Legislação Previdenciária.

Professor Reynaldo OliveiraE-mail: r.l.oliveira@bol.com.br

Direito Público (regula a relação do Estado com osparticulares) X Direito Privado (regula a relação entre osparticulares).

Obs 01: O Direito Previdenciário é ramo do direito público.

Teoria Monista (Direito Previdenciário é mero ramo doDireito do Trabalho) X Teoria Dualista (Direito Previdenciárioé autônomo, e não se confunde com o Direito do Trabalho).

Obs 02: Atualmente prevalece a teoria dualista.

(Consultor Legislativo/Câmara dosDeputados/CESPE/2014): O direito previdenciário éclassificado como ramo do direito privado, tendoreconhecida, pela doutrina majoritária, sua autonomiadidática em relação a outros ramos do direito.

ERRADO

Constituição Federal de 1988 (Art. 194 ao Art. 204);

Lei n.º 8.212/1991 (Plano de Custeio da SeguridadeSocial – PCSS);

Lei n.º 8.213/1991 (Planos de Benefícios da PrevidênciaSocial - PBPS),

Decreto n.º 3.048/1999 (Regulamento da PrevidênciaSocial – RPS) e etc.

E ainda:

Lei n.º 8.080/1990 (Lei Orgânica da Saúde – LOS),

Lei n.º 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social– LOAS).

2.1. Fontes Materiais x Fontes Formais:

Fontes Materiais do Direito são todos os atos e fatoshumanos (fatores sociais, econômicos, políticos e etc)que inspiram a criação e o conteúdo dos atosnormativos;

Fontes Formais do Direito são os atos normativoscriados em função dos atos e fatos sociais. As fontesformais podem subdividir-se em estatais e não-estatais:

• São fontes não-estatais a doutrina (conjunto deproduções científicas dos estudiosos da matéria)e o costume (práticas reiteradas de determinadaconduta – elemento objetivo, com a convicção denecessidade jurídica – elemento subjetivo).

• As fontes estatais englobam a Constituição, leiscomplementares, leis ordinárias, leis delegadas,medidas provisórias, decretos legislativos,resoluções do senado, decretos regulamentares eetc.

2.2. Fontes Diretas X Fontes Indiretas:

Fontes Direitas (ou imediatas) são aquelas que, porsua força jurídica, são suficientes para gerar a regrajurídica (ex: a lei);

Fontes Indiretas (ou mediatas) são aquelas que nãocriam regras jurídicas (ex: a doutrina e a jurisprudência,exceção para as Súmulas Vinculantes – art. 103-A daCF/88).

2.3. Fontes Principais x Fontes Secundárias:

A principal fonte do Direito é a lei, em sentido estrito,entendida como ato normativo emanado do PoderLegislativo, além de outros atos normativos com força de leiemanados pelo Poder Executivo e pelo Poder Judiciário. Sãoelas: Constituição Federal, Emendas Constitucionais, LeisComplementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, MedidasProvisórias, Decretos Legislativos, Resoluções da Câmarados Deputados, Resoluções da Senado Federal, TratadosInternacionais (quando recepcionados com força de NormaConstitucional ou Lei Ordinária).

Fontes Secundárias são os instrumentos infralegaisutilizados para regulamentar a lei (decretos, relulamentos,memorandos e etc).

(Técnico do Seguro Social/INSS/FCC/2012): Emrelação às fontes do direito previdenciário, é corretoalegar que a lei delegada e a medida provisória sãofontes secundárias.

ERRADO

(Técnico do Seguro Social/INSS/FCC/2012): Emrelação às fontes do direito previdenciário, é corretoafirmar que o memorando é fonte primária.

ERRADO

Aplicar a lei significa enquadrar determinada situaçãoconcreta (evento real) à uma situação abstrata (previstaem lei) e aplicar o que prevê a lei. Entretanto, podemosnos deparar com conflito entre duas ou mais normastratando do mesmo tema. Nesses casos utilizamos osseguintes artifícios para resolver a lide normativa:

Hierarquia.

Especialidade.

Cronologia.

As normas que compõem o ordenamento jurídicoguardam uma hierarquia entre elas, razão pela qual asnormas superiores devem ser respeitas pelas normasinferiores.

Vigência é o período que se inicia com a entrada emvigor de determinada norma e se encerra com a revogaçãodessa norma.

Em regra, as leis ou atos normativos com força de lei,ao serem publicadas, definem a data em que entrarão emvigor. Caso a norma não informe em qual momento elacomeçará a vigorar, aplicar-se- á o disposto no Art. 1.º daLei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro(Decreto-Lei n.º 4.657/1942), a saber: “Art. 1.º Salvodisposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45dias depois de oficialmente publicada.”

Quando a norma trata de custeio do sistema deseguridade, criando ou modificando contribuições sociais,o princípio da anterioridade nonagesimal determina que alei só produzirá efeitos (financeiros) decorridos 90(noventa) dias após sua publicação (CF, art. 195, §6°).

As demais normas, tanto de custeio quanto de benefícios,são eficazes a partir da data nelas prevista ou, quandoinexistente, a partir do disposto na LICC.

Durante o “Vacatio Legis” a lei é válida, uma vez que estádevidamente publicada e inserida no ordenamento jurídicopátrio. Entretanto ela não é vigente, ou seja, a sociedadeainda não tem obrigação de respeitá-la e cumpri-la.

Em resumo:

Validade: A lei válida é aquela que foi publicadaem diário oficial e encontra-se inserida noordenamento jurídico.

Vigência: A lei vigente é aquela que deve serobservada, cumprida e respeitada por toda asociedade.

Eficácia: A lei eficaz é aquela que produz todos osseus efeitos.

(Consultor Legislativo/Câmara dosDeputados/CESPE/2014): A vigência da lei de naturezaprevidenciária segue a regulamentação da Lei deIntrodução às Normas do Direito Brasileiro, de modoque, salvo disposição contrária, entra em vigor quarentae cinco dias depois de oficialmente publicada.

CERTO

A interpretação se faz presente quando a normaapresenta dois ou mais sentidos em relação ao mesmotema, sendo necessário interpretar o real sentido dodispositivo por meio dos vários métodos deinterpretação existentes no direito pátrio. Vejamos:

A) Quanto à origem:

1. Interpretação Autêntica: quando emana dopróprio poder que fez o ato cujo sentido e alcanceela declara.

2. Interpretação Judicial: é a resultante das decisõesprolatadas pela Justiça, podendo ser encontradasnas Sentenças, nos Acórdãos e nas Súmulas dosTribunais (formando a sua jurisprudência).

3. Interpretação Administrativa: aquela cuja fonteelaboradora é a própria Administração Pública,através de seus órgãos e mediante pareceres,despachos, decisões, circulares, portarias etc.

4. Interpretação Doutrinária: é a exercitada pelosdoutrinadores/escritores jurídicos.

B) Quanto ao meio:

1. Interpretação Literal ou gramatical: é aquele que observa osentido literal dos vocábulos;

2. Interpretação Lógico-sistemática: busca descobrir o sentido ealcance da norma, situando-a no conjunto do sistema jurídico;busca compreendê-la como parte integrante de um todo, emconexão com as demais normas jurídicas que com ela searticulam logicamente.

3. Interpretação Histórica: indaga o momento da elaboração danorma jurídica, bem como das causas pretéritas da solução dadapelo legislador;

4. Interpretação Teleológica: busca o fim que a norma jurídicatenciona servir ou tutelar.

C) Quanto a seus efeitos ou resultados:

1. Interpretação Extensiva: quando o intérprete conclui que oalcance da norma é mais amplo do que indicam os seus termos.Nesse caso, diz-se que o legislador escreveu menos do quequeria dizer

2. Interpretação Restritiva: quando o intérprete restringe o sentidoda norma ou limita sua incidência, concluindo que o legisladorescreveu mais do que realmente pretendia dizer. O intérpreteelimina a amplitude das palavras.

3. Declarativa ou Especificadora: quando se limita a declarar ouespecificar o pensamento expresso na norma jurídica, sem ternecessidade de estendê-la a casos não previstos ou restringi-lamediante a exclusão de casos inadmissíveis.

(Consultor Legislativo/Câmara dosDeputados/CESPE/2014): Ao se utilizar do método deinterpretação teleológico o intérprete buscacompatibilizar o texto legal a ser interpretado com asdemais normas que compõem o ordenamentojurídico, visualizando a lei objeto de interpretaçãocomo parte de um todo.

ERRADO

Em muitos casos a lei apresenta lacunas queimpossibilitam a aplicação dessa norma ao caso concreto.Nesses casos é preciso suprimir a omissão e promover aintegração da norma ao caso em estudo.

A integração encontra amparo no Art. 4.º Lei deIntrodução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n.º4.657/1942) e no Art. 127 do Código de Processo Civil (Lein.º 5.869/1973), a saber: LINDB: “Art. 4.º Quando a lei foromissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, oscostumes e os princípios gerais de direito.” CPC: “Art. 127.O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.”

Com base nos dispositivos legais acima citados,podemos extrair os seguintes instrumentos deintegração:

1. Analogia: é o quanto se estende a interpretaçãode determinado dispositivo da norma para um casonão previsto, mas semelhante em sua essência;

2. Costumes: O costume é a repetição habitual deum comportamento por um período de tempo, oque gera a consciência social da obrigatoriedade daregra costumeira. No caso da integração, o costumeé uma fonte supletiva, uma vez só será utilizadaquando o operador do Direito não conseguir aplicaroutro artifício de integração;

3. Princípios Gerais do Direito: nesse caso, ojurista deve aplicar os princípios gerais do Direitopara preencher a lacuna legal. Esses princípiosencontram-se dispersados, explicitamente ouimplicitamente, em todo o ordenamento jurídicopátrio.

4. Equidade: a equidade está ligada ao sentimentode justeza. Nos casos previstos em lei, o Juizdeliberará por equidade, suprimindo as lacunasdo texto legal, sempre buscando a justiça para ocaso concreto.

(Técnico do Seguro Social/INSS/FCC/2012): Ainterpretação da legislação previdenciária deve observaro costume, quando mais favorável ao segurado.

ERRADO

A competência legislativa sobre a seguridade social éprivativa da União, conforme dispõe o art. 22, XXIII daC.F., sendo ela responsável pela normatização dos aspectosbásicos e gerais da seguridade social, incluindo saúde,previdência social e assistência social.

Os Estados e Distrito Federal podem legislarconcorrentemente sobre a previdência social – art. 24, XIIda C.F. (legislação específica e que não contrarie a normageral)