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Laboratório de Engenharia Química I Aula Prática 02 Determinação do coeficiente de viscosidade de líquidos Método de Stokes Prof. Dr. Gilberto Garcia Cortez 1

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Laboratório de Engenharia Química I

Aula Prática 02

Determinação do coeficiente de viscosidade

de líquidos – Método de Stokes

Prof. Dr. Gilberto Garcia Cortez

1

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1- Introdução

Viscosidade é uma grandeza física frequentemente associada às

propriedades dinâmicas dos fluidos, nos quais se incluem gases,

vapores, líquidos, materiais plásticos, ou mesmo grãos de

matéria sólida. O aparecimento das tensões num fluido pode ser

explicado através da sua viscosidade. Num sólido a aplicação de

tensões provoca deformações ou cisalhamento de um corpo e nos

fluidos, a aplicação de tensões provoca o escoamento do mesmo.

Assim, dizemos que sólidos são elásticos e fluidos são viscosos.

Medidores de viscosidade, chamados viscosímetros, são

idealizados de diversas formas. Veremos a seguir alguns modelos

de viscosímetros que medem a viscosidade diretamente e

indiretamente.

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2- Tensão de cisalhamento e viscosidade

Para um sólido, as tensões são desenvolvidas quando um

material é deformado ou cisalhado elasticamente e para um

fluido, as tensões de cisalhamento aparecem devido ao

escoamento viscoso.

Seja uma força F aplicada sobre uma superfície de área A.

Essa força pode ser decomposta segundo a direção normal à

superfície e da tangente, dando origem a uma componente de

força normal e outra tangencial.

tF

nF F

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Defini-se tensão de cisalhamento como sendo o quociente

entre o módulo da componente da força tangencial e da área

a qual está aplicada.

Defini-se pressão (tensão normal) como sendo o quociente

entre o módulo da componente da força normal (força de

compressão) e da área a qual está aplicada.

A

F

t=

A

F P

n=

4

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Consideremos a Figura a seguir. Nela estão representadas duas placasplanas e paralelas, de área A, cuja distância entre si é dy (ou L). Oespaço confinado entre as duas placas é ocupado por um fluido.

Suponhamos que a placa superior tenha uma velocidade dvx (ou V)relativa à placa inferior, considerada estacionária. Para manter essavelocidade, é necessária uma força F. Suponhamos também que avelocidade criada no fluido confinado entre as placas seja tal que aspartículas do fluido se movam em linhas retas e paralelas,características do escoamento laminar.

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Para os fluidos chamados newtonianos, a tensão de cisalhamento, yx, que

é igual a relação entre a força F aplicada à placa superior por unidade de

área A, é proporcional ao perfil de velocidade dvx/dy (deformação por

cisalhamento), isto é,

A inclusão do fator de proporcionalidade, representado pela letra grega

, permite-nos escrever:

onde é a viscosidade dinâmica ou absoluta. A equação 1 representa a lei

de Newton da viscosidade.

dy

dv τ x

yx = ( 1 )

Fluidos Newtonianos

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dy

dv

A

F x

yx =

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Dividindo a viscosidade dinâmica, , pela massa específica do

fluido, , temos uma outra quantidade útil, a viscosidade

cinemática, ou seja:

=ν ( 2 )

7Viscosidade cinemática (m2/s) versus temperatura (ºC)

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Viscosidade de um fluido:

→ É a propriedade pela qual um fluido oferece resistência ao corte,

ou seja, exprime a resistência oposta pelas camadas do fluido ao

escoamento relativo entre si ou relativo à parede sólida, quando

submetido à ação de uma força cisalhante externa, ou;

→ É a medida da resistência do fluido à fluência quando sobre ele

atua uma força exterior como por exemplo um diferencial de

pressão ou gravidade;

A viscosidade mede a resistência de um líquido em fluir (escoar) e

não está diretamente relacionada com a densidade do líquido, que é

a relação massa/volume. Por exemplo, o óleo de soja utilizado para

cozinhar é mais viscoso do que a água, embora seja menos denso.

A maioria dos líquidos viscosos fluem facilmente quando as suas

temperaturas aumentam; o comportamento de um fluido quando

varia a temperatura, pressão ou tensão depende do tipo de fluido. 8

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Unidades para as grandezas relacionadas

Grandeza SI CGS Britânico

Pa.s g/cm.s = poise lb/ft.s

m2/s cm2/s = stoke ft2/s

Nota:

Pascal, Pa, é o mesmo que N/m2, e Newton, N, é o mesmo que

kg.m/s2.

A abreviação para “centipoise” é cP.

1,0 cP = 10-2 poise (g/cm.s) = 10-3 kg/m.s.

1,0 stoke (St) = 1 cm2/s. 1,0 centistokes (cSt) = 10-2 cm2/s

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3- Fluidos Newtonianos e não-Newtonianos

Os fluidos classificados como newtonianos, sejam eles mais ou menos viscosos,

caracterizam-se por terem uma viscosidade constante, ou seja, seguem a Lei de

Newton da viscosidade. São exemplos a água, o leite, os óleos vegetais, etc. Já

nos fluidos não-newtonianos a viscosidade varia com a força aplicada (e por

vezes com o tempo também) e portanto têm propriedades mecânicas muito

interessantes.

Em resumo, de uma forma simplificada, podemos dizer que os fluidos não-

newtonianos não possuem uma viscosidade bem definida.

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A viscosidade pode mudar com o tempo (todas as outras

condições ficam constantes);

A coesão molecular é a causa dominante da viscosidade nos

líquidos; à medida que a temperatura de um líquido aumenta,

estas forças coesivas diminuem, resultando uma diminuição da

viscosidade;

Nos gases, a causa dominante são as colisões aleatórias entre as

moléculas do gás; esta agitação molecular aumenta com a

temperatura; assim a viscosidade dos gases aumenta com a

temperatura;

Apesar da viscosidade dos líquidos e gases aumentarem

ligeiramente com a pressão, o aumento é insignificante num

intervalo de pressões considerável; assim, a viscosidade

absoluta dos gases e líquidos é usualmente considerada

independente da pressão;

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Influência da temperatura na viscosidade dinâmica:

12Viscosidade dinâmica (N.s/m2) versus temperatura (ºC)

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A reologia é o ramo da mecânica dos fluidos que estuda as propriedades

físicas que influenciam o transporte de quantidade de movimento num

fluido. É o ramo da física que estuda a viscosidade, plasticidade,

elasticidade e o escoamento da matéria.

Podemos então concluir que é a ciência responsável pelo estudo do fluxo e

deformações decorrentes deste fluxo, envolvendo a fricção do fluido.

A viscosidade é a propriedade reológica mais conhecida, e a única que

caracteriza os fluidos newtonianos.

A viscosidade aparente, ap , é a viscosidade dos fluidos não-Newtonianos, a

qual é válida para uma determinada taxa de deformação. Em fluido

Newtonianos é idêntica a .

A viscosidade aparente diminui com o aumento da taxa de deformação em

fluidos pseudoplásticos (tornam-se mais finos quando sujeitos a tensões de

cisalhamento).

Os fluidos nos quais a viscosidade aparente cresce conforme a taxa de

deformação aumenta, são chamados de dilatantes (tornam-se mais espessos

quando sujeito a tensões de cisalhamento). 13

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Numerosas equações empíricas têm sido propostas para descrever os

fluidos não-newtonianos independentes do tempo. Para muitas aplicações

da engenharia, essas relações podem ser adequadamente representadas

pelo exponencial que, para o escoamento unidimensional, torna-se:

dy

dvk

n

x

yx

=

onde o expoente, n, é chamado de índice de comportamento do escoamento

e o coeficiente, k, é o índice de consistência. Essa equação reduz-se à lei de

Newton da viscosidade para n = 1 e k = . Para assegurar que yx tenha o

mesmo sinal de dvx/dy, a equação anterior é reescrita na forma:

dy

dv

dy

dv

dy

dvk

dy

dv

dy

dv

dy

dvk x

ap

x

1 n

xx

1

x

n

x

yx

ap

=

=

=

−−

onde ap é referenciado como viscosidade aparente do fluido.

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Esquema de classificação dos fluidos conforme o comportamento reológico:

Um fluido que se comporta como um sólido até que uma tensão limítrofe, y , seja

excedida e exibe uma relação linear entre tensão de cisalhamento e taxa de

deformação é denominado plástico de Bingham ou plástico ideal. O modelo

correspondente de cisalhamento é:

dy

dv x

apyyx +=

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Existem materiais que se comportam parcialmente como um

fluido e parcialmente como um sólido. Estes são os fluidos

viscoelásticos.

Os fluidos viscoelásticos tem algumas características, tais como:

- o tensor extra de tensões não é mais uma função linear, mas

descrevem efeitos viscosos e elásticos do escoamento do fluido

em questão;

- a viscosidade normalmente é muito maior do que a dos fluidos

newtonianos;

- a viscosidade é dependente da temperatura.

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Classificados em dois grupos: primários e secundários

Determinação simultânea da tensão de cisalhamento e da taxa de

deformação num mesmo ponto do aparelho de medição

Há viscosímetros: rotacionais e capilares.

Instrumentos que realizam medidas diretas da

tensão e da taxa de deformação do fluido, = tensão

de cisalhamento/taxa de deformação;

Viscosímetros tipo rotacional: De placas paralelas,

de cone-disco, de cilindro concêntricos e misturador;

Todos eles visando a reprodução do escoamento

entre placas planas paralelas.

Podem ser aplicados para ensaios tanto de fluidos

Newtonianos como de fluidos com comportamento

tensão versus deformação não-linear e/ou

viscoelásticos.

Primários

4- Determinação experimental de propriedades reológicas

Viscosidade:

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Esquema de viscosímetros primários

= viscosidade;

= velocidade angular aplicada

= ângulo do cone

R = raio

B = distância;

T = torque medido, que resulta da tensão

oriunda da deformação do fluido.

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Viscosímetro primário de Brookfield

Mede-se o torque necessário para manter uma determinada velocidade de

rotação. A análise da taxa de deformação neste tipo de geometria é bastante

complexa sendo, portanto difícil utilizar esse equipamento para análise de

fluidos não-newtonianos.

"spindles" cada um apropriado

para medir a viscosidade de fluidos

em uma faixa específica:

- Os de menor diâmetro, as maiores

viscosidades;

- Os de maior diâmetro, as menores

viscosidades.

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O viscosímetro secundário não medem a

tensão e a taxa de deformação diretamente.

Aplicam-se somente a fluidos Newtonianos, por

medirem a viscosidade indiretamente.

Ex.: Viscosímetro de tubo capilar (tipo tubular),

viscosímetro de Stokes e Copo Ford.

Secundários

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Q = vazão volumétrica

L = distância entre as tomadas de pressão

P = diferença de pressão

D = diâmetro do tubo capilar

Viscosímetro de tubo capilar

Não se usam para medir características de fluidos não-newtonianos

porque a força motriz (a pressão hidrostática) varia durante a

descarga, e isso afeta a taxa de deformação.

A viscosidade é obtida por meio da

medida do gradiente de pressão de

um escoamento laminar em um tubo.

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Viscosímetro de Cannon-Fenske

O fluido a ser analisado é colocado

no reservatório superior com tubo

de diâmetro maior, com um volume

conhecido, a partir do qual ele é

descarregado através de um tubo

capilar como resultado da força

motriz (gravidade). É realizado uma

sucção no tubo de menor diâmetro

de modo que o fluido suba. Retira-

se a sucção e o fluido passa a escoar

lentamente por gravidade cruzando

uma marca. Entre as duas marcas é

medido o tempo de escoamento que

normalmente está entre 5 e 10

minutos.

Viscosímetro de tubo capilar tipo Cannon-Fenske

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μ1 é a viscosidade do líquido em teste

μ2 é a viscosidade do líquido referência (ex. água)

ρ1 é a densidade do líquido em teste

ρ2 é a densidade do líquido referência (ex. água)

t1 é o tempo de escoamento do líquido em teste

t2 é o tempo de escoamento do líquido referência (ex. água)

A viscosidade é obtida pela

expressão:

onde:

.t

.t

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11

2

1

=

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O Copo Ford é um viscosímetro de fácil

manuseio, no qual a viscosidade está

relacionada com o tempo de esvaziamento de

um copo de volume conhecido que

tem um orifício calibrado na sua base.

O Copo Ford possui um conjunto de

orifícios-padrão (giglê) feitos de bronze

polido que dependem da faixa de viscosidade

e tempo de escoamento;

Equação: Depende do tempo de

esvaziamento e do orifício utilizado (giglê);

A viscosidade do fluido a ser analisado

deverá estar na temperatura de 25,0 ºC ±

0,2ºC.

Viscosímetro Copo Ford

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Copo FordEquação

(cSt) e t (s)

Copo Ford 1 = 0,49(t − 35)

Copo Ford 2 = 1,44(t − 18)

Copo Ford 3 = 2,31(t − 6,58)

Copo Ford 4 = 3,85(t − 4,49)

Copo Ford 5 = 12,1(t − 2,0)

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Copo Ford

(número do orifício)

Faixa de viscosidade

(centi stokes)

Tempo de efluxo

(tempo de escoamento em segundos)

1

(Ø = 1,90 mm)10 a 35 55 - 100

2

(Ø = 2,53 mm)25 a 120 40 - 100

3

(Ø = 3,40 mm)49 a 220 20 - 100

4

(Ø = 4,12 mm)70 a 370 20 - 100

5

(Ø = 5,20 mm)200 a 1200 20 - 100

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g = aceleração da gravidade

D = diâmetro da esfera

s = densidade da esfera

f = densidade do fluido

V = velocidade terminal de queda livre, isto é, a razão entre a distância L e o intervalo

de tempo t.

* Esta relação aplica-se somente para esferas em queda livre em meio infinito, com

Reynolds menores do que 1.

A viscosidade é obtida através

de medições do tempo de

queda livre de uma esfera

através de um fluido

estacionário.

Viscosímetro de Stokes

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Fg

Fv FE

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Lei de Stokes

Quando um corpo se movimenta no interior de um fluido existem

também forças de atrito entre eles que tendem a reduzir a velocidade

do corpo. Esta resistência depende da velocidade relativa entre o

corpo e o fluido de forma que para velocidades relativas baixas

(condição associada ao regime de resistência de viscosidade ou regime

de Stokes) a resistência do fluido ou força de arrasto (FD) é

proporcional à viscosidade do fluido () e à velocidade relativa (v):

Stokes mostrou analiticamente que escoamentos com número de

Reynolds muito baixos, a força de arrasto sobre uma esfera de raio r,

movendo-se com uma velocidade v através de um fluido de

viscosidade , é dada por:

( 1 )

.v FD

.v.r .6. F D

=

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Para número de Reynolds muito baixos, Re 1,0 , não há separação

do escoamento para uma esfera; a esteira é laminar e o arrasto é

predominantemente arrasto de atrito, conforme foi demostrado por

Stokes..v.r .6. F

D= ( 1 )

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Balanço de forças na esfera em movimento uniforme (ā = 0):

FD

Fg

FE

D

d

submersa) esfera da (volume V V mas

.g.V .g.V .r v..6.

F F F

Empuxo Peso Força Arrasto Força

Empuxo Arrasto Força Peso Força

ESesfera

ESfluidoesferaesferaL

EgD

=

−=

−=

−=

+=

0 F F F

0 F

dt

vdm. am. F

gED =−+

=

==

z

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( 1 )

( )

( )

2

d r ;

.rv.6.

.r.3

4

.r.3

4 .r v..6.

.g .r.3

4 .g.r.

3

4 .r v..6.

L

fluidoesfera

3

fluidoesfera

3

L

fluido

3

esfera

3

L

=−

=

−=

−=

g

g

( )

v

.g.dρ ρ

18

1 μ

L

2

fluidoesfera−

=

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Foi assumido:

→ Velocidade pequena, regime laminar (Re 1);

→ Distância da parede infinita (efeito de parede);

→ Distância do fundo infinita (efeito de borda);

→ No interior do recipiente, a equação (1) deve ser corrigida, para dar

conta da influência da parede do recipiente no movimento da esfera.

Para um recipiente cilíndrico de diâmetro D, a velocidade limite média

no meio infinito é dado por:

onde FL é conhecida como Fator de Ladenburg, válida para d/D 0,2.

( 2 )( )

( ) Poise V

g.dρ ρ

18

1 μ

C

2

fluidoS−

=

(cm/s) t

L V ;

D

d

4

9 X

X X 1V V

L

FL

2

LC

==

++=

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Procedimento Experimental

Objetivo: Medir a velocidade de queda livre de esferas de aço de vários

diâmetros, as quais serão soltas dentro de uma coluna transparente

contendo um óleo desconhecido.Passo 1: Acoplada à coluna, existe uma marca que indica o ponto inicial em que o

aluno deverá iniciar a medição do tempo de queda livre de cada esfera, sendo esta

altura equivalente a 60 cm;

Passo 2: Um aluno deverá girar a coluna em 180 que contém um fluido com as três

esferas com diâmetros diferentes;

Passo 3: Um grupo de três alunos deverá anotar o tempo de queda livre de cada

esfera a partir da marca indicada até que cada esfera atinja o fundo da coluna;

Passo 4: Repete-se o experimento pelo menos três vezes para se obter uma média

dos tempos encontrados;

Passo 5: Muda-se o grupo de alunos para a medição do tempo para observar o erro

cometido por cada grupo;

Passo 6: A massa específica de cada esfera deverá ser obtida através da informação

da massa e do diâmetro fornecido no material didático;

Passo 7: A velocidade limite média de cada esfera será obtida com o percurso e o

tempo médio obtido pelos grupos de alunos;

Passo 8: A velocidade limite média no meio infinito, utilizando o Fator de

Ladenburg, deverá ser calculada antes de ser calculada a viscosidade do óleo.

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Procedimento ExperimentalDados das esferas de aço:

Diâmetro (mm) Massa (g)

Bolina Pequena 6,35 1,043

Bolinha Média 7,95 2,043

Bolinha Grande 9,50 3,531

Dado da densidade do óleo: óleo = 0,8958 g/cm3 a 25°C

Comprimento do percurso percorrido: L = 60 cm

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CálculosVelocidade limite média (VL):

Velocidade limite média no meio infinito (VC):

Cálculo do número de Reynolds:

Viscosidade do óleo:

( )( ) Poise

V

g.dρ ρ

18

1 μ

C

2

fluidoS−

=

D

d

16

81

D

d

4

9 1V V

2

LC

++=

(cm/s) t

L VL

=

.D.V

N CRe

=

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Arranjo FísicoViscosímetro de Stokes

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