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N º 2 - Edição 2007 Desafios do Conhecimento e da Inovação • Politicas de Fomento ao Empreendedorismo • A Liderança do Talento e a Competitividade • Uma Visão sobre o Sector dos Correios • Angola em Modernização Acelerada • Espanha Define Novas Pol í ticas • Leadershipagenda

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N º

2 -

Ed

içã

o 2

00

7

Desafios do Conhecimento e da Inovação •

Politicas de Fomento ao Empreendedorismo •

A Liderança do Talento e a Competitividade •

Uma Visão sobre o Sector dos Correios •

Angola em Modernização Acelerada •

Espanha Define Novas Políticas •

Leadershipagenda

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Ligamos estratégia a resultados

Estratégia e Finanças

Marketing e Vendas

Organização e Liderança

Operações e Performance

Tecnologias de Negócio

Consultoria

Implementação

Formação

<< Apenas os que ousam ir mais longe descobrem até onde podem chegar. >> T.S. Eliot

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LEADERSHIP AGENDA�

EDIToRIAL

Carlos Miguel oliveira

Presidente da Leadership Business Consulting

Pela positiva

Pela positiva… define a atitude que deve orientar as empresas e a administração pública,

no contexto da globalização e da economia do conhecimento.

A economia globalizada, promovida pelas tecnologias de informação e comunicação e

pela liberalização dos mercados, oferece um vasto conjunto de novas oportunidades a

todos aqueles - indivíduos, empresas e países - que apostem na inovação, na criatividade,

na agilidade, na adaptabilidade e na flexibilidade.

Mas os novos desafios requerem soluções novas e diferentes, nomeadamente a

capacidade de montar novos modelos organizacionais que potenciem uma maior rapidez

de decisão, de reacção e de serviço. Menos hierarquizados e formais, estes modelos

devem ser mais baseados em equipas e em projectos com resultados mensuráveis,

alicerçados por redes de aprendizagem e maior literacia tecnológica, orientados

por um quadro estratégico de referência constituído por portefólios de iniciativas

estratégicas.

o desenvolvimento de novas formas de liderança baseadas na criação de contextos

positivos que atraem, motivam, desenvolvem e mobilizam talentos, constituem a chave

da produtividade e da competitividade neste novo contexto competitivo e organizacional

baseado no conhecimento, de ambiente turbulento, de mercados em transformação e

de exigência social elevada. Nos novos tempos, o líder eficaz é aquele que energiza a

organização através de uma visão mobilizadora que liberta o talento de terceiros e que

promove a confiança entre redes cooperantes e de elevada autonomia.

Por estes motivos, esta edição da Leadership Agenda dá especial destaque a projectos

na área da inovação, conhecimento e tecnologia nos vários países onde a Leadership

Business Consulting já opera. … sempre pela positiva, … ligando a estratégia a resultados

sustentáveis.

É nossa convicção que as empresas e a administração pública devem desenvolver

uma liderança estratégica, promover uma cultura de aprendizagem permanente e

de inovação sustentável, e atrair e libertar de teias burocráticas o talento que gera

de forma sustentável o valor económico, social e empresarial na sociedade global do

conhecimento.

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ÍNDICE

EDIToRIAL

TEMA - SoCIEDADE DA INFoRMAÇÃo E INoVAÇÃo

Novos desafios a vencer por novos líderes

Sistema de Monitorização do Plano Tecnológico é uma referência

Portais Públicos Corporativos

o ebXML como um Marketplace Electrónico à escala mundial

Angola aposta nas Tecnologias de Informação

NACIoNAL

SECToR

INTERNACIoNAL

BENCHMARK

LIDERANÇA

LEADERSHIP

5

11

14

17

19

Implementação estratégica orientada para resultados

o desafio da profissionalização da gestão em empresas familiares

Eficiência operacional nos sectores recém regulados

Diferenciação pela qualidade do serviço prestado

one Size Does Not Fit All

Correios de Angola modernizam-se

Comercialização dos produtos ecológicos em Espanha

Pensar nas pessoas antes de reestruturar

A importância do alinhamento do negócio

Portal Corporativo da Sonangol

o equilibrio entre valor accionista e a responsabilidade social

Desenvolvimento económico local baseado no talento

Políticas Públicas de Empreendedorismo no Sul da Europa

Liderança, uma questão de carácter e vontade

A Liderança do talento é o centro do novo modelo competitivo

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Edição: ................ Leadership Business Consulting S.A.

Tiragem:..................................................... 2000 exemplares

Pré-Impressão: ................................... Impriluz Gráfica Lda.

Impressão: ........................................... Impriluz Gráfica Lda.

Paginação: .................................................... Workinblues-

Data:.............................................................. Fevereiro 2007A Leadershipagenda é propriedade da Leadership Business Consulting, não sendo autorizada a reprodução total ou

parcial sem prévia e expressa autorização.

Linhas de serviço da Leadership 78

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LEADERSHIP AGENDA5

NoVoS DESAFIoS A VENCER PoR NoVoS LíDERES

TEMA

o advento da Sociedade do Conhecimento num mundo crescentemente Globalizado,

onde a Inovação se tornou no elemento dominante do desenvolvimento sócio-económico,

coloca novos desafios aos governantes, às empresas e aos cidadãos.

Importa a estes reflectir e compreender os novos desafios de forma a aumentarem

as suas probabilidades de êxito e definirem as respostas mais adequadas. Mas as

respostas aos novos desafios não podem ser encontradas nas soluções de ontem,

mesmo aquelas que tiveram êxito no passado. o presente e o futuro requerem novas

perspectivas, novas soluções, novos líderes. Terá êxito quem melhor conseguir formular

ou acompanhar os novos paradigmas do século XXI.

Neste novo mundo em transformação constante pelas Tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC), o desenvolvimento dos países, o sucesso das empresas e a estabilidade

global dependem cada vez mais de lideranças inovadoras e agregadoras. Lideranças

que mobilizem as instituições, as empresas, os cidadãos e as novas comunidades em

prol de uma visão confiante e estratégica. Lideranças que compreendam as tendências

emergentes e resolvam positivamente os desafios essenciais associados à Sociedade

do Conhecimento.

Na emergente Sociedade do Conheci-

mento, que se desenvolve em países ri-

cos e pobres, a aposta fundamental e

sustentável passa pela:

I) cibercidadania, isto é, pela demo-cratização e massificação da co-nectividade e do acesso digital; e

II) construção de novas formas de organização sócio-económica, empresarial e de governação, onde a capacidade de inovação e a liderança do talento assumem um papel preponderante.

Neste novo contexto, o caminho do

desenvolvimento é cada vez mais

complexo e exigente. As TIC e a

consequente globalização da economia

geram transformações, roturas e

desafios tremendos na forma de

produzir, consumir e viver, pressões

culturais e uma crescente e irresistível

competitividade internacional, com todas

as consequências positivas e negativas

inerentes.

Estas transformações radicais e inevitá-

veis, a nível económico e essencialmente

a nível social, podem dar lugar a sentimen-

tos de perda, de crise, de desencanto e de

negação. Mas, podem também dar lugar

a uma visão positiva e global, focada num

futuro potenciador de novas oportunida-

des a todos os níveis: económico, social,

cultural e político.

Neste contexto de incerteza, a diferença

entre os caminhos positivo e negativo

está:

I) na compreensão das principais

tendências emergentes e na

resolução dos principais desafios

que nos coloca o futuro desta

Sociedade do Conhecimento (ver

artigos a seguir); e

II) na existência e na qualidade

de lideranças agregadoras,

mobilizadoras e orientadas

para resultados social e

economicamente sustentáveis

(ver artigo “A Liderança do

Talento no Centro do Novo

Modelo Competitivo” no Capítulo

da Liderança).

Grandes oportunidades económicas

surgirão em redor dos criadores e

empreendedores das novas soluções.

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1. A Tecnologia Transforma Ainda Mais as Nossas Vidas

o impacto da revolução tecnológica vai aumentar e transformar

ainda mais a nossa forma de produzir e distribuir, e provocar

desequilíbrios e oportunidades económicas. Mas acima de tudo irá

alterar os nossos comportamentos e regras sociais, e desafiar os

padrões éticos.

A utopia de “ligar tudo a todos ao mais baixo preço possível” será

uma realidade nos países mais avançados economicamente, onde

as pessoas estarão sempre online, especialmente quando em

mobilidade. A gestão do conhecimento irá tornar-se um factor

mais determinante do que no passado, especialmente para as

empresas. Estar conectado vai ser condição base para competir.

Neste contexto, a coesão digital será um tema dominante.

Para além das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC),

os desenvolvimentos da biotecnologia e da nanotecnologia irão

abrir um novo mundo de possibilidades de vida que constituirão

importantes desafios à forma como vivemos. Novos paradigmas

sociais, económicos, culturais e políticos surgirão.

Cinco Mega Tendências da Nova Sociedade do Conhecimento

2. Os Mercados Transformam-se

À medida que os mercados se tornam mais globais e mais

impactados pelas novas tecnologias, novos factores tornam-se

mais determinantes, nomeadamente:

I) a especialização e a externalização (outsourcing e offsho-ring) da produção e da distribuição de componentes dife-renciados tornam as fronteiras empresariais e dos merca-dos bem mais fluidas, obrigando à criação de competências para gerir novos e complexos ecosistemas produtivos;

II) surgirão novos modelos de negócio e organizacionais baseados no trabalho em rede e na capacidade de liderar talentos a funcionarem com cada vez maior autonomia

dentro das organizações;

III) a produção económica irá deslocar-se geograficamente entre países e entre regiões de forma bem mais rápida e abrupta do que no passado, podendo provocar desequilí-

brios;

IV) novos segmentos de mercado continuarão a surgir em resposta à sempre crescente inovação da oferta refor-çando a sua importância económica, nomeadamente: as “tribos” de comunidades virtuais, a “geração conteúdo” (consumidores a colocar uma avalanche de conteúdos na web, terabytes em texto, imagens e filme), a “massexclu-sivity” (exclusividade e luxo para as massas), os mestres do “teuniverso” (maior customização, DIY, personalização, co-criação de produtos pelos consumidores e comunida-des virtuais), os “transumers” (consumidores em trânsito ou que gostam de viver novas experiências);

V) a gestão da inovação e do talento que a produz será o principal factor competitivo dos novos tempos (ver artigo “A Liderança do Talento no Centro do Novo Modelo Competitivo” no capítulo da Liderança).

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LEADERSHIP AGENDA7

3. A Democracia Liberal Surge como Tendência Dominante, mas Incompleta

Esta nova sociedade parece vir acompanhada de uma pressão

estrutural para um modelo político e ideológico dominante. Um

modelo baseado na democracia liberal e no capitalismo regulado e

de consciência social (com objectivos de equidade, segurança social

e elevadas taxas de emprego) que afectará progressivamente

também os países BRIC (Brasil, Rússia, índia e China).

Este modelo é caracterizado por mercados crescentemente

livres e competitivos, por menor intervenção dos governos, pelo

aumento do poder dos indivíduos em relação à definição e produção

dos seus objectivos e a consequente diminuição da tutela dos

governos e dos Estados sobre os indivíduos e a sociedade.

As estruturas de poder e controlo tradicionais - supranacionais

e nacionais - irão partilhar poder com redes horizontais de

comunidades sociais e económicas. A maior capacidade de aceder

e manipular informação aumenta a necessidade de proteger

a privacidade dos dados pessoais. Adicionalmente, para além

da liberdade e protecção do indivíduo, é necessário proteger o

colectivo contra o individualismo exacerbado e as “comunidades

egoístas ou disfuncionais.”

Aumentarão também as tensões entre a evolução deste modelo

dominante e as sociedades e as formas de vida mais tuteladas,

por religiões ou sistemas sociais rígidos. o exercício do poder e

da governação será cada vez mais complexo. Inevitavelmente

surgirão novos paradigmas de exercer o poder, mais adaptados

aos desafios do século XXI, que conciliem as novas formas de poder

a “governação global” e a “vida em comunidades”.

4. A Demografia, as Migrações e o Sector Público Tendem a (Des)Equilibrar o Sistema

A baixa taxa de natalidade e o aumento da longevidade nos países

ocidentais coloca desafios tremendos aos sistemas sociais e

de saúde e aos sistemas produtivos, para além de estimular a

emergência de novos segmentos de mercado. Em contraste, a

elevada taxa de natalidade nos países menos desenvolvidos coloca

desafios sócio-económicos explosivos, especialmente quando a

riqueza dos países ocidentais passa diariamente nas televisões

dos países com ainda elevados índices e bolsas de pobreza.

A crescente desintermediação geográfica das actividades

económicas e a tendencial integração dos mercados de trabalho

permitirão suprir a escassez de trabalhadores e de talentos nos

países desenvolvidos através de recursos humanos formados nos

países em desenvolvimento, como acontece paradigmaticamente

com a índia (forma �,5 milhões de Licenciados por ano), e não só.

o factor força de trabalho tornar-se-á radicalmente mais móvel.

A forma como se fará a gestão dos processos migratórios pode

repor equilíbrios ou aumentar os desequilíbrios a nível nacional,

regional e internacional.

Neste contexto demográfico, a prestação de serviços públicos pelo

Estado tornar-se-á insustentável na ausência de ganhos radicais

de eficiência e da privatização da gestão de alguns serviços.

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5. A Sustentabilidade Ambiental e Energética Pode Criar Roturas

o crescimento económico acelerado, agora acentuado pelos países

BRIC (Brasil, Rússia, índia e China), tem conduzido ao consumo

exponencial dos recursos naturais finitos e ao aquecimento

global da atmosfera, com consequências climáticas imprevisíveis.

o aquecimento global deixará de ser um conceito abstracto e

passará a consumir orçamentos e a condicionar bem mais as

nossas opções económicas e de vida.

o consumo de petróleo e do gás natural vai continuar a aumentar

e a criar pressões económicas e políticas, não só entre o ocidente

e os países produtores, mas também entre a União Europeia e a

Rússia. A energia nuclear, com os seus riscos ambientais e bélicos,

continuará a desafiar a estabilidade e a criatividade dos decisores

políticos. A escassez e a qualidade de água pode acentuar-se

e continuar a limitar o desenvolvimento em certas partes do

mundo.

o actual paradigma de “consumir hoje e pagar amanhã” não será

sustentável.

Dos vários desafios que se apresentam, destacamos os seguintes

cinco como os mais determinantes.

1. O Desafio da Conectividade

o desafio da conectividade constitui o substrato caracterizador

da Sociedade do Conhecimento, baseado na utopia de “ligar tudo a

todos ao mais baixo preço possível”. No seu estágio mais avançado,

uma Sociedade do Conhecimento é caracterizada pela capacidade

dos seus membros - cidadãos, empresas e Estado - obterem e

partilharem qualquer tipo de informação instantaneamente, a

partir de qualquer lugar e da forma mais conveniente. A Internet

constitui o coração desta conectividade global. Quem tiver

maior conectividade, enquanto país e enquanto empresa, estará

necessariamente mais à frente no campo das possibilidades.

Neste contexto, os dois processos tecnológicos de maior impacto

no desenvolvimento da Sociedade do Conhecimento serão:

I) a disponibilização ampla e massificada de infra-estrutura

fixa e móvel de banda larga, segura e interoperável; e

II) a convergência de tecnologias e de equipamento de acesso

às infra-estruturas, permitindo o acesso multi-plataforma

pelos cidadãos e empresas ( ver artigo sobre ebXML neste

capitulo).

A nível empresarial, serão importantes não só a conectividade

com o exterior - através de sites, portais, sistemas electrónicos

dedicados - mas também a conectividade interna - através de

aplicações empresariais e portais colaborativos - , conforme

ilustrado em alguns projectos inseridos nesta edição.

Os Desafios da Construção da Nova Sociedade do Conhecimento

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LEADERSHIP AGENDA9

2. O Desafio dos Conteúdos Relevantes

No entanto, o factor decisivo será constituído pelos conteúdos,

aplicações e serviços que correm sobre as infra-estruturas

de conectividade e que transformam esta conectividade em

actividade económica e social relevante para os cidadãos, as

empresas, os clientes, o mercado e para os desafios de cada país.

o motor essencial da produção e distribuição do ciclo virtuoso “co-

nectividade-conteúdos” será constituído pelas empresas inova-

doras, e cada vez menos pelo sector público, em resposta aos es-

tímulos de um mercado global onde os clientes e os consumidores

serão cada vez mais decisores (e menos simples receptores) das

novas soluções.

3. O Desafio da Governação Electrónica

Em grande parte dos países, o motor desta transformação será

o desafio da modernização da máquina do Estado. Este desafio

consiste na reforma organizacional em prol da transversalidade

e da eliminação de silos organizacionais, da reestruturação de

processos e da garantia de interoperabilidade de forma a prestar

serviços de qualidade aos cidadãos e às empresas, aumentar a

eficiência e reduzir custos, facilitar a participação democrática

dos cidadãos e aumentar a transparência.

A “governação electrónica” é assim mais sobre “melhor

governação” do que sobre “melhor tecnologia”. Nem todo o

investimento tecnológico é bom. As empresas e o Estado deveriam

trabalhar e decidir na base de uma política de portefólio que ligue

os investimentos tecnológicos à estratégia, ao risco, à capacidade

de absorção e que estabeleça prioridades de forma criteriosa. os

investimentos tecnológicos deverão privilegiar:

I) a prestação de serviços multicanal (não só Internet e front-

office);

II) o aumento de eficiência e redução de custos; e

III) a interoperabilidade e a integração tecnológica (colocar

racionalidade no emaranhado da infra-estrutura

tecnológica).

Mas acima de tudo, será necessário encetar uma transformação

cultural. Para este efeito, o exercício da governação e da

organização do Estado deverá evoluir para uma nova forma de

se relacionar com os cidadãos e as empresas, individualizada e

personalizada, de “um para um” (Estado versus cidadão individual ou

empresa individual) complementando a actual relação massificada

de “um para muitos” (Estado versus cidadãos). o Estado deve

servir as pessoas em três dimensões claras e fundamentais,

enquanto:

I) cidadãos, que participam no processo democrático;

II) clientes, que exigem serviços de qualidade; e

III) contribuintes (accionistas), que esperam valor e

resultados.

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4. O Desafio das Novas Competências

A sustentabilidade de todo o processo e o factor fundamental de

êxito será constituído pelo desafio sócio-educacional de habilitar os

cidadãos e as empresas para as novas competências necessárias,

reduzindo simultaneamente assimetrias de acesso e de utilização

de informação.

A habilitação necessária envolve três tipos de competências,

inseridas numa nova forma de actuar, mais activa e mais

baseada na auto-aprendizagem constante: competências sobre

a manipulação tecnológica (como técnico ou como utilizador de

interfaces e equipamentos); competências sobre a aplicação

sócio-económica da tecnologia (nas empresas, nas escolas, na

Administração Pública, etc.); e competências científicas.

o artigo “A Liderança do Talento no Centro do Novo Modelo

Competitivo”, no capítulo sobre Liderança, aborda a lógica

competitiva associada à gestão do talento na Sociedade do

Conhecimento.

5. O Desafio da Liderança Estratégica e Operacional

A nível de país, será determinante a forma como se aborda o desafio

político de patrocínio e de coordenação estratégica e operacional

das políticas e acções necessárias e do seu financiamento, bem

como o amplo envolvimento e a mobilização dos agentes sociais.

A experiência internacional ilustra que são factores críticos de

sucesso: a transversalidade de actuação e uma liderança de

coordenação clara dentro de um governo, de um ministério, ou

de uma organização; um patrocínio político ao mais alto nível

de forma a permitir as inovações e roturas necessárias; uma

visão estratégica de longo prazo e continuidade de actuação

entre governos; modelos orgânicos maduros, centralizados ou

articulados entre si, capazes de atrair e mobilizar as melhores

equipas; e capacidade de monitorização estratégica e operacional

permanente. o Sistema de Monitorização do Plano Tecnológico,

que se apresenta nesta edição, é um bom exemplo.

A nível empresarial, o “governance” das tecnologias de

informação deverá ser uma matéria cada vez mais importante

uma vez que os processos críticos da empresa estarão cada

vez mais dependentes das tecnologias de informação. Será

importante analisar e garantir o alinhamento entre a estratégia

e as características organizacionais e operacionais da empresa

com os sistemas de informação; a alavancagem competitiva do

negócio pela tecnologia digital; e o retorno sobre os investimentos

realizados.

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LEADERSHIP AGENDA11

SISTEMA DE MoNIToRIzAÇÃo Do PLANo TECNoLóGICo

É UMA REFERêNCIA

Desenvolvido pelo GCNELPT - Gabinete do Coordenador Nacional da

Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico - o Sistema de Monitorização

do Plano Tecnológico (SM.PT) é já uma referência na sua área. o SM.PT

assenta sobre uma solução de business intelligence inovadora que foi

concebida e desenvolvida internamente com o apoio da Leadership Business Consulting.

o Modelo tem quatro componentes,

integrados entre si: alinhamento

estratégico, coordenação operacional,

monitorização operacional baseada

em business intelligence, e reporte

automatizado.

A componente de Alinhamento Estraté-

gico tem como objectivos:

1. Garantir o alinhamento das medi-das com os objectivos estratégi-cos do Plano Tecnológico;

2. Analisar a evolução dos indicado-res de impacto face às medidas que contribuem para eles;

�. Definir níveis de acompanhamento adequados a cada medida;

4. Reforçar o alinhamento com ou-tros planos de acção;

5. Avaliar processos de causa-efeito

A componente de Coordenação opera-

cional tem como objectivos:

1. Assegurar o suporte organiza-cional processual, promovendo a articulação entre entidades en-volvidas;

2. Assegurar a recolha permanente e fidedigna de informação sobre cada medida;

�. Garantir o compromisso e a res-ponsabilização pela execução e pelo reporte

A componente de Monitorização tem

como objectivos:

1. Automatizar a compilação e apresentação de informação sobre a execução das várias medidas;

2. Permitir a aferição permanente do estado da execução genérico das medidas e específico de cada uma;

�. Sustentar a focalização nas prio-ridades e actividades críticas;

4. Suportar a definição de acções correctivas e a re-avaliação per-manente das políticas e medidas preconizadas

A componente de Reporte e Comunica-

ção tem como objectivos:

1. Possibilitar um reporte regular e

baseado em dados concretos e

fiáveis;

2. Permitir uma comunicação fluida,

permanente e transparente

operacionalmente, o SM.PT assenta,

numa primeira fase, no preenchimento

on-line e descentralizado duma “ficha

de medida” por cada Gestor de Medida

Professor Carlos zorrinho, Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico

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nos vários Ministérios. os dados

introduzidos alimentam o Sistema de

Monitorização que permite a visualização

on-line, a emissão de relatórios analíticos

e de pontos de situação pelo Gabinete

do Primeiro-ministro, pelos Gabinetes de

todos os Ministros, pelos coordenadores

ministeriais e pelos gestores de cada

medida.

o Sistema permite também a emissão de

relatórios padronizados e de queries on-

line sobre o desempenho por projecto,

por Ministério, por eixo, por sector,

bem como dos factores relevantes da

implementação e das acções correctivas

a encetar.

o Sistema de Monitorização está baseado

num modelo concebido e desenvolvido

pela Leadership Business Consulting

sobre software Microsoft e programado

pela Novabase.

o Plano Tecnológico parte do princípio

que, para recuperar terreno, Portugal

precisa de evoluir para um novo

modelo competitivo, tirando partido

da oportunidade de, pela primeira vez

na sua história, se posicionar de forma

determinante na primeira linha da

revolução tecnológica (mais informações

em www.planotecnologico.pt).

Para Nuno Cavaco, Partner

no escritório de Lisboa, um

sistema de monitorização só terá

eficácia se estiver suportado

antecipadamente por uma

definição rigorosa dos objectivos

estratégicos a atingir, e pela

identificação de indicadores que

dependam de dados fáceis de

coligir, altamente fiáveis e com

relevância para a monitorização.

Modelo Conceptual do SM.PT

Ficha de Medidas Base de

Dados

Aplicação de Gestão de

Desempenho(Performance

Management)

Análise individual de cada medida

Análise Agregada

(por eixo, por sector)

Reportes Pré-Definidos

Análises de Informação

ReporteRegisto e Tratamento de DadosRecolha de Dados

Implementação no Terreno

Responsável de Medida #1

Responsável de Medida #2

Responsável de Medida #n

(O responsável de cada Medida recolhe e

introduz dados de forma descentralizada)

(Folha padrão para todas as

medidas)

(Uma única Base de Dados agrega toda a informação)

(Processamento estratégico e

operacional da informação)

Online (Queries)

Documentos Padrão(online / físico)

Público / Comunicação Social

(Informação Estruturada)

Acções de Correcção de cada Medida (Programação)

Alterações de Política(Plano Tecnológico)

Decisões Operacionais (Análises de execução e de resultados)

Decisões Políticas (Análises de impactos)

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LEADERSHIP AGENDA1�

o Plano Tecnológico é assim uma ideia mobilizadora, uma agenda de prioridades

(112 medidas) e um compromisso político que visa promover o desenvolvimento e a

competitividade do país através duma aposta focalizada no conhecimento (�8 medidas),

na tecnologia (24 medidas) e na inovação (50 medidas).

Aposta em cinco focos transversais de actuação:

I) uma base científica e tecnológica reforçada;

II) um melhor ordenamento da base competitiva;

III) uma administração pública moderna;

IV) um ambiente favorável aos negócios; e

V) uma população qualificada.

PLANO TECNOLÓGICOEixos de Acção

CONHECIMENTO TECNOLOGIA INOVAÇÃO

Qualificar os Portugueses para a sociedade do

conhecimento

Vencer o atraso cientifico e tecnológico

Adaptar o tecido produtivo aos desafios da

globalização

Estas cinco prioridades dão lugar a 10 desafios e soluções que concentram as atenções

das 112 medidas:

1. Colocar Portugal na primeira linha da cobertura de banda larga;

2. Contribuir para que as famílias beneficiem do acesso à sociedade da informação;

�. Reforçar a internacionalização do sistema científico;

4. Tornar o mercado de emprego mais eficiente;

5. Facilitar a relação dos cidadãos com a administração pública;

6. Facilitar a relação das empresas com a administração pública;

7. Apoiar empresas inovadoras;

8. Dotar as empresas de quadros jovens e qualificados;

9. Preparar os jovens para a sociedade do conhecimento;

10. Requalificar os activos para melhorar o nosso nível de qualificações.

Promovendo a cooperação e o desenvolvimento de redes nacionais e internacionais e apostando no aumento do investimento público e privado em I&D.

Promovendo pólos de competitividade e tecnologia que reforcem a ligação universidade empresa numa perspectiva de afirmação internacional.

Usando as novas tecnologias para tornar os serviços mais eficientes, mais próximos e mais acessíveis aos utilizadores.

Desburocratizando e adaptando os instrumentos de política pública às necessidades das empresas e dos empreendedores.

Apostando na requalificação de activos e na melhoria do sistema de formação inicial.

Uma base científica e tecnológica reforçada

Um melhor ordenamento da base competitiva

Uma administração pública moderna

Um ambiente favorável aos negócios

Uma população qualificada

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14

PoRTAIS PÚBLICoS CoRPoRATIVoSUma Ferramenta ao Serviço da Modernização da Administração Pública O caso do Portal Interno do MADRP

A Administração Pública enfrenta,

hoje, múltiplos desafios. Alguns são

aparentemente contraditórios entre

si. Por um lado, existem os desafios

relacionados com o aumento do nível de

exigência dos cidadãos e das empresas,

como o aumento da qualidade do serviço

prestado, a modernização e introdução

de novos serviços, e a celeridade dos

processos de atendimento. Por outro

lado, existem os desafios relacionados

com o controlo da despesa pública, como

a redução de custos de funcionamento,

o aumento da eficiência e a eliminação de

processos burocráticos.

A conciliação destes desafios pode e

deve ser potenciada através da adopção

de novos modelos de funcionamento

e de novas soluções, suportadas pela

utilização das tecnologias de informação

e comunicação.

Consciente desta realidade, a Secretaria-

Geral do Ministério da Agricultura, do

Desenvolvimento Rural e das Pescas

(MADRP) foi proactiva e apostou

no desenvolvimento de um portal

interno, uma ferramenta que permite

enquadrar e potenciar novas soluções

de funcionamento da Administração

Pública. Um Portal Interno propicia

o trabalho em rede e colaborativo,

melhora o desempenho interno, elimina

processos redundantes, funciona numa

óptica de serviços partilhados, reduz

substancialmente os custos, facilita

o trabalho aos funcionários públicos e

constitui-se como cola agregadora a nível

organizacional. Adicionalmente, pela sua

natureza omnipresente, proporciona um

contexto sólido para gerir e motivar as

mudanças necessárias, dando visibilidade

e reforçando as melhorias realizadas.

Este vasto conjunto de potencialidades

permite endereçar simultaneamente um

largo espectro de directrizes definidas

pela UCMA (Unidade de Coordenação

da Modernização Administrativa),

permitindo aos portais internos de

cada ministério servir de ferramenta

pivot do processo de modernização

administrativa.

o projecto, desencadeado pela Secreta-

ria-Geral do MADRP, com o apoio da

Leadership Business Consulting, consistiu

na elaboração de um plano estratégico

de desenvolvimento do portal interno e

contemplou:

I) a definição de necessidades a satisfazer e das funcionalidades a disponibilizar;

II) a definição da abrangência organi-zacional do portal (que deverá ser implementado em fases sucessi-vas por áreas organizacionais);

III) o apoio na escolha da opção tecnológica;

IV) a análise de viabilidade e de retorno sobre o investimento; e

V) o desenvolvimento de um modelo de gestão que garanta a sua correcta implementação e, posterior, manutenção.

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LEADERSHIP AGENDA15

Figura 2. Proposta Gráfica para o Portal Interno do MADRP

Figura 1. Quatro Vectores Estratégicos de Desenvolvimento do Portal Interno

Redução de Custos e Eficiência

Processual

Visão Estratégica e Comunicação

Gestão da Mudança e

Conhecimento

Produtividade e Colaboração

Portal Interno do MADRP

Redução de custos, e simplificação, uniformização e integração dos procedimentos mais recorrentes (serviços partilhados)

Gestão integrada do conhecimento e partilha global de informação e melhores práticas em prol da modernização

Canal priviligeado de comunicação

interna aumentando a eficiência e a

colaboração

Estímulo à colaboração entre

diferentes funções e unidades orgânicas

e ao aumento da produtividade

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Seis Lições Chave no Desenvolvimento de um Portal Corporativo

Lição nº. 1: Alinhamento com os Objectivos da Organização Antes de se embarcar num projecto de criação de um Portal Corporativo deve questionar-se sobre os objectivos da organização e de que forma o

portal poderá ajudar no alcance desses objectivos.

Lição n.º 2: Controlar o Objectivo Final (Alvo a Alcançar)

o portal corporativo não pode ser “tudo para todos”, ou seja, tem que se ter sempre em mente o alcance final do portal e não procurar construir uma mega plataforma que vá ao encontro de todas as necessidades de todos os utilizadores.

Lição n.º 3: Medição

A necessidade de medir os resultados alcançados com o portal é um factor crítico para avaliar o sucesso dos esforços desenvolvidos. A definição dos indicadores de sucesso deve ser realizada no início de todo o processo, assegurando-se desta forma o alinhamento organizacional.

Lição n.º 4: Não Esquecer o “Como”

Antes de seleccionar a solução de portal é necessário definir a estrutura, serviços e funcionalidades a disponibilizar, nomeadamente: autenticação e ponto único de acesso (single sign-on); directórios de acesso; gestão de conteúdos; sistemas de workflow; e ferramentas de colaboração e de busca.

Lição n.º 5: Planear a Manutenção

Com a implementação do portal haverá um impacto significativo em termos de Help Desk. Desta forma, recursos, tecnologia e tempo deverão ser orçamentados de forma a responder às crescentes necessidades e solicitações.

Adicionalmente, um programa de formação deverá ser posto em prática de forma a assegurar que os benefícios organizacionais se concretizam.

Lição n.º 6: Olhar o Futuro

Finalmente, um outro aspecto importante é manter sempre um olhar sobre o futuro e equacionar que serviços web estarão disponíveis num horizonte próximo.

Para Margarida Gonçalves, Senior

Consultant no escritório de

Lisboa, os Portais Corporativos

constituem um meio para

ultrapassar um conjunto de

desafios ligados à gestão da

informação e do conhecimento,

à divulgação da estratégia e à

mobilização de toda a estrutura

em torno de objectivos comuns

bem como, à redução de custos, ao

aumento da eficiência processual

e à promoção da colaboração na

organização.

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LEADERSHIP AGENDA17

o ebXML CoMo UM MARKETPLACE ELECTRóNICo À ESCALA MUNDIAL

o ebXML - electronic business XML - é

uma iniciativa internacional estabelecida

pelo CEFC - Centre for Trade Facilitation

and Electronic Business - das Nações

Unidas e pela oASIS para definir o

framework tecnológico sobre o qual

o XML - Extensible Markup Language

pode ser normalizado. Esta iniciativa tem

recolhido o apoio de vários organismos

multilaterais, como o CEN/ISSS -

European Committee for Standardization

- da Comissão Europeia e a organização

Mundial do Comércio.

Este framework representa um

passo crucial para a normalização

das transacções económicas a nível

internacional ao permitir a total

interoperabildiade entre os diversos

sistemas envolvidos no comércio

electrónico.

A visão dos dinamizadores do ebXML é

desenvolver um marketplace electrónico

à escala mundial, onde as empresas

poderão comunicar de forma electrónica

e desenvolver transacções económicas

com base em mensagens XML que

garantam a:

I) utilização de estrutura de mensagens standard;

II) de acordo com um processo de negócio standard;

III) semântica comum e clara;

IV) interoperabilidade com sistemas existentes em cada organização.

Neste contexto, a Leadership

Business Consulting apoiou a Comissão

Europeia no desenvolvimento de uma

iniciativa comunitária de dinamização

do conhecimento e da utilização do

ebXML, após ter ganho o procedimento

de contratação para este efeito.

Adicionalmente, esta iniciativa teve

como objectivo aferir o grau de

utilização do ebXML nos diversos países

comunitários.

Esta iniciativa de dinamização do ebXML

- coordenada pelo CEN/ISSS - European

Committee for Standardization - da

Comissão Europeia, foi concretizada

através da realização durante 2006 de

um ciclo de conferências em 5 países

comunitários - Inglaterra, Noruega,

Espanha, Itália e Portugal - com um painel

de oradores internacionais e nacionais.

A conferência ebXML realizada em Lisboa

contou com um painel de 10 oradores

internacionais e nacionais e com a

presença de mais de 100 participantes

que representavam diversas vertentes

do mercado desde empresas privadas,

professores universitários e organismos

da Administração Pública.

Para mais informações pode aceder ao

site da Leadership em www.leadership.

pt/ideias/casosestudos

Sue Propert Directora do CEFC das Nações Unidas e Carlos Miguel oliveira, Managing Partner da Leadership.

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o objectivo do ebXML é providenciar, de forma livre, as especificações técnicas que

permitem a utilização do XML de forma consistente e uniforme nas transacções

de comércio electrónico em ambientes aplicação-a-aplicação, aplicação-a-pessoa e

pessoa-a -aplicação.

o ebXML representa o culminar de todos os anteriores esforços de estandardização

no sentido de criar um framework globalmente partilhado através da Internet.

o ebXML não é um produto, não é um serviço, não é um standard de mensagens XML.

o ebXML é um conjunto integrado de especificações técnicas descrevendo:

I) um framework semântico e uma infra-estrutura tecnológica, sobre o qual

produtos, serviços e standards de mensagens podem ser construídos.

Deste modo, o ebXML não é um standard, mas sim um framework que permite os

processos e as tecnologias de negócio evoluírem de forma independente; a integração

de aplicações e processos de negócios; negócio electrónico plug & play; comunicação

segura e fiável.

A flexibilidade do XML gerou múltiplos dialectos o que cria alguns problemas. Enquanto

que o framework técnico do XML define o transporte, routing, packaging, acordos

de parceiros e registo, o eb define a arquitectura, os processos de negócio e os

componentes nucleares do comércio electrónico.

o ebXML protege os investimentos em tecnologia e a viabilidade comercial dos vários

sistemas de mercado.

A importância crescente que a Comissão

Europeia atribui à necessidade de

garantir o máximo de interoperabilidade

entre diversos sistemas envolvidos em

comércio electrónico, ficou patente na

exposição do responsável máximo da

Direcção Geral (da Comissão Europeia) de

Empresas e Industria quando referiu que

“a resolução de questões relacionadas

com interoperabilidade é o passo mais

importante para obter o potencial

associado ao comércio electrónico”.

os resultados da análise dos

questionários entregues no final das

conferências e as principais conclusões

de cada evento, são uma componente

primordial no relatório que foi elaborado

pela CEN/ISS e apresentado à Comissão

Europeia. Este relatório encontra-se em

fase de análise pela Comissão Europeia. A

versão preliminar do relatório - principais

conclusões - poderá ser consultada em

www.cenorm.be/ISSS

Para mais informações sobre o ebXML

poderá aceder ao site www.ebxml.org.

Alain Deschamps Director do CEN - Eu-ropean Committee for Standardization

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LEADERSHIP AGENDA19

ANGoLA APoSTA NAS TECNoLoGIAS DE INFoRMAÇÃo

para Galgar Patamares de Desenvolvimento

Angola atravessa um período bastante

promissor e de autoconfiança.. Após o

estabelecimento da paz, e em apenas

quatro anos, o resultado da energia

positiva que atravessa os angolanos

pode ser testemunhado a vários níveis:

no desporto, na cultura, na sociedade,

na governação e, essencialmente, no

dinamismo económico.

Angola está a demonstrar como

um país devastado por vários anos

de guerra pode e deve conciliar dois

aspectos indispensáveis. Por um lado,

as preocupações mais imediatas como

a resolução das carências humanas

básicas e a reconstrução do Estado

e da infra-estrutura física. Por outro

lado, a definição e construção de um

modelo de desenvolvimento sustentado

que responda aos novos desafios da

globalização e da sociedade da informação

(SI).

Neste contexto, o Governo de Angola

aprovou um Plano de Acção para a

Sociedade da Informação (PASI) e um

Plano de Acção para a Governação

Electrónica (PAGE) da iniciativa da CNTI

- Comissão Nacional das Tecnologias de

Informação, presidida pelo Professor

Pedro Sebastião Teta, Vice-Ministro

da Ciência e Tecnologia. Desta forma,

conseguiu promover uma abordagem

consistente e coordenada de todo o

Governo e dos vários agentes socio-

económicos em torno de uma visão

integrada e devidamente ponderada.

Para a produção destes planos de acção,

a CNTI recorreu à metodologia e à equipa

da Leadership Business Consulting, com

amplo conhecimento desta matéria a

nível mundial e provas dadas em Cabo

Verde e Portugal.

Estes planos de acção espelham a

determinação e a ambição de Angola

nesta matéria. Neste contexto, a

mensagem do Presidente da República

Carlos Miguel oliveira e o Professor Pedro Sebastião Teta, Vice-Ministro da Ciência e Tecnologia de Angola e Coordenador da CNTI.

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de Angola para, Dr. José Eduardo dos

Santos, a Cimeira Mundial da Sociedade

da Informação que teve lugar em Tunes,

em Novembro de 2005, salienta que

“o Plano de Acção para a Governação

Electrónica, bem como o Plano de

Acção para a Sociedade da Informação,

constituem duas provas cabais da nossa

ambição, do nosso interesse e da nossa

visão de futuro, para a concretização de

uma Estratégia para o Desenvolvimento

das Tecnologias de Informação até ao

ano 2010.”

os planos de acção definem uma estra-

tégia formal e explícita que deve servir

de referência fundamental para todos os

agentes públicos e privados, nacionais e

estrangeiros, a actuar em Angola, envol-

vidos com as tecnologias de informação e

o desenvolvimento da sociedade da infor-

mação e do conhecimento.

o PASI, Plano de Acção para a Sociedade

da Informação, foi estruturado em 10

pilares de intervenção, que se desagregam

em 6 pilares de conteúdos - cujas acções

e projectos contribuem de forma directa

para o desenvolvimento da SI - e 4 pilares

de contexto - cujas acções e projectos

contribuem de forma continuada para o

desenvolvimento da SI.

o desenvolvimento da Sociedade da

Informação em Angola é entendido

como uma alavanca aos objectivos de

desenvolvimento do país e não como um

objectivo em si mesmo.

Esquema Conceptual do Plano de Acção da Sociedade da Informação

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LEADERSHIP AGENDA21

o PAGE, Plano de Acção para a

Governação Electrónica, define cinco

eixos de intervenção e propõe um

modelo de longo prazo, baseado numa

plataforma tecnológica comum para

toda a administração pública, por

forma promover a integração e a

interoperabilidade em prol da conveniência

e satisfação dos cidadãos, da eficiência

da máquina do Estado, da transparência

dos actos governativos e do estímulo à

participação democrática.

Esquema Conceptual do Modelo para a Governação Electrónica

A implementação do PASI e do

PAGE é um desafio essencialmente

organizacional e de gestão, que requer

um contexto institucional empreendedor

e participativo e com capacidade de

mobilizar a participação da Sociedade

Civil em parcerias público-privadas, ou

seja, a constituição de uma agência de

coordenação estratégica e operacional,

seguindo as melhores práticas a nível

mundial.

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22

Angola Fórum TI 2006 Ilustra um País em Acção

o caminho de Angola na

construção da sociedade da

informação é longo e complexo.

No entanto, o Angola Fórum

TI 2006, realizado em Luanda,

no Centro de Convenções

de Talatona, sob o lema “Na

Vanguarda do Apoio à Inclusão

Digital”, entre os dias 29 de

Novembro e 01 de Dezembro de

2006, ilustrou a determinação,

a dinâmica e a maturidade de

Angola no seu caminho para a

construção de uma sociedade

da informação. A Leadership

Business Consulting participou

na concepção e realização deste fórum como consultora internacional do evento.

o Fórum, que foi aberto pelo Primeiro-Ministro de Angola e encerrado pelo Ministro

das Finanças de Angola, contou com 47 expositores, ocupando uma área de 2.000

metros quadrados, 6� intervenções e uma audiência média de 600 participantes

em cada dia do evento, fazendo um total de 1.800 presenças (mais informações em

www.itforum.ao). o sucesso do Fórum foi uma demonstração cabal de que existe

nos principais agentes económicos e sociais em Angola a plena consciência de que

as Tecnologias de Informação são fundamentais para a dinamização da actividade

económica e produtiva e a competitividade das empresas e do país.

No seu discurso de encerramento da Sessão, o Presidente da CNTI - Comissão

Nacional das Tecnologias de Informação, Professor Pedro Teta, salientou que os

decisores angolanos têm hoje a consciência de que as Tecnologias de Informação

são um importante contributo para a governação eficaz, eficiente, participativa

e transparente, para a coesão nacional, para o reforço da capacidade do Estado, a

melhoria das condições de vida da população e a redução da pobreza no âmbito dos

objectivos do Milénio.

o Ministro das Finanças de Angola, Dr. José Pedro de Morais e a Drª. Maria Manuel Leitão Marques Coordenadora da UCMA em Portugal.

o novo enquadramento institucional

deverá estar assente numa cultura de

implementação, em requisitos de eficácia

e de eficiência e estar sustentada nos

seguintes princípios: a) Actuação virada

para a concretização e implementação;

b) Trabalho colaborativo, entre entidades

públicas e privadas e a Sociedade Civil; c)

Postura de complementaridade, evitando

a duplicação de esforços ou infra-

estruturas; d) Cultura de monitorização

e reporte das actividades, como meio

de reforço da transparência interna e

externa.

A implementação do PASI e do PAGE

é um desafio formidável para Angola

que vai requerer apoios externos de

várias naturezas. No entanto, o nível

de exigência dos angolanos é elevado.

Angola é, hoje, um mercado altamente

competitivo em termos da oferta de

tecnologias de informação, especialmente

vinda de empresas da África do Sul, do

Brasil, da China, dos Estados Unidos, da

índia, e de vários países europeus, com

especial destaque para Portugal. Neste

contexto, o mercado angolano está cada

vez mais atento e melhor preparado para

destrinçar a qualidade e o profissionalismo

de que necessita para construir um país

moderno e competitivo à escala regional

e a nível mundial.

o PASI e o PAGE podem ser acedidos

através do site www.leadership-bc.com

no menu “Ideias/ Publicações”.

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LEADERSHIP AGENDA2�NACIONAL

IMPLEMENTAÇÃo ESTRATÉGICA oRIENTADA PARA RESULTADoS

O Desafio de Turnaround da EMEL

A nova estratégia da EMEL irá permitir

à empresa uma melhor actuação em

termos da gestão da mobilidade da

Cidade de Lisboa e, ao mesmo tempo,

a viabilização financeira da empresa a

médio prazo.

Mais do que produzir um plano

estratégico de elevada complexidade

analítica e conceptual, compreensível

apenas para quem o produziu e com

elevada probabilidade para não ter efeitos

práticos, a EMEL apostou num processo

de gestão estratégica moderno e

orientado para a acção, desenvolvido

com o suporte da Leadership Business

Consulting.

A maioria das pessoas ainda vê a

EMEL, Empresa Pública Municipal

de Estacionamento de Lisboa, EM,

simplesmente como uma entidade de

fiscalização e gestão de parques de

estacionamento.

Desde 1994, data em que foi criada,

o contexto estratégico da EMEL

tornou-se mais complexo obrigando-a a

adaptar-se e a superar um conjunto de

condicionantes à sua actuação e a alargar

progressivamente a sua actividade,

sendo actualmente responsável por:

• Cerca de �8.000 lugares à superfície;

• Mais de 50.000 dísticos de estacionamento de residentes;

• 21 parques de estacionamento (incluindo parques de rotação, parques de estacionamento de longa duração e garagens resi-denciais) e ainda;

• Gestão do estacionamento con-dicionado em � bairros históricos (Bairro Alto, Alfama e Bica/ San-ta Catarina).

Actualmente, o foco estratégico da

EMEL ultrapassa o da mera entidade de

fiscalização. É um verdadeiro agente de

mobilidade da cidade de Lisboa, actuando

através da componente estacionamento

na melhoria das condições de

circulação na cidade. A sua actuação

é complementar e conjugada com a de

outros intervenientes, nomeadamente

a Câmara Municipal de Lisboa (CML)

(p.e. através do Plano Director Municipal

e Plano de Mobilidade), as restantes

autarquias da área metropolitana e as

empresas de transporte público (p.e.

Carris e Metro).

o novo posicionamento da empresa

coloca-a perante importantes desafios

estratégicos a que é necessário dar

resposta, entre os quais:

• Adaptação da empresa às novas competências de fiscalização resultantes da revisão do Código da Estrada, nomeadamente em termos de fiscalização fora dos alvéolos (dos lugares demarcados pagos);

• Capacidade de gestão do estacionamento em novas áreas da cidade;

• Diversificação do actual modelo de exploração, adaptando-o às necessidades das diferentes

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áreas da cidade e das diferentes deslocações que geram;

• Adequação das tarifas praticadas aos objectivos de mobilidade da cidade e a condições de mercado;

• Melhoria da imagem externa da empresa face ao Munícipe e ao Cliente;

• Diversificação dos meios de pagamento (permitindo uma maior comodidade aos utilizadores e maior eficiência dos processos internos);

• Agilização do processo de instau-ração de contra-ordenações que permita dissuadir comportamen-tos abusivos dos utilizadores;

• Aumento da eficácia e eficiência interna na gestão do estaciona-mento, para atingir maior produ-

tividade e melhores resultados;

• Revisão do modelo de relaciona-mento e compensação EMEL-CML.

Como resultado do projecto realizado, a

EMEL construiu um Plano de Negócios a 4

anos, identificando os principais desafios

da empresa, os vectores estratégicos

de desenvolvimento, os projectos-chave

e respectivas projecções financeiras,

de forma alinhada com práticas

internacionais.

A estratégia definida assenta em

4 vectores de desenvolvimento

estratégico, envolvendo a transformação

do relacionamento com os principais

stakeholders.

Figura 1 - Vectores de Desenvolvimento Estratégico da EMEL

Para José Pedro Melo, Senior Manager

no escritório de Lisboa, “o forte

envolvimento interno dos quadros da

empresa neste processo e a dinâmica

gerada pelos vários workshops

realizados, permitiu o compromisso

transversal de toda a organização).”

4 Vectores de Desenvolvimento

Estratégico

Contribuir para o Aumento da Mobilidade na Cidade de Lisboa

Ordenamento do território/espaço urbano através da componente de estacionamento

Dissuasão da entrada de veículos em Lisboa

Melhorar o Relacionamento com o Utilizador, enquanto Munícipe e Cliente

Respostas às necessidades e solicitações

Credibilização da actuação da empresa

Comunicação da política da empresa

Garantir a Sustentabilidade Económico-Financeira da Empresa

Auto-financiamento da actividade operacional.

Orientação do investimento para lógica empresarial de procura de rentabilidade

Aumentar a Produtividade dos Recursos da Empresa

Rentabilização da utilização do espaço público

Melhoria dos processos de manutenção e colecta

Aumento da eficácia do processo de fiscalização e contra-ordenação

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LEADERSHIP AGENDA25

A gestão estratégica adoptada na EMEL baseia-se nos seguintes princípios:

1. Adaptabilidade e agilidade. A empresa deve desenvolver capacidade de adaptabilidade para reagir com agilidade às mudanças no seu contexto;

2. Estratégia accionável. A estratégia não é um processo teórico e filosófico, mas um plano accionável e implementável no curto prazo;

�. Envolvimento e comprometimento alargado. A definição estratégica não é restrita ou liderada por especialistas, requerendo essencialmente o envolvimento e o comprometimento da liderança de topo e das lideranças operacionais;

4. Portefólio de iniciativas. o processo estratégico é baseado num portefólio de iniciativas orientadas para resultados e não num plano estratégico centralizado e estático;

5. Resposta a todos os stakeholders. A acção estratégica deve responder a todos os stakeholders, munícipes, contribuintes, Câmara Municipal como accionista, trabalhadores, parceiros e outros agentes da mobilidade em Lisboa;

6. Actuação sobre oportunidades conhecidas. A acção estratégica deve-se focalizar nas oportunidades mais próximas de concretização e de benefício e sobre a aprendizagem recente para aumentar as probabilidades de sucesso;

7. Definição de indicadores de monitorização. A execução estratégia deverá ser suportada por um conjunto de indicadores que permitam a monitorização em tempo real dos resultados pretendidos e orientem a necessária correcção, em vez de uma análise exaustiva à posteriori.

Adicionalmente, e como ferramenta

essencial de operacionalização da

estratégia, foi definido um Plano de Acção,

que calendariza e detalha cada projecto

identificado no Plano de Negócios e

identifica os recursos responsáveis pela

sua implementação.

Para aferir o sucesso das diversas

iniciativas estratégicas foram definidos

indicadores de medição do impacto da

concretização da estratégia.

Desta forma, estão já em implementação

várias acções, que se crêem venham

a contribuir significativamente para o

aumento da mobilidade na cidade de

Lisboa, estando a Leadership Business

Consulting a apoiar alguns destes

processos de implementação. os

resultados operacionais e financeiros da

EMEL mostram já uma evolução bastante

positiva em 2006, prevendo-se uma

evolução mais acentuada em 2007.

Figura 2 - Plano de acção

Beneficiação do Espaço Público

Qualificação dos Recursos

Humanos

Reforço da Comunicação

Interna e Externa

Diversificação dos Meios de Pagamento

Novo Modelo de Estacionamento

de Duração Limitada

Alargamento do Regime de Zonas

de Acesso e Estacionamento

Controlado

Parques de Estacionamento

Públicos

Comercialização de Novos

Parques de Estacionamento

Residenciais8 Áreas de Actuação em

2006

ACTUAÇÃO DIRECTA SOBRE OS PRODUTOS/SERVIÇOS

• CobrançadetaxasdeEstacionamento

• Renovação de contratos-programa (BairoAltoeAlfama)

• Novocontrato-programa(Castelo)

• ConsolidaçãodomodelodegestãoEixoCentral-ZonasEmel

• Reforçodafiscalização

•Recuperaçãodeequipamentos

• Melhoria das condições de utilizaçãoenovosmeiosdepagamento

• Centralizaçãodagestão

• Reínicio dos processos para duasconstruções

• Comercializaçãodelugaresemtrêsparquesdeestacionamento

• Entrada em produtivo deduas formas de pagamento(ViaVerdeeTelemóvel)

• Estudo de Cartões semcontacto

• Promoçãodaempresaeactividade

• Benchmarking• Comunicaçãoinstitucional

• CRM

• Melhoriadasinalizaçãovertical

• Repinturademarcas

• (Re)Colocaçãodepilaretes

• Formaçãocomênfasenacomunicaçãoexternaeresoluçãodeconflitos

• Melhoriadascondiçõesdetrabalho

ACTUAÇÃO SOBRE A QUALIDADE E FORMA DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO

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o DESAFIo DA PRoFISSIoNALIzAÇÃo DA GESTÃo EM EMPRESAS FAMILIARESO Caso de Sucesso da Luís Vicente, Lda.

o tecido empresarial português é,

maioritariamente, constituído por

empresas de pequena e média dimensão

de cariz e gestão familiar. Tipicamente, os

seus decisores conjugam a necessidade

de gerir de forma eficiente a empresa,

com o instinto de garantir trabalho e bem-

estar aos seus familiares - que muitas

vezes são, também, seus colaboradores.

Neste contexto, por vezes, uma gestão

mais emocional da empresa sobrepõe-

se a uma gestão mais orientada por

resultados.

Graças à capacidade e empenho

dos donos-gestores, muitas destas

empresas crescem de forma rápida,

alargam o seu âmbito de actuação

para além do negócio inicial e tornam-

se empresas de dimensão e actividade

económica considerável. Dessa forma,

aumentam significativamente a

complexidade de gestão e, por implicação,

a necessidade da sua profissionalização.

A Luís Vicente, Lda. - empresa familiar do

sector de armazenamento e distribuição

Luis Vicente Lda - Uma Empresa de Sucesso Empresarial

Fundada em 1987, a Luís Vicente, Lda, sedeada em Torres Vedras, regista taxas

de crescimento assinaláveis, suportadas pelo reforço da sua capacidade logística a

nível de armazenamento e distribuição. Actualmente, é uma das maiores empresas

nacionais do sector de armazenamento, tratamento e distribuição de produtos

frutícolas. Na sua carteira de clientes, conta com as principais cadeias de distribuição

nacionais, das quais se destacam a Modelo Continente, o Grupo Jerónimo Martins e

o Grupo Auchan.

A actividade da empresa assenta, na sua maioria, na importação de produtos

frutícolas - cujos principais mercados fornecedores se encontram na América do

Sul - que após tratamento e, por vezes, embalamento, é distribuído para os seus

clientes. Adicionalmente, desempenha um importante papel na exportação de um

produto frutícola marcadamente português, a Pêra Rocha, cujo principal mercado

são os países europeus, tais como Inglaterra e Holanda.

De modo a garantir as quantidades necessárias para exportação da Pêra Rocha,

a Luís Vicente, Lda desenvolve anualmente programas de “produção assistida”.

Mediante o acordo dos produtores, a empresa disponibiliza técnicos especializados

para acompanhar todo o ciclo de crescimento da Pêra Rocha, garantindo a qualidade

do produto e aferindo das expectativas para os valores de produção de cada

campanha.

Complementarmente, contrariando a tradição de cultivo da Pêra Rocha na Região

oeste, os accionistas da Luís Vicente, Lda implantaram, em plena planície Alentejana,

a maior área de produção de Pêra Rocha a nível nacional, de modo a salvaguardar

quantidades mínimas para a exportação deste produto.

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LEADERSHIP AGENDA27

de produtos frutícolas (que se encontra

na segunda geração de gestores

familiares) definiu e adoptou, com o apoio

da Leadership Business Consulting, um

conjunto de medidas estruturantes,

tendo em vista a profissionalização da sua

gestão e promovendo, em simultâneo, o

incremento da sua eficiência operacional

e funcional.

Cientes da necessidade de preparar a

empresa para um novo ciclo empresarial,

a Luís Vicente Lda. promoveu a realização

de um diagnóstico independente,

detalhado e rigoroso à empresa como

peça base para a tomada de decisões

futuras, abrangendo seis vertentes:

I) Estratégia;

II) Marketing e vendas;

III) Financeiro e controlo de gestão;

IV) organização e recursos humanos;

V) Compras e logística e;

VI) Sistemas de informação.

os resultados do diagnóstico expuseram

a necessidade de desenvolver um

conjunto de oportunidades de melhoria,

das quais se destacam três acções

estruturantes:

I) Reestruturação do modelo or-ganizacional da empresa, promo-vendo a rotação de recursos por diferentes áreas organizacionais, tendo por base assessments rea-lizados aos colaboradores chave;

II) Contratação de novos quadros, com experiência em gestão de empresas de distribuição, para ocupar posições chave na nova organização, tais como o cargo de Director Geral;

III) Reorganização do processo logís-tico da empresa, promovendo a eficiência operacional e reduzindo os custos decorrentes de baixas e perdas de mercadoria.

Fruto da preparação da empresa para

um novo ciclo empresarial - assente

na profissionalização da sua equipa de

gestão - a Luís Vicente, Lda. reforçou a

sua posição cimeira no sector, através

do aumento da sua presença nas cadeias

de grande distribuição e através do

reforço da sua presença geográfica a

nível nacional.

Constrangimentos comuns às empresas de gestão familiar

• Concentração do processo de decisão e sobrecarga operacional do dono-gestor que redunda numa ausência de liderança recorrente;

• Alicerces organizacionais desajustados, uma vez que o modelo de gestão não acompanha a evolução e o crescimento do negócio;

• Desresponsabilização dos colaboradores devido ao excesso de centralização;

• Deficiente balanceamento de recursos (quantidade/competências) devido a decisões de recursos humanos baseadas em critérios familiares e não de negócio;

• Reduzida eficiência operacional;

• Estrutura financeira desadequada, porque demasiado baseada no capital do proprietário.

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28

Factores Críticos para o Sucesso da Profissionalização da Gestão de uma Empresa Familiar

• Realizar um diagnóstico independente, detalhado e rigoroso à empresa e actuar decisivamente sobre as suas conclusões e orientações;

• Reestruturar o governance da empresa de forma a separar sem ambiguidades a estrutura accionista da estrutura de gestão da empresa;

• Definir e implementar uma estratégia de crescimento da empresa no sentido de criar desafios atractivos para os gestores familiares e não familiares, por forma a atrair, motivar, reter e desenvolver talento;

• Ter uma estrutura organizacional alinhada com a estratégia do negócio e com competências e responsabilidades definidas por função e não com as pressões familiares;

• Definir o perfil de competências e experiência profissional adequado à função que cada gestor, familiar ou não familiar, irá ocupar na organização;

• Descrever funções, definir objectivos quantificados para cada função, tornar a delegação de poderes real, assente nas competências profissionais dos colaboradores e nos desafios colocados pela estratégia da empresa, adoptando simultaneamente mecanismos claros e simples de medição e responsabilização;

• Comunicar aos membros da família o enquadramento e a actuação expectável dos gestores não familiares, de modo a reduzir as barreiras internas.

De igual modo, encontra-se em fase de

implementação um plano de diversificação

da actividade, que inclui a comercialização

de produtos relacionados de valor

acrescentado - assente em parcerias -

tais como a produção de refeições à base

de produtos frutícolas e desenvolvimento

de uma cadeia de lojas próprias de venda de

produtos frutícolas de qualidade premium.

Como outro impacto da profissionalização

da gestão da empresa, os colaboradores

mais dinâmicos e relacionados com a

família, anteriormente afectos à gestão

da empresa, ficaram mais disponíveis para

o desenvolvimento de actividades que

contribuem para a expansão territorial da

empresa e da sua actividade.

A comprovar este impacto, a empresa

encontra-se a desenvolver um ambicioso

plano de expansão do negócio para o

mercado angolano, tendo como ambição

ser o maior distribuidor de produtos

frutícolas das cadeias de distribuição

presentes em Luanda.

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LEADERSHIP AGENDA29

EFICIêNCIA oPERACIoNAL NoS SECToRES RECÉM REGULADoSO Caso da EDA - Empresa de Electricidade dos Açores

Os Desafios das Empresas Recém Reguladas

Á semelhança de outras empresas

públicas nacionais recém reguladas, a

EDA - Empresa de Electricidade dos

Açores, SA, enfrenta um desafio de

transformação profunda, dinamizado por

directivas comunitárias de separação de

actividades (“unbundling”) e pelo processo

de privatização parcial.

Adicionalmente, o objectivo de garantir

que as receitas sejam suficientes para

sustentar os custos de exploração fica

mais complexo com a necessidade de

dar cumprimento aos Regulamentos

Tarifários, impostos pela ERSE - Entidade

Reguladora do Sector Energético, os

quais limitam a evolução do tarifário -

condicionando a evolução das receitas

(via preço da energia) bem como os

custos aceites para efeito de regulação.

Tendo em conta a rigidez da elasticidade

da procura, bem como as limitações que

derivam dos impactos sócio-económicos

da utilização da energia, as entidades

do sector terão que responder a estes

desafios através de ganhos significativos

de eficiência operacional e de redução de

custos e através da inovação estratégica

na oferta dos serviços e na macro-

estrutura do sector.

No caso da EDA, estes desafios

são acrescidos pelas implicações da

insularidade. o contexto geográfico

dos Açores, que obriga à produção e

distribuição de electricidade nas nove

ilhas do arquipélago dos Açores, conduz à

dispersão de serviços de apoio e centros

de produção, dificultando a obtenção

de economias de escala. Este efeito é

amplamente notório ao nível dos custos

com Fornecimento de Serviços Externos

(FSE).

Face aos novos desafios regulamentares as empresas públicas nacionais deverão

apostar em ganhos significativos de eficiência operacional e de redução de custos e

na inovação estratégica fundamental. o caso da EDA ilustra estes desafios e a forma

como podem ser respondidos.

Drª Maria José Gil, Administradora da EDA

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�0

os constrangimentos atrás referidos

obrigaram a empresa a desenvolver um

conjunto de acções que permitissem

responder ainda melhor aos desafios

colocados pelo regulador:

I) redução de custos directos;

II) alinhamento do tarifário (relativa-mente ao tarifário vigente no ter-ritório continental);

III) estabelecimento de um modelo de imputação de custos baseado nas actividades (método ABC); e,

IV) redesenho dos procedimentos produtivos.

Complementarmente, ciente de que

existiam oportunidades de redução

dos custos indirectos, o Conselho de

Administração da EDA decidiu avançar

com um programa de redução desses

custos, segundo a metodologia PRICE

- Programa de Redução Imediata de

Custos de Exploração - desenvolvida pela

Leadership Business Consulting.

A primeira fase do programa de redução

de custos indirectos da EDA, de carácter

experimental, incidiu sobre os custos

de comunicação (voz e dados), serviços

de higiene e limpeza e custos com a

frota automóvel. No conjunto, estas

três rubricas totalizam cerca de 40%

dos custos com os Fornecimentos de

Serviços Externos da empresa.

A primeira fase do programa resultou

num conjunto de 16 recomendações

que conduzirão a uma redução

estimada em cerca de 1�% do valor

analisado. Estas recomendações

assentam em actividades diversas

tais como, centralização de contratos,

racionalização de consumos e redefinição

de procedimentos internos.

Adicionalmente, foi definido um

conjunto de recomendações para o

desenvolvimento estratégico da área de

aprovisionamento, nomeadamente:

I) desenvolvimento de iniciativas de

sourcing estratégico - Negocia-

ção de contratos a nível central e

gestão operacional a nível local;

II) melhoria da gestão de fornece-

dores - Avaliação dos serviços e

consulta regular ao mercado;

III) aposta na alavancagem das tec-

nologias através de um programa

de compras electrónicas.

Em virtude dos resultados obtidos,

encontra-se planeado a prossecução

do programa de redução de custos

indirectos da EDA que inclui a aplicação

da metodologia PRICE a outras rubricas

de custos com Fornecimento de

Serviços Externos e desenvolvimento de

consultas ao mercado em conjunto com

outras empresas regionais de dimensão

similar.

Apresentação da EDA – Electricidade dos Açores, S.A.

A EDA - Electricidade dos Açores, S.A., criada em 1980, tem como objecto principal

a produção, a aquisição, o transporte, a distribuição e a venda de energia eléctrica

por todo o arquipélago dos Açores. A empresa é detida maioritariamente pela

Região Autónoma dos Açores, fazendo parte do seu capital social a ESA -Energias e

Serviços dos Açores, SGPS, SA e a EDP participações.

A empresa - uma das três maiores empresas do Arquipélago - está presente nas

nove ilhas que compõem o arquipélago dos Açores. A EDA detém um conjunto de

cinco empresas participadas:

I) EGG - exploração de centrais hídricas e eólicas;

II) GeoTerceira - exploração da central geotérmica da ilha Terceira;

III) GlobalEDA - gestão de recursos de telecomunicações e sistemas de informação;

IV) SEGMA - serviços de manutenção; e,

V) SoGEo - exploração das centrais geotérmicas da ilha de S. Miguel.

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LEADERSHIP AGENDA�1

DIFERENCIAÇÃo PELA QUALIDADE Do SERVIÇo PRESTADo O caso da ABPG – Associação de Beneficência de Gouveia

Num contexto de massificação das

certificações, sobretudo na área da

qualidade, será que ainda é possível

uma organização diferenciar-se por

ter um sistema de gestão da qualidade

certificado? Poderão estes sistemas ser

um efectivo instrumento de gestão e um

apoio ao processo de tomada de decisão

e estar interiorizado e aplicado no dia-a-

dia de uma organização?

o caso da Associação de Beneficência

Popular de Gouveia (ABPG), Instituição

Particular de Solidariedade Social (IPSS)

permite responder afirmativamente a

ambas as questões e retirar um conjunto

de ensinamentos relevantes.

A ABPG tem como missão “contribuir

para o desenvolvimento integrado do

Concelho de Gouveia, nas áreas cultural,

social e económica” e apresenta uma

multidisciplinaridade de valências que

abrangem a área da saúde, a primeira e

segunda infâncias, a terceira idade e a

reabilitação de pessoas portadoras de

deficiência.

Este portfolio, aliado a uma prestação

de serviço premium, em termos de

instalações, meios e equipamentos,

métodos e recursos humanos, permite-

lhe assumir um papel de destaque no

contexto regional e, em alguns casos,

como é o da saúde, no contexto nacional.

Com o objectivo de se tornar uma

referência no apoio ao desenvolvimento

regional, a ABPG desenvolve um conjunto

de iniciativas focalizadas, mas integradas,

que vão desde a modernização das infra-

estruturas de suporte à sua prestação de

serviços, passando pela qualificação dos

seus recursos humanos, até à melhoria

dos mecanismos de apoio à gestão e ao

processo de tomada de decisão.

É nesta perspectiva, global e integrada,

que se insere a aposta da ABPG na

qualidade. Funciona, paralelamente,

como elemento de diferenciação face

à concorrência (o número de IPSS

certificadas a nível nacional tem ainda

pouca expressão) e como estímulo à

permanente medição da actividade.

o sistema de gestão da qualidade

foi desenvolvido numa perspectiva

incremental, em que as valências foram

sendo trabalhadas de forma faseada,

iniciando-se o processo com a Clínica de

Medicina Física e de Reabilitação.

Esta estratégia permitiu à ABPG criar,

no período de um ano, uma dinâmica

positiva em torno da implementação do

sistema de gestão da qualidade (através

obtenção da certificação da clínica). Esta

dinâmica traduziu-se essencialmente nas

manifestações de interesse dos diversos

responsáveis de cada uma das demais

valências.

No entanto, importa clarificar que não

foi a implementação de um sistema

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�2

Factores Críticos de Sucesso para a Implementação de um SGQ1. Envolver a Gestão de Topo em todo o processo, garantindo que essa participação

é facilmente percepcionada pelos colaboradores;

2. Motivar o envolvimento de todos os níveis organizacionais;

�. Estabelecer um plano de acção ambicioso, que permita resultados num curto espaço de tempo;

4. Assumir os requisitos da norma de referência como uma referência para a melhoria da actividade da organização (e não procurar “encaixotar” a actividade nos requisitos normativos);

5. Estabelecer objectivos de desenvolvimento e desempenho da actividade alinhados com os drivers do negócio e orientar o sistema para responder a esses mesmos objectivos;

6. Estabelecer um sistema de monitorização que permita evidenciar uma melhoria efectiva do desempenho e um acompanhamento real da actividade;

7. Assegurar a formação dos colaboradores de forma a que, de forma gradual, assimilem os conceitos base necessários e interiorizem o sistema da qualidade desenvolvido;

8. Auscultar sistematicamente os colaboradores (que efectivamente implementam o sistema) de forma a ser possível, continuamente, melhorar o SGQ tornando-o mais flexível e adaptado à realidade da organização, de forma a que se assuma como uma mais valia efectiva;

9. Acompanhar continuamente a adequabilidade e efectiva implementação do sistema, através da realização de auditorias;

10. Estabelecer critérios para a selecção da entidade certificadora, para além do preço da prestação, incluÌndo, por exemplo, experiência relevante no sector em que a organização se insere, capacidade de resposta, etc.

de gestão da qualidade da ABPG que

motivou a melhoria da organização e do

seu desempenho. Já anteriormente à

implementação do sistema a Associação

estava envolvida numa cultura de

melhoria contínua.

o que o sistema de gestão da qualidade

possibilitou foi um conhecimento

real, mensurável e sistemático da

performance, através da medição

de um conjunto de indicadores chave

relacionados com o desempenho dos

recursos humanos, a eficiência dos

processos internos, o desempenho

dos fornecedores, etc., e o respectivo

impacto, por exemplo, em termos de

desempenho do negócio e da satisfação

dos clientes. Adicionalmente, com base

nesta medição estruturada e através

de uma análise crítica da informação

produzida foram estabelecidos planos

de acção tendo em vista o incremento

do desempenho e que constituem uma

orientação para o processo de tomada

de decisão e a actividade quotidiana de

todos os colaboradores.

É nesta perspectiva de alavanca ao

processo de melhoria que um sistema de

gestão da qualidade deve ser encarado. A

melhoria não é o sistema, mas sim a forma

como o sistema se integra na actividade

quotidiana da organização, como mobiliza

os recursos e como suporta o processo

de tomada de decisão.

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LEADERSHIP AGENDA��INTERNACIONAL

UM NoVo MoDELo DE CoMERCIALIzAÇÃo DoS PRoDUToS ECoLóGICoS EM ESPANHA

Melhor sabor, melhor contribuição para o

meio ambiente, produtos mais saudáveis:

estas são as principais razões pelas quais

o comprador escolhe produtos de origem

ecológica.

1. O Mercado Europeu e Espanhol de Produtos Ecológicoso mercado ecológico está na moda. A

procura apresenta um crescimento

notável e os grandes supermercados

estão a tentar entrar e lutar para

estabelecer uma posição num mercado

que antigamente era exclusivamente

propriedade das lojas especializadas. o

crescimento do consumo de produtos

ecológicos em países no norte de Europa

ronda os 15 a 20% por ano. Na Alemanha,

o consumo cresce 15% por ano e no

Reino Unido �0%. Nos Estados Unidos

cresce a 20% ao ano.

o caso do mercado em Espanha é

bem diferente. A Espanha é o segundo

maior produtor Europeu e o sétimo

maior mundial. Nos ú˙ltimos cinco anos,

o Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação (MAPA) em Espanha definiu um

novo modelo de comercialização com o objectivo de fomentar a penetração interna

dos produtos agrícolas de origem ecológica, através da realização de um estudo para

compreensão do mercado e definição das acções para promover o consumo destes

produtos.

Com base neste modelo será realizada uma campanha de sensibilização, suportada num

orçamento da ordem dos 2 milhões de euros, realizada para consumidores finais e agentes

da distribuição, criados um observatório dos Produtos Ecológicos e um Portal sectorial

e adoptado um logótipo único para os produtos de todas as regiões de Espanha.

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�4

a produção espanhola de produtos

ecológicos cresceu 125%, ou seja, 2�%

ao ano, situando-se em 2005 acima

dos �00 milhões de euros. No entanto,

o consumo de produtos ecológicos é

muito reduzido, pois cada espanhol gasta

apenas seis euros por ano em produtos

ecológicos, comparado com os quase 50

euros em países como a Alemanha e o

Reino Unido. A Espanha é um significativo

exportador de produtos ecológicos,

direccionando entre 80 e 90% da

produção ecológica para mercados

externos, embora apenas cerca de �%

da superfície agrícola útil se destine à

agricultura ecológica.

Apesar deste sucesso externo a verdade

é que no mercado interno estes produtos

têm tido pouco sucesso. o consumidor

alega que a oferta é reduzida e pouco

frequente, não conseguindo fidelizar-

se aos produtos e que a informação

prestada é ainda incipiente e dispersa. Da

parte da distribuição, a reduzida procura

é o factor mais apontado para o reduzido

desenvolvimento comercial dedicado a

este tipo de produtos.

2. Os Problemas Tradicionais Associados à Comercialização de Produtos EcológicosFace a esta situação de impasse no

mercado, o Ministério de Agricultura

em Espanha contratou os serviços

da Leadership Business Consulting

para elaborar um novo modelo para

a distribuição e comercialização de

produtos ecológicos em Espanha. o

objectivo é definir iniciativas que permitam

estimular o consumo doméstico de

produtos ecológicos e definir um plano de

acção e orçamento para a sua execução.

o negócio de produtos ecológicos pode

ser dividido em três segmentos:

1. os produtos frescos (essencial-mente frutas e vegetais),

2. os produtos processados e, finalmente,

�. As carnes.

Cada uma das cadeias de valor destes

três segmentos apresenta desafios

diferentes em termos de cadeia produtiva,

modelo de distribuição e comercialização

de produtos.

Uma análise do mercado europeu -

desenvolvida pela Leadership com

o apoio de especialistas oriundos de

países onde as quotas de mercado dos

produtos ecológicos podem atingir mais

de 5%, nomeadamente Suiça, Reino

Unido, Dinamarca e Alemanha - ilustra os

seguintes problemas típicos associados à

comercialização de produtos ecológicos:

• Dificuldades de planificação da produção e das vendas e, consequentemente, dos fornecimentos dos produtores

• Reduzidas quantidades para satisfazer as necessidades das grandes e médias cadeias de distribuição

• Embalagem pouco atractiva e informativa

• Cadeia de frio deficiente (espe-cialmente para leite e derivados)

• Necessidade de garantia de frescura dos produtos nos mercados e de uma qualidade consistente

• Margem insuficiente e preços altos

• Limitados investimentos na(s) marca(s)

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LEADERSHIP AGENDA�5

Nos mercados mais desenvolvidos foi

definido e aplicado com sucesso um

conjunto de medidas de mitigação deste

problemas, entre as quais se destacam

as seguintes:

• Cooperação entre fornecedores

• Entendimento comum de critérios de qualidade/ definição de padrões de produção

• Painel de consumidores e arma-zenistas para testar a embala-gem

• Investimentos comuns em siste-mas de refrigeração

• Lobbying incisivo

• Favorecimento do cultivo de es-pécies especiais para diferenciar do mercado convencional

• Especialização de agricultores

• Utilização de “bio-embaixadores”, i.e., associação a pessoas desta-cadas na sociedade

Uma análise do mercado espanhol,

conduzida com a participação dos

principais agentes do sector espanhol,

identificou os seguintes problemas

específicos do mercado espanhol:

• Reduzida capacidade da produção em satisfazer as necessidades do mercado nacional em termos de quantidades e frequência

• Proliferação de diversas marcas para os produtos ecológicos nas

diversas regiões, podendo causar alguma confusão ao consumidor final

• Encaminhamento da produção para o mercado internacional, havendo reduzido espaço nas cadeias de distribuição para estes produtos

• Limitado investimento em infor-mação para o cliente final, resul-tando no desconhecimento da existência deste produto

• Desconhecimento da realidade do mercado, em termos de vendas, preços, tipo de produtos, etc

• Reduzida cooperação entre for-necedores

3. Principais Linhas de Acção para a Comercialização de Produtos EcológicosPara desenvolver o comércio interno

de produtos ecológicos foram definidas

um total de 12 iniciativas estratégicas.

Adicionalmente, propõe-se uma iniciativa

integradora cuja missão é gerir e

coordenar todo o programa de iniciativas.

Cada iniciativa tem um conjunto de

metas, um plano de implementação e de

seguimento:

As iniciativas de maior relevância são as

seguintes:

• Campanha de promoção integrada -de forma a sensibilizar o mercado e impulsionar o mercado interno;

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�6

• Criação do portal da agricultura ecológica - para facilitar conteúdos e informação sobre/ para o sector

• Adopção de um logótipo único - de forma a criar confiança e facilitar o reconhecimento dos produtos ecológicos

• Criação de um Centro de observação de Produtos Ecológicos - de forma a estudar e compreender o mercado e deter uma referência para os tipos de produtos comercializados e respectivos preços

• Criação de esquemas de incentivos à produção ecológica

- garantindo o abastecimento do mercado com as quantidades e frequência requerida

• Fomento da distribuição e comér-

cio local - através da negociação

conjunta com grossistas e reta-

lhistas e realização de acções de

sensibilização para a distribuição

As iniciativas tomadas em Espanha pelo

Ministério da Agricultura representam

um contributo significativo em prol de uma

agricultura ecológica mais competitiva e

sustentável, podendo servir de referência aos

esforços a desenvolver por outros países.

Hoje em dia a Agricultura Ecológica pratica-se em 120 países do Mundo. Segundo o

estudo da FiBL de 2005/2006, a superfície dedicada à Agricultura Ecológica já

cobre �1.502.786 hectares no Mundo, e o número de produtores ecológicos atinge

os 622.782. Segundo o mesmo estudo, o mercado mundial de produtos ecológicos

estima-se em 2�.500 milhões de euros, sendo a Europa e América do Norte as zonas

com maiores quotas de mercado.

14000

12000

10000

8000

6000

4000

2000

0

12.127

�.4672.800

954 889 888 768 759 7�� 690

Australia China Argentina Itália EUA Brasil Alemanha Uruguai Espanha R. Unido

País

Mil

ha

res

de

he

cta

res

Os 10 principais países em Superfície de Agricultura Biológica

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LEADERSHIP AGENDA�7

PENSAR NAS PESSoAS ANTES DE REESTRUTURAR

Thinking of you – nova mensagem da Electrolux

Pode-se alterar um sistema ou uma

estrutura, mas sem o apoio das pessoas

envolvidas, o resultado poderá ser

negativo. Antes de introduzir mudanças

na organização, é fundamental conhecer

bem as pessoas que constituem a equipa

e determinar com exactidão as áreas que

serão afectadas pelas mudanças. Tudo

isto facilitará, tanto a preparação das

acções a realizar, como uma execução

com êxito dos resultados esperados.

A Electrolux enfrenta um desafio

organizacional devido ao lançamento de

uma nova estratégia e correspondente

plataforma de comunicação designada de

“Pensando em Si - Thinking of You”. Para

Isabel Gonzáles Montes, responsável de

Recursos Humanos da Electrolux, em

Espanha, as pessoas da Electrolux são o

motor da mudança e os impulsionadores

das novas iniciativas. Neste sentido é

fundamental medir a motivação e as

características dos recursos humanos

que são determinantes para alcançar os

objectivos de negócio da empresa e da

nova estratégia.

Com este intuito, a Electrolux realiza

todos os anos um Employee Attitude

o caso da Electrolux ilustra bem como o melhor conhecimento e entendimento das

pessoas que constituem uma empresa podem alavancar a execução estratégica

e a mudança organizacional. Mas este não é um entendimento qualquer e incide

essencialmente na sistematização das características pessoais com impacto na

capacidade de implementação da estratégia empresarial.

Torben Rankine, Country Manager no escritório de São Francisco, e Isabel González Montes, responsável de Recursos Humanos da Electrolux em Espanha. Foto cortesia Revista “Ejecutivo”.

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�8

Survey (EAS). o EAS pretende medir,

através de 24 perguntas fechadas, 6

valores considerados fundamentais para

o desenvolvimento dos profissionais

da empresa assim como dos

gestores da Electrolux, bem como

a sua capacidade de implementação

estratégica: orientação para o Cliente

(Customer Focus), orientação para

Resultados (Goal Setting), Comunicação

(Communication), Ambiente Colaborante

(Collaborative Environment), Coaching e

Empowerment.

os resultados do EAS permitem realizar

uma análise das áreas de força e debilidade

dos colaboradores e ajudar a definir

um plano de acção para melhorar o seu

rendimento relativamente à estratégia

definida e às mudanças organizacionais

necessárias.

A Electrolux confiou à Leadership

Business Consulting a realização do

projecto EAS, tendo em consideração a

sua experiência neste tipo de estudos, a

sua neutralidade no tratamento e análise

dos dados e a sua relação qualidade-

preço.

A nova estratégia e correspondente

plataforma de comunicação, “Pensando

em Si - Thinking of You” corresponde a

uma evolução como empresa e como

marca, alicerçada nas mensagens

anteriores: “A escolha número um no

mundo -The World’s N -1 choice” e “Torna

a vida um pouco mais fácil - Makes life a

little easier”.

Esta nova plataforma pretende levar a

Electrolux a outra etapa de crescimento,

na qual a sua estratégia passa do desenho

do produto para o desenho da marca.

o que a caixa contém é cada vez menos

importante. A repercussão que o produto

e a empresa têm na vida das pessoas é

que é relevante. A inovação é fundamental

para o desenrolar desta nova etapa.

Este desafio passa essencialmente

pelos colaboradores da Electrolux que

se devem esforçar em identificar novas

necessidades e responder a elas com

inovação e novos desenhos (produtos),

mais relevantes e inspirados.

o processo de mudança e o seu

êxito dependem em grande parte

dos colaboradores e das equipas que

trabalham ao longo de toda a cadeia de

comercialização do produto: desde a

sua concepção até à entrega ao cliente

final, assim como o serviço pós-venda e

atenção contínua ao cliente.

“Thinking of You” funciona tanto para

fora (pensando primeiramente no cliente)

como para dentro (pensando nas pessoas

e equipas chave para a implementação

estratégica). A Electrolux virou-se para

as suas pessoas para melhor servir os

seus clientes.

Seis Valores Fundamentais

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LEADERSHIP AGENDA�9

A IMPoRTâNCIA Do ALINHAMENTo Do NEGóCIoO exemplo da ASA – Aeroportos e Segurança Aérea de Cabo Verde

1. Desafios Complexosos desafios que se colocam à gestão da

ASA - Aeroportos e Segurança Aérea,

entidade gestora das infra-estruturas

aeroportuárias e da navegação aérea de

Cabo Verde, são complexos.

Em primeiro lugar, a empresa tem de

actuar e de responder às carências de um

contexto insular. A empresa conta com

um total de cerca de 500 colaboradores

distribuídos geograficamente por oito

das nove ilhas do arquipélago, gere um

centro de controlo da navegação aérea

(Centro de Controlo oceânico, localizado

no Sal), � aeroportos (Sal, Praia e S.

Vicente) e 5 aeródromos (Boavista, Fogo,

S. Nicolau e Maio).

Em segundo lugar, a ASA está inserida

numa conjuntura internacional cada vez

mais competitiva, nomeadamente com

os aeroportos da região.

Em terceiro lugar, a empresa tem de

assumir um peso significativo na promoção

da coesão e do desenvolvimento do país,

nomeadamente, dando um contributo

significativo ao desenvolvimento do sector

turístico e à aposta no posicionamento

de Cabo Verde como hub oceânico,

funcionando como porta de entrada em

África e ponto de apoio a algumas rotas

entre a Europa e a América do Sul.

2. Estratégia de ActuaçãoEstes desafios elevam o nível de exigência

da gestão e levaram a ASA a estabelecer

uma estratégia de actuação focada em

quatro aspectos chave que orientam a

gestão quotidiana da empresa e todo

o processo de tomada de decisão,

nomeadamente:

• Reforço do investimento, tendo em vista o aumento da capaci-dade dos actuais aeroportos e aeródromos para os voos inter-

Será possível uma empresa inserida num contexto insular competir, com sucesso, a

nível internacional? Conciliando, adicionalmente, a perspectiva de maximização dos

resultados do negócio com a perspectiva de intervenção social, numa economia menos

desenvolvida? A história de sucesso da ASA - Aeroportos e Segurança Aérea de Cabo

Verde, permite responder positivamente a estas questões através do alinhamento

estratégico, organizacional e operacional num contexto de valorização dos recursos

humanos e de elevada exigência e de responsabilização pelo desempenho.

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nacionais e domésticos, contri-buindo para o desenvolvimento económico do País e reduzindo a insularidade;

• Desenvolvimento de receitas não aéreas, numa lógica de diversificação e aproveitamento dos investimentos realizados, alavancando o seu desempenho e ganhando vantagem competitiva face aos concorrentes;

• Aposta em parcerias, aprovei-tando know how consolidado na optimização dos aspectos chave do negócio;

• Alinhamento estratégico, organi-zacional e operacional e valoriza-ção dos recursos humanos.

A aposta na modernização das infra-

estruturas aeroportuárias, traduzida,

nomeadamente, na construção dos

novos aeroportos da Praia (inaugurado

em 2006), Boavista (com inauguração

prevista para 2007) e de S. Vicente

(estimado também para 2007), bem

como a construção de um novo edifício

do Centro de Controlo oceânico do Sal,

coloca novos desafios de gestão do seu

negócio.

A gestão da ASA tem colocado

uma grande ênfase no alinhamento

estratégico, organizacional e operacional

e na valorização dos recursos humanos,

ao mesmo tempo que melhora os

instrumentos de gestão estratégica

através de um modelo de indicadores

de gestão e um sistema de Business

Intelligence. Para este efeito, tem

contado com o apoio da Leadership

Business Consulting. Deste modo, a

ASA tem conseguido consolidar uma

cultura permanente de inovação e

desenvolvimento, de responsabilização

e de orientação para os resultados. A

par disso, respeita a matriz cultural e de

valores que estão na base da sua criação,

reforçando o seu posicionamento

enquanto empresa de referência na

economia cabo-verdiana.

Em Novembro de 2005, a ASA iniciou

o desenvolvimento de um programa de

revitalização organizacional, que incluiu a

reestruturação da orgânica da empresa

e a definição de um sistema de suporte à

monitorização global da actividade. Dessa

forma, permitiu um controlo efectivo da

actividade realizada em cada uma das

ilhas e em cada uma das infra-estruturas

geridas pela ASA, a necessária alteração

do status quo e incrementação da

capacidade de resposta aos desafios.

Mais do que uma mera alteração de

unidades orgânicas, tratou-se de

desenvolver novas competências.

Para isso foi necessário reformular a

lógica de funcionamento, privilegiando

as actividades que geram valor,

optimizando o relacionamento interno

Page 41: Leadershipagendaleadership-agenda.com/pdf/ptc2.pdf · da produtividade e da competitividade neste novo contexto competitivo e organizacional baseado no conhecimento, de ambiente turbulento,

LEADERSHIP AGENDA41

entre áreas geograficamente distantes,

clarificando os responsáveis, bem como

os respectivos mecanismos de controlo

e medição da eficiência dessas mesmas

actividades.

os aspectos relacionados com a melhoria

e a inovação foram perspectivados tendo

em conta as boas práticas internacionais

e um acompanhamento sistemático das

evoluções no sector.

os resultados deste tipo de processos

só podem ser avaliados a médio prazo.

No entanto, no caso concreto da ASA,

são já visíveis alterações significativas

na sua performance, decorrentes

deste processo, sendo claro um maior

envolvimento e a maior responsabilização

das chefias relativamente às decisões

tomadas.

Adicionalmente, o sistema de business in-

telligence conceptualizado pela Leadership

e programado pela Darwin permite à ges-

tão da ASA ter acesso em tempo útil aos

principais indicadores de desempenho.

3. Alinhamento Estratégico e OperacionalExistem quatro factores decisivos de

sucesso que se podem salientar da

abordagem adoptada da ASA para

responder aos seus desafios:

• o alinhamento estratégico e operacional permanente com a visão de todos os stakeholders, conseguido através de um processo de tomada de decisão suportado pelas questões críticas para a actividade da ASA:

o Qual o impacto nos resultados da empresa?

o Qual o impacto na comunida-de?

o Qual o impacto nas pessoas da empresa e na sua articulação interna?

• A incorporação das especificida-des próprias de cada ilha (p. ex. limitações existente ao nível do acesso a largura de banda sufi-ciente para o funcionamento dos sistema de informação) nas deci-sões de gestão;

• Clara definição de canais de comunicação e do modelo de relacionamento e reporte entre as diversas estruturas: Quem se relaciona com quem? De que forma? Com que periodicidade?;

• o comprometimento de todos os colaboradores, com particular destaque para as chefias, em todas as fases do processo:

I) concepção;

II) lançamento e divulgação e,

III) acompanhamento da imple-mentação.

Para Jorge Cravo, Manager no

escritório de Lisboa, “uma conclusão

importante do caso da ASA é o valor

seguro da procura constante pelo

alinhamento estratégico, organizacional

e operacional, apostando nas pessoas

e correspondendo aos mais elevados

padrões internacionais e da excelência

na gestão”.

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42

PoRTAL CoRPoRATIVo DA SoNANGoLUm Motor de Gestão da Mudança

A dimensão e o dinamismo organizacional

do Grupo Sonangol e a multiplicidade de

actividades e localizações geográficas

em que está inserido colocam aos seus

gestores e trabalhadores fortes desafios

ao nível da comunicação interna, da

organização, dos métodos de trabalhos

e da gestão do conhecimento gerado na

empresa.

Neste contexto, um dos mais

importantes desafios da Sonangol é o

desenvolvimento de mecanismos e de

ferramentas que suportem e dinamizem

o processo contínuo de modernização

e de gestão da mudança que o Grupo

enfrenta em virtude da pujança que a

economia angolana atravessa.

Fruto da dinâmica de inovação que orienta

os gestores da Sonangol, a Direcção de

Tecnologias de Informação da Sonangol

- liderada pelo Eng. Álvaro Santos -

desenvolveu em 2001 a primeira versão

de um Portal Corporativo, que centra as

suas funcionalidades na disponibilização

da informação.

A Sonangol - Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola

- é a entidade responsável pela gestão dos recursos de

hidrocarbonetos em Angola, tendo como principais atribuições

a gestão das concessões de blocos petrolíferos, pesquisa e produção de petróleo,

distribuição de combustível e, dentro em breve, a refinação de petróleo. A Sonangol

é a maior empresa angolana. Por sua vez o sector petrolífero contribui em cerca de

52% para o total do PIB nacional.

Em virtude da sua dimensão e das suas necessidades, a empresa tem desenvolvido

um conjunto de actividades económicas relacionadas com a actividade petrolífera,

através de um conjunto de empresas subsidiárias nos sectores da aviação,

transporte marítimo, logística e, até, telecomunicações.

A sua diversidade e dimensão são atestadas pelas �4 empresas que constituem o

Grupo Sonangol, totalizando cerca de 10.000 colaboradores.

Em virtude da crescente importância

que o Portal Corporativo tem

assumido na actividade da empresa e

da necessidade da sua renovação, a

Direcção de Tecnologias de Informação

da Sonangol decidiu elaborar um Plano

de Desenvolvimento para o Portal

Corporativo, tendo como objectivo

primordial a sua transformação numa

ferramenta de trabalho diária dos

colaboradores e de suporte à gestão do

conhecimento da empresa, tendo para o

efeito convidado a Leadership Business

Consulting.

Neste âmbito, foi realizado previamente

um estudo comparativo (benchmark)

dos portais corporativos das principais

empresas petrolíferas a nível mundial,

tendo sido analisadas em pormenor os

portais corporativos de seis empresas

de quatro continentes - Europa, América,

África e Ásia.

o benchmark permitiu aferir um

conjunto de factores críticos de sucesso

associados aos portais analisados, entre

os quais se destacam:

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LEADERSHIP AGENDA4�

I) a disponibilização de funcionali-dades orientadas para o dia a dia dos colaboradores (employee- self-service - B2E);

II) a capacidade de personalização dada aos utilizadores;

III) a plena integração de todas as aplicações corporativas no Portal;

IV) o patrocínio explícito dos gesto-res de topo da organização;

V) a gestão de conteúdos ser da

responsabilidade de uma área

orgânica criada para o efeito.

A estratégia definida para a evolução do

Portal Corporativo da Sonangol assenta

num desenvolvimento progressivo

das funcionalidades transformando-o,

num período de 2 anos, num Portal do

Empregado onde as suas funcionalidades

estão vocacionadas para a facilitação dos

processos internos da empresa e para o

acesso aos sistemas de informação da

mesma. objectivo: transformar o portal

na principal ferramenta de trabalho de

cada um dos colaboradores da Sonangol.

Foram também definidas orientações

relacionadas com a gestão de conteúdos

e funcionalidades, modelo de gestão e

comunicação e divulgação.

o processo de transformação do Portal

Corporativo da Sonangol - assente no

plano estratégico - encontra-se agora

em execução tendo sido aprovado e

implementado o novo layout gráfico

estabelecido no decorrer do projecto.

Estratégia definida para a evolução do Portal Corporativo da Sonangol.

Portais com Ênfase no Suporte à DecisãoPortais com Ênfase no

Processamento Colaborativo

Po

rta

is c

om

Ên

fase

no

su

po

rte

à D

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o P

roce

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me

nto

C

ola

bo

rati

vo

Portal do ConhecimentoPortal de Informações Empresariais

Portal da Sonangol

Evolução

Futura

Portal de Especialistas

Portal Colaborativo

Portal

Informativo

Portal de

Negócios

Portal de

Suporte à Decisão

Engº Álvaro Santos, Director de Tecnologias de Informação da Sonangol

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Transforme a sua Intranet num Portal Corporativo

Intranet Portal Corporativo

Conceito e visão tecnológicos

Suporta funcionalidades de interligação

básicas

Acede-se a partir do sistema operativo

Facilita a troca de emails

Acesso alargado de todos os elementos

da empresa

Não está necessariamente ligado a proces-

sos de negócio

Não permite personalização

Não tem métricas de desempenho

Aumenta custos (de comunicação)

Efeitos aritméticos na actividade

Não produz efeitos duráveis e nucleares

É unidimensional

É generalista e não especializado

Conceito e visão de negócio

Suporta funcionalidades de negócio

Substitui o ambiente operativo como ferramenta de arranque

do posto de trabalho

Elimina a necessidade de troca de emails

Acessos controlados e hierarquizados, baseado em single sign on

Permite acesso a todas as ferramentas informáticas e aos

processos de negócio

Permite personalização por departamento e por indivíduo

Está associado a métricas de desempenho da actividade e do

negócio

Reduz custos organizacionais substancialmente

Efeitos multiplicativos na actividade e no negócio

Pode ter efeito transformacional e nuclear

Pode ser multidimensional

Pode ser especializado: portal informativo, colaborativo, do

empregado, de negócio, de suporte à decisão, de gestão do

conhecimento, ou uma combinação destes.

Recomendação Principal: Faça um Plano de Desenvolvimento do Portal Corporativo, de evolução faseada e customizado às suas necessidades, associado à estratégia da empresa, às necessidades organizacionais e de funcionamento, suportado por um cálculo de retorno do investimento, antes de comprar tecnologia - lembre-se, tecnologia não é estratégia.

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LEADERSHIP AGENDA45

Para Tiago Cabral, Manager no escritório

de Lisboa, “Cada vez mais os clientes

assumem um Portal Corporativo

como uma decisão estratégica e

organizacionalmente ponderadas, em

detrimento de ser considerado uma mera

aquisição de software. A definição prévia

de objectivos claros, do alinhamento com o

negócio e do modelo de funcionamento do

Portal Corporativo, são fundamentais.”

Vantagens da Utilização de um Portal Corporativo

o Portal Corporativo é encarado como um meio de ultrapassar um conjunto de

desafios.

1. Relacionados com a gestão da informação e do conhecimento, nomeadamente:

2. Relacionados com a redução de custos e aumento de eficiência, nomeadamente:

�. Relacionados com a gestão da mudança em prol de objectivos estratégicos e competitivos, nomeadamente:

• Incompatibilidades de formatos de ficheiros e plataformas - incremento da interoperabilidade;

• Acesso a informação por diferentes métodos, incluindo client software, web browsers, aplicações específicas, discos rígidos individuais;

• organização e catalogação de informação publicada de forma desorganizada;

• Incapacidade individual para publicação de informação de forma fácil e sua disseminação na organização;

• Diferentes formas e métodos de pesquisar e aceder a informação;

• Incapacidade de distribuir informação de forma abrangente na organização e para o exterior;

• Ausência de ferramentas colaborativas on-line;

• Sistemas sobrepostos com complexos e diferentes interfaces (muitos sem um browser-based interface).

• Ausência de uma plataforma de acesso integrado aos processos de negócio;

• Ausência de plataforma que permita a efectiva partilha de recursos;

• Incapacidade para medir e monitorizar os gastos e os processos de negócio de todo ou em tempo útil;

• Ausência de processo de suporte aos serviços partilhados.

• Ausência de um pólo operacional e permanente de geração de energia orga-nizacional e de motivação e orientação para a mudança;

• Falta de visibilidade dos processos de mudança;

• Ausência de ferramenta potenciadora do trabalho em rede e de actividades transversais;

• Ausência de uma comunicação e de uma experiência diária e consistente;

• Comunicação difusa e difícil de contextualizar para cada departamento e posto de trabalho.

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o EQUILíBRIo ENTRE VALoR ACCIoNISTA E A RESPoNSABILIDADE SoCIALO caso da ENACOL – Empresa Nacional de Combustíveis, SARL (Cabo Verde)

Quando se fala de gestão de empresas do

sector petrolífero é comum responder à

pergunta: “qual o negócio mais lucrativo

do mundo?”, com a seguinte resposta:

“uma empresa petrolífera bem gerida”.

Da mesma forma, pergunta-se: “qual

o segundo negócio mais lucrativo

do mundo?”, à qual comummente se

ouve como resposta: “uma empresa

petrolífera mal gerida”.

Este sentimento de que, independente-

mente do caminho estratégico, do rigor

da gestão e do desempenho dos recur-

sos humanos, uma empresa do sector

petrolífero será sempre rentável, pas-

sou, efectivamente à história. Como em

qualquer sector de mercado prevalece

a teoria de Darwin, em que só sobrevive-

rão os mais capazes de se adaptar à mu-

dança.

A ENACoL - Empresa Nacional de

Combustíveis de Cabo Verde tem vindo a

percorrer um caminho no sentido de se

afastar da imagem de golden mine, quer

perante a sociedade Cabo-verdiana, quer

perante os seus próprios colaboradores.

Inserida num contexto histórico de

empresa nacional, a ENACoL enveredou

por um processo de abertura de capital

aos privados. Actualmente tem cerca

de 200 colaboradores, um volume de

negócios de cerca de M€ 48 e uma

presença em todas as ilhas do arquipélago

de Cabo Verde. Gere 5 parques de

armazenamento (primário e secundário)

e 24 postos de abastecimento e tem

procurado adaptar-se, com sucesso, à

dinâmica do mercado, desmistificando

a sua imagem de “galinha dos ovos de

ouro”.

o bom trabalho que tem vindo a ser

desenvolvido nos últimos anos traduz-se

no crescimento sustentado do negócio,

quer em termos de volume, com uma taxa

de crescimento de �2% em 2005 e 15%

estimado para 2006, quer no que concerne

Num contexto económico difícil, é possível conciliar, por um lado, iniciativas de aumento

de valor accionista, como a melhoria da eficiência interna e de flexibilização da estrutura

de recursos humanos com, por outro lado, uma contribuição relevante para a redução

das debilidades económicas estruturais de um país? Vejamos o caso de sucesso da

ENACoL.

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LEADERSHIP AGENDA47

à penetração dos seus produtos principais,

nomeadamente, o JET A1, o Fuel e o Gasóleo.

Este sucesso resulta de uma abordagem

sólida e sustentada, assente numa

estratégia claramente definida e

cumprida com rigor, que incorpora os

desafios de desenvolvimento do negócio,

influenciados pelo contexto interno e pela

dinâmica internacional a que está sujeito,

mas privilegia, sobretudo, a importância

da empresa na economia do País e o seu

contributo social.

A continuação deste caminho de sucesso

não é um dado adquirido e só será possível

manter se se caminhar no sentido de:

I) aumento da capacidade de resposta às necessidades dos clientes, em termos de qualidade do serviço prestado e inovação ao nível dos produtos fornecidos e;

II) optimização da remuneração dos capitais dos seus accionistas conforme estabelecido no respectivo plano estratégico da empresa.

Estas prioridades de actuação implicam o

desenvolvimento de novas competências

e uma revitalização do modelo de

funcionamento interno, numa lógica de:

I) aumento da capacidade de resposta;

II) incremento da eficiência interna ;e

III) valorização dos seus quadros-chave.

Esta necessidade levou a ENACoL a

estabelecer três linhas de actuação

estruturantes:

• A adaptação do modelo organizacional aos novos desafios e objectivos estratégicos,

tornando-o mais flexível e eficaz de forma a ser mais competitivo nas diversas actividades da cadeia de valor, nomeadamente nas actividades que têm resultado num maior crescimento e envolvimento de recursos;

• A re-adequação da sua estrutura de recursos humanos em termos de actividades realizadas, de

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competências necessárias, de forma a garantir a sua rentabilidade e sustentabilidade, bem como o desenvolvimento contínuo das suas competências (analisando as actuais e identificando gaps face às prioridades do negócio);

• o incremento da orientação para a gestão por objectivos, desenvolvendo práticas de monitorização e controlo da actividade e do cumprimento dos objectivos definidos.

A componente conceptual deste trabalho e a definição das respectivas soluções está já concluída. No entanto, em termos de implementação, estão agora a ser dados os primeiros passos, pelo que os impactos reais decorrentes da implementação das soluções propostas não são ainda tangíveis.

No entanto, este trabalho permitiu à

ENACoL criar uma dinâmica de mudança

associada à sua actividade, quer no que

concerne à mensagem transmitida para

os accionistas e sociedade em geral, quer

para os próprios colaboradores.

Adicionalmente, permitiu uma reflexão

relativamente ao seu papel social e à

sua contribuição para a minimização

das debilidades económicas estruturais

de Cabo Verde, nomeadamente

o empreendedorismo. Está já em

curso uma iniciativa tendo em vista a

criação de uma entidade responsável

pelo estímulo ao empreendedorismo,

alavancada por uma rede de contactos

e parcerias que permitam o lançamento

de novos negócios por parte dos actuais

colaboradores da empresa, estimulando

a sua autonomia e potenciando as suas

mais-valias técnicas.

Este tipo de iniciativas são diferenciadoras

e apresentam um elevado potencial,

sobretudo quando realizadas num

contexto económico difícil como é o

de Cabo Verde. São iniciativas que

contribuem para a criação de modelos

de negócio autónomos, que estimulam a

competitividade interna e se materializam

em resultados positivos para a economia

do País e para a qualificação dos seus

recursos.

Para Andreia Marques, Senior

Consultant no escritório de Lisboa, o

caso da ENACoL “ilustra como uma

análise rigorosa das competências

organizacionais e individuais permite

conciliar melhor o esforço pelo

incremento do valor accionista com uma

responsabilidade social acrescida”.

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LEADERSHIP AGENDA49

DESENVoLVIMENTo ECoNóMICo LoCAL BASEADo No TALENTo

O Caso do Município de Boadilla del Monte

Desafio do Desenvolvimento Económico LocalÀ medida que os mercados se tornam

mais globais e mais impactados pelas

novas tecnologias, as transformações

económicas tornam-se mais profundas

e rápidas, não respeitando fronteiras

nacionais, regionais ou locais. Prevê-se

que no futuro a produção económica

se desloque geograficamente entre

países, regiões e locais específicos de

forma bem mais rápida e abrupta do que

no passado. A globalização económica,

a crescente devolução de poderes

do nível central para o nível local, as

preocupações com o emprego a nível

local face à competição de economias

emergentes, a crescente mobilidade do

capital e sua preferência pelos mercados

financeiros em desfavor do investimento

produtivo de base local, colocam novos

desafios ao poder local e obrigam-no a

olhar para o desenvolvimento económico

de uma forma rigorosa, criteriosa e

sistematizada.

Estratégias de Desenvolvimento EconómicoMas longe vão os tempos em que

as principais formas de competir

territorialmente e de atrair investimento

e de promover o desenvolvimento

económico local se baseavam em

instrumentos estáticos, como subsídios

ao investimento e disponibilização de

infra-estrutura física (como parques de

escritórios e industriais, regras especiais

de urbanismo, entre outros). Estes

elementos continuam a ser importantes,

mas a atracção do investimento e

a promoção do desenvolvimento

económico sustentável através desta

via é insuficiente.

Aliás, em muitos casos resultam

numa soma zero para as autarquias

concorrentes, em que cada uma vai

oferendo cada vez mais benefícios

aos potenciais investidores do que as

autarquias concorrentes até se anularem

em termos diferenciadores e de cada

uma reduzir o ganho final para um valor

marginal.

A estratégia mais adequada é

baseada na construção de elementos

diferenciadores e únicos, baseados nas

vantagens competitivas distintivas de

cada local. A estratégia deverá, assim,

emergir de um processo estruturado

e criterioso que resulte de uma

combinação de instrumentos. Destacam-

se estratégias predominantemente

o Município de Boadilla de Monte representa uma boa prática e uma referência no

âmbito das políticas de promoção de desenvolvimento económico local. Aposta no seu

potencial estratégico distintivo e em políticas de desenvolvimento de recursos humanos

com efeito diferenciador e com impacto no longo prazo, reflectidas na Iniciativa “Boadilla

Integral: Viver e Trabalhar em Boadilla”

O desenvolvimento económico local refere-se ao processo através do qual autoridades locais, organizações e empresas com interesses locais, es-timulam e desenvolvem a actividade económica, a inovação e o emprego a nível local no âmbito de uma com-petitividade territorial cada vez mais exacerbada.

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50

urbanas (zonas especiais, parques

de escritórios e industriais, edifícios,

simplificação de procedimentos

urbanos, shopsteading, melhoramento

da habitação, landbanking, etc.),

predominantemente empresariais (one-

stop-centres, bancos de desenvolvimento,

empresas de financiamento local, sistemas

de marketing em grupo, promoção

de micro-empresas, investigação e

desenvolvimento), predominantemente

económicas (agências de desenvolvimento

económico, cooperativas locais, etc.),

predominantemente tecnológicas (indução

de base tecnológica, promoção da infra-

estrutura soft, etc.) e predominantemente

de recursos humanos (encontro de oferta

e procura de emprego, manutenção

de emprego, programas de formação

customizada à atracção de investimento,

iniciativas de auto-emprego, acordos de

first source, bancos de competências,

etc.).

Força Competitiva das Estratégias Baseadas no TalentoDos vários tipos de instrumentos dispo-

níveis, os referentes ao desenvolvimento

dos recursos humanos são os mais efica-

zes a prazo. Hoje em dia, o talento é o prin-

cipal factor de competitividade económi-

ca e empresarial. o talento é também um

recurso escasso. Por isso, muitas das

decisões de localização de investimento e

de empresas está associado à disponibi-

lidade local de talento a um preço compe-

titivo. Por seu turno, o talento é cada vez

mais móvel (consideravelmente mais do

que a generalidade da força de trabalho)

e é atraído por condições que promovem

a qualidade de vida, nomeadamente a

amenidade urbana e cultural, bem como a

existência de oportunidades de emprego

interessantes e inovadoras. Verifica-se

assim, que a oferta e a procura de talen-

to funcionam como um ciclo virtuoso, que

se reforça e oferece vantagens cumula-

tivas que tendem a perdurar no tempo e

não são facilmente copiadas.

Neste contexto, as autarquias devem ter

todo o interesse em definir e implementar

estratégias ganhadoras baseadas no

desenvolvimento dos recursos humanos,

em articulação com outros instrumentos

complementares.

Da esquerda para a direita, Eva Piera, Directora Geral de Emprego da Comunidade de Madrid; o Presidente da Câmara de Boadilla del Monte, Arturo González Panero e a Vereadora de Formação e Emprego, Belén Húmera, no evento de inauguração da jornada.

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LEADERSHIP AGENDA51

Para Mónica Lauda, Manager na

Leadership Business Consulting, as

Jornadas de Emprego constituem

uma boa forma de promover um amplo

conjunto de objectivos:

I) criação e desenvolvimento de prego local,

II) melhoria da qualidade de vida dosresidentes e da produtividade das empresas do município,

III) gestão e retenção de talento para as empresas, e

IV) atracção de investimento empresarial para o município.

O Caso de Boadilla del MonteÉ nesta lógica de desenvolvimento

sustentável baseado na oferta de uma

boa qualidade de vida urbana, atracção

simultânea de talentos e de emprego

qualificado para esses talentos que a

municipalidade de Boadilla Del Monte tem

apostado. Tira partido da sua localização

privilegiada nos arredores de Madrid,

da sua elevada amenidade urbana, e

da sua estrutura demográfica jovem

(predominância de casais com �0-40

anos e com dois ou três filhos) e bem

qualificada (elevado índice de licenciados

e pós-graduados).

Boadilla tem em curso um projecto

inovador de promoção do conceito

“Boadilla Integral:viver e trabalhar

em Boadilla”, a cargo da Vereação do

Emprego, Comércio e Formação.

Este projecto envolveu, numa primeira

fase, a realização de uma Jornada de

Emprego, organizada pela Leadership

Business Consulting, dedicada a juntar

empresas sedeadas em Boadilla e

pessoas residentes em Boadilla para

unir esforços em matéria de selecção e

desenvolvimento profissional.

As empresas participantes tiveram a

oportunidade de apresentar as suas

estratégias de recrutamento e os

diversos candidatos presentes tiveram

uma oportunidade única, num ambiente

favorável, de apresentar as suas

qualificações. A Leadership Business

Consulting também realizou entrevistas

de avaliação de competências aos

candidatos presentes e interessados em

conhecer o seu perfil, para clarificarem os

seus objectivos futuros e ficarem melhor

habilitados em processos de selecção

futuros.

A segunda fase do projecto envolveu

a optimização dos processos de

desenvolvimento de emprego local e conciliação de vida pessoal e profissional.

Para este efeito, foram revistos e

optimizados os fluxos, os processos e

as ferramentas associadas à Bolsa de

Emprego do Município.

Dos cinco recursos chave para o

desenvolvimento económico - matéria-

prima; recursos humanos; mercados;

gestão; e financiamento - Boadilla tem

apostado com sucesso nos recursos

humanos e pode servir de exemplo para

outros.

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52

SECTOR

oNE SIzE DoES NoT FIT ALLO Exemplo da Reestruturação das Redes de Terceiros do Grupo CTT

Contexto de Desenvolvimento das Redes de Terceiros dos CTT

As redes de distribuição são cada vez mais

decisivas para o sucesso de vários tipos

de negócio, uma vez que representam

a interface mais decisiva de contacto

com o cliente. As soluções de gestão das

redes de distribuição do tipo “one size

fits all” trazem benefícios pois permitem

actuar em larga escala, homogeneizando

processos operacionais, simplificando o

processo de gestão e reduzindo custos.

No entanto, nem sempre são as mais

adequadas tendo em conta os investi-

mentos necessários, especialmente em

situações onde a interacção com o clien-

A segmentação estratégica das redes de terceiros do Grupo CTT ilustra que as

soluções “one size fits all” fazem cada vez menos parte do dia-a-dia das organizações.

Uma estratégia flexível de gestão das redes de terceiros, segmentando os agentes

em termos de tráfego e de mix de serviços prestados, focando na rentabilidade e no

serviço ao cliente, irá permitir um aumento significativo das receitas e da eficiência

operacional e uma poupança anual de cerca de 1 milhão de euros.

te é mais determinante para o negócio

do que a eficiência do back office. Nestes

casos, de forma a conciliar os dois facto-

res, é necessário adoptar soluções mais

complexas, avaliando todas as variáveis

do negócio.

Com o intuito de racionalizar os seus

custos operacionais e de potenciar as

receitas da actividade, o Grupo CTT

analisou as opções de desenvolvimento

estratégicas e operacionais para as

actuais redes de terceiros: os postos

de correio e a PayShop, tendo para este

efeito contado com o apoio da Leadership

Business Consulting. A rede de postos

de correio é complementar à rede de

estações de correios. A rede de agentes

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LEADERSHIP AGENDA5�

da PayShop está dedicada à exploração

do mercado de pagamento de cobranças

“over-the-counter” e de carregamento

de telemóveis pré-pagos.

Estas redes têm diferentes matrizes

de crescimento, distintas funções e

importância no universo dos serviços

prestados no Grupo CTT e em termos

do convénio de desenvolvimento da

rede postal pública apresentada ao

regulador, mas apresentam um potencial

de obtenção de sinergias e de maior

articulação mútua, especialmente no

que respeita ao serviço de cobranças

postais.

Um Desafio Estratégico e OperacionalDesta forma, colocava-se ao Grupo CTT

a possibilidade de adoptar um modelo

tipo “one size fits all”, integrando as redes

de terceiros em termos tecnológicos,

processuais e contratuais, ou enveredar

pela segmentação das redes em função

das necessidades dos clientes, tipos

de tráfego e tipologias de serviços a

prestar.

Foram analisadas algumas questões

decisivas para a tomada de decisão:

1. Autonomização progressiva da gestão processual e financeira das redes de terceiros da actual rede própria de estações de correio;

2. Homogeneização tecnológica das redes, utilizando a mesma plataforma de suporte às operações;

�. Centralização e coordenação da gestão e reporte das redes de terceiros numa entidade única no Grupo CTT.

Face aos desafios de eficiência/eficácia

e à necessidade de serviço ao cliente era

necessário, qualquer que fosse a solução

adoptada, ter uma abordagem integrada,

assegurando as sinergias necessárias

para o Grupo CTT.

As diferentes opções de desenvolvimento

estratégicas e operacionais foram,

por isso, equacionadas e analisadas em

função de várias vertentes: Estratégia,

Tecnologia, Regulação, Contratos, Marca

e Comunicação, Processos, Recursos

Humanos e Económica e Financeira.

Foi igualmente desenvolvida uma

segmentação da rede de terceiros em 4

vertentes fundamentais:

I) cobertura geográfica;

II) regulação e contratos;

III) negócio (em termos do tráfego

realizado);

IV) informatização (existência e tipo

de solução).

Uma Solução Customizada às Necessidades dos Clientes

A segmentação realizada permitiu

encontrar soluções diferentes para a

rede de terceiros, conforme as diferentes

necessidades de cada segmento.

No segmento de postos com menor

volume de tráfego, foi decidido

manter a situação actual, sem uma

solução tecnológica associada, pois

o potencial investimento a realizar

não era compensado pelos benefícios

incrementais.

No segmento de postos com volume e

mix de tráfego mais vocacionado para

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54

cobranças postais, a solução consistiu no

investimento de informatização, através

da instalação do equipamento Point of

Sales (PoS) com leitor óptico da PayShop,

pressupondo os desenvolvimentos ne-

cessários ao aumento das funcionalida-

des do equipamento e interfaces com

sistemas dos CTT, com um valor anuali-

zado superior a €�50.000.

Para postos de correio com maior

tráfego e um mix mais acentuado

em serviços de correio tradicional foi

definida a solução tecnológica de maior

complexidade, para a gestão dos serviços

postais (actualmente também presente

nas Estações de Correio), permitindo

uma melhor prestação do serviço e

rapidez nas transacções nestes postos

de correio.

Foram também definidas acções

que conduzem à harmonização dos

pagamentos pelos serviços prestados

na rede de terceiros, através de soluções

que permitam uma solução de win-win

para o Grupo CTT e para os diversos

agentes da rede de terceiros.

Em termos de back office foram definidos

mecanismos para a simplificação de

diversas actividades nas estações de

correio ligadas à verificação do trabalho

dos postos de correio, à introdução

de dados no sistema e à realização da

prestação de contas, pressupondo a

alteração de processos.

Adicionalmente, existe um potencial

aumento das receitas dos postos de

correio, induzido pelo aumento das

operações de carregamentos de

telemóveis com interesse para o tráfego

gerado para o agente da rede externa.

Estas melhorias resultam num

potencial de aumento de receitas e de

racionalização de custos que, em face

do investimento, permitem atingir um

potencial de criação de valor anual de

cerca de 1 milhão de euros.

Desta decisão de investimento do Grupo

CTT podem ser retiradas algumas

ilações, no sentido de:

1. Guiar primordialmente as deci-sões de investimento pelas ne-cessidades objectivas dos clien-tes, e não pela oferta de serviços ou outro qualquer critério;

2. Evitar investimentos massivos em tecnologia, sem a respectiva componente de rentabilização, quer através da racionalização de custos ou do aumento de receitas;

�. Analisar a rede de distribuição de uma forma integrada, evitando potenciais conflitos de canais e focando na prestação do serviço ao cliente final.

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LEADERSHIP AGENDA55

CoRREIoS DE ANGoLA MoDERNIzAM-SEUm modelo para capitalizar o potencial de mercados emergentes

A empresa Correios de Angola está

inserida num mercado emergente

extremamente dinâmico e promissor,

caracterizado por elevadas taxas de

crescimento económico, aumento

substancial de novas actividades

económicas, que resultam em novas

necessidades de produção de serviços e,

naturalmente, produzem um vasto leque

de novas oportunidades.

A empresa Correios de Angola está a atravessar um processo de modernização, cujo

modelo pode ser útil a outras empresas na mesma situação, em Angola, ou noutros

sectores e países com condições de mercado emergentes - isto é, mercados de

elevado potencial, mas que têm de ultrapassar barreiras estruturais significativas.

Hoje os Correios de Angola oferecem serviço de qualidade.

Constituem elementos fundamentais do modelo, a identificação pragmática do

potencial do mercado, a identificação objectiva de gaps de serviço e um enfoque

operacional (actuando com determinação e reestruturando com coragem) nas áreas

de maior potencial de negócio, alicerçados num plano sucinto de acção, de formação e

de investimento. Depois, a qualidade da gestão e liderança diária será determinante.

1. Turnaround em CursoNo entanto, para tirar partido deste

potencial, os Correios de Angola

precisam de ultrapassar vários desafios

complexos, entre os quais se destacam

os seguintes: infra-estruturas físicas

destruídas pela guerra, com um

elevado custo de reabilitação; período

prolongado de ausência de modernização

operacional e organizacional e de

inovação tecnológica, que resultou na

cristalização em processos operacionais

pouco produtivos; desabituação de

utilização dos correios pelo mercado,

devido à situação de guerra, agora

complementado pela crescente utilização

de novas tecnologias, nomeadamente

telefone móvel e Internet; pouca

orientação da empresa para o mercado,

e consequente irregularidade do nível

de serviço prestado, devido ao longo

período de constrangimento económico;

défice económico-financeiro crónico da

empresa, devido aos itens anteriores e

aos compromissos de serviço universal

às populações.

No entanto, em resultado do processo

de modernização em curso, os Correios

de Angola estão a conseguir ultrapassar

com êxito estes desafios, oferecendo já

neste momento ao mercado um conjunto

de novos serviços de qualidade, com

Da esquerda para a direita: Dr. Esperança, PCA dos Correios de Angola, Dr.Licínio Tavares, Ministro das Telecomunicações e

Correios e DrªAna Maria Guimarães, Vice - Ministra dos Correios e Comunicações.

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56

maior rapidez, fiabilidade, segurança

e crescente cobertura geográfica. o

leque de novos serviços e a qualidade

da oferta de serviços irá aumentar

significativamente nos próximos dois

anos. A oferta de novos serviços para o

mercado empresarial, a inauguração de

novas estações, já com oferta de Internet,

o novo site (em www.correiosdeangola.

ao), e a informatização em curso de

várias estações dos correios, projecto

contratado aos CTT de Portugal, são

resultados já visíveis.

2. Modelo que Está na Base da Modernização

o modelo que suporta esta nova dinâmica

está baseado na combinação das

seguintes acções:

• Empenho inicial da tutela política e da Direcção Nacional dos Correios;

• Definição de um plano director para o sector dos correios com uma visão clara do futuro, elaborado pela KPMG;

• orientação da empresa Correios de Angola para os serviços que o mercado, a sua base de clientes, mais necessita.

A Leadership Business Consulting está

a apoiar os Correios de Angola nesta

última vertente, denominada como

“Programa Destaca”, tanto em termos

conceptuais, como em termos de apoio

à implementação, ao mesmo tempo

que apoia também na sua actualização

estratégica.

A abordagem metodológica definida para

os Correios de Angola baseou-se nos

conceitos fundamentais do marketing

estratégico:

I) identificar o valor potencial do mercado e do potencial de negócio;

II) segmentar o mercado;

III) identificar as expectativas dos clientes;

IV) identificar o gap da prestação de serviço dos Correios de Angola; e

V) definir uma proposta de serviço pragmática e competitiva rela-tivamente à concorrência, que permita a satisfação das necessi-dades dos clientes e a criação de valor para os Correios de Angola.

Este último ponto exigiu a definição de um

novo modelo de actuação da empresa.

Constituiu um objectivo dominante do

trabalho, o aumento do volume de tráfego em

conjugação com outras medidas, por forma

a permitir uma sustentabilidade económico-

financeira duradoura na empresa dos

Correios de Angola, reduzindo a necessidade

de injecção de fundos públicos na empresa

para a componente operacional, construindo

assim capacidade para melhor contribuir

para objectivos sócio-económicos do País e

para a prestação de serviços às populações

carenciadas.

Uma nova imagem corporativa e uma presença mais dinâmica no

mercado

Inovação Modernização

Responder com eficácia

às necessidades do

mercado, através de

uma oferta alargada e

adequada de serviços

Apostar na atracção de

pessoal qualificado e na

valorização dos efectivos

actuais

Desenvolver as suas in-

fra-estruturas físicas e

tecnológicas de modo a

alargar a sua capacidade

e qualidade do serviço

Qualificação Sustentabilidade

Procurar o equilibrio fi-

nanceiro de exploração e

libertar meios para o seu

próprio desenvolvimento

Valores Estratégicos dos Correios de Angola

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LEADERSHIP AGENDA57

o “Programa Destaca” combina uma

intervenção de foco simultaneamente

estratégico e operacional para revitalizar

o negócio de uma forma rápida e objectiva,

incluindo os seguintes elementos:

I) Estratégicos:• Identificação das áreas com maior

potencial de negócio;

• Identificação das causas (internas e externas) dos gaps de serviço;

• Identificação das alavancas de desenvolvimento do negócio;

• Valorização das opções a tomar em termos de impacto e custo;

• Quantificação do valor total ge-rado pelas acções a desenvolver, i.e., “Programa Destaca”;

• Identificação de parceiros para o melhor desenvolvimento dos novos serviços.

II) Operacionais:• Definição das acções de opera-

cionalização do “Programa Des-taca”;

• Definição dos responsáveis pela execução das acções;

• Definição do calendário de inter-venção;

• Definição do modelo de monitori-zação.

o alcance dos objectivos ambiciosos por

parte dos Correios de Angola será um

processo gradual, mas que dependerá,

fundamentalmente, da sua própria

capacidade de abordar os clientes com

ofertas de valor e de se reposicionar

em termos de imagem, reforçando a

confiança na empresa junto do mercado.

3. Objectivos Estratégicos e Operacionais Definidos pelos Correios de Angola

o Programa Destaca envolveu uma

actualização prévia e um enquadramento

na estratégia de actuação da empresa

Correios de Angola no período 2007-

2012, que será orientada por 4 eixos

estratégicos, visando assegurar

uma presença mais forte e dinâmica

no mercado e uma nova imagem

corporativa.

os investimentos estratégicos propos-

tos para o período 2006-2008, neces-

sários para reforçar a actividade dos

Correios de Angola, incidem sobre � áreas:

I) Capacitação dos Recursos Humanos;

II) Novos Serviços e Melhores operações;

III) Recuperação da Rede Postal.

Inserido neste contexto, o Programa

Destaca foi estruturado em cinco eixos

de actuação e num conjunto de 15 acções

prioritárias, que conjugados entre si de

uma forma coerente permitirão obter

resultados significativos a curto prazo.

Factores Críticos para o Sucesso da Operacionalização do Programa

1

2

3

4

5

6

7

Apoio de Topo

Capacitação: RHs, agentes de mudança e apoio externo

Alocação financeira adequada e atempada

Actuação equilibrada no binómio comercial e operações

Cultura de Gestão

Qualidade, Flabilidade e Segurança

Sucesso na alteração da imagem

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58

Modelo de Actuação: Detalhe Operacional

Para Vitor Calhau, Country Manager

da Leadership em Angola, a

complexidade de operacionalização

de todo este conjunto de acções do

Programa Destaca vai requerer um

forte envolvimento da estrutura

e das pessoas chave, o reforço de

competências de gestão e de liderança,

assim como um grande sentido prático

de implementação.

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LEADERSHIP AGENDA59BENCHMARk

PoLíTICAS PÚBLICAS DE EMPREENDEDoRISMo No SUL DA EURoPA

No âmbito dos esforços da

Comissão Europeia pela promoção

do empreendedorismo, a Leadership

Business Consulting foi seleccionada

pelo Emprende-Inova para elaborar um

estudo sobre as políticas públicas de

apoio ao empreendedorismo. o estudo foi

concluído no final de 2006 e adjudicado pela

entidade representativa do Empreende-

Inova em Portugal, o INSCooP - Instituto

António Sérgio do Sector Cooperativo.

o estudo identifica as melhores práticas

no espaço SUDoE (Portugal, Espanha e

Sul de França) e noutros países da União

Europeia, e estabelece directrizes e

linhas orientadoras para a concretização

de políticas públicas que visem o

desenvolvimento do empreendedorismo.

Orientações Estratégicas Europeiaso trabalho desenvolvido adoptou como

enquadramento prévio as orientações

estratégicas da Comissão Europeia para

promover o empreendedorismo europeu,

definidas no Livro Verde “Espírito

Empresarial na Europa”.

o empreendedorismo constitui um dos temas do momento. o seu desenvolvimento

permite a geração de riqueza e o crescimento económico, através de novos projectos

empresariais e a criação de postos de trabalho. Por isso, é unanimemente considerado

uma das alavancas para assegurar o desenvolvimento económico da Europa. Mas

o que é necessário fazer para lançar mais empreendedores e ter uma maior taxa de

sucesso?

Um estudo realizado pela Leadership Business Consulting no âmbito da estratégia da

Comissão Europeia para o fomento do empreendedorismo europeu recomenda que as

regiões do Sul da Europa actuem essencialmente na vertente educacional, fomentando

uma cultura empreendedora, e no suporte ao financiamento, permitindo o arranque de

novos projectos com uma estrutura de acompanhamento adequada. o estudo aponta

um conjunto de acções para melhor promover o empreeendedorismo.

Figura 1 - Orientações para a Promoção do Empreendedorismo Europeu

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60

Pretende-se que as propostas

apresentadas pelo estudo constituam

elementos de reflexão para a tomada de

decisão das entidades e organismos que

contribuem para a definição e execução

de políticas públicas de fomento ao

empreendedorismo.

A abordagem adoptada foi inovadora na

classificação e análise das iniciativas do

empreendedorismo, definindo:

I) fases de ciclo do empreendedo-rismo - pré-desenvolvimento da ideia, desenvolvimento da ideia, criação/ implementação da ideia e desenvolvimento do projecto);

II) vertentes de apoio ao empre-endedor - agilização processual, consultoria, divulgação, financia-mento, formação, formalização, incentivos fiscais e sociais, infra-estruturas e parcerias de negócio.

Conclusões sobre as Políticas Públicas no Espaço SUDOEAs causas que limitam o

empreendedorismo europeu prendem-

se com as barreiras administrativas,

o financiamento, o risco associado

à iniciativa empresarial, o processo

educacional, a formação e as políticas de

apoio ao empreendedorismo.

Ao nível das vertentes de apoio e das

fases de ciclo, foram identificadas, as

seguintes conclusões fundamentais:

• Conjunto restrito de iniciativas na Fase de Pré-Desenvolvimento da Ideia;

• Iniciativas com impacto conside-rável na Fase de Desenvolvimen-to da Ideia;

• Insuficiente coordenação global das iniciativas;

• Insuficiência de benefícios fiscais e sociais específicos para empre-endedores;

• Insuficiência de linhas de financia-mento;

• Existência de um limitado número de iniciativas que promovem as parcerias de negócio;

• Legislação inadequada às neces-sidades do empreendedor.

Ao nível do impacto das medidas

existentes verifica-se o seguinte:

• Promotores - o Estado disponibiliza um conjunto de ferramentas de financiamento, divulgação, consultoria, formação e parcerias de negócio, enquanto o sector privado disponibiliza iniciativas que abrangem todas as vertentes de apoio;

• Adesão - A adesão aos programas públicos não é total, embora a maioria das iniciativas

Figura 2 - As Principais Causas que Limitam o Empreendedorismo Europeu

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LEADERSHIP AGENDA61

demonstrem uma taxa de crescimento positiva;

• Resultados - Existem casos de sucesso de iniciativas, porém a taxa de criação de empresas no SUDoE é baixa e a taxa de sobrevivência pode ainda ser melhorada;

• Requisitos - Há um conjunto de iniciativas de fácil acesso com re-quisitos simples mas há também iniciativas no âmbito do financia-mento e da formação financia-da com requisitos complexos ou pouco flexíveis.

No que respeita ao processo de gestão

das iniciativas as principais conclusões

são:

• Necessidade de definir objectivos concretos e quantificáveis para as iniciativas;

• Necessidade de definir indicadores de impacto e de acompanhamento para as medidas;

• Limitada aplicação de instrumen-tos de monitorização das iniciati-

vas (medida do impacto);• Insuficiente coordenação cen-

tralizada das iniciativas, principal-mente as de divulgação;

• Inexistência de uma estratégia global de desenvolvimento do empreendedorismo.

Através da identificação de melhores

práticas no espaço SUDoE foram reti-

radas algumas conclusões importantes,

das quais se destacam:

• o espaço SUDoE dispõe de um conjunto de boas práticas que cobrem genericamente as quatro fases do ciclo do empreendedorismo, existindo uma oferta maior nas fases de criação/ implementação da ideia e de desenvolvimento do projecto;

• Existe um conjunto de oportunidades de melhoria para os diversos países cobrindo gaps específicos existentes em cada um deles.

Figura 3 – Boas Práticas no espaço SUDOE e seu Posicionamento no Ciclo do Empreendedorismo

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62

Melhores Práticas Europeiaso Benchmarking Internacional realizado

permitiu a identificação de um conjunto

de boas práticas noutros países que

podem ser implementadas para melhor

fomentar o empreendedorismo no espaço

SUDoE, entre os quais se destacam as

seguintes:

Estas melhores práticas internacionais

incidem nos factores mais importantes

para a promoção e desenvolvimento do

empreendedorismo: o fomento de uma

cultura empreendedora nas pessoas,

tanto no momento escolar como

universitário, e a capacidade de apoiar e

acompanhar projectos, nomeadamente

a nível de suporte financeiro.

Neste âmbito, é necessário que os agentes

do mercado financeiro, como acontece

a nível internacional, respondam de uma

forma mais eficaz às necessidades dos

empreendedores, lançando produtos

mais adequados para alguns segmentos

(p.e. no micro-empreendedorismo) e

apoiando a própria formação empresarial

dos empreendedores, nos primeiros

momentos de lançamento do negócio

(p.e. na elaboração do plano de negócios e

em acções de formação sobre temas de

gestão).

Figura 4 – Iniciativas Internacionais no Ciclo do Empreendedorismo

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LEADERSHIP AGENDA6�

Estratégia de Actuação Recomendada para o Espaço SUDOEA estratégia para o desenvolvimento de

iniciativas de apoio ao empreendedorismo

no espaço SUDoE deve assentar num

conjunto de quatro eixos de actuação.

Cada eixo de actuação contempla um

conjunto de prioridades, que deverão ser

executadas através da implementação

de acções específicas, identificadas em

detalhe no estudo.

• Eixo 1 - Empreendedorismo para Todos - visa eliminar os obstácu-los ao desenvolvimento e cresci-mento das empresas;

• Eixo 2 - Disseminação da Cultura

Empreendedora - visa incutir uma cultura empreendedora na socie-dade civil;

• Eixo � - Valorização do Empre-endedorismo - visa valorizar as pessoas que assumem riscos no desenvolvimento de novos pro-jectos; e

• Eixo 4 - Gestão Eficiente das Ini-ciativas de Empreendedorismo - visa a promoção de uma gestão orientada para os resultados das iniciativas desenvolvidas.

Em suma, a estratégia de actuação

baseia-se numa lógica de �pg: pessoas,

processos, práticas e gestão.

Figura 5 – Eixos Recomendados para a Estratégia de Apoio ao Empreendedorismo

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64

O Eixo 1 - Empreendedorismo Para Todos, visa eliminar os obstáculos ao desenvolvimento e crescimento das empresas.

O Eixo 2 - Disseminação da Cultura Empreendedora, visa incutir uma cultura empreendedora na sociedade civil.

O Eixo 3 - Valorização da Cultura Empreendedora, visa valorizar as pessoas que assumem riscos no desenvolvimento de novos projectos.

Prioridade 2.1 - Promoção do Empreendedorismo

Prioridade 2.2 - Empreendedorismo no Sistema Educativo

Prioridade 2.� - Formação em Empreendedorismo

• Disseminação dos resultados da actividade de empreendedorismo junto da sociedade civil, como forma de tentar minimizar a natural aversão ao risco

• Criação de uma cultura empreendedora nas camadas mais jovens da sociedade garantindo que a mesma se enraíze para gerações vindouras

• Promoção de formação de qualidade e adequada às necessidades do empreendedorísmo.

• Aumento do grau de conhecimento das iniciativas de empreendedorismo junto da sociedade.

• Aumento do nível de competências necessárias ao desenvolvimento do empreendedorismo;

• Redução de aversão ao risco

• Disseminação de acções de apoio ao empreendedorismo com qualidade

Objectivos Resultados

EIXo 2 - Disseminação da Cultura Empreendedora

Designação

Prioridade 1.1 - Desenvolvimento do Modelo de Financiamento

Prioridade 1.2 - Consolidação da Agilização Processual

Prioridade 1.� - Melhoria da Divulgação das iniciativas

Prioridade 1.4 - Reforço e Alargamento das Iniciativas Existentes

• Disponibilização de mais instrumentos de financiamento na tentativa de reduzir consideravelmente as barreiras à entrada, no âmbito de empreendedorismo

• Capitalização das iniciativas de sucesso existentes na área de agilização

• Aumento da eficiência e eficácia das iniciativas de divulgação, permitindo ao empreendedor o acesso a informação estruturada, completa e sistematizada

• Aumento e capacidade de apoio à actividade empreendedora

• Aumentar micro-créditos;• Promover a utilização de ventura

capital;• Aumentar financiamento

bancário para empreendedores.

• Maior numero de serviços de apoio ao empreendedor com maior nível de eficiência.

• Maior abrangência na divulgação (novos tipos de informação);

• Acesso mais fácil à informação de apoio.

• Aumento da abrangência das iniciativas existentes (p.e. extensão sectorial, cobertura territorial, reforço financeiro, etc...)

Objectivos Resultados

EIXo 1 - Empreendedorismo para Todos

Prioridade �.1 - Balanceamento do risco com o retorno do investimento mais favorável

Prioridade �.2 - Encorajamento dos

empreendedores

para desenvolverem

negócios existentes

Prioridade �.� - Aumento da

atractividade dos

Spin-off’s

• Reduzir o impacto do risco na actividade empreendedora e aumentar o retorno do investimento.

• Aproveitar negócios existentes com potencial de crescimento capitalizando o seu conhecimento de mercado

• Aproveitamento de sinergias existentes, redução do cousto de empreendedorismo e aproveitamento de ideias desenvolvidas.

• Redução do custo do empreendedorismo.

• Rejuvenescimento do tecido empresarial actual.

• Aumento da utilização do know-how detido nos meios universitários e no meio empresarial.

Objectivos Resultados

EIXo � - Valorização da Cultura Empreendedora

Designação

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LEADERSHIP AGENDA65

Lições Aprendidas e Aplicação Imediata em Portugal

Por último, este projecto traduziu-se na

elaboração de um Plano de Transferência,

isto é, um plano de implementação que

fomenta a partilha de experiências entre

os países do espaço SUDoE.

As oportunidades de transferência são

constituídas pelas melhores práticas

de apoio ao empreendedorismo que

são disponibilizadas em pelo menos uma

das regiões do espaço SUDoE e que

são consideradas aplicáveis em outras

regiões do Espaço SUDoE.

Para Portugal foram identificadas

algumas oportunidades de transferência

imediatas, encontradas em Espanha

e França, que actuam nas áreas de

maior premência para a promoção

do empreendedorismo no nosso país:

criação de uma cultura empreendedora

nas pessoas e desenvolvimento de

um modelo de suporte financeiro mais

adequado aos empreendedores.

Para consultar mais informação sobre o

projecto aceda a www.emprendeinnova.

org

Figura 6 – Oportunidades de Transferência para Portugal

O Eixo 4 - Gestão Eficiente das Iniciativas de Empreendedorismo, visa a promoção de uma gestão orientada para os resultados das iniciativas desenvolvidas.

Prioridade �.1 - Melhoria na Implementação das Medidas

Prioridade �.2 - Implementação de Modelos de Monitorização

Prioridade �.� - (Re) Adequação das Iniciativas

• Aumento da eficácia das medidas existentes, melhorando o nével de apoio ao empreendedor e o impacto no desenvolvimento económico.

• Criação de mecanismos que permitam controlar a implementação das medidas para posterior correcção, caso seja aplicável.

• Adequação das iniciativas à evoluçaõ das necessidades das actividades de empreendedorismo.

• Iniciativas com impacto maior no desenvolvimento do empreendedorismo.

• Aumento da capacidade de avaliação do desempenho das iniciativas

• Maior alinhamento das iniciativas coma as necessidades reais de empreendedorismo.

Objectivos Resultados

EIXo 4 - Gestão Eficiente das Iniciativas de Empreendedorismo

Designação

Prioridade �.� - Coordenação Eficaz das Iniciativas • Aumento da eficácia e abrangência

das iniciativas de divulgação.• Maior facilidade no acesso às

iniciativas.

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66

o projecto Emprende+Innova pretende ser um contributo para o desenvolvimento

económico e, ao mesmo tempo, o fomento do emprego no espaço SUDoE (Sudoeste

da Europa) através da criação de uma rede estável de apoio ao empreendedorismo.

o seu modo principal de intervenção é a partilha de conhecimentos, recursos e

informações, e a apresentação de um conjunto de propostas que visem ultrapassar o

limitado índice de êxito das políticas públicas de apoio ao empreendedorismo que têm

sido desenvolvidas, a nível europeu, nacional, regional e local.

As entidades que constituem esta rede de conhecimento são originárias de Portugal,

Espanha e França: a Fundación Red Andalucía Emprende, o Instituto António Sérgio

do Sector Cooperativo, o Réseau Universitaire Toulouse Midi-Pyrénées, a Fundació

Privada per a la Promoció de l’Autoocupació de Catalunya CP’AC, o DoCUMENTA –

Instituto Europeu de Estúdios para la Formación y el Desarrollo, e a Confederación de

Entidades para la Economia Social de Andalucía (CEPES - Andalucía).

os objectivos prosseguidos pelo Emprende+Innova, são os seguintes:

• Criação de uma rede transnacional no espaço SUDoE para a identificação,

valorização e definição do perfil de empreendedor;

• Análise dos factores da cultura empreendedora a potenciar pela Administração

Pública no trabalho de fomento da criação de empresas;

• Detecção de boas práticas de apoio ao empreendedor/a;

• Intercâmbio de experiências inovadoras no empreendimento;

• Difusão de resultados, boas práticas, estratégias e metodologias de fomento

da cultura empreendedora no espaço SUDoE e UE;

• Transferência de resultados das políticas nacionais, regionais e locais para a

sua aplicação;

• Elaboração comum dos indicadores para monitorização dos resultados.

Para a concretização destes objectivos foi definido um plano de actuação estruturado

em sete etapas:

• Criação de uma rede virtual de apoio ao empreendedor que contenha

informação e ferramentas de apoio;

• Desenvolvimento de ferramentas informáticas de apoio ao empreendedor;

• Realização do projecto-piloto sobre análises de políticas públicas, propostas

de estratégia e plano de transferência de resultados;

• Realização de estudos sobre todos os aspectos que rodeiam a figura do

empreendedor;

• Criação de um observatório que contenha as informações periódicas assim

como informação actualizada sobre os indicadores do projecto;

• Realização de jornadas de difusão nacional (Espanha, Portugal e França)

e transnacional (Bruxelas) dos resultados do projecto entre os agentes

económicos, sociais e políticos;

• Desenvolvimento dos procedimentos de gestão técnica, administrativa e

financeira para a correcta execução do mesmo.

O Projecto Emprende + Innova

Page 67: Leadershipagendaleadership-agenda.com/pdf/ptc2.pdf · da produtividade e da competitividade neste novo contexto competitivo e organizacional baseado no conhecimento, de ambiente turbulento,

LEADERSHIP AGENDA67LIDERANçA

LIDERANÇA, UMA QUESTÃo DE CARÁCTER E VoNTADE

Para o Professor Álvarez de Mon, a

liderança é um processo dinâmico que

influencia as condutas, os pensamentos e

os sentimentos, libertando um caudal de

energia e talento humano em prol de um

objectivo comum. Neste contexto, liderar

e aprender são verbos quase sinónimos.

Daí a importância do coaching, do diálogo

socrático através do qual se ajuda uma

pessoa a descobrir e a utilizar o seu valor

interior.

Da sua intervenção-diálogo com a

audiência presente no evento, salientam-

se quatro mensagens chave, que se

sumarizam a seguir.

1. Novos Líderes para Novos Tempos

Para este professor universitário no

Departamento de Recursos Humanos

e organização do IESE em Madrid,

doutorado em Sociologia e Ciências

Políticas pela Universidade de Salamanca,

precisamos de líderes adaptados à nova

realidade empresarial, cada vez mais

turbulenta e global. Estes são os tempos

propícios à descoberta de novos líderes.

Líderes capazes de gerir na incerteza,

com mentalidade mais global e mais

informados. Líderes que:

• não procuram certezas, mas sim a sabedoria para gerir na incerteza;

• apostam numa aprendizagem permanente, sua e da sua equipa, para manterem a adaptabilidade e a agilidade num mundo em mudança;

• fazem a gestão lúcida dos erros

que levam à aprendizagem, mais do procurar a perfeição que não erra, não aprende e não evolui;

• apostam na criatividade, que não surge de um brainstorming, mas sim de um debate mais profundo que estimule e liberte o talento das equipas;

• fazem perguntas livres, desafian-tes e que escutem as respostas;

• são ambiciosos e optimistas por natureza;

• livram o talento da ortodoxia e da burocracia das estruturas herdadas.

No evento de lançamento da Leadership Business Consulting em Madrid, em Março

de 2006, o Professor Santiago Álvarez de Mon, partilhou algumas reflexões sobre o

conceito de liderança num contexto empresarial cada vez mais turbulento e global.

Professor Álvarez de Mon (PHD)

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2. O Carácter é um Elemento Fundamental da Liderança

A conjugação da sua vasta experiência

profissional como consultor de grandes

empresas e coach de gestores de topo

com a pesquisa académica, incluindo uma

análise pelos clássicos, leva o Professor

Alvarez de Mon, a concluir que a liderança

se alicerça no caracter. os grandes

pilares que sustentam a criação e a

renovação permanentes são o talento e

o carácter.

o talento humano, se não é orientado por

um carácter recto, livre, entusiasta e

responsável, desperdiça-se. o carácter

suporta a vontade e a disciplina diária que

dão significado e produtividade criativa

ao talento. Este carácter, tão importante

para qualquer pessoa, mas mais ainda

para um líder, constrói-se sobre a

história passada, íntima e genuína de

cada pessoa e sobre a forma como essa

pessoa encontrou, resolveu e superou as

adversidades.

Adicionalmente, a ideia de liderança

não pode nem deve ser despojada da

sua dimensão moral. A bondade dos

objectivos que motivam um líder, os

valores que lhe estão associados -

liberdade, solidariedade, justiça, tolerância

- bem como os meios que emprega para

os atingir, conferem-lhe ou retiram-lhe

legitimidade para liderar.

o Professor Alvarez de Mon refere

o exemplo paradigmático de Nelson

Mandela, Prémio Nobel da Paz e primeiro

Presidente da África do Sul pós-

apartheid. Apesar de ter estado numa

prisão desenhada para destruir o espírito

e a vontade, com contínuas agressões

à sua dignidade, nunca renegou às suas

convicções, perdeu o auto-respeito

ou deixou de acreditar num futuro

melhor. Apesar de ter todas as razões

para amargurar e odiar, na data da sua

libertação, mostrou uma tolerância

extrema para com os seus carcereiros.

A forma serena como ultrapassou uma

experiência extremamente adversa,

como manteve a sua humanidade,

fortaleceu ainda mais o seu carácter e

deu-lhe uma legitimidade acrescida para

liderar o país no pós-apartheid.

o carácter, que fornece a força e a

determinação necessárias à acção, são

virtudes estratégicas e centrais para

os gestores de topo no âmbito de uma

sociedade cada vez mais turbulenta em

termos de valores, de contextos em

mudança, de conflitos, de inovação e

incerteza.

“O homem pequeno só se recorda do mal que lhe foi feito. O homem grande recorda-se do bem, e por esse pouco bem que recebe esquece-se de tantos males que recebeu” Anónimo, citado no livro “Desde La Adversidad”, de Santiago Álvarez de Mon.

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LEADERSHIP AGENDA69

3. A Força da Vontade

A maior parte das empresas estão

sobrecarregadas de planos, de regras, de

comissões, de hierarquias, de sistemas

de procedimentos e controlos que

constrangem o talento. Estão carentes

de intensidade, paixão, entusiasmo,

imaginação. Quando as coisas correm

menos bem aumentam a dose de

ferramentas organizacionais, que têm

a sua utilidade, mas não substituem a

necessidade da liderança.

o investimento em novos métodos de

trabalho e novas ferramentas por vezes

perde-se devido a uma radical carência

de interesse e motivação das pessoas,

esbarrando na apatia. o excesso de lógica,

análise e planificação não acrescenta

nada, pelo contrário. Somente a vontade

de atingir uma visão conjunta, que tem

significado para os receptores pode

energizar uma organização. Quando

algo faz sentido, quando a minha função

é relevante, quando tenho espaço vital

para crescer, é mais fácil a curiosidade

e a paixão pelo trabalho e pela acção

instalarem-se na cultura corporativa.

Neste contexto, os planos de carreira,

planos de formação, avaliação de �60

graus, coaching e programas de formação

são importantes apoios, mas ficam aquém

do que é necessário, se não estiverem

suportados por lideranças eficazes. Se

oferecer aos colaboradores uma causa

nobre e atraente ficará surpreendido

com a resposta. Para isso é preciso

conhecer a realidade dos que o rodeiam,

compreendê-los, desafiar o status quo,

inovar, ousar ser diferente, confiar

no talento, permitir o erro, aprender

e celebrar em conjunto, construindo

equipas altamente motivadas.

4. A Liderança Começa no Auto-conhecimento

o início do processo é o auto-

conhecimento. Na nova era do

conhecimento, serão as habilidades

individuais que farão a diferença, e

não somente o brilhantismo da alta

direcção da empresa. Neste contexto,

o primeiro passo para a formação e

o desenvolvimento de lideranças é o

auto-conhecimento, a identificação de

deficiências e de pontos fortes. Este é

um campo no qual todos, sem excepção,

podemos trabalhar. Na realidade,

todo o processo de desenvolvimento

de competências - algo tão difundido

actualmente - deve estar centrado,

como ponto de partida principal, no

conhecimento próprio.

Mas o momento chave da liderança é a

acção, actuando primeiro sobre si próprio,

mudando-se antes de mudar os outros.

A liderança tem a ver com a capacidade

de cada um de nós de sermos melhores, e

não apenas com uma característica inata.

Essa liderança, não nasce connosco, não

se estuda. Pratica-se e aprende-se nas

actividades do dia-a-dia. Não resulta de

um grande “bang”. Vivendo, trabalhando,

vamos nos aproximando ou afastando

dela gradualmente.

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70

A LIDERANÇA Do TALENTo É o CENTRo Do NoVo MoDELo CoMPETITIVo

o evento da Sociedade do Conhecimento

implica grandes mudanças para as

organizações. Hoje estima-se que entre

70% a 80% do crescimento económico

na oCDE resulte da aplicação de novo e

melhor conhecimento.

Existe um alargado consenso sobre o facto de o conhecimento se ter tornado no recurso

chave da economia do século XXI. o conhecimento tem valor, bem como o conhecimento

sobre o conhecimento. A questão chave é saber como criar e apropriar esse valor. A

nossa pesquisa e experiência internacional no terreno, com um conjunto multifacetado

de clientes, leva-nos a concluir que: i) a criação de valor reside essencialmente na gestão

do talento e da inovação e ii) a apropriação do valor criado depende grandemente do

reforço e prática da liderança estratégica e menos do reforço, muitas vezes excessivo,

de sistemas rígidos de procedimentação e controlo organizacional. A liderança que

energiza ideias e emoções em prol de elevados desempenhos torna-se assim no

processo organizacional mais decisivo.

A consequência fundamental destas

mudanças é que o talento torna-se

no elemento central do novo modelo

competitivo - operacionalizado

por profissionais com qualidades

e competências decisivas para

Como Têm Mudado as Organizações

Características Externas: ambiente estável e previsível; mercados evolutivos; economia previsível

Características Internas: Mais Trabalho com suporte físico; Planeamento estratégico; Hierarquia; Controlo por regras; etc.

Organizações Tradicionais Organizações na Sociedade da Informação

Características Externas: ambiente instável e turbulento; mercados em transformação; economia mais complexa

Características Internas: Mais Trabalho com suporte mental; Gestão estratégica; Heterarquia/Autonomia Responsável; Con-trolo por cultura; etc.

Novos factores críticos de sucesso: aprendizagem organizacional, elevada velocidade de serviço e de reacção, literacia tecnológica, contextos multiculturais, capacidade de decisão em tempo real, criatividade e inovação, adaptabilidade e flexibilidade, confiança organizacional, liderança, etc. (Charles Darwin – os sobreviventes não serão os mais fortes e inteligentes mas os mais adaptáveis)

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LEADERSHIP AGENDA71

substituirem as limitações da hierarquia,

do planeamento e das regras, por

autonomia, responsabilidade, inovação e

capacidade de decisão em tempo real:

• A propriedade mais importante é intelectual e não física - a mente (ideias) e o coração (emoções) têm mais peso para a criação de uma oferta e um serviço de valor do que a habilidade técnica;

• A criação de valor está centrada naqueles profissionais que criam valor em activos intangíveis como marcas e redes de colaboração e conhecimento;

• Estes profissionais constituem uma larga percentagem em sec-tores como as telecomunicações, serviços financeiros, alta tecno-logia, saúde e farmacêutica, mé-dia, entretenimento, produtos de grande consumo, entre outros;

• A sua importância cresce mesmo nos sectores mais tradicionais;

• A relação de forças entre a “organização” e o “talento” está a pender para a última uma vez que a chave da produtividade e da competitividade está centrada nestes profissionais de elevado valor.

1. Implicações para as Empresas e as Organizações em Geral

Destacamos três implicações que

estão associadas à necessidade das

empresas evoluirem de uma estrutura

predominantemente baseada na

hierarquia e em sistemas rígidos de

controlo para uma estrutura baseada

em portefólios de projectos, em redes

colaborativas e em mercados internos

de talento, suportados por sistemas

de gestão do conhecimento e de

performance.

Em primeiro lugar, as empresas deverão

aprender a gerir melhor os desafios da

gestão do conhecimento e da inovação.

A gestão do conhecimento tem uma eco-

nomia diferente à que as empresas estão

habituadas. o conhecimento pode ser

partilhado a custos marginais baixos e o

seu valor não é gasto/ extinguido com a

sua aplicação (consumo). Pelo contrário,

o seu valor económico e social é aumen-

tado quando é partilhado e utilizado por

terceiros. Muitos sistemas de gestão do

conhecimento ficam aquém das expecta-

tivas porque não há incentivos para a ali-

mentação permanente de conhecimento

- “You take what you put in”.

Neste contexto, há que criar incentivos à

partilha do conhecimento enquanto activo

que gera valor económico para a empresa

e para quem o produz/partilha, criando

mercados do conhecimento internos à

organização. No entanto, as métricas e a

valorização adequada destes processos

ainda não estão bem desenvolvidas em

cada actividade de negócio e empresa.

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Por outro lado, a inovação permanente

diminui a durabilidade do conhecimento.

o conhecimento é assim cada vez mais

perecível. Temos de o datar, ter em conta

o prazo de validade. E este pode ser muito

curto. A inovação contínua, quer seja

revolucionária ou evolucionista, é uma

necessidade. No futuro só há dois tipos

de empresas - as velozes e as mortas.

Neste sentido, é necessário promover

uma cultura de aprendizagem

permanente e de inovação sustentável,

e atrair e libertar de teias burocráticas o

talento que gera a inovação.

Adicionalmente, é importante investir em

marcas sólidas porque, neste contexto

de evolução complexa da oferta de

produtos e serviços, são elas que

reduzem a incerteza e inspiram confiança.

As marcas permitem comunicar uma

imagem da identidade da empresa.

Em segundo lugar, as empresas devem

conectar de forma operacional a

Estratégia do Negócio com a Estratégia

do Talento.

Uma vez que o talento é um bem escasso,

ele deve ser alvo de estratégias de

aquisição, da mesma forma que se fazem

estratégias para aquisição de clientes.

Estas estratégias devem estar baseadas

nos seguintes aspectos:

• Tornar a gestão do talento uma prioridade;

• Montar uma “Employee value proposition”;

• Procurar agressivamente o talento;

• Desenvolver o talento de forma ambiciosa;

• Reter o talento.

Checklist para Uma Estratégia de Gestão do Talento.

• Gerir Talento

Alinhamento com negócio

Gestão de desempenho

• Atrair Talento

Avaliação e selecção

Planeamento de recrutamento

Branding de RH

• Reter Talento

Estratégias de retenção

Assessment e feedback

Análises de clima/ motivação

Análise de cultura

• Desenvolver Talento

Desen./gestão de carreiras

Integração/ assimilação

Desenv. de liderança

Coaching de executivos

Team building

Planeamento de sucessão

Estratégia deNegócio

Estratégia doTalentoEstratégia de

Negócio

Estratégia doTalento

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LEADERSHIP AGENDA7�

• Transição de Talento

outplacement

Programas de executivos séniores

Planeamento de reformas

Gestão de alumnni

Em terceiro lugar, as empresas

devem simplificar as suas estruturas

organizacionais de forma a libertar e

promover o potencial dos profissionais

de elevado talento no âmbito das novas

oportunidades económicas.

As predominantes estruturas verticais

dificultam a gestão do talento, que

precisa de interacção, redes, difusão

de conhecimento. Para este efeito, é

necessário:

• Simplificar a organização - eliminar estruturas complexas e substitui-las por orientação para resultados, liderança e ferramentas colaborativas (portais, etc.);

• Criar redes formais de trocas de conhecimento e de partilha de talento;

• Reduzir o formalismo nas organizações para reduzir as distâncias hierárquicas e promover a interacção;

• Basear a organização em equipas de elevado desempenho e em projectos com resultados mensuráveis.

2. Implicações para os Departamentos de Recursos Humanos

Em primeiro lugar, os Departamentos

de Recursos Humanos (DRH) deverão

focalizar e especializar-se na gestão

do talento em detrimento de outras

actividades, de cariz mais administrativo,

com tendência a serem externalizadas.

Em vez de se focar no “custo” dos

recursos humanos, os DRH deverão

focar no “valor” dos recursos humanos,

que tem um efeito multiplicador no

negócio da empresa.

Adicionalmente, os DRH deverão

desenvolver métricas de gestão de

talento por forma a tornarem o seu

trabalho mais eficaz e mais credível ao

nível de toda a organização. A força de

trabalho terá cada vez mais profissionais

auto-orientados, por isso são mais

importantes as métricas de desempenho

do que o controlo directo.

As métricas definidas devem tornar

os profissionais mais orientados para

o sucesso colectivo, especialmente

aqueles dedicados a desenvolver talento

ou disseminar conhecimento dentro da

empresa. os DRH têm de demonstrar a

ligação operacional entre as actividades

de gestão de talento e o “bottom line” da

empresa - impacto nos resultados.

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Para adequada realização deste desafio

os DRH deverão ultrapassar um conjunto

de desincentivos ao desenvolvimento

de métricas de gestão de talento,

nomeadamente:

• Ausência de obrigações legais de

reporte sobre gestão de talento,

como acontece a nível financeiro

e contabilístico;

• Ausência de cultura e de hábito,

por parte dos DRH, de utilização

de métricas com impacto nos

resultados do negócio;

• Dificuldade de tangibilização dos

motores (drivers) de valor asso-

ciados ao talento;

• Sub-desenvolvimento de stan-

dards comuns de comparabilida-

de entre empresas;

• Ausência de tecnologia com capa-

cidade analítica bem desenvolvida

nesta área.

Por último, os DRH deverão desenvolver

sensibilidade e conhecimento tecnológico

por forma a poderem interagir com as

novas e emergentes ferramentas de

apoio ao seu trabalho. A tecnologia está

a ficar mais simples e mais intrusiva nas

opções dos Conselhos de Administração.

os Gestores de RH não podem ficar de

fora. A tecnologia está a ficar embebida

em vários processos de negócio que

importa compreender para poder gerir

adequadamente o talento.

A tecnologia oferece soluções cada

vez mais potentes e acessíveis para a

evolução da capacidade de gestão de

recursos humanos na componente do

talento; portais internos (colaborativos/

de RH / corporativos), e-learning,

business intelligence (scorecards), e

mobilidade.

3. Implicações a Nível de País

os países deverão dar tanto ou mais

enfoque às estratégias de emprego e de

atracção e desenvolvimento de talento

como às estratégias industriais.

A deslocalização produtiva provocada

pela economia do conhecimento, permi-

te aos países alterar mais facilmente o

padrão de especialização das suas eco-

nomias, nomeadamente através da mo-

dernização tecnológica. Permite tam-

bém criar novos sectores (actividades)

económicos, tais como o das Tecnologias

de Informação e Conhecimento (TIC), es-

pecialmente em segmentos da cadeia de

valor mundial onde serviços desinterme-

diados geograficamente (teletrabalho)

poderão ser prestados de forma mais

competitiva.

Neste contexto, a competição pelo

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LEADERSHIP AGENDA75

talento a nível mundial irá exacerbar-se

pelo que os países deverão manter-se

competitivos focalizando em:

• Implementação de estratégias de emprego e de atracção e desenvolvimento de talento;

• Promoção da inovação, pesquisa, ciência, aprendizagem contínua e TIC (incluindo serviços públicos inovadores);

• Garantia de banda larga (auto-estradas do conhecimento) de forma massificada.

o exemplo proporcionado pelo offshoring

de Tecnologias de Informação e

Comunicação é significativo (Valia �9

Biliões de USD em 200�). A deslocalização

de serviços TIC dos países desenvolvidos

para mercados emergentes apresenta

uma tendência fortemente positiva

prevendo-se um crescimento anual de

�0% entre 200� e 2008 e a criação de

2,6 milhões de novos postos de trabalho.

4. Implicações para a Liderança

o talento mais importante nas

organizações é o da liderança. os

líderes criam campos de força/ ímanes

que atraem, motivam, desenvolvem

e mobilizam talentos orientados por

resultados em detrimento da gestão do

status quo.

A taxa de mortalidade dos líderes das

FTSE 100 tem aumentado, baixando a

Benefícios para o empregado

Formação é opcional

Formação de líderes a todos os níveis não é prioridade

Não há envolvimento ou apoio da gestão de topo

Inconsistência nos conteúdos

Ausência de integração com a gestão e desenvolvimento de

talento ou a sucessão

Neutral na cultura organizacional

Ausência de alinhamento estratégico

Formação Não Estrutura-da em Liderança

Desenvolv. Estratégico de Liderança

Benefícios para a organização

Formação é obrigatória

Formação de líderes a todos os níveis é vista como prioridade

Há envolvimento directo e apoio da gestão de topo

Conteúdos são consistentes (est/org)

Integração com a gestão e desenvolvimento de talento e a sucessão

Recria/reforça cultura organizacional

Alinhamento estratégico

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76

longevidade média num posto de 8 para

2 a � anos. o nível de exigência está a

subir devido à crescente diversidade e

complexidade de factores: expectativas

dos membros da organização,

expectativas dos accionistas, valores

sociais, cultura organizacional,

sensibilidade intercultural, etc.

Liderar no novo contexto organizacional

requer um novo tipo de liderança

orientado para libertar o talento de

terceiros, ou seja, o líder como um coach,

um facilitador, um energizador.

Neste contexto, os novos enfoques da

liderança são:

• Libertar o talento de terceiros (coach);

• Promover a confiança nas orga-nizações (o novo oxigénio organi-zacional) que funcionam em rede e são interdependentes interna e externamente;

• Facilitar acesso a recursos de desenvolvimento e de execução (autonomia responsável) em prol da mudança;

• Motivar a continuada adesão e retenção de talentos na organização;

Para Elena Ibañêz, Country Manager

no escritório de Madrid, é o talento, e a

imaginação e a inovação que lhe estão

associados, que constituem a alma das

organizações de sucesso. Por isso, um

líder eficaz tem de ser, acima de tudo,

um condutor de talentos, nas suas três

vertentes: capital intelectual (criativo e

racional), capital emocional (capacidade

de trabalhar com outros) e capital social

(valor da rede de conhecimentos).

• Energizar de forma positiva em prol de elevados desempenhos e resultados (ideias e emoções);

• Promover uma cultura de aprendizagem orientada para resultados;

• Adoptar princípios éticos e valores que orientem os talentos na ausência de procedimentos de controlo e que legitimem a liderança;

• Formar líderes em cascata, alinhados com a cultura organizacional e a estratégia de negócio.

5. Implicações para a formação de líderes empresariais

Neste contexto, o sucesso das

empresas (e da modernização da

Administração Pública) passa pela aposta

no desenvolvimento intencional, formal e

activo de líderes. As grandes empresas

com sucesso sustentado ao longo de

décadas são as que fazem “a formação de

líderes” ser parte do seu negócio, como a

GM, �M, Coca-Cola, etc.

É necessário investir no desenvolvimento

estratégico da liderança que alinhe o

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LEADERSHIP AGENDA77

talento com as prioridades estratégicas

e a cultura organizacional.

Fundamentalmente, as empresas devem

abandonar o actual panorama dominante

de “Formação não estruturada” (que

consiste na consulta aos catálogos de

ofertas de entidades formadoras e da

inscrição de meia dúzia de quadros nessa

formação), que não está alinhada com

a estratégia da empresa, não envolve

a gestão de topo, é neutral à cultura

organizacional, é inconsistente em termos

de conteúdo e, quanto muito, pode trazer

algum benefício para o indivíduo e pouco

ou mesmo nenhum para a empresa. É

como atirar dinheiro para o ar.

o que tem eficácia real são os “Programas

de Desenvolvimento Estratégico de

Liderança”, em que a formação está

alinhada com os objectivos estratégicos

da organização, é prolongada no tempo,

tem um mix de intervenções (formação

em sala, formação-acção, coaching,

rotatividade, até suportes informáticos,

etc.), tem um impacto positivo na cultura

da empresa, envolve directamente a

gestão do topo, é obrigatória e não

opcional, está orientada para o futuro,

está associada à gestão do talento e da

sucessão, aos incentivos e à mudança

na organização. Este esforço tem um

impacto multiplicador nas organizações

e deve envolver todos os níveis

organizacionais.

os factores críticos de sucesso são:

• o envolvimento directo da

gestão do topo, o alinhamento

estratégico (estar ligado aos

objectivos fundamentais de

empresa);

• ter uma elevada componente

de formação acção (estando

associado ao esforço de repensar

a empresa);

• ter um feedback constante; e

• estar ligado à gestão de RH e de

incentivos.

A Leadership Business Consulting tem esta designação porque acredita que no século XXI, a liderança é o processo mais importante para as organizações e a gestão do talento a chave para a competitividade.

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LINHAS DE SERVIÇo DA LEADERSHIP

Estratégia e Finanças

Estratégia corporativa, de negócio e de produto

Implementação estratégica e interim management

Estudos sectoriais e dinâmica competitiva

Montagem e avaliação de empresas e projectos

Apoio à internacionalização

Gestão da inovação

Value based management e gestão de cash flow

Apoio ao corporate e equity finance

Post-merger & acquisition integration

Estratégias e interim management de turnarounds

Tecnologias de Negócio

Alinhamento estratégico e organizacional entre

negócio e sistemas de informação

Estratégia de sistemas de informação

empresariais

Avaliação de investimentos em TI, soluções e

fornecedores

Value delivery e gestão de projectos de TI

IT governance

IT outsourcing e off-shoring

Soluções de business intelligence

Portais corporativos

Inovação pela mobilidade

Organização e Liderança

Desenvolvimento de liderança

Coaching de executivos

Desenho, eficácia e transformação organizacional

Qualidade total

Gestão da mudança

Corporate governance

Gestão de talento, motivação e desempenho

Avaliação de funções e estratégia remunerativa

Marketing e Receitas

Marketing estratégico

Marketing and consumer research

Pricing e estratégias de aumento de receita

Gestão de produto e de canais de venda

Gestão de clientes e CRM

Operações e Performance

Sourcing estratégico e procurement

Produtividade e eficiência operacional

optimização processual

Racionalização de custos

Business process outsourcing e off-shoring

Gestão integrada de projectos

Monitorização de performance

Gestão de fornecedores

Supply chain management

Serviços partilhados

LEADERSHIP

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LEADERSHIP AGENDA79

o que nos Define

<< •Elevados padrões de qualidade e valores profissionais

•Visão integrada do negócio e da actividade

•Serviços personalizados num portfólio alargado de competências

•Enfoque na implementação e na maximização de resultados

• Ideias com impacto, soluções inovadoras e propostas fiáveis

•Abordagem pragmática e criativa para atingir mais valias distintivas

•Cultura de liderança, alicerçada na transformação e na visão do futuro

•Global knowledge network baseada no “best in class” e “best fit”

•Partilha de conhecimento e relacionamentos de confiança duradouros e sustentáveis

•Empresa de mercado baseada no talento, na credibilidade e na excelência

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Leadership Business ConsultingAv. da Liberdade, 190, 5º B 1250-147 Lisboa Portugal

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