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ATUALIZAÇÃO DO Curso Prático de direito Previdenciário 6ª EDIÇÃO

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ATUALIZAÇÃO DO

Curso Práticode direito

Previdenciário6ª EDIÇÃO

ATUALIZAÇÃO DO

www.editorajuspodivm.combr

2010

Curso Práticode direito

Previdenciário6ª EDIÇÃO

IVAN KERTZMAN• Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil;

• Mestrando em Direito Público da Universidade Federal da Bahia – UFBA;• Bacharel em Direito pela Universidade Católica do Salvador;

• Administrador de Empresas pela Universidade Federal da Bahia – UFBA;• Pós-Graduado em Finanças Empresariais pela USP;

• Professor Coordenador da Especialização em Direito Previdenciário do JusPodivm;• Professor de Direito Previdenciário de Cursos Preparatórios

para Concursos Públicos e de Cursos de Especialização.

E-mail: [email protected]

Outras obras do autor:• “Guia Prático da Previdência Social”, Edições JusPodivm;

• “Resumão Jurídico – Direito Previdenciário”,Editora Barros, Fischer & Associados; • “Questões de Direito Previdenciário”, Edições JusPodivm

• “Para Aprender Direito – Direito Previdenciário”,Editora Barros, Fischer & Associados • Co-autor do livro “Salário-de-Contribuição – A base de Cálculo das Empresas

e dos Segurados”, Edições JusPodivm; • Coordenador e co-autor do livro “Leituras Complementares

de Previdenciário”, Edições JusPodivm.

1ª edição: 2.000 exemplares1ª edição – 2ª tiragem: 925 exemplares2ª edição: 1.935 exemplares3ª edição: 2.500 exemplares4ª edição: 2.250 exemplares4ª edição – 2ª tiragem: 1.700 exemplares4ª edição – 3ª tiragem: 1.150 exemplares5ª edição: 3.000 exemplares5ª edição – 2ª tiragem: 2.000 exemplares6ª edição – 1ª tiragem: 4.000 exemplares6ª edição – 2ª tiragem: 2.500 exemplares

Capa: Carlos Rio Branco BatalhaDiagramação: Maitê Coelho [email protected]

Todos os direitos desta edição reservados à Edições JusPODIVM.

Copyright: Edições JusPODIVMÉ terminantemente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem a expressa autorização do autor e da Edições JusPODIVM. A violação dos direitos autorais caracteriza crime descrito na legislação em vigor, sem prejuízo das sanções civis cabíveis.

Rua Mato Grosso, 175 – Pituba, CEP: 41830-151 – Salvador – Bahia Tel: (71) 3363-8617 / Fax: (71) 3363-5050E-mail: [email protected]: www.editorajuspodivm.com.br

Conselho EditorialDirley da Cunha Jr.Leonardo de Medeiros GarciaFredie Didier Jr.José Henrique MoutaJosé Marcelo VigliarMarcos Ehrhardt Júnior

Nestor TávoraRobério Nunes FilhoRoberval Rocha Ferreira FilhoRodolfo Pamplona FilhoRodrigo Reis MazzeiRogério Sanches Cunha

ATUALIZAÇÃO DO CURSO PRÁTICO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO – 6ª EDIÇÃO

OBJETIVO

O objetivo deste material é manter os leitores da 6ª edição do Curso Prático de Direito Previdenciário atualizados em relação a todas as alterações legisla-tivas ocorridas após a sua publicação.

Assim, disponibilizamos aos leitores os tópicos atualizados do livro que sofreram alteração.

A) ALTERAÇÃO DE VALORES DE REFERÊNCIA

Em diversos trechos da obra utilizamos valores numéricos que, em regra, são atualizados anualmente. Trazemos aqui a comparação dos valores de referência utilizados na 6ª edição desta obra com os já atualizados em 6,25% na 7ª edição, pela Portaria Interministerial 350 MPS/MF, de 30 de dezembro de 2009.

SALÁRIO MÍNIMO E TETO

Na 6ª edição, o valor do salário mínimo era de R$ 465,00 que foi alterado a partir de 01/01/2009 para R$ 510,00. Já o teto do salário-de-contribuição passou de R$ 3.218,90 para R$ 3.416,54.

TABELA DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (ITEM 8.2)

Tabela de contribuição dos segurados empregados, empregados domésticos e trabalhadores avulsos a partir de 01/01/2009:

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fi ns de recolhimento ao INSS (%)

até 1.024,97 8,00de 1.024,98 até 1.708,27 9,00de 1.708,28 até 3.416,54 11,00

Tabela de contribuição utilizada na 4ª edição:

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IVAN KERTZMAN

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fi ns de recolhimento ao INSS (%)

Até 965,67 8,00de 965,68 até 1.609,45 9,00de 1.609,46 até 3.218,90 11,00

SALÁRIO-FAMÍLIA (ITEM 20.2.1)

Valores das cotas de salário família vigente a partir de 01/01/2009 (Portaria Interministerial 350/2009 MPS/MF).

I – R$ 27,24, para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 531,12;

II – R$ 19,19, para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 531,12 e igual ou inferior a R$ 798,30.

Valores utilizados na 6ª edição:

I – R$ 25,66 para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 500,40;

II – R$ 18,08 para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 500,40 e igual ou inferior a R$ 752,12.

AUXÍLIO-RECLUSÃO (ITEM 20.4.2)

Renda máxima do segurado para ensejar a concessão do auxílio-reclusão aos seus dependentes a partir de 01/01/2009:

R$ 798,30

Valor utilizado na 6ª edição:

R$ 752,12

AUTOS DE INFRAÇÃO (ITEM 15.2)

O valor da multa pela infração a qualquer dispositivo do Regulamento da Previdência Social - RPS, para a qual não haja penalidade expressamente co-minada (caput do art. 283), a partir de 01/01/2009, varia, conforme a gravidade da infração, de R$ 1.410,79 a R$ 141.077,93.

Os valores utilizados na 6ª edição foram de R$ 1.328,18 a R$ 132.916,84.

Já o valor da multa indicado no inciso II do art. 283 do RPS passou para de R$ 14.107,77. O valor utilizado na 4ª edição foi de R$ 13.291,66.

CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO (ITEM 13.2.1)

A partir de 01/01/2009 é exigida Certidão Negativa de Débito - CND da empresa na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel incorporado ao seu ativo permanente de valor superior a R$ 35.269,13.

O valor utilizado na 6ª edição foi de R$ 33.228,88.

ATENUAÇÃO DA PENA NA SONEGAÇÃO FISCAL PREVIDENCIÁRIA (ITEM 18.4)

De acordo com o art. 337-A do Código Penal, no crime de sonegação fi scal previdenciária, se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 3.016,25, o juiz pode reduzir a pena de um terço até metade ou aplicar apenas multa.

O valor utilizado na 4ª edição foi de R$ 2.841,77.

B) IMUNIDADE DAS ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (ITEM 3.3.9) – ALTERAÇÕES DA LEI 12.101/09

A Constituição Federal dispõe que “são isentas de contribuição para a se-guridade social as entidades benefi centes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei” (art. 195, § 7°, CF/88).

Apesar de o texto constitucional mencionar a palavra “isenta”, tecnicamen-te, trata-se de verdadeira imunidade tributária. A isenção é a intributabilidade defi nida por lei, enquanto a imunidade é hipótese negativa de incidência qua-lifi cada pela própria Carta Magna. O resultado prático da isenção e da imuni-dade, no entanto, é o mesmo: o contribuinte fi ca desobrigado do recolhimento dos tributos. Ficamos com esta reduzida conceituação, pois não está entre os objetivos desta obra debater com profundidade os conceitos doutrinários do Direito Tributário.

Note-se que a imunidade para as contribuições sociais somente poderá ser gozada pelas entidades benefi centes que promovam, gratuitamente, a assistência social. Difere-se, desta maneira, da imunidade em relação aos impostos, não podendo estes ser instituídos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fi ns lucrativos, aten-didos os requisitos da lei (art. 150, VI, c, CF/88).

Há uma forte polêmica sobre qual seria o instrumento legal necessário para regulamentar o dispositivo constitucional que trata da imunidade das entidades

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benefi centes. Note-se que o texto do § 7°, do art. 195, da Constituição Federal de 1988 apenas menciona a necessidade de lei para defi nir os requisitos da imunidade. Desta forma, parte da doutrina defende que a lei ordinária é o ins-trumento hábil para dispor sobre os requisitos.

Uma parte considerável da doutrina entende que a regulamentação deste dispositivo deve ser efetuada por lei complementar. Acreditam os partidários desta teoria que o art. 146, II, da CF/88, que dispõe caber à lei complementar regular as limitações constitucionais do poder de tributar aplica-se à imunidade relativa às contribuições sociais. Assim, combinando-se o art. 195, § 7° com o art. 146, II, da Constituição, extrair-se-ia que a regulamentação das regras da imunidade deve ser feita por lei complementar.

Apesar de considerarmos consistente a argumentação dos que defendem a necessidade de lei complementar para a regulamentação da imunidade, fi liamo-nos à corrente dos que acreditam que só é necessária lei ordinária para defi nir os requisitos da imunidade das contribuições sociais. Isso porque o art. 195, § 7°, da CF/88, que trata especifi camente da imunidade em rela-ção às contribuições sociais, como já comentado, somente exige lei para a sua regulamentação. Ademais, o art. 146, II não é aplicável às contribuições sociais, pois o art. 149, da CF/88, ao tratar destes tributos, apenas estabelece que seja observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, excluindo, assim, a aplicabilidade do art. 146, II.

Apesar de toda a polêmica, o legislador optou por tratar dos requisitos da imunidade no art. 55, da Lei 8.212/91. Obviamente, este artigo tornou-se alvo de intermináveis questionamentos judiciais, entendendo alguns que os únicos requisitos para o gozo da imunidade são os presentes no Código Tributário Nacional – CTN, que foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 com status de Lei Complementar.

Note-se que, recentemente, os requisitos para o gozo da imunidade foram alvo de alteração. É que a Lei 12.101, de 27/11/2009 revogou as regras do art. 55, da Lei 8.212/91, passando a regulamentar a matéria.

Assim, o art. 29, da Lei 12.101/09 traz os seguintes requisitos para o gozo do benefício fi scal:

I – não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indire-tamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;

II – aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais;

III – apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de nega-tiva de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certifi cado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

IV – mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade;

V – não distribua resultados, dividendos, bonifi cações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;

VI – conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que impliquem modifi cação da situação patrimonial;

VII – cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária;

VIII – apresente as demonstrações contábeis e fi nanceiras devidamente audi-tadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fi xado pela Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006.

Observe-se que a isenção aqui tratada não se estende à entidade com perso-nalidade jurídica própria constituída e mantida pela entidade à qual a isenção foi concedida.

Ressalte-se que, recentemente, foi editada a Medida Provisória 446, de 07/11/08, que tentou alterar as regras da imunidade das entidades benefi cen-tes, revogando o art. 55, da Lei 8.212/91. Esta MP, todavia, foi rejeitada pelo Congresso Nacional, voltando a viger a normatização anterior. A Lei 12.101/09 fi nalmente fez as alterações das regras da isenção.

Saliente-se que a Lei 12.101/09, além de tratar dos requisitos para a imu-nidade das entidades de assistência social, dispõe também sobre a isenção das entidades que atuam nas áreas de saúde e de educação, devendo estas cumprir os mesmos requisitos estabelecidos no art. 29.

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Para que a entidade de saúde seja considerada benefi cente e, conseqüente-mente, possa gozar da isenção, deverá:

I – comprovar o cumprimento das metas estabelecidas em convênio ou instrumento congênere celebrado com o gestor local do SUS;

II – ofertar a prestação de seus serviços ao SUS no percentual mínimo de 60%;

III – comprovar, anualmente, a prestação dos serviços de que trata o inciso II, com base no somatório das internações realizadas e dos atendimentos ambulatoriais prestados.

Na impossibilidade do cumprimento do percentual mínimo de 60% a que se refere o inciso II, em razão da falta de demanda, declarada pelo gestor local do SUS, ou não havendo contratação dos serviços de saúde da entidade, deverá ela comprovar a aplicação de percentual da sua receita bruta em atendimento gratuito de saúde da seguinte forma:

I – 20%, se o percentual de atendimento ao SUS for inferior a 30% (trinta por cento);

II – 10%, se o percentual de atendimento ao SUS for igual ou superior a 30 e inferior a 50%; ou

III – 5%, se o percentual de atendimento ao SUS for igual ou superior a 50% ou se completar o quantitativo das internações hospitalares e atendimentos ambulatoriais, com atendimentos gratuitos devida-mente informados, não fi nanciados pelo SUS ou por qualquer outra fonte.

Para que a entidade educacional goze da isenção, ela deve aplicar anualmente em gratuidade pelo menos 20% da receita anual efetivamente recebida, devendo:

I – demonstrar adequação às diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação – PNE;

II – atender a padrões mínimos de qualidade, aferidos pelos processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação; e

III – oferecer bolsas de estudo nas seguintes proporções:

a) no mínimo, uma bolsa de estudo integral para cada 9 (nove) alunos pagantes da educação básica;

b) bolsas parciais de 50%, quando necessário para o alcance do número mínimo exigido.

Complementarmente, para o cumprimento das proporções previstas no inciso III, a entidade poderá contabilizar o montante destinado a ações assistenciais, bem como o ensino gratuito da educação básica, programas de apoio a alunos bolsistas, tais como transporte, uniforme, material didático, além de outros, até o montante de 25% do total da gratuidade.

Não pode ser cobrado dos alunos bolsistas qualquer taxa de matrícula e de custeio de material didático. A bolsa de estudo integral será concedida a aluno cuja renda familiar mensal per capita não exceda o valor de 1,5 salário mínimo. Já a bolsa de estudo parcial será concedida a aluno cuja renda familiar mensal per capita não exceda o valor de 3 salários mínimos (art. 14, Lei 12.101/09).

C) ALTERAÇÕES DAS REGRAS DO FAP (ITEM 9.3.1.2)

O Decreto 6.957, de 09/09/09, que alterou o Regulamento da Previdência Social, trouxe importantes alterações na forma fi nal de cálculo do fator Aci-dentário de Prevenção.

Com as mudanças, o FAP consiste em um multiplicador variável num inter-valo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000), considerando quatro casas decimais, a ser aplicado à respectiva alíquota. Assim, o FAP pode ser defi nido, por exemplo, em 0,6312; 1,2356; 1,8978 etc. Este valor será multiplicado pela alíquota de enquadramento do SAT/GILRAT, resultando na alíquota mensal apurada.

Exemplifi cando: Uma empresa que está enquadrada com grau de risco médio (GILRAT de 2%) e tem fi xado o seu FAP em 1,3202 deve recolher, mensalmente, a alíquota de 2,6404% (2% x 1,3202).

O FAP tem como variáveis os índices de frequência, de gravidade e de custo, considerando-se a ponderação de 50%, 35% e 15%, respectivamente. O índice de frequência representa o número de acidentes ocorridos no período para um milhão de horas trabalhadas. O índice de gravidade traz o número de dias de afastamento do trabalhador do labor, devido ao acidente de trabalho, durante a mesma quantidade de horas. Já o índice de custos trata-se de uma relação entre os valores pagos pela empresa de GILRAT e os valores desembolsados pela Previdência Social com os benefícios acidentários provocados pela empresa.

A partir da complexa metodologia de cálculo dos mencionados índices, é, então, defi nida a taxa padrão por atividade econômica, a qual será comparada com os índices obtidos individualmente por cada empresa do setor. As diferenças encontradas serão utilizadas para defi nição do FAP, com base em metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

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IVAN KERTZMAN

Os índices de freqüência, gravidade e custo serão calculados segundo me-todologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, levando-se em conta:

I – para o índice de freqüência, os registros de acidentes e doenças do trabalho informados ao INSS por meio de Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT e de benefícios acidentários estabelecidos por nexos técnicos pela perícia médica do INSS, ainda que sem CAT a eles vinculados;

II – para o índice de gravidade, todos os casos de auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte, todos de natureza acidentária, aos quais são atribuídos pesos diferentes em razão da gravidade da ocorrência, como segue:

a) pensão por morte: peso de cinquenta por cento;

b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta por cento; e

c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de dez por cento para cada um; e

III – para o índice de custo, os valores dos benefícios de natureza aciden-tária pagos ou devidos pela Previdência Social, apurados da seguinte forma:

a) nos casos de auxílio-doença, com base no tempo de afastamento do trabalhador, em meses e fração de mês; e

b) nos casos de morte ou de invalidez, parcial ou total, mediante projeção da expectativa de sobrevida do segurado, na data de iní-cio do benefício, a partir da tábua de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE para toda a população brasileira, considerando-se a média na-cional única para ambos os sexos.

O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, sempre no mesmo mês, no Diário Ofi cial, os percentuais de frequência, gravidade e custo por Sub-classe da Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e divulgará na rede mundial de computadores o FAP de cada empresa, com as respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo e demais elementos que possibilitem a esta verifi car o respectivo desempenho dentro da sua CNAE-Subclasse.

O FAP somente produziria efeitos tributários a partir do primeiro dia do quarto mês subseqüente ao de sua divulgação. A previsão para a data de divul-

gação do FAP foi adiada em duas oportunidades. Estava prevista, inicialmente, para setembro de 2007, mas o Decreto 6.257, de 19/11/2007 prorrogou para setembro de 2008 e, mais recentemente, o Decreto 6.577, de 25/09/2008 adiou a divulgação para setembro de 2009. Finalmente, os índices de freqüência, gravidade e de custo por atividade econômica foram publicados na Portaria Interministerial MPS/MF 254, de 24/09/09. Já o FAP e os índices por empresa foram disponibilizados nos sites da Receita Federal do Brasil e da Previdência Social. Assim, o FAP passou a ser aplicado a partir de 01/01/2010.

Para o cálculo anual do FAP, são utilizados os dados de janeiro a dezembro de cada ano, até completar o período de dois anos, a partir do qual os dados do ano inicial serão substituídos pelos novos dados anuais incorporados. Para a empresa constituída após janeiro de 2007, o FAP somente será calculado a partir de 1° de janeiro do ano seguinte ao que completar dois anos de constituição.

No ano de 2010, o Fator Acidentário de Prevenção - FAP, na redação dada por este Decreto, será aplicado ao que exceder a um inteiro, com redução de 25%. O objetivo da norma aqui é atenuar os efeitos do FAP, em seu primeiro ano de utilização, para as empresas que tiverem os seus percentuais agravados.

D) REGRAS ESPECIAIS PARA EMPRESAS DE TI E DE TIC (ITEM 9.3.1.2.1 – ACRESCENTADO NA 7ª EDIÇÃO)

O art. 14, da Lei 11.774, de 17/09/2008 forneceu às empresas dos ramos de Tecnologia da Informação – TI e de Tecnologia da Informação e Comuni-cação –TIC, uma redução da alíquota de contribuição previdenciária patronal incidente sobre a contratação de empregados e avulsos. De acordo com o § 12, do citado artigo, a redução aplica-se pelo prazo de cinco anos, contado a partir do 1o dia do mês seguinte ao da sua regulamentação pelo Poder Executivo, podendo esse prazo ser renovado.

A regulamentação se deu com a publicação do Decreto 6.945, de 21/08/09, que acrescentou o art. 201-D ao Regulamento da Previdência social. Assim, a partir de 01/10/2009, a redução passou a ser aplicável, nos termos regula-mentados.

D esta forma, a alíquota patronal destas empresas foram reduzidas pela subtra-ção de 1/10 do percentual correspondente à razão entre a receita bruta de venda de serviços para o mercado externo e a receita bruta total de vendas de bens e serviços, após a exclusão dos impostos e contribuições incidentes sobre a venda. Para efetivação deste incentivo, devem-se considerar as receitas auferidas nos 12 meses imediatamente anteriores a cada trimestre-calendário.

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Para deixar mais claro o texto legal, consideremos uma empresa que te-nha gerado a receita total de R$ 500.000 (livre de tributos sobre as vendas) no período de 01/01/09 a 31/12/2010, sendo R$ 300.000 referentes à receita de exportação. Neste caso, a proporção de exportação em relação ao total de receita é de 60%, gerando uma redução de alíquota de 6% (1/10 x 60%). Logo, ao invés de esta empresa pagar um percentual de 20% de contribuição patronal, pagaria apenas 14% (20% - 6%). Este percentual valeria até o fi nal do primeiro trimestre de 2010, devendo ser recalculado para aferição da redução do segundo trimestre, considerando a receita compreendida entre 01/04/2009 a 31/03/2010.

A intenção da Lei é, claramente, a de incentivar a exportação brasileira de tecnologia da informação e de comunicação.

No caso de empresa em início de atividade, a apuração da redução poderá ser realizada com base em período inferior a doze meses, observado o mínimo de três meses anteriores.

Para efeito da redução, consideram-se serviços de TI e TIC:

I – análise e desenvolvimento de sistemas;

II – programação;

III – processamento de dados e congêneres;

IV – elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos ele-trônicos;

V – licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de compu-tação;

VI – assessoria e consultoria em informática;

VII – suporte técnico em informática, inclusive instalação, confi guração e manutenção de programas de computação e bancos de dados; e

VIII – planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas ele-trônicas.

A redução pode também ser aplicada para empresas que prestam serviços de call center.

Os valores das contribuições devidas a terceiros, denominados outras en-tidades ou fundos, com exceção do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE fi cam também reduzidos no mesmo percentual de redução referente à parte patronal.

Tomando-se como base o nosso exemplo, em que o percentual de redução calculado foi de 6%, e considerando-se hipoteticamente que esta empresa paga R$ 10.000 de salário-educação (FNDE), R$ 5.000 para o SEBRAE e R$ 3.000 para o INCRA, será benefi ciada com as seguintes reduções:

1) Em relação ao FNDE não haverá qualquer decréscimo, devendo pagar os R$ 10.000 devidos;

2) A contribuição para o SEBRAE sofrerá redução de 6%, devendo serem pagos R$ 4.700 (5.000 – 6% x 5.000);

3) A contribuição para o INCRA sofrerá redução de 6%, devendo serem pagos R$ R$ 2.820 (3.000 – 6% x 3.000);

Para que sejam benefi ciadas com as reduções aqui mencionadas, as empresas de TI e de TIC devem atender aos seguintes requisitos:

I – até 31 de dezembro de 2009, a empresa deverá implementar progra-ma de prevenção de riscos ambientais e de doenças ocupacionais, que estabeleça metas de melhoria das condições e do ambiente de trabalho que reduzam a ocorrência de benefícios por incapacidade decorrentes de acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais, em pelo menos 5%, em relação ao ano anterior, observado o seguinte:

a) a responsabilidade pela elaboração do programa de prevenção de riscos ambientais e de doenças ocupacionais será, exclusi-vamente, de engenheiro com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, devidamente registrado no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, que o assinará;

b) o programa de prevenção de riscos ambientais e de doenças ocupacionais elaborado deverá ser homologado pelas Superin-tendências Regionais do Trabalho, vinculadas ao Ministério do Trabalho e Emprego, e será colocado à disposição da fi scalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil e do Ministério do Trabalho e Emprego sempre que exigido;

II – até 31 de dezembro de 2010, a empresa que comprovar estar execu-tando o programa de prevenção de riscos ambientais e de doenças ocupacionais mencionado terá presumido o atendimento à exigência;

III – a partir de 1o de janeiro de 2011, a empresa deverá comprovar a efi cácia do respectivo programa de prevenção de riscos ambientais e de doenças ocupacionais, por meio de relatórios que atestem o atendimento da meta de redução de sinistralidade nele estabelecida;

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IVAN KERTZMAN

IV – a partir do início da efetiva aplicação do FAP de que trata o art. 202-A, a empresa perderá o direito à redução:

a) se o respectivo FAP superar a média do segmento econômico, caso em que a perda do direito contará a partir de 1o de janeiro do ano seguinte ao da publicação dos índices;

b) se o respectivo FAP for inferior à média do segmento econômico e superar o FAP do exercício anterior em mais de 5%.

Saliente-se ainda que só farão jus às reduções as empresas que aplicarem montante igual ou superior a 10% do benefício auferido, alternativa ou cumu-lativamente em despesas:

I – para capacitação de pessoal, relacionada a aspectos técnicos associa-dos aos serviços de TI e TIC, bem como a serviços de call centers, aí incluída a capacitação em temas diretamente relacionados com qualidade de produtos, processos ou sistemas, bem como a profi ci-ência em línguas estrangeiras;

II – relacionadas ao desenvolvimento de atividades de avaliação de con-formidade, incluindo certifi cação de produtos, serviços e sistemas, realizadas com entidades ou especialistas do País ou do exterior;

III – realizadas com desenvolvimento tecnológico de produtos, processos e serviços; ou

IV – realizadas no apoio a projetos de desenvolvimento científi co ou tecno-lógico, por instituições de pesquisa e desenvolvimento, devidamente credenciadas pelo Comitê da Área de Tecnologia da Informação - CATI ou pelo Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento da Amazônia - CAPDA.

Observe-se que a União compensará, mensalmente, o Fundo do Regime Geral de Previdência Social, no valor correspondente à renúncia previdenciária decorrente da desoneração das empresas de TI e de TIC, de forma a não afetar a apuração do resultado fi nanceiro do Regime Geral de Previdência Social.

E) PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE – ITEM 19.4 E 20.4.1

As situações que implicam a perda da qualidade de dependente ocorrem (art. 17, RPS):

a) Para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada pensão alimentícia, pela anulação do casamento, pela morte ou por decisão judicial;

b) Para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida pensão alimentícia;

c) Para o fi lho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de idade, salvo se inválidos, desde que a invalidez tenha ocorrido antes:

c1) de completarem vinte e um anos de idade;

c2) do casamento

c3) do início do exercício de emprego público efetivo;

c4) da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou

c5) da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homo-logação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; e

d) Para os dependentes em geral, pela cessação da invalidez ou pelo próprio falecimento.

Note-se que as hipóteses do item “c” acima mencionado foram recentemente alteradas pelo Decreto 36.939, de 18/08/09. Em edições anteriores desta obra, fazíamos dura crítica à antiga redação deste dispositivo, que, absurdamente, previa hipótese de “emancipação do inválido”. É que o item “c”, antes da alteração legislativa, possuía a seguinte redação: “Para o fi lho ou irmão, de qualquer condição, ao completarem 21 anos de idade, salvo se inválidos, ou pela emancipação, ainda que invalido, exceto, neste caso, se a emancipação decorreu de colação de grau em curso de ensino superior”.

Nesta antiga redação, a legislação fazia uma enorme confusão entre os conceitos de inválido e incapaz. É que os inválidos, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não correspondem aos civilmente incapazes. Um segurado que perdeu três membros certamente será considerado inválido pelo médico perito do INSS, mesmo estando em plenas condições de exercer os atos da vida civil. Esta pessoa será considerada inválida e terá direito a benefícios, independen-temente da idade. Isto porque a invalidez previdenciária está relacionada com a capacidade do indivíduo de prover o próprio sustento. Lembre-se de que o papel da Previdência Social é o de cobrir os riscos sociais.

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Felizmente o texto legal foi alterado, prevalecendo hoje uma redação muito mais adequada. No texto atual, note-se que o inválido não perde a condição de dependente, exceto se a invalidez ocorrer após a maioridade ou após qualquer situação causadora de sua emancipação, exceto a colação de grau.

F) ALTERAÇÃO NA FORMA DE CÁLCULO DO SB PARA OS SEGURA-DOS QUE GOZARAM BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE – ITEM 19.7

Até pouco tempo atrás, nos casos de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, para o segurado que contasse com menos de 144 contribui-ções mensais no período contributivo, o salário-de-benefício corresponderia à soma dos salários-de-contribuição, dividida pelo número de contribuições apuradas, ou seja, não haveria eliminação dos 20% menores salários-de-contribuição.

Esta regra, todavia, foi alterada pelo Decreto 6.939, de 18/08/2009, que modifi cou a redação do § 4°, do art. 188-A, do Regulamento da Previdência Social e revogou o § 20 do seu art. 32. Com isso, o salário-de-benefício do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez passou a seguir a regra geral da média aritmética dos 80% maiores salários de contribuição, independente-mente do número de meses contribuídos.

G) ALTERAÇÕES NO SALÁRIO-MATERNIDADE (ITEM 20.2.2)

ABORTO E NATIMORTO

Até a edição da IN 27/08, o art. 236, § 2°, da IN 20/07 considerava parto, para fi ns de concessão de salário-maternidade, o evento ocorrido a partir da 23ª semana (6º mês) de gestação, inclusive em caso de natimorto, ou seja, caso a segurada perdesse o feto a partir deste prazo, seria garantido o recebimento do benefício integral de 120 dias (art. 236, art. 238, IN 20/07 – INSS/PRES). Antes deste prazo, a perda do feto seria considerada aborto.

Com a revogação deste dispositivo, não existe mais limite temporal pré-fi xado pela legislação previdenciária que diferencie parto de aborto, devendo ser observada a descrição constante do atestado médico.

Assim, caso o atestado médico indique que houve situação de natimorto, será garantido o salário-maternidade pelo prazo de 120 dias, independente-mente do período gestacional em que ocorreu o evento.

ADOÇÃO

O salário-maternidade é devido a todas as categorias de seguradas da Pre-vidência Social que adotarem criança ou obtiverem guarda judicial, para fi ns de adoção. Até a edição da Lei 12.010, de 03/08/09, com vigência a partir de 02/11/2009, não havia dúvidas de que o prazo de duração do salário mater-nidade da mãe adotante variava em função da idade da criança adotada, nos seguintes termos:

a) até um ano completo - 120 dias;

b) a partir de um ano, até quatro anos completos – 60 dias

c) a partir de quatro anos, até completar a criança oito anos - 30 dias.

Estes limites de idade estavam dispostos tanto nos §§ 1° a 3°, do art. 392-A, da CLT, quanto no art. 71-A, da Lei 8.213/91. Ocorre que, com a edição da Lei 12.010/09, os §§ 1° a 3°, do art. 392-A da CLT foram revogados. A Lei, todavia, não revogou expressamente o art. 71-A, da Lei 8.212/91. Assim, restou a dúvida acerca da duração, do ponto de vista previdenciário, do salário-maternidade da mãe adotante (se de 120 dias para a adoção de criança de qualquer idade, ou se continua válido o art. 71-A, da Lei 8.212/91).

Há quem defenda que, como a Lei 12.010/09 não revogou o art. 71-A, da Lei de Benefícios da Previdência Social, os prazos de concessão do salário-maternidade da adotante continuam sendo escalonados a depender da idade da criança. Neste caso, a revogação do texto da CLT somente teria efeitos trabalhistas, impondo às empresas a concessão da licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo da remuneração. A previdência social, entretanto, continu-aria pagando o salário-maternidade escalonado, devendo a diferença ser paga diretamente pela empresa. Existiria, assim, um período de suspensão contratual e outro de interrupção.

Entendemos que o raciocínio acima exposto, apesar de possível, não é o que melhor se coaduna com as diretrizes constitucionais. Valendo-se de uma interpretação sistemática e histórica, é razoável concluir que o art. 71-A, da Lei 8.213/91 foi revogado tacitamente pela Lei 12.010/09.

Note-se que foi a mesma lei que acrescentou o artigo 71-A à Lei 8.212/91 e o artigo 392-A à Lei 8.212/91, dando o direito ao salário-maternidade às ado-tantes. Não faria sentido a revogação de apenas um destes dispositivos, já que tiveram origem no mesmo momento e com a mesma fi nalidade. Do ponto de vista sistemático, entendemos que haveria fl agrante inconstitucionalidade em onerar as empresas nos casos de licença-maternidade, pois isso feriria frontal-

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mente o princípio constitucional da isonomia, tornando o trabalho da mulher mais caro que o trabalho do homem. Desta forma, a interpretação que melhor se harmoniza com o ordenamento é a que considera que os prazos constantes do art. 71-A, da Lei 8.213/91 foram revogados tacitamente pela Lei 12.010/91.

Note-se que com esta interpretação acerca da revogação dos dispositivos acima mencionados, as mães passam a ter direito ao salário-maternidade nos casos de adoção de criança de qualquer idade, deixando de existir o esquisito limite de oito anos para o pagamento do benefício. Desta forma, seguindo a diferenciação dos conceitos de criança e adolescente trazida pelo art. 2°, do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, as mães teriam direito ao benefí-cio de salário-maternidade de 120 dias ao adotar menores de 12 anos de idade, pois, dos 12 aos 18 anos, o menor já é considerado adolescente.

Devemos, agora, esperar por um posicionamento ofi cial da Autarquia Pre-videnciária para sabermos qual será o entendimento administrativo nos casos de salário-maternidade para a mãe adotante...

O art. 93, §4°, do RPS dispõe que, quando houver adoção ou guarda judicial para adoção de mais de uma criança, é devido um único salário-maternidade relativo à criança de menor idade. O termo “de menor idade” deixará de fa-zer sentido se o INSS passar a considerar que não há mais escalonamento do benefício.

H) RECRIAÇÃO DA PREVIC (ITEM 25.1)

Finalmente, em 24/12/2009, com a publicação da Lei 12.154/09, foi no-vamente criada a Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC, autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e fi nanceira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Previdência Social. A PREVIC atua como entidade de fi scalização e de supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar.