jornal o monatran - agosto de 2012

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Capital continuará sem fiscalização eletrônica Segundo Rauen (foto), Diretor Superintendente do Institudo de Planejamento Urbano de Florianópolis - IPUF, a solução para fiscalização eletrônica em Florianópolis ficará para a próxima administração. Página 8 PAC tem recursos previstos para Ferrovia em SC Página 9 Planejamento e gestão do trânsito são de responsabilidade dos prefeitos Página 13 PERDÃO de multa leve gera polêmica Página 16 Publicado acórdão que definiu obrigatoriedade do bafômetro para caracterizar embriaguez ao volante Página 10

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Jornal O Monatran - Agosto de 2012

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Page 1: Jornal O Monatran - Agosto de 2012

Agosto de 2012 o monatran - 1

Capital continuará sem fiscalização eletrônicaSegundo Rauen (foto), Diretor Superintendente do Institudo de Planejamento Urbano de Florianópolis - IPUF, a solução para fiscalização eletrônica em Florianópolis ficará para a próxima administração. Página 8

PAC tem recursos previstos para Ferrovia em SCPágina 9

Planejamento egestão do trânsito são

de responsabilidadedos prefeitos

Página 13

Perdão de multa leve gera polêmica

Página 16

Publicado acórdão que definiu obrigatoriedade

do bafômetro para caracterizar embriaguez

ao volantePágina 10

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2 - o monatran Agosto de 2012

o monatran

EDITORIAL

Jornal do MONATRAN -Movimento Nacional de Educação no TrânsitoSede Nacional: Av. Hercílio Luz, 639 Conj. 911

Centro - Florianópolis / Santa Catarina – CEP 88020-000Fone: (48) 3333-7984 / 3223-4920E-mail: [email protected]

Site: www.monatran.org.br

DiReTORiA execuTivA:

Presidente: Roberto Alvarez Bentes de Sá

Diretores: Romeu de Andrade Lourenção Júnior José Carlos Pacheco Sergio Carlos Boabaid Luiz Mario Bratti Maria Terezinha Alves Francisco José Mattos Mibielli

Jornalista Responsável e diagramador: Rogério Junkes - Registro Profissional nº 775 - DRTRedatora: Ellen Bruehmueller - Registro Profissional nº 139/MS - DRTTiragem: 12.000 exemplaresDistribuição: Gratuita

Os artigos e matérias publicados neste jornal são de ex-clusiva responsabilidade dos autores que os assinam, não refletindo necessariamente o pensamento da direção do MONATRAN ou do editor.

NOTAS E FLAGRANTES

Qual é a suaresponsabilidade?

Em 1950, o curta-metragem Motor Mania, do Walt Disney, já anun-ciava uma realidade que tem se tornado cada vez mais próxima: o

complicado e agressivo trânsito das grandes cidades.

Mr. Walker era educado. Mas, quando entrava no carro e saía às ruas, se transfor-mava num motorista egoísta e irritado. Pas-sava por cima dos pedestres. Não respeitava as leis de trânsito. Trafegava veloz onde se deve andar devagar. Quando queria, andava lentamente, contribuindo para aumentar o congestionamento. E ainda acreditava ser um bom motorista. Os outros, que estavam a sua volta, repetiam o mesmo comporta-mento. 

Incrível como um “simples” desenho animado pode apresentar tanta verdade. E, se naquela época a agressividade no trânsito já chamava a atenção do Sr. Walt Disney, imagina o que ele pensaria hoje. De qualquer maneira, o que mais importa ao comentarmos sobre este filme é refletirmos sobre o que cada um pode fazer para melho-rar o trânsito. Embora nem tudo dependa da gente, é certo que uma mudança geral de comportamento, depende da iniciativa individual de cada cidadão. E por que não começar por mim e por você?

É certo que falta estrutura adequada para congregar pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas. Além disso, o número de ve-ículos cresce a cada dia. Obras se multipli-cam, interditando vias. 

Mas, muitas vezes, o trânsito não anda ou se movimenta lentamente por causa da atitude de quem partilha o espaço urbano. A partir da orientação de especialistas e do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), pode-mos apontar algumas atitudes que podem contribuir para melhorar o trânsito.

Por exemplo: não fechar cruzamento, impedindo a passagem dos veículos que vêm na outra via; não fazer fila dupla; não usar o celular; e, em pequenas distâncias, trocar o carro por outro meio de transporte estão

entre as atitudes apontadas. Também é evidente que um dos princi-

pais motivos para se agir de forma desorde-nada no trânsito, sem respeitar o outro e as leis, é a relação com o tempo. Não queremos perder tempo e, quando o trânsito não flui ou flui de um jeito que eu não quero, eu vou transgredir regras, não vou respeitar o outro, porque eu não quero perder tempo.

No entanto, especialistas têm afirma-do que as atitudes negativas no trânsito mostram que estamos “transformando o público no privado”. Tentamos conformar o espaço às minhas necessidades. Assim, embora sejam necessários planejamentos viários mais organizados e eficientes, cada um de nós também precisa rever a forma de se deslocar e de se relacionar com o outro. Afinal, todos nós fazemos parte do trânsito, inclusive o pedestre.

 Aliás, talvez o segredo para o sucesso da mobilidade esteja escondido atrás de três palavrinhas: fiscalização, paciência e cor-tesia. A fiscalização orienta, inibe a atitude errada. Temos que exercer a paciência para saber esperar a nossa vez. E a cortesia para poder, por exemplo, dar a vez ao outro.

Finalmente, precisamos entender que as boas atitudes no trânsito devem se tornar um valor. Deve ser um pacto coletivo, sem jamais cairmos na “tentação” de achar que a culpa é sempre do outro, pois a responsa-bilidade tem que ser de todos nós!

Trânsito do GoogleMaps abrange maiscinco cidades do Brasil

Mais cinco cidades brasileiras terão informações de trânsito ao vivo no Google Maps. São elas: Brasília, Cam-pinas, Fortaleza, Porto Alegre e Salvador.

Com as informações em tempo real do Google Maps dá para saber exatamente onde o trânsito dá um nó para fugir por uma rota alternativa.

Para melhorar ainda mais, as cidades já cobertas pelo monitoramento em tempo real (Rio, São Paulo, BH, Recife e Curitiba) receberam mais pontos de informação em vias que antes não recebiam esse tratamento.

Nos EUA, há até recall de combustível

Podemos estar acostumados aos recalls constantes para automóveis, mas, nos EUA, esse assunto é tão sério que a companhia British Petroleum (BP) se viu obriga-da a convocar os clientes do estado norte-americano de Indiana para substituírem o combustível que foi adqui-rido entre os dias 13/8 e 17/8. Foi identificada contami-nação da gasolina nos tanques de armazenamento da empresa na região e, além de ganhar gasolina nova, os consumidores terão as linhas de combustível limpas e as velas de ignição trocadas. A BP diz ter recebido cerca de 60 ligações no período de clientes reclamando que os automóveis estavam com dificuldade de partida ou morriam em ponto-morto. Será que a medida acabaria com o combustível adulterado no Brasil?

ATENÇÃO CANDIDATOS!Motoristas de carros comexcesso de adesivo político podem ser multados

Adesivar mais de 50% do veículo é uma infração média de acordo com o Código Brasilieiro de Trânsito. Isso porque o excesso de adesivagem configura a infração de mudança de característica. Se autuado, o motorista tem que pagar R$ 127 de multa e recebe quatro pontos na carteira. Quando flagrado pela fiscalização, o carro é retido no local, o excesso de adesivo é retirado e depois o veículo é liberado.

Caso o condutor queira ‘envelopar’ o carro, prática muito comum nesta época de campanha eleitoral, deve recorrer ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran), onde o carro será vistoriado e será acrescentada a ‘cor fan-tasia’ na documentação, informando que a característica do veículo foi alterada.

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PALAVRA DO PRESIDENTE Roberto Alvarez Bentes de Sá[email protected]

Apelo aos Candidatos

Todo mundo sabe que nestas vésperas de elei-ções repete-se a profu-são de ladainhas prome-

tendo aos eleitores as mais benfa-zejas realizações se diplomados forem os promitentes.

Mas toda paciência tem limite. É preciso que haja, quase mila-grosamente, o despertar de uma consciência cívica que nos traga da parte dos postulantes a cargos executivos e legislativos, a mensa-gem que está faltando numa franca honestidade, talvez para que cada candidato sofra com surto de lu-cidez que o leve a entender como tirar de uma atitude simples e sin-cera, um proveito bem maior com a sua própria candidatura.

Em quase todas as áreas em que atuarão os candidatos eleitos

verificam-se, desde sempre, o mais completo esquecimento dos compromissos assumidos com esse nosso povo a quem tanto eles cortejam antes do resultado das urnas.

Destacamos, em especial, o trânsito, uma atividade humana da maior importância, pois nela vidas estão envolvidas, como mostram as nossas assustadoras estatísticas.Há mais de dez anos vivemos de promessas que nunca se cumprem. Nem sequer temos um Plano Di-retor. Continuamos aguardando a implantação prometida do sistema BRTs, VLTs, Monotrilho (que con-sideramos ser o ideal para nossa cidade), Transporte Marítimo, Teleférico, Metrô de Superfície, etc... Já se falou de tudo e nada foi implantado.

Enquanto outras capitais dão incremento e modernizam seus órgãos de planejamento urbano, em Florianópolis o nosso IPUF, encontra-se em estado de aban-dono e agonizando. Seu pleno funcionamento é também muito importante para a política de Trân-sito da nossa cidade.

Precisamos que o próximo prefeito ou prefeita, de preferência da população, tenha a coragem de realizar projetos, aos quais não serão destinados aplausos num primeiro momento, mas que de-pois mostrarão sua conveniência e maior utilidade, agradando assim substancialmente a expectativa de toda cidade.

Ora, Senhores Candidatos, usem nesta corrida pelo sufrágio, por uma primeira e ditosa vez,

a sinceridade como elemento de esperteza.

Aquele que for honesto em suas palavras, sem prometer o céu e a terra no seu empolgante aperitivo eleitoral, deve mesmo colher me-lhores frutos.

Chega da retórica de sempre, que tenta iludir e sensibilizar o eleitor dizendo: “Eu amo Florianó-polis”. Todos usam dessa expertise e depois de eleita, a grande maioria esquece, pois não cuidam com amor da nossa cidade. Quem ama cuida. Portanto, promovam esse amor depois de eleitos, com uma gestão competente e de interesse da nossa grande Florianópolis.

E lembrem-se, caros candida-tos, o povão está começando a acordar do seu longo sono letár-gico. O tempo vai ditar a história.

Por misericórdia, Senhores Candidatos:poupem-nos de promessas levianas!

Semana do Trânsito em FlorianópolisNo dia 04 de setembro, várias ins-

tituições do Trânsito de Florianópolis, reuniram-se no DNIT- Departamento Nacional de Infraestrutura de Trans-portes, para a Organização da Semana do Trânsito, que será realizada entre os dias 18 e 25 de setembro. Este ano, o CONTRAN definiu o tema da Sema-na Nacional de Trânsito 2012 como: “Década Mundial de Ações para a Se-gurança do Trânsito – 2011/2020: Não exceda a Velocidade, Preserve a Vida”.

O Superintendente do DNIT João José dos Santos, e o Eng. Civil e Coor-denador em Santa Catarina do Projeto Escola e do Fórum Catarinense pela

Preservação da Vida no Trânsito/ FCPVT- Edemar Martins, deram as boas vindas aos representantes do SestSenat, PRF,Alesc,Aflov, UDESC, UFSC, MotoRepórter,Secretaria Mu-nicipal da Saúde, Deinfra e Sociedade Brasileira de Ortopedia.

O MONATRAN – Movimento Nacional de Educação no Trânsito esteve presente, representado pelo seu Presidente, Roberto Alvarez Bentes de Sá e pela Senhora Fernanda Luz Ma-ciel, Secretária Executiva da Entidade.

Este é o terceiro encontro para a or-ganização das atividades, que tiveram início na primeira reunião que ocorreu

no SestSenat e na segunda reunião que ocorreu na Polícia Militar Rodoviária.

Estão previstas abordagens aos motoristas com entrega de material informativo na av. beira mar norte, blitz educativa em coqueiros, pre-miação pelo concurso de redação e desenho, palestras no auditório do SestSenat, passeio de motocicletas e instituição do comitê intersetorial de trânsito na Assembléia Legislativa de Santa Catarina.

Maiores informações sobre datas e locais serão dadas no site:www.labtrans.ufsc.br/projetoescola até o início da Semana do Trânsito.

Código de TrânsiTo Brasileiro (lei nº 9.503, de 1997)

Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz indicadora

de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma que

deixe livre uma distância lateral de segurança;c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem,

acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou.

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Santa Catarina terá um centro de distribuição para o transporte ferro-viário em Mafra, de acordo com os novos anúncios de investimentos do Governo Federal, em concessões para ferrovias e rodovias. O governador Raimundo Colombo acompanhou os lançamentos, que formam um pacote de concessões, no valor de R$ 133 bilhões. O evento realizado no dia 15 de agosto, em Brasília, no Palácio do Planalto, contempla o Estado com o fortalecimento do tronco principal Sul, em ferrovias que interligam Mafra ao estado de São Paulo, no Sudeste, e a Maracaju, no Mato Grosso do Sul. “Queremos reestruturar o modelo de

investimento e exploração das ferro-vias”, disse o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

“As iniciativas são importantes para o Estado porque, combinadas com a cons-trução da ferrovia do frango - que está no PAC -, vai gerar a necessária interligação com o Centro-Oeste”, explicou o gover-nador. Colombo afirmou que apesar de não serem muitas as obras presentes no  pacote  para Santa Catarina, isso não representa um problema. “Nossas maiores necessidades de infraestrutura já estão incluídas no PAC, como a BR-470, a BR-280 e as ferrovias do frango e interportos, para serem realizadas pelo Governo Federal sem a cobrança de

pedágios ou outras taxas pela iniciativa privada”, disse o governador. Nenhuma outra rodovia federal em território cata-rinense teve concessão.

Quando concluída, a nova infra-estrutura ferroviária vai permitir aos produtores de suínos e aves do Oeste catarinense uma logística mais barata para comprar a matéria prima das rações e para exportar a produção. “Queremos menor custo para quem produz e para quem paga impostos, que o país tenha a infraestrutura que o seu tamanho merece. Começamos por ferrovias e rodovias, mas vamos cuidar também de aeroportos, portos e hidrovias”, disse a presidente Dilma

Roussef ao anunciar o Programa de Investimentos em Logística.

Os dois trechos de ferrovias anun-ciados para concessão, São Paulo - Ma-fra - Rio Grande (no Rio Grande do Sul) e Maracaju – Mafra, fazem parte do segundo pacote de investimentos em ferrovias. Somadas aos outros empreendimentos do resto do país, to-talizam 7,4 mil quilômetros que devem ter seus estudos técnicos concluídos até fevereiro de 2013. As licitações serão lançadas no início do segundo semes-tre do mesmo ano. Para as ferrovias, serão R$ 91 bilhões para adequar e renovar 10 mil quilômetros, sendo R$ 56 bilhões nos próximos 5 anos.

Governo Federal anuncia novos investimentos em ferrovias e rodovias de Santa Catarina

Um dos gargalos da dupli-cação da BR-101, trecho Sul, começará a ser desfeito até o mês de setembro, quando sai o edital de licitação para execu-ção da obra. Esta foi a garantia que o ministro dos Transpor-tes, Sérgio de Oliveira Passos, e o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Jorge Ernesto Fraxe, deram ao go-vernador Raimundo Colom-bo, em audiência no dia 8 de agosto, em Brasília. Conforme os representantes do Governo Federal, a obra será contrata-da no projeto chamado RDC (Regime Diferenciado de Con-tratação), no qual em até 30 dias se obtém o resultado do processo licitatório.

Além disso, Colombo re-cebeu a confirmação de que os

editais de licitação para o início das obras de duplicação das BRs 470 e 280 também serão lançados até o próximo mês. No entanto, no caso da 470, o trecho entre Navegantes e In-daial será dividido em quatro lotes. “A boa notícia é que, até o final do ano, todos os lotes

estarão licitados”, salientou o governador. “Não vamos esperar a conclusão dos qua-tro projetos para licitarmos, vamos fazer gradualmente, na medida em que eles fiquem prontos”, complementou o ministro.

Outro assunto abordado

no encontro foi o acréscimo de mais duas pistas na BR-282, acesso a Florianópolis, a chamada Via Expressa. “O trecho recebe cerca de 180 mil veículos por dia, é o terceiro maior congestionamento do Brasil, precisamos de uma solução urgente”, expressou

Raimundo Colombo. Neste caso, o ministro e o diretor do DNIT apontaram a possi-bilidade de lançar o edital até o final de 2012, incluindo no projeto de RDC, se o projeto básico estiver encaminhado. “Se tiver com um bom sta-tus, também podemos fazer a contratação diferenciada”, finalizou Passos.

O túnel no Morro do For-migão, na BR-101, é o menor da duplicação, terá 900 metros e está orçado inicialmente em R$ 57,3 milhões. Participaram da audiência o secretário--executivo da Articulação Nacional, João Matos; secre-tário-executivo de Recursos Desvinculados, Celso Calgag-notto; e os deputados federais Décio Lima, Carmem Zanotto e Rogério Mendonça.

Licitação para túnel do Morro do Formigão sai até setembro

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Agosto de 2012 o monatran - 5

Jose Roberto de Souza Dias *

* Doutor em Ciências Humanas e Mestre

em História Econômica pela USP. Professor

Adjunto da UFSC, criou e coordenou o Pro-

grama PARE do Ministério dos Transportes,

foi Diretor do Departamento Nacional de

Trânsito – Denatran. Secretário Executivo do

Gerat da Casa Civil da Presidência da Repú-

blica, Diretor de Planejamento da Secretaria

de Transportes do Rio Grande do Sul, Presi-

dente do Instituto Chamberlain de Estudos

Avançados e membro do Conselho Delibe-

rativo do Monatran – Movimento Nacional

de Educação no Trânsito, Doutor Honoris

Causa pela Faculdade de Ciências Sociais

de Florianópolis - CESUSC. Coordenador do

Núcleo de Articulação Voluntária - NAV.

A Cidade, o Trânsito e o Voto

Dentro de alguns dias a socie-dade brasileira será convo-cada a votar. Esse é o termo

correto. Não se trata de uma decisão soberana do cidadão que quer partici-par dos destinos da terra em que vive. Ao contrário, não passa de uma obri-gação que se não cumprida resulta em punições. A escolha é livre mas o voto obrigatório.

Atrás dessa obrigação, autoritária e descabida, se escondem os vícios de origem de nossa democracia. O voto nessas circunstâncias passa a ser obje-to de barganha, o que faz que alguns candidatos gastem muito mais em três meses de campanha do que irão rece-ber ao longo de quatro anos de man-dato.

Por essa razão é que os eleitores devem ter um redobrado cuidado na hora de escolher seus candidatos. Principalmente, nos pleitos munici-pais em que está em jogo o destino da cidade em que se vive, a casa expandi-da de cada um de nós.

Isso é coisa muito séria pois diz respeito diretamente ao padrão de qualidade de vida que se quer. Na complexidade dos sítios urbanos, um nó se destaca como sendo um dos principais problemas enfrentados pela sociedade hodierna. Trata-se do terrí-vel desafio da acessibilidade e da mo-bilidade das pessoas.

As cidades brasileiras, não impor-tando mais o seu tamanho, transfor-maram-se num verdadeiro emaranha-do de veículos que não mais cabem nas vias projetadas décadas atrás.

Na busca dos votos obrigatórios e tentando cortejar eleitores, os gover-nos em todas as esferas de poder diri-gem seus esforços para ampliar o uso do transporte individual. O Governo Federal corta impostos de veículos, congela o preço dos combustíveis e alarga estradas como se esta fosse a so-lução para o problema da mobilidade.

As administrações estaduais e mu-nicipais ao perceberem o caos respon-dem com medidas de curta eficácia, duplicando vias, construindo pontes, viadutos e túneis. Preferencialmente tomando essas medidas nas vésperas das eleições. É comum em anos elei-torais as cidades ficarem ainda mais congestionadas com obras que deve-riam ter sido feitas há muito tempo.

A maioria dos administradores pú-blicos, por serem políticos profissio-nais, não ousam pensar a longo prazo. Fora as legítimas exceções, atuam com um olho no mandato e outro na urna eletrônica. Contam com o chamado fator esquecimento e sabem que o re-call depende de ações de curto prazo. Isso explica as obras rápidas e visíveis em detrimento de soluções mais per-manentes, caras e de longo período de

implantação. Por serem políticos profissionais, a

maioria, não tem compromisso com o futuro, mas só com o aqui e agora. Usam e abusam de termos da moda, como mobilidade urbana, mas abso-lutamente nada é feito para resgatá-la. Cidades turísticas, belas por natureza, como as muitas que se tem Brasil afo-ra, são estranguladas a cada período de férias.

Em algumas dessas cidades o transporte público de qualidade sim-plesmente inexiste e seus governantes continuam falando em obras públicas que atendem apenas o transporte sob pneus.

Por tudo isso, no momento em que for escolher seu candidato verifique se o seu voto irá de fato melhorar sua qualidade de vida na cidade em que você vive com sua família.

Mas há uma outra questão que pode ajudá-lo nessa importante esco-lha. Veja quem apoia seu candidato e o que esse administrador fez por sua cidade. Por exemplo, o que fez com os recursos provenientes das multas de trânsito.

De acordo com o Código de Trân-sito Brasileiro a receita proveniente das multas deve ser aplicada exclusi-vamente em sinalização, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização e educação para o trânsito. O eleitor

tem o direito de pedir explicações ao governo federal e aos administrado-res de seu estado e da sua cidade para saber se isto esta sendo feito ou se o dinheiro foi desviado para outras fi-nalidades. Por exemplo, se os recursos foram utilizados nas folhas de paga-mento ou na ampliação da máquina destinada a própria arrecadação de multas.

Só a escolha consciente derrota a obrigatoriedade do voto. Lembre-se que a cidade é a sua casa expandida e que transporte público de qualidade, não poluente, seguro e rápido é um direito de todas as pessoas indistinta-mente. Bom voto!

O diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Júlio Ferraz Arcoverde, se reuniu com membros da Associação Nacional dos Fabricantes de Placas Veiculares (ANFAPV), para dis-cutir a implementação do projeto sinal de vida, no dia 07 de agosto.

O projeto da ANFAPV tem como objetivo principal a educação de motoristas e pedestres para a utilização correta de faixas de pe-destre, com a instituição de um sinal único em todo país, que seria o sinal de mão, antes da travessia.

Julio Arcoverde considerou muito boa a inciativa da associação, que fará campanhas educativas com pedestres e motoristas, para conscientizar os cidadãos a respeito da importância desse ato.

Dados do Ministério da Saúde mostram que os atropelamen-tos representam quase 23% do número de óbitos em acidentes de trânsito. Além disso, uma pessoa é atropelada no Brasil a cada hora. Assim, a campanha é importante para reforçar a importância do respeito ao pedestre, especialmente na faixa.

Durante a reunião, a associação também comentou sobre o VI Encontro Nacional de Fabricantes de Placas para Veículos (Enplaca), evento realizado anualmente pela ANFAPV. O Enplaca é o maior evento da categoria e reúne fabricantes de todo o país.

Denatran reúne representantes de fabricantes de placas para discutir Projeto Sinal de VidaO presidente da OAB do

Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous, afirmou que a decisão do Departamento Na-cional de Trânsito (Denatran) de rastrear a frota nacional de veículos (cerca de 73 milhões de veículos) por meio da ins-talação obrigatória de chips no para-brisas fere o artigo 50 da Constituição Federal que garante a inviolabilidade, a intimidade e a vida privada dos cidadãos.

Damous solicitará ao Departamento Nacional de Trânsito a reconsideração da medida e, caso o órgão do Ministério das Cidades insistir com o rastreamento, a OAB

pretende entrar com uma ação direta de inconstitucio-nalidade no Supremo Tribunal Federal (STF).

Damous explicou que não há motivo para sujeitar o cidadão a esse tipo de monito-ramento do governo porque, segundo ele, há outras formas de monitorar a frota brasileira como, por exemplo, a instala-ção de câmeras de vigilância nas ruas, avenidas e rodovias do país. Pela resolução nº 412, que regulamenta o Sistema Nacional de Identificação Au-tomática de Veículos (Siniav), divulgada no dia 10 de agosto, haverá um monitoramento por antenas espalhadas por

ruas e rodovias. Uma das funções é reprimir o furto e o roubo de automóveis e cargas.

A partir de janeiro, os mo-toristas serão convocados pelo Detran para instalar a placa com o chip de rastreamento. Segundo o Denatran, o custo será de R$ 5, e o pagamento será feito com a taxa de li-cenciamento anual. Caso o veículo não tenha o equipa-mento, a antena não registrará a passagem e as autoridades policiais serão alertadas. A infração será grave (multa de R$ 127,69, com perda de cinco pontos na carteira), com retenção do veículo até a regularização.

OAB: rastreamento de veículos por chips nos para-brisas é inconstitucional

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O governo deve fechar uma parceria com a Federação Internacional de Automobilis-mo (FIA) para uma campanha de segurança no trânsito.

O assunto foi discutido no dia 23 de agosto entre a presidenta Dilma Rousseff, o presidente da FIA, Jean Todt, e o bicampeão mundial de automobilismo Emerson Fittipaldi.

Não ficaram definidas as primeiras medidas da parce-ria, mas, segundo Fittipaldi, a iniciativa deve começar com uma campanha publicitária na televisão. “A recepção foi

muito positiva. A presidenta achou a ideia muito boa, va-mos trabalhar juntos com os ministérios das Cidades e dos Transportes para desenvolver um plano de ação para a se-gurança de trânsito”, adiantou.

A FIA tem um programa global de segurança no trân-sito, em parceria com organi-zações nacionais para reduzir o número de acidentes, cons-cientizar motoristas e cobrar medidas para estradas e carros mais seguros. De acordo com a entidade, todos os anos 1,3 milhões de pessoas morrem e 50 milhões saem feridas de

acidentes de trânsito.No Brasil, segundo Fitti-

paldi, o número de mortos no trânsito, chega a 40 mil por ano. As estatísticas mostram ainda que são mais de 500 mil feridos anualmente e os prejuízos com os acidentes são da ordem de R$ 35 bilhões anuais.

O bicampeão, que venceu os campeonatos de Fórmula 1 em 1971 e 1974, disse que a ideia da campanha é usar as experiências de segurança do automobilismo profissional para melhorar a situação nas ruas.

Fittipaldi e presidente da FIA apresentam campanha de segurança do trânsito a Dilma

Governo lança plano para reduzir mortes de vítimas do trânsito

Atendimento de urgência e emergência é o espaço ‘mais crítico, de baixa qualidade, no SUS’, diz ministro da Saúde. Entre as medidas estão credenciar hospitais e fixar diretrizes clínicas; plano reduziu em 17% mortalidade nos EUA

O Ministério da Saúde criará novas regras para o atendimento ao trauma no SUS. Estão previstos o cre-denciamento de mais hospitais especializados, a adoção de diretrizes clínicas para atender o paciente e a criação de um banco de dados nacional.

O primeiro passo foi a publicação de uma consulta pública no “Diário Oficial” da União, no dia 23 de agosto. O documento ficará dispo-nível para sugestões durante 30 dias. A previsão é que as regras passem a valer a partir de janeiro.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a proposta é que haja mudanças desde o primeiro socorro pelo Samu (serviço de ambulân-cias), ou pela unidade básica de saúde, até a forma como o paciente será atendido dentro do hospital.

“Nossa avaliação é que o atendimento das urgências e emergências é o espaço mais crítico, de baixa qualidade, no SUS”, afirmou.

A meta, segundo ele, é re-duzir as taxas de mortalidade de traumatizados de acidentes de trânsito em 17%, mesmo percentual obtido pelos EUA após a implantação de um sistema organizado de aten-dimento ao trauma.

Em 2010, o SIM (Sistema de Informação de Mortalida-de) notificou 42.884 mortes por acidente de trânsito.

Padilha diz que a proposta é organizar a nova rede em três diferentes níveis de complexi-dade de atendimento (hospi-

tais que fazem neurocirurgia, por exemplo).

Esses hospitais receberão mais recursos, mas, segundo ele, os valores só serão defini-dos após o fim da consulta pú-blica e de acertos com Estados e municípios.

“Será mais atrativo para os hospitais se organizarem e garantirem a qualidade do atendimento ao trauma.”

Muitas vezes, diz Padilha, o Samu faz um bom atendi-mento, mas tem dificuldade de encaminhar o paciente ao hospital especializado. Outra situação comum é o aciden-tado ficar dias em uma maca, esperando por um leito.

QUALIFICAÇÃOSegundo Milton Stein-

man, professor colaborador de cirurgia-geral e do trauma da USP, uma questão central é que o país garanta o finan-ciamento dos recursos neces-sários para atender o trauma.

Na sua opinião, antes de lançar um programa nacional, o ministério deveria fazer um projeto-piloto, menor, com o intuito de criar um modelo a ser seguido.

Steinman afirma que, para garantir qualidade, é preciso, antes, qualificar médicos e hospitais. “É um caminho longo. Não é em três meses que se faz isso.”

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, avalia que considera bastante razoável exigir das montadoras instaladas no Brasil o mesmo índice de eficiência energética praticado hoje na Europa. O governo, por meio da regula-mentação do novo regime automotivo que entra em vigor em 2013, quer exigir emissões de no máximo 135 gramas de CO2 por qui-lômetro rodado. No entanto, as montadoras resistem e querem mais tempo para atingir a meta. “Sempre vão querer mais prazos, em situação mais confortáveis, mas nós estamos trabalhando no interesse público”, disse Pi-mentel após solenidade para lançamento do Programa de Investimentos em Logística.

“Queremos alcançar os índices de eficiên-cia energética em 2017, índices que as mesmas

montadoras que estão no Brasil praticam na Europa hoje. Queremos que até 2017 elas alcancem este índice. Acho que é muito ra-zoável”, disse.

O cumprimento do índice de eficiência energética é uma das exigências para que as empresas consigam uma redução na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). As emissões e a eficiência energética são os pontos em aberto na negociação com o governo para definir a regulamentação do novo regime automotivo, aprovado na semana passada pelo Congresso Nacional.

Para as empresas, o limite de emissão deve ser menos rigoroso, já que os carros brasileiros usam combustíveis diferentes, como o etanol e a própria gasolina com mistura de etanol. Na Europa, boa parte da frota usa diesel.

Governo quer eficiênciaenergética de carros nacionais

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Agosto de 2012 o monatran - 7

Ildo Raimundo Rosa *

A Eleição da Mobilidade

* Delegado da Policia Federal. Ex-presidente do

IPUF – Instituto de Planejamento Urbano de

Florianópolis. Ex-secretário da Secretaria de

Segurança Pública e Defesa do Cidadão de Flo-

rianópolis. Membro do Conselho Deliberativo do

MONATRAN - Movimento Nacional de Educação

no Trânsito.

Em ano eleitoral, todos os dias ouvimos os candidatos manifestando grandes conhecimentos e projetos para nossa

cidade, até parece que, por um encanto, tudo que reivindicamos há tanto tempo começa a tomar forma...

Algumas velhas fórmulas reproduzem os conhecidos modelos desenvolvimentistas sem adentrarem no âmago da questão que afeta a mobilidade em si, um rosário de boas intenções encobre a histórica dificuldade que todos esta-mos enfrentando para viver em Florianópolis.

Na verdade, o resgate da capital de sua flagrante ilegalidade começa com a inadiável aprovação de seu imprescindível plano diretor participativo, imposto pelo Estatuto das Cida-des e que desde 2006, quando expirou o prazo legal para sua conclusão, colocou Florianópolis entre as cidades sujeitas à pena de improbidade administrativa de seus gestores pela mera con-dição de descumprir a lei.

Por outro lado, com o passar do tempo criou-se uma falsa compreensão de que apro-var o Plano Diretor de forma participativa é impossível sem incorrer no “assembleismo” e nas infindáveis discussões comunitárias, o que não condiz com o processo deflagrado em 2006, o qual em seus dois anos de funcionamento gerou mais de mil macrodiretrizes, aprovadas em dezenas de audiências públicas, legitimadas

por ampla participação popular, mas que assi-nalaram claramente uma tendência diferente para nossa cidade, mais humana e sustentável, o que talvez tenha preocupado certos núcleos de poder que tradicionalmente tem loteado os espaços públicos e privados da capital de acordo com seus únicos interesses.

Assim sendo, em 2009, estudos desenvolvi-dos pela Universidade de Brasília, a partir da identificação do chamado “valor de integração”, obtido pelo emprego de um software, associado basicamente a organização e a conexão de ruas, coloca Florianópolis entre as cidades com pior índice de mobilidade do mundo.

O trabalho pautado na metodologia ado-tada pela Universidade de Londres, apontou as cidades brasileiras como as que apresentam os piores índices, em razão do crescimento desordenado, sem planejamento global nas dé-cadas de 1960 e 1970, o que gerou verdadeiras “colchas de retalhos” com desenhos diferentes entre os bairros o que, segundo o pesquisador Valério Medeiros, um dos responsáveis pelo trabalho, “ao longo do tempo, os pedaços foram costurados, causando segregação espacial e perda nos deslocamentos”.

Já quanto às peculiaridades associadas à Florianópolis, destaca-se o fator geográfico, composto por morros, montanhas, lagoas e dunas, o que provocou a não continuidade da

malha viária, gerando fragmentação e falta de conexão entre os bairros.

Estas conhecidas vulnerabilidades estão a demandar uma intervenção muito mais quali-ficada, vinculada a políticas de médio e longo prazo, nem sempre compatíveis com o am-biente político adotado nos municípios, onde o gestor costuma priorizar as ações próprias para serem implementadas durante o exercício de seu mandato.

Contudo, o engajamento de expressivos ór-gãos da sociedade civil cobrando uma escolha consciente por parte do eleitor, enaltecendo o papel da política apesar de seu conhecido descrédito, tudo a partir da aprovação da “ficha limpa”, poderá qualificar nossas escolhas, depu-rando o ambiente eleitoral a partir do municí-pio onde sempre surgem as lideranças legítimas que poderão no futuro alterar este triste quadro de corrupção e descaso com a coisa pública que rondam a classe política brasileira, apesar de suas cada vez mais raras exceções...

O presidente do Banco Interamericano de Desenvol-vimento (BID), Luis Alberto Moreno, disse que os números de acidentes de trânsito na América Latina são motivo de preocupação e que o orga-nismo está preparado para fi-nanciar iniciativas que freiem as estatísticas.

“Estamos preparados para apoiar e financiar as melhores ideias brasileiras para reduzir a taxa de acidentes nas estra-das”, afirmou Moreno durante um ato para anunciar um compromisso entre o BID e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para fomentar a segurança viária, realizado no dia 23 de agosto, em São Paulo.

O presidente do BID re-passou os dados que mostram que na América Latina e no Caribe são registradas 17 mor-tes por cada 100 mil habitantes devido aos acidentes de trân-sito, duas vezes mais que nos países de renda elevada e pe-diu o reconhecimento de um problema que “afeta a todos”.

“Os números demonstram que temos que estar preocupa-dos”, ressaltou Moreno, desta-cando que o BID atuará junto com o poder público em três eixos: apoio ao governo, mo-bilização de financiamento e trabalho com todos os setores para promover conscientiza-ção social.

O presidente da FIA, Jean Todt, comentou ser “ina-

ceitável” que 1,3 milhões de pessoas morram todos os anos nas estradas no mundo e de-clarou que, com o trabalho em conjunto, essa situação pode melhorar.

Durante o ato, que contou com a participação de Emer-son Fittipaldi e Felipe Massa, foi assinado um compromisso entre o BID e a cidade de Blu-menau, que prevê um inves-timento de US$ 118 milhões para melhorar o transporte urbano.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o governador Geraldo Alckmin e a embaixa-dora da Campanha Mundial de Segurança Viária, Michelle Yeoh, também participaram do evento.

BID quer promover iniciativas de segurança viária na A. Latina

Projeto cria cadastrode motoristas alcoolizadose agrava pena para infração

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 3679/12, do Deputado Washington Reis (PMDB-RJ), que cria cadastro de motoristas infratores que conduziram veículo sob a influência do álcool e agrava a pena prevista para essa infração.

Hoje a pena é de multa de R$ 957,70 e de suspensão do direito de dirigir por 1 ano. Pela proposta, essa multa será dobrada e a suspensão do direito de dirigir valerá por 2 anos.

O projeto altera o CTB-Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97). De acordo com o texto, o Departamento Nacional de Trânsito -DENATRAN, ficará responsável por organizar e manter o Cadastro Negativo de Condutores, de acesso público, para a identificação dos infratores autuados por conduzir sob a influência do álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência, conforme regulamentação do Con-selho Nacional de Trânsito -CONTRAN.

Para o autor, o alto número de acidentes envolvendo mo-toristas alcoolizados demanda medidas mais rigorosas contra os infratores. Segundo ele, “em 2011 foram registrados 7.552 acidentes envolvendo condutores embriagados, dos quais 307 resultaram em morte”.

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Desde maio do ano pas-sado, temos acompanhado a novela sobre a fiscaliza-ção eletrônica nas vias de Florianópolis. E, segundo entrevista exclusiva com o Superintendente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) e Se-cretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, José Carlos Ferreira Rauen, não há previsão de final feliz para moradores e visitantes.

Suspensa após denúncias de irregularidades na renova-ção do contrato com a Enge-bras, a fiscalização eletrônica não tem data para ser reati-vada. Para piorar, a medida emergencial para coibir o excesso de velocidade na Ca-pital, que pretendia contratar radares móveis para fiscalizar as ruas da cidade também foi barrada pela justiça.

O TCE (Tribunal de Conta do Estado) suspendeu o edital de licitação para o aluguel de cinco dispositivos fixos e mó-veis, atendendo ao pedido de paralisação feito pela empresa Virtual Energia Indústria de Dispositivos Eletrônicos para Sinalização, que apontou diversas falhas no edital da Prefeitura, como exigência de engenheiro eletricista e garantia de um ano dos equi-pamentos, quando o contrato seria de seis meses.

De acordo com Rauen, a ideia dos dispositivos móveis já foi totalmente descartada. Já quanto à briga judicial entre a primeira e a segunda colocada no edital que prevê a instalação dos 73 radares nas vias da capital, Rauen não tem expectativas de que seja resolvida ainda neste ano. “Por uma questão ética, não queremos propor uma nova

PROBLEMAS FUTUROSPróximo prefeito de Florianópolis deve receber a cidade sem fiscalização eletrônica e sem Zona Azul

licitação de emergência, visto que não queremos deixar um novo contrato como herança para o próximo administrador público”, afirmou.

Eliseu Kopp X Engebras - O processo que define qual empresa vai instalar os 73 ra-dares já acumula três volumes. São 815 páginas. Além disso, por determinação do TJ-SC

fiscalização eletrônica e, con-sequentemente, pelo aumento dos abusos em vias públicas. “Acredito que era necessário fazer a licitação, sem inter-romper o funcionamento dos equipamentos que, notada-mente, ajudaram a diminuir número de acidentes na Beira--mar Norte”, enfatizou Bentes.

Zona Azul - Durante a reunião com o Superinten-dente do IPUF, foi alertado so-bre o prazo final do convênio com a Associação Florianópo-litana de Voluntários (Aflov), que atua no Programa Zona Azul, prorrogado até 31 de dezembro de 2012.

Rauen afirmou que o IPUF estuda a viabilidade da ins-talação de parquímetros na Zona Azul, devido aos cons-tantes assaltos aos colabora-dores da AFLOV.

Ou seja, pelo andar da car-ruagem, o próximo prefeito de Florianópolis deverá pegar a cidade sem fiscalização eletrô-nica e com o abacaxi da Zonal Azul para descascar.

(Tribunal de Justiça de Santa Catarina), um perito precisará analisar a planilha de custos das duas empresas.

Isso sem mencionar que o juiz Luiz Antonio Zanini Fornerolli, além de precisar tomar conhecimento dos questionamentos sugeridos pelas concorrentes, ainda é responsável por outros 3.000 processos. Aliás, nem ele

arrisca falar em prazo para o fim da disputa.

Arrecadação - Fora o pe-rigo real imposto aos usuários do sistema viário, a falta de fiscalização eletrônica traz prejuízos aos cofres públicos. Enquanto os radares estive-ram nas ruas apenas com a função de registrar infrações, sem a aplicação de multas, ocorreram 34,7 mil flagrantes.

Aplicando a média de 258 registros diários, pelo menos 94.686 multas deixaram de ser aplicadas. Considerando o valor da notificação mínima de R$ 85,13, imposta para quem trafega com velocidade até 20% superior ao limite da via, o Município deixou de arrecadar R$ 8.060.619,18. Os recursos eram investidos na manutenção dos equipamen-tos e na Zona Azul.

Para o Presidente do Mo-natran - Movimento Nacional de Educação no Trânsito, Roberto Alvarez Bentes de Sá, Município e Justiça são responsáveis pelo recesso na

Secretário Rauen não crê em solução ainda nesse ano.

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Agosto de 2012 o monatran - 9

No dia 31 de agosto foi finalmente oficializado o pro-cesso de mudança da praça de pedágio do km 222, que dividiu Palhoça ao meio, para o km 245, divisa entre Palhoça e Paulo Lopes.

Na ocasião, foi assinada a tão esperada    resolução que oficialmente autorizou o início dos procedimentos para a transferência de toda a estrutura, em que o Governo Federal concede a ampliação do trecho  em mais 25 qui-lômetros para a Auto Pista Litoral Sul.

A partir de agora, a Auto Pista Litoral Sul está auto-rizada para deflagrar todos os procedimentos técnicos como desapropriação, licen-ças ambientais e aprovação dos projetos, para iniciar as obras com prazo de execução de 180 dias para colocar em funcionamento a nova praça de pedágio no km 245 e desa-tivar a já existente no km 222.

Tal feito inédito no Brasil (alteração de uma licitação

internacional que provo-cou,  também pela primeira vez,  a transferência de uma praça de pedágio no territó-rio brasileiro) se desdobrou em uma nova determinação por parte do Governo Fede-ral: nunca mais uma praça de pedágio será    instalada em perímetro urbano, como aconteceu com Palhoça, onde a estrutura gerou graves trans-tornos sociais ao dividir ao meio a cidade.

A notícia foi comemorada pelo público que lotou o Au-ditório do Fórum Municipal, juntamente com o prefeito de Palhoça, Ronério Hei-derscheidt; a ministra Ideli Salvatti;  o superintendente da Auto Pista Litoral Sul, Paulo Mendes Castro; o diretor ge-ral da ANTT, Ivo Borges de Lima; os deputados estaduais, Dirce Heiderscheidt e Valter Galina; entre outras autori-dades políticas, empresariais e lideranças comunitárias da Grande Florianópolis.  

Para o prefeito, que fez

mais de 24 viagens a Brasília para tratar desse assunto, é uma vitória de Palhoça e de sua gente. “A Justiça tarda, mas não falha. Hoje é um dia histórico para Palhoça tão importante quanto foi a data de sua emancipação. Porque foi concedido, novamente, o

direito de ir e vir para a po-pulação de 30 mil habitantes da região da Baixada do Ma-ciambú”, afirmou.

Ganhos - Com a transfe-rência, a atual administração economizará os R$ 30 mil mensais que usa para bancar a isenção de 2.115 motoristas

moradores das praias do Sul do município, que foram ca-dastrados na Prefeitura. Além disso, Palhoça vai ganhar mais com a arrecadação de ISS. Serão cerca de R$ 120 mil mensais de ISS arrecadados, porque a concessão passará de seis quilômetros para 36.

FESTA DO IR E VIRPalhoça festeja a mudança da praça de pedágio

Foto Orildo Cabeção

Solenidade oficializa mudança da praça de

pedágio do km 222 para o km 245 de Palhoça

O projeto de construção da Fer-rovia Leste-Oeste, também conhecida como Ferrovia da Integração ou Ferrovia do Frango, já foi lançado há mais de 20 anos. Com a inclusão da obra no PAC (Programa de Acelera-ção do Crescimento), do Governo Federal, o plano de desenvolvimento da infraestrutura logística catarinen-se parece começar a sair do papel.

Para este e outros investimentos em ferrovias no território catarinense estão previstos R$ 5 bilhões para os próximos cinco anos. A perspectiva, segundo o deputado federal Pedro Uczai, é de que a construção do tra-çado ligando o porto de Itajaí até a aduana de Dionísio Cerqueira inicie em até três anos, após a conclusão dos estudos de viabilidade e do projeto de engenharia. Já a finalização das obras é cogitada para daqui a dez anos.

Em consenso com a necessidade de reestruturação da logística para a chegada de insumos e o escoamento da produção, a presidente da Re-pública, Dilma Roussef, anunciou um pacote de concessões no valor de R$ 133 bilhões. Neste, o Estado

também está contemplado com o fortalecimento do tronco principal Sul, em linhas férreas que interli-gam Mafra ao Estado de São Paulo e até Maracaju, no Mato Grosso do Sul. “As iniciativas são importantes para o Estado porque, combinadas com a construção da Ferrovia do Frango - que está no PAC -, vai gerar a necessária interligação com o Centro-Oeste”, explicou o governa-dor Raimundo Colombo.

Entretanto, o senador Casildo Maldaner entende que “as ferro-vias mais importantes, que podem garantir a sobrevivência do agro-negócio catarinense, ficaram de fora.” A referência é a chamada Fer-rovia do Oeste, que faria a ligação dos centros produtores de grãos, como o estado do Mato Grosso, aos produtores de aves e suínos do oeste catarinense, que teriam uma logística mais barata para comprar a matéria-prima das rações e para exportar a produção. O parlamentar disse que encaminhará ofícios para solicitar a inclusão das obras nos planos de investimento.

O posicionamento manifestado pelo vice-presidente regional da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), AstorKist, é favo-rável aos investimentos no transporte ferroviário de cargas, já que este seria o segundo mais barato, atrás do trans-porte fluvial, inviabilizado no oeste catarinense.

Ele considera a construção da Ferrovia do Leste-Oeste como uma nova opção para o transporte de insumos até o Oeste e dos produtos industrializados até o litoral, por exemplo. Comenta, também, que essa iniciativa pode incitar a instalação de novas indústrias na região, inclusive aquelas que precisam trazer matéria--prima para a produção de outros lugares.

Para finalizar, o vice-presidente regional da Fiesc lembra a necessi-dade de mais investimentos no setor como a construção de ferrovias que possibilitem a chegada de insumos agrícolas produzidos no Centro Oeste até o oeste de Santa Catarina, até agora insuficiente na produção de grãos.

Recursos para Ferrovia já estão previstos no PAC

Em Santa Catarina,

segundo dados do

Departamento Nacional

de Infraestrutura de

Transportes- DNIT, apenas

5% das cargas são

transportadas por ferrovias.

Dirce Heiderscheidt, Ministra Ideli Salvatti, o prefeito Ronério e o diretor geral da ANTT, Ivo Borges de Lima.

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JUDICIÁRIO

A Segunda Turma do Su-premo Tribunal Federal (STF) concedeu Habeas Corpus (HC 111442) impetrado pela Defen-soria Pública da União (DPU) em favor de A.F.S. e determinou que seja excluída da senten-ça de pronúncia (decisão que submeteu o acusado ao julga-mento pelo Tribunal do Júri) a qualificadora da surpresa, que impossibilita a defesa da vítima, prevista no inciso IV do parágrafo 2º do artigo 121 do Código Penal, e que eleva a pena máxima para o crime de homicídio de 20 para 30 anos.

Segundo o relator do HC, ministro Gilmar Mendes, a qualificadora que eleva a pena de homicídio quando o crime é cometido “à traição, de embos-cada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido” não é compatível com o dolo eventual, previsto na segunda parte do inciso I do artigo 18 do Código Penal. O dolo eventual ocorre quando a pessoa, assumindo o risco de provocar determinada lesão a bem jurídico, com ela seja indiferente.

“Em se tratando de crime de trânsito, cujo elemento sub-jetivo restou classificado como dolo eventual, não se pode, ao menos na hipótese sob análise, concluir que tivesse o autor deliberadamente agido de sur-

presa, de maneira a dificultar ou impossibilitar a defesa da vítima”, afirmou o ministro Gilmar Mendes.

O acidente em questão ocor-reu no dia 21 de dezembro de 2005, em Bento Gonçalves (RS). Segundo a denúncia, A.F.S. dirigia embriagado e em alta velocidade e ultrapassou sinal vermelho. A caminhonete que dirigia colidiu com o carro do advogado Luciano Gabardo, que morreu no local. Tanto a defesa quanto os assistentes da acusação apresentaram recurso em sentido estrito contra a sentença de pronúncia, mas o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJ-RS) negou provimento a ambos.

No entendimento do TJ-RS, “mesmo que a vítima tenha sido surpreendida, sem tempo de efetuar qualquer manobra para impedir a colisão dos veí-culos e o resultado morte, essa circunstância, no caso concreto, não tem o condão de qualificar o delito”. Para o TJ-RS, a embria-guez ao volante serviu de meio executório de outro crime, sen-

do absorvido, pelo simultâneo de homicídio, que é mais grave.

Houve recurso dos assistentes da acusação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou a inserção da qualificadora na sentença de pronúncia. Segundo o STJ, “não havendo prova plena que afaste, indubitavelmente, a procedência da qualificadora, mais prudente, nesta fase de juízo de suspeita, a sua manutenção, para que eventualmente seja analisada pelo Conselho de Sen-tença no julgamento em plenário [Tribunal do Júri]”.

No HC impetrado no Su-premo, a Defensoria Pública da União argumentou que a quali-ficadora não pode ser submetida à apreciação do Tribunal do Júri, em razão de sua “incompati-bilidade flagrante” com o dolo eventual. O argumento foi aco-lhido pelo ministro-relator do HC e pelos demais integrantes da Segunda Turma.

“Entendo assistir razão à de-fesa, na linha do que nós temos decidido, a despeito de conside-rar extremamente importantes precedentes desse jaez, em razão de por cobro aos abusos que se perpetram no trânsito, mas aqui me parece incompatível”, concluiu o relator. A ordem foi então concedida para deter-minar o restabelecimento da sentença de pronúncia, com a exclusão da qualificadora sur-presa/emboscada.

STF afasta qualificadora do elemento sur-presa em morte por acidente de trânsito

Pedidos por danos morais e materiais causados por acidentes de trânsito têm sido cada vez mais comuns. No primeiro semestre deste ano, 560 processos de inde-nização por acidentes de trânsito receberam decisões favoráveis da Justiça em Mato Grosso do Sul. Só que nem sempre a vítima fica satisfeita com a sentença, e a espera pela indenização continua.

Há 5 anos, André Júnior Pi-nheiro Silva foi vítima de um aci-dente em Campo Grande/MS que o deixou paraplégico, aos 21 anos de idade. Ele voltava para casa de bicicleta quando foi atingido por um carro. O jovem moveu ação contra a empresa dona do veículo que provocou a batida e ganhou R$ 50 mil de indenização, além do ressarcimento com despesas médicas no valor de R$ 3 mil. Além disso, André teve direito a pensão vitalícia de um salário mínimo.

A advogada que defendeu André disse que vai recorrer da decisão, pois acredita que a indenização deve ser paga em valores maiores, a exemplo do que tem ocorrido nos tribunais superiores. “Há orientações no sentido de que, restando confi-gurada a paraplegia decorrente do acidente de trânsito, o valor da indenização deve ser majorado em R$ 250 mil”, explica a advo-gada Gabriela da Silva Mendes.

No mesmo acidente que vi-timou André Júnior em 2007, o motociclista Jonathan Pinheiro Silva também ficou ferido ao ser atingido por um dos carros envolvidos. A Justiça fixou inde-nização de R$ 15 mil em outubro

de 2010, mas até agora Jonathan espera pelo dinheiro. “Eu fiquei três meses deitado na cama, e tive muitas contas paradas. Quando saí, achei que ia quitar todas elas, mas não recebi nada até agora”, diz o jovem, que ainda sofre com sequelas na bacia.

A empresa responsabilizada já não existe mais, mas em casos como esse, nem por isso a inde-nização ficará apenas no papel, como explica o desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), Luiz Ta-deu Barbosa Silva (foto abaixo). “Temos uma alternativa, que seria a vítima do acidente tentar a desconsideração da pessoa ju-rídica. Demonstrar que a pessoa jurídica foi mal gerida, para que a responsabilidade seja transferida aos sócios gestores do empreen-dimento. Aí sim, o juiz poderá determinar a penhora dos sócios da empresa”, diz o magistrado.

O desembargador sugere ainda outras medidas às vítimas de acidentes que desejam obter indenizações. “Assim que ocor-rer o acidente, é importante que a vítima tome duas medidas. A primeira é tentar criar mecanis-mos para que a empresa não se desfaça de seus bens. A segunda seria tentar, em juízo, a tutela antecipada”, explica Silva.

Valores de indenização são questionados por vítimas de acidente de trânsito, em MS

O juiz da 55ª Zona Eleitoral de Mato Grosso (Cuiabá), Paulo Márcio Soares de Carvalho, determinou no dia 10 de agosto que todos os partidos políticos, coligações e candidatos não co-loquem propagandas (cavaletes, santão e qualquer material) a mais de cinco metros de esqui-nas, contornos, rotatórias e cru-zamentos em prazo de 24 horas após notificação.

A decisão tem finalidade de manter segurança no trân-sito para evitar condições para acidentes de trânsito. Partidos, coligações e candidatos que descumprirem a determinação ficarão sujeitos a multa de R$

500,00 por objeto encontrado de forma inadequada. Após o início da propaganda eleitoral de rua, pedestres e condutores passaram a exigir uma medida enérgica do Tribunal Regional Eleitoral quanto ao tema.

Os partidos e coligações tive-ram que estender imediatamente a comunicação aos candidatos, a fim de eliminar o risco de aciden-tes de trânsito. A multa será apli-cada de maneira independente, tanto ao candidato transgressor quanto ao partido político pelo qual esteja concorrendo.

“O direito à liberdade de propaganda há de ser exercido de forma a preservar a segurança no

trânsito, premissa indispensável à incolumidade física de todos os cidadãos”, disse o juiz.

A propaganda eleitoral de rua é permitida, reforça o ma-gistrado, mas, deve seguir a legislação e como forma de fortalecer o regime democrá-tico. “Está-se aqui a ponderar que, quando formulada em desrespeito a diretrizes legais de forma, prazo ou conteúdo, a propaganda converte-se em elemento daninho e ilícito, podendo, portanto, ser reti-rada pela Justiça Eleitoral no exercício do poder de polícia, além de sujeitar os responsáveis a sanções”.

Propaganda eleitoral nas rotatóriasnão poderá atrapalhar o trânsito

Foi publicado no dia 4 de setembro, o acórdão do Recurso Especial (REsp) repetitivo 1.111.566, julgado na Terceira Seção em março deste ano, que firmou a tese de que só o teste do bafômetro ou o exame de sangue para verificação de dosagem alcoólica podem comprovar o crime de embriaguez ao volante. Ou seja, outros meios de prova, como exame clínico ou testemu-nhas, não são capazes de atestar o grau de embriaguez fixado na Lei Seca e, com isso, desencadear ação penal contra o motorista. O j u l g a m e n t o s e e s t e n d e u p o r q u a t r o s e s -sões e teve placar apertado: cinco votos a quatro, de-finido por voto de desempate da presidente da Seção. Por ter sido definida pelo rito dos recursos repetitivos, a tese serve como orientação para as demais instâncias da Justiça decidirem casos idênticos.

Publicado acórdão que definiu obrigatoriedade do bafômetro para caracterizar embriaguez ao volante

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A Comissão de Viação e Transportes aprovou, no dia 08 de agosto, o Projeto de Lei 3415/08, do deputado Renato Molling (PP-RS), que obriga os órgãos responsáveis a colocar placas educativas com mensagens sobre os riscos da transgressão às regras de trânsito ao longo das rodovias.

O relator, deputado Hugo Leal (PSC-RJ), retirou da pro-posta a determinação de que as placas sejam afixadas a cada dez quilômetros. Na opinião de Leal, “especificações técnicas dessa

natureza devem ser matéria do engenheiro rodoviário, não do legislador”.

Hugo Leal lembra que no Có-digo de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97) já consta a colocação desse tipo de sinalização nas ro-dovias, mas a lei diz apenas que a providência será tomada “sempre que necessário”. Em sua opinião, o principal mérito do projeto é justamente tornar a medida obrigatória.

A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Comissão aprova obrigatoriedade de sinalização educativa em rodovias

A Comissão de Segurança Pública e Com-bate ao Crime Organizado aprovou, no dia 8 de agosto, proposta que inclui os agentes de trânsito entre as categorias profissionais que podem portar arma de fogo em serviço. O texto foi aprovado na forma de substitutivo do relator, deputado Francisco Araújo (PSD-RR), ao Projeto de Lei 3624/08, do ex-deputado Tadeu Filippelli.

O projeto permite o porte de arma para “funcionários integrantes dos quadros de pessoal de fiscalização dos departamentos de trânsito” (Detrans). O substitutivo utiliza o conceito de agentes de órgãos de trânsito e explicita que a permissão atinge os profissio-nais que atuam nas três esferas de governo (municipal, estadual e federal), desde que seja de interesse do respectivo ente federativo.

“Essa disposição está em harmonia com o respeito à autonomia do ente federado,

um dos elementos essenciais do princípio federativo, e permite que a decisão sobre a concessão de porte de arma para agentes de trânsito possa ser feita à luz de condições específicas, próprias de cada ente federado”,

disse Francisco Araújo. A permissão também fica condicionada à formação do profissional em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fisca-lização e de controle interno, nas condições estabelecidas em regulamento, observada a

supervisão do Ministério da Justiça.O relator afirmou também que a discussão

sobre porte de arma costuma gerar confrontos emocionais, mas que seu parecer é técnico. “Acreditamos que os pontos principais para a análise da proposição devem ser a defesa da vida e da integridade física de agentes públi-cos, expostos a situações de risco no exercício de sua atividade profissional”, disse.

A proposta altera o Estatuto do Desarma-mento (Lei 10.826/03), que autoriza o porte de arma para diversas categorias, entre elas: poli-ciais (federais, civis, rodoviários, ferroviários, militares, bombeiros militares), integrantes das Forças Armadas, guardas municipais, guardas prisionais, auditores da Receita Fe-deral e auditores fiscais do Trabalho.

A proposta, que tramita de forma conclu-siva, será analisada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Comissão aprova porte de arma para agentes de trânsito em serviço

Proposta torna obrigatóriocanal de denúncia sobre trânsito

A Câmara analisa pro-posta que torna obriga-tória a manutenção de canal de comunicação pelos órgãos do sistema nacional de trânsito para o recebimento de denúncia sobre infrações. O Pro-jeto de Lei (PL 3537/12), do deputado Abelardo Camarinha (PSB-SP), es-

tabelece que deverão manter esse canal os órgãos e entidades executivos rodoviários e de trânsito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal, bem como a Polícia Rodoviária Federal.

A proposta, que altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei 9.503/97), determina que as regras devem ser re-gulamentadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

O autor da proposta argumenta que as entidades fiscaliza-doras não estão aparelhadas de forma satisfatória para atuar em todas as frentes para as quais são convocadas. “A ideia é que o cidadão tenha um canal onde possa denunciar às autoridades competentes eventuais infrações presenciadas no trânsito, para que as providências cabíveis possam ser tomadas”, afirma Abelardo Camarinha.

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, ainda será distribuída às comissões temáticas.

Avaliação anual de saúde poderáser obrigatória para motoristasde ônibus, vans e táxis

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 3817/12, do deputado Francisco Floriano (PR-RJ), que torna obrigatória a avaliação anual de saúde para motoristas de ônibus e de cooperativas de vans e táxis.

Os exames serão os mesmos da avaliação admissional de um novo funcionário, o que inclui entrevista com médico, medição dos batimentos cardíacos e da pressão arterial e ainda a realiza-ção de exames complementares de sangue ou do coração, por exemplo.

Conforme o texto, a avaliação será condição para participação das empresas em licitações de novas linhas, concessões ou permissões para prestação de serviços.

“Muitos dos acidentes que ocorrem nas estradas brasileiras têm como causa principal as más condições de saúde dos moto-ristas. Eles cumprem jornadas longas, em condições de higiene quase sempre precárias, com alimentação inadequada. São mal remunerados e não realizam exa-mes periódicos”, afirma Francisco Floriano.Ele observa que, além disso, o motorista está exposto a ruídos, gases tóxicos e trânsito intenso, que também prejudicam a saúde.

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Trabalho, de Ad-ministração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Rejeitada obrigatoriedade de colete identificador para motociclista

A Comissão de Viação e Transportes rejeitou, no dia 08 de agosto, o Projeto de Lei 821/11, do deputado Carlaile Pedrosa (PSDB-MG), que obriga conduto-res e passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores a usar colete identificando a placa do veículo. O objetivo da medida era aumentar a segurança dos moto-ciclistas e favorecer o combate da violência urbana.

Como a proposta tramitava em caráter conclusivo e essa era a única comissão responsável pela sua análise de mérito, o projeto será arquivado, a menos que haja recurso para análise em Plenário.

O relator na comissão, depu-tado Lázaro Botelho (PP-TO), defendeu a rejeição da proposta. Ele argumentou que o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97) atribui ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) a responsabi-lidade de especificar o vestuário de proteção que deve ser usado por esses condutores e passa-geiros.

“O autor do projeto, ao esta-belecer o uso obrigatório de um colete cuja principal função é apenas a de identificar o usuário da moto, pode prejudicar sensi-velmente a regulamentação que se proponha a especificar um vestuário cuja principal função é a de dar proteção ao condutor”, argumentou Botelho.

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12 - o monatran Agosto de 2012

Não é pequena a parcela dos motoristas brasileiros que têm de administrar o volante com remédios controlados. As especificações a esses condu-tores começam no primeiro passo para tirar a Carteira Na-cional de Habilitação (CNH). Inicialmente, o processo do epiléptico, por exemplo, segue a mesma rotina prevista no Código Brasileiro de Trânsito (CTB) para qualquer candida-to à obtenção do documento.

Ele tem que preencher um questionário, que inclui perguntas sobre a condição de epiléptico e outras doen-ças e eventuais limitações. Em caso positivo, o médico irá direcionar o exame tendo esse fato como referência. O candidato recebe então um novo questionário específico para a situação de epiléptico, que deverá ser respondido pelo seu médico assistente, em geral um neurologista.

Para serem aprovados nos exames da primeira habili-tação e nas renovações, os candidatos não podem ter

histórico de crises nos 12 me-ses anteriores ao teste. Caso não haja impedimentos para que ele assuma a direção de um automóvel, o exame seguirá a rotina de qual-quer outro candidato.

Embora o paciente pos-sa assumir normalmente o vo-lante, ele está limi-tado a conduzir automóveis. A categoria ‘B’ é a única permitida ao epiléptico. O Có-digo Brasileiro de Trânsito não estabelece o período de validade da CNH do porta-dor de epilepsia. Esse critério fica sob a responsabilidade de cada Detran.

Mesmo cercado de cuida-dos, o processo seletivo não é 100% eficaz. No questionário inicial, o candidato pode simplesmente ignorar sua condição médica para fugir do protocolo exigido de quem tem epilepsia. Alguns por-tadores da doença chegam a ser orientados por seu neuro-

logista a não informar a epi-lepsia no exame médico. En-tretanto, é importante lembrar que se o candidato esconder a doença, ele estará sujeito a um processo criminal caso se envolva em um acidente.

D I S T Ú R B I O S D O SONO  - Cerca de 30% dos

acidentes de trânsito pelo mundo são causados por distúrbios do sono. Alte-

ração de reflexos, sonolência e embaçamento visual são

alguns dos efeitos que po-dem ser provocados pela

maioria dos antidepressivos, ansiolíticos, tranquilizantes e anticonvulsivantes. Esses me-

dicamentos são vendidos somente sob prescrição médica e alguns deles com retenção da receita

pela farmácia. No entanto, os medicamentos denomina-dos OTC (over the counter), do inglês “sobre o balcão”, são produtos de venda livre que não exigem receituário médico e também podem trazer graves consequências para quem está na direção de um veículo.

Alguns analgésicos, an-tigripais e antialérgicos vêm com alerta na bula da possibi-lidade de provocar sonolência, perda de atenção e debilidade psicomotora. Nesses casos, há a recomendação ao usuário para evitar dirigir veículos ou

operar máquinas. De acordo com o farmacêutico Carlos Henrique Cincoetti, antes de um medicamento ser coloca-do no mercado, a indústria farmacêutica realiza todos os testes possíveis para análise dos efeitos colaterais que o produto possa ter. “Assim, além de orientação ao pacien-te, é uma forma dos laborató-rios se protegerem legalmente caso algum problema venha a acontecer”, completou.

Em 2009, a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) enviou a Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (Anvisa) uma proposta de regulamentação para que as embalagens dos remédios que coloquem em risco o ato de conduzir veícu-los tivessem um símbolo de alerta. A frase “se tomar este remédio não dirija” também chegou a ser sugerida. Infe-lizmente, ainda não houve um consenso entre as autoridades brasileiras para que um pro-jeto desse tipo seja colocado em prática.

REMéDIOS E DIREÇÃOuma combinação perigosa no trânsito

Excesso de veículos preocupa até montadorasA indústria automobilística mundial

deve colocar neste ano nas ruas perto de 80 milhões de veículos. São tantos automóveis que os próprios fabricantes já começam a buscar mais intensamente medidas que evitem o colapso no trân-sito nas grandes cidades.

Candidato a ser o maior fabricante mundial de veículos, mas preocupado com a falta de mobilidade em várias me-trópoles, o grupo alemão Volkswagen, por meio de sua marca de luxo Audi, vai apoiar projetos que apresentem soluções para o caos urbano. O Brasil, que este ano deve bater recorde de vendas, com cerca de 3,6 milhões de novos automó-veis e caminhões nas ruas, está entre os seis países que concorrem ao Audi Urban Future Award com um projeto de mobilidade para a região da Luz, em São Paulo.

Se for eleito por um grupo de espe-cialistas convidados pela Audi, o projeto brasileiro receberá apoio financeiro da fabricante alemã para ser adotado local-mente, em parceria com as autoridades do município. Os outros concorrentes são China (Pearl River Delta), Estados Unidos (Boston/Washington), Índia

(Mumbai), Japão (Tóquio) e Turquia (Istambul).

Na segunda semana de agosto, a convite da Audi, o especialista em trân-sito e professor da universidade alemã Duisburg-Essen, Michael Schreckenberg, esteve em São Paulo para ver de perto a situação do trânsito na cidade. No dia 07/08, ele percorreu algumas das princi-pais rotas de congestionamento: Marginal Pinheiros, Elevado Costa e Silva, Radial Leste, 23 de Maio e a região da Luz, alvo do projeto que será apresentado na Ale-manha em outubro. Das várias megacida-des que conheceu – entre as quais Tóquio, Moscou, Londres, Paris, Seul e Nova York -, São Paulo foi a que mais chamou a atenção do especialista pela escassez de transporte público eficiente. “Há locais com trânsito até mais caótico, mas não vi outra metrópole que dependa tanto do deslocamento em automóvel como São Paulo, diz Schreckenberg.

Nota do Editor: Trata-se de uma inversão completa. Ao invés do Governo, são as montadoras que manifestam preocupação.

A autoindústria mundial deve colocar cerca de 80 milhões de veículos nas

ruas das grandes cidades

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Agosto de 2012 o monatran - 13

Em grandes cidades e mu-nicípios de médio porte, o trânsito é um desafio que as prefeituras precisam planejar e administrar. Além do cui-dado na execução de obras, que costumam ser caras, es-pecialistas recomendam que o investimento e o incentivo a novos e diferentes modais são essenciais para a gestão do trânsito.

No Paraná, cidades como Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e Maringá convivem diariamente com o problema dos congestionamentos. A ca-pital planeja formas de resol-ver o problema desde a década de 40, com o Plano Agache, que deixou como herança ave-nidas largas como a Marechal Floriano, Sete de Setembro

e Visconde de Guarapuava. Os anos seguintes trouxeram inovações como as canaletas exclusivas para ônibus, as vias rápidas e os binários.

Contudo, para o professor de gestão urbana da PUC--PR Fábio Duarte, nenhuma solução para o trânsito é defi-nitiva, de forma que é preciso sempre pensar em alternativas que instiguem a população a deixar o carro em casa. Ele cita um transporte público eficien-te e a bicicleta como exemplos. “Cada vez que a gente anda na rua e vê um ciclista, a gente tem que sempre lembrar, puxa vida, é, de fato, um carro a menos. É incompreensível matematicamente que, se a pessoa fez um quilômetro de via asfaltada, ela não possa ter

feito também um quilômetro de ciclovia – é muito mais barato”, afirmou.

Atualmente, Curitiba pos-sui uma das maiores frotas de carros do país. São 1.278.000 veículos para 1.746.000 habi-tantes, números que compro-

vam a necessidade apontada por Duarte. Ainda assim, intervenções de infraestrutura se mostram necessárias para adequação da vias, principal-mente na integração com as regiões metropolitanas.

Atualmente, 28 cidades

rodeiam Curitiba e precisam ser levadas em conta para o planejamento do trânsito. No final de 2012, R$ 500 milhões devem ser repassados pelo Governo Federal através do PAC da Copa para melhorar o acesso a ruas e estradas. “As obras promoverão, ou tentarão diminuir esses nós viários que Curitiba e Região sofrem diariamente”, explica o coordenador técnico da RMC, Sandro Setim.

Já em Florianópolis, pa-rece estar acontecendo ao contrário, o Instituto de Pla-nejamento Urbano de Floria-nópolis (IPUF) foi esvaziado, os radares não funcionam, o transporte marítimo não é apoiado como deveria e a mo-bilidade está a beira do caos.

Planejamento e gestão do trânsito são de responsabilidade dos prefeitos

Embora seja lei o uso de espelho retrovisor, campainha e sinalização noturna nas bicicletas que circulam pelo país, muitos ciclistas pedalam pelas vias das cidades sem esses equipamentos obrigatórios, uma vez que não há fiscalização.

Pela letra da lei, o ciclista que circula sem aqueles equipamentos obrigatórios comete infração considerada grave, estando sujeito à multa de 120 Ufirs (equivalente a R$ 127,69) e, também, à retenção do veículo para a regu-larização.

Desde 21 de maio de 1998, a Resolução 46 do Contran estabelece esses equipamentos obri-gatórios para bicicletas com aro superior a vinte polegadas. O espelho retrovisor tem de ficar do lado esquerdo, acoplado ao guidão e sem haste de sustentação.

A campainha, independente de ser com dispositivo sonoro mecânico, eletromecânico, elétrico ou pneumático, deve permitir que outras pessoas identifiquem a aproximação de uma bicicleta.

A sinalização noturna é a mais rigorosa: deve ser composta de retrorrefletores, com alcance mínimo de visibilidade de trinta metros, com a parte prismática protegida contra a ação das

intempéries, e deve ser instalada na dianteira, nas cores branca ou amarela; na traseira, na cor vermelha; enquanto nos pedais e nas laterais pode ser de qualquer cor.

Pela Resolução, esses equipamentos deve-riam ser instalados obrigatoriamente a partir de 1º de janeiro de 2000. No entanto, não há fiscalização para que a Resolução 46 e o artigo 105 do CTB sejam cumpridos.

Outra infração - Outra infração praticada comumentemente nas cidades e que também não há fiscalização, é a de ciclistas utilizarem as calçadas, ou passeios, para locomoverem-se.

De acordo com o artigo 255 do CTB, condu-zir bicicleta em passeios onde não seja permitida a sua circulação, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do artigo 59, o ciclista comete infração média e está, então, passível à multa de R$ 85,13 e à remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa.

Em locais em que não houver ciclovia ou ci-clofaixa, o ciclista deve circular pela rua, ao lado dos veículos automotores, sempre mantendo a borda da faixa da direita e no sentido do fluxo.

Ciclistas não usamequipamentos de segurança

Código de Trânsito diz que circular sem os itens

obrigatórios corresponde a infração grave e multa pode

ser de R$ 127,69

Em países como a Holan-da, as crianças são ensinadas desde pequenas a como se com-portar no trânsito, estejam de carro, de bicicleta ou a pé. Elas passam a conhecer o papel de cada um nas ruas, seus direitos e deveres, além dos cuidados que devem ser tomados consigo e com os outros. Formam-se adultos mais conscientes e res-ponsáveis no trânsito – e este, por consequência, se torna mais seguro.

FORmANDOCICLISTAS

Na Holanda, também exis-te um programa específico para formação de ciclistas. Desde 1935, crianças são ensi-

nadas a como se comportarem no trânsito, quando estiverem andando de bicicletas. Além da Holanda, também existem esse tipo de programa em países como Canadá, Estados Unidos, Austrália, França, Reino Unido, Áustria, Dina-marca e Alemanha.

Recentemente, foi imple-mentado um projeto em es-colas da cidade de São Paulo, que pode servir de modelo e precisa ser ampliado para atender cada vez mais crian-ças, em todo o Brasil.

Para saber mais sobre es-ses dois projetos holandeses, acesse a galeria de vídeos do site do monatran – www.monatran.org.br

Na Holanda, educação para o trânsito começa na infância

“Jardim de trânsito” na cidade de Ultrecht, na Holanda: formando motoristas, ciclistas e pedestres conscientes, desde os anos 50.

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CARTAS

Só em 2016! (E olhe lá!)“Tenho acompanhado as ações do Governo do

Estado referentes a nova ligação entre Ilha e Con-tinente. Num primeiro momento, fiquei bem espe-rançoso quanto a possibilidade de se manifestarem projetos bem diferenciados, visto que foi aberta a possibilidade de apresentação de propostas. No en-tanto, nenhuma destas doze ideias apresentadas me encantou. Parece tudo muito igual... e o pior... não ouvi falar sobre nenhuma pesquisa de origem/desti-no ou de qualquer outro dado que possa contribuir para o sucesso final da implantação de algum destes projetos. Ou seja, parece que aquela velha conhecida “ciência do achismo” vai continuar imperando. E mesmo que alguma coisa seja feita até 2016, temo que não seja suficiente para resolver o nosso problema”.

Lucas maciel – Florianópolis/SC

Palavra do Presidente“Mais uma vez o presidente nos impressio-

nou com suas palavras. Depois de conhecer tantas opções viáveis a fim de solucionar a nossa “imobilidade” urbana, fiquei pensando: será que nossos governantes não viajam por aí? É evidente que viajam. No entanto, a impressão que dá é que eles só vão mesmo a passeio, sem se lembrarem que poderiam aproveitar esta boa experiência para tentar melhorar o nosso lado. Enfim... o jeito é esperar que alguém resolva tomar este tipo de medida, visando o bem geral da população”.

Jéssica Flores – São José/SC

Crivo da Razão“Confesso que me achava um tanto alienada

quanto a necessidade de se avaliar melhor candidato e proposta. Porém, através do ‘Crivo da Razão’, magis-tralmente escrito pelo articulista Jose Roberto Dias, tive a oportunidade de avaliar melhor a complexidade de toda a questão envolvida. Sem dúvida, os rápidos segundos da votação eletrônica farão muito mais sentido pra mim!”

Neli Cunha – São José/SC

A mobilidade Estatal“Também achei estranha a omissão de Floria-

nópolis quanto às discussões relacionadas à quarta ligação Ilha-Continente. Parece até que a cidade não tem nada a ver com isso, sendo que ela deveria ser a principal interessada no assunto. Para piorar, a falta de pesquisas que subsidiem qualquer decisão relacionada a escolha de qualquer um dos projetos também é muito preocupante. O povo não aguenta mais sofrer as conseqüências de escolhas feitas às ce-gas. Queremos soluções que sejam, de fato, eficientes”.

manoel da Silveira – Palhoça/SC

4ª Ligação“Fiquei feliz que apareceu pelo menos uma pro-

posta sugerindo a ligação Ilha-Continente através do Norte da Ilha. Para mim, pessoa leiga, mas preo-cupada com a mobilidade local, sempre me pareceu esta a melhor solução, visto que o meio da Ilha já está suficientemente abarrotado, prova são as grandes filas já existentes na Avenida Beira-Mar Norte. Por ser o Norte da Ilha um dos destinos mais comuns de turistas e de grande número populacional, acho que seria a melhor opção. Se não no Norte, sugeriria o Sul

da Ilha, até como incentivo para o desenvolvimento daquela região. Agora, projetos querendo descarregar mais carros na Beira-Mar Norte, me parecem, no mínimo, contraditórios”.

Ana meurer – Florianópolis/SC

Velocidade média“Achei interessante o Projeto de Lei que visa con-

trolar a velocidade média dos veículos, ao invés da velocidade em cima da lombada. Afinal, o respeito às regras de trânsito deve ocorrer a todo momento, não só quando estamos sendo fiscalizados”.

Liliam Gazeta – Brasília/DF

Exemplos Internacionais

“Gostei de estar a par do que outros países estão fazendo em prol de um trânsito mais humano e se-guro. Sem dúvida, experiências de sucesso podem contribuir, e muito, para o efetivo tomar de deci-sões aqui no Brasil. Aproveitando a oportunidade, gostaria de parabenizar o Rio Grande do Sul pela iniciativa de promover esse Congresso Internacional de Trânsito. Melhor será quando o governo começar a implantar esses exemplos de sucesso. De qualquer forma, parabéns!”

Robson Ramos - São Paulo/SP

mauro motorista“As tirinhas estão demais! O rabugento do Sr.

Mauro Motorista tem ensinado grandes lições para nós adultos e para as crianças também. Já levei alguns puxões de orelha da minha filhinha de nove anos, graças as lições aprendidas com o Mauro. Parabéns a toda a equipe!”

Luciana Odebresh – Rio de Janeiro/RJ

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Agosto de 2012 o monatran - 15

O Brasil já tem a maior malha de rodovias pedagiadas do mun-do. Quando concluir a licitação dos 7.500 quilômetros (km) previstos no pacote de conces-são, lançado em meados de agosto pelo governo federal, terá 22.973 km de estradas nas mãos da iniciativa privada - quase o dobro da segunda colocada, que é a Alemanha, com 12.788 km. Nos Estados Unidos, que detêm a maior malha rodoviária do mun-do, a quantidade de rodovias com pedágios é de 8.430 km.

Apesar da l iderança no ranking, o Brasil ainda deixa muito a desejar no quesito qua-lidade. Da malha total do País, apenas 12% é pavimentada. Boa parte, no entanto, em condições delicadas, conforme a última pesquisa da Confederação Na-cional do Transporte (CNT). No ano passado, a associação avaliou 92.747 km de rodovias asfaltadas e detectou que mais da metade estava em condição regular, ruim ou péssima.

Com a crise no Departamento

Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), deflagrada no ano passado e que paralisou quase todas as licitações para manutenção das estradas no País inteiro, a tendência é que os números piorem ainda mais este ano.

Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Conces-sionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Servilha Duarte, o pacote do governo federal é emergencial, para melhorar uma infraestrutu-ra já existente. Em alguns países, destaca o executivo, toda a malha rodoviária é pavimentada. Nos Estados Unidos, 67% das rodo-vias são asfaltadas. Na Índia, a malha pavimentada é equivalente a toda a malha brasileira, de 1,7 milhão de km.

O consultor Geraldo Vianna, diretor da CNT e ex-presidente da NTC&Logística, compartilha da mesma opinião de Duarte. Segundo ele, embora seja a sexta economia do mundo e tenha a maior malha pedagiada, o País ocupa a 20ª posição no ranking

malha rodoviária ponderada pela extensão territorial e população. “Dificilmente conseguiremos consertar em poucos anos um abandono de três décadas. Neste momento, precisamos ter calma e objetivos claros para, talvez, conseguir corrigir em 15 anos o que estragamos em 30.”

Para ele, mais importante do que os R$ 133 bilhões (ou R$ 80 bilhões nos primeiros cinco anos) do pacote é a mudança institucional e organizacional da área de transportes e logística. “O valor em si não representa muita coisa, já que está distante das necessidades do País e bem abaixo dos investimentos de nos-sos concorrentes China e Índia.”

‘Ordem inversa’. Na opinião do professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, para au-mentar o volume de estradas pa-vimentadas e reduzir a desigual-dade no Brasil, o governo terá de fazer uma discussão muito mais profunda do que a atual. Os projetos atuais são decorrentes de uma demanda provocada pelo

desenvolvimento regional, tem viabilidade econômica. “O resto tem lógica inversa: o projeto é que vai trazer o desenvolvimento regional para uma determinada região e, a partir daí, trazer o trá-fego de veículo. Quem sabe um dia poderia ser concedida para a iniciativa privada.”

Hoje, completa o professor, a demanda está concentrada em cerca de 50 mil km de estrada, que respondem por 80% da movimentação de carga do País. Um exemplo de Resende é a ci-dade de Juína, um município do Mato Grosso que fica na divisa com Rondônia. A carga agrícola produzida no local poderia ser levada para Porto Velho, a cerca de 300 km, e seguir via hidro-via. Mas a ligação entre as duas cidades é intransitável. “Toda produção tem de percorrer 3.150 km até o Porto de Paranaguá, no Paraná, para ser exportada. O governo tem de selecionar corre-dores com potencial e trabalhar em cima. Isso cria um circulo virtuoso de longo prazo.”

Brasil lidera o ranking dasrodovias com pedágio no mundo

Com novas

concessões,

número deve

ser o dobro da

Alemanha;

na malha total

do País,

porém,

só 12% é

asfaltada

Uma equipe de hackers está trabalhando para a divisão de segurança da Intel nos Es-tados Unidos, em busca de vulnerabilidades eletrônicas que poderiam expor automóveis a vírus de computador letais.

É um problema assustador. Os especia-listas em segurança afirmam que as monta-doras de automóveis não vêm protegendo adequadamente os seus sistemas, o que os deixa vulneráveis a ataques por hackers in-teressados em roubar carros, ouvir conversas clandestinamente ou até prejudicar ocupan-tes causando colisões.

Preocupações quanto a possibilidades como essa emergiram depois que um grupo de cientistas da computação das universida-des da Califórnia e de Washington publicou dois importantes estudos que demonstravam que vírus de computador podem infectar carros e causar colisões, potencialmente ferindo passageiros.

Eles não informaram que montadoras fabricaram os carros estudados, mas afirma-ram que as questões afetavam todo o setor, apontando que muitas montadoras de auto-móveis utilizam fornecedores e processos de desenvolvimento comuns.

Os pesquisadores descobriram que é possível infectar veículos por meio de CDs. Quando a vítima desprevenida tenta ouvir o CD, este infecta o sistema de som do carro e percorre o restante da rede até infectar componentes mais críticos.

Por exemplo, eles descobriram uma com-binação de ataque chamada “autodestruição”. Ele começa quando uma contagem regressiva de 60 segundos surge no painel digital do veículo. Quando atinge zero, o vírus pode simultaneamente desligar os faróis, travar as portas, parar o motor e liberar ou acionar os freios do carro.

Além de descobrirem a técnica para ferir os ocupantes dos veículos infectados, os acadêmicos puderam remotamente escutar as conversas dentro dos carros, um método que pode ser utilizado por espiões industriais ou de governo.

Os estudos descrevem ainda múltiplos tipos de ataques e maneiras de infectar carros por meio de sistema Bluetooth de transmis-são de dados sem fio, redes de telefonia mó-vel, bem como pela porta de diagnóstico dos veículos, chamada OnBoardDiagnosticsport, conhecida também como OBD-II port.

Especialistas querem protegercarros contra vírus de computação

Cansados de aturar certas atitudes inapropriadas no trân-sito, um grupo recifense criou, nas redes sociais, a multa moral. Ela é aplicada por pessoas que estão circulando nas ruas e en-contram irregularidades, numa tentativa de conscientizar quem faz parte do trânsito das grandes cidades.

Fabiano Guerra, corretor de seguros e autor do talão da “multa moral” conta que a ideia surgiu quando, navegan-do na internet, viu um colega postar uma foto com um papel que ele fez a mão, “multando”, reclamando de alguém que havia estacionado em local não permitido, impedindo a passa-gem de um cadeirante. “Aquilo repercutiu de um jeito tal, que muita gente começou a falar: vamos intensificar isso, vamos

fazer uma história num talão de multa pra poder multar o pessoal. Aí criei um talão de multa para ser chamado de multa moral. Já tinha esse nome que tinha surgido na discussão, eu só fiz adaptar. Criei um talão com algumas frases”, explicou Guerra, que em apenas um mês já aplicou mais de 50 multas.

“Você não sai para poder ir multar, você sai para fazer seu dia-a-dia normal, se você encontrar algo irregular aí você diz: meu irmão, você está ferin-do meu direito de cidadão, uma multa moral para você por causa disso”, comentou.

Nota do Editor: Uma ideia como essa merece ser copiada. Se você gostou da iniciativa e quer ter um talão desses sempre a mão, basta acessar o site do MONATRAN e imprimir o seu.

População vira agente de trânsito

para aplicar MULTA MORAL

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16 - o monatran Agosto de 2012

A decisão do Conselho Na-cional de Trânsito (Contran), autoridade máxima quando o assunto é trânsito no País, de permitir que infrações leves e médias sejam transformadas em advertência - uma espécie de “bronca” por escrito - no lugar de gerarem multa em dinheiro, ainda nem começou a valer, mas já está gerando polêmica. Principalmente porque, entre elas, está o ato de dirigir falando ao celular, uma das infrações mais pra-ticadas e perigosas, perdendo apenas para o consumo de álcool, drogas e o sono.

Na verdade, o abranda-mento estava previsto desde 1998, no Artigo 267 do Có-digo de Trânsito Brasileiro (CTB), mas não era pratica-do porque não havia regu-lamentação. Os motoristas que tentavam fazer uso dele recebiam sempre uma nega-tiva dos órgãos de trânsito. Tudo mudou em meados de

agosto, depois que o Contran publicou a Resolução 404, regulamentando o Artigo 267, que instituía a penalidade de advertência por escrito para aqueles condutores sem an-tecedentes. Ou seja, que não foram flagrados cometendo a mesma infração nos 12 meses anteriores. A Resolução 404 está prevista para entrar em vigor em janeiro de 2013. 

A decisão do Contran criou expectativa entre moto-ristas e órgãos de trânsito. De um lado, condutores achando que a partir do próximo ano vão derrubar as multas leves e médias do CTB (66 leves e 24 médias). Do outro, profis-sionais do trânsito esperando o aumento na demanda de recursos administrativos.

Entretanto, a presidente do Conselho Estadual de Trânsi-to de Pernambuco (Cetran--PE), Simíramis Queiroz, observa que o bom senso da autoridade de trânsito deverá

prevalecer. No caso do condu-tor infrator, é preciso lembrá--lo que a conversão de multa em advertência vai depender do histórico do motorista.

“Não vou me colocar con-tra porque lei é lei e estamos aqui para cumprí-la. Até por-que a resolução do Contran veio apenas regulamentar algo que já era previsto no CTB há mais de 14 anos. Agora, a decisão é da auto-ridade de trânsito, de acordo com a análise do prontuário de cada condutor. O Artigo 267 nos dá essa prerrogativa. Não é só o condutor chegar

e pedir para que a multa seja convertida em advertência. É preciso o bom senso para dar o benefício ao motorista que merece, aquele que tem uma história de bom desempenho ao volante e, por um descuido, cometeu aquela infração leve ou média”, argumenta Simíra-mis Queiroz.

A opinião da presidente do Cetran-PE é a mesma do diretor de Fiscalização do Detran-PE, Sérgio Lins. “Nos-sa determinação é para que os agentes de trânsito continuem notificando os condutores do mesmo jeito. Caberá ao motorista recorrer ao Detran e se submeter à avaliação do órgão. Afinal, os agentes não têm como saber quais condu-tores possuem um prontuário bom ou ruim”, explica Lins.

A conversão terá que ser solicitada pelo condutor mul-tado, vale ressaltar. Entre as infrações que poderão ser atingidas e mais geram po-

lêmica estão o uso do celular (seja para falar ou enviar mensagens) e o estaciona-mento irregular, inclusive em calçadas. O abrandamen-to, por coincidência, foi re-gulamentado pelo Contran dias depois de a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), entidade que congrega os médicos do trânsito e discute as regras de segurança para se dirigir no País, lançar campanha nacio-nal alertando sobre os perigos do uso do celular ao volante. A campanha foi focada no envio de SMS, que tem crescido bas-tante com a disseminação dos smartphones. 

Segundo a Abramet, des-viar a atenção do trânsito para mandar SMS de celular estando ao volante é a mesma coisa que dirigir às cegas. O condutor que envia SMS en-quanto dirige aumenta em 23 vezes as chances de provocar acidente.

Perdão de multa leve gera polêmica

Decisão entra em

vigor em 2013 e

permite que infrações

leves e médias

sejam revertidas em

advertência

por escrito