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Jornal Escolar

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Page 1: Jornal Ponto de Encontro
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Ponto de Encontro | março de 2010 | nº 50|02

Propriedade: Escola Secundária Padre Benjamim SalgadoDirecção: José Alfredo Mendes

Coordenação: Rosa GomesDesign: Luís Alberto SantosPaginação: Arminda Ferreira, Luís Alberto Santos, Paula Carvalho e Rosa GomesRedacção e Revisão: Clara Castro, Clara Costa e Margarida Rebelo

Produção: Comunidade EscolarApoio: Câmara Municipal de V. N. de Famalicão

Ficha Técnica: Ponto de Encontro Contactos: E.S.P.B.S.Rua dos Estudantes4470-270 JoaneVila Nova de Famalicão

Telefone: 252 996877/8

e-mail do jornal: [email protected]

na ESPBS

Comemoração do Centenário

No Centenário da 1.ª República Portuguesa, que teve o seu emergir no Norte de Por-tugal, com o primeiro deputado republicano eleito pelo círculo do Porto e com a malo-grada revolta de 31 de Janeiro de 1891, que assinalou o caminho para a instauração da República em Portugal, consagrando o seu hino e a sua bandeira, não poderíamos deixar no esquecimento tão importante data. Na realidade, ela assinala não só uma mudança de regime, mas também de mundividência de carácter laico e democrático, fundada na igualdade das pessoas, que estrutura ainda hoje a nossa sociedade.

A co-organização deste Congresso sobre a 1.ª República e a Educação, partindo de uma Escola Secundária em conjunção com um Centro de Investigação e uma Socie-dade Científica, demonstra a capacidade de iniciativa e de organização dos professores do Ensino Básico e Secundário, assim como o apreço pela colaboração e contributo que a Investigação em Ciências da Educação pode trazer à qualificação das suas iniciati-vas.

A Educação é a empresa que nos une, enquanto objecto de estudo e campo de in-tervenção profissional dos/as docentes de todos os níveis de ensino. A organização do Congresso, em Joane, Vila Nova de Famalicão, assinala a força e capacidade das esco-las em constituírem-se em centros de cultura, reflexão e formação. É o testemunho de que a República é hoje ainda uma ideia que une a sociedade portuguesa, exigindo por isso uma análise crítica e serena das ideias estruturantes da Democracia Portuguesa e suas práticas concretas, que não se compadece com uma atitude de comemoração panegírica.

da República Portuguesa

Professor Rodrigo Azevedo

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O Dito e o ‘Entre-Dito’ em Cartoons da 1ª República

Os professores do grupo disciplinar de His-tória, no âmbito da comemoração do primeiro centenário da República, encontram-se a or-ganizar um Congresso subordinado ao tema “A 1ª República e a Educação”.

Os docentes desta escola assumiram a missão de preparar um estudo com alunos do ensino básico e secundário integrado no subprojecto: Discursos e práticas na constru-ção da Literacia Visual Histórica, inscrito na Linha de investigação: Literacias – Práticas e Discursos em Contextos Educativos, Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho, sob a coordenação da professora Associada Maria do Céu de Melo.

Os resultados deste estudo serão apresen-tados num painel intitulado O dito e o ‘entre-dito’ em cartoons da 1ª República: Estudos em literacia visual histórica com alunos do 3º ciclo do Ensino Básico e Secundário.

Este painel tem como objectivo partilhar estudos desenvolvidos numa área específica da Educação Histórica -Literacia Visual His-tórica, que se assume como uma literacia de fronteira, já que convoca quadros de análise e de reflexão oriundos de estudos que se cen-tram na leitura e interpretação de imagens de diversa natureza (fotografias, pinturas, cartoons, etc.) olhados como fontes históricas primárias, e enquanto objectos artísticos, logo, mobilizando actos de fruição estética. Definimo-la como «um processo de crescente sofisticação da percepção, leitura e interpre-tação, mobilizando a resolução de problemas e o pensamento crítico, e em alguns casos, pro-movendo a compreensão da intencionalidade, manipulação e a perspectiva das estratégias e narrativas que as imagens apresentam e/ou despoletam. Inclui o estudo das imagens no seu contexto histórico (fontes primárias), permitindo que os alunos se consciencializem dos seus autores e/ou dos processos de disse-minação (instituições sociais /actores sociais). Assim, ela inclui as seguintes acções: procurar (dar) sentidos de acordo com o contexto socio-político, cultural, económico (heurística e con-textualização histórica da fonte); compreender as estratégias que desenvolvemos quando tecemos esses sentidos com os nossos próprios sentimentos, emoções, valores, crenças (análi-se semântica; metacognição), e compreender a valorizar as suas características formais

enquanto obra de arte (análise sintáctica), tais como: estilo, técnicas, materiais, organização do espaço, cores, etc.» (Melo, 2008).

O painel será constituído pela coordena-dora do projecto, Maria do Céu de Melo, que tratará a temática “Literacia Visual Histó-rica: definição, práticas e discursos”. Esta participação inicial apresentará o grupo de investigação resumindo os seus objectivos investigativos, os pressupostos que adoptamos como norteadores da Educação Histórica, e elencará os estudos e conclusões entretanto desenvolvidos.

Dele farão parte também as docentes que trabalham na linha de investigação anterior-mente referida, a saber: Clarisse Ferreira, Arminda Ferreira, Isabel Marques, Rosa Gomes, Paula Gomes, Teresa Rodrigues e Sandra Freitas.

As docentes Clarisse Ferreira e Arminda Ferreira abordarão as temáticas “Os carto-ons da 1ª República - É a minha vez de fazer perguntas! -Dizem os alunos do 9º ano de escolaridade”; as docentes Isabel Marques e Rosa Gomes debruçar-se-ão sobre a temática “Os cartoons da 1ª República: Tipos de questionamento histórico de alunos do Secundário”. Estes dois estudos terão como objectivo identificar o tipo de ques-tionamento histórico que os alunos apresen-tam ao lerem este tipo de fontes iconográficas, e que quadro histórico constroem. Pretende-se também estabelecer as semelhanças e as diferenças entre as respostas dos alunos dos dois níveis de ensino contemplados.

A docente Paula Gomes, da Escola Secun-dária Alberto Sampaio – Braga, abordará o tema “O humor satírico dos cartoons na 1ª República: Projecto de alunos do Ensino Secundário”.

Este estudo foi desenvolvido com alunos do 12º ano de escolaridade na disciplina de ‘Área de Projecto’ e teve como objectivos identificar os modos como os alunos compreenderam o papel histórico dos cartoons na crítica ao período republicano, e qual foi o impacto da sua leitura e interpretação na compreensão do quadro histórico específico.

As docentes Teresa Rodrigues e Sandra Freitas das escolas EB, 2, 3 de Lijó, abordarão a temática, “Revisitando a sala de aula do passado e do presente: um estudo com

pais e alunos do 6º e 12º ano de escolari-dade”. Este estudo terá por objectivo revisitar a memória dos pais e avós dos nossos alunos, sobre o modo como se ensinava e aprendia no tempo deles. Neste projecto pretendemos fazer um levantamento de vários itens, no âmbito da educação, a saber: as punições, os trajes, o material escolar, os manuais, as estruturas do edifício, as formas de ensinar e de aprender e os valores difundidos. Estes domínios irão ser cruzados com a educação e formação dos alu-nos do tempo presente, no sentido de avaliar o impacto que a mudança provoca nos vários domínios da sociedade.

Esperamos que estes estudos possam con-tribuir para o repensar das práticas pedagó-gicas adoptadas pelos professores no ensino da História, tendo em vista uma educação histórica que se substancia no desenvolvimen-to de competências essenciais.

Professoras Arminda Ferreira e Rosa Gomes

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|04 Ponto de Encontro | março de 2010 | nº 50

Nuno SimõesNuno Simões nasceu em Vila Nova de Famalicão a 30 de Janeiro de 1894 e faleceu a 26 de Julho de 1976.

Figura ímpar do republicanismo português, foi Governador Civil de Vila Real, Membro do Supremo Tribunal Administrativo, Deputado e Ministro do Comércio e das Comunicações em três governos da 1ª República (entre 1921 e 1925), economista, jornalista, advogado e um dos grandes defensores do Luso-Brasileirismo.

Aos 16 anos, decorria o ano de 1910, vai estudar para a Universidade de Coimbra, onde frequenta as cadeiras do curso de Direito da Faculdade e num curto espaço de tempo, consegue destacar-se dos colegas, devido às suas capacidades intelectuais, efectivando todos os exames e provas com distinção. É em Coimbra, num ambiente estudantil, que Nuno Simões vai traçar amizades e conhecimentos. Vai ser colega de curso de Oliveira Salazar, do futuro Cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, António Castro, Cruz Alvura, Afonso Lucas, António Parreira da Rocha, Miguel Crespo, Eduardo Coimbra, Agostinho Fontes, Francisco Albuquerque Dias, Abílio Mourão, Filipe Mendes, Joaquim Manso e de muitos outros.

A capacidade literária, entretanto já manifestada nos jornais famalicenses, continua em Coimbra, ao inserir-se no meio académico com a colaboração de artigos na «Rajada» e é também em Coimbra que o jovem começa a despertar para a vida política.

Os Republicanos Famalicences | Pequenas Biografias

Numa carta dirigida ao Senador Joaquim de Sousa Fernandes, líder do partido Republicano em Vila Nova de Famalicão, no ano de 1910, dá conhecimento das suas tendências políticas ligadas ao Partido Republicano Português, já que pretendia apoio do mesmo para realizar, juntamente com alguns amigos, uma conferência na freguesia de Calendário, de onde era natural.

Em Julho de 1913, através da influência, ou não, de Joaquim de Sousa Fernandes, outro republicano famalicense, é nomeado Sub-Delegado da República para a comarca de Vila Nova de Famalicão.

Em plena actividade política, dedicou-se ao estudo dos problemas internos do país, a nível económico, social, político e cultural onde defende o regionalismo, o vinho do Porto e a sua marca internacional, a indústria portuguesa, a agricultura, o comércio e a emigração, coincidindo estes interesses com as posições que ocupa na política nacional.

A partir de 1925, Portugal entra em balbúrdia contra os políticos e, poucos meses antes do 28 de Maio, Nuno Simões era objecto de uma campanha de calúnia e acusação na imprensa portuguesa, que o envolvia no escândalo do Banco Angola e Metrópole, que o levaram à prisão. Preso e enxovalhado, afasta-se da política aos 32 anos, dedicando-se, a partir de então, à advocacia, à consultadoria de empresas e à aproximação luso-brasileira.

Ao longo da sua vida recebeu várias condecorações, destacando-se a ordem do Cruzeiro do Sul, em 1953, Grande Oficial da Ordem do Rio Branco, em 1968 e, nesse mesmo ano, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, presidida por Benjamim Salgado, confere-lhe «O Colar e a Medalha de Ouro de Reconhecimento». A título póstumo é condecorado como «Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique».

Professora Arminda Ferreira

Joaquim de Sousa FernandesJoaquim de Sousa Fernandes nasceu em Vila Nova de Famalicão, a 24 de Janeiro de 1849. Filho de António Joaquim Fernandes e de

Justa Maria de Sousa Fernandes Sousa Fernandes, emigrou para o Brasil com 13 anos. Tal como outros membros da sua família e gentes da sua terra, dedicou-se à actividade comercial na cidade do Rio de Janeiro. De simples empregado, rapidamente se torna sócio gerente da firma e reúne uma pequena fortuna.

Quando emigrou para o Brasil, Sousa Fernandes era considerado um analfabeto. É no Rio de Janeiro que, por sua iniciativa, aprende a ler e escrever, desenvolvendo uma educação autodidáctica. Torna-se presidente do Retiro Literário Português e fundador da Revista desta colectividade. Mais tarde, em Assembleia Geral, é eleito Presidente Honorário e Sócio Benemérito do Retiro.

Na última década do século XIX, regressado do Brasil, por volta de 1894, dedica-se intensamente à propaganda política da ideologia republicana, em Vila Nova de Famalicão. Funda a primeira Comissão Municipal Republicana de Famalicão e, mais tarde, o Centro Ber-nardino Machado, dando expansão ao Partido Republicano, realizando comícios e conferências.

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Em finais de 1897, Sousa Fernandes emigra de novo para o Brasil, regres-sando por volta de 1906, onde enceta uma nova luta contra a monarquia.

Como presidente da Comissão Municipal de Vila Nova de Famalicão, coube-lhe a missão de proclamar a República nos Paços do concelho de Famalicão, no dia 8 de Outubro, o qual administrava, presidindo ao município.

Como presidente do município de V. N. de Famalicão, funda a Biblioteca Mu-nicipal «Camilo Castelo Branco».

Publicou dois livros intitulados “Tellas de Viagem” e “Pequenos Estudos”. O primeiro trata de viagens e o segundo de assuntos de história e sociologia.

Colaborou em vários jornais do Brasil e Portugal, com permanência assídua no Primeiro de Janeiro, do Porto, onde escrevia as suas crónicas brasileiras.

Foi director do jornal Nova Alvorada, revista literária, publicada em V. N. de Famalicão, e um dos principais redactores do Jornal O Provir, de cariz republi-cano, do qual se servia para fazer propaganda à sua ideologia política.

Candidato a deputado à Assembleia Constituinte, foi eleito pelo distrito de Braga. Eleito senador, desempenhou até ao fim da sua vida política o cargo de representante do distrito de Braga no Senado da República, para onde foi eleito nas eleições de 1915.

Desiludido com os governos republicanos, considerava que apenas o Governo Provisório e o 1º Ministério de Afonso Costa tinham feito obra útil e republicana. Com o Sidonismo, e com a cisão do partido Democrático em V. N. de Famalicão (1921-22), retira-se da política e dedica-se à causa camiliana, tornando-se subdi-rector e director do Museu Camilo, em S. Miguel de Ceide.

João Fernandes; João Marques; Pedro Moreira e Cristiano Oliveira do 9º A

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Bernardino MachadoPolítico português, de seu nome completo Bernardino Luís Machado Guimarães, nasceu em 1851. Catedrático coimbrão ainda muito jovem, com apenas 28 anos, inicia a sua actividade política como monárquico, sendo eleito deputado com pouco mais de trinta anos, depois Par do Reino e ministro das Obras Públicas em 1893. Iniciado na Maçonaria ainda na década de 80 do século XIX, introduz naquela organização a filosofia positivista. Desiludido com a política da Monarquia, adere ao Partido Republicano Português, de cujo Directório virá a fazer parte. Notabiliza-se na propaganda a favor da instauração do novo regime, mas a sua conhecida oposição ao emprego da violência armada para o derrube da Monarquia faz com que os seus correligionários o não ponham ao corrente dos preparativos da insurreição. Contudo, por influência de Afonso Costa, vê-se nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Provisório Republicano. Falhada uma primeira tentativa de alcançar a Presidência da República, virá a ser eleito mais tarde para aquele cargo (1915), depois de um mandato como chefe de Governo (1913). Em 1925 ascenderá novamente à chefia do Estado. A sua política vacilante em dois momentos particularmente graves e significativos (sidonismo e golpe de 28 de Maio de 1926) acarreta-lhe a perda de prestígio, que no entanto recupera quando, no exílio, se dedica novamente, com assiduidade e acutilância, à propaganda contra a Ditadura Militar instaurada em Portugal. Viria a falecer em 1944.

Bernardino Machado. In Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto Porto Editora, 2008. ISBN: 978-972-0-65264-5

Cristiana Dias e Filipa Dias - 9ºA

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Perspectivas dos alunos sobre a 1ª República:O Casamento na 1ª República

Enquanto uns festejavam ainda a instau-ração do novo regime político, a República, eu seguia para a igreja num magnífico coche atre-lado de dois belos cavalos lusitanos. Estou mui-to ansiosa… hoje é o dia do meu casamento… espero que nada corra mal!

Cheguei à igreja, tirei um pé do coche e de-pois o outro, as minhas pernas tremiam. Ber-nardo, o meu noivo, esperava-me no altar com um ar sorridente. Percorri a passadeira ver-melha e, agora, encontrava-me a seu lado.

Tudo corria como planeado mas, de repente, chegou a notícia que arruinou todo o casamen-to: - Com a instauração da I República no nosso país, foram tomadas novas medidas, e uma de-las é a criação do registo civil obrigatório.

Dada esta notícia, apercebi-me que não ha-via nada a fazer, o casamento estava cancela-do. Então, eu e Bernardo, tristes e desiludidos, dirigimo-nos para casa.

A República tinha começado há pouco mais de um ano e quatro meses e, no entanto, já a detestava!

Um dia a seguir ao horrível acontecimento, fui marcar a data do novo casamento, agora no registo civil, tal como previa a lei, para depois me poder casar na igreja da minha freguesia.

Quando vinha para casa, para festejar a boda e tirar os retratos de família, nas ruas por onde passava, ouviam-se muitas mulheres a comentarem, umas com as outras, as novas medidas sociais republicanas.

A instauração da república, que agora é a notícia das capas dos jornais, é criticada por uma parte da população. E é no meio destas críti-cas que surge a pergunta: Afinal, o que é que pretende Afonso Costa?

Esta pergunta, à qual ninguém sabe responder, revela a insatisfação do povo português que acredita na Igreja e pratica a religião católica.Hoje, no nosso país, reina o descontentamento e a agitação social entre os católicos. É lamentável o que estão a fazer à Igreja!

Ana Oliveira e Joana Ribeiro, 9º A

Jorge Ferreira 11º M

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Visita de Estudo à Assembleia da RepúblicaOs alunos dos Cursos Profissionais de Óptica Ocular, 12º L, Informática de Gestão, do 12º J, Gestão, 10º N e 11º N e os alunos de opção de

Direito, do Cursos de Línguas e Humanidades, do 12º E e F, no âmbito das disciplinas de Área de Integração, Economia, Gestão e Direito, no dia 4 de Fevereiro de 2010, acompanhados pelos Professores Arminda Ferreira, Adelaide Lemos, Helena Nogueira, Isabel Pacheco e João Soares tiveram a oportunidade de realizar uma visita de estudo à Assembleia da República, a Lisboa.

A partida deu-se da Escola Secundária Padre Benjamim Salgado pelas 7:15h da manhã, iniciando-se assim uma viagem de cerca de 4 horas, que teve paragem no Parque das Nações para almoço e reconhecimento do respectivo parque.

A visita propriamente dita à Assembleia da República deu-se pelas 16 horas, onde pudemos ouvir parte do debate que se estava a realizar no momento.

Quando entrámos na sala, debatia-se a problemática política sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), focando-se principalmente as listas de espera relativas ao serviço de Oftalmologia, as condições em que os doentes esperavam pela sua vez e os problemas com as distâncias a que algumas aldeias mais isoladas do país se encontravam de qualquer hospital ou Centro de Saúde. Referiu-se ainda o acesso ao Serviço das Misericórdias e dos Serviços Privados de Saúde, em que as pessoas mais necessitadas deveriam ter uma opção de escolha e não a têm devido à grave situação de saúde em que se encontram, não podendo, assim, esperar pelo Serviço de Saúde das Misericórdias. O acesso ao serviço privado de saúde, que por vezes é a única solução, pode levar algumas das famílias portuguesas ao endividamento, o que não con-tribui para o melhoramento do estado do país - daí o debate.

Na Assembleia, pudemos ver alguns deputados conhecidos como era o caso dos Drs. Francisco Louçã, Paulo Portas e Jerónimo de Sousa dos partidos Bloco de Esquerda, CDS-PP e PCP, respectivamente. No entanto, nenhum destes debateu durante o tempo da nossa visita.

Depois da Assembleia da República, os alunos tiveram oportunidade de visualizar uma outra parte da cidade, nomeadamente, a casa do Presidente da República, Dr. Cavaco Silva, o Padrão dos Descobrimentos, o Mosteiro dos Jerónimos e ainda a Casa Pastéis de Belém, onde os alunos puderam comprar e deliciar-se com os famosos pastéis de Belém.

Pelas 20 horas saímos de Lisboa, em direcção a Joane, chegando pelas 0.20 horas à nossa escola.Em suma, a visita tem uma apreciação positiva por parte dos alunos pois pudemos assistir in loco a um ambiente político a que não

estávamos habituados, e como tal ao poder de argumentação que os deputados têm, enriquecendo-os pessoalmente e melhorando a nossa cultura geral. Por outro lado pudemos apreciar um dos exemplares do Património Nacional, quer no exterior, quer no interior.

Ana Pereira, 12ºL

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O Regicídio1 de Fevereiro de 1908

Que tragédia! Que desastre! Dois reis e soberanos mortos de uma só vez!E eu, que presenciei toda aquela a cena, choro agora pelas duas almas perdidas em tão pouco tempo!Passavam pouco das cinco horas da tarde, e eu estava a entrar na loja do artesão para pegar numa encomenda, que seria uma bela prenda

para a minha mulher! Nisto ouço dizer: “O Rei vem lá!”. Corri logo para fora para ver a chegada da família real, que tinha ido passar uma temporada a Vila Viçosa.

Eram muitos os que esperavam o rei e a sua família, e entre todos estes, escondiam-se os assassinos, preparando os seus revólveres.Aconteceu tudo muito rápido. Eu mal tinha visto o rei, quando se ouviu um tiro e depois mais dois. A confusão instalou-se na Praça do

Comércio e levei algum tempo a perceber que o rei tinha sido atingido e já estava morto. Ouviram-se mais tiros e depois um homem, mais tarde identificado como Alfredo Costa, um elemento da Carbonária, saiu das arcadas e atirou duas vezes no rei e uma no príncipe herdeiro. Este conseguiu ainda lutar, ferindo Alfredo Costa mas foi atingido com um tiro na cabeça por outro elemento da Carbonária, Manuel Buíça. Tudo isto se passou em cerca de três minutos.

Costa e Buíça foram mortos, outros regicidas foram presos, mas alguns ainda conseguiram fugir.A rainha D. Amélia e seu filho D. Manuel, que espero suba ao trono em breve, lamentam agora as suas perdas. O povo, esse, começa a

tentar encontrar as causas. Para mim, o desejo e a ânsia pelo poder dos republicanos é a mais provável explicação.Amanhã verei e todos veremos qual o destino reservado ao nosso país, depois deste trágico acontecimento…

Catarina, Luís, Mónica e Tiago do 9ºA

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Lisboa, 2 de Fevereiro de 1908

Caro irmão João,Ontem, reuni-me, juntamente com alguns amigos, no Terreiro do Paço, em Lisboa, para terminar a estratégia para tentar acabar com os

problemas do país. As nossas vidas por cá estão cada vez mais difíceis! Desde que foste viver para Angola que aqui por casa as coisas têm piorado, tal como o país! O país está a desmoronar-se, João! E sabes

de quem é a culpa?! Imagina!? Da monarquia!A realeza não quer saber do país! Olha, irmão, a balança comercial do país está continuamente deficitária, apesar das promessas que o

rei tem feito ao país, como deves imaginar, para melhorar a economia! As importações são maiores do que as exportações. O aumento dos impostos é constante e com a inflação e com as ameaças de desemprego que ouvimos diariamente de todos os cantos do país é demais! As empresas em que trabalhamos enfrentam grandes dificuldades. E nós, operariado, temos problemas diários em casa para sustentar a famí-lia pois os baixos salários que recebemos, as 14 horas de trabalho diárias, não dão para aguentar tanta injustiça e ficarmos calados ao ver o estado lastimoso em que a corte deixa o país. É só gastar dinheiro em festas, viagens e sei lá o que mais sem consentimento de ninguém! E ainda por cima, o rei e os seus membros da corte não souberam resolver o problema que se passou nas nossas colónias em África! Calaram-se perante o Ultimato Inglês! Mas afinal que governo é este que tem medo dos ingleses?!

A monarquia é a responsável pela infelicidade e descontentamento da população e por isso vou começar a apoiar, com cada vez mais força e garra, o nosso partido, o Partido Republicano Português, para que se derrube a monarquia.

Não me lembro se te contei numa das cartas anteriores, mas já em 31 de Janeiro de 1891, no Porto, aproveitando o descontentamento da população, tentámos implantar a República. Os republicanos nortenhos ainda conseguiram içar a bandeira Republicana na Câmara Municipal, mas a guarda municipal acabou por dominar.

O nosso rei, D. Carlos, para acabar com os desentendimentos entre os diversos partidos leais à monarquia e a agitação no Parlamento entregou a João Franco a chefia do Ministério e este passou a governar o país de forma ditatorial. Imagina tu o que temos passado por aqui! O Parlamento foi dissolvido, os jornais e revistas passaram logo a ser censurados, só editam o que lhes é conveniente, e ainda por cima, calcula tu, que alguns dos nossos membros republicanos foram condenados a penas de degredo para as nossas colónias! Era lamentável viver num país assim!

Perante o que te conto, ontem, João, reunimo-nos no Terreiro do Paço à espera que a família real chegasse de Vila Viçosa. Além de mim estava o Manuel Buíça, o Quim Tone, o Luiz da taverna, o Alfredo Costa e muitos mais. Eram umas cinco horas da tarde e para além de nós encontram-se também membros da realeza todos bem vestidos, políticos e estudantes. De vez em quando ouvia-se “Viva a República”!

O rei D. Carlos e a família chegavam escoltados numa carruagem aberta. Como combinado, um dos nossos homens, o Manuel Buíça, disparou e desencadeou-se o tiroteio. Outro dos nossos homens tirou a carabina da capa e fez pontaria ao rei, atingindo-o mortalmente do lado esquerdo e caindo para cima da carruagem.

Estás a imaginar o Terreiro do Paço todo em pânico? Por engano, atingimos muita gente que se envolveu. Uns a proteger a família real, outros a apoiar o reboliço.

A rainha em pânico grita: “Infames! Infames!”. O Alfredo Costa, outro meu amigo, volta-se para o príncipe D. Luís Filipe, que parece estar a tirar uma arma do seu casaco, e atinge-o no peito. Este tiro não o atinge mortalmente e assim Manuel Buíça dispara de novo sobre o príncipe e mata-o.

D. Amélia continuou de pé, gritando por ajuda, e de novo Buíça dispara mas é impedido por um tal Henrique da Silva Valente, que não conheço.

Alguns dos nossos foram imobilizados e controlados pela polícia, mas eu consegui fugir, não sei bem como! Corri, corri rua acima, rua abaixo até casa! Quanto à restante família real, sei que foi escoltada pela polícia até ao palácio.

Estou satisfeito! Esta foi a nossa maior tentativa de revolta e com ela esperamos acabar com todos os problemas que temos vivido. Viva a República!

Irmão, espero que com esta pequena carta fiques a saber as mais recentes notícias da nossa querida pátria! A tua cunhada Maria recomenda que dês cumprimentos aos teus pequenos e à tua Manuela.

Do teu querido irmão,Alexandre Mendonça

Alexandre; Ana Luísa; João Manuel; Vítor Hugo do 9º A

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Ponto de Encontro | março de 2010 | nº 50|10

Projecto: Educação para os Direitos HumanosA Guerra Não é um Brinquedo

No âmbito do Projecto Educação para os Direitos Humanos – A Guerra não é um Brinquedo – a Biblioteca A Casa de Camilo, convidou a responsável pelo Núcleo de Crianças da Amnistia Internacional, do Departamento de Educação e Culturas da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Vitória Triães, para realizar algumas palestras sobre a temática em questão.

Assim, os alunos das turmas do 7º ano de escolaridade, na área disciplinar não curricular de Formação Cívica, tiveram a oportunidade de ter uma aula diferente do habitual, tal como os alunos da turma do 11º H, do Curso de Animador Sociocultural, no âmbito da disciplina de Área de Integração (Módulo 3 - Tema-Problema 9.1 – Os fins e os meios: que Ética para a vida humana?). Aproveitando a presença da representante na escola, estes alunos puderam aprofundar os conteúdos relacionados com os modelos sociais coexistentes na sociedade contemporânea e conhecer outras realidades existentes no mundo.

Conduzindo os alunos à reflexão, quer no plano intelectual, social, cultural, afectivo e ético, quer alertando para o fortalecimento da de-mocracia e da cidadania, Vitória Triães partiu das práticas diárias dos alunos e alertou-os e deu-lhes a conhecer o papel da educação para os direitos humanos, da solidariedade para com os outros, da partilha, da igualdade na diferença e da liberdade e preveniu-os do perigo que é as crianças brincarem com brinquedos bélicos enquanto jovens, uma vez que mais tarde se tornaram em adultos agressivos.

Deixou depoimentos relevantes através de um conjunto de recursos (textos e imagens) que testemunharam acontecimentos reais, a nível mundial, de violação dos Direitos Humanos, constituindo um contributo importante e essencial para a prevenção das violações desses direi-tos e, um investimento importante, que visa a construção de uma sociedade justa na qual todos os indivíduos são considerados e respeitados.

Narrando algumas histórias vivenciadas por crianças que foram raptadas das suas famílias, maltratadas, violadas e que lutaram como soldados, como se de adultos se tratassem, com apenas 10, 11, 12, 13… anos de idade na República Democrática do Congo, Libéria, Serra Leoa, Iraque, entre outros países, os nossos alunos ficaram comovidos com os actos de violência existentes no mundo e puderam confrontar com a realidade do país onde vivem, onde têm acesso à escola, a brinquedos, à paz….

Mostrando algumas imagens/fotografias/vídeos, onde são visíveis crianças e adolescentes malnutridas e afectadas física e psicologica-mente, Vitória Triães consciencializou os nossos alunos, através da reflexão, do papel que os brinquedos bélicos desempenham no desen-volvimento do crescimento da criança e na construção da sua personalidade e, como tal, alertou-os para a não-violência na escola (bullying), para uma alimentação variada e para a necessidade dos alunos estudarem e serem pessoas educadas.

Professora Arminda Ferreira

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Depoimentos dos alunos- Não há muitas palavras para descrever o que vi… fiquei chocada! Tantas crianças a passar fome no mundo, a morrer e ninguém faz nada…Espero que existam pessoas a poder ajudar na recolha de brinquedos bélicos para que as crianças não cresçam a pensar que os problemas se resolvem com as armas. (Catarina Araújo. 7º D)

- Com umas simples imagens, textos e músicas sobre raptos, violações, exploração infantil, fome e muita miséria que há no mundo isto fez-me parar para pensar! Obrigada por me alertarem sobre estes assuntos! (Bruno Ferreira – 7º D)

- O que vimos e ouvimos tocou-nos… fez-me pensar que muitas vezes nós lamentamo-nos e não temos razão para tal. Que muitas vezes o que para nós “não presta”, é lixo, para outras pessoas é um bem precioso. (Joana Araújo – 7º D)

- Não imaginava a vida daquelas crianças, que não sabem o “Como?” nem o “Porquê?” de estarem e serem assim… eu só sei que tive muita sorte em ter nascido num hospital, ter sido criado numa casa e ter família… Tenho a certeza que se acabassem com a guerra, todas as cri-anças que estão a sofrer seriam felizes. (Carlos – 7º D)

- Em alguns países do continente africano e asiático as crianças são escravizadas, violadas, educadas de maneiras terríveis e obrigadas a matar e a violar, sem terem a mínima noção do que estão a fazer. Desde muito pequenas são obrigadas a trabalhar muitas horas por dia. Não têm direito a dizer que não … são tratadas das piores maneiras possíveis… passam fome, frio, são escravizadas, não vão ao médico… Nós temos tudo, temos comida e muitas vezes reclamamos dela porque simplesmente “não gostamos” e, eles querem comer, e não têm… Nós temos cama e os nossos pais dizem para irmos dormir e nós reclamamos “não está na hora!”…Nós temos roupa e calçado de marca e eles não têm nem roupa, nem calçado… Eles não têm nada, nem mesmo direito à vida! (Juliana Sousa – 7º C)

- Durante a palestra sobre as “crianças soldado”, projecto da Amnistia Internacional dos Direitos das Crianças, havia imagens que me chocaram, pois não sabia que existia tanta pobreza, fome, miséria no mundo… crianças que vão para a guerra muito novinhas e que são obrigadas a matar para não serem mortas… crianças que carregam lixo para vender, para comprarem alimentos… (Rui Rocha – 7º C)

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O jornal “Ponto de Encontro”conta já com uma longa história feita de percursos diversos que mostram o evoluir de meios e técnicas ao longo de quase duas décadas de existência.

O jornal nasceu no ano de 1992, fruto da necessidade de criar um espaço de partilha, reflexão e debate de ideias, sobre questões educativas ou sobre temas que afectassem e interessassem a comunidade educativa. Pretendia-se que funcionasse como um laboratório de criatividade, que estimulasse talentos, despertasse leitores e esporeasse para a escrita. O jornal passou a ser a “voz oficial” da escola, o órgão do Clube de Jornalismo, um jornal aberto à colaboração do maior número possível de alunos e professores.

Era um jornal modesto, de reduzidas dimensões, formato A4, mas que mobilizava imensos recursos humanos na sua feitura. Não existiam computadores, nem software para este fim, pelo que o trabalho de escrita, de selecção de imagens para ilustração dos textos e de paginação era árduo. O processo de paginação era artesanal, caracterizava-se pela técnica do “corta e cola” na produção das maquetas até se alcançar o resultado esperado. Depois, era fotocopiado e disponibilizado à comunidade escolar.

A partir de 1996, este meio de comunicação escolar vai conhecer consideráveis melhorias, quer ao nível do seu formato, quer ao nível do processo de produção. Esta evolução esteve intimamente relacionada com o contributo dado pelos alunos do Curso Tecnológico de Comu-nicação, que contemplava na disciplina de Trabalhos de Aplicação de Comunicação uma rubrica programática denominada “Produção do Jornal”, pelo que a partir dessa altura o projecto editorial do jornal passou a ser assumido pelos alunos deste curso. Este facto imprimiu novo dinamismo ao jornal escolar. Tornou-se mais apelativo na forma e no conteúdo. Passou a ser impresso na tipografia, inicialmente com quatro páginas, posteriormente com várias páginas múltiplas de quatro, com uma edição por período lectivo. Nessa altura as tecnologias começavam a despontar, a equipa do jornal teve necessidade de estabelecer critérios elementares para a paginação. Esta é a base do jornal, onde se definem como e onde são colocados os textos, as imagens, a definição das margens, dos rodapés e cabeçalhos, títulos e número de

50ª Edição do Jornal

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páginas, etc. Estas regras foram sendo cumpridas ao longo das várias edições, pois são identificativas da própria publicação. Não obstante, o designer do título foi-se modificando ao longo dos anos, consoante variava a equipa responsável pelo mesmo.

À medida que a experiência da equipa de trabalho crescia, ousava lançar-se em novos desafios, dada a vontade de dar visibilidade ao trabalho que por cá faziam os alunos do Curso Tecnológico de Comunicação. Neste sentido, concorreu a vários concursos de jornais escolares promovidos pelo jornal “O Público” e pelo “Correio do Minho”.

Em 1997, o “Ponto de Encontro” recebe o primeiro reconhecimento público, um honroso 3º lugar, no 1º Concurso de jornais escolares lançado pelo “Correio do Minho”. No ano seguinte, vence novo prémio, agora na categoria de melhor entrevista. Foi ainda reconhecido como um dos melhores jornais escolares do concelho de Vila Nova de Famalicão.

Actualmente, trilham-se caminhos, conjugam-se vontades, para tornar o jornal escolar um produto de grande qualidade. Para isso, os responsáveis pela edição hierarquizam os textos, destacando os que são mais importantes e, se necessário prescindem dos que ficaram aquém do pretendido. Ajustam-se os tamanhos dos textos, às vezes é necessário ou útil cortar um texto, que, desse modo, ficará menos redundante. Revê-se a linguagem, ajustam-se os títulos, escolhem-se as ilustrações. É um verdadeiro trabalho de equipa, em que todos, de acordo com os seus talentos, asseguram de forma permanente as principais tarefas deste trabalho de carácter jornalístico. Pois o jornal escolar procura ser uma ferramenta de estímulo à leitura, nomeadamente do jornal, contribuindo deste modo para a ampliação do vocabulário e do modo de expressão verbal/escrita. Exercita a imaginação, a interpretação e a criatividade, bem como favorece a aproximação da escola à família. Por todas estas razões, continuaremos a trabalhar na senda de um ponto de encontro de interesses, gostos e talentos que contribuam para uma educação para a cidadania consciente e responsável de toda a comunidade educativa.

A Coordenadora do Jornal, professora Rosa Gomes

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PEJ, Mais do que um Programa, uma Vida!

Um grupo de alunos da ESPBS, constituído por Miguel Rodrigues, Sara Duarte, Susanna Cunha, Joana Correia, José Silva, Mariana Mendes, Carla Oliveira e Anabela Peixoto, das turmas do 12º ano, acompanhado pela professora de geografia, Rosa Costa, saiu de Joane rumo ao Sardoal.

Esta saída deveu-se à selecção da delegação de Joane para parti-cipar na XXI Sessão de Selecção Nacional do Parlamento Europeu dos Jovens, que teve lugar nos dias 20, 21 e 22 de Novembro de 2009 no Sardoal. O PEJ é uma organização não-governamental indepen-dente, sem fins lucrativos, sem filiação partidária e com objectivos na área da educação. Tem como principal objectivo proporcionar aos estudantes da faixa etária 16-22 anos a oportunidade de participar numa experiência democrática, através da simulação de uma sessão de plenário do Parlamento Europeu.

A nossa moção era sobre os Direitos Humanos. No Centro Cultural Gil Vicente, realizámos o Euroconcert, que tem como objectivo promo-ver o enriquecimento cultural. O nosso grupo representou uma peça de teatro acerca do tema “bullying”, tendo como base uma adaptação da música “Longe do Mundo”, de Sara Tavares.

Também participámos na Aldeia Portuguesa, que é uma actividade que visa a divulgação e partilha de produtos gastronómicos típicos das regiões donde são oriundas as diferentes delegações. A nossa delegação levou bolachas da Vieira de Castro, pão-de-ló, enchidos e vinho. Como jeito de continuação da animação criada na Aldeia Portuguesa, houve jogos muito animados, que ajudaram a afirmar os laços de amizade entre todos.

Na Assembleia, a nossa delegação foi a primeira a defender a moção. Segundo o nosso chair, tivemos uma óptima prestação, fizemos um óptimo defense speech e um óptimo sum up, que recebeu os parabéns da Mesa. Apesar disso, a nossa moção foi reprovada. Quem ganhou foi a delegação de Leiria, a quem nós felicitámos e desejamos muita, muita sorte na Noruega.

Aproveitámos para agradecer imenso à professora Rosa Costa, que, sem nos conhecer, nos acompanhou e prestou todo o auxílio que pôde às delegadas que estiveram doentes. Também agradecemos imenso a professora Clarisse Ferreira (professora que nos acompanhou du-rante este longo trabalho, e que nos acompanhou na fase regional) pelo empenho, preocupação, ajuda e disponibilidade - sem ela nada disto era possível.

Queremos ainda agradecer a confiança, a ajuda, a boa-disposição e o apoio incondicional, e às vezes pouco merecido, que o nosso chair Henrique Mendes e o nosso organizer Diogo Santos nos prestaram.

Apelamos à escola para um maior envolvimento nesta iniciativa, que só contribui para o sucesso dos alunos e apelamos aos alunos que participem, que se interessem por isto, pois é uma experiência única.

Miguel Rodrigues, 11ºE; Mariana Mendes, 11ºF; Sara Duarte, Susanna Cunha, Joana Correia, José Silva, Carla Oliveira, 12ºF e Anabela Peixoto, 12ºE

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Única do País a Integrar um Projecto Internacional que Visa a Formação de Cidadãos Europeus Através da Educação Escolar

Escola Secundária Padre Benjamim Salgado

referência nomeada pela Comissão Europeia para coordenar e promover a rede EAC (European Active Citizenship), constituída por 40 escolas: 15 italianas, pertencentes a oito distritos do país, e 25 internacionais.

Todos os anos, os professores ou directores das escolas envolvidas no Projecto reúnem-se, acompanhados de dois alunos, por volta do dia 9 de Maio, Dia da Europa, para partilhar as experiências que desenvolveram com a turma sobre um tema da actualidade, com o objectivo de promover nos discentes a sua participação activa como cidadãos europeus.

Foi neste âmbito que a turma do 12ºF foi convidada, pela Direcção da Escola, a integrar este Projecto Internacional na Área Curricular não Disciplinar de Área de Projecto e que a professora responsável pela mesma, assim como os alunos, aceitaram o desafio com entusiasmo. Dado que o ano de 2010 foi eleito o ano de combate à “Pobreza e Exclusão Social”, este é o tema sobre o qual se estão

a debruçar, tendo uma série de actividades planificadas.

Entretanto, nos dias 25 e 26 de Novembro de 2009, realizou-se, pela primeira vez, em Milão, um workshop promovido pelo CESES no que respeita à rede EAC, com o objectivo de os professores envolvidos no Projecto discutirem metodologias activas de trabalho para pôr em prática com os seus alunos sobre o tema em debate, ouvir várias palestras sobre o assunto, esclarecer dúvidas e apresentar um concurso cujo prémio é uma viagem, para 25 alunos, a Bruxelas ou Estrasburgo, com uma visita às instituições europeias.

A Escola Secundária Padre Benjamim Salgado esteve representada pela professora Clarisse Ferreira, docente da turma do 12ºF em Área de Projecto, sendo de notar que a nossa escola é a única do país a fazer parte desta iniciativa.

Deste encontro, muito proveitoso, de acordo com a opinião da nossa representante, resultou ainda o estabelecimento de uma colaboração estreita entre a nossa Escola e outras duas que se mostraram interessadas nas nossas propostas de actividades: um liceu italiano perto de Milão e um liceu da República Checa, perto de Viena.

O CESES (Centro Europa para a Escola, a Educação e a Sociedade) nasceu em Outubro de 1989, um mês antes da queda do muro de Berlim, a partir de um grupo de docentes e dirigentes escolares italianos cujo projecto parecia, à partida, ambicioso e mesmo utópico: construir, através da educação/formação nas escolas, uma Europa unida, democrática, marcada pela paz e feita de pessoas solidárias para com os outros povos.

Duas vias têm sido seguidas para concretizar este objectivo: um plano de intervenção a nível da educação nacional e um projecto de cooperação internacional.

Desde 2002, o CESES é uma ONG reconhecida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e, desde 2007, é a entidade de

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Os alunos de Multimédia asseguram quinzenalmente um programa de rádio, numa rádio local da região, a Rádio Digi-tal FM, a emitir na frequência modelada de 96.4 ou 105 Mhz. O programa vai para o ar à quarta-feira das 13 às 14 horas e tem repetição no mesmo dia das 20 às 21horas.

Esta actividade surge na sequência de uma ideia, já falada há algum tempo no seio do conselho de Curso, do Curso Profis-sional de Técnico de Multimédia. Para tal, no primeiro período, e no âmbito do módulo de edição de som da disciplina de Técnicas de Multimédia, foi realizada uma visita de estudo à Rádio para dar a conhecer aos alu-nos os meandros de uma estação de rádio, bem como da televisão Fama TV e do Jor-nal Opinião Pública, a funcionar no mesmo edifício e igualmente propriedade da mesma entidade, a Editave.

Durante a visita é desenvolvida a ideia da produção e realização de um programa de rádio pelos alunos de multimédia, com a ori-entação do docente Inácio Silva, director do Curso Profissional de Técnico de Multimédia e João Fernandes, director de programas da Rádio Digital.

O primeiro programa foi gravado no dia 3 de Fevereiro de 2010, por um grupo de alunos, nomeadamente a Cristina Cunha, a Stéfanie Machado, o Tiago Pereira, o Tiago Macedo, o Luís Faria e o João Oliveira, do segundo ano de Curso Profissional Técnico de Multimédia. O tema escolhido para este primeiro programa passou, naturalmente, por fazer o enquadramento do mesmo, expli-cando aos ouvintes que este grupo de alunos,

Alunos do Curso Profissional de Técnico de Multimédia realizam programa de Rádio

da Escola Secundária Padre Benjamim Sal-gado, em Joane, frequenta o Curso Profis-sional de Técnico de Multimédia. Neste sen-tido, durante o programa, os alunos falaram das suas experiências e expectativas relati-vamente ao seu curso, nomeadamente: perfil do Técnico de Multimédia; principais temas abordados ao longo do curso e de interesse como a Edição de Imagem, Edição de Som, Edição de Vídeo, 3D, Páginas WEB, Expecta-tivas relativamente ao 3º ano do curso; PAP – Prova de Aptidão Profissional; FCT – For-mação em Contexto de Trabalho.

O segundo programa foi realizado por alu-nos do 3º ano do curso, nomeadamente, o Al-berto Gomes, a Sofia Simões, a Andreia Silva, o Fábio Couto e a Rita Silva. A preparação do programa contou com o apoio do professor da disciplina de Área de Integração, João Frei-tas, que, no âmbito das Comemorações do Primeiro Centenário da Primeira República, falaram da personalidade do Presidente Ber-nardino Machado, personalidade da nossa terra.

O terceiro programa foi transmitido em directo e integrado na semana “O Fórum dos Média”, que a Rádio Digital levou a cabo entre 8 e 12 de Março. Para este programa, convidámos um representante de cada curso profissional a funcionar na escola para nos falarem do seu curso.

O quarto programa, o segundo realizado por alunos do 12ºI, nomeadamente pela An-dreia Lobo, Marisa Dias, José Gonçalves, Luís Miranda e Nuno Ribeiro, em colabo-ração com os alunos da turma E do décimo segundo ano, no âmbito da disciplina Área

de Projecto, teve por tema “Dois Concelhos, uma Cultura” e contou com o apoio do profes-sor da disciplina de Área de Integração, João Freitas.

Durante a gravação do programa, os alu-nos tiveram a companhia dos professores da disciplina de Técnicas de Multimédia e do locutor Jorge Humberto, bem conhecido dos ouvintes da Rádio Digital FM. As gravações decorreram num ambiente de grande entu-siasmo, expectativa e algum nervosismo à mistura, condição natural atendendo a que se tratava da primeira experiência neste campo e pretendíamos, uma vez mais, dar uma boa imagem acerca do nosso curso e de nós mesmos.

Este programa representou um teste de dificuldade acrescida, na medida em que se tratava de um programa em directo, onde não poderia haver falhas. A preparação e empenho dos alunos e professores envolvidos surtiram efeitos muito positivos, pelo que os mesmos estão de parabéns.

A par da emissão deste programa, foi gra-vada uma entrevista para a FAMA TV. A en-trevista contou com a aluna Cristina Cunha do 11ºI, que entrevistou o professor Rodrigo Azevedo. A entrevista, cujo tema foi o Con-gresso que decorrerá na Escola Secundária Padre Benjamim Salgado nos dias 7,8, e 9 de Maio de 2010, pode ser acedida no site da FAMA TV, em http://www.famatv.pt/webtv.

Esperamos que o programa seja do agra-do dos ouvintes para assim podermos contar com a sua companhia.

Professor Inácio Silva

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Semana das “Ciências em Movimento” Com o objectivo de incentivar os alunos para o estudo das ciências, a nossa escola organizou, mais uma vez, um conjunto de actividades para a comemoração da Semana das “Ciência em Movimento”. Durante esta semana, realizaram-se várias actividades, desenvolvidas pelos grupos disciplinares, pertencentes ao departamento de Matemática e Ciências Experimentais. Entre as várias actividades realizadas, de-stacaram-se as seguintes: Exposição de Fósseis Rochas e Minerais, Exposição NO LIMITE do Corpo Humano; Palestra sobre a “Adolescên-cia”; Rastreio Visual; Exposição FOTOMAT, Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos e Jogos de Engenho; Exposição de trabalhos de TIC e de Informática de Gestão, com aulas abertas; Sessões de cinema para 3º Ciclo e Cursos EFA; os concursos Quem Quer Ser Cientista e Prevenção Rodoviária; Divertir com a Electrónica, O Fluir da Energia Eléctrica e o Pulsar das Energias Renováveis, entre outras. A participação da comunidade escolar foi muito activa e os alunos responderam prontamente a todas as iniciativas.

Acção de Sensibilização /Formação para Encarregados de Educação – PELT

No dia 5 de Janeiro de 2010, realizaram-se na ESPBS as reuniões com os Encarregados de Educação do 7º Ano, para a entrega das avaliações do 1º Período. Antes dessa reunião, decorreu uma acção de Sensibilização/Formação no âmbito do PELT (Programa Escolas Livres de Tabaco), ministrada pelas Enfermeiras do Centro de Saúde de Delães, que têm parceria com a nossa escola na Educação para a Saúde. No final da acção, os EE preencheram um questionário.

Resultados obtidos no questionário realizado pelos Encarregados de Educação do 7º ano, envolvidos na Acção de Sensibilização /For-mação no âmbito do PELT.

Sugestões dadas pelos EE:• Melhorar a qualidade da informação.• Disponibilizar material audiovisual na dinamização do projecto.• Realizar mais acções do tipo, mas para Encarregados de Educação fumadores de forma a responsabilizá-los como formadores dos seus

educandos.• Divulgar na escola os efeitos nocivos do tabaco através de folhetos informativos.• Dar conhecer aos educandos o conteúdo da acção.

Coordenadora do PES, professora Teresa Teixeira

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Curso Profissional de Animador Sociocultural

Joane, 11 de Novembro de 2009 Exmo. Senhor Director Sou um amigo de infância de Andrew Beckett e, quando fiquei a saber, na semana passada, que ele tinha sido despedido, fiquei choca-

díssimo. O senhor, como director da empresa, tem todo o direito, e mesmo o dever, de tomar todas as decisões referentes à mesma, mas penso que é

demasiado injusto pôr em risco a vida profissional de qualquer pessoa, apenas por esta não se encontrar no melhor estado de saúde possível. A SIDA é causada pelo VIH e está relacionada com a degradação progressiva do sistema imunitário. Este vírus destrói o sistema imuni-

tário do organismo, atacando os Linfócitos T4. Como vê, uma pessoa infectada com o vírus, um seropositivo, deve sentir-se frustradíssimo, mesmo que a sua vida profissional corra lindamente.

É verdade que um seropositivo, como Andrew, pode contagiar outras pessoas, mas apenas se tiver comportamentos de risco, por exemplo: não usar preservativo e partilhar determinados objectos, nomeadamente agulhas. Uma vez que estes comportamentos, mesmo que Andrew os tivesse, não afectariam nenhum membro da sua empresa, penso que seria adequado reconsiderar a sua decisão. É, ainda, importante referir que o vírus não é transmitido através de contactos sociais, como um aperto de mão.

Apesar de Andrew se encontrar débil e frágil, devido à perda de peso, e se apresentar por vezes cansado, sem razão aparente, penso que o meu grande amigo poderia continuar a exercer funções na sua empresa, mesmo que de uma forma menos intensa.

Mais uma vez lhe peço que reconsidere a sua decisão, pois Andrew é, e sempre foi, uma pessoa inteiramente amável e muito profissional, e não merecia que isto lhe acontecesse.

Peço desculpa pelo tempo que lhe fiz perder e desejo-lhe as maiores felicidades para a sua empresa. Cumprimentos,

Nuno Ramos, 11º C

Alerta à SidaCom vista à minha participação no concurso “Alerta à SIDA “, redigi uma carta com base

na seguinte situação: · Andrew Beckett, um jovem advogado de sucesso, é despedido da prestigiosa firma em

que trabalha quando se descobre que é homossexual e sofre de SIDA. · Face à situação, resolvi escrever uma carta em nome pessoal ao director da firma, ten-

tando persuadi-lo a reconsiderar a sua decisão e a reintegrá-lo.

Notícia QuercusPelo terceiro ano consecutivo,a Quercus, com sede na Quinta da Gruta, na Maia, convidou os Animadores Socioculturais da ESPBS para

dramatizarem o texto “A menina gotinha de água”, que alerta para a preservação da qualidade e consumo correcto de água. Tendo como público-alvo as crianças das escolas da Maia, futuros homens de amanhã com a grande tarefa de construírem um mundo melhor, os anima-dores do 12º ano contagiaram a plateia com toda a sua alegria, movimentos, som e cores do guarda-roupa e cenários, concebidos ao longo do 1º período na disciplina de Área de Expressões. Esta sensibilização foi muito pertinente, se pensarmos que a escassez desse recurso e a necessidade de gerirmos devidamente a utilização da água diz respeito a todos os cidadãos.

Deste modo, e dada a importância desta problemática, integrada nos conteúdos modulares às várias disciplinas, os animadores, com referência ao primeiro mandamento da água – “Amarás a Água como o bem mais singular do nosso belo planeta azul”-, terminaram dando alguns conselhos aos pequenos, grandes defensores do ecossistema.

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Educação para a SaúdeNo âmbito do Projecto de Educação para

a Saúde (PES), no sentido da promoção de hábitos de vida saudáveis, em particular nas primeiras etapas da vida do indivíduo, têm vindo a ser desenvolvidas várias actividades, direccionadas para vários destinatários que passamos a designar: Comemoração do Dia Mundial da Alimentação e Comemora-ção do Dia da Escola, comunidade escolar; Comemoração do Dia Mundial do Não Fumador, comunidade escolar e 8º Ano; Co-memoração do Dia Mundial da Sida, En-sino Secundário; Caixa de Dúvidas, 8º Ano;

participação na Comemoração do Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, escolas; divulgação do Gabinete de Saúde Esco-lar, comunidade escolar; Imagem Corporal, comunidade escolar e 8º ano; Formação no PELT, Directores de turma do 8º ano e docentes de Área de Projecto; coordenação das actividades nas turmas, Directores de Turma do Ensino Básico e Secundário.

Estando a escola responsável pela forma-ção dos jovens e os professores conscientes da importância da alimentação equilibrada no desenvolvimento integral dos alunos, tem vindo a desenvolver-se um conjunto de actividades, desde o diagnóstico da situação alimentar até ao colmatar de algumas situa-ções problema. Para o efeito, foi aplicado um inquérito aos 124 alunos do 7º Ano das cinco turmas da ESPBS. Após a análise e tratamen-to dos dados obtidos nestes inquéritos, foram

divulgados os resultados aos Encarregados de Educação, nas reuniões realizadas com estes no início do segundo período.

Da análise dos inquéritos aplicados, constatou-se que existem alguns alunos que fazem um número diário reduzido de refei-ções e, como tal, com um grande intervalo entre elas; não utilizam os legumes nas duas refeições principais; bebem refrigerantes às refeições em vez de água; ao pequeno-almoço preferem os cereais em detrimento do pão; na sobremesa preferem doces ou gelados em vez de fruta; a imagem corporal pode ser contro-lada deixando de comer em vez da prática de exercício físico.

No terceiro ciclo do ensino básico, para além do trabalho desenvolvido ao nível dos hábitos alimentares no 7º ano, as turmas de 8º ano estão a trabalhar no Programa Escola Livre de Tabaco (PELT) e as do 9º ano a saúde individual e comunitária, a morfofisiologia do sistema reprodutor e as infecções sexualmente transmissíveis (IST).

No ensino secundário, os temas traba-lhados transdisciplinarmente são as IST, a violência no namoro, as relações interpessoais (amigos, família, escola e outros), os perigos da sexualidade na internet, o uso de substâncias psico-activas e os estereótipos de beleza.

Os gráficos que se seguem exprimem al-guns dos resultados obtidos...

Coordenadora do PES, professora Teresa Teixeira

ENCONTRO COM A ESCRITORA,

MADALENA SANTOSNo dia 15 de Dezembro de 2009, tivemos um esperado encontro com a escritora Madalena Santos.Devo confessar que, no princípio, estava um pouco desanimada, pois a professora Clara Castro tinha posto a hipótese de não fazermos

a aula de Educação Física o que me deixava um pouco triste.De repente, dá o toque para entrarmos e comparecer no esperado encontro.Ora bem, eu pensava que a escritora já tinha alguma idade mas, entrando pela clara e larga porta castanha do anfiteatro, vi logo que a

minha expectativa estava errada. Era uma jovenzinha, com uma maneira de ser fantástica e, quando falava, parecia que o que tinha como objectivo era espalhar a

calma e a felicidade pela sala, pois tinha uma voz doce, que respondia a todas as perguntas de uma maneira especial… Os livros, esses parecia que sorriam para mim e dava-me uma vontade indómita de me levantar e ir buscar um para começar uma aventura num país diferente…

Foi uma experiência fantástica! Adorei a ideia de vir à escola uma escritora tão jovem e que já deu tanto de si nos livros! Valeu a pena!

Vera Silva, 7ºE

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Intercâmbio do Curso Profissional de Animação Sociocultural

Nos dias dez de Fevereiro e três de Março de 2010, o curso de Animação Sociocultural levou a cabo um intercâmbio com os alu-nos dos cursos de Animação Sociocultural e Técnico de Apoio Psicossocial, da Escola Secundária Flávio Pinto Resende de Cinfães, com o objectivo de partilhar experiências e práticas no âmbito do Curso Profissional de Animador Sociocultural.

A recepção em Cinfães foi muito acolhedo-ra. O Director da Escola, os alunos e o Direc-tor do Curso Técnico de Apoio Psicossocial, Manuel Coelho, deram-nos as boas-vindas. Nesta ocasião, três dos nossos alunos agra-deceram as palavras proferidas e ofereceram alguns trabalhos elaborados por eles. Depois de fazermos uma visita guiada pela escola, os alunos dividiram-se em grupos para tra-balharem nos diferentes workshops: dança, teatro, pintura, jogos de animação e painel de formação e testemunhos. Seguidamente, foi tempo para fazermos amigos, com os “pés debaixo da mesa”. Da parte da tarde, fizemos uma visita guiada por Cinfães, nomeada-

S. ValentimNo passado dia 5 de Fevereiro, a aula de Inglês foi diferente. A professora Carla Oliveira lançou um desa-

fio à turma para comemorar o dia de São Valentim. Distribuiu cartolinas para cada aluno dar “asas” à sua imagina-ção e elaborar postais alusivos ao dia de São Valentim. Os alunos organizaram-se em grupos e trabalharam afincada-mente, fazendo os tradicionais cartões de Dia dos Namorados para oferecer a todos os seus amigos neste dia tão especial.

E foi assim que os alunos do 7ºB comemoraram o dia de São Valentim, antecipadamente, na disciplina de Inglês.Agora vamos falar-vos um pouco de S. Valentim e do dia dos Namorados.

mente pelo município, pelo porto antigo e pela barragem do Carrapatelo. Infelizmente, o tempo não colaborou. Da Serra de Montemuro soprava um vento gélido que nos atrofiava os membros. Como se não bastasse, a chuva não nos permitiu desfrutar da paisagem. Valeu o calor humano dos joanenses e cinfanenses, para atenuar a diabrura do tempo. Regressámos à escola para assistir a uma dança dos alunos de Cinfães. O dia findou com um lanche e encerramento da actividade. Foi hora de agradecimentos e de um até breve.

No dia dez de Março, depois de muita azáfama e alguma ansiedade, estávamos prontos, era a nossa vez. Na entrada da escola, os nossos alunos receberam os seus congéneres com danças, artes circenses e estátuas vivas…estiveram fantásticos. Depois, os alunos de Cinfães foram divididos em grupos para trabalharem nos nossos workshops de dança, teatro, pintura/artes decorativas e escalada. Seguiu-se o al-moço para recarregar energias e reforçar as amizades. Da parte da tarde, fizemos uma visita ao Museu dos Transportes em Lousado. Este foi um momento de enriquecimento cultural, histórico e de convívio. Ainda tivemos oportunidade de, no regresso à escola, dar a conhecer a localização da casa de Camilo Castelo Branco. Já na escola, os alunos confraternizaram com um lanche, após o qual se seguiram os agra-decimentos e a despedida.

Foi muito gratificante a realização desta actividade. Para além da troca de experiências e práticas profissionais, ela foi enriquecedora do ponto de vista humano, foi para os alunos a descoberta ou redescoberta de realidades diferentes. Um bem-haja a todos os envolvidos nesta actividade, pelo empenho e dedicação que dispensaram.

Professor Paulo Silva

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Intercâmbio com a Escola Secundária de Cinfães do DouroE Cinfães diz:

Um dia aí... na Escola Benjamim Salgado

Finalmente o sol sorriu pela manhã que nos havia de levar da Escola Secundária Flávio Resende, em Cinfães, à Escola Secundária Padre Benjamim Salgado, em Joane.

Vingando-se das nuvens que no dia 10 de Fevereiro correram suas cortinas de água e esconderam o brilho colorido das fraldas da Serra de Montemuro e das margens ribeirinhas do grande Douro, o sol raiou o dia 3 de Março e de azul e alegria o pintou:

- Os humanos que representaram estátuas fizeram-no melhor do que as estátuas que representam humanos…que giro! E flashes guarda-ram o momento do primeiro encantamento…

- A dança foi tão profissional e tão bela! Apetecia entrar nela. O ondular ritmado dos corpos e da música, bailou em nós. - Os diversos ateliês onde a alma do artista que nos habita se plasmou nos objectos e nos gestos contribuíram para que fôssemos mais

nós uns com os outros. Tinta e pincel, pedra, pano ou sabão são produto da alma em nossa mão, mensagem dela, partilha, comunicação.- Aquele professor de teatro mereceu-nos muita admiração pelo seu jeito pronto e hábil de comentar o que tão tosca e timidamente nos

levou a inventar. Como uma folha de jornal pode ser tão teatral!- As artes de animar que connosco estiveram a partilhar fazem justiça ao nome do curso que vão cursando… alegres, simpáticos, artistas,

acolhedores, ou seja, desde já futuros animadores. Parabéns.- Até um certo Coelho, do reino professorado, como quem não quer a coisa, subiu a pique aquela postiça rocha, como que a dizer que a

radicalidade não escolhe nem tamanho nem idade.- As nossas ex-alunas do professor Paulo Silva, qual meninas suas, ficaram encantadas com as “bricolages” que aprenderam em Joane,

mas também, em vê-lo, confortadas. Ele e elas lá sabem porquê…- Come-se bem nessa escola por um padre abençoada, a julgar pela mui boa salada.- O Museu Ferroviário de Lousado foi uma outra agradável surpresa que nos levou a viajar pelos carris de outros tempos até que o lanche

foi prá mesa.- Lanchados e agradecidos concluímos o intercâmbio de experiências e expectativas, rico de iniciativas, semente de futuras outras vivên-

cias, quiçá menos escolares, menos profissionais, da vida em outros lugares, mais íntimos, fundamentais…Bem hajam os professores e alunos que de uma de outra escola se empenharam para concretizar o intercâmbio que tão ricas lições nos

trouxe. A vossa Marta tem razão: o futuro pede mais. Até sempre.Em nome de todos nós por cá, vos agradeço.

Professor Manuel Coelho

S. ValentimSão Valentim, (ou Valentinus em latim), é um santo reconhecido pela Igreja Católica e igrejas orientais que dá nome ao Dia dos Namo-

rados em muitos países, onde celebram o Dia de São Valentim. O nome refere-se a pelo menos três santos martirizados na Roma antiga.Dia dos NamoradosEntre nós, o Dia dos Namorados celebra o amor e a paixão entre amigos e namorados. Todos os anos, no dia 14 de Fevereiro, ocorre a

azáfama da troca de chocolates, envio de postais e de oferta de flores. Muitos casais planeiam jantares românticos, noites especiais e fazem planos para surpreender e agradar à sua «cara-metade». Há também quem escolha este dia para se declarar à pessoa de quem gosta.

Ana Rita, Sílvia Isabel - 7ºB

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Isabel…“Ilumina-me”Pedro Abrunhosa canta“Enquanto não há amanhã… ilumina-me”Para ti sempre houve um amanhãQue seria melhor do que o hoje.Sempre nos iluminasteCom a tua alegria e energia.Sim! Não sei de onde te saía tanta força!Com o teu corpo frágil, pequenino…Sempre tiveste força para tirar do teu caminhoAs pedrinhas, pedras e pedregulhosQue insistiam em aparecer!Dessas pedras fazias estradas E dessas estradas fazias caminhos….Caminhos ou trilhos….Trilhos de amor, de amizade e de força.Estavas no fio da navalhaMas nunca deixaste de dar a mão…Nunca conseguiste dizer um NÃO!Disseste SIM à vida até ao fim!Foste uma Lutadora!Ninguém entende porque nos foste roubadaDe forma rápida, dura e injusta…Mas eu acredito que haverá uma razão!E que continuarás a iluminar-nosSempre que estivermos na escuridão.Obrigada por teres passado e cruzado nas nossas vidas! Até sempre Os teus amigos

Mãe… A dor é infinita…Tal como as noites de Inverno!Sinto a alma dorida e devoradaPelo monstro infame do sofrimento.O mundo onde tudo era perfeitoOnde o sorriso e a alegria eram um lemaDe repente…tornou-se um espaço vazio,Uma paisagem descolorida e escura.Lágrimas escaldam-me o rostoQuando, teimosas nele se passeiam e deslizam.Mas de que vale?! Impossível tornar o tempoImpossível voltar a ser igual.O sorriso evadiu-se, a alegria desapareceuA dor é profunda e avassaladora.Porém, o tempo não parou…Voltou a Primavera, os pássaros,As flores, os sons e os cheiros.A natureza cobriu-se novamente de corMas…falta algo, falta o principalFaltas tu… Mãe!

Sofia Vidal, 9ºC

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Páscoa Feliz!

CNO Divulga Formação Junto dos DesempregadosO Centro Novas Oportunidades, num tra-

balho de parceria e cooperação com o Cen-tro de Emprego de Vila Nova de Famalicão, levou a cabo sessões de divulgação e sensi-bilização junto dos activos desempregados. Estes adultos oriundos das freguesias da área de influência do Centro participaram nesta acção, que tinha como intuito impul-sionar a sua adesão às ofertas educativas e formativas de nível básico e secundário, tais como o Processo de Reconhecimento, Valida-ção e Certificação de Competências (RVCC), as Formações Modulares Certificadas e os Cursos de Educação e Formação de Adultos (Cursos EFA).

No dia 26 de Fevereiro de 2010, real-izaram-se várias sessões em que participa-ram aproximadamente duas centenas de adultos. Os elementos da equipa pedagógica do CNO procuraram sensibilizá-los para a necessidade de elevarem os seus níveis de qualificação e aquisição de novas competências, que lhes proporcionem melhores condições de empregabilidade para poderem enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais exigente, agudizado pela crise económica instalada a nível mundial desde o ano transacto.

É de salientar que as ofertas de educação e formação propostas assentam no reconhecimento das competências adquiridas ao longo da vida em contextos não formais e informais de aprendizagem o que constitui não só um importante mecanismo de reforço da auto-estima individual e de justiça social, mas também um recurso fundamental para promover a integração dos adultos em novos processos de apre-ndizagem de carácter formal. O reconhecimento das competências adquiridas permite, a nível colectivo, estruturar percursos de formação complementares ajustados caso-a-caso. Ainda com maior importância, induz o reconhecimento individual da capacidade de aprender, o que constitui o principal mote para a adopção de posturas pró activas face à procura de novas qualificações.

O objectivo essencial desta parceria consiste em continuar a apostar na qualificação dos activos desempregados da nossa região, pro-movendo uma cultura de educação e formação de adultos que reduza o deficit de qualificações existentes, que reforce a equidade, estimule e responda à necessidade de reforçar a inovação e o empreendedorismo e reduza as disparidades de competências no mercado de trabalho.

Coordenador Pedagógico, Francisco Costa

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