legislação da educação básica e políticas educacionais · unidade inserção e as...

22
Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais

Upload: vukhuong

Post on 15-May-2018

218 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais

Page 2: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira
Page 3: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Prof.a Me. Jane Garcia de Carvalho

Revisão Técnica:Prof. Dr. Carlos Adriano MartinsProf.a Me. Maria Stella Aoki Cerri

Revisão Textual:Prof.a Esp. Kelciane da Rocha Campos

Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

Page 4: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira
Page 5: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

• Introdução

• Níveis de Ensino

• Modalidades de Ensino

• Excertos da Educação Básica contidas na atual LDB

· Compreender as relações entre a atual LDB e seus reflexos na his-tória recente da educação brasileira;

· Diferenciar e conceituar os níveis e modalidades do ensino no Brasil.

OBJETIVO DE APRENDIZADO

Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

Page 6: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira
Page 7: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

Orientações de estudoPara que o conteúdo desta Disciplina seja bem

aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas:

Assim:Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.

Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte

Mantenha o foco! Evite se distrair com

as redes sociais.

Mantenha o foco! Evite se distrair com

as redes sociais.

Determine um horário fixo

para estudar.

Aproveite as indicações

de Material Complementar.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma

Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado.

Aproveite as

Conserve seu material e local de estudos sempre organizados.

Procure manter contato com seus colegas e tutores

para trocar ideias! Isso amplia a

aprendizagem.

Seja original! Nunca plagie

trabalhos.

Page 8: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

ContextualizaçãoNas grandes cidades, locomover-se tem sido um dos desafios cotidianos. Agora

imagine uma cidade como São Paulo sem sinalização e regras de trânsito.

Assistindo ao vídeo que se encontra no endereço a seguir, você terá uma dimensão mais concreta do que podemos chamar de “inexistência de regras no trânsito”: https://youtu.be/ExMASLZgcxc

Expl

or

O desenvolvimento da sociedade trouxe muitos benefícios a todos nós e fortaleceu a necessidade de estabelecimento de regras que possam favorecer nosso convívio social. A necessidade de estabelecimento de normas para que possamos desfrutar de direitos e cumprir deveres se tornou algo imprescindível no mundo contemporâneo.

Assim como em outros setores sociais, na educação as regras foram criadas através de leis. Na página do Ministério da Educação, você terá acesso à legislação que rege a educação brasileirahttp://portal.mec.gov.br/seb/ii

Expl

or

8

Page 9: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

9

IntroduçãoAzanha (2004) destaca que a educação brasileira começa sua trajetória com a

chegada dos jesuítas em 1549. Os jesuítas exerceram o trabalho de catequese dos nativos e de educação dos brancos que vieram morar no Brasil e daqueles que aqui nasceram. Tratava-se de uma educação que favorecia as classes mais abastadas.

Em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal. As mudanças educacionais estabelecidas pela reforma Pombalina não chegaram a acontecer efetivamente na educação do Brasil Colônia, assim o país ficou praticamente abandonado, educacionalmente, por vários anos.

Com a chegada da família real, o ensino superior foi enriquecido, porém a situação da educação básica continuou inalterada, pois ela não era prioridade durante o império. Sobre as ações efetivadas após a Proclamação da República, Azanha afirma que:

Foi preciso esperar até a década de 20 para que, realmente, o debate ganhasse espaço mais amplo. Foi nesse período que a questão educacional deixou de ser apenas tema de reflexões isoladas e de discussões parlamentares para ser percebida como problema nacional, isto é, como problema afeto ao próprio destino da nacionalidade. (AZANHA, 2004, p. 105.)

Apesar da ideia da necessidade de um Plano de Educação surgir na década de 1920, foi somente na década de 30 (1932) que foi lançado o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, tendo como um de seus expoentes o educador Anísio Teixeira. Para conhecer um pouco mais sobre este Manifesto, acesse: https://goo.gl/d8GyRt

Expl

or

A primeira tentativa de um Plano Nacional de Educação, em 1937, estabelece rígidos regulamentos de currículo e avaliação da pré-escola ao ensino superior. Esse plano, no entanto, não seguiu as concepções de educação propostas pelo “Manifesto”. Azanha (2004) aponta para três pontos que persistiram em iniciativas posteriores: o Plano de educação deve identificar-se com diretrizes nacionais da educação, ele deve ser fixado por lei e ele só deve ser revisto após um longo período de vigência.

No anteprojeto da Lei nº. 4.024 de 1961, Lei de Diretrizes e Bases (LDB), apresenta-se uma concepção de lei como “orientação” e “apoio”. Por meio desses princípios se permitiria a elaboração em níveis estaduais e municipais de políticas públicas com características regionais.

Porém, se a LDB afinal aprovada (Lei nº. 4.024/61) distanciou-se muito da clareza e da sensatez do anteprojeto original, a lei que a sucedeu e substitui em parte (Lei nº. 5.692/71) agravou sobremodo a situação eliminando qualquer possibilidade de instituição de políticas e planos de educação como instrumentos efetivos de um desenvolvimento desejável da educação brasileira. (AZANHA, 2004, p. 111.)

9

Page 10: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

A Lei 5.540/68 estabeleceu a Reforma Universitária, que fixou normas para sua organização, funcionamento e articulação.

A Lei 5.692/71, que reformou o Ensino Primário e Médio, foi elaborada em 60 dias e não sofreu nenhum veto. Muito diferente da Lei nº. 4.024 de 1961, que tramitou durante treze anos no Congresso.

Um dos pontos a se destacar da reforma educacional de 1971 foi a busca de organização do núcleo comum dos currículos para todos os estabelecimentos escolares do país. Paralelamente a essa uniformização curricular, previa-se que as escolas também estivessem ligadas às características específicas da comunidade/região em que estavam inseridas. Outro destaque foi a implementação do ensino profissionalizante no antigo segundo grau (atual ensino médio).

O ano de 1996 destaca-se pela aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) – sancionada em dezembro (Lei 9.394, de 20/12/1996, publicada no Diário Oficial da União em 23/12/1996). Ao referir-se à LDB, Pedro Demo (1997) exalta a influência de Darcy Ribeiro, reconhecido como um educador de ideias inovadoras e participante ativo no Senado na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases. Desde 1988, a lei já tramitava no Congresso Federal. Em 1994, Darcy Ribeiro apresentou um substitutivo da lei que estava sendo analisada. Ela passou de 298 artigos para os 91 artigos aprovados pelo Congresso Federal em 1996.

Figura 1Fonte: fundar.org.br

Caso você queira conhecer mais sobre Darcy Ribeiro visite a página: http://www.fundar.org.br/

Expl

or

As mudanças políticas que ocorreram no Brasil com o final da ditadura militar (1985) refletiram na criação da Lei 9.394/96. Ao analisarmos a lei em questão, verificamos que, em sua elaboração, a aprendizagem é um fator de elevada importância, tendo em vista que o objetivo maior da educação é o processo de aprendizagem do educando.

A lei maior de nosso país, a Constituição Federal de 1988, estabelece que a educação brasileira vise ao pleno desenvolvimento da pessoa, o seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.1

1 Art. 205 e 206 da CF/88. Disponível em: <https://goo.gl/HejktZ>. Acesso em: 16 jan. 2017.

10

Page 11: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

11

Em se tratando da educação, a lei soberana é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. A LDB de 1996, Lei nº. 9394/96, em seu título V, dedica-se a regulamentar a educação proposta na Constituição Federal, onde, embora com uma visão ampliada de educação, dedique-se à educação escolar.

Níveis de EnsinoO sistema de ensino no Brasil, de acordo com a LDB, é composto de dois níveis:

Educação Básica e Educação Superior.

· Educação Básica2: Tem por finalidade desenvolver o educando asseguran-do-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecendo-lhe meios de progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Apresenta três etapas: a educação infantil, o ensino fundamental e o en-sino médio.

· Educação Infantil3 – correspondente à primeira etapa da educação básica, tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança até os 5 anos de idade4, no que diz respeito aos aspectos físico, psicológico, intelectual e social, em complemento à ação familiar e comunitária. Deve ser oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até 3 anos de idade, e em pré-escolas, para crianças de 4 a 5 anos de idade.

· Ensino Fundamental5 – É etapa obrigatória da educação básica. com duração mínima de 9 anos6. Obrigatório, a partir dos 6 anos, e gratuito na escola pública, tem por objetivo a formação básica do cidadão7. Pode ser organizado em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, em regime de progressão continuada ou qualquer outra forma requerida pelo processo de aprendizagem.

Compete aos municípios atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.

Cabe, portanto, ao poder público garantir essa oferta a todos, inclusive aos que a ela não tiveram acesso na idade própria. Segundo a LDB8, é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores neste nível de ensino, a partir dos sete anos.

2 TÍTULO V, CAPÍTULO II, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/q6kb0R>. Acesso em: 16 jan. 2017.

3 TÍTULO V, CAPÍTULO II, Seção II, da Lei nº. 9.394/96. Idem.

4 Lei nº. 11.274, de 7 de fevereiro de 2006, estabelece a idade de seis anos para matrícula e amplia a duração do ensino fundamental para nove anos. Disponível em: <https://goo.gl/WuHhSc>. Acesso em: 16 jan. 2017.

5 TÍTULO V, CAPÍTULO II, Seção III, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/JVDpBP>. Acesso em: 16 jan. 2017.

6 Lei nº. 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que altera de 8 para 9 anos a duração do Ensino Fundamental Disponível em: <https://goo.gl/RFLq6r>. Acesso em: 16 jan. 2017.

7 Art. 32 da LDB - Lei 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/znoOUH>. Acesso em: 16 jan. 2017.

8 Art. 6º, Lei 9.394/96. Idem.

11

Page 12: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

· Ensino Médio9 – É a etapa final da educação básica. Com duração mínima de 3 anos, tem por objetivos a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental e a preparação básica para o trabalho e para a cidadania. A Constituição, no inciso II do art.208, determina a progressiva universalização do ensino médio gratuito.

Para conhecer melhor as especificidades da Educação Básica brasileira, acesse as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. https://goo.gl/rOCl18

Expl

or

Com a nova LDB, a obrigatoriedade de habilitar para o trabalho e formar profissionais toma caráter facultativo. As finalidades deste nível de ensino encontram-se expressas no art. 35 da Lei 9.394/96:

I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

Cabe aos Estados e ao Distrito Federal atuar nos ensinos fundamental e médio. O Governo Federal exerce função supletiva, prestando assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios.

Em termos educacionais, sua função é redistributiva e supletiva, cabendo-lhe prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

· Educação Superior10: A educação superior abrange os cursos de gradu-ação nas diferentes áreas profissionais, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processos seletivos.

A Secretaria de Educação Superior - SESU é responsável por planejar, orientar, coordenar e supervisionar o processo de formulação e implantação de políticas e programas educacionais destinados à educação superior.

Também faz parte desse nível de ensino a pós-graduação, que compreende cursos de especialização, assim como os programas de mestrado e doutorado.

9 TÍTULO V, CAPÌTULO II, Seção IV, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/JP1Hqc>. Acesso em: 16 jan. 2017.

10 TÍTULO V, CAPÌTULO IV, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/dJ6PME>. Acesso em: 16 jan. 2017.

12

Page 13: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

13

Cursos de mestrado e doutorado (Stricto Sensu) são de responsabilidade exclusiva da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Para saber mais sobre esses cursos, acesse: https://www.capes.gov.br/

Expl

or

A finalidade da educação superior é formar profissionais de diferentes áreas do saber; promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos.

Seus objetivos são a criação cultural, desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo, incentivando a pesquisa e investigação científica e promovendo a extensão.11

Uma novidade prevista na nova LDB de 1996 é a criação de cursos sequenciais12 por campo do saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino superior. Compete ao governo federal organizar o sistema de educação superior.

Quanto aos níveis de ensino propostos na LDB – Lei nº. 9.394/96, para nosso sistema educacional, analise o esquema abaixo para melhor entender como se organiza nossa educação.

Educação Básica

Educação Superior

Educação Infantil(0-5 anos de idade)

Educação Fundamental(9 anos)

Ensino Médio(Mínimo 3 anos)

Cursos Sequenciais

Cursos de Graduação

Cursos dePós-Graduação

Cursos de Extensão

Níveis de Ensino

Figura 2Fonte: NASCIMENTO, Julia C. P. (2010)

11 Art. 43 da Lei 9.394/96. Disponível em:<https://goo.gl/fcqngR>. Acesso em: 16 jan. 2017.

12 Art. 44, inciso I da Lei 9.394/96. Idem.

13

Page 14: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

Modalidades de EnsinoA Lei nº. 9.394/96, ao destacar as diretrizes e bases da educação nacional,

apresenta três modalidades de educação: educação de jovens e adultos, educação profissional e educação especial.

A divisão em modalidades visa atender às diferentes necessidades educacionais nos níveis de ensino, uma vez que o ensino brasileiro tem praticamente uma única modalidade até o final do ensino médio, vindo a se diversificar no ensino superior, daí ser chamado de “sistema regular”.

Educação de Jovens e Adultos13 – Esta modalidade da educação destina-se a jovens e adultos que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

É realizada através de cursos ou exames supletivos, respeitando as características e necessidades dos alunos e garantindo as condições para acesso e permanência na escola.

A educação de jovens e adultos prevê a oferta de cursos e exames gratuitos nas escolas públicas para os jovens maiores de 15 anos no ensino fundamental e para os maiores de 18 anos no ensino médio.

Os programas de EJA – Educação de Jovens e Adultos são vinculados à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – Secadi14.

Educação Especial15 – Modalidade destinada aos alunos portadores de necessidades especiais. Deve ser desenvolvida de forma inclusiva e oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino, com apoio complementar específico, quando necessário.

De acordo com a Declaração de Salamanca, estabelecida durante a Conferência Mundial sobre Educação Especial, o conceito de necessidades especiais se refere a “todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem” (ESPANHA, 2016).

Ofertar a educação especial é dever do Estado, estando expressa no art. 205 e 208 da Constituição Federal de 1988, assim como no art. 58, § 3º da LDB de 1996.

Esta modalidade de ensino requer currículos, métodos e técnicas específicos; terminalidade específica conforme condições do educando; professores especia-lizados; oferecimento de formação para o trabalho e acesso aos benefícios dos programas sociais.

Esta modalidade de ensino estava ligada à Secretaria de Educação Especial –

13 TÍTULO V, CAPÍTULO II, Seção V, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/L50DKw>. Acesso em: 16 jan. 2017.

14 Visite o portal Secadi em: <https://goo.gl/H18PCA>. Acesso em: 16 jan. 2017.

15 TÍTULO V, CAPÌTULO V, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em <https://goo.gl/bh92gF>. Acesso em: 16 jan. 2017.

14

Page 15: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

15

Seesp16, que é responsável pelo desenvolvimento de programas, projetos e ações a fim de implementar no país a Política Nacional de Educação Especial. Mas, hoje em dia, esta secretaria, seus programas e ações estão vinculados à Secadi.

Nesta nova dimensão educacional, os alunos considerados público-alvo da edu-cação especial são aqueles com deficiência, transtornos globais de desenvolvimen-to e com altas habilidades/superdotação.

Educação Profissional17 – Modalidade destinada ao desenvolvimento de aptidões laborais, podendo ser articulada com o ensino regular. Tem por finalidade o permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva, proporcionando qualificação ou habilitação profissional aos egressos do Ensino Fundamental e Médio ou aos alunos do Ensino Médio.

Desenvolvida em articulação com o ensino regular, ou por diferentes estratégias de educação continuada, pode ser realizada em escolas de ensino regular, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho, compreendendo os seguintes níveis:

· Básico: refere-se à educação não formal, independente de escolaridade anterior, destinada à qualificação e requalificação de trabalhadores;

· Técnico: educação formal destinada a proporcionar habilitação profissio-nal a alunos matriculados ou egressos do Ensino Médio;

· Tecnológico: correspondente a curso de nível superior, destinado a alu-nos egressos do Ensino Médio e técnico.

A Educação Profissional18, que se desenvolve através de cursos profissionalizantes de nível básico e técnico, com duração prevista em normas específicas, destinados à qualificação e à habilitação profissional. A organização curricular é própria, desvinculada do Ensino Médio, podendo ser anual, semestral ou modular. A oferta dessa modalidade é disciplinada pelo Conselho Nacional de Educação e pelas Secretarias Estaduais de Educação em legislação específica.

Na educação profissional, poderá ser adotada a organização modular, que corresponde a uma forma de organização curricular na qual o ensino é estruturado em módulos progressivos e integrados. Cada módulo é uma unidade pedagógica autônoma e completa em si mesma, possibilitando terminalidade, com direito a certificado de qualificação profissional. O conjunto de módulos de determinado curso corresponde a uma habilitação profissional, com direito a certificado de técnico, desde que comprovada a conclusão do Ensino Médio.

O ensino de nível técnico é ministrado de forma independente do ensino médio. Este, entretanto, é requisito para a obtenção do certificado de técnico.

16 Visite o portal da Seesp em: <https://goo.gl/h7sQdz>. Acesso em: 16 jan. 2017.

17 TÍTULO V, CAPÍTULO III, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/dHqPfg>. Acesso em: 16 jan. 2017.

18 Decreto nº. 5154, de 23/07/ 2004. Disponível em: <https://goo.gl/Rmo9lo>. Acesso em: 16 jan. 2017.

15

Page 16: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

Educação a Distância19 - A LDB – Lei nº. 9.394/96 ressalta em seu art. 80: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.” Cabe aqui, portanto, uma breve discussão sobre este tipo de ensino, que por si já se configura como uma nova modalidade de educação e ensino.

Trata-se de forma de ensino que possibilita ao educando a autoaprendizagem (heutagogia) com a mediação de recursos didáticos ou a veiculação por meios de comunicação. Caracteriza-se pela flexibilidade de funcionamento, principalmente quanto ao tempo e local de estudo, reduzindo ou dispensando a exigência de situações presenciais de ensino. Pode ser desenvolvida no ensino fundamental, para jovens e adultos, no ensino médio e na educação profissional.

As políticas e programas de EaD do MEC são formuladas para o desenvolvimento de conteúdos e ferramentas que promovam o uso das tecnologias da informação e da comunicação na sala de aula20.

A EaD – Educação a Distância reconhece a escola como espaço de atividade educacional, mas tenta expandir as oportunidades de estudo oferecendo um sistema tecnológico que visa ampliar o potencial didático-pedagógico. Permite também que os alunos entrem em contato com a tecnologia, com chances de atualização profissional permanente e contínua.

A EaD conta com incentivo, pelo poder público, de veiculação de programas de ensino a distância em todos os níveis e modalidades de ensino, com programas de ensino a distância e educação continuada.

As modalidades de ensino previstas na LDB – Lei nº. 9.394/96 atendem às necessidades educacionais dos níveis de ensino.

Educação Indígena21 - A Constituição Federal e a LDB consideram que as sociedades indígenas têm direito a processos escolares que respeitem sua cultura, propagando e mantendo as línguas maternas e respeitando os processos de aprendizagem próprios de cada comunidade.

Esta modalidade é orientada e supervisionada pela Secadi, que planeja, orienta, coordena e acompanha a formulação e a implementação de políticas educacionais voltadas para as comunidades indígenas.

Analise o esquema a seguir sobre as diferentes modalidades de ensino oferecidas por nosso sistema educacional.

19 TÍTULO VIII, Art. 80, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/YjS0JQ>. Acesso em: 16 jan. 2017.

20 Acesse o portal do MEC e saiba mais sobre EaD. Disponível em: <https://goo.gl/0gHLXF>. Acesso em: 16 jan. 2017.

21 Acesse o portal do MEC e saiba mais sobre educação indígena. Disponível em: <https://goo.gl/rq89eA>. Acesso em: 16 jan. 2017.

16

Page 17: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

17

Educação de Jovense Adultos (EJA)

Ensino Fundamental - maiores de 15 anosEnsino Médio - maiores de 18

Educação Especial

Educação Pro�ssionalDesenvolvimento de aptidões

para a vida produtivaNível Técnico

• Habilitação pro�ssional• Alunos ou egressos do Ensino Médio

Nível Básico• Quali�cação pro�ssional• Independe de prévia escolaridade

Inclusão dos educandos portadoresde necessidades especiais

Declaração deSalamanca 1994

Nível Tecnológico• Cursos superiores• Tecnológos

• TV Escola• Programa Nacional de Informática na Educação

Educação a Distância(EaD)

Uso da tecnologia para atualizaçãopro�ssional permanente e contíuna

• Respeito à cultura• Manutenção das línguas maternas

Educação IndígenaReduzir desiguldades e ampliar

o acesso à educação

Modalidades de Ensino

Figura 3Fonte: NASCIMENTO, Julia C. P. (2010)

As modalidades de ensino previstas na LDB – Lei nº. 9.394/96 atendem às necessidades educacionais dos diferentes níveis de ensino e possibilitam educar os cidadãos brasileiros de acordo com o que nossa sociedade espera da educação e de acordo com as finalidades que somos capazes de formular num determinado momento histórico.

Excertos da Educação Básica contidas na atual LDB

Vamos agora analisar as propostas para educação contidas na LDB. Tratare-mos de assuntos como Currículo, Avaliação, Educação, Proposta Pedagógica e Carga Horária.

Diretrizes presentes na Lei nº. 9394/96

· O conceito de educação é abrangente, a educação acontece em vários locais, inclusive na instituição escolar.

Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

· A verifi cação do rendimento escolar do Ensino Básico – identifica-se no texto da lei palavras como “promoção”, “progressão continuada” ou “progressão parcial”, que pressupõem que a passagem de uma série para outra possa privilegiar, principalmente, aspectos, qualitativos do ensino e não quantitativos, buscando maior acompanhamento e, por consequência, diminuindo a evasão escolar e a repetência nas séries

17

Page 18: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

iniciais. A concepção de série poderá ser modificada, de acordo com a LDB, podendo ser concebida de diversas formas (ciclos, grupos seriados, com base na idade cronológica ou em outros critérios), desde que favoreça o processo de aprendizagem. A verificação do rendimento escolar deve ser contínua e a recuperação deve ser oferecida durante o período letivo. Há exigência de frequência mínima de 75% dos dias letivos.

· A educação escolar deve acontecer, segundo a LDB, em instituições próprias (escolas), por meio do ensino (professor).

Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais; XII – consideração com a diversidade étnico-racial.

· Ao tratar de Currículo do Ensino Fundamental (art. 26) e Médio (art. 36), a LDB instituiu conteúdos obrigatórios, porém deu abertura para que esses conteúdos possam ser tratados de acordo com as características regionais.

Art. 26º. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos.

· A carga horária mínima é de oitocentas horas, distribuídas no mínimo em duzentos dias letivos, excluindo o tempo reservado para exames finais.

· Está prevista a existência de uma proposta pedagógica para nortear o trabalho nas escolas, executada e elaborada de acordo com as n ecessidades e situações reais de cada estabelecimento, visando à autonomia na proposta pedagógica de cada instituição.

Consulte, sempre que precisar, a LDB nº. 9.394/96. Não se esqueça de que toda lei sofre alterações, inclusões e correções, com o passar dos anos. Disponível em: https://goo.gl/AFpbu

.

18

Page 19: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

19

Material ComplementarIndicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

LivrosA nova LDB: ranços e avançosDEMO, P. A nova LDB: ranços e avanços [livro eletrônico]. Campinas-SP: Papirus, 1997. (Biblioteca Virtual Universitária).

LDB esquematizada: comentada e atualizadaLIMA, F.; FIRMINO, F. LDB esquematizada: comentada e atualizada [livro eletrônico]. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016. (Biblioteca Virtual Universitária).

Educação a distância: pontos e contrapontosVALENTE, J. A.; MORAN, J. M.; ARANTES, V. A. (Orgs.). Educação a distância: pontos e contrapontos [livro eletrônico]. São Paulo: Summus, 2011. (Biblioteca Virtual Universitária).

VídeosPORTAL BRASIL. Rubem Alves – ensino no Brasilhttps://youtu.be/mHSvLfnKoj0

19

Page 20: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira

ReferênciasAZANHA. J. M. P. et al. Estrutura e funcionamento da educação básica. São Paulo: Thomson, 2004.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=down-load&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-nova-pdf&category_slug=a-bril-2014-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 01 nov. 2016.

_____. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, 23 de dez. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 02 nov. 2016.

_____. Secretaria de Educação Básica. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/ii>. Acesso em: 29 out. 2016.

_____. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 31 out. 2016

CAPES. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Disponível em: <https://www.capes.gov.br/>. Acesso em: 03 nov. 2016

ESPANHA. Declaração de Salamanca. Conferência Mundial sobre Educação Especial, 1994. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2016.

LIBANEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: política, estrutura e organização. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

Trânsito sem leis. Vídeo disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ExMASLZgcxc>. Acesso em: 31 out. 2016.

O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932). Documento. Revista HISTEDBR On-line. Campinas, n. especial, p. 188-204, ago. 206. Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc1_22e.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2016.

20

Page 21: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira
Page 22: Legislação da Educação Básica e Políticas Educacionais · UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no Processo Histórico da Educação Brasileira