julho 2005

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Notícias do interior do estado do Rio de Janeiro, Cabo Frio, Búzios

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Page 1: Julho 2005
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Page 4: Julho 2005

Política

Alair Corrêa:“PTB? Saí antes”O fogo cerrado quecorre solto em Brasíliainfluenciou a políticaem Cabo Frio 9

Emprego

Há vagas paramédicosHospital Geral deArraial do Cabo preci-sa de pediatras 11

Arraial do Cabo

Meio AmbieneameaçadoIbama adverte Porto doForno e impede expor-tação de minério 13

22 Além das belas praias,a região investe no turismocultural e histórico.

Junho, 2005Número Zero

São Pedro da Aldeia

Viajar de Van eKombi em SãoPedro agora élegal 20

Especial

Crise deIdentidadena prefeitura deBúzios 33

Comércio

A região precisatrabalhar unida 36

Macaé

Centro deconvenções deMacaéSinônimo de bonsnegócios 37

Esporte

Crianças aprendemsobre os perigos domar 41

17 10 PerguntasLuiz Paulo Conde

Armação dos Búzios

Pousadas, hotéis eresidências de Geribáperdem a visão do marcom a proliferação dequiosques 15

Rio das Ostras

Rio das Ostras vaiimplantar aRegularizaçãoFundiária 16

27 Rio Unaestá morrendo

Desenvolvimento

Nas asas docrescimentoObras vão ampliarpista do aeroporto parareceber aeronaves demaior porte 29

Saneamento

Prolagos quermais 10 anos deconcessão 32

5 Marcelo Llévenes“O furto de energiaatrapalha o nossotrabalho”

Capa:Por do sol na Praia da Baleia.Foto de Walmor Freitas.

Capa

Page 5: Julho 2005

CIDADE, Julho de 2005CIDADE, Junho de 2005 5

“O furto de energiaatrapalha o nosso trabalho”

M a r c e l o L l é v e n e s

xperiência ele tem de sobra. É graduado em economia e engenharia comercial, compós-graduação em finanças, marketing e gestão de pessoas. Há 18 anos trabalhandono grupo Endesa, o chileno Marcelo Llévenes confessou estar confiante no cresci-

mento econômico do Brasil mas também disse estar surpreso com o volume de furto deenergia nos 66 municípios servidos pela Ampla da qual é presidente desde julho de 2004.

“E muito furto de energia. Isso atrapalha demais nosso trabalho” disse Llévenesque desde 2002 também ocupa o cargo de presidente do Grupo Endesa -controlador daAmpla- no Brasil.

É casado, pai de três filhos e tem 41 anos. No grupo já ocupou importantes cargosna Chilectra (Chile), na Edesur (Argentina), Edelnor (Peru) e Codensa (Colômbia).

Simpático e simples começou esta entrevista no gabinete do prefeito Paulo Lobo,em São Pedro da Aldeia acompanhado pelo secretário de Minas, Energia e IndústriaNaval do Estado, Wagner Victer. Depois, visitou a Casa da Flôr e prometeu estudar umprojeto para iluminar o prédio histórico.

EWalmor Freitas

Quais os investimentos daempresa para os 66 municípios?

A Ampla irá investir este ano R$ 240milhões em melhorias na rede elétrica,com destaque para a construção dasubestação de Macaé, no combate aofurto de energia, no atendimentocomercial e na capacitação de pessoal.

E quanto será investido na Regiãodos Lagos ?

A Ampla vem realizando constantesinvestimentos na região. Inaugurou emjaneiro uma nova Linha de Transmissão,que liga as subestações de Porto doCarro-Rocha Leão, aumentando em 50 %a capacidade do fornecimento na Regiãodos Lagos. E para este ano, está previstaa construção da subestação deImboassica, em Macaé.

Esta nova Linha de TransmissãoPorto do Carro-Rocha Leãoinaugurada em janeiro atendequantos clientes ?

Esta nova Linha de Transmissão, de138kV, beneficiou 1,7 milhão de pessoasem 12 cidades e mobilizou a mão-de-obrade 120 profissionais na sua construção.

Quais foram as cidadesbeneficiadas?

O projeto abrange os municípios deAraruama, Arraial do Cabo, Armação dosBúzios, Cabo Frio, Carapebus, Casimirode Abreu, Iguaba, Macaé, Quissamã,Silva Jardim, Saquarema e São Pedro daAldeia.

Esta Linha de Transmissão tem 41Km de extensão e passou por 145propriedades. Houve umapreocupação da Ampla com o meioambiente ?

Com certeza. Para preservar o meioambiente, a Ampla evitou cortes e podasde árvores durante o lançamento doscabos aéreos entre os vãos das 106torres. A altura das estruturas varia de 17a 35 metros e os cabos ficam acima dascopas das árvores, numa distânciamínima de 4,40 metros, dentro dosprincípios do desenvolvimentosustentável.

O senhor comentou que este anoserá inaugurada uma novasubestação em Macaé. Conte um

E N T

R E V I S T

A

Marcelo Llévenes -Presidente da AMPLA

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CIDADE, Julho de 2005

pouco sobre o projeto.A nova subestação se chamará

Imboassica (pois fica próximo à Lagoa deImboassica), e terá investimentos naordem de R$ 20 milhões. Além dasubestação, que terá potência final de66,6 MVA (dois transformadores de 33,3MVA), o projeto prevê a construção deuma Linha de Transmissão em 138kV, comcerca de 13 quilômetros de extensão.

Como esta nova subestação deMacaé ajudará no fornecimento daRegião dos Lagos?

Diretamente, ela beneficiará 64 milclientes de Macaé e Rio das Ostras. Alémdisso, aliviará o carregamento do sistemade transmissão, responsável pelosuprimento à Região dos Lagos.

Como a população poderá sentir amelhoria dos serviços de energia?

A população já está sentindo. Navirada do Ano Novo e no Carnaval,apesar do forte aumento de consumo deenergia, não houve registro deinterrupção de fornecimento porsobrecarga do sistema da Ampla.

E sobre os apagões de janeiro queatingiram o Rio e parte do EspíritoSanto?

Estes incidentes verificados emjaneiro foram provocados por defeitos nosistema de Transmissão de Furnas,alheios à responsabilidade da Ampla.

A Região dos Lagos tem energiapara receber indústrias ?

Claro. A rede elétrica da Ampla temcapacidade hoje para garantir ocrescimento de consumo de energia naregião nos próximos cinco anos.

Como os investidores terãocerteza de que poderão contarcom energia sem problemas emtoda a Região dos Lagos?

Atualmente, a demanda máxima doconsumo de energia, em épocas derevéillon, corresponde a cerca de 70% dacapacidade instalada do sistema elétricoda Ampla na região.

Sabemos que existe o problema defurto de energia na região. Como acompanhia vem lidando com esteproblema?

M a r c e l o L l é v e n e s

6

A Ampla amarga, anualmente,com um prejuízo de R$ 250 milhõespor conta do furto de energia. Paracombater o problema, a empresatem atuado em três frentes: mega-operações de fiscalização; açõessociais de conscientização sobre ouso eficiente de energia; econstrução de uma rede maismoderna, à prova de furto deenergia, a Rede Ampla.

Quais os resultados obtidoscom essas fiscalizações?

Nos últimos quatro meses, aAmpla realizou mais de 70 milfiscalizações a comércios eresidências no Plano Verão. Osalvos principais foram as áreas deveraneio - Região dos Lagos eCosta Verde - devido aocrescimento do índice de furto deenergia nesses locais nessa épocado ano. Para se ter uma idéia, sónos três primeiros meses desteano, 10 pessoas foram presas erealizados perto de 300 Registrosde Ocorrência por conta dessecrime.

Existe alguma forma de evitaressa prática ?

A Ampla acredita que umamaneira de se evitar o furto éconscientizando a populaçãosobre o uso eficiente da energia apartir de atividades educativaspara todas as faixas etárias.Promovemos palestras, oficinaspara donas de casa, projeto deapoio ao corporativismo e àgeração de renda, eventosSuperAção, gincanas deconhecimento, entre outros. Alémdisso, estamos investindo numanova rede, a Rede Ampla, maismoderna e à prova de furto deenergia.

Como é esta nova Rede Ampla ?Já investimos R$ 40 milhões no

projeto da Rede Ampla, atendendo cercade 100 mil clientes. Este ano, serãoatendidos mais 120 mil clientes com onovo sistema, que eleva a rede de BaixaTensão para uma altura de dez metros,perto da Média Tensão, fora do alcancedas pessoas. Neste projeto, prevê-seainda a instalação de concentradores de

E N T

R E V I S T

A

telemedição no alto dos postes. Estesdados são transmitidos via telefoniacelular para o banco de dados da Ampla,permitindo o corte e a religação declientes à distância.

Como resolver a Taxa de Iluminação Pública ?A cobrança da Taxa de Iluminação

Pública (CIP) foi autorizada pela EmendaConstitucional nº39 de 2002, que

A nova subestação,em Macaé, teráinvestimentos naordem de R$ 20milhões e programasde combate aos furtosde energia.

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CIDADE, Julho de 2005 7

estabelece que os municípios e o DistritoFederal podem instituir contribuição parao custeio do serviço de iluminaçãopública. Cada município aprova, atravésde sua Lei Orgânica, a cobrança dessataxa. A Ampla, neste caso, é um meroagente arrecadador. Ou seja, adistribuidora repassa o valor cobrado,através das contas, às prefeituras.

A Ampla tem como fiscalizar a aplicação dodinheiro arrecadado pela taxa?

Não faz parte das atribuições daAmpla fiscalizar a aplicação de qualquerrecurso por parte das prefeituras. AAmpla é uma empresa privada que prestaserviços públicos de distribuição deenergia a 2,2 milhões de clientes e não éresponsável pela Iluminação Pública. Istoé uma responsabilidade dos municípios,conforme determina a ConstituiçãoFederal. Esta regra vale para todas asdistribuidoras do país.

A Ampla repassa àsprefeituras o valorcobrado pela Taxa deiluminação Pública.Não faz parte dasatribuições daempresa fiscalizar aaplicação dosrecursos.

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CIDADE, Julho de 2005

F r a n c i s c o D a m a s c e n o

8

Finalmente o Tribunal de Con-tas do Estado (TCE), autorizou a li-citação das 49 linhas do municípiode Macaé. Segundo o Secretário Mu-nicipal de Transportes, FernandoMagalhães, a prefeitura dispunha deum cronograma de ações, que foi in-terrompido até que o impasse com oTCE não fosse resolvido. As empre-sas que vencerem a licitação terãode colocar ônibus novos, com ar con-dicionado, passando pelos pontos de10 em dez minutos, seja qual for otrajeto. O novo sistema de transpor-tes que será implantado em Macaéprevê, ainda, que o passageiro cir-cule por toda a cidade pagando ape-nas uma passagem. O prefeito de Rio das Ostras

Carlos Augusto Baltazar comSheyla Senis Menezes,Secretária de Comunicação.

Macaé serve de inspiração para o restante do Esta-do com a implantação do Complexo Pólo Universitá-rio, onde as obras da Universidade Municipal de Macaéestão em andamento. Com um custo estimado em R$13 milhões, a UMM vai revolucionar a cultura local,abrindo as portas para um futuro de oportunidades nodesenvolvimento da região.

Quem precisa estudar ou traba-lhar em Macaé e mora em cidadesvizinhas é submetido, diariamente,a um sofrimento desnecessário, fru-to da displicência de algumas com-panhias de ônibus. Em Carapebus,por exemplo, alguns moradores jáchegaram a perder seus empregosporque a empresa que faz a linhapara Macaé não respeita o horário,Alunos da Uned-Macaé que residemem Rio, das Ostras, Barra de SãoJoão e Cabo Frio também reclamamque os ônibus não param e costumamatrasar e quebrar. Atenção, Detro,está mais que na hora de se tomarprovidências.

A rádio 820 Am de Macaé em nova fase estáinaugurando um novo formato na grade de pro-gramação. A emissora, com nova potência pre-tende atingir Além de Macaé e Região Serra-na, Rio das Ostras, Búzios, Carapebus, CaboFrio, São Pedro da Aldeia e Araruama. Noprojeto, contratações de novos locutores, umjornalismo mais vibrante com notícias locaisnacionais e internacionais. Medida inteligentefoi a permanência do Radialista Eraldo Ma-nhães na chefia do esporte da emissora.

820 AM em nova fase

Licitação

Sofrimento

Preparando o futuro

[email protected]

Adelício José, Presidenteda Acia/Cabo Frio

José Ricardo, Secretáriode Finanças / São Pedro

A Petrobrás continua realizan-do simulados de emergênca, com oobjetivo de aumentar a segurançanas plataformas, e treinar seu pes-soal para o caso da ocorrência devazamentos. Na última semana foirealizado o exercício envolvendo aplataforma de Pampo, localizada naárea sul da Bacia de Campos.

Exercício simulado

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P o l í t i c a

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Alair Corrêa: “PTB? Saí antes”

ex-prefeito Alair Corrêa que, ao as-sinar ficha no PTB há dois anos, dis-se em alto e bom som que ao ingres-

sar no partido fundado por Getúlio Vargasrealizava um antigo sonho, disse agora quejá havia deixado o PTB muito antes dasrevelações do deputado federal RobertoJefferson, apontando a existência do“Mensalão” aos deputados federais comoforma de apoiar o governo do PT.

“PTB? Saí antes. Já me desliguei”disse Alair. De acordo com as correntespolíticas da região, o motivo que levou oex-prefeito a sair da sigla presidida porJefferson foi a entrada do médico PauloCesar Guia de Almeida, o dr. Paulo Cesarque deixou o PSDB logo após a derrota

nas eleições para a prefeitura de Cabo Frio.Em horário nobre, Paulo Cesar ocu-

pou por diversos dias a telinha para dizero quanto estava agradecido e emocionadopor assinar ficha no PTB.

Agora, o silêncio é total. Nenhum po-lítico ligado ao PTB se manifesta.

Vale lembrar que em Armação dosBúzios, o vereador Flávio Machado Vieiraconquistou seu primeiro mandato atravésdo PTB. E lá, apóia o governo buziano.Em Cabo Frio, Paulo Henrique Corrêa deSant´Ánna, e Valcy Rodrigues da Silvatambém se elegeram pelo PTB. Em SãoPedro da Aldeia, o vereador Gilson Luizdos Santos chegou à Câmara com a mes-ma sigla.

Todos os vereadores seguem traba-lhando e nem comentam que são do parti-do de Jefferson.

A foto que ilustra esta página, ajudaa lembrar que mais de cinco mil pessoasaplaudiram Roberto Jefferson quando oprefeito Alair Corrêa assinou sua filiação.Foi uma grande festa ao estilo de RobertoJefferson e Alair. Jefferson inclusive en-saiou ser candidato a presidência da Re-pública em 2006. Agora, é esperar o re-sultado das tantas CPIs que deverão serinstaladas.

O fogo cerrado que corre solto em Brasíliainfluenciou a política em Cabo Frio.

Da Redação

O

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CIDADE, Julho de 2005

Projeto limita propagandaem carro de som

P o l í t i c a

10

Câmara dos Deputados está analisando o Projeto de Lei 4614/04, que criaregras para as propagandas político-eleitorais em carros de som, trios-elétri-

cos e similares. A proposta, da deputada Ann Pontes (PMDB-PA), determina queos veículos deverão ficar vinculados diretamente aos partidos políticos ou coliga-ções partidárias, que controlarão a divulgação de seus candidatos.

A

Cada partido poderá usar, de acordocom o texto do projeto, um limite de veí-culos determinado de acordo com a popu-lação do município. Os limites, no qua-dro, correspondem ao número de veículosque poderão ser usadossimultaneamente paracada cargo.

Para Ann Pontes, alimitação do número deveículos “além de respei-tar a população local im-pedindo a poluição sono-ra pelo excesso de pro-paganda política, respei-ta o princípio da igual-dade entre os candida-tos”.

A proposta, que tramita em caráterconclusivo, está na Comissão de Consti-tuição e Justiça e de Cidadania.Projeto - Está em análise na Câmara

o Projeto de Lei 4772/05, do deputado

Roberto Magalhães (PFL-PE), que proíbeagentes públicos federais, estaduais e mu-nicipais de realizar propaganda insti-tucional durante eleições, independente-mente dos cargos que estejam em disputa.

Hoje, apenas osagentes das unidadesfederativas que têm ocargo em disputa sãoproibidos de fazer pro-paganda com recursoda máquina pública.

Na opinião doautor da proposta, a le-gislação abre brechaspara o uso de recursospúblicos em propagan-

da eleitoral. “Em uma eleição municipal,por exemplo, a esfera estadual ou federalpode fazer propaganda de interesse doscandidatos que apóia”, afirma.

A proposta será analisada pelas co-missões técnicas da Casa.

Vereadores

trabalham mais

Seguindo o exemplo daCâmara de Búzios, os parla-mentares cabofriense terão fé-rias reduzidas para 30 dias.

A emenda foi aprovada noinício de março, proposta pelamesa diretora. O vereador JanioMendes (PDT) disse que a Câ-mara de Cabo Frio atendeu o de-sejo da população. “Não é pos-sível que um trabalhador tenha28 dias de férias e um vereador90”.

Outra batalha defendidapor Janio Mendes é que toda asessão da Câmara Municipalseja transmitida ao vivo atravésde emissoras de rádio e televi-são.

-Fui buscar o entendimen-to dentro da lei que exige atransmissão ao vivo. O cidadãoprecisa saber que nós, vereado-res, estamos trabalhando sem-pre, disse Janio, o mais votadona região.

O ex-vereador AmauryValério, que iniciou o movimen-to da reduçaõ das férias duran-te seu mandato, comemorou adecisão dos vereadores.

-Quem ganha é Cabo Frio.A cidade precisa de uma câma-ra ágil e trabalhando. Agora épreciso derrubar a remuneraçãoque os vereadores ganham porsessão extra- disse Amaury

Em São Pedro da Aldeia,Arraial do Cabo e Iguaba Gran-de ninguém toca no assunto so-bre redução das férias parla-mentares.

A Alerj também já reduziuas férias dos deputados.

Não é possível queum trabalhador tenha28 dias de férias e umvereador 90

“ “

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CIDADE, Julho de 2005

E m p r e g o

11

nquanto a taxa de desemprego no Bra-sil subiu para 12,8% no primeirobimestre do ano, conforme o IBGE,

Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, RJ,oferece empregos para médicos e não con-segue preencher as vagas.

Faltam três pediatras para completaro quadro de plantonistas do Hospital Geralda cidade que tem 83 leitos mas trabalhasomente com 30% da capacidade.

“Precisamos de médicos que fixem re-sidência na cidade para melhor atender ospacientes, porque hoje os plantonistas mo-ram em outras cidades e nem sempre apa-recem para trabalhar” quei-xou-se o pediatra cariocaJurandir Varejão,57 anos,Secretário de Saúde do mu-nicípio que mora em Ara-ruama e também trabalhano Rio.

O secretário entendeque a única forma de me-lhorar o serviço no HGAC é aumentar o nú-mero de médicos. Entretanto, os profissio-nais alegam que o salário que pode chegaraté R$ 3 mil mensais, mais ajuda de custode R$ 600 para aluguel, é pouco para o pa-

drão de vida de um médico que mora numagrande cidade.

Para trabalhar em Arraial do Cabo, osmédicos são contratados por um período deum ano com carteira assinada.

Cidade tranquila e acolhedorapode atrair médicos

O prefeito Henrique Melman (PDT)acredita que os médicos em início de car-reira possam se interessar por morar emArraial do Cabo pela qualidade de vida dacidade e proximidade com Rio de Janeiro.

“Os jovens médicos ou até mesmoaqueles que querem um lugar mais tranqüilopara morar podem ficar em Arraial do

Cabo” disse o prefeito.Segundo o Secretário

de Saúde, apenas dois mé-dicos residem na cidade etrabalham no ProgramaSaúde da Família.

Só no Hospital Geraltrabalham 14 médicos clí-nicos plantonistas, um mé-

dico intensivista no plantão de 24horas, umcirurgião, um ortopedista com dois plantões,quatro obstetras, cinco pediatras e seisanestesistas.

“Precisamos de mais médicos para o

Hávagasparamédicos

ambulatório e serviços de prevenção que irádiminuir os número de atendimentos nasemergências” acredita o secretário.

Atraídas pela proposta de morar emuma cidade mais calma as médicas AlineCabril e Rafaela Videria Lopes, 31 anos, de-cidiram mudar-se para Arraial do Cabo.

Formadas pela UFRJ, há cinco anos,as duas se tornaram colegas e amigas. Háum ano chegou Aline, que foi trabalhar nosegundo distrito de Figueira para atenderno Posto de Saúde da Família.

Depois, desembarcou em Monte Alto,também no PSF, a clínica geral Rafaela.

“Resolvi mudar de vida. Aqui não te-nho televisão, e posso estudar mais, alémde ir a pé para o trabalho ou de ônibus. Masgosto do contato direto com as pessoas queatendo” disse a médica que morava na Bar-ra da Tijuca.

“Esperamos que os médicos se inte-ressem em morar na nossa cidade que é pe-quena mas acolhedora” disse o prefeitoMelman.

A médica Rafaela trocou o agito do Rio para viver em Arraial do Cabo

Da redação

E

Hospital Geral deArraial do Cabo

precisa de pediatraspara plantões com

salário mensalde R$ 1.500

B u z i o s

O município realizou concursoem 2004 para as áreas de educação esaúde. Foram aprovados 36 médicos.Oconcurso foi homologado no dia 23de abril do ano passado.

“Através da assesoria de impren-sa a secretaria de saúde informou queestá convocando os concursados namedida em que haja necessidade derepor pessoal.

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Publicação MensalPapiPress Projetos Especiais LtdaCNPJ: 03.568.617/0001-04

www.revistacidade.com.br

Redação e Administração:Praia das Palmeiras, nº 22Palmeiras – Cabo Frio – RJTel/Fax: (22) 2647-1586Email: [email protected]

Diretora Responsável:Niete Martinez

Editor de Jornalismo:Walmor Freitas

Colaboração:Mônica Casarin

Produção Gráfica:Alexandre da Silva

Fotografias:Walmor Freitas

Colunista:Francisco Damasceno

Marketing e Comercial:Alexandre Manhães(22) 9978-0668 / (22) 2647-1586

Impressão:Ediouro Gráfica e Editora S.A

Tiragem:15.000 exemplares.Desta edição de demonstraçãoForam impressos 2.000 exempla-res.

Distribuição:Saquarema, Araruama, IguabaGrande, São Pedro da Aldeia,Cabo Frio, Arraial do Cabo, Bú-zios, Rio das Ostras, Casimiro deAbreu e Macaé.

Os artigos assinados são de res-ponsabilidade de seus autores.

C a r t a a o L e i t o r

CIDADE, Julho de 2005

Caro Leitor,

Apoiada no binário econômico turismo-petróleo, a Cos-ta do Sol movimenta, apenas em arrecadação de royalties depetróleo, perto de meio bilhão de Reais ao ano. Esse podertransformador criou um mercado em expansão acelerada, comcaracterísticas únicas e provocou modificações profundas noperfil do público residente.

Nesse novo cenário, ao mesmo tempo em as oportuni-dades se multiplicam, surge a exigência dos equipamentos ne-cessários para o perfeito funcionamento desse mercado emer-gente. E um deles, é a publicação de uma revista de interessegeral, que apresente formato gráfico compatível e resuma osacontecimentos mais relevantes do momento, apresentandotodos os lados da notícia, sem vínculos de nenhuma espéciecom qualquer setor, e com o compromisso de praticar apenasJornalismo.

Para atender a essa reivindicação do mercado, idealiza-mos a Revista CIDADE, um Veículo para se comunicar deforma seletiva e direta com um público acostumado a receberinformação de maneira isenta e inteligente. Um público exi-gente, informado, e com hábitos de consumo sofisticados. Umpúblico cada vez mais numeroso em nossa região, seja pelavinda de técnicos especializados para trabalhar nas áreas depetróleo e turismo, ou pela própria necessidade de qualifica-ção do público local, para poder lidar com essa nova realidadeeconômica.

A Revista CIDADE conta com a colaboração de um le-que de profissionais, entre jornalistas, colunistas, colaborado-res e fotógrafos espalhados pelas diversas cidades da Região,o que garante uma perfeita cobertura regional, além de manterconvênios com as melhores agências de notícias do país.

CIDADE nasce com o objetivo único de informar tudoo que for do interesse do leitor e não se intimidará em surpre-ender o seu público, sempre que surgir uma oportunidade deousar.

Cordialmente.

Niete Martinez

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CIDADE, Julho de 2005

Meio ambiente ameaçadoIbama adverte Porto do Forno e impede exportação de minério

Da redação

lém das invasões e degradação dasáreas de preservação ambiental, Ar-raial do Cabo esteve ameaçada pelo

trânsito de centenas de caminhões carre-gados de minério. O Porto do Forno é con-siderado estratégico por pequenas empre-sas que querem exportar minério e nãoconseguem navios em portos maiores,como no Rio, por exemplo.

O Ibama negou licença às empresas

de exportação e advertiu a administraçãodo Porto do Forno sobre os perigos dotransporte de minério dentro da cidade.

“É a primeira advertência no estadodentro da nova orientação do órgão” ex-plicou Diogo Chevalier, chefe da fiscali-zação do Ibama-Rio.

Alfredo Carvalho, diretor e assessorda presidência da COMAP- CompanhiaMunicipal de Administração Portuária deArraial do Cabo, disse que o Porto estácumprindo todas as exigências de órgãos

A r r a i a l d o C a b o

13

estaduais e federais para obter a licençaambiental para trabalhar com carga secade açúcar, sal, peças e equipamentos paraas plataformas de petróleo em Macaé eCampos”

“O presidente da COMAP, Alexan-dre Caldas esteve em Brasília para tratarda liberação da documentação. Essa ad-vertência serviu para ficarmos em alertaquanto à especulação dessas empresas quequerem exportar minério para a China”disse.

A

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CIDADE, Julho de 2005

A r r a i a l d o C a b o

14

I N Í C I O24 de agosto de 1972Administração Companhia Muni-cipal de Administração Portuária(Comap) do município de Arraialdo Cabo.

A C E S S O SRODOVIÁRIO: Rodovias RJ-25,RJ-140 e BR-120, que seconectam à RJ-106, em SãoPedro da Aldeia, e à Rodovia BR-101.MARÍTIMO: a barra está compre-endida entre as ilhas de CaboFrio e dos Porcos, tem, 1,3 kmde largura e profundidade varian-do de 30 a 50 m. O canal de aces-so, com extensão de 1,6 km, pos-sui largura mínima de 70 m e pro-fundidade média de 12m.

I N S T A L A Ç Õ E SSão constituídas por um cais co-mercial com 200 m de compri-mento e mais um cais de 100 m,sobre dolfins, para atracação denavios petroleiros, ambos comprofundidade média de 11 m e ca-pacidade para receber navios deaté 32.000 tdw. Dispõem de doispátios de estocagem descober-tos, com área total de 18.200 m²,destinados a granéis sólidos.

C A R G A S M O V I M E N T A D A SSal, barrilha e óleo diesel e pe-ças e equipamentos para plata-formas de petróleo.

Fontes:Ministério dos TransportesSecretaria Executiva

O secretário estadual de Minas, Ener-gia e Indústria Naval, Wagner Victer dis-se que o estado não vai liberar nenhumcarregamento de minério através do por-to de Arraial do Cabo.

“A vocação de Arraial é turística, tan-to que o porto já recebe navios transatlân-ticos. O negócio dessas pequenas empre-sas é pura picaretagem. Vamos tomar pro-vidências já” disse.

Victer disse ainda que faz parte doconselho da Cia. Docas do Rio, que temassento no Conselho de Autoridade Por-tuária –CAP do Porto do Forno

“Não libero pelo estado e nem peloporto. Isso é um crime ambiental com aRegião dos Lagos.Vamos investigar asempresas que estão tentando usar o Portodo Forno”, disse o secretário que sugeriuàs empresas investirem na construção deum porto em São João da Barra, norte-

empresa diz que o minério seria deposita-do sobre lonas sintéticas para evitar cairno mar e afastar o contato com o sal quetambém e transportado no mesmo local.O requerimento assinado pelo diretor daempresa José Luiz Rivera Moreira diz ain-da que houve entendimento com a Álcaliscom sede em Arraial do Cabo sobre a ma-nipulação do minério e a divisão do espa-ço com o sal e açúcar.

Álcalis nega entendimentos

O engenheiro Ênio Costa, diretor daÁlcalis disse que não houve nenhum acertocom qualquer empresa no sentido de divi-dir o espaço do porto.

“Existem sim, muitas empresas es-peculando a possibilidade de fazer o trans-porte de minério, mas não temos nada ofi-cial. E nem o porto suporta, porque temosapenas um berço para ancoragem de na-vios. É preciso um novo Plano de Desen-volvimento e Zoneamento do Porto –PDZ.

fluminense.No documento ao qual a reportagem

teve acesso, a empresa CRM Assessoria eProjetos Ltda, justifica o pedido de autori-zação ao Ibama apontando que, os 120 ca-minhões de minério trafegando diariamen-te em Arraial do Cabo não trariam prejuí-zo à cidade e sim ajudariam no desenvol-vimento econômico do município.

Quanto ao carregamento da carga, a

De acordo com o engenheiro, a Ál-calis também tem assento no Conselho deAutoridade Portuária –CAP e uma das pri-meiras exigências para qualquer transa-ção comercial seria a presença de umaempresa operadora portuária.

“Todas as nossas operações são rea-lizadas através de uma operadora creden-ciada, inclusive a rota dos transatlânticos”disse Costa.

Estado não vai autorizartransporte de minério

Fiscias do Ibama notificam o Porto do Forno em Arraial do Cabo

O Porto do Forno

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CIDADE, Julho de 2005

A r m a ç ã o d o s B ú z i o s

15

Comvista parao... quiosque

reclamação é geral. Com o aumentodo número de quiosques na praia deGeribá, comerciantes, hoteleiros e

moradores reclamam que perderam a visãodo mar, a algazarra aumentou e os hóspe-des diminuíram.

Na pousada Chez Pitu, uma das maisantigas de Búzios, a gerente Karina Wargertconta que recebe reclamações de hóspedesdiariamente sobre mau atendimento e ex-ploração por parte dos ambulantes equiosqueiros.

O abuso contra os turistas vai desde acobrança irregular de consumação para sen-tar nas cadeiras até o valor absurdo cobradoem bebidas e alimentos.

Karina conta que três senhoras russasque mal falavam o inglês ficaram assusta-das porque pagaram R$ 90 por três pastéisnum quiosque de Geribá.

“Fui conversar com o barraqueiro quese defendeu dizendo que havia explicadoque cobrara além dos pastéis, o aluguel demesas e cadeiras. E desde quando você fala

russo? perguntei.No final de março representantes de

associações representativas de Búzios en-tregaram ao prefeito Toninho Branco(PMDB) um documento apoiando a deci-são do Ministério Público Federal -MPF quesolicitou à justiça federal a retirada de to-dos os quiosques das praias de Búzios.

“A prefeitura acata a decisão da justi-ça. Foi muito bom o encontro com todos osrepresentantes da sociedade de Búzios por-que queremos governar mantendo sempreo diálogo” disse o prefeito.

Em Geribá os oficiais de justiça já la-craram 22 barracas.

Mesmo assim, os donos driblam a jus-tiça e continuam trabalhando com isoporna areia e lavando louças em cozinhas im-provisadas. A água suja continua sendo jo-gada nas areias da praia mais famosa deBúzios.

Da janela de algumas suites da pousada Chez Pitu em Geribá só é possível ver os quisoques que encobrem o mar

Pousadas, hotéis e residências de Geribáperdem a visão do mar com a proliferaçãode quiosquesDa redação

A

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CIDADE, Julho de 2005

UFRJ elabora plano demanejo de reserva

ara implantar o Programa de Lega-lização Fundiária no município, aPrefeitura de Rio das Ostras vai fa-

zer vários convênios, com entidades espe-cíficas, visando um melhor desenvolvi-mento do município.

Dentre as instituições que farão con-vênio com o município estão o ITERJ –Instituto de Terras e Cartografia do Esta-do do Rio de Janeiro; o CREA/RJ – Con-selho Regional de Engenharia, Arquitetu-ra e Agronomia do Rio de Janeiro e com aOrdem dos Advogados do Brasil com a fi-nalidade de, cada um em suas áreas, as-sessorar a prefeitura nas questões técni-cas, jurídicas e operacionais para implan-tação do Programa. De acordo com a as-sessora de Programas Especiais, Rose Sal-gado, algumas ações já foram tomadaspara implantação do programa. “Nossa

primeira ação será encaminhar o cadastrodos imóveis existente na Secretaria deFazenda do bairro Nova Esperança para oITERJ que vai fazer um levantamento ge-ral e comparativo no município. Além dis-so, elaboramos uma cartilha para esclare-cimento à população sobre o objetivo doPrograma. Também estão previstas reuni-ões nas comunidades”, alertou Rose lem-brando que a Assessoria de ProgramasEspeciais ficará responsável pela Legali-zação Fundiária enquanto a SecretariaExtraordinária de Governo – Pro Urbe, éa responsável pela Regularização Urbanís-tica. A Secretaria do Patrimônio da Uniãotambém será parceira da Prefeitura de Riodas Ostras no programa, tendo em vistaque a maior parte da área do bairro NovaEsperança pertence a União. Vale lembrarque a Legalização Fundiária é uma dasreivindicações feitas pela comunidade nasreuniões do Orçamento Participativo.

Rio das Ostrasvai implantara Regularização Fundiária

R i o d a s O s t r a s

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Da redação

Costa AzulRio das Ostras

P

anúncio

Representantes da Secretaria deMeio Ambiente, Agricultura e Pescada Prefeitura de Rio das Ostras estãoparticipando das etapas de elaboraçãodo plano de manejo da Reserva Bio-lógica União –Rebio União.

A última oficina aconteceu dia 18de março. Os trabalhos estão sob a co-ordenação da Universidade Federal doRio de Janeiro –UFRJ em parceriacom a Associação Mico Leão Doura-do. Rio das Ostras é um dos municí-pios, junto com Casimiro de Abreu eMacaé, que abriga esta Unidade deConservação (UC). Além disso, Riodas Ostras tem uma experiência im-portante e pioneira na elaboração deplanos de manejo, que estabelece ozoneamento e as normas que devempresidir o uso da área, além dos pro-jetos específicos para a UC.

A Reserva Biológica União, cri-ada em 1998, reúne uma área de 3.126hectares, dos quais dois terços sãocobertos por densa Mata Atlântica. Aparte mais intacta da Reserva está emsolo riostrense. A Rebio União abrigaainda espécies ameaçadas de extinção,como o mico-leão-dourado.

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L u i z P a u l o C o n d e

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1- Quais são os investimentos do Estado parao meio ambiente?

O Governo Rosinha Garotinho veminvestindo, em média, R$ 500 milhões dereais por ano em meio ambiente, destacan-do-se o controle de poluição de praias e doscorpos d´água em geral, incluído o sistemalagunar de Araruama. Ao final do atual go-verno, nossos investimentos em ações e re-alizações ambientais totalizarão R$ 2 bi-lhões de reais.

2 - E para a Região dos Lagos?A Região dos Lagos vem sendo con-

templada com recursos da ordem de R$ 12milhões oriundos do Fundo Estadual deConservação Ambiental (Fecam), além deoutros investimentos em obras de melhoriade saneamento e ambiental. Destacamosentre essas obras, a dragagem do Canal doItajuru, em Cabo Frio, que, somadas ao alar-gamento da Ponte do Ambrósio, situada naentrada da cidade, permitirão maior e me-lhor circulação de águas da Lagoa deAraruama, tornando-a inclusive navegável,uma antiga reivindicação da Capitania dosPortos.

3-A Lagoa de Araruama é prioridade deGoverno?

No contexto das obras programadas eem execução na Região dos Lagos, a Lagoade Araruama é prioridade. Além das obrasde desassoreamento, o projeto de revitaliza-ção da Lagoa de Araruama permitirá que otempo de renovação de suas águas passe dosatuais 300 dias para períodos de 30 a 60dias apenas.

4 - Como a população sente as melhorias?Além do aspecto visual da lagoa como

um todo, a população da Região já podeperceber e usufruir da melhoria da qualida-de das praias, conseqüência das obras desaneamento realizadas e ainda em andamen-to. Hoje, a maioria das praias da Lagoa jáapresenta condições próprias para banho.

5 - A Secretaria tem algum projeto deeducação ambiental para comunidadescarentes?

Por intermédio de nossas vinculadasSerla, Feema e IEF a Secretaria de MeioAmbiente e Desenvolvimento Urbano de-senvolve programas diversos de educaçãoambiental, não somente junto a comunida-des carentes, mas principalmente voltadospara alunos e professores de escolas públi-

cas municipais e do Estado. Esses progra-mas contemplam principalmente áreas derealização de obras de saneamento e outrasque dependam mais diretamente da colabo-ração e acompanhamento da população parasua manutenção e conservação.

6 - O senhor anunciou obras na ponte doAmbrósio. Quando começam?

A Ponte do Ambrósio será ampliadapelo D.E.R. As negociações para as obrasestão em fase final e contribuirão, decisiva-mente, para tornar a lagoa navegável, o queé também do interesse da Capitania dos Por-tos.

do Governo do Estado estimular as açõesde defesa e controle ambiental de modo agarantir a sustentabilidade do nosso desen-volvimento.

9 - Quanto a Saquarema, como estão asobras de recuperação ambiental?

A Lagoa de Saquarema foi recuperadacom a abertura do canal permanente (Bar-ra Franca), cujas obras custaram R$ 10,4milhões e foram entregues à população pelagovernadora Rosinha Garotinho em maiodo ano passado. No entanto, a Lagoa deSaquarema ainda passará por obras decomplementação visando sua revitalização.Para isso, já foram liberados R$ 5,5 milhõespara sua dragagem, da ponte do centro àponte do Girau, criando um canal navegá-vel.

10 - Qual é a importância do Comitê da baciahidrográfica das Lagoas de Araruama eSaquarema e dos Rios São João, Una e dasOstras?

Em março o Governo deu um passoimportante para a consolidação da políticade recursos hídricos do Estado ao efetivar aformação do comitê de gestão da baciahidrográfica das Lagoas de Araruama eSaquarema e dos Rios São João, Una e dasOstras. Esse comitê tem a função de fazercumprir, no estado, as premissas estabele-cidas pelas leis estadual e federal de recur-sos hídricos. A Legislação determina que olevantamento e acompanhamento das inter-venções necessárias à preservação dosaqüíferos devem ter a participação dos co-mitês formados em cada bacia por repre-sentantes de usuários, de entidades civis edo poder público.

Os comitês, responsáveis pela elabo-ração dos planos de cada bacia hidrográ-fica, são uma forma de fazer toda a socieda-de participar da aplicação dos recursos pro-venientes do Fundrhi (Fundo Estadual deRecursos Hídricos), levando em conta sem-pre as necessidades de recuperação es-tabelecidas pelos que dependem do uso ecaptação dos recursos hídricos locais. Asfórmulas de cobrança implementadas pelaSerla, responsável pela gestão dos recursoshídricos do Estado do Rio, procuram inibiro consumo desordenado e incentivar o sa-neamento. Quem capta e polui menos, cons-truindo estações de tratamento para reduziro lançamento de efluentes nos rios e lagoas,terá menor custo pelo uso da água.

Luiz Paulo Conde

7 - Quantas estações de tratamento deesgoto estão programadas para a Região dosLagos?

O programa de revitalização da Regiãodos Lagos prevê a construção de quatro Es-tações de Tratamento de Esgotos (ETEs).Quando todas estiverem prontas e em ple-no funcionamento, 75% dos esgotos da re-gião estarão devidamente tratados. No mo-mento, já está em funcionamento a ETE deCabo Frio. As demais, Búzios, São Pedroda Aldeia e Iguaba Grande, obras em par-ceria com o Governo do Estado e Consór-cio Pró Lagos, estão funcionando em cará-ter experimental.

8 - O senhor está conseguindo ultrapassar asbarreiras políticas para implementarprogramas ambientais?

Contamos com o decisivo apoio daGovernadora Rosinha Garotinho no desen-volvimento de ações e projetos ambientais.Quando há decisão de governo priorizandoa questão ambiental, nada pode impedir aconcretização de nossos objetivos. É meta

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G e n t e

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O técnico Paulo Cesar Gusmão, se diverte quandolembra que venceu Flamengo, Fluminense, Vasco e em-patou com o Botafogo pelo campeonato estadual diri-gindo a Cabofriense. “Sou como Robim Hood, tiro dosgrandes para dar aos pequenos” disse em entevista logoapós vencer o Vasco da Gama, no Correão.

Contratado pelo Botafogo, PC confirmou aperformance de pé quente, levando o time ao terceirolugar no Campeonato Brasileiro. Mas, desentendimen-tos com a direção do Clube, por conta de atrasos no pa-gamentos de salários, forçaram a sua saída.

Hobin hood doFutebol carioca

Vida novaLeandra, 20 anos, que nodia 04 de março, ficousoterrada por três horas,enquanto o Corpo deBombeiros tentava retirá-lados escombros de uma casa,no bairro Campo Redondo,em São Pedro da Aldeia,saiu ilesa do acidente. Paraela, que aniversariou doisdias depois, estar viva foiseu maior presente.“Foi a mão de Deus. Agoraquero viver” disse ela queficou abrigada na casa deum pastor evangélico.

De voltaà escola

O médico cabofriense PauloCesar Guia, voltou aosbancos escolares. PC cursaHistória na UniversidadeVeiga de Almeida em CaboFrio. “A história me permitecomprender melhor associedades e as desigualda-des, importantes para omédico” disse o estudante.

O engenheiro Sérgio Wintertem a difícil missão de or-ganizar todo o segundo dis-trito de Cabo Frio.A responsabilidade é tantaque foi nomeado sub-pre-feito de Tamoios.“Já começamos a mapeartodo o local.As secretarias estão integra-das para conquistar os resul-tados mais rápido. É ordemdo prefeito Marquinho Men-des” disse Winter.

TrabalhoEm equipe

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CIDADE, Julho de 2005 19

“F r a s e s

“PC Farias... Delúbio faz”.(Do blog do jornalista Ricardo Noblat)

“O deputado José Bonifácio(PDT) serámais um deputado, junto com PauloMelo(PMDB) buscando benefícios paranossa região”(Prefeito Marquinho Mendes na festa de seu aniversá-rio após receber abraço de Bonifácio no Costa AzulIate Clube.)

“Me sinto um cidadão buziano”(O delegado Alessandro Thiers Pinho Alonso, ao dei-xar a 127ª DP enviou uma carta à comunidade buzianae ao prefeito Tonino Branco agradecendo o carinho de“pai” que recebeu do prefeito.)

Ninguém dirige olhando pelo retrovisor.Para dirigir é preciso olhar para a frente”(Deputado José Bonifácio em um programa de rádiose referindo ao prefeito Marquinho Mendes.)

“Essas feiras são aspiradores de pó. Por-que sugam todo o dinheiro dos empresári-os de Cabo Frio”(Empresário José Henrique candidato a presidente daAcia se referindo as feirinhas que se instalam no verãona cidade.)

“O nosso evento de verão é o eventonorteste”(Gustavo Beranger, em um programa de rádio, expli-cando a política de investimentos da prefeitura de CaboFrio para o setor de eventos.)

“ 11111,7,7,7,7,7 milhão depessoas em 11cidades serãobeneficiadas coma nova estação daAmpla inauguradano Porto do Carro

Durante um happyhour emCabo Frio, um senhor decabelos grisalhos dizia quea briga entre o ex-prefeitoAlair Corrêa e o sucessorMarquinho Mendes nãopassava de promoção pes-soal.“Se Alair brigasse de ver-dade, a primeira coisa a fa-zer era colocar o cargo desecretário à disposição epedir a retirada de todosseus parentes do governo.E isso não aconteceu. Eruim de mexer no bolso. Ébriga de mentira.É, faz sentido.

Jogo de Cena

Que segurança pode ofe-recer um motorista que di-rige um microônibus urba-no com dinheiro em umamão, moedas na outra e fa-zendo troco? Tudo issocom o veículo em movi-mento, claro. Com certe-za, não é a orientação daempresa.

Perigo

13,513,513,513,513,5 milhõesé quanto vaicustar aos cofresdo Estado a obrado novo Fórum deCabo Frio

3030303030 mil processos

se arrastam nacomarca de CaboFrio

N ú m e r o s

O professor CarlosAlberto Gomes Carva-lho levou a sério a or-dem do secretário deEducação Paulo Mas-sa e foi um dos primei-ros a aderir o uso docrachá em tempo inte-gral.“E para dar mais segu-rança a todos. A Edu-cação de Cabo Frio temmais de 2 mil funcio-nários. Tem que con-trolar” disse.

Crachá

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esde março, moradores de São Pedroda Aldeia, na Região dos Lagos, con-tam com o transporte complementar

feito por Kombis e Vans.Os sessenta veículos das cinco linhas

iniciais estão associados a duas cooperati-vas - a CoopeSPA e CooperPraia - que estãoregulamentados pela lei municipal nº 1.820,de 29.12.04, e pelo decreto nº 25, de 9 demarço de 2005. São Pedro é o primeiro mu-nicípio da região a regulamentar o trans-porte complementar. A passagem custa R$1,50.

O subsecretário de Transporte disse queo município de São Pedro da Aldeia preten-de solucionar, não só a deficiência de trans-porte para a população dos bairros mais afas-tados do centro, como também o problemado transporte alternativo irregular.

Idosos e estudantes terão passelivre

O sistema de transporte auxiliar ga-rante uma vaga gratuita por viagem paraidoso, estudante ou pessoa deficiente nosveículos com até 11 lugares. Nos carros commais de 11 lugares serão duas (02) vagasgratuitas por viagem.

O sistema será fiscalizado pela prefei-tura de São Pedro da Aldeia através dasubsecretaria de Transporte, com apoio daGuarda Municipal.

Os veículos que integram a frota fo-ram padronizados por linhas. Cada linhatem adesivo de cor diferente, permitindo aosusuários o reconhecimento pela cor. Alémdisso, um selo de vistoria com a foto do con-dutor e do veículo, possibilita a identifica-ção do carro e o reconhecimento do moto-rista, que trabalhará uniformizado.

Viajar de

Van e Kombi

em São Pedro

agora é legal

S ã o P e d r o d a A l d e i a

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Funcionário adesiva uma Kombi para trafegar legalmente em São Pedro

Município aldeense legaliza transporte complementar e crialinhas para todos os bairros

Da redação

O transporte alternativo irregularserá coibido pelas Polícias Militar, Ro-doviária, pelo Detro e Guarda Munici-pal. Os veículos ilegais, além de multa,serão apreendidos e recolhidos ao de-pósito municipal por até 60 dias.

Os veículos autorizados têm queatender uma série de exigências paragarantir o conforto e a segurança dospassageiros: estar em perfeito estado deconservação, ter ano de fabricação apartir de 2000 e estar sem impedimen-tos no Detran-RJ.

Transporte alternativocontinua proibidoD

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R e g i ã o

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Prefeitos querem apoio de Lulapara combater violência na regiãoSegurança pública é prioridade para prefeitos, alémdas questões ambientais na região

Walmor Freitas

refeitos de doze municípios da Re-gião dos Lagos, decidiram pedirapoio do governo federal para com-

bater a violência que está afetando o tu-rismo e o comércio da região. Reunidosem Saquarema, ontem (quinta-feira) noCentro de Treinamento de Vôlei da CBV,os prefeitos deixaram as questões políti-cas de lado e discutiram problemas comunsque estão crescendo em todos osmunicípios.Búzios, Cabo Frio, Arraial doCabo, São Pedro da Aldeia, Iguaba Gran-de, Araruama, Saquarema, Casemiro deAbreu, Silva Jardim, Maricá, Rio Bonitoe Rio das Ostras, sofrem com desempre-go, favelização e insegurança.

Através de um Fórum de Secretáriosmunicipais de segurança vamos discutirum plano de ação para toda a região. Essediagnóstico será entregue à governadoraRosinha Garotinho, ao secretário Estadu-al de Segurança, Marcelo Itagiba e ao pre-sidente Lula? disse o prefeito Paulo Lobo,presidente do Consórcio IntermunicipalLagos São João, que discute questões demeio ambiente na região.

A viagem à Brasília está marcadapara o dia 12 de julho. Segundo Paulo

Lobo, os prefeitos da Região dos Lagosestão seguindo exemplo das cidades quecompõem o grande ABC paulista que dis-cutem assuntos através de um consórcio.“Estivemos em São Paulo no início de ju-nho, para aprender como a união dos pre-feitos pode dar bons resultados em todosos setores”, disse Lobo.

O prefeito de Iguaba Grande, HugoCanellas Filho lamentou o aumento daviolência em sua cidade que tem um dosmaiores índices - IDH do estado. “Os as-saltos a residências estão aumentando.Tenho reunião com o delegado e comerci-antes para saber como direcionar nossasações para combater a violência. Quandoa policia aperta no Rio os bandidos fogempara nossa região.O exemplo é o ex-trafi-cante Robertinho de Lucas que foi assas-sinado aqui em Araruama”, disse Hugo.

Para o prefeito Marquinho Mendes,de Cabo Frio a falta de policiais militaresnas ruas contribuiu para aumentar a vio-lência.

“Não podemos pensar numa regiãoturística sem segurança. Precisamos efe-tivamente da Policia Militar nas ruas. Pe-diremos à governadora o aumento do efe-tivo dos PMs”, disse Marquinho, que de-terminou treinamento intenso aos 630

Guardas Municipais para apoiar ações daPolicia Militar. “Queremos ajudar. Mas oscomandantes da PM reclamam que faltampoliciais e carros para combater a violên-cia”, lamentou Marquinho.

O comandante Cel. Lima Castro do25º BPM, com sede em Cabo Frio, disse,por telefone, que o efetivo é, sem dúvida,aquém do que precisa para cobrir toda aregião dos Lagos. Mas está buscando par-cerias com as guardas municipais para aju-dar no combate à violência. “Durante odia as ocorrências são menores e a pre-sença dos guardas municipais colaboramuito. À noite, principalmente em Búzi-os e Cabo Frio aumenta a violência porcausa das bebidas e aí coloco mais polici-ais e carros nas ruas. Toda a sociedadeprecisa ajudar” disse.

O prefeito Henrique Melmann,disse que além do aumento da vio-lência em Arraial do Cabo a prefei-tura já encaminhou pedido ao gover-no estadual e federal para combateras invasões em áreas de preservaçãoambiental. “Não tenho como contro-lar. Isso também gera violência, Pre-ciso de ajuda”, disse Melmann, quegarantiu estar em Brasília no próxi-mo dia 12.

Arraial quer governofederal e estadual paracombater invasões

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MUITA HISTÓRIA PARACidades resgatam história, recuperam prédios antigos e focam no turista de mai

s cidades da Região dos Lagos que-rem ser conhecidas por sua história,cultura e gastronomia internacional.Cabo Frio é a sétima cidade mais anti-

ga do país, segundo historiadores.No turismo, a principal cidade da Re-

gião dos Lagos é uma das mais visitadas

Da redação do estado. Emancipada há apenas oitoanos, Búzios já é o sétimo destino turísticomais procurado por estrangeiros em todoo Brasil. São Pedro da Aldeia e Arraial doCabo também têm suas particularidades equerem explorá-las.

Com números otimistas Búzios e CaboFrio prepararam uma programação de olhono visitante de maior poder aquisitivo.

-Queremos o turista que permaneçamais tempo em nossa cidade e possa tam-bém visitar Búzios, Arraial do Cabo e co-nhecer as belezas de toda a região. Todossaem ganhando- aposta Gustavo Beranger,secretário de Turismo de Cabo Frio.

No final de abril as duas cidades lan-çaram oficialmente seus calendários deeventos. Em Cabo Frio a novidade é a apos-

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Casa da Flor

São Pedro

da Aldeia

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A CONTARe maior poder aquisitivo

C a p a

ta nos eventos ligados a vocação náuticada cidade. Além do campeonato brasileirode JetSky no inicio do ano, Cabo Frio se-diou em junho o Campeonato Sudeste Bra-sileiro de Vela classes 420 e 470 na Praia doForte e no Canal de Itajurú. Em setembro, oWorld Cup Kite Surf, também na Praia doForte. Em novembro o Campeonato Brasi-leiro de Foto-Sub.

Em terra firme, o destaque vai para aFesta Portuguesa em outubro, evento de-dicado ao intercâmbio cultural entre os doispaíses. Serão quinze dias com atrações quevão desde a mostra de danças típicas, ma-nifestações religiosas, encenação da che-gada de Américo Vespúcio à Cabo Frio ediscussões acadêmicas na UniversidadeVeiga de Almeida. E, claro, muita comida edoces portugueses.

-O Embaixador de Portugal no Rio, An-tonio Manuel Moreira Tanger Corrêa gos-tou tanto da idéia que decidiu fazer um pré-lançamento da festa no Rio- comemoraBeranger.

Para dezembro, a secretaria de turis-mo preparou uma semana inteira dedicadaaos irmãos mineiros. São pacotes especi-ais em hotéis e no comércio da cidade queoferecem generosos descontos.

Cabo Frio, Búzios e Arraialdesenvolvem Projeto deTurismo

No final de maio, na Pousada DonQuijote em Búzios, aconteceu o lançamen-to do Projeto “Caminhos Singulares doTurismo da Região Baixada litorânea”abrangendo os municípios de Cabo Frio,Armação dos Búzios e Arraial do Cabo. Adiretora do SEBRAE/RJ Celina Vargas doAmaral, e os secretários de Turismo Gus-tavo Beranger, Jacob Mureb e Walter Lú-cio, falaram para uma platéia de cerca de150 pessoas da área. A seguir, foi assinadoo acordo de parceria.

O contrato visa à adoção de uma novametodologia, a GEOR -Gestão EstratégicaOrientada para Resultados. O objetivo éfortalecer o turismo buscando sustentabi-lidade ( ambiental, cultural, social e econô-mica) para tornar a região um dos princi-pais pólos de atração turística do país. Os22 parceiros envolvidos no Projeto, queformam o Comitê Gestor, estudaram o temadurante a realização de 40 horas de ofici-nas técnicas no mês de maio, no HotelAcapulco em Cabo Frio. Foram elabora-das 45 ações para serem desenvolvidas atéo final de 2005, mas o planejamento pros-segue até 2007. Entre as ações, destaquepara quatro pilares importantes: “Qualifi-cação e Capacitação”, “Plano de Mar-keting”, “Infra-estrutura” e “Alianças Es-tratégicas entre Poder Público, Iniciativa

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Forte SãoMateus

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C a p a

-O calendário de eventos sempre foium desejo e uma necessidade de todos oscomerciantes. Os turistas precisam sabersobre a programação de uma cidade paratambém programaram suas viagens- disseo empresário Egídio Kettermann, da Pou-sada Don Quijote que abrigou em seu Cen-tro de Convenções o lançamento oficial docalendário de Búzios.

Tanto em Búzios quanto em Cabo Frioa cultura ferve. Na península, qualquer con-versa de botequim vira um encontro inter-nacional, já que na cidade vivem harmoni-

Privada e Entidades de Classes”.Segundo Sérgio Tostes, gerente regi-

onal do SEBRAE, o Projeto Caminhos Sin-gulares do Turismo trata de resultados fi-nais e intermediários. Será possível aumen-tar até dezembro, em 10%, o volume de ven-das nas micro e pequenas empresas defini-das como público alvo; elevar o fluxo deturistas, aumentar a taxa de permanênciado turista e aumentar a taxa de ocupação.

O Comitê Gestor de Turismo é forma-do por representantes dos três municípi-os: Prefeituras, Associações Comerciais,Associações de Hotéis e Pousadas, Uni-versidades Estácio de Sá e Veiga deAlmeida, Vialagos, Auto Viação 1001,TurisRio, Sebrae, Senai, Senac, Caixa Eco-nômica e Banco do Brasil.

Cultura e gastronomiasofisticada para público cadavez mais exigente

Em Armação dos Búzios, o calendáriode eventos da cidade confirmou a progra-mação que vem dando certo há alguns anosorganizada e patrocinada por empresas pri-vadas. Mesmo assim, 34 eventos fazemparte do novo calendário oficial da penín-sula. As novidades são o Festival deGastronomia, o Búzios Moda Praia, o MPBe o Búzios Antique Show.

osamente cidadãos de mais de 52 naciona-lidades. E cada um vive de seu jeito o quetorna a pequena aldeia de pescadores numaTorre de Babel light, pois todos se enten-dem e trabalham cada vez mais para divul-gar Búzios.

No quesito restaurante, Cabo Frio eBúzios apostam tudo no atendimento e empratos elaborados por experientes chefs.

No Boulevard Canal,em Cabo Frio ovisitante pode se deliciar com uma pizzasimples ou um filé com fritas até pratos comlagostas, salmão, faisão e a novidades queincluem até pratos com carne de avestruz.Em Búzios mais de trinta restaurantes jáganharam fama mundo afora. É comum verestampadas em suas paredes fotografiasde famosos ao lado de chefs.

Mesmo fora do calendário oficial, oturista vai precisar de muito fôlego paraconhecer a maioria das belas praias, o ro-teiro cultural e histórico de Búzios e CaboFrio.

Casa da Flor em São Pedroda Aldeia

Considerada uma obra prima da arqui-tetura espontânea no país, a Casa da Flor,tombada pelo Instituto Estadual doPatrimônio Cultural, precisa ser visitada.

A casa foi construída a partir de 1912,em São Pedro da Aldeia, por umhomem pobre, negro, trabalha-dor das salinas da região, e quenunca freqüentou uma escola.Entre 1923 e 1985, quando fale-ceu, Gabriel Joaquim dos San-tos foi embelezando seu lar commateriais recolhidos no lixo do-méstico e no refugo das obrascivis do local, guiado por so-nhos e uma fértil imaginação.

Com o objetivo de preser-var e divulgar a casa e o traba-lho de “Seu” Gabriel, um grupode admiradores criou, em 1987,a Sociedade de Amigos da Casada Flor, hoje Instituto CulturalCasa da Flor, uma entidade civilsem fins lucrativos.

Agora, o prefeito PauloLobo busca patrocínio de gran-des empresas para transformara Casa da Flor em um verdadeiroespaço cultural da região.

Turismo nas dunas

de Cabo Frio

Igreja Nossa Senhora Assunção

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Os brasileiros ainda não sabem oque é democracia. Uma pesquisa doPrograma das Nações Unidas para oDesenvolvimento (Pnud) apontouque, no Brasil 59% dos entrevistadosnão sabem qual o significado da pa-lavra democracia. Além disso, 4% nãosouberam responder. Outros 54%apoiariam um governo autoritáriodesde que resolvesse os problemaseconômicos.

Os percentuais são mais elevadosdo que os encontrados em países comoEl Salvador, Colômbia e Guatemala.

O levantamento indicou ainda queapenas 37% dos brasleiros apóiam a de-mocracia. O percentual é o mais baixoda América Latina, até mesmo levan-do-se em conta o índice da Bolívia, ondeexiste um quadro de guerra civil. NoBrasil, 56% da população acha que odesenvolvimento econômico é maisimportante que a democracia.

Apesar dos baixos percentuais eapoio, a democracia continua sendo omelhor sistema de governo para 70%dos brasileiros. Em toda América Lati-na os que pensam desta maneira somam68%. Em países como Nicarágua eCosta Rica, o percentual atingie 82%.O levantamento foi realizado em 2002com 18.522 pessoas de 17 países.

A pesquisa revelou outros dadospreocupantes. Os brasileiros se mos-tram divididos quanto ao retorno deum regime autoritário. Somam 42%os que repelem o autoritarismo polí-tico sob qualquer forma.

A descrença da populçação não selimita à forma de governo. Apresidencia da República teve 25% derejeição. O poder Juciário(25%), oparlamento (23%) e os partidos polí-ticos (14%), aparecem em último lu-gar em ranking das instituições maisconfiáveis. na América Latina.

59% dosbrasileiros nãosabem o que édemocracia

Pesquisa

rês anos depois de instalado o cursode História da Universidade Veiga deAlmeida em Cabo Frio está mudando

a história da Região dos Lagos.Primeiro a ser reconhecido pelo

Ministério de Educação e Cultura comaprovação máxima, o curso que tem dura-ção de três anos já atraiu quase mil alu-nos.

“A região têm vocação para a Histó-ria, que é muito rica. E o curso é muitodinâmico com os alunos interagindo o tem-po inteiro. Credito a isso a grande procu-ra”, comemora o coordenador do curso naUVA-campus Cabo Frio, José Francisco

Redescobrindo

a história

José Francisco de Moura, doutor em História

Da Redação

de Moura, professor e doutor em História.Chicão, como é chamado pelos alu-

nos, diz que o curso de História vai per-mitir aos estudantes desenvolver ativida-des ligadas ao turismo histórico-culturalda região.

A procura pelo curso de História au-mentou tanto que já existem turmas pelamanhã, à tarde e à noite com aulas sem-pre lotadas.

A redescoberta da História tambémganhou força nas publicações. Em qual-quer banca de revistas do país é possívelencontrar cerca de dez títulos sobre a His-tória das civilizações. Nunca esteve tão namoda contar e estudar História.

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esíduos de saúde deverão, desde o dia29 de março, passar por um tratamen-to antes de serem despejados em ater-

ros sanitários licenciados. O Conama -Conselho Nacional do Meio Ambienteaprovou a revisão da resolução 283, de2001, que trata da separação do lixo hos-pitalar nos locais onde são gerados e desua disposição final.

As modificações realizadas na reso-lução 283 asseguram um lugar adequadopara os resíduos de saúde. As prefeiturasque não tem aterro sanitário, ao invés daincineração, processo de alto custo, pode-rão colocá-los em um local preparado edevidamente licenciado por um órgãoambiental. Além disso, a quantidade de

lixo que precisa de tratamento deverá di-minuir significativamente.

Segundo o secretário executivo doMinistério do Meio Ambiente, CláudioLangone, o Brasil ainda possui problemasna disposição do material contaminado dosserviços de saúde. A idéia, com a resolu-ção, é separar a maior parte do lixo conta-minado do lixo comum, reduzindo assimo volume a ser tratado e diminuindo, alémdo risco para a saúde, o custo na destinaçãofinal. “A maior parte dos resíduos conta-minados que saem desses estabelecimen-tos podem ser separados do lixo comum.A destinação final dos resíduos de servi-ços de saúde é muito cara, porque tem queser feita ou em locais especiais ou receber

Conama aprova separaçãoe tratamento do lixo hospitalar

tratamento adequado, como incineração”,aponta Langone.

O diretor do Conama, Nilo Dinis, ex-plicou que atualmente, por orientação daAnvisa - Agência Nacional de VigilânciaSanitária, o lixo hospitalar do grupo A4,considerado de alto risco para o ser hu-mano e para os animais, pode ser coloca-do em aterros comuns, sem ter que passarpor um tratamento especial.

De acordo com a resolução do Co-nama, os geradores de resíduos de servi-ços de saúde, como hospitais, laboratóri-os e outros, terão dois anos, da data dapublicação no Diário Oficial, para se ade-quarem as novas exigências. Caberá aosórgãos estaduais e municipais de meioambiente a fiscalização do cumprimentoda resolução.

Segundo o médico Luiz Carlos Fon-seca, assessor técnico de Ministério daSaúde, a partir da resolução, uma classifi-cação vai orientar a forma de separar etratar cada tipo de resíduo. “Quanto maisrápido separar o resíduo, menor risco re-presenta para a comunidade, para a saúdeindividual e coletiva”, disse.

Da redação

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Rio Unamorreaospoucos

Falta de água impede crescimentoagro-pecuário da região

uma região sem água, onde vivem cerca de 300 mil pessoas, seria natu-ral que houvesse uma grande preocupação da sociedade com a morte de

um rio. Porém, não é o que acontece na Região dos Lagos com o rio Una.

Segundo Aluysio Martins, secretá-rio de meio ambiente de São Pedro daAldeia, o rio Una, único rio que corta omunicípio, está morrendo.

“Hoje o rio Una se encontra poluí-do e assoreado e, se os governos e a soci-edade não se mobilizarem, no futuro ire-mos derramar um mar de lágrimas dearrependimento”, alerta o secretário.

A Região dos Lagos tem duas baci-as importantes: a do rio São João e a do

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Da redação

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“A falta de estrutura no campo e,principalmente, a falta de água, são as res-ponsáveis pela diminuição do rebanho eda atividade produtiva no campo”, revelaAluysio Martins.

Em 2001, a prefeitura de São Pedroda Aldeia enviou um projeto ao Ministé-rio da Agricultura, emBrasília, para a recupera-ção do Rio Una. O proje-to, orçado em R$ 5 mi-lhões, prevê o dessas-soreamento total do rio,a recuperação da mataciliar e a construção deum sistema de irrigaçãopara o interior do muni-cípio, com a utilizaçãodas águas do rio. Porém,até agora não houve solução, previsão ouresposta do Governo Federal.

“Enviamos também vários projetos aoEstado para a utilização dos recursos doFECAM (Fundação Estadual de Conser-vação Ambiental) no desassoreamento doUna. Solicitamos a Serla que nos ajudas-se a fazer um estudo hidrológico do rio.Porém, a Serla condicionou sua ajuda aum levantamento planialtimétrico, no va-lor de aproximadamente 100 mil reais,estudo que a prefeitura não dispõe de re-cursos para fazer” explica o secretário.

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rio Una. Com aproximadamente 30 km deextensão, o rio Una é formado principal-mente pelo rio Godinho, que nasce emAraruama, próximo a Via Lagos, e os riosConceição e Carijó, ainda no trecho inici-al, na zona de colinas. Ingressando na bai-xada, o rio segue por 23 km, passandopelos municípios de Iguaba Grande, SãoPedro da Aldeia, Búzios e Cabo Frio, ondeatinge sua foz, na praia de Unamar.

Durante muito tempo, a falta de águana Região dos Lagos impediu o seu cres-cimento. A partir de julho de 1998, comos investimentos realizados pela conces-sionária Prolagos, houve um aumento sig-nificativo da captação e tratamento daágua. Por falta de um manancial viável, aágua produzida pela Prolagos tem de sercaptada na represa de Juturnaíba, emAraruama, e “viaja” cerca de 50 km paraabastecer cinco cidades da Região dosLagos. Porém, o contrato de concessão nãocontempla o abastecimento da Zona Ru-ral dos municípios, impedindo o cresci-mento da agricultura e da pecuária, quenecessitam de água para se desenvolve-rem.

São Pedro da Aldeia possui uma ex-tensa área rural com um rebanho que che-gou a ter 24 mil cabeças. O último censo,no entanto, detectou a diminuição do re-banho em 50%.

A esperança de que a sociedade e osgovernantes se mobilizem para salvar oUna, reside, hoje, na atuação do Consór-cio Intermunicipal Lagos São João e dorecém-criado Comitê das Bacias Hidro-gráficas das Lagoas de Araruama,Saquarema e dos Rios São João, Una e

Ostras - responsável pelogerenciamento dos re-cursos hídricos da re-gião.

O Consórcio Inter-municipal Lagos SãoJoão é uma agência queatua em treze cidades nadefesa do meio ambien-te. Seu trabalho tem sidodecisivo para a melhoriadas condições da Lagoa

Araruama e para a implantação do siste-ma de esgotamento sanitário na região.

O presidente do consórcio e prefeitode São Pedro da Aldeia, Paulo Lobo, reco-nhece a importância do Una e revela queestá buscando meios e recursos para inici-ar uma operação de salvamento do rio. “Épreciso que prefeitos, deputados, autori-dades estaduais e federais, ambientalistas,ongs e toda sociedade civil organizada semobilize para salvar o rio Una, viabili-zando o futuro da nossa região”, enfatizaPaulo Lobo.

O Diário Oficial do dia 31 de mar-ço publicou decreto da governadoraRosinha Garotinho autorizando a apli-cação de R$ 8.892.024,00 para a com-plementação das obras de revitalizaçãoda Lagoa de Saquarema. Com esses re-cursos, a Serla (Superintendência Esta-dual de Rios e Lagoas/Órgão Gestor deRecursos Hídricos do Estado do Rio deJaneiro), responsável pelas obras, vaidragar o trecho entre a passarela da La-goa de Fora (Saquarema) até a Ponte doJirau. Serão construídos também 204metros de muro de Gabião (contenção)para proteção das margens.

Ano passado, a Serla havia conclu-

Governadora Rosinha libera mais 8,8 milhões para concluir a obra

ído a abertura e dragagem do Canal daBarra Franca. Esse projeto incluiu aconstrução de um molhe (corrente depedras) de 329 metros de extensão, naPraia de Itaúna, com o quebra-mar evi-tando que a força das ondas feche ocanal.As pedras criaram uma correntenatural que está possibilitando a oxi-genação da água e a troca de nutrien-tes, renovando a fauna da lagoa.

A primeira intervenção (aberturado Canal da Barra Franca) custou R$10.120.000,00. Agora o governo do es-tado libera mais R$ 8.892.000,00, tota-lizando R$ 19.120.000, investidos narevitalização do complexo lagunar deSaquarema, assegurando sua estabili-dade.

Da redação

Serla complementa obras da Lagoa de Saquarema

Hoje o rio Una seencontra poluído eassoreado e, se osgovernos e a sociedadenão se mobilizarem, nofuturo iremos derramarum mar de lágrimas dearrependimento

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m menos de um ano Cabo Frio terá osegundo maior aeroporto internacio-nal do estado. As obras de ampliação

do já começaram com investimento de R$16.351.711,36.

A unidade terá sua capacidade, as-sim como as pistas de pouso e decolagem,ampliada para comportar operações comaviões de grande porte e receber vôoscharter e cargueiros da América do Nortee da Europa. Atualmente, o Aeroporto deCabo Frio recebe apenas vôos nacionais ede países da América do Sul, como Chilee Argentina.

Para o secretário de Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio de Cabo Frio, en-

genheiro Ricardo Valentim Azevedo, o au-mento da pista e as reformas no aeropor-to marcam definitivamente a entrada dacidade na rota internacional do transpor-te aéreo.

Serão feitas obras para aumentar de12 mil metros quadrados para 30,4 milmetros quadrados o pátio das aeronaves;construção de nova pista, ligando o pátiodas aeronaves à cabeceira central, com di-mensões de 333,18m x 23m; aumento daresistência das pistas de pouso etaxiamento; e alargamento da pista depouso e decolagem, que passará a medir2.550m x 45m.

Construído pelo Governo do Estadoem parceria com o Comando da Aeronáu-tica, o Aeroporto Internacional de CaboFrio, inaugurado em dezembro de 1998,tem localização estratégica para o cresci-mento turístico da Região dos Lagos. Ini-cialmente administrado pela Prefeitura deCabo Frio, o aeroporto teve sua operaçãoprivatizada em 2001, sob responsabilida-de da empresa Costa do Sol OperadoraAeroportuária S/A.

Rota – O secretário de turismo deCabo Frio, Gustavo Beranger anuncioueste mês que a prefeitura já iniciou nego-ciações com companhias aéreas para in-cluir Cabo Frio na rota dos vôos domésti-cos pelo menos nos fins de semana.

“Com isso vamos atrair outro tipo deturistas que quer mais conforto. Inicial-mente estes aviões fariam conexão com oaeroporto Santos Dumont” disse.

O secretário estadual de Desenvol-vimento, Indústria e Comércio, HumbertoMota, esteve em Cabo Frio participandode uma reunião no aeroporto com empre-sários e o governo municipal visando atra-ir mais investidores para o município.

Participaram desse encontro, RicardoAlbuquerque, representante da AlphavilleUrbanismo; Hélio Cabral, diretor doCodin (Companhia do DesenvolvimentoIndustrial do Rio de Janeiro); HenriqueMelman, prefeito de Arraial do Cabo;Ricardo Valentim, secretário de Desenvol-vimento de Indústria e Comércio de CaboFrio, e Carlos Victor da Rocha Mendes,secretário de Governo.

Aeroporto de Cabo Frio é o maior do interior do estado

Obras vão ampliar pistado aeroporto parareceber aeronaves demaior porteDa redação

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Nas asas docrescimentoNas asas docrescimento

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Prolagos quer mais 10 anos de concessão

Prolagos precisa de mais de dez anosde concessão na Região dos Lagos.A afirmação é de Felipe Mendes pre-

sidente da concessionária de água e esgo-tos que atende cinco municípios da região.Mendes disse que a empresa vai pedir àAgência Reguladora de Serviços PúblicosConcedidos -ASEP mais 10 anos de con-cessão. Segundo o presidente o novo pra-zo serviria para equilibrar o fôlego finan-ceiro da empresa já que a ASEP concedeuapenas 22,6% de reajuste dos 43% solici-tados pela concessionária a titulo de equi-líbrio contratual dos investimentos reali-zados pela concessão de 25 anos.

O diretor financeiro da Prolagos, RuiCarvalho disse ainda que se os investidoresportugueses não aportarem com 6 milhõesde Euros a empresa não terá como pagar os550 empregados nos próximos meses.

Além disso, alertou Mendes, se asobras de construção das estações de trata-mento forem paralisadas cerca de 400 ope-rários das empreiteiras também ficarãosem trabalho.

Pelos cálculos da empresa já foraminvestidos cerca de 254 milhões de reais

em seis anos de operação na Região dosLagos.

Em 2003 a Prolagos teve prejuízo de14 milhões e em 2004 o balanço apontoucerca de 13 milhões no vermelho.

Rui Carvalho revelou ainda que a em-presa não está tendo a resposta ideal dopoder público municipal. Só para exem-plificar, o diretor citou que a empresa ain-da não tem a titularidade dos terrenos ondeconstruiu as estações de Tratamento deEsgoto (ETEs).

Agora a Prolagos vai encaminhar umpedido à Asep e à empresa Price Wa-terhouse para uma auditoria interna a fimde obter dados oficiais. Com isso, a dire-ção da empresa espera ter elementos con-sistentes para pedir uma nova revisão detarifa.

“Em três anos os investidores apor-taram 130 milhões na empresa através doBanco Central. Nunca conseguimos di-nheiro nos bancos brasileiros - disse o di-retor financeiro na Prolagos.

A Prolagos conseguiu derrubar aliminar onde os juízes de Cabo Frio e Bú-zios determinavam que a empresa forne-cesse água a 100% da população da cida-de contrariando o contrato de concessão.

O presidente da Prolagos Felipe Mendes visita a ETE de São Pedro da Aldeia

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Crise de Identidadena prefeitura deBúziosPor Mônica Casarin

hegando ao poder com a promessade mudança radical no jeito de ad-ministrar Búzios, o governo Toninho

Branco chegou ao fim do primeiro semes-tre afundado em uma crise de identidade.A disputa por poder entre dois grupos desecretários está mexendo com a estruturade governo e, na semana passada, termi-nou em agressão física, dentro da Prefei-tura, nas barbas do prefeito.

Este princípio de motim dentro doprimeiro escalão do governo teve comodesculpa a ‘importação’ de alguns secre-tários, ‘filhos’ de Cabo Frio. Porém, é deconhecimento publico que a origem dacrise está na disputa interna por poder,entre dois grupos que ajudaram a elegerToninho Branco: de um lado, empresári-os buzianos que têm um projeto privadopara Búzios; e do outro, políticos regio-nais que trocam apoio por cargos, criandoum tipo de dança de cadeiras nas prefei-turas da Região dos Lagos.

Estes dois grupos têm agendas dife-rentes e objetivos antagônicos. Uns espe-ram, há anos, a oportunidade de implan-tar projetos de ocupação urbana patroci-nados por corporações multinacionais;outros apenas buscam a perpetuação emcargos públicos, aumentando suas influ-ências políticas e seus ‘currais eleitorais’.

Essa coalizão de forças, distintas epoderosas, que foi a grande responsávelpela eleição de Toninho Branco, começa,cada uma, a cobrar o seu ‘investimento’.Tentam direcionar a administração públi-ca para suas agendas políticas, abrindo umracha no governo que fez o prefeito vaci-lar. A disputa, que vinha esquentando nasúltimas semanas, chegou ao limite depoisque o secretário de Turismo, Jacob Mureb,foi agredido com um soco na orelha peloempresário Nani Mancini, durante umareunião do secretariado.

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Toninho Branco:Dificuldade com aliados

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A noticia correu, e Toninho Brancoteve que vir a público e dizer que é elequem manda no governo e não vai aceitarpressões de nenhum lado. A ‘batida namesa’ do prefeito, porém, não foi muitoconvincente. Como forma de tentar acal-mar os ânimos e retomar o controle dossubordinados; anunciou uma troca de se-cretariado, que deu mais poder a um dosgrupos rebelados.

Retirar o chefe de gabinete, AntônioCarlos Trindade, que era até então seu bra-ço direito é sinal de que ele cedeu à pres-são. Trindade é amigo pessoal e um dosmentores políticos do prefeito. A sua saí-da da chefia de gabinete pode fragilizarainda mais o poder de comando de Toni-nho Branco; assim como a saída de JoséDirceu da Casa Civil, fez com o governoLula.

Se o prefeito não conseguir parar essadisputa interna por poder, corre o risco dever seu governo afundar ainda mais emuma crise que já começa a irritar a popu-lação. Toninho foi eleito com a promessade mudança, com um discurso que garan-tia uma revolução no desenvolvimento só-cio/econômico de Búzios, e sua moderni-zação. Em seis meses de governo, porém,a realidade mostrou um ‘gap’ entre o dis-

curso e a prática. Sobraram disputas in-ternas e faltaram ações concretas.

A insatisfação dentro e fora do go-verno atinge até mesmo a relação dolegislativo com o executivo, que até entãoera íntima. Com a maioria na Câmara, oprefeito conseguiu aprovar alguns proje-tos de interesse do executivo com facili-dade. Entretanto, no último mês, a diver-gência de agendas empurrou a crise paraa Casa do Povo, que passou a colocar em-pecilhos aos projetos do governo. O vere-ador Evandro de Oliveira, que é da basegovernista, chegou a assinar um pedidode CPI para investigar o contrato do exe-cutivo com a empresa que presta serviçode limpeza para o município. Isto, na mes-ma semana em que era convidado para as-sumir a secretaria Executiva e de Trans-portes do governo Toninho Branco.

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Nani e JacobFim da amizade?

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Toninho Branco veio apúblico dizer que é elequem manda no governo enão vai aceitar pressões denenhum lado.

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leluia. Cabo Frio viveu momentosde Búzios no último Sábado daquaresma. O show do saxofonista

Léo Gandelman no largo de São Bene-dito conseguiu reunir o PIB mais signi-ficativo da região. Lotou todos os barese restaurantes do entorno da praça e dei-xou claro a vocação que o recanto maishistórico da cidade tem para eventosíntimistas.

O local também se transformounuma passarela de gente bonita e de bomgosto. Grupos animados trocavam idéi-as sobre obras de arte, viagens interna-cionais, carreiras profissionais e moda.Tudo regado a generosas doses dewhisky e bons vinhos. Para ver o saxo-fonista número um do Brasil, fãs vie-ram do Rio, de cidades vizinhas e, cla-ro, muita gente de Búzios atrás de umbom programa musical. Até porque, lána península o show máximo era de axé-samba. Argh!

Se o projeto do secretário de turis-mo Gustavo Beranger é de realizar even-tos que atraía gente com alto poder aqui-sitivo, acertou na mosca.

Muitas senhoras se diziam surpre-sas com a noite agradável que incluía aigreja secular aberta e toda iluminada.

“Há anos que não saía de casa. Não

dava. Agora sim” comentava uma senho-ra com um casal que também mora no cen-tro de Cabo Frio.

“A noite foi maravilhosa porque ama-mos tocar e curtir a mú-sica, a paz e a energiapositiva que vêm de to-dos vocês. Por isso essanoite foi especial” dis-se Léo ao se despedir dopúblico, depois de tocarpor entre as mesas ani-mando e emocionandoa todos. Um show.

A c o m p a n h a d opor músicos competen-tes, Léo mostrou por-que faz sucesso nomundo inteiro. Tocan-do clássicos da MPBcom suingue jazzístico,o saxofonista brincou,improvisou e conseguiu a proeza de fazero público participar cantando o refrão damúsica Maracatú Atômico entre frases deteclado, bateria, baixo e improvisos no sax.Deu certo.

O secretário de cultura MiltonAlencar Jr., revelou que este show marcao início de uma nova era da programaçãocultural de Cabo Frio.

É esperar para ver. Pelo menos já pas-samos o primeiro verão sem axé, pagode,

Léo Gandelman faz show no meio do público quelotou a praça da Passagem

Com a cara de BúziosWalmor Freitas funk, música baiana e trios elétricos. No

final, os fãs se aglomeravam atrás docamarim. Léo autografou CDs, tirou fo-tos e até trocou telefones com admira-

dores e atendeu aos poucos jornalistasque apareceram e entendem sua obra.

Detalhe: não foi preciso seguran-ças truculentos, credenciais pedidas umasemana antes e nem pulseiras obtidasatravés de algum favor político. Ah, osambulantes, graças a Deus não apare-ceram e os banheiros dos restaurantesforam usados apenas pelos clientes,como numa cidade civilizada.

Que continue assim.

Walm

or Freitas

Há cinco anos na estrada, a bandaFaixa Etária passou a ter o interior comoo palco predileto. Alexandre Brito (bai-xo), Fabrício Araújo (bateria), Filiphe

FFFFFaixaixaixaixaixa Etária finaliza primeiro CDa Etária finaliza primeiro CDa Etária finaliza primeiro CDa Etária finaliza primeiro CDa Etária finaliza primeiro CD

Nunes (guitarra), Gustavo Lima(vocal) e Rodrigo Molina (tecla-dos) já rodaram todo o estadocom apresentações aplaudidaspelo público e aprovadas pela crí-tica. O grupo passou a ser umaespécie de banda oficial dos en-contros de motociclistas.

O Faixa Etária foi um dosdestaques do primeiro festival“Volta Redonda do Rock”. A ban-

da tocou hits do Rock Brasil e algumasmúsicas internacionais como, por exem-plo, clássicos como “Sweet Child O”Mine”(Guns n”Roses) e “Polícia” (Titãs). . O

grupo, que em janeiro tocou duranteduas horas para 30 mil pessoas noCabofolia 2005, em Cabo Frio, tem umnovo integrante: o guitarrista FilipheNunes e Souza.

O grupo toca dia 24 de abril no En-contro de Motos de São Gonçalo, pro-movido pelo Moto Clube Carrascos deFerro.

- Serão 13 músicas inéditas e pró-prias. É uma mistura de estilo que vaide Guns n” Roses a Charlie Brown Jr.Com esta mistura acredito que o Cd teráuma boa aceitação pelo público e pelasrádios — disse o baterista Fabrício.

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“Nada mais normal que cidades afinsse unam também aliando esforços paraatingir um objetivo comum” disse o pre-sidente que visita a região com frequência.

Jésus ressaltou também que o estadodo Rio é privilegiado porque possui diver-sas regiões com características totalmenteopostas e que ao mesmo tempo se comple-tam.

“A Costa do Sol, por exemplo, é be-líssima mesmo no inverno. É preciso queo turista venha para a região e desfrute de

Jésus Costa, presidente da Facierj

“O mesmo turista que visita CaboFrio, pode visitar Araruama e Búzios queficará feliz, porque cada município tem suapotencialidade” disse Jésus que incentivao turismo diversificado e não só de praias.Ele ressaltou a importância de um passeiode barco, passeio pelas Dunas ou passeiopelas praias da Lagoa de Araruama – queé uma das maiores do mundo-.

“É importante a união de esforços” .

Praias para todosos gostos

“Temos muitaspraias que vão desdeáguas tipo piscina atélocais onde se praticasurf e kitesurf” disseMilton Roberto, ex-presidente da Associ-ação Comercial deCabo Frio. Milton en-dossa a posição dopresidente da Facierje disse que tambémdefende a união dasassociações comerci-ais e de todo o comér-cio regional.

“Uma coisa a-grega a outra. É di-versão para toda a fa-mília. Os jovens po-dem aprender, ter au-las de bodyboardinge a noite a juventudepode agitar na praia

do Forte e depois no Boulevard Canal” dis-se Milton que lembrou que Cabo Frio teminclusive duas modernas salas de cinemacom programação simultânea às das capi-tais brasileiras. A cidade, segundo ele, estápreparada para receber turistas das clas-ses A e B.

A jornalista americana BárbaraCrossette, ex-chefe do escritório do jor-nal New York Times e correspondenteda revista Time na Ásia, ministroupalestras no Rio de Janeiro sobre Jor-nalismo Investigativo e Relações dopoder com a Mídia Internacional.

O jornalista Walmor Freitas, edi-tor da revista Cidade, foi o único re-presentante da Baixada Litorânea aparticipar do Seminário.

O evento aconteceu na sede doSindicato dos Jornalistas do Rio de Ja-neiro.

Bárbara exibiu um filme sobre oscrimes contra profissionais da impren-sa no mundo todo, principalmente naAmérica Latina onde os governos se“incomodam” com as verdades e de-núncias publicadas pela imprensa.

Durante as mais de quatro horasda apresentação e discussão sobre otema que aflige os jornalistas do mun-do inteiro, não faltaram histórias decomo os governantes e empresáriosmanipulam e ameaçam os jornais dacapital e, principalmente, os do interi-or.

“A união dos jornalistas é funda-mental para o bem do jornalismo sério,investigativo que questione. É isso quea sociedade e o leitor espera ler nos jor-nais” disse Ms. Crossette que tambémtrabalhou no jornal The BirminghamPost, na Inglaterra.

“Quem não tiver coragem e nãose sentir bem fazendo jornalismo de ver-dade, precisa encontrar outra profissão”recomendou a jornalista que trabalhapara a Knight International Press e aAbraji (Associação Brasileira de Jorna-lismo Investigativo) criada a partir damorte de Tim Lopes.

Jornalismo investigativoincomoda governos

Bárbara Crossette entre os jorna-listas Walmor Freitas e Yara Cruz

todos os atrativos de cada cidade. Por isso,é importante que todas as cidades estejamde mãos dadas”.

Jésus Costa disse ainda que a diver-sidade da Região dos Lagos é que vai in-crementar o turismo em todas as tempo-radas.

Da redação

“A região precisa trabalhar unida”

presidente da Facierj, Jésus Costa defendeu a união entre as associações eo comércio da região como forma de combater a sazonalidade. Jésus disseque a globalização está unindo empresas e países em busca de soluções

práticas para o crescimento em conjunto.O

J o r n a l i s m o

Jésus Costa, presidente da Faciearj comMilton Roberto (Acia) e José Márcio (Aceb)

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Centro de convenções deMacaé

A única saída para os mu-nicípios da Região dos Lagosentraram na rota do rentável tu-rismo de negócios é a constru-ção de centros de convenções.Macaé largou na frente e doisanos depois de inaugurar oMacaé Centro já colhe frutos doinvestimento.

O Centro de ConvençõesJornalista Roberto Marinho, oMacaé Centro, é o segundo maior do esta-do, atrás apenas do Rio.

Construído em uma área de 110 milmetros quadrados no bairro São José doBarreto, o Macaé Centro ajudou a firmaro nome do município como um dos maisimportantes do país. Devido à sua boainfraestrutura, elogiada por grandesmultinacionais, o Centro de Convençõessediou a terceira edição da Brasil Offshore,feira que de dois em dois anos reúne em-

presas do setor de petróleo de mais de 50países. E um evento internacional que pro-jeta a cidade para o mundo. Um momentosingular para a cidade exibir suas quali-dades turísticas.

O Macaé Centro é na verdade um

pronto. No papel. Uma dos grandes des-taques do programa de governo do entãocandidato Marquinho Mendes era a cons-trução de um centro de convenções paraalavancar o turismo de negócios e gerarempregos.

Búzios aproveitou as instalações doex-Bingo Geribá e nos últimos anos a pre-feitura o utilizou como um centro de con-venções. A concorrência no entanto é di-reta com as pousadas e hotéis que tam-bém construíram espaços dedicados às pa-lestras, apresentação de cursos e treina-mentos de empresas.

“É um grande filão comercial” disseo empresário Egídio Kettermann, dono daPousada Don Quijote um dos primeiros aconstruir um espaço dedicado ao turismode negócios.

O Hotel The Pearl, um dos mais no-vos empreendimentos de Búzios inaugu-rou um centro de convenções para 600pessoas com evento da BMW.

O recém inaugurado hotel Rio Búzi-os com 64 suítes na praia de JoãoFernandes também dedicou espaço paraencontro empresarial.

“Focamos nosso trabalho no turismode negócios” disse o administrador MárcioRamos que na Semana Santa trabalhoucom turistas europeus.

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Da redação

Sinônimo debons negócios

Macaé possuio segundo

maior centrode convençõesdo Estado

grande complexo. São dois pavilhões deexposição, estacionamento para mais dedois mil veículos, amplos auditórios, salade imprensa, praça de alimentação e esta-ção de tratamento de esgoto própria. OMacaé Centro possui ainda posto médico,posto da Guarda Municipal, posto da Po-lícia Federal, 14 banheiros com capacida-de para 20 pessoas e 12 banheiros parapessoas especiais, além de vestiários. “Te-mos estrutura para atender eventos de todo

tipo, de pequeno a grande porte, como aBrasil Offshore”, explicou a administra-dora do Macaé Centro, Maria do CarmoBerdeal Martinez.

Em Cabo Frio o projeto para a cons-trução de um centro de convenções já está

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m primeiro lugar é preciso enten-der como está sendo implantado osistema de tratamento de esgotos da

Região.A Região se desenvolveu nos últi-

mos 30 anos, sem que investimentos eminfraestrutura sanitária fossem feitos,como aliás ocorre em geral no resto dopaís. A partir das concessões em 1998 eda criação do Consórcio em 2000, ini-ciou-se a possibilidade de discussão deum programa de saneamento, que eralimitado por dois fatores elementares,dinheiro disponível para investimentosX tempo de implantação do sistema.

Levando-se em conta estes dois fa-tores, somados ao estado caótico da La-goa de Araruama, “eutrofização de suaságuas” (produção excessiva de algas por

POR QUPOR QUPOR QUPOR QUPOR QUE,sempre que ocorrem chuvas fortes, o mau cheiro e detritos sólidosvoltam a estar presentes na Lagoa de Araruama em áreasconsideradas como limpas?

LUIZ FIRMINO MARTINSPEREIRA é Arquiteto Urbanistaformado pela Universidade Federaldo Rio de Janeiro - UFRJ, Mestreem Ciência Ambiental pela Univer-sidade Federal Fluminense – UFF,e Doutorando em Geografia na Uni-versidade Federal Fluminense –UFF. Funcionário de carreira daFEEMA durante 22 anos, dedicou15 destes trabalhando na AgênciaRegional do Órgão na Região dosLagos. Atualmente é Secretário Exe-cutivo do Consórcio Intermunicipalpara Gestão Ambiental das Baciasda Região dos Lagos e Rio São João,organismo de bacia, que coordenaa articulação dos projetos de gestãoe recuperação ambiental da região.

L u i z F i r m i n o M a r t i n s P e r e i r a

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A Lagoa aguentou maisde 30 anos recebendoesgotos durante o anointeiro

“ “ Quando chove forte, acapacidade debombeamento ficacomprometida, e faz-senecessário extravasarpara a praia o excesso deáguas que vêm pelasgalerias pluviais, assimsendo o esgoto e detritosalcançam a praia emborabastante diluído pelaágua da chuva.

excesso de nutrientes presentes no es-goto), trabalhou-se uma alternativa ca-paz de estancar a curto prazo grandesdespejos de esgoto na Lagoa deAraruama, e esta opção foi a implanta-ção de um, ou melhor, vários pequenoscinturões capazes de coletar todo o es-goto que já estava sendo lançado na La-goa, através de seus canais de drenagem(que escoam as águas de chuva). Estaalternativa se mostrou viável pelo fato

de chover pouco na região, e permitiu con-centrar os recursos iniciais na construçãodas Estações de Tratamento de Esgotos(ETE) e neste pontos de interceptação, quechamamos de tomadas de tempo seco. (Fa-lamos aqui de R$ 80 milhões de reais, umdos maiores investimentos per capta hojedo Brasil em saneamento).

As tomadas de tempo seco, como ada Praia das Palmeiras, funcionam da se-guinte maneira: Todas as drenagens, queantes conduziam esgotos para a praia fo-ram interceptadas e passaram a ser bom-beadas para o tratamento nas ETEs, ou sejanão chovendo (95% do ano), absolutamen-te nada vai para a Praia, tudo é tratado,inclusive águas de lavagem e volumes adi-

cionais quando a população da regiãotriplica. Como resultado, rapidamente re-cuperamos a Praia. Entretanto quando cho-ve forte, a capacidade de bombeamento ficacomprometida, e faz-se necessário extrava-sar para a praia o excesso de águas que vêmpelas galerias pluviais, assim sendo o esgo-to e detritos alcançam a praia embora bas-tante diluído pela água da chuva.

Deve-se portanto evitar banho nas 24à 48 horas seguintes a fortes chuvas, econtar com a capacidade de depuração daLagoa nestas situações.

Este é um sistema realista, que é ca-paz de otimizar os recursos investidos porora, maximizando os resultados, mas nãoestá pronto, ou seja, nos próximos 19 anosque ainda temos de Concessão, este siste-ma será aos poucos aperfeiçoado, para queas redes tenham maior eficiência, funcio-nando somente com esgotos em pontosestratégicos de grandes vazões e mista(através da drenagem) em outras, mas comtubulações adequadas que não comprome-tam o lençol freático, e onde as “bocas de

lobo” tenham sifões, para evitar o maucheiro que sentimos hoje ao passar per-to de um bueiro.

Estamos portanto construindo umsistema de longo prazo, com um saltoenorme logo de início, que é tratar 100%dos esgotos quando não chove forte. ALagoa aguentou durante mais de 30 anosrecebendo esgotos durante todo ano,agora irá se recuperar rapidamente fi-cando livre deles na grande maioria doano.

E

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CIDADE, Julho de 2005

N o s s a p r a i a

Praiao anointeiro

ma das grandes vantagens de quemmora na Região dos Lagos é podercurtir praia o ano todo. Sim, mas que

praia se todas são belas e envolventes? per-guntam os mais animados. Cada cidadetêm seus grupos que escolheram a praiado ano todo. Em Cabo Frio, mesmo no in-verno a praia das Conchas dentro de umaárea de preservação ambiental é uma daspreferidas de quem mora na região. O qui-osque Delírio Tropical, no canto direitodas Conchas é um dos mais bem freqüen-tados. No final de semana é comum es-barrar com os secretários municipais deCabo Frio, jornalistas, intelectuais e gen-te que curte sempre um bom “papo cabe-ça” regado a muita cerveja gelada e atéuisque.

-Aqui descanso e curto com meus a-migos e fico atualizado” diz o engenheiroe professor universitário Paulo Brunner

O som do quiosque Delírio Tropicalé um caso à parte.Uma rigorosa seleçãomusical que vai desde baladas da tia RitaLee até lendárias canções do CreedenceClearwater Revival passando pelo latinoCarlos Santana.

‘É a praia para encontrar os amigose relaxar” completa o jornalista e publici-tário Ricardo Cox que bate ponto mesmoem dias sem sol.

O publictário e artista plástico MarcelFigueira classifica a Praia das Conchascomo revigorante

“Este lugar é o nosso SPA. Não pre-cisa mais nada e é de graça”

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Da redação

UPraia

das

Conchas

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De nada adiantou a reclamação dosmoradores, das pesquisas entre comer-ciantes, empresários e religiosos. OCabofolia será mesmo realizado em ja-neiro e ponto final.

De um lado, parte da sociedade in-dignada com o evento que produz infi-nidades de matérias negativas por con-ta do elevado número de ocorrências po-liciais, degradação do meio ambiente eloteamento de área pública. Na outraponta, o interesse dos empresários e po-líticos que fazem dobradinha há váriosanos.

Toda a discussão que pautou pro-gramas de rádio e tv e ocupou páginasdos jornais locais foi em vão.

A oposição nunca percebeu que elamesma mantém o Cabofolia na mídia oano inteiro. E de graça. O Cabofoliaagradece.

Aliás, discutiram sempre o foco er-rado da questão. A fórmula é simples:o empresário Froilan Moraes enxerga apossibilidade de negócios lucrativos edefende sempre em público que oCabofolia fora de janeiro é inviável eco-nomicamente. Tem toda a razão.

Todo artista vai onde o públicoestá, diz a velha canção. E Cabo Friotem público de sobra para esse tipo deevento em janeiro. É a hora do povão.E tome-lhe shows de axé ,funk e pago-des. Haja ouvidos.

Froilan disse que fez shows forade época e tomou prejuízo de quase 500mil reais. “Não faço mais” disse ele.

Até a proposta da diretoria da Aciaé fora da realidade. Querem que oCabofolia seja transferido de janeiropara outra data. Não pode ser na Sema-na Santa por motivos óbvios, não podeser em dezembro e nem na primeiraquinzena das férias de julho.

Sobra que mês então? Mas isso nãoimporta.

O que ninguém discutiu até hojefoi que a empresa ou o empresárioFroilan participa ativamente das cam-panhas políticas como, digamos, cola-

boradores. Quem patrocina, investe coma certeza de um resultado positivo. Nin-guém joga dinheiro fora. Essa é a metado empresário bem sucedido. E oCabofolia é um sucesso em custo-bene-fício. Não há como negar. É só fazer ascontas. Os próprios realizadoresalerdeiam aos quatro ventos que amicareta atrai cerca de 200 mil pesso-as, ou 50 mil a cada noite. Ora, 200 milpor 50 reais em média é coisa em tornode R$ 10 milhões. Os mesmos realiza-dores garantem que precisam investir3 milhões com a estrutura e cachês dosartistas. Sobram 7 milhões por ano. Sónão se sabe quanto pagam de impostospara o município. Nem a prefeitura dizquanto arrecadou.

Logo após a eleição do dia 3 de ou-tubro, o empresário Froilan abraçava osvencedores no restaurante Tia Malucae dizia “ Graças a Deus investi bem emeus candidatos ganharam; o ToninhoBranco (Búzios), Marquinho Mendes eAcyr Rocha. Venci todas. Agora vamostrabalhar muito” comemorava.

Algo de errado? Coisa nenhuma. NoBrasil é comum as empresas, principal-mente construtoras e empresas de trans-porte coletivo “colaborarem” com as cam-panhas. Os que têm mais dinheiro inves-tem em dois ou três candidatos. Não per-dem nunca. Um bom exemplo é que emplena campanha do desarmamento, em-presas fabricantes de armas bancaramcampanhas milionárias para presidente,senadores e governadores. Imagina o queacontece no interior? Então teremosCabofolia sim, pelo menos por mais qua-tro anos. Ah, só vai mudar de lugar pordeterminação do Ministério Público Fe-deral. A micareta deverá ser atrás da Sen-das ou na área da avenida Henrique Ter-ra que já está demarcada. Não adiantadiscutir mais nada e nem perder tempo.

É só esperar para comprar umabadá em Cabo Frio ou na micareta deBúzios.

Cabofolia serámesmo em janeiro

A r t i g o

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Walmor Freitas é jornalita

Walmor Freitas

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ifícilmente algum aluno falta àaula ou chega atrasado. Mas ospais precisam dar bronca quando

a aula chega do fim. Ninguém que irembora da aula de surf, claro.

Criada há mais de um ano pelo sur-fista cabofriense Wagner Lucas Oliverosde 17 anos, a Escola de Surf de Cabo Friojá conta com 60 alunos com idade entretrês e quinze anos.

Todos os sábados e domingos pelamanhã a Praia do Forte, cartão postal dacidade, fica repleta de crianças que assis-tem as aulas teóricas e práticas.

A carioca Mônica Azevedo Santana,

professora de natação há quasedois anos em Cabo Frio matri-culou o filho João Gabriel de ape-nas três anos e o irmão Matheusde Azevedo,de 10, para aprende-rem a pegar onda com seguran-ça.

“É bom que desde cedo elesaprendam a respeitar o mar e ain-da pratiquem um esporte saudá-vel” disse ela que precisou daruma pequena bronca para tirar ospequeninos de dentro d´agua.

Ao contrário do que a maio-ria pensa, as aulas para criançassão ministradas nas pranchasgrandes. Os pranchões podemchegar até três metros de compri-mento. As pequenas pranchas sópodem ser usadas por quem játem prática, ensina o instrutor.

Segundo ele, as pranchasmaiores dão mais equilíbrio e semantém mais tempo sobre as on-

É hora de ir para aescola...de surf

Crianças aprendemsobre os perigos domar

Outra escola bem procurada pelos ‘estu-dantes’ é a escola de vela em Búzios. O equipa-mento custa um pouco mais caro, mas as vagassão concorridas.

Uma das escolas fica em Manguinhos, que,segundo especialistas, tem raia perfeita em fun-ção dos ventos fortes.

O vento também é forte em Cabo Frio, napraia do Foguete. Por isso, instrutores dekitesurf elegeram o local para a prática do es-porte. O negócio cresceu tanto que a secretariade turismo já pensa em sediar um campeonatobrasileiro da categoria.

“Nossa vocação é para esportes náuticos”diz o secretário de Turismo Gustavo Berangerque apostou na competição de jet-sky como for-ma de abrir a temporada de eventos em águascabofrienses este ano.

“Foi um sucesso e trouxe um turismo dequalidade para nossa cidade, é isso que quere-mos”, comemora.

E s p o r t e

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Vela em Buzios

das.Os baixinhos sonham em poder com-

prar todas e de todos os tamanhos.“Já escolhi em diversas lojas e quan-

do minha mãe tiver dinheiro ela vai com-prar uma bem grande e de bico” disse opequeno Matheus.

As aulas são teóricascom direito a apostilas. Osalunos também não preci-sam ter prancha. A escolafornece o material e cami-setas. A cada dia, são duashoras de aula. Na parte teó-rica são explicadas noçõesde respeito ao mar, comoenfrentar fortes ondas ecomo utilizar a pranchapara ajudar a salvar vidas.

“Ensinamos os fatoresque influenciam no mo-mento do socorro” conta oinstrutor que também alu-ga pranchas para turistas.

Os instrutores podemser encontrados diariamen-te na Praia do Forte no tre-cho mais movimentado.

É uma boa opção paraa garotada. Descansam ospais e meninos e meninasaprendem a surfar em ape-nas dez aulas.

Da redação

D

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Fragmento de tela “Barca de Sal”.

T o r r e s d o C a b o

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