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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pedagogia Laércio Xavier Rodrigues LEGISLAÇÃO BÁSICA EDUCACIONAL: da sua constituição à aplicação pelos professores e gestores, nas escolas estaduais de Lins LINS SP 2013

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pedagogia

Laércio Xavier Rodrigues

LEGISLAÇÃO BÁSICA EDUCACIONAL: da sua

constituição à aplicação pelos professores e

gestores, nas escolas estaduais de Lins

LINS – SP

2013

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LAÉRCIO XAVIER RODRIGUES

LEGISLAÇÃO BÁSICA EDUCACIONAL: da sua constituição à aplicação pelos

professores e gestores, nas escolas estaduais de Lins

Trabalho de conclusão de curso apresentando à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação do Prof. Me. José Médice e orientação técnica da Prof.ª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner.

LINS – SP

2013

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Rodrigues, Laércio Xavier

Legislação básica / Laércio Xavier Rodrigues. – – Lins, 2013.

46p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para licenciatura em

Pedagogia, 2013.

Orientadores: José Médice; Érica Cristiane dos Santos

Campaner

1. Legislação básica. 2. Gestão democrática. 3. Escola publica. I Título.

CDU 37

614l

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LEGISLAÇÃO BÁSICA LEGISLAÇÃO: da sua constituição à aplicação pelos

professores e gestores, nas escolas estaduais de Lins

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium para obtenção do titulo de licenciado em Pedagogia.

Aprovado em : 26 / 06 / 2013

Banca examinadora:

Prof. Orientador: Me. José Médice

Titulação: Mestre em Odontologia – Saúde Pública, pela Universidade

Sagrado Coração – Bauru-SP

Assinatura:__________________

1º Prof (a): Profª Fátima Eliana Frigatto Bozzo

Titulação: Mestre em Odontologia – Saúde Coletiva, pela Universidade

Sagrado coração – Bauru-SP

Assinatura:__________________

2º Prof (a): Prof Marcos José Ardenghi

Titulação: Mestre em Educação Matemática – pela Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo (PUC-São Paulo)

Assinatura:__________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe

Florência Xavier Moreno Rodrigues

(in memória) por sempre me

aconselhar a jamais desistir, nunca

ficar parado vendo o tempo passar a

sempre seguir rumo a vitória.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por ter iluminado meu caminho durante toda minha

vida e especialmente nos três últimos anos, por ter me munido de uma força

extraordinária para que eu pudesse chegar ao final deste curso.

Agradeço a minha esposa Maria Margarida, pela colaboração e pela

ajuda na revisão dos textos.

Agradeço a direção, professores e funcionários desta entidade, que

ofereceram seu trabalho em prol de uma formação integral dos universitários.

Agradeço ao meu orientador Professor Me. José Médice pela paciência,

na espera incansável dos meus e-mails, pelos direcionamentos das pesquisas

e dos trabalhos, pelas indicações bibliográficas especialmente a do Professor

Vitor Henrique Paro que muito contribuiu para este trabalho.

Agradeço ao Professor Vitor Henrique Paro, que tive o prazer em

conhecê-lo em uma conferência sobre educação e me norteou em um

momento de indecisão e inercia de meu trabalho.

Agradeço aos diretores das escolas estaduais da cidade de Lins, por

permitir a realização da pesquisa de campo e por dela participarem.

Agradeço aos professores que se dispuseram responder ao questionário

participando diretamente da pesquisa.

Agradeço a minha sobrinha Milene pela disponibilidade em contribuir

com este trabalho.

Agradeço a todos que diretamente ou indiretamente contribuíram para a

realização deste trabalho.

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EPÍGRAFE

Imagine um país

onde todas as crianças

vão a escola.

Imagine um país onde

estas crianças aprendem

e são bem sucedidas

na escola.

Imagine um país

onde todos, autoridades,

pais, professores, empresários,

trabalhadores, se

empenham em construir

uma escola pública

de qualidade e atingem

seu objetivo.

Este país...

(BRASIL, 1993)

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RESUMO

Esta pesquisa tem como tema principal a Legislação Básica da

educação, a partir da vivência dos profissionais da educação dentro das suas unidades de trabalho e relacionando-as com seu curso de formação, com o objetivo de verificar a concepção deste, sobre a aplicação da legislação no seu cotidiano tendo em vista que a legislação regulamenta os sistemas educacionais, e também a influência destes profissionais na aplicação da mesma, que é de suma importância, uma vez que, após 18 anos da promulgação da Lei e Diretrizes e Base da Educação, contemplando a gestão democrática da escola pública, muitos de seus artigos não foram contemplados na prática como no caso do direito dos portadores de necessidades especiais de frequentar as salas regulares e a jornada do piso dos professores que ainda se arrasta pelos tribunais sem chegar a um veredito final. Sendo os diretores, responsáveis pela gestão da escola e os demais profissionais possuindo o direito de participar do conselho de escola e da Associação de Pais e Mestres, podendo assim influenciar na gestão escolar, estariam eles se ausentando desta responsabilidade, por não considerar sua função. Para tanto se faz necessário saber, o que estes profissionais pensam sobre a aplicação da legislação básica e a importância na sua vida profissional. A pesquisa aqui expressa é de caráter empírico, com questionário de respostas fechadas aplicado na forma de amostragem e o resultado apresentado com gráficos, tendo como principal referência bibliografia o professor Vitor Henrique Paro que trata da gestão escolar em seus diversos livros. O trabalho aqui apresentado não pretende dar um fim a este assunto, mas fomentar a discussão e incentivar outras pessoas a se debruçar sobre o tema.

Palavras chaves: Legislação básica. Gestão democrática. Escola pública.

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ABSTRACT

This reserach has as main theme the Basic Law of education, from the

experience of educational professional inside their work units and relating them to their training course, in order to verify the conception of this, on the implementation of the legislation in their daily lives since aim point of the legislation is to regulate the educationals systems, and also the influence of these professionals when them applying it, which is of paramount importance, whereas, after 18 years the enactment of the Act and Guidelines and Education Base, contemplating the democratic management of public schools, but many of this articles were not included in the practice as in the case of people with special needs that attend regular classrooms and the journey of a base wage for teachers which still in the courts without reaching a final verdict. Being the principals, the responsibles for managing the school and the other professionals having the right to participate in the school board and in the Association of Parents and Teachers, thereby affecting school management, would they being absent of this responsibility, by not considering their function. Therefore it is necessary to know, what these professionals think about basic law enforcement and the importance in their professional life. The research in here expressed is as an empirical character, with a questionnaire with closed answers applied as sampling and the resulting presented with graphics, having as main bibliography reference the professor Vitor Henrique Paro, that deals with the school management in his various books. The work presented here does not intend to put an end to this matter, but to foster the discussion and encourage others to look into this issue.

Keywords: Basic Legislation. Democratic Management. Public School.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Gênero dos profissionais que responderam ao questionário.............11

Figura 2: Tempo de permanência na escola ..................................................... 28

Figura 3: Pergunta 1 ......................................................................................... 29

Figura 4: Pergunta 2 ......................................................................................... 30

Figura 5: Pergunta 3 ......................................................................................... 30

Figura 6: Pergunta 4 ......................................................................................... 31

Figura 7: Pergunta 5 ......................................................................................... 32

Figura 8: Pergunta 6 ......................................................................................... 33

Figura 9: Pergunta 7 ......................................................................................... 33

Figura 10: Pergunta 8 ....................................................................................... 34

Figura 11: Pergunta 9 ....................................................................................... 35

Figura 12: Pergunta 10 ..................................................................................... 36

Figura 13: Pergunta 11 ..................................................................................... 36

Figura 14: Pergunta 12 ..................................................................................... 37

Figura 15: Pergunta 13 ..................................................................................... 27

LISTA DE SIGLAS

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional;

MDB – Movimento Democrático Brasileiro;

UNE – União Nacional dos Estudantes;

CONED – Congresso Nacional de Educação;

STJ – Supremo tribunal Federal;

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APM – Associação de Paes e Mestres;

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação

UNICEF – Fundação das nações Unidas para a infância;

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento;

FUNDEF- Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e

de Valorização do Magistério;

FUNBEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação;

FHC – Fernando Henrique Cardoso

PNE - Plano Nacional de Educação;

PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais;

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11

CAPÍTULO I O PROCESSO HISTÓRICO ........................................................ 13

1 A CONSTRUÇÃO DA LEGISLAÇÃO BÁSICA ......................................... 13

1.1 A abertura política e a constituição de 1988 ............................................... 14

1.2 A conferência de educação para todos a nova LDB. .................................. 17

1.3 A LDB e os mecanismos de controle social ................................................ 20

CAPÍTULO II A GESTÃO DEMOCRÁTICA ..................................................... 21

2 UMA ANÁLISE CRÍTICA ............................................................................ 21

2.1 O objetivo da escola e seus reflexos nos órgãos colegiados ...................... 22

CAPÍTULO III AS VARIANTES POSSÍVEIS ................................................... 25

3 NOSSA REALIDADE ................................................................................. 25

CAPÍTULO IV A PESQUISA ........................................................................... 27

4 O PERFIL DOS PROFISSIONAIS PESQUISADOS ................................. 27

4.1 O questionário.............................................................................................28

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 39

CONCLUSÃO ................................................................................................... 40

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 42

APÊNDICE .............................................................. Erro! Indicador não definido.

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INTRODUÇÃO

Quando se fala em legislação, logo vem a cabeça um universo de textos

complexos e cheios de palavras de difícil compreensão, porém as leis regem

os direitos individuais e coletivos sem o qual seria difícil imaginar o mundo de

hoje. A legislação disciplina as relações no mundo atual. Ela está presente em

todas as esferas do poder executivo, legislativo e judiciário.

O conhecimento e a compreensão da legislação em todas as suas

áreas, torna-se, quase que impossível, porém, há necessidade do

conhecimento em campo de atuação específico. Esta sim é necessária e vital

para que haja o cumprimento da mesma.

A Lei de Diretrizes e Base da Educação, LDB/96, promulgada após um

longo período de discussão e debates nos meios educacionais e com

participação de toda a sociedade culminou com sua publicação em 1996. Com

ela foi estabelecido um norte para a Educação no Brasil nos diversos níveis de

ensino que vai da Educação Básica ao Ensino Superior.

Como o próprio nome diz, a LDB fornece diretrizes que devem ser

seguidos pelos sistemas de ensino, de forma que as legislações estaduais e

municipais possam disciplina-la para poder atender as particularidades de suas

esferas e as suas características regionais.

Passados 17 anos de sua promulgação, muitos de seus artigos ainda

não foram contemplados na prática, o que causa dificuldades e transtornos aos

profissionais e as comunidades que utilizam a escola pública para a sua

formação. O atendimento especializado e a acessibilidade aos portadores de

necessidades especiais é um exemplo para este aparente descaso que esta

pesquisa procura responder. A existência de leis não garante a sua

aplicabilidade, por motivação muitas vezes política, econômica e por

ignorância. A ausência de conhecimento ou o desinteresse sobre legislação

básica por parte dos profissionais da educação colabora para a não efetiva

aplicação das leis existentes uma vez que são estes que acabam tendo que

superar certas dificuldades que aparecem e consideram que esta é a sua

função.

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Embora os cursos de licenciatura possuam em sua grade a disciplina

Estrutura e Funcionamento do Ensino ou disciplina similar, que trata da

legislação educacional, os professores e acadêmicos da área de licenciatura,

tendem a não se interessarem pela mesma, dedicam-se às disciplinas que

tratam de matérias ligadas diretamente a alfabetização que por sua vez é

considerada a função natural da escola.

As questões sobre legislação somente despertam interesse quando

realmente veem seus direitos mais diretos afetados (pessoal). A ausência de

interesse sobre a matéria também pode acabar por influenciar a aplicação da

legislação, uma vez que em sua maioria os profissionais da área acham que

essa tarefa cabe ao Estado, ficando com a obrigação do desempenho nas

salas de aulas.

Outro ponto a ser analisado neste trabalho é a participação dos

profissionais da educação nos conselhos gestores da escola, uma vez que a

legislação em vigor apresenta abertura para que os diversos setores da

sociedade possam fiscalizar, controlar e contribuir para a gestão deste serviço

público.

No capítulo I foi abordado o processo histórico da legislação brasileira a

partir dos anos de 1980 até a promulgação da LDB em 1996, ponto de partida

do nosso sistema educacional atual. Destacando a importância da influência

popular neste processo de construção de uma legislação democrática com

seus diversos mecanismos de controle social.

No capítulo II tem-se uma abordagem crítica da gestão democrática a

partir de fundamentação de estudos já realizado principalmente pelo professor

Vitor Henrique Paro entre outros autores.

No capítulo III a realidade e alguns problemas no sistema de ensino são

abordados de forma a justificar a necessidade da pesquisa.

No capítulo IV são apresentados gráficos e comentário sobre as

respostas obtidas nas entrevistas procurando assim chegar a uma resposta, e

atender o principal objetivo deste trabalho, que é verificar as concepções do

professor sobre a aplicação da legislação básica educacional.

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CAPÍTULO I

O PROCESSO HISTÓRICO

1 A CONSTRUÇÃO DA LEGISLAÇÃO BÁSICA

A Educação Básica no Brasil é regida pela Constituição Federal de

5/10/1988(Capítulo III) e por Leis Ordinárias, Leis Complementares, Decretos,

Resoluções, Portarias, Pareceres e Instruções que orientam e disciplinam a

questão. Muitas destas leis procuram corrigir mazelas existentes no sistema

educacional a nível Federal, Estadual e Municipal. Para entender a construção

deste sistema educacional que hoje se apresenta é necessário que se faça

uma retomada de como se deu este processo para chegar à legislação atual

que ampara e dá sustentação a uma maior participação da comunidade escolar

na gestão democrática das escolas públicas do país.

Não desprezando a história da educação, e a contribuição de muitos

educadores para a construção do atual sistema educacional, farei a retomada,

basicamente a partir do ano 1980, quando o Brasil iniciava uma nova etapa no

sistema político.

No final dos anos de 1970 e início dos anos 1980, quando o País vivia

um período de Ditadura Militar, iniciado em meados década de 1960, a

população ganhou as ruas pedindo mais participação nas decisões políticas do

País, com manifestações e atos públicos com apoio de políticos, artistas,

compositores, cantores, intelectuais, religiosos, pensadores entre outros.

Muitas dessas pessoas que reivindicavam melhores condições, foram exiladas

e retornaram ao país com a aprovação da Lei de Anistia em 28 de agosto de

1979, pelo então, Presidente João Batista de Oliveira Figueiredo.

O regime então autoritário passa a reprimir as manifestações por

liberdade política. Os movimentos estudantis precederam e participaram

ativamente deste período através da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Essas condições possibilitaram a mobilização da sociedade civil, mediante a eclosão de movimentos sociais, entre os quais a expansão dos movimentos de docentes, a reorganização dos quadros políticos pela extinção do bipartidarismo, a consequência discussão de grandes temas nacionais e o renascimento dos movimentos de

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organização estudantil. (MACHADO, 1998, p.41)

Nas eleições de 1982 as forças de oposição ganham força em todo o

Brasil e em 1983 o MDB chega ao governo do Estado de São Paulo trazendo

consigo as queixas dos educadores quanto a falta de recursos orçamentários

para educação, a manutenção de esquemas de corrupção e clientelismo,

reformas impostas de cima para baixo precarizando as condições de ensino.

A descentralização constituía o ponto vital das soluções pretendidas. A

implantação desse princípio na área de educação previa os seguintes passos

(MACHADO, 1998, p.42):

1. descentralizar funções através da atribuição de responsabilidade,

com o objetivo de agilizar a máquina administrativa;

2. tornar os órgãos centrais de caráter normativo e de apoio logístico;

3. formular planos conjuntos Estado/Prefeituras;

4. criar conselhos municipais de educação como instrumento de

participação da comunidade;

5. municipalizar serviços de merenda escolar e

6. regionalizar os concursos públicos.

Para Adrião (2006) a gestão democrática dentro da organização escolar

na década de 1980 era fomentada por uma disputa em ‘duas arenas’: a

primeira no interior das escolas entre professores e diretores e a segunda entre

a escola e os órgãos superiores do sistema.

Em suma, durante a década de 1980 as propostas de alterações na gestão da escola pública apoiavam-se na defesa, principalmente, da implantação de uma administração coletiva da escola, da eleição dos dirigentes escolares, da participação da comunidade usuária na definição das metas e objetivos das unidades escolares, da constituição de instâncias coletivas de trabalho docente e da exclusividade do financiamento da escola pública pelo poder público. (ADRIÃO, 2006, p. 57)

1.1 A abertura política e a constituição de 1988

Em 1983 surge o movimento por eleições diretas para presidente da

república conhecido como ‘Movimento das Diretas já’ idealizado pelo então

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Senador Teotônio Vilela e seguido pela Emenda Constitucional Dante de

Oliveira pedindo eleição direta para Presidente da República. O pedido foi

rejeitado pelo Congresso Nacional, mas como resultado destas manifestações

elegeu-se Tancredo Neves para presidente em 1985 pelo Colégio Eleitoral

(indireta).

Tancredo Neves adoeceu gravemente e foi operado no dia 14 de março,

véspera de sua posse, vindo a morrer 39 dias depois, sem ter tomado posse de

seu mandato. Jose Sarney, vice presidente, tomou posse como presidente

interino e mais tarde assumiu a presidência da república com a morte de

Tancredo Neves. Em 1985 José Sarney concretizou a abertura política no

Brasil legalizando os partidos políticos que viviam na clandestinidade.

Neste período, instituiu o Fórum de Educação do Estado de São Paulo

com o objetivo de ‘ouvir as bases’. Os diversos setores das entidades

representativas puderam participar e opinar nos rumos a ser seguido pela

educação paulista. O Estatuto do Magistério foi promulgado depois de muita

discussão e resultou no aumento do poder de participação dos docentes nas

decisões escolares, de acordo com o texto da Lei Complementar Nº 444,

promulgada pelo Governador Franco Montoro em 27 de dezembro de 1985.

CAPÍTULO XI

Dos Direitos e dos Deveres SEÇÃO I

Dos Direitos Artigo 61 - Além dos previstos em outras normas, são direitos do integrante do Quadro do Magistério: X - participar, como integrante do Conselho de Escola, dos estudos e deliberações que afetam o processo educacional; XI - participar do processo de planejamento, execução e avaliação das atividades escolares;

SEÇÃO II Dos Deveres

VI - manter espírito de cooperação e solidariedade com a equipe escolar e a comunidade em geral; VII - incentivar a participação, o diálogo e a cooperação entre educandos, demais educadores e a comunidade em geral, visando à construção de uma sociedade democrática. (SÃO PAULO, 1985)

Em 1986 os brasileiros elegeram a Assembleia Nacional Constituinte

com o objetivo de escrever uma nova Constituição para o País, que por sua

vez recebeu contribuições das mais diversas parcelas da sociedade de forma a

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escrever um texto constitucional que atendesse aos anseios da população em

suas mais diversas particularidades.

Em 5 de outubro de 1988 foi promulgada a Constituição da República

Federativa do Brasil e nela o Capítulo III tratou da Educação, da Cultura e do

Desporto, sendo que a seção I deste capítulo refere-se à Educação.

Nos debates para elaboração do texto dois grupos se destacaram no

trabalho a ponto de influenciarem na redação final. O primeiro ligado ao Fórum

Nacional em Defesa da Escola Pública, defendia uma gestão democrática, com

a participação dos diversos setores educacionais, pais alunos e comunidade

nos rumos das políticas para o setor educacional.

O segundo grupo ligado as escolas do setor privado não convergiam da

mesma opinião, solicitavam um texto que contemplassem seus interesses e

lhes permitissem uma gestão própria. Receberam apoio das escolas

confessionais.

A presença dos diversos grupos nas discussões levou o texto para uma

redação que indica a necessidade de novas regulamentações no que se refere

a gestão democrática da escola pública excluindo toda e qualquer menção a

escola privada e a participação dos diversos setores da comunidade ficando

com a seguinte redação:

Artigo 206 - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei.

Ficando as regulamentações necessárias para ser feita posteriormente

como no caso do Artigo 214.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (BRASIL, 1988)

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1.2 A conferência de educação para todos e a nova LDB.

Em 1990 a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e

a Cultura (UNESCO), a Fundação das Nações Unidas para a Infância

(UNICEF), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e

o Banco Mundial convocaram a Conferência de Educação Para Todos, a ser

realizada em Jomtien na Tailândia. Esta conferência resultou na Declaração

Mundial de Educação para Todos, da qual o Brasil tornou-se signatário, dando

início assim ao processo de construção do Plano Decenal de Educação, com o

objetivo de atender a constituição em relação a ‘eliminar o analfabetismo e

universalizar o ensino fundamental’ em 10 anos.

O Plano Decenal era um conjunto de medidas políticas em continuo processo de atualização e negociação, cujo horizonte deverá coincidir com a reconstrução dos sistemas de educação básica. Assim, a edição ora se apresenta à sociedade brasileira, se por um lado procurou incorporar propostas várias; de outro, permanece aberta a novos aperfeiçoamentos, sobretudo no âmbito das escolas, de seus dirigentes e de seus professores. (BRASIL, 1993. p. 15)

Durante este período tramitava na câmara dos deputados uma reforma

da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), para substituir a lei existente,

criada em 1961 e revisada em 1771, considerada ultrapassada. Os embates

entre os dois grupos citados anteriormente continuava nas comissões

parlamentares. O primeiro grupo apresentou a proposta retirada do Fórum

Nacional em Defesa da Escola Pública que ficou conhecida como Projeto Jorge

Hage e a segunda proposta foi elaborada pelos senadores Darcy Ribeiro,

Marco Maciel e Maurício Correa em articulação com o poder executivo, através

do MEC e apoiados pelo então Presidente da República Fernando Henrique

Cardoso (FHC). A grande diferença entre as propostas referia-se ao papel do

Estado na educação, enquanto o primeiro grupo defendia um controle social

no sistema de ensino o segundo colocava este poder nas mãos do governo.

Em 20 de dezembro de 1996 foi promulgada a LDB prevalecendo a

versão do segundo grupo incorporando a ela algumas sugestões do Projeto

Jorge Hage. A LDB estabeleceu um norte para a Educação no Brasil nos

diversos níveis de ensino que vai do ensino infantil a educação especial, e em

dezembro do mesmo ano era aprovado a Lei 9424/1996 que atendia ao Ato

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das Disposições Constitucionais criando o Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério

FUNDEF, e em 2007 foi substituído pelo Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da

Educação FUNDEB que deverá vigorar até 2020 com o objetivo de viabilizar o

financiamento da Educação Básica no Brasil.

O PNE que deveria vigorar de 2011 a 2020 ainda encontra-se no

Senado para aprovação, após ter passado pela câmara. O PNE um importante

instrumento para a melhora da qualidade de ensino no Brasil, teve sua primeira

versão em 1962 no Ministério da Educação e Cultura, vindo a virar Lei em

1967. Com a constituição de 1988, no seu artigo 214, e em atendimento dos

artigo 9 e 87 da LDB em consonância com a Declaração Mundial sobre

Educação para Todos, o deputado Ivan Valente apresentou o Projeto de Lei nº

4.155, de 1998 que ‘aprova o Plano Nacional de Educação’ que atendeu aos

compromissos assumidos pelo Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública,

desde sua participação nos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte,

consolidou os trabalhos do I e do II Congresso Nacional de Educação - CONED

e sistematizou contribuições advindas de diferentes segmentos da sociedade

civil.

O projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação (PNE) para vigorar de 2011 a 2020, foi enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de dezembro de 2010. O novo PNE apresenta dez diretrizes objetivas e 20 metas, seguidas das estratégias específicas de concretização. O texto prevê formas de a sociedade monitorar e cobrar cada uma das conquistas previstas. As metas seguem o modelo de visão sistêmica da educação estabelecida em 2007 com a criação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PNE). Tanto as metas quanto as estratégias premiam iniciativas para todos os níveis, modalidades e etapas educacionais. Além disso, há estratégias específicas para a inclusão de minorias, como alunos com deficiência, indígenas, quilombolas, estudantes do campo e alunos em regime de liberdade assistida. (BRASIL, 2012)

A LDB também serviu de ponto de partida para a elaboração dos

Parâmetros Curriculares Nacionais, que ficou conhecido como PCN, um

material elaborado para subsidiar as unidades escolares no seu cotidiano, na

elaboração de seu Projeto Político Pedagógico e os Docentes na elaboração

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de seu planejamento uma vez que apresenta princípios norteadores que

orientam o trabalho do professor.

Outras leis também vieram para garantir direitos e deveres as minorias e

tiveram influencia direta no ambiente educacional, como no caso da Lei Nº

8.069, de junho de 1990, que estabelece o Estatuto da Criança e do

Adolescente, a Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que “estabelece

normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das

pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras

providências.”, que em seu capítulo IV trata diretamente das construções e

reformas de edifícios públicos e de uso coletivo:

Art. 11. a construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. (BRASIL, 2000)

Com isto procurou atender ao Artigo 4º inciso III a LDB que trata do

direito dos portadores de necessidades especiais: “atendimento educacional

especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais,

preferencialmente na rede regular de ensino.”

Para atender as necessidades e particularidades regionais coube a cada

sistema de ensino na sua esfera a regulamentação da nova Lei como previa o

artigo 8º da LDB de acordo com sua esfera (BRASIL, 1996).

TÍTULO IV

Da Organização da Educação Nacional

Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.

(BRSIL, 1996)

No caso do Estado de São Paulo o Estatuto dos Funcionários Públicos

Civis do Estado, Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, prevê:

SEÇÃO I

Dos Deveres

Artigo 241 - São deveres do funcionário:

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XIII - estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens

de que digam respeito às suas funções. (SÃO PAULO, 1968)

Com a promulgação da LDB em 1996 o governo do Estado de São

Paulo criou a Lei Complementar Nº 836, de 30 de dezembro de 1997, que

institui Plano de Carreira, Vencimentos e Salários para os integrantes do

Quadro do Magistério da Secretaria da Educação e dá outras providências

correlatas. (SÃO PAULO, 1997)

Seguido por inúmeras mudanças e adequações com o passar dos anos

até os dias de hoje para atender os projetos e o interesse do poder dominante.

Nas últimas décadas, principalmente após os anos 1980, a sociedade tem se

organizado para ver suas reivindicações atendidas no que tange a participação,

elaboração das políticas educacionais e nos mecanismos de controle social. A

existência de leis não garante a sua aplicabilidade, por motivação muitas vezes

política, econômica ou por ignorância.

1.3 A LDB e os mecanismos de controle social

Como consequência e exigência da legislação, vários mecanismos e

conselhos sugiram para orientar, fiscalizar, aconselhar e referenciar as

decisões políticas como:

Conferência da Educação

Conselho Municipal da Educação

Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB

Conselhos de Alimentação Escolar

Conselho de Escola

Associação de Pais e mestres

Grêmio Estudantil

Todos formados com representantes de vários segmentos da sociedade,

procurando dar transparência a gestão publica.

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CAPÍTULO II

A GESTÃO DEMOCRÁTICA

2 UMA ANÁLISE CRÍTICA

Para o professor Vitor Henrique Paro em palestra a um grupo de

professores na cidade de Serra Negra em dezembro de 2012, na qual

discutiam a Gestão Democrática na Escola Pública, afirmou que o sistema

educacional é importante demais para variar de acordo com o mercado e para

ser entregue a amadores. Avança nesta questão em seu livro Administração

Escolar: introdução crítica, lançado em 1986 e reeditado dezessete vezes.

Torna a afirmar que administração escolar não pode ser a mesma da

administração utilizada em uma empresa, pois a escola lida diretamente com o

elemento humano e o aluno é participante ativo do processo educacional e não

uma simples matéria prima das empresas de produção.

E para que a administração escolar ser verdadeiramente democrática é preciso que todos os que estão direta ou indiretamente envolvidos no processo escolar possam participar das decisões que dizem respeito à organização e funcionamento da escola. (PARO, 2012, p. 209)

O autoritarismo vivenciado dos anos 1960 aos 1980 já não se faz jus em

dias atuais, os conselhos de escola tornaram-se esperança de participação nas

decisões administrativas, pleiteados por inúmeros professores como modo de

inibir o autoritarismo de Diretores que insistem nas práticas de direção isolada

e centralizadora.

Nestes termos, os conselhos de Escola apresentam-se como espaço público privilegiado, nos quais tensões e conflitos a respeito de questões educacionais podem surgir, superando práticas monolíticas ou pretensamente ‘harmoniosa’, ao mesmo tempo em que se configuram como espaços institucionais de articulação de soluções locais para os problemas do cotidiano escolar. (CAMARGO; ADRIÃO, 2003, p. 62)

Para Saul (2000), Paulo Freire prega a necessidade de uma posição

crítica diante das questões educacionais.

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Em várias de suas obras, Freire tem tratado a questão da rebeldia, como uma postura indispensável a todos aqueles que se acham inconformados, e indignados com as injustiças sociais, e lutam pela transformação da sociedade.” (SAUL, 2000, p.13)

Para Paro (2011), embora diversas medidas tenham sido implantadas

em nossas escolas ela continua com a mesma estrutura a mais de um século.

Somando isto ao pensamento de Paulo Freire fica a pergunta: onde está a

falha?

Toda reinvindicação procura atender ao anseio de um determinado

grupo e muitas vezes contrariam o interesse da elite dominante. Durante o

decorrer de nossa história o sistema capitalista esteve presente, direcionando

as politicas educacionais e as escolas a formar mão de obra para atender as

necessidades do mercado, o que contraria o objetivo da escola que tem por fim

a educação. A educação tem por fim formar seres humanos históricos capazes

de interferir na sua trajetória de vida, este fim é antagônico aos objetivos

empresarias que visa a produção e ao lucro.

Com um olhar centrado neste objetivo afirma-se que o senso comum

pedagógico utilizado em nossas escolas está ultrapassado e continua sendo

usado como única forma de ‘transmitir conhecimento’. Fazendo uma analogia

com a medicina, segundo Paro (2012), seria o mesmo que curar câncer com

chá de losna.

Não há como transmitir conhecimento a quem não tem vontade de se

apropriar dele, porém a escola precisa propiciar condições para que o aluno se

eduquem e tornem seres humanos históricos capazes de apropriar-se da

cultura existente e contribuir para seu enriquecimento e transmiti-la a gerações

futuras.

A dimensão social, por sua vez, deriva da condição de pluralidade do homem como ser histórico. Neste sentido, não se trata apenas de educar para o bem viver individual, mas para que o indivíduo possa contribuir para o bem viver de todos. (PARO, 2007, p. 111)

2.1 O objetivo da escola e seus reflexos nos órgãos colegiados

Em um tempo, e uma sociedade carregada de informações fica claro

que alguns indivíduos tem acesso e se apropriam da cultura existente de forma

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individualizada o que não o garante a participação na sociedade e nos

processos decisórios. Portanto sem a participação efetiva dos diversos setores

da comunidade escolar o objetivo primário da Escola fica comprometido como

afirma o autor:

A educação para e com o desenvolvimento local está diretamente relacionada à produção de conhecimento capaz de formar alunos mais questionadores e preocupados em envolver os problemas de sua comunidade. Professores capacitados e engajados com os problemas locais, com as demandas e necessidades dos alunos podendo interagir melhor com a realidade destes. (GÓES; MACHADO, 2012, p.14-15)

Portanto o espaço escolar deve ser o local de discussão, avaliação,

planejamento, acompanhamento, encaminhamento e controle objetivando a

melhora na qualidade de ensino e a do próprio sistema educacional,

aprimorando a gestão democrática com a participação de todos os

seguimentos, garantido o dialogo e o livre acesso as informações e decisões.

As vantagens de uma Administração Escolar participativa, em que as decisões são tomadas pelo próprio grupo, não se referem apenas à democratização interna da escola, mas também ao fortalecimento da unidade escolar externamente. (PARO, 2012, p. 214).

Muitas vezes os conselhos escolares não apresentam uma

participação significativa dos seus segmentos como afirma o autor:

A Associação de pais e mestres (APM)- ou círculo de pais e mestres (COM), ou ainda associação de pais e professores (APF), como é denominada em alguns sistemas – continua, de modo geral, com existência meramente formal, pouco ou nada avançando em termos de uma efetiva participação dos usuários na escola, mantendo-se e sendo valorizada pelo Estado, em vez disso, quase exclusivamente por seu caráter arrecadador de taxas junto à população para garantir a sobrevivência da escola, diante da insuficiência de recursos que lhe endereçam os poderes públicos. (PARO, 2011, p. 16)

Outro seguimento relacionado pelo autor refere-se aos alunos:

O Grêmio estudantil teve história semelhante, mantendo-se como uma alternativa de organização dos estudantes, mas, em geral, sem uma presença significativa que representasse uma participação efetiva e decisiva dos estudantes nas tomadas de decisões na escola, o que não impediu que, em muitos casos, os alunos usassem

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da presença do Grêmio para marcar sua ação em favor de uma maior participação discente. (PARO, 2011, p. 16)

Durante os anos de 2000 a 2003, Paro (2007), realizou uma pesquisa

em uma escola da periferia de São Paulo sobre Gestão Escolar Democrática e

Qualidade de Ensino, e ao referir-se a palavra ‘Democracia’, as respostas

portava-se a jargões populares, como ‘governo do povo’, à ‘vontade da maioria’

que segundo ele mais parecia resposta de políticos profissionais. (p. 72). Um

outro ponto a ser considerado para esta pesquisa refere-se a opinião dos

educadores a respeito dos órgãos colegiados.

Na opinião dos educadores da EMEF Vanderlei de Oliveira, todos esses mecanismos são de importância fundamental e, de fato, poderiam contribuir para a ação política e a formação democrática dos alunos, se eles funcionassem a contento, o que na verdade, não acontece. (PARO, 2007, p.100)

Com isto fica claro no trabalho apresentado por Paro (2007), que há

mecanismos de participação social em nossas escolas, mas não são utilizados

e muitas vezes são ignorados como forma de Gestão Democrática. Enquanto

isto há grupos que se unem para aumentar seu poder de participação nas

decisões que normatizam o seguimento educacional como as entidades de

classe e associações dos mais diversos setores.

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CAPÍTULO III

AS VARIANTES POSSÍVEIS

3 NOSSA REALIDADE

O sistema educacional durante o seu processo histórico foi sendo

construído, incorporando mudanças importantes no campo da Gestão

Democrática, garantindo participação social nos órgãos colegiados escolares e

nos conselhos Municipais e Estaduais.

Embora a legislação tenha se modernizado e permitido uma maior

participação nas decisões administrativas os docentes parecem viver em

tempos passados segundo Paro (2007) no que se refere a participação nestes

órgãos.

Neste sentindo este trabalho procura buscar uma visão de como se

encontra a participação dos profissionais ligados a área da educação nas

escolas Estaduais do Município de Lins. A rede é composta por 15 unidades

escolares, que atendem alunos do Ensino Fundamental ciclos I, II e Ensino

Médio, todas localizadas no perímetro urbano da cidade.

A coleta de informações deu-se na forma de questionários com

perguntas fechadas, de fácil compreensão não sofrendo nenhuma ingerência

nas respostas por parte do pesquisador garantindo assim a liberdade de

expressão. Garantindo-se o anonimato dos pesquisados.

Com esta estratégia pretende-se que as respostas sejam as mais

fidedignas possíveis, garantindo assim atender a alguns pontos essenciais,

como a formação acadêmica, uma vez que os cursos de licenciatura possuem

obrigatoriamente disciplina específica para tratar da legislação educacional,

outras para dar embasamento histórico e administrativo e em, sua maioria,

disciplinas voltadas para a área pedagógica, assim sendo os licenciados se

veem prontos para a missão de alfabetizar e deixam a participação no

processo administrativo em um segundo plano, neste caso a falta de

participação recairia sobre o pouco conhecimento da Legislação Básica

adquirido nos cursos de licenciatura e se isto influencia diretamente ou não a

sua participação nos órgãos representativo e pode-se voltar a reportar a

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afirmação de Paulo Freire da necessidade do educador de se ter a rebeldia

como postura indispensável para a sua pratica cotidiana. (SAUL, 2000)

Um outro fator a se considerar é a desmotivação em participar dos

órgãos colegiados e do processo administrativo, reflexo do cerceamento da

liberdade e participação política administrativa vivido na época da ‘ditadura

militar’ que parece ter deixado raízes em nossas instituições de ensino,

contribuindo assim para um certo conformismo na tardança da aplicação da

legislação e contribuindo para que muitos artigos não fossem colocados em

prática ou muitas vezes ficando a cargo das entidades de classe ou um número

reduzidos de representante lutar para sua efetivação como no caso do Artigo

67 inciso V, da LDB, que refere-se ao ‘período reservado a estudos,

planejamentos e avaliação, incluído na carga de trabalho’ do docente,

regulamentada pelo Artigo 2º da Lei 11.738 de 16 de junho de 2008, § 4º, que

deixa claro como deve ser essa composição ‘na composição da jornada de

trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária

para o desempenho das atividades de interação com os educandos.’ E

ratificada pela decisão do supremo tribunal federal em ação movida de

inconstitucionalidade da lei publicada em 27 de abril de 2011 (STJ, 2011,

4167), o que não garantiu a sua aplicação, resultando em novos processos

judiciais para a correta implantação da lei. Este fato somado a muitos outros

da a falsa impressão que em termos de legislação educacional vive-se ainda

na época das cavernas.

Não podendo deixar de citar a necessidade de analisar o centralismo

consciente ou inconsciente de diretores de escolas que segundo Paro (2011)

fica com o poder de decisão final por ser o último responsável pela unidade

escolar e com a obrigação de atender em primeiro lugar os interesses do

Estado o que acabam inibindo qualquer tentativa de participação

democratização da gestão escolar, atuando às vezes em nome de uma certa

harmonia administrativa.

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CAPÍTULO IV

A PESQUISA

4 O PERFIL DOS PROFISSIONAIS PESQUISADOS

A pesquisa foi feita de forma empírica, e em nenhum momento deixou

de lado a seriedade e o anseio pela obtenção de dados que de fato

correspondessem à realidade do grupo estudado.

Responderam ao questionário 43 profissionais da área da educação,

sendo 1 (um) membro da equipe gestora e 2 (dois) professores por unidade

escolar, sendo que apenas dois questionários não foram devolvidos. Na

maioria das escolas os questionários foram deixados com o (a) diretor (a) da

unidade escolar; que os encaminhou democraticamente aos professores que

pudessem fazê-lo resultando nos seguintes números: 35 (trinta e cinco) do

sexo feminino, 7 (sete) do sexo masculino e 1 (um) que preferiu não responder

conforme demostra o gráfico abaixo.

Figura 1: Gênero dos profissionais que responderam ao questionário

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

Quanto ao tempo de permanência na escola dos profissionais que

responderam ao questionário 28 (vinte e oito) estão a mais de 3 (três) anos na

MULHERES 82%

HOMENS 16%

NÃO RESPONDEU

2%

GÊNERO DOS PROFISSIONAIS QUE RESPONDERAM AO QUESTIONÁRIO

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unidade escolar, 8 (oito) estão entre 1 (um) e 2 (dois) anos e 7 (sete) a menos

de 1 (um) ano, representados no gráfico abaixo.

Figura 2: Tempo de permanência na escola

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

Esta composição de fato, torna o trabalho interessante, pois os

profissionais que estão a mais tempo na escola possuem maior conhecimento

do cotidiano escolar e os compara com anos anteriores, apresentando

respostas contextualizadas, aumentando a credibilidade da pesquisa, como

na metáfora utilizada por Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia

quando reflete sobre a prática docente.

O ato de cozinhar, por exemplo, supõe alguns saberes concernentes ao uso do fogão, como acendê-lo, como equilibrar para mais, para menos, a chama, como lidar com certos riscos, mesmos remotos, de incêndio, como harmonizar os diferentes temperos numa síntese gostosa e atraente. A pratica de cozinhar vai preparando o novato, ratificando alguns daqueles saberes, retificando outros, e vai possibilitando que ele vire cozinheiro. (FREIRE, 2011, p.23 e 24)

4.1 O questionário

MENOS DE 1 ANO 16%

2 A 3 ANOS 19%

MAIS DE 3 ANOS 65%

TEMPO NA ESCOLA

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A primeira pergunta relacionava-se diretamente com a formação do

docente, e o entrevistado apresenta seu ponto de vista quanto à utilização

prática das aulas de legislação recebidas no seu curso de graduação.

Trinta e seis (84%) entrevistados se dividiram entre as respostas SIM e

EM PARTE, demostrando desta forma, que as aulas foram importantes e estão

sendo úteis na vida profissional, com algumas ressalvas e limitações. Para um

grupo de sete (16%) entrevistados, as aulas não serviram e não tiveram

influência na sua vida profissional, conforme gráfico abaixo.

Figura 3: Pergunta 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

Na questão 2 (dois), foi solicitado aos entrevistados o seu interesse em

retomar os estudos sobre legislação, por julgar importante para o desempenho

profissional. Dos entrevistados trinta e cinco (81%) consideram importante e

necessária a retomada como forma de se manterem atualizados e

expressaram o desejo de retomar os estudos e em alguns casos deixaram isto

expresso no final do questionário onde contava uma questão aberta para

possíveis comentários e sugestões, cinco (12%) responderam em parte, por

considerar as mudanças na legislação uma constante e com o ritmo de

trabalho, ser impossível de acompanhá-las. E três(7%) entrevistados

responderam, não ser necessário; configurando as seguintes porcentagens

apresentadas no gráfico abaixo.

EM PARTE 42%

NÃO 16%

SIM 42%

UTILIZAÇÃO DAS AULAS DE LEGISLAÇÃO NA VIDA PROFISSIONAL

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Figura 4: Pergunta 2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

A partir da terceira pergunta, o foco passa a analisar a participação e

atuação do entrevistado no meio escolar, através de perguntas subjetivas que

procuram em seu global montar o perfil dos profissionais que atuam em nossas

escolas. Quando questionados sobre sua participação em cursos e palestras,

sobre a organização formal da escola. A maioria se julga participativo nesta

questão, totalizando trinta e duas(75%) respostas sim. Não participam

sete(16%) entrevistados, e quatro (9%) participam em parte. Conforme gráfico

abaixo.

Figura 5: Pergunta 3

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

SIM 81%

NÃO 7%

EM PARTE 12%

DESEJO DE RETOMAR AS AULAS SOBRE LEGISLAÇÃO

1 75%

2 16%

3 9%

PARTICIPA E INTERAGE EM CURSOS E PALESTRAS SOBRE A ORGANIZAÇÃO FORMAL DA ESCOLA

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A questão de número 4 (quatro) refere-se, à participação dos

entrevistados em entidades de classe e conselhos regionais. Com trinta e dois

(74%) confirmando sua filiação a estes órgãos, onze(26%) responderam não, e

como era de se esperar; nenhuma resposta, em parte. Observa-se também a

obrigatoriedade de registro em conselhos regionais para o exercício legal da

profissão, como no caso dos profissionais de Educação Física, que embora no

Estado de São Paulo isto não seja obrigatório para ministrar aulas, mas sim

para os exercícios em outras áreas seja obrigatório e exigido o registro,

influenciando em um aumento de filiados.

Com estes números, começo a responder parte das hipóteses gerada no

início deste trabalho, sendo a grande maioria dos profissionais filiados a

alguma entidade de classe.

Em palestra ministrada em 8 (oito) de março de 2013 no anfiteatro do

Unisalesiano, a dirigente regional, Senhora Mioko Tangi (Diretoria Regional de

Ensino de Lins), informou ter na região de Lins um total de 1338 professores

entre efetivos, estáveis, categoria F e categoria O, da qual 1200 são afiliados a

APEOESP Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São

Paulo, conforme números fornecido pela entidade. O gráfico abaixo apresenta

a porcentagem desta participação, demonstrando de certa forma,

credibilidades nestas entidades para representá-los.

Figura 6: Pergunta 4

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

SIM 74%

NÃO 26%

EM PARTE 0%

É ASSSOCIADO A ALGUMA ENTIDADE DE CLASSE OU SINDICATO

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A pergunta seguinte busca saber o nível de participação nos colegiados

escolares, iniciando com a APM Associação de Pais e Mestres. Responderam

sim vinte e seis(61%) pesquisados, dezesseis (37%) não, e um (2%) em parte).

Esperava-se que nenhum pesquisado responde-se em parte, não cabendo à

pesquisa questionar o entrevistado quanto a sua resposta, uma vez que foi

dada total liberdade para tal, e garantido o anonimato.

Figura 7: Pergunta 5

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

Quanto à participação nos conselhos de escola, os números divergem

um pouco, dos apresentados à APM, revelando um resultado um pouco

melhor. Com vinte e oito (61%) sim, doze (37%) não, e um (2%) em parte. Esta

diferença para mais, pode ser explicada pelo poder de influência na gestão

educacional conforme o objetivo de cada órgão. A APM tem uma natureza

social e educativa, já o Conselho de Escola é de natureza deliberativa e

consultiva, com função de atuar junto à direção no processo de gestão

pedagógica, administrativa e financeira da escola, despertando assim um maior

interesse dos profissionais.

SIM 61%

NÃO 37%

EM PARTE 2%

FAZ PARTE DA APM

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Figura 8: Pergunta 6

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

Quanto ao interesse dos docentes em participar dos órgãos colegiados,

as respostas variaram entre a resposta sim e a resposta em parte, que ficaram

com dezenove (44%) alternativa cada um e apenas cinco (12%), não.

Indicando um interesse imediato por parte dos pesquisados em participar

destes conselhos, porém, cabe citar que os diretores de escolas são membros

obrigatórios nos conselhos de escola, respondendo pela presidência do

mesmo. Com este fato, pode-se dizer que 1/3 (um terço) dos pesquisados

obrigatoriamente respondeu sim, quanto à sua participação nos conselhos e

podem não ter utilizado a mesma resposta quando questionado sobre o seu

interesse em participar; daí a diferença apresentada nos dois gráficos, 6 e7.

Figura 9: Pergunta 7

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

SIM 68%

NÃO 29%

EM PARTE 3%

FAZ PARTE DO CONSELHO DE ESCOLA

SIM 44%

NÃO 12%

EM PARTE 44%

HÁ INTERESSE POR PARTE DOS DOCENTES EM FAZER PARTE DOS COLEGIADOS DA ESCOLA

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A oitava pergunta visava questionar os entrevistados quanto à

espontaneidade dos docentes para se candidatar a membros dos órgãos

colegiados. E vinte e seis (61%) pesquisados responderam que existe vontade

dos profissionais da educação em participar da gestão, sete (16%)

responderam que não há interesse e dez (23%) consideram que esta

disponibilidade é em parte. Com isto é possível afirmar que parte dos

conselhos escolares possuem membros interessados com a gestão escolar e

compreendem sua importância, o que na prática ocasiona uma rotatividade dos

mesmos profissionais nos cargos que compõe o conselho, em que em um

determinado anos certo professor ocupa um cargo e no outro mandato ocupa

um outro cargo, mas eles estão sempre presente. Apenas uma pequena parte

acaba sendo eleito pela obrigação imposta pela lei, para atender o número

mínimo de docentes representantes na APM e Conselho de Escola o que as

vezes acabam dando uma impressão que não há interesse na gestão da

unidade escolar.

O conselho de escola é órgão deliberativo que deve fazer parte da direção escolar, mas se mostra muito pouco atraente, como costuma acontecer em grande parte das escolas. (PARO, 2011)

O gráfico da figura 10 (dez) da dimensão da porcentagem deste interesse.

Figura 10: Pergunta 8

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

SIM 61%

NÃO 16%

EM PARTE 23%

OS REPRESENTANTES DOS CONSELHOS SÃO ELEITOS ESPONTANEAMENTE

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Para poder ter uma visão das escolas e da atuação de seus órgãos

colegiados, foram feitas algumas perguntas relacionadas à atuação dos

conselhos, e que poderiam ter influenciado no resultado final das reformas e

atendimento da legislação sobre acessibilidade, tendo como data de referência

a promulgação da LDB 9493/96.

Prefiro ser criticado como idealista e sonhador inveterado por continuar, sem relutar, a apostar no ser humano, a me bater por uma legislação que o defenda contra as arrancas agressivas e injustas de quem transgride a própria ética. (FREIRE, 2011, p. 126)

Com quarenta e dois ( 98%) entrevistados afirmando que suas escolas

passaram por reformas e um (2%) respondeu não.

Figura 11: Pergunta 9

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

Quanto à participação nas decisões técnicas das reformas realizadas

nas unidades escolares por parte da direção e de seus colegiados foi

questionada na décima questão. Com trinta (71%) entrevistados afirmando que

tiveram participação nas decisões e quatro (10%) responderam, que não

tiveram suas opiniões acolhidas e oito (19%) consideraram que foram ouvidos

em parte conforme percentual do gráfico abaixo.

SIM 98%

NÃO 2%

EM PARTE 0%

SUA ESCOLA PASSOU POR REFORMA NOS ÚLTIMOS 12 ANOS

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Figura 12: Pergunta 10

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

O atendimento à exigência de acessibilidade, não deixou dúvidas sobre

o resultado das reformas realizadas nas unidades escolares da cidade de Lins.

Pode-se constatar com dezessete (41%) entrevistados respondendo não e

quatorze (33%) em parte, na opinião destes entrevistados a acessibilidade não

foi o objetivo das reformas realizadas nas escolas nos últimos anos. Apenas

nove (26%) entrevistados dizendo que sim às necessidades de acessibilidade

foi contempladas. Isto demostra que uma pequena parte de nossas escolas

estão preparadas para atender esta parcela da população, como consta no

gráfico a seguir.

Figura 13: Pergunta 11

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

SIM 71%

NÃO 10%

EM PARTE 19%

A DIREÇÃO E OS COLEGIADOS TIVERAM PARTICIPAÇÃO NAS DECISÕES TÉCNICAS DAS

REFORMAS

SIM 26%

NÃO 41%

EM PARTE 33%

A REFORMA ATENDEU A NECESSIDADE DE ACESSIBILIDADE DOS PORTADORES DE

NECESSIDADES ESPECIAIS

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Procurando analisar o atendimento ao estudante portador de

necessidades especiais a pergunta número 12 (doze) tratou do mobiliário das

unidades escolares. O que pode ser constatado é que a legislação foi deixada

à margem, com vinte e sete (64%) entrevistados responderam que não existe

mobiliário que atenda esta parcela de estudantes e oito (18%) afirmações

considerando que o atendimento foi em parte, e oito (18%) sim atendeu a

necessidade dos portadores de necessidades especiais.

Figura 14: Pergunta 12

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

A décima terceira e última pergunta dirigiu-se à prática da gestão

escolar, solicitando aos entrevistados uma análise da importância da vida

docente para o exercício do cargo de direção e coordenação nas unidades

escolares. Noventa e oito por cento dos entrevistados afirmaram ser necessário

ter experiência docente para o exercício deste cargo que ficou evidenciado

com as quarenta e duas (98%) respostas sim e apenas um (2%) entrevistado

não considerando importante a experiência docente para os cargos diretos de

gestores.

SIM 18%

NÃO 64%

EM PARTE 18%

QUANTO AO MOBILIÁRIO ATENDEU A NECESSIDADE DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

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Figura 15: Pergunta 13

Fonte: Elaborado pelo autor, 2013

Com estes resultados fica claro a importância dada pelos profissionais

da educação a experiência da vida docente, na qual se acumula e se adquire

conhecimentos necessários para a gestão do dia a dia das escolas.

SIM 98%

NÃO 2% EM PARTE

0%

CONSIDERA IMPORTANTE A EXPERIÊNCIA DOCENTE PARA EXERCER O CARGO DE COORDENADOR E DE

DIRETOR

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Tendo em vista resultados da pesquisa sobre a importância dos

conhecimentos básicos da legislação, em que os profissionais da área apontam

falhas no processo de formação acadêmica, com respostas negativas em

relação a importância das as aulas sobre Legislação e a atribuição e grande

valorização da prática como conduta indispensável para o exercício do cargo

de direção nas unidades escolares, cabe sugerir os seguintes procedimentos

para o melhor preparo dos acadêmicos para o exercício do magistério.

a) participação no processo de atribuição de aulas municipal e estadual

como parte do currículo da disciplina;

b) estudos de casos, processos administrativos e processos judiciais,

para análise e compreensão das falhas do sistema político que

administra a educação;

c) palestras com pessoas e autoridades responsáveis pela

administração e fiscalização dos processos educacionais,

(supervisores, dirigentes e advogados de entidades representante

dos profissionais da educação, promotores de justiça e juízes);

d) análise da atuação dos conselhos de escola e Associação de Pais e

Mestres das escolas estadual e municipal.

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CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho é a verificação sobre a aplicação da legislação

básica nas escolas Públicas Estaduais da cidade de Lins, que reflete

diretamente sobre o conhecimento de legislação dos membros da equipe

gestora e dos profissionais que atuam como docentes nestas escolas. Para

poder entender isso, se faz necessário uma análise profunda sobre a técnica

empregada na pesquisa e cada resposta apresentada pelos pesquisados.

Analisando a importância dada pelos docentes ao curso de formação é

possível constatar que não negam o aprendizado recebido, mas a maioria não

estabelece relação entre as aulas do curso de formação e a utilização na vida

docente, deixando dúvidas quanto à sua abrangência neste primeiro momento.

Na questão seguinte, afirmam a necessidade de retomar os estudos, em

uma clara evidencia da importância da legislação na sua vida funcional.

Os entrevistados não deixaram dúvidas quanto à sua participação e

intervenções em reuniões e palestras para tratar da gestão escolar, também

acreditam em suas entidades de classe como garantia de seus direitos legais,

sendo a grande maioria associado ou filiados a elas. Embora nesta entrevista

não tenha medido o grau de credibilidade creditado a cada uma destas

entidades pode-se acreditar que existe uma relação de confiança e de

credibilidade uma vez que toda filiação a estas entidades representa dispêndio

financeiro mensal ou anual.

A participação nos órgãos colegiados escolares que é de caráter

voluntário, além de ser um direito do profissional previsto na legislação sofre

uma pequena variação quando falamos em APM e o Conselho de Escola, mas

não compromete a intenção de captar o interesse dos profissionais quanto a

participação dos mesmos, representados nas perguntas sete e oito que

novamente apontam divergência nos resultados quando trata-se do interesse e

espontaneidade de participação. Neste ponto se for considerado a média das

duas respostas apresentadas, que representa aproximadamente 52 %

(cinquenta e dois por cento) de profissionais dispostos a atuar nestes órgãos e

influenciar nas decisões da gestão escolar, o que garantiria uma gestão

democrática e participativa. A diferença existente entre a participação nas

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APMs e nos Conselhos de Escola justifica-se pelo maior poder de influência e

decisões dos conselhos escolares.

As decisões técnicas e o atendimento ao critério de acessibilidade

demonstra uma gestão fragilizada no que se refere ao atendimento da

legislação em vigor. Embora afirme que há participação nas decisões técnicas

concordam que as reformas não atenderam a lei 10098 de dezembro de 2000,

cabendo uma reflexão sobre como fazê-lo e baseando-se que uma das funções

do Conselho de Escola é ser um órgão fiscalizador.

Quanto ao objetivo deste trabalho, que é a Legislação e a Importância

dos conhecimentos básicos cabe uma comparação final sobre a primeira e a

última questão aplicada. Ambas apontam para um norte. Quando pergunta se

das aulas de Legislação, oferecidas no seu Curso de Graduação, estão sendo

úteis na vida profissional, e as respostas ficam divididas entre as alternativas

sim e em parte a ultima pergunta não deixa dúvida quando 98% (noventa e oito

por cento) afirmar ser necessária a experiência docente para o exercício do

cargo de diretor. A experiência docente evidenciada na vida escolar, no dia a

dia de sala de aula, na participação nos colegiados escolares, e em tantas

outras situações enriquece e concretiza a teoria já assimilada anteriormente,

dando ao profissional uma visão além da pura e mera Legislação trabalhada

em sala de aula.

Em uma ultima análise é possível afirmar que uma entrevista

exploratória seria de maior eficácia quanto a captação da real situação vividas

nas escolas e dos conteúdos das respostas implícitas de cada entrevistado,

uma vez que o questionário de múltipla escolha não oferece ao entrevistado a

possibilidade de expressar de fato a sua opinião sobre determinado assunto,

cabendo ao entrevistador se ater as respostar expressas no questionário. O

segundo fator a se considerar, é que ao pedir a permissão aos diretores das

unidades escolares para executar a pesquisa, e deixar a cargo do mesmo a

distribuição dos questionários, pode ter havido certo direcionamento para um

perfil do profissional que responderia ao questionário, diferentemente se a

escolha fosse aleatória, mesmo correndo o risco do entrevistado em não

concordar ou não cooperar com a mesma.

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REFERÊNCIAS

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MACHADO, L. M. Teatralização do poder: o público e o publicitário na reforma de ensino paulista. São Paulo: Arte & Ciência, 1998. PARO, V. H. Administração escolar: introdução crítica. 17ed. São Paulo: Cortez, 2012. ______ Crítica da estrutura da escola. São Paulo: Cortez, 2011 ______ Gestão democrática e qualidade do ensino. São Paulo: Ática, 2007 SÃO PAULO. Plano de Carreira, vencimentos e salários para os integrantes do Quadro do Magistério. Lei 836/1997 Disponível em < www.educacao.sp.gov.br/lise/.../Arq/L.C.%20Nº%20836_97.doc > Acesso em: 21 abr 2013. SÃO PAULO. Estatuto do Magistério Paulista. Lei 444/85 Disponível em <www.educacao.sp.gov.br> Acesso em: 21 abr 2013. SÃO PAULO. Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. Lei Nº 10261/1968. Disponível em < http://www.al.sp.gov.br/StaticFile/ documentacao/estatuto_func_publico.htm> Acesso em: 21 abr 2013. SAUL, A. M. (Org.). Paulo Freire e a formação de educadores: múltiplos olhares. São Paulo: Articulação Universidade/Escola, 2000. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL STJ. Acordão 4.167. 2011. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Disponível em < http://www.cnte.org.br/images/stories /acordao_adi_ 4167.pdf> Acesso em: 21 abr 2013.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A

QUESTINÁRIO ESPONTÂNEO

O presente questionário tem por objetivo recolher dados a respeito da

participação e atuação do corpo docente nas decisões escolares e sua influência na

aplicação da legislação básica. (não considerar o ano de 2013)

I – IDENTIFICAÇÃO PESSOAL

Escola:_________________________________________________________

Sexo: ( ) feminino ( ) masculino

Tempo de magistério na escola:

( ) menos de 1 ano

( ) entre 1 e 3 anos

( ) mais de 3 anos

II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

N. PERGUNTAS SIM NÃO Em

parte

1

As aulas de Legislação, oferecidas no seu Curso de

Graduação, estão sendo úteis na sua vida

profissional?

2 Gostaria de retomar esses estudos por considera-los

importantes?

3 Você participa e interage em cursos ou palestras

sobre a organização formal da Escola?

4 É associado a uma entidade de classe? (sindicato ou

conselho regional)

5 Você faz parte da APM?

6 Você faz parte do Conselho de Escola?

7 Há interesse por parte do corpo docente em participar

dos órgãos colegiados da escola?

8 Os participantes do Conselho de Escola são eleitos

espontaneamente?

9 A sua escola passou por reformas nos últimos 12

anos?

10 A direção e os colegiados tiveram participação nas

decisões técnicas para realização da reforma?

11 A reforma atendeu a necessidade de acessibilidade

dos portadores de necessidades especiais?

12 Quanto ao mobiliário atende a necessidade dos

portadores de necessidades especiais?

13 Você considera importante a experiência docente

para o exercício de cargos de coordenação e gestão?

Você, espontaneamente, gostaria de fazer sugestões? Coloque sua ideia

_________________________________________________