jornal o monatran abril/maio de 2011

16
José Roberto de Souza Dias Página 5 Ildo Raimundo Rosa Página 7 Roberto Alvarez Bentes de Sá Página 3 Colunistas de “o monatran” Urgência urgentíssima! #PAZNOTRÂNSITO objetivo mobilizador A municipalização do Trânsito Mortes no trânsito crescem 24% em 10 anos (Pág. 5) Fórum sobre Mobilidade Urbana em Florianópolis termina com baixa participação de autoridades Em sua segunda edição, o Fórum terminou sem resultados práticos para a capital catarinense, visto que seus administradores públicos, com poderes para alterar o quadro urbanístico da cidade, não compareceram ao evento. (Páginas 8 e 9) Como prometido pelo Governo do Estado, as obras para duplicação do segundo trecho da SC-401, a rodo- via estadual com maior movimento no Estado, começaram no dia 25 de abril, após o feriadão. No local está sendo construído um viaduto, que se- gundo o Deinfra deve ficar pronto até dezembro deste ano. (Pág. 3) Passeio experimental comprova viabilidade do TRANSPORTE MARÍTIMO na Grande Florianópolis No dia 29 de abril, cerca de 90 pessoas (entre políticos, empresários e jornalistas) passearam, pelas baías Sul e Norte, a bordo da embarcação catamarã da Marinha do Brasil. (Pág. 6) BEIRA-MAR CONTINENTAL Obras paradas e via abandonada. Pág. 4 PRF promove I Seminário Catarinense de Segurança no Trânsito Página 13 VIADUTO ALIVIARÁ TRÂNSITO NA SC-401

Upload: monatran-movimento-nacional-de-educacao-no-transito

Post on 17-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Edição de Abril/Maio de 2011

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

José Roberto

de Souza Dias

Página 5

Ildo Raimundo

Rosa

Página 7

Roberto Alvarez

Bentes de Sá

Página 3

Colunistas de “o monatran”

Urgência urgentíssima! #PAZNOTRÂNSITOobjetivo mobilizador

A municipalização do Trânsito

Mortes no trânsito crescem 24% em 10 anos (Pág. 5)

Fórum sobre Mobilidade Urbanaem Florianópolis termina combaixa participação de autoridades

Em sua segunda edição,o Fórum terminou sem

resultados práticos para acapital catarinense, vistoque seus administradores

públicos, com poderes paraalterar o quadro urbanístico

da cidade, nãocompareceram ao evento.

(Páginas 8 e 9)

Como prometido pelo Governo doEstado, as obras para duplicação dosegundo trecho da SC-401, a rodo-via estadual com maior movimentono Estado, começaram no dia 25 deabril, após o feriadão. No local estásendo construído um viaduto, que se-gundo o Deinfra deve ficar pronto atédezembro deste ano. (Pág. 3)

Passeio experimentalcomprova viabilidadedo TRANSPORTEMARÍTIMO na GrandeFlorianópolis

No dia 29 de abril, cerca de 90 pessoas(entre políticos, empresários e jornalistas)passearam, pelas baías Sul e Norte, a bordoda embarcação catamarã da Marinha doBrasil. (Pág. 6)

BEIRA-MAR

CONTINENTAL

Obras paradas e viaabandonada. Pág. 4

PRF promoveI Seminário

Catarinense deSegurança no

Trânsito

Página 13

VIADUTO ALIVIARÁ TRÂNSITO NA SC-401

Page 2: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

o monatran

2 - o monatran Abril/Maio de 2011

EDITORIAL

Esperançada Década

Desde a primeira edição deste jornal, em novembro de

2009, temos falado sobre a Década de Ação para a

Segurança no Trânsito, uma iniciativa da Organiza-

ção das Nações Unidas (ONU) que propõe o lançamento

de uma campanha que visa reduzir, em 50%, as previsões de morte nas

estradas até 2020.

Ou seja, cinco milhões de vidas poupadas em dez anos, já que aci-

dentes no trânsito matam pelo menos 1,3 milhões de pessoas a cada ano,

ferindo ou mutilando outros 50 milhões no mundo. Só no Brasil, as

mortes no trânsito se equivalem à queda de um Boeing lotado de passa-

geiros, a cada dois dias.

Estamos vivendo o primeiro ano da Década, porém, temos visto pou-

ca coisa sendo feita, em nosso país, em prol desse objetivo tão impor-

tante. O Plano Nacional de Ações de Redução de Acidentes que deveria

ter sido elaborado no ano passado, para já ter sido colocado em prática

a partir do último mês de janeiro, só está sendo apresentado ao governo

agora.

Felizmente, em Santa Catarina, temos a alegria de acompanhar uma

iniciativa louvável por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Re-

conhecendo seu papel para a construção de um trânsito mais seguro, a

unidade catarinense da PRF está se organizando para promover o I Se-

minário Catarinense de Segurança no Trânsito.

Com o tema “Santa Catarina e a Década Mundial de Segurança no

Trânsito: como o Estado pode tirar proveito dela”, a PRF objetiva dis-

cutir o problema sob uma ótica multifacetada e, assim, despertar nas

pessoas a importância da responsabilidade que todos têm para a preven-

ção de acidentes e a preservação da vida no trânsito.

Dentre os palestrantes, já estão confirmados Raimundo Colombo,

Governador do Estado de Santa Catarina; J. Pedro Côrrea, idealizador

do Programa Volvo de Segurança no Trânsito; e Carlos Alberto Guglielmi

Eid, médico da Abramet. Porém, todo este esforço só terá validade, se

houver uma participação maciça da sociedade, a começar pelos admi-

nistradores públicos, sem falar de nossos representantes do legislativo,

os pesquisadores, os educadores e, claro, os envolvidos diretamente com

a questão trânsito.

Nesta edição, você lerá mais sobre o assunto. Mas o que gostaríamos

de destacar neste espaço é a nossa esperança em ver este movimento

crescendo de forma que toda a sociedade seja envolvida e, finalmente,

perceba sua indiscutível responsabilidade.

Afinal, somente através de um esforço conjunto será possível alcan-

çarmos resultados positivos em prol da preservação da vida no trânsito.

Jornal do MONATRAN -Movimento Nacional de Educação no Trânsito

Sede Nacional: Av. Hercílio Luz, 639 Conj. 911Centro - Florianópolis / Santa Catarina – CEP 88020-000

Fone: (48) 3333-7984 / 3223-4920E-mail: [email protected]

Site: www.monatran.org.br

DIRETORIA EXECUTIVA:

Presidente: Roberto Alvarez Bentes de Sá

Diretores: Romeu de Andrade Lourenção JúniorSergio Carlos BoabaidLuiz Mario BrattiMaria Terezinha AlvesFrancisco José Mattos Mibielli

Jornalista Responsável e diagramador:

Rogério Junkes - Registro Profissional nº 775 - DRT

Redatora: Ellen Bruehmueller - RegistroProfissional nº 139/MS - DRT

Tiragem: 10.000 exemplaresDistribuição: Gratuita

Os artigos e matérias publicados neste jor-

nal são de exclusiva responsabilidade dos

autores que os assinam, não refletindo ne-

cessariamente o pensamento da direção do

MONATRAN ou do editor.

NOTAS E FLAGRANTES

NA MARRA

Crise leva portugueses a trocar

carro pelos transportes públicosHá cada vez mais portugueses trocan-

do o seu automóvel pelos transportespúblicos, de acordo com uma sondagemrealizada pela Universidade Católica.

Segundo a sondagem, a utilizaçãodos transportes públicos é uma das so-luções que as famílias portuguesas en-contram para reduzir as suas despesasmensais.

Esta mudança de comportamento,ainda que “obrigada” pela crise econô-mica, levou a um aumento em 15% donúmero de utilizadores de transportespúblicos. Dos questionados, 21% admi-tiu que reduziu a utilização do automó-vel, sendo que 46% mantém o númerode quilômetros que realiza, regularmen-te, com seu veículo.

ATRASADINHO

Saiu no Visor do DC de

28 de Abril: “Coisas da mo-

bilidade urbana. Ronério

Heiderscheidt, de Palhoça,

não acompanhou a comiti-

va dos prefeitos Dário,

Djalma Berger e Castelho

Deschamps (Floripa, São

José e Biguaçu) à audiên-

cia com o ministro dos

Transportes, em Brasília,

[no dia 27 de Abril]. Disse

que ficou preso no trânsito

e perdeu o voo.”

Inscrições abertas paraatendimento gratuito avítimas de Acidente detrânsito em SP

A Universidade Cruzeiro do Sul, por meiodo curso de Especialização em Psicologia doTrânsito, oferece atendimento gratuito a pacien-tes envolvidos direta ou indiretamente em aci-dentes. Podem participar motoristas, motociclis-tas, pedestres, ciclistas e vítimas de atropelamen-tos. Os atendimentos serão realizados no NEAP(Núcleo de Estudos e Atendimentos Psicológi-cos) da Cruzeiro do Sul. Mais informações pelotelefone: (11) 3385-3108.

Nota do Editor: Iniciativa que podeser copiada por outras universidades

FLAGRANTEEmbora, estranhamen-

te, o CTB não estipule proi-bição para o ato de pilotardescalço, é evidente que ocondutor de motocicleta ,bem como seu passageiro,correm o grande risco demachucar seus pés grave-mente, caso se envolvamem qualquer tipo de aciden-te. A orientação dos espe-cialistas em traumatologiaé que todo motociclista usebotas de couro com canoalto para proteger o torno-zelo.

Page 3: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

Abril/Maio de 2011 o monatran - 3

PALAVRA DO PRESIDENTE Roberto Alvarez Bentes de Sá

[email protected]

Urgência Urgentíssima!

Embora redundante, a expressão do títu-

lo retrata a necessidade vivida pelo trân-sito da nossa querida Florianópolis. Nãohá mais como adiar uma atitude corajo-

sa em prol da mobilidade na região metropolitanade Florianópolis, especialmente na Ilha.

Os problemas são visíveis a todos e, com cer-

teza, não há quem não sofra com os intermináveiscongestionamentos - hoje em dia, sem hora pracomeçar e, muito menos, para terminar.

As montadoras batem recordes de vendas a cadamês e parece que falta ousadia aos administrado-res públicos para, de fato, administrarem essa si-

tuação. Geralmente, acabam por sugerir obras deinfraestrutura como: pontes, viadutos, duplicaçãode vias, novos estacionamentos. Mas como bem

observou o especialista inglês Rodney Tolley, du-rante o II Fórum Internacional sobre MobilidadeUrbana, “aumentar vias e estacionamentos, em

uma cidade com congestionamentos, é como al-guém com obesidade afrouxar o cinto em vez detentar emagrecer”.

Exposto isto, é urgente que nossos governantespensem em medidas alternativas para a melhoriado nosso trânsito. Afinal, infelizmente, jamais as

obras de infraestrutura conseguirão acompanhar

o ritmo da produção de novos veículos.

Para começar, é evidente a precisão da melhoriado transporte urbano. Isso porque as condições atu-ais (número insuficiente de carros, ônibus lotados e

falta de conforto) afugentam muitos passageiros.Na sequência, preciso voltar a falar sobre a im-

plantação do transporte de massa, projeto previs-

to quando, por fim, for concluída a restauração daponte Hercílio Luz, com a instalação de um Me-trô de superfície.

Ecologicamente correto e também muito ne-cessária para a mobilidade, é a implementação dasciclovias por toda a cidade, além de toda uma

infraestrutura de estacionamentos e vestiários.Finalmente, é imprescindível lutar pela implan-

tação do Transporte Marítimo. Embora nos pare-

ça uma opção óbvia - principalmente em se tra-tando de uma região litorânea, composta tambémpor uma Ilha – ainda é vista com desdém por mui-

tos administradores. Fato constatado in locu quan-do por ocasião do passeio demonstrativo promo-vido pela Prefeitura de Palhoça, no dia 29 de abril.

Não sei se por falta de espaço na agenda ou porboicote, nenhum prefeito da Grande Florianópoliscompareceu ao evento, mostrando aparentemente

que os interesses políticos pessoais superam as

questões sociais.

Além de toda essa tarefa de casa, são necessá-rias ainda atitudes muito mais ousadas como acobrança do pedágio urbano, rodízio e aumento

das taxas de estacionamento no centro da capital.Talvez esta opinião não seja vista com muita

simpatia num primeiro momento, mas com certe-

za ela trará resultados benéficos para todos e, nofuturo, será reconhecida como necessária.

Afinal, enquanto custar apenas R$ 1,00 para

estacionar no centro, mais pessoas irão preferir virde carro a utilizar o transporte coletivo.

Por outro lado, quando falamos da implanta-

ção do pedágio urbano, não estamos pensando sim-plesmente em onerar ainda mais a vida dos cida-dãos brasileiros, mas sim, incentivar que mesmo

dentro de transportes individuais como o veículopróprio, as pessoas pensem no coletivo. Como?

Pode-se, por exemplo, privilegiar veículos chei-

os, isentando-os de pagar o pedágio urbano, moti-vando até a criação da cultura da carona solidária.

Com certeza não será fácil, mas alguém preci-

sa começar o processo de mudança de comporta-mento da população.

E precisa ser agora, pois a urgência é

urgentíssima!

Como prometido pelo Governo do Estado, asobras para duplicação do segundo trecho da SC-401,a rodovia estadual com maior movimento no Esta-do, começaram no dia 25 de abril, após o feriadão. Apassarela existente no local foi desmontada e a tra-vessia de pedestres ocorre na sinaleira. No quilôme-tro 16, foram instaladas placas indicativas de lom-badas físicas e uma sinaleira. No local está sendoconstruído um viaduto, que segundo o Deinfra deveficar pronto até dezembro, deste ano.

A ampliação da capacidade de tráfego da SC-401está orçada em R$ 15,8 milhões (além de outros R$10 milhões para desapropriação de 32 imóveis) e asquatro pistas deverão estar liberadas até o início datemporada de verão 2011-2012, sem a recuperaçãoda camada de asfalto das duas pistas antigas, quan-do serão interrompidos os serviços. A previsão pararetomada é após o encerramento da temporada.

SC 401

Viaduto fica pronto antes da temporada

Page 4: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

4 - o monatran Abril/Maio de 2011

Uma das maiores obras da áreacontinental de Florianópolis, a novaBeira-Mar, ainda não foi terminadae não há prazo para liberação de trá-fego. Iniciada em 2006, a avenida jácustou R$ 43 milhões aos cofres pú-blicos e começa a ser depredada an-tes mesmo da sua inauguração.

Falta de iluminação e nenhumamanutenção são alguns dos ingredi-entes que parecem atrair vândalos edesleixados, que não se inibem emjogar lixo e entulhos no patrimônio

BEIRA-MAR CONTINENTAL

Obras paradas e via abandonada

público. Para piorar, por falta de fis-calização, motoristas trafegam nolocal e colocam os pedestres em ris-co.

Segundo o Secretário de Obras dacapital, Luiz Américo Medeiros, noentanto, pouco pode ser feito porparte da prefeitura, já que a obra ain-da não foi entregue, estando sob res-ponsabilidade da empreiteira. Deacordo com ele, o sistema de ilumi-nação está pronto, mas é encargo daCelesc finalizá-lo. Enquanto os vân-

dalos seriam uma questão de polícia,aqueles que jogam lixo na via deve-riam ser denunciados pela própriapopulação.

Medeiros explica ainda que a ve-getação prevista para área é aquelaque já está plantada. “Não está noprojeto inicial o plantio de palmei-ras, gramas, árvores e flores. O quefoi previsto é apenas o plantio da-quela vegetação que as pessoas cha-mam ‘erroneamente’ de mato, masque tem sido a opção em grandes áre-

as como é o caso da beira de estra-das”, esclarece, dizendo ainda quebancos e deques também estão forado projeto.

Conforme o Secretário, o térmi-no da obra depende de quatro desa-propriações que estão na justiça, semprevisão para serem julgadas.

Para o presidente do MONA-TRAN – Movimento Nacional deEducação no Trânsito, RobertoAlvarez Bentes de Sá, a Prefeiturade Florianópolis deveria aproveitaro tempo, enquanto não saem as de-sapropriações, para concluir o restan-te da obra, finalizar as sinalizações,além de prezar pela manutenção doque já foi feito. “E se não era parapopulação utilizar a parte que já foiconcluída da via, toda a área da obradeveria estar fechada por uma cercaou tapumes”, complementa.

ILUMINAÇÃO - Segundo aCelesc, os dois transformadores ne-cessários para a ligação da energiaelétrica no local já foram adquiridose serão instalados nos próximos dias,cabendo à Prefeitura a manutençãodo sistema.

Bentes observa ainda, a má qua-lidade do sistema de iluminação ins-talado pela Prefeitura. “Uma obradessa importância merece algo maismoderno e bonito”, lamenta.

Secretário de Obras da capital,

Luiz Américo Medeiros

A viagem por rodovias estaduais efederais no Norte do Estado pode atédemorar um pouco mais, mas deve sermais segura para motoristas, ciclistas epedestres. Até o fim do semestre, cercade 40 dos 304 controladores de veloci-dade que serão colocados nas BRs eSCs de Santa Catarina virão para a re-gião de Joinville e Jaraguá do Sul. Umestudo detalhado sobre o movimentonas estradas vai determinar o local exatoonde os equipamentos serão colocados.

Porém, já existe uma pré-definição.Na BR-280, por exemplo, serão insta-lados 16 lombadas eletrônicas, nove ra-dares e nove semáforos entre São Fran-cisco e Canoinhas. O contrato de ope-ração dos equipamentos entre o Depar-tamento Nacional de Infraestrutura deTransportes (DNIT), a empresa vence-dora, o Consórcio Esteio/Indra, deCuritiba, é de cinco anos.

40 controladores de velocidade serão instalados no Norte de SC até o fim do semestre

Boa parte deles será colocada emtrechos perto de escolas e onde há ca-sas às margens das rodovias, como é ocaso de Araquari. Dois trechos foramindicados para receber lombadas eletrô-nicas porque, segundo a Polícia Rodo-viária Federal, neles os acidentes sãoconstantes.

De acordo com o inspetor da PRF,Simão Edson da Cunha, a única formapara os motoristas reduzirem a veloci-dade é a colocação desses equipamen-tos. “A gente sabe que a viagem vai atra-sar um pouco, principalmente aos do-mingos, mas vale a pena porque menosvidas serão tiradas”, acredita.

Quem passa pela SC-301, na SerraDona Francisca, em Joinville, e na SC-415, em Garuva, já percebeu que três no-vos redutores de velocidade estão funci-onando. Moradores da região aprovaramos equipamentos e acreditam que agora

todos estão mais seguros.Na SC-301, duas lombadas foram

colocadas. A no km 77,8, com veloci-dade máxima permitida de 50 km/h, ficaperto da Escola Municipal ProfessorFrancisco Rieper. A diretora da institui-ção, Mara Amaral, comemora. “Temos87 alunos da educação infantil até o 5ºano e certamente todos se sentem bemcom a lombada aqui”, assegura.

Na do km 81,4, o equipamento ficaperto de escola, posto de saúde e casas.No entanto, segundo o aposentadoHelbert Merkle, 81 anos, que mora emfrente ao redutor, os motoristas aindapassam acima do limite permitido de 40km/h. “Em 15 minutos, a lombada api-tou uma 30 vezes”, lamenta.

Já a instalação de uma lombada ele-trônica no Centro de Garuva tem surtidoefeito positivo. O equipamento foi im-plantado no km 0,833, em frente a um

mercado. De acordo com a balconistaAdriane Bruns, 33 anos, a instalação doaparelho acabou com os acidentes emfrente ao estabelecimento comercial.

Das 16 lombadas eletrônicas, dosnove radares fixos e dos nove semáfo-ros que serão implantados na BR-280entre São Francisco do Sul e Canoinhas,14 serão colocados no trecho entreGuaramirim e Jaraguá do Sul. Os se-máforos devem ser instalados do km60,3 ao 65,7, entre a Weg até o Centroda cidade.

Perto de Jaraguá do Sul, a cidade deGuaramirim vai receber parte das lom-badas eletrônicas e radares a serem ins-talados na BR-280. Entre o km 46,5 e okm 59, na zona industrial, serão colo-cados três redutores de velocidade. Notrecho, apesar de haver poucas casas, aentrada e a saída de caminhões é inten-sa por causa das empresas.

Page 5: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

Abril/Maio de 2011 o monatran - 5

Jose Roberto de Souza Dias *

#PAZNOTRÂNSITO OBJETIVO MOBILIZADOR

* Doutor em Ciências Humanas e Mestre em

História Econômica pela USP, Professor

Adjunto da UFSC, criou e coordenou o

Programa PARE do Ministério dos

Transportes e foi diretor do Departamento

Nacional de Trânsito - Denatran. Secretario

Executivo do Gerat, da Casa Civil da

Presidência da República, Diretor de

Planejamento da Secretaria de Transportes

do Rio Grande do Sul, Presidente do

Instituto Chamberlain de Estudos

Avançados e membro do Conselho

Deliberativo do Monatran – Movimento

Nacional de Educação no Trânsito.

AGuerra do Trânsito no Bra-sil ganha, a cada momento,novos e assustadores núme-ros. Os mais recentes foram

divulgados pelo Departamento Nacionalde Infraestrutura de Transportes, DNIT,e mostram que em 2010, morreram nasestradas federais 8.517 pessoas, 15,4 porcento a mais do que em 2009.

Cenário de guerra que assusta eenvergonha. A Folha de São Paulo emrecente manchete, de primeira página,destacou de forma contundente, que ovolume de tráfego cresceu 7,9 por cen-to, enquanto os óbitos dobraram no mes-mo período.

Outras estatísticas confirmam quea violência no trânsito voltou a atingirpatamares insuportáveis. Em 2009, paracada dez mil envolvidos morreram 112pessoas, em 2010 foram 148, um cres-cimento de 32,14 por cento, quatro ve-zes mais do que o volume de tráfegocontabilizado no período.

Cai por terra, assim, a cantilenaconstantemente usada de que os aciden-tes crescem em função do aumento dafrota.

A malha rodoviária federal deSanta Catarina, com 2,3 mil quilômetrosde extensão, quatro vezes menor que ade Minas Gerais, apresenta a mais ele-vada concentração de acidentes graves

Mas, para trocar o título de cam-peões em acidentes de trânsito pelomundial de futebol, necessário se fazatribuir uma prioridade absoluta à apli-cação de medidas mais eficazes no ní-vel comunitário, estadual e nacional.

Só ações comunitárias, supra go-vernamentais, serão capazes de selar umcompromisso dessa natureza. O comba-te ao acidente de trânsito é coisa muitoséria e diz respeito direto a muita gente,para ser tratado, assim como as guerras,apenas pelos generais, ou neste caso,pelos especialistas do setor.

É fundamental que entidadesamplas, democráticas e ventiladas, tra-balhando em conjunto com os governos,lancem ações comuns que visem redu-ção do número de acidentes, de vítimase de mortos, tendo por horizonte chegara 2014 dentro dos padrões internacio-nais aceitáveis.

Entretanto não basta estipular ameta, é preciso rigor científico no acom-panhamento das ações, adotando indi-cadores precisos de resultados. Só as-sim será possível focar o trabalho e su-pervisionar os programas e atividadesem seus múltiplos aspectos. Assim, anoa ano, poderá se avaliar os progressosem relação ao objetivo maior que é o dereduzir, no mínimo, em 50 por cento essatragédia humana.

do País. Segundo o DNIT, em 2010ocorreram em média um óbito a cadaseis quilômetros, resultado absolutamen-te alarmante.

Note-se que estes números, quepor si só são trágicos, dizem respeitoúnica e exclusivamente às estradas fe-derais. O quadro é muito pior quandose somam os índices das estradas esta-duais, municipais e o tráfego urbano.Certamente, ultrapassam os das maissangrentas tragédias humanasprovocadas pelo terror, pelos conflitosarmados e os desastres naturais.

Necessário se faz ter coragempara enfrentar e derrotar essa doença,que erroneamente se insiste em denomi-nar de acidente de trânsito.

Em primeiro lugar é necessárioestabelecer um objetivo mobilizador queagregue a sociedade brasileira como,aliás, já foi feito com sucesso no passa-do pelo Programa PARE.

Essa mobilização pode perfeita-mente espelhar-se no livro branco dapolítica de transportes da ComunidadeEuropeia, que se atribuiu o objetivoambicioso de redução pela metade donúmero de mortos.

Que tal seguir-se os mesmos pas-sos e se chegar à Copa do Mundo comigual diminuição no número de aciden-tes, de vítimas e de mortos?

Em concordância com esse espí-rito, o Instituto de Ortopedia eTraumatologia, da Faculdade de Medi-cina da USP, em São Paulo, irá realizarnos dias 1 e 2 de julho próximo, umfórum de segurança e saúde voltadoprincipalmente para os acidentes commotos.

O objetivo desse fórum, segundoa Dra. Julia Greve, coordenadora doevento, é o de encontrar soluções para aredução desses acidentes, principalmen-te através do envolvimento dos motoci-clistas em ações de preservação da vidano trânsito.

Tudo começa por um primeiropasso, assim o desafio imediato é o deusar, exaustivamente, as redes sociais eorganizar um amplo movimento socialpela #PAZNOTRÂNSITO.

Mortes no trânsito crescem 24% em 10 anosAcidentes com motos são os maiores responsáveis por esse crescimento, que foi maior que homicídios.

O aumento nos acidentes commotociclistas fez com que asmortes no trânsito brasileiro cres-cessem 23,9% entre 1998 e 2008,segundo o Mapa da Violência2011: Acidentes de Trânsito,compilação divulgada no dia 13de Abril pelo Instituto Sangari.Na década estudada, as mortesocorridas em acidentes de motoscresceram 754%. As mortes deciclistas também assustam: regis-traram um aumento de 308%. Aomesmo tempo, o número de óbi-tos envolvendo automóveis foiproporcionalmente menor que oaumento da frota.

O crescimento das mortesregistradas nos acidentes de trân-sito é maior do que a escalada deviolência, se comparada a mes-ma época. Segundo o estudo, en-

tre 1998 e 2008, o número dehomicídios cresceu 16,2% contraos 23,9% dos acidentes de trân-sito. Apesar disso, em dados ab-solutos, o números de mortes emhomicídios ainda segue maior,com 50.113 vítimas em 2008. Emacidente de trânsito, o número deóbitos foi de 38.273.

Segundo o estudo, em 1998,os acidentes envolvendo motoci-clistas deixaram 1.047 mortos noPaís. Em 2008, o número saltoupara 8.939. Os acidentes envol-vendo ciclistas saltou de 396 para1.615. Já nos acidentes envolven-do automóveis, o número de óbi-tos passou de 3.663 para 8.120. Aúnica redução em números abso-lutos, nos últimos 10 anos, ocor-reu entre os pedestres, quando em1998 morreram 11.227 e em 2008,

9.474, uma redução de 15,6%.“Se nada mudar, até 2015 te-

remos um massacre de motoci-clistas”, disse à BBC Brasil JulioJacobo Waiselfisz, diretor de pes-quisa do Instituto Sangari e autordo estudo. Ele cita uma“reconfiguração” dos padrões deacidente desde a adoção do Có-digo de Trânsito, em 2007.

Desde então, caíram as mor-tes de pedestres, e morrem me-nos pessoas por automóveis emcirculação. Mas, no caso dasmotos, ocorreu o oposto: o riscode morte cresceu mais do que aprópria frota, afetando principal-mente a população entre 18 e 24anos do sexo masculino.

“Se nada for feito, a tendên-cia é que essas mortes continuemaumentando, em ritmo de 4% ao

ano”, trazendo elevados custossociais, financeiros e emocionais,diz Jacobo Waiselfisz.

Segundo o estudo, em 1970,as 62 mil motocicletas registradasno País representavam só 2,4%do total de veículos motorizados.Para 2010 já podem ser contadas16,5 milhões de unidades, repre-sentando 25,5% dos veículosmotorizados.

EDUCAÇÃO NO TRÂNSI-TO - Para o estudioso, a reduçãonas taxas de mortes de pedestresse deveu a campanhas educativase à maior fiscalização, por exem-plo, da obediência à faixa de pe-destres.

Ele sugere medidas parecidaspara lidar com o aumento na fro-ta e nos acidentes envolvendomotos. “Faltam legislação ade-

quada, educação no trânsito e fis-calização”, diz, citando tambéma tensão constante entre motoci-clistas e os demais agentes dotrânsito.

“O elevado risco-motocicletadeveria ser compensado com umalegislação que pudesse tornar maissegura a vida, não apenas dos mo-tociclistas como também dos pe-destres, vítimas dessa nova amea-ça no trânsito”, conclui o estudo.

“Mas isso não vem ocorren-do, e o meteórico crescimento nonúmero de vítimas indica a mag-nitude dessa inadequação. Propo-mos políticas específicas para aformação e o treinamento dosmotociclistas, a definição de re-quisitos específicos para serviçosde entrega e o reforço das cam-panhas educativas.”

Page 6: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

6 - o monatran Abril/Maio de 2011

Depois de duas remarcações, final-mente aconteceu o passeio demonstra-tivo proposto pela Prefeitura de Palho-ça, com a intenção de provar a viabili-dade técnica do Transporte Marítimo naRegião Metropolitana de Florianópolis.No dia 29 de abril, cerca de 90 pessoas(entre políticos, empresários e jornalis-tas) passearam, pelas baías Sul e Norte,a bordo da embarcação catamarã daMarinha do Brasil.

Como não podia ser diferente, oMONATRAN – Movimento Nacionalde Educação no Trânsito também este-ve presente com sua equipe de reporta-gem, bem como com o seu presidente,Roberto Alvarez Bentes de Sá.

A comodidade proporcionada porquatro aparelhos de ar condicionadosplit, dois aparelhos de televisão LCD,poltronas largas e confortáveis e banhei-ros a bordo chamou a atenção. Porém, avelocidade desenvolvida pela embarca-ção foi ainda mais surpreendente: 24nós, cerca de 46 km/h. “Uma velocida-de dessas, longe dos congestionamen-tos, com certeza, facilitará a vida de to-dos nós”, animou-se o jornalista DanielGonçalves.

Segundo o prefeito de Palhoça,Ronério Heiderscheidt, a viagem de Pa-lhoça à Florianópolis de barco levarácerca de 15 minutos, enquanto de ôni-bus o trajeto é feito em cerca de umahora. Para melhorar ainda mais, o custoprevisto para a viagem pelo mar é de R$4,00 - apenas 45 centavos a mais do queticket patamar quatro do transporte ro-

TRANSPORTE MARÍTIMOPasseio prova viabilidade do projeto

doviário. “Sem dúvida alguma umagrande vantagem para o usuário, já quenos dias de hoje: tempo é dinheiro!”,ponderou Gonçalves.

Confiante, Heiderscheidt esperainaugurar a nova modalidade num pra-zo de seis meses. “As avenidas das águasestão prontas. Nós não precisamos fa-zer grandes investimentos, não precisa-mos construir pontes, nem marginais.Mas, nós precisamos, sim, fazer com queos municípios envolvidos demonstremvontade política para implantar defini-tivamente o transporte marítimo em nos-sa região”, afirmou o prefeito.

Infelizmente, porém, foi justamentenesta questão do apoio intermunicipal

que o passeio quase “fracassou”. Naocasião, estava prevista a assinatura deum acordo de intenções que deveria serassinado pelos prefeitos deFlorianópolis, São José, Biguaçu e Go-vernador Celso Ramos, juntamente comPalhoça.

No entanto, com exceção deRonério, idealizador do passeio, nenhumprefeito convidado apareceu na viageme apenas a prefeitura da Capital e a deBiguaçu enviaram representantes.

Para o presidente do MONATRAN,Roberto Alvarez Bentes de Sá, a impres-são que dá é que os demais prefeitos ti-veram a intenção de boicotar o evento,a fim de não prestigiar o prefeito de Pa-lhoça. “Lamentavelmente, fica eviden-te que os interesses políticos pessoais,mais uma vez, superaram as questõessociais. No entanto, sabemos que esseprojeto só vai para frente se tiver umapoio efetivo de todas as cidades envol-vidas. Por isso, há a necessidade de dei-xar as vaidades de lado e pensar no bemcomum em prol da socie-dade”, enfatizou Bentes.

Mesmo com as ausên-cias citadas, assinaram odocumento o senadorCasildo Maldaner, repre-sentando o Senado; a de-putada estadual DirceHeiderscheidt, pelaAssembleia Legislativa; odeputado federal GeanLoureiro, pela Câmara;Ramon Wollinger, vice-

prefeito de Biguaçu, e João Ba-tista Nunes, vice-prefeito deFlorianópolis.

Desde a demonstração, a Pre-feitura de Palhoça tem corridoatrás da parte burocrática, visan-do um processo de licitação.

O catamarã usado no passeiopertence à Marinha e estava acaminho da Base de Alcântara,no Maranhão. Ronério aprovei-tou a passagem dele por SantaCatarina para solicitar o passeio.A embarcação suporta 120 pas-sageiros. O prefeito de Palhoçaacredita que com 10 exemplaresconsegue transportar 18 mil pes-soas por dia entre os cinco mu-nicípios. Isso sem falar dos mui-tos turistas que visitam as cida-des da Grande Florianópolis.

CIÚMES A BORDOApesar de alguns secretários e até

mesmo o prefeito da capital não demons-trarem interesse com a iniciativa de Pa-lhoça, em entrevista aos jornalistas, abordo do catamarã, o vice-prefeito deFlorianópolis, João Batista Nunes, adi-antou que no final do mês de maio tam-bém montará uma apresentação.

Segundo ele, a prefeitura trará à ca-pital catarinense exemplares de ônibusmarítimos. Os modelos ficarão disponí-veis por uma semana na cidade para apopulação de Florianópolis conhecer deperto esse tipo de transporte.

Nota do Editor: Se a prefeiturade Florianópolis agora concordacom a necessidade da implantaçãodo Transporte Marítimo, por quenão abraçar o projeto de Palhoça quejá está em andamento? Será por vai-dade?

Pe. Pedro Koehler, Prefeito de Palhoça Ronério Heiderscheidt, Roberto Bentes Sá,

presidente do MONATRAN e o Senador Casildo Maldaner no passeio demonstrativo

com o Catamarã

Passeio demonstrativo com o Catamarã nas baías Sul e Norte comprovou a viabilidade do projeto

Page 7: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

Abril/Maio de 2011 o monatran - 7

Ildo Raimundo Rosa *

A municipalização do Trânsito

* Delegado da Policia Federal. Ex-presidente do

IPUF – Instituto de Planejamento Urbano de

Florianópolis. Ex-secretário da Secretaria de Se-

gurança Públ ica e Defesa do Cidadão de

Florianópolis. Membro do Conselho Deliberativo

do MONATRAN - Movimento Nacional de Educa-

ção no Trânsito.

Apartir da aprovação do novo CÓ-DIGO DE TRÂNSITO BRASI-LEIRO estabeleceu-se claramen-te sua predominante tendência

municipalista, onde as cidades iriamgradativamente implantar sua JUNTA ADMI-NISTRATIVA DE RECURSO DE INFRA-ÇÃO (JARI) como também instituir sua auto-ridade de trânsito visando, acima de tudo, darefetivo cumprimento a Lei então aprovada.

Infrações graves tais como avançar o sinalvermelho, andar na contramão e exceder a ve-locidade permitida, estavam, portanto vincu-ladas a existência do órgão municipal, sob penade que, na sua falta, fossem desconsideradasas mais elementares regras de trânsito previs-tas na nova legislação, estimulando a impuni-dade e o caos em nossas vias públicas.

Assim sendo, além de surpreendente, é la-mentável que num dos estados mais avança-dos da Federação que é o RIO GRANDE DOSUL, 263 cidades, ou seja, mais da metade deseus municípios, ainda não integrem o SIS-TEMA NACIONAL DE TRÂNSITO estan-do por consequência impedidos de punirem

seus infratores, numa clara afronta à lei e aobem comum.

A tendência cada vez mais acentuada detentar atenuar tudo que diga respeito ao trân-sito, consolidando o que passou a ser tratadocomo modalidades “culposas” criou um la-mentável entendimento de que ao final tudose resolve com “cestas básicas” ou prestaçãode serviços a comunidade, sendo que nos pa-íses mais avançados, não existe impunidade,sendo as infrações praticadas no trânsito se-veramente punidas.

A partir dessa teia de descaso edescompromisso com a coisa pública é fácilconcluir o porquê das 40.000 mortes por anoprovocadas pelo trânsito brasileiro em dife-rentes modais, onde uma lei que deveria serprestigiada e considerada por todos, é visivel-mente diminuída e desrespeitada.

A outra dúvida é a de que se no RIOGRANDE DO SUL ocorre este descaso, qualserá a realidade dos demais estados da Fede-ração.

Por outro lado, percebe-se gradativamenteuma perversa transferência de competências

e atribuições, tanto da União quanto do Esta-do, para o município que conta para tanto coma menor participação no bolo tributário,desqualificando a representatividade, o que fazcom que pessoas capazes e competentes evi-tem concorrer a cargos municipais, deixandode por vezes, o caminho livre para “políticosprofissionais” que se assenhoram do poder emdetrimento da população.

Apesar do grande crescimento ocorrido nopaís nos últimos anos, especialmente no quediz respeito à recuperação de nossa economiae do prestígio internacional, ainda nos ressen-timos de uma classe política a altura de nos-sas mais legítimas aspirações, convivendo di-ariamente com graves denúncias envolvendogestores públicos que nem sequer se preocu-pam em dar cumprimento a lei no âmbito deseu próprio município.

Inadimplência

faz com que

órgãos de São

Paulo procurem

meios para

obrigar o

pagamento de

multas de

trânsito. Goiás

admite intenção

de copiar a

estratégia

Os índices de inadimplênciadas multas de trânsito obriga-ram os gestores a tomar medi-das drásticas para garantir opagamento delas. Hoje, o cus-to para expedir e enviar uma

INFRATOR ficará com nome “SUJO”multa do tipo leve ao motoristaé maior do que o valor que seráarrecadado por ela. Na capitalpaulista, os motoristas vão co-meçar a ter o nome inscrito naDívida Ativa do Município, fa-zendo com que a procuradoria-geral assuma a responsabilida-de pela cobrança, de formaamigável ou judicial. Caso odébito não seja saudado, onome do condutor poderá ficar“sujo” para o mercado,inviabilizando a assinatura definanciamentos ou créditos emlojas. E a medida já começa ase difundir: o DepartamentoEstadual de Trânsito (Detran)de Goiás já admite o uso da es-tratégia, sem definição sobre aimplantação.

Mesmo que o Superior Tri-bunal de Justiça (STJ) já tenhadecidido que o trânsito nãodeve dar lucro, a atitude dosórgãos gestores de trânsito se

deve à necessidade de tornar osistema economicamente viá-vel. Um em cada dez motoris-tas de São Paulo não pagaramas multas entre 2006 e 2009. Nototal, de acordo com a Compa-nhia de Engenharia de Tráfego(CET) do município, aproxima-damente 2 milhões de infraçõesnão foram quitadas.

A situação de Curitiba nãoé diferente: entre 20 e 30% dasmultas aplicadas pela Urbs (em-presa que administra o trânsitoe o transporte na capitalparanaense) não entraram nocaixa da empresa. Mesmo as-sim, a Urbs afirma que não pen-sa em adotar a estratégia na ca-pital paranaense.

Questionado pela reporta-gem se a medida está dentro dalei, o Departamento Nacionalde Trânsito (Denatran) diz nãoexistir impedimento. “Não ématéria regida pela legislação

de trânsito e sim da execuçãofiscal”, informou o órgão. Opresidente da Comissão deTrânsito da Seção Paraná daOrdem dos Advogados do Bra-sil (OAB-PR). Marcelo Araú-jo, tem uma opinião semelhan-te a do Denatran. “Não poderiahaver ilegalidade nisso. Há umadívida e existem os meios decobrança. É preciso garantir opagamento.”

Na avaliação de Araújo, po-rém, “sujar” o nome do infra-tor pode representar um reajus-te do valor das multas. A Uni-dade Fiscal de Referência(Ufir), que define os valores dasmultas, deveria sofrer adequa-ção diária, mensal ou trimestralpara acompanhar a inflação,mas foi extinta em 2000. Comoo Código de Trânsito Brasilei-ro (CTB) prevê a reposição dosvalores com base na Ufir, o va-lor das infrações não foi

readequado. “Se fosse levar emconta os dez anos sem aumen-to, o reajuste seria de 100%”,revela Araújo. Conforme oDenatran, tramita no Congres-so Nacional uma proposta dealteração do CTB para revisãodos valores.

Para a coordenadora do gru-po de pesquisa em trânsito etransporte sustentável, a profes-sora do mestrado em Psicolo-gia da Universidade Federal doParaná (UFPR) AlessandraBianchi, a medida dá peso àsmultas. “Dependendo da con-dição econômica, as pessoasprecisam de financiamento ouse cadastrar em lojas e não vãoconseguir.” Na avaliação deAlessandra, a proposta é bem-vinda. “Aumenta a percepçãodo risco. Se não houver paga-mento, algo constrangedor vaiacontecer [ao motorista infra-tor]”, diz.

Page 8: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

8 - o monatran Abril/Maio de 2011

2º Fórum sobre Mobilidade Urbana em FlorianópoA segunda edição do Fórum Inter-

nacional sobre Mobilidade Urbana, re-alizado em Florianópolis, nos dias 26e 27 de abril, terminou sem resultadospráticos para a capital catarinense, vistoque seus administradores públicos, quesão os que realmente têm poder de de-cisão para mudar o cenário da imobili-dade urbana vivida na cidade, nem sederam ao trabalho de comparecer aoevento.

De acordo com a organização doevento, diversas autoridades munici-pais, estaduais e federais foram convi-dadas para participar gratuitamente doevento. No entanto, todos deviam tercoisas muito mais importantes para fa-zer.

Curiosamente, uma comitiva daPrefeitura da Capital está se organizan-do para participar do quinto Congres-so Mundial da Rede Cities ForMobility, em Stuttgart, na Alemanha,entre os dias 3 e 5 de julho deste ano.Mas por que optar por discutir a mobi-lidade a partir de Stuttgart, ao invés daprópria cidade?

Além deles, muitos realmente inte-ressados no assunto mobilidade nãopuderam participar do Fórum, devidoa dificuldades na hora de se inscreverpelo site, ou ainda por simplesmentenão saberem da realização do evento.Mais uma vez, o Fórum Internacionalsobre Mobilidade Urbana foi divulga-do de forma muito restrita e a partici-pação elitizada, já que o custo para pre-senciar os debates com os maiores es-pecialistas do mundo no assunto va-riou de R$ 190 a R$ 790.

Órgãos como o Detran/SC, DNIT eaté mesmo o MONATRAN– Movi-mento Nacional de Educação no Trân-sito não foram convidados para o even-to.

Para a psicóloga RosângelaBittencourt, coordenadora de Campa-nhas Educativas do Detran/SC eConselheira do MONATRAN, eventoscomo este deveriam ter uma divulga-ção maior entre as pessoas diretamen-te envolvidas com a segurança no trân-sito, pois a falta da mobilidade causaalterações graves no comportamentodas pessoas que dirigem e podem ge-rar as mais diversas reações como a tãotemida agressividade. “Além de suges-tões para desafogar o trânsito, acredi-to que seria interessante discutir tam-bém meios para que o indivíduo não

alimente a raiva enquanto está presono congestionamento, a fim de que nãose torne uma bomba pronta para ex-plodir - enquanto dirige, em casa ouno bar”, adverte.

Já para o Dr. Ildo Raimundo Rosa,delegado da Polícia Federal e Conse-lheiro do MONATRAN, o que chamaatenção é que um evento que tem oapoio do Governo Federal e do Gover-no do Estado seja tão elitizado. “Quan-do a iniciativa deveria ser ampliada demodo que o usuário também pudesseparticipar. Afinal, todas as medidaspropostas dependem da ação dele e desua influência de mobilização com osdemais”, observa.

Dentre todos os assuntos discutidos,o grande “xis” da questão parece tersido a constatação da falta de um estu-do de demanda viária. “Isso porquesomente depois de uma avaliação quan-titativa de demanda origem-destino, opoder público terá condições de esco-lher modais de transporte que atendamas reais necessidades. Por enquanto, oque temos é apenas especulação”, acre-dita Ildo Rosa.

Outro tema importante foi adesmistificação em relação ao proble-ma das críticas por parte dos motoris-tas que pressionam o poder público aose depararem com medidas que visem

diminuir o uso do carro nos centros ur-banos. “A mudança nem sempre se fazpor consenso. Mas não é por isso quevamos desistir”, argumentou GuillermoPeñalosa, diretor-executivo da 8-80Cities, do Canadá.

Para concluir, é evidente que a fal-ta de um setor de engenharia de tráfe-go que seja produtivo, dinâmico e pre-sente prejudica a formulação de umaestratégia, de fato, eficiente para a mo-bilidade da capital. Infelizmente, o Ins-tituto de Planejamento Urbano deFlorianópolis (IPUF) parece estar àmargem da Prefeitura, amargando a ca-rência de uma estrutura política e ad-ministrativa fortes. Além disso, confor-me advertiu, Ildo Rosa, “um projeto demobilidade que deve levar 20 anos paraser concluído não pode ser administra-do por agentes públicos (eles têm man-datos a cumprir), mas sim, por técni-cos”.

Procurada pela equipe doMONATRAN, por indicação do supe-rintendente do IPUF Átila Rocha, a di-retora de Planejamento do IPUF, VeraLúcia Gonçalves da Silva, não quisconceder entrevista sobre a participa-ção do órgão no evento. Fato lamenta-do pela equipe de reportagem doMONATRAN, bem como por sua di-retoria.

“Aumentar vias e

estacionamentos, em uma

cidade com

congestionamentos, é

como alguém com

obesidade afrouxar o

cinto em vez de tentar

emagrecer”, declarou o

inglês Rodney Tolley, autor de

pesquisas sobre gestão de

tráfego ambiental e

caminhadas e uso da

bicicleta em planos de

transporte, ao comentar

sobre os investimentos feitos

na estrutura para carros.

“A mudança nem sempre

se faz por consenso”,

ressaltou Guillermo Peñalosa,

diretor-executivo da 8-80

Cities, do Canadá, referindo-

se à resistência dos

motoristas que pressionam o

poder público ao se

depararem com medidas que

visem diminuir o uso do carro

nos centros urbanos.

“O transporte público não

funciona se não se souber

para onde as pessoas

querem ir”, afirmou Giselle

Xavier, especialista e

professora da Udesc

(Universidade do Estado de

Santa Catarina), ao defender

a realização de um estudo

técnico de demanda viária,

executado e financiado pelo

poder público.

Page 9: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

Abril/Maio de 2011 o monatran - 9

polis termina com baixa participação de autoridades

Florianópolis é considerada a capital com a melhorqualidade de vida, estando entre as quatro melhores ci-dades para se viver no país, de acordo com relatório daONU. Ainda está longe de viver os maiores problemassociais das metrópoles brasileiras, exceto um deles: adeficiente mobilidade urbana. E tendo a oportunidadede evoluirmos nesse quesito através de um fórum técni-co, com informações absolutamente relevantes e com-preensíveis a todas as classes profissionais, surpreen-dentemente não foi notada a presença de políticos, osrepresentantes da sociedade que teriam os instrumentospara concretizar as boas ideias expostas.

E não precisamos achar que estamos longe do ideal,pois alguns gloriosos passos já foram dados em nossasterras, como a cidade de Curitiba, elogiada acertadamen-te pelo alemão Niklas Sieber, onde foi implantado o sis-tema BRT (Bus Rapid Transit), copiado em mais de 80cidades mundo afora. Uma pena que nossos governantesnão viram os gráficos do Sr. Sieber sobre a relação decustos entre o BRT, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos)e o metrô, que varia não somente pelo valor deimplementação do sistema, mas o de operação do mes-mo, já que os gastos com mão-de-obra diferem quantoao nível de desenvolvimento dos países.

Quando perguntei como deve ser feita a escolha domodal para uma cidade, considerando-se principalmen-te o orçamento (que no caso do Brasil é sempre o maiorentrave), de modo que não caia na obsolescência antesda recuperação do investimento, o palestrante explicouque a melhor forma é a busca pela integração dos meiosde transporte, pois a complementaridade expandiria acapacidade de desafogamento e implantação de novasopções futuras.

Se os representantes do povo estivessem sentadosnas poltronas do Teatro Pedro Ivo, adorariam a palestrado britânico Rodney Tolley, que tirou –literalmente –seus sapatos para defender a caminhada como a melhorforma para se deslocar. Em todos os aspectos, porque,não adianta, todo mundo anda! O Sr. Tolley deixou umareflexão interessante para os arquitetos e urbanistas, queprecisam projetar os espaços urbanos levando em con-sideração que o ato de caminhar não significa ir de Apara B, mas a exploração do percurso ‘entre’ A e B. Dis-se que é preciso a reformulação desse conceito de modoa recriar o hábito das pessoas, principalmente no queconcerne à saúde pública, pois no caso do sedentarismoamericano já foram computadas mais de 400 mil mortesem 2010. Já em relação ao aspecto da economia, pes-quisas teriam concluído que quanto mais lento é o per-curso, mais a população consome produtos. Ou seja,espaços indutores da observação, contemplação e con-vivência – sem deixar de lado a praticidade de desloca-

O Fórum segundo a visão deum Arquiteto e Urbanista

mento – fazem um bem danado aos cofres públicos. Naótica de Tolley, dentre as ações que devem ser tomadaspara otimizar a mobilidade urbana, cinco sãodeterminantes em relação ao trato com o pedestre: 1)Busca de informações; 2) Priorização ao pedestre; 3)Desenhos para cidades menos rápidas; 4) Elevação daimagem do pedestre; 5) Criação de política pública. Obritânico concluiu que os pedestres são o reflexo da qua-lidade de vida de uma cidade.

O alemão Claus Köhnlein levou ao público o exem-plo de Stuttgart, cidade reconstruída após a II GuerraMundial a partir da motivação da indústria automobilís-tica, que dos seus 1.400 km de pistas de rolamento, 900km delas têm velocidade limitada a 30 km/h. É mais dametade da cidade andando devagar, o que não nos fugi-ria de fazer a pergunta: “Stuttgart não para?!”. A res-posta está nas bicicletas. São dezenas de ruas intituladas‘Cycle Streets’, que não são exclusivas aos ciclistas (ape-sar de a sinalização horizontal cobrir toda a largura dapista), mas só passam carros de moradores, e ainda simcom velocidade limitada. Um modelo de transporte pú-blico só pode funcionar quando os modais se integram,o que depende da iniciativa política e da própriaconscientização da sociedade. Por exemplo, não se podeimplementar o sistema alemão chamado ‘Call A Bike’em qualquer cidade. Trata-se do aluguel de bicicletasatravés do modo menos dispendioso possível em rela-ção à mão-de-obra, pois elas são destravadas (roda tra-seira) com a simples inserção de um código recebidovia celular. Mas, é preciso haver a conscientização soci-al, já que as bicicletas ficam dispostas a céu aberto, de-pendendo única e exclusivamente do controle de retira-da e entrega de quem aluga o serviço. Curiosidade: emStuttgart, os 30 primeiros minutos são grátis!

Outro bom exemplo veio da Holanda, através da ex-posição de Ton Daggers que apresentou o conceito das“bicycle highways”, que seriam vias rápidas para bici-cletas, reflexo da seriedade com que o tema é tratadonaquele país, onde 80% dos estudantes do ensino médiochegam na escola pedalando sobre duas rodas.

A oportunidade de conhecer ideias tão significativasno campo da mobilidade não pode ficar restrita a quemquer fazer, mas deveria chegar aos ouvidos de quem podefazer

Que, pelo menos, essa coluna chegue às mãos dequem interessa...

VINICIUS BARBOSA é arquiteto e urbanista, es-pecialista em arquitetura e urbanismo sustentáveis.Com escritório em Florianópolis e Curitiba, desen-volve projetos na Região Sul. Mais informações emwww.viniciusbarbosa.com.br

“A oportunidade de

conhecer ideias tão

significativas no campo

da mobilidade não pode

ficar restrita a quem

quer fazer, mas deveria

chegar aos ouvidos de

quem pode fazer”,

observou Vinicius Barbosa,

especialista em arquitetura

e urbanismo sustentáveis,

ao comentar a ausência

dos políticos no evento.

“As vertentes das

propostas continuam

sendo nas mesmas”,

lembrou Ildo Raimundo

Rosa, delegado da Polícia

Federal e Conselheiro do

MONATRAN, aludindo à

falta de aplicabilidade das

sugestões do Fórum

anterior.

Page 10: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

10 - o monatran Abril/Maio de 2011

JUDICIÁRIO

Negada liminar a condenado por lesão corporal culposa na condução de veículo

A indenização devida à pessoavitimada, decorrente do SeguroObrigatório de Danos Pessoais cau-sados por Veículos Automotores deVias Terrestres (DPVAT) se identi-ficado ou não o veículo, pode sercobrada integralmente de qualquerseguradora que opere no comple-xo, mesmo o acidente tendo ocor-rido antes de 13 de julho de 1992.A data marca a entrada em vigor daLei n. 8.441/92, que alterou lei doDPVAT (Lei n. 6.194/1974), pos-sibilitando a cobrança.

Com esse entendimento, a Quar-ta Turma do Superior Tribunal deJustiça (STJ) manteve condenaçãodo HSBC Seguros Brasil S/A ao pa-gamento de indenização a um paique teve seu filho morto em decor-rência de acidente automobilístico.

O pai ajuizou, em 14 de novem-bro de 2002, ação de cobrança con-tra o HSBC objetivando o recebi-mento do seguro obrigatório. Sus-tentou que seu filho faleceu em

STJ concede direito a indenização integral do DPVAT por acidente

com veículo não identificado ocorrido antes de alteração em leimaio de 1987, em decorrência deum acidente de automóvel e que aseguradora não efetuou o paga-mento da indenização securitária,no valor correspondente a 40 sa-lários mínimos, e não devolveu adocumentação anexada ao proces-so administrativo.

O juízo da Comarca de Sarandi(PR) condenou o HSBC ao paga-mento do equivalente a 20 vezeso salário mínimo vigente em ju-nho de 1987, mais juros de morade 1% ao mês, a contar da cita-ção, aplicando ao caso a lei ante-rior de regência (Lei n. 6.194/74).

O Tribunal de Justiça doParaná, ao julgar as apelações daspartes, entendeu que a indeniza-ção, decorrente do seguro obriga-tório, pode ser cobrada de qual-quer operadora, mesmo tendoocorrido o acidente previamente àmodificação da Lei n. 6.194/74pela Lei n. 8.441/92.

Decidiu que, identificado ou

não o veículo envolvido, deve seraplicado o disposto no artigo 3º daLei n. 6.194/74, para condenar aseguradora a indenizar até o valorde 40 vezes o salário mínimo vi-gente quando do acidente, e jurosde mora a incidir cinco dias apósa apresentação da documentaçãonecessária ao recebimento da in-denização.

O HSBC recorreu, então, aoSTJ. Sustentou a violação ao prin-cípio da irretroatividade da lei,pois o veículo causador do aciden-te não foi identificado e o disposi-tivo que rege a hipótese seria oartigo 7 da Lei n. 6.194/74, pois aLei n. 8.441/92 é posterior ao fatogerador da indenização, tendo oautor (pai da vítima) direito a ape-nas 50% da verba indenizatória.

Alegou, ainda, ser cabível cor-reção monetária apenas a partir doajuizamento da ação e que os ju-ros de mora devem incidir a con-tar da citação.

Casos anteriores - Em seu voto,o relator, ministro Luis FelipeSalomão, destacou que o STJ, mes-mo para casos anteriores à Lei n.8.441/92, entende que a ausência depagamento do seguro não é motivopara recusa ao pagamento da inde-nização.

“Na verdade, não se concebeque o seguro, que tem fim inequi-vocamente social, possa concedera quem dele mais necessita apenasmetade da indenização a que faz jusaquele que sabe a identificação doveículo e que, por conseguinte,pode mover ação em face do con-dutor e/ou proprietário. Ademais, aredução da indenização, em caso deo veículo não ser identificado, nãose mostra razoável”, afirmou.

Quanto à correção monetária, oministro afirmou que o termo ini-cial de incidência é a data do sinis-tro coberto pelo seguro DPVAT. Jáos juros de mora devem incidir apartir da citação.

O ministro do Supremo Tri-bunal Federal (STF) RicardoLewandowski negou pedido deliminar formulado no HabeasCorpus (HC) 108258 porRonaldo da Costa, condenadopela justiça de primeiro grau doRio Grande do Sul por ter pro-vocado, em janeiro de 2003,lesões corporais a duas pesso-as na condução de veículoautomotor e fugido, em segui-da, sem prestar socorro.

Condenado em primeirograu pela prática do crime pre-visto no artigo 303 (duas vezes)do Código de Trânsito Brasilei-ro – CTB (lesão corporalculposa na direção de veículo),em concurso formal (artigos 69e 70 do Código Penal – CP),mas absolvido da acusação doscrimes previstos nos artigos 305e 306 do CTB (fuga do localdo acidente e embriaguez ao

volante), ele pedia a suspensãoliminar dos efeitos da condena-ção e, no mérito, o reconheci-mento da nulidade da sentença.

RECURSOS - Tanto a acu-sação quanto a defesa recorre-ram da decisão de primeiro grauao Tribunal de Justiça do Esta-do do Rio Grande do Sul (TJ-RS). Lá, a defesa obteve provi-mento parcial do seu recurso,tendo o TJ reconhecido a deca-dência do oferecimento da re-

presentação criminal em rela-ção às lesões corporais.

Em contrapartida, também aacusação obteve provimentoparcial de seu recurso. É que oTribunal condenou Ronaldopelo delito previsto no artigo306 do CTB (direção sob influ-ência de álcool).

Contra essa decisão, a defesaimpetrou HC no Superior Tribu-nal de Justiça (STJ), cuja QuintaTurma o indeferiu. Em face dadecisão do STJ, por sua vez, elarecorreu ao STF, via HC.

ALEGAÇÕES - Entre asalegações da defesa estão a deque ocorreu “decadência do di-reito de representação ou a nu-lidade do processo ab initio(desde o seu início), por ausên-cia de representação para oprocessamento de ação penalpela prática do delito de embri-aguez ao volante”, em razão do

que dispõe o artigo 291 doCTB que, ao fazer remissão aoartigo 88 da Lei 9.099/1995,exige a representação para odesencadeamento de ação penalpela prática do referido crime.

Sustenta, também, que, ten-do o TJ-RS reconhecido a deca-dência para o oferecimento de re-presentação pelo delito de lesãocorporal culposa, igual soluçãodeveria ser aplicada ao crime deembriaguez ao volante.

Assim, pede que, se não forreconhecida a decadência, queo processo seja anulado desdeseu início, em virtude da ausên-cia de representação para o cri-me de embriaguez ao volante,o que acarretaria a prescriçãoda pretensão punitiva, tendo emvista que o fato ocorreu em 26de janeiro de 2003.

Alega, ainda, atipicidade daconduta prevista no artigo 306

do CTB, sustentando que taldispositivo passou a exigir, coma edição da Lei 11.705/2008, acomprovação da dosagem espe-cífica de álcool no sangue doagente, o que não se verificouno caso concreto.

DECISÃO - Ao decidir,entretanto, o ministro RicardoLewandowski observou que “aconcessão de liminar em habeascorpus se dá de forma excepci-onal, nas hipóteses em que sedemonstre, de modo inequívo-co, dada a natureza do própriopedido, a presença dos requisi-tos autorizadores da medida.Em um primeiro exame, tenhopor ausentes tais requisitos”.

Tais requisitos são a fuma-ça do bom direito (fumus boniiuris) e o perigo na demora dadecisão. O HC ainda será jul-gado no mérito pela PrimeiraTurma da Suprema Corte.

Page 11: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

Abril/Maio de 2011 o monatran - 11

A Câmara analisa oProjeto de Lei 131/11,do deputado AntonioBulhões (PRB-SP), quetorna infração grave (cin-co pontos na carteira dehabilitação) o usoindevido de vagas de es-tacionamento para ido-sos e portadores de defi-ciência física. Hoje, oCódigo de Trânsito Bra-sileiro (Lei 9.503/97)não prevê punição específica para ocaso, e determina apenas que esta-cionar o carro em desacordo com asinalização para vagas exclusivasseja considerado infração leve (trêspontos na carteira), punida com mul-

Pena para ESTACIONAMENTO INDEVIDO emvaga de idoso ou deficiente pode aumentar

Em dois anos, redução de 32% no nú-mero de mortos em acidentes de trânsito noestado. Bem mais que o desempenho nacio-nal, que ficou em 6,2%, de acordo com da-dos do Ministério da Saúde repassados à LeiSeca. O número de flagrantes também dimi-nuiu com o passar dos meses e, se no início,cerca de 15% dos motoristas abordados apre-sentavam no teste do bafômetro índice deconsumo de álcool superior ao permitido,hoje esse número não passa de 7%.

A Operação Lei Seca, promovida a po-lítica pública, desponta como principal res-ponsável pela queda nos índices. Nascidada necessidade de fazer respeitar a Lei11.705, que praticamente proíbe que con-dutores de veículos consumam bebida al-coólica, para o coordenador da operação,major Marco Andrade, “o estado tem feitoa sua parte e o caráter perene da atividade éfundamental para os resultados alcançadosnestes dois anos. Os motoristas hoje só têmuma certeza, a de que tem blitz da Opera-ção Lei Seca”, decreta.

A multa para motoristas flagrados ex-cedendo o limite de 0,2 grama de álcoolpor litro de sangue custa R$ 957 e, em doisanos, foram aplicadas mais de 76.580 in-frações, das quais 31.830 por excesso deálcool no sangue.

Exemplo – O desempenho da Lei Secaestá motivando outros estados a fazerem omesmo. Há um mês, o Rio Grande do Sulenviou equipe sob coordenação do vice-go-vernador para conhecer a estrutura da ope-ração. Um mês antes, o governo de Minas

RIO DE JANEIRO DÁ O EXEMPLO

Lei Seca vira a melhor aliada da vida

Blitzes criadas há dois anos

fazem com que média de

acidentes fatais do estado

do Rio caia em ritmo bem

acima da média nacional

Blitzes criadas há dois anos

fazem com que média de

acidentes fatais do estado

do Rio caia em ritmo bem

acima da média nacional

Gerais já havia enviado pes-soal com o mesmo propósi-to: conhecer a operaçãopara adaptá-la às necessida-des do estado.

Linha dura – Duranteestes dois anos, uma série defiguras públicas, como artis-tas e políticos foram detidospela blitz, que tem a famade não aceitar “carteirada”.O último deles, justamenteo senador e ex-governadorde Minas, Aécio Neves.

O político se recusou afazer o teste do bafômetro eestava com a carteira de ha-bilitação vencida. Por isso, foi multado em R$ 957. Aassessoria de Aécio infor-mou que o exame não foifeito porque a carteira vencida já o impos-sibilitava de dirigir e que um taxista foi cha-mado para conduzir o veículo no trajeto devolta para casa.

Segundo o ex-coordenador da Opera-ção Lei Seca, Carlos Alberto Lopes, estetambém é um dos fatores de sucesso da ope-ração, “fazendo valer o Art. 5º da Consti-tuição Federal que diz que “todos são iguaisperante a lei, sem distinção de qualquernatureza...”, escreveu ele em recente arti-go.

Conscientização – Além do braço pu-nitivo da operação, existe a preocupação emconvencer as pessoas dos perigos da mis-

tura direção e álcool. Para isto, 26cadeirantes trabalham visitando diariamentebares e casas noturnas. Todos foram víti-mas de acidentes de trânsito e dedicam parteda vida a tentar evitar que a história se re-pita com outras pessoas.

Eles fazem parte da alarmante estatísti-ca de meio milhão de pessoas feridas todosos anos em acidentes de trânsito. A meta éconvencer as pessoas de que acidentes nãoacontecem apenas com os outros.

“A intenção por trás de todo o trabalhoé fazer com que as pessoas reflitam e nosajudem a salvar vidas. Todos podem se di-vertir, mas é muito importante ter consci-

ência de que não se pode pegar a direçãocaso você tenha bebido. São cerca de 35mil mortes por ano no Brasil em acidentesde trânsito e em 75% dos casos, o motoris-ta estava alcoolizado”, explica o majorMarco.

Segundo o coordenador, o papel doscadeirantes é fundamental, pois ajuda a pre-venir os acidentes. “Eles são provas vivasde que tudo pode acontecer a qualquer pes-soa. Faz com que jovens e pessoas de maisidade tenham em mente que ninguém estáimune a acidentes de trânsito, mas que boaparte deles pode ser evitada obedecendo asleis e seguindo as regras”, finaliza.

ta e remoção do veículo.A proposta também inclui os esta-

cionamentos, externos ou internos, deprédios públicos ou de uso coletivoentre os locais sujeitos a fiscalização.Atualmente, esses estacionamentos

não são considerados vias terrestresabertas à circulação pública, e, porisso, não são fiscalizados pelos órgãosde trânsito.

O autor do texto diz que seu pro-pósito é garantir o direito das pessoasidosas e portadoras de deficiência fí-sica de estacionarem nas vagas a elasdestinadas. “Não é preciso ser muitoperspicaz para perceber que essas va-gas são muitas vezes ocupadas porpessoas que estão longe de atenderaos requisitos necessários”, ressalta.“Para que os reais detentores do di-reito não se vejam obrigados a esta-cionar em locais distantes do seu des-tino, e das rampas que lhes permitema acessibilidade, é que propomos es-sas alterações”, acrescenta Antonio

Bulhões.Em setembro de 2007, a Câmara

aprovou projeto semelhante (PL 4124/98), do ex-deputado Paulo Rocha, queconsidera infração de naturezagravíssima o estacionamento irregu-lar em vaga destinada a portador dedeficiência física. A proposta aindaaguarda análise da Comissão de Cons-tituição, Justiça e Cidadania do Se-nado.

TRAMITAÇÃO - O PL 131/11 tramita em caráter conclusi-vo e será analisado pelas comis-sões de Seguridade Social e Fa-mília; de Viação e Transportes;e de Constituição e Justiça e deCidadania.

Page 12: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

12 - o monatran Abril/Maio de 2011

Algumas infrações de trânsitosão previstas no código como cri-mes. São as de alto poder ofensi-vo, que ameaçam a vida e a inte-gridade das pessoas.

Destacam-se nesse elenco, ohomicídio e a lesão corporal na di-reção de veículos, não prestar socor-ro à vítima, fugir do local do aci-dente, dirigir alcoolizado, dirigirsem habilitação ou com ela vencida,dirigir com habilitação suspensa,participar de pegas ou rachas, en-tregar a direção de veículo a pesso-as não habilitadas, entre outras.

As penalidades aplicadas, alémdas sanções administrativas comomultas pecuniárias, multasreparatórias, suspensão temporáriaou cassação definitiva da CNH,preveem também a privação de li-berdade, com detenções que vari-am de seis meses a quatro anos deprisão.

DÉCADA DE SEGURANÇA NO TRÂNSITOCOMO CONTRIBUIR PARA A REDUÇÃO DOS CRIMES DE TRÂNSITO

Projeto de

Lei já

aprovado

na

Câmara

dos

Deputados

cria Penas

Alternativas

para

Crimes de

Trânsito

Ocorre que a legislação penalpermite que as penas de prisão, comprazo inferior a quatro anos, sejamconvertidas pela autoridade judici-al, que determina ao condenado umoutro tipo de compensação à socie-dade pelo mal provocado.

Essa prática é comumente co-nhecida como PENA ALTERNA-TIVA. Há algumas formas jáconvencionadas, mas a que é maisintensamente aplicada é o paga-mento de cestas básicas para insti-tuições beneficentes.

Essa penalidade sempre sooucomo mais uma ofensa à já tãoofendida família de vítimas de trân-sito que veem na medida uma“precificação” das preciosas vidasirremediavelmente perdidas quepassam a valer, na visão da socie-dade, o mesmo que alguns poucosquilos de arroz, feijão ou farinha.

Para corrigir essa interpretação

equivocada o projeto de lei 798/07do Deputado Hugo Leal (foto aci-ma) que já foi aprovado na Câma-ra dos Deputados e encontra-se noSenado, institui como pena alter-nativa para os crimes de trânsito aprestação de serviço público nasequipes de resgate e de socorro emacidentes, nos hospitais públicos de

emergências e nas instituições derecuperação e reabilitação motora.

Segundo as associações de ví-timas e alguns especialistas, o pro-jeto de lei, tem três grandes virtu-des.

A primeira delas é uniformizarem todo o país a aplicação das pe-nas alternativas aos condenados notrânsito dando base legal e legíti-ma às decisões judiciais.

A segunda, garantir à socieda-de a compensação social pelo deli-to cometido, através da prestaçãode efetivo serviço em atividadespúblicas de extrema importância.

Por fim, conferir à penalidadeum conteúdo pedagógico, atravésdo contato cotidiano do condena-do com as situações de dor e de-sespero de outras vítimas, que cer-tamente influenciarão definitiva-mente no seu comportamento fu-turo como motorista.

No dia 29 de abril, a AssociaçãoNacional de Transportes Públicos,o Conselho Estadual para Diminui-ção de Acidentes de Trânsito eTransporte, o Instituto de Engenha-ria se reuniram para finalizar o Pla-no Nacional de Ações de Reduçãode Acidentes como proposta brasi-leira para a Década de Ação pelaSegurança no Trânsito (2011-2020),instituída pela ONU.

O documento - elaborado com acontribuição de ministérios, secre-tarias, Poder Legislativo, órgãos pú-blicos estaduais e municipais, alémde ONGs e outras instituições da so-ciedade civil - constitui a propostade estabilizar e em seguida reduzirem até 50% o número de mortos eferidos decorrentes de acidentes detrânsito.

Segundo informações disponibi-lizadas pela OMS - OrganizaçãoMundial da Saúde - como referênciaaos organizadores desta ação global(nos documentos Plano Mundial paraa Década de Ação pela Segurança noTrânsito 2011-2020 e Conjunto deferramentas para organizar os even-tos de lançamento), os países queconseguiram atingir os maiores gan-hos em segurança viária o fizeramcom o envolvimento de todos os se-tores relevantes da sociedade.

Plano Nacional de Ações de Redução deAcidentes é apresentado ao governo

Proposta estima a

estabilização e

consequente redução

de 50% do número de

acidentes.

como a década de ações para a se-gurança viária, com o objetivo de di-minuir drasticamente os acidentesde trânsito em todo o mundo”, dis-se a líder maior da nação brasileira.

Para o gerente de Educação noTrânsito da CET/SP, Luiz CarlosNéspoli, que também integra o gru-po de trabalho, um dos aspectosmais relevantes do plano apresen-tado é a proposta de um sistema degestão e de um observatório nacio-nal sejam os mais importantes doPlano. “Nele, está sugerido que cadaórgão do Sistema Nacional de Trân-sito (SNT) tenha um planejamentode ações locais que ataquem os prin-cipais fatores de risco: álcool, velo-cidade, avanço de sinal, ultrapassa-gens proibidas; e este planejamentolocal precisa ser conhecido pelo Ob-servatório. É importante ter um sis-tema de gestão de informações, emespecial a estatística de acidente detrânsito confiável, para servir comobase para avaliar a evolução dasações”, afirmou.

Além disso, Néspoli destaca aproposta de fortalecimento da ges-tão federal, com a criação daautarquia Denatran, ou até mesmo,como uma secretaria de um Minis-tério, já que é o órgão da coordena-ção do SNT.

O lançamento da Década, acon-teceu no dia 11 de Maio, quando ogoverno federal, por meio dos Mi-nistérios da Cidade e da Saúde,apresentou o Pacto Nacional paraa Redução dos Acidentes de Trân-sito. Segundo a presidente DilmaRousseff, “o plano, com medidaspara reduzir as lesões e mortes notrânsito, vai prever ações de fiscali-zação, educação, saúde, infraes-trutura viária e segurança veicular.“Esta iniciativa está alinhada com aResolução das Nações Unidas queproclamou o período de 2011 a 2020

TRÂNSITOHomens mais distraídosque as mulheresSegundo pesquisa, homensestão duas vezes maispropensos a bater o carro pordistração do que as mulheres

Às mulheres que se cansaram de ouvir ofensasno trânsito, a revanche: os homens são piores mo-toristas e duas vezes mais propensos a bater o carropor distração, de acordo com uma pesquisa da se-guradora de carros Santander, divulgada no jornalDaily Mail.

O levantamento constatou que apenas 5% daspessoas do sexo feminino causaram um acidentepor não prestar atenção, contra 11% das do sexomasculino. Além disso, 30% deles e 20% delas con-fessaram quase colidir por não ficarem alertas.

Entre os motivos de distração estão ajustar o somdo carro, comer, barbear, retocar maquiagem, ler li-vro. Beijar o passageiro e falar ao celular tambémfiguraram na lista. Embora 96% admitiram que es-crever mensagem ao volante é um comportamentoperigoso, cerca de 20% disseram ter cometido o erro.

O estudo foi feito após a constatação de que oshomens têm, em média, seis vezes mais pontos emsuas carteiras do que as mulheres. Mas apesar dasevidências de que o sexo masculino é mais “bar-beiro” que o feminino, recentemente o Tribunal deJustiça Europeu decidiu que era injusto que elespagassem mais pelo seguro de carro. Segundo a pu-blicação inglesa, a partir de dezembro de 2012, ovalor pago por ambos os sexos será o mesmo.

Page 13: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

Abril/Maio de 2011 o monatran - 13

ESPAÇO LIVRELuiz Graziano *

Leitores que queiram opinar sobre assuntos

relacionados ao trânsito, podem encaminhar seus artigos para [email protected]

Vivemos um tempo em que o caos no trân-sito é provocado pela imprudência demotoristas estressados, sobretudo pelosconstantes congestionamentos e filas.

Todo brasileiro sonha atingir 18 anos de idade,obter sua habilitação e comprar seu carro próprio.Acredita ele que assim adquirirá independência enão mais sofrerá com o caótico transporte coletivo.

É uma doce ilusão. O brasileiro está realizandoseu sonho de comprar o carro próprio, mas não podedesfrutar porque está vivendo um inferno nas viasurbanas e rurais (rodovias). Os congestionamentossão uma constante e, infelizmente, a continuar estavenda crescente de veículos, a situação irá se agra-var nos próximos anos.

Verifica-se que, em média, cada automóvel queentra na Ilha de Santa Catarina transporta uma ouduas pessoas. O automóvel é um meio de transporteeminentemente individual. Não há vias para tantosautomóveis e não há estacionamentos para todosestes veículos.

A solução para este problema passa, necessaria-mente, por uma melhoria significativa do transportecoletivo, tanto em termos de qualidade quanto emquantidade.

As denúncias de excesso de passageiros nos ôni-bus que fazem o transporte intermunicipal de passa-

geiros entre Itajaí e Porto Belo/Tijucas, parando aolongo da BR 101 para embarque e desembarque,levaram a PRF a fiscalizar este tipo de transporte.Apesar dos ônibus estarem lotados nos horários depico, poucas vezes a PRF pode fazer algo, já que alegislação do DETER (Instrução Normativa nº 07/1991) permite que estes ônibus transportem até 60%da lotação de passageiros sentados, em pé. Assim, amaioria destes ônibus possui capacidade para trans-portar 50 passageiros sentados e, em conseqüência,30 passageiros em pé. Estes passageiros normalmen-te são transportados quando se dirigem ao trabalhoou no final de um dia de serviço, de forma totalmen-te desconfortável, sem qualquer segurança, em fran-ca contradição aos princípios da dignidade humanae da segurança. Vale ainda lembrar que a legislaçãopermite que os ônibus que fazem o transporte den-tro da cidade transportem 100% da lotação de pas-sageiros sentados, em pé. Assim, um ônibus comcapacidade para 45 pessoas sentadas, pode transpor-tar mais 45 pessoas em pé.

Uma fiscalização do DETER realizada recente-mente no posto da PRF de Itapema confirmou estasituação e, questionados, os próprios fiscais do DE-TER afirmaram que esta legislação tem que ser al-terada imediatamente, mas disseram que as empre-sas possuem grande influência política e econômica

e dificilmente a legislação será alterada.Os passageiros não possuem outra opção de trans-

porte e têm que se sujeitar a esta situação degradan-te. Além disso, a contradição da legislação é flagran-te. Enquanto todos os veículos, em regra geral, de-vem possuir cinto de segurança para todos os ocu-pantes e crianças são obrigadas a serem transporta-das em assentos especiais, neste tipo de transportepermite-se viajar em pé, sem as mínimas condiçõesde conforto e segurança e este tipo de veículo estáisento da obrigatoriedade do cinto de segurança.

Conclui-se, então, que não há qualquer incenti-vo para o transporte coletivo, somente fazendo usodele aqueles quem não têm condições de adquirir oseu veículo próprio, o que servirá para agravar oproblema do caos no trânsito.

O PASSAGEIRO DESTES ÔNIBUS SÃO ME-NOS IMPORTANTES DO QUE OS OCUPANTESDOS OUTROS VEÍCULOS OU ESTAS EMPRE-SAS ESTÃO ACIMA DOS PRINCÍPIOS DA LEI?SE TIVÉSSEMOS UM TRANSPORTE COLETI-VO DECENTE, TERÍAMOS MENOS AUTOMÓ-VEIS CIRCULANDO E CAUSANDO TANTOSCONGESTIONAMENTOS?

* Este artigo foi escrito pelo Inspetor Luiz Graziano,

Policial Rodoviário Federal, a pedido do MONATRAN

– Movimento Nacional de Educação no Trânsito.

TRANSPORTE COLETIVO DE QUALIDADE E QUANTIDADE SUFICIENTEPODE RESOLVER O PROBLEMA DO CAOS NO TRÂNSITO?

Muito mais do que um pro-blema catarinense, a violênciano trânsito é um mal que as-sola todo Brasil e também ou-tros países. A preocupaçãocom essa temática alcança ta-manha proporção que a Orga-nização das Nações Unidas(ONU) decidiu intervir e pro-clamou o período entre 2011e 2020 como a Década Mun-dial de Ações de Segurança noTrânsito. O objetivo principalé fomentar a reunião de esfor-ços para conter a crescentetendência de vitimização emacidentes no trânsito.

Diante desse cenário e re-conhecendo seu papel para aconstrução de um trânsitomais seguro, a unidade

I Seminário Catarinense de Segurança no TrânsitoPolícia Rodoviária Federal promove seminário para discutir década global pela segurança

catarinense da Polícia Rodo-viária Federal (PRF) está seorganizando para promover oI Seminário Catarinense deSegurança no Trânsito.

Com o tema “SantaCatarina e a Década Mundialde Segurança no Trânsito:como o Estado pode tirar pro-veito dela”, a intenção é dis-cutir o problema sob uma óti-ca multifacetada e, assim, des-pertar nas pessoas a importân-cia da responsabilidade quetodos têm para a prevenção deacidentes e a preservação davida no trânsito .

O evento, organizado pela5ª Delegacia da PRF emLages, será realizado nos dias28 e 29 de junho no auditório

da Universidade do PlanaltoCatarinense (Uniplac).

Lançamento – No últimodia 9 de maio, na Sede da 8ªSuperintendência da PolíciaRodoviária Federal aconteceuo lançamento oficial do “1ºSeminário Catari-nense de

Segurança no Trânsito”.O seminário está organiza-

do com base nos cinco pilarespropostos pela ONU: gestãodo sistema de trânsito,infraestrutura viária, seguran-ça veicular, comportamentodas pessoas e atendimento às

vítimas.Dentre os palestrantes, já

estão confirmados RaimundoColombo, Governador do Es-tado de Santa Catarina; J.Pedro Côrrea, idealizador doPrograma Volvo de Seguran-ça no Trânsito; e CarlosAlberto Guglielmi Eid, médi-co da Abramet.

As inscrições são gratuitase podem ser feitas por meio dosite www.uniplac.net/transito.Os participantes que tiveremfrequência integral ao eventoreceberão um certificado.

Participe! Você podefazer a diferença!

Page 14: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

14 - o monatran Abril/Maio de 2011

CARTAS

Convênio“Confesso que senti uma pontinha de inveja ao saber

que o Centro do MONATRAN será construído emFlorianópolis. (rs) No entanto, não poderia deixar deexternar minha satisfação por saber que um Centro im-portantíssimo como este será instalado dentro do nossopaís. Parabenizo a todos e aproveito para desejar que estainiciativa extrapole os limites territoriais de Santa Catarinae beneficie a todos nós.”

Osmar Cunha – Brasília/DF

Trânsito na escola“Fiquei muito feliz com a notícia do Centro de Estu-

dos sobre o Trânsito. Espero que esta iniciativa motiveoutras ações como a obrigatoriedade da disciplina de trân-sito no currículo escolar, desde a educação infantil.”

Dalva Muniz – Florianópolis/SC

Outra Ponte“Daqui a pouco, vão querer aterrar as Baías Norte e

Sul até emendar a Ilha ao Continente. Porém, se não hou-ver conscientização em prol do coletivo, qualquer inicia-tiva será ineficaz.”

Luís Lima – Florianópolis/SC

Quarta Ligação“Também não acredito na eficácia da construção de

mais uma ligação com a Ilha. Pra mim, a única solução é areeducação comportamental da população. Afinal, só elatem poder para cobrar um transporte coletivo de mais qua-lidade. Porém, antes, é necessário que as pessoas se con-vençam da necessidade de se deixar o carro na garagem.”

Roberto Lavras – São José/SC

Símbolo Catarinense“De fato, a Ponte Hercílio Luz é muito mais do que

uma ligação entre a Ilha e o Continente. É um símbolopara todos nós catarinenses. Ainda bem que o governodo Estado tem consciência disso e vai continuar com asobras de restauração”

Ulana Borges – Jaraguá do Sul/SC

Congestionamento“Tenho minhas dúvidas se um dia esse problema de

congestionamento será resolvido em nossa capital. En-quanto não houver uma mudança de paradigmas, qual-quer solução proposta será rapidamente desbancada peloaumento da frota de veículos.”

Carlos Brantes – Florianópolis/SC

Edifício-Garagem“Apesar de curioso para conhecer a tecnologia desse

tal edifício-garagem, acredito que o local escolhido parasua instalação vai incentivar que um número bem maiorde carros acesse o centro, provocando ainda mais con-gestionamentos.”

Sérgio Ricardo – Florianópolis/SC

Transporte Rodoviário“Realmente é inaceitável que um país do tamanho do

Brasil e com os recursos hídricos que possui, baseie seutransporte apenas no modal rodoviário. Espero que euainda viva para presenciar o dia em que nossosgovernantes irão resolver mudar de estratégia. No entan-to, até 2016, pouca coisa deverá ser feita se não estiverrelacionada com a Copa ou, posteriormente, com as Olim-píadas. O jeito é tentar viver saudável. (rs)”

Juliana Aparecida – Campo Grande/MS

Cultura da Paz“Sem dúvida alguma, a opção pela paz não significa

fraqueza. Além do fortalecimento do Estado e do Impé-rio da Paz, toda a sociedade sai fortalecida, em especialas gerações que estão por vir.”

Tiago Alves – Joinville/SC

PARABÉNS, GOSTEI!“Brilhante este trabalho dos senhores! A

seara é imensa e a colheita, às vezes, é rala. A educação no trânsito fica cada vez maiscomplicada à medida que mais veículos sãocolocados em circulação num espaço compoucas chances de ser ampliado. Nossa belaFloripa poderia ser diferenciada das demaiscapitais insulares, se adotasse um sistemamoderno de transporte marítimo como é emVeneza, Itália e Fort Lauderdelle, na Flórida.Anos atrás, um candidato esboçou esta ideiamas ninguém mais tocou no assunto. Seráque é o mesmo caso de nossas estradas as-sassinas? Fabricantes de pneus descartandoa ampliação da rede ferroviária, enquantoem outros países a modernização é umaconstante neste transporte bem mais segu-ro. Abraços à todos.”

Antonio Andre Soro – Lages/SC

Ao Presidente

“Ao receber o Jornal O Monatran, ano 02,número 17, me deparo com a matéria sobreviabilidade para futura construção de um Cen-tro Educacional de Trânsito. Como coordena-dor do Fórum Catarinense pela Preservaçãoda Vida no Trânsito (FCPVT), fiquei muitofeliz por esta conquista do MONATRAN. Que-ro pois, parabenizar aos atuantes colaborado-res da diretoria desta corajosa entidade tão bemdirigida por V. Sa. Queremos ainda nos irma-nar com V. Sa. para buscar alternativas paraviabilizar este sonho acalentado há dez anos ecolaborar no que for possível para suaefetivação.”

Endº Edemar Martins - Coordenador doFCPVT

Congratulação“Parabenizo o Monatran pelas futuras instalações a

serem construídas no Sapiens Parque. Parabéns, sucessoe contem conosco!”

Inspetor Leandro Andrade - NUCOM/SC – DPRF

Futuras Instalações“Meu coração se encheu de alegria ao ler a matéria

sobre o convênio com o Sapiens Parque. Ficarei na ex-pectativa para que a construção do Centro de Estudos ePesquisas sobre o Trânsito inicie o mais rápido possível.Parabéns a todos!”

Euclice Santos – Florianópolis/SC

Page 15: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

Abril/Maio de 2011 o monatran - 15

Não é novidade para quem vive nosgrandes centros urbanos do Brasil: está fi-cando caro andar sozinho de carro. Masmuitos não abrem mão do transporte indi-vidual. Quais as alternativas então? Caro-na e táxi são duas delas. “O táxi vai ter nofuturo um papel importante. Não só pelasrestrições de circulação, mas também pelafacilidade de comunicação e proximidade”,opina Rogério Belda, conselheiro da ANTP– Associação Nacional de Transportes Pú-blicos.

Mil reais por mês em táxi parecemuito. Mas não é.

Há três anos, o Cefipe (Centro de Estu-dos de Finanças Pessoais e Negócios) le-vantou todos os custos que incidem sobreum carro de R$ 40 mil - impostos, gastoscom manutenção e seguro, combustível,depreciação, rendimento se o dinheiro es-tivesse aplicado etc. – e conclui ser muitomais barato andar de táxi que de carro: ascorridas de táxi custariam aproximadamen-te R$ 1 mil por mês enquanto o custo men-sal com veículo próprio é de cerca de R$1.900.

Facilidade, custo, restrição veicular. Especialistas avaliam o uso do táxi e da carona como transportes

individuais que ganharão espaço com o aumento do congestionamento urbano

A jornalista Milena Miziara é uma quefaz uso constante do táxi. “Como posso ira pé para meu trabalho e em meu prédionão tem garagem, seria muito caro manterum veículo para este ficar parado em esta-cionamentos”, conta. Ela diz que em algu-mas situações faz falta não ter um veículopróprio, mas já encontrou alternativas.“Quando vou ao supermercado pego umtáxi para trazer as compras e quando rece-bo visitas em casa eu alugo um carro”,explica.

Mais que economiaRichard Darberá, autor do livro Ou

vont les taxis (sem edição brasileira, tra-duzido por onde estão os táxis), analisa ahistória e o contexto atual do serviço detáxi e afirma que não é só preço que defi-ne seu uso. Para ele, rapidez no atendimen-to é fundamental e por isso o serviço decentrais de atendimento com uso de GPSestão atraindo cada vez mais clientes.

Rogério Belda explica que no Brasilalgumas prefeituras já limitam o númerode táxis que podem estar ligados a umaempresa de geoprocessamento para não

virar monopólio. Quanto ao uso, Beldaexplica que há dois tipos de uso do táxi.Famílias que optam por ter apenas um car-ro na garagem no qual um dos membrosfaz o uso do táxi e também aqueles quesão mais radicais e não têm nenhum carro.“Um veículo acaba sendo um membro dafamília porque também exige cuidadosespeciais, seguro, manutenção e às vezesprecisa ir até no ‘hospital’”, brinca.

Projeto incentiva caronaDesde 2008, o projeto Carona Brasil

batalha para implantar uma cultura de ca-rona no Brasil por meio de um site queusa ferramentas de geoprocessamento paraauxiliar os usuários a encontrarem a me-lhor carona para o seu trajeto. E tudo degraça. “A grande dificuldade é o proble-ma da segurança. As pessoas ainda têmmuito receio de dar e pegar carona comquem ainda não conhecem”, diz FernandoDe Bellis, um dos criadores do projeto. Eleexplica que esse é o motivo de o site terum sistema de verificação de CPF e RG,além de uma série de dicas de segurançaaos usuários. “Até hoje, mais de dois anos

depois de ir ao ar, nunca tivemos nenhumincidente. Isso, em minha opinião, provaque dar carona é muito seguro e é a solu-ção mais rápida e eficaz para o iminentecolapso no transporte nas grandes cida-des”, afirma.

Mais de 15 mil pessoas já se registra-ram no site. Quase metade (49%) é habi-tante em São Paulo, onde o projeto sur-giu, mas o projeto tem abrangência nacio-nal. Além de proporcionar o encontro en-tre pessoas que podem dividir um carro,há também como dividir um táxi. A ferra-menta de busca é a mesma, apenas se clicano ícone do táxi e coloca a origem e desti-no e a data, o resto o site faz sozinho. “Elevai encontrar pessoas dispostas a fazer umtrajeto semelhante e mostrar tudo nummapa, aí é só escolher com quem se querdividir a corrida e mandar uma mensagem.Esse recurso é muito útil para idas e vin-das de aeroportos, shows e eventos”, con-ta De Bellis.

Serviço: para participar do CaronaBrasil, acesse www.caronabrasil.com.br

Táxi terá mais importância no cenário urbano

Já está virando moda! Se-gundo o Sindimotosp, hoje há 2mil cicloboys (bikeboys) na ca-pital paulista ante 200 milmotoboys. A explicação é sim-ples: além de, em muitos casos,o bikeboy conseguir fazer a en-trega em menos tempo que amoto, ainda existe o adicional denão poluir o ar e não acrescen-tar ruído à já ruidosa São Paulo.

De olho nesse mercado, aCarbono Zero Courier nasceu hápouco mais de cinco meses e játriplicou a sua equipe. “Nasce-mos com três bikers courier(nome preferido pelo ramo),agora já temos nove”, dizMambretti, chefe dos bikers.“Comparada a uma moto, quepolui mais que carro, a bike evi-ta a emissão de 72,9 gramas deCO2, segundo dados do depar-tamento britânico de tráfego.”

Dentre suas contas fixas, sedestacam a BM&F Bovespa,

conquistada no final do mês deAbril. Helder Ribeiro, de 30anos, vai ser o primeiro bikeboya trabalhar no setor de malote daBM&F, que preferiu uma bike aampliar seu quadro de trêsmotoboys.

“Temos a meta de neutrali-zar nossas emissões de gases doefeito estufa até 2012, ter umbikeboy integra essa estratégia”,explica a gerente de susten-tabilidade da bolsa, Sonia Fava-retto. “E poderemos ter mais.”

Verde e eficiente - Foi tam-bém a preocupação ambientalque fez a empresa de soluçõesem tecnologia 24\7id substituirum dos seus quatro motoboyspor um cicloboy. “Quando sou-be do serviço, fui logo atrás”,diz o presidente, IoshitoYagura, que é ciclista.

O que ajudou Yagura a con-vencer toda sua equipe que ainiciativa não era apenas “ver-de”, mas eficiente, foi o tempodo profissional no trajeto da

Avenida República do Líbanoaté a Chucri Zaidan, ambas nazona sul. “Ele levou 31 minu-tos, enquanto o comum é omotoboy fazer em 1 hora”, con-ta a diretora administrativa Vi-tória Hoffmann.

O titular dos pedais, Fabrí-cio dos Santos Lima, de 28 anos,explica: “A bike permite maismobilidade, dá para ir pelomeio-fio, se há muito trânsito, dápara descer e caminhar com elapela calçada, fora que é mais

Magrelas ganhammercado de fretede SP com apelosustentável etempo competitivo

BIKEBOYS se espalham pelas ruas (e rápido)fácil estacionar.” Quanto à con-vivência com seu par motoriza-do, garante que é tranquila.“Eles até dão passagem para agente. Só taxista que acha que agente está fazendo exercício”,conta.

Corpo atlético - Exercício,aliás, é algo para o qual obikeboy que se preze tem de es-tar preparado. Preparo físico,comer carboidrato e beber mui-ta água são pré-requisitos.

LÁ TEM...Estados Unidos - Os bicycle

messengers ou bike couriers sãocomuns nos grandes centrosamericanos. A atividade é bas-tante antiga no país. Surgiu pou-co depois da criação do velocí-pede, em 1860. Conta com as-sociações como a New YorkBike Messenger Association,que organiza até eventos.

Europa - Foi a partir da dé-cada de 1980 que a atividadeganhou mais expressão em ci-dades europeias, especialmenteapós campanhas de troca decombustíveis por pedaladas. EmLondres, os bikeboys são muitocomuns.

Page 16: Jornal O Monatran Abril/Maio de 2011

A CONCREMAT GERENCIACOM ORGULHO AS OBRAS

DE RESTAURAÇÃO DAPONTE HERCILIO LUZ

16 - o monatran Abril/Maio de 2011

O Brasil aderiu à campanha da ONU(Organização das Nações Unidas) parareduzir pela metade, até 2020, o núme-ro de vítimas de acidentes de trânsito. Acampanha foi lançada mundialmente nodia 11 de maio. No Brasil, o Cristo Re-dentor foi iluminado de amarelo, cor dealgumas placas do trânsito.

De acordo com a OMS (Organiza-ção Mundial de Saúde), o trânsito mata,por ano, 1,3 milhão de pessoas e deixacerca de 50 milhões de feridos em todoo mundo. “É exatamente para celebrareste lançamento mundial que o CristoRedentor, a Torre Eiffel em Paris, aMuralha da China, a Times Square emNova York e outros pontos do mundovão ficar iluminados de amarelo”, ex-plicou o consultor da OMS no Brasilpara a área de traumato-ortopedia, Mar-cos Musafir.

Em setembro, o governo anunciaráum pacote de medidas para tentar atin-gir a meta proposta pela OMS. O Brasilé o quinto país no ranking mundial deacidentes de trânsito, atrás de Índia, Chi-

na, Estados Unidos eRússia.

De acordo com dadosdo Ministério da Saúde,145,9 mil pessoas, vítimasde acidentes de trânsito,foram internadas no anopassado e tiveram trata-mento coberto pelo SUS(Sistema Único de Saúde).Um custo de cerca de R$187 milhões. Dos acidenta-dos, 78,3% eram homens ea maioria das pessoas internadas no pe-ríodo tinha entre 15 e 59 anos. A regiãoSudeste concentrou quase metade des-sas internações (44,9%).

As estatísticas revelaram ainda que,para cada grupo de 100 mil brasileiros,76,5 foram internados em 2010 em decor-rência de acidentes de trânsito. As maio-res taxas estão entre motociclistas: 36,4vítimas para cada 100 mil habitantes.

O ministro da Saúde, AlexandrePadilha, disse que o país vive uma epi-demia de acidentes envolvendo moto-

ciclistas. “O pacto de hoje é paraconscientizar estados e municípios. Nasaúde, vamos reforçar as ações de vigi-lância, de organização da rede de aten-ção de urgência e emergência. O maisimportante é que a gente possa ter re-gras e maior fiscalização”, disse.

Padilha defendeu ainda a aprovaçãode leis que estabeleçam metas de redu-ção de acidentes de trânsito para esta-dos e municípios e que determinem, in-clusive, a redução de repasses financei-ros para quem não alcançar os objetivos.

“Pintar a faixa de pedestre é mais bara-to do que ter que atender pessoas nopronto-socorro”, afirmou.

O ministro das Cidades, MárioNegromonte, cobrou o endurecimento daspenas para infratores no trânsito. Ele acre-dita que o país é capaz, na próxima déca-da, de alcançar a meta proposta pela OMSe reduzir pela metade o número de mortespor ano, das atuais 38 mil para 19 milmortes por ano. “Queremos fazer um PAC[Programa de Aceleração do Crescimen-to] pela vida”, concluiu.

Campanha de trânsito daONU ‘pinta’ CristoRedentor de amarelo

Campanha de trânsito daONU ‘pinta’ CristoRedentor de amarelo

A PONTE HERCILIO LUZ VAI FAZER MAIS DO QUE ENFEITARNOSSA PAISAGEM. EM BREVE ELA VOLTARÁ A SER IMPORTANTE

ARTÉRIA PARA O TRÂNSITO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS

A PONTE HERCILIO LUZ VAI FAZER MAIS DO QUE ENFEITARNOSSA PAISAGEM. EM BREVE ELA VOLTARÁ A SER IMPORTANTE

ARTÉRIA PARA O TRÂNSITO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS