jornal matrim pescador - out/2012

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Outubro 2012 Número 106 Ano VIII Tiragem 3.000 exemplares Pesquisadoras do Instituto de Pesca recebem prêmio Josué de Castro. Dr. Orlando (coordenador da APTA), seguido das pesquisadoras Marildes J.Lemos Neto, Erika F. Furlan, Cristiane R.Pinheiro Neiva, Rubia Y.Tomita, a Secretária da Agricultura e Abastecimento Monika Bergamaschi e Dr. Edison Kubo (Diretor IP). Pág. 3 O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos forma monitores subaquáticos. Pág. 2 O artesão Rick desenvolve novos caminhos na arte da escultura em madeira. Págs. 4 e 5 A bailarina Célia Faustino dá leveza à sua arte com conceitos de Eutonia. Pág. 7

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Page 1: Jornal Matrim Pescador - Out/2012

www.jornalmartimpescador.com.br

Outubro 2012Número 106Ano VIII

Tiragem 3.000exemplares

Pesquisadoras do Instituto de Pesca recebem prêmio Josué de Castro. Dr. Orlando (coordenador da APTA), seguido das pesquisadoras Marildes J.Lemos Neto, Erika F. Furlan, Cristiane R.Pinheiro Neiva, Rubia Y.Tomita, a Secretária da Agricultura e Abastecimento Monika Bergamaschi e Dr. Edison Kubo (Diretor IP). Pág. 3

O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos forma monitores subaquáticos.Pág. 2

O artesão Rick desenvolve novos caminhos na arte da escultura em madeira. Págs. 4 e 5

A bailarina Célia Faustino dá leveza à sua arte com conceitos de Eutonia. Pág. 7

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Outubro 20122

A rica cultura caiçara poderá em breve ter um marco no calendário da região. Em setembro, o escritor e músico Márcio Barreto consolidou as bases para o projeto de lei que visa à implantação do "Dia do Caiçara" nos munic íp ios da região, em reunião com Luciano Cas-cione, diretor e x e c u t i v o da AGEM - Agência Me-t ropo l i t ana da Baixada Santista e o vereador Mar-celo Del Bosco, vice-presidente da Câmara Municipal de Santos. Se-gundo Del Bosco "o projeto chancela a importância da formação identitá-ria caiçara para a Baixada Santista e para o Brasil". Cascione acrescenta que "após aprovado pelos municí-pios, o projeto será desdobrado para o âmbito estadual". Márcio Barreto

destaca que "o poder público tem se mostrado aberto às justas reivin-dicações que nascem do anseio por um identidade soberana, que una a cultura, a educação e o turismo, ala-

vancando a re-gião rumo a uma cidada-nia plena". M á r c i o é pesquisador, escr i tor e compositor, responsável pelo Institu-to Ocanoa, Projeto Ca-noa, Percu-tindo Mun-dos, Núcleo

de Pesquisa do Movimento, Ima-ginário Coletivo de Arte e Edições Caiçaras. Na reunião, discutiu-se também a expectativa referente ao crescimento que a região passará com o Pré-Sal, ressaltando-se a necessidade de uma justa divisão de riquezas através do fortalecimento da cultura.

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP

CEP: 11030-350Fone: (013) 3261-2992www.jornalmartimpescador.com.br

Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP [email protected] e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobueno.com.br; Projeto gráfico: Isabela Carrari - [email protected]

Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3226-2051Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia

EXPEDIENTE Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo

Presidente Tsuneo Okida

APAS MARINHASTrês áreas de proteção ambiental (APAS) marinhas

foram criadas em outubro de 2008 a partir de decretos as-sinados pelo governador José Serra (PSDB). O objetivo é disciplinar o uso de recursos ambientais, ordenar a pesca, o turismo recreativo e as atividades de pesquisa. Cada uma das três unidades de conservação tem seu próprio conselho

gestor, composto por 12 representantes do governo e 12 da sociedade civil. Desde sua criação em março, as reuniões têm sido mensais para debater temas relacionados a or-denamento pesqueiro, programas de educação ambiental, pesquisa, proteção e fiscalização. Além dos conselhos foram criadas Câmaras Temáticas nas áreas de Pesca, Planeja-

mento & Pesquisa, e Educação & Comunicação.As APAS pertencem ao grupo de Unidades de Uso Susten-

tável do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC. Além das três APAS Marinhas também foi criado o Mosaico das Ilhas e Áreas Protegidas que reúne as três novas unidades de conservação e outras já existentes.

Defesos Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2005 a 6/10/2015

Mero (Epinephelus itajara) 23/09/2007 a 23/09/2015Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) 01/10 a 30/11 (machos e fêmeas) 01/12 a 31/12 (fêmeas)

Caranguejo guaiamum (Cardisoma guanhumi) 01/10 a 31/03Mexilhão (Perna perna) 01/09 a 31/12

Sardinha (Sardinella brasiliensis)-15/06 a 31/07/12 - 01/11/12 a 15/02/13Piracema na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná (IN 25 do Ibama) de 1/11/2012 a 28/02/2013

Proteção à reprodução natural dos peixes, nas áreas de abrangência das bacias hidrográficas do Sudeste (IN 195) de 1/11/12 a 28/02/13

Pescador artesanal: Procure a Colônia de Pescadores mais próxima para ter sempre sua

documentação atualizada. Além de representar e defender os direitos e interesses dos pescadores artesanais relativo ao setor da pesca, as colônias podem:

• Requerer ou renovar a licença de pescador profissional (RGP)• Requerer ou renovar a licença e registro de seu barco

• Requerer benefícios sociais como: aposentadoria rural, auxílio-natalidade,auxílio-enfermidade, auxílio-reclusão, seguro-defeso

Conselho Gestor se reúne em novembro

Parque da Laje de Santos forma monitores ambientais subaquáticos

Acesse: www. jornalmartimpescador.com.br

Carta do Leitor

Dia do Caiçara

A vigésima-sexta reunião ordinária do Conselho Gestor da APA Marinha Litoral Centro-APAMLC acontece no dia 6 de novembro de 2012, às 9hs, no auditório do Instituto de Pesca, em Santos. A APAMLC abrange a área litorânea entre Peruíbe e Bertioga. Entre os assuntos em pauta estão as Normas ABNT para

petrechos de pesca e a atualização do Conselho Gestor para o biênio 2013-2014. Serão feitos informes re-lativos às discussões feitas na Câmara Temática de Pesca sobre a Resolução SMA 51, de 28/06/2011: Regulariza-ção das atividades pesqueiras com o uso de redes nas praias da APAMLC – Anexo 1, e regulamentação do uso de redes de emalhe. Também será

A cidade de Santos ganhou destaque nacional com o prêmio da campanha da "faixa viva", que está dando mais segurança para todos como uma das maiores experiências do segmento de trânsito, com a redução de acidentes e melhorias na qualidade de vida. Esperamos que mais pessoas e motoristas colaborem e de modo consciente se façam valer este direito de cidadania com as pessoas estendendo seus braços nas faixas onde não existem semáforos e os veículos parem para que de modo seguro possam todos atravessar as ruas e avenidas em toda a cidade. Que este proveitoso exemplo seja feito em todas as cidades da Baixada Santista para que em todo o Brasil possam adotar este modo adequado e respeitoso as leis de transito para orientação dos pedestres e dos motoristas no cumprimento as leis de trânsito.

Professor Cláudio Magalhães - ONG dos Amigos de Santos

Márcio Barreto, Luciano Cascione e Marcelo del Bosco

discutida a moção do Conselho Gestor enviada para Prefeituras de Santos e São Vicente solicitando a regulamentação de uso do arrastão de praia na baía de Santos.

No dia 30 de outubro, às 9h, acontece a 34ª reunião da Câmara Temática de Pesca do Conselho Gestor da APA Marinha Litoral Centro, na sala de aula Instituto de Pesca, em Santos. Será discutida a proposta de regulamentação da pesca de emalhe na APA Marinha Litoral Centro. Também serão feitos informes sobre Projetos de Pesca Responsável.

O Parque Estadual Marinho Laje de Santos (PEMLS) - Fundação Florestal – SMA, acaba de formar a segunda turma de monitores ambien-tais subaquáticos. O evento de encer-ramento do curso aconteceu no dia 27 de setembro, no auditório do Instituto de Pesca de Santos, com a entrega dos certificados aos 13 formandos. A cerimônia de formatura também co-memorou o 19° aniversário de criação do PEMLS. Esta capacitação possi-bilita a atuação dos novos monitores em Unidades de Conservação (UCs) Marinhas, na orientação a mergulha-dores durante visitações.

Segundo o gestor do parque José Edmilson de A. Mello Junior, a meta foi atender uma demanda que já es-tava prevista no Plano Emergencial de Uso Público — instrumento de caráter provisório que regulamenta o uso público nas UCs.

O curso de monitores ambien-

tais subaquáticos foi realizado no auditório do Aquário Municipal de Santos, de 6 de agosto a 21 de se-tembro. As aulas foram ministradas por profissionais da área ambiental e de instituições públicas. O grupo de alunos foi constituído por biólogos, oceanógrafos e administradores de

operadoras de mergulho.A sede do Parque Estadual Ma-

rinho Laje de Santos fica na Avenida Bartolomeu de Gusmão, 194 – Ponta da Praia – Santos (SP). Aberta das 8 às 18 horas. Telefone: (13) 3261-7154 / (13) 3261-3445. Email: [email protected]

CONHEçA O PARquEO Parque Estadual Marinho da Laje de Santos está localizado a 22 milhas náuticas (40 km) da costa, no município de Santos, a 80 km da cidade de São Paulo. Criado em 1993, com o objetivo de proteger partes importantes do ambiente marinho do litoral de São Paulo, possui 5.000 hectares e é o primeiro parque marinho a integrar o conjunto de Unidades de Conservação do Estado de São Paulo.

O gestor do Parque, José Edmilson de Mello Jr., ministra aula

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Outubro 2012 3

Menos burocracia na pesca artesanal

Curso de socorrista de animais

Pesquisadoras do Instituto de Pesca recebem prêmio

O Instituto Gremar-Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna, realiza curso de Formação de Socorrista de Animais em Situação de Ris-co. As aulas acontecem dias 3 e 4 de novem-bro, das 8h às 18h, com intervalo de almoço das 12h às 14h, no Hotel Sofitel Jequitimar, av. Marjory Prado, Praia de Pernambuco, Guarujá. O objetivo do curso é capacitar pessoas para socorrer animais que estiverem em situação de risco, dando ênfase a animais petrolizados. As palestrantes serão Msc. Andrea Maranho e a bióloga Rosane Farah. As inscrições podem ser feitas via email: [email protected]. A inscrição só será confirmada após o pagamento da taxa de R$230,00 até 04/11, após R$250,00. No pagamento estão inclusas as palestras, aula prática, certificado e coffee break. Caso necessário, haverá a possibilidade de alojamento próximo ao local, com diária de R$45,00 com café da manhã e transporte para o local do curso (pagamento separadamente ao curso). Telefone para contato: (11) 7856-0972 ID 86*30222 – Ivan.

Alguns avanços marcaram a vida dos pescadores artesanais em 2012. Com a entrada do ministro Marcelo Crivella, em março deste ano, muitas antigas reivindicações dos pescadores artesanais foram atendidas. “Com esse novo ministro demos um grande avanço, ele é um homem de muita responsabilidade, muito humano”, afirma o presidente da Colônia de Pescadores Z-3 de Vi-cente de Carvalho, Edson dos Santos Cláudio. A Instrução Normativa no 6 do MPA trouxe boas novidades para o setor. “Hoje o Registro Geral de Pesca (RGP) é como uma carteira de

identidade, só é preciso apresentar a declaração anual de produção para atualizá-la”, explica.

Para o presidente da Federação dos Pescadores do Estado de São Paulo (Fepesp), Tsuneo Okida, uma das maiores conquistas foi a diminuição da burocracia para obter novas carteiras de pescador. “Antes o pescador era obrigado a apresentar nota fiscal, comprovação de pagamento de INSS para renovar a carteira”, explica Okida. Também são considerados avanços a reaber-tura da emissão de novas carteiras que ficaram suspensas de janeiro de

2011 a março de 2012, a liberação do registro para pessoas que possuem outros vínculos empregatícios e a concessão de carteiras para apo-sentados em outras categorias. Em relação à concessão da carteira de pescador àqueles que possuem outro vínculo empregatício é um direito garantido pela Constituição, asse-gura Okida. “Há mais de 50 milhões de pessoas que exercem mais de uma atividade profissional no Brasil, o pescador artesanal também deve ter este direito assegurado”, acrescenta. Outra antiga luta da Fepesp era a rei-vindicação pelo direito dos aposenta-

dos poder exercer a pesca artesanal. “Muitas pessoas que se aposentam em outras profissões, como pedreiros ou garis, querem ter o direito de realizar a pesca artesanal como complemen-tação de renda e também para trazer mais alimento à mesa”, explica Okida que muito lutou para que esse direito fosse respeitado.

Okida também ressalta que hoje existe muito diálogo com o novo superintendente Federal da Pesca e Aquicultura no Estado de São Paulo, São Paulo, Jorge Augusto de Castro, empossado em agosto. Ao assumir o cargo, Jorge ressaltou que pretende

melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e aumentar a produ-ção de tilápia no estado. Hoje, São Paulo tem 156 aquicultores e 26.331 pescadores registrados. “Vamos fazer um trabalho sustentável com todos os pescadores e aquicultores levando tecnologia ao setor. Quere-mos também profissionalizar esses trabalhadores para que eles possam produzir um pouco mais do que já produzem, sem aumentar o esforço de pesca”, afirmou Jorge. Okida acredita esse estímulo à aquicultura também trará benefícios aos pesca-dores artesanais.

Pesquisadoras do Instituto de Pesca receberam em outubro o prêmio Josué de Castro de Combate à Fome e Desnutrição. O prêmio é promovido pelo Conselho Esta-dual de Segurança Alimentar (Consea-SP), órgão do Governo do Estado de São Paulo, que tem como objetivo garantir o direito ao alimento e à nutrição para a população do estado. A cerimônia de premiação aconte-ceu no dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, como parte de uma série de atividades. O Instituto de Pesca (IP) con-correu com o projeto de pesquisa intitulado “Desenvolvimento de Biscoito à Base de Carne Mecanicamente Separada (CMS) de Peixes Subutilizados”, apresentado pela Unidade Laboratorial de Referência em Tecnologia do Pescado, vinculada ao Cen-tro do Pescado Marinho de Santos, sendo classificado em primeiro lugar na categoria “pesquisa científica”.

Coordenado pela pesquisadora cientí-fica Cristiane Rodrigues Pinheiro Neiva, [email protected], o trabalho tem em sua equipe as pesquisadoras: Marildes Josefina Lemos Neto, Rúbia Yuri Tomita, Érika Fabiane Furlan e Thaís Moron Machado, do IP, além da pesquisadora Deborah Helena Markowicz Bastos, da Faculdade de Saúde Pública da USP. O biscoito de pescado, também conhecido por “fish crackers, galletas de pescado ou keropok”, um tipo de petisco muito popular na Malásia e outros países da Ásia, não é conhecido no Brasil. Além do peixe, na forma de carne mecanicamente separada (CMS), ou “minced fish”, outras espécies de pescado, como crustáceos e mo-luscos, podem ser utilizados na elaboração do “keropok”, explica Cristiane Neiva. A CMS é uma das alternativas tecnológicas para melhor utilização ou aproveitamento

da parte comestível do pescado. A tecno-logia de obtenção da CMS não deve ser confundida com uma simples trituração do pescado, pois é mais refinada e geradora de produtos de melhor qualidade, destinados à fabricação de “surimi, hambúrguer”, embu-tidos e empanados, dentre outros.

Para o presente trabalho foram descabe-çados, eviscerados e submetidos a processo mecânico para obtenção da CMS: peixes das espécies betara (Menticirrhus americanus) e castanha (Umbrina coroides), de baixo cus-to e com tamanho não passível de retirada de filé. Para a produção dos biscoitos, a CMS (50%) foi adicionada de amido de mandioca (50%), sal (1,5%), glutamato monossódico (1,5%), açúcar (1%) e água (20%). O Ins-tituto de Pesca pertence à APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) da Secretaria de Agricultura e Abastecimen-to do Estado de São Paulo.

O novo superintendente (esquerda) Jorge de Castro, Benedita Costa e Tsuneo Okida

Edson dos Santos Cláudio, presidente da Colônia Z-3

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Outubro 20124

ARTESãS SE PREPARAM PARA O NATAL

O escultor Rick entalha um tubarão...

ColunaColuna

Informações da Área de Comunicação da EMBRAPORT - email: [email protected]

BID elogia gestão da EmbraportA Embraport é fiscalizada

e auditada por vários órgãos reguladores, entre eles o IBA-MA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-sos Naturais Renováveis, a ANTAQ – Agencia Nacional de Transportes Aquaviários, a CODESP – Companhia Docas do Estado de São Paulo e instituições financeiras , como o BID – Banco Interameri-cano de Desenvolvimento. Frequentemente, comissões de cada órgão visitam a obra de implantação do Terminal Embraport com o objetivo de avaliar se a empresa cumpre com todas as questões legais, relacionadas ao licenciamento ambiental e ao financia-mento.

Nos dias 9 e 10 de ou-tubro, Mary Eloise Canfield e Juan Echeverri, ambos do BID, vieram de Washington, Estados Unidos, para vistoriar a Embraport. Após conhecer o status da obra, fazer tour pelo canteiro e verifi-car todas as ques-tões financeiras, a equipe do Meio Ambiente apresen-tou os resultados dos p rogramas ambientais para Eloise Canfield. A americana avaliou aspectos sociais e ambientais com base nos princípios do Equador (leia mais no boxe).

Ela conheceu a área de mangue-zal preservada pela Embraport e visi-tou a Ilha Diana. Lá, ela foi na brinquedoteca, no viveiros de mudas e cons-tatou a melhoria de qualidade de vida das pessoas com a chegada da energia elétrica, implementada pela Embraport

em 21 de janeiro de 2011. An-tes disso, a Ilha recebia ener-gia elétrica por meio de um cabo antigo que não atendia a demanda local e provocava oscilações e a queima de ele-trodomésticos.

Esta foi a segunda vez que Eloise visitou a Embraport. Ela foi uma das maiores incen-tivadoras da empresa a parti-cipar do Prêmio Susteinable Finance Awards 2012, promo-vido pelo FT/IFC (Financial Times e International Finance Corporation). A Embraport ficou entre os seis finalistas do prêmio na categoria Sustai-nable Investment of the Year, em parceria com o BID. Para Regina Tonelli, responsável pela área do Meio Ambiente na Embraport, “ficar entre os seis finalistas foi uma honra e um grande reconhecimen-to. É sinal de que estamos seguindo no caminho certo, garantindo a sustentabilidade do empreendimento”.

No final da visita, Eloise avaliou muito bem o desempe-nho da empresa com as ques-tões ambientais e parabenizou a equipe pelos resultados apresentados.

OuVIDORIA EMBRAPORT: Telefone: (0800) 362-7276Website: www.terminalembraport.com.br/por/fale-conosco

Os "Princípios do Equa-dor" são diretrizes socio-ambientais adotadas pelas instituições financeiras que vão fornecer financiamentos às empresas. É um referen-cial do setor financeiro para identificação, avaliação e gestão de risco socioam-biental no financiamento de projetos.

Mais sobre os princí-pios:

As instituições financei-ras adotam estes princípios com o intuito de garantir que

os projetos que financiam sejam desenvolvidos de for-ma socialmente responsável e reflitam boas práticas de gestão ambiental. O cumpri-mento destes Princípios pela Embraport trazem benefícios para todos, pois promove uma gestão ambiental res-ponsável e o desenvolvimen-to socialmente responsável.

Os bancos financiadores só concederão empréstimos apenas a projetos que res-peitem os Princípios de 1 a 9 abaixo:

Princípios do Equador

1- Análise e categorização

2- Avaliação socioambiental

3- Padrões Sociais e Ambientais Aplicáveis

4- Plano de Ação e Sistema de Gestão

5- Consulta e Divulgação

6- Mecanismo de Reclamação

7- Análise Independente

8- Compromissos contratuais

9- Monitoramento Independente e Divulgação

das Informações

10- Divulgação de Informações pelas EPFIs

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Outubro 2012 55

RICK, O ESCuLTOR DA NATuREZA O trabalho iniciado com

miniaturas de barco, hoje encontra identidade própria

ARTESãS SE PREPARAM PARA O NATAL

A produção das alunas do curso de artesanato na Colônia Z-3, em Vicente de Carvalho, Guarujá, está a todo o vapor. O foco agora será produzir enfeites para o Natal que já vem chegando. O grupo de 30 alunas, coordenadas pela professora Silvana Soares, do Sesi, há três anos desenvolve artesanato com bonecas de pano, arte em feltro, bordados e fuxico, entre outros. “O curso começou com quatro alunas, e hoje as vagas estão esgotadas e tem fila de espera”, explica Silvana. As aulas são minis-tradas todas as terças-feiras, em duas turmas, da manhã e da tarde, na própria sede da colônia, em Vicente de Carva-lho. O projeto é realizado pela Embraport em parceria com o Sesi e apoio da Colônia de Pescadores Z-3. A professora

fala com muito orgulho de suas alunas. “Elas aprendem rápido e são muito perseveran-tes”, explica. Miriane Belem de Souza, 67 anos, está há três anos no curso. “Aprendi tudo com a professora Silvana”, conta. Dorvani está apenas há um ano. “Começou com difi-culdade e hoje é nota dez”, diz a professora. As alunas fazem as peças para si próprias, para dar de presente e também para vender. Segundo a assistente social da Colônia, Marili San-tos Pereira, a ideia é fazer um bazar de Natal, com o apoio da Prefeitura, como projeto de ge-ração de renda para as alunas. As peças decorativas são feitas em tecidos variados, além do feltro. Quem se interessar em fazer encomendas, pode ligar para (13) 3363.2656, falar com Silvana ou Solange.

Para o escultor Ricardo Santos, o Rick, qualquer pedaço de madeira já evidencia uma imagem. “O que eu faço é só retirar o excesso para transformar a madeira num pássaro, num barco”, explica. Afinal, foram os barcos a primeira inspiração de Rick, que ainda menino via o tio pescador, Carlos Francisco San-

tos, construir canoas e trabalhar com enxó, formões e facão. O tio também fazia miniaturas de cano-as de madeira para vender como artesanato nas praias de Ubatuba. Hoje o escultor já encontrou seu próprio caminho reproduzindo peixes, onças, pássaros, além dos tradicionais barcos. Muitas peças

são reprodução da fauna encontrada em Caruara, na área continental de Santos, como os pássaros pica-pau, saíra-sete-cores, tiê-sangue, tiê-preto e a onça que ainda é vista às vezes no local. Nascido Álva-ro Ricardo Santos, na cidade de Santos em 1960, descendente de famílias de Iguape e Ubatuba, foi

batizado de Rick por uma turista alemã que comprava seu trabalho em Bertioga. O escultor termina agora a réplica de uma baleeira norueguesa, encomendada por um hotel na praia das Astúrias, em Guarujá. Suas peças podem ser apreciadas no Restaurante Galpão, na entrada do bairro de Caruara, na

área continental de Santos, estrada Rio-Santos – km 233. Às quartas-feiras Ricardo também expõe seus trabalhos na Casa da Cultura de Bertioga das 14h às 18h, na av. Tomé de Sousa, 130. Quem se interessar em fazer encomendas de peças em madeira é só ligar para: (13) 9799.9392.

Coleção de pássaros de Caruara

O escultor Rick entalha um tubarão...

...o escultor aprendeu com seu tio Carlos, pescador e artesão, a arte de usar formão e enxó

... e depois dá o acabamento...

Professora Silvana mostra enfeite de Natal feito pelas alunas As alunas aprendem vários modelos de artesanato

Page 6: Jornal Matrim Pescador - Out/2012

Outubro 20126

Como o camarão entrou na moranga?

O segredo do azul-marinho

Camarão na Moranga

Azul-marinho

Ingredientes:1 moranga de 1,5 kg½ kg de camarão-sete-barbas limpo (equivale a cerca

de 1 kg com casca)250 g de Catupiry4 tomates maduros sem casca e sem sementes½ cebola grande descascada e picada1 pimenta vermelha fresca, picada e socada com uma

colher de azeite (opcional)2 dentes de alho descascados e moídos3 folhas de cheiro-verde3 folhas de cebolinha½ folha de coentro3 colheres (sopa) de azeite de olivaSal a gostoPreparo:Lave bem a moranga e a abra, cortando uma tampa

na parte superior. Reserve a tampa. Com uma colher, retire as sementes da moranga. Coloque-a numa panela grande, enchendo-a e cobrindo-a de água. Coloque no fogo para cozinhar até que esteja macia suficiente para um garfo entrar sem resistência. Enquanto isso prepare um refogado, dourando primeiro a cebola e o alho em três colheres de azeite, acrescentando os camarões, os tomates e a pimenta (opcional). Salgar a gosto. Quando a moranga estiver no ponto de cozimento, retire-a da água, deixe escorrer e depois encha com o refogado. Acrescente o catupiry e mexa apenas por três vezes com uma colher, misturando ao molho. Enrole a moranga em folha de papel-alumínio e leve por 20 minutos em forno pré-aquecido.

Em 1994 a Festa da Tainha, organizada pelo Lions Clube, era um sucesso ao longo de 17 anos e trazia muitos turistas a Bertioga no mês de julho. Wanderley Lourenço, na época presidente da Colônia de Pescadores Z-23 de Bertioga, teve a ideia de criar um evento para degustação de camarão, pesca forte na região. O objetivo era trazer turistas e também moradores da cidade, e criar uma festa que entrasse no calendário turístico da cidade. Nascido em São Vicente, Wanderley foi “criado na maré”, pescando de linhada, catan-do caranguejos e ostras. Mais tarde se mudou para Bertioga e se casou com Ana Rita, natural do local. Pois foi a sogra de Wanderley, Célia Negrinho dos Santos, nascida em Guaxupé, Minas Gerais, que chegou ao litoral aos 20 anos de idade, que sugeriu a receita do Camarão na Moranga, que deu nome à festa e colocou o evento no calendário turístico da cidade, como Wan-derley sonhara. Célia, que faleceu em 2010 aos 76 anos de idade, deixou um importante legado para o turismo da cidade. Sua filha, Ana Rita, confessa que não sabe a origem da receita. “Minha mãe gostava muito de fazer

comida mineira, moranga recheada com carne seca, e muitas outras, mas não sei se foi esta a inspiração para o camarão na moranga ou se a receita já existia”, explica. O próprio Wanderley deu seus “pitacos” no prato. As primeiras morangas eram recheadas com camarão-sete-barbas, mas o pessoal dizia que queria também comer o camarão-rosa grande. “Na hora me deu uma inspiração e peguei uns camarões grandes fritos e prendi com palitos na moranga, e assim a receita é feita até hoje”, conta em tom bem-humorado. A primeira Festa do Camarão da Moranga foi feita no mês de julho de 1994, junto com a Festa da Tainha. Enquanto a tainha era organizada pelo Lions Clube na Praça de Eventos, na praia da Enseada, a do camarão era feita pela Colônia Z-23 no antigo restaurante Zezé e Duarte, em frente à praça. O camarão na moranga era acompanhado de arroz, e na ocasião algumas barracas também vendiam artesanato, conchas, pipoca, sorvetes fa-bricados em Bertioga, camarão congelado e materiais de pesca. O evento trouxe um grande número de visitantes, um movimento inesperado. Com a renda da festa Wanderley

conseguiu comprar freezer, balança, caixas de isopor para o box de venda de peixes da Colônia Z-23. Mais tarde a festa passou a ser comemorada nos meses de agosto a setem-bro, para não competir com a Festa da Tai-nha. Hoje a Festa do Camarão na Moranga continua acontecendo de 3 de agosto a 9 de setembro, organizada pelo atual presidente da Z-23, João do Espírito Santo. O sucesso é grande e costuma atrair mais de 20 mil pessoas. Quem quiser experimentar, marque desde já a data em seu calendário. Wander-ley ainda participa, com uma barraca com caranguejos, mariscos e ostras. O Camarão na Moranga, além de conquistar um lugar especial nas atrações turísticas de Bertioga é presença frequente na mesa de Wanderley e Ana Rita. “Em casa já virou hábito, os amigos pedem sempre para fazer”, explica Ana Rita. O prato é preparado no capricho, com uma boa pimenta malagueta para ser-vir ao lado, opção para quem gosta de um sabor mais forte. “Sou caiçara, mas também gosto de comida mineira, sou chegada numa pimenta”, diz Ana Rita. Quem quiser expe-rimentar a receita original de dona Célia, aí vai, com pimenta ou sem pimenta...

Ingredientes:3 peixes olho-de-cão limpos1 cabeça do peixe5 bananas nanicas verdes sem casca2 tomates bem maduros cortadinho com casca½ cebola picada2 dentes de alho picadosÓleo de sojaCheiro-verde picadoSalFarinha de mandiocaPreparo:Salgar o peixe e deixar curtir por alguns minutos. Reservar. Refogar cebola e alho no óleo. Acrescentar as bananas cortadas ao meio. Colocar o peixe por cima, com uma das cabeças. Colocar tomates, cheiro-verde e cobrir com água. Salgar a gosto. Deixar cozinhando por 20 minutos. Numa panela à parte jogar uma parte do caldo do peixe e engrossar com farinha de mandioca para fazer o pirão. Servir com arroz branco.

Benedita Aparecida Leite Costa, a Di-tinha, prepara o tradicional azul-marinho como ninguém. Moradora na Ilha de Búzios, no arquipélago de Ilhabela, litoral norte, usa os peixes que o marido Aristides traz em suas pescarias para fazer suas deliciosas receitas. Neste caso, foram usados três peixes olho-de-cão, com cerca de meio quilo cada, que foram limpos e mantidos inteiros, com apenas um corte transversal para absorver melhor o tempero. As cabeças do peixe foram retiradas, e uma delas foi colocada na panela para dar mais sabor. Experimente.

Ana Rita e Wanderley Lourenço trabalharam para a criação da Festa do Camarão na Moranga

Festa do Camarão na Moranga em 2004

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Eutonia, o corpo em equilíbrioA bailarina e educadora Célia Faustino difunde a prática corporal na Baixada Santista

Os mercados públicos e a comercialização de Pescado-I

Augusto Pérez Montano - Médico Veterinário, membro da Comissão de Aquicultura do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo.

Quantas vezes nos vemos com os ombros curvados sobre o computador, num movi-mento de tensão que pode durar horas? Ações rotineiras, como assistir televisão, ficar em pé na fila do banco ou do supermercado, podem envolver tensões desnecessárias nas pernas, pescoço, ombros, e o corpo vai responder mais tarde com o aparecimento da dor. Por isso é importante estimular a consciência corporal, que desenvolve um estado de presença e res-tabelece a capacidade de uma melhor variação do tônus de acordo com cada circunstância, Esse é um dos princípios básicos da eutonia, prática corporal criada e desenvolvida pela ale-mã Gerda Alexander (1908-1994). A palavra eutonia (eu=harmonioso+tônus=tensão) sig-nifica tensão em equilíbrio Sua prática almeja desenvolver um estado no qual todo movimento é realizado com um mínimo de energia e um máximo de eficácia.

Segundo a educadora corporal, co-reógrafa e bailarina, Célia Faustino, “é uma educação para o movimento”. “É um caminho preventivo, indicado para pessoas de todas as idades, já que melhora a qualidade de vida res-peitando o ritmo pessoal de cada um”, explica Célia. “Por ser muito abrangente, pode ser aplicada tanto na área da terapia, da pedagogia como também na área artística”, acrescenta. Formada em Balé Clássico, com especialização em Dança Moderna e Consciência Corporal, há dez anos complementou seus conhecimentos na Escola Brasileira de Eutonia. Hoje, é uma das poucas especialistas a difundir a prática na Baixada Santista. As aulas no "Espaço de Cons-ciência Corporal Célia Faustino" consistem em momentos de atividade/passividade, observa-ção do corpo para ampliar a percepção, o uso do toque, o movimento a partir da consciência dos ossos, através do uso de materiais como bambus, toras de madeira, bolinhas de tênis e almofadas. A educadora explica que a Eutonia foi criada no início do século 20. Sua criadora, Gerda Alexander, queria ser bailarina, mas aos 16 anos teve uma febre reumática que resultou numa endocardite. Proibida de se exercitar, não podendo acelerar os batimentos cardíacos e nem a respiração, passou a pesquisar uma maneira de usar o corpo sem desgaste. Viveu em plena atividade até os 86 anos.

Além das aulas básicas de Eutonia, Célia também aplica estes princípios pedagógi-cos em aulas de alongamento e balé. A leveza e o equilíbrio também refletem em sua arte como participante do grupo experimental de música contemporânea caiçara “Percutindo Mundos”.

No “Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino”, na rua Oswaldo Cochrane 71, cj 34, a educadora dá aulas de Eutonia, Consciência Corporal, Reeducação do Movimento, Alonga-mento/Estruturação Corporal. Para quem quiser conhecer melhor o assunto, Célia irá realizar palestras e vivências de eutonia gratuitas dias: 20/10 às 16h - Palestra: "A consciência óssea: estrutura e força na organização corporal" no Orquidário de Santos; 3/11 às 15h30 - Vivên-cia: "Consciência e expressão do corpo" na Pinacoteca de Santos; 24/11 às 16h - Vivência: "Consciência e expressão do corpo" no Orqui-dário de Santos.

Saiba mais em: celiafaust@yahoo.com.brwww.celiafaustinoconscienciacorporal.blogspot.com

Fone: (13) 3227.3790

Hoje em dia vivemos perplexos com as catástrofes que assolam diferentes locais do mundo. Porém, estes fenômenos são frutos de danos, muitas vezes impercep-tíveis que se acumulam, devido à grande quantidade de pequenos poluentes que é disponibilizada ao meio ambiente, cons-tante e gradativamente. Isto tem feito com que as populações passem a se preocupar com as práticas inadequadas de disposi-ções de resíduos e a fim de coibir abusos contra o meio ambiente as autoridades têm promulgado legislações de âmbito federal, estadual e municipal. Os mercados públi-cos são estabelecimentos geradores de resíduos, e sendo assim, devem respeitar as legislações que protegem o meio ambiente e as sanitárias que protegem o alimento das contaminações, a fim de conferir segurança ao consumidor. A legislação ambiental é um documento muito importante à dispo-sição da sociedade, e que preserva o direito dos cidadãos, quanto às condições dignas de sobrevivência, ambiente saudável e, ecologicamente equilibrado, como propõe a Constituição Federal de 1988. Os merca-dos públicos que comercializam pescado não tiveram gestão administrativa efetiva, não introduziram novas tecnologias, e ainda, ficaram a mercê de padronização, organização e setorização das instalações físicas. O que se percebe, na realidade é que ficaram alheios às mudanças e necessidades do consumidor e entraram em processo de exaustão e sucateamento da estrutura física e equipamentos. Este fenômeno contrasta com as exigências do consumidor, que mostra a cada dia mais exigente com a qualidade do alimento, atento ao desperdício, o que reflete em uma tomada de decisões por parte dos comerciantes, fiscalizadores e legislado-res, para que estes estabelecimentos não percam a concorrência para os supermer-cados. Sente-se necessidade eminente de ações mais agressivas do Poder Público, para resgatar o caráter funcional e lúdico destes estabelecimentos. É notório que o Ministério Público exige das autoridades competentes melhoria nas condições de higiene, salubridade e acessibilidade dos estabelecimentos que comercializam alimentos.

Fazendo uma retrospectiva na história dos mercados fica evidente a preocupação que esses estabelecimentos tinham com relação a higiene e meio ambiente. Os mercados públicos em cidades brasileiras datam do século XIX e tiveram a função de reunir os comerciantes para comercializar seus produtos num só local, com melhores condições higiênicas e criando acessibili-

dade dos alimentos à população. Antes este comércio era feito nas ruas e gerava muito lixo que era jogado de qualquer forma e por todos os cantos. O surgimento destes locais, nessa época já tinha a intenção de organizar o comércio e dar destinação aos resíduos de uma melhor forma. Assim, em 1883, em Manaus foi inaugurado o primeiro Mercado Municipal do país que foi construído para comercialização de tartarugas, outro no Rio de Janeiro, que dispunha de um moderno frigorífico importado da Europa para conservação de pescado, frutas, aves, entre outros. Em 1887, foi construído o Mercado Público de Fortaleza com instalações de esgoto para escoar os efluentes. Nesse século ainda foram inaugurados mercados em Belém e Curitiba.

Em 1901, é inaugurado o primeiro Mercado de Peixe, na cidade de Belém construído de tal forma a proporcionar maior iluminação ao ambiente. Em 1930 em Recife, inaugura um mercado misto, chamado de Mercado da Casa Amarela, onde de tudo se comercializa, e daí por diante praticamente em todas as capitais foram construídos outros mercados pú-blicos.

Esses estabelecimentos, de um modo geral, atendem a população de baixa renda que busca nestes locais produtos de custo menor, o que sem dúvida desempenha um papel importante na segurança alimentar, muitas vezes sem se preocupar com a qua-lidade dos produtos. Na próxima edição falaremos sobre a legislação que incide sobre os mercados.

O toque amplia a percepção do corpo

Foto Márcio Barreto

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Jovens pescadores praticam pesque & solte no Yacht Club de IlhabelaHá 20 anos o Yacht Club de Ilha-

bela-YCI introduziu a modalidade de pesque & solte (catch & release) e marque & solte (tag & release) em seus torneios de pesca oceânica. Seguindo a linha de pesque e solte dos torneios de adultos, foi reali-zado o Torneio Infantil, dia 13 de outubro, com participantes com idade máxima de 14 anos. Apesar da chuva fina ninguém desanimou da pescaria que aconteceu das 9h30 às 13h. Os flutuantes da marina do clube formam uma espécie de abrigo, o que aumenta a piscosi-dade do local, com várias espécies de peixes.

Agora os adultos se preparam para o início da XXV Temporada de Pesca Oceânica Marque & Solte, continuando a tradição de colabo-ração com a pesquisa. Ao devolver um peixe com uma marca nume-rada ao mar o pescador esportivo contribui com o Projeto Marlim, coordenado pelo professor Alberto Amorim, do Instituto de Pesca de Santos, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que conta com o apoio da Billfish Foundation (TBF), entidade norte-americana criada para a conservação dos peixes-de-bico. A própria TBF, foi fundada em 1986 pelo falecido Winthrop Rockefeller,

adepto da pesca esportiva, que se uniu a cientistas como Dr. Eric Prin-ce, do Southeast Fisheries Center, na Flórida, no intuito de estimular a pesquisa científica para conservação destas espécies.

Em 1992, ano em que a parceria do YCI com a pesquisa foi iniciada, o pescador esportivo Luisinho de Moraes devolvia ao mar um marlim-branco, durante um torneio do clube. Em 1997 o mesmo peixe foi recaptu-rado por um barco atuneiro, frente ao Cabo de Santa Marta, em Santa Ca-tarina. Os pescadores reportaram ao Instituto de Pesca o número da marca encontrada, ajudando a traçar a rota

de migração do peixe e sua taxa de crescimento no período. Segundo o diretor de Pesca do YCI, Laurent Blaha, além do apoio ao projeto de marcação e liberação dos peixes-de-bico (marlim azul, marlim-branco e sailfish), algumas lanchas levarão biólogos a bordo para fazer coletas de larvas no oceano, para mapear a presença destes peixes. A identifica-ção do material coletado será feita por exame de DNA em parceria do Instituto de Pesca com o professor Mahmood Shivji, Diretor do Guy Harvey Research Institute, Nova Southeastern University, FL, EUA. Como apoio à pesquisa também

está à venda o livro Peixes-de-bico do Atlântico, cuja renda reverte in-teiramente para o desenvolvimento do Projeto Marlim. Os exemplares podem ser obtidos no site da ONG Vivamar (www.vivamar.org.br), na secretaria do YCI e na livraria Ponto das Letras, em Ilhabela.

A XXV Temporada de Pesca Oceânica do YCI tem início dia 27 de outubro, com mais 5 etapas dias 27/10, 10 e 24/11, 8/12 e 19/01. Conta com apoio da Boston Whaler, Master Mar, Brejeiro, Movelaria Boá, Person, Toledo, 99,5 Radio Antena 1, Pesca & Cia, Espaço Villa-Lobos, Itaipava e TNT.

As premiações foram para as categorias Mirim, Infantil e Juvenil