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LEGISLAÇÃO BÁSICA RECURSOS HÍDRICOS 1

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LEGISLAÇÃO BÁSICA

RECURSOS HÍDRICOS

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ÍNDICE

1. Lei 9.433, 08 de janeiro de 1997. 03

2. Lei 8.745, de 09 de dezembro de 1993. 15

3. Lei 9.984, de 17 de julho de 2000. 19

4. Lei 9.986 de 18 de julho de 2000. 30

5. Decreto 3.692, de 19 de dezembro de 2000 43

6. Resolução ANA 09, de 17 de abril de 2001. 56

7. Resolução ANA 082, de 24 de abril de 2002. 73

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Lei Nº 9.433, de 8 de Janeiro de 1997.

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

O  P R E S I D E N T E  D A  R E P Ú B L I C A

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

TÍTULO IDA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

CAPÍTULO IDOS FUNDAMENTOS

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:I - a água é um bem de domínio público;II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do  Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

CAPÍTULO IIDOS OBJETIVOS

Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.

CAPÍTULO IIIDAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO

Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade;II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;

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III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional,estadual e nacional;V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.

Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerenciamento dos recursos hídricos de interesse comum.

CAPÍTULO IVDOS INSTRUMENTOS

Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:I - os Planos de Recursos Hídricos;II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água;III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;V - a compensação a municípios;VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

SEÇÃO IDOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.

Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos e terão o seguinte conteúdo mínimo:I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo;III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais;IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis;V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas;VI - (VETADO)VII - (VETADO)VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos;IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos hídricos.

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Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o País.

SEÇÃO IIDO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO OS USOS

PREPONDERANTES DA ÁGUA

Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água, visa a:I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas;II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.

Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental.

SEÇÃO IIIDA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.

Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos:I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água.§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento:I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural;II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica estará subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da legislação setorial específica.

Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso.Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes.

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Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.§ 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União.§ 2º (VETADO)

Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;II - ausência de uso por três anos consecutivos;III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas;IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se disponha de fontes alternativas;VI - necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de água.

Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a trinta e cinco anos, renovável.Art. 17. (VETADO)

Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas que são inalienáveis, mas o simples direito de seu uso.

SEÇÃO IVDA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;II - incentivar a racionalização do uso da água;III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos.

Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta Lei.Parágrafo único. (VETADO)

Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser observados, dentre outros:I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de variação;II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.

Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:

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I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos;II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio por cento do total arrecadado.§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido em projetos e obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo de água.§ 3º (VETADO)

Art. 23. (VETADO)

SEÇÃO VDA COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS

Art. 24. (VETADO)

SEÇÃO VIDO SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 25. O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.Parágrafo único. Os dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos serão incorporados ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.

Art. 26. São princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos:I- descentralização da obtenção e produção de dados e informações;II - coordenação unificada do sistema;III acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade.

Art 27. São objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos:I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil;II - atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e demanda de recursos hídricos em todo o território nacional;III - fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.

CAPÍTULO VDO RATEIO DE CUSTOS DAS OBRAS DE USO MÚLTIPLO, DE INTERESSE

COMUM OU COLETIVO

Art. 28. (VETADO)

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CAPÍTULO VIDA AÇÃO DO PODER PÚBLICO

Art. 29. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, compete ao Poder Executivo Federal:I - tomar as providências necessárias à implementação e ao funcionamento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;II - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos, e regulamentar e fiscalizar os usos, na sua esfera de competência;III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito nacional;IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.Parágrafo único. O Poder Executivo Federal indicará, por decreto, a autoridade responsável pela efetivação de outorgas de direito de uso dos recursos hídricos sob domínio da União.

Art. 30. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, cabe aos Poderes Executivos Estaduais e do Distrito Federal na sua esfera de competência:I - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos e regulamentar e fiscalizar os seus usos;II - realizar o controle técnico das obras de oferta hídrica;III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito estadual e do Distrito Federal;IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.

Art. 31. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do Distrito Federal e dos municípios promoverão a integração das políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos.

TÍTULO IIDO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

CAPÍTULO IDOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO

Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os seguintes objetivos:I - coordenar a gestão integrada das águas;II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;III - implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:I - o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;II - os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;III - os Comitês de Bacia Hidrográfica;IV - os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais e municipais, cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;

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V - as Agências de Água.

CAPÍTULO IIDO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 34. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é composto por:I - representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no gerenciamento ou no uso de recursos hídricos;II - representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;III representantes dos usuários dos recursos hídricos;IV - representantes das organizações civis de recursos hídricos.Parágrafo único. O número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá exceder à metade mais um do total dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos:I - promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos nacional, regional, estaduais e dos setores usuários;II - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados;IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;V - analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política Nacional de Recursos Hídricos;VI - estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais para a elaboração de seus regimentos;VIII - (VETADO)IX - acompanhar a execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;X - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a cobrança por seu uso.

Art. 36. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será gerido por:I - um Presidente, que será o Ministro titular do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;II - um Secretário Executivo, que será o titular do órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia a Legal responsável pela gestão dos recursos hídricos.

CAPÍTULO IIIDOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA

Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação:

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I - a totalidade de uma bacia hidrográfica;II - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de tributário desse tributário; ouIII - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio da União será efetivada por ato do Presidente da República.

Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação:I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes;II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos;III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios destes;VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados;VII - (VETADO)VIII - (VETADO)IX - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso ao Conselho Nacional ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com sua esfera de competência.

Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes:I - da União;II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas respectivas áreas de atuação;III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;IV - dos usuários das águas de sua área de atuação;V - das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia.§ 1º O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo, bem como os critérios para sua indicação, serão estabelecidos nos regimentos dos comitês, limitada a representação dos poderes executivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios à metade do total de membros.§ 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços de gestão compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do Ministério das Relações Exteriores.§ 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem ser incluídos representantes:I - da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação da União;II - das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica com área de atuação restrita a bacias de rios sob domínio estadual dar-se-á na forma estabelecida nos respectivos regimentos.

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Art. 40. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão dirigidos por um Presidente e um Secretário, eleitos dentre seus membros.

CAPÍTULO IVDAS AGÊNCIAS DE ÁGUA

Art 41. As Agências de Água exercerão a função de secretaria executiva do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica.

Art. 42. As Agências de Água terão a mesma área de atuação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.Parágrafo único. A criação das Agências de Água será autorizada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos mediante solicitação de um ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.

Art. 43. A criação de uma Agência de Água é condicionada ao atendimento dos seguintes requisitos:I - prévia existência do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica;II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de atuação.

Art. 44. Compete às Agências de Água, no âmbito de sua área de atuação:I - manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em sua área de atuação;II - manter o cadastro de usuários de recursos hídricos;III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos;IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados com recursos gerados pela cobrança pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à instituição financeira responsável pela administração desses recursos;V - acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos em sua área de atuação;VI - gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação;VII - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de suas competências;VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à apreciação do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica;IX - promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação;X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica;XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica:a) o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento ao respectivo Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com o domínio destes;b) os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos;c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos;d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.

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CAPÍTULO VDA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS

HÍDRICOS

Art. 45. A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será exercida pelo órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal responsável pela gestão dos recursos hídricos.

Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos:I - prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos;II - coordenar a elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e encaminhá-lo à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos;III - instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;IV - coordenar o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos;V - elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta orçamentária anual e submetê-los à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

CAPÍTULO VIDAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS

Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de recursos hídricos:I - consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas;II - associações regionais, locais ou setoriais de usuários de recursos hídricos;III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos hídricos;IV - organizações não-govemamentais com objetivos de defesa de interesses difusos e coletivos da sociedade;V - outras organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos.

Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, as organizações civis de recursos hídricos devem ser legalmente constituídas.

TÍTULO IIIDAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 49. Constitui infração das normas de utilização de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos:I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de direito de uso;II - iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a derivação ou a utilização de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, que implique alterações no regime, quantidade ou qualidade dos mesmos, sem autorização dos órgãos ou entidades competentes;III - (VETADO)IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com os mesmos em desacordo com as condições estabelecidas na outorga;

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V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem a devida autorização;VI - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos medidos;VII - infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e nos regulamentos administrativos, compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes;VIII - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exercício de suas funções.

Art. 50. Por infração de qualquer disposição legal ou regulamentar referentes à execução de obras e serviços hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos de domínio ou administração da União, ou pelo não atendimento das solicitações feitas, o infrator, a critério da autoridade competente, ficará sujeito às seguintes penalidades, independentemente de sua ordem de enumeração:I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 1O.OOO,OO (dez mil reais);III - embargo provisório, por prazo determinado, para execução de serviços e obras necessárias ao efetivo cumprimento das condições de outorga ou para o cumprimento de normas referentes ao uso, controle, conservação e proteção dos recursos hídricos;IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para repor incontinenti, no seu antigo estado, os recursos hídricos, leitos e margens, nos termos dos arts. 58 e 59 do Código de Águas ou tamponar os poços de extração de água subterrânea.§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada nunca será inferior à metade do valor máximo cominado em abstrato.§ 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente da pena de muita, serão cobradas do infrator as despesas em que incorrer a Administração para tomar efetivas as medidas previstas nos citados incisos, na forma dos arts. 36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de responder pela indenização dos danos a que der causa.§ 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá recurso à autoridade administrativa competente, nos termos do regulamento.§ 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.

TÍTULO IVDAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art 51. Os consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas mencionados no art. 47 poderão receber delegação do Conselho Nacional ou dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, por prazo determinado, para o exercício de funções de competência das Agências de Água, enquanto esses organismos não estiverem constituídos.

Art. 52. Enquanto não estiver aprovado e regulamentado o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a utilização dos potenciais hidráulicos para fins de geração de energia elétrica continuará subordinada à disciplina da legislação setorial específica.

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Art 53. O Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias a partir da publicação desta Lei, encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei dispondo sobre a criação das Agências de Água.

Art. 54. O art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. Iº .............................................. .......................................................III - quatro inteiros e quatro décimos por cento à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;IV - três inteiros e seis décimos por cento ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, do Ministério de Minas e Energia;V - dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia.§ 4º A cota destinada à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal será empregada na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e na gestão da rede hidrometeorológica nacional.§ 5º A cota destinada ao DNAEE será empregada na operação e expansão de sua rede hidrometeorológica, no estudo dos recursos hídricos e em serviços relacionados ao aproveitamento da energia hidráulica."Parágrafo único. Os novos percentuais definidos no caput deste artigo entrarão em vigor no prazo de cento e oitenta dias contados a partir da data de publicação desta Lei.

Art. 55. O Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta dias, contados da data de sua publicação.

Art. 56. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 57. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 8 de janeiro de 1997, 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSOGustavo Krause

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Lei Nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993.

Dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º - Para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, os órgãos da Administração Federal direta, as autarquias e as fundações públicas poderão efetuar contratação de pessoal por tempo determinado, nas condições e prazos previstos nesta lei.

Art. 2º - Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse público:I - assistência a situações de calamidade pública;II - combate a surtos endêmicos;III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;Nota: Acrescentado pela Lei nº 9.849/99Redação anterior:III - realização de recenseamentos;IV - admissão de professor substituto e professor visitante;V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro;VI - atividades:a) especiais nas organizações das Forças Armadas para atender à área industrial ou a encargos temporários de obras e serviços de engenharia;b) de identificação e demarcação desenvolvidas pela FUNAI;c) de análise e registro de marcas e patentes pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI;d) finalísticas do Hospital das Forças Armadas;e) de pesquisa e desenvolvimento de produtos destinados à segurança de sistemas de informações, sob responsabilidade do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações - CEPESC.f) de vigilância e inspeção, relacionadas à defesa agropecuária, no âmbito do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, para atendimento de situações emergênciais ligadas ao comércio internacional de produtos de origem animal ou vegetal ou de iminente risco à saúde animal, vegetal ou humana.g) desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM.VII - atividades de identificação e demarcação desenvolvidas pela FUNAI.VIII - atividades de análise e registro de marcas e patentes pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI.IX - atividades finalísticas do Hospital das Forças Armadas.

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X - atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos destinados à segurança de sistemas de informações, sob responsabilidade do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações – CEPESC§ 1º A contratação de professor substituto a que se refere o inciso IV far-se-á exclusivamente para suprir a falta de docente da carreira, decorrente de exoneração ou demissão, falecimento, aposentadoria, afastamento para capacitação e afastamento ou licença de concessão obrigatória.§ 2º As contratações para substituir professores afastados para capacitação ficam limitadas a dez por cento do total de cargos de docentes da carreira constante do quadro de lotação da instituição. (NR)

Art. 3º - O recrutamento do pessoal a ser contratado, nos termos desta lei, será mediante processo seletivo simplificado sujeito a ampla divulgação, inclusive através do Diário Oficial da União, prescindindo de concurso público.§ 1º - A contratação para atender às necessidades decorrentes de calamidade pública prescindirá de processo seletivo.§ 2º A contratação de pessoal nos casos do professor visitante referido no inciso IV e dos incisos V e VI alíneas "a", "c", "d", "e" e "g" do art. 2º poderá ser efetivada à vista de notória capacidade técnica ou científica do profissional mediante análise do curriculum vitae. (NR)

Art. 4º - As contratações serão feitas por tempo determinado e improrrogável, observados os seguinte prazos máximos;I - seis meses, no caso dos incisos I e II do art. 2º;II - até vinte e quatro meses, nos casos dos incisos III e VI, alíneas "b" e "e," do art. 2º;III - doze meses, nos casos dos incisos IV e VI, alíneas "c", "d" e "f", do art. 2º;IV - até quatro anos, nos casos dos incisos V e VI do art. 2º.§ 1º Nos casos dos incisos III e VI, alínea "b", do art. 2º, os contratos poderão ser prorrogados desde que o prazo total não exceda vinte e quatro meses.§ 2º Nos casos dos incisos V e VI, alínea "a", do art. 2º, os contratos poderão ser prorrogados desde que o prazo total não ultrapasse quatro anos.§ 3º Nos casos dos incisos IV e VI, alíneas "e" e "f", do art. 2º, os contratos poderão ser prorrogados pelo prazo de até doze meses. (NR)§ 4º Os contratos de que trata o inciso IV do art. 2º, celebrados a partir de 30 de novembro de 1997 e vigentes em 30 de junho de 1998, poderão ter o seu prazo de vigência estendido por até doze meses.§ 5º No caso do inciso VI, alínea "g", do art. 2º, os contratos poderão ser prorrogados desde que o prazo total não ultrapasse oito anos.§ 6º No caso do inciso VI, alínea "d", do art. 2º, os contratos poderão ser prorrogados desde que o prazo total não ultrapasse vinte e quatro meses, salvo os contratos vingentes, cuja validade se esgote no máximo até dezembro de 1999, para os quais o prazo total poderá ser de até trinta e seis meses.

Art. 5º As contratações somente poderão ser feitas com observância da dotação orçamentária específica e mediante prévia autorização do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministro de Estado sob cuja supervisão se encontrar o órgão ou entidade contratante, conforme estabelecido em regulamento.(NR)Parágrafo único - Os órgãos ou entidades contratantes encaminharão à Secretaria da Administração Federal, para controle da aplicação do disposto nesta lei, cópia dos contratos efetivados. Revogado pela Lei nº 9.849/99

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Art. 6º - É proibida a contratação, nos termos desta lei, de servidores da Administração direta ou indireta da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como de empregados ou servidores de suas subsidiárias e controladas.§ 1º - Excetua-se do disposto no caput deste artigo a contratação de professor substituto nas instituições federais de ensino, desde que o contratado não ocupe cargo efetivo, integrante das carreiras de magistério de que trata a Lei nº 7.596, de 10 de abril de 1987, e condicionada à formal comprovação de compatibilidade de horários.§ 2º Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto neste artigo importará responsabilidade administrativa da autoridade contratante e do contratado, inclusive, se for o caso, solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. (NR)§ 3º - Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto neste artigo importará responsabilidade administrativa da autoridade contratante e do contratado, inclusive, se for o caso, solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado.

Art. 7º - A remuneração do pessoal contratado nos termos desta lei será fixada:I - nos casos do inciso IV do art. 2º, em importância não superior ao valor da remuneração fixada para os servidores de final de carreira das mesmas categoria, nos planos de retribuição ou nos quadros de cargos e salários do órgão ou entidade contratante;II - nos casos dos incisos I a III e V a IX do art. 2º, em importância não superior ao valor da remuneração constante dos planos de retribuição ou nos quadros de cargos e salários do serviço público, para servidores que desempenhem função semelhante, ou, não existindo a semelhança, às condições do mercado de trabalho;III - no caso do inciso III do art. 2º, quando se tratar de coleta de dados, o valor da remuneração poderá ser formado por unidade produzida, desde que obedecido ao disposto no inciso II deste artigo.Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, não se consideram as vantagens de natureza individual dos servidores ocupantes de cargos tomados como paradigma.

Art. 8º - Ao pessoal contratado nos termos desta lei aplica-se o disposto na Lei nº. 8.647, de 13 de abril de 1993.

Art. 9º - O pessoal contratado nos termos desta lei não poderá:I - receber atribuições, funções ou encargos não previstos no respectivo contrato;II - ser nomeado ou designado, ainda que a título precário ou em substituição, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança;III - ser novamente contratado, com fundamento nesta lei, antes de decorridos vinte e quatro meses do encerramento de seu contrato anterior, salvo na hipótese prevista no inciso I do art. 2º, mediante prévia autorização, conforme determina o art. 5ºParágrafo Único - A inobservância do disposto neste artigo importará na rescisão do contrato nos casos dos incisos I e II, ou na declaração da sua insubsistência, no caso do inciso III, sem prejuízo da responsabilidade administrativa das autoridades envolvidas na transgressão.

Art. 10 - As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta lei serão apuradas mediante sindicância, concluída no prazo de trinta dias e assegurada ampla defesa.

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Art. 11 - Aplica-se ao pessoal contratado nos termos desta lei o disposto nos arts. 53 e 54; 57 a 59; 63 a 80; 97; 104 a 109; 110, inciso, I "in fine", e II, parágrafo único; 115 e 116, incisos I a V, alíneas a e c, VI a XII e parágrafo único; 117, incisos I a VI e IX a XVIII; 118 a 126; 127, incisos I, II e III, a 132, incisos I a VII, e IX a XIII; 136 a 142, incisos I, primeira parte, a III e §§ 1º a 4º, 236; 238 a 242, da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Art. 12 - O contrato firmado de acordo com esta lei extinguir-se- á sem direito a indenizações:I - pelo término do prazo contratual;II - por iniciativa do contratado.§ 1º - A extinção do contrato, nos casos do inciso II, será comunicada com a antecedência mínima de trinta dias.§ 2º - A extinção do contrato, por iniciativa do órgão ou entidade contratante, decorrente de conveniência administrativa, importará no pagamento ao contratado de indenização correspondente à metade do que lhe caberia referente ao restante do contrato.

Art. 13 - O art. 67 da Lei nº 7.501, de 27 de julho de 1986, alterado pelo art. 40 da Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 67 - As relações trabalhistas e previdênciárias concernentes aos auxiliares locais serão regidas pela legislação vigente no país em que estiver sediada a repartição.§ 1º - Serão segurados da previdência social brasileira os auxiliares locais de nacionalidade brasileira que, em razão de proibição legal, não possam filiar-se ao sistema previdenciário do país de domicílio.§ 2º - O Poder Executivo expedirá, no prazo de noventa dias, as normas necessárias à execução do disposto neste artigo."

Art. 14 - Aplica-se o disposto no art. 67 da Lei nº 7.501, de 27 de julho de 1986, com a redação dada pelo art. 13 desta lei, aos auxiliares civis que prestam serviços aos órgãos de representação das Forças Armadas Brasileira no exterior.

Art. 15 - Aos atuais contratados referidos nos arts. 13 e 14 desta lei é assegurado o direito de opção, no prazo de noventa dias, para permanecer na situação vigente na data da publicação desta lei.

Art. 16 - O tempo de serviço prestado em virtude de contratação nos termos desta lei será contado para todos os efeitos.

Art. 17 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 18 - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os art. 232 a 235 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Brasília, 9 de dezembro de 1993; 172º da Independência e 105º da República.

ITAMAR FRANCORomildo Canhim

Arnaldo Leite PereiraD.O.U. 10/12/1993

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Lei Nº 9.984, de 17 de julho de 2000.

Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e dá outras providências.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDOS OBJETIVOS

Art. 1º Esta Lei cria a Agência Nacional de Águas - ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, estabelecendo regras para a sua atuação, sua estrutura administrativa e suas fontes de recursos.

CAPÍTULO IIDA CRIAÇÃO, NATUREZA JURÍDICA E COMPETÊNCIAS

DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA

Art. 2º Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos promover a articulação dos planejamentos nacional, regionais, estaduais e dos setores usuários elaborados pelas entidades que integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e formular a Política Nacional de Recursos Hídricos, nos termos da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997.

Art. 3º Fica criada a Agência Nacional de Águas - ANA, autarquia sob regime especial, com autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos, integrando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.Parágrafo único. A ANA terá sede e foro no Distrito Federal, podendo instalar unidades administrativas regionais.

Art. 4º A atuação da ANA obedecerá aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos e será desenvolvida em articulação com órgãos e entidades públicas e privadas integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, cabendo-lhe:I - supervisionar, controlar e avaliar as ações e atividades decorrentes do cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos hídricos;II - disciplinar, em caráter normativo, a implementação, a operacionalização, o controle e a avaliação dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos;III - (VETADO)IV - outorgar, por intermédio de autorização, o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da União, observado o disposto nos arts. 5º, 6º, 7º e 8º;

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V - fiscalizar os usos de recursos hídricos nos corpos de água de domínio da União;VI - elaborar estudos técnicos para subsidiar a definição, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, com base nos mecanismos e quantitativos sugeridos pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, na forma do inciso VI do art. 38 da Lei nº 9.433, de 1997;VII - estimular e apoiar as iniciativas voltadas para a criação de Comitês de Bacia Hidrográfica;VIII - implementar, em articulação com os Comitês de Bacia Hidrográfica, a cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União;IX - arrecadar, distribuir e aplicar receitas auferidas por intermédio da cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, na forma do disposto no art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997;X - planejar e promover ações destinadas a prevenir ou minimizar os efeitos de secas e inundações, no âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, em articulação com o órgão central do Sistema Nacional de Defesa Civil, em apoio aos Estados e Municípios;XI - promover a elaboração de estudos para subsidiar a aplicação de recursos financeiros da União em obras e serviços de regularização de cursos de água, de alocação e distribuição de água, e de controle da poluição hídrica, em consonância com o estabelecido nos planos de recursos hídricos;XII - definir e fiscalizar as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e privados, visando a garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos, conforme estabelecido nos planos de recursos hídricos das respectivas bacias hidrográficas;XIII - promover a coordenação das atividades desenvolvidas no âmbito da rede hidrometeorológica nacional, em articulação com órgãos e entidades públicas ou privadas que a integram, ou que dela sejam usuárias;XIV - organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos;XV - estimular a pesquisa e a capacitação de recursos humanos para a gestão de recursos hídricos;XVI - prestar apoio aos Estados na criação de órgãos gestores de recursos hídricos;XVII - propor ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos o estabelecimento de incentivos, inclusive financeiros, à conservação qualitativa e quantitativa de recursos hídricos.XVIII - participar da elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e supervisionar a sua implementação.

Nota: Acrescentado pela MP 2.049-23/2000

§ 1º Na execução das competências a que se refere o inciso II deste artigo, serão considerados, nos casos de bacias hidrográficas compartilhadas com outros países, os respectivos acordos e tratados.§ 2º As ações a que se refere o inciso X deste artigo, quando envolverem a aplicação de racionamentos preventivos, somente poderão ser promovidas mediante a observância de critérios a serem definidos em decreto do Presidente da República.§ 3º Para os fins do disposto no inciso XII deste artigo, a definição das condições de operação de reservatórios de aproveitamentos hidrelétricos será efetuada em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS.§ 4º A ANA poderá delegar ou atribuir a agências de água ou de bacia hidrográfica a execução de atividades de sua competência, nos termos do art. 44 da Lei nº 9.433, de 1997, e demais dispositivos legais aplicáveis.§ 5º (VETADO)§ 6º A aplicação das receitas de que trata o inciso IX será feita de forma descentralizada, por meio das agências de que trata o Capítulo IV do Título II da Lei nº 9.433, de 1997, e, na ausência ou

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impedimento destas, por outras entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.§ 7º Nos atos administrativos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de cursos de água que banham o semi-árido nordestino, expedidos nos termos do inciso IV deste artigo, deverão constar, explicitamente, as restrições decorrentes dos incisos III e V do art. 15 da Lei nº 9.433, de 1997.

Art. 5º Nas outorgas de direito de uso de recursos hídricos de domínio da União, serão respeitados os seguintes limites de prazos, contados da data de publicação dos respectivos atos administrativos de autorização:I - até dois anos, para início da implantação do empreendimento objeto da outorga;II - até seis anos, para conclusão da implantação do empreendimento projetado;III - até trinta e cinco anos, para vigência da outorga de direito de uso.§ 1º Os prazos de vigência das outorgas de direito de uso de recursos hídricos serão fixados em função da natureza e do porte do empreendimento, levando-se em consideração, quando for o caso, o período de retorno do investimento.§ 2º Os prazos a que se referem os incisos I e II poderão ser ampliados, quando o porte e a importância social e econômica do empreendimento o justificar, ouvido o Conselho Nacional de Recursos Hídricos.§ 3º O prazo de que trata o inciso III poderá ser prorrogado, pela ANA, respeitando-se as prioridades estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos.§ 4º As outorgas de direito de uso de recursos hídricos para concessionárias e autorizadas de serviços públicos e de geração de energia hidrelétrica vigorarão por prazos coincidentes com os dos correspondentes contratos de concessão ou atos administrativos de autorização.

Art. 6º A ANA poderá emitir outorgas preventivas de uso de recursos hídricos, com a finalidade de declarar a disponibilidade de água para os usos requeridos, observado o disposto no art. 13 da Lei nº 9.433, de 1997.§ 1º A outorga preventiva não confere direito de uso de recursos hídricos e se destina a reservar a vazão passível de outorga, possibilitando, aos investidores, o planejamento de empreendimentos que necessitem desses recursos.§ 2º O prazo de validade da outorga preventiva será fixado levando-se em conta a complexidade do planejamento do empreendimento, limitando-se ao máximo de três anos, findo o qual será considerado o disposto nos incisos I e II do art. 5º.

Art. 7º Para licitar a concessão ou autorizar o uso de potencial de energia hidráulica em corpo de água de domínio da União, a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL deverá promover, junto à ANA, a prévia obtenção de declaração de reserva de disponibilidade hídrica.§ 1º Quando o potencial hidráulico localizar-se em corpo de água de domínio dos Estados ou do Distrito Federal, a declaração de reserva de disponibilidade hídrica será obtida em articulação com a respectiva entidade gestora de recursos hídricos.§ 2º A declaração de reserva de disponibilidade hídrica será transformada automaticamente, pelo respectivo poder outorgante, em outorga de direito de uso de recursos hídricos à instituição ou empresa que receber da ANEEL a concessão ou a autorização de uso do potencial de energia hidráulica.

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§ 3º A declaração de reserva de disponibilidade hídrica obedecerá ao disposto no art. 13 da Lei nº 9.433, de 1997, e será fornecida em prazos a serem regulamentados por decreto do Presidente da República.

Art. 8º A ANA dará publicidade aos pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de domínio da União, bem como aos atos administrativos que deles resultarem, por meio de publicação na imprensa oficial e em pelo menos um jornal de grande circulação na respectiva região.

CAPÍTULO IIIDA ESTRUTURA ORGÂNICA DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA

Art. 9º A ANA será dirigida por uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros, nomeados pelo Presidente da República, com mandatos não coincidentes de quatro anos, admitida uma única recondução consecutiva, e contará com uma Procuradoria.§ 1º O Diretor-Presidente da ANA será escolhido pelo Presidente da República entre os membros da Diretoria Colegiada, e investido na função por quatro anos ou pelo prazo que restar de seu mandato.§ 2º Em caso de vaga no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no caput, que o exercerá pelo prazo remanescente.

Art. 10. A exoneração imotivada de dirigentes da ANA só poderá ocorrer nos quatro meses iniciais dos respectivos mandatos.§ 1º Após o prazo a que se refere o caput, os dirigentes da ANA somente perderão o mandato em decorrência de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado, ou de decisão definitiva em processo administrativo disciplinar.§ 2º Sem prejuízo do que prevêem as legislações penal e relativa à punição de atos de improbidade administrativa no serviço público, será causa da perda do mandato a inobservância, por qualquer um dos dirigentes da ANA, dos deveres e proibições inerentes ao cargo que ocupa.§ 3º Para os fins do disposto no § 2º, cabe ao Ministro de Estado do Meio Ambiente instaurar o processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comissão especial, competindo ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento.

Art. 11. Aos dirigentes da ANA é vedado o exercício de qualquer outra atividade profissional, empresarial, sindical ou de direção político-partidária.§ 1º É vedado aos dirigentes da ANA, conforme dispuser o seu regimento interno, ter interesse direto ou indireto em empresa relacionada com o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.§ 2º A vedação de que trata o caput não se aplica aos casos de atividades profissionais decorrentes de vínculos contratuais mantidos com entidades públicas ou privadas de ensino e pesquisa.

Art. 12. Compete à Diretoria Colegiada:I - exercer a administração da ANA;II - editar normas sobre matérias de competência da ANA;III - aprovar o regimento interno da ANA, a organização, a estrutura e o âmbito decisório de cada diretoria;

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IV - cumprir e fazer cumprir as normas relativas ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;V - examinar e decidir sobre pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de domínio da União;VI - elaborar e divulgar relatórios sobre as atividades da ANA;VII - encaminhar os demonstrativos contábeis da ANA aos órgãos competentes;VIII - decidir pela venda, cessão ou aluguel de bens integrantes do patrimônio da ANA; eIX - conhecer e julgar pedidos de reconsideração de decisões de componentes da Diretoria da ANA.§ 1º A Diretoria deliberará por maioria simples de votos, e se reunirá com a presença de, pelo menos, três diretores, entre eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal.§ 2º As decisões relacionadas com as competências institucionais da ANA, previstas no art. 3º, serão tomadas de forma colegiada.

Art. 13 Compete ao Diretor-Presidente:I - exercer a representação legal da ANA;II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada;III - cumprir e fazer cumprir as decisões da Diretoria Colegiada;IV - decidir ad referendum da Diretoria Colegiada as questões de urgência;V - decidir, em caso de empate, nas deliberações da Diretoria Colegiada;VI - nomear e exonerar servidores, provendo os cargos em comissão e as funções de confiança;VII - admitir, requisitar e demitir servidores, preenchendo os empregos públicos;VIII - encaminhar ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos os relatórios elaborados pela Diretoria Colegiada e demais assuntos de competência daquele Conselho;IX - assinar contratos e convênios e ordenar despesas; eX - exercer o poder disciplinar, nos termos da legislação em vigor.

Art. 14. Compete à Procuradoria da ANA, que se vincula à Advocacia-Geral da União para fins de orientação normativa e supervisão técnica:I - representar judicialmente a ANA, com prerrogativas processuais de Fazenda Pública;II - representar judicialmente os ocupantes de cargos e de funções de direção, inclusive após a cessação do respectivo exercício, com referência a atos praticados em decorrência de suas atribuições legais ou institucionais, adotando, inclusive, as medidas judiciais cabíveis, em nome e em defesa dos representados;III - apurar a liquidez e certeza de créditos, de qualquer natureza, inerentes às atividades da ANA, inscrevendo-os em dívida ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial; eIV - executar as atividades de consultoria e de assessoramento jurídicos.

Art. 15. (VETADO)

CAPÍTULO IVDOS SERVIDORES DA ANA

Art. 16. A ANA constituirá, no prazo de trinta e seis meses a contar da data de publicação desta Lei, o seu quadro próprio de pessoal, por meio da realização de concurso público de provas, ou de provas e títulos, ou da redistribuição de servidores de órgãos e entidades da administração federal direta, autárquica ou fundacional.

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§ 1º Nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição, fica a ANA autorizada a efetuar contratação temporária, por prazo não excedente a trinta e seis meses, do pessoal técnico imprescindível ao exercício de suas atribuições institucionais.§ 2º Para os fins do disposto no § 1º, são consideradas necessidades temporárias de excepcional interesse público as atividades relativas à implementação, ao acompanhamento e à avaliação de projetos e programas de caráter finalístico na área de recursos hídricos, imprescindíveis à implantação e à atuação da ANA.

Art. 17. A ANA poderá requisitar, com ônus, servidores de órgãos e entidades integrantes da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, quaisquer que sejam as atribuições a serem exercidas.Nota: Revogado pela MP2.049-23/2000§ 1º As requisições para exercício na ANA, sem cargo em comissão ou função de confiança, ficam autorizadas pelo prazo máximo de vinte e quatro meses, contado da instalação da autarquia.§ 2º Transcorrido o prazo a que se refere o § 1º, somente serão cedidos para a ANA servidores por ela requisitados para o exercício de cargos em comissão.§ 3º Durante os primeiros trinta e seis meses subseqüentes à instalação da ANA, as requisições de que trata o caput deste artigo, com a prévia manifestação dos Ministros de Estado do Meio Ambiente e do Planejamento, Orçamento e Gestão, serão irrecusáveis e de pronto atendimento.§ 4º Quando a cessão implicar redução da remuneração do servidor requisitado, fica a ANA autorizada a complementá-la até atingir o valor percebido no Órgão ou na entidade de origem.

Art. 18. Ficam criados, com a finalidade de integrar a estrutura da ANA:

Nota: Revogado pela MP2.049-23/2000

I - quarenta e nove cargos em comissão, sendo cinco cargos de Natureza Especial, no valor unitário de R$ 6.400,00 (seis mil e quatrocentos reais), e quarenta e quatro cargos do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS, assim distribuídos: nove DAS 101.5; cinco DAS 102.5; dezessete DAS 101.4; um DAS 102.4; oito DAS 101.3; dois DAS 101.2; e dois DAS 102.1;II - cento e cinqüenta cargos de confiança denominados Cargos Comissionados de Recursos Hídricos - CCRH, sendo: trinta CCRH - V, no valor unitário de R$ 1.170,00 (mil cento e setenta reais); quarenta CCRH - IV, no valor unitário de R$ 855,00 (oitocentos e cinqüenta e cinco reais); trinta CCRH - III, no valor unitário de R$ 515,00 (quinhentos e quinze reais); vinte CCRH - II, no valor unitário de R$ 454,00 (quatrocentos e cinqüenta e quatro reais); e trinta CCRH - I, no valor unitário de R$ 402,00 (quatrocentos e dois reais).§ 1º O servidor investido em CCRH exercerá atribuições de assessoramento e coordenação técnica e perceberá remuneração correspondente ao cargo efetivo ou emprego permanente, acrescida do valor da função para a qual tiver sido designado.§ 2º A designação para função de assessoramento de que trata este artigo não pode ser acumulada com a designação ou nomeação para qualquer outra forma de comissionamento, cessando o seu pagamento durante as situações de afastamento do servidor, inclusive aquelas consideradas de efetivo exercício, ressalvados os períodos a que se referem os incisos I, IV, VI e VIII e alíneas a e e do inciso X do art. 102 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e o disposto no art. 471 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943.

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§ 3º A Diretoria Colegiada da ANA poderá dispor sobre a alteração de quantitativos e a distribuição dos CCRH dentro da estrutura organizacional da autarquia, observados os níveis hierárquicos, os valores da retribuição correspondente e os respectivos custos globais.§ 4º Nos primeiros trinta e seis meses seguintes à instalação da ANA, o CCRH poderá ser ocupado por servidores ou empregados requisitados na forma do art. 3º.

Art. 18-A. Ficam criados, para exercício exclusivo na ANA:

Nota: Acrescentado pela MP 2.049-23/2000

I - cinco Cargos Comissionados de Direção - CD, sendo: um CD I e quatro CD II;

Nota: Acrescentado pela MP2.049-23/2000

II - cinqüenta e dois Cargos de Gerências Executiva - CGE, sendo: cinco CGE I, treze CGE II, trinta e três CGE III e um CGE IV;

Nota: Acrescentado pela MP2.049-23/2000

III - doze Cargos Comissionados de Assessoria - CA, sendo: quatro CA I; quatro CA II e quatro CA III;

Nota: Acrescentado pela MP2.049-23/2000

IV - onze Cargos Comissionados de Assistência - CAS I;

Nota: Acrescentado pela MP2.049-23/2000

V - vinte e sete Cargos Comissionados Técnicos - CCT V.

Nota: Acrescentado pela MP2.049-23/2000

Parágrafo único. Aplicam-se aos cargos de que trata este artigo as disposições da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000.

Nota: Acrescentado pela MP2.049-23/2000

CAPÍTULO VDO PATRIMÔNIO E DAS RECEITAS

Art. 19. Constituem patrimônio da ANA os bens e direitos de sua propriedade, os que lhe forem conferidos ou que venha a adquirir ou incorporar.

Art. 20. Constituem receitas da ANA:

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I - os recursos que lhe forem transferidos em decorrência de dotações consignadas no Orçamento-Geral da União, créditos especiais, créditos adicionais e transferências e repasses que lhe forem conferidos;II - os recursos decorrentes da cobrança pelo uso de água de corpos hídricos de domínio da União, respeitando-se as formas e os limites de aplicação previstos no art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997;III - os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos celebrados com entidades, organismos ou empresas nacionais ou internacionais;IV - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados;V - o produto da venda de publicações, material técnico, dados e informações, inclusive para fins de licitação pública, de emolumentos administrativos e de taxas de inscrições em concursos;VI - retribuição por serviços de qualquer natureza prestados a terceiros;VII - o produto resultante da arrecadação de multas aplicadas em decorrência de ações de fiscalização de que tratam os arts. 49 e 50 da Lei n° 9.433, de 1997;VIII - os valores apurados com a venda ou aluguel de bens móveis e imóveis de sua propriedade;IX - o produto da alienação de bens, objetos e instrumentos utilizados para a prática de infrações, assim como do patrimônio dos infratores, apreendidos em decorrência do exercício do poder de polícia e incorporados ao patrimônio da autarquia, nos termos de decisão judicial; eX - os recursos decorrentes da cobrança de emolumentos administrativos.

Art. 21. As receitas provenientes da cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União serão mantidas à disposição da ANA, na Conta Única do Tesouro Nacional, enquanto não forem destinadas para as respectivas programações.§ 1º A ANA manterá registros que permitam correlacionar as receitas com as bacias hidrográficas em que foram geradas, com o objetivo de cumprir o estabelecido no art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997.§ 2º As disponibilidades de que trata o caput deste artigo poderão ser mantidas em aplicações financeiras, na forma regulamentada pelo Ministério da Fazenda.§ 3º (VETADO)§ 4º As prioridades de aplicação de recursos a que se refere o caput do art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997, serão definidas pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, em articulação com os respectivos comitês de bacia hidrográfica.

CAPÍTULO VIDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 22. Na primeira gestão da ANA, um diretor terá mandato de três anos, dois diretores terão mandatos de quatro anos e dois diretores terão mandatos de cinco anos para implementar o sistema de mandatos não coincidentes.

Art. 23. Fica o Poder Executivo autorizado a:I - transferir para a ANA o acervo técnico e patrimonial, direitos e receitas do Ministério do Meio Ambiente e de seus órgãos, necessários ao funcionamento da autarquia;II - remanejar, transferir ou utilizar os saldos orçamentários do Ministério do Meio Ambiente para atender às despesas de estruturação e manutenção da ANA, utilizando, como recursos, as dotações orçamentárias destinadas às atividades fins e administrativas, observados os mesmos subprojetos, subatividades e grupos de despesas previstos na Lei Orçamentária em vigor.

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Art. 24. A Consultoria Jurídica do Ministério do Meio Ambiente e a Advocacia-Geral da União prestarão à ANA, no âmbito de suas competências, a assistência jurídica necessária, até que seja provido o cargo de Procurador da autarquia.

Art. 25. O Poder Executivo implementará a descentralização das atividades de operação e manutenção de reservatórios, canais e adutoras de domínio da União, excetuada a infra-estrutura componente do Sistema Interligado Brasileiro, operado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS.Parágrafo único. Caberá à ANA a coordenação e a supervisão do processo de descentralização de que trata este artigo.

Art. 26. O Poder Executivo, no prazo de noventa dias, contado a partir da data de publicação desta Lei, por meio de decreto do Presidente da República, estabelecerá a estrutura regimental da ANA, determinando sua instalação.Parágrafo único. O decreto a que se refere o caput estabelecerá regras de caráter transitório, para vigorarem na fase de implementação das atividades da ANA, por prazo não inferior a doze e nem superior a vinte e quatro meses, regulando a emissão temporária, pela ANEEL, das declarações de reserva de disponibilidade hídrica de que trata o art. 7º.

Art. 27. A ANA promoverá a realização de concurso público para preenchimento das vagas existentes no seu quadro de pessoal.

Art. 28. O art. 17 da Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 17. A compensação financeira pela utilização de recursos hídricos de que trata a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, será de seis inteiros e setenta e cinco centésimos por cento sobre o valor da energia elétrica produzida, a ser paga por titular de concessão ou autorização para exploração de potencial hidráulico aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios em cujos territórios se localizarem instalações destinadas à produção de energia elétrica, ou que tenham áreas invadidas por águas dos respectivos reservatórios, e a órgãos da administração direta da União."(NR)"§ 1º Da compensação financeira de que trata o caput:" (AC)*"I - seis por cento do valor da energia produzida serão distribuídos entre os Estados, Municípios e órgãos da administração direta da União, nos termos do art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, com a redação dada por esta Lei;" (AC)"II - setenta e cinco centésimos por cento do valor da energia produzida serão destinados ao Ministério do Meio Ambiente, para aplicação na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, nos termos do art. 22 da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do disposto nesta Lei." (AC)"§ 2º A parcela a que se refere o inciso II do § 1º constitui pagamento pelo uso de recursos hídricos e será aplicada nos termos do art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997." (AC)

Art. 29. O art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, com a redação dada pela Lei nº 9.433, de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:

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"Art. 1º A distribuição mensal da compensação financeira de que trata o inciso I do § 1º do art. 17 da Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, com a redação alterada por esta Lei, será feita da seguinte forma:" (NR)"I - quarenta e cinco por cento aos Estados;""II - quarenta e cinco por cento aos Municípios;""III - quatro inteiros e quatro décimos por cento ao Ministério do Meio Ambiente;" (NR)"IV - três inteiros e seis décimos por cento ao Ministério de Minas e Energia;" (NR)"V - dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia.""§ 1º Na distribuição da compensação financeira, o Distrito Federal receberá o montante correspondente às parcelas de Estado e de Município.""§ 2º Nas usinas hidrelétricas beneficiadas por reservatórios de montante, o acréscimo de energia por eles propiciado será considerado como geração associada a estes reservatórios regularizadores, competindo à ANEEL efetuar a avaliação correspondente para determinar a proporção da compensação financeira devida aos Estados, Distrito Federal e Municípios afetados por esses reservatórios." (NR)"§ 3º A Usina de Itaipu distribuirá, mensalmente, respeitados os percentuais definidos no caput deste artigo, sem prejuízo das parcelas devidas aos órgãos da administração direta da União, aos Estados e aos Municípios por ela diretamente afetados, oitenta e cinco por cento dos royalties devidos por Itaipu Binacional ao Brasil, previstos no Anexo C, item III do Tratado de Itaipu, assinado em 26 de março de 1973, entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai, bem como nos documentos interpretativos subseqüentes, e quinze por cento aos Estados e Municípios afetados por reservatórios a montante da Usina de Itaipu, que contribuem para o incremento de energia nela produzida." (NR)"§ 4º A cota destinada ao Ministério do Meio Ambiente será empregada na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e na gestão da rede hidrometeorológica nacional." (NR)"§ 5º Revogado."

Art. 30. O art. 33 da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:""I - o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;""I-A. - a Agência Nacional de Águas;" (AC)"II - os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;""III - os Comitês de Bacia Hidrográfica;""IV - os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;" (NR)"V - as Agências de Água."

Art. 31. O inciso IX do art. 35 da Lei nº 9.433, de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 35.............................................................................""IX - acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as providências necessárias ao cumprimento de suas metas; "(NR)"............................................................................"

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Art. 32. O art. 46 da Lei nº 9.433, de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos:""I - prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos;""II - revogado;""III - instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;""IV - revogado;""V - elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta orçamentária anual e submetê-los à aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos."

Art. 33. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de julho de 2000; 179º da Independência e 112º da República.

MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIELEdward Joaquim Amadeo SwaelenMarcus Vinicius Pratini de Moraes

Rodolpho Tourinho NetoMartus Tavares

José Sarney FilhoD.O.U., 18/07/2000

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LEI Nº 9.986, DE 18 DE JULHO DE 2000

Dispõe sobre a gestão de recursos humanos das Agências Reguladoras e dá outras providências.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As Agências Reguladoras terão suas relações de trabalho regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, em regime de emprego público.

Art. 2º Ficam criados, para exercício exclusivo nas Agências Reguladoras, os empregos públicos de nível superior de Regulador, de Analista de Suporte à Regulação, os empregos de nível médio de Técnico em Regulação e de Técnico de Suporte à Regulação, os cargos efetivos de nível superior de Procurador, os Cargos Comissionados de Direção - CD, de Gerência Executiva - CGE, de Assessoria - CA e de Assistência - CAS, e os Cargos Comissionados Técnicos - CCT, constantes do Anexo I.Parágrafo único. É vedado aos empregados, aos requisitados, aos ocupantes de cargos comissionados e aos dirigentes das Agências Reguladoras o exercício de outra atividade profissional, inclusive gestão operacional de empresa, ou direção político-partidária, excetuados os casos admitidos em lei.

Art. 3º Os Cargos Comissionados de Gerência Executiva, de Assessoria e de Assistência são de livre nomeação e exoneração da instância de deliberação máxima da Agência.

Art. 4º As Agências serão dirigidas em regime de colegiado, por um Conselho Diretor ou Diretoria composta por Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o seu Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente.

Art. 5º O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal.Parágrafo único. O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente será nomeado pelo Presidente da República dentre os integrantes do Conselho Diretor ou da Diretoria, respectivamente, e investido na função pelo prazo fixado no ato de nomeação.

Art. 6º O mandato dos Conselheiros e dos Diretores terá o prazo fixado na lei de criação de cada Agência.Parágrafo único. Em caso de vacância no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no art. 5º.

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Art. 7º A lei de criação de cada Agência disporá sobre a forma da não-coincidência de mandato.

Art. 8º Terminado o mandato, o ex-dirigente ficará impedido, por um período de quatro meses, contado da data do término do seu mandato, de prestar qualquer tipo de serviço no setor público ou a empresa integrante do setor regulado pela Agência.§ 1º Inclui-se no período a que se refere o caput eventuais períodos de férias não gozadas.§ 2º Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à Agência, fazendo jus a remuneração equivalente à do cargo de direção que exerceu, sendo assegurado, no caso de servidor público, todos os direitos como se estivesse em efetivo exercício das atribuições do cargo.§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente exonerado a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis meses do seu mandato.§ 4º Incorre na prática de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas da lei, o ex-dirigente que violar o impedimento previsto neste artigo.

Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do mandato.

Art. 10. O regulamento de cada Agência disciplinará a substituição dos Conselheiros e Diretores em seus impedimentos ou afastamentos regulamentares ou ainda no período de vacância que anteceder a nomeação de novo Conselheiro ou Diretor.

Art. 11. Na Agência em cuja estrutura esteja prevista a Ouvidoria, o seu titular ocupará o cargo comissionado de Gerência Executiva - CGE II.Parágrafo único. A lei de criação da Agência definirá as atribuições do Ouvidor, assegurando-se-lhe autonomia e independência de atuação e condição plena para desempenho de suas atividades.

Art. 12. A investidura nos empregos públicos do Quadro de Pessoal Efetivo das Agências dar-se-á por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos, conforme disposto em regulamento próprio de cada Agência, com aprovação e autorização pela instância de deliberação máxima da organização.§ 1º O concurso público poderá ser realizado para provimento efetivo de pessoal em classes distintas de um mesmo emprego público, conforme disponibilidade orçamentária e de vagas.§ 2º O concurso público será estabelecido em edital de cada Agência, podendo ser constituído das seguintes etapas:I - provas escritas;II - provas orais; eIII - provas de título.§ 3º O edital de cada Agência definirá as características de cada etapa do concurso público, os requisitos de escolaridade, formação especializada e experiência profissional, critérios eliminatórios e classificatórios, bem como eventuais restrições e condicionantes.§ 4º Regulamento próprio de cada Agência disporá sobre o detalhamento e as especificidades dos concursos públicos.§ 5º Poderá ainda fazer parte do concurso, para efeito eliminatório e classificatório, curso de formação específica.

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Art. 13. Os Cargos Comissionados Técnicos são de ocupação privativa de servidores e empregados do Quadro de Pessoal Efetivo, do Quadro de Pessoal Específico e do Quadro de Pessoal em Extinção de que trata o art. 19 e de requisitados de outros órgãos e entidades da Administração Pública.Parágrafo único. Ao ocupante de Cargo Comissionado Técnico será pago um valor acrescido ao salário ou vencimento, conforme tabela constante do Anexo II.

Art. 14. Os quantitativos dos empregos públicos e dos cargos comissionados de cada Agência serão estabelecidos em lei, ficando as Agências autorizadas a efetuar a alteração dos quantitativos e da distribuição dos Cargos Comissionados de Gerência Executiva, de Assessoria, de Assistência e dos Cargos Comissionados Técnicos, observados os valores de retribuição correspondentes e desde que não acarrete aumento de despesa.Parágrafo único. É vedada a transferência entre Agências de ocupantes de emprego efetivo de Regulador e de Analista de Suporte à Regulação.

Art. 15. Regulamento próprio de cada Agência disporá sobre as atribuições específicas, a estruturação, a classificação e o respectivo salário dos empregos públicos de que trata o art. 2º, respeitados os limites remuneratórios definidos no Anexo III.

Art. 16. As Agências Reguladoras poderão requisitar, com ônus, servidores e empregados de órgãos e entidades integrantes da Administração Pública.§ 1º Durante os primeiros vinte e quatro meses subseqüentes à sua instalação, as Agências poderão complementar a remuneração do servidor ou empregado público requisitado, até o limite da remuneração do cargo efetivo ou emprego permanente ocupado no órgão ou na entidade de origem, quando a requisição implicar redução dessa remuneração.§ 2º No caso das Agências já criadas, o prazo referido no § 1º será contado a partir da publicação desta Lei.§ 3º O quantitativo de servidores ou empregados requisitados, acrescido do pessoal dos Quadros a que se refere o caput do art. 19, não poderá ultrapassar o número de empregos fixado para a respectiva Agência.§ 4º As Agências deverão ressarcir ao órgão ou à entidade de origem do servidor ou do empregado requisitado as despesas com sua remuneração e obrigações patronais.

Art. 17. Os ocupantes de Cargo Comissionado, mesmo quando requisitados de outros órgãos e entidades da Administração Pública, poderão receber a remuneração do cargo na Agência ou a de seu cargo efetivo ou emprego permanente no órgão ou na entidade de origem, optando, neste caso, por receber valor remuneratório adicional correspondente a:I - parcela referente à diferença entre a remuneração de seu cargo efetivo ou emprego permanente de origem e o valor remuneratório do cargo exercido na Agência; ouII - vinte e cinco por cento da remuneração do cargo exercido na Agência, para os Cargos Comissionados de Direção, de Gerência Executiva e de Assessoria nos níveis CA I e CA II, e cinqüenta e cinco por cento da remuneração dos Cargos Comissionados de Assessoria, no nível CA III, e dos de Assistência.

Art. 18. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão divulgará, no prazo de trinta dias a contar da publicação desta Lei, tabela estabelecendo as equivalências entre os Cargos

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Comissionados e Cargos Comissionados Técnicos previstos no Anexo II e os Cargos em Comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, para efeito de aplicação de legislações específicas relativas à percepção de vantagens, de caráter remuneratório ou não, por servidores ou empregados públicos.

Art. 19. Mediante lei, poderão ser criados Quadro de Pessoal Específico, destinado, exclusivamente, à absorção de servidores públicos federais regidos pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e Quadro de Pessoal em Extinção, destinado exclusivamente à absorção de empregados de empresas públicas federais liquidadas ou em processo de liquidação, regidos pelo regime celetista, que se encontrarem exercendo atividades a serem absorvidas pelas Agências.§ 1º A soma dos cargos ou empregos dos Quadros a que se refere este artigo não poderá exceder ao número de empregos que forem fixados para o Quadro de Pessoal Efetivo.§ 2º Os Quadros de que trata o caput deste artigo têm caráter temporário, extinguindo-se as vagas neles alocadas, à medida que ocorrerem vacâncias.§ 3º À medida que forem extintos os cargos ou empregos dos Quadros de que trata este artigo, é facultado à Agência o preenchimento de empregos de pessoal concursado para o Quadro de Pessoal Efetivo.§ 4º Se o quantitativo de cargos ou empregos dos Quadros de que trata este artigo for inferior ao Quadro de Pessoal Efetivo, é facultada à Agência a realização de concurso para preenchimento dos empregos excedentes.§ 5º O ingresso no Quadro de Pessoal Específico será efetuado por redistribuição.§ 6º A absorção de pessoal celetista no Quadro de Pessoal em Extinção não caracteriza rescisão contratual.

Art. 20. A realização de serviços extraordinários por empregados das Agências Reguladoras subordina-se, exclusivamente, aos limites estabelecidos na legislação trabalhista aplicável ao regime celetista.Parágrafo único. A realização dos serviços de que trata o caput depende da disponibilidade de recursos orçamentários.

Art. 21. As Agências Reguladoras implementarão, no prazo máximo de dois anos, contado de sua instituição:I - instrumento específico de avaliação de desempenho, estabelecendo critérios padronizados para mensuração do desempenho de seus empregados;II - programa permanente de capacitação, treinamento e desenvolvimento; e III - regulamento próprio, dispondo sobre a estruturação, classificação, distribuição de vagas e requisitos dos empregos públicos, bem como sobre os critérios de progressão de seus empregados.§ 1º A progressão dos empregados nos respectivos empregos públicos terá por base os resultados obtidos nos processos de avaliação de desempenho, capacitação e qualificação funcionais, visando ao reconhecimento do mérito funcional e à otimização do potencial individual, conforme disposto em regulamento próprio de cada Agência.§ 2º É vedada a progressão do ocupante de emprego público das Agências antes de completado um ano de efetivo exercício no emprego.§ 3º Para as Agências já criadas, o prazo de que trata o caput deste artigo será contado a partir da publicação desta Lei.

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Art. 22. Ficam as Agências autorizadas a custear as despesas com remoção e estada para os profissionais que, em virtude de nomeação para Cargos Comissionados de Direção, de Gerência Executiva e de Assessoria dos níveis CD I e II, CGE I, II, III, E IV, CA I e II, e para os Cargos Comissionados Técnicos, nos níveis CCT V e IV, vierem a ter exercício em cidade diferente da de seu domicílio, conforme disposto em regulamento de cada Agência, observados os limites de valores estabelecidos para a Administração Pública Federal direta.Nota: Redação dada pela MP2.048-28/2000 e convalidada pela MP2.048-29/2000Art. 22. Ficam as Agências autorizadas a custear as despesas com remoção e estada para os profissionais que, em virtude de nomeação para Cargos Comissionados de Direção, de Gerência Executiva e de Assessoria dos níveis CD I e II, CGE I e II, CA I e II, e para os Cargos Comissionados Técnicos, nos níveis CCT V e IV, vierem a ter exercício em cidade diferente da de seu domicílio, conforme disposto em regulamento de cada Agência, observados os limites de valores estabelecidos para a Administração Pública Federal direta.

Art. 23. Os regulamentos próprios das Agências referidos nesta Lei serão aprovados por decisão da instância de deliberação superior de cada Autarquia, com ampla divulgação interna e publicação no Diário Oficial da União.

Art. 24. Cabe às Agências, no âmbito de suas competências:I - administrar os empregos públicos e os cargos comissionados de que trata esta Lei; eII - editar e dar publicidade aos regulamentos e instruções necessários à aplicação desta Lei.

Art. 25. Os Quadros de Pessoal Efetivo e os quantitativos de Cargos Comissionados da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, da Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL, da Agência Nacional do Petróleo - ANP, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVS e da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS são os constantes do Anexo I desta Lei.

Art. 26. As Agências Reguladoras já instaladas poderão, em caráter excepcional, prorrogar os contratos de trabalho temporários em vigor, por prazo máximo de vinte e quatro meses além daqueles previstos na legislação vigente, a partir do vencimento de cada contrato de trabalho.

Art. 27. As Agências que vierem a absorver, no Quadro de Pessoal em Extinção de que trata o art. 19 desta Lei, empregados que sejam participantes de entidades fechadas de previdência privada poderão atuar como suas patrocinadoras na condição de sucessoras de entidades às quais esses empregados estavam vinculados, observada a exigência de paridade entre a contribuição da patrocinadora e a contribuição do participante, de acordo com os arts. 5º e 6º da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998.Parágrafo único. O conjunto de empregados de que trata o caput constituirá massa fechada.

Art. 28. Fica criado o Quadro de Pessoal Específico, integrado pelos servidores regidos pela Lei nº 8.112, de 1990, que tenham sido redistribuídos para a ANVS por força de lei.§ 1º O ingresso no Quadro de que trata o caput é restrito aos servidores que, em 31 de dezembro de 1998, estavam em exercício na extinta Secretaria de Vigilância Sanitária e nos postos portuários, aeroportuários e de fronteira, oriundos dos quadros de pessoal do Ministério da Saúde ou da Fundação Nacional de Saúde.

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§ 2º É vedada a redistribuição de servidores para a ANVS, podendo os servidores do Quadro de Pessoal Específico ser redistribuídos para outros órgãos e entidades da Administração Pública Federal ou cedidos nos termos da legislação do Sistema Único de Saúde.§ 3º Excepcionalmente, para efeito da aplicação do disposto no § 1º do art. 19 desta Lei, no caso da ANVS, serão considerados apenas os cargos efetivos de nível superior integrantes do Quadro de Pessoal Específico de que trata o caput deste artigo.

Art. 29. Fica criado, dentro do limite quantitativo do Quadro Efetivo da ANATEL, ANEEL, ANP e ANS, Quadro de Pessoal Específico a que se refere o art. 19, composto por servidores que tenham sido redistribuídos para as Agências até a data da promulgação desta Lei.

Art. 30. Fica criado, no âmbito exclusivo da ANATEL, dentro do limite de cargos fixados no Anexo I, o Quadro Especial em Extinção, no regime da Consolidação das Leis do Trabalho, com a finalidade de absorver empregados da Telecomunicações Brasileiras S.A. - TELEBRÁS, que se encontrarem cedidos àquela Agência na data da publicação desta Lei.§ 1º Os empregados da TELEBRÁS cedidos ao Ministério das Comunicações, na data da publicação desta Lei, poderão integrar o Quadro Especial em Extinção.§ 2º As tabelas salariais a serem aplicadas aos empregados do Quadro Especial em Extinção de que trata o caput são as estabelecidas nos Anexos IV e V.§ 3º Os valores remuneratórios percebidos pelos empregados que integrarem o Quadro Especial em Extinção, de que trata o caput, não sofrerão alteração, devendo ser mantido o desenvolvimento na carreira conforme previsão no Plano de Cargos e Salários em que estiver enquadrado.§ 4º A diferença da remuneração a maior será considerada vantagem pessoal nominalmente identificada.§ 5º A absorção de empregados estabelecida no caput será feita mediante sucessão trabalhista, não caracterizando rescisão contratual.§ 6º A absorção do pessoal no Quadro Especial em Extinção dar-se-á mediante manifestação formal de aceitação por parte do empregado, no prazo máximo de quarenta e cinco dias da publicação desta Lei.

Art. 31. As Agências Reguladoras, no exercício de sua autonomia, poderão desenvolver sistemas próprios de administração de recursos humanos, inclusive cadastro e pagamento, sendo obrigatória a alimentação dos sistemas de informações mantidos pelo órgão central do Sistema de Pessoal Civil - SIPEC.

Art. 32. No prazo de até noventa dias, contado da publicação desta Lei, ficam extintos os Cargos de Natureza Especial e os Cargos do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS ora alocados à ANEEL, ANATEL, ANP, ANVS e ANS, e os Cargos Comissionados de Telecomunicações, Petróleo, Energia Elétrica e Saúde Suplementar e as Funções Comissionadas de Vigilância Sanitária.Parágrafo único. Os Cargos Comissionados e os Cargos Comissionados Técnicos de que trata esta Lei só poderão ser preenchidos após a extinção de que trata o caput.

Art. 33. Os Procuradores Autárquicos regidos pela Lei no 8.112, de 1990, poderão ser redistribuídos para as Agências, sem integrar o Quadro de Pessoal Específico, desde que respeitado o número de empregos públicos de Procurador correspondentes fixado no Anexo I.

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Art. 34. Observado o disposto no art. 19, ficam as Agências referidas no art. 25 autorizadas a iniciar processo de concurso público para provimento de empregos de seu Quadro de Pessoal Efetivo.

Art. 35. (VETADO)

Art. 36. O caput do art. 24 da Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 24. O mandato dos membros do Conselho Diretor será de cinco anos."(NR)"....................................................................."

Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas Agências Reguladoras poderá se dar nas modalidades de consulta e pregão, observado o disposto nos arts. 55 a 58 da Lei nº 9.472, de 1997, e nos termos de regulamento próprio.Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às contratações referentes a obras e serviços de engenharia, cujos procedimentos deverão observar as normas gerais de licitação e contratação para a Administração Pública.

Art. 38. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 39. Ficam revogados o art. 8º da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996; os arts. 12, 13, 14, 26, 28 e 31 e os Anexos I e II da Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997; o art. 13 da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997; os arts. 35 e 36, o inciso II e os parágrafos do art. 37, e o art. 60 da Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998; os arts. 18, 34 e 37 da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999; e os arts. 12 e 27 e o Anexo I da Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000.

Brasília, 18 de julho de 2000; 179º da Independência e 112º da República.

MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIELJosé Gregori

Geraldo Magela da Cruz QuintãoEdward Joaquim Amadeo Swaelen

Alderico Jeferson da Silva LimaJosé Serra

Rodolpho Tourinho NetoMartus TavaresPedro Parente

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Page 37: LEGISLAÇÃO BÁSICA - ANA

ANEXO I QUADROS DE PESSOAL EFETIVO E DE CARGOS COMISSIONADOS DAS AGÊNCIAS 

PESSOAL EFETIVO  EMPREGO QUANTITATIVO

ANATEL ANEEL ANP ANVS ANS Regulador 598 230 436 510 340 Analista de Suporte à Regulação 207 75 114 174 95 Procurador 70 20 30 40 20 Técnico em Regulação 385 0 0 0 0 Técnico de Suporte à Regulação 236 0 77 0 60 TOTAL 1.496 325 657 724 515

CARGOS COMISSIONADOS DE DIREÇÃO  CARGO QUANTITATIVO

ANATEL ANEEL ANP ANVS ANS CD I 1 1 1 1 1 CD II 4 4 4 4 4

DE GERÊNCIA EXECUTIVA CARGO QUANTITATIVO

ANATEL ANEEL ANP ANVS ANS CGE I 6 6 6 5 2 CGE II 23 23 30 21 15 CGE III 52 0 0 48 33 CGE IV 0 0 0 0 0

 DE ASSESSORIA

 CARGO QUANTITATIVO ANATEL ANEEL ANP ANVS ANS CA I 7 10 26 0 7 CA II 12 31 39 5 5 CA III 42 21 10 0 0

 DE ASSISTÊNCIA

 CARGO QUANTITATIVO ANATEL ANEEL ANP ANVS ANS CAS I 10 0 20 0 0 CAS II 16 0 0 4 0

 

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DE TÉCNICOCARGO QUANTITATIVO

ANATEL ANEEL ANP ANVS ANS CCT V 36 32 47 42 34 CCT IV 91 33 39 58 70 CCT III 96 26 34 67 12 CCT II 53 20 26 80 16 CCT I 63 19 20 152 38

  

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ANEXO IIQUADROS DE REMUNERAÇÃO DOS CARGOS COMISSIONADOS DE DIREÇÃO,

GERÊNCIA EXECUTIVA, ASSESSORIA, ASSISTÊNCIA E TÉCNICO 

CARGOS COMISSIONADOS VALOR REMUNERATÓRIO (R$)CD I 8.000,00CD II 7.600,00CGE I 7.200,00CGE II 6.400,00CGE III 6.000,00CGE IV 4.000,00CA I 6.400,00CA II 6.000,00CA III 1.800,00CAS I 1.500,00CAS II 1.300,00CCT V 1.521,00CCT IV 1.111,50CCT III 669,50CCT II 590,20CCT I 522,60

   

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Page 40: LEGISLAÇÃO BÁSICA - ANA

 ANEXO III

LIMITES DE SALÁRIO PARA OS EMPREGOS PÚBLICOS DAS AGÊNCIAS REGULADORAS

NÍVEIS VALOR MÍNIMO (R$) VALOR MÁXIMO (R$) Superior 1.990,00 7.100,00 Médio 514,00 3.300,00

   

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ANEXO IVTABELA SALARIAL – NÍVEL MÉDIO QUADRO ESPECIAL

 NÍVEL SALARIAL SALÁRIO (R$)

1 568,102 608,693 652,364 699,405 750,066 804,617 863,398 921,669 992,68

10 1.060,5811 1.132,6012 1.210,1813 1.293,6914 1.383,6615 1.480,5016 1.584,8017 1.697,1418 1.818,0919 1.949,2520 2.088,6221 2.239,6822 2.402,3423 2.577,5224 2.766,1625 2.969,3526 3.188,0827 3.423,67

 

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ANEXO VTABELA SALARIAL – NÍVEL SUPERIOR QUADRO ESPECIAL

 NÍVEL SALARIAL SALÁRIO (R$)

1 992,682 1.060,583 1.132,604 1.210,185 1.293,696 1.383,667 1.480,508 1.584,809 1.697,1410 1.818,0911 1.949,2512 2.088,6213 2.239,6814 2.402,3415 2.577,5216 2.766,1617 2.969,3518 3.188,0819 3.423,6720 3.677,3721 3.950,5822 4.244,7923 4.561,6324 4.902,8025 5.270,2426 5.665,9227 6.092,0228 6.218,4129 6.501,40

   

D.O.U., 19/07/2000.

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DECRETO Nº 3.692, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000

Dispõe sobre a instalação, aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos Comissionados e dos Cargos Comissionados Técnicos da Agência Nacional de Águas - ANA, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000,

DECRETA:

Art. 1º Fica instalada a Agência Nacional de Águas - ANA, autarquia sob regime especial, integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, criada pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, com a finalidade de implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos.Parágrafo único. A ANA terá sede e foro no Distrito Federal, podendo instalar unidades administrativas regionais.

Art. 2º Ficam aprovados a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos Comissionados e dos Cargos Comissionados Técnicos da ANA, na forma dos Anexos I e II a este Decreto.

Art. 3º O regimento interno da ANA será aprovado pela Diretoria Colegiada e publicado no Diário Oficial da União, no prazo de até cento e vinte dias, contado da data de publicação deste Decreto.

Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179º da Independência e 112º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSOJosé Sarney FilhoMartus Tavares

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ANEXO IESTRUTURA REGIMENTAL DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA

CAPÍTULO INATUREZA E FINALIDADE

Art. 1º A Agência Nacional de Águas - ANA, autarquia sob regime especial, criada pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, com autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, tem por finalidade implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos, nos termos da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997.

Art. 2º A atuação da ANA obedecerá aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos e será desenvolvida em articulação com órgãos e entidades públicas e privadas integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, cabendo-lhe:I - supervisionar, controlar e avaliar as ações e atividades decorrentes do cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos hídricos;II - disciplinar, em caráter normativo, por meio de resolução da Diretoria Colegiada, a implementação, a operacionalização, o controle e a avaliação dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos;III - participar da elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e supervisionar a sua implementação;IV - prestar apoio à elaboração dos planos de recursos hídricos das bacias hidrográficas;V - outorgar, por intermédio de autorização, o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da União;VI - fiscalizar, com poder de policia, os usos de recursos hídricos nos corpos de água de domínio da União;VII - elaborar estudos técnicos para subsidiar a definição, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, com base nos mecanismos e quantitativos sugeridos pelos comitês de bacia hidrográfica, na forma do inciso VI do art. 38 da Lei nº 9.433, de 1997;VIII - estimular e apoiar as iniciativas voltadas para a criação de comitês de bacia hidrográfica;IX - implementar, em articulação com os comitês de bacia hidrográfica, a cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União;X - arrecadar, despender e aplicar o que lhe for próprio e distribuir, para aplicação, as receitas auferidas, por intermédio da cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, na forma do disposto no art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997;XI - planejar e promover ações destinadas a prevenir ou minimizar os efeitos de secas e inundações, no âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, em articulação com o órgão central do Sistema Nacional de Defesa Civil, em apoio aos Estados e Municípios;XII - declarar corpos de água em regime de racionamento preventivo e aplicar as medidas necessárias para assegurar seus usos prioritários em consonância com os critérios estabelecidos em decreto ouvidos os respectivos comitês de bacia hidrográfica, se houver;XIII - promover a elaboração de estudos para subsidiar a aplicação de recursos financeiros da União em obras e serviços de regularização de cursos de água, de alocação e distribuição de água e de controle da poluição hídrica, em consonância com o estabelecido nos planos de recursos hídricos;

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XIV - definir e fiscalizar as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e privados, visando garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos, conforme estabelecido nos planos de recursos hídricos das respectivas bacias hidrográficas;XV - disciplinar, em caráter normativo, e autorizar a adução de água bruta que envolver recursos hídricos de domínio da União, inclusive mediante o estabelecimento de tarifas e a fixação dos padrões de eficiência para prestação do respectivo serviço;XVI - promover a coordenação das atividades desenvolvidas no âmbito da rede hidrometereológica nacional, em articulação com os órgãos e entidades públicas e privadas que a integram, ou que dela sejam usuárias;XVII - organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos;XVIII - estimular a pesquisa e a capacitação de recursos humanos para a gestão de recursos hídricos;XIX - prestar apoio aos Estados na criação de órgãos gestores de recursos hídricos;XX - propor ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos o estabelecimento de incentivos, inclusive financeiros, à conservação qualitativa e quantitativa de recursos hídricos;XXI - promover o intercâmbio com entidades nacionais e internacionais relacionadas a recursos hídricos;XXII - representar o Brasil nos organismos internacionais de recursos hídricos, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores e com outros órgãos e entidades envolvidos; eXXIII - celebrar convênios e contratos com órgãos e entidades federais, estaduais, municipais e com pessoas jurídicas de direito privado, envolvendo assuntos relacionados a recursos hídricos de sua competência.§ 1º Na execução da competência a que se refere o inciso II deste artigo, serão considerados, nos casos de bacias hidrográficas compartilhadas com outros países, os respectivos acordos e tratados.§ 2º A competência a que se refere o inciso V deste artigo compreende, inclusive, o poder de outorga de direito de uso de recursos hídricos para aproveitamento de potencial de energia hidráulica.§ 3º Os estudos técnicos a que se refere o inciso VII deste artigo deverão conter os valores mínimos e máximos que serão considerados, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, para definição dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União.§ 4º A ANA e a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL poderão celebrar convênios para viabilizar transferências de recursos da Reserva Global de Reversão, com a finalidade de custear atividades e projetos ligados à hidrologia, hidrometereologia e fiscalização de reservatórios para geração hidrelétrica.

CAPÍTULO IIDA DIREÇÃO E NOMEAÇÃO

Art. 3º A ANA será dirigida por uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, com mandatos não coincidentes de quatro anos, admitida uma única recondução consecutiva, por indicação do Ministro de Estado do Meio Ambiente.§ 1º O Diretor-Presidente da ANA será escolhido pelo Presidente da República dentre os membros da Diretoria Colegiada, e investido na função por quatro anos ou pelo prazo que restar de seu mandato.

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§ 2º Em caso de vaga no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no caput deste artigo, que o exercerá pelo prazo remanescente.§ 3º A exoneração imotivada de dirigente só poderá ocorrer nos quatro meses iniciais dos respectivos mandatos.§ 4º Após o prazo a que se refere o parágrafo anterior, os dirigentes da ANA somente perderão o mandato em decorrência de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado, ou de competente decisão definitiva em processo administrativo disciplinar.

Art. 4º Sem prejuízo do que prevêem a legislação penal e a relativa aos atos de improbidade administrativa no serviço público, será causa da perda do mandato a inobservância por qualquer dirigente dos deveres e das proibições inerentes ao cargo que ocupa.Parágrafo único. Para os fins deste artigo, cabe ao Ministro de Estado do Meio Ambiente instaurar o processo administrativo disciplinar a ser conduzido por comissão especial, cabendo ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento.

Art. 5º É vedado aos Diretores da ANA o exercício de qualquer outra atividade profissional, empresarial, sindical ou de direção político-partidária.§ 1º É vedado aos Dirigentes da ANA, conforme dispuser o seu regimento interno, ter interesse direto ou indireto em empresa relacionada com o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.§ 2º A vedação de que trata o caput deste artigo não se aplica aos casos de atividades profissionais decorrentes de vínculos contratuais mantidos com entidades públicas ou privadas de ensino e pesquisa.

CAPÍTULO IIIDA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Seção IDa Estrutura Básica

Art. 6º A ANA tem a seguinte estrutura:I - Diretoria Colegiada;II - Procuradoria-Geral; eIII - Corregedoria.§ 1º Ficam criados o Gabinete do Diretor-Presidente e a Secretaria-Geral da Diretoria Colegiada, cuja estruturação e atribuições deverão ser estabelecidas em regimento interno da ANA.§ 2º A ANA poderá criar até dez Superintendências, que se reportarão diretamente à Diretoria Colegiada e, ainda, poderá instalar unidades administrativas regionais, na forma que dispuser o seu regimento interno.§ 3º O regimento interno da ANA disporá sobre a estruturação, vinculação hierárquica, extinção, criação, finalidades estratégicas, competências e denominações das Superintendências, das Unidades Administrativas a serem instaladas, assim como das demais áreas de nível inferior ao da Diretoria Colegiada.§ 4º A Procuradoria-Geral vincula-se à Advocacia-Geral da União para fins de orientação normativa e supervisão técnica.

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Seção IIDa Diretoria Colegiada

Art. 7º À Diretoria Colegiada compete:I - exercer a administração da ANA;II - editar normas sobre matérias de competência da ANA;III - aprovar o regimento interno da ANA, a organização, a estrutura e o âmbito decisório de cada Diretoria;IV - cumprir e fazer cumprir as normas relativas ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;V - examinar e decidir sobre pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de domínio da União;VI - elaborar e divulgar relatórios sobre as atividades da ANA;VII - decidir pela venda, cessão ou aluguel de bens integrantes do patrimônio da ANA;VIII - conhecer e julgar pedidos de reconsideração de decisões de componentes da Diretoria da ANA;IX - aprovar critérios para a celebração de contratos, convênios e acordos em que a ANA intervenha ou seja parte;X - autorizar, na forma da legislação em vigor, o afastamento do País de seus profissionais para desempenho de atividades técnicas e de capacitação relacionadas às competências da ANA;XI - encaminhar os demonstrativos contábeis da ANA aos órgãos competentes;XII - solucionar administrativamente os conflitos referentes aos usos de recursos hídricos de domínio da União, ouvidos os respectivos comitês de bacia, se houver;XIII - promover concursos, nacionais ou regionais, inclusive mediante a atribuição de premiação, relacionados ao uso de recursos hídricos ou à própria Agência; eXIV - submeter a proposta de orçamento da ANA ao órgão competente da Administração Federal, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente.§ 1º A Diretoria Colegiada deliberará por maioria simples de votos, e reunir-se-á com a presença de, pelo menos, três Diretores, dentre eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal.§ 2º As decisões relacionadas com as competências institucionais da ANA, previstas no art. 2º desta Estrutura, serão tomadas de forma colegiada.§ 3º O regimento interno e suas alterações serão aprovados com a presença de todos os Diretores e por maioria absoluta dos votos.

Seção IIIDa Procuradoria-Geral

Art. 8º À Procuradoria-Geral compete:I - representar judicialmente a ANA, com prerrogativas processuais de Fazenda Pública;II - representar judicialmente os ocupantes de Cargos Comissionados de Direção, inclusive após a cessação do respectivo exercício, com referência a atos praticados em decorrência de suas atribuições legais ou institucionais, adotando, inclusive, as medidas judiciais cabíveis, em nome e em defesa dos representados, salvo em relação a procedimento administrativo ou processo judicial de iniciativa da própria ANA;III - apurar a liquidez e certeza de créditos, de qualquer natureza, inerentes às atividades da ANA, inscrevendo-os em dívida ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial; e

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IV - executar as atividades de consultoria e de assessoramento jurídicos.Parágrafo único. A Procuradoria-Geral da ANA é composta de Procuradores dotados de todas as prerrogativas e direitos processuais inerentes ao cargo de Procuradores de autarquia, inclusive capacidade postulatória, sendo dirigida pelo Procurador-Geral.

Seção IVDa Corregedoria

Art. 9º À Corregedoria compete:I - fiscalizar a legalidade das atividades funcionais dos servidores, dos órgãos e das unidades da ANA;II - apreciar as representações sobre a atuação dos servidores e emitir parecer sobre o desempenho dos mesmos e opinar fundamentadamente quanto a sua confirmação no cargo ou sua exoneração:III - realizar correição nos órgãos e unidades, sugerindo as medidas necessárias à racionalização e eficiência dos serviços: eIV - instaurar por determinação superior, sindicâncias e processos administrativos disciplinares, submetendo-os à decisão do Diretor-Presidente da ANA.Parágrafo único. O Corregedor será nomeado pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente por indicação da Diretoria Colegiada da ANA.

CAPÍTULO IVDO CONTRATO DE GESTÃO

Art. 10. A administração da ANA será regida por contrato de gestão, negociado entre o seu Diretor-Presidente e o Ministro de Estado do Meio Ambiente, no prazo máximo de cento e vinte dias seguinte à nomeação do Diretor-Presidente da ANA.§ 1º O contrato de gestão estabelecerá os indicadores que permitam avaliar, objetivamente, o desempenho da ANA.§ 2º A inexistência do Contrato de Gestão não impedirá o normal desempenho da ANA no exercício de suas competências.

CAPÍTULO VDAS ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES

Seção IDo Diretor-Presidente

Art. 11. Ao Diretor-Presidente incumbe:I - exercer a representação legal da ANA;II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada e as audiências públicas de iniciativa da ANA, podendo ser substituído ad hoc;III - cumprir e fazer cumprir as decisões da Diretoria Colegiada;IV - decidir ad referendum da Diretoria Colegiada as questões de urgência;V - decidir, em caso de empate, nas deliberações da Diretoria Colegiada;VI - nomear, requisitar, promover e exonerar servidores, inclusive provendo os Cargos Comissionados de Gerência Executiva, de Assessoria, de Assistência e os Cargos Comissionados Técnicos;

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VII - admitir, requisitar, promover e demitir servidores, preenchendo os empregos públicos;VIII - praticar outros atos de gestão de recursos humanos, inclusive aprovar edital e homologar resultados dos concursos públicos;IX - encaminhar ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos os relatórios elaborados pela Diretoria Colegiada e demais assuntos de competência daquele Conselho;X - assinar contratos, convênios e acordos de interesse da ANA;XI - ordenar despesas no âmbito de suas atribuições e praticar os demais atos de gestão de recursos orçamentários e financeiros, nos termos das normas vigentes;XII - supervisionar o funcionamento de todos os setores da ANA;XIII - exercer os demais atos de gestão superior relacionados às competências da ANA, nos termos em que dispuser o regimento interno; eXIV - exercer o poder disciplinar, nos termos da legislação em vigor.§ 1º O Diretor-Presidente, sem prejuízo da competência a que se refere o inciso V, participará das deliberações com direito de voto igual ao dos demais membros da Diretoria Colegiada.§ 2º Os cargos comissionados de Gerência Executiva, de Assessoria e de Assistência serão providos pelo Diretor-Presidente após a aprovação da Diretoria Colegiada.

Seção IIDas Atribuições Comuns aos Diretores

Art. 12. São atribuições comuns aos Diretores da ANA:I - executar as decisões tomadas pela Diretoria Colegiada;II - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares no âmbito das atribuições da Agência;III - zelar pela credibilidade e imagem institucional da ANA;IV - zelar pelo cumprimento dos planos, programas e projetos de incumbência da ANA;V - praticar e expedir os atos de gestão administrativa no âmbito de suas atribuições;VI - planejar, coordenar, controlar e supervisionar, de forma articulada, as atividades das suas respectivas áreas de atribuição; eVII - responsabilizar-se solidariamente, nos termos da legislação em vigor, quanto aos resultados, objetivos e metas de trabalho da ANA, bem como à prestação de contas periódica aos órgãos de controle externo da União.

Seção IIIDo Procurador-Geral

Art. 13. Ao Procurador-Geral incumbe:I - exercer as prerrogativas legais e institucionais da Procuradoria, delegando-as aos Procuradores da ANA em função da conveniência e volume de trabalho;II - administrar o contencioso da ANA;III - coordenar as atividades de consultoria e assessoramento jurídico dos Procuradores da ANA, aprovando os respectivos pareceres; eIV - supervisionar as atividades administrativas da Procuradoria-Geral.

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CAPÍTULO VIDo Patrimônio e Das receitas

Seção IDo Patrimônio

Art. 14. Constituem patrimônio da ANA os bens e direitos de sua propriedade e os que lhe forem conferidos ou que venha a adquirir ou incorporar.

Seção IIDas Receitas

Art. 15. Constituem receitas da ANA:I - os recursos a ela transferidos em decorrência de dotações consignadas no Orçamento-Geral da União, os créditos especiais, os créditos adicionais e as transferências e os repasses que lhe forem conferidos;II - os recursos decorrentes da cobrança pelo uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da União, respeitando-se as formas e os limites de aplicação previstos no art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997;III - os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos celebrados com entidades, organismos ou empresas nacionais ou internacionais;IV - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados;V - o produto da venda de publicações, material técnico, dados e informações, inclusive para fins de licitação pública, de emolumentos administrativos e de taxas de inscrição em concursos;VI - retribuição por serviços de qualquer natureza prestados a terceiros;VII - o produto resultante da arrecadação de multas aplicadas em decorrência de ações de fiscalização de que tratam os arts. 49 e 50 da Lei nº 9.433, de 1997;VIII - os valores apurados com a venda ou aluguel de bens móveis e imóveis de sua propriedade;IX - o produto da alienação de bens, objetos e instrumentos utilizados para a prática de infrações, assim como do patrimônio dos infratores, apreendidos em decorrência do exercício do poder de polícia e incorporados ao patrimônio da autarquia, nos termos de decisão judicial;X - os recursos decorrentes da cobrança de emolumentos administrativos;XI - o pagamento pelo uso de recursos hídricos feito por empresa concessionária ou autorizada para exploração de potencial hidráulico; eXII - a parcela da compensação financeira destinada à implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e à gestão da rede hidrometeorológica nacional de que tratam o inciso II do § 1º do art. 17 da Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, e o § 4º do art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que lhe será integralmente destinada pelo Ministério do Meio Ambiente.§ 1º As receitas da ANA serão mantidas à sua disposição na Conta Única do Tesouro Nacional, enquanto não forem destinadas para as respectivas programações.§ 2º As receitas provenientes da cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União não sofrerão limites nos seus valores, para movimentação financeira e empenho.§ 3º A ANA manterá registros que permitam correlacionar as receitas com as bacias hidrográficas em que foram geradas, com o objetivo de cumprir o estabelecido no art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997.

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§ 4º As disponibilidades de que trata o § 1º deste artigo poderão ser mantidas em aplicações financeiras, na forma regulamentada pelo Ministério da Fazenda.§ 5º As prioridades de aplicação de recursos a que se refere o caput do art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997, serão definidas pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, em articulação com os respectivos comitês de bacia hidrográfica.

CAPÍTULO VIIDa Regulação e da Fiscalização.

Seção IDa Regulação

Art. 16. A ação reguladora da ANA será realizada com base nos fundamentos, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos instituídos na Lei nº 9.433, de 1997, visando garantir o adequado atendimento às necessidades e prioridades de uso dos recursos hídricos.

Art. 17. Observado o disposto no art. 4º da Lei nº 9.433, de 1997, a ANA exercerá ação reguladora em corpos de água de domínio da União, inclusive mediante a definição de requisitos de vazão mínima e de concentração máxima de poluentes na transição de corpos de água de domínio Estadual para os de domínio Federal.

Seção IIDa Fiscalização

Art. 18. A ANA fiscalizará o uso de recursos hídricos mediante o acompanhamento, o controle, a apuração de irregularidades e infrações e a eventual determinação de retificação das atividades, obras e serviços pelos agentes usuários de recursos hídricos de domínio da União.

Art. 19. A atividade fiscalizadora da ANA primará pela orientação dos agentes usuários de recursos hídricos, a fim de prevenir condutas ilícitas e indesejáveis, tendo em vista, especialmente:I - o cumprimento da legislação pertinente ao uso de recursos hídricos; e II - a garantia do atendimento dos padrões de segurança das atividades, das obras e dos serviços por parte dos agentes usuários de recursos hídricos de domínio da União.§ 1º A atividade fiscalizadora da ANA poderá ser exercida com a colaboração de órgãos públicos federais, estaduais e municipais.§ 2º Dos atos praticados pela fiscalização caberá recurso administrativo conforme dispuser o regimento interno.§ 3º A primazia pela orientação dos agentes usuários não impede ou condiciona a imediata aplicação de penalidades, quando caracterizada a ocorrência de infrações.

CAPÍTULO VIIIDa Articulação Institucional da ANA

Art. 20. Observado o disposto nas Leis nº 9.637, de 15 de maio de 1998; e nº 9.790, de 23 de março de 1999, a ANA poderá firmar contrato de gestão ou termo de parceria com as agências de água ou de bacia hidrográfica, para execução dos serviços a que se refere o art. 44 da Lei nº 9.433, de 1997, transferindo-lhes recursos financeiros para o cumprimento do objeto dos instrumentos celebrados.

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Parágrafo único. O contrato de gestão de que trata o caput deste artigo poderá ser firmado com consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas, nos termos previstos no art. 51 da Lei nº 9.433, de 1997.

Art. 21. A ANA poderá celebrar convênios de cooperação técnica com órgãos ou entidades públicos dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do art. 4º da Lei nº 9.433, de 1997.Parágrafo único. Os convênios de cooperação de que trata o caput deste artigo buscarão o entendimento entre as partes sobre critérios equivalentes de cobrança pelo uso de recursos hídricos numa mesma bacia hidrográfica, independentemente da dominialidade dos cursos de água que a compõem.

CAPÍTULO IXDas Disposições Finais e Transitórias

Art. 22. Cabe à ANA coordenar e supervisionar o processo de descentralização das atividades de operação e manutenção de reservatórios, canais e adutoras de domínio da União, excetuada a infra-estrutura componente do Sistema Interligado Brasileiro, gerido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, e das usinas hidrelétricas que não operem interligadamente.

Art. 23. Atendido ao disposto no parágrafo único do art. 26 da Lei nº 9.984, de 2000, a ANA e a ANEEL emitirão resolução conjunta, estabelecendo, em caráter temporário e em regime de transição, os procedimentos a serem por esta adotados para emissão de declarações de reserva de disponibilidade hídrica e de outorga de direito de uso de recursos hídricos, para fins de licitação da exploração de potencial hidráulico.

Art. 24. A ANA estabelecerá prazos para a regularização dos usos de recursos hídricos de domínio da União, que não sejam amparados por correspondente outorga de direito de uso.Parágrafo único. Os prazos a que se refere o caput deste artigo serão fixados em função da eventual escassez hídrica da correspondente bacia hidrográfica, para atendimento dos usos requeridos.

Art. 25. Ficam transferidos ou remanejados para a ANA:I - o acervo técnico e patrimonial, os direitos e as receitas do Ministério do Meio Ambiente e de seus órgãos, necessários ao funcionamento da Autarquia; eII - os saldos orçamentários do Ministério do Meio Ambiente, para atender as despesas de estruturação e de manutenção da autarquia, utilizando como recursos as dotações orçamentárias destinadas às atividades fins e administrativas, observados os mesmos subprojetos, subatividades e grupos de despesas previstos na Lei Orçamentária em vigor.Parágrafo único. O Diretor-Presidente da ANA e o Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente adotarão as providências administrativas necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo.

Art. 26. A Diretoria Colegiada da ANA poderá dispor sobre a alteração de quantitativos e a distribuição dos Cargos Comissionados de Gerência Executiva, de Assessoria, de Assistência e dos Cargos Comissionados Técnicos, dentro da estrutura organizacional da Autarquia, observado os valores de retribuição correspondentes e desde que não acarrete aumento de despesa.

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Art. 27. Na primeira gestão da ANA, um diretor terá mandato de três anos, dois diretores terão mandatos de quatro anos e dois diretores terão mandatos de cinco anos, para implementar o sistema de mandatos não coincidentes de que trata o art.3º.

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ANEXO II 

QUADRO DEMONSTRATIVO DOS CARGOSCOMISSIONADOS E DOS CARGOS COMISSIONADOS

TÉCNICOS DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. 

CÓDIGO VALOR UNITÁRIO QTDE. VALOR TOTALCD I 8.000,00 1 8.000,00CD II 7.600,00 4 30.400,00CGE I 7.200,00 5 36.000,00CGE II 6.400,00 13 83.200,00CGE III 6.000,00 33 198.000,00CGE IV 4.000,00 1 4.000,00CA I 6.400,00 4 25.600,00CA II 6.000,00 4 24.000,00CA III 1.800,00 4 7.200,00CAS I 1.500,00 11 16.500,00SUBTOTAL 80 432.900,00CCT V 1.521,00 27 41.067,00TOTAL 107 473.967,00

 D.O.U., 20/12/2000

 QUADRO DEMONSTRATIVO DOS CARGOS COMISSIONADOS E DOS CARGOS

COMISSIONADOS TÉCNICOS 

CÓDIGO VALOR UNITÁRIO QTDE. VALOR TOTALCD I 8.000,00 1 8.000,00CD II 7.600,00 4 30.400,00CGE I 7.200,00 5 36.000,00CGE II 6.400,00 13 83.200,00CGE III 6.000,00 33 198.000,00CGE IV 4.000,00 1 4.000,00CA I 6.400,00 4 25.600,00CA II 6.000,00 4 24.000,00CA III 1.800,00 4 7.200,00CAS I 1.500,00 11 16.500,00SUBTOTAL 80 432.900,00CCT V 1.521,00 27 41.067,00 TOTAL 107 473.967,00

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ANEXO IIDO DECRETO Nº 3.692, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000 D.O. 20/12/2000

 VALORES DAS

REMUNERAÇÃO INTEGRAL OPÇÃO 60%

1 R$ 1.120,14 R$ 672,08 2 R$ 1.240,45 R$ 744,27 3 R$ 1.390,19 R$ 834,11 4 R$ 3.800,00 R$ 950,00 5 R$ 5.200,00 R$ 1.300,00 6 R$ 6.000,00 R$ 1.500,00 TIT. ÓRGÃO R$ 6.000,00 R$ 1.500,00 SEC.EXEC. R$ 6.400,00 R$ 1.600,00 MINISTRO R$ 8.000,00

     

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09, de 17 de abril de 2001

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Águas - ANA, no uso das atribuições que lhe conferem o inciso III do art. 12 da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, e o § 3º do art. 7º do Decreto no 3.692, de 19 de dezembro de 2000, R E S O L V E:

Art. 1º Aprovar o Regimento Interno, o Quadro Demonstrativo de Cargos em Comissão e a Estrutura Organizacional da Agência Nacional de Águas - ANA, na forma, respectivamente, dos Anexos I, II e III desta Resolução.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

JERSON KELMANDiretor-Presidente

Benedito Pinto Ferreira Braga JúniorDiretor

Lauro Sérgio de FigueiredoDiretor

Ivo BrasilDiretor

Marcos Aurélio Vasconcelos de FreitasDiretor

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ANEXO I

CAPÍTULO IDA NATUREZA E FINALIDADE

Art. 1º A ANA, autarquia sob regime especial, criada pela Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, dotada de autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, integra o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e tem por finalidade implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos, nos termos da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997.Parágrafo único. A ANA tem sede e foro no Distrito Federal, podendo instalar unidades administrativas regionais.

CAPÍTULO IIDA COMPETÊNCIA

Art. 2º A atuação da ANA obedecerá aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos e será desenvolvida em articulação com órgãos e entidades públicas e privadas integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, cabendo-lhe:I - supervisionar, controlar e avaliar as ações e atividades decorrentes do cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos hídricos;II - disciplinar, em caráter normativo, por meio de resolução da Diretoria Colegiada, a implementação, a operacionalização, o controle e a avaliação dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos;III - participar da elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e supervisionar a sua implementação;IV - prestar apoio à elaboração dos planos de recursos hídricos das bacias hidrográficas;V - outorgar, por intermédio de autorização, o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da União, inclusive para o aproveitamento de potencial de energia hidráulica;VI - fiscalizar, com poder de polícia, o uso de recursos hídricos nos corpos de água de domínio da União;VII - elaborar estudos técnicos para subsidiar a definição pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, com base nos mecanismos e quantitativos sugeridos pelos comitês de bacia hidrográfica na forma do inciso VI do art. 38 da Lei no 9.433, de 1997;VIII - estimular e apoiar as iniciativas voltadas para a criação de comitês de bacia hidrográfica;IX - implementar, em articulação com os comitês de bacia hidrográfica, a cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União;X - arrecadar, despender e aplicar o que lhe for próprio e distribuir, para aplicação, as receitas auferidas por intermédio da cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, na forma do disposto no art. 22 da Lei no 9.433, de 1997;XI - planejar e promover ações destinadas a prevenir ou minimizar os efeitos de secas e inundações, no âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, em articulação com o órgão central do Sistema Nacional de Defesa Civil, em apoio aos Estados e Municípios;

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XII - declarar corpos de água em regime de racionamento preventivo e aplicar as medidas necessárias para assegurar seus usos prioritários, em consonância com os critérios estabelecidos em decreto federal, ouvidos os respectivos comitês de bacia hidrográfica, se houver;XIII - promover a elaboração de estudos para subsidiar a aplicação de recursos financeiros da União em obras e serviços de regularização de cursos de água, de alocação e distribuição de água, e de controle da poluição hídrica, em consonância com o estabelecido nos planos de recursos hídricos das respectivas bacias hidrográficas;XIV - definir e fiscalizar as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e privados, visando garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos, conforme estabelecido nos planos de recursos hídricos das respectivas bacias hidrográficas;XV - disciplinar, em caráter normativo, e autorizar a adução de água bruta que envolver recursos hídricos de domínio da União, inclusive mediante o estabelecimento de tarifas e a fixação dos padrões de eficiência para prestação do respectivo serviço;XVI - promover a coordenação das atividades desenvolvidas no âmbito da rede hidrometereológica nacional, em articulação com órgãos e entidades públicas e privadas que a integram, ou que dela sejam usuárias;XVII - organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos;XVIII - estimular a pesquisa e a capacitação de recursos humanos para a gestão de recursos hídricos;XIX - prestar apoio aos Estados na criação de órgãos gestores de recursos hídricos;XX - propor ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos o estabelecimento de incentivos, inclusive financeiros, à conservação qualitativa e quantitativa de recursos hídricos;XXI - promover o intercâmbio com entidades nacionais e internacionais relacionadas a recursos hídricos;XXII - representar o Brasil nos organismos internacionais de recursos hídricos, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores e com outros órgãos e entidades envolvidos;XXIII - celebrar convênios e contratos com órgãos e entidades federais, estaduais, municipais e com pessoas jurídicas de direito privado, envolvendo assuntos relacionados a recursos hídricos de sua competência;XXIV - desenvolver e coordenar projetos relacionados ao uso de recursos hídricos amparados por organismos nacionais e internacionais; eXXV - celebrar convênio com a ANEEL, com a finalidade de custear atividades e projetos ligados à hidrologia, hidrometereologia e fiscalização de reservatórios para geração hidrelétrica.Parágrafo único. Na execução da competência a que se refere o inciso II deste artigo, serão considerados, nos casos de bacias hidrográficas compartilhadas com outros países, os respectivos acordos e tratados.

CAPÍTULO IIIDA ORGANIZAÇÃO

Art. 3º A ANA tem a seguinte estrutura organizacional:I - Diretoria Colegiada;-Secretaria Geral – SGE;II - Diretor-Presidente;-Gabinete – GAB;III - Procuradoria-Geral – PGE;

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IV - Corregedoria - COR;V - Superintendências:a) Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos - SPH;b) Superintendência de Outorga - SOT;c) Superintendência de Gestão de Recursos Hídricos - SGR;d) Superintendência de Fiscalização - SFI;e) Superintendência de Eventos Críticos - SEC;f) Superintendência de Cobrança e Conservação - SCC;g) Superintendência de Regulação dos Usos - SRU;h) Superintendência de Informações Hidrológicas – SIH;i) Superintendência de Tecnologia e Capacitação – STC;j) Superintendência de Administração e Finanças – SAF.Parágrafo único. As unidades integrantes da estrutura organizacional da ANA, bem como suas divisões e unidades administradoras regionais que venham a ser criadas, são denominadas unidades organizacionais.

CAPÍTULO IVDA DIRETORIA COLEGIADA

Seção IDa Composição

Art. 4º A ANA será dirigida por uma Diretoria Colegiada composta por cinco membros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, com mandatos não coincidentes de quatro anos, admitida uma única recondução consecutiva, por indicação do Ministro de Estado do Meio Ambiente.§ 1º O Diretor-Presidente da ANA será escolhido pelo Presidente da República, dentre os membros da Diretoria Colegiada, e investido na função por quatro anos ou pelo prazo que restar de seu mandato.§ 2º Em caso de vaga no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no caput deste artigo, que o exercerá pelo prazo remanescente.§ 3º A exoneração imotivada de Diretor só poderá ocorrer nos quatro meses iniciais dos respectivos mandatos.§ 4º Após o prazo a que se refere o parágrafo anterior, os Diretores da ANA somente perderão o mandato em decorrência de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado, ou de competente decisão definitiva em processo administrativo disciplinar.

Art. 5º Sem prejuízo do que prevêem a legislação penal e a relativa aos atos de improbidade administrativa no serviço público, será causa da perda do mandato a inobservância, por qualquer Diretor, dos deveres e das proibições inerentes ao cargo que ocupa.Parágrafo único. Para os fins deste artigo, cabe ao Ministro de Estado do Meio Ambiente instaurar o processo administrativo disciplinar a ser conduzido por comissão especial, cabendo ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento.

Art. 6º É vedado aos Diretores da ANA o exercício de qualquer outra atividade profissional, empresarial, sindical ou de direção político-partidária.

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§ 1º É vedado aos Diretores da ANA ter interesse direto ou indireto em empresa relacionada com o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;§ 2º O interesse a que se refere o parágrafo anterior tem por referência os princípios do Código de Conduta da Alta Administração Federal e das demais normas e orientações expedidas pela Comissão de Ética Pública.§ 3º A vedação de que trata o caput não se aplica aos casos de atividades profissionais decorrentes de vínculos contratuais mantidos com entidades públicas ou privadas de ensino e pesquisa.

Art. 7º O ex-Diretor fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviços no setor regulado pela ANA, por um período de quatro meses, contado da exoneração ou do término do seu mandado.§ 1º Durante o impedimento, o ex-Diretor ficará vinculado à ANA, fazendo jus à remuneração compensatória equivalente a do cargo de direção que exerceu.§ 2º Incorre na prática de crime de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas da lei, o ex-Diretor que violar o impedimento previsto neste artigo, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, administrativas e civis.§ 3º O disposto no § 1º não se aplica a ex-Diretor que for servidor público, nem ao que for nomeado para outro cargo público, salvo se exonerado ou demitido no período de impedimento.§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-Diretor exonerado a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis meses do seu mandato.§ 5º Inclui-se no período a que se refere o caput eventuais períodos de férias não gozadas.

Seção IIDas competências

Art. 8º À Diretoria Colegiada compete analisar, discutir, decidir e aprovar em instância única ou final, as matérias de competência da ANA, e especialmente:I - exercer a administração da ANA;II - editar normas sobre matérias de competência da ANA;III - aprovar o regimento interno da ANA e a organização, estrutura e o âmbito decisório de cada Diretoria;IV - cumprir e fazer cumprir as normas relativas ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;V - examinar e decidir sobre pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos da União;VI - elaborar e divulgar relatórios sobre as atividades da ANA;VII - decidir a venda, cessão e aluguel de bens integrantes do patrimônio da ANA;VIII - conhecer e julgar pedidos de reconsideração de decisões de componentes da Diretoria da ANA;IX - aprovar a celebração de contratos, convênios e acordos em que a ANA intervenha ou seja parte;X - autorizar, na forma da legislação em vigor, o afastamento do País de seus profissionais para desempenho de atividades técnicas e de desenvolvimento e capacitação, relacionadas às competências da ANA;XI - encaminhar os demonstrativos contábeis da ANA aos órgãos competentes;XII - solucionar, administrativamente, os conflitos referentes aos usos de recursos hídricos de domínio da União, ouvidos os respectivos comitês de bacia, se houver;

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XIII - promover concursos, nacionais ou regionais, inclusive mediante a atribuição de premiação, relacionados ao uso de recursos hídricos ou à própria Agência;XIV - submeter a proposta de orçamento da ANA ao órgão competente da Administração Federal, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente;XV - aplicar preços unitários pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, em conformidade com resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos para a correspondente bacia hidrográfica;XVI - propor políticas, diretrizes e ações governamentais destinadas a permitir à Agência o cumprimento de seus objetivos;XVII - autorizar a delegação da execução de atribuições específicas de competência da ANA;XVIII - aprovar as alterações dos quantitativos e da distribuição dos Cargos Comissionados de Gerência Executiva, de Assessoria, de Assistência e dos Cargos Comissionados Técnicos;XIX - aprovar o planejamento estratégico da ANA;XX - aprovar as políticas administrativas internas de recursos humanos, inclusive capacitação profissional;XXI - dispor, complementarmente a este Regimento Interno, sobre a estruturação, vinculação hierárquica, extinção, criação, finalidades estratégicas, competências e denominações das Superintendências, das Unidades Administrativas a serem instaladas, assim como das demais áreas de nível inferior ao da Diretoria Colegiada;XXII - aprovar proposta de racionamento preventivo do uso de recursos hídricos;XXIII - aprovar a definição das condições de operação de reservatórios, na forma do art. 4o, inciso XII e § 2o, da Lei no 9.984, de 2000;XXIV - aprovar normas para disciplinar a adução de água bruta que envolver recursos hídricos de domínio da União, inclusive mediante o estabelecimento de tarifas e a fixação dos padrões de eficiência para prestação do respectivo serviço; eXXV - aprovar a criação e instalação de unidades administrativas regionais.§ 1º As decisões relacionadas com as competências institucionais da ANA, previstas no art. 2º deste Regimento Interno, serão tomadas de forma colegiada.§ 2º As alterações a este Regimento Interno serão aprovadas com a presença de todos os Diretores e por maioria absoluta dos votos.§ 3º Os casos omissos neste Regimento Interno serão resolvidos pela Diretoria Colegiada.

Seção IIIDas Reuniões

Art. 9º A Diretoria Colegiada deliberará por maioria simples de votos, e se reunirá com a presença de, pelo menos, três Diretores, dentre eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal.Parágrafo único. A Diretoria Colegiada reunir-se-á ordinariamente de acordo com calendário por ela estabelecido, e extraordinariamente mediante convocação formal do Diretor-Presidente ou de pelo menos três outros Diretores, contendo a pauta dos assuntos urgentes a serem tratados.

Art. 10. As reuniões da Diretoria Colegiada serão presididas pelo Diretor-Presidente ou, ad hoc, por substituto designado por ele entre os demais Diretores.

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Art. 11. O Diretor-Presidente, sem prejuízo da competência a que se refere o inciso V do art. 16, participará das deliberações com direito de voto igual ao dos demais membros da Diretoria Colegiada.

Art. 12. O Diretor que se julgar impedido de exercer o voto deverá declarar seu impedimento e as razões de seu ato, ficando o quorum correspondente reduzido para efeito do cálculo de apuração da maioria de votos.

Art. 13. As reuniões da Diretoria Colegiada serão registradas em atas, as quais deverão ser apreciadas e aprovadas, com ou sem emendas, na primeira reunião subsequente.§ 1º O Diretor-Presidente atribuirá, a um Diretor, a incumbência de relatar matéria sob apreciação, devendo este ser o primeiro a votar. § 2º O Diretor relator terá direito de solicitar retirada de matéria da pauta, cabendo a Diretoria Colegiada decidir a respeito.§ 3º Qualquer Diretor terá direito a pedido de vista de matéria incluída na pauta.§ 4º Concedida a vista, a matéria deverá ser incluída na pauta da reunião ordinária subsequente, podendo o mesmo Diretor, justificadamente, requerer, por uma vez, prorrogação do prazo.§ 5º Nos eventuais impedimentos do relator é a ele facultado dar previamente o relatório e o voto por escrito ao Diretor-Presidente.§ 6º Na ata constará o resultado do exame de cada assunto, com a indicação do resultado da votação, facultado a qualquer Diretor apresentar declaração de voto por escrito.§ 7º As matérias aprovadas ad referendum pelo Diretor-Presidente, ou seu substituto legal, constarão da pauta da reunião subsequente e serão deliberadas com prioridade pela Diretoria Colegiada.

Seção IVDa Secretaria Geral da Diretoria Colegiada

Art. 14. À Secretaria Geral compete:I - coordenar o assessoramento técnico e administrativo a ser prestado à Diretoria Colegiada pelas unidades organizacionais da ANA;II - organizar as pautas e atas das reuniões e audiências públicas, expedindo as convocações, notificações e comunicados necessários, e providenciar a publicação dos atos que requererem tal providência;III - coordenar a elaboração do relatório anual de atividades da ANA; e IV - receber, analisar e processar o despacho de atos e correspondências da Diretoria Colegiada.

CAPÍTULO VDOS DIRETORES

Seção IDas Atribuições Comuns

Art. 15. São atribuições comuns aos Diretores da ANA:I - executar as decisões tomadas pela Diretoria Colegiada;II - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares no âmbito das atribuições da Agência;III - zelar pela credibilidade e imagem institucional da ANA;

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IV - zelar pelo cumprimento dos planos,programas e projetos de incumbência da ANA;V - praticar e expedir os atos de gestão administrativa no âmbito de suas atribuições;VI - planejar, coordenar, controlar e supervisionar, de forma articulada, as atividades das suas respectivas áreas de atribuição;VII - responsabilizar-se solidariamente, nos termos da legislação em vigor, quanto aos resultados, objetivos e metas de trabalho da ANA, bem como à prestação de contas periódica aos órgãos de controle externo da União.VIII - fazer inserir matéria na pauta de reunião da Diretoria Colegiada, por meio de comunicação à Secretaria Geral; eIX - determinar a qualquer Superintendência, à Corregedoria, à Procuradoria-Geral ou à Secretaria Geral, a elaboração de estudo e o envio de informações sobre matéria de sua alçada, bem como, mediante solicitação aos titulares das referidas unidades organizacionais, convocar servidores para prestar informações de sua competência.

Seção IIDas Atribuições do Diretor-Presidente

Art. 16. Compete ao Diretor-Presidente:I - exercer a representação legal da ANA;II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada e as audiências públicas de iniciativa da ANA podendo ser substituído ad hoc;III - cumprir e fazer cumprir as decisões da Diretoria Colegiada;IV - decidir ad referendum da Diretoria Colegiada as questões de urgência;V - decidir, em caso de empate, nas deliberações da Diretoria Colegiada;VI - nomear, requisitar, promover e exonerar servidores, inclusive provendo os Cargos Comissionados de Gerência Executiva, de Assessoria, de Assistência e os Cargos Comissionados Técnicos;VII - admitir, requisitar, promover e demitir servidores, preenchendo os empregos públicos;VIII - praticar outros atos de gestão de recursos humanos, inclusive aprovar edital e homologar resultados dos concursos públicos;IX - encaminhar ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos os relatórios elaborados pela Diretoria Colegiada e demais assuntos de competência daquele Conselho;X - assinar contratos, convênios e acordos de interesse da ANA, após aprovação da Diretoria Colegiada;XI - ordenar despesas no âmbito de suas atribuições e praticar os demais atos de gestão de recursos orçamentários e financeiros, nos termos das normas vigentes;XII - supervisionar o funcionamento de todos os setores da ANA;XIII - exercer os demais atos de gestão superior relacionados às competências da ANA, nos termos deste Regimento Interno;XIV - exercer o poder disciplinar, nos termos da legislação em vigor;XV - decidir quanto à homologação, anulação ou revogação dos procedimentos licitatórios da ANA;XVI - delegar atos de gestão administrativa; eXVII - emitir e tornar públicos, mandando publicar se for o caso, os atos administrativos de incumbência da ANA, inclusive a autorização de direito de uso de recurso hídrico e a declaração de reserva de disponibilidade hídrica, em conformidade com as decisões da Diretoria Colegiada.

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§ 1º Os cargos comissionados de Gerência Executiva, de Assessoria e de Assistência serão providos pelo Diretor-Presidente após a aprovação da Diretoria Colegiada.§2º A competência a que se refere o inciso VIII compreende a prática dos atos ali referidos necessários à consecução de processo seletivo simplificado para contratação temporária, na forma dos parágrafos 1º e 2º do art. 16 da Lei no 9.984, de 2000.§3º O Diretor-Presidente, nos seus afastamentos ou impedimentos, e sem prejuízo do disposto no parágrafo seguinte e no § 3º do art. 10 da Lei nº 9.984, de 2000, será substituído pelo Diretor por ele assim indicado.§4º Em caso de vacância do Diretor-Presidente, a Diretoria Colegiada designará interinamente dentre de seus membros o seu substituto.

Seção IIIDo Gabinete do Diretor-Presidente

Art. 17. Ao Gabinete do Diretor-Presidente compete:I - prestar assistência direta ao Diretor-Presidente na supervisão e coordenação das atividades da ANA;II - prestar assistência ao Diretor-Presidente em sua representação política, social e administrativa;III - transmitir, aos titulares das unidades hierarquicamente inferiores, instruções, orientações e recomendações emanadas do Diretor-Presidente;IV - orientar e controlar as atividades afetas ao Gabinete, notadamente as relativas a assuntos administrativos;V - supervisionar e acompanhar as atividades das unidades envolvidas com relacionamentos institucionais e com o acompanhamento de assuntos de interesse da ANA, inclusive junto ao Congresso Nacional; eVI - exercer outras atividades que lhe forem cometidas pelo Diretor-Presidente.Parágrafo único. O Gabinete do Diretor-Presidente terá seguinte composição:I - Chefia de Gabinete;II - Assessoria Parlamentar; eIII - Assessoria de Comunicação Social.

CAPÍTULO VIDA PROCURADORIA-GERAL

Seção IDas Competências

Art. 18. À Procuradoria-Geral, que se vincula à Advocacia-Geral da União para fins de orientação normativa e supervisão técnica, nos termos da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993, diretamente subordinada à Diretoria Colegiada, incumbe exercer os encargos de natureza jurídica da ANA, bem como representá-la em juízo, ativa e passivamente, ou fora dele, e especificamente:I - assessorar juridicamente a Diretoria Colegiada da ANA;II - representar judicialmente a ANA, com todas as prerrogativas processuais de Fazenda Pública, inclusive desistindo, transigindo e firmando compromisso nas ações de interesse da ANA, desde que autorizado por sua Diretoria Colegiada;III - representar judicialmente e extrajudicialmente os Diretores da ANA, inclusive após a cessação do respectivo exercício, com referência a atos praticados em decorrência de suas atribuições legais

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ou institucionais, adotando, inclusive, medidas judiciais cabíveis, em nome e em defesa dos representados, salvo em relação a procedimento administrativo ou judicial de iniciativa da própria ANA;IV - apurar a liquidez e certeza de créditos, de qualquer natureza, inerentes às atividades da ANA, inscrevendo-os em divida ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial;V - promover as representações de iniciativa da ANA junto ao Ministério Público e a propositura de ação civil pública; eVI - executar as atividades de consultoria e assessoramento jurídicos, especialmente:a)analisar previamente os atos normativos a serem editados pela ANA;b)examinar, previamente, a legalidade dos contratos, acordos, ajustes ou convênios que interessem à ANA e, quando for o caso, promover a respectiva rescisão ou declaração de caducidade, por via administrativa ou judicial; ec)examinar, previamente, minutas de editais de licitações, os atos de dispensa e inexigibilidade de licitação, os procedimentos licitatórios encaminhados à homologação do Diretor-Presidente, bem como os editais para realização de concursos públicos ou processos seletivos simplificados para contratação temporária (art. 16, parágrafos 1º e 2º, da Lei no 9.984, de 2000).§ 1º O parecer da Procuradoria-Geral, aprovado pela Diretoria Colegiada ou pelo Diretor-Presidente, este no âmbito de suas atribuições, vincula os Diretores, as Superintendências, a Corregedoria, a Secretaria Geral e as demais unidades organizacionais da ANA.§ 2º A revisão interna de parecer da Procuradoria-Geral será formalmente solicitada à própria Procuradoria, à exceção da hipótese referida no parágrafo anterior quando a solicitação será encaminhada à Diretoria Colegiada ou ao Diretor-Presidente, conforme o caso, que admitindo-a encaminhará a matéria ao conhecimento da Procuradoria-Geral para análise e manifestação.§ 3º As iniciativas e pronunciamentos jurídicos da Procuradoria-Geral da ANA, em razão de quaisquer das atribuições que lhe são cometidas por este Regimento Interno ou pela legislação em geral, sujeitam-se exclusivamente à fiscalização, correição, sindicância e processo administrativo disciplinar por parte da Corregedoria-Geral da Advocacia-Geral da União, na forma da Lei Complementar nº 73, de 1993;Seção IIDas Atribuições do Procurador-GeralArt. 19. Compete ao Procurador-Geral:I - exercer as prerrogativas legais e institucionais da Procuradoria-Geral, delegando-as aos Procuradores da ANA em função da conveniência e volume de trabalho;II - administrar o contencioso da ANA;III - coordenar as atividades de consultoria e assessoramento jurídico dos Procuradores da ANA, aprovando os respectivos pareceres;IV - praticar os atos necessários ao exercício da competência referida no inciso V do artigo anterior; eV - supervisionar as atividades administrativas da Procuradoria-Geral.

CAPÍTULO VIIDA CORREGEDORIA

Art. 20. À Corregedoria, sujeita à orientação normativa e à supervisão técnica da Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da Fazenda, compete:

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I - fiscalizar a legalidade das atividades funcionais dos servidores e das unidades organizacionais da ANA;II - apreciar as representações sobre a atuação dos servidores e emitir parecer sobre o desempenho dos mesmos, opinando fundamentadamente quanto a sua confirmação no cargo ou sua exoneração;III - instaurar, por determinação superior, sindicâncias e processos administrativo-disciplinares, submetendo-os à decisão do Diretor-Presidente da ANA;IV - realizar correição nas unidades organizacionais, sugerindo as medidas necessárias à racionalização e eficiência dos serviços;V - manifestar-se previamente, em caráter consultivo, sobre procedimentos administrativos de licitação e contratação, inclusive dispensa e inexigibilidade, bem como sobre transferências voluntárias, quando solicitado pela Diretoria Colegiada ou pelo Diretor-Presidente;VI - acompanhar e apoiar os órgãos de controle interno e externo do Poder Executivo, no exercício de sua missão institucional, nas ações junto à ANA ou de seu interesse;VII - emitir parecer sobre a prestação de contas anual da ANA e em tomadas de contas especiais;VIII - promover fiscalizações amostrais para verificar a execução físico-financeira dos projetos e atividades, inclusive ações descentralizadas realizadas à conta de recursos oriundos do Orçamento da União, quanto ao nível de execução das metas e objetivos estabelecidos e à qualidade do gerenciamento; eIX - propor a criação de mecanismos para o exercício do controle social sobre as ações e programas da ANA.§ 1º O Corregedor será nomeado pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente por indicação da Diretoria Colegiada da ANA.§ 2º No exercício das competências a que se refere este artigo, a Corregedoria observará como padrão de legalidade das atividades funcionais, para todos os fins, os pareceres emitidos pelaProcuradoria-Geral da ANA e pela Advocacia-Geral da União, quando houver.§ 3º Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado à Corregedoria no exercício das suas atribuições institucionais, salvo quando envolver assuntos de caráter sigiloso na forma definida em regulamento próprio, devendo os seus servidores guardar sigilo sobre dados e informações pertinentes aos assuntos a que tiver acesso.

CAPÍTULO VIIIDAS SUPERINTENDÊNCIAS

Seção IDas Competências Comuns

Art. 21. Às Superintendências incumbe:I - planejar, coordenar, controlar e avaliar os processos, projetos e programas da ANA sob a sua responsabilidade, com foco em resultados, de acordo com as diretrizes traçadas pela Diretoria Colegiada;II - acompanhar a evolução dos indicadores de realização e de desempenho dos programas governamentais que tenham relacionamento com as atividades da ANA, com vistas ao cumprimento das metas estabelecidas;III - encaminhar, com parecer circunstanciado e conclusivo, os assuntos pertinentes para decisão da Diretoria Colegiada;IV - promover a integração dos processos organizacionais;

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V - elaborar a respectiva proposta orçamentária, inclusive com quadros de detalhamento de dispêndios, para subsidiar a elaboração da proposta orçamentária da ANA, segunda as diretrizes da Diretoria Colegiada;VI - apresentar à Diretoria Colegiada propostas de aperfeiçoamentos necessários à eficácia do ambiente institucional de atuação da ANA;VII - contribuir na elaboração do planejamento estratégico e do relatório anual de atividades da ANA;VIII - executar as atividades conexas com suas atribuições específicas, incumbidas ou delegadas;IX - propor a celebração de convênios e contratos com órgãos e entidades federais, estaduais, municipais e com pessoas jurídicas de direito privado, envolvendo assuntos relacionados a recursos hídricos de competência da ANA; eX - apresentar à Diretoria Colegiada trimestralmente, ou em outro prazo por ela fixado, relatório de suas atividades.

Seção IIDas Atribuições Específicas das Superintendências

Art. 22. A Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos tem como atribuições específicas:I - participar da elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e supervisionar a sua implementação;II - apoiar a elaboração do planejamento das bacias hidrográficas;III - elaborar e manter atualizado o diagnóstico de oferta e demanda, em quantidade e qualidade, de recursos hídricos no País;IV - propor medidas, ações, projetos e programas que possam assegurar o normal atendimento da demanda de água para usos prioritários;V - planejar a normalização do suprimento de bacias hidrográficas que apresentem balanço deficitário de oferta e demanda de recursos hídricos;VI - coordenar o planejamento da proposta orçamentária anual da ANA;eVII - coordenar e supervisionar o processo de descentralização das atividades de operação e manutenção de reservatórios, canais e adutoras de domínio da União, excetuada a infra-estrutura componente do Sistema Interligado Brasileiro, gerido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, e das usinas hidrelétricas que não operem interligadamente.Parágrafo único. Para os fins do disposto no inciso VII deste artigo, a definição das condições de operação de reservatórios de aproveitamentos hidrelétricos será efetuada em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS.

Art. 23. A Superintendência de Outorga tem como atribuições específicas:I - analisar e emitir parecer circunstanciado e conclusivo sobre outorga de direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da União, inclusive adução de água bruta, para decisão da Diretoria Colegiada;II - coordenar a articulação entre os órgãos gestores de recursos hídricos sobre critérios e procedimentos de outorga nas bacias hidrográficas integradas por rios de domínio da União;III - propor o estabelecimento de prazos para a regularização dos usos de recursos hídricos de domínio da União, que não sejam amparados por correspondente outorga de direito de uso; e

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IV - propor os termos da resolução conjunta de que trata o art. 23 do Decreto no 3.962, de 2000, submetendo à deliberação da Diretoria Colegiada após negociação com a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.Parágrafo único. Os prazos a que se refere ao inciso III deste inciso serão fixados em função da eventual escassez hídrica da correspondente bacia hidrográfica, para atendimento dos usos requeridos.

Art. 24. A Superintendência de Gestão de Recursos Hídricos tem como atribuições específicas:I - apoiar, na elaboração dos planos de recursos hídricos, a formulação de programas de investimento voltada a conservação, recuperação e uso adequado das bacias hidrográficas;II - elaborar e coordenar a implementação de projetos e ações voltados para a despoluição de bacias hidrográficas e avaliar os respectivos resultados;III - avaliar os impactos das medidas, ações, projetos e programas implantados em bacias hidrográficas com apoio financeiro e institucional da União; eIV - estimular e apoiar as iniciativas voltadas para a criação: de órgãos gestores de recursos hídricos, de comitês de bacia hidrográfica e de agências de água.

Art. 25. A Superintendência de Fiscalização tem como atribuições específicas:I - supervisionar, controlar e avaliar as ações e atividades voltadas ao cumprimento da legislação federal sobre ouso de recursos hídricos, inclusive com vistas à garantia do atendimento dos padrões de segurança das atividades, das obras e dos serviços por parte dos agentes usuários de recursos hídricos de domínio da União;II - propor normas para disciplinar os trabalhos de fiscalização e de aplicação de penalidades;III - fiscalizar, com poder de polícia, os usos de recursos hídricos nos corpos de água de domínio da União;IV - fiscalizar as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e privados, visando garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos, conforme estabelecido nos planos de recursos hídricos das respectivas bacias hidrográficas;V - decidir, em primeira instância administrativa, sobre recursos formulados por usuários em razão de penalidades aplicadas; eVI - exercer o controle geral dos processos de fiscalização e das atividades de seus prepostos e conveniados.

Art. 26. A Superintendência de Cobrança e Conservação tem como atribuições específicas:I - coordenar a elaboração e propor à Diretoria Colegiada estudos técnicos para subsidiar a definição, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, com base nos mecanismos e quantitativos sugeridos pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, na forma do inciso VI do art. 38 da Lei no 9.433, de 1997;II - implementar, em articulação com os Comitês de Bacia Hidrográfica, a cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União;III - promover, estimular e implementar programas e ações que objetivem a revitalização e normalização de bacias hidrográficas, inclusive para regularização de vazão de corpos hídricos supridores de demandas prioritárias;IV - propor a instituição e apoiar a realização de programas de estímulo à conservação e à racionalização do uso de águas, inclusive mediante reuso;

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V - promover, estimular e implementar programas e ações de suporte ao uso sustentável de aqüíferos que cruzem fronteiras estaduais ou nacionais, ou estejam hidraulicamente interconectados a corpos hídricos de domínio da União; eVI - propor ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos o estabelecimento de incentivos, inclusive financeiros, à conservação qualitativa e quantitativa de recursos hídricos.Parágrafo único. Os estudos técnicos a que se refere o inciso I deste artigo deverão conter os valores mínimos e máximos que serão considerados, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, para definição dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União.

Art. 27. A Superintendência de Eventos Críticos tem como atribuições específicas:I - participar da elaboração dos planos de recursos hídricos de bacias hidrográficas relacionadas a corpos de água de domínio da União em que se registrem ocorrências sistemáticas de enchentes e secas, e colaborar na elaboração dos planos de recursos hídricos das demais bacias hidrográficas em que se registrem as mesmas ocorrências;II - planejar e promover ações destinadas a prevenir e minimizar os efeitos de secas e inundações, no âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, em articulação com o órgão central do Sistema Nacional de Defesa Civil, em apoio aos Estados e Municípios;III - definir as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e privados, visando garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos de domínio da União, controlar as enchentes e mitigar as secas, em consonância com os planos das respectivas bacias hidrográficas; eIV - propor fundamentalmente a declaração de corpos de água em regime de racionamento, preventivo ou não, e aplicar as medidas necessárias para assegurar seus usos prioritários em consonância com os critérios estabelecidos pela Diretoria Colegiada na forma do art. 2º, inciso XII, deste Regimento Interno.

Art. 28. A Superintendência de Regulação dos Usos tem como atribuições específicas:I - propor normas para disciplinar a implementação, a operacionalização, o controle e a avaliação dos instrumentos da Política Nacional de Recursos;II - apoiar a representação da ANA no Conselho Nacional de Recursos Hídricos;III - propor articulações com os Estados, o Distrito Federal e os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos de interesse comum; eIV - propor a harmonização das normas relativas a recursos hídricos e ambientais.

Art. 29. A Superintendência de Informações Hidrológicas tem como atribuições específicas:I - prestar apoio à elaboração dos planos de recursos hídricos das bacias hidrográficas;II - promover a coordenação das atividades desenvolvidas no âmbito da rede hidrometereológica nacional, em articulação com os órgãos e entidades públicas e privadas que a integram, ou que dela sejam usuárias; eIII - organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.

Art. 30. A Superintendência de Tecnologia e Capacitação tem como atribuições específicas:I - promover e fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica, voltada para o conhecimento, o uso sustentado, a conservação e a gestão de recursos hídricos;II - apoiar a criação, a implantação e a consolidação de centros de excelência em tecnologia ou de gestão de recursos hídricos;

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III - promover a cooperação e divulgação técnico-científica e a transferência de tecnologia na área de recursos hídricos, visando a sua modernização;IV - elaborar e implementar projetos, programas e atividades voltadas para a capacitação de recursos humanos para a gestão de recursos hídricos;V - apoiar a representação da ANA no Comitê Gestor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, de que trata a Lei no 8.001, de 13 de março de 1.990, com a redação da Lei no 9.993, de 24 de julho de 2000; eVI - promover e executar projetos e programas educativos orientados para estímulo à participação da sociedade na proteção dos recursos hídricos.

Art. 31. A Superintendência de Administração e Finanças tem como atribuições específicas:I - zelar pelo patrimônio da ANA;II - desenvolver as atividades de execução orçamentária, financeira e contábil da ANA;III - promover a licitação de bens, serviços e obras;IV - coordenar as atividades de orçamento, de organização e modernização administrativa, de contabilidade, de administração financeira, de administração dos recursos de informação e informática, de recursos humanos e de serviços gerais; eV - prestar informações sistemáticas à Diretoria Colegiada sobre a execução orçamentária, financeira e contábil, de forma a lhe permitir o adequado gerenciamento dos recursos.

CAPÍTULO IXDOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Art. 32. Os atos administrativos da ANA serão expressos sob a forma de:I - Resoluções, para publicar aprovação ou alteração do Regimento Interno e para fins normativos, autorizativos ou homologatórios;II - Atas, em forma de súmula, para registrar deliberações da Diretoria Colegiada;III - Portarias, utilizadas na gestão administrativa;IV - Instruções Normativas, relativas a rotinas administrativas de caráter interno;V - Ordens de Serviço, com comandos de trabalho;VI - Notas, de caráter técnico ou administrativo em matéria sob apreciação da ANA;VII - Pareceres, de caráter jurídico em matéria sob apreciação da ANA;VIII - Despachos, contendo decisões finais ou interlocutórias em processo de instrução da ANA;IX - Correspondências Oficiais, de caráter institucional, técnico, administrativo e social.§ 1º As Atas e as Resoluções são privativas da Diretoria Colegiada, as Portarias do Diretor-Presidente e as Instruções Normativas dos titulares das demais unidades organizacionais.§ 2º As formas de expressão dos atos de que tratam os incisos V e IX serão oportunamente cometidas pela Diretoria Colegiada aos titulares das unidades organizacionais.§ 3º Todas as formas de expressão dos atos da ANA deverão conter, obrigatoriamente, a logomarca, a sigla da unidade organizacional de origem, o tipo do documento, o número seqüencial, por ano de emissão, o local e data de emissão, e o nome do emitente.§ 4º Sem prejuízo de outras exigências fixadas em legislação específica, serão necessariamente publicadas, no prazo de até cinco dias úteis, as Resoluções que aprovem ou modifiquem este Regimento Interno, que outorguem direitos de uso de recursos hídricos, que divulguem os regulamentos próprios da ANA previstos na Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, e as Portarias do Diretor-Presidente relativas a nomeação, admissão ou demissão de servidores.

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CAPÍTULO XDO CONTRATO DE GESTÃO

Art. 33. A administração da ANA será regida por contrato de gestão, negociado entre o seu Diretor-Presidente e o Ministro de Estado do Meio Ambiente, no prazo máximo de cento e vinte dias seguintes à nomeação do Diretor-Presidente da ANA.§ 1º O contrato de gestão tem por objetivo a ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira da ANA.§ 2º O contrato de gestão conterá:I - premissas e metas, inclusive, se for o caso, com seus respectivos planos de ações;II - demonstrativo de compatibilidade dos planos de ação com o orçamento e com as normas de execução orçamentária;III - critérios de avaliação de desempenho a serem considerados no cumprimento do contrato;IV - obrigações de responsabilidades das partes contratantes em relação ao atingimento das metas definidas, inclusive no provimento dos meios necessários à consecução dos resultados propostos; eV - prazo de duração e critérios de prorrogação e de rescisão.§ 3º A Diretoria Colegiada subscreverá o contrato de gestão após sua unânime aprovação.§ 4º A inexistência do Contrato de Gestão não impedirá o normal desempenho da ANA no exercício de suas competências.

CAPÍTULO XIDAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Art. 34 O processo decisório da ANA poderá ser precedido de audiência pública com os objetivos de:I - recolher subsídios e informações;II - propiciar aos usuários envolvidos a possibilidade de encaminhamento de opiniões e sugestões;III - identificar, da forma mais ampla possível, todos os aspectos relevantes à matéria objeto da audiência pública; eIV - dar publicidade à ação da ANA.Parágrafo único. As audiências públicas serão convocadas na forma estabelecida pela Diretoria Colegiada, e serão presididas pelo Diretor-Presidente, ou por um dos Diretores da ANA na forma do art. 10 deste Regimento Interno.

ANEXO II  QUANTITATIVOS E DISTRIBUIÇÃO DE CARGOS COMISSIONADOS DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA 

CARGO COMISSIONADO SITUAÇÃO ANTERIOR SITUAÇÃO ATUALMP 2.123-29, DE 23.02.2001 RESOLUÇÃO ANA Nº 4 DE

15.03.2001

Nível Valor (R$) Quantidade Despesa (R$) Quantidade Despesa (R$)CD I 8.000,00 1 8.000,00 1 8.000,00

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CD II 7.600,00 4 30.400,00 4 30.400,00CGE I 7.200,00 5 36.000,00 - -CGE II 6.400,00 13 83.200,00 22 140.800,00CGE III 6.000,00 33 198.000,00 15 90.000,00CGE IV 4.000,00 1 4.000,00 15 60.000,00CA I 6.400,00 4 25.600,00 - -CA II 6.000,00 4 24.000,00 13 78.000,00CA III 1.800,00 4 7.200,00 2 3.600,00CAS I 1.500,00 11 16.500,00 4 6.000,00SUBTOTAL 80 432.900,00 76 416.800,00CCT V 1.521,00 27 41.067,00 37 56.277,00CCT III 669,50 - - 1 669,50TOTAL 107 473.967,00 114 473.746,50 

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RESOLUÇÃO N° 082, de 24 de abril de 2002

Dispõe sobre procedimentos e define as atividades de fiscalização da Agência Nacional de Águas – ANA, inclusive para apuração de infrações e aplicação de penalidades.

O DIRETOR-PRESIDENTE DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 16, incisos III e XIII, da Resolução nº 9, de 17 de abril de 2001, torna público que a Diretoria Colegiada da ANA, com fundamento no art. 8º, inciso V, da mencionada Resolução, em sua 42° Reunião Ordinária, realizada em 01 de abril de 2002, e

considerando que as atribuições da ANA, no que concerne à fiscalização, estão previstas no inciso V do art. 4º da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, no inciso VI do art. 2º do Decreto nº 3.692, de 19 de dezembro de 2000, e nos arts. 21 a 25 da Resolução nº 9, de 17 de abril de 2001, cabendo-lhe:

I – supervisionar, controlar e avaliar as ações e atividades decorrentes do cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos hídricos;

II – fiscalizar, com poder de polícia, os usos dos recursos hídricos nos corpos de água de domínio da União;

III – fiscalizar as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e privados, visando a garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos, conforme estabelecido nos planos de recursos hídricos das respectivas bacias hidrográficas e, nos aproveitamentos hidrelétricos, em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS;

IV – celebrar convênios e contratos com órgãos e entidades federais, estaduais, municipais e com pessoas jurídicas de direito privado, envolvendo assuntos relacionados a recursos hídricos de sua competência;

considerando, ainda, o disposto nos arts. 49 e 50 da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e o estabelecido na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e sua regulamentação,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar procedimentos para definir a atuação da Agência Nacional de Águas – ANA nas suas atividades de fiscalização dos usos dos recursos hídricos de domínio da União, apurando infrações e aplicando penalidades.

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Título I

DAS PREMISSAS BÁSICAS DA FISCALIZAÇÃO

Art. 2º A ação reguladora da ANA na gestão dos recursos hídricos será realizada com base nos fundamentos, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituídos pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, visando a garantir o adequado atendimento às necessidades e prioridades de uso dos recursos hídricos.

Art. 3º Conforme o disposto no art. 4° da Lei nº 9.433, de 1997, e no art. 17 do Decreto n° 3.692, de 19 de dezembro de 2000, a ANA exercerá ação reguladora em corpos de água de domínio da União, inclusive mediante a definição de requisitos de vazão mínima e de concentração máxima de poluentes na transição de corpos de água de domínio estadual para os de domínio federal, tendo em vista os respectivos planos de bacia e preferencialmente em articulação com os Estados e o Distrito Federal..

Art. 4º A fiscalização, de caráter preventivo ou repressivo, será realizada tendo como unidade de planejamento e atuação a bacia hidrográfica.

Art. 5º A ANA atuará de forma articulada com as unidades da Federação, em conformidade com o caráter descentralizador e participativo da Política Nacional de Recursos Hídricos, reservando-se o direito ao acompanhamento e controle, de modo a garantir o pleno cumprimento da legislação pertinente aos recursos hídricos.

Art. 6º A fiscalização prevista nesta Resolução contará com o apoio do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

Art. 7° A atividade fiscalizadora da ANA primará pela orientação aos usuários de recursos hídricos, conforme previsto no art. 19 do Decreto nº 3.692, de 2000, a fim de prevenir condutas ilícitas e indesejáveis, tendo em vista, especialmente:

I – o cumprimento da legislação pertinente ao uso de recursos hídricos; e

II – a garantia do atendimento dos padrões de segurança das atividades, das obras e dos serviços por parte dos usuários de recursos hídricos de domínio da União.

Título II

DA AÇÃO FISCALIZADORA

Art. 8° A ANA fiscalizará o uso de recursos hídricos mediante acompanhamento, controle, apuração de infrações, aplicação de penalidades e determinação de retificação das atividades, obras e serviços pelos usuários de recursos hídricos de domínio da União.

§ 1º Nas referências desta Resolução à ANA consideram-se compreendidos os órgãos ou entidades a ela conveniados, ressalvado o disposto no art. 38.

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§ 2º Para os fins desta Resolução caracterizam-se como conveniados à ANA o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), os órgãos e entidades gestores de recursos hídricos dos Estados ou do Distrito Federal e, ainda, os outros órgãos dos poderes públicos federal, estaduais e municipais, cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos, cada um e todos eles na forma e nos limites dos respectivos instrumentos de convênio pactuados.

Art. 9° São instrumentos de fiscalização:

I – Relatório de Vistoria (RV);

II – Protocolo de Compromisso (PC)

III – Auto de Infração (AI); e

IV – Termo de Embargo (TE)

§ 1º Os formulários dos instrumentos de fiscalização fazem parte integrante desta Resolução, como anexos.

§ 2º O usuário poderá ser representado, para acompanhamento da fiscalização ou recepção dos instrumentos, por terceiro devidamente habilitado, o qual deverá, independentemente de outras providências, ser identificado e qualificado no RV, no AI ou no TE, conforme o caso.

Art. 10. A primazia pela orientação aos usuários não impede ou condiciona a imediata aplicação de penalidades, quando caracterizada a ocorrência de infrações, assegurada ao usuário a ampla defesa.

Art. 11. As infrações a que se refere esta Resolução serão apuradas, processadas e julgadas mediante processo administrativo.

Art. 12. A ação fiscalizadora será consubstanciada em RV, emitido em três vias, com todos os campos obrigatórios necessariamente preenchidos ou cancelados, se impertinentes ao caso, devendo conter:

I – a identificação do órgão ou entidade fiscalizador e o respectivo endereço;

II – o nome, o endereço e a qualificação do usuário;

III – a descrição dos fatos levantados;

IV – a notificação dos fatos por escrito ao usuário, que, no caso da constatação de infrações e observado o Anexo I desta Resolução, conterá advertência fixando prazo para correção das irregularidades;

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V – o local e a data da lavratura; e

VI – a identificação do agente fiscal, indicação do cargo ou função, número da matrícula, órgão ou entidade a que pertence e sua assinatura.

§ 1º O usuário terá prazo de vinte dias, a contar da notificação, para informar à ANA quanto à regularização dos fatos levantados no RV.

§ 2° Verificada qualquer impropriedade nas informações do RV cuja retificação não seja possível, cumprirá à ANA, de ofício, declará-lo nulo e arquivar o respectivo processo.

Art. 13. Cumprirá à ANA, à vista do RV e após o prazo a que se refere o § 1º do artigo anterior, analisar e enquadrar os fatos levantados, emitindo, se for o caso, o AI, em três vias, no prazo de quinze dias.

Parágrafo único. No mesmo prazo, e sem prejuízo do disposto no caput, a ANA emitirá, se for o caso, TE, na forma dos art. 19, ou oferecerá ao usuário a estipulação

de PC, nos termos do art. 21, relativamente a fatos levantados no RV.

Art. 14. O AI deverá conter:

I – os elementos a que se referem os incisos I, II, V e VI do art. 12;

II – a identificação do respectivo RV;

III – a descrição objetiva dos fatos caracterizadores da infração;

IV – o dispositivo legal ou regulamentar infringido e a respectiva penalidade, incluindo, se for o caso, as suas circunstâncias atenuantes e agravantes;

V – a indicação do prazo de vinte dias, contado do recebimento do AI, para o cumprimento da penalidade ou a apresentação da defesa.

Parágrafo único. Uma das vias do AI será enviada ao usuário por via postal com aviso de recebimento (AR), ao endereço do RV ou outro cadastrado, ou a ele pessoalmente entregue, mediante recibo.

Art.15. O usuário poderá apresentar defesa sobre o AI, manifestando-se sobre o objeto do mesmo e apresentando os documentos que julgar convenientes, no prazo de 30 dias contado do recebimento do AR.

Parágrafo único. Na análise da defesa do usuário poderão ser solicitadas outras informações julgadas necessárias ao melhor esclarecimento dos fatos.

Art. 16. A decisão sobre a defesa do usuário, que considerará as circunstâncias atenuantes e agravantes da penalidade, será proferida pela Superintendência

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de Fiscalização – SFI da ANA e comunicada ao usuário no prazo de vinte dias, contado do recebimento da defesa e dele excluído o prazo necessário ao atendimento das solicitações a que se refere o parágrafo único do artigo anterior.

§ 1º O AI será arquivado nos seguintes casos:

I – não sendo confirmada a tipificação da conduta do usuário;

II – sendo consideradas procedentes as alegações de defesa do usuário; ou

III – sendo atendidas, no prazo, as determinações da ANA.

§ 2º No caso de AI emitido por órgão ou entidade conveniado à ANA, a decisão sobre a defesa do usuário, observados os requisitos a que se refere o caput, será proferida pela unidade, órgão ou entidade competente na respectiva organização administrativa.

Título III

DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Capítulo I

Das Infrações

Art. 17. Constituem infrações às normas de utilização dos recursos hídricos:

I – derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de direito de uso;

II – iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a derivação ou a utilização de recursos hídricos que implique alterações no regime, quantidade ou qualidade dos mesmos, sem a competente outorga;

III – utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com os mesmos em desacordo com as condições estabelecidas na outorga;

IV – fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos medidos;

V – infringir normas estabelecidas nos regulamentos administrativos, compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes;

VI – obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exercício de suas funções.

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Art. 18. Responderá pelas infrações quem, por qualquer modo, as cometer, concorrer para a sua prática ou delas se beneficiar.

Capítulo II

Das Penalidades

Art. 19. Por infração de qualquer disposição legal ou regulamentar referente à execução de obras e serviços hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos de domínio ou administração da União, ou pelo não atendimento de exigências, o usuário, a critério da ANA, ficará sujeito às seguintes penalidades, independentemente de sua ordem de enumeração:

I – advertência, por escrito, na qual ficarão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;

II – multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);

III – embargo provisório, por prazo determinado, para execução de serviços e obras necessárias ao efetivo cumprimento das condições de outorga ou para o cumprimento de normas referentes ao uso, controle, conservação e proteção dos recursos hídricos;

IV – embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para repor incontinenti, no seu antigo estado, os recursos hídricos, leitos e margens.

§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada nunca será inferior à metade do valor máximo cominado.

§ 2º Nos casos dos incisos III e IV deste artigo, independentemente da penalidade de multa, serão cobradas do usuário as despesas em que a ANA incorrer, por si ou por seus prepostos, para tornar efetivas as medidas previstas nos citados incisos, sem prejuízo de responder pela indenização dos danos a que der causa.

§ 3º No caso de resistência à execução das penalidades previstas nos incisos III e IV deste artigo, o embargo poderá ser efetuado com requisição de força policial, se necessário, observado o disposto no parágrafo anterior.

§ 4° Em caso de embargo provisório ou definitivo fica suspensa a imposição da pena de multa diária, sem prejuízo do disposto no § 1º.

§ 5º Da aplicação das penalidades previstas neste Capítulo caberá defesa do usuário junto à ANA, nos termos desta Resolução.

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Art. 20. Sem prejuízo das penalidades cabíveis fica o usuário obrigado a cumprir as exigências requeridas pela ANA.

Art. 21. A ANA poderá, alternativamente às penalidades previstas no art. 19, na oportunidade a que se refere o art. 13 e no prazo de quinze dias, oferecer ao usuário a possibilidade de correção das irregularidades por meio de PC, que estipulará as medidas e os respectivos prazos a que o usuário estará sujeito.

Capítulo III

Dos Critérios para Fixação das Penalidades

Art. 22. São circunstâncias que atenuam a penalidade:

I – baixo grau de instrução ou escolaridade do usuário;II – arrependimento do usuário, manifestado pela espontânea reparação do

dano, ou limitação significativa da degradação causada aos recursos hídricos;III – comunicação prévia pelo usuário do perigo iminente de degradação aos

recursos hídricos; eIV – colaboração com os agentes fiscais.Parágrafo único. As atenuantes, que se aplicam exclusivamente à penalidade

de multa, serão consideradas pela ANA por oportunidade dos atos a que se referem os arts. 16 e 36, e poderão ensejar redução de até 20% (vinte por cento) no valor base da multa fixado para a infração, na forma do Anexo I desta Resolução, observado o limite mínimo de valor previsto no art. 26.

Art. 23. São circunstâncias que agravam a penalidade, quando não constituem ou qualificam a infração:

I - reincidência nas infrações;II - ter o usuário cometido a infração:a) para obter vantagem pecuniária;b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do

Poder Público, a regime especial de uso;f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;h) em domingos ou feriados;i) à noite;j) em épocas de seca ou inundações;l) mediante fraude ou abuso de confiança;m) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização

ambiental;n) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas

públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; ou

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o) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.Parágrafo único. As agravantes, que se aplicam exclusivamente à penalidade

de multa, serão consideradas pela ANA por oportunidade dos atos a que se referem os arts. 16 e 36, e poderão ensejar aumento de até 50% (cinqüenta por cento) no valor base da multa fixado para a infração, na forma do Anexo I desta Resolução, observado o limite máximo de valor previsto no art. 26.

Art. 24. Constitui reincidência a prática de nova infração pelo mesmo usuário no período de três anos, seja ela específica, quando ocorrer constatação de nova infração da mesma natureza, ou genérica, quando ocorrer constatação de nova infração de natureza diversa.

Parágrafo único. Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro e o empreendimento poderá ser embargado, na forma da legislação vigente.

Art. 25. Na hipótese da ocorrência concomitante de mais de uma infração serão aplicadas, simultânea e cumulativamente, as penalidades correspondentes a cada uma delas, observado o disposto no art. 19.

Art. 26. Os valores das multas serão:

I – de R$ 100,00 a R$ 1.000,00, nas infrações leves;

II – de R$ 1.001,00 a R$ 5.000,00, nas infrações graves;

III – de R$ 5.001,00 a R$ 10.000,00, nas infrações gravíssimas.

Título IV

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E DO RECURSO

Capítulo I

Da Instrução do Processo Administrativo

Art. 27. O processo administrativo terá início com o RV e seguirá os procedimentos estabelecidos na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e nesta Resolução.

Art. 28. As multas simples, previstas nesta Resolução, deverão ser recolhidas pelo usuário no prazo fixado no AI, contado da sua ciência, e as diárias até o dia anterior à informação, pelo usuário à ANA, de correção das irregularidades, sob pena de inscrição como Dívida Ativa.

§ 1º O usuário efetuará o recolhimento da multa mediante Documento de Arrecadação de Receitas Federais – DARF, sob código de receita específico.

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§ 2º O não recolhimento da multa no prazo estipulado acarretará ao usuário, sem prejuízo do disposto nos parágrafos seguintes, embargo provisório ou definitivo.

§ 3º Nos casos de cobrança judicial, os processos administrativos serão encaminhados à Procuradoria-Geral da ANA para que se proceda à inscrição da dívida e à respectiva execução.

§ 4º A cobrança judicial da Dívida Ativa dar-se-á na forma da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, e legislação correlata.

Art. 29. Após o recolhimento da multa o usuário deverá encaminhar uma via do respectivo comprovante, devidamente autenticado e sem rasuras, à ANA.

Parágrafo único. As restituições de multas decorrentes da aplicação desta Resolução, quando for o caso, serão efetuadas sempre pelo valor recolhido, observado o disposto na legislação pertinente em vigor, por meio de requerimento à SFI que deverá conter:

I – o nome do usuário, o seu endereço completo e o número do processo administrativo respectivo; e

II – a cópia do DARF.

Art. 30. A ANA procederá ao encerramento do processo administrativo após atendimento pelo usuário:

I – do disposto no artigo anterior; e

II – das correções das infrações detectadas.

Parágrafo único. Proferida a decisão final, no caso do encerramento do processo administrativo, será o mesmo arquivado, após ter sido dada ciência ao usuário, pela ANA.

Capítulo II

Do Recurso

Art. 31. Sem prejuízo do disposto no art. 58 da Lei nº 9.784, de 1999, incumbe ao usuário, no prazo de quinze dias, apresentar recurso com as respectivas razões.

Parágrafo único. O prazo mencionado no caput poderá ser prorrogado por igual período, mediante solicitação fundamentada e documentada pelo usuário.

Art. 32. O recurso será processado sem efeito suspensivo.

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Art. 33. O recurso poderá ser encaminhado por via postal, valendo como data de interposição a de postagem do recurso.

Art. 34. Sob pena de não ser conhecido, o recurso deverá ser formulado por escrito, acompanhado com os documentos que o usuário julgar convenientes, e, nos casos onde houver aplicação da penalidade de multa, instruído com cópia autenticada do respectivo DARF (art. 28, caput e § 1º).

Parágrafo único. Nos casos onde houver aplicação da penalidade de multa diária, deverá ser comprovado o recolhimento do valor devido até o dia anterior ao da apresentação do recurso.

Art. 35. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o recurso também não será conhecido quando interposto:

I – fora do prazo;

II – perante órgão incompetente;

III – por quem não seja legitimado;

IV – após exaurida a esfera administrativa.

§ 1o Na hipótese do inciso II o recurso será encaminhado à autoridade competente.

§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato, desde que não ocorrida preclusão administrativa.

Art. 36. A ANA poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.

TÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 37. Os padrões de segurança das atividades, das obras e dos serviços por parte dos usuários de recursos hídricos de domínio da União serão definidos em programas específicos, elaborados a partir de estudos técnico-científicos, sob a coordenação da ANA.

Art. 38. Os conveniados também poderão aplicar as penalidades previstas nesta Resolução.

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§ 1º As multas aplicadas pelos conveniados serão recolhidas em favor da ANA, conforme previsto no inciso VII do art. 20 da Lei nº 9.984, de 2000.

§ 2º Os convênios ressaltarão a reserva de poderes à ANA para:

I – empreender, por si ou por preposto, atividades de fiscalização nas áreas objeto do convênio, independentemente de qualquer formalidade prévia; e

II – apreciar, em grau de recurso, as penalidades aplicadas pelos conveniados.

Art. 39. Até que seja adotado, no âmbito do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, modelo que permita o monitoramento integral e em tempo real dos RV e dos AI emitidos por conveniados, estes encaminharão à ANA, no prazo máximo de cinco dias após recebimento, uma via de cada RV e AI por eles emitidos.

Art. 40. Os prazos fixados nesta Resolução contam-se na forma dos arts. 66 e 67 da Lei nº 9.784, de 1999.

Art. 41. A atuação da fiscalização da ANA observará os procedimentos, as orientações e as definições constantes nos Anexos a esta Resolução.

Art. 42. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

JERSON KELMAN

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ANEXO I

NORMA DE FISCALIZAÇÃO

Para a atuação da fiscalização, apuração de infrações e aplicação de penalidades que dizem respeito ao uso ou interferência nos recursos hídricos de domínio da União1. OBJETIVOEsta Norma estabelece as condições mínimas a serem observadas para os procedimentos que a ANA e os órgãos a ela conveniados deverão adotar na fiscalização dos usos dos recursos hídricos de domínio da União e no enquadramento das infrações e penalidades daí advindas, previstas na Lei nº 9.433, de 1997.2. REFERÊNCIASTodos os procedimentos adotados deverão ser desenvolvidos observados os preceitos do Código de Águas - Decreto federal nº 24.643, de 10 de julho de 1934, da Lei nº 9.433, de 1997, e legislação correlata.3. CAMPO DE APLICAÇÃOEsta Norma aplica-se, na forma dos subitens seguintes, às situações de:I – implantação de empreendimentos que demandem a utilização de recursos hídricos; II – execução de obras ou serviços que interfiram com os recursos hídricos superficiais; eIII – uso de recursos hídricos para qualquer finalidade, bem como à regularização dos usos ou interferências existentes.

3.1. Captações de águas e lançamento de efluentes em corpos de água de domínio da União3.1.1. Abastecimento Industrial1: uso em empreendimentos industriais, sanitários, de processo, incorporação a produto, refrigeração, geração de vapor, combate a incêndios, e similares.3.1.2. Abastecimento Urbano: abastecimentos doméstico, industrial, comercial (centros comerciais, postos de gasolina, hotéis, clubes, etc.) e público de núcleos urbanos (sede, distritos, bairros, vilas, loteamentos, condomínios, etc.), e similares.3.1.3. Irrigação: irrigação artificial de culturas agrícolas, segundo diversos métodos;3.1.4. Abastecimento Rural: doméstico, aqüicultura, dessedentação de animais, e similares.3.1.5. Outros: uso em atividades que não se enquadram nas acima discriminadas.3.2. Usos sem derivação de águas3.2.1. Navegação Fluvial: manutenção de calados mínimos, eclusagem e similares.3.2.2. Obras Hidráulicas:I – barramentos destinados a:a) geração hidrelétrica;b) regularização de nível de água à montante;c) controle de cheias;d) regularização de vazões;e) recreação, lazer e paisagismo;f) aqüicultura (piscicultura, ranicultura e outros); eg) outros.II – canalização, retificação e proteção de leitos, com objetivo de:

1 Inclui a indústria da mineração.

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a) controle de inundações;b) adequação urbanística;c) construção de obras de saneamento;d) construção de sistemas viários; ee) outros.III – travessias sobre corpos de água de domínio da União, que podem ser:a) aéreas:1) pontes: podendo ser rodoviárias, ferroviárias, rodoferroviárias e passarela para pedestres;2) linhas, compreendendo as telefônicas, telegráficas, de energia elétrica (distribuição, transmissão, subtransmissão, etc.);3) dutos, utilizados em saneamento (transporte de água e esgoto), combustíveis (transporte de petróleo, gasolina, gás e outros), TV a cabo; e4) outros.b) subterrâneas:1) túneis: para uso rodoviário, ferroviário, rodoferroviários, pedestres;2) linhas, compreendendo as telefônicas, telegráficas, de energia elétrica (distribuição, transmissão, subtransmissão, etc.);3) dutos: utilizados em saneamento (transporte de água e esgoto), combustível (transporte de petróleo, gasolina, gás e outros), TV a cabo; e4) outros.c) intermediárias, compreendendo todas as demais formas de travessia que não podem ser classificadas nos itens anteriores.3.2.3. Serviços Diversos em rios, córregos, ribeirões, e lagos, tais como:I – desassoreamento;II – limpeza de margens; eIII – proteção de leitos.3.3. Extração de minérios de classe II, em leitos ou margens de corpos de água ou reservatórios.

4. DOS PROCEDIMENTOS DA FISCALIZAÇÃO4.1. A fiscalização dos usos dos recursos hídricos deverá verificar se o uso e o empreendimento a ele relacionado, este se for o caso, encontra-se:I – regularizado;II – em conformidade com a outorga;III – harmônico com os outros usos observados na mesma bacia hidrográfica.4.2. A fiscalização será efetuada mediante inspeções decorrentes:I – de rotina determinadas pela ANA;II – de denúncias; ouIII – por solicitação de terceiros, a juízo da ANA;4.3. Competirá à fiscalização descrever os fatos levantados, inclusive constatando as infrações cometidas, advertir aos usuários, estabelecendo prazo para regularização das infrações cometidas, e encaminhar o AI à ANA.4.4. A fiscalização deverá, no ato da inspeção, instruir o usuário sobre os procedimentos necessários para sua regularização, determinando, quando for o caso, as modificações ou reparações que poderão ser executadas de imediato.4.5. A fiscalização poderá, no exercício de suas atribuições, colher amostras de água e efetuar medições.

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5. ENQUADRAMENTO DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES (ARTS. 17 E 19 DA RESOLUÇÃO) E PROCEDIMENTOS CORRESPONDENTES5.1. Infração: derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de direito de uso.5.1.1. Penalidades: advertência, por meio do RV, caso não exista advertência anterior, com prazo de até noventa dias para regularização.5.1.1.1. Não havendo a regularização a ANA emite AI com aplicação de multa simples leve, no valor de R$ 100,00 (cem reais), e com prazo de trinta dias para regularização.5.1.1.2. Mantendo-se a irregularidade emite-se novo AI com multa diária grave, no valor de R$ 1.001,00 (mil e um reais), aplicável por até trinta dias.5.1.1.3. Persistindo a irregularidade emite-se TE para embargo provisório ou definitivo, conforme exija o caso.5.2. Infração: iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a derivação ou utilização de recursos hídricos que implique alterações no regime, quantidade ou qualidade dos mesmos, sem autorização competente.5.2.1. Penalidades: advertência, por meio do RV, caso não exista advertência anterior, com prazo de até trinta dias para regularização.5.2.2. Não havendo a regularização emite-se AI com aplicação de multa simples leve, no valor de R$ 100,00 (cem reais), com prazo de trinta dias para regularização.5.2.3. Mantendo-se a irregularidade emite-se novo AI com multa diária grave, no valor de R$ 1.001,00 (mil e um reais), aplicável por até trinta dias.5.2.4. Persistindo a irregularidade emite-se TE para embargo provisório ou definitivo, conforme exija o caso.5.3. Infração: utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com os mesmos em desacordo com as condições estabelecidas na outorga.5.3.1. Penalidades:5.3.1.1. Quando enquadrar-se no § 1º do art. 50 da Lei nº 9.433, de 1997 – a saber, “sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abastecimento de água, riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a multa a ser aplicada nunca será inferior à metade do valor máximo cominado em abstrato” – emite-se AI com aplicação de multa simples gravíssima, no valor de R$ 10.000,000 (dez mil reais), com prazo de até trinta dias para regularização.5.3.1.1.1. No caso de haver reincidência ou sendo mantida a irregularidade, emite-se AI com aplicação de multa diária gravíssima, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), aplicável por até trinta dias.5.3.1.1.2. Persistindo a irregularidade emite-se TE para embargo provisório ou definitivo, conforme exija o caso.5.3.1.2. Nos demais casos emite-se AI com aplicação de multa simples gravíssima, no valor de R$ 5.001,00 (cinco mil e um reais), com prazo de até trinta dias para regularização.5.3.1.2.1. No caso de haver reincidência ou sendo mantida a irregularidade, emite-se AI com aplicação de multa diária gravíssima, no valor de R$ 5.001,00 (cinco mil e um reais), aplicável por até trinta dias.5.3.1.2.2. Persistindo a irregularidade emite-se TE para embargo provisório ou definitivo, conforme exija o caso.5.4. Infração: fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos medidos.

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5.4.1. Penalidades: multa simples gravíssima, por meio de AI, no valor de R$ 5.001,00 (cinco mil e um reais).5.5. Infração: infringir normas estabelecidas nos regulamentos administrativos, compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes.5.5.1. Penalidades: advertência, por meio de RV, com prazo de até noventa dias para regularização.5.5.1.1. Persistindo a irregularidade, revogação da outorga.5.6. Infração: obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exercício de suas funções.5.6.1. Penalidades: advertência, por meio de RV, com prazo de cinco dias para atendimento.5.6.1.1. Não havendo cessação do óbice ou da dificuldade por ato do usuário, emite-se AI com aplicação de multa simples grave, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), com prazo de dez dias para a cessação.5.6.1.2. Persistindo a irregularidade emite TE para embargo provisório.

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