jornalando nº 6 junho 2009

20
O 25 de Abril ... O Projecto EACH À descoberta do Património Encontro com a escritora Ana Saldanha Jornalando Número 6 - Junho 2009 - 1 Ibn Escola Secundária Ibn Mucana Viajar por New York Clara de Sousa veio à escola Empreender e muito mais ...

Upload: escola-ibn-mucana

Post on 21-Mar-2016

216 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Jornalando de Junho de 2009

TRANSCRIPT

Page 1: Jornalando nº 6 Junho 2009

O 25 de Abril ...

O Projecto EACH À descoberta do Património

Encontro com a escritora Ana Saldanha

JornalandoNúmero 6 - Junho 2009 - 1 Ibn

Es

co

la

S

ec

un

ri

a

Ib

n

Mu

ca

na

Viajar por New York

Clara de Sousaveio à escola

Empreender e muito mais ...

Page 2: Jornalando nº 6 Junho 2009

Coordenação:Cecília SucenaDalila Chumbinho

Paginação: Alunos do Curso CEF de Pré-Impressão

Tiragem:100 exemplares

Ficha Técnica

Jornalando 2

Alunos assistem a palestra

Sessão de Poesia

Seniores animam escola

“Conta-me como Foi”

11º2 , muito empreendedores

Feira do Desporto

Lanche espanhol

Palestra sobre Amália

Imagens da Festa do Patrono

Page 3: Jornalando nº 6 Junho 2009

Luís Fazenda veio à ibn

Parabéns à Ibn Experiências no laboratório de Física e Química

Coro Vox Maris, anima a tarde

Pintura de Azulejos

Entrega de Diplomas sessão Solene

sessão Solene

Jornalando 3

Page 4: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 4

25 de Abril

Em 1974Uma data histórica para a cidade Queda da ditadura Início da liberdade

Revolução dos cravos Na terra da fratenidade Ouve-se Grândola Soa liberdade

Nesta vila morena O povo é que mais ordena Dentro de ti ó cidade

Música proibida Por SalazarMas a mais ouvida Sem lhe contar

Pela PIDEÉramos todos castigados Por não haver liberdade

Depois da revolução Fim da ditadura Com Salazar no chão Fim da amargura

Adriana Vieira 8ºE Ana Cláudia Guerreiro 8ºE

25 de Abril

Este dia de revoluçãoFez mexer multidões,Por uma só razão,Unidas como electrões.

Pela LiberdadeQue nunca tivemos,Pela FelicidadeQue sempre quisemos.

Contra um homem da políticaUm tal de SalazarQue para uma situação crítica,Nos levou a caminhar.

Finalmente fez-se justiça,Caiu a Ditadura.É como uma vela que se iça,Para uma vida que perdura!

Pedro Fernandes

24/04/2009

O 25 de Abril

Estava na cama,A ver um filme de drama,Quando o meu namorado,Chega com um machado,E grita:-Revolução! Revolução!Anda Conceição!

Lá fui eu para a rua,Onde vi a piruaA gritar como uma louca,Como sempre, cabeça oca,Nunca sabe o que fazer,Pôs-se a comer pão,Quando estamos em revolução!

Ao meu lado as pessoas gritavam:-Liberdade! Liberdade!Pergunto-me,Será a causa da felicidade?

Até o Mr. Alho,Saiu finalmente do seu talho,Para reclamar a justiça.

E este dia ficou para a história,Apesar de tudo o mais,Foi um momento de glória!

Trabalho realizado por: Catarina Silva Júlia Garcia Laura Mendes Madalena Taborda 8ºE

Page 5: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 5

ALEGORIA

No princípio era o Verbo e o Sujeito sempre em Complemento Directo.Era o tempo da Gramática quase perfeita em que a Prosa, quase sempre poética, ousou cativar as "massas". Onde, até os "verbos de encher", tiveram o seu prestígio...

Era o tempo da fé, do VHS, da "Ínclita Geração", dos grandes "Rascunhos"...Orgulho-me de ter participado nesta Aventura que moldou gerações. Tenho saudades do tempo em que "toda a Oração" sonhava junta, como diz o Hino.

Mudaram os tempos, mudaram as vontades de quem vos ata ao Leme...Agora, o Adamastor está dentro do Navio! A epopeia mudou de rumo e, com tanto motim a Bordo, dificilmente se chegará a bom porto...

Há 20 anos, movia-nos o espírito pioneiro de Ibn Mucana - desbravar de "silvados" as sendas do Saber. A foice calejava...mas dava gosto olhar o Campo.

Agora, perde-se tanto tempo a "limpar alfaias" e a defender "moinhos" das investidas dos Quixotes...Não sei para onde isto vai, só sei que não é por aí!

ALUNOS DA IBN MUCANA PARTICIPAM NA 2ª MOSTRA DE TEATRO ESCOLAR DE CASCAIS

No dia 11 de Maio, pelas 15.30 horas, o Clube de Teatro "Os Mucanas", sob responsabi-lidade da profes-sora de Expressão Dramática, Célia Sequeira, apresentou a peça "O Poder da Palavra", no excelente auditório dos Salesianos de Ma-nique, no âmbito da 2ª Mostra de Teatro Escolar de Cascais, promovido pela Câmara Municipal de Cascais. A peça, já anteriormente apresentada na nossa escola: em duas sessões para alunos; uma sessão para encarregados de educação, familiares e amigos e, ainda, na Sessão Solene, na Semana do Patono, recolheu também do público dos Salesianos o melhor acolhimento e os elogios dos representantes daquela instituição, bem como das representantes da Câmara Municipal de Cascais, ali presentes.

Os alunos do Clube foram acolhidos cá fora por um público entusiasta, que solicitava autógrafos aos nossos actores, sinceramente agradados com o espectáculo, o que, obviamente, muito nos satisfez.

Mas de tudo, o que mais nos agradou, para além da "hospitalidade" dos Salesianos, foi o magnífico auditório de que eles dispõem, e que tanta falta nos faz, a nós. Nem era preciso ser tão grande… Mas que um espaço deste tipo faz falta na nossa escola, para uma diversidade enorme de eventos que aqui se realizam ao longo do ano, todos os anos, ai isso faz. E já há muitas escolas no concelho que dispõem de espaços deste tipo. Para quando a nossa? A professora de Expressão Dramática

Célia Sequeira

Ivone Rosa(Professora de R.Moral 1988/94)

Page 6: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 6

Integrado nas actividades do Dia do Livro, decorreu no dia 22 de Abril o encontro com a escritora Ana Saldanha. Neste dia, salientou-se a exposição de trabalhos de boas vindas à escritora realizados pelos alunos do 7ºano que embelezou o espaço da BE / CRE com muita cor e criatividade. A Sessão teve início com a declamação de textos da autoria da escritora por parte de alguns alunos do 7ºano, turmas A e B. Seguiu-se o momento tão especial e esperado pelos alunos – a conversa com a autora. Esta foi, de facto, a vivência privilegiada da actividade: a escritora envolveu os alunos no seu mundo ficcional e real, com a leitura de passagens de algumas das suas obras. Ana Saldanha revelou-se uma excelente actriz fazendo magistralmente uma leitura dramatizada das suas histórias. Na sua leitura expressiva, deu vida às personagens e despertou nos alunos uma

COMEMORAÇÕES DOS ANOS DA NOSSA ESCOLA

No próximo dia 21 de Junho de 2009, pelas 13.00 horas, na Quinta dos Mações, em Manique, terá lugar um almoço-convívio aberto a todos os antigos alunos, bem como a antigos e actuais funcionários e professores. Da ementa constarão entradas, sopa de legumes, bacalhau com natas, lombo de porco à padeiro, buffett de frutas e de doces e bebidas: martini, vinhos tinto e branco da Herdade do esporão, cerveja e refrigerantes. A animação estará a cargo de um duo e durará até às 19.00 horas.As inscrições estão abertas até ao próximo dia 18 de Junho e o valor é de 30 euros.

vontade irresistível de ler e de conhecer, de forma mais aprofundada, os seus livros. Por fim, os alunos colocaram questões do seu interesse e curiosidade que foram prontamente respondidas. Os livros da autora estiveram à venda na BE/CRE para que todos pudessem adquiri-los. O encontro terminou com uma simpática sessão de autógrafos. O nosso muito obrigado por este dia tão especial e inédito!

Encontro com a escritora Ana Saldanha

20

Page 7: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 7

De Jonathan Miller e Borin Van Loon

Uma entrevista imaginária

Beatriz- Porque é que decidiram escrever uma colecção deste género, uma colecção sobre grandes nomes do mundo?

Jon. e Borin- - Porque achámos que os jovens deviam saber mais sobre as pessoas que revolucionaram o mundo e que o tornaram um mundo melhor. Beatriz- Para escrever este livro tiveram de pesquisar muito?

Jon. e Borin- Sim, porque a história de Charles Darwin e o seu livro “A Origem das Espécies”, apesar de estar escrito duma forma acessível ao cidadão comum é uma obra muito extensa.

Beatriz- Acham que a informação era clara, ou havia coisas confusas que dificultaram o vosso trabalho?

Jon. e Borin - Não, porque para escrever este livro também tivemos de estar dentro do assunto. Com a comemoração dos 100 anos da obra de Darwin também foi mais fácil irmos a palestras e assim.

Beatriz- Eu, ao ler o livro, achei que estava muito interessante e que a banda desenhada também fazia com que fosse bastante fácil compreender o livro. Foi escrito desta maneira de propósito?

Jon. e Borin- Sim, foi. Primeiro achámos que ficava engraçado, mas ao fazer estas ilustrações com os bonecos muitos parecidos com a realidade, apercebemo-nos de que era mais fácil compreender o livro, seria mais fácil os mais novos ficarem a saber quem era quem e qual era o ambiente circundante quando acontecia alguma coisa.

Beatriz- Por fim, acham que o vosso trabalho correspondeu às vossas expectativas? Gostaram de escrever este livro? Pelo que li, faz com que nos afundemos e queiramos saber cada vez mais sobre Darwin que, na minha opinião, foi quem mudou a maneira como as pessoas olham o mundo, os seres vivos e a vida… foi quem revolucionou o mundo! Acham que conseguiram atingir os vossos objectivos para este livro?

Jon. e Borin- Sim, sem dúvida. E pelo que está a dizer, vejo que os leitores também estão receptivos ao livro e que gostam bastante.

Obrigado!

Beatriz Santos, 7º B

Page 8: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 8

O grupo de alunos da turma E do 12º ano que está a desenvolver um projecto sobre a Deficiência, cujo titulo é Deficientes - Mundo Paralelo, no âmbito da disciplina de Área Projecto, gostaria de dar o conhecer aos caros colegas a situação dos deficientes na actualidade. Estima-se que existam a nível mundial mais de 650 milhões de pessoas portadoras de deficiência, sendo que na Europa rondam os 40 milhões. Em Portugal calcula-se que ascendam já a cerca de um milhão de deficientes, ou seja, um décimo da população nacional é portador de deficiência de nascença ou adquirida. É de referir que existe cada vez mais deficiência adquirida através de acidentes de viação bem como de acidentes vasculares.A deficiência mais comum em Portugal é a visual que ronda os 25,7%, logo seguida da motora (24,6%), auditiva (13,2%) e mental (11,2%). A paralisia cerebral representa apenas 2,4% sendo que 23% dos totais identificados são de tipo não documentado.Segundo os dados referentes a 2001, existem mais homens com deficiência do que mulheres, excepto na deficiência visual, onde a proporção se inverte (91 homens por cada 100 mulheres).A maior percentagem de população portadora de deficiência situa-se no centro do País, seguido de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Norte, e a menor percentagem nas regiões autónomas da Madeira e Açores. É lamentável mas é uma realidade: a sociedade portuguesa trata mal os deficientes, não os aceita, discrimina-os e aponta-lhes o dedo pela simples razão da maioria das pessoas não respeitarem as diferenças.À semelhança de como as pessoas agem em relação à pobreza, virando a cara, as pessoas fazem o mesmo quando um deficiente passa na rua. Não ajudam os invisuais, ignoram os deficientes motores e nem sequer olham para os deficientes

mentais e para os autistas.No âmbito das terapêuticas, da legislação, dos direitos sociais e pr inc ipa lmente das acessibilidades pouco tem sido feito para melhorar a vida

dos deficientes. O acesso à sociedade de informação bloqueia o futuro a quem seja portador de deficiência.Num mundo cada vez mais globalizado em que tudo depende da informática, as pessoas deficientes não têm acesso às novas tecnologias. As pessoas com necessidades especiais precisam de todas as respostas informáticas que lhes permitam um acesso à sociedade de informação que faz o dia-a-dia das sociedades e o futuro da humanidade. É nesta área que os portadores com deficiência encontram mais obstáculos, e se nada for feito em contrário, ficarão de fora muito depressa.A CNOD (Confederação Nacional Dos Organismos de Deficientes) refere, contudo, que está a ocorrer um estrangulamento económico das organizações, o que poderá levar ao seu encerramento. Segundo a confederação, a situação dos trabalhadores em geral agravar-se-á e a das pessoas com deficiência em particular, pois “são sempre os últimos a serem admitidos e os primeiros a serem dispensados”.Se não houver uma inversão urgente da situação de sub-financiamento a que estão sujeitas as organizações não governamentais (ONG) portuguesas, vai silenciar-se a voz das pessoas com deficiência em Portugal e vão perder o seu instrumento fundamental de intervenção na defesa dos seus direitos humanos, refere ainda a CNOD no comunicado.Curiosidade :Pode-se afirmar que “há quatro vezes mais deficientes em Portugal que os sócios do Porto e do Benfica juntos”.Neste sentido, bastava apenas 14% dos deficientes existentes no ano de 2001 ou 9% dos que se estima haver hoje para tornar o Futebol Clube do Porto maior do que é neste momento.Esperamos ter captado a vossa atenção, voltaremos com mais informação na próxima edição .Grupo12ºE: Mundo Paralelo – Deficientes

Catarina, Lisandra, Pedro e Sara

“DEFICIENTES”

Page 9: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 9

À DESCOBERTA DO PATRIMÓNIONo Dia Internacional dos Monumentos, 18 de Abril, o Clube do Património realizou uma interessante visita ao Aqueduto das Águas Livres e ao Palácio Marquês de Fronteira. Apesar da chuvita que teimava em cair, o grupo de professores, alunos e demais participantes encontrou-se na Calçada da Quintinha às 10horas, para dali prosseguir o seu passeio. Após uma extensa e pormenorizada contextualização sobre a construção daquela monumental obra mandada edificar por D. João V em pleno séc. XVII, seguimos caminhando pelo exterior do aqueduto até à mata de Monsanto. De seguida, visitou-se Palácio do Marquês de Fronteira, o qual deixou todos os participantes maravilhados com a beleza dos seus jardins e painéis de azulejos. De seguida, e terminadas as visitas, todos regressaram a casa com um pouco mais de cultura, boa disposição e algumas histórias para contar.

Page 10: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 10

Empreendedorismo na Ibn Mucana "Não se nasce empreendedor… pode aprender-se", e aqui está a prova em como desenvolvendo determinadas competências num jovem, ele consegue maravilhas. O Dia do Empreendedor, levado a cabo pela GesEntrepreneur e DNACascais, foi um momento especial dedicado aos jovens que tiveram a oportunidade de demonstrar as suas capacidades e aptidões, neste caso em pequenos negócios. Este foi, certamente, um dia de grande sucesso para todos, de que muito nos podemos orgulhar.Sem dúvida temos uma Escola Empreendedora, com alunos Empreendedores que, muitas vezes, "dão cartas aos mais velhos" nos “negócios” que apresentam. E, como prova disso mesmo, doze grupos da nossa escola concorreram ao conhecido Concurso de Ideias promovido pela DNACascais, Câmara Municipal de Cascais e, é claro, a GesEntrepreneur, tendo ficado seleccionados três grupos de alunos das professoras Ana Macedo, Isabel Costa e Isabel Rocha, que estarão presentes na semi-final, nos dias 14 e 15 de Maio, com a apresentação dos seus trabalhos.

Prof. Helena Pires

A IMPORTÂNCIA DO

PINHEIRO

Na semana do Patrono, o Clube do Ambiente em associação com o Grupo de Geografia, levou a cabo a plantação de pinheiros. Mas o que são os pinheiros?

Do Latim pinariu ou pinu, os pinheiros são árvores pertencentes à divisão Pinophyta, tradicionalmente incluída no grupo das gimnospérmicas. Oriundas da América do Norte, rapidamente se propagaram por todo o mundo, Portugal incluído.

Distribuída por todo o território nacional, é bastante apreciada economicamente, não só pelo seu crescimento rápido (10 – 12 anos para atingir o estado adulto), como pelos produtos que fornece: pinhão, se for pinheiro manso, madeira, resina…

Mas os alunos não quiseram saber muito destes aspectos! Quando lhes foi proposto a plantação das árvores (são árvores porque podem atingir mais do que 5 metros de altura, senão seriam arbustos), a aceitação foi imediata, e foi vê-los levar os utensílios, cavar o buraco no local previamente definido, alargá-lo, colocar adubo, a árvore, tapar, calcar, fazer círculo à volta para que a água não escorra, regar e tudo isto feito com alguma mestria e muita disputa.

Pareceram-me felizes nesta actividade, e independentemente de tudo o resto, eu fiquei feliz também!Talvez possamos repetir estas actividades mais vezes e não apenas uma vez por ano.

A Coordenadora do Clube do Ambiente,Maria José Serafino

Page 11: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 11

VISITA AO INSTITUTO

GULBENKIAN

No passado dia 18 de Abril, as tur-mas A e B do 12º ano, juntamente com a Professora Margarida Ferrei-ra, no âmbito da disciplina de Biolo-gia, realizaram uma visita de estudo ao Instututo Gulbenkien da Ciência, em Oeiras.Na primeira parte da visita, assistiu-se a duas palestras: uma sobre a Aplicação de Modelos Matemáticos nos Sistemas de Vida e outra so-bre o vírus da gripe. Na primeira, a curiosidade dos alunos foi desper-tada com o facto de os pirilampos, sim, aqueles bichinhos que voam e que piscam, poderem piscar todos ao mesmo tempo, seguindo um modelo matemático. “Como é que isso pode ser?” perguntaram eles. Ao que parece, qualquer variação no ambiente pode provocar um fenómeno de sincronização per-feita do piscar das partes traseiras dos bichos, e é possível estabelecer uma relação entre essa variação e o pisca-pisca, uma função que a represente e ainda um gráfico que represente a função! “Fantástico!”, alguém murmura. Estes modelos são aplicados também em casos reais e úteis, como os sintomas da gripe (porque o rabo dos bichinhos, desculpem a expressão, não inte-ressa se pisca ao mesmo tempo ou não...). Desta forma, é possível de-tectar o pico dos sintomas virais da gripe e formalizar medidas de pre-venção, nomeadamente vacinas, evitando assim epidemias.Mas como? Não andam assim na rua a ver se as pessoas espirram todas ao mesmo tempo, ou a per-guntar,: “olhe desculpe, ultima-

mente tem tossido muito,?” ou “de que cor é o ranho’”. Para recolher dados, utilizam um sistema on-line chamado Gripenet. Através dele, na altura da gripe (entre Outubro e Abril) cada pessoa inscreve-se e pre-enche questionários relativos aos sintomas que tem sentido. Como é óbvio, quanto mais dados tiverem, mais precisas serão as estatísticas e os efeitos, por isso, no início do pró-ximo ano lectivo, acedam a www.gripenet.pt e participem!Seguidamente, os alunos foram ver os laboratórios do Instituto. O cien-tista Vasco explicou-lhes a essência do seu projecto, um estudo sobre os linfócitos-B (células defensoras do nosso organismo) e desmistificou, e aqui cito a professora Margarida, o trabalho de laboratório. “Aqui trabalhamos como numa cozinha”, disse o Doutor Vasco, “tiramos uma coisa daqui, misturamos com outra dali, levamos ao forno, colocamos gelo, tal e qual uma receita”.Os alunos também puderam vi-sualizar o resultado de um estudo feito por uma jovem cientista, mais propriamente, embriões de peixes-zebra fluorescentes, verdes e ver-melhos e alguns azuis.Durante a visita, foram todos mui-to prestáveis e muito simpáticos, o espaço é muito agradável, com uma esplanada fantástica no meio das árvores, e, no final da visita, os alunos foram convidados a deixar a sua opinião num papelinho amare-lo colado no placard. De volta a Cas-cais, seguiu-se almoço e gelado (o Santini já abriu!) e 135 minutos de Biologia à tarde.

Marta Garcia nº7 12º B

Projecto DrosophilaAo longo do 2º período deste ano lectivo, as turmas 12º A e B, em conjunto com a professora Marga-rida Ferreira, na disciplina de Bio-logia, desenvolveram um projecto intitulado “Projecto Drosophila”.Para quem não sabe, a Drosophila melanogaster é uma mosca muito pequenina, como aquelasque andam à volta das ameixas podres na fruteira. A propósito do

programa de Biologia, mais concre-tamente, da hereditariedade, o Ins-tituto Gulbenkien da Ciência cedeu-nos gentilmente alguns exemplares da espécie para fazermos cruza-mentos. O objectivo desta grande experiência é perceber como se transmitem algumas características hereditárias como a cor dos olhos, o tamanho das asas e o feitio do corpo. Para isso, explicando agora de uma maneira simplificada, rea-lizamos uma selecção das caracte-rísticas que queríamos observar e pusemos em tubos de ensaio. Por exemplo, para a cor dos olhos, pu-semos machos de olhos vermelhos e fêmeas de olhos brancos num tubo e machos de olhos brancos e fêmeas de olhos vermelhos nou-tros. E assim sucessivamente com todas as características.Mas porquê a mosca da fruta? Nes-te tipo de experiências, convém escolher uma espécie com determi-nadas características que a tornem mais adequada, tal como Mendel fez com as ervilheiras (quem não é do 9º ano ou do 12º, pergunte aos professores de Ciências!). Assim, escolhemos as mosquinhas porque estas reproduzem-se rapidamente e em grande escala, ou seja, é pos-sível obter um grande número de

resultados em pouco tempo; têm características feno típicas, ou seja, visíveis a olho nu, fí-sicas, fáceis de observar; não são dispendiosas nem envol-vem grande material de “ma-nutenção” e o seu alimento é fácil de fazer em casa – com uma banana. E outras coisas, claro!

Marta Garcia nº7 12ºB

Page 12: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 12

LEMA DE VIDA Por: Ricardo Magalhães

Como é do conhecimento geral, todo o ser humano completa teoricamente o seu ciclo de vida assim que concretiza três seguintes passos: escrever um livro, plantar uma árvore e conceber um filho.Agora que reflicto mais aprofundadamente em tal lema acho que não poderia estar mais de acordo, ou seja, concordo plenamente, aliás até penso que qualquer um desses três factores na vida do homem sejam talvez das acções que nos proporcionam um inigualável sentimento de bem estar e auto-confiança de tal forma incomparável que é impossível comparar a qualquer outra acção pelo homem praticada.Sinceramente neste momento, qualquer uma destas profecias são um sonho que se possível eu realizaria de imediato, sem qualquer tipo de hesitação, é algo que necessito desesperadamente, é a sensação de progresso e sucesso que me iria permitir saborear de novo a minha vida, a minha história…Será que de momento consigo plantar uma árvore? Se formos a avaliar as seguintes condições: manter um caroço de pêssego dentro de um copo e envolto em algodão dentro de uma cela, será que podemos considerar estar a “plantar uma árvore”? A minha perpetuação… não é fácil de estabelecer. Visto que a lei que o Homem implementou para estas circunstâncias é a mesma que retarda o processo de procriação da espécie humana.De tudo isso o que me resta, por enquanto, é tentar escrever um livro. Mas na minha opinião estabelecer ligação entre uns quantos rabiscos juntos com umas quantas palavras soltas, que são separados por inúmeros parágrafos, virgulas e pontos de exclamação num amontoado de folhas, não são o conceito que eu tenho para livro.Por mais incrível que possa parecer, a minha professora e Linguagem e Comunicação (J.R.) deste ano lectivo aqui no Linhó, teve a brilhante ideia de nos propor como trabalho para a disciplina a elaboração de um livro…“Porreiro pá!” era mesmo o que eu precisava, um empurrãozinho forçado para que eu tente de uma vez por todas faça uma das coisas mais aborrecidas que alguém se lembrou de inventar – escrever… Mas pensando bem, se não for um livro de ensino, para eu perder o meu tempo a ler um livro que foi escrito por alguém que também não tinha o que fazer, para isso, mais vale ser eu a escrever. Depois quem quiser que leia! Pelo menos sou eu quem escolhe as palavras e não me sinto forçado a acompanhar ou decifrar as ideias de qualquer outro demente.Não é que eu seja incapaz de o fazer ou que não tenha prática na escrita, porque no que diz respeito a erros ortográficos, composição e estruturação de frases, e sinais de pontuação eu sou um exímio escritor, um compositor, um argumentista, um poeta nato, digamos.Como se diz nestes tempos que correm: “agora é de obriga”.Na verdade, talvez esta fase não seja a mais apropriada, sempre posso aguardar para uma outra altura, talvez num futuro mais longínquo. Não é a irreverência, a criatividade ou a paz de espírito, só sei que neste momento é-me bastante difícil escrever um livro.Mais força de vontade tenho para reflorestar toda a Serra da Estrela do que propriamente para escrever um mísero livro. Todavia, vou continuando a anotar todas as minhas ideias, sentimentos e pensamentos, pode ser que esta seja então a chave para o meu primeiro livro. Algo tão difícil, algo tão simples…

O supremo prazer, a suprema felicidade

Ui, que maravilha, poder sair à noite, beber uns copos, dançar, estar com os amigos. Ou então poder viajar, visitar novos países. Ou mesmo ter “montes” de dinheiro e poder desfrutar de um carro de alta cilindrada. Isso sim, é que é bom, não acham? Ai não, se não é bom! Mas isto de que eu quero falar agora refere-se ao supremo prazer! Mas será que a boa vida sem fazer nenhum traz felicidade? Será mesmo? Sinceramente eu não acho! Ok, admito é muito bom aquilo tudo, mas de que servia viver se fosse tudo fácil, sem esforços e sem “trabalho”? Na vida, só encontramos a felicidade depois de sofrimento. No meu caso, eu sou diabético há 3 anos, e todos os dias injecto 7 agulhas, pico-me 7 vezes (se não for mais). Muitas vezes penso: “porquê a mim? Que mal fiz eu?” Mas chego à mesma conclusão, isto aconteceu por um único propósito! Aprender a viver e mostrar que, mesmo que a vida não seja fácil, podemos encontrar a felicidade! Eu sou feliz! Muito até! Mesmo quando não tenho dinheiro, mesmo se não tiver um bom carro, não puder viajar e até sair à noite! Não preciso de nada disso para ser feliz! Sinto-me feliz porque tenho uns pais perfeitos, excelentes, pais que me amam muito! Um puto reguila em casa, que me faz rir imenso, mesmo quando não estou naqueles dias “sim”! Tenho amigos a quem posso dizer “estás sempre no meu coração, obrigado por tudo, pessoal”! Tenho professores que me tentam ajudar ao máximo! Sem estas pessoas nunca seria nada! E é nisto tudo que encontro a minha felicidade e a minha razão de viver! Um abraço a todos aqueles que me apoiam e me ajudam. OBRIGADO por tudo! Estarão sempre no meu coração!

Page 13: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 13

PASSEIO ANUAL DE PROFESSORES AO PORTO

Dias 26, 27 e 28 de Junho (Sexta-feira – Domingo)

- Almoço de dia 26 na Mealhada.

- Visita a locais de interesse cultural - Passeios pela zona da Foz e por Gaia.- Alojamento em residencial próxima da zona histórica.

- Preço- 75 Euros (Inclui transporte, alojamento em residencial em quartos com wc privativa e pequeno-almoço, visita a monumentos )- Inscrições até dia 4 de Maio- O programa da visita será entregue posteriormente.

Contactos:

Amélia Lopes e Dalila Chumbinho

Patrono Florido

Desfile de Trajes de Flor na Semana do Patrono

Decorreu durante a Semana do Patrono um desfile de trajes de flor, actividade que pro-moveu a demonstração de fatos elaborados à base de flores variadas, confeccionados pela turma do 9º 1, do Curso de Educação e For-mação de Artes Florais, tendo a participação de alunos de várias turmas, desde o 7º ao 12º Anos, e a coordenação da professora Isabel Rocha.Esta actividade promoveu, também, a interac-ção e as relações interpessoais dos alunos de diferentes Turmas.

Page 14: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 14

UM DIA BEM PASSADOPor: Maria José Serafino (Professora de Geografia) No dia 21 de Abril realizou-se mais uma visita de estudo com o 9º A e o 9º B a Óbidos e a Peniche, promovida pelas professoras Luísa Correia, de História, e Maria José Serafino, de Geografia. Não há dúvida que, como dizia o guião, estas disciplinas são dois saberes que se complementam, e com o acompanhamento das colegas Célia Sequeira (Expressão Dramática) e Ana Luísa Mendonça (Geografia), a visita não podia ter corrido melhor.Começámos por Óbidos (digam lá se a escolha não podia ser melhor), onde até as professoras se divertiram, fazendo, tal como os alunos, um “rally paper” pedestre que muito ajudou a abrir o apetite para o piquenique e, principalmente, para a ginjinha que se lhe seguiu… … e mais não conto.

De partida para Peniche, tivemos a oportunidade de ver aquela paisagem agreste, por vezes violenta, mas cada vez mais domesticada pela acção do homem, e também de conhecer a violência do homem, traduzida no Forte de Peniche quando, em pleno século XX, Salazar transformou este espaço numa prisão política. Foi dali que se deu a célebre fuga de Álvaro Cunhal, no início dos anos 60, entre outras igualmente espectaculares. Foi…arrepiante ver a exiguidade das celas, a ainda maior exiguidade do degredo, as condições em que os reclusos falavam com os possíveis visitantes e os símbolos, sempre os símbolos pendurados na parede: os retratos e o crucifixo, não podia deixar de estar presente o crucifixo, tudo isto acompanhado de um ambiente frio, húmido, escuro…

Finalmente, voltámos para o sol, para o sol e para casa, com a certeza de que, para além de um dia muito bem passado e em muito boa companhia, vínhamos felizes e em completa liberdade.

MãeMãe, tiveste um filhote,Limpaste-o com dodot,

No meu coração tu vais estarAté a minha vida acabar.

Quando te vejo a rir,Começo a imaginar

Como seria a minha vidaSem poder para ti olhar.

Tu és como uma flor,Por isso és o meu amorE orgulho-me de dizer

Que sem ti não podia viver.

Quando vamos para a praia passear,

Começo a ver-te felizE a imaginar aqueles beijinhos

Doces que, por vezes, me dás no nariz.

És como um amor-perfeito,Sempre mais bela, mais querida,

E a minha melhor amiga.

Agora só te queria dizerQue vives dentro do meu cora-

ção.Este poema foi feito para ti,Beijocas do teu filho João.

João Rocha, 8º B

http://presentepravoce.files.wordpress.com/2008/04/7477541.jpg

Page 15: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 15

PROJECTO EACH Por : Professora Ana Batista

O projecto EACH (Envelhe-cimento Activo e Crescimento Humano) de-correu, na nossa escola, durante a semana de 4 a 8 de Maio.Teve como ob-jectivo principal sensibilizar os jovens para a necessida-de de perspectivarem o processo de en-velhecimento como um percurso con-tínuo, em que as escolhas individuais podem influenciar o nível de qualidade de vida e realização pessoal em todas as idades.Para isso, esteve montada na escola uma tenda de 100m2, onde decorreram várias actividades durante os intervalos e também nos tempos lectivos promo-vendo o contacto entre alunos e senio-res. As actividades decorreram ao longo da semana de forma muito diversifica-da: aulas de Ginástica, de Ioga; sessões de Artes Florais, de Expressão Dramá-tica, de Música, de Fotografia; fórum debate e entrevistas, entre outros. Nos intervalos, a animação na tenda consistiu em actividades de participa-ção livre com os alunos. Foi utilizada uma metodologia de Educação Não Formal, em que os jovens foram convi-dados a integrar pequenas actividades lúdicas (jogos, concursos, etc.) sobre temas relacionados com o envelheci-mento activo. Estamos certos que com este projecto, os nossos jovens pude-ram desmistificar estereótipos em tor-no do processo de envelheci-mento e que, desta forma, poderão pro-jectar no seu futuro uma re-lação saudável com as várias fases da vida.

Page 16: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 16

NA PELE

DE UM GATO

Eu sou um gato e é isso que as pessoas me chamam. Gato. Sabem o que gosto de fazer no dia-a-dia? Observar os humanos. É tão engraçado!Sou um gato vadio, não tenho nome, não tenho identidade, vivo apenas comigo e com o mundo. Tenho amigos por todo o lado, mas nada me prende a terra nenhuma.Independentemente do lugar de onde observo os humanos, vejo sempre a mesma coisa, sem compreender o que realmente significa. Nas ruas, os humanos são muitos mas parecem sempre sozinhos. Vejo pessoas a correr, mas não sei se têm pressa de entrar, de sair ou de chegar. Vejo pessoas sentadas, sozinhas, horas a fio mas não compreendo se aguardam alguém ou se necessitam de uns momentos consigo próprias. Às vezes, também vejo pessoas a chorar e pergunto-me se será de tristeza ou de felicidade. Vejo pessoas a fazer exercício, a falar ao telefone, a trabalhar nos cafés, a sair e a entrar sozinhas ou acompanhadas, umas com ar estafado, outras com muita energia; umas a enviar mensagens outras a enviar cartas mas todas, todas a pensar na vida, e todas muito presas à terra a que pertencem. E todos os dias, a história de vida desta gente se repete, enquanto eu, gato vadio, vou apenas vivendo à medida que a vida passa. Sozinho, mas com toda a gente. E viajo sozinho. Vou viajando sem ninguém dar conta de mim, mas eu dando conta de toda a gente.

Catarina Silva, 8ºE

O DOURADINHO

Lembranças de um animal abandonado

Há quem pense que a vida dos gatos é muito boa mas, na realidade, não é bem assim. Nem todos os gatos encon-tram donos que lhes dão ca-rinho e que cuidam deles. Eu falo por experiência própria.Eu sou um gato que, embora já esteja no final da minha vida, ainda fui a tempo de encontrar uma família que me acolheu.Lembro-me da época em que as minhas riscas douradas bri-lhavam no meu dorso e nunca esquecerei os meu bigodes muito duros e arrebitados. Tinha eu seis meses quando me ofereceram como prenda de Natal a um rapaz. No início, tudo era muito divertido. O Miguel brincava comigo e tratava muito bem de mim. No entanto, passadas algumas semanas, deixou de me achar graça e acabou por me pôr na rua. Estava farto de gatos, queria ter um cão…Passei quase toda a minha vida vadiando pelas ruas da cidade, a ser enxotado e a passar muita fome, até que um dia, numa luta com um cão, fiquei ferido e uma vete-rinária que ia a passar na rua acudiu-me, levando-me para sua casa. Queria fazer uma surpresa ao seu filho. Nunca me esquecerei o brilho dos olhos daquele menino que gostou tanto de mim.Esta história serve para com-preenderem que a vida dos animais nem sempre é agra-dável.

Alícia Gamboa, 8ºE

O GATO E O PÁSSARO

O gato passou,O pássaro voou.Ao pôr-do-solA chuva parou.

O gato parou, olhou, fixouOutro pássaro voouPara poisar na árvoreOnde o gato se instalou.

Ao gato apeteceu voarPara o pássaro agarrar,Mas outro pássaro voouE o gato indeciso ficou.

Dezenas de pássaros voaramE o gato meditou:Como poderia fazerPara um pássaro agarrar?

E preferiu quieto ficarEncantado pelos desenhos Dos pássaros a voar E com o sol a brilhar.

David Amorim, 8º E

SONHAR

Sonhaarrrr…So….Sonhar…Nhar…Soonhar…So…nhar…Soooooooo…

Sonhar com algo impossível,Sonhar com algo mais,Sonhar ser quem não sou,Sonhar ter o que não posso ter,Sonhar assim é sonhar,Pois ao acordar,O sonho não passará de um sonho.

Mafalda Delgadinho,8º E

Page 17: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 17

Depois de uma ansiedade enorme, porque o dia 3 de Abril nunca mais chegava, eis-nos finalmente de manhã cedo, no aeroporto de Lisboa, rumo aos States! Oito horas de viagem, talvez cansativa para uns, para outros uma alegria porque era a sua primeira vez no ar e, entre filmes de vídeo e conversas com os colegas, o tempo foi passando animado. Aterrámos em Newark, recuperámos a bagagem, seguimos nas van de olhos bem abertos para podermos ver bem a entrada na Big Apple! E enfim, chegámos!! Chegámos ao hotel, um edifício maravilhoso. Sentimo-nos todos em tempos antigos e grandiosos. O Roosevelt Hotel na 45th Street não poderia ser mais bonito nem mais acolhedor nem mais central. Ficava a meio caminho da 5th Av, da Times Square, da grande estação do metro e dos comboios (Grand Central Terminal), dos correios, do edifício da ONU, e de um mundo de ruas e de gentes. Mesmo com o tempo acinzentado, às 8 da noite (hora local), iniciávamos a nossa caminhada. No primeiro dia, ainda mal chegados e com os pés no solo americano, já percorríamos as ruas até à famosa Times Square, um mundo de luz, anúncios e um ambiente frenético de gente de todas as raças e feitios. Ao longe, rodavam gigantescos M§M, as tais bolinhas coloridas tipo smarties que adoramos comer. Entrámos, felizes, na loja gigantesca com múltiplos andares, com cheiro a chocolate por todo o lado e não havia olhos suficientes para conseguir ver tantos bonecos, chávenas, pilhas de chocolates, milhões de bolinhas coloridas, uma chocolate factory mesmo ali à nossa frente! Para começar a noite, não podia ter sido melhor! Seguiu-se a caminhada pelas ruas ao escurecer! Olhem, o Hard Rock, O Hollywood Planet, O MC Donalds, a Billabong, o Toys�Us, os e as não sei quantas lojas de renome que tanto fascinam os adolescentes. Até uma MTVshop! E as mil e uma lanchonetes que perfumam o ar com cachorro smell, as pitas, as hamburgueres, a s pizzas. E as montras de bolos? As sandes enormes? E tudo em dólares, com taxas escondidas que encontramos depois reveladas ao comprar um simples café no Starbucks?! Caminhando entre prédio colossais em tamanho e altura, vamos descobrindo por todo o lado o fascínio

da cidade that never sleeps. E enquanto a professora Gabriela cruzava ruas e locais, a professora. Dalila fotografava, fotografava, fotografava… “Despacha-te! “ gritava a professora Maria Dantas.

O Empire State Building impõe-se onde quer que estejamos e corta-nos a respiração quando tentamos contar o número de andares, e o pescoço não consegue inclinar-se o suficiente para ter ângulo que acompanhe o número de janelinhas. E o Rockfeller Center? Este parece ainda mais alto e imponente, magnífico com uma escultura enorme defronte. E o ringue de patinagem no gelo? E as fontes e jardins em redor? E a casinha de chocolates com as montras lindas? Tudo

nos maravilhava os sentidos e não havia frio que nos obrigasse a sair dali. Seguimos por entre avenidas, surpreendidos , até com os amontoados de sacos de lixo nos passeios largos ao fim da tarde.

E onde está a Estátua da Liberdade? A seu tempo surgirá, agora seguimos para a famosa Apple, mundo da tecnologia, passando pelo famoso Hotel Ritz onde foi filmado Sozinho em Casa, entre paredes meias com o Central Park, que lembra de imediato Woody Allen com as Histórias de Nova Iorque e muitos outros filmes.

VIAJAR POR NOVA IORQUE? NADA MELHOR!!

Page 18: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 18

Sim, porque se há cidade filmada, esta é uma delas.

Bom, e seguindo pela 5th Av, deparamo-nos com as lojas famosas, onde os famosos saídos de limusinas gastam dinheiro. Lanvin, Gap, Burberry, Prada, Disney Store, etc, etc, até uma Zara e H§M com montras artísticas lá vão passando diante dos nossos olhos deslumbrados. O interessante, para além do mais, é a existência de esculturas, pequenos jardins, portadas lindas que tornam a cidade moderna num ambiente meio clássico. Está tudo tão bem conjugado, tão bem pensado. Os táxis são aos milhares, os autocarros também, o metro é escuro e labiríntico. Os museus são um mundo de gente e de cultura. Foi uma emoção conhecer o Metropolitan , o Moma, o Guggenheim, a National Library onde foi filmado o Day After, o Museu de História Natural, com os seu exemplares de dinossauros, mamíferos, povos, minerais, etc; e depois a emoção de entrar no Central Park já ao entardecer depois de uma chuvada que tornou a relva mais verde. Os esquilos aproximavam-se, simpáticos e gulosos em busca de nozes e nós, à falta de melhor, na expectativa de conseguirmos umas fotos, acenávamos-lhes com uma bolachitas de água e sal. Foi também um regalo passear por entre as árvores ao som da passarada.

Muito pequeninas por entre os arranha-céus, ficam as igrejas, entre elas a de St Patrick’s, um exemplo de neogótico, com painéis maravilhosos em vitral, uma Pietá, os arcos em ogiva.

E todos os dias surgiam novidades. Seguimos o nosso caminho, desta vez para sul. Saindo do metro, eis Clinton Castle, o rio East e a Estátua da Liberdade lá muito ao fundo. Às 9 e tal da manhã, com o frio de cortar as orelhinhas, seguiu-se um passeio pela avenida junto ao rio e um espectacular encontro com um senhor muito amável que costuma alimentar devidamente os esquilos de um jardinzinho ali por perto. They only eat nuts, don’t give them bread”. E a troco de umas moedas ou uma nota de dólar, chegavam os esquilos amestrados para retirar as amêndoas da nossa mão. Bichos espertos, nunca se deixam apanhar. E como Nova Iorque é conhecida também pela sua importância a nível das finanças, seguiu-se the Financial District com a Wall Street (a qual é bem estreita), o edifício da bolsa, o Winter Garden que é mesmo um jardim de inverno, ou seja, um género de shopping, com uma área coberta repleta de palmeiras e com muitos bancos onde nos podemos sentar sem estar a consumir. Por toda a cidade fomos encontrando este tipo de bancos que surgem mesmo a propósito para descansar as pernas cansaditas de tanto calcorrear as avenidas. Mas antes, pudemos observar o ground zero e questionar-nos como foi possível alguém, algum dia ter decidido destruir as Twin Towers o momento foi de emoção e ninguém ficou indiferente à cratera onde se realizam agora obras para reabilitar o local. Seguiu-se a Trinity Church, onde assistimos a um pouco dos cânticos do Domingo de Ramos. E depois, uma das grandes emoções de toda a viagem- a zona das docas animada pelos veleiros, esplanadas com cantoras de ocasião e o sol. Choveram fotos com o Pier 17 como cenário e,

um pouco mais à frente, outro ponto alto, bem alto: a famosa Brooklin Bridge que haveríamos de percorrer até meio, encalorados, talvez cansados, mas muito felizes porque não é todos os dias que há a possibilidade de estar num local tão interessante e tão famoso. Outro ponto alto da viagem foi o cruzeiro de barco. Apesar do frio, conseguimos aproveitar ainda mais beleza da Big Apple, avistando os inúmeros arranha-céus, as pontes e, desta vez, mesmo à nossa frente, a Ellis Island- onde chegavam os imigrantes- e logo ao lado a estátua da Liberdade, serena, com um braço erguido como se nos cumprimentasse.

E a visita continuou, muito se visitou ainda, ficando todos com a sensação de que, quanto mais nos embrenhávamos na cidade, mais se descobria, mais havia ainda para visitar. Eis então, China Town, Little Italy (engalanada de fitas verdes e vermelhas e com os passeios ocupados por milhares de esplanadas), Tribecca, Flatiron Buildind (um dos mais estreitos de N.Y. e que de esquina parece mesmo caber na palma da nossa mão). E a Broadway? E o espectáculo da Little Mermaid? (emocionante pelos cenários, pela música, pelo ambiente, por tudo!). E o grande jogo de basquetebol no Madison Square Garden entre os New York Knicks e os Toronto Raptors? Nunca

imaginámos que um jogo pudesse ser tão animado! Duas horas antes do início, já o estádio se encontrava cheio de gente num movimento frenético. Os animadores colocavam música, chegavam grupos de dançarinas, fizeram-se homenagens e, para espanto dos espantos, durante o jogo de basquetebol, fragmentado em mais de 10 partes de 5 minutos, há música! É como se os jogadores se movimentassem ao sabor do som de fundo! Este foi certamente um dos melhores momentos de todo o passeio. É verdade! E aquele momento inesquecível em que aparecemos em directo no mundo via Net? Sim, as novas tecnologias permitiram que nos colocássemos defronte de uma câmara (pertencente a uma loja) que nos filmou e nos enviou pelo mundo fora, estando muitos dos pais a ver-nos em directo!!

Entre caminhadas e caminhadas, nunca passámos fome. Havia sempre sandes de paté, as frutas compradas nas lojas de rua, os cachorros quentes, e à

Page 19: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 19

A jornalista Clara de Sousa

esteve na escola

Clara de Sousa visitou a Escola Secundária Ibn Mucana no dia 29 de Abril, onde deu uma interessante palestra sobre “ Comunicação Social em Portugal”. Neste evento, participaram 180 alunos e alguns professores.

noite uma boa refeição. Jantámos até num restaurante favorito da Betty Davis, o Empire, na 10ª Av., depois de horas para conseguirmos subir ao Empire State Building.

O povo é simpático, sorridente. Não se consegue perceber quem é o americano porque nas ruas e nas lojas a mistura de cores e línguas é constante. As ruas são animadas e em quase todas há uns vapores que saem do chão e que no início nos surpreendeu. Surpreendeu-nos também o pagamento de uma taxa em cada produto comprado e, no final das refeições, a enorme gorjeta que deixávamos aos empregados. Enfim, cada povo tem a sua

O importante é que nos divertimos imenso, os alunos adoraram e voltaríamos outra e outra vez a esta cidade linda. Mas, nada teria sido possível sem a organização e dedicação da Professora Gabriela Neto que, detentora de uma energia super, ainda mal estava terminado o ano lectivo de 2007/08 já preparava esta magnífica viagem, bem como da colaboração preciosa do senhor Presidente da Junta de Freguesia, sempre pronto a apoiar iniciativas interessantes para os jovens da Ibn Mucana, não podendo esquecer a participação dos pais e Encarregados de Educação, e ainda, a presença “olho vivo” das professoras Dalila Chumbinho e Maria Dantas, sempre sorridentes e bem dispostas!

Prof. Dalila Chumbinho

Page 20: Jornalando nº 6 Junho 2009

Jornalando 20

MEMÓRIAS…

Estou perdido nos meus pensamentos sem saber o que dizer.Tu partiste e deixaste-me só, enquanto eu me lembrava de dizer em qualquer entrevista que iria contigo para qualquer lado ! Que iria contigo até ao infinito. Mas tu foste e eu não pude cumprir o meu desejo. Todas as noites olho para aquela estrelinha mais brilhante que encontro a cintilar mais que qualquer uma, no mesmo lugar ! Lembras-te quando a avó partiu e a mãe nos dizia que ela era a estrelinha mais brilhante ? É assim que hoje e todos os dias te vejo a ti.

A nossa banda ! Todos diziam que nunca iria acabar e que nós éramos uns deuses imortais ! A raiva que sinto dessa gente ! Apetece-me, com todas as forças, esganar quem algum dia o disse ! Todos nós temos de partir e tu, meu irmão, partiste mais cedo que nunca ! Foi de um momento para o outro!

Nunca me hei-de perdoar por ter ido no Cadillac e te ter deixado ir sozinho no teu carro ! NUNCA ! Nunca me vou perdoar por me ter envolvido numa briga com aquele rapaz da discoteca e tu me teres ido defender ficando com todas as marcas, visíveis e invisíveis ! NUNCA ! Nunca me vou perdoar por não ter ido contigo, deixando aqui o meu corpo todos os dias a ser agarrado por uma tresloucada qualquer que passe por mim a pedir para eu ser o “Sex – Gott” que era e ir com ela para a cama ! É horrível ter de lhes dizer “Eu não sou quem pensas que sou” , deixando-as estáticas e a chorar ! A lembrarem-se de ti e de mim como éramos antes ! Com aqueles nosso maravilhosos risos, sorrisos, lágrimas, abraços !

Todos os nossos fãs sabiam e sabem tão bem como tu e eu éramos ! Sabes.. No dia do teu enterro a tua campa estava repleta de flores e de gente ! Todos se queriam atirar para ti! Sabes porquê ? Porque tu, não eras simplesmente o vocalista gay daquela famosa banda,o tal com voz de galinha e aspecto de ouriço (como havia gente a dizer…). Tu eras a vida de qualquer fã que te passou por perto! Tu, meu irmão, davas alegria a muitos !

Os teus abraços, as tuas carícias, os teus sorrisos, são marcas que nunca ninguém poderá esquecer ! Marcaram-nos até ao fim ! Sabes uma coisa ? Depois do acidente, procurei dias a fio quem te matou ( aquilo não foi acidental, mano ! Foi propositado). Percorri todos os sítios possíveis !Todos, mas nem rasto deste ! A matrícula do carro, não foi tirada por ninguém ! Mano, tu partiste por minha causa e isso eu não aceito ! Ele levou um bocado do meu coração ! Eu morri por dentro! Todas as noites, retido nos meus pensamentos, te escrevo uma carta, mas sabes, hoje é um dia especial ! É o dia em que completamos os nossos 18 anos, mano ! E eu coloquei no meu antebraço esquerdo, aquilo que tu sempre sonhaste fazer ao completar esta idade: uma tatuagem com o (agora) famoso “Freiheit89”.

Quando nascemos somos livres, no entanto a tua liberdade foi interrompida por alguém que não sabia com quem mais se havia de meter, e decidiu matar-te, maninho mais novo. Sim, mano, ainda não esqueci o quanto te irritavas quando te chamava maninho mais novo. Mano, conhecias a minha pobre ( e podre) escrita. Já sei que vais dizer que tudo isto está muito mal escrito. Está realmente muito mal escrito, mas neste teu aniversário queria dedicar-te algo especial !

Até sempre querido Bill.

por: Catarina Costa, 8º E