jornal do sindicato dos trabalhadores em educação...

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Os gastos bilionários com a Copa do Mundo provam que o Brasil tem recursos de sobra. O que falta é vontade política do governo. A presidente Dilma precisa ouvir a voz dos trabalhadores e investir também no que é prioridade para a população: saúde, educação, segurança, previdência social e transportes públicos! JORNAL DO SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO TERCEIRO GRAU PÚBLICO DE CURITIBA, REGIÃO METROPOLITANA E LITORAL DO ESTADO DO PARANÁ JORNAL DO SINDITEST.PR Gestão SINDICATO É PRA LUTAR Envelopamento fechado pode ser aberto pela ECT EDIÇÃO 08 - ANO 22 MARÇO DE 2014 Mudou-se Falecido Ausente Desconhecido Não procurado Recusado CEP errado End. Insuficiente Não existe o nº indicado Inf. Porteiro / sindico Outros Reintegrado ao seviço postal em: / / Responsável: Impresso Especial 3600173954/2008/DR/PR SINDITEST-PR CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS LEIA MAIS NAS PÁGINAS 4 e 5 A LUTA CONTRA A EBSERH CONTINUA! Exemplos de outros estados pelo país afora mostram a verdadeira prática da EBSERH PÁGINA 8 E 9 8 DE MARÇO: Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras! PÁGINA 6 E 7 FUNPAR Preparar a resistência! A demissão dos nossos companheiros da FUNPAR, além de injusta e desumana, é o primeiro passo para a introdução da EBSERH no HC. PÁGINA 10 20 de março: greve por tempo indeterminado

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Os gastos bilionários com a Copa do Mundo provam que o Brasil tem recursos de sobra. O que falta é vontade política do governo. A presidente Dilma precisa ouvir a voz dos trabalhadores e investir

também no que é prioridade para a população: saúde, educação, segurança, previdência social e transportes públicos!

JORNAL DO SiNDicAtO DOS tRAbALhADOReS em eDucAçãO DO teRceiRO GRAu PúbLicO De cuRitibA, ReGiãO metROPOLitANA e LitORAL DO eStADO DO PARANáJORNAL

DOSINDITEST.pRGestão

SINDICATO É PRA LUTAR

Envelopamento fechado pode ser aberto pela ECT

EDIÇÃO 08 - ANO 22

MARÇO DE 2014

Mudou-se FalecidoAusente DesconhecidoNão procurado RecusadoCEP erradoEnd. InsuficienteNão existe o nº indicadoInf. Porteiro / sindicoOutros

Reintegrado ao seviço postal em: / / Responsável:

ImpressoEspecial

3600173954/2008/DR/PRSINDITEST-PR

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS

LEIA MAIS NAS PÁGINAS 4 e 5

A lutA COntrA A EBSErH COntinuA!Exemplos de outros estados pelo país afora mostram a verdadeira prática da EBSErH

PÁGINA 8 E 9

8 DE MArçO:Dia internacional de luta das Mulheres trabalhadoras!

PÁGINA 6 E 7

FunPArPreparar a resistência! A demissão dos nossos companheiros da FunPAr, além de injusta e desumana, é o primeiro passo para a introdução da EBSErH no HC.

PÁGINA 10

20 de março: greve por tempo indeterminado

JORNAL DOSINDITEST.pR

O Jornal do SINDITEST-pR é uma publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná. Avenida Agostinho Leão Junior, 177 – Alto da Glória – Curitiba/Paraná – Telefone: (41) 3362-7373 – Fax: (41) 3363-6162 – www.sinditest.org.br – [email protected]: Sinditest-PR. Jornalista Responsável: Adriana Possan - DRT 10049. Projeto Gráfico e Diagramação: Excelência Comunicação - fone: (41) 3408-0300 Tiragem: 6.000 exemplares. Grafica: Mega Impressão Grafica e Editora - fone: 3598.1113 e 9926.1113. É permitida a reprodução com a citação da fonte.E

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EDITORIAL

Onda de greves avança pelo país!Até agora, os trabalhadores venceram todas as batalhas!

Quando fechávamos esta edi-ção do Jornal do Sinditest, os garis do Rio de Janeiro comemoravam a vitória da greve nas ruas. Depois de oito dias de greve, conquista-ram 37% de reajuste, melhorias nos benefícios e reverteram as demissões que haviam sido anun-ciadas. A greve esteve no centro dos principais noticiários do país durante vários dias, pois ocorreu bem no meio do Carnaval! O bloco dos garis em greve foi um dos mais aplaudidos nas ruas do Rio de Ja-neiro, mostrando que a população apoiava o movimento.

A imprensa fez o que pôde para desqualificar os trabalhado-res. Apelou como sempre para o sensacionalismo: mostrava o lixo acumulado nas ruas e exortava o telespectador a se preocupar com a imagem do país no exterior! “O que os turistas estrangeiros pensarão de nós?” Ao mesmo tempo, o sindicato pelego, as-sociado aos patrões, aparecia na TV e declarava que a greve era culpa de um setor minoritá-rio e irresponsável.

Não faltou quem atacas-se a greve, tanto pela direita quanto pela esquerda. O go-verno federal, em particular, está tentando emplacar a ideia de que protestar nesse ano, principalmente durante a Copa do Mundo, é “agir contra o Brasil”. Triste semelhança com o slogan patriótico dos militares: “Brasil: ame-o ou deixe-o!” Al-gumas semanas antes do início dessa greve, João Pedro Stédi-le, dirigente do MST, organiza-ção que hoje sustenta o governo Dilma (PT) junto com a CUT e a UNE, declarou que era “besteira” fazer protestos durante a Copa, pois seria o mesmo que protestar no Carnaval, algo supostamente inútil! Os garis mostraram o con-trário. Todo dia é dia de lutar, de enfrentar as injustiças. E a vitória depende apenas de nós mesmos, de nossa capacidade de organiza-ção e união.

Vitória dos pobres, dos trabalhadores negros, contra a elite branca

Há alguns anos, o apresenta-dor Bóris Casoy ofendeu os garis ao vivo, no Jornal da Band. Ele não sabia que o áudio ainda es-tava sendo transmitido e revelou seu verdadeiro caráter, que é o caráter da elite brasileira, herdeira do escravismo colonial. Diante da imagem de dois garis que humil-demente desejavam feliz ano novo aos telespectadores, disse: “Que merda! Dois lixeiros desejando fe-licidades... Dois lixeiros! Do alto de suas vassouras! O mais baixo da escala do trabalho...” Após ser condenado judicialmente, o apre-sentador “pediu desculpas” aos garis, hipocritamente.

A mobilização desses trabalha-dores representou a luta do povo brasileiro, dos mais pobres, contra as injustiças que os ricos querem esconder com o Carnaval e com a Copa. Essa elite branca e racista de nosso país teve de engolir no-vamente seus preconceitos e ran-cores diante dessa nova vitória dos garis, uma vitória de toda a classe trabalhadora.

E vem mais greve por aí!

Em Curitiba, os trabalhadores dos Correios estão em greve, en-frentando a empresa e o governo federal, que atacam sistematica-mente os direitos que sobraram da categoria. Os motoristas e cobrado-res de ônibus também realizaram uma greve forte, e conseguiram uma proposta de reajuste acima da inflação. Se houver aumento da ta-rifa, eles ameaçam entrar em greve novamente, bem no meio da Copa! Os trabalhadores da saúde do es-tado, representados pelo SindSaú-de, entram em greve no dia 18 de

março, contra a privatização geral realizada pelo governador Beto Ri-cha (PSDB). E no dia 17 entraram em greve também os professores e professoras municipais, organi-zados no Sismmac, enfrentando o prefeito Gustavo Fruet (PDT).

Portanto, nós, trabalhadores das universidades, não estaremos sozinhos na batalha em defesa da educação e da saúde públicas. Ao lado de nossos companheiros do SindSaúde e do Sismmac, e se-guindo o exemplo dos garis, luta-remos de cabeça erguida. Confor-me aprovado na Assembleia Geral de Deflagração de Greve, no dia 17 de março, iremos iniciar nossa greve no dia 20 de março, a partir das 13 horas, com concentração no RU Central da UFPR. Não acei-taremos migalhas e não seremos intimidados diante das campanhas de calúnias da imprensa. Com ousadia e coragem, mostraremos na prática que não há força social mais poderosa do que a da classe trabalhadora unida e organizada.

2 edição 08 - ano 22MaRço de 2014

JORNAL DOSINDITEST.pR

CARTA DAS ORGANIzAçõES SINDICAIS E POPULARES A TODA A SOCIEDADE bRASILEIRA:

Criminalizar as lutas sociais e atacar liberdades democráticas é voltar a um passado que a sociedade brasileira não pode aceitar

lutar não é crime!no ano da Copa, governo federal pretende criminalizar os movimentos sociais e retirar ainda mais direitos dos trabalhadores!

Nos últimos meses, temos as-sistido ao recrudescimento da violência policial contra manifes-tações populares e contra a popu-lação pobre e negra da periferia das grandes cidades. O próprio governo federal entrou nessa mes-ma rota ao disponibilizar a Força Nacional de Segurança para ser usada com este mesmo objetivo e, agora, com a portaria do Ministério da Defesa que “regula” a utilização das Forças Armadas na repressão a mobilizações sociais.

No Congresso Nacional, trami-tam projetos de lei que pregam desde a proibição de greves no período anterior e durante a reali-zação da Copa do Mundo, até ab-surdos autoritários como o projeto que tipifica o chamado “crime de terrorismo”. Agora, na esteira da tragédia ocorrida no Rio, com a morte de um trabalhador, assisti-

um transporte coletivo digno, por saúde, educação. Por que os parla-mentares e governantes não falam em votar leis que garantam a todo o povo o acesso a estes direitos? Estas leis, sim, ajudariam efetiva-mente a resolver conflitos.

Não estão entre nós os que apoiam atitudes isoladas nas ma-nifestações que possam contri-buir para tragédias como a morte do cinegrafista. Mas não podemos aceitar que toda a responsabilida-de por aquele infeliz acontecimen-to seja debitado a manifestantes, isentando os governos que não atendem os reclamos populares e ainda determinam a repressão brutal que tem sido a prática das polícias contra os que protestam.

Tampouco podemos aceitar que se aproveite da tragédia ocorrida para intensificar ainda mais a cri-minalização e a violência contra as

CSP - CONLUTAS – Central Sindical e Popular | UGT – União Geral dos Trabalhadores | CGTB – Central Geral dos Trabalhadores Brasileiros | COBAP – Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas | CONAFER – Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais | CONDSEF – Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Publico Federal | ANDES-SN – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior | FENASPS – Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social | SINASEFE – Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica | ASFOC- Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Fundação Osvaldo Cruz | FSDM-MG – Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais | FERAESP - Federação dos Empregados Rurais Assalariados dos Estado de São Paulo | JUBILEU SUL BRASIL | MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra | MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto | LUTA POPULAR | ANEL – Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre | CLASP – Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo | PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul | MML – Movimento Mulheres em Luta | Quilombo Raça e Classe | Movimento Periferia Ativa | Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos | Instituto São Paulo de Cidadania e Política• Com informações da CSP-Conlutas

mos a um espetáculo patrocinado por setores da mídia, governos e parlamentares que clamam por mais leis e mais repressão. É neste contexto que o Ministério da Justiça fala em apresentar mais um proje-to de lei para penalizar ainda mais aos que ousam lutar para defender seus direitos e suas reivindicações.

Vivemos num país marcado pela desigualdade e pela injustiça para com a ampla maioria do seu povo. Ao invés de atender as de-mandas populares, os governantes, em todas as esferas, escolhem o caminho da repressão pura e sim-ples para tentar coibir as lutas po-pulares. Não é este o caminho que pode levar à solução dos conflitos.

Já há leis demais para limitar, reprimir e criminalizar direitos dos trabalhadores, como o direito de greve, a luta pela moradia, a luta pela reforma agrária, a luta por

lutas e as organizações dos traba-lhadores e da juventude brasileira.

Repressão a movimentos so-ciais, criminalização dos que lutam por seus direitos, ataques e limita-ções às liberdades democráticas não são um caminho para o futuro que queremos construir para nos-so país. Sinaliza para o passado que tanto lutamos muitos perden-do sua própria vida para superar.

Conclamamos o Congresso Nacional a rejeitar estas iniciativas em discussão na Câmara e no Se-nado. Conclamamos as instituições democráticas e a toda a sociedade brasileira a reagir e exigir respei-to às liberdades democráticas, ao direito de organização, ao direito de greve e de manifestação para todos neste país. Sem isso não há democracia.

Brasília, 25 de fevereiro de 2014

No dia 25 de fevereiro, uma comis-são de entidades representada pela CSP--Conlutas, CGTB, UGT, COBAP, CONAFER, FERAESP e ANEL, entregou ao senador Roberto Requião (PMDB/PR) uma carta assinada por diversas organizações sin-dicais e populares sobre a crescente cri-minalização dos movimentos sociais e os desdobramentos desta situação dentro do Congresso Nacional. A carta pede ao Con-gresso que rejeite os projetos de lei que transformam o direito de lutar em crime, como a “lei antiterrorismo”, conhecida como “AI-5 Padrão FIFA”.

Publicamos a seguir a íntegra do texto. Neste ano, certamente seremos alvos da criminalização, através da judicialização da greve e perseguição aos ativistas, caso não haja forte reação da sociedade a es-sas arbitrariedades cometidas pelo gover-no a serviço dos grandes empresários e da FIFA.

3edição 08 - ano 22maRço de 2014

JORNAL DOSINDITEST.pR

nOSSAS PrinCiPAiS rEiVinDiCAçõES:• Carreira, salários e condições de trabalho dignas!

• Piso de três salários mínimos! Data-base e negociação co-letiva! Antecipação da parcela de 5% de reajuste progra-mada para 2015!

• Fim das privatizações! Revogação das leis que criaram a EbSERH e o FUNPRESP!

• Em defesa da aposentadoria especial! Revogação das Orientações Normativas que reduzem o adicional de in-salubridade!

• Turnos contínuos e jornada de 30h!

• Construção e reestruturação das creches nas universida-des, sem municipalização!

• Em defesa do direito de greve e das demais garantias constitucionais de expressão, manifestação e organização política e sindical! Não ao “AI-5 padrão FIFA”! Abaixo a criminalização dos movimentos sociais!

no país do futebol, da corrupção e da desigualdade social, qual é o lugar da educação e da saúde públicas?

Nós, servidores técnico-admi-nistrativos das universidades pú-blicas, recebemos os mais baixos salários de todo o poder executivo. Nenhuma outra carreira do serviço público federal é tão mal remune-rada como a nossa. O vencimento básico de um Assistente em Admi-nistração recém-admitido na uni-versidade não ultrapassa 1.950,00 reais, ou seja, é inferior a três salá-rios mínimos.

A situação dos nossos compa-nheiros contratados pela FUNPAR ou terceirizados é pior ainda: o pes-soal da FUNPAR recebe salários de pobreza e os terceirizados, salários de miséria (costumam receber me-nos do que um salário mínimo após os “descontos”). E são essas pes-soas —a maioria mulheres, mães de família— que fazem a univer-sidade funcionar, trabalhando nos serviços mais pesados: limpeza e conservação, restaurantes, lavan-derias, manutenção, transportes, segurança...

Como chegamos a este ponto?

No Brasil, quem trabalha com educação e saúde não é tratado com respeito. Isso acontece porque a presidente Dilma (PT), seguindo a linha adotada por Lula, não aban-donou em nenhum momento a car-tilha neoliberal dos governos Collor, Itamar e FHC (PSDB). A prova disso é que mesmo após 11 anos de go-vernos do PT, os serviços públicos vão de mal a pior. Há uma crise grave na maior parte das áreas so-ciais e um caos completo na saú-de, na educação e nos transportes

públicos. Essa foi uma das causas da explosão de revolta que varreu o país em junho de 2013. Infeliz-mente, até agora, o governo não deu ouvidos para o que o povo dizia nas ruas e o suplício de quem de-pende dos serviços públicos, princi-palmente do SUS, continua.

Campeão mundial de impostos e taxas de juros... Para quê?

O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. Todos os anos batemos recordes de ar-recadação de impostos. Por acaso esse dinheiro retorna para a socie-dade na forma de investimentos em infraestrutura, geração de empre-gos, educação, saúde, previdência social? Infelizmente, não. Então, onde vai parar todo esse dinheiro?

A resposta é simples: quase a metade do Orçamento da União é enviada todos os anos diretamen-te para o bolso dos banqueiros e dos especuladores do mercado fi-nanceiro, na forma de pagamentos dos serviços de rolagem da dívida pública (juros e amortizações). E a parte mais cruel desse sofisticado mecanismo de exploração é que quanto mais se paga, mais se deve.

retrato da desigualdade

Somente em 2012, pagamos 753 bilhões de reais da dívida! Para se ter uma ideia do que isso signifi-ca, com esse dinheiro seria possível pagar um salário mínimo atual (724 reais) para 50 milhões de pessoas durante 20 meses; ou construir 18 milhões de casas populares a um custo de 40 mil reais cada; ou 44 mil hospitais de excelência, a um custo de 17 milhões de reais cada um. Outra comparação: o total gas-to com o Bolsa Família no mesmo ano (2012), que atinge quase 14 milhões de famílias (a 70 reais por

pessoa), foi de pouco mais de 20,2 bilhões, ou seja, trinta e sete vezes menos do que o valor dado pelo go-verno aos bancos!

Pela valorização dos servidores públicos!

Nossa luta por respeito, por sa-lários e condições de trabalho dig-nas, faz parte da luta em defesa do ensino superior público, gratui-to e de qualidade. Os trabalhado-res e toda a população precisam defender as universidades públicas do sucateamento e das privatiza-ções. Nós, servidores técnico-ad-ministrativos da UFPR, HC, UTFPR, IFPR e UNILA, estamos fazendo a nossa parte.

E não estamos pedindo nada de mais. Queremos apenas o mes-mo tratamento prioritário e emer-

gencial dado pelo governo federal à FIFA, às empreiteiras, aos ban-cos e às multinacionais: exigimos investimentos pesados e imedia-tos nos serviços públicos!

Todos aqueles que torcem por um Brasil verdadeiramente justo e soberano precisam se incorporar a essa luta! Sem os trabalhado-res dos serviços públicos, sem o nosso time, o Brasil não entra em campo.

20 de março:grEVE POr tEMPO inDEtErMinADO!

4 edição 08 - ano 22MaRço de 2014

JORNAL DOSINDITEST.pR

dessa greve, que será dura e com-bativa, com muita luta pela frente.

ASSEMBlEiA COMunitáriA Data: 19 de março, quarta-feiralocal: Pátio da Reitoria da UFPR (R. xV de Novembro, 1299)Horário: 9h30 em primeira chamada, 10h em segunda chamada.

ASSEMBlEiA gErAl DOS trABAlHADOrES FunPAr/HCData: 19 de março, quarta-feiralocal: Auditório do 7º andar do Anexo b (HC da UFPR);Horário: 9h30 em primeira chamada, 10h em segunda chamada.

ASSEMBlEiA gErAl DE grEVEData: 20 de março, quinta-feiralocal: RU Central da UFPRHorário: 7h

A Assembleia Geral Extraor-dinária de Deflagração de Gre-ve realizada no dia 17 de março (segunda) pela manhã no pátio da Reitoria da UFPR aprovou por ampla maioria a Greve unificada da Fasubra por tempo indetermi-nado, sendo que não houve nem um voto contra a greve, apenas cinco abstenções. A partir das 13 horas do dia 20 de março (quinta--feira) será iniciada a paralisação dos técnico-administrativos da UFPR, HC, IFPR, UNILA, UTFPR, com instalação do Comando Local de Greve no RU Central da UFPR.

Estiveram presentes 298 tra-balhadores na votação, o que representa um quórum bastante representativo para a luta da ca-tegoria e também um perspectiva de que haverá uma forte luta na construção da greve, na qual os trabalhadores não pretendem bai-xar a cabeça para o governo fede-ral, mas fundamentalmente reivin-dicar cada centavo que é de seu direito. A precarização do trabalho dos servidores técnico-administra-tivos federais e o sucateamento do serviço público no Brasil têm ligação direta e proporcionalmente inversa com o gasto da máquina pública federal na Copa do Mun-do, assim como nas suas relações promíscuas com os banqueiros e empresários.

Adriana Possan

A Assembleia de Deflagração de Greve confirmou o desejo da categoria dos técnico-administra-tivos das universidades federais do Paraná em seguir na luta por melhorias de salário, de condições de trabalho dignas e de um atendi-mento de qualidade à população, sobretudo na saúde e na educa-ção públicas.

A Assembleia também apro-vou o Calendário de Mobilizações da Greve, definiu os membros do Comando Local de Greve e ele-geu os seis delegados que deve-rão representar a categoria no Comando Nacional de Greve em Brasília, sendo que ficou decidido e votado que os delegados eleitos deverão seguir a determinação da Assembleia, que é de aprovação e construção da greve. Além da pauta nacional de reivindicações também foi aprovada uma pauta local, com questões mais pontuais pertinentes os setores de trabalho da categoria.

A Direção do Sinditest-PR saú-

da a toda a categoria pela parti-cipação na Assembleia e assegura trabalhar firme nessa importante batalha construída com a catego-ria, defendo incansavelmente os interesses da classe trabalhadora que a entidade representa. A Di-reção do sindicato ressalta ainda

a importância da categoria manter--se unida e ajudar na construção

Dia 20 de março é só o começo da batalha!Fique atento ao Calendário de Mobilizações da GREVE e ajude a construir a luta

CAlEnDáriO DE MOBilizAçõES DA grEVE:

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5edição 08 - ano 22maRço de 2014

JORNAL DOSINDITEST.pR

08 de Março:Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora!

Adriana Possan

me dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) colhidos entre 2006 e 2010.

Prova de tanto descaso são os mecanismos oficiais do gover-no, que não disponibilizam dados próximos da realidade, pois não há um sistema nacional de infor-mações sobre Violência Contra as Mulheres, assim como não há um sistema periódico de cruzamento de dados de estados e municípios, sendo quase impossível afirmar com maior precisão e profundida-de números que permitam diag-nosticar os problemas e agir. Atual-mente as principais estruturas governamentais de sistematização de dados são a Central de Aten-dimento à Mulher Ligue 180, que mantém uma estrutura precária de atendimento, o Sistema de Infor-mação de Agravos de Notificação (SINAN do Ministério da Saúde) e os relatórios feitos pelas secre-tarias de segurança dos estados. Porém, como cada secretaria tra-balha de forma diferenciada e não integrada, nacionalizar os dados é uma tarefa de altíssima complexi-dade.

Não é por menos que a Cam-panha Contra a Violência às Mu-lheres do Movimento Mulheres em Luta faz uma dura crítica aos mega eventos esportivos que se-rão sediados pelo Brasil em 2014 e 2016, por entender que se con-figuram como uma grande incoe-rência e negligência do Governo Dilma frente à realidade da violên-cia contra a mulher no Brasil, um país marcado historicamente pela opressão do patriarcado. A violên-cia parte de estupros, turismo e

exploração sexual, violência física e mortes, assim como de pata-mares onde a violência “velada” é praticada pelo Estado, nas áreas da educação, saúde, transporte, moradia, etc. Karen Capelesso, in-tegrante da Executiva Nacional do MML, frisa que hoje no Brasil ape-nas 10% dos municípios contam com delegacias especializadas para o atendimento de mulheres vítimas de violência. “Para a gente conseguir ter uma delegacia espe-cializada em cada município bra-sileiro no ritmo que estamos hoje levaria 308 anos!”, alerta. Vale ressaltar que a Delegacia da Mu-lher de Curitiba funciona apenas no horário comercial, de segunda a sexta, o que dificulta as denún-cias, levando-se em consideração que nos finais de semanas há maior número de ocorrências.

A Lei Maria da Penha, criada em 2006, ainda está longe de garantir mais segurança às mu-lheres, sobretudo porque apesar do discurso, o Governo Federal mostra falta de vontade políti-ca para priorizar investimentos neste âmbito. “No Rio Grande do Sul, por exemplo, no ano de 2012, 20% das mulheres que foram assassinadas tinham me-didas protetivas previstas na lei e mesmo assim foram vítimas fatais da violência”, adverte Ka-ren. A União anunciou em março de 2013 a criação da Casa da Mulher, que integra o programa “Mulher, Viver sem Violência”, da SPMulheres, e anunciou que irá liberar R$ 4,3 milhões para cada unidade de atendimento, a qual contará por exemplo com servi-ços de delegacia especializada,

Sinditest consolida gt da Mulher trabalhadora e intensifica a campanha contra a Violência às Mulheres

Toda vez que se aproxima a data simbólica do 8 de Março é tempo de lembrar que é um dia de luta e mobilizações de mulhe-res em todo o mundo, principal-mente por melhores condições de trabalho e qualidade de vida, pelo combate à opressão machista e pela construção de uma sociedade mais igualitária e justa. Portanto, uma data de lutas e desafios e não de comemorações vazias. Por isso, o sindicato está trabalhando para consolidar o GT da Mulher Traba-lhadora e neste 8 de Março parti-cipamos do ato Contra a Violência às Mulheres, organizado também pelo Movimento Mulheres em Luta, o MML (veja o BOX).

Ao longo de 2013 o Sinditest teve vários avanços na organiza-ção da luta das mulheres e contou com o apoio do MML-Curitiba. O sindicato esteve presente em atos de rua do 8 de Março, em eventos comemorativos e oficinas (no lito-ral e em Curitiba) e também em eventos como o I Encontro de Mu-lheres do HC, I Encontro de Mulhe-res do Sinditest, Cine-feminista, I Encontro Nacional do MML e o III Seminário da Mulher Trabalhado-ra da FASUBRA. Em 2014 foram aprovadas propostas para comba-ter a opressão machista e fortale-cer e ampliar a participação das mulheres no sindicato, como é o caso da criação do GT da Mulher

Trabalhadora, que a partir de mar-ço terá reuniões semanais a fim de organizar as atividades de luta das mulheres com um trabalho mais próximo da base.

Além disso, uma das propostas mais pungentes para este ano é a adesão à Campanha Contra a Vio-lência às Mulheres, do MML, haja vista o desinteresse do governo estadual e federal em tratar as de-mandas de urgência relacionadas à violência contra as mulheres. Segundo um estudo feito em 2012 pelo Instituto Latinoamericano de Estudos Socieconômicos (ILAESE), no Brasil a cada 7 segundos acon-tece uma agressão física contra a mulher, a cada 11 segundos um estupro e a cada 2 horas um as-sassinato. O que mais assombra são os índices de morte, bastante superiores à média internacional e inclusive da América Latina, o que assenta o Brasil na 7ª posição de casos de feminicídios, em um ran-king de 84 países em situações parecidas com a do Brasil, confor-

6 edição 08 - ano 22MaRço de 2014

JORNAL DOSINDITEST.pR

O Ato Unificado do Dia 08 de Março de 2014 em Curitiba, que teve início na Praça Santos Andra-de, reuniu aproximadamente 500 pessoas. O Sinditest, juntamente com o MML, foi para a rua com sua coluna, construir a frente de luta com as mulheres trabalhado-ras e estudantes para reivindicar investimentos públicos para o en-frentamento à violência contra as mulheres e denunciar as ações do Governo Dilma e do Governo Beto Richa no descaso que existe em relação às políticas públicas vol-tadas para as mulheres. Um dos momentos marcantes do Ato foi a homenagem à militante da CSP--Conlutas e do MML de Pernambu- co Sandra Fernandes, e seu filho

Icauã, assassinados pelo então namora-do de Sandra; pos-teriormente, seguiu--se um momento de reflexão sobre o feminicídio, lem-brando por meio de noticiários televisivos cotidianos o quanto é banal a violência contra a mulher.

A Campanha Nacional Contra a Violência às Mulheres, do MML, teve início em novembro de 2013 e terá duração de um ano. Os principais eixos encampados nesta luta são:

1. VIOLêNCIA SExUAL: contra o “Bolsa Estupro” ou “Estatuto do Nascituro”.

2. VIOLêNCIA DOMéSTICA: reivindicação da am-pliação e aplicação da Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340.

3. VIOLêNCIA E VIDAS NAS CIDADES: com foco nas questões que envolvem o transporte e condições de vida para a prevenção da violência (iluminação públi-ca, limpeza de terrenos baldios, etc).

4. VIOLêNCIA E RELAçõES DE TRABALhO: eixo na luta contra diferenças de salário, assédio moral e se-xual; a favor de cláusulas que contemplem a ques-tão da violência contra as mulheres trabalhadoras como uma constante no mundo do trabalho.

no Brasil acontece a cada 7 segundos uma agressão física

contra a mulher, a cada 11 segundos

um estupro e a cada 2 horas um

assassinato.Fonte: ILAESE

equipe psicossocial e de orienta-ção de emprego e renda, espaço de convivência e brinquedoteca. Porém, a Casa da Mulher só será instalada nas capitais brasileiras, deixando à mercê os mais de 5,5 mil municípios do país. Conforme dados da CMPI da Violência con-tra a Mulher, da Secretaria Nacio-nal de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da SPM, entre

2004 e 2011, a União destinou para o Programa 0156 Preven-ção e Enfrentamento da Violência contra as Mulheres apenas R$ 200 milhões, que correspondem a R$ 25 milhões por ano, o equi-valente a aproximadamente R$ 4,6 mil por município anualmen-te. No entanto, ocorre que so-mente no ano de 2012 o governo federal desembolsou R$ 753 bi-

lhões para o pagamento de juros, amortizações e rolagem da dívida pública e, mais recentemente, as previsões de gastos públicos com a Copa já chegam ao absur-do de R$ 25,9 bilhões (divulga-do no Portal de Transparência da Controladoria Geral da União). “Enquanto o governo gasta 0,26 centavos por mulher no Progra-ma 0156, para a

Copa do Mundo serão destina-dos R$ 11.172,4 mil por cada assento nos estádios da Copa, oriundos de financiamento pú-blico”, aponta Karen, demons-trando que o discurso de falta de recursos para investimentos em políticas públicas deixa bem claro quais são as preferências e prioridades políticas do Go-

verno Dilma.

08 de Março em Curitiba lembra vítimas de feminicídio e exige mais dinheiro para políticas públicas

7edição 08 - ano 22maRço de 2014

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A Empresa Brasileira de Ser-viços Hospitalares se apresenta como um dos carros abre alas da política de privatizações comanda-da pelo governo Dilma e do suca-teamento que os serviços públicos vêm sofrendo na gestão petista. A intenção da EBSERH desde sua fundação é abocanhar os 47 hospi-tais universitários geridos pelas uni-versidades públicas em todo o país e administrá-los sob a lógica neoli-beral do mercado. O Hospital das Clínicas da UFPR, que se constitui como uma instituição de referência nacional há 50 anos, não aderiu à EBSERH, graças à força da greve em 2012, com atuação conjunta dos técnicos, estudantes e profes-sores, que entendem que o HC não é uma empresa e que saúde e edu-cação não são mercadorias.

Até o momento não há nenhu-ma previsão de deliberação do Conselho Universitário (COUN) da UFPR para aderir à proposta de instalação da EBSERH, resulta-do de uma conquista vitoriosa da classe trabalhadora. No entanto é preciso continuar de olhos aber-tos, uma vez que a Reitoria vem “cedendo” servidores para a em-presa, num sinal de flexibilização frente à entrada da EBSERH, o que fere a Autonomia Universitária (veja o BOx). E no que concerne à prática antidemocrática e que golpeia a Autonomia Universitá-ria, a EBSERH vem se mostrando autoridade no assunto, haja vista sua implantação em várias insti-tuições em que a sua aprovação não passou pelo conselho univer-sitário, mas sim foi uma decisão direta de Reitores, como é o caso da Universidade Federal de Sergi-pe (UFS), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Universidade Federal do Vale São Francisco (Univasf) e Universida-de Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Em outras universida-des, como a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal do Pará (UFPA) a proposta chegou a pas-sar pelo conselho universitário, mas o quórum qualificado, que representa dois terços dos votos, não foi respeitado.

Para se ter uma ideia do que significa a ameaça que a EBSERH oferece para o serviço prestado nos hospitais universitários federais pode-se tomar o exem-plo do HC da Universi-dade Federal do Espírito Santo, o HUCAM, que aderiu à empresa no ano passado e que já sofre as consequências dessa política, que visa o lucro acima de tudo. Janine Vieira Teixeira, Diretora do SINTUFES e Coordenadora Geral da FASUBRA, relata que logo após a assinatu-ra do acordo com a empresa mais de 120 trabalhadores do HU-CAM foram colocados em disponibilidade na

Exemplos de outros estados mostram a realidade caótica que os hospitais universitários enfrentam ao aderir à EBSErH

página da UFES, causando grande constrangimento entre os trabalha-dores, que sequer foram comuni-cados dos motivos. Somente após realizar uma greve que durou 10

Até omomento não há nenhuma previsão de deliberação do Conselho universitário

(COun) da uFPr para aderir à proposta de instalação

da EBSErH, resultado de

uma conquista da classe

trabalhadora. no entanto é preciso

continuar de olhos abertos!

O HC/UFpR CONTINUA NA FRENTE DE LUTA CONTRA A EBSERH! Adriana Possan

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DEnÚnCiA: funcionários liberados para a EBSErH

Há confirmação de pelo menos dois funcionários do HC/UFPR “cedidos” para a EBSERH, sendo eles o ex-diretor do HC, DR. Celso Fernando Ribeiro de Araújo, atualmente diretor da EBSERH, e a ex-gerente da UAP/HC Gisele Pesquero Fernandes, atualmente Chefe de Serviço da EBSERH. Fonte: Portal da Transparência do Governo Federal.

dias o SINTUFES conseguiu reverter o quadro. “Não existe dinheiro novo e a crise tem se aprofundado. Falta tudo, desde soro fisiológico a se-ringas descartáveis. Fizemos uma paralisação para denunciar o caos que vive o hospital, onde estão reutilizando seringas descartáveis, equipo de soro ficando 10 dias no braço do paciente, CTI cheio de ba-ratas e moscas, obras junto com atendimento de pacientes, tanto ambulatoriais quanto internados, teto caindo em quase todos os setores. Já se estuda convênios com faculdades particulares para entrada de recursos. Os trabalha-dores da UFES não podem circular no hospital, sequer podem entrar na lavanderia. Entraram com uma ação judicial contra o SINTUFES e não podemos mais sequer colar um cartaz nas dependências do hospital para convocar assembleia e nem entregar jornal”, denuncia Janine.

A única instituição do país em que a implantação da EBSERH está completamente efetivada é a Universidade Federal do Piauí (UFPI), ocorrida em 2012, e onde uma série de irregularidades vêm acontecendo e estão sendo apu-radas por meio de inquérito do Mi-

“não existe dinheiro novo e a crise tem se aprofundado.

Falta tudo, desde soro fisiológico

a seringas descartáveis” Janine Teixeira –

Diretora do SINTUFES,

sobre o HUCAM.

nistério Público Federal. Segundo nota técnica do MPF o HU/UFPI enfrenta problemas de ociosida-de e de funcionamento parcial e descreve que a empresa não está cumprindo com os serviços pre-vistos no plano do contrato. O HU/UFPI vive um momento de caos. No final de 2013 houve demissão coletiva de médicos e da diretoria em sinal de protesto às condições de administração do hospital. No momento o Departamento Na-cional do SUS (Denasus) está realizando uma auditoria para apurar as irregularidades no HU

piauiense, pois há também indí-cios de que o repasse de verbas feito pelo Ministério da Saúde não está chegando ao hospital, “desa-pareceu”, e não há prestação de contas até agora.

Com exemplos como o do Piauí e do Espírito Santo e com a Greve Nacional preparada para o dia 17 de março, o HC da UFPR, assim como outros que estão resistindo e também os que já aderiram, tem ainda mais fôlego para contestar a EBSERH. Por isso a participação

de técnicos, docentes e estudantes é fundamental na paralisação, que se iniciará na quinta-feira (20), tanto para frear a entrada da empresa na UFPR e em outras instituições, quan-to para revogar as decisões antide-mocráticas em outros estados. Ja-nine Teixeira pontua: “O exemplo do Espírito Santo deve nortear os deba-tes, pois é onde está mais avançada a implementação do projeto que tem como centro a saúde financeira do hospital e não a saúde dos pacientes e a qualidade do Ensino. É o fim da linha dos Hospitais Universitários!”

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Vem aí a CampanhaSalarial de 2014!É hora de arregaçar as mangas e preparara mobilização e a pauta de reivindicações!

Com o objetivo de organizar a campanha salarial dos trabalha-dores e trabalhadoras da FUNPAR/HC, o Sinditest vem construindo essa luta há dois anos cada vez mais próxima da base. Em 2014 a mobilização para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) desses trabalha-dores não será diferente, por isso teremos várias assembleias gerais com a categoria, para construir a pauta de reivindicações do ACT 2014/2015.

Dentre as principais reivindi-cações que serão defendidas na mobilização estão, sobretudo, a cobrança do reajuste salarial que acompanhe os índices de infla-ção, a luta por melhores condi-ções de trabalho, a estabilidade,

o Plano de Carreira (que até hoje não foi implantado, apesar de construído pelo sindicato e “pro-metido” pelo Reitor), e as defi-nições de normas democráticas para transposições de cargos. Até o momento, as transposições são estipuladas pela Direção do Hospital de Clínicas, ou seja, de cima para baixo, ignorando a participação dos trabalhadores no processo. Além disso, a luta permanente é para impedir a adesão do HC à Empresa Brasi-leira de Serviços Hospitalares, a EBSERH, uma vez que isso resul-taria na demissão imediata dos trabalhadores e trabalhadoras da FUNPAR (vínculo CLT), dentre ou-tros prejuízos para a classe tra-balhadora.

Para Avanilson Araújo, assessor jurídico do SINDITEST, vale ressal-tar que o cenário geral da luta dos trabalhadores deste ano é a gre-ve nacional dos trabalhadores da FASUBRA. Logo, a campanha da FUNPAR deste ano estará cruzada com uma mobilização nacional da categoria dos servidores públicos das universidades federais e isso é um cenário que favorece a mobi-lização dos trabalhadores. Avanil-son frisa que outro tema em des-taque é a luta contra a EBSERH por entender que a entrada da em-presa significa a retirada de postos de trabalho dos trabalhadores da FUNPAR, tema que está direta-mente ligado à luta pelo Plano de Carreira da categoria, da luta pela estabilidade e da transposição.

Segundo trabalhadoras da FUNPAR há uma expectativa dife-rente neste ano para o ACT, uma vez que em anos anteriores se ne-gociaram apenas o aumento salarial para “remediar” as reivindicações e em detrimento disso outras ques-tões muito importantes vêm se ar-rastando ao longo dos anos e não saem nunca do papel. Aílton Teófilo, diretor do SINDITEST, defende uma postura mais combativa frente à Reitoria da universidade e alerta que um dos casos mais emblemáticos dentro do HC são as transposições de cargos realizadas arbitrariamen-te pela direção do hospital. “A ideia agora é pegar pesado, porque, na realidade, quem manda em toda a situação é o Reitor, é ele quem bate o martelo”, ressalta Aílton.

Sinditest e trabalhadores da FunPAr/HC se mobilizam para o ACt 2014/2015

Atendimento diário, agende um horário, entre em contato com o Sinditest.INFORME JURÍDICO SINDiTEST

AçõES:

FGTS: O SINDITEST informa os ser-vidores que ajuizou em nome dos trabalhadores a ação referente a Correção dos saldos do FGTS. Con-tudo, diante de uma determinação do STJ a juíza suspendeu as ações provisoriamente, até a manifesta-ção do tribunal superior sobre qual INDÍCE SERÁ DE FATO APLICADO AS CORREÇÕES DO Fundo De Garantia.

Importante que aqueles que não en-tregaram os documentos referentes a Ação do FGTS, os entreguem na sede do Sindicato, pois caso a ação tenha êxito, será necessário que se apresente individualmente as docu-mentações dos trabalhadores para que se faça a execução da Ação.

Classe Da Ação: Ação OrdináriaVara: 5ª Vara Cível Federal de CuritibaNº de Processo: 5010309-07.2014.404.700Movimento: Despacho Determi-nando A Suspensão Do Processo, em observância a determinação do STJ. Juíza: Giovanna

urPAtenção Servidores!!!

Os Servidores que receberam correspondência do corte da URP/89 devem procurar o Jurídico do SINDITEST, com hora marcada, e levar os seguintes documentos para ajuizamento de ação:

• Cópia da Carteira de Identidade Civil e CPF;

• Comprovante de Residência (conta de água ou energia elé-trica);

• Ficha Financeira (SIAPENET) ou contracheques dos últimos cin-co anos;

• Cópia da correspondência en-viada pela PROGEPE comuni-cando o corte da URP/89;

• Documentos que possuam so-bre a URP/89. Ex.: número de processo.

• Caso haja processo administra-tivo questionando o pagamento da URP, providenciar cópia inte-gral do mesmo (processo admi-nistrativo);

Obs.: Pensionistas / Aposentados: cópia da Portaria de Aposentadoria, caso conste nessa o pagamento da URP.

URP: a unidade de referência de preços foi um mecanismo de correção salarial criado pelo plano Bresser (1987) para repor perdas inflacionárias. Em 1989, o plano verão extinguiu a URP.Como a extinção gerou perdas salariais de 26,05%, os traba-lhadores e sindicatos interpuse-ram ações judiciais, com o fim de corrigir tais perdas, obtendo por conseguinte vitórias signifi-cativas, o que possibilitou o re-ajuste salarial, considerando os prejuízos suportados. Posteriormente, decisão de tri-bunal superior (STF), considerou o plano constitucional, desta forma não geraria direito adqui-rido. Com base nesta decisão, entes públicos, por meio de seus ór-gãos e entidades promoveram o corte do benefício de vários servidores.

Diante disso, servidores recor-reram da decisão e, Ministros do STF, posicionaram em algu-mas ações judiciais no sentido de determinar a manutenção do benefício, inclusive sobre o argumento de proteção a coisa julgada. Ocorre que servidores da UFPR que há anos possuem tal bene-fício, estão sendo comunicados de sua supressão, que segun-do a universidade, ocorrerá em atendimento a determinação da CGU.

O Sinditest primeiramente realizou--se ofício a UFPR, solicitando a re-lação dos servidores afetados pelo corte.

Agora os servidores que fazem jus ao respectivo benefício e que foram comunicados da supressão do pa-gamento, reafirmamos, novamente, que solicitamos seu comparecimen-to a Sede do Sindicato, munidos dos documentos acima solicitados, para tomarmos a ingressarmos com as medidas cabíveis.

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Decisão da 1a Vara do Trabalho de Curitiba ameaça empregos da FUNpAR

A Direção do Sinditest foi infor-mada na tarde de sexta-feira (14), sobre a decisão da 1ª Vara do Tra-balho de Curitiba, que recomenda a demissão coletiva dos nossos companheiros da FUNPAR/HC em no máximo 90 dias.

Trata-se do antigo processo movido pelo Ministério Público do Trabalho contra a UFPR e contra a FUNPAR, que há vários anos reco-mendou a substituição dos traba-lhadores “fundacionais”. Ao longo dos anos, graças à mobilização da categoria e do Sindicato, além da pressão feita pela comunidade universitária, impedimos que a de-cisão fosse levada a cabo. Sem-pre se chegou a um acordo pela prorrogação do prazo de cumpri-mento da decisão. Agora, no en-tanto, a decisão é categórica pela demissão desses trabalhadores. A Assessoria Jurídica do Sinditest já está trabalhando no processo, com todos os meios de que dispõe.

Na tarde da sexta-feira (14), notificamos o senhor Norton Noha-ma, assessor do Reitor Zaki Akel, que afirmou que até então não sa-

Preparar a resistência! A demissão dos nossos companheiros da FunPAr, além de injusta e desumana, é o primeiro passo para a introdução da EBSErH no HC

bia de nada a respeito. Solicitamos uma audiência com a Reitoria em regime de urgência, para coorde-nar esforços e evitar as demissões.

A situação dos trabalhadores da FunPAr

Desde que assumimos a dire-ção do Sinditest, em janeiro de 2012, estamos travando uma dura batalha para melhorar as condi-ções de trabalho e os salários dos nossos companheiros da FUNPAR. Realizamos duas campanhas sala-riais vitoriosas, com muita luta e mobilização. Apesar das melhorias conquistadas, não conseguimos reverter o quadro de desigualdade extrema e empobrecimento produ-zido pela FUNPAR contra seus em-pregados. A realidade atual mostra que o pessoal da FUNPAR deu a vida pelo HC e hoje recebe salários de pobreza. Em média, um traba-lhador com 20 anos de casa re-cebe apenas R$ 1.300,00 (menos do que dois salários mínimos).

De onde vem essa ameaça de demissão?

Não é a primeira vez que isso acontece. Mas agora há motivos mais fortes por trás da ameaça. O Governo Federal, aproveitando a ação dos órgãos de controle, como o Ministério Público e a CGU, es-pera conseguir a demissão desses trabalhadores para fechar leitos, reduzir o atendimento, lançar o hospital no caos, e, com isso, ven-der a ideia da solução milagrosa: a privatização (EBSERH).

O que fazer?

Só há um caminho diante des-

sa realidade: A GREVE GERAL DOS TRABALhADORES DO hOSPITAL DE CLÍNICAS.

A Assembleia Geral da FUNPAR/HC acontece nesta quarta-feira, dia 19, e vamos propor a CONS-TRUçÃO IMEDIATA DA GRE VE, EM DEFESA DOS EMPREGOS.

Somente a mobilização con-junta de toda a universidade pode impedir essa barbaridade do poder

público e dos governantes. Além de pagar salários de pobreza e mi-séria, ainda querem nos jogar no olho da rua depois de uma vida in-teira de trabalho dedicada ao Hos-pital de Clínicas.

Precisamos defender o empre-go de nossos companheiros da FUNPAR e evitar o colapso do HC, pois a iniciativa privada está tor-cendo para o HC fechar as portas, para que ela possa usar a EBSERH para se apropriar de tudo.

É preciso que o Juiz repense essa decisão absurda e volte atrás. Caso a decisão de mantenha, ha-verá um colapso no atendimento da saúde pública em Curitiba, e a responsabilidade não será nossa, não será de quem trabalhou a vida inteira, e sim dos governantes, a começar pela presidente Dilma e pela ministra Gleisi Hoffmann, que criaram a EBSERH.

unificar a luta!

Em defesa dos empregos! Contra a privatização! Não à EBSERh!

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Aprimoramento da carreira - piso e step (detalhamento do acúmulo histórico da categoria já deliberado será apresentado pela direção nacional às assembleias); Extensão do artigo 30 da lei 12772 /12.

Ascensão funcional.

Cumprimento integral do acordo da greve de 2012 - re-conhecimento dos certificados capacitação dos aposentados e reconhecimento dos cursos de mestrados e doutorados fora do país, e cronograma com resolutividade para a negociação relatórios todos GTs (*Reposicionamento dos aposentados).

Turnos contínuos, com jornada de trabalho (30 horas) sem redução salarial para manter a universidade aberta nos três turnos.

Revogação das ON insalubridades - contagem tempo es-pecial.

Confira a seguir, as reivindicações que compõem a pauta da greve da FASUBRA 2014:

pauta da fasubra

Revogação da Lei EBSERh com concurso público pelo RJU, pela aprovação da ADIN.

Não à perseguição e criminalização da luta! Democratização já!

Isonomia e valorização dos benefícios entre os Três Poderes.

Liberação de dirigentes sindicais para o exercício de man-dato classista (Mudança da legislação).

Construção e reestruturação das creches nas universida-des para os seus trabalhadores sem municipalização.

Os delegados aprovaram, ainda, que propostas como data-ba-se, FUNPRESP, auxílio alimentação para aposentados, isono-mia salarial entre os trabalhadores do Serviço Público Federal e outras de caráter geral serão remetidas à apreciação dos servidores federais para inclusão na pauta conjunta (geral).

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