lectio divina ramalhete

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    XXXI Dia Mundial da Juventude20 de Março de 2016, São Mateus

    “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.”  

    (Mt 5,7)

    Propostas de Orações para o Ramalhete Espiritual A entregar ao Papa Francisco

    LECTIO DIVINALeitura orante da Palavra de Deus

    Textos do Evangelho segundo São Lucas

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    Como fazer Lectio Divina?

    A Lectio Divina é uma forma de rezar com a Bíblia. Esta deve serlida com fé, humildade e amor.Neste tipo de oração o processo é feito de cinco passos:

    1.  Leitura2.  Meditação3.  Oração4.  Contemplação5.

     

    Acção

    1. Leitura

    É necessário escutar com atenção e tomar consciência de queescutamos alguém: a pessoa viva que fala é Deus mesmo.

    Devemos ler e reler atentamente até que tenhamos entendido bem todoo seu conteúdo. Trata-se de pôr em relevo o mais importante: o contexto,as personagens, os ambientes, os sentimentos, as imagens, os símbolos ea mensagem central. O objectivo é interiorizar a Palavra, captar as ideiasprincipais, aprofundar e sentir o texto.

    2. Meditação

    A meditação procura actualizar o texto e inseri-lo no horizontepessoal, na minha vida concreta. Devemos perguntar: “O que me diz hoje,

    aqui e agora esta Palavra?”. Meditar é interiorizar a Palavra e confrontar o texto com a nossa

    vida, reconhecendo as atitudes e sentimentos que a Palavra de Deus nostransmite. Com que personagens me identifico? Quais são as atitudes daspersonagens no texto? Quais são as atitudes de Jesus? Em que é que o

    texto me interpela? O que me sugere na minha relação com Deus e comos outros?

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    3. Oração

    A oração é o fruto do que provoca a Palavra escutada e meditada.A Palavra, convertida em oração, torna-se motivo de louvor, deagradecimento, de súplica, de arrependimento, de bênção, de celebração,pois tudo se funde num diálogo profundo com Deus. Rezar é procurar avontade de Deus e realizá-la com amor, com generosidade e alegria. Aoração faz-se solidária quando se reza pela família e pelos amigos, pelosmais necessitados e pelos que sofrem.

    4. Contemplação

    A contemplação é o fruto que se experimenta despois de terrezado a Palavra. Esta presença do Senhor trás conversão, concede a paz,o descanso e uma fé serena. Começamos a olhar a realidade de outraforma: com olhos de admiração e gratuidade, de alegria e esperança.

    5. Acção

    Só há um meio de proclamar o evangelho de Jesus Cristo: Vivendo-o!(S. Francisco de Assis)

    Este é o último passo e talvez, um dos mais importantes. A Palavra de

    Deus interpela-nos, desafia-nos à mudança, à conversão e, por isso, deveconduzir-nos à acção no nosso mundo concreto. O cristão é aquele queouve a Palavra de Deus e a põe em prática. Esta dimensão torna-sefundamental na nossa vida e no nosso testemunho no mundo: paramuitos,

    Somos convidados nesta etapa a fazer um compromisso para anossa vida, para a nossa semana ou mês que se segue. Se estiveres emgrupo, podeis também fazer um compromisso de grupo.

    Podem também partilhar as diversas reflexões com o grupo.

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    Nota Introdutória

    A Palavra de Deus tem de ser mais do que um mero enfeite dasnossas estantes. Se não for mais do que isso, não passa de mais um livro,similar a muitos outros que lá poderemos ter. A Palavra de Deus só o éverdadeiramente quando é lida para nós e, sobretudo, quantoaproveitamos o que ela nos ensina para a nossa vida de todos os dias. Éisso que pretende com a Lectio Divina  ou leitura orante da Palavra deDeus. Colocando diante de nós o texto escolhido, temos de nos perguntar

    com muita verdade: O que diz este texto? O que ME diz e o que NOS dizeste texto? Que ensinamento tem para a minha vida pessoal e para anossa vivência comunitária? Identificamo-nos com algumas personagensdo escrito em questão?

    Este autêntico exercício espiritual poderia ser muito bem descritocomo um “colocar a Palavra diante de nós como um espelho.” De facto,

    trata-se de lê-la e verificar a nossa distância, mais ou menos curta, daquiloque Jesus, por meio dela, nos pede, como grupo e, individualmente, comoseus filhos muito amados.

    Por fim, há que comprometer-se em algo muito concreto, sejaconnosco mesmos, com a nossa relação com os outros ou com Deus. APalavra proclamada e meditada tem de nos levar a um novo começo,cheio de esperança de sermos cada vez melhores. Deus quer-nos felizes epor isso ilumina, com a sua Palavra, o nosso caminho.

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    PAI PRÓDIGO DE AMOR

    Leitura Lc 15, 1-3. 11-32

     Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da Leimurmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come comeles.» Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: «Um homem tinha dois

     filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte dos bens que me

    corresponde.’ E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por láesbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Depois de gastartudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações.Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qualo mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele enchero estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhasdava. E, caindo em si, disse: ‘Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em

    abundância, e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou dignode ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.’ E,levantando-se, foi ter com o pai.

    Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se decompaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos. O filhodisse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamadoteu filho.’ Mas o pai disse aos seus servos: ‘Trazei depressa a melhor

    túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés.Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos,

     porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foiencontrado.’ E a festa principiou.

    Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, aoaproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servose perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: ‘O teu irmão voltou e o teu

     pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.’ Encolerizado, não

    queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse.Respondendo ao pai, disse-lhe: ‘Há já tantos anos que te sirvo sem nunca 

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastouos teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.’ O pai respondeu-lhe: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas

    tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estavamorto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.’» 

    As parábolas da misericórdia (Lucas 15), mostram que os fariseusmurmuravam entre si pelo factos de Jesus acolher e comer com ospecadores. As parábolas são ditas sobretudo para esses fariseus quemurmuravam e mostram o rosto misericordioso de Deus.

    O Pai é o protagonista e é esse que Jesus revela. A situação dahumanidade, que é a de cada um de nós, está bem representada na figurados 2 irmãos.

    Verificamos claramente atitudes contrárias:

      O filho mais novo toma a liberdade de seguir o seu caminho, forado amor do Pai.

     

    Em razão disso, passa mal, fica na angústia e na fome, no «semsentido».

      O Filho mais velho está fisicamente presente junto do pai, mas

    não tem com ele uma relação de amor e de intimidade.

      O regresso a amor do Pai é motivo de festa, é a alegria doreencontro, é a felicidade de estar com o Pai do amor e daMisericórdia.

     

    É desta alegria que o filho mais velho não toma parte. Elerepresenta a humanidade velha, das rotinas, da proximidade queé ausência.

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    Meditação

    Dirijamos o nosso coração e os nossos desejos para o SenhorJesus. Sem medo de regressar, de purificar o coração, sem medo derenovar a alma.

    Nesta parábola está a viagem de cada um de nós, a partir dossítios longínquos em que cada um está. Como regressaremos? O caminhoestá aberto na pessoa de Jesus, o mediador. Ele é o caminho para todos e

    todos podem caminhar por Ele. Na verdade a experiência do mal e dopecado humilha, tira dignidade. O nosso interior pode estar afastado doPai, tal como o filho mais velho. Podemos ter ido tão longe na vida que jánem sabemos onde nos encontramos:

    Temos sentido de orientação nos ambientes que frequentamos?Estamos em caminhos de solidão? Nesta parábola ouvimos a voz do Pai daMisericórdia, que sempre nos ama, mesmo quando estamos longe, que

    nunca nos abandona. É hora de decidir por onde queremos ir, com quemqueremos ir. Os protestos podem ser bons se esclarecerem o nossointerior, mas se forem mera agressividade, afastam-nos do convívio doPai. Quem está unido a Cristo converte-se em sinal de salvação para osoutros e toma parte na festa, não como espectador, mas oferecendo-se atodos com a alegria, estando em comunhão com todos.

    Reencontro, perdão? Quem não precisa?

    Oração

    Senhor, acompanhas-nos para empreender connosco o regresso,como filho pródigo, longe da casa do Pai, longe da Glória do Céu. O teucoração esteve sempre cheio de Amor. As Tuas palavras fazem o nossocoração arder de desejo, porque em Ti encontramos um irmão; em Tidescobrimos o que significa fazer-se solidário com os pobres, os

    miseráveis, os privados de tudo, até de esperança. Nunca nosatreveríamos a apresentar-nos ao Pai. Contigo, sim, aproximamo-nos, semmedo, e o amor surpreende-nos!

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    Contemplação

    Senhor, afastar-se de Ti é cair, voltar para Ti é levantar-se ereviver. Permanecer em Ti é construir-se solidamente. Senho, fugir de Ti émorrer, encaminhar-se para Ti é reviver. Recebe-me como teu amigo queluto para fugir das seduções enganadoras que me acolheram enquanto eufugia de Ti. Sinto que devo voltar para Ti. Só tenho o teu amor a chamar-me. Só sei que se deve dar menos valor às coisas caducas e passageirasdeste mundo e se devem procurar as coisas eternas.

    Pai, mostra-me o caminho e dá-me o necessário para a viagem davida. Os que regressam a Ti, Senhor, encontram-Te pela Fé; dá-me entãoesse dom da Fé. Essa sabedoria que me faz sentir teu filho. Aumenta aminha Fé, Esperança e Amor, ó Bondade tão admirável e singular. Ámen(Santo Agostinho)

    Acção

    Ensinai-me, Senhor, o caminho da vida! (Sl 15, 11)

    Prece do Ramalhete

    Pelo Santo Padre, o Papa Francisco, mensageiro da misericórdia, epara que este Ano Santo seja uma oportunidade de amadurecimento nafé dos nossos jovens, para que possam ser autênticos evangelizadores e

    sinais da misericórdia de Deus nos seus meios de trabalho, estudo econvivência.

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

     À PROCURA DA OVELHA PERDIDA

    E DA MOEDA ENCONTRADA

    Leitura Lc 1, 1-10

     Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da Leimurmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com

    eles.» Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: «Qual é o homem de entrevós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa asnoventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até aencontrar? Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar acasa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai -vos comigo, porqueencontrei a minha ovelha perdida.’ Digo-vos Eu: Haverá mais alegria noCéu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justosque não necessitam de conversão.

    Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, nãoacende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até aencontrar? E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai -vos comigo, porque encontrei a dracma perdida.’ Digo -vos: Assim háalegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.»

    As parábolas da Misericórdia (Lc 15) são dirigidas aos fariseus edoutores da Lei. Porquê? Porque Jesus junta-se aos pecadores e comecom eles e isso atrai as murmurações e críticas destes grupos religiosos deIsrael.

    A primeira parábola narra a recuperação de uma «ovelha» porparte de um pastor; a segunda a recuperação de uma «moeda» (dracma,moeda grega que corresponde ao denário romano e equivale ao salário de

    um dia na agricultura).

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    A estrutura de ambas é análoga. De cem ovelhas perde-se uma,de dez dracmas perde-se uma.

    Devemos assinalar o cuidado com que é procurada a ovelha e adracma, esquecendo tudo o resto. O evangelista descreve ao pormenor asacções daquele que se põe à procura:

    O pastor:

    - deixa as outras 99 no deserto- vai procurar a ovelha perdida

    A mulher acende a lâmpada:

    - varre a casa- procura com todo o cuidado a moeda perdidaA reacção perante a recuperação é idêntica:- o pastor regressa a casa radiante e feliz com a ovelha aos ombros (Cf Is49,22ss)

    - a mulher chama as suas amigas e vizinhas para convidá-las a partilhar aalegria do desenlace feliz desta procura.

    Nota-se a cuidado amoroso e sincera preocupação de Deus quevai à procura do homem que se perdeu, assim como a alegria apenasporque um – um só – se converteu e voltou a olhar para o Pai.

    Verifica-se aqui também a alegria do que escuta, de quem já tema experiência de Deus que não sabe ficar à espera, mas que vai aoencontro, comove-se, corre (Cf Lc 15,20) a procurar e salvar o que estavaperdido (Lc 19,10)

    Meditação

    O facto de termos vida e vivermos é trivial para muitos de nós,damos por descontado que assim é! Porque existo eu e não outro no meu

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    lugar? Só isso deveria ser motivo para interrogar-me sobre o entusiamocom que vivo no meu dia-a-dia, o modo como sou capaz de gerir um domadmirável que é esta vida que Deus me deu através do amor dos meuspais.

    Se não consigo apreciar a minha vida como irei estimar e valorizara dos outros?

    A imagem do pastor atento à sua própria ovelha pretendecomunicar-me a paixão de Deus. Ele não se sente em paz enquanto me

    recuperar, depois de eu me ter afastado, e ele transborda de alegria maleu me deixe abraçar por Ele. Talvez eu esteja esperando isto mesmo: quealguém se interesse por mim. Mais ainda, alguém, o meu Criador, nãodeseja outra coisa a não ser que eu esteja vivo e me sinta seguro.

    Preciso estar disponível para me deixar procurar, para «ver» aalegria que Deus sente por mim. Assim poderei captar algo mais da belezada vida, que ela não é um terreno selvagem para explorar o mais possível,

    mas é um dom para celebrar. Deus deu-me a vida e recorre a tudo paraque eu a viva em plenitude. Esta é a sua misericórdia. É inútil que eu meengane a mim próprio: só vivendo com Ele e para Ele é que a vida fazsentido. Só com Ele aprendo a não por obstáculos à vida dos outros, emais ainda, a ser eu mesmo «dador» da misericórdia. É possível então quea vida se torne consistente também para mim. Será a experiência dacomunhão.

    Oração

    Nas minhas fugas, Senhor, andei por caminhos tortuosos. Queromuito e corro para ter uma carreira. Que me leva onde? Como quem andaàs apalpadelas agarro a tua mão, e descubro-a sempre estendida paramim. Então acalmo. Deixo que o meu coração se aqueça pela alegria que

    brota dos teus olhos, Senhor da minha vida. Agora reconheço-te: Tu és aminha respiração, a minha luz, a minha alegria. Que tenho eu que nãotenha recebido? Pela tua misericórdia descubro que olho para os outros

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    também com esses olhos da misericórdia, Afinal, para os outros ésigualmente a respiração, a luz e a alegria.

    E peço-te, Senhor, ajuda-nos a todos a não julgar. Faz com quesaibamos partilhar, reciprocamente, o bem mais precioso que recebemos:a Tua Misericórdia. Faz com que saibamos gozar da alegria que sentessempre por cada um de nós.

    Contemplação

    Esta maneira de amar é aquela que eu queria que nós tivéssemos.

    O Senhor fará com que nos perfeiçoemos. Que tenhamoscapacidade de sofrer com os outros, de sentir as suas necessidades, assuas enfermidades. É necessário estar sempre alertar, velar e orar. Sóassim estamos atentos para resistir à tentação de vier sem deus, resistiraos embustes, às ciladas que todos os dias nos tentam desviar do

    caminho.

    Acção

    Repete com frequência:Asseguro-vos que do mesmo modo encher-se-ão de alegria os anjos deDeus por um só pecador que se converta» (Lc 10,15)

    Prece do Ramalhete

    Pelo Santo Padre, o Papa Francisco, mensageiro da misericórdia, epara que este Ano Santo seja uma oportunidade de amadurecimento nafé dos nossos jovens, para que possam ser autênticos evangelizadores esinais da misericórdia de Deus nos seus meios de trabalho, estudo e

    convivência.

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

     AMOR AOS INIMIGOS

    Leitura Lc 6, 27-38

    Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam. A quem te bater numa das faces, oferece-lhetambém a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também

    a túnica. Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que éteu, não lho reclames. O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lhovós também. Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os

     pecadores também amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos quevos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores

     fazem o mesmo. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, queagradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos

     pecadores, a fim de receberem outro tanto.Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem

    nada esperar em troca. Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus. Sedemisericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e nãosereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis

     perdoados.Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada,

    transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes comos outros será usada convosco.

    Meditação

    O evangelho de Lucas escolhido faz parte da secção do Sermão daPlanície, em que o Senhor instrói os seus discípulos e as multidões. O

    amor aos inimigos constitui o desafio mais exigente do evangelho: não osmaldizer, oferecer a outra face, oferecer a túnica a quem tirar o manto.Palavras difíceis de entender e mais difíceis de cumprir! Contudo, não se

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    pode ler e escolher o Evangelho conforme nos agrade. De nada servefazer o mesmo que os pagãos fazem. Responder com o bem a quem nosfaz bem. O que o Senhor pretende é mudar o sistema, para que todossejam acolhidos e amados. Só assim se rompem as vinganças. O amor nãopode depender do que recebemos dos outros. O verdadeiro amor temque querer também o bem do outro, independentemente daquilo que eleme fizer. Só assim imitamos o Pai celeste. O amor tem de ser criativo, poisassim é o amor de Deus para connosco: “Sede misericordiosos como o

    vosso Pai é misericordioso”. Essa é a essência de Deus e aquilo que nos

    distingue como Seus imitadores.Na parte final exigem-se quatro atitudes para se concretize a

    misericórdia. Duas de forma negativa: não julgar e não condenar; duas deforma positiva: perdoar e dar com abundância. Quando a nossa medidapara com os outros é mesquinha, Deus não pode usar a medidaabundante para connosco.

    Oração

    Perante a mensagem de Jesus o que lhe respondes? Sem dúvidaque é um ideal elevado. Mas há que trabalhar a nossa confiança n`Ele,para que nos inspire e nos dê força para a misericórdia.

    Pedimos que nos dê esse valor para saber superar e perdoar deverdade, como Ele soube fazer.

    Manifestemos as nossas resistências a perdoar e a amar deverdade. Que Ele as liquide com a força do sol que derrete as pedras degelo.

    Contemplação

    Contemplamos Jesus que perdoa até ao fim: “Pai perdoa-lhesporque não sabem o que fazem”. 

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    Contemplamos Jesus que, dentro de nós e por nós, perdoa todoaquele que nos ofende. Deixemos que seja Ele a saber perdoar a partir donosso coração ofendido.

    Contemplamos Jesus que trabalha nos seus discípulos e pessoasde boa vontade que levam por diante a não-violência, a reconciliação, a

     justiça e o amor fraterno e maravilhoso.

    Acção

    Que a nossa acção concretize esta oração de S. Francisco de Assis:

    Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;Onde houver ódio, que eu leve o amor;Onde houver discórdia, que eu leve a união;Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;Onde houver erros, que eu leve a verdade;Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

    Onde houver desespero, que eu leve a esperança;Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;Onde houver trevas, que eu leve a luz.Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,que ser consolado;Compreender, que ser compreendido;

     Amar, que ser amado;Pois é dando que se recebe;

    É perdoando, que se é perdoado;E é morrendo que se vive para a vida eterna.

    Prece do Ramalhete

    Pelo Santo Padre, o Papa Francisco, mensageiro da misericórdia, epara que este Ano Santo seja uma oportunidade de amadurecimento na

    fé dos nossos jovens, para que possam ser autênticos evangelizadores esinais da misericórdia de Deus nos seus meios de trabalho, estudo econvivência.

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

     A PECADORA ARREPENDIDA

    Leitura Lc 7, 36-50

    Um fariseu convidou-o para comer consigo. Entrou em casa do fariseu, e pôs-se à mesa. Ora certa mulher, conhecida naquela cidadecomo pecadora, ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu,

    trouxe um frasco de alabastro com perfume. Colocando-se por detrás delee chorando, começou a banhar-lhe os pés com lágrimas; enxugava-os comos cabelos e beijava-os, ungindo-os com perfume.

    Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para consigo: «Se estehomem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lheestá a tocar, porque é uma pecadora!»

    Então, Jesus disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa para te dizer.»«Fala, Mestre» - respondeu ele. «Um prestamista tinha dois devedores:

    um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Não tendo elescom que pagar, perdoou aos dois. Qual deles o amará mais?» Simãorespondeu: «Aquele a quem perdoou mais, creio eu.» Jesus disse-lhe:«Julgaste bem.» E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: «Vês estamulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém,banhou-me os pés com as suas lágrimas e enxugou-os com os seuscabelos. Não me deste um ósculo; mas ela, desde que entrou, não deixoude beijar-me os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, e ela ungiu-me os

     pés com perfume. Por isso, digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas àquele a quem pouco se perdoa poucoama.» Depois, disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados.»Começaram, então, os convivas a dizer entre si: «Quem é este que até

     perdoa os pecados? “E Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz.»

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    Meditação

    Este Evangelho faz-nos compreender o olhar misericordioso deJesus perante a mulher pecadora, na casa do fariseu. Ela humilha-seperante o Senhor. O choro de arrependimento e de alegria lava os pés doMestre, os seus cabelos secam-nos com gratidão, os beijos são expressãode afecto puro, e o unguento perfumado que derrama abundantemente ésinal do valioso que Ele é aos seus olhos. Cada gesto fala do amor eexpressa o desejo de ter uma certeza: a de ter sido perdoada. A resposta

    de Jesus é a do amor, e do perdão para com ela, uma pecadora pública. Oamor e o perdão são equivalentes: Deus perdoa muito, perdoa tudo,porque amou muito, e ela reconhece n`Ele a misericórdia que nãocondena.

    O fariseu limita-se a julgar a mulher e a atitude acolhedora deJesus. A sua atitude fria e calculista não vê o alcance da situação. Estápreso a preconceitos e a regras da sociedade que julgam a mulher, que,

    na verdade, não tem defesa. Falta-lhe tudo, falta-lhe o amor. Não lhe éperdoado nada, porque ele nunca amou. Que triste é não ser perdoado!

    Oração

    Meu Deus, assim como a mulher do Evangelho, eu te procuro comgrande fé nesta oração. Estou consciente das minhas misérias e necessito

    o Teu perdão. Não permitas que me afaste de Ti, porque coloco em Titoda a minha esperança. Amo-Te e desejo ardentemente partilhar esteamor com os irmãos.

    Deus Pai de Misericórdia, lento para a ira e rico de misericórdia,tem compaixão dos teus filhos pecadores e cuida das obras das Tuasmãos.

  • 8/18/2019 Lectio Divina Ramalhete

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    RAMALHETE ESPIRITUAL

    Contemplação

    Contempla cada homem e mulher, que pelo seu amor, que nãotem preço. Se alguém quisesse comprar o amor com as suas riquezas seriao mais desprezível dos homens. As riquezas de um milionário nãocompram o sorriso da sua mulher e dos seus filhos.

    Por isso, cada ser humano custa muito mais, só se podecompreender o seu preço na lógica do “banco do amor”. Quando

    deixarmos de amar, a nossa vida tornar-se-á impossível.

    Queres saber quanto vales? Não contes o que tens, mas só se teamam e se amas. O fariseu colocava de parte os que considerava comopecadores. Amemos sem barreiras e preconceitos. O amor é a força daalma e a chave que abre todas as portas.

    Acção

    Evitemos hoje julgar os outros, para que tenhamos um coraçãogeneroso e misericordioso como o de Cristo.

    Façamos um compromisso conjunto e individual para acolhertodos quantos precisem do nosso carinho e compreensão, sobretudo sesão diferentes de nós.

    Sejamos capazes de chamar a atenção para situações de injustiça.

    Prece do Ramalhete

    Pelo Santo Padre, o Papa Francisco, mensageiro da misericórdia, epara que este Ano Santo seja uma oportunidade de amadurecimento nafé dos nossos jovens, para que possam ser autênticos evangelizadores esinais da misericórdia de Deus nos seus meios de trabalho, estudo e

    convivência.Realizado pelo Grupo de Jovens de São Mateus