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KELLY SIVOCY SAMPAIO TEIXEIRA USO DA QUIMIOMETRIA NA DETERMINAÇÃO SIMULTÂNEA DO TEOR DOS FÁRMACOS EM COMPRIMIDO COM DOSE FIXA COMBINADA EMPREGADO NO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE. NATAL RN 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FACULDADE DE FARMÁCIA PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM MEDICAMENTOS

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KELLY SIVOCY SAMPAIO TEIXEIRA

USO DA QUIMIOMETRIA NA DETERMINAÇÃO SIMULTÂNEA DO TEOR

DOS FÁRMACOS EM COMPRIMIDO COM DOSE FIXA COMBINADA

EMPREGADO NO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE.

NATAL – RN

2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

FACULDADE DE FARMÁCIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA EM MEDICAMENTOS

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KELLY SIVOCY SAMPAIO TEIXEIRA

USO DA QUIMIOMETRIA NA DETERMINAÇÃO SIMULTÂNEA DO TEOR

DOS FÁRMACOS EM COMPRIMIDO COM DOSE FIXA COMBINADA

EMPREGADO NO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE.

Tese apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Desenvolvimento e

Inovação Tecnológica em Medicamentos

da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Doutora.

Orientador: PROF. Dr. Tulio Flavio

Accioly de Lima e Moura

Coorientador: PROF. Dr. Euzébio

Guimaraes Barbosa

NATAL – RN

2017

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Dedico este trabalho

Aos meus pais, Sivocy e Evandro, por me ensinarem a buscar sempre alcançar meus

sonhos. Aos meus irmãos, Júnior, Keynne, Keylla e Kylza, as minhas

sobrinhas Letícia, Maria Vitória, Larissa, Louise e sobrinhos Luis Vinícius e

Leo Miguel que torcem pelo meu sucesso. Ao meu esposo, Artur, e meus

cachorrinhos Peteka e Biscoito que suportaram minha ausência e me

acompanharam diretamente nessa jornada. E a Bolacha (in memorian) minha

fiel “escudeira”, que pelo pouco tempo que passou entre a gente me deu

amor e companheirismo incondicional.

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AGRADECIMENTOS

Concluída mais uma etapa de formação acadêmica e profissional é preciso expressar

minha gratidão a todos que fizeram parte deste trabalho e contribuíram para o sucesso

desta caminhada.

À Deus Todo Poderoso e Misericordioso, pelas bênçãos diárias e pela força que sempre

me acompanha e guia meus passos em todos os momentos.

Aos Prof. Dr. Tulio Flavio Accioly de Lima e Moura e Prof. Dr. Euzébio Guimaraes

Barbosa, pela orientação e ensinamentos.

Ao professor, amigo e incentivador Prof. Dr. Said Gonçalves da Cruz Fonseca, pela

presença e auxílio constantes, obrigada por seu carinho e por sua ajuda, sempre tão

importante e necessária.

Aos Profs. Luís Carlos Brigido de Moura e Mario Luís Ribeiro de Moura pela

contribuição a este trabalho e pelas conversas amigáveis.

As professoras Tereza, Janete, Romélia e Mirian, por fornecerem alguns materiais de

consumo utilizados no trabalho.

Aos técnicos, auxiliares técnicos e estagiários do CEDEFAR (Márcia, Igor, Tatiana e

Larissa), da FARMÁCIA ESCOLA (Salete, Janete, Adriana, Beto, Eliane, Luthiane,

Rafaela, Emidio), do LEFI (Ednaldo, Daiane, Maxciara e Lyghia) e da FAECE

(Cristiano) pelo apoio durante a realização dos experimentos, pela amizade e

compreensão no decorrer destes anos.

Aos meus colegas do programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Inovação

Tecnológica em Medicamentos, por suas importantes contribuições tanto no campo

acadêmico como pessoal Luciana, Gabriel, Carol, Iris, Savana, Said, Daiane, Debora,

Paula, Regina.

Ao Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em

Medicamentos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, especialmente ao corpo

técnico e administrativo pelos serviços prestado.

Às instituições financiadoras: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq) e ao Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica

em Medicamentos, pelos auxílios concedidos para a realização desta pesquisa.

Aos meus alunos que indiretamente me apoiaram nesta jornada. Aprendi muito com

vocês. Em especial os alunos Lucicleide e Wagner que me ajudaram a conseguir uma

parte dos medicamentos utilizados nessa tese.

As professoras Rita e Adryana, por me concederem as liberações para que eu pudesse

fazer as disciplinas e os experimentos para a conclusão da tese, além de confiança no meu

trabalho.

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Ao corpo docente do curso de farmácia da FAECE e aos coordenadores dos demais

cursos da faculdade obrigada por acompanharem essa jornada e me auxiliarem nos

momentos que não pude está presente.

A Erika, Eduardo, Renata, Narelle, Regina, Lygia, Adriana, Franzé, Teixeira Neto

e Savana que abriram as portas de suas casas para me hospedar em algum dos quatro

locais de disciplinas pelos quais passei. Muito obrigada!

A Claysiane, pela construção de uma amizade e apoio durante o tempo decorrido para a

realização deste trabalho.

Ao Tiago pela ajuda com o meu computador. Ele sempre quebrava nos momentos mais

cruciais.

As minhas queridas amigas Angélica, Elisângela, Erika, Fabíola, Idelceana e Jamili,

que sempre estão presentes na minha vida, incentivando e mostrando o real valor de uma

amizade mesmo depois de muitos anos.

Ao meu porto seguro, minha família: Meu pai Evandro, minha mãe Sivocy, meus irmãos

Júnior, Keynne, Keylla e Kylza, aos meus cunhados e cunhada Geraldo, Luis, Sidney

e Ednanda, as minhas sobrinhas Letícia, Vitória, Larissa, Louise e sobrinhos Vinícius

e Leo pelo carinho, apoio, por se fazer todos os dias presentes em minha vida,

compartilharem meus momentos de felicidade e ser fonte de apoio nos momentos difíceis.

Obrigada por me ajudarem a vencer mais esta etapa da minha vida.

Ao meu esposo, Artur, pela paciência nos momentos de aperreio, incentivo nos

momentos de desânimo e compreensão quando estive triste e principalmente por ser essa

pessoa amável que em todos os momentos soube me fazer sorrir. Amo muito você!

A Peteka e Biscoito que mesmo “abandonados” nunca deixaram de me fazer festa e

carinho quando voltava para casa.

A Bolacha (in memorian) minha “pequenininha” que chegou e partiu em um momento

muito delicado para me mostrar o quão forte eu era. Sentirei saudades sempre!

A toda a minha família: avó, tios, tias, primos e primas pelo carinho, amizade e orações.

“ Uma andorinha só não faz verão. ” Aristóteles (384-322 a.C.)

Obrigada!

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“O que vale na vida não é o ponto de

partida e sim a caminhada.

Caminhando e semeando, no fim

terás o que colher. ”

Cora Coralina

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RESUMO

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere que o tratamento da tuberculose (TB)

seja realizado através da terapia que consiste na associação de quatro fármacos:

rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Com isso o tratamento é melhor aceito

tendo uma maior adesão do paciente à terapia prescrita. Levando-se em consideração que

a metodologia utilizada para o doseamento de um fármaco na presença de excipientes e

outros fármacos é a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) que é sabidamente

trabalhosa, de alto custo e destrutiva, foi proposta desse trabalho o desenvolvimento e

validação de um modelo de calibração multivariada em associação com a técnica de

espectroscopia no infravermelho próximo (NIR) para determinação simultânea de

rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol que fosse mais simples, rápida, de

baixo custo, não destrutiva e que não utilizasse solventes orgânicos, contribuindo assim

com o meio ambiente. Sendo, portanto, ferramenta de otimização para o controle de

qualidade deste medicamento. Nesse trabalho foi utilizado o método por NIR – PLS

(regressão de mínimos quadrados parciais) onde as misturas dos quatro fármacos foram

realizadas com base no planejamento experimental do tipo composto central elaborado

pelo programa Statistica 13 (StatSoft Inc.). Essas misturas foram lidas na faixa de 10.000

a 4.000 cm-1 utilizando um espectrofotômetro Infravermelho (IRPrestige-21 - Shimadzu)

com resolução de 4 cm-1, 20 varreduras, temperatura e umidade controladas. As análises

envolvendo CLAE foram realizadas em um cromatógrafo (Hitachi – Elite Ultra),

equipado com coluna C18 (15 cm x 4,6 mm – ACE-5) e (25 cm x 4,6 mm – Luna -

Phenomenex) e detector UV (matriz de diodo), utilizando o método de referência descrito

na farmacopeia internacional 15ª edição. Ao final, todos os dados foram tratados por

ferramentas computacionais de análise multivariada, utilizando PLS através do programa

pirouette 3.11 (Infometrix, Inc.). As seleções de variáveis foram realizadas pelo programa

QSAR modeling. Foi realizada validação cruzada pelo método leave-one-out e estimativa

de figuras de mérito como linearidade, precisão e exatidão foram demonstradas nos quatro

modelos propostos. Na avaliação das amostras comerciais pelos modelos de calibração

multivariada em associação com a espectroscopia no infravermelho próximo (NIR)

desenvolvidos foram capazes de determinar simultaneamente os quatro fármacos,

apresentando dados estatisticamente equivalentes aos obtidos por CLAE.

Palavras chave: Infravermelho próximo, controle de qualidade farmacêutico,

rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol, produtos DFC

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ABSTRACT

The World Health Organization (WHO) suggests that treatment of tuberculosis (TB)

should be done through a combination of four drugs: rifampicin, isoniazid, pyrazinamide

and ethambutol. With this the treatment is better accepted having a greater adhesion of

the patient to the prescribed therapy. Taking into account that the methodology used for

the determination of a drug in the presence of excipients and other drugs is high-

performance liquid chromatography (HPLC), which is known to be laborious, expensive

and destructive. Validation of a multivariate calibration model in association with the near

infrared spectroscopy (NIR) technique for the simultaneous determination of rifampicin,

isoniazid, pyrazinamide and ethambutol that was simpler, faster, low cost, non destructive

and did not use organic solventes, thus contributing to the environment. Therefore, it is

an optimization tool for the quality control of this medicine. In this work, the NIR - PLS

(partial least squares regression) method was used where the mixtures of the four drugs

were performed based on the experimental design of the central composite type

elaborated by the program Statistica 13 (StatSoft Inc.). These mixtures were read in the

10,000 to 4,000 cm-1 range using an infrared (IRPrestige-21 - Shimadzu)

spectrophotometer with 4 cm-1 resolution, 20 sweeps, controlled temperature and

humidity. The analyzes involving HPLC were performed in a chromatograph (Hitachi -

Elite Ultra) equipped with a C18 column (15 cm x 4.6 mm - ACE - 5) and (25 cm x 4.6

mm - Luna - Phenomenex) and UV detector (Diode array) using the reference method

described in the International Pharmacopoeia 15th Edition. At the end, all data were

treated by computational tools of multivariate analysis, using PLS through the program

pirouette 3.11 (Infometrix, Inc.). The selections of variables were performed by the

QSAR modeling program. Cross-validation was performed by the leave-one-out method

and estimation of merit figures such as linearity, precision and accuracy were

demonstrated in the four proposed models. In the evaluation of the commercial samples

by the multivariate calibration models in association with the near infrared spectroscopy

(NIR), they were able to simultaneously determine the four drugs, presenting data

statistically equivalent to those obtained by HPLC.

Keywords: Near-infrared spectroscopy, pharmaceutical quality control, rifampicin,

isoniazida, pyrazinamide, etambutol, FDC products

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Esquema básico para o tratamento da tuberculose de adolescentes e adultos

25

Quadro 2 – Regiões espectrais do infravermelho 32

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura química da isoniazida 27

Figura 2 – Estrutura química da pirazinamida 28

Figura 3 – Estrutura química do etambutol 28

Figura 4 – Estrutura química da rifampicina 29

Figura 5 – Representação da técnica de reflectância especular e difusa 33

Figura 6 - Representação gráfica do planejamento do tipo composto central dos ativos

rifampicina (rifa), isoniazida (iso), pirazinamida (pira), etambutol (eta) e excipientes

(excip), demonstrando o conjunto de calibração (c) e o conjunto de validação (v).

45

Figura 7 - Espectros de infravermelho médio (MID), sendo evidenciadas as bandas

características de grupos amina, amida, aromáticos, carbonila e álcool. 50

Figura 8 - Espectros de infravermelho próximo (NIR), sendo evidenciadas as regiões A,

B e C referentes a algumas bandas de combinações e sobretons. 51

Figura 9 - Espectros de MID (A) e NIR (B) da mistura quaternária e do medicamento. As

setas indicam as diferenças visuais detectadas. 52

Figura 10 – Espectros de MID dos IFA: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.

54

Figura 11 - Espectros de MID dos materiais de revestimento: dióxido de titânio e óxido

de ferro. 54

Figura 12 - Espectros de MID dos diluentes, aglutinantes e desagregantes: celulose

microcristalina, amido de milho, lactose, polivinilpirrolidona (k30 e k90), gelatina

em pó, methocel, hipromelose, croscarmelose, aminoglicolato de sódio e alginato de

sódio. 55

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Figura 13 - Espectros de MID dos deslizantes, lubrificantes e antioxidante: talco, dióxido

de silício coloidal (aerosil), estearato de magnésio, lauril sulfato de sódio, macrogol

6000 e ácido ascórbico. 55

Figura 14 – Análise do componente principal: (A) gráfico dos scores das misturas

desenvolvidas; (B) destaque das misturas mais próximas ao medicamento. 56

Figura 15 – Espectros de MID do comprimido e da mistura desenvolvida. 57

Figura 16 – Cromatogramas obtidos por CLAE de acordo com a farmacopeia internacional:

A: isoniazida, pirazinamida e etambutol e B: rifampicina. 60

Figura 17 - Espectros da região do infravermelho próximo das amostras dos conjuntos de

calibração, validação e os comprimidos DFC. 61

Figura 18 - Validação interna cruzada utilizando o método leave-one-out para o modelo

de quantificação da pirazinamida, etambutol, rifampicina e isoniazida. 64

Figura 19 - Detecção de outliers para o modelo de quantificação da pirazinamida,

etambutol, rifampicina e isoniazida. 66

Figura 20 – Correlação entre os valores de concentração determinados por CLAE e os

valores previsto por NIR para cada IFA empregando os modelos desenvolvidos. 67

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Informações adicionais dos comprimidos DFC 38

Tabela 2 – Condições analíticas empregadas para o doseamento dos insumos

farmacêuticos ativos 40

Tabela 3 – Variações dos valores (mg) dos insumos farmacêuticos ativos utilizados no

preparo das misturas para o desenvolvimento dos modelos 44

Tabela 4 – Quantidade utilizada dos insumos farmacêuticos ativos (mg) e a mistura dos

excipientes (mg) na composição das amostras para o conjunto de calibração (1 - 31)

e conjunto de validação (32 – 49). 46

Tabela 5 - Teores (mg) dos insumos farmacêuticos ativos obtidos pelo método de

referência para as amostras utilizadas na construção do modelo de calibração

multivariada: conjuntos de calibração:1 a 31; validação: 32 a 49. 58

Tabela 6 – Resumo dos parâmetros analisados para os modelos desenvolvido para

quantificação da pirazinamida, etambutol, rifampicina e isoniazida. 65

Tabela 7 – Valores encontrados no teste de precisão e exatidão do modelo de calibração

desenvolvido por NIR. 68

Tabela 8 – Resultados da quantificação de isoniazida (iso), rifampicina (rifa),

pirazinamida (pira) e etambutol (eta) em amostras de medicamentos pelo método

desenvolvido (NIR) e método farmacopeico (CLAE). 70

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2RHZ/4RH Dois meses rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) / 4 meses

rifampicina e isoniazida

AIDS Síndrome da imunodeficiência adquirida

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ASTM American Society For Testing And Materials

BAAR Bacilo Álcool-Ácido Resistente

BPF Boas Práticas de Fabricação

CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

CLUE Cromatografia líquida de ultra eficiência

CMD Concentração Média Determinada

DAD Detector de arranjo de fotodiodos

DFC Doses Fixas Combinadas

DNA Ácido Desoxirribonucleico

DP Desvio Padrão

DPR Desvio Padrão Relativo

FDA Food and Drug Administration

FIR Espectroscopia de Infravermelho Distante

ICS International Chemometrics Society

IFA Insumos Farmacêuticos Ativos

IV Infravermelho

MID Espectroscopia de Infravermelho Médio

MSC Correção Multiplicativa de Sinal

NIR Espectroscopia de Infravermelho Próximo

OMS Organização Mundial de Saúde

PAS Ácido p-aminossalicílico

PAT Tecnologia de Processo Analítico

PCA Análise de Componentes Principais

PLS Regressão de Mínimos Quadrados Parciais

PNCT Programa Nacional de Controle da Tuberculose

PRESS Soma dos Quadrados de Erro de Previsão

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

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RMSEC Erros Quadráticos de Calibração

RMSECV Soma dos Erros Quadráticos da Validação Cruzada

RMSEP Erro Padrão de Previsão

RNA Ácido Ribonucleico

smooth Alisamento

SQR Substância Química de Referência

SQRFB Substância Química de Referência da Farmacopeia Brasileira

TB Tuberculose

USP United States Pharmacopeia

UV-VIS Ultravioleta - Visível

VL Variáveis Latentes

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 19

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 21

2.1.1.1. Considerações gerais sobre a tuberculose 21

2.1.1.2. Tratamento da tuberculose 22

2.1.1.3. Fármacos tuberculostáticos 26

2.1.1.4. Isoniazida 26

2.1.1.5. Pirazinamida 27

2.1.1.6. Etambutol 28

2.1.1.7. Rifampicina 28

2.1.1.8. Controle de qualidade de medicamentos na indústria farmacêutica 29

2.1.1.9. Espectroscopia no infravermelho (NIR e MID) para análise de fármacos

31

2.1.1.10. Quimiometria 34

2.1.1.11. Validação analítica 36

3. OBJETIVOS 37

3.1.1.1. Geral 37

3.1.1.2. Específicos 37

4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL 38

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4.1.1.1. MATERIAIS: amostra, padrões, reagentes, solventes utilizados,

Equipamentos e softwares 38

4.1.1.2. MÉTODOS 40

4.1.1.3. Métodos de referência PARA DETERMINAÇÂO do teor de rifampicina,

isoniazida, pirazinamida e etambutol (método cromatográfico) 40

4.1.1.4. Método por Infravermelho médio e próximo (NIR e MID) 42

4.1.1.5. Análises Preliminares: Espectroscopia 42

4.1.1.6. Seleção dos excipientes 42

4.1.1.7. Planejamento experimental 43

4.1.1.8. Preparo das amostras para a construção do modelo multivariado 46

4.1.1.9. Aquisição dos espectros de infravermelho 47

4.1.1.10. Desenvolvimento do modelo multivariado de calibração 48

4.1.1.11. Validação do método 48

4.1.1.12. Quantificação dos IFA nas amostras comerciais 48

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 49

5.1.1.1. Análises Preliminares: Espectroscopia 49

5.1.1.2. Engenharia reversa do comprimido 53

5.1.1.3. Métodos de referência (CLAE) 57

5.1.1.4. Modelos desenvolvidos por calibração multivariada 61

5.1.1.5. Validação do método 67

5.1.1.6. Quantificação dos IFA nas amostras comerciais 69

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 71

7. PERSPECTIVAS 71

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 72

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19

1. INTRODUÇÃO

A tuberculose (TB) é uma doença contagiosa grave, considerada milenar, causada

por um dos agentes etiológicos: Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium bovis e

Mycobacterium africanum (MELO et al., 2009). Anualmente essa doença mata no mundo

aproximadamente 3,0 milhões de pessoas, mais que a síndrome da imunodeficiência

adquirida (AIDS), a malária e as doenças tropicais combinadas (OMS, 2015). Trata-se de

um dos principais problemas de saúde pública do mundo porque o contágio é facilitado

por aglomerações humanas onde o bacilo é transmitido pelas vias áreas. A doença pode

atingir todos os órgãos do corpo humano, porém se reproduz mais facilmente nos pulmões

devido à alta concentração de oxigênio (PEÑA, BAQUERO-ARTIGÃO, MORENO-

PEREZ, 2009).

Os primeiros tratamentos a que se tem referência no Brasil são datados do ano de

1907 e desde então muitas mudanças foram feitas. Vários tratamentos foram propostos e

esquemas terapêuticos foram padronizados (CAMPOS, H.S., 2007). Em 2009, por

recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma nota técnica publicada

pelo Ministério da Saúde propôs mudanças no esquema básico para o tratamento de TB.

Foi introduzido a apresentação em comprimidos com dose fixa (reduzida) combinada dos

4 fármacos (4 em 1) para a fase intensiva do tratamento. A utilização de rifampicina (150

mg), isoniazida (75 mg), pirazinamida (400 mg) e etambutol (275 mg) na apresentação

de comprimidos tem apresentado excelentes resultados pelo mundo quanto à efetividade

devido principalmente à maior taxa de adesão ao tratamento (Ministério da Saúde, 2010).

Essa associação medicamentosa tem se tornado alvo de muitos estudos devido

principalmente a problemas com as doses fixas combinadas (DFC). Podendo, desta

forma, se tornar um obstáculo para o controle de qualidade do medicamento distribuído.

Medicamento com teores baixo dos insumos farmacêuticos ativos (IFAs) é um problema

de importância vital na prevenção de risco na formação de resistência aos

tuberculostáticos. Não se pode realizar programas efetivos de combate à tuberculose sem

a garantia de que os medicamentos usados no tratamento sejam eficazes na promoção da

cura. Para se garantir a eficácia, segurança, baixa toxicidade e melhor estabilidade destes

medicamentos é necessário um controle de qualidade abrangente onde fabricantes e

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20

autoridades governamentais unam forças (SANTORO, 1988; BHUTANI, MARIAPPAN

e SINGH, 2004).

O padrão de qualidade é o ponto chave para o controle de medicamentos em uma

indústria farmacêutica. Ele deve garantir a conformidade do medicamento com os

parâmetros conhecidos, bem como sua inocuidade e eficácia do ponto de vista

farmacológico (PRISTA, et al., 2009). Devido à complexidade de metodologias que

quantifiquem fármacos associados de maneira simultânea, o controle de qualidade, que

muitas vezes é demorado, pode trazer incertezas devido à possibilidade de degradação do

produto e o alto custo. Assim, a busca de técnicas alternativas que minimizem as

desvantagens da metodologia de referência, no que se refere ao controle em processo e

ao produto final, são de grande valia.

Avanços nas tecnologias e ferramentas analíticas que possam ser aplicadas em

medidas de tempo real, análise de processo e produto final têm sido relatados na literatura,

dando ênfase à importância do acompanhamento em processo da qualidade do produto

final (WORKMAN, KOCK e VELTKAMP, 2007; WORKMAN, et al., 2011). Esse tipo

de pesquisa vem sendo direcionada para responder aos quesitos de um processo bem

compreendido que se encontra no guia de orientação para a indústria publicado pelo Food

and Drug Administration (FDA) (FDA, 2004).

No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 17/2010 determina que as

boas práticas de fabricação de um medicamento devem garantir um produto que tenha

qualidade em sua produção e que seja controlado com padrões de qualidade apropriados

(BRASIL, 2010).

Visando aproximar a pesquisa à sua aplicação prática, e tentando seguir as

recomendações para garantir a qualidade do medicamento pelo órgão regulamentador, o

presente trabalho buscou, através da espectroscopia de infravermelho próximo e médio

(NIR e MID) e analise multivariada, desenvolver métodos que possam monitorar a

qualidade dos insumos farmacêuticos ativos (IFA) do comprimido DFC para o tratamento

da tuberculose, obtendo medidas objetivas com um custo mais baixo, de forma não

destrutiva, rápida e sem geração de resíduos químicos (TREVISAN E POPPI, 2006;

LUYPAERT, MASSART, VANDER HEYDEN, 2007; SWARBRICK, 2007;

MANTANUS et al., 2010).

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1.1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A TUBERCULOSE

A tuberculose é uma doença infecciosa grave sendo a principal causa de morte por

doença infectocontagiosa em adultos no mundo. A doença está associada à pobreza, às

más condições de vida e de habitação e à aglomeração humana (FERREIRA;

GLASENAPP; FLORES, 2011; BRASIL, 2016). Os principais sintomas da tuberculose

pulmonar são: tosse persistente, produtiva ou não (com muco e eventualmente sangue),

febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento (BRASIL, 2011).

A doença é causada pelo agente etiológico Micobacterium tuberculosis, que é um

parasita intracelular facultativo e possui a capacidade de sobreviver e se multiplicar no

interior de células fagocitárias, é resistente à ação de agentes químicos e sensível à ação

de agentes físicos como o calor e a radiação ultravioleta, mas não ao congelamento e à

dessecação (COELHO; MARQUES, 2006). Surgiu há cerca de 15.000 anos e por ter sido

detectado em múmias egípcias 3.400 anos antes de Cristo, acredita-se que a tuberculose

já comprometia a saúde do homem desde então (CAMPOS, 2006).

A tuberculose é considerada um dos principais problemas de saúde pública no

mundo, pois sua contaminação é favorecida em lugares aglomerados. A doença é causada

por um bacilo de crescimento lento, aeróbio, álcool-ácido resistente (BAAR), sua

transmissão se dá por vias áreas, a doença pode atingir todos os órgãos, mas ataca com

mais frequência os pulmões, por motivo da alta concentração de oxigênio (PEÑA,

BAQUERO-ARTIGÃO, MORENO-PEREZ, 2009; FERREIRA; GLASENAPP;

FLORES, 2011). A infecção acontece por meio da inalação de núcleos secos de partículas

contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com tuberculose ativa de

vias respiratórias (pulmonar ou laríngea). Os doentes com baciloscopia de escarro

positiva, são a principal fonte de infecção (BRASIL, 2011).

A tuberculose é uma doença curável em praticamente 100% das novas

ocorrências, desde que a pessoa seja sensível aos medicamentos antituberculose e que

sejam obedecidos os princípios básicos da terapia (BRASIL, 2016). Mesmo sendo

considerada uma doença curável calcula-se que nos últimos 100 anos a tuberculose tenha

levado a óbito por volta de 100 milhões de indivíduos (FRIENDEN et al., 2003).

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22

Em termos internacionais, a OMS aponta que 22 países concentram cerca de

80,0% das ocorrências de tuberculose. Nesse contexto, o Brasil faz parte desse grupo,

ocupando a 16ª posição em número absoluto de casos. A Índia, China e África do Sul são

os países com maior carga da doença. Considerado o coeficiente de incidência, o Brasil

ocupa a 22ª posição entre esses países. Em 2012, cerca de 8,6 milhões de pessoas tiveram

tuberculose no mundo, mas observa-se que ocorreu uma diminuição no número de

contaminados como também no número de mortes por tuberculose no mundo, pois em

1990, ocorreram 1,3 milhão de mortes causadas pela tuberculose, e em 2012, esse número

foi de 940 mil, obtendo uma redução de 45% (OMS, 2013).

No Brasil, a tuberculose ainda é considerada um sério problema da saúde pública,

com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos

novos e ocorrem 4,6 mil mortes em decorrência da doença (BRASIL, 2016). Entretanto,

o Brasil vem apresentando uma queda na incidência de tuberculose, bem como em sua

taxa de mortalidade e número de novos casos (FIOCRUZ, 2016).

A tendência de queda em ambos os indicadores vem-se acelerando ano após ano

em um esforço nacional, o que pode determinar o efetivo controle da tuberculose em um

futuro próximo, quando a doença poderá deixar de ser um problema para a saúde pública

(BRASIL, 2016). O Brasil cumpriu os três objetivos para 2015 (diminuir pela metade a

incidência, prevalência e mortalidade). Outros oito países considerados de alta carga

também alcançaram as metas: Camboja, China, Etiópia, Índia, Myanmar, Filipinas,

Uganda e Vietnã (OMS,2015). Nos últimos 10 anos, a incidência de casos de tuberculose

no Brasil reduzida em 20,2%, passando de 38,7 casos/100 mil habitantes em 2006 para

30,9 casos/100 mil habitantes em 2015. Já a taxa de mortalidade passou de 2,2 óbitos para

cada 100 mil habitantes, em 2014, contra 2,6 registrados em 2004 (ROCHA, 2016).

Para o ano de 2016 o objetivo global estabelecido pela OMS é a eliminação da

epidemia da tuberculose, tendo como meta a redução da incidência da tuberculose em

80% e nas taxas de mortalidade uma redução de 90%, de forma a reduzir os custos

voltados para o tratamento da tuberculose até 2030 (OMS, 2015).

2.1.1.2. TRATAMENTO DA TUBERCULOSE

No Brasil, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) é

responsável pelas normas de prevenção, diagnóstico, tratamento e pela distribuição dos

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medicamentos, que são fornecidos, gratuitamente, a todos os doentes registrados e

acompanhados nas Unidades de Saúde (CAMPOS, 2007).

A primeira ação efetiva do poder público no Brasil contra a tuberculose foi em

1907 e proposta por Oswaldo Cruz. Em 1920, criou-se a Inspetoria de Profilaxia da

Tuberculose, que priorizou a descoberta e o tratamento adequado dos doentes. Em 1926,

o Departamento Nacional de Saúde Pública criou modelo centralizado de ações

profiláticas, hospitalares, laboratoriais, coordenadas pelo poder público. Até os anos de

1940, quando não tinha medicamento efetivo, o tratamento era hospitalar, com o uso de

técnicas cirúrgicas, mais precisamente pneumotórax (CAMPOS, 2007).

Na década de 40, a tuberculose foi considerada praticamente intratável e fatal,

responsável pela mortalidade de 50% na forma pulmonar (FOX; ELLARD;

MITCHISON, 1999). No entanto, ao longo dos anos 40 e 50 com o uso da quimioterapia

antibiótica especifica foi permitido alterar o perfil epidemiológico da doença, ocorrendo

uma queda dos índices de mortalidade ocasionados pela tuberculose, contudo propiciou

o surgimento de bacilos resistentes ao fármaco, sendo superada por sua vez por

aprofundamento dos estudos (FERNANDES; NASCIMENTO, ALMEIDA, 1993).

Em 1946, com o uso da estreptomicina para tratamento da tuberculose, iniciou-se

o desenvolvimento da moderna quimioterapia e foi quando houve a redução do número

de mortes. Em 1948, o uso de estreptomicina foi associado ao ácido p-amino-salicílico

(PAS) para obter-se a redução da resistência bacteriana ao uso desses fármacos isolados

(FERREIRA; GLASENAPP; FLORES, 2011). Desenvolveu-se assim, uma

quimioterapia inovadora contra a tuberculose, onde o foco era a redução da resistência

das bactérias para esses medicamentos quando usados de forma isolada e uma melhor

eficácia para o tratamento da doença.

Entre 1952 e 1967, foi explorado o uso da isoniazida isolada ou em associação

com o PAS ou estreptomicina. Nos anos 70, novos estudos direcionavam para o uso de

rifampicina ou pirazinamida em regime combinado com estreptomicina e isoniazida, com

a finalidade de diminuir o reaparecimento da doença, demonstrando, também, que a

inclusão de rifampicina e pirazinamida no esquema terapêutico poderia reduzir o curso

do tratamento para seis meses (FOX; ELLARD; MITCHISON, 1999). Com esse esquema

de tratamento foi possível verificar que a atividade esterilizante da pirazinamida limitou-

se aos primeiros dois meses de tratamento, durante a fase intensiva, enquanto que a da

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rifampicina permaneceu em toda a fase de continuação (FOX; ELLARD; MITCHISON,

1999; OMS, 2003).

Em 1976, o período de tratamento moderno foi delimitado para seis a nove meses.

E em 1979, o esquema foi novamente modificado, passando a ser composto pela

rifampicina, pela isoniazida e pela pirazinamida, com 6 meses de duração (2RHZ / 4RH).

Esse esquema, por sua vez, foi considerado mais eficaz e com uma menor toxidade, assim

foi utilizado em todo o país, de forma pioneira em todo o mundo (CAMPOS, 2007).

No Brasil, até o ano de 2009, o esquema terapêutico disponível e utilizado para o

tratamento de primeira linha da tuberculose era composto por três fármacos (isoniazida,

pirazinamida e rifampicina) empregados na primeira fase (dois meses de tratamento),

seguido de isoniazida e rifampicina empregados na segunda fase (quatro meses de

tratamento). Nesse mesmo ano, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose,

juntamente com o seu comitê técnico, reviu o sistema de tratamento e foi diagnosticado

um crescimento da resistência primária a isoniazida (de 4,4% para 6,0%), assim a partir

de 2010 houve a introdução do etambutol na primeira fase do tratamento (dois meses),

como quarto fármaco na fase intensiva do tratamento seguido dos dois fármacos

(isoniazida e rifampicina) na segunda fase (quatro meses de tratamento) com objetivo de

prevenir a resistência bacilar aos fármacos antituberculose (BRASIL, 2011; FERREIRA;

GLASENAPP; FLORES, 2011).

A introdução do etambutol objetivou aumentar o sucesso terapêutico e evitar o

aumento da multirresistência, pela maior adesão do paciente; todos os agentes são

facilmente absorvidos após a administração oral, com ampla distribuição para a maioria

dos tecidos e fluidos, incluindo o líquido cérebro-espinhal. (BRASIL, 2010; BRASIL

2016).

Assim, de acordo com recomendação da OMS, a formulação farmacológica desse

esquema passa a ser em comprimidos de doses fixas combinadas dos quatro fármacos nas

seguintes dosagens na etapa inicial (fase de ataque): rifampicina 150 mg, isoniazida 75

mg, pirazinamida 400 mg e etambutol 275 mg e etapa secundária (fase de manutenção ou

continuação) rifampicina 150 mg e isoniazida 75 mg. As dosagens especificadas por peso

e faixa etária para adolescentes e adultos podem ser consultadas no quadro 01 (BRASIL,

2011).

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Quadro 1 - Esquema básico para o tratamento da tuberculose de adolescentes e adultos

Fase Fármacos Faixa de Peso Unidade/Dose

Intensiva

2 Meses

Comprimido em dose fixa e

combinada

Rifampicina 150 mg.

Isoniazida 75mg

Pirazinamida 400mg

Etambutol 257mg

20Kg a 35Kg

36Kg a 50Kg

>50Kg

2 Comprimidos

3 Comprimidos

4 Comprimidos

Manutenção

4 meses

Rifampicina e Isoniazida

comprimido ou cápsula de

300/200mg ou de 150/100mg

ou comprimidos de 150/75mg

20Kg a 35Kg

1 comprimido ou

uma cápsula de

300/200mg ou 2

comprimidos de

150/75mg

36Kg a 50Kg

1 comprimido ou

uma cápsula de

300/200mg + 1

comprimidos ou uma

cápsula de 150/75mg

ou 3 comprimidos de

150/75mg

>50Kg

2 comprimidos ou

uma cápsula de

300/200mg ou 4

comprimidos de

150/75mg Fonte: Brasil, 2011.

Além do aumento da resistência primária da isoniazida, já ressaltada

anteriormente, houve ainda o aumento da resistência dela quando associada à rifampicina

(de 1,1% para 1,4%), isso entra também como uma das justificativas para a mudança do

tratamento a terapia de comprimidos DFC, buscando, dessa forma, a redução da

resistência aos fármacos utilizados no tratamento contra a tuberculose, já que o etambutol

é um agente usado principalmente para impedir o aparecimento de multirresistência

(BRASIL, 2011; BRAGA; BARRETO; HIJJAR, 2002; NOLAN; GOLDBERG, 2002;

RABARIJAONA et al., 1999).

Uma das vantagens dessa nova formulação DFC é a redução do número de

comprimidos, o que favorece a uma melhor adesão do paciente ao tratamento e

consequentemente a redução das taxas de abandono ao tratamento, isso também diminui

as chances de o paciente ser seletivo na escolha dos fármacos administrados, evitando o

risco de monoterapia (BRASIL 2011; NOLAN; GOLDBERG, 2002; RABARIJAONA

et al., 1999).

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Com a diminuição do tempo do tratamento para seis meses houve a diminuição

nas taxas de abandono conforme já ressaltado, mas, ainda assim, é comum o paciente

iniciar e interromper o tratamento por diversos motivos. É considerado abandono aquele

paciente que deixou de comparecer à unidade de saúde por mais de trinta dias

consecutivos, fato que normalmente ocorre no início do tratamento, quando o paciente

tem uma melhora significativa dos sintomas. Contudo, isso é um fator preocupante, tendo

em vista que o paciente que não finaliza o tratamento não obtém a cura, e isso leva ao não

rompimento da cadeia de transmissão, pois o paciente permanece sendo uma fonte de

contágio. Outro agravante é que o abandono leva à resistência medicamentosa e à recidiva

da doença, as quais impõem dificuldades ao processo de cura, aumentando o tempo e o

custo do tratamento (MENDES; FENSTERSEIFER, 2004).

Vários fatores podem estar ligados ao abandono do tratamento, sendo os principais

os efeitos colaterais, uso irregular da medicação, baixo nível socioeconômico, internações

por outras doenças, os hábitos de vida, falha dos profissionais na orientação ao paciente

(OLIVEIRA; MOREIRA FILHO, 2000).

Além do abando ao tratamento, que é um empecilho para a cura efetiva da doença,

outro aspecto importante a ser ressaltado é no tocante a negligência em relação a doença,

pois mesmo sendo uma doença antiga, descoberta há mais de 3.400 anos antes de Cristo,

ela continua a atingir pessoas em todo o mundo. Assim, tem-se que tuberculose contribui

para aumentar a desigualdade social e mesmo existindo investimento para pesquisas no

tratamento da doença, os resultados dos estudos não são suficientes para eliminar e/ou

controlar a enfermidade (BRASIL, 2010). Uma das justificativas para esse fato é que a

doença tem baixo interesse da indústria farmacêutica devido ao pouco lucro e pouco

potencial comercial, por isso a indústria farmacêutica tem relutado em investir nesse

mercado (BRASIL, 2010; HARPER, 2007). É importante ressaltar que a Tuberculose é

negligenciada tanto pelo poder público como também pela comunidade científica, por

acreditar que a doença estaria controlada, contudo a tuberculose continua a vitimar várias

pessoas em todo o mundo (NETTO, 2002).

2.1.1.3. FÁRMACOS TUBERCULOSTÁTICOS

2.1.1.4.ISONIAZIDA

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A isoniazida também conhecida por hidrazida do ácido 4-piridinacarboxílico é um

pró-fármaco sintético com atividade tuberculostática. Depois de sua conversão a

metabólito ativo inibe a síntese do ácido micólico interferindo na síntese da parece celular

(MINNEMAN et al., 2006). Sua denominação comum internacional é isoniazidum,

apresenta fórmula molecular C6H7N3O e massa molecular em g/mol de 137,14 (figura 1).

Tem como características ser um pó cristalino de cor branca ou incolor, facilmente solúvel

em água, ligeiramente solúvel em etanol, pouco solúvel em clorofórmio, praticamente

insolúvel em benzeno e éter etílico. Contém no mínimo 98% e, no máximo, 102% de

C6H7N3O em relação a substância dessecada (BRASIL, 2010.). Para identificação pode-

se utilizar absorção no espectro de infravermelho comparando-se com espectro de

isoniazida, substância química de referência (SQR). Pode-se também observar absorções

características em 212 e 265 nm no espectro ultravioleta e por cromatografia liquida de

alta eficiência apresenta pico de retenção igual ao da solução padrão preparada com

isoniazida SQR (BRASIL, 2010).

Figura 1 - Estrutura química da isoniazida

Fonte: Kelly Sivocy, 2017.

2.1.1.5.PIRAZINAMIDA

A pirazinamida, também conhecida por 2-pirazinacarboxamida, é um análogo

sintético da nicotinamida atuando na interferência do gene que codifica a síntese do ácido

graxo do bacilo interrompendo a síntese da parece celular bacteriana (MINNEMAN et

al., 2006). Sua denominação comum internacional é pyrazinamidum, apresenta fórmula

molecular C5H5N3O e massa molecular em g/ mol de 123,11 (figura 2). Tem como

características ser um pó cristalino, branco ou quase branco, ligeiramente solúvel em

água, pouco solúvel em etanol, éter etílico e clorofórmio. Contém no mínimo 99% e, no

máximo, 101% de C5H5N3O em relação a substância anidra (BRASIL, 2010.). Para

identificação pode-se utilizar absorção no espectro de infravermelho comparando-se com

espectro de pirazinamida SQR, pode-se também observar máximo e mínimo idêntico a

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solução similar de pirazinamida SQR entre 200 a 400 nm no espectro ultravioleta,

desenvolve coloração alaranjada quando em reação com sulfato ferroso e em presença de

hidróxido de sódio a solução adquire cor azul escura. E, por aquecimento com hidróxido

de sódio desprende-se odor característico de amônia (BRASIL, 2010).

Figura 2 – Estrutura química da pirazinamida

Fonte: Kelly Sivocy, 2017.

2.1.1.6.ETAMBUTOL

O Cloridrato de (2S,2'S)-2,2'-(1,2-etanodiildiimino) bis-1-butanol (2:1) é um

fármaco com efeito contra as micobactérias apresentando ação após 24 horas depois de

administrada. Não se sabe ao certo o mecanismo de ação, mas acredita-se que interfere

na síntese de polissacarídeos e síntese da parede celular (RANG et al., 2007). A

denominação comum internacional é ethambutoli hydrochloridum, que apresenta formula

molecular C10H24N2O2. HCl e massa molecular em g/mol de 277,23 (figura 3), tem como

características ser um pó branco, cristalino, inodoro, sabor amargo e higroscópico,

facilmente solúvel em água, solúvel em etanol e metanol, pouco solúvel em clorofórmio

e praticamente insolúvel em éter etílico. Contém no mínimo 97% e, no máximo, 101%

de C10H24N2O2. HCl em relação a substância dessecada (BRASIL, 2010). Para

identificação pode-se utilizar absorção no espectro de infravermelho comparando-se com

espectro de cloridrato de etambutol SQR. Desenvolve coloração azul quando em reação

com sulfato cúprico e por último pode responder a reação de íon cloreto quando em

solução aquosa a 10% (BRASIL, 2010).

Figura 3 – Estrutura química do etambutol

Fonte: Kelly Sivocy, 2017.

2.1.1.7.RIFAMPICINA

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A rifampicina é um agente antibacteriano da classe dos macrocíclicos complexos

com atividade tuberculostática. Sua ação bacteriostática se dá devido à inibição da síntese

do RNA bacteriano, interferindo com a polimerase do DNA dependente (CAÑADA,

2002). Pela denominação comum internacional é conhecida como rifampicinum,

apresenta formula molecular C43H58N4O12 e massa molecular em g/mol de 822,94 (Figura

4). Tem como características ser um pó cristalino de cor castanho avermelhado a

vermelho acastanhado, pouco solúvel em água, solúvel em metanol, pouco solúvel em

acetona e etanol. Contém no mínimo 97% e, no máximo, 102% de C43H58N4O12

(BRASIL, 2010). É bastante sensível a luz sendo, portanto, necessário ambiente de

trabalho com baixa luminosidade (CAÑADA, 2002). Para identificação pode-se utilizar

absorção no espectro de infravermelho comparando-se com espectro de rifampicina SQR,

pode-se também observar absorções características em 237, 254, 334 e 475 nm no

espectro ultravioleta e por reação de coloração com persulfato de amônio a 10%

(BRASIL, 2010).

Figura 4 – Estrutura química da rifampicina

Fonte: Kelly Sivocy, 2017.

2.1.1.8. CONTROLE DE QUALIDADE DE MEDICAMENTOS NA INDÚSTRIA

FARMACÊUTICA

As Boas Práticas de Fabricação (BPF) são um conjunto de ações voltadas ao

controle de qualidade na indústria farmacêutica que visam minimizar os riscos inerentes

ao processo produtivo. São divididas em duas etapas, o controle de qualidade durante o

processo e o controle de qualidade do produto final (BRASIL, 2010).

A tecnologia de processo analítico (PAT) foi implementada pela FDA para

estabelecer as BPF para o século XXI: “ Um sistema para projetar, analisar e controlar a

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fabricação através de medidas críticas de qualidade (durante o processo), com objetivo de

certificar a qualidade do produto final (ICH, 2009) ”.

Para cumprir com as novas exigências dos órgãos regulamentadores, a indústria

farmacêutica precisa desenvolver metodologias que possam monitorar a qualidade in-

line/ on-line em um processo produtivo, principalmente em medicamentos em associação,

em que há a mistura de dois ou mais fármacos na mesma forma farmacêutica e que

demanda técnicas analíticas dispendiosas, como as descritas para o medicamento dose

fixa combinada da tuberculose.

Nas farmacopeias americana e internacional, os métodos analíticos para

doseamento dos ativos em medicamentos para o tratamento de tuberculose normalmente

são descritos para serem analisados individualmente ou associados apenas com três

fármacos (USP, 2014; THE INTERNATIONAL PHARMACOPOEIA, 2015). Já na

farmacopeia brasileira há poucas monografias que se referem ao doseamento simultâneo,

porém, nenhumas destas monografias são de medicamentos antituberculostáticos

(BRASIL, 2010).

Várias são as técnicas analíticas voltadas para o controle de qualidade da indústria

farmacêutica, sendo elas responsáveis tanto para o controle em processo como para o

controle do produto final. Dentre elas, podemos destacar a cromatografia líquida de alta

eficiência e a espectroscopia UV-VIS (ALCALÀ, et al., 2010).

Uma das técnicas analíticas mais utilizadas para separação é a cromatografia

líquida de alta eficiência (CLAE), pois possui alto poder de resolução, separação rápida,

monitoramento contínuo do eluente, fácil adaptação a determinadas análises

quantitativas, pode ser utilizada em produtos não voláteis ou termicamente instáveis e é

utilizada para uma ampla quantidade de substâncias (SKOOG; HOLLER; NIEMAN,

2002 e VOGEL, 2002).

Vários trabalhos reportam a utilização de CLAE em análises multivariadas:

Hassib, Farag e Elkady (2011) determinaram estearato de eritromicina e trimetoprim em

comprimidos; Gallego e Arroyo em 2003 analisaram prednisolona, sulfacetamida e

fenilefrena, e em 2002 analisaram dexametasona e trimetoprim; Carlucci et al., (2000)

determinaram losartam e hidroclorotiazida. Süzen, Akay e Cevheroglu (1999) analisaram

guaseifenesina e fosfato de codeína em comprimidos, dentre outros citados na literatura.

Entretanto, ao se verificar o uso de CLAE no processo produtivo dentro de uma indústria

farmacêutica, principalmente voltada para o PAT, essa metodologia passa a ser um

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problema, pois é trabalhosa, consome grandes quantidades de reagentes, várias

manipulações analíticas são necessárias, geram resíduos químicos prejudiciais ao meio

ambiente, além de serem destrutivas e serem realizadas por pessoas capacitadas (USP,

2014; THE INTERNATIONAL PHARMACOPOEIA, 2015, BRASIL, 2010).

As técnicas espectrofotométricas no UV/VIS para identificação e quantificação de

medicamentos está fundamentada na absorção da energia eletromagnética por moléculas

que depende tanto da concentração quanto da estrutura da mesma (BRASIL, 2010).

Apresenta como vantagens: oferecer resultado satisfatório, custo baixo, menor trabalho

na preparação das amostras, menor tempo de análise e mínima geração de resíduos

(SKOOG, et al., 2000).

As regiões do espectro eletromagnético às quais pertencem a faixa de energia

ultravioleta e visível está compreendida entre aproximadamente 200 a 800 nm, em que se

pode verificar que muitos fármacos apresentam sinal intenso, sendo, portanto, sua

determinação viável mesmo em concentrações pequenas (MADAN; DWIVEDI; SINGH,

2005; HARRIS, 2001). Porém, para determinadas análises onde os grupos responsáveis

pela absorção da luz (cromóforos) apresentam semelhanças químicas há uma

sobreposição espectral interferindo na seletividade da técnica, assim, é necessário a

utilização de pré-processamento da amostra (SILVERSTEIN; WEBSTER, 1997), que

normalmente adicionam etapas que poderiam interferir na validação do método.

2.1.1.9. ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO (NIR E MID) PARA

ANÁLISE DE FÁRMACOS

A radiação no infravermelho (IV) só ocorre quando há interação da molécula com

o campo eletromagnético oscilando em frequência semelhante (SKOOG et al., 2000). Os

átomos dos compostos orgânicos vibram com elevada amplitude ao redor das ligações

covalentes, desta forma, os compostos absorvem energia IV nas regiões do espectro,

formando as bandas (SCHARDER, 1995; SKOOG et al.., 2000).

A região do IV corresponde a parte do espectro eletromagnético que vai da faixa

de 10000 a 100 cm-1, sendo dividida em três regiões conhecidas como: FIR –

infravermelho distante, MID – infravermelho médio e NIR – infravermelho próximo. No

quadro 2 são apresentados os limites para cada região, segundo Skoog et al., (2000). No

MID as bandas correspondem as transições fundamentais e no NIR as absorções

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moleculares de sobretons e combinações do espectro estão correlacionadas às vibrações

de ligações C-H, N-H, O-H entre outras (BARBOSA, 2008).

Quadro 2 – Regiões espectrais do infravermelho

Região Intervalo em número de

ondas (cm-1)

Intervalo em comprimentos

de ondas (nm)

NIR (próximo) 12800 a 4000 780 - 2500

MID (médio) 4000 a 200 2500 - 5000

FIR (distante) 200 a 10 5000 - 100000 Fonte: SKOOG, et al., 2000.

A espectroscopia no infravermelho como ferramenta analítica já é utilizada há

bastante tempo dentro da área de controle de qualidade seja ela farmacêutica, alimento,

química ou têxtil, sendo a espectroscopia no infravermelho médio (MID) responsável pela

impressão digital de várias substâncias (SWARBRICK, 2007). Já a espectroscopia no

infravermelho próximo (NIR) só passou a ser utilizada a partir da década de setenta,

voltada para a área de agricultura (WILLIAMS; NORRIS, 1998).

O desenvolvimento desta técnica só foi possível graças a evolução dos

equipamentos mecânicos e ópticos como o espectrofotômetro com transformada de

Fourier que coleta os dados em todas as frequências do espectro, sendo adquirido

rapidamente e em melhor qualidade (STUART, 2004; COATES, 1999).

Os espetros de IV podem ser adquiridos de duas formas: métodos de transmitância

e de reflectância. Para a transmitância podem ser analisadas amostras líquidas, gasosas

ou sólidas, que tem como base a absorção da radiação IV em número de ondas específicos

enquanto passa através da amostra. Já o método de reflectância pode ser de duas formas:

A reflexão interna como a reflectância total atenuada (ATR) e a reflexão externa que pode

ser especular ou difusa (STUART, 2004; PARISOTTO et al., 2009). Na figura 5 é

possível observar um esquema de como ocorre o espalhamento da radiação, e como ela é

coletada pelos espelhos que direcionam para o detector na reflectância especular e difusa

(DAVIDSON; PARRY-HILL; SUTTER, 2005).

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33

Figura 5 – Representação da técnica de reflectância especular e difusa

Fonte: DAVIDSON; PARRY-HILL; SUTTER, 2005

O método por reflectância difusa tem sido utilizado como processo de inovação

para análise e controle de qualidade dos IFA em função do baixo custo de análise, ser

uma técnica não destrutiva, simples e rápida além de não gerar resíduos químicos

(TREVISAN; POPPI, 2006; LUYPAERT, MASSART, VANDER HEYDEN, 2007;

SWARBRICK, 2007; MANTANUS et al., 2010). Por esses motivos, a literatura é farta

em descrever a utilização desse método tanto em NIR como em MID: Marson et al.

(2016) utilizaram MID para quantificação simultânea de artesunato e mefloquina em

comprimido DFC; no estudo de Chavez et al. (2015) foi realizado o desenvolvimento de

métodos por NIR para determinar o conteúdo ativo de comprimidos farmacêuticos não

revestidos associado a tecnologia PAT e ao conceito de quality by desing; uma abordagem

de tecnologia analítica de processo para a produção de comprimidos dose fixa combinada

de zidovudina e lamivudina usando NIR e imagens químicas foi desenvolvido por

Grangeiro Júnior et al. (2015); Martelo-Vidal e Vazquez (2014) usaram NIR e

ferramentas quimiométricas para determinar compostos polifenólicos em vinhos tintos;

Silva et al. (2012) desenvolveram e validaram um método de calibração multivariada com

NIR para determinação de amoxicilina em suspensões; Müller et al (2012) determinaram

súlfur total em resíduos de destilação de petróleo com MID e método de seleção variável;

Mazurek e Szostak (2011) avaliaram a influência da área de amostra na quantificação de

diclofenaco de sódio por MID; Cordeiro et al. (2011) usaram determinação

espectroscópica multivariada para doseamento da associação lamivudina/zidovudina; Em

Müller et al. (2011) foi determinado simultaneamente o ácido clavulânico e amoxicilina

em formulações farmacêuticas por espectroscopia no invravermelho; Rocha e Silva

Reflectância especular Reflectância difusa

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(2010) determinaram glicerol livre em biodiesel por NIR; o controle de etapas no processo

de produção de comprimidos de paracetamol por NIR foi realizado por Blanco, Mestanza

e Peguero (2010).

Os avanços na utilização do NIR e MID dentro da área do medicamento só foram

possíveis devido à associação com métodos quimiométricos de análise e calibração

multivariada para superar os inconvenientes de sobreposição de bandas nas leituras dos

espectros, principalmente em amostras contendo mais de um IFA e seus excipientes

(ROGGO et al., 2007; POLLANEN et al., 2005).

2.1.1.10. QUIMIOMETRIA

A Sociedade Internacional de Quimiometria (International Chemometrics Society

– ICS) tem a seguinte definição para quimiometria: “É a ciência relacionada a medidas

realizadas em um sistema ou processo químico, obtendo informações sobre o estado do

sistema através da aplicação de métodos matemáticos ou estatísticos”

(WIKIPEDIA.ORG). Essa ciência nasceu da necessidade de se analisar as várias

respostas dadas pelos instrumentos analíticos (FERREIRA, et al., 1999; HOPKE, 2003).

A quimiometria começou a ser utilizada no Brasil há um pouco mais de 30 anos,

tendo nos cursos de química o seu maior aliado, porém, hoje em dia, sua utilização vai

muito além do que foi proposto no início. É muito utilizada nas áreas de controle de

qualidade da indústria farmacêutica, em psicometria (área da psicologia), em biometria

(área da biologia) e em econometria (área da economia) (NETO, et al., 2006).

Para o controle de qualidade na indústria farmacêutica, os métodos mais utilizados

são: PCA (análise de componentes principais) para a análise exploratória não

supervisionada e o PLS (quadrados mínimos parciais) para a construção dos modelos de

calibração multivariada.

A análise exploratória não supervisionada se baseia em métodos de

reconhecimento de padrões para verificar as igualdades e/ou diferenças entre amostras de

um determinado conjunto de dados (BEEBE, 1998). É utilizado como base principal a

PCA, pois este procedimento matemático transforma os dados iniciais em um novo

sistema de eixos, com um número reduzido de novas variáveis, chamadas de componentes

principais (REICH, 2005; NETO, et al., 2006).

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35

A calibração multivariada tem como função estabelecer uma relação entre dois

blocos de dados, quando houver uma dependência entre as propriedades que descrevem

cada uma delas, como, por exemplo, as ligadas à lei de Lambert-Beer em que há uma

constante de proporcionalidade entre a concentração e a intensidade de absorção

(FERREIRA, et al., 1999). O método mais utilizado em análises farmacêuticas para a

calibração multivariada é o PLS, no qual duas matrizes (uma relacionada aos sinais

instrumentais - X e a outra às variáveis dependentes -y) são relacionadas e decompostas

para serem feitas as previsões dos modelos e posteriormente a calibração (BARTHUS;

MAZO; POPPI, 2005; MADAN; DWIVEDI; SINGH, 2005).

Uma etapa antes de se escolher o método de PLS adequado é a transformação

prévia dos dados, que serão utilizados na construção do modelo com o intuito de

minimizar problemas como o espalhamento de luz, ruídos, desvios na linha de base,

dentre outros. Os pré-processamentos mais utilizados são correção multiplicativa de sinal

(MSC), alisamento (smooth), derivadas, centrar na média e escalonamento (FERREIRA,

et al., 1999; REICH, 2005).

O PLS pode ser realizado de duas formas: o PLS1 e o PLS2. O PLS1 consiste em

utilizar na matriz de variáveis dependentes – y um único conjunto de dados, enquanto que

no PLS2 pode-se utilizar dois ou mais conjunto de dados (BRERETON, 2000; SENA et

al., 2004). Brereton (2000), demonstra que em alguns casos o desenvolvimento do modelo

PLS2 na tentativa de estimar dois ou mais fármacos pode ser falha, sendo preferível suas

estimativas de maneira individual pelo método do PLS1.

Outro passo importante no desenvolvimento de um modelo de calibração

multivariada é a escolha do número de variáveis latentes (VL). Essas VLs explicam uma

porção dos dados utilizados, chamado de variabilidade. A variabilidade é aumentada com

o aumento das VL e isso pode ser prejudicial devido a incluir no modelo a interpretação

dos ruídos presentes nos espectros (PASQUINI, 2003). Assim, é importante que a escolha

do número de VLs do modelo sejam feitas pelo software utilizado, mas, principalmente

seja definida pela avaliação final do analista, pois a utilização de um número de VLs

pequena pode fornecer resultados insatisfatórios uma vez que informações importantes

foram desconsideradas (underfitted – subajustado) e um número grande de VLs pode

demonstrar a introdução de informações em excesso, o overfitting (superajuste)

(MORGANO et al., 2005; CONZEN, 2006; ARAUJO, 2007; FERREIRA, 2015).

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36

Uma forma de se determinar o número de VLs é através do método de validação

cruzada (leave-one-out), no qual uma amostra é retirada do modelo e o modelo é

construído, posteriormente essa amostra retirada é prevista, então calculada a soma dos

erros quadráticos da validação cruzada (RMSECV) (PASQUINI, 2003, CONZEN, 2006;

ARAÚJO, 2007, FERREIRA, 2015). Ao se encontrar o menor valor de RMSECV pode-

se concluir como o melhor número de VLs do modelo desenvolvido (FERREIRA et al.,

1999).

A presença de amostras anômalas ou outliers é tão importante quanto a

determinação das VLs, visto que esses outliers são elementos muito distintos do conjunto

de dados analisados ou por apresentarem erros grosseiros quando comparados a maioria

dos dados, e que na maioria das vezes torna o modelo não representativo, ou seja, levam

a resultados que indicam incapacidade de previsão das amostras (QUEJI, 2008; COZEN,

2006). Este tipo de análise é feito avaliando o gráfico de resíduos de Student versus

leverage. Os dados de resíduos de Student são correspondentes aos desvios entre os dados

de referência e os estimados pelo modelo, já os dados do leverage são as medidas de

influência de uma amostra no modelo de regressão (FERREIRA et al., 1999; COZEN,

2006; ARAUJO, 2007, ASTM, 2012).

Ao se avaliar os dados de leverage e resíduos de Student é necessário verificar a

real necessidade de eliminação da amostra do modelo quando ultrapassados os limites

individuais, porém, quando os dados são ultrapassados simultaneamente é imprescindível

a retirada da amostra do modelo, pois aí se caracteriza como uma amostra anômala por

completo (FERREIRA et al., 1999; PASQUINI, 2003).

2.1.1.11. VALIDAÇÃO ANALÍTICA

Segundo as BPF, a validação de novos métodos analíticos precisa demonstrar que

os resultados obtidos são confiáveis e adequados à finalidade pretendida (BRASIL,

2010). Assim, a validação irá demonstrar através de estudos estatísticos a garantia do

desempenho do método desenvolvido (BRASIL, 2003). Quando se fala em dados

univariados há uma harmonização pelos órgãos reguladores nacionais e internacionais.

Porém, o mesmo não ocorre quando se trata de dados multivariados nos quais poucos são

os documentos que auxiliam na validação (BRITO et al., 2003).

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37

Os parâmetros que devem ser determinados pela validação de um processo

analítico por calibração multivariada são chamados de figuras de mérito, tendo que

atender a determinadas especificações impostas por órgãos reguladores ou pelas

indústrias de medicamentos (VALDERRAMA, BRAGA, POPPI, 2009).

Algumas das figuras de mérito multivariadas podem ser estimadas de maneira

similar aos métodos de calibração univariada: precisão e exatidão (VALDERRAMA,

BRAGA, POPPI, 2009).

A precisão avalia a proximidade dos resultados obtidos em uma série de medidas

de uma amostragem múltipla. É expressa em desvio padrão relativo (DPR), que consiste

na razão do desvio padrão (DP) pela concentração média determinada (CMD) expressa

em porcentagem. O nível repetibilidade é a concordância dos resultados obtidos pelo

mesmo analista em um mesmo instrumento analisando concentrações baixas, médias e

altas em triplicata (BRASIL, 2003).

A exatidão é a proximidade dos resultados em comparação com um valor

verdadeiro, sendo avaliada pelo erro percentual em relação ao valor nominal, e é

satisfatória quando o erro percentual chega até ±2% do valor nominal (BRASIL, 2003).

Já a linearidade, por ser a capacidade de demonstrar que o método analítico

apresenta resultados diretamente proporcionais a concentração do analito, não tem como

ser calculada desta forma no método multivariado, sendo, portanto avaliada geralmente

com base no resultado previsto em relação ao resultado obtido pelo método de referência

(VALDERRAMA, BRAGA, POPPI, 2009).

3. OBJETIVOS

3.1.1.1. GERAL

Desenvolver e validar um modelo de calibração multivariada para determinação

simultânea de rifampicina, isoniazida, pirazinamida e cloridrato de etambutol em

comprimido DFC empregando a técnica de Espectroscopia no Infravermelho (NIR).

3.1.1.2. ESPECÍFICOS

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✓ Desenvolver modelos de calibração multivariada empregando a Espectroscopia no

Infravermelho (NIR) para quantificação simultânea de rifampicina, isoniazida,

pirazinamida e cloridrato de etambutol em comprimido DFC;

✓ Aplicar as técnicas de referência para análise dos quatro insumos farmacêuticos

ativos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e cloridrato de etambutol associados em

uma única forma farmacêutica;

✓ Utilizar a quimiometria para o tratamento dos espectros obtidos, fazendo uso dos

métodos PCA (análise de componentes principais) para a análise exploratória não

supervisionada e o PLS (quadrados mínimos parciais) para a construção dos modelos

de calibração multivariada;

✓ Validar o modelo multivariado de melhor desempenho na quantificação dos IFA e

comparar os resultados com a técnica de referência (CLAE);

✓ Aplicar o modelo multivariado (NIR e MID) desenvolvido em amostras DFC

distribuídas pelo SUS, para o tratamento da tuberculose, e comparar os resultados

obtidos com metodologia de referência.

4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL

4.1.1.1. MATERIAIS: AMOSTRA, PADRÕES, REAGENTES, SOLVENTES

UTILIZADOS, EQUIPAMENTOS E SOFTWARES

Os comprimidos dose fixa combinada para o tratamento da tuberculose são

compostos por rifampicina (150mg), isoniazida (75mg), pirazinamida (400mg) e

etambutol (275mg). Os lotes utilizados durante essa pesquisa foram doados pela

Secretaria Municipal de Saúde (Fortaleza - Ce), a data de fabricação e data de validade

destes comprimidos estão apresentadas na tabela 1, vale salientar que todos são de um

mesmo fabricante.

Tabela 1 – Informações adicionais dos comprimidos DFC

Lote Data de fabricação Data de validade

2589 12/2014 11/2017

2651 02/2015 01/2018

2688 03/2015 02/2018 FONTE: Kelly Sivocy, 2017

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Como não é declarado na bula do medicamento e nem há informações do

fabricante em relação a composição dos comprimidos foi necessário a realização de

deformulação, a engenharia reversa do comprimido para se definir o perfil quali/

quantitativo dos excipientes presente no medicamento. Para que isso fosse possível,

alguns excipientes foram escolhidos de acordo com um levantamento farmacotécnico,

segundo as funções necessárias para a composição do comprimido: alginato de sódio

(Ativos Magistrais), amido de milho (Corn Product), celulose microcristalina 101

(Mingtal Chemical), dióxido de silício coloidal (Ativos Magistrais), lactote (Henrifarma),

estearato de magnésio (ACM do Brasil Ltda), gelatina em pó (Synth), lauril sulfato de

sódio (Primacom), methocel A15 (Colorcon), polivinilpirrolidona K30 (Viafarma),

polivinilpirrolidona K90 (Viafarma), macrogol 6000 (Vetec), talco (Magnesita), dióxido

de titânio (dinâmica), hipromelose (Colorcon), óxido de ferro (dinâmica), ácido ascórbico

(Viafarma), amido glicolato de sódio e croscarmelose (Blanver Farmoquímica Ltda). Os

IFA utilizados foram a rifampicina – 99,30% (Sanofi-aventis), etambutol – 99,80%

(Lupin Limited), isoniazida – 99,67% (Amsal Chem Private Limited), pirazinamida –

99,36% (Calyx Chemicals & Pharmaceuticals Limited).

Após definição da formulação, misturas foram preparadas para compor o conjunto

de calibração (nomeadas de 1 a 31) e conjunto de validação (nomeadas de 32 a 49) de

acordo com o planejamento experimental.

As substâncias químicas de referência utilizadas foram rifampicina e etambutol

da United States Pharmacopeia (USP) e a isoniazida e pirazinamida da farmacopeia

brasileira (SQRFB). Estes padrões foram utilizados para as análises em cromatografia

liquida de alta eficiência (CLAE).

Para as análises do método padrão de doseamento dos 4 ativos foi necessário a

utilização dos seguintes reagentes e solventes: acetato de amônio (Dinâmica), acetato de

cobre II (Dinâmica), ácido acético glacial P.A. (Vetec), metanol grau CLAE (J.T. Baker),

água ultrapura Milli-Q (Millipore, Milford, EUA), fosfato monopotássico (Nuclear),

hidróxido de sódio (Dinâmica).

Nas pesagens foi utilizada balança analítica (Sartorius – Ba-06). E as soluções

tampões foram preparadas e o pH ajustado em um medidor de pH com eletrodo de vidro

(Gehaka – PG2000).

As análises envolvendo cromatografia líquida de alta eficiência foram realizadas

em um cromatógrafo (Hitachi – Elite Ultra), equipado com coluna C18 (15 cm x 4,6 mm

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– ACE-5) e (25 cm x 4,6 mm – Luna - Phenomenex) e detector UV (matriz de diodo),

utilizando o método de referência descrito na farmacopeia internacional 15ª edição

(FARMACOPEIA INTERNACIONAL, 2015).

Os espectros de todas as amostras foram lidos na faixa de 10.000 a 4.000 cm-1 e

4.000 a 700 cm-1 utilizando um espectrofotômetro Infravermelho (IRPrestige-21 -

Shimadzu) com resolução de 4 cm-1 e 20 varreduras. Os dados crus foram compilados em

formato ASCII.

Na elaboração do planejamento experimental foi utilizado o programa Statistica

13 (StatSoft Inc.). Todos os espectros foram tratados por ferramentas computacionais de

análise multivariada, utilizando a análise por componente principal (PCA), e regressão de

mínimos quadrados parciais (PLS) através do programa pirouette 3.11 (Infometrix, Inc.).

As seleções de variáveis foram realizadas pelo programa QSAR modeling (MARTINS &

FERREIRA, 2013).

4.1.1.2. MÉTODOS

4.1.1.3.MÉTODOS DE REFERÊNCIA PARA DETERMINAÇÂO DO TEOR DE

RIFAMPICINA, ISONIAZIDA, PIRAZINAMIDA E ETAMBUTOL

(MÉTODO CROMATOGRÁFICO)

As análises cromatográficas foram realizadas de acordo com a farmacopeia

internacional 15ª edição (FARMACOPEIA INTERNACIONAL, 2015), onde há uma

divisão do método para análise dos quatro ativos, sendo um método para rifampicina e

outro para isoniazida, pirazinamida e etambutol. As condições descritas na farmacopeia

estão resumidas na tabela 2.

Tabela 2 – Condições analíticas empregadas para o doseamento dos insumos farmacêuticos ativos

Rifampicina Isoniazida, pirazinamida e etambutol

Coluna RP C18, 25 cm x 4,6mm

e porosidade 5 µm

RP C18, 15 cm x 4,6mm e porosidade 5

µm

Detecção 254 nm 270 nm

Fluxo 1,0 mL/min 2,0 mL/min

Fase móvel Fosfato de potássio

monobásico

Hidróxido de sódio

Metanol

Acetato de amônio

Acetato de cobre II

Ácido acético glacial

Metanol

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Proporção da

fase móvel

Metanol: tampão fosfato

(70:30)

Tampão acetato: metanol (94:6)

pH da fase

móvel

7,0 5,0

Volume de

injeção

20 µL 20 µL

Fonte: FARMACOPEIA INTERNACIONAL, 2015

Para o preparo da fase móvel de rifampicina foi preparado previamente o tampão

fosfato onde foi pesado 1,36g de fosfato de potássio monobásico para um litro de água

Milli-Q e o pH ajustado para 7,0 com solução volumétrica de hidróxido de sódio 0,1

mol/L, anteriormente preparada. A fase móvel consistiu da mistura de metanol e tampão

fosfato pH 7,0 na proporção 70:30. Essa mistura foi filtrada em membrana filtrante de

acetato de celulose 0,45 µm e 47 mm de diâmetro e desgaseificada antes de ser colocada

no cromatógrafo.

No preparo das amostras de comprimido foram pesados 20 comprimidos de cada

lote, posteriormente triturados e uma quantidade de pó contendo cerca de 10 mg de

rifampicina foi pesada e transferida para um balão volumétrico de 50 mL. Esse pó foi

dissolvido em uma solução de tampão fosfato pH 7,0 e metanol (60:40). E completado o

volume com o mesmo solvente. Essa solução foi filtrada em filtro de seringa nylon de

0,45 µm e imediatamente injetada no cromatógrafo.

Para as misturas dos IFA numeradas de 1 a 49, uma quantidade de pó contendo

cerca de 10 mg de rifampicina foi pesada e transferida para um balão volumétrico de 50

mL. Esse pó foi dissolvido uma solução de tampão fosfato pH 7,0 e metanol (60:40). E

completado o volume com o mesmo solvente. Essa solução foi filtrada em filtro de seringa

nylon de 0,45 µm e imediatamente injetada no cromatógrafo.

No preparo da solução padrão de rifampicina, 10mg de rifampicina SQR foi

dissolvida em balão volumétrico de 50 mL com metanol.

Para a análise de isoniazida, pirazinamida e etambutol foi preparado o tampão

acetato pH 5,0 pesando 50 g de acetato de amônio R e 0,2 g de acetato de cobre (II) R em

um litro de água Milli-Q e pH ajustado com ácido acético glacial R. A fase móvel foi

fabricada com a mistura desse tampão com metanol na proporção de 94:6, filtrada em

membrana filtrante de acetato de celulose 0,45 μm e 47 mm de diâmetro e desgaseificada

antes de ser colocada no cromatógrafo.

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Para a preparação dos comprimidos foram pesados 20 comprimidos de cada lote,

posteriormente triturados e uma quantidade de pó contendo cerca de 10 mg de etambutol

foi pesada e transferida para um balão volumétrico de 50 mL. Esse pó foi dissolvido em

água Milli-Q e deixado em agitação por 15 minutos. O volume foi completado com o

mesmo solvente. Essa solução foi filtrada em filtro de seringa nylon de 0,45 µm e

imediatamente injetada no cromatógrafo.

Nas misturas de 1 a 49 uma quantidade de pó contendo cerca de 10 mg de

etambutol foi pesada e transferida para um balão volumétrico de 50 mL. Esse pó foi

dissolvido em água Milli-Q e deixado em agitação por 15 minutos. O volume foi

completado com o mesmo solvente. Essa solução foi filtrada em filtro de seringa nylon

de 0,45 µm e imediatamente injetada no cromatógrafo.

Já a solução padrão foi preparada dissolvendo 2,73 mg de isoniazida SQR, 14,55

mg de pirazinamida SQR e 10,0 mg de etambutol SQR em balão volumétrico de 50 mL

com água Milli-Q.

4.1.1.4.MÉTODO POR INFRAVERMELHO MÉDIO E PRÓXIMO (NIR E MID)

4.1.1.5. ANÁLISES PRELIMINARES: ESPECTROSCOPIA

Algumas etapas preliminares foram necessárias para se chegar ao objetivo

proposto por esse trabalho, dentre elas a obtenção dos espectros dos insumos

farmacêuticos ativos por MID e NIR, as análises das misturas somente dos ativos dois a

dois, três a três e dos quatro. Foram estudadas as regiões que são responsáveis por bandas

características de grupamentos e ligações químicas para cada IFA, além de verificado as

sobreposições dos espectros e possíveis regiões a serem utilizadas no desenvolvimento

dos modelos. Posteriormente, foram comparados os espectros da mistura quaternária com

o do medicamento, para verificar as semelhanças entre eles, e estudar se a presença de

sinais que caracterizam os IFA estão presentes no espectro do medicamento, indicando a

possibilidade de uma calibração multivariada.

4.1.1.6. SELEÇÃO DOS EXCIPIENTES

Observando as análises preliminares foi necessário a inclusão dos excipientes na

construção do modelo, para isso, foi realizado o desenvolvimento da deformulação, a

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43

engenharia reversa, na qual primeiro foi feito um levantamento dos excipientes presentes

no comprimido com base na função farmacotécnica. Esses excipientes foram analisados

individualmente por espectroscopia de infravermelho médio (MID) para caracterização e

a seleção foi baseada nas bandas presente no comprimido.

Em seguida, foram realizadas misturas com os excipientes escolhidos

individualmente para tentar chegar a uma formulação cujo espectro de MID fosse o mais

próximo possível dos medicamentos analisados isso foi feito utilizando a análise do

componente principal (PCA) que consiste em encontrar as tendências e os agrupamentos

em um conjunto de amostras. Após essa fase, foi realizado o planejamento experimental

para a construção do modelo de calibração multivariada.

4.1.1.7. PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL

Para a construção de um modelo de calibração multivariada é importante fazer a

seleção de um número significativo para as amostras de calibração e validação, garantindo

assim, a capacidade para representação do sistema em estudo. Desta forma, foram

consideradas as informações da American Society for testing and Materials (ASTM)

E1655-05 (2012) que determina que o número de amostras para calibração deverá ser 6

vezes o número de variáveis latentes mais um e o número de amostras de validação como

4 vezes o número de variáveis latentes. Pensando nisto, foi determinado que seriam

utilizados 4 fatores para o delineamento experimental, levando em consideração a

quantidade de ativos presentes na amostra que necessitava ser dosado.

Outra informação que deve ser considerada no planejamento experimental é o

intervalo do teor de medicamento que se pretende avaliar. Sendo assim, a faixa escolhida

para a variação do teor dos ativos foi de 90 a 110%, visto que esses são os limites

aceitáveis estabelecidos pela farmacopeia (FARMACOPEIA INTERNACIONAL,

2015). Na tabela 3 são apresentadas as variações dos valores utilizados de cada IFA no

preparo das misturas para o desenvolvimento dos modelos. E desta forma há possibilidade

de se manter pesos iguais nas misturas preparadas, não sendo necessário, portanto o ajuste

de peso.

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44

Tabela 3 – Variações dos valores (mg) dos insumos farmacêuticos ativos utilizados no preparo das misturas

para o desenvolvimento dos modelos

Insumo Farmacêutico

Ativo

Mínimo Central Máximo

Rifampicina 135,00 150,00 165,00

Isoniazida 67,00 75,00 82,00

Pirazinamida 360,00 400,00 440,00

Etambutol 247,00 275,00 302,00

FONTE: Kelly Sivocy, 2017

Para a construção do modelo, o planejamento experimental escolhido foi do tipo

composto central. Com a ajuda do programa statistica 13, no qual as amostras de

calibração (31 misturas) foram divididas por 4 fatores, com replica de 1 ponto central por

bloco, 3 blocos, com pontos axiais. Já as amostras de validação (18 misturas) foram

divididas por 4 fatores, sem réplica de ponto central, 2 blocos, com pontos axiais. Estes

dados podem ser vistos na figura 6.

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45

Figura 6 - Representação gráfica do planejamento do tipo composto central dos ativos rifampicina (Rifa), isoniazida (Iso), pirazinamida (Pira), etambutol (Eta) e excipientes

(excip), demonstrando o conjunto de calibração (C) e o conjunto de validação (V).

Fonte: Kelly Sivocy, 2017.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

650

700

750

800

850

900

950

1000

1050

C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C V V V V V V V V V V V V V V V V V V

Rifa Iso Pira Eta Excip

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46

4.1.1.8. PREPARO DAS AMOSTRAS PARA A CONSTRUÇÃO DO MODELO

MULTIVARIADO

Cada mistura do planejamento tem uma massa média de 1030,00 mg (valor

originado do peso médio dos comprimidos) e foi preparada com a mistura dos quatro IFA

e dos excipientes de acordo com o planejamento fatorial, modelo composto central com

pontos axiais (tipo estrela). Para evitar fator de erro nas pesagens dos excipientes os

mesmos foram preparados em uma mistura única tendo como base as concentrações

determinadas pela engenharia reversa.

Os pós dos IFA e a mistura dos excipientes após pesadas foram homogeneizadas

em gral e pistilo de vidro para uma distribuição uniforme dos IFA e excipientes na

formação final da mistura. Os valores pesados, em mg, podem ser vistos na tabela 4.

Tabela 4 – Quantidade utilizada dos insumos farmacêuticos ativos (mg) e a mistura dos excipientes (mg)

na composição das amostras para o conjunto de calibração (1 - 31) e conjunto de validação (32 – 49).

Nomes Bl RIFA ISO PIRA ETA EXCIP Total

1 1 165,07 67,67 360,00 247,58 190,20 1030,52

2 1 135,02 82,67 360,07 247,53 205,07 1030,36

3 1 135,06 67,52 440,02 247,55 140,09 1030,24

4 1 165,02 82,51 440,03 247,57 95,00 1030,13

5 1 150,08 75,00 400,09 275,06 130,06 1030,29

6 1 150,02 75,00 400,01 275,01 130,05 1030,09

7 1 135,08 67,53 360,05 302,58 165,06 1030,30

8 1 165,01 82,53 360,03 302,49 120,00 1030,06

9 1 165,09 67,54 440,06 302,58 55,04 1030,31

10 1 135,02 82,54 440,01 302,52 70,05 1030,14

11 2 135,30 67,60 360,01 247,54 220,09 1030,54

12 2 165,07 82,59 360,30 247,57 175,05 1030,58

13 2 165,31 67,49 440,00 247,51 110,11 1030,42

14 2 135,00 82,56 440,16 247,48 125,16 1030,36

15 2 150,05 75,14 400,16 275,06 130,01 1030,42

16 2 150,14 75,18 400,58 274,99 130,00 1030,89

17 2 165,16 67,57 360,30 302,58 135,17 1030,78

18 2 135,17 82,58 360,66 302,52 150,17 1031,10

19 2 135,22 67,61 440,07 302,53 85,27 1030,70

20 2 165,06 82,49 440,40 302,56 40,02 1030,53

21 3 150,12 75,08 400,24 220,03 185,09 1030,56

22 3 150,06 75,12 320,20 275,03 210,04 1030,45

23 3 150,12 74,98 320,06 275,18 210,00 1030,34

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47

24 3 150,06 60,15 400,27 275,06 145,02 1030,56

25 3 120,04 75,13 400,08 275,04 160,08 1030,37

26 3 120,10 75,08 400,04 275,02 160,00 1030,24

27 3 150,22 75,01 400,07 275,00 130,13 1030,43

28 3 150,06 75,18 400,10 275,08 130,10 1030,52

29 3 180,00 75,06 400,22 275,02 100,00 1030,30

30 3 150,00 75,23 480,00 275,03 50,09 1030,35

31 3 150,04 75,19 400,19 330,04 75,05 1030,51

32 1 135,02 67,53 360,02 247,53 220,10 1030,2

33 1 165,07 82,57 360,09 247,59 175,03 1030,35

34 1 135,02 67,57 440,06 247,50 140,06 1030,21

35 1 165,04 82,54 440,09 247,51 95,04 1030,22

36 1 150,06 75,09 400,02 275,09 130,05 1030,31

37 1 165,04 67,55 360,42 302,48 135,04 1030,53

38 1 135,07 82,56 360,39 302,53 150,10 1030,65

39 1 165,05 67,65 440,31 302,56 55,02 1030,59

40 1 135,09 82,52 440,21 302,58 70,14 1030,54

41 2 150,08 75,09 400,26 220,08 185,08 1030,59

42 2 150,07 75,05 320,34 274,99 210,16 1030,61

43 2 150,03 60,12 400,11 275,03 145,05 1030,34

44 2 120,02 75,18 400,00 274,98 160,15 1030,33

45 2 149,96 75,16 400,24 275,03 130,19 1030,58

46 2 180,00 75,07 400,09 275,03 100,13 1030,32

47 2 150,13 90,08 399,98 275,17 115,03 1030,39

48 2 150,06 75,03 480,03 275,05 50,02 1030,19

49 2 150,08 75,08 399,98 330,09 75,07 1030,30

Bl = Blocos; RIFA = rifampicina; ISO = isoniazida; PIRA = pirazinamida; ETA = etambutol; EXCIP =

excipientes

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

4.1.1.9. AQUISIÇÃO DOS ESPECTROS DE INFRAVERMELHO

Os espectros de todas as amostras foram obtidos na faixa de 10.000 a 4.000 cm-1

e 4.000 a 700 cm-1 utilizando um espectrofotômetro Infravermelho (IRPrestige-21 -

Shimadzu) com resolução de 4 cm-1 e 20 varreduras. Para o registro do espectro branco,

no MID, foi feito leitura sem amostra e para o NIR foi utilizado um aparato de ouro. Não

houve tratamento prévio da amostra, sendo a mesma colocada diretamente no

equipamento e feita a leitura. Todos os espectros foram registrados em temperatura

ambiente (22 ± 2°C) e umidade relativa do ar de 48% controlada.

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48

4.1.1.10. DESENVOLVIMENTO DO MODELO MULTIVARIADO DE

CALIBRAÇÃO

Os dados foram organizados em matrizes contendo os valores de absorbâncias

obtidas entre 10000 a 4000 cm-1 para cada mistura (X) e os valores determinados por

método de HPLC formaram um vetor como variável dependente. (y). Os espectros brutos

fazem parte do conjunto de calibração (31 x 1558), validação (18 x 1558) e os

comprimidos (3 x 1558) para previsão do modelo. As leituras foram feitas em triplicata e

a média dos três espectros foi utilizada para a modelagem, pois ao se subtrair um espectro

do outro o resultado foi uma curva contendo apenas ruído experimental, comprovando

desta forma que os espectros são reprodutíveis (FERREIRA, 2015).

Alguns modelos multivariados foram elaborados através da combinação de

diferentes pré-processamentos e das técnicas de validação cruzada e validação externa.

As escolhas dos melhores modelos foram realizadas com base nos valores das seguintes

figuras de mérito: erros quadráticos de calibração (RMSEC), de validação cruzada

(RMSECV), erro padrão de previsão (RMSEP) e soma dos quadrados de erro de previsão

(PRESS). Além disso, a seleção do número de variáveis latentes (VL) foi fundamental

para a correta aceitação do modelo. Um outro ponto avaliado foi a identificação e

eliminação das amostras consideradas outliers, visto que essas podem afetar de maneira

contrária a capacidade preditiva do modelo. Para essa avaliação foram levados em

consideração os valores dos resíduos de Student e Leverage.

4.1.1.11. VALIDAÇÃO DO MÉTODO

O método analítico foi validado considerando as figuras de mérito utilizadas em

modelos de calibração multivariada e critérios estabelecidos por normas nacionais e

internacionais em modelos univariados: precisão, exatidão e linearidade (BRASIL, 2003;

INMETRO, 2011; ICH, 1996; ASTM, 2012).

4.1.1.12. QUANTIFICAÇÃO DOS IFA NAS AMOSTRAS COMERCIAIS

Para validação dos modelos desenvolvidos, três amostras do medicamento foram

analisadas. Essas amostras são pertencentes ao mesmo fabricante, porém de lotes

diferentes. Como foi descrito na sessão de materiais.

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49

Os ativos dos medicamentos foram quantificados por CLAE, seguindo o método

descrito na farmacopeia internacional (FARMACOPEIA INTERNACIONAL, 2015).

O pó resultante do triturado dos 20 comprimidos foi lido diretamente em fase

sólida no espectrofotômetro Infravermelho (IRPrestige-21 - Shimadzu) com resolução de

4 cm-1 na faixa de 10.000 a 4.000 cm-1 (NIR) e 4.000 a 700 cm-1 (MID).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1.1.1. ANÁLISES PRELIMINARES: ESPECTROSCOPIA

Os espectros dos quatro ativos (rifampiciana, isoniazida, pirazinamida e

etambutol) no MID e NIR são apresentados nas figuras 7 e 8. Devido a semelhança

estrutural entre os ativos, há algumas regiões em que a atribuição das bandas são análogas.

No MID é possível observar bandas características de grupos amina, amida, aromáticos,

carbonila e álcool (figura 7).

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50

Figura 7 - Espectros de Infravermelho Médio (MID), sendo evidenciadas as bandas características de grupos

amina, amida, aromáticos, carbonila e álcool.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

75

80

85

90

95

100

% Re

flectâ

ncia

Número de Onda (cm-1)

O-H Alcool

C-O Alcool

C=O Carbonilas

C=C Aromático

N-H Deformação Angular

C-N

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

60

70

80

90

100

% Re

flectâ

ncia

Número de Onda (cm-1)

N-H aminas

N-H Deformação Angular

C-O Alcool C-N

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

60

65

70

75

80

85

90

95

100

% Re

flectâ

ncia

Número de Onda (cm-1)

N-H Amida

NH2 Amina

C=O Amida

C=C Aromático

C-N Aromático

N-H Deformação Angular

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

60

70

80

90

100

% Re

flectâ

ncia

Número de Onda (cm-1)

NH2 Amida

C=O Amida

C=C Aromático

C-N Aromático

N-H Deformação Angular

Rifampicina

Etambutol

Pirazinamida

Isoniazida

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51

Já no infravermelho próximo, os espectros são provenientes de absorções

moleculares resultantes de bandas de combinação e sobretons de bandas fundamentais de

vibração do MID. Observando a figura 8 a região A (9092 – 8031 cm-1) referente ao

segundo sobretom para deformação da ligação C-H, pode-se sugerir que nessa região

todos os ativos podem ser quantificados, visto que há ligações C-H em todas as moléculas.

No entanto, Jamrógiewicz (2016) demonstra que nessa região são identificados

principalmente alcanos, logo seriam descartados os ativos pirazinamida e isoniazida para

essa região. Na região B (7144 – 5601 cm-1) são atribuídas bandas para as amidas (N-H),

deformação da ligação C-H (alcanos, alcenos e alcinos) e estiramento O-H referente ao

primeiro sobretom. Assim, para essa região a isoniazida e pirazinamida podem ser

identificadas devido ao grupo funcional amida, o etambutol pelo grupamento O-H e a

rifampicina por ambos os grupamentos. Para a região C (5130 – 4000 cm-1) os números

de onda são atribuídos ao C=O (amidas) referente ao segundo sobretom e a combinações

de vibrações para N-H (aminas) e O-H (álcool) onde também é possível a identificação

dos quatro ativos.

Figura 8 - Espectros de Infravermelho Próximo (NIR), sendo evidenciadas as regiões A, B e C referentes a

algumas bandas de combinações e sobretons.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

10000 9000 8000 7000 6000 5000 40000.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

Abs

orbâ

ncia

Número de Onda (cm-1)

Rifampicina

Isoniazida

Pirazinamida

Etambutol

CBA

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52

Pode-se verificar que devido à complexidade dos espectros e sobreposições das

bandas uma quantificação da mistura quaternária dos fármacos ficaria prejudicada por

espectroscopia no infravermelho no modo univariado, sendo, portanto, uma alternativa a

utilização da calibração multivariada por meio do método de regressão PLS.

Antes de elaborar as análises multivariadas foi realizado MID e NIR da mistura

quaternária dos IFA e do medicamento para verificar se, visualmente, haveria

interferência dos excipientes nas análises, como pode ser visto na figura 9. Analisando

esses espectros é possível constatar que possivelmente há interferência dos excipientes

utilizados na preparação dos medicamentos (indicado nas setas) em se tratando de

desenvolvimento de um modelo de calibração multivariada. Isso porque nas bandas

destacadas há maior ou menor intensidade quando se compara o comprimido com a

mistura dos quatro ativos sem a presença de excipientes. E devido a resultados

preliminares, não demonstrados aqui, onde não foi possível desenvolver modelos de

calibração que pudessem prever a quantificação no medicamento, sugere-se que para se

ter um modelo confiável seja necessário a utilização dos excipientes no planejamento do

modelo de calibração utilizando NIR. Vale ressaltar que não se sabe ao certo quais

excipientes estão presentes no medicamento, pois isso não é descrito na bula.

Figura 9 - Espectros de MID (A) e NIR (B) da mistura quaternária e do medicamento. As setas indicam as

diferenças visuais detectadas.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

60

70

80

90

M_quaternária

Comprimido

Ref

lect

ânci

a%

Número de Onda (cm-1)

A

10000 9000 8000 7000 6000 5000 40000.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

Abs

orbâ

ncia

Número de onda (cm-1)

M_quaternária

Comprimido

B

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53

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

5.1.1.2.ENGENHARIA REVERSA DO COMPRIMIDO

O intuito da engenharia reversa neste trabalho foi de chegar o mais próximo

possível ao medicamento para que se pudesse minimizar os erros no modelo de

calibração, visto que em análises preliminares a utilização dos excipientes mostrou-se

necessária. Para a deformulação do comprimido, primeiramente, foi feita a análise por

espectroscopia no infravermelho médio, dos seus ativos e excipientes, tendo como base

um levantamento das funções farmacotécnicas.

Cada composto analisado apresentou um espectro característico como pode ser

observado nas figuras: 10 (IFA: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol), 11

(material de revestimento: dióxido de titânio e óxido de ferro), 12 (diluentes, aglutinantes

e desagregantes: celulose microcristalina, amido de milho, lactose, polivinilpirrolidona

(k30 e k90), gelatina em pó, methocel, hipromelose, croscarmelose, aminoglicolato de

sódio e alginato de sódio) e 13 (deslizantes, lubrificantes e antioxidante: talco, dióxido

de silício coloidal (aerosil), estearato de magnésio, lauril sulfato de sódio, macrogol 6000

e Ácido ascórbico).

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

60

70

80

90

M_quaternária

Comprimido

Ref

lect

ânci

a%

Número de Onda (cm-1)

A

10000 9000 8000 7000 6000 5000 40000.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

Ab

sorb

ân

cia

Número de onda (cm-1)

M_quaternária

Comprimido

B

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54

Figura 10 – Espectros de MID dos IFA: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

Figura 11 - Espectros de MID dos materiais de revestimento: dióxido de titânio e óxido de ferro.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 100060

80

100

Reflectâ

ncia

%

Número de onda (cm-1)

Etambutol

Isoniazida

Pirazinamida

Rifampicina

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000

60

80

100

Re

flect

ânci

a %

Número de onda (cm-1)

Dioxido_tit

Oxido_Fe

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55

Figura 12 - Espectros de MID dos diluentes, aglutinantes e desagregantes: celulose microcristalina, amido

de milho, lactose, polivinilpirrolidona (k30 e k90), gelatina em pó, methocel, hipromelose, croscarmelose,

aminoglicolato de sódio e alginato de sódio.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

Figura 13 - Espectros de MID dos deslizantes, lubrificantes e antioxidante: talco, dióxido de silício coloidal

(aerosil), estearato de magnésio, lauril sulfato de sódio, macrogol 6000 e Ácido ascórbico.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 100060

80

100

Re

flect

ânci

a %

Número de onda (cm-1)

Alginato_Na

Amido_milho

CMC_101

Gelatina

Hipromelose

lactose

Methocel

PVP_K_30

PVP_K_90

A_Glico_Na

Croscar_sod

4000 3500 3000 2500 2000 1500 100020

40

60

80

100

Re

flect

ânci

a %

Número de onda (cm-1)

Aerosil

Estearato_mg

Lauril_sulfato_Na

Polietileno_glicol

Talco

Ac_Ascorbico

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56

Após análises dos espectros visualmente, os mesmos foram analisados por PCA

sendo possível descartar a possibilidade da presença de alguns dos excipientes enquanto

outros, que se apresentaram muito próximos ao espectro dos comprimidos, foram

mantidos (dados não apresentados). Posteriormente, várias misturas foram preparadas

com variação de excipientes e de suas concentrações e da mesma forma analisadas por

PCA. Na figura 14 (A) pode-se verificar o gráfico dos scores das várias misturas

preparadas e como elas ficaram separadas por padrões e na figura 14 (B) está destacado

o grupamento das misturas que ficaram mais próximas ao medicamento, sugerindo desta

forma uma boa similaridade entre elas. Pode-se verificar pela figura 14 (B) que as

misturas mais próximas ao medicamento foram as nomeadas 2, 3 ,4 e 5.

Figura 14 – Análise do componente principal: (A) gráfico dos scores das misturas desenvolvidas; (B) destaque

das misturas mais próximas ao medicamento.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

B

CP2

CP1

CP2

CP2

CP1

A

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57

Ao final a mistura 3 composta pelos IFA e os seguintes excipientes: aerosil, amido

de milho, celulose microcristalina, estearato de magnésio, hipromelose, polietilenoglicol,

talco, amido glicolato de sódio, croscarmelose sódica foi a que apresentou espectro com

alto grau de similaridade ao do comprimido, como apresentado na figura 15. Com essas

informações consolidadas e as informações qualitativas dos excipientes presentes no

comprimido confirmadas através do laboratório fabricante, as combinações previstas no

planejamento experimental para calibração e validação foram preparadas.

Figura 15 – Espectros de MID do comprimido e da mistura desenvolvida.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

5.1.1.3.MÉTODOS DE REFERÊNCIA (CLAE)

Alguns relatos na literatura mostram a busca para otimizar a metodologia de

quantificação dos quatro IFA em uma única corrida analítica: Wang et al. (2012)

conseguiram quantificar os quatro IFA por CLAE ao utilizar uma pré coluna derivatizada

com isocianato de fenetilo; Amorim (2013) propôs a otimização e validação para

determinação simultânea do DFC por Cromatografia líquida de alta eficiência/ detector

de arranjo de fotodiodos (CLAE/DAD) e Cromatografia líquida de ultra eficiência/

detector de arranjo de fotodiodos (CLUE/DAD); Lima et al. (2015) desenvolveram um

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 50070

80

90

100

Reflectâ

ncia

%

Número de onda (cm-1)

Comprimido

Mistura

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58

método cromatográfico para quantificar os quatro ativos em uma única corrida utilizando

coluna cromatográfica C18 (250cm x 4,6mm) e 5 µm, comprimento de onda para

isoniazida, pirazinamida e etambutol de 265nn e para rifampicina de 335nm, a fase móvel

foi constituída de fase aquosa (85% tampão formiato de amônio 0,3 mol/L pH 5, 15%

metanol e 0,005 mol/L de Cu2+ ou 250 mg/L de CuSO4.5H2O) e fase orgânica (metanol,

0,1% de trietilamina e 0,2% de ácido fórmico). Entretanto, o método utilizado neste

trabalho foi o descrito pela farmacopeia internacional (Farmacopeia internacional, 2015)

visto que ele é um dos métodos de referência preconizados na literatura para o

doseamento dos quatro IFA: rifampicina em corrida isolada e isoniazida, pirazinamida e

etambutol em uma outra corrida única. Essa metodologia utiliza dois sistemas

cromatográficos, sendo, portanto, de alto custo. Além de requerer uma leitura imediata

da amostra preparada devido à instabilidade da solução, tornando, desta forma, a sua

utilização na rotina de uma indústria farmacêutica desfavorável.

Os valores encontrados nessa análise para as 49 amostras das misturas originadas do

planejamento experimental (conjuntos de calibração:1 a 31; validação: 32 a 49) foram

utilizados para o desenvolvimento dos modelos utilizando NIR e calibração multivariada.

Na tabela 5 são apresentados os valores obtidos para o teor de cada um dos IFA

contidos nas amostras utilizadas nos conjuntos de calibração (1 a 31) e validação (32 a

49). Os resultados dos comprimidos serão apresentados na seção: Quantificação dos IFA

nas amostras comerciais, como será visto na tabela 8.

Tabela 5 - Teores (mg) dos insumos farmacêuticos ativos obtidos pelo método de referência para as

amostras utilizadas na construção do modelo de calibração multivariada: conjuntos de calibração:1 a 31;

validação: 32 a 49.

RIFA DP ISO DP PIRA DP ETA DP

1 164,21 0,81% 65,08 0,24% 358,49 0,06% 244,60 0,42%

2 117,06 1,21% 84,88 1,36% 363,01 0,63% 236,47 1,86%

3 116,55 0,86% 77,74 0,50% 435,73 0,40% 240,40 0,36%

4 141,24 1,08% 87,52 0,43% 430,17 0,28% 232,32 1,38%

5 136,76 1,47% 81,02 0,58% 389,99 0,41% 255,76 0,56%

6 128,07 1,17% 77,41 0,20% 398,84 0,25% 274,97 0,59%

7 111,01 1,20% 67,08 0,18% 358,23 0,07% 293,88 0,17%

8 138,68 1,20% 86,91 0,38% 364,68 0,37% 289,64 1,09%

9 138,79 1,12% 71,62 0,47% 434,86 0,42% 296,66 0,29%

10 128,11 1,07% 79,44 0,82% 425,53 0,44% 297,44 0,91%

11 91,54 0,79% 72,92 0,59% 362,10 0,45% 235,19 1,44%

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59

12 138,04 1,01% 83,45 0,61% 353,30 0,38% 231,62 0,65%

13 146,34 0,77% 71,93 0,83% 438,87 0,24% 239,82 0,12%

14 111,52 0,90% 83,92 0,73% 436,77 0,30% 238,69 0,73%

15 104,14 1,09% 79,78 0,65% 409,89 0,21% 254,58 2,27%

16 98,82 1,30% 72,63 0,86% 403,83 0,28% 259,53 0,88%

17 129,72 0,77% 71,66 0,77% 368,78 0,18% 292,04 0,28%

18 116,20 0,80% 82,78 0,63% 369,85 0,22% 289,95 0,15%

19 113,70 0,63% 68,09 0,77% 444,95 0,39% 299,80 0,77%

20 125,18 0,30% 83,44 0,05% 442,60 0,33% 295,24 0,69%

21 129,55 0,63% 76,93 0,79% 406,88 0,42% 197,24 0,09%

22 126,54 0,82% 84,83 0,68% 349,09 0,35% 278,54 0,38%

23 107,09 0,66% 70,97 0,23% 330,09 0,08% 274,56 0,55%

24 107,34 0,62% 61,88 0,19% 401,17 0,48% 263,06 0,17%

25 90,77 0,81% 79,62 0,42% 401,23 0,17% 267,79 0,32%

26 94,70 1,13% 77,26 1,09% 414,03 0,36% 268,88 0,87%

27 118,81 1,07% 78,25 0,39% 401,66 0,30% 260,02 0,91%

28 120,49 1,02% 78,83 0,11% 406,46 0,09% 272,23 0,53%

29 154,49 0,73% 75,61 0,07% 402,49 0,24% 274,58 0,69%

30 124,89 0,25% 76,52 0,05% 482,11 0,58% 279,30 0,57%

31 115,37 0,45% 76,79 0,21% 406,91 0,10% 335,33 0,59%

32 111,57 2,71% 67,46 1,07% 366,45 0,17% 234,56 0,49%

33 134,15 0,89% 80,44 1,37% 366,04 0,53% 240,26 0,53%

34 114,96 0,82% 66,43 0,20% 439,34 0,24% 239,22 0,42%

35 144,53 0,75% 86,35 0,97% 437,24 0,45% 234,42 0,95%

36 123,71 0,76% 69,39 0,70% 400,67 0,31% 287,15 0,50%

37 124,34 0,95% 66,72 0,26% 370,32 0,22% 293,93 0,52%

38 91,11 0,75% 82,64 0,55% 367,01 0,31% 291,67 0,46%

39 131,57 1,06% 68,60 0,37% 443,08 0,24% 301,71 0,63%

40 110,73 0,72% 86,86 0,56% 442,59 0,21% 284,17 0,21%

41 118,77 0,51% 79,16 0,46% 402,77 0,41% 209,41 0,90%

42 129,24 0,70% 74,43 0,21% 328,00 0,26% 272,95 0,66%

43 121,84 0,81% 52,63 0,54% 400,73 0,46% 274,67 0,93%

44 91,07 0,80% 77,24 0,24% 405,52 0,07% 270,92 0,16%

45 118,29 1,06% 75,29 0,37% 408,48 0,42% 271,82 0,49%

46 153,41 0,68% 75,89 0,62% 410,81 0,24% 267,45 0,47%

47 113,97 0,72% 91,39 0,08% 407,87 0,07% 271,93 0,83%

48 133,15 0,51% 78,53 0,80% 474,96 0,29% 279,30 0,32%

49 131,88 0,70% 80,80 0,10% 413,02 0,25% 327,26 1,10% RIFA = rifampicina; ISO = isoniazida; PIRA = pirazinamida; ETA = etambutol; DP = desvio padrão.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

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60

De acordo com a figura 16 pode-se perceber que os tempos de análise foram: para

isoniazida, pirazinamida e etambutol 6 minutos e para rifampicina 7 minutos. A

assimetria apresentada por isoniazida, pirazinamida, etambutol e rifampicina foram 1,15;

1,16; 0,97 e 1,41 respectivamente. Um dos critérios de aceitabilidade da separação

cromatográfica descritos pela USP é de valores maiores que 2000 para os pratos teóricos,

neste trabalho os valores encontrados foram de isoniazida = 3525; pirazinamida = 4303;

etambutol = 3564; rifampicina = 3868. Demonstrando, assim, a eficiência das colunas

devido a medição dos pratos teóricos em um sistema cromatográfico ser uma importante

avaliação para controlar o desgaste da coluna cromatográfica, pois ele descreve a

dispersão do pico em relação ao centro do cromatograma sendo fácil o controle diário da

eficiência do sistema (CHUST, 1900).

Figura 16 – Cromatogramas obtidos por CLAE de acordo com a farmacopeia internacional: A: isoniazida,

pirazinamida e etambutol e B: rifampicina.

Condições experimentais: A – Mistura 1: isoniazida (Iso), pirazinamida (Pira) e etambutol (Etam),

cromatógrafo Hitachi com detector UV, fluxo de 2 mL/min., volume de injeção de 20 μL, comprimento de

onda de 270 nm, fase móvel solução de acetato de amônio e acetato de cobre pH=5,0: metanol (94:6), em

modo isocrático e coluna RP C18 (15 cm x 4,6 mm), 5 μm de porosidade. B - Mistura 1: Rifampicina (Rifa),

cromatógrafo Hitachi com detector UV, fluxo de 1mL/min., volume de injeção de 20 μL, comprimento de

onda de 254 nm, fase móvel metanol: solução tampão fosfato pH=7,0 (70:30), em modo isocrático e coluna

RP C18 (25 cm x 4,6 mm), 5 μm de porosidade.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

B

Rifa

EtamPiraIso

A

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61

5.1.1.4.MODELOS DESENVOLVIDOS POR CALIBRAÇÃO MULTIVARIADA

O registro dos espectros de NIR das 49 amostras preparadas e dos comprimidos

estão representados na figura 17. Os dados espectrais foram organizados em matrizes

contendo os valores de absorbâncias obtidas entre 10000 a 4000 cm-1 para cada mistura

(X) e os valores determinados por método de CLAE formaram um vetor como variável

dependente (y) para serem utilizados nos programas de calibração multivariada.

Figura 17 - Espectros da região do infravermelho próximo das amostras dos conjuntos de calibração, validação

e os comprimidos DFC.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

Diversas possibilidades de modelos foram construídas e verificadas quanto a

capacidade de prever os teores de fármacos em um comprimido. Modelos utilizando

PLS1 e PLS2 e pré-processamentos das amostras foram desenvolvidos. O PLS1 requer

que cada composto seja modelado individualmente, enquanto que no PLS2 todos os

compostos conhecidos podem ser incluídos no conjunto de dados (BRERETON, 2000;

PASQUINI, 2003). Marson et al. (2016) conseguiram quantificar simultaneamente

artesunato e mefloquina na mesma forma farmacêutica. E Piantavini (2014) utilizando

PLS2 quantificou febantel, pamoato de pirantel e praziquantel em medicamento de uso

veterinário.

Na determinação simultânea dos fármacos por PLS as matrizes são decompostas

em componentes principais que expliquem da melhor maneira a variância para cada

10000 9000 8000 7000 6000 5000 40000.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

Abs

orbâ

ncia

Número de onda (cm-1)

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fármaco, assim, ao se analisar os quatro em um único modelo (PLS2) a capacidade de

previsão pode se tornar insatisfatória para alguns dos ativos, por isso, foi realizado o PLS1

separadamente para cada fármaco, a fim de melhorar a previsão das amostras

(BRERETON, 2000; PASQUINI, 2003).

Neste trabalho foram utilizados os modelos em PLS1, pois os modelos em PLS2

mostraram estimativas piores de concentrações e os resultados para erros quadráticos de

calibração (RMSEC), de validação cruzada (RMSECV), erro padrão de previsão

(RMSEP) e soma dos quadrados de erro de previsão (PRESS) foram elevados,

demonstrando que nem sempre será o melhor modelo, como afirmou Brereton (2000).

O pré-processamento de dados é uma rotina importante em quaisquer análises

quimiométricas, visto que as grandes quantidades de informações geradas pelas técnicas

espectroscópicas não se encontram correlacionada diretamente ao analito, ocasionando

por vezes distorções ao modelo e, consequentemente, conclusões errôneas. Logo, visa

compensar possíveis variações nas condições experimentais e ajustar a relação

sinal/ruído, estabilizando o modelo (FERREIRA, 2015).

Esses pré-processamentos são aplicados às variáveis (colunas da matriz de dados):

centrados na média é a translação de eixos para o valor médio de cada um deles e o

autoescalar consiste na centrada da média dos dados escalada pelo desvio-padrão

calculado (BRERETON, 2000). O pré-processamento utilizado para o tratamento dos

dados para três dos quatro IFA foi o autoescalar e apenas um foi centrado na média.

Ferreira (2015) sugere que em dados espectrais se utilize apenas os dados

centrados na média, porém Souza e Ferrão (2006) utilizaram o pré-processamento

autoescalar na dosagem de medicamentos contendo diclofenaco de potássio; Ferrão et al.

(2010) utilizaram autoescalar na quantificação de biodiesel por espectroscopia no

infravermelho; Cordeiro et al. (2011), também utilizaram dados autoescalados na

determinação de lamivudina e zidovudina por espectroscopia UV; Chen et al. (2012)

usando dados de espectroscopia do infravermelho próximo, também utilizaram

autoescalar para verificar a capacidade antioxidante do chá verde e Martelo-Vidal e

Vazquez (2014) também utilizaram dados autoescalados na análise de compostos

fenólicos em vinhos tintos por UV/ VIS/ NIR. Portanto, é possível garantir que os

modelos podem ser elaborados com dados autoescalados.

As transformadas utilizadas no modelo desenvolvido para o etambutol e

rifampicina foram: MSC (correção multiplicativa de espalhamento), smooth com 7 pontos

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63

e primeira derivada com 5 pontos. O MSC é muito utilizado na correção do efeito de

espalhamento aditivo e multiplicativo na absorbância (FERREIRA, 2015). As

transformadas por derivada e o smooth minimizam os efeitos de ruído espectral,

amplificando a razão sinal/ruído, suavizando o espectro para eliminar variações aleatórias

(FERREIRA, 2015).

Outro importante passo foi a escolha das variáveis latentes (VLs) que foi realizada

através da validação cruzada, utilizando o método leave-one-out que consiste em tirar

amostras do conjunto de calibração uma a uma e realizar nova previsão do modelo (figura

18) (BRERETON, 2000). Ao se determinar essas VLs foi observado que o número

previsto inicialmente (4VLs) foi bem menor que o determinado pelos modelos ao final

do desenvolvimento, indo, portanto, de encontro ao preconizado pela ASTM (2012) em

relação ao número de amostras que compuseram o conjunto de calibração e validação.

Entretanto, esse normativo é utilizado visando uma orientação no que se refere a prática

com infravermelho e calibração multivariada, se não cumprida não impossibilita a

utilização do modelo.

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64

Figura 18 - Validação interna cruzada utilizando o método leave-one-out para o modelo de quantificação

da pirazinamida, etambutol, rifampicina e isoniazida.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

180

230

280

330

380

180 200 220 240 260 280 300 320 340 360

Etambutol

Pred Val Pred Cal Linear (Pred Val) Linear (Pred Cal)

300

350

400

450

500

300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500

Pirazinamida

Pred Val Pred Cal Linear (Pred Val) Linear (Pred Cal)

80

130

180

80 90 100 110 120 130 140 150 160 170

Rifampicina

Pred Val Pred Cal Linear (Pred Val) Linear (Pred Cal)

60

65

70

75

80

85

90

60 65 70 75 80 85 90

Isoniazida

Pred Val Pred Cal Linear (Pred Val) Linear (Pred Cal)

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65

Além desses aspectos fundamentais (pré-tratamentos e suas combinações) e a

seleção de variáveis latentes foi utilizado o programa QSAR modeling para a seleção de

variáveis nos espectros. Com ele, foi possível melhorar consideravelmente todos os

valores dos parâmetros analisados e obter um resultado confiável na calibração externa,

visto que a seleção de variáveis ocorre por uma relação matemática que correlaciona as

propriedades dos compostos investigados e as atividades biológicas, com significância

estatística (MARTINS & FERREIRA, 2013). Desta forma, o melhor modelo para cada

IFA foi desenvolvido e os parâmetros analisados para essa escolha estão descrito na tabela

6, onde estão apresentados os valores de erros quadráticos de calibração (RMSEC), de

validação cruzada (RMSECV), erro padrão de previsão (RMSEP) e soma dos quadrados

de erro de previsão (PRESS).

Tabela 6 – Resumo dos parâmetros analisados para os modelos desenvolvido para quantificação da

pirazinamida, etambutol, rifampicina e isoniazida.

Parâmetros Pirazinamida Etambutol Isoniazida Rifampicina

R2 0,9920 0,9987 0,9976 0,9962

RMSEC 2,9532 1,9668 0,5468 1,8461

RMSECV 6,0097 11,0539 2,039 7,3406

RMSEP 8,7369 13,1056 7,0386 17,5291

PRESS 1374 3091 891 5530

VL 8 14 10 9

Pré-tratamentos AE CM, MSC,

Smooth, 1der

AE AE, 1der

Nᵒ de variáveis 170 230 270 100 VL= variável latente; RMSEC= erros quadráticos de calibração; RMSEP= erro padrão de previsão;

RMSECV= erros quadráticos de validação cruzada; PRESS= soma dos quadrados de erro de previsão

AE=Autoescalar; CM=centrado na média; MSC= correção multiplicativa de espalhamento; Smooth =

alisamento; 1 der = primeira derivada.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

A importância em se analisar amostras anômalas ou outliers, é devido a esse tipo

de amostra afetar de maneira contrária a capacidade preditiva do modelo (FERREIRA,

2015). Para avaliação das misturas no conjunto de calibração foram levados em

consideração os valores dos resíduos de Student e Leverage. De acordo com a figura 19

não foram identificadas amostras anômalas, visto que não houveram valores de resíduos

de Student e Leverage simultaneamente elevados.

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66

Figura 19 - Detecção de outliers para o modelo de quantificação da pirazinamida, etambutol, rifampicina e isoniazida.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

Etambutol Pirazinamida

Isoniazida Rifampicina

Res

ídu

os

de

Stu

den

t

Res

ídu

os

de

Stu

den

t R

esíd

uos

de

Stu

den

t

Res

ídu

os

de

Stu

den

t

Leverage

Leverage

Leverage

Leverage

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67

5.1.1.5. VALIDAÇÃO DO MÉTODO

Além dos dados apresentados na tabela 6, que correspondem aos parâmetros

obtidos na fase da validação cruzada (RMSECV, RMSEP, PRESS), que são úteis em

garantir que o método desenvolvido é validado, foram realizados também análise de

linearidade, precisão e exatidão segundo os critérios estabelecidos pela RDC 899/ 2003

da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (BRASIL, 2003).

A linearidade do método foi determinada para cada componente usando uma

curva de calibração com 5 pontos em triplicata no intervalo de 80 - 120% da concentração

alvo. As amostras foram analisadas e os coeficientes de correlação entre resultados

previstos por NIR (quimiometria) e os obtidos via CLAE foram calculados (figura 20).

Todos os coeficientes de correlação encontrados, 0,9987; 0,9961; 0,9967; 0,9974 para

pirazinamida, isoniazida, rifampicina e etambutol, respectivamente, estão dentro do

critério de aceitação ≥0.990 conforme RDC 899/ 2003 da ANVISA, confirmando que o

método proposto é linear.

Figura 20 – Correlação entre os valores de concentração determinados por CLAE e os valores previsto por

NIR para cada IFA empregando os modelos desenvolvidos.

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

y = 1.0108x - 4.5714R² = 0.9987

300

350

400

450

500

300 320 340 360 380 400 420 440 460 480 500

Val

ore

s p

revi

sto

s p

or

NIR

Valores determinados por CLAE

Pirazinamida

y = 0.9962x + 0.2905R² = 0.9961

60

65

70

75

80

85

90

60 65 70 75 80 85 90

Val

ore

s p

revi

sto

s p

or

NIR

Valores determinados por CLAE

Isoniazida

y = 0.9829x + 5.1301R² = 0.9974

180

230

280

330

380

180 230 280 330 380

Val

ore

s p

revi

sto

s p

or

NIR

Valores determinados por CLAE

Etambutol

y = 0.9843x + 1.7087R² = 0.9967

80

100

120

140

160

180

80 100 120 140 160 180

Val

ore

s p

revi

sto

s p

or

NIR

Valores determinados por CLAE

Rifampicina

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Essas mesmas amostras foram utilizadas para calcular a precisão e exatidão dos

métodos propostos. Os resultados podem ser vistos na tabela 7 indicando uma excelente

exatidão (erro médio até 2,0%) e precisão (desvio padrão relativo médio inferior a 2,0%).

A exatidão do método foi determinada pelo método de comparação com método

referência (CLAE). Amostras preparadas em três concentrações diferentes em triplicata

de forma a obter concentração equivalente a 80%, 100% e 120% da concentração alvo.

Todas as recuperações individuais e a recuperação global foram calculadas. As

percentagens de recuperação encontradas estão dentro do critério de aceitação (98.0 a

102.0%) conforme RDC 899 da ANVISA.

Tabela 7 – Valores encontrados no teste de precisão e exatidão do modelo de calibração desenvolvido por

NIR.

Isoniazida (Iso), rifampicina (Rifa), pirazinamida (Pira) e etambutol (Etam)

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

Concentração determinada por CLAE

(mg)

Concentração Prevista por NIR (mg)

Pira Etam Iso Rifa Pira Etam Iso Rifa

80%

330,09 197,24 65,08 90,77 328,74 199,08 65,34 90,59

349,09 209,41 61,88 94,70 346,28 215,23 62,47 95,73

353,30 231,62 61,88 91,54 352,86 231,85 62,47 92,65

Média 342,62 215,39 63,42 92,99

% recuperada 99,55 101,27 100,76 100,70

%DPR 0,34 1,36 0,32 0,78

% Erro médio 0,8 -0,5 -1,4 -0,5

100%

398,84 274,97 77,41 124,89 401,06 273,08 77,72 123,88

401,66 274,58 75,61 128,07 399,84 273,51 75,69 129,63

402,49 274,56 76,79 121,84 402,84 272,70 76,80 119,64

Média 401,25 273,10 76,74 124,40

% recuperada 100,06 99,41 100,17 99,54

%DPR 0,50 0,17 0,20 1,55

% Erro médio -0,1 2,0 -0,5 0,2

120%

442,60 299,80 84,88 164,21 442,59 299,88 84,32 163,16

444,95 296,66 87,52 146,34 445,40 295,88 87,76 146,18

482,11 335,33 86,91 154,49 483,02 336,76 86,67 153,22

Média 457,00 310,84 86,30 154,20

% recuperada 100,10 100,06 99,78 99,48

%DPR 0,10 0,35 0,48 0,37

% Erro médio -0,6 -0,1 0,3 0,8

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5.1.1.6. QUANTIFICAÇÃO DOS IFA NAS AMOSTRAS COMERCIAIS

Após o desenvolvimento e validação do modelo de calibração multivariada três

lotes de amostras de comprimidos foram analisados. Os dados são apresentados na tabela

8, fazendo referência as concentrações determinadas por CLAE (método referência) e

concentração prevista (determinado pelo modelo proposto por NIR e calibração

multivariada). Os erros de previsão calculados foram entre -11,26 a 14,52%, segundo

Ferreira (2015), é possível obter modelos de calibração satisfatório quando os erros

médios das concentrações entre o método referência e o previsto estiver na faixa de ±5%

a ±10%, sendo o ideal valores menores que ±2%.

Alguns trabalhos demonstram uma variação de até 10% na predição do IFA em

medicamentos: Cordeiro et al. (2011) ao analisar medicamentos da associação de

lamivudina e zidovudina obtiveram erros de previsão 2 a 10% quando comparado com o

método por CLAE; Na determinação de amoxicilina em quatro formulações por

calibração multivariada por NIR, Silva et al. (2012) obtiveram previsões entre 4,1 a 8,6%;

Ao analisar comprimidos de hidroclorotiazida, Ferreira, Braga e Sena (2013),

apresentaram erros de predição variando entre 0,8 a 8,6%; Mendes (2015) ao quantificar

por espectroscopia Raman os quatro ativos em comprimido DFC: rifampicina, isoniazida,

pirazinamida e etambutol, apresentou erros de previsão entre 0,11 a 9,7% quando

comparado com CLAE; Marson et al. (2016) demonstraram erros de previsão variando

até 6,0% ao analisarem medicamentos dose fixa combinada de artesunato e mefloquina.

Os valores dos erros de predição para a isoniazida foram superiores a 10% e

também em dois dos comprimidos para o etambutol, esses erros poderiam ser diminuídos

ao se controlar algumas variáveis presentes no desenvolvimento das misturas, visto que

por serem muitos ativos e excipientes, o preparo requer um maior tempo de exposição às

condições ambientais. O tempo de análise também é crítico no processo. O tempo de

exposição dos IFAs ao ar, temperatura, umidade e, principalmente, a luz, leva a uma

instabilidade química dos IFAs, com variação de perda de concentração de até 15% dos

componentes (BHUTANI et al., 2004; BHUTANI et al., 2005; PRASAD, SINGH, 2010;

BHUTANI; SINGH; JINDAL, 2005; MARIAPPAN et al., 2005; SINGH; BHUTANI;

MARIAPPAN, 2006).

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Tabela 8 – Resultados da quantificação de isoniazida (Iso), rifampicina (Rifa), pirazinamida (Pira) e

etambutol (Eta) em amostras de medicamentos pelo método desenvolvido (NIR) e método farmacopeico

(CLAE).

Amostras Concentração determinada - CLAE Concentração Prevista - NIR Erro%

Pira Etam Iso Rifa Pira Etam Iso Rifa Pira Eta Iso Rifa

S_2589 404,79 273,04 81,11 138,33 390,52 242,28 92,89 134,57 -3,52 -11,26 14,52 -2,72

S_2651 409,38 273,87 79,04 140,61 401,74 258,31 89,63 152,15 -1,87 -5,68 13,40 8,21

S_2688 409,97 275,70 80,27 136,45 396,39 247,04 89,56 137,90 -3,31 -10,40 11,57 1,06

Erro%= (|concentração prevista – concentração real|/ concentração real) x 100

FONTE: Kelly Sivocy, 2017.

Ao se analisar os valores da tabela (8), pode-se observar que não houve diferenças

estatísticas entre os teores de IFA nos comprimidos analisados pelo método clássico

(CLAE) em relação aos resultados obtidos com o método NIR, podendo inferir, deste

modo que os valores entre as técnicas são estatisticamente equivalentes para os IFAs.

Outro ponto que vale salientar é que os modelos foram desenvolvidos em uma

formulação proposta, que, por mais que apresente perfil semelhante no infravermelho

médio, as composições quantitativas dos excipientes presentes no comprimido podem ser

um pouco diferentes das que foram apresentadas nas misturas, e isso poderá ser uma das

causas dos erros observados na capacidade preditiva do modelo, ao se verificar que os

maiores erros encontrados foram na isoniazida e em duas amostra para o etambutol

(>10%). Em se tratando da isoniazida, da Silva (2008) confirma que a isoniazida é o

fármaco que tem a maior interferência e menor intensidade de sinal o que prejudica a

capacidade de previsão do modelo em referência às amostras de calibração e validação

avaliadas por NIR/MID. Em 2012, Neves et al. (2012) demonstraram um R2 de calibração

e validação menores que 0,95 em uma análise de dissolução para isoniazida e etambutol

de comprimidos produzidos pelo NUPLAM. Ma et al. (2014), relataram resultados falsos

negativos ao analisar produtos acabados por NIR/MID/RAMAN, de um fabricante com

modelos desenvolvidos com matrizes de outro fabricante, sugerindo que há forte

interferência dos excipientes no doseamento do etambutol.

Sendo assim, a utilização de NIR em conjunto com métodos quimiométricos

podem ser introduzidos na rotina da indústria farmacêutica utilizando o monitoramento

em tempo real, como prevê a tecnologia PAT. Além dessa facilidade para a rotina, na

indústria farmacêutica a utilização de técnicas simples, rápidas e de baixo custo que a

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CLAE e a não utilização de solventes orgânicos, constituem-se em vantagens para a

utilização desse método.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando-se em consideração que a metodologia por CLAE é trabalhosa, alto custo

e destrutiva, mas é correntemente utilizada para o controle de qualidade do medicamento

em dose fixa combinada para o tratamento da tuberculose, foi proposta desse trabalho o

desenvolvimento de técnicas alternativas que fossem mais simples, rápidas, de baixo

custo, não destrutivas e que não utilizasse solventes orgânicos, contribuindo assim com o

meio ambiente.

Foi possível através da engenharia reversa em conjunto com análise de

componente principal (PCA) o desenvolvimento de uma mistura com alto grau de

similaridade ao do comprimido em dose fixa combinada, possibilitando assim o

desenvolvimento das misturas que foram necessárias para o planejamento experimental

dos modelos de calibração multivariada.

Deste modo, os modelos de calibração multivariada em associação com a

espectroscopia no infravermelho próximo (NIR) desenvolvidos foram capazes de

determinar simultaneamente os IFAs: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.

A metodologia se mostrou útil ao apresentar resultados estatisticamente equivalentes aos

obtidos por CLAE, na determinação dos teores dos IFAs presentes no comprimido em

dose fixa combinada.

7. PERSPECTIVAS

As perspectivas de continuação do trabalho irão se dar através da utilização das

espectroscopias no infravermelho médio e no ultravioleta no desenvolvimento de

modelos que demonstrem o controle mais eficiente no que diz respeito a análise do

produto nas suas mais diferentes etapas de produção e de avaliação da qualidade.

E ao final desse trabalho pretende-se estudar a viabilidade de empregar uma ou

mais das três técnicas desenvolvidas no monitoramento in-line/on-line da qualidade do

medicamento em dose fixa combinada através da tecnologia PAT.

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72

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