jornal o monatran - outubro de 2012

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O Sistema Monotrilho oferece uma alternativa com propriedades diferenciadas em relação a outros sistemas de transporte público: não agride o ambiente flexibilidade na rota proteção baixo custo de construção. Cesar Souza Jr e o Trânsito da Capital Propostas anunciadas em prol da mobilidade, do bem estar e da segurança no trânsito, deverão ser colocadas em prática pelo prefeito eleito da Capital. Veja a entrevista do candidato, dada ao Jornal O MONATRAN, durante a campanha eleitoral. (Página 8) Dilma quer mudanças no comportamento de motorista no trânsito Página 4 Crianças conscientizam os pais para a redução de mortes no trânsito “Paradinha”, campanha do Ministério das Cidades, tem como objetivo reduzir mortes de crianças no trânsito. Página 6 Ministro Aguinaldo Ribeiro

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Jornal O Monatran - Outubro de 2012

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Outubro de 2012 o monatran - 1

O Sistema Monotrilho oferece uma alternativa com propriedades

diferenciadas em relação a outros sistemas de transporte público:

• não agride o ambiente• flexibilidade na rota • proteção

• baixo custo de construção.

Cesar Souza Jr e o Trânsito da CapitalPropostas anunciadas em prol da mobilidade, do bem estar e da segurança no trânsito, deverão ser colocadas em prática pelo prefeito eleito da Capital. Veja a entrevista do candidato, dada ao JornalO MONATRAN, durante a campanha eleitoral. (Página 8)

Dilma quer mudanças no comportamento de motorista no trânsitoPágina 4

Crianças conscientizam os pais para a redução de

mortes no trânsito“Paradinha”, campanha do Ministério das Cidades, tem como objetivo reduzir mortes de crianças no trânsito. Página 6 Ministro Aguinaldo Ribeiro

2 - o monatran Outubro de 2012

o monatran

EDITORIAL

Jornal do MONATRAN -Movimento Nacional de Educação no TrânsitoSede Nacional: Av. Hercílio Luz, 639 Conj. 911

Centro - Florianópolis / Santa Catarina – CEP 88020-000Fone: (48) 3333-7984 / 3223-4920E-mail: [email protected]

Site: www.monatran.org.br

DiReTORiA execuTivA:

Presidente: Roberto Alvarez Bentes de Sá

Diretores: Romeu de Andrade Lourenção Júnior José Carlos Pacheco Sergio Carlos Boabaid Luiz Mario Bratti Maria Terezinha Alves Francisco José Mattos Mibielli

Jornalista Responsável e diagramador: Rogério Junkes - Registro Profissional nº 775 - DRTRedatora: Ellen Bruehmueller - Registro Profissional nº 139/MS - DRTTiragem: 12.000 exemplaresDistribuição: Gratuita

Os artigos e matérias publicados neste jornal são de ex-clusiva responsabilidade dos autores que os assinam, não refletindo necessariamente o pensamento da direção do MONATRAN ou do editor.

NOTAS E FLAGRANTES

Desafios daMobilidade

Muito se fala sobre melhorar o trânsito e aumentar a mobilidade nas cidades no período eleitoral. Projetos, muitas vezes mirabolantes, são apresenta-dos, mas quais deles, de fato, se tornarão realidade ou realmente surtirão

o efeito desejado?Outra benesse do período eleitoral é o aumento da incidência de grandes repor-

tagens sobre o assunto trânsito e mobilidade. Dentre estas reportagens, gostaríamos de destacar uma publicada pelo Portal Terra, que entrevistou especialistas para discutir medidas práticas que o próximo prefeito de São Paulo poderá tomar para melhorar o transporte.

Intitulada “Obra viária não basta; prefeito deve ter estratégia”, as orientações transmitidas na matéria podem ser aproveitadas por prefeitos de todo o Brasil, es-pecialmente, os das grandes cidades.

Logo no início da matéria, as notícias não são nada positivas. Isso porque Renato Boareto, coordenador de mobilidade urbana do Instituto de Energia e Meio Ambiente, afirmou que para quem está dentro de um automóvel, a situação não tem como melho-rar a curto prazo. E a explicação é a mesma que nós, do MONATRAN – Movimento Nacional de Educação no Trânsito, já estamos falando há um bom tempo. “Com o aumento da renda média e do crédito da população, além de incentivos fiscais, como redução de IPI, a frota de automóveis só tende a aumentar - e mais rápido do que qualquer prefeito consegue construir ruas e avenidas”.

E é bem nesse ponto que aparece parte da explicação do título da reportagem. “É importante fazer (obras viárias), mas não se resolve o problema de mobilidade urbana só com elas. É como combater a obesidade aumentando o cinto da calça. Você só melhora o trânsito quando você deixa de usar o carro. Como fazer a pessoa não usar o carro? Estimular o uso do transporte público e desestimular o uso do transporte privado”.

O segundo especialista entrevistado, Ailton Brasiliense, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), falou sobre outro assunto muito defen-dido pelo MONATRAN: a necessidade da existência de um Plano Diretor. “A cidade precisa saber para onde ela pode crescer, onde ela pode adensar, onde pode ou não fazer construção. O prefeito deve ter sensibilidade para lançar mão do investimento mais adequado para cada região.”

E esta é outra questão que o MONATRAN também já repetiu algumas vezes. A solução para a mobilidade passa por mais de uma alternativa. Além disso, qualquer projeto deve ser adaptado à realidade local. Não adianta tentar importar ideias prontas e engessadas, pois cada caso é um caso.

Para finalizar, é importante lembrar que os próximos prefeitos terão um desafio adicional. Em janeiro de 2012, o governo federal sancionou a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12.587), que cobra dos municípios a organização dos transportes, serviços e infraestruturas para garantir a qualidade do deslocamento de pessoas e cargas.

As cidades que não tiverem criado um plano até janeiro de 2015 ficarão impe-didas de receber recursos orçamentários federais destinados à mobilidade urbana. Desta forma, cada prefeito terá que buscar coerência na expansão da infraestrutura, já que o desafio vai além da discussão técnica; é um desafio político. Não é disputa de quem vai fazer mais quilômetros disso ou daquilo, mas é a coerência do conjunto de projetos com os resultados que se pode ter.

Motoristas mais imprudentes do Brasil estão na Região Sul, diz PRF

Um levantamento da Polícia Rodoviária Federal mostra que os motoristas mais imprudentes do Brasil estão na Região Sul. O Paraná ficou no topo da lista, um primeiro lugar que não orgulha ninguém.

De janeiro a setembro, 863 mo-

toristas foram detidos porque es-tavam bêbados. O número ficou bem acima do segundo colocado, o Rio Grande do Sul, que registrou 543 prisões no mesmo período. Em terceiro, ficou o Estado de Minas Gerais, com 504 detidos.

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Cresce númerode mulheres queandam de moto nas grandescidades

A necessidade de ganhar tempo está fazendo com que as mulheres enfrentem os riscos e se entreguem à sensação de liberdade proporcionada pelas motos, mesmo nas grandes cidades. Segundo o Denatran, em 2008, 228 mil mulheres tiraram carteira de habilitação para pilotar motos. Em apenas três anos, esse número quase dobrou, chegou a 402 mil.

Volvo quer diminuiro stress no trânsitoA Volvo pretende acabar com o stress das filas de trân-sito. A marca sueca desenvolve uma nova tecnologia que segue automaticamente o veículo da frente

Este novo sistema baseia-se no apresentado no projecto SARTRE, de condução autônoma. O mecanismo vai possibilitar que um carro siga automaticamente o veículo da frente a velocidades de até 50 km/h.

“Esta tecnologia pretende retirar o stress da condução em situações de congestionamento, a parte do dia menos atrativa nas zonas urbanas”, diz Peter Mertens, vice-presidente do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Volvo.

Este novo sistema, chamado de “Assistente de Engarrafamento”, é uma evolução do cruise--control adaptativo e do assistente de manutenção na faixa de rodagem, ambos estreados pela Volvo no recém-lançado V40, ainda este ano, e entrará nos modelos de produção da Volvo em 2014.

Mal exemplo das “hermanas”Flagrante feito pelo leitor Leandro Andrade, na cidade argentina de Puerto

Iguazu (fronteira do Brasil com Foz do Iguaçu), na Ruta 12, uma importante rodovia que dá acesso às Cataratas argentinas.

“Certamente vocês saberão tirar proveito da foto para provocar a reflexão dos leitores do O Monatran quanto ao perigo/irresponsabilidade desse comportamento das hermanas”, escreveu nosso colaborador.

Outubro de 2012 o monatran - 3

PALAVRA DO PRESIDENTE Roberto Alvarez Bentes de Sá[email protected]

Código de TrânsiTo Brasileiro (lei nº 9.503, de 1997)

Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou

obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas;

II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo.

A cada eleição um fe-nômeno interessante acontece no âmbito da administração pública.

Evidencia-se tudo de bom que foi realizado pela situação e projetam--se ideias incríveis, que parecem ser muito fáceis de sair do papel. Por outro lado, partidos e coligações de oposição, destrincham todos os problemas da administração atual e lançam soluções ideais para velhos desafios. Em ambos os casos, se promete sempre o melhor! E é claro que em geral espera-se também o melhor!

Às portas de um novo ano, já envoltos por aquela magia da re-novação, Florianópolis e a maioria dos 5.568 municípios do Brasil já conhecem os nomes de seus ad-ministradores públicos e membros

do legislativo. Digo a maioria por conta da inédita aplicação da “Lei da Ficha Limpa”, que ocasionou o adiamento da proclamação dos prefeitos de 122 municípios, por estarem ainda aguardando decisão da justiça, sendo considerados por enquanto “Fichas Sujas”. Isso sem falar nos vereadores ‘sub judice’, que também aguardam por decisão final do Tribunal Superior Eleitoral.

Todavia, milhares de cidades brasileiras já vivem uma esperança renovada, na expectativa de um fu-turo bem melhor. Em Florianópolis, não poderia ser diferente.

Depois de um aguerrido proces-so eleitoral, com o sobe e desce nas pesquisas, veio, por fim, o resultado final. Cesar Souza Júnior, do PSD, foi eleito prefeito de Florianópolis com 52,64% dos votos válidos.

Aos 32 anos, Souza Júnior recebe a oportunidade de administrar uma das mais lindas cidades do Brasil, após ter sido eleito duas vezes depu-tado estadual e atuar na Secretaria de Turismo do estado.

Durante a campanha, Cesar afir-mou ser prioridade o crescimento ordenado de Florianópolis, questão importantíssima, que acaba por in-terferir diretamente no trânsito e na mobilidade da capital catarinense. Além disso, propôs muitas outras soluções específicas paras estas questões (propostas estas que estão novamente publicadas na página 8 desta edição).

Desta forma, nós do MONA-TRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito, estamos aqui também cheios das melhores expectativas, confiando que o pre-

feito eleito irá cumprir as promessas de campanha.

Aproveitando a oportunidade, não poderíamos deixar de parabe-nizar o segundo colocado nestas eleições, o deputado federal Gean Marques Loureiro, do PMDB, por sua atitude após a divulgação do resultado desta eleição. Loureiro se mostrou um grande democrata, desejando o sucesso da administra-ção vindoura.

Por fim, queremos ressaltar o nosso compromisso de acompa-nharmos cada passo da adminis-tração pública, com o objetivo de apontar as falhas, se houver, apresentar soluções e contribuir para um governo de êxito. Enfim, o que pudermos oferecer em favor da nossa cidade e da nossa gente. É tempo de renovação!

É tempo de renovação...

A Operação Lei Seca (OLS) já salvou a vida de mais de seis mil ci-dadãos em blitzes rea-lizadas nos últimos três anos no Estado do Rio de Janeiro.

Esses e outros re-sultados de uma das ações mais importantes do Governo do Estado estão reunidos no livro “Salvan-do Vidas - Drama e Esperança nas ruas do Rio de Janeiro”. As informações são da imprensa do estado.

Escrito pelo ex-coordenador-

-geral da Operação e chefe de ga-binete da Secretaria de Governo, Carlos Alberto Lopes, a publica-ção será lançada na quinta-feira (18/10), na Assembleia Legislati-va do Rio de Janeiro (Alerj).

Referência nacional, a experiência da Opera-ção Lei Seca já serviu de inspiração para 13 estados brasileiros.

A ideia do livro é mostrar o funciona-mento das ações, como a escolha dos locais das blitzes, além de esclarecer dúvidas em

relação ao teste com o etilôme-tro. Dividido em 40 capítulos e com prefácio escrito pelo gover-nador Sérgio Cabral, Salvando Vidas inclui ainda depoimentos dos cadeirantes que integram a

equipe, e de autoridades como os secretários da Casa Civil, Regis Fichtner, e de Governo, Wilson Carlos, além de pessoas abordadas nas operações reali-zadas na Região Metropolitana.

“A sociedade brasileira não tem conhecimento da gravida-de da situação de acidentes de trânsito em sua real dimensão. Por dia, 290 mil pessoas dirigem embriagadas. Anualmente, 62 mil pessoas morrem em aciden-tes de trânsito no Brasil. No Es-tado do Rio, são 2,5 mil mortes por ano. O livro, que foi escrito ao longo dos dois primeiros

anos da OLS, vai ajudar a po-tencializar essa iniciativa em todo o Brasil”, explicou Carlos Alberto Lopes.

Ações educativas em escolas, universidades e empresas são relatadas na publicação editada pela Livraria e Editora Man-ticore (www.manticore.com.br). O trabalho de voluntariado dos agentes da Operação Lei Seca, que já atuaram na ajuda às vítimas das chuvas e até em campanhas de doação de sangue em parceria com comitivas de taxistas, também estão nas 300 páginas do livro.

Operação Lei Seca, que já salvou mais de seis mil vidas, vira tema de livro

4 - o monatran Outubro de 2012

A presidente Dilma Rou-sseff disse, durante seu pro-grama de rádio “Café com a presidenta”, em 1º de outubro, que o governo pretende redu-zir os acidentes de trânsito no país ao lançar o Pacto Nacional pela Redução de Acidentes, o Parada. Um dos objetivos da campanha é mudar o com-portamento dos motoristas no trânsito. Dilma iniciou o programa informando sobre as mortes no trânsito. Para ela, o índice de mortes é devastador e o objetivo do governo, com o Parada, é reduzir o número de vítimas.

“Estamos fazendo uma grande mobilização para redu-zir o número de acidentes nas estradas e nas cidades. 42 mil pessoas perdem a vida todos os anos em acidentes de trânsito no Brasil. É um número devas-tador. É por isso que lançamos o Pacto Nacional pela Redução de Acidentes. Eu, inclusive,

Dilma quer MudARCOMPORTAMENTO do motorista no trânsito

conversei sobre esse pacto com o secretário-geral da ONU, o Sr. Ban Ki-moon, quando estive em Nova York, na se-mana passada. A ONU lançou a Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito. É tentar reduzir pela metade as mortes no trânsito em todos os países até 2020. Aqui no Brasil, nós vamos participar desse esforço mundial pela redução das mortes no trânsito”.

JOVeNS SãO MAiOReS VíTiMAS

A presidente se mostrou preocupada com o índice de jovens mortos em acidentes de trânsito. “Os acidentes de trânsito se tornaram uma epi-demia. O mais triste é que, no Brasil, metade das vítimas é formada por jovens, com idade entre 15 e 39 anos. São perdas irreparáveis para as famílias, para os amigos e para o país. A dor da mãe que perde o filho

em um acidente é inimaginável”. Para Di lma, é possível alterar esse quadro.

“A gente sabe que algumas ati-tudes poderiam evitar boa parte desses acidentes.Por isso, es-tamos convocando artistas, esportistas, empresários, go-vernadores, prefeitos e todos os brasileiros a participar desse pacto pela vida”.

Dilma explicou como o pla-no vai funcionar. “Vamos fa-zer uma ampla campanha de conscientização, com a parceria da Federação Internacional de Automobilismo, que organiza as corridas de Fórmula 1. O ob-jetivo é incentivar os brasileiros a mudar o comportamento no trânsito. Nós temos que evitar que o motorista dirija em alta velocidade, que pegue o volante depois de beber. Sempre lem-

brando também que todos pre-cisam usar o cinto de segurança”.

R$ 42 bi NAS ROdOViASSegundo Dilma, o governo

vai investir em infraestrutura. “Estamos realizando obras para melhorar as rodovias de todo o país. Com o Plano de In-vestimentos em Logística, vão ser investidos R$ 42 bilhões para duplicar e modernizar mais de 7.500 km de rodovias.

Também estamos investin-do quase R$ 40 bilhões para melhorar o transporte coletivo nos grandes centros urbanos do país”. Para Dilma, é neces-sário ainda mudar a legislação. “Precisamos ainda adaptar a

legislação para punir com mais rigor quem adota comporta-mentos de risco no trânsito, porque você sabe, quem come-te uma imprudência no trânsi-to não está colocando em risco só a própria vida, mas também a vida dos outros.

1 MilhãO debAfôMeTROS

Dilma disse que vai reforçar as campanhas de educação no trânsito e também apoiar as ações de fiscalização. “Até o final deste ano, vamos começar a distribuir 1 milhão de bafô-metros para ajudar os Detrans de todo o país em suas ações de fiscalização.

O governo federal vai elevar o tom do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes (Parada). Para isso, planeja mudanças legislativas, ações com estatais e distribuição de bafômetros pelo País.

Antecipando-se a uma eventual de-cisão pela “tolerância zero” no trânsito, atualmente em discussão no Congresso, o Ministério das Cidades vai distribuir até o fim do ano 1 milhão de aparelhos medidores de álcool no sangue para Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) e incentivar uso do equipa-mento pela Polícia Rodoviária Federal.

A estratégia faz parte do pacto lan-çado no Palácio do Planalto, que vem atraindo apoio de artistas e esportistas

que perderam parentes e amigos em acidentes de carro. A atriz Cissa Gui-marães e o piloto Emerson Fittipaldi, por exemplo, atuarão na campanha.

Durante visita ao Salão do Automóvel prevista para hoje, a presidente Dilma Rousseff e o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribei-ro, visitarão um simulador em que motoristas con-seguem perceber a perda de reflexos provocada pela bebida. Outro equipamen-to nessa linha será em breve apresentado a motociclis-tas.

O ministro das Cidades ainda deve assinar hoje acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Au-tomotores (Anfavea) para incluir, junto ao manual dos veículos saídos das fábri-cas, uma lista com os dez mandamentos do bom condutor. Outro acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave)

obrigará vendedores de automóveis a oferecer dicas e orientações de segurança a compradores.

Por ordem da presidente, todos os ministérios e empresas estatais precisam aderir ao esforço de redução de acidentes no trânsito. Ribeiro fez palestras para dirigentes de estatais e conseguiu, por exemplo, o compromisso de ‘’envelopar’’ os 22 mil veículos usados pelos Correios com temas da campanha. O ministério

já negocia com a Petrobrás ação semelhante.

No setor privado, ôni-bus urbanos e metropolita-nos devem ceder os vidros de trás para adesivos do pacto nacional, de acordo com negociações em curso com a Associação Nacional das Empresas de Trans-porte Urbano (ANTU). Bancos e seguradoras já procuraram o governo para se informar a respeito de parcerias, porque desejam aderir ao esforço e, em consequência, economizar gastos com sinistros de

acidentes de trânsito.NO CelulAR.  Já a operadora de

telefonia Oi vai incluir um aplicativo em todos os celulares que comercializa para orientar sobre o perigo de dirigir falando ao telefone ou mandando SMS. O alvo principal do governo é convencer jovens entre 18 e 30 anos a agir de forma responsável ao volante, pois é nessa faixa etária que se concentram acidentes.

Governo vai distribuir 1 milhão de bafômetrosCampanha contra acidentes também prevê mensagens por celular e parcerias com associações e artistas para reduzir morte no trânsito

Outubro de 2012 o monatran - 5

Jose Roberto de Souza Dias *

* Doutor em Ciências Humanas e Mestre

em História Econômica pela USP. Professor

Adjunto da UFSC, criou e coordenou o Pro-

grama PARE do Ministério dos Transportes,

foi Diretor do Departamento Nacional de

Trânsito – Denatran. Secretário Executivo do

Gerat da Casa Civil da Presidência da Repú-

blica, Diretor de Planejamento da Secretaria

de Transportes do Rio Grande do Sul, Presi-

dente do Instituto Chamberlain de Estudos

Avançados e membro do Conselho Delibe-

rativo do Monatran – Movimento Nacional

de Educação no Trânsito, Doutor Honoris

Causa pela Faculdade de Ciências Sociais

de Florianópolis - CESUSC. Coordenador do

Núcleo de Articulação Voluntária - NAV.

urnas pedem passagem

As urnas das cidades onde houve o segundo turno mandaram um inequívoco sinal de alarme.

Seus cidadãos e cidadãs estão no míni-mo fatigados com a forma como vem sendo tratada a coisa pública.

Tanto faz o adjetivo que se use para definir o sentimento da população, mas o certo é que existe um alarmante grau de insatisfação.

Os números do Tribunal Supe-rior Eleitoral mostram que 26% dos eleitores dessas cidades deixaram de comparecer às suas seções eleitorais ou optaram por anular ou votar em branco.

O detalhamento do mapa de vota-ção mostra que dos 31,7 milhões de eleitores aptos a votar nas 50 cidades que tiveram disputa para prefeito, 19% não compareceram às urnas.

Aproximadamente 6 milhões não foram votar, 7.44% votaram nulo ou em branco em um total de 2.360.537 de eleitores. Nas 17 capitais que realizaram o segundo turno o índice foi ainda maior, 7.64% votaram branco ou nulo.

A cidade que mais contabilizou vo-tos brancos e nulos foi São Paulo, com 799.802, índice de 9,27%. Já o número de abstenções foi de 1.722.880. Na capital paulista, 19,99% do eleitorado não compareceu às urnas.

Em Florianópolis não foi diferente. As estatísticas mostram que 99.028 eleitores deixaram de comparecer as urnas, votaram em branco ou anu-laram seus votos, isso representa 1/3

do eleitorado ou 33,31 por cento. Este índice é considerado o maior desde a redemocratização na década de oitenta.

De todos os poderes da República, o municipal, é o mais próximo do eleitor e o que diz respeito diretamente ao seu cotidiano.

Por óbvio, a vida acontece na cidade em que se vive e por mais que os outros poderes possam intervir no dia a dia de uma pessoa, a decisão de um prefeito interfere diretamente no lar, na rua, no trabalho, na escola, no lazer, na segu-rança, na saúde, no transporte de cada um dos cidadãos.

As urnas mandaram vários recados que não cabe discutir neste espaço, mas um destes é absolutamente sensível as nossas preocupações.

Em quase todas as cidades o princi-pal problema discutido, excetuando-se a segurança, foi o relativo à questão da acessibilidade e da mobilidade urbana.

Pode-se afirmar categoricamente que em vários municípios, principal-mente nas capitais, o transporte público de qualidade foi o grande tema discu-tido. A sensibilidade ao tema ajudou a eleger ou a derrotar candidatos.

Foi espaço, também, para grandes mentiras. Os fortes índices de rejeição as urnas mostram que os eleitores bra-sileiros estão no século XXI enquanto muitos candidatos não se aperceberam que o milênio já passou.

Parece cada vez mais difícil fazer o eleitor acreditar em milagres ou que existe almoço de graça. A imensa maio-

ria das pessoas tem a lucidez necessária para não aceitar as falsas promessas, as gratuidades impossíveis de serem cum-pridas. Desconfiam do bônus porque tem consciência que o ônus fatalmente será socializado.

O voto não dado, em branco ou anulado, tem igual ou maior peso. Em cidades como São Paulo ou Florianó-polis, apenas para se ficar nos extremos, os cidadãos não se conformam com as péssimas condições de transporte a que são submetidos. Mostraram isso não comparecendo as urnas, ou dizendo não as propostas sugeridas pelos con-tentores.

Impossível continuar se submeten-do aos atuais meios de transporte que não conseguem com um mínimo de racionalidade, higiene, segurança e efi-ciência transportar os seus munícipes.

Pode-se afirmar que esta foi a elei-ção da acessibilidade e da mobilidade. Como aceitar, por exemplo, que uma cidade banhada por um mar de águas calmas não utilize o transporte público marítimo de qualidade. Difícil admitir que um município que se quer capital turística do Mercosul continue mono--modal e cada vez mais entupido em seu trânsito perigoso e congestionado.

Moradores e visitantes percebem claramente que os interesses particu-lares muitas vezes se sobrepõem aos coletivos. A multimodalidade é um imperativo em qualquer sistema de transporte. Longas e médias distâncias devem ser vencidas pelo transporte

marítimo, pelo monotrilho, pelo metro leve de superfície, cabendo ao ônibus nos bairros complementar o sistema.

Soluções que beneficiem apenas o transporte por pneus desnudam gover-nantes sem aptidão para se tornarem estadistas. Pensam no curto prazo e não tem a ousadia para garantir o presente e construir um novo tempo quando não mais estarão no poder.

Novos e jovens governantes, mesmo que pertencentes a velhas oligarquias, devem compreender que as urnas pe-dem passagem, indicam que a segunda década do terceiro milênio já chegou e que uma das maiores exigências dos ci-dadãos é encurtar distâncias no tempo e no espaço através de um transporte público multimodal de qualidade.

Aos novos eleitos cabe, tal qual o enigma da esfinge, decifrar as urnas ou por elas serem fatalmente devorados!

A equipe da Coordenação Geral de Operações Rodoviárias realizou uma reunião no dia 30 de outubro, no Auditório do De-partamento Nacional de Infraes-trutura de Transportes - DNIT sede, em Brasília, para apresen-tar os projetos do Programa de Sinalização e Segurança Rodo-viária – BR Legal, referentes à sinalização turística. O encontro teve como objetivo passar in-formações sobre o andamento do programa, ressaltando a importância da sinalização tu-rística para os visitantes locais e estrangeiros, sobretudo, para os eventos esportivos que serão realizados no país, como a Copa

das Confederações, em 2013 e a Copa do Mundo, em 2014.

O BR Legal, que além de atuar na implementação da si-nalização turística adequada aos usuários das rodovias federais, proporcionando informações e garantindo acessibilidade para chegada aos diversos destinos, também vai agir em outras duas linhas de ação: ostensiva e ro-tineira. A sinalização ostensiva vai ajudar o usuário de longa distância da rodovia a perceber que o trecho requer uma atenção diferenciada, minimizando seu tempo de reação a algum fator de risco. Já a sinalização rotineira vai implantar e manter a sinaliza-

ção horizontal, vertical, suspensa e dispositivos de segurança em um alto padrão de desempenho, melhorando as condições de deslocamento do usuário.

Durante a reunião, o dire-

tor geral do DNIT, Jorge Fraxe (foto), ressaltou a importância dos projetos do BR Legal. “Esse programa é um dos carros che-fes desta gestão, e é de extrema importância para a autarquia”.

Já o Coordenador Geral de Operações Rodoviárias, Romeu Scheibe, assegurou que todos os projetos irão seguir um padrão de normas técnicas. “Será feito um intenso trabalho de enge-nharia de tráfego, e as normas técnicas serão respeitadas em todas as fases do projeto”. Com previsão de contemplar toda a malha rodoviária federal sob a responsabilidade do DNIT com contratos de cinco anos de duração, o BR Legal terá investi-mento de aproximadamente R$ 4 bilhões, em cinco anos, com recursos do PAC 2 – Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal.

BR Legal apresenta projetos de sinalização e segurança rodoviária

6 - o monatran Outubro de 2012

O Conselho Nacional de Trân-sito (Contran) decidiu, no últi-mo dia 31 de outubro, que será obrigatório o uso do Simulador de Direção Veicular em todos os Centros de Formação de Condu-tores (Autoescolas) do país, para habilitação na categoria “B”. As autoescolas terão até o dia 30 de junho de 2013 para se adequar às normas estipuladas para o uso do equipamento. O objetivo é utilizar a tecnologia para qualificar a formação de novos condutores e ter mais segurança no trânsito.    

O protótipo do simulador está no estande do Ministério das Cidades, no 27º São Inter-nacional do Automóvel de São Paulo, para conscientizar os motoristas sobre a necessidade de cumprir as regras no trânsito. O estande é uma das ações da Campanha Permanente para Redução de Acidentes no Trânsito, do Governo Federal, para reduzir pela metade o número de mortes no trânsito até 2020. “O simulador será mais um instrumento que qualificará o treinamento dos novos motoristas, para evitar acidentes nas ruas”, disse o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.

A coordenadora-geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Departamento Nacional de Transito (Denatran), Cristina Hoffmann, afirmou que o motorista enfrentará as aulas práticas com mais segurança, após o treinamento virtual no simulador. “Os futuros condutores poderão passar por situações que irão permitir o domínio do veículo e a atenção necessária e indispensável à segurança no trân-sito”, disse. Segundo a educadora de trânsito, o maior número de acidentes no Brasil está associado à imprudência ao volante.

A simulação na prática de direção veicular deverá ser ministrada em equipamentos ho-mologados pelo Denatran, sob a fiscalização dos órgãos executivos estaduais de trânsito e do Distrito Federal. Serão cinco aulas de 30 minutos com conteúdo didático, como conceitos básicos de condução, marchas, aprendizado de circulação em avenidas, curvas, estradas, vias

de tráfego, regras de segurança, congestionamento e em situações climáticas e de risco.

Os futuros condutores só po-derão utilizar o simulador após o cumprimento da carga relativa às aulas teóricas-técnicas, e antes da realização do exame teórico. As aulas serão ministradas pelo instrutor de trânsito, o diretor de ensino, ou o diretor geral do

Centro de Formação de Condutores (CFC), que deverá acompanhar e supervisionar de perto cada candidato. O equipamento poderá ter o seu uso compartilhado por um ou mais autoescolas.

Para a implantação do simulador nas auto-escolas, foi necessária alterações na Resolução Contran nº 168/2004, que institui as normas e procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos, e na Reso-lução Contran nº 358/2010, que trata de pro-cedimentos de credenciamento de instituição ou entidades públicas ou privadas voltadas ao aprendizado de candidatos e condutores.

eSTudOSO “National Center Injury ”, instituto do

governo americano, realizou uma pesquisa que comprova que o uso do simulador pode reduzir pela metade o número de acidentes, nos 24 pri-meiros meses após aprovação da habilitação. Os estudos mostram que o equipamento desenvolve as habilidades sensoriais e motoras do motoris-ta, assim como os conhecimentos teóricos das regras de trânsito e o autocontrole emocional.

A campanha permanente faz parte do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes no Trânsito (Parada) assinado no ano passado pelo governo brasileiro, em resposta à decisão da Organização das Nações Unidas (ONU), de instituir o perío-do de 2011 a 2020 como a Década da Segurança no Trânsito.

Após a reunião do Contran, os conselheiros visitaram o estande do Ministério das Cidades no 27º São Internacional do Automóvel, no Par-que do Anhembi, em São Paulo. O salão ficou aberto até o dia 04 de novembro.

Simulador de direção Veicular será obrigatório nas autoescolas a partir de 2013

Autoescolas terão até o final de

junho para se adequarem às

normas

Crianças conscientizam os pais para a redução de mortes no trânsito

Para reduzir acidentes e mortes no trânsito, crianças vão receber orientações para conscientizar os pais. A cam-panha “Paradinha”, lançada no dia 10 de outubro pelo Ministério das Cidades tem como foco as crianças, que vão conscientizar os adultos a não consumir bebidas alcoólicas ao dirigir, assim como não falar ao celular e andar em alta velo-cidade. A campanha faz parte do Parada – Pacto Nacional pela Redução de Acidentes.

O Paradinha abordará tam-bém a dor dos pais que per-deram filhos em acidentes de trânsito. Durante cerimônia de lançamento, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, pediu que as crianças deem um basta para aos adultos irres-ponsáveis e elas concordaram prontamente. “Quando o pai for beber, é preciso que a crian-ça diga: ‘Parou!’ Quando for falar ao celular: ‘Parou!’ Quan-do for correr: ‘Parou!’”, disse Ribeiro. “Um pai que leva uma criança no carro não é respon-sável apenas pela própria vida, mas também pela vida dela. Se ela chamar a atenção dele, ele vai se sensibilizar para as leis”, acredita o ministro.

A iniciativa vai ao encon-tro da meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir pela metade o número de mortes no trânsito até 2020. Segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), quase 2 mil

crianças morrem por ano em acidentes de trânsito no Brasil.

Dois filmes serão veicula-dos nacionalmente como parte da campanha, que inclui ainda a distribuição de peças de apoio em diferentes formatos e meios.

A campanha, que faz parte do Parada – Pacto Nacional pela Redução de Acidentes, abordará também a dor dos pais que perderam filhos em acidentes automobilísticos.

PARAdA, PACTO PelA VidAParada – Um Pacto pela

Vida, lançada em setembro, é uma campanha permanen-te para diminuir em 50% o número de vítimas fatais no trânsito até 2015.

O Parada foi uma resposta do Brasil à Assembleia-Geral das Nações Unidas, que insti-tuiu o período de 2011 a 2020 como a Década de Ações para a Segurança no Trânsito. Da-dos da Organização Mundial de Saúde (OMS), mostram cerca de 1,3 milhões de mortes no trânsito em 178 países, em 2009. A iniciativa tem como meta a redução de 50% nos óbitos decorrentes de aciden-tes de trânsito, em 10 anos.

A campanha brasileira visa articular a ação conjunta de órgãos e entidades de trânsito federais, estaduais e munici-pais, organizações não gover-namentais, do setor privado e da população brasileira.

A campanha Paradinha pretendereduzir o número de mortes decrianças em acidentes viários

Outubro de 2012 o monatran - 7

Ildo Raimundo Rosa *

A Cidade de Todos

* Delegado da Policia Federal. Ex-presidente do

IPUF – Instituto de Planejamento Urbano de

Florianópolis. Ex-secretário da Secretaria de

Segurança Pública e Defesa do Cidadão de Flo-

rianópolis. Membro do Conselho Deliberativo do

MONATRAN - Movimento Nacional de Educação

no Trânsito.

Ao findar o processo eleitoral percebe--se claramente que todas as nossas dúvidas, expectativas e desejos eram

sabidamente conhecidos. O cenário proposto pelos candidatos descortinava uma cidade sus-tentável, viável e harmônica, contudo, apesar de nossa empolgação, o tempo, de forma dramáti-ca, nos coloca dentro da realidade, chamados a ela que somos pela falta de mobilidade cotidia-na, pela violência latente, pela notável sensação de insegurança que se assenhora de todos nós.

Quais seriam então os fatores que provocam essa espécie de alienação momentânea que nos leva a crer na possível mudança, mesmo que por vezes claramente dissociada de nossa própria realidade?

O papel da classe política recentemente atingida por graves denúncias vinculadas a quem num dado momento encarnou a espe-rança de muitos, mesmo que alguns façam questão de lembrar, parece que acabou não tendo uma repercussão tão grande quanto era esperado, sendo que as questões paroquiais, mais ligadas ao cotidiano das cidades e do próprio candidato, acabaram tomando conta do cenário eleitoral.

Talvez para que possamos melhor compre-ender essa nossa vulnerabilidade devamos fazer uma profunda reflexão sobre nosso próprio cotidiano.

A crescente adoção de novas tecnologias

amparadas na internet e nas redes sociais nos induz a uma relação ficcional, onde quase to-dos assumem um papel mais ligado ao sonho de cada um do que na própria realidade. Esta, por sua vez, acaba adotando uma face perversa quando nos acarreta grandes prejuízos, quer de natureza econômica, quer de natureza afe-tiva, induzidos que somos por quem, mesmo a distância, tem uma incrível habilidade para assumir o papel que todos desejamos.

Por outro lado, por mais que divaguemos, as demandas de uma cidade moderna estão cada vez mais condicionadas à adoção de uma visão técnica, alicerçada na vontade política que muitas vezes transcende a realidade do próprio mandato.

Assim sendo, o plano de metas proposto no programa patrocinado pelo grupo RBS, de-nominado “Floripa Te Quero Bem”, composto basicamente por membros da sociedade civil e por técnicos, não só encarna uma grande proposta como também oferece diferentes alternativas para enfrentar nossos grandes dilemas nos próximos anos.

As discussões surgidas em torno da mobi-lidade urbana não podem continuar sendo en-caradas de forma dissociada do planejamento da cidade, enfocado de forma isolada dezenas de projetos foram apresentados ao Governo do Estado, cada vez mais propenso a reassumir a histórica tendência de ditar os destinos da

Capital.O esperado fortalecimento de um novo

protagonismo que possa ser encaminhado pelas discussões em torno do novo Plano Di-retor deverá resultar não só na aprovação do documento, mas também na consolidação do Conselho da Cidade, trazendo à tona uma nova proposta de participação popular com outra dinâmica. Algo que apesar de ser comum nas cidades mais modernas sempre foi mal visto em Florianópolis, mas representa claramente outro estágio de cultura e de evolução da pró-pria população. Só assim poderemos enfrentar essas propostas mirabolantes, muitas vezes patrocinadas por grupos de poder que, espe-cialmente nos últimos anos, vem infelicitando nossa cidade.

A união de todos de forma ordenada e cons-ciente é que nos levará a bom termo no sentido de construirmos uma cidade cada vez mais próxima de nossas reais expectativas e talvez mais compatível com as próprias promessas de nossos candidatos...

Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Orto-pedia e Traumatologia (SBOT) mostra um dado preocupante: um em cada três universitários faz uso de bebidas alcoólicas e saem de carro depois, o que tem contribuído para o cres-cente número de acidentes de trânsito envolvendo jovens. De acordo com o levantamento de uma seguradora, 54% dos acidentes entre agosto de 2011 e junho de 2012 foram causados por jovens entre 18 e 35 anos. Uma das explicações para esses

números é a imprudência, mas o risco aumenta quando se combina a direção com bebidas alcoólicas.

A realidade pode ser confir-mada em todos os plantões da Santa Casa. Segundo o médico traumatologista Ricardo de Castro, os jovens têm abusado cada vez mais e têm sofri-do mais acidentes. “Cada vez mais eles chegam alcoolizados após um acidente de trânsito, como causador ou vítima do acidente’’, disse Castro. ‘’Com isso, a gravidade das fraturas

e as sequelas aumentam”, completou.

A l g u n s e s tu d ante s contam que já dirigiram embriagados. Um deles teve o carro destru-ído em um acidente após ter bebido. “Eu bati na traseira de outro carro e destruí os dois. Honestamente não me lembro muito bem como aconteceu, só acordei na delegacia da polícia”, contou Daniel Corbo, estudan-

te de engenharia de materiais. Agora dizem que tomam mais cuidado, alugam vans para ir e voltar das festas ou elegem alguém que não vai beber para ser o motorista.

Dados da PM - Segundo dados da Polícia Mlitar, no ano passado, 14 mil motoristas, não

só jovens, mas de todas as ida-des, foram autuados no Estado de São Paulo por dirigirem sob efeito do álcool. Desses, 2,7 mil e foram presos em flagrante. Neste ano, só até agosto, foram 19 mil autuações e 2,3 mil pri-sões de motoristas que dirigiam embriagados.

Pesquisa revela que uma cada três jovens dirige

sob efeito de álcool54% dos acidentes foram causados por jovens entre 18 e 35 anos. Levantamento considera período de agosto de 2011 a junho de 2012.

8 - o monatran Outubro de 2012

TRÂNSITOO que pensa o prefeito eleito da Capital

O MONATRAN - Quais são suas propostas para a melhoria do trânsito e mobi-lidade em florianópolis, le-vando em conta toda a região metropolitana?

César Souza Júnior: A me-lhoria no fluxo de veículos em Florianópolis passa, in-discutivelmente, por obras estruturantes como o anel viário e também a duplicação do trecho da BR-282 que liga a BR-101 às pontes, a chamada Via Expressa. Como prefeito, vou cobrar, em conjunto com os demais prefeitos da região metropolitana, do governo do Estado o do governo federal ra-pidez na execução dessas obras tão importantes e que inclusive já deveriam ter saído do papel. Hoje o gargalo no entronca-mento da Via Expressa com a BR-101 tem como reflexo o engarrafamento na Avenida Beira Mar-Norte, por exemplo. O trânsito não flui como deve-ria, os ônibus demoram, as pes-soas ficam mais tempo na fila do que com a família em casa depois do trabalho. Isso precisa acabar. E a solução é uma ação integrada entre as prefeituras, o governo do Estado e também o governo federal, é importante que todos façam a sua parte.

O MONATRAN - desde a

construção do TiCeN, o MO-NATRAN vem lutando pela construção de uma passarela subterrânea para os pedes-tres, a fim de atender pessoas com necessidades especiais (gestantes, idosos e porta-dores de deficiência física, etc.). Mais recentemente, falou-se sobre a criação de um boulevard que, de outra maneira, também atenderia estas pessoas com maior di-ficuldade de locomoção. No entanto, tal projeto também não saiu do papel, apesar das promessas dos últimos pre-feitos. O que o (a) senhor (a) pensa deste assunto? O (A) senhor (a) tem algum projeto neste sentido?

César Souza Júnior: A re-gião da Avenida Paulo Fontes deve e vai passar por um pro-cesso de humanização. Temos um projeto aprovado em concurso público que prevê o Boulevard com passagem subterrânea para pedestres. Vamos analisar como está essa situação e aproveitar pro-jeto na medida do possível, transformando toda a região do Ticen. A atual administra-ção não deu continuidade a esse processo, o que é lamen-tável. A Avenida Paulo Fontes foi fechada com a proposta de se fazer ali uma obra que re-

vitalizaria toda aquela região, o que infelizmente acabou não acontecendo. Do jeito que está não pode e não vai continuar. 

O MONATRAN - A nossa capital, apesar de ter a maior parte de sua área localiza-da na ilha de Santa Catari-na, estranhamente, não tem transporte marítimo. Temos acompanhado os esforços do prefeito de Palhoça nesse sentido. Porém, os demais prefeitos da Grande florianó-polis, durante a maior parte do tempo, não demonstraram interesse no assunto. Pergun-tamos: O que o (a) senhor (a) pensa a respeito? Pretende fortalecer as tímidas iniciati-vas tomadas até então sobre esta questão? 

César Souza Júnior: Como prefeito da Capital, vou assu-mir o comando de uma grande mobilização pelo transpor-te marítimo na região. Não adianta cada município pensar de forma isolada. É preciso uma integração, uma união de forças para possamos tirar definitivamente o projeto de transporte marítimo do papel. Temos que pensar em um projeto que integre também o transporte marítimo ao ur-bano, porque de nada adianta

trazer as pessoas de barco se não houver um sistema efi-ciente que leve os passageiros até seu destino final. Aqui na Capital, por exemplo, temos o aterro da Baía Sul, no Centro, que é um dos espaços apa-rentemente mais adequados para receber passageiros do transporte marítimo. Mas não adianta as pessoas chegarem até ali e não terem como seguir para o Centro, é preciso que haja transporte coletivo rápi-do e eficiente para fazer esse transporte até o destino final.

O MONATRAN - Qual a im-portância de Organizações Não-Governamentais na luta por um trânsito mais humano e seguro? O (A) senhor (a) pretende chamar estas enti-dades a um debate, a fim de proporcionar um processo mais participativo?

César Souza Júnior: A im-portância das ONGs é funda-mental, de grande importância na conscientização e prevenção por um trânsito mais humano. Sem dúvida vamos querer con-tar com a experiência dessas entidades na política da pre-feitura para o setor.

O MONATRAN - Nos últimos anos, o iPuf vem sofrendo um processo de esvaziamen-

to. O que o (a) senhor (a) pen-sa deste órgão? O (a) senhor (a) pretende fortalecê-lo ou encerrá-lo de vez?

César Souza Júnior: Esse é um dos principais objetivos da nossa administração. Precisa-mos com a máxima urgência fazer com que a prefeitura recupera a sua capacidade de planejamento, e para que isso seja realidade precisamos de um Ipuf forte, com corpo téc-nico capacitado. Há 20 anos o Ipuf tinha cerca de 120 e hoje esse número não passa de duas dezenas. Isso é inadmissível. Vamos recuperar o Ipuf e fazer com que ele volte a ser um órgão de planejamento forte, que pense a cidade para as próximas décadas, para as próximas gerações.

O MONATRAN - O prolon-gamento da beira-Mar Con-tinental é fundamental para que aquela via tenha de fato, utilidade. O que o (a) senhor (a) pensa em fazer a respeito?

César Souza Júnior: Sem dúvida. Tanto é que mesmo com Beira-Mar Continental os motoristas continuam usando as vias do Bairro Estreito. A Beira-Mar Continental foi planejada para ter uma ligação com a BR-101, mas infelizmen-te esse projeto não avançou.

Na última edição do Jornal O Monatran, divulgamos as propostas para o trânsito e a mobilidade dos quatro candida-tos melhor colocados na corrida eleitoral em busca do cargo de chefe do executivo municipal de Florianópolis para falar um pouco mais sobre suas propostas em prol do trânsito.

Na ocasião, cada candidato teve a oportunidade de falar o que pensa sobre seis assuntos de interesse da população.

Agora, que já temos definido o nome do futuro prefeito de Florianópolis, decidimos repetir sua entrevista para que, todos os leitores do Jornal O Monatran unam suas forças conosco com objetivo de acompanhar bem de perto as ações do próximo administrador público, a fim de cobrarmos as ações prometidas em prol da mobilidade, bem estar e da segurança no trânsito.

“Acredito firmemente que as soluções apontadas serão colocadas em prática e que toda a retórica não será apenas promessa de campanha”, afirma o presidente do MONA-TRAN – Movimento Nacional de Educação no Trânsito, Roberto Alvarez Bentes de Sá.

Prefeito eleito poderá colocar em prática

propostas anunciadas durante a campanha

Outubro de 2012 o monatran - 9

Grande movimento de veículos e pedestres em áreas no Norte da Ilha oferecem risco intenso de acidentes. As atuais lombadas e faixas de pedes-tres são insuficientes para suportar o intenso tráfego de veículos e garantir segurança a pedestres e motoristas no Bairro de Ingleses, na Capital. Na região, que inclui o Santinho e o Rio Vermelho, são mais de 60 mil habitan-tes, fora da temporada de Verão.

Com tanto movimento, os morado-res reclamam de frequentes acidentes, entre eles atropelamentos. Muita gente teme atravessar a rua, e acredita que a única solução seja a instalação de sina-leiras. O autônomo Rogério Cabral, 37 anos, vende churrasquinho em frente à Caixa Econômica Federal, na SC-403, e testemunha, diariamente, a necessidade de alguma solução. “Os carros andam

em alta velocidade, e as lombadas são poucas”, garante. Conforme Rogério, muitas travessas são perigosas, pois não possuem sinalização. Segundo o aposentado José Luiz Maciel, 55, três veículos envolveram-se em acidentes somente num final de semana, na rua onde mora, a Intendente João Nunes Vieira.

Os moradores estão apreensivos, ainda mais que o Verão está chegando.

De acordo com o tenente-coronel Silvio Gomes Ribeiro, comandante do 21º Batalhão da PM do Norte da Capi-tal, a necessidade de adaptar o trânsito é visível. “Os moradores solicitam ao Conseg do bairro mais segurança no trânsito. Priorizamos o número de habitantes, número de alunos e au-mentamos as rondas escolares e blitze. Mas isso não é suficiente. É necessário

também a colocação de radares em alguns locais, principalmente próximo às escolas e comércio”,disse.

ipuf já tem projeto O Instituto de Planejamento Urba-

no de Florianópolis (Ipuf) já tem um projeto para instalar semáforos nas principais vias, mas isso está em pro-cesso de licitação. “Estamos tentando

viabilizar os semáforos ainda neste ano, mas, no momento, não há verba suficiente para isso”, disse o engenheiro civil do Ipuf, Carlos Eduardo Medeiros. Segundo ele, o projeto existe há dois anos para várias regiões de Ingleses, entre elas a SC-403. A maior urgência é onde há escolas e creches, segundo o Ipuf.

Trânsito no Bairro Ingleses, emFlorianópolis, está complicado

Cerca de 200 pessoas — re-presentantes das 34 entidades apoiadoras da Campanha “Alça de Contorno – Obras Já!” e voluntários — participaram da manifestação do Conselho Metropolitano de Desenvol-vimento (COMDES) no final da tarde do dia 19 de outubro, no entroncamento da BR 101 com a Via Expressa. Cinco mil folhetos e adesivos foram distribuídos aos motoristas que estavam na fila da BR 101 para conscientizar a popula-ção sobre a importância do início imediato das obras do contorno viário da Grande Florianópolis.

A manifestação na BR 101 fechou a Semana de Mobili-zação, que envolveu a parti-cipação nas três audiências públicas convocadas pelo IBA-MA, realizada nos dias 16, 17 e 18/10, em Biguaçu, Palhoça e São José, com presença de até 500 pessoas, na primeira audiência. E a mobilização continuará com a criação de uma Comissão para acompa-nhamento do planejamento e do cronograma de obras, que deve ser divulgado em meados de novembro, principalmente o projeto dos trechos que ainda

não passaram por licenciamen-to ambiental – do km 175 até a SC-408 e da SC-407 até depois do Rio Cubatão, em Palhoça.

“Convencemos as autorida-des da importância do diálogo e mostramos que aqui existe uma sociedade organizada em busca dos seus direitos. Não estamos pedindo nada a mais do que está no contrato, foi feito uma licitação e um contrato, é só cumprir”, resu-me a presidente da Associação FloripAmanhã, Zena Becker, coordenadora do COMDES. Sobre a manifestação na rodo-via, Zena conta que “foi muito bom ver a integração de tantas entidades, com pessoas moti-

vadas e uma receptividade ex-celente de motoristas de todos os segmentos”.

PRóxiMOS PASSOSO IBAMA tem até maio

de 2013 para liberar a licença ambiental do trecho avaliado, que vai do km 196, ao lado do Centro de Eventos Petry, ao km 218, em Palhoça. O prazo estabelecido para a conclusão desta primeira parte da obra, que corresponde ao trecho de São José, é de dois anos. No entanto, o trecho inicial da Alça, do km 175 até a SC-407, e o trecho final, da SC-408 até o Km 222, em Palhoça, ainda não tem licenciamento ambiental e

previsão de início deste proces-so. A empresa concessionária se comprometeu em iniciar os estudos ambientais dos trechos faltantes enquanto realiza as obras do trecho licenciado.

A Comissão de acompa-nhamento do projeto da Alça de Contorno terá seus inte-grantes definidos esta semana. Será coordenada pelo Governo do Estado, com participação de representantes do COMDES, da ANTT e da empresa conces-sionária. Conforme documen-to apresentado em audiência pública, a Comissão vai iniciar seus trabalhos definindo pra-zos e responsabilidades para os seguintes tópicos:

1º – Tempo necessário para o IBAMA licenciar o trecho compreendido entre a SC-407 e a SC – 408. Em função do estudo concluído pela empresa MPB – Engenharia e apresen-tado na Audiência Pública do dia 17 no município de Palho-ça, mesmo que o diagnóstico realizado engloba as áreas ad-jacentes que não serão objetos de realização de obras. Mas o trecho central do Diagnóstico Ambiental (entre as SC- 407 e 408) deverá ser totalmente aproveitado e de imediato.

2º – Apresentação pela a Auto Pista Litoral Sul – Grupo OHL – do Projeto e do Plane-jamento necessário para iniciar as obras e definindo todas as etapas necessárias das obras do trecho entre a SC407 – e a SC-408.

3º – Estabelecimento de etapas e prazos para realização em paralelo dos Diagnósticos Ambientais dos trechos do Km 175 no município de Biguaçu até a SC-407 e do trecho da SC-408 até o Km 222 no município da Palhoça.

4º – Estabelecimento de penalidades a serem aplicadas no caso do não cumprimento dos prazos.

Mobilização por Alça de Contorno continua com criação de Comissão para acompanhar cronograma

10 - o monatran Outubro de 2012

JUDICIÁRIO

A Justiça de Ribeirão Preto determinou que brinquedos motorizados, elétricos ou a combustão, de qualquer potên-cia, não podem circular dentro do Condomínio Paineiras, na zona Sul, região nobre de Ri-beirão Preto.

A decisão atende ao pedido do condomínio que, em assem-bleia, decidiu que a circulação das crianças com este tipo de máquina coloca em risco os pedestres e o próprio condutor.

O subsíndico do condo-mínio informou que poderão circular apenas equipamentos movidos por bateria.

“Eu tenho um menino de nove e outro de quatro anos e quando mudamos para cá não tinha esta determinação. Depois proibiram e a Justiça concordou com a decisão, mas estão impe-dindo as crianças de brincarem”, diz Ana Luiza Saud, mãe que entrou com uma ação na Justiça tentando reverter a posição do condomínio.

Para o juiz, estes veículos só poderiam ser pilotados por maiores de 18 anos habilitados. “Meus filhos são menores e não tem idade para tirar carta. São apenas brinquedos que circulam devagar. Acho que deveriam ser permitidos”, diz Ana.

Para o juiz, a criança tem o direito de brincar desde que não coloque em risco a própria vida e a de outras pessoas. Ele acrescenta que a criança pode se distrair com qualquer coisa ao seu redor e a desatenção na direção de um simples minive-ículo pode colocar em risco a vida dela e de terceiros.

A mãe argumenta que as

crianças quando estão com os brinquedos motorizados estão sempre acompanhadas dos responsáveis.

Segurança - Segundo Elton Ribeiro Pereira, subsíndico do Paineiras, podem circular no condomínio brinquedos movi-dos a bateria. 

“Respeitamos a legislação brasileira. Nenhuma pessoa não habilitada pode andar com veiculo motorizado acima de 50 cilindradas e que tenha motor a combustão, gasolina ou álco-ol. Mesmo que o veículo tiver menos cilindradas não pode ultrapassar a velocidade de 70 quilômetros por hora.”

De acordo com ele, os brin-quedos proibidos têm potência de 120 cavalos, o que equivale a uma moto de 125 cilindradas. “O veiculo dessas crianças che-gam a atingir 100 quilômetros por hora, não é brinquedo ino-cente, é moto”, diz.

Helton acrescenta, que em caso de acidente, a responsabili-dade é do condomínio. “Não vai ser responsabilidade dos pais, vai ser de todos nós. Estamos preservando a integridade de todos, até das crianças.”

NOTA dO ediTOR:

Lamentável que uma mãe não tenha consciência da im-portância das legislações criadas em prol de um trânsito mais seguro. Ao invés de se preocupar com o bem estar e integridade dos filhos, assim como dos demais moradores do condomí-nio, acredita que a diversão dos pequenos seja mais importante do que a segurança.

Por segurança, Justiçabarra uso de motos elétricas

O ministro Antonio Carlos Ferreira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu limi-nar para suspender, nas turmas recursais dos juizados especiais estaduais de todo o país, os processos nos quais se discute o pagamento de valor integral da indenização do Seguro DPVAT em caso de invalidez parcial do beneficiário.

Na Reclamação 10.093, apre-sentada pelo Bradesco Seguros S/A, a Quinta Turma Recursal Cível e Criminal de São Luís, embora reconhecendo a exis-tência de invalidez permanente parcial, determinou o pagamen-to do valor integral da indeniza-ção do seguro.

Para a empresa, o enten-dimento da turma diverge da jurisprudência do STJ. Por isso, requereu a suspensão da decisão e dos processos nos quais tenha sido estabelecida a mesma con-trovérsia, além da reforma da decisão para que a indenização seja calculada de forma propor-cional à lesão.

divergência - Para o minis-tro Antonio Carlos, a plausibi-lidade do direito alegado pela seguradora está presente, uma vez que a posição do colégio re-cursal destoa da Súmula 474 do STJ, que dispõe que “a indeniza-ção do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do benefici-ário, será paga de forma propor-cional ao grau de invalidez”. Por isso, concedeu a liminar para suspender todos os processos que tratam do mesmo assunto até o julgamento da reclamação pela Segunda Seção do STJ.

O magistrado determinou que a suspensão seja comunicada aos presidentes dos Tribunais de Justiça e aos corregedores-gerais de Justiça de cada estado e do Distrito Federal, a fim de que a medida seja cumprida nas res-pectivas turmas recursais.

A ministra Isabel Gallotti também admitiu o processa-mento da Reclamação 10.052, proposta pela Seguradora Lí-der dos Consórcios do Seguro DPVAT S/A, contra decisão da mesma turma recursal, que manteve o pagamento de valor integral da indenização do segu-ro DPVAT em caso de invalidez parcial, julgando ser irrelevante a quantificação do grau de invalidez para a valoração do benefício.

Para a ministra, a decisão é contrária ao entendimento consolidado pelo STJ. Por isso, concedeu liminar para suspen-der todos os processos que tra-mitam naquela turma recursal e envolvam o mesmo tema, até o julgamento final da reclamação.

Suspensos processos que tratam de indenização do seguro DPVAT em caso de invalidez parcial

A Supervia Concessionária de Transporte Ferroviário não tem legitimidade para responder a ações judiciais de reparação de danos contra atos praticados pela Companhia Fluminense de Trens Urbanos (Flumitrens) quando esta operava o serviço de transporte ferroviário de passageiros no Rio de Janeiro. A decisão, unânime, é da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A Seção deu provimento a recurso em que a Supervia pedia o reconhecimento de sua ilegitimida-de passiva em ação de indenização decorrente de acidente com morte na ferrovia, quando esta era opera-da pela Flumitrens.

Também ficou decidido que a concessão da exploração do ser-viço de transporte ferroviário de passageiros em favor da Supervia, mediante prévio procedimento licitatório, não implicou sucessão empresarial entre esta e a Flumi-trens. Assim, a Supervia não terá de cumprir condenação imposta à

antiga concessionária. As teses foram definidas no

julgamento de recurso especial sob o rito dos recursos repetitivos, previsto no artigo 543-C do Código de Processo Civil (CPC), servindo de orientação para todos os magis-trados. Só caberá recurso ao STJ quando esse entendimento não for aplicado.

MudANçA NAJuRiSPRudêNCiA

O relator, ministro Raul Araújo, ressaltou que antigamente o STJ en-tendia que a Supervia era responsá-vel pelas obrigações contraídas pela Flumitrens, como as decorrentes de ato ilícito.

Depois de gradativa alteração na jurisprudência, em 2010 a Quar-ta Turma decidiu que a Supervia, por não ser sucessora da Flumi-trens, não poderia responder por ilícitos praticados por esta.

AçãO de iNdeNizAçãO

A ação inicial que resultou nesse

recurso ao STJ foi proposta pelo pai de jovem morto em 1996, vítima de atropelamento em linha férrea da Flumitrens. Ele pediu indenização por danos morais e materiais. Em primeiro grau, o pedido foi nega-do. O juiz entendeu que o jovem assumiu o risco de sofrer acidente ao caminhar pela via.

Na apelação, o Tribunal de Jus-tiça do Rio de Janeiro reconheceu a culpa concorrente da empresa e arbitrou indenização. Determinou o pagamento de pensão mensal, por 39 anos, de valor equivalente a um terço dos ganhos comprovados da vítima e, a título de dano moral, o corres-pondente a cem salários mínimos.

A execução foi iniciada. Diante de falta de pagamento, em 2007 o autor da ação solicitou a inclusão da Supervia no processo, na condição de sucessora da Flumitrens, com expedição de penhora de parte de sua renda bruta. O pedido foi atendido pela Justiça fluminense, o que motivou a apresentação do recurso ao STJ.

Supervia não responde por atos ilícitos praticados pela Flumitrens

Outubro de 2012 o monatran - 11

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O A Câmara analisa o Projeto de Lei 4400/12, do deputado Mandetta (DEM-MS), que amplia o conceito e a natu-reza do vale-transporte, para incluir como modalidade do benefício o auxílio pecuniário destinado aos trabalhadores que optarem pela utilização de bicicleta como meio de transporte no itinerário entre sua residência e o local de trabalho.

“Essa compensação finan-ceira, além de constituir-se em um estímulo a essa benéfica mudança de comportamento, representa um efetivo auxílio econômico-financeiro, desti-nado a cobrir gastos de manu-tenção pelo uso da bicicleta ou

a cobrir despesas com eventual locação desse tipo de veículo”, argumenta o deputado.

O projeto revoga a Lei 7.418/85, que instituiu o vale--transporte. O texto mantém os atuais vales, previstos na lei, e institui o pagamento em dinheiro pelo uso de bicicleta. Esta segunda forma de paga-mento correspondente à me-

tade do que seria gasto, em vales, com o trabalha-dor.

A prop ost a mantém os ou-tros dispositivos previstos na Lei 7.418/85, como o que estabele-ce que o vale-

-transporte não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos; não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou de Fundo de Garantia por Tempo de Servi-ço (FGTS); e não se configura como rendimento tributável do trabalhador.

Segundo o autor, a opção de revogar a lei atual e apre-sentar uma nova proposta de lei, em vez de emendá-la, “é uma mera questão de técnica legislativa, tendo em vista a oportunidade de passar a limpo a legislação pertinente, cujos dispositivos, diversas vezes renumerados, vêm oca-sionando graves equívocos no mundo jurídico”.

Tramitação - A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comis-sões de Desenvolvimento Eco-nômico, Indústria e Comércio; Trabalho, de Administração e Serviço Público; Finanças e Tributação e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Projeto concede vale-transporte para quem vai trabalhar de bicicleta

A Câmara analisa o Pro-jeto de Lei 4277/12, do depu-tado Walter Feldman (PSDB--SP), que institui medidas educativas e de engenharia de trânsito voltadas para a garantia da segurança dos pedestres e a prevenção de atropelamentos.

A proposta altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97). Segundo Feldman, as alterações têm o objetivo de estabelecer uma cultura de respeito ao pedestre. A ideia é melhorar a qualificação e a formação tanto dos condu-tores e pedestres quanto dos agentes de trânsito.

O deputado destaca que as medidas não acarretarão custos significativos para o Poder Público e que foram inspiradas no Programa de Proteção ao Pedestre, lançado recentemente pela Prefeitura de São Paulo. Conforme o projeto, todas as faixas e pas-sagens de pedestres deverão ser iluminadas e dotadas de si-nalização horizontal (no solo) e vertical (placas), em boas condições de manutenção. A sinalização vertical deverá incluir mensagens educativas para condutores e pedestres, conforme estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsi-to (Contran). “A previsão legal

explícita dará meios para que o Ministério Público possa cobrar dos responsáveis as medidas cabíveis”, ressalta o autor do projeto.

Outra medida prevista é a inclusão, na formação dos condutores, de conceitos re-lacionados à segurança dos pedestres e à prevenção de atropelamentos. Atualmente, o Código prevê, na formação dos condutores, apenas curso de direção defensiva e de con-ceitos básicos de proteção ao meio ambiente relacionados com o trânsito.

Tramitação - De caráter conclusivo, a proposta será analisada pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Projeto institui medidasde proteção a pedestres

Deputado quer ima-gens de acidentes em rótulos de bebidas

O deputado Paulo Foletto (PSB/ES) (foto) apresentou um projeto de lei na Câmara que obriga os fabricantes de bebidas alcoólicas a incluírem imagens de acidentes de trân-sito nos rótulos dos produtos, a exemplo do que já acontece na indústria de cigarros. Segundo o deputado, o objetivo é redu-zir o número de acidentes de trânsito causados por motoris-tas embriagados. “A legislação em vigor já determina que os rótulos de bebidas alcoóli-cas contenham texto escrito desestimulando o consumo abusivo do álcool, mas o apelo emocional evocado por uma fotografia causa mais impacto que uma mensagem de tex-to”, argumenta o deputado. “Uma imagem forte é sempre chocante e leva à reflexão”, concluiu o parlamentar.

Proposta isenta do IPI veículos escolares de estados e municípios

A Câmara analisa proposta que isenta do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) os veículos compra-dos por estados, pelo Distrito Federal ou por municípios para transporte escolar. A medida está prevista no Projeto de Lei 4259/12, do Senado, que prevê a isenção apenas para os veículos de transporte de dez ou mais pessoas, incluindo o motorista. “São conhecidas as dificuldades financeiras de nossos entes federativos, incapazes, em sua grande maioria, de fornecer o transporte escolar, atolados em gastos crescentes e verbas escassas”, justificou o autor da proposta, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Prazo - De acordo com o projeto, o veículo com des-conto deverá continuar no patrimônio dos estados ou municípios por pelo menos dois anos após a compra. Se ele for vendido antes desse prazo, o respectivo governo deverá pagar o IPI descontado acrescido de multa e juros moratórios.

Tramitação - A proposta, que ainda será distribuída às comissões temáticas, está sujeita à apreciação do Plenário e tramita em regime de prioridade.

Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

12 - o monatran Outubro de 2012

O projeto de um metrô de su-perfície se somará às 12 propostas a serem avaliadas pelo governo do Estado como medidas para resolver o problema de mobilidade urbana na ligação entre a Ilha e Continen-te. A ideia foi apresentada nesta terça-feira pelo secretário de De-senvolvimento Regional da Grande Florianópolis, Renato Hinnig, ao governador Raimundo Colombo.

Pelo projeto, o metrô ligeiro de superfície teria um trem circulan-do a cada 10 minutos nos 37 km de trecho, passando pela Avenida Beira-Mar, Avenida Mauro Ramos, fazendo a volta pelo Norte da Ilha, seguindo para o Bairro Trindade até o Aeroporto Hercílio Luz.

O transporte carregaria cerca de 90 mil passageiros por dia. A empresa portuguesa Logistel é a responsável pelo projeto. Segundo o administrador da empresa, Albino Pedrosa da Silva, o trecho da BR-101 entre Barreiros, em São José, — nas proximidades da Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa) — até o Terminal de Integração Central (Ticen) seria cumprido em cerca de 12 minutos.

O metrô de superfície, ou veí-culo leve sobre trilho (VLT) é um pequeno trem urbano, geralmente movido a eletricidade. Seu tamanho permite que a estrutura de trilhos se encaixe no meio urbano existente.

A proposta prevê a redução dos 120 mil veículos que circulam na ligação entre Ilha e Continente em 35% a 45%. Com a construção do contorno viário da Grande Flo-rianópolis — projeto da Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) que aguarda licença ambien-tal para ser executado pela Autopis-ta Litoral Sul —, e a instalação do transporte marítimo o percentual

subiria para 50%.Para o secretário, a possibilidade

da construção de uma quarta ponte também não é descartada. Em uma segunda etapa, a linha poderia ser estendida para São José, Biguaçu e Palhoça.

Hinnig afirma que a tarifa do metrô não seria maior do que a do transporte coletivo. A ideia é que as estações instaladas entre o trecho favoreçam o acesso a outros modais, dessa forma, o usuário não pagaria duas passagens. A previsão é que as paradas tenham estacio-namentos para que os passageiros possam deixar o carro e seguir de metrô. O usuário pagaria um valor que seria usado na manutenção do transporte.

Em fevereiro deste ano, a Lo-gistel já havia demonstrado a intenção de fazer um projeto para Florianópolis. Independentemente, a empresa portuguesa procurou a Assembleia Legislativa para mos-trar a ideia. A empresa, que já exe-cutou projetos na China e Angola, pretende apresentar também uma proposta para reativar o transporte de passageiros na Rodovia Tereza Cristina no Sul do Estado.

NOVAS PROPOSTAS POde-RãO SeR eNCAMiNhAdAS

O projeto integrará o segundo pacote de propostas, cuja apresen-tação foi lançada na última semana de outubro, em data a ser definida, pela SC Parcerias. Pelo projeto con-ceito feito pela empresa portuguesa especialista em soluções de logística e transporte Logistel, a primeira etapa da linha do metrô teria 37 km ligando a Ilha ao Continente. O custo seria de 750 milhões de dólares, cerca de R$ 1,5 bilhão. De

acordo com Hinnig, a ideia é que o governo gaste o menos possível na execução da obra e consiga apoio da iniciativa privada.

Esta não é a primeira vez que um projeto de metrô de superfície surge como uma possível solução para o trecho. Em maio de 2011, o governo do Estado assinou um contrato de R$ 6,44 milhões com a Prosul, empresa que faria o estudo de viabilidade do projeto, que pas-saria sobre a Ponte Hercílio Luz. Hinnig disse apenas que o estudo não seguiu adiante e o governo resolveu abrir espaço para manifes-tação de propostas à comunidade.

A nova proposta apresentada ao governador tem três possibilidades: construir a passagem dos trens en-tre as pontes Pedro Ivo e Colombo Salles, usar uma pista de cada ponte para a instalação dos trilhos ou ainda instalar a estrutura para o metrô em um nível acima das duas pontes. Para o administrador da Logistel, Albino Pedrosa da Silva, o mais viável seria a construção no vão entre as pontes. O secretário regional estima que a construção da primeira fase começaria em dois anos após a tomada de decisão do governo pelo projeto.

Em julho, 12 propostas da quar-ta ligação entre Ilha e Continente foram apresentadas ao Estado. As ideias têm esboços de obras com custos entre R$ 500 milhões a R$ 2 bilhões e parte delas preveem pedágio. Duas delas propõem a construção de uma ponte para car-ros e ônibus no vão entre a Pedro Ivo e Colombo Salles. O cronogra-ma prevê o lançamento do edital da Parceria Público Privada (PPP) para a execução de um dos projetos em dezembro de 2013. (Fonte: DC)

Metrô de superfície será avaliado pelo governo de SC junto com as 12 propostas para a nova travessia ilha Continente

Chapecó é destaquena regulamentaçãoChapecó sai na frente com relação à adequação da Resolução do Contran.

Atualmente, mais de 290 motofretistas e mototaxistas estão capacitados pelo Sest/Senat e, muitos destes alunos estão registrados como microempreendedores individuais através do SEBRAE/SC.

A Resolução 356/10 dispõe sobre a exigência de equipamentos obrigatórios para motociclistas que transportam cargas e passageiros e outras exigências como: coletes e capacetes com dis-positivos retrorrefletivos, proteção para motor e pernas, além de aparador de linha, também conhecido como antena corta-pipa. A idade mínima para executar a função é de 21 anos e o veículo não pode ter mais que oito anos de uso.

Portanto, na visão do Sest/Senat, a justifica-tiva do CONTRAN em editar a nova resolução 410/2012, prorrogando a fiscalização para fevereiro de 2013 não condiz com a realidade na região oeste de Santa Catarina. “Ao ler uma reportagem com uma página referente à pror-rogação da data para fiscalização dos cursos de motofretista e mototaxista, fiquei decepcionado por apresentar apenas um ponto de vista, justa-mente o dos profissionais que tiveram dois anos para fazer o curso e não se inscreveram. Agora, foram beneficiados por mais uma prorrogação”, destaca o coordenador de Desenvolvimento Pro-fissional do Senat, Gelter Ferreira, ao comentar que a decisão representa desrespeito com os profissionais que se adequaram à lei.

Ferreira ressalta que conscientes da sua responsabilidade, os profissionais que fazem transporte de carga ou de passageiros com moto em Chapecó participaram do curso e, além de cumprir a lei, estão habilitados para exercer a função com qualidade na prestação do serviço, conquistando a preferência de quem contrata.

O coordenador regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, orienta as empresas e profissionais sobre a contratação de serviços de mototáxi ou motofretista. “Quem contratar este tipo de serviço deve estar atento para o aspecto da legalidade tanto no que se refere à Resolução 356/10 quanto na questão da formalização como microempreendedor individual. Ao contratar profissionais formalizados, as empresas terão nota fiscal, além da segurança de serviços pres-tados por profissionais habilitados”, ressalta.

AleRTAO Sest/Senat, entidade credenciada para

fazer os cursos em Santa Catarina, alerta sobre as empresas que oferecem capacitações com o advento da prorrogação, mas não possuem au-torização do deTRAN/SC. “Orientamos que, ao se inscrever, o participante exija o número do registro da empresa no deTRAN/SC, pois sem este documento o curso não terá validade”, realça Ferreira. O SENAT fez grandes investimentos com elaboração de material didático, formação de instrutores, equipamentos, entre outros. Além disso, foram realizados debates no município junto à Secretaria de Defesa do Cidadão, par-ticipação em todas as assembleias da categoria, parceria com o SEBRAE/SC e visita a todos os pontos da cidade.

A proposta prevê a redução dos

120 mil veículos que circulam na

ligação entre Ilha e Continente

em 35% a 45%.

Outubro de 2012 o monatran - 13

O projeto de percepção de risco no trânsito das escolas públicas, realizado pelo Departamento Na-cional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em parceria com a Universida-de Federal de SC (UFSC), dá lições de conscientização no trânsito a mais de três mil alunos, desde 2007.

No ano que vem, o plano, que tem foco nas institui-ções de ensino próximas a rodovias federais, deve ser difundido em todo o país. Para a expansão da pro-posta, a UFSC realiza um mapeamento dos colégios que serão contemplados em território nacional, o que deve ser concluído em dezembro.

Os alunos da escola mu-nicipal Professor Guilherme Wiethorn Filho, de Palhoça, sabem de cor como se deve atravessar a rua e os perigos de se beber antes de dirigir.

O colégio que ficava pró-ximo a BR-282 e a BR-101 tinha histórico de atrope-lamento de alunos, quando aderiu ao programa, há cinco anos. Na época, foram realizados cartazes, murais, encenações e a escola adqui-riu placas e equipamentos de sinalização, para se ensi-nar as crianças.

Nos anos seguintes, os educadores atuaram na ma-nutenção da conscientização das crianças. A professora Aparecida Maria Marcelina conta que tudo é motivo para se debater o trânsito nas aulas, seja uma reportagem ou algum acidente de que os alunos ouviram falar. “Não ficamos só na teoria, eles aplicam na prática as infor-mações e levam para casa”, reforça a professora.

O tema é levado tão a sé-rio que, este ano, a escola foi a vencedora de uma gincana no trânsito da prefeitura,

entre oito participantes. Os diretores Julio Cezar Ma-cedo e Aldaleia Pelegrini acreditam que as iniciati-vas sejam uma melhora de posturas no presente e um investimento para o trânsito

do futuro. A expansão da iniciativa

ficou garantida em junho, por meio da assinatura de um novo convênio entre UFSC e DNIT. A ideia é buscar parceiros para forne-

cer o material didático para as escolas do país, mapeadas até o final do ano. A previ-são é que a implantação nas escolas de outros Estados comece no início de 2013. (Fonte: DC)

Projeto catarinense de eduCAçãOno trânsito será difundido no país

Alvarélio Kurossu / Agencia RBS

Maquete foi um dos trabalhos realizados para gincana do trânsito

Neste mês de outubro, o MONATRAN - Movimen-to Nacional de Educação no Trânsito fez a doação de 440 Jogos da Cidadania para três instituições catarinenses. São elas: o DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes; o Instituto Antonio Paludo e o Ensinarte – Centro Educacional.

Ao DNIT foram entregues 240 unidades do jogo, que já estão sendo distribuídas para as secretarias de educação dos municípios que participam do projeto “Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Públicas Lindeiras às Rodovias Fede-rais”, capitaneado pelo Eng. Civil Edemar Martins.

Na ocasião da entrega, o presidente do MONATRAN, Roberto Alvarez Bentes de Sá, falou da satisfação da entidade

em contribuir para a educação das crianças, proporcionando a percepção e o desenvolvimento da convivência no trânsito, na escola e na sociedade, o respei-to com pessoas idosas, pessoas com deficiência e a preservação do meio ambiente.

“No jogo, mostramos aos alunos a atitude correta que

se deve adotar diante de cir-cunstâncias de nossa vida diária, e do respeito que todas as pessoas merecem, indepen-dentemente de sua etnia, reli-gião, gênero e idade”, explica o presidente.

Ao Ensinarte – Centro Edu-cacional, foram doados 120 jo-gos, contemplando crianças da

Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamen-tal. “São projetos como este que nos ajudam no processo de educação de nossas crianças – futuros cidadãos”, enfatizou a diretora pedagógica Anna Carla Luz Lisboa. Outras 80 unidades do jogo foram doadas ao Instituto Antonio Paludo.

O Jogo da Cidadania foi criado pelo MONATRAN, em parceria com a Secretaria Es-pecial dos Direitos Humanos, o apoio da CONCREMAT - Soluções Integradas de Enge-nharia e o apoio institucional da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, Prefeitura Municipal de Floria-nópolis e o Governo do Estado de Santa Catarina.

Segundo Bentes, o MO-NATRAN está assinando um convênio de cessão de direitos

para que o Ministério da Edu-cação reproduza e distribua esses jogos para todo o Brasil.

eNTReGA dO “JOGO dA CidAdANiA”

Na semana de 22 até 26 de outubro, o Eng. Edemar Martins, do  DNIT e coordenador em Santa Catarina do projeto “Per-cepção de Risco no Trânsito” esteve visitando as Secretarias de Educação dos municípios de Santa Cecília, Concórdia, Irani, Descanso, Palmitos, São Miguel do Oeste e Chapecó, que são participantes do projeto, para entregar 20 Jogos da Cidada-nia para cada escola, doados pelo MONATRAN.

O objetivo da entidade é que os jogos atuem conjun-tamente com as diretrizes do projeto desenvolvido nas es-colas municipais.

Monatran faz doação de 440 Jogos da Cidadania

Roberto Bentes de Sá, do Monatran, com Edemar Martins, do DNIT

14 - o monatran Outubro de 2012

CARTAS

É o Brasil na Guerra”“Muito bom saber que a nossa

presidente está tendo uma atitude dife-rente frente à problemática do trânsito e da mobilidade. Esperamos que ela obtenha êxito em sua empreitada. Afi-nal, todos nós seremos beneficiados!”luan Marques – Campo Grande/MS

Semana Nacionaldo Trânsito

“Finalmente, na Semana Na-cional do Trânsito, vi o número de mortes nas estradas sendo aborda-do como ‘guerra, caos, epidemia’. E isso é fato! O trânsito tem matado mais do que muitas guerras mundo a fora. Quando saímos de casa para viajar, por exemplo, a tensão é gran-de, mais do que viajar de avião. No avião é tudo mais tranquilo, o risco é mínimo porque os ‘motoristas’ são somente profissionais. Já no trânsito temos ‘pilotos’ amadores. Acredito que seja esta a razão da grande quantidade de acidentes.”fabrício Teixeira – Antônio Car-los/MS

Eleições“Os candidatos ao pleito para a

prefeitura da capital (Florianópolis) falaram bonito. Aliás, tudo é bonito nas propostas de candidatos nas elei-ções. Mas quero ver quando pegarem o mandato, aí é tudo mais difícil. É um tal de ‘estamos de mãos atadas por causa da Câmara’, ‘o orçamento não era o que esperávamos’, ‘precisamos de mais quatro anos para concluir’... Por isso, pra mim, esses políticos todos são farinha do mesmo saco. Mas também respeito quem acha o contrário.”Joaquim Oliver – Palhoça/SC

Cidadania no Trânsito“Infelizmente, a cortesia tem sido

uma característica cada vez mais rara no trânsito. Os desafios do dia-a-dia e o estresse parecem estar contaminando as pessoas de um jeito, que ninguém mais têm paciência. A tolerância está para baixo do zero e, por muito pouca coisa, as pessoas já criam uma tempes-tade em um copo d’água. Chega a ser arriscado responder a qualquer tipo de provocação. As pessoas estão, de fato, transtornadas. O melhor, sempre, é manter a distância, como descrito no artigo do Dr. José Roberto Dias.”fran Malta – Rio de Janeiro/RJ

A sensação deinsegurança

“Sempre acompanho os artigos do Jornal O Monatran e gosto muito! Porém este intitulado ‘A sensação de insegurança’, e autoria do Dr. Ildo Raimundo Rosa, me chamou mais a atenção. Especial-mente, no tocante a citada superio-ridade de grandes eventos, quando comparados ao nosso cotidiano. Realmente, é triste constatar que a realização de uma copa do mundo supera a própria vida. Sem dúvida, se nossas autoridades conseguem identificar a necessidade posta para atender grandes eventos, de-veriam estendê-los para todos e a todo tempo.”luciano borba – florianópolis/SC

Palavra doPresidente

“Eu queria parabenizar o se-nhor Roberto Bentes. Li o artigo dele na última edição do Jornal do Monatran e fiquei feliz por vê-lo parabenizar a presidente Dilma pela forte política adotada no país contra o caos no trânsito. Quando é para criticar, devemos criticar mesmo, mas quando te-mos que elogiar, devemos tomar a mesma atitude. Isso serve de incentivo para saber que existem instituições sérias e que estão aci-ma dos interesses políticos, como muitos meios de comunicação atualmente.”Abigail fragelli – Palhoça/SC

Flagrante“Eu já tinha visto essa foto da sessão

‘Flagrante’ em 2009. Uma vergonha para o corregedor na época do TRE/RJ. Só que o mais engraçado de tudo é que quando essa imagem voltou à tona nesse ano, muitos catarinenses acharam que se travava de nosso corregedor estadual, já que um órgão de impressa não noticiou de maneira completa, só dizendo que era do TRE. Assim algumas pessoas começaram a ter deduções errôneas. Lamentável o fato dos meios de comunicação e das pessoas, que só conferem as coisas nas redes sociais.”liz da Silva – São José/SC

Pedágio“Muito interessante este projeto de lei que isenta os moradores de pagamento em pedágios da mesma cidade,

sendo que trabalham em uma ponta e moram em outra. Tipo, o morador tem que ter esse benefício mesmo, senão para algumas pessoas será melhor não trabalhar, devido a tanta despesa que terão com o pedágio.”João Augusto – Palhoça/SC

Editorial“Um absurdo mesmo a trapalhada

nacional de nossos governantes. Os nossos caminhoneiros precisam de descanso e isso tem que ser obriga-tório, senão os patrões sempre vão exigir mais. Agora, querer colocar uma lei em prática, sem se atentar para as condições necessárias para a sua apli-cação... é brincadeira. Onde vamos parar? Espero que não seja embaixo de um caminhão de um motorista que dormiu no volante.”eugênio Paragoto – internet

Parabéns“Primeiro quero para-benizar o Monatran por abordar tantos temas in-teressantes, como este do investimento do Ministério da Saúde de R$ 12,8 milhões no Projeto Vida no Trânsito. Que visão do Ministério! Ir no foco do problema, não apenas tentar remediar o problema. Não será isso que mudará o mundo, mas pelo menos o Ministério da Saúde está tentando fazer a sua parte. Parabéns!”Osvaldinete Souza – boa Vista/RR

Outubro de 2012 o monatran - 15

ESPAÇO LIVRE Eudes Quintino de Oliveira Júnior *

O Código de Trânsito Brasileiro, que data de setembro de 1997, sofreu alterações que rom-pem com a benevolência do sistema anterior

e trazem medidas drásticas para o motorista que for flagrado dirigindo veículo em estado de embriaguez. O rigorismo mundial do álcool-direção, responsá-vel por tantas mortes no trânsito, chegou ao Brasil empunhando a bandeira da direção responsável e comprometimento social do cidadão. Cada motorista torna-se agente de sua própria segurança e alheia, de forma coercitiva.

Nova lei (Lei nº 11.705, de 19/6/2008) veio re-forçar e alterar alguns dispositivos do Código de Trânsito, visando atender o reclamo social, ajustar-se ao rigorismo mundial de combate ao binômio álcool--direção, promovendo instrumentos de mecanismo de execução compatíveis com a realidade brasileira. Atropelou, porém, a reserva do nemo tenetur se de-tegere que assegura ao cidadão não realizar provas contra si mesmo, conforme conteúdo constitucional.

Ocorre que a lei peca na forma em que trata a ques-tão probatória da embriaguez no volante. O cidadão não é obrigado a se submeter ao teste do etilômetro (bafômetro) e muito menos ceder sangue para a realização do exame hematológico. Isto em razão do direito assegurado a qualquer um do povo no sentido de não realizar provas contra si mesmo

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), ainda recen-temente, decidiu que somente o bafômetro e o exame de sangue são provas suficientes para a constatação

da ebriedade, rejeitando peremptoriamente o exame clínico e a prova testemunhal. Isto porque a lei exige, para a configuração do ilícito, um grau mínimo de seis decigramas de álcool por litro de sangue. Tal valor só pode ser apurado pelo teste de alcoolemia e exame hematológico.

A decisão, como era de se esperar, provocou uma corrida legislativa para tentar salvar o que ainda restou da Lei Seca, assim conhecida. A resposta legislativa vem apressada. Assim, o projeto de mudança chegou à Câmara dos Deputados, onde será votado. Dentre as modificações previstas é de se ressaltar a extinção da obrigatoriedade do teste do bafômetro e do exame de sangue, provas que, para sua realização, ficam a critério do condutor. Elege, por outro lado, com o espírito tradicional processual, as provas obtidas por testemunhas, imagens, vídeos ou quaisquer outras admitidas em direito.

É certo que o país precisa urgentemente de uma legislação que seja ao mesmo tempo severa e eficaz no combate aos exageros ocorridos no trânsito em razão da ingestão de bebida alcoólica, ceifando inúmeras vidas. Talvez a medida correta seja estabelecer a to-lerância zero de álcool quando o motorista estiver na direção do veículo, conforme proposta feita pelo se-nador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), responsável pelo relatório do PLC 27/2012, que promove as mudanças.

Se há um índice permissivo, significa que a lei consente que o motorista, após fazer uso de bebida alcoólica, mesmo em pequena quantidade, possa

dirigir. É bom lembrar que, logo após a edição da Lei Seca, em 2008, registrou-se uma leve diminuição das mortes em 2009, porém, no ano seguinte, em razão do afrouxamento da fiscalização e também da cons-cientização do motorista em se negar a se submeter ao teste do bafômetro, novo aumento foi constatado.

Pela interpretação a ser dada ao novo texto a lei surge como uma tábua de salvação, vez que o Estado não se preocupa em realizar campanhas educativas a respeito da responsabilidade de dirigir e vai cada vez mais homologando a presença de motoristas habilita-dos para o trânsito, mas inabilitados para a conscien-tização e comprometimento perante a comunidade.

“O direito realiza a função de dirimir os confli-tos de duas maneiras, esclarece o sempre oportuno Bobbio quando faz referência às normas preventivas e repressivas: com uma ação preventiva e com uma ação posterior, ou seja, tentando impedir que eles surjam ou então lhes pondo termo no caso de já terem surgido”.

A função preventiva falhou. Resta agora a repressi-va, por medidas coercitivas penais e administrativas. Quer dizer, somente com a coação legal a sociedade terá condições de encontrar um pouco mais de res-ponsabilidade e segurança no trânsito. E a lei, ao que tudo indica, vem a toque de caixa.

Eudes Quintino de Oliveira Júnior - Promotor de justiça aposentado (SP) e reitor da Unorp

EMBRIAGuEZ NO TRÂNSITO: TOLERÂNCIA ZERO

Um estudo da Universi-dade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) revela que um motoqueiro tem 30 vezes mais chance de morrer no trânsito do que um motorista. A pes-quisa mapeou os acidentes registrados no Brasil durante cinco anos.

Há cinco anos, o moto-fretista Sebastião Lopes usa a moto para trabalhar e já sofreu acidente. “O rapaz atravessou contramão na mi-nha frente, não deu tempo de brecar e eu bati no carro dele. E vários colegas já perderam a vida nessa profissão e o dia a dia da gente é sempre arris-cando, sempre correndo em cima do perigo”, falou.

Os especialistas calcula-ram o número de acidentes por quilômetros rodados. O objetivo é apontar algumas soluções para o problema. “Passa por todas as áreas necessárias, passa pela área da educação, da fiscalização,

pela melhoria da segurança dos nossos veículos, segu-rança das nossas vias, ou seja, o problema é bastante abrangente e trata de todos os aspectos relacionados com a segurança viária de maneira geral”, explicou Coca Ferraz, professor da USP e autor do livro “Segurança viária”, que será lançado em novembro, num congresso em Joinville (SC).

  VulNeRAbilidAde

De janeiro a agosto deste ano, das 190 vítimas de aci-

dentes de trânsito internadas em Araraquara (SP), 100 eram motociclistas, segundo o Ministério da Saúde. O custo para o sistema de saúde chegou a quase R$ 210 mil. Na cidade circulam diariamente quase 32 mil motociclistas.

“Na moto a gente está mais sujeito, caiu, não tem jeito. O carro tem mais proteção”, completou o motociclista e engenheiro agrônomo Paulo Maia.

  leSõeS

O ortopedista Roberto Fe-

lício afirmou que cair da moto pode causar diversos tipos de lesões.”A gravidade das lesões vai em decorrência do tipo de fratura que a pessoa apresen-ta: quanto mais próxima das articulações, mais grave é a fratura e quanto mais grave a fratura, mais possibilidade de sequela funcional provoca naquele membro”, explicou. Segundo Felício, de cada 10 acidentes que atende, pelo menos um tem envolvimento de moto.

diCASPara enfrentar um trânsito

tão violento, os motociclistas precisam ficar atentos a alguns itens de segurança, além do capacete, obrigatório por lei e indispensável na seguran-ça. “As jaquetas também são importantes porque muitas delas são adaptadas com pro-tetor de ombros, cotovelos e costas com material flexível que, na queda, vai evitar o

contato do chão direto com a pele”, orientou o instrutor de autoescola Nelson Santinon. Segundo ele, o calçado ideal deve ser de couro. “Justamente para ter o mesmo efeito da jaqueta, ou seja, ralar o couro primeiro para depois chegar no pé”, reforçou. “Tênis tam-bém pode, só não pode dirigir de chinelo”, completou.

Santinon alertou que san-dália e salto alto não combi-nam com segurança. “Aí nós temos que diferenciar beleza de segurança: fica linda de salto alto, mas não há se-gurança nenhuma e há um perigo eminente desse salto se enroscar na pedaleira e na hora de botar o pé no chão cair parado, inclusive.

O instrutor destacou, ain-da, que o motociclista sempre deve usar os dois freios ao mesmo tempo, o do pé e o da mão.

Chance de motociclistas morrerem é 30 vezes maior que de motoristasEstudo feito por docente da USP mapeou acidentes no país durante 5 anos. Livro com resultado será lançado em congresso de Joinville, em novembro.

16 - o monatran Outubro de 2012

No início de 2013, entra em operação, em Porto Ale-gre, um meio de transporte de massa ainda desconhecido, mas nem tão novo assim. Há 35 anos nascia o conceito do aeromóvel, um sistema visualmente similar aos dos veículos sobre trilhos, porém sem trilho e totalmente movi-do a ar. Na época, os gestores brasileiros não valorizaram o projeto de Oskar Coester, idealizador do sistema, que acabou sendo exportado para Jacarta, na Indonésia, em 1989 e onde o aeromóvel cir-cula com eficiência até hoje.

A primeira linha da tecno-logia Aeromovel em operação comercial no mundo inter-ligará a Estação Aeroporto ao Terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital gaúcha. O projeto é totalmente desenvolvido no Brasil e usa tecnologia 100% nacional. Os veículos suspen-sos, movidos a ar, permitirão integração e acesso rápido e

direto dos usuários ao termi-nal aeroportuário. O trajeto de 998m, com duas estações de embarque, será percorri-do em 90 segundos. A linha contará com dois veículos - um com capacidade para 150 passageiros, outro para 300 -, que estarão em funciona-mento conforme a demanda do período. O projeto, orça-do em aproximadamente R$

33,8 milhões, tem previsão de operação para o primeiro semestre de 2013.

Desenvolvido pelo Grupo Coester, de São Leopoldo (RS), o Aeromovel é um meio de transporte automatizado, em via elevada, que utiliza ve-ículos leves, não motorizados, com estruturas de sustenta-ção esbeltas. Sua propulsão é pneumática – o ar é soprado

por ventiladores industriais de alta eficiência energética, por meio de um duto locali-zado dentro da via elevada. O vento empurra uma aleta (semelhante a uma vela de barco) fixada por uma haste ao veículo, que se movimenta sobre rodas de aço em trilhos.

Veículos - O primeiro dos dois veículos do Aeromóvel já tem data para chegar a Porto

Alegre. Até o final do mês de novembro, a Trensurb vai re-ceber o A-100, que tem capa-cidade para 150 passageiros. O veículo foi concluído no dia 15 de outubro pela fábrica fluminense T’Trans Sistemas de Transportes S.A..

Se o tempo colaborar, os dois terminais do Aeromóvel serão concluídos até março. Esta etapa da obra, que já está 15% concluída, é executada pela Rumo Engenharia Ltda. O terminal junto à estação Aeroporto da Trensurb, terá cerca de 170 metros quadra-dos. O outro fica localizado junto ao edifício-garagem do Aeroporto Salgado Filho e terá 430 metros quadrados.

A via elevada foi concluída em setembro pela construtora Premold. Atualmente, os ope-rários concluem os detalhes finais sobre as vigas.

As obras do Aeromóvel, incluindo construção da via, terminais e veículos, alcançou 86% de execução.

Conheça o aeromóvel que circulará em Porto Alegre a partir de 2013Primeiro veículo do sistema chega em novembro à capital gaúcha