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DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO Ano XIII – nº 194 – Porto Alegre, terça-feira, 21 de agosto de 2018 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES Boletim Secretaria dos Órgãos Julgadores Boletim Nro 0526/2018 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Secretaria dos Órgãos Julgadores JULGAMENTOS 7ª E 8ª TURMAS 00001 APELAÇÃO CRIMINAL Nº 0032386-09.2002.4.04.7100/RS RELATORA : Des. Federal CLÁUDIA CRISTINA CRISTOFANI APELANTE : VANDERLEI DA SILVA PACHECO : FABIO LUIS MATOS CORREA ADVOGADO : Defensoria Pública da União APELADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO 1 / 827

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  • DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIOAno XIII n 194 Porto Alegre, tera-feira, 21 de agosto de 2018

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

    PUBLICAES JUDICIAIS

    SECRETARIA DO PLENRIO, CORTE ESPECIAL E SEESBoletim

    Secretaria dos rgos Julgadores

    Boletim Nro 0526/2018

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

    Secretaria dos rgos Julgadores

    JULGAMENTOS

    7 E 8 TURMAS

    00001 APELAO CRIMINAL N 0032386-09.2002.4.04.7100/RSRELATORA : Des. Federal CLUDIA CRISTINA

    CRISTOFANI

    APELANTE : VANDERLEI DA SILVA PACHECO

    : FABIO LUIS MATOS CORREA

    ADVOGADO : Defensoria Pblica da Unio

    APELADO : MINISTRIO PBLICO FEDERAL

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 1 / 827

  • EMENTA

    PROCESSO PENAL. HOMICDIO. TENTATIVA. DECISOMANIFESTAMENTE CONTRRIA PROVA DOS AUTOS. INOCORRNCIA. SOBERANIADO TRIBUNAL DO JRI. DOSIMETRIA. INOBSERVNCIA DOS CRITRIOS LEGAIS.AJUSTES. POSSIBILIDADE. MAUS ANTECEDENTES. MESMO CONTEXTO FTICO.AFASTAMENTO. TENTATIVA. CRITRIO DE VALORAO. CONCURSO DE CRIMES.CONTINUIDADE DELITIVA. ART. 71 DO CDIGO PENAL. DETRAO.

    1. De acordo com a previso constitucional, a deciso firmada pelo Conselho deSentena, consubstanciada na votao dos quesitos formulados, suprema, no podendo oMagistrado substituir-se aos jurados na deciso da causa. 2. No sendo a deciso dos juradosmanifestamente contrria prova nos autos, a ensejar situao divorciada dos elementosprobatrios, no se mostra possvel o acolhimento do recurso defensivo pela alnea d, doinciso III, do artigo 593 do CPP. 3. Sero considerados como maus antecedentes os fatosanteriores nova prtica delitiva, ainda que o trnsito em julgado tenha ocorrido emmomento posterior prtica do delito ora analisado. 4. No caso, os fatos com trnsito emjulgado no podem ser considerados para negativar a vetorial dos antecedentes criminais, jque cometidos no mesmo contexto dos fatos apurados neste feito. 5. Adota-se critrio dediminuio do crime tentado de forma inversamente proporcional aproximao doresultado almejado pelo agente: quanto mais se aproximar da consumao do delito, menorser a frao da causa de diminuio. 6. No caso, em que os rus praticaram condutas damesma espcie (tentativas de homicdio), no mesmo contexto ftico (fuga em barreira), nasmesmas condies de tempo, com a mesma forma de execuo (disparos de arma de fogo),acertada a incidncia da continuidade delitiva, em percentual de 1/6, ainda que as vtimassejam diversas. 7. Considerando que os rus estiveram presos preventivamente, por ordemdesta Corte, h de operar-se a detrao da pena definitiva, o que acarreta a modificao deregime de cumprimento da pena.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia 7 Turma do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, por maioria, dar parcialprovimento ao recurso, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Porto Alegre, 14 de agosto de 2018.00002 APELAO CRIMINAL N 0004183-92.2006.4.04.7004/PRRELATORA : Des. Federal CLUDIA CRISTINA

    CRISTOFANI

    APELANTE : VALTER RICHTER

    ADVOGADO : Marcelo Augusto Sella e outros

    APELADO : MINISTRIO PBLICO FEDERAL

    EMENTA

    PENAL. CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTRIA. CONSTITUIODEFINITIVA DO CRDITO FISCAL. ART. 42 DA LEI N. 9.430/96. POSSIBILIDADE.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 2 / 827

  • ELEMENTOS DO DELITO CARACTERIZADOS. AUTORIA. DOMNIO DO FATO. DOLOGENRICO. DOSIMETRIA. EXECUO PROVISRIA DAS PENAS.

    1. Possvel Receita Federal, valendo-se da prerrogativa inserta no artigo 6 daLei Complementar n 105/01 e art. 11, 3, da Lei n 9.311/96, com a redao dada pela Lei n10.174/01, requisitar informaes diretamente s instituies financeiras, sem intervenojudicial. Precedentes STF. 2. A mera ausncia de documentos capazes de comprovar anatureza dos valores creditados em conta corrente gerou a presuno legal de se tratarem dereceitas tributveis. 3. Para a esfera penal, a fraude caracterizou-se justamente na omisso dedeclarao de acrscimo patrimonial a descoberto, entregando informaes ao rgofazendrio suprimindo sua verdadeira receita bruta, restando configurada a sonegao. 4.Evidenciado que o ru prestou declaraes falsas ao Fisco, suprimindo tributos nos anos-base descritos na denncia, impe-se sua condenao s penas do art. 1, da Lei 8.137/90. 5.Vislumbra-se a presena do animus de fraudar o Fisco, consubstanciado no dolo genrico,consistente na vontade livre e consciente de suprimir ou reduzir tributo por intermdio dascondutas referidas no dispositivo legal. 6. A dosimetria mostra-se irretocvel, porquanto oilustre magistrado devidamente fundamentou e individualizou todas as etapas da dosimetria,em estrita obedincia ao disposto no artigo 68 do Cdigo Penal. 7. Com o esgotamento dajurisdio ordinria desta Corte, deve a Secretaria realizar a imediata comunicao ao Juzode origem, para a formao do processo de execuo provisria das penas impostas ao rucondenado.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia 7 Turma do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, por unanimidade, negarprovimento ao recurso, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Porto Alegre, 14 de agosto de 2018.Boletim

    Secretaria dos rgos Julgadores

    Boletim Nro 0529/2018

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

    Secretaria dos rgos Julgadores

    JULGAMENTOS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 3 / 827

  • 5 E 6 TURMAS

    00001 APELAO CVEL N 0014392-10.2016.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : AGOSTINA BARBOSA CHAVES

    ADVOGADO : Ana Jlia Pinheiro e outro

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. PENSO POR MORTE. REQUISITOS. QUALIDADE DESEGURADO. TRABALHADOR RURAL EMPREGADO.

    Ausente comprovao de segurado empregado do autor ao bito, de sernegado o benefcio penso por morte, j que ausncia qualidade de segurado.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao da parte autora, nos termos dorelatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00002 APELAO CVEL N 0002438-64.2016.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : DALIA DE JESUS GONALVES

    ADVOGADO : Braulio Renato Moreira

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. CONCESSO DE PENSO POR MORTE DECOMPANHEIRO. PRESCRIO DO FUNDO DE DIREITO. COMPROVAO DA UNIOESTVEL. DEPENDNCIA ECONMICA PRESUMIDA.

    1. No h prescrio da pretenso da parte autora, uma vez que o art. 103, caputda Lei n 8.213/91 prev o prazo extintivo de todo e qualquer direito ou ao do segurado oubeneficirio para a reviso do ato de concesso do benefcio, e no do indeferimento dapenso, alm do que, em se tratando de obrigao de trato sucessivo, admite-se apenas a

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 4 / 827

  • ocorrncia de prescrio parcial, ou seja, a das prestaes anteriores ao quinqunio queprecede a propositura da ao, nos termos da Smula n 85 do STJ.

    2. Para a obteno do benefcio de penso por morte deve a parte interessadapreencher os requisitos estabelecidos na legislao previdenciria vigente data do bito,consoante iterativa jurisprudncia dos Tribunais Superiores e desta Corte.

    3. Comprovada a unio estvel, presume-se a dependncia econmica (artigo16, 4, da Lei 8.213/91), impondo-se Previdncia Social demonstrar que esta no existia.In casu, o autor comprovou a existncia de unio estvel com a de cujus, fazendo jus,portanto, penso por morte da companheira.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, reconhecendo a prescrio das parcelas anteriores aos cinco anosda propositura da ao, dar provimento apelao da parte autora e determinar ocumprimento imediato do acrdo no tocante implantao do benefcio penso por morte,nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante dopresente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00003 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0014294-59.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : INS FTIMA VIEIRA

    ADVOGADO : Adair Paulo Bortolini

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 1A VARA DA COMARCA DESEARA/SC

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DECONTRIBUIO/SERVIO. REQUISITOS. ATIVIDADE RURAL. INCIODE PROVA MATERIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE NOCIVORUDO E AGENTES BIOLGICOS. TEMA N 555/STF.

    1. devido o reconhecimento do tempo de servio rural, em regime deeconomia familiar, quando comprovado mediante incio de prova material corroborado portestemunhas.

    2. No caso concreto, no tocante ao perodo em que o esposo da autora exerceuatividade urbana, no veio aos autos qualquer incio de prova material em nome prprio.Considerando a diretriz firmada pelo STJ no recurso repetitivo no sentido de que a extensode prova material em nome de um integrante do ncleo familiar a outro no possvelquando aquele passa a exercer trabalho incompatvel com o labor rurcola, como o denatureza urbana, tenho como invivel o reconhecimento do tempo de servio agrcolacontroverso, diante da ausncia de incio de prova material hbil a comprovar a condio derurcola da parte autora.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 5 / 827

  • 3. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida sob condiesnocivas disciplinado pela lei em vigor poca em que efetivamente exercido, passando aintegrar, como direito adquirido, o patrimnio jurdico do trabalhador (STJ, Recurso EspecialRepetitivo n. 1.310.034).

    4. Considerando que o 5. do art. 57 da Lei n. 8.213/91 no foi revogado pelaLei n. 9.711/98, e que, por disposio constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20,de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefcios at que a leicomplementar a que se refere o art. 201, 1., da Constituio Federal, seja publicada, possvel a converso de tempo de servio especial em comum inclusive aps 28-05-1998(STJ, Recurso Especial Repetitivo n. 1.151.363).

    5. At 28-04-1995 admissvel o reconhecimento da especialidade porcategoria profissional ou por sujeio a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio deprova (exceto para rudo, calor e frio); a partir de 29-04-1995 no mais possvel oenquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovao da sujeio aagentes nocivos por qualquer meio de prova at 05-03-1997; a partir de ento, por meio deformulrio embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica; e, a partir de 01-01-2004, passou a ser necessria a apresentao do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP),que substituiu os formulrios SB-40, DSS 8030 e DIRBEN 8030, sendo este suficiente para acomprovao da especialidade desde que devidamente preenchido com base em laudotcnico e contendo a indicao dos responsveis tcnicos legalmente habilitados, porperodo, pelos registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, eximindo a parteda apresentao do laudo tcnico em juzo.

    6. admitida como especial a atividade em que o segurado ficou exposto arudos superiores a 80 decibis at 05-03-1997, em que aplicveis concomitantemente, parafins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64, 72.771/73 e 83.080/79. Em relao aoperodo posterior, exige-se a exposio a rudos superiores a 90 decibis at 18-11-2003(Anexo IV dos Decretos n. 2.172/97 e n. 3.048/99, este na redao original) e, a partir deento, a rudos superiores a 85 decibis, conforme a alterao trazida pelo Decreto n. 4.882,de 18-11-2003, ao Decreto n. 3.048/99.

    7. A exposio umidade enseja o reconhecimento do tempo de servio comoespecial.

    8. A exposio de forma intermitente aos agentes biolgicos no descaracterizao risco de contgio, uma vez que o perigo existe tanto para aquele que est exposto de formacontnua como para aquele que, durante a jornada, ainda que no de forma permanente, temcontato com tais agentes.

    9. O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o ARE 664.335 na forma darepercusso geral (Tema 555), assentou que a exposio do trabalhador a rudo acima doslimites legais de tolerncia caracteriza o tempo de servio especial para aposentadoria, noobstante a afirmao em PPP da eficcia do EPI.

    10. No que concerne ao uso de equipamento de proteo individual ou coletivapelo segurado, o Supremo Tribunal Federal decidiu que deve restar demonstrado no casoconcreto que o uso efetivo e permanente de EPI "suficiente para descaracterizarcompletamente a relao nociva a que o empregado se submete". Havendo divergncia oudvida sobre a real efetividade do EPI, impe-se o reconhecimento do tempo especial emfavor do segurado (Tema n. 555).

    11. Os EPI's no tm o condo de afastar ou prevenir o risco de contaminaopelos agentes biolgicos (Item 3.1.5 do Manual da Aposentadoria Especial editado peloINSS, 2017).

    12. Comprovado o tempo de contribuio suficiente e implementada a carnciamnima, devida a aposentadoria por tempo de contribuio integral, a contar da data dorequerimento administrativo, nos termos do art. 54 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91.

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  • ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao do INSS, dar parcial provimento remessa oficial e determinar o cumprimento imediato do acrdo no tocante implantao dobenefcio da parte autora, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00004 APELAO CVEL N 0013046-58.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : FTIMA PERUZZO SIQUEIRA

    ADVOGADO : Claudiomir Giaretton

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. AUXLIO-DOENA. QUALIDADE DE SEGURADO ECARNCIA. TRABALHADOR RURAL. DESCARACTERIZADA.SEGURADO EMPREGADO. CARNCIA MNIMA. AUSNCIA.

    1. So trs os requisitos para a concesso dos benefcios por incapacidade: 1) aqualidade de segurado; 2) o cumprimento do perodo de carncia de 12 contribuiesmensais; 3) a incapacidade para o trabalho, de carter permanente (aposentadoria porinvalidez) ou temporrio (auxlio-doena).

    2. Em se tratando de segurado especial, dispensa-se o recolhimento decontribuies mensais para que esteja atendida a carncia, bastando que reste demonstrado oefetivo exerccio da atividade rural pelo prazo de 12 meses.

    3. No perodo equivalente carncia verificou-se que a remunerao auferidapelo ncleo familiar ultrapassava o montante de R$ 2.500,00 (dois mil quinhentos reais) aoms, descaracterizando, assim, a qualidade de segurada especial da autora, tendo em contaque a eventual atividade rural desempenhada no era a principal fonte de renda do ncleofamiliar.

    4. Hiptese em que a parte autora, embora ostentasse a qualidade de seguradaempregada, no preenchia a carncia mnima necessria.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a

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  • Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento ao agravo retido e apelao da parte autora,nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante dopresente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00005 APELAO CVEL N 0001902-53.2016.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : LEONI TEREZINHA IAPPE

    ADVOGADO : Mauri Raul Costa Jnior

    EMENTA

    PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIRIO. DESISTNCIA DA AO. NOCONCORDNCIA DO INSS. EXIGNCIA DE RENNCIA AO DIREITOSOBRE O QUAL SE FUNDA A AO. LEGITIMIDADE. EXTINO DOPROCESSO SEM JULGAMENTO DE MRITO. SENTENA ANULADA.RETORNO DOS AUTOS ORIGEM PARA REGULAR PROCESSAMENTO.1. A desistncia da ao, aps o oferecimento de contestao pelo requerido,

    depende da anuncia deste, com fulcro no art. 485, 4, do CPC.2. Aplicabilidade do entendimento firmado pelo STJ no julgamento do REsp n

    1.267.995/PB de que legtima a anuncia ao pedido de desistncia da ao condicionada renncia expressa ao direito sobre o qual se funda a ao, com fundamento no art. 3 da Lein 9.469/97.

    3. Hiptese em que sendo expressa a discordncia do INSS quanto ao pleito demera desistncia, e do mesmo modo incontroversa a manifestao da parte autora de que nopretende renunciar ao direito sobre o qual se funda a ao, no possvel a homologao dopedido de desistncia da demanda.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, dar parcial provimento ao apelo do INSS, para anular a sentena edeterminar o retorno dos autos origem para regular processamento do feito, nos termos dorelatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00006 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0002386-05.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 8 / 827

  • ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : VALDEMIRO ALVES

    ADVOGADO : Rubia Carmen de Quadros Beltrame

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 2A VARA DA COMARCA DECANOINHAS/SC

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DECONTRIBUIO/SERVIO. REQUISITOS. ATIVIDADE ESPECIAL.AGENTE NOCIVO HIDROCARBONETOS AROMTICOS.

    1. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida sob condiesnocivas disciplinado pela lei em vigor poca em que efetivamente exercido, passando aintegrar, como direito adquirido, o patrimnio jurdico do trabalhador (STJ, Recurso EspecialRepetitivo n. 1.310.034).

    2. Considerando que o 5. do art. 57 da Lei n. 8.213/91 no foi revogado pelaLei n. 9.711/98, e que, por disposio constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20,de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefcios at que a leicomplementar a que se refere o art. 201, 1., da Constituio Federal, seja publicada, possvel a converso de tempo de servio especial em comum inclusive aps 28-05-1998(STJ, Recurso Especial Repetitivo n. 1.151.363).

    3. At 28-04-1995 admissvel o reconhecimento da especialidade porcategoria profissional ou por sujeio a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio deprova (exceto para rudo, calor e frio); a partir de 29-04-1995 no mais possvel oenquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovao da sujeio aagentes nocivos por qualquer meio de prova at 05-03-1997; a partir de ento, por meio deformulrio embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica; e, a partir de 01-01-2004, passou a ser necessria a apresentao do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP),que substituiu os formulrios SB-40, DSS 8030 e DIRBEN 8030, sendo este suficiente para acomprovao da especialidade desde que devidamente preenchido com base em laudotcnico e contendo a indicao dos responsveis tcnicos legalmente habilitados, porperodo, pelos registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, eximindo a parteda apresentao do laudo tcnico em juzo.

    4. A exposio a hidrocarbonetos aromticos enseja o reconhecimento do tempode servio como especial.

    5. Comprovado o tempo de servio/contribuio suficiente e implementada acarncia mnima, devida a aposentadoria por tempo de servio integral, na data da EmendaConstitucional n. 20, de 1998, e a aposentadoria por tempo de contribuio integralcomputando-se o tempo de servio at 28-11-1999 ou at a data da entrada do requerimentoadministrativo, devendo a Autarquia realizar os clculos e implantar o benefcio que resultarmais vantajoso, a contar da data do requerimento administrativo, nos termos do art. 54 c/c art.49, II, da Lei n. 8.213/91.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 9 / 827

  • Regio, por unanimidade, negar provimento apelao do INSS e remessa oficial,determinar o cumprimento imediato do acrdo no tocante majorao do benefcio daparte autora e, de ofcio, adequar os critrios de juros e correo monetria, conformedeciso do STF no Tema 810, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00007 APELAO CVEL N 0012656-54.2016.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : MARIA DE LOURDES ROSSI COUTO

    ADVOGADO : Ivanildo Tadeu Castelo de Barros e outro

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : ZELI BORGES DE ANDRADE

    ADVOGADO : Hortencia de Lurdes Padilha

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. CONCESSO DE PENSO POR MORTE DECOMPANHEIRO. COMPROVAO DA UNIO ESTVEL. DEPENDNCIA ECONMICAPRESUMIDA.

    1. Para a obteno do benefcio de penso por morte deve a parte interessadapreencher os requisitos estabelecidos na legislao previdenciria vigente data do bito,consoante iterativa jurisprudncia dos Tribunais Superiores e desta Corte.

    2. Comprovada a unio estvel, presume-se a dependncia econmica (artigo16, 4, da Lei 8.213/91), impondo-se Previdncia Social demonstrar que esta no existia.In casu, o autor comprovou a existncia de unio estvel com a de cujus, fazendo jus,portanto, penso por morte da companheira.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao da parte autora, nos termos dorelatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00008 APELAO CVEL N 0009860-61.2014.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : RUDOLFO ENGEL

    ADVOGADO : Francisco Vital Pereira e outros

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 10 / 827

  • EMENTA

    PREVIDENCIRIO E PROCESSUAL CIVIL. DECADNCIA. PRESCRIOQUINQUENAL. INTERRUPO E SUSPENSO. APOSENTADORIA PORTEMPO DE CONTRIBUIO. REVISO DA RENDA MENSAL INICIAL.

    1. A arguio de decadncia no merece acolhida, porquanto no transcorreu oprazo fixado no art. 103 da Lei n. 8.213/91 (com redao dada pela Lei n. 10.839/04) parareviso do ato concessrio.

    2. O requerimento administrativo causa suspensiva da prescrio. A suspensomantm-se durante o perodo de tramitao do processo administrativo, at a comunicao dadeciso ao interessado. Na verificao da prescrio quinquenal, computa-se,retroativamente, o lapso decorrido entre o ajuizamento da ao e a comunicao da decisoadministrativa, e exclui-se o perodo de tramitao do processo administrativo. Precedentesdo STJ e desta Corte.

    3. A citao vlida interrompe a prescrio (art. 219 do CPC), voltando o prazoprescricional a correr por metade (Decreto n. 20.910/32 e Decreto-Lei n. 4.597/42).

    4. Hiptese em que, excludos os perodos em que o prazo prescricional estavasuspenso e interrompido, no h parcelas atingidas pela prescrio quinquenal entre a datado ajuizamento da presente demanda e o requerimento administrativo do benefcio.

    5. No h coisa julgada se ausente a identidade de partes, de pedido e de causade pedir.

    6. A opo do autor de, na demanda anterior, ter requerido o benefcio com baseno direito adquirido na data da Emenda Constitucional n. 20, de 1998, no prejudica, noobsta e nem fulmina a pretenso deduzida no presente feito, haja vista que no abarcada pelacoisa julgada. Deve, pois, ser computado o tempo de servio incontroverso entre a EmendaConstitucional n. 20, de 1998, e a data do requerimento administrativo, cuja consequncia amajorao, de proporcional para integral, da renda mensal inicial da aposentadoria por tempode contribuio que titula o autor, uma vez que totaliza mais de 35 anos de tempo decontribuio, suficientes para o deferimento do benefcio de forma integral.

    7. Assegurado o deferimento judicial da inativao integral, deve a Autarquiarealizar, conforme os parmetros estipulados no presente julgado, os clculos da rendamensal inicial e implantar ou manter, a contar do marco inicial estabelecido, a inativao cujarenda mensal inicial for mais benfica ao segurado.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, dar parcial provimento apelao da parte autora, e determinar ocumprimento imediato do acrdo no tocante majorao do seu benefcio, nos termos dorelatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00009 APELAO CVEL N 0015012-56.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 11 / 827

  • INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELANTE : ADAIR FERREIRA DE SALES

    ADVOGADO : Olir Marino Savaris

    APELADO : (Os mesmos)

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DECONTRIBUIO/SERVIO. REQUISITOS. ATIVIDADE ESPECIAL.AGENTES NOCIVOS UMIDADE, AGENTES BIOLGICOS EHIDROCARBONETOS AROMTICOS. LAUDO POR SIMILARIDADE.EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL. TEMA N 555/STF.

    1. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida sob condiesnocivas disciplinado pela lei em vigor poca em que efetivamente exercido, passando aintegrar, como direito adquirido, o patrimnio jurdico do trabalhador (STJ, Recurso EspecialRepetitivo n. 1.310.034).

    2. Considerando que o 5. do art. 57 da Lei n. 8.213/91 no foi revogado pelaLei n. 9.711/98, e que, por disposio constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20,de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefcios at que a leicomplementar a que se refere o art. 201, 1., da Constituio Federal, seja publicada, possvel a converso de tempo de servio especial em comum inclusive aps 28-05-1998(STJ, Recurso Especial Repetitivo n. 1.151.363).

    3. At 28-04-1995 admissvel o reconhecimento da especialidade porcategoria profissional ou por sujeio a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio deprova (exceto para rudo, calor e frio); a partir de 29-04-1995 no mais possvel oenquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovao da sujeio aagentes nocivos por qualquer meio de prova at 05-03-1997; a partir de ento, por meio deformulrio embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica; e, a partir de 01-01-2004, passou a ser necessria a apresentao do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP),que substituiu os formulrios SB-40, DSS 8030 e DIRBEN 8030, sendo este suficiente para acomprovao da especialidade desde que devidamente preenchido com base em laudotcnico e contendo a indicao dos responsveis tcnicos legalmente habilitados, porperodo, pelos registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, eximindo a parteda apresentao do laudo tcnico em juzo.

    4. A exposio umidade, a agentes biolgicos decorrentes do contato com lixourbano, e a hidrocarbonetos aromticos enseja o reconhecimento do tempo de servio comoespecial.

    5. Admite-se a prova tcnica por similaridade (aferio indireta dascircunstncias de labor) quando impossvel a realizao de percia no prprio ambiente detrabalho do segurado. Precedentes da Terceira Seo desta Corte.

    6. O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o ARE 664.335 na forma darepercusso geral (Tema 555), decidiu que, se comprovada a real efetividade dosequipamentos de proteo, neutralizando a nocividade do(s) agente(s), restadescaracterizado o labor em condies especiais.

    7. Na hiptese em apreo, o perito judicial referiu que no houve apresentao,pela empresa, dos comprovantes de entrega dos equipamentos de proteo, razo pela razopela qual no resta comprovado o fornecimento e a utilizao, pelo autor, de dispositivos deproteo.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 12 / 827

  • 8. Comprovado o tempo de servio/contribuio suficiente e implementada acarncia mnima, devida a aposentadoria por tempo de servio/contribuio integral, acontar da data do requerimento administrativo, nos termos do art. 54 c/c art. 49, II, da Lei n.8.213/91.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, dar parcial provimento apelao do INSS e remessa oficial, darprovimento apelao da parte autora, e determinar o cumprimento imediato do acrdo notocante implantao do seu benefcio, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamentoque ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00010 APELAO CVEL N 0005863-36.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : ROQUE NELSON FRIEDRICH

    ADVOGADO : Simao Bolivar Martins dos Santos

    : Richard Zapelini Rebelo

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DECONTRIBUIO/SERVIO. REQUISITOS. ATIVIDADE RURAL. INCIO DE PROVAMATERIAL.

    1. devido o reconhecimento do tempo de servio rural, em regime deeconomia familiar, quando comprovado mediante incio de prova material corroborado portestemunhas.

    2. Comprovado o tempo de servio/contribuio suficiente e implementada acarncia mnima, devida a aposentadoria por tempo de servio proporcional, na data daEmenda Constitucional n. 20, de 1998, e a aposentadoria por tempo de contribuio integralcomputando-se o tempo de servio at a data da entrada do requerimento administrativo,devendo a Autarquia realizar os clculos e implantar o benefcio que resultar mais vantajoso,a contar da data do requerimento administrativo, nos termos do art. 54 c/c art. 49, II, da Lei n.8.213/91.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, dar provimento apelao do parte autora; negar provimento

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 13 / 827

  • apelao do INSS; e determinar o cumprimento imediato do acrdo no tocante implantao do benefcio da parte autora apenas se o valor de sua renda mensal atual dobenefcio aqui deferido (NB 140.489.399-4) for superior aquela que vem recebendo no NB145.629.271-1, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parteintegrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00011 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0021917-14.2014.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELANTE : IEDA MARIA SCARSI

    ADVOGADO : Claudiomir Giaretton

    APELADO : (Os mesmos)

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 2A VARA DA COMARCA DE XAXIM/SC

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DECONTRIBUIO/SERVIO. REQUISITOS. ATIVIDADE RURAL. INCIODE PROVA MATERIAL. TEMPO ESPECIAL. AGENTES NOCIVOSHIDROCARBONETOS E BIOLGICOS.

    1. devido o reconhecimento do tempo de servio rural, em regime deeconomia familiar, quando comprovado mediante incio de prova material corroborado portestemunhas.

    2. Invivel o reconhecimento da atividade agrcola aps o casamento,porquanto ainda que o fato de o esposo da autora possuir outra fonte de renda nodescaracterize o regime de economia familiar, h necessidade de comprovao do trabalhocom os demais membros da famlia, o que no restou verificado.

    3. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida sob condiesnocivas disciplinado pela lei em vigor poca em que efetivamente exercido, passando aintegrar, como direito adquirido, o patrimnio jurdico do trabalhador (STJ, Recurso EspecialRepetitivo n. 1.310.034).

    4. Considerando que o 5. do art. 57 da Lei n. 8.213/91 no foi revogado pelaLei n. 9.711/98, e que, por disposio constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20,de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefcios at que a leicomplementar a que se refere o art. 201, 1., da Constituio Federal, seja publicada, possvel a converso de tempo de servio especial em comum inclusive aps 28-05-1998(STJ, Recurso Especial Repetitivo n. 1.151.363).

    5. At 28-04-1995 admissvel o reconhecimento da especialidade porcategoria profissional ou por sujeio a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio deprova (exceto para rudo, calor e frio); a partir de 29-04-1995 no mais possvel oenquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovao da sujeio aagentes nocivos por qualquer meio de prova at 05-03-1997; a partir de ento, por meio deformulrio embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica; e, a partir de 01-01-2004, passou a ser necessria a apresentao do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP),que substituiu os formulrios SB-40, DSS 8030 e DIRBEN 8030, sendo este suficiente para acomprovao da especialidade desde que devidamente preenchido com base em laudotcnico e contendo a indicao dos responsveis tcnicos legalmente habilitados, por

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 14 / 827

  • perodo, pelos registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, eximindo a parteda apresentao do laudo tcnico em juzo.

    6. Quanto ao agente nocivo rudo, at 05-03-1997 considerada nociva sadea atividade sujeita a rudos superiores a 80 decibis, conforme previso mais benfica doDecreto n. 53.831/64, tendo em vista que, at aquela data, so aplicveis concomitantemente,para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64, n. 72.771/73 e n. 83.080/79. Emrelao ao perodo posterior, exige-se a exposio a rudos superiores a 90 decibis at 18-11-2003 (Anexo IV dos Decretos n. 2.172/97 e n. 3.048/99, este na redao original) e, apartir de ento, a rudos superiores a 85 decibis, conforme a alterao trazida pelo Decreton. 4.882, de 18-11-2003, ao Decreto n. 3.048/99.

    7. Entendo que a indicao da exposio ao nvel de rudo superior a 85 dBcomo nociva sade feita pelo Decreto n. 4.882/2003 implica necessariamente considerarque, em poca imediatamente anterior, a agresso ao organismo era, no mnimo, a mesma,justificando, assim, com base em critrio cientfico, o reconhecimento, como especial, daatividade sujeita queles nveis de presso sonora mesmo se exercida no perodo anterior(mais especificamente de 06-03-1997 a 18-11-2003). No razovel no considerar nociva sade a exposio ao nvel de rudo superior a 85dB entre 06-03-1997 e 18-11-2003 quando,no perodo subsequente, considera-se justamente tal exposio como prejudicial sade dotrabalhador/segurado, lastreada em critrio cientfico que necessariamente deve prevalecersobre o critrio cientfico que, mais de 6 anos antes, embasou a norma anterior. No se trata,aqui, em verdade, de questo de direito intertemporal, isto , no se almeja a aplicaoretroativa do Decreto n. 4.882/2003: o disposto nesse Decreto serve apenas de comprovaode que a exposio a nveis de rudo superiores a 85 dB prejudicial sade desde momentoanterior (06-03-1997), quando editada norma que aumentou o nvel de tolerncia. Ou seja, oDecreto n. 2.172/97 aumentou o nvel de tolerncia da exposio de rudo de 80 para 90decibis quando deveria t-lo aumentado para apenas 85db. Comprova-se isso justamentepelo fato de que critrio cientfico posterior, suporte do disposto no Decreto n. 4.882/2003 -editado em poca em que, seguramente, havia mais recursos materiais para atenuar anocividade do rudo - estabeleceu como limite mximo de tolerncia (acima do qual nociva sade) a exposio a 85 dB. Nesse sentido, o Decreto n. 2.172/97 colide com o art. 57,caput e 3, 4 e 5, da Lei n. 8.213/91, na medida em que deixa de considerar comoprejudicial sade a exposio a nveis de presso sonora entre 85 e 90 dB, quando talexposio efetivamente prejudicial sade e integridade fsica. Em nada modifica talconcluso a autorizao legislativa (art. 58, caput, da Lei n. 8.213/91) dada ao PoderExecutivo para definir a relao de agentes fsicos, qumicos e biolgicos prejudiciais sade ou integridade fsica, pois tal autorizao no um mandato em branco doLegislativo ao Executivo, uma vez que este tem o dever de elencar os agentes fsicos,qumicos e biolgicos, e os respectivos nveis de exposio, que efetivamente trazemconsequncias danosas sade e integridade fsica dos segurados, sob pena de incorrer emilegalidade.

    8. Todavia, o Superior Tribunal de Justia, em recentes decises (AgRg no REspn. 1309696, Primeira Turma, Rel. Ministro Benedito Gonalves, DJe de 28-06-2013; AgRg noREsp n. 1326237, Primeira Turma, Rel. Min. Srgio Kukina, DJe de 13-05-2013; AgRg noREsp n. 1367806, Segunda Turma, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJe de 03-06-2013; REspn. 1365898, Segunda Turma, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJe de 17-04-2013; e AgRg noREsp n. 1352046, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe de 08-02-2013), assim como no REspn. 1.398.260, submetido ao rito do art. 543-C do CPC, deixou assentado que tal anliseenvolve questo de direito intertemporal, no sendo possvel atribuir retroatividade normasem expressa previso legal, de modo que deve prevalecer o nvel de rudo estabelecido emcada uma das legislaes antes mencionadas . Desse modo, deve ser admitida como especiala atividade em que o segurado ficou sujeito a rudos superiores a 80 decibis, at 05-03-

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 15 / 827

  • a atividade em que o segurado ficou sujeito a rudos superiores a 80 decibis, at 05-03-1997; superiores a 90 decibis, entre 06-03-1997 e 18-11-2003; e superiores a 85dB, a contarde 19-11-2003, data em que passou a viger o Decreto n. 4.882.

    9. A exposio a agentes qumicos e biolgicos enseja o reconhecimento dotempo de servio como especial.

    10. Comprovado o tempo de contribuio suficiente, a idade, o pedgio e acarncia mnima, devida a aposentadoria por tempo de contribuio proporcional, a contarda data do requerimento administrativo, nos termos do art. 54 c/c art. 49, II, da Lei n.8.213/91.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao do INSS e remessa oficial; darparcial provimento apelao da parte autora; de ofcio, adequar os critrios de jurosmoratrios e correo monetria; e, ainda, determinar o cumprimento imediato do acrdo notocante implantao do benefcio da parte autora, nos termos do relatrio, votos e notas dejulgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00012 EMBARGOS DE DECLARAO EM APELAO CVEL N 0001641-54.2017.4.04.9999/SCRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

    EMBARGANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMBARGADO : ACRDO DE FOLHAS

    INTERESSADO : TEREZINHA BEATRIZ MELLA

    ADVOGADO : Marlon Aldebrand

    EMENTA

    EMBARGOS DE DECLARAO. TERMO INICIAL DO BENEFCIO.BENEFCIO MAIS VANTAJOSO. POSSIBILIDADE DE OPO. CORREOMONETRIA E JUROS DE MORA.

    1. Considerando-se o tempo j reconhecido administrativamente at a primeiraDER (12/09/2008), o tempo de servio rural reconhecido judicialmente e o perodo em quetrabalhou na Prefeitura de Palmitos (limitado a 31/03/2003) a parte autora, somava temposuficiente para se aposentar por tempo de contribuio quando da primeira DER (semcontabilizar perodos posteriores).

    2. autora assiste o direito de optar pelo benefcio mais vantajoso, seja ele oconcedido administrativamente ou o deferido nestes autos, sem prejuzo do direito deexecutar as parcelas atrasadas do benefcio concedido em juzo.

    3. O Plenrio do STF concluiu o julgamento do Tema 810, ao examinar o RE870947, definindo os juros moratrios da seguinte forma: O art. 1-F da Lei n 9.494/97, coma redao dada pela Lei n 11.960/09, na parte em que disciplina os juros moratrios

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 16 / 827

  • aplicveis a condenaes da Fazenda Pblica, inconstitucional ao incidir sobre dbitosoriundos de relao jurdico-tributria, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros demora pelos quais a Fazenda Pblica remunera seu crdito tributrio, em respeito aoprincpio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5, caput); quanto s condenaesoriundas de relao jurdica no-tributria, a fixao dos juros moratrios segundo ondice de remunerao da caderneta de poupana constitucional, permanecendo hgido,nesta extenso, o disposto no art. 1-F da Lei n 9.494/97 com a redao dada pela Lei n11.960/09.

    4. O STJ, no julgamento do REsp 1.495.146, submetido sistemtica de recursosrepetitivos, definiu que o ndice de correo monetria, nas condenaes impostas Fazenda Pblica de natureza previdenciria, o INPC, no que se refere ao perodo posterior vigncia da Lei 11430/2006, que incluiu o art. 41-A na Lei 8.213/91.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, acolher os embargos de declarao para sanar o vcio apontado e,consequentemente, atribuir-lhes efeitos infringentes para negar provimento ao apelo do INSSe, de ofcio, corrigir os critrios de correo monetria, nos termos do relatrio, votos e notasde julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00013 EMBARGOS DE DECLARAO EM APELAO/REEXAME NECESSRIO N0018491-57.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

    EMBARGANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMBARGADO : ACRDO DE FOLHAS

    INTERESSADO : ADEMAR HACK

    ADVOGADO : Patricia Mugnol

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 1A VARA DA COMARCA DETANGARA/SC

    EMENTA

    EMBARGOS DE DECLARAO. INOCORRNCIA DE OMISSO,CONTRADIO OU OBSCURIDADE.1. Merecem acolhida os embargos do autor para agregar fundamentos deciso

    sem, contudo, alterar-lhe o resultado.2. A acolhida dos embargos declaratrios s tem cabimento nas hipteses de

    omisso, contradio ou obscuridade, no sendo o caso, no tocante aos embargos daAutarquia.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 17 / 827

  • ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional Suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, acolher os embargos de declarao do autor e rejeitar os embargosde declarao do INSS, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00014 APELAO CVEL N 0004753-52.2009.4.04.7205/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : RUBENS GEBAUER

    ADVOGADO : Eduardo Zimmermann Negromonte

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO E PROCESSO CIVIL. DESAPOSENTAO. TESEFIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OBSERVNCIA AO PRECEDENTEESTABELECIDO. JUZO DE RETRATAO. MODIFICAO DO ACRDODIVERGENTE.

    Constatada a divergncia entre o contedo do acrdo recorrido e a orientaoexarada no acrdo paradigma, proferido pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento doRE n. 661.256/SC, com repercusso geral reconhecida (Tema 503), o juzo de retratao medida que se impe, a ensejar a alterao do decisum colegiado dissonante.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao da parte autora, julgandoimprocedente a demanda, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00015 APELAO CVEL N 0004755-22.2009.4.04.7205/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : JOAO CANDIDO PEREIRA

    ADVOGADO : Eduardo Zimmermann Negromonte

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 18 / 827

  • EMENTA

    PREVIDENCIRIO E PROCESSO CIVIL. DESAPOSENTAO. TESEFIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OBSERVNCIA AO PRECEDENTEESTABELECIDO. JUZO DE RETRATAO. MODIFICAO DO ACRDODIVERGENTE.

    Constatada a divergncia entre o contedo do acrdo recorrido e a orientaoexarada no acrdo paradigma, proferido pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento doRE n. 661.256/SC, com repercusso geral reconhecida (Tema 503), o juzo de retratao medida que se impe, a ensejar a alterao do decisum colegiado dissonante.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao da parte autora, julgandoimprocedente a demanda, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00016 EMBARGOS DE DECLARAO EM APELAO/REEXAME NECESSRIO N0008423-14.2016.4.04.9999/SCRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

    EMBARGANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMBARGADO : ACRDO DE FOLHAS

    INTERESSADO : JANIA DE FTIMA JUNCJES

    ADVOGADO : Alessandro Marchi Flores

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 1A VARA DA COMARCA DE SOJOS/SC

    EMENTA

    EMBARGOS DE DECLARAO. INOCORRNCIA DE OMISSO,CONTRADIO OU OBSCURIDADE.

    A acolhida dos embargos declaratrios s tem cabimento nas hipteses deomisso, contradio ou obscuridade.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, rejeitar os embargos de declarao, nos termos do relatrio, votos e

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 19 / 827

  • notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00017 EMBARGOS DE DECLARAO EM APELAO/REEXAME NECESSRIO N0022413-43.2014.4.04.9999/SCRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

    EMBARGANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMBARGADO : ACRDO DE FOLHAS

    INTERESSADO : NATALINO ANTUNES

    ADVOGADO : Darcisio Antonio Muller e outros

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 1A VARA DA COMARCA DESEARA/SC

    EMENTA

    EMBARGOS DE DECLARAO. TERMO INICIAL DO BENEFCIO.BENEFCIO MAIS VANTAJOSO. POSSIBILIDADE DE OPO. CORREOMONETRIA E JUROS DE MORA.

    1. Assegurado parte autora o pagamento das parcelas vencidas desde areafirmao da DER e a possibilidade de optar, entre o benefcio concedido judicialmente e aaposentadoria por tempo de contribuio deferida na via administrativa, sem prejuzo dodireito de executar as parcelas atrasadas do benefcio concedido em juzo.

    2. O Plenrio do STF concluiu o julgamento do Tema 810, ao examinar o RE870947, definindo os juros moratrios da seguinte forma: O art. 1-F da Lei n 9.494/97, coma redao dada pela Lei n 11.960/09, na parte em que disciplina os juros moratriosaplicveis a condenaes da Fazenda Pblica, inconstitucional ao incidir sobre dbitosoriundos de relao jurdico-tributria, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros demora pelos quais a Fazenda Pblica remunera seu crdito tributrio, em respeito aoprincpio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5, caput); quanto s condenaesoriundas de relao jurdica no-tributria, a fixao dos juros moratrios segundo ondice de remunerao da caderneta de poupana constitucional, permanecendo hgido,nesta extenso, o disposto no art. 1-F da Lei n 9.494/97 com a redao dada pela Lei n11.960/09.

    3. O STJ, no julgamento do REsp 1.495.146, submetido sistemtica de recursosrepetitivos, definiu que o ndice de correo monetria, nas condenaes impostas Fazenda Pblica de natureza previdenciria, o INPC, no que se refere ao perodo posterior vigncia da Lei 11430/2006, que incluiu o art. 41-A na Lei 8.213/91.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, acolher os embargos de declarao, atribuindo-lhes efeitos

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 20 / 827

  • infringentes para negar provimento remessa oficial e, de ofcio, adequar os critrios dejuros e correo monetria, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00018 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0000571-02.2017.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : MARIA DA SILVA

    ADVOGADO : Bruno Gustavo Dallabona

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 2A VARA DA COMARCA DEIBIRAMA/SC

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. CONCESSO DE PENSO POR MORTE DECOMPANHEIRO. COMPROVAO DA UNIO ESTVEL. DEPENDNCIA ECONMICAPRESUMIDA.

    1. Para a obteno do benefcio de penso por morte deve a parte interessadapreencher os requisitos estabelecidos na legislao previdenciria vigente data do bito,consoante iterativa jurisprudncia dos Tribunais Superiores e desta Corte.

    2. Sentena no sujeita a reexame necessrio.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, no conhecer da remessa oficial, negar provimento apelao doINSS e readequar, de ofcio, os critrios de correo monetria e juros moratrios.Cumprimento imediato da deciso no que toca implantao do benefcio penso por morteem favor da parte autora (NB 173.662.225-8, CPF 528.709.369-15), nos termos do relatrio,votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00019 APELAO CVEL N 0000785-90.2017.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : MANUELA PAZ

    ADVOGADO : Everton Luis Jung e outro

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. CONCESSO DE PENSO POR MORTE DE

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 21 / 827

  • COMPANHEIRO. NO COMPROVAO DA UNIO ESTVEL.1. Para a obteno do benefcio de penso por morte deve a parte interessada

    preencher os requisitos estabelecidos na legislao previdenciria vigente data do bito,consoante iterativa jurisprudncia dos Tribunais Superiores e desta Corte.

    2. No comprovada a unio estvel, indevida a penso por morte.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao da parte autora, nos termos dorelatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00020 APELAO CVEL N 2009.72.05.000381-0/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : NORBERTO NEUMANN

    ADVOGADO : Ernesto Zulmir Morestoni

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO E PROCESSO CIVIL. DESAPOSENTAO. TESEFIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OBSERVNCIA AO PRECEDENTEESTABELECIDO. JUZO DE RETRATAO. MODIFICAO DO ACRDODIVERGENTE.

    Constatada a divergncia entre o contedo do acrdo recorrido e a orientaoexarada no acrdo paradigma, proferido pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento doRE n. 661.256/SC, com repercusso geral reconhecida (Tema 503), o juzo de retratao medida que se impe, a ensejar a alterao do decisum colegiado dissonante.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao da parte autora, nos termos dorelatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00021 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0014933-77.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 22 / 827

  • ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : MARIA DE LOURDES SCHROEDER GODOY

    : ADELMO ALVES DE GODOY sucesso

    ADVOGADO : Francisco Vital Pereira e outros

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 2A VARA DA COMARCA DECANOINHAS/SC

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO.REQUISITOS. TEMPO RURAL. INCIO DE PROVA MATERIAL. ATIVIDADEESPECIAL. AGENTES NOCIVOS. RUDO. CONCESSO.1. Para a comprovao do tempo de atividade rural com vista obteno de

    aposentadoria por tempo de servio/contribuio, faz-se necessrio incio de prova material,no sendo admitida, via de regra, prova exclusivamente testemunhal (art. 55, 3, da Lei n.8.213/91; Smula 149 do STJ).

    2. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida sob condiesnocivas disciplinado pela lei em vigor poca em que efetivamente exercido, passando aintegrar, como direito adquirido, o patrimnio jurdico do trabalhador (STJ, Recurso EspecialRepetitivo n. 1.310.034).

    2. Considerando que o 5. do art. 57 da Lei n. 8.213/91 no foi revogado pelaLei n. 9.711/98, e que, por disposio constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20,de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefcios at que a leicomplementar a que se refere o art. 201, 1., da Constituio Federal, seja publicada, possvel a converso de tempo de servio especial em comum inclusive aps 28-05-1998(STJ, Recurso Especial Repetitivo n. 1.151.363).

    3. At 28-04-1995 admissvel o reconhecimento da especialidade porcategoria profissional ou por sujeio a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio deprova (exceto para rudo, calor e frio); a partir de 29-04-1995 no mais possvel oenquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovao da sujeio aagentes nocivos por qualquer meio de prova at 05-03-1997; a partir de ento, por meio deformulrio embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica; e, a partir de 01-01-2004, passou a ser necessria a apresentao do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP),que substituiu os formulrios SB-40, DSS 8030 e DIRBEN 8030, sendo este suficiente para acomprovao da especialidade desde que devidamente preenchido com base em laudotcnico e contendo a indicao dos responsveis tcnicos legalmente habilitados, porperodo, pelos registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, eximindo a parteda apresentao do laudo tcnico em juzo.

    4. A exposio a rudos superiores a 80 decibis at 05-03-1997, em queaplicveis concomitantemente, para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64,72.771/73 e 83.080/79, e destes com o calor - associao de agentes, enseja oreconhecimento do tempo de servio como especial.

    5. Comprovado o tempo de contribuio suficiente e implementada a carnciamnima, devida a aposentadoria por tempo de contribuio integral, a contar da data dorequerimento administrativo, nos termos do art. 54 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91.

    ACRDO

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 23 / 827

  • Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, deferir a habilitao da sucessora do autor, negar provimento apelao do INSS e remessa oficial; e, de ofcio, adequar os critrios de juros e correomonetria, conforme deciso do STF no Tema 810, nos termos do relatrio, votos e notas dejulgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.Boletim

    Secretaria dos rgos Julgadores

    Boletim Nro 0530/2018

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

    Secretaria dos rgos Julgadores

    JULGAMENTOS

    4 SEO

    00001 AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL EM APELAO CRIMINAL N0001495-25.2009.4.04.7208/SCRELATOR : Des. Federal VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS

    AGRAVANTE : MINISTRIO PBLICO FEDERAL

    AGRAVADO : LUCIANA AHMAD ZEIDAN

    ADVOGADO : Laurinho Aldemiro Poerner

    : Michael Ponciano Woiciechovski e outro

    : Cleiton William Kraemer Poener e outro

    EMENTA

    AGRAVO INTERNO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO A RECURSO ESPECIAL.Estando o acrdo em consonncia com a tese objeto do Tema n 157, do Superior Tribunalde Justia, no merece acolhida o agravo interposto contra a deciso que negou seguimentoao recurso especial.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 24 / 827

  • ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia 4 Seo do Tribunal Regional Federal da 4 Regio, por unanimidade, negarprovimento ao agravo, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Porto Alegre/RS, 16 de agosto de 2018.Boletim

    Secretaria dos rgos Julgadores

    Boletim Nro 0531/2018

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

    Secretaria dos rgos Julgadores

    JULGAMENTOS

    5 E 6 TURMAS

    00001 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0019129-90.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : VALDEMAR DE SOUZA

    ADVOGADO : Silvio Luiz de Costa e outros

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : (Os mesmos)

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 2A VARA DA COMARCA DEFRAIBURGO/SC

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DECONTRIBUIO/SERVIO. REQUISITOS. ATIVIDADE RURAL. INCIODE PROVA MATERIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE NOCIVORUDO. NULIDADE PROVA PERICIAL NO ACOLHIDA.

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 25 / 827

  • 1. devido o reconhecimento do tempo de servio rural, em regime deeconomia familiar, quando comprovado mediante incio de prova material corroborado portestemunhas.

    2. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida sob condiesnocivas disciplinado pela lei em vigor poca em que efetivamente exercido, passando aintegrar, como direito adquirido, o patrimnio jurdico do trabalhador (STJ, Recurso EspecialRepetitivo n. 1.310.034).

    3. Considerando que o 5. do art. 57 da Lei n. 8.213/91 no foi revogado pelaLei n. 9.711/98, e que, por disposio constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20,de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefcios at que a leicomplementar a que se refere o art. 201, 1., da Constituio Federal, seja publicada, possvel a converso de tempo de servio especial em comum inclusive aps 28-05-1998(STJ, Recurso Especial Repetitivo n. 1.151.363).

    4. At 28-04-1995 admissvel o reconhecimento da especialidade porcategoria profissional ou por sujeio a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio deprova (exceto para rudo, calor e frio); a partir de 29-04-1995 no mais possvel oenquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovao da sujeio aagentes nocivos por qualquer meio de prova at 05-03-1997; a partir de ento, por meio deformulrio embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica; e, a partir de 01-01-2004, passou a ser necessria a apresentao do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP),que substituiu os formulrios SB-40, DSS 8030 e DIRBEN 8030, sendo este suficiente para acomprovao da especialidade desde que devidamente preenchido com base em laudotcnico e contendo a indicao dos responsveis tcnicos legalmente habilitados, porperodo, pelos registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, eximindo a parteda apresentao do laudo tcnico em juzo.

    5. Quanto ao agente nocivo rudo, at 05-03-1997 considerada nociva sadea atividade sujeita a rudos superiores a 80 decibis, conforme previso mais benfica doDecreto n. 53.831/64, tendo em vista que, at aquela data, so aplicveis concomitantemente,para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64, n. 72.771/73 e n. 83.080/79. Emrelao ao perodo posterior, exige-se a exposio a rudos superiores a 90 decibis at 18-11-2003 (Anexo IV dos Decretos n. 2.172/97 e n. 3.048/99, este na redao original) e, apartir de ento, a rudos superiores a 85 decibis, conforme a alterao trazida pelo Decreton. 4.882, de 18-11-2003, ao Decreto n. 3.048/99.

    6. Entendo que a indicao da exposio ao nvel de rudo superior a 85 dBcomo nociva sade feita pelo Decreto n. 4.882/2003 implica necessariamente considerarque, em poca imediatamente anterior, a agresso ao organismo era, no mnimo, a mesma,justificando, assim, com base em critrio cientfico, o reconhecimento, como especial, daatividade sujeita queles nveis de presso sonora mesmo se exercida no perodo anterior(mais especificamente de 06-03-1997 a 18-11-2003). No razovel no considerar nociva sade a exposio ao nvel de rudo superior a 85dB entre 06-03-1997 e 18-11-2003 quando,no perodo subsequente, considera-se justamente tal exposio como prejudicial sade dotrabalhador/segurado, lastreada em critrio cientfico que necessariamente deve prevalecersobre o critrio cientfico que, mais de 6 anos antes, embasou a norma anterior. No se trata,aqui, em verdade, de questo de direito intertemporal, isto , no se almeja a aplicaoretroativa do Decreto n. 4.882/2003: o disposto nesse Decreto serve apenas de comprovaode que a exposio a nveis de rudo superiores a 85 dB prejudicial sade desde momentoanterior (06-03-1997), quando editada norma que aumentou o nvel de tolerncia. Ou seja, oDecreto n. 2.172/97 aumentou o nvel de tolerncia da exposio de rudo de 80 para 90decibis quando deveria t-lo aumentado para apenas 85db. Comprova-se isso justamentepelo fato de que critrio cientfico posterior, suporte do disposto no Decreto n. 4.882/2003 -

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 26 / 827

  • editado em poca em que, seguramente, havia mais recursos materiais para atenuar anocividade do rudo - estabeleceu como limite mximo de tolerncia (acima do qual nociva sade) a exposio a 85 dB. Nesse sentido, o Decreto n. 2.172/97 colide com o art. 57,caput e 3, 4 e 5, da Lei n. 8.213/91, na medida em que deixa de considerar comoprejudicial sade a exposio a nveis de presso sonora entre 85 e 90 dB, quando talexposio efetivamente prejudicial sade e integridade fsica. Em nada modifica talconcluso a autorizao legislativa (art. 58, caput, da Lei n. 8.213/91) dada ao PoderExecutivo para definir a relao de agentes fsicos, qumicos e biolgicos prejudiciais sade ou integridade fsica, pois tal autorizao no um mandato em branco doLegislativo ao Executivo, uma vez que este tem o dever de elencar os agentes fsicos,qumicos e biolgicos, e os respectivos nveis de exposio, que efetivamente trazemconsequncias danosas sade e integridade fsica dos segurados, sob pena de incorrer emilegalidade.

    7. Todavia, o Superior Tribunal de Justia, em recentes decises (AgRg no REspn. 1309696, Primeira Turma, Rel. Ministro Benedito Gonalves, DJe de 28-06-2013; AgRg noREsp n. 1326237, Primeira Turma, Rel. Min. Srgio Kukina, DJe de 13-05-2013; AgRg noREsp n. 1367806, Segunda Turma, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJe de 03-06-2013; REspn. 1365898, Segunda Turma, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJe de 17-04-2013; e AgRg noREsp n. 1352046, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe de 08-02-2013), assim como no REspn. 1.398.260, submetido ao rito do art. 543-C do CPC, deixou assentado que tal anliseenvolve questo de direito intertemporal, no sendo possvel atribuir retroatividade normasem expressa previso legal, de modo que deve prevalecer o nvel de rudo estabelecido emcada uma das legislaes antes mencionadas . Desse modo, deve ser admitida como especiala atividade em que o segurado ficou sujeito a rudos superiores a 80 decibis, at 05-03-1997; superiores a 90 decibis, entre 06-03-1997 e 18-11-2003; e superiores a 85dB, a contarde 19-11-2003, data em que passou a viger o Decreto n. 4.882.

    8. No caso concreto, o laudo do Perito Judicial foi realizado com base eminformaes do LTCAT da prpria empresa empregadora do segurado, motivo pelo qual noh se falar em nulidade. Na verdade, sequer haveria necessidade da confeco do laudopericial no caso dos autos, eis que h elementos no prprio processo administrativo quepermitem a anlise da especialidade dos perodos controvertidos.

    9. Comprovado o tempo de contribuio suficiente e implementada a carnciamnima, devida a aposentadoria por tempo de contribuio integral, a contar da data dorequerimento administrativo, nos termos do art. 54 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao do INSS e remessa oficial; negarprovimento apelao da parte autora; determinar o cumprimento imediato do acrdo notocante implantao do benefcio da parte autora e, de ofcio, adequar os critrios de juros ecorreo monetria, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendoparte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 19 de julho de 2018.00002 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0001803-20.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 27 / 827

  • ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : APARECIDA VITORINO SILVERIO

    ADVOGADO : Valmor Josue Dorigon Bianco

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 1A VARA DA COMARCA DEORLEANS/SC

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DECONTRIBUIO/SERVIO. REQUISITOS. ATIVIDADE RURAL.ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE NOCIVO RUDO. EQUIPAMENTOS DEPROTEO INDIVIDUAL.

    1. O tempo de servio rural deve ser reconhecido quando comprovado medianteincio de prova material corroborado por testemunhas.

    2. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida sob condiesnocivas disciplinado pela lei em vigor poca em que efetivamente exercido, passando aintegrar, como direito adquirido, o patrimnio jurdico do trabalhador (STJ, Recurso especialRepetitivo n. 1.310.034).

    3. Considerando que o 5. do art. 57 da Lei n. 8.213/91 no foi revogado pelaLei n. 9.711/98, e que, por disposio constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20,de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefcios at que a leicomplementar a que se refere o art. 201, 1., da Constituio Federal, seja publicada, possvel a converso de tempo de servio especial em comum inclusive aps 28-05-1998(STJ, Recurso especial Repetitivo n. 1.151.363).

    4. At 28-04-1995 admissvel o reconhecimento da especialidade porcategoria profissional ou por sujeio a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio deprova (exceto para rudo, calor e frio); a partir de 29-04-1995 no mais possvel oenquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovao da sujeio aagentes nocivos por qualquer meio de prova at 05-03-1997; a partir de ento, por meio deformulrio embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica; e, a partir de 01-01-2004, passou a ser necessria a apresentao do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP),que substituiu os formulrios SB-40, DSS 8030 e DIRBEN 8030, sendo este suficiente para acomprovao da especialidade desde que devidamente preenchido com base em laudotcnico e contendo a indicao dos responsveis tcnicos legalmente habilitados, porperodo, pelos registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, eximindo a parteda apresentao do laudo tcnico em juzo.

    5. Quanto ao agente nocivo rudo, at 05-03-1997 considerada nociva sadea atividade sujeita a rudos superiores a 80 decibis, conforme previso mais benfica doDecreto n. 53.831/64, tendo em vista que, at aquela data, so aplicveis concomitantemente,para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64, n. 72.771/73 e n. 83.080/79. Emrelao ao perodo posterior, exige-se a exposio a rudos superiores a 90 decibis at 18-11-2003 (Anexo IV dos Decretos n. 2.172/97 e n. 3.048/99, este na redao original) e, apartir de ento, a rudos superiores a 85 decibis, conforme a alterao trazida pelo Decreton. 4.882, de 18-11-2003, ao Decreto n. 3.048/99.

    6. No havendo informao tcnica sobre a mdia de exposio do segurado aoagente nocivo rudo, esta Corte entende como possvel a utilizao do pico de medio comocritrio informador da natureza especial do labor, afastando-se o clculo pela mdiaaritmtica simples, por no representar com segurana o grau de exposio ao agente nocivodurante a jornada de trabalho

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 28 / 827

  • durante a jornada de trabalho7. O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o ARE 664.335 na forma da

    repercusso geral (Tema 555), assentou que a exposio do trabalhador a rudo acima doslimites legais de tolerncia caracteriza o tempo de servio especial para aposentadoria, noobstante a afirmao em PPP da eficcia do EPI.

    8. Comprovada a exposio do segurado a agente nocivo, na forma exigida pelalegislao previdenciria aplicvel espcie, possvel reconhecer-se a especialidade daatividade laboral por ele exercida.

    9. Comprovado o tempo de contribuio suficiente e implementada a carnciamnima, devida a aposentadoria por tempo de contribuio integral, a contar da data dorequerimento administrativo, nos termos do art. 54 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional Suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao do INSS e remessa oficial; deofcio, adequar os critrios de juros e correo monetria, conforme deciso do STF no Tema810; e determinar o cumprimento imediato do acrdo no tocante implantao do benefcioda parte autora, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parteintegrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00003 APELAO CVEL N 2008.72.04.000473-3/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : MANOEL DE SOUZA

    ADVOGADO : Arlindo Rocha

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO E PROCESSO CIVIL. DESAPOSENTAO. TESEFIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OBSERVNCIA AO PRECEDENTEESTABELECIDO. JUZO DE RETRATAO. MODIFICAO DO ACRDODIVERGENTE.

    Constatada a divergncia entre o contedo do acrdo recorrido e a orientaoexarada no acrdo paradigma, proferido pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento doRE n. 661.256/SC, com repercusso geral reconhecida (Tema 503), o juzo de retratao medida que se impe, a ensejar a alterao do decisum colegiado dissonante.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao da parte autora, julgandoimprocedente a demanda, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficam

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 29 / 827

  • fazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00004 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0008013-24.2014.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : JOSE LINDOMAR PEREIRA

    ADVOGADO : Nilzo Buzzanello

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 1A VARA DA COMARCA DEFORQUILHINHA/SC

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. REQUISITOS.ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS RUDO EHIDROCARBONETOS AROMTICOS.

    1. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida sob condiesnocivas disciplinado pela lei em vigor poca em que efetivamente exercido, passando aintegrar, como direito adquirido, o patrimnio jurdico do trabalhador (STJ, Recurso EspecialRepetitivo n. 1.310.034).

    2. At 28-04-1995 admissvel o reconhecimento da especialidade porcategoria profissional ou por sujeio a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio deprova (exceto para rudo, calor e frio); a partir de 29-04-1995 no mais possvel oenquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovao da sujeio aagentes nocivos por qualquer meio de prova at 05-03-1997; a partir de ento, por meio deformulrio embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica; e, a partir de 01-01-2004, passou a ser necessria a apresentao do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP),que substituiu os formulrios SB-40, DSS 8030 e DIRBEN 8030, sendo este suficiente para acomprovao da especialidade desde que devidamente preenchido com base em laudotcnico e contendo a indicao dos responsveis tcnicos legalmente habilitados, porperodo, pelos registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, eximindo a parteda apresentao do laudo tcnico em juzo.

    3. Quanto ao agente nocivo rudo, at 05-03-1997 considerada nociva sadea atividade sujeita a rudos superiores a 80 decibis, conforme previso mais benfica doDecreto n. 53.831/64, tendo em vista que, at aquela data, so aplicveis concomitantemente,para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64, n. 72.771/73 e n. 83.080/79. Emrelao ao perodo posterior, exige-se a exposio a rudos superiores a 90 decibis at 18-11-2003 (Anexo IV dos Decretos n. 2.172/97 e n. 3.048/99, este na redao original) e, apartir de ento, a rudos superiores a 85 decibis, conforme a alterao trazida pelo Decreton. 4.882, de 18-11-2003, ao Decreto n. 3.048/99.

    4. Entendo que a indicao da exposio ao nvel de rudo superior a 85 dBcomo nociva sade feita pelo Decreto n. 4.882/2003 implica necessariamente considerarque, em poca imediatamente anterior, a agresso ao organismo era, no mnimo, a mesma,justificando, assim, com base em critrio cientfico, o reconhecimento, como especial, daatividade sujeita queles nveis de presso sonora mesmo se exercida no perodo anterior(mais especificamente de 06-03-1997 a 18-11-2003). No razovel no considerar nociva sade a exposio ao nvel de rudo superior a 85dB entre 06-03-1997 e 18-11-2003 quando,

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  • no perodo subsequente, considera-se justamente tal exposio como prejudicial sade dotrabalhador/segurado, lastreada em critrio cientfico que necessariamente deve prevalecersobre o critrio cientfico que, mais de 6 anos antes, embasou a norma anterior. No se trata,aqui, em verdade, de questo de direito intertemporal, isto , no se almeja a aplicaoretroativa do Decreto n. 4.882/2003: o disposto nesse Decreto serve apenas de comprovaode que a exposio a nveis de rudo superiores a 85 dB prejudicial sade desde momentoanterior (06-03-1997), quando editada norma que aumentou o nvel de tolerncia. Ou seja, oDecreto n. 2.172/97 aumentou o nvel de tolerncia da exposio de rudo de 80 para 90decibis quando deveria t-lo aumentado para apenas 85db. Comprova-se isso justamentepelo fato de que critrio cientfico posterior, suporte do disposto no Decreto n. 4.882/2003 -editado em poca em que, seguramente, havia mais recursos materiais para atenuar anocividade do rudo - estabeleceu como limite mximo de tolerncia (acima do qual nociva sade) a exposio a 85 dB. Nesse sentido, o Decreto n. 2.172/97 colide com o art. 57,caput e 3, 4 e 5, da Lei n. 8.213/91, na medida em que deixa de considerar comoprejudicial sade a exposio a nveis de presso sonora entre 85 e 90 dB, quando talexposio efetivamente prejudicial sade e integridade fsica. Em nada modifica talconcluso a autorizao legislativa (art. 58, caput, da Lei n. 8.213/91) dada ao PoderExecutivo para definir a relao de agentes fsicos, qumicos e biolgicos prejudiciais sade ou integridade fsica, pois tal autorizao no um mandato em branco doLegislativo ao Executivo, uma vez que este tem o dever de elencar os agentes fsicos,qumicos e biolgicos, e os respectivos nveis de exposio, que efetivamente trazemconsequncias danosas sade e integridade fsica dos segurados, sob pena de incorrer emilegalidade.

    5. Todavia, o Superior Tribunal de Justia, em recentes decises (AgRg no REspn. 1309696, Primeira Turma, Rel. Ministro Benedito Gonalves, DJe de 28-06-2013; AgRg noREsp n. 1326237, Primeira Turma, Rel. Min. Srgio Kukina, DJe de 13-05-2013; AgRg noREsp n. 1367806, Segunda Turma, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJe de 03-06-2013; REspn. 1365898, Segunda Turma, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJe de 17-04-2013; e AgRg noREsp n. 1352046, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe de 08-02-2013), assim como no REspn. 1.398.260, submetido ao rito do art. 543-C do CPC, deixou assentado que tal anliseenvolve questo de direito intertemporal, no sendo possvel atribuir retroatividade normasem expressa previso legal, de modo que deve prevalecer o nvel de rudo estabelecido emcada uma das legislaes antes mencionadas . Desse modo, deve ser admitida como especiala atividade em que o segurado ficou sujeito a rudos superiores a 80 decibis, at 05-03-1997; superiores a 90 decibis, entre 06-03-1997 e 18-11-2003; e superiores a 85dB, a contarde 19-11-2003, data em que passou a viger o Decreto n. 4.882.

    6. A exposio a hidrocarbonetos aromticos e fumos metlicos enseja oreconhecimento do tempo de servio como especial.

    7. No havendo comprovao de fornecimento, pela empresa, de equipamentode proteo individual capaz de neutralizar os agentes nocivos a que o autor estava expostona poca da prestao laboral, o tempo deve ser considerado especial.

    8. Comprovado o labor sob condies especiais por mais de 25 anos eimplementada a carncia mnima, devida a aposentadoria especial, a contar da data dorequerimento administrativo, nos termos do 2 do art. 57 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 31 / 827

  • Egrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, extinguir o feito, sem resoluo do mrito, quanto pretenso dereconhecimento do tempo de servio urbano de 01-08-2008 a 03-12-2012, bem como acercada especialidade do intervalo de 02-07-2008 a 31-07-2008, restando prejudicada a anliseacerca da especialidade do perodo de 01-08-2008 a 03-12-2012; dar parcial provimento apelao do INSS e remessa oficial, nos termos da fundamentao; adequar, de ofcios, osjuros e correo monetria; e determinar o cumprimento imediato do acrdo no tocante implantao do benefcio da parte autora, nos termos do relatrio, votos e notas dejulgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00005 APELAO CVEL N 0001071-77.2009.4.04.7209/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : ADAO BRYCH

    ADVOGADO : Fabio Brych

    APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO E PROCESSO CIVIL. DESAPOSENTAO. TESEFIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OBSERVNCIA AO PRECEDENTEESTABELECIDO. JUZO DE RETRATAO. MODIFICAO DO ACRDODIVERGENTE.

    Constatada a divergncia entre o contedo do acrdo recorrido e a orientaoexarada no acrdo paradigma, proferido pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento doRE n. 661.256/SC, com repercusso geral reconhecida (Tema 503), o juzo de retratao medida que se impe, a ensejar a alterao do decisum colegiado dissonante.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, negar provimento apelao da parte autora, julgandoimprocedente a demanda, nos termos do relatrio, votos e notas de julgamento que ficamfazendo parte integrante do presente julgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00006 APELAO CVEL N 0003329-72.2009.4.04.7205/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : AGNES PAULA ZIBELL

    ADVOGADO : Andre Luiz Pinto

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : (Os mesmos)

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 32 / 827

  • EMENTA

    PREVIDENCIRIO E PROCESSO CIVIL. DESAPOSENTAO. TESEFIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. OBSERVNCIA AO PRECEDENTEESTABELECIDO. JUZO DE RETRATAO. MODIFICAO DO ACRDODIVERGENTE.

    Constatada a divergncia entre o contedo do acrdo recorrido e a orientaoexarada no acrdo paradigma, proferido pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento doRE n. 661.256/SC, com repercusso geral reconhecida (Tema 503), o juzo de retratao medida que se impe, a ensejar a alterao do decisum colegiado dissonante.

    ACRDO

    Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide aEgrgia Turma Regional suplementar de Santa Catarina do Tribunal Regional Federal da 4Regio, por unanimidade, dar provimento remessa necessria e apelao do INSS e negarprovimento apelao da parte autora, julgando improcedente a demanda, nos termos dorelatrio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presentejulgado.

    Florianpolis, 15 de agosto de 2018.00007 APELAO/REEXAME NECESSRIO N 0019447-73.2015.4.04.9999/SCRELATOR : Juza Federal GABRIELA PIETSCH SERAFIN

    APELANTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

    ADVOGADO : Procuradoria Regional da PFE-INSS

    APELADO : MARIO LUCIO EUCLIDES GUTTER

    ADVOGADO : Acacio Pereira Neto e outros

    REMETENTE : JUIZO DE DIREITO DA 2A VARA DA COMARCA DECANOINHAS/SC

    EMENTA

    PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. APOSENTADORIA PORTEMPO DE CONTRIBUIO/SERVIO. REQUISITOS. ATIVIDADEESPECIAL. AGENTES NOCIVOS: UMIDADE, RUDO EHIDROCARBONETOS AROMTICOS. EQUIPAMENTOS DE PROTEOINDIVIDUAL. TEMA N. 555/STF.

    1. O reconhecimento da especialidade da atividade exercida sob condiesnocivas disciplinado pela lei em vigor poca em que efetivamente exercido, passando aintegrar, como direito adquirido, o patrimnio jurdico do trabalhador (STJ, Recurso EspecialRepetitivo n. 1.310.034).

    2. Considerando que o 5. do art. 57 da Lei n. 8.213/91 no foi revogado pelaLei n. 9.711/98, e que, por disposio constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20,de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefcios at que a leicomplementar a que se refere o art. 201, 1., da Constituio Federal, seja publicada, possvel a converso de tempo de servio especial em comum inclusive aps 28-05-1998

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 33 / 827

  • possvel a converso de tempo de servio especial em comum inclusive aps 28-05-1998(STJ, Recurso Especial Repetitivo n. 1.151.363).

    3. At 28-04-1995 admissvel o reconhecimento da especialidade porcategoria profissional ou por sujeio a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio deprova (exceto para rudo, calor e frio); a partir de 29-04-1995 no mais possvel oenquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovao da sujeio aagentes nocivos por qualquer meio de prova at 05-03-1997; a partir de ento, por meio deformulrio embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica; e, a partir de 01-01-2004, passou a ser necessria a apresentao do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP),que substituiu os formulrios SB-40, DSS 8030 e DIRBEN 8030, sendo este suficiente para acomprovao da especialidade desde que devidamente preenchido com base em laudotcnico e contendo a indicao dos responsveis tcnicos legalmente habilitados, porperodo, pelos registros ambientais e resultados de monitorao biolgica, eximindo a parteda apresentao do laudo tcnico em juzo.

    4. Quanto ao agente nocivo rudo, at 05-03-1997 considerada nociva sadea atividade sujeita a rudos superiores a 80 decibis, conforme previso mais benfica doDecreto n. 53.831/64, tendo em vista que, at aquela data, so aplicveis concomitantemente,para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64, n. 72.771/73 e n. 83.080/79. Emrelao ao perodo posterior, exige-se a exposio a rudos superiores a 90 decibis at 18-11-2003 (Anexo IV dos Decretos n. 2.172/97 e n. 3.048/99, este na redao original) e, apartir de ento, a rudos superiores a 85 decibis, conforme a alterao trazida pelo Decreton. 4.882, de 18-11-2003, ao Decreto n. 3.048/99.

    5. Entendo que a indicao da exposio ao nvel de rudo superior a 85 dBcomo nociva sade feita pelo Decreto n. 4.882/2003 implica necessariamente considerarque, em poca imediatamente anterior, a agresso ao organismo era, no mnimo, a mesma,justificando, assim, com base em critrio cientfico, o reconhecimento, como especial, daatividade sujeita queles nveis de presso sonora mesmo se exercida no perodo anterior(mais especificamente de 06-03-1997 a 18-11-2003). No razovel no considerar nociva sade a exposio ao nvel de rudo superior a 85dB entre 06-03-1997 e 18-11-2003 quando,no perodo subsequente, considera-se justamente tal exposio como prejudicial sade dotrabalhador/segurado, lastreada em critrio cientfico que necessariamente deve prevalecersobre o critrio cientfico que, mais de 6 anos antes, embasou a norma anterior. No se trata,aqui, em verdade, de questo de direito intertemporal, isto , no se almeja a aplicaoretroativa do Decreto n. 4.882/2003: o disposto nesse Decreto serve apenas de comprovaode que a exposio a nveis de rudo superiores a 85 dB prejudicial sade desde momentoanterior (06-03-1997), quando editada norma que aumentou o nvel de tolerncia. Ou seja, oDecreto n. 2.172/97 aumentou o nvel de tolerncia da exposio de rudo de 80 para 90decibis quando deveria t-lo aumentado para apenas 85db. Comprova-se isso justamentepelo fato de que critrio cientfico posterior, suporte do disposto no Decreto n. 4.882/2003 -editado em poca em que, seguramente, havia mais recursos materiais para atenuar anocividade do rudo - estabeleceu como limite mximo de tolerncia (acima do qual nociva sade) a exposio a 85 dB. Nesse sentido, o Decreto n. 2.172/97 colide com o art. 57,caput e 3, 4 e 5, da Lei n. 8.213/91, na medida em que deixa de considerar comoprejudicial sade a exposio a nveis de presso sonora entre 85 e 90 dB, quando talexposio efetivamente prejudicial sade e integridade fsica. Em nada modifica talconcluso a autorizao legislativa (art. 58, caput, da Lei n. 8.213/91) dada ao PoderExecutivo para definir a relao de agentes fsicos, qumicos e biolgicos prejudiciais sade ou integridade fsica, pois tal autorizao no um mandato em branco doLegislativo ao Executivo, uma vez que este tem o dever de elencar os agentes fsicos,qumicos e biolgicos, e os respectivos nveis de exposio, que efetivamente trazemconsequncias danosas sade e integridade fsica dos segurados, sob pena de incorrer em

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 34 / 827

  • ilegalidade.6. Todavia, o Superior Tribunal de Justia, em recentes decises (AgRg no REsp

    n. 1309696, Primeira Turma, Rel. Ministro Benedito Gonalves, DJe de 28-06-2013; AgRg noREsp n. 1326237, Primeira Turma,