lance! - 03 de junho de 2012

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LANCE! DOMINGO, 3 DE JUNHO DE 2012 www.lancenet.com.br

JIU-JÍTSU

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Histórico de um campeão RESPEITO Referencial da arte suave

no Brasil e no mundo, Omar Salum se prepara para novo rumo na carreira

Com sete títulos mundiais e cinco brasileiros — sem contar

estaduais, regionais, sul-america-nos e outros eventos de jiu-jítsu — o nome de Omar Salum ganhou fama e respeito internacionais. Agora, o amazonense quer ir mais longe, com a abertura de uma academia nos Estados Unidos e mudança total no foco da carreira. “Vou me despedir das competições locais”, disse ele, ao ressaltar que isso não deve ser visto como orgulho. “Amazonense já nasce lutando e é impressionante como ele tem o dom de aprender uma arte marcial rápido”, afirmou.

Aos 37 anos, dos quais 18 são dedicados à arte suave, o atleta dá nome a três centros de luta, sob di-reção dos primeiros alunos: Cidade Nova (Nabil Oliveira), Mundo Novo (Othon Sevalho) e Centro (Rigoney Junior). “No último fim de semana, minha academia foi vice-campeã brasileira. Só perdemos para a Equi-pe Amazonas, que era formada por 800 atletas de 30 academias”, disse. Para ele, os conterrâneos podem se unir, mas também é preciso dar valor às conquistas individuais.

“Queria dar mais um gás aos meus atletas”, enfatizou.

E por falar em discípulos, Salum já exportou alguns para darem aula na França, onde também costu-ma ministrar palestras. Com ajuda do esporte, o nortista já conheceu muitos países — Estados Unidos (Miami, Havaí), Holanda, Rússia, Itália, entre outros —, seja no pos-to de competidor ou de mestre em arte marcial. “O jiu-jítsu me proporcionou conhecer o mundo inteiro”, declarou. “Até no Japão, os atletas me conhecem, mesmo sem eu nunca ter pisado lá”, completou aos risos.

Falta tempoPerto dos 40 anos, o colecionador

de títulos não pretende deixar o ta-tame tão cedo. Ele, inclusive, analisa a possibilidade de estrear no Mixed Martial Arts (MMA). Entretanto, não há nada confirmado. “Estou com 37 anos e não tenho mais como lutar no MMA, mas pretendo tentar”, disse, ao revelar que recebeu propostas. A dificuldade, segundo Omar Salum, é a falta de tempo para treinar. “Só treino uma hora por dia, porque sou advogado e dou aula em duas academias (Cia Athletica do Studio 5 e do Manauara)”, explicou.

Foi preciso receber uma “peia” de um garoto para o atual campeão mundial de jiu-jítsu se dar conta da eficiência da modalidade. Na primeira visita a um treino, aos 19 anos, Omar Salum foi desafia-do por um adolescente sete anos mais novo. “Subestimei o garoto e respondi que ele não aguentaria um soco meu. Ele veio na minha direção, me deu um chute, me jogou no chão, me imobilizou, montou em mim e desferiu tapas no meu rosto”, lembrou. “Foi nesse momento que meu conceito deturpado do jiu-jítsu

mudou e passou a ser uma filosofia de vida”, completou.

Em apenas dois meses de treino, o atleta faixa-branca venceu o pri-meiro Campeonato Amazonense, diante de adversários graduados na cor azul. E, no mesmo semestre, ficou em terceiro lugar no Campeo-nato Brasileiro, na faixa-verde. “Eu era muito imaturo, perdi na semi-final, mas ganhei de um cara mui-to conhecido na época”, declarou saudoso. “Em quatro anos, peguei a faixa-preta, com meu mestre: Royler Gracie”, enfatizou.

Incredulidade que virou filosofia de vida

Melhor: “Quando ganhei o Campeonato Mundial de Jiu-Jít-su pela primeira vez (na faixa-preta), em 1999. Lutei ao lado do meu professor e fomos campeões juntos, cada um na sua categoria. Foi o momento mais marcante da

minha vida.”Pior: “Foi em 2001, quando

inventei de jogar futebol para me distrair e sofri uma lesão grave no joelho esquerdo. Me afastei e só voltei a treinar em 2005. Eu era o favorito para ganhar o Mundial

naquele ano, com vários títulos seguidos. Minha perna atrofiou 12 centímetros e entrei em de-pressão. Graças ao Arthur Neto, consegui minha cirurgia com o mesmo médico que operou o jogador Ronaldo Fenômeno.”

Marcos da vida esportiva

NATÁLIA [email protected]

Atleta tem três academias em Manaus e é conhecido internacionalmente pelos praticantes da modalidade

ÁLBUM PESSOAL

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LANCE! DOMINGO, 3 DE JUNHO DE 2012 www.lancenet.com.br 7

FUTEBOL AMAZONENSE

Espelho para o futuroDE OLHO NO FUTURO Projeto Bom de Bola recruta ex-jogadores para serem coordenadores que atenderão jovens de 9 a 17 anos, em Manaus e em 15 municípios

Com a ausência de clubes do Amazonas nas principais catego-

rias do Campeonato Brasileiro, apenas um representante na Série D, a “luz do fim do túnel” para o Estado está nas categorias de base. E, com este pensamento, o projeto Bom de Bola será reiniciado a partir de junho deste ano com mais de 10 mil jovens de 9 a 15 anos.

A aposta, para conseguir um novo craque dos 35 núcleos de Manaus e de outros 15 municípios, será depo-sitada na experiência de ex-jogadores que fizeram história no futebol local como Delmo, Donizete, Reginaldo e Kako, que jogaram pelo São Raimun-do quando o time estava na Série B do Campeonato Brasileiro. Eles serão monitores e coordenadores.

“Vimos que o projeto é sério e re-solvemos entrar no Bom de Bola, que está valorizando os verdadeiros ídolos do futebol amazonense”, destacou Delmo, maior artilheiro da história do Campeonato Amazonense, com

24 gols marcados em 2004, quando atuava pelo São Raimundo.

Para Donizete, trabalhar no Bom de Bola será a chance de reviver, agora na condição de supervisor, a parceria que, nos gramados, deu vários títulos ao São Raimundo. “Jogamos juntos por muitos anos no São Raimundo e agora estamos no mesmo time novamente. Tudo em nome de um futebol amazonense mais forte. Espe-ro ajudar esses garotos a se tornarem profissionais nos grandes clubes do Estado”, afirmou o zagueiro, que já atua na escolinha do Tufão da Colina, ao lado de Delmo.

Outro jogador que também atuou no auge do São Raimundo foi Regi-naldo. O jogador, que surgiu nas cate-gorias de base do Fast, também jogou em clubes como Marília-SP, Ituano-SP, América-RN, entre outro. “Vou voltar a trabalhar com o futebol. Espero que, com minha experiência, eu possa aju-dar esse garotos e quem sabe descobrir um talento local”, explicou.

O projetoO Bom de Bola nasceu

em 2004. Em 2012, por de-terminação do governo do Estado foi reativado e che-gará ao interior do Estado – o lançamento acontecerá na segunda quinzena de ju-nho. Só na primeira etapa desse processo de retomada, as ações do Bom de Bola acontecerão em Manaus (35 núcleos em todas as zonas da cidade) e em mais 15 municí-pios do interior: Apuí, Borba, Canutama, Lábrea, São Ga-briel da Cachoeira, Iranduba (Comunidade Santa Luzia do Baixio), Manacapuru, Presi-dente Figueiredo, Beruri, Rio Preto da Eva, Manaquiri, Ita-coatiara, Japurá, Careiro da Várzea e Parintins.

Ídolo no futebol amazo-nense, Delmo será um dos instrutores do projeto Bom de Bola em Manaus

Reginaldo coordenará oito núcleos desenvolvidos na Zona Norte de Manaus

ARQUIVO EM TEMPO/MICHELL MELLO

ARQUIVO EM TEMPO/MARCELL MOTA

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FUTEBOL AMAZONENSE

Espelho para o futuroDE OLHO NO FUTURO Projeto Bom de Bola recruta ex-jogadores para serem coordenadores que atenderão jovens de 9 a 17 anos, em Manaus e em 15 municípios

Com a ausência de clubes do Amazonas nas principais catego-

rias do Campeonato Brasileiro, apenas um representante na Série D, a “luz do fim do túnel” para o Estado está nas categorias de base. E, com este pensamento, o projeto Bom de Bola será reiniciado a partir de junho deste ano com mais de 10 mil jovens de 9 a 15 anos.

A aposta, para conseguir um novo craque dos 35 núcleos de Manaus e de outros 15 municípios, será depo-sitada na experiência de ex-jogadores que fizeram história no futebol local como Delmo, Donizete, Reginaldo e Kako, que jogaram pelo São Raimun-do quando o time estava na Série B do Campeonato Brasileiro. Eles serão monitores e coordenadores.

“Vimos que o projeto é sério e re-solvemos entrar no Bom de Bola, que está valorizando os verdadeiros ídolos do futebol amazonense”, destacou Delmo, maior artilheiro da história do Campeonato Amazonense, com

24 gols marcados em 2004, quando atuava pelo São Raimundo.

Para Donizete, trabalhar no Bom de Bola será a chance de reviver, agora na condição de supervisor, a parceria que, nos gramados, deu vários títulos ao São Raimundo. “Jogamos juntos por muitos anos no São Raimundo e agora estamos no mesmo time novamente. Tudo em nome de um futebol amazonense mais forte. Espe-ro ajudar esses garotos a se tornarem profissionais nos grandes clubes do Estado”, afirmou o zagueiro, que já atua na escolinha do Tufão da Colina, ao lado de Delmo.

Outro jogador que também atuou no auge do São Raimundo foi Regi-naldo. O jogador, que surgiu nas cate-gorias de base do Fast, também jogou em clubes como Marília-SP, Ituano-SP, América-RN, entre outro. “Vou voltar a trabalhar com o futebol. Espero que, com minha experiência, eu possa aju-dar esse garotos e quem sabe descobrir um talento local”, explicou.

O projetoO Bom de Bola nasceu

em 2004. Em 2012, por de-terminação do governo do Estado foi reativado e che-gará ao interior do Estado – o lançamento acontecerá na segunda quinzena de ju-nho. Só na primeira etapa desse processo de retomada, as ações do Bom de Bola acontecerão em Manaus (35 núcleos em todas as zonas da cidade) e em mais 15 municí-pios do interior: Apuí, Borba, Canutama, Lábrea, São Ga-briel da Cachoeira, Iranduba (Comunidade Santa Luzia do Baixio), Manacapuru, Presi-dente Figueiredo, Beruri, Rio Preto da Eva, Manaquiri, Ita-coatiara, Japurá, Careiro da Várzea e Parintins.

Ídolo no futebol amazo-nense, Delmo será um dos instrutores do projeto Bom de Bola em Manaus

Reginaldo coordenará oito núcleos desenvolvidos na Zona Norte de Manaus

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Histórico de um campeão RESPEITO Referencial da arte suave

no Brasil e no mundo, Omar Salum se prepara para novo rumo na carreira

Com sete títulos mundiais e cinco brasileiros — sem contar

estaduais, regionais, sul-america-nos e outros eventos de jiu-jítsu — o nome de Omar Salum ganhou fama e respeito internacionais. Agora, o amazonense quer ir mais longe, com a abertura de uma academia nos Estados Unidos e mudança total no foco da carreira. “Vou me despedir das competições locais”, disse ele, ao ressaltar que isso não deve ser visto como orgulho. “Amazonense já nasce lutando e é impressionante como ele tem o dom de aprender uma arte marcial rápido”, afirmou.

Aos 37 anos, dos quais 18 são dedicados à arte suave, o atleta dá nome a três centros de luta, sob di-reção dos primeiros alunos: Cidade Nova (Nabil Oliveira), Mundo Novo (Othon Sevalho) e Centro (Rigoney Junior). “No último fim de semana, minha academia foi vice-campeã brasileira. Só perdemos para a Equi-pe Amazonas, que era formada por 800 atletas de 30 academias”, disse. Para ele, os conterrâneos podem se unir, mas também é preciso dar valor às conquistas individuais.

“Queria dar mais um gás aos meus atletas”, enfatizou.

E por falar em discípulos, Salum já exportou alguns para darem aula na França, onde também costu-ma ministrar palestras. Com ajuda do esporte, o nortista já conheceu muitos países — Estados Unidos (Miami, Havaí), Holanda, Rússia, Itália, entre outros —, seja no pos-to de competidor ou de mestre em arte marcial. “O jiu-jítsu me proporcionou conhecer o mundo inteiro”, declarou. “Até no Japão, os atletas me conhecem, mesmo sem eu nunca ter pisado lá”, completou aos risos.

Falta tempoPerto dos 40 anos, o colecionador

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Foi preciso receber uma “peia” de um garoto para o atual campeão mundial de jiu-jítsu se dar conta da eficiência da modalidade. Na primeira visita a um treino, aos 19 anos, Omar Salum foi desafia-do por um adolescente sete anos mais novo. “Subestimei o garoto e respondi que ele não aguentaria um soco meu. Ele veio na minha direção, me deu um chute, me jogou no chão, me imobilizou, montou em mim e desferiu tapas no meu rosto”, lembrou. “Foi nesse momento que meu conceito deturpado do jiu-jítsu

mudou e passou a ser uma filosofia de vida”, completou.

Em apenas dois meses de treino, o atleta faixa-branca venceu o pri-meiro Campeonato Amazonense, diante de adversários graduados na cor azul. E, no mesmo semestre, ficou em terceiro lugar no Campeo-nato Brasileiro, na faixa-verde. “Eu era muito imaturo, perdi na semi-final, mas ganhei de um cara mui-to conhecido na época”, declarou saudoso. “Em quatro anos, peguei a faixa-preta, com meu mestre: Royler Gracie”, enfatizou.

Incredulidade que virou filosofia de vida

Melhor: “Quando ganhei o Campeonato Mundial de Jiu-Jít-su pela primeira vez (na faixa-preta), em 1999. Lutei ao lado do meu professor e fomos campeões juntos, cada um na sua categoria. Foi o momento mais marcante da

minha vida.”Pior: “Foi em 2001, quando

inventei de jogar futebol para me distrair e sofri uma lesão grave no joelho esquerdo. Me afastei e só voltei a treinar em 2005. Eu era o favorito para ganhar o Mundial

naquele ano, com vários títulos seguidos. Minha perna atrofiou 12 centímetros e entrei em de-pressão. Graças ao Arthur Neto, consegui minha cirurgia com o mesmo médico que operou o jogador Ronaldo Fenômeno.”

Marcos da vida esportiva

NATÁLIA [email protected]

Atleta tem três academias em Manaus e é conhecido internacionalmente pelos praticantes da modalidade

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