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JORNAL UFGD Informativo da Universidade Federal da Grande Dourados - ano 8, número 24 Trabalhar pensando no outro: entenda como a Incubadora da UFGD fomenta a Economia Solidária e estimula a produção coletiva Pág. 04 Pág. 11 Pág. 09 Saúde: Dourados recebe eventos e cursos sobre a humanização do parto para formação de profissionais e estudantes Ações em prol da saúde e do bem- estar do servidor propiciam maior qualidade de vida no ambiente de trabalho Em entrevista, o prof. André Gonelli, do PPG em Agronomia, fala sobre o futuro da pós, a única com conceito 5 em Produção Vegetal no CO

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JORNAL UFGDInformativo da Universidade Federal da Grande Dourados - ano 8, número 24

Trabalhar pensando no outro: entenda como a Incubadora da UFGD fomenta a Economia Solidária e estimula a produção coletiva

Pág. 04 Pág. 11Pág. 09

Saúde: Dourados recebe eventos e cursos sobre a humanização do parto para formação de profissionais e estudantes

Ações em prol da saúde e do bem-estar do servidor propiciam maior qualidade de vida no ambiente de trabalho

Em entrevista, o prof. André Gonelli, do PPG em Agronomia, fala sobre o futuro da pós, a única com conceito 5 em Produção Vegetal no CO

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JORNAL UFGD2 www.ufgd.edu.br

EXPEDIENTEInformativo Oficial da Universidade Federal da Grande Dourados. Novembro/Dezembro - 2014Editado pela Assessoria de Comunicação Social e Relações Públicas Tel.: 67 3410-2720 - [email protected]: @ufgdoficial Facebook: Universidade Federal UFGD

Impressão: Gráfica TriunfalTiragem: 3.000 (três mil) exemplaresJornalista responsável: Thaysa FreitasRedação: Bianca Cegati, Graziela Moura, Stella Zanchett e Thaysa FreitasEstagiário: Tiago Almeida / Revisão: Mateus Elias dos SantosProjeto Gráfico e Diagramação: Thaysa Freitas e Thiago Vieira

A inserção da UFGD no meio social ocorre por muitas e diversas ações e políticas vol-tadas à formação de pessoas, desenvolvimento da ciência, das tecnologias e da cultura. Importa destacar que, desde seu início, a Instituição foi co-roada com a ideia de que seria um instrumento importante de desenvolvimento regional.

Sua múltipla articulação direta e indireta, com orga-nizações públicas e privadas, tem ensejado, ao longo dos anos, evidentes melhorias na realidade de nossas cidades, especialmente em Dourados.

Pelo Mundo

EditorialReitoria

Mas um conjunto de ações tem se destacado e deriva da atuação de docentes, técnicos e acadêmicos através da Incubadora de Tecnologias e Empreendimentos Solidários e Sociais (ITESS).

Trata-se de arranjos constru-ídos entre a Instituição e os movimentos e grupos sociais, cujas realidades de vivência apontam, de um lado, para as necessidades de trabalho e renda e, por outro lado, para a existência de experiências de organizações coletivas e cooperativas de produção econômica, em geral de pe-

quenas produções, carentes de recursos financeiros e também tecnológicos.

As respostas que a UFGD tem produzido às demandas de tais grupos têm sido variadas e ricas, sendo viabilizadas quase sempre por meio de projetos aprovados junto a órgãos federais financiado-res do desenvolvimento de tecnologias sociais. Com o objetivo de se alcançar a organização de trabalhos coletivos, seja no campo ou na cidade, como também de melhorar as rendas das pessoas envolvidas, nossos

servidores e acadêmicos se envolvem e são envolvidos em verdadeiras teias de trocas de conhecimentos, o que favore-ce tanto o desenvolvimento econômico e tecnológico quanto a vida social e cultural na Universidade.

Vale salientar que essas ações da Universidade cul-minam, também, no desen-volvimento indissociável do ensino, pesquisa e extensão, com resultados acadêmicos inquestionáveis e reconhe-cidos nacionalmente pela academia. Não obstante a isso, é necessário reconhecer

e registrar a saborosa satis-fação de identidade criada por esses grupos, pessoas, organizações e movimentos sociais que, de certa manei-ra, são beneficiados com tais ações, cujas retribuições são expressas de modo efetivo, direto e caloroso quando os encontramos.

Por esse reconhecimento social, nossos parabéns e incentivo a todos e a todas envolvidos (as) com as ações e projetos de melhoria de renda, desenvolvimento de trabalho e das tecnologias sociais com a ITESS.

Sob a coordenação do profes-sor Natanael Takeo Yamamoto, da Faculdade de Ciências Agrá-rias (FCA), um grupo de alunos de três engenharias da UFGD esteve em Gravataí (RS) acom-

Equipe vivenciou, em Gravataí (RS), como funciona na prática a competição do projeto Baja SAE

Alguns estudan-tes da UFGD se voluntariaram para atuar como comissários durante a com-petição. Entre outras atividades, ele auxiliaram os competidores que atolaram seus veículos

Reitor Damião Duque de Farias

panhando a competição BAJA SAE Etapa Regional Sul, nos dias 14, 15 e 16 de novembro.

Compondo o projeto de exten-são “UFGD Baja”, 22 estudan-

tes das engenharias Agrí-cola, Mecânica e de Energia integram a Equipe Guaicurus Baja e participam da iniciativa Baja SAE, projeto de alcance mundial, organizado pela SAE, uma associação sem fins lu-crativos que congrega pessoas físicas (engenheiros, técnicos e executivos) unidas pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeroespacial.

Em nível universitário, o projeto Baja SAE lança um desafio a alunos de engenharia, ofere-cendo a chance de aplicar na prática os conhecimentos ad-

quiridos em sala de aula, visan-do incrementar sua preparação para o mercado de trabalho. Ao participar da iniciativa, o aluno se envolve com um caso real de desenvolvimento de projeto de um protótipo veicular, desde sua a concepção, projeto deta-lhado e construção.

Nessa ocasião, de acordo com o professor Natanael, a ideia foi colocar os garotos em contato direto com as equipes da região Sul, para a absorção de mais conhecimentos sobre a competição, da qual partici-parão em 2015 com o protóti-po que estão construindo.

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Extensão

Formação

Cursos na modalidade a distância não são tão diferen-tes dos cursos de graduação presenciais. Assim como os estudantes da UFGD que fazem aula presencial, os aca-dêmicos dos cursos da Facul-dade de Educação a Distância (FACED) podem participar de iniciativas como o Progra-ma Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e de projetos de pesquisa e de extensão.

A diretora da FACED, profes-sora Elisabeth Matos Rocha, explica que o envolvimento dos alunos na extensão e na pesquisa ainda está iniciando.

O programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, financia estudantes de graduação e de pós--graduação para participar de intercâmbios em outros países. Um grande número de universidades estrangei-ras só aceita como inter-cambistas estudantes que tenham feito algum teste de parâmetro internacional,

Estudantes de Educação a Distância participam de projetos de extensão

Inglês sem Fronteiras: oportunidades para estudantes, professores e técnicos

“A maioria dos nossos estu-dantes de EaD são trabalha-dores, já dedicam parte do seu tempo para os estudos online e para as atividades presenciais, e por isso nem todos têm condição de pas-sar mais tempo envolvidos com projetos de extensão e pesquisa. Contudo, nosso objetivo é que cada vez mais acadêmicos possam participar dessas atividades, inclusive como bolsistas”, explica a professora Elisabeth.

Dos mais de mil estudantes da FACED, pelo menos 60 participam do PIBID, e alguns já começaram a se engajar

para comprovar sua profici-ência em língua inglesa.

Até pouco tempo atrás, fazer um curso de língua estrangeira e também realizar um desses testes de proficiência era um investimento alto, inacessível para a maioria dos acadêmi-cos. Agora, tanto cursos de inglês quanto o teste chamado TOEFL estão acessíveis a es-

em projetos de extensão. Um exemplo é o estudante Lean-dro Leoni Vasconcelos, que estuda Licenciatura em Com-putação, um curso oferecido pela UFGD na modalidade de Ensino a Distância. Leandro é morador de Rio Brilhante, e a faculdade via EaD foi uma forma que ele encontrou de continuar seus estudos sem mudar de cidade.

Leandro está iniciando uma atividade de extensão e pesquisa junto a professores da Escola Estadual Fer-nando Correa da Costa. A proposta é utilizar jogos de computador para estimular

tudantes, docentes e técnicos das universidades federais bra-sileiras, por meio do programa Inglês sem Fronteiras (IsF).

O Inglês sem Fronteiras ofe-rece curso gratuito de inglês, na modalidade de Educação a Distância, pelo portal My English Online (MEO). É possível se inscrever para começar o curso online a qualquer momento. Basta acessar o site http://www.myenglishonline.com.br/.

Conforme mais estudantes da UFGD vão se inscreven-do e fazendo o curso online no portal My English Online, pode surgir a necessidade de abrir turmas de aulas pre-senciais, para tirar dúvidas e melhorar o aprendizado. Para isso, há um núcleo presencial do IsF na UFGD. Em 2014, foram mais de 500 vagas de cursos presenciais gratuitos de níveis básico a avançado.

Em 2015, o programa IsF vai continuar e a expectativa é que

mais estudantes aproveitem essa oportunidade. Além de fazer o curso gratuito, quem está inscrito e participando das aulas online do MEO pode fazer testes de proficiência em língua inglesa de forma totalmente gratuita. Na UFGD, neste ano, foram mais de 400 oportunidades para fazer o teste de proficiência TOEFL, reconhecido mundialmente. A expectativa é que em 2015 mais alunos aproveitem essa oportunidade de fazer um curso de inglês, receber um certificado internacional de proficiência em língua inglesa e participar do programa Ciência sem Fronteiras.

Oportunidades para servidores

A partir de 2015, tanto docen-tes quanto técnicos admi-nistrativos das universidades federais poderão participar do Programa Inglês sem Frontei-ras (IsF). As inscrições para formar as primeiras turmas de servidores foram realizadas até o dia 24 de novembro.

O primeiro passo para o ser-vidor participar do IsF é fazer uma prova de nivelamento chamada TOEFL ITP. Para

realizar essa prova, é neces-sário acessar o site http://isf.mec.gov.br/ingles/inscricoes. O interessado deve entrar em “Cursos presenciais e testes de nivelamento”, clicando no botão representado por um quadrado verde. Em seguida, o usuário precisa clicar em “Testes de proficiência” para ser direcionado a uma página do Inglês sem Fronteiras, onde deve preencher um for-mulário de identificação. Após preencher seus dados, auto-maticamente o sistema do Inglês sem Fronteiras identifi-ca que o servidor é da UFGD e informa sobre a prova que será aplicada na instituição.

Após a divulgação do re-sultado da prova, o sistema do Inglês sem Fronteiras vai automaticamente matricular o servidor no curso online de inglês My English Online, no nível de acordo com o conhecimento demonstrado na prova. Estando matricula-do no MEO, o servidor poderá fazer o curso de inglês virtual e, se considerar necessário, também poderá se inscre-ver para participar de aulas presenciais, realizadas na Unidade 2 da UFGD.

o aprendizado de crianças e jovens. “Jogos podem servir para ensinar uma disciplina específica, como ciências ou matemática, por exemplo. Também podem ser usados

não só para ensinar um con-teúdo, mas para estimular o raciocínio lógico, o raciocínio matemático, as habilidades motora e sensorial da crian-ça”, explica o estudante.

Estudante Leandro Leoni Vasconcelos e mais três cole-gas estão sen-do orientados pelo professor Adailton José Alves da Cruz, em um projeto de educação nas escolas de Rio Brilhante

Para se inscrever no Inglês sem Fronteiras, estudantes precisam acessar o portal My English Online

Iniciativas como o PIBID e projetos de pesquisa e extensão também estão abertas aos alunos da EaD

Programa possibilita que membros da comunidade acadêmica façam cursos de inglês e comprovem a proficiência de forma gratuita

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O direito à saúde é garan-tia fundamental instituída pela Constituição Federal e se estende a todos os âmbitos da vida dos cida-dãos brasileiros, incluindo seu local e suas relações de trabalho. Portanto, é ideal que o lugar onde se passa a maior parte do dia tenha ações voltadas não apenas à solução de problemas de saúde, mas, também, a iniciativas de promoção e prevenção.

A UFGD, desde que foi criada, em 2005, tem agido em função do bem-estar de seus servi-dores, adotando medidas de saúde e segurança do trabalho, até chegar à estruturação de um setor para atuar exclusivamen-te na área.

Saúde e trabalho na UFGD: relação fundamental para a qualidade de vida

A Divisão de Saúde, Assistência ao Servidor e Segurança do Traba-lho (DIASS) funciona no âmbito da Coordenado-ria de Desenvolvimento e Assistência ao Servidor (CODAS), da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP), e tem colo-cado em prática ações sobre os mais diversos pontos tangentes à saú-de do trabalhador.

Duas assistentes sociais, duas psicólogas, uma mé-dica do trabalho, um en-genheiro de segurança do trabalho e três técnicos de segurança do trabalho compõem a Divisão, que, entre outras atividades, promove a saúde, mini-mizando riscos ocupa-cionais e, consequente-

mente, proporcionando ambientes saudáveis aos servidores. Além disso, possibilitam assistência por meio do acompa-nhamento dos casos de licença para tratamento da própria saúde, por motivo de doença em pessoa da família e outros afastamentos.

Os servidores também procuram o setor para re-ceber atendimento psico-lógico, social e psicosso-cial. Mas, recentemente, segundo a coordenadora de Desenvolvimento e Assistência ao Servi-dor, professora Sandra Fogaça Rosa Ribeiro, a Divisão tem se organiza-do de forma a ampliar as ações interdisciplinares de promoção da saú-

de. “As pessoas, muitas vezes, não percebem que ter saúde é importante e só a valorizam quando já estão adoecidas”.

Várias dessas iniciativas tiveram sua primeira edi-ção entre 2013 e 2014, na tentativa de transformar a visão que os trabalha-

Informativo de Saúde De publicação periódica no site da UFGD, o In-formativo conta sempre com a fala de algum es-pecialista convidado, que discorre sobre assuntos específicos, como cui-dados com a voz, saúde mental, uso adequado de medicamentos, ergono-mia e Outubro Rosa. O objetivo é ofertar aos servidores dados úteis sobre temas que, muitas vezes, permeiam seu dia a dia de trabalho.

1º Encontro de Saúde do Servidor A ideia começou a ser trabalhada em maio deste ano, num grupo de trabalho, para se efetivar em novem-bro, próximo ao Dia do Servidor Público. Uma co-missão multissetorial ficou a cargo do planejamento. “Foi um grupo bem livre, com as pessoas opinando de forma aberta. Tudo que foi realizado foi resultado dessas reuniões”, conta a coordenadora. Além de palestra sobre os impactos do trabalho na saúde mental dos servidores, o evento propiciou a integração dos cerca de 250 participantes, que pu-deram “deixar sua marca” na confecção de um mural coletivo e, ainda, expor na I Mostra de Talentos “Mãos que fazem a UFGD”, composta por obras elaboradas pelos próprios trabalhadores.

Acompanhamento nos laboratórios Para a melhoria desses ambientes, a DIASS iniciou um trabalho de reco-nhecimento das atividades e instala-ções dos laborató-rios da UFGD. Essa ação possibilitou o encaminhamento da indicação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados para cada local.

dores têm de sua própria condição mental e física em relação à prática laboral. A ideia é inserir, na rotina da UFGD, ações elaboradas em parce-ria com os servidores, que causem reflexão e autonomia no trabalho, envolvendo-os numa gestão compartilhada.

Oficinas de Cuidado com a Voz Foram realizadas em todas as faculdades da Unidade 2, voltadas aos servidores. Os encontros foram orientados pelo fonoaudiólogo Ademir Ba-ena, compostos de teoria e exercícios vocais. Em 2015, haverá a última edição, destinada aos servi-dores lotados nas unidades do centro da cidade. Também será uma oportunidade para os traba-lhadores que ainda não participaram da ação.

Atividade Física Em outubro teve início um projeto piloto no prédio onde fica instala-da, entre outros setores, a Coorde-nadoria de Planeja-mento (COPLAN). Em parceria com a Divisão de Es-portes (DIESP), a DIASS oferece, uma vez por semana, atividades físicas, durante 15 minu-tos, para todos os trabalhadores do local. O objetivo é promover a saúde, ensinando exercí-cios que podem ser feitos todos os dias. E por ser no ambiente de tra-balho, proporciona integração entre os colegas.

Servidor

Equipe multissetorial responsável pelo planejamento do 1º Encontro de Saúde do Servidor da UFGD

Na abertura do 1º Encontro de Saúde do Servidor, todos os participantes foram convidados a “deixar sua marca”

A Universidade tem adotado medidas de saúde e segurança do trabalho para o bem-estar de seus servidores

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Quem nunca ouviu falar de alguma planta, para comer ou fazer um chá, que ajude a curar determinada dor ou doença? O que toda pessoa também deve saber, antes de apostar na receita da vovó, é que cada planta é como um remédio: pode fazer bem, mas também tem contraindicações.

A capuchinha, por exemplo, é uma planta popularmente uti-lizada como alimento, expec-torante e diurético. Ela tem sido objeto de pesquisas, para verificar sua eficácia como medicamento e também os potenciais riscos no seu uso.

O professor doutor Arqui-medes Gasparotto Junior, da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Grande Dourados (FCS/UFGD), participa de um grupo de pesquisas sobre as propriedades dessa planta,

Pesquisa

Estudo sobre a capuchinha revela que o fitoterá-pico é contraindicado para gestantesProfessor da UFGD participa de pesquisa que foi publicada em livro, na Alemanha

também conhecida como cha-guinha, cujo nome científico é “Tropaeolum majus”.

Conforme o professor, o grupo já publicou diversos trabalhos que comprovam os efeitos positivos de um fitoterápico produzido a partir dessa planta - que atua como diurético e hipotensor, podendo ser utilizado no tratamento de pessoas hipertensas. Também foram publicadas pesquisas que apontam que o fitoterápico feito a partir da chaguinha não é tóxico. Atualmente, o grupo de pesquisa está finalizando os testes pré-clínicos, utilizan-do animais, para logo depois iniciar os ensaios clínicos em humanos. Este é um dos primeiros passos para obter permissão para lançar um novo medicamento fitoterá-pico no mercado.

Risco para gestantes

Apesar de ser um fitoterápico de baixa toxicidade e que pos-sui efeitos positivos no trata-mento de hipertensão, isso não significa que o medicamento obtido a partir da chaguinha pode ser ingerido por todos.

O mesmo grupo que vem conduzindo os testes para criar o medicamento obser-vou que há riscos se uma ges-tante ingerir o produto. Nos testes realizados com ratos foi constatado que, se ingeri-do no começo da gestação, esse fitoterápico interfere na implantação do embrião no útero, causando uma perda de aproximadamente 50% dos embriões. Se o medicamento for ingerido numa fase mais adiantada da gestação, pode causar a diminuição de peso e anomalia renal nos filhotes. Os pesquisadores detectaram

um mecanismo de toxicidade parecido com o de outras substâncias sintéticas utiliza-das clinicamente no tratamen-to da hipertensão.

Os riscos do uso dessa planta medicinal durante a gravidez resultou em um livro: “Toxico-logia reprodutiva de Tropa-eolum majus (Chaguinha): Riscos do uso das folhas de Tropaeolum majus L. durante a gestação”, que foi publicado a convite de uma editora da Alemanha. Os autores do livro são os docentes que estão à frente das pesquisas, o doutor Arquimedes Gasparotto Junior, da UFGD; o doutor Emerson Luiz Botelho Louren-ço (Universidade Paranaense) e o doutor Paulo Roberto Dal-senter (Universidade Federal do Paraná).

Além de atrair a atenção da comunidade científica, essa

pesquisa sobre o efeito em gestantes é relevante para toda a população. Como a ingestão da planta por meio de chás ou saladas é popular, é importante que essa pesquisa seja apro-fundada, para basear novas orientações para o consumo do produto. “No período de gesta-ção, as mulheres que apre-sentam sinais de retenção de liquido ou pressão alta tendem a tomar chás ou experimentar ervas medicinais acreditando que são inócuas, entretanto até mesmo produtos de origem natural podem colocar em risco essas pacientes, pois nem toda planta medicinal tende a apresentar somente benefícios”, alerta o professor Arquimedes.

O livro, publicado pela editora alemã Novas Edições Acadê-micas (NEA), está disponível para venda no site www.nea-edicoes.com

Grupo de Trabalho Foi uma das primeiras ações propostas e que reuniu servidores de vários setores da Universidade para dar voz às necessida-des da UFGD no quesito da promoção de saúde. “A ideia era ver os trabalha-dores falando de saúde e o que esperavam da Divisão para que assim fizéssemos nosso planejamento”, ex-plica a professora Sandra.

Roda de Conversa O formato é propício para ser adotado tanto em uni-dades acadêmicas como administrativas. Na Roda de Conversa, conduzida e mediada pelas psicólogas, os servidores falam sobre seus conflitos e as dificulda-des que encontram no ambiente de trabalho. Surgi-da nos encontros do Grupo de Trabalho, a Roda de Conversa sobre saúde teve sua primeira experiência na Faculdade de Ciências da Saúde (FCS). Outra Roda de Conversa foi realizada entre servido-res dos setores de Compras e do Almoxarifado e dos técnicos de laboratório. O tema central foi o fluxo de pedido, compra e distribuição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). A partir dessa reunião, está sendo elaborada uma instrução de serviço para unificar e padronizar os procedimentos.

Gestão Acolhedora Dentro de cada setor da Universida-de, um servidor-tutor é responsável pelo acolhimento dos novos traba-lhadores, tanto os que foram rema-nejados como os que acabaram de tomar posse. Para tanto, a DIASS de-senvolve um acompanhamento com esses tutores, sob a forma de roda de conversa. A ideia é que o colega recém-chegado se sinta à vontade e receba as informações necessárias para se sentir autônomo e empode-rado, no novo local de trabalho.

Futuro Além de dar continuidade a todas as ações já implanta-das, a Divisão tem como meta para 2015 a realização do 2º Encontro de Saúde do Servidor, no segundo semes-tre, inserindo o evento de vez no calendário da UFGD. Há, ainda, a previsão de colocar em prática um programa de Educação para Aposentadoria, que visa auxiliar os servidores neste momento de transição tão importante. Os trabalhadores próximos da aposentadoria serão convidados a participar da iniciativa. “Nem sempre as pessoas se preparam para o desligamento, para se de-sapegar da rotina que tiveram por 30 anos. E nem para a nova rotina. E há um impacto subjetivo nesse mo-mento, principalmente em termos de identidade, pois a pessoa não é mais servidora. Ela é aposentada. E como conviver com isso?”, expõe a professora Sandra.

As reuniões do Grupo de Trabalho tiveram em sua programação momentos de atividades dinâmicas

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JORNAL UFGD6 www.ufgd.edu.br

Capa

Incubadora da UFGD ajuda a fortalecer a organização coletiva de pequenos produtoresBaseado nos princípios da Economia Solidária, o projeto oferece formação teórica e prática em autogestão de empreendimentosJá imaginou um sistema de produção alternativo à atual situação econô-mica, política e social? Um sistema no qual produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver não signifique explorar o outro e des-truir o meio ambiente para lucrar a qualquer custo? E que troque a competição pela coope-ração? Acredite, isso é possível. E a UFGD tem sido parceira em alguns projetos nesse formato que vêm ganhando cada

vez mais força na cidade de Dourados e região.

Criada em 2006 como um projeto de extensão e firmada em 2012 como Divisão da Coordenado-ria de Extensão da Uni-versidade, a Incubadora de Tecnologias Sociais e Solidárias (ITESS/UFGD) dá suporte técnico e administrativo para o de-senvolvimento de ações no município, objetivan-do geração de trabalho e renda, troca de saberes e ampliação das noções

de empreendimento e cidadania.

A ITESS lida, fundamen-talmente, com produção inclusiva, pautada nos princípios da autoges-tão. O que isso significa? Significa colaborar para a inclusão de pequenos produtores no mercado de trabalho, fortalecer o empoderamento de comunidades rurais e oferecer formação para uma nova ocupação ou qualificação para ocupa-ções já antigas. Tudo isso com gestão horizontal, sem hierarquia.

Anderson Rezende, téc-nico da Incubadora, sim-plifica como funciona o trabalho dela segundo os princípios da Economia Solidária. “Trata-se de um empreendimento sem patrão. O grupo precisa desenvolver um trabalho associado ou cooperati-vo. Além disso, a renda deve ser compartilhada, não trabalhamos com a noção de lucro, que é

um conceito da lógica capitalista. Não que esse conceito seja errado, mas nós trabalhamos com outra perspectiva. Em um empreendimento econômico-solidário, a renda é gerida e com-partilhada pelo grupo de forma democrática”.

Atualmente, a ITESS trabalha com dois grupos incubados: um do assen-tamento Lagoa Grande, de Dourados, e um grupo quilombola do distrito de Picadinha, além de cerca de 200 piscicultores da região. Mas a pretensão é expandir os trabalhos e colaborar também com grupos urbanos.

Bistrô Eco Sol

Projeto de extensão da Incubadora, o restauran-te-escola Bistrô Eco Sol tem feito sucesso entre a comunidade universitária. Há cerca de dois meses, o Bistrô vem transfor-mando as produções do grupo quilombola de

Picadinha e do assenta-mento Lagoa Grande em refeições deliciosas e de alto valor nutricional.

Isso quer dizer que frutos do cerrado como pequi, guavira ou cas-tanha de baru acabam entrando no cardápio na forma de sucos, sobre-mesas ou mesmo na refeição principal.

Por enquanto trabalham cinco mulheres, acompa-nhadas por professores e acadêmicos dos cursos de Nutrição e Adminis-tração. Excelentes cozi-nheiras elas já são, mas Luciana Pogliesi, mora-dora do Lagoa Grande e empreendedora do Eco Sol, garante que o aprendizado é constan-te. “É como se fosse uma oficina na hora de servir, outra na hora de dividir a renda, de pensar no cardápio e no cálculo para compra dos ingre-dientes. Estamos apren-dendo a gerir um restau-rante para caminharmos

Economia Solidária é um jeito diferente de produzir. São atividades econômicas organizadas sob a forma de autogestão que utilizam a lógica de desenvolvimento sustentável com proteção dos ecossiste-mas. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem, seus resultados econômicos, políticos e culturais são compartilhados sem distinção de gênero, idade e raça. Suas principais características são:

1 - Cooperação: Interesses e objetivos comuns, união dos esforços e capacidades, propriedade coletiva de bens, partilha dos resultados e responsabilidade solidária.

2 - Autogestão: Apoios externos, de assis-tência técnica e gerencial não substituem o protagonismo dos verdadeiros sujeitos da ação. A autogestão acontece nos processos de trabalho, nas definições estratégicas dos empreendimentos, na direção e coordena-ção das ações.

3 - Dimensão Econômica: Envolve o con-junto de elementos de viabilidade econô-mica, permeados por critérios de eficácia e efetividade, ao lado dos aspectos culturais, ambientais e sociais.

4 - Solidariedade: Justa distribuição dos resultados alcançados e relações sólidas com outros movimentos sociais e populares de caráter emancipatório. Respeito e preo-cupação com o bem-estar dos trabalhado-res e consumidores.

Formação sobre manejo e qualidade da água, em Glória de Dourados

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sozinhas e abrir nosso próprio empreendimento nos lugares onde mora-mos”, afirma.

Uma das colaborado-ras no restaurante é a professora Angélica Magalhães, que confirma que o principal objetivo da Incubadora é permitir que as pessoas se tor-nem autônomas. “Nossa preocupação é com o empoderamento dessas comunidades, para que adquiram autonomia e possam alçar voo, repli-cando esse projeto em suas regiões. Elas pre-cisam identificar suas próprias necessidades e providenciar para que sejam atendidas”, defen-de a professora.

“Já podemos pensar até em turismo rural. Quando abrirmos restaurantes na Picadinho e no La-goa Grande, poderemos atender tanto morado-res quanto visitantes. A pessoa que mora na cidade e quiser comer

uma comida natural, sem conservantes e feita com todo o cuidado, será mui-to bem-vinda”, é o que planeja Luciana.

Já para Lourdes de Oliveira, moradora da comunidade quilombola que também trabalha no Bistrô, além do conhe-cimento adquirido, o projeto tem ajudado a elevar a autoestima das trabalhadoras e consoli-dado os laços da Econo-mia Solidária. “É muito importante reforçar que trabalhar com Econo-mia Solidária é trabalhar pensando no outro. E ter em mente que não só eu preciso da renda, mas todo o meu grupo. Além disso, pensamos em todas as comunida-des que trabalham com produtos orgânicos, não só na nossa. Isso é ser solidário, quando eu tento estender aquele pouco que eu tenho para todos”.

Piscicultura

Outro importante pro-jeto desenvolvido pela Incubadora, responden-do a uma demanda do Ministério da Pesca e Aquicultura e aproveitan-do a capacidade hídrica dessa região do estado, é o “Ações da ITESS/UFGD para o desenvolvimento da aquicultura e pesca no Território da Cidada-nia da Grande Dourados”.

Como no restaurante, a ideia é trabalhar a produ-ção do pescado de forma coletiva. De acordo com Caio Chiariello, um dos professores responsáveis, “quando os pequenos produtores trabalham em conjunto, podem ter vantagens na compra de insumos e de matéria prima, no processo da produção e também na venda. Comprar, produzir e vender juntos aumenta o poder de negociação frente aos mercados”.

Em parceria com 12 cidades, as ações atin-gem, hoje, cerca de 300 produtores. O grupo beneficiado pelo projeto é bastante heterogêneo. Há aqueles que já têm experiência com produ-ção de pescado e há os que ainda querem ingres-sar no ramo. Por conta disso, são ofertadas ofici-nas de manejo, de gestão de empreendimentos,

de formação de coope-rativas e associações, de igualdade de gêneros, de comercialização e simu-lação de negócios. Algu-mas dessas formações acontecem na própria Universidade. A UFGD disponibiliza transporte e alimentação para os in-teressados, que vêm das cidades vizinhas. Outras acontecem, ainda, nas cidades parceiras do pro-jeto, com o deslocamen-to da equipe acadêmica para as áreas rurais.

Um dos aspectos que teve destaque nesse processo foi o reforço da ideia do empoderamento feminino dentro desse ambiente de produção. Para o professor Caio, as mulheres estão conse-guindo assumir o prota-gonismo nesse tipo de trabalho, o que é funda-mental para a quebra da diferenciação de gênero, cuja presença no meio rural ainda é muito forte.

Erondina Mendonça é moradora do Assenta-mento Margarida Alves, localizado em Rio Bri-lhante, e já participa des-sas ações da Incubadora há mais de um semestre.

Segundo ela, a princí-pio, os homens tiveram resistência com relação às formações sobre igualdade de gêneros. “Não gostaram da ideia

SERVIÇO

Se interessou pelo trabalho do Bistrô Eco Sol? Por enquanto são servidas 100 refeições, uma vez por semana, sob reserva. Saiba mais:

Onde: ITESS/UFGD (Unidade 2)

Quando: Quartas-feiras (das 11h às 12h30)

Quanto: R$ 10,00 (Incluindo refeição, suco e sobremesa)

Contato: 3410-2896/2897 (Para reservas das refeições ou contratação do buffet)

Cozinheiras e nutricionista do Bistrô Eco Sol, restaurante-escola que utiliza produtos orgânicos de assentamento e comunidade quilombola

de as mulheres terem os mesmo direitos que os homens. Aqui as mulhe-res são muito trabalhado-ras e já estão à frente de projetos como produção de doces, horta, cozinha industrial ou artesanato. Estamos nos esforçan-do para desconstruir a imagem de que a mulher é agente secundário, e a Universidade está aju-dando”, garante Erondi-na.

O processo de implan-tação dos tanques no Margarida Alves está na fase final. No total, serão cadastrados 60 tanques só nesse assentamento. Para Erondina, a UFGD tem papel fundamental na inserção desses tra-balhadores no mercado. “Nós não tínhamos muita ideia de como trabalhar, mas agora que temos terra começamos a ad-quirir esse conhecimento junto à Universidade. Já tínhamos feito alguns cursos, mas o aperfeiço-amento está se consoli-dando agora, com esse projeto”.

“Até o final do ano vamos começar a produção. Está tudo planejado. Para não haver prejuízo, é pre-ciso vender bastante, as-sim a renda fica maior. E para vendermos grandes quantidades temos que trabalhar em grupos”, reforça a assentada.

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Ensino

Alunos de Gestão Ambiental vivem na prática a criação de projetos ambientaisA disciplina Projetos Integrados de Gestão Ambiental propicia o estudo de casos reais e o apontamento de soluçõesProporcionar ao estudante o ingresso no mercado de tra-balho com o máximo de ex-periências possíveis é um dos pilares do ensino da UFGD. A prática aliada à teoria é, sem dúvida, um dos ganhos que os alunos têm ao deixarem a sala de aula, passando a interagir com a comunidade que os cerca.

Um bom exemplo dessa inte-ração é encontrado na gradu-ação em Gestão Ambiental, curso criado em 2006 e que tem como diferencial o conta-to direto com a realidade das pessoas e da sociedade, com o objetivo de fazer o aluno entender o que de fato é o meio ambiente em disciplinas 100% práticas, nas quais se vai a campo e são trabalha-das noções de percepção ambiental.

“O ambiente é tudo. No contexto político, no contexto social, no contexto acadêmi-co. Na parte física, na parte biológica, na parte geológica. Tudo é o ambiente”, explica o professor Jairo Campos Gaona, coordenador do curso de Gestão Ambiental da UFGD. Ele pontua que a visão que as pessoas carregam da expressão ‘gestão ambiental’ é

limitada, voltando-se apenas a referências como preservação, natureza, conservação, sem se darem conta de que o am-biente engloba tudo, qualquer espaço que tenha a ver com o uso e a ocupação do homem.

Dessa forma, a graduação se desenvolveu de maneira a dar oportunidade para que seus estudantes possam viver a gestão do ambiente, tentando profissionalizar o acadêmi-co, que em breve será um gestor. “O ganho é formar um futuro profissional que tenha capacidade de trabalhar nos três setores. Ele vai ter capacidade de propor uma política ambiental, planejá-la, implementá-la e executá-la”, esclarece o docente.

Organizada como um ciclo, as disciplinas Projetos Inte-grados em Gestão Ambiental 1, 2 e 3 são apresentadas aos alunos a partir do terceiro semestre do curso, que tem duração total de quatro anos. Assim, até o final do quinto semestre, o estudante fica envolvido no planejamento, execução, verificação e ação de um projeto no contexto ambiental. Projeto que, mui-tas vezes, sai dos trabalhos acadêmicos e é incorporado

como solução real para o problema do local que serviu como objeto de estudo.

Prática, teoria e interdisciplinaridade

O professor Jairo conta que a disciplina passou a ser adotada na grade curricular em 2009 e desde então teve algumas adaptações, como, por exemplo, o número de professores em sala de aula. Antes, apenas um docen-te ficava a cargo de cada semestre do ciclo, sendo que atualmente três ou quatro professores orientam os estudantes. “As disciplinas de Projetos Integrados exigem que os professores planejem atividades que realmente pautem a tutoria e promovam a autonomia dos alunos”, de-monstra o coordenador.

Segundo o professor Mario Vito Comar, um dos docentes que acompanham os estudantes durante o ciclo, a ideia é que os universitários avaliem uma situação local, dentro da com-plexidade do ambiente. A partir disso, há três fases: planeja-mento, execução e expansão.

“Eles desenvolvem um projeto a partir de conceitos, no en-quadramento mundial, pelas grandes tendências, pelas polí-ticas públicas, pela legislação e por tudo o que é apresentado em aula, de forma a destrinchar um projeto socioambiental. E constroem a proposta após a leitura da situação local, emba-sada pela bibliografia do curso, que apresenta estudos de casos semelhantes”, elucida.

E há, ainda, a interação dos Projetos Integrados em Gestão Ambiental com outras disciplinas do curso, que foi pensada de forma horizontal. O docente José Daniel de Freitas Filho, que também ministra as aulas conjuntas do ciclo, diz que a ideia é que as matérias conversem entre si, pois, se não houver essa in-tegração na matriz curricular, as ações correm o risco de se tornarem muito pontuais.

“Muitos tópicos vistos em Pro-jetos Integrados, os alunos têm como disciplinas específicas em algum momento da gra-duação”, comenta o professor José Daniel, lembrando que os projetos, além de se comunica-rem com outras matérias, estão ligados a ações de extensão, propiciando uma interação transformadora entre a Univer-sidade e outros setores.

Metodologia

A partir de diretrizes e pre-missas presentes nas políticas públicas de Gestão Ambien-tal nacionais e mundiais, os estudantes são orientados a propor sua própria política, apresentando planejamento, implementação, gerencia-mento e monitoramento de um projeto. O que, de acordo com o professor Jairo, resume de forma rápida a abordagem usada em Gestão Ambiental.

“Temos como base um sistema que chamamos em Administra-ção de PDCA, que é planejar, executar, verificar e agir. A melhora é contínua e muitas empresas e organizações fazem uso disso. As atividades não ficam paralisadas e sempre há algo progredindo, fazendo com que os gestores possam realizar um diagnóstico e um prognóstico do cenário do local em que se está trabalhan-do”, afirma Jairo.

Aliado a esse sistema, o curso usa uma metodologia que em português os gestores deno-minam como FOFA: fortalezas e fraquezas. A equipe faz uma análise de cenário e reco-nhece os pontos positivos e negativos da organização, lis-tando as ameaças que vêm de fora da instituição, do projeto e da equipe. É uma forma, diz o professor, de saber onde se está e para onde se quer ir.

E desde sua implementação como disciplina, os Projetos Integrados já foram a vários lugares como parques urbanos, áreas de conservação, escolas e outros ambientes de Doura-dos, assim como de seu entor-no. Os estudantes trabalham em contato com prefeituras, gestores escolares, administra-dores e legisladores de âmbito municipal, se envolvendo, inclu-sive, na formulação de políticas públicas, sem deixar de lado a postura científica.

Algumas escolas e prefeituras já abriram as portas para que as análises e possíveis soluções a que chegaram os alunos sejam colocadas em prática. Mas nem sempre existe esse in-teresse, explica o coordenador do curso. A oferta de colabo-ração, no entanto, sempre é lançada. “Estamos fazendo um papel que nenhum município faz, que é ensinar políticas públicas”, conclui.

É brincando que se aprende

Como exemplo de projeto que foi realizado dentro da disciplina e teve a oportu-nidade de ser colocado em prática, inclusive após sua conclusão, o trabalho “Pro-cesso de Compostagem de Resíduos Orgânicos Gerados no CEIM Recanto da Criança”, rendeu frutos a seus elabo-radores, como a organização de oficinas de compostagem doméstica em eventos da Prefeitura de Dourados.

Executado em 2013 pelos alunos Alexandre Borges Miranda, Deives Gabriel Bortolanza Santos e Lorenza Virginio Senis, o projeto teve como mote a preocupação com o tratamento dado aos resíduos orgânicos, usando como cenário o Centro de Educação Infantil Municipal

(CEIM) Recanto da Criança, em Dourados.

Com a ferramenta da Edu-cação Ambiental, sob a forma de atividades lúdicas, os acadêmicos envolveram as crianças e também os funcionários do Centro, numa ação que visou transformar os resíduos orgânicos gerados na cozinha do local em adubo para a horta da unidade, por meio de compostagem.

A conclusão foi a mudança de paradigmas sobre o aprovei-tamento dos resíduos sólidos, que antes eram vistos como problema e depois passaram a beneficiar todo um sistema, provando, ainda, que as ações ambientais em instituições de ensino não demandam gran-des recursos financeiros, ape-nas informação e incentivo por parte do poder público.

Os resíduos orgânicos da cozinha do CEIM passaram a ser aproveitados como adubo para a horta da unidade

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Entrevista - Professor André Gonelli Um dos orgulhos da UFGD, nesses 9 anos de existência, é o Programa de Pós-Graduação em Agronomia, que é o único do Centro-Oeste com con-ceito 5 na área de Produção Vegetal. A Assessoria de Comunicação Social

entrevistou o professor André Gonelli, coordenador do Programa de Pós--Graduação em Agronomia, que falou sobre os próximos passos do curso para avançar, cada vez mais, nas ava-liações feitas pela CAPES.

Qual é a meta do Progra-ma dentro dessa avalia-ção da CAPES?

O conceito da CAPES varia de 1 a 7, e ela considera que de 1 a 5 são cursos com atividades nacionais importantes. Já os concei-tos 6 e 7 são aqueles que têm ações de internacio-nalização já consolidadas. Hoje, com conceito 5, a nossa principal meta é intensificar as ações de internacionalização. Já temos uma certa inserção internacional a partir de alguns alunos do exterior que nos procuraram, e o maior apoio nesse sentido é do ESAI, que sempre nos dá informações e nos pro-põe ações nesse sentido. A primeira ação efetiva de internacionalização do cur-so foi a entrada da Agrono-mia no Grupo Coimbra de Universidades.

Por ter conceito 5, a Pós--Graduação em Agrono-mia foi contemplada com recursos maiores dentro do PAPOS, da Fundect. Como foi isso?

Recebemos um auxílio muito bom do Programa de Apoio à Pós-Graduação (PAPOS), da Fundação de Apoio ao Desenvolvi-mento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fun-dect), em parceria com a Coordenação de Aperfei-çoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES). O PAPOS viabiliza recursos em função do conceito de cada programa. Este ano, o aporte foi de R$ 300 mil para pagamento de diárias, passagens tanto para alunos e professores quanto para membros para defesas de bancas, taxas de publicação de artigos e tradução para o inglês e o espanhol e pagamentos de materiais de consumo. Se tivéssemos conceito 6, esses recursos poderiam chegar a R$ 1 milhão.

E qual é o passo para se chegar a esse conceito 6?

Intensificar ações de internacionalização. O principal objetivo é produ-zir informação científica, então a primeira atividade de internacionalização que a gente precisa efetivar é o incentivo aos nossos professores para passar para o inglês todos os trabalhos que eles desen-volvem. As revistas com maior inserção do mundo estão no exterior e, para publicar nessas revistas, além de o trabalho preci-sar ter uma profundidade científica maior, o básico é ele ser produzido em inglês. O PAPOS entra no pagamento dessas tra-duções e no pagamento de taxas. O Programa é um avanço porque, antes de ser aberto o edital, a Fundect veio até a gente e perguntou o que seria interessante para o curso. Foi o caminho inverso e esse foi o diferencial que vale a pena ser dito. Outra ação do PAPOS foi desti-nar recursos para diárias e passagens, a fim de trazermos pesquisadores do exterior para a UFGD, para que possam partici-par dos nossos grupos de pesquisas e de trabalhos. Outra ação que estamos começando a fomentar junto aos alunos, principal-mente os de doutorado, é fazer o doutorado sanduí-che. Recentemente, nossa aluna chegou da Bélgica e, pelo desenvolvimento da sua pesquisa lá, ela vai receber um segundo título, o de PHD pela Universida-de da Bélgica. Como parte disso, o supervisor dela virá ao Brasil para sua de-fesa, e estamos reunindo mecanismos para que isso seja em tempo real, assim mais dois pesquisadores de lá poderão participar da banca.

E qual é o diferencial da Pós-Graduação em Agro-nomia, por ter conceito 5

e estar tão envolvida na pesquisa e inovação? O que potencializa o curso?

Recentemente, a CAPES e o CNPq lançaram uma reportagem sobre a evo-lução da pós-graduação e da produção científica no Brasil, e a área que mais cresce é a da Saúde, sendo que sempre foi a área das Agrárias. Então, devido a trabalharmos a questão do meio ambiente e da produção de alimentos, ou seja, uma multidisciplinari-dade que gera um campo de pesquisa muito grande e um volume de trabalho publicado também grande, isso é basicamente o que diferencia. A própria CA-PES conceitua as revistas de acordo com a Qualis, que é uma extratificação de pontos. E devido a essa grande possibilidade de desenvolvermos ciência, é fácil hoje publicarmos ar-tigos em revistas A1 e A2. Hoje, a nossa produção científica é bem considerá-vel. Nós temos 16 profes-sores permanentes, sendo 8 deles bolsistas de produ-tividade do CNPq, o que incentiva que continuem a fazer suas pesquisas. E se você pegar o volume de recursos que esses docentes conseguem, participando de chamadas em órgãos de fomento, ele é muito grande. Além disso, nossos laboratórios contam com equipamen-tos de ponta e isso per-mite que nossas análises

sejam mais profundas. Quando não temos algum equipamento, os grupos de pesquisas envolvidos permitem que trabalhos correlatos sejam feitos em outras instituições parcei-ras e os enriqueçam. Isso é uma evolução histórica na ciência brasileira. E nessa área de produção vegetal, nosso programa é o que possui o maior conceito em toda a região Centro--Oeste. É um mix de fato-res, principalmente com professores engajados.

E como esses trabalhos da UFGD têm contribuido efe-tivamente com a prática agrícola em MS?

Todas as pesquisas na área das Ciências Agrá-rias, ou boa parte delas, estão relacionadas a atividades de campo, ou seja, com culturas de-senvolvidas aqui, o que traz resultados positivos para a região. Hoje, com a chegada de usinas, temos o aumento de pesquisas científicas na área da cana-de-açúcar. Temos pesquisas de interação com a própria cultura tradicional, como soja e milho, e isso traz respos-tas para o produtor que implementa logo em se-guida. Mas não somos um programa regional, é que a maioria dessas infor-mações contribui com o Estado e são práticas que podem ser aplicadas em outras regiões.

E quais são as expectativas a curto e a médio prazos para a Pós-Graduação em Agronomia?

Eu acredito que com o PAPOS a gente tem condições de dar mais suporte aos docentes e, automaticamente, o currículo desses profes-sores melhora ainda mais para disputarem chama-das pelo Brasil, atraindo mais recursos para a UFGD. Nós ficamos muito tempo no conceito 4 e nossa meta é chegar ao conceito 6 o mais rápido possível. O fechamento das avalições dos cursos de pós-graduação é de três em três anos, e nós já temos algumas ações de internacionalização que podem nos dar suporte para tentar pleitear esse conceito. Hoje esse é um conjunto de fatores que faz o nosso Programa ser excelente. A adminis-tração da UFGD dá todo o suporte na questão de infraestrutura e isso nos diferencia de mui-tos outros programas de renome do país. Nossos laboratórios sempre têm ganhado fomento com materiais de consumo. A própria atuação do ESAI é muito importante para nós, eles são nossos principais parceiros rumo à internacionalização, além dos professores, que têm excelência nas suas pesquisas. Nossa meta é ousada.

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Internacionalização

Junto com outras univer-sidades federais, estadu-ais e privadas, a UFGD é integrante do Grupo Coimbra de Universida-des Brasileiras (GCUB) e, no mês de outubro, participou do VI Seminá-rio Internacional e VII As-sembleia Geral do GCUB, em Pernambuco.

Um dos assuntos discuti-dos foram os modelos e estratégias para a univer-sidade internacional, hoje uma das fortes políticas do governo federal para a educação superior. Segundo o chefe do Escritório de Assuntos Internacionais (ESAI) da UFGD, professor Alfa Oumar Diallo, que participou do encontro juntamente com a pró--reitora de Graduação, Giselle Cristina Martins Real, o evento abordou, também, os acordos existentes entre o GCUB e países da América Latina, incluindo Brasil/Colômbia, Brasil/Peru e Brasil/México.

Durante o encontro, o professor aproveitou para conversar com represen-tantes de universidades americanas, para ver a possibilidade de firmar acordo em todas as áreas e nos três segmentos da comunidade acadêmica. Para o professor, docen-

para aumentar a inter-nacionalização entre os membros do grupo Tordesillas. A UFGD vem trabalhando para se in-ternacionalizar e estamos tendo reconhecimento inclusive entre os pares brasileiros”, enfatizou o professor.

Na oportunidade, o chefe do ESAI também fez contato com membros da Universidade de Gran Canária (Espanha), que foi admitida no grupo. Essa instituição faz parte das universidades insu-lares, com forte atuação para a pesca e estudos de águas marítimas, e levou uma proposta de acordo de cooperação da UFGD para análise e futuras parcerias.

Palestras iniciam debate sobre internacionalização na UFGD

O ESAI promoveu, no mês de novembro, duas palestras sobre interna-cionalização que integra-ram a primeira etapa de discussão do assunto na UFGD. A ideia foi trazer novas discussões e expe-riências para a realidade da comunidade acadê-mica da Universidade, do que acontece pelo Brasil afora sobre a política de internacionalização das universidades brasileiras.

Segundo a assessora para Assuntos Interna-cionais da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), pro-fessora Liliane Sade, a política de internacio-nalização da Educação Superior vem possibili-tando a construção de um Brasil não só feito

UFGD participa de Seminário Internacional do Grupo Coim-bra de Universidades Brasileiras

tes, técnicos e estudantes vêm aproveitando pou-co os acordos firmados entre a UFGD e outras universidades parceiras. “Por isso estamos divul-gando para os docentes, técnicos administrativos e estudantes as várias oportunidades que apa-recem para que eles se preparem e concorram”.

Atualmente, a UFGD pos-sui 42 acordos de coope-ração com instituições de várias partes do mundo.

Tecnologia MOOC é apresentada para Grupo Tordesillas, do qual UFGD faz parte

Em Portugal, o ESAI esteve presente no Encontro de Reitores do Grupo Tordesillas, no qual a Massive Open On-line Course (MOOC) foi apresentada como uma ferramenta tecnológica em favor da internacio-nalização nas universida-des brasileiras. Usando a tecnologia, o aluno opta por disciplinas que quer fazer e paga pela obtenção do certificado. Depois, ele leva para a faculdade aceitar ou não.

Segundo o professor Alfa, uma comissão brasileira vai analisar a tecnologia e estudar a proposta. “O foco é usar as novas tecnologias

de belezas naturais, futebol e samba, mas que também tem quali-dade de ensino. Liliane enfatizou que, antes, a educação internacional era feita de iniciativas isoladas e elitistas, voltada para a troca de experiências apenas em países do norte da América Latina. “Hoje, a internacionalização não é apenas a relação entre países, mas entre culturas, e que faz parte da vida acadêmica per-meando o tripé ensino, pesquisa e extensão”.

Além disso, segundo Liliane, a internacionali-zação é instrumento de melhoria da qualidade desse tripé e de valori-zação do local, fazendo universidades serem respeitadas e reconheci-das pelo mundo afora. “A educação no Brasil é um bem público e para to-dos, e isso é um diferen-cial. São essas relações que vamos estabelecer com países de todo o mundo. E ao permitir essa troca a servidores e acadêmicos, existem influências mútuas para a construção e descons-trução de discursos, com formação de novas ideologias”.

O desafio para as uni-versidades brasileiras, de acordo com a professora, é que as instituições não podem mais ser centros cristalizados, mas devem preparar profissionais para pensar e agir crítica e colaborativamente. “É pensar universidades com demandas globais, estru-turas curriculares mais flexíveis e mais relação com a prática. É pensar

nas atratividades institu-cionais que equilibram a mobilidade internacional de quem entra e de quem sai, e no financiamento dessa política. A inter-nacionalização modifica a qualidade de vida em nível global, e isso não é sonho nem utopia”.

Trocas possíveis

O engenheiro mecâni-co e coordenador da Assessoria de Relações Internacionais da Univer-sidade Federal do Paraná (UFPR), professor Carlos José de Mesquita Siqueira, enfatizou a flexibilização curricular como uma polí-tica interna da instituição, bem como a criação de disciplinas optativas iguais às das universidades parceiras. A universidade estuda também a criação de disciplinas eletivas, com carga horária prevista no Plano Político Pedagó-gico de cada curso, para que haja validação daquilo que o aluno estuda fora do país.

O professor destacou também os programas ‘Study Abroad’, de compartilhamento de experiências entre es-tudantes e professores, os estágios internacio-nais em laboratórios de pesquisas e o ‘Research Training’, de iniciação científica internacional, que induz a cooperação na área da pesquisa, a forte interação entre graduação e pós-gra-duação, a redução no prazo da formação de doutores e o aumento da atratividade de es-tudantes de alto poten-cial para a universidade brasileira.

Professor Alfa, chefe do ESAI, e representantes de universidades estrangeiras debatem a internacio-nalização na educação superior

Entre outros temas, o encontro visa a discussão de modelos e estratégias para a universidade internacional

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Saúde

A assistência ao parto normal, no Brasil, é bastante centrada na atua-ção dos profissionais de saúde, que têm uma formação que ainda repro-duz procedimentos considerados inadequados do ponto do vista do parto humanizado.

Um exemplo é a episiotomia, um corte feito na musculatura entre a vagina e o ânus, para “facilitar” a saída do bebê e evitar que a muscu-latura do períneo sofra lacerações. A Organização Mundial da Saúde recomenda o uso criterioso dessa técnica, pois esse corte gera incô-modo e dores desnecessárias para a mulher no pós-parto e pode causar sequelas. Contudo, ainda é bastante comum na prática de assistência ao parto no País.

Para eliminar esse, entre outros procedimentos inadequados no atendimento ao parto, é necessá-rio que os profissionais da área da saúde estejam à disposição para se atualizar, trocar experiências e mo-dificar a assistência à parturiente.

Nesse sentido, muitas ações estão acontecendo na cidade de Dourados, para levar formação e informação para estudantes e profissionais da saúde da região. Em 2014, foram realizados cinco encontros do Fórum Perinatal, além do 2º Simpósio Mul-tidisciplinar de Parto Humanizado de Dourados e um curso de atuali-zação sobre Parto Humanizado para 90 profissionais ligados ao Hospital Universitário da Grande Dourados (HUGD).

Esses eventos fazem parte do pro-cesso de implantação da Rede Cego-nha, um programa do Ministério da Saúde para qualificar a assistência ao pré-natal, ao parto e ao recém--nascido em nível nacional. Dentre as

Eventos e cursos em Dourados trazem à tona o tema da humanização do parto

discussões da Rede Cegonha está a mudança nos ambientes e rotinas de assistência ao parto e ao nascimento, o chamado “parto humanizado”, que tem exigido atualização e qualifica-ção dos profissionais da saúde.

Conforme a fisioterapeuta Angela Rios, apoiadora da Rede Cegonha para o Mato Grosso do Sul, esses eventos já começam a ter resulta-dos. Com relação ao curso ofere-cido exclusivamente para os pro-fissionais do HUGD, Angela conta que a equipe multiprofissional participou ativamente e se mostrou satisfeita com as informações rece-bidas. “A partir do curso, surgiu a necessidade de criar um protocolo de atendimento ao parto humani-zado para o hospital. Esse proto-colo objetiva formalizar a maneira

como toda gestante em trabalho de parto será atendida, tornando o parto humanizado um padrão de atendimento, independentemente da equipe que está no plantão”, explica.

Para a representante do Ministério da Saúde, esses são passos impor-tantes para melhorar o atendimento obstétrico na região. “A comunida-de, os estudantes da área da saúde e muitos profissionais estão partici-pando desse processo de mudança. Nós entendemos que leva algum tempo para modificar totalmente a assistência ao parto, mas vemos que os profissionais de Dourados e região estão aderindo à ideia e se abrindo para as novas práticas”, avalia a profissional, que também trabalha no HUGD.

Simpósio de Parto Humanizado, realizado em outubro, teve aproximadamente 200 participantes, que presencia-ram palestras e minicursos sobre o tema

O objetivo é formar e informar estudantes e profissionais da saúde na região

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Giro UFGD

1º Encontro de Saúde do Servidor

ENEPEX

Festival Douradense de Música - Rubacão Jazz Big Band

FIT - Aldebaran

FIT - Isso é para dor Festival da Canção Marina Peralta - vencedora intérprete

Festival da Canção - Magno César de Almeida Abreu - vencedor composição

Show de aniversário - Banda do Mar

Inauguração e batismo do prédio da FAIND

FIT - Acontecimento em Vila Feliz Feira do Livro e da Leitura