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277 COMUNICAÇÕES . JULHO DE 2013 COMUNICAÇÕES PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL JULHO 2013 • ANO LXI • Nº 07 “FRANCISCO, VEM!” JMJ

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COMUNICAÇÕESPROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

JULHO 2013 • ANO LXI • Nº 07

“FRANCISCO, VEM!”JMJ

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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASILRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | [email protected]

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL- “Atenção às instruções de segurança, mesmo sendo um passageiro frequente” (2ª parte)....................................................................................................279

FORMAÇÃO PERMANENTE- “Entender para crer” - “Crer para entender”, artigo de Frei Ronaldo Fiuza..............................................................................................................................281

ESPECIAL JMJ- Francisco está de volta, de Frei Gustavo Medella.......................................................................................................................................................................284- Carta dos Ministros Gerais por ocasião da JMJ..........................................................................................................................................................................285- Carta de um jovem da Paróquia do Sagrado..................................................................................................................................................................................286- FAE realiza Semana Missionária....................................................................................................................................................................................................286

FORMAÇÃO E ESTUDOS- Postulantes fazem estágio no Sefras..................................................................................................................................................................................................287- Noviços fazem experiência de Eremitério.................................................................................................................................................................................288- Os noviços e a música..................................................................................................................................................................................................................289- Festa junina no Noviciado.............................................................................................................................................................................................................290- ITF: Noite Cultural aborda o protagonismo do jovem................................................................................................................................................................291- Diretor de Laboratório de terapia celular Excellion dá aula no ITF..........................................................................................................................................292- ITF: A motivação no ambiente estudantil.................................................................................................................................................................................292- ITF: Avaliação - efeito e transmissão frente a frente....................................................................................................................................................................293

FRATERNIDADES- Multidão de devotos na Festa de Santo Antônio do Pari.........................................................................................................................................................294- Milhares de fiéis festejam Santo Antônio no Largo da Carioca....................................................................................................................................................295- “Sala Franciscana” completa um ano..................................................................................................................................................................................296- “O Cebi em minha vida”, artigo de Frei Luiz Iakovacz...........................................................................................................................................................297- Vila Velha: novas zeladoras do Apostolado da Oração............................................................................................................................................................298- Retiro Provincial no Projeto Santa Clara....................................................................................................................................................................................298- Santuário do Divino Espírito Santo mantém tradição de Corpus Christi..................................................................................................................................299- Frei Florival recebe moção de aplauso............................................................................................................................................................................................299- PVF reúne benfeitores de Vila Velha..........................................................................................................................................................................................300- Em Angelina, 100 benfeitores participam de encontro...........................................................................................................................................................301- Paróquia Santa Clara promove a IV Festa das Nações.............................................................................................................................................................302- As festas de junho no Sagrado..................................................................................................................................................................................................303- Encontros Regionais na Província.............................................................................................................................................................................................304

SAV- SAV-Rio: Clara acolhe vocacionados..........................................................................................................................................................................................312- SAV realiza dois encontros provinciais.............................................................................................................................................................................................313

EVANGELIZAÇÃO- Iquitos: Encontro de missionários e missionárias franciscanos da Amazônia.......................................................................................................................314- Carta do Ministro Provincial por ocasião dos últimos protestos no Brasil............................................................................................................................317- “Estamos (também e há tempos) nas ruas”, texto de Rozangela Pezoti....................................................................................................................................319- Diocese da Barra: 100 anos de vida e missão construindo história nas terras sagradas do sertão.................................................................................320

NOTÍCIAS DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL - Encontro realizado em São Paulo de 17 a 19.................................................................................................................................................................................322

CFMB- “Reavivamos o dom da vocação”, texto sobre a experiência em Assis e na Terra Santa............................................................................................................328

FALECIMENTO- Frei Atílio falece em Bragança Paulista...........................................................................................................................................................................................322

AGENDA............................................................................................................................................................................................336

SUMÁRIO ________________________________________

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MENSAGEM ________________________________________

CAROS CONFRADES E DEMAIS IRMÃOS E IRMÃS,QUE O SENHOR NOS DÊ A PAZ!

Nesta carta do mês de julho, desejo dar continuidade à reflexão iniciada no mês passado, quando lá afirmava que São Francisco de Assis, principalmente nos seus escritos legislativos, nos apresenta algumas “chamadas” ou instruções básicas que exigem do irmão menor uma atenção permanente e uma vigilância constante nas questões vitais da nossa forma de vida. Profundo conhecedor da alma humana e ciente dos riscos próprios de uma vida itinerante, o Santo de Assis compreendeu que o irmão menor, na distração da caminhada rotineira do seu peregrinar itinerante, pode permitir que o “pó do mundo” se cole na alma e, ainda, que determinados vícios adquiridos nos tornem frades ‘pesados’, incapazes de uma

“ATENÇÃO ÀS INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA, MESMO SENDO UM

PASSAGEIRO FREQUENTE”(2ª PARTE)

caminhada arrojada, determinada pelos valores do Evangelho que ao Senhor prometemos observar e viver.

São Francisco de Assis, animador e legislador da nossa forma de vida, oferece-nos algumas outras instruções (briefing) necessárias que também são preocupações constantes nos nossos fóruns, como ocorreu na última reunião formativa com os Definidores, Guardiães e Coordenadores das Fraternidades da Província:

• “Aqueles irmãos aos quais o Senhor deu a graça de trabalhar, trabalhem fiel e devotamente”.

• “Os irmãos de nada se apropriem, nem de casa, nem de lugar, nem de coisas alguma”.

• “Ordeno firmemente a todos os irmãos que de modo algum recebam dinheiro ou moedas, nem por si nem por pessoa intermediária”.

• “Com confiança um manifeste ao outro a sua

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necessidade”. • “Como peregrinos e forasteiros neste mundo,

servindo ao Senhor em pobreza e humildade, peçam esmola com confiança; e não devem envergonhar-se porque o Senhor se fez pobre por nós neste mundo”.

• “Cuidem-se os irmãos para não receber de modo algum igrejas, pequenas habitações pobrezinhas e tudo o que for construído para eles, se não estiver como convém à santa pobreza que prometemos na Regra”.

Estas instruções básicas acerca da pobreza franciscana só são possíveis de serem abraçadas e sustentadas a partir de uma vida vivida em fraternidade. Só a fraternidade me dá as garantias para viver e sustentar o que São Francisco de Assis idealizou como Pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sem a comunhão fraterna não há garantias e muito menos certeza de que somos capazes de colocar em prática aquilo a que nos propomos: “Seja garantia da vida de serviço e pobreza o princípio de que a vida do Frade Menor, nas Fraternidades, é sempre fraternal: a mesa é comum, o caixa é comum e o serviço é comum” (EEpp 39) para que a partilha também seja verdadeiramente solidária com os mais pobres .

Na última reunião do Definitório, Coordenadores e Guardiães das fraternidades da nossa Província, ocorrida no Seminário Santo Antônio de Agudos nos dias 16 e 17 de abril, a Formação Permanente centrou-se em dois temas que tocam a nossa vida em fraternidade: Vida Fraterna e Capítulos Locais (cf. carta de junho) e Economia Fraterna.

Sobre este segundo tema eu vou tecer alguns comentários, principalmente porque tenho em mãos o resultado do estudo partilhado nos grupos de trabalho, quando estes se detiveram nos dois textos fornecidos pela Formação Permanente: a ‘Ratio Econômica – Diretrizes para a Administração Econômica e Fi-nanceira’ (Província) e ‘Economia Fraterna’ (subsídio da CFMB, enviada via guardião/coordenador a cada frade).

À pergunta, “quais questões da ‘Ratio’ e ‘Economia Fraterna’ são ainda desafios na vida em fraternidade e quais proposições para nos ajudar a superá-los”�, os próprios guardi-”�, os próprios guardi-ães, coordenadores, definidores ofereceram algumas instruções necessárias e pedem mais atenção de todos os irmãos da Pro-víncia, mesmo se alguns de nós nos consideramos “passageiros frequentes” que já aprenderam tudo e que prestar atenção a esta altura da vida é desperdício de tempo:

a) Sentido de pertença: precisa melhorar; precisamos trabalhar com maior espírito de gratidão e generosidade; tra-balhar o senso da realidade; interessar-nos na partilha e nos custos e sermos menos exigentes; colocar nossa segurança na fraternidade e não no “ter” pessoal; trabalhar para merecer o pão comum.

b) Caixa comum: precisamos melhorar a educação para a partilha; coragem para colocar a vida em comum; resgatar e

restituir a mútua confiança; receitas, salários, obras construídas, aposentadorias e outros trabalhos realizados como frades, são da fraternidade; coragem e confiança para depositar o excedente da fraternidade no caixa comum da fraternidade provincial.

c) Diretrizes para a Administração: entregá-la a cada frade; tomar conhecimento e executá-las; testamentos: buscar esclarecimentos e enviar uma cópia à Sede Provincial.

d) Entidades: gerenciamento profissional e partilhado (não “acordar” a Província apenas nos momentos de crise); preparar frades para uma gestão mais colegiada (também paróquias).

e) Orçamentos: trabalhar sempre com orçamentos reais, no espírito da pobreza e da partilha solidária com os pobres.

f) Aposentadorias: são da Fraternidade e trabalhar uma política de gerenciamento da Previdência Social.

g) Gerenciamento: boa gestão dos bens e imóveis; re-qualificação dos espaços físicos para captação de mais recursos para a missão e a evangelização; aluguéis centralizados e bem gerenciados; profissionalismo na administração; alerta para a mensagem do Ministro Geral quando, por ocasião da Festa de São Francisco em outubro de 2012, escreveu a toda Ordem sob o prisma da “Solidariedade e responsabilidade”.

Para concluir, eis o belo capítulo VIº da nossa Regra Bulada, quando São Francisco pensa a nossa vida de pobreza sustentada na e pela fraternidade:

“Os irmãos não tenham propriedade sobre coisa alguma, nem sobre casa, nem lugar, nem outra coisa qualquer;  mas, como peregrinos e viandantes (cf. lPd 2,11) que neste mundo servem ao Senhor em pobreza e humildade,  peçam esmolas com confiança; disso não se devem envergonhar, porque o Senhor se fez pobre por nós, neste mundo (cf. 2Cor 8,9).  Esta é aquela sumidade da mais elevada pobreza que a vós, meus caríssimos Irmãos, instituiu herdeiros e príncipes do reino dos céus e, fazendo-vos pobres de bens, vos cumulou de virtudes (cf. Tg 2,5). Seja esta a vossa parte, que conduz à terra dos vivos (cf. Sl 141,6).

Pelo que, meus diletíssimos irmãos, apegando-vos inteiramente a ela, não queirais, por amor ao nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, possuir jamais outra coisa, debaixo do céu. E onde quer que estiverem e se encontrarem os irmãos, mostrem-se afáveis entre si. E, com confiança, manifeste um ao outro as suas necessidades, porque, se uma Mãe ama e nutre seu filho carnal (cf. lTs 2,7), com quanto maior diligência não deve cada um amar e nutrir a seu irmão espiritual� E, se algum deles cair doente, os outros irmãos o devem servir, como gostariam de ser servidos (cf. Mt 7,12).

FREI FIDÊNCIO VANBOEMMEL, OFMMINISTRO PROVINCIAL

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FORMAÇÃO PERMANENTE ________________________________________

“ENTENDER PARA CRER”“CRER PARA ENTENDER”

1 Aos 11 de outubro de 2012, o Papa Bento XVI, agora emérito, convocou a Igreja para um ano de reflexão sobre a fé. Naquela data, ele promulgou,

no Vaticano, a Carta apostólica sob a forma de Motu Proprio, intitulada “Porta Fidei”. Duas motivações/pretextos originaram a redação pontifícia: a) Os 50 anos da primeira sessão do Concílio Vaticano II; e b) Os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica. Ambas eram celebradas exatamente no dia em que o Ano da Fé foi promulgado.

O documento recorda, ainda, as balizas cronológicas dessa celebração da fé. Ela inicia-se aos 11 de outubro de 2012. Seu término está marcado para a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no domingo, 24 de novembro de 2013.

2 Sem dúvidas, o documento emanado pela Sé Apostólica pode ser lido e interpretado a partir de óticas e perspectivas muito diferentes. Algumas das

diferentes leituras podem ser constatadas através das reflexões do Boletim Comunicações da Província deste ano: professores do Instituto Teológico Franciscano propõem, a partir de suas especialidades, caminhos para melhor compreender e vivenciar o Ano da Fé.

E sob a ótica patrística, o que pode ser dito sobre o documento Porta Fidei� Qual a contribuição que o pensamento dos Pais da Igreja fornecem para a compreensão e celebração do Ano da Fé�

3 O documento pontifício poderia ser lido, numa perspectiva mais ampla, à luz da encíclica Fides et Ratio (Fé e Razão), promulgada pelo Beato João

Paulo II, no dia 14 de setembro de 1998. Antes de qualquer crítica, não se trata de explicar um

documento pelo outro. Não é proposta uma reflexão sem referências à Sagrada Escritura ou à Patrística. Longe disso!

SANTO AURÉLIO AGOSTINHOBISPO DE HIPONA (+ 430)

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FORMAÇÃO PERMANENTE ________________________________________Ocorre, porém, que o documento

Porta Fidei é muito breve: são apenas 17 parágrafos e 22 notas. A encíclica Fides et Ratio possui um teor mais extenso e melhor aprofundado: são 108 parágrafos acompanhados por 132 notas explicativas.

É óbvio que os textos são muito diferentes entre si, seja em seu contexto, em sua forma de abordagem, objetivos, características etc.

Tal constatação – exterior, superficial e aparentemente sem importância – mostra que a encíclica Fides et Ratio traz muito mais elementos para compreender a perspectiva patrística sobre a fé do que a mais recente. E mais: o próprio título apresenta a grande temática, a maior contribuição que os Pais da Igreja fornecem para o conhecimento da problemática da fé.

Os primeiros séculos do cristianismo foram marcados pela contínua tensão entre fé e razão. Deslocar o eixo da reflexão apenas para a problemática da fé é minimizar a contribuição patrística.

4Realmente, os autores dos primórdios cristãos (três primeiros séculos) não se ativeram à apresentação do que é a fé. Os textos patrísticos não pretendem

indicar definições, conceitos, estudos específicos sobre a fé, ou sobre o ato de fé, relatar as características do ato de crer. Eles se preocuparam em apresentar os conteúdos da fé, diante das dificuldades do cristianismo nascente.

5As dificuldades encontradas pelos primeiros autores eram enormes. O ambiente patrístico é marcado por disputas, dificuldades, problemas

e perseguições oriundos de todas as áreas. Dentre as muitas críticas à fé cristã, pode-se elencar:

a) O judaísmo de então criticava a nova religião, em particular a crença dos cristãos no messianismo de Jesus de Nazaré. Para os cristãos, Jesus é o Messias, fato contestado pelos judeus.

b) Os pagãos perseguiam e ridicularizavam a fé cristã. Um exemplo bastante claro disso, ponta de iceberg, é a mais antiga representação do Crucificado. No monte Palatino, em Roma, aparece a figura de alguém ajoelhado diante de um homem crucificado. A cabeça desse homem é de um asno. Embaixo uma inscrição, em grego, zombava dizendo: “Alexandre adora o seu Deus”.

c) Os intelectuais criticavam, entre outras coisas, o fideísmo ingênuo, crédulo e fanático dos cristãos. Exemplo é a atividade do filósofo platônico eclético Celso. Por volta de 178, ele escreve um texto em que, implacavelmente, zomba da fé cristã, seus ritos, usos, personagens, práticas e costumes. Foram necessários 70 anos para que Orígenes, em 248, rebatesse tais críticas, na sua conhecida obra Contra Celso.

d) O povo, a gente comum e os não-batizados criticavam os cristãos: incesto, orgia, misantropia, canibalismo, infanticídio eram

algumas das críticas feitas. O pequeno tratado “Octavius”, de Minúcio Félix, escrito por volta de 190, apresenta a opinião daqueles que, não conhecendo o cristianismo, o ridicularizavam.

e) Para o Estado Romano, os cristãos eram insubordinados, subversivos. Eles não se adequavam à máxima administrativo-política romana: Divide et Impera. A organização eclesial não se atinha aos limites impostos pelos governantes imperiais. Além disso, os cristãos eram também criticados por outros motivos: impiedade e ateísmo.

Realmente, os cristãos não criam nas divindades pagãs nem no “genius” do Imperador. Por não cultuar os deuses, eles eram acusados como motivo de derrotas das legiões, catástrofes, intempéries, carestias... Os cristãos teriam irritado os deuses. Eles se vingavam infligindo desgraças aos romanos. Para aplacar a ira dos deuses, os cristãos eram então sacrificados no Circo Máximo ou no Coliseu.

f) A gnose e os diferentes gnosticismos geravam igualmente muitas aflições aos cristãos. Era prática gnóstica - que vivia no seio da comunidade católica - disseminar heresias, também por meio de evangelhos apócrifos, um conhecimento salvífico a que apenas poucos eleitos poderiam ter acesso.

6 Não obstante tais problemáticas, agravadas pelo derramamento de sangue (mártires) ou pelas torturas (confessores) sofridas pelos cristãos, houve

o embrionário desenvolvimento da teologia. Remontam ao período patrístico as primeiras formulações,

ainda incoativas, dos conteúdos da fé cristã. Surge na atividade dos pais apostólicos e, posteriormente

na dos apologistas e das gerações seguintes, o desenvolvimento em primeiríssimo lugar, da cristologia.

Foi missão dos primeiros cristãos apresentar a fé em Jesus Cristo, no combate ao docetismo, arianismo, apolinarismo. Também os Pais da Igreja buscaram as primeiras formulações

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trinitárias, na trilha da cristologia. Eles combatem as heresias trinitárias: sabelianismo,

modalismo, adocionismo, patripassianismo, subordinacionismo, entre outras.

Além dos aspectos cristológico e trinitário, não obstante as muitas dificuldades, observa-se o surgimento das primeiras reflexões teológicas: escatologia, eclesiologia, pneumatologia, mariologia.

Também é preocupação patrística a reflexão sobre outros conteúdos da fé cristã, tais como a exegese, a espiritualidade, a doutrina moral, os aspectos jurídicos, litúrgicos, pastorais, catequéticos e de evangelização do cristianismo. Além disso, datam dos primeiros séculos as primeiras formulações da fé (credo atanasiano, nicenoconstantinopolitano, calcedonense e outros), além do Símbolo dos Apóstolos.

7Diante do exposto, resulta clara a dificuldade dos cristãos em fazer um discurso mais bem elaborado sobre o ato de fé. Repete-se: o período patrístico,

em particular o preniceno, está voltado à explanação dos conteúdos mesmos da fé, não acerca do que significa crer.

8Enfim, além do conturbado contexto no qual os Padres da Igreja estavam inseridos, havia também discussões de diferentes opiniões no seio do

próprio cristianismo a respeito da fé e da razão. Os exemplos poderiam ser muitos. Para simplificar, são

apresentados apenas dois, que indicam o posicionamento antagônico dos primeiros autores:

De um lado, Tertuliano (+ 200-220). Em sua obra “De praescriptione haereticorum” 7, pergunta: “Que há de comum entre Atenas e Jerusalém, e entre a Academia e a Igreja?” Aqui ele se faz eco de outros autores, como por ex., Taciano, o Sírio, discípulo de S. Justino Mártir, cuja data de morte é ignorada. Tais autores defendem uma radical separação, nítida ruptura entre fé e razão, entre cristianismo e filosofia.

Contrários ao radicalismo fundamentalista de Taciano e Tertuliano encontram-se – ainda bem! – numerosos outros autores. Dentre eles pode-se indicar S. Justino Mártir (+165), Clemente de Alexandria (+215), Orígenes, (+ 254), S. Basílio Magno (+ 379), Gregório de Nissa (+ 395), S. Agostinho de Hipona (+ 430), entre muitos outros.

Clemente de Alexandria, por outro lado, é um exemplo paradigmático de diálogo e tolerância para com a Filosofia e a Razão. Ele insere-se na perspectiva de S. Justino Mártir e de seu mestre em Alexandria, Panteno (+ 200). Clemente de Alexandria, em sua obra O Pedagogo (3, 11, 78,1) questiona duramente alguém que relutava em estudar a fé:“Como és crente?

Como amas a Deus e ao próximo se não filosofas?”. Para Clemente, assim como para os demais autores

acima indicados, o amor a Deus, a fé, o conhecimento passa necessariamente pelo trabalho de amar a sabedoria. A fé não é apenas um ato movido pela “efervescência” espiritual. Ela é o resultado de um trabalho sério de estudo e de conhecimento da Verdade, que é o Logos de Deus encarnado: Jesus, Pedagogo da Humanidade.

9 Concluindo, vê-se que o pensamento patrístico aborda uma temática cara tanto à Fides et Ratio, como também à Porta Fidei: fé e razão são

inseparáveis. A partir da indissociabilidade entre fé e razão, poderiam

decorrer as seguintes conclusões:a) Passar pela “Porta Fidei” representa um desafio

interpelador para um aprofundamento nos estudos teológicos. “Celebrar a fé” significa estudá-la zelosamente e transformá-la numa prática de conversão e construção do Reino de Deus.

b) Celebrar o Ano da Fé significaria, para os Pais da Igreja, um renovado ânimo de aprofundamento das razões de nossa fé, estabelecendo um vínculo cada vez mais firme entre Fé e Razão.

c) Enfim, dentre as muitas possibi l idades de desdobramentos, respondo a questão acima formulada. Parece que há uma valiosa contribuição dos Pais da Igreja para a vivência e celebração do Ano da Fé. Talvez, se eles pudessem se dirigir aos cristãos do séc. XXI, na distância de 15 séculos que nos separam, eles proporiam o aprofundamento da fé pelo estudo. De modo particular, pode-se - sem moralismos! - perguntar: há quanto tempo lemos e estudamos, pela última vez, os documentos do Concílio Vaticano II� Já lemos e estudamos a versão integral do Novo Catecismo da Igreja Católica� Se não o tivermos feito, talvez fosse uma boa provocação fazê-lo nesses meses conclusivos do Ano da Fé: ler e estudar - individualmente ou em grupos, comunidade - ambos documentos.

d) Enfim, poder-se-ia tomar como lema patrístico para o Ano da Fé o célebre axioma de Santo Agostinho, formulado magistralmente no Comentário aos Salmos, 118, XVIII, 3 (Coleção Patrística, ed. Paulus, vol. 9/3, p. 457-458): “Intellige ut credas” (entende para que creias), complementado por “Crede ut intelligas” (crê para que entendas).

Saudações fraternas de felicidades e paz a todos(as). Excelente Ano da Fé!

FREI RONALDO FIUZA LIMA

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FRANCISCO ESTÁ DE VOLTA!Para levar o sangue a todas as partes do organismo, o

coração vive em movimento. Há momentos em que o órgão se contrai, concentra forças, volta-se para si. Em outras ocasiões, ele se expande, sai de si e faz o sangue circular, leva vida a cada área do corpo. No coração da Igreja, o mesmo Cristo que disse, no século XII, “Francisco, vai!”, na voz do Crucificado de São Damião, agora chama, na voz do Espírito suscitada no coração dos cardeais eleitores: “Francisco, vem!”.

O primeiro, um envio missionário para a proposição de novos caminhos, prioridades, valores e métodos de evangeli-zação. O segundo, uma convocação: Jorge Mario Bergoglio, o cardeal da periferia traz Francisco para o centro e, com ele, a firme disposição de convocar toda a Igreja a reassumir com vigor e entusiasmo o legado deixado pelo Senhor: a busca da justiça, o comprometimento com os pobres, o trabalho em defesa da vida, a construção de relações dialogais, a denúncia corajosa das estruturas que criam a morte e a desigualdade. Francisco volta para ir, vem para partir.

Ele é da Igreja e do mundo. Sua mensagem é sempre nova porque se fundamenta no Evangelho, notícia de vida e salvação que jamais perece.

É a força da Boa-Nova que se encarna em todo lugar onde houver pessoas com disposição de ouvir e atender ao chamado do Senhor, assim como Francisco o fez.

Francisco sonha com uma Igreja sem medo, livre, pobre e, por isso, capaz de ser “sal da terra e luz do mundo”. Utiliza-se de palavras simples, claras e diretas, fiel à instrução do Poverello. Deseja falar ao coração, centro vital onde pode ocorrer a verda-deira conversão. Fala e faz. Comunica pela palavra e pela vida e, por isso, reveste-se de autoridade, ao modo do Mestre Jesus.

E agora, Francisco vem... Vem ao Brasil, vem à Jornada Mundial da Juventude! E, como bom peregrino, deixa o que traz: não é ouro nem prata, mas uma vontade irreprimível de seguir fielmente a Jesus Cristo.

Que a juventude mundial se aproprie deste precioso presente que Francisco vem trazer. Que a juventude brasileira tome para si e partilhe nas famílias, nas escolas, nos shoppings, estádios, lan houses, estúdios de tatuagem, pistas de patins e de skates todas as maravilhas de Cristo que Francisco vem oferecer. Que transbordem a internet, as redes sociais, os notebooks, ta-blets, smartphones, ipads, ipods da força evangélica, do fermento de um mundo melhor, mais impregnado de vida, de respeito, de diálogo, de generosidade, de doação, de Deus.

“Francisco, vem!” Traze-nos teu vigor e tua força, teu des-prendimento e tua riqueza. “Francisco, vai!” Segue tua missão de construir uma Igreja mais serva, mais amiga, mais irmã, mais ouvinte, mais seguidora, mais profeta, mais “chão”. “Francisco, vai!” Mas leva-nos em teu coração. “Francisco, vai!” Mas per-manece conosco, com teu exemplo, teu testemunho e teu amor ao Evangelho e a Cristo.

FREI GUSTAVO MEDELA

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CARTA DOS MINISTROS GERAIS POR OCASIÃO DA JMJ

CARÍSSIMOS IRMÃOS E IRMÃS, PAZ E BEM!

É com o coração repleto de júbilo que aguardamos a rea-lização da Jornada Mundial da Juventude, que se realiza entre os dias 23 e 28 de Julho deste, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, no Brasil. Trata-se de um verdadeiro presente que a graça ge-nerosa de Deus oferece aos jovens de todo o mundo, acolhidos de braços abertos pelo Cristo Redentor e enviados em missão pelo mesmo Senhor que os exorta: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19).

Cientes do dom da graça que o Senhor suscitou e suscita no seio de Sua Igreja através do Seráfico Pai, queremos res-ponder com generosidade ao Dom da Graça e somar nossos esforços para nos unirmos enquanto Família Franciscana e marcarmos nossa presença neste encontro como manifestação da multiforme graça de Deus, que suscitou e suscita no seio da Igreja, pelo Espírito, os diferentes dons e carismas.

Para tanto, a Família Franciscana do Brasil está se mo-bilizando para proporcionar um verdadeiro encontro fraterno a todos aqueles que estão ligados ou se sentem atraídos pela trajetória de São Francisco e Santa Clara de Assis, que tem sua continuidade os milhões de seguidores e simpatizantes do carisma espalhados pelo mundo inteiro.

Em termos de programação, nossa presença franciscana acontecerá das seguintes formas:

Encontro Internacional da Juventude Franciscana (Ju-fra) - De 19 a 22 de julho, na cidade de São João Del Rei, MG.

Estande na Feira Vocacional - Entre 23 e 28 de julho, das 10 a.m às 8 p.m., na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.

Espaço Franciscano – Lugar de Encontro e referência,

PROGRAMAÇÃO

onde haverá apresentações musicais e artísticas, oficinas, espaço para oração e reflexão e principalmente será proporcionada a convivência fraterna na mais profunda comunhão. Dias 23, 25 e 26 de julho, das 10 a.m às 7 p.m.

Encontro com todos os Ministros Gerais Francisca-nos - Como verdadeira família, teremos um diálogo próximo e direto com os jovens e também com os religiosos e religiosas franciscanos. Assim, no dia 24 de julho, às 13h, na Igreja de São Sebastião, no bairro da Tijuca, realizaremos um grande encontro de toda a Família Franciscana conosco, os ministros e superiores gerais dos diferentes ramos de nossa multifacetada família.

Na itinerância abraçada por Francisco e seus seguidores, desejamos nos colocar como Peregrinos do Senhor e nos dirigir, cheios de entusiasmo, à amada terra de Santa Cruz, em nossa querida América Latina. Aproveitando o ensejo, lançamos mão das palavras do Seráfico Pai para expressar nosso ardente desejo de nos encontrar com as diferentes expressões de juventude presentes neste encontro, de forma toda especial com nossos irmãos da Juventude Franciscana:

“É isto que queremos, é isto que procuramos, é isto que desejamos fazer do íntimo do coração”. (Cf. 1Cel 9,22).

Com estima fraterna e profunda alegria no Senhor, abra-çamos e abençoamos a todos quantos lerem esta carta.

Roma, 24 de Maio de 2013

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O PAPEL DA JUVENTUDE HOJE

Frente à Jornada Mundial da Juventude nos encontramos! Frente a uma sociedade individualista nos encontramos! Frente a uma política transgressora nos encontramos! Todavia, continuamos, não obstante, à procura de comunhão, partilha e igualdade. Somos prova de que ainda é tempo de amor, de Evangelho.

Ao ligarmos a TV, o Rádio, ao navegarmos pela internet, ao passarmos por uma banca de jornal etc, somos bombardeados incessantemente por inú-meras notícias que vão de assassinatos em massa à destruição predatória do meio ambiente, e nem nos damos conta disso, pois elas já nos são costumeiras.

Que atire a primeira pedra quem nunca escutou de alguém mais velho que outrora as coisas eram diferentes: que filho respeitava pai. Pois bem, mesmo hoje, em pleno século XXI, no ápice do capitalismo selvagem que nos é outorgado, jovens abdicam um pouco do seu tempo no Facebook, Ipad’s, Iphone’s, ultrabooks entre outros, e em pleno domingo se reúnem e partilham em comunhão a um Deus Uno. Não seria isso uma centelha de esperança ao fim de um túnel escuro e frio? Não seria isso a manifestação de um grupo insatisfeito com esse mundo deteriorado? Sim, seria, e é! Somos, além de um grupo de jovens da Paróquia do Sagrado, um movimento: Movimento Paz e Bem (MPB). Movimento esse fomentado por cada um e por todos, fomentado pela insatisfação, fomentado pela vontade de dividir, de doar, de amar ao pró-ximo, fomentado pela busca da Paz e do Bem. Somos a representação da luta contra uma juventude acostumada aos moldes sociais vigentes, somos jovens que se propõem a refletir e aclarar questões polêmicas, muitas vezes esquecidas. Este ano nós, jovens brasileiros, teremos a honra de sermos os anfitriões de inúmeros outros jovens de inúmeras outras nações.

Portanto, pergunto-lhes: Qual a imagem nossa que será vendida? Que Brasil será conhecido? Temos o dever, como grupo que somos, de mostrar a esses jovens que aqui virão para partilhar conosco, a verdadeira face do Brasil e dos brasileiros. Temos o dever, também, de difundir essa corrente a mais e mais jovens, e idosos, e a todos os que queiram beber de nossas reflexões. Pois, apenas um grupo esclarecido e próximo de Deus pode deixar para as próximas gerações um mundo um pouco melhor, e um pensamento voltado para o futuro.

LUCAS CERQUEIRA LOPES (MPB)

Paróquia do Sagrado - Petrópolis-RJ

SEMANA MISSIONÁRIA NAS INSTALAÇÕES DA FAEDe 15 a 21 de julho, a Paróquia Bom Jesus

receberá centenas de jovens peregrinos, prove-nientes de diversas regiões do mundo, para a Se-mana Missionária, que acontece nas instalações da FAE Centro Universitário. Este evento ocorre em diversas Arquidioceses como preparação dos jovens para a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá de 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro.

Entre as atividades programadas estão a acolhida dos peregrinos, o espetáculo Francisco de Assis, a noite cultural, a visita ao Convento São Boaventura e as atividades de formação es-piritual com vigílias de oração e oficinas. O en-cerramento será no sábado, dia 20, no período da tarde, em frente à Catedral, com integração de todos os jovens peregrinos que optaram em realizar a semana missionária nas Paróquias de Curitiba. O Frei Alexandre Verardi, da Paróquia Bom Jesus, explica sobre o trabalho efetuado na comunidade curitibana. O grupo de jovens da Paróquia é formado por universitários que foram os responsáveis por organizar e captar famílias que disponibilizarão seus lares como abrigo para os peregrinos. “Estamos preparados para receber aproximadamente 500 peregrinos. O trabalho já está acontecendo desde a Jornada de 2011, em Madrid. Temos comissões de acolhida, alimen-tação e logística, todas compostas pelos jovens da Paróquia e comunidade”, comenta o Frei, afirmando que esta Semana serviu também para trabalhar um conceito amplo de evangelização, integrando a comunidade com os jovens.

FAE: A FAE, como instituição franciscana, participa ativamente deste momento. “Fizemos parceria com a Paróquia Bom Jesus, para auxi-liarmos nos dias da pré-jornada. Vamos abrir as portas da Instituição para jovens de diversas culturas e países”, afirma o Reitor da FAE, Frei Nelson José Hillesheim. Sobre a Jornada Mun-dial da Juventude, o Reitor celebra a organização dos acadêmicos. “Muitos alunos estão mobiliza-dos para este momento e já se organizaram para a confraternização no Rio e, com certeza, irão representar muito bem a Instituição”, afirma. “Vamos participar do primeiro evento oficial no exterior do Papa Francisco, um ser humano que assumiu, além do nome, toda a filosofia francis-cana. É um momento histórico”, finaliza.

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Entre os objetivos do Serviço Franciscano de Soli-dariedade (Sefras), um des-taca a contribuição na for-mação e na preparação de frades da Província para a complexidade e pluralismo da sociedade. Anualmente, essa colaboração aos futuros frades é oferecida no período das férias, quando eles vêm a São Paulo para conhecer os diversos públicos que o Sefras atende nos serviços.

Este ano, a instituição recebeu 15 jovens, que ficarão entre os dias 20 de junho e 12 de julho em estágio. Os dois primeiro dias da chegada dos estudan-tes (20 e 21 de junho) foram dedicados à formação, assessorada por Frei José Francisco de Cássia, diretor do Sefras. A proposta foi preparar os postulan-tes para o contato com a realidade dos

empobrecidos a partir das orientações e motivações evangélicas que a insti-tuição tem no trabalho social. Ainda, contou com a orientação da superviso-ra técnica do Sefras e assistente social, Rosangela Pezoti, que ajudou o grupo a entender o cenário social e o contexto socioeconômico dos atendidos, assim como a política pública de assistência social, como um direito do cidadão e também a compreensão de assistência

social versus assistencialis-mo. E diante de tudo isso, foi colocado o papel da solida-riedade franciscana na esfe-ra pública e no atendimento aos empobrecidos.

A partir do dia 24 de junho, os estagiários conhe-cerão os idosos da Casa de Clara, a população de rua, no “Chá do Padre”, as pes-soas vivendo com HIV/Aids no Cefran e o processo de reciclagem e inserção social

de catadores no Recifran. Para o Sefras é uma oportunida-

de de colaborar com o processo forma-tivo dos futuros frades, a fim orientá--los para a problemática social e ainda animá-los para a participação no ser-viço franciscano de solidariedade com os empobrecidos. Além disso, contar com a ajuda deles nos trabalhos diários desenvolvidos durante o atendimento nos serviços.

EXPERIÊNCIA COM OS EMPOBRECIDOSPOSTULANTES

REDAÇÃO SEFRAS

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EXPERIÊNCIA DE EREMITÉRIO

De 27 abril a 4 de maio, nós, os noviços franciscanos, fizemos a nossa primeira experiência anual de eremitério. Foi uma oportunidade de encontro com Deus e com nós mesmos. Para um melhor andamento do retiro, organizamo-nos em dois grupos de 10 noviços. Cada grupo passou uma semana no alto da montanha de Rodeio, SC.

Começávamos o dia com a Euca-ristia, alimento nosso espiritual antes do café da manhã, para depois nos ocuparmos com o tema do dia. Os te-mas para a reflexão foram extraídos dos “Ditos do Beato Frei Egídio”, padroeiro do Eremitério: O capítulo das virtudes e vícios, o capítulo da fé, o capítulo da santa castidade, o capítulo da santa hu-mildade e o capítulo da boa perseverança. Cada noviço procurou um lugar para o seu recolhimento pessoal durante toda semana. Usamos as grutas, as árvores, as

FREI ERMELINDO BAMBI

NOVIÇOS

pedras e, na medida do possível, procu-ramos aproveitar e usufruir das belezas e riquezas que a mãe natureza nos pro-porciona. Foi possível perceber que Deus estava presente em todos os elementos, por isso, uma das recomendações foi de não destruir a natureza.

No fim do dia, rezávamos o Ofício vespertino e, após a janta, eram feitas as partilhas, onde cada frade noviço, livremente, expunha a experiência que havia feito durante o dia, tendo como pressuposto básico o texto do dia. Frei Samuel, o mestre e orientador do retiro, apontando muitas vezes para os desafios e ‘facilidades’ que o mundo moderno nos apresenta, dizia que a oração e a confian-ça em Deus são os meios que nos tornam perseverantes e firmes na nossa vocação. Focalizou também as virtudes e a postura que um religioso deve apresentar diante das vicissitudes no dia a dia.

Para enfrentar as dificuldades é necessário um treino quotidiano e um

trabalho interior. Esse foi um dos mo-mentos mais ricos. Cada um falou de si mesmo e também ouviu dos demais coisas que, no dia a dia, dificilmente ouviriam. E terminávamos o dia com a oração do Ofício das Leituras e o Com-pletório. Ninguém saiu do Eremitério como lá chegou. Experiência como estas nos levam, com certeza, a compreender o valor do silêncio e da fraternidade, que é o ponto central na vida franciscana.

Terminado o período previsto, o desejo foi o mesmo de Pedro: “Façamos três tendas aqui no monte”. Mas tivemos de descer e dar continuidade às nossas atividades diárias no convento e pôr em pratica tudo quanto aprendemos, refle-timos e contemplamos.

Queremos agradecer a Deus pelo dom da vida e da vocação e aos confrades da Fraternidade Permanente pela opor-tunidade e por tudo que fizeram para que não faltasse nada durante o retiro. Paz e bem!

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OS NOVIÇOS E A MÚSICAA 11ª semana do calendário litúr-

gico, 25ª semana do ano civil 2013, foi verdadeiramente de graça. Aliás, como o mantra recolhido por Frei Joel Postma nos ensina: “Indo e vindo, trevas e luz, tudo é graça porque Deus nos conduz”; e desta feita Deus conduziu até nós o nosso confrade Frei José Luiz Prim para um curso sobre introdução à música, durante cinco (5) dias. Frei José Prim mostrou para nós como realmente a música é o pressentimento das coisas ce-lestiais, como dizia Beethoven. Estando conosco, aprendemos que a música tem sentimento e é uma arte espiritual.

O antigo maestro dos “Canarinhos

de Petrópolis” ensaiou com os noviços música nos seus vários aspectos, como: notas musicais, sons (escalas), leitura e entoação, exercícios de técnica vocal, sol-fejos e muito mais, sempre no seu caráter afável, simples e humilde; testemunho de vida franciscana. Muitos noviços avaliaram a semana em frases do tipo: “Nesta semana ressoamos não somente notas musicais, mais principalmente vi-venciamos a sinfonia da nossa vocação” (Frei Cristiano Pereira).

Frei Augusto frisou: “Essa semana de intensivo musical foi gratificante, pois pude rever ensinamentos já sabidos e aprender novos. Muito obrigado, Frei José Luiz”.

“Com o estudo da música, elimi-

namos os sentimentos maus e extrava-gantes e inspiramos sentimentos bons e virtuosos”, comentou Frei Ermelindo Francisco.

E ainda Frei Zilmar Augusto en-dereçou esta mensagem: “Estimado Frei Jose Luiz Prim, queremos agradecer-lhe por ter aceitado passar esses dias aqui conosco.

Como bem sabemos, você não nos trouxe a cura seguida pela fala de Cristo a Zaqueu: ‘hoje a salvação entrou nesta casa’, mas encorajou-nos a fim de mergu-lharmos sem medo neste mar do ‘paraíso musical’; você nos trouxe a esperança, por isso louvemos ao Deus altíssimo por esta irmã música em Francisco e Clara, muito obrigado”.

FREI SIRO LUAMBA

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FESTA JUNINA NO NOVICIADO No dia 15 de junho, a fraternida-

de do Noviciado São José da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil realizou a tradicional festa junina.

Todos se empenharam ardu-amente na organização do evento para que não houvesse sobressaltos. A cancha tornou-se o “Arraiá do Seu Chico”. A fo-gueira, símbolo essencial da festa junina, organizada com a ajuda do mestre Frei Samuel Ferreira de Lima, media apro-ximadamente 3 metros de altura e 5 de diâmetro.

Ao longo do evento, onde todos vestiram roupas da roça ou caipira - outra característica da festa -, houve muita di-versão: danças, jogos (can-can e bocha), desafio de pular fogo, andar sobre brasas incandescentes... Não faltou o quentaço ou quentão e diferentes pratos que fo-ram degustados naquela noite. Presença sem igual foi a de Frei Abel, o ancião e confessor da casa...” Sinto-me jovem, sinto-me jovem...”, dizia o ancião, feliz e emocionado.

A festa, mais do que uma diver-são ou cumprimento ritualístico, foi um momento de encontro em fraternidade, um aprendizado, sobretudo para os no-viços angolanos, uma vez que a tradição das festas juninas não é comum em An-gola. A partilha de conhecimento, ideais e talentos não ficou de fora.

Resta-nos agradecer a Deus pelas graças que tem nos concedido neste ano da graça; a Frei Samuel, o mestre, que com seu vigor está sempre disponível para os noviços; a Frei Valdir Laurentino, nosso Guardião, que está sempre atento às ne-cessidades dos noviços. Também não que-remos esquecer outros que colaboram na nossa formação: Frei Moacir, Frei Rafael, Frei Lauro Both, Frei Lauro Formigoni e Frei Abel Schneider, nosso confessor.

Que o Senhor Altíssimo, o Sumo Bem, continue nos abençoando neste seguimento do Cristo pobre e crucificado.

FREI SIRO LUAMBA

MAIS NOTÍCIASRecital Lítero-Musical pelo

Dia das Mães: No dia 5 de maio, por convite do paroquiano João Jesus de Paula, nós, noviços, apresenta-mos três músicas em homenagem às mães de Rodeio e, é claro, que a cada sílaba cantada, os corações estavam nas mães que estão espalhadas por esse mundão. Mas para representá--las, Dona Terezinha Dellandrea, mãe do Frei Daniel e Frei Gabriel Dellandrea, recebeu “aquele abraço” e um cartão de felicitações;

Dia das Mães e Bênção dos Vitrais: No dia 12 de maio deu--se a Festa de Ascensão do Senhor, mas por aqui tivemos mais motivos para comemorar. Na Missa domi-nical, Frei Moacir Longo, o pároco, abençoou os dez vitrais espalhados pela Igreja São Francisco de Assis. São imagens, que segundo ele, nun-ca deixam de aumentar a devoção popular. As temáticas dos vitrais gi-ram em torno dos sacramentos, da vida de Jesus e espiritualidade fran-ciscana. Logo em seguida foi feita uma pequena homenagem às mães. E para fechar com chave de ouro,

todos nós fomos até o Salão Cristo Rei onde acontecia a festa da Paróquia para saborear aquele churrasco!

Ladainha de Nossa Senhora: ”Os irmãos procurem rezar com o povo, as-sumindo a realidade de sua vida e par-ticipando com simplicidade de sua es-perança e de sua fé” (CCGG Art. 27,§2). Iluminados por esta frase, durante o mês de Maio tivemos a graça de participar da ladainha de Nossa Senhora, que faz parte da cultura de fé do povo, onde louvamos a Mãe Maria e pedimos a sua proteção. E para finalizar o mês, o grupo de cateque-se fez a “Coroação de Nossa Senhora”;

Missa no Rodeio 50: No sábado da Solenidade de Pentecostes, por convite da OFS dos bairros Centro e do Rodeio 50, fomos até a Capela São Virgílio para ani-mar a Celebração Eucarística, presidida pelo mestre Frei Samuel Ferreira de Lima e com uma boa participação da comuni-dade. Na homilia, Frei Samuel destacou a necessidade de manter-se no Espírito do Senhor na sociedade atual. E ainda a Rede Feminina de Combate ao Câncer promoveu uma grande janta com quatro tipos de sopa de tirar o chapéu. A igreja, que está no final da reforma da pintura interna, deixou todos encantados.

Frei Gabriel Dellandrea

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NOITE CULTURAL ABORDA O PROTAGONISMO DO JOVEM

Na noite do dia 5 de junho, o ITF realizou uma Noite Cultural. Foi um momento marcante e participativo, com a presença não só de estudantes e professores do Instituto, como também do público em geral (sem contar os 316 internautas que acompanharam, ao vivo, por nosso site, o evento). A apresentação do grupo de dança do Projeto Gente Viva, do Sefras, foi uma atração que encantou o público. O assunto do evento não poderia ser outro: O protagonismo do jovem na sociedade e na Igreja. A pa-lestrante foi Mayara Ingrid Sousa Lima, secretária nacional da Jufra – Juventude Franciscana –, que veio de São Luís do Maranhão, especialmente para o even-to. Durante a palestra, Mayara frisou a participação do jovem nos diversos con-textos sociais do mundo pós-moderno e seus desafios. “Num contexto eclesial, o jovem é chamado a ser protagonista, presença construtiva e solidária na ação evangelizadora”, afirmou.

Desde 1980, com a Pastoral da

ITF

TIAGO SIGNORINI

(Diocese de Barra do Piraí/Volta Redonda)

Juventude, a questão do protagonismo juvenil é debatida dentro do contexto social e eclesial. Para Mayara, o jovem atuante e consciente não está somente dentro da Igreja. Hoje ele atua em ONGs, em projetos de políticas públicas, na conscientização virtual, em campanhas etc. Ademais, para a palestrante, a rea-lidade social demonstra que não existe somente um tipo de juventude, e sim, vários. Por isso, fala-se em “juventudes”; e, nesta pluralidade, é então importante respeitar a diversidade e, a partir dela, construir unidade, que não será unifor-

midade. Como secretária nacional da JUFRA, Mayara apresentou o contexto de nossa realidade juvenil, social e ecle-sial, de forma pertinente e interpelante. Para ela, é preciso construir diálogo com outras realidades juvenis. Só assim será possível articular diversidade e unidade.

“A tarefa mais difícil para nós é unir a diversidade. Nesse sentido, faço o questionamento: Qual vida nós, jovens, temos vivido� No Brasil, somos cerca de 50 milhões de jovens, com grande influência da pós-modernidade e dos meios de comunicação, com predomínio da Internet. Os jovens criam fenômenos como: ‘Juntos, mas separados!’, cada um com seu iphone, ipad, suas redes sociais! Até que ponto estamos juntos de fato� Dialogamos�”, questionou a palestrante. Os jovens também são vítimas e porta-dores de grande potencial criativo e, por isso, inovador.

A Noite Cultural contou ainda com a animação de um grupo de estudantes do Instituto, que deu seu recado em forma de música, alegrando os presentes. Foi um evento de convivência muito agradável, de reflexão conscientizadora sobre a realidade do jovem e de provo-cação pedagógica.

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DIRETOR DE LABORATÓRIO DE TERAPIA CELULAR EXCELLION DÁ AULA NO ITF

Com certeza, não são muitos os que sabem que em Petrópolis-Tecnópolis fica um dos mais conhecidos centros de pes-quisa celular do Brasil. Ele se denomina Excellion Petrópolis e fica bem junto ao hotel Quitandinha. Foi o primeiro labora-tório do Brasil a receber licença para fazer medicina celular aplicada.

Através de um convite feito por Frei Antônio Moser, que neste semestre está oferecendo o curso de Bioética, o célebre professor e pesquisador Radovan falou durante duas horas para nossos estudantes. Ilustrando sua fala, mas ao mesmo tempo abrindo para perguntas sobre o uso de células tronco para terapias, ele simples-

mente deixou os estudantes fascinados. É que a terapia genética parece ser algo de muito distante e na realidade já acontece bem pertinho de nós.

Entre os destaques da presença do célebre pesquisador e autor de algumas centenas de trabalhos científicos, logo se manifestaram ao menos três. Primeiro, garante que cientificamente o momento da humanização coincide com o momento da

fecundação. Curiosamente, representantes de duas religiões se colocam hoje de ma-neira diferente: judeus e muçulmanos. O segundo destaque é o de ele, ao longo de toda a exposição ter deixado claro que só trabalha com células adultas, pois células de embrião não servem para fins terapêu-ticos. O terceiro destaque foi o de haver deixado claro que não existe nenhuma incompatibilidade entre religião e ciência. Ele mesmo é de religião ortodoxa, e se sente plenamente à vontade para conduzir pesquisas em laboratório, tendo sempre presente que estas pesquisas e práticas só querem uma coisa: fazer o bem, buscan-do colaborar na cura de muitas doenças, não só de cunho genético, como também provindas de outras causas.

A MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE ESTUDANTIL

Na última quarta-feira, 12 de ju-nho, estudantes e professores partici-param de um Fórum Acadêmico, com o tema: Motivação. O palestrante foi o coordenador geral da FASE – Facul-dade Arthur Sá Earp Neto / Faculdade de Medicina de Petrópolis –, professor Abílio Aranha.

Em forma de conversação, ele iniciou sua exposição propondo a apresentação do filme: “Carruagens de Fogo” – uma história situada no inter-no de uma célebre instituição (Univer-sidade de Cambridge), com a sugestão de motivação, mas também de supe-ração. E foi esta história que norteou a temática da palestra: a motivação no ambiente estudantil.

A explanação também teve como referência o documento OFM: Ide e Ensinai – Diretrizes Gerais para a Educação Franciscana. A partir des-

tas referências, o professor Abílio relatou que, no contexto de formação acadêmi-ca, o plano pedagógico é desenvolvido a partir de um planejamento com algumas dimensões básicas, entre elas:

a) a visão ou perspectiva de mun-do; exemplificando, dizia o professor que uma das possibilidades e um dos desafios que experimentamos na atualidade é o da globalização, caracterizada, entre outros elementos, pela comunicação, que, ao mesmo tempo, une, compartilha conhe-cimento, aproxima diferentes culturas, possibilita superação de preconceitos, mas que também possibilita a percepção de injustas diferenças econômicas que acontecem entre os povos e dentro de cada sociedade, por um urbanismo de-sordenado, por imediatismo, por desen-contros familiares e sociais, pela escalada da violência;

b) a projeção do estudante a for-mar, ou seja, o ideal a perseguir, seja em termos de projetos pessoais e sociais, de atenção aos processos de transformação,

de sensibilidade para a interdisciplina-ridade, de atitudes de paz, humildade, promoção de diálogo com outras cren-ças, enfim, de projeção de desenvolvi-mento integral do ser humano;

c) a consideração do estudante e do professor que “estão aí”, seja no plano individual, seja no social: é a possibili-dade de superação.

Para isso, o professor Abílio tam-bém se referenciou ao Projeto Pedagógi-co de nossa Faculdade de Teologia e ao Projeto Pedagógico Institucional.

E afirmou: “A educação é a pas-sagem do ‘bastão’ do conhecimento!”. O conhecimento é passado de geração em geração. Assim, o conhecimento acumulado por nossa geração pode e deve ser passado para a próxima gera-ção. Só assim se constrói respostas para os presentes desafios. O currículo a ser cumprido é um desafio a ser superado. O estudante precisa ter compromisso consigo mesmo e com o mundo em que vive”, concluía o palestrante.

TIAGO SIGNORINI

(Diocese de Barra do Piraí/Volta Redonda)

FREI ANTÔNIO MOSER

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AVALIAÇÃO: EFEITO E TRANSMISSÃO FRENTE A FRENTE

Teve lugar, no dia 12 de junho do corrente ano, mais uma reunião do Con-selho Acadêmico do ITF. Mas não foi simplesmente mais uma reunião.

Ela foi marcada, sim, por uma intencionalidade formativo-prá-tica: a intencionalidade centrada em Métodos de avaliação.

No contexto de parce-ria entre o Instituto Teológico Franciscano (ITF), a Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FASE) e a Faculdade de Medicina de Petrópolis, fora convidada para assessorar o encontro a profes-sora Miriam Heidemann.

Ela traz a experiência de 30 anos de magistério, é a atual coordenadora do Curso de En-fermagem daquela conceituada Faculdade. Em sua formação soma especialização em didá-tica, mestrado em filosofia da educação, mestrado em educa-ção e doutorado em enferma-gem; é coautora de uma Cartilha para profissionais em saúde e educação de adolescentes reco-mendada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde e autora do livro Adolescência e saúde: uma visão preventiva. Para profissionais de saúde e educação, editado pela Vozes.

Sondada a situação e o interesse dos participantes – melhores em conteúdo do que em especialização didático-pedagó-gica, ensaístas diante de novas gerações,

interrogativos diante de resultados que vem sendo colhidos depois de os estu-dantes terem cursado duas faculdades –, a professora Miriam fez a pergunta inicial e básica: que estudante tenho pela frente� Nomeando e caracterizando brevemente as últimas gerações, prosseguia com outra pergunta: como transmitir conhecimento

com eficácia�A taxonomia (classificação, organi-

zação) de Bloom foi apresentada, então, como um ensaio que oferece várias e progressivas sugestões. Mas foi no plane-jamento que se colocou o acento.

Planejamento da instituição, pla-nejamento do curso, planejamento da disciplina, planejamento de cada aula.

Planejamento que, em vários níveis, contempla objetivos e estratégias para alcançá-los.

A avaliação (foco das considera-ções do encontro) é parte integrante do planejamento. Ela traduz o interesse pela consecução dos objetivos colocados no

planejamento. Por isso, toda entida-de comprometida com a educação tem-na como inerente em seu pro-jeto pedagógico.

Avalia-se, em diferentes níveis, em que proporção a transmissão dos elementos-chave do conteúdo é bem sucedida; avalia-se a qualidade da transmissão a partir do resultado alcançado, levando-se em conta o nível e a progressividade dos estu-dantes. Trata-se, pois, de avaliar os resultados da interação estudante--professor e vice-versa. Para isso, vários métodos e nuanças foram lembrados.

Nesta tarefa, o ideal é que tanto a instituição como os professores e os estudantes, sejam eles considerados como corpo ou como indivíduos, se percebam inspirados por propósitos comuns e comprometidos com os caminhos adotados. Assim, inovando, pode-se levar

adiante a experiência condensada no di-tado: prima non datur, ultima abreviator, ou seja: a primeira aula de cada curso é oportuna para estabelecer as regras do jogo, e a última, para festejar a vitória e receber o convite para outros passos a serem dados na consecução do propósito de vida.

FREI ELÓI DIONÍSIO PIVA

Em didática, nada se improvisa.Aprende-se mais quando se é feliz.

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MULTIDÃO DE DEVOTOS NA FESTA DO PADROEIRO DO PARI

O dia 13 de junho foi um dia intenso de devoção e trabalho para a comuni-dade do Pari em São Paulo. A Trezena de Santo Antônio foi bem participada desde o dia 31 de maio.

Com exortações de Santo Antônio a cada dia, foram celebradas as missas da trezena pelos frades da fraternidade do Pari.

No dia 13 de junho, desde as 6 horas da manhã, o povo foi às celebrações e festejos do Santo.

Foram distribuídos os pãezinhos durante o dia in-teiro e também mais de 150 bolos de Santo Antônio, tradição da co-munidade local.

Dez missas durante o dia 13 abri-lhantaram a Paróquia, que ficou com-pletamente lotada durante as celebra-ções e os devotos que vieram também receberam a bênção dos freis que aju-daram na Trezena.

Frei Adriano, pároco, destacou na homilia da Missa das 19h30, o senti-do do menino Jesus nos braços do San-to, o lírio que o Santo carrega, como também o Livro Sagrado, ilustrando que Santo Antônio é exemplo de nosso seguimento a Cristo.

Frei Edrian Pasini, de Petrópo-lis, Frei João Francisco e Frei Soneca, com os postulantes de Guaratinguetá, ajudaram durante todo o dia. A eles o agradecimento de nossa parte.

Que Santo Antônio, filho fiel de São Francisco e modelo de virtudes, nos ajude em nosso seguimento fran-ciscano.

FREI CARLOS CORRÊA

VERSOS A SANTO ANTÔNIOUm Menino nos braços carregasUm sonho infinito de LUZCada rosto sofrido no mundoTem o rosto de Cristo Jesus

Ó Santo Antônio de Deus,Do Evangelho foste bom pregadorA Palavra de Deus ensinasteE a Cristo o seguiste co’ardor

Ó Santo Antônio de Deus,Mensageiro da Paz e do BemSe em teu tempo levaste JesusNo presente O levas também

Ó Santo Antônio de Deus,És o Santo de muitas naçõesMuitos filhos acorrem a tiCom pedidos, rogos e orações

Ó Santo Antônio de Deus,Esperança do desesperadoDo que espera comida na mesaMais saúde, salário aumentado

Ó Santo Antônio de Deus,Que milagres nos fazes alcançarNo pãozinho ensinas a partilhaNos conduz ao PÃO sagrado do Altar

Ó Santo Antônio de Deus,Te pedimos dos céus proteçãoPara todas as nossas famíliasForça e paz para nossa missão

Um Menino nos braços carregasUm sonho infinito de LUZCada rosto sofrido no mundoTem o rosto de Cristo Jesus

(Frei Carlos Lúcio Nunes Corrêa)

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MILHARES DE FIÉIS CELEBRAM SANTO ANTÔNIO NO CENTRO DO RIO

Muita fé e devoção marcaram a Festa de Santo Antônio do Convento do Largo da Carioca, realizada ontem no Centro do Rio de Janeiro. Depois de um ano fechada por obras de res-tauração, a igreja reabriu para celebrar a 331ª festa do santo dos pobres, iniciada em maio com a tradicional Trezena de Santo Antônio que teve como tema “Santo Antônio: um jovem evan-gelizador”.

A reabertura reuniu milhares de fiéis, que driblaram os andaimes e tapumes para realizarem preces e orações. Uma das mais tradicionais igrejas do Rio de Janeiro, o santuário reúne fre-quentadores assíduos, que, apesar das obras, se concentram para as santas missas no saguão do convento. No local também está sendo realizada uma exposição com todo o trabalho de restaura-ção. A previsão é de que o santuário permaneça aberto até o fim da Jornada Mundial da Juventude, para então fechar novamente e serem retomadas as obras.

As atividades iniciaram às 5h30, com a celebração da pri-meira Missa. Até às 19 horas mais outras nove missas foram ce-lebradas para que todos os devotos pudessem participar da pro-gramação. Como ocorre em todos os anos, a Pia União de Santo Antônio e a Ordem Franciscana Secular montaram barracas de distribuição de pães, flores, salgados e doces na entrada do con-vento para receber com muita alegria os fiéis devotos.

Apesar da grande movimentação, o trabalho dos volun-tários conseguiu organizar as filas e distribuir os pães de Santo Antônio. Nos intervalos das missas, os frades do convento as-pergiam o povo com água benta e abençoavam os fiéis com a Bênção de Santo Antônio. Na Missa de encerramento da festa, celebrada pelo reitor do santuário, Frei Gilmar José da Silva, os fiéis mais uma vez lotaram a igreja para louvar e rogar a Deus por intercessão de Santo Antônio.

Em sua homilia, Frei Gilmar ressaltou que, decorridos 800 anos de sua morte, Santo Antônio continua anunciando o Evangelho, pois testemunhou com sua própria vida e com os seus exemplos, os valores evangélicos. As suas obras e mensa-gem continuam a tocar os corações das multidões, pois falava a linguagem do amor. Frei Gilmar disse que festejar os santos franciscanos é recordar os ensinamentos do próprio Jesus.

No final da celebração, Frei Gilmar abençoou os fiéis com a Bênção de Santo Antônio invocada sobre os fiéis com as relí-quias de Santo Antônio que, após a celebração, ficaram expostas para a veneração dos devotos. Que Santo Antônio continue a to-car as nossas mentes e os nossos corações para que o Santo Evan-gelho nos converta e nos ajude na construção do Reino de Deus.

CLÁUDIO SANTOS, OFS

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SALA FRANCISCANA COMPLETA UM ANO

Há um ano, sob a direção de Frei Gustavo Medella, o povo de São Paulo era convidado a entrar na Sala Franciscana, o primeiro programa de rádio da Província da Imaculada Conceição na capital pau-lista. Na terça-feira (04/6), a Sala Francis-cana reuniu os seus convidados ao redor da mesa eucarística do Convento São Francisco para celebrar esse 1º aniversá-rio com Missa de Ação de Graças.

O Ministro Provincial Frei Fidên-cio Vanböemmel presidiu a celebração, tendo como concelebrantes Frei Luiz Henrique Aquino, Frei Gustavo Medella, Frei Diego de Melo e Frei Alvaci Mendes da Luz. O comentarista Frei Alexandre Rohring também explicou que, além da celebração de Ação de Graças, era o quin-to dia da Trezena de Santo Antônio, um momento de devoção e preparação para a festa do santo franciscano no dia 13 de junho.

Frei Fidêncio lembrou no início da

MOACIR BEGGO Missa que São Francisco de Assis era um apaixonado pela comunicação. “Ele que-ria que a Palavra de Deus chegasse a todas as pessoas através da multiplicação das cópias escritas por ele. Fico imaginando como o Pobrezinho de Assis estaria hoje diante do computador, de um microfone, querendo anunciar ao mundo a Palavra de Deus!”, disse Frei Fidêncio, agradecen-do a todos os envolvidos neste trabalho evangelizador do rádio.

Frei Gustavo, que pregou a Tre-zena no Convento São Francisco, fez a homilia e destacou que, em um ano no ar, a “Sala Franciscana” tem acalentado o sonho de levar Paz e Bem pelas ondas do rádio e da internet. “Cada entrevista, cada mensagem, cada oração é um com-promisso assumido com o ouvinte, razão de existir de qualquer programa de rádio, o verdadeiro centro das atenções. E é por isso que nesta Sala sempre cabe mais um, mais dez, ou cem ou mil, ou um milhão, porque a Sala tem o tamanho do coração”, enfatizou Frei Gustavo, lembrando que o

programa vai mais longe pela internet e é retransmitido pela Rádio Imperial, de Petrópolis.

Frei Gustavo também falou de San-to Antônio e recordou que quanto mais ele crescia na justiça e no amor, mais de-sejava caminhar, referindo ao tema do dia: “Com Santo Antônio, queremos ser justos em nosso proceder!”. Concluindo, convidou a todos: “É com ele que deseja-mos seguir. Com Santo Antônio, quere-mos ser justos em nosso proceder”.

O programa Sala Franciscana es-treou no dia 4 de junho do ano passado, e vai ao ar de segunda a sexta, das 18h às 18h30, pelas ondas da Rádio Nove de Julho (São Paulo, AM 1600 KHz), e pela internet.

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FREI LUIZ IAKOVACZ

O CEBI (Centro de Estudos Bíbli-cos) é um jeito popular de ler a Bíblia. É uma ação do Espírito Santo que sopra quando, onde e como quer (cf. Jo 3,4-8). Por isso, está espalhado em todos os recantos do mundo. Sua finalidade é transformar a pessoa, juntamente, com a realidade que a cerca, unindo Fé e Vida.

Meu primeiro contato foi quando a Província me enviou à Custodia das Sete Alegrias (MS e MT), onde per-maneci por 10 anos. Aí participei de vários encontros. Um deles me chamou a atenção. Estávamos refletindo o livro do Êxodo, a passagem em que Moisés, educado no palácio do Faraó, um dia, “desceu para ver seu povo” e viu a triste realidade em que se encontrava. O co-ordenador explicava que, se quisermos transformar a nós mesmos e a realidade, - precisamos “descer do status clerical e não esquecer nossa origem vocacional que é o povo”. Foi quando alguém, de

O CEBI EM MINHA VIDAmaneira enfática, disse: “Eu não vou abrir mão dos meus privilégios de Padre”. Isto calou tão profundamente em mim, que decidi comigo mesmo: “Se-nhor, ajuda-me a ser um outro Moisés”.

Aliás, o protótipo desta atitude é o próprio Cristo que não fez valer os di-reitos que tinha, mas tornou-se servidor de todos, entregando sua vida por amor; por isso Deus O exaltou (cf. Fl 2,6-11).

Além do mais, sabemos que a maior parte de sua doutrina não foi anunciada na Sinagoga ou no Templo, mas quando andava pelos caminhos, nas praças e planícies, nas casas, du-rante uma refeição, nas perguntas que lhe faziam, na postura que ti-nha diante de fatos circunstanciais. É aí que acontece a união entre Fé e Vida, premissa indispensável do CEBI. O CEBI também enriqueceu a minha vida nos 8 anos em que estive, a pedido da Província, na Diocese da Barra (BA), no semiárido nordestino. A geografia e clima desta imensa região se equiparam com os da Palestina. Foi aí

que vivenciei muitas questões bíblicas, tais como a posse da terra, o valor vital da água, a luta pela sobrevivência, a solidariedade com os empobrecidos, a religiosidade popular, celebrações incul-turadas. O sertão foi uma escola de vida, da qual, ainda hoje, continuo bebendo.

Mas... alguém poderá questionar: o CEBI transformou, de fato, sua vida�!

Respondo: Não posso afirmar, categoricamente, mas que ajudou-me a ir ao povo e caminhar com ele, ah!, isso aconteceu!!! Quanto à realidade, creio que houve mudanças por causa da construção de muitas cisternas para captação da água da chuva, das passeatas pacíficas em defesa da vida, do testemunho de muitas pessoas sobre minha presença solidária junto aos doentes/idosos/empobrecidos. Diz São Francisco: “Bem-aventurado o servo que devolve todos os bens ao Senhor, porque quem retirar algo para si, esconde a riqueza de seu Deus e, o que julgava ter, até isto lhe será tirado” (Adm XVIII). Em louvor de Cristo, amém!

DEPOIMENTO

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NOVAS ZELADORAS DO APOSTOLADO DA ORAÇÃO

Na celebração da solenidade do Sa-grado Coração de Jesus, dia 7 de junho, na Igreja da Prainha, Frei Paulo Rober-to Pereira, em nome de toda a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, acolheu 35 novas zeladoras do Apostolado da Oração, pertencentes às Comunidades Nossa Senhora do Rosário e Jesus Res-suscitado. A cada uma foi entregue a fita que distingue as participantes deste movimento, que atua de forma efetiva no trabalho realizado por diversas pastorais e serviços da Igreja, como, por exemplo, a Pastoral da Saúde, com a visitação aos doentes e familiares, entre outras ativida-des de cunho social.

Frei Paulo destacou que nossa Pa-róquia é abençoada por ter no seio de nossas comunidades um grupo de fiéis que, como mães zelosas, estará sempre rezando por cada um de nós, pelas voca-ções e pelas necessidades da Igreja.

SANTUÁRIO DO ESPÍRITO SANTO

RETIRO PROVINCIAL COM MARCA REGISTRADATambém neste ano, a Fraterni-

dade Divino Espírito Santo, de Vila Velha, acolheu os frades para o Reti-ro Provincial. De 17 a 21 de junho de 2013, 22 confrades estiveram reunidos na Ponta da Fruta, no já conhecido Projeto Santa Clara.

O tempo este ano ajudou com dias de sol e calor razoável, com isso todos puderam desfrutar de caminha-das pelos jardins e pela beira-mar.

Os preparativos, como sem-pre, começaram bem antes do retiro e envolveram funcionários e mui-tos voluntários apaixonados por São Francisco e amigos dos frades. A pre-ocupação maior é com a boa acolhida, boa comida e com o ambiente cuida-dosamente preparado para criar um

clima de fraternidade e serenidade para o retiro.

Cabe aqui um agradecimento espe-cial aos que cuidaram de toda infraestru-tura para o retiro, o translado, a acolhida, a arrumação e decoração da casa e, lógi-

co, as boas e variadas refeições. A Fraternidade de Vila Velha se

alegra em receber seus confrades e espe-ra que esses retiros se repitam nos pró-ximos anos.

(Frei James Neto)

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A TRADIÇÃO DE CORPUS CHRISTI NO SANTUÁRIO

Quinta-feira, 30 de maio. A Igreja do Santuário de Vila Velha, mais uma vez, amanheceu movimentada. Equipes das mais diversas pastorais da Paróquia, jovens, crianças, adultos se encontra-ram para a preparação do tradicional tapete de Corpus Christi.

Em nossa comunidade do Santu-ário do Divino Espírito Santo de Vila Velha, a tradição de confeccionar tape-tes com motivos eucarísticos é manti-da, porém, ao invés de se enfeitarem as

FREI JAMES NETO ruas, os tapetes são feitos no interior da igreja. Algumas comunidades da Paró-quia também mantiveram esta tradição e enfeitaram as ruas próximas para a passagem da Santíssima Eucaristia.

A celebração de Corpus Christi, presidida por Frei Clarêncio Neotti, às 19 horas, no Santuário de Vila velha, foi o reflexo e a coroação de todo o dia: bo-nito, cheio e produtivo/criativo.

Igreja lotada e colorida pelos tape-tes no corredor central da igreja, litur-gia bem preparada, cantos participados, toda a equipe de ministros da Eucaristia

presente. Celebrante inspirado. Enfim, tudo

neste dia caminhou para um clímax que foi a adoração e bênção do Santíssimo Sacramento.

Mais uma vez, as comunidades da Paróquia se fizeram presentes, reunidas no Santuário para, juntos, como uma só família, engrandecer e louvar o Cristo Eucarístico. Parabéns a todas as equipes que já, com bastante antecedência, pre-pararam este dia. Parabéns à comunida-de paroquial por sua fé viva, vibrante e participativa.

MOÇÃO DE APLAUSONo último dia 2 de maio, Frei Florival Mariano de

Toledo foi homenageado pela Câmara Municipal de Vila Velha com uma “Moção de Aplauso” pelo lançamento do CD “Perfeita Alegria”. A iniciativa, do vereador Ricardo Chiabai, foi aprovada por unanimidade pelos vereado-res. O sucesso do CD “Perfeita Alegria” é indiscutível. Toda a primeira tiragem de 3 mil unidades já foi vendida em Vila Velha. Aguardamos agora a chegada da segunda tiragem de mais 3 mil CDs. Alguns shows de lançamento e apresentação do CD já estão marcados ou estão em tra-tativas em Sorocaba, Gaspar, Nilópolis e São Paulo. Frei Florival também se apresentará para o Papa Francisco no dia 24 de julho quando da visita do Pontífice ao Hospital São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro.

(Frei James Neto)

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VILA VELHA: GENEROSIDADE E DISPONIBILIDADE

Os benfeitores do Pró-Vocações e Missões Franciscanas se reuniram no dia 16 de junho em Vila velha. Dia chu-voso e frio para os padrões capixabas, mas nem isso diminuiu a animação e a alegria do encontro. Aos poucos, os ben-feitores das várias comunidades foram chegando e ganharam recepção com músicas e brincadeiras na Comunidade Sagrada Família, da Paróquia Nossa do Rosário.

Após o café da manhã, todos se dirigiram à Igreja, onde puderam co-nhecer um pouco mais do trabalho dos franciscanos e também tomaram conhe-cimento do quadro geral das vocações na Província, os custos na manutenção dos seminários e a importância de cada benfeitor na formação dos futuros frades franciscanos, além de destacar os traba-lhos sociais desenvolvidos pelo Sefras.

A Coordenação ficou a cargo de Frei Alvaci Mendes da Luz, Frei Alexan-dre Rohling, Frei Brayan Felipe, e dos aspirantes Felipe e Anderson.

A Celebração Eucarística na inten-ção de todos os benfeitores foi o ponto alto do encontro. Seguiu-se o almoço de encerramento, preparado por voluntá-rios da comunidade, sempre o momento de forte confraternização e entrosamen-to. Todos, mais uma vez, saíram fortale-cidos pela alegria da convivência e pela oportunidade de formação.

Mais uma vez, a Comunidade Pa-roquial e o povo de Vila Velha respondeu com sua generosidade e disponibilidade. Um agradecimento especial à Comuni-dade Sagrada Família por sua acolhida e trabalho para o sucesso de mais esse en-contro franciscano.

FREI JAMES NETO

BENFEITORES DO PVF

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ANGELINA: 100 BENFEITORESPVF

A previsão inicial pela lista de inscritos indicava a presença de 59 benfeitores. Mas logo no início da ma-nhã do domingo (26/05) este número foi superado.

De 59, rapidamente passaram para 60, 70, 80, 90, até chegar a 100!

Nem o frio de 15 graus, nem o fato de ter de acordar cedo num do-mingo de outono tiraram o sorriso e a alegria de cada benfeitor que chegava a Angelina, provenientes de vários mu-nicípios do estado de Santa Catarina.

Afinal, mais um encontro de ben-feitores do Pró-Vocações Franciscanas aconteceria ali.

Na oração da manhã, Frei Ale-xandre Rohling (Xandão) lembrou que

“devemos olhar o mundo com os olhos cheios de amor, de paciência, compre-ensão, mansidão e prudência”.

E que “temos de enxergar os ir-mãos e irmãs além das aparências hu-manas, da mesma forma como Deus enxerga a cada um de seus filhos que-ridos”.

Na sequência, Frei Wilson Simão apresentou as atividades desenvolvidas pelo Serviço Franciscano de Solidarie-dade (SEFRAS) em São Paulo, que tem trabalho social com foco nos excluídos da sociedade. E questionou o sentido de solidariedade.

Complementando sua apresenta-ção, Frei Alvaci Mendes da Luz disse que “a batalha dos Frades Franciscanos

continua sendo a mesma batalha que Francisco e Clara de Assis tinham há 800 anos na Itália”.

No fim do encontro, ainda foi ce-lebrada uma missa na paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Angelina.

O encerramento aconteceu no alto do morro, aos pés da gruta de Nos-sa Senhora, para onde os benfeitores se dirigiram enquanto rezavam o terço.

Nos olhos e no coração de cada um, a felicidade estava nitidamente es-tampada. Muitos já contando os dias para o próximo encontro de benfeito-res!

Texto de Leonardo Contin da Costa e fotos de Darlan Junckes

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PARÓQUIA SANTA CLARA PROMOVE A IV FESTA DAS NAÇÕES

No dia 25 de maio, a Paróquia Santa Clara de Assis, em Bauru (SP), realizou a sua IV Festa das Nações no espaço comu-nitário da capela de São Miguel Arcanjo. Contando com a dedicação e o empenho dos próprios paroquianos, cada comuni-dade assumiu o compromisso de partilhar um pouco da cultura global expressa na culinária típica.

Entre as cinco realidades que com-põem a Paróquia, cada comunidade prepa-rou seu prato típico, enfeitou as barracas e caprichou no figurino. A matriz, Santa Cla-ra de Assis, representou a Síria, servindo porções de quibe e charuto; a Comunidade São Miguel Arcanjo representou a China, servindo porções de pastel; a São Mateus, que representou a Itália, ofereceu porções de macarronada; São Sebastião, represen-tando Portugal, serviu caldo verde e por-ções de bolinho de bacalhau.

Já a Comunidade Nossa Senhora das Dores, representado a diversidade de po-vos do Brasil, trouxe ao alcance do paladar das pessoas uma espécie de Kit Churrasco. Além disso, o Grupo de Jovens Átrios do Rei preparou uma barraca repleta de do-ces, cuja renda será destinada para cobrir o investimento em suas viagens à Jornada Mundial da Juventude.

O evento trouxe a oportunidade de as pessoas conhecerem as culinárias síria, portuguesa, chinesa, italiana e brasileira. Além da praça de alimentação com co-midas típicas, a festa também contou com animação musical de um DJ.

Do ponto de vista social e fraterno, a IV Festa das Nações foi muito boa: houve participação de muitas famílias da Paró-quia e outros amigos. Deus abençoe a to-dos os nossos paroquianos e benfeitores!

FREI ALESSANDRO NASCIMENTO

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MÊS DE FESTAS NO SAGRADOO mês de junho teve grandes fes-

tividades na Fraternidade e Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, de Pe-trópolis, Rio de Janeiro.

Primeiro, a solenidade do Sagra-do Coração de Jesus e depois de San-to Antônio, com a presença do Bispo Diocesano, Dom Gregório Paixão, OSB.

Seguindo a tradição religiosa po-pular, celebrou-se a Trezena de Santo Antônio nos horários das 18 horas. Cada dia teve um determinado tema e seu pregador.

De modo geral, os temas da Tre-zena abordaram questões familiares.

O estacionamento do Sagrado Coração foi ocupado por barraqui-nhas. Cada uma com salgados e doces, típicos do mês de junho.

Um dos eventos ocorridos, a “Tarde de prêmios”, tinha com objetivo angariar fundos para serem investidos na Semana Missionária da Paróquia.

As noites, a partir do dia 7, foram tomadas por vendas de quitutes e por ótima música. Até os frades fizeram uma “bandinha” para dar alegria à fes-ta.

No dia 9 de junho, celebrou-se, com bastante alegria, o Coração de Je-sus, o titular de nossa Paróquia.

A missa das 15 horas foi bem celebrada com o Apostolado da Oração, e a pastoral recebia mais membros para compor sua histó-ria e sua ação na vida da Paróquia do Sagrado. No dia 13 de junho celebrou-se Santo Antônio.

Para atender milhares de de-votos, aumentaram-se os horários de missas e a Igreja do Sagrado fi-cou cheia durante todo o dia.

SAGRADO

FREI LEANDRO COSTA

ACOLITATO E LEITORATONo dia 2 de junho, os confrades

do primeiro ano de Teologia, Denys Mariano e Rodolfo Pimentel (ambos da Custódia São Benedito – AM) e Frei João Mário Barbosa (segundo ano de Teologia, Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora – MS), receberam o Acolitato e Leitorato na Igreja do Sa-grado Coração de Jesus.

Chegados esse ano, os três vie-ram iniciar seus estudos teológicos no Instituto da Província (o Frei João já havia iniciado a Teologia, ainda em sua Custódia). Após formação (teórica e prática) dada pelo mestre, Frei Marcos Andrade, no domingo os confrades, diante do bispo, expressaram o desejo de servir à Igreja como Leitores e Acó-

litos – grande auxílio às atividades pas-torais que já desenvolvem nas comuni-dades em que trabalham: Frei Denys, na Paróquia Santa Clara; Frei Rodolfo, na Paróquia do Sagrado (ambas em Pe-trópolis); e Frei João, na Paróquia São João Batista, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense. A Missa de inves-tidura, celebrada às 10 horas do domin-go, foi presidida pelo bispo diocesano, D. Gregório. Expansivo e simpático, acolheu com bondade os confrades que pediram os ministérios do leitorato e acolitato, a fraternidade e todo o povo reunido em assembleia. Permaneceu conosco para o almoço e deixou aber-tas as portas de sua casa para a Frater-nidade. (Frei Leandro Costa)

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ENCONTROS REGIONAIS

Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí

Os frades do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí reuni-ram-se para seu segundo encontro nos dias 20 e 21 de maio, no Seminário São Francisco de Assis, em Ituporanga.

Esta foi a primeira experiência de fazer o Regional dividido em dois dias, permitindo uma maior convivência fra-terna, bem como um maior tempo para reflexão e partilha das realidades das fraternidades.

No dia 20, segunda-feira, o encon-tro dedicou-se exclusivamente à oração e partilha das fraternidades sobre seu dia a dia, momentos fortes vivenciados e celebrados pelos confrades e desafios

enfrentados. Sob a coordenação de Frei Neuri Reinisch, também se deu a eleição do representante da frente de Evangeli-zação das Paróquias do Regional, a sa-ber, Frei João Pereira Lopes.

Após a reunião, os frades se reu-niram para rezar com os seminaristas e, logo após, participarem de um recreio fraterno com um bom churrasco, bate papo e jogo de futsal.

No dia 21, os frades se reuniram novamente para um momento de re-flexão a partir do livro distribuído pela Ordem: “Nossa Identidade Franciscana”; as notícias do Definitório, melhor expli-cadas pelo definidor Frei João Mannes; e um momento de partilha das perspecti-vas do Serviço de Animação Vocacional,

feita pelo Frei Diego Atalino de Melo, que visitava a fraternidade.

Grandes eventos envolvem nosso Regional nos próximos meses: a ordena-ção presbiteral de Frei Jeâ Paulo de An-drade, em Imbuia, no dia 06 de julho; e a possibilidade de se fazer uma Missão de Férias, envolvendo os jovens ligados às paróquias e fraternidades do Sul da Pro-víncia, na Paróquia de Ituporanga.

Uma ideia que precisa ainda ser amadurecida, mas que já foi recebida com muitos bons olhos pelos confrades.

O encontro encerrou-se com o al-moço comemorativo e a celebração dos aniversariantes do mês do Regional: Frei Valdemiro Wastchuk e Frei Gilberto da Silva.

FREI RODRIGO DA SILVA SANTOS

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FRATERNIDADES ________________________________________São Paulo

No dia 20 de maio de 2013, realizou-se o 2º. Encontro do Regio-nal de São Paulo junto à Fraternidade Franciscana São Benedito, em Amparo, SP, ainda na aura do recém-celebrado Centenário de fundação, 1912. Dia de sol e céu azul emoldurou a reunião.

Às 9h, na igreja, os 30 frades reci-os 30 frades reci-tamos a Oração de Abertura, preparada na celebração de nosso Doutor São Bernardino de Sena.

Na sessão de estudos, Frei João Pereira da Silva, guardião, e os confra-des da Casa: Frei Adriano do Nascimen-to, Frei Celso Francisco Faria e Frei Per-ceval Canuto Carvalho acolheram com simpatia aos irmãos e os aspirantes do SAV, Michel Gonçalves do Nascimento e Lucas de Oliveira Santos, em estágio desde fevereiro na Fraternidade do Pari.

Presidiu ao encontro o coordena-dor Frei Adriano Freixo Pinto, eleito no 1º. Encontro do ano, 15 de abril. Frei David Raimundo dos Santos, secretário ad hoc do 1º. Encontro, apresentou a devida ata, aprovada por completa, sem maiores reparos.

Passou-se, então, ao estudo do tema Nossa Identidade Franciscana, subsídio do Definitório Geral (Roma, 2012), da página 5 a 9. O Documento propõe refletir “sobre quem somos e quem somos chamados a ser como Frades Menores e como Província, a partir dos textos fundantes (Regra e Constituições), em diálogo com a Igreja e com o mundo de hoje” (p. 5).

OUTROS ASSUNTOS

1. Eleição do Representante das Paróquias – Foi eleito, em segunda votação, Frei Djalmo Fuck.

2. Definidor Regional Frei José Francisco C. Santos. Comunicações:

- VOT: Não é mais “Hospital da Venerável Ordem Terceira”. Nova de-nominação: “Hospital São Francisco de Assis”. Está sob a direção-geral de Frei Francisco Belotti, Fundador da “Associação Lar São Francisco na Provi-dência de Deus”. O Hospital, agora, atua também na recuperação de dependentes químicos. E, na agenda do Papa Fran-cisco, por ocasião da JMJ no Rio, consta visita dele ao Hospital (24 de julho) para inauguração de nova unidade, específi-ca, “PAI” = Polo de Atenção Integral à Saúde Mental.

- Pari: com a mudança dos cursos da USF para o câmpus na Freguesia do Ó, permanece agora o Colégio Bom Jesus Santo Antônio do Pari, cursos in-fantil, fundamental e ensino médio, com mantenedora “Casa de Nossa Senhora da Paz”; os salões da Paróquia ocupam o espaço do lado da Rua Alexandrino Pedroso; em estudos, o aluguel dos espaços restantes do prédio.

3. Comunicações das Fraternidades

- Amparo: Ambiente grato na Fraternidade e na Paróquia, fala o guar-dião Frei João. “Aqui é só felicidade” – resume Frei Perceval. Reorganizam o serviço paroquial, atendem congre-gações religiosas da cidade, hospital, e ainda outras paróquias. Destaque, também, para o SAV. Há 2 Aspirantes, sob orientação de Frei Adriano (Vitor da Silva Amâncio e Jean Santos da Sil-va), participam da vida da Fraternidade, formação três vezes na semana, estudos da SE, “até uns lances com o Grego” – na sua expressão – , e convivência com o grupo de jovens.

- Bragança Paulista: O estilo de acolhimento a Confrades enfermos

começou com Frei Jurandir Cristo-folini (25 de novembro de 2008); os mais recentes: Frei Ciríaco Tokarski (26.02.2013) e Frei Benjamim Anso-lin (19.03.2013); ao status de Família associa-se o de Hospital, com a equipe médica e de enfermagem. A Fraterni-dade – segundo o Guardião Frei Carlos Pierezan – merece nota 10. O local, 9 apartamentos disponíveis, adjacências com flores e verdes, e ambiente geral, propiciam acolhimento de Confrades idosos e enfermos que necessitam de cuidados maiores. Frei Regis Daher, por oportuno, anotou que, na Província, há 120 frades acima dos 70 anos!

- Pari: O SAV é tratado com cari-nho. Frei Wilson Batista Simão está à frente. A Paróquia, voltada no momento às celebrações e festividades do Padro-eiro Santo Antônio.

O Centenário da criação, 1914, assinala significativo marco histórico. O SEFRAS apresenta bastantes trabalhos, com Frei José Francisco, animador pro-vincial, mais Frei Carlos Lúcio Corrêa, Frei Reinaldo Parisi Neto, Frei Wilson e Frei Bryan, em estágio.

- Santos : Frei André Becker lem-brou que “o entorno do Valongo virou um canteiro de obras, só pó.” Situação paroquial e atividades no santuário, ok. A Pastoral da Comunicação, com jornal próprio, a Rádio Valongo, vai bem, Frei Rozântimo aplica-se com competência.

- São Francisco, Centro: 17 irmãos compõem a Fraternidade. O sênior Frei João Batista de Araújo Campos, é pre-sença simpática nos seus 90 anos de vida e 67 de Franciscano. Frei Luiz Henrique e equipes mencionaram os serviços sociais, atividades da Educafro, o SAV, o atendimento sistemático do Pró-Vo-cações. O Convento São Francisco, por sinal, é centro de referência vocacional.

FREI AGOSTINHO PICCOLO

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Contestado

Nosso Regional, oficialmente, co-meça numa segunda-feira, ao meio-dia, e termina com o almoço de terça-feira. Porém, alguns frades já vão a Piratuba no domingo à tarde para desfrutar de um banho nas águas termais, jogo de baralho ou bate-papo fraterno. Foi o que aconteceu nos dias 10 e 11 de junho. Deste encontro, o segundo do ano, po-demos destacar 4 aspectos:

1. Reflexão sobre “Nossa Identidade Franciscana”Este subsídio, enviado pelo Defi-

nitório Geral, vem dividido em 4 blo-cos. A partir da Regra e CCGG, quer aprofundar nossa identidade “quem somos e quem somos chamados a ser”. Fizemos o estudo sobre o Capítulo I. Dentre as várias colocações, feitas es-pontaneamente, foi salientada aquela que nos convida a termos uma pos-tura de “pertença à Igreja, à Ordem e à Província”. Quando isto acontece,

desaparecem, paulatinamente, várias distorções, como a de “projetos pes-soais”, e fortalece nossa identidade. As reflexões foram enriquecidas com a Leitura Orante de alguns textos da Regra.

No próximo Regional, refleti-remos o Capítulo II “Os elementos centrais da nossa Forma Vitae”, e, no último, a “Celebração de nossa Identi-dade”.

2. As Dioceses nas paróquias do Regional A Diocese de Joaçaba, à qual per-

tencem Luzerna e Concórdia – está re-alizando a Visita Pastoral com a ida do Bispo em todas as comunidades.

Coronel Freitas e Xaxim perten-cem à Diocese de Chapecó. Ambas estão super empenhadas numa “for-ça tarefa” de levar às comunidades, as propostas e encaminhamentos da IX Assembleia Diocesana, que acontece de 4 em 4 anos.

3. Formação permanente aos leigos

FREI LUIZ IAKOVACZ As quatro paróquias tem cons-ciência desta formação e a fazem, no transcorrer do ano, com Cursos de Teologia, encontros sistemáticos so-bre Bíblia, Catecumenato e Mistago-gia para crismandos/pais/padrinhos/acompanhantes.

4. Jornada Mundial da Juventude Há um sadio fervilhar na preparação dos jovens e nas mais variadas ativi-dades para angariar fundos. Durante a Jornada, participarão do “Espaço Franciscano” (Largo da Carioca), “En-contro com os Provinciais” (Bairro Ti-juca) e “Feira Vocacional” (Quinta da Boa Vista).

Foi assim que passamos os 2 dias entre oração, cantos, reflexão, a impor-tância da Pastoral da Acolhida, Ano da Fé, bem como esclarecimentos sobre a saúde dos confrades, e os encaminha-mentos finais para a reforma da Casa de Piratuba que acontecerá em agosto próximo.

Nos despedimos com o almoço e retornamos às nossas casas.

Basta dizer que, praticamente, aparece um vocacionado por semana.

– Além disso, focalizaram outros eventos: o 1º. Encontro da Frente de Comunicação em âmbito de Província, 16-18 de setembro, em Rondinha e junto à USF; o Espaço Franciscano, ou seja, o levantamento de todas as obras, no Convento Santo Antônio do Rio, ao ensejo da visita do Papa; Encontro de Jovens com os Ministros Gerais; inicia-tivas dos Frades da Província relativas à JMJ; a impressão de 500 mil fôlderes da JMJ, pela Vozes.

- São Francisco, Vila Clementino:

Na Casa, graças, tudo bem, na poliva-lência de ministérios que exercem: da Província, sede, Paróquia, Hospitais, muitas reuniões que abrigam.

4. Datas e Informes - Encontros Regionais: 19 de agos-

to, Vila Clementino; 18 de novembro, Bragança Paulista (recreativo); 17 de março 2014 (São Francisco, Centro).

- Subsídios do Definitório Geral: continuar os estudos e reflexões.

- Subsídio 2, da Província: segui--los nos Capítulos Locais.

- Testamentos pessoais: fazê-los,

faltam muitos.- Inscrições para os Retiros: comu-

nicar à Secretaria Provincial.- Sugestões para os próximos Re-

gionais: refletir e programar.

ENCERRAMENTOMeio-dia. O Coordenador Frei Adriano

agradeceu a presença e contribuições dos Confrades. Juntos, rezamos a Ora-ção oficial pela eleição do Ministro Ge-ral e partilhamos o caprichado almoço servido pela Fraternidade e Comunida-de amparense de São Benedito.

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FRATERNIDADES ________________________________________Leste Catarinense

O segundo encontro de nos-so Regional neste ano realizou-se nos dias 27 e 28 de maio, na Frater-nidade Santo Antônio, em Floria-nópolis. Reunidos em uma frater-nidade maior, partilhamos a vida cotidiana de nossas fraternidades, com nossas lamúrias e conquistas.

Alguns acontecimentos me-recem maior destaque, pela di-mensão celebrativa, que envolve os frades em nossas fraternidades.

Em Santo Amaro da Impera-triz, a Festa do Divino faz memó-ria da história do império brasilei-ro. Foram quatro dias de festa (17 a 20 de maio) no final de semana de Pentecostes. Frei Daniel Dellan-drea falou “que a Festa do Divino é uma festa religiosa que traz mui-tos turistas e que é difícil atender a todos”.

Acontecem novenas popula-res nas famílias, cultivando as tra-dições, que vão sendo passadas de pai para filho.

É uma festa que envolve toda a fraternidade em muitos dias de preparação e há uma grande parti-cipação da comunidade na organi-zação. Já os dias de festa são mar-cados pelos turistas e pessoas que vem de toda região apreciar as gu-loseimas e os shows. Outro evento importante se dá em Florianópolis. A fraternidade, juntamente com a comunidade, celebra seu padroeiro Santo Antônio.

A Trezena de Santo Antônio deste ano conta com a participa-ção de vários frades do Regional, nas celebrações das missas e pre-gações. Certamente muitos outros assuntos foram partilhados, mas esses foram os que merecem maior destaque.

FREI NESTOR KUHN, FREI FAUSTINO TOMELIN E FREI ELISEU TAMBOSISão frades hoje com algumas limitações, mas que são muito importantes em nossas fraternidades. Freis que com suas experiências e com suas vidas abrilhantam o nosso cotidiano. Obrigado por vocês fazerem parte de nossas vidas.

FREI MARCELO PAULO ROMANI

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FRATERNIDADES ________________________________________

Baixada e Serra Fluminense

O segundo encontro dos frades do Regional Serra-Baixada realizou--se nas dependências de nossa resi-dência de Campos Elíseos, Frater-nidade São Francisco, no dia 22 de junho. Fomos convocados pelo nos-so coordenador Frei João Fernandes Reinert.

Como é sabido, os encontros regionais são marcados por uma for-te conotação fraterna.

Há a alegria do encontro e do reencontro. Desta vez tivemos como pano de fundo da reunião a situação marcada pelas manifestações e pro-testos.

Na véspera, dia 21, havia ocor-rido o evento em Petrópolis. Fora uma sexta-feira com gosto de feria-do.

A quase totalidade dos frades se fez presente.

Alguns confrades pediram que suas ausências fossem justificadas.

Um ou outro dos guardiães não teve condições de dar o motivo de uma outra ausência. Mas realmente poucas.

Reunimos na nave da igreja. Frei Carlos Alberto Branco Araújo animou a oração de abertura.

Depois da leitura da Ata do en-contro precedente e de sua aprova-ção houve uma reflexão a partir do Subsídio do Definitório Geral “Nos-sa Identidade Franciscana”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães fez uma exposição sobre o tema: Francisco, fascinado pelo Evangelho, a partir do artigo I das CCGG com seus dois parágrafos.

Nós, frades, temos nossa iden-tidade nesse propósito de viver se-gundo a forma do Santo Evangelho. Insistiu na necessidade de que esta busca se fizesse ininterruptamente.

Depois da reflexão foram pas-sadas em revista a vida das fraterni-dades presentes. Foi feita a despe-dida do Regional do confrade Frei Mário Stein que foi transferido para Colatina.

Normal que um dos temas fos-se uma partilha a respeito dos passos dados em nossas paróquias e frater-nidades no que se refere à Jornada Mundial da Juventude.

Outro tema de conversas e tro-ca de ideias foi o do sentido das pas-seatas, manifestações e protestos.

Fez parte da pauta de nosso en-contro a leitura da carta enviada aos frades sobre o últimos acontecimen-tos no Brasil da parte do Ministro Provincial Frei Fidêncio Vamboem-mel. Houve um momento de conví-vio fraterno antes da “feijoada” que nos foi servida. Pelas 14h os frades começavam o caminho de volta... Era sábado dos trabalhos pastorais.

FREI ALMIR RIBEIRO GUIMARÃES

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FRATERNIDADES ________________________________________Vale de Itajaí

No dia 10 de junho (2013), acon-teceu o nosso segundo encontro do ano do Regional dos Frades do Vale de Ita-jaí. A reunião aconteceu na fraternida-de Santa Inês, de Balneário Camboriú. Os três confrades da fraternidade nos recepcionaram com um belo café da manhã. Os primeiros a chegarem foram os confrades de Gaspar, depois os de Blumenau e em seguida os de Rodeio (paróquia e Noviciado).

Praticamente todos do Regional estiveram presentes. O Definidor do Regional Frei Germano Guesser, jun-tamente com Frei Ladi Antoniazzi, co-ordenador da fraternidade Santa Inês, acolheram a todos; Frei Roberto Carlos, da fraternidade de Balneário Camboriú, coordenador do Regional, convocou os frades para o encontro na sala de visi-tas da residência, às 8:45. Frei Roberto

Carlos soube conduzir bem as reflexões e a dinâmica do dia, seguindo um pau-ta bem preparada. Depois de apresen-tar o relatório do andamento das fra-ternidades, deu-se início ao estudo do texto que veio do Definitório Geral e passou pelo conselho de Formação da Província: “Elementos centrais da nos-sa ‘Forma Vitae...’”

Foi lido, aprofundado e debatido por todos. Abriram-se muito os hori-zontes. Estamos num tempo de muitas incógnitas e coisas não muito claras para nós. Mudança de época�! Tudo foi registrado pelo secretário do Regional Frei José Luiz Prim.

Ao meio dia, depois de um aperi-tivo, a fraternidade local, sob os cuida-dos e detalhes de Frei Ladi Antoniazzi, nos presenteou o almoço com uma bela bacalhoada. Lauto almoço, preparado com muito carinho e esmero, regado tudo com um bom vinho. Também

frango no forno com batatas soutée para quem não comesse o bacalhau. Mais do que o almoço, o encontro en-tre os irmãos foi surpreendente, como o é sempre! À tarde demos continuida-de aos trabalhos, comunicados do De-finidor, chamando a atenção sobretudo sobre os frades doentes da Província.

Tudo terminou com uma foto do grupo, e a despedida foi um excelente café da tarde, onde foi festejado o ani-versário dos dois confrades: Frei Pas-coal Fusinatto (dia 09 de junho) e Frei José Luiz Prim (dia14 de junho), mo-mento em que os confrades partiram um delicioso bolo e apagaram mais uma velinha das suas vidas, enquan-to todos cantavam os parabéns. Às 16 horas estava encerrado o encontro, nos despedimos, e viemos todos para as respectivas residências e fraternidades, dando continuidade às correrias do dia a dia.

FREI JOSÉ CLEMENTE MÜLLER

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FRATERNIDADES ________________________________________Agudos

No dia 24 de junho, o Regional de Agudos se reuniu no Convento Bom Jesus, em Sorocaba.

Estavam presentes 13 frades do Regional e mais o Definidor Frei Má-rio Tagliari.

Desta vez, Dom Caetano Fer-rari, bispo de Bauru, que costuma participar conosco, não pode estar presente devido aos compromissos na Diocese.

Fizemos, na primeira parte da reunião, a leitura e partilha de um texto do documento “Nossa Identi-dade Franciscana”.

Em seguida, cada Fraternidade teve tempo para falar um pouco da sua vida, alegrias e dificuldades.

O destaque ficou por conta das festas e celebrações de Santo Antônio, padroeiro de 3 paróquias do Regional, a saber: Agudos, Bauru e Sorocaba.

Também elegemos o represen-tante do Regional para fazer parte do Departamento das Paróquias e santu-ários.

Em segundo escrutínio, foi elei-to o Frei Gilberto Piscitelli, com 9 vo-tos entre os frades.

Após intervalo para o cafezinho, retomamos o encontro e Frei Mário fez várias comunicações sobre as dife-rentes situações da Província, transfe-rências e outros assuntos.

Respondeu também a algumas perguntas dos confrades do Regional e questionamentos levantados sobre redimensionamento, assunto princi-

pal do último Capítulo Provincial.Por fim, tivemos que remarcar a

data do próximo encontro do Regio-nal devido a algumas coincidências de datas já agendadas.

Acertamos a data do dia 12 de agosto, na Fraternidade de Bauru.

Este encontro deverá ser o dia todo, com a presença do Ministro Provincial ou do Vigário Provincial.

Houve ainda tempo para uma rápida partilha sobre as manifesta-ções ocorridas em várias cidades do país e a postura e participação dos frades nesses eventos.

Não podemos nos omitir nem perder o trem da história.

Terminamos o encontro às 12 horas e fomos para o almoço.

FREI JORGE MAOSKI

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No dia 27/05, os frades do Regional do Espírito Santo se reuniram no Mosteiro Santíssima Trindade, na cidade de Colatina, para o Encontro Regional, que teve a presença do Definidor Frei Mário Tagliari, do anima-dor da Frente de Evangelização da Comunicação, Frei Gustavo Medella e dos aspirantes Anderson de Moraes Mariano e Felipe Pinheiro Cruz. Alguns frades vieram de trem, outros vieram de carro. Os que vieram de carro ficaram parados por muito tempo devido a grave aci-dente na BR-101, mas puderam participar à tarde.

Todos os frades foram recebidos com muita ale-gria pelas Irmãs Clarissas e puderam tomar um deli-cioso café da manhã. Logo em seguida, eles fizeram a oração inicial e depois leram e refletiram um texto do Subsídio “Nossa Identidade Franciscana”.

Na partilha, ficou claro que “as Constituições da Ordem Franciscana, muito mais do que princípios nor-mativos, garantem a espiritualidade querida por São Francisco de Assis”.

Depois desta reflexão, foi tempo de os frades con-versarem e se prepararem para o saboroso almoço pre-parado pelas Irmãs.

À tarde, os frades falaram de suas fraterni-dades, dos trabalhos realizados e dos projetos a serem abraçados. Frei Gustavo Medella falou do trabalho já realizado pela Frente de Evangelização da Comunica-ção da Província e quais os próximos passos a serem dados com o objetivo de avançar cada vez mais num trabalho marcado pelo diálogo, pela mútua ajuda e pela comunhão.

Frei Gustavo também mostrou as conclusões e propostas do II Congresso de Evangelização e Missão para América Latina e Caribe, que aconteceu em Ca-nindé-CE, em abril deste ano, em que a comunicação foi um dos assuntos mais abordados pelos participantes do encontro que reuniu pessoas de 14 países.

Já no final do encontro, foi eleito Frei Paulo Roberto Pereira, como representante do Regional para a Frente de Evangelização das Paróquias e Santuários. Depois da eleição, todos se dirigiram para a capela do Mosteiro, onde Frei Florival Mariano de Toledo cantou uma música de seu CD e Frei Mário L. Tagliari deu a bênção a todos os frades.

Fica o agradecimento pela presença de todos nes-te Encontro Regional, de modo muito especial às Irmãs Clarissas pela acolhida, alegria e partilha de vida e fé.

FREI GILSON KAMMER

Espírito Santo

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CLARA ACOLHE OS VOCACIONADOS

No último domingo, dia 26 de maio, Solenidade da Santíssima Trin-dade, os vocacionados do convento de Santo Antônio do Largo da Cario-ca, acompanhados pelo promotor vo-cacional, Frei Nazareno José Lüdtke, estiveram presentes no Mosteiro de Nossa Senhora dos Anjos para a pro-fissão solene da Irmã Maria Antônia da Virgem Imaculada (Eliana Anastá-cio), Ordem de Santa Clara.

A cerimônia foi realizada às 11 horas na capela do mosteiro. A Santa Missa foi celebrada pelo Revmo. Dom

FREI NAZARENO JOSÉ LÜDTKE Roberto Lopes, OSB, vigário episco-pal para a vida consagrada.

Durante o sermão, Dom Rober-to refletiu sobre o mistério da Santís-sima Trindade e fez lembrar não só à professanda, mas a todos os presen-tes, religiosos e religiosas, casados e consagrados, e também aos jovens, este lindo gesto de entrega total ao Bom Deus de amor pois, em diversos carismas, somos sempre convidados a deixá-Lo morar na casa que é nos-so coração. “Irmã Maria Antônia, na simplicidade de sua profissão solene, mostrou que nunca se perde algo bus-cando a Deus, ao contrário, ganha-se

tudo!”, disse o monge.Após a cerimônia, todos cum-

primentaram a já professa Irmã Maria Antônia, com muito amor. A seguir, houve um delicioso e acolhedor al-moço, preparado pelas irmãs do mos-teiro, as quais irradiaram a perfeita alegria franciscana.

No fim da tarde, os vocaciona-dos e Frei Nazareno deixaram o Mos-teiro de Nossa Senhora dos Anjos da Gávea, renovados no desejo de serem “dignas moradas”, onde o Deus Uno e Trino, a exemplo de Clara e Fran-cisco de Assis, possa encontrar suave repouso.

CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO

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ENCONTROS VOCACIONAIS O Serviço de Animação Vocacional da Província realizou

dois encontros vocacionais. O primeiro aconteceu no Seminário São Francisco de

Assis, de 31 de maio a 2 de junho, em Ituporanga – SC, e pro-porcionou aos vocacionados a convivência com a rotina de um seminário menor, local privilegiado para o discernimento vo-cacional e também para o estudo do ensino médio.

O segundo encontro aconteceu no Seminário Frei Gal-vão, em Guaratinguetá, de 7 a 9 de junho, e contou com a pre-sença de vocacionados provindos das fraternidades do estado

de São Paulo. Foi um tempo propício para ajudar os jovens a discernirem melhor a própria vocação e também ocasião opor-tuna para apresentar melhor o carisma franciscano.

Em breve, dos dias 28 a 30 de junho, o SAV irá realizar o 3º encontro vocacional da Província, reunindo jovens do Rio de Janeiro e Espírito Santo, que será realizado no Convento do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis – RJ. Agradecemos às fraternidades que nos acolheram para a realização desses en-contros, bem como a todos os frades que realizam o trabalho de acolhimento vocacional nas mais diferentes fraternidades da Província, dando um belo testemunho de vida franciscana na vivência diária da própria consagração religiosa.

FREI DIEGO MELO

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PARA ONDE O ESPÍRITO IMPELE A NOSSA PRESENÇA FRANCISCANA?

ENCONTRO DE MISSIONÁRIOS E MISSIONÁRIAS FRANCISCANOS DA AMAZÔNIA

Irmãos e irmãs, recebei a nossa afe-tuosa saudação de paz e bem!

1. Todos nós, irmãos e irmãs da Família Franciscana, convidados pelo Mi-nistro Geral dos Frades Menores, nos en-contramos no Centro de Punchana, em Iquitos, capital da região de Loreto, no coração da selva amazônica peruana, de 2 a 6 de junho de 2013, para celebrar o En-contro de missionários e missionárias que vivem na Amazônia. Somos cerca de 50 irmãos e irmãs da Família Franciscana: de Roma estão presentes o Ministro Geral dos Menores, Frei Michael Perry, os dois De-finidores Gerais da área e os dois irmãos animadores para as missões e a evangeliza-ção da Ordem; seis Ministros Provinciais, alguns representantes OFMCap, uma boa representação de Irmãs franciscanas e um leigo. Conosco também estão dois Bispos de Vicariatos da Bolívia.

2. Na nossa reflexão fomos orienta-dos pelo tema “A presença franciscana na Amazônia, ontem, hoje e rumo ao futuro” e pelo estimulante lema “Para onde o Es-pírito impele a nossa presença franciscana na Amazônia�” E justamente tudo o que juntos contemplamos, meditamos, parti-lhamos e decidimos, é o que queremos par-tilhar também convosco, queridos irmãos e irmãs, através desta breve mensagem, que vos enviamos com a esperança de que também vós possais participar das alegrias e esperanças, das dificuldades e dos sofri-mentos que nós vivemos cotidianamente na missão da nossa amada Amazônia.

3. Este nosso encontro acontece dentro de um clima de particular atenção e sensibilidade diante dos sofrimentos que chegam da Amazônia e que encontraram ressonância na Família Franciscana, na Vida Religiosa, na Igreja e também na so-ciedade. O clamor desta terra ressoou na Ordem dos Frades Menores, em modo particular durante a celebração do último Capítulo Geral de 2009, a tal ponto que os Frades capitulares votaram a proposta de um Projeto integral na Amazônia. Tal pro-

jeto pretende, de um lado, apoiar e reforçar as presenças já existentes desde o século XVI; de outro, constituir novas Fraternida-des interprovinciais e construir uma rede de solidariedade. E foi assim que o Minis-tro Geral com o seu Definitório, em cola-boração direta com as Conferências OFM da América Latina, deu início à primeira Fraternidade missionária interprovincial de Requena e, ao mesmo tempo, promove o Projeto na sua integralidade com várias iniciativas, como o presente encontro. Por isso, a assembleia não só colocou no cen-tro os irmãos e as irmãs missionários com as suas ricas experiências de vida, mas quis também chamar a atenção da Família Fran-ciscana para este Projeto, a fim de suscitar uma maior e renovada sensibilidade para com o mundo amazônico e lançar um apelo a participar desta grande missão.

4. Guiados pela metodologia do contemplar, meditar, restituir e celebrar, fizemos assim memória da presença fran-ciscana desde o século XVI, recordando o testemunho daqueles corajosos missioná-rios que muitas vezes deram sua vida pelo bem destes povos. Ao mesmo tempo, escu-tamos os missionários que hoje atuam no território, as suas experiências, a sua obra de evangelização e promoção humana, as suas dificuldades diante dos grandes de-

safios atuais. Na escuta dos irmãos e das irmãs procuramos auscultar a voz do Espí-rito que nos impele à renovação das nossas vidas, presenças e práticas missionárias. Tudo isso nos motivou a renovar a nossa fé no Deus presente que continuamente ope-ra em favor dos povos amazônicos. Isto o fizemos pela escuta da Palavra de Deus e a celebração da Eucaristia, participando de belos momentos litúrgicos.

“Passemos à outra margem!”(Lc 8,22).5. Durante o nosso Encontro, mais

vezes apareceu diante dos nossos olhos a imagem da barca, da lancha com a qual nos deslocamos muitas vezes de uma parte à outra na região amazônica. Segundo a tra-dição, a imagem é referida primeiramente à Igreja, que envolve a todos nós missio-nários com a tarefa que nos foi confiada de levar a todos os cantos o Evangelho de Cristo. A embarcação torna-se para nós um símbolo muito rico, capaz de descrever a nossa vida missionária. Sobre a barca, de fato, há o timão que, para nós, representa Cristo – como nos recordou o Ministro Ge-ral Frei Michael Perry – que nos indica a direção, o rumo a seguir cada dia; não só, mas, como o timão, o Senhor está sempre presente sobre esta barca e o seu estar co-nosco nos enche de coragem e esperança. Está ao nosso lado também o motor, que nos últimos anos substituiu os remos e a força dos músculos. O motor é o Espírito Santo que nos conduz pelo caminho indi-cado por Jesus, infundindo em nós energia, perseverança, fantasia. A barca, além disso, tem o seu ponto de partida e de chegada: e isto é sinal da nossa vida que viaja rumo ao Pai e à sua Casa, que é também a nossa. Do seu coração partimos e a ele regressamos. A barca representa exatamente a vocação do missionário na Amazônia.

6. A Barca, com o seu espaço inter-no, faz referência à fraternidade, à nossa vo-cação de irmãos e irmãs de São Francisco, cada um com o seu próprio carisma parti-cular. Toda a Família franciscana amazôni-ca encontra o próprio lugar nesta barca que

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deseja alargar-se e abrir espaço aos irmãos e às irmãs que receberam a mesma consagra-ção batismal, valorizando o laicato, sobre-tudo com a simpatia e a acolhida, buscando modos novos para uma mais verdadeira comunhão e para uma ativa colaboração. Mais ainda, quer dilatar-se e acolher todos os filhos de Deus e também todas as cria-turas, as quais São Francisco nos ensinou a chamar de irmãos e irmãs porque plas-mados pelas mesmas mãos do Pai criador. A barca, como a vocação franciscana, tem ao natural esta atitude da acolhida, do fa-zer lugar, do entusiasmo que se torna hino ao Senhor, como também o compartilhar a dor de alguém entre todos. Esta grande bar-ca representa a alegria de estarmos juntos peregrinos e forasteiros, no aqui e agora da nossa história.

7. A Barca da vocação franciscana quer navegar por toda parte, alcançar a to-dos e, por isso, é o grande sinal do amor. E o amor é sempre dinâmico, não suporta paradas muito prolongadas. De fato, não se pode amar e não partir, como também não se pode amar e ficar calado. Desde cinco séculos a barca da vocação missionária per-correu com heroísmo a imensidão da nossa região. Os pés dos primeiros missionários se encaminharam sobre as montanhas, pe-netraram nas selvas mais profundas, ultra-passaram milhares de rios. A nossa história nos ensina que o amor supera todo tipo de fronteira a fim de chegar a todas as culturas e todos os grupos étnicos, a fim de ir viver em qualquer geografia e clima, adaptando--se com alegre sacrifício às situações mais inusitadas. Do livro da história, antiga e re-cente, aprendemos que os missionários da Amazônia procuraram viver em suas vidas o despojamento de Cristo a fim de revestir--se, com seráfica criatividade, com os panos dos homens e das mulheres que encontra-ram pelo caminho. Esta encarnação por amor os tornou atentos às semina Verbi, espalhadas generosamente nestas culturas; uma atenção que é respeito, valorização, grande cuidado para com os valores vividos pelos povos indígenas. A mesma lógica le-vou-os a aprender as diferentes línguas do povo a fim de serem tradutores da língua de Deus no idioma indígena. Com a mes-ma força do amor, eles ainda hoje buscam encher a terra com o Evangelho de Cristo. Com a audácia do amor, com a capacidade

de sonhar segundo os sonhos de Deus! 8. A simplicidade da barca faz refe-

rência à nossa vocação de menores. O Po-verello de Assis, fascinado pelo exemplo do Senhor, escolheu para si e os seus filhos e suas filhas o nome de menores. Ainda hoje a Família dos Menores, leigos, irmãs e frades, quer deixar-se atrair pelos menores que vi-vem nos imensos espaços amazônicos. Ir a eles, procurá-los, para estar entre eles, com eles e como eles. Com a convicção profun-da de que já a estreita proximidade é evan-gelização, que o encontro é, por si mesmo, um sacramento por onde passa a presença de Deus. E o primeiro dom que provém deste estar com, entre, como, recebemos propriamente nós, os missionários: quanto é diversa a vida vista através dos olhos dos pobres, do escutar as suas histórias, do es-tar diante da sua nobre dignidade, tornada dramática muitas vezes pelas condições de miséria em que se encontram! É bem assim: os pobres nos evangelizam, são nossos mes-tres, ensinam grandes lições de vida, convi-dando-nos ao essencial, ao senso concreto, à confiança na Providência! Neste meio mi-lênio da nossa presença aqui, vemos com satisfação todos os esforços, as iniciativas, os milhares de sacrifícios dos missionários para a educação do povo, através da cons-trução de escolas, a organização dos cursos, todas as múltiplas iniciativas para oferecer cultura e habilidade laborativa. Ainda hoje estamos convencidos da importância do compromisso educativo, que parte da va-lorização da cultura nativa, com toda a sua riqueza, recuperando as raízes profundas da sua identidade, a sua sapiente filosofia. Além disso, como família de São Francisco, somos desafiados a sermos pontífices, isto é, construtores de pontes, capazes de unir duas margens diversas, duas culturas dis-tantes, dois inimigos em guerra. Francisco compôs um cântico para reconduzir à paz o Bispo e o Podestá de Assis. Cantores e artis-tas não faltam em nossa família missionária para conclamar com criativa fantasia à jus-tiça, à paz, à salvaguarda da criação.

9. Seguindo seu rumo com movi-mento ligeiro, a barca é ainda o sinal da profecia. Irmãs e irmãos de São Francisco, desde o início, quiseram ser voz. Voz de Deus, antes de tudo, que chama à conver-são evangélica, começando sempre por si mesmo. Voz dos pobres: a fim de fazer

próprios os seus direitos, para partilhar os seus dramas e suas frustrações, para a cora-josa denúncia, mesmo arriscando a própria vida – como várias vezes tem acontecido – diante daqueles que são contra Deus, por-que contra os pobres. Voz também daque-le sacramento de beleza que é a natureza, assim infinitamente variada e generosa na Amazônia. Sobretudo hoje, os missioná-rios da Amazônia se fazem voz deste rosto de Deus, continuamente desfigurado pela mão tola de quem serve à Mamona. As ir-mãs e os irmãos missionários da Amazônia querem ser esta voz: falada, gritada com o testemunho da própria vida, se tornando ainda mais forte porque voz de toda a fra-ternidade.

10. E esta lancha, hoje, é impelida pelo Espírito! De novo, e de maneira sem-pre diferente, é conduzida rumo ao coração da Amazônia e dos seus habitantes, em meio aos desafios históricos que nos inter-pelam gravemente. E novidade e fantasia são soprados pelo Espírito de Deus sobre nossa Família Franciscana a fim de purifi-cá-la, iluminá-la e incendiá-la com aquele fogo que é o próprio amor de Deus, de tal modo que possa inventar novas formas de presença em que a fraternidade seja real-mente protagonista; novos caminhos no interior das Igrejas locais, em colaboração com os bispos e segundo o dinamismo da conversão eclesiológica; inéditas modali-dades de colaboração mais corajosas entre frades e irmãs e leigos; novos espaços para poder viver uma vida menos estruturada e mais livre a fim de seguir os impulsos do Espírito. Na consciência de que cada redi-mensionamento exterior parte sempre da renovação interior, aquela da conversão cotidiana. Dessa lancha dirigimos o convite aos irmãos e às irmãs, aos leigos e religio-sos, a fim de sairem conosco e vivermos juntos a alegria do anúncio nesta maravi-lhosa irmã e mãe terra amazônica.

“Lançai a rede…” (Jo 21,6)11. O encontro das presenças francis-

canas da Amazônia foi o espaço ideal para recuperar a memória do passado, o qual ilumina o presente e abre ao futuro. As dife-rentes peculiaridades dos participantes das distintas proveniências se uniram num cor-po só, fundindo a diversidade na unidade e oferecendo assim a todos uma eloquente imagem do Deus Uno e Trino. Único era,

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de fato, o amor pela missão na Amazônia que unia todos os missionários e que se evi-denciava nos diálogos em assembleia e nos trabalhos de grupo.

Durante esses dias do encontro, aju-dados pela graça do Espírito, analisamos o contexto em que somos chamados a viver como evangelizadores, aprofundamos o nosso ser irmãos e irmãs diante dos desafios do momento presente e, enfim, escolhemos juntos algumas linhas de ação comuns nos vários âmbitos da nossa missão.

12. A análise do contexto em que vi-vemos e operamos nos fez constatar alguns fenômenos comuns, a saber, a globalização que provoca a perda de identidade e que diz respeito, particularmente, aos jovens, a tecnologia e a modernidade; a migração devida a vários fatores, como o prossegui-mento dos estudos, o trabalho, a violência; a corrupção presente em todos os níveis, do governo até a pequena população ribeiri-nha; as políticas neoliberais e mercantilistas que promovem a destruição das florestas e do ambiente sem respeito algum pelos po-vos indígenas, o aquecimento global, a po-luição dos rios.

13. Da parte de todos nós, há neces-sidade de reafirmar alguns compromissos. Eis os principais: delinear um rosto ama-zônico à Vida Religiosa, à vida da Igreja, convictos de que o Senhor chama outros missionários para trabalhar nesta região; articular melhor as nossas presenças mis-sionárias e ter a audácia de ir além das nos-sas dioceses, países e Institutos religiosos de pertença; dispor-nos a uma maior criativi-dade para dar respostas eficazes e corajo-sas à renovada compreensão eclesiológica; sentir fortemente a necessidade de sermos nós mesmos discípulos, escutando o povo e aprendendo dos povos aos quais servimos; como menores e humildes, mas também como corajosos testemunhas do Evangelho, fazer frente à realidade das multinacionais e transnacionais, procurando com paixão al-ternativas estratégicas diante de seus proje-tos; estar convencidos de que a Fraternida-de é fundamental e que nos impele a rever a nossa vida, buscando modalidades mais eficazes para viver neste contexto como uma verdadeira família.

Diante dos desafios, experimentamos o forte desejo de continuar a presença na Amazônia, justamente por causa das difi-

culdades encontradas. Eis as linhas de ação que queremos percorrer em âmbito social e eclesial, como Família Franciscana.

14. No social• Queremos, a partir de nossa

identidade franciscana, fazer alianças com os movimentos sociais e outros grupos, em defesa da vida e no cuidado da Amazônia.

Para isso, propomos identificar e co-nhecer os movimentos sociais, grupos de investigação e observatórios de Direitos humanos existentes na nossa região, a fim de dialogar e colaborar com eles.

• Queremos impulsionar e forta-lecer os processos de formação dos leigos para que sejam profetas e atuem como tais em defesa da justiça social e em favor da vida.

Para isso propomos um acompanha-mento próximo e fraterno junto aos leigos a fim de os despertar e promover seu prota-gonismo e sua liderança.

15. Na Igreja• Queremos entrar num processo

de conversão pastoral e eclesiológica, por meio de uma missão compartilhada, se-gundo a nossa identidade.

Para alcançar esse objetivo, precisa-mos rever as nossas práticas pastorais atu-ais, articulando-as com os planos pastorais das Dioceses e dos Vicariatos.

• QueremoscaminharcomaIgrejalocal dando maior atenção às comunidades nativas.

Para isto queremos apoiar os povos indígenas na busca da sua autonomia e no respeito aos seus direitos.

• QueremoscaminharcomaIgrejaparticular dando maior atenção à formação de animadores e líderes.

Para isto queremos:• inserir-nosnosprocessos formati-

vos já existentes;•criareanimarcomunidadesdebase

e promover os líderes no meio dos povos, colocando sempre Cristo como centro da evangelização;

•facilitarosencontrosnonívellocalpara a partilha fraterna e a coordenação;

•recorreraousodosmeiostecnoló-gicos modernos para a formação e para o serviço pastoral.

16. Como Família Franciscana• Queremos,atravésdenossaiden-

tidade franciscana, ser sinais vivos de tes-

temunho e de comunhão na vivência e no anúncio do Evangelho.

Para isto nos propomos a facilitar os encontros em todos os níveis para a re-cíproca animação e formação, utilizar os meios tecnológicos para a formação e a co-municação, criar uma rede de informação e comunicação em vista de uma partilha soli-dária entre todas as presenças missionárias franciscanas na Amazônia.

Desejamos reafirmar o dom da vida em fraternidade, a partir da experiência de Deus, promovendo relações fraternas com todos e com todas as criaturas, oferecendo contribuição à Igreja e à sociedade com a mística ecológica e o cuidado do meio–am-biente.

Para tal fim propomos constituir uma equipe, na Família Franciscana, de serviço à ecologia e ao meio–ambiente.

Queremos revitalizar o nosso caris-ma em diálogo com a espiritualidade indí-gena e compartilhar experiências com co-munidades religiosas e com leigos.

Para isso nos propomos encaminhar um trabalho mais próximo às entidades religiosas em defesa da vida e dos direitos humanos.

“Comecemos, irmãos!” (LM 14, 2)17. Os participantes deste Encontro

de Iquitos estão convencidos da importân-cia de momentos como este, vividos como autêntico espaço de animação e formação recíprocas, de projeção e de reforço da comunhão fraterna. Por este motivo, os mesmos propõem à Equipe organizadora do Encontro Iquitos 2013 que retome as conclusões deste, apresente-as ao Ministro Geral e às Conferências OFM da América Latina.

Destas instâncias surgirá a continui-dade, buscando envolver o mais possível a Família Franciscana presente na Amazônia.

18. Eis, irmãos e irmãs, o que toca-mos e apalpamos com nossas mãos: o gran-de amor para com a Amazônia. Ao trans-mitir-vos esta experiência, vos convidamos a tomar parte também vós deste mesmo interesse, deste mesmo amor!

A Virgem da Amazônia ajude a todos nós a sentimo-nos em comunhão na gran-de família dos filhos e das filhas de Deus!

Iquitos, Peru, 2 a 6 de junho de 2013

FREI NESTOR INACIO SCHWERZ

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CARTA DE FREI FIDÊNCIO AOS FRADES POR OCASIÃO DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS REGISTRADOS NO BRASIL

São Paulo, 21 de junho de 2013

CARÍSSIMOS IRMÃOS, PAZ E BEM!

ASSUNTO: A POSTURA FRANCISCANA DIANTE DOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS

Diante da situação que vivemos em âmbito nacional, com os reiterados protestos que se iniciaram na semana passada e se tornaram intensos e de dimensões incalculáveis nesta semana, venho, com toda humildade e de modo fraterno, propor alguns critérios franciscanos que possam iluminar o momento de insta-bilidade, mas principalmente de esperança, que estamos atraves-sando. Como irmãos menores, pacíficos e humildes, não tenho dúvida de que podemos oferecer, a modo de nosso Seráfico Pai, significativa contribuição neste conflituoso, porém fecundo con-texto. À medida que, pela profissão, consagramos nossa vida à proposta de sermos “Portadores do Dom do Evangelho” (Cf. Documento Final do Capítulo Geral de 2009), é nosso dever dis-cernir os sinais dos tempos e partilhar este dom que recebemos por liberalidade do Senhor.

E é com este espírito que desejo partilhar com vocês esta singela reflexão.

Olhando para Francisco e para a realidade, apresento qua-tro critérios que podem nos orientar diante dos últimos aconte-cimentos. Peço aos irmãos que busquem sempre o discernimen-to e que procurem, em todos os ambientes onde atuamos, olhar com carinho para estes critérios que agora proponho.

1) PROMOÇÃO DA PAZ E DA JUSTIÇARepercutindo a sentença profética de Isaías (“A Paz é fruto

da Justiça” – Is 32,17), chamo a atenção para os termos que com-põem este primeiro critério. Promover é colocar em movimento. Faz lembrar a ação do Espírito, que é sopro, vida, movimento, dinamismo e vigor. Portanto, já se percebe desde então que a paz é uma construção, individual e coletiva, que pressupõe o amál-gama da justiça.

Sendo assim, promover a paz em nada se relaciona com a ação superficial de se colocar “panos quentes” na situação com o objetivo de se manter uma “paz ilusória” e pautada na desigual-dade e na injustiça, com a manutenção dos mesmos privilégios para poucos e das muitas privações para inúmeros. Não passa por este caminho a promoção da paz.

Francisco orienta seus frades a cultivarem com intensa dileção a “Paz interior”, através da oração, da meditação e do discernimento. Que busquemos esta Paz que só o Senhor nos pode dar e, a partir dela, procuremos contemplar estes aconte-cimentos com a clareza e o senso crítico que eles exigem de nós. Interiormente pacificados, teremos melhores condições de nos colocar em diálogo com os inúmeros interlocutores que o Se-nhor nos apresenta em nossa Missão Evangelizadora. Junto ao exercício místico, busquemos nos informar em profundidade acerca do que vem ocorrendo, a fim de que possamos ser pro-positivos, coerentes e fundamentados em nossas colocações. Sejamos amorosos e proféticos no anúncio da paz que é fruto da Justiça.

2) PRIORIDADE AO DIÁLOGO EM TODA E QUALQUER SITUAÇÃOFrancisco jamais abriu mão do diálogo. Viveu entre os

pobres e excluídos, encontrou-se com autoridades civis e ecle-siásticas, escreveu aos governantes, foi ao encontro do sultão

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no Oriente arriscando a própria vida. Era capaz desta postura porque se sentia totalmente livre no Senhor. Não tinha apegos e interesses que pudessem se interpor na busca de um diálogo franco e transparente. Entendendo-se como irmão de todos, a partir da fraternidade, ouvia a todos e também não se furtava em manifestar a quem quer que fosse suas convicções e intui-ções, tudo pautado no discernimento e na largueza de coração de quem buscava ser coerente com Deus e com as pessoas.

Que nós sejamos também promotores do diálogo. Saiba-mos ouvir e também nos posicionar de acordo com os apelos do Evangelho. Dentro de nossa possibilidade e em cada de campo de atuação onde estamos presentes, tenhamos o cuidado de pri-vilegiar esta forma de interação humana madura, inteligente e produtiva, marcada pelo respeito às diferenças e pela capacidade de escuta.

3) RESPEITO ÀS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS E RECUSA À VIOLÊNCIAFrancisco tinha espírito revolucionário. Depois de pe-

gar em armas para lutar, por influência do pai e do ambiente onde vivia, em duas guerras que lhe poderiam gerar (Mas não geraram!) inestimáveis ganhos sociais, tocado no coração pelo Senhor, mudou completamente seu modo de ação. Apropriou--se da Paz que Deus lhe concedeu sem, portanto, retê-la para si e, pacificamente, manteve-se fiel a seu espírito revolucionário, tanto que implementou mudanças inusitadas e inimagináveis no seio da Igreja e da sociedade.

Nossa democracia ainda está em processo de amadureci-mento mas, com a graça de Deus e nossos esforços, já demos passos consideráveis a ponto de termos liberdade e possibilida-de de expressar nossos pensamentos e valores. As instituições e mediações que garantem esta liberdade possuem muitas fragili-dades, mas são os meios de que dispomos para implementar as mudanças sonhadas.

Qualquer precipitação neste campo, a recusa ao diálogo e ao reconhecimento das mediações democráticas, a pressa em se promover mudanças históricas que não ocorrem de uma hora para outra, a falta de senso crítico diante dos muitos interesses em jogo nesta luta pelo poder podem compor um perigoso ce-nário cujas consequências seriam desastrosas para o país e, con-sequentemente, para o povo. Estejamos atentos!

4) PROPAGAÇÃO DA LÓGICA DO DOM“Deus ama a quem dá com alegria” (2Cor 9,7b). A afirma-

ção de São Paulo neste texto remete à lógica do dom, da genero-sidade, tão cara a Francisco. Além de ser amado por Deus, quem consegue viver a partir da ótica da generosidade geralmente se torna uma pessoa leve, alegre, de bem consigo mesma, capaz de amar e ser amada. Não se prende a bens materiais, a posição social, a cargos de poder e comando. Sabe partilhar, percebe as

necessidades do outro e faz o possível para atendê-las. A lógica do dom é fonte de liberdade e realização.

Se vivêssemos em sintonia com a virtude da generosidade, com certeza todos os protestos que temos presenciado seriam desnecessários. Eles ocorrem porque a injustiça produzida pela mentalidade do lucro, da concorrência, da exploração e do ego-ísmo está chegando ao patamar do insuportável. As passagens vão voltar ao preço anterior ao aumento no Rio, em São Paulo e em muitas outras cidades brasileiras, o que representa um im-portante passo no amadurecimento de nosso povo.

No entanto, independente de credo religioso, é mais do que urgente que a lógica do dom passe a vigorar nas mentes e nos corações humanos. Disto depende a justiça, a paz e a har-monia entre as pessoas e também a sobrevivência do planeta. Não é uma tarefa fácil, que possa ser empreendida pela força ou por um decreto. Deve nascer da consciência de cada um, para o bem individual de quem assume e pratica a generosidade e para o bem geral da nação e do planeta.

De coração aberto, reforço o pedido aos irmãos para que busquem tratar destes temas nos diferentes espaços onde atu-am. Nas paróquias e santuários, que se procure tratar destes cri-térios nas celebrações – em especial nas homilias – e reuniões. Que também tenhamos a coragem de levar esta discussão para os meios de comunição que são por nós dirigidos ou nos quais tenhamos presença.

Com relação à nossa Frente de Evangelização da Solida-riedade com os empobrecidos, tenho percebido com alegria o engajamento dos frades e trabalhadores do Sefras em todo este processo, de forma especial na cidade de São Paulo. Sigamos em frente com paixão e discernimento.

Peço também que em nossas casas de formação este tema seja abordado nos encontros formativos e que também em nos-sas escolas, na Universidade São Francisco e na FAE, se busque, a partir das mediações curriculares, acadêmicas e pastorais que temos à disposição, contemplar, sob a luz destes “critérios fran-ciscanos”, o momento que estamos atravessando. A nossos ir-mãos em missão em outros países e realidades (em especial em Angola), recomendo-nos às suas orações e que permaneçamos em sintonia e comunhão.

Sem mais, despeço-me e deixo minha bênção paternal e fraternal, com o coração cheio de esperança e com firme certeza de que em todos estes acontecimentos o Senhor nos interpela e nos convida a assumirmos com qualidade e competência nossa vocação de irmãos menores.

Com estima fraterna, em Cristo e em Francisco,

FREI FIDÊNCIO VANBOEMMEL, OFMMINISTRO PROVINCIAL

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ESTAMOS (TAMBÉM E HÁ TEMPOS) NAS RUAS

As manifestações que tomaram conta do país nas últi-mas semanas se iniciaram a partir de uma reivindicação legíti-ma: a redução das tarifas de ônibus e a melhoria do transporte coletivo. A ação repressiva dos governos que não pouparam a violência contra os manifestantes trouxe à tona a indignação da população que saiu às ruas com as mais diversas reivindi-cações: melhoria no transporte coletivo, na educação, na saúde e ainda, o fim da corrupção, a maior fiscalização aos gover-nantes, entre outros. Depois de quase duas décadas sem que o país vivesse grandes mobilizações, as ruas foram novamente tomadas, deixando surpresos governantes que há muito tempo pararam de ouvir a voz do povo.

Porém, não podemos nos esquecer de que, nestas déca-das de ofensiva neoliberal e de esperanças em governos que se colocavam como “democráticos-populares”, os movimentos sociais, com espírito crítico e muita persistência, mantiveram suas pautas de luta. Mesmo não arrastando milhares de pes-soas às ruas, conquistas importantes se deram no campo da moradia, da reforma agrária, da saúde, da educação, etc., rea-firmando os direitos garantidos na lei ou criando novas regula-mentações. Também inúmeros espaços de participação foram criados e ocupados pela sociedade civil nas diferentes discus-sões de assuntos de interesse coletivo. Todas estas formas de participação foram e são indispensáveis para a consolidação da democracia em nosso país.

A participação democrática e a organização de estratégias de reivindicação são indispensáveis para amenizar as profun-das desigualdades que permeiam sociedades como a nossa, que não souberam unir o crescimento com a distribuição equâni-me das riquezas que são produzidas. Porém, a intolerância e a ausência de diálogo não compõe o processo democrático, pelo contrário, fragmentam as lutas e os posicionamentos, poden-do levar à radicalização de posições autoritárias e sem sintonia com a realidade social.

ROSANGELA PEZOTI* Momentos como este, de grandes mobilizações, deixam marcas na história e podem alavancar grandes mudanças na construção de uma sociedade mais justa. Mas, pode também levar à radicalização de posições autoritárias que colocam em questão as instituições e instrumentos democráticos. É preciso qualificá-los com a nossa presença e participação, não extin-gui-los!

O Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), através dos frades e dos seus trabalhadores, esteve presente nas mani-festações compartilhando as diversas reivindicações que ecoa-ram pelas ruas. Porém, participar destes momentos é uma das muitas ações que são realizadas para o cumprimento da missão institucional.

O Sefras, ao longo dos anos, vem se articulando com di-versos movimentos sociais, como da População de Rua, da De-fesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos Catadores, entre outros, e participando das suas agendas de lutas. Partici-pa dos fóruns, conselhos e conferências de discussão e debate das políticas públicas e tem somado na organização de atos e manifestações de denúncia de violações de direitos.

Mas, de forma especial, os serviços do Sefras organizam um trabalho de formação política com os participantes para que eles façam parte do processo democrático. Romper com a cultura da não participação e motivar cada pessoa para que descubra seu lugar de cidadão e sujeito histórico é um propó-sito de longo prazo, mas que, no dia-a-dia vai apontando mu-danças visíveis na vida de cada pessoa e da sociedade.

Por fim, as ações do Sefras pautam-se por uma cultura de paz. Não a paz que nasce do comodismo e da alienação, mas a paz que nasce do diálogo, do enfrentamento dos conflitos, da leitura crítica da realidade, do repúdio a toda forma de violên-cia, do respeito à dignidade de todas as criaturas e da constru-ção de alternativas para um mundo mais justo e fraterno.

*Doutora em Serviço Social e supervisora técnica do Sefras.

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100 ANOS DE VIDA E MISSÃO CONSTRUINDO HISTÓRIA NAS TERRAS SAGRADAS DO SERTÃO

A Diocese de Barra está completan-do 100 anos de vida e missão. Foi criada no ano de 1913 pelo papa São Pio X, atra-vés da Bula “Maius animarum bonum” (“Para maior bem das almas”). Com a Diocese de Barra foram criadas também as Dioceses de Ilhéus e Caetité, todas desmembradas da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Neste tempo, nossa Diocese possuía dimensões imensas: ia de Pernambuco a Minas Gerais, compre-endendo o que são hoje as Dioceses de Juazeiro, Bom Jesus da Lapa, Barreiras e parte de Irecê. Todas essas Dioceses saí-ram da Diocese-mãe de Barra.

Desde que foi criada, tivemos a pre-sença de grandes homens e mulheres que semearam o que hoje estamos colhendo com tanta abundância. Bispos, sacerdo-tes, religiosos, religiosas, missionários, missionárias, cristãos, leigos e leigas, que foram verdadeiros operários e operárias da Messe do Senhor. O espírito missioná-

rio foi o fio condutor de toda nossa ação pastoral desde o seu início. Todos os que por aqui passaram estavam imbuídos deste desejo de contribuir na expansão do Reino de Deus, e deram o melhor de si diante de tantos desafios que nossa dura realidade apresentava.

Logo de início tivemos que enfren-tar a falta de escolas para formação de professoras. O primeiro bispo que aqui chegou, Dom Augusto Álvaro da Silva, depois cardeal primaz do Brasil, fundou o Colégio Santa Eufrásia na cidade de Barra para formação de professoras e catequis-tas. Foram essas heroínas que alfabetiza-ram e catequizaram todo o sertão do São Francisco e sul do Piauí.

Na época grassava na região a malá-ria que não poupava vidas. Conta-se que Dom João Muniz sempre ouvia o sino da catedral avisando a morte de alguém. Incomodado perguntou a um de seus au-xiliares qual era a causa de tantos óbitos. E recebeu como resposta que era a ma-lária que consumia tantas vidas. Como o

prelado era muito conhecido e amigo do então ministro da saúde, conseguiu a fun-dação da SUCAM para erradicação deste terrível mal. Pois bem, hoje, se existe um serviço que presta tantos bens para a saú-de de nosso povo, seu berço se encontra entre nós. Por isso, Dom João Muniz pas-sou a ser conhecido como o “bispo sani-tarista”.

O que seria das lutas fundiárias em nosso sertão se não tivéssemos tido um Dom Orlando Dotti que, à frente da Diocese assumiu pra valer a defesa dos posseiros contra grileiros gananciosos. Como membro da Conferência de Pue-bla defendeu a tese: “A terra é de quem nela trabalha”, afirmando a prioridade do suor derramado e das mãos calejadas em relação a um papel chamado documento. Realizou com as terras da diocese uma das primeiras experiências de “reforma agrária” entre os posseiros da região. Dom Itamar levou adiante essa luta. E se hoje reina um pouco mais de tranquili-dade em questões de terra, devemos ao

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DIOCESE DA BARRA - BA

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duro trabalho desses dois nossos irmãos. Não estavam sozinhos: Padres, religiosos, religiosas e cristãos leigos assumiram pra valer esse desafio. A CPT (Comissão Pas-toral da Terra) teve papel relevante neste assunto. Alguns derramaram seu sangue pela causa da justiça como Jota e Manoel Dias.

Quanto à Pastoral, nossa priorida-

de são as Comunidades Eclesiais de Base. Ficamos muito felizes quando a última Assembleia Geral a CNBB estendeu para todo o Brasil esta prática pastoral que nós vínhamos realizando há muito tempo. Nossa Diocese é um conjunto de muitas comunidades, uma rede de comunidades. Para isso é necessário que tenhamos lei-gos preparados para os desafios pastorais.

Nesse trabalho de formação de nossos leigos, as religiosas sempre deram uma grande contribuição.

É assim que estamos vivendo o Ano Centenário: valorizando nossas comu-nidades e manifestando nossa profunda ação de graças por tudo o que foi realiza-do até hoje. Colocamo-nos nas mãos de Deus a fim de que, generosamente, como os que nos antecederam, levemos adiante este precioso trabalho de construção do Reino de Deus.

ORAÇÃO DO CENTENÁRIODeus nosso bom Pai,Senhor da Vida e da História, queremos expressar a nossa gratidão pelos cem anos de nossa Diocese da Barra.

OBRIGADO, SENHOR!Pela vida de nossa Igreja presente neste sertão do São Francisco;Pelo nosso povo, sempre amigo, generoso, acolhedor e solidário;Por tantos irmãos e irmãs que doaram suas vidas a serviço da evangelização;Pelos benfeitores que possibilitam a caminhada de nossa Igreja;Pela natureza abundante presente em nossos rios, brejos, caatingas e serras, fonte de vida para nossa gente.

MUITO OBRIGADO, SENHOR DA VIDA E DA HISTÓRIA!Humildemente suplicamos:Renova em nós o dom da fé recebido no batismo, confirmado na Crisma e reanimado em cada Eucaristia;Que nossa Igreja Diocesana seja sempre fiel a Jesus e ao seu Evangelho;Acolhedora e servidora de todos, especialmente dos pobres e sofredores;Fraterna para com os que buscam a Jesus e materna para com os marginalizados e excluídosQue nosso coração diocesano haja sempre lugar para todos;Que sejamos uma Igreja discípula e missionária, animada pelo Espírito Santo.Confiamos nossa Diocese a São Francisco das Chagas, nosso Padroeiro, e a Maria, mãe de Jesus e nossa mãe querida.Por Cristo, o Senhor da Vida, AMÉM!

VEJA COMO SERÁ A FESTAOs 100 anos da Diocese da Barra serão celebrados em três momentos:

No dia 16 de junho, aniversário da cidade, foi realizado desfile cívico com as escolas da cidade apresentando a memória dioce-sana.

No dia 6 de agosto, Festa do Se-nhor Bom Jesus dos Navegantes, uma das grandes devoções do povo barrense, quando haverá Missa solene com procissão às 17 horas e um show musical às 21 horas.

No dia 4 de outubro, Festa de São Francisco das Chagas, padroeiro da cidade e da Diocese da Barra, às 7 horas, será dada a bênção de inauguração do Monumento a São Francisco na entrada da cidade. Às 17 horas terá início a procissão fluvial e terrestre, terminando com a Missa de Ação de Graças pelo Centenário da Diocese na praça da Catedral de São Francisco das Chagas.

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NOTÍCIAS DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL SÃO PAULO, 17 E 19 DE JULHO DE 2013

1. ENCONTRO COM FRADES DA FRENTE DE EVANGE-LIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

Como fizera anteriormente com a Frente de Comuni-cação e com o Serviço de Animação Vocacional, o Definitório Provincial reuniu-se no dia 17 de abril com frades envolvidos na Frente de Educação da Província, uma das cinco frentes redefinidas pelo último Capítulo Provincial.

Fizeram-se presentes: Frei Nilo Agostini, Frei Mário Kna-pik, Frei Guido Scheidt, Frei Nelson Hillesheim, Frei Claudino Gilz, Frei Jairo Ferrandin, Frei Gustavo Medella, Frei Vanderley Grassi, Frei José Lino Lückmann e Frei Raimundo Castro.

O objetivo principal do encontro foi reunir pela primeira vez os que trabalham mais ou menos diretamente nas instituições educacionais da Província para início de um diálogo que deverá alcançar proximamente um Projeto Provincial para a Educação.

Os Definidores propuseram que se conversasse a partir de duas perguntas: Por que a Província opta pela Frente de Educação� E como queremos estar nessa Frente�

1. Destacou-se que em nossas instituições de ensino a dimensão evangelizadora não poderá nunca ser um apêndice, mas a razão justificadora de nossa atuação nesse campo. Nesse sentido, a ação evangelizadora não pode ser terceirizada, mas assumida pelos frades, com o carisma que lhes é próprio.

2. Os próprios leigos colaboradores em nossas escolas, nos diversos níveis, esperam dos frades a presença e a garantia de “mística” franciscana, não apenas no modo de administrá-las mas também nas “pontas”, no dia a dia escolar: uma presença efetiva que as caracterize com o diferencial franciscano. Aliás, trabalhar com leigos e leigas em nossas instituições é o que se impõe cada vez mais, o que requer dos frades aprendizado, abertura, um saber “estar” com eles, ter clareza do nosso papel.

3. Foi lembrado que o último Capítulo Provincial de-

senvolveu ampla discussão sobre “novas” frentes de evangelização, entre elas a Educação, urgindo de todas mudanças e renovação no modo de trabalhar, enfatizando, portanto, o “como” atuar, de modo que se visibilize nas ações o que é típico do nosso carisma.

4. Frei Fidêncio lembrou fala recente do Papa Francisco a educadores e educandos, em que ressalta a dimensão da segurança e do risco. Usando a imagens dos pés que caminham, disse que quando temos um pé bem firme no que é seguro, temos que lançar o outro para frente, para o novo, para o risco, e, quando este, por sua vez, se fixa mais uma vez na segurança, então o pé de trás, deve dar o seguinte passo para o novo. Somente assim a Educação não perde sua dinâmica e força significativa.

5. Historicamente, nas origens da restauração de nossa Província, paralelamente ao trabalho pastoral, havia sempre o trabalho educacional. Onde os frades chega-vam, implantavam sempre a igreja e a escolinha. Era um projeto evangelizador único. Talvez já tivessem consciência do que hoje a Ordem assevera: a Educação é plataforma da evangelização.

6. Frei Nilo lembrou que a Ordem, desde seus inícios na Idade Média, não se furtou a estar na Educação. Prova disso é a influência da escola franciscana nos principais centros universitários europeus da época.

7. No decorrer da história da Província, nem sempre o trabalho escolar foi bem visto. Com o crescimento das escolas, e os riscos inerentes ao processo, os frades nele envolvidos foram alvo de desconfianças. Houve capítulos provinciais tensos por conta disso. O último, como sabemos, decidiu reapostar nesta área de evange-lização, pela importância dela como tal, esperando um trabalho realizado mais em rede e parcerias. A própria constituição de um Conselho Gestor das Entidades da Província tem a ver com o novo que se espera.

8. Frei Nelson ressaltou o trabalho educacional como resposta à realidade em que se vive, no sentido de uma transformação social, política e econômica. E que a formação humanista e franciscana tem ajudado os educandos a tornarem-se cidadãos mais conscientes e a atuarem de forma diferenciada em todas as realidades em que se encontram.

9. Frei Claudino abordou o pluralismo cultural e religioso presente nas nossas escolas e o modo como a questão é trabalhada. Mesmo sendo confessional, nossa educação tem procurado dialogar com o mundo das diferenças, sobretudo no modo de abordar o ensino religioso. São

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Francisco ajuda e continua sendo inspiração nesse sen-tido. Ele soube entrar em sintonia com as diversidades, acolher, conviver, apontando para a fraternidade uni-versal, o respeito às pessoas, o cuidado com a natureza e com os menos favorecidos.

10. Foi chamada a atenção, como elemento iluminador, para a necessidade de se fazer autocrítica e constante discernimento sobre nosso lugar na Educação. As escolas, hoje, são suscetíveis às determinações do mundo econômico, mercadológico, de concorrência, e a pergunta pelo nosso referencial deve ser uma constante. Aludiu-se ao “melhor” que poderia ser feito, questionando-se o mundo de nossas certezas.

11. Constata-se que numericamente estamos diminuindo, encolhendo. Isso exige opções mais claras, para não nos perdemos e termos uma atuação significativa. Assim, se decidimos estar no campo da educação, temos que nos qualificar para isso. Em número menor e sem clareza de opões, corremos o risco de perder nosso “trem da história”. Trata-se da questão do redimensionamento, mais uma vez.

12. A opção provincial pela Educação acontece, de fato, quando todos nós nos compreendemos como educa-dores. Jesus Cristo foi o grande pedagogo (Clemente de Alexandria). São Francisco foi modelo de educador, como quem transmite “espírito e vida”, e vida evangé-lica.

13. Quanto ao como da presença na Educação, foi res-saltada a presença física e efetiva nos meios escola-res (alunado, professorado, colaboradores e pais), e também a questão do testemunho da fraternidade: diálogo, benquerença, planejamento comum, comu-nhão, familiaridade, mesma linguagem, qualidade nos relacionamentos.

14. Considerando o número pequeno de frades indicados para a tarefa educacional, ficou claro o grande volume de trabalho e as muitas iniciativas evangelizadoras pre-sentes em nossas escolas. Pela Associação Franciscana e FAE, Frei Nelson elencou uma série de atividades, entre

elas, celebrações diversas, catequese, formação para o voluntariado, retiros, projeto Virtudes, etc. Na USF, onde a questão evangelizadora estava mais precária, novos passos começam a ser dados e há boas perspec-tivas. Frei Nilo falou da necessidade de captar anseios e demandas do corpo docente e discente, possibilidade de cursos de extensão e do carisma franciscano, o estudo à distância, palestras, formação para todos os colabora-dores e alunos que ingressam na universidade, espaços de convivência, trabalho melhor a ser feito na disciplina “Homem Contemporâneo”, etc. Também Frei José Lino e Frei Vanderley citaram trabalho desenvolvido em Lages e Florianópolis.

15. Ainda quanto à questão do como estar na Educação, citou-se a busca de um caminho de diálogo, a minori-dade, o colocar o coração no trabalho, a doação.

16. É preciso envolver mais os frades jovens no campo da Educação, mesmo não estando designados especifi-camente para trabalhar nas instituições educacionais.

17. No tocante a encaminhamentos, seguindo indicações dos frades reunidos, 1) O Definitório nomeou três deles para liderarem a animação do grupo de frades envolvidos com a Educação: Frei Nilo Agostini, Frei Mário Knapik e Frei João Mannes; 2) O documento da Ordem “Ide e Ensinai” é referencial e está sendo tra-balhado conjuntamente na USF e na Associação Bom Jesus; 3) Em nossos anseios educacionais, há muitas coisas maduras, mas falta articulá-las melhor; 4) Há a identidade da Frente da Educação a ser construída, levando em consideração que o DEC foi suprimido no último Capítulo e a Frente de Comunicação está se constituindo; 5) Até o final do ano seria preciso haver encaminhamentos concretos em vista da composição de um Projeto Evangelizador da Frente de Educação, com objetivos, estratégias, etc., inclusive levando a que todos os frades se sintam parte do desafio da Educação; 6) Nesse processo de elaboração, o Plano de Evangelização da Província, com seus objetivos gerais, necessariamente deverá ser considerado.

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DEFINITÓRIO PROVINCIAL ________________________________________2. SITUAÇÃO LIMITE DA PROVÍNCIA – PLANO OPERA-CIONAL DO GOVERNO PROVINCIAL

O Definitório mais uma vez desenvolveu reflexão sobre a situação limite em que se encontra a Província. Diante de ques-tões de enfermidades, idade avançada e outras questões pessoais de grande número de frades, e considerando as demandas das frentes de evangelização, o Definitório sente cada vez mais a dificuldade de preencher o número de frades necessários nas fraternidades, e de transferi-los, por contingências diversas, devi-do a não haver “folga” alguma em termos de recursos humanos. Impõe-se assim a continuação urgente da reflexão e tomada de decisões em torno do redimensionamento de nossas presenças e trabalhos, tema do último Capítulo Provincial. Nesse sentido, positivamente, o Definitório começou a elaborar um plano de ação, a curto e médio prazos no triênio, para efetivar decisões que foram tomadas no Capítulo.

Além disso, há a necessidade de um plano operacional de Governo, que prospecte caminhos, a partir da realidade que somos, de modo que as questões tratadas nas reuniões não sejam apenas problemas a serem resolvidos mas propostas a serem alçadas.

3. CONSELHO DE FORMAÇÃO E ESTUDOS – NOTÍCIASO Conselho do Secretariado para a Formação e os Es-

tudos reuniu-se pela primeira vez no triênio nos dias 7 e 8 de maio, em São Paulo.

1. Resgate do Fórum da Formação e Capítulo ProvincialDepois de trazer presente a caminhada do último triênio e do Capítulo Provincial, constatou-se que há um dina-mismo na formação, que sempre procurou se adaptar aos tempos e realidades. No entanto, vivemos um tempo de complexidades próprias no mundo da juventude, nas respostas vocacionais, e sentimos necessidade de adequação dos nossos meios pedagógicos, o que passa pelo contínuo redimensionamento das nossas casas de formação e institutos.

2. Competência do Secretariado e SAV quanto ao Aspi-rantado e Ensino MédioO animador provincial do SAV Frei Diego Melo esteve presente e, devido à demanda de seu trabalho e por estar sozinho no serviço, pede que o Secretariado para a Formação e os Estudos, com seu Conselho, orientem o trabalho no Ensino Médio e no Aspirantado/FAVs. Apesar de os documentos da Ordem tratarem estas etapas como animação vocacional, a Província, desde 2001, integrou-as no seu itinerário formativo. O Conse-lho indica ao Governo Provincial que o Ensino Médio e o Aspirantado continuem integrados ao Secretariado para a Formação e os Estudos. Assim, o orientador Frei Paulo César tenha também assento no Conselho.

3. Aspirantado/FAVsO Conselho também indicou que o Aspirantado, na se-

gunda etapa, continue em Agudos e se faça um trabalho junto à fraternidade do Seminário quanto ao específico da vida dos aspirantes e quanto às competências do orientador. A segunda etapa pode se estender até o Natal para que os aspirantes tenham um mês de férias. Nos outros anos eles tiveram quase dois meses, o que foi considerado desmotivador.

4. Ensino MédioO Conselho aposta no trabalho desta etapa e pede que haja um esforço especial por parte dos animadores locais e das fraternidades. Enquanto isto, o Conselho continuará estudando sua melhor viabilidade.

5. Não existindo mais o Departamento dos Formadores, os mestres das várias etapas propuseram alguns encontros para a partilha de experiências e a busca de maior inte-gração entre as etapas. Um primeiro foi marcado para os dias 30 e 31 de agosto, em Petrópolis, tendo em vista também a reelaboração das Diretrizes para a Formação.

6. Os Estatutos Peculiares do Secretariado para a For-mação e os Estudos, com a aprovação dos Estatutos Particulares da Província, precisam de revisão. O Con-selho indicou uma comissão formada por Frei César Külkamp, Frei Marcos Antônio de Andrade e Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, e deu como prazo o próximo Conselho (08 e 09 de outubro) para a sua apresentação.

7. Os regimentos das Casas tiveram sua última elaboração em 2005 e também precisam de revisão: Rondinha já fez uma revisão, contemplada pelo Definitório. Os mestres no encontro de 30 e 31 de agosto farão a revisão de todos. Antes disso, as equipes de cada casa farão um estudo dos respectivos regimentos com os desafios de sua realidade atual. Em seguida sejam encaminhados para a apreciação do Definitório.

8. As Diretrizes para a Formação, aprovadas ad experi-mentum, pelo Capítulo Provincial de 2006, precisam de uma elaboração oficial. Uma primeira elaboração ficou a cargo dos mestres, a se reunirem em agosto, para apreciação do Conselho em outubro. Este esboço deverá contemplar um programa de formação e estudos, de iniciação pastoral e os meios pedagógicos específicos da Província, tendo em conta a sua realidade e as cinco frentes evangelizadoras aprovadas no último Capítulo Provincial. Depois disso, o esboço poderá receber as contribuições dos outros secretariados e serviços, a critério do Governo Provincial.

9. A Assembleia trienal do Serviço de Formação e Estu-dos da CFMB acontecerá nos dias 21 a 26 de outubro de 2013, em Santos Dumont, MG, com o tema “O frade me-nor e os estudos – itinerário formativo”. A Província se fará representar pelos membros naturais (secretário para a Formação e os Estudos, moderador para a Formação Permanente, animador provincial do SAV, formadores

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DEFINITÓRIO PROVINCIAL ________________________________________e um representante dos frades de profissão temporária).

10. Os Frades Estudantes de Filosofia e Teologia não contam mais com o seu departamento, mas devem escolher, em cada lugar, os representantes das duas etapas, por maioria absoluta e com duração de dois anos. Em Petrópolis esta eleição já foi feita (Frei Jean Carlos A. Oliveira foi eleito). Os dois frades eleitos terão assento no Conselho do Secretariado e cabe a eles promover a discussão, para apresentar no próximo Conselho, sobre sua forma de participação nos rumos da formação e na vida da Província. Continua a possibilidade de uma as-sembleia trienal ou fóruns esporádicos. É importante ir definindo a matéria e as competências destes fóruns/assembleias.

11. A Formação Permanente caminha a partir das indica-ções do Capítulo Provincial e procura acompanhar o ritmo da Ordem, tendo um sentido duplo: Vida e Missão. Quer chegar ainda à elaboração de um programa no próprio Capítulo Provincial. Na reunião dos Guardiães se deu enfoque ao Capítulo Local e, ao longo do ano, a FP trabalha com subsídios que ajudem a complementar o Projeto Fraterno de Vida e Missão (contemplação, fraternidade, minoridade, missão e formação). Além disso, estão previstos os retiros anuais e os encontros da Via Pulchritudinis, dos irmãos leigos e com os frades de primeira transferência.

12. Ministérios Instituídos de Acólito e LeitorAtualmente são conferidos a todos os frades estudantes, no primeiro ano de profissão temporária. O Conselho sente que é preciso haver mais clareza quanto à natu-reza destes ministérios, existentes em relação às ordens sacras, para não banalizá-los e para não clericalizar o percurso formativo. Frei Marcos Antônio de Andrade ficou encarregado de trazer ao Conselho um estudo que apresente propostas sobre este assunto.

13. Ordens sacrasÉ preciso apresentar um estudo sobre o tempo a se fazerem as opções laicais ou clericais, tendo em vista a melhor formação do frade menor, a melhor preparação para os ministérios, as exigências legais e o cuidado para se evitarem o clericalismo e o sacramentalismo no vida do frade e no seu percurso formativo.

14. Há um crescente número de formandos de outras en-tidades. Vimos que a convivência tem sido boa e abre também para os nossos formandos um sentido maior de Ordem. No entanto, é preciso rever se devemos ter equipes interprovinciais de formação ou definir o quanto conseguiremos receber e acompanhar com qualidade. As entidades que já nos confiam seus formandos assumiram nosso processo formativo e, dentro de suas possibilida-des, buscam colaborar financeiramente e com visitas às nossas casas de formação.

4. PROFISSÃO SOLENE – APROVAÇÃOPartindo das cartas-pedido, e analisados os vários pa-

receres, o Definitório aprovou que façam a profissão solene na Ordem os confrades:

1. Frei Alexandre Rohling – da Fraternidade São Francisco, em São Paulo;

2. Frei Alex Ferreira da Silva – da Fraternidade S. Francis-co, em Campos Elíseos – 2º ano de Teologia;

3. Frei Douglas Paulo Machado – da Fraternidade N. Sra. de Guadalupe, em Petrópolis – 3º ano de Teologia;

4. Frei Valdeci Bento de Moura – da Fraternidade do Sagrado Coração, em Petrópolis;

5. REGIONAIS – CAPÍTULO LOCALNo segundo semestre, os Regionais, em suas reuniões

previstas, tratarão do tema do Capítulo Local, conforme orienta-ção da Formação Permanente, e o que foi combinado na Reunião dos Guardiães e Coordenadores.

A reunião será de ao menos um dia completo, usando como subsídios a carta do Frei Fidêncio, publicada nas últimas Comunicações, a Ratio Oeconomica e um resumo do que foi tratado na Reunião dos Guardiães e Coordenadores.

6. FRENTE DE EVANGELIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO – ANI-MADOR

Por motivos expostos em carta de 11 de junho, o Defi-nitório acatou o pedido de Frei Sandro Costa de renúncia ao serviço de animador da Frente de Evangelização da Educação.

7. REPRESENTANTES DAS PARÓQUIAS E SANTUÁRIOSAté o momento, nos Encontros Regionais, foram eleitos

os seguintes representantes das paróquias e santuários:Espírito Santo: Frei Paulo Roberto Pereira;São Paulo: Frei Djalmo Fuck;Curitiba: Frei Alexandre Magno Cordeiro da Silva;Contestado: Frei Jeâ Paulo Andrade;Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí: Frei João Pereira Lopes;Leste Catarinense: Frei Gentil de Lima Branco;Vale do Itajaí: Frei Moacir Longo;

8. TRANSFERÊNCIAS1. Frei Alex César Rodrigues – da Fraternidade Santo

Antônio do Valongo, em Santos, para a Fraternidade Nossa Senhora Aparecida, em Nilópolis, como vigário paroquial;

2. Frei Mário Stein – da Fraternidade N. Sra. Mãe Terra, em Imbariê, para a Fraternidade Santo Antônio de Santana Galvão, em Colatina, como vigário paroquial;

3. Frei Vitalino Piaia – da Fraternidade São Francisco, em Palanka, Luanda, para a Fraternidade São Francisco, em Chopinzinho, como vigário paroquial;

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4. Frei Vanilton A. Leme – da Fraternidade Santo Antô-nio de Santana Galvão, em Colatina, para a Fraternida-de Bom Jesus dos Aflitos, em Sorocaba, como vigário paroquial da Paróquia Santo Antônio;

9. NOMEAÇÕES

1. Frei Francisco Morás – vigário paroquial da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis;

2. Frei Volney J. Berkenbrock – vigário paroquial da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis;

3. Frei Leonir Ansolin – vice-orientador dos Aspirantes em Agudos;

4. Frei Gilson Kammer – pároco da Paróquia Santa Clara de Assis, em Colatina;

5. Frei Nilo Agostini – animador da Frente de Evangeli-zação da Educação;

10. FRADES ESTUDANTES EM ROMAFrei Renato Pezenti e Frei Leonardo Aureliano dos R. T.

Santos que, respectivamente, estudarão Bíblia e Teologia Moral, em Roma, viajam para lá no dia 24 de julho. Desejamos-lhes coragem e bons estudos!

11. VISITA A FREI ECKART HÖFLING

Em viagem à Alemanha, após a Experiência Assis com as Irmãs Catequistas Franciscanas, Frei Estêvão Ottenbreit visitou o Frei Eckart Höfling no dia 10 de junho, na época internado no hospital de Hanau.

12. CASA DE BRAGANÇA PAULISTA

Partindo de reflexão feita no Encontro Regional de São Paulo, o Definitório se debruçou sobre a missão da Fraternidade de Bragança Paulista, o trabalho belo que nela é feito com os frades enfermos, as dificuldades que há, e inclusive, ampliando a reflexão, comentou a visão um tanto utilitarista, de bom número de frades, no modo como são encarados os frades doentes e mesmo idosos nas fraternidades.

13. CONTABILIDADE - ATRASOS

Foi comentado o atraso por parte de algumas fraternida-des no envio de documentos contábeis à Sede Provincial, o que pode comprometer o trabalho de auditoria e trazer problemas maiores para a Província enquanto instituição civil sem fins lucrativos.

14. CONVENTO SÃO FRANCISCO – SÃO PAULO - DIS-CRETÓRIO

O Definitório aprovou os membros indicados para o Discretório da Fraternidade São Francisco, do Largo São Francisco, em São Paulo: Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino,

Frei Luiz Donizete Ribeiro, Frei Diego Atalino de Melo, Frei Gustavo W. Medella e Frei José Ulisses de Moraes.

15. CONSELHO DO ECONOMATO – PRIMEIRA REUNIÃO

Frei Mário informou sobre a primeira reunião do Conse-lho do Economato, constituído por força do Capítulo Provincial, ocorrida no dia 24 de maio, na Sede Provincial. Fazem parte do Conselho: Frei Mário Tagliari (ecônomo), Frei Raimundo Castro (vice-ecônomo), Frei Volney Berkenbrock (depar-tamento do patrimônio), Frei Mário Knapik e Frei Valdecir Schwambach (conselho fiscal), Adriel Moura (administração) e Luana Giosa (jurídico).

Na pauta constaram: balanço das entidades coligadas, complexo patrimonial do Pari, aquisição de imóveis na Vila Clementino, restauro do Convento Santo Antônio no Rio de Janeiro. O conselho não é simplesmente uma assessoria fiscal formal, mas, sobretudo, um grupo de frades que acompanha mais de perto as decisões e iniciativas do Economato Provincial. A próxima reunião será no dia 28 de novembro.

16. CONSELHO GESTOR DAS ENTIDADES DA PROVÍN-

CIA – PRIMEIRA REUNIÃOTambém requerido pelo último Capítulo Provincial, o

Conselho Gestor das Entidades da Província reuniu-se pela primeira vez no dia 10 de junho, na Sede Provincial. Estiveram presentes: Frei Fidêncio (ministro provincial), Frei Mário T. (ecônomo), Frei Raimundo (vice-ecônomo e Casa N. Sra. da Paz), Frei Guido e Frei Mário Knapik (Associação Bom Jesus), Frei Neuri (Fundação Frei Rogério), Frei Volney Berkenbrock (Vozes) e Frei José Francisco (Sefras). Foi justificada a ausência de Frei Clésio (Fundação Celinauta). O conselho tem por missão dar respaldo e segurança às decisões do Governo Provincial e aos frades que estão à frente das várias entidades da Província. Porém, reunido pela primeira vez, o conselho perguntou-se pelo nível de seu envolvimento nas entidades. Aos poucos, será preciso elaborar um Regimento. A presença de leigos no Conselho se dará pontualmente, quando necessário.

Neste primeiro encontro, a entidade mais considerada foi a Fundação Frei Rogério, que enfrenta algumas dificuldades jurídicas e de gestão.

Um dos encaminhamentos sugeridos pelo Conselho foi a gestão administrativa unificada com a Fundação Celinauta. A próxima reunião do Conselho será no dia 7 de novembro.

17. COMISSÃO ESPAÇOS E PRESENÇA EM SÃO PAULO

O Definitório nomeou comissão encarregada de re-pensar a presença dos frades na cidade de São Paulo e o redi-mensionamento dos espaços do Convento São Francisco e do Convento do Pari: Frei Adriano Freixo, Frei Luiz Henrique, Frei José Francisco e Frei Mário Tagliari.

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18. UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO ENCONTRO COM

O REITOR HECTOR ESCOBAR

O Definitório encontrou-se no dia 18, às 16h00, com Frei Raimundo Castro, presidente da Casa N. Sra. da Paz e com o Prof. Hector Escobar, reitor da USF.

Este apresentou as ações estratégicas e os resultados acadêmicos e administrativos conquistados pela Universidade no período 2010 – 2013, sem considerar a questão do Hospital.

O reitor fez uma retrospectiva sobre a presença francis-cana na USF, apresentou um diagnóstico da educação superior brasileira atual, e como a USF se insere nesse contexto.

O Definitório ficou bem impressionado e agradecido pela presença do reitor na reunião, e pelo trabalho que vem desenvolvendo.

19. ELEIÇÃO DO MINISTRO GERAL

Frei Fidêncio deu informações sobre os dias que envol-veram o processo de eleição do novo Ministro Geral, no dia 22 de maio, em Roma.

Houve momentos de reflexão, de oração e a eleição pro-priamente dita. Frei Fidêncio comentou sobre a boa impressão deixada por Frei Michael Perry.

20. AGENDA 2013

- 22 de junho – Regional Baixada e Serra Fluminense (Campos Elíseos);

- 8 de julho – Regional Rio de Janeiro e Baixada Flumi-nense (Niterói);

- 2 e 3 de setembro – Regional Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Curitibanos);

- 9 de setembro – Regional Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (São João de Meriti);

- 14 de setembro – Regional Baixada e Serra Fluminense (Miguel Pereira);

- 7 de novembro – Reunião do Conselho Gestor das Entidades da Província;

- 25 de novembro – Regional Rio de Janeiro e Baixada Fluminense;

- 27 e 28 de novembro – Regional de Pato Branco (re-creativo);

- 28 de novembro – Reunião do Conselho do Economato;- 2 de dezembro – Regional Baixada e Serra Fluminense

(recreativo);- 4 a 6 de dezembro – Jubileus – São Paulo – São Fran-

cisco;

21. FREI CÉSAR KÜLKAMP – VISITADOR GERAL

Em carta de 28 de maio, o Ministro Geral nomeou a Frei

César visitador geral da Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora, MT e MS.

22. FREI MARCO ANTÔNIO DOS SANTOS – EXPERIÊN-

CIA ASSIS 2014

Atendendo ao pedido de Frei Éderson Queiroz, OFM-Cap, presidente da FFB, em carta de 18 de abril, o Definitório aprovou que Frei Marco seja o assistente espiritual da Experi-ência Assis 1014.

23. OFS – NOMEAÇÃO DE ASSISTENTES

1. Frei José Alamiro Andrade Silva – Fraternidade N. Sra. da Conceição, de Paty do Alferes;

2. Frei Sílvio T. Mascarenhas – Fraternidade Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, de São Sebastião;

3. Frei José Francisco de Cássia dos Santos – Fraternidade Monte Alverne, de Tapiratiba, SP;

4. Frei Gentil de Lima Branco – Fraternidade Imaculada Conceição e Fraternidade São Pedro de Alcântara, em Angelina;

5. Frei Marcelo Paulo Romani – Fraternidade São José, em Angelina;

6. Frei Luís Antonio Aliberti – Fraternidade Nossa Senho-ra das Dores, em Angelina;

7. Diácono Jair de Andrade – Fraternidade Santa Maria dos Anjos, em Sorocaba;

8. Frei Mário Tagliari – Fraternidade N. Sra. Aparecida, em Sorocaba;

9. Frei Wilson B. Simão – Fraternidade S. Francisco de Assis, em Guarulhos, SP;

24. LICENÇAS

1. Frei José Monteiro Carneiro recebeu licença para morar por um ano fora da Fraternidade Provincial, sem uso de Ordens;

2. Frei Marcel Freire da Silva e Frei Enéas M. Prestes de Oliveira receberam licença para morar por um ano fora da Fraternidade Provincial;

3. Frei Valnei Brunetto recebeu licença de até três meses para estar junto a familiares para ajudar na resolução de problemas;

25. AUTORIZAÇÕES DE VIAGEM

Por motivos diversos, receberam licença para viajar ao Exterior: Frei Abílio Amaral Antunes, Frei Mário Tagliari e Frei Estêvão Ottenbreit.

Frei Walter de Carvalho Júnior Secretário

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Durante um mês (de 30 de abril a 30 de maio), vinte fra-des das nove entidades da Conferência dos Frades Menores do Brasil (CFMB) participaram da Experiência “Reviver o Dom da Vocação”, quando tiveram oportunidade de conhecer e pi-sar o chão onde viveram Jesus Cristo e São Francisco de Assis, ou seja, na Terra Santa e Assis. Esta experiência busca beber na fonte da vocação, por meio da Palavra de Deus e das Fontes Franciscanas.

O tema escolhido para esta experiência, incentivada pela Ordem dos Frades Menores através do seu Conselho de For-mação e Estudos, foi “Reavivar o dom de Deus que há em ti» (1Tm 1,6).

Acompanhe dia a dia como foi esta experiência:Dia 1º maio - Os frades fizeram uma apresentação sobre

sua vida, vocação, motivações e serviços na Província onde vi-vem. Depois, Frei Beto Breis, da Província Santo Antônio (co-ordenador da experiência), juntamente com Frei Oton Silva (Província Santa Cruz), fizeram uma introdução, colocando a riqueza da experiência, lembrando que nascemos da itinerân-cia e do discipulado. Por isso queremos seguir Jesus e manter acessa a chama que nos move para a vida em Fraternidade, pois Formação Permanente é aprender aquilo que Deus nos coloca no caminho. Aquilo que é a nossa missão, atendendo aos apelos do cotidiano que o Senhor nos mostra a cada passo.

“REAVIVAMOS O DOM DA VOCAÇÃO”Dia 2 de maio - Frei Ludovico Garmus, doutor em Teo-

logia Bíblica que mora em Petrópolis e estudou na Terra Santa, passou o dia todo nos assessorando sobre a riqueza dos lugares sagrados, significados bíblicos, cultura, política e a diversidade religiosa no lugar onde viveram os primeiros cristãos.

Dia 3 de maio - Às 7 horas, Frei Fidêncio Vanboemel, Ministro da Província Imaculada Conceição, enviou-nos du-rante a Missa no Convento e Santuário São Francisco, no Largo da São Francisco. Em seguida, partimos para Roma.

Dia 4 de maio – Chegamos às 7 horas e nos encontramos com os frades do Antoniano. À tarde visitamos a Basílica São João de Latrão, Escada Santa de Santa Helena e seguimos para a Igreja Santa Cruz de Jerusalém, onde São Francisco se hospe-dou quando visitou Roma para falar com o Papa. Depois fomos para a Basílica de Santa Maria Maior onde nos encontramos com o Papa Francisco para rezar um terço com o povo.

Dia 5 de maio – Dia chuvoso, visitamos a Praça de São Pedro e São Paulo. Não foi possível entrar na Igreja, pois o Papa Francisco estava celebrando Missa com as confrarias e irman-dades da Europa. Depois retornamos à Basílica de Santa Ma-à Basílica de Santa Ma- Basílica de Santa Ma-ria Maior para conhecer este belo santuário em homenagem a Mãe de Deus.

Dia 6 de maio - Visitamos a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, lugar onde São Paulo foi sepultado. Neste local, o imperador Constantino decretou, no século IV, a construção de uma basílica de proporções menores que a de São Pedro. No mesmo século, outros imperadores determinaram a constru-

FREI FLÁVIO PEREIRA NOLÊTO, OFM

Província Santíssimo Nome de Jesus

Frades rezam as vésperas no Cenáculo em Jerusalém

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ção de um templo maior que aquele da colina vaticana, sendo que os séculos seguintes viram o majestoso templo ser adorna-do com mosaicos, altares laterais e um pórtico. Um incêndio em 1823 destruiu grande parte do templo, e a sua reconstrução respeitou substancialmente a primitiva forma. À tarde visita-À tarde visita- tarde visita-mos a Cúria Geral, sede da Ordem dos Frades Menores, tendo uma conferência com o até então Vigário Geral Michel Perry, que foi eleito Ministro Geral no dia 22, terminando o dia com um jantar festivo.

Dia 7 de maio - Visitamos as Catacumbas de São Calixto, onde celebramos Missa. À tarde viajamos para Assis.

Dia 8 de maio - Caminhamos da Casa Leonori, local onde ficamos hospedados, até a Basílica de São Rufino, lugar onde São Francisco e Santa Clara foram batizados. Ao lado, conhecemos a casa de Santa Clara. Depois visitamos a Roc-ca Maggiore, forte erguido para proteger a cidade de Assis, a Casa de São Francisco, que hoje é uma igreja, e a Basílica de Santa Clara. À tarde tivemos tempo para andar nos arredores de Assis.

Dia 9 de maio - Fizemos uma peregrinação ao Eremité-rio de Cárcere, andando 4 km a pé, fazendo ali um retiro o dia todo, que se encerrou com a liturgia eucarística.

Dia 10 de maio - Conhecemos a Basílica de São Francis-co sobre os cuidados dos Frades Conventuais, onde um brasi-leiro da Bahia nos mostrou todo o Sacro Convento, inclusive pudemos entrar no refeitório, na parte antiga do convento, conhecer as arcadas do Sacro Convento, o túmulo de São Fran-cisco, de Frei Leão, Frei Rufino, Frei Ângelo, Frei Masseo e Fra Jacoba. À tarde conhecemos São Damião, celebrando Missa naquele local.

Dia 11 de maio - Visitamos a Porciúncula, onde celebra-mos a Missa. Grande momento desta visita foi conhecer o lugar onde Francisco escolheu para viver a primeira fraternidade no seio da Virgem Maria dos Anjos. Participamos de um almoço com os frades daquela Fraternidade e, à noite, rezamos o terço com a comunidade de Assis, turistas e religiosas. A Igreja Santa

Maria dos Anjos estava lotada de fiéis e peregrinos e, ao final do rosário, participamos de uma procissão com velas acessas e cantos, que durou uma hora.

Dia 12 de maio - Seguimos para Rivotorto, uma Igreja cuidada pelos frades conventuais. Conhecemos rapidamente o Tugúrio onde os frades viveram e seguimos para Poggio Bosto-ni, lugar onde São Francisco recebeu o perdão de seus pecados e enfrentou uma grande crise de identidade na busca do cami-nho que Deus lhe mostrava. Em Rietti celebramos uma Missa dominical e conhecemos o convento onde os frades acolhem os peregrinos que por ali passam. Almoçamos num hotel bem próximo de Greccio, Oasis Menino Jesus, um hotel que os fra-des administram.

Dia 13 de maio - Em Fonte Colombo participamos de um retiro durante todo o dia. Este local foi onde São Francis-co redigiu a Regra Bulada bem como fez a cirurgia dos olhos, ficando a apenas 5 km de Rieti. Está situado a 547m acima do nível do mar e é identificado como Sinai Franciscano. É o lugar onde Francisco, três anos antes de sua morte, fez a redação de-, três anos antes de sua morte, fez a redação de-finitiva da Regra dos Frades Menores para confirmar a todos a intuição originária da sua vocação de seguir radicalmente os passos de Jesus Cristo pobre, humilde e crucificado (cfr. LM 4,11). Lá fomos acolhidos pela fraternidade, cujo guardião, Frei Marino, conduziu breves palavras motivadoras para o nosso retiro. Dia importante para a renovação de nossos votos e convívio fraterno com aquela fraternidade.

Dia 14 de maio - Celebramos a Missa em Greccio, igre-ja inspirada no lugar onde São Francisco de Assis encenou e criou o presépio vivo. O local prima pela candura e convida ao silêncio e à oração. Visitamos também a gruta de São Francis-co, o lugar que foi o dormitório de São Boaventura e do Beato João de Parma, Ministro Geral de 1247 a 1257, acusado de ser joaquinista, e que viveu exilado durante 32 anos neste local. Já no final da tarde, seguimos para o Monte Alverne, onde chega-mos às 18 hs. Às 21hs nos encontramos com o Vice-secretário

Frades em frente a Santa Maria dos Anjos

Procissão para o Cenáculo

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de Formação e Estudos, Frei Sergio, que partilhou e ouviu o grupo sobre nossa vida de Formação Permanente, nossa voca-ção e impressões que obtivemos nos locais que visitamos.

Dia 15 de maio – Ainda no Monte Alverne, que fica a 1.128m de altura, registro a boa acolhida da fraternidade, que também é um noviciado e casa de acolhida dos peregrinos que piedosamente se aproximam deste lugar para sentir os sinais de Cristo em suas vidas. Este dia foi de retiro, oportunidade de silenciar, aproveitando o silêncio das alturas desta monta-nha santa. Foi aqui que São Francisco esteve por cinco vezes e onde recebeu a impressão das chagas de Cristo. Aqui esteve também Santo Antônio, São Boaventura, que escreveu “Itine-rarium Mentis in Deum” e o tratado das Três Vias. Ubertino de Casali também escreveu neste monte a sua famosa obra “Arbor Vitae Crucifixae Jesu” em 1305. Neste ambiente úmido, frio e pobre descobrimos o tanto que Francisco amava a pobreza e quis abraçá-la no amor ao Cristo Pobre e Crucifi cado. No mes-á-la no amor ao Cristo Pobre e Crucifi cado. No mes--la no amor ao Cristo Pobre e Crucificado. No mes-mo dia participamos da liturgia da tarde com a comunidade e peregrinos. Uma bela procissão da Basílica até a capela dos Es-tigmas deu início à celebração da Santa Missa, onde pudemos agradecer a Deus pelo dia e acolhida dos frades neste local.

Dia 16 de maio - Partimos para Roma, preparando-nos para, no dia seguinte, seguir à Terra Santa.

Dia 17 de maio – Chegamos a Tel Aviv, às 17h, onde nos hospedamos na casa de peregrinos ao lado do Convento e Igreja de São João Batista em Ein Karen, que é a terra onde nasceu João Batista. Trata-se de uma vila com uma população na maioria árabe.

Dia 18 de maio - Frei Geraldo deu-nos uma formação bíblica e exegética sobre a Terra Santa, orientando-nos sobre o mundo árabe, judeu, católico e ortodoxo. À tarde visitamos os santuários da Visitação e de São João Batista.

Dia 19 de maio - Domingo de Pentecostes fomos cele-brar na Igreja de Jerusalém com os frades da Custódia da Terra Santa, tendo como presidente da celebração o Custódio Frei Pierbattista Pizzaballa. Após a Missa, celebramos Pentecostes com os Frades da Custódia e, à tarde, participamos de uma grande procissão em direção ao Cenáculo, onde ali, às 15h30, rezamos as vésperas. Este lugar não está sob administração dos frades mas foi um dos primeiros conventos franciscanos até a expulsão dos frades em 1524. Hoje, no lugar onde Cristo celebrou sua última ceia, não pode ser celebrada a Eucaristia. Houve apenas uma exceção na visita do Papa João Paulo II, em 2000, já que o lugar que é ocupado pelos judeus.

Dia 20 de maio - Visitamos Belém e celebramos Missa na Igreja de Santa Catarina, após uma procissão à gruta de Be-lém, que hoje é um lugar dividido entre católicos, armênios e gregos. A gruta da Natividade, em forma retangular, localiza-se sob o coro dos gregos. Sob o altar de uma pequena abside, uma estrela de prata indica o lugar do nascimento de Jesus com a

inscrição em Latim: “Hic de Virgine Maria Jesus Christus Na-tus est” (Aqui da Virgem Maria nasceu Jesus Cristo). Aprovei-tamos para conhecer a Gruta do Leite, que tem sua origem na narração sobre a matança dos meninos por ordem de Herodes (Mt 2, 13-18). Segundo a tradição, a Sagrada Família se abrigou numa gruta para que Maria pudesse amamentar o seu filho.

Dia 21 de maio - Fomos a Betânia, que fica 2,7km de Jerusalém. O nome da cidade é derivado do hebraico ´Bet Ha-nanya´ (Casa de Ananias ou pode ser interpretado como casa dos pobres). Esta cidade pertencia à tribo de Benjamim (Ne 11,32). Hoje, a cidade está no meio de uma população muçul-mana, cristãos latinos e grego-ortodoxos. Celebramos a Mis-sa na provável casa de Marta e Maria, que é conhecida como Igreja de São Lázaro, lugar onde Cristo ressuscitou Lázaro (Lc 10, 38-42). À tarde fizemos um retiro numa região literalmente desértica na Judeia.

Dia 22 de maio - Visitamos o Rio Jordão, com momento para a Renovação das Promessas do Batismo, seguimos para as grutas de Qumram e celebramos Missa em Jericó, onde os frades estão presentes na área da educação e na Paróquia.

Dia 23 de maio - Fomos para Jerusalém conhecer os lugares Pater Noster, Dominus Flevit e Agonia. Em Dominus Flevit, Jesus ensinou o Pai-nosso e, na Igreja da Agonia, cele-bramos uma Missa, cujo altar está aos pés da pedra onde Jesus sofreu a Agonia antes de sua prisão. Naquela comunidade há vários frades, entre eles dois brasileiros que nos acolheram e mostraram como é a vida de oração e a pastoral de acolhida aos peregrinos e outros que desejam fazer eremitério. À tarde rezamos a via dolorosa nos lugares por onde provavelmente Jesus passou carregando a Cruz em direção ao Calvário.

Dia 24 de maio - Deixamos Ein Karen e seguimos para a região da Galileia. Visitamos os lugares da multiplicação dos Pães, pesca milagrosa, primado de Pedro, e Cafarnaum,

Frades sob uma antiga Oliveira no Monte das Oliverias

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onde almoçamos. Nesta antiga cidade, Jesus viveu bom tem-po e curou a sogra de Pedro, lugar onde os Frades da Terra Santa construíram uma bela Capela. Visitamos a Igreja das Bem-aventuranças e nos hospedamos em Tiberíades, onde os frades possuem uma casa de acolhida aos peregrinos. Aqui fi-camos por três dias.

Dia 25 de maio - Fizemos um passeio de barco no Mar da Galileia, lendo textos bíblicos que falam sobre a atuação de Jesus naquela região, depois seguimos para a cidade de Caná da Galileia, visitando a igreja cristã mais antiga da região. Após este passeio, fomos a Nazaré, lugar em que os frades possuem a maior Basílica do Oriente, com a Capela inferior e a superior. No centro da Basílica da Anunciação rezamos uma Missa pelas famílias de Nazaré e todas as famílias dos frades. Também co-nhecemos a Igreja de São José, que, segundo a tradição, seria a casa de José esposo de Maria.

Dia 26 de maio - Foi um dia para subir ao monte Tabor, lugar da Transfiguração de Jesus. Está situada na planície de Esdrelon, a uma altura de 590m. Ali fizemos um retiro trazen-do à memória a Transfiguração de Jesus diante de seus discípu-los, apesar de não ser mencionada nos evangelhos o nome da montanha. Encerramos com a Missa da Solenidade da Santís-sima Trindade.

Dia 27 de maio - Pela manhã visitamos Akko, cidade conhecida como porta de entrada dos franciscanos. Na ver-dade, a tradição diz que São Francisco chegou de barco pelo mar Mediterrâneo nesse lugar histórico de tantas guerras e de-fesas, especialmente os cavalheiros de São João. Nesta cidade, um frade atende uma paróquia e uma escola aberta a alunos muçulmanos, judeus e católicos. À tarde fomos para Haifa e visitamos o Monte Carmelo, conhecido como Stella Maris. Lá há um mosteiro das Irmãs Carmelitas.

Dia 28 de maio - Partimos de Tiberíades, passando por Cesareia. Seguimos para Jaffa, onde escavações arqueológicas revelam que há vinte séculos havia uma cidade naquele lugar,

com um dos portos mais antigos do mundo. A tradição diz que a cidade foi fundada por Jafed, filho de Noé. Depois visita-mos Emaús, lugar cuidado pelos monges e monjas francesas. E, finalmente, chegamos a Jerusalém, hospedando-nos no Con-vento São Salvador e casa da Cúria da Custódia da Terra Santa.

Dia 29 de maio - Fomos conhecer e rezar no Muro das Lamentações, a Esplanada das Mesquitas e visitamos os bairros muçulmanos, judeus e cristãos. Às 15h, participamos de uma procissão com o Patriarca de Jerusalém, seguindo para a Igreja do Santo Sepulcro, onde rezamos as vésperas e completas em Latim no tempo de 3 horas.

Dia 30 de maio - Celebramos com toda a Igreja Corpus Christi. Participamos da procissão e Missa no Santo Sepulcro, tendo a presença do Patriarca e dos frades da Custódia. Em se-guida, encerramos a manhã com um almoço na Casa Nova e, à noite, realizamos uma avaliação sobre toda a experiência “Re-viver o Dom da Vocação”. Em geral, parabenizamos a iniciativa da CFMB com todo apoio da Ordem, que agora assumiu esta experiência. Somos gratos aos frades que coordenaram e as-sessoraram este belo tempo de vida de oração e convivência fraterna.

Dia 31 de maio - Celebramos a Missa de encerramento no Convento São Salvador e seguimos para Roma e São Paulo, de onde cada frade retornou ao seu destino de vida em frater-nidade.

De fato, a experiência foi bem rica e proveitosa para ora-ção, vivência com os frades das diversas Províncias da Confe-rência e conhecimento das diversas expressões religiosas, cul-turais e sociais na Europa e na Terra Santa. Fomos muito bem acolhidos e nos sentimos como irmãos menores nos lugares onde São Francisco e Cristo viveram.

Assim podemos dizer que, de fato, reavivamos o dom da vocação pisando nas terras de Cristo e Francisco. Que o bom Deus abençoe a todos que nos apoiaram neste tempo de fé e que, de agora em diante, sigamos fortalecidos por Cristo e Francisco de Assis.

Frades no Jardim das Oliveiras

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Faleceu na manhã de 31 de maio, às 6h20, na Fraternidade de Bragança Paulista, Frei Atílio Abati.

Frei Régis escreveu mostrando que o estado de saúde de Frei Atílio vinha se agravando muito nos últimos tempos. Era acompanhado pela médica da casa Dra. Ângela Maria Izzo e por uma neurologista do HUSF, Dra. Rena-ta. O problema mais grave, que lhe limi-tou significativamente os movimentos das pernas, era uma Neuromialgia, ou seja, infecção e atrofia dos nervos. Em consequência desta limitação, sofreu inúmeros e seguidos tombos no quar-to quando, sozinho, tentava levantar-se da cama, pois não esperava ou não aguardava a chegada das enfermeiras(os). Com isso, sofreu algumas lesões no cotovelo e, a última, na bacia, porém, sem nenhuma fratura.

No final da tarde da segunda-feira, dia 27, foi levado ao hospital para tratar das dores que estavam mais intensas. Pas-sou por exames de RX e tomografia. Medicado, permaneceu internado até a tarde da terça-feira quando recebeu alta hospi-talar.Teve uma leve melhora. No feriado de Corpus Christi, ele e Frei Benjamim Ansolin foram passar a manhã na chácara do pai do nosso enfermeiro Abimael. Esse passeio já estava pro-gramado há mais tempo. Divertiram-se, inclusive, numa pes-caria na lagoa. Frei Atílio conseguiu fisgar alguns peixinhos. Após o almoço, voltou feliz para casa.

Durante a madrugada passou muito mal, com vômitos e diarreia. Frei Carlos Pierezan e Frei Agostinho estiveram ao lado da enfermeira Kelly, plantonista da noite, para auxiliá-la.

Por volta das 6h20, o enfermeiro Abimael, que estava re-tornando de suas férias, encontrou Frei Atílio já desfalecido. Tentou reanimá-lo com massagem cardíaca, mas sem resulta-do. No laudo da médica consta o seguinte como causa mortis: parada cardiorrespiratória, arritmia cardíaca, choque hemor-rágico, aneurisma de artéria ilíaca, neuropatia periférica e do-ença de Parkinson. Frei Atílio foi velado na Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista. Seu corpo chegou ao Cemitério do Santíssimo Sacramento, em São Paulo por volta das 15h00. Ali, às 16h00, foi celebrada a Missa de exéquias, se-guida do sepultamento.

DADOS PESSOAIS, FORMAÇÃO E ATIVIDADES •Nascimento:06/04/1937(76anosdeidade),emArroio

Trinta, Videira, SC;

* 06/04/1937 + 31/05/2013 FREI ATÍLIO ABATI

• Admissão ao Noviciado:19.12.1959, em Rodeio, SC;

• Primeira Profissão:20.12.1960 (52 anos de Vida Fran-ciscana);

•ProfissãoSolene:01/02/1964;• Ordenação Presbiteral:

15/12/1965 (47 anos de Sacerdócio);•1960-1962–EstudosdeFi-

losofia, em Curitiba;•1963-1966–EstudosdeTe-

ologia, em Petrópolis;• 17.12.1966 – Piraí do Sul -

discreto;• 28.01.1968 – Sorocaba –

Santa Rita – coordenador da frater-nidade e pároco;

•18.01.1983–Sorocaba–BomJesus–guardiãoepároco;•21.01.1989–SãoPaulo–SãoFrancisco–vigáriopa-

roquial;•10.01.1995–aserviçodoPró-Vocações,atendentecon-

ventual e PUMI;•11.01.2001–coordenadordoDepartamentodaEvan-

gelização Missionária;• 07.11.2003–RiodeJaneiro–SantoAntônio–aten-

dente conventual, procurador das missões;•07.12.2004–SãoPaulo–SãoFrancisco-vig.paroquial;•20.12.2006–aserviçodoPró-Vocações;•12.12.2012–BragançaPaulista–tratamento; De 1989 até hoje, Frei Atílio viveu seus dias, em grande

parte, em São Paulo, na Fraternidade São Francisco, do Largo São Francisco. Desempenhou, por muito tempo, juntamente com Frei Mário Tagliari, serviço junto ao Pró-Vocações, onde, com dedicação e carinho, respondia as cartas dos benfeitores e era responsável pela mensagem de Natal e Páscoa a eles en-dereçada. Frei Atílio, em geral, tinha bom humor e gostava de brincar com as pessoas, fazendo chacotas. Segundo as próprias palavras de Frei Atílio, seu desejo como religioso franciscano era “ajudar as pessoas, ser útil através do serviço, da bondade, da compreensão, da doação e da misericórdia. E também ser um pouco de luz e de esperança junto às pessoas sofridas”.

Que Deus o recompense por todo o bem que realizou neste mundo, e o acolha entre tantos irmãos que se fizeram menores, seguindo a Jesus, nos passos de São Francisco.

R.I.P.FREI WALTER DE CARVALHO JÚNIOR

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FREI REGIS DAHER

Depois do exame do corpo de Frei Atílio para o atesta-do de óbito, Dra. Ângela Maria Izzo elencou seis causas para sua morte: parada cardiorrespiratória, arritmia cardíaca, choque hemorrágico, aneurisma de artéria ilíaca, neuropa-tia periférica e doença de Parkinson. No dia 4 de junho ele iria passar por consulta e exames com o Dr. Márcio Vilaça (cirurgião vascular - HUSF), - cateterismo da artéria ilíaca e arteriografia -, para se avaliar as condições do aneurisma e a viabilidade de uma possível cirurgia. No entanto, não houve tempo para tal procedimento. Tudo indica, pela sintomato-logia da crise que o levou à morte, que tenha acontecido o rompimento deste aneurisma.

De certa forma, apesar do impacto de uma morte tão súbita e rápida, pareceu a todos que ela tenha sido provi-dencial. Frei Atílio não suportava mais o sofrimento físico e as limitações sempre crescentes que o tornavam totalmente dependente. Uma cruz pesada demais para quem se acostu-mou a uma vida intensa de atividades e trabalhos. De certa maneira, Frei Atílio não aceitava estas condições de preca-riedade de sua saúde. Na mesma proporção, diminuía sua aceitação e paciência, o que exigia das enfermeiras (os) uma disponibilidade quase exclusiva no seu atendimento. Depois de sua chegada, vindo de São Paulo, mudaram-se as rotinas diárias da fisioterapia e do banho dos demais enfermos. Ele tinha que ser o primeiro a ser atendido, o que desgostava os demais.

Ainda em São Paulo, Frei Atílio relutou em aceitar sua vinda para o tratamento de saúde. Em dezembro de 2012, João Carlos Deviglio, o enfermeiro do convento, finalmente conseguiu convencê-lo a aceitar o tratamento em Bragança. Era João quem cuidava do Frei Atílio nos anos em que seu

estado de saúde foi se agravando. Os deslo-camentos para as con-sultas e exames médi-cos, no “caos cotidia-no” da capital, foram se tornando sempre mais difíceis.

Quando Frei An-tônio Andrietta, seu companheiro no Pró--Vocações, pediu para recolher-se em Bra-gança Paulista, tentou em vão convencer Frei Atílio a acompanhá-lo sabendo das dificul-dades da assistência nas condições do con-vento. Sofreu seguidas quedas no seu quarto e permanecia caído durante horas, ou durante a noite, até que alguém o encontrasse. Andrietta jo-cosamente brincava desafiando o confrade: “Estou indo para Bragança com minhas próprias pernas. Você certamente irá carregado.”

Já em Bragança, no início, Frei Atílio estava convencido de que viera temporariamente apenas em função do tratamen-to de saúde, e que ainda iria retornar a São Paulo assim que se recuperasse. E repetia essa convicção constantemente, de certo modo, não admitindo o caráter irreversível da sua doença. Foi acompanhado pela neurologista Dra. Renata Parissi (HUSF), e na medida em que as consultas, exames e o tratamento foram acontecendo, sem grandes mudanças, forçosamente foi perce-bendo que esta seria sua última etapa.

Entrou num doloroso processo de depressão psicológica, com altos e baixos, alternando momentos de alegria e tristeza, apatia, desânimo. Não raramente, tinha crises de choro, o que exigia a companhia frequente dos frades e da enfermagem até que se acalmasse, às vezes durante a noite ou madrugada. Por vezes, tinha alucinações enxergando animais, insetos e vultos, o que hoje a medicina caracteriza como demência senil.

Talvez possamos caracterizar esta etapa de seis meses em Bragança Paulista como a sua preparação remota, a lenta e co-tidiana despedida da vida. A primeira delas.

Frei Atílio foi velado na capela do piso térreo do conven-

AS TRÊS DESPEDIDAS DE FREI ATÍLIO ABATI

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Família Braga dos Santos

Pe. Tadeu R. Moraes, de Sorocaba.

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to (antiga sala de recreio) para a despedida (a segunda) dos confrades, funcionários e alguns amigos seus de Bragança. A família Braga dos Santos, da qual dois jovens foram semina-ristas em Agudos (Ednalvo e Lindimário), estava representa-da pela mãe, Sra. Iracilda e pelos filhos Edi-nho e Josinei. Conrado Vasselai representou os irmãos e irmãs da Fraternidade da OFS. Frei Agostinho Piccolo conduziu a belíssima oração composta no passado por Frei Benja-mim Berticelli. Às 13hs o corpo foi condu-zido para São Paulo acompanhado por Frei Agostinho, Frei Celso, Frei Regis e o enfer-meiro Abimael Moreira. Das 14h30 às 16hs aconteceu o velório dos confrades, parentes e amigos. A missa exequial teve início às 16hs na capela do Cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento onde se encontra o jazigo franciscano.

A pedido de Frei José Francisco de Cássia dos Santos, definidor do Regional, Frei Mário Luiz Tagliari presidiu a ce-lebração motivado pelo tempo de convívio com Frei Atílio em São Paulo. A missa foi concelebrada por inúmeros confrades de São Paulo. Presentes os sobrinhos e sobrinhas de Frei Atí-lio residentes em Sorocaba, paroquianos da Paróquia Santa Rita, muitos amigos (as) e benfeitores (as) do Pró-Vocações e Missões. Dois padres diocesanos de Sorocaba representando a

Igreja Local onde ele trabalhara e com a qual manteve estreita ligação ao longo dos anos: Pe.Tadeu Rocha Moraes (pároco da catedral) e Pe. Manoel César de Camargo Júnior (pároco da Santa Rita).Frei Mário propôs à assembleia uma reflexão partilhada com testemunhos sobre Frei Atílio a partir de dife-rentes situações, pessoas e tempos. O próprio Frei Mário ini-ciou relatando a dedicação com que Atílio se dedicava no seu trabalho com os benfeitores do Pró-Vocações, no envio dos cartões e mensagens comemorativas durante todo o ano. Frei Regis destacou seus últimos seis meses em Bragança, apresen-tando o enfermeiro Abimael Moreira com o qual Atílio passou seu último dia de vida. Frei Anacleto Luiz Gapski destacou o aspecto da generosidade do confrade, no sentido de ajudar a todos os que o procuravam. Frei Hipólito Martendal, colega de turma de Frei Atílio, lembrou o seu profundo senso frater-

no e sua capacidade de acolher e receber as pessoas. Pe. Ta-deu R. Moraes recordou a relação de amizade que tinha com Frei Atílio, desde muitos anos, bem como a confiança que o falecido arcebispo Dom José Lambert depositava em nosso confrade. A seu pedido, Frei Atílio exerceu a função de dire-tor espiritual do Seminário Diocesano, mesmo depois de sua transferência para São Paulo. Por fim, representando os fami-liares, o sobrinho Neolivam Teodorio falou da presença mar-cante de Frei Atílio na vida de todos(as) eles(as). Ao longo dos anos celebrou o casamento de todos(as) os(as) sobrinhos(as), bem como o batizado de seus filhos e filhas. Atílio era o último dos irmãos ainda vivo e, por isso mesmo a forte ligação da família com o “tio padre”.

Terminada a missa, Frei José Francisco rezou a enco-mendação e seguiu-se então o sepultamento no jazigo francis-cano. Na sua terceira despedida, Frei Atílio reuniu em torno de si muita gente que fez parte de sua vida. Esta mesma vida foi associada inseparavelmente àquela de Cristo, na sua morte e ressurreição. Por isso, a fé e a esperança nos asseguram: uma parte de cada um de nós foi com ele para o céu.

Descanse em paz!

Familiares de Frei Atílio na Missa de Exéquias

Os enfermeiros João (esq.) e Abimael

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FREI VALNEI BRUNETTO

Com certeza, muitas foram as virtudes que marcaram a vida desse extraordinário frade franciscano, Frei Atílio Abati. Elencar todas elas seria, certamente, impossível para mim, até porque, de modo algum me considero a pessoa mais apta ou mesmo a mais indicada para essa tarefa. Contudo, diante do evento da sua Páscoa (31/05), minha consciência me impele a esboçar algumas palavras a respeito deste que, para mim, mais do que um homem de caráter, foi um homem de coração.

Os poucos anos de convívio e companheirismo com-partilhados com Frei Atílio, no Convento São Francisco, em São Paulo, me permitem confirmar a célebre frase de que o trabalho dignifica o homem. Trabalhar era uma de suas ca-racterísticas marcantes. Semelhante ao carpinteiro de Nazaré, Frei Atílio também buscou, incessantemente, dar a sua parce-la de contribuição na construção do Reino. Por ele não me-diu esforços. Empregou sua mente, seus braços e todo o seu coração.

Tal como uma pedra preciosa, Frei Atílio soube deixar--se lapidar com esmero na oficina da existência, tornando-se um homem de caráter e coração, além de um confrade de ad-mirável preciosidade e valor.

Se por vezes demonstrava ser um homem de pulso fir-me e duro, por outro, manifestava um coração extremamente

FREI ATÍLIO: HOMEM DE CARÁTER E DE CORAÇÃO

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dócil e afável, no qual não havia lugar para o ódio e o rancor.Suas brincadeiras, por vezes um tanto quanto estranhas

e incompreensíveis devido ao modo e o momento em que eram explicitadas, manifestavam, acima de tudo, uma pessoa extremamente sincera, honesta e transparente. Nele não havia “jogo de interesse” ou maldade em seus gestos e ações. Fora sempre um homem íntegro, de caráter e de coração.

Como atesta o ditado, Frei Atílio foi um homem que “vestiu a camisa”. Camisa esta de cor marrom, com a qual se identificou e fez dela ideal e opção de vida e vocação. O hábi-to franciscano foi, sem dúvida alguma, a veste que melhor se ajustou no seu modo de ser, de viver e de se doar por Amor à causa do Evangelho de Cristo.

Julgo não ser exagero dizer que, na pessoa de Frei Atílio, floresceu um sincero e autêntico frade franciscano, pois, se-guindo os passos do pai São Francisco, soube fazer do huma-no sua única prioridade.

Para Frei Atílio, as pessoas eram, de fato, o seu maior e mais precioso tesouro. Tudo o mais era recebido por ele como dádiva emanada do coração de Deus – exercitada através de gestos e atitudes humanas concretas.

Creio que não são poucos os que podem afirmar que, onde alguns deram ou dariam o seu saber, a sua astúcia, a sua coragem, ele – Frei Atílio Abati – ofereceu apenas isso: o seu caráter e o seu coração.

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AGENDA 2013 Província Franciscana da Imaculada Conceição

JULHO03 a 05 Assembleia anual do Sefras;06 Ordenação Presbiteral de Frei Jeâ Paulo Andrade

(Imbuia, SC);08 Encontro Regional do Rio de Janeiro (Niterói);08 e 09 Conselho do SAV (São Paulo - São Francisco);08 a 12 Retiro Provincial (Rondinha);08 a 19 Tempo Forte do Definitório Geral;

AGOSTO 02 Início do Aspirantado - 2ª etapa (Agudos);05 a 09 Seminário Economia Fraterna (Salvador);10 Profissão Solene (Petrópolis);12 Encontro Regional de Agudos (Bauru);19 Encontro Regional de São Paulo (Vila Clementino);26 a 31 Retiro e reunião do Definitório Provincial (Vila

Velha);

SETEMBRO02 Encontro Regional do Vale do Paraíba (Fazenda

Esperança);02 e 03 Encontro Regional do Planalto Catarinense e Alto

Vale do Itajaí (Curitibanos);09 Encontro Regional do Rio de Janeiro (São João de

Meriti);09 Encontro Regional do Vale do Itajaí (Gaspar);09 e 10 Encontro Regional do Contestado;09 a 20 Tempo Forte do Definitório Geral;10 Reunião do Conselho Diretor do Sefras;09 Encontro Regional Baixada e Serra Fluminense

(Miguel Pereira);16 Encontro Regional de Curitiba;16 e 17 Encontro Regional do Leste Catarinense

(Forquilhinha);16 a 19 1º Encontro Provincial da Frente da Comunicação

(Rondinha);23 a 27 Retiro no Eremitério (Rodeio);23 a 27 Retiro Provincial (Agudos);30 Encontro Regional do Espírito Santo (Penha);

OUTUBRO07 a 11 Retiro no Eremitério (Rodeio);

As alterações estão sublinhadas

08 e 09 Reunião do Conselho de Formação e Estudos (Rondinha);

14 a 16 Reunião do Definitório Provincial;17 Reunião do Conselho de Evangelização (São

Paulo); 21 a 26 CFMB – Assembleia e serviços;31 a 03 III Encontro Nacional de Irmãos Leigos da CFMB

(Lagoa Seca - PA);31 a 03 Estágio Vocacional Região Sul (Ituporanga);

NOVEMBRO04 a 15 Tempo Forte do Definitório Geral;07 Reunião do Conselho Gestor das entidades da

Província;12 e 13 Encontro dos animadores JPIC dos Regionais; 14 a 17 Estágio Vocacional Região Norte (Guaratinguetá);18 Encontro Regional de São Paulo (Bragança Paulista);25 Encontro Regional de Agudos;25 Encontro Regional Rio de Janeiro;25 e 26 Encontro Regional do Leste Catarinense

(Angelina);27 e 28 Encontro Regional de Pato Branco (Recreativo);28 Reunião do Conselho do Economato;

DEZEMBRO02 Encontro Regional do Vale do Paraíba;02 Encontro Regional de Curitiba;02 Encontro Regional do Espírito Santo (recreativo); 02 Encontro Regional do Vale do Itajaí - recreativo

(Vila Itoupava);02 Encontro Regional Baixada e Serra Fluminense

(recreativo); 04 a 06 Celebração dos Jubileus (São Paulo - São

Francisco); 02 e 03 Encontro Regional do Contestado;09 a 11 Reunião do Definitório Provincial;16 a 20 Tempo Forte do Definitório Geral;

2014SETEMBRO 23 a 25 Capítulo das Esteiras;