização de drogas em determinados locais, como escolas, hospitais, teatros e unidades de tratamento de dependentes, entre outros. Pela inserção da expressão “transporte público” nesse mesmo dispositivo, evidencia-se que a referência há de ser interpretada na mesma perspectiva, vale dizer, no sentido de que a comercialização da droga em transporte público deve ser apenada com mais rigor. Logo, a mera utilização de transporte público para o carregamento da droga NÃO LEVA à aplicação da causa de aumento do inciso III do art. 40 da Lei 11.343/2006. (HC 109538, Primeira Turma, PUB 26-10-2012).

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IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; STJ: Inviável acoimar de ilegal o acórdão impugnado no ponto em que negou a aplicação da causa especial de aumento prevista no art. 40, inciso IV, da Lei 11.343/06 em substituição à condenação pelo art.16 da Lei 10.826/03, quando concluiu que a arma apreendida na posse do paciente não teria sido utilizada como processo de intimidação difusa ou coletiva para viabilizar o narcotráfico, constituindo, pois, delito autônomo. (HC 159.723/RJ, Rel. Min. JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 14/02/2012, DJe 01/03/2012).

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V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; JURISPRUDÊNCIA STJ: O entendimento prevalente na Terceira Seção deste STJ é no sentido de que basta que esteja comprovado que o produto tóxico tinha como destino outra unidade federativa, sendo irrelevante que haja ou não a efetiva transposição da divisa interestadual para a incidência da causa especial de aumento do art. 40, V, da Lei 11.343/06. (HC 230.835/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/09/2012, DJe 21/09/2012)

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VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VÍTIMAS VULNERÁVEIS VII - o agente financiar ou custear a prática do crime Parte da doutrina entende que, para que não haja bis in idem em relação ao art. 36, a aplicação da causa de aumento fica limitada aos crimes dos art. 35 e 37, da lei 11343/2006.

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DELAÇÃO PREMIADAArt. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

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REGRAS ESPECIAIS DE APLICAÇÃO DA PENA

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

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Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor NÃO INFERIOR A UM TRINTA AVOS NEM SUPERIOR A 5 (CINCO) VEZES o maior salário-mínimo.Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser AUMENTADAS ATÉ O DÉCUPLO se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

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VEDAÇÕESArt. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

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FLAGRANTE – TRÁFICO DE ENTORPECENTES – VEDAÇÃO À LIBERDADE – ARTIGO 44 DA LEI Nº 11.343/06 – INCONSTITUCIONALIDADE. O Plenário declarou a inconstitucionalidade da cláusula, contida no artigo 44 da Lei nº 11.343/06, vedadora da liberdade provisória – Habeas Corpus nº 104.339/SP, relator ministro Gilmar Mendes. PRISÃO PREVENTIVA – GRAVIDADE DA IMPUTAÇÃO. A gravidade da imputação não respalda, por si só, a prisão preventiva. (RHC 100808, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, PUBLIC 13-12-2012)

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Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

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INIMPUTABILIDADE POR DEPENDÊNCIA OU POR EFEITO INVOLUNTÁRIO DE DROGAS

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

ADOTA-SE O CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO

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Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.

A LEI NÃO PREVÊ IMPOSIÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA, NOS MOLDES TRADICIONAIS DO CÓDIGO PENAL, MAS O ENCAMINHAMENTO PARA TRATAMENTO MÉDICO ADEQUADO.

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CAUSA DE REDUÇÃO DE PENA SEMI-IMPUTABILIDADE

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

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POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA APLICADA AO SEMI-IMPUTÁVEL POR TRATAMENTO MÉDICO

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizado por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

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DO PROCEDIMENTO PENALArt. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no

9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

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§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.

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§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.

§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no

9.099, de 1995 (TRANSAÇÃO PENAL), que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

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Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei no

9.807, de 13 de julho de 1999. LEI DE PROTEÇÃO À TESTEMUNHA

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Seção IDa Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

ATENÇÃO! ARTIGO 306, CPP (REFORMA LEI 12403/2011)Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1o deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.

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PRAZOSArt. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

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Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ouII - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

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Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

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PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS ESPECIAIS Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - A INFILTRAÇÃO POR AGENTES de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;

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ENTREGA VIGIADA (AÇÃO CONTROLADA)II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

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VEDAÇÃO DA SUBSTITUIÇÃO DA PENA O §4º, do artigo 33, da lei 11343/2006 apesar de mitigar o rigor da pena para o tráfico e figuras equiparadas, vedava expressamente a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade da vedação legal à substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direitos em caso de tráfico de drogas. HC 97256/RS, rel. Min. Ayres Britto, 1º.9.2010.

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INDUZIR, INSTIGAR OU AUXILIARArt,. 33, § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.1. TIPO OBJETIVO 1.1 Condutas (crime de conteúdo variado ou de ação múltipla)a. Induzir- determinar, sugerir a idéia, fazer nascer a vontade da prática de usar drogas.b. Instigar - animar, estimular, reforçar uma idéia já existente.c. Auxiliar - contribuir materialmente de forma secundária para que alguém use a droga.

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Não se trata de concurso de pessoas, na modalidade participação, no tráfico de drogas, mas de crime autônomo e equiparado ao tráfico, com sanção mais branda.

O auxílio deve ser dirigido a pessoa determinada, não havendo mais a incriminação genérica prevista na lei 6368/76 referente ao incentivo e difusão do uso indevido de drogas (art. 12,§2º, III).

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INFORMATIVO Nº 649/STF

Art. 33, § 2º, da Lei 11.343/2006 e criminalização da “Marcha da Maconha” – ADI - 4274

O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta, ajuizada pela Procuradora-Geral da República em exercício, para dar interpretação conforme a Constituição ao § 2º do artigo 33 da Lei 11.343/2006, com o fim de dele excluir qualquer significado que ensejasse a proibição de manifestações e debates públicos acerca da descriminalização ou da legalização do uso de drogas ou de qualquer substância que leve o ser humano ao entorpecimento episódico, ou então viciado, das suas faculdades psicofísicas.

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OFERECIMENTO EVENTUAL E GRATUITO PARA USO COMPARTILHADO § 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.1. TIPO OBJETIVO 1.1 Conduta “Oferecer” - ofertar, apresentar droga para ser aceita como presente ou empréstimo.

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1.2 Elemento Normativo:

“eventualmente” - a conduta deve ser esporádica, ocasional, não pode ser revestida de constância.

1.3 “sem objetivo de lucro” - inocorrência de intenção lucrativa (mercancia).

1.4 “a pessoa de seu relacionamento” - deve haver relacionamento de natureza pessoal (familiar ou social - trabalho, estudo, lazer) entre quem oferece a aquele que vai consumir, ainda que não seja íntimo.

1.5 “para juntos a consumirem” - o ato de oferta deve ser para consumo conjunto, ainda que este não ocorra no mesmo lapso temporal.

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2. TIPO SUBJETIVO

Dolo, vontade livre e consciente de praticar a conduta descrita no tipo penal, direcionada ao consumo conjunto de droga.

3. CONSUMAÇÃO

Crime formal, consuma-se com a oferta de uso da droga. Independe da aceitação do consumo, que caracterizaria mero exaurimento. Não se admite a tentativa.

É hipótese de novatio legis in mellius, pois a pena é menor que a prevista na lei 6368/76 (que punia o fato como tráfico de drogas), devendo retroagir para alcançar fatos anteriores.

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PENA

detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Competência do Juizado especial criminal

Cabe transação penal e suspensão condicional do processo.

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TRÁFICO DE MAQUINÁRIOSArt. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.

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1.2 Objeto material Maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas.Deve haver interpretação restritiva, para atingir somente objetos que sejam destinados a atos ligados à traficância (mesmo que originalmente não sejam exclusivos para esse fim). Excluem-se os objetos incidentalmente manejados pelos usuários para apoiar seu vício. 1.3 Elemento Normativo: "sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar".

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2. TIPO SUBJETIVO Dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas descritas no tipo penal, direcionadas à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas.3. PENA Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.Não cabe substituição por penas restritivas de direitos, em face da vedação prevista no artigo 44, da lei 11343/2006.

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ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICOArt. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

1. TIPO OBJETIVO 1.1 Conduta - Associarem-se:Reunião de duas ou mais pessoas com vontade comum de se aliarem de maneira permanente e com certo grau de estabilidade. 2. TIPO SUBJETIVO Dolo, vontade livre e consciente de associarem-se duas ou mais pessoas para traficar drogas.

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Informativo n. 0509/STJSexta TurmaDIREITO PENAL. REQUISITOS PARA CONFIGURAÇÃO DO DELITO DE ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO.Exige-se o dolo de se associar com permanência e estabilidade para a caracterização do crime de associação para o tráfico, previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006. Dessa forma, é atípica a conduta se não houver ânimo associativo permanente (duradouro), mas apenas esporádico (eventual). HC 139.942-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2012.

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3. CONSUMAÇÃO Crime formal, consuma-se com a associação estável do grupo, mesmo que os agentes não cheguem a traficar (crime autônomo). Por ser crime permanente, é possível a prisão em flagrante.É perfeitamente cabível o concurso material de crimes se a conduta praticada configurar também os crimes para os quais se destina a associação. Em regra, é o que vai ocorrer.4. PENA Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

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§ 2º Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios.“É entendimento jurisprudencial desta Corte Superior que com o advento da Lei n.º 10.684/03 o pagamento do tributo a qualquer tempo extingue a punibilidade quanto aos crimes contra a ordem tributária. Habeas corpus concedido para sobrestar a execução do feito até que se julgue a Revisão Criminal”.(HC 232.376/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, DJe 15/06/2012)

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Forma equiparada: ASSOCIAÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DO TRÁFICO

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

A nova figura penal é a associação para a prática reiterada do financiamento da atividade de tráfico. Aplicam-se os mesmos comentários acima.

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FINANCIAMENTO DO TRÁFICOArt. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.

1. TIPO OBJETIVO 1.1 Condutas:a. Financiar Adiantar dinheiro (recursos) a fim de auxiliar economicamente no exercício de atos de traficância, visando a posterior remuneração vantajosa.

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b. Custear Sustentar economicamente, em conduta permanente e com poder de decisão, a atividade de traficância.Crime permanente, não admite tentativa.2. TIPO SUBJETIVO Dolo, vontade livre e consciente de praticar as condutas descritas no tipo penal, direcionadas ao financiamento ou custeio do tráfico de drogas.

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Concurso de crimes Por atentar contra o mesmo bem jurídico (saúde pública) e por ser crime mais grave, o delito do artigo 36 absorve as condutas previstas nos artigos 33, caput e §1º e 34, da lei 11343/2006.

Admite-se concurso com a prática da conduta descrita no artigo 35, parágrafo único, da lei 11343/2006, em função da previsão expressa.

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INFORMANTE COLABORADORArt. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.1. TIPO OBJETIVO 1.1 Conduta - colaborar Ajudar, auxiliar, dar sua parcela de contribuição ao todo.

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1.2 Informante É aquele que tem informação relevante (preciosa) para o grupo e a repassa a fim de que seja usufruída na prática da traficância.O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.Alguns agentes ligados ao Estado podem ser protagonistas do crime em comento, uma vez que possuem posição de acesso privilegiado a determinadas informações, que são de importância para o grupo, associação ou organização.

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INFORMATIVO Nº 643/STF“Fogueteiro” e atipicidade da conduta - 2Reputou-se que a conduta do “fogueteiro” no tráfico enquadrar-se-ia como informante, que na sistemática da lei anterior seria penalmente responsável como coautor ou partícipe do crime para o qual colaborava, ou seja, o tráfico de entorpecentes. Asseverou-se que essa conduta fora reproduzida, não no art. 33 da Lei 11.343/2006, mas no seu art. 37. Consignou-se que o inciso II do § 2º do art. 12 da Lei 6.368/76 conteria a expressão “contribui de qualquer maneira”, ao passo que o art. 37 da Lei 11.343/2006 utiliza-se dos termos “colaborar como informante”, ...

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... sendo certo que não haveria distinção ontológica entre os termos nucleares “contribuir” e “colaborar”, a ensejar a inafastável conclusão de que essas condutas estariam tipificadas em ambas as leis. Destarte, reconhecida a dupla tipicidade, seria imperioso que a dosimetria da pena fosse feita com base no quantum cominado no preceito do art. 37 da Lei 11.343/2006, lex mitior, que, por essa razão, deveria retroagir (CF, art. 5º, XL), e não com fulcro na pena abstratamente cominada no art. 12 da Lei 6.368/76 (3 a 15 anos de reclusão). HC 106155/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 4.10.2011.

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PRESCRIÇÃO CULPOSAArt. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.

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1.1 Condutas:a. Prescrever Receitar, indicar, em ato de aparente exercício profissional. Crime próprio, só pode ser praticado por médico ou cirurgião-dentista. Consuma-se com o recebimento da receita, escrita ou oral. Crime culposo, não admite tentativa. b. Ministrar Introduzir, aplicar, inocular a droga no organismo de alguém, por qualquer meio que possa ser consumida e produzir efeitos (ex. injetar, ingestão, inalação).É Crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.

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1.2 Elementos normativos:Sem que delas necessite o paciente. Em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.2. TIPO SUBJETIVO Culpa, inobservância do dever objetivo de cuidado. Na prescrição, ocorre a modalidade imperícia.Na ministração, opera-se sob as modalidades negligência ou imprudência.

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3. PENA Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.Competência do Juizado especial criminal.Cabe transação penal e suspensão condicional do processo.Comunicação ao respectivo Conselho Profissional - atividade anômala do juiz em oficiar ao Conselho profissional, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, informando acerca do fato.

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CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE APÓS O CONSUMO DE DROGASArt. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

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“Embarcação ou aeronave”Exclui-se a condução de veículo automotor, que apresenta definição diversa no Código Brasileiro de trânsito (art. 96, lei 9503/97), correspondendo a crime específico do Art. 306 na mesma lei.

“após o consumo de drogas” É necessário o laudo pericial para comprovar que o sujeito estava sob o efeito de drogas. Deve haver um lapso temporal razoável (após), de modo que se possa atestar os efeitos nocivos da substância.

“expondo a dano potencial a incolumidade de outrem” Crime de perigo concreto, exigindo-se a comprovação da efetiva exposição da incolumidade de outrem a perigo para sua consumação.

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TIPO SUBJETIVO Dolo, vontade livre e consciente de praticar a conduta descrita no tipo penal, no sentido de conduzir embarcação ou aeronave sob efeito de drogas e expondo a perigo concreto a incolumidade de outras pessoas.3. CONSUMAÇÃO Crime formal, consuma-se com a exposição de pessoas a perigo concreto.Admite a tentativa. Cabe suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89, da lei 9099/95.

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FORMA QUALIFICADAParágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

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CAUSAS DE AUMENTO DE PENAArt. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

JURISPRUDÊNCIA STJ: Não há bis in idem na condenação da paciente pelo delito previsto no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006, com incidência da causa especial de aumento prevista no inciso I do art. 40 da Lei de Drogas ...

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..., uma vez que o fato de ter transportado a droga constitui elemento suficiente apenas para configurar a adequação típica da conduta à norma penal incriminadora, distinto, pois, das razões que levaram à configuração da majorante prevista no inciso I do art. 40 da Lei n. 11.343/2006, a qual foi aplicada em razão de ter se evidenciado que a substância entorpecente transportada pela paciente seria destinada a Istambul/Turquia. (HC 185.202/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 28/08/2012, DJe 12/09/2012).

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II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida NAS DEPENDÊNCIAS OU IMEDIAÇÕES de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;

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JURISPRUDÊNCIA STJ: Esta Corte tem entendimento jurisprudencial no sentido de que a simples utilização de transporte público para o transporte da substância entorpecente já é suficiente para aplicação da majorante do art. 40, III, da Lei n. 11.343/2006. (HC 247.763/DF, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD), QUINTA TURMA, julgado em 20/11/2012, DJe 23/11/2012)

JURISPRUDÊNCIA STF: A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a simples utilização de transporte público para a circulação da substância entorpecente ilícita já é motivo suficiente para a aplicação da causa de aumento de pena prevista no art. 40, inc. III, da Lei nº 11.343/2006. (HC 108523, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 14/02/2012, PUBLIC 14-03-2012)

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Em sentido contrário:JURISPRUDÊNCIA STF: O inciso III do art. 40 da Lei nº 11.343/2006 visa a punir com maior rigor a comercialização de drogas em determinados locais, como escolas, hospitais, teatros e unidades de tratamento de dependentes, entre outros. Pela inserção da expressão “transporte público” nesse mesmo dispositivo, evidencia-se que a referência há de ser interpretada na mesma perspectiva, vale dizer, no sentido de que a comercialização da droga em transporte público deve ser apenada com mais rigor. Logo, a mera utilização de transporte público para o carregamento da droga NÃO LEVA à aplicação da causa de aumento do inciso III do art. 40 da Lei 11.343/2006. (HC 109538, Primeira Turma, PUB 26-10-2012).

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IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; STJ: Inviável acoimar de ilegal o acórdão impugnado no ponto em que negou a aplicação da causa especial de aumento prevista no art. 40, inciso IV, da Lei 11.343/06 em substituição à condenação pelo art.16 da Lei 10.826/03, quando concluiu que a arma apreendida na posse do paciente não teria sido utilizada como processo de intimidação difusa ou coletiva para viabilizar o narcotráfico, constituindo, pois, delito autônomo. (HC 159.723/RJ, Rel. Min. JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 14/02/2012, DJe 01/03/2012).

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V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; JURISPRUDÊNCIA STJ: O entendimento prevalente na Terceira Seção deste STJ é no sentido de que basta que esteja comprovado que o produto tóxico tinha como destino outra unidade federativa, sendo irrelevante que haja ou não a efetiva transposição da divisa interestadual para a incidência da causa especial de aumento do art. 40, V, da Lei 11.343/06. (HC 230.835/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/09/2012, DJe 21/09/2012)

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VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VÍTIMAS VULNERÁVEIS VII - o agente financiar ou custear a prática do crime Parte da doutrina entende que, para que não haja bis in idem em relação ao art. 36, a aplicação da causa de aumento fica limitada aos crimes dos art. 35 e 37, da lei 11343/2006.

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DELAÇÃO PREMIADAArt. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

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REGRAS ESPECIAIS DE APLICAÇÃO DA PENA

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

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Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor NÃO INFERIOR A UM TRINTA AVOS NEM SUPERIOR A 5 (CINCO) VEZES o maior salário-mínimo.Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser AUMENTADAS ATÉ O DÉCUPLO se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

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VEDAÇÕESArt. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

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FLAGRANTE – TRÁFICO DE ENTORPECENTES – VEDAÇÃO À LIBERDADE – ARTIGO 44 DA LEI Nº 11.343/06 – INCONSTITUCIONALIDADE. O Plenário declarou a inconstitucionalidade da cláusula, contida no artigo 44 da Lei nº 11.343/06, vedadora da liberdade provisória – Habeas Corpus nº 104.339/SP, relator ministro Gilmar Mendes. PRISÃO PREVENTIVA – GRAVIDADE DA IMPUTAÇÃO. A gravidade da imputação não respalda, por si só, a prisão preventiva. (RHC 100808, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, PUBLIC 13-12-2012)

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Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

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INIMPUTABILIDADE POR DEPENDÊNCIA OU POR EFEITO INVOLUNTÁRIO DE DROGAS

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

ADOTA-SE O CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO

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Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.

A LEI NÃO PREVÊ IMPOSIÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA, NOS MOLDES TRADICIONAIS DO CÓDIGO PENAL, MAS O ENCAMINHAMENTO PARA TRATAMENTO MÉDICO ADEQUADO.

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CAUSA DE REDUÇÃO DE PENA SEMI-IMPUTABILIDADE

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

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POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA APLICADA AO SEMI-IMPUTÁVEL POR TRATAMENTO MÉDICO

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizado por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

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DO PROCEDIMENTO PENALArt. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no

9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

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§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.

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§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.

§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no

9.099, de 1995 (TRANSAÇÃO PENAL), que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

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Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei no

9.807, de 13 de julho de 1999. LEI DE PROTEÇÃO À TESTEMUNHA

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Seção IDa Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

ATENÇÃO! ARTIGO 306, CPP (REFORMA LEI 12403/2011)Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1o deste artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.

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PRAZOSArt. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

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Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ouII - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

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Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

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PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS ESPECIAIS Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - A INFILTRAÇÃO POR AGENTES de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;

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ENTREGA VIGIADA (AÇÃO CONTROLADA)II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.