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Página 1 Boletim 475/14 – Ano VI – 26/02/2014 Justiça condena Biosev por terceirização ilícita; empresa já recorreu Por Fabiana Batista | Valor SÃO PAULO - A primeira Vara do Trabalho de Jaboticabal (SP) condenou a Biosev, segunda maior produtora de açúcar e etanol do país, a pagar R$ 5 milhões por danos morais coletivos em decorrência da terceirização ilícita de atividades consideradas essenciais para o funcionamento da empresa. Procurada, a Biosev, que é controlada pela multinacional francesa Louis Dreyfus, informou que foi notificada da decisão em 1ª instância. Informou ainda que já recorreu e aguarda o julgamento pelo Tribunal do Trabalho da 15ª Região. A ação civil pública que resultou na decisão da Justiça foi movida, em 2011, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que constatou fraude em esquemas de terceirização a partir da unidade da empresa em Jaboticabal. Segundo inquérito do MPT em Ribeirão Preto (SP), a empresa transferiu todo o seu maquinário para empregados que manifestaram interesse em abrir empresa e manter contrato exclusivo com a Biosev no corte mecanizado e transporte de cana. O contrato, segundo o MPT, previa o repasse de parte dos lucros à usina como pagamento pelo maquinário, durante toda a safra. No entanto, argumentou o MPT, os trabalhadores que adquiriram o equipamento não dispunham de estrutura administrativa e condições financeiras para manter a mão de obra contratada, o que provocou o surgimento de diversas irregularidades trabalhistas, entre elas, atrasos salariais, jornadas de trabalho excessivas — cerca de quatorze horas trabalhadas por dia, sem folgas — e atos discriminatórios contra empregados que exerceram o direito de ação, tendo sido dispensados por ajuizar reclamação trabalhista. Em audiência realizada em 2010, a empresa se comprometeu a adotar medidas de forma a enquadrar o processo de terceirização às determinações legais, segundo o MPT. Porém, o sindicato da categoria denunciou ao Ministério Público a continuidade do ilícito, com a utilização de forma indiscriminada de empresas terceirizadas. Segudo o MPT, com a decisão, a Biosev fica impedida de utilizar empresas terceirizadas em atividades de preparo, plantio, trato cultural, corte, colheita e carregamento de cana (inclusive mecanizadas), ou de contratar pessoas jurídicas que agenciem mão de obra.

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Boletim 475/14 – Ano VI – 26/02/2014

Justiça condena Biosev por terceirização ilícita; e mpresa já recorreu Por Fabiana Batista | Valor SÃO PAULO - A primeira Vara do Trabalho de Jaboticabal (SP) condenou a Biosev, segunda maior produtora de açúcar e etanol do país, a pagar R$ 5 milhões por danos morais coletivos em decorrência da terceirização ilícita de atividades consideradas essenciais para o funcionamento da empresa.

Procurada, a Biosev, que é controlada pela multinacional francesa Louis Dreyfus, informou que foi notificada da decisão em 1ª instância. Informou ainda que já recorreu e aguarda o julgamento pelo Tribunal do Trabalho da 15ª Região.

A ação civil pública que resultou na decisão da Justiça foi movida, em 2011, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que constatou fraude em esquemas de terceirização a partir da unidade da empresa em Jaboticabal.

Segundo inquérito do MPT em Ribeirão Preto (SP), a empresa transferiu todo o seu maquinário para empregados que manifestaram interesse em abrir empresa e manter contrato exclusivo com a Biosev no corte mecanizado e transporte de cana. O contrato, segundo o MPT, previa o repasse de parte dos lucros à usina como pagamento pelo maquinário, durante toda a safra.

No entanto, argumentou o MPT, os trabalhadores que adquiriram o equipamento não dispunham de estrutura administrativa e condições financeiras para manter a mão de obra contratada, o que provocou o surgimento de diversas irregularidades trabalhistas, entre elas, atrasos salariais, jornadas de trabalho excessivas — cerca de quatorze horas trabalhadas por dia, sem folgas — e atos discriminatórios contra empregados que exerceram o direito de ação, tendo sido dispensados por ajuizar reclamação trabalhista.

Em audiência realizada em 2010, a empresa se comprometeu a adotar medidas de forma a enquadrar o processo de terceirização às determinações legais, segundo o MPT. Porém, o sindicato da categoria denunciou ao Ministério Público a continuidade do ilícito, com a utilização de forma indiscriminada de empresas terceirizadas.

Segudo o MPT, com a decisão, a Biosev fica impedida de utilizar empresas terceirizadas em atividades de preparo, plantio, trato cultural, corte, colheita e carregamento de cana (inclusive mecanizadas), ou de contratar pessoas jurídicas que agenciem mão de obra.

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Destaques Danos morais O Tribunal Superior do Trabalho (TST) elevou para R$ 20 mil o valor da indenização por

danos morais a ser pago a um motorista da Amazon Refrigerantes, que ficou parcialmente

incapacitado para o trabalho após fraturar o punho direito em um acidente. A 7ª Turma

reformou entendimento do Tribunal Regional do Trabalho da 11º Região (AM/RO), que

havia fixado a indenização em R$ 5 mil. Na reclamação trabalhista, o entregador informou

que sofreu o acidente após cair do caminhão durante a jornada de trabalho devido à

quebra da alça em que se apoiava. Contou que, conforme o laudo médico, não poderia

mais dirigir o caminhão nem carregar peso. Entre as sequelas do acidente, ficou com dores

articulares e limitações para flexionar e estender o punho, e pedia a reparação pelos danos

físicos e morais sofridos. A 11ª Vara do Trabalho de Manaus (AM) condenou a empresa a

indenizar o empregado em R$ 90 mil. No julgamento de recurso ordinário da empresa, o

regional reduziu a condenação para R$ 5 mil por considerar "abusivo" o valor fixado na

sentença.

(Fonte: Valor Econômico dia 26/02/2014).

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Correios garante manutenção do plano de saúde

Trabalhista SÃO PAULO - Correios reafirma que está cumprindo o que foi definido pelo Tribunal

Superior do Trabalho (TST) no ano passado a respeito do CorreiosSaúde: todas as regras

do plano definidas na Cláusula 11 do Acordo Coletivo de Trabalho estão mantidas. Assim,

não haverá nenhuma alteração no atual plano de saúde: nenhuma mensalidade será

cobrada; os dependentes regularmente cadastrados serão mantidos e o plano não será

privatizado. Todas as condições vigentes do CorreiosSaúde serão mantidas, os

percentuais de coparticipação não serão alterados e os trabalhadores não terão custos

adicionais. A Postal Saúde operadora do CorreiosSaúde atende os empregados da ECT,

desde de janeiro.

Agentes da Polícia Federal continuam em greve

SÃO PAULO - Policiais federais de São Paulo continuam paralisados e trabalham com o

efetivo reduzido. Eles protestam contra a falta de estrutura para a realização dos serviços

durante a realização da Copa do Mundo, em junho deste ano, e pedem a reforma no

sistema de segurança pública. A categoria também reivindica aumento de salário e

reestruturação dos planos de carreira. A paralisação teve início na segunda-feira após uma

manifestação realizada na calçada da Avenida Paulista. Os setores de investigações,

escoltas e análise de dados estão funcionando normalmente. Segundo o Sindpolfs/SP

(sindicato da categoria), o objetivo da paralização não é atingir a população.

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Tribunal dá poder de juiz a fiscais para reconhecer vínculo Fabiana Barreto Nunes / SÃO PAULO Na semana passada o Tribunal Superior do Trabalho (TST), em sua atuação máxima, consolidou o entendimento de que o fiscal do trabalho ao fiscalizar as empresas tem competência para reconhecer vínculo de emprego de prestadores de serviços ou terceiros que estejam trabalhando na empresa no momento da fiscalização. A decisão consolida a atuação de fiscais como juízes, impedindo a discussão de vínculo de emprego na Justiça. Segundo o sócio da área trabalhista do Demarest Advogados, Antonio Carlos Frugis, a decisão fere o direito constitucional das partes poderem produzir provas, uma vez que, na fiscalização, a empresa não tem este direito, ficando a mercê do entendimento do fiscalizador. No entendimento da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal a autuação lavrada pelo fiscal com base no artigo 41 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não invade a competência da Justiça do Trabalho e, portanto, o auto de infração lavrado pelo fiscal é considerado válido. Sendo que no mesmo ato o fiscal também é obrigado a lavrar um auto de infração pelo não recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O artigo 41 traz que, em todas as atividades, será obrigatório para o empregador o registro dos respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. Segundo Frugis, a decisão acaba de impedir uma discussão muito polêmica sobre o alcance do poder de autuação do fiscal do trabalho. "Esta decisão abre um precedente muito ruim para as empresas. Com ela, o TST reconhece que o fiscalizador tem o mesmo poder do juiz do trabalho, transferindo a discussão de vínculo de emprego para âmbito administrativo, quando a questão deveria ser decidida pela Justiça do Trabalho, onde as partes podem produzir provas", diz o advogado. De acordo com o especialista, a decisão fere o princípio da ampla defesa e do devido processo legal assegurados pelo artigo 5º incisos quinquagésimo e quinquagésimo sexto da Constituição Federal, pois impedem que as empresas possam discutir judicialmente o vínculo de emprego reconhecido pelo fiscal, através de todos os meios de prova como depoimento pessoal e testemunhal. Com a força do entendimento do TST, as empresas estão à disposição do entendimento do agente público no ato da fiscalização, considerando que o seu direito ao contraditório se resume a uma mera defesa administrativa que em 99% dos casos são julgadas insubsistentes, e com chances remotas de terem suas condenações revertidas na Justiça do Trabalho. "As autuações geram dívidas, muitas vezes, milionárias, a depender do

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número de pessoas que estejam prestando serviços para a empresa", enfatiza o especialista. Frugis conta que, em um caso recente do escritório, uma empresa de tecnologia da informação foi autuada em cerca de R$ 1 milhão, quando um fiscal considerou que o salário de um dos quatro prestadores de serviço ficava em torno de R$ 50 mil. "Junto com as atuações, a empresa fica obrigada a recolher o FGTS correspondente ao tempo de serviço que foi dito ao auditor numa entrevista simples, assim tirando qualquer possibilidade da empresa contestar sobre data e valores". Caso julgado O julgamento que crava o entendimento sobre o assunto foi na análise de uma ação da União contra o Espaço Mulher Clínica de Beleza Ltda. A empresa foi autuada por um auditor fiscal do Trabalho, que constatou que havia vínculo trabalhista entre o salão e 14 prestadores de serviço. Conforme o auto de infração, os empregados atuavam na área-fim da empresa, na forma de terceirização, estando preenchidos os requisitos exigidos para o reconhecimento da relação de emprego. O salão questionou a validade do auto de infração e teve o pedido julgado procedente. O juízo de primeira instância declarou nulo o auto de infração por considerar que o auditor fiscal não tinha competência para declarar o vínculo empregatício e que o salão de beleza realizava serviços no sistema de parceria com manicures e cabelereiros. A União recorreu da decisão alegando que a competência do Judiciário para declarar o vínculo de emprego não é empecilho para as atribuições legais do fiscal do Trabalho. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 7ª Região (Ceará), no entanto, manteve a sentença ao considerar a incompetência do auditor fiscal para o reconhecimento do vínculo. Num novo recurso da União foi interposto, desta vez ao TST, mas também a Quinta Turma do Tribunal negou provimento sob o argumento de que o exame quanto à existência ou não da relação de emprego é exclusivo do Poder Judiciário, não cabendo ao fiscal do Trabalho fazê-lo. A União embargou da decisão à SDI-I, onde o desfecho foi outro. Ao examinar a questão, o relator, ministro Renato de Lacerda Paiva, reconheceu a competência do auditor fiscal para a lavratura.

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Magistratura é vocação, diz novo presidente do TST Agências / BRASÍLIA O ministro Antonio José de Barros Levenhagen, que assume hoje a Presidência do

Tribunal Superior do Trabalho, gosta de dizer que a magistratura "é uma vocação". Dizia

isso aos novos magistrados ao tempo em que ocupava o cargo de diretor da Escola

Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat), no biênio

2009/2011. Sempre salientou que "a magistratura exige de quem a exerce uma dedicação

constante".

Mineiro de Baependi, Barros Levenhagen se considera um magistrado em tempo integral.

E tem se portado como tal desde que assumiu o cargo de juiz substituto no Tribunal

Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), em 1980, após aprovação em concurso público.

"Privei-me inclusive do convívio familiar e, sobretudo, deixei de lado a perspectiva

acadêmica", conta. Barros Levenhagen cursava pós-graduação em Filosofia do Direito,

mas deixou o curso quando viu o volume de processos que o esperava. "Eu pensava que

poderia conciliar a magistratura com a pós-graduação, mas me dei conta que não era

possível. Tive que fazer uma escolha e optei pela magistratura, pois não me sentia

confortável em dela fazer mero "bico", para conclusão do curso de mestrado a que tive de

abandonar" - e afirma não ter se arrependido.

Antes de ser aprovado no concurso para Juiz do Trabalho, o novo presidente do TST foi

aprovado em seleção para o Ministério Público e, ainda, para a Justiça Estadual. Foi

promotor da Comarca de Passa Quatro (MG) e juiz de direito. Tudo isso antes dos 25 anos,

idade na qual ingressou no Judiciário do Trabalho. Levenhagen conta que nunca imaginou

que algum dia chegaria ao TST, muito menos à Presidência da Corte.

(Fonte: DCI dia 26/02/2014).

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Pela 1ª vez, Justiça muda a correção do FGTS Até quem já sacou pode recorrer e conseguir ter posse do valor a mais que merece.

Confira o que fazerDiário de S.Paulo

O juiz federal Djalma Moreira Gomes, titular da 25 Vara Federal Cível em São Paulo, julgou

procedente um pedido para determinar que os depósitos do FGTS sejam corrigidos

monetariamente mediante a aplicação, desde 1 de janeiro de 1999, do INPC (Índice

Nacional de Preços ao Consumidor) em substituição à TR (taxa referencial).

É a primeira vez que a Caixa Econômica Federal perde uma ação na primeira instância da

Justiça paulista. Na decisão, o magistrado afirma que a Constituição Federal de 1988

assegura que o FGTS é uma garantia ao trabalhador e corresponde sempre à

remuneração atualizada quando este é despedido injustificadamente de seu trabalho.

“A norma legal que estabelece critérios de atualização monetária dos depósitos do FGTS

deve se ater a essa regra constitucional – ou assim ser interpretada, sob pena de se

incorrer em inconstitucionalidade”, afirmou.

Segundo Djalma Gomes, “se o índice escolhido pelo legislador não se revelar capaz de

realizar a correção monetária dos depósitos, isto é, se não conseguir recuperar o valor

aquisitivo da moeda, esse índice é inconstitucional e deverá ser desprezado e substituído

por outro.”

O INPC foi escolhido porque, de acordo com o juiz, é calculado pelo próprio Estado, por

meio do IBGE, e orienta os reajustes da massa salarial e de benefícios previdenciários para

preservar-lhes o valor aquisitivo. A Caixa ainda pode recorrer.

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ENTENDA O CASO

1] Quem pode pedir?

Todos que tiveram conta no fundo entre 1999 e 2013, inclusive quem já sacou

2] Como é a correção hoje?

Pela lei, a correção é pela TR mais 3% ao ano

3] O que disse o Supremo Tribunal Federal?

A correção pela TR é inconstitucional, o mais correto seria pelo INPC

4] De quanto pode ser a diferença entre os dois índ ices?

Pode chegar a até 88% a mais pelo INPC

5] O que eu ganho com isso?

Um trabalhador que tinha R$ 1 mil na conta do FGTS em 1999 hoje tem apenas R$

1340,47. Com o INPC, esta mesma pessoa deveria ter na conta R$ 2586,44

6] Como eu faço para receber o valor a mais?

Tem de entrar com ação individual ou coletiva na Justiça

7] Há um prazo para o julgamento da ação?

Não

8] Quem vai julgar?

Inicialmente, a Justiça de primeira instância. O governo federal pode recorrer até o

Supremo Tribunal Federal

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Executivo, Judiciário e Procuradoria firmam acordo de combate ao trabalho escravo Protocolo foi assinado hoje por representantes do M inistério do Trabalho, Ministério Público e dos dois Tribunais Regionais no estado por Viviane Claudino, da RBA publicado 24/02/2014 16 :01, última modificação 24/02/2014 16:07 São Paulo – Executivo, Judiciário e Procuradoria firmaram acordo na área trabalhista para

impulsionar ações de combate ao trabalho escravo no estado de São Paulo. O protocolo de

cooperação foi assinado na manhã de hoje (24) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da

2ª Região, na capital paulista. Participam do compromisso o Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) da 2ª e da 15ª Região e o

Ministério Público do Trabalho, também das duas regiões.

"Precisamos capacitar e aprimorar cada vez mais os nossos trabalhos e sabemos que é

fundamental, para uma ação efetiva de atendimento e devolução da dignidade ao

trabalhador, a criação dessas redes", avalia a procuradora do MPT da 2ª Região Cláudia

Regina Lovato Franco. "Pensar que o Brasil está longe da escravidão é uma armadilha,

porque não estamos. Por mais que nos custe temos de ter consciência que a continuidade

da prática que fere a dignidade da pessoa é inaceitável", acrescentou a presidenta do TRT

de São Paulo, Maria Doralice Novaes.

O superintendente de Relações de Trabalho e Emprego em São Paulo, Luiz Antônio de

Medeiros, destaca que a participação das entidades sindicais também deve ser levada em

consideração para próximas ações. "Vamos ter de envolver os sindicatos. Por uma questão

ideológica, os sindicatos ficam brigando pelo acordo coletivo dos seus associados e o resto

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fica como resto. Ainda falta essa perna, que é a perna sindical, e só vamos ter sucesso

quando tivermos essa participação conosco."

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima-se que 20 milhões de

pessoas estão em regime de trabalho degradante em todo o mundo. "Sem dúvida o

desequilíbrio de renda é um das principais causas dessa ação”, avalia o desembargador do

TRT da 15ª Região Fernando Silva Borges.

No Brasil, de acordo com balanço do MTE, as fiscalizações realizadas em 2013

identificaram 1.658 trabalhadores em condições análogas às de escravo. Foram feitas 162

operações em 264 estabelecimentos.

Diretor do Departamento Sindical da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

(Fiesp), Julio Scudeler Neto reconhece que as ações conjuntas são o melhor caminho para

erradicar o trabalho escravo no país, mas avalia que a importância está em reconhecer

parâmetros que possam guiar as empresas. "Temos de trabalhar em conjunto. O termo de

cooperação técnica é importante para nos dar parâmetros de como devem ser fiscalizadas

as empresas, deixando claro quais são as normas e regras e como serão tipificados esses

casos, para que não se tenha surpresas e nem um sentido muito amplo de tudo o que

pode ser enquadrado como trabalho escravo."

(Fonte: REDE BRASIL ATUAL – http://www.redebrasilat ual.com.br dia 26/02/2014).

Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para [email protected] , solicitando exclusão.