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Ano XIII | 217 | Julho 2013 ISSN 2178-5781 Produção sustentável Goiás é pioneiro na votação do Código Florestal brasileiro e produtores comemoram Disenteria suína Doença atinge granja no sul do país e alerta produtores Banco do Brasil Superintendente estadual fala sobre limites de crédito

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Ano XIII | 217 | Julho 2013

ISSN

217

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81

Produção sustentávelGoiás é pioneiro na votação do Código Florestal brasileiro e produtores comemoram

Disenteria suína Doença atinge granja no sul do país e alerta produtores

Banco do BrasilSuperintendente estadual fala

sobre limites de crédito

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

COnselhO editOriAl

Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;

Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins

editores: Francila Calica (01996/GO)

reportagem: Catherine Moraes e Leydiane Alves

Fotografia: Larissa Melo e Mendel Cortizo

revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

diretOriA FAeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. Vice-Presidentes institucionais: Bartolomeu

Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes

Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-

hares Ribeiro. suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,

Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,

Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo

Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da

Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva

Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes:

Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Mar-

gareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo

Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu

Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,

Walter Vieira de Rezende.

COnselhO AdMinistrAtiVO senAr

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:

Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson

Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos

Fernandes.

suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

superintendente: Marcelo Martins

FAeG - senAr

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

site: www.sistemafaeg.com.br

e-mail: [email protected]

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

site: www.senargo.org.br

e-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

A sensibilidade das lideranças do setor produtivo, em buscar na ciência e na sociedade os caminhos para o desen-volvimento, norteou as discussões acerca do novo Código Florestal do Estado de Goiás.

Mais uma vez, Goiás se coloca na vanguarda do desen-volvimento de nosso país e demonstra que a abertura ao diálogo conduz ao sucesso nas negociações e, consequente-mente, leva à construção de um futuro onde a produção e a sustentabilidade andam de mãos dadas.

O projeto do Código Florestal estadual foi amplamente discutido e estudado pelo Grupo de Trabalho, criado pelo Governo em 2009, e que contou com a participação de mais de 21 entidades. O resultado do foi a consolidação de uma proposta inovadora, mas ao mesmo tempo, sintonizada com as necessidades e anseios das partes envolvidas.

De forma pioneira no país, Goiás apresenta um Código Florestal estadual que prima pelo equilíbrio entre a preser-vação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico do Estado. Trata-se de um marco regulatório para a produção sustentável. E isso é fundamental, haja visto que a maior parcela das áreas que devem ser preservadas são privadas, ou seja, a mão que planta é a mesma que preserva.

Parabéns a todos os entes públicos e privados que par-ticiparam deste debate e que demonstraram grande ama-durecimento político. Com convicção podemos afirmar que Goiás caminha a passos largos para a construção de um futuro brilhante para nossa geração, bem como, aos nossos descendentes.

A mão que planta é a mesma

que preserva

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PAINEL CENTRAL

Feiras de sucesso

Congresso Internacional da Carne

Eventos tentam unir negócios, entretenimento e capacitação no interior do Estado

Evento realizado em Goiânia discute futuro do mercado mundial

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 31

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

Cuidados com disenteria suína Sintomas incluem perda de peso e crescimento retardado. Casos ainda não foram registrados em Goiás, mas produtores devem ficar atentos

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Cerca de 700 produtores rurais acompanharam as votações na Assembleia Legislativa, o presidente do Sindicato Rural de Corumbá de Goiás, José Carlos de Oliveira manifestou. Foto: Larissa Melo

Goiás é pioneiro na adequação do Código Florestal brasileiro

Pioneira na solda elétrica em VicentinópolisRosimeire se especializou por meio de curso do Senar e serve como exemplo para demais mulheres do município

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Laris

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Cama de frango na agriculturaPesquisa realizada pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) prevê o uso do adubo organomineral para aumento de produtividade

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Produção e compromisso com Meio Ambiente 12

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AGENDA RURAL

01/07 03/07Encontro Técnico Proarte

Programa Gestão da Produção ArtesanalHorário: 9h

Local: Mini auditório do Senar, GoiâniaInformações: (62) 3545-2600

Abertura da 30ª Expoagro de UruaçuHorário: 21h

Local: Parque de exposições, UruaçuInformações: (62) 3357-1987

04/07 16-19/07

Abertura oficial da Exposição Agropecuária de MineirosHorário: 20h30

Local: Parque de exposições, MineirosInformações: (64) 3661-1298

Treinamento do Cadastro AmbientalHorário: 8h

Local: Mini auditório do Senar, GoiâniaInformações: (62) 3096-2115

19 e 20 de Julho Campo Saúde Duplo

Horário: 8h

Locais: (Minaçu) / (Porangatu)

Informações: Minaçu - Comunidade do Filó

Porangatu - Parque Agropecuário

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FIQUE SABENDO

ArmAzém

A editora Saraiva lançou, no úl-timo mês, a nova edição do livro Estatuto da Terra. Composto pela lei nº. 4.504, de 30 de novembro de 1964 assim como os regula-mentos, o livro tem como princi-pais temas: aquisição de imóvel rural; desapropriação; Imposto so-bre a Propriedade Territorial Rural (ITR); loteamento e parcelamento do solo; política agrícola e reforma agrária. Os destaques da edição se resumem à Política Nacional de Ir-rigação, Política Nacional para os Trabalhadores Rurais Empregados, Política Nacional de Integração La-voura-Pecuária-Floresta, além de novas notas remissivas e índices.

edito

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CnA inaugura espaço Agro na Ue

estatuto da terra

rEGISTrO

O Presidente do Sistema Faeg Senar, José Mário Schreiner partici-pou, no último dia 19 de junho, da inauguração do Espaço Agro Brasil na União Europeia. O evento foi re-alizado em Bruxelas e contou com a presença da senadora e presidente da CNA, Kátia Abreu. De acordo com a Confederação, o objetivo é reforçar a política de defesa dos interesses co-merciais do setor agropecuário brasi-leiro em mercados estratégicos.

Com as barreiras impostas pela União Europeia, que dificultam as ex-portações brasileiras, um dos objetivos é participar mais ativamente do debate sobre os entraves ao comércio bilateral, desenvolvendo ações conjuntas e para-lelas às realizadas pelo governo bra-sileiro. Tudo isto poderá ser feito com vistas à construção de um possível acordo de livre comércio com o bloco, que já é um dos principais parceiros do comércio exterior agrícola brasileiro.

pESquISA

A macaúba (Acrocomia aculeata) encontrada por grande parte do ter-ritório brasileiro pode se transformar em matéria-prima na produção de bio-diesel, biocombustíveis de aviação, cosméticos e alimentos para consu-mo humano e animal. Isso depende, entretanto, de desenvolvimento tec-nológico e inserção nas cadeias pro-dutivas. Foi por esse motivo que a Em-brapa iniciou em 2013 um novo projeto de pesquisa que busca soluções para problemas relacionados, principal-mente, à colheita e à extração do óleo da polpa de macaúba.

De acordo com a Embrapa Agro-energia, os frutos da macaúba são colhidos principalmente, princi-palmente, do chão, depois de se desprenderem dos cachos. É por isso que grande parte da colheita já chega às indús-trias em deterioração. Assim, a equipe da Embrapa testa duas estratégias de colheita. A primeira é cortar o cacho in-teiro, como se faz com o den-dê; a segunda, instalar um cole-tor junto às palmeiras para captar os frutos que caem dos cachos.

Macaúba e Biodiesel CN

A

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PROSA RURAL

Conscientização sobre linhas de crédito

Francila Calica | [email protected]

Laris

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No mês em que os agentes financeiros começam a operacionalizar os

recursos de um Plano Agrícola e Pecuário com volumes históricos,

produtores temem esbarrar na burocracia e não conseguir acessar os

benefícios amplamente divulgados pelo Governo Federal. À frente da regional

goiana do Banco do Brasil - agente financeiro que operacionaliza a maior parcela do

crédito agrícola e pecuário - Edson Bündchen se posiciona a respeito das principais

queixas dos produtores e entraves enfrentados por eles.

EDSon BünDChEn,é superintendente estadual do Banco do Brasil

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produtores. Quais os entraves ainda

existentes? O que o Banco pode fazer

para retirá-los?

edson Bündchen : O Programa ABC

é uma linha de crédito para incen-

tivar atividades que gerem redução

de emissão de gases efeito estufa na

agricultura. Por isso, seus recursos

são disponibilizados para atividades

que promovam a recuperação de áreas

degradadas, reflorestamento comer-

cial, sistemas orgânicos de produção,

integração lavoura-pecuária-floresta,

etc. Alguns problemas ocorrem por

erros nos projetos e falta de docu-

mentação. Na Safra 2012/2013, o

Banco realizou cerca de 70 palestras e

treinamentos com aproximadamente

300 Assistentes Técnicos e produtores

rurais com objetivo de capacitá-los

quanto ao correto enquadramento no

Programa ABC. Para a Safra 2013/2014,

está programada a aplicação de outros

cursos, com o intuito de qualificar os

assistentes e produtores rurais para a

correta elaboração de projeto técni-

co de crédito rural de Agricultura de

Baixo Carbono. A conscientização dos

Agropecuaristas quanto aos benefícios

trazidos pela linha crédito é de grande

importância. Para tanto, o Banco do

Brasil está trabalhando para que nesse

novo ano safra a linha de crédito seja

ainda amplamente divulgada.

revista Campo: Linhas de crédito

para investimento com juros baixos,

como MCR e PSI, são sempre limita-

das e as primeiras a acabar. Quanto

de recurso está disponível para essas

modalidades? Há possibilidade de

suplementação?

edson Bündchen : 250 milhões de

reais para tais linhas, utilizados total-

mente pelos produtores. Na maioria dos

casos, a necessidade do produtor rural

pode ser atendida em diversas linhas

de crédito. Quando o cliente precisa

financiar máquinas/equipamentos, por

exemplo, ele poderá utilizar tanto o In-

vestimento MCR 6.4 Controlado quanto

o FCO ou Finame Rural PSI. Portanto,

caso acabem os recursos de uma linha

orientamos as agências e o próprio pro-

dutor a realizar a alteração da linha de

crédito para readequação e liberação.

revista Campo: Recursos na ordem

de R$ 25 bilhões para novos arma-

zéns foram anunciados. Eles estarão

disponíveis para os produtores pessoa

física ou somente para pessoa jurídi-

ca? Com qual carência? E qual o nível

de burocracia?

edson Bündchen : Os recursos

estarão disponíveis tanto para pessoa

física quanto para pessoa jurídica, com

carência de até três anos. O tempo

para análise e liberação da operação

dependerá da disponibilidade de limite

de crédito suficiente para amparar a

operação e da qualidade do projeto

apresentado, incluindo orçamento dos

itens a financiar e documentação da

garantia a ser vinculada.

revista Campo: A pecuária será

contemplado com os recursos do Plano

Agrícola e Pecuária 2013/2014? Em

quais condições?

edson Bündchen : Os benefícios

são para atividade pecuária também.

O limite para liberação de recurso

controlado com taxas menores passou

de 800 mil para 1 milhão, podendo

ser elevado de acordo com a atividade

desenvolvida.

revista Campo: Quais os principais

fatores que, normalmente, comprome-

tem o acesso do produtor ao crédito?

edson Bündchen : Restrições de

ordem legal e registro em sistema de

proteção ao crédito, tais como SPC e

SERASA. Contribui, também, o fato de

termos cadastros e limites de créditos

com dados insuficientes para amparar a

real necessidade do produtor rural.

revista Campo: Os recursos divul-

gados no Plano Agrícola e Pecuário

2013/2014 começam a ser operacio-

nalizados pelo Banco do Brasil. Qual

será o prazo para que cheguem às

mãos dos produtores que pleiteiam os

recursos?

edson Bündchen : O Banco do Brasil

desembolsará 6,5 bilhões em recursos

aos produtores para safra 2013/2014. O

valor orçado já se encontra a disposição

dos agropecuaristas desde 01/07/13 em

diversas linhas de crédito.

revista Campo: Qual solução o

Banco do Brasil dará para agilizar os

limites de crédito, queixa frequente

entre os produtores?

edson Bündchen : O Banco realizou

uma reestruturação no setor de análise

de limite de crédito para, em conjunto

com as agências, agilizar as demandas.

Na maioria dos casos os limites são cal-

culados dentro do novo fluxo, garantin-

do agilidade no atendimento às propos-

tas de crédito em andamento. Em maio

e junho, o Banco prorrogou automatica-

mente vários limites, a fim de conseguir

tempo para a renovação dos cadastros e

novo cálculo de limite de crédito.

revista Campo: Há alguma possibili-

dade de essas análises passarem a ser

feitas regionalmente ou nas próprias

agências para dar celeridade ao pro-

cesso?

edson Bündchen : Os limites de

crédito até 800 mil já são analisados

pelas agências. Somente os limites

acima desse valor e clientes com RBA

– Receita Bruta Agropecuária Anual

Prevista - superior a R$ 1 milhão serão

analisados por outra alçada.

revista Campo: O Governo Federal

divulgou a liberação de R$ 4,5 bilhões

para o Programa ABC. Entretanto,

na safra passada, houve dificuldades

de acesso aos recursos por parte dos

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

GOIATubA

rubIATAbA

CAIApônIA

FAzEndA nOvA

COrumbá dE GOIáS

O Centro de Equoterapia Renascer de Goiatuba comemora um ano de trabalho com resultados positivos. Atualmente, seis portadores de necessidades especiais são atendidos no local e o objetivo é dobrar a quantidade de atendimentos para o mês de agosto. A equipe (foto), conta com o coordenador do centro, Antonialy Ferreira; equitador Gelson Fernandes; educadora física Fabrícia Divina; psicóloga Lidiane Oliveira e o auxiliar de coordenação Luciano Salgado.

O Sindicato Rural de Rubiataba promoveu, no último dia 4 de junho, Treinamento em Rédeas para vaqueiros do município. O evento contou com a parceria do Senar Goiás e foi realizado no Tatersal de Leilões de Rubiataba.

No último mês de junho, o Sindicato Rural de Caiapônia promoveu aos produtores e famílias rurais a 5ª Ação Itinerante da cidade. O evento, realizado na Fazenda Varão contou com palestras técnicas, ações do Sistema FAEG/SENAR, além da apresentação de prestação de serviços do Sindicato. No total, 247 pessoas participaram do evento que foi considerado de sucesso.

O Sindicato Rural de Fazenda Nova realizou, no último dia 17 de junho, a cerimônia de posse da nova diretoria. Dionísio Gomes Dias foi reeleito presidente e Thiago de Oliveira Hilário ficou com o cargo de vice-presidente. O gerente sindical da Faeg, Antelmo Teixeira Alves representou o Sistema Faeg/Senar no evento e fez uma apresentação sobre a organização sindical e as ações que podem ser realizadas em benefício do produtor e toda sociedade. O evento foi também marcado pela entrega de Certificados de participação em Treinamentos realizados na parceria com o Senar Goiás.

Faleceu, no último dia 16 de junho, o conselheiro fiscal do Sindicato Rural de Corumbá de Goiás, José Marcilio. Ele foi assassinado em sua propriedade rural, localizada no mesmo município. O corpo foi velado no Cemitério Memorial, em Goiânia. Com grande pesar, a diretoria do Sistema Faeg/Senar ofereceu solidariedade à família deste produtor rural que muito contribuiu ao setor rural.

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Centro de equoterapia completa um ano

Vaqueiros participam de treinamento de rédeas

Palestras técnicas compõem Ação itinerante

nova diretoria toma posse

Morre conselheiro de sindicato

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CrISTAlInA

CAbECEIrAS

dOvErlândIA

AnápOlIS

O Sindicato Rural de Cristalina promoveu, de 11 a 14 de junho, a 3ª edição do Treinamento Produção Caseira de Doces. Com 12 participantes, o evento foi realizado na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cristalina e contou com a presença de beneficiários e produtores. O curso foi ministrado pela instrutora Consuelo Marcarine e contou com apoio da mobilizadora Cláudia Campos.

O Sindicato Rural de Cabeceiras, presidido por Bruno Weis, aderiu à fachada padrão do Sistema Faeg/Senar.

O Sindicato Rural de Doverlândia realizou, nos dias 7, 8 e 9 de junho, a 1ª Feira do Leite com leilão de gados leiteiros. Com aproximadamente 1.500 pessoas, o evento reuniu produtores da região e contou ainda com um torneio leiteiro realizado paralelamente. Presidido por Bruno Heuser da Costa, o sindicato avaliou a feira como um sucesso. No total, 37 animais foram vendidos.

O Sindicato Rural de Anápolis realizou, no último dia 28 de junho, o primeiro Arraiá Beneficente da Equoterapia Renascer. O evento contou com a participação de aproximadamente 300 pessoas e tinha como objetivo arrecadar fundos para o programa. O lançamento da Equoterapia ocorreu em 23 de maio e ainda está em fase de montaria. A previsão é dar início às atividades na segunda quinzena de agosto e, inicialmente, pelo menos 15 pessoas devem ser beneficiadas. Para dar andamento ao trabalho, o Sindicato está aceitando doações de cavalos para serem usados na equoterapia ou vendidos para arrecadar renda.

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Município promove curso de doces caseiros

sede ganha nova fachada

leilão de gado de leite

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João Delfino da Silva, associado e Diretor Fundador do Sindicato Rural de Arenópolis, morreu no último dia 16 de junho. João era produtor rural e empresário do ramo de laticínios. O corpo foi sepultado no dia 17, às 10 horas, no cemitério local de Arenópolis.

Sind

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Morre fundador de sindicato rural

Festa junina arrecada verba para programa

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Goiás é o primeiro estado a adequar sua legislação ambiental ao Código Florestal brasileiro

Cleiber Di Ribeiro | [email protected]

Francila Calica | [email protected]

Lei ambiental é atualizada

PRODUÇÃO SUSTENTáVEL

A Assembleia Legislativa do Es-tado de Goiás aprovou o Pro-jeto de Lei que prevê a ade-

quação da legislação ambiental goiana ao Código florestal brasileiro. O Pro-jeto passou, no último dia 3 de julho, pela segunda e última votação. Dos 38 parlamentares presentes houve ape-nas um voto desfavorável ao projeto. Com a aprovação, Goiás se torna o pri-meiro estado brasileiro a ajustar sua legislação ambiental ao Código Flores-tal nacional, aprovado ano passado.

O texto original recebeu emendas que serão avaliadas pelo Executivo na Casa Civil, para onde segue o projeto. Entre os destaques, está a criação de um Fórum Permanente para discutir propostas de adequação da legislação ambiental estadual (ver composição do Fórum no quadro).

O Fórum será coordenado pela Se-cretária Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), tendo como membros as Secretarias de Cida-

des e da Agricultura, Pecuária e Irriga-ção, além da participação de membros das universidades goianas e outras en-tidades governamentais e civis.

Regras clarasPara o presidente da Federação

da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, a apro-vação foi uma vitória, pois era preciso alinhar o Código Florestal estadual, datado de 1996 e defasado, à lei bra-sileira aprovada pelo Congresso Na-cional no ano passado.

“Isso gerava insegurança jurídica aos produtores rurais, principalmen-te, aos pequenos proprietários. Eles estavam sujeitos a serem autuados e multados e, por isso, precisávamos da lei para restabelecer a segurança jurídica a esses produtores rurais do nosso Estado”, explica.

Falando das duas modificações do texto, José Mário disse que a questão ambiental é dinâmica e que a criação

do Fórum Permanente é adequada, legítima e atende todas as partes. “Estamos aqui dando clareza e mos-trando a sensibilidade de um setor produtivo que está na eminência de plantar uma nova safra e que precisa de segurança jurídica. O setor rural já discutiu oito anos de Código Flo-restal brasileiro, passou quatro anos discutindo o Código Florestal de Goi-ás. Estamos dispostos, vamos sentar com todos e queremos muito uma contribuição com a preservação e também com a produção”, ressaltou.

Ele reforçou que Goiás é o Estado que possui o maior alicerce econômico e social baseado no setor rural e, por isso, a preocupação com uma legisla-ção coerente com a importância da ati-vidade. “Não podemos esquecer que o setor rural é o único da economia que vem dando certo no País e que gera ri-queza à Balança Comercial do Brasil. E estaria em risco com a falta de uma legislação mais clara”, esclarece.

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O Projeto de Lei (PL 2013002205) recebeu 37 votos fa-voráveis entre os 38 parlamenta-res presentes na última sessão de votação da matéria. Um consenso costurado durante as negociações entre oposicionistas e defensores do Código permitiu que a matéria tivesse apreciação uníssona.

Apesar de ser oposição ao governo e contrário ao tema, o deputado estadual Mauro Ru-ben (PT) votou a favor do proje-to, após a inserção das Emendas

que preveem a criação do Fórum Permanente de Meio Ambiente, estabelece as entidades que o compõe e a inclusão do dispositi-vo que determina que a compen-sação de Reserva Legal deverá ser feita no mesmo bioma, mas dentro do território goiano.

O líder do Governo na Assem-bleia Legislativa, deputado Fábio Souza (PSDB), explicou que os deputados da Casa Legislativa se esforçaram para chegar a um consenso daquilo que foi possí-

vel ser feito na lei. “Estamos dan-do um passo ao desenvolvimento sustentável no Estado. Teremos a agropecuária funcionando bem, com o Meio Ambiente preserva-do. Isso é o mais importante”, disse.

O deputado José Vitti (DEM), que também votou favorável ao Código, defendeu que o texto de-veria ter sido aprovado da forma com que chegou à Assembleia, mas que seguiria o entendimento da maioria com a modificação.

Deputados da situação e oposição votam pela aprovação

Representantes do setor agropecuário ocupam plenário em defesa da aprovação do código

Laris

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Para ele, 80% dos produtores estariam irre-gulares caso a nova lei não fosse aprovada.

Para o presidente da Comissão de Agri-cultura e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, deputado Francisco Jr. (PSD) a aprovação da matéria foi positiva uma vez que sem regras claras e sem saber qual le-gislação seguir (a estadual ou a nacional) o produtor rural goiano estava inviabilizado de dar continuidade à sua atividade com segurança jurídica. Ele parabenizou os co-legas deputados pelo bom senso na condu-

ção e votação da matéria.Valcenôr Braz (PTB), líder da Frente Par-

lamentar do Agronegócio da Casa, reforçou que os produtores são conscientes da neces-sidade de preservação ambiental. “São os maiores interessados na preservação do Meio Ambiente, pois dele depende a continuida-de da produção de alimentos”, enfatizou. O único a votar contra o projeto, deputado Ma-jor Araújo (PRB) se defendeu explicando que não acredita na eficácia de Grupos de Traba-lho ou Fóruns de Discussão.

Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh);Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro);Secretaria de Estado das Cidades;Universidade Federal de Goiás (UFG);Universidade Estadual de Goiás (UEG);Instituições privadas de ensino;Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa;Ministério Público Estadual;Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO);Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg);Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg);Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-GO);Emater;Fórum Goiano de Reforma Agrária e Agricultura Familiar.

Entidades integrantes do recém-criado Fórum Permanente de Meio Ambiente

Valcenôr Braz, líder da Frente Parlamentar do Agronegócio da Casa, afirmou que produtores são conscientes sobre preservação

Laris

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Durante os dois primeiros dias de votação do Projeto de Lei na As-sembleia Legislativa cerca de 700 produtores rurais acompanharam os trabalhos parlamentares na sessão Plenária. Segundo o produtor de grãos do município de Goiatuba, Paulo Hen-rique Garcia, os maiores interessados na preservação do meio ambiente são os próprios produtores. “Nós depen-demos da terra para produzir. Se a conservamos, temos condições de produzir mais alimentos sem derru-bar nenhuma árvore”, disse.

Vindo de Bela Vista de Goiás com um grupo de 35 produtores da re-gião, o presidente do Sindicato Rural do município, Wanderley de Siquei-ra, se dizia feliz por estar presente

com outros amigos de profissão no primeiro dia de votação. “É uma lei que vai beneficiar a todos, não só os produtores”, disse.

Ailton Vilela, presidente do Sin-dicato Rural de Caiapônia, era outro produtor que estava ciente da impor-tância do momento de votação. “Es-

tamos aqui para sensibilizar nossos políticos para assunto tão importan-te que é a aprovação do Código. Nin-guém é mais interessado em prote-ger o meio ambiente que o produtor rural que vive do campo”, explica o produtor que levou a esposa e filha para acompanharem a votação.

Produtores defendem desmatamento zero

Rogério de Oliveira, de Itumbiara: O Código Florestal de Goiás vai regularizar a atividade da produção de alimentos e tirar os produtores da ilegalidade

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Garantias à produçãoO presidente do Sindicato Rural

de Indiara, Henrique Marques, che-gou à mobilização acompanhado de mais de 15 produtores do município. Ele acredita que a movimentação do setor rural é válida. “Essa mo-vimentação precisava acontecer de alguma forma. É o grito do Brasil. Queremos a lei aprovada para con-tinuar produzindo. Nós produtores

temos consciência da preservação ambiental. O Brasil precisa continu-ar produzindo, comercializando sua safra no mercado interno e externo para que a sociedade continue com-prando alimentos baratos e o País gerando riquezas“, ressalta.

Outro presidente de Sindicato Rural presente à Assembleia Legis-lativa era Rogério de Oliveira, de Itumbiara. Acompanhado de outros

25 produtores comentava da impor-tância da nova lei estadual para a regularização da atividade, tão im-portante ao Estado e ao País.

“A importância de estarmos aqui é dar notoriedade aos assuntos do ho-mem do campo. O Código Florestal de Goiás vai regularizar a atividade da produção de alimentos e tirar os pro-dutores da ilegalidade provocada por uma legislação defasada”, disse.

Prevê e regulamenta a compensação das Reservas Legais consolidadas (desmatadas em data ante-rior a 22 de julho de 2008), desde que o produtor entre no Programa de Regularização Ambiental (PRA), criado pelo Governo Federal. Esse produ-tor poderá optar em regularizar a Reserva Legal de três formas:

• Regenerar• Recompor: O produtor terá prazo de 20 anos. Deve recompor 10% da área a cada dois anos. Pode usar espécies de plantas exóticas em até 50% da área recomposta. • Compensar: O produtor poderá usar uma outra área que será preservada como Reserva Legal dentro da propriedade ou fora dela. Se for fora da propriedade, é preciso que seja no mesmo bioma e dentro dos limites das fron-teiras do Estado de Goiás.

A possibilidade de Compensar área de Reserva Legal, regulamenta, em nível estadual, o Artigo 129 da Constituição Estadual. Possibilita a realo-cação da Reserva Legal averbada em reserva ex-trapropriedade.

A recuperação das áreas de Preservação Permanente consoli-dadas (desmatadas em data anterior a 22 de julho de 2008) serão medidas de acordo com a Calha do Leito Regular do rio. Sendo a recomposição mínima de:

• 5 metros de APP para propriedades com 1 Módulo Fiscal;• 8 metros de APP para propriedades com 2 a 3 Módulos Fiscais;• 15 metros de APP para propriedades com 3 a 4 Módulos Fiscais;• 20 metros para os demais casos acima de 4 Módulos Fiscais.

Obs: Para as Áreas de Preservação Permanente não consolidadas (áreas que foram desmatadas em data posterior a 22 de julho de 2008) fica estabelecido como regra:

• 30 metros de APP para curso d’água com menos de 10 metros de largura;• 50 metros de APP para o curso d’água de 10 a 50 metros de largura;• 100 metros para cursos d’água de 50 a 200 metros de largura;• 200 metros para cursos d’água de 200 a 600 metros de largura;• 500 metros para cursos d’água com largura superior a 600 me-tros de largura.

objetivos Principais da Proposta• Recepcionar o Código Florestal Brasileiro;• Regulamentar os dispositivos criados pelo Código Florestal Brasileiro como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA);• Regulamentar o Artigo 129 da Constituição Estadual;• Atender as particularidades locais;• Trazer segurança jurídica. A Lei Estadual atual é de 1995. A Lei Federal atual é de 2012. Assim, o estado de Goiás vive um choque jurídico de Legislações que tratam do mesmo assunto, mas de forma diferente;• Regulamentar as atividades consolidadas em Goiás;• Não prever novos desmatamentos.

Reserva Legal (RL) Área de Preservação Permanente (APP)

Mudanças previstas no Código Florestal de Goiás.

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MERCADO E PRODUTO

Mais uma vez o mercado fi-nanceiro mundial demonstra sua grande sensibilidade às notícias que ainda nem se concretiza-ram. Bastou que o Presidente do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve - FED), Ben Bernanke admitisse em depoimento, no Congresso Americano, a possibilidade de apertar a oferta do dólar com a redução de suas compras de títulos, para que mudassem os fluxos do capital. Os recursos passaram dos mercados emer-gentes para voltarem aos países desenvolvidos, em função de uma expectativa de melhoria dos juros nestes países.

Os volumes de aplicação de dólares, pelo FED, vinham sen-do da ordem de US$ 85 bilhões por mês, o que levou àquela instituição a acumular em sua carteira um valor, destes títulos, da ordem de US$ 3,3 trilhões. Dinheiro que o setor privado vem apropriado e direcionando, não só para a economia interna dos EUA, mas, principalmente, para os mercados emergen-tes que apresentam melhores remunerações.

O anúncio de Bernanke caiu no mercado financeiro como um tsunami. Mesmo sem ter dado detalhes de como e quando teria início a operação de “enxugamento” do merca-do, os efeitos foram imediatos e assustadores. Isso ocorreu mesmo depois de ter informa-do que a medida seria lenta e gradual, provocando a valoriza-ção do dólar, da taxa de juros e

invertendo o fluxo internacional do capital, que inicia uma forte corrente de retorno, principal-mente, para os EUA.

Caso a medida já estivesse sendo praticada, estes reflexos no mercado seriam normais, pois a redução da oferta do dólar, claramente, provoca sua valorização e alta nos juros. O que está assustando o mundo financeiro é como o mercado reagiu com tamanha velocidade diante de um fato ainda não consumado e sem uma data para acontecer.

Entre 30 de abril e 14 de junho, com a valorização do dólar, a moeda brasileira (Real) desvalorizou 7% em 45 dias - de R$ 2 por dólar, para R$ 2,14 -, situação que se agravou ainda mais nos últimos dez dias, com a percepção do mercado em relação à mobilização política--popular que se alastras por todo o país. A desvalorização chegou a mais 3,7% e o real atingiu a cotação de R$ 2,22 por dólar. O Brasil dispõe de uma reserva externa da ordem de US$ 370 bilhões, o que dá uma grande confiança ao mercado na sustentação de pressões externas do câmbio.

Também foram adotadas outras medida como a isenção do IOF sobre operações futuras do câmbio, medida considera-da pelo mercado sem grande efeito, dadas as atuais condi-ções da economia brasileira que apresenta baixa capacidade de atração de capital externo.

Este vendaval cambial chega

ao Brasil em um momento não muito confortável para a eco-nomia do país, pois a taxa de crescimento está muito baixa, a balança comercial fragilizada, tendendo para um saldo nega-tivo e com grandes perdas de capital externo, já antes deste tsunami cambial.

Para o agronegócio, a atual mudança do câmbio apresenta dois efeitos diferentes: impacto no custo de produção e nos preços dos produtos agrícolas. Em decorrência das importa-ções de insumos, o custo de produção se eleva. Principal-mente, no caso do potássio em que a dependência externa está em cerca de 90% do volume consumido no país.

Já no que se refere aos pre-ços agrícolas, que beneficiam o produtor, o impacto é bem mais direto do que no custo, dado que, com a globalização dos mercados, a maioria destes preços tem formação externa cotados em dólar e são repas-sados para o mercado interno através da conversão cambial.

O somatório dos fatores que estão valorizando o dólar, indica que o país não apresenta pré-condições para sustentar um câmbio abaixo de R$ 2 por dólar, mesmo com as isenções de IOF, consideradas insufi-cientes para inverter o fluxo de capital externo. O cenário mais provável é de um novo patamar cambial, com uma ligeira aco-modação em relação às cota-ções destes últimos dias, pouco acima de R$ 2 por dólar.

Um novo patamar do câmbioPedro Arantes | [email protected]

Pedro Arantes é

economista e analista

de mercado da Faeg

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Doença foi registrada em granja no Sul do País e alerta produtores para precauções

Catherine Moraes | [email protected]

Cuidados podem prevenir Disenteria

SUINOCULTURA

Porcos com dificuldade de ga-nho de peso, desidratados, com crescimento retardado além de

disenteria com muco e sangramento. Estes sintomas podem indicar que o rebanho foi contaminado com Disen-teria Suína, doença registrada no Brasil pela primeira vez em 1978. Até o ano passado, não havia, entretanto, casos de relevância clínica até que uma gran-ja do Sul do País foi afetada e causou alerta aos produtores do Brasil. Goiás ainda não possui registros, mas com cuidados especiais, é possível prevenir.

A doença é provocada pela bacté-ria Brachyspira hyodysenteriae e não apresenta riscos à saúde humana. Os suínos, entretanto, apresentam diar-reia com presença de muco e sangra-mento; grande desidratação e ema-

Bebedouros não podem favorecer a contaminação fecal

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grecimento. Os rebanhos afetados sofrem queda no desempenho nas fases de creche, recria e terminação, com piora na conversão alimentar e aumento da mortalidade. Os animais que se recuperam apresentam cresci-mento retardado.

Presidente da Comissão de Sui-nocultura da Faeg, Iuri Pinheiro Ma-chado explica que ainda não há rela-tos em Goiás mas, devido ao grande trânsito de caminhões e entrada de animais (leitões e reprodutores) de fora do Estado, há sim o risco de as granjas goianas serem afetadas. Daí a atenção que os produtores devem dar às medidas de biossegurança. “No mundo esta doença está presente em praticamente todos os países produ-tores de suínos que incluem Europa e

América do Norte”, completa. Quando a doença entra na gran-

ja, até mesmo as matrizes mais velhas apresentam os sintomas. Apesar disso, os mais afetados são os suínos nas fases de crescimen-

to, desde a creche até a terminação. Além da presença do agente infeccio-so, uma série de fatores pode con-

tribuir para a gravidade das

manifestações clínicas e o prejuízo decorrente. Os principais problemas são instalações inadequadas que cau-sam desconforto aos animais: excesso de umidade, frio e superlotação.

“Lâmina d’água e cochos tipo ca-lha aumentam a disseminação da do-enças entre os animais assim como falha na limpeza diária e entre lotes (manejo all in - all out e vazio sani-tário); rações de baixa qualidade; co-chos e bebedouros que favoreçam a contaminação fecal; mistura de ani-mais de diferentes idades com lotes diferentes e programas inadequados de medicação preventiva, podem ser agravantes”, afirma o presidente.

DiagnósticoPara receber o diagnóstico é pre-

ciso consultar um médico veterinário, para a realização do exame clínico e, se necessário, encaminhar material para diagnóstico laboratorial. “É pre-ciso diferenciar os sintomas de ou-tras enfermidades gastrointestinais como: úlceras gástricas, salmonelo-se, enteropatia proliferativa e coliba-cilose, por exemplo. O diagnóstico definitivo e diferencial é feito em la-boratório, a partir da coleta de fezes e de fragmentos de intestino grosso de

animais necropsiados. No labo-

ratório é preciso diferenciar de outras bactérias espiroquetais, como a Bra-chyspira pilosicoli”, acrescenta Iuri.

Cuidados necessáriosAinda não existe vacina para pre-

venção e, quando os animais são afe-tados, a única forma de tratamento é o uso de antimicrobianos nas rações. O tratamento muitas vezes é caro e, devido à resistência bacteriana, é pouco eficaz. Em alguns sistemas de produção a solução tem sido a despo-pulação parcial ou total da granja, o que gera um grande prejuízo e inter-rupção temporária da atividade.

De acordo com o presidente da Comissão de Suinocultura, a melhor forma de se ver livre da Disenteria Su-ína é adotando medidas de biossegu-rança como exigir que os caminhões que transportam suínos acessem a granja somente depois de serem lava-dos e desinfectados em local fora da fazenda. Preferentemente, este veícu-lo deve ficar vazio (depois de lavado e desinfectado), por no mínimo, 24 horas. Entre os cuidados básicos a se-rem tomados preventivamente estão ainda: manter controle de roedores e evitar a entrada de cães e outros ani-mais domésticos na granja.

Além disso, os produtores nunca

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podem favorecer a contaminação fecal

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Excesso de umidade, frio e superlotação podem favorecer contágio

devem permitir a entrada de funcio-nários da granja na carroceria dos caminhões. Para completar, todo animal que entrar no caminhão não poderá, em hipótese alguma, retor-nar à granja. Deve-se também usar o livro de visitas com registro de nome, empresa, data de último con-tato com suínos e assinatura. “Vi-sitantes que tiveram contato com outros suínos (granjas e abatedou-ros) no mesmo dia ou no dia ante-rior devem ser impedidos de entrar. Qualquer material ou equipamento que entre na granja deverá ser de-sinfetado ou passar pelo fumigador e os funcionários devem ser orien-tados e cobrados sobre as medidas

de biossegurança, não podendo, em hipótese alguma, possuir suínos em sua casa”, completa.

Os produtores devem tomar cuidados com todas as pessoas que adentrarem à granja, fazendo-os passar pelos vestiários da barreira sanitária, tomando banho e tro-cando de roupa cada vez que pas-sam da área suja para a área limpa. Atenção especial deve ser dada aos calçados. Os calçados usados fora da granja em hipótese alguma po-dem passar para a área limpa. Por fim, quando eles retornarem para a área suja, devem deixar as roupas usadas dentro da granja na área limpa, antes do chuveiro.

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Excesso de umidade, frio e superlotação podem favorecer contágio

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As grandes questões doagronegócio acontecemprimeiro aquiDias 8 e 9 de agostoem Cuiabá-MTCenarium Ruralwww.bienaldaagricultura.com.br

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Projeto integra municípios que fazem parte de polo de excelência em produção rural

Leydiane Alves | [email protected]

Planejar para crescer

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Com o objetivo de identificar e promover o atendimento das necessidades dos produtores

rurais, foram entregues os primei-ros Planejamentos Estratégicos para o Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária a municípios goianos. Essa é a quarta etapa do programa Prefeito Aliado do Progresso (PAPP), desen-volvido pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em parce-

ria com os Sindicatos Rurais e prefei-turas goianas. O primeiro município a receber o documento foi Goianésia. A entrega oficial foi realizada no mês de maio, no auditório da prefeitura. Desde que o programa foi lançado, em janeiro de 2013, 26 municípios já solicitaram a participação no projeto.

Para Jalles Fontoura, prefeito de Goianésia, o programa é de extrema importância para um governante que

está em começo de mandato. Isto por-que, por meio dos dados levantados pela Faeg, eles podem observar quais eram as questões que necessitavam ser melhorada.“Observamos que as necessidades coincidem com o pla-no estratégico criado pela prefeitura, onde o Programa Prefeito Aliado do Progresso contribui de forma inten-sa”, completa.

O prefeito lembra que o PAPP abre

Presidente da Faeg, José Mário, entrega ao Prefeito de Goianésia, Jalles Fontoura, a placa de participação do PAPP

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a oportunidade de melhorar o muni-cípio de forma econômica e social. “O Programa nos mostrou que 69% dos nossos produtores rurais vivem na classe D/E. E queremos mudar essa realidade. Nosso objetivo é que esse número passe para as classes A/B e C. E, dessa forma, aumentar a renda da população e, consequentemente, do município”, avalia.

Segundo o superintendente da Faeg e coordenador do Programa, Claudinei Rigonatto, o objetivo é dotar as Secretarias Municipais de Agricultura de condições para funcio-namento eficiente, auxiliando na es-truturação do planejamento de ações, de formulação de políticas agrícolas do município, de estrutura técnica,

econômica e orçamentária. “Tudo isso para promover o fortalecimento do setor agropecuário no município, criar formas de estimular o consumo da produção local, melhoria na capa-cidade de renda e na vida da socieda-de local”, explica.

O Secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Goianésia, João Pedro Braollos, destaca que o Progra-ma deu ao município um norte a ser seguido. “Com o planejamento estraté-gico elaborado e o nosso plano de ação traçado, tivemos como alinhar nossas ações e direcionar o nosso foco princi-pal, que é o produtor de baixa renda.”

Ele acredita que a ação é muito impor-tante para Goianésia. “Dessa forma acabamos aplicando os nossos recur-sos, que não são muitos, para quem re-almente necessita e o município acaba tendo retorno com isso”, diz.

Braollos conta que o planejamento já começou a ser colocado em prática, por meio da identificação das neces-sidades dos produtores, como trei-namento, capacitação e a elaboração dos projetos já direcionados à classe. “Nosso projeto de piscicultura é um grande exemplo. A partir da segunda quinzena de julho já começamos a es-cavar os tanques”, lembra.

A proposta do programa é iden-tificar e qualificar oportunidades de melhoria no ambiente de negócios dos produtores rurais. Desta forma, o programa visa capacitar as prefeituras para uma melhor gestão da Secreta-ria Municipal de Agricultura e auxiliar na formulação de políticas públicas, estruturação técnica, econômica e o planejamento de ações visando o progresso do município e melhoria na vida dos produtores e moradores.

Todos os 30 programas desen-volvidos pelo Sistema Faeg/Senar para melhorar a produção agropecu-ária, melhorar a renda e a qualidade de vida do produtor e trabalhador rural poderão ser realizados nos municípios parceiros do Programa Prefeito Aliado do Progresso.

O Programa é desenvolvido em cinco fases: Visita ao município, Diagnóstico, Planejamento Estra-tégico da Secretaria Municipal de Agricultura, Elaboração do Plano Estratégico Municipal do setor rural e Implantação e Acompanhamento das Ações (Consolidação dos Traba-lhos e Avaliação dos Resultados). Além do município de Goianésia, Alexânia, Jussara e Minaçu partici-param da quarta etapa e receberam seus Planejamentos Estratégicos.

Articulação políticaO Programa Prefeito Aliado do

Progresso é a terceira etapa do pro-jeto que reafirma a maior participa-ção do setor produtivo rural no pro-cesso político. Ele visa acompanhar, monitorar e avaliar a aplicação das expectativas e dos compromissos assumidos pelos prefeitos com a população local de cada município participante do projeto O Que Es-peramos do Próximo Prefeito, com base na Agenda de Desenvolvimen-to Municipal.

Na segunda etapa do projeto, fo-ram realizados debates com os can-didatos que concorreram ao cargo de prefeitos nos eventos realizados pela Faeg e os Sindicatos Rurais em 130 municípios goianos, nos meses de agosto e setembro de 2012.

As Agendas de Desenvolvimen-to Municipal foram elaboradas na primeira etapa do projeto realizado antes das eleições municipais, nos meses de abril e maio de 2012, em 123 municípios goianos. Foram elabo-radas contendo todas as expectativas levantadas por produtores e membros da comunidade que participaram nos seminários locais e que contribuíram com consultas e tabulações de relatos em cada um dos municípios.

Impulso ao desenvolvimento municipal

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Pesquisa desenvolvida em parceria com a UEG aponta para possível redução de custos e satisfação na produtividade

Cama de frango na agricultura

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Diminuir custos de produção e aumentar a produtividade. Essa equação é considerada

a menina dos olhos de todo produ-tor rural, que está prestes a ganhar mais um aliado – o fertilizante orga-nomineral farelado à base de cama de frango. Desenvolvido pela Uni-versidade Estadual de Goiás (UEG), o avicultor José Renner e a empresa Krion Agroscience, o novo produto ainda está em fase de teste mas vem destacando por essas, entre outras vantagens.

Substrato utilizado para cobrir o

piso de viveiros e galpões avícolas, a cama de frango é, geralmente, com-posta por fezes de animais, restos de ração como soja, milho e micronu-trientes, entre outros elementos que podem variar de região para região. Dessa forma, a cama de frango já é aproveitada como adubo orgânico para beneficiar o solo em diferentes culturas e pastagens.

Segundo a professora da UEG e pós-doutora em Ciência do Solo, Adriana Ribon, essa combinação é rica em fósforo, nitrogênio, potássio e enxofre. Entretanto, pode conter

quantidade elevada de sódio (que é prejudicial às plantas) e, ainda assim, a quantidade de fósforo presente na composição não costuma ser sufi-ciente para suprir as necessidades da planta. É com o intuito de corrigir esses fatores que entra a importância do estudo. “Por isso, é importante trabalhar com o equilíbrio, para dimi-nuir o custo de produção e aumentar a produtividade”, afirma.

No produto, existe a presença de rocha fosfatada e a fabricação é feita na forma farelada. Em fase de teste e desenvolvimento há um ano com a

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para a Revista Campo

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Usada para cobrir piso de galpões avícolas, a cama de frango poderá ser aproveitada como adubo orgânico

cultura da soja, a pesquisa avaliou di-ferentes doses do organomineral em destaque, comparadas a três doses do fertilizante químico comum, so-bre os parâmetros de produtividade da soja: altura da planta, altura de inserção da primeira vagem, núme-ro de vagens por planta, número de grãos por vagem, peso de mil grãos e produtividade, além da análise de custo-benefício. “Vamos testar com a cultura do milho e pastagem, por exemplo. Mas é uma pesquisa que tem de continuar, tentando agregar fatores como custo de produção e

produtividade”, ressalta. Esse projeto é parte de um traba-

lho de conclusão de curso e pesquisa científica dos universitários Wendell Douglas Machado e Milca Rodrigues, orientados pela professora Adriana Ribon. Os testes são realizados em diferentes propriedades rurais, cujos talhões foram subdivididos para que sejam feitas análises comportamen-tais da cultura. Vale lembrar que, para que seja feito todo o procedimento, é preciso, primordialmente, uma análi-se de solo do talhão.

“Conseguimos fazer o aprovei-tamento da cama de frango de for-ma racional, utilizando exatamente a quantidade necessária para o solo daquela região”, diz Adriana. A mi-neralização beneficia o solo de forma mais rápida, com menor impacto. Ou-tro fator benéfico apontado é a dimi-nuição do volume do composto.

AdubaçãoO aumento na eficiência no plantio

é um dos grandes ganhos do expe-rimento. Segundo o produtor e avi-cultor José Renner de Souza Rates, tradicionalmente, o potássio é apli-cado antes do plantio. No entanto, essa metodologia modifica ao ser utilizado o composto organomineral. Ele afirma que, o resultado mais in-

Avicultor José Renner afirma que, com uso de adubo, teve redução de custos

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teressante, foi observado ao utilizar o adubo químico na base e, depois, feito o lançamento do produto orga-nomineral em composição de 50% para cada produto.

“Dessa forma percebemos um arranque na cultura com o desenvol-vimento radicular da planta e o com-posto ajuda a desenvolver o sistema produtivo”, afirma. Utilizando desse procedimento, são computados nas análises do trabalho de conclusão de curso, a diminuição dos custos de produção com o menor emprego de maquinário, óleo diesel e mão de obra. Além disso, o custo do adubo organomineral é mais barato que o químico comercial.

José Renner conta que foi obser-vado também que, com o emprego do novo produto, o desenvolvimento vegetativo é melhor em situações cli-máticas mais estressantes. “A planta teve maior resistência em períodos mais prolongados de seca. Além dis-so, aplicando um produto vivo, o produtor potencializa toda a micro-biologia do solo”, afirma.

HistóriaO produtor e avicultor José Ren-

ner é considerado o incentivador do projeto. Com o intuito de diminuir os custos de produção de dentro da por-teira, pesquisou, buscou informações em empresa de consultoria até ser orientado a procurar a universidade e uma empresa para desenvolver a pes-quisa. “Na realidade, esse conceito de compostagem já existe, mas pro-curei uma empresa e a universidade. O produtor hoje, precisa trabalhar com o menor custo de produção de dentro da porteira, porque fora dela, há muitos gargalos”, ressalta.

Além de diminuir os custos de produção no ciclo das culturas, ain-da consegue ter rentabilidade com a cama de frango. Ele calcula que um galpão com 30 mil aves, anualmente, produza cerca de 180 toneladas de cama de frango. O substrato pode ser

comercializado em torno de R$ 60 a R$ 80 a tonelada, dependendo da épo-ca do ano. “Como é um material que tem de ser vendido em um curto es-paço de tempo, dependendo da época vendemos a um preço barato, aquele de mercado”, avalia. Porém, após o processamento do substrato, o pro-dutor ganha elasticidade no prazo de venda. “Com o processo de composta-gem vou ter tempo de processar, agre-

gar valor e depois revender”, ensina.

AnáliseJosé Renner destaca que o compos-

to pode ser feito sob medida para a cul-tura de milho, soja ou mesmo pasta-gem, desde que previamente, seja feita uma análise de solo. Esse procedimen-to aponta as condições físico-química do solo e expõe a fonte de matéria-pri-ma necessária para a adubação.

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Victor Talles, Milca de Souza, Wendell Machado, professora Adriana e Kathleen Lourenço são responsáveis por pesquisa

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União de negócios, entretenimento e informação pode garantir um evento bem sucedido

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para a Revista Campo

Feiras agropecuárias de sucesso

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As palavras de ordem são: pla-nejamento, organização e diversificação. Para que uma

feira agropecuária que engloba, ne-gócio, entretenimento e capacitação profissional seja bem sucedida, o trabalho nos bastidores começa com meses de antecedência. A contrata-ção de mão de obra especializada é fundamental para o empreendimen-to, e a diversificação fica a cargo de tentar atrair, contemplar e agradar o maior número de participantes.

Há três anos como presidente do Sindicato Rural de Jataí e há 12 anos

como integrante da entidade, Ricar-do Assis Perez, tem propriedade para dizer que desenvolver uma feira agro-pecuária não é uma tarefa fácil. Ele conta que o trabalho de captação de parceiros e apoio financeiro começa com cerca de cinco meses de antece-dência. “Eles são fundamentais para o sucesso da feira. Tem muito gasto e também tem de saber pisar no freio para não extrapolar o orçamento”, diz. Nesse período também já são feitas as contratações de shows e rodeio.

Já os primeiros detalhes de prepa-ração da Exposição Agropecuária de

Rio Verde, a Expo Rio Verde, começa logo após a finalização de uma edi-ção. O presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Walter Baylão Júnior, explica que alguns contratos já são fe-chados no fim do mês de agosto. “Es-pecialmente aqueles de valores mais elevados”, diz. Essa é uma fórmula que garante mais segurança para os organizadores do evento. Contratos de shows, rodeios e estruturas metá-licas ocorrem também já no mês de agosto. A festa está marcada entre os dias 12 e 22 de julho.

Ele afirma que os custos dessas

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tos, são feitas cotações com empresas em busca de melhores preços.

ParceriaPara que tudo dê certo, uma pre-

missa é mobilizar a participação de empresas públicas e privadas, além dos poderes públicos municipal e es-tadual. Ricardo acredita que para a fei-ra ficar mais atraente para o público e produtores, não se pode abrir mão da diversificação. “Temos estandes que vende imóveis, implementos agrícolas, maquinário, piscicultura e também es-tandes da Saneago, por exemplo”, diz.

A ideia é apresentar novidades para o produtor rural que está enga-jado em alguma atividade ou mesmo apontar alternativas de diversifica-ção para outros. O local abre espaço para leilões de ovinos, gado de leite, gado de corte, ranqueamentos, agri-cultura familiar, piscicultura, entre outras atividades.

Na 41º edição da Expaja foram instalados, no Parque de Exposição Agropecuário, 70 estandes voltados para negócios e outros 25 estandes de alimentação. Tudo isso em uma área

de 14,5 hectares. O Sindicato de Ja-taí criou uma espécie de concorrência saudável para fomentar os negócios.

Segundo Ricardo, os três estandes mais bonitos e estruturados da festa, ganham desconto no aluguel do espa-ço para a próxima edição. “Eles inves-tem em contratação de arquiteto e um estande desses pode custar até R$ 90 mil na instalação. Fica bonito, atrai o público e todo mundo ganha”, diz.

Ele explica também que, de olho no grande fluxo de pessoas, algumas empresas apresentam novos produ-tos durante a feira, geralmente, com linhas de crédito com juros redu-zidos. Estimativa revela que, nesta última edição, que ocorreu entre os dias 10 e 16 de junho, 70 mil pessoas circularam pelo local.

O mesmo ocorre em Rio Verde. Os estandes buscam inovar, expor lan-çamentos de produtos com alto valor tecnológico e ainda, como chamariz, apostam em melhores formas de pa-gamento. Baylão Júnior calcula que, nos 10 dias de festas, cerca de 100 mil pessoas circulem pelo Parque de Exposição de Rio Verde.

festas são, geralmente, proporcio-nais à estrutura da cidade, evento ou sindicato rural. Por isso, aconselha seguir à risca todo o planejamento financeiro para que não haja descon-trole e as contas fiquem no vermelho.

O quadro de funcionários do setor financeiro deve ficar atento e nortear os organizadores do evento apontan-do os recursos disponíveis para cada setor. “Uma dica é não exagerar. Cum-pra aquilo que prometeu, mas resguar-de o sindicato. Essa é uma festa para a população e não temos fins lucrati-vos”, ensina. Antes de fechar contra-

Feiras agropecuárias buscam se especializar para conciliar diversão e empreendimento. Na foto, última edição da Expo Rio Verde

Na Expaja 2013 a diversificação foi a chave do sucesso da feira

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grafica talento

SegmentaçãoRicardo lembra que uma fórmula

consolidada e de sucesso é a de dife-renciar as datas das palestras com os shows. Os primeiros dias são destina-dos às palestras gratuitas – um total de 11 na última edição. Já os últimos dias são focados para os shows musi-cais. “Como no interior todo mundo conhece todo mundo, tem de tomar

cuidado com o número de credenciais. Os shows tem custo e as pessoas pre-cisam entender que existe a necessi-dade de cobrar a entrada”, ensina.

ContrataçãoWalter Baylão Júnior afirma que

15 pessoas trabalham nos bastido-res da organização da Expo Rio Ver-de. Ele calcula que cerca de 1,5 mil pessoas vão trabalhar durante os 10 dias de festa. Foram contratados 30% a mais na mão de obra voltada para segurança.

Já Ricardo calcula que são contra-tadas cerca de 800 pessoas de todas as áreas. A importância de mão de obra especializada é fundamental. O setor de segurança, por exemplo, é um dos mais visados.

Além do apoio da segurança públi-ca, são contratados profissionais tercei-rizados. Neste setor, qualquer deslize pode trincar a imagem da festa. “É uma festa feita para a família e é preciso que todos se sintam seguros”, destaca.

AvaliaçãoSemanas após a finalização de

uma edição da festa, com as imagens ainda frescas na memória, Ricardo afirma que são realizadas reuniões com os integrantes da organização para que sejam levantados os pontos assertivos e os erros cometidos du-rante o evento. “Dessa forma procu-ramos alternativas para não repetir os erros nas próximas festas”, afirma.

Walter Baylão Júnior afirma que os organizadores do evento de Rio Verde compartilham do mesmo pro-cedimento. Entretanto, explica que muitas falhas podem ser corrigi-das ao longo do próprio evento. Ele aconselha dividir as tarefas de for-ma mais igualitária, para não sobre-carregar nenhum membro da equipe organizadora. Essa medida diminui as chances de erros. “As pessoas precisam apoiar umas as outras. Se um companheiro está mais sobre-carregado, o outro deve dar uma mão”, explica.

Jornalista Heraldo Pereira participou da última edição da Expaja

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DELÍCIAS DO CAMPO

INGREDIENTES

1 kg de filé de tilápia2 pacotes de creme de cebola200 g de mussarela ou queijo parmesão ralado2 caixas de creme de leite

MODO DE PREPARO:1º passo: Empane os filés de tilápia descongelados no creme de cebola e coloque em uma forma de vidro untada com azeite de oliva2º passo: Acrescente o creme de leite3º passo: Leve ao forno alto por 25 a 30 minutos4º passo: Logo após, acrescente a mussarela ou parmesão e deixe gratinar

Receita elaborada por instrutores de piscicultura do Senar Goiás, Fernando Malamud e Fabrício Galdino.

tilÁPiA GrAtinAdA

Envie sua sugestão de receita [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

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Evento reúne, em Goiânia, representantes de 10 nacionalidades

Leydiane Alves | [email protected]

Mercado mundial em debate

CONGRESSO INTERNACIONAL DA CARNE

“O Brasil é o País que deve-rá atender á grande de-manda mundial de ali-

mentos e principalmente de carne.” A frase do presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, abriu a cerimônia oficial do Congresso In-ternacional da Carne 2013, realizado no Teatro Rio Vermelho do Centro de Convenções de Goiânia entre os dias 25 e 27 de junho. O evento é uma re-alização da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), do Serviço

Nacional de Aprendizagem Rural (SE-NAR Goiás) e do International Meat Secretariat (IMS-OPIC). Durante os três dias de trabalho, o público acom-panhou 19 palestras, dividas em seis painéis.

José Mário falou do orgulho em re-ceber pecuaristas vindos de 10 países diferentes para o congresso e agrade-ceu o IMS, os parceiros institucionais e os patrocinadores por acreditarem no Estado de Goiás e na Federação como realizadora do evento interna-

cional. “Da mesma forma com que cresce nossa importância como Es-tado produtor e como representante dos produtores rurais goianos, cresce nossa responsabilidade por fornecer uma maior quantidade de alimento e de qualidade”, disse.

O primeiro painel a ser discutido foi a produção de carne: as visões dos setores. Para a senadora, Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agri-cultura e Pecuária do Brasil (CNA), que apresentou a visão do setor pro-

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dutivo, o Brasil tem barreiras inter-nacionais que priva os produtores 40% de exportação no mundo, isso porque o selo de gado livre de Aftosa com vacinação não tem validade cien-tífica. “Esse status nos priva de Ja-pão e Estados Unidos, por exemplo. Queremos buscar mercado, mas tam-bém não queremos destruir produção local de nenhum país”, completou a presidente da CNA.

O presidente da Associação Brasi-leira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camar-delli fez uma exposição histórica so-bre o gado no Brasil e sobre os princi-pais frigoríficos. Ele discorreu ainda sobre a importância da Europa para a exportação brasileira, principalmente no quesito carne de primeira linha.

Adriano Santos, diretor responsá-vel pelo Comitê de Sustentabiliuda-

de ABRAS inicou a terceira palestra do primeiro painel, com enfoque no setor varejista. Segundo ele, diaria-mente, 25 milhões de consumidores compram em 84 mil lojas do Brasil. Completando a apresentação, Giam-paolo Buso, diretor comercial da Pari-Passu afirmou que do ponto de vista do supermercado, o principal proble-ma é a perda de alimentos, incluindo a carne.

Sanidade e qualidade da carne foram os temas debatidos no terceiro painel do Congresso Internacional da Carne 2013. Hsin Chung Huang, se-cretario geral do International Meat Secretariast (IMS), faliu sobre Sus-tentabilidade, o que significa para o setor da pecuária?

O palestrante explicou a missão da entidade formada por 90 mem-bros e representada por mais de 30 países. Comentou da oportunidade que o IMS oferece para a troca de experiências entre os países produ-tores. Falou da sustentabilidade e

como esse conceito deve ser aplica-do de forma diferente em cada país.

Luis Alfredo Fratti Silveira do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC) foi o segundo pa-lestrante do painel. Falou da quali-dade da carne uruguaia e de todo o processo desta conquista por meio do esforço, longo prazo, sujeitos políticos e da história com mais de 400 anos passada de geração em geração nas famílias que produzem gado de corte. Hoje o país é o séti-mo exportador mundial.

O diretor do Conselho Nacio-

nal de Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Guedes, apresentou de forma didática uma leitura da ca-deia da carne brasileira. O mercado movimenta o equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) com valor de R$ 330 bilhões. A produ-ção de 10,6 milhões toneladas é di-vidida em 78% para o Brasil e 21% para exportação.

Saiba mais sobre todos os pai-néis e acesse as palestras do Con-gresso Internacional da Carne por meio do site do Sistema Faeg/Se-nar: www.sistemafaeg.com.br.

O tema central do segundo pai-nel foi Gestão e organização da ca-deia produtiva, que levou aos parti-cipantes três palestras. Boi a pasto, um bom negócio para a Austrália, foi a primeira a ser discutida.

Peter Barnard, gerente geral de comércio e serviços de economia da MLA, da Austrália, destacou que, apesar das dificuldades enfrenta-das na produção, a Austrália tem sido bem sucedida em seu mercado nacional. “As vendas nos mercados

externos se tornaram mais valiosas nos últimos 150 anos”, avalia. Ele destaca que, para os próximos 10 anos, o país espera que a produção a pasto seja melhor. “Os produtores estão otimistas em relação à visão geral da produção a pasto.” Ele des-tacou as tendências do mercado nos países desenvolvidos.

O consultor internacional, Francisco Vila, debateu sobre O caminho do boi: A revolução na pecuária. Para ele, a produção da

pecuária está inserida na realida-de e terá que mudar conforme as mega-tendências. Richard Brown, diretor da empresa de consultoria Gira, da Inglaterra, levantou ques-tões de Como o homem está na produção de carne bovina? Para ele, a visão de análise de mercado do Reino Unido está otimista. “A cadeia produtiva e analistas tem boas perspectivas para o mercado da carne.”

Sanidade e qualidade da carne em discussão

Consumidores mais exigentes norteiam padrões de qualidade

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Pioneira no curso de solda elétrica, em Vicentinópolis, funcionária de usina consegue promoção em emprego

Catherine Moraes | [email protected]

Determinação feminina

CASO DE SUCESSOM

ende

l Cor

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Rosimeire Pereira foi a primeira soldadora da região

Duas horas diárias de sono durante uma semana e um desejo firme no peito: espe-

cializar-se em solda elétrica, subir de cargo na empresa em que trabalhava e garantir maior salário. Foi com essa determinação que Rosimeire Pereira da Silva, de 32 anos, se tornou a pri-meira mulher moradora do município

de Vicentinópolis a exercer a função. Egressa do treinamento de Solda Elé-trica promovido pelo Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) em parceria com o sindicato rural do município, ela afirma que agradece a Deus pela oportunidade e se orgulha de ser tomada como exemplo para os demais colegas de

trabalho. Rosimeire é natural de Santa Hele-

na de Goiás, mas foi registrada como baiana. Isso porque todos os irmãos nasceram na Bahia e o pai aproveitou para registrá-los de uma vez só. Mãe de três filhos: Stefane (4), Augusto (7) e Michele (19), ela se mudou para Vi-centinópolis há quatro anos em busca

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de emprego na Usina Caçu, local onde já trabalhava um irmão. Na época, ela atuava como auxiliar de eletricista na prefeitura de Tuverlândia. Inicialmen-te, Meire, como é chamada, foi empre-gada na moenda de cana e também realizava serviços mecânicos. Isso, até que um amigo lhe falou sobre a vaga no curso de solda.

“Eu cheguei a pedir para ser dis-pensada no trabalho por uma sema-na para poder fazer o curso durante o dia. Na época meu chefe não permi-tiu e disse que eu poderia trabalhar à noite, entre 21 horas e 5 horas da ma-nhã para poder cumprir minha carga de trabalho. Eu aceitei, trabalhava à noite toda e depois pegava uma caro-na até o trevo. De lá, caminhava até chegar à minha casa, tomava banho e seguia para a fazenda onde era re-alizado o curso. No nosso horário de almoço, eu aproveitava para dormir um pouco. Durante esta semana, se eu dormi 2 horas por dia, foi muito, mas não me arrependo e faria tudo de novo. O que vem fácil, vai fácil e eu agradeço a Deus por essa oportuni-dade”, se emociona.

Depois do curso, a então soldado-ra conta que conseguiu um teste na usina para atuar na nova área para a qual havia sido capacitada. Foi assim que o salário deixou de ser um sa-lário mínimo e subiu para R$ 1.600 ganhando gratificação de soldador júnior. A expectativa agora é que com a experiência, suba ainda mais ultra-passando R$ 2 mil. “Antes eu traba-lhava na moenda de cana, com servi-ço mais pesado, mecânico até. Hoje minha vida mudou muito”, garante.

Mobilizador do Senar no Sindi-cato Rural de Vicentinópolis, Edson Jorge da Silva conta que Rosimeire foi inspiração para outras mulheres e afirma que, depois dela, outras várias procuraram o curso. “Eu fiquei mui-to surpreso com Rosimeire, chegava para levar a alimentação dos bene-ficiários e ela estava dormindo em um colchonete. No início, achei que

Egressa do treinamento do Senar, ela soma vitórias após capacitação

Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Vicentinópolis devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (64) 3691-1593.

ela estava doente, ou algo assim, até que me contaram que ela trabalhava à noite toda para poder realizar o curso durante o dia”, recorda.

Edson Jorge afirma que, em Vi-centinópolis, os cursos são oferecidos

em parecia com uma fazenda e com o sindicato rural. “É necessário cautela para não queimar os olhos, mas no geral é um trabalho tranquilo. A mu-lher é mais caprichosa em trabalhos como este”, finaliza.

Como participar?

João Bosco de Souza, instrutor do Senar na área de Solda Elétrica informa que, para participar dos cur-sos é necessário requerer pelo site www.senargo.org.br. “O curso é re-alizado de acordo com a demanda e pode ser feito em qualquer cidade do Estado, desde que a prefeitura ou o sindicato rural do município sejam parceiros do Senar”, explica. Entre os pré-requisitos previstos no site

estão: ter acima de 18 anos e ser al-fabetizado.

Ele acrescenta que o mercado em todo o Estado está muito aberto a profissionais. “Desde que o Minis-tério do Trabalho passou a exigir certificados para tal atividade, mui-tos profissionais que já trabalhavam na área se especializaram. O Senar criou este curso há quase 10 anos e a demanda é crescente”, finaliza.

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CURSOS E TREINAMENTOS

lucro garantidoleydiane Alves | [email protected]

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Tom

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li

eM JUnhO, O senAr PrOMOVeU

343 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 71 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

5.009PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

43 149 2 5 11 100 28 23 5 3 10 27 3

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

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O produtor Getúlio Fernandes, de Uruaçu, está na atividade há cinco anos. Ele produz mensalmente 12 toneladas de tilápias

O Brasil detém a maior reserva de água doce do mundo (cerca de 13,5% do total), além da extensa faixa costei-

ra de 8 mil quilômetros que o coloca como um dos maiores potenciais produtores de pescados. A produção nacional de peixes, no entanto, é ainda muito tímida. Em 2010, dado mais recente, foi de cerca de 479,3 mil toneladas, representando uma alta de 15,3% sobre 2009. Goiás ocupa a sétima posição nacional, com uma produção de 18,7 mil to-neladas de pescados, sendo a tilápia a espé-cie mais cultivada.

Porém, a atividade se mostra uma ótima opção de lucro, para aqueles produtores que se especializam na área. De acordo com da-dos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás), o peixe tem a capacida-de de conversão alimentar acima de todas as espécies exploradas comercialmente.

O Treinamento em processamento de peixes e Treinamento em piscicultura são al-gumas das opções que o Senar Goiás oferece gratuitamente. Os cursos têm a carga horá-ria de 24h. Alunos do ensino médio também têm a chance de se aperfeiçoar na área por meio do Pronatec do Senar Goiás que ofere-ce o curso de piscicultor, com a duração de 160 horas.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. Procure também o Sindicato Rural de seu município

eM JUnhO, O senAr PrOMOVeU

343 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 71 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

5.009PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

43 149 2 5 11 100 28 23 5 3 10 27 3

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

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CAMPO ABERTO

Nos últimos anos, os pro-dutores brasileiros têm convivido com o apa-

recimento de pragas e doenças com alto potencial de danos eco-nômicos. Isso se deve principal-mente ao fato da intensificação dos cultivos e o aumento da área plantada no país, com períodos cada vez menores de ausência de lavouras nas propriedades, principalmente nas regiões com o uso de irrigação. Frente a este problema são utilizados diferen-tes métodos visando mitigar os danos causados por estas molés-tias e facilitar seu controle, tendo destaque entre eles o emprego do vazio sanitário, já instaurado para alguns cultivos.

Por vazio sanitário entende--se a ausência total de plantas cultivadas ou voluntárias no campo. Durante o período de vazio sanitário, todas as plantas voluntárias ou “guaxas”, hos-pedeiras da praga alvo, devem ser destruídas, mediante ao uso produtos químicos ou métodos físicos, como o uso de grade, sendo delimitados prazos para esta destruição. Entre os bene-fícios do uso do vazio sanitário, destaca-se a diminuição de ocor-rência da doença ou praga alvo, levando a um menor uso de de-fensivos químicos e redução nos custos de produção.

Dentre os períodos de vazios sanitários já vigentes no país, te-mos destaque para o da soja, que ocorre entre os meses de junho a setembro, variando de acordo com a legislação de cada estado.

Este período sem o cultivo de soja ocorre para evitar os pro-blemas relacionados ao fungo da Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi). Este fungo é biotró-fico, ou seja, necessita de plantas vivas de soja, ou outro hospe-deiro, para sobreviver. Por este fato, o período de vazio sanitário diminui a ocorrência de inóculos da doença, por reduzir a quan-tidade de tecido vivo disponível para o fungo, minimizando ou retardando sua ocorrência.

No estado de Goiás, o perí-odo de vazio sanitário da soja é regulamentado pela Instrução Normativa Nº003 de 2010, da Agência Goiana de Defesa Agro-pecuária, AGRODEFESA. Nesta normativa fica proibida a presen-ça de plantas de soja durante o período de 01 de julho a 30 de setembro de cada ano, ficando autorizada a semeadura a partir de 01 de outubro. Em casos de cultivos para produção de semen-tes genéticas ou para a pesquisa científica, ficam autorizados os cultivos mediante a autorização prévia da AGRODEFESA.

Apesar do vazio sanitário da soja ter como grande objeti-vo o controle da ferrugem asiá-tica, este período de ausência de plantas hospedeiras pode ajudar na diminuição popula-cional de outras pragas, como a Mosca Branca (Bemisia tabaci) e a lagarta Helicoverpa armige-ra, mesmo apresentando outros hospedeiros principais.

Em Goiás, além do vazio sani-tário para a cultura da soja, temos

também um período de vazio para as culturas do tomate e do algodão. No caso do tomate, o vazio foi implementado mediante a Instrução Normativa Nº006 da AGRODEFESA, tendo iniciado em 2011. Nesta instrução ficam defi-nidos os períodos para plantio do tomate, seja ele rasteiro ou tutora-do, visando diminuir os impactos negativos da Mosca Branca (Be-misia tabaci) para a cultura, sendo este período variável dependendo da região do estado. Já no caso do algodão, a Instrução Normati-va vigente é a Nº005, de 2010, e nela também fica definido o pe-ríodo de plantio para cada região do estado, visando o controle do Bicudo do Algodoeiro (Anthono-mus grandis). Outro importante parâmetro definido nestas nor-mativas é o tempo máximo para destruição dos restos culturais e eliminação de plantas voluntárias.

Frente à necessidade de ali-mentar uma população mundial cada vez maior, é necessário o aumento das produtividades atuais e a intensificação dos cul-tivos. Por este fator, estamos diante a uma realidade de cons-tantes mudanças no ambiente rural, com o aparecimento de novas pragas e doenças, as quais nos forçam ao uso de diferentes práticas de manejo visando seu controle. Por este motivo, o res-peito às práticas estabelecidas nos vazios sanitários é de suma importância para garantirmos uma produção cada vez maior, sem elevados custos e com me-nor impacto ambiental.

A importância do Vazio Sanitário

Cristiano Palavro

é engenheiro agrô-

nomo e consultor

técnico do Sistema

Faeg/Senar para

a área de cereais,

fibras e oleaginosas

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Cristiano Palavro | [email protected]

38 | CAMPO Julho / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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